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Diagnóstico Temático
Manejo de Resíduos
Sólidos Urbanos
Gestão Administrativa e Financeira
ano de referência: 2020
Diagnóstico Temático
Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos
Endereço eletrônico:
www.gov.br/mdr
www.snis.gov.br
A publicação anterior, Diagnóstico Temático - Visão Geral de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, abordou
aspectos conceituais da Lei Federal de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007), bem como a descrição do Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento, aspectos metodológicos, caracterização dos serviços de manejo de RSU,
participação dos municípios e prestadores de serviços na Coleta de Dados, assim como informações e indicadores
consolidados por estados e macrorregiões geográficas do Brasil.
Os novos produtos dão continuidade à recente fase de publicações do SNIS, antecipando a metodologia que
será adotada com a transição do atual SNIS para o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA).
Boa leitura!
Brasília, abril de 2022.
Secretaria Nacional de Saneamento
Ministério do Desenvolvimento Regional
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 6
4.589 municípios
participantes do SNIS-RS 2020
(82,4% dos 5.570)
POR MACRORREGIÃO
DIRETA INDIRETA
Por concessão ou permissão a empresas
Por meio de órgão da administração direta do
terceirizadas (privadas e sociedades de
município (prefeitura) ou de autarquia, empresa
economia mista), autorização a organizações
pública ou sociedade de economia mista que
sociais e consórcios públicos (convênio de
integre a administração indireta.
cooperação entre entes federados).
NORTE
96,1% 96,3%
NORDESTE
4,1% 0,3%
1,6%
3,4% 0,6%
2,4%
CENTRO-OESTE
SUDESTE
93,5%
SUL
BRASIL
3,0% 0,6% 3,1% 0,8%
1,9% 2,6%
Autarquia
Empresa Pública
94,5% 93,5%
Em termos regionais não se notam situações muito diferentes do panorama nacional, dado que seus
resultados percentuais se mantêm próximos. Por outro lado, vale observar os números das macrorregiões
Nordeste, com percentual de “administração pública” direta de 96,3% o maior dentre as macrorregiões e
ligeiramente mais elevado que a média nacional.
100,0%
94,5%
90,0%
80,0%
72,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0% 18,1%
10,0% 6,6%
1,9% 3,0% 3,3%
0,6%
0,0%
Administração Pública Autarquia Empresa Pública Sociedade de Economia
Direta Mista com administração
Municípios População urbana atendida pública
Analisando o caso das autarquias e sociedades de economia mista, ocorre o inverso, ou seja, o
percentual da quantidade de municípios é menor comparado com o percentual da população urbana
correspondente. Essa situação se justifica pela tendência dos municípios de maior porte populacional efetivar
a gestão dos seus setores de resíduos através de órgãos específicos, com maior autonomia financeira e não
pertencente à administração direta. Nas empresas públicas há um certo equilíbrio entre esses percentuais,
com 3,0% para a quantidade de municípios e 3,3% para a população urbana correspondente.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 11
100,0% 95,9%
92,4%
88,8%
90,0%
78,8%
80,0%
70,0%
60,0%
60,0%
50,0% 50,0%
50,0%
40,0%
33,3%
30,0%
20,0%
Administração Pública Direta Autarquia Empresa Pública Sociedade de Economia Mista com Administração Pública
Destaca-se ainda que esse resultado para Administração Pública Direta nas faixas iniciais tende a
crescer com a incorporação dos municípios não participantes da amostra SNIS 2020, uma vez que é
precisamente na primeira faixa populacional (municípios com até 30 mil habitantes) onde se encontra o
menor percentual de participação no SNIS (80,5%) e, simultaneamente, compõe o maior contingente de
municípios do país, num total de 4.396, que são, em sua maioria, administrações públicas diretas.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 12
2.235 2.354
prestadores executam apenas prestadores de serviços de
serviços de manejo de resíduos manejo de RSU também
sólidos no SNIS-RS 2020 executam outros serviços de
saneamento básico no SNIS-RS
2020
2,0% 4,2%
4,2%
3,9% 7,4%
3,6%
12,6%
12,0%
3,0% 54,0%
4,9%
1,2% 58,1%
9,3%
NORDESTE
1,0%
4,1%
4,4%
CENTRO-OESTE 11,6%
23,3% 10,4%
1,2% 40,2%
52,6% SUDESTE
5,2%
19,9%
9,1%
0,3%
% 9,5% 5,2%
2,0%
SUL
BRASIL
Somente manejo RSU 3,0%
4,7%
2,9%
6,7%
Manejo RSU + Água
6,5% 5,6%
%
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 13
Logo em seguida, embora com uma frequência menor (17,4%), estão os municípios que realizam os
serviços de manejo de resíduos sólidos com drenagem e manejo das águas pluviais. Os que executam a
integração total dos quatro serviços de saneamento básico (abastecimento de água potável, esgotamento
sanitário, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais) em um único prestador
representam 6,7% dos municípios.
Os outros 27,1% são divididos entre as diferentes combinações da prestação dos serviços de manejo
de resíduos sólidos com os supracitados serviços de saneamento.
Do ponto de vista regional é possível notar variações percentuais no conjunto dos municípios que
realizam, com exclusividade, os serviços de manejo de resíduos sólidos que oscilam de 58,1% na macrorregião
Nordeste a 40,2% na Sudeste.
Vale ressaltar que a terceirização não é caracterizada como uma delegação, pois equivale a uma
subcontratação de mão-de-obra ou serviços pelo qual a administração pública (Prefeitura Municipal) ou o
ente delegado é o prestador direto.
