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ABR/2022

Diagnóstico Temático
Manejo de Resíduos
Sólidos Urbanos
Gestão Administrativa e Financeira
ano de referência: 2020

Ministério do Desenvolvimento Regional Sistema Nacional de


Secretaria Nacional de Saneamento - SNS Informações sobre
Saneamento
Ministério do Desenvolvimento Regional
Secretaria Nacional de Saneamento

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS

Diagnóstico Temático
Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos

Gestão Administrativa e Financeira

Brasília, abril de 2022.


Presidente da República Equipe Técnica
Jair Messias Bolsonaro Elizamar Pereira do Nascimento (FUNAPE/UnB), Elton
da Costa Silva (SNS/MDR), Mayara Oliveira dos Santos
Ministro de Estado do Desenvolvimento Regional (FUNAPE/UnB), Poliana Cristina Oliveira de Guimarães
Daniel Ferreira (SNS/MDR), Rodrigo Benevenuto Luz (FUNAPE/UnB)
e Thaianna Elpidio Cardoso (Coordenadora SNIS-RS
Secretário Executivo do
FUNAPE/UnB)
Ministério do Desenvolvimento Regional
Helder Melillo Lopes Cunha Silva
Equipe de Desenvolvimento de TI e Comunicação
Secretário Nacional de Saneamento Bruno José Rodrigues Lima (FUNAPE/UnB), Caio Petrillo
Pedro Ronald Maranhão Braga Borges Vieira de Mattos (FUNAPE/UnB), Gabriel Gomes Gaspar
(FUNAPE/UnB), Marilia Candida Pinto Borges (FUNAPE/
Chefe de Gabinete da Secretaria Nacional de Saneamento UnB), Maurício Lima Reis (SNS/MDR), Mateus de Siqueira
André Braga Galvão Silveira Silva (FUNAPE/UnB), Tiago Cabral de Faria (FUNAPE/UnB)
e Volnei Braga Machado (Coordenador Equipe SNIS-TI e
Diretor do Departamento de Cooperação Técnica Comunicação FUNAPE/UnB)
Marco Aurelio Ayres Diniz
Comunicação, Editoração e Diagramação
Coordenador-Geral de Gestão Integrada
Paulo Rogério dos Santos e Silva Marilia Candida Pinto Borges (FUNAPE/UnB)

Coordenador de Informações, Estudos e Pesquisas Coordenador do Projeto junto ao FUNAPE/UnB


João Geraldo Ferreira Neto Carlos Henrique Ribeiro Lima/Departamento de
Engenharia Civil e Ambiental - UnB
Assessor Técnico Especializado
Sérgio Abreu Brasil

© Ministério do Desenvolvimento Regional. Secretaria Nacional de Saneamento - SNS


SGAN Q.906, Módulo ‘F’ Bloco ‘A’ Ed. Celso Furtado, 3º andar. Brasília - DF. CEP 70.790-060

Endereço eletrônico:
www.gov.br/mdr
www.snis.gov.br

Todos os direitos reservados.


É permitida a reprodução de dados e de informações contidos nesta publicação, desde que citada a fonte.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 5

LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 6

GESTÃO ADMINISTRATIVA DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS 8

CONCESSÕES DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 14

POLÍTICAS E PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS 16

EMPREGOS DIRETOS E TEMPORÁRIOS 17

DESEMPENHO FINANCEIRO DOS ÓRGÃOS GESTORES DE RSU 27

CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS PARA SERVIÇOS DE MANEJO DE RSU 42


APRESENTAÇÃO
O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), administrado pela Secretaria Nacional de
Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional (SNS/MDR), consolidou-se como instrumento de conhecimento
dos serviços de saneamento básico sem similar no Brasil. Devido ao SNIS, o país conta com um robusto conjunto de
dados estruturados que permite avaliar a evolução dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário
(desde 1995), de manejo de resíduos sólidos urbanos (desde 2002) e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas
(desde 2015). Além disso, cabe destacar que o acesso a essas informações é público e gratuito. Conforme a mudança
de metodologia de publicação dos diagnósticos, definida em 2021, o documento Diagnóstico Temático sobre Gestão
Administrativa e Financeira, ano de referência 2020, apresenta a análise de informações dos prestadores de serviços de
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos sobre pessoal, receitas e despesas.

A publicação anterior, Diagnóstico Temático - Visão Geral de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, abordou
aspectos conceituais da Lei Federal de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007), bem como a descrição do Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento, aspectos metodológicos, caracterização dos serviços de manejo de RSU,
participação dos municípios e prestadores de serviços na Coleta de Dados, assim como informações e indicadores
consolidados por estados e macrorregiões geográficas do Brasil.

Os novos produtos dão continuidade à recente fase de publicações do SNIS, antecipando a metodologia que
será adotada com a transição do atual SNIS para o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA).

Boa leitura!
Brasília, abril de 2022.
Secretaria Nacional de Saneamento
Ministério do Desenvolvimento Regional
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 6

Diariamente, milhares de toneladas de resíduos sólidos


urbanos são geradas em ambientes domésticos e em
espaços públicos urbanos, sendo que grande parte pode
ser tratada e recuperada.

Sobras de alimentos, galhadas e folhas de árvores (resíduos


úmidos) podem ser destinadas à unidades de manejo de
galhadas e podas e unidades de compostagem. Papéis,
plásticos, metais, vidros (resíduos secos), após triagem
(separação), podem ser recuperados em processos
industriais. Por falta de viabilidade técnica ou econômica,
apenas a parcela não recuperável forma os rejeitos, que
devem ser encaminhados aos aterros sanitários. Quanto
menor a geração de resíduos e de rejeitos, maior a
sustentabilidade dos sistemas de manejo de resíduos sólidos
urbanos.

A limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos é um dos


LIMPEZA URBANA quatro componentes do saneamento básico. Esse serviço é
essencial para eliminar ambientes favoráveis à propagação
E MANEJO de vetores de doenças, fontes poluidoras de águas
superficiais e subterrâneas e obstrução de infraestruturas
DE RESÍDUOS de drenagem das águas das chuvas. Com isso, promovem
a melhoria da saúde pública, da qualidade de vida e da
SÓLIDOS sustentabilidade ambiental, bem como a geração de
emprego e renda.

A produção de conhecimento é estratégica para


universalizar o acesso e qualificar a prestação dos serviços
de saneamento básico no Brasil. Com estes propósitos,
o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
(SNIS), vinculado à Secretaria Nacional de Saneamento do
Ministério do Desenvolvimento Regional (SNS/MDR), coleta,
desde 2002, informações acerca da prestação dos serviços
de resíduos sólidos urbanos (SNIS-RS). Tais informações
são divulgadas nas mais diversas publicações, como, por
exemplo, nos Diagnósticos Temáticos.

Com informações a níveis nacional, macrorregional,


estadual e municipal, os Diagnósticos Temáticos - Manejo de
Resísduos Sólidos Urbanos permitem acompanhar e avaliar
a prestação de serviços, definir políticas e projetos e orientar
a aplicação de recursos públicos. A presente publicação
apresenta uma visão da Gestão Administiva e Financeira do
manejo de resíduos sólidos urbanos no Brasil, com base nos
dados coletados pelo SNIS, tendo como referência o ano
de 2020.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 7

4.589 municípios
participantes do SNIS-RS 2020
(82,4% dos 5.570)

PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS NO SNIS-RS 2020

4.589 municípios participantes


981 municípios não participantes

POR MACRORREGIÃO

NORTE 334 (74,2% dos 450)

NORDESTE 1.294 (72,1% dos 1.794)

SUDESTE 1.486 (89,1% dos 1.668)

SUL 1.089 (91,4% dos 1.191)

CENTRO-OESTE 386 (82,7% dos 467)

Municípios % em relação ao total


Faixa População
Participantes de municípios da faixa

1 ≤ 30 mil habitantes 3.540 80,5% de 4.396

2 entre > 30 mil e ≤ 100 mil 736 86,8% de 848

3 entre > 100 mil e ≤ 250 mil 197 93,8% de 210

4 entre > 250 mil e ≤ 1 milhão 99 100,0%

5 entre > 1 milhão e ≤ 4 milhões 15 100,0%

6 > 4 milhões 2 100,0%


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O SNIS-RS 2020 identificou quatro tipos (natureza jurídica)


de prestadores de serviços de manejo de resíduos sólidos:
(1) administração pública direta; (2) autarquia; (3) empresa
pública; e (4) sociedades de economia mista com
administração pública.

A administração pública direta (prefeitura), por meio de


secretarias, departamentos, coordenadorias e/ou setores,
presta os serviços em 94,5% dos municípios (4.338 dos 4.589
participantes). A atuação abrange 72,0% da população
urbana da amostra (121,8 milhões) e é mais presente em
municípios das faixas populacionais 1 a 4 (com menos de 1
milhão de habitantes), bem como nos municípios da faixa

GESTÃO populacional 5 (entre 1 e 4 milhões de habitantes). Nos dois


municípios da faixa 6 (mais de 4 milhões de habitantes), os
ADMINISTRATIVA serviços são prestados por uma sociedade de economia
mista com administração pública (Rio de Janeiro) e uma
DOS PRESTADORES autarquia (São Paulo). Nas macrorregiões, os percentuais
variam de 93,5% no Sudeste e Sul a 96,3% no Nordeste.
DE SERVIÇOS
Entre os 4.589 participantes do SNIS-RS 2020, 2.235 prestadores
(48,7%) estão envolvidos apenas com serviços de manejo de
resíduos sólidos. Os outros 2.354 também prestam outro(s)
serviço(s) de saneamento básico (abastecimento de água,
esgotamento sanitário e/ou drenagem e manejo das águas
pluviais urbanas).

Em relação a Planos Municipais de Saneamento Básico


(PMSB), o SNIS-RS 2020 identificou que 1.846 municípios
indicam contemplar os serviços de limpeza pública e manejo
de resíduos sólidos urbanos e 2.268 municípios afirmam
possuir Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos (PMGIRS).
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NATUREZA JURÍDICO-ADMINISTRATIVA DOS PRESTADORES


(% de municípios, segundo natureza jurídica dos prestadores, em 2020)

Administração Autarquia¹ Empresa Pública² Sociedades de


Pública Direta¹ Com autonomia Formada por uma ou Economia Mista com
Órgão da prefeitura administrativa e patrimônio várias entidades com administração pública²
(secretarias, próprio e sob controle capital exclusivamente Com capital público e
departamentos) municipal ou estadual público privado e gestão pública

FORMAS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

DIRETA INDIRETA
Por concessão ou permissão a empresas
Por meio de órgão da administração direta do
terceirizadas (privadas e sociedades de
município (prefeitura) ou de autarquia, empresa
economia mista), autorização a organizações
pública ou sociedade de economia mista que
sociais e consórcios públicos (convênio de
integre a administração indireta.
cooperação entre entes federados).

