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Produto F – Diagnóstico dos Serviços

de Saneamento

Produto Parcial F2 – Diagnóstico dos Serviços


de Abastecimento de Água

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Novembro, 2021
Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

1
Prefeitura Municipal de Salvador

Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas

SEINFRA

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO INTEGRADO


DE SALVADOR

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de


Saneamento

Produto Parcial F2 – Diagnóstico dos Serviços de


Abastecimento de Água

Salvador/BA

Novembro, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

2
PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 842/2018 - SEINFRA
LICITAÇÃO Nº 003/2019 - SEINFRA
CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL SEINFRA - Nº 001/2019
CONTRATO Nº 002/2020 - SEINFRA
ORDEM DE SERVIÇO Nº 001/2020

Segunda versão do Produto F - Diagnóstico dos Serviços de


Saneamento – Produto Parcial F2 apresentado pelo CSB Consórcio
Ltda. para a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas
de Salvador, como parte integrante do Plano Municipal de
Saneamento Básico Integrado de Salvador.

Revisão Data Assunto Visto

REV00 20/07/2021 Emissão inicial

REV01 05/11/2021 1ª revisão

Salvador/ BA
Outubro, 2021

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


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PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR
Prefeito

Bruno Soares Reis

Vice-Prefeita

Ana Paula Andrade Matos Moreira

SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA E OBRAS PÚBLICAS

Secretário

Luiz Carlos de Souza

Diretoria de Saneamento

Adolfo Luz Moreira Filho

Gerência de Saneamento

Mauricio Assis

Equipe de Acompanhamento e Fiscalização da SEINFRA

Emanuel Mendonça – Engenheiro Civil, M.Sc. Saneamento e Meio Ambiente

Maria Thereza Macieira Fontes – Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Engenharia


Ambiental Urbana

Gabriela Vieira de Toledo - Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Meio Ambiente, Águas
e Saneamento

Tereza Rosana Orrico Batista - Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Energia e Meio
Ambiente

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Comissão Executiva do Plano Municipal de Saneamento Básico - CEXEC

Decreto Municipal nº 34.256 de 10 de agosto de 2021

Secretaria Municipal de Sustentabilidade Inovação e Resiliência – SECIS

João Resch Leal (titular)

Ivan Euler Pereira de Paiva (suplente)

Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas - SEINFRA


Roberto Oliveira do Bomfim Júnior (titular)
Higo Pissinati Soares, (suplente)

Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade – SEMAN

Romário Tadeu dos Santos (titular)

Nilo Correia Maciel, (suplente)

Superintendência de Obras Públicas do Salvador –SUCOP

Terezinha Alves Ribeiro, (titular)

Rita de Cássia Leal Santana Sales, (suplente)

Agência Reguladora e Fiscalizadora de Serviços Públicos de Salvador – ARSAL

Rilda Francelina Mendes Bloisi (titular)

Itamar Barreto Paes, (suplente)

Empresa de Limpeza Urbana do Salvador – LIMPURB

Maria de Fátima Barreto da Silva, (titular)

Thiago Figueiredo de Oliveira, (suplente)

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CSB CONSÓRCIO LTDA:
CONCREMAT ENGENHARIA E TECNOLOGIA S.A
SANEANDO PROJETOS DE ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA
BRENCORP CONSULTORIA EM MEIO AMBIENTE LTDA

Coordenação Geral

Ediane Rosa – Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Engenharia: Energia, Ambiente e


Materiais

Coordenação Técnica de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário


Luiza de Andrade Berndt – Engenheira Sanitarista e Ambiental, Especialista em Monitoramento de
Recursos Hídricos

Coordenação Técnica de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos


Paulo Gonçalves dos Santos Filho - Engenheiro Civil, Mestre em Finanças

Coordenação Técnica de Drenagem Urbana e Manejo de Pluviais


Ediane Rosa – Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Engenharia: Energia, Ambiente e
Materiais

Coordenação Técnica Social


Ângela Patrícia Deiró Damasceno - Socióloga, Mestre em Engenharia Ambiental Urbana e
Doutora em Sociologia
Joice de Jesus Moraes – Assistente Social, MBA em Gestão de Projetos

Equipe Técnica
Engenheiro Sanitarista, Advogado, Mestre e Doutor em
Aurélio Pessoa Picanço
Hidráulica e Saneamento
Engenheira Civil, Sanitarista e Ambiental, Especialista em
Lívia Duca de Lima Avaliação de Impactos e Recuperação de Áreas
Degradadas
Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Especialista em
Udson Renan Silva Gestão de Recursos Hídricos e Mestre em Meio
Ambiente, Águas e Saneamento
Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Especialista em
Renan Michelucci dos Santos
Infraestrutura em Saneamento Básico
Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestre em Meio
Aline Coelho Nogueira
Ambiente, Águas e Saneamento

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Equipe Técnica
Geraldo Leite Botelho Engenheiro Civil, Mestre em Hidráulica e Saneamento
Gustavo Andrade de Brito Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Caio Marcelo Leite da Cruz Engenheiro Ambiental
Maria Gabriela Santos Bezerra Engenheira Agrícola e Ambiental
Thais Tarragô de Figueirôa Faria Engenheira Agrícola e Ambiental
Victor Moreira da Silva Vidal Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Victor Hugo Pereira da Cruz de Araújo Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Elton Andrade dos Santos Urbanista, Mestre em Estudos Territoriais
Gabriel da Silva Rangel Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Thayse da Silva Invenção Urbanista
Rosa Amália Carneiro de Campos Arquiteta e Urbanista, Especialista em Gestão de
Cidades e Auditoria e Perícia Ambiental
Sérgio Mateus Pessoa Portela Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Joice de Jesus Moraes Assistente Social, MBA em Gestão de Projetos
Lucas de Oliveira Câmara Engenheiro Sanitarista e Ambiental
Socióloga, Mestre em Engenharia Ambiental Urbana e
Ângela Patrícia Deiró Damasceno
Doutora em Sociologia
Clovis C. Azevedo e Souza Economista
Otávio Pereira Economista
Sabrina Safar Laranja Advogada
Diogo Enoque Ferreira de Lima Arquiteto e Urbanista
Gabriella Pereira Macia Arquiteta e Urbanista
Claudio Henrique de Oliveira Matemático; especialização em Tecnologia de Software
Paulo Roberto Campanário Demógrafo e Sociólogo
Cecilia Polidoro Mameri Demógrafa, Matemática e Epidemiologista
Luiz Claudio Ferraz Freire de Carvalho Geógrafo, Mestre em Planejamento Territorial

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APRESENTAÇÃO

O Consórcio CSB, formado pelas empresas CONCREMAT Engenharia e Tecnologia S/A (Empresa
Líder do Consórcio), SANEANDO Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda e BRENCORP –
Consultoria em Meio Ambiente Ltda, apresenta à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras
Públicas de Salvador o Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento, o qual se constitui
parte integrante do Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado - PMSBI de Salvador, objeto
do Contrato nº 002/2020, firmado entre as partes.

De acordo com os requisitos do Termo de Referência apresentado no Anexo I do Edital da


Concorrência Internacional SEINFRA nº 001/2019, o referido objeto subdivide-se nos seguintes
produtos:

• Produto A:
- Plano de Trabalho;
• Produto B:
- Plano de Mobilização e Comunicação Social;
• Produto C:
- Sistema de Informações Web;
• Produto D:
- Sistema de Indicadores;
• Produto E:
- Caracterização Geral e Sistema Cadastral;
• Produto F:
- Diagnóstico dos Serviços de Saneamento;
• Produto G:
- Cenários e Prospecções;
• Produto H:

- Plano de Execução;

• Produto I:

- PMSBI Preliminar;

• Produto J:

- PMSBI Final;

• Produto K:

- Minuta do Projeto de Lei do PMSBI.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Conforme definido no referido Termo de Referência, o Produto F foi dividido em quatro produtos
parciais, sendo que o presente produto se refere ao produto parcial F2.

o F1 – Diagnóstico do Serviço de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos


o F2 - Diagnóstico do Serviço de Abastecimento de Água
o F3 - Diagnóstico do Serviço de Esgotamento Sanitário
o F4 - Diagnóstico do Serviço de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais

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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...........................................................................................................................8
LISTA DE FIGURAS .....................................................................................................................15
LISTA DE QUADROS ...................................................................................................................33
LISTA DE TABELAS .....................................................................................................................41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .........................................................................................46
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................52
2. METODOLOGIA ....................................................................................................................54
3. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO ..................................................................................................56
3.1. ESFERA FEDERAL ........................................................................................................56
3.1.1. Constituição Federal de 1988...................................................................................56
3.1.2. Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico ...........................................57
3.1.3. Política Nacional de Resíduos Sólidos .....................................................................59
3.1.4. Outras Leis e Regulamentos Correlatos ...................................................................63
3.2. ESFERA ESTADUAL ......................................................................................................68
3.2.1. Constituição do Estado da Bahia .............................................................................68
3.2.2. Política Estadual de Saneamento Básico .................................................................70
3.2.3. Política Estadual de Resíduos Sólidos .....................................................................71
3.2.4. Lei de Criação da Agersa .........................................................................................73
3.2.5. Lei das Microrregiões de Saneamento Básico .........................................................74
3.2.6. Outras Leis Estaduais Correlatas .............................................................................76
3.3. ESFERA MUNICIPAL .....................................................................................................77
3.3.1. Lei Orgânica Municipal .............................................................................................77
3.3.2. Estrutura Administrativa ...........................................................................................81
3.3.3. Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável .....................89
3.3.4. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador ...........................................97
3.3.5. Código de Obras e Serviços................................................................................... 106
3.3.6. Plano Municipal de Educação de Salvador ............................................................ 108
4. DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL DA GESTÃO DO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE
ÁGUA .......................................................................................................................................... 111
4.1. TITULARIDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR .............................. 115
4.1.1. Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de salvador ................................ 117
4.2. PLANEJAMENTO ......................................................................................................... 121
4.3. REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO .................................................................................. 127
4.4. PRESTAÇÃO ................................................................................................................ 131

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4.4.1. Caracterização do prestador do serviço de abastecimento de água - A Empresa
Baiana de Águas e Saneamento S.A. .................................................................................. 132
4.4.2. Estrutura organizacional......................................................................................... 133
4.4.3. Recursos humanos alocados no serviço de abastecimento de água e esgotamento
sanitário136
4.5. ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................................................................. 142
4.5.1. Estrutura tarifária.................................................................................................... 143
4.5.2. Faturamento, arrecadação e consumo médio ........................................................ 150
4.5.3. Inadimplência e evasão de receitas ....................................................................... 151
4.5.4. Análise das receitas operacionais diretas e indiretas ............................................. 153
4.5.5. Análise das despesas com serviço de abastecimento de água .............................. 156
4.5.6. Análise da sustentabilidade econômica da prestação dos serviços de abastecimento
de água 158
4.5.7. Análise do subsidio cruzado ................................................................................... 160
4.5.8. Capacidade econômico-financeira do município de salvador em relação às
necessidades de investimento para os serviços de abastecimento de água ........................ 162
4.5.9. Avaliação da capacidade de endividamento e a disponibilidade de linhas de crédito
que contemplem o município e seus projetos e ações em abastecimento de água ............. 163
4.5.10. Considerações finais .......................................................................................... 165
4.6. CONTROLE SOCIAL .................................................................................................... 165
4.7. PROGRAMAS EXISTENTES NO MUNICÍPIO DE SALVADOR RELACIONADOS AO
ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................................................................. 169
4.7.1. Programas de educação ambiental ........................................................................ 169
4.7.2. Programas de assistência social ............................................................................ 171
4.7.3. Programa Salvador Resiliente ................................................................................ 172
4.7.4. IPTU Verde ............................................................................................................ 178
4.7.5. Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas ..................................... 179
4.8. INTEGRAÇÃO E ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL DAS INSTITUIÇÕES
RESPONSÁVEIS PELO ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM SALVADOR COM OUTROS
SEGMENTOS ......................................................................................................................... 184
4.9. ORGANIZAÇÃO SOCIAL, FORMAS DE EXPRESSÃO SOCIAL E CULTURAL,
COSTUMES, ETC, E A PERCEPÇÃO DESSES EM RELAÇÃO AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA
185
5. ANÁLISE CRÍTICA DOS PLANOS E ESTUDOS EXISTENTES .......................................... 189

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5.1. PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO – SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO
DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................................................ 189
5.2. PLANO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA REGIÃO METROPOLITANA DE
SALVADOR ............................................................................................................................. 197
5.3. PLANO URBANÍSTICO DO VETOR IPITANGA ............................................................ 209
5.4. PROJETO NOVO MANÉ DENDÊ ................................................................................. 215
5.5. PROJETO QUALIDADE DO AMBIENTE URBANO DE SALVADOR ............................ 219
6. RECURSOS HÍDRICOS ...................................................................................................... 222
6.1. BACIA DO RIO JOANES .............................................................................................. 229
6.2. BACIA DO RIO IPITANGA ............................................................................................ 236
6.3. BACIA DO RIO JACUÍPE .............................................................................................. 242
1.1 BACIA DO RIO PARAGUAÇU ...................................................................................... 247
6.4. BACIA DO RIO DO COBRE .......................................................................................... 252
6.5. AQUÍFERO SÃO SEBASTIÃO ...................................................................................... 256
7. DIAGNÓSTICO TÉCNICO E OPERACIONAL DO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE
ÁGUA .......................................................................................................................................... 261
7.1. ANÁLISE DA COBERTURA ATUAL DE ATENDIMENTO ............................................. 261
7.1.1. Panorama da situação do abastecimento de água no município – Censo Demográfico
do IBGE 2010 e PNAD ........................................................................................................ 261
7.1.2. Cobertura de atendimento pelo serviço público de abastecimento de água - projeto
qualisalvador ....................................................................................................................... 264
7.1.3. Análise dos indicadores do Plansab relativos ao abastecimento de água .............. 266
7.1.4. Cobertura atual de atendimento pelo serviço público de abastecimento de água... 270
7.1.5. Indicadores do PMSBI relativos à universalização dos serviços ............................. 278
7.2. CARACTERIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA
EMBASA ................................................................................................................................. 283
7.2.1. Mananciais que atendem o SIAA Salvador e o SIAA Recôncavo ........................... 286
7.2.1.8. Ações de Gestão e Proteção dos Mananciais..................................................... 380
7.2.1.9. Ações de Segurança de Barragens .................................................................... 397
7.2.2. Captação e adução de água bruta ......................................................................... 399
7.2.3. Estações de tratamento de água ............................................................................ 429
7.2.4. Adução de água tratada ......................................................................................... 505
7.2.5. Reservação e distribuição ...................................................................................... 522
7.2.6. Intervenções previstas no SIAA Salvador e no SIAA Recôncavo ........................... 727
7.3. QUALIDADADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS .......................................................... 737
7.3.1. Análise dos indicadores relativos à prestação dos serviços ................................... 737

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7.3.2. Análise do estado de conservação das estruturas ................................................. 769
7.3.3. Avaliação dos sistemas de controle e vigilância da qualidade da água para consumo
humano e de informação aos consumidores e usuários ...................................................... 786
7.3.4. Principais problemas e dificuldades identificadas na prestação dos serviços ......... 848
7.4. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NAS UNIDADES DO
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA........................................................................... 861
7.5. OUTRAS SOLUÇÕES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA............................................. 864
7.5.1. Soluções alternativas ............................................................................................. 864
7.5.2. Soluções de abastecimento de água fora do domicilio ........................................... 888
8. CAPACIDADE E ADEQUAÇÃO DA INFRAESTRUTURA EXISTENTE EM RELAÇÃO ÀS
DIRETRIZES DOS PLANOS PERTINENTES ............................................................................. 890
8.1. PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO ............................................... 890
9. AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS DE SAÚDE PÚBLICA, RELACIONADOS ÀS DEFICIENCIAS
DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................................... 894
9.1. DENGUE....................................................................................................................... 897
9.2. ZIKA .............................................................................................................................. 898
9.3. CHIKUNGUNYA ............................................................................................................ 899
9.4. FEBRE TIFOIDE ........................................................................................................... 901
9.5. ESQUISTOSSOMOSE.................................................................................................. 902
9.6. DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS .............................................................................. 905
9.7. COVID-19 ..................................................................................................................... 909
10. EVENTOS PARTICIPATIVOS ............................................................................................. 911
10.1. OFICINAS DE CONSTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO ......................... 911
10.1.1. PREFEITURA BAIRRO I - CENTRO/BROTAS ................................................... 913
10.1.2. PREFEITURA BAIRRO II – SUBÚRBIO/ILHAS .................................................. 913
10.1.3. PREFEITURA BAIRRO III – CAJAZEIRAS ......................................................... 914
10.1.4. PREFEITURA BAIRRO IV – ITAPUÃ ................................................................. 914
10.1.5. PREFEITURA BAIRRO V – CIDADE BAIXA ...................................................... 915
10.1.6. PREFEITURA BAIRRO VI – BARRA/PITUBA .................................................... 916
10.1.7. PREFEITURA BAIRRO VII – LIBERDADE/SÃO CAETANO ............................... 916
10.1.8. PREFEITURA BAIRRO VIII – CABULA/TANCREDO NEVES ............................ 917
10.1.9. PREFEITURA BAIRRO IX – PAU DA LIMA ........................................................ 918
10.1.10. PREFEITURA BAIRRO X – VALÉRIA ................................................................ 918
10.2. OFICINAS DE APRESENTAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ................................................. 918
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 920
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 924

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ANEXO 1 – CROQUI COMPLETO DO SIAA DE SALVADOR .................................................... 931

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 –Região Metropolitana de Salvador (RMS) .....................................................................76


Figura 2 – Estrutura administrativa ligada diretamente ao Prefeito de Salvador ............................82
Figura 3 – Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas de Planejamento e Gestão
......................................................................................................................................................82
Figura 4 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas Econômicas e Fiscais .......83
Figura 5 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas Sociais ..............................84
Figura 6 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas de Qualificação da Cidade 85
Figura 7 - Modelo de gestão dos serviços públicos de saneamento básico ................................. 111
Figura 8 – Linha do Tempo do Planejamento e Gestão Metropolitana na RMS ........................... 120
Figura 9 - Organograma da SEINFRA ......................................................................................... 123
Figura 10 – Organograma da Agência Reguladora do Saneamento Básico do Estado da Bahia 129
Figura 11 – Organograma dos órgãos de deliberação superior da Embasa ................................ 134
Figura 12 - Organograma da Diretoria Executiva da Embasa S/A ............................................... 134
Figura 13 - Organograma da Diretoria de Operação da RMS ...................................................... 135
Figura 14 – Porcentagem entre empregados próprios e terceirizados da Embasa ...................... 137
Figura 15 – Profissionais próprios e terceiros por nível de escolaridade, Embasa....................... 141
Figura 16 – Percentual por nível de escolaridade para empregados próprios (P) e terceirizados (T)
no total de profissionais envolvidos ............................................................................................. 142
Figura 17 – Tarifa média de água nas capitais do Nordeste em 2019 ......................................... 147
Figura 18 - Tarifas de água por 10m³ cobradas nas capitais do Nordeste na categoria residencial
normal ......................................................................................................................................... 148
Figura 19 - Tarifas de água por 10m³ cobradas nas capitais do Nordeste na categoria residencial
social ........................................................................................................................................... 148
Figura 20 - Índice de Evasão de Receitas (%) da EMBASA em Salvador ................................... 153
Figura 21 - Receitas operacionais diretas do serviço de abastecimento de água em Salvador (2017
a 2019) ........................................................................................................................................ 154
Figura 22 - Relação entre as receitas do serviço de abastecimento de água e o total das receitas
operacionais diretas da Embasa no município de Salvador (2017 a 2019) .................................. 154
Figura 23 - Despesas totais dos serviços (DTS) e despesas de exploração (DEX) dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador .................................................... 156
Figura 24 - Relação entre Despesas de Exploração (DEX) e Despesas Totais dos Serviços (DTS)
de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador (2017 a 2019) ........................ 157
Figura 25 - Índice de suficiência de Caixa (%) relativo aos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019) ..................................................... 159

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Figura 26 - Índice de desempenho financeiro (%) relativo aos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019) ..................................................... 160
Figura 27 - Execução orçamentária da Prefeitura Municipal de Salvador (2017, 2018 e 2019) ... 162
Figura 28 - Investimentos realizados pela Embasa nos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019) ..................................................... 163
Figura 29 - Nota CAPAG do município de Salvador .................................................................... 164
Figura 30 – Linha do tempo do processo de elaboração da Estratégia de Resiliência de Salvador
.................................................................................................................................................... 174
Figura 31 - Iniciativas para a Transformação Urbana Sustentável, objetivos 1 e 2. ..................... 176
Figura 32 - Iniciativas para a Transformação Urbana Sustentável, objetivos 2 e 3 ...................... 177
Figura 33 – Histórico das ações que levaram à elaboração do PMAMC em Salvador ................. 180
Figura 34 – Setores de distribuição para a área de estudo.......................................................... 214
Figura 35 – Área de influência e intervenções do Projeto Novo Mané Dendê. ............................ 216
Figura 36 - Área de abrangência da ZA 69 (destaque do centro de reservação R10) ................. 217
Figura 37 – Bacias Hidrográficas dos Rios Joanes, Ipitanga e Jacuípe com delimitação da APA
Joanes-Ipitanga ........................................................................................................................... 222
Figura 38 – Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu com delimitação da APA Pedra do Cavalo .... 223
Figura 39 – Resultados do IQA nos pontos de monitoramento nos mananciais de captação do SIAA
de Salvador ................................................................................................................................. 227
Figura 40 – Resultados do IET nos pontos de monitoramento nos mananciais de captação do SIAA
de Salvador ................................................................................................................................. 228
Figura 41 – Cobertura e uso do solo - Bacia do Rio Joanes ........................................................ 230
Figura 42 – Vista da Barragem Joanes II que verte para Joanes I .............................................. 231
Figura 43 – Vista da Barragem Joanes I que fica a jusante de Joanes II ..................................... 231
Figura 44 – Vazão de jusante registrada na visita técnica realizada em dezembro/2020 ............ 232
Figura 45 – Cobertura e Uso do Solo - Bacia do rio Ipitanga ....................................................... 237
Figura 46 – Vegetação no entorno do reservatório de Ipitanga I ................................................. 238
Figura 47 – Cobertura e Uso do Solo - Bacia do rio Jacuípe ....................................................... 244
Figura 48 – Vegetação no entorno do reservatório de Santa Helena........................................... 245
Figura 49 – Vista do rio Jacuípe a jusante do vertedouro da barragem de Santa Helena ............ 245
Figura 50 – Cobertura e Uso do Solo - Bacia do rio Paraguaçu .................................................. 249
Figura 51 – Vista da situação da mata ciliar e presença significativa de macrófitas no local da
captação do SIAA Salvador ......................................................................................................... 250
Figura 52 – Bacia Hidrográfica do Rio do Cobre com delimitação da APA .................................. 253
Figura 53 – Cobertura e uso do solo - Bacia do Rio do Cobre ..................................................... 254
Figura 54 – Vista da cobertura vegetal no entorno da Represa do Cobre ................................... 255

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Figura 55 – Localização e extensão da área do estudo Hidrogeológico da Borda Leste da Bacia do
Recôncavo .................................................................................................................................. 258
Figura 56 – Seção NW-SE da bacia do recôncavo na área de estudo ........................................ 259
Figura 57- Abastecimento de água por rede geral em Salvador (2010) ....................................... 263
Figura 58 – Frequência do fornecimento de água pela rede pública em proporção de domicílios,
segundo dados da PNAD Contínua, 2016-2019 .......................................................................... 264
Figura 59 – Proporção de domicílios (%) com acesso à rede pública de água por bairros, 2018-2020
(N = 15.260) ................................................................................................................................ 266
Figura 60 - Conceito de déficit em saneamento básico adotado no Plansab ............................... 267
Figura 61 – Índice de atendimento com abastecimento de água (Ia) em Salvador por Prefeitura
Bairro .......................................................................................................................................... 278
Figura 62 – Croqui simplificado do Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Salvador.. 284
Figura 63 – Croqui esquemático do sistema de produção de água do SIAA Salvador ................ 287
Figura 64 – Vista panorâmica da Barragem de Pedra do Cavalo ................................................ 295
Figura 65 – Acesso à Captação de Pedra do Cavalo .................................................................. 297
Figura 66 - Variação do nível de água da Barragem Pedra do Cavalo - 2017 a 2021 ................. 298
Figura 67 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Pedra do Cavalo
(Fósforo Total) ............................................................................................................................. 300
Figura 68 – Vista do reservatório de Joanes II ............................................................................ 307
Figura 69 – Acesso a área de captação da represa Joanes II ..................................................... 308
Figura 70 – Vista do vertedor da barragem de Joanes II ............................................................. 309
Figura 71 – Flutuantes utilizados em situação emergencial – Joanes II ...................................... 310
Figura 72 – Variação do Nível de Água da Barragem Joanes II - 2017 a 2021 ............................ 311
Figura 73 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Joanes II (Fósforo
Total) ........................................................................................................................................... 312
Figura 74 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Joanes II (Alumínio
Dissolvido)................................................................................................................................... 313
Figura 75 – Acesso a área da represa Santa Helena .................................................................. 320
Figura 76 – Cronologia Barragem Santa Helena ......................................................................... 321
Figura 77 – Infraestruturas civis da barragem Santa Helena ....................................................... 322
Figura 78 – Variação do nível de água da barragem Santa Helena ............................................. 323
Figura 79 – Acesso a área de captação da barragem Joanes I ................................................... 330
Figura 80 – Barragem Joanes I ................................................................................................... 331
Figura 81 – Local de captação em Joanes I ................................................................................ 332
Figura 82 – Chaminé de equilíbrio que recebe água da adutora de aço ...................................... 332
Figura 83 – Unidade de armazenamento e aplicação dos oxidantes ........................................... 333

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
17
Figura 84 – Variação do nível de água da barragem Joanes I ..................................................... 334
Figura 85 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Joanes I (DBO5)
.................................................................................................................................................... 335
Figura 86 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Joanes I (OD) . 336
Figura 87 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Joanes I Fósforo
Total) ........................................................................................................................................... 336
Figura 88 – Barragem de acumulação Ipitanga I em alvenaria de pedra ..................................... 345
Figura 89 – Válvulas de Acionamento Manual das Comportas e régua de medição de nível ...... 345
Figura 90 – Variação do nível de água da barragem Ipitanga I.................................................... 346
Figura 91 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga I (OD) 348
Figura 92 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga I (Fósforo
Total) ........................................................................................................................................... 348
Figura 93 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga I (Manganês
Total) ........................................................................................................................................... 349
Figura 94 – Barragem de acumulação Ipitanga II ........................................................................ 358
Figura 95 – Jusante da barragem Ipitanga II ............................................................................... 358
Figura 96 – Variação do nível de água da barragem Ipitanga II................................................... 359
Figura 97 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga II (OD)
.................................................................................................................................................... 361
Figura 98 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga II (Fósforo
Total) ........................................................................................................................................... 361
Figura 99 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga II
(Nitrogênio Amoniacal) ................................................................................................................ 362
Figura 100 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta (Ferro Dissolvido) .............. 363
Figura 101 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta (Manganês Total) .............. 363
Figura 102 – Mapa com poços que serão incorporado ao SIAA Salvador ................................... 375
Figura 103 – Área de estudo do PACUERA de Santa Helena ..................................................... 382
Figura 104 – Mapa do Zoneamento Ambiental do entorno do reservatório de Santa Helena ...... 383
Figura 105 – Localização das feições erosivas mapeadas no reservatório de Santa Helena e área
do entorno ................................................................................................................................... 384
Figura 106 – Localização dos pontos de proliferação de macrófitas no reservatório de Santa Helena
.................................................................................................................................................... 385
Figura 107 – Localização das possíveis fontes de poluição no reservatório de Santa Helena ..... 387
Figura 108 – Localização dos pontos onde ocorre a captação de água no reservatório de Santa
Helena por meio de bombas ....................................................................................................... 388

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
18
Figura 109 – Mapa resumo das principais fontes de poluição e pontos de ocorrência de macrófitas
localizados no reservatório .......................................................................................................... 389
Figura 110 – Tipos de fontes de poluição/impacto na AID do Joanes I........................................ 391
Figura 111 – Fontes de Poluição na bacia do rio Jacaranga ....................................................... 392
Figura 112 – Sistema adutor de água bruta da ETA Principal ..................................................... 400
Figura 113 – Sistema adutor de água bruta das ETA do Parque da Bolandeira .......................... 401
Figura 114 – Sistema adutor de água bruta da ETA Suburbana.................................................. 402
Figura 115 – Vista do poço seco que abriga os 06 (seis) conjuntos motobombas em operação . 405
Figura 116 – Conjunto motobomba reserva................................................................................. 406
Figura 117 – Sala de operação ................................................................................................... 406
Figura 118 – Tubulação que transporta água da EEAB até a chaminé de equilíbrio ................... 408
Figura 119 – Chaminé de equilíbrio do sistema adutor de Pedra do Cavalo................................ 408
Figura 120 – Canal do sistema adutor de Pedra do Cavalo ......................................................... 409
Figura 121 – Conjuntos motobombas captação Joanes II ........................................................... 410
Figura 122 – Conjunto motobomba reserva não instalado........................................................... 411
Figura 123 – Sala de operação da EEAB .................................................................................... 411
Figura 124 – Chaminé de equilíbrio do sistema adutor de Joanes II ........................................... 412
Figura 125 – Croqui das adutoras existentes e previstas no sistema adutor Joanes II – ETA Principal
.................................................................................................................................................... 413
Figura 126 – Vista panorâmica da captação/elevatória de Santa Helena (também conhecida como
elevatória do Jacumirim) ............................................................................................................. 414
Figura 127 – Estação elevatória de Água Bruta de Santa Helena ............................................... 415
Figura 128 – Conjuntos motobombas reserva a serem instalados .............................................. 415
Figura 129 - Quadros de comando da EEAB............................................................................... 416
Figura 130 - Chaminés de equilíbrio do sistema adutor Santa Helena - Joanes II. ...................... 416
Figura 131 – Vista das duas chaminés de equilíbrio .................................................................... 417
Figura 132 – Croqui das adutoras existentes e previstas no sistema adutor Sta. Helena - Joanes II
.................................................................................................................................................... 418
Figura 133 – Acesso a área da EE Booster do Joanes ............................................................... 420
Figura 134 – Conjuntos motobombas da EE Booster Joanes ...................................................... 420
Figura 135 – Chaminé de Equilíbrio da adutora de aço ............................................................... 421
Figura 136 – Obras de implantação da EE Joanes I .................................................................... 423
Figura 137 – Vista das descargas de fundo e da localização da EEAB Ipitanga I........................ 424
Figura 138 – Vista da linha de sucção de água bruta .................................................................. 424
Figura 139 – Elevatórias de água bruta Ipitanga I ....................................................................... 425
Figura 140 –Saída das linhas de sucção de água bruta .............................................................. 426

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
19
Figura 141 – Entroncamento da tomada direta da barragem na linha de sucção da elevatória ... 427
Figura 142 – Conjunto motobombas EEAB Ipitanga II ................................................................. 428
Figura 143 – Vista geral da ETA Principal e disposição das unidades de tratamento .................. 433
Figura 144 – Câmaras de chegada de água bruta de Pedra do Cavalo e Joanes II .................... 435
Figura 145 – Caixa de mistura com sistema de chicanas ............................................................ 435
Figura 146 – Vista da câmera com vertedor Creager .................................................................. 436
Figura 147 – Vista interna do local onde ocorre a dosagem do coagulante ................................. 436
Figura 148 – Ponto de aplicação do coagulante .......................................................................... 437
Figura 149 – Canais que transportam água coagulada até os floculadores ................................. 437
Figura 150 – Floculadores mecânicos ......................................................................................... 438
Figura 151 – Decantadores de fluxo horizontal (convencional).................................................... 439
Figura 152 – Decantadores de fluxo vertical (alta taxa) e canal de água decantada ................... 439
Figura 153 – Local por onde é drenada a água de descarga dos decantadores .......................... 440
Figura 154 – Vista do canal de água coagulada e dos filtros da ETA Principal ............................ 441
Figura 155 – Vista dos filtros: ETA Principal ................................................................................ 442
Figura 156 – Pesquisa com meio filtrante .................................................................................... 442
Figura 157 – Filtro sendo lavado ................................................................................................. 443
Figura 158 – Área de operação do sistema de lavagem dos filtros .............................................. 443
Figura 159 – Tanque de contato (ETA Principal) ......................................................................... 444
Figura 160 – Estação elevatória de água tratada da ETA principal ............................................. 445
Figura 161 – Quadro de comando onde ficam os painéis de controle da EEAT .......................... 446
Figura 162 – Saída da adutora de água tratada da elevatória para o Standpipe ......................... 446
Figura 163 – Vista área da tubulação de aço que transporta águas de lavagem da ETA principal e
ponto de lançamento na vertente do rio Joanes .......................................................................... 447
Figura 164 – Elevatórias de produtos químicos (ETA Principal) .................................................. 448
Figura 165 – Descarregamento de sulfato de alumínio................................................................ 449
Figura 166 – Local de mistura do sulfato de alumínio .................................................................. 449
Figura 167 – (A) Carreta de armazenamento de cloro liquido e (B) Cilindros de armazenamento de
cloro gás ..................................................................................................................................... 450
Figura 168 – Evaporador de cloro ............................................................................................... 450
Figura 169 – Equipamento de dosagem de cloro ........................................................................ 451
Figura 170 – Armazenamento da cal hidratada ........................................................................... 451
Figura 171 – Local de preparação de barrilha ou carvão ativado ................................................ 452
Figura 172 – Vista geral dos equipamentos de realização de análises em linha ......................... 453
Figura 173 – Linhas de chegada para análises na água bruta, floculada, decantada e distribuída
.................................................................................................................................................... 454

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
20
Figura 174 – Medidores de nível dos produtos químicos ............................................................. 454
Figura 175 – Medidores de turbidez e pH .................................................................................... 455
Figura 176 – Medidor de cargas e analisador de Carbono orgânico total .................................... 455
Figura 177 – Espectrofotômetro (A) e turbidimetro (B) ................................................................ 456
Figura 178 – Bancada com equipamentos e reagentes ............................................................... 456
Figura 179 – Bancada com equipamentos para realização de análises ...................................... 457
Figura 180 – Jartest para realização de testes de floculação ...................................................... 457
Figura 181 – Painéis de comando da descarga dos decantadores convencionais (1 e 2) e da
lavagem dos 14 filtros ................................................................................................................. 458
Figura 182 – Sala de operação da Plataforma PIPPE ................................................................. 458
Figura 183 – (A) Vista da central de compressores e (B) da Subestação de energia elétrica ...... 459
Figura 184 – Vista do Standpipe ................................................................................................. 460
Figura 185 – Derivação para o SIAA Recôncavo......................................................................... 460
Figura 186 – Croqui das Estações de Tratamento do Parque da Bolandeira............................... 461
Figura 187 – Caixa de reunião de chegada de água bruta e aplicação de carvão ativado........... 462
Figura 188 – Vista geral da ETA Vieira de Mello e disposição das unidades de tratamento ........ 465
Figura 189 – Vista da entrada da ETA Vieira de Melo ................................................................. 465
Figura 190 – Painéis de comando das unidades da ETA Vieira de Mello .................................... 466
Figura 191 – Obras na ETA Vieira de Melo ................................................................................. 466
Figura 192 – Bombas dosadoras de coagulante e ponto de aplicação ........................................ 467
Figura 193 – Local de aplicação de cal hidratada com evidências de corrosão das estruturas
metálicas ..................................................................................................................................... 468
Figura 194 – Início do canal de água coagulada com medidor de vazão do tipo calha parshal ... 468
Figura 195 – Unidades de Floculação ......................................................................................... 469
Figura 196 – Decantadores de alta taxa ...................................................................................... 469
Figura 197 – Decantadores com flocos suspensos ..................................................................... 470
Figura 198 – Decantadores com desprendimento das placas ..................................................... 470
Figura 199 – Unidades de filtração da ETA Vieira de Melo .......................................................... 472
Figura 200 – EEAT Vieira de Melo – R1 (Dunas) com vazamento significativo ........................... 473
Figura 201 – Local de saída das águas de lavagem das unidades da ETA Vieira de Melo ......... 474
Figura 202 – Vista geral da ETA Teodoro Sampaio e disposição das unidades de tratamento ... 475
Figura 203 – Vista da entrada da ETA Teodoro Sampaio............................................................ 475
Figura 204 – (A) Chegada de água bruta na ETA Teodoro Sampaio e (B) medidores de vazão . 476
Figura 205 – Vista da posição do canal de água coagulada ........................................................ 476
Figura 206 – Floculadores da ETA Teodoro Sampaio ................................................................. 477
Figura 207 – Decantadores da ETA Teodoro Sampaio ............................................................... 477

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
21
Figura 208 – Decantadores com desprendimento das placas ..................................................... 478
Figura 209 – Filtros da ETA Teodoro Sampaio ............................................................................ 478
Figura 210 – Bombas dosadoras de ácido fluorsilícico ................................................................ 479
Figura 211 – Estação elevatória de água tratada da ETA Teodoro Sampaio que se encontra fora de
operação ..................................................................................................................................... 480
Figura 212 – Intervenções nas linhas de recalque da EEAT Teodoro Sampaio para o reservatório
R1 (Duna) e para o R7 (Cabula) .................................................................................................. 480
Figura 213 – Local de saída das águas de lavagem das unidades da ETA Vieira de Melo ......... 481
Figura 214 – EEAT Baixa Carga bombeando do tanque de contato para a EEAT de alta carga . 482
Figura 215 – Quadro de comando da EEAT Baixa Carga ........................................................... 482
Figura 216 – EEAT de alta carga ................................................................................................ 483
Figura 217 – Quadros de comando das bombas da EEAT de Alta Carga ................................... 483
Figura 218 – Linhas de chegada para análises na água bruta, floculada, decantada e distribuída das
duas ETA .................................................................................................................................... 484
Figura 219 – Vista geral dos equipamentos de realização de análises em linha ......................... 484
Figura 220 – Equipamentos para análise de bancada ................................................................. 485
Figura 221 – Equipamento que analisa carbono orgânico Total (COT) ....................................... 485
Figura 222 – Jartest para realização de testes de floculação ...................................................... 486
Figura 223 – Equipamento que irá analisar trihalometanos (THM) .............................................. 486
Figura 224 – Armazenamento de sulfato férrico .......................................................................... 487
Figura 225 –Armazenamento de cal hidratada em bag de 1 tonelada ......................................... 487
Figura 226 – Manuseio dos cilindros de armazenamento de cloro gás........................................ 488
Figura 227 – Armazenamento de carvão ativado e cal hidratada nas proximidades da ETA Teodoro
Sampaio ...................................................................................................................................... 488
Figura 228 – Armazenamento de carvão ativado e cal hidratada ................................................ 489
Figura 229 – Vista da ETA Suburbana ........................................................................................ 490
Figura 230 – Adutora de água tratada da ETA principal .............................................................. 491
Figura 231 – Reservatório de chegada de água bruta ................................................................. 492
Figura 232 – (A) Dosagem de coagulantes e (B) Tanques de armazenamento de coagulantes .. 493
Figura 233 – Tubulação de chegada da água bruta e da água de lavagem................................. 493
Figura 234 – Filtro de fluxo ascendente (Filtro Russo) ................................................................ 494
Figura 235 – Câmaras de filtração sendo implantadas ................................................................ 494
Figura 236 – Canalizações para passagem de água filtrada e água de descarga ....................... 495
Figura 237 – Reservatório de Contato ......................................................................................... 496
Figura 238 – (A) Leitor de nível do reservatório de água filtrada e (B) ponto de aplicação de cloro
.................................................................................................................................................... 497

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
22
Figura 239 – Cilindros de cloro gasoso ....................................................................................... 498
Figura 240 – (A)Tanques Saturadores, (B) Bombas e Abrandador da água ................................ 499
Figura 241 – (A) Bags cloreto de sódio (B) Cloreto de sódio utilizado ......................................... 499
Figura 242 – Tanque de decantação ........................................................................................... 500
Figura 243 – Sistema de diluição da salmoura ............................................................................ 500
Figura 244 – Célula eletrolítica .................................................................................................... 501
Figura 245 – Tanque de armazenamento do hipoclorito de sódio ............................................... 502
Figura 246 – Estação Elevatória de Água Tratada da ETA Suburbana ....................................... 503
Figura 247 – Sala de comandos .................................................................................................. 504
Figura 248 – Laboratório da ETA Suburbana .............................................................................. 504
Figura 249 – Medidor de vazão ................................................................................................... 505
Figura 250 – Sistema adutor de água tratada que parte da ETA Principal .................................. 506
Figura 251 – Sistema adutor de água tratada que parte das ETA do Parque da Bolandeira ....... 510
Figura 252 – Sistema adutor de água tratada que parte da ETA Suburbana ............................... 512
Figura 253 – Subadutora R7 x R15 e suas derivações ................................................................ 514
Figura 254 – Derivação na área do RZM para atender localidades de Candeias e a Ilha de Maré
.................................................................................................................................................... 518
Figura 255 – Sistema adutor de água tratada das Ilhas de Salvador ........................................... 521
Figura 256 – Setores de abastecimento de água de Salvador..................................................... 523
Figura 257 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UMB .................. 531
Figura 258 – Vista aérea do R1 pelo Google Earth ..................................................................... 532
Figura 259 – Croqui do Setor R01 ............................................................................................... 533
Figura 260 - Reservatório R01 (Duna) com duas câmaras .......................................................... 535
Figura 261 – Medidor de nível do reservatório R01 (UMB) .......................................................... 535
Figura 262 – (A) Tubulação de chegada de água com pitot estacionário com célula capacitiva (B)
equipamento de leitura da vazão de chegada no R01 ................................................................. 536
Figura 263 – Execução do projeto de recuperação das caixas (UMB)......................................... 537
Figura 264 – Ponto de coleta para monitoramento da qualidade da água ................................... 537
Figura 265 – (A) Quadro de comando e (B) Booster Colmar Americano da Costa ...................... 538
Figura 266 – Vista aérea do R20 pelo Google Earth ................................................................... 539
Figura 267 – Croqui do Setor R20 ............................................................................................... 540
Figura 268 – Vista do reservatório R20 (Fazenda Grande) ......................................................... 543
Figura 269 – (A) Caixa de saída do R20 e (B) Tubulação de saída do R20................................. 543
Figura 270 – Ponto de coleta para monitoramento da qualidade da água na (A) entrada e (B) saída
do R20 (UMB) ............................................................................................................................. 544
Figura 271 – Projeto paisagístico na área do reservatório R20 (UMB) ........................................ 544

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
23
Figura 272 – Croqui do Setor R23 ............................................................................................... 546
Figura 273 – Identificação do Centro de Reservação R23A ........................................................ 547
Figura 274 – Reservatório R23A com 2 câmaras de 8700 m³ (UMB) .......................................... 547
Figura 275 – Caixa das tubulações de comunicação entre as duas câmaras de reservação ...... 548
Figura 276 – Placas de identificação R23A (UMB) e de sinalização ............................................ 548
Figura 277 – Equipamentos de medição de (A) vazão e (B) nível integrados a PIPPE ............... 549
Figura 278 – Pontos de coleta para monitoramento da água do R23A (UMB) ............................. 549
Figura 279 – Reservatório R23B (UMB) ...................................................................................... 550
Figura 280 – Ponto de coleta para monitoramento da água do R23B (UMB) .............................. 551
Figura 281 – Reservatório R23B-T (UMB) ................................................................................... 552
Figura 282 – (A) Caixa de saída do R23B-T (B) Tubulação de saída do R23B-T (UMB) ............. 553
Figura 283 – EEAT R23B (UMB) ................................................................................................. 554
Figura 284 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UML ................... 557
Figura 285 – Centro de Reservação R07 (UML).......................................................................... 558
Figura 286 – Croqui do Setor R7 (Cabula) .................................................................................. 559
Figura 287 – (A) Caixa de chegada ETA Principal no R07 e (B) Tubulação de entrada da ETA
Principal no R07 (UML) ............................................................................................................... 565
Figura 288 – Saída da Subadutora R7-R15 (UML) ...................................................................... 566
Figura 289 – Medição de nível do R07 (UML) ............................................................................. 567
Figura 290 – Instalação do guarda-corpo na câmara C ............................................................... 568
Figura 291 – Ponto de coleta para monitoramento da água (A) na chegada ETA Principal (B) na
chegada Alta Carga (C) na saída das câmaras A, B e C (D) na saída da câmara D ................... 569
Figura 292 – Estação Elevatória de Água Tratada R07 (UML) .................................................... 570
Figura 293 – Conjuntos Motobombas EEAT R07 (UML) ............................................................. 571
Figura 294 – (A) CMB com eixo normal (B) CMB com elevação do eixo (UML) .......................... 572
Figura 295 – Registro para isolar 2 barriletes do CMB da EEAT R07 (UML) ............................... 572
Figura 296 – Quadro de comando dos CMB 1, 2 e 4 (UML) ........................................................ 573
Figura 297 – Quadro de comando do CMB 3 (UML) ................................................................... 573
Figura 298 – Reservatório R07T (UML) ....................................................................................... 574
Figura 299 – Torre de Equilíbrio (UML) ....................................................................................... 575
Figura 300 – Medição com telemetria – Saída São Gonçalo (UML) ............................................ 576
Figura 301 – Medição com telemetria - Saída Pernambués (UML) ............................................. 577
Figura 302 – Medição com telemetria – Saída José Marcelino (UML) ......................................... 577
Figura 303 – Medição com telemetria – Saída Liberdade (UML) ................................................. 578
Figura 304 –Ponto de monitoramento de pressão e de coleta para monitoramento da água - Saída
para a Liberdade ......................................................................................................................... 578

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
24
Figura 305 – Croqui do Setor R25 ............................................................................................... 580
Figura 306 – Reservatório R25 (UML) ......................................................................................... 583
Figura 307 – (A) Tubulação de entrada do R25 e (B) By-pass do R25 ........................................ 583
Figura 308 – Medidor de nível e Analisador de Cloro Residual do R25 (UML) ............................ 584
Figura 309 – Revitalização elementos metálicos do R25............................................................. 584
Figura 310 – Estação Elevatória de Água Tratada R25 (UML) .................................................... 585
Figura 311 – Conjuntos Motobombas EEAT R25 (UML) ............................................................. 586
Figura 312 – Inversor de Frequência da EEAT R25 (UML) ......................................................... 587
Figura 313 – Quadro de comando EEAT R25 (UML) .................................................................. 587
Figura 314 – Subestação de energia EEAT R25 (UML) .............................................................. 588
Figura 315 – Reservatório R25T (UML) ....................................................................................... 588
Figura 316 – Monitoramento de vazão na entrada da ZA-22 ....................................................... 589
Figura 317 – Monitoramento da vazão na entrada da ZA-28 ....................................................... 589
Figura 318 – Ponto de coleta para monitoramento da água na saída do R25T para (A) as ZAs 22 e
28e (B) da ZA-24 ......................................................................................................................... 590
Figura 319 – (A) Quadro elétrico do Booster Joanes/Lobato (B) Caixa do Booster Joanes/Lobato (C)
Booster Joanes/Lobato (UML) ..................................................................................................... 593
Figura 320 – (A) Quadro elétrico do Booster Bonfim (B) Caixa do Booster Bonfim (C) Booster Bonfim
(UML) .......................................................................................................................................... 594
Figura 321 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UMF .................. 597
Figura 322 – Resquícios dos antigos reservatórios metálicos do Parque do Queimado .............. 598
Figura 323 – Primeiro reservatório de alvenaria do Brasil, Cruz do Cosme ................................. 598
Figura 324 – Centro de Memória da Água (CMA)........................................................................ 599
Figura 325 – Museu Arqueológico da Embasa (MAE) ................................................................. 599
Figura 326 – Croqui do Setor R03 ............................................................................................... 600
Figura 327 – Vista da área onde fica o reservatório R03 (UMF) .................................................. 603
Figura 328 – (A) Caixa de entrada (B) Ponto de recloração (C) Derivação de entrada da Câmara B
R03 (UMF) .................................................................................................................................. 604
Figura 329 – Local que abrigará o sistema de recloração do R03 (UMF) .................................... 605
Figura 330 – Entrada para a Câmara A do R03 (UMF)................................................................ 605
Figura 331 – (A) Medidor de nível R03 e (B) de vazão de chegada............................................. 606
Figura 332 – Conjuntos motobombas EEAT R03 (UMF) ............................................................. 607
Figura 333 – Reservatório R03T (UMF) e saídas para as ZAs 06 e 07 ....................................... 608
Figura 334 – Vista aérea do centro de Reservação R5 (Garcia).................................................. 609
Figura 335 – Croqui do Setor R05 ............................................................................................... 610
Figura 336 – Reservatório R05 (UMF)......................................................................................... 611

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
25
Figura 337 – Saída para hidrantes do R05 (UMF) ....................................................................... 612
Figura 338 – Estação Elevatória de Água Tratada R05 (UMF) .................................................... 612
Figura 339 – Conjuntos motobombas da EEAT R05 (UMF) ........................................................ 613
Figura 340 – Subestação de energia da EEAT R05 (UMF) ......................................................... 613
Figura 341 – Reservatório R05T (UMF) ...................................................................................... 614
Figura 342 – (A) Caixa de entrada (B) Tubulação de entrada no Centro de Reservação R05 (UMF)
.................................................................................................................................................... 615
Figura 343 – By-pass para o R05T (UMF) ................................................................................... 615
Figura 344 – Medidor de nível do R05T e do R05 (UMF) ............................................................ 616
Figura 345 – Sistema de Recloração do R05 (UMF) ................................................................... 617
Figura 346 – Equipamentos para geração de cloro in loco R05 (UMF)........................................ 617
Figura 347 – Ponto de coleta para monitoramento da qualidade da água do R05T (UMF).......... 618
Figura 348 – Vista aérea do centro de reservação R15 (Federação)........................................... 618
Figura 349 – Centro de Reservação R15 (UMF) ......................................................................... 619
Figura 350 – Croqui do Setor R15 ............................................................................................... 620
Figura 351 – Reservatório R15 (UMF)......................................................................................... 623
Figura 352 – Saída do R15 da linha da Barra - ZAs 01 e 05 (UMF)............................................. 624
Figura 353 – (A) Ponto de coleta para monitoramento da água na entrada (B) Caixa de entrada no
R15 e (C) Tubulação de entrada no R15 (UMF) .......................................................................... 624
Figura 354 – Medidor de vazão, da esquerda para a direita: de chegada, da saída do R15 para o
R15T e da saída do R15 para as Zonas 01 e 05 (UMF) .............................................................. 625
Figura 355 – Medidor de nível do R15 (UMF).............................................................................. 626
Figura 356 – Reservatório R15T (UMF) e respectivo bay-pass ................................................... 627
Figura 357 – Saída do R15T para a ZA-02 (UMF) ....................................................................... 627
Figura 358 – Estação Elevatória de Água Tratada R15 (UMF) .................................................... 628
Figura 359 – Conjuntos Motobombas EEAT R15 (UMF) ............................................................. 629
Figura 360 – Quadro de comando da EEAT R15 (UMF) ............................................................. 630
Figura 361 – Booster Largo do Bogum (UMF) ............................................................................. 631
Figura 362 – Vista aérea do Centro de Reservação R19, antes da ampliação ............................ 632
Figura 363 – Vista da entrada do Centro de Reservação R19 (UMF) .......................................... 632
Figura 364 – Croqui do Sistema R19 após ampliação ................................................................. 633
Figura 365 – Reservatório R19 (UMF)......................................................................................... 635
Figura 366 – Entrada do Centro de Reservação R19 (UMF) ....................................................... 635
Figura 367 – Ponto de coleta de monitoramento da água (A) da entrada do R19 (B) da saída do R19
(UMF) .......................................................................................................................................... 636
Figura 368 – Saída do Centro de Reservação R19 (UMF) .......................................................... 636

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
26
Figura 369 – Medidor de nível automatizado R19 (UMF) ............................................................ 637
Figura 370 – Conjuntos motobombas da EEAT R19 (UMF) ........................................................ 638
Figura 371 – Quadro de distribuição e transformador de poste EEAT R19 (UMF)....................... 638
Figura 372 – Reservatório R19T (UMF) ...................................................................................... 639
Figura 373 – Croqui subadutora R7 x R15 .................................................................................. 640
Figura 374 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UMJ ................... 647
Figura 375 – Vista da área do Centro de Reservação R17 (UMJ) ............................................... 649
Figura 376 – Centro de Treinamento Vila Leal ............................................................................ 649
Figura 377 – Croqui do Setor R17 ............................................................................................... 651
Figura 378 – Reservatório R17 (UMJ) ......................................................................................... 653
Figura 379 – Macromedição na entrada do reservatório R17 (UMJ)............................................ 654
Figura 380 – Medição de nível do R17: (A) régua e (B) medidor ultrassônico ............................. 655
Figura 381 – Válvula para controle de vazão na entrada do R17 (UMJ) ...................................... 655
Figura 382 – Válvula para controle de vazão na saída do R17 (UMJ) ......................................... 656
Figura 383 – (A) Ponto de coleta para monitoramento da água na entrada do R17 e (B) Ponto de
coleta para monitoramento da água na saída do R17 (UMJ) ....................................................... 656
Figura 384 – (A) Saída para abastecimento da ZA-61 e (B) Saída para abastecimento de carro-pipa
.................................................................................................................................................... 657
Figura 385 – Conjunto Motobombas da EEAT R17 (UMJ) .......................................................... 658
Figura 386 – Quadro de comando EEAT R17 (UMJ) ................................................................... 659
Figura 387 – Reservatório R17T (UMJ) ....................................................................................... 660
Figura 388 – Micromedição na entrada do reservatório R17T (UMJ)........................................... 661
Figura 389 – Válvula para controle de vazão na entrada do R17T (UMJ) .................................... 662
Figura 390 – By-pass do reservatório R17T (UMJ)...................................................................... 663
Figura 391 – Reservatórios do Setor R14.................................................................................... 664
Figura 392 – Croqui do Setor R14 ............................................................................................... 665
Figura 393 – Reservatórios do Setor R14 (UMJ) ......................................................................... 668
Figura 394 – Ponto de chegada da Adutora Principal na área do centro de reservação R14 ...... 669
Figura 395 – Caixa de entrada do R14 (UMJ) ............................................................................. 669
Figura 396 –Tubulação de entrada das câmaras do R14 ............................................................ 670
Figura 397 – (A) Medidor de nível das câmaras automatizado (B) Régua para medição do nível
manual (UMJ).............................................................................................................................. 671
Figura 398 – Ponto de Monitoramento de Cloro R14 (UMJ) ........................................................ 672
Figura 399 – Estação Elevatória de Água Tratada R14 (UMJ) .................................................... 673
Figura 400 – Quadro de comando da EEAT R14 e medidor de pressão ..................................... 674
Figura 401 – Faixada de entrada do Centro de Reservação R18 (Valéria) .................................. 675

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
27
Figura 402 – Croqui do Setor R18 ............................................................................................... 676
Figura 403 – Reservatório R18 (UMJ) ......................................................................................... 678
Figura 404 – Medidor de vazão da entrada do R18 (UMJ) .......................................................... 679
Figura 405 – (A) Caixa de entrada R18 (B) Tubulação de entrada do R18 (UMJ) ....................... 680
Figura 406 – R18T e Estação Elevatória de Água Tratada R18 (UMJ) que estão inoperantes .... 681
Figura 407 – Identificação da unidade R12 (UMJ) ....................................................................... 682
Figura 408 – Croqui do Setor R12 ............................................................................................... 683
Figura 409 – Reservatório R12 (UMJ) ......................................................................................... 684
Figura 410 – Tubulação de entrada do R12 (UMJ) ...................................................................... 685
Figura 411 – Tubulação de saída do R12 (UMJ) ......................................................................... 685
Figura 412 – Centro de Reservação R10 – Ilha Amarela (UMJ) .................................................. 686
Figura 413 – Croqui do Setor R10 ............................................................................................... 687
Figura 414 – Reservatório R10 (UMJ) ......................................................................................... 689
Figura 415 –Tubulação de entrada do R10 ................................................................................. 690
Figura 416 – Medidor de nível R10 (UMJ) ................................................................................... 691
Figura 417 – Régua para medição de nível R10 (UMJ) ............................................................... 691
Figura 418 – Estação Elevatória de Água Tratada R10 (UMJ) .................................................... 692
Figura 419 – Conjuntos Motobombas EEAT R10 (UMJ).............................................................. 693
Figura 420 – Quadro de comando EEAT R10 (UMJ) ................................................................... 694
Figura 421 – (A) Medidor de pressão eletrônico EEAT R10 e (B) quadro para leitura de vazão de
chegada e saída .......................................................................................................................... 694
Figura 422 – Reservatório R10T (UMJ) ....................................................................................... 695
Figura 423 – Obra para adequação nas tubulações do R10T e transformá-lo em reservatório de
jusante ........................................................................................................................................ 696
Figura 424 – Saída do R10T (UMJ) ............................................................................................. 696
Figura 425 – Ponto de coleta para monitoramento da água na saída do R10T ........................... 697
Figura 426 – Estação Elevatória localizada na área do RZB-II Candeias .................................... 701
Figura 427 – Obras do futuro RZB II de 8.700 m³ em fase de conclusão .................................... 701
Figura 428 – Croqui da reservação da Ilha de B. J. Passos ........................................................ 702
Figura 429 – Área de abrangência do Reservatorio da Ilha de Bom Jesus dos Passos .............. 703
Figura 430 – Detalhes do reservatório de Bom Jesus dos Passos .............................................. 704
Figura 431 – Vista da área do Reservatório da Ilha de Bom Jesus dos Passos .......................... 705
Figura 432 – Local de aplicação do hipoclorito de cálcio ............................................................. 705
Figura 433 – Sistema de recloração na EEAT de Bom Jesus dos Passos .................................. 706
Figura 434 – Pontos de coleta BJS003 e BJS004 ....................................................................... 706
Figura 435 – Registros de manobra da Ilha de B. J. dos Passos................................................. 707

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
28
Figura 436 – Vista do local da Estação Elevatória de Água Tratada de B. J. Passos .................. 708
Figura 437 – Conjuntos Motobombas EEAT de B. Jesus dos Passos ......................................... 708
Figura 438 – Local da EEAT que também funciona como escritório-almoxarifado ...................... 709
Figura 439 – Realização de desinfecção ..................................................................................... 709
Figura 440 – Kit para análise de cloro ......................................................................................... 710
Figura 441 – Quadro de comando EEAT B. J. Passos ................................................................ 710
Figura 442 – Croqui da reservação da Ilha dos Frades ............................................................... 711
Figura 443 – Área de abrangência do Reservatório da Ilha dos Frades ...................................... 712
Figura 444 – Vista da área do Reservatório da Ilha dos Frades .................................................. 713
Figura 445 – Tubulação de chegada da água ............................................................................. 714
Figura 446 – Tubulações de saída da água................................................................................. 714
Figura 447 – Ventosa na tubulação que abastece Ponta de Nossa Senhora .............................. 715
Figura 448 – Pontos de coleta: A) Paramana e B) Costa ............................................................ 715
Figura 449 – Croqui do sistema de adução de água tratada e reservação da Ilha de Maré......... 716
Figura 450 – Área de abrangência dos reservatórios e da adutora em Ilha de Maré ................... 717
Figura 451 – Acesso ao Reservatório de Praia Grande ............................................................... 719
Figura 452 – Reservatório de Praia Grande ................................................................................ 720
Figura 453 – Tubulações de saída de água................................................................................. 720
Figura 454 – (A)Tubulação de água tratada exposta, (B) procura de vazamento na rede de
distribuição e (C) Válvula redutora de pressão em frente a unidade de saúde ............................ 721
Figura 455 – Ponto de coleta da saída do reservatório (MAR005) .............................................. 721
Figura 456 – Reservatório de Botelho ......................................................................................... 722
Figura 457 – Escada de acesso, tubulação de entrada e extravasor do RAD de Botelho............ 722
Figura 458 – Registros nas tubulações de entrada e saída ......................................................... 723
Figura 459 – Local onde fica registro de manobra em Botelho .................................................... 723
Figura 460 – Pontos de coleta para análise de água localizados em Botelho.............................. 724
Figura 461 – Ponto onde estava instalada equipamento de telemetria ........................................ 724
Figura 462 – Reservatório de Santana ........................................................................................ 725
Figura 463 –Tubulações de saída do reservatório ....................................................................... 725
Figura 464 – Booster de Santana ................................................................................................ 726
Figura 465 – Medidor de energia e quadro de comando do booster de Santana ......................... 726
Figura 466 – Ponto de coleta para análise de água localizado em Santana ................................ 727
Figura 467 - Localização e delimitação da área a ser atendida pelo Parque de Reservação R22
.................................................................................................................................................... 736
Figura 468 – Índice de kWh/m³ consumido em 2019 ................................................................... 749
Figura 469 – Índice de perdas por faturamento (%) de 2019 ....................................................... 751

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
29
Figura 470 – IN049 - Índice de perdas na distribuição (%) no ano de 2019 ................................. 755
Figura 471 – IN050 - Índice bruto de perdas lineares (m³/dia/km) no ano de 2019 ...................... 755
Figura 472 – Índice de perdas por ligação (l/dia/lig) no ano de 2019 ..................................... 756
Figura 473 – Índice de perdas na distribuição (%) de 2018 a 2020 por Unidade Regional da Embasa
e para as ilhas ............................................................................................................................. 756
Figura 474 – Índice de perdas aparentes (%) de 2018 a 2019 por Unidade Regional da Embasa
.................................................................................................................................................... 757
Figura 475 – Índice bruto de perdas lineares (m³/dia.km) por Unidade Regional da Embasa em 2019
.................................................................................................................................................... 758
Figura 476 – Índice de perdas por ligação (L/lig.dia) pela Embasa em 2019 ............................... 759
Figura 477 – Índice de perdas reais por ligação (L/lig.dia) nas unidades regionais de Salvador.. 761
Figura 478 – Comparativo de consumo entre as capitais do Nordeste em 2019 ......................... 763
Figura 479 – Índice de hidromedição (%) por Unidade Regional em 2019 .................................. 764
Figura 480 – Comparação eficiência de pessoal entre as capitais do Nordeste em 2019............ 766
Figura 481 – Percentual de amostras conformes na saída do tratamento nos anos de 2016 a 2020
(cor aparente).............................................................................................................................. 796
Figura 482 – Percentual de conformidade das amostras realizadas na rede de distribuição em 2019
(Bactérias Heterotróficas, coliformes totais e Escherichia coli) .................................................... 811
Figura 483 – Percentual de conformidade das amostras realizadas na rede de distribuição em 2020
(Bactérias Heterotróficas, coliformes totais e Escherichia coli) .................................................... 811
Figura 484 – Percentual de conformidade das amostras realizadas no sistema de distribuição em
2019 e 2020 (CRL) ...................................................................................................................... 815
Figura 485 – Percentual de conformidade das amostras realizadas no sistema de distribuição em
2019 (Cor aparente e Turbidez) .................................................................................................. 817
Figura 486 – Percentual de conformidade das amostras realizadas no sistema de distribuição em
2020 (Cor aparente e Turbidez) .................................................................................................. 817
Figura 487 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de
distribuição em 2020 (Ácidos haloacéticos) ................................................................................. 819
Figura 488 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de
distribuição em 2020 (Ácidos haloacéticos) ................................................................................. 819
Figura 489 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de
distribuição em 2019 (trihalometanos) ......................................................................................... 820
Figura 490 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de
distribuição em 2020 (trihalometanos) ......................................................................................... 820
Figura 491 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de
distribuição em 2019 (2, 4, 6 triclorofenol) ................................................................................... 821

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
30
Figura 492 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de
distribuição em 2020 (2, 4, 6 triclorofenol) ................................................................................... 821
Figura 493 – Localização dos pontos de monitoramento da VISAMB no sistema de distribuição no
ano de 2019 ................................................................................................................................ 826
Figura 494 – Localização dos pontos de monitoramento da VISAMB no sistema de distribuição no
ano de 2020 ................................................................................................................................ 827
Figura 495 – Pontos Críticos quanto ao Cloro Residual Livre (204.1).......................................... 832
Figura 496 – Pontos Críticos quanto ao Cloro Residual Livre (69.1)............................................ 832
Figura 497 – Pontos Críticos quanto ao Cloro Residual Livre (253)............................................. 833
Figura 498 – Pontos Críticos quanto ao Cloro Residual Livre (263)............................................. 833
Figura 499 – Percepção dos respondentes sobre a qualidade da água fornecida pela Embasa por
bairros, em proporção de domicílios em que a avaliação foi boa (límpida, sem outro cheiro, gosto
bom), 2018-2020 (N = 15.085) .................................................................................................... 842
Figura 500 – Bairros que apresentaram mais de 11 amostras com turbidez (uT) maior que 5uT, no
sistema de distribuição de água, janeiro de 2013 a dezembro de 2020....................................... 843
Figura 501 – Bairros que apresentaram mais de 11 amostras com teor de cloro residual livre fora
do padrão no sistema de distribuição de água, janeiro de 2013 a dezembro de 2020 ................. 845
Figura 502 – Bairros que apresentaram maior número de amostras com presença de Escherichia
coli/100 mL no sistema de distribuição de água, janeiro de 2013 a dezembro de 2020 ............... 846
Figura 503 – Proporção de amostras do sistema de distribuição de água fora dos padrões para
turbidez, cloro residual livre e Escherichia coli, janeiro de 2013 a dezembro de 2020 ................. 846
Figura 504 – Proporção de amostras analisadas em conformidade com os padrões de cloro residual
livre (mg/L), Escherichia coli/100 mL e turbidez (uT), janeiro de 2013 a dezembro de 2020 ....... 847
Figura 505 – Espacialização dos locais críticos em virtude de baixa pressão na rede - UMJ ...... 851
Figura 506 – Espacialização dos locais críticos em virtude de baixa pressão na rede – UML ..... 852
Figura 507 - Ligações clandestinas de água por bairro de Salvador............................................ 860
Figura 508 – Ponto de lançamento dos efluentes da ETA Principal ............................................ 863
Figura 509 – Áreas de abrangência dos distritos Sanitários de Salvador .................................... 865
Figura 510 – Soluções individuais utilizadas nos distritos sanitários de Salvador (2021)............. 867
Figura 511 - Percentual do tipo de tratamento domiciliar adotado para água de beber pela população
nos distritos sanitários (2020) ...................................................................................................... 869
Figura 512 – (A) Reservatório comunitário e (B) reservatório individual em Fazenda Cassange . 870
Figura 513 – Fonte da Graça....................................................................................................... 870
Figura 514 – Fonte Santa Luzia .................................................................................................. 871
Figura 515 – Fonte das Pedreiras ............................................................................................... 871
Figura 516 – Fonte do Gueto....................................................................................................... 872

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
31
Figura 517 – Fonte do Queimado ................................................................................................ 872
Figura 518 – Fonte da Estica....................................................................................................... 873
Figura 519 – Vista da entrada da Fonte Gravatá ......................................................................... 873
Figura 520 – Fonte da Preguiça .................................................................................................. 874
Figura 521 – Fonte da Unhão ...................................................................................................... 874
Figura 522 – Fonte Santo Antônio ............................................................................................... 875
Figura 523 – Fonte Dique do Tororó............................................................................................ 875
Figura 524 – Fonte do Chega Nego ............................................................................................ 876
Figura 525 – Fontes utilizadas como solução alternativa em Ilha dos Frades – Localidade Paramana
.................................................................................................................................................... 877
Figura 526 – Fonte coletiva utilizada como solução alternativa em Bom Jesus dos Passos ........ 878
Figura 527 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - Praia Grande.............. 878
Figura 528 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - localidade Itamoabo ... 879
Figura 529 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - localidade de Santana: Rua
da Paz ......................................................................................................................................... 879
Figura 530 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré – localidade Santana .... 880
Figura 531 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - localidade Santana: Av.
Malhada (particular) .................................................................................................................... 880
Figura 532 – Fonte em Ilha de Maré - localidade Santana: Av. Malhada (desativada) ................ 881
Figura 533 – Pontos de Monitoramento da VISAMB das soluções alternativas ........................... 882
Figura 534 – Distritos sanitários e setores de abastecimento de água de Salvador .................... 895
Figura 535 – Análise do percentual de água insatisfatório por distrito sanitário, no período de 2015
a 2019. ........................................................................................................................................ 908
Figura 536 – Gráfico da análise dos índices de Doença Diarréica Aguda (DDA) por Distrito Sanitário,
do período de 2015 a 2019. ........................................................................................................ 908
Figura 537 – Possibilidades de rota feco-oral para transmissão do SARS-CoV-19 ..................... 910
Figura 538 – Divulgação das oficinas com as datas por Prefeitura Bairro. .................................. 912

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
32
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Agenda Regulatória da ANA para o período 2020/2021, para o Eixo Temático 5, Normas
de Referência para o Saneamento ................................................................................................59
Quadro 2 – Metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 – Água Potável e Saneamento
......................................................................................................................................................67
Quadro 3 - Órgãos que integram o quadro de gestão dos serviços de Saneamento Básico da
Prefeitura Municipal do Salvador ................................................................................................. 111
Quadro 4 – Resumo sobre a gestão do saneamento básico em Salvador/BA ............................. 113
Quadro 5 - Capítulos do Relatório Sinopse do PARMS ............................................................... 125
Quadro 6 – Competências exercidas pela Agersa ....................................................................... 128
Quadro 7 - Instalações administrativas/operacionais da Embasa em Salvador ........................... 136
Quadro 8 – Total de empregados próprios por tipo de função na Embasa .................................. 138
Quadro 9 - Total de profissionais terceirizados por tipo de função na Embasa ............................ 139
Quadro 10 - Tarifas praticadas pela Embasa para o serviço de abastecimento de água ............. 143
Quadro 11 - Características das unidades consumidoras em cada categoria e subcategoria de
consumo ..................................................................................................................................... 144
Quadro 12 – Conselhos que integram a estrutura administrativa por secretarias municipais ...... 166
Quadro 13 – Projetos de Educação Ambiental da Embasa em Salvador (2019) ......................... 170
Quadro 14 – Programas desenvolvidos pela SEMPRE em Salvador. ......................................... 171
Quadro 15 – Apresentação dos Eixos Estratégicos do PMAMC de Salvador .............................. 181
Quadro 16 – Diretrizes relacionadas ao Saneamento Básico no PMAMC ................................... 182
Quadro 17 – Festas populares do calendário anual do município de Salvador ............................ 187
Quadro 18 – Resumo dos Programas previstos para o serviço de abastecimento de água ........ 190
Quadro 19 – Programas e ações para o abastecimento de água previstos no PMSB - 2011 ...... 192
Quadro 20 – Intervenções estruturantes SIAASalvador conforme Parms .................................... 201
Quadro 21 – Resumo das intervenções estruturais SIAASalvador e SIAA Reconcâvo (Ilhas de
Salvador) conforme Parms .......................................................................................................... 203
Quadro 22 – Localidades dos bairros Nova Esperança e Cassange. .......................................... 209
Quadro 23 – Resumo do diagnóstico do abastecimento de água nas localidades que integram o
Vetor Ipitanga .............................................................................................................................. 211
Quadro 24 – Fontes Poluidoras e Seus Riscos ........................................................................... 224
Quadro 25 – Faixas do Índice de Qualidade das Águas (IQA)..................................................... 225
Quadro 26 – Categorias de Estado Trófico.................................................................................. 225
Quadro 27 – Pontos de Monitoramento da Represa do Joanes II ............................................... 233
Quadro 28 – IQA da represa do Joanes II no período de 2016 a 2021 ........................................ 233
Quadro 29 – IET da represa Joanes II no período de 2016 a 2021 ............................................. 234

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
33
Quadro 30 – Pontos de Monitoramento da Represa do Joanes I ................................................ 234
Quadro 31 – IQA da represa do Joanes I no período de 2016 a 2021 ......................................... 234
Quadro 32 – IET da represa Joanes I no período de 2016 a 2021 .............................................. 235
Quadro 33 – Ponto de monitoramento da represa de Ipitanga I .................................................. 239
Quadro 34 – IQA da represa de Ipitanga I no período de 2016 a 2021........................................ 239
Quadro 35 – IET da represa de Ipitanga I no período de 2016 a 2021 ........................................ 240
Quadro 36 – Ponto de monitoramento da represa de Ipitanga II ................................................. 240
Quadro 37 – IQA da represa de Ipitanga II no período de 2016 a 2021....................................... 241
Quadro 38 – IET da represa de Ipitanga II no período de 2016 a 2020 ....................................... 241
Quadro 39 – Pontos de monitoramento da represa de Santa Helena .......................................... 246
Quadro 40 – IQA da represa de Santa Helena no período de 2016 a 2021 ................................. 246
Quadro 41 – IET da represa de Santa Helena no período de 2016 a 2021 ................................. 247
Quadro 42 – Pontos de Monitoramento da Represa Pedra do Cavalo ........................................ 250
Quadro 43 – IQA da represa Pedra do Cavalo no período de 2016 a 2021 ................................. 251
Quadro 44 – IET da represa Pedra do Cavalo no período de 2016 a 2021 ................................. 251
Quadro 45 – Definição de deficit no abastecimento de água, de acordo com o Plansab ............. 267
Quadro 46 – Indicadores do Plansab sobre o abastecimento de água ........................................ 268
Quadro 47 – Classificação do ISB por faixa de pontuação (%).................................................... 277
Quadro 48 – Números das Portarias e processos / requerimentos de renovação ....................... 285
Quadro 49 – Processos de outorga para construção de barragens ............................................. 286
Quadro 50 – Processos de Licencamento Ambiental das Barragens da RMS............................. 286
Quadro 51 – Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Salvador ................................... 286
Quadro 52 – Descrição dos pontos de amostragem fornecidos pela Embasa ............................. 290
Quadro 53 – Parâmetros analisados para determinação da qualidade da água dos mananciais 292
Quadro 54 – Dimensões da Barragem Principal e dos Diques – Pedra do Cavalo ...................... 296
Quadro 55 – Características da barragem Pedra do Cavalo ....................................................... 296
Quadro 56 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Pedra do
Cavalo) ........................................................................................................................................ 301
Quadro 57 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Pedra do
Cavalo) ........................................................................................................................................ 302
Quadro 58 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Pedra do
Cavalo) ........................................................................................................................................ 303
Quadro 59 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Pedra do Cavalo
.................................................................................................................................................... 304
Quadro 60 – Volumes disponíveis para regularização e vazões em Pedra do Cavalo ................ 305
Quadro 61 – Disponibilidade hídrica – Pedra do Cavalo.............................................................. 307

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Quadro 62 – Características da barragem do Joanes II............................................................... 309
Quadro 63 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Joanes
II) ................................................................................................................................................. 314
Quadro 64 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Joanes
II) ................................................................................................................................................. 315
Quadro 65 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Joanes II)
.................................................................................................................................................... 316
Quadro 66 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Joanes II .... 317
Quadro 67 – Indicadores relativos ao reservatório Joanes II ....................................................... 319
Quadro 68 – Disponibilidade hídrica – Joanes II ......................................................................... 320
Quadro 69 – Características da barragem Santa Helena ............................................................ 321
Quadro 70 – Características dos equipamentos da barragem Santa Helena............................... 322
Quadro 71 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Santa
Helena) ....................................................................................................................................... 325
Quadro 72 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Santa
Helena) ....................................................................................................................................... 325
Quadro 73 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Santa
Helena) ....................................................................................................................................... 326
Quadro 74 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Santa Helena
.................................................................................................................................................... 327
Quadro 75 – Capacidade de regularização da represa Santa Helena ......................................... 328
Quadro 76 – Vazão regularizadora com 100% de permanência de Santa Helena....................... 328
Quadro 77 – Volumes correspondentes aos níveis operacionais de Santa Helena ..................... 329
Quadro 78 – Vazões regularizadoras em Santa Helena, segundo o PARMS .............................. 329
Quadro 79 – Disponibilidade hídrica – Santa Helena .................................................................. 329
Quadro 80 – Características da Barragem do Joanes I ............................................................... 330
Quadro 81 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Joanes I)
.................................................................................................................................................... 338
Quadro 82 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Joanes
I).................................................................................................................................................. 339
Quadro 83 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Joanes I)
.................................................................................................................................................... 341
Quadro 84 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Joanes I ..... 342
Quadro 85 – Indicadores relativos ao reservatório Joanes I ........................................................ 343
Quadro 86 – Disponibilidade hídrica – Joanes I .......................................................................... 344
Quadro 87 – Características da barragem Ipitanga I ................................................................... 344

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
35
Quadro 88 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Ipitanga
I).................................................................................................................................................. 350
Quadro 89 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Ipitanga
I).................................................................................................................................................. 351
Quadro 90 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Ipitanga I)
.................................................................................................................................................... 353
Quadro 91 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Ipitanga I.... 355
Quadro 92 – Indicadores do reservatório Ipitanga I ..................................................................... 356
Quadro 93 – Disponibilidade hídrica – Ipitanga I ......................................................................... 357
Quadro 94 – Características da barragem Ipitanga II .................................................................. 357
Quadro 95 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Ipitanga
II) ................................................................................................................................................. 364
Quadro 96 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Ipitanga
II) ................................................................................................................................................. 366
Quadro 97 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Ipitanga II)
.................................................................................................................................................... 368
Quadro 98 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Ipitanga II... 370
Quadro 99 – Indicadores do reservatório Ipitanga II .................................................................... 371
Quadro 100 – Disponibilidade hídrica – Ipitanga II ...................................................................... 372
Quadro 101 – Projeções de demanda para o período 2015-2040, segundo o PARMS ............... 377
Quadro 102 – Fontes de poluição da bacia do rio Jacaranga ...................................................... 392
Quadro 103 – Períodos de aplicação da primeira etapa da remediação química com Argila
Enriquecida com Lantânio ........................................................................................................... 394
Quadro 104 – Características das adutoras de água bruta de Joanes I ...................................... 419
Quadro 105 – Características do booster Joanes I ...................................................................... 419
Quadro 106 – Características das Chaminés de Equilíbrio de Joanes I ...................................... 421
Quadro 107 – Características das bombas selecionadas ............................................................ 422
Quadro 108 – Características da Adutora de Água Bruta de Ipitanga I........................................ 425
Quadro 109 – Tratamento requerido em função da classificação das águas doces .................... 429
Quadro 110 – Classificação de águas naturais para abastecimento público ............................... 430
Quadro 111 – Escalas qualitativas de IQAB E IQETA por faixas de resultado ............................ 431
Quadro 112 – Características físicas e tipológicas da ETA Principal ........................................... 433
Quadro 113 – Produtos químicos utilizados na ETA principal ..................................................... 447
Quadro 114 – Características físicas e tipológicas das ETAs do Parque da Bolandeira .............. 463
Quadro 115 – Consumo estimado de produtos químicos na ETA Vieira de Mello ....................... 467
Quadro 116 – Estações Elevatórias de Águas Tratada do Parque Bolandeira ............................ 481

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
36
Quadro 117 – Média de consumo mensal de produtos químicos na ETA Suburbana ................. 492
Quadro 118 – Setores e Zonas de Abastecimento pertencentes a UMB ..................................... 529
Quadro 119 – Características do Reservatório R01 .................................................................... 532
Quadro 120 – Características do Reservatório R20 .................................................................... 539
Quadro 121 – Características dos Reservatórios do Setor R23................................................... 545
Quadro 122 – Setores e Zonas de Abastecimento pertencentes a UML ..................................... 556
Quadro 123 – Características dos Reservatórios do Setor R7..................................................... 558
Quadro 124 – Características do Reservatório do Setor R25 ...................................................... 579
Quadro 125 – Setores e Zonas de Abastecimento pertencentes a UMF ..................................... 595
Quadro 126 – Características dos Reservatórios do Setor R3..................................................... 600
Quadro 127 – Características do Reservatório do Setor R5 ........................................................ 609
Quadro 128 – Características dos Reservatórios do Setor R15................................................... 619
Quadro 129 – Características dos Reservatórios do Setor R19................................................... 632
Quadro 130 – Setores e Zonas de Abastecimento pertencentes a UMJ ...................................... 644
Quadro 131 – Características dos Reservatórios do Setor R17................................................... 650
Quadro 132 – Características dos Reservatórios do Setor R14................................................... 664
Quadro 133 – Características dos Reservatórios do Setor R18................................................... 675
Quadro 134 – Características dos Reservatórios do Setor R12................................................... 682
Quadro 135 – Características dos Reservatórios do Setor R10................................................... 686
Quadro 136 – Rodízio de atendimento nas localidades de Ilha de Maré abastecidas diretamente
pela adutora ................................................................................................................................ 718
Quadro 137 – Rodízio de atendimento dos reservatórios de Ilha de Maré................................... 718
Quadro 138 – Metas do PLANSAB para o Índice de Perdas na Distribuição ............................... 758
Quadro 139 – Sistema de bandas do BIRD ................................................................................. 760
Quadro 140 – Índice de comprometimento do salário mínimo com a tarifa social aplicada no
abastecimento de água ............................................................................................................... 768
Quadro 141 – Valor Máximo Permitido pela Portaria de Consolidação nº 05/2017 ...................... 787
Quadro 142 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020
(Bactérias Heterotróficas, coliformes totais e Escherichia coli) .................................................... 790
Quadro 143 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (CRL)
.................................................................................................................................................... 792
Quadro 144 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Cor
Aparente, Fluoreto, pH e Turbidez) ............................................................................................. 794
Quadro 145 – Resultados da concentração de turbidez na saída do tratamento de 2016 a 2020795
Quadro 146 – Relação entre a média das temperaturas máximas diárias do ar e os limites
recomendados para a concentração de íon fluoreto na água ...................................................... 797

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
37
Quadro 147 – Resultados da concentração de fluoreto na saída do tratamento de 2016 a 2020 798
Quadro 148 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Gosto
e Odor) ........................................................................................................................................ 799
Quadro 149 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020
(Amônia, Nitrato e Nitrito) ............................................................................................................ 801
Quadro 150 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020
(Cianeto, Cloreto, Ferro, Glifosato + AMPA) ................................................................................ 803
Quadro 151 – Periodicidade semestral das análises realizadas de qualidade da água na saída do
tratamento de 2016 a 2020 (Cianeto, Cloreto, Ferro, Glifosato + AMPA) .................................... 804
Quadro 152 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Ácidos
haloacéticos total, Trihalometanos Total e 2,4,6 Triclorofenol) .................................................... 807
Quadro 153 – Monitoramento da qualidade da água no sistema de distribuição de 2019 e 2020
(Bactérias Heterotróficas, coliformes totais e Escherichia coli) .................................................... 809
Quadro 154 – Distribuição das amostras anômalas de Bact. Heterotróficas do SIAA Salvador em
2019 e 2020 ................................................................................................................................ 812
Quadro 155 – Distribuição das amostras anômalas de Escherichia Coli do SIAA Salvador em 2019
e 2020 ......................................................................................................................................... 813
Quadro 156 – Monitoramento da qualidade da água na rede de distribuição de 2019 e 2020 (CRL)
.................................................................................................................................................... 813
Quadro 157 – Monitoramento da qualidade da água no sistema de distribuição de 2019 e 2020 (Cor
aparente e turbidez) .................................................................................................................... 815
Quadro 158 – Monitoramento da qualidade da água no sistema de distribuição de 2019 e 2020
(ácidos haloacéticos, trihalometanos e 2, 4, 6 triclorofenol) ......................................................... 818
Quadro 159 – Valor Máximo Permitido pela Portaria de Consolidação nº 05/2017 ...................... 823
Quadro 160 – Monitoramento da qualidade da água das ETAs do Parque Bolandeira ............... 824
Quadro 161 – Resultado do monitoramento da qualidade da água distribuída, realizada pela Visamb
em 2019 e 2020 .......................................................................................................................... 828
Quadro 162 – Pontos críticos quanto à presença de Coliformes em Salvador ............................ 829
Quadro 163 – Ponto crítico quanto a presença de E. coli em Salvador ....................................... 830
Os Quadro 164 e Quadro 165 apresentam os resultados das inspeções da qualidade da água
realizadas pela Visamb, essas informações foram discretizadas por prefeitura-bairro para o sistema
de distribuição nos anos de 2019 e 2020, respectivamente, ....................................................... 835
Quadro 166 – Resultado do monitoramento da qualidade da água na rede de distribuição realizada
pela Visamb em 2019 por Prefeitura-Bairro ................................................................................. 838
Quadro 167 – Resultado do monitoramento da qualidade da água (intradomiciliar/intrapredial)
realizada pela Visamb em 2019 por Prefeitura-Bairro.................................................................. 839

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
38
Quadro 168 – Resultado do monitoramento da qualidade da água na rede de distribuição realizada
pela Visamb em 2020 por Prefeitura-Bairro ................................................................................. 840
Quadro 169 – Resultado do monitoramento da qualidade da água (intradomiciliar/intrapredial)
realizada pela Visamb em 2020 por Prefeitura-Bairro.................................................................. 841
Quadro 170 – Pontos críticos da UMJ em virtude de pressão insuficiente .................................. 853
Quadro 171 – Pontos críticos da UML em virtude de pressão insuficiente .................................. 854
Quadro 172 – Pontos críticos de intermitência no fornecimento de água por Prefeitura-Bairro ... 856
Quadro 173 – Quantidade de ligações clandestinas de água por bairro de Salvador .................. 857
Quadro 174 – Destinação final dos resíduos produzidos nos SAA que atendem o município de
Salvador ...................................................................................................................................... 861
Quadro 175 – Tipo e quantidade de resíduos advindos da ETA Principal e das ETA do Parque da
Bolandeira ................................................................................................................................... 862
Quadro 176 – Soluções Alternativas Individuais de Salvador para abastecimento ...................... 883
Quadro 177 – Soluções Alternativas Coletivas de Salvador para abastecimento ........................ 884
Quadro 178 – Valor Máximo Permitido pela Portaria de Consolidação nº 05/2017 ...................... 885
Quadro 179 – Monitoramento da Qualidade da Água dos SAIs (2019) ....................................... 886
Quadro 180 – Monitoramento da Qualidade da Água dos SACs (2020) ...................................... 887
Quadro 181 - Critérios do direito humano à água e ao esgotamento sanitário ............................ 889
Quadro 182 – Seleção de enfermidades realizada pela Funasa em 2010. .................................. 894
Quadro 183 – Distritos sanitários com maiores incidências de dengue em 2020......................... 897
Quadro 184 – Distritos sanitários com maiores incidências de zika em 2020. ............................. 898
Quadro 185 – Distritos sanitários com maiores incidências de chikungunya em 2020. ............... 900
Quadro 186 – Número de casos de esquistossomose diagnosticado em Salvador entre 2013 e 2019
.................................................................................................................................................... 902
Quadro 187 - Número de óbitos por Esquistossomose segundo Distrito Sanitário, no período de
2015/2019, Salvador-BA. ............................................................................................................ 903
Quadro 188 – Percepção da população da Prefeitura Bairro I – Centro/Brotas sobre o serviço de
abastecimento de água ............................................................................................................... 913
Quadro 189 – Percepção da população da Prefeitura Bairro II – Subúrbio/Ilhas sobre o serviço de
abastecimento de água ............................................................................................................... 913
Quadro 190 – Percepção da população da Prefeitura Bairro III – Cajazeiras sobre o serviço de
abastecimento de água ............................................................................................................... 914
Quadro 191 – Percepção da população da Prefeitura Bairro IV – Itapuã sobre o serviço de
abastecimento de água ............................................................................................................... 915
Quadro 192 – Percepção da população da Prefeitura Bairro V – Cidade Baixa sobre o serviço de
abastecimento de água ............................................................................................................... 915

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
39
Quadro 193 – Percepção da população da Prefeitura Bairro VI – Barra/Pituba sobre o serviço de
abastecimento de água ............................................................................................................... 916
Quadro 194 – Percepção da população da Prefeitura Bairro VII – Liberdade/São Caetano sobre o
serviço de abastecimento de água .............................................................................................. 916
Quadro 195 – Percepção da população da Prefeitura Bairro VIII – Cabula/Tancredo Neves sobre o
serviço de abastecimento de água .............................................................................................. 917
Quadro 196 – Percepção da população da Prefeitura Bairro IX – Pau da Lima sobre o serviço de
abastecimento de água ............................................................................................................... 918
Quadro 197 – Percepção da população da Prefeitura Bairro X – Valéria sobre o serviço de
abastecimento de água ............................................................................................................... 918
Quadro 198 – Percepção dos participantes do evento de apresentação do Diagnóstico ............. 919
Quadro 199 – Resumo das principais constatações do Diagnóstico do abastecimento de água . 920

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
40
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Total de profissionais por nível de escolaridade ........................................................ 141


Tabela 2 - Tarifas Médias das Concessionárias Estaduais da Região Nordeste (2019) .............. 145
Tabela 3 - Tarifas médias das capitais da Região Nordeste (2019) ............................................. 146
Tabela 4 – Tarifas de água por 10m³ cobradas nas capitais do Nordeste ................................... 147
Tabela 5 – Faturamento da Embasa em Salvador em 2019 ........................................................ 150
Tabela 6 – Arrecadação da Embasa em Salvador (2019) ........................................................... 150
Tabela 7 – Consumo médio por categoria de usuários em Salvador (m³/economia) ................... 151
Tabela 8 - Índice de Inadimplência em (%) na EMBASA em Salvador ........................................ 152
Tabela 9 - Índice de Evasão de Receitas (%) da EMBASA ......................................................... 152
Tabela 10 - Receitas operacionais diretas e indiretas totais e para o serviço de abastecimento de
água em Salvador (2017 a 2019) ................................................................................................ 155
Tabela 11 – Custos e despesas no serviço de abastecimento de água de Salvador em 2019 .... 158
Tabela 12 - Demonstração de Resultados do Exercício – DRE para o município de Salvador .... 161
Tabela 13 – Cronograma dos investimentos em Abastecimento de Água no PMSB (2010) ........ 195
Tabela 14– Cronograma físico-financeiro das intervenções estruturais e estruturantes para o SIAA
de Salvador segundo o PARMS .................................................................................................. 206
Tabela 15 - Vazões, Pressões e Extensão de Redes por Subsistema ........................................ 218
Tabela 16 – Quantitativos de rede por etapa ............................................................................... 219
Tabela 17 – Percentual das áreas de cada zona proposta .......................................................... 242
Tabela 18 – Municípios cobertos total ou parcialmente pelo Estudo Hidrogeológico da Borda Leste
da Bacia do Recôncavo............................................................................................................... 257
Tabela 19 – Formas de abastecimento de água em Salvador ..................................................... 261
Tabela 20 - Formas de abastecimento de água nas Ilhas de Salvador........................................ 262
Tabela 21 – Tipo de solução de abastecimento de água segundo a PNAD 2016 a 2019 ............ 264
Tabela 22 – Tipo de abastecimento de água, 2018-2020 (N = 15.260) ....................................... 265
Tabela 23 – Percentual de domicílios com canalização interna por forma de abastecimento de água
em Salvador ................................................................................................................................ 269
Tabela 24 - Valores calculados dos indicadores do Plansab relativos à universalização do
atendimento com abastecimento de água adequado para Salvador............................................ 269
Tabela 25 - População por Prefeitura Bairro em 2020 ................................................................. 272
Tabela 26 – Quantidade economias residenciais ativas e existentes de água em Salvador e
quantidade de imóveis residências no cadastro imobiliário ......................................................... 273
Tabela 27 – Índice de cobertura e índice de atendimento com abastecimento de água em Salvador
.................................................................................................................................................... 275

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
41
Tabela 28 – Índice de cobertura e índice de atendimento com abastecimento de água na Prefeitura
Bairro Subúrbio/Ilhas ................................................................................................................... 276
Tabela 29 - Indicadores de abastecimento de água com atualização anual pela prefeitura e pelo
prestador de serviços .................................................................................................................. 279
Tabela 30 - Indicadores de abastecimento de água com atualização a cada edição do Censo
Demográfico do IBGE ................................................................................................................. 281
Tabela 31 – Quantidade de ligações e economias de água por categoria ................................... 283
Tabela 32 – Informações outorgas mananciais do SIAA de Salvador.......................................... 285
Tabela 33 – Resumo das informações captações do SIAA de Salvador ..................................... 289
Tabela 34 – Resumo da disponibilidade hídrica dos mananciais que atendm o SIAA de Salvador
.................................................................................................................................................... 294
Tabela 35 – Vazões médias mensais (m³/s) na bacia do Joanes II estimadas pelo estudo realizado
pela FEP ..................................................................................................................................... 319
Tabela 36 – Vazões médias mensais (m³/s) na bacia do Joanes I estimadas pelo estudo da FEP
.................................................................................................................................................... 343
Tabela 37 - Poços que irão reforçar o atendimento da demanda da ETA principal...................... 374
Tabela 38 – Informações das estações elevatórias de água bruta .............................................. 403
Tabela 39 – Informações sobre adutoras de água bruta.............................................................. 403
Tabela 40 – Capacidade de captação da elevatória de água bruta Pedra do Cavalo, conforme
projeto ......................................................................................................................................... 407
Tabela 41 - Informações técnicas da Estação Elevatória de Água Bruta do Sistema Adutor Joanes
II – ETA Principal......................................................................................................................... 410
Tabela 42 – Características adutoras do Sistema Adutor Joanes II – ETA Principal .................... 412
Tabela 43 – Informações técnicas da Estação Elevatória de Água Bruta do sistema adutor Santa
Helena – Joanes II ...................................................................................................................... 414
Tabela 44 – Adutoras do Sistema Adutor Sta. Helena – Joanes II .............................................. 417
Tabela 45 – Informações da EEAT da ETA Principal .................................................................. 444
Tabela 46 – Características dos trechos da adutora principal...................................................... 508
Tabela 47 – Características dos trechos das adutoras que partem do parque da Bolandeira ...... 511
Tabela 48 – Características da adutora que parte da ETA Suburbana ........................................ 513
Tabela 49 – Características dos trechos da subadutora R7-R15 ................................................. 515
Tabela 50 – Características da subadutora que parte do R5 ....................................................... 516
Tabela 51 – Características da subadutora que parte do R19 ..................................................... 516
Tabela 52 – Características da subadutora ZA11 ........................................................................ 517
Tabela 53 – Características da EEAT do RZBII ........................................................................... 518
Tabela 54 – Características das adutoras que abastecem a Ilha de Maré ................................... 519

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
42
Tabela 55 – Características das AAT do subsistema Madre de Deus ......................................... 519
Tabela 56 – Características da EEAT que abastece a Ilha dos Frades ....................................... 520
Tabela 57 – Características da AAT que abastece a Ilha dos Frades.......................................... 520
Tabela 58 – Características dos reservatórios que atendem Salvador – Parte do continente ...... 524
Tabela 59 – Características dos reservatórios que atendem as Ilhas de Salvador ...................... 526
Tabela 60 – Características das EAAT e booster que integram os sistemas ............................... 527
Tabela 61 – Informações de rede de distribuição do Setor R01 .................................................. 533
Tabela 62 – Informações de rede de distribuição do Setor R20 .................................................. 540
Tabela 63 - Informações de rede de distribuição da ZA - 42 ....................................................... 555
Tabela 64 – Informações de rede de distribuição do Setor R7 .................................................... 560
Tabela 65 – Informações de rede de distribuição do Setor R25 .................................................. 580
Tabela 66 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela adutora principal x R7 –
subadutora R25 ........................................................................................................................... 590
Tabela 67 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela adutora principal x R7
.................................................................................................................................................... 594
Tabela 68 – Informações de rede de distribuição do Setor R3 .................................................... 601
Tabela 69 – Informações de rede de distribuição do Setor R5 .................................................... 610
Tabela 70 – Informações de rede de distribuição do Setor R15 .................................................. 620
Tabela 71 – Informações de rede de distribuição do Setor R19 .................................................. 633
Tabela 72 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela subadutora R7xR15 640
Tabela 73 – Informações de rede de distribuição do Setor R17 .................................................. 651
Tabela 74 – Informações de rede de distribuição do Setor R14 .................................................. 665
Tabela 75 – Informações de rede de distribuição do Setor R18 .................................................. 676
Tabela 76 – Informações de rede de distribuição do Setor R12 .................................................. 683
Tabela 77 – Informações de rede de distribuição do Setor R10 .................................................. 687
Tabela 78 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela adutora principal x R7
.................................................................................................................................................... 697
Tabela 79 - Informações de rede de distribuição das zonas que podem ser atendidas pela ETA
Suburbana e pela adutora principal x R7 ..................................................................................... 699
Tabela 80 – Série histórica das ligações de água........................................................................ 740
Tabela 81 – Série histórica das economias de água ................................................................... 740
Tabela 82 – Indicadores de contexto para avaliação do SIAA Salvador ...................................... 740
Tabela 83 – Série histórica dos indicadores de qualidade da água ............................................. 742
Tabela 84 – Quantidade de reclamações ou solicitações dos usuários do serviço de abastecimento
de água por Unidade Regional no ano de 2019 .......................................................................... 743
Tabela 85 – Série histórica da regularidade no abastecimento.................................................... 744

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
43
Tabela 86 – Capacidade de reserva do SIAA Salvador ............................................................... 745
Tabela 87 – Capacidade de tratamento do SIAA Salvador .......................................................... 747
Tabela 88 – Consumo de energia elétrica no sistema de abastecimento de água....................... 748
Tabela 89 – Série histórica da eficiência comercial ..................................................................... 751
Tabela 90 – Informações sobre os volumes de água .................................................................. 752
Tabela 91 – Índices de Perdas no período de 2015 a 2019 em Salvador .................................... 754
Tabela 92 – Série histórica dos consumos médios per capita e por economia ............................ 762
Tabela 93 – Índices de hidrometração e macromedição.............................................................. 764
Tabela 94 – Série histórica eficiência de pessoal ........................................................................ 765
Tabela 95 – Série histórica sustentabilidade econômico-financeira ............................................. 767
Tabela 96 – Série histórica sustentabilidade ambiental ............................................................... 769
Tabela 97 – Legenda para o estado de conservação geral da estrutura ..................................... 770
Tabela 98 – Avaliação da infraestrutura de captação .................................................................. 770
Tabela 99 – Avaliação da infraestrutura (ETAs) .......................................................................... 772
Tabela 100 – Avaliação da infraestrutura (EEAT) das ETA ......................................................... 774
Tabela 101 – Avaliação das infraestruturas de reservação (UMB) .............................................. 779
Tabela 102 – Avaliação da infraestrutura (UMF) ......................................................................... 780
Tabela 103 – Avaliação da infraestrutura (UML) ......................................................................... 781
Tabela 104 – Avaliação da infraestrutura (UMJ) .......................................................................... 782
Tabela 105 – Avaliação da infraestrutura (UMS) ......................................................................... 783
Tabela 106 – Resumo do resultado do estado de conservação geral das estruturas do SIAA de
Salvador ...................................................................................................................................... 785
Tabela 107 – Temperaturas máximas de Salvador ..................................................................... 797
Tabela 108 – Percepção dos respondentes sobre a qualidade da água fornecida pela Embasa,
2018-2020 (N = 15.085) .............................................................................................................. 842
Tabela 109 – Resultados das análises da qualidade da água de amostras coletadas no sistema de
distribuição de água para o parâmetro turbidez (uT), segundo locais de coleta, janeiro de 2013 a
dezembro de 2020 ...................................................................................................................... 843
Tabela 110 – Resultados das análises da qualidade da água de amostras coletadas no sistema de
distribuição de água para o parâmetro cloro residual livre (mg/L) segundo locais de coleta, janeiro
de 2013 a dezembro de 2020 ...................................................................................................... 844
Tabela 111 – Resultados das análises da qualidade da água de amostras coletadas no sistema de
distribuição de água para o parâmetro Escherichia coli/100 mL, segundo locais de coleta, janeiro de
2013 a dezembro de 2020 ........................................................................................................... 845

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
44
Tabela 112 – Proporção de amostras do sistema de distribuição de água em conformidade e
desconformidade segundo os parâmetros de cloro residual livre (mg/L), Escherichia coli/100 mL e
turbidez (uT), janeiro de 2013 a dezembro de 2020 .................................................................... 847
Tabela 113 – População atendida por cada forma de abastecimento de água nos distritos sanitários
(2020).......................................................................................................................................... 866
Tabela 114 – Percentual da população atendida por cada forma de abastecimento de água nos
distritos sanitários (2020) ............................................................................................................ 866
Tabela 115 – Tipo de tratamento domiciliar adotado para água de beber pela população nos distritos
sanitários (2020).......................................................................................................................... 868
Tabela 116 – Percentual do tipo de tratamento domiciliar adotado para água de beber pela
população nos distritos sanitários (2020) .................................................................................... 868
Tabela 117 - Número de casos de DDAs em < 05 anos segundo distrito sanitário, no ano de 2020*,
Salvador – BA. ............................................................................................................................ 905
Tabela 118 – Análise dos parâmetros da qualidade da água em relação aos dados de diarreia por
distrito sanitário, do período de 2015 a 2019. .............................................................................. 907

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
45
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAB – Adutoras de Água Bruta


AAE - Avaliação Ambiental Estratégica
ABE - Adaptação baseada em Ecossistemas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
AGERSA - Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia
AMD – Acordo de melhoria de desempenho
ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico
ANC – Água não contabilizada
ANF – Água não faturada
APA – Área de Proteção Ambiental
APP - Área de Preservação Permanente
ARSAL - Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador
CCOS - Comissão de Coordenação de Obras de Salvador
CCPC - Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
CERB – Companhia de Engenharia e Recursos Hídricos da Bahia
CESB - Conselho Estadual de Saneamento Básico
CFMH - Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação
CFMSB - Conselho Gestor do Fundo Municipal de Saneamento Básico
CGM - Controladoria Geral do Município de Salvador
CLR - Cloro Residual Livre
CMAPD - Cadastro municipal de atividades potencialmente degradadoras e utilizadoras de recursos
naturais
CMAS - Conselho Municipal de Assistência Social
CMB – Conjunto Motor–Bomba
CME – Conselho Municipal de Educação
CMPC - Conselho Municipal da Política Cultural
CMS - Conselho Municipal de Saúde
COELBA - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia
COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
COMAM - Conselho Municipal de Meio Ambiente
COM-SSA - Conselho Municipal de Salvador
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONDER - Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
CORE - Conselho Municipal de Resiliência
CORESAB - Comissão Reguladora de Saneamento básico
COT - Carbono orgânico Total

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
46
CPqGM - Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
CPRM – Companhia de Pesquisas em Recursos Minerais
DATASUS - Departamento de Informática do SUS
DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio
DC – Indicador de Endividamento
DDA - Doenças Diarreicas Agudas
DESAL - Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador
DEX - Despesas de Exploração
DM - Diretoria de Operação da RMS
DN – Diâmetro Nominal
DQO - Demanda química de Oxigênio
DTS - Despesas totais dos serviços
ECP - Estações de Condicionamento Prévio
EDUFBA - Editora da UFBA
EE - Estação Elevatória
EEAB – Estação Elevatória de Água Bruta
EEAT – Estação Elevatória de Água Tratada
EEE - Estação Elevatória de Esgoto
EIA – Estudo de Impacto Ambiental
EMBASA – Empresa Baiana de Águas e Saneamento
EMRMS - Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador
EPC – Equipamentos de Proteção Coletiva
EPI - Equipamentos de Proteção Individual
ETA – Estação de Tratamento de Água
ETL – Estação de Tratamento de Lodo
FCM - Fundação Cidade Mãe
FEP - Fundação Escola Politécnica
FGM - Fundação Gregório de Mattos
FIEB - Federação das Indústrias da Bahia
FoFo – Ferro Fundido
FMLF - Fundação Mário Leal Ferreira
FMSB - Fundo Municipal de Saneamento Básico
FMTC-RMS - Fundo de Mobilidade e Modicidade Tarifária do Transporte Coletivo
FRMS - Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador
F.tot – Fósforo Total
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde
FUSAN - Fundo de Universalização do Saneamento Básico da Região Metropolitana de Salvador

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
47
GABVP - Gabinete do Vice-Prefeito
GCM - Guarda Civil Municipal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICA - Índice de Conformidade da Qualidade da ETA
IDEB- Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
IET - Índice do Estado Trófico
IICA - Instituto Interamericano de Cooperação para a agricultura
INEMA – Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia
IPL – Índice de perdas por ligação
IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana
IQA - Índice de Qualidade das Águas
IQAB - Índice de Qualidade da Água Bruta
IQETA - Índice de Qualidade da Estação de Tratamento de Água
LIMPURB - Empresa de Limpeza Urbana do Salvador
mca – Metros de coluna de água
MDS – Ministério do Desenvolvimento Social
MP - Superintendência de Produção de Água e Esgotamento Sanitário da RMS
MS - Superintendência de Serviços de Água e Esgotamento Sanitário da RMS
NBR – Norma Técnica
NUCOP - Núcleos de combate as perdas nas UR’s
ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
ONU - Organização das Nações Unidas
PAC - Programa de Aceleração do Crescimento
PARMS - Plano de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador
PACUERA - Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial
PB - Prefeitura Bairro
PCRMA - Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica
PDAUP - Plano Diretor de Arborização Urbana, Áreas Verdes e Paisagismo
PDDU - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
PDUI - Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado
PEA-BA - Política de Educação Ambiental do Estado da Bahia
PEAC - Programa de Educação Ambiental Continuada
PEAMSS - Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento
PERS - Política Estadual de Resíduos Sólidos
PEV – Ponto de Entrega Voluntária
PGIRS - Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
48
PGMS - Procuradoria Geral do Município do Salvador
pH - Potencial hidrogeniônico
PIB – Produto Interno Bruto
PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico
PMAMC - Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas
PME - Plano Municipal de Educação
PMGIRS – Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PMS – Plano Municipal de Saúde
PMSB - Plano Municipal de Saneamento Básico
PMSBI - Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado
PNE - Plano Nacional da Educação
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNUD - Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento
PSA - Plano de Segurança da Água
PSB - Plano de Segurança de Barragens
PVC - Policloreto de Polivinila
PVC DEFoFo - Tubulação de PVC com Diâmetro Externo de Ferro Fundido
RAD – Reservatório Apoiado de Distribuição
RED – Reservatório Elevado de Distribuição
RIMA – Relatório de Impacto Ambiental
RPM – Rotações por Minuto
RMS - Região Metropolitana de Salvador
RREO - Relatório Resumido da Execução Orçamentária
RSU - Resíduos Sólidos Urbanos
SAC - Soluções Alternativas Coletivas
SALTUR - Empresa Salvador Turismo
SAI - Soluções Alternativas Individuais
SbN - Soluções Baseadas na Natureza
SDO - Sistema de Disposição Oceânica
SAVAM - Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural
SECIS - Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência
SECULT - Secretaria Municipal de Cultura e Turismo
SEGOV - Secretaria de Governo
SEINFRA - Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas
SEIA - Sistema Estadual de Informações Ambientais e de Recursos Hídricos
SEMA - Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia
SEMAN - Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
49
SEMOB - Secretaria Municipal de Mobilidade
SEMOP - Secretaria Municipal de Ordem Pública
SEMPRE - Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer
SES - Sistema de Esgotamento Sanitário
SESAB - Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
SETIN - Secretaria Municipal de Transportes Urbanos e Infraestrutura
SIAA – Sistema Integrado de Abastecimento de Água
SICONFI - Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro
SIHS – Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento da Bahia
SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SINIMA – Sistema Informação sobre Meio Ambiente
SINIR - Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos
SINISA – Sistema Informações em Saneamento Básico
SISÁGUA - Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano
SISMUMA - Sistema Municipal de Meio Ambiente
SMED - Secretaria Municipal da Educação
SMIA - Sistema Municipal de Informação Ambiental
SMPG - Sistema Municipal de Planejamento e Gestão
SMS – Secretaria Municipal de Saúde
SNIS – Sistema Nacional de Saneamento Básico
SPMJ - Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude
STF - Supremo Tribunal Federal
SUCOP - Superintendência de Obras Públicas de Salvador
SUS - Sistema Único de Saúde
TCFA - Taxa de controle e fiscalização ambiental
THM - Trihalometanos
TRANSALVADOR - Superintendência de Trânsito do Salvador
UFBA – Universidade Federal da Bahia
UMB - Unidade Regional da Bolandeira
UML - Unidade Regional do Cabula
UMF - Unidade Regional da Federação
UMJ - Unidade Regional de Pirajá
UMS - Unidade Regional de Candeias
UTS - Unidade de Tratamento Simplificado
VIGIÁGUA - Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano
VISAMB - Vigilância em Saúde Ambiental
ZA - Zonas de Abastecimento

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
50
ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
51
1. INTRODUÇÃO

A natureza das ações de saneamento básico coloca-o como essencial à vida humana e à proteção
ambiental. Deste modo, intervir no saneamento básico torna-se uma ação que deve ser pensada
em caráter coletivo, ou seja, como uma meta social na qual os indivíduos, a comunidade e o Estado
têm papéis a desempenhar.

A Lei Federal nº 11.445/2007, alterada pela Lei Federal nº 14.026/2020, que estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento conceitua o Saneamento Básico em seu artigo 3º, inciso I, como
sendo:

“[...] conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais de:

a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades e pela disponibilização e


manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias ao abastecimento
público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e seus instrumentos de
medição;

b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades e pela disponibilização e manutenção


de infraestruturas e instalações operacionais necessárias à coleta, ao transporte, ao
tratamento e à disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais
até sua destinação final para produção de água de reúso ou seu lançamento de forma
adequada no meio ambiente;

c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: constituídos pelas atividades e pela


disponibilização e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais de coleta,
varrição manual e mecanizada, asseio e conservação urbana, transporte, transbordo,
tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos domiciliares e
dos resíduos de limpeza urbana; e;

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: constituídos pelas atividades, pela
infraestrutura e pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, transporte,
detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição
final das águas pluviais drenadas, contempladas a limpeza e a fiscalização preventiva das
redes.” (BRASIL, 2007 e BRASIL, 2020)

Na Lei Estadual de Saneamento Básico, a Lei nº 11.172/2008 o conceito de saneamento foi


ampliado, acrescentando-se as ações de combate e controle de vetores e reservatórios de doenças
e as atividades relevantes para a promoção da saúde e da qualidade de vida, compondo uma quinta
componente, transversal a todas as outras quatro componentes citadas anteriormente.

De acordo com o Art. 19 da Lei n° 11.445/2007, alterada pela Lei n°14.026/2020, a prestação dos
serviços públicos de saneamento básico observará plano, que poderá ser específico para cada
serviço, o qual abrangerá no mínimo:

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
52
I. diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de
indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as
causas das deficiências detectadas;
II. objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções
graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;
III. programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo
compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais
correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;
IV. ações para emergências e contingências;
V. mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações
programadas.

O Produto F do Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado (PMSBI) de Salvador atende ao


item I do Art. 19 da Lei n°11.445/2007, compondo o diagnóstico dos serviços de saneamento básico
no município de Salvador. Por sua vez, o presente produto F2 se refere especificamente ao
Diagnóstico do Serviço de Abastecimento de Água, que tem como objetivo apresentar a situação
atual dos serviços prestados no município, incluindo a análise da infraestrutura atual dos sistemas
que atendem o município de Salvador, evidenciando sua adequabilidade e principais problemas.
além de abordar também os aspectos legais, institucionais, ambientais e de saúde pública
relacionados ao abastecimento de água.

Com a finalidade de compreender e abordar as questões do abastecimento de água no município,


foram analisados diversos aspectos de forma integrada, sendo estes de natureza política,
institucional, socioeconômica, ambiental e estrutural. O entendimento da atual conjuntura da
situação do abastecimento de água e a identificação das problemáticas a serem enfrentadas serão
utilizadas para balizar posteriormente as ações de melhoria do serviço.

No decorrer do Produto F2 a situação dos serviços de abastecimento de água foi caracterizada por
meio da análise crítica dos estudos, planos e projetos existentes, avaliação da prestação dos
serviços através de indicadores de cobertura, de qualidade, operacionais e financeiros, abordagem
sobre os recursos hídricos, caracterização dos mananciais de captação e das infraestruturas que
compõe o sistema de abastecimento de água, análise operacional e estado, análise dos resultados
de monitoramento da quantidade e qualidade da água bruta e tratada, avaliação de soluções
alternativas utilizadas e dos aspectos de saúde pública.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
53
2. METODOLOGIA

A metodologia adotada para elaboração do Produto F2 - Diagnóstico dos Serviços de


Abastecimento de Água consistiu na análise de elementos quantificáveis e não quantificáveis,
obtidos a partir de fontes de informações primárias e secundárias, levantadas junto a órgãos e
entidades públicas e privadas, tais como gestores, prestadores de serviços, sociedade civil
organizada e população usuária dos serviços.

Os principais instrumentos de coleta de dados utilizados foram: envio de ofícios com questionários
solicitando informações ao prestador do serviço de abastecimento de água no município de
Salvador, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento SA (Embasa), realização de reuniões com o
prestador de serviços, coleta de dados em sistemas de informações oficiais, realização de visitas
técnicas de campo para coleta de dados primários e levantamento fotográfico, realização de eventos
participativos com a comunidade e revisão de literatura técnica reconhecida.

Para a análise quantitativa dos serviços, foram coletados dados secundários nas fontes oficiais,
como: Secretarias Municipais, Departamento de Informática do SUS (DATASUS), Atlas da ANA
(Atlas Abastecimento urbano de Água e Atlas Esgoto), Empresa Baiana de Águas e Saneamento
(EMBASA), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema Nacional de Informações
sobre Saneamento (SNIS), Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), Instituo de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), entre outros.

Para desenvolvimento do diagnóstico dos serviços de abastecimento de água de Salvador foram


consideradas as informações apresentadas no Termo de Referência n° 001/2019 – SEINFRA e no
Guia para elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico, elaborado pelo Ministério das
Cidades em conjunto com a Secretaria Nacional de Saneamento Básico. Todo o território de
Salvador foi englobado nessa etapa de diagnóstico, tendo como base as visitas técnicas,
informações bibliográficas, dados secundários e dados primários coletados. Foram realizadas
visitas técnicas às todas as infraestruturas de abastecimento de água de Salvador (incluindo ilhas),
com registro fotográfico para a verificação e caracterização da prestação do serviço.

Um dos princípios fundamentais da Lei nº 11.445/2007 é o controle social. Para tanto, foram
realizadas oficinas de construção do diagnóstico participativo, cuja metodologia foi apresentada
com detalhes no Produto B - Plano de Mobilização e Comunicação Social. Salienta-se que em
virtude da pandemia da Covid-19 a metodologia de participação e mobilização social foi alterada,
priorizando os atores sociais estratégicos para discussão e entendimento da problemática local dos
bairros de Salvador. Nesta etapa foram realizadas 10 oficinas de diagnóstico participativo, sendo
que cada uma delas contemplou os bairros que compõe as 10 Prefeituras Bairro, utilizadas
atualmente como divisão administrativa no município.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
54
No capítulo 10 deste Produto F2 apresenta-se a sistematização das informações obtidas nos
eventos participativos realizados em relação aos serviços de abastecimento de água prestados no
município de Salvador. O relato detalhado com todos os registros dos eventos realizados foi
apresentado em relatório específico, que também compõe este diagnóstico do PMSBI Salvador.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
55
3. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO

A organização do pacto federativo para promulgação de leis, na estruturação das políticas públicas,
ocorre em ordem hierárquica, onde em nível federal são definidas as orientações gerais das
políticas públicas que devem ter a sua edição em nível estadual e municipal para trazer as
especificidades dessas esferas nos conteúdos, objetivos e instrumentos dos sistemas. Nesse
sentido, são apresentados os instrumentos legais existentes nas diferentes esferas que abrangem
a atuação em saneamento básico, conteúdo fundamental para situarmos o estado da arte dessa
política pública, portanto apresentada nos produtos F1, F2, F3 e F4.

3.1. ESFERA FEDERAL

Na esfera federal destaca-se a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes Nacionais para o
Saneamento Básico (Lei Nacional nº 11.445/2007), a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
Nacional nº 12.305/2010) e outras leis, portarias e resoluções recomendadas, conforme descrito a
seguir.

3.1.1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

A Constituição Federal, promulgada em 1988, discorre acerca de Saneamento Básico e do Meio


Ambiente no artigo 23, inciso IX, onde é atribuída competência comum à União, aos Estados e aos
Municípios, promover melhorias das condições habitacionais e de saneamento básico.

De maneira a estabelecer a competência do município na gestão dos serviços públicos de interesse


local, com a observação de todos os pressupostos legais relacionados à área do saneamento, a
Constituição Federal deixa claro em seu artigo 30 que compete aos municípios:

I - Legislar sobre assuntos de interesse local;


II - Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
V - Organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte
coletivo, que tem caráter essencial;
VI - Manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação infantil e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços
de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;(...)
(BRASIL, 1988).
Entre os artigos 196 a 200, que tratam da saúde, estabelecem que é direito de todos e dever do
Estado, garantir as políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença. Atribui
como competência do Sistema Único de Saúde (SUS), participar da formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
56
No capítulo que trata do Meio Ambiente, fica definido no artigo 225, que todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado e o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.

É nesse contexto que é possível perceber, no âmbito da Constituição Federal de 1988, a relação
do saneamento básico com as políticas públicas de habitação, saúde e meio ambiente, tendo como
pano de fundo a promoção da qualidade ambiental e da saúde pública.

3.1.2. LEI DE DIRETRIZES NACIONAIS PARA O SANEAMENTO BÁSICO

Em nível federal, a área do saneamento básico é regida pela Lei nº 11.445/2007 e o seu Decreto nº
7.217/2010. A partir da publicação dessa Lei, o Brasil passa a ter obrigação de planejar a área do
saneamento básico, nos diferentes entes federados, além de garantir que a gestão ocorra de
maneira plena, onde suas funções - planejamento, regulação, fiscalização e prestação de serviço -
se tornam premissas para que os processos de delegação da prestação dos serviços públicos
ocorram na legalidade.

De acordo com o artigo 9º, o titular dos serviços de saneamento básico formulará a política pública
de saneamento básico, devendo elaborar os planos de saneamento básico, principal instrumento
de planejamento. Nesse cenário, o ente regulador tem papel importante na aplicação dessa política
pública, como um ente responsável por garantir que o plano elaborado pelo município seja
observado pelo prestador de serviço e que a fiscalização tenha meios de ocorrer com a publicação
de normas e procedimentos para a avaliação dos serviços prestados.

Desde a sua promulgação, o marco regulatório e seu decreto regulamentador (Decreto nº


7.217/2010) foram sendo alterados. O prazo para instituição do controle social foi até 31 de
dezembro de 2014, ou seja, tornou-se obrigatório a partir do exercício financeiro de 2015, conforme
redação dada pelo Decreto nº 8.211, de 21 de março de 2014, artigo 34, parágrafo 6º. O prazo para
elaboração dos planos municipais está sobre vigência do Decreto n° 10.203, de 22 de janeiro de
2020, que estabelece no seu art. 26, parágrafo 2º, que após 31 de dezembro de 2022, ou seja, no
exercício financeiro de 2023, a existência de plano de saneamento básico será condição para o
acesso a recursos orçamentários da União ou a recursos de financiamentos geridos ou
administrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando destinados a
serviços de saneamento básico.

Outras alterações foram feitas por meio de leis, como é o caso do artigo 2º, inciso XIII da Lei
n°11.445/2007, alterado pela Lei n° 12.862/2013, onde incentiva a economia no consumo de água,
determinando como um dos princípios fundamentais para a prestação dos serviços públicos de
saneamento básico a adoção de medidas de fomento à moderação do consumo de água, com o
estímulo ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de equipamentos e métodos economizadores de

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
57
água. Esse inciso foi ainda modificado pela Lei 14.026/2020, ficando com a seguinte redação:
redução e controle das perdas de água, inclusive na distribuição de água tratada, estímulo à
racionalização de seu consumo pelos usuários e fomento à eficiência energética, ao reuso de
efluentes sanitários e ao aproveitamento de águas de chuva.

Outro elemento incluído na Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico foi a
obrigatoriedade da medição individualizada do consumo de água nas novas construções
condominiais, adotando assim novos padrões de sustentabilidade, conforme redação da Lei nº
13.312, de 12 de julho de 2016, incluída no artigo 29.

O artigo 49, inciso XI da Lei nº 11.445/2007, incluído pela Lei n° 12.862/2013, onde trata sobre os
objetivos da Política Federal de Saneamento Básico, defende o incentivo à adoção de
equipamentos sanitários que contribuam para a redução do consumo de água e a promoção da
educação ambiental voltada para a economia de água pelos usuários.

Outras alterações foram feitas por meio de medidas provisórias, como é o caso da Medida
Provisória nº 844, de 06 de julho de 2018, que ficou vigente até 19 de novembro de 2018; e da
Medida Provisória nº 868, de 27 de dezembro de 2018, vigente até 03 de junho de 2019. A perda e
vigência das medidas provisórias levou à proposição do Projeto de Lei nº 4.162/2019 pelo Poder
Executivo, com a sua aprovação foi promulgada a Lei n° 14.206/2020, que definiu uma série de
alterações em um conjunto de leis como maneira de modificar as normas relacionadas à gestão
desses serviços.

A Lei n ° 14.206/2020 tem como ementa:

“Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho


de 2000 , para atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
competência para instituir normas de referência para a regulação dos serviços
públicos de saneamento básico, a Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003 , para
alterar o nome e as atribuições do cargo de Especialista em Recursos Hídricos, a Lei
nº 11.107, de 6 de abril de 2005 , para vedar a prestação por contrato de programa
dos serviços públicos de que trata o art. 175 da Constituição Federal , a Lei nº 11.445,
de 5 de janeiro de 2007 , para aprimorar as condições estruturais do saneamento
básico no País, a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 , para tratar de prazos para
a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº 13.089, de 12 de
janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole), para estender seu âmbito de aplicação a
unidades regionais, e a Lei nº 13.529, de 4 de dezembro de 2017 , para autorizar a
União a participar de fundo com a finalidade exclusiva de financiar serviços técnicos
especializados.”
Como pode ser observado, com as alterações a ANA passa a ser a Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico, com função de instituir normas para a regulação dos serviços públicos de
saneamento básico. Nessa direção, foi incluído pela Resolução nº 64/ANA, de 1º de março de 2021,
o Eixo Temático 5, as Normas de Referência para o Saneamento na Agenda Regulatória da ANA
para o período 2020/2021, com previsões para edição das normas para os assuntos pertinentes
conforme apresentado no Quadro 1.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
58
Quadro 1 – Agenda Regulatória da ANA para o período 2020/2021, para o Eixo Temático 5,
Normas de Referência para o Saneamento
Previsão de
Tema edição da norma
(Semestre/Ano)
Procedimentos para a elaboração de normas. 01/2021
Reequilíbrio econômico-financeiro para água e esgoto nos contratos de concessão
01/2021
licitados.
Instituição de taxa/tarifa para resíduos sólidos urbanos. 01/2021
Indenização de ativos para água e esgoto. 02/2021
Conteúdo mínimo de contratos de programa e de concessão para água e esgoto. 01/2021
Padrões e indicadores de qualidade e eficiência e avaliação da eficiência e eficácia. 01/2021
Modelo organizacional das agências reguladoras infranacionais, transparência e
02/2021
accountability.
Procedimentos para mediação e arbitragem. 02/2021
Diretrizes para infrações e penalidades do prestador dos serviços de água e esgotos. 02/2021
Matriz de riscos de contratos para água e esgoto. 02/2021
Diretrizes para metas progressivas de cobertura para água e esgoto e sistema de
02/2021
avaliação.
Procedimentos para comprovação da adoção das normas de referência. 02/2021
Diretrizes para definição do modelo de regulação para água e esgotos. 02/2021
Parâmetros para a determinação da caducidade.* 01/2022
Critérios para a contabilidade regulatória privada para os serviços de água e
01/2022
esgotos.*
Condições gerais prestação dos serviços, atendimento ao público e medição,
01/2022
faturamento e cobrança, dos serviços de água e esgotos.*
Procedimentos gerais de fiscalização para os serviços de água e esgotos.* 01/2022
Diretrizes para definição de modelo de regulação de drenagem e manejo de águas
02/2022
pluviais urbanas.*
Condições gerais de prestação dos serviços de resíduos sólidos urbanos.* 02/2022
Definição de medidas de segurança, contingência e emergência, inclusive
02/2022
racionamento.*
Reajuste tarifário para água e esgoto.* 02/2022
Revisão tarifária para água e esgoto.* 02/2022
Diretrizes para redução progressiva e controle das perdas de água.* 02/2022
Procedimentos para a elaboração de normas. 01/2021
Reequilíbrio econômico-financeiro para água e esgoto nos contratos de concessão
01/2021
licitados.
Fonte: Resolução nº 64/ANA, 2021.

3.1.3. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei Nacional nº 12.305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),


regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010.

De acordo com o artigo 1º, parágrafo 1º, a PNRS se aplica a todas as pessoas físicas e jurídicas
que gerem resíduos sólidos e desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos. Porém, de acordo com o parágrafo 2º, não estão sujeitos a ela
os rejeitos radioativos, por possuírem legislação própria.

Conforme disposto no artigo 5º, essa lei integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se
com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999,

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
59
com a Política Federal de Saneamento Básico, regulada pela Lei nº 11.445, de 2007, e com a Lei
nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios
públicos e dá outras providências.

O artigo 6º apresenta os princípios fundamentais, dentre eles, o princípio da prevenção e a


precaução; o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; a visão sistêmica na gestão dos resíduos
sólidos; o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de
valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; o direito da sociedade à
informação e ao controle social; entre outros.

Com relação aos instrumentos dessa Política, o artigo 8º define como sendo os planos de resíduos
sólidos, a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à
implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o incentivo à
criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis, a educação ambiental, e o Sistema Nacional de Informações
sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR), de Informações em Saneamento Básico (SINISA) e
de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA).

Como a PNRS se articula com a Lei nº 11.445/2007, é facultada no artigo 19, parágrafo 1º, a
elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) juntamente
com a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), devendo para isso o titular
do serviço respeitar o conteúdo mínimo previsto no artigo 19 da PNRS.

No que tange as responsabilidades dos geradores e do poder público, o artigo 25 da Lei nº


12.305/2010 determina que o Poder Público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis
pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional de Resíduos
Sólidos. E o artigo 26 acrescenta que o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos é responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços,
observados o respectivo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, a Lei nº
11.445/2007 (Lei Nacional de Saneamento Básico), e a própria Lei nº12.305/2010 e seu
regulamento.

O artigo 30 da Lei supramencionada trouxe importante novidade ao instituir a responsabilidade


compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, abrangendo os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos com estabelecimento da seguinte ordem de prioridade: não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos. Firmou-se ainda, no artigo 32, que as embalagens devem
ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
60
O artigo 33, incisos I a VI lista os tipos de resíduos sólidos sujeitos ao sistema de logística reversa
(agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e produtos
eletrônicos), e obriga os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de sua
implementação. O Decreto nº 9.177, de 23 de outubro de 2017, regulamenta o artigo 33 da Lei
12.305/2010, no sentido de estabelecer normas para assegurar a isonomia na fiscalização e no
cumprimento das obrigações imputadas aos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes. O Decreto nº 10.240, de 12 de fevereiro de 2020, regulamenta o inciso VI do artigo
33, da Lei nº 12.305/2010 e complementa o Decreto nº 9.177/2017, quanto a implementação de
sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos e seus componentes de uso estritamente
doméstico, inclusive suas embalagens. O Anexo I do decreto apresenta uma relação dos produtos
eletroeletrônicos objeto da logística reversa.

De acordo com o artigo 8º do Decreto nº 10.240/2020, a estruturação e a implementação do sistema


de logística reversa será realizada em duas fases, sendo a Fase 1 composta por ações voltadas à
criação e estruturação do Grupo de Acompanhamento de Performance, criação de mecanismo de
sustentabilidade econômico-financeira e adesão dos envolvidos às entidades gestoras, entre outras
medidas, com prazo de 31 de dezembro de 2020. A Fase 2, que se iniciará em 1º de janeiro de
2021, prevê além de outras medidas, a instalação de pontos de recebimento ou de consolidação,
de acordo com o cronograma que define metas do percentual de material a ser coletado e destinado
anualmente, variando de 1% no Ano 1 (2021) a 17% no Ano 5 (2025), conforme Anexo II, cujos
percentuais são calculados em relação à massa dos produtos eletrônicos comercializados no
mercado interno de uso doméstico do ano-base de 2018.

Ainda no Anexo II do Decreto nº 10.240/2020, é definida a quantidade de cidades atendidas pelo


sistema por Estado, sendo as metas da Bahia variando de 1 no Ano 1 (2021) a 23 no Ano 2 (2025).
Vale destacar que, conforme prevê o artigo 50, essas metas serão submetidas à revisão periódica
anual. Já no Anexo III, contém uma lista dos municípios alvo do sistema de logística reversa, sendo
que no Estado da Bahia, foram os seguintes: Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista,
Camaçari, Juazeiro, Itabuna, Lauro de Freitas, Ilhéus, Teixeira de Freitas, Jequié, Barreiras,
Alagoinhas, Porto Seguro, Simões Filho, Paulo Afonso, Eunápolis, Santo Antônio de Jesus,
Valença, Candeias, Luís Eduardo Magalhães, Guanambi, Serrinha e Jacobina. Conforme prevê o
artigo 48, cada município instalará no mínimo 01 (um) ponto de recebimento a cada 25.000
habitantes.

Do artigo 16 ao 19 do Decreto nº 10.240/2020 são abordados os aspectos relacionados ao


financiamento do sistema de logística reversa. O artigo 17 prevê que os recursos financeiros para
o custeio do sistema de logística reversa poderão ser informados, por meio de observação em nota
fiscal, no momento da venda do produto eletroeletrônico em sua integralidade e sem adição, valor

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
61
agregado ou cálculo de lucro. No parágrafo único desse artigo, diz que os custos e as despesas
serão arcados exclusivamente pelo consumidor ou pela pessoa que realize o descarte, sem
qualquer ônus para as empresas, as entidades gestoras ou os participantes do sistema de logística
reversa.

Voltando a Lei nº 12.305/2010, o artigo 35 prevê que ao ser estabelecido o sistema de coleta seletiva
e a aplicação da logística reversa, os consumidores são obrigados a acondicionar adequadamente
e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e disponibilizar adequadamente os reutilizáveis
e recicláveis para coleta ou devolução. O Poder Público Municipal pode instituir incentivos
econômicos aos consumidores que participam do sistema de coleta seletiva na forma de lei
municipal.

Com relação aos instrumentos econômicos, o artigo 45 inclui a formação de consórcios públicos
constituídos nos termos da Lei nº 11.107, de 2005, com o objetivo de viabilizar a descentralização
e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos, a prioridade na obtenção dos
incentivos instituídos pelo Governo Federal.

Do artigo 47 a 49 da Lei nº 12.305/2010 são abordadas as proibições em relação a destinação ou


disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos, dentre elas:

✓ lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;


✓ lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;
✓ queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para
essa finalidade;
✓ outras formas vedadas pelo poder público.

Já nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, são proibidas as seguintes atividades:

✓ utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;


✓ catação, observado o disposto no inciso V do art. 17;
✓ criação de animais domésticos;
✓ fixação de habitações temporárias ou permanentes;
✓ outras atividades vedadas pelo poder público.

É proibida ainda, a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos
sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade
vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação.

Por fim, ainda de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos é importante ressaltar que,
sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência de culpa, reparar os danos
causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importe inobservância aos

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62
preceitos da Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em
especial às fixadas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Lei de Crimes Ambientais.

No Art. 54, com as alterações trazidas pela Lei n° 14.026/2020, se define prazos específicos na
implantação de solução de disposição final ambientalmente adequada para cada realidade
municipal, assim:

A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos deverá ser implantada


até 31 de dezembro de 2020, exceto para os Municípios que até essa data tenham
elaborado plano intermunicipal de resíduos sólidos ou plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos e que disponham de mecanismos de cobrança que
garantam sua sustentabilidade econômico-financeira, nos termos do art. 29 da Lei
nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para os quais ficam definidos os seguintes
prazos:
I - até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e Municípios integrantes de
Região Metropolitana (RM) ou de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) de
capitais,
II - até 2 de agosto de 2022, para Municípios com população superior a 100.000
(cem mil) habitantes no Censo 2010, bem como para Municípios cuja mancha
urbana da sede municipal esteja situada a menos de 20 (vinte) quilômetros da
fronteira com países limítrofes,
III - até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população entre 50.000
(cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010; e
IV - até 2 de agosto de 2024, para Municípios com população inferior a 50.000
(cinquenta mil) habitantes no Censo 2010.

3.1.4. OUTRAS LEIS E REGULAMENTOS CORRELATOS

A complexidade dos serviços públicos de saneamento básico traz a necessidade de se observar


outros dispositivos de políticas púbicas que não tratam especificamente deste serviço público, mas
que guardam estreita relação com seus objetivos, sem os quais a sua realização não é possível,
entre eles:

• Lei nº 8.080/1990, que dispõe sobre diferentes aspectos relacionados com a saúde, entre
eles o meio ambiente e o saneamento básico;
• Lei nº 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos), que estabelece fundamentos,
princípios, instrumentos, entre outros, necessários a gestão das águas de maneira a garantir
seus usos múltiplos, a participação popular, a definição da área de planejamento e os usos
prioritários;
• Lei nº 9.795/1999 (Política Nacional de Educação Ambiental), que visa fomentar processos
voltadas para a conservação do meio ambiente, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade;
• Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) que estabelece normas de ordem pública e
interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

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63
• Lei l nº 11.107/2005 (Lei dos Consórcios), que dispõe sobre normas gerais para a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a
realização de objetivos de interesse comum, e o seu Decreto Regulamentar nº 6.017/2007;
• Lei nº 11.124/2005, que estabelece o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e
cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social.
• Lei nº 12.187/2009, institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima e estabelece seus
princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos.
• Lei nº 13.089/2015 (Estatuto da Metrópole), que estabelece diretrizes gerais para o
planejamento, a gestão e a execução das funções públicas de interesse comum em regiões
metropolitanas e em aglomerações urbanas instituídas pelos Estados.

As políticas de saúde, entre elas a Lei Nacional nº 8.080/1990, que dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências, bem como a Lei Nacional nº 9.782/1999, que define o
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras
providências, formam um grupo de instituições que colaboram na garantia da saúde pública e na
produção de informações para o planejamento do saneamento básico.

Assim, uma grande contribuição é trazida pelo Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da
Água para Consumo Humano (Vigiágua) que tem como objetivo garantir a qualidade e segurança
da água para o abastecimento humano no País. O Sistema de Informação de Vigilância da
Qualidade da Água para Consumo Humano (Siságua), vinculado ao Vigiágua, tem como objetivo
auxiliar o gerenciamento de riscos à saúde associados à qualidade da água de abastecimento, e
armazena informações cadastrais sobre os sistemas e soluções alternativas de abastecimento de
água para consumo humano, bem como sobre a qualidade da água proveniente de cada uma das
formas cadastradas, inferida pelos prestadores do serviço, que realizam o controle, e pelos órgãos
de saúde, que realizam a vigilância (SISÁGUA, 2019).

Além das leis, é importante, também, observar outros dispositivos relacionados à questão ambiental
que merecem destaque na gestão desses serviços:

• Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, que altera o Anexo XX da Portaria de


Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre os procedimentos
de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.

• Resolução CONAMA nº 357/2005 que “dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes”;

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• Resolução CONAMA nº 430/2011, que dispõe sobre as condições e padrões de
lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de
2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA;

• Resolução CONAMA nº 380/2006 que "retifica a Resolução CONAMA Nº 375/2006 e define


critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de
tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados”;

• Resolução CONAMA nº 377/2006 que “dispõe sobre licenciamento ambiental simplificado


de Sistemas de Esgotamento Sanitário";

• Resolução CONAMA nº 413/2009 que “dispõe sobre o licenciamento ambiental da


aquicultura”.

Outros instrumentos merecem destaque, tais como as resoluções publicadas durante o período de
2007 a 2009, pelo então Ministério das Cidades, hoje compondo o Ministério de Desenvolvimento
Regional, instituiu por meio do Conselho das Cidades 03 (três) resoluções para orientar a
elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico, a saber:

• Resolução Recomendada n° 32/2007 do Conselho das Cidades – Recomendar a


realização de uma Campanha Nacional de Sensibilização e Mobilização, visando à
elaboração e implementação dos Planos de Saneamento Básico;
• Resolução Recomendada n° 33/2007 do Conselho das Cidades – Recomendar prazos
para a elaboração dos Planos de Saneamento Básico e instituição de Grupo de Trabalho
para formular proposta de planejamento para a elaboração do Plano Nacional de
Saneamento Básico;
• Resolução Recomendada n° 75/2009 do Conselho das Cidades – Estabelece
orientações relativas à Política de Saneamento Básico e ao conteúdo mínimo dos Planos de
Saneamento Básico.

Todos esses instrumentos legais são adequados para nortear ações que colaboram no alcance dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com origem na Declaração do Milênio das
Nações Unidas e organizado pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD). A
Declaração traz uma série de compromissos concretos que, se cumpridos nos prazos fixados,
deveriam melhorar a qualidade de vida da humanidade no século XXI.

Assim, quando o déficit de acesso aos serviços públicos de saneamento básico se constitui um fator
de impacto negativo, melhorar esta condição nos municípios se mostra relevante na busca da
almejada sociedade sustentável e, portanto, a atividade de planejamento que se debruce sobre
essas questões se mostra um importante instrumento rumo a uma sociedade mais equilibrada
social, econômica e ambientalmente.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
65
Observados todos esses instrumentos legais, fica claro o dever e a obrigação do poder público
municipal em ofertar aos cidadãos os serviços públicos de interesse local. Obrigação essa que deve
estar sustentada pela prática do planejamento de suas ações, pela integração entre as áreas afins,
pela cooperação entre os entes federados, de maneira a garantir a participação e controle social,
por meio de acesso a informações e viabilizando a participação, com a atenção voltada à promoção
da saúde e da cidadania, a proteção do meio ambiente, conquistas da sociedade brasileira que
devem ser valorizadas e aplicadas rumo à universalização dos direitos sociais e,
consequentemente, do saneamento básico.

3.1.4.1. Resolução das Nações Unidas sobre o direito à água e ao esgotamento


sanitário

Ao longo da luta pelos direitos humanos em âmbito internacional, foram sendo consolidados direitos
considerados fundamentais para a dignidade humana. Entre eles estão o direito à água e ao
saneamento, que passou a ser reconhecido e estabelecido como direito humano fundamental a
partir da edição da Resolução A/RES/64/292, de 28/07/2010, da Assembleia Geral das Nações
Unidas (UNITED NATIONS, 2010), apoiada pelo Brasil e outras 121 nações, com 41 abstenções e
nenhum voto contrário. A Resolução A/RES/64/292/2010, definiu que a água limpa e segura e o
saneamento são um direito humano essencial para gozar plenamente a vida e todos os outros
direitos humanos, firmando assim que se denominou o Direito Humano à Água e ao Esgotamento
Sanitário (DHAES).

Nessa direção, em 2015, ao estabelecer os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e


suas 169 metas, com a finalidade de erradicar a pobreza, proteger o planeta e assegurar a
prosperidade de todos, o ODS 6, “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e
saneamento para todas e todos até 2030; eliminar a desigualdade no acesso à água potável, sem
discriminação, ter acesso à água segura e de qualidade; e garantir acesso adequado ao
esgotamento sanitário visando a acabar com a defecação a céu aberto e dando especial atenção
às necessidades das mulheres e daqueles em situação de vulnerabilidade”, vem para fortalecer o
cumprimento dos DHAES (QUEIROZ, Et al, 2020).

