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de Saneamento
1
Prefeitura Municipal de Salvador
SEINFRA
Salvador/BA
Novembro, 2021
2
PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 842/2018 - SEINFRA
LICITAÇÃO Nº 003/2019 - SEINFRA
CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL SEINFRA - Nº 001/2019
CONTRATO Nº 002/2020 - SEINFRA
ORDEM DE SERVIÇO Nº 001/2020
Salvador/ BA
Outubro, 2021
Vice-Prefeita
Secretário
Diretoria de Saneamento
Gerência de Saneamento
Mauricio Assis
Gabriela Vieira de Toledo - Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Meio Ambiente, Águas
e Saneamento
Tereza Rosana Orrico Batista - Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Energia e Meio
Ambiente
Coordenação Geral
Equipe Técnica
Engenheiro Sanitarista, Advogado, Mestre e Doutor em
Aurélio Pessoa Picanço
Hidráulica e Saneamento
Engenheira Civil, Sanitarista e Ambiental, Especialista em
Lívia Duca de Lima Avaliação de Impactos e Recuperação de Áreas
Degradadas
Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Especialista em
Udson Renan Silva Gestão de Recursos Hídricos e Mestre em Meio
Ambiente, Águas e Saneamento
Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Especialista em
Renan Michelucci dos Santos
Infraestrutura em Saneamento Básico
Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Meio
Aline Coelho Nogueira
Ambiente, Águas e Saneamento
O Consórcio CSB, formado pelas empresas CONCREMAT Engenharia e Tecnologia S/A (Empresa
Líder do Consórcio), SANEANDO Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda e BRENCORP –
Consultoria em Meio Ambiente Ltda, apresenta à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras
Públicas de Salvador o Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento, o qual se constitui
parte integrante do Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado - PMSBI de Salvador, objeto
do Contrato nº 002/2020, firmado entre as partes.
• Produto A:
- Plano de Trabalho;
• Produto B:
- Plano de Mobilização e Comunicação Social;
• Produto C:
- Sistema de Informações Web;
• Produto D:
- Sistema de Indicadores;
• Produto E:
- Caracterização Geral e Sistema Cadastral;
• Produto F:
- Diagnóstico dos Serviços de Saneamento;
• Produto G:
- Cenários e Prospecções;
• Produto H:
- Plano de Execução;
• Produto I:
- PMSBI Preliminar;
• Produto J:
- PMSBI Final;
• Produto K:
Quadro 1 – Agenda Regulatória da ANA para o período 2020/2021, para o Eixo Temático 5, Normas
de Referência para o Saneamento ................................................................................................59
Quadro 2 – Metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 – Água Potável e Saneamento
......................................................................................................................................................67
Quadro 3 - Órgãos que integram o quadro de gestão dos serviços de Saneamento Básico da
Prefeitura Municipal do Salvador ................................................................................................. 111
Quadro 4 – Resumo sobre a gestão do saneamento básico em Salvador/BA ............................. 113
Quadro 5 - Capítulos do Relatório Sinopse do PARMS ............................................................... 125
Quadro 6 – Competências exercidas pela Agersa ....................................................................... 128
Quadro 7 - Instalações administrativas/operacionais da Embasa em Salvador ........................... 136
Quadro 8 – Total de empregados próprios por tipo de função na Embasa .................................. 138
Quadro 9 - Total de profissionais terceirizados por tipo de função na Embasa ............................ 139
Quadro 10 - Tarifas praticadas pela Embasa para o serviço de abastecimento de água ............. 143
Quadro 11 - Características das unidades consumidoras em cada categoria e subcategoria de
consumo ..................................................................................................................................... 144
Quadro 12 – Conselhos que integram a estrutura administrativa por secretarias municipais ...... 166
Quadro 13 – Projetos de Educação Ambiental da Embasa em Salvador (2019) ......................... 170
Quadro 14 – Programas desenvolvidos pela SEMPRE em Salvador. ......................................... 171
Quadro 15 – Apresentação dos Eixos Estratégicos do PMAMC de Salvador .............................. 181
Quadro 16 – Diretrizes relacionadas ao Saneamento Básico no PMAMC ................................... 182
Quadro 17 – Festas populares do calendário anual do município de Salvador ............................ 187
Quadro 18 – Resumo dos Programas previstos para o serviço de abastecimento de água ........ 190
Quadro 19 – Programas e ações para o abastecimento de água previstos no PMSB - 2011 ...... 192
Quadro 20 – Intervenções estruturantes SIAASalvador conforme Parms .................................... 201
Quadro 21 – Resumo das intervenções estruturais SIAASalvador e SIAA Reconcâvo (Ilhas de
Salvador) conforme Parms .......................................................................................................... 203
Quadro 22 – Localidades dos bairros Nova Esperança e Cassange. .......................................... 209
Quadro 23 – Resumo do diagnóstico do abastecimento de água nas localidades que integram o
Vetor Ipitanga .............................................................................................................................. 211
Quadro 24 – Fontes Poluidoras e Seus Riscos ........................................................................... 224
Quadro 25 – Faixas do Índice de Qualidade das Águas (IQA)..................................................... 225
Quadro 26 – Categorias de Estado Trófico.................................................................................. 225
Quadro 27 – Pontos de Monitoramento da Represa do Joanes II ............................................... 233
Quadro 28 – IQA da represa do Joanes II no período de 2016 a 2021 ........................................ 233
Quadro 29 – IET da represa Joanes II no período de 2016 a 2021 ............................................. 234
A natureza das ações de saneamento básico coloca-o como essencial à vida humana e à proteção
ambiental. Deste modo, intervir no saneamento básico torna-se uma ação que deve ser pensada
em caráter coletivo, ou seja, como uma meta social na qual os indivíduos, a comunidade e o Estado
têm papéis a desempenhar.
A Lei Federal nº 11.445/2007, alterada pela Lei Federal nº 14.026/2020, que estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento conceitua o Saneamento Básico em seu artigo 3º, inciso I, como
sendo:
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: constituídos pelas atividades, pela
infraestrutura e pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, transporte,
detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição
final das águas pluviais drenadas, contempladas a limpeza e a fiscalização preventiva das
redes.” (BRASIL, 2007 e BRASIL, 2020)
De acordo com o Art. 19 da Lei n° 11.445/2007, alterada pela Lei n°14.026/2020, a prestação dos
serviços públicos de saneamento básico observará plano, que poderá ser específico para cada
serviço, o qual abrangerá no mínimo:
No decorrer do Produto F2 a situação dos serviços de abastecimento de água foi caracterizada por
meio da análise crítica dos estudos, planos e projetos existentes, avaliação da prestação dos
serviços através de indicadores de cobertura, de qualidade, operacionais e financeiros, abordagem
sobre os recursos hídricos, caracterização dos mananciais de captação e das infraestruturas que
compõe o sistema de abastecimento de água, análise operacional e estado, análise dos resultados
de monitoramento da quantidade e qualidade da água bruta e tratada, avaliação de soluções
alternativas utilizadas e dos aspectos de saúde pública.
Os principais instrumentos de coleta de dados utilizados foram: envio de ofícios com questionários
solicitando informações ao prestador do serviço de abastecimento de água no município de
Salvador, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento SA (Embasa), realização de reuniões com o
prestador de serviços, coleta de dados em sistemas de informações oficiais, realização de visitas
técnicas de campo para coleta de dados primários e levantamento fotográfico, realização de eventos
participativos com a comunidade e revisão de literatura técnica reconhecida.
Para a análise quantitativa dos serviços, foram coletados dados secundários nas fontes oficiais,
como: Secretarias Municipais, Departamento de Informática do SUS (DATASUS), Atlas da ANA
(Atlas Abastecimento urbano de Água e Atlas Esgoto), Empresa Baiana de Águas e Saneamento
(EMBASA), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema Nacional de Informações
sobre Saneamento (SNIS), Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), Instituo de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), entre outros.
Um dos princípios fundamentais da Lei nº 11.445/2007 é o controle social. Para tanto, foram
realizadas oficinas de construção do diagnóstico participativo, cuja metodologia foi apresentada
com detalhes no Produto B - Plano de Mobilização e Comunicação Social. Salienta-se que em
virtude da pandemia da Covid-19 a metodologia de participação e mobilização social foi alterada,
priorizando os atores sociais estratégicos para discussão e entendimento da problemática local dos
bairros de Salvador. Nesta etapa foram realizadas 10 oficinas de diagnóstico participativo, sendo
que cada uma delas contemplou os bairros que compõe as 10 Prefeituras Bairro, utilizadas
atualmente como divisão administrativa no município.
A organização do pacto federativo para promulgação de leis, na estruturação das políticas públicas,
ocorre em ordem hierárquica, onde em nível federal são definidas as orientações gerais das
políticas públicas que devem ter a sua edição em nível estadual e municipal para trazer as
especificidades dessas esferas nos conteúdos, objetivos e instrumentos dos sistemas. Nesse
sentido, são apresentados os instrumentos legais existentes nas diferentes esferas que abrangem
a atuação em saneamento básico, conteúdo fundamental para situarmos o estado da arte dessa
política pública, portanto apresentada nos produtos F1, F2, F3 e F4.
Na esfera federal destaca-se a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes Nacionais para o
Saneamento Básico (Lei Nacional nº 11.445/2007), a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
Nacional nº 12.305/2010) e outras leis, portarias e resoluções recomendadas, conforme descrito a
seguir.
É nesse contexto que é possível perceber, no âmbito da Constituição Federal de 1988, a relação
do saneamento básico com as políticas públicas de habitação, saúde e meio ambiente, tendo como
pano de fundo a promoção da qualidade ambiental e da saúde pública.
Em nível federal, a área do saneamento básico é regida pela Lei nº 11.445/2007 e o seu Decreto nº
7.217/2010. A partir da publicação dessa Lei, o Brasil passa a ter obrigação de planejar a área do
saneamento básico, nos diferentes entes federados, além de garantir que a gestão ocorra de
maneira plena, onde suas funções - planejamento, regulação, fiscalização e prestação de serviço -
se tornam premissas para que os processos de delegação da prestação dos serviços públicos
ocorram na legalidade.
De acordo com o artigo 9º, o titular dos serviços de saneamento básico formulará a política pública
de saneamento básico, devendo elaborar os planos de saneamento básico, principal instrumento
de planejamento. Nesse cenário, o ente regulador tem papel importante na aplicação dessa política
pública, como um ente responsável por garantir que o plano elaborado pelo município seja
observado pelo prestador de serviço e que a fiscalização tenha meios de ocorrer com a publicação
de normas e procedimentos para a avaliação dos serviços prestados.
Outras alterações foram feitas por meio de leis, como é o caso do artigo 2º, inciso XIII da Lei
n°11.445/2007, alterado pela Lei n° 12.862/2013, onde incentiva a economia no consumo de água,
determinando como um dos princípios fundamentais para a prestação dos serviços públicos de
saneamento básico a adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água, com o
estímulo ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de equipamentos e métodos economizadores de
Outro elemento incluído na Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico foi a
obrigatoriedade da medição individualizada do consumo de água nas novas construções
condominiais, adotando assim novos padrões de sustentabilidade, conforme redação da Lei nº
13.312, de 12 de julho de 2016, incluída no artigo 29.
O artigo 49, inciso XI da Lei nº 11.445/2007, incluído pela Lei n° 12.862/2013, onde trata sobre os
objetivos da Política Federal de Saneamento Básico, defende o incentivo à adoção de
equipamentos sanitários que contribuam para a redução do consumo de água e a promoção da
educação ambiental voltada para a economia de água pelos usuários.
Outras alterações foram feitas por meio de medidas provisórias, como é o caso da Medida
Provisória nº 844, de 06 de julho de 2018, que ficou vigente até 19 de novembro de 2018; e da
Medida Provisória nº 868, de 27 de dezembro de 2018, vigente até 03 de junho de 2019. A perda e
vigência das medidas provisórias levou à proposição do Projeto de Lei nº 4.162/2019 pelo Poder
Executivo, com a sua aprovação foi promulgada a Lei n° 14.206/2020, que definiu uma série de
alterações em um conjunto de leis como maneira de modificar as normas relacionadas à gestão
desses serviços.
De acordo com o artigo 1º, parágrafo 1º, a PNRS se aplica a todas as pessoas físicas e jurídicas
que gerem resíduos sólidos e desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos. Porém, de acordo com o parágrafo 2º, não estão sujeitos a ela
os rejeitos radioativos, por possuírem legislação própria.
Conforme disposto no artigo 5º, essa lei integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se
com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999,
Com relação aos instrumentos dessa Política, o artigo 8º define como sendo os planos de resíduos
sólidos, a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à
implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o incentivo à
criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis, a educação ambiental, e o Sistema Nacional de Informações
sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR), de Informações em Saneamento Básico (SINISA) e
de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA).
Como a PNRS se articula com a Lei nº 11.445/2007, é facultada no artigo 19, parágrafo 1º, a
elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) juntamente
com a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), devendo para isso o titular
do serviço respeitar o conteúdo mínimo previsto no artigo 19 da PNRS.
Voltando a Lei nº 12.305/2010, o artigo 35 prevê que ao ser estabelecido o sistema de coleta seletiva
e a aplicação da logística reversa, os consumidores são obrigados a acondicionar adequadamente
e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e disponibilizar adequadamente os reutilizáveis
e recicláveis para coleta ou devolução. O Poder Público Municipal pode instituir incentivos
econômicos aos consumidores que participam do sistema de coleta seletiva na forma de lei
municipal.
Com relação aos instrumentos econômicos, o artigo 45 inclui a formação de consórcios públicos
constituídos nos termos da Lei nº 11.107, de 2005, com o objetivo de viabilizar a descentralização
e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos, a prioridade na obtenção dos
incentivos instituídos pelo Governo Federal.
Já nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, são proibidas as seguintes atividades:
É proibida ainda, a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos
sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade
vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação.
Por fim, ainda de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos é importante ressaltar que,
sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência de culpa, reparar os danos
causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importe inobservância aos
No Art. 54, com as alterações trazidas pela Lei n° 14.026/2020, se define prazos específicos na
implantação de solução de disposição final ambientalmente adequada para cada realidade
municipal, assim:
• Lei nº 8.080/1990, que dispõe sobre diferentes aspectos relacionados com a saúde, entre
eles o meio ambiente e o saneamento básico;
• Lei nº 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos), que estabelece fundamentos,
princípios, instrumentos, entre outros, necessários a gestão das águas de maneira a garantir
seus usos múltiplos, a participação popular, a definição da área de planejamento e os usos
prioritários;
• Lei nº 9.795/1999 (Política Nacional de Educação Ambiental), que visa fomentar processos
voltadas para a conservação do meio ambiente, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade;
• Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) que estabelece normas de ordem pública e
interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
As políticas de saúde, entre elas a Lei Nacional nº 8.080/1990, que dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências, bem como a Lei Nacional nº 9.782/1999, que define o
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras
providências, formam um grupo de instituições que colaboram na garantia da saúde pública e na
produção de informações para o planejamento do saneamento básico.
Assim, uma grande contribuição é trazida pelo Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da
Água para Consumo Humano (Vigiágua) que tem como objetivo garantir a qualidade e segurança
da água para o abastecimento humano no País. O Sistema de Informação de Vigilância da
Qualidade da Água para Consumo Humano (Siságua), vinculado ao Vigiágua, tem como objetivo
auxiliar o gerenciamento de riscos à saúde associados à qualidade da água de abastecimento, e
armazena informações cadastrais sobre os sistemas e soluções alternativas de abastecimento de
água para consumo humano, bem como sobre a qualidade da água proveniente de cada uma das
formas cadastradas, inferida pelos prestadores do serviço, que realizam o controle, e pelos órgãos
de saúde, que realizam a vigilância (SISÁGUA, 2019).
Além das leis, é importante, também, observar outros dispositivos relacionados à questão ambiental
que merecem destaque na gestão desses serviços:
• Resolução CONAMA nº 357/2005 que “dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes”;
Outros instrumentos merecem destaque, tais como as resoluções publicadas durante o período de
2007 a 2009, pelo então Ministério das Cidades, hoje compondo o Ministério de Desenvolvimento
Regional, instituiu por meio do Conselho das Cidades 03 (três) resoluções para orientar a
elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico, a saber:
Todos esses instrumentos legais são adequados para nortear ações que colaboram no alcance dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com origem na Declaração do Milênio das
Nações Unidas e organizado pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD). A
Declaração traz uma série de compromissos concretos que, se cumpridos nos prazos fixados,
deveriam melhorar a qualidade de vida da humanidade no século XXI.
Assim, quando o déficit de acesso aos serviços públicos de saneamento básico se constitui um fator
de impacto negativo, melhorar esta condição nos municípios se mostra relevante na busca da
almejada sociedade sustentável e, portanto, a atividade de planejamento que se debruce sobre
essas questões se mostra um importante instrumento rumo a uma sociedade mais equilibrada
social, econômica e ambientalmente.
Ao longo da luta pelos direitos humanos em âmbito internacional, foram sendo consolidados direitos
considerados fundamentais para a dignidade humana. Entre eles estão o direito à água e ao
saneamento, que passou a ser reconhecido e estabelecido como direito humano fundamental a
partir da edição da Resolução A/RES/64/292, de 28/07/2010, da Assembleia Geral das Nações
Unidas (UNITED NATIONS, 2010), apoiada pelo Brasil e outras 121 nações, com 41 abstenções e
nenhum voto contrário. A Resolução A/RES/64/292/2010, definiu que a água limpa e segura e o
saneamento são um direito humano essencial para gozar plenamente a vida e todos os outros
direitos humanos, firmando assim que se denominou o Direito Humano à Água e ao Esgotamento
Sanitário (DHAES).
Assim, o ODS 6 incorpora novos elementos na discussão do conceito de acesso como equidade e
a não discriminação, bem como a importância de se ter acesso para além do domicílio. Outro
aspecto trazido é a importância da proteção dos mananciais e ecossistemas como maneira de
garantir o acesso a esse direito, conforme por ser observado no Quadro 2, na meta 6.6.
É importante observar que para garantir o acesso a esse direito humano fundamental é necessário
considerar: igualdade substantiva e não discriminação (gênero, étnico-racial, nível de renda,
urbano-rural, dentre outras); realização progressiva dos direitos humanos, vertical, de maneira a
melhorar progressivamente o nível de serviço e horizontal, avançando progressivamente com foco
nos não atendidos e nos atendidos de forma precária (Heller, 2020).
Para Heller (2020), a plena realização dos direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário não
pode ser deixada apenas aos Estados, já que o ecossistema mais amplo de direitos humanos é
composto por outros atores, entre eles, os que monitoram a conformidade da ação do Estado
(órgãos de tratado a corpos estatísticos, órgãos nacionais a internacionais e órgãos governamentais
a não governamentais). Ainda é importante que os atores privados que trabalham no setor de água
e esgotamento sanitário compreendam que também estão vinculados às obrigações de direitos
humanos, especialmente quando prestam serviços por delegação de Estados e quando a legislação
nacional reflete as obrigações internacionais de direitos humanos de um Estado.
Para tornar os direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário aplicáveis, também incluem
esforços para seu reconhecimento no sistema jurídico doméstico, e constituem parte das obrigações
essenciais mínimas do Estado. Para as componentes de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, a criação de um ambiente propício envolve a construção e manutenção de instituições,
regulamentos e processos que garantam uma prestação sustentável de serviços, com a introdução
de marcos jurídicos e regulatórios nacionais que reconhecem os direitos humanos à água e ao
esgotamento sanitário. Esses instrumentos geram uma base legal para definir os papéis, obrigações
e responsabilidades dos atores, e o estabelecimento de mecanismos de coerção para
responsabilizar os atores (HELLER, 2020).
Todos esses elementos uma vez incorporados no planejamento ensejam a observação de critérios
e análises mais amplas, de maneira a trazer para o plano informações capazes de descrever as
possíveis assimetrias de acesso e potenciais ações e investimentos capazes de se fazer
estabelecer no território o acesso à água e ao esgotamento sanitário como direito humano
fundamental com todas os instrumentos necessários para seu estabelecimento ao longo do tempo.
Ainda nesse contexto de intersetorialidade, no artigo 235 da Constituição do Estado da Bahia, são
definidas as diretrizes para as ações e serviços em saúde pública, integrantes do Sistema Único de
Saúde, dentre elas a “integração das ações de saúde, saneamento básico e ambiental”, conforme
inciso III. No trecho em destaque nota-se o caráter indissociável entre as medidas de saúde e
saneamento, inclusive, na sua forma mais abrangente, o saneamento ambiental.
Uma outra importante atuação da saúde e que se relacionam com o saneamento básico, diz respeito
à vigilância da qualidade da água que, de acordo com o artigo 238, trata de uma das competências
dos Sistema Único de Saúde:
A Constituição do Estado da Bahia reserva um capítulo (Capítulo IX) específico que trata sobre o
saneamento básico em quatro artigos. O primeiro artigo do capítulo, o artigo 227, assegura o todos
o direito pelo saneamento, o relaciona com a saúde pública e o define, como pode ser observado
na reprodução a seguir:
Art. 227 - Todos têm direito aos serviços de saneamento básico, entendidos
fundamentalmente como de saúde pública, compreendendo abastecimento
d'água, coleta e disposição adequada dos esgotos e do lixo, drenagem urbana
de águas pluviais, controle de vetores transmissores de doenças e atividades
relevantes para a promoção da qualidade de vida (BAHIA, 1989).
Nessa definição, o conceito de saneamento básico vai além dos quatro componentes definidos pela
Lei Nacional nº 11.445/2007, uma vez que incorpora o controle de vetores transmissores de
doenças e as atividades relevantes para a promoção da qualidade de vida.
A Constituição cria no artigo 229 a instância de controle social para o saneamento básico no Estado
da Bahia, o Conselho Estadual de Saneamento Básico (Cesb), definido como órgão deliberativo e
tripartite, com representação do Poder Público, associações comunitárias e associações e
entidades profissionais ligadas ao setor de saneamento básico. Esse ente é responsável por
formular a política e o Plano Estadual de Saneamento Básico.
O artigo 4º da lei apresenta o conceito de saneamento, alinhado com o definido pela Constituição
Estadual, incluindo o controle de vetores e reservatórios de doenças:
Alinhado com a Lei Nacional nº 11.445/2007, são estabelecidos os princípios para a Política
Nacional de Saneamento Básico, no artigo 8º, como a universalização do acesso, integralidade dos
serviços de saneamento básico e o controle social. Além desses, a Política Estadual inclui os
seguintes:
(...)
IV - regionalização, consistente no planejamento, regulação, fiscalização e
prestação dos serviços de saneamento em economia de escala e pela constituição
de consórcios públicos integrados pelo Estado e por Municípios de determinada
região;
V - fortalecimento da Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A - EMBASA, de
forma a viabilizar o acesso de todos aos serviços públicos de abastecimento de
água e esgotamento sanitário, inclusive em regime de cooperação com os
municípios;
(...) (BAHIA, 2008,)
Portanto, um dos princípios prevê a gestão regionalizada dos serviços públicos de saneamento
básico visando a economia de escala, facultando, inclusive, a participação do Estado. Outro
elemento, diz respeito ao fortalecimento da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).
A lei ainda cria o Sistema Estadual de Saneamento Básico, no artigo 10, composto pelo Conselho
Estadual das Cidades, Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) e órgãos executores. No
artigo 11, fica instituído o Sistema de Estadual de Informações em Saneamento Básico.
Nesse contexto, vale destacar que muitas atribuições direcionadas à SEDUR foram transferidas à
Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), quando da sua criação, em 11 de
dezembro de 2014, por meio da Lei Estadual nº 13.204. O Decreto nº 16.655, de 22 de março de
2016, artigo 1º, define como finalidade da secretaria “fomentar, acompanhar e executar estudos e
projetos de infraestrutura hídrica, bem como formular e executar a Política Estadual de Saneamento
Básico, à exceção dos componentes manejo de resíduos sólidos e das águas pluviais urbanas”. De
acordo com o mesmo decreto, artigo 4º, a SEDUR “passa a ter por finalidade formular e executar a
Política Estadual de Desenvolvimento Urbano e de Habitação de Interesse Social e o manejo de
resíduos sólidos e das águas pluviais urbanas, bem como a assistência técnica aos Municípios”.
Destaca-se que ainda não foi instituído o decreto regulamentador da Política nem elaborado o Plano
Estadual de Saneamento Básico, caracterizando tais pontos como alguns dos entraves à sua
implementação.
A Lei Estadual nº 12.932, de 7 de janeiro de 2014, institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos
(PERS), dispõe sobre seus princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos, e estabelece normas
relativas à gestão e ao gerenciamento integrados de resíduos sólidos, em regime de cooperação c
De acordo com o artigo 2º, a Política Estadual de Resíduos Sólidos integra a Política Estadual de
Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade (Lei Estadual nº 10.431/2006) e a Política Estadual
Entre os objetivos apresentados no artigo 8º, destaca-se a priorização de ações direcionadas a não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, devendo ser observada essa ordem de prioridade na gestão
e no gerenciamento integrados de resíduos sólidos.
Assim como a Lei Nacional nº 12.305/2010, a PERS em seu artigo 12 apresenta a classificação dos
resíduos sólidos quanto à origem da atividade e quanto à periculosidade. Destaca-se como
elemento inovador, os resíduos cemiteriais, definidos como aqueles “gerados nos cemitérios,
subdivididos em humanos e não humanos, resultantes da exumação dos corpos e da limpeza e
manutenção periódica dos cemitérios” (inciso I, alínea l).
Os instrumentos da Política Estadual de Resíduos Sólidos são definidos no artigo 13, incisos de I a
XI, dos quais se destacam: o Plano de Resíduos Sólidos, o Sistema Estadual de Informações de
sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos, o Sistema Estadual de Informações de Saneamento Básico,
Sistema Estadual de Informações de Ambientais e de Recursos Hídricos (SEIA), a coleta seletiva e
o sistema de logística reversa, e a educação ambiental.
Entre esses instrumentos, o artigo 17 dispõe sobre o Plano de Resíduos Sólidos, que têm como
objetivo de disciplinar os diferentes fluxos de resíduos, os agentes envolvidos nas diversas etapas
de gerenciamento, assim como a regulação, o monitoramento, a avaliação, a fiscalização, o
aperfeiçoamento, a prestação dos serviços e o controle social das ações de intervenção neles
propostas. Os Planos de Resíduos Sólidos são:
No Título III inicia-se a abordagem sobre as responsabilidades, a saber: dos geradores e do poder
público, e a responsabilidade compartilhada abrangendo os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos.
Entre as proibições, o artigo 62, ficam definidas as seguintes formas de destinação ou disposição
final de resíduos sólidos ou rejeitos, a saber:
Com a promulgação da Lei nº 12.602, de 29 de novembro de 2012, a Coresab foi substituída pela
Agência Reguladora de Saneamento Básico (Agersa), absorvendo todas as suas funções, acervo,
estrutura e responsabilidades.
A Agersa é caracterizada como uma autarquia sob regime especial, vinculada atualmente a
Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS) do Estado da Bahia, e tem como objetivo
o exercício da regulação e da fiscalização dos serviços públicos de saneamento básico, dentro dos
limites legais e com os municípios que firmarem convênio com ela.
Entre suas diversas competências, esta agência deve promover e zelar pelas diretrizes
estabelecidas na Política Estadual de Saneamento Básico instituída pela Lei Estadual nº
11.172/2008, estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a
satisfação dos usuários, revisar as tarifas aplicadas ao abastecimento de água e esgotamento
A lei define ainda em seu escopo sobre a organização da Agersa no Capítulo III, do contrato de
gestão, no Capítulo IV, do relatório anual de atividades, no Capítulo V, do patrimônio e receitas, no
Capítulo VI e no Capítulo VII, as disposições finais e transitórias.
A normativa fixa prazo de vigência dos planos editados pelos Municípios, referentes ao saneamento
básico ou a resíduos sólidos, antes da vigência da Lei, pelo período de 24 (vinte e quatro) meses,
podendo permanecer vigentes para além deste prazo, mediante resolução do Colegiado
Microrregional (artigo 17).
O município de Salvador faz parte da Região Metropolitana de Salvador (RMS), que configura o
arranjo de gestão interfederativa, com previsão legal ancorada na Lei nº 13.089/2015, o Estatuto da
Metrópole, que estabelece diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a execução das
Além das leis específicas da área do saneamento básico, outras leis que têm relação com o
saneamento devem ser observadas para a devida gestão desses serviços. Entre elas:
• Lei Estadual nº 11.612, de 08 de outubro de 2009, que dispõe sobre a Política Estadual de
Recursos Hídricos, o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
• Lei nº 12.056/11, que institui a Política de Educação Ambiental do Estado da Bahia;
A abordagem detalhada da Lei Complementar nº 41, de 13 de junho de 2014, que Cria a Entidade
Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador será apresentada mais adiante, no item 4.1.
Todos esses instrumentos legais perseguem princípios, diretrizes e objetivos convergindo para a
adoção de técnicas e tecnologias preocupadas com as sustentabilidades ambientais, energéticas,
sociais e culturais, além da valorização da participação dos cidadãos nas implementações destas.
Agora, a grande motivação e desafio que se estabelece é conceber a prestação dos serviços
públicos de saneamento básico de maneira que o compromisso com as futuras gerações seja um
objetivo comum, que respalde as escolhas dos usuários, as ações dos poderes executivos e os
conteúdos dos instrumentos regulatórios e do planejamento da área do saneamento básico.
O município de Salvador possui um conjunto de leis que tocam sobre questões de saneamento
básico de maneira direta e outras de maneira transversal, permitindo um olhar com foco na
integração das políticas públicas. Assim, a organização da gestão a partir de uma abordagem
complexa dos processos socioeconômicos, territoriais e ambientais, depende do exercício de
pensar os serviços por meio desses diferentes instrumentos. Alguns deles são apresentados a
seguir.
A Lei Orgânica do Município de Salvador, com sua última atualização realizado em 2020, define
deveres ao poder público e garante direitos sociais, dentre eles o direito à educação, à saúde, ao
saneamento básico, à habitação, à assistência social e ao meio ambiente equilibrado.
Dos princípios que fundamentam a organização do município, no Art. 6º, é importante destacar as
suas atribuições, a saber:
Em consonância com esse artigo, cita-se também os incisos do Artigo 7º, que define o que compete
ao município, em destaque os fundamentais para se refletir sobre os serviços de saneamento
básico, a saber:
No Art. 8º, são definidas as competências do Município, em comum com a União, o Estado e o
Distrito Federal, observadas as normas de cooperação fixadas em lei complementar:
Essas competências colaboram para a proposição de uma gestão de saneamento básico que
integre os desafios sociais, de saúde e ambientais no território.
É tratado na Lei Orgânica ainda, no Título II, a organização dos poderes municipais, onde no
Capítulo I é tratado do poder legislativo, com as previsões de funções, organização e tramites legais
para o processo legislativo e no Capítulo II se trata do poder executivo, suas competências e as
atribuições do prefeito, dos secretários e da procuradoria.
No Título V, da ordem econômica e social, são abordadas as políticas públicas sociais de interesse
comum, entre eles é pertinente destacar: o Capítulo II, da Educação; o Capítulo III, da Saúde;
Capítulo IV, da Política Agrícola e Abastecimento Alimentar; Capítulo V, do Meio Ambiente; e o
Capítulo X, da Seguridade e Assistência Social, entre outros, que compartilham entre si questões
que colaboram para se pensar o saneamento básico no território.
Cabe o destaque para o Art. 229 do Capítulo V, do Meio Ambiente, que define que o Poder Executivo
elaborará e operará um Plano Diretor de Saneamento, a ser aprovado pela Câmara Municipal, e
obrigatório para as empresas concessionárias ou permissionárias dos serviços públicos, que o
deverão atender rigorosamente, não sendo permitida a renovação da concessão ou permissão nos
casos de infrações.
Outros temas que remetem ao saneamento são tratados nesse capítulo entre eles o Art. 226, que
trata do que é vedado no território do Município:
(...) III - o depósito de resíduos nucleares ou radioativos, gerados fora dele; (...)
V - o lançamento de resíduos hospitalares, industriais e de esgotos residenciais,
sem tratamento, diretamente em praias, rios, lagos e demais cursos d’água,
devendo os expurgos e dejetos, após conveniente tratamento, sofrer controle e
avaliação de órgãos técnicos governamentais quanto aos teores de poluição; (...)
VII - a incineração de lixo a céu aberto, em especial de resíduos hospitalares;
E o Art. 227, que define que o Município, através do Executivo, promoverá:
Ao longo do tempo a estrutura organizacional vem sofrendo alterações para atender aos objetivos
do poder público executivo. Como pode ser observado nas informações públicas disponíveis no site
da prefeitura, a estrutura administrativa conta com uma serie de órgãos ligados ao chefe do
executivo que colaboram para o desempenho de suas funções públicas de gestão. As leis que dão
respaldo à atual estrutura administrativa são: a Lei nº 9.186/2016; a Lei nº 9.216/2017; a Lei n°
9.409/2018; a Lei n° 9.444/2019; a Lei Complementar nº 072/2019; a Lei nº 9.534/2020; a Lei nº
9.540/2020; e a Lei Complementar nº 076/2020. Diversos decretos têm sido emitidos para fazerem
ajustes nas previsões legais desses instrumentos.
O grupo de órgão que atendem diretamente ao prefeito são como pode ser visto na Figura 2, a
seguir: a Secretaria de Governo (SEGOV); o Gabinete do Vice-Prefeito (GABVP); a Controladoria
Geral do Município de Salvador (CGM); e a Procuradoria Geral do Município do Salvador (PGMS).
Na SEGOV existem o Conselho Comunitário e o Conselho de Ética. Na Figura 2 é possível observar
a estrutura organizacional que dá suporte ao chefe do executivo.
PREFEITO
Conselho
Conselho de
Comunitário (10)
Procuradores Quatro Áreas de Conselho de Ética
Políiticas Públicas
Para atender às quatro áreas de políticas públicas previstas para a estrutura organizacional da
prefeitura - econômicas e fiscais; sociais; de qualificação da cidade e de planejamento e gestão –
existe um conjunto de secretarias, conselhos, empresas públicas e fundações, conforme se
apresenta ao longo desse item.
A área de políticas públicas de Planejamento e Gestão é desenvolvida por três secretarias, pela
Casa Civil e cinco conselhos. A Casa Civil contém em sua estrutura a Agência Reguladora e
Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador (ARSAL) e o Conselho de Relações Internacionais.
Na Figura 3 é possível observar a estrutura organizacional, com suas secretarias, entre outros.
A área de políticas públicas Econômicas e Fiscais é desenvolvida por cinco secretarias e quatorze
conselhos. Na estrutura da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) está a
Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). Na estrutura da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo
A área de políticas públicas Sociais é desenvolvida por cinco secretarias e vinte e dois conselhos.
Na estrutura da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) está
situada a Fundação Cidade Mãe (FCM). Na Figura 5 é possível observar a estrutura organizacional,
com suas secretarias, entre outros.
A área de políticas públicas de Qualificação da Cidade é desenvolvida por quatro secretarias, cinco
conselhos e uma junta. Na estrutura da Secretaria Municipal de Infraestrutura, e Obras Públicas
(SEINFRA) está situada a Superintendência de Obras Públicas de Salvador (SUCOP). Já na
Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade (SEMAN) se encontra a Companhia de
Desenvolvimento Urbano de Salvador (DESAL). Na Secretaria Municipal de Ordem Pública
(SEMOP) estão alocadas a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Empresa de Limpeza Urbana do
Salvador (LIMPURB). Na Secretaria Municipal de Mobilidade (SEMOB) está situada a
Superintendência de Trânsito do Salvador (TRANSALVADOR). Na Figura 6 é possível observar a
estrutura organizacional, com suas secretarias, entre outros.
Ao observar as quatros áreas de políticas públicas que norteiam as ações das secretarias e órgãos
afins da Prefeitura Municipal de Salvador, percebe-se a complexidade da gestão dos serviços de
saneamento básico, que tem secretarias de diferentes áreas como interlocutoras para sua
realização. Outro aspecto a ser destacado é a necessidade de integração desses órgãos no pensar
territorial do saneamento básico. A integração territorial do saneamento básico demanda uma
análise ecossistêmica com base no caminho natural das águas, nas bacias hidrográficas e nas
características socioeconômicas culturais das diferentes regiões geossistêmicas que formam o
município. Assim, o poder público busca organizar suas secretarias e órgãos afins de maneira a dar
conta dessas múltiplas dimensões, que seguem se aprimorando ao longo do exercício da gestão
público.
Para essa composição de secretárias e órgãos que envolvem a gestão dos serviços públicos de
saneamento podemos destacar como executoras diretas das ações a Secretaria Municipal de
Infraestrutura, e Obras Públicas (SEINFRA) que tem a finalidade de planejar e gerir a infraestrutura
urbana e o saneamento ambiental, executar obras públicas e projetos habitacionais de interesse
social, bem como de formular e implementar políticas de redes de infraestrutura da cidade. A
Superintendência de Obras Públicas de Salvador (SUCOP), que integra a SEINFRA, responsável
pela recuperação da pavimentação, das escadarias, viadutos e passarelas, micro e macro
drenagem, fontes naturais e luminosas, contenção de encostas e áreas verdes, com poda e
erradicação de árvores, atividades relacionadas às ações em saneamento básico.
Essas secretarias, e os órgãos que estão em sua estrutura, executam a política púbica de
Saneamento Básico, mas se relacionam, impactam e são impactadas por secretarias outras que de
maneira transversal coparticipam dos assuntos que interferem no saneamento. Entre elas é possível
citar no que tange ao desenvolvimento urbano, à mobilidade urbana e à gestão ambiental:
A Secretaria Municipal de Mobilidade (SEMOB), que tem por finalidade planejar, coordenar,
executar e controlar a política municipal dos transportes públicos, a engenharia de tráfego e a
regulação e controle dos serviços municipais de transportes públicos de passageiros, apesar de
não atue de maneira direta com assuntos relacionados ao saneamento básico, é importante. Suas
atividades colaboram para se pensar a logística de transporte de resíduos pelo município e também
identificar as demandas de acesso a equipamentos hidrossanitários fundamentais para dar
salubridade aos equipamentos públicos utilizados pelos usuários dos transportes coletivos no
município.
No aspecto da saúde pública e sua correlação com o saneamento básico na garantia de acesso a
água potável e ao controle de vetores de reservatórios de doenças, é de fundamental importância
a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que tem por finalidade formular e executar a política de
saúde pública do município, com a competência da formulação e coordenação da política de saúde
do município de acordo os instrumentos legais que dispõem sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).
É importante destacar que entre as suas competências as que dialogam diretamente com o
saneamento básico são: ações de promoção da saúde da população, vigilância, proteção,
prevenção e controle das doenças e agravos à saúde, abrangendo vigilância epidemiológica,
sanitária, ambiental e do trabalhador; integralidade da assistência à saúde; promover e desenvolver
a política de gestão do trabalho e educação permanente em saúde. Assim, a SMS precisa participar
de maneira alinhada juntas às secretarias que realizam as ações de saneamento básico, de maneira
a garantir que as decisões acompanhem questões epidemiológicas e de proteção à saúde pública
que são desenvolvidas pela mesma.
Outro assunto que anda junto com a acesso aos serviços públicos de saneamento básico, já que o
déficit no acesso é amplamente localizado nas populações de baixa renda, é o combate à pobreza.
Trabalha com essa a pasta a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza,
Esportes e Lazer (SEMPRE), que tem como finalidade planejar, propor e coordenar a execução da
política municipal de assistência social, articular e mobilizar as ações voltadas à promoção da
cidadania e à redução e erradicação da pobreza, garantir a manutenção dos direitos e necessidades
básicas do cidadão e das pessoas com deficiência, promover políticas de prevenção e combate ao
uso de drogas, bem como propor, coordenar e acompanhar a execução das políticas públicas de
esportes e lazer. As ações desenvolvidas por essa secretaria colaboram na identificação de como
os serviços públicos de saneamento básico podem contribuir no combate à pobreza, que em
ambientes urbanos como é predominantemente o município de Salvador, passa por oferta de
soluções capazes de atender a urgência das populações de rua em estado de pobreza.
Ainda, outra secretaria que não atua diretamente com o saneamento básico, mas é importante para
se pensar sua implementação, é a Secretaria Municipal da Educação (SMED), que tem a finalidade
Ainda é importante destacar a Casa Civil que acompanha os processos de gestão interfederativa
que o município faz parte, a exemplo da Entidade Metropolitana, devendo, portanto, estar alinhada
aos processos que envolvem o planejamento em temas de ligados às funções públicas de interesse
comum.
Toda essa estrutura administrativa opera com a participação de conselhos como pode ser
observado nas Figura 3, Figura 4, Figura 5 e Figura 6. Esses conselhos cumprem o que é previsto
na Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, que consolidou direitos e
previu, em diversos dispositivos, a participação do cidadão na formulação, implementação e
controle social das políticas públicas. Com base nos Art. nº 198, nº 204 e nº 206, foram criados os
conselhos de políticas públicas no âmbito da saúde, assistência social e educação nos três níveis
de governo, o que promoveu a implantação de conselhos em outras áreas e esferas de governo
(MADRIGAL, A., 2015).
Os conselhos de são mecanismos legais e institucionais de controle social da política no Brasil, que
têm a sua organização e funcionamento previstos em leis, inclusive em esfera municipal. São
espaços democráticos de decisão e participação social na construção das políticas públicas e
previsto na política de saneamento básico.
Ao observar a quantidade de áreas e informações que envolvem a gestão dos serviços públicos de
saneamento básico, fica evidente que a universalização do acesso aos serviços, princípio
fundamental da lei que norteia suas ações, passa pelo sucesso da execução das diferentes políticas
públicas setoriais de maneira integrada. É necessário, ainda, uma gestão que coloque em mesmo
patamar de importância as dimensões social, ecológica e econômica que compõem os desafios
para que a universalização venha acompanhada de uso de tecnologias adequadas, da integração
ecológica, do enfrentamento às desigualdades socioeconômicas e territoriais, da promoção de
qualidade ambiental urbana, da saúde planetária, e por consequência, da mitigação e adaptação
às emergências climáticas.
A lei é composta por sete títulos que tratam da Política, do Sistema Municipal de Meio Ambiente,
dos Instrumentos da Política, do Cadastro Municipal, da Biodiversidade, dos Instrumentos
Econômicos e das Disposições Finais. Esses títulos, com seus capítulos e seções, compõem os
princípios, fundamentos, objetivos, diretrizes, instrumentos e mecanismos definições que são dadas
aos territórios biodiversos e suas funções ecológicas, ao sistema municipal de meio ambiente e aos
direitos e deveres que são previstos no que se refere ao direito fundamental ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, previsto na Constituição Federal.
Em seu Art. 1º, informa que se fundamentada no interesse local, com fulcro na Lei Complementar
nº 140, de 08 de dezembro de 2011, respeitada a competência da União e do Estado, regula a ação
do Poder Público Municipal e sua relação com os cidadãos e instituições públicas e privadas na
preservação, conservação, defesa, melhoria, recuperação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, de natureza difusa e essencial à sadia qualidade de vida.
No Art. 2º são apresentados os fundamentos que amparam a política, apontando uma direção
voltada para a integração das políticas públicas, a proteção e respeito à capacidade de suporte aos
ecossistemas e o combate às emergências climáticas.
Os objetivos são tratados no Art. 4º, com destaque para os que reforçam a importância da
transversalidade e integração da política ambiental municipal com outras políticas públicas:
No Art. 5º, são tratadas as diretrizes gerais da Política Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, entre ele podemos destacar os incisos:
No Título II, que trata do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (SISMUMA), são apresentados os instrumentos de participação e o sistema municipal
integrado de meio ambiente, nos artigos 8º ao 24. Esse conjunto de artigos são fundamentais para
a garantia da participação e controle social na política e para a definição dos órgãos que serão
responsáveis pela execução da política.
No Art. 10, é definido a estrutura institucional do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – SISMUMA, que integra o Sistema Municipal de Planejamento e
Gestão - SMPG, sendo ele composto pelos: :
Em seu Capítulo II, que trata do Conselho Municipal de Meio Ambiente, fica determinado a estrutura,
a composição, a competência, entre outros, pelos artigos apresentados a seguir
No Título III, que trata dos Instrumentos da Política, no Capítulo II, reservado para Normas,
Parâmetros e Padrões de Qualidade Ambiental, em seu Art. 28 determina que para a garantia das
condições ambientais adequadas à vida, em todas as suas formas, serão estabelecidos padrões de
qualidade ambiental e de emissão de poluentes, conforme disposições regulamentares. Esse
conjunto de normas orientam as ações de saneamento básico.
Já no Capítulo III, da Gestão dos Resíduos Sólidos, se define qual direção deve ser dada à essa
atividade. No Art. 43, fica definido que a Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável incentivará a produção mais limpa, observando os princípios e as diretrizes
estabelecidos nas Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, de não geração, redução,
No Art. 44. são definidos os objetivos da Gestão dos Resíduos Sólidos no âmbito da política
municipal de meio ambiente, entre eles:
No Capítulo VI, que trata dos Bens e Espaços Territoriais Especialmente Protegidos, o Art. 82
informa que compete ao Município: instituir, implantar e administrar, na forma da legislação
ambiental pertinente, espaços territoriais e seus componentes representativos de todos os
ecossistemas originais a serem protegidos, com vistas a manter e utilizar racionalmente o
patrimônio biofísico e cultural de seu território, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
No Art. 83, são definidos os objetivos que justificam a criação de espaços territoriais especialmente
protegidos, envolvendo o ambiente natural e/ou o patrimônio histórico/cultural, são de caráter
científico, educacional ou turístico, destacando-se:
O Inciso III, do Art 83, que destaca a proteção dos mananciais para conservação de sua produção
hídrica é muito importante para o pensar dos serviços de abastecimento de água e todos os
ecossistemas que garantem ao manancial a “produção hídrica”, trazendo segurança hídrica para o
território. Nesse sentido, o Art. 84 define que as áreas de proteção de mananciais deverão ser
delimitadas pelo Poder Público e ter regramento específico para uso e ocupação do solo.
No Título V, que trata da Biodiversidade, em seu Capítulo III, sobre o Plano Diretor de Arborização
Urbana, Áreas Verdes e Paisagismo (PDAUP), no Art. 194, é instituído PDAUP do município de
Salvador, coordenado pelo órgão central do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (SISMUMA). É interessante observar como os objetivos do PDAUP,
conforme parágrafo único do artigo, dialogam diretamente com os desafios relacionados aos
serviços de manejo das águas e drenagem urbana, que precisam com base no conceito das
Cidades Sensíveis à Água, priorizar soluções que envolvem a incorporação de áreas verdes e
biodiversas no paisagismo urbano, cumprindo funções ecológicas ao longo do ciclo das águas
urbanas. No Parágrafo Único é definido que:
No Título VI, que trata dos Instrumentos Econômicos para a Gestão Ambiental, muitas
oportunidades para a introdução de tecnologias integradas ecologicamente em saneamento básico
são observadas.
É prevista ainda no Capítulo II, que trata do Pagamento por Serviços Ambientais, um mecanismo
importante para a ampliação da resiliência ambiental dos territórios por meio de incentivos
econômicos de troca, sejam elas monetárias ou de outra dimensão. Esse mecanismo colabora
diretamente para a ampliação de áreas que ao cumprir funções ecológicas relacionadas ao
saneamento básico ganham um valor econômico ambiental. No Art. 204, fica definido que:
Ao definir as prioridades da gestão ambiental voltada para a participação e controle social, para a
mitigação das mudanças climática com base na proteção aos ecossistemas naturais, a política
fortalece a abordagem transdisciplinar da saúde planetária, que se debruça sobre as correlações
entre meio ambiente, sociedade, economia, saúde pública e clima biorregional e global para pensar
a relação saúde-doença. Com a realização conjunta das diferentes áreas, entre elas o saneamento
básico, observando as determinações dessa Política, é possível melhorar a qualidade ambiental
urbana, e pensar num futuro em que os problemas atuais desapareçam a partir de outras práticas
sociais, econômicas e tecnológicas, que tenham a restauração dos ecossistemas como objeto
comum.
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) tem como base os fundamentos expressos
na Constituição Federal, na Constituição do Estado da Bahia, na Lei Orgânica do Município de
Salvador e na Lei Federal nº 10.257/2001, Estatuto da Cidade, conforme preconizado no seu Art.
1º. Em seu parágrafo único, determina que o PDDU deve considerar o disposto nos planos e leis
nacionais e estaduais relacionadas com as Políticas de Desenvolvimento Urbano, de Mobilidade,
de Habitação e de Saneamento e com os planos e Políticas de Meio Ambiente.
O PDDU do Município do Salvador, abrange a totalidade do seu território, constituído por uma parte
continental e outra insular, compreendida pelas ilhas de Maré, dos Frades, do Bom Jesus dos
Passos, de Santo Antônio e as ilhotas, conforme definido em seu Art. 3º.
No Art. 4º fica definido que o PDDU é o instrumento básico da Política de Desenvolvimento Urbano
do Município de Salvador, determinante para todos os agentes públicos e privados que atuam no
território municipal. Conforme Art. 5º, o PDDU é parte integrante do processo de planejamento
municipal, devendo os seus objetivos, diretrizes, ações estratégicas e prioridades serem
observados e respeitados na:
No Título II, que trata da Política Urbana do Município, é no Art. 10, que são apresentados os
princípios da Política. Ao todo são seis princípios, apresentados a seguir.
Art. 10. Os princípios que regem a Política Urbana do Município de Salvador são:
I - a função social da cidade;
II - a função social da propriedade urbana;
III - o direito à cidade sustentável;
IV - a equidade e inclusão racial, social e territorial;
V - o direito à informação;
VI - a gestão democrática da cidade.
§1º A função social da cidade no Município de Salvador corresponde ao direito
à cidade para todos, compreendendo o direito à terra urbanizada, à moradia, ao
saneamento básico, à segurança, à infraestrutura, aos serviços públicos, à
mobilidade urbana, ao acesso universal a espaços e equipamentos públicos e
de uso público, à educação, à saúde, ao trabalho, à cultura, ao lazer e à
produção econômica. (...)
Esse conjunto de princípios, entre eles, a função social da cidade e o direito à cidade sustentável,
nos traz a oportunidade de refletir sobre a importância dos serviços públicos de saneamento básico,
que mediam essa relação entre a natureza - a água, o solo, a bacia hidrográfica, as matas ciliares-
, o meio natural, e as infraestruturas urbanas, o meio urbanizado, as habitações e suas redes de
água potável, esgoto e drenagem, os equipamentos de resíduos, e seus fluxos dentro do
metabolismo urbano. Essa mediação entre o meio natural e o meio urbano que o saneamento
básico tem como função é estruturante para que o desenvolvimento territorial ocorra integrando os
diferentes direitos socioambientais necessários à dignidade humana, à qualidade de vida e à
garantia das futuras gerações a territórios saudáveis.
É no Título VII, que trata da Infraestrutura, Equipamentos e Serviços Urbanos Básicos, onde são
apresentados os princípios da Política de Infraestrutura e Serviços Urbanos Básicos, que está
situado o conteúdo mais importante no que se refere os serviços públicos de saneamento básico,
que compõem os serviços urbanos básicos.
É no CAPÍTULO II, que trata do Saneamento, onde são apresentados artigos que já apontam os
caminhos para a política pública de saneamento básico em esfera municipal.
É determinado pelo Art. 90, que para implementação e monitoração da Política Municipal de
Saneamento Básico, será criado o Sistema Municipal de Saneamento Básico, integrado ao Sistema
Municipal de Planejamento e Gestão, compreendendo, no mínimo, a seguinte estrutura:
Art. 91. São objetivos e diretrizes gerais da Política Municipal de Saneamento Básico:
I - criação e regulamentação do Sistema Municipal de Saneamento Básico;
II - estruturação de órgão regulador e fiscalizador do funcionamento técnico,
socioambiental, financeiro e institucional das empresas delegatárias ou
concessionárias de serviços públicos de saneamento básico, com competência para
estabelecer normas e especificações de desempenho;
III - regulamentação do FMSB para financiamento de ações da Política Municipal de
Saneamento Básico;
IV - instalação da Câmara Técnica de Saneamento Básico no Conselho Municipal de
Salvador;
V - elaboração, implementação, monitoração, avaliação e revisão do Plano Municipal
de Saneamento Básico, como instrumento fundamental da Política Municipal de
Saneamento Básico;
VI - organização e implementação de sistema de informações geográficas (SIG) sobre
Saneamento Básico, integrado ao Sistema Nacional de Informações em Saneamento
Básico (SINISA) e ao SIM-Salvador;
VII - publicização das informações espacializadas por meio de mapas temáticos
relativos à Infraestrutura e Saneamento Básico, integrados ao Sistema Cadastral do
Município (SICAD);
VIII - criação e implementação de programas permanentes de formação e
capacitação de recursos humanos em Saneamento Básico e Educação Ambiental e
programas de mobilização social para a área de saneamento básico.
No conjunto de incisos do Art. 91 são definidos todos os passos necessários para a estruturação
das funções de gestão do saneamento básico em âmbito municipal, como a criação e
regulamentação do Sistema Municipal de Saneamento Básico, a estruturação de órgão regulador e
fiscalizador, a regulamentação do FMSB para financiamento de ações da Política, a instalação da
Câmara Técnica de Saneamento Básico no Conselho Municipal de Salvador, a elaboração,
implementação, monitoração, avaliação e revisão do Plano Municipal de Saneamento, entre outros.
Com esses órgãos, instâncias e instrumentos o município estará apto a desenvolver os objetivos
da política de saneamento básico.
O PDDU 2016 trata em capítulos específicos das múltiplas áreas que compõem o direito à cidade
sustentável, no Capítulo III, trata da Saúde, que define em seu Art. 102, que a saúde é um direito
social e universal, derivado do exercício pleno da cidadania, de relevância pública, organizada
institucionalmente em um sistema universal e público de saúde, cujas ações visam à promoção da
saúde, à prevenção de riscos, ao controle e/ou eliminação de doenças e agravos à saúde e à
integralidade da atenção, assegurando condições para a sustentação da vida humana e bem-estar
da população.
No parágrafo único do Art.102, fica definido que a delimitação especial dos Distritos Sanitários de
Salvador deve coincidir, tanto quanto possível, com os limites das bacias e sub-bacias hidrográficas.
Essa preocupação colabora no pensar ecossistêmico do território sendo possível cruzar
informações e dados a partir desse recorte territorial. E no Art. 103 que as diretrizes são
apresentadas, sendo os Incisos I e XVI, os que destacam a sua intima relação com o saneamento
básico e o meio ambiente, como pode ser visto a seguir:
No Título VIII, que trata do Ordenamento Territorial, traz algumas contribuições para se pensar o
saneamento básico. No Capítulo I, dos Elementos Estruturadores do Território, o Art. 125, define
que o modelo espacial do plano se estrutura segundo conjunto de elementos estruturadores e de
elementos integradores, apresentados nos Art. 126 e .Art. 127, apresentados a seguir;
Art. 126. Os Elementos Estruturadores são os eixos que constituem o espaço urbano
referencial de Salvador, compreendendo elementos referenciais do sítio natural e do
tecido urbano, com características diferenciadas, que permitem alcançar melhor
coesão e fluidez entre suas partes, bem como maior equilíbrio entre as áreas
construídas e os espaços abertos, compreendendo:
I - Rede Hídrica Estrutural; (...)
§1º Rede Hídrica Estrutural é constituída pelos cursos d´água e fundos de vale, eixos
ao longo dos quais serão propostas intervenções urbanas para recuperação
urbanística e ambiental, envolvendo intervenções em drenagem, recomposição de
vegetação, saneamento básico e urbanização de assentamentos precários, além de
áreas para o convívio da população moradora nas suas imediações. (...)
Art. 127. Os Elementos Integradores constituem o tecido urbano que se conecta aos
eixos estruturadores, abrigando as diferentes funções urbanas, compreendendo:
I - habitação;
II - equipamentos sociais;(...)
§1º Habitação é o principal elemento integrador como fixador da população e
articulador das relações sociais no território.
Outro aspecto importante para ser observado é o conteúdo trazido no Título IX, que trata do
Desenvolvimento Político-Institucional, e aponta, no Art. 346, que para o desenvolvimento político-
institucional do Município, o Poder Executivo aperfeiçoará e consolidará o processo de
planejamento e de gestão municipal, mediante o Sistema Municipal de Planejamento e de Gestão
(SMPG).
Em seu Capítulo VI, da Modernização Administrativa e Inovação da Gestão, determina que deverá
ser introduzida uma nova cultura nas práticas administrativas e novos formatos organizacionais da
Administração. Esse conjunto de artigos oferece respaldo para avanços em arranjos institucionais
mais integrados e complexos, como necessita a gestão do saneamento básico. Entre os oito incisos
trazidos no Art. 378, vale destacar o inciso III e IV, que destacam a necessidade da visão
interdisciplinar e interinstitucional dos problemas urbanos e a operação por programas, capaz de
articular agentes públicos e privados superando a visão fragmentada na apreensão da realidade e
na formulação das políticas públicas. Além de destacar a importância da visão holística na gestão
dos problemas urbanos, esse artigo, traz outros princípios, como poder se observar seguir:
Art. 378. O Município introduzirá uma nova cultura nas práticas administrativas e
novos formatos organizacionais da Administração, baseados em:
I - foco no cidadão;
II - estabelecimento de indicadores correlacionados a metas, possibilitando o seu
acompanhamento e controle;
III - visão interdisciplinar e interinstitucional dos problemas urbanos, de sua
inserção regional e na busca de soluções;
IV - operação por programas, capaz de articular agentes públicos e privados
superando a visão fragmentada na apreensão da realidade e na formulação das
políticas públicas;
V - adoção de instrumentos de inovação na gestão;
VI - visão sistêmica e concepção da estrutura organizacional como um instrumento
flexível, para a implementação do plano de governo, cujas diretrizes e ações devem
estar pautadas nas diretrizes estabelecidas pelo PDDU;
VII - substituição dos princípios da hierarquização, pela gestão compartilhada,
pela intersetorialidade, intercomplementaridade e gestão por resultados;
VIII - informatização dos atos administrativos do Poder Público Municipal, tais como:
a) fluxo de processos, comunicações internas e externas e demais tipos de
documentos, entre os órgãos da Prefeitura; b) implementação da assinatura digital
dos agentes e autoridades municipais; c) disponibilização on-line dos documentos
produzidos pelos órgãos da Administração Municipal, ressalvadas as hipóteses de
impossibilidade ou sigilo previstas em lei.
O PDDU 2016, ao longo dos seus Títulos, Capítulos e Seções, reforça em diferentes artigos e
incisos, como a oferta de serviços públicos de saneamento básico de maneira universal, em
quantidade e qualidade satisfatórias é condição básica para sua efetivação conforme previsto em
seus fundamentos, princípios, objetivos e diretrizes, que têm na qualidade de vida, na dignidade
humana e no direito ao meio ambiente equilibrado seus maiores motivadores na implementação da
A Lei nº 9.281, de 03 de Outubro de 2017, que Institui normas relativas à execução de obras e
serviços do Município do Salvador, e dá outras providências, define em seu Art. 1º que a execução
de toda e qualquer obra e serviço no Município de Salvador, ocorrerá em consonância com o Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador-PDDU e com a Legislação de
Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo-LOUOS, com base nos seguintes princípios gerais,
com destaque aos incisos VII, VIII e XI, que trazem os elementos de gestão e o avanço dos arranjos
tecnológicos com foco na resiliência climática, que podem ser direcionados pelo saneamento
básico:
I - priorizar o interesse coletivo sobre o individual;
II - priorizar o caráter urbanístico das solicitações realizadas;
III - privilegiar o indivíduo, a quem se destina a edificação, assegurando o seu uso de
forma acessível e condizente com a dignidade humana;
IV - a presunção da propriedade ou a autorização do proprietário por parte dos
solicitantes de licença;
V - a corresponsabilidade dos profissionais legalmente habilitados e responsáveis
legais pelo imóvel no que tange à segurança executiva do projeto e ao
enquadramento urbanístico conforme as leis vigentes no Município;
VI - observar as peculiaridades do sítio urbano, visando à preservação dos
aspectos ambientais, geotécnicos e da imagem urbana;
VII - incentivar medidas voltadas à sustentabilidade ambiental e climática e
assegurar as condições de higiene, conforto ambiental e segurança;
VIII - compatibilizar as disposições desta Lei, com a legislação federal e
estadual, Normas Técnicas Brasileiras e especificações das concessionárias de
serviços públicos;
IX - incorporar as novas conquistas tecnológicas e avanços sociais, visando a
constante atualização da Lei.
Nos Art. 28, 35 e 36 são apresentados regras e parâmetros para o manejo de resíduos sólidos, no
que tange à função do órgão responsável de prestar orientação técnica na construção de abrigos,
na proibição de lançamento de resíduos da construção civil em vias públicas e nas normas para
uso de equipamentos de acúmulo por geradores privados em áreas de uso comum do município. A
seguir é possível conhecer o conteúdo de cada um:
Outro tema abordado é o impacto de instalação de canteiros de obras nas infraestruturas urbanas,
as quais as de saneamento básico fazem parte. Nesse sentido é definido no Art. 38
O cuidado dos lotes urbanos pelos seus proprietários é definido pelo Art. 44, um dos aspectos
considerados tem relação com a drenagem, o cuidado e preservação de nascentes, cursos d’água
nesses lotes, como pode ser observado no conteúdo do Art. 44.
Para conseguir a autorização de entrada nos imóveis pela entidade fiscalizadora, conhecido como
Habite-se, um dos pontos para fiscalização envolve a previsão de soluções para o esgoto sanitário
e a drenagem. Como pode ser visto no Art. 54
Art. 54 A conclusão de obra licenciadas nos Grupos II, III e IV será comunicada ao
Município pelo requerente ou representante legal, para fins de vistoria e concessão
do Habite-se e/ou do Termo de Conclusão de Obras, quando serão avaliados:
I - o cumprimento integral do projeto ou peças gráficas aprovadas;
II - a pavimentação de todo o passeio, inclusive o meio-fio, adjacente ao terreno
edificado;
III - a ligação do sistema de esgoto sanitário à rede do logradouro ou, na falta
desta, à adequada à fossa séptica, filtro e sumidouro;
IV - o correto escoamento das águas pluviais do terreno edificado.
É vedado também durante a execução de obras o lançamento de águas servidas em via públicas,
bem como danificar as suas redes subterrâneas, como apresentado no Art. 60.
Caso haja o descumprimento das normas previstas na lei, é definido no Art. 61 os desdobramentos
possíveis, sendo eles
Art. 61 Os infratores das disposições contidas nesta Lei e das normas dela
decorrentes - sejam eles o requerente, proprietário ou o responsável técnico pelo
projeto e/ou pela obra - serão notificados para sanear a irregularidade, sem prejuízo
da aplicação das seguintes penalidades:
I - multa, a ser aplicada proporcionalmente à natureza e gravidade da infração
cometida, conforme valores constantes do Anexo III desta Lei, após julgado
procedente o auto de infração, cuja quitação não exime o saneamento da
irregularidade;
II - embargo, a ser aplicado quando constatada irregularidade pela fiscalização,
precedido do auto de infração;
III - interdição, aplicada, sempre que se verificar prosseguimento de obra embargada
ou execução de obra ou edificação, habitada ou não, que ponha em risco a sua
estabilidade ou exponha a perigo os moradores, a vizinhança, os operários e
terceiros, ficando proibido, a qualquer título, o ingresso de pessoas na obra ou
edificação, exceto aquelas credenciadas por autoridade competente; (...)
O Plano Municipal de Educação foi sancionado pela Lei nº 9105/2016, que em seu Art. 1º, define
que fica aprovado o Plano Municipal de Educação (PME) de Salvador, com vigência por dez anos,
a contar da publicação desta Lei, em consonância com o disposto no art. 8º da Lei nº 13.005, de 25
de junho de 2014, que aprovou o Plano Nacional de Educação - PNE. Como a lei foi publicada em
2016 o PME tem vigência até o ano de 2026, que se alinha ao horizonte de curto prazo do PMBSI
de Salvador.
I - erradicação do analfabetismo;
II - melhoria da qualidade da educação em todos os seus níveis de atuação;
III - aprimoramento do regime de colaboração entre os entes que compõem o Sistema
Municipal de Ensino de Salvador;
IV - compartilhamento de responsabilidades, a partir das funções e
especificidades de cada um em relação às metas e estratégias deste Plano;
V - valorização dos (as) profissionais da educação;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
VII - garantia de padrões mínimos para construção de unidades educacionais
voltadas à Educação Infantil e Ensino Fundamental, especialmente para a rede
municipal de ensino;
VIII - articulação entre saúde e educação como garantia do atendimento global
e desenvolvimento integral e integrado das crianças;
IX - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como
proporção do Produto Interno Bruto - PIB, de modo a assegurar atendimento às
necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e
à sustentabilidade socioambiental;
XI - superação das desigualdades educacionais com ênfase na promoção das
igualdades racial e regional.
Nos incisos IV, VIII e X, fica evidenciado que as questões relacionadas ao compartilhamento de
responsabilidades na realização das metas, à saúde, aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental envolvem as diretrizes necessárias para o cumprimento de suas
obrigações institucionais e das metas propostas no PME.
No Art. 3º, fica estabelecido que as metas previstas no Anexo Único desta Lei serão cumpridas no
prazo de vigência deste PME, desde que não haja prazo inferior definido para metas e estratégias
específicas.
Em seu Anexo Único, ficam apresentadas as metas que envolvem o PME, ao toda são 18 (dezoito)
Metas e 20 (vinte) Estratégias estabelecidas. É na Meta 7, que prevê “fomentar a qualidade da
Educação Básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da
aprendizagem, de modo a atingir os resultados de Ideb para o Município”, que a preocupação com
o acesso ao saneamento é trazida. Para tanto, na estratégia 7.13, fica definido:
Para o PME, para se garantir valores adequados na avaliação do Ideb no município é necessário
que as escolas garantam acesso ao saneamento básico, essa estratégia dialoga diretamente com
o entendimento que para o avanço na educação, a saúde e a higiene são condições fundamentais
para o avanço cognitivo dos educandos. O saneamento nas escolas também dialoga com as
questões de gênero, já que cada gênero terá suas demandas específicas, a exemplo das meninas
que, a partir da puberdade, necessitam de privacidade e condições específicas de higienização no
ambiente escolar para se cuidarem no período menstrual. Esses elementos demonstram que o
Segundo a Lei nº. 11.445, de 2007, a gestão dos serviços de saneamento básico no Brasil deve
envolver quatro funções fundamentais, a saber: a regulação, planejamento, a fiscalização e a
prestação dos serviços. Em cada uma das funções, fica assegurada a atuação do controle social,
como esquematizado no diagrama da Figura 7.
Para identificação dos responsáveis pela execução de cada função de gestão, realizou-se
levantamento prévio, por meio pesquisas em sites oficiais do poder público e entrevistas com
técnicos da prefeitura. Em seguida, analisou-se as informações com o objetivo de caracterizar como
as atividades relacionadas à gestão se desenvolvem no município.
Quadro 3 - Órgãos que integram o quadro de gestão dos serviços de Saneamento Básico
da Prefeitura Municipal do Salvador
Órgão (Finalidade)
Função
Administração Direta Administração Indireta
ARSAL promover e zelar pela
Casa Civil: finalidade de assessorar o prefeito na
eficiência econômica e técnica dos
formulação do planejamento estratégico e
serviços públicos, propiciando aos
orçamentário da Administração Municipal, na
seus usuários as condições de
gestão e controle dos projetos estratégicos
Planejamento regularidade, continuidade e
intersetoriais, no acompanhamento de
e Regulação segurança. fazer cumprir a legislação
indicadores de desempenho, na avaliação de
e demais normas regulamentares,
resultado das ações empreendidas pelo Poder
incluindo os contratos de concessão,
Executivo Municipal e na captação de recursos
permissão e de outra natureza e seus
financeiros.
anexos, relacionados aos serviços
Esse conjunto de órgãos que integram o quadro administrativo voltado para a gestão dos serviços
de Saneamento Básico da Prefeitura Municipal do Salvador, atuam nas diferentes funções de
gestão, e são fundamentais para o entendimento de como ao longo das décadas o município de
Salvador vem realizando, com todas as suas peculiaridades, a oferta desses serviços. Neles se
encontram a memória viva dos servidores públicos, que ao longo do tempo, mesmo com as
mudanças administrativas de cada gestão, seguem acumulando uma expertise técnica de grande
valor para subsidiar o processo de planejamento que se empreende nesse plano.
A gestão dos serviços de saneamento básico em Salvador, carrega a lógica encontrada na maioria
dos municípios do Brasil, onde apesar dos esforços para se organizarem a partir da chegada das
Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, Lei nº 11.445/2007, seguem sem conseguir
concretizar no dia a dia da operacionalização da gestão, a integração necessária entre os órgãos
que cumprem as funções de planejamento, prestação, regulação e fiscalização e a disponibilização
de equipe mínima necessária para a demanda encontrada na rotina da gestão desses serviços
públicos.
Apesar do esforço empreendido pelos técnicos, a própria organização desses órgãos na estrutura
administrativa municipal não favorece uma coordenação voltada para a integralidade entre as
componentes do saneamento básico. Os serviços públicos de abastecimento de água e
esgotamento sanitário são tratados no âmbito da relação com a prestadora, Embasa, com foco nas
intervenções e obras públicas da cidade, junto à SEINFRA por meio da Comissão de Coordenação
de Obras de Salvador (CCOS), realizada por funcionário alocado na SEDUR. O serviço público de
manejo de água pluviais e drenagem urbana tem a definição dos seus projetos na SEINFRA, por
meio da SUCOP e a operação e manutenção na SEMAN. O serviço público de manejo de resíduos
sólidos é conduzido pela SEMOP, a partir da Limpurb, mas a coleta seletiva é desenvolvida pela
SECIS.
Cada secretaria tem sua dinâmica própria, e todas operam buscando atender as demandas
simultâneas que a cidade produz, dirigindo grande parte de sua atenção para essas ações. Os
encontros entre os técnicos das diferentes secretarias ocorrem, normalmente, em torno da
Nesse sentido, com intuito de colaborar para o aperfeiçoamento dessa integração a Lei nº 9.069
/2016, que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador
(PDDU 2016), define que seja criado órgão municipal de planejamento e gestão da infraestrutura
urbana e saneamento básico como parte integrante do Sistema Municipal de Saneamento Básico.
A participação e controle social ainda não ocorrem como definido na política pública, apesar da
existência de conselhos municipais de saúde, meio ambiente e da cidade, nenhum deles foi
outorgado por lei específica para exercer o controle social no sistema municipal de saneamento
básico. O Conselho Municipal de Salvador (COM-SSA), responsável por articular as políticas
específicas e setoriais na área do desenvolvimento urbano, entre elas o saneamento ambiental, é
o principal mecanismo de controle social para esse momento de estruturação dos instrumentos
específicos para o saneamento básico, que o processo de elaboração do PMSBI traz para Salvador.
Conforme preconiza o PDDU 2016, o município deverá criar o Sistema Municipal de Saneamento
Básico, e dentro dele estabelecer a Câmara Técnica de Saneamento Básico integrante do Conselho
Municipal de Salvador como a instância de controle social em saneamento básico.
Nesse sentido, o STF expressou entendimento consolidado na ADI 1.842/RJ e na ADI 2.077/BA,
definindo que, no caso de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões não há
transferência de titularidade dos serviços públicos de interesse comum ao Estado, dado que se trata
de competência conferida diretamente pela CF aos Municípios. Portanto, caberá aos titulares definir
de forma colegiada, sobre a prestação dos serviços, a partir das deliberações da entidade
interfederativa, esfera de governança estabelecida para estes arranjos territoriais, que deverá ser
promovida nos termos da respectiva lei complementar estadual de sua criação. (ONDAS, 2021).
Na direção dessa prerrogativa que consagrada a partir da decisão do STF, o Estado da Bahia, criou
em 2014, a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador, condição necessária para
A Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador foi criada pela Lei Complementar nº
41, de 13 de Junho de 2014, que dispôs sobre sua estrutura de governança e sobre o sistema de
planejamento metropolitano, instituiu o Fundo de Mobilidade e de Modicidade Tarifária do
Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Salvador (FMTC-RMS), regulamentou o art. 13 da
Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, no âmbito da Região Metropolitana de Salvador, e
autorizou a instituição do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano da Região Metropolitana de
Salvador ;(FRMS).
Conforme apresentado no Art. 3º, a EMRMS tem em sua estrutura de governança instâncias de
função política, participativa, técnica e executiva, como pode ser visto a seguir:
Para exercer a função de planejamento foi definido o Sistema de Planejamento Metropolitano, que
é constituído pelos seguintes planos, conforme prevê o Art. 12:
A EMRMS realiza suas funções a partir de ações desenvolvidas com iniciativas e suporte do
governo da Bahia, através de sua Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), que exerce a
função de Secretaria Executiva, e do titular da Pasta, secretário-geral interino da Entidade e
provisoriamente seu representante legal, por força de um Regimento Interno Provisório, aprovado
pelo Decreto nº 15.244, de 10 de julho de 2014 (RODRIGUES e AZEVEDO, 2018).
As reuniões do Colegiado Metropolitano nos primeiros anos de sua criação não eram frequentes, e
ocorriam com maior regularidade no âmbito do Comitê Técnico e das Câmaras Temáticas, órgãos
que, em 2016, reuniam a quase totalidade dos municípios integrantes da RMS com técnicos de alto
nível de especialização para discutir temas relevantes à elaboração do Plano de Desenvolvimento
Urbano Integrado (PDUI) da Região Metropolitana de Salvador. (RODRIGUES e AZEVEDO, 2018).
No ano de 2017, o processo de elaboração do PDUI foi paralisado, fazendo com que a EMRMS
ficasse com suas atividades desaceleradas, já que essa era principal ação desenvolvida na
entidade.
As principais ações que estão sendo executadas para a operacionalização da titularidade colegiada
envolvem o esforço de inserir os representantes legais dos município integrantes da região
metropolitana na discussão do PDUI e em comum acordo operacionalizarem os passos necessários
para o seu pleno exercício de gestão compartilhada das funções públicas de interesse comum, entre
eles a aprovação do regimento interno pelo Colegiado Metropolitano, instância máxima da EMRMS,
que permita o fechamento do primeiro ciclo de sua plena criação, conforme previsto nas leis que a
regem.
4.2. PLANEJAMENTO
Como Salvador faz parte da RMS, e exerce a titularidade de forma colegiada, sobre a gestão dos
serviços públicos de saneamento básico, ao elaborar seu plano municipal de saneamento básico,
deve, como titular, refletir sobre sua importância no âmbito das deliberações da entidade
Para a integração com outras instituições que realizam obras no município foi criada a Comissão
de Coordenação de Obras de Salvador (CCOS), responsável por articular os diferentes prestadores
e secretarias em torno dos projetos a serem executados. Atualmente a sua presidência é
desempenhada por funcionário alocada na SEDUR, que atua em colaboração com a SEINFRA.
Em 2010 houve a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico com foco nas
componentes de abastecimento de água e esgotamento sanitário. No período de sua elaboração,
a delegação da prestação desses serviços à Embasa, nos termos em que foi pactuada em 1925 e
retificada em 1929, caducaria em 31 de dezembro de 2010, por força da alteração do art. 42, da Lei
federal nº 8.987/95, introduzida pelo art. 58, da Lei federal nº 11.445/07. Nesse prazo, a delegação
Todo esse processo culminou no sancionamento da Lei nº 7981, de 31 de maio de 2011, que
aprovou o Plano Municipal de Saneamento Básico - Serviços de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário, autorizou o município a celebrar contrato de programa com a Empresa
Baiana de Águas e Saneamento S/A - Embasa, institui o fundo municipal de saneamento básico -
FMSB, ratificou o convênio de cooperação entre entes federados firmado em dezembro de 2009.
Assim, foram realizadas todas as etapas necessárias para a assinatura do contrato de programa
entre o município e a Embasa, porém, o contrato não foi assinado e até o presente momento, ano
corrente de 2021, a relação contratual entre o prestador e o ente titular concedente permanece
precária, ou seja, sem instrumento legal respaldado pela lei vigente. Outro aspecto dessa história é
que o município ainda estava pendente na sua atribuição de planejar as quatro componentes de
saneamento básico.
O PARMS teve como objetivo geral diagnosticar a situação do abastecimento de água na RMS e
propor ações com viabilidade técnica, econômica, ambiental e social, que garantam o fornecimento
de água em quantidade e qualidade satisfatórias para atender as demandas nessa região, nos
próximos 25 anos. Em seu Relatório Sinopse, com objetivo de proporcionar aos gestores uma visão
global do Plano, para fins de planejamento das ações, são apresentados os aspectos gerais
considerados mais relevantes, ou seja, as intervenções necessárias e os custos envolvidos. Para
O escopo do PARMS também contempla a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), instrumento que
teve a função de subsidiar o Plano na avaliação e seleção das alternativas para o SIAA de Salvador,
no tocante às implicações ambientais das respectivas proposições. A AAE também incorporou a
percepção de atores estratégicos no segmento abastecimento de água, cujas contribuições foram
realizadas por meio de atividades de participação social (PARMS, 2016).
Outro instrumento de planejamento criado é o Plano Salvador 500, que buscou pensar uma cidade
menos desigual, mais integrada e social, econômica, cultural, ambiental e institucionalmente
sustentável. Para tanto, foram desenvolvidos três cadernos, de maneira a estabelecer o processo
de planejamento. O Caderno Sociedade, Economia e Território reúne dados e informações que
caracterizam a Salvador-Metrópole hoje (Salvador é) e constituem pontos de partida do Plano
No Plano Salvador 500, são apresentados cenários para outros temas, como saúde, educação,
habitação, mobilidade, gestão urbana e metropolitana e ambiente urbano, entre outros. Portanto,
suas proposições e direcionamentos alimentam a visão de futuro para o saneamento básico de
Salvador entre outros políticas públicas que exigem planejamento.
Com isso, é fundamental que o responsável pelo planejamento das ações de saneamento básico
atue em parceria com todos os órgãos que possuem interface com esse serviço. Os planejadores
possuem a função de dar suporte ao chefe do executivo nos encaminhamentos e nas decisões
A fiscalização, também delegável pelo titular dos serviços a outro ente, de acordo com o Art. 2ª do
Decreto nº 6.017/2007 que regulamenta a Lei nº 11.107/2005, é definida como sendo:
Para tanto, as diretrizes, normas e os padrões do ente regulador devem ser atendidos.
A Agersa possui como estrutura básica o Conselho Consultivo, composto pelos integrantes da
câmera técnica de saneamento básico do Conselho Estadual das Cidades da Bahia. A sua Diretoria
Colegiada, está dividida em geral, de normatização e de fiscalização; e a Ouvidoria, órgão
autônomo, sem vinculação hierárquica com o Conselho Consultivo.
Para operacionalização dessa estrutura na Diretoria Geral, estão presentes o Gabinete do Diretor
Geral, a Procuradoria Jurídica; o Diretor de Normatização, o Diretor de Fiscalização, a Diretoria
Administrativo-Financeira e a Assessoria de Comunicação Social e Relações Institucionais, como
pode ser observado na Figura 10.
A regulação dos serviços de saneamento básico pela Agersa é realizada por meio da publicação
de resoluções que tratam sobre o reajuste tarifário, mas também outras como:
No que concerne à fiscalização, a Agersa realiza visitas de fiscalização a partir dos dados
levantados na ouvidoria e de rotinas de fiscalização estabelecidas por um cronograma de visitas
aos sistemas dos municípios por ela regulados, divulgados no endereço virtual da entidade.
Em busca realizada no site da Agersa, foi possível perceber que a última publicação de relatório de
fiscalização in loco para Salvador foi da ação visita realizada em 2016. Esse relatório tem como
objetivo a avaliação das condições de instalações e equipamentos das infraestruturas de
saneamento existentes. Apesar do último relatório publicado em 2016, no Cronograma de
Fiscalização 2020 foi apresentado a previsão de sete ações fiscalizatórias ao longo do ano em
Salvador, nenhum deles publicados ainda em meio virtual.
Em relação aos resíduos sólidos a regulação é realizada pela Agência Reguladora e Fiscalizadora
dos Serviços Públicos de Salvador (ARSAL), autarquia de regime especial, dotada de autonomia
orçamentária, financeira, funcional e administrativa. Foi criada pela Lei nº 7.394/2007 e alterada
pela Lei nº 8.473/2013, para promover e zelar pela eficiência econômica e técnica dos serviços
públicos, propiciando aos seus usuários as condições de regularidade, continuidade e segurança.
- Aterro Sanitário
- Mobiliário Urbano
Assim, ainda que a ARSAL tenha a previsão de regular os serviços de água e esgoto, com os
arranjos legais vinculados a prestação por ente estadual, a regulação e fiscalização ficaram
delegados à AGERSA. Nesse sentido, as atribuições da ARSAL como ente regulador, tem sido
realizada basicamente com os serviços de resíduos sólidos, porém as atividades ainda são
realizadas de maneira insuficiente ao potencial previsto na sua criação institucional (CEXEC, 2021).
Em relação a drenagem e manejo de águas pluviais, não existe um ente específico com função de
regulação. Esses serviços são fiscalizados no âmbito de acompanhamento dos contratos de
prestação de serviços com as empresas, no caso da manutenção pela SEMAN e da execução de
obras pela SUCOP (CEXEC, 2021).