Diferente do que ocorre na prestação dos serviços de água e esgotos, em que já é uma realidade
a existência de diversas concessões plenas, para os serviços de manejo de resíduos sólidos urbanos foram
identificados em 2020 um total de 308 municípios com concessões parciais dos serviços.
Para a compreensão dos serviços delegados, foram contabilizados os tipos de serviços declarados
pelos municípios com concessão, ou seja, mais de um serviço pode ser concedido no município (concessões
parciais).
Sendo assim, é possível avaliar que a coleta de resíduos sólidos domiciliares é o tipo de serviço mais
delegado nos municípios com 71,4% dos municípios brasileiros com delegação, seguidos da coleta de
resíduos públicos com 52,9%, destinação de aterro sanitário com 48,1%, capina e roçada com 39,9%, varrição
de logradouros públicos com 39,3% dos municípios com concessões e coleta de resíduos de saúde com
35,4%. Os demais serviços delegados não ultrapassam 25,0% dos municípios.
Dos destaques, a macrorregião Sudeste com 105 (34,1%) dos municípios que realizam a concessão de
serviços, seguida pela macrorregião Nordeste com 99 (32,1%) municípios, ambos tendo o serviço de coleta
de resíduos sólidos domiciliares como o mais concedido - e com o número menor de concessões temos
a macrorregião Norte onde apenas 9 (2,9%) municípios possuem delegações para os serviços de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos.
CONCESSÕES E OS ESTADOS
(valor absoluto e percentual, segundo concessão estabelecida (GE202 = SIM),
por unidade da federação)
Municípios com
Amostra concessão
UF %
SNIS-RS 2020
GE202 = SIM
AC 15 0 0,0%
AL 84 3 3,6%
AM 42 2 4,8%
AP 8 1 12,5%
BA 293 19 6,5%
CE 158 21 13,3%
DF 1 0 0,0%
ES 70 4 5,7%
GO 209 8 3,8%
MA 143 9 6,3%
MG 728 41 5,6%
MS 74 7 9,5%
MT 102 3 2,9%
PA 95 0 0,0%
PB 163 8 4,9%
PE 125 7 5,6%
PI 159 11 6,9%
PR 362 21 5,8%
RJ 84 16 19,0%
RN 105 10 9,5%
RO 45 3 6,7%
RR 12 2 16,7%
RS 450 29 6,4%
SC 277 27 9,7%
SE 64 11 17,2%
SP 604 44 7,3%
TO 117 1 0,9%
NORTE
155 (46,4%)
167 (50,0%)
162 (48,5%)
NORDESTE
437 (33,8%)
466 (36,0%)
403 (31,1%)
CENTRO-OESTE SUDESTE
239 (61,9%) 879 (59,2%)
259 (67,1%) 1.086 (73,1%)
164 (42,5%) 829 (55,8%)
SUL
Política de Saneamento Básico (2.495 municípios - 54,4%) 785 (72,1%)
Plano Municipal de Saneamento Básico (2.887 municípios - 62,9%) 909 (83,5%)
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (2.268 municípios - 59,4%) 710 (65,2%)
Em relação à Política de Saneamento Básico o SNIS identificou 2.495 municípios (54,4%) com Política
de Saneamento Básico sancionada, com variações de 72,1% dos municípios da macrorregião Sul e 33,8% do
Nordeste. Já os Planos Municipais de Saneamento Básico estão presentes em 2.887 municípios (62,9%) com
o comportamento de variação similiar de 83,5% dos municípios da macrorregião Sul e 36,0% do Nordeste.
O SNIS também aborda os tipos de serviços que são abrangidos pelos Planos Municipais de Saneamento
Básico em que dos 2.887 municípios respondentes desta informação 1.846 (63.9%) especificaram abranger os
serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos no escopo do Plano.
Por fim, em relação aos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), 2.268
municípios (49,4%) afirmam possuir (PMGIRS) variando em 65,2% dos municípios da macrorregião Sul e 31,1%
do Nordeste.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 17
NORTE
16,5 mil (5,7%)
2,4 mil (15,5%)
NORDESTE
80,5 mil (27,6%)
2,4 mil (15,6%)
CENTRO-OESTE
25,2 mil (8,6%)
0,4 mil (2,9%)
SUDESTE
135,8 mil (46,6% )
9,1 mil (59,0%)
EMPREGOS DIRETOS
Como consideração inicial, na primeira análise foram admitidos somente os municípios que responderam
não ter havido frentes de trabalho temporárias no respectivo município, ou seja, foram admitidos na análise
somente os que preencheram o campo TB016 como “não”. Essa restrição se dá pelo fato de que as frentes de
trabalho, via de regra, acontecem por tempo determinado que variam para a realidade de cada município,
conforme suas necessidades, a exemplo de eventos cívicos ou festivos, sazonalidades como o verão em
cidades litorâneas, que conferem a esses municípios singularidades no número de trabalhadores e nos
períodos de frente de trabalho que dificultam o tratamento homogêneo das informações nacionalmente.
Para determinar o total de empregos diretos do setor (TB015), consideram-se o somatório das
informações TB013 e TB014, quantidade de trabalhadores próprios e terceirizados envolvidos nos serviços de
manejo de RSU, respectivamente, dividido pela população urbana (POP_URB) estimada pelo SNIS, obtém-se
o indicador IN001 conforme explicado no documento Glossário de Indicadores deste diagnóstico.
Com isso, tem-se que o valor médio de empregos diretos de 1,99 trabalhadores por 1.000 habitantes,
valor maior do que o verificado em 2019, no qual o indicador nacional alcançou o valor de 1,87 trabalhadores
por 1.000 habitantes.