Assim, o ODS 6 incorpora novos elementos na discussão do conceito de acesso como equidade e
a não discriminação, bem como a importância de se ter acesso para além do domicílio. Outro
aspecto trazido é a importância da proteção dos mananciais e ecossistemas como maneira de
garantir o acesso a esse direito, conforme por ser observado no Quadro 2, na meta 6.6.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
66
Quadro 2 – Metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 – Água Potável e
Saneamento
Nº Descrição da Meta
Apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do
6.b
saneamento
Até 2030, ampliar a cooperação internacional e o apoio ao desenvolvimento de capacidades para
os países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados a água e ao saneamento,
6.a
incluindo a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o tratamento de efluentes,
a reciclagem e as tecnologias de reuso
Até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas,
6.6
florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos
Até 2030, implementar a gestão integrada dos recursos hídricos em todos os níveis, inclusive via
6.5
cooperação transfronteiriça, conforme apropriado
Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar
6.4 retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água, e reduzir
substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água
Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando
a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas
6.3
residuais não tratadas, e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura
globalmente
Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar
6.2 com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas
e daqueles em situação de vulnerabilidade
6.1 Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à água potável, segura e acessível para todos
Fonte: Agenda 2030.

É importante observar que para garantir o acesso a esse direito humano fundamental é necessário
considerar: igualdade substantiva e não discriminação (gênero, étnico-racial, nível de renda,
urbano-rural, dentre outras); realização progressiva dos direitos humanos, vertical, de maneira a
melhorar progressivamente o nível de serviço e horizontal, avançando progressivamente com foco
nos não atendidos e nos atendidos de forma precária (Heller, 2020).

A obrigação dos Estados de realizar progressivamente os direitos humanos à água e


ao esgotamento sanitário significa que os Estados devem tomar medidas para
priorizar aqueles em situações mais vulneráveis (realização horizontal) e garantir que
a realização dos direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário atinja um nível
mais elevado (realização vertical). Como parte desse equilíbrio, uma questão é se
primeiro deve-se melhorar horizontalmente, garantindo a cobertura universal de um
nível básico de serviços, ou melhorar verticalmente, garantindo um nível mais alto de
serviços através da implantação, por exemplo, de redes. Essa compensação é mais
complexa e matizada quando abordada em profundidade. Em primeiro lugar, a opção
de priorizar a realização horizontal não está apenas relacionada à extensão dos
serviços, mas também envolve a definição do nível de serviços a serem prestados a
todos. Em segundo lugar, a realização vertical envolve não apenas definir o nível de
serviços a ser alcançado, mas também especificar quais grupos se beneficiarão com
as melhorias nos serviços - em outras palavras, até que ponto as desigualdades serão
abordadas (Heller, 2020, p 19).
Outros aspectos envolvem a responsabilização e prestação de contas. As obrigações essenciais
mínimas sob o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais incluem
medidas iniciais e imediatas que os Estados precisam tomar para adotar e implementar uma

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
67
estratégia nacional de abastecimento de água e esgotamento sanitário e um plano de ação dirigido
a toda a população. (HELLER, 2020).

Para Heller (2020), a plena realização dos direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário não
pode ser deixada apenas aos Estados, já que o ecossistema mais amplo de direitos humanos é
composto por outros atores, entre eles, os que monitoram a conformidade da ação do Estado
(órgãos de tratado a corpos estatísticos, órgãos nacionais a internacionais e órgãos governamentais
a não governamentais). Ainda é importante que os atores privados que trabalham no setor de água
e esgotamento sanitário compreendam que também estão vinculados às obrigações de direitos
humanos, especialmente quando prestam serviços por delegação de Estados e quando a legislação
nacional reflete as obrigações internacionais de direitos humanos de um Estado.

Para tornar os direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário aplicáveis, também incluem
esforços para seu reconhecimento no sistema jurídico doméstico, e constituem parte das obrigações
essenciais mínimas do Estado. Para as componentes de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, a criação de um ambiente propício envolve a construção e manutenção de instituições,
regulamentos e processos que garantam uma prestação sustentável de serviços, com a introdução
de marcos jurídicos e regulatórios nacionais que reconhecem os direitos humanos à água e ao
esgotamento sanitário. Esses instrumentos geram uma base legal para definir os papéis, obrigações
e responsabilidades dos atores, e o estabelecimento de mecanismos de coerção para
responsabilizar os atores (HELLER, 2020).

Todos esses elementos uma vez incorporados no planejamento ensejam a observação de critérios
e análises mais amplas, de maneira a trazer para o plano informações capazes de descrever as
possíveis assimetrias de acesso e potenciais ações e investimentos capazes de se fazer
estabelecer no território o acesso à água e ao esgotamento sanitário como direito humano
fundamental com todas os instrumentos necessários para seu estabelecimento ao longo do tempo.

3.2. ESFERA ESTADUAL

Na esfera Estadual, destaca-se a Constituição do Estado da Bahia, a Política Estadual de


Saneamento Básico (Lei Estadual nº 11.172/2008), a Política Estadual de Resíduos Sólidos (Lei
Estadual nº 12.932/2014), a lei que cria as Microrregiões de Saneamento Básico (Lei Complementar
nº 48/2019) e outras leis, conforme descrito a seguir.

3.2.1. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA BAHIA

A Constituição do Estado da Bahia, publicada em 05 de outubro de 1989, apresenta em seu artigo


11 as competências do Estado. Entre os dezenove incisos, destaca-se o inciso IX, que atribui ao
Estado do dever de “promover a construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
68
e de saneamento básico”. Portanto, fica claro que as ações relacionadas à política pública da
habitação devem ser articuladas com a de saneamento básico, cabendo ao Estado viabiliza-las.

Ainda nesse contexto de intersetorialidade, no artigo 235 da Constituição do Estado da Bahia, são
definidas as diretrizes para as ações e serviços em saúde pública, integrantes do Sistema Único de
Saúde, dentre elas a “integração das ações de saúde, saneamento básico e ambiental”, conforme
inciso III. No trecho em destaque nota-se o caráter indissociável entre as medidas de saúde e
saneamento, inclusive, na sua forma mais abrangente, o saneamento ambiental.

Uma outra importante atuação da saúde e que se relacionam com o saneamento básico, diz respeito
à vigilância da qualidade da água que, de acordo com o artigo 238, trata de uma das competências
dos Sistema Único de Saúde:

(...) VI - participar da formulação de política e da execução das ações de


saneamento básico.
(...) (BAHIA, 1999)
Atualmente, os padrões de potabilidade da água para consumo humano são estabelecidos por meio
de portaria do Ministério da Saúde, portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, que altera o
Anexo XX da portaria de consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017.

A Constituição do Estado da Bahia reserva um capítulo (Capítulo IX) específico que trata sobre o
saneamento básico em quatro artigos. O primeiro artigo do capítulo, o artigo 227, assegura o todos
o direito pelo saneamento, o relaciona com a saúde pública e o define, como pode ser observado
na reprodução a seguir:

Art. 227 - Todos têm direito aos serviços de saneamento básico, entendidos
fundamentalmente como de saúde pública, compreendendo abastecimento
d'água, coleta e disposição adequada dos esgotos e do lixo, drenagem urbana
de águas pluviais, controle de vetores transmissores de doenças e atividades
relevantes para a promoção da qualidade de vida (BAHIA, 1989).
Nessa definição, o conceito de saneamento básico vai além dos quatro componentes definidos pela
Lei Nacional nº 11.445/2007, uma vez que incorpora o controle de vetores transmissores de
doenças e as atividades relevantes para a promoção da qualidade de vida.

A Constituição cria no artigo 229 a instância de controle social para o saneamento básico no Estado
da Bahia, o Conselho Estadual de Saneamento Básico (Cesb), definido como órgão deliberativo e
tripartite, com representação do Poder Público, associações comunitárias e associações e
entidades profissionais ligadas ao setor de saneamento básico. Esse ente é responsável por
formular a política e o Plano Estadual de Saneamento Básico.

Como uma forma de assegurar a sustentabilidade econômico-financeira na prestação dos serviços


de saneamento básico, no artigo 230, a lei magna do Estado faculta aos órgãos públicos a cobrança

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
69
de taxas ou tarifas, desde que não seja um impeditivo ao acesso universal, sejam progressivas,
visem reduzir o desperdício e atendam a diretrizes de promoção da saúde pública.

3.2.2. POLÍTICA ESTADUAL DE SANEAMENTO BÁSICO

A partir do das diretrizes fixadas na constituição do Estado da Bahia e da Lei Nacional nº


11.445/2007, formou-se as bases para formulação da Lei Estadual nº 11.172, de 01 de dezembro
de 2008, que institui princípios e diretrizes da Política Estadual de Saneamento Básico, disciplina o
convênio de cooperação entre entes federados para autorizar a gestão associada de serviços
públicos de saneamento básico.

O artigo 4º da lei apresenta o conceito de saneamento, alinhado com o definido pela Constituição
Estadual, incluindo o controle de vetores e reservatórios de doenças:

Art. 4º - O Saneamento Básico é constituído pelos serviços, infraestruturas e


instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário,
manejo de resíduos sólidos, manejo das águas pluviais urbanas, ações de
combate e controle a vetores e reservatórios de doenças, e atividades relevantes
para a promoção da saúde e da qualidade de vida (BAHIA, 2008, grifo nosso).
Ainda no artigo 4º, o parágrafo 1º define o serviço público de saneamento básico como de caráter
essencial e, no parágrafo 2º, a gestão é fortalecida quando é dado o destaque de que deve ser
conduzida adequadamente por meio do planejamento, regulação e fiscalização, funções
submetidas ao controle social. Com isso, nota-se que os instrumentos de gestão são fortalecidos
enquanto formas de garantir a eficiência e qualidade dos serviços e a visão do saneamento básico
como um direito social é evidenciado e valorizado.

Alinhado com a Lei Nacional nº 11.445/2007, são estabelecidos os princípios para a Política
Nacional de Saneamento Básico, no artigo 8º, como a universalização do acesso, integralidade dos
serviços de saneamento básico e o controle social. Além desses, a Política Estadual inclui os
seguintes:

(...)
IV - regionalização, consistente no planejamento, regulação, fiscalização e
prestação dos serviços de saneamento em economia de escala e pela constituição
de consórcios públicos integrados pelo Estado e por Municípios de determinada
região;
V - fortalecimento da Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A - EMBASA, de
forma a viabilizar o acesso de todos aos serviços públicos de abastecimento de
água e esgotamento sanitário, inclusive em regime de cooperação com os
municípios;
(...) (BAHIA, 2008,)
Portanto, um dos princípios prevê a gestão regionalizada dos serviços públicos de saneamento
básico visando a economia de escala, facultando, inclusive, a participação do Estado. Outro
elemento, diz respeito ao fortalecimento da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
70
A cooperação do Estado da Bahia é detalhada a partir do artigo 9º, onde descreve as formas de
atuação, como: planejamento da universalização, oferta de meios para a fiscalização e regulação,
prestação por meio da Embasa, execução de obras e criação de programas de desenvolvimento
institucional e de capacitação de recursos humanos.

A lei ainda cria o Sistema Estadual de Saneamento Básico, no artigo 10, composto pelo Conselho
Estadual das Cidades, Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) e órgãos executores. No
artigo 11, fica instituído o Sistema de Estadual de Informações em Saneamento Básico.

Com relação ao planejamento dos serviços públicos de saneamento básico, os estabelecidos os


como instrumentos, o Plano Estadual de Saneamento Básico, planos regionais de saneamento
básico e o apoio técnico e financeiro do Estado por meio da SEDUR na elaboração de planos
municipais (artigo 12, incisos I, II e III).

Nesse contexto, vale destacar que muitas atribuições direcionadas à SEDUR foram transferidas à
Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), quando da sua criação, em 11 de
dezembro de 2014, por meio da Lei Estadual nº 13.204. O Decreto nº 16.655, de 22 de março de
2016, artigo 1º, define como finalidade da secretaria “fomentar, acompanhar e executar estudos e
projetos de infraestrutura hídrica, bem como formular e executar a Política Estadual de Saneamento
Básico, à exceção dos componentes manejo de resíduos sólidos e das águas pluviais urbanas”. De
acordo com o mesmo decreto, artigo 4º, a SEDUR “passa a ter por finalidade formular e executar a
Política Estadual de Desenvolvimento Urbano e de Habitação de Interesse Social e o manejo de
resíduos sólidos e das águas pluviais urbanas, bem como a assistência técnica aos Municípios”.

A fim de atender ao previsto na Lei nº 11.445/2007, e garantir o acompanhamento das ações de


saneamento básico, o estado da Bahia criou a Comissão Reguladora de Saneamento básico -
CORESAB, atual Agência Reguladora de Saneamento Básico – AGERSA, criada pela Lei nº
12.602, de 29 de novembro de 2012.

Destaca-se que ainda não foi instituído o decreto regulamentador da Política nem elaborado o Plano
Estadual de Saneamento Básico, caracterizando tais pontos como alguns dos entraves à sua
implementação.

3.2.3. POLÍTICA ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei Estadual nº 12.932, de 7 de janeiro de 2014, institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos
(PERS), dispõe sobre seus princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos, e estabelece normas
relativas à gestão e ao gerenciamento integrados de resíduos sólidos, em regime de cooperação c

De acordo com o artigo 2º, a Política Estadual de Resíduos Sólidos integra a Política Estadual de
Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade (Lei Estadual nº 10.431/2006) e a Política Estadual

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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de Saneamento Básico (Lei Estadual nº 11.172/2008). A lei articula-se com as políticas estaduais
de educação ambiental, recursos hídricos, saúde pública, mudanças climáticas, desenvolvimento
econômico, desenvolvimento urbano e promoção da inclusão social.

Os princípios e diretrizes da Política Estadual de Resíduos Sólidos, apresentados nos artigos 7º e


9º, confirmam àqueles estabelecidos na Política Nacional de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
(Lei Nacional nº 12.305/2010). Dentre as diretrizes, merecem destaque a logística reversa, que
obriga fabricantes, importadores, distribuidores e vendedores a fazerem o recolhimento de
embalagens usadas, e a sustentabilidade e o equilíbrio econômico-financeiro da prestação dos
serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, assegurados, sempre que
possível, mediante remuneração pela sua cobrança.

Entre os objetivos apresentados no artigo 8º, destaca-se a priorização de ações direcionadas a não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos, devendo ser observada essa ordem de prioridade na gestão
e no gerenciamento integrados de resíduos sólidos.

Assim como a Lei Nacional nº 12.305/2010, a PERS em seu artigo 12 apresenta a classificação dos
resíduos sólidos quanto à origem da atividade e quanto à periculosidade. Destaca-se como
elemento inovador, os resíduos cemiteriais, definidos como aqueles “gerados nos cemitérios,
subdivididos em humanos e não humanos, resultantes da exumação dos corpos e da limpeza e
manutenção periódica dos cemitérios” (inciso I, alínea l).

Os instrumentos da Política Estadual de Resíduos Sólidos são definidos no artigo 13, incisos de I a
XI, dos quais se destacam: o Plano de Resíduos Sólidos, o Sistema Estadual de Informações de
sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos, o Sistema Estadual de Informações de Saneamento Básico,
Sistema Estadual de Informações de Ambientais e de Recursos Hídricos (SEIA), a coleta seletiva e
o sistema de logística reversa, e a educação ambiental.

Entre esses instrumentos, o artigo 17 dispõe sobre o Plano de Resíduos Sólidos, que têm como
objetivo de disciplinar os diferentes fluxos de resíduos, os agentes envolvidos nas diversas etapas
de gerenciamento, assim como a regulação, o monitoramento, a avaliação, a fiscalização, o
aperfeiçoamento, a prestação dos serviços e o controle social das ações de intervenção neles
propostas. Os Planos de Resíduos Sólidos são:

I - o Plano Estadual de Resíduos Sólidos;


II - os Planos Regionais de Resíduos Sólidos;
III - os Planos Microrregionais de Resíduos Sólidos e os Planos de Resíduos Sólidos
de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas;
IV - os Planos Intermunicipais de Resíduos Sólidos;
V - os Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
72
VI - os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (BAHIA, 2008).
A necessidade de elaboração do instrumento de planejamento a nível municipal, o Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, também é definida na Política Estadual de Resíduos
Sólidos.

No Título III inicia-se a abordagem sobre as responsabilidades, a saber: dos geradores e do poder
público, e a responsabilidade compartilhada abrangendo os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos.

Entre as proibições, o artigo 62, ficam definidas as seguintes formas de destinação ou disposição
final de resíduos sólidos ou rejeitos, a saber:

I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos, salvo descartes


licenciados pelo órgão ambiental competente ou vigilância sanitária;
II - lançamento in natura, a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;
III - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não
licenciados para essa finalidade;
IV - outras formas vedadas pela legislação ambiental, pela vigilância sanitária e
agropecuária (BAHIA, 2008).
A PERS, que ainda não foi regulamentada, integra a Política Estadual de Meio Ambiente e de
Proteção à Biodiversidade, instituída pela Lei nº 10.431, de 20 de dezembro de 2006, e a Política
Estadual de Saneamento Básico, instituída pela Lei nº 11.172, de 01 de dezembro de 2008.

3.2.4. LEI DE CRIAÇÃO DA AGERSA

A fim de atender ao previsto na Lei Nacional nº 11.445/2007 e garantir o acompanhamento das


ações de saneamento básico, o estado da Bahia criou a Comissão Reguladora de Saneamento
Básico (Coresab).

Com a promulgação da Lei nº 12.602, de 29 de novembro de 2012, a Coresab foi substituída pela
Agência Reguladora de Saneamento Básico (Agersa), absorvendo todas as suas funções, acervo,
estrutura e responsabilidades.

A Agersa é caracterizada como uma autarquia sob regime especial, vinculada atualmente a
Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS) do Estado da Bahia, e tem como objetivo
o exercício da regulação e da fiscalização dos serviços públicos de saneamento básico, dentro dos
limites legais e com os municípios que firmarem convênio com ela.

Entre suas diversas competências, esta agência deve promover e zelar pelas diretrizes
estabelecidas na Política Estadual de Saneamento Básico instituída pela Lei Estadual nº
11.172/2008, estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a
satisfação dos usuários, revisar as tarifas aplicadas ao abastecimento de água e esgotamento

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
73
sanitário, além de fiscalizar a prestação destes serviços. O artigo 3º acrescenta, informando que
compete à Agersa:

I editar seu Regimento Interno;


II administrar seus bens;
III administrar o seu quadro de pessoal;
IV arrecadar e aplicar suas receitas, inclusive o quantum recebido pelo exercício
da regulação, controle e fiscalização, retribuição relativa às suas atividades;
V celebrar convênios, acordos, contratos e instrumentos equivalentes;
VI estabelecer cooperação com órgãos ou entidades dos Estados ou do Distrito
Federal para o adequado exercício de suas competências;
VII – realizar audiências e consultas públicas;
VIII - divulgar anualmente relatório detalhado das atividades realizadas, indicando
os objetivos e resultados alcançados (BAHIA, 2012)
Em seu Art. 8º é definido como a estrutura básica da Agersa: o Conselho Consultivo, a Diretoria e
a Ouvidoria. O Regimento Interno da AGERSA disporá sobre sua organização e sobre as
atribuições dos órgãos que a compõem, respeitadas as disposições desta Lei.

A lei define ainda em seu escopo sobre a organização da Agersa no Capítulo III, do contrato de
gestão, no Capítulo IV, do relatório anual de atividades, no Capítulo V, do patrimônio e receitas, no
Capítulo VI e no Capítulo VII, as disposições finais e transitórias.

3.2.5. LEI DAS MICRORREGIÕES DE SANEAMENTO BÁSICO

A Lei Complementar nº 48, de 10 de junho de 2019, institui as Microrregiões de Saneamento Básico


do Algodão, da Bacia do Paramirim, da Bacia do Velho Chico, da Bacia do Rio Grande, da Chapada
Diamantina, do Extremo Sul, de Irecê, do Litoral Norte e Agreste Baiano, do Litoral Sul e Baixo Sul,
do Médio Sudoeste da Bahia, do Piemonte-Diamantina, do Piemonte do Paraguaçu, do Recôncavo,
do São Francisco Norte, do Semiárido do Nordeste, do Sisal-Jacuípe, da Terra do Sol, de Vitória da
Conquista e do Portal do Sertão.

Essas microrregiões têm por finalidade exercer as competências relativas à integração da


organização, do planejamento e da execução de funções públicas de interesse comum
compreendidas pelo planejamento, regulação, fiscalização e prestação dos serviços públicos de
saneamento básico. Segundo o artigo 4º as competências são:

I - aprovar objetivos, metas e prioridades de interesse regional, na área de


saneamento básico, compatibilizando-os com os objetivos do Estado e dos
Municípios que a integrem, bem como fiscalizar e avaliar sua execução;
II - apreciar planos, programas e projetos, públicos ou privados, relativos à
realização de obras, empreendimentos e atividades na área de saneamento básico
que tenham impacto regional;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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III - aprovar e encaminhar, em tempo útil, propostas regionais na área de
saneamento básico, como sugestões ao Plano Plurianual, à Lei de Diretrizes
Orçamentárias e à Lei Orçamentária Anual;
IV - comunicar aos órgãos ou entidades federais que atuem na unidade regional as
deliberações acerca dos planos relacionados com os serviços na área de
saneamento básico (BAHIA, 2019).
De acordo com a Lei, a estrutura de governança das microrregiões de saneamento básico é
constituída por uma autarquia intergovernamental, cuja instância máxima é o Colegiado
Microrregional, composto por um representante de cada Município que a integra e por um
representante do Estado da Bahia, presidido pelo governador ou, na sua ausência e impedimento,
o secretário de Infraestrutura Hídrica e Saneamento do Estado. De acordo com o artigo 9º, as
atribuições do Colegiado Microrregional consistem em:

I - instituir diretrizes sobre o planejamento, a organização e a execução de funções


públicas de interesse comum, a serem observadas pelas Administrações Direta e
Indireta de entes da Federação integrantes da Microrregião;
II - deliberar sobre assuntos de interesse regional, em matérias de maior relevância,
nos termos do Regimento Interno;
III - especificar os serviços públicos de interesse comum, bem como, quando for o
caso, as correspondentes etapas ou fases e seus respectivos responsáveis;
IV - aprovar os planos microrregionais e, quando couber, os planos intermunicipais
ou locais;
V - definir a entidade reguladora responsável pelas atividades de regulação e de
fiscalização dos serviços públicos de interesse comum, bem como estabelecer as
formas de prestação destes serviços;
VI - propor critérios de compensação financeira aos Municípios da Microrregião que
suportem ônus decorrentes da execução de funções ou serviços públicos de
interesse comum;
VII - autorizar Município integrante da Microrregião a, isoladamente, promover
licitação ou contratar a prestação de serviços públicos de saneamento básico, ou
atividades deles integrantes, por meio de concessão ou de contrato de programa;
VIII - elaborar e alterar o Regimento Interno da Entidade Microrregional;
IX - eleger e destituir o Secretário-Geral (BAHIA, 2019).
A Lei prevê ainda, em seu artigo 15, que enquanto não houver disposição em contrário do Colegiado
Microrregional, as funções de regulação e de fiscalização dos serviços públicos de abastecimento
de água e de esgotamento sanitário serão desempenhadas por entidade estadual.

A normativa fixa prazo de vigência dos planos editados pelos Municípios, referentes ao saneamento
básico ou a resíduos sólidos, antes da vigência da Lei, pelo período de 24 (vinte e quatro) meses,
podendo permanecer vigentes para além deste prazo, mediante resolução do Colegiado
Microrregional (artigo 17).

O município de Salvador faz parte da Região Metropolitana de Salvador (RMS), que configura o
arranjo de gestão interfederativa, com previsão legal ancorada na Lei nº 13.089/2015, o Estatuto da
Metrópole, que estabelece diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a execução das

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funções públicas de interesse comum em regiões metropolitanas e em aglomerações urbanas
instituídas pelos Estados. A gestão nas microrregiões de saneamento, também são regidas pelo
Estatuto da Metrópole, sendo tanto a RMS quanto as microrregiões de saneamento orientadas pela
Lei nº 10.257/2001, que estabelece diretrizes gerais da política urbana, para execução da política
urbana, conforme definido no § 2º do Art. 1º, da Lei n° 13.089/2015. É possível observar o território
que compõe a RMS na Figura 1.

Figura 1 –Região Metropolitana de Salvador (RMS)

Elaboração: Consórcio CSB, 2021.

3.2.6. OUTRAS LEIS ESTADUAIS CORRELATAS

Além das leis específicas da área do saneamento básico, outras leis que têm relação com o
saneamento devem ser observadas para a devida gestão desses serviços. Entre elas:

• Lei Estadual nº 11.612, de 08 de outubro de 2009, que dispõe sobre a Política Estadual de
Recursos Hídricos, o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
• Lei nº 12.056/11, que institui a Política de Educação Ambiental do Estado da Bahia;

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76
• Lei Estadual nº 11.476/09, que dispõe sobre a criação da Política de Desenvolvimento do
Turismo Sustentável nas Áreas de Proteção Ambiental do Estado da Bahia;
• Lei Estadual nº 10.431/06, que dispõe sobre a Política de Meio Ambiente e de Proteção à
Biodiversidade;
• Lei Estadual nº 7.799/01, que institui a Política Estadual de Administração dos Recursos
Ambientais;
• a Lei Estadual nº 12.050 de 07 de janeiro de 2011, que institui a Política sobre Mudança do
Clima do Estado da Bahia.
• Lei Complementar nº 41, de 13 de junho de 2014, que Cria a Entidade Metropolitana da
Região Metropolitana de Salvador, dispondo sobre sua estrutura de governança e sobre o
sistema de planejamento metropolitano, (...) e dá outras providências.

A abordagem detalhada da Lei Complementar nº 41, de 13 de junho de 2014, que Cria a Entidade
Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador será apresentada mais adiante, no item 4.1.

Todos esses instrumentos legais perseguem princípios, diretrizes e objetivos convergindo para a
adoção de técnicas e tecnologias preocupadas com as sustentabilidades ambientais, energéticas,
sociais e culturais, além da valorização da participação dos cidadãos nas implementações destas.

Agora, a grande motivação e desafio que se estabelece é conceber a prestação dos serviços
públicos de saneamento básico de maneira que o compromisso com as futuras gerações seja um
objetivo comum, que respalde as escolhas dos usuários, as ações dos poderes executivos e os
conteúdos dos instrumentos regulatórios e do planejamento da área do saneamento básico.

3.3. ESFERA MUNICIPAL

O município de Salvador possui um conjunto de leis que tocam sobre questões de saneamento
básico de maneira direta e outras de maneira transversal, permitindo um olhar com foco na
integração das políticas públicas. Assim, a organização da gestão a partir de uma abordagem
complexa dos processos socioeconômicos, territoriais e ambientais, depende do exercício de
pensar os serviços por meio desses diferentes instrumentos. Alguns deles são apresentados a
seguir.

3.3.1. LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

A Lei Orgânica do Município de Salvador, com sua última atualização realizado em 2020, define
deveres ao poder público e garante direitos sociais, dentre eles o direito à educação, à saúde, ao
saneamento básico, à habitação, à assistência social e ao meio ambiente equilibrado.

Dos princípios que fundamentam a organização do município, no Art. 6º, é importante destacar as
suas atribuições, a saber:

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I - o pleno exercício da autonomia municipal;
II - a cooperação articulada com os demais níveis de Governo, com outros
Municípios e com entidades regionais que o Município integre ou venha a
integrar;
III - o exercício da soberania e a participação popular na administração
municipal e no controle de seus atos;
IV - a garantia de acesso de todos os munícipes, de forma justa e igualitária,
aos bens e serviços públicos que assegurem as condições essenciais de
existência digna;
V - a defesa e preservação do território, dos recursos naturais e do meio
ambiente;
VI - a preservação dos valores e da história da população, fundamentada no
reconhecimento e assimilação da pluralidade étnica, cultural e religiosa,
peculiares à sua formação;
VII - a probidade na administração. (Salvador, 2020, grifo nosso)

Em consonância com esse artigo, cita-se também os incisos do Artigo 7º, que define o que compete
ao município, em destaque os fundamentais para se refletir sobre os serviços de saneamento
básico, a saber:

I - dispor sobre assuntos de interesse local e suplementar a legislação federal e a


estadual, no que couber;
II - elaborar o orçamento, prevendo a receita e fixando a despesa, com base em
planejamento adequado, observando a divisão do Município em regiões
administrativas, na forma da lei;
III - instituir e arrecadar tributos, fixar tarifas, estabelecer e cobrar preços e
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar
balancetes, nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir unidades administrativas regionais, observada a
legislação pertinente;
V - dispor, mediante plebiscito popular, sobre qualquer alteração territorial, na forma
de lei estadual, preservando sempre a continuidade e a unidade histórico-cultural
do ambiente urbano;
VI - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local; (...)
XI - prover sobre limpeza das vias e logradouros públicos, coleta, remoção,
destino e aproveitamento do lixo;
XII - prover sobre fornecimento de iluminação das vias e logradouros do
Município e galerias de águas pluviais; (...)
XVI - dispor sobre o registro, vacinação e captura de animais;
XVII - disciplinar e fiscalizar as atividades relacionadas com a exploração de
mercados e matadouros, manter e fiscalizar feiras livres em todos os bairros
de Salvador;
XIX - dispor sobre o serviço funerário e de cemitério, sua administração e
fiscalização, (...);
XX - ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários para
funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de
serviços, cabendo-lhe, inclusive (...)
c) fiscalizar as condições sanitárias e de higiene dos estabelecimentos, a qualidade
das mercadorias, bem como dos veículos destinados ao transporte de produtos de
origem animal ou vegetal e da distribuição de alimentos;
XXI - fiscalizar as instalações sanitárias, as de máquinas e motores, de gás e
elétricas, inclusive domiciliares, bem como regulamentar e fiscalizar as instalações
e funcionamento de ascensores;
XXII - elaborar e aprovar, por lei, o Plano Diretor do Município;
XXIII - estabelecer normas de edificação, loteamento, desmembramento,
arruamento, saneamento urbano e planos urbanísticos específicos, bem como

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as limitações urbanísticas convenientes ao ordenamento e ocupação de seu
território;
XXIV - interditar edifícios, construções ou obras em ruína, em condições de
insalubridade ou de insegurança e, diretamente, demolir, restaurar ou reparar
quaisquer construções que ameacem a saúde ou a incolumidade da população;
XXV - fiscalizar os quintais e terrenos baldios, notificando os proprietários a mantê-
los asseados, murados e com as calçadas correspondentes a suas testadas
devidamente construídas, sob pena de execução direta pela administração e, sem
prejuízo de sanções previstas em lei, cobrança do custo respectivo ao proprietário
omisso;
XXVI - tombar bens, documentos, obras e locais de valor artístico e histórico, as
paisagens naturais, bem como cultivar a tradição de festas populares e as de caráter
cívico;
XXVII - dispor sobre as áreas verdes e reservas ecológicas e unidades de lazer do
Município; (...)
XXXIII - promover as ações necessárias para restringir a mortalidade e
morbidez infantis, bem como medidas de higiene social que impeçam a
propagação de doenças transmissíveis; (...)
XXXV - incentivar e apoiar a pesquisa e a aplicação de tecnologia alternativa no
âmbito da atividade humana, objetivando a redução de custos administrativos e a
satisfação das necessidades básicas das comunidades carentes;
XXXVI - incentivar e apoiar a criação de cooperativas de educação, produção
de alimentos, saúde, habitação popular, consumo, e outras formas de
organização da população, as quais tenham por objetivo a realização de
programas que promovam o ser humano em toda a sua dimensão;
XXXVII - estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e regulamentos;
XXXVIII - exercitar o poder de polícia administrativa, bem como organizar e manter
os serviços de fiscalização necessários ao seu exercício;
XXXIX - celebrar convênios para execução de suas leis e serviços.
(Salvador, 2020, grifo nosso)

Esse conjunto de incisos demonstram a competência do município em promover ações que


estruturam medidas voltadas para a oferta de serviços que promovam a qualidade ambiental, a
saúde pública e a organização do território.

No Art. 8º, são definidas as competências do Município, em comum com a União, o Estado e o
Distrito Federal, observadas as normas de cooperação fixadas em lei complementar:

I - zelar pela guarda da Constituição, das instituições democráticas e conservar o


patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas com
deficiência;
III - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de
outros bens e edificações de valor histórico, artístico e cultural;
V - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as edificações, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
VII - proteger a fauna e a flora, em especial as espécies ameaçadas de
extinção;
VIII - promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
IX - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;

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X - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.
(Salvador, 2020, grifo nosso)

Essas competências colaboram para a proposição de uma gestão de saneamento básico que
integre os desafios sociais, de saúde e ambientais no território.

É tratado na Lei Orgânica ainda, no Título II, a organização dos poderes municipais, onde no
Capítulo I é tratado do poder legislativo, com as previsões de funções, organização e tramites legais
para o processo legislativo e no Capítulo II se trata do poder executivo, suas competências e as
atribuições do prefeito, dos secretários e da procuradoria.

No Título III é tratado da organização da administração municipal, onde no Capítulo I define-se


sobre o planejamento e desenvolvimento urbano e habitação e no Capítulo II das edificações e
obras públicas. Esse conjunto de definições colaboram para a orientação das ações em
saneamento básico, que ocorrem em sintonia com o desenvolvimento urbano e seus desafios
socioeconômicos voltados para a erradicação da desigualdade e pobreza.

No Título V, da ordem econômica e social, são abordadas as políticas públicas sociais de interesse
comum, entre eles é pertinente destacar: o Capítulo II, da Educação; o Capítulo III, da Saúde;
Capítulo IV, da Política Agrícola e Abastecimento Alimentar; Capítulo V, do Meio Ambiente; e o
Capítulo X, da Seguridade e Assistência Social, entre outros, que compartilham entre si questões
que colaboram para se pensar o saneamento básico no território.

Cabe o destaque para o Art. 229 do Capítulo V, do Meio Ambiente, que define que o Poder Executivo
elaborará e operará um Plano Diretor de Saneamento, a ser aprovado pela Câmara Municipal, e
obrigatório para as empresas concessionárias ou permissionárias dos serviços públicos, que o
deverão atender rigorosamente, não sendo permitida a renovação da concessão ou permissão nos
casos de infrações.

Outros temas que remetem ao saneamento são tratados nesse capítulo entre eles o Art. 226, que
trata do que é vedado no território do Município:

(...) III - o depósito de resíduos nucleares ou radioativos, gerados fora dele; (...)
V - o lançamento de resíduos hospitalares, industriais e de esgotos residenciais,
sem tratamento, diretamente em praias, rios, lagos e demais cursos d’água,
devendo os expurgos e dejetos, após conveniente tratamento, sofrer controle e
avaliação de órgãos técnicos governamentais quanto aos teores de poluição; (...)
VII - a incineração de lixo a céu aberto, em especial de resíduos hospitalares;
E o Art. 227, que define que o Município, através do Executivo, promoverá:

(...) II - a identificação de hospitais, indústrias e esgotos residenciais que lançam,


sem tratamento, resíduos e dejetos diretamente em praias, rios, lagos e demais
cursos d’água, os quais passarão a sofrer controle e avaliação pelo Município e
serão ratificados, para a adoção das providências necessárias ao saneamento das
irregularidades.

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Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, o Executivo Municipal buscará o
desenvolvimento de ações conjuntas com o Estado, especialmente no que tange à
cobrança e exigibilidade das penalidades definidas na legislação estadual de
proteção ambiental para as hipóteses de ações predatórias ao meio ambiente (grifo
nossos).
Todos esses capítulos dialogam diretamente com as políticas públicas de esfera nacional que
estruturam os direitos sociais previstos na constituição. Essa organização garante ao município o
cumprimento de suas atribuições previstas no pacto federativo que inclui prover o município de leis
e instrumentos que lhe garantam a implementação dos deveres e direitos garantidos pela
Constituição Federal.

3.3.2. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

A Lei nº 9.186/2016, modifica a estrutura organizacional da Prefeitura Municipal de Salvador e dá


outras providências. A Lei define em seu Art. 2º que os órgãos e entidades que compõem a estrutura
organizacional da Prefeitura Municipal ficam organizados em 04 (quatro) áreas de políticas públicas:
econômicas e fiscais; sociais; de qualificação da cidade e de planejamento e gestão.

Ao longo do tempo a estrutura organizacional vem sofrendo alterações para atender aos objetivos
do poder público executivo. Como pode ser observado nas informações públicas disponíveis no site
da prefeitura, a estrutura administrativa conta com uma serie de órgãos ligados ao chefe do
executivo que colaboram para o desempenho de suas funções públicas de gestão. As leis que dão
respaldo à atual estrutura administrativa são: a Lei nº 9.186/2016; a Lei nº 9.216/2017; a Lei n°
9.409/2018; a Lei n° 9.444/2019; a Lei Complementar nº 072/2019; a Lei nº 9.534/2020; a Lei nº
9.540/2020; e a Lei Complementar nº 076/2020. Diversos decretos têm sido emitidos para fazerem
ajustes nas previsões legais desses instrumentos.

O grupo de órgão que atendem diretamente ao prefeito são como pode ser visto na Figura 2, a
seguir: a Secretaria de Governo (SEGOV); o Gabinete do Vice-Prefeito (GABVP); a Controladoria
Geral do Município de Salvador (CGM); e a Procuradoria Geral do Município do Salvador (PGMS).
Na SEGOV existem o Conselho Comunitário e o Conselho de Ética. Na Figura 2 é possível observar
a estrutura organizacional que dá suporte ao chefe do executivo.

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Figura 2 – Estrutura administrativa ligada diretamente ao Prefeito de Salvador

PREFEITO

Procuradoria Geral Controladoria Geral


Gabinete do Vice- Secretaria de
do Município do do Município de
Prefeito – GABVP Governo – SEGOV
Salvador – PGMS Salvador – CGM

Conselho
Conselho de
Comunitário (10)
Procuradores Quatro Áreas de Conselho de Ética
Políiticas Públicas

Fonte: PMS, 2021.

Para atender às quatro áreas de políticas públicas previstas para a estrutura organizacional da
prefeitura - econômicas e fiscais; sociais; de qualificação da cidade e de planejamento e gestão –
existe um conjunto de secretarias, conselhos, empresas públicas e fundações, conforme se
apresenta ao longo desse item.

A área de políticas públicas de Planejamento e Gestão é desenvolvida por três secretarias, pela
Casa Civil e cinco conselhos. A Casa Civil contém em sua estrutura a Agência Reguladora e
Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador (ARSAL) e o Conselho de Relações Internacionais.
Na Figura 3 é possível observar a estrutura organizacional, com suas secretarias, entre outros.

Figura 3 – Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas de Planejamento e


Gestão

Fonte: PMS, 2021.

A área de políticas públicas Econômicas e Fiscais é desenvolvida por cinco secretarias e quatorze
conselhos. Na estrutura da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) está a
Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). Na estrutura da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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(SECULT) estão a Empresa Salvador Turismo (SALTUR), a Fundação Gregório de Mattos (FGM)
com o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural (CCPC), e o Conselho Municipal da Política
Cultural (CMPC). Na Figura 4 é possível observar a estrutura organizacional, com suas secretarias,
entre outros.

Figura 4 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas Econômicas e Fiscais

Fonte: PMS, 2021.

A área de políticas públicas Sociais é desenvolvida por cinco secretarias e vinte e dois conselhos.
Na estrutura da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) está
situada a Fundação Cidade Mãe (FCM). Na Figura 5 é possível observar a estrutura organizacional,
com suas secretarias, entre outros.

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Figura 5 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas Sociais

Fonte: PMS, 2021.

A área de políticas públicas de Qualificação da Cidade é desenvolvida por quatro secretarias, cinco
conselhos e uma junta. Na estrutura da Secretaria Municipal de Infraestrutura, e Obras Públicas
(SEINFRA) está situada a Superintendência de Obras Públicas de Salvador (SUCOP). Já na
Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade (SEMAN) se encontra a Companhia de
Desenvolvimento Urbano de Salvador (DESAL). Na Secretaria Municipal de Ordem Pública
(SEMOP) estão alocadas a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Empresa de Limpeza Urbana do
Salvador (LIMPURB). Na Secretaria Municipal de Mobilidade (SEMOB) está situada a
Superintendência de Trânsito do Salvador (TRANSALVADOR). Na Figura 6 é possível observar a
estrutura organizacional, com suas secretarias, entre outros.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Figura 6 - Estrutura Organizacional para a área de Políticas Públicas de Qualificação da
Cidade

Fonte: PMS, 2021.

Ao observar as quatros áreas de políticas públicas que norteiam as ações das secretarias e órgãos
afins da Prefeitura Municipal de Salvador, percebe-se a complexidade da gestão dos serviços de
saneamento básico, que tem secretarias de diferentes áreas como interlocutoras para sua
realização. Outro aspecto a ser destacado é a necessidade de integração desses órgãos no pensar
territorial do saneamento básico. A integração territorial do saneamento básico demanda uma
análise ecossistêmica com base no caminho natural das águas, nas bacias hidrográficas e nas
características socioeconômicas culturais das diferentes regiões geossistêmicas que formam o
município. Assim, o poder público busca organizar suas secretarias e órgãos afins de maneira a dar
conta dessas múltiplas dimensões, que seguem se aprimorando ao longo do exercício da gestão
público.

Para essa composição de secretárias e órgãos que envolvem a gestão dos serviços públicos de
saneamento podemos destacar como executoras diretas das ações a Secretaria Municipal de
Infraestrutura, e Obras Públicas (SEINFRA) que tem a finalidade de planejar e gerir a infraestrutura
urbana e o saneamento ambiental, executar obras públicas e projetos habitacionais de interesse
social, bem como de formular e implementar políticas de redes de infraestrutura da cidade. A
Superintendência de Obras Públicas de Salvador (SUCOP), que integra a SEINFRA, responsável
pela recuperação da pavimentação, das escadarias, viadutos e passarelas, micro e macro
drenagem, fontes naturais e luminosas, contenção de encostas e áreas verdes, com poda e
erradicação de árvores, atividades relacionadas às ações em saneamento básico.

Ainda, a Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade (SEMAN), com a finalidade de prover a


manutenção, recuperação, conservação dos bens públicos, prédios públicos, equipamentos e

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


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espaços públicos; planejar, supervisionar, acompanhar e fiscalizar os projetos e obras de
manutenção no plano de conservação e manutenção de vias públicas, bem como gerenciar e operar
os equipamentos de engenharia urbanos nos espaços públicos da Cidade, desempenha ações
relacionadas aos serviços de saneamento básico.

A Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEMOP), com a finalidade de planejar, administrar e


fiscalizar o comércio em vias e logradouros públicos, monitorar e fiscalizar os níveis de emissão
sonora, administrar os serviços públicos da iluminação pública e da limpeza urbana, bem como da
destinação dos resíduos sólidos, organizar e manter o serviço de salvamento marítimo, articular as
ações voltadas para a proteção e defesa do consumidor e acompanhar o planejamento e a
execução das ações destinadas à manutenção da ordem pública, prevenção à violência e à
proteção do patrimônio público, também desenvolve ações em saneamento básico, com foco no
manejo dos resíduos sólidos.

Essas secretarias, e os órgãos que estão em sua estrutura, executam a política púbica de
Saneamento Básico, mas se relacionam, impactam e são impactadas por secretarias outras que de
maneira transversal coparticipam dos assuntos que interferem no saneamento. Entre elas é possível
citar no que tange ao desenvolvimento urbano, à mobilidade urbana e à gestão ambiental:

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), que é a responsável por planejar,


coordenar e executar a política do desenvolvimento econômico e urbano do Município, pelo
licenciamento ambiental de empreendimentos, autorização de construções e supressão de árvores,
entre outros, tem em suas atividades impacto direto nos serviços de saneamento básico, já que a
sua função inclui orientar a ampliação da rede urbana de onde vem a demanda por esses serviços.

A Secretaria Municipal de Mobilidade (SEMOB), que tem por finalidade planejar, coordenar,
executar e controlar a política municipal dos transportes públicos, a engenharia de tráfego e a
regulação e controle dos serviços municipais de transportes públicos de passageiros, apesar de
não atue de maneira direta com assuntos relacionados ao saneamento básico, é importante. Suas
atividades colaboram para se pensar a logística de transporte de resíduos pelo município e também
identificar as demandas de acesso a equipamentos hidrossanitários fundamentais para dar
salubridade aos equipamentos públicos utilizados pelos usuários dos transportes coletivos no
município.

No que se refere à gestão ambiental a Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência


(SECIS), que tem a finalidade de formular, coordenar, executar, acompanhar e avaliar a política
municipal do desenvolvimento sustentável e de resiliência, promover a inovação da Cidade,
executar estudos e planos para a promoção ambiental e preservação dos recursos naturais, gerir o
Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural - SAVAM e coordenar as ações de Defesa Civil,
deve ser observada. Suas ações colaboraram para o pensar do saneamento tanto no que se refere

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às ações de preservação das funções ecológicas do território, na valorização de técnicas que
promovam a integração ecológica, a eficiência energética e proteção ao meio ambiente. Nessa
secretaria está assentado o Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM) que tem a função de
propor, acompanhar e fiscalizar as medidas ambientais criadas e executadas na cidade, e garantir
a participação ativa da comunidade nas deliberações sobre os projetos. É nela também que as
principais ações de educação ambiental e formulação de políticas públicas necessárias a proteção
dos territórios biodiversos do município, são realizadas a exemplo do Plano de Mata Atlântica, o
Plano de Mitigação e Adaptação das Mudanças Climáticas.

No aspecto da saúde pública e sua correlação com o saneamento básico na garantia de acesso a
água potável e ao controle de vetores de reservatórios de doenças, é de fundamental importância
a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que tem por finalidade formular e executar a política de
saúde pública do município, com a competência da formulação e coordenação da política de saúde
do município de acordo os instrumentos legais que dispõem sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).
É importante destacar que entre as suas competências as que dialogam diretamente com o
saneamento básico são: ações de promoção da saúde da população, vigilância, proteção,
prevenção e controle das doenças e agravos à saúde, abrangendo vigilância epidemiológica,
sanitária, ambiental e do trabalhador; integralidade da assistência à saúde; promover e desenvolver
a política de gestão do trabalho e educação permanente em saúde. Assim, a SMS precisa participar
de maneira alinhada juntas às secretarias que realizam as ações de saneamento básico, de maneira
a garantir que as decisões acompanhem questões epidemiológicas e de proteção à saúde pública
que são desenvolvidas pela mesma.

Outro assunto que anda junto com a acesso aos serviços públicos de saneamento básico, já que o
déficit no acesso é amplamente localizado nas populações de baixa renda, é o combate à pobreza.
Trabalha com essa a pasta a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza,
Esportes e Lazer (SEMPRE), que tem como finalidade planejar, propor e coordenar a execução da
política municipal de assistência social, articular e mobilizar as ações voltadas à promoção da
cidadania e à redução e erradicação da pobreza, garantir a manutenção dos direitos e necessidades
básicas do cidadão e das pessoas com deficiência, promover políticas de prevenção e combate ao
uso de drogas, bem como propor, coordenar e acompanhar a execução das políticas públicas de
esportes e lazer. As ações desenvolvidas por essa secretaria colaboram na identificação de como
os serviços públicos de saneamento básico podem contribuir no combate à pobreza, que em
ambientes urbanos como é predominantemente o município de Salvador, passa por oferta de
soluções capazes de atender a urgência das populações de rua em estado de pobreza.

Ainda, outra secretaria que não atua diretamente com o saneamento básico, mas é importante para
se pensar sua implementação, é a Secretaria Municipal da Educação (SMED), que tem a finalidade

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de desempenhar as funções do Município em matéria de educação. Sua atividade colabora na
promoção da educação ambiental e sanitária em nível formal, além do conhecimento sobre as
demandas e condições do saneamento nas escolas, espaço de abrigo e conforto para muitas
crianças e adolescentes em condição de pobreza, que têm na escola oportunidade de fazer uso
desses serviços. Em conjunto com a SMED, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT),
que é fundamental para a caracterização dos momentos de aumento de demanda por eventos de
grande público, entrada de turistas e dos festejos e expressões populares que ocorrem, colaboram
no entendimento de como a partir dos elementos culturais e pedagógicos podemos ampliar a
promoção do saneamento básico e a adoção de soluções que dialoguem e potencializem a
capacidade criativa do povo soteropolitano com respeito à saúde pública e a preservação ambiental.

Ainda é importante destacar a Casa Civil que acompanha os processos de gestão interfederativa
que o município faz parte, a exemplo da Entidade Metropolitana, devendo, portanto, estar alinhada
aos processos que envolvem o planejamento em temas de ligados às funções públicas de interesse
comum.

Toda essa estrutura administrativa opera com a participação de conselhos como pode ser
observado nas Figura 3, Figura 4, Figura 5 e Figura 6. Esses conselhos cumprem o que é previsto
na Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, que consolidou direitos e
previu, em diversos dispositivos, a participação do cidadão na formulação, implementação e
controle social das políticas públicas. Com base nos Art. nº 198, nº 204 e nº 206, foram criados os
conselhos de políticas públicas no âmbito da saúde, assistência social e educação nos três níveis
de governo, o que promoveu a implantação de conselhos em outras áreas e esferas de governo
(MADRIGAL, A., 2015).

Os conselhos de são mecanismos legais e institucionais de controle social da política no Brasil, que
têm a sua organização e funcionamento previstos em leis, inclusive em esfera municipal. São
espaços democráticos de decisão e participação social na construção das políticas públicas e
previsto na política de saneamento básico.

Ao observar a quantidade de áreas e informações que envolvem a gestão dos serviços públicos de
saneamento básico, fica evidente que a universalização do acesso aos serviços, princípio
fundamental da lei que norteia suas ações, passa pelo sucesso da execução das diferentes políticas
públicas setoriais de maneira integrada. É necessário, ainda, uma gestão que coloque em mesmo
patamar de importância as dimensões social, ecológica e econômica que compõem os desafios
para que a universalização venha acompanhada de uso de tecnologias adequadas, da integração
ecológica, do enfrentamento às desigualdades socioeconômicas e territoriais, da promoção de
qualidade ambiental urbana, da saúde planetária, e por consequência, da mitigação e adaptação
às emergências climáticas.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Todos esses temas devem ser tecnicamente articulados na operacionalização de toda a estrutura
administrativa do Poder Executivo Municipal, e para a gestão do saneamento básico é fundamental
que cada uma cumpra sua função nessa realização.

3.3.3. POLÍTICA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Lei nº 8915/2015, dispõe


sobre a política municipal de meio ambiente e desenvolvimento sustentável; institui o cadastro
municipal de atividades potencialmente degradadoras e utilizadoras de recursos naturais - CMAPD
e a taxa de controle e fiscalização ambiental - TCFA, no município de salvador, e é regulamentada
pelo Decreto nº 29921/2018.

A lei é composta por sete títulos que tratam da Política, do Sistema Municipal de Meio Ambiente,
dos Instrumentos da Política, do Cadastro Municipal, da Biodiversidade, dos Instrumentos
Econômicos e das Disposições Finais. Esses títulos, com seus capítulos e seções, compõem os
princípios, fundamentos, objetivos, diretrizes, instrumentos e mecanismos definições que são dadas
aos territórios biodiversos e suas funções ecológicas, ao sistema municipal de meio ambiente e aos
direitos e deveres que são previstos no que se refere ao direito fundamental ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, previsto na Constituição Federal.

Em seu Art. 1º, informa que se fundamentada no interesse local, com fulcro na Lei Complementar
nº 140, de 08 de dezembro de 2011, respeitada a competência da União e do Estado, regula a ação
do Poder Público Municipal e sua relação com os cidadãos e instituições públicas e privadas na
preservação, conservação, defesa, melhoria, recuperação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, de natureza difusa e essencial à sadia qualidade de vida.

No Art. 2º são apresentados os fundamentos que amparam a política, apontando uma direção
voltada para a integração das políticas públicas, a proteção e respeito à capacidade de suporte aos
ecossistemas e o combate às emergências climáticas.

I - direito fundamental de todos os seres vivos ao meio ambiente sadio e equilibrado,


o que pressupõe o respeito à sua fragilidade e vulnerabilidade;
II - reconhecimento da interdependência com a questão ambiental e as demais
políticas públicas e atos da administração;
III - respeito à capacidade de suporte dos sistemas bióticos e abióticos como
condição indispensável ao estabelecimento de um meio ambiente saudável;
IV - busca de soluções tecnológicas inovadoras para tornar o Município
ambientalmente adequado, minimizando os efeitos da pressão demográfica e
da ocupação do solo urbano;
V - gestão pública sustentável;
VI - função socioambiental da propriedade;
VII - obrigação de recuperar as áreas degradadas e compensação dos danos
causados ao meio ambiente;

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VIII - integração das políticas municipais, visando minimizar os efeitos das
mudanças climáticas globais.

No Art. 3º são apresentados os seus princípios, um conjunto de orientações que demonstram a


direção que todas as áreas devem atuar para juntas garantirem a sustentabilidade ambiental
preconizada em seu inciso I, devendo os serviços públicos de saneamento básico seguirem esses
princípios em sua realização.

I - a sustentabilidade ambiental, que implica preservação da qualidade ambiental


municipal, dos ecossistemas e dos recursos naturais, para o usufruto das gerações
presentes e futuras;
II - prevenção e precaução aos danos ambientais e às condutas consideradas
lesivas ao meio ambiente e à saúde da população;
III - o usuário-pagador, o poluidor-pagador e o provedor-recebedor;
IV - a responsabilidade do Poder Público e da coletividade na conservação,
preservação e recuperação ambiental, que compreende ações preventivas ou
de reparação dos danos causados ao meio ambiente;
V - função socioambiental da propriedade urbana e rural;
VI - a efetiva participação da sociedade na formulação e implementação das
políticas públicas municipais de meio ambiente e desenvolvimento sustentável;
VII - a cooperação entre municípios, estados e países, considerando a
abrangência e interdependência das questões ambientais, em especial as
mudanças climáticas globais;
VIII - a proteção das manifestações culturais locais de matriz étnica diversa, em
especial a africana, das comunidades tradicionais, dos quilombos urbanos e
dos pescadores artesanais, em suas relações intrínsecas com o meio ambiente,
objetivando:
a) a preservação de espaços territoriais portadores de significado cultural para tais
comunidades, visando à etnoconservação;
b) a conscientização e educação ambiental das comunidades tradicionais e dos
habitantes do entorno do espaço comunitário;
c) a promoção de ações voltadas à etnobotânica, por meio da preservação de
espécies associadas às práticas tradicionais de fim medicinal e cultural;
d) a simplificação dos procedimentos administrativos, visando à regularização
ambiental de empreendimentos e atividades envolvendo tais comunidades,
observados os parâmetros ambientais e legais;
IX - garantia do acesso à educação e à informação ambiental sistemática, inclusive
para assegurar sua participação no processo de tomada de decisões, devendo ser
capacitada para o fortalecimento de consciência crítica e inovadora, voltada para a
utilização sustentável dos recursos ambientais;
X - proteção dos espaços ambientalmente relevantes;
XI - manutenção da biodiversidade necessária à evolução dos sistemas
imprescindíveis à vida, em todas as suas formas;
XII - reconhecimento da existência da mudança do clima global e da
necessidade de estabelecimento de um Plano Municipal sobre Mudanças
Climáticas, bem como de programas, projetos e ações relacionados, direta ou
indiretamente, às mudanças do clima e suas consequências;
XIII - equidade, segundo a qual as medidas tomadas devem levar em consideração
os diferentes contextos socioeconômicos de sua aplicação, distribuir os ônus e os

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


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encargos decorrentes entre os setores econômicos e as populações, de modo
equitativo e equilibrado;
XIV - incentivo ao estudo e à pesquisa sobre as mudanças do clima e seus
impactos e ao desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.
Parágrafo único. Os princípios deverão nortear a formulação de leis ordinárias,
decretos e demais atos administrativos de natureza ambiental e servirão de
parâmetro vinculante para a interpretação e aplicação das normas municipais.

Os objetivos são tratados no Art. 4º, com destaque para os que reforçam a importância da
transversalidade e integração da política ambiental municipal com outras políticas públicas:

I - garantir a qualidade ambiental no Município, contemplando:(...)


IV - considerar a transversalidade da questão ambiental na formulação e implantação
das políticas públicas;
V - articular e integrar as ações ambientais desenvolvidas pelos diversos órgãos e
entidades do Município entre si e com os órgãos federais e estaduais, quando
necessário;
VI - compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação
ambiental, a qualidade de vida e o uso racional dos recursos ambientais; (...)
VIII - estabelecer normas, critérios e padrões de emissão de efluentes e de qualidade
ambiental, bem como normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais,
adequando-os em face da lei e das inovações tecnológicas;
IX - estabelecer uma estratégia para redução das emissões antrópicas de gases de
efeito estufa no Município bem como uma política de adaptação aos efeitos das
mudanças climáticas;
X - fomentar projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e outros
instrumentos e mecanismos de redução de emissões ou sumidouros de gases de
efeito estufa;
XII - estabelecer normas, critérios e padrões para implantação, ampliação e
compartilhamento das redes de infraestrutura subterrânea urbana municipal.
Parágrafo único. Os objetivos configuram metas que deverão estar contextualizadas
com o planejamento estratégico dos órgãos integrantes do Sistema Municipal do Meio
Ambiente - SISMUMA.

No Art. 5º, são tratadas as diretrizes gerais da Política Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, entre ele podemos destacar os incisos:

(...) II - proteção dos recursos hídricos, especialmente dos mananciais de


abastecimento humano existentes no território municipal, no contexto das
bacias hidrográficas, Pituaçu e Cobre, bem como a drenagem urbana;(...)
IV - conservação, especialmente nas áreas densamente urbanizadas, dos
remanescentes de vegetação que contribuem para a qualidade urbano-ambiental;
V - incorporação da dimensão ambiental nos projetos de urbanização e
reurbanização, como questão universal, conciliando a proteção ambiental às
funções vinculadas à habitação, mobilidade, economia, ao lazer e ao turismo;
VI - valorização da educação ambiental nos níveis formal e informal, visando à
conscientização pública sobre os direitos e deveres quanto à proteção do meio
ambiente e da qualidade de vida; (...)

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X - incentivos à reciclagem, ao reuso dos recursos naturais, ao desenvolvimento de
pesquisas e à criação ou absorção de tecnologias mais limpas, para constante
redução dos níveis de poluição e degradação ambiental;
XI - estabelecimento de mecanismos de prevenção contra danos ambientais e de
responsabilidade socioambiental pelos empreendimentos e atividades com potencial
impacto sobre o meio ambiente;
XII - promoção de pesquisas, produção e divulgação de conhecimento sobre as
mudanças climáticas e sobre as vulnerabilidades delas decorrentes, bem como o
estabelecimento de medidas de mitigação e adaptação das emissões de gases de
efeito estufa no Município;
XVII - estímulo à integração do Governo Municipal com outros níveis de governo, com
a sociedade civil organizada e com os setores acadêmico e privado, em planos,
projetos, programas e ações relacionadas ao meio ambiente;
XVIII - organização da ocupação do espaço aéreo e do subsolo dos logradouros,
pelos diversos equipamentos de infraestrutura urbana.

No Art. 7, são constituídos os instrumentos da Política Municipal de Meio Ambiente e


Desenvolvimento Sustentável, podemos observar que planos de diferentes políticas públicas, como
desenvolvimento urbano, saneamento básico, mobilidade, arborização, são considerados
instrumentos da política, o que reforça a importância do olhar transversal para cumprir a missão de
garantir biodiversidade e clima ameno às futuras gerações. Conforme Art. 7º os instrumentos da
política são doze, a seguir apresenta-se os de principal interface com o saneamento básico.

I - Plano Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;


III - Plano Municipal de Saneamento Básico;
IV - Sistema Municipal de Informação Ambiental - SMIA;
V - Educação Ambiental;
VI - Bens e Espaços Territoriais Ambientalmente Protegidos;
VII - Sistema de Áreas de Relevante Interesse Ambiental e Cultural;(...)
XV - Plano Diretor de Arborização Urbana, Áreas Verdes e Paisagismo - PDAUP; (...)
XVII - Plano Municipal de Mobilidade Urbana;
XVIII - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - PDDU;
IX - Plano Diretor de Encostas;
XX - Plano Diretor de Riscos;
XXI - Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo;
XXII - Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro.

No Título II, que trata do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (SISMUMA), são apresentados os instrumentos de participação e o sistema municipal
integrado de meio ambiente, nos artigos 8º ao 24. Esse conjunto de artigos são fundamentais para
a garantia da participação e controle social na política e para a definição dos órgãos que serão
responsáveis pela execução da política.

No Art. 10, é definido a estrutura institucional do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – SISMUMA, que integra o Sistema Municipal de Planejamento e
Gestão - SMPG, sendo ele composto pelos: :

I - Órgão Superior: o Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMAM, órgão


consultivo, normativo, deliberativo e recursal, com representação do Poder Público e
da sociedade civil;

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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II - Órgão Central: aquele com a finalidade precípua de coordenar a Política Municipal
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, bem como formular e propor as
diretrizes, normas e regulamentos para a plena execução;
III - Órgãos Executores: que exercem a função de controle, disciplina e
monitoramento das atividades modificadoras do meio ambiente e execução de
planos, programas e projetos, dentro das suas respectivas esferas de atuação,
compreendendo: (...)
IV - Órgãos Setoriais: órgãos e entidades da administração direta e indireta do
Município, responsáveis pela execução, fiscalização, coordenação e implementação
de políticas públicas, planos, programas e projetos, total ou parcialmente associados
ao uso dos recursos naturais ou à conservação, defesa e melhoria do ambiente;
V - Órgão Gestor de Unidades de Conservação: órgão responsável pela gestão das
Unidades de Conservação Municipais e das Áreas Verdes;
VI - Órgãos Colaboradores: as organizações não governamentais, as universidades,
os centros de pesquisa, as entidades profissionais, o setor empresarial, os agentes
financeiros e demais representações da sociedade civil que desenvolvam ações de
apoio à gestão ambiental. (...)

Em seu Capítulo II, que trata do Conselho Municipal de Meio Ambiente, fica determinado a estrutura,
a composição, a competência, entre outros, pelos artigos apresentados a seguir

Art. 11 O Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMAM, de caráter consultivo,


deliberativo, normativo e recursal, criado pela Lei nº 6.916, de 29 de dezembro de
2005, passa a ser regido com as alterações introduzidas nesta Lei, que fixa suas
atribuições, estrutura e composição.
Art. 12 A estrutura do COMAM compreende o Plenário, a Presidência, a Secretaria
Executiva e as Câmaras Técnicas, cujas atribuições e funcionamento serão definidos
em seu Regimento Interno, aprovado pelo Conselho e publicado por meio de
Resolução.
Art. 13 O COMAM, órgão colegiado, tripartite e paritário, possui o Plenário com a
seguinte composição: (...)
Art. 14 O COMAM será presidido pelo Titular do Órgão Central do SISMUMA, tendo
suas atribuições definidas pelo Regimento Interno, aprovado pelo Conselho.
Art. 15 A Secretaria Executiva do COMAM será exercida pelo Órgão Central do
SISMUMA, devendo disponibilizar estrutura e pessoal para o funcionamento do
Conselho, cujas atribuições serão definidas pelo Regimento Interno.
Art. 16 Compete ao Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMAM: (...)
IX - apresentar sugestões para revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
- PDDU do Município, no que concerne às questões ambientais;(...)
XI - apreciar o Plano Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o
Plano Diretor de Arborização Urbana, Áreas Verdes e Paisagismo - PDAUP, e o Plano
Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos - PMGIRS, sugerindo, quando
for o caso, medidas para melhoria da qualidade ambiental do Município; (...)

No Título III, que trata dos Instrumentos da Política, no Capítulo II, reservado para Normas,
Parâmetros e Padrões de Qualidade Ambiental, em seu Art. 28 determina que para a garantia das
condições ambientais adequadas à vida, em todas as suas formas, serão estabelecidos padrões de
qualidade ambiental e de emissão de poluentes, conforme disposições regulamentares. Esse
conjunto de normas orientam as ações de saneamento básico.

Já no Capítulo III, da Gestão dos Resíduos Sólidos, se define qual direção deve ser dada à essa
atividade. No Art. 43, fica definido que a Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável incentivará a produção mais limpa, observando os princípios e as diretrizes
estabelecidos nas Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, de não geração, redução,

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93
reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, bem como a alteração de padrões de produção e consumo, estimulando e
valorizando as iniciativas da sociedade para o aproveitamento de resíduos reutilizáveis e recicláveis.

No Art. 44. são definidos os objetivos da Gestão dos Resíduos Sólidos no âmbito da política
municipal de meio ambiente, entre eles:

I - a proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;


II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos
sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens
e serviços;
IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
minimizar impactos ambientais;
V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de
matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
VII - articulação entre as diferentes esferas do Poder Público, e destas com o
setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão
integrada de resíduos sólidos;
VIII - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
IX - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com
adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação
dos custos dos serviços prestados;
X - prioridade, nas aquisições e contratações, para produtos reciclados e recicláveis,
bem como bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões
de consumo social e ambientalmente sustentáveis;
XI - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que
envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
XII - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e
empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao
reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o
aproveitamento energético;
XIII - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
Parágrafo único. O Município incentivará à diminuição e racionalização da
geração de resíduos sólidos, visando à melhoria da qualidade de vida e da
sanidade ambiental, estimulando a mudança de hábitos do cidadão.

No Capítulo VI, que trata dos Bens e Espaços Territoriais Especialmente Protegidos, o Art. 82
informa que compete ao Município: instituir, implantar e administrar, na forma da legislação
ambiental pertinente, espaços territoriais e seus componentes representativos de todos os
ecossistemas originais a serem protegidos, com vistas a manter e utilizar racionalmente o
patrimônio biofísico e cultural de seu território, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.

No Art. 83, são definidos os objetivos que justificam a criação de espaços territoriais especialmente
protegidos, envolvendo o ambiente natural e/ou o patrimônio histórico/cultural, são de caráter
científico, educacional ou turístico, destacando-se:

I - preservação do patrimônio genético e conservação de amostras de ecossistemas


em estado natural;

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II - proteção de espécies raras em perigo ou ameaçadas de extinção;
III - proteção de mananciais para conservação da sua produção hídrica;
IV - criação de espaços para atividades educacionais, turísticas, recreativas e de
geração de renda de forma sustentável;
V - proteção de locais de herança cultural, histórica, geológica, arqueológica,
espeleológica e paleontológica;
VI - proteção de belezas cênicas;
VII - estudos e pesquisas científicas para divulgação do conhecimento sobre a
dinâmica dos ecossistemas e dos recursos naturais;
VIII - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados.

O Inciso III, do Art 83, que destaca a proteção dos mananciais para conservação de sua produção
hídrica é muito importante para o pensar dos serviços de abastecimento de água e todos os
ecossistemas que garantem ao manancial a “produção hídrica”, trazendo segurança hídrica para o
território. Nesse sentido, o Art. 84 define que as áreas de proteção de mananciais deverão ser
delimitadas pelo Poder Público e ter regramento específico para uso e ocupação do solo.

No Título V, que trata da Biodiversidade, em seu Capítulo III, sobre o Plano Diretor de Arborização
Urbana, Áreas Verdes e Paisagismo (PDAUP), no Art. 194, é instituído PDAUP do município de
Salvador, coordenado pelo órgão central do Sistema Municipal Integrado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (SISMUMA). É interessante observar como os objetivos do PDAUP,
conforme parágrafo único do artigo, dialogam diretamente com os desafios relacionados aos
serviços de manejo das águas e drenagem urbana, que precisam com base no conceito das
Cidades Sensíveis à Água, priorizar soluções que envolvem a incorporação de áreas verdes e
biodiversas no paisagismo urbano, cumprindo funções ecológicas ao longo do ciclo das águas
urbanas. No Parágrafo Único é definido que:

Parágrafo único. São objetivos gerais do PDAUP:


a) promover melhorias nas condições de conforto ambiental da cidade, através da
análise da distribuição e integração dos grandes conjuntos de áreas verdes urbanas;
b) qualificar as áreas verdes que permitam o acesso ao público para o lazer e
recreação, a partir do diagnóstico da situação atual no que se refere à localização,
ocupação, funções e estado de conservação das mesmas;
c) promover a proteção de espécies ou ecossistemas que devam ser preservados em
quaisquer circunstâncias, independentemente dos usos a que se destinem as áreas
nas quais se encontram;
d) promover a arborização como um instrumento de reforma e desenvolvimento
urbano;
e) planejar a arborização viária, a partir do diagnóstico da situação existente,
estabelecendo ações interativas solidárias com a comunidade, que permitam manter
a apropriação técnica com interesses, utilidades práticas e necessidades de uso;
f) compartilhar e divulgar conhecimentos e técnicas que contribuam para a formação
de agentes multiplicadores para a preservação das áreas verdes e arborização no
Município.

No Título VI, que trata dos Instrumentos Econômicos para a Gestão Ambiental, muitas
oportunidades para a introdução de tecnologias integradas ecologicamente em saneamento básico
são observadas.

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O Capítulo I, que trata do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU VERDE),
no Art. 203, define que o Programa de Certificação Sustentável em edificações no município de
Salvador, denominado IPTU VERDE, instituído pela Lei nº 8.474, de 02 de outubro de 2013, tem
como objetivo incentivar a adoção de ações e práticas sustentáveis nas edificações urbanas,
visando à redução do consumo de recursos naturais e dos impactos ambientais. Em seu parágrafo
único, determina que o Poder Executivo concederá desconto de até 10% (dez por cento) do Imposto
Predial e Territorial Urbano (IPTU) a proprietários de imóveis residenciais e não residenciais no
município de Salvador, certificados pelo Programa.

É prevista ainda no Capítulo II, que trata do Pagamento por Serviços Ambientais, um mecanismo
importante para a ampliação da resiliência ambiental dos territórios por meio de incentivos
econômicos de troca, sejam elas monetárias ou de outra dimensão. Esse mecanismo colabora
diretamente para a ampliação de áreas que ao cumprir funções ecológicas relacionadas ao
saneamento básico ganham um valor econômico ambiental. No Art. 204, fica definido que:

Art. 204. O Sistema de Pagamento por Serviços Ambientais refere-se à estratégia


para preservação dos ecossistemas, na qual o provedor recebe pagamentos ou
incentivos condicionados, diretamente do pagador ou através do mediador, como
retribuição, monetária ou não, pelos serviços ambientais executados por ele, tais
como atividades de manutenção, preservação, restauração, recuperação, uso
sustentável ou melhoria dos ecossistemas ou pelos serviços ecossistêmicos que
esses provêm isolada ou cumulativamente.
Parágrafo único. O Sistema de Pagamento por Serviços Ambientais - PSA no
município de Salvador será disciplinado em regulamento próprio.

A grande importância da Política Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para


subsidiar as ações de saneamento básico, se dá pelo fato desses serviços terem nas funções
ecológicas dos territórios o principal elemento para a viabilização de sua prestação, e serem
fundamentais para garantir a proteção ambiental e a saúde pública quanto são responsáveis por
manejar os efluentes e resíduos gerados nas atividades rotineiras das populações em âmbito
individual, coletivo e econômico.

Ao definir as prioridades da gestão ambiental voltada para a participação e controle social, para a
mitigação das mudanças climática com base na proteção aos ecossistemas naturais, a política
fortalece a abordagem transdisciplinar da saúde planetária, que se debruça sobre as correlações
entre meio ambiente, sociedade, economia, saúde pública e clima biorregional e global para pensar
a relação saúde-doença. Com a realização conjunta das diferentes áreas, entre elas o saneamento
básico, observando as determinações dessa Política, é possível melhorar a qualidade ambiental
urbana, e pensar num futuro em que os problemas atuais desapareçam a partir de outras práticas
sociais, econômicas e tecnológicas, que tenham a restauração dos ecossistemas como objeto
comum.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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3.3.4. PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE SALVADOR

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador (PDDU 2016), foi


promulgado pela Lei nº 9.069, 30 de junho de 2016, que dispõe sobre o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador – PDDU 2016 e dá outras providências.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) tem como base os fundamentos expressos
na Constituição Federal, na Constituição do Estado da Bahia, na Lei Orgânica do Município de
Salvador e na Lei Federal nº 10.257/2001, Estatuto da Cidade, conforme preconizado no seu Art.
1º. Em seu parágrafo único, determina que o PDDU deve considerar o disposto nos planos e leis
nacionais e estaduais relacionadas com as Políticas de Desenvolvimento Urbano, de Mobilidade,
de Habitação e de Saneamento e com os planos e Políticas de Meio Ambiente.

O PDDU do Município do Salvador, abrange a totalidade do seu território, constituído por uma parte
continental e outra insular, compreendida pelas ilhas de Maré, dos Frades, do Bom Jesus dos
Passos, de Santo Antônio e as ilhotas, conforme definido em seu Art. 3º.

No Art. 4º fica definido que o PDDU é o instrumento básico da Política de Desenvolvimento Urbano
do Município de Salvador, determinante para todos os agentes públicos e privados que atuam no
território municipal. Conforme Art. 5º, o PDDU é parte integrante do processo de planejamento
municipal, devendo os seus objetivos, diretrizes, ações estratégicas e prioridades serem
observados e respeitados na:

I - elaboração do Plano Plurianual, na formulação da Lei de Diretrizes Orçamentárias


e na elaboração dos Orçamentos Anuais;
II - elaboração da Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (LOUOS);
III - elaboração de Planos de Bairros e de Planos Setoriais;
IV - elaboração de planos, de projetos integrantes de políticas de natureza
urbanística e ambiental e nas demais normas complementares.

No Título II, que trata da Política Urbana do Município, é no Art. 10, que são apresentados os
princípios da Política. Ao todo são seis princípios, apresentados a seguir.

Art. 10. Os princípios que regem a Política Urbana do Município de Salvador são:
I - a função social da cidade;
II - a função social da propriedade urbana;
III - o direito à cidade sustentável;
IV - a equidade e inclusão racial, social e territorial;
V - o direito à informação;
VI - a gestão democrática da cidade.
§1º A função social da cidade no Município de Salvador corresponde ao direito
à cidade para todos, compreendendo o direito à terra urbanizada, à moradia, ao
saneamento básico, à segurança, à infraestrutura, aos serviços públicos, à
mobilidade urbana, ao acesso universal a espaços e equipamentos públicos e
de uso público, à educação, à saúde, ao trabalho, à cultura, ao lazer e à
produção econômica. (...)

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§3º A cidade sustentável corresponde ao desenvolvimento socialmente justo,
ambientalmente equilibrado e economicamente viável, visando garantir
qualidade de vida para as gerações presentes e futuras. (...)

Esse conjunto de princípios, entre eles, a função social da cidade e o direito à cidade sustentável,
nos traz a oportunidade de refletir sobre a importância dos serviços públicos de saneamento básico,
que mediam essa relação entre a natureza - a água, o solo, a bacia hidrográfica, as matas ciliares-
, o meio natural, e as infraestruturas urbanas, o meio urbanizado, as habitações e suas redes de
água potável, esgoto e drenagem, os equipamentos de resíduos, e seus fluxos dentro do
metabolismo urbano. Essa mediação entre o meio natural e o meio urbano que o saneamento
básico tem como função é estruturante para que o desenvolvimento territorial ocorra integrando os
diferentes direitos socioambientais necessários à dignidade humana, à qualidade de vida e à
garantia das futuras gerações a territórios saudáveis.

É no Título VII, que trata da Infraestrutura, Equipamentos e Serviços Urbanos Básicos, onde são
apresentados os princípios da Política de Infraestrutura e Serviços Urbanos Básicos, que está
situado o conteúdo mais importante no que se refere os serviços públicos de saneamento básico,
que compõem os serviços urbanos básicos.

O Art. 87 define que as políticas públicas no âmbito do Município, especialmente as relacionadas


aos serviços urbanos básicos, devem se orientar pelos princípios da inclusão e da equidade social,
promovendo a inserção plena dos cidadãos nos circuitos produtivos e de consumo coletivo.

No Art. 88 são apresentados os objetivos da Política de Infraestrutura e Serviços Urbanos Básicos,


entre ele:

I - garantir o atendimento pelas redes de infraestrutura e serviços urbanos, em


especial os serviços públicos de saneamento básico, a todas as áreas do
Município, universalizando o acesso e assegurando a qualidade na prestação
dos serviços;
II - ampliar o atendimento e a qualidade dos serviços públicos de saúde e educação,
bem como o acesso ao lazer, recreação e esportes, focalizando, particularmente, os
segmentos sociais menos favorecidos;
III - articular as políticas públicas municipais de assistência social, no sentido de
promover a inclusão da população de baixa renda, prevenindo situações de risco
social;
IV - garantir o acesso, o ingresso e a permanência da pessoa com deficiência ou
mobilidade reduzida em todos os serviços públicos oferecidos à comunidade;
V - apoiar o combate à criminalidade, mediante articulações com as diversas
instâncias governamentais, para implementação de políticas de segurança pública e
de inserção social, garantindo a integridade do cidadão, dos grupos sociais e do
patrimônio, por meio de ações preventivas, educativas e de fiscalização, no âmbito
da competência municipal;
VI - elevar os padrões de atendimento do Município na prestação de serviços
públicos, marcadamente municipais, como a limpeza urbana e o manejo de
resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais, defesa civil, iluminação
pública, abastecimento alimentar, cemitérios e serviços funerários;
VII - fortalecer a posição do Município enquanto titular dos serviços públicos de
saneamento básico;

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VIII - promover articulações com os órgãos governamentais e as empresas
responsáveis pela prestação dos serviços de fornecimento de gás, energia,
telecomunicações, redes de dados e fibra ótica, visando à modelagem de negócio e
expansão da rede compartilhada por meio de valas técnicas, para implantação de
dutos e cabos subterrâneos.
No conjunto de incisos do Art. 87, fica reforçada a orientação da política municipal de Infraestrutura
e Serviços Urbanos Básicos no sentido da universalização do acesso dos serviços de saneamento
básico, da melhoria da qualidade da prestação de serviços marcadamente municipais, como a
limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais e drenagem urbana,
e do fortalecimento da titularidade municipal dos serviços de saneamento básico nas relações
interfederativas, como visto no Inciso VII.

É no CAPÍTULO II, que trata do Saneamento, onde são apresentados artigos que já apontam os
caminhos para a política pública de saneamento básico em esfera municipal.

É no Art. 89 que são apresentados os princípios contemplados na Política Municipal de Saneamento


Básico, sendo eles: universalidade, equidade, integralidade, intersetorialidade, qualidade do
serviço, sustentabilidade, transparência das ações, utilização de tecnologias apropriadas, adoção
de medidas de fomento à moderação do consumo de água e gestão pública, assegurando a
participação e o controle social na sua formulação, implementação, acompanhamento e avaliação.
No seu parágrafo único é definido o entendimento do saneamento básico, conforme pode ser visto
abaixo.

Parágrafo único. O Saneamento Básico compreende o conjunto de serviços,


infraestruturas e instalações operacionais de: abastecimento de água potável,
esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos, conforme estabelecido pela Lei Federal nº
11.445/07.

É determinado pelo Art. 90, que para implementação e monitoração da Política Municipal de
Saneamento Básico, será criado o Sistema Municipal de Saneamento Básico, integrado ao Sistema
Municipal de Planejamento e Gestão, compreendendo, no mínimo, a seguinte estrutura:

I - órgão municipal de planejamento e gestão da infraestrutura urbana e saneamento


básico;
II - órgão regulador e fiscalizador do funcionamento técnico, socioambiental,
financeiro e institucional das empresas delegatárias ou concessionárias de serviços
públicos de saneamento básico;
III - Câmara Técnica de Saneamento Básico, integrante do Conselho Municipal de
Salvador;
IV. Fundo Municipal de Saneamento Básico (FMSB).
A implementação do Sistema Municipal de Saneamento Básico previsto no Art. 90, deve ser uma
das ações a serem propostas no âmbito do Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de
Salvador, de maneira viabilizar a integração entre as políticas públicas e seus instrumentos.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
99
Um conjunto de objetivos e diretrizes para a Política Municipal de Saneamento Básico são definidos
no Art. 91, como poder ser visto a seguir.

Art. 91. São objetivos e diretrizes gerais da Política Municipal de Saneamento Básico:
I - criação e regulamentação do Sistema Municipal de Saneamento Básico;
II - estruturação de órgão regulador e fiscalizador do funcionamento técnico,
socioambiental, financeiro e institucional das empresas delegatárias ou
concessionárias de serviços públicos de saneamento básico, com competência para
estabelecer normas e especificações de desempenho;
III - regulamentação do FMSB para financiamento de ações da Política Municipal de
Saneamento Básico;
IV - instalação da Câmara Técnica de Saneamento Básico no Conselho Municipal de
Salvador;
V - elaboração, implementação, monitoração, avaliação e revisão do Plano Municipal
de Saneamento Básico, como instrumento fundamental da Política Municipal de
Saneamento Básico;
VI - organização e implementação de sistema de informações geográficas (SIG) sobre
Saneamento Básico, integrado ao Sistema Nacional de Informações em Saneamento
Básico (SINISA) e ao SIM-Salvador;
VII - publicização das informações espacializadas por meio de mapas temáticos
relativos à Infraestrutura e Saneamento Básico, integrados ao Sistema Cadastral do
Município (SICAD);
VIII - criação e implementação de programas permanentes de formação e
capacitação de recursos humanos em Saneamento Básico e Educação Ambiental e
programas de mobilização social para a área de saneamento básico.

No conjunto de incisos do Art. 91 são definidos todos os passos necessários para a estruturação
das funções de gestão do saneamento básico em âmbito municipal, como a criação e
regulamentação do Sistema Municipal de Saneamento Básico, a estruturação de órgão regulador e
fiscalizador, a regulamentação do FMSB para financiamento de ações da Política, a instalação da
Câmara Técnica de Saneamento Básico no Conselho Municipal de Salvador, a elaboração,
implementação, monitoração, avaliação e revisão do Plano Municipal de Saneamento, entre outros.
Com esses órgãos, instâncias e instrumentos o município estará apto a desenvolver os objetivos
da política de saneamento básico.

Na seção II, do Abastecimento de Água, é apresentado o entendimento sobre a titularidade dos


serviços e as diretrizes para a sua prestação, conforme artigos apresentados a seguir:

Art. 92. O Município é o titular e o gestor da política de abastecimento de água,


devendo garantir a qualidade, a regularidade, continuidade, eficiência, segurança e
modicidade de preços na prestação de serviço, de acordo com as necessidades dos
usuários.
Art. 93. As diretrizes para a prestação do serviço público de abastecimento de água
são:
I - fornecimento de informações e bases cadastrais atualizadas sobre os serviços,
equipamentos e infraestrutura;
II - garantia de atendimento efetivo do sistema de abastecimento de água a todos os
estratos sociais da população, com metas de universalização e serviço de qualidade;
III - estímulo ao desenvolvimento e aperfeiçoamento e métodos economizadores de
água;
IV - incentivo à adoção de equipamentos hidrossanitários que contribuam para a
redução do consumo de água;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
100
V - promoção da educação ambiental voltada para a economia de água pelos
usuários;
VI - definição de mecanismos de monitoração e avaliação sistemática da qualidade
do serviço público de abastecimento de água pelo Executivo Municipal;
VII - controle de perdas de água e medidas de racionalização e eficiência energética
no sistema de abastecimento de água, com estabelecimento de metas;
VIII - divulgação periódica, pela empresa delegatária ou concessionária, dos dados e
indicadores referentes ao sistema de abastecimento de água no Município,
democratizando o acesso à informação e possibilitando o controle social sobre a
qualidade do serviço prestado;
IX - desenvolvimento de modelos e regras operativas das estruturas hidráulicas,
considerando o uso múltiplo das águas no Município.
Na Seção III, do Esgotamento Sanitário, é apresentado o entendimento sobre a titularidade dos
serviços e as diretrizes para a sua prestação, como pode ser visto a seguir:

Art. 94. O Município é o titular e o gestor da Política de Esgotamento Sanitário,


devendo garantir a qualidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade e a
modicidade de preços na prestação do serviço, de acordo com as necessidades dos
usuários.
Art. 95. As diretrizes para a prestação do serviço público de esgotamento sanitário
são:
I - fornecimento de informações e bases cadastrais atualizadas sobre os serviços,
equipamentos e infraestrutura;
II - garantia de atendimento a todos os estratos sociais, com metas de universalização
do sistema de esgotamento sanitário e serviço de qualidade, ou com outras soluções
apropriadas à realidade socioambiental;
III - estabelecimento de prioridade para implantação de rede coletora e ligações
domiciliares, segundo bacias coletoras, de acordo com os níveis de demanda
reprimida e necessidades mais acentuadas;
IV - estabelecimento, como fator de prioridade: a) da implantação e operação de
sistemas de esgotamento sanitário ou outras soluções tecnicamente apropriadas, que
contribuam para a melhoria da salubridade ambiental; b) da implantação e operação
de sistemas de esgotamento sanitário ou outras soluções tecnicamente apropriadas
nas áreas de proteção de mananciais, em particular aquelas situadas no entorno dos
reservatórios utilizados para o abastecimento público; c) do controle e monitoramento
das margens de corpos d’água, para coibir o lançamento de esgotos;
V - incentivo à adoção de equipamentos hidrossanitários que contribuam para a
redução do consumo de água;
VI - adoção de medidas de racionalização e eficiência energética de esgotamento
sanitário, com estabelecimento de metas;
VII - implantação de programas de despoluição dos corpos d’água e das praias do
Município e eliminação gradual das captações em tempo seco;
VIII - desenvolvimento de programa de educação ambiental em parceria com a
empresa delegatária ou concessionária, voltado: a) para a população em geral,
visando minimizar a geração de efluentes líquidos e promover o reuso da água,
otimizando o uso da água tratada para consumo humano; b) para as comunidades de
áreas cujo tratamento de esgoto é realizado, principalmente, por meio de lagoas de
estabilização, de modo a evitar conflitos ambientais, riscos à segurança e saúde
humanas, resultantes da utilização inadequada dos corpos d’água, e a consequente
rejeição do sistema pela população beneficiária.
Na Seção IV, da Drenagem e do Manejo de Águas Pluviais Urbanas, é apresentado os princípios
que orienta os serviços, e as diretrizes para a prestação e os objetivos que norteiam os sistemas
de drenagem, conforme artigos apresentados a seguir:

Art. 96. A drenagem e o manejo de águas pluviais urbanas orientam se segundo:

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
101
I - a compatibilidade com o processo de assentamento e expansão do tecido urbano;
II - a sustentabilidade e a adoção prioritária de medidas estruturantes, considerando
as especificidades morfológicas, pluviométricas, ambientais, socioculturais e
econômicas;
III - o maior equilíbrio entre absorção, retenção e escoamento de águas pluviais,
objetivando o controle da ocupação do solo e do processo de impermeabilização do
solo;
IV - a preservação das áreas livres, definindo índices de permeabilidade para as
zonas e normas para o emprego de materiais que permitam a permeabilidade e
implantação de dispositivos de retenção e reuso de águas pluviais nos
empreendimentos;
V - a manutenção e monitoração preventiva e periódica, seguindo as orientações do
Plano Preventivo de Defesa Civil e do Plano Municipal de Saneamento Básico.
Art. 97. As diretrizes para a drenagem e o manejo de águas pluviais urbanas são:
I - implantação de medidas estruturantes de prevenção de inundações, especialmente
dispositivos legais e instrumento para monitoramento e fiscalização, para controle de
erosões, de transporte e deposição de resíduos de construção e demolição e resíduos
sólidos domiciliares e públicos, combate ao desmatamento e à formação de novos
assentamentos precários;
II - controle da ocupação das encostas, dos fundos de vale, talvegues, várzeas e
áreas de preservação permanente ao longo dos cursos e espelhos d’á gua,
preservando a vegetação existente e visando à sua recuperação;
III - análise de alternativas e medidas integradas, estruturais e estruturantes de
natureza preventiva e institucional, criando parques lineares, a recuperação de
várzeas, matas ciliares, implantação de valas de infiltração gramadas, reservatórios
de contenção de cheias, que poderão estar articuladas a áreas de lazer e quadras
esportivas, e em áreas mais ocupadas, inclusive o jardim de chuva;
IV - ampliação da geração de dados e conhecimento dos processos hidrológicos nas
bacias hidrográficas e de drenagem natural do Município e sua região, do impacto da
urbanização nesses processos e das consequências das inundações;
V - elaboração de cadastro físico das redes de macro e microdrenagem de águas
pluviais do Município; VI - fiscalização do uso do solo nas faixas sanitárias, várzeas,
fundos de vale e nas áreas de encostas;
VII - definição de mecanismos de fomento para usos do solo compatíveis com áreas
de interesse para drenagem, tais como parques lineares, área de recreação e lazer,
hortas comunitárias e manutenção da vegetação nativa;
VIII - desenvolvimento de projetos de drenagem de águas pluviais urbanas que
considerem, entre outros aspectos, a sustentabilidade, a mobilidade de pedestres e
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, a paisagem urbana e o uso para
atividades de lazer.
Art. 98. São objetivos prioritários para o Sistema de Drenagem e o Manejo de Águas
Pluviais Urbanas:
I - elaborar e manter atualizado o cadastro físico das redes de infraestrutura, em
especial, das redes de macro e microdrenagem de águas pluviais do Município;
II - elaborar Modelagem Hidrológica e Cartas Geotécnicas;
III - elaborar, implementar, monitorar e avaliar o Plano Municipal de Drenagem e
Manejo de Águas Pluviais Urbanas;
IV - elaborar Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais, em conformidade
com a legislação superveniente;
V - desassorear, limpar e manter os cursos d’água, canais e galerias do sistema de
drenagem;
VI - promover campanhas de esclarecimento público e a participação das
comunidades no planejamento, implantação e operação das ações de manejo das
águas pluviais e drenagem;
VII - incrementar política de captação de águas pluviais e de reutilização de águas
servidas para controle dos lançamentos, de modo a reduzir a sobrecarga no sistema
de drenagem urbana;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
102
VIII - fomentar pesquisa e desenvolvimento nos programas de pavimentação de vias
locais e passeios de pedestres, para adoção de tecnologias eficientes de pisos
drenantes.
Na Seção V, da Limpeza Urbana e do Manejo de Resíduos Sólidos, são apresentados os
instrumentos que orientam os serviços, as prioridades da gestão e as diretrizes para a limpeza
urbana e manejo de resíduos, conforme artigos apresentados a seguir:

Art. 99. A limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos no Município de Salvador


orientam-se segundo: I - as diretrizes específicas do Plano Municipal de Saneamento
Básico, elaborado pela Administração Municipal; II - O Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), editado pelo Município; III - o estabelecido
pelas diretrizes nacionais de saneamento básico e políticas nacional e estadual de
resíduos sólidos.
Art. 100. A gestão da limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos no Município
serão pautados nas seguintes prioridades, hierarquizados nesta ordem:
I - não geração de resíduos e sua minimização;
II - reutilização e reciclagem de resíduos;
III - tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.
Art. 101. As diretrizes para a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos são:
I - consolidação da gestão diferenciada dos resíduos;
II - implementação de programas e ações de separação na origem, visando à coleta
seletiva e logística reversa, reutilização e reciclagem de resíduos;
III - implantação de soluções ambientalmente adequadas de manejo e tratamento de
resíduos e de disposição final de rejeitos;
IV - planejamento, implementação, monitoração e avaliação da coleta, do transporte
e tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos na
perspectiva da sustentabilidade;
V - incentivo e apoio à formação de cooperativas para atuar, de forma complementar
e integrada, nas diferentes etapas da limpeza urbana;
VI - universalização da coleta convencional, utilizando medidas, procedimentos e
tecnologias socialmente apropriadas para as áreas de difícil acesso e a ampliação de
coleta conteinerizada, onde apropriada;
VII - formulação de legislação específica sobre manejo, tratamento de resíduos
sólidos, disposição final ambientalmente adequada de rejeitos de âmbito municipal,
pesquisa e aplicação de tecnologias alternativas, para redução do volume de resíduos
existentes;
VIII - aperfeiçoamento e implementação de instrumentos legais referentes aos
procedimentos de contratação, acompanhamento, fiscalização e controle das
empresas prestadoras de serviços;
IX - implementação de ações de educação ambiental, da divulgação e sensibilização
dos cidadãos quanto às práticas adequadas de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos, contribuindo para a prestação do serviço e para a gestão dos resíduos sólidos
no Município;
X - fomento à elaboração de estudos e pesquisas, com vistas ao contínuo
aprimoramento da gestão da limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, com
ênfase na minimização, não geração de resíduos e redução do volume de resíduo
existente;
XI - regulação e fiscalização, pelo Município, de todos os serviços de limpeza urbana
e manejo de resíduos sólidos, como coleta, reciclagem, transporte, transbordo,
tratamento de resíduos e disposição final de rejeitos;
XII - monitoração permanente dos níveis de radioatividade nos veículos que chegam
ao aterro sanitário;
XIII - fomento à pesquisa e utilização de ferramentas inovadoras para minimizar o
impacto ambiental decorrente dos resíduos sólidos.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
103
Ao observar todos os artigos que formam o capítulo do saneamento básico, fica evidente a
estruturação dada à política municipal de saneamento básico de Salvador pelo PDDU 2016.
Portanto, até a promulgação de uma política específica para esses serviços, o PDDU 2016, é a
referência em ambiento municipal para os serviços de saneamento básico.

O PDDU 2016 trata em capítulos específicos das múltiplas áreas que compõem o direito à cidade
sustentável, no Capítulo III, trata da Saúde, que define em seu Art. 102, que a saúde é um direito
social e universal, derivado do exercício pleno da cidadania, de relevância pública, organizada
institucionalmente em um sistema universal e público de saúde, cujas ações visam à promoção da
saúde, à prevenção de riscos, ao controle e/ou eliminação de doenças e agravos à saúde e à
integralidade da atenção, assegurando condições para a sustentação da vida humana e bem-estar
da população.

No parágrafo único do Art.102, fica definido que a delimitação especial dos Distritos Sanitários de
Salvador deve coincidir, tanto quanto possível, com os limites das bacias e sub-bacias hidrográficas.
Essa preocupação colabora no pensar ecossistêmico do território sendo possível cruzar
informações e dados a partir desse recorte territorial. E no Art. 103 que as diretrizes são
apresentadas, sendo os Incisos I e XVI, os que destacam a sua intima relação com o saneamento
básico e o meio ambiente, como pode ser visto a seguir:

I - elaboração e implementação do Plano Municipal de Saúde, em consonância com


os princípios e diretrizes do SUS e em articulação com os planos municipais de
saneamento básico, habitação, meio ambiente e educação, dentre outros; (...)
XVI - integração, a nível executivo, das ações e serviços de saúde, saneamento
básico e meio ambiente na perspectiva da promoção da Saúde; (...)

No Título VIII, que trata do Ordenamento Territorial, traz algumas contribuições para se pensar o
saneamento básico. No Capítulo I, dos Elementos Estruturadores do Território, o Art. 125, define
que o modelo espacial do plano se estrutura segundo conjunto de elementos estruturadores e de
elementos integradores, apresentados nos Art. 126 e .Art. 127, apresentados a seguir;

Art. 126. Os Elementos Estruturadores são os eixos que constituem o espaço urbano
referencial de Salvador, compreendendo elementos referenciais do sítio natural e do
tecido urbano, com características diferenciadas, que permitem alcançar melhor
coesão e fluidez entre suas partes, bem como maior equilíbrio entre as áreas
construídas e os espaços abertos, compreendendo:
I - Rede Hídrica Estrutural; (...)
§1º Rede Hídrica Estrutural é constituída pelos cursos d´água e fundos de vale, eixos
ao longo dos quais serão propostas intervenções urbanas para recuperação
urbanística e ambiental, envolvendo intervenções em drenagem, recomposição de
vegetação, saneamento básico e urbanização de assentamentos precários, além de
áreas para o convívio da população moradora nas suas imediações. (...)
Art. 127. Os Elementos Integradores constituem o tecido urbano que se conecta aos
eixos estruturadores, abrigando as diferentes funções urbanas, compreendendo:
I - habitação;
II - equipamentos sociais;(...)
§1º Habitação é o principal elemento integrador como fixador da população e
articulador das relações sociais no território.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
104
§2º Equipamentos Sociais são formados pelo conjunto de instalações destinadas a
assegurar o bem-estar da população, mediante a prestação de serviços públicos de
saúde, educação, cultura, lazer, abastecimento, segurança, transporte e
comunicação, dentre outros.(...)

Outro aspecto importante para ser observado é o conteúdo trazido no Título IX, que trata do
Desenvolvimento Político-Institucional, e aponta, no Art. 346, que para o desenvolvimento político-
institucional do Município, o Poder Executivo aperfeiçoará e consolidará o processo de
planejamento e de gestão municipal, mediante o Sistema Municipal de Planejamento e de Gestão
(SMPG).

Em seu Capítulo VI, da Modernização Administrativa e Inovação da Gestão, determina que deverá
ser introduzida uma nova cultura nas práticas administrativas e novos formatos organizacionais da
Administração. Esse conjunto de artigos oferece respaldo para avanços em arranjos institucionais
mais integrados e complexos, como necessita a gestão do saneamento básico. Entre os oito incisos
trazidos no Art. 378, vale destacar o inciso III e IV, que destacam a necessidade da visão
interdisciplinar e interinstitucional dos problemas urbanos e a operação por programas, capaz de
articular agentes públicos e privados superando a visão fragmentada na apreensão da realidade e
na formulação das políticas públicas. Além de destacar a importância da visão holística na gestão
dos problemas urbanos, esse artigo, traz outros princípios, como poder se observar seguir:

Art. 378. O Município introduzirá uma nova cultura nas práticas administrativas e
novos formatos organizacionais da Administração, baseados em:
I - foco no cidadão;
II - estabelecimento de indicadores correlacionados a metas, possibilitando o seu
acompanhamento e controle;
III - visão interdisciplinar e interinstitucional dos problemas urbanos, de sua
inserção regional e na busca de soluções;
IV - operação por programas, capaz de articular agentes públicos e privados
superando a visão fragmentada na apreensão da realidade e na formulação das
políticas públicas;
V - adoção de instrumentos de inovação na gestão;
VI - visão sistêmica e concepção da estrutura organizacional como um instrumento
flexível, para a implementação do plano de governo, cujas diretrizes e ações devem
estar pautadas nas diretrizes estabelecidas pelo PDDU;
VII - substituição dos princípios da hierarquização, pela gestão compartilhada,
pela intersetorialidade, intercomplementaridade e gestão por resultados;
VIII - informatização dos atos administrativos do Poder Público Municipal, tais como:
a) fluxo de processos, comunicações internas e externas e demais tipos de
documentos, entre os órgãos da Prefeitura; b) implementação da assinatura digital
dos agentes e autoridades municipais; c) disponibilização on-line dos documentos
produzidos pelos órgãos da Administração Municipal, ressalvadas as hipóteses de
impossibilidade ou sigilo previstas em lei.

O PDDU 2016, ao longo dos seus Títulos, Capítulos e Seções, reforça em diferentes artigos e
incisos, como a oferta de serviços públicos de saneamento básico de maneira universal, em
quantidade e qualidade satisfatórias é condição básica para sua efetivação conforme previsto em
seus fundamentos, princípios, objetivos e diretrizes, que têm na qualidade de vida, na dignidade
humana e no direito ao meio ambiente equilibrado seus maiores motivadores na implementação da

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
105
política de desenvolvimento urbano. Nesse sentido, são apresentados dispositivos que tratam da
multiplicidade de políticas públicas que acontecem juntas na produção do espaço urbano, são
apresentados os pressupostos que devem orientar os arranjos institucionais e lembrado ao longo
de muitos itens que devemos combater e mitigar as mudanças climáticas e globais em todas as
ações que envolvem as atividades do poder público e dos diferentes sujeitos sociais que tem no
município de Salvador seu lar, sua vida, sua história.

3.3.5. CÓDIGO DE OBRAS E SERVIÇOS

A Lei nº 9.281, de 03 de Outubro de 2017, que Institui normas relativas à execução de obras e
serviços do Município do Salvador, e dá outras providências, define em seu Art. 1º que a execução
de toda e qualquer obra e serviço no Município de Salvador, ocorrerá em consonância com o Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador-PDDU e com a Legislação de
Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo-LOUOS, com base nos seguintes princípios gerais,
com destaque aos incisos VII, VIII e XI, que trazem os elementos de gestão e o avanço dos arranjos
tecnológicos com foco na resiliência climática, que podem ser direcionados pelo saneamento
básico:
I - priorizar o interesse coletivo sobre o individual;
II - priorizar o caráter urbanístico das solicitações realizadas;
III - privilegiar o indivíduo, a quem se destina a edificação, assegurando o seu uso de
forma acessível e condizente com a dignidade humana;
IV - a presunção da propriedade ou a autorização do proprietário por parte dos
solicitantes de licença;
V - a corresponsabilidade dos profissionais legalmente habilitados e responsáveis
legais pelo imóvel no que tange à segurança executiva do projeto e ao
enquadramento urbanístico conforme as leis vigentes no Município;
VI - observar as peculiaridades do sítio urbano, visando à preservação dos
aspectos ambientais, geotécnicos e da imagem urbana;
VII - incentivar medidas voltadas à sustentabilidade ambiental e climática e
assegurar as condições de higiene, conforto ambiental e segurança;
VIII - compatibilizar as disposições desta Lei, com a legislação federal e
estadual, Normas Técnicas Brasileiras e especificações das concessionárias de
serviços públicos;
IX - incorporar as novas conquistas tecnológicas e avanços sociais, visando a
constante atualização da Lei.
Nos Art. 28, 35 e 36 são apresentados regras e parâmetros para o manejo de resíduos sólidos, no
que tange à função do órgão responsável de prestar orientação técnica na construção de abrigos,
na proibição de lançamento de resíduos da construção civil em vias públicas e nas normas para
uso de equipamentos de acúmulo por geradores privados em áreas de uso comum do município. A
seguir é possível conhecer o conteúdo de cada um:

Art. 28 O abrigo ou compartimento de resíduos sólidos urbanos deverá obedecer às


orientações técnicas do órgão responsável pela coleta de resíduos do Município.
Art. 35 É proibida a permanência de qualquer tipo de material de construção ou
resíduos de obra em vias ou logradouros públicos, sob pena de multas, além da
remoção pelo Município, que deverá cobrar do responsável as despesas relativas.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
106
§ 1º Os materiais de construção recolhidos pelo Município em via pública deverão ser
retirados pelo proprietário no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
§ 2º Caso o material não seja retirado no prazo previsto no § 1º, sua destinação será
definida em ato do executivo.
Art. 36 As pessoas físicas ou jurídicas que necessitarem colocar caçambas
estacionárias ou containers para recolhimento de resíduo de obra em via pública
poderão fazê-lo, desde que devidamente licenciadas pelo Município, e observadas as
normas de trânsito.
Em relação às instalações hidrossanitárias que envolvem os serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, é determinado pelo Art. 31:

Art. 31 As instalações hidrossanitárias de edifícios deverão obedecer às Normas


Técnicas Brasileiras e às exigências da concessionária de serviço público local.
§ 1º Os sanitários que não possuírem ventilação natural deverão utilizar processos
mecânicos que garantam a renovação do ar.
§ 2º É proibida a ligação direta do esgoto primário e/ou secundário com a rede
pública de águas pluviais.

Outro tema abordado é o impacto de instalação de canteiros de obras nas infraestruturas urbanas,
as quais as de saneamento básico fazem parte. Nesse sentido é definido no Art. 38

Art. 38 Nenhum elemento do canteiro de obras poderá prejudicar a arborização da


rua, a iluminação pública ou a visibilidade de placas, avisos e sinais de trânsito e
demais instalações de interesse público, sendo ainda obrigatória, ao final da obra, a
imediata recomposição dos danos causados ao logradouro público.

O cuidado dos lotes urbanos pelos seus proprietários é definido pelo Art. 44, um dos aspectos
considerados tem relação com a drenagem, o cuidado e preservação de nascentes, cursos d’água
nesses lotes, como pode ser observado no conteúdo do Art. 44.

Art. 44 O lote, o conjunto de lotes ou o terreno lindeiro a logradouro público dotado


de meio-fio será mantido fechado, limpo, drenado e roçado.
§ 1º Entende-se por drenado, o lote, o conjunto de lotes ou o terreno em condições
de escoamento de águas pluviais, preservadas as eventuais nascentes e cursos
d`água existentes e suas condições naturais de escoamento.
§ 2º O fechamento deverá ser capaz de impedir o carreamento de material dos lotes
para logradouro público, sendo vedada a utilização de formas de fechamento que
causem danos ou incômodos aos transeuntes (...).

Para conseguir a autorização de entrada nos imóveis pela entidade fiscalizadora, conhecido como
Habite-se, um dos pontos para fiscalização envolve a previsão de soluções para o esgoto sanitário
e a drenagem. Como pode ser visto no Art. 54

Art. 54 A conclusão de obra licenciadas nos Grupos II, III e IV será comunicada ao
Município pelo requerente ou representante legal, para fins de vistoria e concessão
do Habite-se e/ou do Termo de Conclusão de Obras, quando serão avaliados:
I - o cumprimento integral do projeto ou peças gráficas aprovadas;
II - a pavimentação de todo o passeio, inclusive o meio-fio, adjacente ao terreno
edificado;
III - a ligação do sistema de esgoto sanitário à rede do logradouro ou, na falta
desta, à adequada à fossa séptica, filtro e sumidouro;
IV - o correto escoamento das águas pluviais do terreno edificado.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Parágrafo único. A conclusão de obras licenciadas sem a devida comunicação ao
órgão licenciador implicará adoção das penalidades previstas nesta Lei.

É vedado também durante a execução de obras o lançamento de águas servidas em via públicas,
bem como danificar as suas redes subterrâneas, como apresentado no Art. 60.

Art. 60 Durante a execução das obras, o proprietário e o responsável técnico deverão


preservar a segurança e a integridade dos operários, das propriedades vizinhas e do
público, através das seguintes providências:
I - manter os trechos de logradouros adjacentes à obra, permanentemente
desobstruídos e limpos;
II - não descarregar ou vazar águas servidas nas ruas e logradouros públicos;
III - não danificar pavimentação e/ou passeios, e/ou redes subterrâneas em
logradouros públicos; (...)

Caso haja o descumprimento das normas previstas na lei, é definido no Art. 61 os desdobramentos
possíveis, sendo eles

Art. 61 Os infratores das disposições contidas nesta Lei e das normas dela
decorrentes - sejam eles o requerente, proprietário ou o responsável técnico pelo
projeto e/ou pela obra - serão notificados para sanear a irregularidade, sem prejuízo
da aplicação das seguintes penalidades:
I - multa, a ser aplicada proporcionalmente à natureza e gravidade da infração
cometida, conforme valores constantes do Anexo III desta Lei, após julgado
procedente o auto de infração, cuja quitação não exime o saneamento da
irregularidade;
II - embargo, a ser aplicado quando constatada irregularidade pela fiscalização,
precedido do auto de infração;
III - interdição, aplicada, sempre que se verificar prosseguimento de obra embargada
ou execução de obra ou edificação, habitada ou não, que ponha em risco a sua
estabilidade ou exponha a perigo os moradores, a vizinhança, os operários e
terceiros, ficando proibido, a qualquer título, o ingresso de pessoas na obra ou
edificação, exceto aquelas credenciadas por autoridade competente; (...)

O Código de Obras e Serviços de Salvador é importante na garantia do uso de soluções adequadas


para as componentes de saneamento básico, na preservação das características naturais de
escoamento dos lotes e suas matas ciliares, na previsão de proteção das infraestruturas urbanas e
na definição de sanções para os que causarem prejuízos por não observarem e cumprirem as
normas.

3.3.6. PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SALVADOR

O Plano Municipal de Educação foi sancionado pela Lei nº 9105/2016, que em seu Art. 1º, define
que fica aprovado o Plano Municipal de Educação (PME) de Salvador, com vigência por dez anos,
a contar da publicação desta Lei, em consonância com o disposto no art. 8º da Lei nº 13.005, de 25
de junho de 2014, que aprovou o Plano Nacional de Educação - PNE. Como a lei foi publicada em
2016 o PME tem vigência até o ano de 2026, que se alinha ao horizonte de curto prazo do PMBSI
de Salvador.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
108
Em seu Art. 2º, são apresentadas as diretrizes do PME, sendo elas:

I - erradicação do analfabetismo;
II - melhoria da qualidade da educação em todos os seus níveis de atuação;
III - aprimoramento do regime de colaboração entre os entes que compõem o Sistema
Municipal de Ensino de Salvador;
IV - compartilhamento de responsabilidades, a partir das funções e
especificidades de cada um em relação às metas e estratégias deste Plano;
V - valorização dos (as) profissionais da educação;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
VII - garantia de padrões mínimos para construção de unidades educacionais
voltadas à Educação Infantil e Ensino Fundamental, especialmente para a rede
municipal de ensino;
VIII - articulação entre saúde e educação como garantia do atendimento global
e desenvolvimento integral e integrado das crianças;
IX - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como
proporção do Produto Interno Bruto - PIB, de modo a assegurar atendimento às
necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e
à sustentabilidade socioambiental;
XI - superação das desigualdades educacionais com ênfase na promoção das
igualdades racial e regional.

Nos incisos IV, VIII e X, fica evidenciado que as questões relacionadas ao compartilhamento de
responsabilidades na realização das metas, à saúde, aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental envolvem as diretrizes necessárias para o cumprimento de suas
obrigações institucionais e das metas propostas no PME.

No Art. 3º, fica estabelecido que as metas previstas no Anexo Único desta Lei serão cumpridas no
prazo de vigência deste PME, desde que não haja prazo inferior definido para metas e estratégias
específicas.

Em seu Anexo Único, ficam apresentadas as metas que envolvem o PME, ao toda são 18 (dezoito)
Metas e 20 (vinte) Estratégias estabelecidas. É na Meta 7, que prevê “fomentar a qualidade da
Educação Básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da
aprendizagem, de modo a atingir os resultados de Ideb para o Município”, que a preocupação com
o acesso ao saneamento é trazida. Para tanto, na estratégia 7.13, fica definido:

7.13 assegurar a todas as escolas públicas de Educação Básica o acesso à energia


elétrica, ao saneamento básico e ao manejo dos resíduos sólidos;

Para o PME, para se garantir valores adequados na avaliação do Ideb no município é necessário
que as escolas garantam acesso ao saneamento básico, essa estratégia dialoga diretamente com
o entendimento que para o avanço na educação, a saúde e a higiene são condições fundamentais
para o avanço cognitivo dos educandos. O saneamento nas escolas também dialoga com as
questões de gênero, já que cada gênero terá suas demandas específicas, a exemplo das meninas
que, a partir da puberdade, necessitam de privacidade e condições específicas de higienização no
ambiente escolar para se cuidarem no período menstrual. Esses elementos demonstram que o

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
109
saneamento básico nas escolas está para além de um tema a ser abordado em educação
ambiental, mas sua presença de maneira adequada e considerando as peculiaridades de cada
instituição e seu coletivo, é fundamental para garantir a permanência dos estudantes com respeito
à dignidade humana, à saúde pública e a proteção ao meio ambiente.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
110
4. DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL DA GESTÃO DO SERVIÇO DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Segundo a Lei nº. 11.445, de 2007, a gestão dos serviços de saneamento básico no Brasil deve
envolver quatro funções fundamentais, a saber: a regulação, planejamento, a fiscalização e a
prestação dos serviços. Em cada uma das funções, fica assegurada a atuação do controle social,
como esquematizado no diagrama da Figura 7.

Figura 7 - Modelo de gestão dos serviços públicos de saneamento básico

Fonte: MORAES, 2015.

Para identificação dos responsáveis pela execução de cada função de gestão, realizou-se
levantamento prévio, por meio pesquisas em sites oficiais do poder público e entrevistas com
técnicos da prefeitura. Em seguida, analisou-se as informações com o objetivo de caracterizar como
as atividades relacionadas à gestão se desenvolvem no município.

As secretarias que se relacionam diretamente com os serviços de saneamento básico no município


são apresentadas no Quadro 3:

Quadro 3 - Órgãos que integram o quadro de gestão dos serviços de Saneamento Básico
da Prefeitura Municipal do Salvador
Órgão (Finalidade)
Função
Administração Direta Administração Indireta
ARSAL promover e zelar pela
Casa Civil: finalidade de assessorar o prefeito na
eficiência econômica e técnica dos
formulação do planejamento estratégico e
serviços públicos, propiciando aos
orçamentário da Administração Municipal, na
seus usuários as condições de
gestão e controle dos projetos estratégicos
Planejamento regularidade, continuidade e
intersetoriais, no acompanhamento de
e Regulação segurança. fazer cumprir a legislação
indicadores de desempenho, na avaliação de
e demais normas regulamentares,
resultado das ações empreendidas pelo Poder
incluindo os contratos de concessão,
Executivo Municipal e na captação de recursos
permissão e de outra natureza e seus
financeiros.
anexos, relacionados aos serviços

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
111
Órgão (Finalidade)
Função
Administração Direta Administração Indireta
públicos delegados pelo Poder
Público Municipal e exercer a
regulação, o controle e a fiscalização
dos serviços.
SEINFRA: finalidade de planejar e gerir a SUCOP: responsável pelas obras da
infraestrutura urbana e o saneamento ambiental, cidade, como aquelas de contenção
executar obras públicas e projetos habitacionais de encostas, pavimentação e
de interesse social, bem como de formular e requalificação asfáltica,
implementar políticas de redes de infraestrutura requalificação da orla, construção e
da cidade no que concerne ao regular reforma de prédios públicos, de
desempenho das competências do Município de unidades habitacionais, de pontes e
Salvador, viadutos, dentre outras.
SEMAN: finalidade realizar a manutenção,
recuperação, conservação dos bens, prédios,
DESAL Empresa de economia mista
equipamentos e espaços públicos, bem como
ligada regimentalmente a SEMAN,
Planejamento planejar, supervisionar, acompanhar e fiscalizar
responsável por elaborar estudos e
e prestação os projetos e obras de manutenção no plano de
projetos, produzir, montar,
dos serviços conservação e manutenção de vias públicas,
comercializar, manter e operar
além de gerenciar e operar os equipamentos de
equipamentos de engenharia urbana.
engenharia urbana nos espaços públicos da
Cidade do Salvador.
SEMOP: fazer cumprir a legislação e demais
normas regulamentares, incluindo os contratos
de concessão, permissão e de outra natureza e LIMPURB: tem finalidade a execução
seus anexos, relacionados aos serviços públicos de serviços públicos e de limpeza
delegados pelo Poder Público Municipal e urbana, tratamento e destinação final
exercer a regulação, o controle e a fiscalização dos resíduos sólidos.
dos serviços abrangidos acima, editando as
resoluções e proferindo as decisões pertinentes.
SEDUR: tem por finalidade supervisionar, FMLF por finalidade a função de
acompanhar, fiscalizar e planejar os planejamento urbano bem como,
cumprimentos das normas relativas ao elaborar e coordenar projetos
ordenamento de uso e ocupação do solo do urbanísticos, setoriais, de arquitetura,
Município de Salvador. especiais e complementares.
SECIS formular, coordenar, executar,
Urbano /
acompanhar e avaliar a política municipal do
Ambiental
desenvolvimento sustentável e de resiliência,
promover a inovação da Cidade, executar
-
estudos e planos para a promoção ambiental e
preservação dos recursos naturais, gerir o
Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural -
SAVAM e coordenar as ações de Defesa Civil.
Fonte: PMS, 2021.

Esse conjunto de órgãos que integram o quadro administrativo voltado para a gestão dos serviços
de Saneamento Básico da Prefeitura Municipal do Salvador, atuam nas diferentes funções de
gestão, e são fundamentais para o entendimento de como ao longo das décadas o município de
Salvador vem realizando, com todas as suas peculiaridades, a oferta desses serviços. Neles se
encontram a memória viva dos servidores públicos, que ao longo do tempo, mesmo com as
mudanças administrativas de cada gestão, seguem acumulando uma expertise técnica de grande
valor para subsidiar o processo de planejamento que se empreende nesse plano.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
112
Além dos órgãos de âmbito municipal, outras instituições se envolvem nas funções de gestão no
município, devido a sua abrangência e complexidade. No Quadro 4, apresenta-se um resumo da
organização voltada para a gestão dos serviços públicos de saneamento básico de Salvador, a
partir das definições e prerrogativas trazidas na Lei Nacional nº 11.445/2007. Nos itens adiante, se
discutirá a situação de cada elemento da organização da gestão.

Quadro 4 – Resumo sobre a gestão do saneamento básico em Salvador/BA


Organização dos Abastecimento Esgotamento Manejo de Águas Manejo de Resíduos
Serviços de Água Sanitário Pluviais Sólidos
Não existe lei
Não existe lei específica,
Política Municipal Não existe lei específica, mas o específica, mas o tema
mas o tema é abordado
na forma de lei tema é abordado no PDDU 2016 é abordado no PDDU
no PDDU 2016
2016
Plano para os
quatro Em elaboração Em elaboração Em elaboração
componentes
Plano aprovado em 2010, mas
Plano específico em reformulação em 2021 pelo Não existe Não existe
PMSBI
SEMAN realiza a
manutenção e solicita a
SEMOP é responsável
contratação de
Prestador Embasa a partir da atuação da
prestadores
LIMPUB
terceirizados, com auxílio
da SUCOP.
Contrato de Concessão assinado
Possui dois contratos Contratos de prestação
em 1929, considerado
(Lote 01 e Lote 02), para de serviços por
instrumento precário.
Contrato execução de serviços de licitação para a coleta,
Convênio de Cooperação entre
limpeza, dragagem e transporte e disposição
Entes Federados celebrado em
manutenção de canais final de RSU
22 de dezembro de 2009.,
Contrato de Concessão assinado
Vencimento do em 1929, com prazo Para os dois Lotes o vencimento é 17 de janeiro
Contrato indeterminado, considerado de 2021, com possibilidade de prorrogação
instrumento precário
Contrato de Concessão da
prestação por tempo Contrato de prestação de Contrato de prestação
Tipo de Contrato
indeterminado, que necessita de serviço por licitação de serviço por licitação
adequação.
Todo o município. Com a
Área de cobertura
limitação das áreas com Todo o território municipal
do contrato
irregularidades fundiárias
Metas de Em elaboração no Em elaboração no
Em elaboração no PMSBI
expansão PMSBI PMSBI
Responsável por
definir as metas SEINFRA e Embasa SEMAN Limpurb
de expansão
Não há cobrança Não há cobrança
Cobrança Tarifas aplicadas pela Embasa
específica específica
Forma de Conta mensal por medição de
Não se aplica Não se aplica
cobrança consumo
A fiscalização do A fiscalização do
Controle da
Agersa é a responsável pela Contrato é Contrato é
qualidade da
regulação e fiscalização responsabilidade da responsabilidade da
prestação
Diretoria de Manutenção Limpurb

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
113
Organização dos Abastecimento Esgotamento Manejo de Águas Manejo de Resíduos
Serviços de Água Sanitário Pluviais Sólidos
e Infraestrutura Urbana
(DMI) da SEMAN
Responsável
pelos parâmetros Agersa SEMAN Limpurb
de qualidade
Resoluções publicadas pela
Regulação
Agersa, devido a atuação da Não existe ARSAL
instituída
Embasa.
Fiscalização
Agersa Não existe ARSAL e Limpurb
instituída
Local de Canais de comunicação Canais de
Ouvidoria do Estado e Canais de
realização das da SEMAN e seus comunicação da
comunicação da Agersa
reclamações órgãos Limpurb.
Participação Atuação pouco Atuação pouco Atuação pouco Atuação pouco
social na gestão expressiva expressiva expressiva expressiva
Realização de
Conferência
Não Não Não Não
Municipal de
Saneamento
Conselho
Não Não Não Não
instituído
Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

A gestão dos serviços de saneamento básico em Salvador, carrega a lógica encontrada na maioria
dos municípios do Brasil, onde apesar dos esforços para se organizarem a partir da chegada das
Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, Lei nº 11.445/2007, seguem sem conseguir
concretizar no dia a dia da operacionalização da gestão, a integração necessária entre os órgãos
que cumprem as funções de planejamento, prestação, regulação e fiscalização e a disponibilização
de equipe mínima necessária para a demanda encontrada na rotina da gestão desses serviços
públicos.

Apesar do esforço empreendido pelos técnicos, a própria organização desses órgãos na estrutura
administrativa municipal não favorece uma coordenação voltada para a integralidade entre as
componentes do saneamento básico. Os serviços públicos de abastecimento de água e
esgotamento sanitário são tratados no âmbito da relação com a prestadora, Embasa, com foco nas
intervenções e obras públicas da cidade, junto à SEINFRA por meio da Comissão de Coordenação
de Obras de Salvador (CCOS), realizada por funcionário alocado na SEDUR. O serviço público de
manejo de água pluviais e drenagem urbana tem a definição dos seus projetos na SEINFRA, por
meio da SUCOP e a operação e manutenção na SEMAN. O serviço público de manejo de resíduos
sólidos é conduzido pela SEMOP, a partir da Limpurb, mas a coleta seletiva é desenvolvida pela
SECIS.

Cada secretaria tem sua dinâmica própria, e todas operam buscando atender as demandas
simultâneas que a cidade produz, dirigindo grande parte de sua atenção para essas ações. Os
encontros entre os técnicos das diferentes secretarias ocorrem, normalmente, em torno da

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
114
discussão de projetos específicos. Não existe um processo de planejamento integrado estabelecido
entre os órgãos, onde as visões de longo prazo para o saneamento básico possam ser construídas
pela composição das contribuições dos profissionais que atuam no dia a dia das diferentes
atividades.

Nesse sentido, com intuito de colaborar para o aperfeiçoamento dessa integração a Lei nº 9.069
/2016, que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador
(PDDU 2016), define que seja criado órgão municipal de planejamento e gestão da infraestrutura
urbana e saneamento básico como parte integrante do Sistema Municipal de Saneamento Básico.

A regulação e fiscalização, é realizada para serviços públicos de abastecimento de água e


esgotamento sanitário por entidade estadual. O serviço público de manejo de resíduos sólidos, fica
a cargo de atuação de âmbito municipal. O serviço público de manejo de água pluviais e drenagem
urbana, não tem ente regulador definido. Essa diferença de estrutura e capacidade regulatória entre
as componentes deve ser reformulada a partir da organização do sistema municipal de saneamento
básico.

A participação e controle social ainda não ocorrem como definido na política pública, apesar da
existência de conselhos municipais de saúde, meio ambiente e da cidade, nenhum deles foi
outorgado por lei específica para exercer o controle social no sistema municipal de saneamento
básico. O Conselho Municipal de Salvador (COM-SSA), responsável por articular as políticas
específicas e setoriais na área do desenvolvimento urbano, entre elas o saneamento ambiental, é
o principal mecanismo de controle social para esse momento de estruturação dos instrumentos
específicos para o saneamento básico, que o processo de elaboração do PMSBI traz para Salvador.
Conforme preconiza o PDDU 2016, o município deverá criar o Sistema Municipal de Saneamento
Básico, e dentro dele estabelecer a Câmara Técnica de Saneamento Básico integrante do Conselho
Municipal de Salvador como a instância de controle social em saneamento básico.

4.1. TITULARIDADE NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR

A Lei Nacional nº 11.445/2007 no Capítulo II dispõe a respeito do exercício da titularidade e prevê


que o titular deverá formular a Política Pública de Saneamento Básico, devendo para tanto,
desempenhar as atribuições, previstas no artigo 9º, como: elaborar os planos de saneamento
básico; prestar diretamente ou autorizar delegação dos serviços; definir ente responsável pela
regulação e fiscalização dos serviços; adotar parâmetros para garantia do atendimento essencial à
saúde pública; fixar direitos e deveres dos usuários; estabelecer mecanismos de controle social;
estabelecer sistema de informações sobre os serviços. Todas essas atribuições estruturam as
quatro funções de gestão.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
115
Com as alterações nas Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, incluídas pela Lei nº
14.026/2020, o entendimento sobre a titularidade incorporou outros elementos, quando foi
determinado a criação de agrupamentos de municípios para prestação regionalizada dos serviços,
com vistas à geração de ganhos de escala e à garantia da universalização e da viabilidade técnica
e econômico-financeira dos serviços. A titularidade é especificamente tratada no Art. 8º, que define
quem exerce a titularidade, como pode ser observado a seguir:

Art. 8º Exercem a titularidade dos serviços públicos de saneamento básico:


I - os Municípios e o Distrito Federal, no caso de interesse local;
II - o Estado, em conjunto com os Municípios que compartilham efetivamente
instalações operacionais integrantes de regiões metropolitanas, aglomerações
urbanas e microrregiões, instituídas por lei complementar estadual, no caso de
interesse comum.
§ 1º O exercício da titularidade dos serviços de saneamento poderá ser realizado
também por gestão associada, mediante consórcio público ou convênio de
cooperação, nos termos do art. 241 da Constituição Federal, observadas as seguintes
disposições:
(...)
§ 3º A estrutura de governança para as unidades regionais de saneamento básico
seguirá o disposto na Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole).
§ 4º Os Chefes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios poderão formalizar a gestão associada para o exercício de funções
relativas aos serviços públicos de saneamento básico, ficando dispensada, em caso
de convênio de cooperação, a necessidade de autorização legal.
§ 5º O titular dos serviços públicos de saneamento básico deverá definir a
entidade responsável pela regulação e fiscalização desses serviços,
independentemente da modalidade de sua prestação.
Art. 8º-A. É facultativa a adesão dos titulares dos serviços públicos de saneamento
de interesse local às estruturas das formas de prestação regionalizada.
Art. 8º-B. No caso de prestação regionalizada dos serviços de saneamento, as
responsabilidades administrativa, civil e penal são exclusivamente aplicadas
aos titulares dos serviços públicos de saneamento, nos termos do art. 8º desta
Lei. (grifos nossos)
No caso do Município de Salvador, conforme definido no inciso II, a titularidade é exercida de
maneira conjunta com o Estado e os Municípios que fazem parte da Região Metropolitana de
Salvador, com os quais o município compartilha funções de interesse comum. Apesar das definições
trazidas na lei, é importante entender algumas reflexões sobre esse entendimento.

Nesse sentido, o STF expressou entendimento consolidado na ADI 1.842/RJ e na ADI 2.077/BA,
definindo que, no caso de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões não há
transferência de titularidade dos serviços públicos de interesse comum ao Estado, dado que se trata
de competência conferida diretamente pela CF aos Municípios. Portanto, caberá aos titulares definir
de forma colegiada, sobre a prestação dos serviços, a partir das deliberações da entidade
interfederativa, esfera de governança estabelecida para estes arranjos territoriais, que deverá ser
promovida nos termos da respectiva lei complementar estadual de sua criação. (ONDAS, 2021).

Na direção dessa prerrogativa que consagrada a partir da decisão do STF, o Estado da Bahia, criou
em 2014, a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador, condição necessária para

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
116
a concretização da titularidade colegiada das funções públicas de interesse comum. Vale destacar,
que é de extrema importância para o sucesso da gestão colegiada que os titulares exerçam suas
funções de gestão e atribuições perante a implementação das políticas públicas em esfera
municipal, de maneira a subsidiar a decisão colegiada em âmbito territorial metropolitano.

4.1.1. ENTIDADE METROPOLITANA DA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR

A Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador foi criada pela Lei Complementar nº
41, de 13 de Junho de 2014, que dispôs sobre sua estrutura de governança e sobre o sistema de
planejamento metropolitano, instituiu o Fundo de Mobilidade e de Modicidade Tarifária do
Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Salvador (FMTC-RMS), regulamentou o art. 13 da
Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, no âmbito da Região Metropolitana de Salvador, e
autorizou a instituição do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano da Região Metropolitana de
Salvador ;(FRMS).

A Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador (EMRMS), é uma autarquia


intergovernamental de regime especial, com caráter deliberativo e normativo e personalidade
jurídica de direito público. Foi criada para a exercer as competências relativas à integração da
organização, do planejamento e da execução de funções públicas de interesse comum aos
Municípios integrantes da Região Metropolitana de Salvador. São suas competências, conforme o
Art 2º:

I - aprovar objetivos, metas e prioridades de interesse regional, compatibilizando-os


com os objetivos do Estado e dos Municípios que o integram, bem como fiscalizar
e avaliar sua execução;
II - apreciar planos, programas e projetos, públicos ou privados, relativos à
realização de obras, empreendimentos e atividades que tenham impacto regional;
III - aprovar e encaminhar, em tempo útil, propostas regionais relativas ao Plano
Plurianual, à Lei de Diretrizes Orçamentárias e à Lei Orçamentária Anual;
IV - comunicar aos órgãos ou entidades federais que atuem na unidade regional as
deliberações acerca de planos relacionados com os serviços por eles realizados.
§ 2º - Sem prejuízo de outras previstas na legislação, são funções públicas de
interesse comum, a mobilidade urbana, o transporte público de qualquer
natureza, o saneamento básico, o aproveitamento de recursos hídricos, a
preservação de meio ambiente, a distribuição de gás canalizado, a habitação
popular, manutenção da função social da propriedade imobiliária urbana e,
quando houver impacto metropolitano, o ordenamento, a ocupação e uso do
solo urbano

Conforme apresentado no Art. 3º, a EMRMS tem em sua estrutura de governança instâncias de
função política, participativa, técnica e executiva, como pode ser visto a seguir:

Art. 3º - Integram a estrutura de governança da Entidade Metropolitana da Região


Metropolitana de Salvador:
I - o Colegiado Metropolitano, composto pelo Governador do Estado e pelos
Prefeitos dos Municípios que compõem a Região Metropolitana de Salvador;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
117
II - o Comitê Técnico, composto por 03 (três) representantes do Estado da Bahia,
por 03 (três) representantes do Município do Salvador e por 01 (um) representante
de cada um dos demais Municípios metropolitanos;
III - o Conselho Participativo da Região Metropolitana de Salvador, a ser composto
por 30 (trinta) membros, sendo 01 (um) representante escolhido por cada Legislativo
e os demais representantes da sociedade civil;
IV - o Secretário-Geral da Entidade Metropolitana.
Parágrafo único - O Regimento Interno da Entidade Metropolitana disporá sobre o
funcionamento dos órgãos mencionados neste artigo e sobre a criação e
funcionamento das Câmaras Temáticas, bem como poderá criar outros órgãos,
permanentes ou temporários.

O Colegiado Metropolitano é a instância máxima da Entidade Metropolitana da Região


Metropolitana de Salvador e somente poderá deliberar com a presença de representantes de entes
da Federação que detenham pelo menos a maioria absoluta do número total dos votos, conforme
seu Art. 7º.

São atribuições do Colegiado Metropolitano, conforme determinado no Art. 8º:

I - instituir diretrizes sobre o planejamento, a organização e a execução de


funções públicas de interesse comum, a serem observadas pela
Administração Direta e Indireta dos Municípios integrantes da Região
Metropolitana;
II - deliberar sobre assuntos de interesse regional, em matérias de maior relevância,
nos termos do Regimento Interno;
III - especificar os serviços públicos de interesse comum compreendidos nos
campos funcionais referidos no art. 5º da Lei Complementar Federal nº 14, de
08 de junho de 1973, bem como, quando for o caso, as correspondentes
etapas ou fases e seus respectivos responsáveis;
IV - aprovar o Plano de Desenvolvimento Metropolitano, os planos setoriais
metropolitanos e, quando couber, os planos locais;
V - definir a entidade reguladora responsável pelas atividades de regulação e
de fiscalização dos serviços públicos de interesse comum, bem como
estabelecer as formas de prestação destes serviços;
VI - propor ao Estado e aos Municípios dele integrantes alterações tributárias com
finalidades extrafiscais necessárias ao desenvolvimento regional;
VII - propor critérios de compensação financeira aos Municípios da Região
Metropolitana que suportem ônus decorrentes da execução de funções ou
serviços públicos metropolitanos;
VIII - elaborar e alterar o Regimento Interno da Entidade Metropolitana da Região
Metropolitana de Salvador;
IX - eleger e destituir o Secretário-Geral.
Parágrafo único - No caso de o Colegiado Metropolitano deliberar pela
unificação na prestação de serviço público, ou de atividade integrante de
serviço público, a Entidade Metropolitana da Região Metropolitana de
Salvador subscreverá o respectivo contrato de concessão ou de programa
representando todos os entes da Federação integrantes da Região
Metropolitana.

De maneira a garantir a participação e controle social, o Conselho Participativo da Região


Metropolitana de Salvador tem por finalidade, conforme o Art. 9º:

I - elaborar propostas para apreciação das demais instâncias da Entidade


Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador;
II - apreciar matérias relevantes previamente à deliberação do Colegiado
Metropolitano;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
118
III - propor a constituição de Grupos de Trabalho para a análise e debate de temas
específicos;
IV - convocar audiências e consultas públicas sobre matérias de sua apreciação.
Parágrafo único - Os representantes da sociedade civil e os indicados pelos
Legislativos no Conselho Participativo da Região Metropolitana de Salvador serão
escolhidos na forma prevista no Regimento Interno.

Para exercer a função de planejamento foi definido o Sistema de Planejamento Metropolitano, que
é constituído pelos seguintes planos, conforme prevê o Art. 12:

I - Plano de Desenvolvimento Metropolitano;


II - planos setoriais metropolitanos;
III - planos setoriais locais.
§ 1º - O Plano de Desenvolvimento Metropolitano conterá as diretrizes para o
planejamento metropolitano, inclusive para os planos setoriais metropolitanos e
para os planos setoriais locais.
§ 2º - O Plano de Desenvolvimento Metropolitano poderá ser elaborado por meio da
compatibilização de planos setoriais metropolitanos.
§ 3º - Atendidos os procedimentos previstos no Regimento Interno, em especial a
realização de audiências públicas em todos os Municípios interessados, a Entidade
Metropolitana da Região Metropolitana de Salvador editará:
I - o plano setorial metropolitano de uso e ocupação do solo;
II - o plano setorial metropolitano de habitação;
III - o plano setorial de mobilidade urbana;
IV - o plano setorial metropolitano de saneamento básico;
V - outros planos setoriais metropolitanos, relativos a funções públicas de interesse
comum, nos termos de decisão do Colegiado Metropolitano.
§ 4º - O Plano de Desenvolvimento Metropolitano e os planos setoriais
metropolitanos poderão ser elaborados mediante estudos produzidos por entidades
e fundações universitárias, ou de desenvolvimento institucional e científico, ou que
tenham sido elaborados ou contratados por órgão ou entidade da Administração
Direta ou Indireta dos Municípios integrantes da Região Metropolitana.
§ 5º - Em complemento ao plano setorial metropolitano, poderá o Estado ou
Município integrante da Região Metropolitana editar plano setorial local, o qual,
salvo disposição em contrário de plano setorial metropolitano, somente terá eficácia
após sua homologação pelo Colegiado Metropolitano.
§ 6º - Os Municípios integrantes da Região Metropolitana de Salvador, o
Estado e os órgãos de atuação regional compatibilizarão seus planos e
programas às diretrizes do Plano de Desenvolvimento Metropolitano ou de
plano setorial metropolitano.

O Fundo de Universalização do Saneamento Básico da Região Metropolitana de Salvador (FUSAN),


de natureza pública, criado de forma a atender ao previsto no art. 13 da Lei Federal nº 11.445, de
05 de janeiro de 2007, terá, como prevê o Art. 16, as seguintes receitas:

§ 1º - Constituem recursos do FUSAN:


I - parcela das receitas emergentes da prestação de serviços públicos de
saneamento básico na Região Metropolitana de Salvador, na forma prevista
em contrato ou norma de regulação dos serviços;
II - transferências de recursos do Orçamento Geral da União - OGU;
III - recursos para ele destinados pelos entes da Federação que compõem a Região
Metropolitana de Salvador, ou por entidades de sua Administração Indireta;
IV - receitas advindas da aplicação de seus recursos.
§ 2º - Os recursos do Fusan deverão ser aplicados em programas e projetos
de saneamento básico de interesse metropolitano ou de interesse de
Município localizado na Região Metropolitana de Salvador, integrados ou não
a projetos de habitação popular ou de melhoria das condições habitacionais.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
119
Como observado, o município de Salvador compõe o Colegiado Metropolitano, e o fato de ser o
município com maior população, o coloca em um lugar de destaque e protagonismo nas decisões
tomadas no âmbito da EMRMS. Nesse sentido, a direção que o município apontar na
implementação da sua política pública de saneamento básico, será determinante para todo o
conjunto da RMS.

A criação do EMRMS representou um esforço na retomada da governança metropolitana, que ficou


por mais de três décadas sem ser desenvolvida, como pode ser observado na Figura 8, que teve
seu último planejamento considerando esse recorte territorial em 1982, quando a CONDER
elaborou o Plano Metropolitano de Desenvolvimento (RODRIGUES e AZEVEDO, 2018).

A EMRMS realiza suas funções a partir de ações desenvolvidas com iniciativas e suporte do
governo da Bahia, através de sua Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), que exerce a
função de Secretaria Executiva, e do titular da Pasta, secretário-geral interino da Entidade e
provisoriamente seu representante legal, por força de um Regimento Interno Provisório, aprovado
pelo Decreto nº 15.244, de 10 de julho de 2014 (RODRIGUES e AZEVEDO, 2018).

Figura 8 – Linha do Tempo do Planejamento e Gestão Metropolitana na RMS

Fonte: RODRIGUES e AZEVEDO, 2018.

As reuniões do Colegiado Metropolitano nos primeiros anos de sua criação não eram frequentes, e
ocorriam com maior regularidade no âmbito do Comitê Técnico e das Câmaras Temáticas, órgãos
que, em 2016, reuniam a quase totalidade dos municípios integrantes da RMS com técnicos de alto
nível de especialização para discutir temas relevantes à elaboração do Plano de Desenvolvimento
Urbano Integrado (PDUI) da Região Metropolitana de Salvador. (RODRIGUES e AZEVEDO, 2018).
No ano de 2017, o processo de elaboração do PDUI foi paralisado, fazendo com que a EMRMS
ficasse com suas atividades desaceleradas, já que essa era principal ação desenvolvida na
entidade.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
120
A EMRMS apesar de existir e ter seu regimento interno estabelecido, hoje funciona a partir dos
esforços da SEDUR voltados para a retomada da elaboração do PDUI, que demanda a participação
da EMRMS, entidade com competência de acompanhar o desenvolvimento metropolitano. O
município de Salvador não tem uma representação oficial na entidade, e configura como um dos
desafios políticos para a plena realização de suas funções colegiadas.

As principais ações que estão sendo executadas para a operacionalização da titularidade colegiada
envolvem o esforço de inserir os representantes legais dos município integrantes da região
metropolitana na discussão do PDUI e em comum acordo operacionalizarem os passos necessários
para o seu pleno exercício de gestão compartilhada das funções públicas de interesse comum, entre
eles a aprovação do regimento interno pelo Colegiado Metropolitano, instância máxima da EMRMS,
que permita o fechamento do primeiro ciclo de sua plena criação, conforme previsto nas leis que a
regem.

4.2. PLANEJAMENTO

O planejamento é um exercício analítico e sistemático, onde se busca apontar caminhos e


estratégias para a realização de ações públicas na construção de um futuro desejado. É um
processo contínuo que envolve a coleta, organização e análise sistematizada das informações, por
meio de procedimentos e métodos para chegar a decisões ou escolhas acerca das melhores
alternativas para o aproveitamento dos recursos disponíveis. Assim, a finalidade do planejamento
é estabelecer metas específicas para o futuro, que deverão levar à melhoria de uma determinada
situação e ao desenvolvimento de uma sociedade. O planejamento deve ser orientador dos
instrumentos metodológicos, administrativos, legislativos e de gestão para o desenvolvimento de
atividades em um determinado espaço e tempo, incentivando a participação institucional e dos
cidadãos (Santos, 2004).

De acordo com o artigo 8º da Lei Nacional nº 11.445/2007, o planejamento do saneamento básico


deve ser exercido pelo titular do serviço, indelegável a outro ente. A mesma lei apresenta o Plano
Municipal de Saneamento Básico (PMSB) como um dos principais instrumentos de planejamento e
obrigatório para prestação dos serviços públicos de saneamento básico, de competência do titular
do serviço, colocado como condição para acesso aos recursos do Governo Federal a partir do
exercício financeiro de 2023, conforme apresentado no Decreto nº 10.203, de 22 de janeiro de 2020,
que altera seu regulamento, o Decreto nº 7.217/2010.