2,4% 0,6% 2,3%


0,4%
0,9% 1,0%

NORTE

96,1% 96,3%

NORDESTE

4,1% 0,3%
1,6%

3,4% 0,6%
2,4%
CENTRO-OESTE

SUDESTE

3,0% 0,6% 94,0%

93,5%
SUL

BRASIL
3,0% 0,6% 3,1% 0,8%
1,9% 2,6%

Administração Pública Direta

Autarquia

Empresa Pública

94,5% 93,5%

Sociedade de Economia Mista com


Administração Pública

94,5% ¹Direito público. ²Direito privado


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A administração pública direta através de suas secretarias, departamentos, coordenadorias ou setores


se constitui, de forma indiscutível, como a natureza jurídica mais presente nos prestadores desses serviços nos
municípios brasileiros. A partir da informação dos 4.589 participantes do SNIS neste ano, constata-se que este
tipo de natureza jurídica compreende 94,5% do total de municípios, resultado semelhante aos últimos dois
anos da Série Histórica que foi de 94,3% em 2019 e 94,0% em 2018. As empresas públicas vêm em segundo lugar
em participação, com um índice de 3,0%, seguidas pelas autarquias com 1,9% e, por último, as sociedades
de economia mista com administração pública, cujo resultado é de apenas 0,6%.

Em termos regionais não se notam situações muito diferentes do panorama nacional, dado que seus
resultados percentuais se mantêm próximos. Por outro lado, vale observar os números das macrorregiões
Nordeste, com percentual de “administração pública” direta de 96,3% o maior dentre as macrorregiões e
ligeiramente mais elevado que a média nacional.

Prestadores e população urbana atendida


(% dos municípios e população urbana, segundo natureza jurídica dos prestradores, em 2020)

100,0%
94,5%

90,0%

80,0%
72,0%
70,0%

60,0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0% 18,1%

10,0% 6,6%
1,9% 3,0% 3,3%
0,6%
0,0%
Administração Pública Autarquia Empresa Pública Sociedade de Economia
Direta Mista com administração
Municípios População urbana atendida pública

A comparação entre as informações sobre o percentual de municípios e o respectivo percentual de


população urbana, agrupadas por natureza jurídica do prestador, pode ser observada no gráfico. Percebe-
se que, os 94,5% dos prestadores da administração pública direta estão vinculados a 72,0% da população
urbana no país.

Analisando o caso das autarquias e sociedades de economia mista, ocorre o inverso, ou seja, o
percentual da quantidade de municípios é menor comparado com o percentual da população urbana
correspondente. Essa situação se justifica pela tendência dos municípios de maior porte populacional efetivar
a gestão dos seus setores de resíduos através de órgãos específicos, com maior autonomia financeira e não
pertencente à administração direta. Nas empresas públicas há um certo equilíbrio entre esses percentuais,
com 3,0% para a quantidade de municípios e 3,3% para a população urbana correspondente.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 11

Natureza jurídica dos prestadores do manejo de RSU


participantes da amostra do SNIS
(% de municípios, segundo faixas populacionais, em 2020)

100,0% 95,9%
92,4%
88,8%
90,0%

78,8%
80,0%

70,0%

60,0%
60,0%

50,0% 50,0%
50,0%

40,0%
33,3%

30,0%

20,0%

9,1% 9,1% 8,1%


10,0% 6,7%
3,0% 3,7% 3,1% 4,0%
0,7% 0,3% 0,8% 1,0% 1,0% 0,0% 0,0% 0,0%
0,0%
1 2 3 4 5 6

Administração Pública Direta Autarquia Empresa Pública Sociedade de Economia Mista com Administração Pública

Já em relação ao agrupamento por faixas populacionais, verifica-se grande concentração de


administração pública direta nas faixas de 1 a 4, porém à medida que cresce o porte populacional, diminui a
predominância da administração pública direta como prestador do manejo de resíduos sólidos nos municípios
brasileiros. A partir da faixa 5, apesar de ainda ser maioria, esse valor cai para 60,0%, sendo que a faixa 6,
por possuir apenas dois municípios, fica com uma análise mais restrita a estes respondentes. Por sua vez, as
empresas públicas apresentam resultados parecidos, com aproximadamente 3,0% nas faixas 1 e 2, na faixa
3 ocorre uma redução para 1,0%, mas na faixa 4 apresenta o percentual maior dentre as faixas com 8,1% e
nas faixas 5 e 6 não há prestadores com esta natureza jurídica. Precisamente na faixa 5, que abrange várias
capitais brasileiras, a participação das autarquias é de 33,3% e a natureza jurídica das sociedades de
economia mista alcança o valor de 6,7%. Por sua especificidade, conforme anteriormente discutido, a faixa
6 é composta apenas pelos municípios do Rio de Janeiro/RJ, que dispõe de uma sociedade de economia
mista, e São Paulo/SP, que detém uma autarquia.

Destaca-se ainda que esse resultado para Administração Pública Direta nas faixas iniciais tende a
crescer com a incorporação dos municípios não participantes da amostra SNIS 2020, uma vez que é
precisamente na primeira faixa populacional (municípios com até 30 mil habitantes) onde se encontra o
menor percentual de participação no SNIS (80,5%) e, simultaneamente, compõe o maior contingente de
municípios do país, num total de 4.396, que são, em sua maioria, administrações públicas diretas.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 12

2.235 2.354
prestadores executam apenas prestadores de serviços de
serviços de manejo de resíduos manejo de RSU também
sólidos no SNIS-RS 2020 executam outros serviços de
saneamento básico no SNIS-RS
2020

MANEJO DE RSU E OUTROS SERVIÇOS EXECUTADOS


PELOS PRESTADORES
(% de municípios, segundo tipo de serviço, em 2020)

2,0% 4,2%
4,2%
3,9% 7,4%
3,6%

12,6%
12,0%

3,0% 54,0%
4,9%
1,2% 58,1%

13,5% NORTE 6,2%

9,3%

NORDESTE

1,0%

4,1%
4,4%

CENTRO-OESTE 11,6%

23,3% 10,4%

1,2% 40,2%

52,6% SUDESTE

5,2%
19,9%
9,1%
0,3%

% 9,5% 5,2%

2,0%
SUL

BRASIL
Somente manejo RSU 3,0%

4,7%

2,9%
6,7%
Manejo RSU + Água
6,5% 5,6%

Manejo RSU + Esgoto


48,7%
17,4% 48,7% Manejo RSU + Água + Esgoto 20,0%
49,7%

Manejo RSU + Drenagem


5,9%
6,5%
Manejo RSU + Água + Drenagem
9,6%
3,9%
7,3%
1,5%
Manejo RSU + Água + Esgoto + Drenagem

Manejo RSU + Esgoto + Drenagem

%
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Os resultados comparados com o último ano apresentam pequenas variações quanto à


concomitância, pelo prestador dos serviços de manejo de resíduos sólidos, na execução dos serviços de
abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e drenagem e manejo das águas pluviai urbanas. A
maioria, com um total de 48,7%, dos prestadores responsáveis pelo manejo de resíduos sólidos executa esses
serviços de forma exclusiva, em 2019 foram 49,5%.

Logo em seguida, embora com uma frequência menor (17,4%), estão os municípios que realizam os
serviços de manejo de resíduos sólidos com drenagem e manejo das águas pluviais. Os que executam a
integração total dos quatro serviços de saneamento básico (abastecimento de água potável, esgotamento
sanitário, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais) em um único prestador
representam 6,7% dos municípios.

Os outros 27,1% são divididos entre as diferentes combinações da prestação dos serviços de manejo
de resíduos sólidos com os supracitados serviços de saneamento.

Do ponto de vista regional é possível notar variações percentuais no conjunto dos municípios que
realizam, com exclusividade, os serviços de manejo de resíduos sólidos que oscilam de 58,1% na macrorregião
Nordeste a 40,2% na Sudeste.

Já a concomitância dos serviçõs de “manejo de seviços de resíduos sólidos” + “abastecimento de


água potável” é menor na macrorregião Sudeste (2,0%) compensado pela maior concomitância dos quatro
serviços que atinge 11,6%, o que permite caracterizá-la como a região na qual há maior integração na
prestação dos serviços de saneamento básico do país.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 14

CONCESSÕES DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA


URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
Corresponde ao instrumento utilizado pelos prestadores de serviços de saneamento que se dá por uma
contratação, em que o governo municipal transfere a uma entidade ou a uma empresa privada a execução
do serviço público e permite que seja efetuada a cobrança de tarifa ou de taxa aos usuários do serviço.
Dentre as possibilidades de delegação, na concessão, o titular do serviço também autoriza a execução por
prazo limitado, fixando-se uma data para início e fim da delegação. A concessão pode ser plena, quando há
a transferência de toda a operação e manutenção do sistema, ou parcial, quando é feita apenas em parte.

Vale ressaltar que a terceirização não é caracterizada como uma delegação, pois equivale a uma
subcontratação de mão-de-obra ou serviços pelo qual a administração pública (Prefeitura Municipal) ou o
ente delegado é o prestador direto.

Diferente do que ocorre na prestação dos serviços de água e esgotos, em que já é uma realidade
a existência de diversas concessões plenas, para os serviços de manejo de resíduos sólidos urbanos foram
identificados em 2020 um total de 308 municípios com concessões parciais dos serviços.

Para a compreensão dos serviços delegados, foram contabilizados os tipos de serviços declarados
pelos municípios com concessão, ou seja, mais de um serviço pode ser concedido no município (concessões
parciais).

Sendo assim, é possível avaliar que a coleta de resíduos sólidos domiciliares é o tipo de serviço mais
delegado nos municípios com 71,4% dos municípios brasileiros com delegação, seguidos da coleta de
resíduos públicos com 52,9%, destinação de aterro sanitário com 48,1%, capina e roçada com 39,9%, varrição
de logradouros públicos com 39,3% dos municípios com concessões e coleta de resíduos de saúde com
35,4%. Os demais serviços delegados não ultrapassam 25,0% dos municípios.