4.4. PRESTAÇÃO
Conforme previsto na Constituição Federal, em seu inciso V do Art. 30, compete aos municípios
“organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos
de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial”. Segundo o art. 175º
da CF, incumbe ao Poder Público prestar os serviços públicos diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão.
Nesse sentido, a prestação de serviços públicos, a partir das previsões legais, pode ser direta ou
indireta. No caso da prestação direta, os Municípios, enquanto titulares dos serviços públicos de
saneamento básico, podem prestar os serviços pela:
Além dessas modalidades, conforme art. 241º da CF, também é possível a prestação desses
serviços por cooperação federativa, sob o regime da gestão associada de serviços públicos,
autorizada por consórcio público ou convênio de cooperação entre entes federados. Porém com as
alterações na Lei 11.445/2007 pela Lei nº 14.026/2020, algumas restrições foram introduzidas no
entendimento desse artigo para os serviços de saneamento.
A Lei nº 14.026/2020 estabelece, ainda, que poderá ser formalizado consórcio intermunicipal de
saneamento básico, exclusivamente composto de Municípios, que poderá prestar o serviço aos
seus consorciados diretamente, pela instituição de autarquia intermunicipal. Sobre essa alteração,
o ONDAS (2021) considera que essa redação se baseia em uma interpretação equivocada do texto
constitucional, pois limita a autonomia dos entes federados para organizarem e prestarem os
serviços públicos de sua titularidade.
Outra opção que a Lei 11.445/2007 previa era a prestação pelos próprios usuários por autogestão,
em situações específicas. A Lei nº 14.026/2020 também limitou essa possibilidade, quando
restringiu a prestação indireta apenas por meio de contrato de concessão, mediante prévia licitação.
Para Salvador, no caso dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário a prestação
é feita de forma indireta, por contrato de concessão a Embasa, conforme apresentado nos itens a
seguir.
A Embasa foi criada nos termos da Lei Estadual n.º 2.929/71 e constituída pelo Decreto Estadual
nº 22.396/71, é uma sociedade de economia mista de capital autorizado, pessoa jurídica de direito
privado, na qual o Estado da Bahia é o acionista majoritário com 99,70% do capital total. (Embasa,
2021)
O capital autorizado, conforme Estatuto Social, é de R$ 5,7 bilhões, representado por 800 milhões
de ações nominativas, sendo 520 milhões de ações ordinárias e 280 milhões de ações preferenciais.
As ações preferenciais não têm direito a voto, mas oferecem a seus titulares dividendos iniciais, não
cumulativos, de 6% ao ano, sobre o lucro líquido do exercício. (Embasa, 2021)
A Embasa compõe o grupo de grandes empresas do Brasil, como pode ser verificado no RANKING
VALOR 1000, onde se apresenta, a partir de critérios econômicos, uma categorização das
empresas brasileiras. A Embasa, nesse sentido, foi categorizada como:
Com sede localizada em Salvador, as atividades da Embasa são descentralizadas por meio de 19
unidades regionais, sendo 6 em Salvador e Região Metropolitana e 13 no interior do Estado. Essa
estrutura conta com 227 escritórios locais responsáveis pela operação, manutenção, faturamento,
cobrança dos serviços e interação direta com os usuários, comunidade e titulares. A Embasa atende
87,77% dos municípios baianos com serviço de abastecimento de água (366 dos 417 municípios)
e 26,62% com serviços de esgotamento sanitário (111municípios), totalizando mais de 3.367.535
milhões de ligações faturadas. (Embasa, 2021).
Em seu Estatuto Social é definido que os órgãos de deliberação superior da empresa (organograma
na Figura 11) são: a Assembleia Geral dos Acionistas, como órgão máximo; o Conselho de
Administração, como órgão de deliberação estratégica e colegiada responsável pela orientação
superior da empresa; e a Diretoria Executiva, como órgão executivo de administração e
representação. O Conselho Fiscal é o órgão permanente de fiscalização e se reporta diretamente à
Assembleia Geral dos Acionistas (Embasa, 2021).
Para desempenhar todas essas atividades a Embasa conta com um conjunto de empregados que
são alocados em conformidade com a sua estrutura organizacional. As unidades e gerências podem
atuar em mais de um processo (Embasa, 2021).
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Para a realização de suas atividades a Embasa conta com um conjunto de prédios e instalações,
onde os profissionais de diferentes áreas cumprem suas funções técnicas para garantir a prestação
de serviço. Existe um conjunto de doze instalações, que estão em funcionando e atendem de forma
administrativa e/ou operacional aos serviços prestados pela Embasa em Salvador, conforme
apresentado no no Quadro 7. Não constam desta relação os imóveis onde estão instalados os
sistemas de abastecimento de água (captação, ETA, EEAB e reservatórios) e esgotamento sanitário
(EEE, ETE, Emissário).
Para desempenhar suas atividades a Embasa conta com empregados próprios, que seguem o
regime estatutário da empresa e profissionais terceirizados, que prestam serviços vinculados aos
contratos realizados mediante processos de licitação. O contingente apresentado de profissionais
tem como referência dezembro de 2020, e abarca todos os profissionais relacionados à manutenção
e operação dos sistemas de abastecimento de abastecimento de água e esgotamento sanitário que
atendem o município de Salvador. Como apresentado na Figura 14, em torno de 67% dos
profissionais que atuam nos serviços são de contratos terceirizados, ou seja, apenas 33%, um terço,
são profissionais empregados da própria empresa.
33% empregados
próprios
profisisonais
67% tercerizados
Próprios Terceirizados
NM - Nível 6% NM - Nível
10% Médio 5% Médio
3%
1%
4%
NM - Nível Médio P
NT - Nível Técnico T
NU - Nível Univesitário T
A Embasa dispõe de Plano de Cargos, Salários e Carreira para seus empregados. O plano
aprovado em 2015, é responsável por reger 98,67% do corpo funcional. O restante do corpo
funcional, 1,33%, é regido pelo plano de cargos, salários e carreira aprovado em 2019 (EMBASA,
2021).
Anualmente, a Embasa estabelece o seu plano de capacitação. Para sua definição são
consideradas as demandas relacionadas às competências estratégicas, às lacunas de
conhecimento identificadas na Avaliação de Desempenho e a outras demandas relacionadas às
necessidades específicas das unidades. A Embasa não possui Plano de Demissão, mas tem um
Plano de Aposentadoria Incentivada (EMBASA, 2021).
Este item visa apresentar um panorama, do ponto de vista econômico-financeiro, sobre o serviço
de abastecimento de água prestado pela Embasa no município de Salvador. O estudo é baseado,
principalmente, em série histórica do SNIS (2019, 2018 e 2017) e, também, em contatos realizados,
ao longo dos últimos meses, com o corpo técnico da EMBASA, onde buscou-se entender as
receitas, despesas, investimentos e a política tarifária relativa ao serviço em tela. Desta forma, as
informações que serão apresentadas em sequência contribuirão para o entendimento da atual
situação de sustentabilidade econômico-financeira do serviço de abastecimento de água,
preconizada no marco legal do setor, e a necessidade de ações de melhoria para atingir o cenário
de universalização.
Derivações
Faixas de Pequenos Construção e
Comercial Comerciais de Pública
Consumos Comércios Industrial
Água Bruta
Até 6 m³ R$ 86,80 p/ mês R$ 37,10 p/ mês R$ 14,20 p/ mês R$ 86,80 p/ mês R$ 86,80 p/ mês
7 - 10 m³ R$ 3,32 p/ m³ R$ 1,18 p/ m³ R$ 1,18 p/ m³ R$ 3,32 p/ m³ R$ 3,32 p/ m³
11 - 50 m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 1,60 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³
> 50 m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 1,75 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³
Para realizar uma análise comparativa em relação às tarifas praticadas pela Embasa, apresenta-se
a seguir os resultados obtidos no SNIS (2019) para os indicadores IN004 (tarifa média praticada),
IN005 (tarifa média de água) e IN006 (tarifa média de esgoto), para as companhias estaduais de
saneamento dos 9 Estados que compões a região Nordeste.
Os indicadores IN004, IN005 e IN006 são calculados de acordo com as seguintes equações:
Onde:
Utilizando os indicadores acima, observa-se que as tarifas médias da EMBASA com as demais
concessionárias da região Nordeste, verifica-se que as tarifas médias estão acima da média da
Região, sendo 18% acima considerando a média global, 24% considerando apenas o serviço de
abastecimento de água e 7% considerando o serviço de esgotamento sanitário. De acordo com
esses indicadores, a Embasa possui a 2ª tarifa média de água mais cara e a 4ª tarifa média de
esgoto mais cara da região.
7,02
7 6,54
6,18
6
5,04 4,68 4,63
5 5,3
4,56 4,46
4,25
4
0
Salvador Maceió Aracaju São Luís Natal João Recife Fortaleza Teresina
Pessoa
Ressalta-se que os três indicadores do SNIS analisados se referem à tarifa média calculada, que
considera todas as categorias de usuários e faixas de consumo, que possuem tarifas diferenciadas.
Para realizar uma análise mais detalhada em relação à tarifa cobrada para os usuários da categoria
residencial, apresenta-se na Tabela 4 seguir as tarifas praticadas nas capitais do Nordeste para as
categorias residencial normal e residencial social na faixa de consumo de até 10m³/mês.
Figura 18 - Tarifas de água por 10m³ cobradas nas capitais do Nordeste na categoria
residencial normal
60
Tarifa residencial normal para 10m³
49,7
50 45,2 45,13
40,64 39,9 39,76
40 34,62 39,01
30,66
30 25,49
(R$)
20
10
Figura 19 - Tarifas de água por 10m³ cobradas nas capitais do Nordeste na categoria
residencial social
30
Tarifa residencial social para 10m³ (R$)
24,85
25
19,88 19,33
20
16,72
15,5
15 13,45 15,31
10,56
9,44
10 8,07
Considerando a importância da tarifa social no acesso da população mais pobre do município aos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, apresenta-se a seguir a análise
De acordo com os dados analisado por FILHO (2020), as economias beneficiadas com a Tarifa
Social em Salvador representavam cerca de 2,1% do total de economias residenciais existentes da
Embasa em Salvador, sendo que considerando-se uma taxa de 10% de economias inativas para
Salvador, e que todas as economias enquadradas como Tarifa Social continuam ativas, esse
percentual cresce para 2,4%. Observou-se também que o número absoluto das economias
existentes vem efetivamente aumentando ao longo dos meses que foram analisados e que a
despeito dos efeitos da pandemia da COVID 19, o número absoluto das economias de água
beneficiadas com a tarifa social permaneceu estável no período analisado, apesar do aumento de
1,71% no número de famílias inscritas no CadÚnico no mesmo período.
Conforme análises realizadas por Filho (2020), considerando os dados de junho/2020, o número de
famílias beneficiadas pela Tarifa Social da Embasa correspondia a apenas 6,9% das famílias
elegíveis que estão dentro do CadÚnico, sendo que ao se considerar apenas as famílias com
cadastro atualizado até junho/2020, esse percentual cresce para 9,5%. Analisando-se apenas os
dados disponíveis no sistema de Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico –
CECAD (2020) relativos à faixa salarial de até 1 salário-mínimo (1SM), observou-se que na época
264.523 famílias eram atendidas por rede de distribuição de água, enquanto que no mesmo período
(junho/2020) apenas 22.659 economias de água e 20.393 economias de esgoto eram atendidas
pela Tarifa Social da Embasa, chegando-se a apenas 8,6% das famílias cadastradas no CadUnico
na faixa até 1 salário mínimo. Assim, verifica-se que uma boa parte da população soteropolitana
enquadrada nessa faixa de renda (1SM) seria um potencial cliente dessa classificação tarifária
(Tarifa Social). Os autores destacam também que é importante observar que parte dessa população
não atendida por tarifa social pode estar incluída dentro de situações de ligações clandestinas, e,
até mesmo, de fraudes comerciais.
Os autores destacam ainda, que a cidade do Salvador apresenta uma grande inadimplência, no que
se refere ao pagamento das tarifas de água e esgoto e que a possibilidade do enquadramento dessa
Na Tabela 7 apresenta-se o consumo médío por economia para cada uma das categorias de
usuários nos anos de 2017 a 2020, sendo possível observar que na classe residencial houve uma
leve queda no consumo médio entre 2017 e 2020, passando de 7,11 m³ para 7,03 m³. As categorias
que mostraram crescimento no consumo médio ao longo destes 4 anos foram a categoria
residencial social, que passou 6,33 para 7,15 m³ e a categoria residencial intermediária, que passou
de 4,08 m³ por economia em 2017 para 4,14m³ em 2020.
No total a média mostra uma queda ao longo dos anos observados, visto que o consumo caiu de
7,55 m³ em 2017 para 7,28 m³ em 2020.
Como em todas as companhias de abastecimento de água brasileiras que convivem com a perda
de faturamento dos serviços prestados, a EMBASA não foge à regra e, também, tem que lidar com
os usuários inadimplentes. Da mesma forma, na maioria das vezes, os montantes destes usuários
inadimplentes nos pagamentos de serviços são recuperados quando do corte de abastecimento de
água e tem na conta do período seguinte os valores recuperados de forma parcelada com multa e
juros e custo de religação. Neste sentido, a Empresa vai centrando esforços na recuperação das
inadimplências dos usuários seguindo o quadro abaixo.
Por outro lado, observa-se que os índices de evasão de receitas (IN029 do SNIS) estão diminuindo
nos últimos 3 anos analisados (2019, 2018 e 2017) para a Embasa.
O índice de evasão de receitas (indicador IN029 do SNIS) é calculado de acordo com a seguinte
equação:
𝐹𝑁005 − 𝐹𝑁006
𝐼𝑁029 = × 100
𝐹𝑁005
Onde:
Como a EMBASA é uma sociedade de economia mista de capital autorizado, pessoa jurídica de
direito privado, na qual o Estado da Bahia é o acionista majoritário com 99,70% do capital total, é
importante ter conhecimento de sua dimensão no âmbito do Estado da Bahia. De acordo com o
SNIS, no ano de 2019 a Embasa obteve uma receita operacional bruta de R$ 3,4 bilhões, sendo R$
2,5 bilhões (72%) oriundos da prestação dos serviços de abastecimento de água, R$ 912 milhões
(27%) dos serviços de esgotamento sanitário e R$ 48 milhões (1%) referentes a serviços
acessórios, tais como ligações e religações, elaboração de projetos e serviços de laboratório. A
Receita Operacional Líquida alcançou um montante de R$ 3,1 bilhões frente a R$ 2,9 bilhões em
2018, sendo que tanto a receita operacional bruta quanto a líquida superaram em aproximadamente
7% os montantes registrados em 2018.
O resultado obtido foi influenciado principalmente pelo aumento de novas ligações de água e de
esgoto, pelo reajuste tarifário de 4,70%, concedido pela Agência Reguladora de Saneamento
Básico do Estado da Bahia (Agersa) a partir de junho de 2019, e pela retomada do crescimento dos
volumes faturados de água e esgoto que registraram variação positiva de 2% e 3%, em 2019,
respectivamente.
Para realizar a análise das receitas operacionais diretas oriundas do serviço de abastecimento de
água prestado pela Embasa no município de Salvador, foram analisadas inicialmente as
Figura 22.
R$1.284.473.905,56
serviço de abastecimento de água
R$1.230.733.921,81
Receitas operacionais diretas do
R$1.132.283.087,47
R$737.082.554,51 R$708.780.436,12
(R$)
R$652.571.439,07
Total Água
58%
58%
(%)
57%
Por outro lado, a partir das informações apresentadas pelo SNIS sobre o serviço prestado pela
Embasa, não se pode depreender que somente as receitas operacionais diretas do serviço de
abastecimento de água contribuem isoladamente com a cobertura das suas despesas de
exploração (DEX).
Além das informações disponíveis no SNIS, foram analisadas também as informações fornecidas
diretamente pela Embasa em resposta aos questionários enviados para o levantamento de
informações deste PMSBI, como pode ser observado na Tabela 10:
Figura 23 - Despesas totais dos serviços (DTS) e despesas de exploração (DEX) dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador
DTS e DEX dos serviços de abastecimento de
R$1.194.175.809,84
R$1.125.542.228,91 R$1.106.574.929,37
água e esgotamento sanitário (R$)
R$793.821.741,12
R$741.655.106,78
R$698.802.519,47
Figura 24 - Relação entre Despesas de Exploração (DEX) e Despesas Totais dos Serviços
(DTS) de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador (2017 a 2019)
66,5%
65,9%
63,2%
Além dos dados disponíveis no SNIS, são analisadas a seguir as despesas específicas para o
abastecimento de água, que foram fornecidas pela Embasa. Na Tabela 11 apresenta-se o
detalhamento de custos e despesas no serviço de abastecimento de água em Salvador, sendo que
os custos se referem a todo valor gasto com bens ou serviços utilizados na produção de outros bens
ou serviços, enquanto as despesas são todos os gastos administrativos da empresa, ou seja, todos
os gastos necessários para manter a estrutura funcionando, apesar de não contribuem para a
produção de novos itens (aluguel, energia , pessoal, meios de comunicação e etc).
No campo dos custos observa-se que a provisão de perdas é o item mais representativo, chegando
a 23% do total de custos, enquanto em seguida encontra-se o item pessoal com 18%, tributos
(PIS/COFINS) com 13% e o item de energia que responde por 10%.
No campo das despesas observa-se que o item pessoal responde pela maior parcela e chega a
62% do total das despesas, seguido do item de provisãp para o jurídico e impostos com 54% e 51%
respectivamente, gerais do setor jurídico com 43%, serviços de terceiros com 23% e provisão de
perdas com 21%.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
𝐹𝑁006
𝐼𝑁101 = × 100
𝐹𝑁015 + 𝐹𝑁034 + 𝐹𝑁016 + 𝐹𝑁022
Onde:
Na Figura 25 é possível observar a evolução deste índice no período de 2017 a 2019 em Salvador,
sendo possível verificar que em a Embasa apresentou resultados acima de 100% para o serviço
prestado em Salvador nos três anos analisados, e, portanto, a prestação pode ser considerada
autosufciente.
128,65
125,72
123,96
Por outro lado, o índice de desempenho financeiro (IN012) representa a razão entre as receitas
operacionais e as despesas totais com os serviços (DTS) e é calculado de acordo com a equação
abaixo:
Onde:
109,35
107,56
102,32
O subsidio só será considerado ou calculado quando a Receita Total auferida não cobrir os Custos
Totais do Sistema, ou seja, a nível de unidade é quando a Tarifa Unitária calculada atinja o máximo
do valor da capacidade de pagamento do usuário, e esta não cobre o Custo Unitário do Sistema,
assim o Poder Concedente poderá atribuir o montante necessário de subsídio para viabilizar o
sistema sob a ótica do empreendedor.
Para avaliar se o serviço prestado pela Embasa em Salvador subsidia os serviços prestados em
outros municípios baianos, avaliou-se o EBIT e o EBITDA, que é um indicador da saúde financeira
da empresa, mostrando os lucros gerados através das atividades operacionais, desconsiderando
possíveis empréstimos e impostos. A sigla vem do inglês: earnings before interest, taxes,
A Tabela 12 apresenta o resultado obtido pela EMBASA em Salvador, demostrando que foi
verificado lucro em 2018 (R$ 335,6 milhões), 2019 (R$ 261,6 milhões) e 2020 (R$222,0 milhões).
Ressalta-se que no DRE enviado pela Embasa, os investimentos realizados nos sistemas de
abastecimento de água e esgotamento sanitário são considerados como custos, dentro do item
"Custos dos Serviços Prestados".
Com o intuito de ter uma compreensão melhor e uma dimensão do subsídio cruzado nos serviços
de abastecimento de água e esgotamento sanitário da EMABASA, será necessário obter dados e
informações financeiras da Empresa em Salvador a um nível que permita deixar claro o superávit
anual que é destinado a manter e capacitar seu sistema em localidades deficitárias com a estrutura
tarifária atual.
Destaca-se que a prática de subsídio cruzado é usual e benéfica, na medida em que a aplicação
de tarifa única para um conjunto de municípios, envolvendo sistemas mais e menos rentáveis, vem
a favorecer uma compensação benéfica para os consumidores de municípios de baixa escala, que
são as cidades interioranas principalmente.
Apesar do serviço de abastecimento de água em Salvador ser prestado atualmente pela Embasa,
é importante avaliar também a capacidade econômico-financeira do município de Salvador em
relação às necessidades de investimento para os serviços de abastecimento de água. Para tanto,
apresenta-se na Figura 27 a performance do município de Salvador em suas receitas e despesas
para os anos de 2019, 2018 e 2017.
R$7.050.576.161,37 R$6.973.662.630,28
R$6.447.597.082,54 R$6.352.326.820,80
R$5.941.328.753,93
R$5.487.370.185,99
R$453.958.567,94
R$95.270.261,74
R$76.913.531,09
Analisando a Figura 27 verifica-se que o município mostra superávit em suas contas, permitindo
maiores investimentos na área pública, chegando em 2019 a R$ 76 milhões. Porém pode-se
verificar também que em 2017 o resultado foi de R$ 453 milhões, valor 496% superior ao de 2019,
sendo possível constatar que a gestão municipal tem como alcançar maiores e melhores resultados.
R$61.705.899,45
EMBASA 2019 R$35.628.078,27
R$97.333.977,72
R$64.929.613,84
EMBASA 2018 R$36.454.485,55
R$101.384.099,39
R$48.433.926,67
EMBASA 2017 R$32.326.603,87
R$80.760.530,54
Portanto, pode-se verificar que a EMBASA vem aumentando seus níveis de investimento em
Salvador, visto que de 2017 a 2019 houve um acréscimo de R$ 3,3 milhões, o que representa um
acréscimo de 10,2%.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Quando se analisa a empresa de modo geral, pode-se afirmar que a estrutura de capital da Embasa
demonstra que seus ativos estão sendo, em sua maioria, financiados pelo capital próprio. O total
do ativo da empresa corresponde a R$ 8 bilhões, sendo R$ 6 bilhões oriundos do Patrimônio
Líquido. A parcela dos ativos financiada por capital de terceiros é de 27%, bem abaixo do registrado
pelas principais empresas de saneamento, que apresentaram endividamento médio de 47% em
2018.
A dívida líquida vem caindo ao longo dos anos, registrando em 2019 um resultado de R$ 202
milhões, que representa uma queda de 57% se comparada com a dívida líquida registrada em 2018
e uma queda de 67% se comparada com a dívida líquida registrada em 2017.
Como a Embasa é uma sociedade de economia mista e seus investimentos com capital de terceiros,
em Salvador, passam pela administração do município, cabe ao município dar garantias e potencial
de endividamento ao setor.
A melhor nota final é a Nota A, que é obtida quando se recebe a nota A nos três indicadores. Já a
pior nota final é a Nota D, que é obtida quando se recebe a Nota C nos três indicadores. Para ter
nota final B, é necessário que o ente receba a nota A para o indicador de liquidez e pelo menos a
nota B para o indicador de poupança corrente, não importando qual a nota do indicador de
endividamento. Todas as outras combinações resultam em nota final C. A importância advinda da
obtenção das notas finais A e B se deve ao fato de se tratar de condição necessária (embora não
suficiente) para que o ente receba garantia da União em operações de crédito interno e externo.
Considerando essas regras para o cálculo da CAPAG, a Prefeitura Municipal de Salvador detém
nota que atesta a sua capacidade de obter garantias do Governo Federal (União), para operações
de crédito internacionais visando novos investimentos, visto que recebeu a nota B, como pode ser
visualizado na Figura 29.
Por outro lado, o “Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO”, em seu Anexo 2
(Demonstrativo da Execução das Despesas por Função/Subfunção), do município de Salvador,
Estes fatos comentados acima deixam claras as possibilidades com a temática do Saneamento por
parte do município de Salvador, mas, também, estabelecem para a presente analise, a existência
de recursos escassos visando uma estratégia de universalização dos seus serviços, principalmente.
Do que foi observado verificou-se que a atual estrutura tarifária oferece sustentabilidade ao serviço
prestado pela EMBASA em Salvador. Salvador. Outro aspecto importante a destacar é que seus
custos variáveis (DEX) em Salvador são expressivos (acima de 60% das despesas totais (DTS).
Como foi observado no Relatório Anual de 2019 da Embasa, o Plano de Investimentos da Empresa
compila as decisões de curto, médio e longo prazos, com suas respectivas curvas de execução e
desembolso de recursos. O controle dos níveis de execução é feito por meio do indicador de
Cumprimento do Orçamento de Investimento, acompanhado periodicamente pela Diretoria
Executiva e isto inclui Salvador.
A partir de 2019 a empresa afirma que revisou sua estratégia de investimento, visando garantir a
segurança operacional o que deve ser considerado na análise de sustentabilidade prospectiva.
Reforça que os investimentos com foco no aumento das intervenções na redução e controle de
perdas, na modernização dos sistemas operacionais e na reposição da base de ativos– uma vez
que nos anos anteriores a empresa estava mais voltada para investimentos em expansão dos
índices de cobertura dos serviços, que se mantém como foco, somado às ações anteriormente
citadas.
A Constituição Federal de 1988 prevê a participação popular direta ou por meio de organizações
representativas na formulação das políticas públicas e no controle das ações em todos os níveis.
Foram incluídas, no texto constitucional, diversas formas participativas de gestão e controle em
áreas como saúde, educação, assistência social, políticas urbanas, meio ambiente, entre outras
(BRASIL, 1988).
De acordo com a Lei Nacional nº 11.445/2007, que estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico, no seu artigo 3º, §5º, define o controle social como:
Além disso, o controle social forte e atuante auxilia na prevenção da corrupção, pois quando a
sociedade está atenta à atuação dos gestores e fiscaliza a aplicação do dinheiro público, as chances
de ocorrerem desvios e irregularidades tendem a diminuir. Por isso é que se diz que o controle
social é um complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos órgãos que
fiscalizam os recursos públicos (CGU, 2015).
Como pôde ser visto no item 3.3.2, no âmbito da estrutura organizacional da administração pública
em Salvador/BA, são previstos nas diferentes áreas ao todo 49 conselhos. O conjunto de Conselhos
instituídos na estrutura administrativa municipal estão apresentados no Quadro 12, a seguir.
Desse conjunto de conselhos que formam as instâncias de controle social em políticas públicas do
município, os que dialogam diretamente com a política pública de saneamento básico são: o
Conselho Municipal de Salvador (COM-SSA), o Conselho Municipal de Saúde (CMS), o Conselho
Municipal de Meio Ambiente (COMAM), o Conselho Municipal de Educação (CME), o Conselho
Gestor do Fundo Municipal de Limpeza Urbana, o Conselho Municipal de Assistência Social
(CMAS), o Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação (CFMH) e o Conselho Gestor do
Fundo Municipal de Saneamento Básico (CFMSB). Nenhum desses conselhos tem, com previsão
por lei específica, a função exercer o controle social no âmbito do Sistema Municipal de Saneamento
Básico, mas todos devem participar e contribuir na formulação e discussões acerca da implantação
dessa política pública.
Nessa direção, os esforços para o saneamento básico em nível nacional foram desenvolvidos por
meio do Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento (PEAMSS), um
programa da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, do então Ministério das Cidades, hoje
Esse esforço, tem como desafio estratégico, das ações de educação ambiental e mobilização social
em saneamento, provocar a mudança na lógica dos serviços e investimentos em saneamento, de
modo que a sociedade participe de todo o processo, desde a concepção e o planejamento até a
gestão e o monitoramento dos empreendimentos (PEAMESS, 2009).
E nível municipal não existe, por parte do poder público ações especificas de educação ambiental
voltadas para os serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Existem
ações de educação ambiental nas diferentes secretarias municipais, com ênfase na SECIS e na
SMS, mas que se debruçam sobre temas transversais. Assim, a prestadora cumpre esse papel,
buscando desenvolver essas atividades no processo de prestação dos serviços.
O PEAC da Embasa segue os princípios sugeridos no PEAMSS (2009) e pela PEA-BA, entre eles:
a transversalidade e intersetorialidade; a transparência e o diálogo; a tolerância e o respeito; a
continuidade e permanência; e a corresponsabilidade e compromisso individual e coletivo. Assim,
são propostos um conjunto de projetos, conforme Quadro 13, que buscam abarcar assuntos com
informações que apoiam na melhoria da operação dos sistemas, no diálogo com os usuários, no
enfrentamento de problemas sociais e no desenvolvimento de soluções compartilhadas.
Todas essas ações contribuem para ampliar o acesso ao conhecimento de diferentes segmentos
sobre esses serviços, gerar diálogos entre prestador de serviço e usuários e trazer benefícios para
os locais onde ocorrem. Contudo, para o desenvolvimento de processos de educação ambiental
mais integrados, é necessário a aproximação do poder púbico na execução das ações.
Ao longo da última década o município de Salvador vem organizando instrumentos e ações que
buscam dialogar com o debate internacional sobre desenvolvimento sustentável, mudanças
climáticas e desigualdade social, a única opção sensata para gerir as sucessivas crises que as
populações urbanas têm vivenciado. Nesse sentido, foi implementado o programa Salvador
Resiliente, considerando que
São estabelecidas para Salvador Resiliente numa perspectiva para as próximas décadas, com base
no ano de 2049, quando a cidade completará 500 anos. A parte central da Estratégia apresenta as
iniciativas e os objetivos dos cinco pilares nominados: 1) Cultura e Múltiplas Identidades; 2)
Comunidade Saudável e Engajada; 3) Economia Diversificada e Inclusiva; 4) Cidade Informada e
Governança Inovadora; 5) Transformação Urbana Sustentável. Nesses Pilares, estão também
inseridas ações já em andamento no Município e previstas no Planejamento Estratégico 2017-2020
que adotam valores da resiliência (SALVADOR RESILIENTE, 2019).
O pilar 5, Transformação Urbana Sustentável, tem temas que se relacionam diretamente com o
saneamento básico, para sua proposição reflete que
O IPTU Verde é uma iniciativa voltada para incentivar empreendimentos imobiliários residenciais,
comerciais, mistos ou institucionais a realizarem e contemplarem ações e práticas de
sustentabilidade em suas construções, a partir da previsão de descontos diretamente no IPTU, de
acordo com suas realizações a sua pontuação no Programa de Certificação Sustentável.
Para obter a certificação IPTU Verde basta observar as iniciativas constantes no Anexo I do Decreto
nº 25.899\2015 e integrar o máximo em seu projeto de construção ou reforma. Esse Decreto define
em seu Art. 10, que será concedido desconto na cobrança do IPTU para todas as unidades
imobiliárias autônomas que compõem a edificação, da seguinte forma:
Após a observação dos itens a serem pontuados o solicitante deve dar entrada no pedido de Alvará
na SUCOM, elencando cada uma das iniciativas e sua respectiva pontuação. No pedido de Habite-
se a SUCOM fiscalizará a entrega e emitirá junto com a Secretaria Municipal de Sustentabilidade e
Resiliência – SECIS o Certificado que dará direito ao desconto no IPTU.
Para atender às premissas do IPTU Verde são definidos grande temas sendo eles: a Gestão
Sustentável das Águas; a Eficiência e Alternativas Energéticas; o Projeto Sustentável, as
Bonificações; e as Emissões de Gases de Efeito Estufa. Assim, o programa contém um total de 70
itens passiveis de pontuação para a Certificação Sustentável capaz de gerar o desconto no IPTU.
No tema Projeto Sustentável, é previsto um item com foco no retardo e infiltração de águas pluviais,
e seis itens com foco na implantação de Central de resíduos com compartimentos para coleta
seletiva.
Todas essas compatibilizações ao mesmo tempo que geram desconto no IPTU para as edificações,
geram impactos positivos na prestação dos serviços públicos de saneamento básico, pois levam à
diminuição do consumo de água potável, quando promove práticas economizadoras de desperdício
e o reuso de águas servidas. Promove, ainda a diminuição do aporte de águas pluviais geradas em
áreas privadas para os sistemas públicos. Outro benefício é o fomento à implantação da gestão
compartilhada dos resíduos sólidos, fazendo com que os geradores dos resíduos contribuam para
a inclusão dos materiais reaproveitáveis e recicláveis na cadeia produtiva sem a necessidade de
grandes equipamentos de triagem e limpeza por parte do serviço público, trazendo ao território mais
capacidade de diminuir a geração de gases de efeito estufa e a alteração do uso de áreas
biodiversas para a implantação de infraestruturas altamente impactantes para o balanço energético
e de nutrientes do município, até hoje prioritariamente adotadas como soluções para a cidade.
Diante da missão dada ao município trazida pelo Programa Salvador Resiliente, a abordagem sobre
as Mudanças do Clima, que são um dos principais e mais complexos desafios do século XXI, por
potencializar eventos extremos e cada vez mais frequentes, que deixam suas marcas ao fazerem
vítimas e causarem perdas ou danificarem bens ano após ano, se tornou tema de grande relevância
para a agenda pública. Para seu enfrentamento são demandadas ações coordenadas em escala
local e global com efeitos substantivos e geograficamente heterogêneos, nos âmbitos ambiental,
social e econômico.
Entendendo que atualmente mais de 70% das emissões globais são produzidas nas
cidades, o Plano objetiva, dentre outras metas, neutralizar as emissões de Gases
de Efeito Estufa até 2049, (ano em que Salvador completa 500 anos), encorajar
práticas sustentáveis nos setores público e privado, compartilhar tecnologia e
informação, e promover a justiça climática e resiliência nas diversas iniciativas,
programas e projetos do município. Além de estar alinhado aos conceitos de
mitigação e adaptação, ou seja, almeja adequar os ambientes para possíveis
impactos como o aumento das temperaturas, aumento do nível do mar,
proliferação de vetores, secas prolongadas, dentre outros, afim de obter
resultados como o aumento da expectativa e qualidade de vida da população, a
ampliação de áreas urbanas verdes, a redução das disparidades
socioeconômicas e taxa de pobreza, o PMAMC também contribui para alcançar
alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (PLANO,
2021, grifo nosso).
A partir de cada Eixo Estratégico são propostas um conjunto de diretrizes com suas respectivas
ações de maneira a se implementar as medidas necessários para alcançar as metas estabelecidas.
Como esperado, as questões com interface e ligadas ao saneamento básico aparecem nos
diferentes eixos, dando ênfase em cada situação para uma das componentes, abastecimento de
água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo e drenagem das águas urbanas.
O que a visão de futuro trazida pelo PMAMC acena para os serviços de saneamento básico/ Como
esses serviços públicos podem colaborar, já que dependem da provisão de serviços ecossistêmicos
para ocorrerem de maneira universal e ecologicamente integrada? Para responder essas perguntas
trazidas pelo PMAMC é preciso um mergulho profundo nos modus operandi das lógicas construtivas
promovidas pelo poder público municipal na contratação de projetos e obras. É necessário coragem
para encarar uma transição nos projetos adotados, colocar como prioridade a adoção de Soluções
Baseadas na Natureza (SbN), entre elas a Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE), e promover
a inclusão de maneira definitiva, na lógica urbana e nos processos econômicos, dessa necessidade
de mudança para garantir o cumprimento das metas estabelecidas pelo PMAMC.
Vale lembrar que, apesar dos esforços do poder público na construção dessas políticas públicas, é
percebida uma contradição entre o que preconiza o plano e as opções tecnológicas que vem sendo
adotadas na cidade. Ao mesmo tempo em que esses importantes passos foram dados, muitos
projetos de infraestrutura urbana apostaram no tamponamento de rios, na remoção de áreas verdes
e na utilização de lógicas de mobilidades que não conseguem colocar no mesmo patamar de
importância os aspectos ecológicos, sociais e econômicos em seus projetos. Obras como o BRT
fizeram desaparecer da paisagem urbana de Salvador quilômetros de matas ciliares, áreas de
preservação permanente, para darem espaço a viadutos e estruturas de concreto armado, que em
nada dialogam com a priorização dos serviços ecossistêmicos nos territórios. Apesar dos estudos
de impacto ambiental, o EIA/RIMA realizado, e a previsão de medidas de mitigação dos impactos
da obra, a sensação de perda a partir da supressão dessa área para a população nunca poderá ser
revertida, e naquela região as funções ecológicas foram perdidas. Muitos terrenos públicos estão
Ao lado da Lagoa do Abaeté na APA das Dunas e Lagoa do Abaeté, foi alocada uma estação
elevatória de esgoto (EEE), que além de ocupar área que acolhia a biodiversidade do território,
impõe uma poluição visual severa da paisagem e aumenta a possibilidade de acidentes com alta
carga de contaminação por esgotos, caso haja algum transbordamento da EEE. Apesar da ação da
sociedade civil organizada de Salvador, demonstrando que poderiam ser apresentadas outras
opções técnicas para a solução do problema, que incorporassem as dimensões ambientais e
culturais do território, com grande valor simbólico e sagrado para as religiões de matriz africana, ao
fim, foi concretizado o projeto com uma lógica já conhecida, exigindo menor esforço de concepção.
Apesar de ser executada por órgãos do governo do Estado da Bahia, seus impactos recaem para
a população soteropolitana e seu poder público.
Nesse momento as obras de requalificação da praia de Stela Mares e Itapuã, à revelia da orientação
dada pelos moradores e sociedade civil organizada da área, seguem retirando a restinga urbana da
paisagem, para dar lugar a canteiros de cimento, uma estética que não privilegia a preservação dos
ecossistemas locais. Todas essas intervenções no território de Salvador, demonstram que apesar
dos esforços no campo do planejamento, na contratação e execução das obras e projetos ainda
prevalece uma visão que privilegia obras com estética estéril, em detrimento aos serviços
ecossistêmicos como prioridade na formação da paisagem urbana.
Outra maneira informal em que ocorre essa articulação é a partir da contribuição direta entre os
técnicos das diferentes áreas que se ajudam e colaboram para realizar ações e resolver problemas
Outra articulação existente é da Limpurb com a Secretaria de saúde que atuam em conjunto para
combater a propagação do Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela
urbana. A fêmea necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos que são depositados
separadamente nas paredes internas dos objetos, próximos a superfícies de água limpa, local que
lhes oferece melhores condições de sobrevivência. Os seus ovos são depositados em recipientes
como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de
plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. Por isso, a parceria entre a
Limpurb e a SMS é fundamental para evitar essa condição favorável para sua procriação em
resíduos acumuladores de água que podem estar lançados de maneira inadequada no território
municipal.
O livro “Caminho das Águas de Salvador: Bacias Hidrográficas, Bairros e Fontes”, se mostra uma
importante referência quando estamos diante do esforço de refletir sobre organização social, formas
de expressão social e cultural, costumes, e a percepção em relação ao saneamento básico. Não é
possível pensar na qualidade das águas urbanas de Salvador, sem integrar nessa reflexão as suas
quatro componentes.
Fica evidente como o território da bacia hidrográfica é elemento fundamental para se pensar o
saneamento básico, no caso da componente de manejo e drenagem das águas urbanas é o
caminho natural das águas, que dão a direção para a prestação do serviço, que busca aplicar
padrões de escoamento nos ambientes urbanizados, chegando ao fim nos próprios rios que
integram as bacias hidrográficas.
No caso do esgotamento sanitário, quando não realizado, os rios e lagoas são os principais
testemunhos dos problemas de qualidade ambiental, quando emanam mau cheiro, levam doenças
para a população, e impedem os múltiplos usos dos mananciais do município. O mesmo ocorre com
o manejo de resíduos sólidos, que pode comprometer a qualidade das águas e a paisagem urbana,
quando realizado de maneira inadequada.
Por isso, as ações integradas das componentes de saneamento básico são condição primária para
garantir a qualidade das águas do município, e possibilitar os usos múltiplos das águas, que
Nesse sentido, a sociedade de Salvador tem a sua organização social, apesar de todas as
contradições reveladas pela desigualdade social e degradação ambiental observadas, marcada por
movimentos sociais que tem como pauta a preservação das áreas biodiversas, a proteção às águas,
a garantia aos direitos sociais, como o saneamento básico, entre outros. Tem em suas áreas de
proteção ambiental nas áreas de restinga e mata atlântica espaços de conexão no território, onde
os aspectos sociais, culturais e ambientais são incorporados nos debates em torno das políticas
públicas e da disputa sobre o modelo de desenvolvimento adotado pelo poder público ao longo de
sua história. As lutas da sociedade civil envolveram o não tamponamento dos rios, a preservação
de áreas da mata atlântica, como no caso do Vale Encantado, a luta contra a obra do BRT,
responsável pela remoção de árvores centenárias, o movimento pela educação popular em saúde,
a luta por moradia, entre tantas outras pautas que tangenciam a temática do saneamento básico.
Todo esse histórico revela que a percepção dos cidadãos sobre esses serviços e da sua missão de
garantir a livre manifestação da vida dos cidadãos com a saúde pública e qualidade ambiental.
O município tem um calendário anual de festas populares, apresentadas no Quadro 17, muitas
delas ligadas às culturas de matriz africana, ao sincretismo religioso e às águas e espaços naturais.
O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) foi elaborado pela Secretaria Municipal de
Transportes Urbanos e Infraestrutura (SETIN) no ano de 2010, sendo seu principal objetivo a
definição dos objetivos e metas para melhoria e universalização dos serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário. Apesar do PMSB englobar os 4 componentes do saneamento básico,
apenas os produtos relativos ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário foram
aprovados pelo legislativo municipal, por meio da Lei Municipal nº 7.981/2011.
No item denominado análise crítica de estudos, planos e projetos existentes, foram apresentadas
tabelas com informações sobre a descrição do problema, a população a ser beneficiada, a se existia
ou não projeto, o respectivo custo do projeto e da obra e sua prioridade variando de 0 a 1. Também
foram listados os projetos no âmbito do PAC, descrevendo qual era sua situação atual, seja ele com
projeto em análise pela Caixa ou obra em andamento.
No que tange a cobertura e qualidade dos serviços foram apresentados alguns indicadores como
índice de atendimento, consumo per capita e índice de perdas, além de pontos críticos no
abastecimento descrevendo os problemas apresentados e ações adotadas por área de influência
(UMF, UMB, UML e UMJ) e qualidade da água produzida e distribuída à população.
A questão das perdas foi analisada por meio de três indicadores: índice de água não contabilizada
(ANC), índice de água não faturada (ANF) e índice de perdas por ligação (IPL). Para os três foram
Essa redução no triênio 2007/2009 teve como base: as metas coorporativas e acordo de melhoria
de desempenho (AMD), implementação do comitê corporativo de perdas; e criação dos núcleos de
combate as perdas nas UR’s (NUCOP).
Em relação ao local com maior deficiência de atendimento por rede pública em Salvador, que é a
Fazenda Cassange, foi realizado um levantamento das formas de acesso a água pela população,
assim como das formas de tratamento da água no domicilio, possibilitando identificar o quantitativo
populacional em situação mais crítica. Também foram sinalizadas soluções de caráter emergencial.
As metas adotadas no PMSB para implementação dos Programas, Projetos e/ou ações foram:
No tocante ao abastecimento de água foram propostos cinco programas, que visam redução e
controle de perdas, elaboração de planos, projetos e estudos; melhoria do desempenho
operacional, ampliação da capacidade e melhoria do sistema de produção e adução de água tratada
e por ultimo ampliação e melhoria do sistema de distribuição. O Quadro 18 a seguir apresenta o
resumo dos programas e objetivos esperados.
O investimento total estimado para o serviço de abastecimento de água de Salvador até o ano de
2040 seria de R$ 1.294.970.000,00 sendo que os maiores investimentos ocorreriam em curto (2011
a 2014) e médio prazo (2015 a 2018) com valores estimados em R$ 329.352.000,00 e R$
389.940.000,00, respectivamente. Do ano de 2019 a 2040 foram previstos investimento que
totalizam R$ 575.678.000,00, no entanto não fica claro qual a destinação para esses investimentos,
visto que os valores não foram separados por Programa, como pode ser observado no cronograma
de investimentos, apresentado na Tabela 13.
Além disso, observa-se que o somatório dos valores das ações do Programa 4 (Redução e controle
de perdas de água, faturamento e arrecadação) e do Programa 8 (Ampliação e melhorias do sistema
de distribuição), disponíveis no Quadro 19 não confere com o valor apresentado no Plano de
investimento da Tabela 13
Revisão do cadastro comercial na RMS, num total de 350.000 ligações existentes e Conhecimento adequado do mercado atendido. Elevar faturamento.
8 R$ 6.400.000,00 Curto Prazo Não informado
levantamento das ligações factíveis e potenciais e ações de combate às fraudes. Reduzir e controlar as perdas de água e de faturamento.
II - Sistema de
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
Abastecimento de
329.352.000 389.940.000 112.592.000 118.704.000 92.850.000 95.820.000 155.712.000 1.294.970.000
Água
PROGRAMA 4-
Redução e Controle de
Perdas de Água e R$
Melhoria do 97.909.000
Faturamento e
Arrecadação
PROGRAMA 5-
Planejamento e projetos R$
do sistema de 700.000
abastecimento de água
PROGRAMA 6-
Melhoria do R$
Desempenho 10.600.000
Operacional
PROGRAMA 7-
Ampliação da
Capacidade e Melhoria R$ R$
do Sistema de Produção 158.414.000,00 343.200.000,00
e Adução de Água
Tratada
PROGRAMA 8-
Ampliação e melhorias R$ R$
do Sistema de 59.729.000 46.740.000,00
Distribuição
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
Total
329.352.000,00 389.940.000,00 112.592.000,00 118.704.000,00 92.850.000,00 95.820.000,00 155.712.000,00 1.294.970.000,00
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
Total Acumulado
329.352.000,00 719.292.000,00 831.884.000,00 950.588.000,00 1.043.438.000,00 1.139.258.000,00 1.294.970.000,00 1.294.970.000,00
Fonte: PMSB de Salvador, 2010.
2. Recursos Onerosos:
• Financiamento junto à Caixa Econômica Federal;
• Financiamentos junto ao BNDES;
• PPP – Parcerias Público Privadas;
• Outros financiamentos.
Além dos programas foram propostas ações de contingência e emergência que visam corrigir
ou mitigar as conseqüências de atos da natureza ou acidentais, fora do controle do prestador
dos serviços, e que podem causar grandes transtornos à qualidade ou continuidade da
prestação em condições satisfatórias.
Realizada essa descrição dos aspectos abordados nesse PMSB elaborado em 2010, cabe
aqui mencionar o trabalho de Pereira e Heller (2015) que avaliou 18 Planos de Saneamento
entre os quais o do município de Salvador. Para tanto, foram utilizadas categorias, sendo
cinco delas relacionadas aos princípios da lei nº 11455/2007: 1) universalidade, 2) equidade,
3) integralidade, 4) intersetorialidade, e 5) qualidade, e três relacionadas à: 1) política
municipal de saneamento básico, 2) capacidade de gestão, 3) sustentabilidade social e
governança. Para analisar cada categoria foram criadas subcategorias que demonstram o que
foi considerado em cada princípio para avaliar os planos municipais.
Os autores salientam que os cinco planos oriundos de capitais dos estados — Belo Horizonte,
Boa Vista, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo — supostamente seriam os que teriam mais
recursos disponíveis para elaborarem bons planos; porém, com base na análise dos
resultados, é factível de questionamentos se os recursos tecnológicos, humanos e financeiros
não estão disponíveis ou não são suficientes, ou se não houve prioridade política para se
aglutinarem esforços em torno desse processo.
O Plano de Abastecimento de Água da RMS, Santo Amaro e Saubara (PARMS), foi uma
iniciativa do Governo Estadual, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR).
Para tanto, em 17 de fevereiro de 2014, a então SEDUR celebrou com a GEOHIDRO o
Contrato nº 001/2014, referente à prestação de serviços de consultoria para a elaboração
desse Plano. Em 2015, com a criação da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento
(SIHS), pela Lei Estadual nº 13.204, de 11 de dezembro de 2014, por força do Primeiro Termo
de Apostilamento ao Contrato nº 001/14, a SHIS passou a gerir o referido contrato e a
acompanhar o desenvolvimento do PARMS.
Esse processo de expansão imobiliária também confere uma crescente pressão sobre as
áreas de proteção dos mananciais da RMS e consequentemente a deterioração da qualidade
das águas e o assoreamento dos reservatórios, o que repercute na oferta de água para
abastecimento, com reflexo nas disponibilidades hídricas superficiais, requerendo assim
medidas mais severas e eficazes em relação ao controle do uso e ocupação do solo,
especialmente nas áreas de proteção de mananciais.
Além disso, estudos elaborados no PARMS sugerem que a disponibilidade dos mananciais
também vem sendo afetada por adversidades do clima, constatando-se que as atuais
capacidades de regularização dos reservatórios que abastecem a RMS são inferiores às
previstas em seus projetos originais, indicando que deverão ser incorporados novos
mananciais para atender com segurança as demandas no horizonte deste Plano.
Esse estudo salientou que a redução para a faixa dos 30% conforme planos anteriores
elaborados pela Embasa, requer elevados investimentos, desde intervenções físicas nos
setores de abastecimento, que se apresentam com sérias deficiências estruturais conforme
Esse estudo destaca que essas dificuldades mencionadas, entre tantas outras comentadas
nos produtos, são atribuídas, em grande maioria, à falta de políticas e organização
institucional da área de saneamento nos municípios, detentores da titularidade dos serviços.
Dessa forma, os estudos de diagnóstico indicam que a implementação do Plano de Ação
proposto requer a revisão do modelo de gestão atual e a implantação de uma estrutura
institucional do Saneamento, concebida para promover suas políticas e a sua gestão efetiva
mediante a articulação e o diálogo permanente entre as entidades municipais constituídas
(titulares dos serviços), a EMBASA (concessionária dos serviços) e a sociedade.
Em relação as intervenções para SIAA Salvador, que atende além de Salvador, os muncipios
de Somões Filho e Lauro de Freitas, estas foram divididas em estruturantes (Quadro 20) e
estruturais ( Quadro 21), cujo conograma físico-financeiro é apresentado na Tabela 14Tabela
13
O Plano Urbanístico e Ambiental e Projetos Específicos para o Vetor Ipitanga foi elaborado no ano
de 2013 pelo Consórcio HYDROS ENGENHARIA E PLANEJAMENTO S/A e FFA ARQUITETURA
LTDA.
A região configura-se como uma franja urbana caracterizada por uma menor densidade de
ocupação, menor urbanização e áreas verdes relativamente preservadas. Este perfil favoreceu a
concentração de empreendimentos econômicos vinculados à indústria, principalmente serviços
auxiliares, que podem ter colaborado para a atração populacional para a área, principalmente na
região da rodovia CIA/Aeroporto. As características de uso e ocupação do solo da região trouxeram
as classes médias e altas, com seus sítios e chácaras, que funcionam como residências para
veraneio.
Essa região de estudo do Vetor Ipitanga apresenta grande valor ambiental e está situada na zona
de fronteira entre os municípios de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, em posição
estratégica no que tange a estruturação da Região Metropolitana de Salvador (RMS) e
desenvolvimento de Salvador. Os bairros que compõe a área de estudo do Vetor Ipitanga são
Cassange e Nova esperança, cujas localidades de cada bairro estão apresentadas no Quadro 22.
✓ Ampliação da Subadutora de Água Tratada que alimenta a câmara baixa do atual Centro de
Reservação localizado no Bairro do Caji (R23A) em Lauro de Freitas;
✓ Implantação de um novo Centro de Reservação (R23B) localizado às margens da Rodovia
CIA-Aeroporto (BA-526) nas proximidades da área da CEASA, dotado de 02 (duas) câmaras
baixas com capacidade de 8.700 m3 cada e uma câmara elevada com capacidade de 500
m³, sendo esta última alimentada a partir das primeiras por meio de uma Estação Elevatória
de Água Tratada (EEAT) implantada junto às mesmas;
✓ Implantação da segunda câmara baixa do atual Centro de Reservação (R23 A) localizado
no Bairro do Caji em Lauro de Freitas com capacidade de 8.700 m3 e interligação da mesma
a atual câmara já implantada;
✓ Zoneamento e Ampliação do atual Sistema de Distribuição de Água Tratada (Linhas Tronco).
A Figura 34 apresenta a localização dos setores e os pontos de derivação da linha tronco para as
redes de distribuição secundárias.
Fonte: Plano Urbanístico e Ambiental e Projetos específicos para o Vetor Ipitanga,2017. Elaboração:
Hydros, 2017.
Acrescentou ainda que existe uma ação do Ministério Público condicionando a implantação de rede
de água e ligações para a localidade só quando a solução de esgotamento sanitário estiver definida
por se tratar de área de proteção ambiental de um manancial estratégico para abastecimento de
Salvador, o qual possui a barragem Ipitanga I.
O Projeto contratado pela SIHS foi aprovado pela Unidade de Projetos de Abastecimento de Água
da Embasa (DE) em 12/07/2017.
O Projeto Novo Mané Dendê teve início no ano de 2015 e foi revisado em 2017 pelo Consórcio das
Empresas FFA Arquitetura e Urbanismo Ltda e Planos Engenharia Ltda, integrando a 1ª Etapa do
Programa do Saneamento Ambiental e Urbanização do Subúrbio de Salvador, financiado
parcialmente pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A bacia do Mané Dendê tem uma altimetria variando entre as cotas 50m e 101m e possui duas
zonas de pressão: baixa e alta. Essa setorização é importante para ser ter um controle maior das
pressões na rede e avaliação das perdas. As zonas de pressão são limites determinados para a
garantia física das tubulações com condição de atendimento mínima de 10 metros de coluna de
água (mca.) nos pontos de abastecimento.
A bacia do Mané Dendê é atendida em quase sua totalidade (94%) por rede de distribuição de água.
Para atingir a universalização completa do sistema será necessária pequena ampliação da malha
de ramais de água e complementação das ligações domiciliares.
Para elaboração do projeto de ampliação do abastecimento de água potável nessa bacia foram
utilizados os seguintes dados:
A população utilizada para os novos subsistemas de abastecimento de água, foi determinada pelo
cruzamento dos dados de ocupação do projeto de intervenção urbanística, e estão condicionadas
apenas as novas unidades habitacionais destinadas a relocação das casas que serão
desapropriadas. Assim como os novos equipamentos de comércio e serviços a serem implantados.
Para atender todas as novas unidades foram concebidos 11 subsistemas derivados das Linhas
Distribuidoras mais próximas, da rede existente da ZA-69, conforme definição da carta de
viabilidade da Embasa. A distribuição de demandas em cada subsistema proporciona uma vazão
utilizada para o dimensionamento dos mesmos.
A Licitação Pública Internacional N°01/2019 cujo objeto era a contratação de empresa para
execução de obras de Urbanização e Infraestrutura do Projeto Novo Mané Dendê, foi adjudicado
no dia 03 de novembro de 2020 para o Consórcio Novo Mané Dendê, formado pelas empresas
Construtora Metro Engenharia e Construtora BSM.
Atualmente a Prefeitura está em processo de negociação com as famílias que serão reassentadas
e após essa etapa as obras serão iniciadas.
A técnica metodológica utilizada para a realização do cálculo da amostra da pesquisa feita pelo
QUALISalvador foi do tipo Aleatória Sistemática sem Reposição (ASSs), tendo um erro amostral
médio de 8%, sendo que alguns bairros apresentaram um erro amostral superior devido às
dificuldades de acesso a domicílios em campo e ao início da pandemia da Covid-19. As residências
escolhidas para a aplicação dos questionários foram selecionadas de forma aleatória, tendo todas
a mesma probabilidade de ocorrência, sendo cada bairro considerado uma população-alvo da
investigação. Essa seleção foi realizada com o auxílio do software estatístico R e a estruturação do
IQUASalvador. Foram feitas consultas a especialistas através da aplicação da metodologia Delphi,
realização de grupos focais, uso de técnicas estatísticas, como análises de componentes principais,
regressão linear e de conglomerados, com simulações e análise de sensibilidade para a seleção do
melhor modelo de índice.
Cada população incluiu todos os domicílios particulares permanentes ocupados, segundo definição
do IBGE. Além disso, foram utilizados os dados cadastrais do sistema de informação da Empresa
Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) com o objetivo de se ter uma aproximação maior com a
atual realidade em termos demográficos. Ao longo dos trabalhos de campo, foram feitas entrevistas
com lideranças de bairro, moradores e conselhos comunitários das prefeitura-bairro da Prefeitura
Municipal de Salvador, e registros fotográficos, com o objetivo de fundamentar e ilustrar o
QUALISalvador e o livro.
O SIAA de Salvador, principal sistema de abastecimento da RMS, que atende além de Salvador, os
municípios de Lauro de Freitas e Simões Filho, é totalmente dependente de corpos hídricos
superficiais, inseridos na região de planejamento e gestão das águas (RPGA) do Recôncavo Norte
e Inhambupe (RPGA XI), mais especificamente nas bacias hidrográficas dos rios Joanes e Jacuípe
e na do rio Paraguaçu (RPGA X). Cabe salientar que as Ilhas de Salvador são abastecidas por outro
sistema, o SIAA do Recôncavo, que compartilha mananciais e a unidade de tratamento do SIAA de
Salvador, conforme será detalhado posteriormente.
Na Figura 37 apresenta-se o mapa das bacias hidrográficas dos rios Joanes, Ipitanga e Jacuípe e
na e na Figura 38 da bacia do rio Paraguaçu, que atualmente são utilizados como mananciais de
abastecimento do SIAA Salvador e do SIAA Recôncavo.
Figura 37 – Bacias Hidrográficas dos Rios Joanes, Ipitanga e Jacuípe com delimitação da
APA Joanes-Ipitanga
De acordo com o Inema (2021) a bacia hidrográfica do Recôncavo Norte e Inhambupe possui uma
área total de 18.015km², com 46 municípios inseridos em seu território e 29 deles inseridos
integralmente, sendo Salvador um deles. Tem como principais rios o Rio Subaúma, Rio Catu, Rio
Sauípe, Rio Pojuca, Rio Jacuípe, Rio Joanes, Rio Subaé, Rio Açu, e os rios secundários da Baía
de Todos os Santos e o Rio Inhambupe, sendo que os municípios da RMS se localizam no percurso
do Rio Catu, Rio Sauípe, Rio Pojuca, Rio Jacuípe e Rio Joanes. A RPGA do Recôncavo Norte e
Inhambupe possui Comitê de Bacia, instituído pelo Decreto nº 9.936 de 22 de março de 2006.
Nessa RPGA o clima úmido predomina em 37% da área, situada próxima ao litoral, seguido de uma
estreita faixa do clima Úmido a Subúmido e do clima Subúmido a Seco, que se estende até o limite
Por outro lado, de acordo com o Inema (2021) a bacia hidrográfica do Rio Paraguaçu, localizada no
centro-oeste da Bahia, possui uma área total de 54.877km², com 86 municípios inseridos em seu
território, sendo 40 deles inseridos integralmente. Tem como principais rios o Jacuípe, Santo
Antônio, Utinga, Cochó, Una e Capivari. Possui Comitê de Bacia, instituído pelo Decreto nº 9.938
de 22 de março de 2006.
Nessa RPGA, o clima Semiárido predomina em 67% da área, ocupando a parte central com chuvas
anuais inferiores a 700 mm. Na parte superior da Região, já na Chapada Diamantina, o clima torna-
se mais ameno mudando para o tipo Subúmido a Seco, com algumas pequenas áreas na nascente
do Rio Paraguaçu apresentando um clima Úmido a Subúmido. Os totais pluviométricos aumentam,
atingindo até 1200mm. No terço inferior da bacia do Rio Paraguaçu as precipitações variam de 1000
até 1400mm e o clima predominante é o Úmido a Subúmido (Inema, 2021).
Essas fontes poluidoras promovem uma deterioração da qualidade da água bruta que impactam
diretamente no consumo dos produtos químicos utilizados para o tratamento da água com reflexos
na qualidade da água tratada (TSUTIYA, 2006).
Para averiguar a qualidade dos corpos hídricos que atendem o SIAA de Salvador foram utilizados
os resultados das campanhas de monitoramento da qualidade das águas realizadas também pelo
Por meio desse monitoramento é possível calcular o Índice de Qualidade das Águas (IQA), que é o
principal indicador qualitativo das águas usado no país, desenvolvido para avaliar a qualidade da
água bruta para o abastecimento público, após tratamento convencional (PORTAL DA QUALIDADE
DAS ÁGUAS, 2020).
Ressalta-se que a avaliação obtida pelo IQA apresenta limitações, já que os parâmetros utilizados
em seu cálculo são, em sua maioria, indicadores de contaminação por lançamento de esgotamento
doméstico, não avaliando vários outros parâmetros importantes para o abastecimento público, a
exemplo: substâncias tóxicas, protozoários patogênicos e substâncias que interferem nas
propriedades organolépticas – não refletindo, portanto, os efeitos de outras fontes de contaminação
(PORTAL DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, 2020).
A partir dos resultados desse monitoramento para os parâmetros Fósforo Total e Clorofila “a” foi
calculado, também, o Índice do Estado Trófico (IET). O IET permite avaliar os cursos d’água em
função do enriquecimento por nutrientes e classificá-lo quanto aos diferentes graus de trofia (Quadro
26).
O grau de eutrofização pode apresentar variações ao longo do período sazonal, em função da maior
temperatura e uma melhora na condição de penetração da luz no corpo d’água em algumas
estações, motivo pelo qual os índices são calculados por campanha e não é determinado um valor
médio anual.
Além das bacias onde estão localizados os atuais mananciais de abastecimento do SIAA de
Salvador também é realizada uma breve caracterização da Bacia do Cobre, localizada na área
urbana do território de Salvador, cuja represa já foi utilizada para abastecer uma parte da população,
porém atualmente não é mais.
Na bacia do rio Joanes, os aproveitamentos para abastecimento de água são feitos por meio de
barramentos implantados em seu curso principal e no do rio Ipitanga, afluente do Joanes pela
margem direita. Em virtude da importância desses mananciais para o abastecimento da RMS, o
Decreto Estadual nº 7.596, de 05 de junho 1999, criou a APA Joanes-Ipitanga, que possui uma área
total de 64.463 ha, abrangendo os municípios de Camacari, Simões Filho, Lauro de Freitas, São
Francisco do Conde, Candeias, São Sebastião do Passé, Salvador e Dias D’Ávila (INEMA, 2020).
A região onde está inserida a APA Joanes-Ipitanga é caracterizada por clima quente-úmido e
abundância de recursos hídricos. As praias associadas às dunas com vegetação de restinga
abrigam espécies da fauna e da flora de grande relevância ambiental para o equilíbrio ecológico.
No estuário do Rio Joanes são encontrados manguezais, berço da biodiversidade. Além disso,
nessa APA também são encontrados remanescentes de Mata Atlântica e avifauna bastante
representativa (INEMA, 2021).
Segundo INEMA (2021), essa APA foi criada com o objetivo principal de garantir a qualidade
ambiental dos mananciais de abastecimento e preservar as nascentes encontradas na área, porém
a existência de conflitos ambientais, listados a seguir, estão comprometendo drasticamente a
qualidade da água dos seus corpos hídricos:
A APA do Rio Joanes – Ipitanga possui o Diagnóstico do Plano de Manejo elaborado em 2001, que
até o momento ainda não foi revisado.
O rio Joanes ocupa uma área de aproximadamente de 1.200 km², com uma extensão linear de 75
km. Ele nasce no município de São Francisco do Conde, em uma Área de Proteção Ambiental
(APA), tem como seus principais afluentes os rios Ipitanga, Muriqueira, Itamboatá, Jacarecanga,
Bonessu, Bandeira, Petecada e Uberaba, e desemboca na Praia de Buraquinho, no limite entre os
municípios de Camaçari e Lauro de Freitas. No curso principal do rio Joanes, conforme pode-se
observar na Figura 41, estão inseridos dois barramentos Joanes I e Joanes II (SEDUR, 2016).
Essas fontes poluidoras promovem uma deterioração não só na qualidade, como na quantidade da
água, impactando diretamente no consumo dos produtos químicos utilizados para o tratamento de
água com reflexos na qualidade da água tratada (TSUTIYA, 2006). Além disso a degradação intensa
do rio pode dificultar o processo de infiltração da água no solo, responsável pela alimentação do
lençol freático; com isso o rio fica dependente do regime de chuvas e mais susceptível a variações
bruscas de vazão, podendo, no período de seca, reduzir sua vazão a níveis que prejudiquem o
sistema de abastecimento de água (SOS RIO JOANES, 2017).
O Quadro 28, engloba o IQA da represa do Joanes II, calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem do Programa Monitora (INEMA, 2020) realizadas no
período de 2016 a 2020. Que indicou a qualidade da água da represa como Ótima e Boa.
O Quadro 29 engloba o IET da represa do Joanes II, com base nos resultados encontrados nas
campanhas de amostragem realizadas no Programa Monitora durante o período de 2016 a 2020,
indicando o grau de eutrofização do curso d’água como Mesotrófico e Oligotrófico, em sua maioria.
O Quadro 31, engloba o IQA da represa do Joanes I, calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem do Programa Monitora (Inema, 2020) realizadas no
período de 2016 a 2020, que indicou a qualidade da água da represa como Ótima, Boa e Regular.
O Quadro 32, engloba o IET da represa do Joanes I, com base nos resultados encontrados nas
campanhas de amostragem realizadas no Programa Monitora durante o período de 2016 a 2020,
indicando o grau de eutrofização do curso d’água Eutrófico e Supereutrófico, em sua maioria.
A nascente do rio Ipitanga está localizada no município de Simões Filho e o seu curso principal tem
uma extensão de 30km. Possui como principais afluentes os rios Cabuçu, Cururipe, Itinga e Caji e
sua bacia abrange parte dos municípios de Salvador, Simões Filho e Lauro de Freitas, possuindo
uma área de drenagem de 120km².
Sua foz deságua no rio Joanes a jusante da Barragem Joanes I. Em seu curso principal encontram-
se as barragens e represas Ipitanga I, Ipitanga II e Ipitanga III, posicionadas de jusante para
montante, respectivamente. O barramento de Ipitanga III resultou do aterro de trecho da Rodovia
CIA-Aeroporto, interligando-se com Ipitanga II através bueiro existente nessa rodovia. Os
aproveitamentos do rio Ipitanga para fins de abastecimento são feitos por meio de captações nas
represas Ipitanga I e II. Por meio de um recalque independente, a represa de Ipitanga I atende as
ETA’s do Parque Bolandeira, reforçando a vazão encaminhada pelas represas do rio Joanes a este
parque. Na represa de Ipitanga II existem dois recalques independentes, que alimentam com água
bruta a ETA Suburbana e a Usina Siderúrgica GERDAU (SEDUR, 2016).
Toda a área de drenagem das represas Ipitanga I e II inserida nos limites do município de Salvador
é classificada pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador (Lei nº
9.069/2016) como Macrozona de Conservação Ambiental, integrada por ecossistemas de interesse
ambiental e por áreas destinadas à proteção, preservação, recuperação ambiental e ao
desenvolvimento de usos e atividades sustentáveis. Compreende as ilhas na Baía de Todos os
Santos, as áreas de proteção rigorosa das APA, os parques urbanos, as áreas indicadas para
Unidades de Conservação ambiental e pequenos ecossistemas de espécies endêmicas
remanescentes no território municipal.
No que concerne à bacia de drenagem da Represa Ipitanga I as margens dessa represa, nas
proximidades da barragem, apresentam-se com vegetação preservada, conservando as
características da Mata Atlântica original, conforme pode-se observar na Figura 46. No entanto, na
área norte se observa a existência de assoreamento e elevada turbidez das águas, em decorrência
do processo de lavra e beneficiamento promovido pelas pedreiras ali existentes (SEDUR, 2016).
De acordo com o Parms (2016) as represas Ipitanga I e Ipitanga II operam na plenitude de suas
capacidades de regularização, inclusive sem restituição das vazões preconizadas pela legislação,
exceto eventualmente no período úmido.
Em síntese, constata-se na bacia do rio Ipitanga, nas áreas de drenagem das represas existentes,
uma situação de alerta, visto que os corpos hídricos se apresentam muito vulneráveis às atividades
antrópicas desenvolvidas sem o devido planejamento, embora exista legislação reguladora
destinada à proteção desses mananciais (SEDUR, 2016). Essa situação desenha um cenário de
O Quadro 34, engloba o IQA da represa de Ipitanga I, calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem do Programa Monitora (INEMA, 2020) realizadas no
período de 2016 a 2020, que indicou a qualidade da água da represa como Ótima e Boa.
O Quadro 37, engloba o IQA da represa de Ipitanga II, calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem do Programa Monitora (INEMA, 2020) realizadas no
período de 2016 a 2020, que indicou a qualidade da água da represa como Ótima e Boa.
O Quadro 38, engloba o IET da represa de Ipitanga II, com base nos resultados encontrados nas
campanhas de amostragem realizadas no Programa Monitora durante o período de 2016 a 2019,
indicando o grau de eutrofização do curso d’água como Mesotrófico e Eutrófico em sua maioria.
A área abrangida pela bacia hidrográfica do rio Jacuípe perfaz 1.100km², cujos principais afluentes
são: na margem direita, os rios Capivara Grande, Capivara Pequeno, Jacumirim e Imbassaí e na
margem esquerda, os rios Camaçari, Samburá, das Pedras e Bebedouro. O rio Jacuípe percorre
aproximadamente 107km da sua nascente no município de Conceição do Jacuípe, até a sua foz no
município de Camaçari. Lista-se os seguintes municípios integralmente ou parcialmente inseridos
na bacia do Jacuípe: Amélia Rodrigues, Conceição do Jacuípe, Santo Amaro, Terra Nova, São
Sebastião do Passé, Mata de São José, Dias D’ Ávila e Camaçari (SEDUR, 2016).
Essa bacia é caracterizada por dois domínios climáticos, a saber: um úmido próximo do litoral e
uma estreita faixa intermediária subúmida mais para o interior do continente. Logo, observa-se na
bacia do rio Jacuípe um forte gradiente pluviométrico, com precipitação média anual variando de
1.900 mm junto ao litoral a menos de 1.000 mm na cabeceira do rio (SEDUR, 2016).
Esse código de uso proposto no estudo é um complemento ao disposto nas leis, portarias, decretos,
medidas provisórias e instrumentos normativos existentes. Então, ainda que o potencial de uso do
reservatório e das zonas em questão seja amplo, devem ser levadas em consideração as restrições
e permissões dispostas na legislação vigente.
Destacam-se como potenciais riscos para o comprometimento da qualidade da água do rio Jacuípe,
a falta de esgotamento sanitário nas áreas urbanas da bacia; a vulnerabilidade para contribuições
de efluentes industriais, particularmente do Complexo Petroquímico de Camaçari; e de efluentes de
usinas de açúcar e destilarias de aguardente da região; além da exploração de petróleo no
município de São Sebastião do Passé (SEDUR, 2016).
A Figura 47 apresenta o mapa de cobertura e uso do solo da bacia do rio Jacuípe, onde é possível
perceber a predominância de pastagem, o que pode conferir maior vulnerabilidade da qualidade
das águas, aceleração do assoreamento em consequência da erosão em suas margens. Os
fragmentos de formação florestal são observados na área territorial do município de Amélia
Rodrigues e São Sebastião do Passé, além do entorno do Lago de Santa Helena. A cobertura
vegetal pouco densa que pode ter grande influência da ação antrópica deixa mais uma vez o
manancial desprotegido dos processos erosivos.
Além disso, na região estuarina, esse corpo hídrico possui um passivo ambiental, originado do
lançamento de efluentes industriais, provenientes do Complexo Petroquímico de Camaçari,
instalado em 1978, no Rio Capivara Pequeno, afluente do rio Jacuípe pela margem direita. Existem
estudos que confirmam a presença de Chumbo, Cobalto, Arsênio, Zinco e Cromo, incorporados aos
sedimentos na zona estuarina. Em 1993, os efluentes industriais tratados do Polo Petroquímico
passaram a ser lançados no oceano, por meio de emissário submarino da Cetrel. Porém, as águas
pluviais captadas na área do complexo petroquímico ainda possuem como destino final o rio
Capivara Pequeno (SEDUR, 2016).
No baixo curso do rio, a cerca de 20 km da foz, está localizada a barragem de Santa Helena
responsável por reforçar o abastecimento do SIAA Salvador, por meio da transposição de águas do
rio Jacuípe para a represa de Joanes II, e também pelo abastecimento de água da Braskem desde
2009. A Figura 48 mostra a vegetação no entorno do lago de Santa Helena e a Figura 49 a calha
do rio Jacuípe a jusante do vertedouro da barragem.
De acordo com o PARMS (2016), a represa de Santa Helena é o manancial mais próximo da ETA
Principal que ainda não é explorado plenamente para fins de abastecimento. A captação atual para
o SIAA de Salvador é feita na cota 17,00 m, que corresponde a uma capacidade de regularização
de 4,05 m³/s, dos quais 2,06 m³/s estariam disponíveis para abastecimento, descontando-se a
vazão de restituição de 1,99 m³/s. De acordo com o estudo, o aproveitamento na cota 10,00 m,
previsto na concepção da barragem, possibilitaria regularizar a vazão de 6,60 m³/s, aumentando a
disponibilidade para abastecimento para 4,61m³/s, descontada a vazão de restituição.
O Quadro 40, engloba o IQA da represa de Santa Helena, calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem do Programa Monitora realizadas no período de 2016
a 2019, que indicou a qualidade da água da represa como Ótima, Boa e Regular. Nota-se que a
qualidade do corpo d’água decai no ponto (RCN-BSH-050) localizado no município de Camaçari.
O Quadro 41, engloba o IET da represa de Santa Helena, com base nos resultados encontrados
nas campanhas de amostragem realizadas no Programa Monitora durante o período de 2016 a
2019, indicando o grau de eutrofização do curso d’água como Mesotrófico e Eutrófico, em sua
maioria.
A bacia do rio Paraguaçu está localizada na região centro-leste do Estado da Bahia, ocupando uma
área de aproximadamente 55.300km², o que corresponde a cerca de 10% do território baiano. O rio
Com base nas suas características climáticas e geomorfológicas, essa bacia pode ser dividida em
03 (três) regiões distintas, conforme mapa da Figura 38 apresentado anteriormente, a saber: Alto
Paraguaçu, que compreende a região de formação dos rios que compõem a bacia, na Chapada
Diamantina; Médio Paraguaçu, a maior porção da bacia, situada no semiárido; e Baixo Paraguaçu,
trecho de clima úmido que faz parte do Recôncavo (SEDUR, 2016).
No baixo curso do Rio Paraguaçu, destaca-se a represa de Pedra do Cavalo, que abrange no seu
entorno áreas dos municípios de Feira de Santana, Antônio Cardoso, Santo Estevão, Cabaceiras
do Paraguaçu, Governador Mangabeira, Cachoeira, Conceição da Feira e São Gonçalo dos
Campos. Essa represa é responsável pela maior parte do abastecimento do SIAA de Salvador,
assim como diversos outros sistemas que abastecem municípios da região (SEDUR, 2016).
Em virtude da sua importância regional como manancial de abastecimento humano, foi criada por
meio do Decreto nº 6.548, de 18 de julho de 1997, a APA do Lago de Pedra do Cavalo, com área
de 30.156 ha, englobando territórios dos Municípios de Conceição de Feira, Cachoeira, Antônio
Cardoso, Santo Estevão, Governador Mangabeira, Castro Alves, Cruz das Almas, Feira de Santana,
Muritiba, São Félix e São Gonçalo dos Campos. Cabe salientar que embora criada em 1997, essa
APA ainda não possui um Plano de Manejo. Destaca-se como principais conflitos ambientais no
território dessa APA:
A Figura 50 apresenta o mapa da cobertura e uso do solo da Bacia do rio Paraguaçu, onde é
possível observar que no Alto Paraguaçu, região da Chapada Diamantina, a cobertura do solo é
predominantemente de formação savânica e formação florestal. Já no médio Paraguaçu predomina
pastagem, com pequenos remanescentes de formação savânica. E no baixo Paraguaçu, onde fica
Na quase totalidade da represa é possível perceber que a faixa de vegetação nas margens do rio,
a mata ciliar, fundamental para minimizar o carreamento de solo e de poluentes, não tem sido
preservada. Além disso há a presença de áreas com fortes declividades do relevo e acentuada
morfodinâmica, deixando o rio suscetível à erosão e ao assoreamento. A Figura 51 evidencia esses
fatos.
De acordo com o PARMS (2016), a represa de Pedra do Cavalo acumula reservas bem superiores
à vazão destinada ao SIAA de Salvador, entretanto, tem sua disponibilidade para este sistema
limitada à capacidade da adutora existente (7,0m³/s), correspondente à primeira de três etapas
previstas no projeto da barragem, que totalizam 21,0m³/s. Devido ao oneroso custo de implantação
da 2ª. etapa, que possibilitaria o acréscimo de mais 7,0m³/s ao SIAA de Salvador, sua construção
foi preterida nos Planos anteriores em favor da utilização da represa de Santa Helena, para reforço
da vazão captada em Joanes II destinada à ETA Principal.
O Quadro 44, engloba o IET da represa Pedra do Cavalo, com base nos resultados encontrados
nas campanhas de amostragem realizadas no período de 2016 a 2019, indicando o grau de
eutrofização do curso d’água Mesotrófico e Eutrófico, em sua maioria. Apenas na campanha de
2018.4
A bacia Hidrográfica do rio do Cobre (Figura 52) ocupa grande parcela do território do Subúrbio
Ferroviário da cidade de Salvador, possui uma área de 20,65Km², correspondendo a 6,69% da área
de Salvador, sendo considerada a quinta maior bacia do município. É limitada ao norte pela Bacia
Hidrográfica do Ipitanga, a Leste pela Bacia Hidrográfica do Jaguaribe, a Oeste pela Bacia
Hidrográfica do Paraguari e pela Bacia de drenagem natural de Plataforma e ao Sul pelas Bacias
Hidrográficas Pedra/Pituaçu e Camarajipe e pela bacia de drenagem natural de Itapagipe.
O Rio do Cobre tem sua principal nascente na Lagoa da Paixão, no bairro Moradas da Lagoa. É
cortado pela BA-528 (Estrada da Base Naval de Aratu), sendo barrado em seu médio curso pela
represa de mesmo nome, outrora importante manancial de abastecimento da região, área protegida
e enquadrada como “Parque Florestal da Represa do Cobre”. A Represa do Cobre separa alguns
bairros da margem direita (Alto da Terezinha e Rio Sena), do bairro Pirajá, na margem esquerda,
passa pelo Parque São Bartolomeu e deságua na Enseada do Cabrito, onde as pressões urbanas
são maiores, comprometendo, portanto, a qualidade das águas do estuário e da referida enseada.
Também fazem parte dessa Bacia os bairros de Valéria, Porto Seco Pirajá e São João do Cabrito.
A Figura 53 apresenta o mapa de cobertura e uso do solo na bacia do rio do Cobre, onde é possível
perceber que a maior parte do território é de ocupação urbana, apesar de apresentar uma
considerável área de cobertura vegetal, com significativos remanescentes da Mata Atlântica,
especialmente no entorno da Represa do Cobre, onde existe uma área de aproximadamente 63ha
de remanescentes florestais e Floresta Ombrófila em estágios iniciais e médios de regeneração,
conforme pode-se observar na Figura 54.
Salienta-se que é uma bacia que além da importância pelo aspecto ecológico possui uma
importância histórica e cultural. Foi nessa área que ocorreu a Batalha de Pirajá pela Independência
da Bahia, entre final de junho e 2 de julho de 1823. Nessa área também estão contidas as Unidades
de conservação APA da Bacia do Cobre / São Bartolomeu, Parque Metropolitano de Pirajá e o
Parque Municipal de São Bartolomeu.
A área denominada Parque São Bartolomeu representa a maior referência dos cultos afro-
brasileiros e seus atributos naturais formam um santuário, objeto de culto e peregrinação desde a
metade do Século XIX. No Século XVII foi cenário de lutas de resistência à invasão holandesa. No
Século XIX, sítio de quilombos, com destaque para o Quilombo dos Urubus, além de lutas que
contribuíram para a consolidação da independência política nacional como a Batalha de Pirajá
(Inema, 2021).
Dentro dessa Bacia está incluída a APA Bacia do Cobre / São Bartolomeu criada por meio do
Decreto Estadual nº 7.970 de 5 de junho de 2001. Essa APA, que compreende uma extensão
territorial de aproximadamente 1.134 ha, está localizada na borda oriental da Baía de Todos os
Santos, na região do Subúrbio Ferroviário, abrangendo os municípios de Salvador e Simões Filho.
Como atributos naturais, a APA caracteriza-se por uma grande diversidade de ambientes
distribuídos em uma reduzida porção territorial onde se inclui: floresta ombrófila densa, ambientes
O aquífero São Sebastião, apesar de ainda não ser utilizado como manancial do SIAA de Salvador,
é um dos mananciais mais importantes da Bacia do Recôncavo Norte em razão do extraordinário
potencial de acumulação de água subterrânea de excelente qualidade para o atendimento de usos
nobres.