Como Salvador faz parte da RMS, e exerce a titularidade de forma colegiada, sobre a gestão dos
serviços públicos de saneamento básico, ao elaborar seu plano municipal de saneamento básico,
deve, como titular, refletir sobre sua importância no âmbito das deliberações da entidade

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
121
interfederativa, EMRMS, esfera de governança estabelecida para este arranjo territorial, e contribuir
na definição das orientações e diretrizes para o Plano Metropolitano de Saneamento Básico.

O município de Salvador não desenvolve em sua rotina de planejamento e gestão no âmbito do


saneamento básico ações diretamente voltadas para a discussão e acompanhamento da prestação
do serviço públicos de abastecimento de água. No cotidiano, as decisões são tomadas pelo ente
responsável pela prestação dos serviços, a EMBASA, sempre na tentativa de sanar demandas
imediatas, de promover análise de sua efetividade e estabelecendo a previsão das necessidades
futuras a partir da sua dinâmica de prestação.

Atualmente, tomando como referência a estrutura administrativa vigente, é a Secretaria Municipal


de Infraestrutura e Obras Públicas (SEINFRA) que tem a finalidade de planejar e gerir a
infraestrutura urbana e o saneamento ambiental, portanto, é o ente da administração direta mais
envolvido nas ações relacionadas à gestão do saneamento básico.

A SEINFRA é composta por três diretorias, a de Engenharia, de Habitação e Regularização


Fundiária e a de Saneamento, entre outros órgãos, sendo que na Diretoria de Saneamento Básico
está alocada a Gerência de Saneamento. Na estrutura da SEINFRA existe também a
Superintendência de Obras Públicas de Salvador (SUCOP), autarquia, dotada de personalidade
jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, agente que
viabiliza a contratação de projetos e obras pela secretaria.

A SEINFRA elabora os projetos e os orçamentos das obras do município, enquanto a SUCOP


realiza as licitações e contratações. Assim, os projetos novos da prefeitura são elaborados e
orçados na secretaria, no caso do saneamento básico, os projetos desenvolvidos estão mais
voltados para a drenagem urbana e não há relação direta da secretaria com os prestadores dos
serviços públicos de saneamento básico em atividades de planejamento.

Para a integração com outras instituições que realizam obras no município foi criada a Comissão
de Coordenação de Obras de Salvador (CCOS), responsável por articular os diferentes prestadores
e secretarias em torno dos projetos a serem executados. Atualmente a sua presidência é
desempenhada por funcionário alocada na SEDUR, que atua em colaboração com a SEINFRA.

No caso de atividades de manutenção relativas à drenagem é a SEMAN que atua no planejamento


das ações. Porém não há uma integração setorial para a realização do planejamento em
saneamento, as ações acontecem de maneira desarticulada institucionalmente. Porém, vale
destacar que há um esforço dos técnicos que compõem esses órgãos em colaborarem, ao tempo
em que surgem demandas específicas, uns com os outros para a resoluções de problemas ou
proposição de ações e projetos que se apresentem necessários ao município (CEXEC, 2021).

Na Figura 9 é possível observar a estrutura administrativa da SEINFRA.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
122
Figura 9 - Organograma da SEINFRA

Fonte: SEINFRA, 2021.

Em 2010 houve a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico com foco nas
componentes de abastecimento de água e esgotamento sanitário. No período de sua elaboração,
a delegação da prestação desses serviços à Embasa, nos termos em que foi pactuada em 1925 e
retificada em 1929, caducaria em 31 de dezembro de 2010, por força da alteração do art. 42, da Lei
federal nº 8.987/95, introduzida pelo art. 58, da Lei federal nº 11.445/07. Nesse prazo, a delegação

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
123
deveria ser totalmente reformulada para se adequar às normas constitucionais vigentes. A
elaboração do PMSB, condição e parte deste processo, foi iniciado em 2009, com a celebração do
Convênio de Cooperação entre o Município e o Estado da Bahia, com interveniência da Embasa,
para a gestão associada dos serviços, no qual foram estabelecidas outras ações e providências
necessárias para a formulação e assinatura do contrato de programa que deveria ser formalizado
até 31 de dezembro de 2010. (PMSB, 2010)

Todo esse processo culminou no sancionamento da Lei nº 7981, de 31 de maio de 2011, que
aprovou o Plano Municipal de Saneamento Básico - Serviços de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário, autorizou o município a celebrar contrato de programa com a Empresa
Baiana de Águas e Saneamento S/A - Embasa, institui o fundo municipal de saneamento básico -
FMSB, ratificou o convênio de cooperação entre entes federados firmado em dezembro de 2009.
Assim, foram realizadas todas as etapas necessárias para a assinatura do contrato de programa
entre o município e a Embasa, porém, o contrato não foi assinado e até o presente momento, ano
corrente de 2021, a relação contratual entre o prestador e o ente titular concedente permanece
precária, ou seja, sem instrumento legal respaldado pela lei vigente. Outro aspecto dessa história é
que o município ainda estava pendente na sua atribuição de planejar as quatro componentes de
saneamento básico.

Portanto, a elaboração deste documento, com o esforço de planejar o saneamento básico de


maneira integrada, observando as quatro componentes , representa uma experiência pioneira para
o município na área do saneamento básico, o que traz grandes desafios e oportunidades, vide a
riqueza que os diferentes instrumentos de planejamento e políticas públicas de áreas afins que o
município já possui, inclusive em ações de nível estadual realizadas com vistas a atender a
complexidade da região metropolitana.

Em âmbito metropolitano, o Plano de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador


(PARMS), foi desenvolvido pela Estado da Bahia, iniciado em 2014 pela Secretaria de
Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (SEDUR), passou a ser conduzido pela Secretaria de
Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), criada pela Lei Estadual nº 13.204, de 11 de dezembro
de 2014 (PARMS, 2016).

O PARMS teve como objetivo geral diagnosticar a situação do abastecimento de água na RMS e
propor ações com viabilidade técnica, econômica, ambiental e social, que garantam o fornecimento
de água em quantidade e qualidade satisfatórias para atender as demandas nessa região, nos
próximos 25 anos. Em seu Relatório Sinopse, com objetivo de proporcionar aos gestores uma visão
global do Plano, para fins de planejamento das ações, são apresentados os aspectos gerais
considerados mais relevantes, ou seja, as intervenções necessárias e os custos envolvidos. Para

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
124
aprofundamento de questões técnicas, deve-se reportar aos relatórios técnicos, em suas versões
finais, produzidos nas fases de planejamento (PARMS, 2016).

O Relatório Sinopse está estruturado em quinze capítulos, abordando os aspectos comentados


resumidamente no Quadro 5.

Quadro 5 - Capítulos do Relatório Sinopse do PARMS


Capítulo Conteúdo abordado
contém uma breve introdução, destacando-se os principais condicionantes que justificaram a
1 elaboração do PARMS e a sua importância no contexto atual do abastecimento de água na
Região Metropolitana de Salvador
apresenta considerações sobre a expansão urbana e perspectivas da evolução populacional
2 na Área de Intervenção do PARMS, bem como as projeções demográficas elaboradas para
os municípios no período de alcance do Plano (2015-2040).
apresenta-se um rápido panorama dos índices de atendimento da população dos municípios
pelos sistemas públicos de abastecimento existentes, além da identificação desses sistemas
3 e seus potenciais de cobertura, sendo possível observar que a população na Área de
Intervenção do PARMS é essencialmente urbana e pode ser coberta em sua quase totalidade
pelos sistemas existentes, com as devidas adequações que se fazem necessárias
comenta-se sobre as demandas de abastecimento de água na Área de Intervenção e os
4
critérios utilizados para as projeções de demanda no período de alcance do Plano.
são apresentadas as proposições para a melhoria dos sistemas de abastecimento de água
nos municípios da Área de Intervenção do PARMS, iniciando por Salvador, Lauro de Freitas
5 e Simões Filho, municípios atendidos de forma integrada pelo SIAA de Salvador, cuja
demanda representa 81% da demanda total de abastecimento humano na Área de
Intervenção do PARMS.
tratam das Intervenções Estruturais e Estruturantes propostas para os demais sistemas de
abastecimento de água dos municípios da Área de Intervenção. Devido ao menor porte, em
comparação ao SIAA de Salvador, as Intervenções Estruturais propostas para cada sistema
de abastecimento são caracterizadas em uma ficha técnica, contendo breve descrição do
6 a 14 sistema e das proposições do PARMS, indicação das localidades atendidas, dados sobre
consumo de água, perdas e populações que serviram de base ao cálculo das demandas. Além
disso, apresenta-se um esquema ilustrativo das principais unidades em imagem do Google,
identificando-se a situação das mesmas, conforme se tratem de unidades existentes, em fase
de implantação ou propostas pelo PARMS.
apresenta-se o cronograma físico-financeiro global, elaborado a partir dos cronogramas
15 anteriores, apresentando os desembolsos totais por município e globais da Área de
Intervenção do PARMS
Fonte: PARMS, 2016.

O escopo do PARMS também contempla a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), instrumento que
teve a função de subsidiar o Plano na avaliação e seleção das alternativas para o SIAA de Salvador,
no tocante às implicações ambientais das respectivas proposições. A AAE também incorporou a
percepção de atores estratégicos no segmento abastecimento de água, cujas contribuições foram
realizadas por meio de atividades de participação social (PARMS, 2016).

Outro instrumento de planejamento criado é o Plano Salvador 500, que buscou pensar uma cidade
menos desigual, mais integrada e social, econômica, cultural, ambiental e institucionalmente
sustentável. Para tanto, foram desenvolvidos três cadernos, de maneira a estabelecer o processo
de planejamento. O Caderno Sociedade, Economia e Território reúne dados e informações que
caracterizam a Salvador-Metrópole hoje (Salvador é) e constituem pontos de partida do Plano

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
125
Salvador 500. No Caderno Cenários, constam dois tipos de futuro: o futuro como extrapolação de
tendências atuais, que representam a projeção de forças estruturais que geram as desigualdades
da cidade (Salvador será), e o futuro como fruto de rupturas com essas forças estruturais, os
cenários prospectivos (Salvador transformada), frutos de pactuação entre atores das sociedades
política e civil. O terceiro, Caderno Agenda do Plano, delineia um conjunto de proposições que pode
levar a cidade, que acumula uma enorme dívida social a se fazer menos desigual (FMLF, 2021).

A importância do saneamento básico para a melhoria da qualidade de vida de qualquer município,


se ratifica ao observamos o Plano Salvador 500, que diante dos diversos temas que envolvem a
cidade, traz o destaque necessário para os serviços de saneamento básico como elemento
fundamental para o alcance do cenário de referência adotado no plano. Nesse sentido apresentam
no âmbito dos Cenários de referência para redução da desigualdade, maior integração e
sustentabilidade, que o município deverá ter (SALVADOR500, 2020):

• Saneamento básico universalizado - abrangente todo o território e todos os domicílios de Salvador -


contemplando o acesso, a efetiva prestação e a qualidade dos serviços de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais

Ao alcançar esse resultado teremos:

• Correção das assimetrias territoriais e socioeconômicas relacionadas à prestação dos serviços de


saneamento básico em Salvador;
• Eliminação dos fatores de risco para a saúde dos indivíduos e das comunidades relacionados às
condições sanitárias e ambientais dos respectivos territórios;
• Melhoria da qualidade ambiental dos bairros e comunidades urbanisticamente precários (ZEIS);
• Redução dos fatores sistêmicos relacionados ao saneamento básico que concorrem negativamente
para a qualidade do ambiente da cidade

Ainda é apresentado um conjunto de indicadores quantitativos, denominados Linha de base dos


Indicadores (2018)

• Abastecimento de água (dados para 2018)


• Tarifa média anual (6.60 R$/m³) – Meta – tarifa média anual igual a do Brasil (4,17 R$/ m3)
• Consumo médio per capita de água (118.78 l/hab./dia)
• Índice de atendimento total de água (91.01 %) – Meta – 100%
• Índice de perdas na distribuição (53,86%) – Meta – 30% ▪ Índice de perdas

No Plano Salvador 500, são apresentados cenários para outros temas, como saúde, educação,
habitação, mobilidade, gestão urbana e metropolitana e ambiente urbano, entre outros. Portanto,
suas proposições e direcionamentos alimentam a visão de futuro para o saneamento básico de
Salvador entre outros políticas públicas que exigem planejamento.

Com isso, é fundamental que o responsável pelo planejamento das ações de saneamento básico
atue em parceria com todos os órgãos que possuem interface com esse serviço. Os planejadores
possuem a função de dar suporte ao chefe do executivo nos encaminhamentos e nas decisões

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
126
relativas à gestão do saneamento básico, dando maior condição de acompanhar a situação em todo
o território, por isso são os responsáveis por integrar os diferentes planos.

Após elaboração, é importante garantir a implementação do plano, mantê-lo atualizado e a partir


das atividades rotineiras, fazer o preenchimento e acompanhamento do sistema de informação
municipal, acompanhar as atividades da regulação e fiscalização, promover os espaços de
participação social, além de manter uma prática de trabalhar em conjunto com as diferentes
secretarias do município com ações relacionadas aos serviços de saneamento básico. Para
potencializar a capacidade de exercer essa função é necessária uma equipe multidisciplinar.

4.3. REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO

A regulação, segundo o Art. 2ª do Decreto nº 6.017/2007 que regulamenta a Lei nº 11.107/2005, é


definida como sendo:

“todo e qualquer ato, normativo ou não, que discipline ou organize


determinado serviço público, incluindo suas características, padrões de
qualidade, impactos socioambientais, direitos e obrigações dos usuários e
dos responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação, além da revisão do
valor de tarifas e outros preços públicos” (BRASIL, 2007).
A regulação cabe ao titular dos serviços, que pode realizá-la diretamente ou delegá-la à entidade
de outro ente federativo. Nesse caso, a delegação só pode ser feita a uma entidade reguladora
constituída especificamente para esse fim, dentro dos limites do respectivo Estado, devendo ser
explicitada a forma de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas
partes envolvidas (art. 8º e art. 23, § 1º, da Lei nº 11.445/2007).

A fiscalização, também delegável pelo titular dos serviços a outro ente, de acordo com o Art. 2ª do
Decreto nº 6.017/2007 que regulamenta a Lei nº 11.107/2005, é definida como sendo:

“Atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou avaliação, no sentido


de garantir a utilização, efetiva ou potencial, do serviço público”. (BRASIL, 2007).

Para tanto, as diretrizes, normas e os padrões do ente regulador devem ser atendidos.

No Art. 20 da Lei Complementar nº 41 de 13 de junho de 2014, que cria a Entidade Metropolitana


de Salvador, consta que enquanto não houver disposição em contrário do Colegiado Metropolitano,
a regulação e a fiscalização dos serviços públicos de titularidade estadual ou municipal vinculados
às funções públicas de interesse comum da Região Metropolitana serão exercidas por entidades
estaduais. Entende-se que no caso dos serviços públicos de saneamento básico a regulação e a
fiscalização dos serviços na RMS competem à Agência Reguladora de Saneamento Básico do
Estado da Bahia (AGERSA), porém tem sido realizada a regulação e fiscalização somente dos
serviços de abastecimento e esgotamento sanitário.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
127
A AGERSA, é uma Autarquia em Regime Especial, criada pela da Lei 12.602 de 29 de novembro
de 2012 e vinculada à Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS). Para desenvolver
suas funções delegatórias e fiscalizatórias, ela exerce um conjunto de competências, apresentadas
no Quadro 6, necessárias para realização de suas atribuições.

Quadro 6 – Competências exercidas pela Agersa


Competências Descrição
Atos do ente regulador que disciplina e estabelece regras para a prestação do serviço
Normativas
público;
Adjudicatórias Atos que habilitam o prestador a explorar um serviço público
Fiscalizatórias Monitoramento das regras estabelecidas por normas
Aplicação de penalidades previstas na legislação específica, inclusive a extinção
Sancionatórias
punitiva dos atos e termos editados ou dos contratos celebrados
Dirimir conflitos entre regulados e usuários sempre que estes solicitarem ou nas
Arbitrais
hipóteses previstas na legislação específica
Subsidiar, orientar e informar a elaboração de políticas públicas pelos poderes
Recomendação Executivo e Legislativo, recomendando a adoção de medidas ou decisões para o setor
regulado.
Fonte: Agersa, 2021a.

A Agersa possui como estrutura básica o Conselho Consultivo, composto pelos integrantes da
câmera técnica de saneamento básico do Conselho Estadual das Cidades da Bahia. A sua Diretoria
Colegiada, está dividida em geral, de normatização e de fiscalização; e a Ouvidoria, órgão
autônomo, sem vinculação hierárquica com o Conselho Consultivo.

Para operacionalização dessa estrutura na Diretoria Geral, estão presentes o Gabinete do Diretor
Geral, a Procuradoria Jurídica; o Diretor de Normatização, o Diretor de Fiscalização, a Diretoria
Administrativo-Financeira e a Assessoria de Comunicação Social e Relações Institucionais, como
pode ser observado na Figura 10.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
128
Figura 10 – Organograma da Agência Reguladora do Saneamento Básico do Estado da
Bahia

Fonte: Agersa, 2021b.

A regulação dos serviços de saneamento básico pela Agersa é realizada por meio da publicação
de resoluções que tratam sobre o reajuste tarifário, mas também outras como:

• Resolução 001/2013, 08 de março de 2013 –Aprova o Regimento da Agência Reguladora


de Saneamento Básico do Estado da Bahia –AGERSA.
• Resolução 002/2013, 08 de março de 2013 – Estabelece os procedimentos de Reajuste e
Revisão de Tarifas.
• Resolução 001/2016 de 15 de abril de 2016 – Dispõe sobre os procedimentos para a
realização de fiscalização indireta em sistema de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário.
• Resolução 002/2017 de 17 de julho de 2017 – Dispõe sobre as condições gerais para a
prestação e utilização dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário regulados pela Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia.
• Resolução 005/2018 de 27 de setembro de 2018 – Dispõe sobre o sistema de gestão de
riscos dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, as
medidas de segurança, de emergência e de contingência, inclusive as de racionamento,
além do monitoramento e da avaliação dos eventos, e dá outras providências.
• Resolução 001/2019 – Dispõe sobre o reajuste tarifário anual da Empresa Baiana de Águas
e Saneamento S.A. – Embasa homologa a majoração das tarifas e dá outras providências.
• Resolução 002/2019 – Dispõe sobre a alteração na Resolução Agersa nº 002/2017 que
determina as condições gerais para a prestação e utilização dos serviços públicos de
abastecimento de água e de esgotamento regulados pela Agência Reguladora de
Saneamento Básico do Estado da Bahia.
• Resolução 003/2019 – Dispõe sobre a alteração na Resolução Agersa nº 001/2013, alterada
pela Resolução 006/2013, que aprova o Regimento da Agência reguladora de Saneamento
Básico do Estado da Bahia – AGERSA.
• Resolução 004/2019 – Dispõe sobre a atualização das denominações das categorias de
usuários e das respectivas definições.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
129
• Resolução 005/2019 – Altera os incisos IV e V e inclui os §§ 5º, 6º e 7º ao art. 6º e altera o
item 5.6, da Cláusula Quinta do Anexo 1, todos da Resolução AGERSA nº 002, de 17 de
julho de 2017.
• Resolução 006/2019 – Aprova e institui o Manual de Contabilidade Regulatória e o Plano de
Contas Regulatório a ser utilizado pela (s) Prestadora (s) dos serviços públicos de
abastecimento de água e esgotamento sanitário do Estado da Bahia.
• Resolução 007/2019 – Estabelece metodologia e critérios gerais para definição da Base de
Remuneração Regulatória de Ativos da Empresa Baiana de águas e Saneamento-
EMBASA, para fins legais, bem como a definição dos parâmetros iniciais para auditorias a
serem realizadas pela AGERSA, nos termos do art. 42 da Lei Nacional 11.445/07.
• Resolução 001/2020 – Dispõe sobre medidas para preservação da prestação dos serviços
públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário em decorrência da calamidade
pública atinente à pandemia de coronavírus (COVID-19).
• Resolução 003/2020 – Aprova Nota Técnica Complementar nº 001/2020, que esclarece e
altera definições do Anexo Único da Resolução Agersa 007/2019, denominado Metodologia
de Avaliação da Base de Ativos Regulatórios – BAR.

No que concerne à fiscalização, a Agersa realiza visitas de fiscalização a partir dos dados
levantados na ouvidoria e de rotinas de fiscalização estabelecidas por um cronograma de visitas
aos sistemas dos municípios por ela regulados, divulgados no endereço virtual da entidade.

Em busca realizada no site da Agersa, foi possível perceber que a última publicação de relatório de
fiscalização in loco para Salvador foi da ação visita realizada em 2016. Esse relatório tem como
objetivo a avaliação das condições de instalações e equipamentos das infraestruturas de
saneamento existentes. Apesar do último relatório publicado em 2016, no Cronograma de
Fiscalização 2020 foi apresentado a previsão de sete ações fiscalizatórias ao longo do ano em
Salvador, nenhum deles publicados ainda em meio virtual.

Em relação aos resíduos sólidos a regulação é realizada pela Agência Reguladora e Fiscalizadora
dos Serviços Públicos de Salvador (ARSAL), autarquia de regime especial, dotada de autonomia
orçamentária, financeira, funcional e administrativa. Foi criada pela Lei nº 7.394/2007 e alterada
pela Lei nº 8.473/2013, para promover e zelar pela eficiência econômica e técnica dos serviços
públicos, propiciando aos seus usuários as condições de regularidade, continuidade e segurança.

Criada em 28 de dezembro de 2007, pela Lei nº 7.394, a ARSAL recebeu, à princípio, a


denominação de Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços de Limpeza Urbana e Manejo
de Resíduos Sólidos de Salvador (ARSAL), atuando apenas com dois serviços. Alterada pela Lei nº
8473, de 27 de setembro de 2013, a Agência passa então a se chamar Agência Reguladora e
Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador, ampliando, assim, seu escopo de competência.

Dentre as diversas competências da ARSAL, encontram-se cumprir e fazer cumprir a legislação e


demais normas regulamentares, incluindo os contratos de concessão, permissão e de outra
natureza e seus anexos, relacionados aos serviços públicos delegados pelo Poder Público

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Municipal e exercer a regulação, o controle e a fiscalização dos serviços abrangidos acima, editando
as resoluções e proferindo as decisões pertinentes.

Hoje compete à ARSAL a regulação e fiscalização dos seguintes serviços públicos:

- Transporte Coletivo Urbano

- Aterro Sanitário

- Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário

- Mobiliário Urbano

Assim, ainda que a ARSAL tenha a previsão de regular os serviços de água e esgoto, com os
arranjos legais vinculados a prestação por ente estadual, a regulação e fiscalização ficaram
delegados à AGERSA. Nesse sentido, as atribuições da ARSAL como ente regulador, tem sido
realizada basicamente com os serviços de resíduos sólidos, porém as atividades ainda são
realizadas de maneira insuficiente ao potencial previsto na sua criação institucional (CEXEC, 2021).

Em relação a drenagem e manejo de águas pluviais, não existe um ente específico com função de
regulação. Esses serviços são fiscalizados no âmbito de acompanhamento dos contratos de
prestação de serviços com as empresas, no caso da manutenção pela SEMAN e da execução de
obras pela SUCOP (CEXEC, 2021).

4.4. PRESTAÇÃO

Conforme previsto na Constituição Federal, em seu inciso V do Art. 30, compete aos municípios
“organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos
de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial”. Segundo o art. 175º
da CF, incumbe ao Poder Público prestar os serviços públicos diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão.

Nesse sentido, a prestação de serviços públicos, a partir das previsões legais, pode ser direta ou
indireta. No caso da prestação direta, os Municípios, enquanto titulares dos serviços públicos de
saneamento básico, podem prestar os serviços pela:

• Administração Direta, centralizada, por meio de ente ou órgão público;


• Administração Indireta, descentralizada, por meio de autarquia, empresa pública ou
sociedade de economia mista.

No caso da prestação indireta, os Municípios, enquanto titulares dos serviços públicos de


saneamento básico, podem prestar os serviços por entidade que não integre a administração do
titular, devendo para isso celebrar contrato de concessão, mediante prévia licitação, nos termos do
art. 175 da Constituição Federal, sendo vedada a sua disciplina mediante contrato de programa,

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
131
convênio, termo de parceria ou outros instrumentos de natureza precária, conforme ficou definido
no Art. 10 da Lei 11.445/2007 com as alterações da Lei 14.026/2020.

Além dessas modalidades, conforme art. 241º da CF, também é possível a prestação desses
serviços por cooperação federativa, sob o regime da gestão associada de serviços públicos,
autorizada por consórcio público ou convênio de cooperação entre entes federados. Porém com as
alterações na Lei 11.445/2007 pela Lei nº 14.026/2020, algumas restrições foram introduzidas no
entendimento desse artigo para os serviços de saneamento.

A Lei nº 14.026/2020 estabelece, ainda, que poderá ser formalizado consórcio intermunicipal de
saneamento básico, exclusivamente composto de Municípios, que poderá prestar o serviço aos
seus consorciados diretamente, pela instituição de autarquia intermunicipal. Sobre essa alteração,
o ONDAS (2021) considera que essa redação se baseia em uma interpretação equivocada do texto
constitucional, pois limita a autonomia dos entes federados para organizarem e prestarem os
serviços públicos de sua titularidade.

Outra opção que a Lei 11.445/2007 previa era a prestação pelos próprios usuários por autogestão,
em situações específicas. A Lei nº 14.026/2020 também limitou essa possibilidade, quando
restringiu a prestação indireta apenas por meio de contrato de concessão, mediante prévia licitação.

Para Salvador, no caso dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário a prestação
é feita de forma indireta, por contrato de concessão a Embasa, conforme apresentado nos itens a
seguir.

4.4.1. CARACTERIZAÇÃO DO PRESTADOR DO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - A


EMPRESA BAIANA DE ÁGUAS E SANEAMENTO S.A.

A Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa) é a prestadora do serviço de


abastecimento de água no município desde quando assumiu o Contrato de Concessão assinado
em 1925 e retificado em 1929, entre o Estado da Bahia e o Município de Salvador.

A Embasa foi criada nos termos da Lei Estadual n.º 2.929/71 e constituída pelo Decreto Estadual
nº 22.396/71, é uma sociedade de economia mista de capital autorizado, pessoa jurídica de direito
privado, na qual o Estado da Bahia é o acionista majoritário com 99,70% do capital total. (Embasa,
2021)

O capital autorizado, conforme Estatuto Social, é de R$ 5,7 bilhões, representado por 800 milhões
de ações nominativas, sendo 520 milhões de ações ordinárias e 280 milhões de ações preferenciais.
As ações preferenciais não têm direito a voto, mas oferecem a seus titulares dividendos iniciais, não
cumulativos, de 6% ao ano, sobre o lucro líquido do exercício. (Embasa, 2021)

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
132
Com o propósito de contribuir para a universalização do acesso aos serviços de abastecimento de
água e de esgotamento sanitário na região de abrangência de sua administração, orientada por
diretrizes corporativas e políticas institucionais, a instituição tem como a Missão, Visão e Estratégia:

• MISSÃO: Prestar serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, com


excelência e sustentabilidade, contribuindo para a universalização e melhorando a qualidade
de vida.
• VISÃO 2025: Ser reconhecida como a melhor opção em serviços de abastecimento de água
e esgotamento sanitário para o estado da Bahia.
• VALORES: Ética, Transparência, Sinergia, Valorização das Pessoas, Responsabilidade
Socioambiental e Comprometimento.

A Embasa compõe o grupo de grandes empresas do Brasil, como pode ser verificado no RANKING
VALOR 1000, onde se apresenta, a partir de critérios econômicos, uma categorização das
empresas brasileiras. A Embasa, nesse sentido, foi categorizada como:

• 5ª Maior empresa de Saneamento do Brasil;

• 198ª Maior Empresa do Brasil;

• 5ª Maior Empresa do Estado da Bahia;

Com sede localizada em Salvador, as atividades da Embasa são descentralizadas por meio de 19
unidades regionais, sendo 6 em Salvador e Região Metropolitana e 13 no interior do Estado. Essa
estrutura conta com 227 escritórios locais responsáveis pela operação, manutenção, faturamento,
cobrança dos serviços e interação direta com os usuários, comunidade e titulares. A Embasa atende
87,77% dos municípios baianos com serviço de abastecimento de água (366 dos 417 municípios)
e 26,62% com serviços de esgotamento sanitário (111municípios), totalizando mais de 3.367.535
milhões de ligações faturadas. (Embasa, 2021).

4.4.2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Em seu Estatuto Social é definido que os órgãos de deliberação superior da empresa (organograma
na Figura 11) são: a Assembleia Geral dos Acionistas, como órgão máximo; o Conselho de
Administração, como órgão de deliberação estratégica e colegiada responsável pela orientação
superior da empresa; e a Diretoria Executiva, como órgão executivo de administração e
representação. O Conselho Fiscal é o órgão permanente de fiscalização e se reporta diretamente à
Assembleia Geral dos Acionistas (Embasa, 2021).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
133
Figura 11 – Organograma dos órgãos de deliberação superior da Embasa

Fonte: Embasa, 2021.

Conforme preconiza a Lei Federal nº 13.303/2016, o Comitê de Elegibilidade e Avaliação, vinculado


à Assembleia Geral, auxilia os acionistas na escolha dos administradores e dos conselheiros fiscais,
desde 2018. O Comitê de Auditoria Estatutário da Embasa auxilia o Conselho de Administração no
exercício de suas funções de auditoria e de fiscalização sobre a qualidade das demonstrações
contábeis e a efetividade dos sistemas de controle interno e de auditorias interna e independente,
desde 2020. (Embasa, 2021)

A Diretoria Executiva é formada pela Presidência, duas Diretorias de Operação (Região


Metropolitana de Salvador e do Interior), Diretoria de Empreendimentos, Diretoria Técnica e de
Planejamento, Diretoria Financeira e Comercial e Diretoria de Gestão Corporativa (Embasa, 2021).
Na Figura 12, é presentado o organograma da Diretoria Executiva da Embasa, com atuação no
município de Salvador. A Diretoria de Operação do Interior (DI) não aparece no organograma
abaixo, pois não tem atuação no município de Salvador.

Figura 12 - Organograma da Diretoria Executiva da Embasa S/A

Fonte: Embasa, 2021.

A Diretoria de Operação da RMS (DM), possui a seguinte composição Organizacional: •


Superintendência de Produção de Água e Esgotamento Sanitário da RMS (MP); Superintendência

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
134
de Serviços de Água e Esgotamento Sanitário da RMS (MS); e Assessoria, como pode ser visto na
Figura 13.

Figura 13 - Organograma da Diretoria de Operação da RMS

Fonte: Embasa, 2021.

Na Figura 13 destacou-se as 5 Unidades Regionais relacionadas à prestação dos serviços no


município de Salvador: a Unidade Regional da Bolandeira (UMB), a Unidade Regional da Federação
(UMF), a Unidade Regional do Cabula (UML) e a Unidade Regional de Pirajá (UMJ), que são
responsáveis pela prestação dos serviços na parte continental do município de Salvador e a
Unidade Regional de Candeias (UMS), que é responsável pela prestação dos serviços nas Ilhas de
Salvador (Ilha dos Frades, Ilha de Bom Jesus dos Passos e Ilha de Maré). Além dessas 5 unidades
regionais, está vinculada também à DM a Unidade Regional de Camaçari, que não possui relação
com os serviços prestados em Salvador.

Todas as unidades vinculadas à Superintendência de Serviços de Água e Esgotamento Sanitário


exercem funções relacionadas aos dois serviços, enquanto na Superintendência de Produção de
Água e Esgotamento Sanitário a Unidade de Suporte Técnico e a Unidade de Manutenção
eletromecânica exercem funções relativas aos dois serviços e a Unidade de Esgotamento Sanitário
exerce funções relativas especificamente ao serviço de esgotamento sanitário.

Cabe à DM realizar a gestão, em nível estratégico, das atribuições de responsabilidade das


Superintendências sob sua subordinação. Ela atua nas principais etapas da cadeia de valor da
Embasa, a saber (Embasa, 2021):

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
135
• Contratualização com Titulares
• Gestão de Empreendimentos
• Gestão de Mananciais
• Captação de Água
• Tratamento de Água
• Distribuição de Água
• Contratualização com usuários
• Contratualização com clientes especiais
• Coleta de Esgoto
• Tratamento de Esgoto
• Disposição de Esgoto
• Relacionamento com clientes
• Processo de Suporte e Gestão

Para desempenhar todas essas atividades a Embasa conta com um conjunto de empregados que
são alocados em conformidade com a sua estrutura organizacional. As unidades e gerências podem
atuar em mais de um processo (Embasa, 2021).

No item 4.4.3 é apresentado o contingente de profissionais que atuam diretamente na prestação


desses serviços para o município de Salvador.

4.4.3. RECURSOS HUMANOS ALOCADOS NO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Para a realização de suas atividades a Embasa conta com um conjunto de prédios e instalações,
onde os profissionais de diferentes áreas cumprem suas funções técnicas para garantir a prestação
de serviço. Existe um conjunto de doze instalações, que estão em funcionando e atendem de forma
administrativa e/ou operacional aos serviços prestados pela Embasa em Salvador, conforme
apresentado no no Quadro 7. Não constam desta relação os imóveis onde estão instalados os
sistemas de abastecimento de água (captação, ETA, EEAB e reservatórios) e esgotamento sanitário
(EEE, ETE, Emissário).

Quadro 7 - Instalações administrativas/operacionais da Embasa em Salvador


INSTALAÇÃO ENDEREÇO ESTRUTURA FÍSICA (edificações) FINALIDADE
A Embasa ocupa o 1º andar com área
Avenida Alphaville ,199 – de 509,00 m², o 2.º andar com área de
Alphaville Administrativa
Alphaville I, Salvador – BA 387 m² e a cobertura com 387,00 m²,
totalizando 1.282,00 m².
O Parque da Bolandeira é composto
por 2 ETA's e 58 módulos com área
Avenida D. Eugênio
construída total de 9.031,08 m², além Operacional Água e
Bolandeira Sales, s/n Boca do Rio
disso possui uma subestação, balança Administrativa
Salvador-BA
rodoviária com capacidade para 60
toneladas, portaria central.
4ª Avenida, 420 CAB O edifício sede é composto de 3
CAB Administrativa
Salvador-BA pavimentos e 2 estacionamentos. A

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
136
INSTALAÇÃO ENDEREÇO ESTRUTURA FÍSICA (edificações) FINALIDADE
área construída deste prédio é de
7.771,00m²
Avenida Silveira Martins, Composto por diversos prédios com Operacional Água e
Cabula R7
s/n Cabula área construída total de 2.018,41 m² Administrativa
Cabula Avenida Silveira Martins, Composto por diversos galpões com
Administrativa
Almoxarifado s/n Cabula área construída total de 8.206,29 m²
Rua dos Franciscanos, Composto por 9 módulos, com área
Castelo Branco Operacional Esgoto
s/n Castelo Branco construída de 1.130,00 m².
Rua Alto da Bola, Composto de diversos módulos com
Federação Operacional Água
Federação Salvador-BA área construída total de 4.071,04 m²
Avenida Voluntários da prédio com 173,68 m² de área
Lobato Operacional Esgoto
Pátria Salvador-BA construída
Rua Saldanha Marinho,
Prédio com 153,79 m² de área Operacional Água e
Museu e R3 Caixa D´Água Salvador-
construída Administrativa
BA
Avenida Juracy
Parque Paulo composto de diversos módulos com Operacional Esgoto
Magalhães, Rio Vermelho
Jackson área construída total de 2.695,62 m² e Administrativa
Salvador-BA
Rua Elísio Mesquita, 763 Composto por diversos módulos com
Pirajá Operacional Água
Pirajá Salvador-BA área construída de 1.857,04 m²
Prédio composto de 2 pavimentos com
TGF - (local da Avenida Lucaia, Rio área construída por pavimento de
Administrativa
antiga loja) Vermelho Salvador-BA 193,065 m², totalizando 386,13 m² de
área construída.
Fonte: Embasa, 2021.

Para desempenhar suas atividades a Embasa conta com empregados próprios, que seguem o
regime estatutário da empresa e profissionais terceirizados, que prestam serviços vinculados aos
contratos realizados mediante processos de licitação. O contingente apresentado de profissionais
tem como referência dezembro de 2020, e abarca todos os profissionais relacionados à manutenção
e operação dos sistemas de abastecimento de abastecimento de água e esgotamento sanitário que
atendem o município de Salvador. Como apresentado na Figura 14, em torno de 67% dos
profissionais que atuam nos serviços são de contratos terceirizados, ou seja, apenas 33%, um terço,
são profissionais empregados da própria empresa.

Figura 14 – Porcentagem entre empregados próprios e terceirizados da Embasa

33% empregados
próprios
profisisonais
67% tercerizados

Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
137
No Quadro 8 e Quadro 9 são apresentadas as funções contratadas para prestação dos serviços,
onde é possível observar uma variedade de formações e níveis de escolaridade na composição da
equipe da empresa. Ao todo são 3.444 trabalhadores, sendo 1.121 funcionários próprios e 2.323
terceirizados oriundos das empresas contratadas.

Quadro 8 – Total de empregados próprios por tipo de função na Embasa


NIVEL FUNÇÃO TOTAL
NM Agente Administrativo 185
NM Agente de Manutenção 43
NM Agente de Medição 3
NM Agente de Serviço de Telefonia 2
NM Agente Operacional 103
NU Anal. ADM 1
NU Anal. Controle Qualidade Água e Efluentes 3
NU Anal Prod Controle de Qualidade 2
NU Analista Ambiental 1
NU Analista de Gestão 12
NU Analista de Tecnologia da Informação 3
NM Assist. de Serv ADM II 4
NU Assistente Social 7
NM Assistente Técnico Administrativo 53
NM Auxiliar de Operação e Serviços 41
NM Contínuo 5
NM Desenhista 8
NM Digitador 9
NT Eletricista 14
NU Engenheiro Civil / Sanitarista 2
NU Engenheiro 79
NU Geólogo 1
NT Mecânico 13
NM Monitor de Obras e Serviços 118
NM Motorista 7
NT Operador de Equipamentos Pesados 5
NT Operador de processo de água e de esgoto 214
NT Soldador 2
NT Técnico contábil 3
NT Técnico em automação e controle 15
NT Técnico em eletromecânica 16
NT Técnico em eletrotécnica 14
NT Técnico em Química 9
NT Técnico em Segurança do Trabalho 8
NT Técnico Operacional 115
NT Técnico Prático Especialista 1
TOTAL 1.121
Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
138
No Quadro 9 são apresentadas as funções executadas por profissionais das empresas contratadas
via licitação para a prestar serviço à Embasa.

Quadro 9 - Total de profissionais terceirizados por tipo de função na Embasa


NIVEL FUNÇÃO TOTAL
NM Agente administrativo 8
NM Agente de limpeza 4
NM Agente de manutenção 2
NM Agente de medição 8
NM Agente de serviço 34
NM Agente de serviço comercial 242
NM Agente de sistemas 14
NM Ajudante almoxarifado 1
NM Ajudante prático 383
NM Ajudante man. Elétrica / mecânica 41
NM Ajudante pratico pedreiro manutenção 8
NM Almoxarife 10
NM Analista de consumo, cadastro 46
NU Analista de sistemas 2
NM Analista I 12
NU Analista adm. Financeiro 1
NU Análise técnica e fiscalização de obras de expansão dos SES 2
NM Armador 1
NM Assistente administrativo 74
NU Assistente administrativo nu 2
NU Assistente social 2
NT Assistente técnico administrativo 14
NM Atendente 96
NM Aux informática 1
NM Aux pitometria 2
NM Auxiliar administrativo 20
NM Auxiliar de almoxarife 6
NM Auxiliar de manutenção 63
NM Auxiliar de produção 12
NM Auxiliar de serviços gerais 10
NM Auxiliar técnico 4
NM Cadastrista 27
NM Cadista 19
NM Carpinteiro 2
NM Comprador 1
NM Conferência da conformidade técnica de novas ligações de esgoto 5
NM Coordenador 15
NM Coordenador de segurança do trabalho 1
NT Eletricista 30
NM Encanador 211
NM Encarregado 59

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NIVEL FUNÇÃO TOTAL
NU Engenheiro civil 6
NU Eng. Seg. Trabalho 2
NM Execução de solicitações de serviço 1
NU Fiscal de contratos, obras e serviços 12
NU Gerente 3
NM Jatista pintor 4
NM Marteleteiro 3
NT Mecânico de manutenção 40
NM Mestre de Montagem 2
NM Mobilizador social 6
NM Monitor de serviços 29
NU Monitoramento arqueológico 1
NM Motociclista 5
NM Motorista veículo leve 49
NM Motorista veículo pesado 68
NM Nivelador 1
NM Notificador 18
NM Operador de equipamentos 108
NM Operador de ETA 29
NM Pedreiro 141
NM Pedreiro/encanador/artífice 30
NM Pintor 1
NM Profissional de nível médio em informática 1
NM Programador 4
NU Projetos e planos de manutenção elétricos 1
NU Projetos de sistema de automação e controle, e manutenção 1
NM Secretario 13
NM Servente 165
NT Soldador RX / ER 12
NM Supervisor 4
NM Técnico em Automação 8
NT Técnico eletromecânica 3
NT Técnico eletrotécnica 7
NT Técnico em instrumentação 1
NT Técnico em mecânica 3
NT Técnico segurança do trabalho 10
NT Técnico nível médio 20
NT Técnico química 2
NT Técnico em Saneamento 3
NT Torneiro mecânico 4
NM Vigia 7
TOTAL 2.323
Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Desse conjunto de profissionais que compõem as equipes responsáveis pelas atividades envolvidas
na prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, 79% são
profissionais de nível médio, 17% nível técnico e 4% nível universitário, como poder ser observado
na Tabela 1.

Tabela 1 – Total de profissionais por nível de escolaridade


Nível Próprios Terceirizados Total Percentual
NM - Nível Médio 581 2139 2720 79%
NT - Nível Técnico 429 149 578 17%
NU - Nível Universitário 111 35 146 4%
Total 1121 2323 3444 100%
Fonte: Embasa, 2021.

É importante destacar que no caso de empregados próprios o percentual de profissionais de nível


técnico e universitário são significativamente maiores, formando 48% do total. Já nos terceirizados
são apenas 11% dos profissionais contratados, como pode ser observado na Figura 15. Esses
dados revelam que apesar dos empregados próprios serem 33% do total de profissionais envolvidos
nos serviços, conforme Figura 14, eles ocupam em torno de 75% das funções ligadas a essas
escolaridades, ou seja, 584 do montante de 724 profissionais. São esses profissionais que
desempenham atividades de planejamento, elaboração de projetos e operação técnica dos
serviços. Portanto, são os empregados públicos que detém a maior responsabilidade e expertise
sobre a condução das atividades na prestadora.

Figura 15 – Profissionais próprios e terceiros por nível de escolaridade, Embasa

Próprios Terceirizados
NM - Nível 6% NM - Nível
10% Médio 5% Médio

52% NT - Nível NT - Nível


38% Técnico Técnico
NU - Nível 89% NU - Nível
Univesitário Univesitário

Fonte: Embasa, 2021.

Os empregados próprios de nível técnico e universitário formam 16% do total de profissionais


envolvidos da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, e
recebem o reforço de mais 5% de terceirizados, formando 21% do total de profissionais envolvidos
da prestação dos serviços, como pode ser observado na Figura 16.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Figura 16 – Percentual por nível de escolaridade para empregados próprios (P) e
terceirizados (T) no total de profissionais envolvidos

3%
1%
4%
NM - Nível Médio P

17% NM - Nível Médio T


13% NT - Nível Técnico P

NT - Nível Técnico T

62% NU - Nível Univesitário P

NU - Nível Univesitário T

Fonte: Embasa, 2021.

A Embasa dispõe de Plano de Cargos, Salários e Carreira para seus empregados. O plano
aprovado em 2015, é responsável por reger 98,67% do corpo funcional. O restante do corpo
funcional, 1,33%, é regido pelo plano de cargos, salários e carreira aprovado em 2019 (EMBASA,
2021).

Anualmente, a Embasa estabelece o seu plano de capacitação. Para sua definição são
consideradas as demandas relacionadas às competências estratégicas, às lacunas de
conhecimento identificadas na Avaliação de Desempenho e a outras demandas relacionadas às
necessidades específicas das unidades. A Embasa não possui Plano de Demissão, mas tem um
Plano de Aposentadoria Incentivada (EMBASA, 2021).

4.5. ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE


ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Este item visa apresentar um panorama, do ponto de vista econômico-financeiro, sobre o serviço
de abastecimento de água prestado pela Embasa no município de Salvador. O estudo é baseado,
principalmente, em série histórica do SNIS (2019, 2018 e 2017) e, também, em contatos realizados,
ao longo dos últimos meses, com o corpo técnico da EMBASA, onde buscou-se entender as
receitas, despesas, investimentos e a política tarifária relativa ao serviço em tela. Desta forma, as
informações que serão apresentadas em sequência contribuirão para o entendimento da atual
situação de sustentabilidade econômico-financeira do serviço de abastecimento de água,
preconizada no marco legal do setor, e a necessidade de ações de melhoria para atingir o cenário
de universalização.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
142
4.5.1. ESTRUTURA TARIFÁRIA

De acordo com a Embasa (2021), os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário


prestados pela empresa são remunerados sob forma de tarifas, que são diferenciadas segundo as
categorias de usuários, características do imóvel e faixa de consumo. A tarifa de água compreende
uma importância mínima fixa (tarifa mínima) equivalente a 6m³ e outra relativa ao consumo
excedente. Todo consumo que ultrapassar o mínimo estabelecido, será considerado como consumo
excedente e terá tarifa diferenciada para cada m³, como pode ser observado no Quadro 10.

Quadro 10 - Tarifas praticadas pela Embasa para o serviço de abastecimento de água


TARIFAS MENSAIS PARA SERVIÇO DE ÁGUA
VIGÊNCIA A PARTIR DE 12 DE JUNHO DE 2019
1.1 ligações Medidas
Residencial/
Faixas de Residencial Residencial
Normal/ Filantrópica
Consumos Social Intermediária
Veraneio
Até 6 m³ R$ 13,40 p/ mês R$ 26,40 p/ mês R$ 29,90 p/ mês R$ 13,40 p/ mês
7 - 10 m³ R$ 0,83 p/ m³ R$ 1,07 p/ m³ R$ 1,18 p/ m³ R$ 0,83 p/ m³
11 - 15 m³ R$ 5,91 p/ m³ R$ 6,78 p/ m³ R$ 8,37 p/ m³ R$ 5,91 p/ m³
16 - 20 m³ R$ 6,43 p/ m³ R$ 7,34 p/ m³ R$ 8,96 p/ m³ R$ 6,43 p/ m³
21 - 25 m³ R$ 9,59 p/ m³ R$ 9,63 p/ m³ R$ 10,07 p/ m³ R$ 9,59 p/ m³
26 - 30 m³ R$ 10,69 p/ m³ R$ 10,73 p/ m³ R$ 11,23 p/ m³ R$ 10,69 p/ m³
31 - 40 m³ R$ 11,82 p/ m³ R$ 11,82 p/ m³ R$ 12,35 p/ m³ R$ 11,82 p/ m³
41 - 50 m³ R$ 13,55 p/ m³ R$ 13,55 p/ m³ R$ 13,55 p/ m³ R$ 13,55 p/ m³
> 50 m³ R$ 16,29 p/ m³ R$ 16,29 p/ m³ R$ 16,29 p/ m³ R$ 16,29 p/ m³

Derivações
Faixas de Pequenos Construção e
Comercial Comerciais de Pública
Consumos Comércios Industrial
Água Bruta
Até 6 m³ R$ 86,80 p/ mês R$ 37,10 p/ mês R$ 14,20 p/ mês R$ 86,80 p/ mês R$ 86,80 p/ mês
7 - 10 m³ R$ 3,32 p/ m³ R$ 1,18 p/ m³ R$ 1,18 p/ m³ R$ 3,32 p/ m³ R$ 3,32 p/ m³
11 - 50 m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 1,60 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³ R$ 19,03 p/ m³
> 50 m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 1,75 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³ R$ 22,45 p/ m³

1.2 Ligações não Medidas 1.3 Derivações Rurais


Tipo Valor Tipo Valor
Residencial Social R$ 13,40 p/ mês Água Tratada R$ 1,85 p/ m³
Residencial Intermediária R$ 26,40 p/ mês Água Bruta R$ 1,75 p/ m³
Residencial Normal e
R$ 29,90 p/ mês
Veraneio
Comercial e Prestação de
R$ 86,80 p/ mês
Serviço
Pequenos Comércios R$ 37,10 p/ mês
Filantrópica R$ 13,40 p/ mês
Construção / Industrial R$ 86,80 p/ mês
Pública R$ 86,80 p/ mês

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
143
Fonte: Embasa, 2021.

As características das diferentes categorias e subcategorias de consumo são apresentadas no


Quadro 11:

Quadro 11 - Características das unidades consumidoras em cada categoria e subcategoria


de consumo
CATEGORIA SUBCATEGORIA CARACTERÍSTICAS
Imóveis residenciais com características físicas similares ou inferiores às
da subcategoria intermediária, comprovadas mediante vistoria, que o
Social
titular seja beneficiário do Programa Bolsa Família e que não seja titular
de outra ligação da Embasa.
Residências com as seguintes características:
- Área construída menor ou igual a 60 m²;
Residencial Intermediária - Padrão COELBA mono ou bifásico;
- Até o máximo de 8 (oito) pontos de utilização de água;
- Inexistência de piscina.
Qualquer residência não enquadrada nas Categorias Residenciais
Normal
Intermediária e Residencial Social
Residências localizadas nas cidades balneárias, estações termais com
Veraneio
utilização sazonal.
Imóveis que abrigam entidades que desempenham atividades
exclusivamente voltadas para trabalhos voluntários e sociais de caráter
beneficente e filantrópico, mantidas por doações e constituídas para
atender às camadas mais carentes da população, não possuindo fonte
de renda própria e que atendam os seguintes critérios:
- Não exerça atividade econômica;
- Não remunere ou distribua qualquer tipo de benefício aos diretores ou
dirigentes de qualquer nível pelo exercício de suas atividades;
Filantrópica
- Inexistência de débito;
- Documentação comprobatória, podendo ser: Registro do CEBAS,
expedido para a área de assistência social (não é permitido a área de
saúde ou educação)ou Ato de Constituição de Entidade registrado em
cartório de Títulos de Documentos e reconhecimento por órgãos de pelo
menos 02 das 03 esferas da administração pública;
- Avaliação técnica da unidade Regional;
Comercial
- Homologação final da Diretoria Executiva da Embasa.
Estabelecimentos que não se enquadrem nas demais categorias, como
por exemplo: cinemas, centros comerciais, hotéis, apart-hotéis,
estabelecimentos prestadores de serviços de atividade mista (indústria
Serviços,
e comércio varejista), associação de moradores, hospitais, escolas,
comércio e outras
templos, órgãos e entidades da administração pública indireta das
atividades
esferas federal, estadual e municipal, (empresas públicas, autarquias e
sociedades de economia mista), fundações e propriedades rurais (não
utilizada para fins residenciais).
Pequenos Estabelecimentos que não se enquadrem nas demais
Pequenos categorias (residência, indústria ou órgão público) e que apresentem
serviços, simultaneamente as seguintes características:
comércios e - Área construída da unidade usuária menor ou igual a 30 m2;
outras atividades - Não utilização de água como insumo para a sua atividade final;
- Máximo de 2 (dois) pontos de utilização de água na unidade usuária.
Construções de prédios ou conjuntos habitacionais com 05 (cinco) ou
mais unidades. Observação: Para as construções de imóveis com até 04
Construção
Industrial (quatro) unidades consumidoras faturadas, a Tarifa será aplicada como
se os Prédios ou Conjuntos já estivessem concluídos.
Industrial Indústria em geral.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
144
CATEGORIA SUBCATEGORIA CARACTERÍSTICAS
Imóveis utilizados por órgãos ou entidades da administração pública
direta ou indireta (autarquias e fundações públicas) das esferas federal,
estadual ou municipal, que não exerçam atividades econômicas. Os
Pública
imóveis usados para fins residenciais, comerciais e industriais, bem
como as derivações rurais, serão classificados nas suas respectivas
categorias mesmo com responsabilidade pública.
Abastecimento de Água Tratada, para consumo residencial, através de
Derivação rural de água tratada
Derivações Rurais.
Fonte: Embasa, 2021

Para realizar uma análise comparativa em relação às tarifas praticadas pela Embasa, apresenta-se
a seguir os resultados obtidos no SNIS (2019) para os indicadores IN004 (tarifa média praticada),
IN005 (tarifa média de água) e IN006 (tarifa média de esgoto), para as companhias estaduais de
saneamento dos 9 Estados que compões a região Nordeste.

Os indicadores IN004, IN005 e IN006 são calculados de acordo com as seguintes equações:

𝐹𝑁002 + 𝐹𝑁003 + 𝐹𝑁007 + 𝐹𝑁038 1


𝐼𝑁004 = ×
𝐴𝐺011 + 𝐸𝑆007 1000
𝐹𝑁002 1
𝐼𝑁005 = ×
𝐴𝐺011 − 𝐴𝐺017 − 𝐴𝐺019 1000
𝐹𝑁003 1
𝐼𝑁006 = ×
𝐸𝑆007 − 𝐸𝑆013 1000

Onde:

FN002: Receita operacional direta de água


FN003: Receita operacional direta de esgoto
FN007: Receita operacional direta de água exportada (bruta ou tratada)
FN038: Receita operacional direta – egoto bruto ou importado
AG011: Volume de água faturado
AG017: Volume de água bruta exportado
AG019: Volume de água tratada exportado
ES007: Volume esgoto faturado
ES013: Volume esgoto bruto importado

Na Tabela 2 apresenta-se os valores dos indicadores obtidos para as concessionárias da Região


Nordeste:

Tabela 2 - Tarifas Médias das Concessionárias Estaduais da Região Nordeste (2019)


Tarifa média Tarifa média Tarifa média
Companhhias praticada de água de esgoto
UF Estauais de (R$/m³) (R$/m³) (R$/m³)
Saneamento
IN004 IN005 IN006

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145
AL CASAL 6,05 6,22 5,43
BA EMBASA 5,38 5,83 4,45
CE CAGECE 4,07 3,92 4,49
MA CAEMA 4,28 4,02 5,02
PB CAGEPA 4,23 4,39 4,04
PE COMPESA 3,75 3,84 3,47
PI AGESPISA 3,73 3,80 2,95
RN CAERN 4,21 4,65 3,07
SE DESO 5,27 5,51 4,39
Média da Região Nordeste (NE) 4,55 4,69 4,15
Fonte: SNIS, 2019.

Utilizando os indicadores acima, observa-se que as tarifas médias da EMBASA com as demais
concessionárias da região Nordeste, verifica-se que as tarifas médias estão acima da média da
Região, sendo 18% acima considerando a média global, 24% considerando apenas o serviço de
abastecimento de água e 7% considerando o serviço de esgotamento sanitário. De acordo com
esses indicadores, a Embasa possui a 2ª tarifa média de água mais cara e a 4ª tarifa média de
esgoto mais cara da região.

Analisando especificamente as tarifas médias obtidas para o município de Salvador em comparação


às demais capitais do Nordeste, observa-se que as tarifas médias da EMBASA em Salvador
também estão acima da média das demais capitais da região, sendo 14% acima considerando a
média global, 33% considerando apenas o serviço de abastecimento de água e 6% considerando o
serviço de esgotamento sanitário. De acordo com esses indicadores, Salvador possui a tarifa média
de água mais cara e a 3ª tarifa média de esgoto mais cara da região, como pode ser observado na
Tabela 3.

Tabela 3 - Tarifas médias das capitais da Região Nordeste (2019)


Tarifa média Tarifa média Tarifa média
Capitais da Região praticada de água de esgoto
UF (R$/m³) (R$/m³) (R$/m³)
Nordeste
IN004 IN005 IN006
AL Maceió 6,24 6,54 5,68
BA Salvador 5,56 7,02 4,78
CE Fortaleza 4,3 4,46 4,48
MA São Luís 4,74 5,04 5,07
PB João Pessoa 4,48 4,63 4,29
PE Recife 4,44 4,56 4,29
PI Teresina 4,14 4,25 3,71
RN Natal 4,3 4,68 3,58
SE Aracaju 5,66 6,18 4,64
Média da Região Nordeste (NE) 4,9 5,3 4,5

Fonte: SNIS, 2019

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
146
Na Figura 17 apresenta-se de forma gráfica os resultados obtidos especificamente para a tarifa
média de água, objeto deste diagnóstico.

Figura 17 – Tarifa média de água nas capitais do Nordeste em 2019


8
IN004 - Tarifa média praticada (R$/m³)

7,02
7 6,54
6,18
6
5,04 4,68 4,63
5 5,3
4,56 4,46
4,25
4

0
Salvador Maceió Aracaju São Luís Natal João Recife Fortaleza Teresina
Pessoa

IN005_AE - Tarifa média de água Média

Fonte: SNIS, 2019.

Ressalta-se que os três indicadores do SNIS analisados se referem à tarifa média calculada, que
considera todas as categorias de usuários e faixas de consumo, que possuem tarifas diferenciadas.
Para realizar uma análise mais detalhada em relação à tarifa cobrada para os usuários da categoria
residencial, apresenta-se na Tabela 4 seguir as tarifas praticadas nas capitais do Nordeste para as
categorias residencial normal e residencial social na faixa de consumo de até 10m³/mês.

Tabela 4 – Tarifas de água por 10m³ cobradas nas capitais do Nordeste


Tarifa Tarifa
residencial Residencial
UF Prestador Município
normal Social
(R$) (R$)
AL CASAL Maceió 49,7 24,85
CE CAGECE Fortaleza 45,2 15,5
PE COMPESA Recife 45,13 9,44
PB CAGEPA João Pessoa 40,64 10,56
RN CAERN Natal 39,9 8,07
SE DESO Aracaju 39,76 19,88
BA EMBASA Salvador 34,62 16,72
PI Águas de Teresina Teresina 30,66 13,45
MA CAEMA São Luís 25,49 19,33
Média 39,01 15,31
Fonte: Sites das empresas, 2021.

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147
Na Figura 18 e na Figura 19 é possível observar que analisando apenas a categoria residencial na
faixa até 10m³, as tarifas praticadas pela Embasa se situam próximo da média entre as capitais do
Nordeste. No caso da tarifa residencial normal, a tarifa praticada pela Embasa é a 3ª menor da
região, estando abaixo da média regional, enquanto a tarifa social é apenas 9% mais alta que a
média regional.

Figura 18 - Tarifas de água por 10m³ cobradas nas capitais do Nordeste na categoria
residencial normal
60
Tarifa residencial normal para 10m³

49,7
50 45,2 45,13
40,64 39,9 39,76
40 34,62 39,01
30,66
30 25,49
(R$)

20

10

Fonte: Sites das empresas, 2021.

Figura 19 - Tarifas de água por 10m³ cobradas nas capitais do Nordeste na categoria
residencial social
30
Tarifa residencial social para 10m³ (R$)

24,85
25
19,88 19,33
20
16,72
15,5
15 13,45 15,31
10,56
9,44
10 8,07

Fonte: Sites das empresas, 2021.

Considerando a importância da tarifa social no acesso da população mais pobre do município aos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, apresenta-se a seguir a análise

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
148
realizada por FILHO, A. O e SANTANA, L. G. A (2020) no artigo “A Tarifa Social nos Serviços de
Água e Esgotos na cidade do Salvador-Bahia” publicado pelo Observatório Nacional dos Direitos à
Água e ao Saneamento – ONDAS.

De acordo com os dados analisado por FILHO (2020), as economias beneficiadas com a Tarifa
Social em Salvador representavam cerca de 2,1% do total de economias residenciais existentes da
Embasa em Salvador, sendo que considerando-se uma taxa de 10% de economias inativas para
Salvador, e que todas as economias enquadradas como Tarifa Social continuam ativas, esse
percentual cresce para 2,4%. Observou-se também que o número absoluto das economias
existentes vem efetivamente aumentando ao longo dos meses que foram analisados e que a
despeito dos efeitos da pandemia da COVID 19, o número absoluto das economias de água
beneficiadas com a tarifa social permaneceu estável no período analisado, apesar do aumento de
1,71% no número de famílias inscritas no CadÚnico no mesmo período.

Segundo os autores, acredita-se que o crescimento do número de economias, mesmo de forma


pouco significante, deveu-se muito em função da isenção das contas com Tarifa Social promovidas
pelo Estado da Bahia nesse período. Conforme O PL 23. 812, sancionado em 06 de abril de 2020,
todas as famílias inscritas, na Tarifa Social, com consumo menor de 25m3, não pagaram a conta de
água, no período de abril a junho/2020. Essa medida foi eficaz para socorrer uma parcela da
população mais carente de Salvador e do restante do Estado, sendo essa a que mais sofre os
efeitos econômicos provocados pela pandemia do coronavírus.

Conforme análises realizadas por Filho (2020), considerando os dados de junho/2020, o número de
famílias beneficiadas pela Tarifa Social da Embasa correspondia a apenas 6,9% das famílias
elegíveis que estão dentro do CadÚnico, sendo que ao se considerar apenas as famílias com
cadastro atualizado até junho/2020, esse percentual cresce para 9,5%. Analisando-se apenas os
dados disponíveis no sistema de Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico –
CECAD (2020) relativos à faixa salarial de até 1 salário-mínimo (1SM), observou-se que na época
264.523 famílias eram atendidas por rede de distribuição de água, enquanto que no mesmo período
(junho/2020) apenas 22.659 economias de água e 20.393 economias de esgoto eram atendidas
pela Tarifa Social da Embasa, chegando-se a apenas 8,6% das famílias cadastradas no CadUnico
na faixa até 1 salário mínimo. Assim, verifica-se que uma boa parte da população soteropolitana
enquadrada nessa faixa de renda (1SM) seria um potencial cliente dessa classificação tarifária
(Tarifa Social). Os autores destacam também que é importante observar que parte dessa população
não atendida por tarifa social pode estar incluída dentro de situações de ligações clandestinas, e,
até mesmo, de fraudes comerciais.

Os autores destacam ainda, que a cidade do Salvador apresenta uma grande inadimplência, no que
se refere ao pagamento das tarifas de água e esgoto e que a possibilidade do enquadramento dessa

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
149
população do CadÚnico na Tarifa Social, com toda certeza, deve levar à redução do percentual de
inadimplência na cidade do Salvador e, consequentemente, na queda do percentual de fraudes
comerciais.

4.5.2. FATURAMENTO, ARRECADAÇÃO E CONSUMO MÉDIO

Na Tabela 5 apresenta-se o faturamento da Embasa em 2019 relativos aos serviços de


abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados em Salvador. Analisando os resultados,
observa-se que em termos de faturamento em 2019 a Categoria Residencial contribuiu com 65,3%,
ou seja, mais da metade do faturamento da EMBASA, enquanto a categoria comercial é a segunda
mais representativa, contribuindo com 24,4% do faturamento.

Considerando os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário separadamente,


observa-se que o faturamento relativo ao abastecimento de água responde por 55,2%, enquanto o
esgotamento sanitário responde por 41,2% e os dois serviços conjuntamente responderam por
96,7%, chegando quase à totalidade.

Tabela 5 – Faturamento da Embasa em Salvador em 2019


Categorias Água Esgoto Serviços Parcelamento Total S/Parcel Total Geral
Residencial 474.425.041,74 358.190.268,30 9.987.946,42 25.889.660,20 842.603.256,46 868.492.916,66
Comercial 177.402.580,27 136.250.583,46 2.983.573,68 9.088.542,91 316.636.737,41 325.725.280,32
Industrial 10.091.315,21 4.050.336,78 -6.907,88 75.790,78 14.134.744,11 14.210.534,89
Pública 73.642.785,56 47.187.735,95 1.110.568,41 10.946,79 121.941.089,92 121.952.036,71
Geral (R$) 735.561.722,78 545.678.924,49 14.075.180,63 35.064.940,68 1.295.315.827,90 1.330.380.768,58
(%) 55,29% 41,02% 1,06% 2,64% 97,36% 100,00%
Fonte: Embasa, 2021.

Na Tabela 6 apresenta-se a arrecadação da Embasa em 2019 relativos aos serviços de


abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados em Salvador. Analisando a tabela,
observa-se que do que foi realmente arrecadado em 2019 a Categoria Residencial contribuiu com
65,04%, ou seja, mais da metade do arrecadado pela Embasa, enquanto em segundo lugar temos
a categoria comercial com 25,8%.

Tabela 6 – Arrecadação da Embasa em Salvador (2019)


Categorias Água Esgoto Serviços ICMS Parcelamento Total S/Parcel Total Geral
Residencial 402.866.650,10 283.643.963,22 15.655.441,47 917,83 17.936.213,70 702.166.972,62 720.103.186,32
Comercial 161.093.628,55 114.633.390,66 4.380.531,46 4.073,81 5.824.669,09 280.111.624,48 285.936.293,57
Industrial 9.746.778,52 3.694.321,39 53.503,29 0,00 45.787,91 13.494.603,20 13.540.391,11
Pública 51.437.872,67 35.449.601,64 680.087,24 0,00 2.379,30 87.567.561,55 87.569.940,85
Geral (R$) 625.144.929,84 437.421.276,91 20.769.563,46 4.991,64 23.809.050,00 1.083.340.761,85 1.107.149.811,85
(%) 56,46% 39,51% 1,88% 0,00% 2,15% 97,85% 100,00%
Fonte: Embasa, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
150
Considerando os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário separadamente,
observa-se que o arrecadado pelo abastecimento de água respondeu por 56,4%, enquanto o
esgotamento sanitário respondeu por 38,5% e os dois conjuntamente responderam por 95,7%,
chegando quase à totalidade.

Na Tabela 7 apresenta-se o consumo médío por economia para cada uma das categorias de
usuários nos anos de 2017 a 2020, sendo possível observar que na classe residencial houve uma
leve queda no consumo médio entre 2017 e 2020, passando de 7,11 m³ para 7,03 m³. As categorias
que mostraram crescimento no consumo médio ao longo destes 4 anos foram a categoria
residencial social, que passou 6,33 para 7,15 m³ e a categoria residencial intermediária, que passou
de 4,08 m³ por economia em 2017 para 4,14m³ em 2020.

No total a média mostra uma queda ao longo dos anos observados, visto que o consumo caiu de
7,55 m³ em 2017 para 7,28 m³ em 2020.

Tabela 7 – Consumo médio por categoria de usuários em Salvador (m³/economia)


Residencial
Ano Total Comercial Pública Industrial
Total Social Intemediária Normal
2017 7,55 7,11 6,33 4,08 7,37 8,69 135,48 114,36
2018 7,44 7,01 6,40 3,92 7,29 8,61 134,88 118,49
2019 7,36 6,92 6,38 3,89 7,22 8,59 133,61 117,29
2020 7,28 7,03 7,15 4,14 7,31 7,02 114,26 110,70
Fonte: Embasa, 2021.

4.5.3. INADIMPLÊNCIA E EVASÃO DE RECEITAS

Como em todas as companhias de abastecimento de água brasileiras que convivem com a perda
de faturamento dos serviços prestados, a EMBASA não foge à regra e, também, tem que lidar com
os usuários inadimplentes. Da mesma forma, na maioria das vezes, os montantes destes usuários
inadimplentes nos pagamentos de serviços são recuperados quando do corte de abastecimento de
água e tem na conta do período seguinte os valores recuperados de forma parcelada com multa e
juros e custo de religação. Neste sentido, a Empresa vai centrando esforços na recuperação das
inadimplências dos usuários seguindo o quadro abaixo.

Na Tabela 8 apresenta-se o índice de inadimplência relativo aos serviços de abastecimento de água


e esgotamento sanitário prestados pela Embasa em Salvador, calculado considerando o total de
das contas dos usuários devedores a partir de 30 dias. Na Tabela 8 é possível observar que a média
da inadimplência no ano de 2019 foi de 36,98% considerando os usuários privado e de 51,06%
considerando os usuários do setor público, enquanto no total a média ponderada da inadimplência
em 2019 chegou a 28,43%. Os resultados demonstram um índice bem elevado, na medida em que
se constata que quase 1/3 dos consumidores não pagam suas contas na data de vencimento.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
151
Tabela 8 - Índice de Inadimplência em (%) na EMBASA em Salvador
2019 Total (30D) Particular (30D) Público (30 D)
janeiro 27,18% 36,59% 40,31%
fevereiro 28,05% 38,23% 39,60%
março 29,20% 36,86% 55,72%
abril 26,88% 37,16% 34,01%
maio 27,48% 36,84% 42,96%
junho 27,81% 35,84% 55,29%
julho 27,80% 36,26% 52,58%
agosto 28,87% 36,27% 62,03%
setembro 30,47% 37,49% 63,58%
outubro 28,98% 37,04% 55,04%
novembro 29,08% 37,64% 54,44%
dezembro 29,34% 37,53% 57,18%
Média 28,43% 36,98% 51,06%
Fonte: Embasa, 2021.

Por outro lado, observa-se que os índices de evasão de receitas (IN029 do SNIS) estão diminuindo
nos últimos 3 anos analisados (2019, 2018 e 2017) para a Embasa.

O índice de evasão de receitas (indicador IN029 do SNIS) é calculado de acordo com a seguinte
equação:

𝐹𝑁005 − 𝐹𝑁006
𝐼𝑁029 = × 100
𝐹𝑁005

Onde:

FN005 = Receita operacional total (direta_indireta)


FN006 = Arrecadação total
Na Tabela 9 observa-se que no município de Salvador o índice caiu de 18,36% para 17,67,
enquanto que a Companhia como um todo reduziu de 12,06% para 11,21%, mostrando que a
Empresa está atuando positivamente para reduzir estes índices. A Tabela 9 permite observar
também que os índices de evasão de receitas da Empresa, no município de Salvador, que foram
17,67% em 2019 foram mais elevados que a média do Estado que é de 11,21%.

Tabela 9 - Índice de Evasão de Receitas (%) da EMBASA


Índice de evasão de receitas (%)
Anos
Embasa - Salvador Embasa - Total
2019 17,67 11,21
2018 17,97 10,97
2017 18,36 12,06
Fonte SNIS (2019), SNIS (2018) e SNIS (2017).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
152
Figura 20 - Índice de Evasão de Receitas (%) da EMBASA em Salvador

20,00 17,97 18,36


17,67
Índice de evasão de receitas (%) 18,00
16,00
14,00 12,06
11,21 10,97
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
2019 2018 2017

Embasa - Salvador Embasa - Total

Fonte SNIS (2019), SNIS (2018) e SNIS (2017).

4.5.4. ANÁLISE DAS RECEITAS OPERACIONAIS DIRETAS E INDIRETAS

Como a EMBASA é uma sociedade de economia mista de capital autorizado, pessoa jurídica de
direito privado, na qual o Estado da Bahia é o acionista majoritário com 99,70% do capital total, é
importante ter conhecimento de sua dimensão no âmbito do Estado da Bahia. De acordo com o
SNIS, no ano de 2019 a Embasa obteve uma receita operacional bruta de R$ 3,4 bilhões, sendo R$
2,5 bilhões (72%) oriundos da prestação dos serviços de abastecimento de água, R$ 912 milhões
(27%) dos serviços de esgotamento sanitário e R$ 48 milhões (1%) referentes a serviços
acessórios, tais como ligações e religações, elaboração de projetos e serviços de laboratório. A
Receita Operacional Líquida alcançou um montante de R$ 3,1 bilhões frente a R$ 2,9 bilhões em
2018, sendo que tanto a receita operacional bruta quanto a líquida superaram em aproximadamente
7% os montantes registrados em 2018.

O resultado obtido foi influenciado principalmente pelo aumento de novas ligações de água e de
esgoto, pelo reajuste tarifário de 4,70%, concedido pela Agência Reguladora de Saneamento
Básico do Estado da Bahia (Agersa) a partir de junho de 2019, e pela retomada do crescimento dos
volumes faturados de água e esgoto que registraram variação positiva de 2% e 3%, em 2019,
respectivamente.

Para realizar a análise das receitas operacionais diretas oriundas do serviço de abastecimento de
água prestado pela Embasa no município de Salvador, foram analisadas inicialmente as

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
153
informações disponíveis no SNIS para os anos de 2017, 2018 e 2019, que são apresentadas na
Figura 21 e na Fonte: SNIS (2019), SNIS (2018) e SNIS (2017)

Figura 22.

Figura 21 - Receitas operacionais diretas do serviço de abastecimento de água em Salvador


(2017 a 2019)

R$1.284.473.905,56
serviço de abastecimento de água

R$1.230.733.921,81
Receitas operacionais diretas do

R$1.132.283.087,47

R$737.082.554,51 R$708.780.436,12
(R$)

R$652.571.439,07

EMBASA 2019 EMBASA 2018 EMBASA 2017

Total Água

Fonte: SNIS (2019), SNIS (2018) e SNIS (2017)

Figura 22 - Relação entre as receitas do serviço de abastecimento de água e o total das


receitas operacionais diretas da Embasa no município de Salvador (2017 a 2019)
abastecimento de água e a receita total
Relação entre as receitas do serviço de

58%

58%
(%)

57%

EMBASA 2019 EMBASA 2018 EMBASA 2017

Fonte: SNIS, 2021

As figuras anteriores demonstram que, considerando somente as receitas oriundas do serviço de


abastecimento de água, as receitas diretas do serviço prestado pela Embasa em Salvador situaram-

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
154
se no intervalo entre 737,08 milhões de reais e 652,57 milhões de reais, ao longo da série analisada.
Este fato denota, principalmente, a amplitude dos serviços prestados por esta empresa, em relação
à população atendida pelos serviços em tela. Também, se pode observar pelas figuras
apresentadas anteriormente que as receitas oriundas dos serviços de abastecimento de água
possuem uma representatividade majoritária na composição das receitas operacionais diretas da
concessionária.

Por outro lado, a partir das informações apresentadas pelo SNIS sobre o serviço prestado pela
Embasa, não se pode depreender que somente as receitas operacionais diretas do serviço de
abastecimento de água contribuem isoladamente com a cobertura das suas despesas de
exploração (DEX).

Além das informações disponíveis no SNIS, foram analisadas também as informações fornecidas
diretamente pela Embasa em resposta aos questionários enviados para o levantamento de
informações deste PMSBI, como pode ser observado na Tabela 10:

Tabela 10 - Receitas operacionais diretas e indiretas totais e para o serviço de


abastecimento de água em Salvador (2017 a 2019)
Receitas operacionais Receitas operacionais Receita operacional
diretas indiretas total (R$)
2017
Total (R$) 1.131.840.326,04 13.624.610,70 1.145.464.936,74
Água (R$) 652.566.368,42 13.498.446,44 666.064.814,86
% 57,7% 99,1% 58,1%
2018
Total (R$) 1.230.583.277,65 6.400.291,47 1.236.983.569,12
Água (R$) 708.619.079,03 6.228.477,98 714.847.557,01
% 57,6% 97,3% 57,8%
2019
Total (R$) 1.284.473.905,56 6.060.133,72 1.290.534.039,28
Água (R$) 737.082.554,51 5.884.542,66 742.967.097,17
% 57,4% 97,1% 57,6%
Fonte: Embasa, 2021.

Analisando a Tabela 10 constata-se que já em 2018 há um crescimento de 7,98 % na receita total


sobre 2017, enquanto no serviço de abastecimento de água, que correspondia a 57,79% do total,
em 2018 o crescimento é de 7,3% sobre o arrecadado em 2017. Em 2019 o serviço de
abastecimento de água respondia por 57,6% do total e em relação a 2018 houve um crescimento
de 3,9%.

Interessante observar que enquanto as receitas de água crescem entre 3% a 4% ao ano, a


população de Salvador vem crescendo a uma taxa anual de 0,7% (IBGE) quando se compara os
dados de Censo de 2010 e a estimativa em 2020 do IBGE, mostrando que está ocorrendo um

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
155
crescimento na demanda per capita ou a Empresa vem melhorando seus índices de medição, que
se poderá comprovar nas análises de caráter institucional.

4.5.5. ANÁLISE DAS DESPESAS COM SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

As informações relativas às despesas de exploração dos serviços de abastecimento de água e


esgotamento sanitário são consolidadas conjuntamente no SNIS, e, portanto, na Figura 23 são
apresentadas as informações disponíveis no SNIS:

Figura 23 - Despesas totais dos serviços (DTS) e despesas de exploração (DEX) dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador
DTS e DEX dos serviços de abastecimento de

R$1.194.175.809,84
R$1.125.542.228,91 R$1.106.574.929,37
água e esgotamento sanitário (R$)

R$793.821.741,12
R$741.655.106,78
R$698.802.519,47

EMBASA 2019 EMBASA 2018 EMBASA 2017

Total (DTS) Total (DEX)

Fonte: SNIS, 2021

As despesas de exploração (DEX) se referem às despesas realizadas para a exploração dos


serviços, compreendendo despesas com pessoal, produtos químicos, energia elétrica, serviços de
terceiros, água importada, esgoto exportado, despesas fiscais ou tributárias computadas na DEX,
além de outras despesas de exploração (despesas com materiais, tubos, combustível, impressora,
papel, etc). Por outro lado, as despesas totais com os serviços (DTS) se referem ao valor total do
conjunto das despesas realizadas para a prestação dos serviços, compreendendo despesas de
exploração (DEX), despesas com juros e encargos das dívidas (incluindo as despesas decorrentes
de variações monetárias e cambiais), despesas com depreciação, amortização do ativo diferido e
provisão para devedores duvidosos, despesas fiscais ou tributárias não computadas na DEX, mas
que compõem a DTS, além de outras despesas com os Serviços.

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156
Na Figura 24 pode-se observar que nos três anos analisados as despesas de exploração (DEX)
representam acima de 60% das despesas totais (DTS). Importante frisar que é nesta parcela das
despesas de exploração que a Empresa pode melhorar seu desempenho, pois é nesta área dos
custos que é permitido uma maior gestão dos recursos, reduzindo os custos variáveis (DEX) para
maior ganho financeiro da Empresa. Entretanto, nos anos analisados não se observa uma redução
deste item, visto que de 2017 a 2019 a proporção cresceu de 63,2% para 66,5%.

Figura 24 - Relação entre Despesas de Exploração (DEX) e Despesas Totais dos Serviços
(DTS) de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Salvador (2017 a 2019)

66,5%
65,9%

63,2%

EMBASA 2019 EMBASA 2018 EMBASA 2017

Fonte: SNIS, 2021

Além dos dados disponíveis no SNIS, são analisadas a seguir as despesas específicas para o
abastecimento de água, que foram fornecidas pela Embasa. Na Tabela 11 apresenta-se o
detalhamento de custos e despesas no serviço de abastecimento de água em Salvador, sendo que
os custos se referem a todo valor gasto com bens ou serviços utilizados na produção de outros bens
ou serviços, enquanto as despesas são todos os gastos administrativos da empresa, ou seja, todos
os gastos necessários para manter a estrutura funcionando, apesar de não contribuem para a
produção de novos itens (aluguel, energia , pessoal, meios de comunicação e etc).

No campo dos custos observa-se que a provisão de perdas é o item mais representativo, chegando
a 23% do total de custos, enquanto em seguida encontra-se o item pessoal com 18%, tributos
(PIS/COFINS) com 13% e o item de energia que responde por 10%.

No campo das despesas observa-se que o item pessoal responde pela maior parcela e chega a
62% do total das despesas, seguido do item de provisãp para o jurídico e impostos com 54% e 51%
respectivamente, gerais do setor jurídico com 43%, serviços de terceiros com 23% e provisão de
perdas com 21%.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
157
Tabela 11 – Custos e despesas no serviço de abastecimento de água de Salvador em 2019
Custos Despesas Total
Etapa Código
(R$) (R$) (R$)
Pessoal G01 98.554.928,00 34.895.618,25 133.450.546,25
Serviços - energia elétrica G02 52.738.792,51 194.744,08 52.933.536,58
Serviços - manutenção G03 50.490.120,43 3.891.642,91 54.381.763,35
Serviços - terceiros G04 48.545.780,54 12.800.988,22 61.346.768,76
Serviços - outros G05 1.795.300,18 1.349.133,57 3.144.433,75
Materiais - tratamento G06 47.455.332,15 0,00 47.455.332,15
Materiais - outros G07 17.746.824,35 419.780,66 18.166.605,01
Tributos - pis/cofins G08 68.722.191,15 684.384,62 69.406.575,77
Tributos - outros G09 -81.137,03 319.230,64 238.093,61
Extra EBITDA - financeiros - juros G10 8.104,90 1.460.059,88 1.468.164,78
Extra EBITDA - financeiros - outros G11 77.356,49 2.357.717,44 2.435.073,92
Gerais - jurídico G12 6.734.110,23 24.023.286,65 30.757.396,88
Gerais - outros G13 438.625,17 1.709.812,28 2.148.437,46
Gerais - fundo munic. De participação G14 0,00 0,00 0,00
Gerais - taxa de regulação G15 0,00 0,00 0,00
Extra EBITDA - ND - depreciação G16 30.239.602,27 3.701.977,32 33.941.579,59
Extra EBITDA - ND - amortização G17 33.970.545,88 2.050.574,69 36.021.120,57
ND - provisão - perda rec. Cred. G18 122.661.748,00 11.755.216,04 134.416.964,04
ND - provisão - impostos G19 0,00 28.392.722,56 28.392.722,56
ND - provisão - jurídico G20 0,00 30.132.964,96 30.132.964,96
ND - provisão - outros G21 4.973.537,24 1.881.937,20 6.855.474,43
ND - provisão - perda benef. Social G22 7.618.943,56 0,00 7.618.943,56
ND - outros G23 55.306,71 75.964,81 131.271,52
Extra ebitda - outros G24 0,00 7.091.269,78 7.091.269,78
TOTAL 540.349.215,40 56.015.582,84 596.364.798,24
Fonte: Embasa, 2021.

4.5.6. ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Em termos de sustentabilidade econômica financeira, preconizada pelo marco legal do setor, as


estruturas de receitas da concessionária do município de Salvador, que se baseia, como visto,
primordialmente na política tarifária dos serviços de abastecimento de água, bem como, nas
despesas totais dos serviços, proporcionaram desempenho positivo na companhia, nos anos
recentes analisados. Ou seja, a Embasa apresentou desempenho positivo (índices maiores que
100% – receitas maiores que despesas) em todos os anos da série para dois importantes
indicadores financeiros do SNIS: O índice de suficiência de caixa (IN101) e o índice de desempenho
financeiro (IN012).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
158
O índice de suficiência de caixa (IN101) representa a razão entre a arrecadação total e as despesas
e é calculado de acordo com a equação abaixo:

𝐹𝑁006
𝐼𝑁101 = × 100
𝐹𝑁015 + 𝐹𝑁034 + 𝐹𝑁016 + 𝐹𝑁022

Onde:

FN006 = Arrecadação total


FN015: Despesas de Exploração (DEX)
FN016: Despesas com juros e encargos do serviço da dívida
FN022: Despesas fiscais ou tributárias não computadas na DEX
FN034: Despesas com amortizações do serviço da dívida

Na Figura 25 é possível observar a evolução deste índice no período de 2017 a 2019 em Salvador,
sendo possível verificar que em a Embasa apresentou resultados acima de 100% para o serviço
prestado em Salvador nos três anos analisados, e, portanto, a prestação pode ser considerada
autosufciente.

Figura 25 - Índice de suficiência de Caixa (%) relativo aos serviços de abastecimento de


água e esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019)

128,65

125,72

123,96

EMBASA 2017 EMBASA 2018 EMBASA 2019

Fonte: SNIS, 2021

Por outro lado, o índice de desempenho financeiro (IN012) representa a razão entre as receitas
operacionais e as despesas totais com os serviços (DTS) e é calculado de acordo com a equação
abaixo:

𝐹𝑁002 + 𝐹𝑁003 + 𝐹𝑁007 + 𝐹𝑁038


𝐼𝑁101 = × 100
𝐹𝑁017

Onde:

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159
FN002: Receita operacional direta de água
FN003: Receita operacional direta de esgoto
FN007: Receita operacional direta de água exportada (bruta ou tratada)
FN017: Despesas totais com os serviços (DTS)
FN038: Receita operacional direta - esgoto bruto importad

Na Figura 26 apresenta-se a evolução deste indicador no período de 2017 a 2019 em Salvador,


sendo possível observar que nos anos analisados as receitas operacionais da Embasa em Salvador
estão acima das despesas, visto que o indicador é maior que 100% em todos anos, e, portanto, no
período em foco, se verifica que a prestação do serviço da Embasa no município tem desempenho
positivo.

Figura 26 - Índice de desempenho financeiro (%) relativo aos serviços de abastecimento de


água e esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019)

109,35

107,56

102,32

EMBASA 2017 EMBASA 2018 EMBASA 2019

Fonte: SNIS, 2021.

4.5.7. ANÁLISE DO SUBSIDIO CRUZADO

O subsidio só será considerado ou calculado quando a Receita Total auferida não cobrir os Custos
Totais do Sistema, ou seja, a nível de unidade é quando a Tarifa Unitária calculada atinja o máximo
do valor da capacidade de pagamento do usuário, e esta não cobre o Custo Unitário do Sistema,
assim o Poder Concedente poderá atribuir o montante necessário de subsídio para viabilizar o
sistema sob a ótica do empreendedor.

Para avaliar se o serviço prestado pela Embasa em Salvador subsidia os serviços prestados em
outros municípios baianos, avaliou-se o EBIT e o EBITDA, que é um indicador da saúde financeira
da empresa, mostrando os lucros gerados através das atividades operacionais, desconsiderando
possíveis empréstimos e impostos. A sigla vem do inglês: earnings before interest, taxes,

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
160
depreciation and amortization. Em português, também é conhecido como LAJIDA, ou lucro antes
de juros, impostos depreciação e amortização. Enquanto o EBIT é calculado após juros, impostos
depreciação e amortização.

A Tabela 12 apresenta o resultado obtido pela EMBASA em Salvador, demostrando que foi
verificado lucro em 2018 (R$ 335,6 milhões), 2019 (R$ 261,6 milhões) e 2020 (R$222,0 milhões).
Ressalta-se que no DRE enviado pela Embasa, os investimentos realizados nos sistemas de
abastecimento de água e esgotamento sanitário são considerados como custos, dentro do item
"Custos dos Serviços Prestados".

Tabela 12 - Demonstração de Resultados do Exercício – DRE para o município de Salvador


Demonstrações de Resultados do 01/01/2020 a 01/01/2019 a 01/01/2018 a
Exercício 31/10/2020 31/12/2019 31/12/2018
Receita operacional Bruta 1.041.547.172,79 1.290.534.039,28 1.236.983.569,12
Impostos S/ faturamento -96.559.904,50 -118.936.698,58 -114.097.946,42
Receita operacional líquida 944.987.268,29 1.171.597.340,70 1.122.885.622,70
Custos dos Serviços Prestados -535.322.689,19 -642.968.497,17 -605.194.489,43
Lucro bruto 409.664.579,10 528.628.843,53 517.691.133,27
(Despesas) receitas operacionais -306.916.893,37 -411.695.685,07 -317.213.308,91
Outras Receitas 1.108.114,68 1.408.320,25 613.523,60
Outras Despesas -2.347,34 -89.307,76 -11.312,94
Resultado antes das receitas e despesas
103.853.453,07 118.252.170,95 201.080.035,02
financeiras
Receitas financeiras 25.358.028,58 52.672.521,48 55.492.362,30
Despesas financeiras -41.391.145,79 -43.989.494,74 -59.351.225,61
Receitas (despesas) financeiras, líquidas -16.033.117,21 8.683.026,74 -3.858.863,31
Resultado do período 87.820.335,86 126.935.197,69 197.221.171,71
EBITDA 222.009.177,33 261.663.288,27 335.643.296,18
Fonte: Embasa, 2021.

Com o intuito de ter uma compreensão melhor e uma dimensão do subsídio cruzado nos serviços
de abastecimento de água e esgotamento sanitário da EMABASA, será necessário obter dados e
informações financeiras da Empresa em Salvador a um nível que permita deixar claro o superávit
anual que é destinado a manter e capacitar seu sistema em localidades deficitárias com a estrutura
tarifária atual.

Destaca-se que a prática de subsídio cruzado é usual e benéfica, na medida em que a aplicação
de tarifa única para um conjunto de municípios, envolvendo sistemas mais e menos rentáveis, vem
a favorecer uma compensação benéfica para os consumidores de municípios de baixa escala, que
são as cidades interioranas principalmente.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
161
4.5.8. CAPACIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DO MUNICÍPIO DE SALVADOR EM RELAÇÃO ÀS

NECESSIDADES DE INVESTIMENTO PARA OS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Apesar do serviço de abastecimento de água em Salvador ser prestado atualmente pela Embasa,
é importante avaliar também a capacidade econômico-financeira do município de Salvador em
relação às necessidades de investimento para os serviços de abastecimento de água. Para tanto,
apresenta-se na Figura 27 a performance do município de Salvador em suas receitas e despesas
para os anos de 2019, 2018 e 2017.

Figura 27 - Execução orçamentária da Prefeitura Municipal de Salvador (2017, 2018 e 2019)

R$7.050.576.161,37 R$6.973.662.630,28
R$6.447.597.082,54 R$6.352.326.820,80
R$5.941.328.753,93
R$5.487.370.185,99

R$453.958.567,94
R$95.270.261,74
R$76.913.531,09

RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS RESULTADO

2017 2018 2019

Fonte: SICONFI, 2020.

Analisando a Figura 27 verifica-se que o município mostra superávit em suas contas, permitindo
maiores investimentos na área pública, chegando em 2019 a R$ 76 milhões. Porém pode-se
verificar também que em 2017 o resultado foi de R$ 453 milhões, valor 496% superior ao de 2019,
sendo possível constatar que a gestão municipal tem como alcançar maiores e melhores resultados.

Ao se analisar as informações disponíveis no SNIS sobre os investimentos realizados pela Embasa


no município de Salvador em esgotamento sanitário na série histórica analisada (2019, 2018 e
2017), observa-se que a EMBASA em todos os anos analisados apresentou expressivos gastos de
investimento no serviço, como pode ser observado na Figura 28.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
162
Figura 28 - Investimentos realizados pela Embasa nos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário prestados em Salvador (2017 a 2019)

R$61.705.899,45
EMBASA 2019 R$35.628.078,27
R$97.333.977,72

R$64.929.613,84
EMBASA 2018 R$36.454.485,55
R$101.384.099,39

R$48.433.926,67
EMBASA 2017 R$32.326.603,87
R$80.760.530,54

Abastecimento de água Esgotamento sanitário Total

Fonte: SNIS (2019), SNIS (2018) e SNIS (2017).

Portanto, pode-se verificar que a EMBASA vem aumentando seus níveis de investimento em
Salvador, visto que de 2017 a 2019 houve um acréscimo de R$ 3,3 milhões, o que representa um
acréscimo de 10,2%.

4.5.9. AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE ENDIVIDAMENTO E A DISPONIBILIDADE DE LINHAS DE

CRÉDITO QUE CONTEMPLEM O MUNICÍPIO E SEUS PROJETOS E AÇÕES EM

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Quando se analisa a empresa de modo geral, pode-se afirmar que a estrutura de capital da Embasa
demonstra que seus ativos estão sendo, em sua maioria, financiados pelo capital próprio. O total
do ativo da empresa corresponde a R$ 8 bilhões, sendo R$ 6 bilhões oriundos do Patrimônio
Líquido. A parcela dos ativos financiada por capital de terceiros é de 27%, bem abaixo do registrado
pelas principais empresas de saneamento, que apresentaram endividamento médio de 47% em
2018.

A dívida líquida vem caindo ao longo dos anos, registrando em 2019 um resultado de R$ 202
milhões, que representa uma queda de 57% se comparada com a dívida líquida registrada em 2018
e uma queda de 67% se comparada com a dívida líquida registrada em 2017.

Como a Embasa é uma sociedade de economia mista e seus investimentos com capital de terceiros,
em Salvador, passam pela administração do município, cabe ao município dar garantias e potencial
de endividamento ao setor.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
163
Pelas regras do tesouro nacional a apuração da situação fiscal dos Entes Subnacionais que querem
contrair novos empréstimos com garantia da União é feita pelo indicador CAPAG (Capacidade de
Pagamento. O intuito da Capag é apresentar de forma simples e transparente se um novo
endividamento representa risco de crédito para o Tesouro Nacional. A metodologia do cálculo, dada
pela Portaria MF nº 501/2017, é composta por três indicadores: endividamento, poupança corrente
e índice de liquidez. Logo, avaliando o grau de solvência, a relação entre receitas e despesa
correntes e a situação de caixa, faz-se o diagnóstico da saúde fiscal do Estado ou Município. Os
conceitos e variáveis utilizadas e os procedimentos a serem adotados na análise da Capag foram
definidos na Portaria STN nº 882/2018.

Escolhidos os três indicadores, a cada um deles são atribuídas as notas A, B e C, em função do


valor assumido em cada situação. As faixas de valores em cada um dos indicadores definem as
respectivas notas. Por exemplo, em relação ao endividamento, o ente receberá nota A, se o seu
indicador de endividamento (DC) for inferior a 60%. Se for igual ou maior que 60%, mas inferior a
150%, a nota será B. Por fim, se o indicador for igual ou maior do que 150%, a nota será C.

A melhor nota final é a Nota A, que é obtida quando se recebe a nota A nos três indicadores. Já a
pior nota final é a Nota D, que é obtida quando se recebe a Nota C nos três indicadores. Para ter
nota final B, é necessário que o ente receba a nota A para o indicador de liquidez e pelo menos a
nota B para o indicador de poupança corrente, não importando qual a nota do indicador de
endividamento. Todas as outras combinações resultam em nota final C. A importância advinda da
obtenção das notas finais A e B se deve ao fato de se tratar de condição necessária (embora não
suficiente) para que o ente receba garantia da União em operações de crédito interno e externo.

Considerando essas regras para o cálculo da CAPAG, a Prefeitura Municipal de Salvador detém
nota que atesta a sua capacidade de obter garantias do Governo Federal (União), para operações
de crédito internacionais visando novos investimentos, visto que recebeu a nota B, como pode ser
visualizado na Figura 29.

Figura 29 - Nota CAPAG do município de Salvador

Fonte: Tesouro Nacional, 2020.

Por outro lado, o “Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO”, em seu Anexo 2
(Demonstrativo da Execução das Despesas por Função/Subfunção), do município de Salvador,

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
164
série histórica dos anos 2019, 2018 e 2017, não apresentou despesas nas rubricas Saneamento
(Saneamento Básico Rural e Saneamento Básico Urbano).

Estes fatos comentados acima deixam claras as possibilidades com a temática do Saneamento por
parte do município de Salvador, mas, também, estabelecem para a presente analise, a existência
de recursos escassos visando uma estratégia de universalização dos seus serviços, principalmente.

4.5.10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Do que foi observado verificou-se que a atual estrutura tarifária oferece sustentabilidade ao serviço
prestado pela EMBASA em Salvador. Salvador. Outro aspecto importante a destacar é que seus
custos variáveis (DEX) em Salvador são expressivos (acima de 60% das despesas totais (DTS).

Como foi observado no Relatório Anual de 2019 da Embasa, o Plano de Investimentos da Empresa
compila as decisões de curto, médio e longo prazos, com suas respectivas curvas de execução e
desembolso de recursos. O controle dos níveis de execução é feito por meio do indicador de
Cumprimento do Orçamento de Investimento, acompanhado periodicamente pela Diretoria
Executiva e isto inclui Salvador.

A partir de 2019 a empresa afirma que revisou sua estratégia de investimento, visando garantir a
segurança operacional o que deve ser considerado na análise de sustentabilidade prospectiva.
Reforça que os investimentos com foco no aumento das intervenções na redução e controle de
perdas, na modernização dos sistemas operacionais e na reposição da base de ativos– uma vez
que nos anos anteriores a empresa estava mais voltada para investimentos em expansão dos
índices de cobertura dos serviços, que se mantém como foco, somado às ações anteriormente
citadas.

4.6. CONTROLE SOCIAL

A Constituição Federal de 1988 prevê a participação popular direta ou por meio de organizações
representativas na formulação das políticas públicas e no controle das ações em todos os níveis.
Foram incluídas, no texto constitucional, diversas formas participativas de gestão e controle em
áreas como saúde, educação, assistência social, políticas urbanas, meio ambiente, entre outras
(BRASIL, 1988).

De acordo com a Lei Nacional nº 11.445/2007, que estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico, no seu artigo 3º, §5º, define o controle social como:

“conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade


informações, representações técnicas e participações nos processos de
formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos
serviços públicos de saneamento básico” (BRASIL, 2007).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
165
Cabe destacar que o exercício do controle social, ocorre no ato constante e não pontual da
participação da sociedade civil nas ações do poder público, no acompanhamento, monitoramento,
construção e implementação de políticas públicas sociais. Na Política Nacional de Resíduos
Sólidos, a Lei nº 12.305/2010, o art. 8º, XIV prevê a criação dos “órgãos colegiados municipais
destinados ao controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos”. (Brasil, 2010)

O controle social consiste na participação da sociedade civil organizada na gestão pública, na


fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da administração pública no
acompanhamento das políticas. Trata-se de importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
que contribui para aproximar a sociedade do Estado, abrindo a oportunidade para os cidadãos
acompanharem as ações dos governos e cobrarem uma boa gestão pública (MDS, 2015).

Além disso, o controle social forte e atuante auxilia na prevenção da corrupção, pois quando a
sociedade está atenta à atuação dos gestores e fiscaliza a aplicação do dinheiro público, as chances
de ocorrerem desvios e irregularidades tendem a diminuir. Por isso é que se diz que o controle
social é um complemento indispensável ao controle institucional realizado pelos órgãos que
fiscalizam os recursos públicos (CGU, 2015).

De maneira geral, os colegiados de saneamento básico são organizados com representação


tripartite, contemplando representações da sociedade civil, do poder público e dos prestadores de
serviço. Os conselhos municipais devem constituir um espaço de interlocução, com debates
qualificados para a tomada de decisões e para a consolidação e eficácia de políticas públicas. Esses
colegiados constituídos e nomeados por ato público, devem garantir espaços para a participação
popular e não sucumbir aos interesses de apenas um dos segmentos que os integra. A promoção
de processos participativos, portanto, é uma condição inequívoca para a formação e êxito de uma
política pública com controle social.

Enquanto instância participativa e democrática, é função dos Conselhos o estímulo da participação


social, debate, formação e revisão das políticas públicas; tendo em vista procedimentos decisórios,
consultivos e deliberativos com relação às questões orçamentárias e à hierarquização de ações
prioritárias, por exemplo.

Como pôde ser visto no item 3.3.2, no âmbito da estrutura organizacional da administração pública
em Salvador/BA, são previstos nas diferentes áreas ao todo 49 conselhos. O conjunto de Conselhos
instituídos na estrutura administrativa municipal estão apresentados no Quadro 12, a seguir.

Quadro 12 – Conselhos que integram a estrutura administrativa por secretarias municipais


SECRETARIA
CONSELHO Nº
MUNICIPAL
CASA CIVIL Conselho Municipal de relações internacionais – CMRI 1
Conselho Municipal de Tributos – CMT 2

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
166
SECRETARIA
CONSELHO Nº
MUNICIPAL
Conselho Municipal de Acompanhamento da Aplicação dos Recursos
Secretaria Municipal 3
Recebidos do FIES – CONFIES
da Fazenda SEFAZ
Conselho de Controle das Empresas Municipais - COCEM 4
Conselho municipal de desenvolvimento urbano CONDURB 5
Secretaria Municipal
de Desenvolvimento Conselho Municipal de Salvador COM-SSA 6
Urbano SEDUR Conselho Gestor do Sistema de Informação Municipal Salvador Dados –
7
CGSD
Conselho Municipal de Educação – CME 8
Conselho Municipal de Alimentação Escolar – COMAE 9
Conselho Deliberativo do Fundo Municipal para o Desenvolvimento
Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes - 10
Secretaria Municipal CODEFIEMA
da Educação SMED Conselhos Escolares das Unidades Escolares da Rede Pública Municipal
11
- CEPM
Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização 12
dos Profissionais da Educação - COMFUNDEB
Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares - COMCAR 13
Secretaria Municipal Conselho Municipal de Turismo de Salvador - COMTUR 14
de Cultura e Turismo
SECULT Conselho Municipal da Política Cultural CMPC 15
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural CCPC 16
Conselhos locais de saúde – CLS 17
Conselhos distritais de saúde – CDS 18
Secretaria Municipal Conselho municipal de saúde – CMS 19
da Saúde SMS Conselho municipal de atenção ao consumo de substâncias psicoativas –
20
COMASP
Conselho Municipal de Bem-Estar, Proteção e Defesa dos Animais -
21
CMPDA
Secretaria Municipal Conselho municipal de proteção e defesa do consumidor – CMPDC 22
de Ordem Pública
SEMOP Conselho Gestor do Fundo Municipal de Limpeza Urbana 23
Secretaria Municipal Conselho Municipal das comunidades negras – CMCN 24
da Reparação Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos de Lésbicas,
SEMUR 25
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - CMLGBT
Conselho municipal de esporte e lazer – COMEL 26
Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS 27
Secretaria Municipal
de Promoção Social, Conselho Municipal do Idoso – CMI 28
Combate à Pobreza, Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Salvador -
29
Esportes e Lazer COMSEA-SSA
SEMPRE Conselho Municipal de Direitos Humanos, Cidadania e Defesa Social -
30
CMDH
Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência – COMPED 31
Secretaria Municipal
de Mobilidade Conselho municipal de transportes – CMT 32
SEMOB
Conselho Municipal de Meio Ambiente COMAM 33
Secretaria Municipal Conselho Gestor do Fundo Municipal de Recursos para o Meio Ambiente -
34
de Sustentabilidade e FMMU
Resiliência SECIS Conselho Soteropolitano de Proteção e Defesa Civil - CMDC 35
Conselho Municipal de Resiliência – CORE 36
Conselho de Gestão das Organizações Sociais – COGEOS 37

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
167
SECRETARIA
CONSELHO Nº
MUNICIPAL
Secretaria Municipal Conselho Municipal de Previdência do Servidor - COMPRES 38
de Gestão SEMGE Conselho Fiscal do Fundo Municipal de Previdência do Servidor 39
Secretaria Municipal
de Inovação e Conselho Municipal de Inovação - CMI 40
Tecnologia SEMIT
Secretaria Municipal Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares - COMCAR 41
de Cultura e Turismo
SECULT Conselho Municipal de Turismo de Salvador - COMTUR 42
Secretaria Municipal
de Desenvolvimento Conselho Municipal do Trabalho, Emprego e Renda - COMTER Conselho
43
Econômico, Emprego Gestor de Parcerias - CGP
e Renda SEMDEC
Secretaria Municipal Conselho Municipal da Mulher – CMM 44
de Políticas para Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA 45
Mulheres, Infância e Conselho Municipal da Juventude – COMJUV 46
Juventude SPMJ Conselhos Tutelares - (18) - CT 47
Secretaria Municipal Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação – CFMH 48
de Infraestrutura, e
Obras Pública Conselho Gestor do Fundo Municipal de Saneamento Básico - CFMSB 49
SEINFRA
Fonte: PMS/2021

Desse conjunto de conselhos que formam as instâncias de controle social em políticas públicas do
município, os que dialogam diretamente com a política pública de saneamento básico são: o
Conselho Municipal de Salvador (COM-SSA), o Conselho Municipal de Saúde (CMS), o Conselho
Municipal de Meio Ambiente (COMAM), o Conselho Municipal de Educação (CME), o Conselho
Gestor do Fundo Municipal de Limpeza Urbana, o Conselho Municipal de Assistência Social
(CMAS), o Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação (CFMH) e o Conselho Gestor do
Fundo Municipal de Saneamento Básico (CFMSB). Nenhum desses conselhos tem, com previsão
por lei específica, a função exercer o controle social no âmbito do Sistema Municipal de Saneamento
Básico, mas todos devem participar e contribuir na formulação e discussões acerca da implantação
dessa política pública.

O Conselho Municipal de Salvador, conforme previsto na Lei Municipal 9.069/2016, é o órgão


colegiado permanente, de caráter consultivo que promove a participação organizada da sociedade
no processo de planejamento do Município e na formulação de suas políticas de desenvolvimento.
É ele também responsável por articular as políticas específicas e setoriais na área do
desenvolvimento urbano, particularmente as de planejamento do uso do solo, habitação,
saneamento ambiental e mobilidade urbana. Dessa função institucional de articulação das políticas
que envolvem o desenvolvimento urbano, decorre sua importância para a implementação dos
instrumentos da política municipal de saneamento básico.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
168
O Conselho, segundo regimento interno, deve realizar reuniões bimensais e é composto por 41
membros titulares, representantes do poder público e da sociedade civil, com direito a voz e voto.
A composição do conselho, conforme distribuição das vagas, segue a seguinte organização.

I - 13 (treze) conselheiros do Poder Executivo Municipal, indicados pelo Prefeito.


II - 2 (dois) representantes dos órgãos estaduais vinculados a política de
desenvolvimento urbano e a gestão metropolitana;
III - 2 (dois) representantes de órgãos federais vinculados ao financiamento e
patrimônio público;
IV - 24 (vinte e quatro) representantes de entidades da sociedade civil que incluam
assuntos de interesse da Política Urbana entre suas finalidades institucionais.
Assim, considerando essa prerrogativa, as ações de controle social no processo de elaboração do
PMSBI Salvador vêm sendo desenvolvidas pelo Conselho Municipal de Salvador, que acompanha
o processo de elaboração do plano, em cada um dos elementos que integram esse instrumento de
gestão. Com o desenvolvimento e aprimoramento da política municipal de saneamento básico o
COM-SSA, poderá incorporar as funções de instância de controle social em saneamento básico,
mediante alteração legal. Outra possibilidade e a criação de um órgão colegiado específico para o
exercício do controle social na política municipal de saneamento básico.

4.7. PROGRAMAS EXISTENTES NO MUNICÍPIO DE SALVADOR RELACIONADOS


AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Apesar de não existirem programas voltados especificamente para o abastecimento de água,


diferentes ações realizadas no município se relacionam de maneira transversal com suas quatro
componentes do saneamento básico, trazendo benefícios no campo da sua integralidade e
utilização de tecnologias adequadas, nos itens a seguir apresentaremos alguns deles.

4.7.1. PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

No campo da educação ambiental, a Política Nacional de Educação Ambiental, Lei nº 9.795/1999,


define os meios de fomentar processos educacionais, formais e informais, voltadas para a
conservação do meio ambiente, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Na
mesma direção aponta a Lei nº 12.056/11, que institui a Política de Educação Ambiental do Estado
da Bahia (PEA-BA). Esses instrumentos trazem a obrigatoriedade da realização de processos de
educação ambiental nas diferentes atividades que evolvem a produção do território por seus
agentes públicos e todas as instituições associadas à execução de suas funções.

Nessa direção, os esforços para o saneamento básico em nível nacional foram desenvolvidos por
meio do Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento (PEAMSS), um
programa da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, do então Ministério das Cidades, hoje

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
169
Ministério da Integração Regional. Apesar de não contribuir com o fomento dessas ações, com a
previsão de aportes financeiros, o PEAMSS tem a missão de referenciar conceitual e
metodologicamente o desenvolvimento das ações realizadas com recursos públicos, bem como as
conduzidas pela sociedade civil (PEAMESS, 2009).

Esse esforço, tem como desafio estratégico, das ações de educação ambiental e mobilização social
em saneamento, provocar a mudança na lógica dos serviços e investimentos em saneamento, de
modo que a sociedade participe de todo o processo, desde a concepção e o planejamento até a
gestão e o monitoramento dos empreendimentos (PEAMESS, 2009).

E nível municipal não existe, por parte do poder público ações especificas de educação ambiental
voltadas para os serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Existem
ações de educação ambiental nas diferentes secretarias municipais, com ênfase na SECIS e na
SMS, mas que se debruçam sobre temas transversais. Assim, a prestadora cumpre esse papel,
buscando desenvolver essas atividades no processo de prestação dos serviços.

No caso da Embasa são desenvolvidas ações no âmbito do Programa de Educação Ambiental


Continuada (PEAC), que tem o objetivo de prevenir e minimizar os potenciais impactos
socioambientais causados pelos empreendimentos implantados e projetados. Para tanto, os
projetos são executados anualmente, podendo ser renovados a partir da decisão conjuntas dos
diferentes setores envolvidos (Embasa, 20201).

O PEAC da Embasa segue os princípios sugeridos no PEAMSS (2009) e pela PEA-BA, entre eles:
a transversalidade e intersetorialidade; a transparência e o diálogo; a tolerância e o respeito; a
continuidade e permanência; e a corresponsabilidade e compromisso individual e coletivo. Assim,
são propostos um conjunto de projetos, conforme Quadro 13, que buscam abarcar assuntos com
informações que apoiam na melhoria da operação dos sistemas, no diálogo com os usuários, no
enfrentamento de problemas sociais e no desenvolvimento de soluções compartilhadas.

Quadro 13 – Projetos de Educação Ambiental da Embasa em Salvador (2019)


Projetos Objetivos Participantes
Contribuir com a redução de perdas de ágau atrave´s de um conjunto
Redução de de ações que permita o dialogo entre a comunidade e empresa para
626
perdas que se desenvolva o uso racional da água e se ofereça o servilo de
abastecimento de excelência a toda a população
Disseminar junto aso alunos noções básicas sobre os temas de
saneamento básico: água, esgoto, maejeto de resíduos sólidos e
águas pluviais relacionadas a área de intervenção;
Identificar problemas ambientais no ambito da escola juntamnete com
Embasa na
o corpo discente no intuito de desenvolver ações ediucativas 4278
Escola
direcionadas as necessidades apresentadas;
Oportunizar a elaboração de processo de intervenção socioambiental,
pós-experiemntação nas áreas de convivência dos envolvidos no
ambito familiar e comunitário.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
170
Educação
Contriibuir para a mudança de atitude e a formação de novos hábitos
ambiental para o
com relação a utilização dos equipamentos de saneamento e sua 3707
uso de sistemas
relação com o uso consciente dos recursos naturais.
em operação
Melhorar o dialogo em territorios de violencia para poder ter acesso e
Elevar oferecer serviços de manutenção que imeçam a contaminação do 424
ambiente
Serviço de coleta e destinação correta do oleo de fritura, contribuindo
de forma direta para a redução da degradação ambiental, melhoria da
Se Ligue no Oléo saúde pública, para o declinio dos custos envolvidos na manutenção 93
do sistema de esgotamento e na geração de renda para atores em
vulnerabilidade

Fonte: Embasa, 2019.

Todas essas ações contribuem para ampliar o acesso ao conhecimento de diferentes segmentos
sobre esses serviços, gerar diálogos entre prestador de serviço e usuários e trazer benefícios para
os locais onde ocorrem. Contudo, para o desenvolvimento de processos de educação ambiental
mais integrados, é necessário a aproximação do poder púbico na execução das ações.

4.7.2. PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

A Secretaria de Promoção Social e Combate a Pobreza (SEMPRE) é a responsável por implementar


a política de assistência social no município de Salvador. Os programas de assistência social
desenvolvidos não abordam os serviços de abastecimento de água de maneira direta. Os
programas têm o foco no levantamento da população vulnerável, suas características
socioeconômicas e na provisão de suas demandas urgentes, entre eles o Bolsa Família, que é de
âmbito nacional, faz parte desse conjunto de programas. Os principais programas desenvolvidos
pela SEMPRE são apresentados no Quadro 14, e demonstram o esforço do município em atuar nas
diferentes frentes que impactam as populações mais vulneráveis do município.

Quadro 14 – Programas desenvolvidos pela SEMPRE em Salvador.


NOME DESCRIÇÃO OBJETIVO
é uma unidade pública que atua com
famílias e indivíduos em seu contexto Desenvolver as ações do Programa de
comunitário visando a orientação e Atenção Integral à Família (PAIF), através
Centro de
fortalecimento do convívio sócio-familiar. de serviços de acolhimento,
Referência da
Atende famílias que, em decorrência da acompanhamento sociofamiliar,
Assistência
pobreza, estão vulneráveis, privadas de atividades socioeducativas com famílias
Social
renda e do acesso a serviços públicos, com no contexto comunitário, visando a
(CRAS)
vínculos afetivos frágeis, discriminadas por orientação e o fortalecimento de vínculos
questões de gênero, idade, etnia, familiares e comunitários
deficiência entre outras.
Centros de Fortalecer os vínculos familiares; incluir as
Referência são espaços que funcionam como famílias na rede de proteção social e
Especializado verdadeiros núcleos estruturantes de um serviços públicos; contribuir para romper o
s da conjunto de ações sociais especializadas ciclo de violência no interior da família;
Assistência voltadas ao atendimento do cidadão ou contribuir para a reparação de danos e a
Social família em situação de violação de direitos. incidência de violação de direitos; prevenir
(CREAS) a reincidência de violação de direitos.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
171
NOME DESCRIÇÃO OBJETIVO
é uma ação permanente de aproveitamento
de alimentos, com a coleta de alimentos,
Programa de provenientes de doações, por meio da Combater o desperdício de alimentos,
Complementa articulação com a rede convencional de através da complementação alimentar das
ção Alimentar comercialização, armazenamento e refeições servidas nas instituições sociais
“Prato processamento de alimentos; contribuindo do Município, fomentando o acesso ao
Amigo” para o abastecimento alimentar de Direito Humano à Alimentação.
instituições sociais cadastradas e
acompanhadas pela SEMPRE,
integrar e articular várias políticas sociais
é um programa de transferência direta de
a fim de estimular o desenvolvimento das
Bolsa Família renda que contribui para o combate à
famílias, contribuindo para elas superarem
pobreza e à desigualdade social no Brasil
a situação de vulnerabilidade e de pobreza
Fonte: SEMPRE, 2021.

4.7.3. PROGRAMA SALVADOR RESILIENTE

Ao longo da última década o município de Salvador vem organizando instrumentos e ações que
buscam dialogar com o debate internacional sobre desenvolvimento sustentável, mudanças
climáticas e desigualdade social, a única opção sensata para gerir as sucessivas crises que as
populações urbanas têm vivenciado. Nesse sentido, foi implementado o programa Salvador
Resiliente, considerando que

A rápida urbanização da população mundial cria novos desafios para as cidades do


século XXI. Aspectos como longevidade na expectativa de vida, mudança climática,
desigualdade social, migrações e adensamento populacional causam pressões e
riscos nos sistemas urbanos. Se preparar para responder aos novos desafios e
realidades na cidade contemporânea com uma transformação urbana positiva
requer identificar potencialidades e oportunidades, bem como mapear
vulnerabilidades. Planejar a cidade com uma visão de resiliência vai além de
adaptar para responder aos fatores externos, mas, principalmente, de criar
iniciativas inovadoras na governança dos serviços urbanos, no fortalecimento do
tecido e no estímulo ao desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento de uma
estratégia de resiliência contribui com iniciativas que alinham diferentes atores para
cooperar com novos projetos e revigorar ações existentes. A Estratégia de
Resiliência de Salvador foi construída a partir do conceito contemporâneo de cidade
que inclui na sua gestão os componentes ambiental, social, econômico e
urbanístico. Como política pública, a Estratégia é inovadora por incluir o dividendo
da resiliência com o valor sistêmico nas soluções a serem adotadas (SALVADOR
RESILIENTE, 2019, p.5).

A Estratégia de Resiliência para Salvador apresenta um planejamento de longo prazo,


estabelecendo iniciativas e políticas públicas que adotam a resiliência como valor central para
geração de dividendos nos múltiplos aspectos da cidade. Foi construída a partir do entendimento
compartilhado entre secretarias, órgãos e diretorias da Prefeitura Municipal de Salvador; entre setor
privado, órgãos de representação do comércio e da indústria, startups, empresas, investidores e
academia; entre comunidades de diversos bairros, organizações não governamentais locais e
internacionais; entre consultores e estudiosos do Brasil e de várias partes do mundo, e em parcerias
com cidades dos cinco continentes (SALVADOR RESILIENTE, 2019).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
172
A construção dessas estratégias se iniciou em 2016 e foi concluída em 2019, com a criação do
Conselho Municipal de Resiliência (CORE), a aprovação do novo nome Secretaria de
Sustentabilidade, Inovação e Resiliência e Validação dos insumos da Estratégia com o Prefeito.
Todo esse processo foi registrado no documento Salvador Resiliente.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
173
Figura 30 – Linha do tempo do processo de elaboração da Estratégia de Resiliência de Salvador

Fonte: Salvador Resiliente, 2019.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
174
Pela necessidade de se manter atualizado e pertinente ao contexto urbano que é sujeito a
mudanças diversas, a Estratégia de Resiliência se propõe a ser um documento vivo, participativo e
flexível, servindo como base para se pensar uma cidade integrada, sustentável, inovadora e
resiliente (SALVADOR RESILIENTE, 2019).

São estabelecidas para Salvador Resiliente numa perspectiva para as próximas décadas, com base
no ano de 2049, quando a cidade completará 500 anos. A parte central da Estratégia apresenta as
iniciativas e os objetivos dos cinco pilares nominados: 1) Cultura e Múltiplas Identidades; 2)
Comunidade Saudável e Engajada; 3) Economia Diversificada e Inclusiva; 4) Cidade Informada e
Governança Inovadora; 5) Transformação Urbana Sustentável. Nesses Pilares, estão também
inseridas ações já em andamento no Município e previstas no Planejamento Estratégico 2017-2020
que adotam valores da resiliência (SALVADOR RESILIENTE, 2019).

O pilar 5, Transformação Urbana Sustentável, tem temas que se relacionam diretamente com o
saneamento básico, para sua proposição reflete que

Salvador viveu nas últimas décadas um crescimento populacional acelerado, que


gerou uma expansão urbana sem planejamento suficiente que atendesse a tal
demanda. O resultado dessa ocupação desordenada impactou e impacta a cidade
em todos os aspectos, principalmente o ambiental, com o aniquilamento de diversas
áreas verdes. Todo esse contexto acabou tornando Salvador mais vulnerável aos
problemas atuais e futuros que são acentuados pelas mudanças climáticas, como é
o caso das ilhas de calor, poluição do ar e o risco de deslizamentos e inundações.
Assim, é preciso começar a integrar as discussões sobre mobilidade urbana, acesso
aos serviços públicos básicos, direito à moradia, acesso à água potável e
saneamento ambiental, disposição adequada dos resíduos sólidos e
preservação do meio ambiente. Uma transformação urbana sustentável visa
então construir um novo modelo de desenvolvimento: mais sustentável, dinâmico e
para as pessoas, que promova um ambiente urbano cada vez mais conectado,
inclusivo e verde (SALVADOR RESILIENTE, 2019, p.165).
As iniciativas deste Pilar têm os seguintes objetivos:

1. Preparar a cidade para as mudanças climáticas, dotando-a de mecanismos de


adaptação e mitigação dos riscos ambientais em prol do bem-estar da população;
2. Criar formas de desenvolvimento inovadoras, valorizando os ativos ambientais
da cidade;
3. Promover a transformação da cidade de modo sustentável, através de um olhar
multidisciplinar (SALVADOR RESILIENTE, 2019, p.165).
Na Figura 31 e na Figura 32, é possível observar as 15 iniciativas propostas para esse pilar e as
suas ações associadas, divididas nos três objetivos definidos.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
175
Figura 31 - Iniciativas para a Transformação Urbana Sustentável, objetivos 1 e 2.

Fonte: Salvador Resiliente, 2019.

No Objetivo 1 vale destacar as iniciativas voltadas para o Plano de Mitigação e Adaptação às


Mudanças Climáticas (PMAMC), a Operação Chuva que são instrumentos colaborativos da
definição das estratégias de gestão dos serviços públicos de saneamento básico.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
176
Figura 32 - Iniciativas para a Transformação Urbana Sustentável, objetivos 2 e 3

Fonte: Salvador Resiliente, 2019.

No Objetivo 2, podemos destacar: o IPTU VERDE, o Plano Municipal de Conservação e


Recuperação da Mata Atlântica (PCRMA), a Restauração Florestal do Lixão de Canabrava, os
Corredores Verdes Ecológicos, a Biodiversidade em Parques e Praças, o Parque Ecológico do Vale
Encantado, o Parque Lagoa dos Pássaros e a Estação Ecológica da Ilha dos Frades. Essas ações
favorecem a proteção dos territórios que cumprem funções ecológicas e por isso colaboram

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
177
diretamente na provisão de serviços ecossistêmicos fundamentais para a prestação de serviços de
saneamento básico pautados na segurança hídrica e integração ecológica.

No Objetivo 3, a iniciativa 57, a Inclusão Produtiva de Catadores de Materiais Recicláveis e


Implantação da Coletiva Seletiva Pública, traz uma gama de ações que definem, entre outras, a
Implantação da Coleta Domiciliar Pública e Aumento do Número de PEVs e os Sistemas de
Triagens como meios de inclusão socioeconômica dos catadores na gestão dos resíduos sólidos.
Outra iniciativa apresentada é o Plano Municipal de Saneamento Básico, que configura uma das
iniciativas necessárias para promover a transformação da cidade de modo sustentável, através de
um olhar multidisciplinar. Portanto, o PMSBI, integra a composição de instrumentos fundamentais
para a promoção de um Cidade Resiliente e deve incorporar, como sugere o Programa Salvador
Resiliente, o dividendo da resiliência como valor sistêmico nas soluções a serem adotadas.

4.7.4. IPTU VERDE

O IPTU Verde é uma iniciativa voltada para incentivar empreendimentos imobiliários residenciais,
comerciais, mistos ou institucionais a realizarem e contemplarem ações e práticas de
sustentabilidade em suas construções, a partir da previsão de descontos diretamente no IPTU, de
acordo com suas realizações a sua pontuação no Programa de Certificação Sustentável.

Para obter a certificação IPTU Verde basta observar as iniciativas constantes no Anexo I do Decreto
nº 25.899\2015 e integrar o máximo em seu projeto de construção ou reforma. Esse Decreto define
em seu Art. 10, que será concedido desconto na cobrança do IPTU para todas as unidades
imobiliárias autônomas que compõem a edificação, da seguinte forma:

I - desconto de 5% (cinco por cento), quando houver a certificação BRONZE;


II - desconto de 7% (sete por cento), quando houver a certificação PRATA;
III - desconto de 10% (dez por cento), quando houver a certificação OURO.
§ 1° O Certificado terá validade de três anos, podendo ser renovado por igual
período, enquanto for do interesse do requerente. O interessado deverá solicitar ao
órgão certificador, em até 160 dias antes do vencimento da certificação, a
renovação da certificação do IPTU Verde. (...)

Após a observação dos itens a serem pontuados o solicitante deve dar entrada no pedido de Alvará
na SUCOM, elencando cada uma das iniciativas e sua respectiva pontuação. No pedido de Habite-
se a SUCOM fiscalizará a entrega e emitirá junto com a Secretaria Municipal de Sustentabilidade e
Resiliência – SECIS o Certificado que dará direito ao desconto no IPTU.

Para atender às premissas do IPTU Verde são definidos grande temas sendo eles: a Gestão
Sustentável das Águas; a Eficiência e Alternativas Energéticas; o Projeto Sustentável, as
Bonificações; e as Emissões de Gases de Efeito Estufa. Assim, o programa contém um total de 70
itens passiveis de pontuação para a Certificação Sustentável capaz de gerar o desconto no IPTU.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
178
Os itens com interface com os serviços públicos de saneamento básico se concentram nos temas
Gestão Sustentável das Águas e Projeto Sustentável. Para a Gestão Sustentável das Águas, são
definidos oito itens que se relacionam com o uso de equipamentos economizadores de água em
torneiras, descargas e chuveiros em no mínimo 60% dos pontos de utilização da edificação, a
medição individualizada de consumo das águas frias e quentes nas edificações multifamiliares.
Outro aspecto abordado é o reuso de águas cinzas ou águas nutritivas com diferentes porcentagens
de reuso e o aproveitamento das águas de chuva em 90% da área de cobertura e das águas de
condensação do sistema de ar condicionado, em no mínimo 80% dos pontos dos equipamentos.

No tema Projeto Sustentável, é previsto um item com foco no retardo e infiltração de águas pluviais,
e seis itens com foco na implantação de Central de resíduos com compartimentos para coleta
seletiva.

Todas essas compatibilizações ao mesmo tempo que geram desconto no IPTU para as edificações,
geram impactos positivos na prestação dos serviços públicos de saneamento básico, pois levam à
diminuição do consumo de água potável, quando promove práticas economizadoras de desperdício
e o reuso de águas servidas. Promove, ainda a diminuição do aporte de águas pluviais geradas em
áreas privadas para os sistemas públicos. Outro benefício é o fomento à implantação da gestão
compartilhada dos resíduos sólidos, fazendo com que os geradores dos resíduos contribuam para
a inclusão dos materiais reaproveitáveis e recicláveis na cadeia produtiva sem a necessidade de
grandes equipamentos de triagem e limpeza por parte do serviço público, trazendo ao território mais
capacidade de diminuir a geração de gases de efeito estufa e a alteração do uso de áreas
biodiversas para a implantação de infraestruturas altamente impactantes para o balanço energético
e de nutrientes do município, até hoje prioritariamente adotadas como soluções para a cidade.

4.7.5. PLANO DE MITIGAÇÃO E ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Diante da missão dada ao município trazida pelo Programa Salvador Resiliente, a abordagem sobre
as Mudanças do Clima, que são um dos principais e mais complexos desafios do século XXI, por
potencializar eventos extremos e cada vez mais frequentes, que deixam suas marcas ao fazerem
vítimas e causarem perdas ou danificarem bens ano após ano, se tornou tema de grande relevância
para a agenda pública. Para seu enfrentamento são demandadas ações coordenadas em escala
local e global com efeitos substantivos e geograficamente heterogêneos, nos âmbitos ambiental,
social e econômico.

Frente a esses desafios e compromissos gerados pela adesão a organizações internacionais de


combate às mudanças climáticas, com o interesse em promover o desenvolvimento sustentável de
Salvador ancorado em um plano de ação climática até o final de 2020, foi elaborado o Plano de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
179
Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima (PMAMC), o qual reconhece a necessidade de um
desenvolvimento inclusivo, Verde-azul, de baixo carbono e resiliente aos efeitos da mudança do
clima na cidade (PLANO, 2021).

Entendendo que atualmente mais de 70% das emissões globais são produzidas nas
cidades, o Plano objetiva, dentre outras metas, neutralizar as emissões de Gases
de Efeito Estufa até 2049, (ano em que Salvador completa 500 anos), encorajar
práticas sustentáveis nos setores público e privado, compartilhar tecnologia e
informação, e promover a justiça climática e resiliência nas diversas iniciativas,
programas e projetos do município. Além de estar alinhado aos conceitos de
mitigação e adaptação, ou seja, almeja adequar os ambientes para possíveis
impactos como o aumento das temperaturas, aumento do nível do mar,
proliferação de vetores, secas prolongadas, dentre outros, afim de obter
resultados como o aumento da expectativa e qualidade de vida da população, a
ampliação de áreas urbanas verdes, a redução das disparidades
socioeconômicas e taxa de pobreza, o PMAMC também contribui para alcançar
alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (PLANO,
2021, grifo nosso).

A elaboração do PMAMC é resultado de alguns anos de decisões e ações estabelecidas, como


podemos observar na Figura 33, que apresenta o histórico desse processo que colocou Salvador
no circuito de cidade engajadas nas questões climáticas. O 1º Inventário de Gases de Efeito Estufa
foi realizado em 2014, e depois atualizado pelo PMAMC para os anos de 2014 a 2018. O Inventário
serve como um instrumento gerencial que permite quantificar e monitorar as emissões da cidade,
identificando as fontes e sumidouros de GEE e contabilizando as respectivas emissões ou
remoções, de forma a conhecer o perfil das emissões resultantes das atividades dos diferentes
setores e atividades da cidade (PLANO, 2021).

Figura 33 – Histórico das ações que levaram à elaboração do PMAMC em Salvador

Fonte: PLANO DE AÇÃO, 2021.

O PMAMC visa a transição para a neutralidade em carbono, fomentando a resiliência e o


desenvolvimento econômico inclusivo. Foram estabelecidos marcos temporais (2024 – curto, 2032
– médio, 2049 – longo prazo), a fim de organizar as metas gerais definidas a cada um deles. Para

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
180
a composição das ações estratégicas no PMAMC, as diretrizes são estruturadas a partir dos eixos
que refletem a visão definida pelos atores envolvidos no planejamento (PLANO, 2021).

A Visão de Salvador baseia-se na garantia à presente e às futuras gerações do


direito de viver em uma Cidade mais justa, mais resiliente, com mais qualidade
de vida, que promova a reconexão entre o ser humano e a natureza. Esta visão
permeia o PMAMC, de modo que todas as ações previstas atendam as expectativas
da Salvador projetada em 2049. Assim, quatro eixos servirão como pilares da Visão
e deverão promover sinergias e transversalidade entre os diversos setores e ações
a serem priorizadas (PMAMC, 2020, p.100).
Os Eixos estratégicos que estruturam os PMAMC com base na sua Visão são: Salvador Inclusiva,
Verde-Azul, Resiliente e de Baixo Carbono. Cada um deles representam um conjunto de valores,
ideias e posicionamentos, como apresentado no Quadro 15, que impactam na realização de todas
as atividades que sejam desenvolvidas no território do município, quaisquer que sejam elas, de
âmbito público ou privado, individual ou coletivo.

Quadro 15 – Apresentação dos Eixos Estratégicos do PMAMC de Salvador


EIXO
DESCRIÇÃO CONCEITUAL
ESTRATÉGICO
O eixo Salvador Inclusiva, além de inserir a Justiça Climática (elaboração de
alternativas que diminuam de forma equitativa os riscos das mudanças do clima e
distribua os custos e benefícios de cada ação à toda a população e ecossistemas da
Cidade, tendo um olhar especial para as populações mais vulneráveis) no cerne de
seus objetivos, reforça ações de outros planos e políticas sobre a ampla participação
SALVADOR
da população, em especial os grupos mais vulneráveis, na formulação, implementação
INCLUSIVA
e monitoramento de propostas para ação climática. Considerando que a melhor forma
de qualificar a participação, engajamento, monitoramento das ações da PMS por parte
da população seja o acesso à informação, educação e capacitação, a cidade pretende
formar cidadãos conscientes dos efeitos das mudanças do clima em suas vidas e no
planeta.
O aumento da biodiversidade e da conservação dos ecossistemas é compreendido
não apenas como estratégia para a expansão da cobertura vegetal na Cidade, mas
como um fator determinante para que haja uma reconexão entre o cidadão e o
ambiente natural, os ecossistemas e a requalificação da estrutura urbana. Com cerca
de 60 quilômetros de litoral, banhada pelo Oceano Atlântico e pela Baía de Todos os
Santos, a cidade oferece a seus turistas uma série de atrativos como banhos de mar,
mergulhos e passeios náuticos, tornando seus territórios marítimos e terrestres
importantes fontes de renda para o município. Por isto, se faz necessário o
SALVADOR
planejamento para a diminuição dos impactos decorrentes das mudanças do clima na
VERDE-AZUL
zona costeira da cidade. Salvador deve voltar-se à preservação ambiental para garantir
qualidade de vida aos seus cidadãos e crescimento econômico sustentável. A
expansão de áreas verdes, requalificação de habitats naturais aquáticos e terrestres e
a gestão eficiente de recursos naturais, como os rios e córregos, devem permear
futuras ações em todos os setores da Cidade, de forma a diminuir a dependência de
fontes de água do semiárido, garantir a manutenção e reprodução de espécies,
mitigando a emissão de gases de efeito estufa e adaptando-se aos impactos das
mudanças do clima.
Resiliência urbana é a capacidade que indivíduos, comunidades, instituições e
sistemas dentro de uma cidade têm de sobreviver, se adaptar e crescer, independente
SALVADOR
dos choques e estresses crônicos aos quais são submetidos. O conceito de resiliência
RESILIENTE
objetivo do PMAMC tem como foco a adaptação climática, mas vai além, buscando
garantir condições de promover o desenvolvimento urbano e econômico de forma

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
181
EIXO
DESCRIÇÃO CONCEITUAL
ESTRATÉGICO
sustentável e inovadora, diminuindo as desigualdades sociais e espaciais existentes.
A recuperação e manutenção de ecossistemas é vital para que a cidade se adapte às
condições impostas pelas mudanças do clima em seu território, minimizando impactos
negativos à sua população, serviços e ecossistemas.
A Salvador de Baixo Carbono deve garantir a manutenção e inovação de seus setores
produtivos, promovendo uma economia de baixa emissões até alcançar a neutralidade,
SALVADOR DE
que representa um desafio progressivo para Salvador. A cidade deverá incorporar em
BAIXO
seus futuros planos e ações a perspectiva da redução e neutralização de emissões
CARBONO
como forma de garantir o fim de uma economia carbonizada, prevendo a eficiência no
uso de recursos, a promoção de fontes renováveis de energia e inovação tecnológica.
Fonte: PMAMC, 2020.

A partir de cada Eixo Estratégico são propostas um conjunto de diretrizes com suas respectivas
ações de maneira a se implementar as medidas necessários para alcançar as metas estabelecidas.
Como esperado, as questões com interface e ligadas ao saneamento básico aparecem nos
diferentes eixos, dando ênfase em cada situação para uma das componentes, abastecimento de
água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo e drenagem das águas urbanas.

No Eixo Salvador Inclusiva, são apresentadas diretrizes para a Transversalidade e Integração de


Políticas e para a Educação Ambiental. No Eixo Salvador de Baixo Carbono, são apresentadas
diretrizes para o esgotamento sanitário, o abastecimento de água e resíduos sólidos. No Eixo
Salvador Resiliente é apresentada diretriz para a drenagem urbana. No Eixo Salvador Verde-Azul,
são formuladas diretrizes para Serviços Ecossistêmicos e para Vales do Rios e Córregos, que
apontam caminhos para o saneamento básico como mediador dessa relação natureza versus
infraestrutura. Cada diretriz é acompanhada por um conjunto de ações. No Quadro 16 são
apresentas o conjunto de diretrizes e ações com maior destaque para esses serviços públicos.

Quadro 16 – Diretrizes relacionadas ao Saneamento Básico no PMAMC


EIXO DIRETRIZ AÇÃO
Transversalidade e
Aplicar a lente climática à programas, planos e projetos da cidade
Integração de Políticas
Inclusiva
Criar e implementar um Programa de Educação Ambiental e
Educação Ambiental
Climática
Serviços Criar e implementar um Programa de Pagamentos por serviços
Ecossistêmicos ambientais
Criar novos parques, unidades de conservação e espaços verdes
Soluções Baseadas na
Implementar corredores ecológicos
Verde - Natureza
Ampliar a arborização urbana
Azul
Adotar o conceito de infraestrutura verde-azul nos projetos da
Vales dos Rios e cidade
Córregos Revitalizar a Bacia de detenção do Rio Paraguari
Gestão das águas
Resiliente Drenagem Urbana Revisar e atualizar planos de drenagem

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
182
EIXO DIRETRIZ AÇÃO
Cidade Inteligente e Publicar editais de Inovação para a Sustentabilidade com foco em
Sustentável mitigação e adaptação
Fortalecer a gestão de recursos hídricos e o tratamento de
Esgotamento Sanitário efluentes
Expandir rede de saneamento básico
Ampliar Programa Coleta Seletiva de Salvador
Reduzir a geração de resíduos e promover coleta seletiva na
Administração Pública
Baixo Criar centros de compostagem e incentivar o uso dessa rota de
Resíduos Sólidos
Carbono tratamento
Fortalecer o sistema de logística reversa
Fazer contenção de resíduos sólidos
Incentivar o uso do IPTU Verde
Construções
Sustentáveis Adotar soluções ABE nas novas obras de requalificação de
espaços públicos
Fonte: PMAMC, 2020.

O que a visão de futuro trazida pelo PMAMC acena para os serviços de saneamento básico/ Como
esses serviços públicos podem colaborar, já que dependem da provisão de serviços ecossistêmicos
para ocorrerem de maneira universal e ecologicamente integrada? Para responder essas perguntas
trazidas pelo PMAMC é preciso um mergulho profundo nos modus operandi das lógicas construtivas
promovidas pelo poder público municipal na contratação de projetos e obras. É necessário coragem
para encarar uma transição nos projetos adotados, colocar como prioridade a adoção de Soluções
Baseadas na Natureza (SbN), entre elas a Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE), e promover
a inclusão de maneira definitiva, na lógica urbana e nos processos econômicos, dessa necessidade
de mudança para garantir o cumprimento das metas estabelecidas pelo PMAMC.

Vale lembrar que, apesar dos esforços do poder público na construção dessas políticas públicas, é
percebida uma contradição entre o que preconiza o plano e as opções tecnológicas que vem sendo
adotadas na cidade. Ao mesmo tempo em que esses importantes passos foram dados, muitos
projetos de infraestrutura urbana apostaram no tamponamento de rios, na remoção de áreas verdes
e na utilização de lógicas de mobilidades que não conseguem colocar no mesmo patamar de
importância os aspectos ecológicos, sociais e econômicos em seus projetos. Obras como o BRT
fizeram desaparecer da paisagem urbana de Salvador quilômetros de matas ciliares, áreas de
preservação permanente, para darem espaço a viadutos e estruturas de concreto armado, que em
nada dialogam com a priorização dos serviços ecossistêmicos nos territórios. Apesar dos estudos
de impacto ambiental, o EIA/RIMA realizado, e a previsão de medidas de mitigação dos impactos
da obra, a sensação de perda a partir da supressão dessa área para a população nunca poderá ser
revertida, e naquela região as funções ecológicas foram perdidas. Muitos terrenos públicos estão

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
183
sendo vendidos, limitando a possibilidade de utilizá-los para a promoção de áreas verdes ou
equipamentos públicos voltados para melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Ao lado da Lagoa do Abaeté na APA das Dunas e Lagoa do Abaeté, foi alocada uma estação
elevatória de esgoto (EEE), que além de ocupar área que acolhia a biodiversidade do território,
impõe uma poluição visual severa da paisagem e aumenta a possibilidade de acidentes com alta
carga de contaminação por esgotos, caso haja algum transbordamento da EEE. Apesar da ação da
sociedade civil organizada de Salvador, demonstrando que poderiam ser apresentadas outras
opções técnicas para a solução do problema, que incorporassem as dimensões ambientais e
culturais do território, com grande valor simbólico e sagrado para as religiões de matriz africana, ao
fim, foi concretizado o projeto com uma lógica já conhecida, exigindo menor esforço de concepção.
Apesar de ser executada por órgãos do governo do Estado da Bahia, seus impactos recaem para
a população soteropolitana e seu poder público.

Nesse momento as obras de requalificação da praia de Stela Mares e Itapuã, à revelia da orientação
dada pelos moradores e sociedade civil organizada da área, seguem retirando a restinga urbana da
paisagem, para dar lugar a canteiros de cimento, uma estética que não privilegia a preservação dos
ecossistemas locais. Todas essas intervenções no território de Salvador, demonstram que apesar
dos esforços no campo do planejamento, na contratação e execução das obras e projetos ainda
prevalece uma visão que privilegia obras com estética estéril, em detrimento aos serviços
ecossistêmicos como prioridade na formação da paisagem urbana.

4.8. INTEGRAÇÃO E ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL DAS INSTITUIÇÕES


RESPONSÁVEIS PELO ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM SALVADOR COM
OUTROS SEGMENTOS

A integração e articulação intersetorial das instituições responsáveis pelo esgotamento sanitário em


salvador com outros segmentos como desenvolvimento urbano, habitação, saúde, meio ambiente
e educação do município, não ocorre de maneira institucionalizada. As articulações ocorrem
prioritariamente no âmbito da discussão de projeto executivos a serem realizados no município,
onde a Comissão de Coordenação de Obras de Salvador (CCOS) com assento na SEDUR,
coordena a discussão entre as instituições envolvidas na obra e define as ações e decisões em
relação ao projeto em debate. A CCOS atua de maneira muito próxima e alinhada com os
prestadores de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário principalmente nos
assuntos relacionados à implantação de infraestruturas (CEXEC, 2021).