Dos destaques, a macrorregião Sudeste com 105 (34,1%) dos municípios que realizam a concessão de
serviços, seguida pela macrorregião Nordeste com 99 (32,1%) municípios, ambos tendo o serviço de coleta
de resíduos sólidos domiciliares como o mais concedido - e com o número menor de concessões temos
a macrorregião Norte onde apenas 9 (2,9%) municípios possuem delegações para os serviços de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos.

Concessões e os tipos de serviços


(% de municípios com concessões, segundo tipos de serviços, em 2020)
100,0%
Coleta de resíduos domiciliares
90,0% Coleta de resíduos públicos

80,0% Destinação final em aterro sanitário


71,4% Capina e Roçada
70,0%
Varrição de logradouros públicos
60,0% Coleta de resíduos dos serviços de saúde
52,9%
48,1% Outros
50,0%
39,9% Coleta de resíduos de construção civil
39,3%
40,0% 35,4% Operação de aterro sanitário

30,0% Operação de unidade de transbordo


23,7% 23,4%
Operação de unidade de triagem
20,0%
12,0% Operação de unidade de compostagem
10,0% 7,5%
5,5% Operação de outras unidades de processamento
2,3% 1,6% 0,6%
0,0% Operação de incinerador
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CONCESSÕES E OS ESTADOS
(valor absoluto e percentual, segundo concessão estabelecida (GE202 = SIM),
por unidade da federação)
Municípios com
Amostra concessão
UF %
SNIS-RS 2020
GE202 = SIM

AC 15 0 0,0%

AL 84 3 3,6%

AM 42 2 4,8%

AP 8 1 12,5%

BA 293 19 6,5%

CE 158 21 13,3%

DF 1 0 0,0%

ES 70 4 5,7%

GO 209 8 3,8%

MA 143 9 6,3%

MG 728 41 5,6%

MS 74 7 9,5%

MT 102 3 2,9%

PA 95 0 0,0%

PB 163 8 4,9%

PE 125 7 5,6%

PI 159 11 6,9%

PR 362 21 5,8%

RJ 84 16 19,0%

RN 105 10 9,5%

RO 45 3 6,7%

RR 12 2 16,7%

RS 450 29 6,4%

SC 277 27 9,7%

SE 64 11 17,2%

SP 604 44 7,3%

TO 117 1 0,9%

Brasil 4.589 308 6,7%


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POLÍTICAS E PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS


(% de municípios, com política e planos estabelecidos por macrorregião, em 2020)

NORTE
155 (46,4%)
167 (50,0%)
162 (48,5%)
NORDESTE
437 (33,8%)
466 (36,0%)
403 (31,1%)

CENTRO-OESTE SUDESTE
239 (61,9%) 879 (59,2%)
259 (67,1%) 1.086 (73,1%)
164 (42,5%) 829 (55,8%)

SUL
Política de Saneamento Básico (2.495 municípios - 54,4%) 785 (72,1%)
Plano Municipal de Saneamento Básico (2.887 municípios - 62,9%) 909 (83,5%)
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (2.268 municípios - 59,4%) 710 (65,2%)

Em relação à Política de Saneamento Básico o SNIS identificou 2.495 municípios (54,4%) com Política
de Saneamento Básico sancionada, com variações de 72,1% dos municípios da macrorregião Sul e 33,8% do
Nordeste. Já os Planos Municipais de Saneamento Básico estão presentes em 2.887 municípios (62,9%) com
o comportamento de variação similiar de 83,5% dos municípios da macrorregião Sul e 36,0% do Nordeste.

O SNIS também aborda os tipos de serviços que são abrangidos pelos Planos Municipais de Saneamento
Básico em que dos 2.887 municípios respondentes desta informação 1.846 (63.9%) especificaram abranger os
serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos no escopo do Plano.

Por fim, em relação aos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), 2.268
municípios (49,4%) afirmam possuir (PMGIRS) variando em 65,2% dos municípios da macrorregião Sul e 31,1%
do Nordeste.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 17

Da coleta à disposição adequada, os serviços de resíduos


sólidos urbanos (RSU) se caracterizam pela diversidade de
empregos diretos e temporários. Entre eles estão motoristas
de veículos de transporte, coletadores e varredores (garis),
responsáveis por capinas, roçadas e pinturas de meio fio e
trabalhadores em unidades de manejo e da administração.

EMPREGOS O SNIS-RS 2020 identificou 307 mil empregos diretos e


temporários. Desses, são 291,6 mil diretos (trabalhadores

DIRETOS E próprios e terceirizados) e 15,4 mil temporários, associados a


frentes de trabalho.

TEMPORÁRIOS A macrorregião Sudeste concentra a maior parcela de


empregos diretos (135,9 mil ou 46,6%) e a Norte, a menor
(16,5 mil ou 5,7%). A taxa de empregos gerados por 1,0 mil
habitantes da população urbana (IN001) dos serviços de
manejo de resíduos sólidos varia de 1,5, na Sul, a 2,4, na
Nordeste. Nas faixas populacionais, ela avança de 1,4, na
faixa 4, a 3,9, na faixa 1.

A média da amostra é de 2,0 empregos diretos a cada 1.000


habitantes, o que possibilita estimar 357,8 mil empregos
diretos no manejo de RSU no país em 2020.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 18

291,6 mil 15,4 mil


empregos diretos nos serviços de empregos em frentes de trabalho
manejo de RSU em municípios do temporárias em municípios
SNIS-RS 2020 participantes do SNIS-RS 2020

EMPREGOS DIRETOS E TEMPORÁRIOS NO MANEJO DE RSU


(valor absoluto e % de empregos em limpeza urbana e manejo de RSU no Brasil, diretos e
temporários, em 2020)

NORTE
16,5 mil (5,7%)
2,4 mil (15,5%)

NORDESTE
80,5 mil (27,6%)
2,4 mil (15,6%)

CENTRO-OESTE
25,2 mil (8,6%)
0,4 mil (2,9%)
SUDESTE
135,8 mil (46,6% )
9,1 mil (59,0%)

Empregos diretos SUL


Empregos temporários 33,5 mil (11,5%)
1,1 mil (7,0%)
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 19

EMPREGOS DIRETOS
Como consideração inicial, na primeira análise foram admitidos somente os municípios que responderam
não ter havido frentes de trabalho temporárias no respectivo município, ou seja, foram admitidos na análise
somente os que preencheram o campo TB016 como “não”. Essa restrição se dá pelo fato de que as frentes de
trabalho, via de regra, acontecem por tempo determinado que variam para a realidade de cada município,
conforme suas necessidades, a exemplo de eventos cívicos ou festivos, sazonalidades como o verão em
cidades litorâneas, que conferem a esses municípios singularidades no número de trabalhadores e nos
períodos de frente de trabalho que dificultam o tratamento homogêneo das informações nacionalmente.

Para determinar o total de empregos diretos do setor (TB015), consideram-se o somatório das
informações TB013 e TB014, quantidade de trabalhadores próprios e terceirizados envolvidos nos serviços de
manejo de RSU, respectivamente, dividido pela população urbana (POP_URB) estimada pelo SNIS, obtém-se
o indicador IN001 conforme explicado no documento Glossário de Indicadores deste diagnóstico.

Com isso, tem-se que o valor médio de empregos diretos de 1,99 trabalhadores por 1.000 habitantes,
valor maior do que o verificado em 2019, no qual o indicador nacional alcançou o valor de 1,87 trabalhadores
por 1.000 habitantes.

Série histórica - Empregos diretos por macrorregiões


(nº de trabalhadores por 1.000 habitantes, segundo macrorregiões, de 2018 a 2020)
3,00

1,99 - Indicador médio IN001 (2020)


2,50
trabalhadores/1.000 habitantes

2,00

1,50

1,00

0,50

1,60 1,68 1,80 2,11 2,13 2,44 1,91 1,89 1,97 1,52 1,50 1,51 2,02 2,00 1,88
0,00
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

2018 2019 2020 IN001 médio

Vale salientar que, com o aumento do número de municípios da amostra houve uma elevação do
indicador médio nacional, e percebe-se que ocorreu uma maior quantidade do número de empregos no
setor em quatro macrorregiões do país, que corroboram para a elevação do indicador. Contudo, houve
diminuição no resultado do indicador na macrorregião Centro-Oeste de 2,00 para 1,88 empregados/1.000
habitantes.

Isso confirma a tendência da série histórica na qual o menor indicador IN001 ocorre na macrorregião
Sul (1,51 trab./1.000 hab.) e o maior na macrorregião Nordeste (2,44 trab./1.000 hab.), com seu valor acima
do valor médio calculado para o país de 1,99 empregados/1.000 habitantes em 2020.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 20

No caso deste indicador - IN001 - reconhecendo-se que o agrupamento de municípios por macrorregião
pode ser influenciado pela presença de capitais ou grandes cidades, julga-se relevante apreciar a distribuição
do contingente de trabalhadores por faixas populacionais, nas quais se poderá perceber maiores ou menores
distanciamentos do valor médio nacional.