2,00
1,50
1,00
0,50
1,60 1,68 1,80 2,11 2,13 2,44 1,91 1,89 1,97 1,52 1,50 1,51 2,02 2,00 1,88
0,00
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Vale salientar que, com o aumento do número de municípios da amostra houve uma elevação do
indicador médio nacional, e percebe-se que ocorreu uma maior quantidade do número de empregos no
setor em quatro macrorregiões do país, que corroboram para a elevação do indicador. Contudo, houve
diminuição no resultado do indicador na macrorregião Centro-Oeste de 2,00 para 1,88 empregados/1.000
habitantes.
Isso confirma a tendência da série histórica na qual o menor indicador IN001 ocorre na macrorregião
Sul (1,51 trab./1.000 hab.) e o maior na macrorregião Nordeste (2,44 trab./1.000 hab.), com seu valor acima
do valor médio calculado para o país de 1,99 empregados/1.000 habitantes em 2020.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 20
No caso deste indicador - IN001 - reconhecendo-se que o agrupamento de municípios por macrorregião
pode ser influenciado pela presença de capitais ou grandes cidades, julga-se relevante apreciar a distribuição
do contingente de trabalhadores por faixas populacionais, nas quais se poderá perceber maiores ou menores
distanciamentos do valor médio nacional.
4,00
3,50
trabalhadores/1.000 habitantes
3,00
2,50
1,99 - Indicador médio IN001 (2020)
2,00
1,50
1,00
0,50
3,59 3,69 3,92 2,10 2,06 2,17 1,47 1,48 1,53 1,39 1,40 1,43 1,45 1,42 1,49 2,12 2,10 2,09
0,00
1 2 3 4 5 6
Fica evidente a diferença do patamar de empregos pelo setor de manejo de resíduos sólidos dos
municípios da faixa 1 quando comparado com as demais faixas populacionais. Verifica-se que, historicamente,
isso se repete nas últimas edições do SNIS, chegando ao valor desta faixa em 2020 de 3,92 empregados/1.000
habitantes, ou seja, o dobro da média nacional. Também se verifica a única diminuição do índice da faixa
6, de 2,10 para 2,09 empregados/1.000 habitantes entre as amostras de 2019 e 2020. A situação com relação
à natureza do vínculo empregatício desses trabalhadores elucidam o número total de trabalhadores e os
números relativos aos agentes público e privado.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 21
7,6 mil
46,0%
30,1 mil
50,5 mil
37,3%
62,7%
8,9 mil
54,0% NORTE
NORDESTE
CENTRO-OESTE
12,1 mil
48,2%
72,4 mil
SUDESTE 53,3%
13,0 mil
51,8% 63,4 mil
46,7%
SUL
BRASIL
9,8 mil
48,2% 29,3%
125,2 mil
43,0% 23,7 mil
166,3 mil
70,7%
57,0%
51,8% Trabalhadores próprios (TB013)
Nas últimas edições do SNIS os valores se mantêm muito próximos, expressando, portanto, um
equilíbrio entre os dois agentes. Para a amostra de 2020, verifica-se 57,0% dos trabalhadores terceirizados
em contraposição a 43,0% dos trabalhadores próprios, mas nas macrorregiões Nordeste e Sul, as empresas
assumem maiores percentuais, superiores a 60,0%.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 22
Quantidade de Trabalhadores
População Urbana
Faixa Quantidade de Trabalhadores Trabalhadores
da Amostra
Populacional municípios próprios terceirizados Total
(habitantes)
(TB013) (TB014)
100,0%
90,0%
32,7%
80,0%
48,8%
53,6%
70,0%
73,6% 75,7%
60,0% 77,7%
50,0%
40,0%
67,3%
30,0%
51,2%
46,4%
20,0%
26,4% 24,3%
10,0% 22,3%
0,0%
1 2 3 4 5 6
Trabalhadores próprios Trabalhadores terceirizados
O SNIS estima a quantidade de trabalhadores em todo o setor, para tanto, utiliza-se da aplicação do
indicadores médios IN001 por macrorregiões sobre as respectivas populações urbanas do ano de referência
calculadas pelo SNIS/IBGE também agrupadas segundo o mesmo agrupamento.
IN001
Taxa de empregados em relação à população urbana
(empregados/1.000 habitantes)
Quantidade Percentual em
Taxa de empregados em
Macrorregião de municípios Estimativa de relação ao total
População relação à população
do Brasil trabalhadores estimado de
urbana (IBGE) urbana (IN001)
(empregados) trabalhadores
(empregados/1.000 hab.)
(%)
Tal exercício projeta um contingente aproximado de 358 mil empregos diretos no setor, percebendo-se
um incremento de 6,7% em relação ao ano de 2019. Esse movimento ascendente implica na criação de mais
de 22,5 mil empregos diretos. Ocorre aumento de empregados em quase todas as macrorregiões, exceto na
Centro-Oeste, conforme já retratado em análise anterior.
Nota-se que um valor bem próximo da metade dos postos de trabalho no setor de resíduos sólidos do
país (46,4%) está alocado em municípios da macrorregião Sudeste, seguida pela macrorregião Nordeste
que alcança um pouco mais da metade dos trabalhadores do Sudeste, ou seja, juntas estas macrorregiões
absorvem mais de 73% dos postos de trabalho, e em valores absolutos cerca de 245 mil trabalhadores.