Outra maneira informal em que ocorre essa articulação é a partir da contribuição direta entre os
técnicos das diferentes áreas que se ajudam e colaboram para realizar ações e resolver problemas

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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de acordo com a demanda do dia a dia, a partir de ligações e conversas entre secretarias, que se
juntam para empreender esforços em torno da questão trazida.

A principal articulação prática se dá entre a área da saúde, no campo da vigilância sanitária, e a


prestação dos serviços de abastecimento de água, pois a qualidade da água fornecida pelos
prestadores dos serviços é acompanhada pela VIGIAGUA, de maneira a garantir o acesso a água
potável, fundamental para a saúde pública.

Outra articulação existente é da Limpurb com a Secretaria de saúde que atuam em conjunto para
combater a propagação do Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela
urbana. A fêmea necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos que são depositados
separadamente nas paredes internas dos objetos, próximos a superfícies de água limpa, local que
lhes oferece melhores condições de sobrevivência. Os seus ovos são depositados em recipientes
como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de
plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. Por isso, a parceria entre a
Limpurb e a SMS é fundamental para evitar essa condição favorável para sua procriação em
resíduos acumuladores de água que podem estar lançados de maneira inadequada no território
municipal.

4.9. ORGANIZAÇÃO SOCIAL, FORMAS DE EXPRESSÃO SOCIAL E CULTURAL,


COSTUMES, ETC, E A PERCEPÇÃO DESSES EM RELAÇÃO AO
ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O livro “Caminho das Águas de Salvador: Bacias Hidrográficas, Bairros e Fontes”, se mostra uma
importante referência quando estamos diante do esforço de refletir sobre organização social, formas
de expressão social e cultural, costumes, e a percepção em relação ao saneamento básico. Não é
possível pensar na qualidade das águas urbanas de Salvador, sem integrar nessa reflexão as suas
quatro componentes.

A Cidade do Salvador, entrecortada e circundada pelas águas, com abundância de água em


seu subsolo e com elevado índice pluviométrico, está se tornando árida. Os caminhos
percorridos pelas suas águas, que recriam parte significativa da sua história, revelam o
quão perversa tem sido a relação entre urbanização e natureza.
As nossas águas doces desaparecem na relação inversa à intensidade do processo de
urbanização. Poder-se-ia afirmar que esse não é um “privilégio” da Cidade da Bahia, pois,
afinal, a degradação ambiental assim como a exclusão social são problemas estruturais
comuns às nossas grandes metrópoles.
(...)
Adicionalmente, Salvador conjuga de forma ímpar degradação ambiental e pobreza urbana,
o que torna a qualidade de vida, algo por demais precário. A história dos rios e dos bairros
de Salvador é a história da luta tinhosa, contra o mato, contra a água e pelo acesso à terra
e aos serviços públicos urbanos – é isso que revela a fala dos moradores dessa Cidade.
(...)

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
185
O fato é que, em tempos de mercantilização de elementos da natureza considerados como
direito universal, a exemplo das águas, a noção de escassez passa, cada vez mais, a ser
associada a Salvador. A reversão desse quadro implica em decisões de natureza política,
em aprofundamento do processo democrático em curso, em conferir uma dimensão
propriamente universal, aos interesses difusos e coletivos dos moradores dessa cidade.
A realização deste trabalho demandou a construção de uma ampla estrutura de
governança, que contou com a participação e colaboração inquestionável e
dedicada das várias instituições governamentais (federal, estadual e municipal) e
não-governamentais, envolvidas com a questão das águas em Salvador – foi a
adesão inconteste a esse projeto que tornou possível a produção de O Caminho
das Águas em Salvador. (...) Enfim, a iniciativa da Universidade Federal da Bahia
de realizar uma pesquisa sobre a qualidade das águas em Salvador resulta da
paixão de muitos dos seus pesquisadores por essa Cidade e pelas suas águas.
Sem pretender reeditar o clássico debate sobre os sentidos e significados do
conceito de objetividade e a noção de razão que a fundamenta, gostaríamos de
ressaltar que apenas o compromisso com a melhoria da qualidade do ambiente
urbano e a preocupação em contribuir com o enfrentamento da problemática das
águas nesse começo de século, explica o empenho e o envolvimento com esse
trabalho (SANTOS, E. et al, 2010, p. 11. grifo nosso).
O município de Salvador contém em sua história uma vasta composição social que envolve as
universidades públicas, a sociedade civil organizada, a população e suas manifestações culturais e
órgãos públicos estaduais e municipais. Ao longo dos séculos com a transformação da cidade, as
atividades econômicas trouxeram alterações em suas bacias hidrográficas, mas sua abundância
natural seguiu traduzida em suas expressões culturais. Todo esse processo se consolidou com
grande desigualdade social e degradação ambiental, mas nunca à revelia do amor e atenção dos
diferentes segmentos sociais, que amam esse território e se esforçam para superar os problemas
históricos em nome de um futuro melhor, esforço personificado no trabalho de Santos et al (2010),
que resgata a memória territorial das águas no pensar da cidade pelos seus moradores e gestores.

Fica evidente como o território da bacia hidrográfica é elemento fundamental para se pensar o
saneamento básico, no caso da componente de manejo e drenagem das águas urbanas é o
caminho natural das águas, que dão a direção para a prestação do serviço, que busca aplicar
padrões de escoamento nos ambientes urbanizados, chegando ao fim nos próprios rios que
integram as bacias hidrográficas.

No caso do esgotamento sanitário, quando não realizado, os rios e lagoas são os principais
testemunhos dos problemas de qualidade ambiental, quando emanam mau cheiro, levam doenças
para a população, e impedem os múltiplos usos dos mananciais do município. O mesmo ocorre com
o manejo de resíduos sólidos, que pode comprometer a qualidade das águas e a paisagem urbana,
quando realizado de maneira inadequada.

Por isso, as ações integradas das componentes de saneamento básico são condição primária para
garantir a qualidade das águas do município, e possibilitar os usos múltiplos das águas, que

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
186
envolvem o abastecimento humano, o uso para lazer, para manifestações culturais, para esporte,
preservação da biodiversidade e para as atividades econômicas.

Nesse sentido, a sociedade de Salvador tem a sua organização social, apesar de todas as
contradições reveladas pela desigualdade social e degradação ambiental observadas, marcada por
movimentos sociais que tem como pauta a preservação das áreas biodiversas, a proteção às águas,
a garantia aos direitos sociais, como o saneamento básico, entre outros. Tem em suas áreas de
proteção ambiental nas áreas de restinga e mata atlântica espaços de conexão no território, onde
os aspectos sociais, culturais e ambientais são incorporados nos debates em torno das políticas
públicas e da disputa sobre o modelo de desenvolvimento adotado pelo poder público ao longo de
sua história. As lutas da sociedade civil envolveram o não tamponamento dos rios, a preservação
de áreas da mata atlântica, como no caso do Vale Encantado, a luta contra a obra do BRT,
responsável pela remoção de árvores centenárias, o movimento pela educação popular em saúde,
a luta por moradia, entre tantas outras pautas que tangenciam a temática do saneamento básico.
Todo esse histórico revela que a percepção dos cidadãos sobre esses serviços e da sua missão de
garantir a livre manifestação da vida dos cidadãos com a saúde pública e qualidade ambiental.

O município tem um calendário anual de festas populares, apresentadas no Quadro 17, muitas
delas ligadas às culturas de matriz africana, ao sincretismo religioso e às águas e espaços naturais.

Quadro 17 – Festas populares do calendário anual do município de Salvador


FESTA DESCRIÇÃO LOCAL
Santa Bárbara, comemorado em 04 de dezembro, é invocada a
proteger seus devotos durante as grandes tempestades de raios e
Santa Largo do
trovões, conhecida pelos seguidores do Candomblé como Iansã, se unem
Bárbara Pelourinho
aos católicos e rendem homenagens. Nas praças e mercados do Centro
Histórico é servido o tradicional Caruru.
Festas de Reis, comemorada em 6 de janeiro, na Europa (sobretudo
em Portugal, Espanha, França, Bélgica e Itália), foi trazida ao Brasil pelos
colonizadores portugueses que mantiveram a tradição com festejos e
trocas de presentes na véspera do Dia de Reis. Ainda hoje, essas
Festas de tradições sobrevivem guardando algumas de suas características. Nas Largo da
Reis chamadas Folias de Reis ou Reisados, os grupos de foliões, a partir do Lapinha
Natal até a véspera de Reis, visitam os amigos ou conhecidos, cantando
modinhas e versos alusivos à data. Dançam ao som de tambores, violões,
cavaquinhos e pandeiros, solicitando dinheiro ou alimentos aos donos da
casa.
Nossa Senhora da Conceição da Praia, comemorada em 8 de
dezembro, é a padroeira da Bahia sendo a festa religiosa mais antiga do
Nossa Brasil, conforme dita a tradição, entre os elementos presentes da
Senhora da procissão estão o andor com a imagem da Conceição da Praia, a imagem Bairro do
Conceição de São José (esposo virginal de Nossa Senhora), a imagem do “menino Comércio
da Praia Jesus” e outra em homenagem à Santa Barbara. Padres, fiéis,
seminaristas e a população seguem o andor acompanhado trio elétrico
ao som do coral da Basílica.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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FESTA DESCRIÇÃO LOCAL
Santa Luzia, comemorado em 13 de dezembro, é considerada a
padroeira dos olhos. Seu nome significa portadora da luz ou aquela que
Santa Pilar, no
serve a Luz, as homenagens acontecem na igreja que leva o nome da
Luzia Comércio.
santa, os fiéis formam longas filas para molharem os olhos com a água
milagrosa de Santa Luzia.
Lavagem do Bonfim, comemorado na segunda quinta-feira do ano, a
tradicional lavagem das escadarias Bonfim é considerada a segunda
maior manifestação popular da Bahia, perdendo apenas para o Carnaval.
Igreja da
O festejo começa às 10 da manhã, quando os participantes se
Conceição da
Lavagem concentram em frente à Igreja da Conceição da Praia para dar início a
Praia - Igreja de
do Bonfim uma caminhada de 8 km até a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. O
Nosso Senhor
cortejo é comandado por baianas com trajes típicos - turbantes, saias
do Bonfim
engomadas, braceletes e colares - que carregam vasos com água de
cheiro. Todos se vestem de branco, que á a cor de Oxalá, o deus Yoruba
sincretizado com Senhor do Bonfim.
Festa de Iemanjá, comemorado em 2 de fevereiro, desde a
madrugada, adeptos do candomblé, turistas e devotos formam filas
imensas para colocar oferendas e pedidos nos balaios, que ficam na
Yemanjá Rio Vermelho
Casa do Peso no Bairro do Rio Vermelho, no fim da tarde, um cortejo
com muitas embarcações leva para alto-mar os balaios, carregados de
presentes, pentes, espelhos, sabonetes, perfumes, flores, e até joias
Lavagem de Itapuã, comemorado na quinta-feira antes do início do Piatã a Praça
Carnaval de Salvador, a lavagem é feita por baianas vestidas a caráter Dorival Caymmi/
Lavagem
que levam potes de cerâmica com flores e água de cheiro que lavam a Igreja N.S. da
de Itapuã
escadaria da igreja de Nossa Senhora da Conceição de Itapuã. A tarde é Conceição de
a vez dos blocos de chão fazerem a festa. Itapuã
Fonte: SALTUR, 2021.

Todas essas manifestações culturais impactam diretamente na prestação dos serviços de


saneamento básico, alterando a demanda dos serviços nos locais de sua realização, exigindo do
poder público uma atuação voltada para o alinhamento entre demandas locais e as características
de fluxo turístico que essas manifestações impõem.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
188
5. ANÁLISE CRÍTICA DOS PLANOS E ESTUDOS EXISTENTES

5.1. PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO – SERVIÇOS DE


ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) foi elaborado pela Secretaria Municipal de
Transportes Urbanos e Infraestrutura (SETIN) no ano de 2010, sendo seu principal objetivo a
definição dos objetivos e metas para melhoria e universalização dos serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário. Apesar do PMSB englobar os 4 componentes do saneamento básico,
apenas os produtos relativos ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário foram
aprovados pelo legislativo municipal, por meio da Lei Municipal nº 7.981/2011.

No que concerne ao abastecimento de água, os capítulos que compõem o PMSB apresentam:


cobertura de atendimento, caracterização dos sistemas existentes, deficiências no abastecimento
de água, levantamento de estudos, planos e projetos existentes; objetivos, metas e programas
abrangendo os aspectos jurídicos institucionais, administrativos, estruturais e operacionais que
visavam melhorar as condições do sistema de abastecimento de água de Salvador.

No item denominado análise crítica de estudos, planos e projetos existentes, foram apresentadas
tabelas com informações sobre a descrição do problema, a população a ser beneficiada, a se existia
ou não projeto, o respectivo custo do projeto e da obra e sua prioridade variando de 0 a 1. Também
foram listados os projetos no âmbito do PAC, descrevendo qual era sua situação atual, seja ele com
projeto em análise pela Caixa ou obra em andamento.

No quesito infraestrutura existente, as informações foram bastante superficiais, apresentando


apenas o levantamento do que existe, sem nenhum registro das unidades que possibilite verificar o
estado de conservação, dificultando a análise referente a intervenções necessárias para melhoraria
do sistema. Apenas no tocante aos mananciais de abastecimento é realizada uma caracterização
mais detalhada, com informações importantes referentes a bacia hidrográfica onde estão inseridos,
aos aspectos ambientais que contribuiam para a degradação da qualidade da água e informações
técnicas das infraestruturas das barragens.

No que tange a cobertura e qualidade dos serviços foram apresentados alguns indicadores como
índice de atendimento, consumo per capita e índice de perdas, além de pontos críticos no
abastecimento descrevendo os problemas apresentados e ações adotadas por área de influência
(UMF, UMB, UML e UMJ) e qualidade da água produzida e distribuída à população.

A questão das perdas foi analisada por meio de três indicadores: índice de água não contabilizada
(ANC), índice de água não faturada (ANF) e índice de perdas por ligação (IPL). Para os três foram

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
189
apresentados gráficos com a meta prevista para o período de 2003 a 2009 e o que foi realizado.
Apenas a ANC atingiu a meta prevista nos anos de 2006 e 2007, nos anos seguintes, o realizado
sempre esteve acima do previsto, porém com redução.

Essa redução no triênio 2007/2009 teve como base: as metas coorporativas e acordo de melhoria
de desempenho (AMD), implementação do comitê corporativo de perdas; e criação dos núcleos de
combate as perdas nas UR’s (NUCOP).

Em relação ao local com maior deficiência de atendimento por rede pública em Salvador, que é a
Fazenda Cassange, foi realizado um levantamento das formas de acesso a água pela população,
assim como das formas de tratamento da água no domicilio, possibilitando identificar o quantitativo
populacional em situação mais crítica. Também foram sinalizadas soluções de caráter emergencial.

As metas adotadas no PMSB para implementação dos Programas, Projetos e/ou ações foram:

De curto prazo (CP): os primeiros 4 anos;

De médio prazo (MP): de 4 a 8 anos; e

De longo prazo (LP): acima de 8 anos.

No tocante ao abastecimento de água foram propostos cinco programas, que visam redução e
controle de perdas, elaboração de planos, projetos e estudos; melhoria do desempenho
operacional, ampliação da capacidade e melhoria do sistema de produção e adução de água tratada
e por ultimo ampliação e melhoria do sistema de distribuição. O Quadro 18 a seguir apresenta o
resumo dos programas e objetivos esperados.

Quadro 18 – Resumo dos Programas previstos para o serviço de abastecimento de água


Identificação do programa Objetivo Prazo
Reduzir os índices médios de perdas (ANC, ANF
PROGRAMA 4: Redução e e IPL) para níveis adequados/satisfatórios;
controle de perdas de água, reduzir índice de inadimplência (evasão de Curto Prazo*
faturamento e arrecadação receitas); e aumentar os índices de
hidrometração e de macromedição.
PROGRAMA 5: Planejamento e
projetos do sistema de -- Curto Prazo
abastecimento de água
Melhorar o nível de eficiência, reduzir custos
PROGRAMA 6: Melhoria do operacionais, minimizar/eliminar intermitência,
Curto Prazo
desempenho operacional reduzir perdas reais no sistema de abastecimento
de água da RMS.
PROGRAMA 7: Ampliação da
Aumentar a oferta de água tratada para atender
capacidade e melhoria do
demanda atual e crescimento da demanda até o Curto e médio Prazo
sistema de produção e adução
ano 2041
de água tratada da RMS

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
190
Identificação do programa Objetivo Prazo
PROGRAMA 8: Ampliação e Ampliar o Sistema de distribuição para toda a
Curto e médio e
melhorias do sistema de área urbana de Salvador – Universalizar a
longo Prazo
distribuição disposição do serviço
Fonte: Adaptado de PMSB de Salvador, 2010.

No Quadro 19 apresenta-se a descrição de todas as ações previstas em cada um dos programas


propostos na 1ª versão do Plano Municipal de Saneamento Básico de Salvador, assim como a
situação atual de cada uma delas. Ressalta-se que não foi fornecido pela Embasa a situação atual
de todas as ações que estavam previstas no referido plano, e, portanto, alguma constam no quadro
abaixo com a situação “não informado”.

O investimento total estimado para o serviço de abastecimento de água de Salvador até o ano de
2040 seria de R$ 1.294.970.000,00 sendo que os maiores investimentos ocorreriam em curto (2011
a 2014) e médio prazo (2015 a 2018) com valores estimados em R$ 329.352.000,00 e R$
389.940.000,00, respectivamente. Do ano de 2019 a 2040 foram previstos investimento que
totalizam R$ 575.678.000,00, no entanto não fica claro qual a destinação para esses investimentos,
visto que os valores não foram separados por Programa, como pode ser observado no cronograma
de investimentos, apresentado na Tabela 13.

Além disso, observa-se que o somatório dos valores das ações do Programa 4 (Redução e controle
de perdas de água, faturamento e arrecadação) e do Programa 8 (Ampliação e melhorias do sistema
de distribuição), disponíveis no Quadro 19 não confere com o valor apresentado no Plano de
investimento da Tabela 13

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
191
Quadro 19 – Programas e ações para o abastecimento de água previstos no PMSB - 2011
PROGRAMA 4: Redução e controle de perdas de água, faturamento e arrecadação
Valor
Ações Beneficios ou melhorias esperadas Prazo Status Atual
estimado (R$)
Todos os SAAs do Estado, com prioridade de atuação para o SIAA de
Aquisição e instalação de hidrômetros de vazão máxima de 1,5 e 3,0 m³/h, inclusive Salvador, L. Freitas e S.Filho.
1 caixas de proteção, para medição de ligações novas e não medidas (145.000 R$ 17.552.000,00 Benefícios: Reduzir e controlar as perdas de água e de faturamento; Curto Prazo Não informado
hidrômetros) Postergar investimento na ampliação da produção.
Ganho de Produtividade.
Aquisição e instalação de hidrômetros de vazão máxima de 1,5 e 3,0 m3/h, para
2 R$ 11.812.000,00 Idem Curto Prazo Não informado
substituição nas ligações existentes (265.000 hidrômetros)
Aquisição e instalação de hidrômetros com vazão igual ou superior a 5m3 / h, classe
3 C e Hidrômetros Woltmann Vertical de 50; 80; 100 e 150 mm de diâmetro (2.500 R$ 1.580.000,00 Idem Curto Prazo Não informado
hidrômetros) – Grandes Consumidores.
Melhoria das Instalações Físicas das Oficinas de Hidrômetros; Aquisição de
Melhoria da Qualidade de Controle Ganho de
4 Bancadas de Testes com Acessórios; Melhoria dos Sistemas de Informações e R$ 4.000,00 Curto Prazo Não informado
Produtividade Eficiência e Eficácia
Treinamento de Pessoal.
Implantação de Telemetria e Telecomando de Unidades no Sistema Integrado de Melhorar a eficiência do controle dos processos
5 R$ 5.000,00 Curto Prazo Não informado
Abastecimento de Água de Salvador e Lauro de Freitas operacionais. Reduzir custos. Elevar produtividade
Reduzir e controlar as perdas de água e de faturamento;
Desenvolvimento de Ações de Redução e Controle de Perdas Reais e Aparentes Postergar investimento na ampliação da produção. Ganho de
6 R$ 48.000.000,00 Curto Prazo Não informado
nos Setores do SIAA de Salvador e Lauro de Freitas (4.800 km de rede). Produtividade. Reduzir custos operacionais. Elevação
da arrecadação.

Reduzir e controlar as perdas de água e de faturamento;


7 Ações de combate as perdas na produção do SIAA de Salvador e Lauro de Freitas R$ 1.200.000,00 Curto Prazo Não informado
Postergar investimento na ampliação da produção.

Revisão do cadastro comercial na RMS, num total de 350.000 ligações existentes e Conhecimento adequado do mercado atendido. Elevar faturamento.
8 R$ 6.400.000,00 Curto Prazo Não informado
levantamento das ligações factíveis e potenciais e ações de combate às fraudes. Reduzir e controlar as perdas de água e de faturamento.

Planejamento e execução de ações permanentes de redução e controle de ligações


1- Aumento da eficiência da arrecadação e controle da inadimplência; 2-
inativas e de inadimplência Processo contínuo
9 R$ 2.300.000,00 Redução do Saldo de Contas a receber e do prazo médio de pagamento Não informado
1 - Projeto de Negativação Curto Prazo
ao fornecedor e de ligações inativas.
2 - Contrato de Risco
Sistema modularizado de manutenção mais fácil. Gerar informações
Adequação e implantação do GSAN (Sistema Integrado e Gestão de Serviços de
10 R$ 1.500.000,00 necessárias para a tomada de decisão consolidadas no Módulo Curto Prazo Não informado
Saneamento).
Gerencial, facilitando o acesso

Atender plenamente a Portaria 514/04 do Ministério da Saúde e a


Ampliação e modernização dos Sistemas de Controle da Qualidade de Água e dos
11 R$ 5.300.000,00 Resolução Conama nº 357 / 2005. Monitorar adequadamente os Curto Prazo Não informado
Processos de Tratamento de Esgotamento Sanitário (Laboratórios da RMS).
processos de tratamento de esgotamento sanitário.

Total do Programa 4 R$ 95.653.000,00


PROGRAMA 5: Planejamento e projetos do sistema de abastecimento de água
Valor
Ações Beneficios ou melhorias esperadas Prazo Status Atual
estimado(R$)
Adequar ao PDDU de Salvador e melhorar
1 Atualização do PDAA R$ 2.500.000,00 -
planejamento das ações Segundo o PARMS (2016)
Estabelecer diretrizes e termos de referência para elaboração de estudos e projetos Padronização dos critérios para elaboração de estava em andamento
2 R$ 200.000,00 -
diversos projetos e redução de tempo análise
Total do Programa 5 R$ 2.700.000,00

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
192
PROGRAMA 6: Melhoria do desempenho operacional
Valor
Ações Beneficios ou melhorias esperadas Prazo Status Atual
estimado(R$)
1 Automação do Sistema Adutor Principal -- Melhoria na distribuição Longo Prazo Não informado
Estrutura hidráulica de controle da distribuição de vazões provenientes do
2 R$ 7.800.000,00 7.800 Melhoria na distribuição Curto Prazo Segundo o PARMS foi realizado
subsistema da ETA principal
Implantação do 5.º e 6.º conjuntos motor bomba e respectivos barriletes na EEAB Realizado conforme verificado
3 R$ 2.800.000,00 Flexibilidade operacional Curto Prazo
Pedra do Cavalo em campo
Total do Programa 6 R$ 10.600.000,00
PROGRAMA 7: Ampliação da capacidade e melhoria do sistema de produção e adução de água tratada da RMS
Valor
Ações Beneficios ou melhorias esperadas Prazo Status Atual
estimado(R$)
Obra da adutora principal
1 Ampliação da capacidade da adução da ETA Principal - 2ª Etapa R$ 58.000.000,00 Melhoria no abastecimento Curto Prazo paralizada por problemas de
desapropriação
2 Construção da Estação de Tratamento de Lodo da ETA Bolandeira R$ 10.000.000,00 Redução de impactos ambientais Curto Prazo Não realizado
3 Construção da Estação de Tratamento de Lodo da ETA Principal R$ 10.000.000,00 Redução de impactos ambientais Curto Prazo Não realizado
Não realizado; ETA do Cobre foi
4 Construção da Estação de Tratamento de Lodo da ETA Suburbana e do Cobre R$ 10.000.000,00 Redução de impactos ambientais Curto Prazo
desativada
Projeto elaborado, porém, ainda
5 Ampliação da capacidade de adução da ETA Principal - 3ª etapa R$ 180.000.000,00 Melhoria no abastecimento Médio Prazo não tem recurso captado para a
obra
6 Ampliação da capacidade de adução Santa Helena/Joanes II R$ 50.000.000,00 Melhoria no abastecimento Médio Prazo Não informado
7 Ampliação da capacidade de tratamento da ETA Principal e Elevatória R$ 30.000.000,00 Melhoria no abastecimento Curto Prazo Não informado
Segundo PARMS (2016) estava
8 Sistema de adução para o reservatório de distribuição R3 R$ 3.056.000,00 Melhoria no abastecimento Curto Prazo
em execução
Segundo PARMS (2016) estava
9 Adução da Represa Joanes II à ETA Principal R$ 37.358.000,00 Melhoria no abastecimento Curto Prazo
em execução
10 Substituição da adutora de concreto DN 1500 Joanes I/Bolandeira (22.500m) R$ 113.200.000,00 Melhoria no abastecimento Médio Prazo Não realizado
Total do Programa 7 R$ 501.614.000,00
PROGRAMA 8: Ampliação e melhorias do sistema de distribuição
Valor
Ações Beneficios ou melhorias esperadas Prazo Status Atual
estimado(R$)
Ampliação do reservatório da Duna (R1) - 22.000 m³, Implantação e reforço de linhas
1 R$ 30.425.000,00 Melhoria no abastecimento Curto Prazo Projetos Elaborados
tronco e rede distribuidora.
2 Implantação de linhas tronco e rede de distribuição da Zona Alta do R7 R$ 7.718.000,00 Melhoria no abastecimento Curto Prazo Obra em Andamento
Reativação do Setor R4 incluindo recuperação dos reservatórios, reforço e
3 R$ 6.758.000,00 Melhoria no abastecimento Curto Prazo Projetos Elaborados
implantação de linhas tronco.
4 Implantação de rede de distribuição e ligações na loc. Fazenda Cassange R$ 4.810.000,00 Ampliação do sistema de abastecimento Curto Prazo Não executado
5 Implantação das linhas tronco da Av. Pinto de Aguiar (PEAD) R$ 1.863.000,00 Melhoria no abastecimento Curto Prazo Não executado
6 Substituição da linha tronco da Cardeal da Silva R$ 890.000,00 Melhoria no abastecimento Médio Prazo Não executado
7 Substituição da linha tronco da Av Sete de Setembro-Centro R$ 2.600.000,00 Melhoria no abastecimento Longo Prazo Não executado
8 Substituição da linha tronco da Caixa D'Água e Pau Miúdo R$ 820.000,00 Melhoria no abastecimento Longo Prazo Não executado
9 Substituição da linha tronco da Rua Caetano Moura DN 600 mm R$ 470.000,00 Melhoria no abastecimento Longo Prazo Não executado
10 Recuperação estrutural do reservatório R15-torre (Federação) R$ 1.500.000,00 Melhoria no abastecimento Curto Prazo Reservatório fora de operação
11 Implantação de linha tronco na Av. Euclides da Cunha-Graça R$ 13.500.000,00 Melhoria no abastecimento Longo Prazo Não executado
12 Implantação de linha tronco na Rua Direta de São Caetano R$ 486.000,00 Melhoria no abastecimento Longo Prazo Não executado
Substituição da rede FoFo por PVC - Rua do Oriente/Largo das Pitangueiras,
13 R$ 375.000,00 Melhoria no abastecimento Longo Prazo Não executado
Fazenda Grande

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
193
Substituição da rede FoFo, por PVC - do Largo da Geral até o final de linha de São
14 R$ 250.000,00 Melhoria no abastecimento Longo Prazo Não executado
Caetano
Projeto do R6 (Alto do Peru)
Implantação de reservatório na área do R6 velho (desativado) e linhas tronco para
15 R$ 7.000.000,00 Melhoria no abastecimento Médio Prazo elaborado com previsão de
abastecer a área do antigo R2A
execução das obras para 2022
Implantação de linha tronco na Rua da Jaqueira para atender a Zona Baixa do R25
16 R$ 350.000,00 Melhoria no abastecimento Médio Prazo Não executado
(Goméia)
Elaboração de Projeto em
17 Implantação do Reservatório R22 e linhas tronco R$ 13.000.000,00 Melhoria no abastecimento Médio Prazo
Andamento
Implantação de linhas tronco ZA 62 (Genaro de Carvalho, Castelo, Golf Club e Br
18 R$ 1.000.000,00 Melhoria no abastecimento Longo Prazo Não executado
324)
Implantação de linhas tronco ZA 63 (Genaro de Carvalho, Via Regional e Estrada
19 R$ 4.000.000,00 Melhoria no abastecimento Longo Prazo Não executado
Velha do Aeroporto)
20 Contrução de reservatório apoiado da ETA do Cobre R$ 2.000.000,00 Melhoria no abastecimento Médio Prazo ETA do Cobre foi desativada
21 Instalação da 2ª câmara R14 - Águas Claras R$ 2.730.000,00 Melhoria no abastecimento Curto Prazo Executado
22 Implantação da 2.ª câmara do R 20 - Fazenda Grande III R$ 2.880.000,00 Melhoria na distribuição Curto Prazo Projetos Elaborados
Implantação de linhas tronco em áreas de Sussuarana, Mata Escura e Tancredo
23 R$ 534.000,00 Melhoria na distribuição Curto Prazo Executado
Neves
Total do Programa 8 R$ 105.959.000,00

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
194
Tabela 13 – Cronograma dos investimentos em Abastecimento de Água no PMSB (2010)
PROGRAMAS 2011-2014 2015-2018 2019-2022 2023-2026 2027-2030 2031-2034 2035-2040 TOTAL

II - Sistema de
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
Abastecimento de
329.352.000 389.940.000 112.592.000 118.704.000 92.850.000 95.820.000 155.712.000 1.294.970.000
Água

PROGRAMA 4-
Redução e Controle de
Perdas de Água e R$
Melhoria do 97.909.000
Faturamento e
Arrecadação
PROGRAMA 5-
Planejamento e projetos R$
do sistema de 700.000
abastecimento de água
PROGRAMA 6-
Melhoria do R$
Desempenho 10.600.000
Operacional
PROGRAMA 7-
Ampliação da
Capacidade e Melhoria R$ R$
do Sistema de Produção 158.414.000,00 343.200.000,00
e Adução de Água
Tratada
PROGRAMA 8-
Ampliação e melhorias R$ R$
do Sistema de 59.729.000 46.740.000,00
Distribuição

R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
Total
329.352.000,00 389.940.000,00 112.592.000,00 118.704.000,00 92.850.000,00 95.820.000,00 155.712.000,00 1.294.970.000,00
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
Total Acumulado
329.352.000,00 719.292.000,00 831.884.000,00 950.588.000,00 1.043.438.000,00 1.139.258.000,00 1.294.970.000,00 1.294.970.000,00
Fonte: PMSB de Salvador, 2010.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
195
As fontes de recursos apresentadas para captação de recursos foram:

1. Recursos Não Onerosos:


• OGU – Orçamento Geral da União;
• Royalties provenientes da exploração e distribuição de petróleo, gás natural e
jazidas minerais;
• Recursos próprios;
• Prefeitura Municipal de Salvador.

2. Recursos Onerosos:
• Financiamento junto à Caixa Econômica Federal;
• Financiamentos junto ao BNDES;
• PPP – Parcerias Público Privadas;
• Outros financiamentos.

Além dos programas foram propostas ações de contingência e emergência que visam corrigir
ou mitigar as conseqüências de atos da natureza ou acidentais, fora do controle do prestador
dos serviços, e que podem causar grandes transtornos à qualidade ou continuidade da
prestação em condições satisfatórias.

As ações propostas são: desenvolvimento de plano de racionamento, desenvolvimento de


programa de avaliação, recuperação e preservação de mananciais de reserva (Barragem do
Cobre e Pituaçu; desenvolvimento de programa de recuperação e preservação das APPs dos
mananciais de abastecimento de Salvador, especialmente o Ipitanga; Desenvolvimento de
Plano de Segurança da Água (PSA); entre outros.

Realizada essa descrição dos aspectos abordados nesse PMSB elaborado em 2010, cabe
aqui mencionar o trabalho de Pereira e Heller (2015) que avaliou 18 Planos de Saneamento
entre os quais o do município de Salvador. Para tanto, foram utilizadas categorias, sendo
cinco delas relacionadas aos princípios da lei nº 11455/2007: 1) universalidade, 2) equidade,
3) integralidade, 4) intersetorialidade, e 5) qualidade, e três relacionadas à: 1) política
municipal de saneamento básico, 2) capacidade de gestão, 3) sustentabilidade social e
governança. Para analisar cada categoria foram criadas subcategorias que demonstram o que
foi considerado em cada princípio para avaliar os planos municipais.

Dentre as categorias o Plano de Salvador foi mencionado na categoria intersetorialidade,


caracterizado por uma abordagem mais incipiente referente à política de promoção da
igualdade racial, considerada de forma parcial nesse plano. Para a categoria qualidade dos
serviços prestados, com relação ao tratamento dos efluentes, o Plano de Salvador está entre
os quatro municípios que apresentaram dados da análise da qualidade da água no corpo

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
196
receptor: Esses planos apresentaram dados para pelo menos três dos seguintes parâmetros:
DBO, DQO, OD, nitrogênio, fósforo, sólidos em suspensão ou totais, pH, temperatura e
turbidez.

Na categoria sustentabilidade social e de governança da política e do plano, foi analisado,


principalmente, o processo participativo. A partir da análise de conteúdo, avaliou-se a
divulgação do plano, de seus estudos e das atividades de participação; a participação das
associações e entidades representativas dos segmentos da sociedade; a abrangência
territorial das atividades de participação, inclusive das áreas rurais; a realização de audiências
públicas e de consultas públicas com recebimento de sugestões e críticas; e a aprovação por
instâncias colegiadas como os conselhos. A partir dessas informações, os processos
participativos foram classificados com base na descrição dos níveis de participação cidadã,
propostos por Bernardes et al. (2011), que vão de 0, quando “a comunidade não participa” do
processo, até 6, quando “a comunidade controla o processo”. Sete municípios, entre eles
Salvador, foram classificados no nível 1, em que “a comunidade é informada e espera-se a
sua conformidade.

Os autores salientam que os cinco planos oriundos de capitais dos estados — Belo Horizonte,
Boa Vista, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo — supostamente seriam os que teriam mais
recursos disponíveis para elaborarem bons planos; porém, com base na análise dos
resultados, é factível de questionamentos se os recursos tecnológicos, humanos e financeiros
não estão disponíveis ou não são suficientes, ou se não houve prioridade política para se
aglutinarem esforços em torno desse processo.

5.2. PLANO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA REGIÃO METROPOLITANA


DE SALVADOR

O Plano de Abastecimento de Água da RMS, Santo Amaro e Saubara (PARMS), foi uma
iniciativa do Governo Estadual, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR).
Para tanto, em 17 de fevereiro de 2014, a então SEDUR celebrou com a GEOHIDRO o
Contrato nº 001/2014, referente à prestação de serviços de consultoria para a elaboração
desse Plano. Em 2015, com a criação da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento
(SIHS), pela Lei Estadual nº 13.204, de 11 de dezembro de 2014, por força do Primeiro Termo
de Apostilamento ao Contrato nº 001/14, a SHIS passou a gerir o referido contrato e a
acompanhar o desenvolvimento do PARMS.

O objetivo geral do PARMS foi diagnosticar a situação atual do abastecimento de água na


RMS e em Santo Amaro e Saubara e propor ações com viabilidade técnica, econômica e

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
197
social, que garantam o fornecimento de água em quantidade e qualidade satisfatórias para
atender as demandas nessa região, no horizonte de planejamento de 25 anos (2015 – 2040).
Esse plano possui a seguinte estrutura básica:

➢ TOMO I – Relatório Sinopse;


➢ TOMO II – Relatório de Estudos Básicos, compreendendo:
✓ Volume 1 – Relatório de População e Demanda;
✓ Volume 2 – Relatório de Diagnóstico dos SAA (Mananciais, Barragens e
Captações);
✓ Volume 3 – Relatório de Diagnóstico dos SAA (Adutoras, Estações
Elevatórias e Estações de Tratamento de Água);
✓ Volume 4 – Relatório de Diagnóstico dos SAA (Reservatórios, Redes de
Distribuição, Avaliação de Perdas Físicas e Eficiência Energética);
➢ TOMO III – Relatório dos Estudos de Concepção e Viabilidade;
➢ TOMO IV – Relatório das Diretrizes e Proposições;
➢ TOMO V – Relatórios da Avaliação Ambiental Estratégica, incluindo:
✓ Volume 1 – Relatório da Qualidade Ambiental;
✓ Volume 2 – Relatório da Avaliação Ambiental Estratégica.

O PARMS veio preencher uma lacuna importante no contexto do abastecimento de água da


RMS, principalmente no que diz respeito à indicação das intervenções físicas necessárias
para aparelhamento dos sistemas de abastecimento visando o atendimento de suas
demandas até o horizonte de planejamento, previsto para o ano 2040. Além disso, define em
seu Plano de Ação um leque de intervenções estruturantes relacionadas ao planejamento,
disciplinamento, incentivo, controle, monitoramento e à fiscalização, que visam proporcionar
maior eficiência técnica, econômica, social e ambiental aos sistemas de abastecimento de
água da RMS, composta por 13 municípios, além de Santo Amaro e Saubara pelo fato do
município de Saubara possuir projeto que visa sua integração ao sistema de Santo Amaro, o
qual faz parte da faixa de abrangência do sistema adutor de água bruta de Pedra do Cavalo.

Segundo esse estudo o SIAA de Salvador destaca-se como o principal sistema de


abastecimento da RMS, representando 81% de toda a população estimada para 2015, com
potencial de cobertura pelos sistemas da RMS, refletindo a magnitude e importância deste
sistema no contexto da RMS. No tocante à população localizada fora da área potencial de
cobertura desses sistemas, esta representa aproximadamente apenas 1%, que corresponde
aos habitantes das zonas rurais dos municípios que, na maioria dos casos, utilizam de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
198
soluções individuais com aproveitamento do manancial subterrâneo, por meio da perfuração
de poços.

As novas diretrizes de reordenamento urbano, efetivadas a partir de 2007, e o estímulo ao


crédito imobiliário nos anos que se sucederam, colaboraram para o aumento acentuado da
construção de imóveis na região, intensificando-se a expansão urbana e o adensamento
populacional em áreas onde até então possuíam maiores restrições para a ocupação
residencial, principalmente a ocupação verticalizada.

Esse processo de expansão imobiliária também confere uma crescente pressão sobre as
áreas de proteção dos mananciais da RMS e consequentemente a deterioração da qualidade
das águas e o assoreamento dos reservatórios, o que repercute na oferta de água para
abastecimento, com reflexo nas disponibilidades hídricas superficiais, requerendo assim
medidas mais severas e eficazes em relação ao controle do uso e ocupação do solo,
especialmente nas áreas de proteção de mananciais.

Além disso, estudos elaborados no PARMS sugerem que a disponibilidade dos mananciais
também vem sendo afetada por adversidades do clima, constatando-se que as atuais
capacidades de regularização dos reservatórios que abastecem a RMS são inferiores às
previstas em seus projetos originais, indicando que deverão ser incorporados novos
mananciais para atender com segurança as demandas no horizonte deste Plano.

Em relação ao manancial subterrâneo, o aquífero São Sebastião, utilizado para


abastecimento humano e industrial de Camaçari e outros municípios do Litoral Norte, e
considerado reserva estratégica de Salvador, também se encontra em situação de risco em
virtude da superexploração industrial em algumas áreas e carência de políticas
governamentais efetivas direcionadas à gestão, controle e proteção do aquífero, que há muito
deveriam estar sendo praticadas.

Em relação à operação dos sistemas de abastecimento da RMS um dos principais gargalos


identificado foram os elevados índices de perdas, especialmente na distribuição da água
tratada, como é o caso do SIAA de Salvador, em que o índice atingia 50%, incluindo perdas
físicas causadas por vazamentos e perdas aparentes causadas por deficiência e insuficiência
de micromedição, além do uso clandestino da água. Desse valor, estimava-se que 37,5%
referiam-se a perdas físicas e 12,5% a perdas aparentes.

Esse estudo salientou que a redução para a faixa dos 30% conforme planos anteriores
elaborados pela Embasa, requer elevados investimentos, desde intervenções físicas nos
setores de abastecimento, que se apresentam com sérias deficiências estruturais conforme

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
199
identificado no diagnóstico, além de ações estruturantes relacionadas ao controle efetivo de
perdas na rede de distribuição, à automação dos sistemas e à melhoria da eficiência
energética nas instalações motorizadas, especialmente as estações elevatórias. Em
contrapartida, esses investimentos poderiam evitar ou minimizar obras de grande porte no
futuro, refletindo-se em otimização de custos operacionais, diminuição de danos ambientais e
preservação das reservas hídricas.

Esse estudo destaca que essas dificuldades mencionadas, entre tantas outras comentadas
nos produtos, são atribuídas, em grande maioria, à falta de políticas e organização
institucional da área de saneamento nos municípios, detentores da titularidade dos serviços.
Dessa forma, os estudos de diagnóstico indicam que a implementação do Plano de Ação
proposto requer a revisão do modelo de gestão atual e a implantação de uma estrutura
institucional do Saneamento, concebida para promover suas políticas e a sua gestão efetiva
mediante a articulação e o diálogo permanente entre as entidades municipais constituídas
(titulares dos serviços), a EMBASA (concessionária dos serviços) e a sociedade.

Em relação as intervenções para SIAA Salvador, que atende além de Salvador, os muncipios
de Somões Filho e Lauro de Freitas, estas foram divididas em estruturantes (Quadro 20) e
estruturais ( Quadro 21), cujo conograma físico-financeiro é apresentado na Tabela 14Tabela
13

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
200
Quadro 20 – Intervenções estruturantes SIAASalvador conforme Parms
Eixos Intervenções estruturantes Objetivos
Delimitar as áreas de proteção dos mananciais do SIAA de Salvador e
I.1. Planos Ambientais de Conservação e Uso do
estabelecer diretrizes de uso e ocupação do solo nestas áreas para
Entorno dos Reservatórios Utilizados pelo SIAA de
reduzir e controlar o processo de degradação dos mananciais e garantir a
Salvador
continuidade do seu uso para abastecimento humano.
I.2. Programa de Revitalização Ambiental dos Identificar as principais fontes de poluição dos mananciais do SIAA de
Mananciais dopara
I.3. Melhorias SIAAo de Salvador
Programa de Monitoramento Salvador
Aumentareaestabelecer
eficiência domedidas
programa de existente
controle para
para acontrole
melhoria
daequalidade
da Qualidade das Águas dos Mananciais do SIAA preservação da qualidade da água desses corpos hídricos.
das águas no que concerne à adequação das rotinas de análises, à
de Salvador automação de procedimentos, ao processamento dos dados e à
I.4. Rede de Monitoramento Hidrológico dos Dar suporte aos estudos hidrológicos dos mananciais, ao plano
disponibilização da informação aos usuários.
Mananciais do SIAA de Salvador operacional
de Salvador),dos
aoreservatórios
programa de (operação automatizada
monitoramento das captações
da qualidade do
da água dos
I. GESTÃO E SIAA
mananciais e aos planos de segurança das barragens.
I.5. Estudo para Definição das Vazões de Determinar as vazões ecológicas nos cursos d’água a jusante das
PROTEÇÃO DE Restituição aos Cursos d'água pelas barragens do barragens docritérios
SIAA de
I.6. Zoneamento de Áreas de Proteção do Aquífero Estabelecer deSalvador, considerando
disciplinamento do uso adopreservação dos usos e
solo e da exploração
MANANCIAIS SIAA de Salvador ecossistemas
São Sebastião das águas em naturais existentes,
áreas prioritárias outendo em vista aambiental,
de importância consideração
tendodessas
em
vazões na operação das
vista o aproveitamento barragens
racional do SIAA.
das disponibilidades e proteção do
I.7. Cadastro Unificado e Sistema de Informações Constituir e disponibilizar uma base de informações apropriada ao
aquífero regional.
de Poços do Aquífero São Sebastião no desenvolvimento de estudos
São Sebastião e suporte destinados
à gestão ao maior
dos recursos conhecimento
hídricos do
subterrâneos.
Recôncavo Norte aquífero
I.8. Gestão e Monitoramento do Aquífero São Desenvolver estudos técnicos e programas de monitoramento para
Sebastião no Recôncavo Norte conhecimento das potencialidades do aquífero e elaboração de
instrumentos normativos em apoio à sua gestão no que concerne à
I.9. Marco Regulatório do Aquífero São Sebastião Criar o Marco Regulatório do uso do aquífero São Sebastião, que deverá
proteção, disciplinamento e controle do uso das águas.
no Recôncavo Norte dispor sobre as diretrizes normativas e tecnológicas para o
disciplinamento do uso desse recurso natural, como forma de proteção e
I.10. Programa de Recomposição Vegetal de Recompor a cobertura vegetal de trechos de matas ciliares, nascentes e
preservação das águas subterrâneas.
Bacias fragmentos florestais, visando à manutenção das vazões e proteção dos
mananciais do SIAA de Salvador.
Dispor de um caderno de projetos das intervenções físicas previstas para
II.1. Estudos e Projetos de Engenharia o SIAA de Salvador no período de alcance do PARMS, imprescindível
II. EFICIÊNCIA para a contratação e execução das obras.
OPERACIONAL II.2. Programa de Controle e Redução de Perdas Reduzir as perdas para níveis suportáveis, tendo em vista a
do SIAA de Salvador sustentabilidade econômico-financeira e ambiental do sistema de
abastecimento de água.
II.3. Plano de Automação do SIAA de Salvador

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
201
Eixos Intervenções estruturantes Objetivos
Aumentar a eficiência operacional do sistema de abastecimento de água
mediante
Reduzir asoperação
despesas e monitoramento à distância
de energia no sistema das unidades de água
de abastecimento
II.4. Programa de Eficiência Energética componentes, com emprego de telemetria e centralização
por meio de medidas direcionadas ao uso racional da energia das nas
informações em um Centro de Controle Operacional.
instalações e à otimização do consumo de energia pelos equipamentos
Coletar, processar, armazenar, analisar e disponibilizar informações
II.5. Sistema de Informações do SIAA de Salvador motorizados.
sobre o SIAA de Salvador ao público interessado, em apoio à tomada de
decisão e ao monitoramento e avaliação da eficiência e da eficácia da
III.1. Plano de Segurança das Barragens do SIAA Evitar riscos de acidentes nas barragens do SIAA de Salvador e seus
prestação dos serviços.
de Salvador impactos sobre a população das áreas potencialmente afetadas e ao meio
ambiente.
III. SEGURANÇA Fornecer as regras para operação racional dos reservatórios, priorizando
III.2. Plano Operacional dos reservatórios os mananciais com maior capacidade de oferta diante das condições
HÍDRICA
climáticas vigentes e com menores custos operacionais, consideradas as
III.3. Plano de Segurança de Água do SIAA de Estabelecer medidas de controle da qualidade da água disponibilizada ao
limitações físicas dos sistemas adutores.
Salvador consumo humano pelo SIAA de Salvador para reduzir ou eliminar riscos à
saúde pública.
IV.1. Programa de Educação Ambiental e Garantir a participação e o envolvimento dos diferentes setores da
Comunicação Social sociedade em processos de educação ambiental e mobilização social
IV. PARTICIPAÇÃO
em saneamento para a formação de cidadãos comprometidos com a
E CONTROLE Reduzir o desperdício de água mediante estabelecimento de ações e
IV.2. Programa de Uso Racional da Água construção de sistemas sustentáveis.
SOCIAL diretrizes destinadas a promover a responsabilidade social e dos órgãos
gestores para o consumo racional da água.
IV.3. Programa de Avaliação Sistemática das Identificar se as intervenções propostas pelo PARMS estão se
Ações Propostas pelo PARMS para o SIAA de desenvolvendo conforme
Criar uma instância planejado
especializada eme saneamento
estabelecer, se
nasnecessário,
estruturas
V.1. Programa de Fortalecimento da
Salvador medidas corretivas e adequações para garantir o alcance
governamentais, sobretudo no âmbito municipal, para atuar dede
seus
forma
Representação Institucional para Gestão do
V. objetivos.
permanente junto a EMBASA e outras instâncias municipais, estaduais e
Saneamento
FORTALECIMENTO federais, visando à melhoria dos serviços de abastecimento.
Criar a Unidade de Gerenciamento Técnico (UGT) do PARMS no âmbito
INSTITUCIONAL
V.2. Acompanhamento Técnico do PARMS da EMBASA com a finalidade de desenvolver o planejamento detalhado
das ações previstas, conduzir a elaboração de estudos e projetos
complementares, promover a articulação necessária, seja junto aos
Fonte:Sedur, 2016. setores internos seja perante outras instituições envolvidas, avaliar o
desempenho dos resultados, bem como verificar a adequação das ações
ao longo da sua execução.

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202
Quadro 21 – Resumo das intervenções estruturais SIAASalvador e SIAA Reconcâvo (Ilhas de Salvador) conforme Parms
Eixos Intervenções estruturantes STATUS ATUAL Objetivos
Incrementar
a oferta de
água
Implantação imediata de nova estação elevatória em Santa Helena, com captação existente a
Não realizado
na cota 10,00 m, e ampliação do sistema adutor Santa Helena - Joanes II fim de
reduzir o
déficit
hídrico
Aumentar a
I. CAPTAÇÃO Exploração de água subterrânea do aquífero São Sebastião por meio de
Já foram perfurados 15 poços oferta
E ADUÇÃO perfuração de poços
hídrica
DE ÁGUA
BRUTA - Nova Estação Elevatória Joanes I - Bolandeira; Obra em execução Garantir o
atendimento
- Adequações na adutora de aço (desativação do booster, satisfatório
Adequação dos Não realizado
chaminés, tubulações e peças) das
sistemas adutores
demandas
de água bruta das
de água
ETA do Parque da
- Nova Adutora Ipitanga I - entroncamento Joanes I / bruta nas
Bolandeira: Não realizado
Bolandeira. ETA do
Parque
Bolandeira
Intervenções na ETA principal (1ª Etapa): Acréscimo
- Terceiro canal de água coagulada, similar aos dois existentes; da
- Dois novos floculadores com 24 camaras semelhantes aos existentes; Não realizado capacidade
- Um decantador de alta taxa, com 24 câmaras; de
III. SISTEMA
- Onze novos filtros com mesmas dimensões dos existentes; tratamento
DE
TRATAMENTO
Intervenções na ETA principal (2ª Etapa): Maximização
- Construção de um novo canal de água floculada; da
Não realizado
- Reforma dos filtros existentes; capacidade
- Sistema de desidratação de lodo. da elevatória

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203
Eixos Intervenções estruturantes STATUS ATUAL Objetivos
Ampliação da Elevatória de Água Tratada da ETA Principal (1ª Etapa): afim de
- Aquisição de motores; atender as
Não realizado vazões
- Sistema elétrico;
- Recuperação das bombas existentes. previstas no
Plano
Ampliação da Elevatória de Água Tratada da ETA Principal (2ª Etapa):
- Implantação de novo módulo; Não realizado
- Linha de recalque.

Obra paralisada em virtude de


Ampliação da Adutora Principal;
problemas com desapropriação
SIAA Salvador Ampliação da Subadutora R7-R15; Não informado
Ampliação das Adutoras que partem do Parque da
Obra em execução
Bolandeira
IV. ADUÇÃO Ampliação do Subsistema Adutora para Candeias: Ampliar a
Realizado
DE ÁGUA - Duplicação da adutora da ETA Principal para o RZBII. oferta de
TRATADA Ampliação do Subsistema Candeias: água tratada
RZBII já se encontra em
- Implantação do novo reservatório RZBII de 8.700 m³ de
operação e adutoria
SIAA Recôncavo capacidade;
subaquatica de Ilha de Maré foi
- Intervenções na adutora e subadutoras para abastecimento
duplicada
de Ilha de Maré;
Ampliação do Subsistema Madre de Deus:
- Duplicação da adutora do RZB II até o Reservatório de Realizado
Madre de Deus;
Intervenções no Setor R1 para ampliação de 20.000 m³ da
sua capacidade;
V. Sistema de Intervenções no Setor R20 para ampliação de 21.500 m³ da
Melhorar a
Distribuição – sua capacidade;
UMB Setor R1 e R20 não realizado; distribuição
Setores de Intervenções no centro de reservação R23A para ampliação
(Bolandeira) Setor R23 realizado de água à
Abastecimento de 8.700 m³ da sua capacidade;
população
de Água Criação do novo centro de reservação (R23B) com 2
camaras apoiadas de 8.700 m³ cada e uma elevada de 500
m³;

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204
Eixos Intervenções estruturantes STATUS ATUAL Objetivos
Intervenções para reativação do Setor R6 (implantação de
duas câmaras apoiadas de 8.700 m³ cada, na mesma área
dos antigos reservatórios do Setor R6, que serão
demolidos);
Setor R6 (Projeto elaborado);
Nova setorização do Setor R7 para que o reservatório
Setor R7 (Obras de linha tronco
apoiado abasteça zonas mais baixas e o elevado as mais
em andamento);
UML altas;
Setor R25 (Obra de
(Cabula) Intervenções no Setor R7 para ampliação de 8.7000 m³ da
recuperação do RAD executada,
sua capacidade;
pendente obras de execução
Reativação do reservatório apoiado do Setor R25 passando
das linhas tronco)
o reservatório elevado a ser abastecido por ele por meio da
EEAT;
Intervenções no Setor R25 para ampliação de 3.000 m³ da
sua capacidade;
Intervenções no Setor R03 para ampliação de 2.800 m³ da
sua capacidade;
Intervenções no Setor R04 para sua reativação; Setor R04 - Projeto elaborado
Nova setorização dos setores R5 e R15, sem necessidade Setor R19 - Realizado (foi
UMF
de ampliação da capacidade; construído um novo RAD,
(Federação)
Intervenções no Setor R19 para ampliação da sua duplicando a capacidade, uma
capacidade (RAD de 2.900 m³ e RED de 500 m³) e nova EEAT e um RED de 500 m³)
setorização para atendimento de determinadas áreas pelo
apoaido e outras pelo elevado;
Intervenções no Setor R10 para ampliação de 700 m³ da
sua capacidade;
Nova setorização para o Setor R14 e intervenções para
ampliação de 17.400 m³ (2 câmaras apoiadas de 8.700 m³
UMJ Todos os setores - Projetos a
cada) da sua capacidade;
(Pirajá) contratar;
Intervenções no Setor R17 para ampliação de 2.700 m³ da
sua capacidade;
Intervenções no Setor R18 para ampliação de 17.400 m³ (2
câmaras apoiadas de 8.700 m³ cada) da sua capacidade;
Fonte: SEDUR, 2016; Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
205
Tabela 14– Cronograma físico-financeiro das intervenções estruturais e estruturantes para o SIAA de Salvador segundo o PARMS
CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO A VALORES CORRENTES DE JUNHO 2016 (R$)
VALOR TOTAL
ITEM DESCRIÇÃO 1º Quadriênio 2º Quadriênio 3º Quad. (2024 4º Quad. 5º Quad. 6º Quad.
(R$)
- 2027) (2028 - 2031) (2032 - 2035) (2036 - 2039)
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
INTERVENÇÕES
1 1.161.412.236,20 644.235.772,84 315.712.109,94 116.119.611,66 39.703.871,52 33.766.872,82 11.873.997,41
ESTRUTURAIS
SISTEMA DE
1.1 PRODUÇÃO E 814.853.417,12 183.452.011,73 137.589.008,80 82.143.117,68 82.143.117,68 98.102.455,88 73.576.841,91 36.788.420,95 36.788.420,95 64.232.265,55 10.018.878,00 10.018.878,00 -
TRATAMENTO
SISTEMA DE
1.1 PRODUÇÃO E 814.853.417,12 183.452.011,73 137.589.008,80 82.143.117,68 82.143.117,68 98.102.455,88 73.576.841,91 36.788.420,95 36.788.420,95 64.232.265,55 10.018.878,00 10.018.878,00 -
TRATAMENTO
Sistema Adutor Santa
1.1.1 152.998.880,34 61.199.552,13 45.899.664,10 22.949.832,05 22.949.832,05 - - - - - - - -
Helena / Joanes II
ETA Principal - 1ª
1.1.2 71.479.751,19 28.591.900,47 21.443.925,35 10.721.962,68 10.721.962,68 - - - - - - - -
Etapa
Elevatória de Água
1.1.3 Tratada da ETA 9.453.360,00 3.781.344,00 2.836.008,00 1.418.004,00 1.418.004,00 - - - - - - - -
Principal - 1ª Etapa
1.1.4 Adutora Principal 218.393.861,00 87.357.544,40 65.518.158,30 32.759.079,15 32.759.079,15 - - - - - - - -
1.1.5 Subadutora R7-R15 6.304.176,81 2.521.670,73 1.891.253,04 945.626,52 945.626,52 - - - - - - - -
Sistemas adutores de
1.1.6 água bruta do Parque 26.697.226,55 - - 13.348.613,27 13.348.613,27 - - - - - - - -
da Bolandeira
1ª Etapa do Sistema de
1.1.7 Captação de Águas 88.580.397,18 - - - - 35.432.158,87 26.574.119,15 13.287.059,58 13.287.059,58 - - - -
Subterrâneas
ETA Principal - 2ª
1.1.8 132.688.966,91 - - - - 53.075.586,76 39.806.690,07 19.903.345,04 19.903.345,04 - - - -
Etapa
Elevatória de Água
1.1.9 Tratada da ETA 23.986.775,60 - - - - 9.594.710,24 7.196.032,68 3.598.016,34 3.598.016,34 - - - -
Principal - 2ª Etapa
2ª Etapa do Sistema de
1.1.10 Captação de Águas 64.232.265,55 - - - - - - - - 64.232.265,55 - - -
Subterrâneas
3ª Etapa do Sistema de
1.1.11 Captação de Águas 10.018.878,00 - - - - - - - - - 10.018.878,00 - -
Subterrâneas
4ª Etapa do Sistema de
1.1.12 Captação de Águas 10.018.878,00 - - - - - - - - - - 10.018.878,00 -
Subterrâneas
SISTEMA DE
1.2 RESERVAÇÃO E 346.558.819,07 48.014.275,32 28.657.512,93 40.661.924,77 41.574.803,93 70.455.970,25 - - - 51.887.346,11 29.684.993,52 23.747.994,82 11.873.997,41
DISTRIBUIÇÃO
1.2.1 Setor R1 34.903.659,41 14.051.651,87 2.194.948,16 2.743.685,20 3.292.422,24 3.292.422,24 - - - 3.292.422,24 2.743.685,20 2.194.948,16 1.097.474,08
1.2.2 Setor R3 7.139.254,72 265.430,91 530.861,83 663.577,29 796.292,75 2.626.929,16 - - - 796.292,75 663.577,29 530.861,83 265.430,91
1.2.3 Setor R4 4.381.465,11 219.073,26 438.146,51 547.683,14 657.219,77 657.219,77 - - - 657.219,77 547.683,14 438.146,51 219.073,26
1.2.4 Setor R5 e R15 10.373.193,11 900.301,03 997.146,53 1.246.433,17 1.495.719,80 1.495.719,80 - - - 1.495.719,80 1.246.433,17 997.146,53 498.573,27
1.2.5 Setor R6 15.574.895,34 5.197.311,07 5.485.104,02 719.482,39 863.378,87 863.378,87 - - - 863.378,87 719.482,39 575.585,91 287.792,96
1.2.6 Setor R7 31.273.929,44 1.294.983,86 2.589.967,73 3.237.459,65 3.884.951,59 9.259.203,79 - - - 3.884.951,59 3.237.459,65 2.589.967,73 1.294.983,86
1.2.7 Setor R10 7.270.951,90 298.397,44 596.794,86 745.993,57 895.192,29 895.192,29 - - - 2.198.195,57 745.993,57 596.794,86 298.397,44
1.2.8 Setor R14 37.675.533,25 1.329.759,87 2.659.519,72 9.495.217,53 3.989.279,59 3.989.279,59 - - - 8.898.797,70 3.324.399,66 2.659.519,72 1.329.759,87
1.2.9 Setor R17 30.153.672,41 1.292.665,62 2.585.331,26 3.231.664,07 3.877.996,89 8.178.356,73 - - - 3.877.996,89 3.231.664,07 2.585.331,26 1.292.665,62

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
206
CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO A VALORES CORRENTES DE JUNHO 2016 (R$)
VALOR TOTAL
ITEM DESCRIÇÃO 1º Quadriênio 2º Quadriênio 3º Quad. (2024 4º Quad. 5º Quad. 6º Quad.
(R$)
- 2027) (2028 - 2031) (2032 - 2035) (2036 - 2039)
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
1.2.10 Setor R18 22.154.971,89 564.632,11 1.129.264,21 1.411.580,26 7.646.707,99 6.603.414,43 - - - 1.693.896,32 1.411.580,26 1.129.264,21 564.632,11
1.2.11 Setor R19 14.889.661,48 3.994.950,01 630.020,35 787.525,45 945.030,53 5.854.548,64 - - - 945.030,53 787.525,45 630.020,35 315.010,17
1.2.12 Setor R20 39.892.126,05 15.479.774,99 2.569.721,16 3.212.151,45 3.854.581,75 3.854.581,75 - - - 3.854.581,75 3.212.151,45 2.569.721,16 1.284.860,58
1.2.13 Setor R21A e R21B 8.824.904,25 200.939,54 401.879,09 5.308.462,24 602.818,63 602.818,63 - - - 602.818,63 502.348,86 401.879,09 200.939,54
1.2.14 Setor R23 71.756.507,40 2.666.864,80 5.333.729,59 6.667.161,99 8.000.594,40 21.510.287,72 - - - 12.910.112,51 6.667.161,99 5.333.729,59 2.666.864,80
1.2.15 Setor R25 10.294.093,32 257.538,94 515.077,90 643.847,37 772.616,84 772.616,84 - - - 5.915.931,20 643.847,37 515.077,90 257.538,94
ACOMP. TÉCNICO E
2 FISCALIZ. DAS 58.070.611,81 32.211.788,64 15.785.605,50 5.805.980,58 1.985.193,58 1.688.343,64 593.699,87
OBRAS (5% ITEM 1)
INTERVENÇÕES
3 ESTRUTUTANTES 461.664.441,82 195.720.731,29 94.080.146,93 41.730.265,01 41.730.265,01 41.730.265,01 46.672.768,55
HIERARQUIZADAS
V.2. Acompanhamento
3.1 34.119.994,79 - - 1.483.478,04 1.483.478,04 1.483.478,04 1.483.478,04 1.483.478,04 1.483.478,04 5.933.912,13 5.933.912,13 5.933.912,13 7.417.390,17
técnico do PARMS
V.1. Progr.
Fortalecimento Rep.
3.2 2.445.120,67 439.583,91 1.078.758,86 36.747,92 36.747,92 53.063,08 36.747,92 36.747,92 36.747,92 163.306,82 163.306,82 163.306,82 200.054,75
Instit. Gestão
Saneamento
II.1. Estudos e Projetos
3.3 63.486.999,10 19.046.099,72 44.440.899,37 - - - - - - - - - -
de Engenharia
II.2. Programa de
3.4 Controle e Redução de 80.384.961,30 2.129.499,06 12.602.855,22 7.634.024,07 7.634.024,07 7.634.024,07 6.107.219,26 6.107.219,26 6.107.219,26 6.107.219,26 6.107.219,26 6.107.219,26 6.107.219,26
Perdas
I.1. Planos Ambientais
3.5 Cons./Uso Entorno 1.609.286,20 482.785,86 1.126.500,34 - - - - - - - - - -
Reservatórios
I.7. Cadastro Unificado
3.6 e Sistematizado 5.224.581,39 - 1.106.981,39 - - 205.880,00 205.880,00 205.880,00 205.880,00 823.520,00 823.520,00 823.520,00 823.520,00
Informações Poços
I.6. Zoneamento de
3.7 Áreas de Proteção do 1.244.930,73 - 622.465,36 622.465,36 - - - - - - - - -
Aquífero
II.4. Programa de
3.8 44.905.783,80 1.118.935,14 6.728.448,66 4.117.600,00 4.117.600,00 4.117.600,00 4.117.600,00 4.117.600,00 3.294.080,00 3.294.080,00 3.294.080,00 3.294.080,00 3.294.080,00
Eficiência Energética
II.3. Plano de
3.9 Automação do SIAA de 45.761.493,78 1.375.648,13 7.327.445,65 4.117.600,00 4.117.600,00 4.117.600,00 4.117.600,00 4.117.600,00 3.294.080,00 3.294.080,00 3.294.080,00 3.294.080,00 3.294.080,00
Salvador
I.5. Estudo para
3.10 Definição das Vazões 2.585.393,31 646.348,33 1.939.044,98 - - - - - - - - - -
de Restituição
I.4. Rede de
Monitoramento
3.11 10.725.483,18 580.746,18 1.621.305,00 370.584,00 370.584,00 370.584,00 370.584,00 370.584,00 370.584,00 1.482.336,00 1.482.336,00 1.482.336,00 1.852.920,00
Hidrológico dos
Mananciais
I.3. Melhorias
Programa
3.12 3.911.720,00 1.441.160,00 102.940,00 102.940,00 102.940,00 102.940,00 102.940,00 102.940,00 102.940,00 411.760,00 411.760,00 411.760,00 514.700,00
Monitoramento
Qualidade Águas
III.2. Plano Operacional
3.13 6.234.442,90 727.698,87 2.840.598,04 1.523.512,00 761.756,00 380.878,00
dos reservatórios
IV.1. Programa de
3.14 Educ. Ambiental e 23.671.974,10 1.714.962,36 743.455,55 743.455,55 743.455,55 1.714.962,36 743.455,55 743.455,55 743.455,55 3.945.329,02 3.945.329,02 3.945.329,02 3.945.329,02
Comunicação Social

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
207
CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO A VALORES CORRENTES DE JUNHO 2016 (R$)
VALOR TOTAL
ITEM DESCRIÇÃO 1º Quadriênio 2º Quadriênio 3º Quad. (2024 4º Quad. 5º Quad. 6º Quad.
(R$)
- 2027) (2028 - 2031) (2032 - 2035) (2036 - 2039)
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
I.9. Marco Regulatório
3.15 do Aquífero São 419.557,40 - - - 419.557,40 - - - - - - - -
Sebastião
I.8. Gestão e
3.16 Monitoramento do 8.009.534,39 - - 6.154.138,23 84.336,19 84.336,19 84.336,19 84.336,19 84.336,19 337.344,76 337.344,76 337.344,76 421.680,95
Aquífero São Sebastião
III.1. Plano de
3.17 Segurança das 22.095.773,06 452.331,92 3.114.241,14 2.058.800,00 2.058.800,00 1.544.100,00 1.544.100,00 1.544.100,00 1.544.100,00 2.058.800,00 2.058.800,00 2.058.800,00 2.058.800,00
Barragens
II.5. Sistema de
3.18 Informações do SIAA 19.930.773,23 700.786,61 700.786,61 805.617,39 805.617,39 805.617,39 805.617,39 805.617,39 805.617,39 3.222.469,56 3.222.469,56 3.222.469,56 4.028.086,95
de Salvador
III.3. Plano de
3.19 Segurança de Água do 2.149.922,18 644.976,65 1.504.945,53 - - - - - - - - - -
SIAA de Salvador
IV.2. Programa de Uso
3.20 48.403.499,63 315.329,88 735.769,74 2.058.800,00 2.058.800,00 2.058.800,00 2.058.800,00 2.058.800,00 2.058.800,00 8.235.200,00 8.235.200,00 8.235.200,00 10.294.000,00
Racional da Água
IV.3. Programa de
3.21 Avaliação Sistemática 12.104.537,32 - - - - 2.420.907,46 - - - 2.420.907,46 2.420.907,46 2.420.907,46 2.420.907,46
ações do PARMS
I.2. Programa de
Revitalização
3.22 12.414.403,67 - 1.638.031,43 5.388.186,12 3.232.911,67 2.155.274,45 - - - - - - -
Ambiental dos
Mananciais
I.10. Programa de
3.23 Recomposição Vegetal 9.824.275,70 595.481,53 2.629.450,68 2.728.638,33 2.728.638,33 1.142.066,83 - - - - - - -
de Bacias
ESTUDOS
4 AMBIENTAIS (20% 12.697.399,82 3.809.219,94 8.888.179,87 - - - - - - - - - -
ITEM 3.3)
TOTAL DOS
5 1.693.844.689,64 884.865.692,59 425.577.862,37 163.655.857,26 83.419.330,11 77.185.481,48 59.140.465,84
INVESTIMENTOS

Fonte: SEDUR, 2016.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
208
5.3. PLANO URBANÍSTICO DO VETOR IPITANGA

O Plano Urbanístico e Ambiental e Projetos Específicos para o Vetor Ipitanga foi elaborado no ano
de 2013 pelo Consórcio HYDROS ENGENHARIA E PLANEJAMENTO S/A e FFA ARQUITETURA
LTDA.

O principal objetivo do plano é proteger os mananciais de Ipitanga, as áreas destinadas como


Preservação Permanente (APP) das represas Ipitanga I e II, por meio de regras de uso e ocupação
do solo e dotar a região com infraestrutura urbana adequada, sobretudo no que concerne ao
abastecimento de água e esgotamento sanitário.

A região configura-se como uma franja urbana caracterizada por uma menor densidade de
ocupação, menor urbanização e áreas verdes relativamente preservadas. Este perfil favoreceu a
concentração de empreendimentos econômicos vinculados à indústria, principalmente serviços
auxiliares, que podem ter colaborado para a atração populacional para a área, principalmente na
região da rodovia CIA/Aeroporto. As características de uso e ocupação do solo da região trouxeram
as classes médias e altas, com seus sítios e chácaras, que funcionam como residências para
veraneio.

Essa região de estudo do Vetor Ipitanga apresenta grande valor ambiental e está situada na zona
de fronteira entre os municípios de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, em posição
estratégica no que tange a estruturação da Região Metropolitana de Salvador (RMS) e
desenvolvimento de Salvador. Os bairros que compõe a área de estudo do Vetor Ipitanga são
Cassange e Nova esperança, cujas localidades de cada bairro estão apresentadas no Quadro 22.

Quadro 22 – Localidades dos bairros Nova Esperança e Cassange.


Bairros Localidades
Nova Esperança/Cepel
Nova Esperança Jardim Campo Verde/Barro Duro
Loteamento Ceasa
Bosque Ipitanga e Vila Santana
Alto do Girassol
Canto do Rio
Carobeira e Buracão (Coração)
Cassange Barbosa e Loteamento Pôr do Sol
Pedreira Aratu
Pedreira Carangi (Pedra Azul)
Biribeira
Barragem
Fonte: Plano Urbanístico e Ambiental e Projetos específicos para o Vetor Ipitanga,2013.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
209
O diagnóstico da situação do abastecimento de água realizado em 2013 no âmbito desse plano
está sintetizado no Quadro 23, onde é possível observar que a maior parte da população possui
como solução a utilização de poços, seguido por carro pipa, rede de distribuição de água e a
utilização de água de chuva, rios e minadouros, nesta ordem.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
210
Quadro 23 – Resumo do diagnóstico do abastecimento de água nas localidades que integram o Vetor Ipitanga
Frequência de
Localidade Forma de abastecimento Canalização interna e reservatório Tratamento domiciliar
abastecimento
Rede pública de abastecimento de água,
A maioria dos domicílios possuem
Nova implantada há aproximadamente três anos diária e ao longo do
canalização interna e reservatório Filtração
Esperança/Cepel pela Conder e atualmente operada pela dia.
com tampa
Embasa
Rede pública de abastecimento de água,
A maioria dos domicílios possuem
Jardim Campo implantada há aproximadamente três anos diária e ao longo do
canalização interna, mas não Nenhum
Verde/Barro Duro pela Conder e atualmente operada pela dia.
possuem reservatório
Embasa
Rede pública de abastecimento de água,
A maioria dos domicílios possuem
implantada há aproximadamente três anos diária e ao longo do
Loteamento Ceasa canalização interna, mas não Nenhum
pela Conder e atualmente operada pela dia.
possuem reservatório
Embasa
A maioria dos domicílios possuem
Bosque Ipitanga e Rede pública de abastecimento de água, diária e ao longo do
canalização interna e reservatório Nenhum
Vila Santana implantada e operada pela Embasa dia.
com tampa
Maioria utiliza poços (perfurados pelos A maioria dos
A cada 15 (quinze)
Alto do Girassol próprios moradores) e parcela pequena domicílios possui canalização interna cloração da água dos poços
dias.
rede de distribuição da Embasa completa e reservatorio com tampa
Alguns poucos moradores
O carro pipa
Maioria utilizam poços (perfurados pelos A maioria dos domicílios não possui fervem, outros que aplicam
vai uma vez por
próprios moradores) e carro pipa canalização interna. Algumas casas pastilhas de cloro nos poços
semana a localidade,
Canto do Rio (fornecido pela Embasa), e poucos possuem tanque, outras ou nos reservatórios
distribuindo 1.000 L
moradores utilizam vasilhames plásticos e abastecidos por eles, e a
de água a cada
utilizam água de chuva panelas para armazenar água grande maioria não utiliza
família cadastrada
qualquer tipo de tratamento
Carobeira (chacaras Todas as residências possuem
Poços rasos (perfurados pelos próprios
sitios e casas de alto canalização interna completa e
moradores) cuja água é considerada pelos -- Filtros domésticos
e médio padrão para reservatórios para armazenamento da
moradores de excelente qualidade
veraneio) água
Carobeira "Buracão" poço único (poço coletivo, perfurado pelos As casas colocação de pastilhas de
--
(Coração) próprios moradores) não possuem canalizações cloro no próprio poço

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
211
Frequência de
Localidade Forma de abastecimento Canalização interna e reservatório Tratamento domiciliar
abastecimento
domiciliares e nem tanques, os
moradores reservam água em toneis,
vasilhames de plásticos e panelas
Poços (perfurados pelos próprios Há moradores que fervem,
Barbosa --
moradores) A maioria dos domicílios não possui outros que aplicam pastilhas
canalização interna. Algumas casas de cloro nos poços ou nos
Poços (perfurados pelos próprios possuem tanque, outras reservatórios abastecidos por
Loteamento Pôr do
moradores) e carro pipa (fornecido pela utilizam vasilhames plásticos e eles, mas a grande maioria
Sol
Embasa) panelas para armazenar água. não faz qualquer tratamento
(Figuras
Alguns domicílios possuem
poços (perfurados pelos próprios canalização interna, entretanto a
Pedreira Aratu O carro pipa Filtração
moradores), carro pipa e minadouro maior parte não possui. Quase todas
vai uma vez por
as casas possuem reservatório
semana a localidade,
Alguns domicílios possuem
distribuindo 1.000 L
canalização interna. Poucas casas
de água a cada
Pedreira Carangi poços (perfurados pelos próprios possuem tanque, a maioria dos
família cadastrada, Nenhuma
(Pedra Azul) moradores), carro pipa e chafariz. moradores armazena água em
além de abastecer um
vasilhames plásticos, panelas e
reservatório
manilhas.
comunitário de 2.000
cinco poços (perfurados pelos próprios
L instalado pela
Biribeira moradores), carro pipa e água mineral Nenhuma
Embasa
engarrafada (consumo humano) Apenas alguns domicílios possuem
rede de distribuição de água em canalização interna. Poucas casas
pouquíssimas casas; maior parte da água possuem tanque, a maioria dos
consumida pela população é proveniente moradores armazena água em
Barragem Nenhuma
de poços (perfurados pelos próprios vasilhames plásticos e panelas.
moradores), carro pipa e do rio Ipitanga
(Represa Ipitanga I)
Fonte: Plano Urbanístico e Ambiental e Projetos específicos para o Vetor Ipitanga,2013.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
212
No que tange às intervenções no abastecimento de água, esse Plano menciona o projeto do
Sistema de distribuição de água secundário desenvolvido a partir da concepção definida pelo
Projeto Básico de Ampliação do Setor de Abastecimento do Reservatório R23 elaborado pela UFC
Engenharia para a Embasa, no ano de 2013.

Quando o Plano estava (março/2017) em elaboração, a Embasa já estava implantando o sistema


projetado pela UFC Engenharia que contempla basicamente os seguintes conjuntos de
intervenções:

✓ Ampliação da Subadutora de Água Tratada que alimenta a câmara baixa do atual Centro de
Reservação localizado no Bairro do Caji (R23A) em Lauro de Freitas;
✓ Implantação de um novo Centro de Reservação (R23B) localizado às margens da Rodovia
CIA-Aeroporto (BA-526) nas proximidades da área da CEASA, dotado de 02 (duas) câmaras
baixas com capacidade de 8.700 m3 cada e uma câmara elevada com capacidade de 500
m³, sendo esta última alimentada a partir das primeiras por meio de uma Estação Elevatória
de Água Tratada (EEAT) implantada junto às mesmas;
✓ Implantação da segunda câmara baixa do atual Centro de Reservação (R23 A) localizado
no Bairro do Caji em Lauro de Freitas com capacidade de 8.700 m3 e interligação da mesma
a atual câmara já implantada;
✓ Zoneamento e Ampliação do atual Sistema de Distribuição de Água Tratada (Linhas Tronco).

Esse plano também menciona o projeto de ampliação do sistema de abastecimento de água do


vetor Ipitanga que estava sendo desenvolvido pelo consórcio Hydros/ffa, cujo objetivo principal era
o projeto das redes de distribuição secundárias responsáveis pela distribuição de água à população
não atendida pelo sistema da Embasa. A previsão que alimentação dessas redes secundárias
ocorram pelas linhas tronco projetadas pela Ufc Engenharia.

A Figura 34 apresenta a localização dos setores e os pontos de derivação da linha tronco para as
redes de distribuição secundárias.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
213
Figura 34 – Setores de distribuição para a área de estudo

Fonte: Plano Urbanístico e Ambiental e Projetos específicos para o Vetor Ipitanga,2017. Elaboração:
Hydros, 2017.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
214
Em visita técnica realizada em dezembro/2020 constatou-se que já foi implantado o novo Centro de
Reservação (R23B) e segunda câmara baixa do Centro de Reservação (R23 A). Entretanto, de
acordo com as informações fornecidas na visita técnica realizada em dezembro/2020, essas
unidades ainda não estavam totalmente em operação.

Em relação à colocação dessas infraestruturas totalmente em operação e a execução das demais


intervenções, foi solicitado esclarecimento da Embasa. Segundo resposta da prestadora por meio
das obras de ampliação do R23 foram implantadas linhas tronco de abastecimento de água na
localidade que estão interligadas ao R23B (ainda falta entroncamento), porém ainda não possui
infraestrutura de adensamento com rede de distribuição e ramais de água.

Acrescentou ainda que existe uma ação do Ministério Público condicionando a implantação de rede
de água e ligações para a localidade só quando a solução de esgotamento sanitário estiver definida
por se tratar de área de proteção ambiental de um manancial estratégico para abastecimento de
Salvador, o qual possui a barragem Ipitanga I.

O Projeto contratado pela SIHS foi aprovado pela Unidade de Projetos de Abastecimento de Água
da Embasa (DE) em 12/07/2017.

5.4. PROJETO NOVO MANÉ DENDÊ

O Projeto Novo Mané Dendê teve início no ano de 2015 e foi revisado em 2017 pelo Consórcio das
Empresas FFA Arquitetura e Urbanismo Ltda e Planos Engenharia Ltda, integrando a 1ª Etapa do
Programa do Saneamento Ambiental e Urbanização do Subúrbio de Salvador, financiado
parcialmente pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O principal objetivo do projeto é melhorar a qualidade de vida e bem-estar econômico da Bacia do


Mané Dendê, por meio de melhorias das condições socioambientais e de urbanização, com
intervenção nos bairros: Alto da Terezinha, Itacaranha, Ilha Amarela, Plataforma e Rio Sena. Os
benefícios das intervenções atingirão diretamente 10.000 famílias e indiretamente 35.000,
abrangendo uma área de aproximadamente 800.000 m², como pode ser observado na Figura 35.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
215
Figura 35 – Área de influência e intervenções do Projeto Novo Mané Dendê.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
216
Fonte: Projeto Novo Mané Dendê,2017. Elaboração: Prefeitura Municipal de Salvador,2020.

De acordo com o diagnóstico apresentado no referido projeto, no tocante ao abastecimento de água


na bacia do Rio Mané Dendê, este é realizado pela Embasa, por meio da Unidade Regional de
Pirajá (UMJ). A bacia está inserida na zona de abastecimento ZA-69, alimentada pelos reservatórios
apoiado (R10) e elevado (R10T), com cotas máximas de 105m e 118,5m, respectivamente. A Figura
36 mostra a área de abrangência da ZA 69 com destaque para o centro de reservação R10.

Figura 36 - Área de abrangência da ZA 69 (destaque do centro de reservação R10)

Fonte: Projeto Mané Dendê, 2017.

A bacia do Mané Dendê tem uma altimetria variando entre as cotas 50m e 101m e possui duas
zonas de pressão: baixa e alta. Essa setorização é importante para ser ter um controle maior das
pressões na rede e avaliação das perdas. As zonas de pressão são limites determinados para a
garantia física das tubulações com condição de atendimento mínima de 10 metros de coluna de
água (mca.) nos pontos de abastecimento.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
217
O sistema de alimentação do reservatório R10 possui conexões e válvulas que permitem o
abastecimento da zona baixa diretamente da adutora, quando a pressão da adutora é favorável
para a distribuição na rede. Além disso, os reservatórios possuem instrumentos de controle que
permitem o monitoramento dos níveis de operação, medição de vazão e coleta de amostras de
água para monitoramento da qualidade. O Setor R10 também conta com uma estação elevatória
de água tratada, a qual tem a função de recalcar água para o reservatório elevado R10T.

A bacia do Mané Dendê é atendida em quase sua totalidade (94%) por rede de distribuição de água.
Para atingir a universalização completa do sistema será necessária pequena ampliação da malha
de ramais de água e complementação das ligações domiciliares.

Para elaboração do projeto de ampliação do abastecimento de água potável nessa bacia foram
utilizados os seguintes dados:

✓ Base Aerofotogramétrica com Restituição e Modelo Digital do Terreno (MDT);


✓ Levantamento Topográfico complementar;
✓ Projeto das Intervenções Urbanísticas;
✓ Critérios de Ocupação das novas Unidades Habitacionais e Equipamento.

A população utilizada para os novos subsistemas de abastecimento de água, foi determinada pelo
cruzamento dos dados de ocupação do projeto de intervenção urbanística, e estão condicionadas
apenas as novas unidades habitacionais destinadas a relocação das casas que serão
desapropriadas. Assim como os novos equipamentos de comércio e serviços a serem implantados.

Para atender todas as novas unidades foram concebidos 11 subsistemas derivados das Linhas
Distribuidoras mais próximas, da rede existente da ZA-69, conforme definição da carta de
viabilidade da Embasa. A distribuição de demandas em cada subsistema proporciona uma vazão
utilizada para o dimensionamento dos mesmos.

A Tabela 15 resume as vazões totais, a pressão requerida no ponto de derivação e as extensões


totais das redes por diâmetro a serem implantadas para os 11 subsistemas da bacia do Mané
Dendê. E a Tabela 16 apresenta o quantitativo de rede a ser implantado por etapa.

Tabela 15 - Vazões, Pressões e Extensão de Redes por Subsistema

Vazões Pressão requerida Extensão (m)


Subsistema DN63 DN90 DN110
(l/s) (m.c.a)
(mm) (mm) (mm)
SA1 3,007 11,538 370,20 150,91 34,05
SA2 0,175 10,018 62,00 0,00 0,00
SA3 1,434 13,523 262,43 72,00 0,00
SA4.1 0,167 18,035 73,15 0,00 0,00

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
218
Vazões Pressão requerida Extensão (m)
Subsistema DN63 DN90 DN110
(l/s) (m.c.a)
(mm) (mm) (mm)
SA4.2 0,323 12,989 207,97 0,00 0,00
SA5 1,750 12,030 309,60 160,11 0,00
SA6 1,079 15,003 230,78 27,30 0,00
SA7 0,454 11,006 100,00 0,00 0,00
SA8 0,271 10,000 130,75 0,00 0,00
SA9 0,338 10,000 51,28 0,00 0,00
SA10 0,338 10,000 90,46 0,00 0,00
SA11 0,146 10,701 100,46 0,00 0,00
TOTAL 1989,08 410,32 34,05
Fonte: Projeto Mané Dendê, 2017.

Tabela 16 – Quantitativos de rede por etapa


Extensão (m) por diâmetro
ETAPAS
ø 63 mm PEAD ø 90 mm PEAD ø 110 mm PEAD
Etapa 1 141,74 0,00 0,00
Etapa 2 705,55 72,00 0,00
Etapa 3 910,58 338,32 34,05
Etapa 4 231,21 0,00 0,00
TOTAL 1989,08 410,32 34,05
Fonte: Projeto Mané Dendê, 2017.

A Licitação Pública Internacional N°01/2019 cujo objeto era a contratação de empresa para
execução de obras de Urbanização e Infraestrutura do Projeto Novo Mané Dendê, foi adjudicado
no dia 03 de novembro de 2020 para o Consórcio Novo Mané Dendê, formado pelas empresas
Construtora Metro Engenharia e Construtora BSM.

Atualmente a Prefeitura está em processo de negociação com as famílias que serão reassentadas
e após essa etapa as obras serão iniciadas.

5.5. PROJETO QUALIDADE DO AMBIENTE URBANO DE SALVADOR

O Projeto Qualidade do Ambiente Urbano de Salvador (QUALISalvador) é um projeto de pesquisa


realizado em conjunto por em torno de 200 professores e pesquisadores, sendo estes engenheiros,
sociólogos, nutricionistas, médicos, administradores, arquitetos, economistas, estatísticos e
geógrafos; estudantes dos mais distintos cursos de graduação, mestrado e doutorado da
Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), buscando
compreender as realidades da cidade de Salvador nas mais diversas perspectivas.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
219
As análises desenvolvidas no projeto foram baseadas nos seus próprios dados, coletados no
período de dezembro de 2018 à junho de 2020, através da aplicação de 15.260 questionários em
160 dos 163 bairros de Salvador. Os bairros que não participaram da aplicação dos questionários
foram os do Aeroporto, Centro Administrativo e Porto Seco Pirajá por não possuírem domicílios
residenciais e serem bairros qualificados como institucionais pela Lei nº 9.278/2017. Além dos
dados resultados dos questionários, também foram utilizados dados secundários de fontes como o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os registros administrativos da Prefeitura
Municipal de Salvador, do Governo do Estado da Bahia e da União.

A técnica metodológica utilizada para a realização do cálculo da amostra da pesquisa feita pelo
QUALISalvador foi do tipo Aleatória Sistemática sem Reposição (ASSs), tendo um erro amostral
médio de 8%, sendo que alguns bairros apresentaram um erro amostral superior devido às
dificuldades de acesso a domicílios em campo e ao início da pandemia da Covid-19. As residências
escolhidas para a aplicação dos questionários foram selecionadas de forma aleatória, tendo todas
a mesma probabilidade de ocorrência, sendo cada bairro considerado uma população-alvo da
investigação. Essa seleção foi realizada com o auxílio do software estatístico R e a estruturação do
IQUASalvador. Foram feitas consultas a especialistas através da aplicação da metodologia Delphi,
realização de grupos focais, uso de técnicas estatísticas, como análises de componentes principais,
regressão linear e de conglomerados, com simulações e análise de sensibilidade para a seleção do
melhor modelo de índice.

Cada população incluiu todos os domicílios particulares permanentes ocupados, segundo definição
do IBGE. Além disso, foram utilizados os dados cadastrais do sistema de informação da Empresa
Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) com o objetivo de se ter uma aproximação maior com a
atual realidade em termos demográficos. Ao longo dos trabalhos de campo, foram feitas entrevistas
com lideranças de bairro, moradores e conselhos comunitários das prefeitura-bairro da Prefeitura
Municipal de Salvador, e registros fotográficos, com o objetivo de fundamentar e ilustrar o
QUALISalvador e o livro.

De todos os capítulos abordados no projeto, receberá foco no PMSBI de Salvador o específico


sobre saneamento básico, intitulado “ÁGUAS, RESÍDUOS E LUGARES NA CIDADE DE
SALVADOR”, que traz uma abordagem detalhada sobre o saneamento no município de Salvador.
Ele inicia trazendo um enfoque sobre os aspectos políticos, jurídicos e institucionais do saneamento
básico em Salvador, contextualizando com os acontecimentos históricos em torno do tema e
posteriormente um diagnóstico de cada um dos componentes do saneamento básico, sendo foco
desse produto abastecimento de água.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
220
Os resultados obtidos pelo QualiSalvador relacionados ao serviço de abastecimento de ´gua serão
apresentados no decorre desse diagnóstico.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
221
6. RECURSOS HÍDRICOS

O SIAA de Salvador, principal sistema de abastecimento da RMS, que atende além de Salvador, os
municípios de Lauro de Freitas e Simões Filho, é totalmente dependente de corpos hídricos
superficiais, inseridos na região de planejamento e gestão das águas (RPGA) do Recôncavo Norte
e Inhambupe (RPGA XI), mais especificamente nas bacias hidrográficas dos rios Joanes e Jacuípe
e na do rio Paraguaçu (RPGA X). Cabe salientar que as Ilhas de Salvador são abastecidas por outro
sistema, o SIAA do Recôncavo, que compartilha mananciais e a unidade de tratamento do SIAA de
Salvador, conforme será detalhado posteriormente.

Na Figura 37 apresenta-se o mapa das bacias hidrográficas dos rios Joanes, Ipitanga e Jacuípe e
na e na Figura 38 da bacia do rio Paraguaçu, que atualmente são utilizados como mananciais de
abastecimento do SIAA Salvador e do SIAA Recôncavo.

Figura 37 – Bacias Hidrográficas dos Rios Joanes, Ipitanga e Jacuípe com delimitação da
APA Joanes-Ipitanga

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
222
Figura 38 – Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu com delimitação da APA Pedra do Cavalo

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

De acordo com o Inema (2021) a bacia hidrográfica do Recôncavo Norte e Inhambupe possui uma
área total de 18.015km², com 46 municípios inseridos em seu território e 29 deles inseridos
integralmente, sendo Salvador um deles. Tem como principais rios o Rio Subaúma, Rio Catu, Rio
Sauípe, Rio Pojuca, Rio Jacuípe, Rio Joanes, Rio Subaé, Rio Açu, e os rios secundários da Baía
de Todos os Santos e o Rio Inhambupe, sendo que os municípios da RMS se localizam no percurso
do Rio Catu, Rio Sauípe, Rio Pojuca, Rio Jacuípe e Rio Joanes. A RPGA do Recôncavo Norte e
Inhambupe possui Comitê de Bacia, instituído pelo Decreto nº 9.936 de 22 de março de 2006.

Nessa RPGA o clima úmido predomina em 37% da área, situada próxima ao litoral, seguido de uma
estreita faixa do clima Úmido a Subúmido e do clima Subúmido a Seco, que se estende até o limite

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
223
oeste da RPGA. Na parte superior da bacia do Rio Inhambupe ocorre o clima Semiárido, onde as
precipitações anuais encontram-se entre 700 e 900 mm. Na grande maioria da área (cerca de 77%)
as precipitações são superiores a 900 mm, podendo atingir mais de 2.000 mm no litoral.

Por outro lado, de acordo com o Inema (2021) a bacia hidrográfica do Rio Paraguaçu, localizada no
centro-oeste da Bahia, possui uma área total de 54.877km², com 86 municípios inseridos em seu
território, sendo 40 deles inseridos integralmente. Tem como principais rios o Jacuípe, Santo
Antônio, Utinga, Cochó, Una e Capivari. Possui Comitê de Bacia, instituído pelo Decreto nº 9.938
de 22 de março de 2006.

Nessa RPGA, o clima Semiárido predomina em 67% da área, ocupando a parte central com chuvas
anuais inferiores a 700 mm. Na parte superior da Região, já na Chapada Diamantina, o clima torna-
se mais ameno mudando para o tipo Subúmido a Seco, com algumas pequenas áreas na nascente
do Rio Paraguaçu apresentando um clima Úmido a Subúmido. Os totais pluviométricos aumentam,
atingindo até 1200mm. No terço inferior da bacia do Rio Paraguaçu as precipitações variam de 1000
até 1400mm e o clima predominante é o Úmido a Subúmido (Inema, 2021).

Os problemas de lançamento de esgotos domésticos e de desmatamento são comuns em todos os


mananciais. No rio Ipitanga tem-se ainda lançamento de pó de brita das pedreiras localizadas no
entorno. Já as atividades agrícolas e pecuárias são mais comuns em Pedra do Cavalo, Santa
Helena e Joanes II (SEDUR, 2016). A seguir é mostrado um quadro resumo (Quadro 24) com os
riscos associados a suas respectivas fontes de poluição.

Quadro 24 – Fontes Poluidoras e Seus Riscos


Fonte poluidora Riscos
Disposição inadequada Risco de contaminação através da percolação do lixiviado por meio do lençol
de resíduos sólidos freático.
Efluentes domésticos Risco de degradação e poluição dos corpos d’água
Efluentes Industriais Risco de degradação e poluição dos corpos d’água
Atividades agrícolas Risco de erosão e o carreamento de sólidos para os cursos de água.
Risco de degradação da vegetação e o compactaçãoo do solo por excessivo
Atividades de pastoreio
pisoteamento de animais (o que dificulta a infiltração da água de chuva).
Fonte: Ministério da Saúde, 2006.

Essas fontes poluidoras promovem uma deterioração da qualidade da água bruta que impactam
diretamente no consumo dos produtos químicos utilizados para o tratamento da água com reflexos
na qualidade da água tratada (TSUTIYA, 2006).

Para averiguar a qualidade dos corpos hídricos que atendem o SIAA de Salvador foram utilizados
os resultados das campanhas de monitoramento da qualidade das águas realizadas também pelo

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
224
(Inema) em parceria com a Federação das Indústrias da Bahia (FIEB) por meio do Programa
Monitora, criado em 2007.

Por meio desse monitoramento é possível calcular o Índice de Qualidade das Águas (IQA), que é o
principal indicador qualitativo das águas usado no país, desenvolvido para avaliar a qualidade da
água bruta para o abastecimento público, após tratamento convencional (PORTAL DA QUALIDADE
DAS ÁGUAS, 2020).

O IQA é calculado com base em 09 (nove) parâmetros: oxigênio dissolvido, coliformes


termotolerantes, potencial hidrogeniônico (pH) Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO),
temperatura da água, nitrogênio total, fósforo total, turbidez e resíduo total. Seus valores são
classificados em faixas, conforme Quadro 25.

Quadro 25 – Faixas do Índice de Qualidade das Águas (IQA)


Categoria Ponderação
Ótima 79 < IQA ≤ 100
Boa 51 < IQA ≤ 79
Regular 36 < IQA ≤ 51
Ruim 19 < IQA ≤ 36
Péssima IQA ≤ 19

Fonte: PORTAL DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, 2020.

Ressalta-se que a avaliação obtida pelo IQA apresenta limitações, já que os parâmetros utilizados
em seu cálculo são, em sua maioria, indicadores de contaminação por lançamento de esgotamento
doméstico, não avaliando vários outros parâmetros importantes para o abastecimento público, a
exemplo: substâncias tóxicas, protozoários patogênicos e substâncias que interferem nas
propriedades organolépticas – não refletindo, portanto, os efeitos de outras fontes de contaminação
(PORTAL DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, 2020).

A partir dos resultados desse monitoramento para os parâmetros Fósforo Total e Clorofila “a” foi
calculado, também, o Índice do Estado Trófico (IET). O IET permite avaliar os cursos d’água em
função do enriquecimento por nutrientes e classificá-lo quanto aos diferentes graus de trofia (Quadro
26).

Quadro 26 – Categorias de Estado Trófico


Categoria Níveis do IET Características
Corpos d’água limpos, de produtividade muito baixa e concentrações
Ultraoligotrófico IET ≤ 47 insignificantes de nutrientes que não acarretam em prejuízos aos usos
da água.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
225
Categoria Níveis do IET Características
Corpos d’água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem
Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 interferências indesejáveis sobre os usos da água, decorrentes da
presença de nutrientes.
Corpos d’água com produtividade intermediária, com possíveis
Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na
maioria dos casos.
Corpos d’água com alta produtividade em relação às condições
naturais, com redução da transparência, em geral afetados por
Eutrófico 59 < IET ≤ 63 atividades antrópicas, nos quais ocorrem alterações indesejáveis na
qualidade da água decorrentes do aumento da concentração de
nutrientes e interferências nos seus múltiplos usos.
Corpos d’água com alta produtividade em relação às condições
naturais, de baixa transparência, em geral afetados por atividades
Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 antrópicas, nos quais ocorrem com frequência alterações indesejáveis
na qualidade da água, como a ocorrência de episódios florações de
algas, e interferências nos seus múltiplos usos
Corpos d’água afetados significativamente pelas elevadas
concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com
comprometimento acentuado nos seus usos, associado a episódios
Hipereutrófico IET > 67
florações de algas ou mortandades de peixes, com consequências
indesejáveis para seus múltiplos usos, inclusive sobre as atividades
pecuárias nas regiões ribeirinhas.
Fonte: PORTAL DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, 2020.

O processo de eutrofização diz respeito ao aumento da concentração de nutrientes nos corpos


d’água, contribuindo para o crescimento excessivo de algas e outras infestações macrófitas
aquáticas; ocorre mais frequentemente em ambientes lênticos, por apresentarem condições mais
favoráveis ao crescimento de algas.

O grau de eutrofização pode apresentar variações ao longo do período sazonal, em função da maior
temperatura e uma melhora na condição de penetração da luz no corpo d’água em algumas
estações, motivo pelo qual os índices são calculados por campanha e não é determinado um valor
médio anual.

A Figura 39 mostra a espacialização da classificação do IQA e a Figura 40 do IET referente à


campanha mais recente nos pontos de monitoramento nos mananciais do SIAA de Salvador.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Figura 39 – Resultados do IQA nos pontos de monitoramento nos mananciais de captação
do SIAA de Salvador

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Figura 40 – Resultados do IET nos pontos de monitoramento nos mananciais de captação
do SIAA de Salvador

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
228
A seguir apresenta-se uma breve caracterização das bacias e respectivos corpos hídricos utilizados
e/ou com previsão de utilização no abastecimento do SIAA de Salvador. Conforme será visto, todos
os mananciais de superfície estão sendo impactados por atividades resultantes de expansão urbana
e uso desordenado do solo e falta e/ou deficiências das infraestruturas de esgotamento sanitário.

Além das bacias onde estão localizados os atuais mananciais de abastecimento do SIAA de
Salvador também é realizada uma breve caracterização da Bacia do Cobre, localizada na área
urbana do território de Salvador, cuja represa já foi utilizada para abastecer uma parte da população,
porém atualmente não é mais.

6.1. BACIA DO RIO JOANES

Na bacia do rio Joanes, os aproveitamentos para abastecimento de água são feitos por meio de
barramentos implantados em seu curso principal e no do rio Ipitanga, afluente do Joanes pela
margem direita. Em virtude da importância desses mananciais para o abastecimento da RMS, o
Decreto Estadual nº 7.596, de 05 de junho 1999, criou a APA Joanes-Ipitanga, que possui uma área
total de 64.463 ha, abrangendo os municípios de Camacari, Simões Filho, Lauro de Freitas, São
Francisco do Conde, Candeias, São Sebastião do Passé, Salvador e Dias D’Ávila (INEMA, 2020).

A região onde está inserida a APA Joanes-Ipitanga é caracterizada por clima quente-úmido e
abundância de recursos hídricos. As praias associadas às dunas com vegetação de restinga
abrigam espécies da fauna e da flora de grande relevância ambiental para o equilíbrio ecológico.
No estuário do Rio Joanes são encontrados manguezais, berço da biodiversidade. Além disso,
nessa APA também são encontrados remanescentes de Mata Atlântica e avifauna bastante
representativa (INEMA, 2021).

Segundo INEMA (2021), essa APA foi criada com o objetivo principal de garantir a qualidade
ambiental dos mananciais de abastecimento e preservar as nascentes encontradas na área, porém
a existência de conflitos ambientais, listados a seguir, estão comprometendo drasticamente a
qualidade da água dos seus corpos hídricos:

✓ Lançamento de esgotos domésticos e industriais nos rios e lagoas;


✓ Ocupação de Áreas de Preservação Permanente: dunas, lagoas, matas ciliares, manguezais,
zona de preamar (60m da maré alta) e margens das represas Joanes e Ipitanga;
✓ Extração ilegal de areia, arenoso e barro;
✓ Deposito irregular de lixo;
✓ Desmatamento;
✓ Queimadas;

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
229
✓ Poluição atmosférica.

A APA do Rio Joanes – Ipitanga possui o Diagnóstico do Plano de Manejo elaborado em 2001, que
até o momento ainda não foi revisado.

O rio Joanes ocupa uma área de aproximadamente de 1.200 km², com uma extensão linear de 75
km. Ele nasce no município de São Francisco do Conde, em uma Área de Proteção Ambiental
(APA), tem como seus principais afluentes os rios Ipitanga, Muriqueira, Itamboatá, Jacarecanga,
Bonessu, Bandeira, Petecada e Uberaba, e desemboca na Praia de Buraquinho, no limite entre os
municípios de Camaçari e Lauro de Freitas. No curso principal do rio Joanes, conforme pode-se
observar na Figura 41, estão inseridos dois barramentos Joanes I e Joanes II (SEDUR, 2016).

Figura 41 – Cobertura e uso do solo - Bacia do Rio Joanes

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
230
Figura 42 – Vista da Barragem Joanes II que verte para Joanes I

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 43 – Vista da Barragem Joanes I que fica a jusante de Joanes II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


O Parms (2016) salienta que o aproveitamento do Joanes para abastecimento de água do SIAA de
Salvador é feito praticamente no limite de sua disponibilidade hídrica. Em consequência, a vazão

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
231
de restituição ao rio após a barragem de Joanes I é inexpressiva na maior parte do tempo, causando
sérios prejuízos à qualidade ambiental na zona estuarina. Como essa barragem não possui
comportas, só existe vazão de jusante quando possui nível.

Figura 44 – Vazão de jusante registrada na visita técnica realizada em dezembro/2020

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na bacia do rio Joanes os principais impactos ambientais estão associados ao lançamento de


efluentes domésticos e industriais; extração ou lavra de substâncias minerais; cultivos agrícolas
sem técnicas adequadas; pecuária extensiva; disposição inadequada de resíduos doméstico e de
origem industrial; ocupação desordenada do solo; retirada da cobertura vegetal; desencadeamento
de processos erosivos, e eventuais acidentes associados ao transporte de cargas perigosas através
de ferrovias, dutovias e rodovias (SEDUR, 2016).

Essas fontes poluidoras promovem uma deterioração não só na qualidade, como na quantidade da
água, impactando diretamente no consumo dos produtos químicos utilizados para o tratamento de
água com reflexos na qualidade da água tratada (TSUTIYA, 2006). Além disso a degradação intensa
do rio pode dificultar o processo de infiltração da água no solo, responsável pela alimentação do
lençol freático; com isso o rio fica dependente do regime de chuvas e mais susceptível a variações
bruscas de vazão, podendo, no período de seca, reduzir sua vazão a níveis que prejudiquem o
sistema de abastecimento de água (SOS RIO JOANES, 2017).

O Quadro 27 apresenta os pontos de monitoramento da represa do Joanes II pelo Programa


Monitora e suas respectivas localizações.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
232
Quadro 27 – Pontos de Monitoramento da Represa do Joanes II
Ponto Município Lat/Long Localização
12°40'24" Na Barragem Joanes II, próximo à estação de
RCN-BJO-001 Candeias
38°25'19" bombeamento da Embasa.
12°40'28" Situado no vertedouro da barragem de Joanes II,
RCN-BJO-004 Simões Filho
38°22'34" município de Simões Filho, próximo à rodovia BA-522.

Fonte: INEMA, 2020.

O Quadro 28, engloba o IQA da represa do Joanes II, calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem do Programa Monitora (INEMA, 2020) realizadas no
período de 2016 a 2020. Que indicou a qualidade da água da represa como Ótima e Boa.

Quadro 28 – IQA da represa do Joanes II no período de 2016 a 2021


IQA
Campanhas
RCN-BJO-001 RCN-BJO-004
2016.1 Boa 78 Ótima 83
2016.2 Boa 65 Ótima 85
2016.3 Ótima 85 Ótima 84
2016.4 Boa 62 Boa 72
2017.1 Ótima 83 Boa 79
2017.2 Boa 79 Boa 72
2017.3 Ótima 81 Boa 75
2017.4 Ótima 80 Ótima 83
2018.1 Boa 68 Ótima 85
2018.2 Ótima 84 Boa 74
2018.3 Ótima 85 Ótima 80
2018.4 Boa 63 Boa 79
2019.1 Boa 76 Boa 79
2019.2 Boa 77 Boa 64
2019.3 Boa 79 Boa 76
2019.4 Boa 75 Ótima 83
2020.1 Boa 65 Boa 79
2020.2 Boa 73 Boa 76
2020.3 Boa 77 Boa 76
2021.1 Boa 75 Boa 79
Fonte: INEMA, 2021.

O Quadro 29 engloba o IET da represa do Joanes II, com base nos resultados encontrados nas
campanhas de amostragem realizadas no Programa Monitora durante o período de 2016 a 2020,
indicando o grau de eutrofização do curso d’água como Mesotrófico e Oligotrófico, em sua maioria.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
233
Quadro 29 – IET da represa Joanes II no período de 2016 a 2021
IET
Campanhas
RCN-BJO-001 RCN-BJO-004
2016.1 Mesotrófico 53 Oligotrófico 51
2016.2 Mesotrófico 57 Ultraoligotrófico 47
2016.3 Oligotrófico 52 Ultraoligotrófico 47
2016.4 Mesotrófico 54 Mesotrófico 55
2017.1 Eutrófico 58 Mesotrófico 55
2017.2 Mesotrófico 55 Mesotrófico 55
2017.3 Mesotrófico 53 Mesotrófico 56
2017.4 Mesotrófico 53 Oligotrófico 52
2018.1 Mesotrófico 56 Oligotrófico 52
2018.2 Mesotrófico 53 Mesotrófico 53
2018.3 Mesotrófico 53 Mesotrófico 55
2018.4 Mesotrófico 54 Mesotrófico 53
2019.1 Mesotrófico 54 Mesotrófico 54
2019.2 Mesotrófico 54 Oligotrófico 52
2019.3 Mesotrófico 56 Mesotrófico 53
2019.4 Mesotrófico 54 Eutrófico 58
2020.1 Mesotrófico 55 Mesotrófico 54
2020.2 Oligotrófico 52 Mesotrófico 54
2020.3 Mesotrófico 53 Oligotrófico 51
2021.1 Mesotrófico 56 Mesotrófico 55

Fonte: INEMA, 2021.

O Quadro 30 apresenta o ponto de monitoramento da represa do Joanes I pelo Programa Monitora


e sua respectiva localização.

Quadro 30 – Pontos de Monitoramento da Represa do Joanes I


Ponto Município Lat/Long Localização
12°50'13" Localizado sob pontilhão sobre a Barragem de Joanes I,
RCN-BJN-001 Lauro de Freitas próximo ao povoado de Capelão no município de Lauro de
38°19'29"
Freitas.
Fonte: Inema, 2020.

O Quadro 31, engloba o IQA da represa do Joanes I, calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem do Programa Monitora (Inema, 2020) realizadas no
período de 2016 a 2020, que indicou a qualidade da água da represa como Ótima, Boa e Regular.

Quadro 31 – IQA da represa do Joanes I no período de 2016 a 2021


Ponto RCN-BJN-001
Campanhas IQA
2016.1 Ótima 84
2016.2 Ótima 82

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
234
Ponto RCN-BJN-001
2016.3 Boa 79
2016.4 Ótima 80
2017.1 Ótima 80
2017.2 Boa 67
2017.3 Boa 70
2017.4 Boa 71
2018.1 Boa 76
2018.2 Regular 50
2018.3 Boa 73
2018.4 Regular 45
2019.1 Boa 63
2019.2 Boa 77
2019.3 Boa 75
2019.4 Boa 74
2020.1 Boa 66
2020.2 Boa 68
2020.3 Boa 55
2021.1 Boa 75
Fonte: Inema, 2021.

O Quadro 32, engloba o IET da represa do Joanes I, com base nos resultados encontrados nas
campanhas de amostragem realizadas no Programa Monitora durante o período de 2016 a 2020,
indicando o grau de eutrofização do curso d’água Eutrófico e Supereutrófico, em sua maioria.

Quadro 32 – IET da represa Joanes I no período de 2016 a 2021


Ponto RCN-BJN-001
Campanhas IQA
2016.1 Eutrófico 58
2016.2 Mesotrófico 57
2016.3 Eutrófico 61
2016.4 Supereutrófico 64
2017.1 Eutrófico 62
2017.2 Supereutrófico 64
2017.3 Eutrófico 62
2017.4 Eutrófico 59
2018.1 Eutrófico 59
2018.2 Supereutrófico 64
2018.3 Eutrófico 61
2018.4 Eutrófico 63
2019.1 Hipereutrófico 70
2019.2 Eutrófico 58
2019.3 Eutrófico 60
2019.4 Mesotrófico 57

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
235
Ponto RCN-BJN-001
Campanhas IQA
2020.1 Eutrófico 62
2020.2 Eutrófico 58
2020.3 Mesotrófico 56
2021.1 Mesotrófico 54

Fonte: Inema, 2021.

6.2. BACIA DO RIO IPITANGA

A nascente do rio Ipitanga está localizada no município de Simões Filho e o seu curso principal tem
uma extensão de 30km. Possui como principais afluentes os rios Cabuçu, Cururipe, Itinga e Caji e
sua bacia abrange parte dos municípios de Salvador, Simões Filho e Lauro de Freitas, possuindo
uma área de drenagem de 120km².

Sua foz deságua no rio Joanes a jusante da Barragem Joanes I. Em seu curso principal encontram-
se as barragens e represas Ipitanga I, Ipitanga II e Ipitanga III, posicionadas de jusante para
montante, respectivamente. O barramento de Ipitanga III resultou do aterro de trecho da Rodovia
CIA-Aeroporto, interligando-se com Ipitanga II através bueiro existente nessa rodovia. Os
aproveitamentos do rio Ipitanga para fins de abastecimento são feitos por meio de captações nas
represas Ipitanga I e II. Por meio de um recalque independente, a represa de Ipitanga I atende as
ETA’s do Parque Bolandeira, reforçando a vazão encaminhada pelas represas do rio Joanes a este
parque. Na represa de Ipitanga II existem dois recalques independentes, que alimentam com água
bruta a ETA Suburbana e a Usina Siderúrgica GERDAU (SEDUR, 2016).

Toda a área de drenagem das represas Ipitanga I e II inserida nos limites do município de Salvador
é classificada pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador (Lei nº
9.069/2016) como Macrozona de Conservação Ambiental, integrada por ecossistemas de interesse
ambiental e por áreas destinadas à proteção, preservação, recuperação ambiental e ao
desenvolvimento de usos e atividades sustentáveis. Compreende as ilhas na Baía de Todos os
Santos, as áreas de proteção rigorosa das APA, os parques urbanos, as áreas indicadas para
Unidades de Conservação ambiental e pequenos ecossistemas de espécies endêmicas
remanescentes no território municipal.

Apesar dos atributos da macrozona de conservação ambiental, observa-se um processo crescente


de expansão urbana desordenada, com ocupações em regiões de risco e nas áreas de preservação
permanente adjacentes ao rio (LUZ, 2009), assim como atividades industriais, como, mineração,
conforme pode ser visualizado na Figura 45, que apresenta um mapa de uso e ocupação do solo
da bacia do rio Ipitanga.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
236
Na bacia de drenagem da Represa Ipitanga II, destaca-se a existência de diversas pedreiras que
dispõem resíduo resultante da extração mineral e lixo doméstico de maneira inadequada, às
margens do manancial. Além das atividades de mineração, estão instaladas na área do entorno da
Represa Ipitanga II pequenas unidades industriais, como frigoríficos, curtumes e matadouros, que
representam risco de contaminação dos mananciais superficiais e subterrâneos da região (SEDUR,
2016).

Figura 45 – Cobertura e Uso do Solo - Bacia do rio Ipitanga

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.


Além disso, destaca-se também a proximidade do Centro Industrial de Aratu - CIA e do Aterro
Metropolitano Centro, que se configuram em fontes potenciais de contaminação, em função do

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
237
manejo dos efluentes líquidos, dos resíduos sólidos industriais e do chorume produzido pela
decomposição dos resíduos orgânicos depositados no Aterro (SEDUR, 2016).

No que concerne à bacia de drenagem da Represa Ipitanga I as margens dessa represa, nas
proximidades da barragem, apresentam-se com vegetação preservada, conservando as
características da Mata Atlântica original, conforme pode-se observar na Figura 46. No entanto, na
área norte se observa a existência de assoreamento e elevada turbidez das águas, em decorrência
do processo de lavra e beneficiamento promovido pelas pedreiras ali existentes (SEDUR, 2016).

Figura 46 – Vegetação no entorno do reservatório de Ipitanga I

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

De acordo com o Parms (2016) as represas Ipitanga I e Ipitanga II operam na plenitude de suas
capacidades de regularização, inclusive sem restituição das vazões preconizadas pela legislação,
exceto eventualmente no período úmido.

Na área, localizada entre a rodovia CIA-Aeroporto e a represa Ipitanga I, destaca-se ainda a


ocupação denominada Fazenda Cassange, com características distintas e ao mesmo tempo
contraditórias, no que se refere às condições de infraestrutura e o modo de vida, de maneira geral.
Nesse local, ao longo do tempo, foram construídos casas, condomínios e ruas, de forma clandestina
e desordenada, objeto de conflito entre a população local e o poder público (SEDUR, 2016).

Em síntese, constata-se na bacia do rio Ipitanga, nas áreas de drenagem das represas existentes,
uma situação de alerta, visto que os corpos hídricos se apresentam muito vulneráveis às atividades
antrópicas desenvolvidas sem o devido planejamento, embora exista legislação reguladora
destinada à proteção desses mananciais (SEDUR, 2016). Essa situação desenha um cenário de

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
238
inviabilização do uso dos mesmos para fins de abastecimento público, num futuro muito próximo,
como já vem ocorrendo com a represa de Ipitanga II, que atende a ETA suburbana. Sendo assim,
é imperiosa a execução urgente de ações efetivas por parte das entidades competentes, visando
coibir o avanço do adensamento urbano e o controle das atividades industriais desenvolvidas no
entorno no local.

O Quadro 33 apresenta o ponto de monitoramento da represa de Ipitanga I pelo Programa Monitora


e sua respectiva localização.

Quadro 33 – Ponto de monitoramento da represa de Ipitanga I


Ponto Município Lat/Long Localização
12°53'52" O ponto está localizado no vertedouro da barragem de Ipitanga I,
RCN-BIP-002 Salvador no local de captação de água da EMBASA para ETA da Bolandeira,
38°23'0"
no bairro de Cassange, no município de Salvador.
Fonte: Inema, 2020.

O Quadro 34, engloba o IQA da represa de Ipitanga I, calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem do Programa Monitora (INEMA, 2020) realizadas no
período de 2016 a 2020, que indicou a qualidade da água da represa como Ótima e Boa.

Quadro 34 – IQA da represa de Ipitanga I no período de 2016 a 2021


IQA
Campanhas
RCN-BIP-002
2016.1 Boa 79
2016.2 Boa 68
2016.3 Ótima 84
2016.4 Boa 76
2017.1 Boa 69
2017.2 Ótima 80
2017.3 Ótima 83
2017.4 Boa 72
2018.1 Boa 67
2018.2 Ótima 82
2018.3 Ótima 85
2018.4 Ótima 84
2019.1 Ótima 81
2019.2 Ótima 81
2019.3 Boa 77
2019.4 Ótima 84
2020.1 Boa 76
2020.2 Boa 71
2020.3 Boa 78
2021.1 Ótima 81
onte: Inema, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
239
O Quadro 35, engloba o IET da represa de Ipitanga I, com base nos resultados encontrados nas
campanhas de amostragem realizadas no Programa Monitora durante o período de 2016 a 2020,
indicando o grau de eutrofização do curso d’água como Mesotrófico.

Quadro 35 – IET da represa de Ipitanga I no período de 2016 a 2021


IET
Campanhas
RCN-BIP-002
2016.1 Mesotrófico 57
2016.2 Mesotrófico 55
2016.3 Mesotrófico 53
2016.4 Mesotrófico 56
2017.1 Mesotrófico 56
2017.2 Mesotrófico 56
2017.3 Mesotrófico 54
2017.4 Mesotrófico 57
2018.1 Mesotrófico 56
2018.2 Mesotrófico 56
2018.3 Mesotrófico 55
2018.4 Mesotrófico 54
2019.1 Mesotrófico 54
2019.2 Mesotrófico 55
2019.3 Mesotrófico 57
2019.4 Mesotrófico 54
2020.1 Mesotrófico 54
2020.2 Mesotrófico 54
2020.3 Mesotrófico 56
2021.1 Mesotrófico 53
Fonte: Inema, 2021.

O Quadro 36 apresenta o ponto de monitoramento da represa de Ipitanga II pelo Programa Monitora


e sua respectiva localização.

Quadro 36 – Ponto de monitoramento da represa de Ipitanga II


Ponto Município Lat/Long Localização
12°51’21” Sair da BA-526 (CIA-Aeroporto) após o CEASA, pegar a Estrada
RCN-BIP-001 Salvador BonSucesso seguindo ± 5km e entrar em estrada de terra até
38°23’24”
chegar à margem da barragem de Ipitanga II.
Fonte: Inema, 2020.

O Quadro 37, engloba o IQA da represa de Ipitanga II, calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem do Programa Monitora (INEMA, 2020) realizadas no
período de 2016 a 2020, que indicou a qualidade da água da represa como Ótima e Boa.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
240
Quadro 37 – IQA da represa de Ipitanga II no período de 2016 a 2021
IQA
Campanhas
RCN-BIP-001
2016.1 Boa 74
2016.2 Boa 78
2016.3 Boa 64
2016.4 Boa 65
2017.1 Boa 59
2017.2 Boa 76
2017.3 Boa 74
2017.4 Ótima 82
2018.1 Boa 71
2018.2 Boa 75
2018.3 Boa 77
2018.4 Ótima 80
2019.1 Boa 74
2019.2 Boa 70
2019.3 Ótima 83
2019.4 Boa 76
2020.1 Boa 74
2020.2 Boa 77
2020.3 Boa 79
2021.1 Boa 73
Fonte: Inema, 2021.

O Quadro 38, engloba o IET da represa de Ipitanga II, com base nos resultados encontrados nas
campanhas de amostragem realizadas no Programa Monitora durante o período de 2016 a 2019,
indicando o grau de eutrofização do curso d’água como Mesotrófico e Eutrófico em sua maioria.

Quadro 38 – IET da represa de Ipitanga II no período de 2016 a 2020


IET
Campanhas
RCN-BIP-001
2016.1 Mesotrófico 55
2016.2 Mesotrófico 57
2016.3 Oligotrófico 52
2016.4 Mesotrófico 57
2017.1 Eutrófico 61
2017.2 Mesotrófico 57
2017.3 Mesotrófico 56
2017.4 Mesotrófico 56
2018.1 Oligotrófico 50
2018.2 Eutrófico 58
2018.3 Mesotrófico 55
2018.4 Mesotrófico 55

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
241
IET
Campanhas
RCN-BIP-001
2019.1 Mesotrófico 57
2019.2 Eutrófico 60
2019.3 Mesotrófico 55
2019.4 Eutrófico 61
2020.1 Eutrófico 58
2020.2 Eutrófico 59
2020.3 Mesotrófico 54
2021.1 Mesotrófico 55
Fonte: Inema, 2021.

6.3. BACIA DO RIO JACUÍPE

A área abrangida pela bacia hidrográfica do rio Jacuípe perfaz 1.100km², cujos principais afluentes
são: na margem direita, os rios Capivara Grande, Capivara Pequeno, Jacumirim e Imbassaí e na
margem esquerda, os rios Camaçari, Samburá, das Pedras e Bebedouro. O rio Jacuípe percorre
aproximadamente 107km da sua nascente no município de Conceição do Jacuípe, até a sua foz no
município de Camaçari. Lista-se os seguintes municípios integralmente ou parcialmente inseridos
na bacia do Jacuípe: Amélia Rodrigues, Conceição do Jacuípe, Santo Amaro, Terra Nova, São
Sebastião do Passé, Mata de São José, Dias D’ Ávila e Camaçari (SEDUR, 2016).

Essa bacia é caracterizada por dois domínios climáticos, a saber: um úmido próximo do litoral e
uma estreita faixa intermediária subúmida mais para o interior do continente. Logo, observa-se na
bacia do rio Jacuípe um forte gradiente pluviométrico, com precipitação média anual variando de
1.900 mm junto ao litoral a menos de 1.000 mm na cabeceira do rio (SEDUR, 2016).

A Figura 47 apresenta o mapa do Zoneamento Socioambiental do Entorno do Reservatório,


resultado do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial
(PACUERA) da Barragem Santa Helena. A área de estudo foi dividida em 12 (doze) zonas,
conforme Tabela 17.

Tabela 17 – Percentual das áreas de cada zona proposta


Zona Área (ha) Porcentagem da Área de Estudo
Zona de Proteção Rigorosa (ZPR) 2.442,17 13,56%
Zona de Proteção Ambiental (ZPA) 3.903,47 21,67%
Zona de Utilização Rural (ZUR) 5.554,95 30,84%
Zona de Ocupação Urbana (ZOU) 1.389,46 7,71%
Zona de Uso de Lazer e Turismo (ZULT) 69,87 0,39%
Zona de Recuperação Ambiental (ZRA) 202,45 1,12%
Zona de Uso Sustentável (ZUS) 185,62 1,03%

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
242
Zona Área (ha) Porcentagem da Área de Estudo
Zona de Reserva Legal Cadastrada (ZRLC) 663,81 3,69%
Zona de Mineração (ZM) 324,35 1,80%
Zona de Segurança (ZS) 15,45 0,09%
Zona de Uso Restrito da Água (ZURA) 1.100,37 6,11%
Zona de Usos Múltiplos da Água (ZUMA) 2.160,33 11,99%
Total 18.012,29 100%
Fonte: Embasa, 2019a.

Esse código de uso proposto no estudo é um complemento ao disposto nas leis, portarias, decretos,
medidas provisórias e instrumentos normativos existentes. Então, ainda que o potencial de uso do
reservatório e das zonas em questão seja amplo, devem ser levadas em consideração as restrições
e permissões dispostas na legislação vigente.

Destacam-se como potenciais riscos para o comprometimento da qualidade da água do rio Jacuípe,
a falta de esgotamento sanitário nas áreas urbanas da bacia; a vulnerabilidade para contribuições
de efluentes industriais, particularmente do Complexo Petroquímico de Camaçari; e de efluentes de
usinas de açúcar e destilarias de aguardente da região; além da exploração de petróleo no
município de São Sebastião do Passé (SEDUR, 2016).

A Figura 47 apresenta o mapa de cobertura e uso do solo da bacia do rio Jacuípe, onde é possível
perceber a predominância de pastagem, o que pode conferir maior vulnerabilidade da qualidade
das águas, aceleração do assoreamento em consequência da erosão em suas margens. Os
fragmentos de formação florestal são observados na área territorial do município de Amélia
Rodrigues e São Sebastião do Passé, além do entorno do Lago de Santa Helena. A cobertura
vegetal pouco densa que pode ter grande influência da ação antrópica deixa mais uma vez o
manancial desprotegido dos processos erosivos.

Além disso, na região estuarina, esse corpo hídrico possui um passivo ambiental, originado do
lançamento de efluentes industriais, provenientes do Complexo Petroquímico de Camaçari,
instalado em 1978, no Rio Capivara Pequeno, afluente do rio Jacuípe pela margem direita. Existem
estudos que confirmam a presença de Chumbo, Cobalto, Arsênio, Zinco e Cromo, incorporados aos
sedimentos na zona estuarina. Em 1993, os efluentes industriais tratados do Polo Petroquímico
passaram a ser lançados no oceano, por meio de emissário submarino da Cetrel. Porém, as águas
pluviais captadas na área do complexo petroquímico ainda possuem como destino final o rio
Capivara Pequeno (SEDUR, 2016).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
243
Figura 47 – Cobertura e Uso do Solo - Bacia do rio Jacuípe

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

No baixo curso do rio, a cerca de 20 km da foz, está localizada a barragem de Santa Helena
responsável por reforçar o abastecimento do SIAA Salvador, por meio da transposição de águas do
rio Jacuípe para a represa de Joanes II, e também pelo abastecimento de água da Braskem desde
2009. A Figura 48 mostra a vegetação no entorno do lago de Santa Helena e a Figura 49 a calha
do rio Jacuípe a jusante do vertedouro da barragem.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
244
Figura 48 – Vegetação no entorno do reservatório de Santa Helena

Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2015.

Figura 49 – Vista do rio Jacuípe a jusante do vertedouro da barragem de Santa Helena

Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria, 2015.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
245
O PARMS (SEDUR, 2016) destaca que o Rio Jacuípe necessita de intervenções de caráter
ambiental e sanitário, já que no local de captação da água, já existe um processo de assoreamento
em desenvolvimento, devido à exploração de jazidas de areia situadas nas suas proximidades.

De acordo com o PARMS (2016), a represa de Santa Helena é o manancial mais próximo da ETA
Principal que ainda não é explorado plenamente para fins de abastecimento. A captação atual para
o SIAA de Salvador é feita na cota 17,00 m, que corresponde a uma capacidade de regularização
de 4,05 m³/s, dos quais 2,06 m³/s estariam disponíveis para abastecimento, descontando-se a
vazão de restituição de 1,99 m³/s. De acordo com o estudo, o aproveitamento na cota 10,00 m,
previsto na concepção da barragem, possibilitaria regularizar a vazão de 6,60 m³/s, aumentando a
disponibilidade para abastecimento para 4,61m³/s, descontada a vazão de restituição.

O Quadro 39 apresenta os pontos de monitoramento da represa de Santa Helena pelo Programa


Monitora e suas respectivas localizações.

Quadro 39 – Pontos de monitoramento da represa de Santa Helena


Ponto Município Lat/Long Localização
12°32'55" Ponto localizado próximo ao vertedouro da barragem de Santa
Helena, na zona rural de Dias D'Ávila, à montante do seu eixo,
RCN-BSH-001 Dias D'Ávila
38°10'7" situada a 03 km, da área da fazenda Boa Vista, acesso pela
estrada que liga Nova Dias D'Ávila a BA 099.
Mata de São 12°34'18" No meio da barragem de Santa Helena, pertencente a
RCN-BSH-003
João 38°14'17" Embasa, no bairro do Genaro em Nova Dias D'Ávila.
12°37'49" Ponte de acesso ao distrito de Nova Dias D’Ávila, á montante
RCN-BSH-050 Camaçari do Pólo Industrial Petroquímico, em um braço da Barragem de
38°16'56"
Santa Helena.
Fonte: Inema, 2020.

O Quadro 40, engloba o IQA da represa de Santa Helena, calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem do Programa Monitora realizadas no período de 2016
a 2019, que indicou a qualidade da água da represa como Ótima, Boa e Regular. Nota-se que a
qualidade do corpo d’água decai no ponto (RCN-BSH-050) localizado no município de Camaçari.

Quadro 40 – IQA da represa de Santa Helena no período de 2016 a 2021


IQA
Campanhas
RCN-BSH-001 RCN-BSH-003 RCN-BSH-050
2016.1 Ótima 84 Ótima 80 Boa 54
2016.2 Boa 70 Boa 53 Boa 64
2016.3 Ótima 85 Ótima 84 Boa 53
2016.4 Ótima 85 Boa 74 Regular 43
2017.1 Ótima 81 Boa 75 Boa 62
2017.2 Boa 66 Boa 70 Regular 43
2017.3 Ótima 83 Boa 69 Regular 46

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
246
IQA
Campanhas
RCN-BSH-001 RCN-BSH-003 RCN-BSH-050
2017.4 Boa 79 Boa 74 Boa 52
2018.1 Boa 75 Boa 56 Boa 56
2018.2 Boa 76 Regular 46 Regular 41
2018.3 Ótima 81 Boa 75 Regular 50
2018.4 Boa 70 Regular 39 Boa 63
2019.2 Boa 79 Boa 67 Boa 58
2019.3 Ótima 82 Boa 72 Boa 67
2019.4 Ótima 83 Boa 78 Regular 47
2021.1 Boa 77 Boa 55 Boa 59
Fonte: INEMA, 2021.

O Quadro 41, engloba o IET da represa de Santa Helena, com base nos resultados encontrados
nas campanhas de amostragem realizadas no Programa Monitora durante o período de 2016 a
2019, indicando o grau de eutrofização do curso d’água como Mesotrófico e Eutrófico, em sua
maioria.

Quadro 41 – IET da represa de Santa Helena no período de 2016 a 2021


IQA
Campanhas
RCN-BSH-001 RCN-BSH-003 RCN-BSH-050
2016.1 Mesotrófico 53 Mesotrófico 57 Hipereutrófico 68
2016.2 Ultraoligotrófico 47 Sem medição - Supereutrófico 67
2016.3 Mesotrófico 53 Oligotrófico 52 Hipereutrófico 72
2016.4 Mesotrófico 53 Eutrófico 58 Supereutrófico 67
2017.1 Mesotrófico 55 Eutrófico 58 Eutrófico 60
2017.2 Mesotrófico 54 Mesotrófico 56 Eutrófico 59
2017.3 Mesotrófico 56 Mesotrófico 57 Mesotrófico 53
2017.4 Oligotrófico 52 Mesotrófico 53 Mesotrófico 56
2018.1 Oligotrófico 52 Mesotrófico 55 Supereutrófico 65
2018.2 Mesotrófico 54 Eutrófico 59 Eutrófico 63
2018.3 Mesotrófico 53 Mesotrófico 55 Mesotrófico 54
2018.4 Mesotrófico 56 Supereutrófico 65 Mesotrófico 55
2019.2 Mesotrófico 53 Eutrófico 60 Eutrófico 61
2019.3 Mesotrófico 56 Mesotrófico 56 Supereutrófico 64
2019.4 Mesotrófico 53 Mesotrófico 54 Eutrófico 60
2021.1 Oligotrófico 49 Mesotrófico 57 Hipereutrófico 68
Fonte: INEMA, 2021.

1.1 BACIA DO RIO PARAGUAÇU

A bacia do rio Paraguaçu está localizada na região centro-leste do Estado da Bahia, ocupando uma
área de aproximadamente 55.300km², o que corresponde a cerca de 10% do território baiano. O rio

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
247
Paraguaçu tem sua principal nascente no município de Barra da Estiva, de regime permanente é
continuamente abastecido pelos afluentes provenientes da área da Chapada Diamantina, dentre
eles destacam-se os rios Jacuípe, Capivari, Cumbica, Cochó, Bonito, Santo Antônio, Utinga,
Serrano, Preto, Una e do Peixe (SEDUR, 2016).

Com base nas suas características climáticas e geomorfológicas, essa bacia pode ser dividida em
03 (três) regiões distintas, conforme mapa da Figura 38 apresentado anteriormente, a saber: Alto
Paraguaçu, que compreende a região de formação dos rios que compõem a bacia, na Chapada
Diamantina; Médio Paraguaçu, a maior porção da bacia, situada no semiárido; e Baixo Paraguaçu,
trecho de clima úmido que faz parte do Recôncavo (SEDUR, 2016).

No baixo curso do Rio Paraguaçu, destaca-se a represa de Pedra do Cavalo, que abrange no seu
entorno áreas dos municípios de Feira de Santana, Antônio Cardoso, Santo Estevão, Cabaceiras
do Paraguaçu, Governador Mangabeira, Cachoeira, Conceição da Feira e São Gonçalo dos
Campos. Essa represa é responsável pela maior parte do abastecimento do SIAA de Salvador,
assim como diversos outros sistemas que abastecem municípios da região (SEDUR, 2016).

Em virtude da sua importância regional como manancial de abastecimento humano, foi criada por
meio do Decreto nº 6.548, de 18 de julho de 1997, a APA do Lago de Pedra do Cavalo, com área
de 30.156 ha, englobando territórios dos Municípios de Conceição de Feira, Cachoeira, Antônio
Cardoso, Santo Estevão, Governador Mangabeira, Castro Alves, Cruz das Almas, Feira de Santana,
Muritiba, São Félix e São Gonçalo dos Campos. Cabe salientar que embora criada em 1997, essa
APA ainda não possui um Plano de Manejo. Destaca-se como principais conflitos ambientais no
território dessa APA:

✓ Lançamento de esgotos domésticos no lago;


✓ Invasão de áreas de Preservação Permanente: margens do lago e mata ciliares dos rios
tributários;
✓ Depósito de lixo irregular;
✓ Desmatamentos e queimadas;
✓ Erosão do solo;
✓ Práticas agrícolas na cota de inundação do lago.

A Figura 50 apresenta o mapa da cobertura e uso do solo da Bacia do rio Paraguaçu, onde é
possível observar que no Alto Paraguaçu, região da Chapada Diamantina, a cobertura do solo é
predominantemente de formação savânica e formação florestal. Já no médio Paraguaçu predomina
pastagem, com pequenos remanescentes de formação savânica. E no baixo Paraguaçu, onde fica

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
248
localizada a represa de Pedra do Cavalo, é possível observar também a ocorrência de pastagem e
formação florestal.

Figura 50 – Cobertura e Uso do Solo - Bacia do rio Paraguaçu

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

Na quase totalidade da represa é possível perceber que a faixa de vegetação nas margens do rio,
a mata ciliar, fundamental para minimizar o carreamento de solo e de poluentes, não tem sido
preservada. Além disso há a presença de áreas com fortes declividades do relevo e acentuada
morfodinâmica, deixando o rio suscetível à erosão e ao assoreamento. A Figura 51 evidencia esses
fatos.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
249
Figura 51 – Vista da situação da mata ciliar e presença significativa de macrófitas no local
da captação do SIAA Salvador

Fonte: CSB Consórcio, 2021.

De acordo com o PARMS (2016), a represa de Pedra do Cavalo acumula reservas bem superiores
à vazão destinada ao SIAA de Salvador, entretanto, tem sua disponibilidade para este sistema
limitada à capacidade da adutora existente (7,0m³/s), correspondente à primeira de três etapas
previstas no projeto da barragem, que totalizam 21,0m³/s. Devido ao oneroso custo de implantação
da 2ª. etapa, que possibilitaria o acréscimo de mais 7,0m³/s ao SIAA de Salvador, sua construção
foi preterida nos Planos anteriores em favor da utilização da represa de Santa Helena, para reforço
da vazão captada em Joanes II destinada à ETA Principal.

O Quadro 42 apresenta os pontos de monitoramento da represa Pedra do Cavalo no âmbito do


Programa Monitora e suas respectivas localizações.

Quadro 42 – Pontos de Monitoramento da Represa Pedra do Cavalo


Ponto Município Lat/Long Localização
12°25'24" Na barragem de Pedra do Cavalo (braço leste), a
São Gonçalo dos
PRG-BCV-001 jusante de Feira de Santana, antes da foz do Rio
Campos 39°2'48"
Jacuípe.
12°30'24" Na barragem de Pedra do Cavalo, na travessia de
PRG-BCV-002 Santo Estevão balsa de Cabaceiras do Paraguaçu para Santo
39°11'20"
Estevão; extensão da BA-491/BA-120.
12°32'37" Em um braço da barragem de Pedra do Cavalo que é
PRG-BCV-003 Santo Estevão abastecida pelo rio Paraguaçu, ao final da BA-862 em
39°16'3"
direção ao lago.
12°32'27" Na barragem de Pedra do Cavalo, na zona rural de
Conceição de Feira, (aproximadamente 5 km ao sul
PRG-BCV-004 Conceição da Feira
39°1'46" de Conceição de Feira), próximo da captação de água
feita pela EMBASA.
Fonte: Inema, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
250
O Quadro 43 engloba o IQA da represa Pedra do Cavalo calculado com base nos resultados
encontrados nas campanhas de amostragem realizadas no período de 2016 a 2019, que indicou a
qualidade da água da represa como Boa e Ótima.

O Quadro 44, engloba o IET da represa Pedra do Cavalo, com base nos resultados encontrados
nas campanhas de amostragem realizadas no período de 2016 a 2019, indicando o grau de
eutrofização do curso d’água Mesotrófico e Eutrófico, em sua maioria. Apenas na campanha de
2018.4

Quadro 43 – IQA da represa Pedra do Cavalo no período de 2016 a 2021


IQA
Campanhas
PRG-BCV-001 PRG-BCV-002 PRG-BCV-003 PRG-BCV-004
2016.1 76 80 83 73
2016.2 69 77 77 73
2016.3 78 73 66 82
2016.4 80 79 81 81
2017.1 76 67 55 74
2017.2 82 66 83 80
2017.3 82 70 82 78
2017.4 80 70 74 73
2018.1 67 78 71 64
2018.2 72 68 76 83
2018.3 77 69 71 63
2018.4 66 60 85 80
2019.1 68 79 55 65
2019.2 79 67 75 80
2019.3 81 84 78 82
2019.4 68 79 73 78
2020.2 75 75 63 71
2020.3 75 74 78 72
2021.1 81 75 67 66
Fonte: Inema, 2021.

Quadro 44 – IET da represa Pedra do Cavalo no período de 2016 a 2021


IET
Campanhas
PRG-BCV-001 PRG-BCV-002 PRG-BCV-001 PRG-BCV-004
2016.1 61 53 53 50
2016.2 60 56 57 56
2016.3 57 54 57 60
2016.4 56 55 62 56
2017.1 58 56 61 60
2017.2 57 55 56 56
2017.3 57 59 58 60

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251
IET
Campanhas
PRG-BCV-001 PRG-BCV-002 PRG-BCV-001 PRG-BCV-004
2017.4 59 57 57 56
2018.1 59 58 62 60
2018.2 60 59 59 60
2018.3 61 62 58 62
2018.4 60 64 59 61
2019.1 57 57 57 57
2019.2 63 58 55 60
2019.3 62 59 57 60
2019.4 60 58 57 58
2020.2 61 60 59 61
2020.3 61 55 50 58
2021.1 60 59 56 60
Fonte: Inema, 2021.

6.4. BACIA DO RIO DO COBRE

A bacia Hidrográfica do rio do Cobre (Figura 52) ocupa grande parcela do território do Subúrbio
Ferroviário da cidade de Salvador, possui uma área de 20,65Km², correspondendo a 6,69% da área
de Salvador, sendo considerada a quinta maior bacia do município. É limitada ao norte pela Bacia
Hidrográfica do Ipitanga, a Leste pela Bacia Hidrográfica do Jaguaribe, a Oeste pela Bacia
Hidrográfica do Paraguari e pela Bacia de drenagem natural de Plataforma e ao Sul pelas Bacias
Hidrográficas Pedra/Pituaçu e Camarajipe e pela bacia de drenagem natural de Itapagipe.