Série histórica - Empregos diretos por faixas populacionais


(nº de trabalhadores por 1.000 habitantes, segundo faixas populacionais, de 2018 a 2020)
4,50

4,00

3,50
trabalhadores/1.000 habitantes

3,00

2,50
1,99 - Indicador médio IN001 (2020)

2,00

1,50

1,00

0,50

3,59 3,69 3,92 2,10 2,06 2,17 1,47 1,48 1,53 1,39 1,40 1,43 1,45 1,42 1,49 2,12 2,10 2,09
0,00
1 2 3 4 5 6

2018 2019 2020 IN001 médio

Fica evidente a diferença do patamar de empregos pelo setor de manejo de resíduos sólidos dos
municípios da faixa 1 quando comparado com as demais faixas populacionais. Verifica-se que, historicamente,
isso se repete nas últimas edições do SNIS, chegando ao valor desta faixa em 2020 de 3,92 empregados/1.000
habitantes, ou seja, o dobro da média nacional. Também se verifica a única diminuição do índice da faixa
6, de 2,10 para 2,09 empregados/1.000 habitantes entre as amostras de 2019 e 2020. A situação com relação
à natureza do vínculo empregatício desses trabalhadores elucidam o número total de trabalhadores e os
números relativos aos agentes público e privado.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 21

TRABALHADORES DO SETOR - TRABALHADORES PRÓPRIOS E TERCEIRIZADOS


(valor absoluto e % de trabalhadores por macrorregião,
segundo trabalhadores próprios e terceirizados em 2020)

7,6 mil
46,0%
30,1 mil
50,5 mil
37,3%
62,7%
8,9 mil
54,0% NORTE

NORDESTE

CENTRO-OESTE
12,1 mil
48,2%
72,4 mil
SUDESTE 53,3%
13,0 mil
51,8% 63,4 mil
46,7%

SUL

BRASIL

9,8 mil
48,2% 29,3%
125,2 mil
43,0% 23,7 mil
166,3 mil
70,7%
57,0%
51,8% Trabalhadores próprios (TB013)

Trabalhadores terceirizados (TB014)

Nas últimas edições do SNIS os valores se mantêm muito próximos, expressando, portanto, um
equilíbrio entre os dois agentes. Para a amostra de 2020, verifica-se 57,0% dos trabalhadores terceirizados
em contraposição a 43,0% dos trabalhadores próprios, mas nas macrorregiões Nordeste e Sul, as empresas
assumem maiores percentuais, superiores a 60,0%.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 22

Faixas populacionais e os trabalhadores do setor - trabalhadores próprios e terceirizados


(valor absoluto e % de trabalhadores por faixas populacionais, segundo tipo próprios e terceirizados, em 2020)

Quantidade de Trabalhadores
População Urbana
Faixa Quantidade de Trabalhadores Trabalhadores
da Amostra
Populacional municípios próprios terceirizados Total
(habitantes)
(TB013) (TB014)

50.671 24.601 75.272


1 2.915 19.199.770
67,3% 32,7% 100,0%

23.852 27.566 51.418


2 590 23.675.136
46,4% 53,6% 100,0%

9.544 26.541 36.085


3 169 23.651.552
26,4% 73,6% 100,0%

12.401 38.677 51.078


4 83 35.666.166
24,3% 75,7% 100,0%

8.477 29.606 38.083


5 14 25.621.740
22,3% 77,7% 100,0%

125.245 166.307 291.552


Total - 2020 3.773 146.776.618
43,0 57,0 100,0

107.412 140.281 247.693


Total - 2019 3.024 132.182.456
43,4 56,6 100,0

125.239 156.994 282.233


Total - 2018 2.856 124.997.945
44,0 56,0 100,0

O contingente de trabalhadores no setor identificados na amostra 2020 é de 291.552 empregados


atrelados a 3.773 municípios com uma população urbana de aproximadamente 147 milhões de habitantes,
ou seja, 87,3% do total urbana da amostra. Muito embora valha lembrar que falta se integrar ao SNIS um
conjunto de pouco menos de 1 mil municípios, em sua grande maioria de pequeno porte (até 30 mil hab.),
cuja participação do setor público é preponderante.

Organizados em faixas populacionais, fica evidente uma tendência de queda da participação do


setor público da faixa 1 até a faixa 5, saindo de 67,3% e chegando a 22,3%. Já na faixa 6 esta participação
chega a 51,2%.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 23

Trabalhadores diretos no manejo de RSU


(% do total de trabalhadores próprios e terceirizados por macrorregião geográfica e
faixa populacional, em 2020)

100,0%

90,0%

32,7%
80,0%
48,8%
53,6%
70,0%

73,6% 75,7%
60,0% 77,7%

50,0%

40,0%

67,3%
30,0%
51,2%
46,4%
20,0%

26,4% 24,3%
10,0% 22,3%

0,0%
1 2 3 4 5 6
Trabalhadores próprios Trabalhadores terceirizados

O SNIS estima a quantidade de trabalhadores em todo o setor, para tanto, utiliza-se da aplicação do
indicadores médios IN001 por macrorregiões sobre as respectivas populações urbanas do ano de referência
calculadas pelo SNIS/IBGE também agrupadas segundo o mesmo agrupamento.

IN001
Taxa de empregados em relação à população urbana
(empregados/1.000 habitantes)

Quantidade de trabalhadores de agentes


públicos e privados de RSU X 1.000
IN001 =
População urbana do município - SNIS/IBGE (POP_URB)

Estimativa total de trabalhadores diretos


(estimativa total de trabalhadores em relação à população urbana, segundo faixa populacional, em 2020)

Estimativa total de trabalhadores a partir dos indicadores IN001

Quantidade Percentual em
Taxa de empregados em
Macrorregião de municípios Estimativa de relação ao total
População relação à população
do Brasil trabalhadores estimado de
urbana (IBGE) urbana (IN001)
(empregados) trabalhadores
(empregados/1.000 hab.)
(%)

Norte 450 13.791.377 1,80 24.824 6,9

Nordeste 1.794 42.213.284 2,44 103.000 28,8

Sudeste 1.668 82.883.884 1,97 163.281 45,6

Sul 1.191 25.844.985 1,51 39.026 10,9

Centro-Oeste 467 14.703.334 1,88 27.642 7,7

Total - 2020 5.570 179.436.864 1,99 357.773 100,0

Total - 2019 5.570 178.011.749 1,87 335.254 100,0

Total - 2018 5.570 176.539.719 1,88 333.032 100,0


Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 24

Tal exercício projeta um contingente aproximado de 358 mil empregos diretos no setor, percebendo-se
um incremento de 6,7% em relação ao ano de 2019. Esse movimento ascendente implica na criação de mais
de 22,5 mil empregos diretos. Ocorre aumento de empregados em quase todas as macrorregiões, exceto na
Centro-Oeste, conforme já retratado em análise anterior.

Nota-se que um valor bem próximo da metade dos postos de trabalho no setor de resíduos sólidos do
país (46,4%) está alocado em municípios da macrorregião Sudeste, seguida pela macrorregião Nordeste
que alcança um pouco mais da metade dos trabalhadores do Sudeste, ou seja, juntas estas macrorregiões
absorvem mais de 73% dos postos de trabalho, e em valores absolutos cerca de 245 mil trabalhadores.

O restante, de aproximadamente 25,0%, divide-se de forma mais ou menos equitativa entre as demais
macrorregiões, com leve preponderância para o Sul, sendo que o conjunto é responsável por cerca de 39
mil postos de trabalho.

Destaca-se ainda a grande concentração de empregos na macrorregião Sudeste, na qual se encontram


46,6% dos trabalhadores do setor, parcela ditada, em grande parte, pela presença das megalópoles Rio de
Janeiro/RJ e São Paulo/SP que, juntas, detêm cerca de 40 mil postos, o que corresponde a quase um terço
do total de empregados da macrorregião.

TAXA DE EMPREGADOS EM RELAÇÃO À POPULAÇÃO URBANA (IN001)


(trabalhadores/1.000 habitantes, segundo unidade da federação, em 2020)

0,77 trab. /1.000 hab.

1,39 trab. /1.000 hab.

2,42 trab. /1.000 hab.

2,65 trab. /1.000 hab.

1,98 trab. /1.000 hab.

1,74 trab. /1.000 hab. 1,69 trab. /1.000 hab.


2,27 trab. /1.000 hab.

2,66 trab. /1.000 hab.

2,03 trab. /1.000 hab.

2,26 trab. /1.000 hab. 2,79 trab. /1.000 hab.


3,12 trab. /1.000 hab.
1,47 trab. /1.000 hab. 2,98 trab. /1.000 hab.

2,80 trab. /1.000 hab.


1,62 trab. /1.000 hab.

1,52 trab. /1.000 hab.

2,15 trab. /1.000 hab.

2,25 trab. /1.000 hab. ES


2,69 trab. /1.000 hab.
1,90 trab. /1.000 hab.
2,64 trab. /1.000 hab.
1,47 trab. /1.000 hab.

1,47 trab. /1.000 hab.

1,51 trab. /1.000 hab.

1,56 trab. /1.000 hab.


Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 25

FRENTES DE TRABALHOS TEMPORÁRIAS


Não se pode ignorar outra característica do setor de manejo de resíduos sólidos urbanos a respeito dos
recursos humanos: a prática da contratação temporária de mão de obra ou, conforme definido no âmbito
do SNIS, a ocorrência das “frentes de trabalho temporárias”. Desta forma, ao contingente estimado de 338
mil empregos diretos, podem-se somar os trabalhadores de frentes temporárias, cujo número
equivalente ao de trabalhadores (convertendo o total de trabalhadores e a duração da frente de trabalho
em um equivalente anual para cada frente*) resulta em mais de 15 mil trabalhadores. A análise das frentes
temporárias se justifica, principalmente, por sua incidência em 816 municípios, ou seja, 17,8 % do total de 4.589
municípios participantes do SNIS nesta edição.

Predominância dos serviços executados pelas frentes de trabalho temporárias


nos municípios participantes do SNIS
(% de trabalhadores temporários, segundo tipos de serviços prestados, em 2020)

2,2%
1,7%

10,2%

Varrição de logradouros públicos (6.509)


12,7% 42,2%
Capina (4.789)

Coleta de resíduos domiciliares (1.958)

Pintura de meio-fio (1.566)

Limpeza de boca-de-lobo (344)

31,0% Limpeza de lote vago (270)

Como verificado no ano anterior, o tipo predominante nas frentes de trabalho temporário é o serviço
de varrição de logradouros públicos, com uma força equivalente a 6.509 trabalhadores ou 42,2% do total. O
serviço de capina, cuja soma absorve 4.789 trabalhadores (31,0%) do número de trabalhadores temporários,
aparece como segundo tipo predominante de serviço e a coleta de resíduos domiciliares, com 1.958
trabalhadores (12,7 % do total). Surgem na sequência a pintura de meio-fio, a limpeza de bocas-de-lobo e a
limpeza de lotes vagos que juntos compõem 2.180 traballhadores (14,1%).