O restante, de aproximadamente 25,0%, divide-se de forma mais ou menos equitativa entre as demais
macrorregiões, com leve preponderância para o Sul, sendo que o conjunto é responsável por cerca de 39
mil postos de trabalho.
2,2%
1,7%
10,2%
Como verificado no ano anterior, o tipo predominante nas frentes de trabalho temporário é o serviço
de varrição de logradouros públicos, com uma força equivalente a 6.509 trabalhadores ou 42,2% do total. O
serviço de capina, cuja soma absorve 4.789 trabalhadores (31,0%) do número de trabalhadores temporários,
aparece como segundo tipo predominante de serviço e a coleta de resíduos domiciliares, com 1.958
trabalhadores (12,7 % do total). Surgem na sequência a pintura de meio-fio, a limpeza de bocas-de-lobo e a
limpeza de lotes vagos que juntos compõem 2.180 traballhadores (14,1%).
Nota: *Resultado do produto da quantidade de trabalhadores temporários por frente multiplicado pela duração de cada frente e dividido
por 12 meses, de forma a homogeneizar os trabalhadores temporários no ano.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 26
9.099 trabalhadores
59,0 %
60,0
50,0
40,0
30,0
1.075 trabalhadores
10,0 7,0 %
451 trabalhadores
2,9 %
0,0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Como se nota, o número absoluto de municípios que se utilizam das frentes temporárias aumentou
18,6%, o que significou em relação à amostra que 17,8% dos municípios têm essa prática. É na macrorregião
Sudeste que, proporcionalmente, incide a maior parcela de trabalhadores envolvidos nas frentes temporárias,
chegando a 59,0% do total de trabalhadores.
6 2 0 0 0 0
Os resultados desse ano mostram que, em relação à proporção de municípios que empregam frentes
temporárias, verifica-se que na faixa 2 é onde ocorre a maior incidência, cuja média fica em torno de 19,8%
dos municípios da faixa, mas é na faixa 1 que se encontra o maior número de trabalhadores temporários,
com 6.313 postos, seguido pelos municípios da faixa 4, com 3.830. Vale o registro de que nas faixas 5 e 6, que
abrigam os mais populosos municípios do país, o número de trabalhadores envolvidos nas frentes temporárias
de trabalho é inexpressivo.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 27
1.851 56,5%
municípios com cobrança pelos Índice médio da autossuficiência
serviços de manejo de RSU no financeira dos serviços de manejo de
SNIS-RS 2020 RSU dos municípios no SNIS-RS 2020
Nessa edição, o SNIS-RS identificou 40,3% dos municípios com cobrança pelos serviços de coleta
domiciliar, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos. Apesar desse percentual ter abaixado em
comparação ao ano anterior (44,8%), vale ressaltar o fato do aumento do número de participantes com
respostas válidas e consequentemente o aumento quantitativo de municípios que cobram pelos serviços.
Analisando os valores absolutos, verifica-se um aumento em 188 municípios com cobrança em relação aos
1.663 municípios em 2019.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 29
90,0%
80,0%
70,0%
57,1%
60,0%
50,0% 40,3%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
19,5% 42,7% 6,6% 37,6% 46,2% 57,5% 83,5% 90,7% 27,2% 58,1%
0,0%
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Municípios que cobram População urbana correspondente aos municípios que cobram
Valor médio nacional - % de municípios com cobrança Valor médio nacional - % da população urbana dos municípios com cobrança
Como em edições anteriores, percebe-se ampla variação da situação da cobrança nas macrorregiões
brasileiras e os comportamentos se aproximam aos apurados no ano de 2019. O índice mais baixo de
cobrança continua sendo da macrorregião Nordeste com cerca de 6,6% dos municípios, seguida pela
macrorregião Norte, com 19,5%. Já o contraponto é a macrorregião Sul que se destaca em presença de
cobrança pelos serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos, correspondendo a 83,5% dos municípios.
Embora os índices em relação ao número de municípios sejam de fato baixos nas macrorregiões
Nordeste e Norte, atenta-se ao fato da presença dos médios e grandes municípios onde a cobrança é mais
comum e que fazem esses percentuais em população urbana se aproximarem de 40,0%, ou seja, tem-se no
mínimo para a macrorregião Nordeste 37,6% da população urbana contribuindo com os custos dos serviços
de manejo de resíduos sólido urbanos.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 30
Percentual
Municípios Percentual de Autossuficiência População da pop. urb.
População
Faixa Municípios da amostra municípios financeira urbana dos correspondente
urbana da
Populacional participantes com que cobram (IN005) municípios aos municípios
amostra
cobrança (%) (%) que cobram que cobram
(%)
Pela perspectiva populacional, é possível verificar que o percentual dos municípios que cobram pelo
serviço de manejo de resíduos sólidos da faixa populacional 1 (37,9%) não alcança a média nacional e nem
mesmo o relativo da população urbana, 40,1% da população urbana da faixa 1 está em municípios com
cobrança estabelecida.
Verifica-se também que a proporção de municípios que cobram pelos serviços de manejo dos resíduos
sólidos aumenta quanto maior for a faixa populacional. Observando as faixas 1 e 2 o percentual de municípios
que cobram não ultrapassa 50,0%, já nas faixas 3 e 4 se tem respectivamente 57,4% e 67,7% dos municípios
com cobrança estabelecida.
Importante ressaltar que na faixa 4, estão contidos aqueles municípios que somam a maior algomeração
de pessoas, com 42,6 milhões de pessoas (com 99 municípios amostrados nessa faixa), em que 71,5% são
habitantes urbanos dos 67 municípios que cobram pelos serviços de manejo de resíduos sólidos urbanos.