Porém, a ausência de controle das atividades exercidas nessas extensas áreas de recarga, em
parte devido à inexistência de estudos específicos, configura-se como um fator de risco à
manutenção da disponibilidade e qualidade das águas do aquífero São Sebastião. Considerando
sua extensa área de domínio, compreendendo expressiva área da RMS, e sua importância como
reserva estratégica para usos futuros, principalmente para o abastecimento humano, inclusive dos
municípios que integram o SIAA de Salvador e Recôncavo, torna imprescindível a necessidade de
zoneamento do aquífero, em especial de suas áreas de recarga, muito importantes para assegurar
a reposição de águas e garantia da qualidade (Embasa, 2020).
Visando atender uma dessas demandas sinalizadas no PARMS, em 2018 a Embasa, no âmbito do
Programa de Cooperação Técnica PCT BRA/IICA/16/003 com o Instituto Interamericano de
Cooperação para a agricultura (IICA), contratou por meio do Edital de Concorrência nº 074-2018,
Esse estudo cujo objetivo geral foi elaborar um diagnóstico hidrogeológico e hidrogeoquímico da
área de estudo, por meio do desenvolvimento de um modelo conceitual e numérico, com foco no
Sistema Aquífero Marizal São Sebastião, teve como expectativas aprimorar o entendimento da
hidrogeologia regional; avaliar e quantificar a potencialidade do Sistema Aquífero Marizal São
Sebastião; quantificar a disponibilidade hídrica com respeito à demanda atual e futura; identificar
áreas e/ou regiões mais vulneráveis à superexplotação; criar, por meio do desenvolvimento do
modelo numérico de fluxo e transporte, uma ferramenta de apoio à gestão dos recursos hídricos
subterrâneos. O trabalho foi desenvolvido tomando como base as informações existentes e
disponibilizadas pela Embasa ou por intermédio da mesma junto a outras instituições, a exemplo
da Cerb, Inema, UFBA, Cetrel e CPRM. A área total do referido estudo foi de aproximadamente
1.800 Km² e abrangeu principalmente a borda leste da Bacia Sedimentar do Recôncavo. Essa área
cobre total ou parcialmente 10 municípios da RMS, conforme indicado na Tabela 18 e na Figura 55.
Percentual do território
Área Total Área de Estudo
Município inserido na área de estudo
(Km²) (Km²)
(%)
Camaçari 784,1 71,9% 563,8
Candeias 258,2 94,9% 245
Dias D' Ávila 184,1 100,0% 184,1
Lauro de Freitas 57,7 9,2% 5,3
Madre de Deus 32,0 6,3% 2
Mata de São João 632,8 23,5% 148,7
Salvador 692,8 0,1% 0,4
São Sebastião do Passé 537,9 67,3% 362
São Francisco do Conde 264,0 53,0% 140
Simões Filho 201,1 76,4% 153,6
Fonte: Embasa, 2021.
Para os fins estudo hidrogeológico realizado, denominou-se o conjunto destas unidades como o
Sistema Aquífero Marizal São Sebastião. Em termos relativos, os sedimentos da Formação São
Sebastião armazenam aproximadamente 97,7% dos recursos hídricos subterrâneos neste sistema
aquífero, seguidos pela Formação Marizal (2%) e pelo Grupo Barreiras (0,3%).
As taxas de recarga estimadas para a região ficaram entre 2,5% e 21% da precipitação média anual,
dependendo das características de cada sub-região dentro da área de estudo, em especial aquelas
No que concerne à hidroquímica, o estudo concluiu que a água subterrânea captada dos aquíferos
e distribuída pela Embasa apresenta ótima qualidade. Trata-se de águas levemente ácidas, com
baixos teores de cloreto e nitrato e, em geral, com baixa salinidade (indicada pelas baixas médias
e medianas de condutividade elétrica), podendo ocorrer localmente concentrações elevadas de
ferro.
O ferro presente na água não apresenta um controle bem estabelecido com respeito à litologia ou
profundidade dos poços tubulares. Concentrações mais elevadas de nitrato na área de estudo
tampouco apresentam uma correlação aparente com a profundidade dos poços. Deste modo, as
ocorrências de concentrações localmente elevadas destes compostos são interpretadas como
condições pontuais do aquífero, associadas ao uso e ocupação do solo.
Na área de estudo avalia-se que o aumento localizado na salinidade da água subterrânea esteja
associado a áreas com menores índices de pluviosidade e maiores taxas de evapotranspiração,
que em geral correspondem às áreas mais afastadas do litoral, tais como o município de São
Sebastião do Passé. Deste modo, chega-se à conclusão de que a evapotranspiração que ocorre na
zona vadosa (zona não saturada) consiste em um importante mecanismo natural de salinização da
água subterrânea, podendo a interação água-rocha influenciar de forma subordinada este processo.
De acordo com o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE (2010), 98,9% dos domicílios de
Salvador eram atendidos por rede geral de abastecimento de água em Salvador, sendo que o
restante dos domicílios era atendido por poços ou nascentes, carro pipa ou água de chuva, rio,
açude, lago ou igarapé ou outras formas de abastecimento, como pode ser observado na Tabela
19.
Conforme já detalhado anteriormente no Produto E1A, de acordo com o Censo de 2010 do IBGE,
apenas 219 domicílios de Salvador foram classificados como rurais, sendo que todos se localizam
na Ilha dos Frades, que de acordo com os levantamentos de campo, possui localidades com
características urbanas. Por outro lado, todas as localidades da Ilha de Maré foram classificadas
como zona urbana pelo IBGE, enquanto no levantamento de campo foi possível observar que
Analisando os dados da Tabela 19 para a zona urbana e rural, observa-se não há grande diferença
entre as formas de abastecimento de água, sendo a maior parte dos domicílios atendidos por rede
geral, tanto na zona urbana quanto na zona rural, considerando a classificação de acordo com os
critérios definidos pelo IBGE.
Como as ilhas de Salvador (Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e Ilha de Maré) possuem
características muito diversas do restante do município de Salvador, apresenta-se a seguir as
formas de abastecimento de água existentes no subdistrito de Maré do IBGE, que inclui as 3 ilhas.
Na região norte da cidade, próximo dos limites municipais de Lauro de Freitas e Simões Filho é
possível visualizar uma região grande com percentual muito baixo (menor que 40%) de domicílios
com atendimento por rede geral de abastecimento de água em 2010. Como pode ser visto na figura,
esta região se localiza dentro da APA Joanes/Ipitanga, onde existe o bairro Cassange, que até os
dias atuais não é abastecido integralmente pelo sistema de abastecimento de água da Embasa, por
se tratar de área localizada dentro de área de proteção ambiental. De acordo com as informações
fornecidas pela Embasa, o bairro só poderá ser atendido integralmente pela rede pública de
distribuição de água, quando for implantada solução coletiva de esgotamento sanitário, que
atualmente encontra-se em fase de elaboração de projeto. Ressalta-se que uma parte do bairro já
atendida atualmente pela rede de distribuição da Embasa.
Buscando dados mais atuais do IBGE, consultou-se a Pesquisa Nacional por Amostras de
Domicílios (PNAD) continua realizada no período de 2016 a 2019, para o município de Salvador,
cujos dados podem ser verificados na Tabela 21.
Desses domicílios da amostra que são atendidos por rede pública de água, que consiste na maioria,
todos os anos superior a 99%, observa-se que de 2016 para 2019 aumentou o percentual com
frequência de atendimento diária, passando de 85,2% para 91%, conforme pode ser observado na
Figura 58.
Nos 1,15% dos domicílios que não possuem atendimento via rede pública de abastecimento de
água, o projeto percebeu que eles têm indicadores que revelam uma desigualdade quando
analisado por bairro (Figura 59). Isso significa que ainda existem famílias que acessam a água por
meio de outras fontes, condição que desponta uma provável precariedade em termos de qualidade
e quantidade de água. Entre os domicílios que não acessam a rede pública de distribuição de água,
destacam-se as seguintes características:
Figura 59 – Proporção de domicílios (%) com acesso à rede pública de água por bairros,
2018-2020 (N = 15.260)
Avaliando a Figura 6, percebe-se que a proporção de domicílios com acesso à rede de distribuição
de água operada pela Embasa, varia de 75,8% a 100%, ou seja, a rede abrange quase a totalidade
dos bairros. Os domicílios com os menores percentuais em sua maioria, estão localizados em
bairros do Subúrbio Ferroviário e em parte do Miolo de Salvador, especialmente na direção sul-
norte. Essa figura mostra ainda que, mesmo em bairros onde reside a população com maior poder
aquisitivo, existem domicílios que usam outra fonte de água, a exemplo de poços tubulares, com ou
sem tratamento, para diminuir o valor das contas mensais a serem pagas à Embasa.
Em 2018 a então Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do extinto Ministério das Cidades
(atual Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional) iniciou o
A partir dos dados da Tabela 19 e da Tabela 23 foi possível calcular os indicadores A1, A2, A3 e A8
do Plansab para o município de Salvador, conforme pode ser observado na Tabela 24.
Apenas para o indicador A8, relativo à existência de canalização interna nos domicílios abastecidos
por rede geral observa-se que valor obtido para 2010 é inferior à meta definida para 2023 e para
2033, sendo necessária uma nova avaliação após a realização do próximo Censo Demográfico, que
estava previsto para ocorrer em 2020, entretanto, devido à Pandemia de COVID-19 foi adiado e
atualmente possui previsão de realização no ano de 2022.
Para o cálculo da cobertura atual de atendimento pelo serviço público de abastecimento de água
em Salvador é necessário avaliar o percentual dos domicílios existentes no município que são
atendidos pelo serviço prestado atualmente pela Embasa. Para tanto, utiliza-se o conceito de
“economias de água”, definidas como sendo as unidades de consumo independente para efeito de
faturamento, ou seja, uma “economia de água” equivale a um domicílio atendido pelo sistema de
distribuição de água. Já as ligações de água representam a ligação física dos imóveis à rede de
distribuição, e, portanto, no caso de construções verticalizadas com mais de 01 (um) apartamento,
casa e/ou sala comercial por imóvel, executa-se apenas 01 (uma) ligação de água que serve todas
as unidades de consumo, ou economias.
De acordo com os dados mais recentes do SNIS (2019), Salvador possuía 819.142 economias
residenciais ativas de água (AG013) e uma população total atendida com abastecimento de água
(AG001) de 2.535.986 habitantes, o que resulta em índice de atendimento total com abastecimento
de água (IN055) de 88,29% da população estimada pelo IBGE para o município de Salvador em
2019.
Entretanto, é necessário ressaltar que a metodologia utilizada pelo SNIS para o cálculo do índice
de atendimento com abastecimento de água (IN055) considera a população atendida informada
pela Embasa (AG001) e a população estimada pelo IBGE para o ano de referência, havendo uma
imprecisão no índice gerado, em função do valor estimado pelo IBGE para a população atual do
município, que provavelmente não corresponde à realidade e em função da taxa de ocupação
domiciliar utilizada pela Embasa para o cálculo da população atendida, com base nas economias
residenciais ativas de água.
De acordo com as informações fornecidas pela Embasa e confirmadas pela Vigilância em Saúde
Ambiental do Município (VISAMB), a única região do município que não é atendida atualmente pelo
O restante do município de Salvador, incluindo as suas 3 ilhas (Ilha de Maré, Ilha de Bom Jesus
dos Passos e Ilha dos Frades) é atendido atualmente pelo serviço público de abastecimento de
água prestado pela Embasa, havendo situações pontuais onde os domicílios não estão ainda
ligados à rede de distribuição, por motivos variados, como por exemplo, utilização de solução
alternativa como poço ou a existência de ligação clandestina à rede.
Para realizar uma análise mais detalhada em relação à cobertura de atendimento pelo serviço
público de abastecimento de água em Salvador, foi feita a análise das informações fornecidas pela
Embasa em relação ao cadastro georreferenciado dos domicílios atendidos pela prestadora com os
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Esse cadastro foi fornecido pela
Embasa em julho/2021, e, portanto, as informações que serão analisadas a seguir possuem esta
data de referência.
• 1 – Economias potenciais: Domicílios identificados pela Embasa que ainda não possuem
rede de distribuição disponível para realizar a ligação.
• 2 – Economias factíveis: Domicílios identificados pela Embasa que possuem rede de
distribuição disponível para realizar a ligação, mas ainda não se encontram ligados à rede.
• 3 – Economias ativas: Domicílios que estão ligados à rede de distribuição e estão em
situação ativa.
• 4 – Economias cortadas não revisadas: Domicílios ligados à rede de distribuição que
tiverem o fornecimento de água suprimido em função de débitos com a prestadora de
serviços, mas ainda passará por processo de revisão.
• 5 – Economias inativas: Domicílios ligados à rede de distribuição que tiverem o
fornecimento de água suprimido, por solicitação do cliente ou em função de débitos com a
prestadora de serviços, mas já passaram por processo de revisão.
• 6 – Economias suprimidas: Domicílios que já foram ligados à rede de distribuição, mas
atualmente encontram desabastecidas e o ramal predial já foi retirado.
Para o cálculo da população atendida com abastecimento de água por Prefeitura Bairro, pensou-se
incialmente em utilizar a quantidade de economias residenciais ativas de esgoto, sendo adotada a
taxa de ocupação domiciliar de 3,1 habitantes/domicílio, valor obtido no Censo Demográfico de
2010 do IBGE para o município de Salvador. Por outro lado, para o cálculo da população total de
cada prefeitura bairro seria adotada a projeção populacional do IBGE para Salvador no ano de 2020,
sendo considerada a mesma proporcionalidade obtida no Censo Demográfico de 2010 entre a
população de cada prefeitura bairro, visto que não existe outra fonte de informações com o nível de
detalhamento do Censo Demográfico, que permita um cálculo mais preciso da população atual em
cada Prefeitura Bairro.
Como forma de comparação dos resultados, foi consultado o cadastro imobiliário da Secretaria
Municipal da Fazenda (SEFAZ), onde foi levantada a quantidade de imóveis de uso residencial
existentes neste cadastro. Como pode ser observado na Tabela 26, em todas as Prefeituras Bairro
o número de imóveis residenciais cadastrados na SEFAZ é inferior tanto ao número de economias
residenciais ativas de água quanto ao número de economias residenciais existentes de água, o que
comprova que grande parte dos domicílios de Salvador não possui uma regularização fundiária
perante o município, se caracterizando como ocupações espontâneas, as chamadas favelas,
invasões e etc, que ocorrem em todo o território municipal. De acordo com os dados da Tabela 26,
apenas 68,0% das economias residenciais ativas de água e 51,5% das economias residenciais
existentes de água cadastradas na Embasa constam no cadastro imobiliário do município.
Comparando-se os valores nas diferentes Prefeituras Bairro, observa-se que a situação mais crítica
ocorre na Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas, onde apenas 55,8% das economias residenciais ativas
e 35,7% das economias residenciais existentes de água cadastradas na Embasa constam no
cadastro imobiliário do município.
Para realizar o cálculo do índice de atendimento de água em cada Prefeitura Bairro de forma a se
aproximar o máximo possível da situação real, foi considerado no cálculo da população total das
Prefeituras Bairro as informações constantes no cadastro comercial da Embasa em relação às
economias “potenciais” e “factíveis” identificadas pela Embasa. Conforme detalhado anteriormente,
a Embasa possui o cadastro georreferenciado dos domicílios identificados que ainda não possuem
rede de distribuição disponível para realizar a ligação de água (economias potenciais) e dos
domicílios identificados que possuem rede de distribuição disponível para realizar a ligação de água,
mas ainda não se encontram ligados à rede (economias factíveis). Ressalta-se que o cadastro
georreferenciado da Embasa não contempla 100% das ligações existentes, chegando a cerca de
94% das mesmas, e, portanto, os dados gerados por meio das análises que serão apresentadas a
seguir possuem também um certo grau de imprecisão.
No cálculo do ICA, considerou-se a soma das economias residenciais de água existentes (ativas,
inativas, suprimidas e cortadas não revisadas) e as factíveis, visto que em todos esses casos a
infraestrutura encontra-se disponível para a população, apesar se uma parcela dos domicílios não
serem abastecidos, devido a questões comerciais (falta de pagamento de débitos com a prestadora)
ou por opção do morador, que prefere utilizar uma fonte alternativa de abastecimento de água.
Ressalta-se ainda que uma parte dos domicílios contabilizados neste indicador, provavelmente são
abastecidos irregularmente por ligações clandestinas na rede de distribuição, situação muito
frequente no município, de acordo como as informações fornecidas pela Embasa.
Como forma de avaliar separadamente a situação em cada uma das ilhas de Salvador, que fazem
parte da Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas, calculou-se também os valores dos indicadores relativos
a cada uma das ilhas e para a parte continental do território da PB Subúrbio/Ilhas, como pode ser
observado na Tabela 28.
Por outro lado, ao se avaliar o índice de atendimento (domicílios com ligações existentes de água),
verifica-se que os valores calculados são um pouco inferiores, chegando-se a um índice de 98,74%
para o município. Para esse índice, na maioria das regiões o valor do ICA se situa entre 98 e 99%,
sendo que o menor valor foi obtido na região da Prefeitura Bairro Pau da Lima (abaixo de 98%) e
os maiores na PB Centro/Brotas e Cabula/Tancredo Neves (acima de 99%). Com relação à PB
Subúrbio/Ilhas, ressalta-se que o valor mais baixo do IAA se refere aos bairros localizados na parte
continental desta PB, visto que os IAA da Ilha de Maré, Ilha dos Frades e Ilha de Bom Jesus dos
Passos é de 99,83%, 100% e 100%, respectivamente, como pode ser observado na Tabela 28.
No Produto D - Sistema de Indicadores deste PMSBI foi proposta uma série de indicadores para a
avaliação dos serviços de saneamento básico no município de Salvador, que integrarão o Sistema
Municipal de Informações de Saneamento – SIMISAN, que está sendo desenvolvido no produto C
deste PMSBI e conforme preconiza o inciso VI, art 9º da Lei Federal nº 11.445/2007 deverá ser
implementado pelo município.
Dentre os indicadores, foi proposto o Índice de Saneamento Básico – ISB, que tem como principal
finalidade viabilizar a análise quantitativa comparativa entre as diferentes regiões do município de
Salvador em relação aos níveis de cobertura de atendimento pelos serviços de saneamento básico
ao longo dos anos de implementação do PMSBI. O ISB se constitui como um indicador global da
situação em relação aos serviços de saneamento básico nas diferentes regiões do município, por
meio de uma ponderação entre os índices setoriais de atendimento pelos serviços (índice de
abastecimento de água, índice de esgotamento sanitário, índice de resíduos sólidos e índice de
drenagem urbana).
O cálculo dos indicadores relativos ao abastecimento de água das duas categorias definidas no
Produto D serão apresentados a seguir:
Nesta categoria foram propostos os indicadores UA1, UA2 e UA3 que são calculados anualmente
a partir das informações fornecidas pelo prestador do serviço de abastecimento de água. No caso
desses indicadores são apresentados os resultados relativos ao ano de 2019, visto que esse é o
último ano com informações disponíveis no SNIS, como pode ser observado na Tabela 29:
De acordo com a Embasa, durante o fornecimento das informações relativas ao ano de 2020 ao
SNIS, houve uma mudança na metodologia de cálculo da população atendida informada ao SNIS,
em função da grande diferença existente entre o valor do índice de atendimento do SNIS e o valor
do índice de atendimento calculado de acordo com as informações do cadastro comercial da
Embasa. Comparando o valor do indicador IN023 do SNIS para o ano de 2019 (88,31%) com o
valor do IAA calculado no item 7.1.4 para o ano de 2021 (98,33%), verifica-se que realmente o
indicador do SNIS não reflete a realidade do abastecimento de água no município.
Segundo a Embasa, a partir do ano base de 2020, o indicador IN023 do SNIS passará a ser
calculado de acordo com a seguinte fórmula:
Onde:
Sendo,
𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 Á𝑔𝑢𝑎
𝐼𝐴𝐸 𝐷𝑜𝑚𝑖𝑐í𝑙𝑖𝑜 =
𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡. 𝑑𝑒 Á𝑔𝑢𝑎 + 𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. á𝑔𝑢𝑎 + 𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐹𝑎𝑐. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. á𝑔𝑢𝑎𝑜
Onde:
Econ. Resid. Habitadas Existente água = Considera todas as situações residenciais habitadas,
ou seja, economias ligadas (L), cortadas (C), inativas (I) e suprimidas (S).
Econ. Resid. Fac. Habit. água = economias residenciais factíveis habitadas de água, ou seja,
economias que ainda não estão interligadas à rede pública de água, porém, a concessionária já
disponibilizou o serviço de abastecimento.
Econ. Resid. Pot. Habit. água = economias residenciais potenciais habitadas de água, ou seja,
aquelas economias que ainda não estão interligadas à rede pública de água, e a concessionária
ainda não disponibilizou o serviço de abastecimento.
Nesta categoria foram propostos os indicadores UA4, UA5, UA6, UA7, UA8, UA9, UA10, UA11,
UA12 e UA13, que são calculados a cada edição de censo demográfico do IBGE (a cada 10 anos).
A forma de cálculo de cada um desses indicadores foi detalhada no produto D deste PMSBI e os
resultados obtidos a partir dos dados do Censo Demográfico de 2010 são apresentados na Tabela
30:
O Indicador UA7 se refere ao índice de domicílios urbanos e rurais abastecidos com água por rede
de distribuição que possuem instalações intradomiciliares de água e corresponde ao indicador A8
do Plansab (2019), que foi detalhado anteriormente no item 7.1.2.
Os indicadores UA8, UA9, UA10, UA11, UA12 e UA13 tem como objetivo avaliar os tipos de
soluções individuais adotadas pela população não atendida pelo sistema público. Para esses
indicadores, utilizou-se a classificação adotada pelo Plansab, que considera os poços ou nascentes
como soluções adequadas para o abastecimento de água, desde que garantida a qualidade e
regularidade da água consumida. Analisando o resultado desses indicadores, observa-se que na
zona urbana o índice de atendimento por soluções consideradas adequadas (UA9=0,41%) é inferior
ao índice de atendimento por soluções consideradas inadequadas (UA13=0,70%), enquanto na
zona rural ocorre o oposto (UA10=1,83% e UA14=0,91%).
O SIAA Salvador é composto por 04 (quatro) Estações de Tratamento de Água (ETA) – ETA
Principal, ETA Teodoro Sampaio, ETA Vieira de Melo e ETA Suburbana – que são alimentadas por
adutoras de água bruta provenientes de mananciais superficiais inseridos nas bacias hidrográficas
do rio Paraguaçu, rio Jacuípe, rio Joanes e rio Ipitanga, e atende também os municípios de Lauro
de Freitas e Simões Filho, além de Salvador
Já o SIAA Recôncavo tem como fonte de abastecimento apenas a ETA Principal, que trata a água
captada na bacia do rio Paraguaçu e na bacia do rio Joanes e atende os municípios de Candeias,
São Francisco do Conde, Madre de Deus, uma localidade do município de São Sebastião do Passé,
além das ilhas de Salvador.
De acordo com o cadastro comercial da Embasa, relativo a julho de 2021, o município de Salvador
possui atualmente um total de 1.028.176 economias e 554.767 ligações existentes habitadas de
água, sendo que 81% das economias e 74% das ligações encontram-se ativas. Analisando as
informações da Tabela 31 observa-se que cerca de 97% das economias existentes habitadas de
água no município são da categoria residencial e cerca de 3% são da categoria comercial, enquanto
as demais categorias representam menos de 0,5% do total de economias existentes.
O ANEXO 1 apresenta o croqui completo do SIAA de Salvador e do SIAA Recôncavo, com recorte
para o município de Salvador e a Figura 62 apresenta o croqui simplificado das unidades de
captação até os reservatórios que compõe o SIAA Salvador.
O Sistema Produtor possui licença de operação concedida por meio da Portaria Inema nº
4.558/2013. A validade inicial da portaria era 07/03/2017, no entanto foi solicitada a renovação da
licença no dia 03/11/2016, por meio do requerimento 2016.001.067017/INEMA/REQ, que gerou o
processo 2017.001.004500/INEMA/LIC-04500.
De acordo com o Art. 159 do Decreto Estadual n° 14.024/12, que regulamenta a Política do Meio
Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, a renovação das licenças e autorizações ambientais
deverá ser requerida com a antecedência mínima de 120 dias da expiração de seu prazo de
validade, fixado na respectiva licença/autorização, ficando este automaticamente prorrogado até a
manifestação definitiva do órgão ambiental licenciador.
As Unidades Regionais também possuem licenças de operação válidas conforme dispositivo legal
mencionado acima. O Quadro 48 apresenta os números das Portarias e processos / requerimentos
de renovação:
A ETA Principal é alimentada por adutoras de água bruta proveniente das represas de Pedra do
Cavalo e Joanes II, esta última reforçada pela represa de Santa Helena por meio da adutora de
água bruta Santa Helena – Joanes II.
As ETA do Parque da Bolandeira (ETA Tedodoro Sampaio e ETA Vieira de Melo) recebem água
bruta por meio de sistemas adutores que captam água nas represas de Joanes I e Ipitanga I,
abastecendo parte de Salvador. A ETA Suburbana tem pequena contribuição, recebendo água
bruta da represa Ipitanga II e fornecendo água tratada para alguns bairros de Salvador e pequena
área de Simões Filho, mais especificamente parte da área de influência do Reservatório de Valéria.
Dessa forma, a análise do nível de água dos reservatórios que atendem o SIAA de Salvador foi
realizada por meio da compilação de todos os informativos disponíveis no site do Inema, no período
de janeiro de 2017 até junho de 2021, conforme será apresentado posteriormente em cada item.
A qualidade da água dos mananciais foi analisada com base nos dados de qualidade da água bruta
disponibilizados pela Embasa (2021). São realizadas análises em todos os meses do ano dos
seguintes parâmetros: voláteis e semivoláteis, metais, bacteriológicos, físico-químicos,
hidrobiológicos. A Embasa realiza o monitoramento das represas responsáveis pelo abastecimento
da população por meio do Programa de Monitoramento Georreferenciado de Mananciais de
Abastecimento (PMG), pela Gerência de Mananciais e Segurança de Barragens (TSAB),
subordinada à Unidade Socioambiental (TSA) da Dirertoria Técnica e de Planejamento.
Por meio dessa rede de monitoramento a Embasa é capaz de analisar a condição de qualidade
daquele corpo d’água e traçar as necessárias medidas operacionais para avaliar a melhoria e a
conservação da qualidade da água estabelecida para o referido manancial conforme sua Classe de
Qualidade.
Considerando que os mananciais que atualmente são utilizados para abastecer a população
carecem de enquadramento oficial, os mesmos serão provisoriamente enquadrados como Água
Doce Classe II. Dentre os usos destinados a esse enquadramento, destaca-se o abastecimento
para consumo humano, após tratamento convencional.
A Resolução CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos
corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, determina, em seu Art. 42°, que
enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos as águas doces serão consideradas
Classe II, exceto se as condições de qualidade atuais forem melhores, o que determinará a
aplicação da classe mais rigorosa correspondente.
Deste modo, os resultados fornecidos pela Embasa dos pontos de amostragem retromencionados
serão confrontados com o disposto na Resolução CONAMA n° 357/2005 para a Água Doce Classe
II. Cabe mencionar que os resultados apresentados se referem ao monitoramento realizado pela
Embasa no período de janeiro de 2015 até setembro de 2020.
Destaca-se, que não foi possível determinar a conformidade dos seguintes parâmetros orgânicos:
Aldrin e Dieldrin, Clordanos (cis + trans), Endrin, Lindano (g- BHC) e Toluento, pois os resultados
não apresentavam um valor preciso, mas sim uma faixa de valores que poderia tanto estar em
acordo, com o limite estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, como não.
A barragem de Pedra do Cavalo, inaugurada em 1983, está localizada na bacia hidrográfica do rio
Paraguaçu, entre os municípios de Cachoeira e Governador Mangabeira (Figura 64). A referida
barragem desde seu projeto foi concebida para usos múltiplos da água do reservatório, desde o
abastecimento humano, industrial, geração de energia elétrica, controle de enchentes – de modo a
evitar inundações nas cidades de Cachoeira e São Felix, localizadas a jusante da barragem durante
o período de chuvas – e irrigação, até melhoria das condições de navegação a jusante da barragem
e, também, melhoria das condições sanitárias do rio Paraguaçu (SEDUR, 2016).
O reservatório é formado pela barragem principal e dois diques auxiliares (Quadro 54) e a barragem
foi constituída em enrocamento com núcleo de argila, enquanto os diques foram construídos em
solo compactado.
O vertedouro é do tipo superfície e possui 05 (cinco) comportas tipo segmento com 18 m de altura
por 15 m de largura, com capacidade máxima de descarga de 12.000 m³/s. A soleira das comportas
está na cota 106,00 m. O Quadro 55 apresenta as principais características da barragem Pedra do
Cavalo.
A barragem foi projetada para uma vazão regularizadora de 79,0 m³/s com permanência de 90%,
sendo que uma parcela de 21,0 m³/s seria destinada ao atendimento das demandas de água do
Sistema Adutor de Pedra do Cavalo, para abastecimento da população. A vazão destinada ao
sistema adutor é de 7,0 m³/s (SEDUR, 2016).
A implantação da UHE Pedra do Cavalo modificou a operação da barragem, isso porque a UHE
demanda uma vazão de 80 m³/s, reduzindo significativamente os níveis d’água do reservatório. Tal
situação gera um maior consumo de energia e um aumento nos custos operacionais já que a
estação elevatória de captação passa a atuar sob condição mais desfavorável e os conjuntos moto
bombas atuam com menor desempenho operacional em face do aumento da altura manométrica
de recalque – propiciando um arraste de algas e dificultando as operações de tratamento da água.
A captação de água para atender a ETA principal é realizada no município Conceição de Feira, na
coordenadas UTM 500.430 E; 8.613.600 S, na própria Estação Elevatória do sistema Adutor de
Água Bruta de Pedra do Cavalo, localizada a cerca de 5 km da barragem (Figura 65).
Os resultados das campanhas realizadas pelo Inema, por meio do informativo semanal de
monitoramento de barragens, no período de janeiro de 2017 até junho de 2021 estão compilados
na Figura 66.
120
118
116
114
112
110
108
106
01/01/2017 01/01/2018 01/01/2019 01/01/2020 01/01/2021
Com base nos dados obtidos no Boletim se observa que durante 2017, o nível médio do reservatório
oscilou em torno da cota 111,35 m, provavelmente decorrente do período de irregularidade e
redução das chuvas naquele período. Em 2018 houve um aumento progressivo do nível médio do
reservatório que chegou a atingir um valor máximo de 114,19 m em julho. O nível médio do
reservatório em 2019 foi de 114,86m, tendo atingido a cota de 116,69m no final de abril. Em 2020
a cota média de janeiro a outubro foi de 116,30m, tendo atingido seu valor máximo em junho com
nível em 119,01m, com redução progressiva até então, atingindo o nível de 113,02 m em junho de
2021, ou seja, nem o nível operacional máximo (120 m) nem o mínimo (107,00m) foram atingidos
até esse período.
O parâmetro Cor está associado ao grau de redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-
la, devido a presença de sólidos dissolvidos e pode ser dita como aparente ou verdadeira, sendo a
cor verdadeira associada a água após remoção da turbidez (PIVELI, 2005). Esse parâmetro, em
conjunto com a turbidez, atua como um importante parâmetro operacional de controle da qualidade
da água bruta, decantada e filtrada; e, embora, não esteja relacionado diretamente com problemas
de contaminação, se constitui como padrão de potabilidade (PIVELI, 2005). Na represa Pedra do
Cavalo, a alteração da cor verdadeira ocorreu de modo pontual em fevereiro de 2016, desde desse
período esse parâmetro vem se mantendo abaixo do limite de 75 mg Pt/L.
Com relação a Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias (DBO5), sua alteração também ocorreu
de modo pontual em janeiro de 2019, excedendo ao limite de 5mg/L O2, estabelecido na legislação
vigente. Seu monitoramento e controlo é muito importante para a permanência da biota aquática,
por representar o potencial de oxigênio dissolvido devido à estabilização dos compostos orgânicos
biodegradáveis, o que pode corroborar para uma redução nos níveis de oxigênio na água.
0,12
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
O parâmetro Oxigênio Dissolvido (OD), apresentou dois resultados abaixo do mínimo estabelecido
na legislação vigente de 5 mg/L O2, em julho de 2015 e janeiro de 2018. As demais análises
estiveram de acordo com a Resolução CONAMA n° 357/2005, essa conformidade é imprescindível
para manutenção e preservação da biota aquática.
Com relação aos parâmetros inorgânicos, o Potencial Hidrogeniônico (pH) apresentou uma
desconformidade pontual em julho de 2019, com valor superior a 9,0 pH; o mesmo ocorreu com
Manganês Total, apresentou uma alteração pontual em julho de 2017, onde excedeu os 100 μg
Mn/L estabelecidos na legislação vigente.
No projeto original da barragem foi delimitada uma curva Cota x área x volume, cujos dados
volumétricos, correspondentes a situação de início de operação, foram estimados no PARMS e são
apresentados no Quadro 60.
Os três Níveis de Segurança (NS1 = 110,00m; NS2 = 109,00m; NS3 = 108,00m) foram
estabelecidos pela Embasa e têm como objetivo a garantia dos sistemas de abastecimento de água
através da captação existente (SEDUR, 2016). Segundo o PARMS, o critério de operação da
barragem é realizado de modo a evitar que a cota NS1 (denominada Meta da Embasa) seja atingida,
para que sejam atendidos os usos múltiplos previstos para a Barragem Pedra do Cavalo, conforme
Nota Técnica do Inema.
Considerando o nível máximo normal de 120,0m, todos os Níveis de Segurança estão associados
a Volumes Mortos muito expressivos, montante subaproveitado. Se a operação for realizada com o
a cota mínima (106,00m) o volume morto cai para 59,9% e o volume útil é elevado para 40,1%.
Considerando apenas a Cota de Alimentação das Turbinas (CAT), cerca de seis metros acima da
geratriz superior da tomada de água para a alimentação das turbinas, esse volume morto é reduzido
para 40,5% correspondendo a quase 1,9 milhões de m³, valor muito superior a quase todos os
volumes de acumulação dos reservatórios de todo o estado.
Do ponto de vista volumétrico o reservatório Pedra do Cavalo estaria sendo subaproveitado. Porém,
existem dois fatores que exercem pressão sobre essas reservas, são eles:
Ademais, deve-se levar em conta que não é considerada a possibilidade de manejo de reservas e
que há uma redução da capacidade de armazenamento com o tempo, devido à deposição de
sedimentos.
A Barragem Pedra do Cavalo foi avaliada em projeto para uma vazão regularizadora de 79,00m³/s.
No entanto, o caráter dinâmico das bacias hidrográficas e de seus processos hidrológicos faz com
que seja necessária uma avaliação constante das vazões necessárias para atendimento às
demandas, devendo ser considerada a evolução do sistema na produção de reservas hídricas e
identificado os diferentes cenários de restrição que possam se apresentar ao longo do tempo
(SEDUR, 2016).
Deste modo, o Inema realizou a Revisão do Balanço Hídrico do Plano de Recursos Hídricos do
Estado da Bahia, junto ao IICA, em 2012, que apresentou o reservatório Pedra do Cavalo como
tendo uma capacidade de atendimento de 75,50m³/s.
O estudo realizado no âmbito do PARMS pela Sedur (2016) sugere uma redução da vazão para
47m³/s para 100% de permanência com o nível operacional mínimo na cota de 106,00m. De tal
modo, seria insustentável do ponto de vista ambiental manter o atendimento da RMS com uma
vazão de 21m³/s, conforme previsto em projeto. O PARMS sugere que essa vazão seja de 13,4m³/s
para um período de 24h, sendo que o sistema poderia ser operado com uma vazão maior desde
que a duração seja menor, de modo a não provocar danos ambientais a jusante. Esses valores
foram estabelecidos para o seguinte cenário:
• Vazão aduzida para abastecimento humano garantido 100% do tempo igual a 27,00m³/s (o
que daria para atender o previsto para RMS e outras cidades);
• Vazão ambiental liberada para jusante igual a 10,0m³/s, enquanto o nível do reservatório
fosse superior à cota 108,00m e igual a 6,0m³/s entre as cotas 106,00m e 108,00m,
garantida 100% do tempo;
• Vazão para geração de energia abaixo da cota 110,00m igual à vazão liberada para jusante
(10,0m³/s ou 6,0m³/s a depender no nível da água).
A barragem Joanes II, construída em 1971, está localizada na bacia hidrográfica Recôncavo Norte,
a montante de Joanes I, entre os municípios de Simões Filho e Dias D’Ávilla e realiza a adução do
Rio Joanes para o abastecimento da SIAA Salvador e SIAA Recôncavo. Essa barragem recebe
reforço das águas do rio Jacuípe, por meio de uma transposição da barragem de Santa Helena.
A barragem Joanes II foi concebida em projeto para reforçar a vazão de regularização da barragem
Joanes I, atender a ETA Principal e abastecer o Complexo Petroquímico de Camaçari (COPEC),
atual Braskem. Atualmente, a barragem Joanes II não abastece mais a Braskem, a qual é atendida
pelo sistema adutor de Santa Helena.
O reservatório foi projetado para operar entre as cotas 30,5m e 28,00m; sendo a cota mínima para
a captação 24,9m. O Quadro 62 apresenta as principais características da Barragem do Joanes II.
A barragem foi projetada para uma vazão regularizadora de 4,8m³/s, o que proporcionaria, em
conjunto com a barragem Joanes I, uma disponibilidade hídrica de 6,0m³/s (SEDUR, 2014).
No entanto, nos últimos 40 anos, a barragem não tem sido capaz de fornecer a demanda
estabelecida em projeto, sendo necessário, em períodos de estiagem, utilizara a descarga de fundo
e a utilização de flutuantes (Figura 71) ou até mesmo o sifonamento da água para manter a vazão
mínima do reservatório Joanes I (EMBASA, 2020).
Para reverter tal situação, foi construído o sistema adutor Santa Helena – Joanes II para alimentar
o Joanes II, deste modo garantindo a segurança hídrica tanto da represa Joanes I quanto da Joanes
II (SEDUR, 2016).
A captação na represa Joanes II é realizada por uma estrutura de concreto armado e ocorre junto
à estação elevatória, localizada no município de Camaçari, nas coordenadas UTM 562.800 E;
8.598.800 S, situada à margem direita do lago. Essa área foi determinada em função do
levantamento batimétrico realizado na represa, que levou em consideração os níveis máximo e
mínimo de funcionamento da barragem e procurou evitar a ocorrência de assoreamento, variações
na turbidez e as eventuais cargas de choque decorrentes de despejos industriais acidentais
(SEDUR, 2016).
Observa-se no gráfico que a situação mais crítica do nível do reservatório de Joanes II ocorreu no
período de março a abril de 2017, chegando a operar com apenas uma folga de 0,56m da cota
mínima. A segunda pior situação foi constatada em 2018, porém ainda estava com uma folga de
2,54m da cota mínima de operação.
31
30
29
28
27
26
25
24
23
02/01/2017 02/01/2018 02/01/2019 02/01/2020 02/01/2021
Com relação ao monitoramento executado pela Embasa, o Quadro 63, o Quadro 64 e o Quadro 65
apresentam o resultado detalhado das análises realizadas no período de janeiro de 2015 a setembro
de 2020, considerando os parâmetros mencionados anteriormente. As últimas três linhas se referem
ao valor máximo e médio registrado no período e ao valor limite estabelecido pela Resolução
CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe II.
Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:
O parâmetro Oxigênio Dissolvido (OD), apresentou dois resultados abaixo do mínimo estabelecido
na legislação vigente de 5 mg/L O2, em maio de 2015 e julho de 2018. As demais análises estiveram
de acordo com a Resolução CONAMA n° 357/2005, essa conformidade é imprescindível para
manutenção e preservação da biota aquática.
Com relação aos parâmetros inorgânicos, Nitrogênio Amoniacal apresentou concentração superior
a 2,0mg/L durante os meses de maio e junho de 2019 e o Potencial Hidrogeniônico (pH) apresentou
uma desconformidade pontual em janeiro de 2019, com valor inferior a 6,0 pH.
Com relação ao Alumínio Dissolvido, a desconformidade se deu nos meses iniciais de 2015, nos
meses de maio e agosto, e em 2016, nos meses de janeiro e maio, onde as análises registraram
um valor superior a 100 μg/L (Figura 74). Segundo os resultados analisados pelo PARMS, essa
desconformidade do Alumínio Dissolvido ocorreu também nos anos de 2012 a 2014, possivelmente,
em decorrência do descarte do lodo produzido na ETA Principal no curso d’água do rio Joanes.
Desde de julho de 2016, o resultado das análises não tem evidenciado alteração na concentração
do Alumínio Dissolvido, em função, provavelmente, da capacidade de autodepuração do corpo
receptor.
500
400
300
200
100
0 13/03/17
13/05/19
13/05/15
13/07/15
13/09/15
13/11/15
13/01/16
13/03/16
13/05/16
13/07/16
13/09/16
13/11/16
13/01/17
13/05/17
13/07/17
13/09/17
13/11/17
13/01/18
13/03/18
13/05/18
13/07/18
13/09/18
13/11/18
13/01/19
13/03/19
13/07/19
13/09/19
13/11/19
13/01/20
Al. Dis. (ug Al.Dis/L) VMP
O parâmetro Manganês apresentou concentração superior a 100 μg/L em três momentos, maio de
2015, julho de 2016 e maio de 2020. Segundo FUNASA (2014) altas concentrações de manganês
assim como ferro, além de causas naturais decorrentes das características geoquímicas das bacias
de drenagem são também encontradas em situações de ausência de oxigênio dissolvido, como, por
exemplo, em águas subterrâneas ou nas camadas mais profundas dos lagos. Nesse caso
especifico, apenas na amostra do mês maio de 2015, pode-se inferir uma correlação entre esses
dois parâmetros, visto qe a concentração de OD foi de apenas 3,44 mg/L, abaixo do valor mínimo
estabelecido pela resolução CONAMA, que é de 5 mg/L.
Quadro 65 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Joanes II)
BENZ CCl4 CH2Cl2 CLDN END ETBZ LIND PCLF TOL TRCLEE XILS
Data Endereço A&D (μg/L)
(μ)g/L (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg /L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L)
13/05/15 CANR001C V < 1,000 - - - < 1,00 < 1,000 - < 1,000 < 2,000 - - -
31/08/15 CANR001C V < 1,000 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,000 < 2,00 < 1,000 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
19/01/16 CANR001C V < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,000 < 2,00 < 1,000 - < 2,00 < 2,00 < 4,00
28/04/16 CANR001C V < 1,000 - - - < 1,00 < 1,000 - < 1,000 < 2,00 - - -
09/05/16 CANR001C V < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,000 < 2,00 < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
20/07/16 CANR001C V - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
31/01/17 CANR001C V - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
12/07/17 CANR001C V - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
05/09/17 CANR001C V < 1,000 - - - < 1,00 < 1,000 - < 1,000 < 2,00 - - -
22/01/18 CANR001C V < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,000 < 2,00 < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
26/07/18 CANR001C V < 1,000 - - - < 1,00 < 1,000 - < 1,000 < 2,00 - - -
27/12/18 CANR001C V - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
09/01/19 CANR001C V - <2 <2 < 10 - - < 2,00 - <2 < 2,00 <2 < 4,00
25/02/19 CANR001C V - - - - - - - - <2 - - -
A Barragem Joanes II foi avaliada em projeto para uma vazão regularizado de 4,80m³/s. No entanto,
o Plano Diretor de Abastecimento de Água da RMS (1998) admitiu uma vazão de 3,80 m³/s,
enquanto a Revisão do Balanço Hídrico do Plano de Recursos Hídricos do Estado da Bahia,
realizada pelo Inema junto ao IICA em 2012, apresentou o reservatório Joanes II como tendo uma
capacidade de atendimento de 2,399 m³/s (SEDUR, 2016).
Segundo Sedur (2016), em 2013, a Fundação Escola Politécnica (FEP) da Bahia, elaborou o Projeto
de Revitalização e Gestão Ambiental do Sistema Joanes/Ipitanga, onde a capacidade de
regularização dos reservatórios Joanes I e Joanes II foi avaliada. Essa nova estimativa foi realizada
em função dos indicadores do reservatório apresentados no Quadro 67.
O estudo estimou as vazões mínimas, médias e máximas para o Joanes II para o período de 1956
a 2010, conforme Tabela 35. Durante esse período a vazão máxima anual foi de 16,147m³/s, a
média anual de 5,472m³/s e a mínima anual de 0,843m³/s. Essas estimativas foram realizadas por
meio dos dados medidos no rio Jacuípe em Mata de São João, considerando que as semelhanças
físicas existentes entre as duas bacias permitiriam considerar a produção de um escoamento
semelhante em ambas.
Tabela 35 – Vazões médias mensais (m³/s) na bacia do Joanes II estimadas pelo estudo
realizado pela FEP
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mín. 0,123 0,083 0,171 0,232 0,796 1,025 0,535 0,898 0,191 0,090 0,098 0,107
Média 2,323 2,271 3,710 5,853 11,846 11,255 9,403 5,097 3,627 2,875 3,786 3,623
Máx. 14,656 14,063 23,467 33,294 48,798 39,818 23,975 21,264 12,538 12,623 28,889 29,228
A partir dessas estimativas foi estipulada a vazão máxima regularizadora do Joanes II como sendo
de 1,820m³/s, considerando 100% de permanência.
O acesso à represa Santa Helena é restrito a pessoas autorizadas e possui em sua entrada placa
de identificação. A área é fechada por cerca metálica e o acesso é realizado por um portão metálico
que é trancado por um cadeado e fiscalizado por um guarda, conforme Figura 75.
1981 1987
A barragem Santa Helena veicula uma vazão máxima de 3,0 m³/s, em função da limitação da
capacidade atual da adutora existente, para reforço da barragem Joanes II.
20,5
20
19,5
19
18,5
18
17,5
17
16,5
16
02/01/2017 02/01/2018 02/01/2019 02/01/2020 02/01/2021
Os quadros (Quadro 71, Quadro 72 e Quadro 73) a seguir apresentam o resultado detalhado das
análises realizadas, cabe ressaltar que a ausência de alguns parâmetros se deve a falta de
informação dos mesmos As últimas três linhas se referem ao valor máximo e médio registrado no
Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:
Quadro 72 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Santa Helena)
Al. Dis. (ug Chumbo (ug Fe.Dis. (ug
Data Endereço Zn (ug Zn/L)
Al.Dis/L) Pb/L) Fe.Dis/L)
16/04/2015 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 98,3 <3
24/09/2015 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 186 9,23
30/03/2016 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 28,2 <3
12/09/2016 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 15,8 <3
15/02/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 7,18 <3
27/07/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 14,8 6,69
Quadro 73 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Santa Helena)
CH2Cl2 CLDN ETBZ (μg
Data Endereço A&D (μg/L) BENZ (μ)g/L END (μg/L)
(μg/L) (μg/L) /L)
22/04/2015 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro v <2 < 10 <1 <1 <5
24/09/2015 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
30/03/2016 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
12/09/2016 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro - <2 < 10 - - <5
15/02/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro - <2 < 10 - - <5
27/07/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
15/01/2018 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
30/07/2018 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 - - <1 <1 -
03/01/2019 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
24/07/2019 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
Valor Médio <1 <2 < 10 <1 <1 <5
Valor Máximo <1 <2 < 10 <1 <1 <5
Valor Máximo Permitido 0,005 5 20 0,04 0,004 90
Fonte: Embasa, 2021.
A barragem, quando reconstruída, passou por uma reavaliação dos estudos hidrológicos que
constatou que o reservatório Santa Helena tem a capacidade de regularizar vazões de: 6,75m³/s,
desde que seja construída uma nova adutora para atuar em paralelo com as duas existentes, e
8,80m³/s, sendo necessária as construções de uma nova estrutura de captação mais próxima da
barragem Santa Helena e uma de adução; ambos as hipóteses tiveram a vazão ecológica incluída
em projeto (Quadro 75).
A barragem Santa Helena foi avaliada em projeto para uma vazão regularizadora de 6,75m³/s,
considerando o nível operacional situado entre as cotas 17,00 m e 20,00 m. Antes da reconstrução
da barragem, foram realizados dois estudos para avaliar a capacidade de regularização: Plano
Diretor de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador, elaborado pela Hydros
Engenharia e os Estudos de Definição do Reaproveitamento do Potencial Hídrico do Rio Jacuípe,
elaborado pela Geohidro (SEDUR, 2016). Ambos os estudos avaliaram a capacidade de
regularização do reservatório Santa Helena para uma permanência de 100% e para a conta mínima
de 17,00m e 10,00m, conforme Quadro 76.
Essa disparidade nos resultados se deve não apenas à diferença na base de dados utilizada (a
Geohidro utilizou para a simulação da vazão regularizadora os dados fluviométricos de 01/1956 a
12/1994, enquanto a Hydros os dados de 08/1956 a 12/1971), bem como pela distinção do
tratamento matemático empregado em cada estudo e pela disparidade dos critérios empregados
na modelagem matemática. Apesar disso, os valores encontrados foram comparativamente
próximos.
A barragem Joanes I, construída em 1955, está localizada na bacia hidrográfica Recôncavo Norte
entre os municípios de Lauro de Freitas e Camaçari e realiza a adução do Rio Joanes para o
abastecimento de Salvador. O Quadro 80 apresenta as principais características da Barragem do
Joanes I. Esta foi construída em concreto, sem comportas e com um vertedouro livre com soleira
do tipo Creager.
A área destinada à captação da represa Joanes I é fechada por um muro de alvenaria e o acesso
é realizado por um portão metálico que é trancado por um cadeado e fiscalizado por um guarda,
conforme Figura 79.
Essa barragem (Figura 80) está situada em área de vulnerabilidade social, sendo que no dia da
visita não foi possível subir até a sua estrutura, em virtude de conflitos entre facções rivais que
comandam o tráfico de drogas na região. A barragem não possui comportas, dessa forma, a vazão
de jusante só ocorre quando existe nível suficiente.
A barragem foi projetada para uma vazão regularizadora de 1,2m³/s, no entanto, devido ao processo
de assoreamento do reservatório, a vazão regularizadora considerada pela Embasa é de 1,00m³/s.
Nesse manancial existem dois tipos de captação (Figura 81), a saber: a fio d’água, que capta uma
vazão de 2.200L/s, cuja adução é realizada por uma tubulação de aço; e pela torre de tomada, que
capta uma vazão de 1.100L/s, com transporte realizado pela adutora de concreto.
A água captada a fio d’água passa pela chaminé de equilíbrio (Figura 82), localizada na mesma
área da captação, depois é transportada pela adutora de aço (DN 1500 mm) por gravidade até o
booster Joanes I.
No que concerne aos níveis de operação da barragem Joanes I, a Figura 84 apresenta o gráfico
para o período de janeiro de 2017 até junho de 2021, conforme boletim semanal disponibilizado
pelo INEMA.
17,5
17
16,5
16
15,5
15
14,5
14
13,5
03/05/2017 03/05/2018 03/05/2019 03/05/2020 03/05/2021
Ao longo desse período, a barragem esteve operando acima do seu nível mínimo, vivenciando
situação crítica em fevereiro de 2017, em função da estiagem, onde o nível ficou em 14,96m, ou
seja, uma folga de apenas 0,46m do seu nível mínimo. O pico do nível ocorreu em abril de 2020,
com registro de 17,2m.
Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:
O parâmetro Cor está associado ao grau de redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-
la, devido a presença de sólidos dissolvidos e pode ser dita como aparente ou verdadeira, sendo a
cor verdadeira associada a água após remoção da turbidez (PIVELI, 2005). Esse parâmetro, em
conjunto com a turbidez, atua como um importante parâmetro operacional de controle da qualidade
da água bruta, decantada e filtrada; e, embora, não esteja relacionado diretamente com problemas
de contaminação, se constitui como padrão de potabilidade (PIVELI, 2005). Na represa Joanes I, a
alteração da cor verdadeira ocorreu de modo pontual em abril de 2018, desde então esse parâmetro
vem se mantendo abaixo do limite de 75 mg Pt/L.
Com relação à Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias (DBO5), sua alteração também ocorreu
de modo pontual em janeiro de 2019, excedendo o limite de 5 mg/L O2, estabelecido na legislação
vigente. Seu monitoramento e controlo é muito importante para a permanência da biota aquática,
por representar o potencial de oxigênio dissolvido devido à estabilização dos compostos orgânicos
biodegradáveis, o que pode corroborar para uma redução nos níveis de oxigênio na água.
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
OD mg OD/L Mínimo
Quanto ao parâmetro Fósforo Total, este vem apresentando, ao longo de todo período monitorado,
resultados com valores superiores a 0,03 mg/L, limite estabelecido pela Resolução CONAMA n°
357/2005 - conforme Figura 87. Essa recorrência na desconformidade sugere um aporte expressivo
de fósforo no manancial, proveniente, provavelmente, de contribuições sanitárias clandestinas e
uso de fertilizantes em cultivos agrícolas.
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
A Barragem Joanes I foi avaliada em projeto para uma vazão regularizado de 1,20m³/s. No entanto,
como já mencionado, o caráter dinâmico das bacias hidrográficas e de seus processos hidrológicos
faz com que seja necessária uma avaliação constante das vazões necessárias para atendimento
às demandas (SEDUR, 2014).
Deste modo, o Inema realizou a Revisão do Balanço Hídrico do Plano de Recursos Hídricos do
Estado da Bahia, junto ao IICA, em 2012, que apresentou o reservatório Joanes I como tendo uma
capacidade de atendimento de 1,24m³/s. Segundo Sedur (2016), a Embasa considera a vazão
regularizadora como sendo de 1,00m³/s, devido ao processo de assoreamento da represa.
Em 2013, a Fundação Escola Politécnica (FEP), pela Embasa e Sedur, elaborou o Projeto de
Revitalização e Gestão Ambiental do Sistema Joanes e Ipitanga, onde a capacidade de
regularização dos reservatórios Joanes I e Joanes II foi avaliada. Essa nova estimativa foi realizada
em função dos indicadores do reservatório apresentados no Quadro 85.
Com esses dados, a FEP estimou as vazões mínimas, médias e máximas para o Joanes I para o
período de 1956 a 2010, conforme Tabela 36. Durante esse período a vazão máxima anual foi de
24,685m³/s, a média anual de 8,366m³/s e a mínima anual de 1,289m³/s. Essas estimativas foram
realizadas por meio dos dados medidos no rio Jacuípe em Mata de São João, considerando que as
semelhanças físicas existentes entre as duas bacias permitiriam considerar a produção de um
escoamento semelhante em ambas.
Tabela 36 – Vazões médias mensais (m³/s) na bacia do Joanes I estimadas pelo estudo da
FEP
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mín. 0,188 0,127 0,262 0,355 1,217 1,567 0,819 1,373 0,293 0,137 0,150 0,163
Média 3,552 3,472 5,672 8,948 18,111 17,207 14,376 7,793 5,544 4,395 5,788 5,540
Máx. 22,407 21,500 35,877 50,901 74,602 60,874 36,654 32,509 19,169 19,298 44,684 44,684
A partir dessas informações, no PARMS foi possível estimar a capacidade de atendimento a ser
considerada no balanço entre as demandas de abastecimento e disponibilidade dos mananciais,
conforme demonstrado no Quadro 86.
A barragem Ipitanga I foi construída em 1935, há cerca de 80 anos, tendo por finalidade a melhoria
do abastecimento de água de Salvador. Essa barragem do tipo maciço foi constituída em alvenaria
de pedra argamassada. O vertedouro é do tipo incorporado e possui 05 (cinco) comportas com 3,0m
de largura por 2,35m de altura. A soleira das comportas está na cota 28,00m. A demais
características da barragem Ipitanga I estão apresentadas no Quadro 87.
Válvula de
acionamento
manual das
comportas
Régua de
medição
de nível
28
27
26
25
24
23
22
02/01/2017 02/01/2018 02/01/2019 02/01/2020 02/01/2021
Observa-se que os picos de redução nos níveis de água no reservatório de Ipitanga I ocorreu nos
anos de 2017 e 2018 nos meses de verão. Nos demais anos os níveis se mantiveram relativamente
constantes, com exceção de uma leve redução no intervalo dos meses de maio a agosto de 2020
e março abril de 2021. No período analisado, os níveis registrados mantiveram-se sempre acima
do N.A. mínimo operacional (23,00m) e abaixo do nível máximo (29,3m), sendo que a situação mais
crítica ocorreu em março de 2018 com nível de 24,67m, ou seja, folga operacional de apenas 1,67m.
Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:
9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
OD mg OD/L Mínimo
0,18
0,16
0,14
0,12
0,1
0,08
0,06
0,04
0,02
0
Com relação aos parâmetros inorgânicos, o Potencial Hidrogeniônico (pH) apresentou uma
desconformidade pontual em setembro de 2015, com valor inferior a 6,0 pH; o mesmo ocorreu com
o Mercúrio Total, que apresentou uma alteração pontual em fevereiro de 2017, e o Zinco Total com
concentração superior ao limite estabelecido de 180 μg Zn/L em julho de 2019.
450,0
400,0
350,0
300,0
250,0
200,0
150,0
100,0
50,0
0,0
14/12/15
14/06/18
14/02/19
14/04/15
14/06/15
14/08/15
14/10/15
14/02/16
14/04/16
14/06/16
14/08/16
14/10/16
14/12/16
14/02/17
14/04/17
14/06/17
14/08/17
14/10/17
14/12/17
14/02/18
14/04/18
14/08/18
14/10/18
14/12/18
14/04/19
14/06/19
14/08/19
14/10/19
14/12/19
14/02/20
14/04/20
Mn (ug Mn/L) VMP
Segundo Sedur (2016) a vazão regularizadora adotada para a barragem Ipitanga I é de 0,5m³/s
para 100% de permanência, o que proporciona, em conjunto com a barragem Ipitanga II (0,35m³/s),
uma disponibilidade hídrica de 0,85m³/s ao sistema adutor Ipitanga I – Bolandeira. Na revisão do
Balanço Hídrico do Plano Estadual de Recursos Hídricos realizado pelo Inema em conjunto ao IICA,
em 2012, a capacidade de regularização foi avaliada em 0,3m³/s para uma permanência de 100%.
No estudo realizado no âmbito do PARMS pela Sedur (2016), com base nas informações fornecidas
pela Embasa e pelo Inema (Quadro 92), a vazão regularizadora foi estimada em 0,127m³/s para
100% de permanência. A vazão foi simulada ainda para a hipótese de inexistência de reservatório
a montante o que levou a um incremento da capacidade de regularização para 0,192m³/s com 100%
de permanência.
A barragem de Ipitanga II, inaugurada em 1971, está localizada na bacia hidrográfica do rio Ipitanga
e foi concebida em projeto para receber a transposição de águas represadas pela barragem Joanes
II. Atualmente, essa barragem atende a ETA Suburbana (que no momento da visita estava fora de
operação, em fase de testes para a retomada da operação) e as Indústrias localizadas na região.
A barragem (Figura 94) do tipo maciço foi constituída em concreto e seu vertedouro é do tipo
incorporado. O Quadro 94 apresenta as demais características da barragem Ipitanga II e na Figura
94 é possível observar a estrutura da barragem.
A operação dessa barragem ocorre entre os níveis 64,50m (máximo) e 48,43m (mínimo), é
constituída de vertedouros sem comporta e conta com uma descarga de fundo para manter
regularizada a vazão remanescente a jusante (Figura 95). O volume a ser operado para vazão
ecológica ainda será determinado pelo órgão ambiental (INEMA).
A Figura 96 apresenta o gráfico com os níveis da represa Ipitanga II para o período de janeiro de
2017 até junho de 2021, conforme monitoramento realizado pelo INEMA.
60
58
56
54
52
50
02/01/2017 02/01/2018 02/01/2019 02/01/2020 02/01/2021
Observa-se que os picos de redução nos níveis de água no reservatório de Ipitanga II ocorreram
nos anos de 2017 e 2019 nos meses de verão. Nos demais anos os níveis houve oscilação, com
exceção do ano de 2020, em que houve uma estabilização a partir do mês de maio. No período
analisado, os níveis registrados mantiveram-se sempre acima do N.A. mínimo operacional (cota
23,00m) e abaixo do nível máximo (29,3m), sendo que a pior situação ocorreu em março de 2017,
porém com uma folga operacional de quase 10,0m acima do nível mínimo.
Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:
9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
OD mg OD/L Mínimo
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
Com relação aos parâmetros inorgânicos, o Nitrogênio Amoniacal apresentou nos últimos anos uma
frequência maior de resultados com concentrações superiores a 2 mg NH3/L – limite estabelecido
pela Resolução CONAMA n° 357/2005 – conforme Figura 99.
4,50
4,00
3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
14/06/15
14/08/15
14/12/17
14/04/15
14/10/15
14/12/15
14/02/16
14/04/16
14/06/16
14/08/16
14/10/16
14/12/16
14/02/17
14/04/17
14/06/17
14/08/17
14/10/17
14/02/18
14/04/18
14/06/18
14/08/18
14/10/18
14/12/18
14/02/19
14/04/19
14/06/19
14/08/19
14/10/19
14/12/19
14/02/20
14/04/20
14/06/20
Amônia (mg NH3/L) VMP
As desconformidades do Ferro Dissolvido, embora não tenham sido muitas, foram muito
discrepantes, com resultado acima do usual, conforme pode ser observado na Figura 100.
2,50E+03
2,00E+03
1,50E+03
1,00E+03
5,00E+02
0,00E+00
Além disso, foi constatada a ocorrência de elevadas concentrações do Manganês total, acima do
limite estabelecido pela legislação vigente de 100 μg Mn/L, de forma mais recorrente, conforme
pode ser visualizado na Figura 101.
600
500
400
300
200
100
0
14/08/16
14/08/17
14/04/15
14/06/15
14/08/15
14/10/15
14/12/15
14/02/16
14/04/16
14/06/16
14/10/16
14/12/16
14/02/17
14/04/17
14/06/17
14/10/17
14/12/17
14/02/18
14/04/18
14/06/18
14/08/18
14/10/18
14/12/18
14/02/19
14/04/19
14/06/19
14/08/19
14/10/19
14/12/19
14/02/20
14/04/20
14/06/20
Quadro 97 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Ipitanga II)
A&D BENZ CCl4 CH2Cl2 CLDN END ETBZ LIND PCLF TOL TRCLEE XILS
Data Endereço
(μg/L) (μ)g/L (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg /L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L)
20/05/15 SFIR004C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
20/05/15 SFIR003C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
08/10/15 SFIR004C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
08/10/15 SFIR003C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
07/04/16 SFIR004C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
07/04/16 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
23/08/16 SFIR003C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
23/08/16 SFIR004C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
15/05/17 SFIR004C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
15/05/17 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
25/09/17 SFIR004C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
25/09/17 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
12/03/18 SFIR004C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 - < 2,00 < 2,00 < 4,00
12/03/18 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 - < 2,00 < 2,00 < 4,00
06/06/18 SFIR004C - - - - - - - - < 2,00 - - -
04/01/19 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 - - < 1,00 < 2,00 < 2,00 <2 < 4,00
26/02/19 SFIR004C - - - - - - - - < 2,00 - - -
26/02/19 SFIR003C - - - - - - - - < 2,00 - - -
17/05/19 SFIR003C < 1,00 - - - < 1,00 < 1,00 - < 1,00 < 2,00 - - -
17/05/19 SFIR004C < 1,00 - - - < 1,00 < 1,00 - < 1,00 < 2,00 - - -
19/08/19 SFIR003C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 1,00 < 3,00
19/08/19 SFIR004C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 1,00 < 3,00
09/12/19 SFIR003C < 0,02 - - - < 0,02 < 0,01 - - - - - -
09/12/19 SFIR004C < 0,02 - - - < 0,02 < 0,01 - - - - - -
13/01/20 SFIR003C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 5,00 < 5,00
13/01/20 SFIR004C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 5,00 < 5,00
03/02/20 SFIR003C < 0,03 - - - < 0,01 < 0,03 - - - - - -
03/02/20 SFIR004C < 0,03 - - - < 0,01 < 0,03 - - - - - -
23/07/20 SFIR003C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 - - < 1,00 < 5,00 < 5,00
23/07/20 SFIR004C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 - - < 1,00 < 5,00 < 5,00
Valor Médio - - - - - - - < 1,00 < 2,00 - - -
Valor Máximo < 1,00 < 2,00 0,00 0,00 < 1,00 < 1,00 < 5,00 < 1,00 < 2,00 < 5,00 < 5,00 < 10,00
Valor Máximo Permitido 0,005 5 2 20 0,04 0,004 90 0,02 9 2 10 300
No estudo realizado no âmbito do PARMS pela Sedur (2016), com base nas informações fornecidas
pela Embasa e pelo Inema (Quadro 99), a vazão regularizadora foi estimada em 0,272m³/s para
100% de permanência.
A partir dessas informações, no PARMS foi possível estimar a capacidade de atendimento a ser
considerada no balanço entre as demandas de abastecimento e disponibilidade dos mananciais,
como pode ser observado no Quadro 100.
Em 2020, a Embasa concluiu a perfuração dos 14 (catorze) poços previstos, com profundidade
média de 415 m, que acrescerão uma vazão de 3.038 m³/h ao sistema, que representou um
investimento de R$15.317.284,28 (quinze milhões, trezentos e dezessete mil, duzentos e oitenta e
quatro reais e vinte e oito centavos).
Segundo informações atualizadas da Embasa, em 2021 foi concluída a perfuração do 15º poço
(Poço 18) aumentando o acréscimo de vazão para 3.189,38 m³/h representando um investimento
A previsão é que a água captada nesses poços seja direcionada para o tanque de contato da ETA
Principal, visto que, devido à qualidade da água subterrânea, a mesma dispensa as etapas iniciais
do tratamento, necessitando apenas de cloração e fluoretação. Para tanto, ainda serão necessárias
algumas intervenções, como por exemplo: equipar os poços, construção de tanque de reunião dos
poços localizados mais próximos e a implantação de adutoras e subadutoras.
O estudo foi realizado pela Water Services and Technologies (WST) com base nas informações
fornecidas pela Embasa ou por intermédio da mesma junto a outras instituições. A partir desses
dados foi construído um modelo hidrogeológico e hidroquímico conceitual da área que abrange o
Foram calculadas a reserva hídrica renovável para a área de estudo, e as reservas hídricas
renovável e permanente associadas especificamente ao Sistema Aquífero Marizal São Sebastião.
A reserva renovável calculada para a área de estudo é da ordem de 337.021.582 m³/ano, o que
equivale a aproximadamente 38.480m³/h. Se levarmos em consideração apenas as reservas
renováveis do Sistema Aquífero Marizal São Sebastião, esta resulta em 31.438m³/h, o que
corresponde a 82% da reserva renovável total estimada. Destaca-se que, no conceito de reserva
renovável, deve-se considerar a parcela de água subterrânea necessária para sustentar o fluxo de
rios e córregos (fluxo de base), principalmente durante a estação seca, de modo que a explotação
de água subterrânea não provoque impactos negativos no aquífero ou nos cursos de água
superficial a ele associados. Na avaliação realizada pelo referido estudo, assumiu-se como
premissa que esta parcela corresponderia a 30% da reserva renovável para a área de estudo. Desta
forma, a reserva explotável na área de estudo seria da ordem de 27.000 m³/h. Destaca-se que esta
é uma premissa conservadora, feita principalmente em função da inexistência de dados suficientes
de vazão dos principais rios que atravessam a área de estudo (rio Joanes, rio Jacuípe e rio Pojuca),
o que impede uma estimativa mais precisa da contribuição do sistema aquífero livre para a vazão
desses rios.
Já a reserva hidrogeológica permanente, calculada somente para o Sistema Aquífero Marizal São
Sebastião, foi estimada na ordem de 128 bilhões de metros cúbicos, volume equivalente a
aproximadamente 460 vezes a reserva renovável anual estimada para este mesmo aquífero. Deve-
se destacar o fato de que a água subterrânea se torna salobra nas porções mais profundas deste
sistema. Destaca-se que, embora fisicamente plausível, nem toda esta reserva poderia ser de fato
explotada, uma vez que a explotação excessiva (superexplotação) provocaria uma queda
acentuada nos níveis estáticos dos aquíferos, com efeitos negativos que incluiriam a perda de
capacidade produtiva dos poços tubulares e também, potencialmente: eventos de subsidência em
superfície; indução da migração vertical de contaminantes eventualmente existentes no aquífero
livre, com risco de contaminação dos aquíferos mais profundos; e salinização dos recursos hídricos
subterrâneos, em longo prazo, devido à indução de fluxo vertical ascendente em função do
bombeamento nas porções mais profundas do aquífero.
O balanço hídrico subterrâneo para a área de estudo, dado pela diferença entre a reserva renovável
calculada (38.480 m³/h), a reserva explotável estimada (aproximadamente 27.000 m³/h) e a vazão
O modelo numérico calibrado foi utilizado para simular 4 cenários relacionados ao consumo de água
subterrânea (Cenários 1 a 4) e 2 cenários relacionados ao transporte de potenciais contaminantes
(Cenários 5a e 5b), tendo sido considerado nesta avaliação o cloreto, um elemento conservador,
que praticamente não reage ou se degrada no subsolo. Um breve resumo destes cenários é
apresentado a seguir:
Para os Cenários futuros (2, 3 e 4), foram consideradas as demandas projetadas no Plano de
Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador (PARMS), elaborado pelo governo
do estado da Bahia em 2015, conforme descritas no quadro a seguir.
Nas condições atuais de explotação do Sistema Aquífero Marizal São Sebastião (Cenário 1 / 2020),
o Aquífero Livre não mostra rebaixamento expressivo, embora seja verificada uma zona de
rebaixamento situada na sede do município de Camaçari. Já os níveis dos aquíferos confinados
mostram zonas de rebaixamento concentradas na área do Polo Industrial e também na cidade de
Camaçari. Verifica-se também uma zona de rebaixamento localizada na sede do município de São
Sebastião do Passé.
Nos municípios de Candeias, São Sebastião do Passé (com exceção da área em que se encontra
a sede municipal), Mata de São João e na porção nordeste dos municípios de Camaçari e Dias
D’ávila, os resultados obtidos para o cenário atual não mostram zonas de rebaixamento relevantes.
Destaca-se, no entanto, que o modelo hidrogeológico conceitual mostra que ocorre na região do
município de Candeias uma diminuição da espessura saturada em água doce no Sistema Aquífero
Marizal São Sebastião, de modo que a explotação de água subterrânea neste município deve ser
planejada e monitorada de forma permanente, dada a possibilidade de se detectar nessa área a
interface água doce / água salgada em profundidades relativamente rasas.
Na primeira projeção de demanda futura (Cenário 2 / 2040), verifica-se no aquífero livre uma
expansão e aprofundamento da zona de rebaixamento verificada atualmente na região do Polo
Industrial e da cidade de Camaçari, sendo este mesmo efeito observado nos níveis aquíferos
confinados, o que é natural, dado o aumento nas vazões de captação dos poços pré-existentes
nestes locais. Os resultados obtidos indicam que um incremento na explotação de água subterrânea
neste setor poderá provocar situações de superexplotação conforme já verificado historicamente.
Na sede municipal de São Sebastião do Passé observa-se neste cenário um acentuamento na zona
de rebaixamento simulada no Cenário 1, porém com um rebaixamento local ainda inferior a 5m.
Verifica-se também em alguns níveis confinados o desenvolvimento de uma zona de rebaixamento
na divisa entre os municípios de Simões Filho e Candeias, onde existe atualmente uma
concentração de poços tubulares.
Assim como nos resultados obtidos para o cenário atual, os municípios de Candeias, São Sebastião
do Passé (com exceção da cidade de São Sebastião do Passé), Mata de São João e na porção
Nordeste dos municípios de Camaçari e Dias D’ávila não mostram zonas de rebaixamento
relevantes frente ao bombeamento futuro.
Ainda neste primeiro cenário de demanda futura (Cenário 2 / 2040), verifica-se que os poços
emergenciais perfurados pela Embasa nas proximidades da barragem de Joanes II (limite sul da
área de estudo) que visam complementar o abastecimento da cidade de Salvador, uma vez
acionados irão gerar uma zona de rebaixamento localizada neste setor, porém ainda incipiente e
independente das outras áreas onde ocorre explotação mais intensiva dos aquíferos. Não se
antecipa qualquer impacto negativo no Sistema Aquífero Marizal São Sebastião em função da
entrada destes poços em operação, destacando-se inclusive a adequabilidade da região escolhida
pela Embasa para a instalação destes poços, tanto por sua localização próximo à fonte de consumo
pretendida (Salvador) quanto por se tratar de área pouco explotada no que diz respeito aos recursos
hídricos subterrâneos.
As duas simulações de fluxo adicionais que foram realizadas (cenários 3 e 4, 2040) e que
consideram o aproveitamento do Sistema Aquífero Marizal São Sebastião para complementar o
abastecimento projetado para o Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA) de Salvador
demonstram dois aspectos principais relacionados à gestão dos recursos hídricos subterrâneos na
área de estudo:
Também com respeito aos três cenários futuros simulados (projeções variáveis de captação de
água subterrânea na área de estudo em 2040), destaca-se que a demanda projetada nestes três
cenários excede a reserva explotável estimada, de aproximadamente 27.000m³/h. Quando
comparada com a reserva renovável estimada para a área de estudo (38.480m³/h), somente o
Cenário 4, com um nível projetado de captação de 38.487m³/h, chega a consumir toda esta reserva.
Destaca-se que as simulações de transporte foram realizadas utilizando o cloreto, um íon que
apresenta baixíssima atenuação em aquíferos. Contaminantes como metais ou compostos
orgânicos tendem a se mover de forma significativamente mais lenta, devido a mecanismos naturais
de atenuação no subsolo, tais como a adsorção. Deste modo, a distância máxima de 600 metros
acima mencionada deve ser significativamente reduzida para estas categorias de compostos.
Esse relatório relembra que o PARMS indicou como instrumento de gestão para conservar,
recuperar e disciplinar o uso e ocupação do entorno do reservatório artificial, considerando a
temática nas legislações vigentes, o Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de
Reservatório Artificial (PACUERA). Estimou um prazo de 18 meses para o desenvolvimento dos
trabalhos associados aos Planos Ambientais de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório
Artificial (Pacuera), sendo previsto um custo aproximado de R$ 1,6 milhão (referência da estimativa
– fevereiro/2016). Destacou que compete à Embasa a elaboração dos Pacuera dos reservatórios
Como forma de proteger alguns reservatórios artificiais da RMS, utilizados para abastecimento
humano, foram criadas unidades de conservação com esse objetivo, a exemplo da APA de Pedra
do Cavalo, APA Joanes/Ipitanga e Cobre. Observa-se que dos mananciais que compõem o SIAA
de Salvador apenas a represa de Santa Helena não está inserida em uma unidade de conservação.
O Pacuera de Santa Helena foi finalizado em 2019 e elaborado em consonância com a Resolução
Conama n. 302/2002 e a Portaria n. 12.660/16 - Licença de Operação da referida barragem. Foi
dividido em três produtos: o Diagnóstico Socioambiental, o Zoneamento Ambiental e o Projeto de
Gestão do Reservatório e seu Entorno.
O diagnóstico ambiental foi realizado através de dados secundários e primários, onde foram
identificados e georreferenciados 20 focos de processos erosivos, as fontes de poluição, 13 pontos
de bancos de proliferação de macrófitas, 58 pontos de captação de água. Junto a isso foram
realizados levantamentos amostrais da qualidade da água, da fauna, da flora e das comunidades
do entorno do reservatório. A partir do diagnóstico foram criados o mapa de uso e ocupação do solo
e o mapa de fragilidade natural que foram sobrepostos gerando o mapa de fragilidade ambiental. O
mapa de fragilidade ambiental foi utilizado como ferramenta para auxiliar no processo de
Zoneamento Ambiental do entorno da Barragem Santa Helena, sendo possível identificar áreas com
O PACUERA de Santa Helena realizou ainda o levantamento dos locais onde se localizam indústrias
e onde ocorre a atividade de piscicultura, para determinar os pontos potenciais de contaminação
e/ou que podem causar alteração da qualidade das águas no reservatório (EMBASA, 2019). Esses
pontos potenciais de poluição estão apresentados na Figura 107.
A Figura 109 apresenta um resumo de todos os pontos com potenciais focos de contaminação e
ocorrência de macrófitas aquáticas levantados no PACUERA de Santa Helena.
Junto ao Pacuera foram elaborados sete Programas Ambientais para auxiliar na conservação,
proteção e recuperação do reservatório e seu entorno: o Programa de Educação Ambiental e
Comunicação Social; Programa de Restauração da Vegetação do Entorno do Reservatório;
Programa de Sinalização; Programa de Monitoramento da Qualidade da Água; Programa de
Monitoramento de Macrófitas Aquáticas; Programa de Monitoramento da Ictiofauna; e Programa de
Gestão da Zona de Proteção Rigorosa. Todos os programas foram apresentados com cronograma
e orçamento.
Esse relatório da Embasa (2020) considera como ações necessárias a serem realizadas relativas
ao Pacuera de Santa Helena:
Segundo esse relatório, no âmbito do Programa de revitalização ambiental dos Mananciais do SIAA
de Salvador foram desenvolvidas ações de levantamento de fontes de poluição. Em 2009 por meio
de um contrato com a Fundação Escola Politécnica (FEP) foi realizado esse mapeamento para a
área de influência direta (AID) do Joanes I (Figura 110) e mais recentemente em 2019, para a bacia
do rio Jacaranga, um dos contribuintes do Joanes II, por meio da utilização de drone.
Esse relatório destaca que a Embasa tem previsão de lançar processo licitatório visando contratar
serviços de geotecnologia para dar continuidade aos sobrevôos sobre outras bacias contribuintes
da represa Joanes II e Santa Helena, que darão base aos mapas temáticos por tipologia do
impacto/poluição de cada manancial. Consequentemente, será possível correlacionar as não
conformidades da água, identificadas pelo monitoramento sistemático, com as possíveis fontes de
poluição e impacto, emitindo-se relatórios para o Inema.
Remediação Química
O Plano de Gestão Ambiental do Joanes I, elaborado pela Embasa, via contrato com a FEP,
recomendou como possível ação emergencial o uso de remediadores no reservatório, enquanto
ainda exista déficit de cobertura por solução adequada de esgotamento sanitário na bacia
hidrográfica.
O tratamento com Phoslock, conforme disposto no Quadro 103, foi dividido em duas etapas de
tratamento, seguida de etapas de manutenção. A primeira etapa de tratamento com Phoslock
ocorreu no ano de 2016 com três aplicações na área localizada a montante do barramento e jusante
do estande de macrófitas, da represa. A segunda etapa de tratamento da qualidade da água do
Reservatório Joanes I ocorreu em 2017 e contemplou três aplicações nos mesmos cinco
subcompartimentos selecionados na 1ª etapa e foi concebida considerando a necessidade de
complementação do tratamento realizado em 2016. A última aplicação da primeira etapa de
manutenção estava prevista para janeiro/2021 (Embasa, 2019).
Quadro 103 – Períodos de aplicação da primeira etapa da remediação química com Argila
Enriquecida com Lantânio
Perido da Dosagens por Local da
Etapa Periodo
Aplicação Aplicação Aplicação
Um dos selecionados foi o Projeto Reabilitação Florestal de Áreas de Preservação Permanente dos
rios Joanes e Jacuípe, que tem como objetivo “recuperar vegetação nativa no entorno de cem
nascentes e de cem hectares de áreas marginais dos rios Jacuípe e Joanes”. Para tanto, foram
concebidas as seguintes metas:
Em fevereiro de 2020, foi contratada uma empresa para execução da 2ª meta do projeto, com ordem
de serviço para início dos trabalhos emitida em dia 18/03/2020, justamente quando os Protocolos
de Segurança da Embasa recomendavam a suspensão de todas as atividades presenciais e
aglomerações, dessa forma as atividades deste contrato foram suspensas e só retomadas em
18/09/2020.
Salienta-se que durante esse periodo a Embasa continuou em contato via aplicativo WhatsApp e
por meio de reuniões remotas com os membros da Unidade Gestora do Projeto, representantes das
comunidades e técnicos das prefeituras e entidades parceiras. Diante das manifestações e por
consenso dos participantes deste projeto, ficou acordado que seriam realizadas as ações de
cercamento de todas as áreas naturais (APP de beira de rio e nascentes) das comunidades e, se
as condições sanitárias permitirem reuniões presenciais, seriam realizadas as primeiras oficinas de
educação ambiental crítica.
No que concerne à realização do plantio de árvores nativas e frutíferas nessas áreas naturais, como
depende das chuvas para “pegamento” dessas árvores, foram suspensas, cuja previsão de
retomada era março de 2021, que consiste no período chuvoso da região metropolitana. Além do
plantio das árvores, estão previstos a realização de cursos de educação ambiental crítica e ações
de manutenção da vegetação implantada nas áreas naturais e cercas.
Com base na experiência desse projeto, a Embasa nesse relatório de gestão de mananciais cita
como ações necessárias a serem realizadas:
✓ Ampliar as ações do Projeto Guardiões das Águas para outras APP das bacias do Joanes e
Jacuípe, visto que o escopo atual do projeto abrange uma parcela ínfima das áreas que
foram mapeadas;
✓ Utilizar o escopo do Projeto Guardiões das Águas como modelo para as demais bacias
hidrográficas;
✓ Implantar o Programa de Pagamento de Serviços Ambientais com ribeirinhos das APP das
represas do SIAA da RMS.