Nota: *Resultado do produto da quantidade de trabalhadores temporários por frente multiplicado pela duração de cada frente e dividido
por 12 meses, de forma a homogeneizar os trabalhadores temporários no ano.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 26

Frentes de trabalho temporárias e média de trabalhadores equivalentes dos municípios


participantes do SNIS
(valor absoluto e % de trabalhadores temporários no país, segundo macrorregião, em 2020)

9.099 trabalhadores
59,0 %
60,0

50,0

40,0

30,0

20,0 2.400 trabalhadores 2.410 trabalhadores


15,5 % 15,6 %

1.075 trabalhadores
10,0 7,0 %
451 trabalhadores
2,9 %

0,0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Como se nota, o número absoluto de municípios que se utilizam das frentes temporárias aumentou
18,6%, o que significou em relação à amostra que 17,8% dos municípios têm essa prática. É na macrorregião
Sudeste que, proporcionalmente, incide a maior parcela de trabalhadores envolvidos nas frentes temporárias,
chegando a 59,0% do total de trabalhadores.

Faixas populacionais e as frentes de trabalho temporárias


(municípios com frentes de trabalho temporárias, população urbana e número equivalente de trabalhadores, segundo
faixas populacionais, em 2020)
População
Quantidade de Percentual de
Municípios urbana do Quantidade
Faixa municípios que municípios com
participantes municípios que equivalente de
Populacional tiveram frentes de frentes
(SNIS-RS 2020) tem frente trabalhadores
trabalho temporárias (%)
(%)

1 3.540 625 17,7 4.471.056 6.313

2 736 146 19,8 5.754.638 3.250

3 197 28 14,2 3.814.368 1.775

4 99 16 16,2 6.952.085 3.830

5 15 1 6,7 1.486.808 267

6 2 0 0 0 0

Total - 2020 4.589 816 17,8 22.478.955 15.435

Total - 2019 3.712 688 18,5 22.014.180 9.138

Total - 2018 3.468 612 17,6 26.109.453 9.993

Os resultados desse ano mostram que, em relação à proporção de municípios que empregam frentes
temporárias, verifica-se que na faixa 2 é onde ocorre a maior incidência, cuja média fica em torno de 19,8%
dos municípios da faixa, mas é na faixa 1 que se encontra o maior número de trabalhadores temporários,
com 6.313 postos, seguido pelos municípios da faixa 4, com 3.830. Vale o registro de que nas faixas 5 e 6, que
abrigam os mais populosos municípios do país, o número de trabalhadores envolvidos nas frentes temporárias
de trabalho é inexpressivo.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 27

Nos últimos anos, as amostras do SNIS-RS identificam


crescimento do número de órgãos gestores que cobram
pelos serviços de coleta domiciliar, transporte e destinação
final dos resíduos sólidos urbanos (RSU).

No SNIS-RS 2020, a cobrança pelos serviços ocorre em 1.851


municípios (40,3% dos 4.589 participantes). A taxa específica
no boleto do IPTU é utilizada em 83,8% desses municípios. Os

DESEMPENHO demais cobram por meio de taxa no boleto de água (11,8%),


boleto específico (4,1%) e tarifa (0,3%).
FINANCEIRO Enquanto na macrorregião Nordeste a cobrança ocorre em

DOS ÓRGÃOS apenas 6,6% dos municípios participantes da amostra, na


Sul ela é feita em 83,5%. Entre os municípios, os que menos

GESTORES DE RSU cobram pelos serviços são os da faixa populacional 1 (37,9%).


O percentual chega a 100,0% nos municípios da faixa 6.

Em 1.851 municípios com dados suficientes para o cálculo


do indicador da autossuficiência financeira (IN005), a receita
cobre, em média, 56,5% das despesas totais. O SNIS-RS 2020
estimou o custo dos serviços no meio urbano em R$ 141,22/
habitante/ano (IN006), com variações macrorregionais entre
R$ 105,42 (Norte) e R$ 156,71 (Sudeste).

O SNIS também estimou a despesa total das prefeituras


com o manejo de RSU no ano de 2020, ou seja, despesas
com pessoal, veículos, manutenção, insumos, terceirizações
e demais remunerações, exceto investimentos, em 25,25
bilhões de reais.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 28

1.851 56,5%
municípios com cobrança pelos Índice médio da autossuficiência
serviços de manejo de RSU no financeira dos serviços de manejo de
SNIS-RS 2020 RSU dos municípios no SNIS-RS 2020

COBRANÇA PELOS SERVIÇOS DE COLETA DOMICILIAR, TRANSPORTE,


TRATAMENTO E DESTINAÇÃO FINAL
(municípios com e sem cobrança estabelecida, em 2020)

Municípios com cobrança pelos


serviços de manejo de RSU
Sim (1.851 municípios - 40,3%)

Não (2.738 municípios - 59,7%)

Não participante do SNIS-RS 2020 (981 municípios)

Nessa edição, o SNIS-RS identificou 40,3% dos municípios com cobrança pelos serviços de coleta
domiciliar, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos. Apesar desse percentual ter abaixado em
comparação ao ano anterior (44,8%), vale ressaltar o fato do aumento do número de participantes com
respostas válidas e consequentemente o aumento quantitativo de municípios que cobram pelos serviços.
Analisando os valores absolutos, verifica-se um aumento em 188 municípios com cobrança em relação aos
1.663 municípios em 2019.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 29

Macrorregiões e a cobrança pelos serviços de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos


(% população urbana e % de municípios com cobrança pelos serviços de coleta, transporte e destinação final de RSU,
segundo macrorregião geográfica, em 2020)
100,0%

90,0%

80,0%

70,0%
57,1%
60,0%

50,0% 40,3%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%
19,5% 42,7% 6,6% 37,6% 46,2% 57,5% 83,5% 90,7% 27,2% 58,1%
0,0%
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Municípios que cobram População urbana correspondente aos municípios que cobram
Valor médio nacional - % de municípios com cobrança Valor médio nacional - % da população urbana dos municípios com cobrança

Como em edições anteriores, percebe-se ampla variação da situação da cobrança nas macrorregiões
brasileiras e os comportamentos se aproximam aos apurados no ano de 2019. O índice mais baixo de
cobrança continua sendo da macrorregião Nordeste com cerca de 6,6% dos municípios, seguida pela
macrorregião Norte, com 19,5%. Já o contraponto é a macrorregião Sul que se destaca em presença de
cobrança pelos serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos, correspondendo a 83,5% dos municípios.

Embora os índices em relação ao número de municípios sejam de fato baixos nas macrorregiões
Nordeste e Norte, atenta-se ao fato da presença dos médios e grandes municípios onde a cobrança é mais
comum e que fazem esses percentuais em população urbana se aproximarem de 40,0%, ou seja, tem-se no
mínimo para a macrorregião Nordeste 37,6% da população urbana contribuindo com os custos dos serviços
de manejo de resíduos sólido urbanos.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 30

Faixas populacionais e a cobrança pelos serviços de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos


(% população urbana e % de municípios com cobrança pelos serviços de coleta, transporte e destinação final de RSU,
segundo faixas populacionais, em 2020)

Percentual
Municípios Percentual de Autossuficiência População da pop. urb.
População
Faixa Municípios da amostra municípios financeira urbana dos correspondente
urbana da
Populacional participantes com que cobram (IN005) municípios aos municípios
amostra
cobrança (%) (%) que cobram que cobram
(%)

1 3.540 1.340 37,9 33,7 23.670.826 9.498.865 40,1

2 736 320 43,5 45,5 29.429.774 15.103.776 51,3

3 197 113 57,4 53,6 27.465.920 16.538.778 60,2

4 99 67 67,7 45,9 42.618.251 30.492.860 71,5

5 15 10 66,7 57,4 27.108.548 18.243.762 67,3

6 2 1 50,0 100,0 18.962.254 6.747.815 35,6

Total - 2020 4.589 1.851 40,3 56,5 169.255.573 96.625.856 57,1

Total - 2019 3.712 1.663 44,8 57,2 154.196.636 91.272.586 59,6

Total - 2018 3.468 1.629 47,0 54,3 151.107.398 91.029.492 60,2

Pela perspectiva populacional, é possível verificar que o percentual dos municípios que cobram pelo
serviço de manejo de resíduos sólidos da faixa populacional 1 (37,9%) não alcança a média nacional e nem
mesmo o relativo da população urbana, 40,1% da população urbana da faixa 1 está em municípios com
cobrança estabelecida.

Verifica-se também que a proporção de municípios que cobram pelos serviços de manejo dos resíduos
sólidos aumenta quanto maior for a faixa populacional. Observando as faixas 1 e 2 o percentual de municípios
que cobram não ultrapassa 50,0%, já nas faixas 3 e 4 se tem respectivamente 57,4% e 67,7% dos municípios
com cobrança estabelecida.

Importante ressaltar que na faixa 4, estão contidos aqueles municípios que somam a maior algomeração
de pessoas, com 42,6 milhões de pessoas (com 99 municípios amostrados nessa faixa), em que 71,5% são
habitantes urbanos dos 67 municípios que cobram pelos serviços de manejo de resíduos sólidos urbanos.

Nas últimas duas faixa 5 e 6 ocorre uma situação singular, o número reduzido de municípios com a
presença de capitais com contingente populacional significativo torna essa análise mais sensível às variações.
Isso pode ser exemplificado pela faixa 6 cuja capital São Paulo/SP, que tem 64,4% da população urbana da
faixa, informa não fazer cobrança pelos serviços de coleta, transporte e destinação final de RSU, já o Rio de
Janeiro/RJ realiza cobrança o que equivale a 35,6% da população urbana da faixa 6.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 31

IN005
Autossuficiência financeira da prefeitura com o
manejo de RSU (%)

Receita arrecadada com taxas e tarifas


referentes à gestão e manejo de RSU
IN005 = X 100
Despesa dos agentes públicos executores
de serviços de manejo de RSU + Despesa
com agentes privados executores de
serviços de manejo de RSU

Ao longo das edições do SNIS (desde 2002), o indicador IN005 autossuficiência financeira do prestador
com o manejo de RSU adota em seu numerador todas as receitas arrecadadas com os serviços de gestão e
manejo de resíduos sólidos urbanos (FN222), relacionando-as com todas as despesas da prefeitura com tais
serviços (exceto investimentos) FN220 no denominador da equação.