Nas últimas duas faixa 5 e 6 ocorre uma situação singular, o número reduzido de municípios com a
presença de capitais com contingente populacional significativo torna essa análise mais sensível às variações.
Isso pode ser exemplificado pela faixa 6 cuja capital São Paulo/SP, que tem 64,4% da população urbana da
faixa, informa não fazer cobrança pelos serviços de coleta, transporte e destinação final de RSU, já o Rio de
Janeiro/RJ realiza cobrança o que equivale a 35,6% da população urbana da faixa 6.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 31
IN005
Autossuficiência financeira da prefeitura com o
manejo de RSU (%)
Ao longo das edições do SNIS (desde 2002), o indicador IN005 autossuficiência financeira do prestador
com o manejo de RSU adota em seu numerador todas as receitas arrecadadas com os serviços de gestão e
manejo de resíduos sólidos urbanos (FN222), relacionando-as com todas as despesas da prefeitura com tais
serviços (exceto investimentos) FN220 no denominador da equação.
Portanto, sua equação fornece uma interpretação ampla do termo “autossuficiência” do órgão gestor
ligado a ideia de desempenho financeiro, uma vez que incluem em suas parcelas também os custos com
serviços não passíveis de cobrança, conforme preconizado pelo Supremo Tribunal Federal sobre a taxa de
limpeza urbana (pública).
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 32
NORTE
65 (19,5%)
28,5%
NORDESTE
85 (6,6%)
32,3%
CENTRO-OESTE
105 (27,2%)
30,7%
SUDESTE
687 (46,2%)
65,1%
O indicador médio nacional (IN005) ficou em 56,5%. A partir desse referencial, temos as macrorregionais
Sudeste e Sul, as que apresenta os melhores desempenhos financeiros, com 65,1% e 63,8%, respectivamente.
Se comparado ao ano anterior, por exemplo, o Sudeste teve um sutil aumento de 0,04 pontos percentuais,
porém, no Sul houve uma diminuição de 66,1% para 63,8%. Por outro lado, verifica-se que as macrorregiões
Norte, Centro-Oeste e Nordeste são as que menos arrecadam, com médias próximas de 30,0% de desempenho
financeiro.
Na perspectiva das faixas populacionais, apresentado no quadro anteriormente (ver pg. 30)
correspondente às faixas, o indicador IN005 apresenta um comportamento mais uniforme em relação às
macrorregiões, nas faixas 2 a 5 se tem variações próximas a média nacional entre 45,5% e 57,4%, com os
municípios da faixa 5 superando a média nacional. Contudo a primeira faixa ainda apresenta o menor
percentual de autossuficiência em 33,7% - fato que realça a menor capacidade de arrecadação dos
municípios de pequeno porte populacional - e a faixa 6 composta apenas pelo Rio de Janeiro/RJ que indica
100,0% das suas despesas supridas pela arrecadação com cobrança.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 33
6,3%
9,9% 22,5%
Devido à presença de valores muito baixos, 416 municípios têm IN005 inferiores a 10,0%, é possível que
equívocos tenham sido cometidos no preenchimento do formulário do SNIS ou mesmo que esses municípios
detenham receitas apenas simbólicas.
Cumulativamente, pode-se dizer que 70,1% dos municípios que arrecadam receita com os serviços de
coleta, transporte e destinação final de resíduos domiciliares auferem valores que não ultrapassam a metade
de suas despesas com o conjunto de atividades do manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana.
Em que pese, a ocorrência de valores acima de 100,0% de autossuficiência em 117 municípios (6,3% dos
1.851 municípios), supõe-se que esses valores arrecadados acima das despesas podem conter inconsistências,
porém, não há restrições que tais casos possam corresponder a valores previstos para investimentos do próprio
prestador nos serviços de RSU, reduzindo a dependência de repasses ou financiamento vindos dos governos
estaduais ou federal.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 34
AC 15 3 20,0% 20,3%
AL 84 10 11,9% 11,2%
AM 42 2 4,8% 35,7%
AP 8 1 12,5% 12,4%
DF 1 1 100,0% 34,7%
ES 70 35 50,0% 50,3%
MS 74 38 51,4% 24,6%
PA 95 13 13,7% 34,6%
RJ 84 41 48,8% 81,7%
RO 45 37 82,2% 49,3%
RR 12 1 8,3% 8,7%
SE 64 0 0,0% 0,0%
10,8%
NORTE
81,5%
95,3%
NORDESTE
0,1%
2,2%
4,5%
CENTRO-OESTE
34,3%
SUDESTE
61,0%
4,8%
0,0%
93,2%
SUL
11,8%
BRASIL
4,1%
0,3%
11,8% 16,0%
0,4%
4,1%
Taxa específica no boleto do IPTU 5,1%
Tarifa
78,5%
83,8%
Taxa em boleto de água
83,8%
De acordo com a amostra, a forma de cobrança preponderante pelo serviço de manejo de resíduos
sólidos urbanos é por meio do boleto do IPTU, com 83,8%, ou seja, 1.552 municípios. O restante, 299 municípios,
distribuem-se em cobrança no boleta de água 11,8%, em boleto específico 4,1% e por tarifa 0,3%.
Para aqueles municípios que cobram pelos serviços por meio de tarifa, verificou apenas 5 (0,3% do total
de 1.851). Desses, 4 da macrorregião Sul e 1 do Sudeste.