O Rio do Cobre tem sua principal nascente na Lagoa da Paixão, no bairro Moradas da Lagoa. É
cortado pela BA-528 (Estrada da Base Naval de Aratu), sendo barrado em seu médio curso pela
represa de mesmo nome, outrora importante manancial de abastecimento da região, área protegida
e enquadrada como “Parque Florestal da Represa do Cobre”. A Represa do Cobre separa alguns
bairros da margem direita (Alto da Terezinha e Rio Sena), do bairro Pirajá, na margem esquerda,
passa pelo Parque São Bartolomeu e deságua na Enseada do Cabrito, onde as pressões urbanas
são maiores, comprometendo, portanto, a qualidade das águas do estuário e da referida enseada.
Também fazem parte dessa Bacia os bairros de Valéria, Porto Seco Pirajá e São João do Cabrito.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
252
Figura 52 – Bacia Hidrográfica do Rio do Cobre com delimitação da APA

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

A Figura 53 apresenta o mapa de cobertura e uso do solo na bacia do rio do Cobre, onde é possível
perceber que a maior parte do território é de ocupação urbana, apesar de apresentar uma
considerável área de cobertura vegetal, com significativos remanescentes da Mata Atlântica,
especialmente no entorno da Represa do Cobre, onde existe uma área de aproximadamente 63ha
de remanescentes florestais e Floresta Ombrófila em estágios iniciais e médios de regeneração,
conforme pode-se observar na Figura 54.

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Figura 53 – Cobertura e uso do solo - Bacia do Rio do Cobre

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
254
Figura 54 – Vista da cobertura vegetal no entorno da Represa do Cobre

Fonte: Correio Suburbano, 2021.

Salienta-se que é uma bacia que além da importância pelo aspecto ecológico possui uma
importância histórica e cultural. Foi nessa área que ocorreu a Batalha de Pirajá pela Independência
da Bahia, entre final de junho e 2 de julho de 1823. Nessa área também estão contidas as Unidades
de conservação APA da Bacia do Cobre / São Bartolomeu, Parque Metropolitano de Pirajá e o
Parque Municipal de São Bartolomeu.

A área denominada Parque São Bartolomeu representa a maior referência dos cultos afro-
brasileiros e seus atributos naturais formam um santuário, objeto de culto e peregrinação desde a
metade do Século XIX. No Século XVII foi cenário de lutas de resistência à invasão holandesa. No
Século XIX, sítio de quilombos, com destaque para o Quilombo dos Urubus, além de lutas que
contribuíram para a consolidação da independência política nacional como a Batalha de Pirajá
(Inema, 2021).

Dentro dessa Bacia está incluída a APA Bacia do Cobre / São Bartolomeu criada por meio do
Decreto Estadual nº 7.970 de 5 de junho de 2001. Essa APA, que compreende uma extensão
territorial de aproximadamente 1.134 ha, está localizada na borda oriental da Baía de Todos os
Santos, na região do Subúrbio Ferroviário, abrangendo os municípios de Salvador e Simões Filho.

Como atributos naturais, a APA caracteriza-se por uma grande diversidade de ambientes
distribuídos em uma reduzida porção territorial onde se inclui: floresta ombrófila densa, ambientes

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
255
fluvio-marinhos, pântanos, manguezais, rios e cascatas. Ao centro se destaca a represa do cobre
(reserva de água potável), que guarda paisagens bucólicas às margens do grande espelho d’água
permeando vales. À montante, destacam-se a lagoa da paixão e as nascentes do rio do cobre.

Como principais conflitos ambientais no território da APA destacam-se: desmatamento, queimadas;


extração ilegal de substancias minerais; lançamentos de esgotos domésticos; disposição de lixo em
local inadequado; ocupações espontâneas destituídas de infraestrutura básica de saneamento;
caça predatória (INEMA, 2021).

6.5. AQUÍFERO SÃO SEBASTIÃO

O aquífero São Sebastião, apesar de ainda não ser utilizado como manancial do SIAA de Salvador,
é um dos mananciais mais importantes da Bacia do Recôncavo Norte em razão do extraordinário
potencial de acumulação de água subterrânea de excelente qualidade para o atendimento de usos
nobres.

Porém, a ausência de controle das atividades exercidas nessas extensas áreas de recarga, em
parte devido à inexistência de estudos específicos, configura-se como um fator de risco à
manutenção da disponibilidade e qualidade das águas do aquífero São Sebastião. Considerando
sua extensa área de domínio, compreendendo expressiva área da RMS, e sua importância como
reserva estratégica para usos futuros, principalmente para o abastecimento humano, inclusive dos
municípios que integram o SIAA de Salvador e Recôncavo, torna imprescindível a necessidade de
zoneamento do aquífero, em especial de suas áreas de recarga, muito importantes para assegurar
a reposição de águas e garantia da qualidade (Embasa, 2020).

O PARMS destaca que para subsidiar o estabelecimento de diretrizes de utilização e proteção


desse aquífero são necessárias seguir as seguintes etapas: Atualização do inventário dos poços,
sistemas associados e atualização da base de dados; Estudos hidrogeológicos; Zoneamento dos
usos e ocupação do solo; Mapeamento de vulnerabilidade e risco de poluição; Zoneamento e
diretrizes para áreas de proteção do aquífero; Lei Específica da Área de Proteção do Aquífero São
Sebastião na bacia do Recôncavo Norte. Salienta-se que a Resolução do Conama nº 396/2008
estabelece que compete aos órgãos ambientais em conjunto com os órgãos gestores dos recursos
hídricos promover a implementação de Áreas de Proteção de Aquíferos (Embasa, 2020).

Visando atender uma dessas demandas sinalizadas no PARMS, em 2018 a Embasa, no âmbito do
Programa de Cooperação Técnica PCT BRA/IICA/16/003 com o Instituto Interamericano de
Cooperação para a agricultura (IICA), contratou por meio do Edital de Concorrência nº 074-2018,

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
256
uma consultoria especializada para elaborar o “Estudo Hidrogeológico da Borda Leste da Bacia do
Recôncavo”.

Esse estudo cujo objetivo geral foi elaborar um diagnóstico hidrogeológico e hidrogeoquímico da
área de estudo, por meio do desenvolvimento de um modelo conceitual e numérico, com foco no
Sistema Aquífero Marizal São Sebastião, teve como expectativas aprimorar o entendimento da
hidrogeologia regional; avaliar e quantificar a potencialidade do Sistema Aquífero Marizal São
Sebastião; quantificar a disponibilidade hídrica com respeito à demanda atual e futura; identificar
áreas e/ou regiões mais vulneráveis à superexplotação; criar, por meio do desenvolvimento do
modelo numérico de fluxo e transporte, uma ferramenta de apoio à gestão dos recursos hídricos
subterrâneos. O trabalho foi desenvolvido tomando como base as informações existentes e
disponibilizadas pela Embasa ou por intermédio da mesma junto a outras instituições, a exemplo
da Cerb, Inema, UFBA, Cetrel e CPRM. A área total do referido estudo foi de aproximadamente
1.800 Km² e abrangeu principalmente a borda leste da Bacia Sedimentar do Recôncavo. Essa área
cobre total ou parcialmente 10 municípios da RMS, conforme indicado na Tabela 18 e na Figura 55.

Tabela 18 – Municípios cobertos total ou parcialmente pelo Estudo Hidrogeológico da


Borda Leste da Bacia do Recôncavo

Percentual do território
Área Total Área de Estudo
Município inserido na área de estudo
(Km²) (Km²)
(%)
Camaçari 784,1 71,9% 563,8
Candeias 258,2 94,9% 245
Dias D' Ávila 184,1 100,0% 184,1
Lauro de Freitas 57,7 9,2% 5,3
Madre de Deus 32,0 6,3% 2
Mata de São João 632,8 23,5% 148,7
Salvador 692,8 0,1% 0,4
São Sebastião do Passé 537,9 67,3% 362
São Francisco do Conde 264,0 53,0% 140
Simões Filho 201,1 76,4% 153,6
Fonte: Embasa, 2021.

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257
Figura 55 – Localização e extensão da área do estudo Hidrogeológico da Borda Leste da
Bacia do Recôncavo

Fonte: Embasa / IICA, 2019.


A área de estudo se situa em duas unidades geotectônicas da porção meridional da Plataforma Sul-
Americana (Almeida, 1977), sendo estas as rochas arqueanas do Cráton São Francisco
(embasamento cristalino) e as rochas sedimentares da Bacia do Recôncavo, nas quais ocorrem
campos de óleo e gás em profundidade, enquanto as formações mais rasas (<1Km de profundidade)
se constituem em reservatórios de água subterrânea (aquíferos).

• Embasamento cristalino: é representado pelo Cinturão Bahia Oriental, também conhecido


como Cinturão Salvador Esplanada, que consiste em um segmento crustal estruturado na
direção NE-SW limitado por zonas de cisalhamento transcorrentes sinistrais, composto por
ortognaisse bimodal, de fácies anfibolito, com termos félsico, tonalítico-granodiorítico e
máfico, gabro anfibolitizado.
• Bacia do Recôncavo: é uma província geológica preenchida por uma seção de idade juro-
cretácea com sete quilômetros de espessura de sedimentos em sua porção mais espessa
(Netto e Oliveira, 1985). Compreende a porção sul do sistema de hemi-grábens com direção

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
258
N-NE que forma o rift “Recôncavo-Tucano-Jatobá” (Silva et al., 2007). Dentre as bacias
sedimentares utilizadas para captação de água subterrânea, a do Recôncavo é a mais
explotada, com poços de até 420m de profundidade e produção máxima superior a 400m³/h
(Oliveira et al.,2007).

Figura 56 – Seção NW-SE da bacia do recôncavo na área de estudo

Fonte: Embasa, 2021 apud adaptado de Magnavita, 1992.

No que concerne à Hidrogeologia, foi elaborado um mapa de vulnerabilidade intrínseca de aquíferos


para a área de estudo, segundo a metodologia DRASTIC, a partir do qual é possível concluir que
predominam na área de estudo aquíferos com vulnerabilidade intrínseca baixa a moderada. Esta
classificação está associada a diversos fatores, dentre os quais a profundidade do nível d’água no
aquífero livre, tipos de solo e taxas de infiltração da água de chuva. O significado principal desta
avaliação é a indicação de que a maior parte da área de estudo apresenta baixa susceptibilidade a
ter os recursos hídricos subterrâneos afetados por eventos de contaminação ocorridos em
superfície.

Na área de estudo foram identificadas 8 unidades hidroestratigráficas, dentre as quais se destaca,


tanto pela sua extensão quanto por sua capacidade produtiva, o aquífero São Sebastião.
Sobrepostos ao mesmo, e de forma subordinada, ocorrem aquíferos de menor porte representados
pela Formação Marizal e pelo Grupo Barreiras.

Para os fins estudo hidrogeológico realizado, denominou-se o conjunto destas unidades como o
Sistema Aquífero Marizal São Sebastião. Em termos relativos, os sedimentos da Formação São
Sebastião armazenam aproximadamente 97,7% dos recursos hídricos subterrâneos neste sistema
aquífero, seguidos pela Formação Marizal (2%) e pelo Grupo Barreiras (0,3%).

As taxas de recarga estimadas para a região ficaram entre 2,5% e 21% da precipitação média anual,
dependendo das características de cada sub-região dentro da área de estudo, em especial aquelas

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
259
relacionadas ao tipo de solo e declividade. Estes valores de recarga foram reavaliados e calibrados
na etapa de modelagem numérica de fluxo.

Dentre as demais unidades hidroestratigráficas, algum destaque se dá às porções arenosas do


Grupo Ilhas e, de forma muito subordinada, ao aquífero fissural do Complexo Granulítico, que
podem apresentar localmente recursos relevantes para abastecimento hídrico em pequena escala.
Para fins de cálculo da reserva hídrica permanente, no entanto, levou-se em consideração apenas
o Sistema Aquífero Marizal São Sebastião, que tanto em função do volume quanto da qualidade da
água, é o mais explotado na região, em particular na área de abrangência do Plano de
Gerenciamento de Recursos Hídricos do Polo Petroquímico de Camaçari. Já a reserva renovável
foi estimada tanto para o Sistema Aquífero Marizal São Sebastião, separadamente, quanto para a
área de estudo como um todo, que inclui outros aquíferos.

Os parâmetros hidrodinâmicos obtidos a partir da interpretação de ensaios de recuperação


realizados na área de estudo para o Sistema Aquífero Marizal São Sebastião revelam um sistema
aquífero permeável e com alto potencial produtivo.

No que concerne à hidroquímica, o estudo concluiu que a água subterrânea captada dos aquíferos
e distribuída pela Embasa apresenta ótima qualidade. Trata-se de águas levemente ácidas, com
baixos teores de cloreto e nitrato e, em geral, com baixa salinidade (indicada pelas baixas médias
e medianas de condutividade elétrica), podendo ocorrer localmente concentrações elevadas de
ferro.

O ferro presente na água não apresenta um controle bem estabelecido com respeito à litologia ou
profundidade dos poços tubulares. Concentrações mais elevadas de nitrato na área de estudo
tampouco apresentam uma correlação aparente com a profundidade dos poços. Deste modo, as
ocorrências de concentrações localmente elevadas destes compostos são interpretadas como
condições pontuais do aquífero, associadas ao uso e ocupação do solo.

Na área de estudo avalia-se que o aumento localizado na salinidade da água subterrânea esteja
associado a áreas com menores índices de pluviosidade e maiores taxas de evapotranspiração,
que em geral correspondem às áreas mais afastadas do litoral, tais como o município de São
Sebastião do Passé. Deste modo, chega-se à conclusão de que a evapotranspiração que ocorre na
zona vadosa (zona não saturada) consiste em um importante mecanismo natural de salinização da
água subterrânea, podendo a interação água-rocha influenciar de forma subordinada este processo.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
260
7. DIAGNÓSTICO TÉCNICO E OPERACIONAL DO SERVIÇO DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA

7.1. ANÁLISE DA COBERTURA ATUAL DE ATENDIMENTO

7.1.1. PANORAMA DA SITUAÇÃO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA NO MUNICÍPIO – CENSO


DEMOGRÁFICO DO IBGE 2010 E PNAD

Para traçar um panorama inicial do abastecimento de água no município de Salvador, serão


analisados os dados disponíveis do último Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, que
retratam a situação do abastecimento de água a partir do levantamento de informações diretamente
nos domicílios do município. Apesar da defasagem temporal, considera-se importante a análise
destas informações por serem as únicas disponíveis com esse nível de detalhamento. No item 7.1.4
serão abordadas as informações relativas à cobertura de atendimento pelo serviço de
abastecimento de água prestado pela Embasa em Salvador.

De acordo com o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE (2010), 98,9% dos domicílios de
Salvador eram atendidos por rede geral de abastecimento de água em Salvador, sendo que o
restante dos domicílios era atendido por poços ou nascentes, carro pipa ou água de chuva, rio,
açude, lago ou igarapé ou outras formas de abastecimento, como pode ser observado na Tabela
19.

Tabela 19 – Formas de abastecimento de água em Salvador


Forma de População Total População Urbana População Rural
abastecimento de Quantidade de Quantidade de Quantidade de
água % % %
domicílios domicílios domicílios
Rede geral 849.341 98,89% 849.128 98,89% 213 97,26%
Poço ou nascente 3.527 0,41% 3.523 0,41% 4 1,83%
Carro-pipa ou água
783 0,09% 782 0,09% 1 0,46%
da chuva
Rio, açude, lago ou
59 0,01% 59 0,01% 0 0,00%
igarapé
Outra 5.177 0,60% 5.176 0,60% 1 0,46%
Total 858.887 100,00% 858.668 100,0% 219 100,00%
Fonte: IBGE, 2010.

Conforme já detalhado anteriormente no Produto E1A, de acordo com o Censo de 2010 do IBGE,
apenas 219 domicílios de Salvador foram classificados como rurais, sendo que todos se localizam
na Ilha dos Frades, que de acordo com os levantamentos de campo, possui localidades com
características urbanas. Por outro lado, todas as localidades da Ilha de Maré foram classificadas
como zona urbana pelo IBGE, enquanto no levantamento de campo foi possível observar que

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
261
existem localidades com características rurais nesta Ilha, e, portanto, entende-se que houve um
equívoco por parte do IBGE ao realizar essa classificação do território de Salvador.

Analisando os dados da Tabela 19 para a zona urbana e rural, observa-se não há grande diferença
entre as formas de abastecimento de água, sendo a maior parte dos domicílios atendidos por rede
geral, tanto na zona urbana quanto na zona rural, considerando a classificação de acordo com os
critérios definidos pelo IBGE.

Como as ilhas de Salvador (Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e Ilha de Maré) possuem
características muito diversas do restante do município de Salvador, apresenta-se a seguir as
formas de abastecimento de água existentes no subdistrito de Maré do IBGE, que inclui as 3 ilhas.

Tabela 20 - Formas de abastecimento de água nas Ilhas de Salvador


Forma de abastecimento de água Quantidade de domicílios %
Rede geral 1.777 95,0%
Poço ou nascente 12 0,6%
Carro-pipa ou água da chuva 1 0,1%
Rio, açude, lago ou igarapé 0 0,0%
Outra 81 4,3%
Total 1.871 100,0%
Fonte: IBGE, 2010.

Analisando as tabelas, observa-se que mesmo analisando separadamente as ilhas do município, o


atendimento por rede geral de abastecimento de água já era bastante elevado em 2010, de acordo
com o IBGE.

Na Figura 57 é possível visualizar que pouquíssimos setores censitários apresentaram percentuais


baixos (40 a 70%) ou muito baixos (menor que 40%) de domicílios com atendimento por rede geral
de abastecimento de água em 2010.

Na região norte da cidade, próximo dos limites municipais de Lauro de Freitas e Simões Filho é
possível visualizar uma região grande com percentual muito baixo (menor que 40%) de domicílios
com atendimento por rede geral de abastecimento de água em 2010. Como pode ser visto na figura,
esta região se localiza dentro da APA Joanes/Ipitanga, onde existe o bairro Cassange, que até os
dias atuais não é abastecido integralmente pelo sistema de abastecimento de água da Embasa, por
se tratar de área localizada dentro de área de proteção ambiental. De acordo com as informações
fornecidas pela Embasa, o bairro só poderá ser atendido integralmente pela rede pública de
distribuição de água, quando for implantada solução coletiva de esgotamento sanitário, que
atualmente encontra-se em fase de elaboração de projeto. Ressalta-se que uma parte do bairro já
atendida atualmente pela rede de distribuição da Embasa.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
262
Figura 57- Abastecimento de água por rede geral em Salvador (2010)

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

Buscando dados mais atuais do IBGE, consultou-se a Pesquisa Nacional por Amostras de
Domicílios (PNAD) continua realizada no período de 2016 a 2019, para o município de Salvador,
cujos dados podem ser verificados na Tabela 21.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
263
Tabela 21 – Tipo de solução de abastecimento de água segundo a PNAD 2016 a 2019
Percentual dos Domicílios Amostrados
Tipo de Solução
2016 2017 2018 2019
Rede geral de distribuição 99,8% 99,5% 99,7% 99,6%
Poço profundo ou artesiano 0,0% 0,1% 0,1% 0,2%
Poço raso, freático ou cacimba 0,1% 0,2% 0,1% 0,0%
Fonte ou nascente 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Outra 0,1% 0,2% 0,1% 0,3%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: IBGE PNAD Continua (2016 a 2019).

Desses domicílios da amostra que são atendidos por rede pública de água, que consiste na maioria,
todos os anos superior a 99%, observa-se que de 2016 para 2019 aumentou o percentual com
frequência de atendimento diária, passando de 85,2% para 91%, conforme pode ser observado na
Figura 58.

Figura 58 – Frequência do fornecimento de água pela rede pública em proporção de


domicílios, segundo dados da PNAD Contínua, 2016-2019
100,0%
90,8% 91,0%
85,2% 87,2%
90,0%
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
8,6% 6,1%5,6%
10,0% 4,0% 4,2%4,0% 5,0%
2,0%
0,0%
2016 2017 2018 2019

Diária De 4 a 6 dias na semana De 1 a 3 dias na semana

Fonte: IBGE PNAD Continua, 2016 a 2019.

7.1.2. COBERTURA DE ATENDIMENTO PELO SERVIÇO PÚBLICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA -


PROJETO QUALISALVADOR

Conforme já sinalizado no item de estudos existentes, recentemente foi publicado os resultados do


Projeto QualiSalvador, que realizou uma pesquisa amostral em 15.260 domicílios no período de
2018 a 2020, distribuídos nos diversos bairros da cidade do Salvador.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
264
Em relação ao tipo de abastecimento de água (Tabela 22), segundo os dados obtidos no âmbito do
QUALISalvador, quase a totalidade dos domicílios do município (98,9%) possui acesso à rede
pública de abastecimento de água, estando maior que a média brasileira (85,5%) e próximo da
universalização do acesso. Esse valor está bem próximo do obtido no item anterior do referido
diagnóstico que foi de 99,24% para o índice de cobertura e 98,26% para o índice de atendimento
conforme metodologia já detalhada. Também está equiparado a PNAD do IBGE que obteve valores
acima de 99% no período de 2016 a 2019.

Tabela 22 – Tipo de abastecimento de água, 2018-2020 (N = 15.260)


Tipo N % Acumulado
Rede de distribuição de água da Embasa 14.980 98.17 98.17
Rede de distribuição de água da Embasa/ poço escavado ou tubular
31 0,20 98,37
implantado na área do domicílio
Rede de distribuição de água da Embasa/ poço tubular implantado pelo
31 0,20 98.57
condomínio com tratamento de água
Rede de distribuição de água da Embasa/ poço tubular implantado pelo
12 0,08 98,65
condomínio sem tratamento de água
Rede de distribuição de água da Embasa/ fonte, lagoa ou rio 16 0,11 98,76
Rede de distribuição de água da Embasa/ poço tubular implantado pelo
condomínio com tratamento de água/ poço tubular implantado pelo 14 0,09 98,85
condomínio sem tratamento de água
Poço escavado ou tubular implantado na área do domicílio 33 0,22 99,07
Poço escavado ou tubular implantado na área do domicílio/ poço tubular
9 0,06 99,13
implantado pelo condomínio com tratamento da água
Poço tubular implantado pelo condomínio com tratamento de água 20 0,13 99,26
Poço tubular implantado pelo condomínio sem tratamento de água 4 0,03 99,29
Fonte, lagoa ou rio 20 0,13 99,42
Outro 90 0,58 100
Total 15.260 100
Fonte: QualiSAlvador, 2021.

Nos 1,15% dos domicílios que não possuem atendimento via rede pública de abastecimento de
água, o projeto percebeu que eles têm indicadores que revelam uma desigualdade quando
analisado por bairro (Figura 59). Isso significa que ainda existem famílias que acessam a água por
meio de outras fontes, condição que desponta uma provável precariedade em termos de qualidade
e quantidade de água. Entre os domicílios que não acessam a rede pública de distribuição de água,
destacam-se as seguintes características:

✓ Cerca de 59,6% têm uma mulher como responsável pelo domicílio;


✓ Apenas 9,3% dos responsáveis têm cor/etnia branca;
✓ Cerca de 9,1% dos responsáveis têm nível superior;
✓ Cerca de 86% dos domicílios têm renda familiar mensal menor que três salários mínimos;

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
265
✓ Em aproximadamente 66,3% dos domicílios, as famílias viviam em estado de insegurança
alimentar.

Figura 59 – Proporção de domicílios (%) com acesso à rede pública de água por bairros,
2018-2020 (N = 15.260)

Fonte: QualiSalvador, 2021.

Avaliando a Figura 6, percebe-se que a proporção de domicílios com acesso à rede de distribuição
de água operada pela Embasa, varia de 75,8% a 100%, ou seja, a rede abrange quase a totalidade
dos bairros. Os domicílios com os menores percentuais em sua maioria, estão localizados em
bairros do Subúrbio Ferroviário e em parte do Miolo de Salvador, especialmente na direção sul-
norte. Essa figura mostra ainda que, mesmo em bairros onde reside a população com maior poder
aquisitivo, existem domicílios que usam outra fonte de água, a exemplo de poços tubulares, com ou
sem tratamento, para diminuir o valor das contas mensais a serem pagas à Embasa.

7.1.3. ANÁLISE DOS INDICADORES DO PLANSAB RELATIVOS AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

No Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), elaborado em 2013, foram definidos


indicadores relacionados ao abastecimento de água para a avaliação da situação dos serviços e a
caracterização do déficit em todo o país, utilizando o conceito de déficit em saneamento básico,
apresentado na Figura 60.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
266
Figura 60 - Conceito de déficit em saneamento básico adotado no Plansab

Fonte: Plansab, 2013.

Para o abastecimento de água, o Plansab (2013) definiu as situações consideradas como


atendimento adequado, atendimento precário e sem atendimento, conforme Quadro 45.

Quadro 45 – Definição de deficit no abastecimento de água, de acordo com o Plansab


ATENDIMENTO DÉFICIT
ADEQUADO Atendimento precário Sem atendimento
- Dentre o conjunto com fornecimento de água
por rede e poço ou nascente, a parcela de
Fornecimento de água domicílios que:
Todas as situações não
potável por rede de – Não possui canalização interna;
enquadradas nas
distribuição ou por poço, – recebe água fora dos padrões de
definições de
nascente ou cisterna, com potabilidade;
atendimento e que se
canalização interna, em – tem intermitência prolongada ou
constituem em práticas
qualquer caso sem racionamentos.
consideradas
intermitências (paralisações – Uso de cisterna para água de chuva, que
inadequadas
ou interrupções) forneça água sem segurança sanitária e, ou, em
quantidade insuficiente para a proteção à saúde.
– Uso de reservatório abastecido por carro pipa.
Fonte: Plansab, 2013.

Em 2018 a então Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do extinto Ministério das Cidades
(atual Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional) iniciou o

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
267
processo de revisão do Plansab, que atualmente está em fase final de avaliação pelos Conselhos
Nacionais da Saúde, do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos.

Para a avaliação da situação dos serviços de abastecimento de água e a caracterização do déficit


em todo o território nacional, o Plansab definiu indicadores relativos ao abastecimento de água, que
sofreram algumas alterações na versão atualizada em 2019. Os indicadores propostos na versão
original de 2013 e na revisão de 2019 são apresentados no Quadro 46.

Quadro 46 – Indicadores do Plansab sobre o abastecimento de água


PLANSAB 2013 PLANSAB 2019
Indicador Descrição Indicador Descrição
% de domicílios urbanos e rurais
% de domicílios urbanos e rurais
abastecidos com água por rede de
A1 abastecidos por rede de distribuição e por A1
distribuição ou por poço ou
poço ou nascente com canalização interna
nascente
% de domicílios urbanos
% de domicílios urbanos abastecidos por
abastecidos com água por rede de
A2 rede de distribuição e por poço ou A2
distribuição ou por poço ou
nascente com canalização interna
nascente
% de domicílios rurais abastecidos por % de domicílios rurais abastecidos
A3 rede de distribuição e por poço ou A3 com água por rede de distribuição
nascente com canalização interna ou por poço ou nascente
% de municípios que registrou
% de análises de coliformes totais na água
percentual de amostras com
A4 distribuída em desacordo com o padrão de A4
ausência de Escherichia coli na
potabilidade
água distribuída superior a 99%.
% de economias ativas atingidas por % de economias ativas atingidas
A5 paralisações e interrupções sistemáticas A5 por intermitências no
no abastecimento de água abastecimento de água
Índice de perdas na distribuição de água % do Índice de perdas de água na
A6 A6
(%) distribuição de
% de municípios cujos prestadores
% de prestadoras que cobram pelo serviço
A7 A7 cobram pelo serviço de
de abastecimento de água
abastecimento de água
% de domicílios urbanos e rurais
abastecidos com água por rede de
- - A8 distribuição que possuem
instalações intradomiciliares de
água
Fonte: Plansab, 2013.

Os indicadores A1, A2, A3 e A8 do Plansab buscam caracterizar o déficit em relação ao atendimento


com abastecimento de água adequado na zona urbana e na zona rural dos municípios brasileiros,
e, portanto, esses indicadores foram calculados para o município de Salvador, utilizando os dados
do Censo Demográfico do IBGE de 2010. Os demais indicadores do Plansab serão abordados
posteriormente, nos itens que abordam a qualidade dos serviços prestados pela Embasa no
município.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
268
Para o cálculo do indicador A8 do Plansab, verificou-se que a informação relativa à existência de
canalização interna nos domicílios está publicada nos Resultados Gerais da Amostra e não nos
Resultados do Universo do Censo Demográfico e, portanto, a quantidade de domicílios onde foi
levantada essa informação é diferente da quantidade total de domicílios que compõe o universo
pesquisado no Censo Demográfico de 2010. Na Tabela 23 apresenta-se os resultados obtidos nos
resultados gerais da amostra para o município de Salvador no Censo Demográfico de 2010 em
relação à existência de canalização interna para cada forma de abastecimento de água identificada
pelo IBGE.

Tabela 23 – Percentual de domicílios com canalização interna por forma de abastecimento


de água em Salvador
Com canalização interna Sem canalização interna
Forma de em pelo menos um em pelo menos um Total
abastecimento de cômodo cômodo
água Quantidade de Quantidade de Quantidade
% % %
domicílios domicílios de domicílios
Rede geral 821.569 96,73% 27.791 3,27% 849.360 100,00%
Poço ou nascente
(dentro ou fora da 1.802 90,74% 184 9,26% 1.986 100,00%
propriedade)
Outra forma 1.561 21,83% 5.590 78,17% 7.151 100,00%
Total 824.932 33.565 858.497
Fonte: IBGE, 2010.

A partir dos dados da Tabela 19 e da Tabela 23 foi possível calcular os indicadores A1, A2, A3 e A8
do Plansab para o município de Salvador, conforme pode ser observado na Tabela 24.

Tabela 24 - Valores calculados dos indicadores do Plansab relativos à universalização do


atendimento com abastecimento de água adequado para Salvador
Valor atual Meta para a região
Indicador Descrição para Salvador Nordeste
(IBGE 2010) 2023 2033
% de domicílios urbanos e rurais abastecidos com
A1 água por rede de distribuição ou por poço ou 99,30% 91,00% 97%
nascente
% de domicílios urbanos abastecidos com água por
A2 99,30% 96,90% 100%
rede de distribuição ou por poço ou nascente
% de domicílios rurais abastecidos com água por
A3 99,09% 65,40% 80%
rede de distribuição ou por poço ou nascente
% de domicílios urbanos e rurais abastecidos com
A8 água por rede de distribuição que possuem 96,73% 98,50% 100%
instalações intradomiciliares de água
Fonte: IBGE, 2010.

Ao se analisar os valores dos indicadores do município de Salvador, observa-se que considerando


os critérios do Plansab, Salvador apresentava em 2010 valores superiores à meta definida pelo

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
269
Plansab para a região Nordeste em 2033 nos indicadores A1 e A3, enquanto para o indicador A2
(relativo à zona urbana) o valor é inferior à meta para 2033 e superior à meta definida para 2023.

Apenas para o indicador A8, relativo à existência de canalização interna nos domicílios abastecidos
por rede geral observa-se que valor obtido para 2010 é inferior à meta definida para 2023 e para
2033, sendo necessária uma nova avaliação após a realização do próximo Censo Demográfico, que
estava previsto para ocorrer em 2020, entretanto, devido à Pandemia de COVID-19 foi adiado e
atualmente possui previsão de realização no ano de 2022.

7.1.4. COBERTURA ATUAL DE ATENDIMENTO PELO SERVIÇO PÚBLICO DE ABASTECIMENTO DE


ÁGUA

Para o cálculo da cobertura atual de atendimento pelo serviço público de abastecimento de água
em Salvador é necessário avaliar o percentual dos domicílios existentes no município que são
atendidos pelo serviço prestado atualmente pela Embasa. Para tanto, utiliza-se o conceito de
“economias de água”, definidas como sendo as unidades de consumo independente para efeito de
faturamento, ou seja, uma “economia de água” equivale a um domicílio atendido pelo sistema de
distribuição de água. Já as ligações de água representam a ligação física dos imóveis à rede de
distribuição, e, portanto, no caso de construções verticalizadas com mais de 01 (um) apartamento,
casa e/ou sala comercial por imóvel, executa-se apenas 01 (uma) ligação de água que serve todas
as unidades de consumo, ou economias.

De acordo com os dados mais recentes do SNIS (2019), Salvador possuía 819.142 economias
residenciais ativas de água (AG013) e uma população total atendida com abastecimento de água
(AG001) de 2.535.986 habitantes, o que resulta em índice de atendimento total com abastecimento
de água (IN055) de 88,29% da população estimada pelo IBGE para o município de Salvador em
2019.

Entretanto, é necessário ressaltar que a metodologia utilizada pelo SNIS para o cálculo do índice
de atendimento com abastecimento de água (IN055) considera a população atendida informada
pela Embasa (AG001) e a população estimada pelo IBGE para o ano de referência, havendo uma
imprecisão no índice gerado, em função do valor estimado pelo IBGE para a população atual do
município, que provavelmente não corresponde à realidade e em função da taxa de ocupação
domiciliar utilizada pela Embasa para o cálculo da população atendida, com base nas economias
residenciais ativas de água.

De acordo com as informações fornecidas pela Embasa e confirmadas pela Vigilância em Saúde
Ambiental do Município (VISAMB), a única região do município que não é atendida atualmente pelo

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
270
sistema público de abastecimento de água da Embasa é uma parte do Bairro Cassange, onde a
VISAMB realiza a distribuição de hipoclorito de sódio, para garantir a potabilidade da água
consumida pela população por meio da utilização de fontes alternativas. No bairro de Cassange a
Embasa fornece também abastecimento alternativo através de contrato de Carro Pipa para as
famílias cadastradas residentes, como será detalhado posteriormente.

O restante do município de Salvador, incluindo as suas 3 ilhas (Ilha de Maré, Ilha de Bom Jesus
dos Passos e Ilha dos Frades) é atendido atualmente pelo serviço público de abastecimento de
água prestado pela Embasa, havendo situações pontuais onde os domicílios não estão ainda
ligados à rede de distribuição, por motivos variados, como por exemplo, utilização de solução
alternativa como poço ou a existência de ligação clandestina à rede.

Para realizar uma análise mais detalhada em relação à cobertura de atendimento pelo serviço
público de abastecimento de água em Salvador, foi feita a análise das informações fornecidas pela
Embasa em relação ao cadastro georreferenciado dos domicílios atendidos pela prestadora com os
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Esse cadastro foi fornecido pela
Embasa em julho/2021, e, portanto, as informações que serão analisadas a seguir possuem esta
data de referência.

As informações foram analisadas de forma comparativa entre as diferentes regiões do município,


definidas pela delimitação das áreas de abrangência de cada uma das Prefeituras Bairro, definidas
pela gestão municipal como sendo a unidade territorial de planejamento a ser adotada no PMSBI.

A partir da análise das informações utilizando ferramenta de geoprocessamento, foi possível


identificar a quantidade de economias residenciais de água existentes em cada Prefeitura Bairro,
de acordo com a classificação adotada pela Embasa para a situação das ligações e economias:

• 1 – Economias potenciais: Domicílios identificados pela Embasa que ainda não possuem
rede de distribuição disponível para realizar a ligação.
• 2 – Economias factíveis: Domicílios identificados pela Embasa que possuem rede de
distribuição disponível para realizar a ligação, mas ainda não se encontram ligados à rede.
• 3 – Economias ativas: Domicílios que estão ligados à rede de distribuição e estão em
situação ativa.
• 4 – Economias cortadas não revisadas: Domicílios ligados à rede de distribuição que
tiverem o fornecimento de água suprimido em função de débitos com a prestadora de
serviços, mas ainda passará por processo de revisão.
• 5 – Economias inativas: Domicílios ligados à rede de distribuição que tiverem o
fornecimento de água suprimido, por solicitação do cliente ou em função de débitos com a
prestadora de serviços, mas já passaram por processo de revisão.
• 6 – Economias suprimidas: Domicílios que já foram ligados à rede de distribuição, mas
atualmente encontram desabastecidas e o ramal predial já foi retirado.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
271
Para obter a quantidade de economias residenciais existentes de água, considerou-se a soma das
economias ativas, inativas, suprimidas e cortadas não revisadas, que representam os domicílios
que estão efetivamente ligados ao sistema de distribuição de água, apesar de parte deles não serem
abastecidos de forma oficial, devido a questões comerciais (corte por inadimplência ou por
solicitação do cliente). Ressalta-se que nos cálculos foram utilizadas apenas as economias
classificadas como “habitadas” no cadastro comercial da Embasa, possibilitando que fosse
considerada apenas a população efetivamente atendida pelo serviço, se aproximando de um cálculo
mais realista.

Para o cálculo da população atendida com abastecimento de água por Prefeitura Bairro, pensou-se
incialmente em utilizar a quantidade de economias residenciais ativas de esgoto, sendo adotada a
taxa de ocupação domiciliar de 3,1 habitantes/domicílio, valor obtido no Censo Demográfico de
2010 do IBGE para o município de Salvador. Por outro lado, para o cálculo da população total de
cada prefeitura bairro seria adotada a projeção populacional do IBGE para Salvador no ano de 2020,
sendo considerada a mesma proporcionalidade obtida no Censo Demográfico de 2010 entre a
população de cada prefeitura bairro, visto que não existe outra fonte de informações com o nível de
detalhamento do Censo Demográfico, que permita um cálculo mais preciso da população atual em
cada Prefeitura Bairro.

Na Tabela 25 apresenta-se a população de cada Prefeitura Bairro, considerando a projeção


populacional do IBGE para o ano de 2020, que é de 2.886.698 habitantes para o município de
Salvador.

Tabela 25 - População por Prefeitura Bairro em 2020


População em 2010 População em 2020
Prefeitura Bairro
Valor % Valor %
1 Centro / Brotas 287.088 11% 309.732 11%
2 Subúrbio / Ilhas 286.115 11% 308.682 11%
3 Cajazeiras 198.005 7% 213.623 7%
4 Itapuã 340.450 13% 367.303 13%
5 Cidade Baixa 180.432 7% 194.664 7%
6 Barra/Pituba 361.616 14% 390.138 14%
7 Liberdade/São Caetano 384.095 14% 414.390 14%
8 Cabula/Tancredo Neves 374.013 14% 403.513 14%
9 Pau da Lima 184.795 7% 199.371 7%
10 Valéria 79.047 3% 85.282 3%
Total 2.675.656 100% 2.886.698 100%
Fonte: IBGE, 2010 e IBGE, 2020.

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272
Para a realização do cálculo do índice de atendimento pelo serviço público de abastecimento de
água em cada Prefeitura Bairro por meio da metodologia descrita acima, foi avaliada a quantidade
de economias residenciais ativas de água e a quantidade de economias residenciais existentes de
água (economias ativas, inativas e cortadas não revisadas). Na Tabela 26 apresenta-se a
quantidade de economias residenciais de água por Prefeitura Bairro, assim como o valor da
população atendida (calculada utilizando a taxa de ocupação domiciliar de 3,1hab/domicílio) e a
quantidade de imóveis residenciais que constam no cadastro imobiliário da Secretaria Municipal da
Fazenda (SEFAZ).

Tabela 26 – Quantidade economias residenciais ativas e existentes de água em Salvador e


quantidade de imóveis residências no cadastro imobiliário
Economias residenciais Economias residenciais Quantidade de
ativas de água existentes de água imóveis
População
Prefeitura residenciais
em 2020
Bairro População População no cadastro
(IBGE) Quantidade Quantidade
atendida atendida imobiliário da
SEFAZ
PB Centro /
309.732 114.429 354.730 139.665 432.962 84.933
Brotas
PB Subúrbio /
308.682 64.209 199.048 100.448 311.389 35.835
Ilhas
PB Cajazeiras 213.623 63.856 197.954 100.052 310.161 37.269
PB Itapuã 367.303 132.151 409.668 168.656 522.834 90.329
PB Cidade Baixa 194.664 50.252 155.781 65.439 202.861 32.960
PB Barra / Pituba 390.138 161.111 499.444 183.338 568.348 127.365
PB Liberdade /
414.390 100.334 311.035 141.938 440.008 67.146
São Caetano
PB Cabula /
403.513 103.885 322.044 139.203 431.529 65.371
Tancredo Neves
PB Pau da Lima 199.371 55.444 171.876 73.517 227.903 33.933
PB Valéria 85.282 19.889 61.656 30.646 95.003 13.047
TOTAL 2.886.698 865.560 2.683.236 1.142.902 3.542.996 588.188
Fonte: Embasa, 2021; IBGE, 2010; IBGE, 2020; SEFAZ, 2020.

Analisando a Tabela 26 observa-se que, considerando as economias residenciais existentes de


água, em todas as Prefeituras Bairro obteve-se uma população atendida superior à população
estimada pelo IBGE, enquanto que considerando apenas as economias residenciais ativas de água
isso ocorreu nas Prefeituras Bairro Centro/Brotas. Itapuã e Barra/Pituba, indicando que
provavelmente a população atual destas Prefeituras Bairro é superior à população estimada por
meio dos critérios que foram estabelecidos. Portanto, conclui-se que não é possível utilizar a
metodologia proposta inicialmente para o cálculo do índice de atendimento, pois provocaria uma
grande distorção dos dados por Prefeitura Bairro. As distorções ocorrem em função do valor da
população total para cada Prefeitura Bairro, que foi calculada utilizando o valor da projeção

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273
populacional do IBGE para Salvador no ano de 2020, considerando a mesma proporcionalidade
obtida no Censo Demográfico de 2010 entre a população de cada prefeitura bairro, conforme
detalhado anteriormente na Tabela 25. Os resultados obtidos comprovam que não é possível
calcular a população atual de cada Prefeitura Bairro utilizando-se esta metodologia, pois a dinâmica
de crescimento populacional entre 2010 e 2020 ocorreu de forma diferente em cada região do
município de Salvador.

Como forma de comparação dos resultados, foi consultado o cadastro imobiliário da Secretaria
Municipal da Fazenda (SEFAZ), onde foi levantada a quantidade de imóveis de uso residencial
existentes neste cadastro. Como pode ser observado na Tabela 26, em todas as Prefeituras Bairro
o número de imóveis residenciais cadastrados na SEFAZ é inferior tanto ao número de economias
residenciais ativas de água quanto ao número de economias residenciais existentes de água, o que
comprova que grande parte dos domicílios de Salvador não possui uma regularização fundiária
perante o município, se caracterizando como ocupações espontâneas, as chamadas favelas,
invasões e etc, que ocorrem em todo o território municipal. De acordo com os dados da Tabela 26,
apenas 68,0% das economias residenciais ativas de água e 51,5% das economias residenciais
existentes de água cadastradas na Embasa constam no cadastro imobiliário do município.

Comparando-se os valores nas diferentes Prefeituras Bairro, observa-se que a situação mais crítica
ocorre na Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas, onde apenas 55,8% das economias residenciais ativas
e 35,7% das economias residenciais existentes de água cadastradas na Embasa constam no
cadastro imobiliário do município.

Para realizar o cálculo do índice de atendimento de água em cada Prefeitura Bairro de forma a se
aproximar o máximo possível da situação real, foi considerado no cálculo da população total das
Prefeituras Bairro as informações constantes no cadastro comercial da Embasa em relação às
economias “potenciais” e “factíveis” identificadas pela Embasa. Conforme detalhado anteriormente,
a Embasa possui o cadastro georreferenciado dos domicílios identificados que ainda não possuem
rede de distribuição disponível para realizar a ligação de água (economias potenciais) e dos
domicílios identificados que possuem rede de distribuição disponível para realizar a ligação de água,
mas ainda não se encontram ligados à rede (economias factíveis). Ressalta-se que o cadastro
georreferenciado da Embasa não contempla 100% das ligações existentes, chegando a cerca de
94% das mesmas, e, portanto, os dados gerados por meio das análises que serão apresentadas a
seguir possuem também um certo grau de imprecisão.

Na Tabela 27 apresenta-se o cálculo de dois indicadores: o índice de cobertura com abastecimento


de água (ICA) e o índice de atendimento com abastecimento de água (IAA). O índice de cobertura

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274
refere-se ao percentual de domicílios situados em locais que dispõe de rede de distribuição pronta
para atendimento com abastecimento de água, podendo os domicílios estarem ligados à rede ou
não, enquanto o índice de atendimento refere-se ao % de domicílios que estão efetivamente ligados
ao sistema de distribuição de água (economias residenciais existentes de água).

No cálculo do ICA, considerou-se a soma das economias residenciais de água existentes (ativas,
inativas, suprimidas e cortadas não revisadas) e as factíveis, visto que em todos esses casos a
infraestrutura encontra-se disponível para a população, apesar se uma parcela dos domicílios não
serem abastecidos, devido a questões comerciais (falta de pagamento de débitos com a prestadora)
ou por opção do morador, que prefere utilizar uma fonte alternativa de abastecimento de água.
Ressalta-se ainda que uma parte dos domicílios contabilizados neste indicador, provavelmente são
abastecidos irregularmente por ligações clandestinas na rede de distribuição, situação muito
frequente no município, de acordo como as informações fornecidas pela Embasa.

Em ambos os indicadores o denominador da equação corresponde à quantidade total de domicílios


existentes em cada prefeitura bairro. Devido à inexistência de informações mais precisas, conforme
já detalhado anteriormente, para esse valor foi adotada a informação do cadastro comercial da
Embasa, contabilizando as economias existentes (ativas, inativas e cortadas não revisadas) e as
economias factíveis e potenciais.

Na Tabela 27 Apresenta-se os resultados obtidos para o IAA e o ICA, utilizando a metodologia


descrita.

Tabela 27 – Índice de cobertura e índice de atendimento com abastecimento de água em


Salvador
Quantidade de Economias residenciais de água Índice de
Índice de
Prefeitura Atendime
Ativas Existentes Factíveis Potenciais Total Cobertura
Bairro nto
A B C D E=B+C+D ICA=(B+C)/E IAA=B/E
Centro /
109.511 126.767 89 313 127.169 99,75% 99,68%
Brotas
Subúrbio /
58.861 85.591 862 658 87.111 99,24% 98,26%
Ilhas
Cajazeiras 54.592 69.861 465 527 70.853 99,26% 98,60%
Itapuã 123.262 149.294 644 1.642 151.580 98,92% 98,49%
Cidade Baixa 46.974 58.609 445 517 59.571 99,13% 98,39%
Barra / Pituba 155.457 170.391 948 1.257 172.596 99,27% 98,72%
Liberdade /
91.569 119.533 879 1.673 122.085 98,63% 97,91%
São Caetano
Cabula/Tancr
96.154 120.612 525 13 121.150 99,99% 99,56%
edo Neves
Pau da Lima 53.273 67.180 336 545 68.061 99,20% 98,71%
Valéria 18.511 26.985 310 51 27.346 99,81% 98,68%

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275
Quantidade de Economias residenciais de água Índice de
Índice de
Prefeitura Atendime
Ativas Existentes Factíveis Potenciais Total Cobertura
Bairro nto
A B C D E=B+C+D ICA=(B+C)/E IAA=B/E
TOTAL 808.164 994.823 5.503 7.196 1.007.522 99,29% 98,74%
Fonte: Embasa, 2021.

Como forma de avaliar separadamente a situação em cada uma das ilhas de Salvador, que fazem
parte da Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas, calculou-se também os valores dos indicadores relativos
a cada uma das ilhas e para a parte continental do território da PB Subúrbio/Ilhas, como pode ser
observado na Tabela 28.

Tabela 28 – Índice de cobertura e índice de atendimento com abastecimento de água na


Prefeitura Bairro Subúrbio/Ilhas
Quantidade de economias residenciais de água Índice de
Índice de
Prefeitura Atendime
Ativas Existentes Factíveis Potenciais Total Cobertura
Bairro nto
Subúrbio/Ilhas ICA=(B+C)/
A B C D E=B+C+D IAA=B/E
E
Continente 56.809 83.255 860 658 84.773 99,22% 98,21%
Ilha de Bom
Jesus dos 659 701 0 0 701 100% 100,00%
Passos
Ilha dos Frades 397 427 0 0 427 100% 100,00%
Ilha de Maré 996 1.208 2 0 1.210 100% 99,83%
TOTAL 58.861 85.591 862 658 87.111 99,24% 98,26%
Fonte: Embasa, 2021.

Analisando os resultados da Tabela 27, observa-se que ao se avaliar o índice de cobertura


(domicílios com rede de distribuição disponível) todas as regiões do município apresentam índices
superiores a 98%, sendo que na região das Prefeituras Bairro Itapuã e Liberdade/São Caetano
foram identificados os menores valores (abaixo de 99%), enquanto o índice de cobertura calculado
para o município foi de 99,29%.

Por outro lado, ao se avaliar o índice de atendimento (domicílios com ligações existentes de água),
verifica-se que os valores calculados são um pouco inferiores, chegando-se a um índice de 98,74%
para o município. Para esse índice, na maioria das regiões o valor do ICA se situa entre 98 e 99%,
sendo que o menor valor foi obtido na região da Prefeitura Bairro Pau da Lima (abaixo de 98%) e
os maiores na PB Centro/Brotas e Cabula/Tancredo Neves (acima de 99%). Com relação à PB
Subúrbio/Ilhas, ressalta-se que o valor mais baixo do IAA se refere aos bairros localizados na parte
continental desta PB, visto que os IAA da Ilha de Maré, Ilha dos Frades e Ilha de Bom Jesus dos
Passos é de 99,83%, 100% e 100%, respectivamente, como pode ser observado na Tabela 28.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
276
Portanto, comparando-se os dois resultados obtidos, verifica-se que não existe uma grande
diferença entre os dois indicadores, sendo que a maior diferença ocorre na PB Valéria, onde a
diferença entre o ICA e o IAA é de 1,01%, enquanto nas demais PB a diferença é menor do que
1%. Nos locais onde a diferença entre os dois indicadores é maior, existem mais locais com a
disponibilidade do serviço de abastecimento de água, sem a efetiva interligação dos domicílios de
forma oficial.

No Produto D - Sistema de Indicadores deste PMSBI foi proposta uma série de indicadores para a
avaliação dos serviços de saneamento básico no município de Salvador, que integrarão o Sistema
Municipal de Informações de Saneamento – SIMISAN, que está sendo desenvolvido no produto C
deste PMSBI e conforme preconiza o inciso VI, art 9º da Lei Federal nº 11.445/2007 deverá ser
implementado pelo município.

Dentre os indicadores, foi proposto o Índice de Saneamento Básico – ISB, que tem como principal
finalidade viabilizar a análise quantitativa comparativa entre as diferentes regiões do município de
Salvador em relação aos níveis de cobertura de atendimento pelos serviços de saneamento básico
ao longo dos anos de implementação do PMSBI. O ISB se constitui como um indicador global da
situação em relação aos serviços de saneamento básico nas diferentes regiões do município, por
meio de uma ponderação entre os índices setoriais de atendimento pelos serviços (índice de
abastecimento de água, índice de esgotamento sanitário, índice de resíduos sólidos e índice de
drenagem urbana).

Na Figura 61 apresenta-se de forma espacializada os valores obtidos para os índices de


atendimento com abastecimento de água (Ia), que será um dos índices setoriais que irão compor o
ISB. A classificação do Ia em cores, a partir dos valores obtidos, foi feita de acordo com a faixa de
pontuação proposta no Produto D para classificação do ISB, conforme apresentado no Quadro 47:

Quadro 47 – Classificação do ISB por faixa de pontuação (%)


Situação Pontuação do ISB
Péssimo 0-25,50
Ruim 25,51 – 50,50
Regular 50,51 – 75,50
Bom 75,51 – 100,00
Fonte: Adaptado de Dias, 2003.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
277
Figura 61 – Índice de atendimento com abastecimento de água (Ia) em Salvador por
Prefeitura Bairro

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

7.1.5. INDICADORES DO PMSBI RELATIVOS À UNIVERSALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

No Produto D - Sistema de Indicadores, Produto Parcial D1 – Indicadores de serviço, articulação


com o SNIS deste PMSBI foi proposta uma série de indicadores para a avaliação da prestação dos
serviços de abastecimento de água no município de Salvador, que integrarão o Sistema Municipal
de Informações de Saneamento – SIMISAN, que está sendo desenvolvido no produto C deste
PMSBI e conforme preconiza o inciso VI, art 9º da Lei Federal nº 11.445/2007 deverá ser
implementado pelo município.

Os indicadores concebidos para a análise relativa à prestação do serviço de abastecimento de água


foram separados em 5 categorias, definidas de acordo com os princípios da Lei de Diretrizes
Nacionais para o Saneamento Básico:

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278
a) Universalização do acesso;
b) Qualidade dos serviços prestados;
c) Eficiência;
d) Sustentabilidade econômico-financeira; e
e) Sustentabilidade ambiental.

Os valores obtidos para os indicadores relativos à categoria Universalização serão apresentados e


analisados a seguir, enquanto os demais indicadores serão abordados no item 7.3.

Conforme detalhado no Produto D, os indicadores relativos à universalização dos serviços serão


subdivididos em duas subcategorias: Indicadores com atualização anual pela prefeitura e pelo
prestador de serviços e Indicadores com atualização a cada edição do Censo Demográfico
do IBGE. Esta divisão tem como objetivo contemplar no SIMISAN os dois tipos de informações
disponíveis sobre os níveis de atendimento da população com os serviços de saneamento básico,
pois apesar das informações do censo demográfico possuírem um longo período entre cada
atualização (10 anos), trata-se da informação mais precisa disponível, pois a informação de
atendimento pelos serviços é levantada diretamente nos domicílios.

O cálculo dos indicadores relativos ao abastecimento de água das duas categorias definidas no
Produto D serão apresentados a seguir:

7.1.5.1. Indicadores com atualização anual pela prefeitura e pelo prestador de


serviços

Nesta categoria foram propostos os indicadores UA1, UA2 e UA3 que são calculados anualmente
a partir das informações fornecidas pelo prestador do serviço de abastecimento de água. No caso
desses indicadores são apresentados os resultados relativos ao ano de 2019, visto que esse é o
último ano com informações disponíveis no SNIS, como pode ser observado na Tabela 29:

Tabela 29 - Indicadores de abastecimento de água com atualização anual pela prefeitura e


pelo prestador de serviços
Código
Sigla Nome do Indicador Unidade Valor Ano
SNIS
Índice de atendimento total por sistema de Percentual
UA1 IN055 88,29% 2019
abastecimento de água (%)
Índice de atendimento urbano por sistema de Percentual
UA2 IN023 88,31% 2019
abastecimento de água (%)
Índice de atendimento da população rural por Percentual
UA3 - 0,00% 2019
sistema de abastecimento de Água (%)
Fonte: SNIS,2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
279
Os indicadores UA1 e UA2 correspondem aos indicadores IN055 e IN023 do SNIS, relativos ao
índice de atendimento total e urbano pelo sistema público de abastecimento de água. Como já
detalhado no item 7.1.4, atualmente esses indicadores são calculados em função das economias
ativas de água, e, portanto, se referem à população efetivamente atendida pelo serviço de forma
oficial. Nesses indicadores considera-se a estimativa anual do IBGE como sendo a população total
do município e a população urbana é calculada utilizando a taxa de urbanização do último censo
demográfico, que no caso do Censo de 2010 foi de 99,97%. Observa-se que o valor dos dois
indicadores é praticamente igual, devido à pequena representatividade da população rural em
relação à população total do município.

O Indicador UA3 é calculado em função da diferença da população total atendida com


abastecimento de água (SNIS - AG001) e a população urbana atendida com esgotamento Sanitário
(SNIS - AG026), sendo o resultado dividido pela população rural do município (conforme IBGE),
obtendo-se o valor de 0% para 2019, visto que o valor da população urbana atendida com sistema
público de abastecimento de água é igual ao valor da população total atendida, de acordo com o
SNIS (2019). Ressalta-se que existe um equívoco nestas informações, visto que a população rural
do município (população da Ilha dos Frades, de acordo com o IBGE) é atendida atualmente pelo
sistema público de abastecimento de água operado pela Embasa, conforme será detalhado
posteriormente. Para que esse indicador reflita a realidade do município será necessário que a
Embasa compatibilize a classificação utilizada por ela para a zona urbana e a zona rural com a
classificação adotada pelo IBGE, que também possui uma incoerência, como descrito
anteriormente.

De acordo com a Embasa, durante o fornecimento das informações relativas ao ano de 2020 ao
SNIS, houve uma mudança na metodologia de cálculo da população atendida informada ao SNIS,
em função da grande diferença existente entre o valor do índice de atendimento do SNIS e o valor
do índice de atendimento calculado de acordo com as informações do cadastro comercial da
Embasa. Comparando o valor do indicador IN023 do SNIS para o ano de 2019 (88,31%) com o
valor do IAA calculado no item 7.1.4 para o ano de 2021 (98,33%), verifica-se que realmente o
indicador do SNIS não reflete a realidade do abastecimento de água no município.

Segundo a Embasa, a partir do ano base de 2020, o indicador IN023 do SNIS passará a ser
calculado de acordo com a seguinte fórmula:

População Urbana Atendida com Abastecimento de Água


𝐼𝐴𝐸 = 𝑥 100
𝑃𝑜𝑝. 𝑈𝑟𝑏𝑎𝑛𝑎 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑀𝑢𝑛𝑖𝑐í𝑝𝑖𝑜

Onde:

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280
População Urbana Atendida com Abastecimento de Água (Código SNIS: AG026):
(IAA - Domicílio x Pop. Urbana Residente do Município do ano de referência).
População Urbana Residente do Município (Código SNIS: GE06a ou POP_URB): População
Urbana do Município do ano de referência.

Sendo,
𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 Á𝑔𝑢𝑎
𝐼𝐴𝐸 𝐷𝑜𝑚𝑖𝑐í𝑙𝑖𝑜 =
𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. 𝐸𝑥𝑖𝑠𝑡. 𝑑𝑒 Á𝑔𝑢𝑎 + 𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. á𝑔𝑢𝑎 + 𝐸𝑐𝑜𝑛. 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑑. 𝐹𝑎𝑐. 𝐻𝑎𝑏𝑖𝑡. á𝑔𝑢𝑎𝑜

Onde:

Econ. Resid. Habitadas Existente água = Considera todas as situações residenciais habitadas,
ou seja, economias ligadas (L), cortadas (C), inativas (I) e suprimidas (S).

Econ. Resid. Fac. Habit. água = economias residenciais factíveis habitadas de água, ou seja,
economias que ainda não estão interligadas à rede pública de água, porém, a concessionária já
disponibilizou o serviço de abastecimento.

Econ. Resid. Pot. Habit. água = economias residenciais potenciais habitadas de água, ou seja,
aquelas economias que ainda não estão interligadas à rede pública de água, e a concessionária
ainda não disponibilizou o serviço de abastecimento.

Portanto, a partir do levantamento anual de informações do SNIS relativo ao ano de 2020, os


indicadores UA1 e UA2 (equivalentes aos indicadores IN055 e IN023 do SNIS) serão calculados de
acordo com a mesma metodologia adotada por este PMSBI.

7.1.5.2. Indicadores com atualização a cada edição do censo demográfico do IBGE

Nesta categoria foram propostos os indicadores UA4, UA5, UA6, UA7, UA8, UA9, UA10, UA11,
UA12 e UA13, que são calculados a cada edição de censo demográfico do IBGE (a cada 10 anos).
A forma de cálculo de cada um desses indicadores foi detalhada no produto D deste PMSBI e os
resultados obtidos a partir dos dados do Censo Demográfico de 2010 são apresentados na Tabela
30:

Tabela 30 - Indicadores de abastecimento de água com atualização a cada edição do Censo


Demográfico do IBGE
Sigla Nome do Indicador Unidade Valor Ano
Índice de cobertura total dos domicílios com abastecimento de Percentual
UA4 98,91 2010
água por rede geral (%)
Índice de cobertura dos domicílios urbanos com abastecimento Percentual
UA5 98,89 2010
de água por rede geral (%)

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281
Sigla Nome do Indicador Unidade Valor Ano
Índice de cobertura dos domicílios rurais com abastecimento de Percentual
UA6 97,26 2010
água por rede geral (%)
Índice de domicílios urbanos e rurais abastecidos com água por
Percentual
UA7 rede de distribuição que possuem instalações intradomiciliares 96,75 2010
(%)
de água
Índice de cobertura total dos domicílios com soluções individuais Percentual
UA8 0,41 2010
adequadas de abastecimento de água (poço ou nascente) (%)
Índice de cobertura dos domicílios urbanos com soluções
Percentual
UA9 individuais adequadas de abastecimento de água (poço ou 0,41 2010
(%)
nascente)
Índice de cobertura dos domicílios rurais com soluções
Percentual
UA10 individuais adequadas de abastecimento de água (poço ou 1,83 2010
(%)
nascente)
Índice total de utilização de soluções inadequadas de
Percentual
UA11 abastecimento de água (Carro-pipa, água de chuva, rio, açude, 0,70 2010
(%)
igarapé ou outra)
Índice Urbano de utilização de soluções inadequadas de
Percentual
UA12 abastecimento de água (Carro-pipa, água de chuva, rio, açude, 0,70 2010
(%)
igarapé ou outra)
Índice rural de utilização de soluções inadequadas de
Percentual
UA13 abastecimento de água (Carro-pipa, água de chuva, rio, açude, 0,91 2010
(%)
igarapé ou outra)
Fonte: IBGE, 2010.

Conforme já comentado anteriormente, os indicadores calculados com os dados do Censo


Demográfico do IBGE (2010) indicam que o município de Salvador está muito próximo da
universalização do atendimento pelo serviço público de abastecimento de água, tanto na zona
urbana (UA5=98,89%), quanto na zona rural (UA6=97,26%), de acordo com a classificação adotada
pelo IBGE.

O Indicador UA7 se refere ao índice de domicílios urbanos e rurais abastecidos com água por rede
de distribuição que possuem instalações intradomiciliares de água e corresponde ao indicador A8
do Plansab (2019), que foi detalhado anteriormente no item 7.1.2.

Os indicadores UA8, UA9, UA10, UA11, UA12 e UA13 tem como objetivo avaliar os tipos de
soluções individuais adotadas pela população não atendida pelo sistema público. Para esses
indicadores, utilizou-se a classificação adotada pelo Plansab, que considera os poços ou nascentes
como soluções adequadas para o abastecimento de água, desde que garantida a qualidade e
regularidade da água consumida. Analisando o resultado desses indicadores, observa-se que na
zona urbana o índice de atendimento por soluções consideradas adequadas (UA9=0,41%) é inferior
ao índice de atendimento por soluções consideradas inadequadas (UA13=0,70%), enquanto na
zona rural ocorre o oposto (UA10=1,83% e UA14=0,91%).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
282
7.2. CARACTERIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
DA EMBASA

O abastecimento de água tratada no município de Salvador é realizado por dois Sistemas


Integrados de Abastecimento de Água (SIAA): o SIAA Salvador, que atende a parte continental do
município e o SIAA Recôncavo, que atende as ilhas do município (Ilha dos Frades, Ilha de Bom
Jesus dos Passos e Ilha de Maré).

O SIAA Salvador é composto por 04 (quatro) Estações de Tratamento de Água (ETA) – ETA
Principal, ETA Teodoro Sampaio, ETA Vieira de Melo e ETA Suburbana – que são alimentadas por
adutoras de água bruta provenientes de mananciais superficiais inseridos nas bacias hidrográficas
do rio Paraguaçu, rio Jacuípe, rio Joanes e rio Ipitanga, e atende também os municípios de Lauro
de Freitas e Simões Filho, além de Salvador

Já o SIAA Recôncavo tem como fonte de abastecimento apenas a ETA Principal, que trata a água
captada na bacia do rio Paraguaçu e na bacia do rio Joanes e atende os municípios de Candeias,
São Francisco do Conde, Madre de Deus, uma localidade do município de São Sebastião do Passé,
além das ilhas de Salvador.

De acordo com o cadastro comercial da Embasa, relativo a julho de 2021, o município de Salvador
possui atualmente um total de 1.028.176 economias e 554.767 ligações existentes habitadas de
água, sendo que 81% das economias e 74% das ligações encontram-se ativas. Analisando as
informações da Tabela 31 observa-se que cerca de 97% das economias existentes habitadas de
água no município são da categoria residencial e cerca de 3% são da categoria comercial, enquanto
as demais categorias representam menos de 0,5% do total de economias existentes.

Tabela 31 – Quantidade de ligações e economias de água por categoria


Economias habitadas de água Ligações habitadas de água
Categorias Ativas Existentes Ativas Existentes
Quantidade % Quantidade % Quantidade % Quantidade %
Residencial 808.164 96,7% 994.823 96,8% 398.287 96,8% 536.899 96,8%
Comercial 24.748 3,0% 30.442 3,0% 12.655 3,1% 17.342 3,1%
Industrial 2.795 0,3% 2.906 0,3% 455 0,1% 522 0,1%
Pública 5 0,0% 5 0,0% 4 0,0% 4 0,0%
TOTAL 835.712 100,0% 1.028.176 100,0% 411.401 100,0% 554.767 100,0%
Fonte: Embasa, 2021.

O ANEXO 1 apresenta o croqui completo do SIAA de Salvador e do SIAA Recôncavo, com recorte
para o município de Salvador e a Figura 62 apresenta o croqui simplificado das unidades de
captação até os reservatórios que compõe o SIAA Salvador.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
283
Figura 62 – Croqui simplificado do Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Salvador

Fonte: Adaptado PIPPE Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
284
O SIAA de Salvador possui licenças de operação separadas para o sistema produtor (captação de
água bruta, adução de água bruta, tratamento da água bruta, adução de água tratada) e para os
sistemas de distribuição de água potável operados por cada uma das Unidades Regionais (Cabula
- UML, Pirajá -UMJ, Federação - UMF e Bolandeira – UMB).

O Sistema Produtor possui licença de operação concedida por meio da Portaria Inema nº
4.558/2013. A validade inicial da portaria era 07/03/2017, no entanto foi solicitada a renovação da
licença no dia 03/11/2016, por meio do requerimento 2016.001.067017/INEMA/REQ, que gerou o
processo 2017.001.004500/INEMA/LIC-04500.

De acordo com o Art. 159 do Decreto Estadual n° 14.024/12, que regulamenta a Política do Meio
Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, a renovação das licenças e autorizações ambientais
deverá ser requerida com a antecedência mínima de 120 dias da expiração de seu prazo de
validade, fixado na respectiva licença/autorização, ficando este automaticamente prorrogado até a
manifestação definitiva do órgão ambiental licenciador.

As Unidades Regionais também possuem licenças de operação válidas conforme dispositivo legal
mencionado acima. O Quadro 48 apresenta os números das Portarias e processos / requerimentos
de renovação:

Quadro 48 – Números das Portarias e processos / requerimentos de renovação


Unidade Data de validade
Portaria INEMA Processo/ Requerimento de Renovação
Regional Inicial
UMB 944/2011 11/09/2017 2017.001.000250/INEMA/LIC-00250
UMF 1408/2011 10/11/2015 2017.001.000249/INEMA/LIC-00249
UMJ 943/2011 11/09/2015 2017.001.000549/INEMA/LIC-00549
UML 4478/2013 29/10/2016 2020.001.007168/INEMA/LIC-07168
Fonte: Embasa, 2021.
A Embasa possui também outorga para captação nos 06 (seis) mananciais que abastecem o SIAA
de Salvador, além de outros dois (Cobre e Pituaçu) cujas captações estão desativadas, conforme
informações da Tabela 32.

Tabela 32 – Informações outorgas mananciais do SIAA de Salvador


Manancial Portaria Validade Vazão outorgada (m³/dia)
Pedra do Cavalo 059/05 – DG 23/01/2035 604.800,00
Joanes I 092/08 – DG 22/02/2038 323.800,00
Joanes II 091/08 – DG 22/02/2038 86400,00
Ipitanga I 089/08 – DG 22/02/2038 17400,00
Ipitanga II 090/08 – DG 22/02/2038 1.3350,00
Santa Helena 088/08 – DG 22/02/2038 63.0000,00
Cobre 1 086/08 – DG 22/02/2038 6.750,00
Pituaçi1 087/08 – DG 22/02/2038 7.560,00
1 Captações desativadas
Fonte: Embasa, 2021.

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285
Salienta-se que em 2019 foi iniciada a regularização ambiental (outorga para construção do
barramento e licenciamento ambiental) das barragens responsáveis pelo abastecimento de água
da Região Metropolitana de Salvador, já que somente a Barragem de Santa Helena possuía
especificamente sua licença de operação, sendo que as outras barragens eram citadas no âmbito
da licença ambiental do sistema produtor de água. Algumas Portarias já foram publicadas e os
demais processos se encontram em análise no Inema, conforme pode-se verificar no Quadro 49 e
no Quadro 50.

Quadro 49 – Processos de outorga para construção de barragens


Processo e outorga para construção Data do Portaria
Barragem Validade
da Barragem processo INEMA
Joanes I - Salvador Concedida 21.263/2020 20/05/2055
Joanes II - Salvador Concedida 21.264/2020 20/05/2055
Ipitanga I - Salvador 2019.001.004283/INEMA/LIC-04283 19/07/2019
Ipitanga II - Salvador 2019.001.004643/INEMA/LIC-04643 02/08/2019
Santa Helena Concedida 21.265/2020 20/05/2055
Fonte: Embasa, 2020.

Quadro 50 – Processos de Licencamento Ambiental das Barragens da RMS


Processo e outorga para construção Data do Portaria
Barragem Validade
da Barragem processo INEMA
Joanes I - Salvador 2019.001.002858/INEMA/LIC-02858 17/05/2019
Joanes II - Salvador 2019.001.003010/INEMA/LIC-03010 24/05/2019
Ipitanga I - Salvador 2019.001.004283/INEMA/LIC-04283 02/07/2019
Ipitanga II - Salvador 2019.001.004643/INEMA/LIC-04643 17/05/2019
Santa Helena Concedida 21.660/2016 19/10/2024
Fonte: Embasa, 2020.

7.2.1. MANANCIAIS QUE ATENDEM O SIAA SALVADOR E O SIAA RECÔNCAVO

O Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA) de Salvador utiliza como mananciais as


represas de Joanes I e II, Ipitanga I e II, Santa Helena e Pedra do Cavalo. Esse sistema conta com
três unidades de produção de água tratada para onde converge a água bruta captada nesses
mananciais utilizados: a ETA Principal, ETA’s Bolandeira e a ETA Suburbana, conforme pode ser
observado no Quadro 51 e no croqui esquemático da Figura 63. O SIAA Recôncavo, que atende as
Ilhas de Salvador, além de outros municípios da RMS, recebe água tratada da ETA Principal.

Quadro 51 – Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Salvador


Sistema ETA Corpo hídrico Manancial
Rio Paraguaçu Represa Pedra do Cavalo
SIAA Salvador e SIAA
ETA Principal Rio Joanes Represa Joanes II
Recôncavo
Rio Jacuípe Represa Santa Helena

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286
Sistema ETA Corpo hídrico Manancial
Rio Joanes Represa Joanes I
SIAA Salvador ETA Bolandeira
Rio Ipitanga Represa Ipitanga I
SIAA Salvador ETA Suburbana Rio Ipitanga Represa Ipitanga II
Fonte: Adaptado Sedur, 2016.

Figura 63 – Croqui esquemático do sistema de produção de água do SIAA Salvador

Fonte: Adaptado Salvador, 2010.

A ETA Principal é alimentada por adutoras de água bruta proveniente das represas de Pedra do
Cavalo e Joanes II, esta última reforçada pela represa de Santa Helena por meio da adutora de
água bruta Santa Helena – Joanes II.

As ETA do Parque da Bolandeira (ETA Tedodoro Sampaio e ETA Vieira de Melo) recebem água
bruta por meio de sistemas adutores que captam água nas represas de Joanes I e Ipitanga I,
abastecendo parte de Salvador. A ETA Suburbana tem pequena contribuição, recebendo água
bruta da represa Ipitanga II e fornecendo água tratada para alguns bairros de Salvador e pequena
área de Simões Filho, mais especificamente parte da área de influência do Reservatório de Valéria.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
287
A Tabela 33 apresenta informações técnicas sobre as captações de água utilizadas no SIAA
Salvador e no SIAA Recôncavo.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
288
Tabela 33 – Resumo das informações captações do SIAA de Salvador
Coordenadas Nível Nível
Ano de Volume de Cota do Potência Vazão Vazão de
Nome da Geográficas (UTM) de Operacional (m) Modo/
Localização início de acumulação de Extravasor Instalada Nominal Recalque
Captação Soleira Denominação
X Y operação projeto (m³) (m) Máximo Mínimo (cv) (l/s) (l/s)
(m)
Pedra do Conceição Tomada Direta
500.442,29 8.613.610,87 1985 5.329.880.000,00 106 106 120 107 24.200 8.000,00 8.000,00
Cavalo da Feira ou a fio d’água
Santa Bosque de Tomada Direta
578.739,00 8.604.644,00 2000 241.000.000,00 8 8 20 17 13.400 5.000,00 5.000,00
Helena Dias D'Ávila ou a fio d’água
Jambeiro,
Torre de
Joanes I Lauro de 573.325,00 8.580.882,00 1955 19.000.000,00 16 16 16 14,5 0 1.100,00
Tomada
Freitas
Jambeiro,
Tomada Direta
Joanes I Lauro de 573.325,00 8.580.882,00 1955 19.000.000,00 16 16 16 14,5 1.200 2.200,00 2.200,00
ou a fio d’água
Freitas
Tomada Direta
Joanes II Candeias 562.805,65 8.598.948,56 1971 129.000.000,00 26 26 30,5 24,9 9.500 5.000,00 5.000,00
ou a fio d’água
Estrada da
Tomada Direta
Ipitanga I Barragem, 566.906,17 8.574.047,09 1935 6.000.000,00 28 28 29,3 23 1.200 500 500
ou a fio d’água
Salvador
Estrada das
Tomada Direta
Ipitanga II Pedreiras, 565.291,45 8.578.300,85 1971 4.600.000,00 64,5 64,5 64,5 48,43 750 388,89 388
ou a fio d’água
Simões Filho
Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
289
A Lei Federal nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, que estabelece a Política Nacional de
Segurança de Barragens destinadas a acumulação de água para quaisquer usos determinou ser
de responsabilidade da entidade que outorgou o direito de uso dos recursos hídricos realizar a
devida fiscalização da segurança da barragem. Deste modo, é de responsabilidade do Instituto do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) a divulgação do Informativo Semanal de
Monitoramento das principais Barragens do Estado da Bahia, onde são acompanhados os níveis e
volumes dos reservatórios semanalmente pelos responsáveis pela sua operação.

Dessa forma, a análise do nível de água dos reservatórios que atendem o SIAA de Salvador foi
realizada por meio da compilação de todos os informativos disponíveis no site do Inema, no período
de janeiro de 2017 até junho de 2021, conforme será apresentado posteriormente em cada item.

A qualidade da água dos mananciais foi analisada com base nos dados de qualidade da água bruta
disponibilizados pela Embasa (2021). São realizadas análises em todos os meses do ano dos
seguintes parâmetros: voláteis e semivoláteis, metais, bacteriológicos, físico-químicos,
hidrobiológicos. A Embasa realiza o monitoramento das represas responsáveis pelo abastecimento
da população por meio do Programa de Monitoramento Georreferenciado de Mananciais de
Abastecimento (PMG), pela Gerência de Mananciais e Segurança de Barragens (TSAB),
subordinada à Unidade Socioambiental (TSA) da Dirertoria Técnica e de Planejamento.

Dentre os pontos de amostragem que constituem a rede de monitoramento, a Embasa forneceu


informações apresentados no Quadro 52 – que são os mais próximos às estruturas de captação e,
portanto, constituem maior interesse ao diagnóstico dos sistemas de abastecimento de água. O
período das informações fornecidas compreende janeiro de 2015 a setembro de 2020, com exceção
de Sannta Helena, cujos resultados vão até 2019.

Quadro 52 – Descrição dos pontos de amostragem fornecidos pela Embasa


Manancial Ponto de Amostragem Descrição
Ponto localizado na represa de Joanes I, próximo ao
LFTR001C Bx do Jambeiro
Joanes I barramento e à captação existente para o Parque da
(Areia Branca) JOI – REP
Bolandeira.
CANR001C V Canal de Ponto localizado na represa de Joanes II, próximo à
Joanes II
Tráfego - JO II- 8 - Km 9/10 captação existente para a ETA Principal.
Ponto localizado na represa de Ipitanga I, próximo ao
SFIR001C Rod BA 526 (CIA -
barramento e à captação existente para o Parque da
Aeroporto) IP I - Represa
Bolandeira.
Ipitanga I
SFIR002C Rod BA 526 (CIA -
Ponto localizado na represa de Ipitanga I, próximo à
Aeroporto) IP I - Captação -
casa de bombas.
Casa de Bombas
SFIR003C Rod BA 526 (CIA - Ponto localizado na represa de Ipitanga II próximo ao
Ipitanga II
Aeroporto) IP II - Represa barramento.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Manancial Ponto de Amostragem Descrição
SFIR004C Rod BA 526 (CIA -
Ponto localizado na represa de Ipitanga II, próximo à
Aeroporto) IP II - Captação -
casa de bombas.
Casa de Bombas
Pedra do CCFR001C Rod BR 101 PC- Ponto localizado na represa de Pedra do Cavalo,
Cavalo 04 próximo à captação existente para a ETA Principal.
BARR#00288 Rod BA 099 -
Santa Helena Ponto localizado próximo a represa de Santa Helena
Estrada do Coco Vertedouro
Fonte: Embasa, 2020.

Por meio dessa rede de monitoramento a Embasa é capaz de analisar a condição de qualidade
daquele corpo d’água e traçar as necessárias medidas operacionais para avaliar a melhoria e a
conservação da qualidade da água estabelecida para o referido manancial conforme sua Classe de
Qualidade.

A Classe de qualidade de um manancial corresponde ao conjunto de condições e padrões de


qualidade de água necessária ao atendimento dos usos preponderantes, atuais e futuros, ou seja,
a meta de qualidade da água de um corpo hídrico é delimitada de acordo com os usos
preponderantes mais restritivos requeridos a este.

Considerando que os mananciais que atualmente são utilizados para abastecer a população
carecem de enquadramento oficial, os mesmos serão provisoriamente enquadrados como Água
Doce Classe II. Dentre os usos destinados a esse enquadramento, destaca-se o abastecimento
para consumo humano, após tratamento convencional.

A Resolução CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos
corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, determina, em seu Art. 42°, que
enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos as águas doces serão consideradas
Classe II, exceto se as condições de qualidade atuais forem melhores, o que determinará a
aplicação da classe mais rigorosa correspondente.

Deste modo, os resultados fornecidos pela Embasa dos pontos de amostragem retromencionados
serão confrontados com o disposto na Resolução CONAMA n° 357/2005 para a Água Doce Classe
II. Cabe mencionar que os resultados apresentados se referem ao monitoramento realizado pela
Embasa no período de janeiro de 2015 até setembro de 2020.

Dentre os parâmetros estabelecidos na Resolução CONAMA n° 357/2005, foram selecionados os


apresentados no Quadro 53. Eles foram agrupados em parâmetros específicos, para avaliação da
qualidade da água por efeito da contaminação orgânica; parâmetros inorgânicos, para avaliar a
contaminação industrial e parâmetros orgânicos, para avaliar a contaminação industrial ou por
agrotóxicos.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
291
Quadro 53 – Parâmetros analisados para determinação da qualidade da água dos
mananciais
Legenda Descrição
Parâmetros Específicos
Cor Real (mg Pt/L) Cor verdadeira
Turbidez NTU Turbidez
DBO5 (mg/L) Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias
OD (mg OD/L) Oxigênio Dissolvido
F.TOT (mg P/L) Fósforo Total
Parâmetros Inorgânicos
Al.Dis. (μg Aldis/L) Alumínio Dissolvido
Pb (μg Pb/L) Chumbo Total
Cloreto (mg Cl/L) Cloreto Total
Fe.Dis. (μg Fedis/L) Ferro Dissolvido
Fluoreto (mg F/L) Fluoreto Total
Mn (μg Mn/L) Manganês Total
Hg (μg Hg/L) Mercúrio Total
Nitrato (mg NO3-N/L) Nitrato
Nitrito (mg NO2-N/L) Nitrito
Amônia (mg NH3/L) Nitrogênio Amoniacal
pH Potencial Hidrogeniônico
Sulfato (mg SO4/L) Sulfato Total
Zn (μg Zn/L) Zinco Total
Parâmetros Orgânicos
A&D (μg/L) Aldrin e Dieldrin
BENZ (μ)g/L Benzeno
CLDN (μg/L) Clordano (cis + trans)
CH2Cl2 (μg/L) Diclorometano
END (μg/L) Endrin
ETBZ (μg /L) Etilbenzeno
LIND (μg/L) Lindano (g- BHC)
PCLF (μg/L) Pentaclorofenol
CCl4 (μg/L) Tetracloreto de Carbono
TOL (μg/L) Tolueno
TRCLEE (μg/L) Tricloroeteno
XILS (μg/L) Xilenos Totais
Fonte: Embasa, 2020.

Destaca-se, que não foi possível determinar a conformidade dos seguintes parâmetros orgânicos:
Aldrin e Dieldrin, Clordanos (cis + trans), Endrin, Lindano (g- BHC) e Toluento, pois os resultados
não apresentavam um valor preciso, mas sim uma faixa de valores que poderia tanto estar em
acordo, com o limite estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, como não.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
292
No que concerne à disponibilidade hídrica desses mananciais de captação que atendem o SIAA
Salvador e o SIAA Recôncavo foi realizado um resumo do conteúdo apresentado em cada um dos
itens que caracteriza os mananciais, conforme pode-se observar na Tabela 34. Salienta-se que o
conteúdo na integra dos estudos elaborados no âmbito do PARMS, pode ser acessado no Apêndice
2 do VOL. 02 – RELATÓRIOS DE DIAGNÓSTICOS DOS SAA’S - MANANCIAIS, BARRAGENS E
CAPTAÇÕES, que está disponível no site da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento do
Governo do Estado da Bahia (SIHS).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
293
Tabela 34 – Resumo da disponibilidade hídrica dos mananciais que atendm o SIAA de Salvador
Vazões (m³/s)
Nível Mínimo Regularizadas com De restituição à jusante da barragem, Disponíveis para abastecimento da
Manancial
Operacional permanência de: em regime de: RMS com permanência de:
100% 95% 90% Normal Escassez 100% 95% 90%
110,00 m 37,72 49,03 57,44
Pedra do Cavalo 108,00 m 41,33 52,54 60,07 10,00 - 21,00 21,00 21,00
106,00 m 47,15 59,97 67,17
Joanes I 14,50 m 0,60 0,84 1,04 0,21 0,05 0,39 0,63 0,83
Joanes II 24,90 m 1,82 2,54 3,15 0,63 0,16 1,19 1,91 2,52
17,00 m 4,05 5,64 6,64 2,05 3,65 4,65
Santa Helena 1,99 0,50
10,00 m 6,60 8,36 9,96 4,60 6,37 7,97
Ipitanga I 23,00 0,13 0,18 0,22 0,04 0,01 0,08 0,13 0,18
Ipitanga II 48,43 m 0,27 0,38 0,47 0,09 0,02 0,18 0,28 0,38
Fonte: Adaptado Sedur, 2016.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
294
7.2.1.1. Barragem de Pedra do Cavalo

A barragem de Pedra do Cavalo, inaugurada em 1983, está localizada na bacia hidrográfica do rio
Paraguaçu, entre os municípios de Cachoeira e Governador Mangabeira (Figura 64). A referida
barragem desde seu projeto foi concebida para usos múltiplos da água do reservatório, desde o
abastecimento humano, industrial, geração de energia elétrica, controle de enchentes – de modo a
evitar inundações nas cidades de Cachoeira e São Felix, localizadas a jusante da barragem durante
o período de chuvas – e irrigação, até melhoria das condições de navegação a jusante da barragem
e, também, melhoria das condições sanitárias do rio Paraguaçu (SEDUR, 2016).

O reservatório é formado pela barragem principal e dois diques auxiliares (Quadro 54) e a barragem
foi constituída em enrocamento com núcleo de argila, enquanto os diques foram construídos em
solo compactado.

Figura 64 – Vista panorâmica da Barragem de Pedra do Cavalo

Fonte: Sedur, 2016.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
295
Quadro 54 – Dimensões da Barragem Principal e dos Diques – Pedra do Cavalo
Reservatório Altura Máxima Comprimento
Barragem Principal 142 m 470 m
Dique I 26,5 m 435 m
Dique II 20,0 m 200 m
Fonte: Sedur, 2016.

O vertedouro é do tipo superfície e possui 05 (cinco) comportas tipo segmento com 18 m de altura
por 15 m de largura, com capacidade máxima de descarga de 12.000 m³/s. A soleira das comportas
está na cota 106,00 m. O Quadro 55 apresenta as principais características da barragem Pedra do
Cavalo.

Quadro 55 – Características da barragem Pedra do Cavalo


Altura 142 m
Comprimento 470 m
Área de drenagem da barragem 53.108 km²
Cota do N.A. máximo 124,00 m
Cota do N.A. máximo normal (período úmido) 114,50 m
Cota do N.A. máximo normal (período seco) 120,00 m
Cota do N.A. máximo normal em novembro 119,00 m
Cota do N.A. máximo normal em abril 119,50 m
Cota do N.A. mínimo das comportas 106,00 m
Cota do N.A. mínimo para captação 105,00 m
Volume total, na El. 124,00 m 4.836 hm³
Área do reservatório, na El. 124,00 m 185,9 km²
Área do reservatório, na El. 120,00 m 157,5 km²
Área do reservatório, na El. 114,50 m 132,0 km²
Número de comportas 5
Largura da comporta 15 m
Altura da comporta 18 m
Cota da Soleira 106 m
Vazão Média de Longo Termo 106 m³/s
Vazão Mínima Mensal 5,2 m³/s
Vazão Máxima Diária 5.198 m³/s
Vazão regularizada de projeto (90% permanência) 79,0 m²/s
Vazão alocada para abastecimento da RMS 21,0 m³/s
Vazão atual captada para abastecimento da RMS 7,0 m³/s
Fonte: Sedur, 2016.

A barragem foi projetada para uma vazão regularizadora de 79,0 m³/s com permanência de 90%,
sendo que uma parcela de 21,0 m³/s seria destinada ao atendimento das demandas de água do
Sistema Adutor de Pedra do Cavalo, para abastecimento da população. A vazão destinada ao
sistema adutor é de 7,0 m³/s (SEDUR, 2016).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
296
Em 2002, foi firmado um contrato de concessão para a construção e exploração do Aproveitamento
Hidrelétrico (AHE) da Barragem Pedra do Cavalo com vigência de 35 anos pela Agência Nacional
de Águas e Energia Elétrica (ANEEL) e a empresa Votorantin Cimentos Ltda. A operação da
barragem para geração de energia elétrica na Usina Hidrelétrica (UH) iniciou em 2005, sendo
operada pela Votorantim Energia que se reporta à Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia
(CERB) – empresa encarregada da gestão da barragem e da Área de Preservação Permanente
(APP) do respectivo reservatório (SEDUR, 2016).

A implantação da UHE Pedra do Cavalo modificou a operação da barragem, isso porque a UHE
demanda uma vazão de 80 m³/s, reduzindo significativamente os níveis d’água do reservatório. Tal
situação gera um maior consumo de energia e um aumento nos custos operacionais já que a
estação elevatória de captação passa a atuar sob condição mais desfavorável e os conjuntos moto
bombas atuam com menor desempenho operacional em face do aumento da altura manométrica
de recalque – propiciando um arraste de algas e dificultando as operações de tratamento da água.

A captação de água para atender a ETA principal é realizada no município Conceição de Feira, na
coordenadas UTM 500.430 E; 8.613.600 S, na própria Estação Elevatória do sistema Adutor de
Água Bruta de Pedra do Cavalo, localizada a cerca de 5 km da barragem (Figura 65).

Figura 65 – Acesso à Captação de Pedra do Cavalo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Os resultados das campanhas realizadas pelo Inema, por meio do informativo semanal de
monitoramento de barragens, no período de janeiro de 2017 até junho de 2021 estão compilados
na Figura 66.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
297
Figura 66 - Variação do nível de água da Barragem Pedra do Cavalo - 2017 a 2021

120

118

116

114

112

110

108

106
01/01/2017 01/01/2018 01/01/2019 01/01/2020 01/01/2021

Fonte: Inema, 2021.

Com base nos dados obtidos no Boletim se observa que durante 2017, o nível médio do reservatório
oscilou em torno da cota 111,35 m, provavelmente decorrente do período de irregularidade e
redução das chuvas naquele período. Em 2018 houve um aumento progressivo do nível médio do
reservatório que chegou a atingir um valor máximo de 114,19 m em julho. O nível médio do
reservatório em 2019 foi de 114,86m, tendo atingido a cota de 116,69m no final de abril. Em 2020
a cota média de janeiro a outubro foi de 116,30m, tendo atingido seu valor máximo em junho com
nível em 119,01m, com redução progressiva até então, atingindo o nível de 113,02 m em junho de
2021, ou seja, nem o nível operacional máximo (120 m) nem o mínimo (107,00m) foram atingidos
até esse período.

7.2.1.1.1. Qualidade da Água Bruta

Com relação ao monitoramento executado pela Embasa, o Quadro 56 ao Quadro 58 apresentam o


resultado detalhado das análises realizas no período de janeiro de 2015 a setembro de 2020,
considerando os parâmetros mencionados anteriormente. As últimas três linhas se referem ao valor
máximo e médio registrado no período e ao valor limite estabelecido pela Resolução CONAMA n°
357/2005, para Água Doce Classe II.

O Quadro 59 fornece o compilado desse monitoramento, considerando o número de análises


realizadas, quantas estiveram em desconformidade ao limite estabelecido para Água Doce Classe
II, estabelecido na Resolução CONAMA n° 357/2005 e qual o valor médio registrado no período.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
298
Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:

• Específicos: Cor verdadeira, Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias, Fósforo Total e


Oxigênio Dissolvido;
• Inorgânicos: Potencial Hidrogeniônico e Manganês Total.

O parâmetro Cor está associado ao grau de redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-
la, devido a presença de sólidos dissolvidos e pode ser dita como aparente ou verdadeira, sendo a
cor verdadeira associada a água após remoção da turbidez (PIVELI, 2005). Esse parâmetro, em
conjunto com a turbidez, atua como um importante parâmetro operacional de controle da qualidade
da água bruta, decantada e filtrada; e, embora, não esteja relacionado diretamente com problemas
de contaminação, se constitui como padrão de potabilidade (PIVELI, 2005). Na represa Pedra do
Cavalo, a alteração da cor verdadeira ocorreu de modo pontual em fevereiro de 2016, desde desse
período esse parâmetro vem se mantendo abaixo do limite de 75 mg Pt/L.

Com relação a Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias (DBO5), sua alteração também ocorreu
de modo pontual em janeiro de 2019, excedendo ao limite de 5mg/L O2, estabelecido na legislação
vigente. Seu monitoramento e controlo é muito importante para a permanência da biota aquática,
por representar o potencial de oxigênio dissolvido devido à estabilização dos compostos orgânicos
biodegradáveis, o que pode corroborar para uma redução nos níveis de oxigênio na água.

O Fósforo Total, no entanto, apresenta uma recorrência de amostras desconformes ao longo do


período monitorado com valores superiores à 0,03 mg/L, conforme Figura 67, que pode estar
relacinado ao aporte expressivo de fósforo no manancial, proveniente, provavelmente, de
contribuições sanitárias clandestinas provenientes de centros urbanos localizados nas
intermediações do lago e uso de fertilizantes em cultivos agrícolas, visto que na região do baixo
Paraguaçu é notável a ocupação do solo por pastagem conforme mapeamento de uso e ocupação
do solo apresentado no item 1.1.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
299
Figura 67 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Pedra do
Cavalo (Fósforo Total)

0,12

0,10

0,08

0,06

0,04

0,02

0,00

F.TOT mg P/L VMP

Fonte: Embasa, 2020.

O parâmetro Oxigênio Dissolvido (OD), apresentou dois resultados abaixo do mínimo estabelecido
na legislação vigente de 5 mg/L O2, em julho de 2015 e janeiro de 2018. As demais análises
estiveram de acordo com a Resolução CONAMA n° 357/2005, essa conformidade é imprescindível
para manutenção e preservação da biota aquática.

Com relação aos parâmetros inorgânicos, o Potencial Hidrogeniônico (pH) apresentou uma
desconformidade pontual em julho de 2019, com valor superior a 9,0 pH; o mesmo ocorreu com
Manganês Total, apresentou uma alteração pontual em julho de 2017, onde excedeu os 100 μg
Mn/L estabelecidos na legislação vigente.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
300
Quadro 56 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Pedra do Cavalo)
Cor Real mg OD mg Turbidez
Data Endereço Amostra DBO5 mg/L F.TOT mg P/L
Pt/L OD/L NTU
03/02/15 CCFR001C 6500/2015 27 3,5 0,08 6,39 9,37
16/07/15 CCFR001C 37202/2015 33 4,3 0,09 4,69 4,07
03/12/15 CCFR001C 72380/2015 - - 0,07 6,51 3,42
25/02/16 CCFR001C 9718/2016 82 3,7 0,04 6,18 4,04
04/10/16 CCFR001C 48771/2016 33 2,2 0,04 6,72 1,08
17/01/17 CCFR001C 2722/2017 24 1,8 0,04 6,21 0,72
19/07/17 CCFR001C 34575/2017 22 <1 0,10 5,10 1,41
02/01/18 CCFR001C 505/2018 30 3,6 < 0,02 3,08 5,45
19/07/18 CCFR001C 33678/2018 25 3,2 0,09 7,79 4,20
07/01/19 CCFR001C 570/2019 34 7,7 0,07 8,88 9,08
17/05/19 CCFR001C 23300/2019 - - - - 2,70
03/07/19 CCFR001C 30497/2019 - - - - 1,29
03/02/20 CCFR001C 5082 - - - - 1,01
10/02/20 CCFR001C 6488 - - - - 2,14
06/08/20 CCFR001C 33302 - - - - 1,68
Valor Médio 34,4 3,8 0,1 6,2 3,4
Valor Máximo 82,00 7,70 0,10 8,88 9,37
Valor Mínimo 22,00 < 1,00 < 0,02 3,08 0,72
Valor Máximo Permitido 75 5 0,03 5(1) 100

1 Valor mínimo estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005 para o parâmetro OD

Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
301
Quadro 57 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Pedra do Cavalo)
Amônia Nitrato Nitrito Sulfato Al. Dis. Fe.Dis.
Fluoreto Hg (ug Mn (ug Pb (ug Zn (ug
Data Endereço (mg (mg NO3- (mg (mg pH (ug (ug
(mg F/L) Hg/L) Mn/L) Pb/L) Zn/L)
NH3/L) N/L) NO2-N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L)
03/02/15 CCFR001C 0,14 0,12 < 1,5 < 0,25 <5 8,36 5,81 9,38 < 0,050 4,08 < 5,00 25,5
16/07/15 CCFR001C 0,91 0,23 < 1,5 <5 7,07 13,0 17,5 0,180 < 1,00 < 5,00 < 1,00
03/12/15 CCFR001C 45,3 18,6
25/02/16 CCFR001C 0,20 0,08 < 1,5 < 0,25 8,78 6,44 84,2 95,8 0,050 6,02 9,62 7,50
04/10/16 CCFR001C 0,12 0,06 < 1,5 < 0,25 9,13 7,57 < 5,00 8,87 0,150 3,47 < 5,00 < 1,00
28/12/16 CCFR001C < 5,00
17/01/17 CCFR001C 0,14 0,06 < 1,5 < 0,25 8,99 8,29 < 5,00 4,37 0,150 1,30 5,23 5,15
19/07/17 CCFR001C 0,17 0,03 < 1,5 < 0,25 6,96 7,33 < 5,00 11,4 0,110 114 < 5,00 16,5
02/01/18 CCFR001C 0,13 0,01 1,516 < 0,25 6,65 7,82 < 20,0 13,9 0,060 45,3 < 5,00 2,12
19/07/18 CCFR001C < 0,1 0,23 < 1,5 < 0,25 6,61 7,99 < 20,0 < 3,00 0,100 7,27 < 5,00 3,64
07/01/19 CCFR001C < 0,1 0,22 < 1,5 < 0,25 5,24 9,52 < 20,0 6,93 < 0,050 14,4 < 5,00 < 3,0
17/05/19 CCFR001C 0,16 < 1,5 < 0,25 5,17 7,29 0,170 17,3 < 5,00 21,9
03/07/19 CCFR001C 0,07 < 1,5 < 0,25 <5 7,05 < 0,050 26,0 < 5,00 3,02
10/12/19 CCFR001C 7,64
03/02/20 CCFR001C < 20,0 9,92
10/02/20 CCFR001C 0,12 < 1,5 < 0,25 5,98 7,27 3,20 < 5,00 1,08
06/08/20 CCFR001C < 0,01 < 1,5 < 0,25 <5 6,97 < 0,050 33,8 < 5,00 4,67
Valor Médio 0,3 - < 1,5 < 0,25 7,1 7,6 - 22,3 - 22,7 - -
Valor Máximo 0,91 0,23 1,516 < 0,25 9,13 9,52 84,20 95,80 0,18 114,00 9,62 25,50
Valor Máximo Permitido 1,4 2 10 1 250 6a9 100 300 0,2 100 10 180
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
302
Quadro 58 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Pedra do Cavalo)
Data Endereço A&D BENZ CCl4 CH2Cl2 CLDN END ETBZ LIND PCLF (μg/L) TOL TRCLEE XILS
03/02/15 CCFR001C (μg/L)
< 1,00 (μ)g/L
< 0,94 (μg/L)
< 2,00 (μg/L)
< 10,0 <(μg/L)
1,00 (μg/L)
< 1,00 (μg /L)
< 2,00 (μg/L)
< 1,00 < 2,000 (μg/L)
< 5,00 (μg/L)
< 2,00 (μg/L)
< 10,0
16/07/15 CCFR001C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
25/02/16 CCFR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
04/10/16 CCFR001C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
17/01/17 CCFR001C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
19/07/17 CCFR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 2,03 < 2,00 < 4,00
02/01/18 CCFR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
19/07/18 CCFR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
07/01/19 CCFR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
17/05/19 CCFR001C < 1,00 - - - < 1,00 < 1,00 - < 1,00 < 2,00 - - -
03/07/19 CCFR001C < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 1,00 < 3,00
10/12/19 CCFR001C < 0,02 - - - < 0,02 < 0,01 - - - - - -
03/02/20 CCFR001C < 0,03 - - - < 0,01 < 0,03 - - - - - -
10/02/20 CCFR001C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 5,00 < 5,00
06/08/20 CCFR001C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 - - < 1,00 < 5,00 < 5,00
Valor Médio - - <1,5 < 0,25 - - - < 1,0 < 2,00 - - -
Valor Máximo < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,00 < 1,00 <1 < 5,0 < 1,0 < 2,00 2,03 < 5,0 < 10,0
Valor Máximo Permitido 0,005 5 2 20 0,04 0,004 90 0,02 9 2 10 300
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
303
Quadro 59 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Pedra do Cavalo
Parâmetros Específicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Cor Real mg Pt/L 75 9 1 34,44
DBO5 mg/L 5 9 1 3,75
F.TOT mg P/L 0,03 10 9 0,07
OD mg OD/L 5 10 2 6,16
Turbidez NTU 100 15 0 3,44
Parâmetros Inorgânicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Fluoreto (mg F/L) 1,4 9 0 0,26
Amônia (mg NH3/L) 2 13 0 -
Nitrato (mg NO3-N/L) 10 13 0 1,52
Nitrito (mg NO2-N/L) 1 12 0 < 0,25
Sulfato (mg SO4/L) 250 13 0 7,06
pH 6,0 a 9,0 14 1 7,62
Al. Dis. (ug Al.Dis/L) 100 11 0 -
Fe.Dis. (ug Fe.Dis/L) 300 11 0 22,34
Hg (ug Hg/L) 0,2 12 0 0,12
Mn (ug Mn/L) 100 14 1 22,67
Chumbo (ug Pb/L) 10 13 0 -
Zn (ug Zn/L) 180 13 0 -
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
304
7.2.1.1.2. Avaliação da disponibilidade hídrica do manancial

No projeto original da barragem foi delimitada uma curva Cota x área x volume, cujos dados
volumétricos, correspondentes a situação de início de operação, foram estimados no PARMS e são
apresentados no Quadro 60.

Quadro 60 – Volumes disponíveis para regularização e vazões em Pedra do Cavalo


Níveis Operacionais (m) Volumes (m³) % do volume total
Máximo
Mínimos Total Útil Morto Útil Morto
Normal
120,00 110,00 (NS1) 4.631.708.840 1.399.687.535 3.232.021.305 30,2 69,8
120,00 109,00 (NS2) 4.631.708.840 1.519.470.554 3.112.238.286 32,8 67,2
120,00 108,00 (NS3) 4.631.708.840 1.635.857.217 2.995.851.623 35,3 64,7
120,00 106,00 (Min.) 4.631.708.840 1.858.705.526 2.773.003.314 40,1 59,9
120,00 96,50 (CAT) 4.631.708.840 2.754.233.427 1.877.457.413 59,5 40,5
Fonte: Sedur, 2016.

Os três Níveis de Segurança (NS1 = 110,00m; NS2 = 109,00m; NS3 = 108,00m) foram
estabelecidos pela Embasa e têm como objetivo a garantia dos sistemas de abastecimento de água
através da captação existente (SEDUR, 2016). Segundo o PARMS, o critério de operação da
barragem é realizado de modo a evitar que a cota NS1 (denominada Meta da Embasa) seja atingida,
para que sejam atendidos os usos múltiplos previstos para a Barragem Pedra do Cavalo, conforme
Nota Técnica do Inema.

Considerando o nível máximo normal de 120,0m, todos os Níveis de Segurança estão associados
a Volumes Mortos muito expressivos, montante subaproveitado. Se a operação for realizada com o
a cota mínima (106,00m) o volume morto cai para 59,9% e o volume útil é elevado para 40,1%.
Considerando apenas a Cota de Alimentação das Turbinas (CAT), cerca de seis metros acima da
geratriz superior da tomada de água para a alimentação das turbinas, esse volume morto é reduzido
para 40,5% correspondendo a quase 1,9 milhões de m³, valor muito superior a quase todos os
volumes de acumulação dos reservatórios de todo o estado.

Do ponto de vista volumétrico o reservatório Pedra do Cavalo estaria sendo subaproveitado. Porém,
existem dois fatores que exercem pressão sobre essas reservas, são eles:

• Conflito de interesses: Os usos atribuídos ao reservatório artificial para controle de cheias,


abastecimento humano, geração de energia, pesca e lançamento de esgotos no curso d’água
potencializam os conflitos de interesse.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
305
• Produção hídrica: Não existem outras reservas superficiais ou subterrâneas seguras de
abastecimento além das já existentes, que são pressionadas pelas demandas na região semiárida
da bacia.

Ademais, deve-se levar em conta que não é considerada a possibilidade de manejo de reservas e
que há uma redução da capacidade de armazenamento com o tempo, devido à deposição de
sedimentos.

A Barragem Pedra do Cavalo foi avaliada em projeto para uma vazão regularizadora de 79,00m³/s.
No entanto, o caráter dinâmico das bacias hidrográficas e de seus processos hidrológicos faz com
que seja necessária uma avaliação constante das vazões necessárias para atendimento às
demandas, devendo ser considerada a evolução do sistema na produção de reservas hídricas e
identificado os diferentes cenários de restrição que possam se apresentar ao longo do tempo
(SEDUR, 2016).

Deste modo, o Inema realizou a Revisão do Balanço Hídrico do Plano de Recursos Hídricos do
Estado da Bahia, junto ao IICA, em 2012, que apresentou o reservatório Pedra do Cavalo como
tendo uma capacidade de atendimento de 75,50m³/s.

O estudo realizado no âmbito do PARMS pela Sedur (2016) sugere uma redução da vazão para
47m³/s para 100% de permanência com o nível operacional mínimo na cota de 106,00m. De tal
modo, seria insustentável do ponto de vista ambiental manter o atendimento da RMS com uma
vazão de 21m³/s, conforme previsto em projeto. O PARMS sugere que essa vazão seja de 13,4m³/s
para um período de 24h, sendo que o sistema poderia ser operado com uma vazão maior desde
que a duração seja menor, de modo a não provocar danos ambientais a jusante. Esses valores
foram estabelecidos para o seguinte cenário:

• O nível operacional entre as cotas 106,00m e 120,00m;

• Vazão aduzida para abastecimento humano garantido 100% do tempo igual a 27,00m³/s (o
que daria para atender o previsto para RMS e outras cidades);

• Vazão ambiental liberada para jusante igual a 10,0m³/s, enquanto o nível do reservatório
fosse superior à cota 108,00m e igual a 6,0m³/s entre as cotas 106,00m e 108,00m,
garantida 100% do tempo;

• Vazão para geração de energia abaixo da cota 110,00m igual à vazão liberada para jusante
(10,0m³/s ou 6,0m³/s a depender no nível da água).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
306
A partir dessas informações foi possível estimar a capacidade de atendimento a ser considerada no
balanço entre as demandas de abastecimento e disponibilidade do manancial de Pedra do Cavalo,
conforme pode ser visualizado no Quadro 61.

Quadro 61 – Disponibilidade hídrica – Pedra do Cavalo


Vazões (m³/s)
Disponíveis para
Nível Mínimo Regularizadas com De restituição a jusante da
abastecimento da RMS
Operacional permanência de: barragem, em regime de:
com permanência de:
100% 95% 90% Normal Escassez 100% 95% 90%
110,00 m 37,72 49,03 57,44
108,00 m 41,33 52,54 60,07 10,00 - 21,00 21,00 21,00
106,00 m 47,15 59,97 67,17
Fonte: Sedur, 2016.

7.2.1.2. Barragem de Joanes II

A barragem Joanes II, construída em 1971, está localizada na bacia hidrográfica Recôncavo Norte,
a montante de Joanes I, entre os municípios de Simões Filho e Dias D’Ávilla e realiza a adução do
Rio Joanes para o abastecimento da SIAA Salvador e SIAA Recôncavo. Essa barragem recebe
reforço das águas do rio Jacuípe, por meio de uma transposição da barragem de Santa Helena.

Figura 68 – Vista do reservatório de Joanes II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
307
A área destinada à captação da represa Joanes II (Figura 68) é de acesso restrito e possui em sua
entrada placa de identificação (Figura 69). A área é fechada por cerca metálica e o acesso é
realizado por um portão metálico que é trancado por um cadeado e fiscalizado por um guarda.

Figura 69 – Acesso a área de captação da represa Joanes II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A barragem Joanes II foi concebida em projeto para reforçar a vazão de regularização da barragem
Joanes I, atender a ETA Principal e abastecer o Complexo Petroquímico de Camaçari (COPEC),
atual Braskem. Atualmente, a barragem Joanes II não abastece mais a Braskem, a qual é atendida
pelo sistema adutor de Santa Helena.

A barragem Joanes II é constituída de terra homogênea com descarga e controle de nível. O


vertedouro (Figura 70) é em concreto e possui 04 (quatro) comportas do tipo segmento com
acionamento elétrico. Atualmente a barragem tem apresentado algumas patologias que têm sido
revertidas por meio da manutenção civil (na estrutura de terra) e eletromecânica (nas estruturas
metálicas).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
308
Figura 70 – Vista do vertedor da barragem de Joanes II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O reservatório foi projetado para operar entre as cotas 30,5m e 28,00m; sendo a cota mínima para
a captação 24,9m. O Quadro 62 apresenta as principais características da Barragem do Joanes II.

Quadro 62 – Características da barragem do Joanes II


Altura 12 m
Comprimento 790 m
Cota do N.A. máximo 30,5 m
Cota do N.A. mínimo 24,9 m
Cota da Crista 32 m
Volume total 129.000.000 m³
Volume útil 85.000.000 m³
Largura do Vertedor 32 m
Vazão máximo do vertedor 520 m³/s
Cota da Soleira 26 m
Largura da Comporta 6,9 m
Altura da Comporta 4,5 m
Vazão Captada 3.200 l/s
Fonte: Sedur, 2016 apud Embasa, 2014.

A barragem foi projetada para uma vazão regularizadora de 4,8m³/s, o que proporcionaria, em
conjunto com a barragem Joanes I, uma disponibilidade hídrica de 6,0m³/s (SEDUR, 2014).

No entanto, nos últimos 40 anos, a barragem não tem sido capaz de fornecer a demanda
estabelecida em projeto, sendo necessário, em períodos de estiagem, utilizara a descarga de fundo
e a utilização de flutuantes (Figura 71) ou até mesmo o sifonamento da água para manter a vazão
mínima do reservatório Joanes I (EMBASA, 2020).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
309
Figura 71 – Flutuantes utilizados em situação emergencial – Joanes II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Para reverter tal situação, foi construído o sistema adutor Santa Helena – Joanes II para alimentar
o Joanes II, deste modo garantindo a segurança hídrica tanto da represa Joanes I quanto da Joanes
II (SEDUR, 2016).

A captação na represa Joanes II é realizada por uma estrutura de concreto armado e ocorre junto
à estação elevatória, localizada no município de Camaçari, nas coordenadas UTM 562.800 E;
8.598.800 S, situada à margem direita do lago. Essa área foi determinada em função do
levantamento batimétrico realizado na represa, que levou em consideração os níveis máximo e
mínimo de funcionamento da barragem e procurou evitar a ocorrência de assoreamento, variações
na turbidez e as eventuais cargas de choque decorrentes de despejos industriais acidentais
(SEDUR, 2016).

A Figura 72 apresenta o gráfico com os resultados da variação do nível da barragem Joanes II


obtidos pelas campanhas realizadas no período de janeiro de 2017 até junho de 2020, por meio do
Informativo Semanal de Monitoramento de Barragens realizado pelo Inema.

Observa-se no gráfico que a situação mais crítica do nível do reservatório de Joanes II ocorreu no
período de março a abril de 2017, chegando a operar com apenas uma folga de 0,56m da cota
mínima. A segunda pior situação foi constatada em 2018, porém ainda estava com uma folga de
2,54m da cota mínima de operação.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
310
Figura 72 – Variação do Nível de Água da Barragem Joanes II - 2017 a 2021

31

30

29

28

27

26

25

24

23
02/01/2017 02/01/2018 02/01/2019 02/01/2020 02/01/2021

Fonte: Inema, 2020.

7.2.1.2.1. Qualidade da Água Bruta

Com relação ao monitoramento executado pela Embasa, o Quadro 63, o Quadro 64 e o Quadro 65
apresentam o resultado detalhado das análises realizadas no período de janeiro de 2015 a setembro
de 2020, considerando os parâmetros mencionados anteriormente. As últimas três linhas se referem
ao valor máximo e médio registrado no período e ao valor limite estabelecido pela Resolução
CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe II.

O Quadro 66 fornece o compilado desse monitoramento, considerando o número de análises


realizadas, quantas estiveram em desconformidade ao limite estabelecido para Água Doce Classe
II, estabelecido na Resolução CONAMA n° 357/2005, e qual o valor médio registrado no período.

Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:

• Específicos: Fósforo Total e Oxigênio Dissolvido;


• Inorgânicos: Nitrogênio Amoniacal, Potencial Hidrogeniônico, Alumínio Dissolvido e Manganês
Total.

A presença recorrente de Fósforo Total em concentrações superiores ao limite estabelecido pela


CONAMA de 0,03 mg/L (Figura 73) sugere um aporte expressivo de fósforo no manancial,

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
311
proveniente, provavelmente, de contribuições sanitárias clandestinas e uso de fertilizantes em
cultivos agrícolas.

Figura 73 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Joanes II


(Fósforo Total)
0,16
0,14
0,12
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00

F.TOT mg P/L VMP

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

O parâmetro Oxigênio Dissolvido (OD), apresentou dois resultados abaixo do mínimo estabelecido
na legislação vigente de 5 mg/L O2, em maio de 2015 e julho de 2018. As demais análises estiveram
de acordo com a Resolução CONAMA n° 357/2005, essa conformidade é imprescindível para
manutenção e preservação da biota aquática.

Com relação aos parâmetros inorgânicos, Nitrogênio Amoniacal apresentou concentração superior
a 2,0mg/L durante os meses de maio e junho de 2019 e o Potencial Hidrogeniônico (pH) apresentou
uma desconformidade pontual em janeiro de 2019, com valor inferior a 6,0 pH.

Com relação ao Alumínio Dissolvido, a desconformidade se deu nos meses iniciais de 2015, nos
meses de maio e agosto, e em 2016, nos meses de janeiro e maio, onde as análises registraram
um valor superior a 100 μg/L (Figura 74). Segundo os resultados analisados pelo PARMS, essa
desconformidade do Alumínio Dissolvido ocorreu também nos anos de 2012 a 2014, possivelmente,
em decorrência do descarte do lodo produzido na ETA Principal no curso d’água do rio Joanes.
Desde de julho de 2016, o resultado das análises não tem evidenciado alteração na concentração
do Alumínio Dissolvido, em função, provavelmente, da capacidade de autodepuração do corpo
receptor.

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312
Figura 74 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Joanes II
(Alumínio Dissolvido)
600

500

400

300

200

100

0 13/03/17

13/05/19
13/05/15
13/07/15
13/09/15
13/11/15
13/01/16
13/03/16
13/05/16
13/07/16
13/09/16
13/11/16
13/01/17

13/05/17
13/07/17
13/09/17
13/11/17
13/01/18
13/03/18
13/05/18
13/07/18
13/09/18
13/11/18
13/01/19
13/03/19

13/07/19
13/09/19
13/11/19
13/01/20
Al. Dis. (ug Al.Dis/L) VMP

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

O parâmetro Manganês apresentou concentração superior a 100 μg/L em três momentos, maio de
2015, julho de 2016 e maio de 2020. Segundo FUNASA (2014) altas concentrações de manganês
assim como ferro, além de causas naturais decorrentes das características geoquímicas das bacias
de drenagem são também encontradas em situações de ausência de oxigênio dissolvido, como, por
exemplo, em águas subterrâneas ou nas camadas mais profundas dos lagos. Nesse caso
especifico, apenas na amostra do mês maio de 2015, pode-se inferir uma correlação entre esses
dois parâmetros, visto qe a concentração de OD foi de apenas 3,44 mg/L, abaixo do valor mínimo
estabelecido pela resolução CONAMA, que é de 5 mg/L.

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313
Quadro 63 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Joanes II)
Data Endereço Cor Real mg Pt/L DBO5 mg/L F.TOT mg P/L OD mg OD/L Turbidez NTU
13/05/15 CANR001C V 56 3,3 0,14 3,44 10,7
31/08/15 CANR001C V 53 1,7 0,02 6,27 9,56
03/12/15 CANR001C V - - < 0,02 7,23 11,2
17/12/15 CANR001C V - - 0,13 - -
19/01/16 CANR001C V 15 1,6 0,07 6,18 9,42
20/07/16 CANR001C V 14 1,9 < 0,02 7,21 3,28
31/01/17 CANR001C V 10 2,2 0,03 7,52 4,01
12/07/17 CANR001C V 24 <1 0,02 6,21 3,93
22/01/18 CANR001C V 16 1,7 0,04 7,34 3,62
26/07/18 CANR001C V 37 3,5 - 3,26 2,70
07/08/18 CANR001C V - - < 0,02 - -
25/02/19 CANR001C V 14 4,2 < 0,02 7,40 3,61
29/10/19 CANR001C V - - - - 3,35
03/02/20 CANR001C V - - - - 2,82
05/05/20 CANR001C V - - - - 56,3
14/09/20 CANR001C V - - - - 4,54
Valor Médio 26,6 2,5 0,1 6,2 9,2
Valor Máximo 56,00 4,20 0,14 7,52 56,30
Valor Mínimo 10,00 < 1,00 < 0,02 3,26 2,70
Valor Máximo Permitido 75 5 0,03 5 (1) 100
1 Valor mínimo estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005 para o parâmetro OD

Fonte: Embasa, 2020.

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Quadro 64 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Joanes II)
Amônia Nitrato Sulfato Al. Dis. Fe.Dis.
Fluoreto Nitrito (mg Hg (ug Mn (ug Chumbo Zn (ug
Data Endereço (mg (mg NO3- (mg pH (ug (ug
(mg F/L) NO2-N/L) Hg/L) Mn/L) (ug Pb/L) Zn/L)
NH3/L) N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L)
13/05/15 CANR001C V 0,33 0,83 < 1,5 < 0,25 7,83 6,46 303 941 0,090 320 < 5,00 6,75
31/08/15 CANR001C V 0,18 0,29 < 1,5 < 0,25 6,41 7,02 511 1,09E3 0,160 83,3 < 5,00 4,37
03/12/15 CANR001C V - - - - - 7,66 - 248 - 62,6 - -
19/01/16 CANR001C V 0,22 0,27 < 1,5 < 0,25 9,58 5,20 119 107 < 0,050 62,5 < 5,00 14,5
18/05/16 CANR001C V - 0,17 - - - - 110 - - - - -
20/07/16 CANR001C V 0,32 1,88 < 1,5 < 0,25 22,1 7,11 54,6 120 < 0,050 141 < 5,00 5,77
31/01/17 CANR001C V 0,44 0,11 < 1,5 < 0,25 15,7 7,40 35,4 41,5 0,060 40,8 < 5,00 4,55
12/07/17 CANR001C V 0,26 1,68 < 1,5 < 0,25 41,0 7,02 89,4 473 0,150 77,7 < 5,00 12,3
17/07/17 CANR001C V - - - - - - 20,8 26,4 0,160 59,5 < 5,00 16,1
22/01/18 CANR001C V 0,24 0,35 < 1,5 < 0,25 28,3 7,63 - - - - - -
26/07/18 CANR001C V 0,37 - < 1,5 < 0,25 - 6,90 47,7 377 < 0,050 77,0 < 5,00 12,6
07/08/18 CANR001C V - 0,18 - - - - - - - - - -
27/12/18 CANR001C V - - - - 11,9 - - - - - - -
25/02/19 CANR001C V 0,25 0,37 < 1,5 < 0,25 10,6 7,51 < 20,0 37,9 0,1 100 < 5,00 < 3,00
22/05/19 CANR001C V - 2,49 - - - - - - - - - -
27/05/19 CANR001C V - 2,45 - - - - - - - - - -
03/06/19 CANR001C V - 3,23 - - - - - - - - - -
10/06/19 CANR001C V - 3,13 - - - - - - - - - -
17/06/19 CANR001C V - 3,22 - - - - - - - - - -
24/06/19 CANR001C V - 2,89 - - - - - - - - - -
03/07/19 CANR001C V - 0,49 - - - - - - - - - -
29/10/19 CANR001C V - 0,08 < 1,5 < 0,25 14,7 8,54 - - - 100 < 5,00
09/12/19 CANR001C V - - - - - 7,42 - - - - - 5
03/02/20 CANR001C V - - - - - - < 20,0 34,8 - - - -

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Amônia Nitrato Sulfato Al. Dis. Fe.Dis.
Fluoreto Nitrito (mg Hg (ug Mn (ug Chumbo Zn (ug
Data Endereço (mg (mg NO3- (mg pH (ug (ug
(mg F/L) NO2-N/L) Hg/L) Mn/L) (ug Pb/L) Zn/L)
NH3/L) N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L)
05/05/20 CANR001C V - 0,24 1,584 < 0,25 7,20 6,54 - - - 200 < 5,00 8
14/09/20 CANR001C V - 0,18 < 1,5 < 0,25 6,96 7,95 - - - - - -
Valor Médio 0,3 1,2 <1,5 < 0,25 15,2 7,2 - 240,7 0,1 - < 5,00 9,0
Valor Máximo 0,44 3,23 1,58 <0,25 41,00 5,2 a 8,54 511,00 1.090 0,16 3200,00 < 5,00 16,10
Valor Máximo Permitido 1,4 2 10 1 250 6,0 a 9,0 100 300 0,2 100 10 180
Fonte: Embasa, 2020.

Quadro 65 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Joanes II)
BENZ CCl4 CH2Cl2 CLDN END ETBZ LIND PCLF TOL TRCLEE XILS
Data Endereço A&D (μg/L)
(μ)g/L (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg /L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L)
13/05/15 CANR001C V < 1,000 - - - < 1,00 < 1,000 - < 1,000 < 2,000 - - -
31/08/15 CANR001C V < 1,000 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,000 < 2,00 < 1,000 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
19/01/16 CANR001C V < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,000 < 2,00 < 1,000 - < 2,00 < 2,00 < 4,00
28/04/16 CANR001C V < 1,000 - - - < 1,00 < 1,000 - < 1,000 < 2,00 - - -
09/05/16 CANR001C V < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,000 < 2,00 < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
20/07/16 CANR001C V - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
31/01/17 CANR001C V - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
12/07/17 CANR001C V - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
05/09/17 CANR001C V < 1,000 - - - < 1,00 < 1,000 - < 1,000 < 2,00 - - -
22/01/18 CANR001C V < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,000 < 2,00 < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
26/07/18 CANR001C V < 1,000 - - - < 1,00 < 1,000 - < 1,000 < 2,00 - - -
27/12/18 CANR001C V - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
09/01/19 CANR001C V - <2 <2 < 10 - - < 2,00 - <2 < 2,00 <2 < 4,00
25/02/19 CANR001C V - - - - - - - - <2 - - -

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
316
BENZ CCl4 CH2Cl2 CLDN END ETBZ LIND PCLF TOL TRCLEE XILS
Data Endereço A&D (μg/L)
(μ)g/L (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg /L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L)
29/10/19 CANR001C V - <1 <1 <1 - - < 1,00 <1 <2 < 1,00 <5 < 3,00
09/12/19 CANR001C V < 0,02 - - - < 0,02 < 0,01 - - - - - -
03/02/20 CANR001C V < 0,03 - - - < 0,01 < 0,03 - - - - - -
05/05/20 CANR001C V - <1 <1 <1 - - < 5,00 <1 - < 1,00 <5 < 5,00
14/09/20 CANR001C V < 0,03 <1 <1 <1 < 0,01 < 0,03 < 5,00 - - < 1,00 <5 < 5,00
Valor Médio - - <1,5 < 0,25 - - - < 1,0 < 2,00 - - -
Valor Máximo < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,00 < 1,00 <1 < 5,0 < 1,0 < 2,00 < 5,0 < 5,0 < 10,00
Valor Máximo Permitido 0,005 5 2 20 0,04 0,004 90 0,02 9 2 10 300
Fonte: Embasa, 2020.

Quadro 66 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Joanes II


Parâmetros Específicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Cor Real mg Pt/L 75 9 0 26,56
DBO5 mg/L 5 9 0 2,51
F.TOT mg P/L 0,03 11 4 0,06
OD mg OD/L 5 10 2 6,21
Turbidez NTU 100 14 0 9,22
Parâmetros Inorgânicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Fluoreto (mg F/L) 1,4 9 0 0,29
Amônia (mg NH3/L) 2 19 6 1,23
Nitrato (mg NO3-N/L) 10 11 0 < 1,5
Nitrito (mg NO2-N/L) 1 11 0 < 0,25
Sulfato (mg SO4/L) 250 11 0 15,19
pH 5,2 13 1 7,17
Al. Dis. (ug Al.Dis/L) 100 11 4 143,43

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
317
Parâmetros Específicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Fe.Dis. (ug Fe.Dis/L) 300 11 3 240,66
Hg (ug Hg/L) 0,2 9 0 -
Mn (ug Mn/L) 100 12 3 110,37
Chumbo (ug Pb/L) 10 11 0 < 5,00
Zn (ug Zn/L) 180 11 0 8,99
Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
318
7.2.1.2.2. Avaliação da disponibilidade hídrica do manancial

A Barragem Joanes II foi avaliada em projeto para uma vazão regularizado de 4,80m³/s. No entanto,
o Plano Diretor de Abastecimento de Água da RMS (1998) admitiu uma vazão de 3,80 m³/s,
enquanto a Revisão do Balanço Hídrico do Plano de Recursos Hídricos do Estado da Bahia,
realizada pelo Inema junto ao IICA em 2012, apresentou o reservatório Joanes II como tendo uma
capacidade de atendimento de 2,399 m³/s (SEDUR, 2016).

Segundo Sedur (2016), em 2013, a Fundação Escola Politécnica (FEP) da Bahia, elaborou o Projeto
de Revitalização e Gestão Ambiental do Sistema Joanes/Ipitanga, onde a capacidade de
regularização dos reservatórios Joanes I e Joanes II foi avaliada. Essa nova estimativa foi realizada
em função dos indicadores do reservatório apresentados no Quadro 67.

Quadro 67 – Indicadores relativos ao reservatório Joanes II


Indicador Sedur (2013)
Nível máximo operacional (m) 30,3
Nível mínimo operacional (m) 24,9
Volume total (no NA máximo) (hm3) 108,470
Volume morto (hm3) 34,938
Volume útil (hm3) 73,532

Fonte: Sedur, 2016 apud Sedur, 2013.

O estudo estimou as vazões mínimas, médias e máximas para o Joanes II para o período de 1956
a 2010, conforme Tabela 35. Durante esse período a vazão máxima anual foi de 16,147m³/s, a
média anual de 5,472m³/s e a mínima anual de 0,843m³/s. Essas estimativas foram realizadas por
meio dos dados medidos no rio Jacuípe em Mata de São João, considerando que as semelhanças
físicas existentes entre as duas bacias permitiriam considerar a produção de um escoamento
semelhante em ambas.

Tabela 35 – Vazões médias mensais (m³/s) na bacia do Joanes II estimadas pelo estudo
realizado pela FEP
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mín. 0,123 0,083 0,171 0,232 0,796 1,025 0,535 0,898 0,191 0,090 0,098 0,107
Média 2,323 2,271 3,710 5,853 11,846 11,255 9,403 5,097 3,627 2,875 3,786 3,623
Máx. 14,656 14,063 23,467 33,294 48,798 39,818 23,975 21,264 12,538 12,623 28,889 29,228

Fonte: Sedur, 2016 apud Sedur, 2013.

A partir dessas estimativas foi estipulada a vazão máxima regularizadora do Joanes II como sendo
de 1,820m³/s, considerando 100% de permanência.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
319
A partir dessas informações foi possível estimar a capacidade de atendimento a ser considerada no
balanço entre as demandas de abastecimento e disponibilidade dos mananciais, Quadro 68.

Quadro 68 – Disponibilidade hídrica – Joanes II


Vazões (m³/s)
Disponíveis para
Nível Mínimo Regularizadas com De restituição a jusante da
abastecimento da RMS
Operacional permanência de: barragem, em regime de:
com permanência de:
100% 95% 90% Normal Escassez 100% 95% 90%
24,90 m 1,82 2,54 3,15 0,63 0,16 1,19 1,91 2,52

Fonte: Sedur, 2016.

7.2.1.3. Barragem de Santa Helena

O acesso à represa Santa Helena é restrito a pessoas autorizadas e possui em sua entrada placa
de identificação. A área é fechada por cerca metálica e o acesso é realizado por um portão metálico
que é trancado por um cadeado e fiscalizado por um guarda, conforme Figura 75.

Figura 75 – Acesso a área da represa Santa Helena

Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda, 2015.

Em 1985, o vertedouro da barragem Santa Helena rompeu e em 1987, foram implantadas, em


caráter provisório, duas pequenas barragens nos rios Jacumirim e Jacuípe – sendo essa última
responsável pela transposição das águas do rio Jacuípe para o Jacumirim (SEDUR, 2016).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
320
Em 2000, com a reconstrução da barragem Santa Helena, a barragem Jacuípe ficou submersa e a
elevatória de Jacumirim passou a operar pelo reservatório Santa Helena, após remoção parcial da
ombreira direita da barragem Jacumirim. A barragem Santa Helena passou por outras mudanças
com a reconstrução: a substituição dos aterros de terra por aterros de concreto rolado, alargação
do canal extravasor para coincidir com a largura da bacia de dissipação e a adição de mais uma
comporta no vertedouro. A Figura 76 apresenta a cronologia da Barragem Santa Helena e o Quadro
69 apresenta as suas principais características técnicas.

Figura 76 – Cronologia Barragem Santa Helena

• Inauguração da 1985 • Implantação das 2000


Barragem Santa barragens
Helena • Rompe provisórias: • Reconstrução da
vertedouro da Jacumirim e Barragem Santa
Barragem Santa Jacuípe Helena
Helena

1981 1987

Fonte: Adaptado Sedur, 2016.

Quadro 69 – Características da barragem Santa Helena


Altura 25,5 m
Comprimento 302 m
Área de drenagem da barragem 880 km²
Conta do N.A. máximo 20,00 m
Conta do N.A. mínimo 17,00 m
Conta da crista 23,00 m
Conta da soleira 8,00 m
Cota do extravasor 8,00 m
Volume de acumulação de projeto 241.000.000 m³
Vazão captada 2.100 L/s

Fonte: Sedur, 2016; Embasa, 2021.

O reservatório é composto de barragem de concreto rolado; 01 (um) vertedouro de concreto com


03 (três) comportas do tipo segmento com acionamento hidráulico; 04 (quatro) comportas, sendo
03 (três) do tipo segmento e 01 (uma) do tipo ensecadeira (stop-log) e 01 (um) pórtico rolante. O

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
321
Quadro 70 apresenta as características desses elementos e a Figura 77 alguns registros
fotográficos das infraestruturas civis desse barramento.

Quadro 70 – Características dos equipamentos da barragem Santa Helena


Equipamento Quantidade Características
LxH = 9,00m X 12,15m, completas, com painéis de vedação e guias
Comportas-
3 laterais, braços, mancais de articulação, cilindros hidráulicos,
segmento
unidade de pressão, indicador local de posição e painel elétrico.
Comporta- LxH = 9,00m x 12,90m, completa, com 6 painéis intercambiáveis de
ensecadeira 1 L x H = 9,00m x 2,15m com vedação e guias laterais, 3 conjuntos de
(stop-log) peças fixas e 1 viga pescadora.
Capacidade para 10 tf, vão = 5,50m, altura de elevação = 20,0m,
completo, com caminhos de rolamento em trilhos TR 25 com
Pórtico rolante 1
comprimento de 40,0m e vigas metálicas de sustentação do caminho
de rolamento.
Fonte: Sedur, 2016 apud Embasa, 2014.

Figura 77 – Infraestruturas civis da barragem Santa Helena

Fonte: Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda, 2015.

A barragem Santa Helena veicula uma vazão máxima de 3,0 m³/s, em função da limitação da
capacidade atual da adutora existente, para reforço da barragem Joanes II.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
322
A partir do Informativo Semanal de Monitoramento das principais Barragens do Estado da Bahia
realizado pelo Inema foi possível compilar os níveis da represa Santa Helena para o período de
janeiro de 2017 até junho de 2020, conforme apresentado na Figura 78.

Figura 78 – Variação do nível de água da barragem Santa Helena

20,5

20

19,5

19

18,5

18

17,5

17

16,5

16
02/01/2017 02/01/2018 02/01/2019 02/01/2020 02/01/2021

Fonte: Inema, 2021.


O gráfico mostra que nos meses de verão os níveis de água no reservatório tendem a diminuir,
coincidindo com o período de maior demanda do SIAA Salvador. No período considerado, o nível
mínimo de água registrado no reservatório foi em abril/2013 (cota 18,64m), seguindo um padrão de
comportamento similar ao verificado nas represas de Joanes I e II, possivelmente em razão da
menor pluviosidade no período úmido. Mesmo assim os níveis registrados mantiveram-se, com
folga, sempre acima do N.A. mínimo operacional da elevatória existente (cota 17,00m).

7.2.1.3.1. Qualidade da Água Bruta

A seguir serão tecidas informações a respeito do monitoramento realizado na represa de Santa


Helena no período de 2015 a 2019. Salienta-se que as informações disponibilizadas foram
fornecidas pela Embasa e dizem respeito ao ponto de amostragem localizado na Estrada do Coco,
Rodovia BA 099.

Os quadros (Quadro 71, Quadro 72 e Quadro 73) a seguir apresentam o resultado detalhado das
análises realizadas, cabe ressaltar que a ausência de alguns parâmetros se deve a falta de
informação dos mesmos As últimas três linhas se referem ao valor máximo e médio registrado no

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
323
período e ao valor limite estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce
Classe II.

Já o Quadro 74 fornece o compilado desse monitoramento, considerando o número de análises


realizadas, quantas estiveram em desconformidade ao limite estabelecido para Água Doce Classe
II, estabelecido na Resolução CONAMA n° 357/2005, e qual o valor médio registrado no período.

Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:

• Específicos: Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias

Conforme mencionado anteriormente, a Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias (DBO5)


representa o potencial de oxigênio dissolvido devido à estabilização dos compostos orgânicos
biodegradáveis, corroborando para a redução nos níveis de oxigênio na água. Segundo as
informações disponibilizadas houve uma alteração pontual da DBO5 em janeiro de 2019, excedendo
ao limide de 5 mg/L.

A falta de informações complementares impossibilita inferir se a qualidade do manancial está ou


não compatível com os usos mais exigentes a que foram destinados, nem embasar a escolha das
ações que deverão ser selecionadas para melhoria e conservação da qualidade da água
estabelecida.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
324
Quadro 71 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Santa Helena)
Data Endereço Cor Real mg Pt/L DBO5 mg/L F.TOT mg P/L
16/04/2015 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 8 1,9 0,03
24/09/2015 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 24 1,3 0,02
30/03/2016 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 8 2,4 < 0,02
12/09/2016 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 12 1,1 < 0,02
15/02/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 4 1 0,03
27/07/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 4 - 0,03
31/07/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro - 1,3 -
15/01/2018 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 6 1,7 < 0,02
30/07/2018 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 37 3 < 0,02
03/01/2019 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 15 5,2 0,03
Valor Médio 17,10 2,06 0,027
Valor Máximo 53,00 5,20 0,03
Valor Mínimo 4,00 1,00 0,02
Valor Máximo Permitido 75 5 0,03
Fonte: Embasa, 2021.

Quadro 72 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Santa Helena)
Al. Dis. (ug Chumbo (ug Fe.Dis. (ug
Data Endereço Zn (ug Zn/L)
Al.Dis/L) Pb/L) Fe.Dis/L)
16/04/2015 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 98,3 <3
24/09/2015 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 186 9,23
30/03/2016 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 28,2 <3
12/09/2016 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 15,8 <3
15/02/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 7,18 <3
27/07/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 14,8 6,69

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
325
Al. Dis. (ug Chumbo (ug Fe.Dis. (ug
Data Endereço Zn (ug Zn/L)
Al.Dis/L) Pb/L) Fe.Dis/L)
15/01/2018 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 12,3 12,9
30/07/2018 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 0,0435 < 0,005 360 5,57
03/01/2019 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro < 0,02 < 0,005 18,7 37,6
24/07/2019 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro 0,314 < 0,005 672 3,5
Valor Médio 0,2 < 0,005 141,3 12,6
Valor Máximo 0,31 - 672,00 37,60
Valor Máximo Permitido 100 10 300 180
Fonte: Embasa, 2021.

Quadro 73 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Santa Helena)
CH2Cl2 CLDN ETBZ (μg
Data Endereço A&D (μg/L) BENZ (μ)g/L END (μg/L)
(μg/L) (μg/L) /L)
22/04/2015 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro v <2 < 10 <1 <1 <5
24/09/2015 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
30/03/2016 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
12/09/2016 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro - <2 < 10 - - <5
15/02/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro - <2 < 10 - - <5
27/07/2017 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
15/01/2018 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
30/07/2018 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 - - <1 <1 -
03/01/2019 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
24/07/2019 BARR#00288 Rod BA 099 - Estrada do Coco Vertedouro <1 <2 < 10 <1 <1 <5
Valor Médio <1 <2 < 10 <1 <1 <5
Valor Máximo <1 <2 < 10 <1 <1 <5
Valor Máximo Permitido 0,005 5 20 0,04 0,004 90
Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
326
Quadro 74 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Santa Helena
Parâmetros Específicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Cor Real mg Pt/L 75 11,00 0,00 17,10
DBO5 mg/L 5 11,00 1,00 2,06
F.TOT mg P/L 0,03 11,00 0,00 0,027
Parâmetros Inorgânicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Al. Dis. (ug Al.Dis/L) 100,00 10,00 0,00 0,18
Amônia (mg NH3/L) 2,00 10,00 0,00 < 0,005
Chumbo (ug Pb/L) 10,00 10,00 2,00 141,33
Zn (ug Zn/L) 180,00 10,00 0,00 12,58

Fonte Adaptado Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
327
7.2.1.3.2. Avaliação da disponibilidade hídrica do manancial

A barragem, quando reconstruída, passou por uma reavaliação dos estudos hidrológicos que
constatou que o reservatório Santa Helena tem a capacidade de regularizar vazões de: 6,75m³/s,
desde que seja construída uma nova adutora para atuar em paralelo com as duas existentes, e
8,80m³/s, sendo necessária as construções de uma nova estrutura de captação mais próxima da
barragem Santa Helena e uma de adução; ambos as hipóteses tiveram a vazão ecológica incluída
em projeto (Quadro 75).

Quadro 75 – Capacidade de regularização da represa Santa Helena


Vazão Permanência Cota de operação
100% de permanência N.A. Máximo: 20,00 m
6,75 m³/s
(Q100%) N.A. Mínimo: 17,00 m
100% de permanência N.A. Máximo: 20,00 m
8,80 m³/s
(Q100%) N.A. Mínimo: 10,00 m

Fonte: Sedur, 2014 apud Embasa, 1996.

A barragem Santa Helena foi avaliada em projeto para uma vazão regularizadora de 6,75m³/s,
considerando o nível operacional situado entre as cotas 17,00 m e 20,00 m. Antes da reconstrução
da barragem, foram realizados dois estudos para avaliar a capacidade de regularização: Plano
Diretor de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador, elaborado pela Hydros
Engenharia e os Estudos de Definição do Reaproveitamento do Potencial Hídrico do Rio Jacuípe,
elaborado pela Geohidro (SEDUR, 2016). Ambos os estudos avaliaram a capacidade de
regularização do reservatório Santa Helena para uma permanência de 100% e para a conta mínima
de 17,00m e 10,00m, conforme Quadro 76.

Quadro 76 – Vazão regularizadora com 100% de permanência de Santa Helena


Nível Mínimo Operacional (m³/s)
Estudo
17,0 m 10,0 m
Reaproveitamento do Potencial Hídrico do Rio Jacuípe 6,532 8,815
PDAA/98 7,900 9,420
Fonte: Sedur, 2016.

Essa disparidade nos resultados se deve não apenas à diferença na base de dados utilizada (a
Geohidro utilizou para a simulação da vazão regularizadora os dados fluviométricos de 01/1956 a
12/1994, enquanto a Hydros os dados de 08/1956 a 12/1971), bem como pela distinção do
tratamento matemático empregado em cada estudo e pela disparidade dos critérios empregados
na modelagem matemática. Apesar disso, os valores encontrados foram comparativamente
próximos.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
328
A partir dos dados mais recentes disponíveis, de 1986 a 2005, o PARMS (2014) foi capaz de
estabelecer os valores de volumes e níveis operacionais do reservatório da barragem Santa Helena,
conforme o Quadro 77. Com isso foi possível estimar as vazões regularizadoras do reservatório
para 100%, 95% e 90% de permanência, tanto para a cota de 10,0m, quanto para a de 17,0m
(Quadro 78).

Quadro 77 – Volumes correspondentes aos níveis operacionais de Santa Helena


Cotas Operacionais (m) Volumes (m³) % do volume total
Máxima Mínima Total Útil Morto Útil Morto
20,0 m 17,0 m 222.633.857 84.072.319 138.561537 37,8 62,2
20,0 m 10,0 m 222.633.857 193.175.007 29.458.850 86,8 13,2
Fonte: Sedur, 2016.

Quadro 78 – Vazões regularizadoras em Santa Helena, segundo o PARMS


Vazão Regularizadora (m³/s) Vazão à Jusante (m³/s)
Nível Mínimo Operacional
100% Perm 95% Perm 90% Perm Normal Escassez
17,0 m 4,045 5,642 6,640 1,992 0,498
10,0 m 6,596 8,358 9,960 - -
Fonte: Sedur, 2016.

A partir dessas informações o PARMS (2016) estimou a capacidade de atendimento a ser


considerada no balanço entre as demandas de abastecimento e disponibilidade dos mananciais,
Quadro 79.