Portanto, sua equação fornece uma interpretação ampla do termo “autossuficiência” do órgão gestor
ligado a ideia de desempenho financeiro, uma vez que incluem em suas parcelas também os custos com
serviços não passíveis de cobrança, conforme preconizado pelo Supremo Tribunal Federal sobre a taxa de
limpeza urbana (pública).
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 32

DESEMPENHO FINANCEIRO DOS ÓRGÃOS GESTORES


(valor absoluto e % de municípios com cobrança pelos serviços de coleta e % de
autossuficiência, segundo macrorregião geográfica, em 2020)

NORTE
65 (19,5%)
28,5%

NORDESTE
85 (6,6%)
32,3%

CENTRO-OESTE
105 (27,2%)
30,7%
SUDESTE
687 (46,2%)
65,1%

Municípios com cobrança


(1.851 - 40,3%) SUL
909 (83,5%)
Autossuficiência dos
prestadores (56,5%) 63,8%

O indicador médio nacional (IN005) ficou em 56,5%. A partir desse referencial, temos as macrorregionais
Sudeste e Sul, as que apresenta os melhores desempenhos financeiros, com 65,1% e 63,8%, respectivamente.
Se comparado ao ano anterior, por exemplo, o Sudeste teve um sutil aumento de 0,04 pontos percentuais,
porém, no Sul houve uma diminuição de 66,1% para 63,8%. Por outro lado, verifica-se que as macrorregiões
Norte, Centro-Oeste e Nordeste são as que menos arrecadam, com médias próximas de 30,0% de desempenho
financeiro.

Na perspectiva das faixas populacionais, apresentado no quadro anteriormente (ver pg. 30)
correspondente às faixas, o indicador IN005 apresenta um comportamento mais uniforme em relação às
macrorregiões, nas faixas 2 a 5 se tem variações próximas a média nacional entre 45,5% e 57,4%, com os
municípios da faixa 5 superando a média nacional. Contudo a primeira faixa ainda apresenta o menor
percentual de autossuficiência em 33,7% - fato que realça a menor capacidade de arrecadação dos
municípios de pequeno porte populacional - e a faixa 6 composta apenas pelo Rio de Janeiro/RJ que indica
100,0% das suas despesas supridas pela arrecadação com cobrança.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 33

Níveis de autossuficiência financeira do órgão gestor com o manejo de RSU (IN005)


(valor absoluto e % de municípios, segundo níveis de autossuficiência financeira, em 2020)

6,3%
9,9% 22,5%

IN005 ≤ 10,0% (416 municípios)

10,0% < IN005 ≤ 25,0% (444 municípios)


13,7%
25,0% < IN005 ≤ 50,0% (437 municípios)

50,0% < IN005 ≤ 75,0% (254 municípios)


24,0%
75,0% < IN005 ≤ 100,0% (183 municípios)
23,6%
IN005 > 100,0% (117 municípios)

Devido à presença de valores muito baixos, 416 municípios têm IN005 inferiores a 10,0%, é possível que
equívocos tenham sido cometidos no preenchimento do formulário do SNIS ou mesmo que esses municípios
detenham receitas apenas simbólicas.

Cumulativamente, pode-se dizer que 70,1% dos municípios que arrecadam receita com os serviços de
coleta, transporte e destinação final de resíduos domiciliares auferem valores que não ultrapassam a metade
de suas despesas com o conjunto de atividades do manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana.

Em que pese, a ocorrência de valores acima de 100,0% de autossuficiência em 117 municípios (6,3% dos
1.851 municípios), supõe-se que esses valores arrecadados acima das despesas podem conter inconsistências,
porém, não há restrições que tais casos possam corresponder a valores previstos para investimentos do próprio
prestador nos serviços de RSU, reduzindo a dependência de repasses ou financiamento vindos dos governos
estaduais ou federal.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 34

COBRANÇAS E DESEMPENHO FINANCEIROS NOS ESTADOS


(valor absoluto e % de municípios com cobrança e percentual de autossuficiência financeira,
segundo unidade da federação, em 2020)
Quantidade de Autossuficiência
municípios que cobram Percentual de municípios
Amostra financeira
UF pelos serviços que cobram em relação
SNIS-RS 2020 (IN005)
à amostra
(FN201) (%)

AC 15 3 20,0% 20,3%

AL 84 10 11,9% 11,2%

AM 42 2 4,8% 35,7%

AP 8 1 12,5% 12,4%

BA 293 11 3,8% 28,4%

CE 158 1 0,6% 200,0%

DF 1 1 100,0% 34,7%

ES 70 35 50,0% 50,3%

GO 209 17 8,1% 21,7%

MA 143 0 0,0% 0,0%

MG 728 292 40,1% 46,9%

MS 74 38 51,4% 24,6%

MT 102 49 48,0% 37,0%

PA 95 13 13,7% 34,6%

PB 163 9 5,5% 23,9%

PE 125 33 26,4% 52,1%

PI 159 3 1,9% 6,0%

PR 362 296 81,8% 60,5%

RJ 84 41 48,8% 81,7%

RN 105 18 17,1% 32,2%

RO 45 37 82,2% 49,3%

RR 12 1 8,3% 8,7%

RS 450 373 82,9% 64,2%

SC 277 240 86,6% 67,8%

SE 64 0 0,0% 0,0%

SP 604 319 52,8% 57,0%

TO 117 8 6,8% 23,4%

Brasil 4.589 1851 40,3% 56,5%


Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 35

FORMAS DE COBRANÇA PELOS SERVIÇOS DE MANEJO DE RSU


(% de municípios nas macrorregiões geográficas, segundo formas de cobrança, em 2020)
0,0% 1,2%
3,5%
0,0%
7,7%

10,8%

NORTE
81,5%
95,3%

NORDESTE

0,1%
2,2%
4,5%
CENTRO-OESTE
34,3%

SUDESTE
61,0%

4,8%
0,0%

93,2%

SUL

11,8%
BRASIL
4,1%
0,3%
11,8% 16,0%
0,4%
4,1%
Taxa específica no boleto do IPTU 5,1%

Taxa em boleto específico

Tarifa
78,5%
83,8%
Taxa em boleto de água

83,8%
De acordo com a amostra, a forma de cobrança preponderante pelo serviço de manejo de resíduos
sólidos urbanos é por meio do boleto do IPTU, com 83,8%, ou seja, 1.552 municípios. O restante, 299 municípios,
distribuem-se em cobrança no boleta de água 11,8%, em boleto específico 4,1% e por tarifa 0,3%.

Em relação a taxa específica no boleto do IPTU, a macrorregião Nordeste apresentou um relativo de


95,3% dos participantes que realizam essa forma de cobrança, seguido pelo Sudeste, em que 93,2% dos 687
municípios informaram cobrar por boleto do IPTU e Norte com 81,5% dos 65 municípios. Já a macrorregião Sul,
que apresenta o maior quantitativo de municípios que informaram ter cobrança estabelecida, tem 78,5% dos
909 municípios com cobrança via boleto de IPTU. Destoando das outras macrorregiões, o Centro-Oeste tem a
cobrança em IPTU representando 61,0% dos 105 municípios com cobrança declarada, mas destaca-se pela
cobrança em boleto de água com 36 municípios (34,3%), seguido da macrorregião Sul com 145 municípios o
que representa 16,0% dos municípios com cobrança estabelecida para a macrorregião.

Para aqueles municípios que cobram pelos serviços por meio de tarifa, verificou apenas 5 (0,3% do total
de 1.851). Desses, 4 da macrorregião Sul e 1 do Sudeste.

Por fim, a forma de cobrança por boleto específico, que nas macrorregiões Nordeste, Sudeste, Sul e
Centro-Oeste variam de um percentual entre 2,2% a 5,1%, tem maior representatividade na macrorregião
Norte com 10,8%, ou seja, 7 dos 65 municípios com cobrança estabelecida para os serviços de limpeza
pública e manejo de resíduos sólidos urbanos.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 36

R$141,22/habitante/ano
Despesa média per capita com manejo de RSU
em relação à população urbana nos municípios
participantes do SNIS-RS 2020

DESPESA PER CAPITA COM MANEJO DE RSU (IN006)


(R$ hab./ano, segundo macrorregiões geográficas e faixas populacionais, em 2020)

NORTE
R$ 105,42

NORDESTE
R$ 131,59

CENTRO-OESTE
R$ 137,62

POR FAIXA POPULACIONAL


SUDESTE
1 R$ 120,82
R$ 156,71

2 R$ 107,88

3 R$ 115,55

SUL
4 R$ 144,47
R$ 125,04

5 R$ 148,08

6 R$ 238,51

0 50 100 150 200 250

IN006
Despesa per capita com manejo de RSU em
relação à população urbana (R$/hab.)

Despesa total com serviços de manejo


de RSU
IN006 = X 100
População urbana do município (SNIS/IBGE)
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 37

Com relação à despesa per capita, medida através do indicador IN006, o indicador da despesa
média por habitante com o manejo dos resíduos sólidos urbanos, quando rateada pela população urbana,
resulta em uma despesa per capita anual para o país de R$ 141,22/hab. A amplitude deste indicador parte
de um valor mínimo de R$ 105,42/habitante/ano, apurada na macrorregião Norte, e atinge o máximo de
R$ 156,71/habitante/ano na macrorregião Sudeste.

Vale registrar, por exemplo, que a exclusão das duas capitais Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP, devido,
precisamente à conjugação de suas elevadas despesas e seus grandes contingentes populacionais
chega a reduzir o indicador nacional em aproximadamente 16,0%, passando-o de R$ R$ 156,71/hab./ano
para 131,71/hab./ano.

Série Histórica - Despesa per capita com manejo de RSU nas macrorregiões geográficas
(R$/habitante, segundo macrorregiões geográficas, de 2018 a 2020)

180,00

160,00 156,71
151,78
141,22 144,62 134,70
137,62
140,00 131,59 130,81
126,66 125,04
120,25
117,34 116,19
120,00
110,82
105,42
R$/habitante/ano

98,42
100,00

80,00

60,00

40,00

20,00

0,00
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

IN006 2018 IN006 2019 IN006 2020 IN006 médio 2020

Com relação a série histórica dos últimos 3 anos, percebe-se uma tendência de aumento da despesa
média nacional per capita com o manejo dos resíduos sólildos urbanos (IN006). Esta constatação cabe para
as macrorregiões, com excessão da macrorregião Norte, que se mostrou mais sensível a variação da amostra
em 2020 com o incremento de municípios de menor porte e com menores despesas per capita (IN006).
O valor da média nacional de R$137,73/hab/ano observado em 2019 passou para R$141,22 hab/ano em
2020, embora este aumento tenha sido menor quando se comparado ao período de 2018 a 2019, onde foi
observado um aumento de R$ 7,23, ou seja, R$130,47 hab/ano em 2018 e R$ 137,73 hab/ano em 2019.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 38

Série Histórica - Despesa per capita com manejo de RSU nas faixas populacionais
(R$/habitante, segundo macrorregiões geográficas, de 2018 a 2020)

250,00
238,51
235,51
224,14

200,00

141,22 148,08
144,47
150,00 134,73 141,22
R$/habitante/ano

137,82
128,53
120,82
115,55
111,93 111,79
106,07 107,88
102,84 103,88
98,85
100,00

50,00

0,00
1 2 3 4 5 6

IN006 2018 IN006 2019 IN006 2020 IN006 médio 2020

Agrupando por faixa populacional, observa-se com mais evidências a tendência de aumento do
indicador IN006 avaliando a informação de 2018 a 2020. Além disso, fica visível a discrepância dos municípios
da faixa 6 (Rio de Janeiro e São Paulo) com uma despesa média de R$ 238,51 em relação aos demais, nessa
perspectiva é possível verificar a influência deles no cálculo do indicador.