✓ Implantar o Programa de Educação Ambiental crítica no âmbito das bacias hidrográficas da
RMS.
As barragens configuram-se como um elevado potencial de risco, visto que o rompimento dessas
estruturas pode trazer consequências catastróficas ao meio ambiente, com destruição de fauna e
flora e perda de vidas. Dessa forma ter ações emergenciais previamente planejadas é de
fundamental importância, visto que mitigaria os impactos causados por um acidente.
Das atividades previstas para o empreendedor na Lei 12.334/2010, segundo relatório a Embasa
realiza:
1. Inspeções
Tem por objetivo verificar o estado geral de conservação e a análise de segurança global da
barragem. São realizados levantamentos geotécnicos e topográficos, recalculado o fator de
A Embasa executou uma Inspeção Especial em 2016 nas barragens de Santa Helena, Ipitanga II e
Joanes II, cujo investimento foi de R$ 92.460,00. Nessas inspeções não foi identificada nenhuma
anomalia significativa que coloque as barragens citadas em risco.
No que concerne aos Planos de Ação Emergencial, a Embasa já elaborou os planos das barragens
de Santa Helena, Joanes I, Joanes II, Ipitanga I, Ipitanga II, Cobre e Pituaçu, que totalizou
R$513.171,70 de investimento.
Ressalta-se que, a partir desses elementos (RPSB e PAE), os Planos de Segurança das Barragens
de Pituaçu, Santa Helena, Joanes I, Joanes II, Ipitanga I, Ipitanga II e Cobre também tiveram a sua
compilação concluída em dezembro/2020 pela equipe técnica da Embasa.
Além dessas ações foram investidos no Sistema de Alerta de Pituaçu, que inclui a central de
monitoramento, as quatro sirenes, o monitoramento telemétrico da barragem de Pituaçu e galeria
da comunidade do Bate Facho, totalizando R$734.095,25. E para implantação dos sistemas de
alerta das seis barragens restantes estão previstos R$2.300.000,00.
A seguir constam a relação dos principais serviços/obras que foram recentemente concluídas ou
estão em fase de conclusão ou licitação:
Barrragem de Pituaçu – recuperação das duas bacias de dissipação dos vertedouros, retificação
na estrutura da parede do vertedouro esquerdo.
A ETA principal trata as águas provenientes dos rios Paraguaçu, Joanes e Jacuípe, conforme
retratado anteriormente. Dessa forma, para abastecimento desta ETA são estabelecidos três
sistemas adutores: Sistema adutor Pedra do Cavalo – ETA Principal (Bacia do Rio Paraguaçu);
Sistema adutor Joanes II- ETA Principal (Bacia do Rio Joanes) e; Sistema adutor Santa Helena –
Joanes II (Bacia do Rio Jacuípe). A espacialização desses três sistemas adutores consta na Figura
112.
Por outro lado, o transporte da água bruta até as ETA do Parque da Bolandeira ocorre por meio de
dois sistemas adutores, a saber: Sistema Adutor rio Joanes (Barragem de Joanes I) – ETA do
Parque Bolandeira e Sistema Adutor rio Ipitanga (Barragem Ipitanga II) – ETA do Parque Bolandeira,
conforme espacialização da Figura 113.
Todos esses sistemas adutores são descritos de forma detalhada a seguir. A Tabela 38 apresenta
a síntese das informações das estações elevatórias de água bruta (EEAB) e a Tabela 39 das
adutoras de água bruta (AAB) que integram esses sistemas – obtidas através da planilha de ativos
da Embasa.
Cabe destacar que todos os sistemas adutores, por estarem localizadas em municípios bem
distantes entre si, apesar de estarem dentro da Região Metropolitana de Salvador, como também,
por estarem assentadas em áreas urbanas, sofrem muito com ações de vandalismo. A Embasa
possui uma equipe de vigilância específica que fiscaliza diariamente estas adutoras tentando
impedir estas ações.
A prestadora do serviço, apesar de não detalhar o tempo de uso de cada trecho das adutoras de
água bruta, salientou que as mais novas já possuem 20 anos de operação, o que implica em uma
maior necessidade de atuação da equipe de manutenção.
O Sistema Adutor Pedra do Cavalo – ETA principal é composto das seguintes unidades: captação
e estação elevatória; adutora por recalque; chaminé de equilíbrio; canal; adutora por gravidade.
A Estação Elevatória (EE) do sistema Adutor de Água Bruta de Pedra do Cavalo está localizada no
município de Conceição de Feira, a cerca de 5km da barragem. A estrutura da EE é constituída de
concreto armado e é do tipo poço seco, sendo projetada para abrigar 10 conjuntos motobombas de
5.000cv.
Segundo a planilha de ativos (Tabela 33) disponibilizada pela a Embasa, o sistema adutor conta
com 4 conjuntos motobombas em operação e 2 conjuntos reserva, totalizando 24.200 CV de
potência instalada. Durante a visita, realizada em agosto/2020, foi informado pelos funcionários a
aquisição recente de outros 2 conjuntos motobombas, que não estavam em operação ainda na
época da visita.
Portanto, atualmente a Embasa faz uso de 6 conjuntos motobombas (Figura 115), sendo 4 unidades
de eixo vertical com 5.000cv de potência e 2 unidades de eixo horizontal com 2.100cv de potência,
e dispõe também de 2 conjuntos reservas de 5.000cv (Figura 116). Essas unidades horizontais de
2.100cv fornecem maior autonomia e flexibilidade a operação, que funciona 24h por dia,
possibilitando maiores gradações das vazões aduzidas.
Figura 115 – Vista do poço seco que abriga os 06 (seis) conjuntos motobombas em
operação
Os ramais de descarga das bombas se entroncam em três barriletes situados na cota 121,40m, os
quais são conectados às adutoras de recalque que, por sua vez, encaminham a água para a
chaminé de equilíbrio. A energia da EE é proveniente da Subestação Abaixadora que opera com as
tensões de 230 kV/13,8kV e com a potência máxima de 70 MVA.
O sistema adutor Pedra do Cavalo possui 03 adutoras de água bruta: a primeira, que interliga a
estação elevatória e a chaminé de equilíbrio; a segunda, que interliga a chaminé com o canal a céu
aberto; e a terceira, que interliga o canal à ETA Principal.
Nesse sistema adutor, após a EEAB, a água é recalcada por uma tubulação em aço carbono (Figura
118) de 1.800mm (38m) e de 2.300mm (392m) até uma chaminé de equilíbrio (Figura 119). Cabe
salientar que uma das funções desse dispositivo é atuar nos momentos de subpressões ou
sobrepressões no sistema.
A chaminé de equilíbrio desse sistema adutor tem forma cilíndrica, com 12,50m de diâmetro e 24m
de altura, apoiado sobre uma estrutura de 16,00m de altura, que dá abrigo a um barrilete de
manobra com tubulação de 2.300mm. A chaminé de equilíbrio opera com níveis entre as cotas
224,0m e 235,0m (SEDUR, 2016).
Depois desse canal aberto a água é encaminhada diretamente para a ETA principal, por meio de
uma tubulação de aço carbono de 2.000mm, com extensão de 41.350m, sendo 32.758m em
tubulação enterrada e 8.592m em trecho aéreo, funcionando por gravidade entre as cotas
operacionais de 185,70m e 122,60m (entrada na ETA). A Figura 120 ilustra o canal aberto que
encaminha a água para a tubulação em direção à ETA Principal.
O sistema adutor barragem Joanes II – ETA Principal conta com uma estação elevatória, uma
chaminé de equilíbrio e duas adutoras que encaminham a água bruta até a ETA Principal, passando
por trechos entre a via Canal de Tráfego e a dutovia da Braskem.
A estação elevatória de água bruta, situada na margem direita do lago formado pela barragem
Joanes II, consiste em uma plataforma de concreto onde ficam instalados os 04 conjuntos
motobombas de eixo vertical e que possui espaço para oito CMB de mesma capacidade. A Tabela
41 apresenta as características dos dispositivos de recalque atualmente em operação.
Em resumo, estão instalados quatro conjuntos motobombas, sendo 2 operando e 2 reservas, dois
deles de 2.500cv e dois de 2.250cv, resultando em uma altura manométrica máxima de 112mca,
com nível mínimo de captação igual a 24,9m, recalcando uma vazão média diária de 1.500L/s (ou
5.400m³/h).
A EEAB do Joanes II recalca água até uma chaminé de equilíbrio, localizada a cerca de 780m e a
partir daí a água segue por gravidade por meio de duas adutoras de água bruta até a ETA Principal,
sendo que uma dessas adutoras de Joanes II entronca na adutora de Pedra do Cavalo já próximo
de chegar à ETA principal. Essa chaminé de equilíbrio de formato cilíndrico, mostrada na Figura
124, possui 5,0m de diâmetro e 53m de altura e é constituída de concreto armado.
Na Figura 125 apresenta-se o croqui das linhas adutoras do sistema Joanes II – ETA Principal, onde
é possível observar as 2 adutoras existentes e a prevista para a 3ª etapa.
5.927 m Ǿ1900 mm
5.700 m Ǿ1200 mm
O sistema adutor Santa Helena – Joanes II é tecnicamente definido como Sistema de reversão e
compreende uma captação/elevatória, situada em um braço do lago formado pela represa de onde
partem duas adutoras em paralelo, com um trecho em recalque e outro por gravidade, até o
lançamento no reservatório do Joanes II, além de 2 chaminés de equilíbrio. Na Figura 126 é possível
observar a vista panorâmica do local onde está instalada a EEAB de Santa Helena, assim como as
chaminés de equilíbrio.
EEAB
A elevatória consiste em uma plataforma de concreto construída na margem do lago, onde ficam
instalados os conjuntos motobombas de eixo vertical e que possui espaço para oito CMB de mesma
capacidade. A Tabela 43 apresenta as características dos dispositivos de recalque.
Segundo a planilha de ativos da Embasa, o sistema adutor de Santa Helena conta com 06
Conjuntos Motobombas em operação e 02 CMB reserva, totalizando uma potência instalada de
13.400cv. Durante a visita técnica, realizada em 23 de setembro de 2020, a elevatória estava
operando apenas com os 06 CMB, os outros dois CMB reserva ainda estão em fase de testes para
depois entrarem no esquema operacional (Embasa, 2020). Nas figuras a seguir apresenta-se as
estruturas da EEAB de Santa Helena.
O estado de conservação geral da estrutura de captação de Santa Helena pode ser classificado
como regular, embora a situação da estrutura civil e dos equipamentos metálicos esteja Boa, os
elementos metálicos durante a visita apresentavam um início de corrosão.
Da EEAB a água é transportada por duas adutoras, sendo que em uma delas possui uma derivação
para o sistema da Braskem, seguindo até duas chaminés de equilíbrio localizadas no morro. A partir
dessas chaminés de equilíbrio (Figura 130 e Figura 131) a água segue por gravidade até a represa
de Joanes II.
Figura 130 - Chaminés de equilíbrio do sistema adutor Santa Helena - Joanes II.
A Figura 132 ilustra o funcionamento das adutoras do sistema Santa Helena - Joanes II. A adutora
na cor verde corresponde a captação de Santa Helena/Braskem; a de cor azul a captação Santa
Helena/Barragem do Joanes II; e a de cor vermelha a antiga adutora da Braskem, atualmente
Figura 132 – Croqui das adutoras existentes e previstas no sistema adutor Sta. Helena -
Joanes II
De acordo com o PARMS (2016) estava prevista a ampliação da adutora e respectiva Estação
Elevatória de Água Bruta de Santa Helena, o projeto estava sendo concebido pela empresa Hita
Engenharia sob contratação da Embasa.
A adução de água bruta entre a Barragem Joanes I e as ETA do Parque da Bolandeira é realizada
por duas adutoras que captam água no lago da barragem e promovem o escoamento num trecho
com extensão de cerca de 22 km. Uma das adutoras funciona por gravidade e é composta por
tubulação em concreto, com diâmetro de 1.500mm e vazão de aproximadamente 1,0 m³/s. A outra
adutora, composta por tubulação em aço carbono, também com diâmetro de 1.500 mm, tem a
mesma extensão de 22 km e opera em regime hidráulico de conduto forçado por gravidade no
primeiro trecho, que está conectado à entrada de sucção do booster situado cerca de 4.700m a
jusante da captação na barragem e onde inicia o segundo trecho por recalque. Atualmente a vazão
de operação desta adutora está em torno de 2,2 m³/s, na condição de duas bombas operando
simultaneamente no booster. O Quadro 104 apresenta as características das adutoras de água
bruta Joanes I – ETA do Parque da Bolandeira (Vieira de Melo e Teodoro Sampaio).
A Embasa está cogitando desativar a Adutora 1, construída há mais de 50 anos, devido sobretudo
à dificuldade de se realizar manutenções em toda sua extensão o que tem contribuído para o
surgimento de patologias na sua estrutura e vazamentos. No entanto, para que isso ocorra será
necessário a ampliação da Adutora 2 (SEDUR, 2014). No momento da visita técnica essa
informação foi confirmada pelo técnico da Embasa, porém ainda não houve a desativação em
virtude de outras intervenções que precisam ser concluídas.
A Adutora 1 (concreto) inicialmente operava com auxílio do booster, no entanto seu uso passou a
comprometer a estrutura, já que a elevação da pressão passou a provocar alguns vazamentos que
tornavam os reparos do sistema adutor oneroso. Nesse sentido, o booster passou a operar na
Adutora 2, após sua implantação, e a Adutora 1 passou a operar apenas por gravidade (SEDUR,
2014). O Quadro 105 contém as características do booster Joanes I.
Além desses dispositivos citados anteriormente, segundo o PARMS (2014) esse sistema adutor
ainda possui ao longo de sua extensão um Tanque Alimentador Unidirecional (TAU) e 3 chaminés
de equilíbrio. O TAU está localizado a aproximadamente 5.243m da Estação Elevatória Booster
Joanes, possui formato cilíndrico, com diâmetro de 5,65m e 10,5m de altura e está ligado a 2
condutos de DN (mm) 700. As características das três chaminés de equilíbrio que também possuem
formato cilíndrico estão dispostas no Quadro 106.
Os estudos realizados pela Vazão Engenharia para a Embasa, acerca do funcionamento do sistema
adutor constataram a possibilidade de ampliação da capacidade de regularização da barragem
Joanes I para 3,6 m³/s, desde que seja construída uma Estação Elevatória próxima ao novo
extravasor e que o booster seja desativado. Essa ampliação possibilitará a desativação da Adutora
1 de concreto.
O projeto da EE prevê 3 conjuntos motobombas de eixo vertical prolongado para serem operados
em paralelo, sendo que desses, 1 conjunto será reserva. Esses conjuntos motobombas estão
previstos para serem equipados com conversores de frequência que permitirão uma variação mais
ampla da vazão de escoamento na faixa de 1,3m³/s a 3,7m³/s e, deste modo, tornará o sistema
operacional mais flexível. O Quadro 107 contém as características dos conjuntos motobomba que
serão implantados.
Em visita técnica realizada em dezembro de 2020 foi informado pelo técnico da Embasa que as
obras da estação elevatória iniciaram em novembro de 2020. Na Figura 136 observa-se o
isolamento da área do canteiro de obras.
Os colaboradores da Embasa ratificaram que com a implantação dessa EE, haverá a desativação
da EE Booster Joanes e da adutora de concreto, já muito desgastada pelo tempo de uso.
Acrescentou ainda que a Embasa pretende implantar um novo barramento no reservatório para
elevação do nível interligando o ponto de captação ao barrilete da EE, bem como do barrilete da EE
com a adutora de aço existente. Essa etapa será objeto de um novo projeto que ainda será licitado.
Além disso está prevista também a construção de comportas para ampliação da capacidade de
reservação da barragem, proporcionando assim maior segurança e flexibilidade operacional, já que
a captação poderá ser operada em diferentes níveis.
A adução de Ipitanga I para as ETA do Parque da Bolandeira (ETA Teodoro Sampaio e ETA Vieira
de Melo) ocorre a partir das duas descargas de fundo da represa Ipitanga I, cada uma de diâmetro
de 450 mm, que se conectam com o barrilete de sucção da estação elevatória situada
imediatamente à jusante da barragem, caracterizando um sistema de recalque pressurizado tipo
booster.
As descargas de fundo da barragem Ipitanga I são conectadas com o barrilete de sucção da Estação
Elevatória, permitindo seu aproveitamento para captação e possibilitando também que a adução
ocorra no regime hidráulico de conduto forçado por gravidade.
Linha de
sucção
O sistema adutor Ipitanga I – ETAs do Parque da Bolandeira possui uma adutora composta de 2
trechos em série, cujas características de cada trecho estão descritas no Quadro 108.
O sistema adutor Ipitanga II – ETA Suburbana é composto pela estação elevatória e adutora de
água bruta com extensão total de 2.200m. Segundo a Embasa (2021) a vazão nominal do sistema
elevatório é de 388L/s porém a de recalque está na faixa de 200L/s. Da parede da barragem existem
3 aberturas, mas saem apenas 2 (duas) tubulações, uma com diâmetro de 600 mm e outra que com
diâmetro de1500 mm que se prolonga com diâmetro de 600 mm, conforme Figura 140. Ambas as
tubulações se entroncam na linha de sucção com diâmetro 600 mm (Figura 141).
DN 1500 mm
DN 600 mm
Prolongamento
com DN 600 mm
A adutora que transporta água até a ETA Suburbana, tem capacidade de 400 L/s, material de ferro
fundido, com trechos em série variando entre os diâmetros 500 e 550mm, totalizando 2.200m de
extensão. Já a adutora do sistema da Gerdau tem capacidade de transportar 200L/s, também em
ferro fundido, diâmetro de 600mm e extensão total de 4.600m.
O sistema de abastecimento de água tem como objetivo final disponibilizar água potável aos
usuários de forma contínua e em quantidade e pressão adequadas, sem que essa ofereça riscos
sanitários à população. Embora seja comum se dizer que, do ponto de vista técnico, se pode
potabilizar qualquer tipo de água, os riscos sanitários e os custos envolvidos no tratamento de águas
contaminadas podem ser muito elevados, exigindo o emprego de técnicas cada vez mais custosas
e sofisticadas (HELLER, 2010).
No SIAA Salvador são adotados o sistema de tratamento do tipo convencional nas ETA Principal,
Vieira de Mello e Teodoro Sampaio, sendo empregado o filtro rápido de fluxo descendente, e o
sistema de tratamento do tipo simplificado na ETA Suburbana, onde é empregado o filtro russo de
fluxo ascendente.
Segundo Talarico (2016), embora, a tecnologia de tratamento de água predominante na Bahia não
seja a de ciclo completo, há uma tendência da migração dos sistemas com configurações
tecnológicas mais simplificadas, como é o caso do tratamento via filtração direta ascendente, para
a tecnologia de ciclo completo, frente à deterioração da qualidade da água nos mananciais e a
necessidade da continuidade no atendimento aos padrões de potabilidade estabelecidos pelo
Ministério da Saúde.
A qualidade da água bruta é um dos principais fatores que devem ser considerados na definição da
técnica de tratamento, além disso, em seu processo de seleção deve-se considerar a variação
sazonal das características da água bruta e não apenas valores pontuais - restritos a uma
determinada época do ano (HELLER, 2010).
Enquanto os mananciais das barragens Pedra do Cavalo, Joanes I e Ipitanga II, se adequam ao
Tipo D - Águas superficiais provenientes de bacias não protegidas, sujeitas a fontes de poluição.
Nessa situação, a ABNT NBR 12.216:1992 recomenda que o tratamento seja composto
minimamente das seguintes unidades: coagulação, seguida ou não de decantação, filtração em
filtros rápidos, desinfecção e correção do pH e tratamento complementar apropriado a cada caso.
As principais estações de tratamento de água do SIAA de Salvador são ETA Principal e as ETA do
Parque da Bolandeira, que foram objeto de estudo da dissertação de mestrado, de Talarico (2016).
Nesse trabalho avaliou-se o desempenho do processo de tratamento das ETA do Parque da
Bolandeira (Teodoro Sampaio e Vieira de Melo) e da ETA Principal, período compreendido entre os
anos de 2010 a 2014, a partir do Índice de Conformidade da Qualidade da ETA (ICA) – fornecido
pela Embasa – e dos Índice de Qualidade da Água Bruta (IQAB) e Índice de Qualidade da Estação
de Tratamento de Água (IQETA), ambos calculados pela autora.
No que se refere à avaliação do desempenho hidráulico, Talarico (2016) inferiu, com base nos
resultados obtidos de IQETA, que a vazão se configura como a variável chave tanto do referido
Índice quanto da variação do desempenho. Nesse sentido, verificou-se que a ETA Principal, após
a ampliação na unidade de floculação, apresentou maior desempenho hidráulico entre as 3 (três)
ETA, seguida pela ETA Vieira de Melo e por último a ETA Teodoro Sampaio, com pior desempenho
entre as três no período de 2010 a 2014. A mediana do IQETA produtório da ETA Principal foi
mensurado em 70,9, da ETA Vieira de Melo em 69,1 e da ETA Teodoro Sampaio em 62,9, todas
resultando na escala qualitativa, Quadro 111, em um desempenho bom.
Com relação ao IQAB e o consumo de produtos químicos e índice de Perdas no Tratamento (IPTR),
os resultados encontrados por Talarico (2016) evidenciaram uma relação significativa entre a piora
da qualidade da água do manancial Joanes I e o aumento no consumo de produtos químicos e a
elevação no IPTR nas ETAs do Parque Bolandeira. O mesmo não pode ser dito para os mananciais
Ipitanga I, Pedra do Cavalo e Joanes II, evidenciando que existem outras variáveis com maior grau
de influência para o aumento do consumo de produtos químicos e a elevação no IPTR nas ETAs
Parque Bolandeira e Principal, para tratamento desses corpos d’água.
A ETA Principal, localizada no distrito de Passagem dos Teixeira, município de Candeias, foi
construída em 1991 e dimensionada em projeto para o tratamento da água captada no manancial
rio Paraguaçu por meio do Sistema Adutor de Água Bruta Pedra do Cavalo. Atualmente a ETA
Principal realiza o tratamento da água proveniente também do Sistema Adutor de Água Bruta de
Joanes II – que recebe contribuições das represas Joanes II e Santa Helena.
Segundo Talarico (2016) a implantação dessa ETA foi projetada em 3 etapas, sendo previstas um
acréscimo de 50% em sua vazão nominal em cada uma delas – deste modo as vazões nominais e
máximas operacionais corresponderiam a 4,3 a 6,5 m³/s, 8,6 a 13,0 m³/s, 13,0 a 19,5 m³/s para
primeira, segunda e última etapa, respectivamente. Segundo a Embasa (2021) a capacidade
nominal da ETA principal é de 11.000 l/s e a vazão de operação é de 8.200 l/s, ou seja, está
operando com 74,54% da sua capacidade.
A ETA Principal é integrante do SIAA de Salvador e do SIAA Recôncavo, sendo que os municípios
que integram o SIAA Recôncavo (Candeias, Madre de Deus e São Francisco do Conde) são
abastecidos com cerca de 4,7% da produção da ETA Principal. O percentual restante (95,3%) é
destinado ao SIAA de Salvador, sendo que 9,8% da produção destina-se ao atendimento do
município de Lauro de Freitas, 4,7% ao município de Simões Filho, e 80,8% para o abastecimento
de Salvador. Em relação à capital baiana, a ETA Principal é responsável pelo atendimento de,
aproximadamente, 66% da população (Talarico, 2016 apud Embasa, 2015).
Figura 143 – Vista geral da ETA Principal e disposição das unidades de tratamento
O Quadro 112 apresenta as principais características físicas das unidades de tratamento da ETA
Principal.
A ETA Principal (Figura 144) recebe água bruta do rio Paraguaçu (caracterizada por baixa turbidez
e cor moderada a alta), que atualmente representa cerca de 85% do total que chega na ETA e do
rio Joanes (Barragem de Joanes II, cuja vazão é regularizada pela barragem de Santa Helena), que
representa 15 %.
As adutoras de água bruta penetram na câmara de chegada (Figura 144) pela parte inferior. Depois
segue para a caixa de mistura que é equipada por um sistema de chicanas (Figura 145), onde
ocorre a pré-cloração, ou seja, aplicação de cloro que facilita a retirada de matéria orgânica e metais,
e aplicação de soda cáustica, que tem a função de ajustar o pH aos valores exigidos nas fases
seguintes do tratamento (Sabesp, 2020). Foi informado durante a visita técnica que quando a água
bruta vem com teor elevado de amônia, o consumo de cloro na pré-cloração chega a 1.500 Kg/dia.
A pré-cloração é realizada com o cloro gasoso em uma dosagem média de 7,0 mg/L e tem o intuito
de clarificar a água por meio da oxidação de substâncias dissolvidas e colóides formadores de
sabor, odor e cor, melhorando, deste modo o processo de filtração.
Injetor de
cloro
7.2.3.1.2. Coagulação
Após o sistema de chicanas a água é encaminhada para o vertedor Creager (Figura 146), para
aplicação dos coagulantes e polímeros que auxiliam no processo de floculação (Figura 147 e Figura
148). O vertedor Creager também realiza a medição da vazão e de dispersão e a medição da
mistura dos coagulantes, polímeros e do cloro. Em alguns casos, após a coagulação ocorre a
aplicação do carvão ativado.
A câmara possui também comportas que descarregam água bruta no canal de extravasão da ETA,
quando a vazão que chega é superior à que se necessita para tratar.
Ponto de
aplicação do
coagulante
7.2.3.1.3. Floculação
De acordo com a Embasa, nas estruturas de floculação da ETA Principal não foram realizadas
novas intervenções após a elaboração do PARMS (2016), e, portanto, as informações apresentadas
a seguir foram obtidas no referido estudo, além da visita técnica realizada.
Cada módulo de floculação possui quatro unidades, sendo que cada unidade é constituída de 04
câmaras em série com dimensões de 9,75 m x 9,75 m e profundidade entorno de 3,62 m. As
unidades de floculação possuem dimensões de 19,5 m x 19,5 m (Sedur, 2016).
Cada decantador é atendido por um módulo de floculação, ou seja, por 16 câmaras de floculação.
Após ampliação do sistema adutor Joanes II – ETA Principal foi construído um terceiro módulo de
floculação para atender a nova demanda (Sedur, 2016).
7.2.3.1.4. Decantação
De acordo com a Embasa, nas estruturas de decantação da ETA Principal também não foram
realizadas novas intervenções após a elaboração do PARMS (2016), e, portanto, as informações
apresentadas a seguir foram obtidas no referido estudo, além da visita técnica realizada
Raspadores
Figura 152 – Decantadores de fluxo vertical (alta taxa) e canal de água decantada
Canal que
transporta a água
proveniente dos
decantadores até
os filtros
Figura 153 – Local por onde é drenada a água de descarga dos decantadores
7.2.3.1.5. Filtração
Nas estruturas de filtração da ETA Principal, de acordo com a Embasa, também não foram
realizadas novas intervenções após a elaboração do PARMS (2016), e, portanto, as informações
apresentadas a seguir foram obtidas no referido estudo, além da visita técnica realizada
Foram implantados na ETA Principal 14 filtros rápidos de fluxo descendente e com dupla camada
filtrante (areia e antracito), formados por duas câmaras o que representa uma área de 166,3 m²
para cada filtro, como poder observado na conforme Figura 154 e na Figura 155 (Sedur, 2016). Em
virtude da perda gradativa da camada de antracito, a Embasa contratou uma consultoria
Os filtros são de fluxo descendente, funcionando a taxas declinantes variáveis, o que é assegurado
pela entrada de água por meio de um canal comum para todas as unidades, sendo as comportas
da entrada posicionadas em nível abaixo do N.A. mínimo dos filtros. Com objetivo de evitar taxas
filtrantes elevadas, que ocorrem logo após a lavagem dos filtros, existem caixas com vertedouros,
uma para cada dois filtros contíguos, as quais recebem a água filtrada despejando-a no canal que
a conduz para o reservatório de contato. Estes vertedouros, além de medir a vazão filtrada, servem
para coleta de amostras para ensaios físico-químicos e impedem que o nível d’água nos filtros fique
abaixo do nível superior da camada filtrante, evitando a entrada de ar nesta camada (Sedur, 2016).
Figura 154 – Vista do canal de água coagulada e dos filtros da ETA Principal
Canal de água
que vem dos
decantadores
Dos filtros a água segue para o tanque de contato (Figura 163), com capacidade de 36.500 m³,
onde são adicionados produtos para desinfecção (cloro gás), correção do pH (cal hidratada) e
fluoretação (ácido fluorsilícico).
Do tanque de contato, a água é recalcada por meio de uma estação elevatória de água tratada
(EEAT) para o Stand-pipe, denominado R24, com capacidade de 4.700 m³, que fica na área externa
da ETA. Essa EEAT opera com 1 conjunto Motobomba (CMB) reserva e 3 Conjuntos Motobomba
(CMB) em funcionamento, ou seja, opera com um sistema 3+1, conforme Tabela 45. Em campo, foi
observado que o estado de conservação geral das estruturas pode ser classificado como Bom;
sendo que todas as áreas que possuem risco em altura são gradeadas e os equipamentos e as
áreas são sinalizados quanto ao perigo e cuidados necessários a serem tomados.
Figura 163 – Vista área da tubulação de aço que transporta águas de lavagem da ETA
principal e ponto de lançamento na vertente do rio Joanes
Tubulação de
aço
Ponto de
lançamento
dos efluentes
da ETA
Principal
Em cada uma das etapas do tratamento, são utilizados produtos químicos específicos, conforme já
relatado anteriormente, cujo resumo é apresentado no Quadro 113.
A B
A ETA Principal conta ainda com um laboratório que realiza diversas análises de parâmetros físico-
químicos, bacteriológicos, entre outros. Todas as análises realizadas são registradas no SISTRAT,
sistema de informação desenvolvido por alguns colaboradores dessa unidade, que foi expandido
para utilização nas unidades da RMS. Nesse sistema, cujo acesso pode ser realizado via internet
em qualquer local, são incluídas todas as informações de qualidade da água, dosagem de produtos
químicos, vazões inclusive dos reservatórios de captação, relativo o turno de 12 horas. Esse sistema
também já calcula o índice de qualidade da água (ICA), que é um indicador interno da Embasa.
As operações são comandadas no Prédio de Operações conforme apresentado nas Figura 181 e
Figura 182.
Na área externa da ETA Principal, existe uma central de compressores, uma subestação de energia
elétrica com uma tensão de 69 kV (Figura 183), o standpipe, também denominado como R24 (Figura
184) responsável pelo abastecimento de água do SIAA de Salvador e do SIAA Recôncavo, que
atende também as Ilhas de Salvador (Ilha de Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e Ilha de
Maré) e a derivação para o SIAA Recôncavo (Figura 185).
Figura 183 – (A) Vista da central de compressores e (B) da Subestação de energia elétrica
A B
A captação de água bruta para as ETA do Parque Bolandeira (ETA Vieira de Melo e ETA Teodoro
Sampaio) ocorre no rio Joanes (barragem Joanes I) e no rio Ipitanga (Barragem de Ipitanga I). A
A qualidade da água desses dois mananciais é caracterizada pela presença de compostos de ferro
e nitrogênio, o que resulta em alto consumo de produtos químicos como o cloro. Considerando,
então, a classificação de águas naturais dos mananciais tratados nessa estação, definida pela
ABNT NBR 12.216:1992, o sistema de tratamento convencional se configura como a escolha mais
adequada para as ETA do Parque da Bolandeira (Vieira de Melo e Teodoro Sampaio).
A chegada de água bruta ocorre numa caixa de reunião, onde é aplicado carvão ativado por meio
de bombas dosadoras, que tem sido empregado no tratamento de águas de abastecimento para a
solução de problemas de gosto e odor, decorrentes da decomposição de matéria orgânica.
– Vazão nominal de 4.320 m3/h (1.200 L/s) e altura manométrica total nominal de 7,0 mca;
– Motores elétricos: marca Bardella Borrielo, rotação de 700 rpm e potência de 150 cv.
A partir da caixa de reunião, a água bruta é encaminhada para as duas ETA do Parque da
Bolandeira: A ETA Vieira de Melo e a ETA Teodoro Sampaio.
Após o tratamento em cada uma das ETA, a água tratada é aduzida por gravidade para o
reservatório de sucção da estação elevatória de água tratada (EEAT) denominada de “Baixa Carga”,
onde ocorre o recalque para o compartimento de sucção da denominada elevatória de “Alta Carga”,
Além destas duas EEAT, existem ainda as EEAT que recalcam água diretamente de cada uma das
duas ETA para alguns setores de distribuição, conforme será detalhado posteriormente.
A Embasa (2021) informou que ambas as ETA possuem capacidade nominal de tratar 2.500 l/s e
vem operando com uma vazão de 1800 l/s cada uma, ou seja, 72% da capacidade. Juntas a vazão
de água tratada nas duas ETA totaliza 3.600 l/s, valor que conincide o que foi informado durante a
visita técnica.
Ambas as ETAs apresentam sistema de tratamento do tipo convencional, o Quadro 114 apresenta
as principais características físicas das unidades de tratamento dessas ETA do Parque da
Bolandeira. Percebe-se que ambas as estações possuem características idênticas, diferindo no
número de equipamentos.
A ETA Vieira de Melo foi construída em 1.963 e atendia a uma vazão projetada de 1.220 L/s, após
ampliação de sua capacidade em 1978 passou a comportar uma vazão de 2.500 L/s. No entanto, a
ETA Vieira de Mello tem atuado com vazões média de operação na faixa de 1,6 m³/s a 2,1 m³/s a
depender do número de Conjuntos Motor Bomba (CMB) em funcionamento (SEDUR, 2014).
Essa ETA é do tipo convencional, sendo constituída pelas seguintes unidades: canal de coagulação,
quatro floculadores com agitação mecânica, quatro decantadores de fluxo vertical (alta taxa), dez
filtros rápidos de fluxo descendente e com leito de areia, canal e tanque coletor de descarga da
água de lavagem dos filtros e dos decantadores, e tanque de contato para desinfecção da água
clarificada. Essa ETA trata atualmente em torno de 1.900 L/s. Na Figura 188 é possível observar a
distribuição das unidades operacionais da ETA Vieira de Mello e na Figura 189 a sua fachada da
entrada.
O Quadro 115 apresenta a média de consumo desses produtos químicos durante o tratamento.
Ressalta-se que esses valores não são fixos, já que dependem das condições do manancial. A
concentração de cada produto é validada por meio da análise de bancada realizada no Laboratório.
O estudo da Sedur (2016) salientou que o sulfato férrico, que é utilizado nessa ETA, é um
coagulante (Figura 192) que tem como principal característica apresentar um alto teor de ferro,
resultando em uma floculação e decantação extremamente mais eficiente que os coagulantes
tradicionais. Outra vantagem desse coagulante é de formar flocos mais densos e mais facilmente
decantáveis.
Areia para
recomposição
do leito filtrante
Bombas que
recalcam as
águas de lavagem
para a rede
coletora de
esgoto
A ETA Teodoro Sampaio foi construída em 1972 e atendia a uma vazão projetadas de 1.650 L/s,
após ampliação de sua capacidade em 1978 passou a comportar uma vazão de 2.500 L/s (Sedur,
2016). A informação da Embasa (2021) ratifica que essa ETA possui capacidade nominal de 2500
l/s e informa que a vazão de operação é de 1.800 l/s.
A B
Canal de água
coagulada
Depois da etapa de decantação a água segue para a etapa de filtração (Figura 209), que é realizada
em 10 filtros, cuja carreira de filtração é de 24 hrs, utilizando um volume de 185 m3 de água para
lavagem.
Cabe salientar, que também existe uma EEAT na ETA Teodoro Sampaio, porém não está em
funcionamento, em virtude de melhorias que estão sendo executadas nas linhas de recalque dentro
da própria área da ETA e na travessia do riacho Bate Facho. Essa elevatória é responsável por
bombear diretamente para o R1 (Dunas) e para o R7 (Cabula). A EEAT Teodoro Sampaio – R1
possui 3 conjuntos moto-bomba e a EEAT Teodoro Sampaio – R7 possui 4 conjuntos moto-bomba.
Figura 212 – Intervenções nas linhas de recalque da EEAT Teodoro Sampaio para o
reservatório R1 (Duna) e para o R7 (Cabula)
Figura 213 – Local de saída das águas de lavagem das unidades da ETA Vieira de Melo
Além das elevatórias das duas ETAs, existe no Parque da Bolandeira mais duas elevatórias, a de
baixa e de alta carga, cujas características são apresentas no Quadro 116.
Figura 214 – EEAT Baixa Carga bombeando do tanque de contato para a EEAT de alta carga
Tanque de
contato
No Parque da Bolandeira, existe um laboratório, onde são realizadas análises em linha (Figura 219)
e em bancada (Figura 220) tanto da água da ETA Vieira de Melo quanto da Teodoro Sampaio. Além
das análises convencionais são realizadas de amônia e carbono orgânico Total (Figura 221).
Também irá incorporar análise de trihalometanos (THM) que serão realizadas num cromatógrafo
(Figura 223). Esse equipamento está parado a algum tempo, e para sua reativação é necessário a
realização de testes, além do treinamento dos técnicos do laboratório. Todas as análises realizadas,
assim como as da ETA Principal também são registradas no SISTRAT.
Figura 218 – Linhas de chegada para análises na água bruta, floculada, decantada e
distribuída das duas ETA
Os produtos químicos utilizados nas operações de tratamento da água do Parque Bolandeira são
armazenados de diversas formas, conforme pode-se observar nos registros fotográficos que
seguem. Salienta-se que para o manuseio dos produtos químicos e operação dos equipamentos é
necessário equipe treinada portando todos os equipamentos de proteção individual (EPI), além dos
de proteção coletiva (EPC).
Figura 227 – Armazenamento de carvão ativado e cal hidratada nas proximidades da ETA
Teodoro Sampaio
Local de
armazenamento
de carvão ativado
e cal hidratada
A ETA Suburbana localizada próximo à divisa de Salvador, no município de Simões Filho, atende
sazonalmente Salvador por meio das contribuições da represa Ipitanga II, cujas águas passam por
tratamento do tipo filtração direta de fluxo ascendente, também conhecidos como filtros russos.
Nesse tipo de tecnologia de tratamento, a água bruta após receber o coagulante é diretamente
encaminhada para os filtros, sem passar por floculares ou decantadores.
Segundo Azevedo Neto (sd) à medida que a água coagulada atravessa o meio filtrante as impurezas
vão sendo parcialmente retidas e em parte deslocadas sobre a forma de flocos, de uma subcamada
para a seguinte, onde ocorre uma retenção e um novo deslocamento parcial. Dois processos
ocorrem simultaneamente no meio filtrante, a saber: a) a remoção de partículas da água e a sua
aderência aos grãos de areia sob a influência de forças moleculares de adesão e b) a remoção de
partículas previamente presas (fracamente aderidas) e o seu deslocamento provocado pelas forças
hidrodinâmicas do escoamento (pelo aumento de velocidade). A disposição do meio filtrante em
relação ao sentido de escoamento da água faz com que a água mais impura encontre primeiramente
o material mais grosseiro, de maior porosidade. À medida que a água vai se livrando das impurezas
no seu movimento ascendente ela vai encontrando meios cada vez mais finos e de menor
porosidade.
Durante a visita técnica, foi constatado que o estado de conservação das estruturas da ETA
Suburbana pode ser classificado como bom, devido a situação da estrutura civil e elementos
metálicos em estado satisfatório.
Conforme comentado anteriormente, a Embasa tem cogitado a desativação total da ETA Suburbana
ou mantê-la apenas como um reforço nas épocas de maior demanda. Assim essas localidades
passariam a ser atendidas permanentemente pela ETA Principal, como já tem ocorrido atualmente
quando a ETA Suburbana está fora de operação.
No entanto, foi informado durante a visita técnica que o atendimento dessas Zonas apresenta uma
condição hidráulica mais favorável quando o abastecimento é feito pela EEAT da ETA Suburbana.
Para garantir esta condição hidráulica no período em que a ETA está fora de operação, foi
construída uma adutora de água tratada que sai da ETA Principal até a EEAT da ETA Suburbana
(Figura 230) para abastecer as localidades ali próximas, quando a barragem Ipitanga II não puder
ser utilizada.
Adutora de água
tratada que
chega da ETA
principal
O Quadro 117 apresenta a média de consumo de produtos químicos utilizados durante o tratamento
na ETA Suburbana. Ressalta-se que esses valores não são fixos, já que dependem das condições
do manancial.
A B
Água Bruta
Água de Lavagem
No período da visita a Embasa estava implantando novas câmaras de filtração, conforme Figura
235.
A carreira de filtração é de 24 hrs, a lavagem desses filtros ocorre com uma corrente de água que
escoa de baixo para cima, consumindo um volume de 300m³ de água distribuída por meio das
canalizações apresentadas na Figura 233 posicionadas no fundo do filtro.
Água Filtrada
Água de
Descarga
Após filtração a água é encaminhada por meio das canalizações da Figura 236 para o Reservatório
de Contato (Figura 237), onde é aplicado o Hipoclorito de Sódio produzido in loco, cujo processo de
produção será detalhado posteriormente.
Reservatório
de contato
com água
filtrada
A Figura 238 apresenta o leitor de nível utilizado na ETA Suburbana, assim como o ponto de
aplicação do desinfetante (cloro).
A B
Ponto de
aplicação
de cloro
Desde 2015, a Embasa faz uso do gerador de hipoclorito de sódio in loco para a desinfecção da
água substituindo o uso do cloro gasoso. Tal medida oferece um processo de cloração mais seguro,
eliminando os riscos inerentes a manipulação dos cilindros de cloro durante o transporte,
armazenamento e operação, e econômico, já que utiliza insumos de baixo custo e fácil acesso,
tais como cloreto de sódio, conhecido como sal de cozinha, água e energia elétrica. Os cilindros de
cloro gasoso presentes na ETA Suburbana (Figura 239) são de caráter reserva, para situações de
contingência.
O gerador de Hipoclorito de Sódio de Série Continuada da Embasa foi desenvolvido pelo Grupo
Hidrogeron e funciona por meio de eletrólise da solução de salmoura. O processo de geração da
solução pode ser separado em três etapas:
a) Preparação da salmoura;
b) Eletrólise da salmoura;
c) Estoque e dosagem do hipoclorito de sódio gerado in loco
Preparação da salmoura
Segundo o fornecedor Grupo Hidrogeron, a eletrólise ocorre a partir da solução de salmoura de 3%,
sendo que o ponto de saturação do sal é 30%.
A água utilizada no processo deve antes ser abrandada, de modo a evitar a eletroposição dos sais
de cálcio e magnésio nos eletrodos (GARCIA, 2018) que causam a sujidade nos eletrodos. Desse
modo, a água antes de aplicada passa pelo Abrandador. A Figura 240 mostra essas unidades.
A B
Abrandador
Bomba
A qualidade do cloreto de sódio (Figura 241) é de extrema importância para o preparo da solução,
deste modo, o sal adquirido pela Embasa vem lavado e peneirado em embalagens de 25 Kg, tipo
sal grosso, isento de iodo.
Figura 241 – (A) Bags cloreto de sódio (B) Cloreto de sódio utilizado
A B
A solução da salmoura parte dos saturadores direto para o tanque de decantação (Figura 242),
onde ocorre a remoção das impurezas e em seguida essa solução vai para o sistema de diluição
(Figura 243) da salmoura para atingir a concentração de 3%, considerada ideal para a eletrólise.
Na ETA Suburbana opera um gerador de hipoclorito de sódio do modelo HC Plus 150, instalado em
20 de maio de 2015, com capacidade de produção industrial de 150 Kg de cloro ativado por dia
(EMBASA, 2020).
Saída do
hipoclorito Entrada da
de sódio Salmoura
A solução oxidante é gerada de forma contínua e segue para o tanque de armazenamento (Figura
245), específico para esse tipo de produto. O tanque também é do fornecedor Grupo Hidrogeon e
possui um sensor de nível, então sempre que a capacidade de estoque atinge seu valor máximo
um sinal é emitido para o sistema interromper a produção, ficando em stand by.
A água tem sido encaminhada, em conjunto com as águas de descarga e de lavagem a um riacho
ali próximo, afluente do rio Ipitanga. Esse retorno ao manancial é realizado pelas canalizações
destinadas a descarga.
A ETA Suburbana conta com um Laboratório onde são realizadas análises de bancada (Figura 248),
cujos resultados são registrados no SISTRAT, já mencionado anteriormente.
A adução de água tratada é composta pelas adutoras entre as estações de tratamento de água e
os reservatórios; e pelas subadutoras que partem de um reservatório para alimentar outro como o
caso do Reservatório R7 no bairro do Cabula que abastece o R15 no bairro da Federação, além
daquelas subadutoras que abastecem diretamente uma determinada zona que não conta com
infraestrutura de reservação. A seguir consta a descrição detalhada do sistema de adução de água
tratada que abastece o município de Salvador.
Figura 250 – Sistema adutor de água tratada que parte da ETA Principal
Nessa tabela, nas duas últimas linhas, também constam informações da 2ª etapa dessa adutora
que consiste na duplicação de dois trechos, cuja obra ainda não foi concluída em virtude de
problemas com desapropriação de propriedades.
508
Nº do Diâmetro DN Extensão Regime de
Nome da Adutora Origem Destino Vazão (l/s) Material
trecho (mm) (m) Operação
Ampliação DN (mm) Derivação R25 e ZAs Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 16 2.545 FoFo 1.200 1.085,00
1000 x 1200 20 e 21 forçado
Derivação R25 e ZAs Ampliação DN (mm) Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 17 1.495 FoFo 1.200 324,00
20 e 21 1200 x 1600 forçado
Ampliação DN (mm) Redução DN (mm) Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 18 1.495 Aço 1.600 260,00
1200 x 1600 1600 x 1200 forçado
Redução DN (mm) Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 19 R7 1.495 FoFo 1.200 1.651,00
1600 x 1200 forçado
Entroncamento Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 2ª 1 ETA Principal 7000 Aço 2.300 1.040,00
Duplicação forçado
Entroncamento Entroncamento
Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 2ª 2 duplicação próximo da duplicação Porto Seco 4000 Aço 1.600 3.000,00
forçado
Derivação R14 e R20 Pirajá
Fonte: Embasa, 2021.
509
7.2.4.2. Adução de água tratada do Parque da Bolandeira
O Parque Bolandeira disponibiliza uma vazão na ordem de 3.200 L/s para o SIAA de Salvador que
atende ao Setor R1 (que atende apenas a ZA 41), a Zona de Abastecimento ZA-42 e, também,
parte da demanda requerida pelo Setor R7 – e consequente setores e zonas atendidos pela
subadutoras R7 - R15. A Figura 251 mostra a espacialização do sistema adutor de água tratada
que parte das ETA do Parque da Bolandeira.
Figura 251 – Sistema adutor de água tratada que parte das ETA do Parque da Bolandeira
A Tabela 47 apresenta as características dos trechos das adutoras que partem das ETA do Parque
da Bolandeira.
510
Tabela 47 – Características dos trechos das adutoras que partem do parque da Bolandeira
Nº do Vazão Diâmetro DN Extensão Regime de
Nome da Adutora Origem Destino Material
trecho (l/s) (mm) (m) Operação
ETA Teodoro
Gravidade - Conduto
Sampaio / Baixa 1 ETA Teodoro Sampaio Baixa Carga 1300 Aço 1.200 80,00
forçado
Carga
ETA Vieira de Mello / Gravidade - Conduto
1 ETA Vieira de Mello Baixa Carga 1300 Aço 1.200 143,00
Baixa Carga forçado
Alta Carga / R7 1 Alta Carga R7 2600 Aço 1.500 5.650,00 Recalque
ETA Teodoro
1 ETA Teodoro Sampaio R7 NOVA 300 FoFo 600 5.750,00 Recalque
Sampaio / R7 NOVA
ETA Teodoro
Sampaio / R7 1 ETA Teodoro Sampaio R7 VELHA 300 FoFo 600 5.750,00 Recalque
VELHA
ETA Teodoro
1 ETA Teodoro Sampaio R1 1100 Aço 700 1.600,00 Recalque
Sampaio / R1
ETA Vieira de Mello /
1 ETA Vieira de Mello R1 600 Aço 700 1.450,00 Recalque
R1
Fonte: Embasa, 2021.
511
7.2.4.3. Adutora da ETA Suburbana
A Figura 252 apresenta a espacialização do sistema adutor de água tratada que parte da ETA
suburbana e a Tabela 48 apresenta as características dessa adutora que tem como destino três
zonas de abastecimento, a ZA 77, ZA 64 e ZA 65.
Figura 252 – Sistema adutor de água tratada que parte da ETA Suburbana
512
Tabela 48 – Características da adutora que parte da ETA Suburbana
Nome da Nº do Vazão Diâmetro Extensão Regime de
Origem Destino Material
Adutora Trecho (L/s) (mm) (m) Operação
ETA
ZA 77, ZA Ferro
Suburbana ETA
1 64 e ZA 200 Fundido 350 253,00 Recalque
/ ZA 77, ZA Suburbana
65 Dúctil
64 e ZA 65
Fonte: Embasa, 2021.
513
Figura 253 – Subadutora R7 x R15 e suas derivações
514
Tabela 49 – Características dos trechos da subadutora R7-R15
Nome da Vazão Diâmetro DN Extensão Regime de
Nº do trecho Origem Destino Material
Adutora (l/s) (mm) (m) Operação
R7/R15 1 R7 Derivação R3 2200 Aço 1.600 2.077,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 2 Derivação R3 Derivação ZA 12 1850 Aço 1.600 5,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 3 Derivação ZA 12 Derivação ZAs 09 e 10 1830 Aço 1.600 1.780,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 4 Derivação ZAs 09 e 10 Derivação R19 e ZA 13 1600 FoFo 1.200 60,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 5 Derivação R19 e ZA 13 Derivação ZAs 08 e 15 1170 FoFo 1.200 1.995,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 6 Derivação ZAs 08 e 15 Derivação R5 e ZA 11 770 FoFo 1.200 2.155,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 7 Derivação R5 e ZA 11 R15 570 FoFo 900 388,00 Gravidade - Conduto forçado
Fonte: Embasa, 2021.
515
7.2.4.5. Subadutoras que partem do R5
A subadutora R5, que sai do reservatório R5 (Garcia), possui 05 (cinco) trechos, cujas
características podem ser verificadas na Tabela 50.
A subadutora R19, que sai do reservatório R19 ((Brotas), possui 02 (dois) trechos, cujas
características podem ser verificadas na Tabela 51.
516
7.2.4.7. Subadutora que abastece a ZA11
A subadutora que abastece a ZA 11, possui 03 (três) trechos, cujas características podem ser
verificadas na Tabela 52.
As Ilhas de Salvador são atendidas pelo SIAA Recôncavo, por meio dos subsistemas Candeias (Ilha
de Maré) e Madre de Deus (Ilha de Bom Jesus dos Passos e Ilha dos Frades).
O SIAA Recôncavo inicia em uma derivação da Adutora Principal de água tratada, com diâmetro
2.300mm, que abastece a cidade de Salvador, partindo do stand-pipe localizado na área da ETA
Principal. A derivação que abastece o SIAA Recôncavo está situada 35m a jusante do stand-pipe e
a partir desta derivação a adutora por gravidade transporta a água tratada na ETA Principal até o
reservatório RZB-II, localizado no município de Candeias, que abastece os subsistemas de
Candeias, Madre de Deus e São Francisco do Conde, e consequentemente as respectivas sedes
municipais, além de diversas localidades pertencentes a esses municípios.
A adutora de água tratada (AAT) tem extensão de 13.115m, sendo o primeiro trecho de 890m de
extensão e diâmetro de 1.200mm 900mm e 600mm em tubulação de ferro fundido e o segundo
trecho de 12.225m com diâmetro de 600mm, até que a água chegue diretamente no reservatório
RZB-II Candeias. Cabe destacar que ao longo dessa extensão da AAT existem derivações para
atendimento de localidades de Candeias e outros municípios e indústrias.
A partir do RZBII partem as adutoras que abastecem o Reservatório RZM (subsistema Candeias) e
o Reservatório RMD (subsistema Madre de Deus).
517
No que concerne ao subsistema Candeias, do RZBII a água é bombeada para os reservatórios que
atendem o município de Candeias, por meio da EEAT localizada na mesma área do RZBII, entre
eles o Reservatório da Zona Média (RZM). Na Tabela 53 apresenta-se as características dos Conj.
3 e 4 da EEAT do RZBII, que são responsáveis pelo recalque da água até o reservatório RZM.
Antes da chegada no reservatório RZM existe uma derivação (Figura 254) para atender localidades
de Candeias e a Ilha de Maré. Essa derivação segue por via terrestre até a localidade de Passé, no
município de Candeias, onde se inicia a travessia aquática, que chega até a localidade Passa
Cavalo em Ilha de Maré. Essa travessia aquática foi duplicada em 2019.
Figura 254 – Derivação na área do RZM para atender localidades de Candeias e a Ilha de
Maré
A partir daí se inicia a adutora terrestre que abastece os reservatórios de Botelho, Praia Grande e
Santana, sendo que até chegar ao último reservatório (Santana), diversas localidades da ilha são
abastecidas por derivações nesta adutora.
Na Tabela 54 apresenta-se as informações das adutoras de água tratada que abastecem a Ilha de
Maré.
518
Tabela 54 – Características das adutoras que abastecem a Ilha de Maré
Regime
Nome da Diâmetro Data de Extensão Vazão
Trecho Material de Origem Destino
Adutora (mm) Inicio (m) (L/s)
Operação
Stand-Pipe
Stand-
ETA Principal 1200 / 900 Reservató
1 FºFº - 13.115,00 Gravidade - Pipe ETA
/ Reservatório / 600 rio RZBII
Principal
RZBII
Reservatório PVC Reservató Reservató
1 400 - 2.550,0 Recalque -
RZBII / DEFºFº rio RZBII rio RZM
Reservatório Reservató Reservató
2 FºFº 300 - 410,0 Recalque -
RZM rio RZBII rio RZM
Antes do Rua do
04/06/199
1 FºFº 150 8.151,42 Recalque 14,00 reservatóri Asfalto,
8
Antes do o RZM s/n, Passé
reservatório Início da
Rua do
RZM / Passé PVC 04/06/199 adutora
2 200 2.091,26 Recalque 14,00 Asfalto,
DeFoFo 8 subáquati
s/n, Passé
ca
Rua da
Passa
Mucunga,
Cavalo,
1 PEAD 200 04/1998 1.000,00 Recalque 18,00 Passé,
Ilha de
Candeias
AAT Maré
- BA
Subaquatica
Rua da
Ilha de Mare Passa
Mucunga,
Cavalo,
2 PEAD 200 07/2019 1.000,00 Recalque 18,00 Passé,
Ilha de
Candeias
Maré
- BA
Passa
Reservató
AAT Terrestre Cavalo,
1 DEFºFº 150 6.280,00 Recalque rio de
Ilha de Maré Ilha de
Santana
Maré
Fonte: Embasa, 2020.
Em relação ao subsistema Madre de Deus, que atende a Ilha dos Frades e a Ilha de Bom Jesus
dos Passos, a partir do reservatório RZB-II, parte a adutora por gravidade, que é composta por dois
trechos, o primeiro com diâmetro de 400 mm e 3.600 m de extensão em FºFº e o segundo com
diâmetro de 300 mm e 12.102 m de extensão em FºFº que finaliza no Reservatório de Madre de
Deus (RMD). Em setembro de 2020 foi concluida a duplicação do trecho de 400 mm desta adutora,
tendo sido implantada uma adutora DN 400 em paralelo à adutora existente, desde o ponto onde a
adutora existente reduz de DN 400 para o DN 300 até a última derivação da adutora. As
características desses trechos são apresentadas na Tabela 55.
519
Nome da Nº do Diâmetro Extensão Regime de
Origem Destino Material
Adutora trecho (mm) (m) Operação
Madre de Deus Reservatório Reservatório
1 DEFºFº 400 9.700 Mista
(Duplicação) RZBII RMD
Fonte: Embasa, 2020.
Essa adutora até chegar no reservatório de 500 m³ de Madre de Deus possui diversas derivações,
sendo uma delas para a Ilha de Bom Jesus dos Passos. A derivação que abastece a Ilha de Bom
Jesus dos Passos é subdividida em três trechos: o primeiro trecho terrestre em F°F° e DN 200, o
segundo trecho, em PEAD e DN 300, correspondente à travessia subaquática e o terceiro trecho
terrestre, em F°F° e DN 200, que chega até o reservatório que abastece a Ilha de Bom Jesus dos
Passos.
Do reservatório de Bom Jesus dos Passos a água é encaminhada para o reservatório da Ilha dos
Frades, por meio de uma adutora pressurizada por meio de uma EEAT que fica na Ilha de Bom
Jesus dos Passos. Na Tabela 56 apresenta-se as informações dessa EEAT e na Tabela 57 as
informações da adutora que abastece a Ilha dos Frades.
A Figura 255 apresenta a espacialização das infraestruturas do sistema adutor de água tratada que
atende as Ilhas de Salvador.
520
Figura 255 – Sistema adutor de água tratada das Ilhas de Salvador
521
7.2.5. RESERVAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
O SIAA de Salvador conta com 22 reservatórios de distribuição ativos, sendo que 14 são do tipo
apoiado e 08 do tipo elevado. O Reservatório R7 (Cabula) é o de maior capacidade volumétrica que
desempenha a função de distribuição de água. Salienta-se que um desses reservatórios, o R21
atende apenas o município de Simões Filho, portanto, não será descrito nesse produto.
Essas Zonas são alimentadas por Reservatórios Setoriais. A rede de distribuição que está sob
influência direta de um determinado Reservatório é denominada de Setor de Abastecimento, que
pode abranger mais de uma ZA (SEDUR, 2016).
Algumas ZAs são abastecidas sem controle de reservatórios, por distribuição em marcha
(diretamente pelas adutoras). Tal situação não é a recomendável, já que o uso dos reservatórios
possibilita regularizar a vazão de adução em função da variação horária das demandas do sistema
e um melhor controle das pressões na rede de distribuição, além da garantia de uma reserva de
água destinada para demandas de equilíbrio, de emergência ou de incêndio.
No que concerne as Ilhas de Salvador estas são atendidas pela Unidade Regional de Candeias
(UMS), cuja operação dos serviços é dividida em subsistemas, o Subsistema Madre de Deus que
atende a Ilha de Bom Jesus dos Passos e a Ilha dos Frades e o Subsistema Candeias que atende
a Ilha de Maré.
A Figura 256 apresenta o mapa com a localização dos reservatórios ativos e as respectivas zonas
de abastecimento do município de Salvador. A Tabela 58 apresenta as características dos
reservatórios que atendem o continente, a Tabela 59 dos reservatórios que atendem a parte insular
e a Tabela 60 das EEAT e dos boosters que integram os sistemas.
522
Figura 256 – Setores de abastecimento de água de Salvador
523
Tabela 58 – Características dos reservatórios que atendem Salvador – Parte do continente
Coordenadas Área Cota Cota do Tipo de
Nome do Geográficas Cota do Capac Altura Altura
Unidade Total do de Nível Medidor de Nº de
Parque de Endereço (UTM) Terreno Tipo Material idade Total Útil
regional terreno Fundo Máximo Nível (Se Câmaras
Reservação (m) (m³) (m) (m)
X Y (m2) (m) (m) possuir)
Estrada do
R1 Curralinho - Boca do 560875 8565389 57 5100 Apoiado Concreto 11.500 56,80 68,80 Ultrassônico 2 13,00 12,00
Rio
Estrada do Coqueiro
R20 565423 8573138 69 7600 Apoiado Concreto 8.700 69,00 77,00 Ultrassônico 1 9,00 8,00
Grande, Cajazeiras
Rua Santo Amaro de
UMB
R23A Ipitanga, s/n, Caji, 570542 8577321 64 4619 Apoiado Concreto 17.400 65,70 73,70 Ultrassônico 2 9,00 8,00
Lauro de Freitas
BA 526, próximo à
R23B 569004 8580254 82 9050 Apoiado Concreto 17.400 86,00 94,00 Manômetro 2 9,00 8,00
Ceasa, Salvador
BA 526, próximo à
R23B-T ¹ 569004 8580254 82 9050 Elevado Concreto 500 104,85 109,55 1 5,70 4,70
Ceasa, Salvador
R. Saldanha
Alvenaria
R3 Marinho, S/N, Caixa 554820 8567675 71 19.500 Apoiado 10.000 71,00 74,00 Ultrassônico 2 4,00 3,00
de Pedra
D'água
R. Saldanha Célula
R3T Marinho, S/N, Caixa 554744 8567610 71 19.500 Elevado Concreto 700 94,10 99,50 Capacitiva 1 6,40 5,40
D'água de Nível
Rua Félix Mendes,
R5T 552379 8563937 61 2.700 Elevado Concreto 500 92,20 96,20 Ultrassônico 1 5,00 4,00
S/N, Garcia
UMF Ladeira do Alto da
R15 Bola, S/N, 553667 8563714 60 16.000 Apoiado Concreto 21.500 60,00 69,00 Ultrassônico 1 10,00 9,00
Federação
Ladeira do Alto da
R15T Bola, S/N, 553722 8563640 60 16.000 Elevado Concreto 1.000 90,00 98,00 Ultrassônico 1 9,00 8,00
Federação
Av. Campinas de
R19 Brotas, Campinas de 556788 8564783 59 6.800 Apoiado Concreto 17.400 59,00 67,00 Ultrassônico 2 9,00 8,00
Brotas
Rua Rio Sena s/n,
UMJ R10 557685 8575291 97 9.900 Apoiado Concreto 8.700 97,00 105,00 Ultrassônico 1 9,00 8,00
Ilha Amarela
524
Coordenadas Área Cota Cota do Tipo de
Nome do Geográficas Cota do Capac Altura Altura
Unidade Total do de Nível Medidor de Nº de
Parque de Endereço (UTM) Terreno Tipo Material idade Total Útil
regional terreno Fundo Máximo Nível (Se Câmaras
Reservação (m) (m³) (m) (m)
X Y (m2) (m) (m) possuir)
Rua Rio Sena s/n,
R10T 557556 8575205 97 2.900 Elevado Concreto 700 111,50 118,50 Ultrassônico 1 8,00 7,00
Ilha Amarela
Rua Direta do
R12 557132 8576950 51 1.200 Apoiado Concreto 800 51,00 55,00 Ultrassônico 2 5,00 4,00
Cruzeiro, Periperi
Rua Dr Oswaldo
R14 José Leal s/n Águas 560599 8574623 104 15.600 Apoiado Concreto 17.400 104,00 112,00 Ultrassônico 2 9,00 8,00
Claras
Rua Elísio Mesquita
R17 558735 8573960 104 19.500 Apoiado Concreto 7.616 104,00 111,00 Ultrassônico 1 8,00 7,00
s/n Pirajá
Rua Elísio Mesquita
R17T 558708 8574017 104 19.500 Elevado Concreto 600 119,00 128,40 Ultrassônico 1 10,40 9,40
s/n Pirajá
Rua Boca da Mata,
R18 561049 8577965 110 26.900 Apoiado Concreto 8.700 110,00 118,00 Ultrassônico 1 9,00 8,00
s/n Valéria
Rua Silveira Martins,
R7 558203 8567953 79 20.000 Apoiado Concreto 36.000 79,80 91,80 Ultrassônico 4 13 12,00
392, Cabula
Rua Silveira Martins,
R7T 558198 8568022 79 20.000 Elevado Concreto 500 102,50 107,50 Ultrassônico 1 6 5,00
392, Cabula
Rua Direta da
UML
R25 Golmeia, S/N, São 557013 8569676 77 15000 Apoiado Concreto 8700 79 87 Ultrassônico 1 8 8
Caetano
Rua Direta da
R25T Golmeia, S/N, São 557047 8569696 77 15.000 Elevado Concreto 1.000 105,50 111,10 Ultrassônico 1 5,6 5,60
Caetano
¹ Reservatório ainda não entrou em operação.
525
Tabela 59 – Características dos reservatórios que atendem as Ilhas de Salvador
Coordenadas Área Cota do
Nome do Cota do Capacidad Cota de Número Altura Altura
Geográficas (UTM) Total do Nível
Parque de Endereço Terreno Tipo Material e Fundo de Total Útil
terreno Máximo
Reservação X Y (m) (m³) (m) Câmaras (m) (m)
(m2) (m)
Rua do Botelho,
Botelho - s/n, Botelho, Ilha
552.436,62 8.587.221,88 24,52 166,75 Apoiado Concreto 100 24,52 33,52 1 3 2,7
Ilha de Maré de Maré - Salvador
- Ba
Rua da Formiga,
Praia
s/n, Praia Grande,
Grande - Ilha 551.221,79 8.587.416,05 46,42 208 Apoiado Concreto 200 46,42 51,42 1 3 2,7
Ilha de Maré -
de Maré
Salvador - Ba
Rua do Mirante,
Santana - s/n, Santana, Ilha
550.949,76 8.585.439,13 49 193,11 Apoiado Concreto 300 49 54 1 3 2,7
Ilha de Maré de Maré - Salvador
- Ba
Rua Rosa Maria
Reservatório
Passos, SN, Ilha
- Ilha de
de Bom Jesus dos 539.003,77 8.589.421,55 Apoiado 380 17 21,8 1 4,8
Bom Jesus
Passos, Salvador/
dos Passos
Ba
Rua Alto da Boa
Reservatório
vista, SN, Ilha dos
- Ilha dos 540.716,00 8.588.784,00 Apoiado 380 58 62,8 1 4,8
Frades, Salvador/
Frades
Ba
Fonte: Embasa, 2021.
526
Tabela 60 – Características das EAAT e booster que integram os sistemas
Coordenadas Regime de Nº de Nº de Vazão Vazão de Potência
Unidade Nome da Geográficas Configuração
Endereço Origem Destino operação Bombas Bombas Nominal Recalque Instalada
regional elevatória do CMB
X Y (horas) Operação Reservas (L/s) (L/s) (cv)
24 (a
Booster Av. Dorival Ponto
depender
Stella Caymmi – 570.177,15 8.571.381,09 ZA 46 Crítico ZA Série 1 1 17,19 17,19 3,00
da pressão
Mares Itapuã 46
da rede)
Rua Sete De 24 (a
Booster Ponto
Setembro – depender
UMB Nova 569.478,22 8.569.661,96 ZA 46 Crítico ZA Série 1 1 25,00 25,00 7,50
Nova Brasilia da pressão
Brasilia 46
De Itapua da rede)
Booster 24 (a
Rua Colmar Ponto
Colmar depender
Americano da 558.089,01 8.562.629,64 ZA 41 Crítico ZA Série 1 0 10,66 10,66 7,50
Americano da pressão
Costa – Pituba 41
da Costa da rede)
Ladeira do Alto
ELEVADO ZA 02 +
da Bola, S/N, 553.770,73 8.563.677,36 RAD R15 Paralelo 24 2 1 400,00 300,00 950,00
R15 RED R15
Federação
R. Saldanha
ELEVADO
UMF Marinho, S/N, 554.786,86 8.567.646,11 RAD R3 RED R3 Paralelo 24 1 2 - 300,00 1000,00
R03
Caixa D'água
Rua Félix
ELEVADO Subaduto
Mendes, S/N, 552.423,68 8.563.982,25 RED R5 Paralelo 24 1 1 197,22 300,00
R05 ra R5
Garcia
RAD R17
Rua Elísio
EEAT DO ou
Mesquita s/n 558.730,41 8.574.013,38 RED R17 Paralelo 11 2 1 164,75 164,75 60/60/60
R17 Subaduto
Pirajá
ra R17
Rua Dr RAD R14
UMJ EEAT DO Oswaldo José ou 200/200/1
560.660,49 8.574.628,89 ZA 72 Paralelo 12 2 1 256,27 256,27
R14 Leal s/n Águas Subaduto 00
Claras ra R17
Rua Rio Sena
EEAT DO
s/n, Ilha 557.770,56 8.575.296,94 RAD R10 RED R10 Paralelo 11 2 1 154,64 154,64 60/60/60
R10
Amarela
527
Coordenadas Regime de Nº de Nº de Vazão Vazão de Potência
Unidade Nome da Geográficas Configuração
Endereço Origem Destino operação Bombas Bombas Nominal Recalque Instalada
regional elevatória do CMB
X Y (horas) Operação Reservas (L/s) (L/s) (cv)
Av. Silveira
R7 Martins, 392, 558.148,75 8.568.010,20 UML UML Paralelo 24 3 1 1.100,00 1.100,00 1100
Cabula
Rua Direta da
R25 Golmeia, S/N, 557.110,42 8.569.583,07 UML UML Paralelo 24 2 2 530,00 530,00 300
São Caetano
UML
Rua Aterro do
Joanes/
Joanes, S/N, 555.335,32 8.571.236,77 UML UML Série 24 1 0 15,83 15,83 5
Lobato
Lobato
Rua Travasso
Bomfim do Meio, s/n 553.543,70 8.571.260,20 UML UML Série 24 1 1 40,00 40,00 40
Bonfim
Rua Rosa Maria
Reservat
Passos, SN, Reservató
EEAT Bom ório Ilha
Ilha de Bom rio Ilha
UMS Jesus dos 538.946,00 8.589.371,00 de Bom Paralelo -- 1 1 -- -- 12,5
Jesus dos dos
Passos Jesus dos
Passos, Frades
Passos
Salvador/ Ba
Fonte: Embasa, 2021.
528
7.2.5.1. Unidade Regional da Bolandeira
Na Unidade Regional da Bolandeira (UMB) estão inseridos 3 Setores de Abastecimento, são eles:
Setor R1 (Duna), Setor R20 (Fazenda Grande III), Setor R23A (Caji), que atendem localidades de
Salvador e Lauro de Freitas. No que concerne ao município de Salvador, totalizam 11 Zonas de
Abastecimento (ZA), sendo a maioria atendida por meio de reservatórios e as demais atendidas
diretamente pela ETA Teodoro Sampaio por meio da derivação na Adutora para o Setor R1 ou pela
ETA Principal por meio da Adutora Principal.
529
No que concerne à distribuição, essa unidade regional possui uma extensão total de 876,84 km de
rede, cujo detalhamento de diâmetro e material será apresentado por setor de abastecimento.
Salienta-se que no caso da ZA - 44 que é atendida por mais de uma forma, seja pelo setor R20 ou
diretamente por derivação em adutora, a extensão de rede dessa zona foi discriminada igualmente,
visto que não foi informado qual a porcentagem correspondente a cada um.
Observa-se a presença de ZEIS na área de abrangência dos setores R1, R20 e na ZA-42 atendida
pela subadutora.
530
Figura 257 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UMB
531
7.2.5.1.1. Setor R01
O Setor R01 (Dunas), que atende a ZA-41, é abastecido pelo Reservatório R01, que é alimentado
pelas ETA do Parque Bolandeira por meio da Adutora de recalque com diâmetro de 700 mm, com
extensão 1.600 m. Originalmente, o Setor R1 seria responsável também pelo atendimento da ZA-
42 UMB, mas devido ao crescimento do setor sem as devidas ampliações, esse foi desmembrado
e a ZA-42 passou a ser atendida pela adutora do Parque da Bolandeira por meio da derivação na
Adutora de 700 mm, de forma provisória, que persiste até o momento.
532
Características R01
Altura Útil (m) 12,00
Status Ativo
A Figura 259 apresenta o croqui atualizado do Setor R01, onde é possível perceber que a ZA – 41
é 100% baixa.
533
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PEAD 3.125,30
110 3.561,65
PVC 436,35
DEFoFo 8.186,80
FoFo 6.030,36
PEAD 652,38
150 29.808,76
PVC 14.486,49
PVC DEFoFo 2,74
VINILFER 450,00
PEAD 1.191,92
160 1.532,57
PVC 340,65
DEFoFo 2.684,74
FoFo 4.400,44
200 8.187,45
PEAD 222,38
PVC 879,90
DEFoFo 2.703,22
FoFo 6.758,81
250 PVC 408,24 10.120,60
PVC DEFoFo 12,03
VINILFER 238,30
DEFoFo 31,12
300 6.892,43
FoFo 6.861,31
350 FoFo 41,34 41,34
400 FoFo 2.961,19 2.961,19
DEFoFo 3,41
450 FoFo 11.542,76 11.613,62
PVC 67,44
FoFo 9.268,49
500 PEAD 4,19 9.404,44
PVC 131,76
600 FoFo 8.031,02 8.031,02
Total (m) 281.995,17
Fonte: Embasa, 2020.
Reservatório R01
O Reservatório R01 (Figura 258), localizado na Estrada do Curralinho, divisa entre os bairros Boca
do Rio e Imbuí, é de concreto do tipo apoiado composto de duas câmaras, cada uma com 5750 m³,
com uma capacidade total de 11.500 m³.
534
Figura 260 - Reservatório R01 (Duna) com duas câmaras
Régua do
medidor de
nível tipo boiá
Esse reservatório possui telemetria, onde são medidas as vazões de entrada e de saída de forma
automatizada por meio do medidor ultrassônico, cujo resultado vai direto para a PIPPE (Figura 262).
O nível de água do reservatório também é medido de forma automatizada, embora preserve régua
para medição de forma manual numa eventualidade de interrupção do fornecimento de energia.
535
Figura 262 – (A) Tubulação de chegada de água com pitot estacionário com célula
capacitiva (B) equipamento de leitura da vazão de chegada no R01
A B
Medidor de
vazão
ultrassônico
Recentemente, foi realizado um projeto paisagístico na área do Setor R01 e durante a visita estava
em execução um projeto de recuperação das caixas que dão acesso as tubulações, registros e
válvulas (Figura 263). As tampas de concreto dessas caixas estão sendo trocadas pelas de fibra
para facilitar a manutenção, já que as de concreto necessitam de equipamentos para a sua remoção
e as de fibra podem ser deslocadas por um trabalhador padrão. As caixas de acesso às tubulações
no momento da visita técnica estavam sem identificação, o que dificultou a sua descrição de forma
mais detalhada.
536
Figura 263 – Execução do projeto de recuperação das caixas (UMB)
Recuperação
Tampas de das caixas
concreto
Na Figura 264 podem ser visualizados os pontos de coleta das amostras para análise da qualidade
da água, tanto pelo laboratório da Embasa, quanto pela Vigilância Sanitária e Ambiental (VISAMB)
do Município de Salvador.
537
BOOSTER COLMAR AMERICANO DA COSTA
O Booster Colmar Americano da Costa (Figura 266), localizado na Rua Colmar Americano da Costa
no bairro da Pituba, possui 1 (uma) bomba em operação que recalca a água da ZA-41 para um
ponto crítico dessa mesma zona, a fim de assegurar que a água chegue na pressão preconizada
na legislação. Esse booster possui uma potência instalada de 7,50 cv e recalca uma vazão de 10,66
l/s.
Figura 265 – (A) Quadro de comando e (B) Booster Colmar Americano da Costa
A B
O Setor R20, localizado no bairro Fazenda Grande, é um dos maiores setores do SIAA de Salvador,
abrangendo os bairros de Mussurunga, Patamares, Bairro da Paz, Saboeiro, Narandiba, Centro
Administrativo, São Cristovão, Av. Paralela e Itapuã. A implantação do Reservatório R20 melhorou
substancialmente o abastecimento da área compreendida entre as Avenida Pinto de Aguiar,
Paralela e Orlando Gomes, que vem passando por um acentuado adensamento demográfico
caracterizado por vários empreendimentos imobiliários, comerciais e residenciais (SEDUR, 2016).
Esse setor tem como característica a ocupação diversificada, abarcando populosos bairros
originários de ocupações espontâneas (Itapuã, Narandiba, Saboeiro, São Cristóvão e Bairro da
Paz); modernos condomínios planejados em Patamares, nas margens da Avenida Paralela e na
538
área compreendida entre as Avenidas Orlando Gomes, Pinto de Aguiar e a própria Paralela; além
do Centro Administrativo da Bahia (SEDUR, 2016).
Esse setor é atendido pelo Reservatório R20, localizado em Fazenda Grande (Figura 266), que é
responsável pelo atendimento das Zonas de Abastecimento 43, 44 (parte) 46, 47, 49, 50 e 51
segundo Embasa (2021). Desde 2014, foram realizadas algumas alterações para melhoria do
atendimento, dentre elas mudança na localização do Booster Stella Mares e a mudança no
entroncamento que fazia conexão com Booster Nova Brasília, ambos objetivando uma melhoria
operacional.
539
Características Reservatório R20
Altura Útil (m) 8,00
Status Ativo
A Figura 267 apresenta o croqui atualizado do Setor R20, onde é possível observar, segundo
Embasa (2021), que todas as zonas atendidas por esse setor são 100% baixas.
540
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 239,30
70 PVC 10,51 10,51
DEFoFo 131,29
75 PEAD 40,05 42.004,60
PVC 41.833,25
75 PVC 1.435,57 1.435,57
85 PVC 230,01 230,01
DEFoFo 93,37
FoFo 5.839,80
100 PEAD 123,42 66.650,38
44 PVC 60.374,72
PVC PBA 219,07
DEFoFo 208,24
110 PEAD 6.022,53 7.782,79
PVC 1.552,02
130 PVC 91,67 91,67
DEFoFo 8.947,84
FoFo 6.094,26
PVC 23.013,00
46 150 PVC DEFoFo 1.289,11 43.266,77
PVC PBA 2.511,67
PVC VINILF 250,85
VINILFER 1.160,04
DEFoFo 622,75
FoFo 544,84
150 PEAD 1,42 5.229,69
PVC 1.358,51
PVC PBA 2.702,18
47 160 PVC 453,02 453,02
DEFoFo 1.752,24
FoFo 6.072,02
200 PVC 770,15 13.148,92
PVC DEFoFo 2.512,10
VINILFER 2.042,41
DEFoFo 1.083,77
FoFo 4.651,74
200 PVC 924,77 7.611,43
PVC DEFoFo 13,03
49 VINILFER 938,11
DEFoFo 1.941,21
FoFo 16.208,21
250 21.220,23
PVC 3.064,75
PVC DEFoFo 6,05
541
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
300 FoFo 13.135,20 13.135,20
DEFoFo 6.552,49
FoFo 13.117,92
300 20.105,20
PVC 423,48
PVC DEFoFo 11,31
50
350 FoFo 337,26 337,26
DEFoFo 92,47
400 FoFo 9.172,81 9.560,22
PVC 294,94
400 FoFo 37,03 37,03
FoFo 484,86
500 594,60
PVC 109,74
51 600 FoFo 11.532,73 11.532,73
700 FoFo 1.977,27 1.977,27
AÇO 927,98
1000 961,96
FoFo 33,98
Total (m) 531.937,31
Fonte: Embasa, 2020.
Reservatório R20
O Reservatório R20 (Figura 268) é de concreto do tipo apoiado composto de uma câmara com uma
capacidade total de 8.700 m³, é alimentado pela derivação da Adutora Principal, em seu trecho com
diâmetro de 1800mm, na altura do entroncamento da BA-528 com a BR-324. Inicialmente a
derivação tem trecho comum com a adução para o R14 apoiado, com diâmetro de 1.200mm,
subderivando desta linha para o R20 por meio de tubulação com diâmetro de 800 mm.
542
Figura 268 – Vista do reservatório R20 (Fazenda Grande)
Figura 269 – (A) Caixa de saída do R20 e (B) Tubulação de saída do R20
A B
Na Figura 270 constam pontos de coleta de amostras para monitoramento da qualidade da água.
543
Figura 270 – Ponto de coleta para monitoramento da qualidade da água na (A) entrada e (B)
saída do R20 (UMB)
A B
Durante a visita estava sendo executado o projeto paisagístico na área (Figura 271) e estava em
processo licitatório o projeto de recuperação das caixas e barriletes.
O Setor R23 (Caji) atende ao município de Lauro de Freitas e algumas localidades de Salvador,
incluindo aeroporto e adjacências da rodovia CIA-Aeroporto. No que concerne a Salvador, esse
Setor atende a ZA – 45 (parte baixa) por meio do reservatório R23A e R23B. As ZA – 44 (parte) e
ZA – 48 são atendidas pela subadutora que abastece o R23 A e o R23 B, que consiste numa
derivação na adutora principal para o R7.
544
modo, o Centro de Reservação R23A atende predominantemente a Zona Baixa e o Centro de
Reservação R23B, por meio do reservatório elevado (R23BT) atenderá predominantemente as
Zonas Médias e Altas (Embasa, 2021).
No momento da visita técnica (dezembro/2020), o Centro de Reservação R23B, que abriga dois
reservatórios apoiados, um elevado e uma estação elevatória ainda não estava 100% em operação.
Deste modo, assim que ele entrar em operação a zona 44 e 48 (parte de Salvador) que hoje é
atendida pela derivação da adutora principal será atendida pelo R23BT. A pendência para o R23BT
começar a operar é aquisição e instalação dos equipamentos relacionados à automação.
As características dos Reservatórios do setor R23 estão apresentadas no Quadro 121 e o croqui
na Figura 272.
545
Figura 272 – Croqui do Setor R23
Para as zonas que compõe o Setor R23 não foram fornecidas pela Embasa as informações sobre
diâmetro, material e extensão da rede de distribuição por zona, e, portanto, não foi possível
apresentar essas informações para esse setor.