Quadro 79 – Disponibilidade hídrica – Santa Helena


Vazões (m³/s)
Disponíveis para
Nível Mínimo Regularizadas com De restituição a jusante da
abastecimento da RMS
Operacional permanência de: barragem, em regime de:
com permanência de:
100% 95% 90% Normal Escassez 100% 95% 90%
17,00 m 4,05 5,64 6,64 2,05 3,65 4,65
1,99 0,50
10,00 m 6,60 8,36 9,96 4,60 6,37 7,97
Fonte: Sedur, 2016.

7.2.1.4. Barragem de Joanes I

A barragem Joanes I, construída em 1955, está localizada na bacia hidrográfica Recôncavo Norte
entre os municípios de Lauro de Freitas e Camaçari e realiza a adução do Rio Joanes para o
abastecimento de Salvador. O Quadro 80 apresenta as principais características da Barragem do
Joanes I. Esta foi construída em concreto, sem comportas e com um vertedouro livre com soleira
do tipo Creager.

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329
Quadro 80 – Características da Barragem do Joanes I
Altura 19 m
Comprimento 132 m
Cota da Crista 16 m
Volume acumulável 19.000.000 m³
Cota da Soleira 16,00 m
Área da bacia hidrográfica (cota 16,00 m) 170 ha
Vazão Captada 3.300 L/s
N.A. mínimo operacional (adutora Aço) 14,50 m
N.A. mínimo operacional (adutora Concreto) 14,50 m

Fonte: Sedur, 2016 apud Embasa, 2014; Embasa, 2020.

A área destinada à captação da represa Joanes I é fechada por um muro de alvenaria e o acesso
é realizado por um portão metálico que é trancado por um cadeado e fiscalizado por um guarda,
conforme Figura 79.

Figura 79 – Acesso a área de captação da barragem Joanes I

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Essa barragem (Figura 80) está situada em área de vulnerabilidade social, sendo que no dia da
visita não foi possível subir até a sua estrutura, em virtude de conflitos entre facções rivais que
comandam o tráfico de drogas na região. A barragem não possui comportas, dessa forma, a vazão
de jusante só ocorre quando existe nível suficiente.

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330
Figura 80 – Barragem Joanes I

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A barragem foi projetada para uma vazão regularizadora de 1,2m³/s, no entanto, devido ao processo
de assoreamento do reservatório, a vazão regularizadora considerada pela Embasa é de 1,00m³/s.

Nesse manancial existem dois tipos de captação (Figura 81), a saber: a fio d’água, que capta uma
vazão de 2.200L/s, cuja adução é realizada por uma tubulação de aço; e pela torre de tomada, que
capta uma vazão de 1.100L/s, com transporte realizado pela adutora de concreto.

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331
Figura 81 – Local de captação em Joanes I

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A água captada a fio d’água passa pela chaminé de equilíbrio (Figura 82), localizada na mesma
área da captação, depois é transportada pela adutora de aço (DN 1500 mm) por gravidade até o
booster Joanes I.

Figura 82 – Chaminé de equilíbrio que recebe água da adutora de aço

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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332
Na área da captação existe também uma unidade de armazenamento e aplicação de oxidantes em
dosagens que variam a depender da época do ano – para isso são realizados estudos e simulações
para a determinação da melhor dosagem. Essa aplicação ocorre na chaminé de equilíbrio e na caixa
de reunião da tubulação de concreto.

Figura 83 – Unidade de armazenamento e aplicação dos oxidantes

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

No que concerne aos níveis de operação da barragem Joanes I, a Figura 84 apresenta o gráfico
para o período de janeiro de 2017 até junho de 2021, conforme boletim semanal disponibilizado
pelo INEMA.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
333
Figura 84 – Variação do nível de água da barragem Joanes I

17,5

17

16,5

16

15,5

15

14,5

14

13,5
03/05/2017 03/05/2018 03/05/2019 03/05/2020 03/05/2021

Fonte: Inema, 2020.

Ao longo desse período, a barragem esteve operando acima do seu nível mínimo, vivenciando
situação crítica em fevereiro de 2017, em função da estiagem, onde o nível ficou em 14,96m, ou
seja, uma folga de apenas 0,46m do seu nível mínimo. O pico do nível ocorreu em abril de 2020,
com registro de 17,2m.

7.2.1.4.1. Qualidade da água Bruta

Com relação ao monitoramento executado pela Embasa, o Quadro 81 ao Quadro 83 apresentam o


resultado detalhado das análises realizadas no período de janeiro de 2015 a setembro de 2020,
considerando os parâmetros mencionados anteriormente. As últimas três linhas se referem ao valor
máximo e médio registrado no período e ao valor limite estabelecido pela Resolução CONAMA n°
357/2005, para Água Doce Classe II.

O Quadro 84 fornece o compilado desse monitoramento, considerando o número de análises


realizadas, quantas estiveram em desconformidade ao limite estabelecido para Água Doce Classe
II, estabelecido na Resolução CONAMA n° 357/2005, e qual o valor médio registrado no período.

Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:

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334
• Específicos: Cor real, Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias, Fósforo Total e Oxigênio
Dissolvido;
• Inorgânicos: Potencial Hidrogeniônico, Manganês Total e Chumbo Total.

O parâmetro Cor está associado ao grau de redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-
la, devido a presença de sólidos dissolvidos e pode ser dita como aparente ou verdadeira, sendo a
cor verdadeira associada a água após remoção da turbidez (PIVELI, 2005). Esse parâmetro, em
conjunto com a turbidez, atua como um importante parâmetro operacional de controle da qualidade
da água bruta, decantada e filtrada; e, embora, não esteja relacionado diretamente com problemas
de contaminação, se constitui como padrão de potabilidade (PIVELI, 2005). Na represa Joanes I, a
alteração da cor verdadeira ocorreu de modo pontual em abril de 2018, desde então esse parâmetro
vem se mantendo abaixo do limite de 75 mg Pt/L.

Com relação à Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias (DBO5), sua alteração também ocorreu
de modo pontual em janeiro de 2019, excedendo o limite de 5 mg/L O2, estabelecido na legislação
vigente. Seu monitoramento e controlo é muito importante para a permanência da biota aquática,
por representar o potencial de oxigênio dissolvido devido à estabilização dos compostos orgânicos
biodegradáveis, o que pode corroborar para uma redução nos níveis de oxigênio na água.

Figura 85 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Joanes I


(DBO5)

12,0

10,0

8,0

6,0

4,0

2,0

0,0

DBO5 mg/L VMP

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

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335
Figura 86 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Joanes I
(OD)

8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00

OD mg OD/L Mínimo

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

Quanto ao parâmetro Fósforo Total, este vem apresentando, ao longo de todo período monitorado,
resultados com valores superiores a 0,03 mg/L, limite estabelecido pela Resolução CONAMA n°
357/2005 - conforme Figura 87. Essa recorrência na desconformidade sugere um aporte expressivo
de fósforo no manancial, proveniente, provavelmente, de contribuições sanitárias clandestinas e
uso de fertilizantes em cultivos agrícolas.

Figura 87 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Joanes I


Fósforo Total)

0,25

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00

F.TOT mg P/L VMP

Fonte: Embasa, 2020.

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336
Com relação aos parâmetros inorgânicos, o Potencial Hidrogeniônico (pH) apresentou uma
desconformidade pontual em abril e setembro de 2016, com valores inferiores a 6,0 pH. O mesmo
ocorreu com Manganês Total, que apresentou uma alteração pontual em maio de 2017 e outra em
abril de 2018, onde excedeu os 100 μg Mn/L estabelecidos na legislação vigente. O chumbo
também apresentou desconformidade pontual em março de 2015, com concentração superior a 10
μg Pb/L, desde então esse parâmetro vem apresentando concentrações inferiores a 5 μg Pb/L,
respeitando a legislação vigente para mananciais de Água Doce Classe II.

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337
Quadro 81 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Joanes I)
Data Endereço Cor Real mg Pt/L DBO5 mg/L F.TOT mg P/L OD mg OD/L Turbidez NTU
27/01/15 LFTR001C - - 0,07 5,12 -
02/02/15 LFTR001C - - 0,23 5,48 -
04/03/15 LFTR001C 9 3,2 0,03 3,95 6,00
11/05/15 LFTR001C - - < 0,02 3,65 -
13/10/15 LFTR001C 13 2,6 < 0,02 6,30 4,86
30/03/16 LFTR001C 15 6,0 0,16 4,01 6,81
14/09/16 LFTR001C 3,9 0,05 6,35 6,59
14/09/16 LFTR001C 3,2 0,05 5,53 6,58
14/09/16 LFTR001C 4,2 0,09 1,56 4,77
28/09/16 LFTR001C 17 5,9 0,06 6,66 9,42
20/10/16 LFTR001C 4,6 0,05 7,58 5,72
20/10/16 LFTR001C 3,9 0,07 5,84 6,12
20/10/16 LFTR001C 3,8 0,05 7,32 7,63
22/05/17 LFTR001C 18 10 0,10 2,45 3,43
14/08/17 LFTR001C 26 3,8 0,07 5,38 4,79
16/03/18 LFTR001C 3,9 0,09 5,57 6,57
16/03/18 LFTR001C 3,7 0,09 4,42 6,58
16/03/18 LFTR001C - - 0,12 2,07 5,06
18/04/18 LFTR001C 108 5,5 0,09 3,34 8,44
23/08/18 LFTR001C 23 4,3 0,04 4,80 3,07
04/01/19 LFTR001C - - - - -
14/02/19 LFTR001C 20 7,2 0,08 6,51 8,32
17/05/19 LFTR001C - - - - 12,3
23/09/19 LFTR001C - - - - 5,40
27/01/20 LFTR001C - - - - 4,78

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338
Data Endereço Cor Real mg Pt/L DBO5 mg/L F.TOT mg P/L OD mg OD/L Turbidez NTU
03/02/20 LFTR001C - - - - 5,17
16/07/20 LFTR001C - - - - 16,0
Valor Médio 27,67 4,84 0,08 4,95 6,71
Valor Máximo 108,00 10,00 0,23 7,58 16,00
Valor Mínimo 9,00 2,60 < 0,02 1,56 3,07
Valor Máximo Permitido 75 5 0,03 5(1) 100
1 Valor mínimo estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005 para o parâmetro OD

Fonte: Embasa, 2020.

Quadro 82 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Joanes I)


Amônia Nitrato Nitrito Sulfato Al. Dis. Fe.Dis. Hg Mn Chumbo Zn
Fluoreto
Data Endereço (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg pH (ug (ug (ug (ug (ug (ug
(mg F/L)
NH3/L) N/L) N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L) Hg/L) Mn/L) Pb/L) Zn/L)
04/03/15 LFTR001C 0,18 0,44 < 1,5 < 0,25 11,8 6,37 82,5 635 < 0,050 63,8 13,5 4,34
13/10/15 LFTR001C 0,19 0,26 < 1,5 < 0,25 5,84 7,28 < 5,00 35,6 0,130 51,9 < 5,00 3,56
30/03/16 LFTR001C 0,29 0,47 < 1,5 < 0,25 9,65 5,66 < 5,00 26,0 0,100 106 < 5,00 2,28
14/09/16 LFTR001C - - - - 13,2 5,86 5,86 - - - - -
14/09/16 LFTR001C - - - - 12,3 5,94 < 5,00 - - - - -
14/09/16 LFTR001C - - - - 13,4 5,77 < 5,00 - - - - -
28/09/16 LFTR001C 0,19 0,13 < 1,5 < 0,25 9,78 7,63 25,5 25,3 < 0,050 64,6 < 5,00 4,34
20/10/16 LFTR001C - - - - 11,0 7,25 < 5,00 - - - - -
20/10/16 LFTR001C - - - - 10,8 6,96 < 5,00 - - - - -
20/10/16 LFTR001C - - - - 10,8 7,02 < 5,00 - - - - -
22/05/17 LFTR001C 0,27 1,30 < 1,5 < 0,25 8,38 6,58 < 5,00 59,6 0,060 118 < 5,00 15,0
14/08/17 LFTR001C 0,17 0,03 < 1,5 < 0,25 <5 7,20 < 5,00 18,9 0,060 95,9 < 5,00 11,0

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Amônia Nitrato Nitrito Sulfato Al. Dis. Fe.Dis. Hg Mn Chumbo Zn
Fluoreto
Data Endereço (mg (mg NO3- (mg NO2- (mg pH (ug (ug (ug (ug (ug (ug
(mg F/L)
NH3/L) N/L) N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L) Hg/L) Mn/L) Pb/L) Zn/L)
22/12/17 LFTR001C - - - - 8,65 - - - 0,110 - - -
16/03/18 LFTR001C - - - - 7,94 7,32 22,0 - - - - -
16/03/18 LFTR001C - - - - - 7,05 < 20,0 - - - - -
16/03/18 LFTR001C - - - - 9,79 6,74 < 20,0 - - - - -
18/04/18 LFTR001C 0,29 0,28 < 1,5 < 0,25 8,80 7,50 18,2 23,5 0,170 185 < 2,00 26,7
23/08/18 LFTR001C 0,22 0,32 < 0,25 7,10 < 20,0 24,0 < 0,050 56,7 < 5,00 3,74
28/12/18 LFTR001C - - < 1,5 - 8,26 - - - - - - -
14/02/19 LFTR001C 0,25 0,18 < 1,5 < 0,25 5,99 7,56 < 20,0 3,72 < 0,050 100 < 5,00 8
17/05/19 LFTR001C - 1,01 < 1,5 < 0,25 16,5 6,29 - - 0,08 100 < 5,00 < 1,00
23/09/19 LFTR001C - 0,42 < 1,5 < 0,25 9,24 7,04 - - - 100 < 5,00 30
11/12/19 LFTR001C - - - - - 6,96 - - - - - -
27/01/20 LFTR001C - 0,57 < 1,5 < 0,25 7,13 6,99 - - - 100 < 5,00 7
03/02/20 LFTR001C - - - - - - < 20,0 13,3 - - - -
16/07/20 LFTR001C - 0,79 < 1,5 < 0,25 <5 6,54 - - < 0,050 100 < 5,00 4
Valor Médio 0,2 0,5 < 1,5 < 0,25 - 6,8 - 86,5 - 95,5 - -
Valor Máximo 0,29 1,30 <1,5 <0,25 16,50 7,63 82,50 3,72 0,17 185,00 13,50 30,00
Valor Máximo Permitido 1,4 2 10 1 250 5,66 100 300 0,2 100 10 180

Fonte: Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
340
Quadro 83 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Joanes I)
A&D BENZ CCl4 CH2Cl2 CLDN END ETBZ LIND PCLF TOL TRCLEE XILS
Data Endereço
(μg/L) (μ)g/L (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg /L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L)
04/03/15 LFTR001C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 5,00 < 2,00 < 10,0
13/10/15 LFTR001C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 5,00 < 2,00 < 10,0
30/03/16 LFTR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
28/09/16 LFTR001C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
22/05/17 LFTR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
14/08/17 LFTR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,000 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
18/04/18 LFTR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
23/08/18 LFTR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
04/01/19 LFTR001C < 1,00 <2 <2 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 <2 < 2,00 <2 < 4,00
14/02/19 LFTR001C - - - - - - - - <2 - - -
17/05/19 LFTR001C < 1,00 - - - < 1,00 < 1,00 - < 1,00 <2 - - -
23/09/19 LFTR001C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 1,00 < 1,00 <2 < 1,00 < 1,00 < 3,0
11/12/19 LFTR001C < 0,02 - - - < 0,02 < 0,01 - - - - - -
27/01/20 LFTR001C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 < 1,00 <2 < 1,00 <5 < 5,0
03/02/20 LFTR001C < 0,03 - - - < 0,01 < 0,03 - - - - - -
16/07/20 LFTR001C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 - - < 1,00 <5 < 5,0
Valor Médio - - <1,5 < 0,25 - - - < 1,0 < 2,00 - - -
Valor Máximo < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,00 < 1,00 <1 < 5,0 < 1,0 < 2,00 < 5,0 < 5,0 < 10,00
Valor Máximo Permitido 0,005 5 2 20 0,04 0,004 90 0,02 9 2 10 300
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
341
Quadro 84 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Joanes I
Parâmetros Específicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Cor Real mg Pt/L 75 9 1 27,67
DBO5 mg/L 5 18 6 4,84
F.TOT mg P/L 0,03 21 18 0,08
OD mg OD/L 5 21 9 4,95
Turbidez NTU 100 23 0 6,71
Parâmetros Inorgânicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Fluoreto (mg F/L) 1,4 9 0 0,23
Amônia (mg NH3/L) 2 13 0 0,48
Nitrato (mg NO3-N/L) 10 13 0 < 1,50
Nitrito (mg NO2-N/L) 1 13 0 < 0,25
Sulfato (mg SO4/L) 250 22 0 -
pH 6,0 a 9,0 23 4 6,81
Al. Dis. (ug Al.Dis/L) 100 19 0 -
Fe.Dis. (ug Fe.Dis/L) 300 10 1 86,49
Hg (ug Hg/L) 0,2 12 0 -
Mn (ug Mn/L) 100 13 3 95,53
Chumbo (ug Pb/L) 10 13 1 -
Zn (ug Zn/L) 180 13 0 -
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
342
7.2.1.4.2. Avaliação da disponibilidade hídrica do manancial

A Barragem Joanes I foi avaliada em projeto para uma vazão regularizado de 1,20m³/s. No entanto,
como já mencionado, o caráter dinâmico das bacias hidrográficas e de seus processos hidrológicos
faz com que seja necessária uma avaliação constante das vazões necessárias para atendimento
às demandas (SEDUR, 2014).

Deste modo, o Inema realizou a Revisão do Balanço Hídrico do Plano de Recursos Hídricos do
Estado da Bahia, junto ao IICA, em 2012, que apresentou o reservatório Joanes I como tendo uma
capacidade de atendimento de 1,24m³/s. Segundo Sedur (2016), a Embasa considera a vazão
regularizadora como sendo de 1,00m³/s, devido ao processo de assoreamento da represa.

Em 2013, a Fundação Escola Politécnica (FEP), pela Embasa e Sedur, elaborou o Projeto de
Revitalização e Gestão Ambiental do Sistema Joanes e Ipitanga, onde a capacidade de
regularização dos reservatórios Joanes I e Joanes II foi avaliada. Essa nova estimativa foi realizada
em função dos indicadores do reservatório apresentados no Quadro 85.

Quadro 85 – Indicadores relativos ao reservatório Joanes I


Indicador Sedur (2013)
Nível máximo operacional (m) 16,0
Nível mínimo operacional (m) 14,5
Volume total (no NA máximo) (hm3) 13,628
Volume morto (hm3) 6,989
Volume útil (hm3) 6,640

Fonte: Sedur, 2016 apud Sedur, 2013.

Com esses dados, a FEP estimou as vazões mínimas, médias e máximas para o Joanes I para o
período de 1956 a 2010, conforme Tabela 36. Durante esse período a vazão máxima anual foi de
24,685m³/s, a média anual de 8,366m³/s e a mínima anual de 1,289m³/s. Essas estimativas foram
realizadas por meio dos dados medidos no rio Jacuípe em Mata de São João, considerando que as
semelhanças físicas existentes entre as duas bacias permitiriam considerar a produção de um
escoamento semelhante em ambas.

Tabela 36 – Vazões médias mensais (m³/s) na bacia do Joanes I estimadas pelo estudo da
FEP
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mín. 0,188 0,127 0,262 0,355 1,217 1,567 0,819 1,373 0,293 0,137 0,150 0,163
Média 3,552 3,472 5,672 8,948 18,111 17,207 14,376 7,793 5,544 4,395 5,788 5,540
Máx. 22,407 21,500 35,877 50,901 74,602 60,874 36,654 32,509 19,169 19,298 44,684 44,684

Fonte: Sedur, 2016 apud Sedur, 2013.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
343
A partir dessas estimativas foi estipulada a vazão máxima regularizadora do Joanes I como sendo
0,600m³/s considerando a operação do Joanes II de 1,820m³/s, ambos com 100% de permanência.

A partir dessas informações, no PARMS foi possível estimar a capacidade de atendimento a ser
considerada no balanço entre as demandas de abastecimento e disponibilidade dos mananciais,
conforme demonstrado no Quadro 86.

Quadro 86 – Disponibilidade hídrica – Joanes I


Vazões (m³/s)
Disponíveis para
Nível Mínimo Regularizadas com De restituição a jusante da
abastecimento da RMS
Operacional permanência de: barragem, em regime de:
com permanência de:
100% 95% 90% Normal Escassez 100% 95% 90%
14,50 m 0,60 0,84 1,04 0,21 0,05 0,39 0,63 0,83
Fonte: Sedur, 2016.

7.2.1.5. Barragem de Ipitanga I

A barragem Ipitanga I foi construída em 1935, há cerca de 80 anos, tendo por finalidade a melhoria
do abastecimento de água de Salvador. Essa barragem do tipo maciço foi constituída em alvenaria
de pedra argamassada. O vertedouro é do tipo incorporado e possui 05 (cinco) comportas com 3,0m
de largura por 2,35m de altura. A soleira das comportas está na cota 28,00m. A demais
características da barragem Ipitanga I estão apresentadas no Quadro 87.

Quadro 87 – Características da barragem Ipitanga I


Altura 15 m
Comprimento 190 m
Conta do N.A. máximo 29,30 m
Conta do N.A. mínimo 23,00 m
Conta da Crista 30,65 m
Volume 6.000.000 m³
Comprimento do vertedouro 22,40 m
Número de comportas 5
Largura da comporta 3m
Altura da comporta 2,35 m
Cota da Soleira 28 m
Volume total acumulado 6.000.000 m³
Área da bacia hidráulica 87,80 ha
Vazão captada 800 L/s

Fonte: Sedur, 2016.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
344
Figura 88 – Barragem de acumulação Ipitanga I em alvenaria de pedra

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 89 – Válvulas de Acionamento Manual das Comportas e régua de medição de nível

Válvula de
acionamento
manual das
comportas

Régua de
medição
de nível

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
345
Segundo os técnicos da Embasa, até o momento a barragem nunca alcançou um nível inferior ao
mínimo estabelecido em projeto e, também, nunca necessitou fazer uso de outros dispositivos de
captação, como os flutuantes. A Figura 90 apresenta o gráfico com os níveis da represa Ipitanga I
para o período de janeiro de 2017 até junho de 2021.

Figura 90 – Variação do nível de água da barragem Ipitanga I

Cota Atual (m)


29

28

27

26

25

24

23

22
02/01/2017 02/01/2018 02/01/2019 02/01/2020 02/01/2021

Fonte: Inema, 2020.

Observa-se que os picos de redução nos níveis de água no reservatório de Ipitanga I ocorreu nos
anos de 2017 e 2018 nos meses de verão. Nos demais anos os níveis se mantiveram relativamente
constantes, com exceção de uma leve redução no intervalo dos meses de maio a agosto de 2020
e março abril de 2021. No período analisado, os níveis registrados mantiveram-se sempre acima
do N.A. mínimo operacional (23,00m) e abaixo do nível máximo (29,3m), sendo que a situação mais
crítica ocorreu em março de 2018 com nível de 24,67m, ou seja, folga operacional de apenas 1,67m.

7.2.1.5.1. Qualidade da Água Bruta

Com relação ao monitoramento executado pela Embasa, do Quadro 88 ao Quadro 90 apresenta-


se o resultado detalhado das análises realizadas no período de janeiro de 2015 a setembro de 2020,
considerando os parâmetros mencionados anteriormente. As últimas três linhas se referem ao valor

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
346
máximo e médio registrado no período e ao valor limite estabelecido pela Resolução CONAMA n°
357/2005, para Água Doce Classe II.

O Quadro 91 fornece o compilado desse monitoramento, considerando o número de análises


realizadas, quantas estiveram em desconformidade ao limite estabelecido para Água Doce Classe
II, estabelecido na Resolução CONAMA n° 357/2005, e qual o valor médio registrado no período.

Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:

• Específicos: Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias, Fósforo Total e Oxigênio Dissolvido;


• Inorgânicos: Nitrogênio Amoniacal, Potencial Hidrogeniônico, Ferro Dissolvido, Mercúrio Total,
Manganês Total e Zinco Total.

A Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias (DBO5) representa o potencial de oxigênio dissolvido


devido à estabilização dos compostos orgânicos biodegradáveis, logo resultados elevados de
DBO5, implicam em uma redução nos níveis de oxigênio na água. Na represa Ipitanga I, a alteração
da DBO ocorreu de modo pontual em abril de 2015 e a partir daí esse parâmetro vem se mantendo
abaixo do limite de 5 mg/L O2.

Tanto o Fósforo Total, quanto o Oxigênio dissolvido vêm apresentando resultados em


desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005 de forma recorrente, ao
longo de todo o período analisado, conforme Figura 91 e Figura 92. Essa recorrência na
desconformidade sugere um aporte expressivo de fósforo no manancial, proveniente,
provavelmente, de contribuições sanitárias clandestinas e ao uso de fertilizantes em cultivos
agrícolas. Além disso, concentrações excessivas de Fósforo a partir de fontes pontuais e/ou difusas
conduzem a processos de eutrofização dos mananciais com consequente depleção do oxigênio
dissolvido.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
347
Figura 91 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga I
(OD)

9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00

OD mg OD/L Mínimo

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

Figura 92 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga I


(Fósforo Total)

0,18
0,16
0,14
0,12
0,1
0,08
0,06
0,04
0,02
0

F.TOT mg P/L VMP

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

Com relação aos parâmetros inorgânicos, o Potencial Hidrogeniônico (pH) apresentou uma
desconformidade pontual em setembro de 2015, com valor inferior a 6,0 pH; o mesmo ocorreu com
o Mercúrio Total, que apresentou uma alteração pontual em fevereiro de 2017, e o Zinco Total com
concentração superior ao limite estabelecido de 180 μg Zn/L em julho de 2019.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
348
O Ferro dissolvido, embora tenha apresentado poucos resultados em desconformidades, em abril
de 2015 e fevereiro de 2019 e 2020, dois deles apresentaram resultados discrepantes - muito acima
do usual. Além disso foi constatada a ocorrência de elevadas concentrações do Manganês total,
acima do limite estabelecido pela legislação vigente de 100 μg Mn/L, de forma mais recorrente,
conforme Figura 93.

Figura 93 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga I


(Manganês Total)

450,0
400,0
350,0
300,0
250,0
200,0
150,0
100,0
50,0
0,0
14/12/15

14/06/18

14/02/19
14/04/15
14/06/15
14/08/15
14/10/15

14/02/16
14/04/16
14/06/16
14/08/16
14/10/16
14/12/16
14/02/17
14/04/17
14/06/17
14/08/17
14/10/17
14/12/17
14/02/18
14/04/18

14/08/18
14/10/18
14/12/18

14/04/19
14/06/19
14/08/19
14/10/19
14/12/19
14/02/20
14/04/20
Mn (ug Mn/L) VMP

Fonte: Adapatado Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
349
Quadro 88 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Ipitanga I)
Data Código Cor Real ( DBO5 F.TOT OD Turbidez
19/01/15 SFIR001C mg Pt/L)
- (mg/L)
- (mg P/L)
< 0,02 (mg5,93
OD/L) (NTU)
-
19/01/15 SFIR002C - - 0,03 2,45 -
09/02/15 SFIR002C - - 0,15 2,33 -
09/02/15 SFIR001C - - 0,05 2,84 -
16/03/15 SFIR002C - - 0,08 0,51 -
16/03/15 SFIR001C - - 0,06 1,22 -
14/04/15 SFIR002C 6 3,6 0,04 4,15 4,55
14/04/15 SFIR001C 15 11 0,04 2,84 5,38
20/05/15 SFIR002C - - 0,10 4,41 -
20/05/15 SFIR001C - - 0,16 7,09 -
08/09/15 SFIR002C 12 2,0 < 0,02 2,04 6,48
08/09/15 SFIR001C 6 2,2 < 0,02 8,05 4,62
07/04/16 SFIR002C 7 2,0 0,10 6,56 3,66
07/04/16 SFIR001C 6 1,9 0,10 6,76 6,73
17/08/16 SFIR002C 10 4,8 < 0,02 1,75 2,71
17/08/16 SFIR001C 7 2,2 < 0,02 7,98 1,49
16/02/17 SFIR002C 7 2,9 < 0,02 3,52 12,2
16/02/17 SFIR001C 5 3,1 0,05 6,94 2,27
25/07/17 SFIR002C 6 2,1 0,02 3,13 28,9
25/07/17 SFIR001C 1 3,2 < 0,02 7,17 4,43
03/01/18 SFIR002C 22 4,3 < 0,02 3,24 5,47
03/01/18 SFIR001C 11 <1 < 0,02 6,70 2,85
12/07/18 SFIR002C 21 2,8 0,09 2,63 4,87
12/07/18 SFIR001C 25 3,2 0,05 6,91 2,10
14/01/19 SFIR002C 64 5,0 0,08 2,08 2,64
14/01/19 SFIR001C 12 2,4 < 0,02 7,62 1,97

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
350
Data Código Cor Real ( DBO5 F.TOT OD Turbidez
17/05/19 SFIR001C mg Pt/L)
- (mg/L)
- (mg-P/L) (mg OD/L)
- (NTU)
3,19
17/05/19 SFIR002C - - - - 12,2
22/07/19 SFIR001C - - - - 2,40
22/07/19 SFIR002C - - - - 4,67
03/02/20 SFIR001C - - - - 2,18
03/02/20 SFIR002C - - - - 3,12
06/05/20 SFIR001C - - - - 4,20
06/05/20 SFIR002C - - - - 5,68
14/09/20 SFIR002C - - - - 3,09
14/09/20 SFIR001C - - - - 1,66
Valor Médio 13,50 3,45 0,08 4,49 5,20
Valor Máximo 64,00 11,00 0,16 8,05 28,90
Valor Mínimo 1,00 <1,00 <0,02 0,51 1,49
Valor Máximo Permitido 75 5 0,03 5(1) 100

1 Valor mínimo estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005 para o parâmetro OD

Fonte: Embasa, 2020.

Quadro 89 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Ipitanga I)


Data Código Fluoreto Amônia Nitrato Nitrito Sulfato pH Al. Dis. Fe.Dis. Hg Mn Chumbo Zn
14/04/15 SFIR002C (mg F/L)
0,24 (mg0,57
NH3/L) (mg NO3-
< 1,5 (mg
< 0,25 (mg
<5 6,98 (ug
< 5,00 (ug
27,4 (ug Hg/L)
0,160 (ug
77,7 (ug Pb/L)
< 5,00 (ug
28,5
N/L) NO2-N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L) Mn/L) Zn/L)
14/04/15 SFIR001C 0,20 2,03 < 1,5 < 0,25 11,1 6,75 11,7 228 0,130 303 < 5,00 21,6
08/09/15 SFIR002C 0,13 0,32 < 1,5 < 0,25 7,88 6,88 < 5,00 149 0,080 161 < 5,00 31,1
08/09/15 SFIR001C 0,12 0,18 < 1,5 < 0,25 8,30 5,58 20,0 18,1 0,190 16,5 < 5,00 8,75
07/04/16 SFIR002C 0,26 0,16 < 1,5 < 0,25 58,1 7,02 < 5,00 23,3 < 0,051 98,1 < 5,00 26,6
07/04/16 SFIR001C 0,24 0,09 < 1,5 < 0,25 16,6 6,82 5,52 22,3 0,090 52,2 < 5,00 < 1,00

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
351
Data Código Fluoreto Amônia Nitrato Nitrito Sulfato pH Al. Dis. Fe.Dis. Hg Mn Chumbo Zn
17/08/16 SFIR002C (mg F/L)
0,18 (mg0,37
NH3/L) (mg NO3-
< 1,5 (mg
0,251 (mg
11,1 6,86 (ug
< 5,00 (ug
271 (ug Hg/L)
0,090 (ug
144 (ug Pb/L)
< 5,00 (ug
5,11
N/L) NO2-N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L) Mn/L) Zn/L)
17/08/16 SFIR001C 0,18 0,16 < 1,5 < 0,25 11,3 8,08 < 5,00 6,58 0,130 8,94 < 5,00 3,44
16/02/17 SFIR002C 0,23 0,24 < 1,5 < 0,25 10,2 7,97 < 5,00 92,4 < 0,051 68,8 < 5,00 14,9
16/02/17 SFIR001C 0,23 0,06 < 1,5 < 0,25 9,40 8,51 9,94 10,6 1,060 57,9 < 5,00 2,69
25/07/17 SFIR002C 0,18 0,66 < 1,5 < 0,25 10,7 7,25 < 5,00 93,4 - 107 < 5,00 23,4
25/07/17 SFIR001C 0,17 0,66 < 1,5 < 0,25 10,7 7,64 17,1 15,7 25,9 < 5,00 12,5
15/12/17 SFIR002C - - - - - - - - < 0,050 - - -
15/12/17 SFIR001C - - - - - - - - < 0,050 - - -
03/01/18 SFIR002C 0,21 0,05 < 1,5 < 0,25 15,2 6,87 < 20,0 733 < 0,050 387 < 5,00 < 1,00
03/01/18 SFIR001C 0,22 0,04 < 1,5 < 0,25 9,39 8,43 < 20,0 3,93 < 0,050 20,5 < 5,00 < 1,00
12/07/18 SFIR002C 0,20 0,27 < 1,5 < 0,25 8,43 6,93 48,6 286 < 0,050 164 < 5,00 21,6
12/07/18 SFIR001C 0,21 0,13 < 1,5 < 0,25 8,43 7,54 42,8 8,89 < 0,050 42,8 < 5,00 2,28
14/01/19 SFIR002C 0,19 1,02 < 1,5 < 0,25 <5 6,78 - - - - - -
14/01/19 SFIR001C 0,19 0,32 < 1,5 < 0,25 6,29 7,95 - - - - - -
06/02/19 SFIR002C - - - - - - < 20,0 1,78E+03 < 0,05 300 < 5,00 < 3,00
06/02/19 SFIR001C - - - - - - < 20,0 5,08 0,2 20 < 5,00 < 3,00
17/05/19 SFIR001C - 0,39 < 1,50 < 0,25 6,06 7,63 - - < 0,05 50 < 5,00 < 1,00
17/05/19 SFIR002C - 0,68 < 1,50 < 0,25 10,1 6,99 - - < 0,05 10 < 5,00 10
22/07/19 SFIR001C - 0,16 < 1,50 < 0,25 11,1 7,89 - - - 30 < 5,00 2
22/07/19 SFIR002C - 0,14 < 1,50 < 0,25 11,9 7,52 - - - 30 10 200
10/12/19 SFIR001C - - - - - 7,79 - - - - - -
10/12/19 SFIR002C - - - - - 7,63 - - - - - -
03/02/20 SFIR001C - - - - - - 29,3 30,3 - - - -
03/02/20 SFIR002C - - - - - - < 20,0 1,97E+03 - - - -
22/04/20 SFIR001C - - - - - - - - - 50 < 5,00 2
22/04/20 SFIR002C - - - - - - - - - 200 < 5,00 8
06/05/20 SFIR001C - 0,04 - - - 7,58 - - - - - -

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
352
Data Código Fluoreto Amônia Nitrato Nitrito Sulfato pH Al. Dis. Fe.Dis. Hg Mn Chumbo Zn
06/05/20 SFIR002C (mg- F/L) (mg0,11
NH3/L) (mg -NO3- (mg
- (mg
- 7,13 (ug
- (ug
- (ug Hg/L)
- (ug
- (ug Pb/L)
- (ug
-
N/L) NO2-N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L) Mn/L) Zn/L)
14/09/20 SFIR002C - 0,12 < 1,50 < 0,25 9,62 7,30 - - - - - -
14/09/20 SFIR001C - 0,08 < 1,50 < 0,25 < 5,00 7,47 - - - - - -
Valor Médio 0,20 0,35 < 1,5 < 0,25 - 7,35 - 288,75 - 101,06 - -
Valor Máximo 0,26 2,03 < 1,5 0,25 58,10 8,51 48,60 1970,00 1,06 387,00 10,00 200,00
Valor Máximo Permitido 1,4 2 10 1 250 5,58 100 300 0,2 100 10 180

Fonte: Embasa, 2020.

Quadro 90 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Ipitanga I)


Data Endereço A&D BENZ CCl4 CH2Cl2 CLDN END ETBZ LIND PCLF TOL TRCLEE XILS
14/04/15 SFIR002C (μg/L)
< 1,00 (μ)g/L
< 0,94 (μg/L)
< 2,00 (μg/L)
< 10,0 (μg/L)
< 1,00 (μg/L)
< 1,00 (μg /L)
< 2,00 (μg/L)
< 1,00 (μg/L)
< 2,00 (μg/L)
< 5,00 (μg/L)
< 2,00 (μg/L)
< 10,0
14/04/15 SFIR001C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 5,00 < 2,00 < 10,0
08/09/15 SFIR002C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 5,00 < 2,00 < 10,0
08/09/15 SFIR001C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 5,00 < 2,00 < 10,0
07/04/16 SFIR002C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
07/04/16 SFIR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
27/04/16 SFIR001C - - - - - - - - < 2,00 - - -
17/08/16 SFIR002C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
17/08/16 SFIR001C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
16/02/17 SFIR002C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
16/02/17 SFIR001C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
25/07/17 SFIR002C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
25/07/17 SFIR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
03/01/18 SFIR002C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
03/01/18 SFIR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
12/07/18 SFIR002C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
12/07/18 SFIR001C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
353
Data Endereço A&D BENZ CCl4 CH2Cl2 CLDN END ETBZ LIND PCLF TOL TRCLEE XILS
04/01/19 SFIR002C (μg/L)
< 1,00 (μ)g/L
<2 (μg/L)
< 2,00 (μg/L)
< 10,0 (μg/L)
< 1,00 (μg/L)
< 1,00 (μg /L)
< 2,00 (μg/L)
< 1,00 (μg/L)
<2 (μg/L)
< 2,00 (μg/L)
<2 (μg/L)
< 4,00
04/01/19 SFIR001C < 1,00 <2 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 <2 < 2,00 <2 < 4,00
14/01/19 SFIR002C - <2 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - <2 < 2,00 <2 < 4,00
14/01/19 SFIR001C - <2 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - <2 < 2,00 <2 < 4,00
17/05/19 SFIR001C < 1,00 - - - < 1,00 < 1,00 - < 1,00 <2 - - -
17/05/19 SFIR002C < 1,00 - - - < 1,00 < 1,00 - < 1,00 <2 - - -
22/07/19 SFIR001C < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 <2 < 1,00 < 1,00 < 3,00
22/07/19 SFIR002C < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 <2 < 1,00 < 1,00 < 3,00
10/12/19 SFIR001C < 0,02 - - - < 0,02 < 0,01 - - - - - -
10/12/19 SFIR002C < 0,02 - - - < 0,02 < 0,01 - - - - - -
03/02/20 SFIR001C < 0,03 - - - < 0,01 < 0,03 - - - - - -
03/02/20 SFIR002C < 0,03 - - - < 0,01 < 0,03 - - - - - -
22/04/20 SFIR001C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 <1 - < 1,00 <5 < 5,00
22/04/20 SFIR002C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 <1 - < 1,00 <5 < 5,00
14/09/20 SFIR002C < 0,03 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 0,01 < 0,03 < 5,00 - - < 1,00 <5 < 5,00
14/09/20 SFIR001C < 0,03 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 0,01 < 0,03 < 5,00 - - < 1,00 <5 < 5,00
Valor Médio - - - - - - - < 1,00 < 2,00 - - -
Valor Máximo < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,00 < 1,00 < 1,00 < 5,00 < 1,00 < 2,00 < 5,00 < 5,00 < 10,00
Valor Máximo Permitido 0,005 5 2 20 0,04 0,004 90 0,02 9 2 10 300
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
354
Quadro 91 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Ipitanga I
Parâmetros Específicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Cor Real mg Pt/L 75 18 0 13,50
DBO5 mg/L 5 18 1 3,45
F.TOT mg P/L 0,03 26 14 0,08
OD mg OD/L 5 26 15 4,49
Turbidez NTU 100 28 0 5,20
Parâmetros Inorgânicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Fluoreto (mg F/L) 1,4 18 0 0,20
Amônia (mg NH3/L) 2 25 1 0,35
Nitrato (mg NO3-N/L) 10 23 0 < 1,5
Nitrito (mg NO2-N/L) 1 23 0 < 0,25
Sulfato (mg SO4/L) 250 23 0 -
pH 6,0 a 9,0 27 1 7,35
Al. Dis. (ug Al.Dis/L) 100 20 0 -
Fe.Dis. (ug Fe.Dis/L) 300 20 3 288,75
Hg (ug Hg/L) 0,2 20 1 -
Mn (ug Mn/L) 100 24 8 101,06
Chumbo (ug Pb/L) 10 24 0 -
Zn (ug Zn/L) 180 24 1 -
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
355
7.2.1.5.2. Avaliação da disponibilidade hídrica do manancial

Segundo Sedur (2016) a vazão regularizadora adotada para a barragem Ipitanga I é de 0,5m³/s
para 100% de permanência, o que proporciona, em conjunto com a barragem Ipitanga II (0,35m³/s),
uma disponibilidade hídrica de 0,85m³/s ao sistema adutor Ipitanga I – Bolandeira. Na revisão do
Balanço Hídrico do Plano Estadual de Recursos Hídricos realizado pelo Inema em conjunto ao IICA,
em 2012, a capacidade de regularização foi avaliada em 0,3m³/s para uma permanência de 100%.

No estudo realizado no âmbito do PARMS pela Sedur (2016), com base nas informações fornecidas
pela Embasa e pelo Inema (Quadro 92), a vazão regularizadora foi estimada em 0,127m³/s para
100% de permanência. A vazão foi simulada ainda para a hipótese de inexistência de reservatório
a montante o que levou a um incremento da capacidade de regularização para 0,192m³/s com 100%
de permanência.

Quadro 92 – Indicadores do reservatório Ipitanga I


Indicadores
Cota mínima (m) 23,0
Níveis Operacionais
Cota máxima (m) 29,3
Total (no NA máximo) (hm³) 6,144
Volume Morto (hm³) 1,670
Útil (hm³) 4,474
Cota (m) Volume (m³) Área (m²)
17 0 5.400
18 31.000 57.000
19 171.000 222.800
20 425.000 285.100
21 742.000 349.600
22 1.125.000 417.700
23 1.670.000 469.400
24 2.072.000 535.000
25 2.650.000 622.000
26 3.310.000 697.200
27 4.049.000 784.200
28 4.879.000 878.000
29 5.830.000 1.024.800
29,3 6.144.670 1.073.000
30 6.928.000 1.171.500

Fonte: Embasa/Inema, 2014 apud Sedur, 2016.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
356
A partir dessas informações, no PARMS (2016) foi estimada a capacidade de atendimento a ser
considerada no balanço entre as demandas de abastecimento e disponibilidade do manancial de
Ipitanga I, conforme Quadro 93.

Quadro 93 – Disponibilidade hídrica – Ipitanga I


Vazões (m³/s)
Disponíveis para
Nível Mínimo Regularizadas com De restituição a jusante da
abastecimento da RMS
Operacional permanência de: barragem, em regime de:
com permanência de:
100% 95% 90% Normal Escassez 100% 95% 90%
23,00 0,13 0,18 0,22 0,04 0,01 0,08 0,13 0,18

Fonte: Sedur, 2016.

7.2.1.6. Barragem de Ipitanga II

A barragem de Ipitanga II, inaugurada em 1971, está localizada na bacia hidrográfica do rio Ipitanga
e foi concebida em projeto para receber a transposição de águas represadas pela barragem Joanes
II. Atualmente, essa barragem atende a ETA Suburbana (que no momento da visita estava fora de
operação, em fase de testes para a retomada da operação) e as Indústrias localizadas na região.

A barragem (Figura 94) do tipo maciço foi constituída em concreto e seu vertedouro é do tipo
incorporado. O Quadro 94 apresenta as demais características da barragem Ipitanga II e na Figura
94 é possível observar a estrutura da barragem.

Quadro 94 – Características da barragem Ipitanga II


Altura 15 m
Comprimento 190 m
Cota do N.A. máximo 64,50 m
Cota do N.A. mínimo 48,43 m
Cota da Crista 64,13 m
Cota do extravasor 64,50
Volume acumulado 4.600.000 m³
Área da bacia hidráulica (ha) 72 m²
Vazão captada 388 L/s
Fonte: Sedur, 2014; Embasa, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
357
Figura 94 – Barragem de acumulação Ipitanga II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A captação de água da Embasa na represa de Ipitanga I está localizada na Fazenda Cassange,


local conhecido como estrada das Pedreiras. Segundo técnico da Embasa que acompanhou a visita
técnica, a vazão real captada está na ordem de 200 L/s.

A operação dessa barragem ocorre entre os níveis 64,50m (máximo) e 48,43m (mínimo), é
constituída de vertedouros sem comporta e conta com uma descarga de fundo para manter
regularizada a vazão remanescente a jusante (Figura 95). O volume a ser operado para vazão
ecológica ainda será determinado pelo órgão ambiental (INEMA).

Figura 95 – Jusante da barragem Ipitanga II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
358
A represa de Ipitanga II, segundo a EMBASA, tem operado nos últimos 15 anos com uma retirada
média de 0,80 m³/s, composta das seguintes parcelas: restituição à calha do rio para reforço de
Ipitanga I (0,35 m³/s); adução para a ETA Suburbana (0,30 m³/s); adução para a Usina Siderúrgica
GERDAU (0,10 m³/s); e adução para a Fábrica da Norsa Refrigerantes (Coca-Cola) em Simões
Filho (0,05 m³/s) (Sedur, 2016).

A Figura 96 apresenta o gráfico com os níveis da represa Ipitanga II para o período de janeiro de
2017 até junho de 2021, conforme monitoramento realizado pelo INEMA.

Figura 96 – Variação do nível de água da barragem Ipitanga II

Cota Atual (m)


62

60

58

56

54

52

50
02/01/2017 02/01/2018 02/01/2019 02/01/2020 02/01/2021

Fonte: Inema, 2020.

Observa-se que os picos de redução nos níveis de água no reservatório de Ipitanga II ocorreram
nos anos de 2017 e 2019 nos meses de verão. Nos demais anos os níveis houve oscilação, com
exceção do ano de 2020, em que houve uma estabilização a partir do mês de maio. No período
analisado, os níveis registrados mantiveram-se sempre acima do N.A. mínimo operacional (cota
23,00m) e abaixo do nível máximo (29,3m), sendo que a pior situação ocorreu em março de 2017,
porém com uma folga operacional de quase 10,0m acima do nível mínimo.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
359
7.2.1.6.1. Qualidade da Água Bruta

Com relação ao monitoramento executado pela Embasa, do Quadro 88 ao Quadro 90 apresenta-


se o resultado detalhado das análises realizadas no período de janeiro de 2015 a setembro de 2020,
considerando os parâmetros mencionados anteriormente. As últimas três linhas se referem ao valor
máximo e médio registrado no período e ao valor limite estabelecido pela Resolução CONAMA n°
357/2005, para Água Doce Classe II.

O Quadro 91 fornece o compilado desse monitoramento, considerando o número de análises


realizadas, quantas estiveram em desconformidade ao limite estabelecido para Água Doce Classe
II, estabelecido na Resolução CONAMA n° 357/2005, e qual o valor médio registrado no período.

Dentre os parâmetros analisados, os que apresentaram ao menos uma amostra com resultado em
desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005, para Água Doce Classe
II, foram:

• Específicos: Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias, Fósforo Total e Oxigênio Dissolvido;


• Inorgânicos: Nitrogênio Amoniacal, Potencial Hidrogeniônico, Alumínio Dissolvido, Ferro
Dissolvido, Manganês Total e Chumbo Total.

A Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias (DBO5) representa o potencial de oxigênio dissolvido


devido à estabilização dos compostos orgânicos biodegradáveis, logo resultados elevados de
DBO5, implicam em uma redução nos níveis de oxigênio na água. Na represa Ipitanga II, a alteração
da DBO ocorreu de modo pontual em maio de 2015 e fevereiro de 2019, no restante do período
esse parâmetro se manteve abaixo do limite de 5 mg/L O2.

Tanto o Fósforo Total, quanto o Oxigênio dissolvido vêm apresentando resultados em


desconformidade ao estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005 ao longo de todo o
período analisado, conforme Figura 91 e Figura 92. Essa recorrência na desconformidade sugere
um aporte expressivo de fósforo no manancial, proveniente, provavelmente, de contribuições
sanitárias clandestinas e uso de fertilizantes em cultivos agrícolas. Além disso, concentrações
excessivas de Fósforo a partir de fontes pontuais e/ou difusas conduzem a processos de
eutrofização dos mananciais com consequente depleção do oxigênio dissolvido.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
360
Figura 97 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga II
(OD)

9,00

8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00

1,00
0,00

OD mg OD/L Mínimo

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

Figura 98 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga II


(Fósforo Total)

0,25

0,2

0,15

0,1

0,05

F.TOT mg P/L VMP

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

Com relação aos parâmetros inorgânicos, o Nitrogênio Amoniacal apresentou nos últimos anos uma
frequência maior de resultados com concentrações superiores a 2 mg NH3/L – limite estabelecido
pela Resolução CONAMA n° 357/2005 – conforme Figura 99.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
361
Figura 99 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta na barragem Ipitanga II
(Nitrogênio Amoniacal)

4,50

4,00

3,50

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
14/06/15
14/08/15

14/12/17
14/04/15

14/10/15
14/12/15
14/02/16
14/04/16
14/06/16
14/08/16
14/10/16
14/12/16
14/02/17
14/04/17
14/06/17
14/08/17
14/10/17

14/02/18
14/04/18
14/06/18
14/08/18
14/10/18
14/12/18
14/02/19
14/04/19
14/06/19
14/08/19
14/10/19
14/12/19
14/02/20
14/04/20
14/06/20
Amônia (mg NH3/L) VMP

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

O Potencial Hidrogeniônico (pH) apresentou uma desconformidade pontual em fevereiro de 2019,


com valor superior a 9,0 pH; o mesmo ocorreu com o Alumínio Dissolvido, que apresentou uma
alteração pontual em setembro de 2017, com concentração superior a 100 μg Al.Dis./L.; e o Chumbo
Total com concentração superior ao limite estabelecido de 10 μg Pb/L em abril de 2016.

As desconformidades do Ferro Dissolvido, embora não tenham sido muitas, foram muito
discrepantes, com resultado acima do usual, conforme pode ser observado na Figura 100.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
362
Figura 100 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta (Ferro Dissolvido)

2,50E+03

2,00E+03

1,50E+03

1,00E+03

5,00E+02

0,00E+00

Fe.Dis. (ug Fe.Dis/L) VMP

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

Além disso, foi constatada a ocorrência de elevadas concentrações do Manganês total, acima do
limite estabelecido pela legislação vigente de 100 μg Mn/L, de forma mais recorrente, conforme
pode ser visualizado na Figura 101.

Figura 101 – Gráfico do resultado do monitoramento da água bruta (Manganês Total)

600

500

400

300

200

100

0
14/08/16

14/08/17
14/04/15
14/06/15
14/08/15
14/10/15
14/12/15
14/02/16
14/04/16
14/06/16

14/10/16
14/12/16
14/02/17
14/04/17
14/06/17

14/10/17
14/12/17
14/02/18
14/04/18
14/06/18
14/08/18
14/10/18
14/12/18
14/02/19
14/04/19
14/06/19
14/08/19
14/10/19
14/12/19
14/02/20
14/04/20
14/06/20

Mn (ug Mn/L) VMP

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
363
Quadro 95 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros específicos (Ipitanga II)
Data Endereço Cor Real DBO5 F.TOT OD Turbidez
19/01/15 SFIR003C (mg -Pt/L) (mg/L)
- (mg P/)L
< 0,02 (mg6,54
OD/L) (NTU)
-
19/01/15 SFIR004C - - 0,05 3,51 -
09/02/15 SFIR004C - - < 0,02 3,69 -
09/02/15 SFIR003C - - < 0,02 5,98 -
16/03/15 SFIR004C - - 0,04 2,94 -
16/03/15 SFIR003C - - 0,03 5,58 -
09/04/15 SFIR004C - - 0,13 1,46 -
09/04/15 SFIR003C - - 0,14 5,06 -
14/04/15 SFIR004C 5 - - - 34,1
20/05/15 SFIR004C 69 7,9 0,09 1,42 9,62
20/05/15 SFIR003C 11 3,6 0,16 4,86 4,22
08/10/15 SFIR004C 26 2,0 0,14 - 8,05
08/10/15 SFIR003C 7 2,5 0,06 5,47 3,26
22/10/15 SFIR004C - - < 0,02 0,21 3,83
22/10/15 SFIR003C - - 0,20 7,18 2,55
07/04/16 SFIR004C 8 1,3 0,05 4,64 2,64
07/04/16 SFIR003C 5 1,4 0,05 6,56 2,06
23/08/16 SFIR003C 10 3,0 0,03 8,45 9,85
23/08/16 SFIR004C 10 2,7 0,02 5,67 4,12
13/10/16 SFIR004C - - 0,04 - -
13/10/16 SFIR003C - - 0,03 - -
14/03/17 SFIR004C 4 - - - 15,7
14/03/17 SFIR003C 4 - - - 4,93
21/03/17 SFIR004C 17 - - - 5,38
21/03/17 SFIR003C 16 - - - 5,07
27/03/17 SFIR004C < 1,00 - - - 5,45

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
364
Data Endereço Cor Real DBO5 F.TOT OD Turbidez
27/03/17 SFIR003C (mg38
Pt/L) (mg/L)
- (mg-P/)L (mg OD/L)
- (NTU)
5,62
03/04/17 SFIR004C 5 - - - 7,27
03/04/17 SFIR003C 4 - - - 6,28
11/04/17 SFIR004C 36 - - - 4,03
11/04/17 SFIR003C 4 - - - 8,87
15/05/17 SFIR004C 21 4,2 0,10 2,41 8,21
15/05/17 SFIR003C 5 2,7 < 0,02 6,53 3,60
25/09/17 SFIR004C 64 2,1 0,06 6,64 2,29
25/09/17 SFIR003C 10 2,0 < 0,02 8,10 3,91
12/03/18 SFIR004C 9 2,2 0,02 2,22 19,2
12/03/18 SFIR003C 10 1,3 0,03 6,11 3,01
30/05/18 SFIR003C 23 - - - 3,16
05/06/18 SFIR003C 14 - - - 2,34
08/10/18 SFIR004C 12 3,9 0,05 1,24 4,08
08/10/18 SFIR003C 14 3,3 0,03 6,89 3,21
26/02/19 SFIR004C 7 7,8 0,06 1,90 7,01
26/02/19 SFIR003C 7 4,4 0,03 7,65 5,31
17/05/19 SFIR003C - - - - 3,58
17/05/19 SFIR004C - - - - 9,70
19/08/19 SFIR003C - - - - 7,91
19/08/19 SFIR004C - - - - 11,4
13/01/20 SFIR003C - - - - 4,29
13/01/20 SFIR004C - - - - 2,50
03/02/20 SFIR003C - - - - 4,77
03/02/20 SFIR004C - - - - 5,31
23/07/20 SFIR003C - - - - < 0,5
23/07/20 SFIR004C - - - - 3,72

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
365
Data Endereço Cor Real DBO5 F.TOT OD Turbidez
Valor Médio (mg Pt/L)
15,8 (mg/L)
3,2 (mg P/)L
0,1 (mg4,8
OD/L) (NTU)
6,5
Valor Máximo 69,00 7,90 0,20 8,45 34,10
Valor Mínimo < 1,00 1,30 < 0,02 0,21 < 0,5
Valor Máximo Permitido 75 5 0,03 5(1) 100
1 Valor mínimo estabelecido pela Resolução CONAMA n° 357/2005 para o parâmetro OD

Fonte: Embasa, 2020.


Quadro 96 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros inorgânicos (Ipitanga II)
Data Endereço Fluoreto Amônia Nitrato Nitrito Sulfato pH Al. Dis. Fe.Dis. Hg Mn Chumbo Zn
14/04/15 SFIR004C (mg-F/L) (mg2,58
NH3/L) (mg
- (mg -NO2- (mg
- 6,61 (ug
- (ug
- (ug Hg/L)
- (ug514
Mn/L) (ug Pb/L)
- (ug Zn/L)
-
NO3-N/L) N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L)
20/05/15 SFIR004C 0,14 1,63 < 1,50 < 0,10 < 5,00 6,67 < 5,00 2,07E+03 0,170 164 < 5,00 18,9
20/05/15 SFIR003C 0,14 0,95 < 1,5 < 0,1 6,19 6,99 8,90 116 0,170 41,5 < 5,00 2,26
08/10/15 SFIR004C 0,15 0,85 < 1,5 < 0,1 6,07 6,81 - - - 181 < 5,00 -
08/10/15 SFIR003C 0,13 0,10 < 1,5 < 0,1 6,37 7,36 - - - - - -
22/10/15 SFIR004C - - - - - 6,89 5,04 2,15E+03 < 0,05 - - 1,15
22/10/15 SFIR003C - - - - - 7,79 7,51 11,7 < 0,05 12,2 < 5,00 < 1,00
07/04/16 SFIR004C 0,24 0,12 < 1,5 < 0,1 9,04 6,60 < 5,00 76,6 < 0,05 25,0 < 5,00 < 1,00
07/04/16 SFIR003C 0,24 0,05 < 1,5 < 0,1 9,09 6,50 < 5,00 6,45 0,110 14,5 13,6 < 1,00
23/08/16 SFIR003C 0,18 0,13 < 1,5 < 0,1 8,42 7,67 16,3 15,5 0,05 22,5 < 5,00 2,30
23/08/16 SFIR004C 0,17 0,23 < 1,5 < 0,1 8,14 7,60 < 5,00 107 < 0,050 48,4 < 5,00 6,02
13/10/16 SFIR004C - 0,68 < 1,5 < 0,1 - - - - - 63,7 - -
13/10/16 SFIR003C - 0,18 < 1,5 < 0,1 - - - - - 7,19 - -
14/03/17 SFIR004C - - - - - 7,27 - - - 116 - -
14/03/17 SFIR003C - - - - - 7,54 - - - 105 - -
21/03/17 SFIR004C - - - - - 7,18 - - - 74,6 - -
21/03/17 SFIR003C - - - - - 8,26 - - - 17,9 - -
27/03/17 SFIR004C - - - - - 6,98 - - - 52,7 - -
27/03/17 SFIR003C - - - - - 7,99 - - - 14,3 - -

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
366
Data Endereço Fluoreto Amônia Nitrato Nitrito Sulfato pH Al. Dis. Fe.Dis. Hg Mn Chumbo Zn
03/04/17 SFIR004C (mg-F/L) (mg NH3/L)
- (mg
- (mg -NO2- (mg
- 7,04 (ug
- (ug
- (ug Hg/L)
- (ug53,6
Mn/L) (ug Pb/L)
- (ug Zn/L)
-
NO3-N/L) N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L)
03/04/17 SFIR003C - - - - - 7,03 - - - 56,7 - -
11/04/17 SFIR004C - - - - - 6,77 - - - 20,9 - -
11/04/17 SFIR003C - - - - - 8,49 - - - - -
12/04/17 SFIR004C 0,27 1,45 < 1,5 < 0,1 10,6 - - - - 81,3 - -
15/05/17 SFIR004C 0,26 0,42 < 1,5 < 0,1 8,40 7,20 < 5,00 507 0,130 156 < 5,00 6,42
15/05/17 SFIR003C 0,17 0,69 < 1,5 < 0,1 5,69 7,79 < 5,00 10,6 0,100 41,4 < 5,00 18,3
25/09/17 SFIR004C 0,15 0,07 < 1,5 < 0,1 6,04 6,89 107 591 < 0,050 120 < 5,00 < 1,00
25/09/17 SFIR003C 0,20 2,35 < 1,5 < 0,1 <5 7,84 8,76 16,0 < 0,050 8,53 < 5,00 4,39
12/03/18 SFIR004C 0,19 0,54 < 1,5 < 0,1 6,40 7,10 < 20,0 24,9 < 0,050 273 < 5,00 7,71
12/03/18 SFIR003C - - - - - 7,99 < 20,0 8,20 < 0,050 18,0 < 5,00 < 1,00
30/05/18 SFIR003C - - - - - 7,03 - - - - - -
05/06/18 SFIR003C - - - - - 7,11 - - - - - -
08/10/18 SFIR004C 0,21 1,11 < 1,5 < 0,1 7,64 < 20,0 45,3 < 0,050 123 < 5,00 < 3,01
08/10/18 SFIR003C 0,17 0,17 < 1,5 < 0,1 8,11 32,6 12,7 < 0,050 39,4 < 5,00 27,2
28/12/18 SFIR004C - - - - <5 - - - - - - -
28/12/18 SFIR003C - - - - 6,84 - - - - - - -
26/02/19 SFIR004C 0,25 0,38 < 1,5 < 0,1 <5 7,35 < 20,0 150 0,1 100 <5 <3
26/02/19 SFIR003C 0,21 0,15 < 1,5 < 0,1 5,92 9,06 < 20,0 10,3 0,07 20 <5 6
17/05/19 SFIR003C - 1,08 < 1,5 < 0,1 6,26 7,66 - - 0,09 20 <5 0,001
17/05/19 SFIR004C - 2,69 < 1,5 < 0,1 <5 6,90 - - 0,2 100 <5 < 1,00
19/08/19 SFIR003C - 0,08 < 1,5 < 0,1 6,79 8,00 - - - 8 10 < 1,00
19/08/19 SFIR004C - 4,03 < 1,5 < 0,1 <5 7,24 - - - 200 <5 8
09/12/19 SFIR003C - - - - - 7,13 - - - - - -
09/12/19 SFIR004C - - - - - 6,83 - - - - - -
13/01/20 SFIR003C 0,09 < 1,5 < 0,1 <5 7,90 - - - 20 <5 1
13/01/20 SFIR004C 2,87 < 1,5 < 0,1 <5 7,49 - - - 100 <5 3

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
367
Data Endereço Fluoreto Amônia Nitrato Nitrito Sulfato pH Al. Dis. Fe.Dis. Hg Mn Chumbo Zn
03/02/20 SFIR003C (mg-F/L) (mg NH3/L)
- (mg
- (mg -NO2- (mg
- - < (ug
20,0 (ug
3,56 (ug Hg/L)
- (ug Mn/L)
- (ug Pb/L)
- (ug Zn/L)
-
NO3-N/L) N/L) SO4/L) Al.Dis/L) Fe.Dis/L)
03/02/20 SFIR004C - - - - - - < 20,0 1,56E+03 - - - -
23/07/20 SFIR003C - 0,45 < 1,5 < 0,1 6,77 6,95 - - 0,1 100 <5 10
23/07/20 SFIR004C - 0,45 < 1,5 < 0,1 6,52 6,99 - - < 0,05 100 <5 6
Valor Médio 0,2 0,9 < 1,5 < 0,1 - 7,4 - 374,6 0,1 82,9 - -
Valor Máximo 0,27 4,03 < 1,5 < 0,1 10,60 9,06 107,00 2150,00 0,20 273,00 13,60 27,20
Valor Máximo 1,4 2 10 1 250 6,5 100 300 0,20 100 10 180
Permitido Fonte: Embasa, 2020.

Quadro 97 – Resultado do monitoramento da água bruta para os parâmetros orgânicos (Ipitanga II)
A&D BENZ CCl4 CH2Cl2 CLDN END ETBZ LIND PCLF TOL TRCLEE XILS
Data Endereço
(μg/L) (μ)g/L (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg /L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L)
20/05/15 SFIR004C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
20/05/15 SFIR003C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
08/10/15 SFIR004C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
08/10/15 SFIR003C < 1,00 < 0,94 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,000 < 5,00 < 2,00 < 10,0
07/04/16 SFIR004C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
07/04/16 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
23/08/16 SFIR003C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
23/08/16 SFIR004C - < 2,00 < 2,00 < 10,0 - - < 2,00 - - < 2,00 < 2,00 < 4,00
15/05/17 SFIR004C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
15/05/17 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
25/09/17 SFIR004C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
25/09/17 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
12/03/18 SFIR004C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 - < 2,00 < 2,00 < 4,00
12/03/18 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 - < 2,00 < 2,00 < 4,00
06/06/18 SFIR004C - - - - - - - - < 2,00 - - -

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
368
A&D BENZ CCl4 CH2Cl2 CLDN END ETBZ LIND PCLF TOL TRCLEE XILS
Data Endereço
(μg/L) (μ)g/L (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg /L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L) (μg/L)
06/06/18 SFIR003C - - - - - - - - < 2,00 - - -
08/10/18 SFIR004C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
08/10/18 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 2,00 < 4,00
28/12/18 SFIR004C < 1,00 < 2,00
28/12/18 SFIR003C < 1,00 < 2,00
04/01/19 SFIR004C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 - - < 1,00 < 2,00 < 2,00 <2 < 4,00

04/01/19 SFIR003C < 1,00 < 2,00 < 2,00 < 10,0 < 1,00 - - < 1,00 < 2,00 < 2,00 <2 < 4,00
26/02/19 SFIR004C - - - - - - - - < 2,00 - - -
26/02/19 SFIR003C - - - - - - - - < 2,00 - - -
17/05/19 SFIR003C < 1,00 - - - < 1,00 < 1,00 - < 1,00 < 2,00 - - -
17/05/19 SFIR004C < 1,00 - - - < 1,00 < 1,00 - < 1,00 < 2,00 - - -
19/08/19 SFIR003C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 1,00 < 3,00
19/08/19 SFIR004C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 1,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 1,00 < 3,00
09/12/19 SFIR003C < 0,02 - - - < 0,02 < 0,01 - - - - - -
09/12/19 SFIR004C < 0,02 - - - < 0,02 < 0,01 - - - - - -
13/01/20 SFIR003C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 5,00 < 5,00
13/01/20 SFIR004C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 < 1,00 < 2,00 < 1,00 < 5,00 < 5,00
03/02/20 SFIR003C < 0,03 - - - < 0,01 < 0,03 - - - - - -
03/02/20 SFIR004C < 0,03 - - - < 0,01 < 0,03 - - - - - -
23/07/20 SFIR003C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 - - < 1,00 < 5,00 < 5,00
23/07/20 SFIR004C - < 1,00 < 1,00 < 1,00 - - < 5,00 - - < 1,00 < 5,00 < 5,00
Valor Médio - - - - - - - < 1,00 < 2,00 - - -
Valor Máximo < 1,00 < 2,00 0,00 0,00 < 1,00 < 1,00 < 5,00 < 1,00 < 2,00 < 5,00 < 5,00 < 10,00
Valor Máximo Permitido 0,005 5 2 20 0,04 0,004 90 0,02 9 2 10 300

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
369
Fonte: Embasa, 2020.

Quadro 98 – Quadro síntese de Avaliação da Qualidade da Água do manancial de Ipitanga II


Parâmetros Específicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Cor Real mg Pt/L 75 31 0 15,83
DBO5 mg/L 5 18 2 3,24
F.TOT mg P/L 0,03 30 16 0,07
OD mg OD/L 5 27 12 4,77
Turbidez NTU 100 43 0 6,46
Parâmetros Inorgânicos Limite CONAMA Realizadas Desconformes Valor médio
Fluoreto (mg F/L) 1,4 18 0 0,19
Amônia (mg NH3/L) 2 28 5 0,92
Nitrato (mg NO3-N/L) 10 27 0 < 1,5
Nitrito (mg NO2-N/L) 1 27 0 < 0,1
Sulfato (mg SO4/L) 250 25 0 -
pH 6,0 a 9,0 42 1 7,35
Al. Dis. (ug Al.Dis/L) 100 20 1 -
Fe.Dis. (ug Fe.Dis/L) 300 20 5 374,64
Hg (ug Hg/L) 0,2 21 0 0,12
Mn (ug Mn/L) 100 38 10 82,93
Chumbo (ug Pb/L) 10 25 1 -
Zn (ug Zn/L) 180 25 0 -
Fonte: Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
370
7.2.1.6.2. Avaliação da disponibilidade hídrica do manancial

A vazão regularizadora adotada para a barragem Ipitanga II é de 0,35m³/s para 100% de


permanência, o que proporciona, em conjunto com a barragem Ipitanga I (0,50m³/s), uma
disponibilidade hídrica de 0,85m³/s ao sistema adutor Ipitanga I – Bolandeira. (SEDUR, 2014). Na
revisão do Balanço Hídrico do Plano Estadual de Recursos Hídricos realizado pelo Inema em
conjunto ao IICA, em 2012, a capacidade de regularização foi avaliada em 0,290m³/s para uma
permanência de 100%.

No estudo realizado no âmbito do PARMS pela Sedur (2016), com base nas informações fornecidas
pela Embasa e pelo Inema (Quadro 99), a vazão regularizadora foi estimada em 0,272m³/s para
100% de permanência.

Quadro 99 – Indicadores do reservatório Ipitanga II


Indicadores
Cota mínima (m) 48,43
Níveis Operacionais
Cota máxima (m) 60,50
Total (no NA máximo) (hm³) 4,600
Volume Morto (hm³) 0,021
Útil (hm³) 4,579
Cota (m) Volume (m³) Área (m²)
47,5 0 4.000
48,5 21.000 38.000
49,5 114.000 148.000
50,5 282.000 189.000
51,5 493.000 232.000
52,5 784.000 277.000
53,5 1.042.000 312.000
54,5 1.376.000 355.000
55,5 1.760.000 413.000
56,5 2.198.000 463.000
57,5 2.688.000 519.000
58,5 3.240.000 583.000
59,5 3.871.000 680.000
60,5 4.600.000 778.000

Fonte: Sedur, 2016 apud Embasa/Inema, 2014.

A partir dessas informações, no PARMS foi possível estimar a capacidade de atendimento a ser
considerada no balanço entre as demandas de abastecimento e disponibilidade dos mananciais,
como pode ser observado no Quadro 100.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
371
Quadro 100 – Disponibilidade hídrica – Ipitanga II
Vazões (m³/s)
Disponíveis para
Nível Mínimo Regularizadas com De restituição a jusante da
abastecimento da RMS
Operacional permanência de: barragem, em regime de:
com permanência de:
100% 95% 90% Normal Escassez 100% 95% 90%
48,43 m 0,27 0,38 0,47 0,09 0,02 0,18 0,28 0,38
Fonte: Sedur, 2014.

7.2.1.7. Captação Subterrânea

O prolongamento da estiagem que atinge a região Nordeste há alguns anos resultou no


agravamento da crise de abastecimento de água em diversas regiões do estado, não sendo a RMS
uma exceção. Aliado à essa problemática, o aumento do consumo de água no período de verão,
derivou no rebaixamento dos níveis dos reservatórios que abastecem Salvador, municípios vizinhos
e indústrias.

Segundo o relatório de gestão de mananciais da Embasa (2020), em fevereiro/2017 a barragem de


Joanes II oferecia apenas 47,13% do seu volume total, um dos mais baixos dentre as barragens da
região. O reservatório acumulava apenas o volume de 60.800.000m³, quando sua capacidade de
armazenamento é de até 129.000.000 m³, o que correspondia a uma autonomia de apenas 45 dias,
caso não houvesse mudança de cenário. Diante do risco de colapso no abastecimento de água do
SIAA de Salvador, e frente às restritivas alternativas disponíveis para ampliar a produção de água
do SIAA de Salvador, foi deliberado pelo governo do estado da Bahia a exploração emergencial de
mananciais subterrâneos próximos a Salvador, mais precisamente na bacia Sedimentar do
Recôncavo, sobre os sedimentos da Formação São Sebastião.

Conforme já previsto no planejamento do PARMS, para a ampliação da oferta de água ao SIAA de


Salvador, por meio da utilização do Aquífero São Sebastião, inicialmente, optou-se pela perfuração
de poços que em conjunto forneceriam uma vazão adicional de cerca de 1,0m³/s ao SIAA de
Salvador.

Em 2020, a Embasa concluiu a perfuração dos 14 (catorze) poços previstos, com profundidade
média de 415 m, que acrescerão uma vazão de 3.038 m³/h ao sistema, que representou um
investimento de R$15.317.284,28 (quinze milhões, trezentos e dezessete mil, duzentos e oitenta e
quatro reais e vinte e oito centavos).

Segundo informações atualizadas da Embasa, em 2021 foi concluída a perfuração do 15º poço
(Poço 18) aumentando o acréscimo de vazão para 3.189,38 m³/h representando um investimento

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
372
total de R$ 16.310.347.50 (dezesseis milhões, trezentos e dez mil, trezentos e sete reais e cinquenta
centavos). Está previsto a perfuração do 16° poço (Poço 19A), cujas providências para a perfuração
já se encontram em andamento.

A Tabela 37 apresenta as características técnicas dos 15 (quinze) poços já perfurados e a Figura


102 apresenta o mapa com a espacialização desses poços que irão reforçar o atendimento da
demanda de água da ETA Principal.

A previsão é que a água captada nesses poços seja direcionada para o tanque de contato da ETA
Principal, visto que, devido à qualidade da água subterrânea, a mesma dispensa as etapas iniciais
do tratamento, necessitando apenas de cloração e fluoretação. Para tanto, ainda serão necessárias
algumas intervenções, como por exemplo: equipar os poços, construção de tanque de reunião dos
poços localizados mais próximos e a implantação de adutoras e subadutoras.

No planejamento da Embasa estão previstas as seguintes intervenções no que concerne ao sistema


de captação de águas subterrâneas no aquífero são Sebastião:

✓ Equipar os poços perfurados;


✓ Urbanizar as áreas dos poços;
✓ Realizar novas locações de poços na mesma área, visto que o “Estudo Hidrogeológico da
Borda Leste da Bacia do Recôncavo” finalizado em 2019 (que será apresentado no item
7.2.1.7.1) confirmou, mediante modelagem computacional, que a área selecionada para as
perfurações é regionalmente a mais adequada e ainda possui potencial para expansão.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
373
Tabela 37 - Poços que irão reforçar o atendimento da demanda da ETA principal
Coordenadas Geográficas Diâmetro do Nível Nível Vazão
Nº do Profundidade Ano de
Localidade Município (UTM) Poço Estático Dinâmico Nominal
Poço Perfuração
X Y (m) (mm) (m) (m) (l/s)
Poço I Captação Joanes II Candeias 563.009,16 8.599.165,73 405 2017 30"/20"/17 1/2" 12,63 136,15 66,8
Poço II Captação Joanes II Candeias 562.706,16 8.598.545,87 416 2017 30"/20"/17 1/2" 18,3 123,35 48,78
Poço VIII Sede 8 Candeias 562.491,70 8.597.041,10 409 2020 30"/20"/17 1/2" 23,17 90,17 70,24
Poço IX Sede 9 Candeias 563.239,84 8.597.107,02 405 2020 30"/20"/17 1/2" 14,58 96,35 45,54
Poço XVII Sede XVII Candeias 560.438,72 8.596.093,26 367 2018 26"/20"/17" 4,6 93,96 50,28
Poço XVIII Sede 18 Candeias 559.669,16 8.595.867,57 349 2021 26"/20"/17" 5,8 106,98 31,25
P-03 Canal de Tráfego Pedágio Candeias 562.493,53 8.597.870,52 422 2017 30"/20"/17 1/2" 9,4 106,12 42,81
P-04 Canal de Tráfego Pedágio Candeias 561.934,72 8.597.496,97 425 2017 26"/20"/17 1/2" 8,65 121,67 51,47
P-06 Canal de Tráfego Pedágio Candeias 560.831,59 8.596.461,05 350 2017 26"/22"/17 1/2" 0 99,27 64,75
Poço V Captação Joanes II Candeias 561.668,26 8.597.024,47 384,5 2017 30"/20"/17 1/2" 1,96 110,19 63,55
P11 Dow P11 Joanes 02 Simões Filho 567.215,00 8.598.509,00 463,23 2017 26"/20"/17 1/2" 10,18 86,94 82,75
P12 Dow P12 Joanes 02 Simões Filho 566.808,00 8.598.837,00 433,73 2017 26"/20"/17 1/2" 31,53 123,13 61,22
P14B Dow P14B Joanes 02 Simões Filho 565.924,00 8.598.113,00 446,58 2017 26"/20"/17 1/2" 52,11 124,48 64,39
P15B Dow P15B Joanes 02 Simões Filho 565.673,00 8.598.415,00 434,11 2017 26"/20"/17 1/2" 27,52 114,6 71,06
P16B Dow P16B Joanes 02 Simões Filho 566.123,00 8.598.693,00 452,69 2017 26"/20"/17 1/2" 23,58 109,14 71,06
Fonte: Embasa, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
374
Figura 102 – Mapa com poços que serão incorporado ao SIAA Salvador

Fonte: Adaptado Embasa, 2021.

7.2.1.7.1. Avaliação da disponibilidade hídrica

Conforme já sinalizado no item 6.5, em 2018 a Embasa, no âmbito do Programa de Cooperação


Técnica PCT BRA/IICA/16/003 com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura
(IICA), contratou por meio do Edital de Concorrência nº 074/2018, uma consultoria especializada
para elaborar o “Estudo Hidrogeológico da Borda Leste da Bacia do Recôncavo”.

O estudo foi realizado pela Water Services and Technologies (WST) com base nas informações
fornecidas pela Embasa ou por intermédio da mesma junto a outras instituições. A partir desses
dados foi construído um modelo hidrogeológico e hidroquímico conceitual da área que abrange o

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
375
Sistema Aquífero Marizal São Sebastião, por meio do desenvolvimento de um modelo conceitual e
numérico. O modelo geológico 3D, da parte superior da Bacia do Recôncavo, permitiu, não apenas,
o aprimoramento do entendimento da hidrogeologia regional, como também foi fundamental para o
cálculo das reservas hídricas subterrâneas associadas à área de estudo como um todo.

Foram calculadas a reserva hídrica renovável para a área de estudo, e as reservas hídricas
renovável e permanente associadas especificamente ao Sistema Aquífero Marizal São Sebastião.
A reserva renovável calculada para a área de estudo é da ordem de 337.021.582 m³/ano, o que
equivale a aproximadamente 38.480m³/h. Se levarmos em consideração apenas as reservas
renováveis do Sistema Aquífero Marizal São Sebastião, esta resulta em 31.438m³/h, o que
corresponde a 82% da reserva renovável total estimada. Destaca-se que, no conceito de reserva
renovável, deve-se considerar a parcela de água subterrânea necessária para sustentar o fluxo de
rios e córregos (fluxo de base), principalmente durante a estação seca, de modo que a explotação
de água subterrânea não provoque impactos negativos no aquífero ou nos cursos de água
superficial a ele associados. Na avaliação realizada pelo referido estudo, assumiu-se como
premissa que esta parcela corresponderia a 30% da reserva renovável para a área de estudo. Desta
forma, a reserva explotável na área de estudo seria da ordem de 27.000 m³/h. Destaca-se que esta
é uma premissa conservadora, feita principalmente em função da inexistência de dados suficientes
de vazão dos principais rios que atravessam a área de estudo (rio Joanes, rio Jacuípe e rio Pojuca),
o que impede uma estimativa mais precisa da contribuição do sistema aquífero livre para a vazão
desses rios.

Já a reserva hidrogeológica permanente, calculada somente para o Sistema Aquífero Marizal São
Sebastião, foi estimada na ordem de 128 bilhões de metros cúbicos, volume equivalente a
aproximadamente 460 vezes a reserva renovável anual estimada para este mesmo aquífero. Deve-
se destacar o fato de que a água subterrânea se torna salobra nas porções mais profundas deste
sistema. Destaca-se que, embora fisicamente plausível, nem toda esta reserva poderia ser de fato
explotada, uma vez que a explotação excessiva (superexplotação) provocaria uma queda
acentuada nos níveis estáticos dos aquíferos, com efeitos negativos que incluiriam a perda de
capacidade produtiva dos poços tubulares e também, potencialmente: eventos de subsidência em
superfície; indução da migração vertical de contaminantes eventualmente existentes no aquífero
livre, com risco de contaminação dos aquíferos mais profundos; e salinização dos recursos hídricos
subterrâneos, em longo prazo, devido à indução de fluxo vertical ascendente em função do
bombeamento nas porções mais profundas do aquífero.

O balanço hídrico subterrâneo para a área de estudo, dado pela diferença entre a reserva renovável
calculada (38.480 m³/h), a reserva explotável estimada (aproximadamente 27.000 m³/h) e a vazão

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
376
de bombeamento total estimada para os poços tubulares em operação (da ordem de 21.300 m³/h)
indica que, em escala regional, os aquíferos se encontram em um nível de explotação sustentável.
No entanto, ao se avaliar áreas específicas como a região em que se encontram o Polo Industrial e
a cidade de Camaçari, verifica-se a possibilidade da ocorrência de superexplotação em setores
específicos da Bacia do Recôncavo.

O modelo numérico calibrado foi utilizado para simular 4 cenários relacionados ao consumo de água
subterrânea (Cenários 1 a 4) e 2 cenários relacionados ao transporte de potenciais contaminantes
(Cenários 5a e 5b), tendo sido considerado nesta avaliação o cloreto, um elemento conservador,
que praticamente não reage ou se degrada no subsolo. Um breve resumo destes cenários é
apresentado a seguir:

• Cenário 1: Avaliação da condição atual do Sistema Aquífero Marizal São Sebastião na


área de estudo quanto ao nível de explotação.
• Cenário 2: Avaliação de um cenário futuro de explotação, tendo como base o Plano de
Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador (PARMS), elaborado pelo
governo do estado da Bahia em 2015.
• Cenários 3 e 4: Avaliação de duas alternativas visando ampliação da oferta hídrica para
o Sistema Integrado de Abastecimento de Água Salvador (SIAA Salvador), tendo
também como base o Plano de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de
Salvador (PARMS).
• Cenários 5a e 5b: Avaliação do transporte de um contaminante específico (cloreto) na
região do Polo Industrial de Camaçari em duas situações distintas, a primeira a partir da
geometria dos aquíferos estabelecidas no modelo conceitual, e a segunda considerando
a ausência do primeiro aquitarde, o que levaria a uma comunicação direta entre o
aquífero livre e o primeiro nível confinado, um cenário plausível dada a possibilidade de
que este nível aquífero seja semiconfinado.

Para os Cenários futuros (2, 3 e 4), foram consideradas as demandas projetadas no Plano de
Abastecimento de Água da Região Metropolitana de Salvador (PARMS), elaborado pelo governo
do estado da Bahia em 2015, conforme descritas no quadro a seguir.

Quadro 101 – Projeções de demanda para o período 2015-2040, segundo o PARMS


Ano 2015 2020 2025 2030 2035 2040
Demanda Total Projetada (m3/h) 46.379 48.316 49.941 51.254 52.369 53.423
Demanda Total Projetada (m3/s) 12,9 13,4 13,9 14,2 14,5 14,8
Incremento Total Projetado (%) - 4,2 7,7 10,5 12,9 15,2
Fonte: Embasa, 2019 apud Sedur, 2015.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
377
O trabalho de modelagem matemática desenvolvido e as simulações realizadas permitiu as
seguintes conclusões:

Nas condições atuais de explotação do Sistema Aquífero Marizal São Sebastião (Cenário 1 / 2020),
o Aquífero Livre não mostra rebaixamento expressivo, embora seja verificada uma zona de
rebaixamento situada na sede do município de Camaçari. Já os níveis dos aquíferos confinados
mostram zonas de rebaixamento concentradas na área do Polo Industrial e também na cidade de
Camaçari. Verifica-se também uma zona de rebaixamento localizada na sede do município de São
Sebastião do Passé.

Nos municípios de Candeias, São Sebastião do Passé (com exceção da área em que se encontra
a sede municipal), Mata de São João e na porção nordeste dos municípios de Camaçari e Dias
D’ávila, os resultados obtidos para o cenário atual não mostram zonas de rebaixamento relevantes.
Destaca-se, no entanto, que o modelo hidrogeológico conceitual mostra que ocorre na região do
município de Candeias uma diminuição da espessura saturada em água doce no Sistema Aquífero
Marizal São Sebastião, de modo que a explotação de água subterrânea neste município deve ser
planejada e monitorada de forma permanente, dada a possibilidade de se detectar nessa área a
interface água doce / água salgada em profundidades relativamente rasas.

Na primeira projeção de demanda futura (Cenário 2 / 2040), verifica-se no aquífero livre uma
expansão e aprofundamento da zona de rebaixamento verificada atualmente na região do Polo
Industrial e da cidade de Camaçari, sendo este mesmo efeito observado nos níveis aquíferos
confinados, o que é natural, dado o aumento nas vazões de captação dos poços pré-existentes
nestes locais. Os resultados obtidos indicam que um incremento na explotação de água subterrânea
neste setor poderá provocar situações de superexplotação conforme já verificado historicamente.

Na sede municipal de São Sebastião do Passé observa-se neste cenário um acentuamento na zona
de rebaixamento simulada no Cenário 1, porém com um rebaixamento local ainda inferior a 5m.
Verifica-se também em alguns níveis confinados o desenvolvimento de uma zona de rebaixamento
na divisa entre os municípios de Simões Filho e Candeias, onde existe atualmente uma
concentração de poços tubulares.

Assim como nos resultados obtidos para o cenário atual, os municípios de Candeias, São Sebastião
do Passé (com exceção da cidade de São Sebastião do Passé), Mata de São João e na porção
Nordeste dos municípios de Camaçari e Dias D’ávila não mostram zonas de rebaixamento
relevantes frente ao bombeamento futuro.

Todavia, o aumento na captação dos poços localizados no extremo nordeste do município de


Camaçari gera uma intensificação do processo de rebaixamento do aquífero, o que destaca a

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
378
necessidade de particular atenção à gestão dos aquíferos neste setor, conforme já vem ocorrendo
em função do zoneamento definido para a área do Polo e seu entorno. Deve-se levar em
consideração que o cenário de demanda futura (2040) assume que o aumento na captação
ocorreria nos poços já existentes, uma vez que não há dados ou indicação de onde os futuros poços
seriam locados.

Ainda neste primeiro cenário de demanda futura (Cenário 2 / 2040), verifica-se que os poços
emergenciais perfurados pela Embasa nas proximidades da barragem de Joanes II (limite sul da
área de estudo) que visam complementar o abastecimento da cidade de Salvador, uma vez
acionados irão gerar uma zona de rebaixamento localizada neste setor, porém ainda incipiente e
independente das outras áreas onde ocorre explotação mais intensiva dos aquíferos. Não se
antecipa qualquer impacto negativo no Sistema Aquífero Marizal São Sebastião em função da
entrada destes poços em operação, destacando-se inclusive a adequabilidade da região escolhida
pela Embasa para a instalação destes poços, tanto por sua localização próximo à fonte de consumo
pretendida (Salvador) quanto por se tratar de área pouco explotada no que diz respeito aos recursos
hídricos subterrâneos.

As duas simulações de fluxo adicionais que foram realizadas (cenários 3 e 4, 2040) e que
consideram o aproveitamento do Sistema Aquífero Marizal São Sebastião para complementar o
abastecimento projetado para o Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA) de Salvador
demonstram dois aspectos principais relacionados à gestão dos recursos hídricos subterrâneos na
área de estudo:

• Esses cenários configuram uma explotação da quase totalidade das reservas


renováveis estimadas para a área de estudo, o que poderá levar a uma condição de
superexplotação dos aquíferos, com impactos resultantes tanto nos recursos hídricos
subterrâneos quanto superficiais.
• O planejamento da locação de novos poços, incluindo o espaçamento entre os mesmos,
é fundamental para evitar efeitos de interferência do bombeamento entre poços que
levem a perdas de eficiência na produção de água e à possível desativação de poços
tubulares construídos muito próximos entre si.

Também com respeito aos três cenários futuros simulados (projeções variáveis de captação de
água subterrânea na área de estudo em 2040), destaca-se que a demanda projetada nestes três
cenários excede a reserva explotável estimada, de aproximadamente 27.000m³/h. Quando
comparada com a reserva renovável estimada para a área de estudo (38.480m³/h), somente o
Cenário 4, com um nível projetado de captação de 38.487m³/h, chega a consumir toda esta reserva.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
379
Adicionalmente, com respeito às simulações de fluxo realizadas, destaca-se o papel absolutamente
crítico da recarga no cálculo do balanço hídrico, assim como no cálculo das reservas hídricas
subterrâneas renováveis e explotáveis. Deste modo, é de fundamental importância a implantação
de um sistema de monitoramento hidrológico que considere medições contínuas (com frequência
diária, por exemplo) de parâmetros como níveis d’agua subterrânea nos vários aquíferos e
parâmetros climáticos, em particular precipitação e evaporação.

As simulações de transporte realizadas indicam que uma pluma de contaminação gerada no


aquífero livre terá se movido, após um período de 20 anos, a uma distância máxima da ordem de
600 metros, podendo impactar o primeiro nível confinado (Aquífero Confinado 1), principalmente
em regiões onde o primeiro aquitarde (camada de folhelhos) apresente algum nível de
descontinuidade lateral, provocando a comunicação direta entre os aquíferos.

Destaca-se que as simulações de transporte foram realizadas utilizando o cloreto, um íon que
apresenta baixíssima atenuação em aquíferos. Contaminantes como metais ou compostos
orgânicos tendem a se mover de forma significativamente mais lenta, devido a mecanismos naturais
de atenuação no subsolo, tais como a adsorção. Deste modo, a distância máxima de 600 metros
acima mencionada deve ser significativamente reduzida para estas categorias de compostos.

As simulações realizadas ilustram a importância de uma caracterização geológica / hidrogeológica


detalhada em regiões que venham a ser consideradas para a instalação de indústrias ou outras
operações que constituam fontes potenciais de contaminação do subsolo. Elas destacam também
o importante papel desempenhado por aquitardes, camadas de menor permeabilidade intercaladas
entre aquíferos, na proteção dos recursos hídricos subterrâneos associados a aquíferos confinados.

7.2.1.8. AÇÕES DE GESTÃO E PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS

A Embasa disponibilizou o relatório de Gestão de mananciais do sistema integrado de


abastecimento de água – SIAA de Salvador, que contempla as ações de gestão de mananciais e
segurança de barragens executadas pela Embasa no período entre 2016 e 2020 que estão
alinhadas com as diretrizes e proposições descritas no Tomo IV do PARMS.

Esse relatório relembra que o PARMS indicou como instrumento de gestão para conservar,
recuperar e disciplinar o uso e ocupação do entorno do reservatório artificial, considerando a
temática nas legislações vigentes, o Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de
Reservatório Artificial (PACUERA). Estimou um prazo de 18 meses para o desenvolvimento dos
trabalhos associados aos Planos Ambientais de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório
Artificial (Pacuera), sendo previsto um custo aproximado de R$ 1,6 milhão (referência da estimativa
– fevereiro/2016). Destacou que compete à Embasa a elaboração dos Pacuera dos reservatórios

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
380
por ela gerenciados para suprimentos do SIAA de Salvador, com exceção do reservatório de Pedra
do Cavalo que é de competência da Cerb, responsável pela gestão da APP do lago da barragem e
sugeriu, que após elaborado o Pacuera e efetuado o zoneamento, os documentos sejam
formalizados, por meio de instrumento legal, criando as Áreas de Proteção e Recuperação dos
Mananciais (APRM) específicas para cada reservatório, com objetivo de instituir as diretrizes e
normas para a proteção e recuperação de mananciais de abastecimento de interesse regional para
suprimento do SIAA de Salvador.

Desta forma, é possível desenvolver atividades de planejamento e controle ambiental de modo a


conferir maior grau de proteção aos reservatórios de Pedra do Cavalo, Joanes I, Joanes II, Ipitanga
I, Ipitanga II, Ipitanga III e Santa Helena, sanando a situação legal irregular atual, delimitando áreas
de proteção e propondo um zoneamento para o uso e ocupação evitando a continuidade do
processo de degradação ora observado.

Como forma de proteger alguns reservatórios artificiais da RMS, utilizados para abastecimento
humano, foram criadas unidades de conservação com esse objetivo, a exemplo da APA de Pedra
do Cavalo, APA Joanes/Ipitanga e Cobre. Observa-se que dos mananciais que compõem o SIAA
de Salvador apenas a represa de Santa Helena não está inserida em uma unidade de conservação.

Considerando que as demais represas estão inseridas em Áreas de Preservação Ambiental, a


Embasa priorizou a elaboração do Pacuera de Santa Helena, no sentido de suprir a deficiência de
estudos voltados para a área.

Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial de Santa Helena

O Pacuera de Santa Helena foi finalizado em 2019 e elaborado em consonância com a Resolução
Conama n. 302/2002 e a Portaria n. 12.660/16 - Licença de Operação da referida barragem. Foi
dividido em três produtos: o Diagnóstico Socioambiental, o Zoneamento Ambiental e o Projeto de
Gestão do Reservatório e seu Entorno.

O diagnóstico ambiental foi realizado através de dados secundários e primários, onde foram
identificados e georreferenciados 20 focos de processos erosivos, as fontes de poluição, 13 pontos
de bancos de proliferação de macrófitas, 58 pontos de captação de água. Junto a isso foram
realizados levantamentos amostrais da qualidade da água, da fauna, da flora e das comunidades
do entorno do reservatório. A partir do diagnóstico foram criados o mapa de uso e ocupação do solo
e o mapa de fragilidade natural que foram sobrepostos gerando o mapa de fragilidade ambiental. O
mapa de fragilidade ambiental foi utilizado como ferramenta para auxiliar no processo de
Zoneamento Ambiental do entorno da Barragem Santa Helena, sendo possível identificar áreas com

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
381
diferentes graus de fragilidade, possibilitando a indicação de áreas a serem preservadas ou
recuperadas. A seguir constam os mapeamentos gerados nesse estudo.

Figura 103 – Área de estudo do PACUERA de Santa Helena

Fonte: Embasa, 2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
382
Figura 104 – Mapa do Zoneamento Ambiental do entorno do reservatório de Santa Helena

Fonte: Embasa, 2019a.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
383
Figura 105 – Localização das feições erosivas mapeadas no reservatório de Santa Helena e
área do entorno

Fonte: Embasa, 2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
384
Figura 106 – Localização dos pontos de proliferação de macrófitas no reservatório de Santa
Helena

Fonte: Embasa, 2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
385
A Equipe técnica responsável pela elaboração do PACUERA de Santa Helena, realizou a análise
laboratorial dos parâmetros de agrotóxicos/pesticidas do grupo organoclorados e organofosforados
em 2 (dois) locais distintos do reservatório. Os resultados encontrados apresentaram valores abaixo
do Limite de Quantificação do Método, assim, não foram identificadas substâncias ou indícios da
interação das atividades agrícolas na qualidade das águas do reservatório (EMBASA, 2019).

O PACUERA de Santa Helena realizou ainda o levantamento dos locais onde se localizam indústrias
e onde ocorre a atividade de piscicultura, para determinar os pontos potenciais de contaminação
e/ou que podem causar alteração da qualidade das águas no reservatório (EMBASA, 2019). Esses
pontos potenciais de poluição estão apresentados na Figura 107.

Foram registrados no PACUERA de Santa Helena 58 pontos de captação de água no reservatório


para uso nas residências, irrigação e dessedentação animal, por meio de bombas de pequeno e
médio porte as quais captam a água para dentro das propriedades (EMBASA, 2019. A localização
desses pontos de captação pode ser visualizada na Figura 108.

A Figura 109 apresenta um resumo de todos os pontos com potenciais focos de contaminação e
ocorrência de macrófitas aquáticas levantados no PACUERA de Santa Helena.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Figura 107 – Localização das possíveis fontes de poluição no reservatório de Santa Helena

Fonte: Embasa, 2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Figura 108 – Localização dos pontos onde ocorre a captação de água no reservatório de
Santa Helena por meio de bombas

Fonte: Embasa, 2019.

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Figura 109 – Mapa resumo das principais fontes de poluição e pontos de ocorrência de
macrófitas localizados no reservatório

Fonte: Embasa, 2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
389
A partir do zoneamento e do seu Código de Uso e buscando-se a efetivação do Pacuera, foi criado
o Projeto de Gestão do Entorno do Reservatório, que estabelece as atribuições e responsabilidades
das entidades e instituições vinculadas aos diversos usos potenciais, de modo a orientar os usuários
das competências legais aplicáveis ao Plano.

Junto ao Pacuera foram elaborados sete Programas Ambientais para auxiliar na conservação,
proteção e recuperação do reservatório e seu entorno: o Programa de Educação Ambiental e
Comunicação Social; Programa de Restauração da Vegetação do Entorno do Reservatório;
Programa de Sinalização; Programa de Monitoramento da Qualidade da Água; Programa de
Monitoramento de Macrófitas Aquáticas; Programa de Monitoramento da Ictiofauna; e Programa de
Gestão da Zona de Proteção Rigorosa. Todos os programas foram apresentados com cronograma
e orçamento.

Esse relatório da Embasa (2020) considera como ações necessárias a serem realizadas relativas
ao Pacuera de Santa Helena:

✓ Aprovação do Pacuera de Santa Helena pelo Inema;


✓ Plano de Ação visando a implementação dos programas elaborados;
✓ Ampliação da interface com as prefeituras buscando a utilização do zoneamento e códigos
de uso como norteadores do uso e ocupação do solo;
✓ Interação com outras empresas da região para implementação dos programas elaborados.

E no que tange aos mananciais do SIAA da RMS:

✓ Considerar a bacia hidrográfica como unidade de planejamento;


✓ Regulamentação das Áreas de Proteção de Mananciais com influência na Região
Metropolitana de Salvador (RMS) correspondentes às bacias dos rios Paraguaçu, Joanes,
Ipitanga, Pojuca, Jacuípe, Cobre e Pituaçu, com definição de limites, critérios e usos e
ocupação dessas áreas, assim declaradas pela Lei Estadual n. 10.431 de 20 de dezembro
de 2006;
✓ Fortalecimento dos conselhos gestores das APAs;
✓ Considerar e fortalecer o zoneamento das UC nos PDDU e Zoneamento Econômico-
Ecológico;
✓ Revisar o zoneamento das UC criadas pelo poder público com objetivo de proteção dos
mananciais;
✓ Fortalecer a vigilância das APP dos reservatórios;
✓ Fiscalizar do uso e ocupação do solo municipal.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
390
Programa de Revitalização Ambiental dos Mananciais do SIAA de Salvador

Segundo esse relatório, no âmbito do Programa de revitalização ambiental dos Mananciais do SIAA
de Salvador foram desenvolvidas ações de levantamento de fontes de poluição. Em 2009 por meio
de um contrato com a Fundação Escola Politécnica (FEP) foi realizado esse mapeamento para a
área de influência direta (AID) do Joanes I (Figura 110) e mais recentemente em 2019, para a bacia
do rio Jacaranga, um dos contribuintes do Joanes II, por meio da utilização de drone.

O levantamento realizado na AID do Joanes I discriminou as fontes de poluição por tipologia e


ordem de prioridade, como pode ser observado na Figura 110, onde os pontos em amarelo
correspondem a Prioridade I – Lançamento de Efluentes; os pontos em verde aos de Prioridade II
– Descarte de Resíduos; os pontos azuis aos de Prioridade III – Extração Mineral; e os pontos
acinzentados aos de Prioridade IV – Agropecuária, industrias cerâmicas, canteiro de obras e outras.

Figura 110 – Tipos de fontes de poluição/impacto na AID do Joanes I

Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
391
O resultado do levantamento das fontes de poluição da bacia do rio Jacaranga constam na Figura
111 e no Quadro 102.

Figura 111 – Fontes de Poluição na bacia do rio Jacaranga

Fonte: Embasa, 2020.

Quadro 102 – Fontes de poluição da bacia do rio Jacaranga


Fonte Latitude Longitude Observação
38° 29’ 20,22”
BBX 12° 42’ 46,3” S • Comércio de Alumínio e derivados
O
TIMACAGRO 12° 42’ 48,93” S 38° 29’ 9,87” O • Indústria de fertilizantes
38° 29’ 20,22”
YARA FERTILIZANTES 12° 42’ 38,46” S • Fabricação de adubos e fertilizantes
O
FORMITEX 12° 42’ 46,3” S 38° 29’ 1,23” O • Fabricação de resinas termofixas
COMUNIDADE DE VILA 38° 28’ 46,03”
12° 42’ 48,41” S • Esgoto
ESPERANÇA O
FERTIPAR 38° 28’ 31,47” • Fabricação de adubos e fertilizantes,
12° 42’ 45,19” S
FERTILIZANTES O exceto organo-minerais
• Comitê de dutovias (seis empresas
associadas);
• Fafem – amonioduto;
ESTAÇÃO 3 – 38° 27’ 12,12”
12° 43’ 2,73” S • Polo Camaçari – Aratu – Camaçari;
AMONIODUTO FAFEN O
• Ramificação para RLAM;
• 35 Km de faixa de servidão;
• 28 dutos

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
392
Fonte Latitude Longitude Observação
COMUNIDADE MENINO
12° 42’ 40,34” S 38° 27’ 6,47” O • Esgoto
JESUS
HERINGER 38° 28’ 12,32” • Fabricação de adubos e fertilizantes,
12° 41’ 49,33” S
FERTILIZANTES O exceto organo-minerais
COMUNIDADE DE
• Esgoto
CAROBA
DASCARGA DA ETA 38° 26’ 28,68”
12° 41’ 56,39” S • Tratamento de Água
PRINCIPAL O
EROSÃO DA ADUTORA 38° 26’ 27,79”
12° 42’ 34,70” S • Adução de água bruta
DE 1900 O
MOSAIC 38° 28’ 16,42” • Produção e comercialização de
12° 42’ 21,38” S
FERTILIZANTES O fosfato e potássio combinados
• Fabricação de adubos e fertilizantes,
38° 28’ 21,83” exceto organo-minerais;
PRIMASEA 12° 42’ 18,41” S
O • Coleta de outros produtos aquáticos
de água doce
• Fabricação de adubos e fertilizantes
exceto organo-minerais;
• Fabricação de alimentos para
animais;
38° 28’ 25,86” • Fabricação de intermediários para
SQM Vitas Agroindústria 12° 42’ 13,28” S
O fertilizantes;
• Fabricação de defensivos agrícolas;
• Comércio atacadista de defensivos
agrícolas, adubos, fertilizantes e
corretivos do solo
• Fabricação de outros produtos de
minerais não-metálicos não
especificados anteriormente;
Brasquímica Produtos 38° 28’ 12,15” • Comércio atacadista de álcool
12° 42’ 18,04” S
Asdálticos O carburante biodiesel, gasolina e
demais derivados de petróleo, exceto
lubrificantes, não realizado por
transportador retalhista
Fonte: Embasa, 2020.

Esse relatório destaca que a Embasa tem previsão de lançar processo licitatório visando contratar
serviços de geotecnologia para dar continuidade aos sobrevôos sobre outras bacias contribuintes
da represa Joanes II e Santa Helena, que darão base aos mapas temáticos por tipologia do
impacto/poluição de cada manancial. Consequentemente, será possível correlacionar as não
conformidades da água, identificadas pelo monitoramento sistemático, com as possíveis fontes de
poluição e impacto, emitindo-se relatórios para o Inema.

Remediação Química

O Plano de Gestão Ambiental do Joanes I, elaborado pela Embasa, via contrato com a FEP,
recomendou como possível ação emergencial o uso de remediadores no reservatório, enquanto
ainda exista déficit de cobertura por solução adequada de esgotamento sanitário na bacia
hidrográfica.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
393
Em 2015, a Embasa iniciou o processo de remediação química na represa Joanes I, aplicando
primeiramente um coagulante à base de alumínio (CMH) em duas áreas da represa. Na primeira
área, localizada cerca de 150 metros a jusante da ponte da Via Parafuso, a aplicação foi realizada
por meio de difusores fixos subsuperficiais. Na segunda área, a aplicação foi realizada por meio de
difusores instalados em uma embarcação que percorreu a represa ligeiramente a montante do ponto
de captação. O processo foi iniciado após a publicação da autorização ambiental (Portaria Inema
no 9.071 de 10 de janeiro de 2015). Todo o processo contou com o plano de monitoramento da
água, sedimento e biota aquática, antes, durante e posteriormente às aplicações, executado pela
Embasa, via contrato firmado com consultoria especializada.

Após esse processo de remediação, considerando que o reservatório de Joanes I manteve


concentrações de fósforo elevadas e florações de cianobactérias, a Embasa com o objetivo mitigar
o impacto sobre a captação definiu como estratégia reduzir os níveis de trofia por meio da aplicação
de Argila Enriquecida com Lantânio, comercialmente conhecido como Phoslock, que tem como
objetivo reduzir as concentrações de fósforo gradualmente e, consequentemente, reduzir as
densidades de algas (Embasa, 2019).

O tratamento com Phoslock, conforme disposto no Quadro 103, foi dividido em duas etapas de
tratamento, seguida de etapas de manutenção. A primeira etapa de tratamento com Phoslock
ocorreu no ano de 2016 com três aplicações na área localizada a montante do barramento e jusante
do estande de macrófitas, da represa. A segunda etapa de tratamento da qualidade da água do
Reservatório Joanes I ocorreu em 2017 e contemplou três aplicações nos mesmos cinco
subcompartimentos selecionados na 1ª etapa e foi concebida considerando a necessidade de
complementação do tratamento realizado em 2016. A última aplicação da primeira etapa de
manutenção estava prevista para janeiro/2021 (Embasa, 2019).

Quadro 103 – Períodos de aplicação da primeira etapa da remediação química com Argila
Enriquecida com Lantânio
Perido da Dosagens por Local da
Etapa Periodo
Aplicação Aplicação Aplicação

Compartimento principal do manancial Joanes I,


1ª de 3 trecho localizado a montante do barramento e a
2016 45 t/ 40 t/ 40 t
tratamento aplicações jusante do estante de macrófitas na área estreita
da represa
2ª de 3 63 t/ 70,7 t/ Mesma área da represa onde ocorreu a primeira
2017/2018
tratamento aplicações 46,5 t aplicação
1ª de 4 21 t/ 9,450 t/ Mesma área da represa onde ocorreu a primeira
2019/2021
manutenção aplicações 32,55 t/ 21 t e segunda aplicação
Fonte: Embasa, 2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
394
As etapas de tratamento com phoslok objetivaram principalmente o controle da fonte interna de
eutrofização presente no sedimento. Porém, o aporte de nutrientes via bacia de contribuição é
bastante significativo, sobretudo pela drenagem dos rios Camaçari e Muriqueira. Em decorrência
disso, observou-se a necessidade de continuar as aplicações como forma de manter o tratamento
iniciado, considerando que ainda ocorre aporte de nutrientes oriundos da bacia de contribuição,
portanto se fez necessário continuar o tratamento do reservatório Joanes I com Phoslock, mas
agora com aplicações de manutenção, tendo em vista o aporte de cargas externas da bacia
hidrográfica. Para a primeira etapa de manutenção da qualidade da água, estimou-se a aplicação
de 84 toneladas de Phoslock por ano, divididas em 4 aplicações trimestrais de 21 toneladas
(Embasa, 2019).

Projeto Reabilitação Florestal de Áreas de Preservação Permanente dos rios Joanes e


Jacuípe

Em 2015, os Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Justiça e a Caixa Econômica Federal


financiaram 17 projetos voltados à Recuperação da Vegetação Nativa de Áreas de Preservação
Permanente (APPs) no entorno de nascentes e faixas marginais de cursos d’água, com o objetivo
de ampliar a oferta de água em Regiões Metropolitanas com alta criticidade hídrica, por meio do
Edital FNMA 01/2015.

Um dos selecionados foi o Projeto Reabilitação Florestal de Áreas de Preservação Permanente dos
rios Joanes e Jacuípe, que tem como objetivo “recuperar vegetação nativa no entorno de cem
nascentes e de cem hectares de áreas marginais dos rios Jacuípe e Joanes”. Para tanto, foram
concebidas as seguintes metas:

i) Meta 1 - mobilização para seleção de pequenos proprietários rurais dos dez


municípios, devendo resultar no cadastro de 300 propriedades rurais no CAR/Cefir;
meta executada no período de 2017 a 2018, e elaboração e implementação de 10
projetos de recuperação de áreas de preservação permanente dos imóveis rurais
beneficiados e monitoramento do processo de recuperação das áreas – executada
no período de 2018;
ii) Meta 2 – execução de 10 projetos de recuperação de áreas de preservação
permanente dos imóveis rurais beneficiados e monitoramento do processo de
recuperação das áreas – sendo executado no período de 2020 a 2022;
iii) Meta 3 - elaboração de um plano regional de pagamento por serviços ambientais
(PSA) – a executar em 2022.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
395
A seleção das áreas, com maior aderência aos objetivos do projeto e aos critérios estabelecidos no
próprio edital do FSA CAIXA/FNMA, envolveu critérios exclusivamente técnicos, discutidos entre a
Embasa e parceiros do projeto, UFBA/Inema e Incra, que resultou no produto Mapa de Áreas
Prioritárias para Recuperação Ambiental nas Bacias Hidrográficas dos rios Joanes e Jacuípe,
elaborado pelo setor de Geoprocessamento do órgão ambiental estadual.

Em fevereiro de 2020, foi contratada uma empresa para execução da 2ª meta do projeto, com ordem
de serviço para início dos trabalhos emitida em dia 18/03/2020, justamente quando os Protocolos
de Segurança da Embasa recomendavam a suspensão de todas as atividades presenciais e
aglomerações, dessa forma as atividades deste contrato foram suspensas e só retomadas em
18/09/2020.

Salienta-se que durante esse periodo a Embasa continuou em contato via aplicativo WhatsApp e
por meio de reuniões remotas com os membros da Unidade Gestora do Projeto, representantes das
comunidades e técnicos das prefeituras e entidades parceiras. Diante das manifestações e por
consenso dos participantes deste projeto, ficou acordado que seriam realizadas as ações de
cercamento de todas as áreas naturais (APP de beira de rio e nascentes) das comunidades e, se
as condições sanitárias permitirem reuniões presenciais, seriam realizadas as primeiras oficinas de
educação ambiental crítica.

No que concerne à realização do plantio de árvores nativas e frutíferas nessas áreas naturais, como
depende das chuvas para “pegamento” dessas árvores, foram suspensas, cuja previsão de
retomada era março de 2021, que consiste no período chuvoso da região metropolitana. Além do
plantio das árvores, estão previstos a realização de cursos de educação ambiental crítica e ações
de manutenção da vegetação implantada nas áreas naturais e cercas.

Com base na experiência desse projeto, a Embasa nesse relatório de gestão de mananciais cita
como ações necessárias a serem realizadas:

✓ Ampliar as ações do Projeto Guardiões das Águas para outras APP das bacias do Joanes e
Jacuípe, visto que o escopo atual do projeto abrange uma parcela ínfima das áreas que
foram mapeadas;
✓ Utilizar o escopo do Projeto Guardiões das Águas como modelo para as demais bacias
hidrográficas;
✓ Implantar o Programa de Pagamento de Serviços Ambientais com ribeirinhos das APP das
represas do SIAA da RMS.
✓ Implantar o Programa de Educação Ambiental crítica no âmbito das bacias hidrográficas da
RMS.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
396
✓ Estabelecer na região metropolitana de Salvador um pool de empresas pagadoras por
serviços ambientais, que se beneficia com os serviços de “produção de água”, estimulando
também financeiramente produtores rurais a promoverem ações de recuperação ambiental
em suas propriedades com objetivo de criar um círculo virtuoso de pagamento e produção
de água.

7.2.1.9. AÇÕES DE SEGURANÇA DE BARRAGENS

As barragens configuram-se como um elevado potencial de risco, visto que o rompimento dessas
estruturas pode trazer consequências catastróficas ao meio ambiente, com destruição de fauna e
flora e perda de vidas. Dessa forma ter ações emergenciais previamente planejadas é de
fundamental importância, visto que mitigaria os impactos causados por um acidente.

O Plano de Segurança em conformidade com a Política Nacional de Segurança de Barragens,


instituída pela Lei Federal nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, visa eliminar os riscos de
acidentes nessas estruturas e seus impactos sobre a população das áreas potencialmente afetadas
e ao meio ambiente. O referido dispositivo legal dispõe que cabe aos empreendedores, no prazo
de dois anos, se adequarem às exigências da Lei 12.334/2010, ao longo do qual deverão submeter
à aprovação dos órgãos fiscalizadores relatório especificando as ações e o cronograma para a
implantação do Plano de Segurança da Barragem. Portanto, o empreendedor ficará responsável,
pela elaboração do plano de segurança de barragens e de um plano de ação de emergência.

Das atividades previstas para o empreendedor na Lei 12.334/2010, segundo relatório a Embasa
realiza:

1. Inspeções

✓ Inspeções Rotineiras - realizadas pela equipe local;


✓ Inspeções Regulares - realizadas semestralmente pelo setor responsável;
✓ Inspeções Especiais - realizadas por equipe de consultores, quando necessário.

2. Relatório de Inspeção Regular

Realizado em cada ciclo de inspeção e submetido anualmente ao órgão fiscalizador, o Inema. É


composto pelos extratos de inspeção e pelas declarações de estado de conservação das barragens,
assinadas pelo responsável técnico pela avaliação e diretores da Embasa.

3. Revisão Periódica de Segurança de Barragens – RPSB

Tem por objetivo verificar o estado geral de conservação e a análise de segurança global da
barragem. São realizados levantamentos geotécnicos e topográficos, recalculado o fator de

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
397
segurança da barragem, elaborados diagnósticos do estado de conservação, revisão dos estudos
hidráulicos e hidrológicos, estudos complementares que se façam necessários e os projetos de
recuperação das barragens.

4. Plano de Ação Emergencial – PAE e Planos de Contingência - PC

É um documento que visa Identificação e análise das situações de emergência, procedimentos


corretivos e preventivos, estudo de Dam Break ou de ruptura hipotética da barragem definindo
vazões de pico, mapa de inundação com definição dos níveis de água a serem atingidos no vale a
jusante para cada cenário de ruptura e a estratégia de alerta aos órgãos envolvidos e de
comunicação em massa a população de jusante.

5. Plano de Segurança de Barragens – PSB:

Contém informações gerais; planos e procedimentos; registros e controles; inspeções realizadas,


plano de ação de emergência e revisão periódica de segurança de barragem.

A Embasa executou uma Inspeção Especial em 2016 nas barragens de Santa Helena, Ipitanga II e
Joanes II, cujo investimento foi de R$ 92.460,00. Nessas inspeções não foi identificada nenhuma
anomalia significativa que coloque as barragens citadas em risco.

A Embasa já realizou a Revisão Periódica de Segurança de Barragens das barragens de Santa


Helena, Joanes I, Joanes II, Ipitanga I, Ipitanga II, Cobre e Pituaçu, o que representou um montante
de R$ 1.279.342,80 de investimento.

No que concerne aos Planos de Ação Emergencial, a Embasa já elaborou os planos das barragens
de Santa Helena, Joanes I, Joanes II, Ipitanga I, Ipitanga II, Cobre e Pituaçu, que totalizou
R$513.171,70 de investimento.

Ressalta-se que, a partir desses elementos (RPSB e PAE), os Planos de Segurança das Barragens
de Pituaçu, Santa Helena, Joanes I, Joanes II, Ipitanga I, Ipitanga II e Cobre também tiveram a sua
compilação concluída em dezembro/2020 pela equipe técnica da Embasa.

Além dessas ações foram investidos no Sistema de Alerta de Pituaçu, que inclui a central de
monitoramento, as quatro sirenes, o monitoramento telemétrico da barragem de Pituaçu e galeria
da comunidade do Bate Facho, totalizando R$734.095,25. E para implantação dos sistemas de
alerta das seis barragens restantes estão previstos R$2.300.000,00.

A seguir constam a relação dos principais serviços/obras que foram recentemente concluídas ou
estão em fase de conclusão ou licitação:

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
398
Barragem de Santa Helena – recuperação do dreno de pé do talude de jusante, instalação
piezômetros, correção/identificação de trincas no talude de montante, estabilização da ombreira
esquerda com hidrossemeadura.

Barragem de Ipitanga I – recuperação de infiltrações existentes no talude de jusante e vertedouro,


recuperação do concreto estrutural, construção de trincheira drenante e instalação de piezômetros.

Barragem de ipitanga II – recuperação das estruturas de concreto, retirada de infiltrações do


paramentro de jusante, recuperação do talude da ombreira esquerda e instalação de piezômetro.

Barragem do Joanes II – recuperação do dreno de pé do talude de jusante, recuperação de área


degradada na ombreira direita, limpeza dos drenos na laje do vertedouro.

Barragem do Joanes I – recuperação das estruturas de concreto do talude de jusante, retirada de


infiltrações no creager, construção de trincheiras drenantes nas duas ombreiras, recuperação do
sistema de descarga de fundo.

Barragem do Cobre – recuperação de trincas superficiais na crista, sanr vazamento na tubulação


de captação, construção de medidor de vazão, execução de poços de alívio e trincheiras drenantes
nas ombreiras, instalaçao de piezômetros.

Barrragem de Pituaçu – recuperação das duas bacias de dissipação dos vertedouros, retificação
na estrutura da parede do vertedouro esquerdo.

7.2.2. CAPTAÇÃO E ADUÇÃO DE ÁGUA BRUTA

O Sistema Integrado de Abastecimento de Água de Salvador (SIAA Salvador), o qual atende o


município de Salvador, além de Simões Filho e Lauro de Freitas, é abastecido a partir da Estação
de Tratamento de Água (ETA) Principal, localizada no município de Candeias, as ETA do Parque
Bolandeira (Teodoro Sampaio e Vieira de Mello) e a ETA Suburbana. E o Sistema Recôncavo que
abastece a parte insular (Ilhas de Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e Ilha de Maré) de
Salvador, além dos municípios de Candeias, São Francisco do Conde e Madre de Deus, também é
abastecido a partir da ETA Principal.

A ETA principal trata as águas provenientes dos rios Paraguaçu, Joanes e Jacuípe, conforme
retratado anteriormente. Dessa forma, para abastecimento desta ETA são estabelecidos três
sistemas adutores: Sistema adutor Pedra do Cavalo – ETA Principal (Bacia do Rio Paraguaçu);
Sistema adutor Joanes II- ETA Principal (Bacia do Rio Joanes) e; Sistema adutor Santa Helena –
Joanes II (Bacia do Rio Jacuípe). A espacialização desses três sistemas adutores consta na Figura
112.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
399
Figura 112 – Sistema adutor de água bruta da ETA Principal

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

Por outro lado, o transporte da água bruta até as ETA do Parque da Bolandeira ocorre por meio de
dois sistemas adutores, a saber: Sistema Adutor rio Joanes (Barragem de Joanes I) – ETA do
Parque Bolandeira e Sistema Adutor rio Ipitanga (Barragem Ipitanga II) – ETA do Parque Bolandeira,
conforme espacialização da Figura 113.

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400
Figura 113 – Sistema adutor de água bruta das ETA do Parque da Bolandeira

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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401
O transporte da água até a ETA Suburbana é realizado pelo sistema adutor Ipitanga II – ETA
Suburbana, como pode ser visualizado na Figura 114.

Figura 114 – Sistema adutor de água bruta da ETA Suburbana

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

Todos esses sistemas adutores são descritos de forma detalhada a seguir. A Tabela 38 apresenta
a síntese das informações das estações elevatórias de água bruta (EEAB) e a Tabela 39 das
adutoras de água bruta (AAB) que integram esses sistemas – obtidas através da planilha de ativos
da Embasa.

Cabe destacar que todos os sistemas adutores, por estarem localizadas em municípios bem
distantes entre si, apesar de estarem dentro da Região Metropolitana de Salvador, como também,
por estarem assentadas em áreas urbanas, sofrem muito com ações de vandalismo. A Embasa
possui uma equipe de vigilância específica que fiscaliza diariamente estas adutoras tentando
impedir estas ações.

A prestadora do serviço, apesar de não detalhar o tempo de uso de cada trecho das adutoras de
água bruta, salientou que as mais novas já possuem 20 anos de operação, o que implica em uma
maior necessidade de atuação da equipe de manutenção.

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402
Tabela 38 – Informações das estações elevatórias de água bruta
Coordenadas Regime de Número de Número de Vazão Vazão de Potência
Nome da Geográficas
Localização Origem Destino operação Bombas Bombas Nominal Recalque Instalada
Elevatória
X Y (horas) Operação Reservas (L/s) (L/s) (cv)
Zona rural de Lago de
Pedra do SIAA da
Conceição de 500.442,29 8.613.610,87 Pedra do 24 4 2 7.500,00 7.000,00 24.200
Cavalo RMS
Feira Cavalo
Lago de
Santa Bosque de Dias Lago do
578.739,00 8.604.644,00 Santa 24 6 2 5.000,00 2.400,00 13.400
Helena D'Ávila Joanes II
Helena
Jardim Meu
Booster Lago do ETAs
Ideal, Lauro de 573.740,13 8.576.666,16 24 2 1 2.194,44 2.200,00 1.200
Joanes I Joanes I Bolandeira
Freitas
Zona Rural de Lago do ETA
Joanes II 562.805,65 8.598.948,56 24 2 2 5.000,00 1.500,00 9.500
Candeias Joanes II Principal
Boca da Mata, Lago do ETAs
Ipitanga I 566.906,17 8.574.047,09 24 2 1 500,00 500,00 1.200
Salvador Ipitanga I Bolandeira
Fazenda
Lago do ETA
Ipitanga II Cassange, 565.291,45 8.578.300,85 24 2 1 388,89 200,00 750
Ipitanga II Suburbana
Simões Filho
Fonte: Embasa, 2021.

Tabela 39 – Informações sobre adutoras de água bruta


Número Vazão Diâmetro Extensão Regime de
Nome da Adutora Localização Origem Destino Material
do trecho (L/s) (mm) (m) Operação
Pedra do Cavalo/ETA Conceição da Pedra do
1 ETA Principal 7000 Aço 1.800 37,00 Recalque
Principal Feira/Candeias Cavalo
Pedra do Cavalo/ETA Conceição da Pedra do Gravidade -
2 ETA Principal 7000 Aço 2.300 13.243,00
Principal Feira/Candeias Cavalo Conduto forçado
Pedra do Cavalo/ETA Conceição da Pedra do Dimensõe Gravidade -
3 ETA Principal 7000 Canal 12.560,00
Principal Feira/Candeias Cavalo s variáveis Conduto livre
Pedra do Cavalo/ETA Conceição da Pedra do Gravidade -
4 ETA Principal 7000 Aço 2.000 41.277,00
Principal Feira/Candeias Cavalo Conduto forçado

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403
Número Vazão Diâmetro Extensão Regime de
Nome da Adutora Localização Origem Destino Material
do trecho (L/s) (mm) (m) Operação
Santa Helena/ Joanes II Dias D´Ávila
1 Santa Helena Joanes II Esquerda 3600 Aço 1.300 35,00 Recalque
Esquerda /Camaçari
Santa Helena/ Joanes II Dias D´Ávila
2 Santa Helena Joanes II Esquerda 2200 Aço 1.300 281,00 Recalque
Esquerda /Camaçari
Santa Helena/ Joanes II Dias D´Ávila
3 Santa Helena Joanes II Esquerda 1800 FoFo 900 7.600,00 Recalque
Esquerda /Camaçari
Santa Helena/ Joanes II Dias D´Ávila
4 Santa Helena Joanes II Esquerda 1700 FoFo 900 2.840,00 Recalque
Esquerda /Camaçari
Santa Helena/ Joanes II Dias D´Ávila
1 Santa Helena Joanes II Direita 1400 Aço 1.300 316,00 Recalque
Direita /Camaçari
Santa Helena/ Joanes II Dias D´Ávila
2 Santa Helena Joanes II Direita 1800 FoFo 900 7.660,00 Recalque
Direita /Camaçari
Santa Helena/ Joanes II Dias D´Ávila
3 Santa Helena Joanes II Direita 2600 FoFo 1.200 2.780,00 Recalque
Direita /Camaçari
Joanes II /ETA Principal 1ª 1 Candeias Joanes II ETA Principal 1ª 4900 Aço 1.500 30,00 Recalque
Joanes II /ETA Principal 1ª 2 Candeias Joanes II ETA Principal 1ª 1400 Aço 1.200 2.921,00 Recalque
Joanes II /ETA Principal 1ª 3 Candeias Joanes II ETA Principal 1ª 1400 FoFo 1.200 2.140,00 Recalque
Joanes II /ETA Principal 1ª 4 Candeias Joanes II ETA Principal 1ª 1400 Aço 1.200 609,00 Recalque
Joanes II /ETA Principal 2ª 1 Candeias Joanes II ETA Principal 2ª 9800 Aço 2.100 46,00 Recalque
Joanes II /ETA Principal 2ª 2 Candeias Joanes II ETA Principal 2ª 7400 Aço 1.900 5.881,00 Recalque
Joanes I/ ETA Vieira de
Lauro de ETA Vieira de Melo
Melo e ETA Teodoro 1 Joanes I 2200 Aço 1500 22.300,00 Recalque
Freitas/Salvador e Teodoro Sampaio
Sampaio
Joanes I/ ETA Vieira de
Lauro de ETA Vieira de Melo Gravidade -
Melo e ETA Teodoro 2 Joanes I 1100 Concreto 1500 22.200,00
Freitas/Salvador e Teodoro Sampaio Conduto forçado
Sampaio
Ipitanga I / ETA Vieira de
ETA Vieira de Melo
Melo e ETA Teodoro 1 Salvador Ipitanga I 500 FoFo 750/900 8.300,00 Mista
e Teodoro Sampaio
Sampaio
Ipitanga II/ETA Suburbana 1 Salvador Ipitanga II ETA Suburbana 400 FoFo 500/550 2.200,00 Recalque
Fonte: Embasa, 2021.

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404
7.2.2.1. Sistema adutor Pedra do Cavalo – ETA Principal

O Sistema Adutor Pedra do Cavalo – ETA principal é composto das seguintes unidades: captação
e estação elevatória; adutora por recalque; chaminé de equilíbrio; canal; adutora por gravidade.

A Estação Elevatória (EE) do sistema Adutor de Água Bruta de Pedra do Cavalo está localizada no
município de Conceição de Feira, a cerca de 5km da barragem. A estrutura da EE é constituída de
concreto armado e é do tipo poço seco, sendo projetada para abrigar 10 conjuntos motobombas de
5.000cv.

Segundo a planilha de ativos (Tabela 33) disponibilizada pela a Embasa, o sistema adutor conta
com 4 conjuntos motobombas em operação e 2 conjuntos reserva, totalizando 24.200 CV de
potência instalada. Durante a visita, realizada em agosto/2020, foi informado pelos funcionários a
aquisição recente de outros 2 conjuntos motobombas, que não estavam em operação ainda na
época da visita.

Portanto, atualmente a Embasa faz uso de 6 conjuntos motobombas (Figura 115), sendo 4 unidades
de eixo vertical com 5.000cv de potência e 2 unidades de eixo horizontal com 2.100cv de potência,
e dispõe também de 2 conjuntos reservas de 5.000cv (Figura 116). Essas unidades horizontais de
2.100cv fornecem maior autonomia e flexibilidade a operação, que funciona 24h por dia,
possibilitando maiores gradações das vazões aduzidas.

Figura 115 – Vista do poço seco que abriga os 06 (seis) conjuntos motobombas em
operação

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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405
Figura 116 – Conjunto motobomba reserva

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 117 – Sala de operação

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A Tabela 40 apresenta a capacidade de bombeamento em função do nível d’água da represa, sendo


que esses valores são os que constam no Projeto Executivo do Sistema Adutor Pedra do Cavalo,
na condição de fim de plano com 3 adutoras e 8 conjuntos motobombas em operação simultânea.

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406
Tabela 40 – Capacidade de captação da elevatória de água bruta Pedra do Cavalo, conforme
projeto
Cotas do N.A. na Represa Capacidade de Bombeamento (m³/s)
105,0 (N.A. mínimo) 19,025
107,5 19,400
110 19,750
112,5 20,100
115 20,450
117,5 20,750
120,0 (Máx. abastecimento) 21,050
122,5 21,350
124,17 (Máx. Maximorum) 21,575
Fonte: Sedur, 2016 apud Desenvale, 1981.

Os ramais de descarga das bombas se entroncam em três barriletes situados na cota 121,40m, os
quais são conectados às adutoras de recalque que, por sua vez, encaminham a água para a
chaminé de equilíbrio. A energia da EE é proveniente da Subestação Abaixadora que opera com as
tensões de 230 kV/13,8kV e com a potência máxima de 70 MVA.

Considerando a situação da estrutura civil e dos equipamentos e elementos metálicos, o estado de


conservação geral da estrutura de captação de Pedra do Cavalo pode ser classificado como Bom;
em uma escala englobando Bom, Regular, Precário e Ruim - correspondendo Bom ao melhor
indicador e Ruim ao pior.

O sistema adutor Pedra do Cavalo possui 03 adutoras de água bruta: a primeira, que interliga a
estação elevatória e a chaminé de equilíbrio; a segunda, que interliga a chaminé com o canal a céu
aberto; e a terceira, que interliga o canal à ETA Principal.

Nesse sistema adutor, após a EEAB, a água é recalcada por uma tubulação em aço carbono (Figura
118) de 1.800mm (38m) e de 2.300mm (392m) até uma chaminé de equilíbrio (Figura 119). Cabe
salientar que uma das funções desse dispositivo é atuar nos momentos de subpressões ou
sobrepressões no sistema.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
407
Figura 118 – Tubulação que transporta água da EEAB até a chaminé de equilíbrio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 119 – Chaminé de equilíbrio do sistema adutor de Pedra do Cavalo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A chaminé de equilíbrio desse sistema adutor tem forma cilíndrica, com 12,50m de diâmetro e 24m
de altura, apoiado sobre uma estrutura de 16,00m de altura, que dá abrigo a um barrilete de
manobra com tubulação de 2.300mm. A chaminé de equilíbrio opera com níveis entre as cotas
224,0m e 235,0m (SEDUR, 2016).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
408
Após esse dispositivo, a água bruta é encaminhada para um canal à céu aberto, por meio de
tubulação de aço com 2.300mm de diâmetro e 12.812m de extensão, funcionando sob pressão,
sendo 12.012m em tubulação enterrada e 800m em trechos aéreos, descarregando neste canal na
cota 213,40m (Sedur, 2016).

Depois desse canal aberto a água é encaminhada diretamente para a ETA principal, por meio de
uma tubulação de aço carbono de 2.000mm, com extensão de 41.350m, sendo 32.758m em
tubulação enterrada e 8.592m em trecho aéreo, funcionando por gravidade entre as cotas
operacionais de 185,70m e 122,60m (entrada na ETA). A Figura 120 ilustra o canal aberto que
encaminha a água para a tubulação em direção à ETA Principal.

Figura 120 – Canal do sistema adutor de Pedra do Cavalo

Fonte: Sedur, 2016.

7.2.2.2. Sistema Adutor Joanes II – ETA Principal

O sistema adutor barragem Joanes II – ETA Principal conta com uma estação elevatória, uma
chaminé de equilíbrio e duas adutoras que encaminham a água bruta até a ETA Principal, passando
por trechos entre a via Canal de Tráfego e a dutovia da Braskem.

A estação elevatória de água bruta, situada na margem direita do lago formado pela barragem
Joanes II, consiste em uma plataforma de concreto onde ficam instalados os 04 conjuntos
motobombas de eixo vertical e que possui espaço para oito CMB de mesma capacidade. A Tabela
41 apresenta as características dos dispositivos de recalque atualmente em operação.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
409
Tabela 41 - Informações técnicas da Estação Elevatória de Água Bruta do Sistema Adutor
Joanes II – ETA Principal
Vazão Vazão de Regime de Potência
Qtd. CMB Qtd. Cj
Operação Nominal Recalque operação Instalada
Existente Gerador
(m³/h) (m³/h) (horas) (CV)
2 Energia 2.500
Automatizada 5.000,00 1.500,00 24 fornecida por
2 Subestação 2.250

Fonte: Embasa, 2020.

Em resumo, estão instalados quatro conjuntos motobombas, sendo 2 operando e 2 reservas, dois
deles de 2.500cv e dois de 2.250cv, resultando em uma altura manométrica máxima de 112mca,
com nível mínimo de captação igual a 24,9m, recalcando uma vazão média diária de 1.500L/s (ou
5.400m³/h).

Apesar da planilha de ativos da Embasa só informar a existência de 4 conjuntos motobomba, no


momento da visita técnica foi constado a existência de mais 1 conjunto motobomba reserva de
2.500cv de potência. As estruturas da EEAB da captação de Joanes II são apresentadas nas figuras
a seguir.

Figura 121 – Conjuntos motobombas captação Joanes II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Figura 122 – Conjunto motobomba reserva não instalado

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 123 – Sala de operação da EEAB

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Considerando a situação da estrutura civil e dos equipamentos e elementos metálicos, o estado de


conservação geral da estrutura de captação de Joanes II pode ser classificado como regular; em
uma escala englobando Bom, Regular, Precário e Ruim - correspondendo Bom ao melhor indicador
e ruim ao pior.

A EEAB do Joanes II recalca água até uma chaminé de equilíbrio, localizada a cerca de 780m e a
partir daí a água segue por gravidade por meio de duas adutoras de água bruta até a ETA Principal,
sendo que uma dessas adutoras de Joanes II entronca na adutora de Pedra do Cavalo já próximo
de chegar à ETA principal. Essa chaminé de equilíbrio de formato cilíndrico, mostrada na Figura
124, possui 5,0m de diâmetro e 53m de altura e é constituída de concreto armado.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
411
Figura 124 – Chaminé de equilíbrio do sistema adutor de Joanes II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na Tabela 42 são apresentados os trechos e os detalhes fornecidos da adução de água bruta do


reservatório de Joanes II.

Tabela 42 – Características adutoras do Sistema Adutor Joanes II – ETA Principal


DN
Trecho Tipo Material Extensão (m) Regime Vazão (L/s)
(mm)
Aço 1.500 30,0 4.900
EEAB – ETA
AAB Aço 1.200 2.921,00 Recalque 1.400
Principal (1)
Ferro Fundido 1.200 2.140,0 1.400
EEAB – ETA 1.900 5.881,0 Recalque 7.400
AAB Aço
Principal (2) 2.100 46,0 Recalque 9.800
Fonte: Embasa, 2021.

Na Figura 125 apresenta-se o croqui das linhas adutoras do sistema Joanes II – ETA Principal, onde
é possível observar as 2 adutoras existentes e a prevista para a 3ª etapa.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
412
Figura 125 – Croqui das adutoras existentes e previstas no sistema adutor Joanes II – ETA
Principal

5.927 m Ǿ1900 mm

5.700 m Ǿ1200 mm

Fonte: Adaptado Sedur, 2014; Embasa, 2020.

Como apresentado, atualmente as adutoras da 1ª e 2ª etapa se encontram em funcionamento. No


PARMS (2016) ficou evidenciado que para que seja atingido o valor da demanda recomendada pela
Embasa de 10 m³/s serão necessárias intervenções nas linhas existentes e a implantação de uma
nova linha (Adutora 3ª etapa).

7.2.2.3. Sistema adutor Santa Helena – Joanes II

O sistema adutor Santa Helena – Joanes II é tecnicamente definido como Sistema de reversão e
compreende uma captação/elevatória, situada em um braço do lago formado pela represa de onde
partem duas adutoras em paralelo, com um trecho em recalque e outro por gravidade, até o
lançamento no reservatório do Joanes II, além de 2 chaminés de equilíbrio. Na Figura 126 é possível
observar a vista panorâmica do local onde está instalada a EEAB de Santa Helena, assim como as
chaminés de equilíbrio.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
413
Figura 126 – Vista panorâmica da captação/elevatória de Santa Helena (também conhecida
como elevatória do Jacumirim)

EEAB

Fonte: Embasa, 2013 apud SEDUR, 2016.

A elevatória consiste em uma plataforma de concreto construída na margem do lago, onde ficam
instalados os conjuntos motobombas de eixo vertical e que possui espaço para oito CMB de mesma
capacidade. A Tabela 43 apresenta as características dos dispositivos de recalque.

Tabela 43 – Informações técnicas da Estação Elevatória de Água Bruta do sistema adutor


Santa Helena – Joanes II
Vazão Vazão de Regime de
Qtd. CMB Potência
Operação Nominal Recalque operação Qtd. Cj Gerador
Existente (cv)
(m³/h) (m³/h) (horas)
6 Energia fornecida
Automatizada 5.000,00 2.400,00 24 13.400
2 por subestação
Fonte: Embasa, 2020.

Segundo a planilha de ativos da Embasa, o sistema adutor de Santa Helena conta com 06
Conjuntos Motobombas em operação e 02 CMB reserva, totalizando uma potência instalada de
13.400cv. Durante a visita técnica, realizada em 23 de setembro de 2020, a elevatória estava
operando apenas com os 06 CMB, os outros dois CMB reserva ainda estão em fase de testes para
depois entrarem no esquema operacional (Embasa, 2020). Nas figuras a seguir apresenta-se as
estruturas da EEAB de Santa Helena.

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414
Figura 127 – Estação elevatória de Água Bruta de Santa Helena

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 128 – Conjuntos motobombas reserva a serem instalados

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Figura 129 - Quadros de comando da EEAB

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O estado de conservação geral da estrutura de captação de Santa Helena pode ser classificado
como regular, embora a situação da estrutura civil e dos equipamentos metálicos esteja Boa, os
elementos metálicos durante a visita apresentavam um início de corrosão.

Da EEAB a água é transportada por duas adutoras, sendo que em uma delas possui uma derivação
para o sistema da Braskem, seguindo até duas chaminés de equilíbrio localizadas no morro. A partir
dessas chaminés de equilíbrio (Figura 130 e Figura 131) a água segue por gravidade até a represa
de Joanes II.

Figura 130 - Chaminés de equilíbrio do sistema adutor Santa Helena - Joanes II.

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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416
Figura 131 – Vista das duas chaminés de equilíbrio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Logo após as chaminés, partem as adutoras que conduzem a água bruta até o reservatório de
Joanes II. São duas adutoras em paralelo, uma com 900mm de diâmetro e a outra com tubulação
em série, com o primeiro trecho de 900mm, e o segundo de 1.200mm, ambas em ferro fundido. Na
Tabela 44 são apresentados os trechos e os detalhes fornecidos da adução de água bruta do lago
de Santa Helena

Tabela 44 – Adutoras do Sistema Adutor Sta. Helena – Joanes II


DN Extensão Vazão
Trecho Tipo Material Regime
(mm) (m) (L/s)
EEAB – Chaminé de Equilíbrio (1) 1.300 316,0 2.200
EEAB – Chaminé de Equilíbrio (2) 1.500 316,0 1.400
Ferro
Chaminé – Joanes II (1) AAB 900 10.457,00 Recalque
Fundido
Chaminé- Joanes II (2) – Trecho 1 900 8.780,0 1.800
Chaminé - Joanes II (2) – Trecho 2 1.200 1.677,0
Fonte: Embasa, 2021.

A Figura 132 ilustra o funcionamento das adutoras do sistema Santa Helena - Joanes II. A adutora
na cor verde corresponde a captação de Santa Helena/Braskem; a de cor azul a captação Santa
Helena/Barragem do Joanes II; e a de cor vermelha a antiga adutora da Braskem, atualmente

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417
desativada. Os símbolos sinalizados com “VB” correspondem às válvulas borboletas e os com “RG”
aos Registros de gaveta.

Figura 132 – Croqui das adutoras existentes e previstas no sistema adutor Sta. Helena -
Joanes II

Fonte: Sedur, 2016.

De acordo com o PARMS (2016) estava prevista a ampliação da adutora e respectiva Estação
Elevatória de Água Bruta de Santa Helena, o projeto estava sendo concebido pela empresa Hita
Engenharia sob contratação da Embasa.

7.2.2.4. Sistema Adutor Joanes I – ETA do Parque da Bolandeira

A adução de água bruta entre a Barragem Joanes I e as ETA do Parque da Bolandeira é realizada
por duas adutoras que captam água no lago da barragem e promovem o escoamento num trecho
com extensão de cerca de 22 km. Uma das adutoras funciona por gravidade e é composta por
tubulação em concreto, com diâmetro de 1.500mm e vazão de aproximadamente 1,0 m³/s. A outra
adutora, composta por tubulação em aço carbono, também com diâmetro de 1.500 mm, tem a
mesma extensão de 22 km e opera em regime hidráulico de conduto forçado por gravidade no
primeiro trecho, que está conectado à entrada de sucção do booster situado cerca de 4.700m a
jusante da captação na barragem e onde inicia o segundo trecho por recalque. Atualmente a vazão
de operação desta adutora está em torno de 2,2 m³/s, na condição de duas bombas operando
simultaneamente no booster. O Quadro 104 apresenta as características das adutoras de água
bruta Joanes I – ETA do Parque da Bolandeira (Vieira de Melo e Teodoro Sampaio).