Sobre os demais apanhados populacionais, percebe-se pela leitura dos resultados de 2020
a formação de dois patamares: das faixas 1 a 3 em que a faixa 1 apresenta uma variação mais
acentuada, no intervalo de R$ 120,82/hab./ano para os municípios da faixa 1 e os municípios da faixa 2
com a menor despesa per capita média de R$ 107,88/hab./ano, destoando consideravelmente do
indicador nacional. No segundo patamar, a pequena variação entre os municípios da faixa 4 e 5, com
R$ 144,47/hab./ano e R$ 148,08/hab./ano respectivamente; valendo observar que nesses dois agrupamentos
foram obtidos 100,0% das informações dos municípios.

Para se ter uma ideia da diferença das três primeiras faixas para as demais, processando os
dados apenas para esse conjunto, ou seja, para o conjunto dos municípios que abrigam até 250
mil habitantes, o resultado do indicador médio (para as três primeiras faixas) fica em R$ 114,30/hab./ano,
ou seja, aproximadamente 20,0% a menos do que o gasto da faixa imediatamente superior que fica nos
R$ 144,47/hab./ano. Esta configuração desenhada pelos resultados vem ocorrendo nas últimas edições
do SNIS, permitindo inferir que os serviços de manejo de resíduos sólidos nos municípios acima de 250 mil
habitantes oneraram os cofres públicos em proporções mais elevadas do que nos municípios de menor porte.
Tal constatação parece importante na medida em que se reforça a tendência de que quanto maior o porte
populacional do município maior o valor per capita das despesas e, portanto, maior o valor a ser rateado
entre os moradores urbanos.

Os indicadores médios IN006 por faixas populacionais permitem também se estimar, pelas mesmas
faixas, a despesa média mensal com os serviços de manejo de resíduos e limpeza urbana correspondente
aos domicílios urbanos no ano de 2020. Assim, na hipótese de se adotar o índice genérico de 3 habitantes
por domicílio para todas as faixas populacionais, chega-se a um custo unitário próximo de R$ 35,30/domicílio
por mês.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 39

Os valores unitários variam, então, de aproximadamente R$ 29,00 por mês para domicílios dos municípios
das faixas de 1 a 3 (até 250 mil habitantes); R$ 37,00 para os das faixas 4 e 5 e; R$ 60,00 para os domicílios
dos municípios da última faixa. Vale, entretanto, ressaltar que tais valores devem ser vistos com atenção,
devido às grandes diferenças macrorregionais e de porte populacional, lembrando-se ainda que o valor
inclui despesas que nem sempre poderiam ser cobradas dos usuários (a exemplo da varrição de logradouros
públicos e serviços de capina e limpeza de bocas de lobo), devido às restrições impostas pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) que, através da Súmula Vinculante nº 19, não reconhece a legalidade de cobrança
para todos os serviços de manejo de resíduos e limpeza urbana.

Ainda, utilizando-se da mesma metodologia aplicada às demais estimativas em nível nacional, como
por exemplo, o da quantidade de resíduos domiciliares e públicos coletado no país em 2019, apresentada
no item 6.1 do Capítulo 6, o SNIS estima a despesa total das prefeituras com o manejo de resíduos sólidos,
excetuando os investimentos. Para tanto se utiliza da aplicação dos indicadores médios por macrorregiões
sobre as respectivas populações urbanas do ano de referência calculadas pelo SNIS/IBGE também
agrupadas segundo a mesma estratificação.

Tal exercício resulta em uma projeção de 25,25 bilhões de reais referente à despesa total das
prefeituras com o manejo de resíduos sólidos urbanos no ano de 2020, ou seja, despesas com pessoal, veículos,
manutenção, insumos, terceirizações e demais remunerações, exceto investimentos.

CUSTOS COM VARRIÇÃO


O SNIS, através do indicador IN043 (custo unitário médio do serviço de varrição) investiga
individualmente um dos principais serviços que compõe o conjunto das despesas com a limpeza urbana.

Importante comentar que os municípios possuem dificuldade em identificar os custos por tipo de
serviço, o que compromete significativamente a consistência dos resultados e, consequentemente,
compromete o cálculo do custo específico dos serviços.

Entende-se, também, que a complexidade do cálculo desse indicador incorpore outros aspectos,
como por exemplo, aqueles vinculados à distância, uma vez que relaciona as despesas totais com o serviço
de varrição e a extensão de sarjeta varrida no ano.

Ressalta-se que as informações constantes dos campos VA010 e VA011 (extensões varridas pela
prefeitura e por empresas contratadas) não distinguem quantitativos referentes à varrição mecanizada.
Assim, o SNIS julgou pertinente excluir para o cálculo apresentado nos quadros a seguir os 278 municípios que
afirmaram a ocorrência de varrição mecanizada em 2020 (campo VA016), além, obviamente, dos que não
preencheram as informações suficientes para o cálculo do indicador municipal , o que resultou no cálculo do
custo unitário do serviço de varrição manual para 596 municípios.

IN043
Custo unitário médio do serviço de varrição (prefeitura + empresas contratadas)

Despesa dos agentes públicos com Despesa com empresas contratadas


o serviço de varrição + para o serviço de varrição
IN043 =
Extensão total de sarjetas varridas pelos executores (Km varridos)
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 40

Macrorregiões e o custo unitário do serviço de varrição manual (IN043)


(R$/km, segundo macrorregião geográfica, em 2020)

120
114,74

100,02
100

87,11 86,48
85,24

80
70,96
(R$/Km)

60

40

20

0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Custo unitário do serviço de varrição manual (IN043) Brasil

No aspecto macrorregional, verifica-se que o menor indicador médio do custo da varrição se


encontra na macrorregião Centro-Oeste indicando R$ 70,96/km em 2020. O Norte e o Nordeste, foram as
únicas macrorregiões que apresentaram diminuição em seus indicadores em relação a 2019. Com média
de R$102,02/km na macrorregião Norte e R$ 85,24/km no Nordeste, com decréscimo de R$ 17,24/km e
R$ 9,89/km, respectivamente. A macrorregião Sudeste teve o indicador próximo da média nacional na
ordem de R$ 87,11/km. Destaca-se nessa análise a macrorregião Sul com o indicador em R$ 114,74/km,
ultrapassando a média nacional em aproximadamente 33,0% e com uma amostra de 129 municípios, dos 596
que foram possíveis calcular o indicador IN043.

Faixas populacionais e o Custo unitário do serviço de varrição manual (IN043)


(R$/km, segundo faixas populacionais, em 2020)

Quantidade de Custo unitário do serviço de


Faixa
municípios da varrição manual (IN043)
Populacional
amostra (R$/Km)

1 379 89,64

2 136 78,06

3 42 122,33

4 33 92,84

5 6 68,60

6 - -

Total - 2020 596 86,48

Total - 2019 515 83,39

Total - 2018 457 89,08


Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 41

Os agrupamentos por faixas populacionais mostraram que os municípios que têm uma população
urbana entre 100 mil habitantes a 250 mil habitantes (faixa 3), apresentam a maior despesa média entre
as faixas, com R$ 122,33, custo esse que ultrapassa o indicador médio nacional em cerca de 41,0%. Com
considerável variação, as faixas 1, 2 e 4 apresentaram respectivamente custo médio em R$ 89,64/km,
R$ 78,06/km e R$ 92,84/km no ano de 2020. Com destaque que a faixa menos populosa que compreende 379
municípios dessa amostra, houve uma variação significativa se comparado com o ano anterior, em 2019 o
indicador foi de R$ 60,23/km, com uma amostra de 314 municípios no referido ano. Importante destacar que
a faixa 5 (de 1 milhão a 4 milhões de habitantes), é a que apresentou a menor média de custo por varrição,
R$ 68,60/km, houve uma diminuição considerável se verificado o ano de 2019, onde, o mesmo indicador
apresentou um custo de R$ 81,32/km considerando informações de 7 municípios.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 42

A gestão e a sustentabilidade econômica e financeira


da prestação dos serviços de manejo de resíduos sólidos
urbanos (RSU) vêm sendo aprimoradas pela formação de
consórcios públicos intermunicipais.

O modelo é incentivado pela Lei nº 12.305/2010, que instituiu


a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Ele permite
a associação de municípios para desenvolver soluções
CONSÓRCIOS conjuntas. Entre elas estão o compartilhamento de aterros
sanitários, de frotas de coleta e a estruturação de planos de
INTERMUNICIPAIS gestão e o apoio à cooperativas de catadores de materiais
recicláveis.
PARA SERVIÇOS
O SNIS-RS 2020 identificou 235 consórcios intermunicipais

DE MANEJO DE para manejo de resíduos sólidos, aumento de 23,7% em


relação aos 190 consórcios de 2019. O número de arranjos é
RSU apurado com base em informações de 972 municípios com
número e data da lei municipal que autoriza o consórcio
público (não inclui os que estão “em fase de elaboração”).
Este levantamento identifica outros 432 integrantes de
consórcios como integrantes de consórcios municipais mas
que não participaram da coleta de dados do SNIS em 2020.