Por fim, a forma de cobrança por boleto específico, que nas macrorregiões Nordeste, Sudeste, Sul e
Centro-Oeste variam de um percentual entre 2,2% a 5,1%, tem maior representatividade na macrorregião
Norte com 10,8%, ou seja, 7 dos 65 municípios com cobrança estabelecida para os serviços de limpeza
pública e manejo de resíduos sólidos urbanos.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 36
R$141,22/habitante/ano
Despesa média per capita com manejo de RSU
em relação à população urbana nos municípios
participantes do SNIS-RS 2020
NORTE
R$ 105,42
NORDESTE
R$ 131,59
CENTRO-OESTE
R$ 137,62
2 R$ 107,88
3 R$ 115,55
SUL
4 R$ 144,47
R$ 125,04
5 R$ 148,08
6 R$ 238,51
IN006
Despesa per capita com manejo de RSU em
relação à população urbana (R$/hab.)
Com relação à despesa per capita, medida através do indicador IN006, o indicador da despesa
média por habitante com o manejo dos resíduos sólidos urbanos, quando rateada pela população urbana,
resulta em uma despesa per capita anual para o país de R$ 141,22/hab. A amplitude deste indicador parte
de um valor mínimo de R$ 105,42/habitante/ano, apurada na macrorregião Norte, e atinge o máximo de
R$ 156,71/habitante/ano na macrorregião Sudeste.
Vale registrar, por exemplo, que a exclusão das duas capitais Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP, devido,
precisamente à conjugação de suas elevadas despesas e seus grandes contingentes populacionais
chega a reduzir o indicador nacional em aproximadamente 16,0%, passando-o de R$ R$ 156,71/hab./ano
para 131,71/hab./ano.
Série Histórica - Despesa per capita com manejo de RSU nas macrorregiões geográficas
(R$/habitante, segundo macrorregiões geográficas, de 2018 a 2020)
180,00
160,00 156,71
151,78
141,22 144,62 134,70
137,62
140,00 131,59 130,81
126,66 125,04
120,25
117,34 116,19
120,00
110,82
105,42
R$/habitante/ano
98,42
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Com relação a série histórica dos últimos 3 anos, percebe-se uma tendência de aumento da despesa
média nacional per capita com o manejo dos resíduos sólildos urbanos (IN006). Esta constatação cabe para
as macrorregiões, com excessão da macrorregião Norte, que se mostrou mais sensível a variação da amostra
em 2020 com o incremento de municípios de menor porte e com menores despesas per capita (IN006).
O valor da média nacional de R$137,73/hab/ano observado em 2019 passou para R$141,22 hab/ano em
2020, embora este aumento tenha sido menor quando se comparado ao período de 2018 a 2019, onde foi
observado um aumento de R$ 7,23, ou seja, R$130,47 hab/ano em 2018 e R$ 137,73 hab/ano em 2019.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 38
Série Histórica - Despesa per capita com manejo de RSU nas faixas populacionais
(R$/habitante, segundo macrorregiões geográficas, de 2018 a 2020)
250,00
238,51
235,51
224,14
200,00
141,22 148,08
144,47
150,00 134,73 141,22
R$/habitante/ano
137,82
128,53
120,82
115,55
111,93 111,79
106,07 107,88
102,84 103,88
98,85
100,00
50,00
0,00
1 2 3 4 5 6
Agrupando por faixa populacional, observa-se com mais evidências a tendência de aumento do
indicador IN006 avaliando a informação de 2018 a 2020. Além disso, fica visível a discrepância dos municípios
da faixa 6 (Rio de Janeiro e São Paulo) com uma despesa média de R$ 238,51 em relação aos demais, nessa
perspectiva é possível verificar a influência deles no cálculo do indicador.
Sobre os demais apanhados populacionais, percebe-se pela leitura dos resultados de 2020
a formação de dois patamares: das faixas 1 a 3 em que a faixa 1 apresenta uma variação mais
acentuada, no intervalo de R$ 120,82/hab./ano para os municípios da faixa 1 e os municípios da faixa 2
com a menor despesa per capita média de R$ 107,88/hab./ano, destoando consideravelmente do
indicador nacional. No segundo patamar, a pequena variação entre os municípios da faixa 4 e 5, com
R$ 144,47/hab./ano e R$ 148,08/hab./ano respectivamente; valendo observar que nesses dois agrupamentos
foram obtidos 100,0% das informações dos municípios.
Para se ter uma ideia da diferença das três primeiras faixas para as demais, processando os
dados apenas para esse conjunto, ou seja, para o conjunto dos municípios que abrigam até 250
mil habitantes, o resultado do indicador médio (para as três primeiras faixas) fica em R$ 114,30/hab./ano,
ou seja, aproximadamente 20,0% a menos do que o gasto da faixa imediatamente superior que fica nos
R$ 144,47/hab./ano. Esta configuração desenhada pelos resultados vem ocorrendo nas últimas edições
do SNIS, permitindo inferir que os serviços de manejo de resíduos sólidos nos municípios acima de 250 mil
habitantes oneraram os cofres públicos em proporções mais elevadas do que nos municípios de menor porte.
Tal constatação parece importante na medida em que se reforça a tendência de que quanto maior o porte
populacional do município maior o valor per capita das despesas e, portanto, maior o valor a ser rateado
entre os moradores urbanos.