Reservatório R23A
O reservatório R23A é mais antigo, recentemente junto com as obras do R23 B teve sua capacidade
de reservação duplicada. É do tipo apoiado com duas câmaras cada uma com 8.700 m³, totalizando
um volume de reservação de 17.400 m³, ambas estão situadas em uma área devidamente
identificada e cercada por muros de alvenaria (Figura 273). Toda a área do Centro de Reservação
R23A é identificada, conforme pode-se observar nos registros fotográficos que seguem.
546
Figura 273 – Identificação do Centro de Reservação R23A
Tubulação
de entrada
de água
547
Figura 275 – Caixa das tubulações de comunicação entre as duas câmaras de reservação
O reservatório possui telemetria, onde são realizadas medições de vazão e nível de forma
automatizada, cujo resultado vai direto para a PIPPE, conforme Figura 277.
548
Figura 277 – Equipamentos de medição de (A) vazão e (B) nível integrados a PIPPE
A B
A Figura 278 mostra pontos de coleta para monitoramento da qualidade da água tratada do
reservatório R23A.
549
Reservatório R23B
O reservatório R23B entrou em operação em abril de 2020, ele é do tipo apoiado com duas câmaras
cada uma com 8.700 m³, totalizando um volume de reservação de 17.400 m³ (Figura 279).
O R23B recebe água da ETA Principal e distribui apenas para o R23A, para aumentar seu volume.
Após ativação do R23B-T também será responsável pela sua alimentação por meio da EEAT.
Existe um by-pass que permitirá, caso necessário, que o R23B-T seja abastecido diretamente pela
ETA Principal. Trata-se do que os funcionários da Embasa chamam de Redundância, quando são
implementadas mais de duas soluções para o abastecimento de uma mesma região, deste modo
proporcionando uma maior segurança e flexibilização durante a operação de modo a garantir o
abastecimento da população.
Na Figura 280 observa-se um ponto de coleta de amostra para análise da qualidade da água do
R23B.
550
Figura 280 – Ponto de coleta para monitoramento da água do R23B (UMB)
O Reservatório R23B-T é do tipo elevado com um volume de reservação de 500 m³ (Figura 281) e
ainda não está em operação, assim como a Estação Elevatória de Água Tratada do R23B. Está
sendo realizado o processo de aquisição de equipamentos para medição de vazão e nível.
Quando estiver em operação, o R23B-T atenderá parte da localidade Fazenda Cassange, que se
encontra inserida dentro da APA do rio Joanes, Jardim das Margaridas e o Bosque das Bromélias
(considerada área de vulnerabilidade social), que atualmente são atendidas pela adutora ETA
Principal, o que corresponde a ZA-48 e parte da ZA-44 – zonas altas.
551
Figura 281 – Reservatório R23B-T (UMB)
552
Figura 282 – (A) Caixa de saída do R23B-T (B) Tubulação de saída do R23B-T (UMB)
553
Figura 283 – EEAT R23B (UMB)
Subestação
de energia
elétrica
Tubulações
de entrada
Tubulação de
saída para o
R23BT
Conforme informado anteriormente a ZA - 42 é abastecida diretamente pela adutora que sai da ETA
Teodoro Sampaio para abastecer o reservatório R1 (Duna). A Tabela 63 apresenta informações de
diâmetro material e extensão da rede de distribuição dessa zona, onde é possível observar que
554
possui uma extensão total de aproximadamente 62,5Km, sendo o diâmetro de 100 mm o que possui
maior extensão.
Na Unidade Regional do Cabula (UML) estão inseridos 2 Setores de Abastecimento, são eles: Setor
R7 (Cabula) e Setor R25 (Gomeia), totalizando 10 zonas de abastecimento (ZA) atendidas por meio
de 2 reservatórios. Outras três zonas (ZA 20, 21 e 31) são atendidas diretamente pela ETA Principal
por meio de derivações na Adutora Principal.
555
Quadro 122 – Setores e Zonas de Abastecimento pertencentes a UML
Extensão de
Setor Zona Localidades Atendidas
rede (m)
23 70.230,0 Liberdade, Pau Miúdo (Parte), Pero Vaz, Curuzu e Iapi
Saramandaia, Jardim Brasília, Resgate, Pernambués Cabula
25 98.634,8
(Parte)
26 44.217,0 Cabula (Parte), Narandiba (Parte)
R7 27 23.019,1 Tancredo Neves, São Gonçalo, Mata Escura e Calabetão
Cabula (Parte), Conjunto ACM, Arraial do Retiro,
29 33.885,9
Engomadeira
30 32.654,4 Saboeiro, Doron e Narandiba (Parte)
32 64.289,8 Susuarana Nova, Susuarana Velha e Novo Horizonte.
20 9.510,1 Bonfim (Parte Alta) e Monte Serrat (Parte)
Adutora ETA
Principal x R7 - Conjunto IAPETEC, Montserrat (parte), Calçada, Uruguai,
subadutora que Jardim Cruzeiro, Baixa do Fiscal, Lobato (parte),
21 175.636,1
abastece o R25 Massaranduba, Boa Viagem, Santa Luzia (parte), Ribeira,
Roma, Itapagipe, Mares
Adutora ETA
31 42.332,4 Calabetão, Santo Inácio e Mata Escura
Principal x R7
22 79.493,5 Gomeia, Boa Vista, São Caetano e Capelinha
Alto do Pará, Curuzu (parte), Bom Juá (parte), Av. Barros
R25
24 42.203,7 Reis (parte), Av. San Martin, Jaqueira e Baixinha de Santo
(Gomeia)
Antônio
28 33.707,1 Fazenda Grande e Alto do Peru
Fonte: Embasa, 2019.
No que concerne à distribuição essa unidade regional possui uma extensão total de 749,8km de
rede, cujo detalhamento de diâmetro e material será apresentado por setor de abastecimento.
Na Figura 321 apresenta-se o mapa onde é possível visualizar a abrangência de cada setor de
abastecimento, a delimitação de Prefeitura-bairro, assim como a presença de zonas especiais de
interesse social (ZEIS) na área de abrangência da UML. Observa-se que praticamente todo o
território abrangido pela UML possui áreas caracterizadas como ZEIS, com destaque para a área
abrangida pela PB Liberdade/ São Caetano e PB Cidade Baixa.
Na mesma figura estão identificados também os reservatórios que atendem os seus respectivos
setores de abastecimento (R7 e R25), além dos dois boosters que são utilizados no abastecimento
de alguns pontos críticos localizados nesta região.
556
Figura 284 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UML
557
7.2.5.2.1. Setor R7
O Reservatório R7 é de concreto do tipo apoiado composto de quatro câmaras com uma capacidade
total de 36.000 m³, enquanto o R7T é de concreto do tipo elevado com capacidade volumétrica de
500 m³. As características físicas e de funcionamento desse Reservatório estão dispostas no
Quadro 123.
558
Características R7 R7T
Cota de fundo (m) 79,80 102,50
Cota de nível máximo (m) 91,80 107,50
Tipo de Medidor Ultrassônico Ultrassônico
Número de Câmaras 4 1
Altura Total (m) 13 6
Altura Útil (m) 12,00 5,00
Status Ativo Ativo
Esse Setor foi concebido em projeto para que o reservatório apoiado R7 atendesse as zonas baixas
e o R7T as zonas altas, com cotas superiores a 50 m. No entanto, atualmente o reservatório elevado
tem atendido todas as zonas do Setor não se restringindo apenas as zonas altas, o que tem elevado
a demanda energética e, consequentemente, o custo operacional do sistema, visto que as áreas
baixas não precisariam ser atendidas pelo elevado. A Figura 286 apresenta o croqui do Setor R7
para facilitar o entendimento da atual situação operacional.
Segundo a Embasa toda a ZA-25 (100% baixa) atualmente abastecida pelo elevado (R7T) passará
a ser abastecida pelo reservatório apoiado (R7), a execução das obras está em andamento. E parte
da ZA-29 (parte do bairro São Gonçalo) também será atendida pelo RAD, projeto em andamento.
559
A Tabela 64 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição por
zona de abastecimento do Setor R7. Observa-se que o setor R7 possui uma extensão total de
aproximadamente 334 Km de rede, sendo a ZA – 25, responsável pela maior extensão, em torno
de 98 km.
560
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 550,74
PEAD 9,05
85 2.637,43
PVC 2.628,38
FoFo 890,07
PEAD 26,80
100 6.343,14
PVC 5.397,59
VNF 28,68
FoFo 111,72
110 PEAD 10,26 6.831,38
PVC 6.709,39
FoFo 876,54
150 PVC 1.435,20 2.398,93
VNF 87,19
160 PVC 2.014,82 2.014,82
FoFo 2.636,40
200 2.713,34
PVC 76,94
250 FoFo 2.273,53 2.273,53
FoFo 291,49
300 7.840,65
NI 7.549,16
400 FoFo 1.604,10 1.604,10
450 FoFo 5.929,77 5.929,77
500 FoFo 59,33 59,33
600 FoFo 337,56 337,56
700 FoFo 3.491,18 3.491,18
800 FoFo 426,88 426,88
Extensão de rede da ZA-25 (m) 98.634,77
PEAD 40,09
32 2.024,35
PVC 1.984,25
50 PVC 6.273,67 6.273,67
60 PVC 17.837,83 17.837,83
63 PEAD 1.613,85 1.613,85
75 PVC 447,15 447,15
85 PVC 2.243,50 2.243,50
100 PVC 134,92 134,92
ZA-26
110 PVC 4.192,04 4.192,04
150 PVC 101,49 101,49
160 PVC 1.096,05 1.096,05
DEFoFo 510,53
FoFo 651,95
200 1.931,39
PVC 276,36
VNF 492,56
250 FoFo 1.639,73 1.746,45
561
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 106,72
300 FoFo 1.978,66 1.978,66
350 FoFo 15,17 15,17
400 FoFo 94,62 94,62
DEFoFo 219,62
500 2.392,82
FoFo 2.173,20
FoFo 62,76
600 93,07
PVC 30,32
Extensão de rede da ZA-26 (m) 44.217,03
32 PVC 2.380,20 2.380,20
50 PVC 4.733,36 4.733,36
60 PVC 8.698,07 8.698,07
63 PEAD 985,47 985,47
75 PVC 691,87 691,87
85 PVC 352,34 352,34
FoFo 57,59
100 911,75
PVC 854,17
27
110 PVC 644,01 644,01
150 PVC 407,73 407,73
160 PVC 768,97 768,97
200 FoFo 204,35 204,35
300 FoFo 748,16 748,16
315 PEAD 738,19 738,19
400 FoFo 749,51 749,51
500 FoFo 5,16 5,16
Extensão de rede da ZA-27 (m) 23.019,14
20 PVC 10,74 10,74
32 PVC 225,21 225,21
50 PVC 5.346,32 5.346,32
60 PVC 16.243,86 16.243,86
63 PEAD 999,49 999,49
75 PVC 694,72 694,72
85 PVC 689,52 689,52
100 PVC 1.137,37 1.137,37
29
110 PVC 1.909,28 1.909,28
150 PVC 64,57 64,57
160 PVC 1.904,95 1.904,95
DEFoFo 478,67
200 FoFo 159,86 744,80
PVC 106,28
250 FoFo 1.110,05 1.110,05
300 FoFo 16,64 16,64
562
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
400 FoFo 719,30 719,30
450 FoFo 195,09 195,09
DEFoFo 366,22
500 701,22
FoFo 335,01
600 FoFo 4,29 4,29
700 FoFo 459,88 459,88
800 FoFo 708,55 708,55
Extensão de rede da ZA-29(m) 33.885,86
25 PVC 5,90 5,90
32 PVC 774,12 774,12
50 PVC 4.502,86 4.502,86
60 PVC 11.203,10 11.203,10
63 PEAD 3.153,82 3.153,82
75 PVC 189,22 189,22
85 PVC 1.882,98 1.882,98
100 PVC 744,42 744,42
110 PVC 3.958,76 3.958,76
30
DEFoFo 80,67
150 FoFo 54,63 507,04
PVC 371,74
160 PVC 2.283,29 2.283,29
200 PVC 1.012,32 1.012,32
250 FoFo 480,42 480,42
300 FoFo 679,66 679,66
350 FoFo 547,39 547,39
400 FoFo 729,15 729,15
Extensão de rede da ZA-30 (m) 32.654,45
PEAD 21,59
32 2.450,43
PVC 2.428,85
50 PVC 9.169,17 9.169,17
60 PVC 22.436,85 22.436,85
63 PEAD 3.412,03 3.412,03
75 PVC 6.358,30 6.358,30
85 PVC 3.244,26 3.244,26
32 FoFo 227,04
100 PEAD 45,36 2.061,29
PVC 1.788,90
110 PVC 4.849,48 4.849,48
DEFoFo 564,20
FoFo 1.065,51
150 2.365,26
PVC 732,72
VNF 2,83
563
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
160 PVC 784,79 784,79
DEFoFo 476,16
FoFo 1.754,18
200 2.856,20
PVC 613,20
VNF 12,66
FoFo 2.199,73
250 2.409,51
PVC 209,79
DEFoFo 125,31 125,31
300
FoFo 987,95 987,95
400 FoFo 779,01 779,01
Extensão de rede da ZA-32 (m) 64.289,84
Extensão total de rede do setor (m) 334.276,64
Fonte: Embasa, 2020.
RESERVATÓRIO R07
O Reservatório R07 é do tipo apoiado com quatro câmaras, cada uma com 9.000 m³, totalizando
um volume de reservação de 36.000 m³. Ele recebe água da ETA Principal e da EEAT Alta Carga
do Parque da Bolandeira e alimenta a EEAT R07 e a Subadutora R7 – R15.
Atualmente, o R07 só tem sido abastecido pela adutora principal (Figura 287) e pela adutora da
EEAT Alta Carga do Parque Bolandeira. A entrada das adutoras que partem direto da ETA Teodoro
Sampaio está desativada, isso porque a EEAT na Teodoro Sampaio não está em funcionamento,
em virtude de melhorias que estão sendo executadas nas linhas de recalque dentro da própria área
da ETA TS e na travessia do riacho Bate Facho. Após ativação da EEAT Teodoro Sampaio, a
Embasa vai reavaliar a necessidade de reativação das duas adutoras para atendimento do R07.
564
Figura 287 – (A) Caixa de chegada ETA Principal no R07 e (B) Tubulação de entrada da ETA
Principal no R07 (UML)
É do R07 que parte a Subadutora R07-R15, conforme Figura 288, responsável por atender aos
Centros de Reservação R03, R05 e R19 e, também pelo abastecimento direto por distribuição em
marcha de outras zonas. A válvula de controle é operada com uma abertura de 60% diariamente.
565
Figura 288 – Saída da Subadutora R7-R15 (UML)
Todas as quatro câmaras são comunicantes, ou seja, apresentam tubulações conectando fazendo
com que elas interajam como um único reservatório.
A medição de nível é realizada pela câmara D, tanto de modo automatizado, quanto de modo
manual pela régua (Figura 289). As adutoras de chegada, ETA Principal e Alta Carga, se entroncam
e abastecem o reservatório pela câmara D e o abastecimento da UMF parte da Câmara C.
566
Figura 289 – Medição de nível do R07 (UML)
567
Figura 290 – Instalação do guarda-corpo na câmara C
568
Figura 291 – Ponto de coleta para monitoramento da água (A) na chegada ETA Principal (B)
na chegada Alta Carga (C) na saída das câmaras A, B e C (D) na saída da câmara D
A B
C D
O R07 distribui água para a UMF e para a Estação Elevatória de Água Tratada R07 que recalca
para o R07T e para a Torre de Equilíbrio.
A EEAT R07 (Figura 292) conta com 4 CMB com 250 CV de potência cada (Figura 293) e opera em
regime de 3+1, sendo 3 (três) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva. Essa elevatória recebe
água do R07 e recalca para o R07T e para a Torre de Equilíbrio que distribui para as zonas de
abastecimento
569
Figura 292 – Estação Elevatória de Água Tratada R07 (UML)
As bombas são automatizadas, o chip do atuador permite que os dois estágios sejam utilizados: o
manual e o automático. No período que foi realizada a visita técnica (dez/2020), tinha ocorrido
episódio de vazamento recente o que ocasionou a queima do chip do autuador das bombas, sendo
necessário a operação manual, porém essa situação pontual já foi resolvida, retornando a operação
das bombas de forma automática, segundo a Embasa. Para impedir problemas semelhantes a esse,
a Embasa tem elevado o eixo das bombas (Figura 293), de modo a evitar que elas sejam danificadas
em caso de vazamento.
570
Figura 293 – Conjuntos Motobombas EEAT R07 (UML)
571
Figura 294 – (A) CMB com eixo normal (B) CMB com elevação do eixo (UML)
A B
A EEAT não é by-passada, no entanto, conta com um registro que permite isolar 2 (dois) CMB,
Figura 295.
Figura 295 – Registro para isolar 2 barriletes do CMB da EEAT R07 (UML)
A Estação Elevatória conta com dois Quadros de Comando, o da Figura 296 que controla os CMB
1, 2 e 4, e o da Figura 297 que controla o CMB 3. A demanda da estação elevatória é suprida tanto
por um transformador de poste (13kV) quanto por uma subestação de energia, ambas localizadas
no mesmo lote do centro de reservação R7.
572
Figura 296 – Quadro de comando dos CMB 1, 2 e 4 (UML)
O Reservatório R07T (Figura 298) é do tipo elevado com volume de reservação de 500 m³. A torre
de equilíbrio (Figura 299), funciona como reservatório de jusante, além disso tem a função de dar
carga na rede e atuar como uma proteção para as bombas da elevatória. Conforme croqui
atualizado em 2019, disponibilizado pela Embasa, ambas as estruturas abastecem em conjunto
tanto a parte alta quanto a parte baixa de todas as Zonas desse setor, a saber: 23, 25, 26, 27, 29,
30, 31 e 32.
573
O PARMS (2016) sinalizou que além do aumento de custos operacionais por aumento de demanda
de energia elétrica, outro fator importante a ser observado e que ocorre sobremaneira no Setor R7
é o incremento de pressão desnecessário que é gerado pela forma de operação do sistema, quando
à malha distribuidora das zonas baixas é imposta uma sobrepressurização em decorrência do
abastecimento pelo Reservatório Elevado (R7T). Segundo a Embasa (2021) existem obras em
execução e projetos para abastecimento das ZA-25 e parte da ZA-29 por meio dos reservatórios
apoiados para melhorar esta condição.
574
Figura 299 – Torre de Equilíbrio (UML)
A rede de distribuição conta com macromedições em diferentes locais, que não necessariamente
coincidem com a setorização das zonas hoje existentes, mas que auxiliam na operação e no
controle do índice de perdas da Embasa. Essas macromedições fornecem a vazão e pressão de
forma automatizada através do tubo de Pitot ou do medidor ultrassônico e o resultado vai direto
para a PIPPE, cujo monitoramento é realizado na Sala de Operações.
Os registros fotográficos a seguir apresentam algumas macromedições que ocorrem dentro do lote
do Centro de Reservação do Cabula.
575
Figura 300 – Medição com telemetria – Saída São Gonçalo (UML)
576
Figura 301 – Medição com telemetria - Saída Pernambués (UML)
577
Figura 303 – Medição com telemetria – Saída Liberdade (UML)
578
7.2.5.2.2. Setor R25
O Parque de Reservação R25 situa-se no bairro de São Caetano, nas proximidades da BR-324,
sendo alimentado por derivação de 800 mm da Adutora Principal, com tomada de água em seu
trecho de 1.200 mm (SEDUR, 2014).
O Setor R25 foi concebido com duas zonas de pressão, prevendo o atendimento da Zona Baixa
(cotas menores ou iguais a 50,0 m) por meio de um Reservatório Apoiado, com capacidade de
8.700 m³, e da Zona Alta (cotas superiores a 50,0 m) mediante um Reservatório Elevado, com
volume de 1.000 m³. Porém, o reservatório apoiado ficou um período inativo, em virtude de
problemas operacionais, que já foram sanados, aguardando apenas intervenção na linha de
distribuição para entrar em operação novamente. O Quadro 124 apresenta as características físicas
e de funcionamento desses dois reservatórios
Esse setor atende as Zonas de Abastecimento 22 e 28 por meio do Reservatório R25T que recebe
água da EEAT que recalca diretamente da adutora principal, visto que atualmente, o reservatório
apoiado R25 está by-passado. E a ZA-24 é atendida diretamente por uma derivação na adutora
principal, porém após a reativação do R25 será abastecida por este e as demais zonas
permanecerão da mesma forma. A Figura 305 apresenta o croqui do Setor R25 para facilitar o
entendimento da atual situação operacional.
579
Figura 305 – Croqui do Setor R25
580
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 84,92
300 FoFo 1563,68 1.563,68
350 FoFo 20,91 20,91
400 FoFo 601,89 601,89
550 FoFo 627,53 627,53
600 FoFo 1032,40 1.032,40
700 FoFo 913,15 913,15
Extensão de rede da ZA- 22 (m) 79.493,51
32 PVC 1407,64 1.407,64
50 PVC 4544,44 4.544,44
60 PVC 8255,14 8.255,14
63 PEAD 1114,05 1.114,05
75 PVC 418,16 418,16
85 PVC 1701,22 1.701,22
FoFo 1748,15
100 3.812,98
PVC 2064,83
FoFo 19,80
110 PEAD 199,05 7.151,87
PVC 6933,02
DEFoFo 306,50
24 150 FoFo 2741,59 3.618,85
PVC 570,76
160 PVC 1560,06 1.560,06
FoFo 1311,16
200 1.350,32
PVC 39,17
FoFo 1306,82
250 1.319,19
PVC 12,37
300 FoFo 3073,60 3.073,60
350 FoFo 6,55 6,55
400 FoFo 973,95 973,95
450 FoFo 21,55 21,55
500 FoFo 646,84 646,84
550 FoFo 1227,34 1.227,34
Extensão de rede da ZA - 24 (m) 42.203,74
32 PVC 3161,11 3.161,11
50 PVC 11673,81 11.673,81
60 PVC 6837,19 6.837,19
63 PEAD 322,64 322,64
28 75 PVC 292,18 292,18
85 PVC 429,40 429,40
FoFo 2092,85
100 2.985,90
PVC 893,05
110 PVC 3512,54 3.512,54
581
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
150 FoFo 703,54 703,54
150 PVC 482,56 482,56
160 PVC 526,79 526,79
200 FoFo 1353,44 1.353,44
200 PEAD 17,16 17,16
200 PVC 10,08 10,08
250 FoFo 626,82 626,82
300 FoFo 771,96 771,96
Extensão de rede da ZA-28 (m) 33.707,13
Extensão total de rede do Setor (m) 155.404,38
RESERVATÓRIO R25
O Reservatório R25 é do tipo apoiado com um volume de reservação de 8.700 m³. A estrutura foi
desativada por conta de um vazamento que estava ocorrendo. Durante visita (dez/2020) foi
informado que a Embasa já havia concluído o projeto de recuperação da estrutura civil desse RAD,
no entanto para entrar em carga será necessário a implantação da linha de distribuição direta do
R25 para a ZA-24.
Para a execução dessa obra será necessária uma parada momentânea na rede de distribuição.
Nesse sentido, a Embasa programou a implantação dessa linha para após o período do verão, que
é o de maior consumo, para diminuir os transtornos à população. Após conclusão dessa obra, a
previsão é que o by-pass do R25 seja fechado e que o reservatório passe a distribuir água para a
EEAT R25 e, diretamente, para a ZA-24, que está sendo abastecida diretamente com a carga
hidráulica da adutora principal.
582
Figura 306 – Reservatório R25 (UML)
Extravasor
Tubulação
de Entrada
Conforme sinalizado anteriormente, atualmente, o reservatório está by-passado (Figura 307), mas
ainda conta com as estruturas de aferição de nível e cloro (Figura 308). Além disso, tem sido
executadas obras de revitalização de alguns elementos metálicos, como escada, conforme Figura
309.
A B
583
Figura 308 – Medidor de nível e Analisador de Cloro Residual do R25 (UML)
584
ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA R25 (EEAT R25)
A Estação Elevatória do R25 (Figura 310) conta com 4 CMB com 175 CV de potência cada e opera
em regime de 2+2, sendo 2 (dois) CMB em operação e 2 (dois) CMB reserva (Figura 311). As
bombas operam em paralelo em regime de 24h, com o acionamento e o controle de rotação feitos
por meio do inversor de frequência (Figura 312).
Atualmente, a EEAT R25 recebe água direto da adutora principal e recalca para o R25T – para
abastecer as ZAs 22 e 28. Após a reativação do reservatório apoiado (R25), a EEAT R25 passará
a operar recebendo água desse reservatório.
Ressalta-se que após reativação do R25, as estruturas de by-pass não serão removidas, permitindo
que a Estação Elevatória tenha duas opções de fornecimento, proporcionando maior flexibilidade e
segurança durante a operação.
A demanda da estação elevatória é suprida por uma subestação de energia (Figura 314). O Centro
de Reservação R25 está inserido em Área de Vulnerabilidade Social (AVS), já tendo sido alvo de
furtos da fiação elétrica e de pequenos atos de vandalismos.
585
Figura 311 – Conjuntos Motobombas EEAT R25 (UML)
586
Figura 312 – Inversor de Frequência da EEAT R25 (UML)
587
Figura 314 – Subestação de energia EEAT R25 (UML)
RESERVATÓRIO R25T
O Reservatório R25T (Figura 315) é do tipo elevado com volume de reservação de 1.000 m³ e
abastece as Zonas 22 e 28.
588
Cada uma das zonas conta com macromedições para auxiliar na operação e no controle do índice
de perdas da Embasa. Essas macromedições fornecem a vazão e pressão de forma automatizada
por meio do medidor ultrassônico, cujo resultado vai direto para a PIPPE.
Os registros fotográficos a seguir apresentam algumas macromedições que ocorrem dentro do lote
no Centro de Reservação Goméia.
Na Figura 318 constam pontos de coleta para monitoramento da qualidade da água na área do R25.
589
Figura 318 – Ponto de coleta para monitoramento da água na saída do R25T para (A) as ZAs
22 e 28e (B) da ZA-24
Conforme informado anteriormente algumas zonas são abastecidas pela adutora principal x R7 e
outras pela subadutora do R25.
Tabela 66 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela adutora principal
x R7 – subadutora R25
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
Adutora ETA 32 PVC 50,98 50,98
Principal x R7 20 50 PVC 2.617,33 2.617,33
- subadutora 60 PVC 15,48 15,48
590
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
que abastece 63 PEAD 215,05 215,05
o R25 75 PVC 779,97 779,97
FoFo 501,14
100 PEAD 329,43 4.257,11
PVC 3.426,54
110 PVC 28,17 28,17
150 DEFoFo 771,45 771,45
200 DEFoFo 449,27 449,27
DEFoFo 306,19
250 325,25
FoFo 19,06
Extensão de rede da ZA (m) 9.510,06
32 PVC 8485,82 8.485,82
50 PVC 19930,47 19.930,47
60 PVC 17694,65 17.694,65
63 PEAD 1555,44 1.555,44
75 PVC 2136,44 2.136,44
85 PVC 2374,21 2.374,21
FoFo 9271,03
100 PEAD 5,07 27.470,18
PVC 18194,08
FoFo 445,40
110 PEAD 433,79 40.672,22
PVC 39793,04
DEFoFo 3869,50
150 FoFo 8607,39 14.671,30
PVC 2194,41
FoFo 20,64
21 160 3.357,49
PVC 3336,85
DEFoFo 1125,45
200 FoFo 4756,12 6.054,46
PVC 172,89
DEFoFo 1706,82
250 6.155,95
FoFo 4449,12
DEFoFo 55,33
300 11.784,38
FoFo 11729,05
315 PEAD 2266,66 2.266,66
FoFo 3784,23
350 3.984,66
PVC 200,43
FoFo 2163,53
400 3.123,43
PRFV 959,90
450 FoFo 2351,09 2.351,09
500 FoFo 1488,70 1.488,70
550 FoFo 78,56 78,56
591
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
Extensão de rede da ZA (m) 175.636,14
Total geral do Setor (m) 185.146,20
Fonte: Embasa, 2020.
Na ZA-21 existe o Booster Joanes/Lobato (Figura 319), que possui 1 (uma) bomba em operação
que recalca a água da ZA-21 para um ponto mais elevado dessa mesma zona, correspondente a
Rua das Palmeiras, para assegurar que a água chegue na pressão preconizada na legislação.
O abastecimento na Rua das Palmeiras pode ser prejudicado porque, além das altas cotas as
residências, de modo geral, não possuem reservatórios para suprir demandas momentâneas em
caso de manutenção da rede.
A falta de energia e a parada de funcionamento do Booster Joanes/ Lobato não é usual, mas quando
ocorre a região ainda passa a ser atendida por outra tubulação; no Alto do Peru (ZA-28), em São
Caetano, existe um by-pass que permite o abastecimento da parte alta da ZA-21.
592
Figura 319 – (A) Quadro elétrico do Booster Joanes/Lobato (B) Caixa do Booster
Joanes/Lobato (C) Booster Joanes/Lobato (UML)
A B
Na ZA 20 também existe um booster, o Booster Bonfim, que possui 1 (uma) bomba em operação e
1 (uma) reserva que recalca a água da ZA-21 para um ponto mais elevado da ZA-20,
correspondente a 1ª, 2ª e 3ª Barreiras, Igreja Bonfim ao Hospital Sagrada Família e Rua Plínio de
Lima, para assegurar que a água chegue na pressão preconizada na legislação.
A falta de energia e a parada de funcionamento do Booster Bonfim não é usual, porém, quando
ocorre a maior parte da ZA-20 fica sem abastecimento. No entanto, diferentemente de outras
localidades, a maior parte das residências possuem reservatórios que suprem a demanda até a
situação se reestabelecer. Além disso, a bomba possui um sistema de retorno automático da
operação.
A bomba foi protegida por uma estrutura que permite a ventilação, essa medida foi adotada porque
nos períodos de chuva a rua alaga podendo danificar o equipamento. Próximo ao booster existe um
ponto de telemetria cujo monitoramento é de responsabilidade de uma empresa terceirizada.
593
Figura 320 – (A) Quadro elétrico do Booster Bonfim (B) Caixa do Booster Bonfim (C)
Booster Bonfim (UML)
A B
Tabela 67 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela adutora principal
x R7
Extensão Extensão Total
Setor Zona DN (mm) Material
(m) (m)
32 PVC 1564,88 1564,88
50 PVC 11489,51 11489,51
60 PVC 11148,18 11148,18
63 PEAD 2631,72 2631,72
75 PVC 2362,55 2362,55
85 PVC 802,88 802,88
Adutora 100 PVC 1567,02 1567,02
ETA
31 FoFo 79,51
Principal x 110 4.678,42
R7 PVC 4598,91
DEFoFo 730,13
150 FoFo 776,33 1.761,25
PVC 254,80
160 PVC 679,02 679,02
FoFo 1303,54
200 1.410,36
PVC 106,82
594
Extensão Extensão Total
Setor Zona DN (mm) Material
(m) (m)
FoFo 212,17
250 438,53
PVC 226,36
300 FoFo 939,02 939,02
400 FoFo 859,06 859,06
Total (m) 42.332,41
Fonte: Embasa, 2020.
Na Unidade Regional da Federação (UMF) estão inseridos 4 Setores de Abastecimento, são eles
Setor R3 (Caixa d’Água), Setor R5 (Garcia), Setor R15 (Federação) e o Setor R19 (Campinas de
Brotas) que atendem bairros de Salvador, totalizando 08 Zonas de Abastecimento (ZA) atendidas
integralmente por reservatórios e outras 07 zonas que são atendidas diretamente pela Subadutora
R7-R15, que segundo o PARMS (2016) era estabelecida de forma provisória, porém perdura até o
momento.
595
Setor de Zona de Extensão
Localidades Atendidas
abastecimento abastecimento de rede (m)
de Setembro, Politeama (São Raimundo), Centro
Histórico (Pelourinho), Tororó, São Pedro, Carlos Gomes
e 2 de Julho
Ondina, Roca da Sabina, Av. Centenário, Barra (parte),
ZA - 01 47.738,2
Chame-Chame, Calabar, e Av. Garibaldi
Federação, Jardim Atlântica, Graça, Engenho Velho
R15 Federação, Canela, São Lázaro (zona alta), Jardim
ZA - 02 127.661,2
(Federação) Apipema, Vitória, Barra (zona alta), Campo Grande e
Morro do Gato
Fonte Nova, Dique do Tororó, Av. Vasco da Gama, Lapa,
ZA - 05 19.162,8
Bonocô (parte) e Acupe (parte)
Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, Ondina (parte),
Nordeste de Amaralina, Chapada do Rio Vermelho,
R19
ZA - 14 126.337,0 Pituba (parte), Loteamento Bela Vista, Av. Acm (parte),
(Brotas)
Candeal (parte), Amaralina (parte), Rio Vermelho (parte),
Itaigara (parte) e Iguatemi (parte)
Fonte: Embasa, 2019.
No que concerne à distribuição, a unidade regional da Federação (UMF) possui uma extensão total
de 724,3km de rede, cujo detalhamento de diâmetro e material será apresentado por setor de
abastecimento. Salienta-se que no caso da ZA - 11 que é atendida por mais de uma forma, seja
pelo setor R03 ou diretamente por derivação na subadutora, a extensão de rede dessa zona foi
discriminada igualmente, visto que não foi informado qual a porcentagem correspondente a cada
um.
A Figura 321 apresenta o mapa onde é possível visualizar a abrangência de cada setor de
abastecimento, a delimitação de Prefeitura-bairro, assim como a presença de zonas especiais de
interesse social (ZEIS) na área de abrangência da UMF. Observa-se que praticamente todo o
território abrangido pela UMF possui áreas caracterizadas como ZEIS.
Na mesma figura estão identificados também os reservatórios que atendem os seus respectivos
setores de abastecimento (R3, R5, R15 e R19), além do booster que é utilizado no abastecimento
de alguns pontos críticos localizados nesta região.
596
Figura 321 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UMF
597
Nos itens a seguir será a apresentada a descrição detalhada das infraestruturas dos setores de
abastecimento de água da UMF.
7.2.5.3.1. Setor R3
O Setor R3 (Caixa d’Água) é atendido por dois Reservatório R3 e R3T, que são alimentados pela
subadutoras R7-R15 com a tubulação de aço de 700 mm. O centro de Reservação da Caixa D’Água,
onde ficam locados esses reservatórios, está localizado no antigo Parque do Queimado, antes sob
administração da empresa privada, Companhia do Queimado, responsável pelo serviço de
abastecimento de água potável da cidade (Embasa, 2013).
No Parque foi instalado, entre os anos de 1853 e 1857, dois reservatórios metálicos (Figura 322),
que deram origem ao nome do bairro Caixa D’Água. Em 1.856 foi construído o primeiro reservatório
de alvenaria do Brasil, denominado Cruz do Cosme (Figura 323).
598
Na mesma área está localizado o Centro de Memória da Água (CMA) (Figura 324), inaugurado em
1989, e o Museu Arqueológico da Embasa (MAE) (Figura 325). O MAE foi tombado pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e conta com peças de grande valor histórico,
inventariadas e catalogadas por equipes de arqueólogos.
599
Quadro 126 – Características dos Reservatórios do Setor R3
Características R3 R3T
Cota do terreno 71 71
Área total do terreno (m²) 19.500 19.500
Tipo Apoiado Elevado
Material Alvenaria de Pedra Concreto
Capacidade (m³) 10.000 700
Cota de fundo (m) 71,00 94,10
Cota de nível máximo (m) 74,00 99,50
Tipo de Medidor Ultrassônico Célula Capacitiva de Nível
Número de Câmaras 2 1
Altura Total (m) 4,00 6,40
Altura Útil (m) 3,00 5,40
Status Ativo Ativo
Fonte: Embasa, 2020.
Segundo croqui disponibilizado pela Embasa esse setor atende as Zonas de Abastecimento ZA-04
e ZA-11 (parte - 20,45%) por meio do Reservatório Apoiado (R3) e as zonas ZA-06 e ZA-07 pelo
reservatório elevado (R3T). Observa-se que a ZA-11 possui duas formas de abastecimento, 20,45%
pelo reservatório apoiado e 79,55% pela derivação na subadutora R7xR15. A Figura 286 apresenta
o croqui do Setor R03 para facilitar o entendimento da atual situação operacional.
600
A Tabela 68 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição por
zona de abastecimento do Setor R3. Observa-se que o setor R3 possui uma extensão total de
aproximadamente 114 Km de rede, sendo a ZA-07, responsável pela maior extensão, em torno de
72,8 km.
601
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
400 FoFo 240,48 240,48
450 FoFo 277,69 277,69
600 FoFo 212,20 212,20
Extensão de rede da ZA-06 (m) 18.686,57
32 PVC 3.148,34 3.148,34
FoFo 270,68
50 20.251,27
PVC 19.980,58
60 PVC 5,51 5,51
PEAD 961,58
63 2.300,10
PVC 1.338,52
75 PVC 914,59 914,59
85 PVC 1.919,13 1.919,13
FoFo 13.591,93
100 PEAD 1.241,72 25.776,89
PVC 10.943,25
FoFo 141,66
110 PEAD 856,68 1.538,65
PVC 540,31
ZA -07
FoFo 1.938,61
150 3.470,11
PVC 1.531,50
FoFo 1.959,75
200 2.296,08
PVC 336,33
FoFo 1.379,37
250 1.399,43
PVC 20,06
FoFo 4.442,77
300 4.503,45
PVC 60,67
FoFo 1.106,38
400 1.227,18
PVC 120,80
450 FoFo 3.658,35 3.658,35
500 FoFo 210,22 210,22
600 FoFo 166,27 166,27
700 FoFo 3,02 3,02
Extensão de rede da ZA-07 (m) 72.788,58
32 PVC 454 454
50 PVC 532 532
75/85 PVC 517 517
PVC 919
Za-11
100 PEAD 80 2.274
(parte)
Fº Fº 1.275
150 Fº Fº 261 261
400 Fº Fº 244 244
450 Fº Fº 332 332
Extensão de rede da ZA-11 (m) 4.614,00
602
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
Total geral do Setor (m) 118.849,66
Fonte: Embasa, 2020.
RESERVATÓRIO R03
O Reservatório R03 (Figura 327) é do tipo enterrado com duas câmaras de 5.000 m³, totalizando
um volume de reservação de 10.000 m³, ele recebe água do R07, por meio de uma derivação da
subadutora R7-R15 e distribui para a EEAT R03 e diretamente para a ZA-04 e parte da ZA-11
(parte). Entre as duas câmaras existe sistema de vasos comunicantes, ou seja, uma tubulação
conectando ambas as câmaras fazendo com que elas interajam como um único reservatório.
603
Figura 328 – (A) Caixa de entrada (B) Ponto de recloração (C) Derivação de entrada da
Câmara B R03 (UMF)
B C
604
Figura 329 – Local que abrigará o sistema de recloração do R03 (UMF)
As medições de vazões de entrada e saída, bem como o nível do reservatório, são realizadas por
sistema de telemetria, ou seja, esses valores são medidos de forma automatizada e o resultado vai
605
tanto para o display, localizado na EEAT R03 e monitorado pelo operador da Embasa, como para
a PIPPE – conforme Figura 331.
A B
A Estação Elevatória (Figura 332) possui 4 CMB, com potência de 250 CV cada e opera em regime
de 1+3, sendo 1 (um) CMB em operação e 3 (três) CMB reserva, sendo que desses 4 CMB, 2 CMB
estão ligados a câmara A e 2 CMB a Câmara B. Como ambas as câmaras estão conectadas por
sistema de vasos comunicantes, é necessário que apenas a saída de uma das câmaras esteja
conectada ao CMB para que a água do R03 seja recalcada para o R03T.
A demanda da estação elevatória é suprida por uma subestação presente no lote. A unidade não
possui gerador, mas as quedas de energia não são usuais.
606
Figura 332 – Conjuntos motobombas EEAT R03 (UMF)
O Reservatório R03T (Figura 333) é do tipo elevado com volume de reservação de 700 m³ e atende
as ZAs 06 e 07.
607
Figura 333 – Reservatório R03T (UMF) e saídas para as ZAs 06 e 07
7.2.5.3.2. Setor R5
O Setor R5 (Garcia), responsável pelo atendimento da ZA-03, é suprido pelo Reservatório elevado
(R5T) de concreto do tipo elevado composto de 1 câmara com uma capacidade total de 500 m³ -
que é alimentado por uma derivação na Subadutora R7-R15. As características desse reservatório
constam no Quadro 127 e a vista aérea na Figura 334.
608
Figura 334 – Vista aérea do centro de Reservação R5 (Garcia)
Segundo informações da Embasa esse setor atende a ZA-03, considerada 100% alta, por meio do
Reservatório elevado (R5T), conforme pode-se observar na Figura 335 que apresenta o croqui
desse setor para facilitar o entendimento da atual situação operacional.
609
Figura 335 – Croqui do Setor R05
610
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 1.601,93
175 FoFo 64,66 64,66
FoFo 1.376,47
200 1.663,79
PVC 287,32
250 FoFo 2.710,68 2.710,68
300 FoFo 7.140,50 7.140,50
350 FoFo 1.611,27 1.611,27
400 FoFo 1.418,98 1.418,98
450 FoFo 15,47 15,47
500 FoFo 526,08 526,08
550 FoFo 486,93 486,93
600 FoFo 279,36 279,36
Extensão de rede da ZA (m) 66.710,99
Total geral do Setor (m) 66.710,99
Fonte: Embasa, 2021.
Além do R5T essa mesma área abriga também o reservatório R5, que está by-passado e
inoperante. Esse Reservatório R05 (Figura 336) é do tipo semiapoiado com 2 câmaras com
capacidade de 1.500 m³ cada, totalizando um volume de reservação de 3.000 m³.
No momento o R05 está funcionando apenas para reservação do excedente nos momentos de
menor consumo para não transbordar o reservatório elevado. Essa água tem saída para os
hidrantes (Figura 337) e é utilizada para fins não potáveis, geralmente para uso paisagístico ou pelo
corpo de bombeiros.
611
Figura 337 – Saída para hidrantes do R05 (UMF)
Como o R5 está by-passado, a água que vem da subadutora R7-15 vai direto para a Estação
Elevatória (Figura 338), que bombeia para o R5T. Essa elevatório possui 4 CMB, com potência de
150 e 250 CV e opera em regime de 1+3, sendo 1 (um) CMB em operação e 3 (três) CMB reserva
(Figura 339). Apenas nos períodos de maior consumo, onde existe a necessidade de uma vazão
maior, que o regime passa a ser 2+2, sendo 2 (dois) CMB em operação e 2 (dois) CMB reserva.
612
Figura 339 – Conjuntos motobombas da EEAT R05 (UMF)
A demanda da estação elevatória é suprida por uma subestação presente no lote, conforme Figura
340. A unidade não possui gerador, mas as quedas de energia não são usuais e quando ocorrem
a ZA-03 é atendida diretamente pela subadutora.
613
Os técnicos da Embasa informaram que como ponto positivo dessa forma de operação, diretamente
da subadutora, sem passar por um reservatório apoiado, é o fato de ser possível aproveitar a carga
hidráulica de chegada, exigindo menos trabalho das bombas para atender os bairros desse setor.
O Reservatório R05T foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
É do tipo elevado com volume de reservação de 750 m³ e atende as localidades do Garcia (parte),
Centro, Centro Histórico, Tororó, Nazaré (parte) e Barris.
614
Figura 342 – (A) Caixa de entrada (B) Tubulação de entrada no Centro de Reservação R05
(UMF)
A B
615
Figura 344 – Medidor de nível do R05T e do R05 (UMF)
616
Figura 345 – Sistema de Recloração do R05 (UMF)
617
Figura 347 – Ponto de coleta para monitoramento da qualidade da água do R05T (UMF)
O Centro de Reservação R15 (Figura 348 e Figura 349) pertence a Unidade Regional da Federação
e atende as Zonas de Abastecimento 01, 02 e 05.
618
Figura 349 – Centro de Reservação R15 (UMF)
619
Segundo Embasa (2021) esse setor atende as zonas ZA-01 e ZA-05 por meio do Reservatório
apoiado (R15) e a ZA-02 pela EEAT ou pela adutora que vem do R7, visto que o reservatório
elevado está desativado, conforme verificado em campo. A ZA-05 possui um booster (booster do
bogum) que atende a parte mais crítica da ZA-02. A Figura 350 apresenta o croqui do Setor R15
para facilitar o entendimento da atual situação operacional.
620
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 4.366,12
FoFo 100,69
110 PEAD 396,45 3.542,73
PVC 3.045,60
FoFo 2.383,20
150 PVC 3.401,69 5.878,63
VINILFER 93,75
FoFo 11,18
160 1.006,92
PVC 995,75
FoFo 1.341,51
200 1.350,76
PVC 9,25
FoFo 2.041,04
250 2.096,67
PVC 55,62
300 FoFo 4.761,65 4.761,65
350 FoFo 815,49 815,49
400 FoFo 1.495,44 1.495,44
500 FoFo 1.348,98 1.348,98
Extensão de rede da ZA-01 (m) 47.738,22
25 PVC 29,95 29,95
FoFo 62,15
32 4.500,07
PVC 4.437,92
FoFo 512,58
50 PEAD 92,88 20.133,46
PVC 19.528,00
60 PEAD 237,25 237,25
FoFo 928,28
63 PEAD 1.125,15 13.550,38
PVC 11.496,95
FoFo 127,67
75 1.449,64
PVC 1.321,97
ZA-02 85 PVC 1.103,82 1.103,82
90 BRASILIT 253,62 253,62
FoFo 29.016,41
100 PEAD 601,25 36.697,35
PVC 7.079,69
FoFo 462,48
110 PEAD 2.673,31 8.387,70
PVC 5.251,92
FoFo 8.142,29
150 PEAD 240,65 10.411,26
PVC 2.028,33
FoFo 147,15
160 5.032,68
PVC 4.885,53
621
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 7.060,21
200 PVC 413,07 7.800,39
VINILFER 327,11
FoFo 7.014,32
250 7.027,29
PVC 12,97
300 FoFo 2.227,31 2.227,31
350 FoFo 512,20 512,20
400 FoFo 1.442,14 1.442,14
450 FoFo 20,64 20,64
500 FoFo 2.714,15 2.714,15
600 FoFo 3.005,74 3.005,74
700 FoFo 745,86 745,86
800 FoFo 17,11 17,11
900 FoFo 361,13 361,13
Extensão de rede da ZA-02 (m) 127.661,15
32 PVC 621,76 621,76
FoFo 202,09
50 4.158,86
PVC 3.956,77
FoFo 11,85
63 PEAD 129,41 2.181,65
PVC 2.040,40
75 PVC 11,22 11,22
85 PVC 103,37 103,37
FoFo 3.603,30
100 PEAD 47,68 4.898,27
ZA-05
PVC 1.247,28
110 PVC 956,51 956,51
FoFo 1.110,32
150 1.735,65
PVC 625,32
200 FoFo 1.063,16 1.063,16
250 FoFo 1.304,79 1.304,79
300 FoFo 237,70 237,70
350 FoFo 1.518,98 1.518,98
400 FoFo 339,75 339,75
500 FoFo 31,10 31,10
Extensão de rede da ZA-05 (m) 19.162,78
Total geral do Setor (m) 194.562,15
Fonte: Embasa, 2020.
622
RESERVATÓRIO R15
O Reservatório R15 (Figura 351) é do tipo apoiado com volume de reservação de 21.500 m³, ele
recebe água do R07 e distribui para o EEAT R15 (que atende a ZA 02) e diretamente para as ZA
01 e 05.
Extravassor
Entrada
A Figura 353 apresenta a válvula de chegada da Subadutora R07-R15, tanto a entrada quanto as
saídas do R15 – para o EEAT R15 e para ZAs 01 e 05 - possuem telemetria, onde são aferidas as
vazões de forma automatizada (Figura 354), cujo resultado vai direto para a PIPPE.
623
Figura 352 – Saída do R15 da linha da Barra - ZAs 01 e 05 (UMF)
Figura 353 – (A) Ponto de coleta para monitoramento da água na entrada (B) Caixa de
entrada no R15 e (C) Tubulação de entrada no R15 (UMF)
A B
624
Figura 354 – Medidor de vazão, da esquerda para a direita: de chegada, da saída do R15
para o R15T e da saída do R15 para as Zonas 01 e 05 (UMF)
O nível de água do reservatório é medido de forma automatizada, Figura 355, embora o reservatório
ainda preserve a régua para medição manual, caso necessário, numa eventualidade de interrupção
do fornecimento de energia elétrica.
625
Figura 355 – Medidor de nível do R15 (UMF)
RESERVATÓRIO R15T
O Reservatório R15T (Figura 356) é do tipo elevado com volume de reservação de 1.000 m³, era
responsável pelo atendimento da ZA-02, porém foi by-passado. Recentemente teve sua entrada
conectada a saída (Figura 357), passando a atuar como um reservatório de jusante. Deste modo,
quando há saturação da rede, a água retorna para esse reservatório.
626
Figura 356 – Reservatório R15T (UMF) e respectivo bay-pass
627
ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA R15
A Estação Elevatória (Figura 358) conta com 3 CMB, sendo dois com 300 CV de potência e um com
250 CV e opera em regime de 2+1, sendo 2 (dois) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva (Figura
359). As bombas operam em paralelo em regime de 24h. Recentemente foi comprado o inversor de
frequência, que será instalado, outras EE já contam com o inversor de frequência e tem sido notável
a redução no consumo de energia.
A EEAT R15 (Figura 359 e Figura 360) recebe água do R15 e distribui diretamente para a ZA- 02,
pois o R15T está by-passado e funcionando apenas como um reservatório de jusante, deste modo
o reservatório enche quando há saturação da rede permitindo uma reserva de equilíbrio. Segundo
a Embasa quando a elevatória não está operando, a ZA-02 é abastecida diretamente pela
subadutora R7xR15, aproveitado a carga hidráulica, já que existe um by-pass ente a entrada do
RAD e a entrada da EEAT, sendo resultado de um trabalho de aumento de eficiência energética.
Foi adquirida, também, um 4º CMB de 150 CV, parte do projeto de eficiência energética da Unidade.
A previsão é que a elevatória trabalhe com 4 CMB a 150 CV de potência cada e passe a operar
como um booster recalcando água diretamente da Subadutora R07-R15 para a ZA-02, aproveitando
a carga hidráulica que chega para reduzir o tempo e potência necessário.
628
A demanda da estação elevatória é suprida pela subestação de energia. A unidade não possui
gerador, mas as quedas de energia não são usuais.
629
Figura 360 – Quadro de comando da EEAT R15 (UMF)
O Booster Largo do Bogum (Figura 361) possui 1 (uma) bomba em operação que recalca a água
da ZA-05 para um ponto mais elevado dessa da ZA-02, correspondente ao Largo do Bogum, para
assegurar que a água chegue na pressão preconizada na legislação.
A falta de energia e a parada de funcionamento do Booster Largo do Bogum não é usual, mas
quando ocorre a região ainda consegue ser atendida, porém com uma pressão menor e mais
instável. O acionamento do booster é manual, mas sua operação é automatizada por um relógio
programador que controla o período de funcionamento do booster para 5 dias por semana das 18h
às 06h.
630
Figura 361 – Booster Largo do Bogum (UMF)
CMB
O Centro de Reservação R19, localizado em Campinas de Brotas (Figura 362 e Figura 363),
pertence a Unidade Regional da Federação e atende atualmente a ZA-14 por meio do reservatório
R19. Com a inauguração do R19T passará a atender 100% da ZA-13 e parte (56,67%) da ZA-08,
que atualmente são abastecidas diretamente por derivação na subadutora R7-R15.
631
Figura 362 – Vista aérea do Centro de Reservação R19, antes da ampliação
632
Características R19 R19T
Cota de nível máximo (m) 67,00 --
Tipo de Medidor Ultrassônico Ultrassônico
Número de Câmaras 2 1
Altura Total (m) 9,00 --
Altura Útil (m) 8,00 --
Status Ativo Em teste
Fonte: Embasa, 2020.
A Figura 364 apresenta o croqui do Setor R19, com as zonas a serem incorporadas após entrada
em operação do reservatório elevador (R19T).
633
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 4.693,78
FoFo 15.067,37
100 PEAD 303,81 35.609,05
PVC 20.237,87
FoFo 123,70
110 5.645,72
PVC 5.522,01
FoFo 4.420,51
150 PVC 8.885,13 14.400,27
VINILFER 1.094,63
PVC 569,16
160 580,10
VINILFER 10,93
FoFo 2.224,68
200 PVC 352,05 3.385,58
VINILFER 808,84
FoFo 6.096,31
250 PVC 24,53 6.127,37
VINILFER 6,53
300 FoFo 1.881,10 1.881,10
350 FoFo 188,08 188,08
400 FoFo 197,80 197,80
FoFo 2.801,71
450 3.301,72
PVC 500,02
500 FoFo 3.983,72 3.983,72
550 FoFo 130,29 130,29
600 FoFo 2.521,36 2.521,36
800 FoFo 176,52 176,52
Extensão de rede da ZA-19 (m) 126.337,01
Total geral do Setor (m) 126.337,01
Fonte: Embasa, 2020.
RESERVATÓRIO R19
O Reservatório R19 é do tipo apoiado com duas câmaras de 8.700 m³, totalizando um volume de
reservação de 17.400 m³, ele recebe água do R07 e distribui para a EEAT R19 e diretamente para
a ZA-14. A segunda câmara foi construída recentemente e até o momento da visita estava em
período de equalização, sem abertura total. A previsão da Embasa é que a 2ª câmara já esteja
operando em 2021.
634
Figura 365 – Reservatório R19 (UMF)
Entrada
A Figura 366 apresenta a tubulação de entrada no Centro de Reservação R19, que se bifurca para
distribuir água para outra Câmara e para a EEAT R19.
635
em tempo real e de forma automatizada, proporcionando maior segurança na operação e
distribuição da água.
Figura 367 – Ponto de coleta de monitoramento da água (A) da entrada do R19 (B) da saída
do R19 (UMF)
A B
Saídas da
Câmara B
Saída da EEAT
R19
Caixa de reunião
das saídas das
câmeras A e B
Saída da
Câmara A
636
A medição de nível é realizada de forma automatizada, conforme Figura 369.
A Estação Elevatória foi construída recentemente e entrará em operação junto ao R19T, cuja
previsão está para 2021, após a automatização das válvulas e medidores para controle remoto. A
elevatória possui 3 CMB (Figura 370), com 60 CV de potência cada e passará a operar em regime
de 2+1, sendo 2 (dois) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva.
A EEAT R19 receberá água do R19 e distribuirá para o R19T, além disso a Elevatória possui saída
para atendimento direto das Zonas, para caso de uma eventualidade de paralisação da operação
do reservatório elevado para manutenção, lavagem. A demanda da estação elevatória é suprida
por transformador de poste, conforme Figura 371. A unidade não possui gerador, mas as quedas
de energia não são usuais.
637
Figura 370 – Conjuntos motobombas da EEAT R19 (UMF)
638
Reservatório R19T
O Reservatório R19T é do tipo elevado com volume de reservação de 500 m³. A construção foi
finalizada recentemente e até o período da visita (dezembro/2020) não estava em operação, a
previsão da Embasa é que o R19T e a EEAT R19T entrem em funcionamento em 2021, após a
automatização das válvulas e medidores para controle remoto pelo supervisor da Embasa.
O R19T será responsável pelo abastecimento da ZA-13 e parte da ZA-08, que atualmente são
atendidas por derivações na subadutora R7-R15. Segundo informações obtidas em campo para o
atendimento da ZA-08 será necessário a implantação de uma linha tronco de DN (mm) 500.
Entrada
Extravassor
Saída
639
7.2.5.3.5. Subadutora R7 x R15
A Figura 373 apresenta o croqui da subadutora R7 x R15 que abastece diretamente diversas zonas
ao longo do seu percurso, além dos setores R3 (Caixa D’água), R19 (Brotas), R5 (Garcia) e o R15
(Federação) que é seu destino final.
640
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PEAD 457,16
PVC 5.781,56
FoFo 7.393,19
150 9.710,07
PVC 2.316,87
160 PVC 5,32 5,32
200 FoFo 1.636,06 1.636,06
250 FoFo 2.307,38 2.307,38
FoFo 1.024,76
300 1.031,14
PVC 6,38
350 FoFo 25,20 25,20
400 FoFo 1.558,00 1.558,00
500 FoFo 132,83 132,83
600 FoFo 1.201,69 1.201,69
Extensão de rede da ZA-08 (m) 59.592,74
32 PVC 3.470,34 3.470,34
FoFo 114,65
50 12.975,83
PVC 12.861,18
PEAD 51,54
63 2.410,76
PVC 2.359,22
75 PVC 501,96 501,96
FoFo 3.203,90
100 PEAD 204,00 6.151,30
PVC 2.743,40
110 PVC 1.592,36 1.592,36
FoFo 853,28
150 2.932,09
ZA-09 PVC 2.078,82
FoFo 33,55
200 1.314,57
PVC 1.281,02
FoFo 46,44
250 289,18
PVC 242,74
300 FoFo 632,61 632,61
FoFo 1.011,04
350 1.013,68
PVC 2,64
FoFo 2.398,49
400 2.406,37
PVC 7,88
450 FoFo 37,23 37,23
600 FoFo 8,13 8,13
Extensão de rede da ZA-09 (m) 35.736,41
FoFo 43,16
32 1.317,50
PVC 1.274,35
ZA-10
FoFo 280,40
50 7.841,80
PVC 7.561,40
641
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
63 PEAD 562,43 562,43
FoFo 663,37
75 1.604,31
PVC 940,93
FoFo 6.775,29
100 PEAD 514,60 10.584,02
PVC 3.294,13
PEAD 193,34
110 430,11
PVC 236,78
FoFo 4.122,13
150 5.829,16
PVC 1.707,03
160 PVC 545,04 545,04
FoFo 1.447,90
200 1.473,39
PVC 25,49
FoFo 3.238,01
250 3.866,78
PVC 628,77
350 FoFo 393,75 393,75
400 FoFo 1.444,36 1.444,36
450 FoFo 46,02 46,02
500 FoFo 12,69 12,69
550 FoFo 1.620,09 1.620,09
Extensão de rede da ZA-10 (m) 37.571,44
32 PVC 154,07 154,07
FoFo 25,66
50 1.217,40
PVC 1.191,74
PEAD 669,38
63 691,42
PVC 22,04
FoFo 2.771,75
100 4.282,13
ZA-12 PVC 1.510,37
110 PVC 164,80 164,80
FoFo 426,65
150 1.066,97
PVC 640,31
FoFo 1.110,12
200 1.467,80
VINILFER 357,67
300 FoFo 212,20 212,20
Extensão de rede da ZA-12 (m) 9.256,78
32 PVC 466,04 466,04
50 PVC 2.861,22 2.861,22
PEAD 473,08
63 718,19
ZA-13 PVC 245,11
75 PVC 185,07 185,07
FoFo 1.187,63
100 1.647,53
PVC 429,06
642
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
VINILFER 30,84
110 PVC 689,31 689,31
FoFo 754,36
150 1.478,71
PVC 724,35
200 FoFo 1,76 1,76
FoFo 515,68
300 519,67
PEAD 3,99
350 FoFo 253,76 253,76
Extensão de rede da ZA-13 (m) 8.821,25
32 PVC 2.003,24 2.003,24
50 FoFo 38,89 38,89
50 PVC 13.334,58 13.334,58
PEAD 1.009,69
63 4.571,63
PVC 3.561,94
75 PVC 2.795,73 2.795,73
FoFo 7.614,62
100 PEAD 47,43 10.665,21
PVC 3.003,15
FoFo 148,76
110 PEAD 43,45 2.783,47
ZA-15 PVC 2.591,26
FoFo 914,48
150 2.244,90
PVC 1.330,42
160 PVC 379,08 379,08
FoFo 1.260,46
200 1.655,82
PVC 395,36
250 FoFo 990,44 990,44
300 FoFo 1.283,63 1.283,63
350 FoFo 3.171,60 3.171,60
350 PVC 3,32 3,32
400 FoFo 2.216,40 2.216,40
500 FoFo 851,44 851,44
Extensão de rede da ZA-15 (m) 48.989,40
32 PVC 174 174
50 PVC 2.648 2.648
PVC 454
60/63 637
PEAD 183
ZA-11
75/85 PVC 90 90
(parte)
PVC 3.011
100 PEAD 171 6.716
FoFo 3534
150 PVC 528 721
643
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 193
160 PVC 170 170
PVC 515
200 1.674
FoFo 1.159
250 FoFo 1.348 1.348
300 FoFo 1.070 1.070
400 FoFo 450 450
450 FoFo 234 234
Extensão de rede da ZA-11 (m) 15.932
Total geral do Setor (m) 215.900,03
Fonte: Embasa, 2020.
Na Unidade Regional de Pirajá (UMJ) estão inseridos 5 Setores de Abastecimento que atendem o
município de Salvador, a saber: R10 (Ilha Amarela), R12 (Periperi), R14 (Águas Claras), R17
(Pirajá), R18 (Valéria), totalizando 15 Zonas de Abastecimento (ZA). Outras 07 ZA são atendidas
diretamente pela ETA Suburbana ou pela ETA Principal por meio da Adutora Principal.
644
Extensão
Setor Zona Localidades Atendidas
de rede (m)
Branco 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Etapas, Jardim Cajazeiras e
Conjunto Colina Azul
Fazenda Grande 2, 3 e 4, Cajazeira 8, Loteamento
Jardim Mangabeira, Loteamento Souza Goes,
ZA - 73 118.120,4 Loteamento Chácara do Monte, Loteamento São
José, Boca da Mata, Jaguaripe1, Loteamento
Coqueiro Grande e Residencial Alphavile
Conjunto Bela Vista do Lobato, Alto da Boa Vista,
ZA - 60 43.751,4 Alto do Cabrito, Osório Vilas Boas (parte baixa) e
Conunto Parque Campinas
R17
Pirajá, Conjunto Pirajá e Loteamento Parada de
(Pirajá) ZA - 61 63.812,0
Águas Claras
Marechal Rondon, Osório Vilas Boas (parte Alta),
ZA - 71 32.606,6
Campinas, Parque Tecal e Profilurbe
ZA - 58 19.160 Lagoa da Paixão
Empreendiemtnos Paraguari I e II e Hospital do
ZA - 59 823,0
Subúrbio
Ilha de São João, Vila Naval, Bairro da Felicidade
(Parte), Bate Coração, Paripe (parte alta), São
R18 ZA - 67 85.001,5 Tomé, Gameleira (parte alta), Loteamento luiz
(Valéria) Eduardo Magalhães (parte alta), Muribeca, Moinho
Dias Branco e Alto do Tororó
Alto de Coutos, Conjunto Vista Alegre e Nova
ZA - 68 55.802,1
Constituinte
Paripe (Parte Baixa), Colina do Mar, Gameleira
ZA - 74 64.811,5
(Parte Baixa) e Tubarão
ZA - 78 25.715,4 Fazenda Coutos
R12 (Periperi) ZA - 75 60.589,7 Hospital do Subúrbio, Periperi, Praia Grande (parte)
Dom Avelar, Cajazeiras 2 a 7; Hospital Couto Maia,
ZA - 62 161.153,1 Águas Claras, Cajazeiras 10 e 11, Fazenda Grande
1 e Loteamento Santo Antônio
Adutora principal de água
Jardim Campo Verde, Nova Esperança, Bom
tratada ETA Principal x R7
Sucesso, Barro Duro, Residencial Coração de
ZA - 79 NI
Maria, Residencial CEASA 1, 2, 3, 4 e 5 e
Barrodromo
Adutora ZA - 81 NI CIA Indústria – Leves e Médias
ETA subadutora
Principal x Plataforma (parte Baixa), Jardim Lobato, Boiadeiro,
que abastece ZA - 70 44.070,3
R7 São Bartolomeu, Lobato e Baixa do Caranguejo
o R17
Adutora Alto do Bom Viver, Residencial Bela Vista I e II, Bico
ZA - 65 NI
diretamente Doce e Palestina
pela ETA Valéria (parte), Loteamento Casas de Valéria,
Suburbana Loteamento Mirante de Valéria, Penacho Verde,
(sem Loteamento Nova Brasília, Conjunto Vila Valéria I e
subadutora
reservatório) II, Loteamento Nova Canaã, Bairro da Felicidade
que abastece ZA - 64 83.727,6
, ou pela (parte),
o R18
adutora ETA Conjunto Lagoa da Paixão, Conjunto Recanto da
Principal x Lagoa, Conjunto Coutos 1, Morada da Lagoa 1 e 2
R7 e Residencial Lagoa da Paixão 1,2,3 e 4
645
Extensão
Setor Zona Localidades Atendidas
de rede (m)
Conjunto Village Inema, Conjunto Maré, Conjunto
ZA - 77 39.375,7 Itaparica, Loteamento da Matriz, Loteamento Tania
Duran, Conjunto Antônio Franco
Fonte: Sedur, 2016; Embasa, 2019.
No que concerne à distribuição essa unidade regional possui uma extensão total de 1.359,8km de
rede, cujo detalhamento de diâmetro e material será apresentado por setor de abastecimento.
A Figura 374 apresenta o mapa onde é possível visualizar a abrangência de cada setor de
abastecimento da UMJ, a delimitação de Prefeitura-bairro, assim como a presença de zonas
especiais de interesse social (ZEIS) na área de abrangência da UMJ. Observa-se que praticamente
todo o território abrangido pela UMJ possui áreas caracterizadas como ZEIS.
Na mesma figura estão identificados também os reservatórios que atendem os seus respectivos
setores de abastecimento (R10, R14, R17, R18 e R12).
646
Figura 374 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UMJ
647
Desde 2014, a Embasa vem realizando modificações na setorização das Zonas para melhoria no
abastecimento da população, assegurando a integridade do sistema. Além disso, foram elaborados
alguns estudos para ampliação e desativação de alguns reservatórios. Dentre eles a desativação
do R12, que não supre mais a demanda requerida, e a implantação dos Centros de Reservação
R21B e R22.
Durante as visitas, em dezembro de 2020, o R12 já estava sendo by-passado para logo em seguida
ser desativado; o projeto do R22 está sendo elaborado e do R21B já havia sido concluído, no
entanto o local de implantação está sendo reavaliado já que no local decidido inicialmente foi
construído um galpão logístico.
Foi informado que ocorre o controle da vazão a ser disponibilizada para a população por meio de
válvulas, mesmo quando o nível dos reservatórios está satisfatório, a fim de restringir o consumo,
sobretudo em áreas que possuem muitas ligações clandestinas.
Ao longo desse diagnóstico serão descritos de forma mais criteriosa os Reservatórios pertencentes
e responsáveis pelo atendimento do município de Salvador.
O Centro de Reservação R17 pertence a Unidade Regional de Pirajá (UMJ) e atende as Zonas de
Abastecimento 60, 61 e 71 por meio dos Reservatórios R17 e R17T.
648
Figura 375 – Vista da área do Centro de Reservação R17 (UMJ)
No local do Centro de Reservação R17 existe também um Centro de Treinamento Vila Leal, para
os colaboradores da operação, conforme pode-se observar na Figura 376.
649
As características físicas e de funcionamento desses reservatórios estão dispostas no Quadro 131.
A Figura 377 apresenta o croqui do Setor R17, onde é possível observar que a ZA-61 é classificada
como 100% alta sendo atendida pelo R17T e as ZA – 60 e ZA – 71 são classificadas como 100%
baixa, porém a ZA-71 também é atendida pelo reservatório elevado (R17T), evidenciando, portanto,
custos desnecessários de energia elétrica para operação dos equipamentos da EEAT, assim como
uma sobrepressão na rede que pode acarretar rompimentos de tubulação. Essa situação já havia
sido diagnosticada pelo PARMS (2016), segundo a Embasa, essa situação permanece, está
estudando ressetorização das ZA 61 e 71, assim como a viabilidade técnico-econômica do
abastecimento proposto pelo PARMS.
650
Figura 377 – Croqui do Setor R17
651
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão total (m)
400 FoFo 581,04 581,04
500 FoDUCTIL 8,33 8,33
Extensão de rede da ZA (m) 43.751,45
32 PVC 9184,66 9.184,66
DEFoFo 43,74
FoDUCTIL 52,19
50 24.501,04
PEAD 134,23
PVC 24270,88
63 PEAD 2140,72 2.140,72
63 PVC 199,48 199,48
DEFoFo 62,80
75 2.239,29
PVC 2176,49
100 PVC 3363,69 3.363,69
PEAD 1062,49
110 1.068,01
PVC 5,52
DEFoFo 2860,09
FoDUCTIL 65,83
150 2.991,02
PEAD 50,98
61 PVC 14,13
160 PBA 591,37 591,37
200 FoFo 417,81 417,81
DEFoFo 22,26
250 600,60
FoDUCTIL 578,34
250 FoFo 453,98 453,98
300 FoDUCTIL 10,15 10,15
300 FoFo 5249,50 5.249,50
350 FoDUCTIL 28,73 28,73
DEFoFo 78,41
400 FoDUCTIL 296,94 2.354,27
FoFo 1978,92
DEFoFo 169,02
500 3.508,04
FoDUCTIL 3339,02
FoDUCTIL 4866,16
600 4.909,60
FoFo 43,44
Extensão de rede da ZA (m) 63.811,96
32 PVC 5689,06 5.689,06
PEAD 63,02
50 16.315,44
PVC 16252,41
71 63 PEAD 576,09 576,09
75 PVC 73,32 73,32
100 PVC 348,59 348,59
110 PVC 3374,53 3.374,53
652
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão total (m)
150 DEFoFo 582,89 582,89
160 PBA 302,57 302,57
180 PEAD 110,33 110,33
FoDUCTIL 6,67
200 2.748,41
FoFo 2741,73
250 FoFo 1013,34 1.013,34
300 FoFo 476,64 476,64
400 FoFo 402,88 402,88
500 FoDUCTIL 592,51 592,51
Extensão de rede da ZA (m) 32.606,58
Extensão total de rede do setor (m) 140.169,99
RESERVATÓRIO R17
O Reservatório R17 (Figura 378) é do tipo apoiado com volume de reservação de 7.616 m³, ele
recebe água da ETA principal, por meio de uma derivação da adutora principal, atende diretamente
a ZA-60 e alimenta a EEAT que bombeia para o Reservatório R17T.
653
reservatório ainda preserve régua para medição manual, caso necessário em uma eventualidade
de interrupção do fornecimento de energia.
654
Figura 380 – Medição de nível do R17: (A) régua e (B) medidor ultrassônico
As válvulas borboletas de entrada e saída (DN (mm) 600 mm) são automatizadas e tem sua abertura
determinadas em função da vazão de entrada e saída do reservatório (Figura 381 e Figura 382). A
qualidade da água, incluindo a análise de Cloro, na entrada e na saída do reservatório ( Figura 383)
é analisada pela Embasa e pela Vigilância sanitária do município, no âmbito do Programa Vigiagua,
cujos dados são incluídos no SISÁGUA.
655
Figura 382 – Válvula para controle de vazão na saída do R17 (UMJ)
Figura 383 – (A) Ponto de coleta para monitoramento da água na entrada do R17 e (B) Ponto
de coleta para monitoramento da água na saída do R17 (UMJ)
A B
A saída do reservatório R17 está ligada a EEAT R17, a rede de distribuição para atendimento da
ZA-60 e a uma saída para abastecimento do carro-pipa, quando necessário, conforme Figura 384.
656
Figura 384 – (A) Saída para abastecimento da ZA-61 e (B) Saída para abastecimento de
carro-pipa
A B
A Estação Elevatória do R17( Figura 385) conta com 3 CMB com 60 CV de potência cada e opera
em regime de 2+1, sendo 2 (dois) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva. Recentemente foi
comprado 1 inversor de frequência, que será instalado nessa elevatória. Outras EE já contam com
esse equipamento e tem sido notável a redução no consumo de energia.
A EEAT R17 pode receber água tanto do R17, quanto da derivação da adutora principal, o que
proporciona maior flexibilidade durante a operação. Atualmente a EE tem operado recebendo água
direto da derivação da adutora principal e encaminhando para o R17T.
657
Figura 385 – Conjunto Motobombas da EEAT R17 (UMJ)
658
Figura 386 – Quadro de comando EEAT R17 (UMJ)
A EEAT R17 é by-passada, então, em caso de queda de energia, a rede é abastecida diretamente
pela derivação da adutora principal, sem passar pelo RED. A demanda da estação elevatória é
suprida por uma subestação de energia.
RESERVATÓRIO R17T
O Reservatório R17T (Figura 387) é do tipo elevado com volume de reservação de 600 m³ e
abastece as Zonas 61 e 71. Em 2018, a entrada e a saída do reservatório R17T foram conectadas
e agora o reservatório atua como um reservatório de jusante, deste modo o reservatório é
abastecido quando há saturação da rede permitindo uma reserva de equilíbrio.
659
Figura 387 – Reservatório R17T (UMJ)
660
Figura 388 – Micromedição na entrada do reservatório R17T (UMJ)
661
Figura 389 – Válvula para controle de vazão na entrada do R17T (UMJ)
Além disso, existe um by-pass que permitirá, caso necessário, que as ZAs 61 e 71 sejam atendidas
diretamente pela EEAT R17 (Figura 390). Trata-se do que os colaboradores da Embasa chamam
de Redundância, quando são implementadas mais de duas soluções para o abastecimento de uma
mesma região, deste modo proporcionado uma maior segurança e flexibilização durante a operação
afim de garantir o abastecimento da população.
662
Figura 390 – By-pass do reservatório R17T (UMJ)
O Centro de Reservação R14 (Figura 391) pertence a Unidade Regional de Pirajá (UMJ) e atende
as Zonas de Abastecimento 63, 72 e 73 por meio do Reservatório R14, que recebe água da adutora
principal. Atualmente, o reservatório elevado R14T está inoperante por conta de vazamentos, a
Embasa está executando um projeto para recuperação da estrutura e reativação, cujo
funcionamento será equivalente aos reservatórios R17, R25, R15 e futuramente o R10.
663
Figura 391 – Reservatórios do Setor R14
A Figura 286 apresenta o croqui do Setor R14, onde é possível observar que as zonas ZA-63 e ZA-
73, classificadas como são 100% baixas são atendidas pelo reservatório apoiado (R14) e a ZA-72
abastecida diretamente pela EEAT, visto que o elevado (R14T) está desativado, possui 90% da sua
área classificada como alta e 10% como baixa. Segundo a Embasa a ausência operacional do
reservatório elavado na ZA-72 não compromete o abastecimento, visto que a estação elevatória
opera com inversor de frequência em que é possível modular a pressão no barrilete equivalente a
664
pressão que o nível do R14T proporcionaria na rede, além de propiciar melhor gerenciamento de
pressão reduzindo perdas reais.
665
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
VF 254,53
PBA 2807,63
160 3132,91
PEAD 325,28
180 PEAD 201,39 201,39
DEFoFo 60,52
200 1889,07
FoDUCTIL 1828,55
200 FoFo 940,31 940,31
DEFoFo 642,55
250 FoDUCTIL 557,13 4304,12
FoFo 3104,45
DEFoFo 373,14
300 FoDUCTIL 1648,85 4463,91
FoFo 2441,92
350 FoDUCTIL 465,74 465,74
400 FoDUCTIL 1257,12 1257,12
FoDUCTIL 1350,34
500 6380,40
FoFo 5030,07
AÇO 274,73
600 4051,60
FoFo 3776,87
700 FoDUCTIL 2195,36 2195,36
Extensão de rede da ZA (m) 178.052,62
PEAD 2698,31
32 16232,53
PVC 13534,22
50 PVC 66791,44 66791,44
PBA 95,19
63 PEAD 6375,48 7.911,22
PVC 1440,54
PEAD 503,89
75 6.933,50
PVC 6429,61
FoFo 1875,88
100 17.831,33
PVC 15955,44
72 110 PEAD 339,27 339,27
DEFoFo 2655,44
FoFo 627,98
150 3.472,87
PVC 63,13
VF 126,32
160 PBA 969,01 969,01
DEFoFo 1282,94
200 FoFo 3404,62 5.119,95
PVC 432,40
DEFoFo 185,29
250 5.436,20
FoDUCTIL 43,66
666
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 5207,25
DEFoFo 876,08
300 FoDUCTIL 625,82 6.837,78
FoFo 5335,87
350 FoFo 465,55 465,55
400 FoFo 751,13 751,13
500 FoDUCTIL 1431,32 1.431,32
600 FoFo 310,86 310,86
700 FoDUCTIL 2902,78 2.902,78
800 FoDUCTIL 706,11 706,11
Extensão de rede da ZA-72 (m) 144.442,85
32 PVC 6710,69 6710,69
50 PVC 65818,32 65818,32
63 PEAD 2152,24 2152,24
75 PVC 13371,73 13371,73
FoFo 95,62
100 7399,61
PVC 7303,99
110 PEAD 341,57 341,57
DEFoFo 5657,92
FoDUCTIL 87,10
150 6702,77
PVC 195,50
VF 762,26
73
DEFoFo 3043,63
200 FoDUCTIL 366,13 5252,20
FoFo 1842,43
DEFoFo 542,67
250 FoDUCTIL 408,07 2105,95
FoFo 1155,21
300 FoFo 3617,30 3617,30
400 FoFo 2017,33 2017,33
500 FoFo 783,49 783,49
600 FoFo 1674,07 1674,07
700 FoDUCTIL 173,16 173,16
Extensão de rede da ZA (m) 118.120,44
Total (m) 763.111,38
Fonte: Embasa, 2020.
RESERVATÓRIO R14
O Reservatório R14 é do tipo apoiado com duas câmaras, cada uma com 8.700 m³, totalizando um
volume de reservação de 17.400 m³, para abastecimento da Zona Baixa (ZAs 63 e 73). A 2ª câmara
foi instalada recentemente, para atendimento da crescente demanda da população. As duas
667
câmeras apoiadas são alimentadas pela derivação na Adutora ETA Principal – R7, a mesma
derivação que abastece também o R20.
668
Figura 394 – Ponto de chegada da Adutora Principal na área do centro de reservação R14
As válvulas de entrada (Figura 395 e Figura 396) são automatizadas, para controle da vazão de
entrada em cada câmara do R14. O reservatório possui telemetria, onde são medidas as vazões de
entrada de forma automatizada por meio do medidor ultrassônico, cujo resultado vai direto para a
PIPPE.
Câmara A Câmara B
Entrada
R14
669
Figura 396 –Tubulação de entrada das câmaras do R14
670
Figura 397 – (A) Medidor de nível das câmaras automatizado (B) Régua para medição do
nível manual (UMJ)
A B
A Figura 398 apresenta o local onde a amostra de água era retirada pela Embasa para análise de
Cloro em bancada, hoje o R14 conta com a medição do cloro através do clorímetro digital, cuja
leitura é realizada pelo operador.
671
Figura 398 – Ponto de Monitoramento de Cloro R14 (UMJ)
A Estação Elevatória (Figura 399) conta com 2 CMB com 200 CV de potência cada e opera em
regime de 1+1, sendo 1 (um) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva (Figura 399). A vazão
nominal está na ordem de 260 L/s ao ser acionada a bomba a vazão de recalque fica na ordem de
360 L/s. As bombas operam em regime de 12h com uma altura manométrica de 28 m limitado pelo
inversor de frequência a 360 rotações.
672
Figura 399 – Estação Elevatória de Água Tratada R14 (UMJ)
A EEAT R14, responsável pelo atendimento da ZA – 72, pode receber água tanto do R14, quanto
da derivação da adutora ETA principal - R7, o que proporciona maior flexibilidade e segurança
durante a operação (Figura 394). Atualmente a EE tem operado recebendo água direto da derivação
da adutora da ETA Principal – R7 e recalcando para abastecer a ZA-72. Além disso, durante a visita
(dezembro/2020) foi informado que a EEAT R14 é by-passada, então, em caso de queda de
energia, a rede da ZA-72 é abastecida diretamente pela derivação na adutora ETA principal-R7 e,
em último caso, diretamente pelo R14. A demanda de energia dessa estação elevatória é suprida
por um transformador de poste.
673
Figura 400 – Quadro de comando da EEAT R14 e medidor de pressão
A B
O Centro de Reservação R18 (Figura 401) atualmente atende as Zonas de Abastecimento 58, 59,
67, 68, 74 e 78. Recentemente foram criadas novas delimitações de zoneamento, ZA-58 (subdivisão
da ZA-64) e 59, para um melhor controle operacional, que foram incorporadas ao Centro de
Reservação R18. Atualmente, o reservatório elevado R18T e a EEAT R18 estão inoperantes.
O atendimento do Setor R18 é efetuado por meio de derivação na Adutora Principal, com DN (mm)
1.200, que alimenta o Reservatório Apoiado, constituindo o maior diâmetro, entre as derivações da
citada adutora, em razão da pouca disponibilidade de carga hidráulica entre o ponto de derivação e
a cota de entrada do fluxo de água no Reservatório Apoiado R18 (Sedur, 2016).