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418
Quadro 104 – Características das adutoras de água bruta de Joanes I
Adutora 1
Material Concreto
Classificação Adutora por gravidade (conduto forçado)
Vazão de Operação 1,0 m³/s
Diâmetros em série (DN) 1.500 mm
Extensão 22.200 m
Status Ativada
Adutora 2
Material Aço Carbono
1º Trecho: Adutora por gravidade (conduto forçado)
Classificação
2º Trecho: Adutora por recalque
Vazão de Operação 2,2 m³/s
Diâmetro 1.500 mm
Extensão 22.300 m
Status Ativada
Fonte: Embasa, 2021.

A Embasa está cogitando desativar a Adutora 1, construída há mais de 50 anos, devido sobretudo
à dificuldade de se realizar manutenções em toda sua extensão o que tem contribuído para o
surgimento de patologias na sua estrutura e vazamentos. No entanto, para que isso ocorra será
necessário a ampliação da Adutora 2 (SEDUR, 2014). No momento da visita técnica essa
informação foi confirmada pelo técnico da Embasa, porém ainda não houve a desativação em
virtude de outras intervenções que precisam ser concluídas.

A Adutora 1 (concreto) inicialmente operava com auxílio do booster, no entanto seu uso passou a
comprometer a estrutura, já que a elevação da pressão passou a provocar alguns vazamentos que
tornavam os reparos do sistema adutor oneroso. Nesse sentido, o booster passou a operar na
Adutora 2, após sua implantação, e a Adutora 1 passou a operar apenas por gravidade (SEDUR,
2014). O Quadro 105 contém as características do booster Joanes I.

Quadro 105 – Características do booster Joanes I


Bombas
Fabricante Flowserve (antiga Worthington)
Modelo 24 MC-14, rotor “A”
Rotação 585 rpm
Diâmetro do rotor 696,91 mm
Motor
Potência Nominal 400cv
Fonte: Sedur, 2014.

A Estação Elevatória Booster do Joanes, situada nas coordenadas geográficas: 573.740,13 de


Latitude e 8.576.666,16 de longitude, está devidamente sinalizada e cercada com muro de alvenaria

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419
e portão metálico (Figura 133). Conta com 3 CMB (Figura 134) com 400cv de potência cada,
totalizando 1.200cv de potência instalada, responsável por recalcar uma vazão de 2.200 l/s. A
operação ocorre durante 24h, sendo que nos períodos de maior consumo em regime 2+1 sendo 2
(dois) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva e nos períodos de menor consumo, como no
inverno, opera em regime de 1 + 2, sendo 1 (um) CMB em operação e 2 (dois) CMB reservas.

Figura 133 – Acesso a área da EE Booster do Joanes

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 134 – Conjuntos motobombas da EE Booster Joanes

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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420
A área do booster também abriga uma chaminé de equilíbrio (Figura 135), que tem a função de
amortecer as oscilações de pressões decorrentes dos transientes hidráulicos.

Figura 135 – Chaminé de Equilíbrio da adutora de aço

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Além desses dispositivos citados anteriormente, segundo o PARMS (2014) esse sistema adutor
ainda possui ao longo de sua extensão um Tanque Alimentador Unidirecional (TAU) e 3 chaminés
de equilíbrio. O TAU está localizado a aproximadamente 5.243m da Estação Elevatória Booster
Joanes, possui formato cilíndrico, com diâmetro de 5,65m e 10,5m de altura e está ligado a 2
condutos de DN (mm) 700. As características das três chaminés de equilíbrio que também possuem
formato cilíndrico estão dispostas no Quadro 106.

Quadro 106 – Características das Chaminés de Equilíbrio de Joanes I


Chaminé de Equilíbrio nº 0
Distância da EE 11.004 m
Diâmetro interno 5,00 m
Altura 10,9 m
Cota do terreno 19,60 m
Chaminé de Equilíbrio nº 1
Distância da EE 12.294 m
Diâmetro interno 5,00 m
Altura 14,70 m
Cota do terreno 18,30 m
Chaminé de Equilíbrio nº 2
Distância da EE 15.864 m
Diâmetro interno 5,00 m
Cota do topo 24,00 m
Fonte: Adaptado Sedur, 2016.

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421
Considerando a situação da estrutura civil e e dos equipamentos e elementos metálicos, o estado
de conservação geral da estrutura de captação de Joanes I pode ser classificado como Bom; em
uma escala englobando Bom, Regular, Precário e Ruim - correspondendo Bom ao melhor indicador
e ruim ao pior.

Ampliação do sistema adutor Joanes I

Os estudos realizados pela Vazão Engenharia para a Embasa, acerca do funcionamento do sistema
adutor constataram a possibilidade de ampliação da capacidade de regularização da barragem
Joanes I para 3,6 m³/s, desde que seja construída uma Estação Elevatória próxima ao novo
extravasor e que o booster seja desativado. Essa ampliação possibilitará a desativação da Adutora
1 de concreto.

O projeto da EE prevê 3 conjuntos motobombas de eixo vertical prolongado para serem operados
em paralelo, sendo que desses, 1 conjunto será reserva. Esses conjuntos motobombas estão
previstos para serem equipados com conversores de frequência que permitirão uma variação mais
ampla da vazão de escoamento na faixa de 1,3m³/s a 3,7m³/s e, deste modo, tornará o sistema
operacional mais flexível. O Quadro 107 contém as características dos conjuntos motobomba que
serão implantados.

Quadro 107 – Características das bombas selecionadas


Ponto de seleção
Vazão total 3,60 m³/s
Vazão por bomba 1,80 m³/s (6.480 m³/h)
Altura monométrica 59,60 m.c.a
Bomba selecionada
Nº de conjuntos 3 (sendo um reserva)
Bomba centrífuga de eixo vertical prolongado,
Tipo
submersível, com dupla sucção e dupla voluta
Fabricante Flowserve
Modelo 24 QL – 27 rotor “A”, 1175 rpm
Diâmetro do rotor aproximadamente 25 polegadas
Motores
Potência 1800cv
Nº de polos 6
Rotação 1200 rpm
Fonte: Embasa apud Sedur, 2014.

Em visita técnica realizada em dezembro de 2020 foi informado pelo técnico da Embasa que as
obras da estação elevatória iniciaram em novembro de 2020. Na Figura 136 observa-se o
isolamento da área do canteiro de obras.

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422
Figura 136 – Obras de implantação da EE Joanes I

Fonte: Consórcio CSB, 2020; Intagram SIHS, 2021.

Os colaboradores da Embasa ratificaram que com a implantação dessa EE, haverá a desativação
da EE Booster Joanes e da adutora de concreto, já muito desgastada pelo tempo de uso.
Acrescentou ainda que a Embasa pretende implantar um novo barramento no reservatório para
elevação do nível interligando o ponto de captação ao barrilete da EE, bem como do barrilete da EE
com a adutora de aço existente. Essa etapa será objeto de um novo projeto que ainda será licitado.

Além disso está prevista também a construção de comportas para ampliação da capacidade de
reservação da barragem, proporcionando assim maior segurança e flexibilidade operacional, já que
a captação poderá ser operada em diferentes níveis.

7.2.2.5. Sistema adutor Ipitanga I – ETA do Parque da Bolandeira

A adução de Ipitanga I para as ETA do Parque da Bolandeira (ETA Teodoro Sampaio e ETA Vieira
de Melo) ocorre a partir das duas descargas de fundo da represa Ipitanga I, cada uma de diâmetro
de 450 mm, que se conectam com o barrilete de sucção da estação elevatória situada
imediatamente à jusante da barragem, caracterizando um sistema de recalque pressurizado tipo
booster.

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423
Figura 137 – Vista das descargas de fundo e da localização da EEAB Ipitanga I

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As descargas de fundo da barragem Ipitanga I são conectadas com o barrilete de sucção da Estação
Elevatória, permitindo seu aproveitamento para captação e possibilitando também que a adução
ocorra no regime hidráulico de conduto forçado por gravidade.

Figura 138 – Vista da linha de sucção de água bruta

Linha de
sucção

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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424
Segundo a Embasa (2021) a Estação Elevatória opera em regime 2+1, sendo 2 (dois) CMB em
operação e 1 (um) CMB reserva (com 400 cv de potência cada). Quando acionada, a vazão de
recalque é da ordem de 500 L/s. Durante a visita foi informado que geralmente no inverno, a EE
não é utilizada e o volume aduzido passa a ser em torno de 450 L/s.

Figura 139 – Elevatórias de água bruta Ipitanga I

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Considerando a situação da estrutura civil e dos equipamentos e elementos metálicos, o estado de


conservação geral da estrutura de captação de Ipitanga I pode ser classificado como Bom; em uma
escala englobando Bom, Regular, Precário e Ruim - correspondendo Bom ao melhor indicador e
ruim ao pior.

O sistema adutor Ipitanga I – ETAs do Parque da Bolandeira possui uma adutora composta de 2
trechos em série, cujas características de cada trecho estão descritas no Quadro 108.

Quadro 108 – Características da Adutora de Água Bruta de Ipitanga I.


Adutora - Especificações
Material FoFo
Classificação Mista
Diâmetros em série (DN) 750/900 mm
Extensão 8.300 m
Status Ativada
Fonte: Adaptado Sedur, 2014.

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425
No estudo do PARMS (2016) foi alertado que a faixa de domínio da adutora vem sendo
gradativamente envolvida pela expansão urbana da cidade, existindo trechos com algumas
construções implantadas sobre os aterros das valas de assentamento da tubulação. A adutora
existente possui capacidade para veicular a disponibilidade máxima do manancial, porém encontra-
se em estado de conservação precário, com presença de vazamentos. A substituição dos tubos
antigos por outros novos de maior diâmetro teria a vantagem de diminuir os vazamentos, comuns
em tubulações antigas, todavia poderá requerer, em alguns trechos, o reassentamento de
habitações precárias construídas irregularmente ao longo da adutora.

7.2.2.6. Sistema adutor Ipitanga II – ETA Suburbana

O sistema adutor Ipitanga II – ETA Suburbana é composto pela estação elevatória e adutora de
água bruta com extensão total de 2.200m. Segundo a Embasa (2021) a vazão nominal do sistema
elevatório é de 388L/s porém a de recalque está na faixa de 200L/s. Da parede da barragem existem
3 aberturas, mas saem apenas 2 (duas) tubulações, uma com diâmetro de 600 mm e outra que com
diâmetro de1500 mm que se prolonga com diâmetro de 600 mm, conforme Figura 140. Ambas as
tubulações se entroncam na linha de sucção com diâmetro 600 mm (Figura 141).

Figura 140 –Saída das linhas de sucção de água bruta

DN 1500 mm

DN 600 mm

Prolongamento
com DN 600 mm

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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426
Figura 141 – Entroncamento da tomada direta da barragem na linha de sucção da elevatória

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Apesar da planilha de ativos da Embasa só informar a existência de 3 conjuntos motobomba, em


campo foi verificado que a Estação Elevatória Ipitanga II conta com 4 CMB de 250cv de potência
cada (Figura 142). Segundo informações coletadas na visita técnica essa elevatória opera em
regime para a ETA Suburbana de 1+1, sendo 1 (um) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva; e
para as Indústrias no regime 1+1, sendo 1 (um) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva.
Recentemente foram instalados 2 inversores de frequência nessa elevatória, que tem por objetivo
a redução do consumo de energia elétrica.

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Figura 142 – Conjunto motobombas EEAB Ipitanga II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Considerando a situação da estrutura civil e dos equipamentos e elementos metálicos, o estado de


conservação geral da estrutura de captação de Ipitanga II pode ser classificado como Bom; em uma
escala englobando Bom, Regular, Precário e Ruim - correspondendo Bom ao melhor indicador e
ruim ao pior.

A adutora que transporta água até a ETA Suburbana, tem capacidade de 400 L/s, material de ferro
fundido, com trechos em série variando entre os diâmetros 500 e 550mm, totalizando 2.200m de
extensão. Já a adutora do sistema da Gerdau tem capacidade de transportar 200L/s, também em
ferro fundido, diâmetro de 600mm e extensão total de 4.600m.

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428
7.2.3. ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA

O sistema de abastecimento de água tem como objetivo final disponibilizar água potável aos
usuários de forma contínua e em quantidade e pressão adequadas, sem que essa ofereça riscos
sanitários à população. Embora seja comum se dizer que, do ponto de vista técnico, se pode
potabilizar qualquer tipo de água, os riscos sanitários e os custos envolvidos no tratamento de águas
contaminadas podem ser muito elevados, exigindo o emprego de técnicas cada vez mais custosas
e sofisticadas (HELLER, 2010).

No SIAA Salvador são adotados o sistema de tratamento do tipo convencional nas ETA Principal,
Vieira de Mello e Teodoro Sampaio, sendo empregado o filtro rápido de fluxo descendente, e o
sistema de tratamento do tipo simplificado na ETA Suburbana, onde é empregado o filtro russo de
fluxo ascendente.

Segundo Talarico (2016), embora, a tecnologia de tratamento de água predominante na Bahia não
seja a de ciclo completo, há uma tendência da migração dos sistemas com configurações
tecnológicas mais simplificadas, como é o caso do tratamento via filtração direta ascendente, para
a tecnologia de ciclo completo, frente à deterioração da qualidade da água nos mananciais e a
necessidade da continuidade no atendimento aos padrões de potabilidade estabelecidos pelo
Ministério da Saúde.

A qualidade da água bruta é um dos principais fatores que devem ser considerados na definição da
técnica de tratamento, além disso, em seu processo de seleção deve-se considerar a variação
sazonal das características da água bruta e não apenas valores pontuais - restritos a uma
determinada época do ano (HELLER, 2010).

Com o objetivo de balizar a definição da tecnologia de tratamento, o Conselho Nacional de Meio


Ambiente (CONAMA) por meio da Resolução nº 357/2005 elaborou a classificação para águas
doces, salobras e salinas em função dos usos preferenciais. No Quadro 109 estão apresentadas as
classes e respectivos níveis de tratamento

Quadro 109 – Tratamento requerido em função da classificação das águas doces


Classificação Tratamento Requerido
Classe Especial Desinfecção
Classe 1 Tratamento Simplificado*
Classe 2 Tratamento convencional
Classe 3 Tratamento Convencional
Classe 4 Águas destinadas a usos menos exigentes
*Embora não haja menção explícita ao conceito admite-se o emprego da filtração lenta nesse caso
Fonte: Conama 357/ 2005 apud Libânio, 2008.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
429
Com intuito similar ao do Conama, a Associação Brasileira de Normas Técnicas por meio da NBR
12.216:1992 elaborou uma classificação das águas naturais para abastecimento público,
recomendando para cada uma delas uma linha de tratamento mínimo, conforme disposta no Quadro
110.

Quadro 110 – Classificação de águas naturais para abastecimento público


Parâmetro /
A B C D
Tipos de Água
Águas Águas
Águas Águas
Superficiais, Superficiais,
Subterrâneas ou Subterrâneos
bacias não bacias não
superficiais, ou superficiais,
protegidas, protegidas,
bacias protegidas bacias não
exigindo sujeitas a
atendendo ao protegidas
Descrição padrão de atendendo ao
coagulação fonte de
para poluição,
potabilidade padrão de
atendimento exigindo
quanto aos potabilidade
do padrão processos
demais após tratamento
de especiais de
parâmetros sem coagulação
potabilidade tratamento
média até 1,5 1,5 - 2,5 2,5 - 4,0 > 4,0
DBO 5
dias máxima, em
(mg/L): qualquer 1-3 3-4 4-6 >6
amostra
média
mensal em 5000 –
50 - 100 100 - 5000 > 20000
qualquer 20000
Coliformes
mês
(NMP/100
>20000 cm
mL) >100 cm >5000 cm
menos de
máximo menos de 5% menos de 20% -
5% das
das amostras das amostras
amostras
pH 5-9 5-9 5-9 3,8-10,3
Cloretos < 50 50-250 250-600 >600
Fluoretos < 1,5 1,5-3,0 >3,0 -
Tratamento tipo A – Desinfecção e correção de pH
Tratamento tipo B – desinfecção, correção de PH e (i) sedimentação simples desde que se enquadre no
padrão de potabilidade ou (ii) filtração – precedida ou não de decantação para águas com turbidez inferior
a 40 Ut e cor a 20 uC.
Tratamento tipo C – coagulação, seguida ou não de decantação, filtração rápida, desinfecção e correção
de pH.
Tratamento tipo D – tratamento mínimo tipo C e complementar apropriado a cada caso.
Fonte: ABNT NBR 12.216, 1992.

Salienta-se que as diversas técnicas de tratamento de água apresentam vantagens e desvantagens


e possuem limites de aplicação. O desconhecimento destes limites pode induzir a erros onerosos,
pois se a técnica de tratamento de água escolhida não for a correta, o investimento pode ter sido
em vão, já que a construção de uma ETA não é garantia de produção de água potável. A técnica
de tratamento deve ser apropriada à água do manancial; além disso, a ETA precisa ser projetada,
construída e operada corretamente (HELLER, 2010).

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430
Considerando os resultados de DBO5 obtidos durante o monitoramento realizado pela Embasa, os
mananciais das barragens de Santa Helena, Joanes II e Ipitanga I se adequam ao Tipo C - Águas
superficiais não protegidas. Nessa situação, a ABNT NBR 12.216:1992 recomenda que o
tratamento seja composto minimamente das seguintes unidades: coagulação, seguida ou não de
decantação, filtração em filtros rápidos, desinfecção e correção do pH.

Enquanto os mananciais das barragens Pedra do Cavalo, Joanes I e Ipitanga II, se adequam ao
Tipo D - Águas superficiais provenientes de bacias não protegidas, sujeitas a fontes de poluição.
Nessa situação, a ABNT NBR 12.216:1992 recomenda que o tratamento seja composto
minimamente das seguintes unidades: coagulação, seguida ou não de decantação, filtração em
filtros rápidos, desinfecção e correção do pH e tratamento complementar apropriado a cada caso.

As principais estações de tratamento de água do SIAA de Salvador são ETA Principal e as ETA do
Parque da Bolandeira, que foram objeto de estudo da dissertação de mestrado, de Talarico (2016).
Nesse trabalho avaliou-se o desempenho do processo de tratamento das ETA do Parque da
Bolandeira (Teodoro Sampaio e Vieira de Melo) e da ETA Principal, período compreendido entre os
anos de 2010 a 2014, a partir do Índice de Conformidade da Qualidade da ETA (ICA) – fornecido
pela Embasa – e dos Índice de Qualidade da Água Bruta (IQAB) e Índice de Qualidade da Estação
de Tratamento de Água (IQETA), ambos calculados pela autora.

A partir desses resultados, e das informações operacionais e ambientais obtidas em campo e na


literatura, Talarico (2016) constatou que no quesito conformidade da água tratada no atendimento
aos padrões de potabilidade (estabelecidos na época pela Portaria MS nº 2.914/2011) as ETA do
Parque Bolandeira e ETA Principal apresentaram bom desempenho, com ICA superior a 98%, valor
mínimo estabelecido pela Embasa para o período de 2010 a 2014.

No que se refere à avaliação do desempenho hidráulico, Talarico (2016) inferiu, com base nos
resultados obtidos de IQETA, que a vazão se configura como a variável chave tanto do referido
Índice quanto da variação do desempenho. Nesse sentido, verificou-se que a ETA Principal, após
a ampliação na unidade de floculação, apresentou maior desempenho hidráulico entre as 3 (três)
ETA, seguida pela ETA Vieira de Melo e por último a ETA Teodoro Sampaio, com pior desempenho
entre as três no período de 2010 a 2014. A mediana do IQETA produtório da ETA Principal foi
mensurado em 70,9, da ETA Vieira de Melo em 69,1 e da ETA Teodoro Sampaio em 62,9, todas
resultando na escala qualitativa, Quadro 111, em um desempenho bom.

Quadro 111 – Escalas qualitativas de IQAB E IQETA por faixas de resultado


Escala 0 19 20 36 37 51 52 79 80 100
Desempenho Desempenho Desempenho Desempenho Desempenho
IQEAT
Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo

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431
Fonte: Talarico, 2014 apud Almeida, 2012.

Com relação ao IQAB e o consumo de produtos químicos e índice de Perdas no Tratamento (IPTR),
os resultados encontrados por Talarico (2016) evidenciaram uma relação significativa entre a piora
da qualidade da água do manancial Joanes I e o aumento no consumo de produtos químicos e a
elevação no IPTR nas ETAs do Parque Bolandeira. O mesmo não pode ser dito para os mananciais
Ipitanga I, Pedra do Cavalo e Joanes II, evidenciando que existem outras variáveis com maior grau
de influência para o aumento do consumo de produtos químicos e a elevação no IPTR nas ETAs
Parque Bolandeira e Principal, para tratamento desses corpos d’água.

7.2.3.1. Estação de Tratamento de Água Principal

A ETA Principal, localizada no distrito de Passagem dos Teixeira, município de Candeias, foi
construída em 1991 e dimensionada em projeto para o tratamento da água captada no manancial
rio Paraguaçu por meio do Sistema Adutor de Água Bruta Pedra do Cavalo. Atualmente a ETA
Principal realiza o tratamento da água proveniente também do Sistema Adutor de Água Bruta de
Joanes II – que recebe contribuições das represas Joanes II e Santa Helena.

Segundo Talarico (2016) a implantação dessa ETA foi projetada em 3 etapas, sendo previstas um
acréscimo de 50% em sua vazão nominal em cada uma delas – deste modo as vazões nominais e
máximas operacionais corresponderiam a 4,3 a 6,5 m³/s, 8,6 a 13,0 m³/s, 13,0 a 19,5 m³/s para
primeira, segunda e última etapa, respectivamente. Segundo a Embasa (2021) a capacidade
nominal da ETA principal é de 11.000 l/s e a vazão de operação é de 8.200 l/s, ou seja, está
operando com 74,54% da sua capacidade.

A ETA Principal é integrante do SIAA de Salvador e do SIAA Recôncavo, sendo que os municípios
que integram o SIAA Recôncavo (Candeias, Madre de Deus e São Francisco do Conde) são
abastecidos com cerca de 4,7% da produção da ETA Principal. O percentual restante (95,3%) é
destinado ao SIAA de Salvador, sendo que 9,8% da produção destina-se ao atendimento do
município de Lauro de Freitas, 4,7% ao município de Simões Filho, e 80,8% para o abastecimento
de Salvador. Em relação à capital baiana, a ETA Principal é responsável pelo atendimento de,
aproximadamente, 66% da população (Talarico, 2016 apud Embasa, 2015).

O sistema de tratamento da ETA Principal é do tipo convencional e engloba as unidades


operacionais apresentadas na Figura 143. Foi constatado em campo que todas as áreas eram
sinalizadas e as estruturas apresentavam o estado de conservação geral Bom.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
432
Considerando, então, a classificação de águas naturais dos mananciais tratados nessa estação,
definida pela ABNT NBR 12.216:1992, o sistema de tratamento convencional se configura como a
escolha mais adequada para a ETA Principal.

Figura 143 – Vista geral da ETA Principal e disposição das unidades de tratamento

Fonte: Google Earth, 2015 apud Talarico, 2016.

O Quadro 112 apresenta as principais características físicas das unidades de tratamento da ETA
Principal.

Quadro 112 – Características físicas e tipológicas da ETA Principal


Estruturas físicas e tipológicas Características
Vertedor Parshal; canal de coagulação; floculadores;
decantadores; reservatório de zona morta; filtros; casa
Unidades de tratamento
de bombas; reservatório de lavagem de filtros; casa
de produtos químicos.
Unidades de Floculação mecanizada 04 unidades de floculação com 04 câmaras cada.
Tipo dos agitadores Agitador de eixo vertical tipo turbina
9,75 m de largura por 9,75 m de comprimento por 3,62
Dimensões de cada câmara de floculação
m de altura (valor médio).
Dimensões de cada unidade de floculação 19,5 m de largura por 19,5 m de comprimento
Unidades de decantação convencional 02 unidades de decantação
Dimensões de cada unidade de decantação 119,4 m de comprimento útil por 39,64 m de largura
convencional útil por 4,8 m de profundidade útil.
Unidade de decantação de alta taxa 04 unidades de decantação
Dimensões de cada unidade de decantação de 30,0 m de largura por 39,8 de comprimento útil por 6,1
alta taxa m de profundidade.
Módulos tubulares em PVC rígido com 0,6 m de
Características dos módulos tubulares
comprimento e inclinação de 60°.
Unidade de filtração 14 unidades de filtração
Filtros rápidos de fluxo descendente e com dupla
Tipos de filtros
camada (antracito e areia).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
433
Estruturas físicas e tipológicas Características
Reservatório de lavagem de filtros 01 unidade de reservação
30,0 m de diâmetro por 3,35 m de altura útil
Dimensões do reservatório de lavagem dos filtros
operacional.
Número de CMB para abastecimento do
02 CMB (01 reserva) / vazão de 280 Ls-¹.
reservatório de lavagem dos filtros / Vazão CMB
01 unidade com capacidade de 45.630 m³ de volume
Reservatório de contato
total e 36.504 m³ de volume útil
*Dados não fornecidos pela Embasa
Fonte: Talarico, 2016 apud Embasa, 2014.

7.2.3.1.1. Chegada de Água Bruta

A ETA Principal (Figura 144) recebe água bruta do rio Paraguaçu (caracterizada por baixa turbidez
e cor moderada a alta), que atualmente representa cerca de 85% do total que chega na ETA e do
rio Joanes (Barragem de Joanes II, cuja vazão é regularizada pela barragem de Santa Helena), que
representa 15 %.

Com a implantação da adutora de Joanes II em 2013 e seu consequente aumento da vazão


veiculada no sistema de 2,30 m³/s para 5,30 m³/s foi construída uma caixa de mistura de água bruta
a montante da estrutura de entrada da ETA, semelhante a uma caixa de equalização, que tem o
objetivo de homogeneizar a água bruta dos mananciais que chegam das adutoras Pedra do Cavalo
e Joanes II - cujas características são bastante diferentes, salientando que a qualidade da água do
rio Joanes oscila mais.

As adutoras de água bruta penetram na câmara de chegada (Figura 144) pela parte inferior. Depois
segue para a caixa de mistura que é equipada por um sistema de chicanas (Figura 145), onde
ocorre a pré-cloração, ou seja, aplicação de cloro que facilita a retirada de matéria orgânica e metais,
e aplicação de soda cáustica, que tem a função de ajustar o pH aos valores exigidos nas fases
seguintes do tratamento (Sabesp, 2020). Foi informado durante a visita técnica que quando a água
bruta vem com teor elevado de amônia, o consumo de cloro na pré-cloração chega a 1.500 Kg/dia.

A pré-cloração é realizada com o cloro gasoso em uma dosagem média de 7,0 mg/L e tem o intuito
de clarificar a água por meio da oxidação de substâncias dissolvidas e colóides formadores de
sabor, odor e cor, melhorando, deste modo o processo de filtração.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
434
Figura 144 – Câmaras de chegada de água bruta de Pedra do Cavalo e Joanes II

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 145 – Caixa de mistura com sistema de chicanas

Injetor de
cloro

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.3.1.2. Coagulação
Após o sistema de chicanas a água é encaminhada para o vertedor Creager (Figura 146), para
aplicação dos coagulantes e polímeros que auxiliam no processo de floculação (Figura 147 e Figura
148). O vertedor Creager também realiza a medição da vazão e de dispersão e a medição da
mistura dos coagulantes, polímeros e do cloro. Em alguns casos, após a coagulação ocorre a
aplicação do carvão ativado.

A câmara possui também comportas que descarregam água bruta no canal de extravasão da ETA,
quando a vazão que chega é superior à que se necessita para tratar.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
435
Após aplicação e mistura dos coagulantes a água é encaminhada para os floculadores por meio de
um canal cujas paredes laterais funcionam como vertedores (Figura 149). Após a ampliação do
sistema adutor Joanes II – ETA Principal, um segundo canal foi construído para atender a nova
demanda. Atualmente, a Embasa está realizando um estudo de viabilidade para a construção de
um terceiro canal (EMBASA, 2020).

Figura 146 – Vista da câmera com vertedor Creager

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 147 – Vista interna do local onde ocorre a dosagem do coagulante

Fonte: CSB, 2020.

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436
Figura 148 – Ponto de aplicação do coagulante

Ponto de
aplicação do
coagulante

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 149 – Canais que transportam água coagulada até os floculadores

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.3.1.3. Floculação

De acordo com a Embasa, nas estruturas de floculação da ETA Principal não foram realizadas
novas intervenções após a elaboração do PARMS (2016), e, portanto, as informações apresentadas
a seguir foram obtidas no referido estudo, além da visita técnica realizada.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
437
Nas unidades de floculação (Figura 150), a água é submetida à agitação mecânica, com a finalidade
de aumentar a dispersão do produto químico e, assim, as partículas de sujeira desestabilizadas
colidem umas com as outras e vão se unindo, formando flocos maiores e mais pesados. Os
agitadores mecânicos são de eixo vertical tipo turbina e possuem gradiente de velocidade
decrescente: 70 s-1, 55 s-1, 40 s-1 e 25 s-1 (Sedur, 2016).

Cada módulo de floculação possui quatro unidades, sendo que cada unidade é constituída de 04
câmaras em série com dimensões de 9,75 m x 9,75 m e profundidade entorno de 3,62 m. As
unidades de floculação possuem dimensões de 19,5 m x 19,5 m (Sedur, 2016).

Cada decantador é atendido por um módulo de floculação, ou seja, por 16 câmaras de floculação.
Após ampliação do sistema adutor Joanes II – ETA Principal foi construído um terceiro módulo de
floculação para atender a nova demanda (Sedur, 2016).

Figura 150 – Floculadores mecânicos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.3.1.4. Decantação

De acordo com a Embasa, nas estruturas de decantação da ETA Principal também não foram
realizadas novas intervenções após a elaboração do PARMS (2016), e, portanto, as informações
apresentadas a seguir foram obtidas no referido estudo, além da visita técnica realizada

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
438
Nessa unidade, existem 3 módulos de decantação, sendo dois do tipo convencional de fluxo
horizontal (Figura 151) com dimensões de 119,4 m x 39,64 m e 4,80 m de profundidade e com uma
taxa de escoamento superficial de 35,6 m³/m²/dia, respeitando o limite máximo estabelecido na NBR
12.216 – Projeto de Estação de Tratamento de Água para Abastecimento Público (Sedur, 2016).

Figura 151 – Decantadores de fluxo horizontal (convencional)

Raspadores

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


O terceiro decantador (Figura 152), implantado em 2001 para promover melhor decantação da água
de Pedra do Cavalo caracterizada por baixa turbidez e cor moderada, é de fluxo vertical e
subdividido em 4 câmaras de operação independente, equipadas com módulos tubulares de PVC
para alta taxa de decantação (TALARICO, 2016).

Figura 152 – Decantadores de fluxo vertical (alta taxa) e canal de água decantada

Canal que
transporta a água
proveniente dos
decantadores até
os filtros

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
439
Cada decantador convencional realiza a descarga para remoção do lodo a cada duas horas durante
2 min, a remoção de lodo é contínua por meio dos raspadores de fundo; já nas zonas mortas essa
descarga é realizada a cada três meses. Nessa descarga a cada 3 meses é gerado um volume de
22.718 m³ de efluente. Já nos decantadores de alta taxa é realizada 01 (uma) descarga parcial em
todos os decantadores por dia e 01 descarga total em cada decantador a cada 02 dias. O volume
gerado na descarga parcial é 1.433 m³ e na descarga total é de 7.283 m³. A Figura 153 mostra o
local por onde é drenada a água de descarga dos decantadores.

Figura 153 – Local por onde é drenada a água de descarga dos decantadores

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.3.1.5. Filtração

Nas estruturas de filtração da ETA Principal, de acordo com a Embasa, também não foram
realizadas novas intervenções após a elaboração do PARMS (2016), e, portanto, as informações
apresentadas a seguir foram obtidas no referido estudo, além da visita técnica realizada

Foram implantados na ETA Principal 14 filtros rápidos de fluxo descendente e com dupla camada
filtrante (areia e antracito), formados por duas câmaras o que representa uma área de 166,3 m²
para cada filtro, como poder observado na conforme Figura 154 e na Figura 155 (Sedur, 2016). Em
virtude da perda gradativa da camada de antracito, a Embasa contratou uma consultoria

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
440
especializada para a realização de pesquisas (Figura 156) para substituição do meio filtrante e
definição de sua composição ideal – considerando as particularidades da ETA principal.

Os filtros são de fluxo descendente, funcionando a taxas declinantes variáveis, o que é assegurado
pela entrada de água por meio de um canal comum para todas as unidades, sendo as comportas
da entrada posicionadas em nível abaixo do N.A. mínimo dos filtros. Com objetivo de evitar taxas
filtrantes elevadas, que ocorrem logo após a lavagem dos filtros, existem caixas com vertedouros,
uma para cada dois filtros contíguos, as quais recebem a água filtrada despejando-a no canal que
a conduz para o reservatório de contato. Estes vertedouros, além de medir a vazão filtrada, servem
para coleta de amostras para ensaios físico-químicos e impedem que o nível d’água nos filtros fique
abaixo do nível superior da camada filtrante, evitando a entrada de ar nesta camada (Sedur, 2016).

Figura 154 – Vista do canal de água coagulada e dos filtros da ETA Principal

Equipamento para Filtros


Decantadores operar comportas
convencionais

Canal de água
que vem dos
decantadores

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
441
Figura 155 – Vista dos filtros: ETA Principal

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 156 – Pesquisa com meio filtrante

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


A carreira de filtração é o tempo de funcionamento de um filtro entre lavagens. Segundo Sedur
(2016) as unidades de filtragem da ETA Principal foram previstas em projeto para uma carreira de
18h. Segundo a Embasa (2021) a lavagem dos filtros ocorre normalmente com carreira de 24 horas,
podendo ser menor conforme resultados do monitoramento da turbidez, e são utilizados na faixa de
777 m³ de água para lavagem de cada filtro. A ETA conta com um sistema de reaproveitamento da
água de lavagem dos filtros, porém, atualmente, não está operando por recomendação de uma

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
442
consultora da Embasa. Além disso, a Embasa tem realizado alguns estudos para viabilizar a
implantação do sistema de lavagem com ar.

Figura 157 – Filtro sendo lavado

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 158 – Área de operação do sistema de lavagem dos filtros

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
443
7.2.3.1.6. Correção de pH, Desinfecção e Fluoretação

Dos filtros a água segue para o tanque de contato (Figura 163), com capacidade de 36.500 m³,
onde são adicionados produtos para desinfecção (cloro gás), correção do pH (cal hidratada) e
fluoretação (ácido fluorsilícico).

Figura 159 – Tanque de contato (ETA Principal)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.3.1.7. Estação elevatória de água tratada

Do tanque de contato, a água é recalcada por meio de uma estação elevatória de água tratada
(EEAT) para o Stand-pipe, denominado R24, com capacidade de 4.700 m³, que fica na área externa
da ETA. Essa EEAT opera com 1 conjunto Motobomba (CMB) reserva e 3 Conjuntos Motobomba
(CMB) em funcionamento, ou seja, opera com um sistema 3+1, conforme Tabela 45. Em campo, foi
observado que o estado de conservação geral das estruturas pode ser classificado como Bom;
sendo que todas as áreas que possuem risco em altura são gradeadas e os equipamentos e as
áreas são sinalizados quanto ao perigo e cuidados necessários a serem tomados.

Tabela 45 – Informações da EEAT da ETA Principal


Número de Bombas Número de Vazão Nominal Vazão de Potência
Operação Bombas Reservas (L/s) Recalque (L/s) Instalada (cv)

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
444
3 1 7.500,00 7.500,00 4.600
Fonte: Embasa, 2021.

Figura 160 – Estação elevatória de água tratada da ETA principal

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
445
Figura 161 – Quadro de comando onde ficam os painéis de controle da EEAT

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 162 – Saída da adutora de água tratada da elevatória para o Standpipe

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
446
7.2.3.1.8. Destino das águas de lavagem dos filtros e lodo dos decantadores

As águas de lavagem de filtros e o lodo dos decantadores são descarregados em um canal de


concreto que contorna os decantadores e filtros, com capacidade de transportar a vazão final do
projeto da ETA. Deste canal a água é encaminhada por tubulação de aço até um fundo de vale,
terminando com uma estrutura de dissipação de energia e daí seguindo para a calha da vertente
do rio Joanes, sem nenhum tipo de tratamento, configurando-se, portanto, num potencial fonte de
poluição desse corpo hídrico. Maiores informações serão apresentadas no Item 7.4.

Figura 163 – Vista área da tubulação de aço que transporta águas de lavagem da ETA
principal e ponto de lançamento na vertente do rio Joanes

Tubulação de
aço

Ponto de
lançamento
dos efluentes
da ETA
Principal

Fonte: SEMA de Candeias, 2021.

7.2.3.1.9. Armazenamento e dosagem dos produtos químicos

Em cada uma das etapas do tratamento, são utilizados produtos químicos específicos, conforme já
relatado anteriormente, cujo resumo é apresentado no Quadro 113.

Quadro 113 – Produtos químicos utilizados na ETA principal


Etapa do Dosagem Forma de Média de
Produto utilizado
tratamento * aquisição Consumo/Mês
Coagulação Sulfato de alumínio 50 mg/L Carreta 1.594.260 Kg

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
447
Etapa do Dosagem Forma de Média de
Produto utilizado
tratamento * aquisição Consumo/Mês
Bombonas de
Oxidação Permanganato de potássio -- NI
25Kg
Floculação Polímero aniônico e não iônico -- Sacos de 25kg NI
Desinfecção Cloro gás 7,0 mg/L Carreta 150.000 Kg
Fluoretação Ácido fluorsilícico 0,7 mg/L NI 60.000 Kg
Correção de
Barrilha/Hidróxido de sódio/ cal hidratada 7,0 mg/L NI NI
pH
Outros Carvão ativado em pó -- Sacos de 250kg NI
*NI – Não informado
Fonte: *SEDUR, 2014; Embasa, 2021.
Para a dosagem de alguns produtos é utilizada estação elevatória que pode ser visualizada na
Figura 164.

Figura 164 – Elevatórias de produtos químicos (ETA Principal)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


O sulfato de alumínio é estocado em sua forma líquida nos tanques verticais de fibra de vidro com
capacidade de 55 m³ cada (Figura 165) e é encaminhado para os dosadores onde sofre diluição
antes de ser aplicado no vertedor Creager (Figura 166). No momento da visita técnica foi informado
que está prevista a implantação de 3 novos reservatórios de armazenamento de coagulantes, sendo
1 para substituição e 2 para ampliação.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
448
Figura 165 – Descarregamento de sulfato de alumínio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 166 – Local de mistura do sulfato de alumínio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


O cloro também é adquirido na forma líquida em carretas cilíndricas de 20 toneladas, conforme
Figura 167, e se torna gasoso após passar pelos evaporadores (Figura 168), em seguida o cloro é
encaminha para os dosadores (Figura 169). A Embasa conta com um suprimento de emergência
de cloro gasoso armazenado em tanques cilíndricos.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
449
Figura 167 – (A) Carreta de armazenamento de cloro liquido e (B) Cilindros de
armazenamento de cloro gás

A B

Fonte: Consórcio Saneando-Concremat-Brencorp, 2020.

Figura 168 – Evaporador de cloro

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
450
Figura 169 – Equipamento de dosagem de cloro

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


A cal hidratada é empilhada em bags de 1.000 kg (Figura 170), onde em seguida é transferida,
dosada e transportada para um tanque (Figura 171) onde sofre diluição antes de ser aplicada na
água.

Figura 170 – Armazenamento da cal hidratada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
451
Figura 171 – Local de preparação de barrilha ou carvão ativado

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.3.1.10. Laboratório de Análise de Água

A ETA Principal conta ainda com um laboratório que realiza diversas análises de parâmetros físico-
químicos, bacteriológicos, entre outros. Todas as análises realizadas são registradas no SISTRAT,
sistema de informação desenvolvido por alguns colaboradores dessa unidade, que foi expandido
para utilização nas unidades da RMS. Nesse sistema, cujo acesso pode ser realizado via internet
em qualquer local, são incluídas todas as informações de qualidade da água, dosagem de produtos
químicos, vazões inclusive dos reservatórios de captação, relativo o turno de 12 horas. Esse sistema
também já calcula o índice de qualidade da água (ICA), que é um indicador interno da Embasa.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
452
Figura 172 – Vista geral dos equipamentos de realização de análises em linha

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
453
Figura 173 – Linhas de chegada para análises na água bruta, floculada, decantada e
distribuída

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 174 – Medidores de nível dos produtos químicos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
454
Figura 175 – Medidores de turbidez e pH

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Recentemente, o laboratório instalou um monitor de cargas (6 meses de operação) e um analisador
de Carbono orgânico Total (3 meses de operação) em linha que serve para aferição indireta de
matéria orgânica.

Figura 176 – Medidor de cargas e analisador de Carbono orgânico total

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
455
No turbidimêtro são realizadas análises horárias de água bruta e tratada. No espectrofotômetro são
realizadas análises de cloro, cloro total, cloro residual livre, ferro 2, ferro total, cor aparente, alumínio
e flúor. Porém, cabe salientar que esse equipamento tem potencial de realizar análises de diversos
outros parâmetros a depender apenas do reagente utilizado.

Figura 177 – Espectrofotômetro (A) e turbidimetro (B)


B
A

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 178 – Bancada com equipamentos e reagentes

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
456
Figura 179 – Bancada com equipamentos para realização de análises

Fonte: CSB, 2020.


Quando ocorre mudança na qualidade da água bruta são realizados testes de floculação para
diferentes dosagens de produtos químicos, no equipamento conhecido como jartest (Figura 180).

Figura 180 – Jartest para realização de testes de floculação

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
457
7.2.3.1.11. Sala de operação

As operações são comandadas no Prédio de Operações conforme apresentado nas Figura 181 e
Figura 182.

Figura 181 – Painéis de comando da descarga dos decantadores convencionais (1 e 2) e da


lavagem dos 14 filtros

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 182 – Sala de operação da Plataforma PIPPE

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
458
7.2.3.1.12. Área externa

Na área externa da ETA Principal, existe uma central de compressores, uma subestação de energia
elétrica com uma tensão de 69 kV (Figura 183), o standpipe, também denominado como R24 (Figura
184) responsável pelo abastecimento de água do SIAA de Salvador e do SIAA Recôncavo, que
atende também as Ilhas de Salvador (Ilha de Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e Ilha de
Maré) e a derivação para o SIAA Recôncavo (Figura 185).

Figura 183 – (A) Vista da central de compressores e (B) da Subestação de energia elétrica

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


A Coelba realiza manutenção a cada 3 meses da subestação de energia elétrica; tal procedimento
não atrapalha a operação da ETA visto que a manutenção não demora muito tempo e há um
alinhamento prévio entre a Coelba e a Embasa.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
459
Figura 184 – Vista do Standpipe

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 185 – Derivação para o SIAA Recôncavo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.3.2. Estações de Tratamento de Água do Parque da Bolandeira

A captação de água bruta para as ETA do Parque Bolandeira (ETA Vieira de Melo e ETA Teodoro
Sampaio) ocorre no rio Joanes (barragem Joanes I) e no rio Ipitanga (Barragem de Ipitanga I). A

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
460
água de Joanes I atualmente chega por meio de 2 adutoras, uma de aço e outra de concreto, ambas
com DN (mm) 1.500. A Figura 186 mostra o croqui das ETA do Parque da Bolandeira.

Figura 186 – Croqui das Estações de Tratamento do Parque da Bolandeira

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

A qualidade da água desses dois mananciais é caracterizada pela presença de compostos de ferro
e nitrogênio, o que resulta em alto consumo de produtos químicos como o cloro. Considerando,
então, a classificação de águas naturais dos mananciais tratados nessa estação, definida pela
ABNT NBR 12.216:1992, o sistema de tratamento convencional se configura como a escolha mais
adequada para as ETA do Parque da Bolandeira (Vieira de Melo e Teodoro Sampaio).

A chegada de água bruta ocorre numa caixa de reunião, onde é aplicado carvão ativado por meio
de bombas dosadoras, que tem sido empregado no tratamento de águas de abastecimento para a
solução de problemas de gosto e odor, decorrentes da decomposição de matéria orgânica.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
461
Figura 187 – Caixa de reunião de chegada de água bruta e aplicação de carvão ativado

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


De acordo com o PARMS (2016), no compartimento de chegada do fluxo de água na ETA Vieira de
Melo estão instalados dois CMBs, que proporcionam o rebaixamento do nível de água,
estabelecendo gradiente hidráulico compatível com o escoamento da vazão operacional da ETA.
As descargas das bombas são direcionadas ao compartimento vizinho de mistura rápida, onde é
feita a aplicação de coagulantes. Os dois CMBs são iguais, tendo cada um as seguintes
características:

– Bomba centrífuga da marca KSB, modelo PNZ-600-580;

– Vazão nominal de 4.320 m3/h (1.200 L/s) e altura manométrica total nominal de 7,0 mca;

– Motores elétricos: marca Bardella Borrielo, rotação de 700 rpm e potência de 150 cv.

A partir da caixa de reunião, a água bruta é encaminhada para as duas ETA do Parque da
Bolandeira: A ETA Vieira de Melo e a ETA Teodoro Sampaio.

Após o tratamento em cada uma das ETA, a água tratada é aduzida por gravidade para o
reservatório de sucção da estação elevatória de água tratada (EEAT) denominada de “Baixa Carga”,
onde ocorre o recalque para o compartimento de sucção da denominada elevatória de “Alta Carga”,

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
462
que, por sua vez, é responsável pelo recalque da água até o reservatório de distribuição R7 (Parque
do Cabula).

Além destas duas EEAT, existem ainda as EEAT que recalcam água diretamente de cada uma das
duas ETA para alguns setores de distribuição, conforme será detalhado posteriormente.

A Embasa (2021) informou que ambas as ETA possuem capacidade nominal de tratar 2.500 l/s e
vem operando com uma vazão de 1800 l/s cada uma, ou seja, 72% da capacidade. Juntas a vazão
de água tratada nas duas ETA totaliza 3.600 l/s, valor que conincide o que foi informado durante a
visita técnica.

Ambas as ETAs apresentam sistema de tratamento do tipo convencional, o Quadro 114 apresenta
as principais características físicas das unidades de tratamento dessas ETA do Parque da
Bolandeira. Percebe-se que ambas as estações possuem características idênticas, diferindo no
número de equipamentos.

Quadro 114 – Características físicas e tipológicas das ETAs do Parque da Bolandeira


Estruturas físicas e Características Características
tipológicas ETA Teodoro Sampaio ETA Vieira de Mello
Vertedor Parshall; canal de Vertedor Parshall; canal de
coagulação; floculadores; coagulação; floculadores;
decantadores; reservatório de zona decantadores; reservatório de zona
Unidades de tratamento
morta; filtros; casa de bombas; morta; filtros; casa de bombas;
reservatório de lavagem de filtros; casa reservatório de lavagem de filtros;
de produtos químicos. casa de produtos químicos.
Unidades de Floculação 04 unidades de floculação com 06 04 unidades de floculação com 06
mecanizada câmaras cada câmaras cada
Tipo dos agitadores Agitador de eixo vertical e palheta Agitador de eixo vertical e palheta
4 CV (01 unid.), 3 CV (03 unid.); 1,5 CV 4 CV (01 unid.), 3 CV (03 unid.); 1,5
Potência dos agitadores
(02 unid.) CV (02 unid.)
7,0 m de largura por 7,0 m de 7,0 m de largura por 7,0 m de
Dimensões de cada
comprimento por 3,5 m de altura (valor comprimento por 3,5 m de altura
câmara de floculação
médio). (valor médio).
Dimensões da unidade 14,0 m de largura por 22,0 m de 14,0 m de largura por 22,0 m de
de floculação comprimento comprimento
Unidade de decantação
04 unidades de decantação 04 unidades de decantação
de alta taxa
Módulos tubulares em PVC rígido de Módulos tubulares em PVC rígido de
Tipo e dimensões dos seção quadrada com 0,05 m de lado e seção quadrada com 0,05 m de lado
módulos 0,6 m de comprimento e inclinação de e 0,6 m de comprimento e inclinação
60°. de 60°.
Dimensões de cada 14,0 m de largura por 35,0 m de 14,0 m de largura por 35,0 m de
unidade de decantação comprimento por 4,3 m de altura. comprimento por 4,3 m de altura.
Tanque coletor das Tem a finalidade de coletar a água de Tem a finalidade de coletar a água de
descargas do processo lavagem dos filtros e descarga dos lavagem dos filtros e descarga dos
produtivo decantadores. decantadores.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
463
Estruturas físicas e Características Características
tipológicas ETA Teodoro Sampaio ETA Vieira de Mello
Dimensões do 4 unidades interligadas de 14,0 m de 4 unidades interligadas de 14,0 m de
reservatório de zona comprimento por 4,3 de largura e 4,5 comprimento por 4,3 de largura e 4,5
morta de profundidade. de profundidade.
Bombas de recirculação
03 CMB com 25 CV de potência 02 CMB com 10 CV de potência
da zona morta
Vazão nominal do CMB
100 L/s (cada CMB) 30 L/s (cada CMB)
da zona morta
Unidade de filtração 10 unidades de filtração 10 unidades de filtração
Filtros rápidos de fluxo descendente Filtros rápidos de fluxo descendente
Tipo de filtros
com camada simples de areia com camada simples de areia
Reservatório de
01 unidade de reservação 01 unidade de reservação
lavagem de filtros
Dimensões do
17,9 m de comprimento por 114,7 m de 18,0 m de comprimento por 15,15 m
reservatório de lavagem
largura por 1,6 m de altura. de largura por 1,28 m de altura.
dos filtros
Número de CMB para
abastecimento do
02 CMB (01 reserva) / potência de 125 02 CMB (01 reserva) / potência de
reservatório de lavagem
CV / vazão de 370 L/s. 125 CV / vazão de 370 L/s.
dos filtros/ Potência
CMB/ Vazão CMB
01 unidade com capacidade de 3.000 01 unidade com capacidade de 3.000
Reservatório de Contato
m³ m³
Fonte: Talarico, 2016 apud embasa, 2014.

7.2.3.2.1. ETA Vieira de Mello

A ETA Vieira de Melo foi construída em 1.963 e atendia a uma vazão projetada de 1.220 L/s, após
ampliação de sua capacidade em 1978 passou a comportar uma vazão de 2.500 L/s. No entanto, a
ETA Vieira de Mello tem atuado com vazões média de operação na faixa de 1,6 m³/s a 2,1 m³/s a
depender do número de Conjuntos Motor Bomba (CMB) em funcionamento (SEDUR, 2014).

Essa ETA é do tipo convencional, sendo constituída pelas seguintes unidades: canal de coagulação,
quatro floculadores com agitação mecânica, quatro decantadores de fluxo vertical (alta taxa), dez
filtros rápidos de fluxo descendente e com leito de areia, canal e tanque coletor de descarga da
água de lavagem dos filtros e dos decantadores, e tanque de contato para desinfecção da água
clarificada. Essa ETA trata atualmente em torno de 1.900 L/s. Na Figura 188 é possível observar a
distribuição das unidades operacionais da ETA Vieira de Mello e na Figura 189 a sua fachada da
entrada.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
464
Figura 188 – Vista geral da ETA Vieira de Mello e disposição das unidades de tratamento

Fonte: Talarico, 2016 apud Google Earth, 2015.

Figura 189 – Vista da entrada da ETA Vieira de Melo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


A operação das unidades das ETA Vieria de Melo ocorre de maneira pneumática, cujos painéis
podem ser visualizados na Figura 190.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
465
Figura 190 – Painéis de comando das unidades da ETA Vieira de Mello

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Essa ETA durante a visita técnica realizada em dezembro/2020 estava passando por intervenções
na estrutura física (Figura 191), que se encontra em estado de conservação considerado regular.
Segundo o Gerente da Unidade de Produção de Água o fato da localização próximo a orla marítima
contribui para a rápida deterioração das unidades, sobretudo as estruturas metálicas.

Figura 191 – Obras na ETA Vieira de Melo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Em relação aos produtos químicos, nessa ETA, utiliza-se: coagulante - sulfato férrico, fluoretante -
ácido fluossilícico, alcalinizante - cal hidratada e desinfetante – cloro gás. Durante a visita foi
comentado que por vezes, a depender da qualidade da água bruta, recebe também a adição de
polímero (polieletrólito) para auxiliar na floculação, após a dosagem do alcalinizante, no canal de
água coagulada. Após passar pela sequência de processos unitários de coagulação, floculação,

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
466
decantação e filtração, a água clarificada, na entrada do reservatório de contato, recebe a adição
do desinfetante.

O Quadro 115 apresenta a média de consumo desses produtos químicos durante o tratamento.
Ressalta-se que esses valores não são fixos, já que dependem das condições do manancial. A
concentração de cada produto é validada por meio da análise de bancada realizada no Laboratório.

Quadro 115 – Consumo estimado de produtos químicos na ETA Vieira de Mello


Etapa do tratamento Produto utilizado Forma de aquisição Média de Consumo/Mês

Coagulação Sulfato férrico 360.000 Kg


Fluoretação Ácido fluossilicico 15.000 Kg
Desinfecção Cloro gás Cilindro de 900 Kg 90.000 Kg
Correção de pH Cal Hidratada 430.000 Kg
Outros Carvão ativado em pó Sacos de 500kg 18.000Kg
Fonte: Embasa, 2021.

O estudo da Sedur (2016) salientou que o sulfato férrico, que é utilizado nessa ETA, é um
coagulante (Figura 192) que tem como principal característica apresentar um alto teor de ferro,
resultando em uma floculação e decantação extremamente mais eficiente que os coagulantes
tradicionais. Outra vantagem desse coagulante é de formar flocos mais densos e mais facilmente
decantáveis.

Figura 192 – Bombas dosadoras de coagulante e ponto de aplicação

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


A Figura 193 mostra o local de aplicação de cal hidratada com evidências de corrosão das estruturas
metálicas.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
467
Figura 193 – Local de aplicação de cal hidratada com evidências de corrosão das estruturas
metálicas

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 194 – Início do canal de água coagulada com medidor de vazão do tipo calha parshal

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


A ETA VM possui 4 unidades de decantação e cada unidade de decantação conta com 8 módulos
de floculação (Figura 195), sendo que cada módulo possui 8 câmaras, totalizando 32 câmaras de
floculação. Os decantadores (Figura 196) tem como principal função promover a sedimentação de
partículas formadas na etapa de coagulação/floculação, removendo assim os sólidos que são
indesejados ao processo subsequente que é a filtração. No caso dos decantadores dessa unidade

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
468
que é do tipo alta taxa, comumente apresentam inclinação de 50 a 60º, o que favorece o arraste
das partículas depositadas sem reduzir em demasia a eficiência dessa operação unitária.

Figura 195 – Unidades de Floculação

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 196 – Decantadores de alta taxa

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
469
Figura 197 – Decantadores com flocos suspensos

Fonte: Consórcio Saneando-Concremat-Brencorp, 2020.


Foi observado alguns módulos de decantação com as lamelas despreendidas, o que pode
comprometer o funcionamento dessa unidade e sobrecarregar a unidade seguinte, que são os
filtros.

Figura 198 – Decantadores com desprendimento das placas

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


A descarga de lodo dos decantadores é realizada por válvulas autooperadas (pneumáticas). A
descarga parcial de duração de 1 min ocorre diariamente a cada 3h em todos os decantadores, a
descarga total de 5 min também é realizada diariamente em cada decantador e a descarga para
jateamento é feita semanalmente. A descarga parcial gera um volume de 9,8 m3 de efluente, a
descarga total 196 m3 e descarga para jateamento 1.960 m3.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
470
Depois da etapa de decantação a água segue para a etapa de filtração (Figura 199), que é realizada
em 10 filtros constituídos por camada única de areia com espessura de 0,60m e tamanho efetivo
entre 0,7 e 1,0 mm. Os filtros funcionam com vazão constante e perda de carga variável. O controle
da vazão afluente a cada filtro é feito por comporta retangular inserida no canal de água decantada
(Sedur, 2016). Segundo a Embasa (2021) a carreira de filtração é de24 hrs e utiliza-se um volume
de 185 m3 de água para lavagem.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
471
Figura 199 – Unidades de filtração da ETA Vieira de Melo

Areia para
recomposição
do leito filtrante

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
472
Após a filtração a água segue para tanque de contato onde passa pelo processo de cloração e
fluoretação. Do tanque de contato uma parte da água tratada é bombeada por meio da EEAT Vieria
de Melo (Figura 200) para o reservatório das Dunas (R1) e a outra parte segue para a EEAT de
baixa carga, que é responsável pelo recalque da água para a elevatória de alta carga. No momento
da visita foi possível observar um vazamento significativo na EEAT Vieira de Melo.

Figura 200 – EEAT Vieira de Melo – R1 (Dunas) com vazamento significativo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Não existe recuperação das águas de descarga das unidades de decantação e de lavagem das
unidades de filtração, sendo lançadas na rede de esgoto que tem como destino final o emissário
submarino que é operado pela BRK Ambiental. Uma parte das águas de lavagem dos filtros, que
não tem cota para ser lançada na rede de esgoto, é destinada a um rio que margeia a área do
Parque da Bolandeira.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
473
Figura 201 – Local de saída das águas de lavagem das unidades da ETA Vieira de Melo

Bombas que
recalcam as
águas de lavagem
para a rede
coletora de
esgoto

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.3.2.2. ETA Teodoro Sampaio

A ETA Teodoro Sampaio foi construída em 1972 e atendia a uma vazão projetadas de 1.650 L/s,
após ampliação de sua capacidade em 1978 passou a comportar uma vazão de 2.500 L/s (Sedur,
2016). A informação da Embasa (2021) ratifica que essa ETA possui capacidade nominal de 2500
l/s e informa que a vazão de operação é de 1.800 l/s.

A Figura 202 apresenta as unidades operacionais envolvidas no processo. As configurações das


unidades de tratamento estão posicionadas de modo semelhante à da ETA Vieira de Mello, à
exceção do canal de água coagulada que na ETA Teodoro Sampaio está alocado no centro da
planta operacional.

Essa ETA durante a visita técnica realizada em dezembro/2020 se encontravaa em estado de


conservação considerado Bom, principalemente, considerando a localização próxima da orla
marítima que contribui para a rápida deterioração das unidades, sobretudo as estruturas metálicas.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
474
Figura 202 – Vista geral da ETA Teodoro Sampaio e disposição das unidades de tratamento

Fonte: Talarico, 2016 apud Google Earth, 2015.

Figura 203 – Vista da entrada da ETA Teodoro Sampaio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


A vazão de entrada na ETA Teodoro Sampaio é controlada de forma automatizada conforme pode-
se observar na Figura 204.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
475
Figura 204 – (A) Chegada de água bruta na ETA Teodoro Sampaio e (B) medidores de vazão

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Nos registros fotográficos que seguem é possível perceber a posição do canal de água coagulada
(Figura 205) em relação as outras unidades, os floculadores (Figura 206) e os decantadores (Figura
207).

Figura 205 – Vista da posição do canal de água coagulada

Canal de água
coagulada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
476
Figura 206 – Floculadores da ETA Teodoro Sampaio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 207 – Decantadores da ETA Teodoro Sampaio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Assim como na ETA Vieira de Melo, foi observado desprendimento de placas na unidade de
decantação, conforme se pode observar na Figura 208, o que pode trazer sobrecarga para as
unidades de filtração (Figura 209).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
477
Figura 208 – Decantadores com desprendimento das placas

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Na ETA Teodoro Sampaio também ocorre três tipos de descarga nos decantadores, a saber:
descarga parcial de duração de 1 min diariamente a cada 3h em todos os decantadores, que gera
um volume de 9,8 m³ de efluente, descarga total de 5 min também diariamente em cada decantador,
gerando 196 m³ de efluente; e 01 descarga para jateamento realizada semanalmente, com geração
de 1.960 m3.

Depois da etapa de decantação a água segue para a etapa de filtração (Figura 209), que é realizada
em 10 filtros, cuja carreira de filtração é de 24 hrs, utilizando um volume de 185 m3 de água para
lavagem.

Figura 209 – Filtros da ETA Teodoro Sampaio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
478
Depois de filtrada a água segue para tanque de contato, onde é realizada a desinfecção com cloro
e fluoretação com ácido fluorsilícico. A Figura 210 mostra as bombas dosadoras de ácido
fluorsilícico.

Figura 210 – Bombas dosadoras de ácido fluorsilícico

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Após etapa de desinfecção no tanque de contato, a água é encaminhada por gravidade para o
compartimento de sucção da elevatória de “Baixa Carga”, de lá ela é recalcada e encaminhada para
o reservatório de sucção da elevatória de “Alta Carga”, que bombeia água para o Centro de
Reservação do R7(Cabula).

Cabe salientar, que também existe uma EEAT na ETA Teodoro Sampaio, porém não está em
funcionamento, em virtude de melhorias que estão sendo executadas nas linhas de recalque dentro
da própria área da ETA e na travessia do riacho Bate Facho. Essa elevatória é responsável por
bombear diretamente para o R1 (Dunas) e para o R7 (Cabula). A EEAT Teodoro Sampaio – R1
possui 3 conjuntos moto-bomba e a EEAT Teodoro Sampaio – R7 possui 4 conjuntos moto-bomba.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
479
Figura 211 – Estação elevatória de água tratada da ETA Teodoro Sampaio que se encontra
fora de operação

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 212 – Intervenções nas linhas de recalque da EEAT Teodoro Sampaio para o
reservatório R1 (Duna) e para o R7 (Cabula)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
480
Assim como a Vieira de Melo as águas de descarga dos decantadores e de lavagem dos filtros
(Figura 213) da ETA Teodoro Sampaio são destinadas a rede de esgoto com lançamento final no
emissário submarino operado pela BRK Ambiental.

Figura 213 – Local de saída das águas de lavagem das unidades da ETA Vieira de Melo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.3.2.3. Estação elevatória de Baixa Carga e Alta Carga

Além das elevatórias das duas ETAs, existe no Parque da Bolandeira mais duas elevatórias, a de
baixa e de alta carga, cujas características são apresentas no Quadro 116.

Quadro 116 – Estações Elevatórias de Águas Tratada do Parque Bolandeira


Número de Vazão Potên
Regime Vazão
Bombas de cia
de Nomi
Nome Coordenadas Geográficas Origem Destino Recalq Instal
operação Opera Reser nal
ue ada
(horas) ção vas (L/s)
(L/s) (cv)
ETA Reserv
Vieira
562.096,63 8.565.788,82 Vieira Duna 24 1 1 611 2.500
de Mello
de Melo (R1)
Teodoro ETA Reserv
Sampai 562.350,43 8.565.798,51 T.Samp Duna 24 2 1 1.194 1.100 2.700
o Duna aio (R1)
Reserv. Reserv
Alta
562.192,60 8.565.827,08 Alta Cabula 24 3 1 2.389 2.200 5550
Carga
Carga (R7)
Etas T
Reserv.
Baixa Sampai
562.227,32 8.565.741,19 Baixa 24 2 1 2.389 2.200 450
Carga o/Vieira
Carga
de Melo
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
481
A estação elevatória de baixa carga (Figura 214), é caracterizada por alta vazão e baixa altura
manométrica, opera com sistema 2+1, ou seja, dois conjuntos motobomba operando e 1 reserva.
Durante a visita realizadaem dezembro/2020, verificou-se que o estado de conservação da EEAT
de Baixa Carga estava classificado como regular, devido a situação da estrutura civil e o estado do
quadro elétrico.

Figura 214 – EEAT Baixa Carga bombeando do tanque de contato para a EEAT de alta carga

Tanque de
contato

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 215 – Quadro de comando da EEAT Baixa Carga

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
482
A elevatória de água tratada de alta carga (Figura 216) opera com 01 equipamento reserva e 03 em
funcionamento, ou seja, sistema 3+1. É responsável pelo recalque de água tratada para o R7
(Cabula). O estado de conservação geral da EEAT pode ser classificado como bom, considerando
o estado de conservação dos equipamentos e quadros elétricos.

Figura 216 – EEAT de alta carga

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 217 – Quadros de comando das bombas da EEAT de Alta Carga

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
483
7.2.3.2.4. Laboratório

No Parque da Bolandeira, existe um laboratório, onde são realizadas análises em linha (Figura 219)
e em bancada (Figura 220) tanto da água da ETA Vieira de Melo quanto da Teodoro Sampaio. Além
das análises convencionais são realizadas de amônia e carbono orgânico Total (Figura 221).
Também irá incorporar análise de trihalometanos (THM) que serão realizadas num cromatógrafo
(Figura 223). Esse equipamento está parado a algum tempo, e para sua reativação é necessário a
realização de testes, além do treinamento dos técnicos do laboratório. Todas as análises realizadas,
assim como as da ETA Principal também são registradas no SISTRAT.

Figura 218 – Linhas de chegada para análises na água bruta, floculada, decantada e
distribuída das duas ETA

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 219 – Vista geral dos equipamentos de realização de análises em linha

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
484
Figura 220 – Equipamentos para análise de bancada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 221 – Equipamento que analisa carbono orgânico Total (COT)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
485
Quando ocorre mudança na qualidade da água bruta são realizados testes de floculação (Figura
222) para diferentes dosagens de produtos químicos, afim de encontrar a dosagem ideal, e assim
replicar na planta das ETAs.

Figura 222 – Jartest para realização de testes de floculação

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 223 – Equipamento que irá analisar trihalometanos (THM)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
486
7.2.3.2.5. Armazenamento de Produtos Químicos

Os produtos químicos utilizados nas operações de tratamento da água do Parque Bolandeira são
armazenados de diversas formas, conforme pode-se observar nos registros fotográficos que
seguem. Salienta-se que para o manuseio dos produtos químicos e operação dos equipamentos é
necessário equipe treinada portando todos os equipamentos de proteção individual (EPI), além dos
de proteção coletiva (EPC).

Figura 224 – Armazenamento de sulfato férrico

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


O armazenamento da cal hidratada está em processo de modernização, com edital tramitando para
realização de licitação, com previsão de implementação em 2021.

Figura 225 –Armazenamento de cal hidratada em bag de 1 tonelada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
487
Figura 226 – Manuseio dos cilindros de armazenamento de cloro gás

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 227 – Armazenamento de carvão ativado e cal hidratada nas proximidades da ETA
Teodoro Sampaio

Local de
armazenamento
de carvão ativado
e cal hidratada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
488
Figura 228 – Armazenamento de carvão ativado e cal hidratada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.3.3. Estação de Tratamento de Água Suburbana

A ETA Suburbana localizada próximo à divisa de Salvador, no município de Simões Filho, atende
sazonalmente Salvador por meio das contribuições da represa Ipitanga II, cujas águas passam por
tratamento do tipo filtração direta de fluxo ascendente, também conhecidos como filtros russos.
Nesse tipo de tecnologia de tratamento, a água bruta após receber o coagulante é diretamente
encaminhada para os filtros, sem passar por floculares ou decantadores.

Segundo Azevedo Neto (sd) à medida que a água coagulada atravessa o meio filtrante as impurezas
vão sendo parcialmente retidas e em parte deslocadas sobre a forma de flocos, de uma subcamada
para a seguinte, onde ocorre uma retenção e um novo deslocamento parcial. Dois processos
ocorrem simultaneamente no meio filtrante, a saber: a) a remoção de partículas da água e a sua
aderência aos grãos de areia sob a influência de forças moleculares de adesão e b) a remoção de
partículas previamente presas (fracamente aderidas) e o seu deslocamento provocado pelas forças
hidrodinâmicas do escoamento (pelo aumento de velocidade). A disposição do meio filtrante em
relação ao sentido de escoamento da água faz com que a água mais impura encontre primeiramente
o material mais grosseiro, de maior porosidade. À medida que a água vai se livrando das impurezas
no seu movimento ascendente ela vai encontrando meios cada vez mais finos e de menor
porosidade.

Durante a visita técnica, foi constatado que o estado de conservação das estruturas da ETA
Suburbana pode ser classificado como bom, devido a situação da estrutura civil e elementos
metálicos em estado satisfatório.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
489
Segundo a Embasa (2021) a ETA Suburbana tem a capacidade nominal de 200 L/s e a vazão de
operação também está na ordem de 200 L/s. Atende apenas as localidades próximas do seu
entorno, composta pelas Zonas de Abastecimento ZA–64, ZA–65 e ZA-77, sendo que todas essas
zonas também têm a opção e serem atendidas diretamente pela adutora principal.

O sistema de tratamento da ETA Suburbana apresenta algumas dificuldades decorrentes do alto


grau de eutrofização da represa Ipitanga II, tornando o tratamento mais dispendioso. Segundo
informações fornecidas durante a visita de campo, com a previsão de ampliação da ETA Principal,
a ETA Suburbana será desativada ou convertida em uma unidade reserva para uso em situações
emergenciais. A Figura 229 apresenta uma vista geral das unidades da ETA Suburbana.

Figura 229 – Vista da ETA Suburbana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Na ocasião da visita técnica essa ETA estava em fase de testes para avaliação das condições de
retorno da operação, visto que estava paralisada há cerca de 1 ano. Esse período de teste é
importante para a determinação do melhor tratamento e dosagem de produtos químicos para lidar
com as altas concentrações de amônia que têm sido encontradas na água proveniente da Barragem
Ipitanga II. Segundo informações atualizadas da embasa, a ETA suburbana já está operando de
forma ininterrupta.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
490
A ETA Suburbana é responsável pelo atendimento das localidades próximas do seu entorno, como
os bairros de Valéria e Palestina, sendo que quando a ETA Suburbana está fora de operação essas
localidades passam a ser abastecidas pela Adutora da ETA Principal, por distribuição em marcha.

Conforme comentado anteriormente, a Embasa tem cogitado a desativação total da ETA Suburbana
ou mantê-la apenas como um reforço nas épocas de maior demanda. Assim essas localidades
passariam a ser atendidas permanentemente pela ETA Principal, como já tem ocorrido atualmente
quando a ETA Suburbana está fora de operação.

No entanto, foi informado durante a visita técnica que o atendimento dessas Zonas apresenta uma
condição hidráulica mais favorável quando o abastecimento é feito pela EEAT da ETA Suburbana.
Para garantir esta condição hidráulica no período em que a ETA está fora de operação, foi
construída uma adutora de água tratada que sai da ETA Principal até a EEAT da ETA Suburbana
(Figura 230) para abastecer as localidades ali próximas, quando a barragem Ipitanga II não puder
ser utilizada.

Figura 230 – Adutora de água tratada da ETA principal

Adutora de água
tratada que
chega da ETA
principal

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O Quadro 117 apresenta a média de consumo de produtos químicos utilizados durante o tratamento
na ETA Suburbana. Ressalta-se que esses valores não são fixos, já que dependem das condições
do manancial.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
491
Quadro 117 – Média de consumo mensal de produtos químicos na ETA Suburbana
Etapa do Média de
Produto utilizado Forma de aquisição
tratamento Consumo/Mês
Coagulação Sulfato de alumínio 15.504 Kg
Oxidação Permanganato de potássio Bombonas de 25Kg
Desinfecção Cloro Gás /Hipoclorito de Sódio Cilindro de 900 Kg de cloro gás 8.450 Kg
Fluoretação Ácido fluossilicico 1.860 Kg
Fonte: Embasa, 2021.

A água bruta vinda da barragem Ipitanga II é armazenada no reservatório de chegada de água


bruta, apresentado na Figura 231, onde são aplicados o coagulante sulfato de alumínio e o oxidante
permanganato de potássio, cujas dosagens dependem da concentração de amônia presente na
água bruta.

Figura 231 – Reservatório de chegada de água bruta

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


O coagulante e o flúor são armazenados em tanques de armazenamento e a dosagem desses é
realizada na sala de controle (Figura 232).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
492
Figura 232 – (A) Dosagem de coagulantes e (B) Tanques de armazenamento de coagulantes

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Após aplicação do coagulante e do oxidante a água é encaminhada (Figura 233) diretamente para
os filtros de fluxo ascendente (Filtro Russo), não passando por floculadores ou decantadores, como
ocorre nas outras unidades de tratamento da Embasa cuja filtração é de fluxo descendente, já que
esse processe ocorre no próprio meio filtrante.

Figura 233 – Tubulação de chegada da água bruta e da água de lavagem

Água Bruta

Água de Lavagem

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
493
A Figura 234 apresenta o filtro de fluxo ascendente utilizado na ETA Suburbana. O leito filtrante é
composto de areia selecionada, sua granulometria vai crescendo de baixo para cima de modo que
durante a filtração a água mais impura encontra primeiro o material mais grosseiro e de maior
porosidade. Considerando o sentido ascendente de escoamento de água, à medida que a água vai
se livrando das impurezas, ela vai encontrando meios cada vez mais finos e de menor porosidade.

Figura 234 – Filtro de fluxo ascendente (Filtro Russo)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

No período da visita a Embasa estava implantando novas câmaras de filtração, conforme Figura
235.

Figura 235 – Câmaras de filtração sendo implantadas

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
494
Como a água proveniente de Ipitanga apresenta baixa turbidez e baixo teor de sólidos em
suspensão esse processo tem apresentado excelentes resultados. No momento, o único fator que
impede o consumo humano da água tratada na ETA Suburbana é a alta concentração de amônia
que tem sido ajustada por meio da aplicação de coagulantes.

A carreira de filtração é de 24 hrs, a lavagem desses filtros ocorre com uma corrente de água que
escoa de baixo para cima, consumindo um volume de 300m³ de água distribuída por meio das
canalizações apresentadas na Figura 233 posicionadas no fundo do filtro.

Figura 236 – Canalizações para passagem de água filtrada e água de descarga

Água Filtrada

Água de
Descarga

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Após filtração a água é encaminhada por meio das canalizações da Figura 236 para o Reservatório
de Contato (Figura 237), onde é aplicado o Hipoclorito de Sódio produzido in loco, cujo processo de
produção será detalhado posteriormente.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
495
Figura 237 – Reservatório de Contato

Reservatório
de contato
com água
filtrada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A Figura 238 apresenta o leitor de nível utilizado na ETA Suburbana, assim como o ponto de
aplicação do desinfetante (cloro).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
496
Figura 238 – (A) Leitor de nível do reservatório de água filtrada e (B) ponto de aplicação de
cloro

A B

Ponto de
aplicação
de cloro

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Desde 2015, a Embasa faz uso do gerador de hipoclorito de sódio in loco para a desinfecção da
água substituindo o uso do cloro gasoso. Tal medida oferece um processo de cloração mais seguro,
eliminando os riscos inerentes a manipulação dos cilindros de cloro durante o transporte,
armazenamento e operação, e econômico, já que utiliza insumos de baixo custo e fácil acesso,
tais como cloreto de sódio, conhecido como sal de cozinha, água e energia elétrica. Os cilindros de
cloro gasoso presentes na ETA Suburbana (Figura 239) são de caráter reserva, para situações de
contingência.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
497
Figura 239 – Cilindros de cloro gasoso

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O gerador de Hipoclorito de Sódio de Série Continuada da Embasa foi desenvolvido pelo Grupo
Hidrogeron e funciona por meio de eletrólise da solução de salmoura. O processo de geração da
solução pode ser separado em três etapas:

a) Preparação da salmoura;
b) Eletrólise da salmoura;
c) Estoque e dosagem do hipoclorito de sódio gerado in loco

Preparação da salmoura

Segundo o fornecedor Grupo Hidrogeron, a eletrólise ocorre a partir da solução de salmoura de 3%,
sendo que o ponto de saturação do sal é 30%.

A ETA Suburbana conta com 2 tanques de preparo da salmoura, denominados de Tanques


Saturadores onde são adicionados manualmente o cloreto de sódio (conhecido como Sal de
Cozinha). Após isso a água é adicionada ao tanque de forma automática por meio de bombas.

A água utilizada no processo deve antes ser abrandada, de modo a evitar a eletroposição dos sais
de cálcio e magnésio nos eletrodos (GARCIA, 2018) que causam a sujidade nos eletrodos. Desse
modo, a água antes de aplicada passa pelo Abrandador. A Figura 240 mostra essas unidades.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
498
Figura 240 – (A)Tanques Saturadores, (B) Bombas e Abrandador da água

A B
Abrandador

Bomba

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A qualidade do cloreto de sódio (Figura 241) é de extrema importância para o preparo da solução,
deste modo, o sal adquirido pela Embasa vem lavado e peneirado em embalagens de 25 Kg, tipo
sal grosso, isento de iodo.

Figura 241 – (A) Bags cloreto de sódio (B) Cloreto de sódio utilizado

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A solução da salmoura parte dos saturadores direto para o tanque de decantação (Figura 242),
onde ocorre a remoção das impurezas e em seguida essa solução vai para o sistema de diluição
(Figura 243) da salmoura para atingir a concentração de 3%, considerada ideal para a eletrólise.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
499
Figura 242 – Tanque de decantação

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 243 – Sistema de diluição da salmoura

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Eletrólise da salmoura

A solução de salmoura a 3% é injetada contínua e automaticamente na célula eletrolítica (Figura


244), onde ocorrem as reações eletroquímicas para a conversão do cloreto de sódio em hipoclorito
de sódio (HIDROGERON, 2019).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
500
Os eletrodos utilizados na célula eletrolítica do gerador da ETA Suburbana são constituídos de
chapas de Titânio e recebem alimentação elétrica DC, assim pela condutividade da solução do
cloreto de sódio ocorre a dissociação eletrolítica pela ação da corrente polarizada (GARCIA, 2014).

Na ETA Suburbana opera um gerador de hipoclorito de sódio do modelo HC Plus 150, instalado em
20 de maio de 2015, com capacidade de produção industrial de 150 Kg de cloro ativado por dia
(EMBASA, 2020).

Figura 244 – Célula eletrolítica

Saída do
hipoclorito Entrada da
de sódio Salmoura

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Estoque e dosagem do hipoclorito de sódio gerado in loco

A solução oxidante é gerada de forma contínua e segue para o tanque de armazenamento (Figura
245), específico para esse tipo de produto. O tanque também é do fornecedor Grupo Hidrogeon e
possui um sensor de nível, então sempre que a capacidade de estoque atinge seu valor máximo
um sinal é emitido para o sistema interromper a produção, ficando em stand by.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
501
Figura 245 – Tanque de armazenamento do hipoclorito de sódio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A solução é encaminhada para o reservatório de água filtrada de forma automatizada, respeitando


a demanda, para realizar a desinfecção. Após desinfecção a água partiria para a estação elevatória
de água tratada da ETA Suburbana (Figura 246), porém como no momento da visita técnica a água
ainda não estava atendendo aos padrões de qualidade para consumo humano a elevatória não
estava sendo utilizada. A operação da elevatória é a partir da Sala de Comando (Figura 247).

A água tem sido encaminhada, em conjunto com as águas de descarga e de lavagem a um riacho
ali próximo, afluente do rio Ipitanga. Esse retorno ao manancial é realizado pelas canalizações
destinadas a descarga.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
502
Figura 246 – Estação Elevatória de Água Tratada da ETA Suburbana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
503
Figura 247 – Sala de comandos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A ETA Suburbana conta com um Laboratório onde são realizadas análises de bancada (Figura 248),
cujos resultados são registrados no SISTRAT, já mencionado anteriormente.

Figura 248 – Laboratório da ETA Suburbana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
504
A Figura 249 apresenta o leitor por onde os operadores fazem o controle das vazões e pressões de
entrada e saída de água. No momento da visita foi informado que vazão tratada pela ETA
Suburbana estava na ordem de 180 a 200 l/s, ratificando a informação fornecida pela Embasa.

Figura 249 – Medidor de vazão

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.4. ADUÇÃO DE ÁGUA TRATADA

A adução de água tratada é composta pelas adutoras entre as estações de tratamento de água e
os reservatórios; e pelas subadutoras que partem de um reservatório para alimentar outro como o
caso do Reservatório R7 no bairro do Cabula que abastece o R15 no bairro da Federação, além
daquelas subadutoras que abastecem diretamente uma determinada zona que não conta com
infraestrutura de reservação. A seguir consta a descrição detalhada do sistema de adução de água
tratada que abastece o município de Salvador.

7.2.4.1. Adução de água tratada principal

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
505
A Adutora de Água Tratada Principal corresponde ao trecho da tubulação que sai do Standpipe
(ETA Principal) e vai até o Reservatório R7 (Cabula) com DN (mm) 2.300. Ao longo do seu percurso
surgem derivações para alimentação de reservatórios e de algumas zonas de abastecimento
(Sedur, 2016). A Figura 250 mostra a representação espacial do sistema adutor de água tratada
que parte da ETA Principal.

Figura 250 – Sistema adutor de água tratada que parte da ETA Principal

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
506
Ressalta-se que o atendimento direto das Zonas de Abastecimento pela ETA Principal se configura
em uma situação imprópria em função do porte da adutora e das condições operacionais envolvidas.
O uso do reservatório possibilita regularizar a vazão de adução em função da variação horária das
demandas do sistema e um melhor controle das pressões na rede de distribuição, além da garantia
de uma reserva de água destinada para demandas de equilíbrio, de emergência ou de incêndio.

A Tabela 46 apresenta as características dos 19 (dezenove) trechos que compõem a adutora de


água tratada principal e suas derivações até chegar no R7. Cabe salientar que alguns trechos não
abastecem Salvador, porém como o sistema é integrado é importante apresentar as informações
de todos os trechos.

Nessa tabela, nas duas últimas linhas, também constam informações da 2ª etapa dessa adutora
que consiste na duplicação de dois trechos, cuja obra ainda não foi concluída em virtude de
problemas com desapropriação de propriedades.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
507
Tabela 46 – Características dos trechos da adutora principal
Nº do Diâmetro DN Extensão Regime de
Nome da Adutora Origem Destino Vazão (l/s) Material
trecho (mm) (m) Operação
Derivação SIAA Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 1 ETA Principal 7.000 Aço 2.300 30,00
Recôncavo forçado
Derivação SIAA Derivação Pass. dos Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 2 7.200 Aço 2.300 2.258,00
Recôncavo Teixeiras forçado
Derivação Pass. dos Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 3 Derivação R21 7.190 Aço 2.300 5.724,00
Teixeiras forçado
Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 4 Derivação R21 Derivação ZA 84 7.000 Aço 2.300 4.645,00
forçado
Derivação R23A e Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 5 Derivação ZA 84 6.960 Aço 2.300 131,00
R23B forçado
Derivação R23A e Derivação ZAs 79, 81 Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 6 6.200 Aço 2.100 3.175,00
R23B e 82 forçado
Derivação ZAs 79, 81 e Redução DN (mm) Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 7 5.985 Aço 2.100 1.841,00
82 2100 x 1800 forçado
Redução DN (mm) Derivação R18 e ZAs Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 8 5.985 Aço 1.800 79,00
2100 x 1800 64, 65, 77 e 83 forçado
Derivação R18 e ZAs Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 9 Derivação ZA 62 5.245 Aço 1.800 2.500,00
64, 65, 77 e 83 forçado
Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 10 Derivação ZA 62 Derivação R10 4.995 Aço 1.800 1.740,00
forçado
Derivação R17 e ZA Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 11 Derivação R10 4.665 Aço 1.800 27,00
70 forçado
Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 12 Derivação R17 e ZA 70 Derivação R14 e R20 4.285 Aço 1.800 16,00
forçado
Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 13 Derivação R14 e R20 Derivação ZA 31 2.665 FoFo 1.200 3.620,00
forçado
Redução DN (mm) Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 14 Derivação ZA 31 2.545 FoFo 1.200 1.230,00
1200 x 1000 forçado
Redução DN (mm) Ampliação DN (mm) Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 15 2.545 FoFo 1.000 260,00
1200 x 1000 1000 x 1200 forçado

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Nº do Diâmetro DN Extensão Regime de
Nome da Adutora Origem Destino Vazão (l/s) Material
trecho (mm) (m) Operação
Ampliação DN (mm) Derivação R25 e ZAs Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 16 2.545 FoFo 1.200 1.085,00
1000 x 1200 20 e 21 forçado
Derivação R25 e ZAs Ampliação DN (mm) Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 17 1.495 FoFo 1.200 324,00
20 e 21 1200 x 1600 forçado
Ampliação DN (mm) Redução DN (mm) Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 18 1.495 Aço 1.600 260,00
1200 x 1600 1600 x 1200 forçado
Redução DN (mm) Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 1ª 19 R7 1.495 FoFo 1.200 1.651,00
1600 x 1200 forçado
Entroncamento Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 2ª 1 ETA Principal 7000 Aço 2.300 1.040,00
Duplicação forçado
Entroncamento Entroncamento
Gravidade - Conduto
ETA Principal / R7 2ª 2 duplicação próximo da duplicação Porto Seco 4000 Aço 1.600 3.000,00
forçado
Derivação R14 e R20 Pirajá
Fonte: Embasa, 2021.

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509
7.2.4.2. Adução de água tratada do Parque da Bolandeira

O Parque Bolandeira disponibiliza uma vazão na ordem de 3.200 L/s para o SIAA de Salvador que
atende ao Setor R1 (que atende apenas a ZA 41), a Zona de Abastecimento ZA-42 e, também,
parte da demanda requerida pelo Setor R7 – e consequente setores e zonas atendidos pela
subadutoras R7 - R15. A Figura 251 mostra a espacialização do sistema adutor de água tratada
que parte das ETA do Parque da Bolandeira.

Figura 251 – Sistema adutor de água tratada que parte das ETA do Parque da Bolandeira

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

A Tabela 47 apresenta as características dos trechos das adutoras que partem das ETA do Parque
da Bolandeira.

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510
Tabela 47 – Características dos trechos das adutoras que partem do parque da Bolandeira
Nº do Vazão Diâmetro DN Extensão Regime de
Nome da Adutora Origem Destino Material
trecho (l/s) (mm) (m) Operação
ETA Teodoro
Gravidade - Conduto
Sampaio / Baixa 1 ETA Teodoro Sampaio Baixa Carga 1300 Aço 1.200 80,00
forçado
Carga
ETA Vieira de Mello / Gravidade - Conduto
1 ETA Vieira de Mello Baixa Carga 1300 Aço 1.200 143,00
Baixa Carga forçado
Alta Carga / R7 1 Alta Carga R7 2600 Aço 1.500 5.650,00 Recalque
ETA Teodoro
1 ETA Teodoro Sampaio R7 NOVA 300 FoFo 600 5.750,00 Recalque
Sampaio / R7 NOVA
ETA Teodoro
Sampaio / R7 1 ETA Teodoro Sampaio R7 VELHA 300 FoFo 600 5.750,00 Recalque
VELHA
ETA Teodoro
1 ETA Teodoro Sampaio R1 1100 Aço 700 1.600,00 Recalque
Sampaio / R1
ETA Vieira de Mello /
1 ETA Vieira de Mello R1 600 Aço 700 1.450,00 Recalque
R1
Fonte: Embasa, 2021.

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511
7.2.4.3. Adutora da ETA Suburbana

A Figura 252 apresenta a espacialização do sistema adutor de água tratada que parte da ETA
suburbana e a Tabela 48 apresenta as características dessa adutora que tem como destino três
zonas de abastecimento, a ZA 77, ZA 64 e ZA 65.

Figura 252 – Sistema adutor de água tratada que parte da ETA Suburbana

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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512
Tabela 48 – Características da adutora que parte da ETA Suburbana
Nome da Nº do Vazão Diâmetro Extensão Regime de
Origem Destino Material
Adutora Trecho (L/s) (mm) (m) Operação
ETA
ZA 77, ZA Ferro
Suburbana ETA
1 64 e ZA 200 Fundido 350 253,00 Recalque
/ ZA 77, ZA Suburbana
65 Dúctil
64 e ZA 65
Fonte: Embasa, 2021.

7.2.4.4. Subadutora R7 – R15 e suas derivações

A subadutora R7-R15 corresponde ao trecho que sai do Centro de Reservação do Cabula


(Reservatório R7) até o Centro de Reservação da Federação (Reservatório R15), perpassando
pelas Avenida Mário Leal Ferreira, Vale do Ogunjá e Av. Vasco da Gama. Ao longo do seu percurso
surgem derivações para alimentação de reservatórios e algumas Zonas de Abastecimento, a saber:
R5, R19 e ZA11. A Figura 253 apresenta o percurso dessa subadutora e respectivas derivações e
a Tabela 49 as características dos seus trechos.

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513
Figura 253 – Subadutora R7 x R15 e suas derivações

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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514
Tabela 49 – Características dos trechos da subadutora R7-R15
Nome da Vazão Diâmetro DN Extensão Regime de
Nº do trecho Origem Destino Material
Adutora (l/s) (mm) (m) Operação
R7/R15 1 R7 Derivação R3 2200 Aço 1.600 2.077,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 2 Derivação R3 Derivação ZA 12 1850 Aço 1.600 5,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 3 Derivação ZA 12 Derivação ZAs 09 e 10 1830 Aço 1.600 1.780,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 4 Derivação ZAs 09 e 10 Derivação R19 e ZA 13 1600 FoFo 1.200 60,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 5 Derivação R19 e ZA 13 Derivação ZAs 08 e 15 1170 FoFo 1.200 1.995,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 6 Derivação ZAs 08 e 15 Derivação R5 e ZA 11 770 FoFo 1.200 2.155,00 Gravidade - Conduto forçado
R7/R15 7 Derivação R5 e ZA 11 R15 570 FoFo 900 388,00 Gravidade - Conduto forçado
Fonte: Embasa, 2021.

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515
7.2.4.5. Subadutoras que partem do R5

A subadutora R5, que sai do reservatório R5 (Garcia), possui 05 (cinco) trechos, cujas
características podem ser verificadas na Tabela 50.

Tabela 50 – Características da subadutora que parte do R5


Regime
Nome da Nº do Vazão Diâmetro Extensão
Origem Destino Material de
Adutora trecho (L/s) (mm) (m)
Operação
Redução
Derivação Ferro Gravidade
DN (mm)
1 R5 e ZA 190 Fundido 700 295,00 - Conduto
700 x DN
11 Dúctil forçado
(mm) 600
Redução Redução
Ferro Gravidade
DN (mm) DN (mm)
2 190 Fundido 600 125,00 - Conduto
700 x DN 600 x DN
Dúctil forçado
(mm) 600 (mm) 550
Redução
Ferro Gravidade
Subadutora DN (mm) Derivação
3 190 Fundido 550 187,00 - Conduto
R5 600 x DN ZA 11
Cinzento forçado
(mm) 550
Ampliação
Ferro Gravidade
Derivação DN (mm)
4 170 Fundido 550 1.537,00 - Conduto
ZA 11 550 x DN
Cinzento forçado
(mm) 600
Ampliação
Ferro Gravidade
DN (mm)
5 R5 170 Fundido 600 100,00 - Conduto
550 x DN
Dúctil forçado
(mm) 600
Fonte: Embasa, 2021.

7.2.4.6. Subadutoras que partem do R19

A subadutora R19, que sai do reservatório R19 ((Brotas), possui 02 (dois) trechos, cujas
características podem ser verificadas na Tabela 51.

Tabela 51 – Características da subadutora que parte do R19


Regime
Nome da Nº do Vazão Diâmetro Extensão
Origem Destino Material de
Adutora trecho (L/s) (mm) (m)
Operação
Derivação Ferro Gravidade
Subadutora Derivação
1 R19 e ZA 430 Fundido 700 500,00 - Conduto
R19 ZA 13
13 Dúctil forçado
Ferro Gravidade
Subadutora Derivação
2 R19 400 Fundido 700 20,00 - Conduto
R19 ZA 13
Dúctil forçado
Fonte: Embasa, 2021.

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516
7.2.4.7. Subadutora que abastece a ZA11

A subadutora que abastece a ZA 11, possui 03 (três) trechos, cujas características podem ser
verificadas na Tabela 52.

Tabela 52 – Características da subadutora ZA11


Regime
Nome da Nº do Vazão Diâmetro Extensão
Origem Destino Material de
Adutora trecho (l/s) DN (mm) (m)
Operação
Redução
Ferro Gravidade
Subadutora Derivação ZA DN (mm)
1 30 Fundido 550 2.010,00 - Conduto
ZA 11 11 550 x DN
Cinzento forçado
(mm) 400
Redução
Redução DN Ferro Gravidade
Subadutora DN (mm)
2 (mm) 550 x 30 Fundido 400 234,00 - Conduto
ZA 11 400 x DN
DN (mm) 400 Dúctil forçado
(mm) 250
Redução DN Ferro Gravidade
Subadutora Medidor ZA
3 (mm) 400 x 30 Fundido 250 70,00 - Conduto
ZA 11 11
DN (mm) 250 Dúctil forçado
Fonte: Embasa, 2021.

7.2.4.8. Sistema Adutor de Água Tratada das Ihas de Salvador

As Ilhas de Salvador são atendidas pelo SIAA Recôncavo, por meio dos subsistemas Candeias (Ilha
de Maré) e Madre de Deus (Ilha de Bom Jesus dos Passos e Ilha dos Frades).

O SIAA Recôncavo inicia em uma derivação da Adutora Principal de água tratada, com diâmetro
2.300mm, que abastece a cidade de Salvador, partindo do stand-pipe localizado na área da ETA
Principal. A derivação que abastece o SIAA Recôncavo está situada 35m a jusante do stand-pipe e
a partir desta derivação a adutora por gravidade transporta a água tratada na ETA Principal até o
reservatório RZB-II, localizado no município de Candeias, que abastece os subsistemas de
Candeias, Madre de Deus e São Francisco do Conde, e consequentemente as respectivas sedes
municipais, além de diversas localidades pertencentes a esses municípios.

A adutora de água tratada (AAT) tem extensão de 13.115m, sendo o primeiro trecho de 890m de
extensão e diâmetro de 1.200mm 900mm e 600mm em tubulação de ferro fundido e o segundo
trecho de 12.225m com diâmetro de 600mm, até que a água chegue diretamente no reservatório
RZB-II Candeias. Cabe destacar que ao longo dessa extensão da AAT existem derivações para
atendimento de localidades de Candeias e outros municípios e indústrias.

A partir do RZBII partem as adutoras que abastecem o Reservatório RZM (subsistema Candeias) e
o Reservatório RMD (subsistema Madre de Deus).

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517
No que concerne ao subsistema Candeias, do RZBII a água é bombeada para os reservatórios que
atendem o município de Candeias, por meio da EEAT localizada na mesma área do RZBII, entre
eles o Reservatório da Zona Média (RZM). Na Tabela 53 apresenta-se as características dos Conj.
3 e 4 da EEAT do RZBII, que são responsáveis pelo recalque da água até o reservatório RZM.

Tabela 53 – Características da EEAT do RZBII


Coordenadas Regime Número de
Vazão
Geográficas de Bombas Pot.
Nomin
Nome Origem Destino operaç Inst.
Opera Reser al
X Y ão (cv)
ção vas (L/s)
(horas)
Reservató
CONJ. 3 e Reservató rio RZM /
550834,19 8600229,20 15 1 1 82,88 200
4 - RZBII rio RZBII Ilha de
Maré
Fonte: Embasa, 2020.

Antes da chegada no reservatório RZM existe uma derivação (Figura 254) para atender localidades
de Candeias e a Ilha de Maré. Essa derivação segue por via terrestre até a localidade de Passé, no
município de Candeias, onde se inicia a travessia aquática, que chega até a localidade Passa
Cavalo em Ilha de Maré. Essa travessia aquática foi duplicada em 2019.

Figura 254 – Derivação na área do RZM para atender localidades de Candeias e a Ilha de
Maré

Caixa onde fica


o bay-pass

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A partir daí se inicia a adutora terrestre que abastece os reservatórios de Botelho, Praia Grande e
Santana, sendo que até chegar ao último reservatório (Santana), diversas localidades da ilha são
abastecidas por derivações nesta adutora.

Na Tabela 54 apresenta-se as informações das adutoras de água tratada que abastecem a Ilha de
Maré.

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518
Tabela 54 – Características das adutoras que abastecem a Ilha de Maré
Regime
Nome da Diâmetro Data de Extensão Vazão
Trecho Material de Origem Destino
Adutora (mm) Inicio (m) (L/s)
Operação
Stand-Pipe
Stand-
ETA Principal 1200 / 900 Reservató
1 FºFº - 13.115,00 Gravidade - Pipe ETA
/ Reservatório / 600 rio RZBII
Principal
RZBII
Reservatório PVC Reservató Reservató
1 400 - 2.550,0 Recalque -
RZBII / DEFºFº rio RZBII rio RZM
Reservatório Reservató Reservató
2 FºFº 300 - 410,0 Recalque -
RZM rio RZBII rio RZM
Antes do Rua do
04/06/199
1 FºFº 150 8.151,42 Recalque 14,00 reservatóri Asfalto,
8
Antes do o RZM s/n, Passé
reservatório Início da
Rua do
RZM / Passé PVC 04/06/199 adutora
2 200 2.091,26 Recalque 14,00 Asfalto,
DeFoFo 8 subáquati
s/n, Passé
ca
Rua da
Passa
Mucunga,
Cavalo,
1 PEAD 200 04/1998 1.000,00 Recalque 18,00 Passé,
Ilha de
Candeias
AAT Maré
- BA
Subaquatica
Rua da
Ilha de Mare Passa
Mucunga,
Cavalo,
2 PEAD 200 07/2019 1.000,00 Recalque 18,00 Passé,
Ilha de
Candeias
Maré
- BA
Passa
Reservató
AAT Terrestre Cavalo,
1 DEFºFº 150 6.280,00 Recalque rio de
Ilha de Maré Ilha de
Santana
Maré
Fonte: Embasa, 2020.

Em relação ao subsistema Madre de Deus, que atende a Ilha dos Frades e a Ilha de Bom Jesus
dos Passos, a partir do reservatório RZB-II, parte a adutora por gravidade, que é composta por dois
trechos, o primeiro com diâmetro de 400 mm e 3.600 m de extensão em FºFº e o segundo com
diâmetro de 300 mm e 12.102 m de extensão em FºFº que finaliza no Reservatório de Madre de
Deus (RMD). Em setembro de 2020 foi concluida a duplicação do trecho de 400 mm desta adutora,
tendo sido implantada uma adutora DN 400 em paralelo à adutora existente, desde o ponto onde a
adutora existente reduz de DN 400 para o DN 300 até a última derivação da adutora. As
características desses trechos são apresentadas na Tabela 55.

Tabela 55 – Características das AAT do subsistema Madre de Deus


Nome da Nº do Diâmetro Extensão Regime de
Origem Destino Material
Adutora trecho (mm) (m) Operação
Reservatório Reservatório
1 FºFº 400 3.600 Mista
Candeias (RZBII) RZBII RMD
/ Madre de Deus Reservatório Reservatório
2 FºFº 300 12.102 Mista
RZBII RMD

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519
Nome da Nº do Diâmetro Extensão Regime de
Origem Destino Material
Adutora trecho (mm) (m) Operação
Madre de Deus Reservatório Reservatório
1 DEFºFº 400 9.700 Mista
(Duplicação) RZBII RMD
Fonte: Embasa, 2020.

Essa adutora até chegar no reservatório de 500 m³ de Madre de Deus possui diversas derivações,
sendo uma delas para a Ilha de Bom Jesus dos Passos. A derivação que abastece a Ilha de Bom
Jesus dos Passos é subdividida em três trechos: o primeiro trecho terrestre em F°F° e DN 200, o
segundo trecho, em PEAD e DN 300, correspondente à travessia subaquática e o terceiro trecho
terrestre, em F°F° e DN 200, que chega até o reservatório que abastece a Ilha de Bom Jesus dos
Passos.

Do reservatório de Bom Jesus dos Passos a água é encaminhada para o reservatório da Ilha dos
Frades, por meio de uma adutora pressurizada por meio de uma EEAT que fica na Ilha de Bom
Jesus dos Passos. Na Tabela 56 apresenta-se as informações dessa EEAT e na Tabela 57 as
informações da adutora que abastece a Ilha dos Frades.

Tabela 56 – Características da EEAT que abastece a Ilha dos Frades


Coordenadas Número de
Vazão Pot.
Geográficas Bombas
Nome Origem Destino Nominal Inst.
Oper Reserv
X Y (L/s) (cv)
ação as
Reservatório
Reservatório
Bom Jesus Ilha de Bom
538946,00 8589371,00 Ilha dos 1 1 - 12,5
dos Passos Jesus dos
Frades
Passos
Fonte: Embasa, 2020.

Tabela 57 – Características da AAT que abastece a Ilha dos Frades


Nome da Nº do Diâmetro Extensão Regime de
Origem Destino Material
Adutora trecho (mm) (m) Operação
Reservatório Ilha
Reservatório
de Bom Jesus dos Reservatório
Ilha de Bom PEAD/
Passos / 1 Ilha dos 150 2.660,00 Recalque
Jesus dos DeFºFº
Reservatório Ilha Frades
Passos
dos Frades
Fonte: Embasa, 2020.

A Figura 255 apresenta a espacialização das infraestruturas do sistema adutor de água tratada que
atende as Ilhas de Salvador.

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520
Figura 255 – Sistema adutor de água tratada das Ilhas de Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

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521
7.2.5. RESERVAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

O SIAA de Salvador conta com 22 reservatórios de distribuição ativos, sendo que 14 são do tipo
apoiado e 08 do tipo elevado. O Reservatório R7 (Cabula) é o de maior capacidade volumétrica que
desempenha a função de distribuição de água. Salienta-se que um desses reservatórios, o R21
atende apenas o município de Simões Filho, portanto, não será descrito nesse produto.

As Zonas de Abastecimento (ZA) e os Reservatórios de Salvador estão inseridas em 4 subáreas


denominadas de Unidades Regionais: Unidade Regional da Federação (UMF), Unidade Regional
de Bolandeira (UMB), Unidade Regional do Cabula (UML) e Unidade Regional de Pirajá (UMJ). Na
UMB estão inseridas 11 ZA, na UMF estão 15 ZA, na UML estão 13 ZA e na UMJ estão 22 ZA
(EMBASA, 2021). Essas zonas são áreas que viabilizam realizar de forma contínua o controle do
fornecimento de água e seu respectivo faturamento, permitindo, deste modo, avaliar o índice de
Perdas em cada Zona de Abastecimento (SEDUR, 2016).

Essas Zonas são alimentadas por Reservatórios Setoriais. A rede de distribuição que está sob
influência direta de um determinado Reservatório é denominada de Setor de Abastecimento, que
pode abranger mais de uma ZA (SEDUR, 2016).

Algumas ZAs são abastecidas sem controle de reservatórios, por distribuição em marcha
(diretamente pelas adutoras). Tal situação não é a recomendável, já que o uso dos reservatórios
possibilita regularizar a vazão de adução em função da variação horária das demandas do sistema
e um melhor controle das pressões na rede de distribuição, além da garantia de uma reserva de
água destinada para demandas de equilíbrio, de emergência ou de incêndio.

No que concerne as Ilhas de Salvador estas são atendidas pela Unidade Regional de Candeias
(UMS), cuja operação dos serviços é dividida em subsistemas, o Subsistema Madre de Deus que
atende a Ilha de Bom Jesus dos Passos e a Ilha dos Frades e o Subsistema Candeias que atende
a Ilha de Maré.

A Figura 256 apresenta o mapa com a localização dos reservatórios ativos e as respectivas zonas
de abastecimento do município de Salvador. A Tabela 58 apresenta as características dos
reservatórios que atendem o continente, a Tabela 59 dos reservatórios que atendem a parte insular
e a Tabela 60 das EEAT e dos boosters que integram os sistemas.

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522
Figura 256 – Setores de abastecimento de água de Salvador

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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523
Tabela 58 – Características dos reservatórios que atendem Salvador – Parte do continente
Coordenadas Área Cota Cota do Tipo de
Nome do Geográficas Cota do Capac Altura Altura
Unidade Total do de Nível Medidor de Nº de
Parque de Endereço (UTM) Terreno Tipo Material idade Total Útil
regional terreno Fundo Máximo Nível (Se Câmaras
Reservação (m) (m³) (m) (m)
X Y (m2) (m) (m) possuir)
Estrada do
R1 Curralinho - Boca do 560875 8565389 57 5100 Apoiado Concreto 11.500 56,80 68,80 Ultrassônico 2 13,00 12,00
Rio
Estrada do Coqueiro
R20 565423 8573138 69 7600 Apoiado Concreto 8.700 69,00 77,00 Ultrassônico 1 9,00 8,00
Grande, Cajazeiras
Rua Santo Amaro de
UMB
R23A Ipitanga, s/n, Caji, 570542 8577321 64 4619 Apoiado Concreto 17.400 65,70 73,70 Ultrassônico 2 9,00 8,00
Lauro de Freitas
BA 526, próximo à
R23B 569004 8580254 82 9050 Apoiado Concreto 17.400 86,00 94,00 Manômetro 2 9,00 8,00
Ceasa, Salvador
BA 526, próximo à
R23B-T ¹ 569004 8580254 82 9050 Elevado Concreto 500 104,85 109,55 1 5,70 4,70
Ceasa, Salvador
R. Saldanha
Alvenaria
R3 Marinho, S/N, Caixa 554820 8567675 71 19.500 Apoiado 10.000 71,00 74,00 Ultrassônico 2 4,00 3,00
de Pedra
D'água
R. Saldanha Célula
R3T Marinho, S/N, Caixa 554744 8567610 71 19.500 Elevado Concreto 700 94,10 99,50 Capacitiva 1 6,40 5,40
D'água de Nível
Rua Félix Mendes,
R5T 552379 8563937 61 2.700 Elevado Concreto 500 92,20 96,20 Ultrassônico 1 5,00 4,00
S/N, Garcia
UMF Ladeira do Alto da
R15 Bola, S/N, 553667 8563714 60 16.000 Apoiado Concreto 21.500 60,00 69,00 Ultrassônico 1 10,00 9,00
Federação
Ladeira do Alto da
R15T Bola, S/N, 553722 8563640 60 16.000 Elevado Concreto 1.000 90,00 98,00 Ultrassônico 1 9,00 8,00
Federação
Av. Campinas de
R19 Brotas, Campinas de 556788 8564783 59 6.800 Apoiado Concreto 17.400 59,00 67,00 Ultrassônico 2 9,00 8,00
Brotas
Rua Rio Sena s/n,
UMJ R10 557685 8575291 97 9.900 Apoiado Concreto 8.700 97,00 105,00 Ultrassônico 1 9,00 8,00
Ilha Amarela

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524
Coordenadas Área Cota Cota do Tipo de
Nome do Geográficas Cota do Capac Altura Altura
Unidade Total do de Nível Medidor de Nº de
Parque de Endereço (UTM) Terreno Tipo Material idade Total Útil
regional terreno Fundo Máximo Nível (Se Câmaras
Reservação (m) (m³) (m) (m)
X Y (m2) (m) (m) possuir)
Rua Rio Sena s/n,
R10T 557556 8575205 97 2.900 Elevado Concreto 700 111,50 118,50 Ultrassônico 1 8,00 7,00
Ilha Amarela
Rua Direta do
R12 557132 8576950 51 1.200 Apoiado Concreto 800 51,00 55,00 Ultrassônico 2 5,00 4,00
Cruzeiro, Periperi
Rua Dr Oswaldo
R14 José Leal s/n Águas 560599 8574623 104 15.600 Apoiado Concreto 17.400 104,00 112,00 Ultrassônico 2 9,00 8,00
Claras
Rua Elísio Mesquita
R17 558735 8573960 104 19.500 Apoiado Concreto 7.616 104,00 111,00 Ultrassônico 1 8,00 7,00
s/n Pirajá
Rua Elísio Mesquita
R17T 558708 8574017 104 19.500 Elevado Concreto 600 119,00 128,40 Ultrassônico 1 10,40 9,40
s/n Pirajá
Rua Boca da Mata,
R18 561049 8577965 110 26.900 Apoiado Concreto 8.700 110,00 118,00 Ultrassônico 1 9,00 8,00
s/n Valéria
Rua Silveira Martins,
R7 558203 8567953 79 20.000 Apoiado Concreto 36.000 79,80 91,80 Ultrassônico 4 13 12,00
392, Cabula
Rua Silveira Martins,
R7T 558198 8568022 79 20.000 Elevado Concreto 500 102,50 107,50 Ultrassônico 1 6 5,00
392, Cabula
Rua Direta da
UML
R25 Golmeia, S/N, São 557013 8569676 77 15000 Apoiado Concreto 8700 79 87 Ultrassônico 1 8 8
Caetano
Rua Direta da
R25T Golmeia, S/N, São 557047 8569696 77 15.000 Elevado Concreto 1.000 105,50 111,10 Ultrassônico 1 5,6 5,60
Caetano
¹ Reservatório ainda não entrou em operação.

Fonte: Embasa, 2021.

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525
Tabela 59 – Características dos reservatórios que atendem as Ilhas de Salvador
Coordenadas Área Cota do
Nome do Cota do Capacidad Cota de Número Altura Altura
Geográficas (UTM) Total do Nível
Parque de Endereço Terreno Tipo Material e Fundo de Total Útil
terreno Máximo
Reservação X Y (m) (m³) (m) Câmaras (m) (m)
(m2) (m)
Rua do Botelho,
Botelho - s/n, Botelho, Ilha
552.436,62 8.587.221,88 24,52 166,75 Apoiado Concreto 100 24,52 33,52 1 3 2,7
Ilha de Maré de Maré - Salvador
- Ba
Rua da Formiga,
Praia
s/n, Praia Grande,
Grande - Ilha 551.221,79 8.587.416,05 46,42 208 Apoiado Concreto 200 46,42 51,42 1 3 2,7
Ilha de Maré -
de Maré
Salvador - Ba
Rua do Mirante,
Santana - s/n, Santana, Ilha
550.949,76 8.585.439,13 49 193,11 Apoiado Concreto 300 49 54 1 3 2,7
Ilha de Maré de Maré - Salvador
- Ba
Rua Rosa Maria
Reservatório
Passos, SN, Ilha
- Ilha de
de Bom Jesus dos 539.003,77 8.589.421,55 Apoiado 380 17 21,8 1 4,8
Bom Jesus
Passos, Salvador/
dos Passos
Ba
Rua Alto da Boa
Reservatório
vista, SN, Ilha dos
- Ilha dos 540.716,00 8.588.784,00 Apoiado 380 58 62,8 1 4,8
Frades, Salvador/
Frades
Ba
Fonte: Embasa, 2021.

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526
Tabela 60 – Características das EAAT e booster que integram os sistemas
Coordenadas Regime de Nº de Nº de Vazão Vazão de Potência
Unidade Nome da Geográficas Configuração
Endereço Origem Destino operação Bombas Bombas Nominal Recalque Instalada
regional elevatória do CMB
X Y (horas) Operação Reservas (L/s) (L/s) (cv)
24 (a
Booster Av. Dorival Ponto
depender
Stella Caymmi – 570.177,15 8.571.381,09 ZA 46 Crítico ZA Série 1 1 17,19 17,19 3,00
da pressão
Mares Itapuã 46
da rede)
Rua Sete De 24 (a
Booster Ponto
Setembro – depender
UMB Nova 569.478,22 8.569.661,96 ZA 46 Crítico ZA Série 1 1 25,00 25,00 7,50
Nova Brasilia da pressão
Brasilia 46
De Itapua da rede)
Booster 24 (a
Rua Colmar Ponto
Colmar depender
Americano da 558.089,01 8.562.629,64 ZA 41 Crítico ZA Série 1 0 10,66 10,66 7,50
Americano da pressão
Costa – Pituba 41
da Costa da rede)
Ladeira do Alto
ELEVADO ZA 02 +
da Bola, S/N, 553.770,73 8.563.677,36 RAD R15 Paralelo 24 2 1 400,00 300,00 950,00
R15 RED R15
Federação
R. Saldanha
ELEVADO
UMF Marinho, S/N, 554.786,86 8.567.646,11 RAD R3 RED R3 Paralelo 24 1 2 - 300,00 1000,00
R03
Caixa D'água
Rua Félix
ELEVADO Subaduto
Mendes, S/N, 552.423,68 8.563.982,25 RED R5 Paralelo 24 1 1 197,22 300,00
R05 ra R5
Garcia
RAD R17
Rua Elísio
EEAT DO ou
Mesquita s/n 558.730,41 8.574.013,38 RED R17 Paralelo 11 2 1 164,75 164,75 60/60/60
R17 Subaduto
Pirajá
ra R17
Rua Dr RAD R14
UMJ EEAT DO Oswaldo José ou 200/200/1
560.660,49 8.574.628,89 ZA 72 Paralelo 12 2 1 256,27 256,27
R14 Leal s/n Águas Subaduto 00
Claras ra R17
Rua Rio Sena
EEAT DO
s/n, Ilha 557.770,56 8.575.296,94 RAD R10 RED R10 Paralelo 11 2 1 154,64 154,64 60/60/60
R10
Amarela

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527
Coordenadas Regime de Nº de Nº de Vazão Vazão de Potência
Unidade Nome da Geográficas Configuração
Endereço Origem Destino operação Bombas Bombas Nominal Recalque Instalada
regional elevatória do CMB
X Y (horas) Operação Reservas (L/s) (L/s) (cv)
Av. Silveira
R7 Martins, 392, 558.148,75 8.568.010,20 UML UML Paralelo 24 3 1 1.100,00 1.100,00 1100
Cabula
Rua Direta da
R25 Golmeia, S/N, 557.110,42 8.569.583,07 UML UML Paralelo 24 2 2 530,00 530,00 300
São Caetano
UML
Rua Aterro do
Joanes/
Joanes, S/N, 555.335,32 8.571.236,77 UML UML Série 24 1 0 15,83 15,83 5
Lobato
Lobato
Rua Travasso
Bomfim do Meio, s/n 553.543,70 8.571.260,20 UML UML Série 24 1 1 40,00 40,00 40
Bonfim
Rua Rosa Maria
Reservat
Passos, SN, Reservató
EEAT Bom ório Ilha
Ilha de Bom rio Ilha
UMS Jesus dos 538.946,00 8.589.371,00 de Bom Paralelo -- 1 1 -- -- 12,5
Jesus dos dos
Passos Jesus dos
Passos, Frades
Passos
Salvador/ Ba
Fonte: Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

528
7.2.5.1. Unidade Regional da Bolandeira

Na Unidade Regional da Bolandeira (UMB) estão inseridos 3 Setores de Abastecimento, são eles:
Setor R1 (Duna), Setor R20 (Fazenda Grande III), Setor R23A (Caji), que atendem localidades de
Salvador e Lauro de Freitas. No que concerne ao município de Salvador, totalizam 11 Zonas de
Abastecimento (ZA), sendo a maioria atendida por meio de reservatórios e as demais atendidas
diretamente pela ETA Teodoro Sampaio por meio da derivação na Adutora para o Setor R1 ou pela
ETA Principal por meio da Adutora Principal.

O Quadro 118 apresenta os Setores de Abastecimento da UMB, as suas respectivas formas de


atendimento (reservatórios ou adutoras), as Zonas de Abastecimento atendidas por cada Setor,
assim como a extensão de rede e os locais atendidos.

Quadro 118 – Setores e Zonas de Abastecimento pertencentes a UMB


Extensão
Setor de abastecimento Zona de rede Locais Atendidos
(m)
Costa Azul, Caminho das Árvores (parte),
Pituba (parte), Itaigara (parte), Stiep, Iguatemi
R1 (DUNA) ZA -41 281.995
(parte), Centro de Convenções, Jardim
Armação, Boca do Rio (Parte) e Imbuí
Alto do São Francisco (Boca do Rio),
Adutora ETA Teodoro Sampaio x Jaguaribe (parte), Pituaçu, Jaguaribe (parte),
ZA -42 62.501
R1 Av. Jorge Amado (parte), Jardim Imperial e
Corsário
Patamares, Jaguaribe (parte), Av. Pinto de
Aguiar, Costa Verde, Av. Orlando Gomes,
ZA -43 211.741
CAB, Cj. Amazonas, Trobogy, Paralela (parte)
e São Cristóvão¹.
ZA -44
31.770 Jardim das Margaridas e Cassange (parte)
(parte)
Nova Brasília, Nova Conquista, Alto do
R20 Coqueirinho, Itapuã (Zona Baixa), Itapuã
(Fazenda Grande III) ZA -46 107.897
(Zona Alta), Abaeté, Alto da Bela Vista,
Alameda da Praia e Bosque dos Coqueiros
ZA -47 28.305 Bairro da Paz
Farol de Itapoan, Pedra do Sal e Praia do
ZA -49 84.117
Flamengo
ZA -50 26.307 Vila dos Sargentos, Placafor e Piatan
ZA -51 41.801 Mussurunga I e II
ZA -45 NI NI
R23A e R23B (parte
baixa) NI NI
R23 Subadutora que ZA -44
(Caji) 31.770 NI
abastece o R23A e (parte)
R23B Bosque das Bromelias eJardim das
(será atendido pelo R23B-T ZA -48 NI
quando entrar em operação) Margaridas
*NI – Não Informado
Fonte: Embasa, 2019.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

529
No que concerne à distribuição, essa unidade regional possui uma extensão total de 876,84 km de
rede, cujo detalhamento de diâmetro e material será apresentado por setor de abastecimento.
Salienta-se que no caso da ZA - 44 que é atendida por mais de uma forma, seja pelo setor R20 ou
diretamente por derivação em adutora, a extensão de rede dessa zona foi discriminada igualmente,
visto que não foi informado qual a porcentagem correspondente a cada um.

A Figura 257 apresenta a área de abrangência de cada setor de abastecimento, a delimitação de


Prefeitura-Bairro, assim como a presença de zonas especiais de interesse social (ZEIS) na área de
abrangência da UMB. Na mesma figura estão identificados também os reservatórios que atendem
os seus respectivos setores de abastecimento (R1, R20, R23A e R23B), além dos dois boosters
que são utilizados no abastecimento de alguns pontos críticos localizados nesta região.

Observa-se a presença de ZEIS na área de abrangência dos setores R1, R20 e na ZA-42 atendida
pela subadutora.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

530
Figura 257 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UMB

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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531
7.2.5.1.1. Setor R01

O Setor R01 (Dunas), que atende a ZA-41, é abastecido pelo Reservatório R01, que é alimentado
pelas ETA do Parque Bolandeira por meio da Adutora de recalque com diâmetro de 700 mm, com
extensão 1.600 m. Originalmente, o Setor R1 seria responsável também pelo atendimento da ZA-
42 UMB, mas devido ao crescimento do setor sem as devidas ampliações, esse foi desmembrado
e a ZA-42 passou a ser atendida pela adutora do Parque da Bolandeira por meio da derivação na
Adutora de 700 mm, de forma provisória, que persiste até o momento.

Figura 258 – Vista aérea do R1 pelo Google Earth

Fonte: Google Earth, 2020.

As características físicas e de funcionamento do Reservatório do Setor estão dispostas no Quadro


119.

Quadro 119 – Características do Reservatório R01


Características R01
Cota do terreno (m) 57
Área total do terreno (m²) 5100
Tipo Apoiado
Material Concreto
Capacidade (m³) 11.500
Cota de fundo (m) 56,80
Cota de nível máximo (m) 68,80
Tipo de Medidor Ultrassônico
Número de Câmaras 2
Altura Total (m) 13,00

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

532
Características R01
Altura Útil (m) 12,00
Status Ativo

Fonte: Embasa, 2020.

A Figura 259 apresenta o croqui atualizado do Setor R01, onde é possível perceber que a ZA – 41
é 100% baixa.

Figura 259 – Croqui do Setor R01

Fonte: Adaptado Sedur, 2016; Embasa, 2021.

A Tabela 61 apresenta informações de diâmetro, material e extensão da rede de distribuição da


zona ZA-41 atendida pelo Setor R01. Observa-se que essa zona possui uma extensão total de
aproximadamente 282 Km, sendo o DN (mm) 100 responsável pela maior extensão.

Tabela 61 – Informações de rede de distribuição do Setor R01


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 1.713,02 1.713,02
50 PVC 99.718,72 99.718,72
63 PEAD 1.414,67 1.414,67
FoFo 81,61
75 8.321,36
PVC 8.239,75
R1 (DUNA) 41 90 PEAD 131,06 131,06
DEFoFo 7,94
FoFo 16.252,42
100 PEAD 165,47 78.541,26
PVC 62.101,65
PVC PBA 13,79

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

533
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PEAD 3.125,30
110 3.561,65
PVC 436,35
DEFoFo 8.186,80
FoFo 6.030,36
PEAD 652,38
150 29.808,76
PVC 14.486,49
PVC DEFoFo 2,74
VINILFER 450,00
PEAD 1.191,92
160 1.532,57
PVC 340,65
DEFoFo 2.684,74
FoFo 4.400,44
200 8.187,45
PEAD 222,38
PVC 879,90
DEFoFo 2.703,22
FoFo 6.758,81
250 PVC 408,24 10.120,60
PVC DEFoFo 12,03
VINILFER 238,30
DEFoFo 31,12
300 6.892,43
FoFo 6.861,31
350 FoFo 41,34 41,34
400 FoFo 2.961,19 2.961,19
DEFoFo 3,41
450 FoFo 11.542,76 11.613,62
PVC 67,44
FoFo 9.268,49
500 PEAD 4,19 9.404,44
PVC 131,76
600 FoFo 8.031,02 8.031,02
Total (m) 281.995,17
Fonte: Embasa, 2020.

Reservatório R01

O Reservatório R01 (Figura 258), localizado na Estrada do Curralinho, divisa entre os bairros Boca
do Rio e Imbuí, é de concreto do tipo apoiado composto de duas câmaras, cada uma com 5750 m³,
com uma capacidade total de 11.500 m³.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

534
Figura 260 - Reservatório R01 (Duna) com duas câmaras

Régua do
medidor de
nível tipo boiá

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Esse reservatório possui telemetria, onde são medidas as vazões de entrada e de saída de forma
automatizada por meio do medidor ultrassônico, cujo resultado vai direto para a PIPPE (Figura 262).
O nível de água do reservatório também é medido de forma automatizada, embora preserve régua
para medição de forma manual numa eventualidade de interrupção do fornecimento de energia.

Figura 261 – Medidor de nível do reservatório R01 (UMB)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

535
Figura 262 – (A) Tubulação de chegada de água com pitot estacionário com célula
capacitiva (B) equipamento de leitura da vazão de chegada no R01

A B

Medidor de
vazão
ultrassônico

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Recentemente, foi realizado um projeto paisagístico na área do Setor R01 e durante a visita estava
em execução um projeto de recuperação das caixas que dão acesso as tubulações, registros e
válvulas (Figura 263). As tampas de concreto dessas caixas estão sendo trocadas pelas de fibra
para facilitar a manutenção, já que as de concreto necessitam de equipamentos para a sua remoção
e as de fibra podem ser deslocadas por um trabalhador padrão. As caixas de acesso às tubulações
no momento da visita técnica estavam sem identificação, o que dificultou a sua descrição de forma
mais detalhada.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

536
Figura 263 – Execução do projeto de recuperação das caixas (UMB)

Recuperação
Tampas de das caixas
concreto

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na Figura 264 podem ser visualizados os pontos de coleta das amostras para análise da qualidade
da água, tanto pelo laboratório da Embasa, quanto pela Vigilância Sanitária e Ambiental (VISAMB)
do Município de Salvador.

Figura 264 – Ponto de coleta para monitoramento da qualidade da água

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

537
BOOSTER COLMAR AMERICANO DA COSTA

O Booster Colmar Americano da Costa (Figura 266), localizado na Rua Colmar Americano da Costa
no bairro da Pituba, possui 1 (uma) bomba em operação que recalca a água da ZA-41 para um
ponto crítico dessa mesma zona, a fim de assegurar que a água chegue na pressão preconizada
na legislação. Esse booster possui uma potência instalada de 7,50 cv e recalca uma vazão de 10,66
l/s.

Figura 265 – (A) Quadro de comando e (B) Booster Colmar Americano da Costa

A B

Fonte: Embasa, 2021.

7.2.5.1.2. Setor R20

O Setor R20, localizado no bairro Fazenda Grande, é um dos maiores setores do SIAA de Salvador,
abrangendo os bairros de Mussurunga, Patamares, Bairro da Paz, Saboeiro, Narandiba, Centro
Administrativo, São Cristovão, Av. Paralela e Itapuã. A implantação do Reservatório R20 melhorou
substancialmente o abastecimento da área compreendida entre as Avenida Pinto de Aguiar,
Paralela e Orlando Gomes, que vem passando por um acentuado adensamento demográfico
caracterizado por vários empreendimentos imobiliários, comerciais e residenciais (SEDUR, 2016).

Esse setor tem como característica a ocupação diversificada, abarcando populosos bairros
originários de ocupações espontâneas (Itapuã, Narandiba, Saboeiro, São Cristóvão e Bairro da
Paz); modernos condomínios planejados em Patamares, nas margens da Avenida Paralela e na

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

538
área compreendida entre as Avenidas Orlando Gomes, Pinto de Aguiar e a própria Paralela; além
do Centro Administrativo da Bahia (SEDUR, 2016).

Esse setor é atendido pelo Reservatório R20, localizado em Fazenda Grande (Figura 266), que é
responsável pelo atendimento das Zonas de Abastecimento 43, 44 (parte) 46, 47, 49, 50 e 51
segundo Embasa (2021). Desde 2014, foram realizadas algumas alterações para melhoria do
atendimento, dentre elas mudança na localização do Booster Stella Mares e a mudança no
entroncamento que fazia conexão com Booster Nova Brasília, ambos objetivando uma melhoria
operacional.

Figura 266 – Vista aérea do R20 pelo Google Earth

Fonte: Google Earth, 2020.

As características físicas e de funcionamento desse reservatório estão dispostas no Quadro 120.

Quadro 120 – Características do Reservatório R20


Características Reservatório R20
Cota do terreno (m) 69
Área total do terreno (m²) 7600
Tipo Apoiado
Material Concreto
Capacidade (m³) 8.700
Cota de fundo (m) 69,00
Cota de nível máximo (m) 77,00
Tipo de Medidor Ultrassônico
Número de Câmaras 1
Altura Total (m) 9,00

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

539
Características Reservatório R20
Altura Útil (m) 8,00
Status Ativo

Fonte: Embasa, 2020.

A Figura 267 apresenta o croqui atualizado do Setor R20, onde é possível observar, segundo
Embasa (2021), que todas as zonas atendidas por esse setor são 100% baixas.

Figura 267 – Croqui do Setor R20

Fonte: Adaptado Sedur, 2016; Embasa, 2021.

A Tabela 62 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição por


zona do Setor R20. Observa-se que o setor R20 possui uma extensão total de aproximadamente
532 Km, sendo o DN (mm) 50 o que possui maior extensão.

Tabela 62 – Informações de rede de distribuição do Setor R20


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
30 PVC 454,37 454,37
PEAD 22,74
32 11.591,14
PVC 11.568,39
R20 FoFo 249,17
(Fazenda 43 50 232.252,66
Grande III) PVC 232.003,49
PEAD 72,10
60 4.585,82
PVC 4.513,73
63 PEAD 15.436,97 15.676,27

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

540
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 239,30
70 PVC 10,51 10,51
DEFoFo 131,29
75 PEAD 40,05 42.004,60
PVC 41.833,25
75 PVC 1.435,57 1.435,57
85 PVC 230,01 230,01
DEFoFo 93,37
FoFo 5.839,80
100 PEAD 123,42 66.650,38
44 PVC 60.374,72
PVC PBA 219,07
DEFoFo 208,24
110 PEAD 6.022,53 7.782,79
PVC 1.552,02
130 PVC 91,67 91,67
DEFoFo 8.947,84
FoFo 6.094,26
PVC 23.013,00
46 150 PVC DEFoFo 1.289,11 43.266,77
PVC PBA 2.511,67
PVC VINILF 250,85
VINILFER 1.160,04
DEFoFo 622,75
FoFo 544,84
150 PEAD 1,42 5.229,69
PVC 1.358,51
PVC PBA 2.702,18
47 160 PVC 453,02 453,02
DEFoFo 1.752,24
FoFo 6.072,02
200 PVC 770,15 13.148,92
PVC DEFoFo 2.512,10
VINILFER 2.042,41
DEFoFo 1.083,77
FoFo 4.651,74
200 PVC 924,77 7.611,43
PVC DEFoFo 13,03
49 VINILFER 938,11
DEFoFo 1.941,21
FoFo 16.208,21
250 21.220,23
PVC 3.064,75
PVC DEFoFo 6,05

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

541
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
300 FoFo 13.135,20 13.135,20
DEFoFo 6.552,49
FoFo 13.117,92
300 20.105,20
PVC 423,48
PVC DEFoFo 11,31
50
350 FoFo 337,26 337,26
DEFoFo 92,47
400 FoFo 9.172,81 9.560,22
PVC 294,94
400 FoFo 37,03 37,03
FoFo 484,86
500 594,60
PVC 109,74
51 600 FoFo 11.532,73 11.532,73
700 FoFo 1.977,27 1.977,27
AÇO 927,98
1000 961,96
FoFo 33,98
Total (m) 531.937,31
Fonte: Embasa, 2020.

Reservatório R20

O Reservatório R20 (Figura 268) é de concreto do tipo apoiado composto de uma câmara com uma
capacidade total de 8.700 m³, é alimentado pela derivação da Adutora Principal, em seu trecho com
diâmetro de 1800mm, na altura do entroncamento da BA-528 com a BR-324. Inicialmente a
derivação tem trecho comum com a adução para o R14 apoiado, com diâmetro de 1.200mm,
subderivando desta linha para o R20 por meio de tubulação com diâmetro de 800 mm.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

542
Figura 268 – Vista do reservatório R20 (Fazenda Grande)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 269 – (A) Caixa de saída do R20 e (B) Tubulação de saída do R20

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na Figura 270 constam pontos de coleta de amostras para monitoramento da qualidade da água.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

543
Figura 270 – Ponto de coleta para monitoramento da qualidade da água na (A) entrada e (B)
saída do R20 (UMB)

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Durante a visita estava sendo executado o projeto paisagístico na área (Figura 271) e estava em
processo licitatório o projeto de recuperação das caixas e barriletes.

Figura 271 – Projeto paisagístico na área do reservatório R20 (UMB)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.1.3. Setor R23

O Setor R23 (Caji) atende ao município de Lauro de Freitas e algumas localidades de Salvador,
incluindo aeroporto e adjacências da rodovia CIA-Aeroporto. No que concerne a Salvador, esse
Setor atende a ZA – 45 (parte baixa) por meio do reservatório R23A e R23B. As ZA – 44 (parte) e
ZA – 48 são atendidas pela subadutora que abastece o R23 A e o R23 B, que consiste numa
derivação na adutora principal para o R7.

Para um melhor atendimento, o Centro de Reservação R23 foi subdividido em Centro de


Reservação R23A e R23B acompanhando as variações altimétricas existentes na região. Deste

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544
modo, o Centro de Reservação R23A atende predominantemente a Zona Baixa e o Centro de
Reservação R23B, por meio do reservatório elevado (R23BT) atenderá predominantemente as
Zonas Médias e Altas (Embasa, 2021).

Ressalta-se que os reservatórios apoiados do centro de reservação R23B também abastecem o


reservatório R23A, reforçando o volume de reservação que atende as zonas abastecidas pelo
R23A.

No momento da visita técnica (dezembro/2020), o Centro de Reservação R23B, que abriga dois
reservatórios apoiados, um elevado e uma estação elevatória ainda não estava 100% em operação.
Deste modo, assim que ele entrar em operação a zona 44 e 48 (parte de Salvador) que hoje é
atendida pela derivação da adutora principal será atendida pelo R23BT. A pendência para o R23BT
começar a operar é aquisição e instalação dos equipamentos relacionados à automação.

As características dos Reservatórios do setor R23 estão apresentadas no Quadro 121 e o croqui
na Figura 272.

Quadro 121 – Características dos Reservatórios do Setor R23


Características R23A R23B R23B-T
Cota do terreno (m) 64 82 82
Área total do terreno (m²) 4.619 9.050 9.050
Tipo Apoiado Apoiado Elevado
Material Concreto Concreto Concreto
Capacidade (m³) 17.400 17.400 500
Cota de fundo (m) 65,70 86,00 104,85
Cota de nível máximo (m) 73,70 94,00 109,55
Tipo de Medidor Ultrassônico Manômetro
Número de Câmaras 2 2 1
Altura Total (m) 9,00 9,00 5,70
Altura Útil (m) 8,00 8,00 4,70
Status Ativo Ativo Em Implantação
Fonte: Embasa, 2020.

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545
Figura 272 – Croqui do Setor R23

Fonte: Adaptado Sedur, 2014; Embasa, 2020.

Para as zonas que compõe o Setor R23 não foram fornecidas pela Embasa as informações sobre
diâmetro, material e extensão da rede de distribuição por zona, e, portanto, não foi possível
apresentar essas informações para esse setor.

Reservatório R23A

O reservatório R23A é mais antigo, recentemente junto com as obras do R23 B teve sua capacidade
de reservação duplicada. É do tipo apoiado com duas câmaras cada uma com 8.700 m³, totalizando
um volume de reservação de 17.400 m³, ambas estão situadas em uma área devidamente
identificada e cercada por muros de alvenaria (Figura 273). Toda a área do Centro de Reservação
R23A é identificada, conforme pode-se observar nos registros fotográficos que seguem.

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546
Figura 273 – Identificação do Centro de Reservação R23A

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 274 – Reservatório R23A com 2 câmaras de 8700 m³ (UMB)

Tubulação
de entrada
de água

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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547
Figura 275 – Caixa das tubulações de comunicação entre as duas câmaras de reservação

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 276 – Placas de identificação R23A (UMB) e de sinalização

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O reservatório possui telemetria, onde são realizadas medições de vazão e nível de forma
automatizada, cujo resultado vai direto para a PIPPE, conforme Figura 277.

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548
Figura 277 – Equipamentos de medição de (A) vazão e (B) nível integrados a PIPPE

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A Figura 278 mostra pontos de coleta para monitoramento da qualidade da água tratada do
reservatório R23A.

Figura 278 – Pontos de coleta para monitoramento da água do R23A (UMB)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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549
Reservatório R23B

O reservatório R23B entrou em operação em abril de 2020, ele é do tipo apoiado com duas câmaras
cada uma com 8.700 m³, totalizando um volume de reservação de 17.400 m³ (Figura 279).

Figura 279 – Reservatório R23B (UMB)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O R23B recebe água da ETA Principal e distribui apenas para o R23A, para aumentar seu volume.
Após ativação do R23B-T também será responsável pela sua alimentação por meio da EEAT.

Existe um by-pass que permitirá, caso necessário, que o R23B-T seja abastecido diretamente pela
ETA Principal. Trata-se do que os funcionários da Embasa chamam de Redundância, quando são
implementadas mais de duas soluções para o abastecimento de uma mesma região, deste modo
proporcionando uma maior segurança e flexibilização durante a operação de modo a garantir o
abastecimento da população.

A telemetria para monitoramento das vazões de entrada do reservatório e do nível está em


implementação, aguardando equipamentos de medição. O nível ainda é medido de forma manual
pelo operador, que envia as informações para alimentar a plataforma (PIPPE) automatizada da
Embasa.

Na Figura 280 observa-se um ponto de coleta de amostra para análise da qualidade da água do
R23B.

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550
Figura 280 – Ponto de coleta para monitoramento da água do R23B (UMB)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Reservatório R23B-T

O Reservatório R23B-T é do tipo elevado com um volume de reservação de 500 m³ (Figura 281) e
ainda não está em operação, assim como a Estação Elevatória de Água Tratada do R23B. Está
sendo realizado o processo de aquisição de equipamentos para medição de vazão e nível.

Quando estiver em operação, o R23B-T atenderá parte da localidade Fazenda Cassange, que se
encontra inserida dentro da APA do rio Joanes, Jardim das Margaridas e o Bosque das Bromélias
(considerada área de vulnerabilidade social), que atualmente são atendidas pela adutora ETA
Principal, o que corresponde a ZA-48 e parte da ZA-44 – zonas altas.

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Figura 281 – Reservatório R23B-T (UMB)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Figura 282 – (A) Caixa de saída do R23B-T (B) Tubulação de saída do R23B-T (UMB)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Figura 283 – EEAT R23B (UMB)

Subestação
de energia
elétrica

Tubulações
de entrada

Tubulação de
saída para o
R23BT

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.1.4. Adutora que abastece a ZA-42

Conforme informado anteriormente a ZA - 42 é abastecida diretamente pela adutora que sai da ETA
Teodoro Sampaio para abastecer o reservatório R1 (Duna). A Tabela 63 apresenta informações de
diâmetro material e extensão da rede de distribuição dessa zona, onde é possível observar que

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554
possui uma extensão total de aproximadamente 62,5Km, sendo o diâmetro de 100 mm o que possui
maior extensão.

Tabela 63 - Informações de rede de distribuição da ZA - 42


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 3.421,38 3.421,38
50 PVC 31.692,94 31.692,94
63 PEAD 1.237,61 1.237,61
75 PVC 3.407,12 3.407,12
DEFoFo 50,44
100 FoFo 2.628,23 11.299,81
PVC 8.621,13
110 PEAD 401,16 401,16
DEFoFo 2.588,83
Adutora 150 FoFo 1.091,21 4.953,65
ETA 42 PVC 1.273,61
Teodoro
Sampaio DEFoFo 1,81
200 30,91
x R1 FoFo 29,10
DEFoFo 22,57
250 53,89
FoFo 31,32
300 FoFo 2.321,25 2.321,25
350 FoFo 2.557,90 2.557,90
355 FoFo 145,31 145,31
400 FoFo 323,61 323,61
450 FoFo 131,66 131,66
600 FoFo 523,21 523,21
Total (m) 62.501,40
Fonte: Embasa, 2021.

7.2.5.2. Unidade Regional do Cabula

Na Unidade Regional do Cabula (UML) estão inseridos 2 Setores de Abastecimento, são eles: Setor
R7 (Cabula) e Setor R25 (Gomeia), totalizando 10 zonas de abastecimento (ZA) atendidas por meio
de 2 reservatórios. Outras três zonas (ZA 20, 21 e 31) são atendidas diretamente pela ETA Principal
por meio de derivações na Adutora Principal.

O Quadro 122 apresenta os Setores de Abastecimento da UML, as suas respectivas formas de


atendimento (reservatórios ou adutoras), as Zonas de Abastecimento atendidas por cada Setor,
assim como a extensão de rede e os locais atendidos.

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555
Quadro 122 – Setores e Zonas de Abastecimento pertencentes a UML
Extensão de
Setor Zona Localidades Atendidas
rede (m)
23 70.230,0 Liberdade, Pau Miúdo (Parte), Pero Vaz, Curuzu e Iapi
Saramandaia, Jardim Brasília, Resgate, Pernambués Cabula
25 98.634,8
(Parte)
26 44.217,0 Cabula (Parte), Narandiba (Parte)
R7 27 23.019,1 Tancredo Neves, São Gonçalo, Mata Escura e Calabetão
Cabula (Parte), Conjunto ACM, Arraial do Retiro,
29 33.885,9
Engomadeira
30 32.654,4 Saboeiro, Doron e Narandiba (Parte)
32 64.289,8 Susuarana Nova, Susuarana Velha e Novo Horizonte.
20 9.510,1 Bonfim (Parte Alta) e Monte Serrat (Parte)
Adutora ETA
Principal x R7 - Conjunto IAPETEC, Montserrat (parte), Calçada, Uruguai,
subadutora que Jardim Cruzeiro, Baixa do Fiscal, Lobato (parte),
21 175.636,1
abastece o R25 Massaranduba, Boa Viagem, Santa Luzia (parte), Ribeira,
Roma, Itapagipe, Mares
Adutora ETA
31 42.332,4 Calabetão, Santo Inácio e Mata Escura
Principal x R7
22 79.493,5 Gomeia, Boa Vista, São Caetano e Capelinha
Alto do Pará, Curuzu (parte), Bom Juá (parte), Av. Barros
R25
24 42.203,7 Reis (parte), Av. San Martin, Jaqueira e Baixinha de Santo
(Gomeia)
Antônio
28 33.707,1 Fazenda Grande e Alto do Peru
Fonte: Embasa, 2019.