Os indicadores médios IN006 por faixas populacionais permitem também se estimar, pelas mesmas
faixas, a despesa média mensal com os serviços de manejo de resíduos e limpeza urbana correspondente
aos domicílios urbanos no ano de 2020. Assim, na hipótese de se adotar o índice genérico de 3 habitantes
por domicílio para todas as faixas populacionais, chega-se a um custo unitário próximo de R$ 35,30/domicílio
por mês.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 39
Os valores unitários variam, então, de aproximadamente R$ 29,00 por mês para domicílios dos municípios
das faixas de 1 a 3 (até 250 mil habitantes); R$ 37,00 para os das faixas 4 e 5 e; R$ 60,00 para os domicílios
dos municípios da última faixa. Vale, entretanto, ressaltar que tais valores devem ser vistos com atenção,
devido às grandes diferenças macrorregionais e de porte populacional, lembrando-se ainda que o valor
inclui despesas que nem sempre poderiam ser cobradas dos usuários (a exemplo da varrição de logradouros
públicos e serviços de capina e limpeza de bocas de lobo), devido às restrições impostas pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) que, através da Súmula Vinculante nº 19, não reconhece a legalidade de cobrança
para todos os serviços de manejo de resíduos e limpeza urbana.
Ainda, utilizando-se da mesma metodologia aplicada às demais estimativas em nível nacional, como
por exemplo, o da quantidade de resíduos domiciliares e públicos coletado no país em 2019, apresentada
no item 6.1 do Capítulo 6, o SNIS estima a despesa total das prefeituras com o manejo de resíduos sólidos,
excetuando os investimentos. Para tanto se utiliza da aplicação dos indicadores médios por macrorregiões
sobre as respectivas populações urbanas do ano de referência calculadas pelo SNIS/IBGE também
agrupadas segundo a mesma estratificação.
Tal exercício resulta em uma projeção de 25,25 bilhões de reais referente à despesa total das
prefeituras com o manejo de resíduos sólidos urbanos no ano de 2020, ou seja, despesas com pessoal, veículos,
manutenção, insumos, terceirizações e demais remunerações, exceto investimentos.
Importante comentar que os municípios possuem dificuldade em identificar os custos por tipo de
serviço, o que compromete significativamente a consistência dos resultados e, consequentemente,
compromete o cálculo do custo específico dos serviços.
Entende-se, também, que a complexidade do cálculo desse indicador incorpore outros aspectos,
como por exemplo, aqueles vinculados à distância, uma vez que relaciona as despesas totais com o serviço
de varrição e a extensão de sarjeta varrida no ano.
Ressalta-se que as informações constantes dos campos VA010 e VA011 (extensões varridas pela
prefeitura e por empresas contratadas) não distinguem quantitativos referentes à varrição mecanizada.
Assim, o SNIS julgou pertinente excluir para o cálculo apresentado nos quadros a seguir os 278 municípios que
afirmaram a ocorrência de varrição mecanizada em 2020 (campo VA016), além, obviamente, dos que não
preencheram as informações suficientes para o cálculo do indicador municipal , o que resultou no cálculo do
custo unitário do serviço de varrição manual para 596 municípios.
IN043
Custo unitário médio do serviço de varrição (prefeitura + empresas contratadas)
120
114,74
100,02
100
87,11 86,48
85,24
80
70,96
(R$/Km)
60
40
20
0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
1 379 89,64
2 136 78,06
3 42 122,33
4 33 92,84
5 6 68,60
6 - -
Os agrupamentos por faixas populacionais mostraram que os municípios que têm uma população
urbana entre 100 mil habitantes a 250 mil habitantes (faixa 3), apresentam a maior despesa média entre
as faixas, com R$ 122,33, custo esse que ultrapassa o indicador médio nacional em cerca de 41,0%. Com
considerável variação, as faixas 1, 2 e 4 apresentaram respectivamente custo médio em R$ 89,64/km,
R$ 78,06/km e R$ 92,84/km no ano de 2020. Com destaque que a faixa menos populosa que compreende 379
municípios dessa amostra, houve uma variação significativa se comparado com o ano anterior, em 2019 o
indicador foi de R$ 60,23/km, com uma amostra de 314 municípios no referido ano. Importante destacar que
a faixa 5 (de 1 milhão a 4 milhões de habitantes), é a que apresentou a menor média de custo por varrição,
R$ 68,60/km, houve uma diminuição considerável se verificado o ano de 2019, onde, o mesmo indicador
apresentou um custo de R$ 81,32/km considerando informações de 7 municípios.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 42
NORTE
9
55
NORDESTE
74
553
CENTRO-OESTE
25
131
SUDESTE
81
426
Consórcios públicos
CONSÓRCIO PÚBLICO
”Pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei
nº 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a
realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com
personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica
de direito privado sem fins econômicos.”
(inciso I do Decreto n° 6.017/2007, que regulamenta a Lei n° 11.107)
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 44
Para garantir um conjunto consistente de informações, e diante das dificuldades técnicas, políticas e
institucionais para se consolidar efetivamente um consórcio intermunicipal, o SNIS avalia a composição das
informações somente dos municípios que responderam ao campo PO045, destinado ao número e data da
lei municipal autorizativa do Consórcio Público. Também não são computados, para fins desta análise, os
municípios que se encontram “em fase de elaboração”. Desta forma, dois tipos de respostas são considerados
de maior relevância para a análise:
• Municípios que informam já possuir lei autorizativa (o que, apesar de significar grande avanço, não
garante a efetiva implantação do Consórcio); e
Além disso, a inserção do campo PO052 com o número do CNPJ do Consórcio Intermunicipal possibilitou
novas verificações, atribuindo maior confiabilidade a informação.