Segundo o Parms (2016) para abastecimento da Zona Alta de Valéria, foi implantado um
Reservatório Elevado de 500 m³, alimentado por Estação Elevatória com tomada de água no
Reservatório Apoiado. Entretanto, esta solução se mostrou inadequada devido à insuficiência de
vazão a partir do Reservatório Apoiado. Em consequência, a Estação Elevatória e o Reservatório
Elevado foram desativados, tendo sido providenciado, em caráter provisório, o retorno à operação
da Linha Tronco a partir da ETA Suburbana. Portanto, o aproveitamento do Reservatório Elevado
existente depende de ampliação da Adutora Principal, que possibilitaria aumentar a oferta de água
ao Setor R18.
674
Figura 401 – Faixada de entrada do Centro de Reservação R18 (Valéria)
675
A Figura 286 apresenta o croqui do Setor R18, que segundo a Embasa todas as zonas atendidas
possuem 100% das suas áreas como baixa. Além do atendimento das 06 zonas, o setor R18
também é responsável pelo abastecimento do reservatório R12 (Periperi).
676
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 1.023,96
160 PBA 1.547,79 1.547,79
FoFo 2.042,95
200 PVC 339,93 2.740,55
VF 357,68
FoFo 50,16
250 97,12
PVC 46,96
FoFo 5.955,06
300 5.971,62
PEAD 16,56
400 FoFo 917,04 917,04
500 FoFo 630,80 630,80
Extensão de rede da ZA-67 (m) 85.001,45
32 PVC 335,51 335,51
50 PVC 27.162,69 27.162,69
63 PEAD 276,61 276,61
63 PVC 8,42 8,42
75 PVC 4.553,41 4.553,41
100 PVC 4.947,31 4.947,31
110 PVC 2.724,70 2.724,70
DEFoFo 4.614,24
150 5.655,04
PVC 1.040,80
68
160 PVC 69,17 69,17
FoFo 1.912,54
200 2.803,53
PVC 890,99
FoFo 53,85
250 1.783,34
PVC 1.729,49
300 FoFo 777,00 777,00
FoFo 1.747,04
400 1.755,39
PVC 8,35
500 FoFo 2.949,96 2.949,96
Extensão de rede da ZA-68 (m) 55.802,11
32 PVC 2.008,69 2.008,69
50 PVC 34.979,45 34.979,45
PEAD 2.771,63
63 6.258,94
PVC 3.487,31
FoFo 23,16
75 2.336,93
PVC 2.313,77
74
100 PVC 714,20 714,20
110 PVC 5.005,60 5.005,60
DEFoFo 6.807,42
150 7.484,98
PVC 677,56
200 FoFo 842,25 842,25
250 FoFo 629,30 632,06
677
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 2,76
FoDUCTIL 1.833,93
300 FoFo 462,63 2.311,23
PVC 14,67
400 FoFo 1.182,75 1.182,75
500 FoFo 1.054,40 1.054,40
Extensão de rede da ZA-74 (m) 64.811,48
32 PVC 5.234,50 5.234,50
50 PVC 13.450,54 13.450,54
75 PVC 1.280,44 1.280,44
100 PVC 1.923,94 1.923,94
DEFoFo 2.914,05
150 2.999,07
PVC 85,02
78
200 PVC 142,08 142,08
250 PVC 82,11 82,11
300 FoFo 548,00 548,00
400 FoFo 20,23 20,23
500 FoFo 8,49 8,49
600 FoFo 26,00 26,00
Extensão de rede da ZA-78 (m) 25.715,41
Total geral do Setor (m) 231.330,44
Fonte: Embasa, 2020.
RESERVATÓRIO R18
O Reservatório R18 (Figura 403) é do tipo apoiado com volume de reservação de 8.700 m³, ele
recebe água da ETA Principal e distribui diretamente para as ZAs 67, 68, 74, 75, 78, 58 e 59 e,
também, para o Reservatório R12 que por sua vez atende a ZA-75
678
O reservatório possui macromedição com telemetria, onde é medida a vazão de entrada do
reservatório de forma automatizada por meio do medidor ultrassônico, cujo resultado vai direto para
a PIPPE. A Figura 405 apresenta a tubulação de chegada DN (mm) 1200 com válvula borboleta
automatizada, deste modo a Embasa consegue controlar a vazão de entrada através da abertura
da válvula. O nível de água do reservatório é medido de forma automatizada, embora o reservatório
ainda preserve a régua para medição manual, caso necessário.
679
Figura 405 – (A) Caixa de entrada R18 (B) Tubulação de entrada do R18 (UMJ)
A saída do reservatório R18 está ligada a EEAT R18, que está inoperante, a rede de distribuição
para atendimento das Zonas de Abastecimento, ao Reservatório R12 e a uma saída para
abastecimento do carro-pipa, quando necessário.
Está em fase de estudo pela Embasa a possibilidade de ampliar o R18, adicionando mais duas
câmaras com volume de reservação de 8.700 m³ cada e reativar o R18T e a EEAT R18, para a
incorporação de outras zonas que hoje são abastecidas diretamente pela adutora principal, por
distribuição em marcha.
680
Figura 406 – R18T e Estação Elevatória de Água Tratada R18 (UMJ) que estão inoperantes
O Reservatório R12 é do tipo apoiado com duas câmaras, cada uma com 400 m³, totalizando um
volume de reservação de 800 m³, para abastecimento da ZA-75. Atualmente, o volume de
reservação do R12 é insuficiente para atender a demanda da região, deste modo, a Embasa prevê
a desativação desse reservatório para que a Zona passe a ser atendida diretamente pelo R18.
Durante a visita as obras para by-passar o reservatório já tinham iniciado, para logo em seguida ser
desativado.
681
Figura 407 – Identificação da unidade R12 (UMJ)
682
A Figura 413 apresenta o croqui do Setor R12, que atende apenas a zona ZA-75, classificada 100%
como baixa.
683
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
400 FoFo 136,55 136,55
500 FoFo 2.161,48 2.161,48
600 FoDUCTIL 231,99 231,99
Total do setor (m) 60.589,74
Fonte: Embasa, 2021.
O reservatório R12 possui macromedição com telemetria, onde é medida a vazão de entrada no
reservatório de forma automatizada, bem como o nível através do medidor ultrassônico e resultado
vai direto para a PIPPE. O R12 conta com duas saídas para atendimento da mesma Zona, uma em
Praia Grande e outra em Periperi.
Extravasor
Descarga
684
Figura 410 – Tubulação de entrada do R12 (UMJ)
O Centro de Reservação R10 (Figura 412) atende as zonas de abastecimento 69 e 76 por meio dos
Reservatórios R10 e R10T que estão situados em lotes diferentes.
685
Figura 412 – Centro de Reservação R10 – Ilha Amarela (UMJ)
A Figura 413 apresenta o croqui do Setor R10, que atende as zonas 69 e 76. Não foi apresentado
informações no PARMS (2016) sobre a porcentagem das áreas classificadas como altas e baixas
de cada zona de abastecimento.
686
Figura 413 – Croqui do Setor R10
687
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 5926,71
PVC 862,91
FoDUCTIL 233,10
250 FoFo 695,51 1025,90
PVC 97,29
FIBRA 936,87
300 FoDUCTIL 423,07 3810,49
FoFo 2450,56
FoDUCTIL 99,50
400 1649,45
FoFo 1549,95
500 FoFo 780,67 780,67
600 FoFo 13,95 13,95
Extensão de rede da ZA-69 (m) 74.624,63
32 PVC 3914,72 3914,72
50 PVC 49912,34 49912,34
PEAD 3142,06
63 5818,14
PVC 2676,07
75 PVC 4428,15 4428,15
100 PVC 6258,65 6258,65
110 PVC 2,97 2,97
DEFoFo 2182,30
150 2681,83
PVC 499,53
DEFoFo 204,42
200 FoFo 1600,14 2767,59
PVC 963,02
76
DEFoFo 565,41
FoFo 2576,18
250 3336,27
PEAD 45,88
PVC 148,80
DEFoFo 4,76
FIBRA 1405,18
300 3671,37
FoFo 2048,33
PVC 213,09
FoDUCTIL 30,26
400 595,32
FoFo 565,07
500 FoFo 606,30 606,30
600 FoFo 108,74 108,74
Extensão de rede da ZA-76 (m) 84.102,39
Total do setor (m) 158.727,02
Fonte: Embasa, 2020.
688
RESERVATÓRIO R10
O Reservatório R10 (Figura 414) é do tipo apoiado com volume de reservação de 8.700 m³, ele
recebe água da ETA Principal e distribui para a EEAT R10 e diretamente para parte da ZA-69.
Tubulação
de entrada
Extravasor
689
Figura 415 –Tubulação de entrada do R10
B C
690
Figura 416 – Medidor de nível R10 (UMJ)
O reservatório é by-passado o que permite que a ZA-69 seja abastecida diretamente pela adutora
principal, quando necessário, com pressão satisfatória segundo o preconizado na legislação,
segundo colaboradores que acompanharam a visita técnica. Trata-se do que os funcionários da
Embasa chamam de Redundância, quando são implementadas mais de duas soluções para o
691
atendimento de uma mesma região, deste modo proporcionado uma maior segurança e
flexibilização durante a operação.
A saída do reservatório R10 está ligada a EEAT R10 e a rede de distribuição para atendimento de
parte da ZA-69.
A Estação Elevatória R10 (Figura 418) conta com 3 CMB com 60 CV de potência cada e opera em
regime de 2+1, sendo 2 (dois) CMB em paralelo operando e 1 (um) CMB reserva (Figura 419). A
vazão de recalque média fica na ordem de 160 L/s e as bombas operam em regime de 11h.
Recentemente foi adquirido o inversor de frequência, que será instalado após a conclusão das obras
de modificação do R10T.
A demanda da estação elevatória é suprida por uma subestação. A EEAT R10 recebe água apenas
do R10 e distribui para o R10T, que abastece a ZA-76 e parte da ZA-69.
692
Figura 419 – Conjuntos Motobombas EEAT R10 (UMJ)
693
Figura 420 – Quadro de comando EEAT R10 (UMJ)
Figura 421 – (A) Medidor de pressão eletrônico EEAT R10 e (B) quadro para leitura de vazão
de chegada e saída
A B
694
RESERVATÓRIO R10T
O Reservatório R10T (Figura 422) é do tipo elevado com volume de reservação de 700 m³ e
abastece parte da ZA-69 e a ZA-76. Durante a visita, estavam sendo realizadas as obras para
conexão da entrada e saída do reservatório, para que passe a atuar como um reservatório de
jusante, assim como o R17T.
695
Figura 423 – Obra para adequação nas tubulações do R10T e transformá-lo em reservatório
de jusante
O R10T conta com duas saídas para atendimento da ZA-76 e ZA-69 (parte), conforme pode-se
observar na Figura 424.
696
Figura 425 – Ponto de coleta para monitoramento da água na saída do R10T
Conforme informado anteriormente existem zonas que são atendidas diretamente pela adutora
principal x R7 e outras que também podem ser atendidas diretamente pela ETA Suburbana, além
da adutora principal. A Tabela 78 apresenta informações de diâmetro, material e extensão da rede
de distribuição das zonas que podem ser abastecidas apenas pela adutora principal, onde é
possível observar que possui uma extensão total de aproximadamente 205 Km, sendo a ZA-62
responsável pela maior extensão, em torno de 161 Km.
Tabela 78 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela adutora principal
x R7
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
20 PVC 223,03 223,03
32 PVC 9.529,10 9.529,10
50 PVC 83.878,68 83.878,68
63 PEAD 3.014,62 3.014,62
75 PVC 21.000,88 21.000,88
100 PVC 14.264,43 14.264,43
Adutora ETA DEFoFo 4.130,55
62 150 4.170,79
Principal x R7 PVC 40,25
160 PBA 711,16 711,16
DEFoFo 137,10
200 FoDUCTIL 2.050,71 7.584,77
FoFo 5.396,96
DEFoFo 198,55
250 5.745,49
FoDUCTIL 626,44
697
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 4.920,50
DEFoFo 247,28
300 FoDUCTIL 714,55 3.067,75
FoFo 2.105,92
FoFo 2.335,09
350 2.633,78
PVC 298,69
FoDUCTIL 1.670,90
400 FoFo 835,80 3.053,38
VF 546,68
500 FoFo 1.480,22 1.480,22
FoDUCTIL 58,26
600 79,44
FoFo 21,18
700 FoDUCTIL 1,76 1,76
800 FoDUCTIL 713,84 713,84
Extensão de rede da ZA-62 (m) 161.153,12
32 PVC 2.201,37 2.201,37
PVC 21.806,90
50 21.813,05
VF 6,16
PEAD 1.064,80
63 1.098,60
PVC 33,80
75 PVC 3.253,16 3.253,16
90 PEAD 305,54 305,54
100 PVC 5.270,55 5.270,55
110 PVC 580,14 580,14
DEFoFo 43,30
150 PVC 913,14 958,60
70 VF 2,16
160 PBA 157,95 157,95
DEFoFo 70,03
200 FoFo 3.931,69 4.590,38
PBA 588,66
DEFoFo 395,83
FoFo 960,90
250 1.462,16
PVC 89,46
VF 15,98
FoFo 1.922,34
300 1.925,66
PEAD 3,32
400 FoFo 453,17 453,17
Extensão de rede da ZA-70 (m) 44.070,34
Total geral do Setor (m) 205.223,46
698
A Tabela 79 apresenta informações de diâmetro, material e extensão da rede de distribuição das
zonas que podem ser abastecidas tanto pela ETA Suburbana quanto pela adutora principal x R7.
Tabela 79 - Informações de rede de distribuição das zonas que podem ser atendidas pela
ETA Suburbana e pela adutora principal x R7
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 3.709,34 3.709,34
50 PVC 38.687,92 38.687,92
PEAD 9.571,78
63 9.982,66
PVC 410,88
75 PVC 4.346,18 4.346,18
PEAD 78,96
100 2.922,80
PVC 2.843,84
110 PVC 1.453,39 1.453,39
DEFoFo 5.158,01
150 5.293,59
VF 135,58
FoFo 413,03
200 PVC 2.209,58 2.637,71
64 VF 15,10
250 PVC 1.731,61 1.731,61
FoDUCTIL 8,87
Adutora 300 FoFo 1.715,26 2.526,30
diretamente PVC 802,18
pela ETA
Suburbana 400 FoFo 3.147,27 3.147,27
(sem 500 FoFo 667,18 667,18
reservatório), 600 FoFo 628,98 628,98
ou pela
adutora ETA FoDUCTIL 2.944,64
Principal x R7 700 FoFo 1.013,95 3.961,39
PVC 2,80
FoDUCTIL 1.331,57
800 2.031,27
FoFo 699,70
Extensão de rede da ZA (m) 83.727,60
25 PVC 458,09 458,09
32 PVC 1.081,57 1.081,57
50 PVC 19.182,36 19.182,36
63 PEAD 1.389,37 1.389,37
75 PVC 1.924,56 1.924,56
77 100 PVC 4.246,69 4.246,69
110 PVC 1.616,87 1.616,87
DEFoFo 775,63
150 2.944,68
PVC 2.169,04
200 FoFo 2.215,47 2.215,47
300 FoFo 1.389,21 1.389,21
699
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
400 FoFo 458,01 458,01
500 FoFo 2.468,87 2.468,87
Extensão de rede da ZA (m) 39.375,75
Total geral do Setor (m) 123.103,35
Esses dois subsistemas, tem origem no centro de reservação denominado RZBII, localizado no
município de Candeias, que no momento da visita técnica, realizada em agosto/2020 estava
operando com 2 câmaras de 75 m³, que recebe reforço de hipoclorito de sódio.
Após a realização da visita técnica, foi informado pela Embasa que as obras de ampliação do RZBII
foram concluídas em abril/2021, ampliando o volume de reservação para 8.700m³.
Na Figura 426 apresenta-se a Estação Elevatória Candeias, localizada no RZBII, onde estão
localizados os conj. 3 e 4, que realizam o recalque até a Ilha de Maré, descritos anteriormente no
item 7.2.4.8.
700
Figura 426 – Estação Elevatória localizada na área do RZB-II Candeias
Na Figura 427 pode ser visto o novo reservatório RZBII de 8.700m³, que teve a sua implantação
concluída em abril de 2021.
701
As Ilhas de Salvador são atendidas por meio de 05 reservatórios, cujas características foram
apresentadas na Tabela 59 e são descritos com mais detalhes a seguir.
Na Ilha de Bom Jesus dos Passos a operação das infraestruturas de abastecimento de água é de
responsabilidade do escritório local de Madre de Deus, que também é responsável pela Ilha dos
Frades. A Figura 428 apresenta o croqui do sistema de adução de água tratada e reservação da
Ilha de Bom Jesus dos Passos e da Ilha dos Frades.
Conforme já detalhado anteriormente no item 7.2.4.8 a Ilha de Bom Jesus dos Passos e a Ilha dos
Frades são abastecidas pelo subsistema Madre de Deus, por meio de uma derivação antes do
reservatório RMD. O abastecimento da Ilha de Bom Jesus dos Passos ocorre por meio de um
reservatório, que também alimenta uma estação elevatória, que recalca a água até o Reservatório
da Ilha dos Frades (RIF). A Figura 429 mostra a a localização do reservatório e da EEAT de Bom
Jesus dos Passos e a delimitação da área atendida pelo reservatório.
702
Figura 429 – Área de abrangência do Reservatorio da Ilha de Bom Jesus dos Passos
703
Figura 430 – Detalhes do reservatório de Bom Jesus dos Passos
Escada sem
guarda-corpo
Extravasor
de água
Tubulação de
chegada de
água tratada
Tubulação para
ponto de coleta
704
Figura 431 – Vista da área do Reservatório da Ilha de Bom Jesus dos Passos
Na saída do reservatório para abastecimento da Ilha de Bom Jesus dos Passos é realizada
desinfecção (Figura 432) da água com aplicação de hipoclorito de cálcio – Ca (ClO)₂, conhecidas
como pastilhas de cloro. E no local da EEAT, que recalca água para o reservatório da Ilha dos
Frades, o desinfetante aplicado é o cloro líquido (Figura 433).
705
Figura 433 – Sistema de recloração na EEAT de Bom Jesus dos Passos
Em Bom Jesus dos Passos existem cinco pontos de coleta para análise da água tratada, a saber:
1) Escola Antônio Carlos Magalhães; 2) Posto de Saúde; 3) saída da água do reservatório de B.J.
Passos (BJS003); 4) chegada de água de Madre de Deus (BJS004); e 5) Creche. A Figura 434
mostra dois desses pontos, cuja coleta é realizada uma vez por semana.
706
Antes das intervenções no SIAA Recôncavo (operação do RZBII de 8.700 m³ e da duplicação da
adutora até Madre de Deus) abastecimento da Ilha de Bom Jesus dos Passos era realizado por
meio de 3 manobras, denominadas da seguinte forma pela operação local: 1) parte maior da zona
baixa (corresponde a 60%) por um registro de DEFoFo de diâmetro de 200 mm; 2) parte menor da
zona baixa (corresponde a 30%) por um registro de DEFoFo de diâmetro de 150 mm; 3) zona alta
(corresponde a 10%) por meio do fechamento dos 2 registros. Segundo informações da operação
local atualmente todos os registros ficam abertos, sendo fechados apenas em situações de
manutenção, como ocorrência de vazamentos.
O reservatório da Ilha dos Frades é atendido por recalque por meio da Estação Elevatória (Figura
436) localizada em Bom Jesus dos Passos, que conta com 2 CMB com 12,5 cv de potência cada e
opera em regime de 1+1, sendo 1 (um) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva (Figura 437), cujo
707
tempo de operação depende do nível do reservatório da Ilha dos Frades a fim de evitar
extravasamento.
O local da estação elevatória também funciona como uma espécie de escritório-almoxarifado, onde
também é realizada a desinfecção da água bombeada para Ilha dos Frades, conforme pode-se
observar na Figura 438. Nesse local também fica o kit (Figura 440) para análise de cloro que é
realizada 2 vezes ao dia.
708
Figura 438 – Local da EEAT que também funciona como escritório-almoxarifado
Bomba
Hipoclorito dosadora de
de cálcio cloro líquido
Ponto de
aplicação
do cloro
709
Figura 440 – Kit para análise de cloro
A demanda de energia elétrica da estação elevatória de Bom Jesus dos Passos é suprida por um
transformador de poste.
710
7.2.5.5.2. Reservação na Ilha dos Frades
O Reservatório da Ilha dos Frades, assim como o da Ilha de Bom Jesus dos Passos também
pertence a Unidade Regional de Candeias (UMS), sendo operado pelo escritório local de Madre de
Deus. Conforme sinalizado anteriormente, o reservatório da Ilha dos Frades recebe água do
reservatório de Ilha de Bom Jesus dos Passos e atende as localidades de Ponta de Nossa Senhora,
Loreto, Costa e Paramana, conforme pode-se observar no croqui da Figura 442 e no mapa com a
espacialização na Figura 443.
711
Figura 443 – Área de abrangência do Reservatório da Ilha dos Frades
712
O reservatório da Ilha dos Frades (RIF), com capacidade de 380 m³, está localizado em uma área
de vegetação bastante densa, conforme pode-se observar na Figura 444. Segundo informações
recentes da operação esse reservatório recebe água praticamente todos os dias da Ilha de Bom
Jesus dos Passos, existe comunicação entre os dois operadores para que o bombeio seja
interrompido quando o RIF estiver no limite da sua capacidade afim de evitar extravasamento.
A área interna do reservatório necessita de manutenção, visto que foi observada a presença de
muita vegetação. A escada de acesso não está fixada no reservatório, ficando no chão, e quando
da sua utilização é colocada na estrutura, configurando em risco a integridade física do operador.
713
Figura 445 – Tubulação de chegada da água
Tubulação para
Paramana,
Costa e Loreto
Escada de
acesso ao
Tubulação
reservatório
para
P.N.Senhora
714
Figura 447 – Ventosa na tubulação que abastece Ponta de Nossa Senhora
Na Ilha dos Frades existem três registros, um na localidade de Costa, um em Ponta de Nossa
Senhora e outro em Paramana, porém, segundo informações atuais da operação não estão sendo
necessárias manobras, portanto, esses registros são manuseados apenas em situação de
necessidade de manutenção.
Na Ilha dos Frades existem 2 pontos de coleta para análise da água (Figura 448), um localizado na
localidade de Paramana e o outro em Costa. Assim como na Ilha de Bom Jesus dos Passos o
operador realiza análises de cloro 2 vezes ao dia e o laboratório faz a coleta semanalmente.
A B
715
7.2.5.5.3. Reservação na Ilha de Maré
Figura 449 – Croqui do sistema de adução de água tratada e reservação da Ilha de Maré
716
Figura 450 – Área de abrangência dos reservatórios e da adutora em Ilha de Maré
717
Conforme já detalhado anteriormente, a adutora subaquática que abastece a Ilha de Maré foi
duplicada no ano de 2019, possibilitando assim fazer manobra em caso de problemas sem
interromper o abastecimento da Ilha de Maré. A localidade de Passé e as localidades de ilha de
Maré são abastecidas por rodizio, sendo 2 dias da semana para Passé (segunda e quinta) e 5 dias
para Ilha de Maré com rodizio de abastecimento das localidades atendidas. Segundo a operação
local, para o atendimento das localidades de Botelho, Neves, Itamoabo e Santana é necessário
fazer manobra nas localidades que ficam na porção norte da Ilha. O Quadro 136 apresenta os dias
da semana que as localidades abastecidas diretamente pela adutora têm água disponivel na rede
de distribuição e o Quadro 137 os dias que cada reservatório recebe água.
Segundo a operação local, para o atendimento das localidades de Botelho, Neves e Itamoabo é
necessário fazer manobras nas localidades que ficam na porção norte da Ilha, por meio das válvulas
redutoras de pressão (VRP) instaladas nas localidades de Passa Cavalo, Maracanã e Bananeiras.
Salientou que como são localidades com cota baixa não compromete o abastecimento
718
Salienta-se que na localidade de Bananeiras existia um reservatório de 70 m³, porém foi desativado
há mais de 10 anos, sendo a localidade atendida atualmente por uma derivação diretamente da
adutora. Segundo informações da operação não existem problemas de abastecimento nessa
localidade, pois não existem pontos altos, além de ser uma das primeiras a serem abastecidas. As
localidades que possuem pontos críticos de abastecimento são: Santana (rua da Paz e rua Alto do
Dendê) e Praia Grande (rua da Formiga e rua do Cajá).
Nos reservatórios localizados em Ilha de Maré não existe medidor de nível automatizado, nem
medidor manual como mangueira e régua, e, portanto, a “medição” é realizada de forma visual,
dificultando bastante o trabalho do operador, além de não ter precisão na leitura.
O Reservatório de Praia Grande, que possui volume de 200 m³, atende as localidades de Praia
Grande e Caquende e recebe água dois dias na semana, terça e sexta. Conforme relatado
anteriormente o abastecimento desse reservatório ocorre por uma derivação na adutora principal
da Ilha (diâmetro de 150 mm em PVC DEFºFº) na localidade de Botelho.
719
Figura 452 – Reservatório de Praia Grande
Tubulação
de chegada Extravasor
de água
Escada de
acesso
Tubulação de
extravasão
Tubulação
Caquende
Tubulação
Praia Grande
720
Figura 454 – (A)Tubulação de água tratada exposta, (B) procura de vazamento na rede de
distribuição e (C) Válvula redutora de pressão em frente a unidade de saúde
A B C
Na localidade de Praia Grande existem dois pontos de coleta para análise de água, a saber: 1)
saída do reservatório e 2) rede de distribuição (em frente ao Colégio).
O Reservatório de Botelho é do tipo apoiado com volume de reservação de 100 m³, abastece
apenas a localidade de Botelho, recebe água três dias na semana (quarta, sábado e domingo). O
721
reservatório está localizado em área de vegetação bastante densa, conforme pode-se verificar na
Figura 456.
Escada de
acesso com
Tubulação de
guarda-corpo
extravasão
Tubulação
de entrada
722
Figura 458 – Registros nas tubulações de entrada e saída
Registro na
Tubulação Registro na
de entrada Tubulação
de saída
Na localidade de Botelho existe um registro de manobra que foi remanejado de local, visto que os
próprios moradores manuseavam, comprometendo assim o abastecimento de outras áreas. O novo
registro foi instalado num local com maior dificuldade de visualização, conforme pode-se observar
na Figura 459.
723
Foram identificados dois pontos de coleta para análise de água (MAR003 e MAR007), localizados
em Botelho, conforme Figura 460.
Na localidade de Botelho, em frente à escola, existe um ponto de telemetria (Figura 461), para
medição de vazão e pressão, porém está inoperante. Como o contrato venceu, a empresa
responsável retirou o equipamento.
O Reservatório de Santana (Figura 462) é do tipo apoiado com volume de reservação de 300m³,
recebe água dois dias da semana (sábado e domingo) e abastece a localidade de Santana, que
possui pontos críticos (rua da Paz e rua Alto do Dendê) que são atendidos via booster.
724
Figura 462 – Reservatório de Santana
Casa do Tubulação de
booster entrada de água
Tubulação
Tubulação para o
de saída de booster
água do
reservatório
O booster de Santana (Figura 436), localizado na mesma área do reservatório, tem a função de
abastecer as partes altas da localidade. Opera no sistema 1+1, uma bomba reserva e a outra em
operação, seu funcionamento ocorre de forma automática, e, portanto, a quantidade de horas de
operação depende das manobras realizadas na Ilha.
725
Figura 464 – Booster de Santana
Foi identificado um ponto de coleta para análise de água (MAR012), localizado em Santana,
conforme Figura 466.
726
Figura 466 – Ponto de coleta para análise de água localizado em Santana
Os estudos do PARMS constataram que em 2015 já existia um déficit hídrico para atender as
demandas do SIAA Salvador e do SIAA Recôncavo, avaliado em 1,71m³/s, prevendo-se que este
déficit aumentaria para 4,56m³/s, em 2040, se nenhuma intervenção fosse feita. Nessa avaliação
foram computadas as disponibilidades dos mananciais utilizados pelo Sistema Integrado de
Abastecimento de Água (SIAA) de Salvador, que são utilizados também no SIAA Recôncavo e as
demandas de todos os usuários do sistema, inclusive de água bruta.
A partir do PARMS, a Embasa realizou intervenções no SIAA Salvador e SIAA Recôncavo para
prover a garantia da segurança hídrica, por meio da ampliação das vazões disponíveis, construção
de novas estruturas e atualizações das existentes, visando a garantia da redundância hídrica, ou
seja, se dispor de mais de uma alternativa para a garantia da segurança hídrica do sistema de
abastecimento em situações de crise. Além disso, estão previstas outras intervenções estruturantes
como estudos e diagnósticos imprescindíveis para melhor previsão de soluções.
A seguir consta a descrição resumida das intervenções realizadas pela Embasa, e as que estão em
andamento ou estão previstas na área atendida pelo SIAA Salvador. Essas informações constam
no Parecer Técnico da Embasa nº 002/2020, datado de 28/02/20, fornecido pela Embasa.
727
7.2.6.1. Sistema de Captação e Adução de Água Bruta
Estão previstas também Melhorias no Canal de Água Bruta da Barragem de Pedra do Cavalo, afim
de reforçar as estruturas componentes da adução de água bruta da Barragem de Pedra do Cavalo.
E de acordo com o parecer da Embasa, a obra que será executada com recursos próprios, estava
em processo licitatório.
A plataforma da EEAB para captação na Barragem Joanes II, atualmente opera com 4 conjuntos
motobombas, porém tem espaço para abrigar até oito conjuntos de mesma capacidade. Segundo
Embasa (2020) o Projeto de Concepção dessa ampliação está concluído e o Projeto Básico da
interligação da adutora de água bruta Joanes II-ETA Principal e Projeto Elétrico para ampliação da
quantidade de conjuntos motobombas em fase de elaboração do processo licitatório. Em relação
aos recursos para execução da obra, será necessário captar.
No que concerne à obra de construção da Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB) para captação
na Barragem Joanes I, a Embasa informou que a obra permitirá a ampliação da vazão da adutora
em aço existente em aproximadamente 1,5m³/s, desativando a adutora em concreto que possui
diversas interferências sobre a mesma. Conforme foi verificado em campo essa obra com recursos
próprios já está em execução.
Em relação a reversão Santa Helena – Joanes II (Cota 10), a segunda etapa das obras prevê o
aproveitamento de seu reservatório até a cota 10m, que permitirá uma ampliação da vazão em
7m³/s, com a previsão de etapa imediata para ampliação da vazão em 5 m³/s. O Projeto Básico e o
728
Estudo das alternativas de adução, considerando vazões de 5, 7 e 10 m³/s estão concluídos. Com
pendência da contratação da obra que será executada com recursos próprios.
Segundo a Embasa (2020) o Estudo encontra-se em andamento (prazo: 34 meses), para posterior
contratação da obra de Reversão Pojuca-Santa Helena (1ª e 2ª etapa), cujo recurso para a
execução deverá ser captado.
Está prevista a adução da água subterrânea da rede de poços diretamente para o tanque de contato
(etapa de desinfecção) na ETA Principal, que permitirá uma ampliação da vazão do SIAA Salvador
em aproximadamente 1 m³/s. A situação atual é que o Projeto de Concepção da Reversão da
Captação dos Poços para a ETA Principal está concluído e o projeto básico em processo licitatório,
sendo necessário ainda definir os recursos necessários para a licitação e contratação da obra.
729
7.2.6.2. Estações de tratamento de Lodo (ETL)
Segundo a Embasa (2020) encontra-se em estudo a Estação de Tratamento de Lodo (ETL) na ETA
Principal e ETA Bolandeira. Ainda não existe recurso captado para a execução da obra.
Com recursos do PAC 1, foi executada a duplicação parcial de dois trechos da Adutora de Água
Tratada principal (1ª Etapa). A 2ª etapa envolve um trecho de 8.500 metros DN (mm) 2100 e outro
de 700 metros DN (mm) 1600, totalizando 9.2 km de adutora, que fornecerá um incremento de
vazão de 1,00 m³/s para o Sistema Integrado de Abastecimento de Água Salvador. Segundo a
Embasa (2020) a segunda etapa da obra que estava sendo executada através do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) / Saneamento, está com contrato suspenso, com tendência à
rescisão. Os projetos da 1ª, 2ª e 3ª etapa estão concluídos, em relação a 3ª etapa da obra ainda
não tem recurso captado.
Essa elevatória será edificada no Parque da Bolandeira. O poço de sucção será construído a partir
de uma ampliação do reservatório semienterrado, chamado Reservatório de Baixa Carga.
730
A adutora existente em aço carbono DN (mm) 700, embora em condições operacionais, não tem
capacidade para aduzir a vazão de final de plano projetada. Como as vias utilizadas pela adutora
existente estão congestionadas, com sete tubulações de grande porte, optou-se por um traçado
alternativo para a nova tubulação com diâmetro de 1000mm, objetivando-se reduzir interferências
na sua implantação. Logo, seu traçado será pelas ruas Jayme Sapolnik, Professor Pinto de Aguiar
e Estrada do Curralinho, com extensão total de 1.735m.
✓ RESERVATÓRIOS DE DISTRIBUIÇÃO
A reservação desejável, para o Setor Duna em final de plano (2032) é de 60.370m³ para atender
1/3 do Vol. Máximo Diário e 36.222 m³ para atender 1/5 do Vol. Máximo Diário.
No referido projeto, tendo em vista a limitação de área disponível, foi definido em conjunto com a
Embasa, que será implantada mais uma câmara no R1, com capacidade para 20.000m³, em aço
carbono ou concreto protendido. Esta câmara será construída na área vizinha às duas câmaras de
concreto existentes (11.500m³), totalizando 31.500m³ de reservação, o que corresponde a pouco
menos de 1/5 do volume máximo diário de final de plano do Setor Duna, ou mais precisamente
17,4% do volume máximo diário.
✓ REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Também serão realizadas diversas intervenções nas linhas de distribuição a fim de atender de forma
satisfatória todas as áreas da ZA-41 e ZA-42.
No que concerne a ampliação do Setor R3 que se resume nas intervenções: Implantação de Adutora
de água tratada, Ampliação de Centro de Reservação (Reservatório Apoiado) e linhas troncos com
DN's diversos, segundo a Embasa (2021) ainda irá contratar projeto.
O Setor de Abastecimento R4, que está desativado, era responsável pelo atendimento do bairro de
Brotas e adjacências. A configuração topográfica dessa área de abrangência é bastante irregular,
tendo determinado a concepção inicial de divisão da área em duas zonas de atendimento, baixa e
731
alta, atendidas respectivamente por um reservatório apoiado de 21.000 m³ (R4), e um reservatório
elevado de 750 m³ (R4T).
Como o centro de reservação encontra-se inativo, o abastecimento de uma parte dessa área está
sendo feito pela adutora de água tratada R7 – R15, o que causa desequilíbrios no sistema, além de
restrição na disponibilidade de água nos horários de pico.
Assim, esse projeto prevê que será recuperado e reativado o reservatório apoiado existente e será
construído um novo reservatório elevado, deixando a reservação adequada às demandas atuais e
previstas no horizonte de projeto. Houve uma redefinição da área de abrangência desse centro de
reservação, passando parte da área que era dependente desse centro, para o centro de reservação
do reservatório R19. Além disso prevê a execução de linhas tronco de abastecimento da rede
existente e reforço dos trechos das redes, compatibilizando-as com as demandas previstas e com
as pressões mínimas normativas. Além disso, serão executadas extensões de redes, para atender
novas ocupações na área do projeto.
Estudos mais recentes realizados no âmbito do diagnóstico do PARMS (2016) indicaram que não é
necessária a implantação de novos reservatórios. A simulação hidráulica indicou a necessidade de
instalação de uma válvula redutora de pressão (VRP) em um trecho da ZA 08 abastecida pelo
reservatório elevado. Essa VRP irá controlar a vazão de uma pequena parte da ZA, distante do
centro de reservação e das áreas abastecidas pelo reservatório apoiado. Para dividir o Setor em
Zona Baixa e Zona Alta, será necessário isolar parte da ZA 08 e ZA 09 e implantar uma nova linha
tronco a partir do reservatório baixo para atendimento da parte baixa destas zonas.
A setorização proposta pelo PARMS (2016) prevê-se que o projeto de Reorganização do Setor R4
seja implantado e que o mesmo abasteça as zonas ZA 08, ZA 09 e ZA 10, enquanto a zona ZA 13
será abastecida pelo setor R19 que já foi ampliado, conforme constatação em visita técnica. Porém
ainda não estava totalmente em operação, com previsão para o ano de 2021.
O PARMS (2016) salienta que para dividir o Setor em Zona Baixa e Zona Alta, será necessário
isolar parte da ZA 08 e ZA 09 e implantar uma nova linha tronco a partir do reservatório baixo para
atendimento da parte baixa destas zonas. As tubulações novas para este setor correspondem
apenas às linhas troncos previstas para abastecimento das zonas baixa e alta pelos respectivos
reservatórios.
732
As ampliações previstas para a rede de distribuição secundária do Setor R4 totalizam
aproximadamente 19.003 metros de extensão, com diâmetros variáveis entre 50 e 150 mm. Estima-
se que 2.281 novas ligações domiciliares serão implantadas.
Não foi informado pela Embasa qual a previsão de execução das obras, apenas que o projeto foi
elaborado.
A alternativa de setorização proposta pelo PARMS (2016) prevê que o Setor R7 abasteça as zonas
ZA 23, ZA 24, ZA 25, ZA 26, ZA 27 e 4% da ZA 43 referente à parte alta desta. Nesta configuração,
o Setor R7 será dividido em duas zonas de pressão, sendo uma alta, abastecida pelo reservatório
elevado com N.A. médio na cota 105,00 m, e uma baixa, abastecida pelos reservatórios apoiados
com N.A. médio na cota 85,80 m, com atendimento da seguinte forma:
Com essa nova configuração, o PARMS previu a necessidade de ampliação dos reservatórios do
setor R7, com uma nova câmara apoiada de 8.700 m³, cuja previsão de construção era 2020.
Conforme já foi sinalizado no item 7.2.5.2.1 atualmente esse setor abastece as Zonas ZA – 23, ZA
– 25, ZA – 26, ZA – 27, ZA – 29, ZA – 30, ZA – 32. Segundo a Embasa (2021) estão em andamento
733
as obras de implantação de Linhas Troncos com DN diversos, com previsão de conclusão em
dezembro de 2021.
Quando esse Projeto foi elaborado o reservatório R20 atendia cinco Zonas de Abastecimento de
Água, a saber: ZA 43, 46, 47, 49 e 50. Atualmente esse Setor atende seis zonas ZA – 43, ZA – 46,
ZA – 47, ZA – 49, ZA – 50, ZA – 51; além de parte da ZA – 44.
Com a implantação do novo centro de reservação e das necessidades de consumo de cada zona
de abastecimento, o referido projeto optou em dividir o setor R20 em dois grandes setores, sendo
um deles que será abastecido pelo R20-A PROJETADO, composto pela sub-zona ZA-43A e zonas
de abastecimento ZA-46, ZA-49 e ZA-50 e outro que integra a sub-zona ZA-43B e a zona ZA-47,
que permanecerá sendo abastecido pelo Reservatório R20 EXISTENTE, denominado R20-B.
Os estudos elaborados no âmbito do PARMS (2016) indicaram que era necessária a implantação
imediata do volume de 21.500 m³ para manter a capacidade de reservação entre os limites de 1/4
(25%) a 1/3 (33%) da demanda máxima diária do Setor. A setorização proposta prevê que o Setor
R20 abasteça as zonas ZA 46, ZA 47, ZA 49, ZA 50, ZA 51 e 96% da ZA 43 (4% desta zona,
referente a parte alta, será atendida pelo Setor R7), abrangendo as localidades relacionadas a
seguir:
✓ ZA 43 (96%): Alphaville, CAB, Costa Verde, Jd. Vila Verde, Mussurunga (parte), Narandiba
(parte), Orlando Gomes, Paralela, Patamares, Pq. São Cristovão, São Cristovão, Trobogi;
734
✓ ZA 46: Colina da Fonte, Alto Coqueirinho, Farol de Itapuã, Itapuã, Jd. Encantamento, Nova
Brasília, Placaford (parte) e Nova Conquista;
✓ ZA 47: Bairro da Paz;
✓ ZA 49: Loteamento Alamedas da Praia (parte), Praias do Flamengo e Stella Maris;
✓ ZA 50: Vila dos Sargentos, Jardim Piatã, Loteamento São Francisco e Placaford (parte); e
✓ ZA 51: Mussurunga (parte).
Com base na avaliação hidráulica realizada no PARMS, foi previsto o reforço de linhas tronco,
compreendendo a implantação de novas tubulações, com extensão total estimada em 11.921
metros. Para regular as pressões em linhas tronco com pressões excessivas foram previstas nove
válvulas redutoras de pressão.
Segundo a Embasa (2021), das intervenções previstas que se resumem em: implantação de
Adutora de água tratada, Ampliação de Centro de Reservação (Reservatório Apoiado) e Linhas
Troncos com DN's diversos, até o momento apenas os projetos foram elaborados, as obras ainda
não foram iniciadas.
O anteprojeto do Setor de Abastecimento R22 fornecido pela Embasa, datado de maio/2019, foi
desenvolvido com o objetivo de garantir o suprimento de água tratada em quantidade e qualidade
satisfatórias até o Ano 2040, sanando assim, as principais deficiências impostas pela atual
configuração operacional das Zonas de Abastecimento envolvidas.
Segundo esse documento, a área, futuramente abrangida por esse setor de abastecimento,
encontra-se situada em sua totalidade no território do Município de Salvador (Figura 467). Está
basicamente limitada pela área situada à direita da Rodovia BR-324, no sentido Salvador-Feira de
Santana, estendendo-se na direção longitudinal (Oeste-Leste), próximo aos bairros de Mata Escura,
Calabetão e Porto Seco Pirajá, onde se localiza a Brasil Gás, até a Av. Paralela, nas proximidades
do CAB e na direção transversal (Sul-Norte), desde os bairros de Sussuarana e Novo Horizonte até
os bairros de Vila Canária Sete de Abril e Nova Brasília.
735
Figura 467 - Localização e delimitação da área a ser atendida pelo Parque de Reservação
R22
Operacionalmente, a área a ser abrangida pelo Setor R22 é atualmente atendida em parte por
abastecimento direto na rede a partir da Adutora Principal, parte pelo centro de reservação
R7(Cabula - Zona Alta), parte pelo centro de reservação R20 (Fazenda Grande III) e parte pelo
centro de reservação do R14 (Águas Claras), cuja área de influência encontra-se com capacidade
de abastecimento comprometida, necessitando ampliação imediata.
736
7.2.6.11. Sistema de adução e distribuição das Ilhas
Afim de melhorar o abastecimento de água nas Ilhas de Salvador, a Embasa informou as seguintes
ações para retirada das manobras existentes atualmente:
De acordo com a Lei Federal nº 11.445/2017 e as alterações realizadas pela Lei Federal nº
14.026/2020, o abastecimento de água potável é constituído pelas atividades e pela disponibilização
e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias ao abastecimento público
de água potável, desde a captação até as ligações prediais e seus instrumentos de medição.
Para que o serviço de abastecimento de água seja prestado de forma satisfatória, é necessário que
seja realizado em quantidade, qualidade e regularidade adequada para o atendimento de todas as
necessidades dos usuários. Uma prestação adequada deste serviço é essencial, não só para a
proteção da saúde da população, mas também para o desenvolvimento econômico do município.
Portanto, nos itens a seguir serão analisados os aspectos relativos à qualidade dos serviços de
abastecimento de água prestados no município, utilizando indicadores quantitativos e fazendo
outras análises qualitativas sobre os serviços.
Para caracterização da prestação dos serviços de abastecimento de água serão analisados uma
série de indicadores propostos no Produto D - Sistema de Indicadores, Produto Parcial D1 –
Indicadores de serviço, articulação com o SNIS que integrarão o Sistema Municipal de Informações
de Saneamento – SIMISAN, que está sendo desenvolvido no produto C deste trabalho e conforme
preconiza o inciso VI, Art 9º da Lei Federal nº 11.445/2007 deverá ser implementado pelo município.
737
Os indicadores concebidos para a análise relativa à prestação do serviço foram separados em 5
categorias, definidas de acordo com os princípios da Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento
Básico:
f) Universalização do acesso;
g) Qualidade dos serviços prestados;
h) Eficiência;
i) Sustentabilidade econômico-financeira; e
j) Sustentabilidade ambiental.
Os dados que compõem os indicadores trabalhados foram obtidos nas fontes oficiais, como
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa) e Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS).
Como a Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa) não dispõe de
diretrizes para avaliação dos indicadores de desempenho da prestação dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, será utilizado como referência o documento
intitulado Metodologia para Avaliação dos Indicadores de Desempenho (revisão 01), publicado em
2017, pela Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS), localizada em
Florianópolis/SC, formada pelo consorcio de 197 municípios de Santa Catarina para avaliar
quantitativamente alguns dos indicadores abordados.
Para a mensuração da situação dos demais indicadores, será utilizada sempre que possível a
análise de tendência adotada pelo SNIS (2019a). A partir da análise dos últimos 5 anos é possível
determinar se o indicador apresenta: tendências claras de melhoria ou agravamento; estabilidade
clara de melhorias ou agravamentos; ou cenário irregular, esse cenário pode ser de estabilidade
irregular ou de melhoria ou agravamento irregulares.
738
oscilem no máximo até 2,5%, para mais ou para menos, em torno da média dos 5 anos, considera-
se um estado de estabilidade clara.
• Cenário irregular: Quando não há estabilidade, nem tendências claras calcula-se a média dos
últimos 3 anos e a dos primeiros 3 anos e realiza-se a comparação entre elas. Considera
estabilidade irregular quando a média dos últimos 3 anos e a média dos primeiros 3 anos estão
dentro da margem de variação de até 2,5%, para mais ou para menos, em comparação com a
média quinquenal. Quando essa média trienal foge à margem de variação de 2,5%, considera-se
um cenário de agravamento ou melhoria irregular. Nessa situação realiza a comparação, se maior
ou menor, entre a média dos últimos 3 anos com a média dos primeiros 3 anos.
Dessa forma, o produto D deste trabalho sugere, para análise dessa categoria, as seguintes
subcategorias:
a) Qualidade da água;
b) Cortesia no atendimento ao usuário;
c) Regularidade / continuidade no abastecimento;
d) Condições técnico-operacionais e de manutenção das infraestruturas.
No entanto, serão analisadas primeiramente informações e indicadores fornecidos pelo SNIS que
auxiliam no entendimento do comportamento do sistema e influem em outros indicadores que serão
tratados mais à frente. Ressalta-se que algumas das informações apresentadas nas tabelas a
seguir, serão utilizados como variáveis para o cálculo dos indicadores propostos no Produto D e
nesse caso está indicado nas tabelas a codificação utilizada no âmbito do PMSBI, além do código
da informação no SNIS.
739
Os prestadores dos serviços de água e esgoto, utilizam o termo economia como unidade de
consumo independente para efeito de faturamento. Já as ligações de água não são independentes,
no caso de mais de 1 (um) apartamento, casa e/ou sala comercial por imóvel, executa-se apenas 1
(uma) ligação de água que serve todas as unidades de consumo.
A relação entre as quantidades de economias ativas de água e de ligações ativas de água permite
calcular a densidade de economias de água por ligação (IN001) de Salvador, Tabela 82, que era
de 1,82 economia/ligação em 2019 valor superior ao do Brasil para o mesmo ano que era de 1,28
economia/ligação.
740
SNIS IN001 IN020 IN053 IN043
Densidade de Extensão da rede Consumo médio Participação das economias
economias de de água por de água por residenciais de água no total
Ano água por ligação ligação economia das economias de água
(econ./lig.) (m/lig.) (m³/mês/econ.) (percentual)
2018 1,83 7,4 10,5 91,78
2019 1,82 6,9 10,2 91,86
Fonte: SNIS, 2021.
A fórmula do indicador extensão da rede de água por ligação (IN020) é a média dos dois últimos
anos da extensão da rede de água (AG005) dividida também pela média dos dois últimos anos da
quantidade de ligações totais de água (AG021). Em 2019, esse indicador foi 6,9 m/lig., inferior ao
11,5 m/lig. apresentado no Brasil para o mesmo ano.
O consumo médio de água por economia (IN053) é calculado pela diferença entre o volume de água
consumido (AG010) pelo volume de água tratada exportado (AG019), dividido pela média da
quantidade de economias ativas de água (A003) do ano atual e anterior ao ano de referência. Esse
consumo foi de 10,2 m³/mês/economia em Salvador no ano de 2019.
A participação das economias residenciais de água no total das economias de água (IN043) em
2019 foi de 91,86% para Salvador e representa a média da quantidade de economias ativas de
água (AG013) do ano atual e anterior ao ano de referência dividida também pela média da
quantidade da quantidade de economias ativas de água (AG003) do ano atual e anterior ao ano de
referência.
Nos itens a seguir serão apresentados os valores de todos os indicadores propostos em cada
subcategorias de análise, definidas no Produto D1 para a categoria Qualidade dos serviços
prestados: Qualidade da água; Cortesia no atendimento ao usuário; Regularidade / continuidade no
abastecimento e Condições técnico-operacionais e de manutenção das infraestruturas.
741
7.3.1.1.1. Qualidade da Água
Os prestadores dos serviços de água fornecem informações acerca da qualidade da água prestada
para que dessa forma se possa avaliar se são atendidos (integralmente, parcialmente ou não
atende) aos padrões de Potabilidade estabelecidos pela Portaria de Consolidação nº 05, do
Ministério da Saúde, de 28 de setembro de 2017, Anexo XX, bem como qual o número de amostras
analisadas, de amostras mínimas obrigatórias ou com resultados fora do padrão para cloro residual,
turbidez e coliformes totais.
A Tabela 83 traz informações da série histórica do SNIS dos anos de 2015 a 2019 acerca dos
indicadores de qualidade da água na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de
distribuição de água (reservatórios e redes).
Os indicadores IN079, IN080, IN085 dizem respeito à fração percentual de amostras realizadas de
água do total de amostras que são exigidas anualmente pela Portaria de Consolidação nº 05/2017
para os parâmetros de cloro residual, turbidez e coliformes totais – respectivamente.
742
Observando a série histórica, percebe-se que a incidência de amostras fora do padrão para os
parâmetros citados na tabela é sempre baixa, sem apresentar tendências claras de agravamento
ou melhoria, estando no chamado cenário irregular (SNIS, 2019a). Considerando os dados dos
últimos 05 anos se verifica uma estabilidade irregular para a incidência de amostras fora do padrão
para Coliformes Totais, um agravamento irregular para a incidência de Cloro Residual e uma
melhoria irregular para a Turbidez.
O indicador QA7 pretende avaliar a satisfação dos usuários com a prestação dos serviços de
abastecimento de água do município. Segundo a Adasa (sd), valores acima de 5 reclamação a cada
mil economias ativas de água por ano são consideradas ruim, entre 3 e 5 são classificadas como
mediano, entre 1 e 3 como bom e 1 reclamação ou menos é considerado excelente.
743
PMSBI A22
SNIS -
Quantidade anual de reclamações ou solicitações
Ano
dos usuários do serviço de abastecimento de água
Total 2.215.564
Fonte: Embasa, 2021.
Como esse valor fornecido pela Embasa inclui além das reclamações, as solicitações, não é
possível calcular o índice de reclamações do serviço de abastecimento de água e nem fazer
inferência da classificação conforme recomendação da ADASA.
Segundo o Glossário de Informações do SNIS (2019), o termo paralisação (X110) diz respeito a
uma interrupção no fornecimento de água ao usuário devido a reparos, queda de energia, dentre
outros problemas em quaisquer das unidades do sistema de abastecimento de água, desde a
produção até a distribuição, que interrompa a regularidade do abastecimento de água por 06 horas
ou mais.
A duração média das paralisações (IN072) tem o intuito de verificar qual a duração média das
paralisações que ocorreram no sistema de distribuição de água no ano de referência, considerando
apenas as paralisações que, individualmente, foram iguais ou superiores a seis horas. Enquanto a
duração média das intermitências (IN074) tem o objetivo de verificar a continuidade do
744
abastecimento de água, avaliando a duração média das interrupções sistemáticas no sistema de
distribuição de água no ano de referência, considerando apenas as interrupções que,
individualmente, tiveram duração igual ou superior a seis horas.
Analisando a série histórica de 2015 a 2019 não é perceptível nenhuma tendência clara de
agravamento ou melhoria, considerando os dados dos últimos 05 anos se verifica um cenário de
agravamento irregular (SNIS, 2019a) para a duração média tanto das paralisações, quanto para
as intermitências. No entanto, o número de economias atingidas, seja por paralisações ou por
intermitências, tem apresentado um cenário de melhoria irregular (SNIS, 2019a).
Os indicadores QA12, QA13 e QA14 não possuem correspondência direta no SNIS (2019), o
primeiro avalia a abrangência do cadastro técnico da rede de abastecimento de água existente e
corresponde a fração percentual da extensão de rede de água com cadastro atualizado
(A32/PMSBI) com relação à extensão da rede de água total da malha de distribuição de água,
incluindo adutoras, subadutoras e redes distribuidoras e excluindo ramais prediais, operada pelo
prestador de serviços, no ano de referência (AG005/SNIS).
No ano de 2020, a extensão de rede de água com cadastro atualizada pela prestadora de serviços
foi de 3.710.280,57 m, incluindo adutoras, subadutoras e redes distribuidoras, o que que implica na
atualização do cadastro técnico de 81% dos 4.580 km da rede de abastecimento registrados no
SNIS (2019).
745
Reservatórios Volume de reservação (m³)
R23B 17.400
R23B-T 500
R03 10.000
R3T 700
R5T 500
UMF
R15 21.500
R15T 1.000
R19 8.700
R07 36.000
UML R7T 500
R25T 1.000
R10 8.700
R10T 700
R12 800
R14 17.400
UMJ
R17 7.616
R17T 600
R18 8.700
R21 8.700
Total SIAA Salvador 188.616,00
Fonte: Embasa, 2021.
Salienta-se que essa é uma avaliação geral do sistema como um todo, e que a avaliação mais
adequada seria por setor de abastecimento, porém não dispomos da informação de volume
consumido por zona, para fazer essa análise. É válido mencionar que algumas Zonas de
Abastecimento hoje são atendidas direto pela adutora, por distribuição em marcha, sem reservação.
Segundo a prestadora de serviços, essa situação não afeta a operação do sistema, em alguns
casos, inclusive, é preferível o atendimento direto da rede (tendo sido by-passado alguns
reservatórios para dar essa flexibilidade) pelo ganho de pressão envolvido e consequente redução
no consumo energético.
O QA14 avalia se as vazões de água produzidas em cada uma das ETA que atendem o município
estão de acordo com a capacidade nominal de projeto de cada uma delas. O indicador também
verifica se a capacidade ociosa das ETA está dentro do esperado.
746
Tabela 87 – Capacidade de tratamento do SIAA Salvador
QA14 Capacidade de tratamento do sistema de abastecimento de água
ETA Principal ETA Teodoro Sampaio ETA Vieira de Mello ETA Suburbana
Ano
(%) (%) (%) (%)
2019 74,54 72,0 72,0 100,0
Fonte: Embasa, 2021.
Quanto a capacidade de tratamento do sistema, a Adasa classifica como excelente o intervalo entre
75% e 65%, bom entre 55% e 65% ou 75% e 85%, mediano entre 45% e 55% ou 85% e 95% e ruim
entre 0 e 45% ou 95% e 100%. Em 2019, a capacidade de tratamento da ETA Principal e das ETA
do parque da Bolandeira (Teodoro Sampaio e Vieira de Mello) foi classificada como excelente e a
capacidade de tratamento da Suburbana foi classificada como ruim.
7.3.1.2. Eficiência
Na categoria de eficiência, os indicadores dão maior foco aos dispêndios de recursos energéticos,
humanos e financeiros para a prestação dos serviços de abastecimento de água, abordados nas
seguintes subcategorias:
a) Eficiência energética;
b) Eficiência comercial;
c) Eficiência técnico-operacional;
d) Eficiência pessoal.
A sustentabilidade econômico-financeira dos serviços públicos é assegurada não apenas por meio
da cobrança pelos serviços, mas também pelo modelo de gestão administrativo e operacional
adequados. Sob essa perspectiva, o consumo de energia elétrica, se utilizado de forma mais
eficiente, constitui custos que podem ser evitados.
Para além da sustentabilidade, o uso mais eficiente da energia elétrica traz impactos também no
ponto de vista ambiental, já que seu uso indiscriminado contribui para a emissão de gases de efeito
estufa desnecessários, com impactos nas alterações climáticas em escala global.
Cabe, nesse sentido, a análise de alguns indicadores abordados no SNIS, para entender a
tendência de comportamento para os próximos anos, no que tange o consumo de energia nos
sistemas de abastecimento de água.
747
Em 2019, as despesas com energia elétrica para a prestação do serviço de abastecimento de água
em Salvador atingiram o valor de R$ 71,31 milhões (FN013), com consumo de total de 113.426.650
KWh (AG028). Os dados da série histórica (Tabela 88) apontam para uma redução no consumo
total de energia elétrica, decorrente, provavelmente, da redução do consumo per capita de água
(IN022) e do volume de água consumida (AG010) em Salvador.
Além disso, em 2017 a Embasa se tornou a segunda companhia de saneamento do Brasil a migrar
para o Mercado Livre de Energia (ACL). No ambiente de contratação livre o consumidor tem a opção
de escolher a empresa fornecedora de energia, preço a ser pago, período de contratação e
eventuais flexibilidades, conforme as suas necessidades. Incialmente a prestadora de serviços
começou com 30% de seu consumo ACL e já há previsão contratual de em 2022 alcançar 52% de
seu consumo neste ambiente de contratação de energia (EMBASA, 2021).
O SNIS aponta outros fatores como sendo de influência para aumento da taxa de consumo
energético, dentre eles a escassez hídrica, que influi diretamente na produção de água. Já que a
depender da distância ou qualidade do manancial utilizado o consumo energético será mais intenso
e, consequentemente, mais oneroso.
Nesse sentido, a falta de manutenção do sistema traz impactos negativos na eficiência energética,
assim como a escassez hídrica ou redução na qualidade do manancial, que força o sistema a
realizar um tratamento mais intensivo, corroborando para um dispêndio maior de energia. Um baixo
748
índice de consumo de energia indica um desempenho melhor da estrutura e, consequentemente,
uma melhora na eficiência energética do sistema.
Pode-se ainda, avaliar o sistema pelo consumo total de energia elétrica (AG028) dividido pelo
volume de água consumido (AG010), Figura 468, tal índice não está consagrado no SNIS, mas sua
análise é interessante por fornecer informações a respeito dos avanços em melhoria eletromecânica
e redução de perdas.
1,8
1,57 1,54
1,6
1,41
1,36
1,4
1,2
1 0,93
0,8
0,6
0,4
0,2
0
2015 2016 2017 2018 2019
Avaliando a série histórica da Figura 468, o sistema apresenta um cenário de melhoria irregular,
por se tratar do volume de água consumido, e não de água produzida tal como o IN058, esse índice
reflete uma combinação de perdas com eficiência energética, ou seja, se as perdas no sistema
forem reduzidas o mesmo se dará com o índice. A fragilidade desse indicador é que ele está
associado a confiança do balanço hídrico, e a determinação do volume de água consumida traz
mais incerteza, quando comparada à de água produzida.
749
Essas tendências de melhoria são resultado das medidas que a Embasa vem adotando no sistema
de abastecimento de água para uma diminuição do consumo energético durante a adução,
reservação e distribuição da água.
A implantação dos inversores de frequência nas Estações Elevatórias possibilita uma redução
significativa no consumo de energia. Isso porque possibilita que a velocidade de rotação do motor
seja controlada conforme o nível do reservatório, contribuindo também para um aumento na vida
útil do motor, já que os picos de correntes, decorrentes do “liga e desliga” diminuem (LYRA et al,
2013).
Visando reduzir os gastos com energia elétrica, aumentar sua eficiência energética e aderir ao uso
de fontes renováveis, em 26/020/2021 a EMBASA abriu chamada pública para estruturação de
projeto de geração de energia elétrica a partir de fontes eólica e solar. O objetivo desse projeto é
suprir em 40% o consumo de energia elétrica de toda a empresa a partir de 2023. No mês de junho
de 2021 o referido chamamento foi cancelado, entretanto em julho de 2021 foi publicado novo edital
de Chamada Pública e em outubro de 2021 foi publicado um comunicado informando que foram
recebidas 7 propostas, sendo que 6 destas foram habilitadas a prosseguir no processo de seleção
e contratação.
A Tabela 89 apresenta a série histórica (2015 a 2019) do índice de faturamento de água (IN028) e
índice de perdas de faturamento (IN013). O primeiro avalia a eficiência financeira do serviço de
abastecimento de água, representa o percentual do volume de água produzido que é efetivamente
faturado pelo prestador do serviço. O segundo avalia o nível de água não faturada, esse índice não
reflete diretamente o nível de eficiência do sistema, apenas apresenta uma visão sobre o que o
prestador de serviços produz, no entanto não fatura.
750
Tabela 89 – Série histórica da eficiência comercial
PMSBI EA2 EA3
SNIS IN028 IN013
Índice de faturamento de água Índice de perdas faturamento
Ano
(%) (%)
2015 39,21 60,79
2016 55,81 44,19
2017 52,11 47,89
2018 43,88 56,12
2019 42,08 57,92
Fonte: SNIS, 2021.
Analisando a série histórica, percebe-se que os anos de 2016 e 2017 foram os com maiores índices
de faturamento e ambos os índices apresentam cenário de agravamento irregular.
A Figura 469, apresenta o índice de perdas por faturamento de 2019 para as diferentes Unidades
Regionais, com destaque para a UMB e UML que apresentaram o menor e maior índice de perdas,
respectivamente.
70,00% 65,60%
63,60%
60,00% 56,20%
48,30%
50,00%
41,60%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
UMB UMF UMJ UML SALVADOR
751
Volumes de água
De acordo com os dados do SNIS apresentados na Tabela 90 o volume de água produzido (AG006)
em 2019 foi de 289.068,85 Km³/ano, o que compreende aos volumes de água captada e água bruta
importada, ambas tratadas pelo prestador de serviços e disponibilizadas para consumo.
O volume de serviço (AG024) corresponde ao valor da soma dos volumes anuais de água usados
para atividades operacionais e especiais, acrescido do volume de água recuperado. As águas de
lavagem das Estações de Tratamento de Água ou Unidade de Tratamento Simplificado (UTS) não
devem ser consideradas. No SIAA de Salvador em 2019 esse valor foi de 13.396,07 Km³/ano.
Uma análise geral da série histórica aponta para um aumento irregular entre os anos de 2015 a
2019 nos volumes de água produzido, tratado e faturado; e uma redução nos volumes de água
tratada importada e consumido. O volume de serviço oscila durante o período, mas apresenta uma
mediana na ordem de 13.799,04 Km³/ano.
No ano de 2019, o volume de água consumido (AG010) foi de 121.417.930,00 m³/ano e o volume
faturado (AG011), aquele registrado na fatura de água e utilizado como base para cobrança, foi de
116.279.700 m³/ano. Esse volume de água consumido (AG010) corresponde ao volume
micromedido, somado ao volume de consumo estimado para as ligações desprovidas de hidrômetro
ou com hidrômetro parado, acrescido do volume de água tratada exportado para outro prestador de
serviços. O volume faturado (AG011) corresponde ao volume anual de água debitado ao total de
economias, para fins de faturamento o que não corresponde ao volume consumido já que para
contabilizar o AG011 os prestadores de serviços adotam parâmetros de consumo mínimo ou médio,
que podem ser superiores aos volumes efetivamente consumidos. Logo, era esperado que o volume
faturado fosse maior do que o micromedido, porém nos anos de 2015, 2018 e 2019 isso não ocorreu.
752
Índices de perdas
Os prestadores dos serviços identificam as perdas como sendo de dois tipos: perda aparente (não-
física) e perda real (física). Tsutiya (2006) define as perdas reais como o volume de água produzido
que não chega ao consumidor final, devido à ocorrência de vazamentos nas estruturas do sistema
de abastecimento de água, adutoras, redes de distribuição e reservatórios, ou a existência de
extravasamento nos Centros de Reservação.
A perdas reais trazem grande impacto tanto do ponto de vista da saúde pública, já que a
despressurização do sistema, decorrente de vazamentos, pode levar à contaminação da água pela
entrada de agentes nocivos na tubulação, quanto do ponto de vista ambiental, já que quanto mais
água é perdida no sistema maior é a necessidade de explorar e ampliar as captações de água
(TSUTIYA, 2006). Tsutiya (2006) ressalta que por melhor que seja o sistema de abastecimento de
água é impossível garantir uma perda real zero por razões práticas e econômicas. Existem tanto as
perdas reais inerentes ao sistema, decorrentes de vazamentos inerentes ao sistema de
distribuição nas juntas ou conexões das tubulações pressurizadas cuja magnitude torna difícil sua
detecção, quanto as perdas reais inevitáveis e seu conhecimento pelo prestador de serviços se
constitui como valor de referência para uma melhor gestão das perdas reais do sistema (TSUTIYA,
2006).
As perdas aparentes correspondem ao volume de água que foi consumido, mas não foi
contabilizado pela prestadora de serviços, seja por problemas na medição dos hidrômetros ou no
cadastro comercial, seja por fraudes ou ligações clandestinas (TSUTIYA, 2006). Ressalta-se que
as ligações clandestinas são um problema recorrente nos bairros mais adensados e que tal prática
prejudica o pleno funcionamento do sistema, por sobrecarregar a rede com uma demanda não
projetada.
O índice de perdas no sistema de abastecimento de água é calculado no SNIS por meio de três
indicadores diferentes: Índice de perdas na distribuição (IN049), índice bruto de perdas lineares
(IN050) e índice de perdas por ligação (IN051). Nenhum desses indicadores difere as perdas reais
das perdas aparentes, o que limita a identificação se essa perda provém de fato de vazamentos na
distribuição, por falhas na operação ou até por um consumo não autorizado. A Embasa, no entanto,
753
consegue estimar quanto desse montante é referente às perdas aparentes, e, portanto, essa
determinação do perfil de perdas permite uma melhor priorização das ações de combate e redução
de perdas.
Na Tabela 91 apresenta-se os valores constantes na série histórica do SNIS para o índice de perdas
na distribuição (IN049), o índice bruto de perdas lineares (IN050) e o índice de perdas por ligação
(IN051) para o município de Salvador.
Uma análise geral da série histórica em Salvador aponta para um aumento entre os anos de 2015
a 2019 dos índices de perda no sistema. Tanto o IN050, quanto o IN051 apresentam tendências
claras de agravamento e o IN049 um cenário de agravamento irregular.
O índice de perdas na distribuição (IN049) é calculado pela diferença entre o volume de água
produzido (AG006) e o volume de água consumido (AG010), somado ao volume de água tratada
importado (AG018), tudo isso dividido pelo volume de água produzido (AG006) somado o volume
de água tratada importado (AG018). Nessa equação é descontado de AG006 o volume usado para
atividades operacionais e especiais (AG024).
As Figura 470, Figura 471 e Figura 472 apresentam os índices de perdas das capitais do Nordeste
referentes a distribuição, linear e por ligação, respectivamente. Os resultados foram obtidos pelo
SNIS para o ano de referência de 2019. Observa-se que as capitais com maior índice de perdas
foram Salvador, Recife e Natal. As prestadoras responsáveis pelo atendimento dessas capitais
constam a seguir:
754
• Fortaleza (CE): Companhia de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE;
• João Pessoa (PB): Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba – CAGEPA;
• Recife (PE): Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA;
• Teresina (PI): Águas e Esgotos do Piauí S/A – AGESPISA.
70
60
50
40
30
20
10
0
Maceió (AL) Salvador Fortaleza João Pessoa Recife (PE) Teresina (PI) Natal (RN) Aracaju (SE)
(BA) (CE) (PB)
Figura 471 – IN050 - Índice bruto de perdas lineares (m³/dia/km) no ano de 2019
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Maceió (AL) Salvador (BA) Fortaleza (CE) João Pessoa Recife (PE) Teresina (PI) Natal (RN) Aracaju (SE)
(PB)
755
Figura 472 – Índice de perdas por ligação (l/dia/lig) no ano de 2019
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Maceió (AL) Salvador (BA) Fortaleza (CE) João Pessoa Recife (PE) Teresina (PI) Natal (RN) Aracaju (SE)
(PB)
Figura 473 – Índice de perdas na distribuição (%) de 2018 a 2020 por Unidade Regional da
Embasa e para as ilhas
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
ILHA DE ILHA ILHA DOS
UML UMJ UMF UMB
MARE B.J.PASSOS FRADES
2018 62,0% 59,0% 47,7% 40,3% 48,6% 48,6% 48,6%
2019 63,3% 61,2% 48,6% 41,6% 50,5% 50,5% 50,5%
2020 62,7% 63,1% 49,6% 43,2% 49,5% 49,5% 49,5%
756
Figura 474 – Índice de perdas aparentes (%) de 2018 a 2019 por Unidade Regional da
Embasa
30,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
ILHA DE ILHA ILHA DOS
UML UMJ UMF UMB
MARE B.J.PASSOS FRADES
2018 17,8% 23,1% 23,5% 27,3% 19,2% 13,6% 10,2%
2019 16,3% 27,1% 25,7% 24,6% 19,3% 15,1% 11,1%
2020 20,0% 24,3% 25,2% 25,8% 21,3% 15,2% 12,7%
No que concerne ao índice de perdas totais observa-se no gráfico que nenhuma das Unidades
Regionais, nem as Ilhas possuem tendência de redução nos últimos três anos, sendo verificada
uma tendência de aumento em algumas unidades regionais (UMJ, UMF e UMB), enquanto na UML
e nas Ilhas observa-se um aumento de 2018 para 2019 e uma redução entre 2019 e 2020. Já no
que se refere às perdas aparentes, constata-se uma tendência de aumento na UML e nas Ilhas. Na
UMJ, UMF e UMB não houve um padrão de comportamento nos últimos 3 anos.
A Figura 475 apresenta o Índice Bruto de Perdas lineares para o ano de 2019 das diferentes
Unidades Regionais da Embasa que atendem a parte continental de Salvador, onde se observa que
a UMB apresentou o menor valor (73,41m³/dia.km), enquanto a UMF apresentou o maior índice
(109,15m³/dia.km).
757
Figura 475 – Índice bruto de perdas lineares (m³/dia.km) por Unidade Regional da Embasa
em 2019
120,00
109,15
100,00
86,21 85,21
78,12
80,00 73,41
60,00
40,00
20,00
0,00
UMB UMF UMJ UML Salvador
No que concerne às perdas na distribuição (IN049), de acordo com ARIS (2017), valores abaixo de
28% são considerados ideais, entre 28% e 35% são classificados como satisfatórios e acima de
35% são insatisfatórios. Sendo assim, em Salvador este indicador IN049 esteve no intervalo de
referência classificado pela ARIS (2017) como insatisfatório em todos os anos analisados, tanto
para as Unidades Regionais de modo isolado, como para o sistema de forma integrada.
758
Metas - Índice de Perdas na Distribuição (%)
Região
2010 2018 2023 2033
Centro-oeste 34 32 31 29
Brasil 39 36 34 31
Fonte: PLANSAB, 2013.
Cabe salientar que o índice de perdas por ligação (IN051) avalia melhor a qualidade dos serviços
prestados, por considerar em seu cálculo o número de ligações ativas de água, sendo calculado
pela diferença entre o volume de água produzido (AG006) e o de água consumido (AG010), somado
ao volume de água tratada importado (AG018) e descontado o volume destinado às atividades
operacionais e especiais (AG024), dividido pela média da quantidade de ligações ativas de água
(AG002) do ano atual e anterior ao ano de referência.
A Figura 476 apresenta o Índice de perdas por ligação (IPL) em 2019 para as diferentes Unidades
Regionais da Embasa que prestam o serviço de abastecimento de água na parte continental de
Salvador, onde se observa que a UMB apresentou o menor valor, em sincronia ao IPD, enquanto a
UMF foi a que apresentou maior índice de perdas por ligação. Ressalta-se que para esse indicador
a Embasa não forneceu os valores relativos às ilhas de Salvador.
Figura 476 – Índice de perdas por ligação (L/lig.dia) pela Embasa em 2019
1000
876 856,2
900
793
800 748,7
Perdas totais (L/lig.dia)
700 660,1
600
500
400
300
200
100
0
UMB UMF UMJ UML Salvador
A Caesb avalia esse indicador como sendo ideal quando as perdas não ultrapassam 250 l/lig.dia,
como sendo satisfatório entre 250 e 360 l/lig.dia e perdas acima de 360 l/lig.dia são classificadas
como insatisfatórias. Esses valores foram balizados com base no sistema de medição da Entidade
Reguladora dos Serviços de Água de Portugal (ERSAR).
759
O índice de perdas por ligação tanto das Unidades Regionais, quanto do sistema integrado de
abastecimento de água em 2019 de Salvador seria, desse modo, avaliado como insatisfatório.
Ressalta-se, no entanto, que a realidade da prestação de serviços do Distrito Federal é diferente de
Salvador, com destaque para o elevado número de ligações clandestinas relatado pela prestadora
de serviços, que corrobora para um indicador de perdas por ligação superdimensionado.
Como pode ser observado no Quadro 139, o Banco Mundial através do Banco Internacional de
Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) desenvolveu diagnóstico operacional das perdas reais por
ligação para o enquadramento situacional, com vistas às perspectivas futuras (definição de metas)
para as perdas reais, em que entram em cena a caracterização do país em termos de nível de
desenvolvimento e as pressões médias reinantes (FILHO, 2016 apud KIGNDOM, 2016). Como pode
ser observado no quadro abaixo, as categorias de performance técnica se classificam entre
categoria A (melhor situação) e a categoria D (pior situação).
De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, relativas às unidades regionais que
prestam o serviço de abastecimento de água na parte continental de Salvador (UMB, UMF, UMJ e
UML), do volume total de perdas, cerca de 59,5% são perdas reais e cerca de 40,5% são perdas
aparentes, e, portanto, pode se estimar que dos 793 L/lig.dia perdidos, 321,42L/lig.dia são perdidos
por falhas no sistema comercial, fraudes ou ligações clandestinas (perdas aparentes) e
471,53L/lig.dia são perdidos por vazamentos nas redes e ramais ou extravasamento de
760
reservatórios (perdas reais). Para a UMB, UMF, UMJ e UML, os percentuais de perdas reais
relativos ao total de perdas foi de 33,8%, 50,8%, 62,7% e 73,5%, respectivamente.
A partir dos dados fornecidos pela Embasa para a estimativa da parcela de perdas reais e aparentes
em cada unidade regional, chegou-se aos valores do índice de perdas reais por ligação, conforme
apresentado na Figura 477.
Figura 477 – Índice de perdas reais por ligação (L/lig.dia) nas unidades regionais de
Salvador
700,00
629,07
600,00
Perdas Reais (L/lig.dia)
400,00
300,00
223,04
200,00
100,00
0,00
UMB UMF UMJ UML SALVADOR
Comparando os resultados da Figura 477 com o Quadro 139, observa-se que a melhor situação em
relação às perdas reais ocorre na UMB, que pode ser classificadas na categoria D (considerada a
pressão média de 20mca), na categoria C (considerada a pressão média de 30mca), na categoria
B (considerada a pressão média de 40 ou 50mca) ou na categoria A (pressão acima de 50mca).
Por outro lado, a UMF e a UMJ podem ser classificadas na categoria D (considerada a pressão
média de 20 ou 30mca), na categoria C (considerada a pressão média de 40 ou 50mca) ou na
categoria B (pressão acima de 50mca).
A pior situação ocorre na UML, que se classifica na categoria D para a pressão média de 20, 30 ou
40mca e na categoria C para uma pressão média de 50mca ou acima.
Cabe salientar que as consequências das perdas são diversas, com destaque para a redução da
capacidade de investimento em melhorias, pois reflete na sustentabilidade econômico-financeira
dos sistemas, uma vez que aumentam os custos com a produção de água (produtos químicos,
761
energia elétrica, entre outros); além dos danos ambientais, na medida em que obriga as prestadoras
a captarem mais água nos mananciais e buscarem novos mananciais caso os existentes não
estejam atendendo a demanda. Em resumo, quanto maiores forem as perdas, maiores serão os
volumes necessários de captação e tratamento para o atendimento às demandas atuais e futuras,
ampliando assim a necessidade de investimentos e despesas de exploração.
Analisando os consumos per capita e por economia (Tabela 92) é possível constatar redução no
período da série histórica. Em 2019, o valor registrado foi de 117,5 L/hab.dia e
10,1m³/economia.mês.
Tabela 92 – Série histórica dos consumos médios per capita e por economia
PMSBI EA7 - -
SNIS IN022 IN014 AG014
Consumo médio per Consumo micromedido por Quantidade de economias
Ano
capita de água (L/hab.dia) economia (m³/mês.econ.) ativas de água micromedidas
2015 141,6 10,6 887.058
2016 121,6 10,5 886.414
2017 117,5 10 877.882
2018 118,8 10,1 876.359
2019 117,5 10,1 867.584
Fonte: SNIS, 2021.
O consumo médio per capita de água (IN022) corresponde ao volume médio diário de água
consumido por indivíduo e seu conhecimento é importante para projeções de demanda,
dimensionamento do sistema e controle operacional pelo prestador de serviços. Deve-se considerar
ainda que o consumo de água é influenciado por outros fatores além da densidade populacional,
tais como clima, valor da tarifa, nível socioeconômico e características da população e do sistema
– como hábitos de higiene, educação sanitária, qualidade da água e pressão da rede (GUTIERREZ,
FERNANDES E RAUEN, 2015).
Ressalta-se que hoje a Embasa sofre com um grande número de ligações clandestinas nos
aglomerados subnormais (IBGE, 2019) que são contabilizadas como volume consumido para uma
população não cadastrada e não contabilizada como atendida, de tal modo o indicador IN022 é
superdimensionado e não representa o comportamento real de consumo da população. Esse
volume, fornecido aos aglomerados subnormais, deveria ser contabilizado como suprimentos
sociais (volume de serviço) por se tratar também de um consumo autorizado não-faturado, prática,
inclusive, recomendada no Manual de Melhores Práticas do SNIS do Projeto Acertar.
762
Ainda assim, considerando a situação irregular atual, segundo o SNIS (2019) Salvador apresenta o
4º menor consumo per capita de água das capitais do Nordeste, sendo Recife o de menor consumo
(101,32 L/hab.dia) e Maceió o de maior consumo (158,87 L/hab.dia), como pode ser observado na
Figura 478.
L/hab.dia
100
6.000.000
80
4.000.000 60
40
2.000.000
20
0 0
Esse resultado demonstra que ainda há possibilidades de redução do volume de água consumido,
para tanto, são necessárias ações continuadas de sensibilização da população somadas às
políticas de usuário-pagador e protetor-recebedor como incentivo à redução do consumo de água
residencial.
O índice de hidrometração representa o percentual das ligações ativas de água que possuem
hidrômetros realizando a micromedição do consumo. O índice de hidrometração é de extrema
importância para o consumo racional da água, visto que na maioria das vezes o cidadão só se
sensibiliza quando possui algum custo associado, ou seja, se a conta de água não estiver
relacionada à quantidade de água consumida a tendência é que o consumo per capita aumente,
impactando no consumo energético do setor. Portanto, o índice de hidrometração tem uma
influência direta no consumo per capita de água, que é influenciado também por diversos outros
fatores.
Em pontos específicos do sistema de água, precisam ser instalados macromedidores, que são
dispositivos que possibilitam o monitoramento das vazões de chegada e de saída (distribuição),
763
permitindo, também, realizar pesquisas de vazamentos não visíveis na rede de distribuição). A
Tabela 93 apresenta os índices de hidrometração e macromedição do sistema de abastecimento
de água de Salvador.
A Figura 479 apresenta o índice de hidromedição das Unidades Regionais que integram o SIAA de
Salvador em 2019, com destaque para a UMJ e UMF que apresentam o menor e maior índice,
respectivamente.
Figura 479 – Índice de hidromedição (%) por Unidade Regional em 2019
102,0%
99,7%
100,0%
97,7%
98,0%
96,04%
96,0% 95,1%
94,0%
92,8%
92,0%
90,0%
88,0%
UMB UMF UMJ UML Salvador
764
No que concerne ao índice de hidrometração (IN009), de acordo com ARIS (2017), valores abaixo
de 95% são considerados insatisfatórios, entre 95% e 99,5% são classificados como satisfatórios e
acima de 99,5% são ideais. Sendo assim, em Salvador este indicador saiu do insatisfatório para o
satisfatório ao longo da série histórica. Quando analisadas as Unidades Regionais, em 2019, a UMJ
apresentou resultado insatisfatório, a UML e a UMB resultado satisfatório e a UMF resultado ideal.
Em 2019, de acordo com o SNIS, haviam 1.129,84 economias ativas de água e esgoto para cada
empregado próprio da Embasa, enquanto das despesas totais com os serviços (DTS) 39,04% foram
relativas as despesas com pessoal próprio e com serviços de terceiros.
Considerando a série histórica de 5 anos mais recente publicada pelo Snis (Tabela 94) não é
possível observar nenhuma estabilidade clara, nem de melhoria ou agravamento, para esses
indicadores, estando eles no que o SNIS considera de cenário irregular. Para o índice de
produtividade: economias ativas por pessoal próprio, verifica-se um agravamento irregular e para
a incidência das despesas se verifica um cenário de estabilidade irregular.