O conjunto de 1.404 municípios consorciados para o


manejo de resíduos sólidos urbanos abrange 25,2% dos 5.570
municípios brasileiros e 14,0% da população urbana (25,1
milhões de habitantes).
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 43

235 consórcios públicos 1.399 municípios


intermunicipais de manejo de integrantes de consórcios públicos
resíduos sólidos urbanos (RSU) no intermunicipais de RSU no SNIS-RS
SNIS-RS 2020 2020

CONSÓRCIOS PÚBLICOS INTERMUNICIPAIS DE


RSU E MUNICÍPIOS CONSORCIADOS
(total por macrorregião geográfica, em 2020)

NORTE
9
55

NORDESTE
74
553

CENTRO-OESTE
25
131
SUDESTE
81
426

Consórcios públicos

Municípios consorciados SUL


46
234

CONSÓRCIO PÚBLICO
”Pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei
nº 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a
realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com
personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica
de direito privado sem fins econômicos.”
(inciso I do Decreto n° 6.017/2007, que regulamenta a Lei n° 11.107)
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 44

MUNICÍPIOS INTEGRANTES DE CONSÓRCIOS PÚBLICOS


INTERMUNICIPAIS PARA OS SERVIÇOS DE MANEJO DE RSU

Consórcios intermunicipais para


gestão de resíduos
Municípios que possuem
(972 municípios)
lei autorizativa do consórcio

Municípios declarados como


(427 municípios)
participantes dos consórcios
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 45

Para garantir um conjunto consistente de informações, e diante das dificuldades técnicas, políticas e
institucionais para se consolidar efetivamente um consórcio intermunicipal, o SNIS avalia a composição das
informações somente dos municípios que responderam ao campo PO045, destinado ao número e data da
lei municipal autorizativa do Consórcio Público. Também não são computados, para fins desta análise, os
municípios que se encontram “em fase de elaboração”. Desta forma, dois tipos de respostas são considerados
de maior relevância para a análise:

• Municípios que informam já possuir lei autorizativa (o que, apesar de significar grande avanço, não
garante a efetiva implantação do Consórcio); e

• Demais municípios declarados pelos primeiros como participantes do Consórcio.

Além disso, a inserção do campo PO052 com o número do CNPJ do Consórcio Intermunicipal possibilitou
novas verificações, atribuindo maior confiabilidade a informação.

Importante destacar que nessa edição, houve uma mudança de metodologia em relação a contagem
dos municípios declarados como integrantes de consórcio intermunicipal pelos municípios respondentes do
SNIS. A contagem considera a resposta do próprio prestador e é complementada pela declaração dos
municípios integrantes dos consórcios somente quando o município declarado não for respondente do SNIS
no ano de referência, primando pela autodeclaração dos prestadores. Motivo esse que explica a grande
diferença dos municípios declarados pelos integrantes dos consórcios que passou de 1.617 municípios em
2019 para 427 em 2020; o que correspondeu a uma diminuição de 49,9 milhões de habitantes em 2019 para
25,1 milhões de habitantes urbanos em 2020 nos municípios pertencentes aos consórcios intermunicipais para
os serviços de manejo de RSU.

Contudo, observou-se um aumento significativo de municípios que informaram pertencer a consórcios


intermunicipais, na ordem de aproximadamente 51,2% comparando o ano atual com o ano anterior, ou seja,
de 643 para 972 municípios.
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 46

Macrorregiões geográficas e os Consórcios públicos intermunicipais para os serviços


de manejo de RSU
(municípios com lei autorizativa e municípios declarados, segundo macrorregiões geográficas, em 2020)

Pop. urb.
Quantidade total
de mun. Pop. urb. Quantidade
Responderam Declarados de municípios Pop. urb. de
declarados total de mun. de consórcios
SIM à integrantes integrantes mun. com lei
como integrantes existentes e
Macrorregião existência de de (lei + declarados) autorizativa
integrantes (lei + equivalente
consórcios consórcios e equivalente de consórcio
sem lei declarados) (% do total da
(mun.) (mun.) (% do total de (hab.)
autorizativa (hab.) pop. urb. IBGE)
mun. IBGE)
(hab.)

55 9
Norte 41 14 738.995 97.681 836.676
12,2% 6,1%

553 74
Nordeste 320 233 4.734.604 2.652.020 7.386.624
30,8% 17,5%

426 81
Sudeste 326 100 9.220.239 792.473 10.012.712
25,5% 12,1%

234 46
Sul 196 38 5.320.802 357.862 5.678.664
19,6% 22,0%

131 25
Centro-Oeste 89 42 885.151 309.256 1.194.407
28,1% 8,1%

1.404 235
Total - 2020 972 427 20.899.791 4.209.292 25.109.083
25,1% 14,0%

2.260 190
Total - 2019 643 1.617 14.905.678 34.990.096 49.895.774
39,1% 28,0%

2.174 199
Total - 2018 571 1.603 19.684.140 35.593.243 55.277.383
39,1% 31,3%

As macrorregiões do Nordeste e do Sudeste compreendem 66,5% dos municípios que informaram


participar de um consórcio intermunicipal, com 320 e 326 municípios respectivamente. Consequentemente,
foram nessas macrorregiões que estão a maioria dos municípios declarados como participantes de consórcio,
sendo 233 declarados no Nordeste e 100 do sudeste, ou seja , 78% do total dos informados. Assim como do
número total de consórcios, 81 no Sudeste e 74 no Nordeste, aproximadamente 66,0% do total de consórcios
identificados no país.

A macrorregião que apresentou o menor número de participantes foi a do Norte com 55 municípios e
consequentemente a menor quantidade de consórcios, que foram 9, seguido de 132 municípios participantes
de consórcios no Centro-Oeste, com um total de 25 consórcios. Curiosamente, a macrorregião do Sul com
196 participantes de consórcios intermunicipais, foi a que declarou um menor número de participantes de
consórcios que não responderam ao SNIS, 38 consorciados para os 46 consórcios, o que pode ser associado
a representatividade da amostra nesta macrorregião.

Para a compreensão de informações de caráter qualitativo, em relação aos serviços executados


Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 47

pelos consórcios, o SNIS identifica através das respostas ao campo PO047, os tipos de serviços prestados. As
informações disponíveis foram respondidas por 805 municípios que indicaram os tipos de serviço no campo
PO047 (82,8% dos 972 municípios).

Modalidades/tipos de serviços de manejo de RSU prestados pelos consórcios


públicos intermunicipais (1)
(valor absoluto e %, segundo macrorregião geográfica, em 2020)

Tipos de serviço de manejo de RSU e limpeza urbana prestado pelo


Quant. CONSÓRCIO
de mun. INTERMUNICIPAL declarados pelos municípios na informação PO047
Quant. de
respondentes Gestão e
Macrorregião consórcios Disposição
da Coleta Transbordo Coleta gerenciamento
existentes final em Educação
informação convencional de resíduos seletiva de dos serviços
aterro ambiental
PO047 de RDO domiciliares RDO de manejo dos
sanitário
RSU

26 6 12 9 8 6
Norte 9 34
76,5% 17,6% 35,3% 26,5% 23,5% 17,6%

150 98 66 74 75 81
Nordeste 74 274
59,1% 38,6% 26,0% 29,1% 29,5% 31,9%

184 59 63 74 48 63
Sudeste 81 69
67,2% 21,5% 23,0% 27,0% 17,5% 23,0%

130 36 56 31 55 22
Sul 46 158
74,7% 20,7% 32,2% 17,8% 31,6% 12,6%

48 21 22 28 17 16
Centro-Oeste 25 59
69,6% 30,4% 31,9% 40,6% 24,6% 23,2%

538 220 219 216 203 188


Total - 2020 235 805
66,8% 27,3% 27,2% 26,8% 25,2% 23,4%

Para a compreensão dos serviços realizados nos municípios participantes dos consórcios públicos,
foram contabilizados os tipos de serviços pela quantidade de municípios declarantes, ou seja, mais de um
serviço pode ser executado no município, porém os valores constantes nos tipos de serviços não ultrapassam
o limite máximo do número de municípios respondentes a informação PO047 por macrorregião.

Sendo assim, é possível avaliar que a disposição final em aterro sanitário é o tipo de serviço mais
compartilhado entre os municípios via consórcios públicos em 66,8% dos municípios brasileiros consorciados,
seguido de educação ambiental e coleta convencional de resíduos domiciliares, com 27,3% e 27,2% dos
municípios respectivamente, além disso, em 26,8% dos casos foi indicada a prestação do serviços de
Diagnóstico Temático - Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos - Gestão Administrativa e Financeira 48

transbordo de resíduos domiciliares, 25,2% de coleta seletiva de resíduos domiciliares e 19,8% de coleta de
resíduos de limpeza pública.

Modalidades/tipos de serviços de manejo de RSU prestados pelos consórcios


públicos intermunicipais (2)
(valor absoluto e %, segundo macrorregião geográfica, em 2020)

Tipos de serviço de manejo de RSU e limpeza urbana prestado pelo


CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL declarados pelos municípios na
Quant. informação PO047
de mun.
Quant. de
respondentes Limpeza
Macrorregião consórcios
da Coleta de Raspagem de praias
existentes Varrição de Capina
informação resíduo de de vias e e/ou
logradouros e Poda
PO047 limpeza logradouros margens
públicos roçada
pública públicos e de rios e
córregos

6 2 2 2 1 2
Norte 9 34
17,6% 5,9% 5,9% 5,9% 2,9% 5,9%

61 23 25 20 10 4
Nordeste 74 274
24,0% 9,1% 9,8% 7,9% 3,9% 1,6%

50 23 18 9 6 4
Sudeste 81 69
18,2% 8,4% 6,6% 3,3% 2,2% 1,5%

22 8 7 2 1 1
Sul 46 158
12,6% 4,6% 4,0% 1,1% 0,6% 0,6%

159 68 64 39 21 14
Total - 2020 235 805
19,8% 8,4% 8,0% 4,8% 2,6% 1,7%

Os serviços que indicaram uma menor ocorrência, inferior a 10,0% dos municípios que responderam a
informação de tipos de serviços prestados pelos consórcios intermunicipais, foram: varrição de logradouro
públicos (8,4%), capina e roçada (8,0%), poda (4,8%), raspagem de vias e logradouros públicos e desobstrução
de bocas-de-lobo (2,6%) e limpeza de praias e/ou margens de rios e córregos (1,7%).
SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SGAN Q. 906, Módulo ‘F’ Bloco ‘A’ Ed. Celso Furtado, 3º andar, sala 309
CEP 70.830-901 - Brasília - DF - Brasil

www.snis.gov.br

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