Importante destacar que nessa edição, houve uma mudança de metodologia em relação a contagem
dos municípios declarados como integrantes de consórcio intermunicipal pelos municípios respondentes do
SNIS. A contagem considera a resposta do próprio prestador e é complementada pela declaração dos
municípios integrantes dos consórcios somente quando o município declarado não for respondente do SNIS
no ano de referência, primando pela autodeclaração dos prestadores. Motivo esse que explica a grande
diferença dos municípios declarados pelos integrantes dos consórcios que passou de 1.617 municípios em
2019 para 427 em 2020; o que correspondeu a uma diminuição de 49,9 milhões de habitantes em 2019 para
25,1 milhões de habitantes urbanos em 2020 nos municípios pertencentes aos consórcios intermunicipais para
os serviços de manejo de RSU.
Pop. urb.
Quantidade total
de mun. Pop. urb. Quantidade
Responderam Declarados de municípios Pop. urb. de
declarados total de mun. de consórcios
SIM à integrantes integrantes mun. com lei
como integrantes existentes e
Macrorregião existência de de (lei + declarados) autorizativa
integrantes (lei + equivalente
consórcios consórcios e equivalente de consórcio
sem lei declarados) (% do total da
(mun.) (mun.) (% do total de (hab.)
autorizativa (hab.) pop. urb. IBGE)
mun. IBGE)
(hab.)
55 9
Norte 41 14 738.995 97.681 836.676
12,2% 6,1%
553 74
Nordeste 320 233 4.734.604 2.652.020 7.386.624
30,8% 17,5%
426 81
Sudeste 326 100 9.220.239 792.473 10.012.712
25,5% 12,1%
234 46
Sul 196 38 5.320.802 357.862 5.678.664
19,6% 22,0%
131 25
Centro-Oeste 89 42 885.151 309.256 1.194.407
28,1% 8,1%
1.404 235
Total - 2020 972 427 20.899.791 4.209.292 25.109.083
25,1% 14,0%
2.260 190
Total - 2019 643 1.617 14.905.678 34.990.096 49.895.774
39,1% 28,0%
2.174 199
Total - 2018 571 1.603 19.684.140 35.593.243 55.277.383
39,1% 31,3%
A macrorregião que apresentou o menor número de participantes foi a do Norte com 55 municípios e
consequentemente a menor quantidade de consórcios, que foram 9, seguido de 132 municípios participantes
de consórcios no Centro-Oeste, com um total de 25 consórcios. Curiosamente, a macrorregião do Sul com
196 participantes de consórcios intermunicipais, foi a que declarou um menor número de participantes de
consórcios que não responderam ao SNIS, 38 consorciados para os 46 consórcios, o que pode ser associado
a representatividade da amostra nesta macrorregião.
pelos consórcios, o SNIS identifica através das respostas ao campo PO047, os tipos de serviços prestados. As
informações disponíveis foram respondidas por 805 municípios que indicaram os tipos de serviço no campo
PO047 (82,8% dos 972 municípios).
26 6 12 9 8 6
Norte 9 34
76,5% 17,6% 35,3% 26,5% 23,5% 17,6%
150 98 66 74 75 81
Nordeste 74 274
59,1% 38,6% 26,0% 29,1% 29,5% 31,9%
184 59 63 74 48 63
Sudeste 81 69
67,2% 21,5% 23,0% 27,0% 17,5% 23,0%
130 36 56 31 55 22
Sul 46 158
74,7% 20,7% 32,2% 17,8% 31,6% 12,6%
48 21 22 28 17 16
Centro-Oeste 25 59
69,6% 30,4% 31,9% 40,6% 24,6% 23,2%
Para a compreensão dos serviços realizados nos municípios participantes dos consórcios públicos,
foram contabilizados os tipos de serviços pela quantidade de municípios declarantes, ou seja, mais de um
serviço pode ser executado no município, porém os valores constantes nos tipos de serviços não ultrapassam
o limite máximo do número de municípios respondentes a informação PO047 por macrorregião.
Sendo assim, é possível avaliar que a disposição final em aterro sanitário é o tipo de serviço mais
compartilhado entre os municípios via consórcios públicos em 66,8% dos municípios brasileiros consorciados,
seguido de educação ambiental e coleta convencional de resíduos domiciliares, com 27,3% e 27,2% dos
municípios respectivamente, além disso, em 26,8% dos casos foi indicada a prestação do serviços de
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 48
transbordo de resíduos domiciliares, 25,2% de coleta seletiva de resíduos domiciliares e 19,8% de coleta de
resíduos de limpeza pública.
6 2 2 2 1 2
Norte 9 34
17,6% 5,9% 5,9% 5,9% 2,9% 5,9%
61 23 25 20 10 4
Nordeste 74 274
24,0% 9,1% 9,8% 7,9% 3,9% 1,6%
50 23 18 9 6 4
Sudeste 81 69
18,2% 8,4% 6,6% 3,3% 2,2% 1,5%
22 8 7 2 1 1
Sul 46 158
12,6% 4,6% 4,0% 1,1% 0,6% 0,6%
159 68 64 39 21 14
Total - 2020 235 805
19,8% 8,4% 8,0% 4,8% 2,6% 1,7%
Os serviços que indicaram uma menor ocorrência, inferior a 10,0% dos municípios que responderam a
informação de tipos de serviços prestados pelos consórcios intermunicipais, foram: varrição de logradouro
públicos (8,4%), capina e roçada (8,0%), poda (4,8%), raspagem de vias e logradouros públicos e desobstrução
de bocas-de-lobo (2,6%) e limpeza de praias e/ou margens de rios e córregos (1,7%).
SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SGAN Q. 906, Módulo ‘F’ Bloco ‘A’ Ed. Celso Furtado, 3º andar, sala 309
CEP 70.830-901 - Brasília - DF - Brasil
www.snis.gov.br