765
Quando comparada às outras capitais do Nordeste, Salvador apresentou o segundo maior número
de economias ativas por empregado, sendo Fortaleza o município com maior quantidade (1885,33
economias/empregado) e São Luís com menor quantidade (403,44 economias/empregado). No que
concerne à incidência da despesa de pessoal e de serviços de terceiros nas despesas totais com
os serviços (IN007), do ano de 2019 as capitais do Nordeste apresentaram uma mediana de
54,09%, sendo que Fortaleza foi a capital com menor percentual (35,24%) e João Pessoa a de
maior (59,6%), como pode ser observado na Figura 480.
70,00 2.000,00
1.800,00
60,00
(economias/empregado)
1.600,00
50,00 1.400,00
1.200,00
40,00
1.000,00
30,00
800,00
20,00 600,00
400,00
10,00
200,00
- -
Fortaleza Salvador Natal Recife Maceió Aracaju São Luís Teresina João
Pessoa
IN002 IN07
O artigo 29 da Lei Federal nº. 11.445/2007 assegura a eficiência e sustentabilidade econômica dos
serviços públicos de saneamento básico por meio de remuneração pela cobrança dos serviços, e,
quando necessário, por outras formas adicionais, como subsídios ou subvenções.
Nesta subcategoria são avaliados 3 indicadores do SNIS, sendo que dois deles (IN012 e IN029)
são referentes aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário juntos.
766
O indicador de desempenho financeiro (IN012) avalia se os serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário são superavitários ou deficitários. Analisando os dados dos últimos 5 anos,
observa-se que os valores cobrados tem sido suficiente para cobrir as despesas com a prestação
dos serviços, e, portanto, os serviços são superavitários.
O índice de evasão de receitas (IN029) avalia qual percentual da receita operacional do serviço de
abastecimento de água e esgotamento sanitário não é efetivamente arrecadado pelo prestador de
serviço. No município, esse índice de inadimplência dos usuários correspondeu a 17,67% das
receitas de 2019.
767
A tarifa mínima mensal para serviço de água cobrada para as residências sociais é de R$ 13,40/mês
(EMBASA, 2021), enquanto o salário mínimo é de R$ 1.100,00 em 2021.
Desse modo, o SA2 é de 1,21% em 2021, ou seja, a prestação do serviço de água para o
assalariado mínimo representa 1,21% da sua renda mensal para um consumo mínimo de até 6
m³ para as residências sociais, conforme o Quadro 140.
Quadro 140 – Índice de comprometimento do salário mínimo com a tarifa social aplicada no
abastecimento de água
Faixa de Tarifa Residência Índice de comprometimento do salário mínimo com a tarifa
consumo (m³) Social (reais) social aplicada no abastecimento de água
Até 6 m³ R$ 13,40 / mês 1,22%
Fonte: Embasa, 2021.
Em 2019, a Embasa registrou 16.664 economias ativas de água (A31/PMSBI) contempladas com a
tarifa residencial social das 819.142 economias residenciais ativas de água (AG013/SNIS), o que
corresponde a uma fração percentual de 2,03% dos usuários residenciais do sistema de
abastecimento de água contemplados com a tarifa social (SA3/PMSBI) no ano de 2019.
O índice de adequação do destino final do lodo das ETAs (AA1) corresponde a fração percentual
de lodo desidratado produzido pelas ETA que recebe destinação adequada. Sendo considerado
destino final ambientalmente adequando aqueles aprovados pelos órgãos ambientais responsáveis
pelo licenciamento.
O lançamento in natura do lodo nos corpos hídricos eleva a concentração de sólidos totais
(OLIVEIRIA e RONDON, 2016 apud ASSIS, 2014) e estudos constataram elevada concentração de
alumínio e ferro no lodo descartado in natura da ETA de São Carlos (SP), elevando a turbidez e
comprometendo a camada bentônica do córrego onde foi destinado (OLIVEIRA e RONDON, 2016
apud ACHO et al, 2005).
O lodo da ETA principal é descartado num afluente do rio Joanes e o da ETA Suburbana em afluente
do rio Ipitanga, ou seja, não possuem destinação adequada, sendo, portanto, o indicador definido
como 0%, conforme Tabela 96. Com relação ao lodo das ETA do Parque da Bolandeira, cerca de
95% é destinado para a ECP do Jaguaribe, sendo posteriormente lançado no mar juntamente com
o esgoto doméstico por meio do emissário submarino. A parcela restante é descartada num riacho
que passa nas proximidades do Parque.
768
Tabela 96 – Série histórica sustentabilidade ambiental
PMSBI AA1
SNIS -
Índice de adequação do destino final do lodo das ETAs (%)
Ano ETA ETAs do ETA
Principal Parque da Bolandeira Suburbana
2015 0 -- 0
2016 0 -- 0
2017 0 -- 0
2018 0 -- 0
2019 0 95% 0
769
• Estado de conservação da infraestrutura (situação da estrutura civil, dos
equipamentos mecânicos e elementos metálicos): permite identificar as deficiências na
estrutura acerca da existência de infiltração, corrosão ou risco de colapso.
Em relação ao estado geral de conservação das estruturas este foi classificado em Bom, Regular,
Precário e Ruim; correspondendo Bom ao melhor indicador e Ruim ao pior, conforme legenda da
Tabela 97.
A seguir, apresenta-se uma análise mais detalhada dos itens descritos na metodologia.
Todas as áreas destinadas à captação são de acesso restrito e possuem em sua entrada placa de
identificação da unidade. As áreas são fechadas por muro de alvenaria ou cerca metálica, a
depender da unidade, e o acesso é realizado por portão metálico que é trancado por um cadeado
e fiscalizada por um guarda.
Todas as áreas que possuem risco em altura são gradeadas e os equipamentos e as áreas são
sinalizadas quanto ao perigo e cuidados necessários a serem tomados. A Tabela 98 apresenta a
análise da infraestrutura das Barragens Pedra do Cavalo, Joanes I e II, Santa Helena e Ipitanga I e
II quanto à existência de sinalização, segurança e estado de conservação da infraestrutura.
As Barragens Joanes I e Ipitanga II estão situadas em área de vulnerabilidade social, que podem
impossibilitar possíveis manutenções na estrutura ou na rede elétrica, em virtude de conflitos entre
facções rivais que comandam o tráfico de drogas na região.
770
Avaliação da Infraestrutura de captação
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
Barragem de Joanes I
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de Alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
Barragem de Joanes II
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Regular
Situação dos equipamentos metálicos Com início de corrosão
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
Barragem de Santa Helena
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
Barragem de Ipitanga I
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Estado de Situação da estrutura civil Bom
771
Avaliação da Infraestrutura de captação
Conservação Situação dos equipamentos metálicos Bom
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
Barragem de Ipitanga II
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
Todas as áreas destinadas ao Tratamento de Água são de acesso restrito e possuem em sua
entrada placa de identificação da unidade. As áreas são fechadas por muro de alvenaria e o acesso
é realizado por portão metálico que é trancado por um cadeado e fiscalizada por um guarda.
Todas as áreas que possuem risco em altura são gradeadas e os equipamentos e as áreas são
sinalizadas quanto ao perigo e cuidados necessários a serem tomados. A Tabela a seguir apresenta
a análise da infraestrutura da ETA Principal, ETAs do Parque Bolandeira e ETA Suburbana quanto
à existência de sinalização, segurança e estado de conservação da infraestrutura.
772
Avaliação da infraestrutura das Estações de Tratamento de Água (ETA)
Acesso Portão metálico
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Regular
Situação dos equipamentos metálicos Regular
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com indícios de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
ETA Teodoro Sampaio
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
ETA Suburbana
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
Todas as áreas destinadas às Estações Elevatórias de Água Tratada são de acesso restrito e
compartilham os lotes com os Centros de Reservação ou ETAs. Essas áreas geralmente possuem
algum tipo de identificação, seja a mais genérica indicando que é propriedade da Embasa ou mais
especifica sinalizando o que existe dentro da área.
As Elevatórias são fechadas por muro de alvenaria e o acesso é realizado por portão metálico que
é trancado por um cadeado e fiscalizada por um guarda.
Todas as áreas que possuem risco em altura são gradeadas e os equipamentos e as áreas são
sinalizados quanto ao perigo e cuidados necessários a serem tomados. A Tabela 100 apresenta a
análise da infraestrutura quanto à existência de sinalização, segurança e estado de conservação
773
da infraestrutura das 15 Estações Elevatórias de Água Tratada das Unidades Regionais de Salvador
e 1 Estação Elevatória de Água Tratada da Unidade Regional de Candeias, responsável por atender
a Ilha de Bom Jesus dos Passos.
Durante a visita, a EEAT Teodoro Sampaio estava com suas operações pausadas para manutenção
dos equipamentos e revitalização das estruturas e elementos metálicos e o recalque estava
ocorrendo pela EAAT Vieira de Mello.
Algumas das EEAT estão situadas em área de vulnerabilidade social e se tornam alvos de furtos
realizados pela vizinhança.
774
Avaliação da infraestrutura das Estações Elevatórias
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT Alta Carga
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT Baixa Carga
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Acesso -
Segurança
Trancamento -
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Regular
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Regular
Estado geral da infraestrutura Regular
EEAT R07
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT R25
Sinalização Identificação Sim
775
Avaliação da infraestrutura das Estações Elevatórias
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Com corrosão e vazamento
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
EEAT R15
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Qual o estado dos quadros elétricos Regular
Estado geral da infraestrutura Regular
EEAT R03
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT R05
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Bom
Estado de Conservação
Situação dos equipamentos metálicos Bom
776
Avaliação da infraestrutura das Estações Elevatórias
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
EEAT R10
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT R14
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT R17
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Com pequeno vazamento
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT Bom Jesus dos Passos
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Segurança Fechamento Muro de alvenaria
777
Avaliação da infraestrutura das Estações Elevatórias
Acesso Portão metálico
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Regular
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
O abastecimento de água tratada por rede pública no município é realizado pelo Sistema Integrado
de Abastecimento de Água (SIAA) de Salvador cuja reservação setorial e distribuição são de
responsabilidade de 4 Unidades Regionais da Embasa: Unidade Regional da Federação (UMF),
Unidade Regional de Bolandeira (UMB), Unidade Regional do Cabula (UML) e Unidade Regional
de Pirajá (UMJ).
As Ilhas de Salvador são atendidas pela Unidade Regional da Embasa de Candeias (UMS), sendo
operação de responsabilidade do escritório local de Madre de Deus, que faz parte do SIAA
Recôncavo.
Todas as áreas destinadas aos Centros de Reservação, de Salvador e das Ilhas, são de acesso
restrito e algumas unidades compartilham os lotes com as Estações Elevatórias. Essas áreas
geralmente possuem algum tipo de identificação, seja a mais genérica indicando que é propriedade
da Embasa ou mais específica sinalizando o Centro de Reservação existente na área.
Cada Centro de Reservação abrange uma ou mais Zonas de Abastecimento por meio de
reservatórios apoiados ou elevados - a depender da configuração topográfica da Zona atendida.
Os reservatórios operados pelas Unidades Regionais de Salvador são fechados por muro de
alvenaria e o acesso é realizado por portão metálico que é trancado por um cadeado e fiscalizado
por um guarda. Já os reservatórios localizados nas Ilhas, operados pela Unidade Regional de
Candeias, são fechados por cerca metálica e o acesso é realizado por portão metálico, também
trancado por um cadeado.
Nem todos os reservatórios possuem guarda-corpo nas escadas, sinalizado no item “Gradeamento
em altura”, ou identificação das caixas e tubulações, sinalizado no item “Identificação das
estruturas”.
778
As tabelas a seguir apresentam a análise dos Centros de Reservação, separadas por Unidade
Regional, quanto à existência de sinalização, segurança e estado de conservação da infraestrutura.
Durante a visita estavam sendo realizadas algumas obras para melhoria operacional do sistema em
alguns reservatórios conforme mencionado no item 7.2.5.
Alguns dos Centros de Reservação estão situados em área de vulnerabilidade social e se tornam
alvos de furtos da comunidade local.
779
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMB)
R23B
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Sim, mínima
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Estado de Conservação Situação das tubulações e válvulas Bom
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado de conservação geral da infraestrutura Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
780
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMF)
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
R19
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Sim, mínima
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Estado de Conservação Situação das tubulações e válvulas Bom
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado de conservação geral da infraestrutura Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
781
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UML)
Situação da estrutura civil Com infiltração
Estado de Conservação Situação das tubulações e válvulas Bom
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado de conservação geral da infraestrutura Regular
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
782
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMJ)
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
R17
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Com início de corrosão
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
R18
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Estado de Conservação Situação das tubulações e válvulas Bom
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado de conservação geral da infraestrutura Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
783
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMS)
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
Reservatório Praia Grande
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Com infiltração
Situação das tubulações e válvulas Com início de corrosão
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
Reservatório Botelho
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Com infiltração
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
Reservatório Santana
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
784
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMS)
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
A Tabela 106 apresenta um resumo da avaliação obtida para cada uma das estruturas do SIAA
Salvador, após análise dos itens propostos.
Tabela 106 – Resumo do resultado do estado de conservação geral das estruturas do SIAA
de Salvador
Estado geral de
Sistema de Abastecimento de Água
conservação
Barragem Pedra do Cavalo Bom
Barragem Joanes I Bom
Estruturas de Barragem Joanes II Regular
Captação Barragem Santa Helena Regular
Barragem Ipitanga I Bom
Barragem Ipitanga II Bom
ETA Principal Bom
Estações de Tratamento ETA Vieira de Mello Regular
de Água ETA Teodoro Sampaio Bom
ETA Suburbana Bom
EEAT Principal Bom
EEAT Vieira de Mello Regular
EEAT Teodoro Sampaio Bom
EEAT Alta Carga Bom
EEAT Baixa Carga Regular
EEAT R07 Bom
Estações Elevatórias de EEAT R25 Regular
Água Tratada EEAT R15 Regular
EEAT R03 Bom
EEAT R05 Regular
EEAT R10 Bom
EEAT R14 Bom
EEAT R17 Bom
EEAT Bom Jesus dos Passos Regular
R01 Regular
R20 Regular
UMB
R23A Bom
Centros de Reservação
R23B Bom
R03 Bom
UMF
R05 Regular
785
Estado geral de
Sistema de Abastecimento de Água
conservação
R15 Bom
R19 Bom
R07 Regular
UML
R25 Regular
R10 Regular
R12 Regular
UMJ R14 Bom
R17 Bom
R18 Bom
R Ilha de BJ dos Passos Regular
R Ilha dos Frades Regular
Ilhas R Praia Grande Regular
R Botelho Regular
R Santana Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
786
Esse controle de riscos à saúde em um sistema de abastecimento de água tem início com a escolha
do manancial de onde o sistema será suprido, mas essa ação não é suficiente para garantir a
necessária proteção à saúde. Fatores diversos podem atingir um SIAA, por mais sanitariamente
eficiente que este seja, conforme descrito no manual de Vigilância e Controle da qualidade da água
para consumo humano:
Tornando de essencial importância a inspeção e controle nos diferentes pontos do sistema pela
prestadora de serviços. A seguir estão relacionadas as informações de qualidade da água tratada
fornecidas pela Embasa, cuja conformidade é discutida em relação ao atendimento da quantidade
mínima de amostras e do limite máximo permitido para cada parâmetro. O número mínimo de
amostras é definido em função do parâmetro, do tipo de manancial e da população abastecida,
conforme definido no Anexo 12 do Anexo XX da PRC nº 05/2017 do Ministério da Saúde.
787
Valor Máximo Permitido (VMP)
Parâmetro Unidade
Na saída do tratamento Na entrada da rede
Amônia (como NH3) 1,5 1,5 mg/L
Glifosato + AMPA 500 500 µg/L
Lindano (gama HCH) 2 2 µg/L
Ácidos haloacéticos total 0,08 0,08 mg/L
2, 4, 6 Triclorofenol 0,2 0,2 mg/L
Trihalometanos Total 0,1 0,1 mg/L
Ferro 0,3 0,3 mg/L
Gosto e Odor 6 6 Intensidade
Escherichia coli Ausente Ausente UFC/100mL
Coliformes Totais Ausente Ausente 4 UFC/100mL
Bactérias Heterotróficas - 500 UFC/100mL
¹ Para os sistemas de filtração rápida o VMP é de 0,5 uT em 95% e máximo de 1,0 uT nas 5% restantes;
² O VMP diz respeito a maior concentração permitida sem que sejam oferecidos riscos ao consumidor, no
entanto a Portaria de Consolidação recomenda em seu Art. 39 (§ 2º) que o teor máximo de cloro residual livre
em qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2,0 mg/L, valor em que é possível perceber o cloro
residual livre pelo consumidor;
³ Faixa recomendada no sistema de distribuição, no entanto é dispensada a obrigatoriedade da análise no
sistema de distribuição (Art. 39, § 1º);
4 É permitido 5% das amostras examinadas no mês com resultado positivo (Anexo 1 do Anexo XX).
Ressalta-se, no entanto, que, segundo a Portaria de Consolidação nº 05/2017 em seu Art. 39 § 3º,
a ocorrência de resultados acima do VMP deve ser analisada em conjunto com o histórico do
controle de qualidade da água e não de forma pontual.
Importante salientar que atualmente, os padrões de potabilidade da água para consumo humano
são estabelecidos por meio de Portaria do Ministério da Saúde nº 888 de 07 de maio de 2021, que
altera o Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 05, de 28 de setembro de 2017. Porém, os
resultados do monitoramento realizado pela Embasa e pela VISAMB foram analisados com base
na Portaria nº 05/2017 visto que se referem período anterior a publicação da Portaria nº 888/2021.
788
7.3.3.1.1. Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento
789
Quadro 142 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Bactérias Heterotróficas, coliformes totais e
Escherichia coli)
ETA PRC ETA SB ETA TS ETA VM TOTAL
B. He C. To E. coli B. He C. To E. coli B. He C. To E. coli B. He C. To E. coli B. He C. To E. coli
Realizadas 5 401 401 1 193 193 4 206 206 3 206 206 13 1.006 1.006
Anômalas 0 9 0 0 3 0 0 4 1 0 4 0 0 20 1
2016
Conformes 5 392 401 1 190 193 4 202 205 3 202 206 13 986 1.005
% Conf. 100,0% 97,8% 100,0% 100,0% 98,4% 100,0% 100,0% 98,1% 99,5% 100,0% 98,1% 100,0% 100,0% 98,0% 99,9%
Realizadas 0 330 330 0 82 82 0 206 206 1 209 209 1 827 827
Anômalas - 4 0 - 2 0 - 5 0 0 6 0 0 17 0
2017
Conformes - 326 330 - 80 82 - 201 206 1 203 209 1 810 827
% Conf. - 98,8% 100,0% - 97,6% 100,0% - 97,6% 100,0% 100,0% 97,1% 100,0% 100,0% 97,9% 100,0%
Realizadas 0 316 316 0 72 72 0 198 198 0 200 200 0 786 786
Anômalas - 1 0 - 1 0 - 1 0 - 1 0 - 4 0
2018
Conformes - 315 316 - 71 72 - 197 198 - 199 200 - 782 786
% Conf. - 99,7% 100,0% - 98,6% 100,0% - 99,5% 100,0% - 99,5% 100,0% - 99,5% 100,0%
Realizadas 0 321 321 0 12 12 0 195 195 0 200 200 0 728 728
Anômalas - 3 0 - 0 0 - 3 1 - 2 0 - 8 1
2019
Conformes - 318 321 - 12 12 - 192 194 - 198 200 - 720 727
% Conf. - 99,1% 100,0% - 100,0% 100,0% - 98,5% 99,5% - 99,0% 100,0% - 98,9% 99,9%
Realizadas 0 237 216 0 34 34 0 149 149 0 148 148 0 568 547
Anômalas - 3 0 - 1 0 - 0 0 - 1 1 - 5 1
2020
Conformes - 234 216 - 33 34 - 149 149 - 147 147 - 563 546
% Conf. - 98,7% 100,0% - 97,1% 100,0% - 100,0% 100,0% - 99,3% 99,3% - 99,1% 99,8%
Fonte: Embasa, 2021.
790
A Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece um número mínimo de amostras mensais para
o controle da qualidade da água do sistema de abastecimento, para fins de análises microbiológicas,
em função da população abastecida. Na saída do tratamento a portaria exige para os parâmetros
coliformes totais e E. coli, ao menos, duas amostras semanais por unidade de tratamento,
totalizando cerca de 104 amostras ao ano, não são exigidas amostras de Bactérias heterotróficas.
A ETA Suburbana foi a única que não atendeu a quantidade mínima de amostras estabelecidas
pela portaria, no entanto esse valor já era esperado pois desde o ano de 2019 ela está desativada,
sendo as amostras realizadas relativas aos testes operacionais na ETA para sua reativação, e antes
disso a ETA atendia a população de modo sazonal.
As amostras apresentaram resultado satisfatório para o parâmetro E. coli para quase todas as ETAs
nos anos analisados. A presença da E.coli foi constatada de modo pontual na ETA Teodoro
Sampaio em agosto de 2016 e outubro de 2019 e na ETA Vieira de Melo no ano de 2020, foi
constatado em conjunto a essas amostras a presença de coliformes totais. No entanto, analisando
as amostras subsequentes, não foi constatada presença de E, coli comprovando que foram
realizadas as medidas corretivas pela concessionária.
Contudo, para o parâmetro coliformes totais os resultados não apresentaram valores satisfatórios
com relação à legislação vigente, com exceção da ETA Teodoro Sampaio em 2020 e da ETA
Suburbana em 2019 que apresentaram conformidade de 100%. Segundo a Portaria, em caso de
resultado positivo para coliformes totais, ações corretivas devem ser adotadas e novas amostras
devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que revelem resultados satisfatórios.
As análises subsequentes não constataram a presença de coliformes o que indica que as devidas
ações corretivas foram tomadas.
791
O Quadro 143 apresenta o resultado do monitoramento da qualidade da água na saída do
tratamento para o Cloro Residual Livre das ETAs que integram o SIAA Salvador no periodo de 2016
a 2020.
792
considera-se essa faixa de 0,2 a 0,5 mg/L de CRL adequada e suficiente para a desinfecção
bacteriana.
O Quadro 143 apresenta em verde as Estações de Tratamento de Água que atenderam de modo
integral o estabelecido pela legislação vigente e em vermelho as que apresentaram um percentual
de amostras anômalas, com concentração fora da faixa estabelecida pela Portaria nº 05/2017.
Analisando as concentrações de CRL nas ETAS, tem-se que as anomalias são por concentrações
superiores ao VMP, ou seja, que excedem aos 5 mg/L; com exceção, apenas, da ETA Suburbana
que apresentou uma amostra com concentração igual a 0,1 mg/L em agosto de 2020.
793
Quadro 144 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Cor Aparente, Fluoreto, pH e Turbidez)
2016 2017 2018 2019 2020
% Conf.
% Conf.
%Conf.
%Conf.
%Conf.
Realiz.
Realiz.
Realiz.
Anôm.
Anôm.
Anôm.
Realiz
Realiz
Anôm
Anôm
Conf.
Conf.
Conf.
Conf
Conf
Cor Apt. 786 12 774 98,5 632 4 628 99,4 567 3 564 99,5 559 11 548 98 445 4 441 99,1
ETA Fluoreto 786 0 786 100 630 0 630 100 567 0 567 100 559 1 558 99,8 445 0 445 100
PRC pH 448 192 256 57,1 364 42 322 88,5 332 19 313 94,3 333 50 283 85 99 1 98 99
Turb. 786 453 333 42,4 630 162 468 74,3 567 227 340 60 566 212 354 62,5 445 96 349 78,4
Cor Apt. 409 32 377 92,2 153 13 140 91,5 94 9 85 90,4 12 6 6 50 63 9 54 85,7
Fluoreto 409 0 409 100 153 0 153 100 94 0 94 100 12 0 12 100 63 0 63 100
ETA SB
pH 263 12 251 95,4 103 0 103 100 85 1 84 98,8 12 0 12 100 0 - - -
Turb. 409 386 23 5,6 153 113 40 26,1 94 80 14 14,9 12 12 0 0 63 21 42 66,7
Cor Apt. 208 2 206 99 209 7 202 96,7 201 30 171 85,1 200 29 171 85,5 148 4 144 97,3
Fluoreto 208 0 208 100 213 0 213 100 201 1 200 99,5 200 0 200 100 147 0 147 100
ETA VM
pH 208 19 189 90,9 209 1 208 99,5 201 0 201 100 201 1 200 99,5 55 0 55 100
Turb. 209 59 150 71,8 208 69 139 66,8 201 102 99 49,3 200 92 108 54 148 41 107 72,3
Cor Apt. 207 0 207 100 207 2 205 99 199 9 190 95,5 195 3 192 98,5 151 5 146 96,7
Fluoreto 207 0 207 100 210 0 210 100 199 1 198 99,5 195 0 195 100 151 0 151 100
ETA TS
pH 207 13 194 93,7 207 1 206 99,5 199 2 197 99 196 5 191 97,4 55 1 54 98,2
Turb. 207 45 162 78,3 225 48 177 78,7 199 90 109 54,8 195 50 145 74,4 151 26 125 82,8
Cor Apt. 1610 46 1564 97,1 1201 26 1175 97,8 1061 51 1010 95,2 966 49 917 94,9 807 22 785 97,3
Fluoreto 1610 0 1610 100 1206 0 1206 100 1061 2 1059 99,8 966 1 965 99,9 806 0 806 100
SIAA
pH 1126 236 890 79,0 883 44 839 95,0 817 22 795 97,3 742 56 686 92,5 209 2 207 99,0
Turb. 1611 943 668 41,5 1216 392 824 67,8 1061 499 562 53,0 973 366 607 62,4 807 184 623 77,2
Fonte: Embasa, 2020.
794
A Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece que, na saída do tratamento, para controle da
qualidade da água para fins de análises físicas e químicas, sejam realizadas 1 amostra a cada 2h
dos parâmetros Cor Aparente, Turbidez, pH e Fluoreto para mananciais superficiais. O que totaliza
cerca de 4.380 amostras no ano por unidade de tratamento, no entanto nenhuma das ETAs atendeu
a quantidade mínima de amostras recomendada pela portaria.
Para a turbidez, a Portaria estabelece que, para a água pós-filtração rápida ou pré-desinfecção,
seja atendido ao VMP de 0,5 uT em 95% das amostras e nos 5% restantes esse valor não pode
ultrapassar 1,0 uT. A turbidez na água filtrada se configura como um importante indicador sanitário
nas ETAs, já que a sua redução está diretamente ligada a remoção de partículas em suspenção
que podem proteger os microrganismos, enterovírus, cistos de Giardia spp e oocistos de
Cryptosporidium sp., da ação desinfetante (SMS, 2019).
No Quadro 144, o item % Conf. de turbidez, diz respeito as amostras que apresentaram resultado
de turbidez inferior a 0,5 uT. No Quadro 145 está discriminada as faixas de turbidez apresentadas
nas ETAs que atendem Salvador nos anos de 2016 a 2020. Embora seja perceptível uma tendência
de melhora ao longo dos anos, nenhuma das ETAs atingiu um resultado satisfatório de turbidez,
devendo constituir, portanto, como foco de atenção por parte da Vigilância em Saúde Ambiental do
município.
795
ETA/Ano 2016 2017 2018 2019 2020
<0,5 71,8% 66,8% 49,3% 54,0% 72,3%
>1 15,3% 8,6% 16,9% 10,2% 4,5%
SIAA 1 a 0,5 43,3% 23,6% 30,2% 27,4% 18,3%
<0,5 41,5% 67,8% 53,0% 62,4% 77,2%
Fonte: Embasa, 2020.
A Figura 481 apresenta o gráfico relativo ao percentual de amostras conformes nos anos 2016 a
2020 para cada uma das ETAs que atendem o SIAA Salvador para o parâmetro Cor Aparente.
Observa-se que nenhuma das ETAs apresentou 100% de conformidade para esse parâmetro, com
destaque para a ETA Suburbana que em 2019 apresentou apenas 50% de conformidade, ressalta-
se que, conforme mencionado anteriormente.
Figura 481 – Percentual de amostras conformes na saída do tratamento nos anos de 2016 a
2020 (cor aparente)
100,0%
90,0%
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
2016 2017 2018 2019 2020
ETA PRC 98,5% 99,4% 99,5% 98,0% 99,1%
ETA SB 92,2% 91,5% 90,4% 50,0% 85,7%
ETA VM 99,0% 96,7% 85,1% 85,5% 97,3%
ETA TS 100,0% 99,0% 95,5% 98,5% 96,7%
SIAA 97,1% 97,8% 95,2% 94,9% 97,3%
796
Em relação ao pH, esse parâmetro foi atendido pela ETA Suburbana apenas nos anos de 2017 e
2019 e pela ETA Vieira de Mello nos anos de 2018 e 2020, as demais Estações não atenderam de
forma integral a recomendação estabelecida pela Portaria de Consolidação nº 05/2017. Cabe
mencionar que todas as amostras anômalas apresentaram um pH mais ácido, inferior a 6,0, o que
pode acarretar em maior corrosão das redes de distribuição.
O percentual de conformidade que consta no Quadro 144 para o parâmetro Fluoreto é relativo ao
VMP de 1,5 mg/L, disposto no Anexo 7 do Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 05/2017. Dessa
análise, observa-se que as ETAs apresentaram um resultado, para o parâmetro fluoreto, satisfatório
em quase todos os anos.
A Portaria nº 635/Bsb/75 estabelece uma relação entre a média das temperaturas máximas diárias
do ar e as concentrações recomendadas para o íon fluoreto na água, conforme consta no Quadro
146. São recomendadas concentrações menores do íon fluoreto à medida que a temperatura
aumenta, por conta do aumento da ingestão de água que dar-se-á nessas regiões mais quentes ao
contrário do que ocorre nas regiões mais frias. Considerando as temperaturas máximas de Salvador
dispostas na Tabela 107, a média das temperaturas corresponde a 26,5 °C.
Quadro 146 – Relação entre a média das temperaturas máximas diárias do ar e os limites
recomendados para a concentração de íon fluoreto na água
Limites recomendados para a concentração do íon fluoreto
Média das temperaturas (mg/L)
máximas diárias do ar (°C)
Mínimo Máximo Ótimo
10,0-12,1 0,9 1,7 1,2
12,2-14,6 0,8 1,5 1,1
14,7-17,7 0,8 1,3 1,0
17,8-21,4 0,7 1,2 0,9
21,5-26,3 0,7 1,0 0,8
26,4-32,5 0,6 0,8 0,6
797
Dessa forma, segundo a Portaria 635/Bsb/75 o valor mínimo para o íon Fluoreto deve ser de 0,6
mg/L. o máximo de 0,8 mg/L e o valor ótimo deve corresponder a 0,6 mg/L. O Quadro 147 apresenta
uma análise dos resultados obtidos com a amostragem das ETAs que integram o SIAA nos anos
de 2016 a 2020, tomado como referência o valor mínimo de 0,6 mg/L e o máximo de 0,8 mg/L.
Considerando o intervalo recomendável pela Portaria 635/Bsb/75 de 0,6 a 0,8 mg/L, apenas a ETA
Suburbana em 2019 atendeu de modo satisfatório o disposto na legislação, as outras ETAs
apresentaram concentrações variadas ao longo dos anos.
798
Quadro 148 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Gosto e Odor)
2017 2018 2019 2020
Real. Anôm. Conf. %Conf. Real. Anôm. Conf. %Conf. Real. Anôm. Conf. %Conf. Real. Anôm. Conf. %Conf.
Gosto 1 0 1 100 4 0 4 100 3 0 3 100 3 0 3 100
ETA PRC
Odor 1 0 1 100 4 0 4 100 3 0 3 100 3 0 3 100
Gosto 0 - - - 2 0 2 100 0 - - - 1 0 1 100
ETA SB
Odor 0 - - - 2 0 2 100 0 - - - 1 0 1 100
Gosto 1 0 1 100 4 0 4 100 4 0 4 100 3 0 3 100
ETA TS
Odor 1 0 1 100 4 0 4 100 4 0 4 100 3 0 3 100
Gosto 1 0 1 100 2 0 2 100 4 0 4 100 2 0 2 100
ETA VM
Odor 1 0 1 100 2 0 2 100 4 0 4 100 2 0 2 100
Gosto 3 0 3 100 12 0 12 100 11 0 11 100 9 0 9 100
SIAA
Odor 3 0 3 100 12 0 12 100 11 0 11 100 9 0 9 100
799
Para o controle da qualidade da água de Sistema de Abastecimento, no que concerne a análise de
gosto e odor, a Portaria de Consolidação n° 05/2017, estabelece que seja minimamente analisado
1 amostra a cada trimestre na saída do tratamento para mananciais superficiais. Isso totaliza cerca
de 4 amostras no ano por unidade de tratamento, no entanto essa amostragem mínima não vem
sendo realizada de forma contínua ao longo dos anos em todas as ETAs que integram o SIAA
Salvador, a exceção da ETA Teodoro Sampaio. Destaca-se que, para o ano de 2020, não se pode
inferir de forma conclusiva se as ETAs Teodoro Sampaio e Principal realizaram ou não as 4
amostras estabelecidas, pois, conforme já mencionado, os resultados analisados em 2020
correspondem até o mês de setembro, ou seja, a análise de gosto e odor pode ter sido realizada no
último trimestre.
O Portaria de Consolidação n° 05/2017 estabelece como Valor Máximo Permitido uma intensidade
de 6 para o Gosto e o Odor, valor que foi atendido integralmente por todas as ETAs que integram o
SIAA Salvador nos anos de 2017 a 2020.
Esse atendimento a legislação vigente é muito importante, pois, ainda que a água seja considerada
segura do ponto de vista sanitário, a presença de gosto e odor causa transtornos consideráveis
junto aos consumidores, podendo colocar em xeque a operação e a confiabilidade da prestadora
de serviços junto à população (FILHO e ALVES, 2006).
Além disso, o gosto e odor também está associado à presença de substâncias químicas ou gases
dissolvidos e, também, à atuação de alguns microrganismos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Filho
e Alves (2006), elenca como possíveis motivos para a presença de gosto e odor em águas de
abastecimento: a presença de constituintes inorgânicos em concentrações elevadas, tais como
ferro, cloreto, sulfato, gás sulfídrico, entre outros; a presença de compostos orgânicos originários
de fontes antropogênicas e demais compostos aromáticos; e, também, pode ser originário do
processo de tratamento devido à ação do agente de oxidante e ou desinfetante e suas reações com
compostos orgânicos.
800
Quadro 149 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Amônia, Nitrato e Nitrito)
2016 2017 2018 2019 2020
Real Anôm Conf %Con Real Anôm Conf %Con Real Anôm Conf %Con Real Anôm Conf %Con Real Anôm Conf %Con
. . . f. . . . f. . . . f. . . . f. . . . f.
Amônia 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 15 0 15 100 2 0 2 100
ETA
Nitrato 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
PRC
Nitrito 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
Amônia 2 0 2 100 2 0 2 100 1 0 1 100 0 - - - 1 0 1 100
ETA
Nitrato 2 0 2 100 2 0 2 100 1 0 1 100 0 - - - 1 0 1 100
SB
Nitrito 2 0 2 100 2 0 2 100 1 0 1 100 0 - - - 1 0 1 100
Amônia 2 0 2 100 3 0 3 100 3 0 3 100 3 0 3 100 2 0 2 100
ETA
Nitrato 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
TS
Nitrito 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
Amônia 2 0 2 100 3 0 3 100 3 0 3 100 4 0 4 100 2 0 2 100
ETA
Nitrato 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
VM
Nitrito 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
801
Na saída do tratamento a Portaria de Consolidação n° 05/2017 estabelece que, para controle da
qualidade da água, em função do padrão de potabilidade, sejam realizadas 1 amostra a cada
semestre dos parâmetros Amônia, Nitrato e Nitrito. O que totaliza 2 amostras no ano por unidade
de tratamento. As ETAs que integram o SIAA Salvador atenderam a quantidade mínima de
amostras estabelecidas pela legislação vigente, com exceção da ETA Suburbana, porque, conforme
já mencionado, ela está desativada desde 2019 e antes disso funcionava de modo sazonal.
Para que o padrão de potabilidade seja atendido, a Portaria supracitada define que a concentração
da Amônia (como NH3) seja inferior ao VMP de 1,5 mg/L. Para além da toxicidade, é desejável a
remoção da amônia em decorrência do fenômeno chamado Nitrificação. Sua ocorrência no sistema
de distribuição apresenta uma série de efeitos adversos, tais como: aumento das concentrações de
nitrito e nitrato, redução do cloro residual, aumento das populações de bactérias heterotróficas e
reduções do pH, da alcalinidade e do teor de oxigênio dissolvido, implicando um maior ônus para a
remediação do problema e para o atendimento ao padrão de potabilidade (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).
Para o Nitrito (como N) a legislação vigente define um VMP de 1 mg/L e para o Nitrato (como N) um
VMP de 10 mg/L. A exposição a concentrações elevadas de Nitrito e Nitrato está associado à
doença da metahemoglobinemia, que dificulta o transporte de oxigênio na corrente sanguínea de
bebês. Em adultos, a atividade metabólica interna impede a conversão do nitrato em nitrito, agente
responsável por essa enfermidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Todas as amostras analisadas apresentaram concentração dos parâmetros Amônia, Nitrito e Nitrato
em conformidade com a Portaria de Consolidação n° 05/2017.
802
Quadro 150 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Cianeto, Cloreto, Ferro, Glifosato + AMPA)
2016 2017 2018 2019 2020
Reali Anô Con %Con Reali Anô Con %Con Reali Anô Con %Con Reali Anô Con %Con Reali Anô Con %Con
z. m. f. f. z. m. f. f. z. m. f. f. z. m. f. f. z. m. f. f.
Cianeto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
Cloreto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
ETA
PRC Fe Total 1 0 1 100 0 - - - 0 - - - 0 - - - 0 - - -
GLI+AM
0 - - - 0 - - - 0 - - - 1 0 1 100 1 0 1 100
PA
Cianeto 2 0 2 100 2 0 2 100 1 0 1 100 0 - - - 1 0 1 100
Cloreto 2 0 2 100 2 0 2 100 1 0 1 100 0 - - - 1 0 1 100
ETA SB Fe Total 1 0 1 100 0 - - - 0 - - - 0 - - - 0 - - -
GLI+AM
0 - - - 0 - - - 0 - - - 0 - - - 1 0 1 100
PA
Cianeto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
Cloreto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
ETA
VM Fe Total 1 0 1 100 4 0 4 100 5 0 5 100 1 0 1 100 0 - - -
GLI+AM
0 - - - 0 - - - 0 - - - 2 0 2 100 1 0 1 100
PA
Cianeto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 1 100 2 0 2 100
Cloreto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 1 100 2 0 2 100
ETA TS Fe Total 0 - - - 0 - - - 5 1 4 80 0 - - - 0 - - -
GLI+AM
0 - - - 0 - - - 0 - - - 2 0 2 100 1 0 1 100
PA
Fonte: Embasa, 2020.
803
A Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece que, na saída do tratamento, para controle da
qualidade da água, para fins de análises físicas e químicas, sejam realizadas 1 amostra a cada
semestre dos parâmetros Cianeto, Cloreto, Ferro Total e Glifosato + AMPA. O que totaliza 2
amostras no ano por unidade de tratamento.
O Quadro 151 apresenta o período em que as análises foram realizadas. No que se refere aos
parâmetros Cianeto e Cloreto todas as Estações analisaram a quantidade mínima de amostras
exigidas, no período de 2016 a 2020, com exceção da ETA Suburbana que, conforme já
mencionado, está desativada desde 2019 e antes disso funcionava de modo sazonal, segundo
demanda.
Para o Glifosato + AMPA a quantidade mínima de amostras recomendada pela portaria foi atendida
em 2019 pelas ETAs do Parque Bolandeira. Não se pode afirmar de forma conclusiva se a
quantidade mínima de amostras para o parâmetro Glifosato + AMPA foi realizada 2020, pois os
dados fornecidos pela Embasa foram até setembro, ou seja, a análise do segundo semestre pode
ter ocorrido no período de outubro a dezembro. Diferente do parâmetro Ferro, em que se pode
afirmar de forma conclusiva que a quantidade mínima de amostras não foi realizada em 2020, pois
804
não foi realizada nenhuma análise no primeiro semestre ao contrário do parâmetro Glifosato +
AMPA.
O cianeto se configura como um micropoluente inorgânico que apresenta risco à saúde pública,
conforme sua concentração, e nas águas de abastecimento tem como VMP 0,07 mg/L. Para o
Cloreto está estabelecido um VMP de 250 mg/L. Todas as ETAs que integram o SIAA Salvador
estiveram de acordo com o disposto na legislação vigente, apresentando conformidade em 100%
das amostras analisadas para os parâmetros Cianeto e Cloreto no período de 2016 a 2020.
O VMP do Ferro é de 0,3 mg/L, embora não apresente inconvenientes à saúde nas concentrações
normalmente encontradas nas águas naturais, pode provocar problemas de ordem estética
(manchas em roupas ou em vasos sanitários) ou, ainda, prejudicar determinados usos industriais
da água (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Cabe mencionar que caso a água tratada contenha
teores de ferro em solução sob a forma de íon ferroso, esses poderão oxidar e precipitar, originando
depósitos que, com o decorrer do tempo, aumentam de volume formando protuberâncias na rede
denominadas tubérculos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Todas as amostras realizadas nas ETAs
Principal, Suburbana e Teodoro Sampaio tiveram concentração em acordo a legislação vigente, no
entanto não foram realizadas amostras suficientes nessas Estações de Tratamento para inferir a
qualidade da água sob esse aspecto de forma mais consistente.
O glifosato, apesar de não possuir toxicidade elevada, foi incluído como medida cautelar de saúde
pública por ser um dos herbicidas mais utilizados no Brasil, segundo a Portaria de Consolidação º
05/2017, o glifosato e seu ácido metabólito primário aminometilfosfônico (AMPA) tem como VMP
500 µg/L. Embora não tenha sido realizada a amostragem em quantidade suficiente, as amostras
805
realizadas apresentaram concentração inferior ao VMP, estando em acordo com a Portaria de
Consolidação nº 05/2017.
806
Quadro 152 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Ácidos haloacéticos total, Trihalometanos Total e
2,4,6 Triclorofenol)
2016 2017 2018 2019 2020
Reali Anô Con %Co Reali Anô Con %Co Reali Anô Con %Co Reali Anô Con %Co Reali Anô Con %Co
z. m. f. nf. z. m. f. nf. z. m. f. nf. z. m. f. nf. z. m. f. nf.
Ácidos Hal.Total 0 - - - 3 0 3 100 3 0 3 100 5 0 5 100 3 0 3 100
ETA Trihalometanos
4 0 4 100 7 0 7 100 5 0 5 100 5 0 5 100 3 0 3 100
PRC Total
2,4,6 Triclorofenol 1 0 1 100 3 0 3 100 5 0 5 100 5 0 5 100 3 0 3 100
Ácidos Hal.Total 0 - - - 1 0 1 100 2 0 2 100 0 - - - 1 1 0 0
ETA Trihalometanos
4 0 4 100 3 0 3 100 2 0 2 100 1 0 1 100 1 0 1 100
SB Total
2,4,6 Triclorofenol 1 0 1 100 2 0 2 100 3 0 3 100 0 - - - 1 0 1 100
Ácidos Hal.Total 0 - - - 2 1 1 50 4 1 3 75 5 2 3 60 3 1 2 66,7
ETA Trihalometanos
5 1 4 80 42 17 25 59,5 7 1 6 85,7 5 1 4 80 3 2 1 33,4
TS Total
2,4,6 Triclorofenol 2 0 2 100 2 0 2 100 5 0 5 100 6 0 6 100 3 0 3 100
Ácidos Hal.Total 0 - - - 2 1 1 50 4 0 4 100 6 3 3 50 3 1 2 66,7
ETA Trihalometanos
4 0 4 100 35 3 32 91,4 8 3 5 62,5 6 1 5 83,3 3 1 2 66,7
VM Total
2,4,6 Triclorofenol 2 0 2 100 2 0 2 100 5 0 5 100 6 0 6 100 2 0 2 100
Ácidos Hal.Total 0 - - - 8 2 6 75 13 1 12 92,3 16 5 11 68,7 10 3 7 70
Trihalometanos
SIAA 17 1 16 94,1 87 20 67 77 22 4 18 81,8 17 2 15 88,2 10 3 7 70
Total
2,4,6 Triclorofenol 6 0 6 100 9 0 9 100 18 0 18 100 17 0 17 100 9 0 9 100
Fonte: Embasa, 2020.
807
A Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece que, na saída do tratamento, para controle da
qualidade da água, para fins de análises físicas e químicas, sejam realizadas 1 amostra a cada
trimestre dos produtos secundários da desinfecção. O que totaliza 4 amostras no ano por unidade
de tratamento. Embora os parâmetros Ácidos haloacéticos total, Trihalometanos Total e 2,4,6
Triclorofenol sejam analisados de forma periódica pelas ETAs que integram o SIAA Salvador, a
amostragem mínima não é atendida em todos os anos, nem em todas as Estações de Tratamento.
Cabe mencionar que, para as ETAs Principal e Teodoro Sampaio, essa amostragem mínima dos
três parâmetros aqui analisados ainda pode ser atendida, pois, conforme já mencionado, os
resultados do ano de 2020 são referentes até o mês de setembro. O mesmo pode ser dito sobre os
parâmetros Ácidos haloacéticos total, Trihalometanos Total da ETA Vieira de Mello.
O contato do cloro com a água faz com que este reaja com compostos orgânicos, resultando em
subprodutos da cloração extremamente prejudiciais à saúde humana, como os trihalometanos,
ácidos haloacéticos e outros subprodutos (PALUMBO e ANDREOLA, 2016). Nesse sentido, a
Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece como Valor Máximo Permitido para o Ácido
haloacéticos de 0,08 mg/L, para o Trihalometanos Total um VMP de 0,1 mg/ L e para o 2,4,6
Triclorofenol um VMP de 0,2 mg/L.
Todas as ETAs apresentaram resultado satisfatório para o parâmetro 2,4,6 Triclorofenol, já para os
parâmetros Ácidos haloacéticos total e Trihalometanos Total as ETAs do Parque Bolandeira
apresentaram resultados insatisfatórios em quase todos os aos analisados.
808
809
A Portaria de Consolidação n° 05/2017 Anexo XX, estabelece em seu Anexo 13 o número mínimo
de amostras a serem realizadas no Sistema de Abastecimento para fins de análises microbiológicas,
em função da população atendida. No sistema de distribuição, a portaria exige, para uma população
abastecida superior a 250.000 habitantes, para os parâmetros coliformes totais e E. coli, análise de
105 amostras, mais 1 amostra a cada 5.00 habitantes, sendo 1.000 amostras o máximo exigido.
A partir das informações enviadas pela Embasa, foi verificado que foi cumprida a recomendação da
legislação vigente, no que se refere a amostragem mínima da rede de distribuição para os
parâmetros microbiológicos nos anos de 2019 e 2020.
810
97,0%
96,0%
94,9%
95,0%
94,0%
93,0%
92,0%
Bact. Het. Colif. Totais E. coli
UMB UMJ UML UMF UMS
Título do Gráfico
100,0% 100,0% 99,9%
99,7% 99,9%
100,0% 99,6% 99,5%
99,2% 99,2%
99,0% 98,5%
98,0%
98,0%
97,3%
97,0% 96,7% 96,7%
96,4%
96,0%
95,0%
94,0%
Bact. Het. Colif. Totais E. coli
811
A presença tanto de Bactérias Heterotróficas, quando de coliformes totais, em níveis dentro do limite
recomendável pela portaria, está mais relacionada a limpeza e integridade do sistema de
distribuição. Não significa, portanto, que a água está impropria para consumo. Diferente da
Escherichia Coli, cuja presença atua como importante indicador microbiológico de contaminação
812
Em 2019 apenas a UMJ e a UMF constataram a presença de E. coli, já em 2020 todas as Unidades
deram positivo para ao menos uma amostra com a presença de E. coli. O Quadro 155 relaciona as
amostras anômalas com sua respectiva Unidade Regional e mês de ocorrência.
Quadro 155 – Distribuição das amostras anômalas de Escherichia Coli do SIAA Salvador
em 2019 e 2020
Unidade Regional Mês Quantidade
Ano de 2019
UMF Maio 2
Março 1
UMS
Abril 1
Ano de 2020
Janeiro 1
Fevereiro 1
UMB
Março 4
Junho 1
Abril 1
UMF
Junho 1
Janeiro 1
Abril 1
UMJ
Maio 3
Agosto 1
Março 1
UML
Julho 1
UMS Agosto 1
813
A portaria supracitada recomenda, ainda, em seu Art. 39 § 2º que o teor máximo de CRL em
qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2 mg/L já que é a partir dessa concentração
que CRL começa a ser notado pelo consumidor. Quanto ao número de amostras e frequência, seu
Art. 41 § 3º estabelece que em todas as amostras coletadas para análises microbiológicas, deve
ser efetuada medição de CRL.
Respeitar a faixa de CRL estabelecida pela legislação vigente é importante, porque, por um lado,
dosagens elevadas minimizam o crescimento de microrganismos nas redes de distribuição e, por
outro, podem propiciar a formação de trihalometanos, aumento da taxa de corrosão nos condutos
e de reclamações dos usuários (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
A concentração de CRL não foi respeitada em sua totalidade, sendo que a maior parte das amostras
anômalas apresentaram concentração inferior a 0,2 mg/L. Embora tenha sido constatado que na
saída do tratamento, das ETAs que integram o SIAA Salvador, a água saí com concentrações
elevadas de CRL (em alguns casos até superior ao VMP), 78,8% das amostras anômalas coletadas
na rede de distribuição apresentaram concentração inferior a 0,2 mg/L, em 2020 esse percentual
aumentou para 88,9% das amostras anômalas.
A Figura 484 apresenta o percentual de conformidade das amostras de CRL realizadas na rede de
distribuição discretizadas pelas Unidades Regionais que abarcam o SIAA Salvador nos anos de
2019 e 2020. Ressalta-se que a análise da UMS se refere apenas a parte responsável pelo
abastecimento das Ilhas que integram Salvador.
814
98,99%
99,00% 98,92%
98,50% 98,42%
98,00%
97,50%
2019 2020
Das Unidades Regionais que abarcam o SIAA Salvador, a UMS foi a que apresentou menor
percentual de conformidade nos dois anos para o CRL, enquanto a UMJ apresentou maior
percentual de conformidade nos dois anos.
815
816
85,00% 82,46%
80,00%
75,00%
70,00%
CorApte mg Pt/L Turbidez NTU
Título do Gráfico
100,0% 98,3% 100,0%
100,0% 98,5% 98,6%
94,7% 95,5%
95,0% 93,6%
92,0%
90,0%
84,4%
85,0%
80,0%
75,0%
CorApte mg Pt/L Turbidez NTU
817
Com relação aos ácidos haloacéticos, a UMF apresenta um percentual de conformidade das
amostras inferior as demais Unidades Regionais, com destaque para o ano de 2020 que apresentou
desconformidade para as 3 amostras coletadas.
818
25 80,0%
75,0% 75,0%
75,0% 70,0%
20
20
60,0% 60,0%
15 50,0% 50,0%
40,0%
10 30,0%
5 20,0%
5 4 4 4
10,0%
0 0,0%
UMB UMJ UMF UML UMS
Relizado %Conf.
16 15 120,0%
14
100,0% 100,0%
12
80,0%
10 66,7%
66,7% 66,7%
8 60,0%
6
40,0%
4 3 3 3 3
20,0%
2
0,0%
0 0,0%
UMB UMJ UMF UML UMS
Realizadas % Conf.
819
25 120%
21 100% 100%
100% 100%
20 100%
100%
80%
15
60%
10
7 40%
6
5 5
5
20%
0 0%
UMB UMJ UMF UML UMS
Relizado %Conf.
16 15 120,0%
100,0%
14
100,0% 100,0% 100,0%
12
86,7% 80,0%
10
66,7%
8 60,0%
6
40,0%
4 3 3 3 3
20,0%
2
0 0,0%
UMB UMJ UMF UML UMS
Realizadas % Conf.
820
25 120%
100% 100%
20 100% 100%
20
100% 100%
80%
15
60%
10
40%
5 4 4 4 4
20%
0 0%
UMB UMJ UMF UML UMS
Realizadas % Conf.
16 15 120%
100%
14 100%
100% 100%
12 100%
100%
80%
10
8 60%
6
40%
4 3 3 3
2 20%
2
0 0%
UMB UMJ UMF UML UMS
Realizadas % Conf.
821
822
Os resultados das análises são confrontados com o disposto na Portaria de Consolidação nº 5/2017,
do Ministério da Saúde, que define os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Ela determina que sejam respeitados
os valores apresentados no Quadro 159 para a água ser considerada própria para consumo
humano.
No entanto, só foram fornecidos dados relativos à inspeção realizada nas ETA que integram o
Parque Bolandeira. Não permitindo que seja feita uma análise de forma integral do sistema, nem
permitindo inferir informações quanto ao controle operacional dos processos unitários de tratamento
nas demais Estações.
823
De acordo com a Portaria nº 05/2017, do Ministério da Saúde, o valor máximo permitido de cor é 15
uH. Para a turbidez os limites variam de acordo com o tipo de tratamento, sendo o máximo de 0,5
uT em 95% das amostras coletadas de sistema que utiliza a filtração rápida, máximo de 1,0 uT nas
5% restantes. Para o cloro residual livre o mínimo é 0,2 mg/L e o máximo é 5,0 mg/L em todas as
mostras.
A partir dos resultados apresentados, constata-se que menos de 95% dos pontos de amostragem
apresentaram resultado de turbidez satisfatório, devendo constituir foco de atenção especial por
parte da vigilância.
Segundo a SMS (2020), a turbidez na água filtrada é um importante indicador sanitário nas estações
de tratamento; sua redução indica a remoção de partículas em suspensão, incluindo enterovírus,
cistos de GIardia spp e oocistos de Cryptosporidium sp. Segundo Bianchi et al (2012) apud Medema
et al (1998) quanto maior o grau de turbidez da amostra de água, maior a possibilidade de encontrar
parasitas, pela facilidade de aderência destes em compostos orgânicos e inorgânicos.
A presença de bactérias do grupo coliformes indica que existe contaminação fecal e, deste modo,
a possível presença de microrganismos patogênicos (BIANCHI et al, 2012). Após submetida ao
824
Nos anos de 2019 e 2020 a VISAMB realizou análises da qualidade da água em 217 e 64 pontos
de monitoramento, respectivamente, localizados na rede de distribuição da Embasa e 73 e 64
pontos de monitoramento, respectivamente, localizados no interior das residências (análise
intradomiciliar ou intrapredial), como pode ser visualizado na Figura 493 e Figura 494.
O Quadro 161 apresenta o resultado geral das amostras analisadas mensalmente nos anos de 2019
e 2020 para os parâmetros físico-químicos e microbiológicos, tanto no sistema de distribuição,
quanto nas residências (análise intradomiciliar ou intrapredial).
825
826
827
828
Coliformes Totais
Das análises de coliformes totais analisadas em 2019 e 2020, menos de 5% estiveram fora do
padrão estabelecido pela legislação vigente, respeitando, desse modo o Anexo 1 do Anexo XX da
Portaria de Consolidação nº 05/2017 que estabelece o padrão microbiológico da água para
consumo humano.
Das 58 amostras analisadas, em 2019, que apresentaram resultados fora do padrão, 33 (56,9%)
tiveram como procedência a coleta intradomiciliar ou intrapredial, os outros 25 pontos de
amostragem fora do padrão foram coletados direto na rede através de cavalete ou hidrômetro. Em
2020, das 41 amostras analisadas que apresentaram resultados fora do padrão, 32 (78,0%) dos
pontos foram coletados nos domicílios, em torneiras ou bebedouro, e 9 (22,0%) foram coletados
diretamente no sistema de distribuição através de cavalete ou hidrômetro.
Dos pontos analisados, os que demonstraram estar em situação mais crítica foram os pontos 204.1
e 253, ambos de coleta intradomiciliar ou intrapredial que apresentaram reincidência de coliformes,
conforme Quadro 162. Esses pontos estão sob responsabilidade da UMF e UML, respectivamente.
829
presença de coliformes. Analisando outros pontos próximos a esses (como o 204, localizado na
Rua Reinaldo de Matos S/N e 62, situado na Rua Aterro do Joanes, nº 63), coletados diretamente
no sistema de distribuição, observa-se que não foi constatada a presença de Coliformes Totais, o
que pode ser um indício de que a contaminação nos pontos 204.1 e 253 esteja relacionada a
problemas na manutenção e limpeza dos reservatórios domiciliares de água.
Escherichia Coli
A Escherichia Coli está entre os principais gêneros representantes do grupo coliformes e sua
presença atua como importante indicador microbiológico de contaminação fecal recente no meio
ambiente (ROVERI e MUNIZ, 2016) de animais endotérmicos, além de indicar um alto potencial da
presença de organismos patogênicos (SILVA et al, 2019).
Foi constatada a presença de E. coli em 12 das análises realizadas em 2019, o que representa
cerca de 0,6% das amostras analisadas; sendo que 2 (16,7%) foram coletadas direto no sistema de
distribuição e 10 (83,3%) foram coletadas em domicílio. Já em 2020 foi constatada a presença de
E. coli em 9 das amostras, cerca de 0,6% das amostras analisadas - sendo 6 (66,7%) de
procedência domiciliar e 3 (33,3%) do sistema de distribuição.
Com relação ao parâmetro Escherichia Coli, dos pontos analisados, o que demonstrou estar em
situação mais crítica foi também o 204.1, que apresentou reincidência de E. coli, conforme Quadro
163. O restante dos pontos analisados constatou a presença de E. coli de forma pontual.
830
pontos analisados, 99 (6,44%) estiveram fora do padrão – sendo que 38 (38,4%) foram coletados
na rede de distribuição, 1 (1,0%) direto no reservatório de distribuição e 60 (60,6%) foram de origem
domiciliar ou predial.
O ponto 78, que está localizado na Estrada da Muriçoca, sob responsabilidade da UML apresentou
baixa concentração de cloro residual nos meses de abril, setembro, outubro e novembro de 2020.
O ponto 135 esteve desconforme nos meses de abril, outubro e novembro de 2019 e setembro,
outubro e novembro de 2020; enquanto o ponto 137 esteve desconforme nos meses de janeiro,
julho, outubro e dezembro de 2019 e fevereiro, março, abril e novembro de 2020. Os pontos 135 e
137 estão localizados na Rua Conêgo Pereira e Praça dos Quinze Mistérios, respectivamente, e
estão sob responsabilidade da UMF.
Outros pontos no sistema de distribuição também estiveram com concentração de cloro residual
livre fora da faixa determinada, no entanto de forma mais pontual e não reincidente como nos pontos
supracitados.
Embora as análises não tenham sido realizadas mensalmente, elas demonstram uma tendência
que pode ser prejudicial ao consumidor daquele local. É obrigatória a manutenção de no mínimo
0,2 mg/L de cloro residual livro em qualquer ponto do sistema para garantir a inocuidade da água.
Segundo apud Manfrini (1974) em caso de poluição moderada o cloro residual pode garantir a
desinfecção da água e caso a poluição seja mais acentuada, o cloro será todo consumido, atuando
como indicador de qualidade. Ao se analisar os resultados obtidos para os pontos críticos citados
em relação ao cloro residual e em relação à presença de coliformes totais e E. Coli, observa-se que
os pontos 69.1, 253 e 204.1 que têm apresentado baixa concentração de cloro residual, têm
constatado, frequentemente. a presença de Coliformes Totais. No caso do ponto 204.1, observou-
se que esse ponto tem apresentado também contaminação por Escherichia coli.
831
Figura 495 – Pontos Críticos quanto ao Cloro Residual Livre (204.1)
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
20/11/2019
20/11/2019
17/09/2020
17/09/2020
18/09/2020
21/09/2020
21/09/2020
Cloro (mg/L) Mínimo (mg/L)
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
29/07/2019 29/07/2019 08/08/2019 09/09/2020
832
Figura 497 – Pontos Críticos quanto ao Cloro Residual Livre (253)
0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
29/07/2019
23/01/2020
23/01/2020
27/01/2020
23/09/2020
23/09/2020
27/01/2020
Cloro (mg/L) Mínimo (mg/L)
0,35
0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
27/06/2019 02/03/2020 06/10/2020 06/10/2020
Turbidez
833
que todas as amostras anômalas foram coletadas direto na rede de distribuição. Destaca-se o ponto
71, que apresentou em agosto de 2019 uma turbidez de 2.320 uT, muito superior as demais
amostras anômalas que tiveram seus resultados variando de 6,4% a 730,0% do VMP. Dessas
amostras desconformes, 17 apresentaram turbidez variando de 5 uT a 10 uT; 8 apresentaram
turbidez variando de 10 uT a 20 uT; e 8 amostras com turbidez entre 20 uT a 50 uT.
De acordo com Alves et al (2017) apud Freitas et al. (2001), a medição da turbidez em qualquer
parte do sistema é um indicador de natureza sanitária e não meramente estética e um percentual
de amostras com elevada turbidez pode ser atribuído à intermitência do sistema, que possibilita a
entrada de água contaminada no interior da tubulação vazia, onde a pressão é negativa.
Cor Aparente
Para atender ao padrão de potabilidade, a água deve apresentar intensidade de cor aparente
inferior a 15 uH. Elevação nesse valor pode provocar repulsa pelo consumidor e ainda provocar
manchas em roupas e panelas.
Geralmente a alteração da cor aparente nas redes de distribuição de água está associada às
paralisações no sistema de abastecimento, seja por falta de energia ou por manutenções na rede.
Quando ocorre o retorno de seu funcionamento o material incrustado na superfície interna das
tubulações da rede de distribuição é carreado, alterando os aspectos físicos da água: cor aparente
e turbidez. A formação dessas incrustações está ligada à presença de metais, principalmente, o
ferro e o manganês na água produzida (SANTOS e KELLER, 2017).
Com relação à cor aparente, em 2019, 170 das 2.038 análises realizadas (8,34%) estavam em
desconformidade, sendo que dessas amostras, apenas duas tiveram procedência de coleta
intradomiciliar ou intrapredial. As amostras com maiores valores de cor aparente ocorreram no mês
de agosto, com destaque para o ponto 168 com cor aparente de 1.000,8 uH, o ponto 140 com cor
aparente de 213,4 uH e o ponto 160 com cor aparente de 330 uH em 12 de agosto e 192,7 uH em
28 de agosto. Essas pontos retromencionados apresentaram resultados de cor aparente bem
superior as demais amostras anômalas que tiveram seus resultados variando 0,7% a 534,7% do
VMP, dessas 93 apresentaram resultado de cor aparente variando de 15 uH a 20 uH; 55 amostras
834
apresentaram cor aparente entre 20 uH e 40 uH; 13 amostras com cor aparente de 40 u H a 60 uH
e 5 com cor aparente variando entre 60 uH e 100 uH.
Em contrapartida, em 2020 apenas 18 das 315 análises realizadas (5,71%) apresentaram alteração
na cor aparente. Os valores obtidos para as amostras desconformes variaram de 1,3% a 190,7%
do VMP, sendo que 10 amostras apresentaram cor aparente variando de 15 uH a 20 uH; e 8
amostras apresentaram cor aparente variando de 20 uH a 40 uH.
Potencial Hidrogeniônico - pH
O valor do pH influi na distribuição das formas livre e ionizada de diversos compostos químicos,
além de contribuir para um maior ou menor grau de solubilidade das substâncias e de definir o
potencial de toxicidade de vários elementos (BRASIL, 2006).
835
seja, mais de 95% das amostras analisadas deram ausente para Coliformes Totais. O mesmo não
pode ser dito ao analisar as amostras intraprediais/intradomiciliares das prefeituras-bairro
Centro/Brotas, Subúrbio/Ilhas, Itapuã, Cidade Baixa e Barra/Pituba que apresentaram um
percentual de conformidade de Coliformes Totais inferior a 95%, o que sugere que a contaminação
nessas regiões esteja relacionada a falta de manutenção e limpeza dos coletores e reservatórios
domiciliares de água.
Em relação ao parâmetro E. Coli, sua presença foi constatada nas prefeituras-bairro de Cidade
Baixa, Barra/Pituba, Centro/Brotas e Subúrbio/Ilhas nas amostras de origem
intraprediais/intradomiciliares, sendo que nas duas últimas prefeituras-bairros citadas, também, foi
constatada a presença nas amostras coletadas na rede de distribuição. A presença de E. Coli no
sistema de distribuição deve ser averiguada já que esse parâmetro atua como importante indicador
de contaminação fecal recente no meio ambiente (ROVERI e MUNIZ, 2016), além de indicar um
alto potencial da presença de organismos patogênicos (SILVA et al, 2019).
Quanto as inspeções da qualidade da água realizadas pela Visamb em 2020 por prefeitura-bairro,
as amostras coletadas na rede de distribuição de todas as prefeituras-bairro apresentaram ausência
de Coliformes Totais em mais de 95% das amostras analisadas, conforme estabelecido na
legislação vigente. No entanto, para as amostras de origem intraprediais/intradomiciliares as
prefeituras-bairro de Centro/Brotas, Subúrbio/Ilhas, Cajazeiras, Itapuã, Cidade Baixa e Barra/Pituba
apresentaram ausência de Coliformes Totais em menos de 95% das amostras analisadas.
836
Com relação ao Cloro Residual apenas as prefeituras-bairro de Cajazeiras, Pau da Lima e Valéria
apresentaram 100% das amostras coletadas na rede de distribuição analisadas com concentração
de CRL dentro da faixa estabelecida pela Portaria de Consolidação nº 05/2017 de 0,2 mg/L a
5,0mg/L. A turbidez foi atendida em 100% das amostras coletadas na rede de distribuição para as
prefeituras-bairro de Pau da Lima e Valéria, em contrapartida nenhuma das prefeituras-bairros
tiverem 100% das suas amostras atendendo ao VMP de 15 uH para o parâmetro cor aparente.
Com relação ao pH, as prefeituras-bairro de Cajazeiras e Cidade Baixa foram as únicas cujas
amostras analisadas na rede de distribuição não atenderam de forma integral a faixa recomendada
pela legislação vigente da época. Com relação as amostras de origem
intraprediais/intradomiciliares, apenas as prefeituras-bairro Subúrbio/Ilhas e Valéria apresentaram
amostras fora do intervalo de 6,0 a 9,5 pH.
837
Quadro 166 – Resultado do monitoramento da qualidade da água na rede de distribuição realizada pela Visamb em 2019 por Prefeitura-
Bairro
REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Coliformes E. Coli Cloro Residual Turbidez Cor pH
Quantidade
de Pontos de Quantidad %
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Prefeitura Bairro e de e de e de e de e de e de
Monitorament Conf Conf Conf Conf Conf Conf
o análises análises análises análises análises análises
. . . . . .
realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas
Centro / Brotas 38 403 99,2 404 99,7 408 96,6 407 97,8 408 89,2 408 99,7
Subúrbio / Ilhas 20 126 97,6 126 99,2 128 94,5 128 94,5 127 91,3 128 92,9
Cajazeiras 19 148 98,6 148 100 151 100 150 98,7 151 96,7 151 100
Itapuã 28 252 98,8 251 100 252 96,4 252 98,8 252 92,5 252 100
Cidade Baixa 12 123 99,2 123 100 125 98,4 125 96,8 125 96,8 125 98,4
Barra / Pituba 32 249 98,8 249 100 254 97,6 253 99,2 254 81,9 254 99,6
Cabula / Tancredo
24 187 97,3 188 100 188 99,5 188 97,3 188 94,7 188 100
Neves
Pau da Lima 5 38 100 38 100 38 100 38 100 38 97,4 38 100
Liberdade / São
32 254 98,4 253 100 256 95,3 256 99,2 256 91,0 256 98,0
Caetano
Valéria 7 33 96,9 33 100 33 100 33 100 33 93,9 33 100
Fonte: SMS, 2020.
838
Quadro 167 – Resultado do monitoramento da qualidade da água (intradomiciliar/intrapredial) realizada pela Visamb em 2019 por Prefeitura-
Bairro
INTRADOMICILIAR/INTRAPREDIAL
Coliformes E. Coli Cloro Residual Turbidez Cor pH
Quantidade
de Pontos de Quantidad %
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Prefeitura Bairro e de e de e de e de e de e de
Monitorament Conf Conf Conf Conf Conf Conf
o análises análises análises análises análises análises
. . . . . .
realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas
839
Quadro 168 – Resultado do monitoramento da qualidade da água na rede de distribuição realizada pela Visamb em 2020 por Prefeitura-
Bairro
REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Coliformes E. Coli Cloro Residual Turbidez Cor pH
Quantidade
de Pontos de Quantidad %
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Prefeitura Bairro e de e de e de e de e de e de
Monitorament Conf Conf Conf Conf Conf Conf
o análises análises análises análises análises análises
. . . . . .
realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas
Centro / Brotas 38 300 99,3 300 99,7 300 96,3 300 98,0 55 94,5 300 100
Subúrbio / Ilhas 17 96 100 96 100 96 98,9 96 96,9 19 100 96 100
Cajazeiras 19 111 100 111 100 111 99,1 111 93,7 31 96,8 111 99,1
Itapuã 28 164 99,4 164 100 164 98,2 164 97,6 29 89,6 164 100
Cidade Baixa 20 122 99,2 122 99,2 123 98,4 122 98,4 18 100 122 98,4
Barra / Pituba 36 196 97,9 196 99,5 196 94,9 196 99,5 28 89,3 196 100
Cabula / Tancredo
21 120 99,2 120 100 121 95,9 119 99,2 30 93,3 119 100
Neves
Pau da Lima 7 46 100 46 100 46 97,8 46 97,8 8 100 46 100
Liberdade / São
33 160 100 160 100 160 98,4 160 96,9 37 89,2 160 100
Caetano
Valéria 6 24 100 24 100 24 95,8 24 100 7 100 24 100
Fonte: SMS, 2020.
840
Quadro 169 – Resultado do monitoramento da qualidade da água (intradomiciliar/intrapredial) realizada pela Visamb em 2020 por Prefeitura-
Bairro
INTRADOMICILIAR/INTRAPREDIAL
Coliformes E. Coli Cloro Residual Turbidez Cor pH
Quantidade
de Pontos de Quantidad %
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Prefeitura Bairro e de e de e de e de e de e de
Monitorament Conf Conf Conf Conf Conf Conf
o análises análises análises análises análises análises
. . . . . .
realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas
841
7.3.3.3. Análises realizadas no âmbito do QUALISalvador
Tabela 108 – Percepção dos respondentes sobre a qualidade da água fornecida pela
Embasa, 2018-2020 (N = 15.085)
Qualidade da água N % Acumulado (%)
Boa (límpida, sem outro cheiro, gosto bom) 10.213 67,70 67,70
Regular (apresenta alguma cor/sujeira, algum cheiro) 3.562 23,62 91,32
Ruim (escura/suja, cheiro ruim) 1.202 7,97 99,29
Outro 108 0,71 100
Total 15.085 100
Fonte: QualiSalvador, 2021.
Figura 499 – Percepção dos respondentes sobre a qualidade da água fornecida pela
Embasa por bairros, em proporção de domicílios em que a avaliação foi boa (límpida, sem
outro cheiro, gosto bom), 2018-2020 (N = 15.085)
842
Fonte: QualiSalvador, 2021.
Observa-se na Figura 499 que a menor proporção de domicílios cuja percepção dos respondentes
avalia a qualidade da água como boa, ocorreu na Ilha de Maré. Em segundo lugar aparecem os
bairros do Miolo e do Subúrbio Ferroviário.
De acordo com esse estudo, para o parâmetro turbidez (Tabela 109), analisando o comportamento
nas amostras coletadas no sistema de distribuição, percebe-se que houve um ligeiro decréscimo
da proporção de amostras que atenderam ao padrão. Em 2014, cerca de 99,4% das amostras
atenderam ao padrão e, em 2020, esse indicador passou para 98,7%. Observa-se Figura 500 que
19 bairros apresentaram mais de 11 amostras com turbidez maior que 5 uT, com destaque para o
Bomfim com 53 amostras fora do padrão.
Figura 500 – Bairros que apresentaram mais de 11 amostras com turbidez (uT) maior que
5uT, no sistema de distribuição de água, janeiro de 2013 a dezembro de 2020
Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).
843
Para o parâmetro Cloro residual livre (Tabela 110), do total de amostras coletadas no sistema de
distribuição de água de Salvador, entre 2013 a 2020, 99% estavam em conformidade com os
padrões exigidos (0,2 ≤ Cl ≤ 5) pelo Ministério da Saúde, sendo que nos reservatórios, esse
indicador foi de 99,7% e na rede de distribuição foi de 99%.
É importante ressaltar que valores de cloro residual livre acima de 2 mg/L e abaixo de 5 mg/L não
implicam riscos à saúde, mas afetam o sabor e o odor da água, ultrapassando o limite do padrão
organoléptico, porém valores abaixo de 0,2 mg/l merecem investigação afim de garantir da proteção
à saúde dos usuários do serviço, visto que a aplicação do cloro no sistema de distribuição de água
tem por objetivo completar a etapa de desinfecção que inicia na ETA.
A análise por bairro (Figura 501) apontou que em 14,3% (19 bairros), verificou-se, em cada um,
mais de 11 amostras em desconformidade, sendo que nos bairros Pituba, São Marcos, Comércio,
Amaralina, Rio Vermelho, Matatu e Baixa de Quintas observou-se mais de 30, quando somados as
amostras com valores superiores a 5 mg/L e inferiores a 0,2 mg/l.
844
Figura 501 – Bairros que apresentaram mais de 11 amostras com teor de cloro residual livre
fora do padrão no sistema de distribuição de água, janeiro de 2013 a dezembro de 2020
Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).
Em relação ao parâmetro Escherichia Coli (Tabela 111), observa-se que cerca de 99,8% das
amostras analisadas no sistema de distribuição apresentaram ausência da bactéria, sendo 99,9%
referente reservatórios e 99,8% na rede de distribuição, indicando uma condição bastante
satisfatória em termos do padrão analisado.
Analisando por bairro (Figura 502) observa-se que apenas 5 (cinco) obtiverem maior número de
amostras com presença de Escherichia coli/100 mL no período analisado (2013 a 2020), sendo
eles: Ilha de Maré (7 amostras), Nazaré (6 amostras), São Caetanos (5 amostras) e por último
Castelo Branco e Marotinho com 4 amostras cada.
845
Figura 502 – Bairros que apresentaram maior número de amostras com presença de
Escherichia coli/100 mL no sistema de distribuição de água, janeiro de 2013 a dezembro de
2020
Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).
Figura 503 – Proporção de amostras do sistema de distribuição de água fora dos padrões
para turbidez, cloro residual livre e Escherichia coli, janeiro de 2013 a dezembro de 2020
Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).
846
encontram-se apresentados na Tabela 112. Observa-se que apenas 2,1% das amostras coletadas
no sistema de distribuição, no período de 2013 a 2020, estava em desacordo com os padrões,
sendo que na saída dos reservatórios, essa proporção foi de 0,8 % e na rede de distribuição de
água foi de 2,2%.
Nota-se pela Figura 504, que as menores proporções de atendimento a portaria são observadas
nos bairros do Subúrbio Ferroviário, na região de Itapagipe e das Ilhas. A região do Miolo de
Salvador apresenta proporção de atendimento bem favorável, apesar da rede de monitoramento
não abranger todos os bairros dessa região.
Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).
847
Comparando-se esses resultados com a percepção dos respondentes dos domicílios no âmbito do
QUALISalvador (2019-2020), apresentado na Figura 499, observa-se certa similaridade em termos
de classificação em relação às ilhas e ao Subúrbio Ferroviário, sendo que na região do Miolo há
insatisfação dos respondentes quanto à qualidade da água fornecida.
Os problemas e dificuldades inerentes à prestação dos serviços são inerentes a todas as etapas do
sistema de abastecimento que é de responsabilidade da Embasa, além de perpassar por áreas de
atuação de outros órgãos como o INEMA e o Poder Público Municipal no que concerne ao uso e
ocupação do solo, urbanização, entre outros.
No que concerne aos reservatórios de captação que é onde tudo se inicia, estes se encontram em
risco quanto à qualidade de suas águas, à biodiversidade e à operação dos mesmos, em
decorrência das ocupações irregulares; lançamento direto e indireto de esgotos não tratados;
carreamento de material terrígeno, causando assoreamento; supressão ilegal da cobertura vegetal;
plantio nas áreas circundantes, com a utilização de agrotóxicos. Segundo Embasa (2020) em alguns
dos reservatórios, o cenário já se encontra estabelecido, consequentemente gerando sérios
passivos ambientais que oneram o tratamento da água.
Para tanto, a Embasa vem desenvolvendo ações como Elaboração do Plano Ambiental de
conservação e uso do entorno do reservatório artificial (PACUERA) de Santa Helena, devendo ser
replicado para os demais reservatórios a fim de identificar quais são as áreas mais vulneráveis e
quais ações devem ser executadas para garantir territórios produtores de água com qualidade e em
quantidade.
Além da questão da qualidade da água comprometida ainda foi identificado pelo PARMS (2016)
problemas inerentes à quantidade de água disponível, resultando em um déficit hídrico para
atendimento das demandas do SIAA de Salvador e SIAA Recôncavo. Conforme previsto nesse
mesmo estudo, uma das alternativas seria a exploração das águas subterrâneas do aquífero São
Sebastião. A Embasa já vem executando ações nessa direção, tendo elaborado o Estudo da Borda
Leste, onde foi identificado que a maior parte da área de interesse apresenta baixa susceptibilidade
848
a ter os recursos hídricos subterrâneos afetados por eventos de contaminação ocorridos em
superfície. Também já foram perfurados 15 poços, com previsão de adução das águas dessa rede
de poços diretamente para o tanque de contato da ETA Principal, visto que não é necessário passar
por todas as etapas de tratamento, apenas desinfecção e fluoretação.
No que concerne ao sistema de reservação conforme já foi discutido ao longo do produto é evidente
necessidade de melhorias, visto que o abastecimento de algumas zonas diretamente por adutoras
e subadutoras, configura-se numa situação imprópria em função do porte da adutora e das
condições operacionais envolvidas. O uso do reservatório possibilita regularizar a vazão de adução
em função da variação horária das demandas do sistema e um melhor controle das pressões na
rede de distribuição, além da garantia de uma reserva de água destinada para demandas de
equilíbrio, de emergência ou de incêndio. Além disso, estudos do PARMS (2016) sinalizam
capacidade insuficiente (admitindo de 1/3 a 1/4 do Volume Máximo Diário) para atender as
demandas de vários centros de reservação (R7, R01, R20, R03, R05, R18, R14, R10, R12) sendo
apontado necessidade de ampliação da capacidade. Afim de mitigar os impactos da capacidade
insuficiente de reservação, foram realizadas mudanças na setorização do abastecimento, com a
subdivisão ou realocação de algumas zonas, para serem atendidas diretamente por adutoras ou
subadutoras, por exemplo.
Em relação aos pontos críticos em decorrência de pressão baixa na rede, a Embasa sinalizou que
são as áreas atendidas por manobras (Ilha de Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e Ilha de
Maré) tendo em vista que não operam 100% do tempo com pressão adequada nas redes. No que
concerne a pressões elevadas, segundo a Embasa não existem pontos críticos, em decorrência
principalmente do uso de válvulas reguladoras de pressão (VRP) e substituição de redes/reposição
dos ativos. Já no que se refere a regiões que são consideradas pontos críticos por conta de baixa
pressão, ou seja, podem atingir pressões abaixo de 10 mca em determinados horários do dia (horas
de maior consumo) foram listados locais de cotas elevadas pertencentes a UMJ e UML,
espacializadas na Figura 505 e na Figura 506, respectivamente.
Na Figura 505 e na Figura 506 é possível observar também os locais que estão inseridos nas Zonas
Especiais de Interesse Social (ZEIS), que, de acordo com o PDDU de Salvador (2016) são as zonas
849
destinadas à regularização fundiária e à produção, manutenção ou qualificação da Habitação de
Interesse Social e da Habitação de Mercado Popular, ou seja, são os locais onde predominam
atualmente ocupações irregulares e informais, relacionadas à parcela da população em situação de
maior vulnerabilidade social no município.
850
Figura 505 – Espacialização dos locais críticos em virtude de baixa pressão na rede - UMJ
851
Figura 506 – Espacialização dos locais críticos em virtude de baixa pressão na rede – UML
852
Observa-se que na UMJ todos os setores de abastecimento possuem pontos críticos em virtude de
baixa pressão na rede, além da ZA-64 (parte), atendida pela subadutora do R18 e a ZA-62 atendida
pela adutora principal, totalizando 29 pontos críticos conforme pode ser observado no Quadro 170.
Como pode ser observado na Figura 505, praticamente todos esses pontos estão localizados em
área de ZEIS.
853
Localidade atendida (Ponto Cota Resumo das Fase
Zona Setor
Crítico) (m) Intervenções no setor atual
reservatório),
ou pela
adutora ETA
Principal x R7
Fonte: Embasa, 2021.
Em relação a UML observa-se no Quadro 171, que existem 18 pontos críticos, distribuídos em
diversas zonas de abastecimento, sendo que todos esses pontos estão localizados em áreas de
ZEIS conforme Figura 506. A ZA-23, ZA-32 e a ZA-31 possuem 3 pontos críticos cada, sendo as
duas primeiras zonas atendidas pelo Setor R7 e a ZA-31 atendida diretamente pela adutora
principal.
Nos quadros acima foram sinalizadas as intervenções previstas para os setores responsáveis pelo
abastecimento desses locais críticos. Além dessas, cita-se a criação do setor R22 e a novo Setor
R6 (Alto do Peru). Operacionalmente, a área a ser abrangida pelo Setor R22 é atualmente atendida
em parte por abastecimento direto na rede a partir da Adutora Principal, parte pelo centro de
reservação R7 (Cabula - Zona Alta), parte pelo centro de reservação R20 (Fazenda Grande III) e
parte pelo centro de reservação do R14 (Águas Claras), cuja área de influência encontra-se com
854
capacidade de abastecimento comprometida, necessitando de ampliação imediata. Já o R6 terá
como objetivo atender a região da Cidade Baixa, que foi bastante mencionada durante os eventos
com problemas de intermitência no abastecimento. Ambos os setores, segundo a Embasa estão
com projetos em andamento.
Em síntese, essas unidades regionais possuem áreas que merecem atenção especial, o que foi
ratificado pelos atores sociais estratégicos e pela população por meio das ferramentas de
participação que serão descritas no item 10.
As Ilhas, conforme foi mencionado durante visita técnica e durante o evento participativo, também
possuem problemas de intermitência no fornecimento de água, em virtude das manobras que são
realizadas. Porém, a EMBASA salientou que nas Ilhas dos Frades, Ilha de Maré e Ilha de Bom
Jesus dos Passos a reservação interna ordinária dos imóveis supre a intermitência oriunda de
manobras de abastecimento, com exceção de períodos atípicos, como os decorrentes do
incremento da população flutuante. No caso das Ilhas de Bom Jesus dos Passos e Frades, após a
entrada em operação do RZBII em abril/2021 e da duplicação da adutora até a Ilha de Maré as
manobras foram retiradas, sendo necessário apenas em situações eventuais, como manutenção.
Segundo representante da Embasa presente no evento de apresentação do diagnóstico das Ilhas,
está no planeamento da Embasa a duplicação da adutora subaquática de Madre de Deus até Bom
Jesus dos Passos e de Bom Jesus dos Passos até a Ilha dos Frades.
Já em Ilha de Maré a situação das manobras ainda continua sendo bastante delicada, mesmo para
os imóveis que possuem reservatório, visto que são muitas localidades para serem atendidas
durante apenas 5 dias na semana, já que em dois dias da semana atende-se apenas a localidade
de Passé, pertencente ao município de Candeias. O representante da Embasa afirmou no evento
que consta no planejamento da embasa ações para melhoria, inclusive já está sendo executada
uma obra de duplicação do trecho do reservatório da zona média (RZM) em Candeias até a
localidade de Passé, afim de remover o rodizio existente entre Passé e a Ilha de Maré. Já
especificamente na Ilha de Maré estão previstas intervenções em trechos críticos que rompem com
frequência.
855
Quadro 172 – Pontos críticos de intermitência no fornecimento de água por Prefeitura-
Bairro
Prefeitura Setor de abastecimento
Bairros Local
Bairro de água
Alto de Coutos - Ruas Luanda, Angola,
Coutos Setor R18 (UMJ)
Luciúla, Suez, Israel e Moçanbique.
PB2 - Paripe Paripe - Rua 14 de Setembro Setor R18 (UMJ)
Subúrbio/
Fazenda Coutos - Rua 33, Quad. 4 –
Ilhas Fazenda Coutos Setor R18 (UMJ)
Fazenda Coutos III
Plataforma Plataforma - Rua São Paulo Setor R10 (UMJ)
Cajazeiras VIII Av. Venturino - Cajazeiras VIII Setor R14 (UMJ)
Rua Maria Das Dores Leite, Loteamento Adutora ETA Principal - R7
Cajazeiras XI
Santo Antônio – Cajazeiras XI (UMJ)
Adutora ETA Principal - R7
PB 3 - Cajazeiras X Rua Alfaiate Kadu – Cajazeiras X
Cajazeiras (UMJ) e Setor R14 (UMJ)
Rua Oswaldo Cruz, 1ª etapa – Castelo
Setor R14 (UMJ)
Branco
Castelo Branco
Rua Poços de Caldas, 3ª etapa – Castelo
Branco
PB 4 - Itapuã Cassange Cassange - Nova Esperança do Cassange Setor R20 (UMB)
PB 6 - Barra Engenho Velho Eng. Velho da Federação - Travessa
Setor R15 (UMF)
Pituba da Federação Manoel Melo
PB 7 -
São Caetano - Rua Nova do Camurujipe –
Liberdade / São Caetano Setor R25 (UML)
São Caetano
São Caetano
Cabula/Tancredo Neves -
Cabula Setor R7 (UML)
Cabula/Comunidade Timbalada
Cabula/Tancredo neves - 3ª travessa da
Saramandaia Setor R7 (UML)
Boa Vista - Saramandaia
Cabula/Tancredo Neves - Arraial Do Retiro
Arraial do Retiro Setor R7 (UML)
- Vila Oliveira
PB 8 - Cabula/Tancredo Neves – Arenoso - Rua
Cabula / Raissa Gomes
Arenoso Setor R7 (UML)
Tancredo Cabula/Tancredo Neves - Rua Direta do
Neves Arenoso
Cabula/Tancredo Neves - Rua Santo
Antônio de Pádua
Cabula/Tancredo Neves -Rua Boa Vista
Pernambués Setor R7 (UML)
Cabula/Tancredo Neves -Travessa São
José
Cabula/Tancredo Neves -Rua Pai Herói
PB9 - Pau da
Pau da Lima Baixa de Vila Esperança Setor R14 (UMJ)
Lima
Adutora ETA Suburbana
Moradas da Comunidade da Rocinha / Nova Brasília ou Adutora ETA Principal -
Lagoa de Valéria R7 e Subadutora R18
(UMJ)
PB10 -
Valéria Comunidade da Bolachinha / Valéria
Adutora ETA Suburbana
Valéria Comunidade Terracom / Valéria
ou Subadutora R18 (UMJ)
Comunidade Formigueiro / Valéria
Pirajá Comunidade da Sapolândia / Pirajá Setor R17 (UMJ)
Fonte: Prefeituras Bairro, 2021.
856
Além de problemas de pressão insuficiente ,que repercute na intermitência no fornecimento de
água, a Embasa identificou ainda localidades consideradas como pontos críticos de abastecimento,
por conta da falta de reservação interna adequada nos imóveis, falta de urbanização e construções
irregulares: Sussuarana, Nova Sussuarana, Novo Horizonte, Tancredo Neves, Mata Escura,
Arenoso, Fazenda Grande do Retiro, Capelinha, Sete de Abril, Canabrava, Nova Esperança, Nova
Brasília, Jardim Jaguaribe, São Marcos, Castelo Branco, Pau da Lima, Águas Claras, Moradas da
Lagoa e Periperi.
Em resumo, todo domicílio que realizar ligação na rede da Embasa deve estar equipado com
reservatório domiciliar, a fim de suportar momentos de interrupção no fornecimento de água em
decorrência de manutenção nas infraestruturas que compõem o sistema. Porém, é importante
salientar que existem locais críticos de atendimento, onde mesmo o domicílio tendo a reservação
adequada, ocorrem episódios de intermitência, por outros fatores, como pressão insuficiente na
rede.
Outro problema que merece atenção são as ligações clandestinas, que são responsáveis pelo alto
índice de perdas aparentes em todas as unidades regionais. O Quadro 173 apresenta o
levantamento realizado pela Embasa por bairro, que identificou ao todo 19.664 ligações
clandestinas em Salvador.
857
Bairro Quant. % Bairro Quant. %
Itacaranha 332 1,69% Jardim Armação 62 0,32%
Coutos 330 1,68% Marechal Rondon 60 0,31%
Liberdade 295 1,50% Barreias 58 0,29%
Pituaçu 293 1,49% Granjas R. Presidente Vargas 58 0,29%
Boca do Rio 281 1,43% Boa V.S Caetano 55 0,28%
São Caetano 242 1,23% Cabula 55 0,28%
Sete de Abril 237 1,21% Canabrava 55 0,28%
Stella Maris 227 1,15% Cajazeiras IV 54 0,27%
Alto Do Coqueirinho 224 1,14% Doron 53 0,27%
Pituba 214 1,09% Vila Canaria 53 0,27%
Fazenda Grande II 207 1,05% Iapi 51 0,26%
Santa Cruz 200 1,02% Jardim Cajazeiras 51 0,26%
Beiru/Tancredo Neves 199 1,01% Mont Serrat 51 0,26%
Cajazeiras VIII 193 0,98% Arenoso 50 0,25%
Moradas Da Lagoa 191 0,97% Palestina 45 0,23%
Curuzu 180 0,92% Pero Vaz 45 0,23%
São João Do Cabrito 177 0,90% Saboeiro 45 0,23%
São Tomé 166 0,84% Santa Monica 45 0,23%
São Marcos 164 0,83% Cajazeiras Ii 44 0,22%
Patamares 162 0,82% Engomadeira 44 0,22%
Castelo Branco 161 0,82% Bonfim 40 0,20%
Nova Constituinte 160 0,81% Vale dos Lagos 36 0,18%
Fazenda Grande I 157 0,80% Mangueira 29 0,15%
Alta Da Terezinha 154 0,78% Nordeste de Amaralina 28 0,14%
Sussuarana 151 0,77% Capelinha 26 0,13%
Fz Grande Do Retiro 148 0,75% C De Areia 23 0,12%
Nova Brasilia 147 0,75% Nova Esperanca 23 0,12%
Pau Da Lima 146 0,74% Jd Santo Inacio 22 0,11%
Praia Grande 146 0,74% Candeal 18 0,09%
Calçada 144 0,73% Boa Vista 17 0,09%
Fazenda Coutos 141 0,72% Eng V De Brotas 12 0,06%
Cajazeiras X 140 0,71% Mares 10 0,05%
Lobato 130 0,66% Resgate 10 0,05%
Cassange 118 0,60% V Ruy Barbosa/Jd. Cruzeiro 10 0,05%
Imbuí 117 0,59% Amaralina 9 0,05%
Fazenda Grande Iii 114 0,58% Arraial Do Retiro 9 0,05%
Trobogy 114 0,58% Federação 6 0,03%
Pirajá 110 0,56% Retiro 6 0,03%
Rio Sena 108 0,55% Lapinha 5 0,03%
Jaguaripe I 105 0,53% Roma 5 0,03%
São Rafael 101 0,51% Pau Miúdo 4 0,02%
Stiep 99 0,50% Santa Luzia 4 0,02%
Fazenda Grande Iv 94 0,48% Boa Viagem 3 0,02%
858
Bairro Quant. % Bairro Quant. %
Mata Escura 94 0,48% Baixa de Quintas 3 0,02%
Novo Marotinho 94 0,48% Brotas 2 0,01%
Bom Juá 90 0,46% Cx. D’água 2 0,01%
Nova Sussuarana 90 0,46% Luiz Anselmo 2 0,01%
Saramandaia 90 0,46% Macaúbas 2 0,01%
Piatã 83 0,42% Porto S. Pirajá 2 0,01%
São Gonçalo 83 0,42% Barbalho 1 0,01%
Cajazeiras Xi 82 0,42% Cidade Nova 1 0,01%
Alto do Cabrito 80 0,41% Graça 1 0,01%
Uruguai 80 0,41% Santo Antônio 1 0,01%
TOTAL 17.473 TOTAL 2.191
TOTAL 19.664
Observa-se que os bairros São Cristóvão e Bairro da Paz, respondem cada um por mais de 9% do
total de ligações clandestinas identificadas pela Embasa em Salvador, em seguida aparecem os
bairros de Itapuã e Mussurunga, ambos com porcentagem significativa também, em torno de 5%.
Segundo a Embasa, a empresa vem atuando com equipes de cadastro, colhendo dados dos
proprietários dos imóveis nestes locais, e possui contratos de cobrança específicos para suspender
o abastecimento dos imóveis que não regularizam o cadastro. Ressaltou a dificuldade em executar
estes serviços em áreas de vulnerabilidade social.
Acrescentou ainda que também é um problema o alto índice de ligações inativas, e a existência, em
sua grande maioria, em área de risco, o que impede a cobrança e consequentemente possuem
consumo descontrolado, contribuindo para a elevação do índice de perdas aparentes. Reforçou que
a falta de urbanização em regiões mais carentes do município também é um outro problema, já que
dificulta as obras de substituição e reforço de redes de distribuição.
859
Figura 507 - Ligações clandestinas de água por bairro de Salvador
Sobre as ações estruturais para o controle de perdas, foi informado durante evento de apresentação
do diagnóstico pelo representante da Embasa, que está em execução o programa de substituição
de redes de distribuição antigas que tem reflexo tanto na melhoria do abastecimento, já que as
860
perdas de carga reduzem significativamente, além de reduzir as perdas físicas relacionadas ao
rompimento de tubulação. Mencionou trechos já executadas na região da Cidade Baixa, onde foi
destacada pelos representantes que a água não tinha pressão para atender imóvel com apenas um
pavimento.
No que diz respeito às perdas aparentes, foi citado pelo representante da UMB na audiência
realizada pela Câmara de Salvador no dia 28/10/21, que a Embasa vem adotando medidas como
envelopamento e proteção de rede distribuidora com finalidade de coibir ligações clandestinas de
água reincidentes, como trechos já executados na região de Stellla Maris, Praia do Flamengo e
Ipitanga, área de abrangência da PB Itapuã.
O Quadro 174 apresenta as informações de destinação final dos resíduos produzidos nos SAA de
água que atendem a cidade de Salvador e suas respectivas Ilhas e o Quadro 175 a quantidade de
resíduos produzidos na ETA Principal e nas ETAs do Parque da Bolandeira. Salienta-se que o
detalhamento dessas informações está apresentado no Produto F1 – Diagnóstico de Resíduos
Sólidos.
Quadro 174 – Destinação final dos resíduos produzidos nos SAA que atendem o município
de Salvador
Sistema Resíduo Destinação Final
Terra limpa e areia residual Inerte - Classe IIB
Bota fora da construção civil (Classe II - A e B)
Expurgo de pavimento Aterro Metropolitano Centro
Restos de conexões
SIAA Entulho
SALVADOR EPI Logística Reversa
Embalagem de produtos químicos (baldes, sacos,
Logística Reversa
bags, bombonas, etc)
Pilhas e baterias
Restos de conexões metálicas e PVC Aterro sanitário e leilão
Roçagem Reutilização interna
PVC ASCOBA e COPERMARC
Entulho Reaproveitamento
ILHA DE Cola
Aterro Metropolitano Centro
MARÉ Cerra
(UMS) Embalagem de produtos químicos (baldes, sacos,
Logística Reversa
bags, bombonas, etc)
Pilhas e baterias SAEB
EPI Entregue a Contratada
Roçagem Reutilização interna
ILHA DE
PVC ASCOBA e COPERMARC
PARAMAN
Cola
A (UMS) Aterro Metropolitano Centro
Cerra
861
Sistema Resíduo Destinação Final
Embalagem de produtos químicos (baldes, sacos,
Logística Reversa
bags, bombonas, etc)
Pilhas e baterias SAEB
Entulho Reaproveitamento
Aterro Sanitário da Hera Ambiental
EPI
em São Francisco do Conde
Roçagem Reutilização interna
PVC ASCOBA e COPERMARC
Cola
ILHA DE Aterro Metropolitano Centro
Cerra
PONTA DE
Embalagem de produtos químicos (baldes, sacos,
NOSSA Logística Reversa
bags, bombonas, etc)
SENHORA
(UMS) Pilhas e baterias SAEB
Entulho Reaproveitamento
Aterro Sanitário da Hera Ambiental
EPI
em São Francisco do Conde
Roçagem Reutilização interna
PVC ASCOBA e COPERMARC
Cola
Aterro Metropolitano Centro
ILHA DE Cerra
BOM Entulho Reaproveitamento
JESUS Aterro Sanitário da Hera Ambiental
EPI
DOS em São Francisco do Conde
PASSOS Embalagem de produtos químicos (baldes, sacos,
Logística Reversa
(UMS) bags, bombonas, etc)
Pilhas e baterias SAEB
Recipiente de Hipoclorito de Sódio-Bombona
Logística Reversa
Recipiente de Hipoclorito de Cálcio-Balde
Fonte: Embasa, 2021.
Quadro 175 – Tipo e quantidade de resíduos advindos da ETA Principal e das ETA do
Parque da Bolandeira
Resíduos Und. Quantidade
Resíduo da Cal ton/mês 6,00
Carvão ativado sacos/mês 720 ,00
BAG (Carvão ativado e Cal) de 500 kg. BAG/mês 810,00
Vasilhame de Permanganato (capacidade para 25kg) Baldes/mês 240,00
Descarte das amostras utilizadas para análises físico-químicas l/mês 25
Sachê de DPD (5 mg) und/mês 2.400,00
Frascos de reagentes químicos para análise (1 l) und/mês 30,00
Água das lavagens dos filtros e descargas dos decantadores m³/mês 225.000,00
Lodo gerado nas lavagens de filtros e descargas dos decantadores Ton/mês 9,5
Fonte: Embasa, 2021.
Em relação às águas de lavagem dos filtros e descargas de fundo dos decantadores das ETAS do
SIAA Salvador, não há estações de tratamento de lodo em nenhuma delas, e, portanto, não há a
geração de lodo desidratado nestas unidades.
862
Na ETA Teodoro Sampaio 100% das águas de lavagem dos filtros e das descargas de fundo dos
decantadores são enviadas para o sistema de disposição oceânica (SDO) Jaguaribe, que compõe
o SES de Salvador, já na ETA Vieira de Melo uma parcela menor, cerca de 5% é descartada em
um córrego que passa dentro do Parque da Bolandeira, tendo como destino final o mar.
E os efluentes da descarga dos decantadores e da lavagem dos filtros da ETA Principal são
lançadas numa vertente do rio Joanes, no território do distrito de Menino Jesus, município de
Candeias, sem nenhum tipo de tratamento (Figura 508) e as de lavagem do filtro da ETA Suburbana
são lançadas em um riacho afluente do rio Ipitanga.
Sobre o lançamento das efluentes da ETA principal de forma inadequada sem nenhum tipo de
tratamento, a Secretaria de Meio Ambiente de Candeias já notificou a Embasa, por meio dos atos
de infração nº 008/2019 e nº 012/2021. Além disso a Embasa também foi notificada por meio do ato
de infração nº 020/2021, em virtude do desenvolvimento de avançado processo erosivo do solo, em
virtude de rompimento da tubulação que transporta o efluente, causando risco de deslizamento e
instabilidade da encosta localizada na área de influência da ETA Principal.
863
Segundo informações da Embasa (2020) encontra-se em fase de revisão de orçamento o projeto
da Estação de Tratamento do Lodo (ETL) previsto no PARMS. Esta será locada na área adjacente
às unidades da ETA que possui espaço suficiente. Também se encontra em andamento o estudo
para a ETL do Parque da Bolandeira.
As soluções alternativas de abastecimento de água via de regra são compostas por poço ou fonte,
carro pipa, seguida ou não de tratamento. Para que essas soluções funcionem adequadamente
devem ser dimensionadas, construídas e operadas conforme preconizam as normas técnicas
vigentes.
De acordo com o número de unidades atendidas as soluções alternativas podem ser caracterizadas
como individuais ou coletivas. As soluções alternativas individuais atendem uma única unidade
(residencial, comercial e industrial) e as coletivas atendem um conjunto de unidades (residenciais,
comerciais e industriais).
Como já detalhado anteriormente no item 7.1.1, de acordo com o IBGE (2010), o município de
Salvador possuía 0,51% dos domicílios utilizando soluções individuais de abastecimento de água,
sendo a maior parte por poço ou nascente (0,41%), seguido de carro-pipa ou água de chuva (0,09%)
e rio, açude, lago ou igarapé (0,01%).
A Coordenadoria da Atenção Primária à Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde, por meio dos
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realiza o acompanhamento das famílias cadastradas e
864
possui o levantamento das formas de abastecimento de água utilizadas pelas famílias em cada um
dos distritos sanitários do município, que tem sua área de abrangência apresentada na Figura 509.
865
Tabela 113 – População atendida por cada forma de abastecimento de água nos distritos sanitários (2020)
DS
DS DS Boca DS DS DS DS DS DS DS DS São DS Total
Tipo de Abastecimento de Água Pau da
Barra do Rio Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapagipe Itapuã Liberdade Caetano Subúrbio SSA
Lima
Carro Pipa 27 8 6 24 7 2 1 1 14 20 29 139
Cisterna 70 34 43 106 47 3 42 51 51 48 90 136 721
Outro 57 31 23 58 144 62 15 113 113 90 118 359 1183
Poço Nascente no Domicilio 25 28 6 46 18 1 5 28 28 32 108 325
Rede Encanada até o Domicílio 101467 48438 59492 134607 77315 5007 48320 71629 71629 47597 119242 174669 959412
TOTAL 101.646 48.539 59.570 134.841 77.531 5.075 48.382 71.822 71.822 47.749 119.502 175.301 961.780
Fonte: SMS, 2021.
Tabela 114 – Percentual da população atendida por cada forma de abastecimento de água nos distritos sanitários (2020)
DS DS
DS DS DS DS DS DS DS DS DS São DS Total
Tipo de Abastecimento de Água Boca Pau da
Barra Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapagipe Itapuã Liberdade Caetano Subúrbio SSA
do Rio Lima
Carro Pipa 0,03% 0,02% 0,01% 0,02% 0,01% 0,04% 0,00% 0,00% 0,00% 0,03% 0,02% 0,02% 0,01%
Cisterna 0,07% 0,07% 0,07% 0,08% 0,06% 0,06% 0,09% 0,07% 0,07% 0,10% 0,08% 0,08% 0,07%
Outro 0,06% 0,06% 0,04% 0,04% 0,19% 1,22% 0,03% 0,16% 0,16% 0,19% 0,10% 0,20% 0,12%
Poço Nascente No Domicilio 0,02% 0,06% 0,01% 0,03% 0,02% 0,02% 0,01% 0,04% 0,04% 0,00% 0,03% 0,06% 0,03%
Rede Encanada até o Domicilio 99,82% 99,79% 99,87% 99,83% 99,72% 98,66% 99,87% 99,73% 99,73% 99,68% 99,78% 99,64% 99,75%
TOTAL 100,00% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: SMS, 2021.
866
Analisando as tabelas acima, observa-se que de acordo com as informações fornecidas, apenas
0,25% da população cadastrada utilizada soluções individuais de abastecimento de água, sendo
0,07% cisternas e 0,12% outra solução que não é identificada.
Ao se analisar os resultados por Distrito Sanitário, observa-se que o maior percentual de utilização
de soluções alternativas ocorre no distrito sanitário Centro (1,34%), sendo 1,22% adota outra
solução que não está entre as mencionadas, como pode ser visualizado na Figura 510.
Figura 510 – Soluções individuais utilizadas nos distritos sanitários de Salvador (2021)
1,60%
1,40%
1,20%
1,00%
0,80%
0,60%
0,40%
0,20%
0,00%
867
Tabela 115 – Tipo de tratamento domiciliar adotado para água de beber pela população nos distritos sanitários (2020)
DS
DS DS Boca DS DS DS DS DS DS DS DS São DS Total
Pau da
Barra do Rio Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapagipe Itapuã Liberdade Caetano Subúrbio SSA
Tipo de Abastecimento de Água Lima
Cloração 11862 3061 2531 9872 3952 504 7662 3505 3505 3849 9010 25392 84705
Fervura 342 175 453 549 770 64 154 528 528 312 710 1075 5660
Filtração 83354 43473 49808 106525 66927 3931 35582 53040 53040 33981 90451 114175 734287
Mineral 1456 453 1017 3511 2145 143 799 2402 2402 2048 3814 5247 25437
Sem Tratamento 4632 1384 5763 14382 3736 433 4185 12359 12359 7559 15517 29376 111685
TOTAL 101.646 48.546 59.572 134.839 77.530 5.075 48.382 71.834 71.834 47.749 119.502 175.265 961.774
Fonte: SMS, 2021.
Tabela 116 – Percentual do tipo de tratamento domiciliar adotado para água de beber pela população nos distritos sanitários (2020)
DS
DS DS Boca DS DS DS DS DS DS DS DS São DS Total
Pau da
Barra do Rio Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapagipe Itapuã Liberdade Caetano Subúrbio SSA
Tipo de Abastecimento de Água Lima
Cloracao 11,67% 6,31% 4,25% 7,32% 5,10% 9,93% 15,84% 4,88% 4,88% 8,06% 7,54% 14,49% 8,81%
Fervura 0,34% 0,36% 0,76% 0,41% 0,99% 1,26% 0,32% 0,74% 0,74% 0,65% 0,59% 0,61% 0,59%
Filtracao 82,00% 89,55% 83,61% 79,00% 86,32% 77,46% 73,54% 73,84% 73,84% 71,17% 75,69% 65,14% 76,35%
Mineral 1,43% 0,93% 1,71% 2,60% 2,77% 2,82% 1,65% 3,34% 3,34% 4,29% 3,19% 2,99% 2,64%
Sem Tratamento 4,56% 2,85% 9,67% 10,67% 4,82% 8,53% 8,65% 17,20% 17,20% 15,83% 12,98% 16,76% 11,61%
TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Fonte: SMS, 2021.
868
No gráfico da Figura 511 observa-se que a forma de tratamento domiciliar que predomina em todos
os distritos sanitários é a filtração, com destaque para o DS Boca do Rio em que 89% das pessoas
cadastradas adotam esse tipo de tratamento.
Figura 511 - Percentual do tipo de tratamento domiciliar adotado para água de beber pela
população nos distritos sanitários (2020)
120,00%
100,00%
80,00%
60,00%
40,00%
20,00%
0,00%
Dos locais da parte continental do município de Salvador, que utiliza soluções alternativas, destaca-
se a Fazenda Cassange que ainda não possui cobertura adequada de rede pública pela Embasa,
em virtude de impasse de regularização fundiária das moradias instaladas em área com restrição
do ponto de vista ambiental.
Sendo assim, as famílias nessa situação são atendidas por meio de carro-pipa, com
armazenamento de água em reservatórios indivíduos ou coletivos (Figura 512), cujo serviço é
realizado pela Embasa. Em virtude disso, a Vigilância em Saúde Ambiental (VISAMB) do município
fornece hipoclorito de sódio para as famílias abastecidas por essa solução, afim de minimizar risco
a saúde.
869
Figura 512 – (A) Reservatório comunitário e (B) reservatório individual em Fazenda
Cassange
A B
Destaca-se na parte continental a existência de diversas fontes espalhadas pela cidade que são
muitas vezes utilizadas pela população em situação de rua e como solução emergencial em
determinados locais quando ocorre a intermitência prolongada no fornecimento de água em
decorrência de alguma intervenção no sistema.
Além disso, muitas dessas fontes têm uma importância histórica, cultural e religiosa para a
população soteropolitana. A seguir a descrição de algumas das fontes de água localizadas em
Salvador, com algum tipo de uso pela população:
✓ Fonte da Graça (Figura 513): localizada na Rua Almirante Japiaçu, s/n° - Graça, segundo
Santos (1978) apud Tourinho e Costa (2012), é uma das mais antigas (Tourinho e Costa,
2012).
870
✓ Fonte de Santa Luzia (Figura 514): está localizada na igreja de Santa Luzia, na rua do Pilar,
55B, Comércio. Guarda a tradição de que suas águas são milagrosas para a cura das
enfermidades dos olhos. Está localizada no interior da igreja e sua vazão anual é perene.
Na data de comemoração à santa, 13 de dezembro, há grande manifestação religiosa. A
busca por suas águas é constante. Devido à crença, o uso é exclusivo para lavar os olhos
ou beber. Apresenta três bicas de saída de água e a fachada é trabalhada em pedras
(Tourinho e Costa, 2012).
✓ Fonte das Pedreiras (Figura 515): está localizada na rua Osório Vilas Boas, s/n°, Cidade
Nova, a concentração populacional em seu entorno é alta, é usada com frequência pela
comunidade local, para usos como lavagem de roupas, carros, banhos e para uso
doméstico. A água flui das pedras por duas bicas, as crianças a utilizam como lazer
(Tourinho e Costa, 2012).
871
✓ Fonte do Gueto (Figura 516): está situada na Rua 18 de Março, s/n°, Praça da Bica, no
Gueto. Apresenta em seu entorno elevada concentração populacional e muitas edificações.
A sua decoração desenho artístico em azulelos, se insere no contexto do Gueto. Ela tem
importância social relevante para a comunidade local, sendo utiliza para banho, limpeza de
casa, lavagem de carros, para beber e ambiente de lazer de crianças. É elevada a vazão
anual, apresentando bacia de recolhimento de pequena dimensão.
872
✓ Fonte da Estica (Figura 518): está situada na rua Coronel Tupy Caldas. s/n°, no bairro da
Liberdade, um dos bairros mais populoso de Salvador. A estrutura é moderna com
revestimento e escadas para acesso a bica. O local é frequentado por lavadores de carros,
crianças e moradores local (Tourinho, 2013).
✓ Fonte Gravatá (Figura 519): localiza-se no centro comercial de Salvador, entre a Av. Joana
Angélica e à Baixa dos Sapateiros, na rua do Gravatá, s/n°- Nazaré, local com concentração
de usuários de drogas e pessoas em situação de rua (Tourinho, 2013).
873
✓ Fonte da Preguiça (Figura 520): é provavelmente é uma das fontes mais antigas da cidade,
está localizada à margem da Avenida do Contorno, no bairro da Preguiça, no sopé da falha
geológica e próxima de outras fontes. É usada para tomar banhos, lavar roupas, lavar carros
e consumo humano. Os principais usuários são os moradores em situação de rua e a
comunidade próxima em episódios de falta de água (Tourinho, 2013).
874
✓ Fonte Santo Antônio (Figura 522): surgiu com a construção da Av. Luís Eduardo
Magalhães. Comumente observam-se transeuntes da referida avenida bebendo sua água
ou pessoas circulando com garrafões cheios. A água brota nas rochas e apresenta três
saídas de água.
✓ Fonte do Dique do Tororó (Figura 523): foi tombada pelo Decreto nº 28.398/81, de acordo
com a Lei nº 3.660/78 e com o Decreto nº 26.319/78 (BAHIA, 1983). O sítio é tombado pelo
Iphan (GP-1) BAHIA (1997). Fonte estilo cacimba, composta por dois poços verticais de
tijolos geminados, executados em alvenaria de pedra. Está localizada na Av. Presidente
Costa e Silva, s/n°, na Praça Mário Brasil, no Dique do Tororó (Tourinho e Costa, 2012).
875
✓ Fonte do Chega Nego (Figura 524): localizada na Av. Oceânica, s/nº, Ondina, em frente à
praia da Onda, está situada no sopé do morro em cujo alto está localizada a fonte do Chapéu
de Couro. Apresenta pequeno porte e bacia de recolhimento em dimensão pequena. Não
existem edificações próximas (Tourinho e Costa, 2012).
✓ Fonte da Pedra Furada: localizada na Av. Constelação, s/n°, Monte Serrat, é usada por
moradores da circunvizinhança. A água é coletada por baldes, que são elevados até a
superfície por cordas, e seu uso é basicamente para lavagem de roupas, banhos e limpeza
de casa (Tourinho e Costa, 2012).
✓ Fonte Vista Alegre de Baixo: está localizada na rua Topázio, s/n°, Vista Alegre de Baixo.
No local há poucas edificações e presença de muita vegetação. A comunidade a utiliza,
principalmente, para beber, sendo muito comum encontrar moradores com vasilhames
plásticos de 2 litros ou garrafões de 20 litros para suprir o abastecimento residencial
(Tourinho e Costa, 2012).
Na parte insular do município, em todas as três Ilhas (Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e
Ilha de Maré), também existem fontes. Apesar de existir rede pública com prestação do serviço pela
Embasa, em visita técnica foi observado a utilização dessas fontes como solução alternativa coletiva
e/ou individual para usos menos nobres, como lavagem de casas, irrigação de jardins etc.
Acredita-se que essas soluções são adotadas em virtude da intermitência do abastecimento, visto
que nessas três ilhas o abastecimento das localidades ocorre por manobras, e também como uma
876
forma de reduzir o consumo e consequentemente o valor a ser pago na tarifa da Embasa. A seguir
constam alguns registros fotográficos dessas soluções alternativas nas três Ilhas de Salvador
observadas durante a visita técnica realizada em dezembro/2020.
Figura 525 – Fontes utilizadas como solução alternativa em Ilha dos Frades – Localidade
Paramana
877
Figura 526 – Fonte coletiva utilizada como solução alternativa em Bom Jesus dos Passos
Figura 527 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - Praia Grande
878
Figura 528 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - localidade Itamoabo
Figura 529 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - localidade de
Santana: Rua da Paz
879
Figura 530 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré – localidade Santana
Figura 531 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - localidade Santana:
Av. Malhada (particular)
880
Figura 532 – Fonte em Ilha de Maré - localidade Santana: Av. Malhada (desativada)
881
Figura 533 – Pontos de Monitoramento da VISAMB das soluções alternativas
882
Observa-se que todas as soluções alternativas individuais (SAI) monitoradas estão localizadas no
território da Prefeitura – Bairro Itapuã, e a maioria das soluções alternativas coletivas monitoradas
estão no território da Prefeitura – Bairro Centro/Brotas. Em relação as fontes não monitoradas,
observa-se que se concentram no território da Prefeitura – Bairro Centro/Brotas e nas Ilhas.
Os Quadro 176 e Quadro 177 apresentam as Soluções Alternativas Individuais (SAI) e Soluções
Alternativas Coletivas (SAC), respectivamente, registradas e monitoradas pela Vigilância em Saúde
Ambiental de Salvador destinadas ao consumo humano.
883
População
Tipo(s) de
abastecida
Nome Endereço manancial(is) Tratamento
estimada no
utilizado(s)
município
SAI da Patrícia Rua Aliança, S/Nº Não 25 (0,00%)
SAI da Renata Rua Pedra Azul, Nº 55 Não 3 (0,00%)
SAI da Rua Alto do Girassol, Nº
Não 16 (0,00%)
Rosemeire 19
Rua das Neves - Pedreira
SAI do Adriano Sim 56 (0,00%)
Cassange
SAI do Bar do Avenida Fidalgo, Nº 09 Subterrâneo/
Poço Freático Não 31 (0,00%)
Bob (Rua Da Horta)
SAI do Claudio Travessa Barbosa, Nº 21 Raso Sim 62 (0,00%)
SAI do Jose Travessa do Raposo, Uf
Não 47 (0,00%)
Luiz 29
SAI do Sitio
Avenida Fidalgo, Nº 23 Não 6 (0,00%)
Deus é Fiel
SAI do Sitio do
Rua do Fidalgo, Nº 101 Não 9 (0,00%)
Velho da Paz
Fonte: SMS, 2021.
884
População
Tipo(s) de
abastecida
Nome Endereço manancial(is) Tratamento
estimada no
utilizado(s)
município
Rua Coronel Tupy Caldas, Liberdade.
Fonte do Estica Subterrâneo Não 0
(ref: bairro Guarani)
(Esquina das ruas do Gravatá e
Fonte do Gravatá Subterrâneo Não 0
Independência) – Centro.
Sopé da Ladeira da Montanha –
Fonte do Pereira Subterrâneo Não 0
Comércio.
Fonte do Queimado Largo do Queimado – Queimadinho. Subterrâneo Não 0
Horta de Valeria Rua do Penacho Subterrâneo Não 0
SAC Dona Merita Rua da Fonte, S/N Subterrâneo Não 93
Após implantação do Sistema de Abastecimento de Água, as fontes foram aos poucos perdendo
importância como meio de abastecimento, sendo progressivamente abandonadas. Com o passar
do tempo, essa situação foi se agravando até o atual estado de degradação urbano e ambiental
(CIAGS/UFBA e SEMA, 2010). No entanto, mesmo a despeito dessa situação, muitas dessas fontes
ainda são utilizadas pela vizinhança para lavagem de carros, lavagem de roupas, banho e para
lazer das crianças da redondeza, conforme levantado por CIAGS/UFBA e SEMA (2010).
Os Quadro 179 e Quadro 180 apresentam os dados das análises nas campanhas realizadas para
monitoramento dos SAIs e SACs, respectivamente.
885
uma aparência nebulosa, esteticamente indesejável e potencialmente perigosa (SCURACCHIO,
2010 apud RICHTTER E AZEVEDO NETTO, 2002).
A cor é uma característica física da água associada ao grau de redução de intensidade que a luz
sofre ao atravessá-la, devido a existência de substâncias dissolvidas – orgânicas e inorgânicas.
Durante a análise, podem ser determinadas tanto a cor aparente quanto a verdadeira. A cor
aparente, realizada nos Sistemas Alternativos, diz respeito a cor presente na amostra de água,
incrementada pela turbidez, sem passar pelo processo de filtração (PIVELI, R. P., 2005).
Dessa forma, foram marcados de vermelho todas os parâmetros que fugiram ao padrão
determinado pela legislação vigente e verde todos os parâmetros que estiveram de acordo com o
disposto na Portaria supracitada.
Embora todos os SAIs tenham constatado a presença de Coliformes Totais esses não são úteis
como indicadores de contaminação fecal, mas sua presença pode ser utilizada para revelar a
eficiência do tratamento e a limpeza e integridade dos sistemas (SILVA et al, 2019). Em
contrapartida a Escherichia Coli está entre os principais gêneros representantes do grupo coliformes
e sua presença atua como importante indicador microbiológico de contaminação fecal recente no
886
meio ambiente (ROVERI e MUNIZ, 2016) de animais endotérmicos, além de indicar um alto
potencial da presença de organismos patogênicos (SILVA et al, 2019).
A análise da qualidade da água das fontes que compõe os SACs se justifica em decorrência do seu
uso, ainda que secundário, nos bairros ocupados pela população das menores faixas de renda,
sobretudo em períodos de intermitência do abastecimento pela rede pública de distribuição
(CIAGS/UFBA e SEMA, 2010).
887
Data da Coliforme
Nome E. Coli Turbidez (Ut) Cor (Uh) pH
Coleta s Totais
25/03/2019 Presente Presente 0,02 0 6,22
06/08/2019 Presente Presente 0,02 0 6,59
Horta De Valeria 05/02/2019 Presente Presente 0,12 10,4 4,36
12/11/2019 Presente Ausente 5,24 1,2 6,48
SAC Dona Merita
06/10/2020 Ausente Ausente 0,02 Não realizada 5,34
Fonte: SMS, 2021.
Conforme os resultados apresentados nenhuma das fontes pode ser usada para consumo
humano, sem antes passar por tratamento. Ainda assim, a CIAGS/Ufba e Sema (2010) relata que
muitas das fontes são utilizadas pelos moradores do entorno para abastecimento residencial
quando há falta de água encanada, como a Fonte da Bica, da Preguiça, das Pedras e do Gravatá.
Destaca-se ainda, a importância religiosa da Fonte de Santa Luzia que guarda a tradição de que
suas águas são milagrosas para cura de enfermidades dos olhos. Devido à crença, o uso da água
de Santa Luzia é exclusivo para lavar os olhos ou para beber, visando à cura milagrosa.
Conforme já abordado no item 3.1.4.1, em 2010 a Assembleia Geral da ONU instituiu a Resolução
64/292, reconhecendo que o direito à água potável é um direito humano essencial para o pleno
gozo da vida e da humanidade. Isso significa afirmar que é:
“O direito de todos de dispor de água suficiente, segura, aceitável, acessível e acessível para
uso pessoal e doméstico. É necessário um suprimento adequado de água potável para evitar
a morte por desidratação, reduzir o risco de doenças relacionadas à água e atender às
necessidades de consumo e culinária e às necessidades de higiene pessoal e doméstica (UN,
2002, p. 1 apud Moraes e Borja, 2020)”.
Porém, sabe-se que esse direito ainda é privado a muitas pessoas, no caso especifico dos
domicílios de Salvador, esse direito é garantido, com ressalvas de necessidade de melhorias em
áreas específicas que tem problemas de intermitência no fornecimento de água, conforme foi
descrito o item 7.3.4.
Para além do domicilio existe a necessidade de garantir esse direito para a população em situação
de rua, que integra os grupos mais vulneráveis e marginalizados, além da população que tem o seu
sustento atrelado ao trabalho como vendedor ambulante nas ruas e praias da cidade, entre outros.
Logo, observa-se que é essencial garantir o acesso a sanitários públicos para satisfazer as
necessidades básicas desta população, garantindo o acesso à água potável para limpeza e lavagem
das mãos, utilização de vasos sanitários e chuveiros, que consistem em medidas de extrema
importância para a prevenção de doenças e promoção da saúde.
888
No município de Salvador não foram obtidos dados relativos à existência de sanitários públicos para
o atendimento dessa população, que por vezes é invisibilizada e excluída das políticas públicas de
inclusão social, mas de forma geral observa-se que os mesmos não existem em quantidade
suficiente.
Nas praias de Salvador, que também são locais de grande circulação de pessoas, como vendedores
ambulantes, turistas e soteropolitanos, que as utilizam como lazer, não é observada a presença de
sanitários públicos. Apenas em algumas praias existem sanitários químicos em situação precária,
sendo utilizados apenas em situações de extrema necessidade.
Com isso, fica evidente a necessidade do PMSBI de Salvador nas suas próximas etapas contemplar
o planejamento de soluções adequadas de abastecimento de água potável que extrapola a escala
domiciliar, afim de atender aos critérios normativos dos direitos humanos (Quadro 181).
889
8. CAPACIDADE E ADEQUAÇÃO DA INFRAESTRUTURA EXISTENTE EM
RELAÇÃO ÀS DIRETRIZES DOS PLANOS PERTINENTES
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador, instituído pela Lei Municipal nº
9.069, de 30 de junho de 2016, apresenta em seu artigo 11, como um dos objetivos da Política
Urbana, elevar a qualidade de vida da população soteropolitana, por meio de diversas políticas
públicas, dentre as quais o saneamento básico, a fim de promover a inclusão social, a redução
das desigualdades socioespaciais e a superação dos fatores de vulnerabilidade social e territorial
que afetam particularmente a maioria negra de Salvador, distribuída nas diferentes regiões da
Cidade.
Para tanto é necessário a expansão das iniciativas de universalização do saneamento básico para
atendimento de todas as áreas do Município, principalmente aquelas menos aparelhadas e com
níveis elevados de exclusão e segregação social; conforme disposto no art. 12 como uma das
diretrizes da Política Urbana no Munícipio de Salvador.
XIII - conservação dos recursos naturais, em especial dos mananciais hídricos superficiais e
subterrâneos de abastecimento de água, e dos remanescentes dos ecossistemas originais
do território municipal, com a viabilização de sua coexistência no espaço da cidade como
elementos de conforto ambiental, desenvolvimento econômico e qualificação urbanística;
Cabe destacar que essa Política Urbana possui um Capitulo (Capitulo II) especifico dedicado ao
Saneamento Básico, onde no Art. 89. fica definido que a Política Municipal de Saneamento Básico
contempla os princípios de universalidade, equidade, integralidade, intersetorialidade, qualidade do
serviço, sustentabilidade, transparência das ações, utilização de tecnologias apropriadas, adoção
de medidas de fomento à moderação do consumo de água e gestão pública, assegurando a
participação e o controle social na sua formulação, implementação, acompanhamento e avaliação.
890
todos os estratos sociais da população, com metas de universalização e serviço de qualidade;
III - estímulo ao desenvolvimento e aperfeiçoamento e métodos
economizadores de água;
IV - incentivo à adoção de equipamentos hidrossanitários que contribuam
para a redução do consumo de água;
V - promoção da educação ambiental voltada para a economia de água
pelos usuários;
VI - definição de mecanismos de monitoração e avaliação sistemática da
qualidade do serviço público de abastecimento de água pelo Executivo Municipal;
VII - controle de perdas de água e medidas de racionalização e eficiência
energética no sistema de abastecimento de água, com estabelecimento de metas;
VIII - divulgação periódica, pela empresa delegatária ou concessionária, dos
dados e indicadores referentes ao sistema de abastecimento de água no Município,
democratizando o acesso à informação e possibilitando o controle social sobre a qualidade
do serviço prestado;
IX - desenvolvimento de modelos e regras operativas das estruturas hidráulicas, considerando
o uso múltiplo das águas no Município.
Nesse contexto, é bastante oportuno citar a publicação do ano de 2019 da Editora da UFBA
(EDUFBA) intitulada: Salvador e os Descaminhos do PDDU de Salvador: construindo novos
Caminhos, que traz o Capítulo 7 - Águas urbanas e saneamento básico no PDDU 2016: da letra da
Lei à necessidade de efetiva implementação, escrito por uma autoridade das mais respeitadas no
campo da Saúde Ambiental professor Dr. Luiz Roberto Santos Moraes.
No que concerne ao abastecimento de água, essa publicação cita estudos que indicam que, embora
a cobertura da rede de distribuição de água, segundo dados oficiais, atinja cerca de 98,5% da
população do município, existe um comprometimento da qualidade da água distribuída pela
Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa); o fornecimento de água é intermitente em
alguns bairros e a desigualdade no acesso ao serviço é uma realidade, principalmente, na periferia
da cidade.
No presente trabalho, foi constatado que a cobertura do abastecimento de água por rede geral é
próxima da universalização, conforme item 7.1 corroborando com o estudo da EDUFBA, porém
como sinalizado pela população e atores sociais estratégicos nos eventos participativos, a
intermitência no fornecimento de água é uma realidade sobretudo nas áreas mais periféricas da
cidade, como as inseridas no território das Prefeituras Bairro Subúrbio/Ilhas e Cidade Baixa. Cabe
reforçar que as três Ilhas de Salvador são atendidas por meio de manobras, sendo bastante
enfatizado pelas representações os problemas da intermitência no fornecimento de água, que em
algumas localidades dura até dias, de acordo relatos.
Conforme foi visto no decorrer desse documento nem todas os locais são atendidos por
reservatório, sendo alguns diretamente por derivação de adutora e/ou subadutora, o que fragiliza a
operação visto que numa situação de necessidade de intervenção para realização de manutenção
e reparos, o abastecimento será interrompido, e aliado a isso se a residência não possuir um
891
reservatório domiciliar com volume suficiente para atender as demandas dos moradores por um
determinado período, recomendável 24 hrs, a situação da intermitência se tornará ainda mais
evidente. Além disso, ainda temos situações dos volumes de reservação não atender ao
recomendado, conforme foi constado nos estudos realizados no âmbito do PARMS. Dessa forma,
certamente nos horários de maior demanda pode ocorrer dificuldade para atender determinadas
áreas.
Em relação a qualidade da água distribuída foi sinalizado problemas pela população e pelos atores
sociais estratégicos durante os eventos das prefeituras bairro Subúrbio/Ilhas, Itapuã, Cidade Baixa,
Barra/Pituba. Os problemas perceptíveis pela população normalmente são alteração de cor e sabor,
mesmo que as causas associadas não representem risco a saúde, em contraponto de outros que
representam risco a saúde e muitas vezes não são perceptíveis.
A partir da análise dos dados de qualidade da água na rede de distribuição, referente os anos de
2019 e 2020, fornecidos pela Embasa (item 7.3.3.1), no que concerne aos parâmetros cor e
turbidez, foi constatado que estes não atenderam plenamente a legislação vigente no que se refere
a concentração, sendo a UMB responsável pelo menor percentual de amostras em conformidade
nos dois anos para os dois parâmetros.
Conforme já mencionado no item 7.3.3.1 esses parâmetros atuam como indicadores de natureza
sanitária e não meramente estética, o percentual de amostras com elevada turbidez pode ser
atribuído à intermitência do sistema, que possibilita a entrada de água contaminada no interior da
tubulação vazia, onde a pressão é negativa, enquanto que a cor aparente está associada as
paralisações no sistema de abastecimento - seja por falta de energia ou por manutenções na rede
- e ao retorno de seu funcionamento o material incrustado na superfície interna das tubulações da
rede de distribuição é carreado no processo, alterando os aspectos físicos da água, cor aparente e
turbidez.
Em relação ao parâmetro cloro residual livre, que é responsável pelo processo de desinfecção,
ultima do e tratamento da água, os dados da Embasa revelam que das Unidades Regionais que
abarcam o SIAA Salvador, a UMS foi a que apresentou menor percentual de conformidade nos dois
anos, enquanto a UMJ apresentou maior percentual de conformidade nos dois anos.
892
A VISAMB também realiza monitoramento da qualidade da água conforme detalhado no item
7.3.3.2. Em relação a turbidez as alterações nos pontos de amostragem ocorreram de forma
pontual. Em 2019 todas as 34 amostras anômalas, foram provenientes da rede de distribuição e em
2020, das 31 anômalas, 30 tivereram origem da rede e 01 teve origem domiciliar ou predial. Com
relação a cor aparente, em 2029 das 2.038 análises realizadas, 170 (8,34%) estavam em
desconformidade, sendo que dessas amostras, apenas duas tiveram procedência de coleta
intradomiciliar ou intrapredial.
Para o parâmetro microbiológico Escherichia Coli, nas análises realizada pela VISAMB foi
constatada a presença em 12 das análises realizadas em 2019, o que representa cerca de 0,6%
das amostras analisadas; sendo que 2 (16,7%) foram coletadas direto no sistema de distribuição e
10 (83,3%) foram coletadas em domicílio. Já em 2020 foi constatada a presença de E. coli em 9
das amostras, cerca de 0,6% das amostras analisadas - sendo 6 (66,7%) de procedência domiciliar
e 3 (33,3%) do sistema de distribuição. Desses pontos, um foi considerado critico em virtude da
reincidência em diversos meses, a procedência da coleta é intradomiciliar, da torneira após
reservação, está localizado no território da Prefeitura-bairro Barra-Pituba. Pelos resultados da
VISAMB pode-se inferir que os reservatórios domiciliares podem ser uma fonte de contaminação,
reforçando, portanto, a importância da sua higienização na frequência adequada.
Destarte, pode-se inferir que a prestação dos serviços de abastecimento de água pela prestadora
de serviços tem pontos que merecem atenção para melhorar atender as diretrizes do Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano, sobretudo no que concerne a intermitência do fornecimento de água.
Porém, é importante destacar também os esforços da prestadora em intervenções que estão em
andamento e que estão no seu planejamento conforme item 7.2.6 a fim de prestar serviço com
qualidade e em quantidade, indispensável para a melhora da qualidade de vida e a promoção da
saúde pública.
893
9. AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS DE SAÚDE PÚBLICA, RELACIONADOS ÀS
DEFICIENCIAS DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
No Produto Parcial E1A - Caracterização Geral e Bases para Cadastro parte integrante do Plano
Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador PMSBI foram apresentados os dados de
ocorrência de doenças relacionadas ao saneamento básico em cada um dos distritos sanitários do
município de Salvador. Na Figura 534 apresenta-se a delimitação dos distritos sanitários, prefeituras
bairro e setores de abastecimento de água, para que seja possível uma análise da ocorrência das
doenças, em comparação com as informações disponíveis sobre o abastecimento de água no
município.
894
Figura 534 – Distritos sanitários e setores de abastecimento de água de Salvador
895
Tendo em vista a classificação da Funasa, buscou-se no Sistema de Informações de Agravos de
Notificação (SINAN), dados disponíveis sobre o município de Salvador dos últimos cinco anos (2015
a 2019) referente a dengue, leishmanioses, hepatite A, esquistossomose, leptospirose, malária,
febre tifoide, doença de chagas, febre amarela e cólera, sendo que as três últimas não
apresentaram registros para o Município. Ressalta-se que no SINAN não contém informações sobre
diarreias e o período de análise sobre a esquistossomose foi diferente das demais doenças, pois o
ano de 2017 foi o último com informações.
Nota-se que, no que se refere ao abastecimento de água, a prevenção das doenças de transmissão
feco-oral envolve uma melhoria na qualidade da água, enquanto as vinculadas a falta de higiene
(por escassez de água) envolve um aumento na disponibilidade de água (CAIRNCROSS e
VALDMANIS, 2006). Segundo Cairncross e Valdmanis (2006), um abastecimento de água eficiente
diminui o contato dos indivíduos com água contaminada e, também, reduz as enfermidades
relacionadas aos insetos vetores, já que com a prestação de um serviço mais confiável a população
evita o armazenamento da água em locais que podem se tornar possíveis criadouros, onde esses
vetores se reproduzem; nesses processos devem ser considerados, também, o ciclo de vida e o
comportamento do vetor.
a) Dengue;
b) Zika;
c) Chikungunya;
d) Febre Tifóide;
e) Esquitossomose;
f) Doenças Diarreicas Agudas; e
g) Covid-19.
896
9.1. DENGUE
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (2020), no ano de 2019 foram notificados 9.961 casos
de dengue e uma taxa de incidência de 348,61 por 100 (cem) mil habitantes e 5 (cinco) óbitos. Já
no ano de 2020, até a vigésima quinta semana epidemiológica já tinham sido notificados 5.567
casos de dengue.
O Distrito Sanitário Cabula/Beiru faz parte da Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo Neves e é atendida
pela Unidade Regional do Cabula (UML). Durante a oficina setorial da respectiva prefeitura bairro,
que ocorreu no dia 27 de maio de 2021, foram relatadas que algumas moradias não possuíam
ligação ao sistema de distribuição e, além disso, que diversos bairros que compõe esse distrito
sanitário sofriam com intermitência no abastecimento, foram eles: Tancredo Neves, Cabula VI,
Arenoso, Saramandaia, Arraial do Retiro, Calabetão, Narandiba, Saboeiro, Trobogy e Engomadeira.
O Distrito Sanitário Itapuã, atendido pela Unidade Regional da Bolandeira e parte integrante da
prefeitura bairro Itapuã, recebeu críticas, durante a oficina setorial da respectiva prefeitura bairro
que ocorreu no dia 21 de maio de 2021, quanto a presença de lava-jatos irregulares, que são
considerados pontos estratégicos no controle dos insetos vetores, e, também, em relação a
intermitência no abastecimento em alguns bairros que compõe esse distrito sanitário, a saber: Alto
do Coqueirinho, Bairro da Paz e São Cristóvão.
O Distrito Sanitário Liberdade também faz parte do território da prefeitura bairro Cabula/Tancredo
Neves e é atendido pelas Unidades Regionais do Cabula e da Federação. Durante a oficina setorial
não foram relatadas pela população deficiências no sistema de abastecimento nos bairros que
897
compõe esse distrito sanitário, não significa, no entanto, que esses fatores não estejam
relacionados.
Ressalta-se que esses fatores não são os únicos que influenciam na dinâmica da circulação viral,
devem ser incluídos também a forma com que se organiza o espaço geográfico dos centros
urbanos, bem como o modo de vida dos indivíduos e seus reflexos no ambiente, que podem criar
as condições propicias para a proliferação dos vetores (TEIXEIRA, BARRETO e GUERRA, 1999).
Teixeira, Barreto e Guerra (1999) relatam que essas condições propicias podem ocorrer tanto em
locais onde as condições sanitárias são deficientes, quanto em outros, onde se considera que existe
adequada infraestrutura de saneamento ambiental.
9.2. ZIKA
No município de Salvador, no ano de 2019 foram notificados 900 casos de zika e uma taxa de
incidência de 31,5 por 100 (cem) mil habitantes. Porém, no ano de 2020 até a vigésima quinta
semana epidemiológica já tinha sido notificados 624 (SMS, 2020).
Em relação aos locais de ocorrência crítica de zika no município de Salvador, tem-se os seguintes
distritos sanitários: Centro Histórico, Itapagipe, São Caetano/Valéria, Liberdade, Brotas, Barra/Rio
Vermelho, Cabula/Beirú, Pau da Lima, Subúrbio Ferroviário e Cajazeiras (SMS, 2020).
O Distrito Sanitário Liberdade faz parte da prefeitura bairro Cabula/Tancredo Neves e é atendido
pelas Unidades Regionais do Cabula e da Federação. Durante a oficina setorial não foram relatadas
898
pela população deficiências no sistema de abastecimento nos bairros que compõe o distrito
sanitário, não significa, no entanto, que esses fatores não estejam relacionados.
O Distrito Sanitário Brotas faz parte da prefeitura bairro Centro/Brotas e é atendida pela Unidade
Regional da Federação por meio da Subadutora R7-R15. Durante a oficina setorial da respectiva
prefeitura bairro, que ocorreu no dia 12 de maio de 2021, foi relatada intermitência no abastecimento
de água em Brotas e Cosme de Farias.
O Distrito Sanitário Subúrbio Ferroviário faz parte da prefeitura bairro Subúrbio/Ilhas e é atendido
pela Unidade Regional de Pirajá. Durante a oficina setorial dessa prefeitura bairro, que ocorreu no
dia 24 de maio de 2021, foi relatado que diversas localidades sofriam com intermitência no
abastecimento de água com frequência e duração elevados, chegando a situações extremas de
passarem dias sem o serviço de abastecimento. Esse cenário foi relatado nos seguintes bairros que
compõe o distrito sanitário: Coutos, Ilha Amarela, Ilha de Maré, Paripe e Periperi.
O Distrito Sanitário Centro Histórico faz parte da prefeitura bairro Cidade Baixa e é atendido pela
Unidade Regional da Federação. Durante a oficina setorial dessa prefeitura, que ocorreu no dia 18
de maio de 2021, foi relatado que diversas localidades sofriam com intermitência no abastecimento
de água, dentre eles: Comércio, Nazaré e Água de Meninos.
Assim como a dengue, à frequente intermitência no abastecimento pode fazer com que a população
dessas localidades armazene água em recipientes e esses podem vir a se tornar possíveis
criadouros de insetos vetores como o Aedes aegypti, corroborando com o aumento da incidência
de casos nessas localidades.
Cabe mencionar que os fatores determinantes e condicionantes dessa infecção, no que diz respeito
a sua frequência, distribuição e gravidade, não se limitam apenas a qualidade do serviço de
abastecimento de água, devem ser incluídos também a qualidade da prestação dos demais serviços
que compõe o saneamento básico, a forma com que ser organiza o espaço geográfico, o uso e
ocupação do solo, bem como o modo de vida dos indivíduos e seus reflexos no ambiente que podem
criar as condições propicias para a proliferação dos vetores.
9.3. CHIKUNGUNYA
No município de Salvador, no ano de 2019 foram notificados 4.055 casos de Chikungunya e uma
taxa de incidência de 141,92 por 100 (cem) mil habitantes. No ano de 2020 até a vigésima quinta
semana epidemiológica já tinha sido notificados 4.670 casos com 2 óbitos e uma taxa de incidência
de 163,44 casos por 100 (cem) mil habitantes – sendo a maior desde a introdução do vírus (SMS,
2020).
899
Em relação aos locais de ocorrência crítica de chikungunya no município de Salvador, tem-se os
seguintes distritos sanitários: Centro Histórico, Itapagipe, São Caetano/Valéria, Liberdade, Brotas,
Barra/Rio Vermelho, Boca do Rio, Itapuã, Cabula/Beirú, Pau da Lima, Subúrbio Ferroviário e
Cajazeiras (SMS, 2020).
O Distrito Sanitário Centro Histórico faz parte da prefeitura bairro Cidade Baixa e é atendido pela
Unidade Regional da Federação. Durante a oficina setorial dessa prefeitura, que ocorreu no dia 18
de maio de 2021, foi relatado que diversas localidades sofriam com intermitência no abastecimento
de água, dentre eles: Comércio, Nazaré e Água de Meninos.
O Distrito Sanitário Cabula/Beiru faz parte da Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo Neves e é atendida
pela Unidade Regional do Cabula (UML). Durante a oficina setorial da respectiva prefeitura bairro,
que ocorreu no dia 27 de maio de 2021, foram relatadas que algumas moradias não possuíam
ligação ao sistema de distribuição e, além disso, que diversos bairros que compõe esse distrito
sanitário sofriam com intermitência no abastecimento, foram eles: Tancredo Neves, Cabula VI,
Arenoso, Saramandaia, Arraial do Retiro, Calabetão, Narandiba, Saboeiro, Trobogy e Engomadeira.
O Distrito Sanitário Pau da Lima faz parte das prefeituras bairro Cajazeiras e Pau da Lima é atendido
pela Unidade Regional de Pirajá. Durante as oficinas setoriais de ambas as prefeituras bairros, que
ocorreram nos dias 20 e 26, respectivamente, foi relatado intermitência no abastecimento de água
nas seguintes localidades: Pau da Lima, São Marcos e Sete de Abril.
A dengue, zica e Chikungunya têm como vetor de maior importância epidemiológica o Aedes
aegypti. Á frequente intermitência no abastecimento pode fazer com que a população armazene
água em recipientes e esses podem vir a se tornar possíveis criadouros desse vetor, corroborando
com o aumento da incidência de casos dessas enfermidades nessas localidades.
Do mesmo modo que a dengue e a zica, os fatores que interfere na circulação dessa enfermidade
não se limita a qualidade do serviço de abastecimento de água, mas a outros fatores, conforme
mencionado.
900
9.4. FEBRE TIFOIDE
A febre tifóide também é um problema de saúde pública mundial cujas áreas atingidas denotam
condições precárias de saneamento ambiental e higiene pessoal, além da população apresentar
baixo nível socioeconômico. No Brasil, a doença apresenta características endêmicas em locais
isolados, com maior frequência na faixa etária entre 15 e 45 anos, e epidêmicas nas regiões norte
e nordeste (BRASIL, 2010; 2020).
No período entre 2013 e 2019, 06 (seis) casos de febre tifoide foram notificados em 03 (três) distritos
sanitários de Salvador, sendo: 03 (três) no distrito sanitário Barra/Rio Vermelho, 01 (um) no distrito
sanitário Boca do Rio e 01 (um) no distrito sanitário Cabula/Beirú (SMS, 2020).
A transmissão da febre tifoide pode se dar de forma direta, através do contato com as mãos do
doente ou portador, ou indireta, através do consumo da água ou alimentos contaminados; legumes
irrigados com água contaminada, produtos do mar mal-cozidos ou crus (moluscos e crustáceos),
leite e derivados não pasteurizados, produtos congelados e enlatados podem veicular salmonelas
(BRASIL, 2010).
Dessa forma, o fornecimento de água de boa qualidade constitui como medida importante na
prevenção e no controle da febre tifoide. Segundo Castiñeiras, Pedro e Martins (2008), a bactéria
que causa a doença infecciosa febre tifoide não resiste a temperaturas superiores a 57 °C, nem ao
tratamento adequado da água com cloro ou iodo, reafirmando a importância em respeitar o teor de
concentração mínima de cloro residual no sistema de distribuição estabelecido pela legislação
vigente.
O Distrito Sanitário Barra/Rio Vermelho pertence ao território das prefeituras bairro Centro/Brotas e
Cidade Baixa, o Distrito Sanitário de Boca do Rio pertence as prefeituras bairro de Itapuã e
Barra/Pituba e o Distrito Sanitário Cabula/Beiru faz parte da Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo
Neves. Segundo o monitoramento realizado pela Visamb, em 2020, essas prefeituras bairro
apresentaram concentração dentro da faixa de 0,2 mg/L a 5,0 mg/L em mais de 95% das amostras
coletadas na rede de distribuição, no entanto as amostras de origem intradomiciliar ou intrapredial
nas prefeituras bairro mencionadas apresentaram um percentual de conformidade baixo, com
exceção da PB Itapuã que teve 100% das amostras conformes.
O Ministério da Saúde (2010) adiciona ainda que a intermitência no abastecimento ou até mesmo
sistemas que operam em baixa pressão são suscetíveis a ocorrência de contaminação da água a
partir de sistemas de esgotamento sanitário. Esse foi um problema relatado nas oficinas setoriais
para os seguintes bairros:
901
• Distrito Sanitário Barra/Rio Vermelho: Garcia, Federação, Pituba e Nordeste de Amaralina;
• Distrito Sanitário Boca do Rio: Imbuí, Boca do Rio, Armação e Costa Azul; e
• Distrito Sanitário Cabula/Tancredo Neves: Tancredo Neves, Cabula VI, Arenoso,
Saramandaia, Arraial do Retiro, Calabetão, Narandiba, Saboeiro, Trobogy e Engomadeira.
Essas são situações críticas que devem ser monitoradas já que, conforme mencionado, podem
constituir como um fator determinante para a incidência de casos por febre tifóide, no entanto não
é o único. Entre as medidas de controle necessárias à febre tifóide incluem não só o abastecimento
regular de água, como também a instalação de fossas sépticas e destinação adequada dos resíduos
sólidos.
9.5. ESQUISTOSSOMOSE
No Quadro 186 tem-se a quantidade de casos notificados da doença por distrito sanitário entre 2013
e 2019.
No período supracitado, os distritos sanitários com maior número de casos foram os seguintes: São
Caetano/Valeria com 235 casos, Subúrbio Ferroviário com 226 seguido do Distrito Cabula / Beirú
com 225 casos agudos. E em relação aos locais de ocorrência crítica de esquistossomose no
Município, tem-se os seguintes distritos sanitários: São Caetano/Valéria, Boca do Rio, Cabula/Beirú,
Pau da Lima e Subúrbio Ferroviário (SMS, 2020).
É importante destacar também sobre a atividade de busca ativa inquérito parasitológico que ocorreu
no município de Salvador, entre os anos 2013 a 2019, com o objetivo de identificar indivíduos com
902
esquistossomose mansoni. Nesse período foram realizados 04 (quatro) inquéritos epidemiológicos
e parasitológicos em parceria com o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM),
FIOCRUZ/Bahia. A definição das localidades, baseou-se no critério coleções hídricas com o
caramujo da espécie Biomphalária glabrata positivo para esquistossomose. Nesse sentido, pode-
se citar a localidade São Bartolomeu, Saramandaia e Pirajá (SMS, 2020).
Salienta-se também que no período de 2015 a 2019 ocorreram 56 casos de óbitos por
esquistossomose notificados no Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM), conforme são
apresentados no Quadro 187.
903
Distritos Sanitários Número de óbitos
Pau da Lima 8
Subúrbio Ferroviário 6
Cajazeiras 4
Fonte: SMS (2020).
De acordo com o Quadro 187, observa-se que os distritos sanitários com o maior número de óbitos
foram: Cabula/Beirú (11 óbitos), Pau da Lima (08 óbitos) e Subúrbio Ferroviário (06 óbitos) (SMS,
2020).
Segundo o Ministério da Saúde (2018) a falta ou intermitência no acesso à água também pode
causar doenças, pois a escassez impede a higiene adequada, individual e do ambiente. Cairncross
e Valdmanis (2006) adiciona ainda que um abastecimento de água eficiente pode diminuir a
necessidade das pessoas entrarem em contato com corpos d’água infectados com os agentes
transmissores (caramujos infectados).
Cabe mencionar que nos seguintes Distritos Sanitários foi relatado pela população durante as
oficinas setoriais de diagnóstico que os seguintes bairros apresentavam intermitência no
abastecimento, com destaque para os bairros do Subúrbio Ferroviário cuja frequência e duração
elevada, podendo durar dias.
• Distrito Sanitário Pau da Lima: Pau da Lima, São Marco e Sete de Abril;
• Distrito Sanitário Subúrbio Ferroviário: Coutos, Ilha Amarela, Ilha de Maré, Paripe e Periperi;
• Distrito Sanitário Cabula/Tancredo Neves: Tancredo Neves, Cabula VI, Arenoso,
Saramandaia, Arraial do Retiro, Calabetão, Narandiba, Saboeiro, Trobogy e Engomadeira.
No entanto, é importante destacar que a esquistossomose é uma doença multifatorial, para Saucha,
Silva e Amorim (2015), além da qualidade do sistema de abastecimento de água, estão entre seus
determinantes qualidade da prestação dos demais serviços de saneamento, a pobreza, a presença
de um hospedeiro intermediário no corpo hídrico, contato humano com a água contaminada, entre
outros. O saneamento ambiental cria as condições necessárias para a redução da proliferação e
contaminação dos hospedeiros intermediários, com consequente diminuição do contato com o
homem com o agente patogênico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).
A prevalência da parasitose está associada também ao crescimento acelerado dos grandes centros
urbanos, levando ao estabelecimento de comunidades marginais em aglomerados subnormais em
áreas periféricas, geralmente desprovidas de infraestrutura sanitária mínima, criando condições
para a manutenção do caramujo hospedeiro e consequentemente a transmissão da doença
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
904
9.6. DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS
Em relação ao número de casos por distrito sanitário, tem-se os dados na Tabela 117, em que são
apresentados os resultados obtidos até a 25ª (vigésima quinta) semana epidemiológica do ano de
2020.
Tabela 117 - Número de casos de DDAs em < 05 anos segundo distrito sanitário, no ano de
2020*, Salvador – BA.
Distritos Sanitários Nº de casos em < 05 anos
Centro Histórico 32
Itapagipe 26
São Caetano/Valeria 181
Liberdade 185
Brotas 15
Barra/Rio Vermelho 125
Boca do Rio 101
Itapuã 212
Cabula/Beirú 634
Pau da Lima 220
Subúrbio Ferroviário 247
Cajazeiras 1
Total 1979
*O ano de 2020 é até 25º semana epidemiológica.
Fonte: SMS (2020).
Do total do número de casos notificados de DDAs até a 25ª (vigésima quinta) semana
epidemiológica em 2020, 1.979 (um mil novecentos e setenta e nove) notificações foram de
menores de 05 (cinco) anos. Os distritos sanitários que apresentaram maior número de casos foram:
Cabula /Beiru (634), Subúrbio (247) e Pau da Lima (220) em crianças de até 4 anos 11 meses e 29
dias de idade. Apesar desses valores, ao observar o período entre 2016 a 2020, houve uma redução
no percentual de casos de DDAs em menores de 05 anos, de 30,3% para 21,5% (SMS, 2020).
Tendo em vista os fatores intervenientes para ocorrência da diarreia, como o consumo de água
contaminada, falta de higiene pessoal, manejo incorreto dos alimentos, dentre outros, a seguir serão
apresentados os dados de qualidade de água fornecidos pelo Laboratório de Água do Município da
Subcoordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental, a fim de se verificar o grau de correlação
entre a doença e a qualidade de água por distrito sanitário.
A avaliação da qualidade da água baseou-se nos seguintes parâmetros: cor, turbidez, pH, teor de
cloro livre, coliformes totais e Escherichia Coli na água disponibilizada à população pela Empresa
Baiana de Águas e Saneamento S/A (Embasa), em pontos da rede de distribuição anteriores a
entrada da água nas residências. Os parâmetros avaliados estão estabelecidos no anexo XX da
905
Portaria de Consolidação MS nº 5/2017. O ponto crítico considerado para qualidade da água foi o
percentual de 5% de amostras insatisfatórias para pelo menos um dos parâmetros. Para a avaliação
de DDA foi considerado como ponto crítico o índice de incidência de DDA 1/1.000, ou seja, mais do
que 1 pessoa com diarreia a cada 1.000 habitantes.
Na Tabela 118 são apresentados os resultados da análise de todos os parâmetros para qualidade
da água para o período entre 2015 e 2019, em que os valores em vermelho indicam estar acima do
ponto crítico para os respectivos anos e distritos.
Para compreender melhor a relação entre qualidade da água e DDA, realizou-se uma avaliação por
meio do coeficiente de correlação1 para os respectivos anos, destacado na Tabela 118. De acordo
os valores encontrados, verificou-se que a relação entre o índice de DDA e a qualidade da água
disponibilizada pela Embasa é inexistente.
Na Figura 535, é possível perceber que os percentuais de amostras de água insatisfatória variam
anualmente, no período entre 2015 e 2019. Entretanto, observa-se a existência de picos de
amostras insatisfatórias de água em determinados distritos, como: Centro- Histórico, Itapagipe,
Liberdade, Brotas e Boca do Rio com variação mensal (SMS, 2020).
1 O coeficiente de correlação é o resultado gerado de uma fórmula que mede a relação que existe entre dois
conjuntos de variáveis. Nesse caso, é o índice de incidência de DDA a cada 1.000 habitantes e o percentual
de amostras de água insatisfatórias. O valor do coeficiente de correlação gerado pela fórmula determina qual
é a intensidade da relação que existe entre essas variáveis. O valor do coeficiente de correlação pode variar
entre -1 e 1. Quanto mais próximos de 1 (correlação positivas), indica que há uma correlação entre os itens
avaliados, entretanto quanto mais próximo de -1 (correlação negativa), indica que não há correlação entre os
itens avaliados (SMS, 2020).
906
Tabela 118 – Análise dos parâmetros da qualidade da água em relação aos dados de diarreia por distrito sanitário, do período de
2015 a 2019.
Ano
2015 2016 2017 2018 2019
Distrito Sanitário Incidência Incidência Incidência % de Incidência % de Incidência % de
% de % de
de DDA de DDA de DDA amostras de de DDA amostras de de DDA amostras de
amostras amostras
por 1.000 por 1.000 por 1.000 água por 1.000 água por 1.000 água
insatisfatórias insatisfatórias
hab. hab. hab. insatisfatórias hab. insatisfatórias hab. insatisfatórias
Centro Histórico 4,35 8,33 4,22 2,36 7,74 15,71 7,84 21,62 7,8 14,83
Itapagipe 6,03 0 3,12 14,41 0,02 17,35 0,12 22,35 0,25 4,35
São Caetano Valéria 9,04 15,71 5,89 0,95 9,14 2,65 8,11 3,41 7,05 1,26
Liberdade 9,57 13,27 11,9 7,07 14,13 9,45 9,25 17,44 11,55 23,66
Brotas 0,7 2,29 1,15 0,7 2,61 10,4 3,25 25,25 1,36 10,85
Barra Rio Vermelho 4,84 4,28 6,17 3,59 9,77 5,73 7,96 19,87 7,28 18,75
Boca do Rio 11,39 12,37 10,36 3,57 19,89 8,94 14,02 26,92 13,24 18,25
Itapuã 15,54 3,55 15,12 1,34 29,4 6,25 22,32 8,86 22,97 8,15
Cabula Beiru 14,5 2,22 14,85 0,9 26,36 3,6 22,49 7,92 25,54 5,59
Pau da Lima 10,92 6,25 8,12 0 11,99 1,18 14,1 4,76 13,51 3,57
Suburbio Ferroviario 9,04 1,96 8,29 5,88 10,1 9,17 8,9 7,14 7,92 12,08
Cajazeiras 0 3,91 0 4,12 0,21 5,56 0,49 8,89 0,25 2,27
Correlação entre a
incidência de DDA e
0,18 -0,21 -0,4 -0,35 0,07
percentual de amostras
insatisfatórias por ano
Fonte: SMS (2020).
907
Figura 535 – Análise do percentual de água insatisfatório por distrito sanitário, no período
de 2015 a 2019.
Na Figura 536 pode-se observar que para todos os distritos sanitários de Salvador houve
percentuais de amostras de água insatisfatória, para o período entre 2015 a 2019, considerando a
taxa de incidência de DDA por 1.000 habitantes. Os distritos sanitários que apresentaram um maior
quantitativo de doenças diarréicas foram: Liberdade, Boca do Rio, Itapuã, Cabula-Beiru e Pau da
Lima ao longo do intervalo de tempo analisado.
Figura 536 – Gráfico da análise dos índices de Doença Diarréica Aguda (DDA) por Distrito
Sanitário, do período de 2015 a 2019.
Em relação aos Distritos Sanitários (DS) de Salvador, de acordo com o 6º boletim epidemiológico
da Secretaria Municipal de Saúde, àqueles que apresentaram as maiores taxas de incidência
acumulada foram: Barra/Rio Vermelho, Centro Histórico, Boca do Rio e Brotas com variação entre
5.126 a 6.678/100.000 habitantes. Já os DS Subúrbio Ferroviário e São Caetano/Valéria tiveram as
menores taxas de incidência acumulada variando entre 3.462 a 3.599/100.000 habitantes.
Em relação aos distritos sanitários de Salvador, tem-se que os distritos sanitários em que ocorreram
as maiores taxas de mortalidade acumulada por covid-19 foram: Centro Histórico, Barra/Rio
Vermelho, Liberdade e Itapagipe cuja variação foi entre 115 a 173/100.000 habitantes. Já os distritos
de Itapuã, Cabula/Beirú e São Caetano/Valéria tiveram as menores taxas, variando entre 96 a
115/100.000 habitantes (SALVADOR, 2021).
Além disso, até o momento não foi confirmada a hipótese de transmissão feco-oral do SARS-Cov-
2, caso verdadeira a qualidade da prestação dos serviços de saneamento ambiental se tornará um
fator ainda mais relevante. Um estudo recente de Heller, Mota e Greco (2020), apresentou possíveis
rotas que satisfazem a hipótese de transmissão fecal-oral do novo coronavírus, apresentada na
Figura 537 a seguir.
Essa hipótese, sugere ainda a existência de uma nova rota de transmissão do Coronavírus, onde a
água contaminada utilizada para limpar superfícies poderia abrir caminho para a contaminação.
Destaca-se que outros fatores também podem ser determinantes na transmissão do novo
coronavírus, no entanto a higiene com água potável de qualidade ainda permanece como um fator
de proteção fundamental para a prevenção dessa e de outras enfermidades.
Nos itens a seguir será apresentada a sistematização das informações obtidas nos dois momentos
de eventos participativos realizados em relação aos serviços de abastecimento de água prestados
no município de Salvador. O relatório detalhado com todos os registros dos eventos realizados
consta em relatórios específicos, que também compõe este diagnóstico do PMSBI Salvador.
Na Figura 538 pode ser visualizado o card de divulgação das oficinas, com as datas em que foram
realizadas em cada Prefeitura-Bairro.
Figura 538 – Divulgação das oficinas com as datas por Prefeitura Bairro.
A oficina setorial da prefeitura bairro Centro/Brotas ocorreu no dia 12 de maio de 2021, o Quadro
188 sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as
contribuições elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se
intermitência no abastecimento de água, sem frequência e duração específicos.
A oficina setorial da prefeitura bairro Centro/Brotas ocorreu no dia 24 de maio de 2021, o Quadro
189 sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as
contribuições elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se
intermitência no abastecimento de água que perdura por dias em algumas localidades como Ilha de
Maré, Ilha Bom Jesus dos Passos, Ilhas dos Frades e Tubarão, problemas que, conforme relatado,
se intensificam no verão.
A oficina setorial da prefeitura bairro Cajazeiras ocorreu no dia 20 de maio de 2021, o Quadro 190
sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as contribuições
elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se intermitência no
abastecimento de água, sem frequência e duração específicos.
Quadro 190 – Percepção da população da Prefeitura Bairro III – Cajazeiras sobre o serviço
de abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais relatos
Cajazeiras X Intermitência no abastecimento de água
Cajazeiras XI Intermitência no abastecimento de água
Fazenda Grande III Intermitência no abastecimento de água
Fazenda Grande I Intermitência no abastecimento de água
Fonte: CSB Consórcio, 2021.
A oficina setorial da prefeitura bairro Itapuã ocorreu no dia 21 de maio de 2021, o Quadro 191
sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as contribuições
elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a alteração na
A oficina setorial da prefeitura bairro Cidade Baixa ocorreu no dia 18 de maio de 2021, o Quadro
192 sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as
contribuições elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a
alteração na qualidade da água em Roma que, segundo os relatos, tem apresentado cor
avermelhada, elevada turbidez e concentração de cloro.
A oficina setorial da prefeitura bairro Barra/Pituba ocorreu no dia 17 de maio de 2021, o Quadro 193
sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as contribuições
elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a alteração na
qualidade da água notada pelos consumidores em alguns pontos da prefeitura-bairro e a
intermitência no abastecimento de água, sem frequência e duração específicos.
A oficina setorial da prefeitura bairro Liberdade/São Caetano ocorreu no dia 19 de maio de 2021, o
Quadro 194 sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as
contribuições elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a
intermitência no abastecimento de água, sem frequência e duração específicos.
A oficina setorial da prefeitura bairro Cabula/Tancredo Neves ocorreu no dia 27 de maio de 2021, o
Quadro 195 sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as
contribuições elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a
existência de moradias que não estão ligadas ao sistema de abastecimento de água e as que estão
sofrem com constante intermitência no abastecimento de água.
A oficina setorial da prefeitura bairro Pau da Lima ocorreu no dia 26 de maio de 2021, o Quadro 196
sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as contribuições
elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a intermitência no
abastecimento de água, em especial na localidade de Canabrava que sofre, segundo os relatos,
com a falta de água várias vezes por semana.
A oficina setorial da prefeitura bairro Valéria ocorreu no dia 25 de maio de 2021, o Quadro 197
sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as contribuições
elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a falta de pressão
na rede em algumas localidades, a intermitência no abastecimento de água.
Dando continuidade aos eventos participativos, entre os dias 27/09/2021 e 07/10/2021 foram
apresentados os diagnósticos da parte continental dos 4 componentes do saneamento básico
Com exceção da divisão dos dias de apresentação, as oficinas dessa etapa seguiram os mesmos
padrões e metodologias aplicadas no Diagnóstico Participativo, conforme supracitado no item 10.1
ADASA. Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal. Manual
de Avaliação de Desempenho da Prestação dos Serviços de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário do Distrito Federal. Disponível em:
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