No que concerne à distribuição essa unidade regional possui uma extensão total de 749,8km de
rede, cujo detalhamento de diâmetro e material será apresentado por setor de abastecimento.

Na Figura 321 apresenta-se o mapa onde é possível visualizar a abrangência de cada setor de
abastecimento, a delimitação de Prefeitura-bairro, assim como a presença de zonas especiais de
interesse social (ZEIS) na área de abrangência da UML. Observa-se que praticamente todo o
território abrangido pela UML possui áreas caracterizadas como ZEIS, com destaque para a área
abrangida pela PB Liberdade/ São Caetano e PB Cidade Baixa.

Na mesma figura estão identificados também os reservatórios que atendem os seus respectivos
setores de abastecimento (R7 e R25), além dos dois boosters que são utilizados no abastecimento
de alguns pontos críticos localizados nesta região.

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556
Figura 284 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UML

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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557
7.2.5.2.1. Setor R7

O Setor R7 (Cabula) é o maior Centro de Reservação e Distribuição do SIAA Salvador, sendo


atendido por meio de dois reservatórios R7 e R7T alimentados pela ETA Principal por meio da
adutora principal (ETA Principal-R7) e pelas ETA do Parque da Bolandeira. É responsável pelo
atendimento das Zonas 23, 25, 26, 27,29, 30 e 32.

Figura 285 – Centro de Reservação R07 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O Reservatório R7 é de concreto do tipo apoiado composto de quatro câmaras com uma capacidade
total de 36.000 m³, enquanto o R7T é de concreto do tipo elevado com capacidade volumétrica de
500 m³. As características físicas e de funcionamento desse Reservatório estão dispostas no
Quadro 123.

Quadro 123 – Características dos Reservatórios do Setor R7


Características R7 R7T
Cota do terreno 79 79
Área total do terreno (m²) 20.000 20.000
Tipo Apoiado Elevado
Material Concreto Concreto
Capacidade (m³) 36.000 500

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558
Características R7 R7T
Cota de fundo (m) 79,80 102,50
Cota de nível máximo (m) 91,80 107,50
Tipo de Medidor Ultrassônico Ultrassônico
Número de Câmaras 4 1
Altura Total (m) 13 6
Altura Útil (m) 12,00 5,00
Status Ativo Ativo

Fonte: Embasa, 2020.

Esse Setor foi concebido em projeto para que o reservatório apoiado R7 atendesse as zonas baixas
e o R7T as zonas altas, com cotas superiores a 50 m. No entanto, atualmente o reservatório elevado
tem atendido todas as zonas do Setor não se restringindo apenas as zonas altas, o que tem elevado
a demanda energética e, consequentemente, o custo operacional do sistema, visto que as áreas
baixas não precisariam ser atendidas pelo elevado. A Figura 286 apresenta o croqui do Setor R7
para facilitar o entendimento da atual situação operacional.

Figura 286 – Croqui do Setor R7 (Cabula)

Fonte: Adaptado Sedur, 2016; Embasa, 2021.

Segundo a Embasa toda a ZA-25 (100% baixa) atualmente abastecida pelo elevado (R7T) passará
a ser abastecida pelo reservatório apoiado (R7), a execução das obras está em andamento. E parte
da ZA-29 (parte do bairro São Gonçalo) também será atendida pelo RAD, projeto em andamento.

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559
A Tabela 64 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição por
zona de abastecimento do Setor R7. Observa-se que o setor R7 possui uma extensão total de
aproximadamente 334 Km de rede, sendo a ZA – 25, responsável pela maior extensão, em torno
de 98 km.

Tabela 64 – Informações de rede de distribuição do Setor R7


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 2.077,86 2.077,86
50 PVC 4.761,84 4.761,84
60 PVC 14.510,45 14.510,45
63 PEAD 2.369,63 2.369,63
75 PVC 328,50 328,50
85 PVC 1.029,59 1.029,59
FoFo 14.007,44
100 PEAD 485,27 18.928,78
PVC 4.436,06
FoFo 133,77
110 PEAD 1.195,50 12.502,41
PVC 11.173,14
DEFoFo 9,74
23 150 FoFo 1.542,74 1.680,87
PVC 128,39
FoFo 9,90
160 918,84
PVC 908,94
R7 FoFo 5.251,91
200 5.898,57
PVC 646,66
250 FoFo 185,87 185,87
300 FoFo 1.751,84 1.751,84
350 FoFo 49,03 49,03
400 FoFo 1.290,48 1.290,48
450 FoFo 325,81 325,81
500 FoFo 572,74 572,74
550 FoFo 220,00 220,00
600 FoFo 826,90 826,90
Extensão de rede da ZA-23 (m) 70.230,00
20 PVC 6,81 6,81
32 PVC 965,41 965,41
50 PVC 21.150,05 21.150,05
25 60 PVC 27.871,11 27.871,11
63 PEAD 2.468,67 2.468,67
63 PVC 35,80 35,80
75 PEAD 684,16 1.234,89

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Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 550,74
PEAD 9,05
85 2.637,43
PVC 2.628,38
FoFo 890,07
PEAD 26,80
100 6.343,14
PVC 5.397,59
VNF 28,68
FoFo 111,72
110 PEAD 10,26 6.831,38
PVC 6.709,39
FoFo 876,54
150 PVC 1.435,20 2.398,93
VNF 87,19
160 PVC 2.014,82 2.014,82
FoFo 2.636,40
200 2.713,34
PVC 76,94
250 FoFo 2.273,53 2.273,53
FoFo 291,49
300 7.840,65
NI 7.549,16
400 FoFo 1.604,10 1.604,10
450 FoFo 5.929,77 5.929,77
500 FoFo 59,33 59,33
600 FoFo 337,56 337,56
700 FoFo 3.491,18 3.491,18
800 FoFo 426,88 426,88
Extensão de rede da ZA-25 (m) 98.634,77
PEAD 40,09
32 2.024,35
PVC 1.984,25
50 PVC 6.273,67 6.273,67
60 PVC 17.837,83 17.837,83
63 PEAD 1.613,85 1.613,85
75 PVC 447,15 447,15
85 PVC 2.243,50 2.243,50
100 PVC 134,92 134,92
ZA-26
110 PVC 4.192,04 4.192,04
150 PVC 101,49 101,49
160 PVC 1.096,05 1.096,05
DEFoFo 510,53
FoFo 651,95
200 1.931,39
PVC 276,36
VNF 492,56
250 FoFo 1.639,73 1.746,45

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Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 106,72
300 FoFo 1.978,66 1.978,66
350 FoFo 15,17 15,17
400 FoFo 94,62 94,62
DEFoFo 219,62
500 2.392,82
FoFo 2.173,20
FoFo 62,76
600 93,07
PVC 30,32
Extensão de rede da ZA-26 (m) 44.217,03
32 PVC 2.380,20 2.380,20
50 PVC 4.733,36 4.733,36
60 PVC 8.698,07 8.698,07
63 PEAD 985,47 985,47
75 PVC 691,87 691,87
85 PVC 352,34 352,34
FoFo 57,59
100 911,75
PVC 854,17
27
110 PVC 644,01 644,01
150 PVC 407,73 407,73
160 PVC 768,97 768,97
200 FoFo 204,35 204,35
300 FoFo 748,16 748,16
315 PEAD 738,19 738,19
400 FoFo 749,51 749,51
500 FoFo 5,16 5,16
Extensão de rede da ZA-27 (m) 23.019,14
20 PVC 10,74 10,74
32 PVC 225,21 225,21
50 PVC 5.346,32 5.346,32
60 PVC 16.243,86 16.243,86
63 PEAD 999,49 999,49
75 PVC 694,72 694,72
85 PVC 689,52 689,52
100 PVC 1.137,37 1.137,37
29
110 PVC 1.909,28 1.909,28
150 PVC 64,57 64,57
160 PVC 1.904,95 1.904,95
DEFoFo 478,67
200 FoFo 159,86 744,80
PVC 106,28
250 FoFo 1.110,05 1.110,05
300 FoFo 16,64 16,64

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Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
400 FoFo 719,30 719,30
450 FoFo 195,09 195,09
DEFoFo 366,22
500 701,22
FoFo 335,01
600 FoFo 4,29 4,29
700 FoFo 459,88 459,88
800 FoFo 708,55 708,55
Extensão de rede da ZA-29(m) 33.885,86
25 PVC 5,90 5,90
32 PVC 774,12 774,12
50 PVC 4.502,86 4.502,86
60 PVC 11.203,10 11.203,10
63 PEAD 3.153,82 3.153,82
75 PVC 189,22 189,22
85 PVC 1.882,98 1.882,98
100 PVC 744,42 744,42
110 PVC 3.958,76 3.958,76
30
DEFoFo 80,67
150 FoFo 54,63 507,04
PVC 371,74
160 PVC 2.283,29 2.283,29
200 PVC 1.012,32 1.012,32
250 FoFo 480,42 480,42
300 FoFo 679,66 679,66
350 FoFo 547,39 547,39
400 FoFo 729,15 729,15
Extensão de rede da ZA-30 (m) 32.654,45
PEAD 21,59
32 2.450,43
PVC 2.428,85
50 PVC 9.169,17 9.169,17
60 PVC 22.436,85 22.436,85
63 PEAD 3.412,03 3.412,03
75 PVC 6.358,30 6.358,30
85 PVC 3.244,26 3.244,26
32 FoFo 227,04
100 PEAD 45,36 2.061,29
PVC 1.788,90
110 PVC 4.849,48 4.849,48
DEFoFo 564,20
FoFo 1.065,51
150 2.365,26
PVC 732,72
VNF 2,83

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

563
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
160 PVC 784,79 784,79
DEFoFo 476,16
FoFo 1.754,18
200 2.856,20
PVC 613,20
VNF 12,66
FoFo 2.199,73
250 2.409,51
PVC 209,79
DEFoFo 125,31 125,31
300
FoFo 987,95 987,95
400 FoFo 779,01 779,01
Extensão de rede da ZA-32 (m) 64.289,84
Extensão total de rede do setor (m) 334.276,64
Fonte: Embasa, 2020.

RESERVATÓRIO R07

O Reservatório R07 é do tipo apoiado com quatro câmaras, cada uma com 9.000 m³, totalizando
um volume de reservação de 36.000 m³. Ele recebe água da ETA Principal e da EEAT Alta Carga
do Parque da Bolandeira e alimenta a EEAT R07 e a Subadutora R7 – R15.

Atualmente, o R07 só tem sido abastecido pela adutora principal (Figura 287) e pela adutora da
EEAT Alta Carga do Parque Bolandeira. A entrada das adutoras que partem direto da ETA Teodoro
Sampaio está desativada, isso porque a EEAT na Teodoro Sampaio não está em funcionamento,
em virtude de melhorias que estão sendo executadas nas linhas de recalque dentro da própria área
da ETA TS e na travessia do riacho Bate Facho. Após ativação da EEAT Teodoro Sampaio, a
Embasa vai reavaliar a necessidade de reativação das duas adutoras para atendimento do R07.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

564
Figura 287 – (A) Caixa de chegada ETA Principal no R07 e (B) Tubulação de entrada da ETA
Principal no R07 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

É do R07 que parte a Subadutora R07-R15, conforme Figura 288, responsável por atender aos
Centros de Reservação R03, R05 e R19 e, também pelo abastecimento direto por distribuição em
marcha de outras zonas. A válvula de controle é operada com uma abertura de 60% diariamente.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

565
Figura 288 – Saída da Subadutora R7-R15 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Todas as quatro câmaras são comunicantes, ou seja, apresentam tubulações conectando fazendo
com que elas interajam como um único reservatório.

A medição de nível é realizada pela câmara D, tanto de modo automatizado, quanto de modo
manual pela régua (Figura 289). As adutoras de chegada, ETA Principal e Alta Carga, se entroncam
e abastecem o reservatório pela câmara D e o abastecimento da UMF parte da Câmara C.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

566
Figura 289 – Medição de nível do R07 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Durante o período da visita o guarda-corpo da câmara C estava sendo instalado, conforme Figura
290.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

567
Figura 290 – Instalação do guarda-corpo na câmara C

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A qualidade da água, incluindo a análise de cloro, na saída e na entrada do reservatório é analisada


em bancada duas vezes ao dia pela Embasa, cujos pontos de coleta são apresentados na Figura
291.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

568
Figura 291 – Ponto de coleta para monitoramento da água (A) na chegada ETA Principal (B)
na chegada Alta Carga (C) na saída das câmaras A, B e C (D) na saída da câmara D

A B

C D

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O R07 distribui água para a UMF e para a Estação Elevatória de Água Tratada R07 que recalca
para o R07T e para a Torre de Equilíbrio.

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA R07 (EEAT R07)

A EEAT R07 (Figura 292) conta com 4 CMB com 250 CV de potência cada (Figura 293) e opera em
regime de 3+1, sendo 3 (três) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva. Essa elevatória recebe
água do R07 e recalca para o R07T e para a Torre de Equilíbrio que distribui para as zonas de
abastecimento

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

569
Figura 292 – Estação Elevatória de Água Tratada R07 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As bombas são automatizadas, o chip do atuador permite que os dois estágios sejam utilizados: o
manual e o automático. No período que foi realizada a visita técnica (dez/2020), tinha ocorrido
episódio de vazamento recente o que ocasionou a queima do chip do autuador das bombas, sendo
necessário a operação manual, porém essa situação pontual já foi resolvida, retornando a operação
das bombas de forma automática, segundo a Embasa. Para impedir problemas semelhantes a esse,
a Embasa tem elevado o eixo das bombas (Figura 293), de modo a evitar que elas sejam danificadas
em caso de vazamento.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

570
Figura 293 – Conjuntos Motobombas EEAT R07 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

571
Figura 294 – (A) CMB com eixo normal (B) CMB com elevação do eixo (UML)

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A EEAT não é by-passada, no entanto, conta com um registro que permite isolar 2 (dois) CMB,
Figura 295.

Figura 295 – Registro para isolar 2 barriletes do CMB da EEAT R07 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A Estação Elevatória conta com dois Quadros de Comando, o da Figura 296 que controla os CMB
1, 2 e 4, e o da Figura 297 que controla o CMB 3. A demanda da estação elevatória é suprida tanto
por um transformador de poste (13kV) quanto por uma subestação de energia, ambas localizadas
no mesmo lote do centro de reservação R7.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

572
Figura 296 – Quadro de comando dos CMB 1, 2 e 4 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 297 – Quadro de comando do CMB 3 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

RESERVATÓRIO R07T E TORRE DE EQUILÍBRIO

O Reservatório R07T (Figura 298) é do tipo elevado com volume de reservação de 500 m³. A torre
de equilíbrio (Figura 299), funciona como reservatório de jusante, além disso tem a função de dar
carga na rede e atuar como uma proteção para as bombas da elevatória. Conforme croqui
atualizado em 2019, disponibilizado pela Embasa, ambas as estruturas abastecem em conjunto
tanto a parte alta quanto a parte baixa de todas as Zonas desse setor, a saber: 23, 25, 26, 27, 29,
30, 31 e 32.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

573
O PARMS (2016) sinalizou que além do aumento de custos operacionais por aumento de demanda
de energia elétrica, outro fator importante a ser observado e que ocorre sobremaneira no Setor R7
é o incremento de pressão desnecessário que é gerado pela forma de operação do sistema, quando
à malha distribuidora das zonas baixas é imposta uma sobrepressurização em decorrência do
abastecimento pelo Reservatório Elevado (R7T). Segundo a Embasa (2021) existem obras em
execução e projetos para abastecimento das ZA-25 e parte da ZA-29 por meio dos reservatórios
apoiados para melhorar esta condição.

Figura 298 – Reservatório R07T (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

574
Figura 299 – Torre de Equilíbrio (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A rede de distribuição conta com macromedições em diferentes locais, que não necessariamente
coincidem com a setorização das zonas hoje existentes, mas que auxiliam na operação e no
controle do índice de perdas da Embasa. Essas macromedições fornecem a vazão e pressão de
forma automatizada através do tubo de Pitot ou do medidor ultrassônico e o resultado vai direto
para a PIPPE, cujo monitoramento é realizado na Sala de Operações.

Os registros fotográficos a seguir apresentam algumas macromedições que ocorrem dentro do lote
do Centro de Reservação do Cabula.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

575
Figura 300 – Medição com telemetria – Saída São Gonçalo (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

576
Figura 301 – Medição com telemetria - Saída Pernambués (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 302 – Medição com telemetria – Saída José Marcelino (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

577
Figura 303 – Medição com telemetria – Saída Liberdade (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 304 –Ponto de monitoramento de pressão e de coleta para monitoramento da água -


Saída para a Liberdade

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

578
7.2.5.2.2. Setor R25

O Parque de Reservação R25 situa-se no bairro de São Caetano, nas proximidades da BR-324,
sendo alimentado por derivação de 800 mm da Adutora Principal, com tomada de água em seu
trecho de 1.200 mm (SEDUR, 2014).

O Setor R25 foi concebido com duas zonas de pressão, prevendo o atendimento da Zona Baixa
(cotas menores ou iguais a 50,0 m) por meio de um Reservatório Apoiado, com capacidade de
8.700 m³, e da Zona Alta (cotas superiores a 50,0 m) mediante um Reservatório Elevado, com
volume de 1.000 m³. Porém, o reservatório apoiado ficou um período inativo, em virtude de
problemas operacionais, que já foram sanados, aguardando apenas intervenção na linha de
distribuição para entrar em operação novamente. O Quadro 124 apresenta as características físicas
e de funcionamento desses dois reservatórios

Quadro 124 – Características do Reservatório do Setor R25


Características R25 R25T
Cota do terreno 77 77
Área total do terreno (m²) 15.000 15.000
Tipo Apoiado Elevado
Material Concreto Concreto
Capacidade (m³) 8.700 1.000
Cota de fundo (m) 79 105,50
Cota de nível máximo (m) 87 111,10
Tipo de Medidor Ultrassônico Ultrassônico
Número de Câmaras 1 1
Altura Total (m) 8,00 5,60
Altura Útil (m) 8,00 5,60
Status Inoperante Ativo

Fonte: Embasa, 2020.

Esse setor atende as Zonas de Abastecimento 22 e 28 por meio do Reservatório R25T que recebe
água da EEAT que recalca diretamente da adutora principal, visto que atualmente, o reservatório
apoiado R25 está by-passado. E a ZA-24 é atendida diretamente por uma derivação na adutora
principal, porém após a reativação do R25 será abastecida por este e as demais zonas
permanecerão da mesma forma. A Figura 305 apresenta o croqui do Setor R25 para facilitar o
entendimento da atual situação operacional.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

579
Figura 305 – Croqui do Setor R25

Fonte: Embasa, 2021.

A Tabela 65 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição por


zona do Setor R7. Observa-se que o setor R25 possui uma extensão total de aproximadamente 155
Km de rede, sendo a ZA – 22, responsável pela maior extensão de rede, em torno de 79 km.

Tabela 65 – Informações de rede de distribuição do Setor R25


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 3665,49 3.665,49
50 PVC 12624,19 12.624,19
60 PVC 16218,75 16.218,75
63 PEAD 2411,42 2.411,42
75 PVC 468,67 468,67
85 PVC 1328,57 1.328,57
FoFo 4803,41
100 5.579,93
PVC 776,52
R25
22 FoFo 305,23
(Gomeia) 110 21.698,09
PVC 21392,86
DEFoFo 740,96
150 FoFo 1871,75 4.154,22
PVC 1541,51
160 PVC 3709,92 3.709,92
FoFo 1061,19
200 1.614,02
PVC 552,82
250 FoFo 1175,78 1.260,70

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

580
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 84,92
300 FoFo 1563,68 1.563,68
350 FoFo 20,91 20,91
400 FoFo 601,89 601,89
550 FoFo 627,53 627,53
600 FoFo 1032,40 1.032,40
700 FoFo 913,15 913,15
Extensão de rede da ZA- 22 (m) 79.493,51
32 PVC 1407,64 1.407,64
50 PVC 4544,44 4.544,44
60 PVC 8255,14 8.255,14
63 PEAD 1114,05 1.114,05
75 PVC 418,16 418,16
85 PVC 1701,22 1.701,22
FoFo 1748,15
100 3.812,98
PVC 2064,83
FoFo 19,80
110 PEAD 199,05 7.151,87
PVC 6933,02
DEFoFo 306,50
24 150 FoFo 2741,59 3.618,85
PVC 570,76
160 PVC 1560,06 1.560,06
FoFo 1311,16
200 1.350,32
PVC 39,17
FoFo 1306,82
250 1.319,19
PVC 12,37
300 FoFo 3073,60 3.073,60
350 FoFo 6,55 6,55
400 FoFo 973,95 973,95
450 FoFo 21,55 21,55
500 FoFo 646,84 646,84
550 FoFo 1227,34 1.227,34
Extensão de rede da ZA - 24 (m) 42.203,74
32 PVC 3161,11 3.161,11
50 PVC 11673,81 11.673,81
60 PVC 6837,19 6.837,19
63 PEAD 322,64 322,64
28 75 PVC 292,18 292,18
85 PVC 429,40 429,40
FoFo 2092,85
100 2.985,90
PVC 893,05
110 PVC 3512,54 3.512,54

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

581
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
150 FoFo 703,54 703,54
150 PVC 482,56 482,56
160 PVC 526,79 526,79
200 FoFo 1353,44 1.353,44
200 PEAD 17,16 17,16
200 PVC 10,08 10,08
250 FoFo 626,82 626,82
300 FoFo 771,96 771,96
Extensão de rede da ZA-28 (m) 33.707,13
Extensão total de rede do Setor (m) 155.404,38

Fonte: Embasa, 2020.

RESERVATÓRIO R25

O Reservatório R25 é do tipo apoiado com um volume de reservação de 8.700 m³. A estrutura foi
desativada por conta de um vazamento que estava ocorrendo. Durante visita (dez/2020) foi
informado que a Embasa já havia concluído o projeto de recuperação da estrutura civil desse RAD,
no entanto para entrar em carga será necessário a implantação da linha de distribuição direta do
R25 para a ZA-24.

Para a execução dessa obra será necessária uma parada momentânea na rede de distribuição.
Nesse sentido, a Embasa programou a implantação dessa linha para após o período do verão, que
é o de maior consumo, para diminuir os transtornos à população. Após conclusão dessa obra, a
previsão é que o by-pass do R25 seja fechado e que o reservatório passe a distribuir água para a
EEAT R25 e, diretamente, para a ZA-24, que está sendo abastecida diretamente com a carga
hidráulica da adutora principal.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

582
Figura 306 – Reservatório R25 (UML)

Extravasor

Tubulação
de Entrada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Conforme sinalizado anteriormente, atualmente, o reservatório está by-passado (Figura 307), mas
ainda conta com as estruturas de aferição de nível e cloro (Figura 308). Além disso, tem sido
executadas obras de revitalização de alguns elementos metálicos, como escada, conforme Figura
309.

Figura 307 – (A) Tubulação de entrada do R25 e (B) By-pass do R25

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

583
Figura 308 – Medidor de nível e Analisador de Cloro Residual do R25 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 309 – Revitalização elementos metálicos do R25

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

584
ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA R25 (EEAT R25)

A Estação Elevatória do R25 (Figura 310) conta com 4 CMB com 175 CV de potência cada e opera
em regime de 2+2, sendo 2 (dois) CMB em operação e 2 (dois) CMB reserva (Figura 311). As
bombas operam em paralelo em regime de 24h, com o acionamento e o controle de rotação feitos
por meio do inversor de frequência (Figura 312).

Figura 310 – Estação Elevatória de Água Tratada R25 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Atualmente, a EEAT R25 recebe água direto da adutora principal e recalca para o R25T – para
abastecer as ZAs 22 e 28. Após a reativação do reservatório apoiado (R25), a EEAT R25 passará
a operar recebendo água desse reservatório.

Ressalta-se que após reativação do R25, as estruturas de by-pass não serão removidas, permitindo
que a Estação Elevatória tenha duas opções de fornecimento, proporcionando maior flexibilidade e
segurança durante a operação.

A demanda da estação elevatória é suprida por uma subestação de energia (Figura 314). O Centro
de Reservação R25 está inserido em Área de Vulnerabilidade Social (AVS), já tendo sido alvo de
furtos da fiação elétrica e de pequenos atos de vandalismos.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

585
Figura 311 – Conjuntos Motobombas EEAT R25 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

586
Figura 312 – Inversor de Frequência da EEAT R25 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 313 – Quadro de comando EEAT R25 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

587
Figura 314 – Subestação de energia EEAT R25 (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

RESERVATÓRIO R25T

O Reservatório R25T (Figura 315) é do tipo elevado com volume de reservação de 1.000 m³ e
abastece as Zonas 22 e 28.

Figura 315 – Reservatório R25T (UML)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

588
Cada uma das zonas conta com macromedições para auxiliar na operação e no controle do índice
de perdas da Embasa. Essas macromedições fornecem a vazão e pressão de forma automatizada
por meio do medidor ultrassônico, cujo resultado vai direto para a PIPPE.

Os registros fotográficos a seguir apresentam algumas macromedições que ocorrem dentro do lote
no Centro de Reservação Goméia.

Figura 316 – Monitoramento de vazão na entrada da ZA-22

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 317 – Monitoramento da vazão na entrada da ZA-28

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na Figura 318 constam pontos de coleta para monitoramento da qualidade da água na área do R25.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

589
Figura 318 – Ponto de coleta para monitoramento da água na saída do R25T para (A) as ZAs
22 e 28e (B) da ZA-24

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.2.3. Adutora ETA Principal x R7

Conforme informado anteriormente algumas zonas são abastecidas pela adutora principal x R7 e
outras pela subadutora do R25.

A Tabela 66 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição das


zonas abastecidas pela subadutora que abastece o R25, onde é possível observar que possui uma
extensão total de aproximadamente 185 Km, sendo a ZA-21 que possui maior extensão de rede.

Tabela 66 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela adutora principal
x R7 – subadutora R25
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
Adutora ETA 32 PVC 50,98 50,98
Principal x R7 20 50 PVC 2.617,33 2.617,33
- subadutora 60 PVC 15,48 15,48

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

590
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
que abastece 63 PEAD 215,05 215,05
o R25 75 PVC 779,97 779,97
FoFo 501,14
100 PEAD 329,43 4.257,11
PVC 3.426,54
110 PVC 28,17 28,17
150 DEFoFo 771,45 771,45
200 DEFoFo 449,27 449,27
DEFoFo 306,19
250 325,25
FoFo 19,06
Extensão de rede da ZA (m) 9.510,06
32 PVC 8485,82 8.485,82
50 PVC 19930,47 19.930,47
60 PVC 17694,65 17.694,65
63 PEAD 1555,44 1.555,44
75 PVC 2136,44 2.136,44
85 PVC 2374,21 2.374,21
FoFo 9271,03
100 PEAD 5,07 27.470,18
PVC 18194,08
FoFo 445,40
110 PEAD 433,79 40.672,22
PVC 39793,04
DEFoFo 3869,50
150 FoFo 8607,39 14.671,30
PVC 2194,41
FoFo 20,64
21 160 3.357,49
PVC 3336,85
DEFoFo 1125,45
200 FoFo 4756,12 6.054,46
PVC 172,89
DEFoFo 1706,82
250 6.155,95
FoFo 4449,12
DEFoFo 55,33
300 11.784,38
FoFo 11729,05
315 PEAD 2266,66 2.266,66
FoFo 3784,23
350 3.984,66
PVC 200,43
FoFo 2163,53
400 3.123,43
PRFV 959,90
450 FoFo 2351,09 2.351,09
500 FoFo 1488,70 1.488,70
550 FoFo 78,56 78,56

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

591
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
Extensão de rede da ZA (m) 175.636,14
Total geral do Setor (m) 185.146,20
Fonte: Embasa, 2020.

Na ZA-21 existe o Booster Joanes/Lobato (Figura 319), que possui 1 (uma) bomba em operação
que recalca a água da ZA-21 para um ponto mais elevado dessa mesma zona, correspondente a
Rua das Palmeiras, para assegurar que a água chegue na pressão preconizada na legislação.

Próximo ao booster existe um ponto de telemetria cujo monitoramento é de responsabilidade de


uma empresa terceirizada.

O abastecimento na Rua das Palmeiras pode ser prejudicado porque, além das altas cotas as
residências, de modo geral, não possuem reservatórios para suprir demandas momentâneas em
caso de manutenção da rede.

A falta de energia e a parada de funcionamento do Booster Joanes/ Lobato não é usual, mas quando
ocorre a região ainda passa a ser atendida por outra tubulação; no Alto do Peru (ZA-28), em São
Caetano, existe um by-pass que permite o abastecimento da parte alta da ZA-21.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

592
Figura 319 – (A) Quadro elétrico do Booster Joanes/Lobato (B) Caixa do Booster
Joanes/Lobato (C) Booster Joanes/Lobato (UML)

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na ZA 20 também existe um booster, o Booster Bonfim, que possui 1 (uma) bomba em operação e
1 (uma) reserva que recalca a água da ZA-21 para um ponto mais elevado da ZA-20,
correspondente a 1ª, 2ª e 3ª Barreiras, Igreja Bonfim ao Hospital Sagrada Família e Rua Plínio de
Lima, para assegurar que a água chegue na pressão preconizada na legislação.

A falta de energia e a parada de funcionamento do Booster Bonfim não é usual, porém, quando
ocorre a maior parte da ZA-20 fica sem abastecimento. No entanto, diferentemente de outras
localidades, a maior parte das residências possuem reservatórios que suprem a demanda até a
situação se reestabelecer. Além disso, a bomba possui um sistema de retorno automático da
operação.

A bomba foi protegida por uma estrutura que permite a ventilação, essa medida foi adotada porque
nos períodos de chuva a rua alaga podendo danificar o equipamento. Próximo ao booster existe um
ponto de telemetria cujo monitoramento é de responsabilidade de uma empresa terceirizada.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

593
Figura 320 – (A) Quadro elétrico do Booster Bonfim (B) Caixa do Booster Bonfim (C)
Booster Bonfim (UML)

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A Tabela 67 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição da ZA-


31, abastecida diretamente pela adutora principal x R7, que possui extensão total em torno de 42
km.

Tabela 67 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela adutora principal
x R7
Extensão Extensão Total
Setor Zona DN (mm) Material
(m) (m)
32 PVC 1564,88 1564,88
50 PVC 11489,51 11489,51
60 PVC 11148,18 11148,18
63 PEAD 2631,72 2631,72
75 PVC 2362,55 2362,55
85 PVC 802,88 802,88
Adutora 100 PVC 1567,02 1567,02
ETA
31 FoFo 79,51
Principal x 110 4.678,42
R7 PVC 4598,91
DEFoFo 730,13
150 FoFo 776,33 1.761,25
PVC 254,80
160 PVC 679,02 679,02
FoFo 1303,54
200 1.410,36
PVC 106,82

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

594
Extensão Extensão Total
Setor Zona DN (mm) Material
(m) (m)
FoFo 212,17
250 438,53
PVC 226,36
300 FoFo 939,02 939,02
400 FoFo 859,06 859,06
Total (m) 42.332,41
Fonte: Embasa, 2020.

7.2.5.3. Unidade Regional da Federação

Na Unidade Regional da Federação (UMF) estão inseridos 4 Setores de Abastecimento, são eles
Setor R3 (Caixa d’Água), Setor R5 (Garcia), Setor R15 (Federação) e o Setor R19 (Campinas de
Brotas) que atendem bairros de Salvador, totalizando 08 Zonas de Abastecimento (ZA) atendidas
integralmente por reservatórios e outras 07 zonas que são atendidas diretamente pela Subadutora
R7-R15, que segundo o PARMS (2016) era estabelecida de forma provisória, porém perdura até o
momento.

O Quadro 125 apresenta os Setores de Abastecimento da UMF, as suas respectivas formas de


atendimento (reservatórios ou adutoras), as Zonas de Abastecimento atendidas por cada Setor,
assim como a extensão de rede e os locais atendidos.

Quadro 125 – Setores e Zonas de Abastecimento pertencentes a UMF


Setor de Zona de Extensão
Localidades Atendidas
abastecimento abastecimento de rede (m)
ZA - 04 22.760,5 Água de Meninos, Comércio e Calçada (parte)
ZA - 06 18.686,6 Nazaré (Parte), Saúde, Macaúbas, Lanat e Barbalho
R3 Santo Antônio (parte), Liberdade (parte), Lapinha,
(Caixa D' Água) ZA - 07 72.788,6 Queimadinho, Cidade Nova, Pau Miúdo (Parte), Caixa D’
Água e Japão
ZA - 11 (parte) 4.614 Baixa de Quintas
Baixa dos Sapateiros, Aquidaban, Barroquinha, Djalma
ZA - 11 (parte) 15.932 Dutra, Sete Portas, Dois Leões, Baixa de Quintas e
Santo Agostinho (parte)
ZA - 08 59.592,7 Brotas, Daniel Lisboa, Bonocô (parte), e Acupe (parte)
Bonocô (Parte), Santa Teresa, Baixa do Tubo, Cosme de
ZA - 09 35.736,4
Farias
Subadutora R7
Matatu, Bandeirantes, Luis Anselmo, Vila Laura, Santo
x R15 ZA - 10 37.571,4
Agostinho (Parte) e Galés
Pau Miúdo (Parte), Av. Barros Reis (parte), Rua
ZA - 12 9.256,8
Madalena Paraguassu
Campina de Brotas, Alto da Saldanha, Jardim Caiçara,
ZA - 13 8.821,3
Polêmica (parte) e Bela Vista (parte alta)
ZA - 15 48.989,4 Bonocô (parte), Ogunjá e Vasco da Gama (parte
Garcia (Parte), Barroquinha, Sodré, Mouraria, Nazaré
R5 (Garcia) ZA - 03 66.711,0
(Parte), Barris, Santo Antônio (Parte), Carmo, Av. Sete

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

595
Setor de Zona de Extensão
Localidades Atendidas
abastecimento abastecimento de rede (m)
de Setembro, Politeama (São Raimundo), Centro
Histórico (Pelourinho), Tororó, São Pedro, Carlos Gomes
e 2 de Julho
Ondina, Roca da Sabina, Av. Centenário, Barra (parte),
ZA - 01 47.738,2
Chame-Chame, Calabar, e Av. Garibaldi
Federação, Jardim Atlântica, Graça, Engenho Velho
R15 Federação, Canela, São Lázaro (zona alta), Jardim
ZA - 02 127.661,2
(Federação) Apipema, Vitória, Barra (zona alta), Campo Grande e
Morro do Gato
Fonte Nova, Dique do Tororó, Av. Vasco da Gama, Lapa,
ZA - 05 19.162,8
Bonocô (parte) e Acupe (parte)
Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, Ondina (parte),
Nordeste de Amaralina, Chapada do Rio Vermelho,
R19
ZA - 14 126.337,0 Pituba (parte), Loteamento Bela Vista, Av. Acm (parte),
(Brotas)
Candeal (parte), Amaralina (parte), Rio Vermelho (parte),
Itaigara (parte) e Iguatemi (parte)
Fonte: Embasa, 2019.

No que concerne à distribuição, a unidade regional da Federação (UMF) possui uma extensão total
de 724,3km de rede, cujo detalhamento de diâmetro e material será apresentado por setor de
abastecimento. Salienta-se que no caso da ZA - 11 que é atendida por mais de uma forma, seja
pelo setor R03 ou diretamente por derivação na subadutora, a extensão de rede dessa zona foi
discriminada igualmente, visto que não foi informado qual a porcentagem correspondente a cada
um.

A Figura 321 apresenta o mapa onde é possível visualizar a abrangência de cada setor de
abastecimento, a delimitação de Prefeitura-bairro, assim como a presença de zonas especiais de
interesse social (ZEIS) na área de abrangência da UMF. Observa-se que praticamente todo o
território abrangido pela UMF possui áreas caracterizadas como ZEIS.

Na mesma figura estão identificados também os reservatórios que atendem os seus respectivos
setores de abastecimento (R3, R5, R15 e R19), além do booster que é utilizado no abastecimento
de alguns pontos críticos localizados nesta região.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

596
Figura 321 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UMF

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

597
Nos itens a seguir será a apresentada a descrição detalhada das infraestruturas dos setores de
abastecimento de água da UMF.

7.2.5.3.1. Setor R3

O Setor R3 (Caixa d’Água) é atendido por dois Reservatório R3 e R3T, que são alimentados pela
subadutoras R7-R15 com a tubulação de aço de 700 mm. O centro de Reservação da Caixa D’Água,
onde ficam locados esses reservatórios, está localizado no antigo Parque do Queimado, antes sob
administração da empresa privada, Companhia do Queimado, responsável pelo serviço de
abastecimento de água potável da cidade (Embasa, 2013).

No Parque foi instalado, entre os anos de 1853 e 1857, dois reservatórios metálicos (Figura 322),
que deram origem ao nome do bairro Caixa D’Água. Em 1.856 foi construído o primeiro reservatório
de alvenaria do Brasil, denominado Cruz do Cosme (Figura 323).

Figura 322 – Resquícios dos antigos reservatórios metálicos do Parque do Queimado

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 323 – Primeiro reservatório de alvenaria do Brasil, Cruz do Cosme

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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598
Na mesma área está localizado o Centro de Memória da Água (CMA) (Figura 324), inaugurado em
1989, e o Museu Arqueológico da Embasa (MAE) (Figura 325). O MAE foi tombado pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e conta com peças de grande valor histórico,
inventariadas e catalogadas por equipes de arqueólogos.

Figura 324 – Centro de Memória da Água (CMA)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 325 – Museu Arqueológico da Embasa (MAE)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O Reservatório R3 é de alvenaria de pedra do tipo apoiado e abastece a Zona Baixa, enquanto o


R3T é de concreto do tipo elevado e atende as zonas altas. Os reservatórios são interligados por
uma Estação Elevatória com capacidade de 1.200 m³/h e com 3 Conjuntos Motobombas. As
características físicas e de funcionamento desses reservatórios estão dispostas no Quadro 126.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

599
Quadro 126 – Características dos Reservatórios do Setor R3
Características R3 R3T
Cota do terreno 71 71
Área total do terreno (m²) 19.500 19.500
Tipo Apoiado Elevado
Material Alvenaria de Pedra Concreto
Capacidade (m³) 10.000 700
Cota de fundo (m) 71,00 94,10
Cota de nível máximo (m) 74,00 99,50
Tipo de Medidor Ultrassônico Célula Capacitiva de Nível
Número de Câmaras 2 1
Altura Total (m) 4,00 6,40
Altura Útil (m) 3,00 5,40
Status Ativo Ativo
Fonte: Embasa, 2020.

Segundo croqui disponibilizado pela Embasa esse setor atende as Zonas de Abastecimento ZA-04
e ZA-11 (parte - 20,45%) por meio do Reservatório Apoiado (R3) e as zonas ZA-06 e ZA-07 pelo
reservatório elevado (R3T). Observa-se que a ZA-11 possui duas formas de abastecimento, 20,45%
pelo reservatório apoiado e 79,55% pela derivação na subadutora R7xR15. A Figura 286 apresenta
o croqui do Setor R03 para facilitar o entendimento da atual situação operacional.

Figura 326 – Croqui do Setor R03

Fonte: Adaptado Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

600
A Tabela 68 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição por
zona de abastecimento do Setor R3. Observa-se que o setor R3 possui uma extensão total de
aproximadamente 114 Km de rede, sendo a ZA-07, responsável pela maior extensão, em torno de
72,8 km.

Tabela 68 – Informações de rede de distribuição do Setor R3


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 1.586,34 1.586,34
FoFo 8,23
50 3.218,98
PVC 3.210,75
PEAD 205,89
63 223,11
PVC 17,21
75 PVC 400,30 400,30
FoFo 4.548,21
100 PEAD 331,73 6.661,51
ZA -04 PVC 1.781,58
110 PVC 183,00 183,00
FoFo 3.108,98
150 3.429,53
PVC 320,55
200 FoFo 686,21 686,21
250 FoFo 131,87 131,87
FoFo 5.027,82
300 5.188,63
PVC 160,81
350 FoFo 1.051,02 1.051,02
R3 Extensão de rede da ZA-04- (m) 22.760,50
(Caixa D' 25 PVC 11,75 11,75
Água) 32 PVC 227,86 227,86
50 PVC 1.866,84 1.866,84
FoFo 30,69
63 PEAD 365,83 560,22
PVC 163,70
75 PVC 314,32 314,32
FoFo 6.074,68
100 PEAD 747,81 9.184,51
ZA -06 PVC 2.362,01
FoFo 16,19
110 30,22
PVC 14,03
FoFo 1952,59
150 2.695,22
PVC 742,64
FoFo 80,19
160 390,88
PVC 310,69
200 FoFo 375,92 375,92
250 FoFo 1726,47 1.726,47
300 FoFo 572,01 572,01

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

601
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
400 FoFo 240,48 240,48
450 FoFo 277,69 277,69
600 FoFo 212,20 212,20
Extensão de rede da ZA-06 (m) 18.686,57
32 PVC 3.148,34 3.148,34
FoFo 270,68
50 20.251,27
PVC 19.980,58
60 PVC 5,51 5,51
PEAD 961,58
63 2.300,10
PVC 1.338,52
75 PVC 914,59 914,59
85 PVC 1.919,13 1.919,13
FoFo 13.591,93
100 PEAD 1.241,72 25.776,89
PVC 10.943,25
FoFo 141,66
110 PEAD 856,68 1.538,65
PVC 540,31
ZA -07
FoFo 1.938,61
150 3.470,11
PVC 1.531,50
FoFo 1.959,75
200 2.296,08
PVC 336,33
FoFo 1.379,37
250 1.399,43
PVC 20,06
FoFo 4.442,77
300 4.503,45
PVC 60,67
FoFo 1.106,38
400 1.227,18
PVC 120,80
450 FoFo 3.658,35 3.658,35
500 FoFo 210,22 210,22
600 FoFo 166,27 166,27
700 FoFo 3,02 3,02
Extensão de rede da ZA-07 (m) 72.788,58
32 PVC 454 454
50 PVC 532 532
75/85 PVC 517 517
PVC 919
Za-11
100 PEAD 80 2.274
(parte)
Fº Fº 1.275
150 Fº Fº 261 261
400 Fº Fº 244 244
450 Fº Fº 332 332
Extensão de rede da ZA-11 (m) 4.614,00

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

602
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
Total geral do Setor (m) 118.849,66
Fonte: Embasa, 2020.

RESERVATÓRIO R03

O Reservatório R03 (Figura 327) é do tipo enterrado com duas câmaras de 5.000 m³, totalizando
um volume de reservação de 10.000 m³, ele recebe água do R07, por meio de uma derivação da
subadutora R7-R15 e distribui para a EEAT R03 e diretamente para a ZA-04 e parte da ZA-11
(parte). Entre as duas câmaras existe sistema de vasos comunicantes, ou seja, uma tubulação
conectando ambas as câmaras fazendo com que elas interajam como um único reservatório.

Figura 327 – Vista da área onde fica o reservatório R03 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As figuras a seguir apresentam as tubulações de entrada para as câmaras do reservatório R03.


Antes da derivação para a Câmara B ocorre a recloração da água. Após instalação do sistema de
recloração, o cloro passará a ser produzido pelo gerador de hipoclorito de sódio in loco, com o
funcionamento igual ao que ocorre no Centro de Reservação R15, onde a válvula de controle para
adição de cloro funciona automaticamente, em função da concentração de cloro aferida em tempo
real, 24h por dia, conforme já é realizado no R5 (Garcia) e R15 (Federação).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

603
Figura 328 – (A) Caixa de entrada (B) Ponto de recloração (C) Derivação de entrada da
Câmara B R03 (UMF)

B C

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

604
Figura 329 – Local que abrigará o sistema de recloração do R03 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 330 – Entrada para a Câmara A do R03 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As medições de vazões de entrada e saída, bem como o nível do reservatório, são realizadas por
sistema de telemetria, ou seja, esses valores são medidos de forma automatizada e o resultado vai

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

605
tanto para o display, localizado na EEAT R03 e monitorado pelo operador da Embasa, como para
a PIPPE – conforme Figura 331.

Figura 331 – (A) Medidor de nível R03 e (B) de vazão de chegada

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA R03

A Estação Elevatória (Figura 332) possui 4 CMB, com potência de 250 CV cada e opera em regime
de 1+3, sendo 1 (um) CMB em operação e 3 (três) CMB reserva, sendo que desses 4 CMB, 2 CMB
estão ligados a câmara A e 2 CMB a Câmara B. Como ambas as câmaras estão conectadas por
sistema de vasos comunicantes, é necessário que apenas a saída de uma das câmaras esteja
conectada ao CMB para que a água do R03 seja recalcada para o R03T.

A demanda da estação elevatória é suprida por uma subestação presente no lote. A unidade não
possui gerador, mas as quedas de energia não são usuais.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

606
Figura 332 – Conjuntos motobombas EEAT R03 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


RESERVATÓRIO R03T

O Reservatório R03T (Figura 333) é do tipo elevado com volume de reservação de 700 m³ e atende
as ZAs 06 e 07.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

607
Figura 333 – Reservatório R03T (UMF) e saídas para as ZAs 06 e 07

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.3.2. Setor R5

O Setor R5 (Garcia), responsável pelo atendimento da ZA-03, é suprido pelo Reservatório elevado
(R5T) de concreto do tipo elevado composto de 1 câmara com uma capacidade total de 500 m³ -
que é alimentado por uma derivação na Subadutora R7-R15. As características desse reservatório
constam no Quadro 127 e a vista aérea na Figura 334.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

608
Figura 334 – Vista aérea do centro de Reservação R5 (Garcia)

Fonte: Google Earth, 2020.

Quadro 127 – Características do Reservatório do Setor R5


Informações R5T
Cota do terreno 61
Área total do terreno (m²) 2.700
Tipo Elevado
Material Concreto
Capacidade (m³) 500
Cota de fundo (m) 92,20
Cota de nível máximo (m) 96,20
Tipo de Medidor Ultrassônico
Número de Câmaras 1
Altura Total (m) 5,00
Altura Útil (m) 4,00
Status Ativo

Fonte: Embasa, 2020.

Segundo informações da Embasa esse setor atende a ZA-03, considerada 100% alta, por meio do
Reservatório elevado (R5T), conforme pode-se observar na Figura 335 que apresenta o croqui
desse setor para facilitar o entendimento da atual situação operacional.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

609
Figura 335 – Croqui do Setor R05

Fonte: Adaptado Sedur, 2016; Embasa, 2021.

A Tabela 69 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição da ZA-


03 atendida pelo Setor R5. Observa-se que essa zona possui uma extensão total de
aproximadamente 66,71 Km de rede, sendo o diâmetro de 100mmm o que possui maior extensão,
em torno de 31,11 Km.

Tabela 69 – Informações de rede de distribuição do Setor R5


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 36,02
32 1.482,10
PVC 1.446,08
FoFo 289,11
50 6.307,09
PVC 6.017,97
PEAD 904,33
63 2.383,17
PVC 1.478,83
FoFo 593,11
75 1.282,24
R5 (Garcia) 3 PVC 689,12
FoFo 28.044,23
100 PEAD 130,71 31.112,10
PVC 2.937,16
110 PVC 1.049,02 1.049,02
FoFo 5.235,46
150 5.403,25
PVC 167,79
160 FoFo 172,37 1.774,31

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

610
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 1.601,93
175 FoFo 64,66 64,66
FoFo 1.376,47
200 1.663,79
PVC 287,32
250 FoFo 2.710,68 2.710,68
300 FoFo 7.140,50 7.140,50
350 FoFo 1.611,27 1.611,27
400 FoFo 1.418,98 1.418,98
450 FoFo 15,47 15,47
500 FoFo 526,08 526,08
550 FoFo 486,93 486,93
600 FoFo 279,36 279,36
Extensão de rede da ZA (m) 66.710,99
Total geral do Setor (m) 66.710,99
Fonte: Embasa, 2021.

Além do R5T essa mesma área abriga também o reservatório R5, que está by-passado e
inoperante. Esse Reservatório R05 (Figura 336) é do tipo semiapoiado com 2 câmaras com
capacidade de 1.500 m³ cada, totalizando um volume de reservação de 3.000 m³.

No momento o R05 está funcionando apenas para reservação do excedente nos momentos de
menor consumo para não transbordar o reservatório elevado. Essa água tem saída para os
hidrantes (Figura 337) e é utilizada para fins não potáveis, geralmente para uso paisagístico ou pelo
corpo de bombeiros.

Figura 336 – Reservatório R05 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

611
Figura 337 – Saída para hidrantes do R05 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Como o R5 está by-passado, a água que vem da subadutora R7-15 vai direto para a Estação
Elevatória (Figura 338), que bombeia para o R5T. Essa elevatório possui 4 CMB, com potência de
150 e 250 CV e opera em regime de 1+3, sendo 1 (um) CMB em operação e 3 (três) CMB reserva
(Figura 339). Apenas nos períodos de maior consumo, onde existe a necessidade de uma vazão
maior, que o regime passa a ser 2+2, sendo 2 (dois) CMB em operação e 2 (dois) CMB reserva.

Figura 338 – Estação Elevatória de Água Tratada R05 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

612
Figura 339 – Conjuntos motobombas da EEAT R05 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A demanda da estação elevatória é suprida por uma subestação presente no lote, conforme Figura
340. A unidade não possui gerador, mas as quedas de energia não são usuais e quando ocorrem
a ZA-03 é atendida diretamente pela subadutora.

Figura 340 – Subestação de energia da EEAT R05 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

613
Os técnicos da Embasa informaram que como ponto positivo dessa forma de operação, diretamente
da subadutora, sem passar por um reservatório apoiado, é o fato de ser possível aproveitar a carga
hidráulica de chegada, exigindo menos trabalho das bombas para atender os bairros desse setor.

O Reservatório R05T foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
É do tipo elevado com volume de reservação de 750 m³ e atende as localidades do Garcia (parte),
Centro, Centro Histórico, Tororó, Nazaré (parte) e Barris.

Figura 341 – Reservatório R05T (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A Figura 342 apresenta tubulação de chegada no Centro de Reservação do R05, as derivações da


entrada para os reservatórios semiapoaidos foram fechadas. Assim, a água é encaminhada
unicamente para o R05T pelo by-pass construído (Figura 343).

O monitoramento da vazão e nível é realizado por telemetria, ou seja, aferidos de forma


automatizada (Figura 344), cujo resultado vai direto para a PIPPE.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

614
Figura 342 – (A) Caixa de entrada (B) Tubulação de entrada no Centro de Reservação R05
(UMF)

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 343 – By-pass para o R05T (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

615
Figura 344 – Medidor de nível do R05T e do R05 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Atualmente, para a desinfecção da água na entrada e saída do reservatório é utilizado o gerador de


hipoclorito de sódio in loco, substituindo o uso do cloro gasoso. É realizada a aferição do cloro tanto
na entrada quanto na saída do reservatório em tempo real pelo leitor de cloro integrado ao sistema
de recloração que possui uma válvula de controle automático para a liberação do cloro. A seguir
registros fotográficos desse sistema de recloração do setor R05 (Figura 345 e Figura 346) e do
ponto de coleta para análise de água (Figura 347).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

616
Figura 345 – Sistema de Recloração do R05 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 346 – Equipamentos para geração de cloro in loco R05 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

617
Figura 347 – Ponto de coleta para monitoramento da qualidade da água do R05T (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.3.3. Setor R15

O Centro de Reservação R15 (Figura 348 e Figura 349) pertence a Unidade Regional da Federação
e atende as Zonas de Abastecimento 01, 02 e 05.

Figura 348 – Vista aérea do centro de reservação R15 (Federação)

Fonte: Google Earth, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

618
Figura 349 – Centro de Reservação R15 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As características físicas e de funcionamento desses reservatórios estão dispostas no Quadro 128.

Quadro 128 – Características dos Reservatórios do Setor R15


Características R15 R15T
Cota do terreno 60 60
Área total do terreno (m²) 16.000 16.000
Tipo Apoiado Elevado
Material Concreto Concreto
Capacidade (m³) 21.500 1.000
Cota de fundo (m) 60,00 90,00
Cota de nível máximo (m) 69,00 98,00
Tipo de Medidor Ultrassônico Ultrassônico
Número de Câmaras 1 1
Altura Total (m) 10,00 9,00
Altura Útil (m) 9,00 8,00
Status Ativo Inoperante
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

619
Segundo Embasa (2021) esse setor atende as zonas ZA-01 e ZA-05 por meio do Reservatório
apoiado (R15) e a ZA-02 pela EEAT ou pela adutora que vem do R7, visto que o reservatório
elevado está desativado, conforme verificado em campo. A ZA-05 possui um booster (booster do
bogum) que atende a parte mais crítica da ZA-02. A Figura 350 apresenta o croqui do Setor R15
para facilitar o entendimento da atual situação operacional.

Figura 350 – Croqui do Setor R15

Fonte: Adaptado Sedur, 2026; Embasa, 2021.

A Tabela 69 apresenta informações de diâmetro, material e extensão da rede de distribuição das


zonas (ZA-01, ZA-02 e ZA-05) abastecidas pelo setor R15. Observa-se que esse setor possui uma
extensão total de aproximadamente 194,5 Km de rede, sendo a ZA-02 responsável pela maior
extensão, em torno de 127,6 km.

Tabela 70 – Informações de rede de distribuição do Setor R15


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
25 PVC 19,48 19,48
32 PVC 330,20 330,20
FoFo 82,68
50 2.606,77
PVC 2.524,09
FoFo 65,71
R15 63 PEAD 316,50 3.512,62
ZA-01
(Federação) PVC 3.130,41
75 PVC 249,23 249,23
FoFo 4,91
85 1.562,35
PVC 1.557,43
FoFo 12.529,46
100 17.160,29
PEAD 264,71

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

620
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 4.366,12
FoFo 100,69
110 PEAD 396,45 3.542,73
PVC 3.045,60
FoFo 2.383,20
150 PVC 3.401,69 5.878,63
VINILFER 93,75
FoFo 11,18
160 1.006,92
PVC 995,75
FoFo 1.341,51
200 1.350,76
PVC 9,25
FoFo 2.041,04
250 2.096,67
PVC 55,62
300 FoFo 4.761,65 4.761,65
350 FoFo 815,49 815,49
400 FoFo 1.495,44 1.495,44
500 FoFo 1.348,98 1.348,98
Extensão de rede da ZA-01 (m) 47.738,22
25 PVC 29,95 29,95
FoFo 62,15
32 4.500,07
PVC 4.437,92
FoFo 512,58
50 PEAD 92,88 20.133,46
PVC 19.528,00
60 PEAD 237,25 237,25
FoFo 928,28
63 PEAD 1.125,15 13.550,38
PVC 11.496,95
FoFo 127,67
75 1.449,64
PVC 1.321,97
ZA-02 85 PVC 1.103,82 1.103,82
90 BRASILIT 253,62 253,62
FoFo 29.016,41
100 PEAD 601,25 36.697,35
PVC 7.079,69
FoFo 462,48
110 PEAD 2.673,31 8.387,70
PVC 5.251,92
FoFo 8.142,29
150 PEAD 240,65 10.411,26
PVC 2.028,33
FoFo 147,15
160 5.032,68
PVC 4.885,53

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

621
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 7.060,21
200 PVC 413,07 7.800,39
VINILFER 327,11
FoFo 7.014,32
250 7.027,29
PVC 12,97
300 FoFo 2.227,31 2.227,31
350 FoFo 512,20 512,20
400 FoFo 1.442,14 1.442,14
450 FoFo 20,64 20,64
500 FoFo 2.714,15 2.714,15
600 FoFo 3.005,74 3.005,74
700 FoFo 745,86 745,86
800 FoFo 17,11 17,11
900 FoFo 361,13 361,13
Extensão de rede da ZA-02 (m) 127.661,15
32 PVC 621,76 621,76
FoFo 202,09
50 4.158,86
PVC 3.956,77
FoFo 11,85
63 PEAD 129,41 2.181,65
PVC 2.040,40
75 PVC 11,22 11,22
85 PVC 103,37 103,37
FoFo 3.603,30
100 PEAD 47,68 4.898,27
ZA-05
PVC 1.247,28
110 PVC 956,51 956,51
FoFo 1.110,32
150 1.735,65
PVC 625,32
200 FoFo 1.063,16 1.063,16
250 FoFo 1.304,79 1.304,79
300 FoFo 237,70 237,70
350 FoFo 1.518,98 1.518,98
400 FoFo 339,75 339,75
500 FoFo 31,10 31,10
Extensão de rede da ZA-05 (m) 19.162,78
Total geral do Setor (m) 194.562,15
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

622
RESERVATÓRIO R15

O Reservatório R15 (Figura 351) é do tipo apoiado com volume de reservação de 21.500 m³, ele
recebe água do R07 e distribui para o EEAT R15 (que atende a ZA 02) e diretamente para as ZA
01 e 05.

Figura 351 – Reservatório R15 (UMF)

Extravassor

Entrada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A Figura 353 apresenta a válvula de chegada da Subadutora R07-R15, tanto a entrada quanto as
saídas do R15 – para o EEAT R15 e para ZAs 01 e 05 - possuem telemetria, onde são aferidas as
vazões de forma automatizada (Figura 354), cujo resultado vai direto para a PIPPE.

Atualmente, para a desinfecção da água na entrada e saída do reservatório é utilizado o gerador de


hipoclorito de sódio in loco, substituindo o uso do cloro gasoso. É realizada a aferição do cloro tanto
na entrada quanto nas saídas do reservatório em tempo real pelo Leitor de Cloro integrado ao
Sistema de Recloração que possui uma válvula de controle automático para a liberação do cloro.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

623
Figura 352 – Saída do R15 da linha da Barra - ZAs 01 e 05 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


A medição de vazão de chegada e saída é monitorada de forma automatizada pelo operador na
sala de operação, cujo resultado é acessado na PIPPE.

Figura 353 – (A) Ponto de coleta para monitoramento da água na entrada (B) Caixa de
entrada no R15 e (C) Tubulação de entrada no R15 (UMF)

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

624
Figura 354 – Medidor de vazão, da esquerda para a direita: de chegada, da saída do R15
para o R15T e da saída do R15 para as Zonas 01 e 05 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O nível de água do reservatório é medido de forma automatizada, Figura 355, embora o reservatório
ainda preserve a régua para medição manual, caso necessário, numa eventualidade de interrupção
do fornecimento de energia elétrica.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

625
Figura 355 – Medidor de nível do R15 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

RESERVATÓRIO R15T

O Reservatório R15T (Figura 356) é do tipo elevado com volume de reservação de 1.000 m³, era
responsável pelo atendimento da ZA-02, porém foi by-passado. Recentemente teve sua entrada
conectada a saída (Figura 357), passando a atuar como um reservatório de jusante. Deste modo,
quando há saturação da rede, a água retorna para esse reservatório.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

626
Figura 356 – Reservatório R15T (UMF) e respectivo bay-pass

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 357 – Saída do R15T para a ZA-02 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

627
ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA R15

A Estação Elevatória (Figura 358) conta com 3 CMB, sendo dois com 300 CV de potência e um com
250 CV e opera em regime de 2+1, sendo 2 (dois) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva (Figura
359). As bombas operam em paralelo em regime de 24h. Recentemente foi comprado o inversor de
frequência, que será instalado, outras EE já contam com o inversor de frequência e tem sido notável
a redução no consumo de energia.

Figura 358 – Estação Elevatória de Água Tratada R15 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A EEAT R15 (Figura 359 e Figura 360) recebe água do R15 e distribui diretamente para a ZA- 02,
pois o R15T está by-passado e funcionando apenas como um reservatório de jusante, deste modo
o reservatório enche quando há saturação da rede permitindo uma reserva de equilíbrio. Segundo
a Embasa quando a elevatória não está operando, a ZA-02 é abastecida diretamente pela
subadutora R7xR15, aproveitado a carga hidráulica, já que existe um by-pass ente a entrada do
RAD e a entrada da EEAT, sendo resultado de um trabalho de aumento de eficiência energética.

Foi adquirida, também, um 4º CMB de 150 CV, parte do projeto de eficiência energética da Unidade.
A previsão é que a elevatória trabalhe com 4 CMB a 150 CV de potência cada e passe a operar
como um booster recalcando água diretamente da Subadutora R07-R15 para a ZA-02, aproveitando
a carga hidráulica que chega para reduzir o tempo e potência necessário.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

628
A demanda da estação elevatória é suprida pela subestação de energia. A unidade não possui
gerador, mas as quedas de energia não são usuais.

Figura 359 – Conjuntos Motobombas EEAT R15 (UMF)

Fonte: Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

629
Figura 360 – Quadro de comando da EEAT R15 (UMF)

Fonte: Fonte: CSB Consórcio, 2020.

BOOSTER LARGO DO BOGUM

O Booster Largo do Bogum (Figura 361) possui 1 (uma) bomba em operação que recalca a água
da ZA-05 para um ponto mais elevado dessa da ZA-02, correspondente ao Largo do Bogum, para
assegurar que a água chegue na pressão preconizada na legislação.

A falta de energia e a parada de funcionamento do Booster Largo do Bogum não é usual, mas
quando ocorre a região ainda consegue ser atendida, porém com uma pressão menor e mais
instável. O acionamento do booster é manual, mas sua operação é automatizada por um relógio
programador que controla o período de funcionamento do booster para 5 dias por semana das 18h
às 06h.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

630
Figura 361 – Booster Largo do Bogum (UMF)

CMB

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.3.4. Setor R19

O Centro de Reservação R19, localizado em Campinas de Brotas (Figura 362 e Figura 363),
pertence a Unidade Regional da Federação e atende atualmente a ZA-14 por meio do reservatório
R19. Com a inauguração do R19T passará a atender 100% da ZA-13 e parte (56,67%) da ZA-08,
que atualmente são abastecidas diretamente por derivação na subadutora R7-R15.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

631
Figura 362 – Vista aérea do Centro de Reservação R19, antes da ampliação

Fonte: Google Earth, 2020.

Figura 363 – Vista da entrada do Centro de Reservação R19 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As características físicas e de funcionamento dos reservatórios desse setor estão dispostas no


Quadro 129.

Quadro 129 – Características dos Reservatórios do Setor R19


Características R19 R19T
Cota do terreno 59 60
Área total do terreno (m²) 6.800 --
Tipo Apoiado Elevado
Material Concreto Concreto
Capacidade (m³) 17.400 500
Cota de fundo (m) 59,00 --

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

632
Características R19 R19T
Cota de nível máximo (m) 67,00 --
Tipo de Medidor Ultrassônico Ultrassônico
Número de Câmaras 2 1
Altura Total (m) 9,00 --
Altura Útil (m) 8,00 --
Status Ativo Em teste
Fonte: Embasa, 2020.

A Figura 364 apresenta o croqui do Setor R19, com as zonas a serem incorporadas após entrada
em operação do reservatório elevador (R19T).

Figura 364 – Croqui do Sistema R19 após ampliação

Fonte: Adaptado Sedur, 2016; Adaptado Embasa, 2021.

A Tabela 69 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição da zona


ZA-14 abastecida pelo R19. Observa-se que esse setor possui uma extensão total de
aproximadamente 126 Km de rede, sendo o DN (mm) 100 responsável pela maior parte.

Tabela 71 – Informações de rede de distribuição do Setor R19


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 1.281,52 1.281,52
FoFo 234,35
50 32.939,04
R19 PVC 32.704,69
ZA-14
(Brotas) PEAD 3.490,46
63 9.017,29
PVC 5.526,83
75 FoFo 276,71 4.970,49

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

633
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 4.693,78
FoFo 15.067,37
100 PEAD 303,81 35.609,05
PVC 20.237,87
FoFo 123,70
110 5.645,72
PVC 5.522,01
FoFo 4.420,51
150 PVC 8.885,13 14.400,27
VINILFER 1.094,63
PVC 569,16
160 580,10
VINILFER 10,93
FoFo 2.224,68
200 PVC 352,05 3.385,58
VINILFER 808,84
FoFo 6.096,31
250 PVC 24,53 6.127,37
VINILFER 6,53
300 FoFo 1.881,10 1.881,10
350 FoFo 188,08 188,08
400 FoFo 197,80 197,80
FoFo 2.801,71
450 3.301,72
PVC 500,02
500 FoFo 3.983,72 3.983,72
550 FoFo 130,29 130,29
600 FoFo 2.521,36 2.521,36
800 FoFo 176,52 176,52
Extensão de rede da ZA-19 (m) 126.337,01
Total geral do Setor (m) 126.337,01
Fonte: Embasa, 2020.

RESERVATÓRIO R19

O Reservatório R19 é do tipo apoiado com duas câmaras de 8.700 m³, totalizando um volume de
reservação de 17.400 m³, ele recebe água do R07 e distribui para a EEAT R19 e diretamente para
a ZA-14. A segunda câmara foi construída recentemente e até o momento da visita estava em
período de equalização, sem abertura total. A previsão da Embasa é que a 2ª câmara já esteja
operando em 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

634
Figura 365 – Reservatório R19 (UMF)

Entrada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A Figura 366 apresenta a tubulação de entrada no Centro de Reservação R19, que se bifurca para
distribuir água para outra Câmara e para a EEAT R19.

Figura 366 – Entrada do Centro de Reservação R19 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


A água é coletada tanto na entrada quanto na saída do reservatório, Figura 367, para análise em
bancada do cloro e de outros parâmetros de monitoramento e controle internos da Embasa
diariamente. Após instalação do Sistema de Recloração a aferição do cloro passará a ser realizada

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

635
em tempo real e de forma automatizada, proporcionando maior segurança na operação e
distribuição da água.

Figura 367 – Ponto de coleta de monitoramento da água (A) da entrada do R19 (B) da saída
do R19 (UMF)

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 368 – Saída do Centro de Reservação R19 (UMF)

Saídas da
Câmara B

Saída da EEAT
R19

Caixa de reunião
das saídas das
câmeras A e B

Saída da
Câmara A

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

636
A medição de nível é realizada de forma automatizada, conforme Figura 369.

Figura 369 – Medidor de nível automatizado R19 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA R19

A Estação Elevatória foi construída recentemente e entrará em operação junto ao R19T, cuja
previsão está para 2021, após a automatização das válvulas e medidores para controle remoto. A
elevatória possui 3 CMB (Figura 370), com 60 CV de potência cada e passará a operar em regime
de 2+1, sendo 2 (dois) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva.

A EEAT R19 receberá água do R19 e distribuirá para o R19T, além disso a Elevatória possui saída
para atendimento direto das Zonas, para caso de uma eventualidade de paralisação da operação
do reservatório elevado para manutenção, lavagem. A demanda da estação elevatória é suprida
por transformador de poste, conforme Figura 371. A unidade não possui gerador, mas as quedas
de energia não são usuais.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

637
Figura 370 – Conjuntos motobombas da EEAT R19 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 371 – Quadro de distribuição e transformador de poste EEAT R19 (UMF)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

638
Reservatório R19T

O Reservatório R19T é do tipo elevado com volume de reservação de 500 m³. A construção foi
finalizada recentemente e até o período da visita (dezembro/2020) não estava em operação, a
previsão da Embasa é que o R19T e a EEAT R19T entrem em funcionamento em 2021, após a
automatização das válvulas e medidores para controle remoto pelo supervisor da Embasa.

O R19T será responsável pelo abastecimento da ZA-13 e parte da ZA-08, que atualmente são
atendidas por derivações na subadutora R7-R15. Segundo informações obtidas em campo para o
atendimento da ZA-08 será necessário a implantação de uma linha tronco de DN (mm) 500.

Figura 372 – Reservatório R19T (UMF)

Entrada

Extravassor

Saída

Fonte: Consórcio CSB, 2020

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

639
7.2.5.3.5. Subadutora R7 x R15

A Figura 373 apresenta o croqui da subadutora R7 x R15 que abastece diretamente diversas zonas
ao longo do seu percurso, além dos setores R3 (Caixa D’água), R19 (Brotas), R5 (Garcia) e o R15
(Federação) que é seu destino final.

Figura 373 – Croqui subadutora R7 x R15

Fonte: Adapatado Embasa, 2021.

A Tabela 72 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição das


zonas abastecidas pela subadutora R7 x R15. Observa-se que extensão total da rede advinda dessa
subadutora é de aproximadamente 200 Km, sendo a ZA-08 que possui maior extensão de rede, em
torno de 59,6 km. Salienta-se que parte (79,55%) da ZA-11 também é abastecida por essa
subadutora, conforme já sinalizado anteriormente, porém não foi incluído aqui por não ter sido
informado quais os trechos.

Tabela 72 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela subadutora


R7xR15
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 1.502,30 1.502,30
FoFo 11,05
50 12.723,17
PVC 12.712,12
PEAD 1.567,17
63 3.821,33
Subadutora PVC 2.254,16
ZA-08
R7 x R15 75 PVC 2.171,37 2.171,37
FoFo 13.247,34
100 PEAD 259,26 15.087,34
PVC 1.580,74
110 FoFo 440,82 6.679,54

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

640
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PEAD 457,16
PVC 5.781,56
FoFo 7.393,19
150 9.710,07
PVC 2.316,87
160 PVC 5,32 5,32
200 FoFo 1.636,06 1.636,06
250 FoFo 2.307,38 2.307,38
FoFo 1.024,76
300 1.031,14
PVC 6,38
350 FoFo 25,20 25,20
400 FoFo 1.558,00 1.558,00
500 FoFo 132,83 132,83
600 FoFo 1.201,69 1.201,69
Extensão de rede da ZA-08 (m) 59.592,74
32 PVC 3.470,34 3.470,34
FoFo 114,65
50 12.975,83
PVC 12.861,18
PEAD 51,54
63 2.410,76
PVC 2.359,22
75 PVC 501,96 501,96
FoFo 3.203,90
100 PEAD 204,00 6.151,30
PVC 2.743,40
110 PVC 1.592,36 1.592,36
FoFo 853,28
150 2.932,09
ZA-09 PVC 2.078,82
FoFo 33,55
200 1.314,57
PVC 1.281,02
FoFo 46,44
250 289,18
PVC 242,74
300 FoFo 632,61 632,61
FoFo 1.011,04
350 1.013,68
PVC 2,64
FoFo 2.398,49
400 2.406,37
PVC 7,88
450 FoFo 37,23 37,23
600 FoFo 8,13 8,13
Extensão de rede da ZA-09 (m) 35.736,41
FoFo 43,16
32 1.317,50
PVC 1.274,35
ZA-10
FoFo 280,40
50 7.841,80
PVC 7.561,40

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

641
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
63 PEAD 562,43 562,43
FoFo 663,37
75 1.604,31
PVC 940,93
FoFo 6.775,29
100 PEAD 514,60 10.584,02
PVC 3.294,13
PEAD 193,34
110 430,11
PVC 236,78
FoFo 4.122,13
150 5.829,16
PVC 1.707,03
160 PVC 545,04 545,04
FoFo 1.447,90
200 1.473,39
PVC 25,49
FoFo 3.238,01
250 3.866,78
PVC 628,77
350 FoFo 393,75 393,75
400 FoFo 1.444,36 1.444,36
450 FoFo 46,02 46,02
500 FoFo 12,69 12,69
550 FoFo 1.620,09 1.620,09
Extensão de rede da ZA-10 (m) 37.571,44
32 PVC 154,07 154,07
FoFo 25,66
50 1.217,40
PVC 1.191,74
PEAD 669,38
63 691,42
PVC 22,04
FoFo 2.771,75
100 4.282,13
ZA-12 PVC 1.510,37
110 PVC 164,80 164,80
FoFo 426,65
150 1.066,97
PVC 640,31
FoFo 1.110,12
200 1.467,80
VINILFER 357,67
300 FoFo 212,20 212,20
Extensão de rede da ZA-12 (m) 9.256,78
32 PVC 466,04 466,04
50 PVC 2.861,22 2.861,22
PEAD 473,08
63 718,19
ZA-13 PVC 245,11
75 PVC 185,07 185,07
FoFo 1.187,63
100 1.647,53
PVC 429,06

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

642
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
VINILFER 30,84
110 PVC 689,31 689,31
FoFo 754,36
150 1.478,71
PVC 724,35
200 FoFo 1,76 1,76
FoFo 515,68
300 519,67
PEAD 3,99
350 FoFo 253,76 253,76
Extensão de rede da ZA-13 (m) 8.821,25
32 PVC 2.003,24 2.003,24
50 FoFo 38,89 38,89
50 PVC 13.334,58 13.334,58
PEAD 1.009,69
63 4.571,63
PVC 3.561,94
75 PVC 2.795,73 2.795,73
FoFo 7.614,62
100 PEAD 47,43 10.665,21
PVC 3.003,15
FoFo 148,76
110 PEAD 43,45 2.783,47
ZA-15 PVC 2.591,26
FoFo 914,48
150 2.244,90
PVC 1.330,42
160 PVC 379,08 379,08
FoFo 1.260,46
200 1.655,82
PVC 395,36
250 FoFo 990,44 990,44
300 FoFo 1.283,63 1.283,63
350 FoFo 3.171,60 3.171,60
350 PVC 3,32 3,32
400 FoFo 2.216,40 2.216,40
500 FoFo 851,44 851,44
Extensão de rede da ZA-15 (m) 48.989,40
32 PVC 174 174
50 PVC 2.648 2.648
PVC 454
60/63 637
PEAD 183
ZA-11
75/85 PVC 90 90
(parte)
PVC 3.011
100 PEAD 171 6.716
FoFo 3534
150 PVC 528 721

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

643
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 193
160 PVC 170 170
PVC 515
200 1.674
FoFo 1.159
250 FoFo 1.348 1.348
300 FoFo 1.070 1.070
400 FoFo 450 450
450 FoFo 234 234
Extensão de rede da ZA-11 (m) 15.932
Total geral do Setor (m) 215.900,03
Fonte: Embasa, 2020.

7.2.5.4. Unidade Regional de Pirajá

Na Unidade Regional de Pirajá (UMJ) estão inseridos 5 Setores de Abastecimento que atendem o
município de Salvador, a saber: R10 (Ilha Amarela), R12 (Periperi), R14 (Águas Claras), R17
(Pirajá), R18 (Valéria), totalizando 15 Zonas de Abastecimento (ZA). Outras 07 ZA são atendidas
diretamente pela ETA Suburbana ou pela ETA Principal por meio da Adutora Principal.

O Quadro 130 apresenta os Setores de Abastecimento da UMJ, as suas respectivas formas de


atendimento (reservatórios ou adutoras), as Zonas de Abastecimento atendidas por cada Setor,
assim como a extensão de rede e os locais atendidos.

Quadro 130 – Setores e Zonas de Abastecimento pertencentes a UMJ


Extensão
Setor Zona Localidades Atendidas
de rede (m)
Alto do Manoel Monte (Plataforma), Alto Luso,
Loteamento Ilha Amarela, Conjunto Senhor do
Bomfim, Loteamento Planalto Real, Rio Sena,
R10 ZA - 69 74.624,6 Conjunto Mirante de Periperi, Conjunto Colinas de
(Ilha Amarela) Periperi, Alto da Teresinha, parte de Praia Grande
e Bariri, Itacaranha, Escada, Parte de Praia Grande,
Alto do Cruzeiro e Plataforma
ZA - 76 84.102,4 NI
Colina de Pituaçu, Vale dos Lagos, Recanto das
Ilhas, São Marcos, Conj. ACM, Bosque Imperial, Av.
São Rafael, Residencial Bosque Imperial,
Canabrava, Conj. Paralela Parque, Mata Atlântica,
Nova Cidade, Jardim das Limeiras 1, 2 e 3, Jardim
ZA - 63 178.052,6
R14 Esperança, Marotinho, Sete de Abril, E.V.A,
(Águas Claras) Loteamento Daniel Gomes, Loteamento Nova
Brasília, Jaguaripe 2, Bosque Imperial, Loteamento
Vila Mar, Residencial Jardim dos Girassóis e
Trobogy (parte).
Porto Seco Pirajá, Pau da Lima (parte), Vila
ZA - 72 144.442,9
Canária, Granjas Rurais, Castelo Branco, Castelo

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

644
Extensão
Setor Zona Localidades Atendidas
de rede (m)
Branco 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Etapas, Jardim Cajazeiras e
Conjunto Colina Azul
Fazenda Grande 2, 3 e 4, Cajazeira 8, Loteamento
Jardim Mangabeira, Loteamento Souza Goes,
ZA - 73 118.120,4 Loteamento Chácara do Monte, Loteamento São
José, Boca da Mata, Jaguaripe1, Loteamento
Coqueiro Grande e Residencial Alphavile
Conjunto Bela Vista do Lobato, Alto da Boa Vista,
ZA - 60 43.751,4 Alto do Cabrito, Osório Vilas Boas (parte baixa) e
Conunto Parque Campinas
R17
Pirajá, Conjunto Pirajá e Loteamento Parada de
(Pirajá) ZA - 61 63.812,0
Águas Claras
Marechal Rondon, Osório Vilas Boas (parte Alta),
ZA - 71 32.606,6
Campinas, Parque Tecal e Profilurbe
ZA - 58 19.160 Lagoa da Paixão
Empreendiemtnos Paraguari I e II e Hospital do
ZA - 59 823,0
Subúrbio
Ilha de São João, Vila Naval, Bairro da Felicidade
(Parte), Bate Coração, Paripe (parte alta), São
R18 ZA - 67 85.001,5 Tomé, Gameleira (parte alta), Loteamento luiz
(Valéria) Eduardo Magalhães (parte alta), Muribeca, Moinho
Dias Branco e Alto do Tororó
Alto de Coutos, Conjunto Vista Alegre e Nova
ZA - 68 55.802,1
Constituinte
Paripe (Parte Baixa), Colina do Mar, Gameleira
ZA - 74 64.811,5
(Parte Baixa) e Tubarão
ZA - 78 25.715,4 Fazenda Coutos
R12 (Periperi) ZA - 75 60.589,7 Hospital do Subúrbio, Periperi, Praia Grande (parte)
Dom Avelar, Cajazeiras 2 a 7; Hospital Couto Maia,
ZA - 62 161.153,1 Águas Claras, Cajazeiras 10 e 11, Fazenda Grande
1 e Loteamento Santo Antônio
Adutora principal de água
Jardim Campo Verde, Nova Esperança, Bom
tratada ETA Principal x R7
Sucesso, Barro Duro, Residencial Coração de
ZA - 79 NI
Maria, Residencial CEASA 1, 2, 3, 4 e 5 e
Barrodromo
Adutora ZA - 81 NI CIA Indústria – Leves e Médias
ETA subadutora
Principal x Plataforma (parte Baixa), Jardim Lobato, Boiadeiro,
que abastece ZA - 70 44.070,3
R7 São Bartolomeu, Lobato e Baixa do Caranguejo
o R17
Adutora Alto do Bom Viver, Residencial Bela Vista I e II, Bico
ZA - 65 NI
diretamente Doce e Palestina
pela ETA Valéria (parte), Loteamento Casas de Valéria,
Suburbana Loteamento Mirante de Valéria, Penacho Verde,
(sem Loteamento Nova Brasília, Conjunto Vila Valéria I e
subadutora
reservatório) II, Loteamento Nova Canaã, Bairro da Felicidade
que abastece ZA - 64 83.727,6
, ou pela (parte),
o R18
adutora ETA Conjunto Lagoa da Paixão, Conjunto Recanto da
Principal x Lagoa, Conjunto Coutos 1, Morada da Lagoa 1 e 2
R7 e Residencial Lagoa da Paixão 1,2,3 e 4

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

645
Extensão
Setor Zona Localidades Atendidas
de rede (m)
Conjunto Village Inema, Conjunto Maré, Conjunto
ZA - 77 39.375,7 Itaparica, Loteamento da Matriz, Loteamento Tania
Duran, Conjunto Antônio Franco
Fonte: Sedur, 2016; Embasa, 2019.

No que concerne à distribuição essa unidade regional possui uma extensão total de 1.359,8km de
rede, cujo detalhamento de diâmetro e material será apresentado por setor de abastecimento.

A Figura 374 apresenta o mapa onde é possível visualizar a abrangência de cada setor de
abastecimento da UMJ, a delimitação de Prefeitura-bairro, assim como a presença de zonas
especiais de interesse social (ZEIS) na área de abrangência da UMJ. Observa-se que praticamente
todo o território abrangido pela UMJ possui áreas caracterizadas como ZEIS.

Na mesma figura estão identificados também os reservatórios que atendem os seus respectivos
setores de abastecimento (R10, R14, R17, R18 e R12).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

646
Figura 374 – Mapa da área de abrangência dos setores de abastecimento da UMJ

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

647
Desde 2014, a Embasa vem realizando modificações na setorização das Zonas para melhoria no
abastecimento da população, assegurando a integridade do sistema. Além disso, foram elaborados
alguns estudos para ampliação e desativação de alguns reservatórios. Dentre eles a desativação
do R12, que não supre mais a demanda requerida, e a implantação dos Centros de Reservação
R21B e R22.

Durante as visitas, em dezembro de 2020, o R12 já estava sendo by-passado para logo em seguida
ser desativado; o projeto do R22 está sendo elaborado e do R21B já havia sido concluído, no
entanto o local de implantação está sendo reavaliado já que no local decidido inicialmente foi
construído um galpão logístico.

Foi informado que ocorre o controle da vazão a ser disponibilizada para a população por meio de
válvulas, mesmo quando o nível dos reservatórios está satisfatório, a fim de restringir o consumo,
sobretudo em áreas que possuem muitas ligações clandestinas.

Ao longo desse diagnóstico serão descritos de forma mais criteriosa os Reservatórios pertencentes
e responsáveis pelo atendimento do município de Salvador.

7.2.5.4.1. Setor R17

O Centro de Reservação R17 pertence a Unidade Regional de Pirajá (UMJ) e atende as Zonas de
Abastecimento 60, 61 e 71 por meio dos Reservatórios R17 e R17T.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

648
Figura 375 – Vista da área do Centro de Reservação R17 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

No local do Centro de Reservação R17 existe também um Centro de Treinamento Vila Leal, para
os colaboradores da operação, conforme pode-se observar na Figura 376.

Figura 376 – Centro de Treinamento Vila Leal

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

649
As características físicas e de funcionamento desses reservatórios estão dispostas no Quadro 131.

Quadro 131 – Características dos Reservatórios do Setor R17


Características R17 R17T
Cota do terreno 104 104
Área total do terreno (m²) 19.500 19.500
Tipo Apoiado Elevado
Material Concreto Concreto
Capacidade (m³) 7.616 600
Cota de fundo (m) 104,00 119,00
Cota de nível máximo (m) 111,00 128,40
Tipo de Medidor Ultrassônico Ultrassônico
Número de Câmaras 1 1
Altura Total (m) 8,00 10,40
Altura Útil (m) 7,00 9,40
Status Ativo Ativo
Fonte: Embasa, 2020.

A Figura 377 apresenta o croqui do Setor R17, onde é possível observar que a ZA-61 é classificada
como 100% alta sendo atendida pelo R17T e as ZA – 60 e ZA – 71 são classificadas como 100%
baixa, porém a ZA-71 também é atendida pelo reservatório elevado (R17T), evidenciando, portanto,
custos desnecessários de energia elétrica para operação dos equipamentos da EEAT, assim como
uma sobrepressão na rede que pode acarretar rompimentos de tubulação. Essa situação já havia
sido diagnosticada pelo PARMS (2016), segundo a Embasa, essa situação permanece, está
estudando ressetorização das ZA 61 e 71, assim como a viabilidade técnico-econômica do
abastecimento proposto pelo PARMS.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

650
Figura 377 – Croqui do Setor R17

Fonte: Adaptado Sedur, 2016; Embasa, 2021.

A Tabela 73 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição por


zona do Setor R17. Observa-se que o setor R17 possui uma extensão total de aproximadamente
140 Km, sendo a ZA – 61 responsável pela maior extensão de rede, em torno de 63,8 Km.

Tabela 73 – Informações de rede de distribuição do Setor R17


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão total (m)
32 PVC 1459,25 1.459,25
50 PVC 23829,88 23.829,88
75 PVC 5740,53 5.740,53
100 PVC 1597,00 1.597,00
110 PVC 1509,59 1.509,59
DEFoFo 3214,51
FoFo 36,81
150 4.726,34
R17 PVC 1182,50
60
(Pirajá) VF 292,51
DEFoFo 433,00
FoDUCTIL 18,36
200 2.278,51
FoFo 1182,40
PVC 644,76
250 FoFo 619,88 619,88
FoFo 911,14
300 1.401,10
PEAD 489,96

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

651
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão total (m)
400 FoFo 581,04 581,04
500 FoDUCTIL 8,33 8,33
Extensão de rede da ZA (m) 43.751,45
32 PVC 9184,66 9.184,66
DEFoFo 43,74
FoDUCTIL 52,19
50 24.501,04
PEAD 134,23
PVC 24270,88
63 PEAD 2140,72 2.140,72
63 PVC 199,48 199,48
DEFoFo 62,80
75 2.239,29
PVC 2176,49
100 PVC 3363,69 3.363,69
PEAD 1062,49
110 1.068,01
PVC 5,52
DEFoFo 2860,09
FoDUCTIL 65,83
150 2.991,02
PEAD 50,98
61 PVC 14,13
160 PBA 591,37 591,37
200 FoFo 417,81 417,81
DEFoFo 22,26
250 600,60
FoDUCTIL 578,34
250 FoFo 453,98 453,98
300 FoDUCTIL 10,15 10,15
300 FoFo 5249,50 5.249,50
350 FoDUCTIL 28,73 28,73
DEFoFo 78,41
400 FoDUCTIL 296,94 2.354,27
FoFo 1978,92
DEFoFo 169,02
500 3.508,04
FoDUCTIL 3339,02
FoDUCTIL 4866,16
600 4.909,60
FoFo 43,44
Extensão de rede da ZA (m) 63.811,96
32 PVC 5689,06 5.689,06
PEAD 63,02
50 16.315,44
PVC 16252,41
71 63 PEAD 576,09 576,09
75 PVC 73,32 73,32
100 PVC 348,59 348,59
110 PVC 3374,53 3.374,53

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

652
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão total (m)
150 DEFoFo 582,89 582,89
160 PBA 302,57 302,57
180 PEAD 110,33 110,33
FoDUCTIL 6,67
200 2.748,41
FoFo 2741,73
250 FoFo 1013,34 1.013,34
300 FoFo 476,64 476,64
400 FoFo 402,88 402,88
500 FoDUCTIL 592,51 592,51
Extensão de rede da ZA (m) 32.606,58
Extensão total de rede do setor (m) 140.169,99

Fonte: Embasa, 2020.

RESERVATÓRIO R17

O Reservatório R17 (Figura 378) é do tipo apoiado com volume de reservação de 7.616 m³, ele
recebe água da ETA principal, por meio de uma derivação da adutora principal, atende diretamente
a ZA-60 e alimenta a EEAT que bombeia para o Reservatório R17T.

Figura 378 – Reservatório R17 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


O reservatório possui macromedição com telemetria, onde é medida a vazão de entrada do
reservatório de forma automatizada e resultado vai direto para a PIPPE (Figura 379). O nível de
água do reservatório é medido de forma automatizada por meio do medidor ultrassônico, embora o

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

653
reservatório ainda preserve régua para medição manual, caso necessário em uma eventualidade
de interrupção do fornecimento de energia.

Figura 379 – Macromedição na entrada do reservatório R17 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

654
Figura 380 – Medição de nível do R17: (A) régua e (B) medidor ultrassônico

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As válvulas borboletas de entrada e saída (DN (mm) 600 mm) são automatizadas e tem sua abertura
determinadas em função da vazão de entrada e saída do reservatório (Figura 381 e Figura 382). A
qualidade da água, incluindo a análise de Cloro, na entrada e na saída do reservatório ( Figura 383)
é analisada pela Embasa e pela Vigilância sanitária do município, no âmbito do Programa Vigiagua,
cujos dados são incluídos no SISÁGUA.

Figura 381 – Válvula para controle de vazão na entrada do R17 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

655
Figura 382 – Válvula para controle de vazão na saída do R17 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 383 – (A) Ponto de coleta para monitoramento da água na entrada do R17 e (B) Ponto
de coleta para monitoramento da água na saída do R17 (UMJ)

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A saída do reservatório R17 está ligada a EEAT R17, a rede de distribuição para atendimento da
ZA-60 e a uma saída para abastecimento do carro-pipa, quando necessário, conforme Figura 384.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

656
Figura 384 – (A) Saída para abastecimento da ZA-61 e (B) Saída para abastecimento de
carro-pipa

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA R17 (EEAT R17)

A Estação Elevatória do R17( Figura 385) conta com 3 CMB com 60 CV de potência cada e opera
em regime de 2+1, sendo 2 (dois) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva. Recentemente foi
comprado 1 inversor de frequência, que será instalado nessa elevatória. Outras EE já contam com
esse equipamento e tem sido notável a redução no consumo de energia.

A EEAT R17 pode receber água tanto do R17, quanto da derivação da adutora principal, o que
proporciona maior flexibilidade durante a operação. Atualmente a EE tem operado recebendo água
direto da derivação da adutora principal e encaminhando para o R17T.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

657
Figura 385 – Conjunto Motobombas da EEAT R17 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

658
Figura 386 – Quadro de comando EEAT R17 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A EEAT R17 é by-passada, então, em caso de queda de energia, a rede é abastecida diretamente
pela derivação da adutora principal, sem passar pelo RED. A demanda da estação elevatória é
suprida por uma subestação de energia.

RESERVATÓRIO R17T

O Reservatório R17T (Figura 387) é do tipo elevado com volume de reservação de 600 m³ e
abastece as Zonas 61 e 71. Em 2018, a entrada e a saída do reservatório R17T foram conectadas
e agora o reservatório atua como um reservatório de jusante, deste modo o reservatório é
abastecido quando há saturação da rede permitindo uma reserva de equilíbrio.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

659
Figura 387 – Reservatório R17T (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

É realizada a macromedição da vazão de entrada do reservatório de forma automatizada por meio


do medidor ultrassônico, cujo resultado vai direto para a PIPPE (Figura 388). Essa vazão é
controlada pela Embasa pela abertura da válvula DN (mm) 400 mm de entrada.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

660
Figura 388 – Micromedição na entrada do reservatório R17T (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

661
Figura 389 – Válvula para controle de vazão na entrada do R17T (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Além disso, existe um by-pass que permitirá, caso necessário, que as ZAs 61 e 71 sejam atendidas
diretamente pela EEAT R17 (Figura 390). Trata-se do que os colaboradores da Embasa chamam
de Redundância, quando são implementadas mais de duas soluções para o abastecimento de uma
mesma região, deste modo proporcionado uma maior segurança e flexibilização durante a operação
afim de garantir o abastecimento da população.

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662
Figura 390 – By-pass do reservatório R17T (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.4.2. Setor R14

O Centro de Reservação R14 (Figura 391) pertence a Unidade Regional de Pirajá (UMJ) e atende
as Zonas de Abastecimento 63, 72 e 73 por meio do Reservatório R14, que recebe água da adutora
principal. Atualmente, o reservatório elevado R14T está inoperante por conta de vazamentos, a
Embasa está executando um projeto para recuperação da estrutura e reativação, cujo
funcionamento será equivalente aos reservatórios R17, R25, R15 e futuramente o R10.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

663
Figura 391 – Reservatórios do Setor R14

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As características físicas e de funcionamento desses Reservatórios estão dispostas no Quadro 132.

Quadro 132 – Características dos Reservatórios do Setor R14


Características R14 R14T
Cota do terreno 104 104
Área total do terreno (m²) 15.600 15.600
Tipo Apoiado Apoiado
Material Concreto Concreto
Capacidade (m³) 17.400 500
Cota de fundo (m) 104,00 119,00
Cota de nível máximo (m) 112,00 128,80
Tipo de Medidor Ultrassônico Ultrassônico
Número de Câmaras 2 1
Altura Total (m) 9,00 10,80
Altura Útil (m) 8,00 9,80
Status Ativo Inativo
Fonte: Embasa, 2020.

A Figura 286 apresenta o croqui do Setor R14, onde é possível observar que as zonas ZA-63 e ZA-
73, classificadas como são 100% baixas são atendidas pelo reservatório apoiado (R14) e a ZA-72
abastecida diretamente pela EEAT, visto que o elevado (R14T) está desativado, possui 90% da sua
área classificada como alta e 10% como baixa. Segundo a Embasa a ausência operacional do
reservatório elavado na ZA-72 não compromete o abastecimento, visto que a estação elevatória
opera com inversor de frequência em que é possível modular a pressão no barrilete equivalente a

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

664
pressão que o nível do R14T proporcionaria na rede, além de propiciar melhor gerenciamento de
pressão reduzindo perdas reais.

Figura 392 – Croqui do Setor R14

Fonte: Adapatdo Sedur, 2016; Adaptado Embasa, 2019 e 2021.

A Tabela 73 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição por


zona do Setor R14. Observa-se que o setor R14 possui uma extensão total de aproximadamente
440,6 Km, sendo a ZA – 63 a que possui maior extensão, em torno de 178 km.

Tabela 74 – Informações de rede de distribuição do Setor R14


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PEAD 135,53
32 11712,02
PVC 11576,49
50 PVC 96014,74 96014,74
63 PEAD 576,64 576,64
75 PVC 16687,16 16687,16
R14 FoFo 278,39
(Águas 63
Claras) 100 PVC 15227,83 16545,41
PEAD 1039,18
DEFoFo 6268,40
FoFo 522,82
150 7234,73
PEAD 92,18
PVC 96,80

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

665
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
VF 254,53
PBA 2807,63
160 3132,91
PEAD 325,28
180 PEAD 201,39 201,39
DEFoFo 60,52
200 1889,07
FoDUCTIL 1828,55
200 FoFo 940,31 940,31
DEFoFo 642,55
250 FoDUCTIL 557,13 4304,12
FoFo 3104,45
DEFoFo 373,14
300 FoDUCTIL 1648,85 4463,91
FoFo 2441,92
350 FoDUCTIL 465,74 465,74
400 FoDUCTIL 1257,12 1257,12
FoDUCTIL 1350,34
500 6380,40
FoFo 5030,07
AÇO 274,73
600 4051,60
FoFo 3776,87
700 FoDUCTIL 2195,36 2195,36
Extensão de rede da ZA (m) 178.052,62
PEAD 2698,31
32 16232,53
PVC 13534,22
50 PVC 66791,44 66791,44
PBA 95,19
63 PEAD 6375,48 7.911,22
PVC 1440,54
PEAD 503,89
75 6.933,50
PVC 6429,61
FoFo 1875,88
100 17.831,33
PVC 15955,44
72 110 PEAD 339,27 339,27
DEFoFo 2655,44
FoFo 627,98
150 3.472,87
PVC 63,13
VF 126,32
160 PBA 969,01 969,01
DEFoFo 1282,94
200 FoFo 3404,62 5.119,95
PVC 432,40
DEFoFo 185,29
250 5.436,20
FoDUCTIL 43,66

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

666
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 5207,25
DEFoFo 876,08
300 FoDUCTIL 625,82 6.837,78
FoFo 5335,87
350 FoFo 465,55 465,55
400 FoFo 751,13 751,13
500 FoDUCTIL 1431,32 1.431,32
600 FoFo 310,86 310,86
700 FoDUCTIL 2902,78 2.902,78
800 FoDUCTIL 706,11 706,11
Extensão de rede da ZA-72 (m) 144.442,85
32 PVC 6710,69 6710,69
50 PVC 65818,32 65818,32
63 PEAD 2152,24 2152,24
75 PVC 13371,73 13371,73
FoFo 95,62
100 7399,61
PVC 7303,99
110 PEAD 341,57 341,57
DEFoFo 5657,92
FoDUCTIL 87,10
150 6702,77
PVC 195,50
VF 762,26
73
DEFoFo 3043,63
200 FoDUCTIL 366,13 5252,20
FoFo 1842,43
DEFoFo 542,67
250 FoDUCTIL 408,07 2105,95
FoFo 1155,21
300 FoFo 3617,30 3617,30
400 FoFo 2017,33 2017,33
500 FoFo 783,49 783,49
600 FoFo 1674,07 1674,07
700 FoDUCTIL 173,16 173,16
Extensão de rede da ZA (m) 118.120,44
Total (m) 763.111,38
Fonte: Embasa, 2020.

RESERVATÓRIO R14

O Reservatório R14 é do tipo apoiado com duas câmaras, cada uma com 8.700 m³, totalizando um
volume de reservação de 17.400 m³, para abastecimento da Zona Baixa (ZAs 63 e 73). A 2ª câmara
foi instalada recentemente, para atendimento da crescente demanda da população. As duas

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

667
câmeras apoiadas são alimentadas pela derivação na Adutora ETA Principal – R7, a mesma
derivação que abastece também o R20.

Figura 393 – Reservatórios do Setor R14 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

668
Figura 394 – Ponto de chegada da Adutora Principal na área do centro de reservação R14

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As válvulas de entrada (Figura 395 e Figura 396) são automatizadas, para controle da vazão de
entrada em cada câmara do R14. O reservatório possui telemetria, onde são medidas as vazões de
entrada de forma automatizada por meio do medidor ultrassônico, cujo resultado vai direto para a
PIPPE.

Figura 395 – Caixa de entrada do R14 (UMJ)

Câmara A Câmara B

Entrada
R14

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

669
Figura 396 –Tubulação de entrada das câmaras do R14

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O nível de água do reservatório é medido de forma automatizada, embora o reservatório ainda


preserve a régua para medição manual, caso necessário, numa eventualidade de interrupção do
fornecimento de energia, conforme Figura 397.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

670
Figura 397 – (A) Medidor de nível das câmaras automatizado (B) Régua para medição do
nível manual (UMJ)

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A Figura 398 apresenta o local onde a amostra de água era retirada pela Embasa para análise de
Cloro em bancada, hoje o R14 conta com a medição do cloro através do clorímetro digital, cuja
leitura é realizada pelo operador.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

671
Figura 398 – Ponto de Monitoramento de Cloro R14 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA R14 (EEAT R14)

A Estação Elevatória (Figura 399) conta com 2 CMB com 200 CV de potência cada e opera em
regime de 1+1, sendo 1 (um) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva (Figura 399). A vazão
nominal está na ordem de 260 L/s ao ser acionada a bomba a vazão de recalque fica na ordem de
360 L/s. As bombas operam em regime de 12h com uma altura manométrica de 28 m limitado pelo
inversor de frequência a 360 rotações.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

672
Figura 399 – Estação Elevatória de Água Tratada R14 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A EEAT R14, responsável pelo atendimento da ZA – 72, pode receber água tanto do R14, quanto
da derivação da adutora ETA principal - R7, o que proporciona maior flexibilidade e segurança
durante a operação (Figura 394). Atualmente a EE tem operado recebendo água direto da derivação
da adutora da ETA Principal – R7 e recalcando para abastecer a ZA-72. Além disso, durante a visita
(dezembro/2020) foi informado que a EEAT R14 é by-passada, então, em caso de queda de
energia, a rede da ZA-72 é abastecida diretamente pela derivação na adutora ETA principal-R7 e,
em último caso, diretamente pelo R14. A demanda de energia dessa estação elevatória é suprida
por um transformador de poste.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

673
Figura 400 – Quadro de comando da EEAT R14 e medidor de pressão

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.4.3. Setor R18

O Centro de Reservação R18 (Figura 401) atualmente atende as Zonas de Abastecimento 58, 59,
67, 68, 74 e 78. Recentemente foram criadas novas delimitações de zoneamento, ZA-58 (subdivisão
da ZA-64) e 59, para um melhor controle operacional, que foram incorporadas ao Centro de
Reservação R18. Atualmente, o reservatório elevado R18T e a EEAT R18 estão inoperantes.

O atendimento do Setor R18 é efetuado por meio de derivação na Adutora Principal, com DN (mm)
1.200, que alimenta o Reservatório Apoiado, constituindo o maior diâmetro, entre as derivações da
citada adutora, em razão da pouca disponibilidade de carga hidráulica entre o ponto de derivação e
a cota de entrada do fluxo de água no Reservatório Apoiado R18 (Sedur, 2016).

Segundo o Parms (2016) para abastecimento da Zona Alta de Valéria, foi implantado um
Reservatório Elevado de 500 m³, alimentado por Estação Elevatória com tomada de água no
Reservatório Apoiado. Entretanto, esta solução se mostrou inadequada devido à insuficiência de
vazão a partir do Reservatório Apoiado. Em consequência, a Estação Elevatória e o Reservatório
Elevado foram desativados, tendo sido providenciado, em caráter provisório, o retorno à operação
da Linha Tronco a partir da ETA Suburbana. Portanto, o aproveitamento do Reservatório Elevado
existente depende de ampliação da Adutora Principal, que possibilitaria aumentar a oferta de água
ao Setor R18.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

674
Figura 401 – Faixada de entrada do Centro de Reservação R18 (Valéria)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


As características físicas e de funcionamento desses reservatórios estão dispostas no Quadro 123.

Quadro 133 – Características dos Reservatórios do Setor R18


Características R18 R18T
Cota do terreno 110 110
Área total do terreno (m²) 26.900 26.900
Tipo Apoiado Elevado
Material Concreto Concreto
Capacidade (m³) 8.700 500
Cota de fundo (m) 110,00 126,30
Cota de nível máximo (m) 118,00 134,60
Tipo de Medidor Ultrassônico Ultrassônico
Número de Câmaras 2 1
Altura Total (m) 9,00 9,30
Altura Útil (m) 8,00 8,30
Status Ativo Inativo
Fonte: Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

675
A Figura 286 apresenta o croqui do Setor R18, que segundo a Embasa todas as zonas atendidas
possuem 100% das suas áreas como baixa. Além do atendimento das 06 zonas, o setor R18
também é responsável pelo abastecimento do reservatório R12 (Periperi).

Figura 402 – Croqui do Setor R18

Fonte: Adaptado Sedur, 2016; Embasa, 2019; 2021.

A Tabela 75 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição por


zona do Setor R18. Observa-se que o setor R18 possui uma extensão total de aproximadamente
231 Km, sendo a ZA-67 a que possui maior extensão, em torno de 85 km. Salienta-se que apesar
da Embasa informar que a ZA – 59 é atendida por esse setor, não foi apresentado informações de
rede de distribuição dessa zona.

Tabela 75 – Informações de rede de distribuição do Setor R18


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 3.126,08 3.126,08
50 PVC 38.250,86 38.250,86
PEAD 5.601,37
63 8.811,71
PVC 3.210,34
R18
67 75 PVC 3.649,75 3.649,75
(Valéria)
100 PVC 3.285,61 3.285,61
PEAD 696,39
110 5.845,93
PVC 5.149,54
150 DEFoFo 9.102,64 10.126,60

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

676
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 1.023,96
160 PBA 1.547,79 1.547,79
FoFo 2.042,95
200 PVC 339,93 2.740,55
VF 357,68
FoFo 50,16
250 97,12
PVC 46,96
FoFo 5.955,06
300 5.971,62
PEAD 16,56
400 FoFo 917,04 917,04
500 FoFo 630,80 630,80
Extensão de rede da ZA-67 (m) 85.001,45
32 PVC 335,51 335,51
50 PVC 27.162,69 27.162,69
63 PEAD 276,61 276,61
63 PVC 8,42 8,42
75 PVC 4.553,41 4.553,41
100 PVC 4.947,31 4.947,31
110 PVC 2.724,70 2.724,70
DEFoFo 4.614,24
150 5.655,04
PVC 1.040,80
68
160 PVC 69,17 69,17
FoFo 1.912,54
200 2.803,53
PVC 890,99
FoFo 53,85
250 1.783,34
PVC 1.729,49
300 FoFo 777,00 777,00
FoFo 1.747,04
400 1.755,39
PVC 8,35
500 FoFo 2.949,96 2.949,96
Extensão de rede da ZA-68 (m) 55.802,11
32 PVC 2.008,69 2.008,69
50 PVC 34.979,45 34.979,45
PEAD 2.771,63
63 6.258,94
PVC 3.487,31
FoFo 23,16
75 2.336,93
PVC 2.313,77
74
100 PVC 714,20 714,20
110 PVC 5.005,60 5.005,60
DEFoFo 6.807,42
150 7.484,98
PVC 677,56
200 FoFo 842,25 842,25
250 FoFo 629,30 632,06

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

677
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PVC 2,76
FoDUCTIL 1.833,93
300 FoFo 462,63 2.311,23
PVC 14,67
400 FoFo 1.182,75 1.182,75
500 FoFo 1.054,40 1.054,40
Extensão de rede da ZA-74 (m) 64.811,48
32 PVC 5.234,50 5.234,50
50 PVC 13.450,54 13.450,54
75 PVC 1.280,44 1.280,44
100 PVC 1.923,94 1.923,94
DEFoFo 2.914,05
150 2.999,07
PVC 85,02
78
200 PVC 142,08 142,08
250 PVC 82,11 82,11
300 FoFo 548,00 548,00
400 FoFo 20,23 20,23
500 FoFo 8,49 8,49
600 FoFo 26,00 26,00
Extensão de rede da ZA-78 (m) 25.715,41
Total geral do Setor (m) 231.330,44
Fonte: Embasa, 2020.

RESERVATÓRIO R18

O Reservatório R18 (Figura 403) é do tipo apoiado com volume de reservação de 8.700 m³, ele
recebe água da ETA Principal e distribui diretamente para as ZAs 67, 68, 74, 75, 78, 58 e 59 e,
também, para o Reservatório R12 que por sua vez atende a ZA-75

Figura 403 – Reservatório R18 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

678
O reservatório possui macromedição com telemetria, onde é medida a vazão de entrada do
reservatório de forma automatizada por meio do medidor ultrassônico, cujo resultado vai direto para
a PIPPE. A Figura 405 apresenta a tubulação de chegada DN (mm) 1200 com válvula borboleta
automatizada, deste modo a Embasa consegue controlar a vazão de entrada através da abertura
da válvula. O nível de água do reservatório é medido de forma automatizada, embora o reservatório
ainda preserve a régua para medição manual, caso necessário.

Figura 404 – Medidor de vazão da entrada do R18 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

679
Figura 405 – (A) Caixa de entrada R18 (B) Tubulação de entrada do R18 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A saída do reservatório R18 está ligada a EEAT R18, que está inoperante, a rede de distribuição
para atendimento das Zonas de Abastecimento, ao Reservatório R12 e a uma saída para
abastecimento do carro-pipa, quando necessário.

Está em fase de estudo pela Embasa a possibilidade de ampliar o R18, adicionando mais duas
câmaras com volume de reservação de 8.700 m³ cada e reativar o R18T e a EEAT R18, para a
incorporação de outras zonas que hoje são abastecidas diretamente pela adutora principal, por
distribuição em marcha.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

680
Figura 406 – R18T e Estação Elevatória de Água Tratada R18 (UMJ) que estão inoperantes

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.4.4. Setor R12

O Reservatório R12 é do tipo apoiado com duas câmaras, cada uma com 400 m³, totalizando um
volume de reservação de 800 m³, para abastecimento da ZA-75. Atualmente, o volume de
reservação do R12 é insuficiente para atender a demanda da região, deste modo, a Embasa prevê
a desativação desse reservatório para que a Zona passe a ser atendida diretamente pelo R18.
Durante a visita as obras para by-passar o reservatório já tinham iniciado, para logo em seguida ser
desativado.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

681
Figura 407 – Identificação da unidade R12 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As características físicas e de funcionamento desse Reservatório estão dispostas no Quadro 134.

Quadro 134 – Características dos Reservatórios do Setor R12


Características R12
Cota do terreno 51
Área total do terreno (m²) 1.200
Tipo Apoiado
Material Concreto
Capacidade (m³) 800
Cota de fundo (m) 51,00
Cota de nível máximo (m) 55,00
Tipo de Medidor Ultrassônico
Número de Câmaras 2
Altura Total (m) 5,00
Altura Útil (m) 4,00
Status Ativo
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

682
A Figura 413 apresenta o croqui do Setor R12, que atende apenas a zona ZA-75, classificada 100%
como baixa.

Figura 408 – Croqui do Setor R12

Fonte: Embasa, 2021.

A Tabela 77 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição da ZA-


75 apendida pelo Setor R10. Observa-se que essa zona possui uma extensão total de 60,6 Km,
sendo o DN (mm) 50, responsável pela maior extensão, em torno de 18 Km.

Tabela 76 – Informações de rede de distribuição do Setor R12


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 2.088,34 2.088,34
50 PVC 18.439,38 18.439,38
PEAD 702,17
63 16.109,00
PVC 15.406,83
75 PVC 2.315,55 2.315,55
FoFo 4,20
100 2.292,54
PVC 2.288,34
PEAD 304,52
R12 110 6.027,18
75 PVC 5.722,67
(Periperi)
DEFoFo 4.307,55
150 4.532,75
PVC 225,19
FoFo 3.092,89
200 3.144,03
PVC 51,14
FoFo 1.709,75
250 2.415,15
PVC 705,41
FoFo 685,39
300 695,79
PVC 10,40

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

683
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
400 FoFo 136,55 136,55
500 FoFo 2.161,48 2.161,48
600 FoDUCTIL 231,99 231,99
Total do setor (m) 60.589,74
Fonte: Embasa, 2021.

O reservatório R12 possui macromedição com telemetria, onde é medida a vazão de entrada no
reservatório de forma automatizada, bem como o nível através do medidor ultrassônico e resultado
vai direto para a PIPPE. O R12 conta com duas saídas para atendimento da mesma Zona, uma em
Praia Grande e outra em Periperi.

Figura 409 – Reservatório R12 (UMJ)

Extravasor

Descarga

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

684
Figura 410 – Tubulação de entrada do R12 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 411 – Tubulação de saída do R12 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.4.5. Setor R10

O Centro de Reservação R10 (Figura 412) atende as zonas de abastecimento 69 e 76 por meio dos
Reservatórios R10 e R10T que estão situados em lotes diferentes.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

685
Figura 412 – Centro de Reservação R10 – Ilha Amarela (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

As características físicas e de funcionamento desse Reservatório estão dispostas no Quadro 135.

Quadro 135 – Características dos Reservatórios do Setor R10


Características R10 R10T
Cota do terreno 97 97
Área total do terreno (m²) 9.900 2.900
Tipo Apoiado Elevado
Material Concreto Concreto
Capacidade (m³) 8.700 700
Cota de fundo (m) 97,00 111,50
Cota de nível máximo (m) 105,00 118,50
Tipo de Medidor Ultrassônico Ultrassônico
Número de Câmaras 1 1
Altura Total (m) 9,00 8,00
Altura Útil (m) 8,00 7,00
Status Ativo Ativo
Fonte: Embasa, 2020.

A Figura 413 apresenta o croqui do Setor R10, que atende as zonas 69 e 76. Não foi apresentado
informações no PARMS (2016) sobre a porcentagem das áreas classificadas como altas e baixas
de cada zona de abastecimento.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

686
Figura 413 – Croqui do Setor R10

Fonte: Adaptado Embasa, 2021.

A Tabela 77 apresenta informações de diâmetro material e extensão da rede de distribuição por


zona do Setor R10. Observa-se que o setor R10 possui uma extensão total de aproximadamente
158,7 Km, sendo a ZA-76 a que maior extensão de rede, em torno de 84 Km.

Tabela 77 – Informações de rede de distribuição do Setor R10


Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
PEAD 51,72
32 4251,73
PVC 4200,01
PEAD 39,04
50 29195,85
PVC 29156,81
PEAD 6000,81
63 7623,89
PVC 1623,08
75 PVC 1099,72 1099,72
R10 PEAD 471,73
(Ilha 69 100 11163,99
Amarela) PVC 10692,26
110 PVC 575,98 575,98
DEFoFo 4996,18
FoFo 272,87
150 5636,54
PVC 313,91
VF 53,58
160 PBA 827,29 827,29
200 DEFoFo 179,56 6969,18

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

687
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 5926,71
PVC 862,91
FoDUCTIL 233,10
250 FoFo 695,51 1025,90
PVC 97,29
FIBRA 936,87
300 FoDUCTIL 423,07 3810,49
FoFo 2450,56
FoDUCTIL 99,50
400 1649,45
FoFo 1549,95
500 FoFo 780,67 780,67
600 FoFo 13,95 13,95
Extensão de rede da ZA-69 (m) 74.624,63
32 PVC 3914,72 3914,72
50 PVC 49912,34 49912,34
PEAD 3142,06
63 5818,14
PVC 2676,07
75 PVC 4428,15 4428,15
100 PVC 6258,65 6258,65
110 PVC 2,97 2,97
DEFoFo 2182,30
150 2681,83
PVC 499,53
DEFoFo 204,42
200 FoFo 1600,14 2767,59
PVC 963,02
76
DEFoFo 565,41
FoFo 2576,18
250 3336,27
PEAD 45,88
PVC 148,80
DEFoFo 4,76
FIBRA 1405,18
300 3671,37
FoFo 2048,33
PVC 213,09
FoDUCTIL 30,26
400 595,32
FoFo 565,07
500 FoFo 606,30 606,30
600 FoFo 108,74 108,74
Extensão de rede da ZA-76 (m) 84.102,39
Total do setor (m) 158.727,02
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

688
RESERVATÓRIO R10

O Reservatório R10 (Figura 414) é do tipo apoiado com volume de reservação de 8.700 m³, ele
recebe água da ETA Principal e distribui para a EEAT R10 e diretamente para parte da ZA-69.

Figura 414 – Reservatório R10 (UMJ)

Tubulação
de entrada

Extravasor

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


As válvulas de entrada e saída são automatizadas, para controle da vazão que entra e saí no
reservatório. O reservatório possui telemetria, onde são medidas as vazões de entrada e saída de
forma automatizada através do tubo de Pitot (Figura 415) e o resultado vai direto para a PIPPE. O
nível de água do reservatório é medido de forma automatizada (Figura 416), pelo medidor
manométrico ou ultrassônico, a régua (Figura 417) para medição manual está desativada.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

689
Figura 415 –Tubulação de entrada do R10

B C

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

690
Figura 416 – Medidor de nível R10 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 417 – Régua para medição de nível R10 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O reservatório é by-passado o que permite que a ZA-69 seja abastecida diretamente pela adutora
principal, quando necessário, com pressão satisfatória segundo o preconizado na legislação,
segundo colaboradores que acompanharam a visita técnica. Trata-se do que os funcionários da
Embasa chamam de Redundância, quando são implementadas mais de duas soluções para o

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

691
atendimento de uma mesma região, deste modo proporcionado uma maior segurança e
flexibilização durante a operação.

A saída do reservatório R10 está ligada a EEAT R10 e a rede de distribuição para atendimento de
parte da ZA-69.

ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA R10 (EEAT R10)

A Estação Elevatória R10 (Figura 418) conta com 3 CMB com 60 CV de potência cada e opera em
regime de 2+1, sendo 2 (dois) CMB em paralelo operando e 1 (um) CMB reserva (Figura 419). A
vazão de recalque média fica na ordem de 160 L/s e as bombas operam em regime de 11h.
Recentemente foi adquirido o inversor de frequência, que será instalado após a conclusão das obras
de modificação do R10T.

A demanda da estação elevatória é suprida por uma subestação. A EEAT R10 recebe água apenas
do R10 e distribui para o R10T, que abastece a ZA-76 e parte da ZA-69.

Figura 418 – Estação Elevatória de Água Tratada R10 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

692
Figura 419 – Conjuntos Motobombas EEAT R10 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

693
Figura 420 – Quadro de comando EEAT R10 (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 421 – (A) Medidor de pressão eletrônico EEAT R10 e (B) quadro para leitura de vazão
de chegada e saída

A B

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

694
RESERVATÓRIO R10T

O Reservatório R10T (Figura 422) é do tipo elevado com volume de reservação de 700 m³ e
abastece parte da ZA-69 e a ZA-76. Durante a visita, estavam sendo realizadas as obras para
conexão da entrada e saída do reservatório, para que passe a atuar como um reservatório de
jusante, assim como o R17T.

Figura 422 – Reservatório R10T (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

695
Figura 423 – Obra para adequação nas tubulações do R10T e transformá-lo em reservatório
de jusante

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O R10T conta com duas saídas para atendimento da ZA-76 e ZA-69 (parte), conforme pode-se
observar na Figura 424.

Figura 424 – Saída do R10T (UMJ)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Existe no lote do R10T um ponto de coleta para monitoramento da qualidade da água do


reservatório, conforme Figura 425.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

696
Figura 425 – Ponto de coleta para monitoramento da água na saída do R10T

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.4.6. Adutoras e Subadutoras

Conforme informado anteriormente existem zonas que são atendidas diretamente pela adutora
principal x R7 e outras que também podem ser atendidas diretamente pela ETA Suburbana, além
da adutora principal. A Tabela 78 apresenta informações de diâmetro, material e extensão da rede
de distribuição das zonas que podem ser abastecidas apenas pela adutora principal, onde é
possível observar que possui uma extensão total de aproximadamente 205 Km, sendo a ZA-62
responsável pela maior extensão, em torno de 161 Km.

Tabela 78 - Informações de rede de distribuição das zonas atendidas pela adutora principal
x R7
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
20 PVC 223,03 223,03
32 PVC 9.529,10 9.529,10
50 PVC 83.878,68 83.878,68
63 PEAD 3.014,62 3.014,62
75 PVC 21.000,88 21.000,88
100 PVC 14.264,43 14.264,43
Adutora ETA DEFoFo 4.130,55
62 150 4.170,79
Principal x R7 PVC 40,25
160 PBA 711,16 711,16
DEFoFo 137,10
200 FoDUCTIL 2.050,71 7.584,77
FoFo 5.396,96
DEFoFo 198,55
250 5.745,49
FoDUCTIL 626,44

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

697
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
FoFo 4.920,50
DEFoFo 247,28
300 FoDUCTIL 714,55 3.067,75
FoFo 2.105,92
FoFo 2.335,09
350 2.633,78
PVC 298,69
FoDUCTIL 1.670,90
400 FoFo 835,80 3.053,38
VF 546,68
500 FoFo 1.480,22 1.480,22
FoDUCTIL 58,26
600 79,44
FoFo 21,18
700 FoDUCTIL 1,76 1,76
800 FoDUCTIL 713,84 713,84
Extensão de rede da ZA-62 (m) 161.153,12
32 PVC 2.201,37 2.201,37
PVC 21.806,90
50 21.813,05
VF 6,16
PEAD 1.064,80
63 1.098,60
PVC 33,80
75 PVC 3.253,16 3.253,16
90 PEAD 305,54 305,54
100 PVC 5.270,55 5.270,55
110 PVC 580,14 580,14
DEFoFo 43,30
150 PVC 913,14 958,60
70 VF 2,16
160 PBA 157,95 157,95
DEFoFo 70,03
200 FoFo 3.931,69 4.590,38
PBA 588,66
DEFoFo 395,83
FoFo 960,90
250 1.462,16
PVC 89,46
VF 15,98
FoFo 1.922,34
300 1.925,66
PEAD 3,32
400 FoFo 453,17 453,17
Extensão de rede da ZA-70 (m) 44.070,34
Total geral do Setor (m) 205.223,46

Fonte: Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

698
A Tabela 79 apresenta informações de diâmetro, material e extensão da rede de distribuição das
zonas que podem ser abastecidas tanto pela ETA Suburbana quanto pela adutora principal x R7.

Tabela 79 - Informações de rede de distribuição das zonas que podem ser atendidas pela
ETA Suburbana e pela adutora principal x R7
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
32 PVC 3.709,34 3.709,34
50 PVC 38.687,92 38.687,92
PEAD 9.571,78
63 9.982,66
PVC 410,88
75 PVC 4.346,18 4.346,18
PEAD 78,96
100 2.922,80
PVC 2.843,84
110 PVC 1.453,39 1.453,39
DEFoFo 5.158,01
150 5.293,59
VF 135,58
FoFo 413,03
200 PVC 2.209,58 2.637,71
64 VF 15,10
250 PVC 1.731,61 1.731,61
FoDUCTIL 8,87
Adutora 300 FoFo 1.715,26 2.526,30
diretamente PVC 802,18
pela ETA
Suburbana 400 FoFo 3.147,27 3.147,27
(sem 500 FoFo 667,18 667,18
reservatório), 600 FoFo 628,98 628,98
ou pela
adutora ETA FoDUCTIL 2.944,64
Principal x R7 700 FoFo 1.013,95 3.961,39
PVC 2,80
FoDUCTIL 1.331,57
800 2.031,27
FoFo 699,70
Extensão de rede da ZA (m) 83.727,60
25 PVC 458,09 458,09
32 PVC 1.081,57 1.081,57
50 PVC 19.182,36 19.182,36
63 PEAD 1.389,37 1.389,37
75 PVC 1.924,56 1.924,56
77 100 PVC 4.246,69 4.246,69
110 PVC 1.616,87 1.616,87
DEFoFo 775,63
150 2.944,68
PVC 2.169,04
200 FoFo 2.215,47 2.215,47
300 FoFo 1.389,21 1.389,21

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

699
Setor Zona DN (mm) Material Extensão (m) Extensão Total (m)
400 FoFo 458,01 458,01
500 FoFo 2.468,87 2.468,87
Extensão de rede da ZA (m) 39.375,75
Total geral do Setor (m) 123.103,35

Fonte: Embasa, 2020.

Ressalta-se que as informações referentes às características da rede de distribuição da Zona 65


não constam no levantamento preliminar de ativos fornecido pela Embasa e por isso as informações
não constam na Tabela 79.

7.2.5.5. Unidade Regional de Candeias (UMS)

Conforme já mencionado em itens anteriores o atendimento por rede pública de abastecimento de


água nas Ilhas de Salvador (Ilha de Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e Ilha de Maré) é
realizado pela Unidade Regional da Embasa de Candeias (UMS), por meio dos subsistemas
Candeias e Madre de Deus, que fazem parte do SIAA Recôncavo.

Esses dois subsistemas, tem origem no centro de reservação denominado RZBII, localizado no
município de Candeias, que no momento da visita técnica, realizada em agosto/2020 estava
operando com 2 câmaras de 75 m³, que recebe reforço de hipoclorito de sódio.

Essas câmaras desempenhavam simultaneamente duas funções: a primeira como reservatório de


distribuição e quebra de pressão, a segunda como poço de sucção da EEAT de Candeias. Esses
compartimentos estavam atuando como reservatórios de distribuição de modo provisório até a
finalização da obra do Reservatório RZB-II de 8.700 m³. Segundo Sedur (2016) esse reservatório
além de aumentar a capacidade de abastecimento do sistema, também irá reduzir o desnível
piezométrico entre os pontos extremos RZBII e stand-pipe da ETA Principal.

Após a realização da visita técnica, foi informado pela Embasa que as obras de ampliação do RZBII
foram concluídas em abril/2021, ampliando o volume de reservação para 8.700m³.

Na Figura 426 apresenta-se a Estação Elevatória Candeias, localizada no RZBII, onde estão
localizados os conj. 3 e 4, que realizam o recalque até a Ilha de Maré, descritos anteriormente no
item 7.2.4.8.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

700
Figura 426 – Estação Elevatória localizada na área do RZB-II Candeias

Fonte: Consórcio Saneando-Concremat-Brencorp, 2020.

Na Figura 427 pode ser visto o novo reservatório RZBII de 8.700m³, que teve a sua implantação
concluída em abril de 2021.

Figura 427 – Obras do futuro RZB II de 8.700 m³ em fase de conclusão

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

701
As Ilhas de Salvador são atendidas por meio de 05 reservatórios, cujas características foram
apresentadas na Tabela 59 e são descritos com mais detalhes a seguir.

7.2.5.5.1. Reservação na Ilha de Bom Jesus dos Passos

Na Ilha de Bom Jesus dos Passos a operação das infraestruturas de abastecimento de água é de
responsabilidade do escritório local de Madre de Deus, que também é responsável pela Ilha dos
Frades. A Figura 428 apresenta o croqui do sistema de adução de água tratada e reservação da
Ilha de Bom Jesus dos Passos e da Ilha dos Frades.

Figura 428 – Croqui da reservação da Ilha de B. J. Passos

Fonte: Adaptado Embasa, 2020.

Conforme já detalhado anteriormente no item 7.2.4.8 a Ilha de Bom Jesus dos Passos e a Ilha dos
Frades são abastecidas pelo subsistema Madre de Deus, por meio de uma derivação antes do
reservatório RMD. O abastecimento da Ilha de Bom Jesus dos Passos ocorre por meio de um
reservatório, que também alimenta uma estação elevatória, que recalca a água até o Reservatório
da Ilha dos Frades (RIF). A Figura 429 mostra a a localização do reservatório e da EEAT de Bom
Jesus dos Passos e a delimitação da área atendida pelo reservatório.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

702
Figura 429 – Área de abrangência do Reservatorio da Ilha de Bom Jesus dos Passos

Fonte: CSB Consórcio, 2021.


Segundo informações atualizadas da operação da Embasa, após a entrada em operação do RZBII
e da duplicação da adutora de Madre de Deus, o abastecimento de água nas duas Ilhas for
regularizado, ocorrendo praticamente todos os dias concomitantemente, sem necessidade de
manobras. Segundo a Embasa (2020) o reservatório de Bom Jesus dos Passos, apresentado na
Figura 430 e na Figura 431, possui capacidade de 380 m³.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

703
Figura 430 – Detalhes do reservatório de Bom Jesus dos Passos

Escada sem
guarda-corpo

Extravasor
de água

Local de saída das


tubulações de água
para abastecer Ilha
de B. J. Passos e Ilha
dos Frades
Mangueira para
acompanhamen
to do nível de
água

Tubulação de
chegada de
água tratada

Tubulação para
ponto de coleta

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

704
Figura 431 – Vista da área do Reservatório da Ilha de Bom Jesus dos Passos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na saída do reservatório para abastecimento da Ilha de Bom Jesus dos Passos é realizada
desinfecção (Figura 432) da água com aplicação de hipoclorito de cálcio – Ca (ClO)₂, conhecidas
como pastilhas de cloro. E no local da EEAT, que recalca água para o reservatório da Ilha dos
Frades, o desinfetante aplicado é o cloro líquido (Figura 433).

Figura 432 – Local de aplicação do hipoclorito de cálcio

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

705
Figura 433 – Sistema de recloração na EEAT de Bom Jesus dos Passos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Em Bom Jesus dos Passos existem cinco pontos de coleta para análise da água tratada, a saber:
1) Escola Antônio Carlos Magalhães; 2) Posto de Saúde; 3) saída da água do reservatório de B.J.
Passos (BJS003); 4) chegada de água de Madre de Deus (BJS004); e 5) Creche. A Figura 434
mostra dois desses pontos, cuja coleta é realizada uma vez por semana.

Figura 434 – Pontos de coleta BJS003 e BJS004

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

706
Antes das intervenções no SIAA Recôncavo (operação do RZBII de 8.700 m³ e da duplicação da
adutora até Madre de Deus) abastecimento da Ilha de Bom Jesus dos Passos era realizado por
meio de 3 manobras, denominadas da seguinte forma pela operação local: 1) parte maior da zona
baixa (corresponde a 60%) por um registro de DEFoFo de diâmetro de 200 mm; 2) parte menor da
zona baixa (corresponde a 30%) por um registro de DEFoFo de diâmetro de 150 mm; 3) zona alta
(corresponde a 10%) por meio do fechamento dos 2 registros. Segundo informações da operação
local atualmente todos os registros ficam abertos, sendo fechados apenas em situações de
manutenção, como ocorrência de vazamentos.

Figura 435 – Registros de manobra da Ilha de B. J. dos Passos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O reservatório da Ilha dos Frades é atendido por recalque por meio da Estação Elevatória (Figura
436) localizada em Bom Jesus dos Passos, que conta com 2 CMB com 12,5 cv de potência cada e
opera em regime de 1+1, sendo 1 (um) CMB em operação e 1 (um) CMB reserva (Figura 437), cujo

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

707
tempo de operação depende do nível do reservatório da Ilha dos Frades a fim de evitar
extravasamento.

Figura 436 – Vista do local da Estação Elevatória de Água Tratada de B. J. Passos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 437 – Conjuntos Motobombas EEAT de B. Jesus dos Passos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O local da estação elevatória também funciona como uma espécie de escritório-almoxarifado, onde
também é realizada a desinfecção da água bombeada para Ilha dos Frades, conforme pode-se
observar na Figura 438. Nesse local também fica o kit (Figura 440) para análise de cloro que é
realizada 2 vezes ao dia.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

708
Figura 438 – Local da EEAT que também funciona como escritório-almoxarifado

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 439 – Realização de desinfecção

Bomba
Hipoclorito dosadora de
de cálcio cloro líquido

Ponto de
aplicação
do cloro

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

709
Figura 440 – Kit para análise de cloro

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 441 – Quadro de comando EEAT B. J. Passos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A demanda de energia elétrica da estação elevatória de Bom Jesus dos Passos é suprida por um
transformador de poste.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

710
7.2.5.5.2. Reservação na Ilha dos Frades

O Reservatório da Ilha dos Frades, assim como o da Ilha de Bom Jesus dos Passos também
pertence a Unidade Regional de Candeias (UMS), sendo operado pelo escritório local de Madre de
Deus. Conforme sinalizado anteriormente, o reservatório da Ilha dos Frades recebe água do
reservatório de Ilha de Bom Jesus dos Passos e atende as localidades de Ponta de Nossa Senhora,
Loreto, Costa e Paramana, conforme pode-se observar no croqui da Figura 442 e no mapa com a
espacialização na Figura 443.

Figura 442 – Croqui da reservação da Ilha dos Frades

Fonte: Adaptado Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

711
Figura 443 – Área de abrangência do Reservatório da Ilha dos Frades

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

712
O reservatório da Ilha dos Frades (RIF), com capacidade de 380 m³, está localizado em uma área
de vegetação bastante densa, conforme pode-se observar na Figura 444. Segundo informações
recentes da operação esse reservatório recebe água praticamente todos os dias da Ilha de Bom
Jesus dos Passos, existe comunicação entre os dois operadores para que o bombeio seja
interrompido quando o RIF estiver no limite da sua capacidade afim de evitar extravasamento.

Figura 444 – Vista da área do Reservatório da Ilha dos Frades

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

A área interna do reservatório necessita de manutenção, visto que foi observada a presença de
muita vegetação. A escada de acesso não está fixada no reservatório, ficando no chão, e quando
da sua utilização é colocada na estrutura, configurando em risco a integridade física do operador.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

713
Figura 445 – Tubulação de chegada da água

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 446 – Tubulações de saída da água

Tubulação para
Paramana,
Costa e Loreto

Escada de
acesso ao
Tubulação
reservatório
para
P.N.Senhora

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

714
Figura 447 – Ventosa na tubulação que abastece Ponta de Nossa Senhora

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na Ilha dos Frades existem três registros, um na localidade de Costa, um em Ponta de Nossa
Senhora e outro em Paramana, porém, segundo informações atuais da operação não estão sendo
necessárias manobras, portanto, esses registros são manuseados apenas em situação de
necessidade de manutenção.

Na Ilha dos Frades existem 2 pontos de coleta para análise da água (Figura 448), um localizado na
localidade de Paramana e o outro em Costa. Assim como na Ilha de Bom Jesus dos Passos o
operador realiza análises de cloro 2 vezes ao dia e o laboratório faz a coleta semanalmente.

Figura 448 – Pontos de coleta: A) Paramana e B) Costa

A B

Fonte: Operador Local, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

715
7.2.5.5.3. Reservação na Ilha de Maré

Conforme já detalhado anteriormente, as 13 (treze) localidades pertencentes a Ilha de Maré são


abastecidas pelo subsistema de Candeias que integra o SIAA do Recôncavo, por meio de um by-
pass existente na área do RZM, localizado no bairro do Malembá em Candeias. Algumas
localidades são atendidas por reservatórios e outras por derivações no decorrer do caminhamento
da adutora de água tratada, conforme pode-se observar na Figura 449 que traz o croqui do sistema
de adução de água tratada e reservação da Ilha de Maré e no mapa da Figura 450 que mostra a
espacialização da área de abrangência de cada reservatório e da adutora, assim como a delimitação
das ZEIS.

Figura 449 – Croqui do sistema de adução de água tratada e reservação da Ilha de Maré

Fonte: Adaptado Embasa, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

716
Figura 450 – Área de abrangência dos reservatórios e da adutora em Ilha de Maré

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

717
Conforme já detalhado anteriormente, a adutora subaquática que abastece a Ilha de Maré foi
duplicada no ano de 2019, possibilitando assim fazer manobra em caso de problemas sem
interromper o abastecimento da Ilha de Maré. A localidade de Passé e as localidades de ilha de
Maré são abastecidas por rodizio, sendo 2 dias da semana para Passé (segunda e quinta) e 5 dias
para Ilha de Maré com rodizio de abastecimento das localidades atendidas. Segundo a operação
local, para o atendimento das localidades de Botelho, Neves, Itamoabo e Santana é necessário
fazer manobra nas localidades que ficam na porção norte da Ilha. O Quadro 136 apresenta os dias
da semana que as localidades abastecidas diretamente pela adutora têm água disponivel na rede
de distribuição e o Quadro 137 os dias que cada reservatório recebe água.

Quadro 136 – Rodízio de atendimento nas localidades de Ilha de Maré abastecidas


diretamente pela adutora
Forma de
Localidade Dias que tem água na rede de distribuição
atendimento
Passé - Candeias Segunda e quinta
Martelo Terça, quarta, sexta, sábado e domingo
Porto dos Cavalos Terça, quarta, sexta, sábado e domingo
Ponta Grossa Terça, quarta, sexta, sábado e domingo
Derivação Adutora Maracanã Terça, quarta, sexta, sábado e domingo
Bananeiras Terça, quarta, sexta, sábado e domingo
Oratório Terça e sexta – igual bananeira
Neves Quarta, sábado e domingo
Itamoabo Quarta, sábado e domingo
Fonte: Operador local, 2021.

Segundo a operação local, para o atendimento das localidades de Botelho, Neves e Itamoabo é
necessário fazer manobras nas localidades que ficam na porção norte da Ilha, por meio das válvulas
redutoras de pressão (VRP) instaladas nas localidades de Passa Cavalo, Maracanã e Bananeiras.
Salientou que como são localidades com cota baixa não compromete o abastecimento

Quadro 137 – Rodízio de atendimento dos reservatórios de Ilha de Maré


Localidade Forma de atendimento Dias que o reservatório recebe água
Praia Grande
Reservatório de Praia Grande Terça e sexta
Caquende
Botelho Reservatório de Botelho Sábado e domingo prioritariamente
Santana Reservatório Santana Sábado e domingo prioritariamente
Fonte: Operador local, 2021.
Sobre o abastecimento dos reservatórios de Botelho e Santana, segundo a operação local prioriza-
se os finais de semana, porém também recebe água durante a semana, porém como as manobras
não são fixas depende da situação de abastecimento de cada localidade não tem um dia especifico
definido.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

718
Salienta-se que na localidade de Bananeiras existia um reservatório de 70 m³, porém foi desativado
há mais de 10 anos, sendo a localidade atendida atualmente por uma derivação diretamente da
adutora. Segundo informações da operação não existem problemas de abastecimento nessa
localidade, pois não existem pontos altos, além de ser uma das primeiras a serem abastecidas. As
localidades que possuem pontos críticos de abastecimento são: Santana (rua da Paz e rua Alto do
Dendê) e Praia Grande (rua da Formiga e rua do Cajá).

Nos reservatórios localizados em Ilha de Maré não existe medidor de nível automatizado, nem
medidor manual como mangueira e régua, e, portanto, a “medição” é realizada de forma visual,
dificultando bastante o trabalho do operador, além de não ter precisão na leitura.

A seguir serão apresentadas as informações detalhadas de cada um dos reservatórios existentes


na Ilha de Maré.

7.2.5.5.3.1. Reservatório Praia Grande

O Reservatório de Praia Grande, que possui volume de 200 m³, atende as localidades de Praia
Grande e Caquende e recebe água dois dias na semana, terça e sexta. Conforme relatado
anteriormente o abastecimento desse reservatório ocorre por uma derivação na adutora principal
da Ilha (diâmetro de 150 mm em PVC DEFºFº) na localidade de Botelho.

Figura 451 – Acesso ao Reservatório de Praia Grande

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

719
Figura 452 – Reservatório de Praia Grande

Tubulação
de chegada Extravasor
de água

Escada de
acesso

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 453 – Tubulações de saída de água

Tubulação de
extravasão

Tubulação
Caquende

Tubulação
Praia Grande

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

720
Figura 454 – (A)Tubulação de água tratada exposta, (B) procura de vazamento na rede de
distribuição e (C) Válvula redutora de pressão em frente a unidade de saúde

A B C

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na localidade de Praia Grande existem dois pontos de coleta para análise de água, a saber: 1)
saída do reservatório e 2) rede de distribuição (em frente ao Colégio).

Figura 455 – Ponto de coleta da saída do reservatório (MAR005)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.5.3.2. Reservatório Botelho

O Reservatório de Botelho é do tipo apoiado com volume de reservação de 100 m³, abastece
apenas a localidade de Botelho, recebe água três dias na semana (quarta, sábado e domingo). O

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

721
reservatório está localizado em área de vegetação bastante densa, conforme pode-se verificar na
Figura 456.

Figura 456 – Reservatório de Botelho

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Figura 457 – Escada de acesso, tubulação de entrada e extravasor do RAD de Botelho

Escada de
acesso com
Tubulação de
guarda-corpo
extravasão

Tubulação
de entrada

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

722
Figura 458 – Registros nas tubulações de entrada e saída

Registro na
Tubulação Registro na
de entrada Tubulação
de saída

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na localidade de Botelho existe um registro de manobra que foi remanejado de local, visto que os
próprios moradores manuseavam, comprometendo assim o abastecimento de outras áreas. O novo
registro foi instalado num local com maior dificuldade de visualização, conforme pode-se observar
na Figura 459.

Figura 459 – Local onde fica registro de manobra em Botelho

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

723
Foram identificados dois pontos de coleta para análise de água (MAR003 e MAR007), localizados
em Botelho, conforme Figura 460.

Figura 460 – Pontos de coleta para análise de água localizados em Botelho

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Na localidade de Botelho, em frente à escola, existe um ponto de telemetria (Figura 461), para
medição de vazão e pressão, porém está inoperante. Como o contrato venceu, a empresa
responsável retirou o equipamento.

Figura 461 – Ponto onde estava instalada equipamento de telemetria

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.5.5.3.3. Reservatório de Santana

O Reservatório de Santana (Figura 462) é do tipo apoiado com volume de reservação de 300m³,
recebe água dois dias da semana (sábado e domingo) e abastece a localidade de Santana, que
possui pontos críticos (rua da Paz e rua Alto do Dendê) que são atendidos via booster.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

724
Figura 462 – Reservatório de Santana

Casa do Tubulação de
booster entrada de água

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 463 –Tubulações de saída do reservatório

Tubulação
Tubulação para o
de saída de booster
água do
reservatório

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

O booster de Santana (Figura 436), localizado na mesma área do reservatório, tem a função de
abastecer as partes altas da localidade. Opera no sistema 1+1, uma bomba reserva e a outra em
operação, seu funcionamento ocorre de forma automática, e, portanto, a quantidade de horas de
operação depende das manobras realizadas na Ilha.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

725
Figura 464 – Booster de Santana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 465 – Medidor de energia e quadro de comando do booster de Santana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Foi identificado um ponto de coleta para análise de água (MAR012), localizado em Santana,
conforme Figura 466.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

726
Figura 466 – Ponto de coleta para análise de água localizado em Santana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

7.2.6. INTERVENÇÕES PREVISTAS NO SIAA SALVADOR E NO SIAA RECÔNCAVO

Os estudos do PARMS constataram que em 2015 já existia um déficit hídrico para atender as
demandas do SIAA Salvador e do SIAA Recôncavo, avaliado em 1,71m³/s, prevendo-se que este
déficit aumentaria para 4,56m³/s, em 2040, se nenhuma intervenção fosse feita. Nessa avaliação
foram computadas as disponibilidades dos mananciais utilizados pelo Sistema Integrado de
Abastecimento de Água (SIAA) de Salvador, que são utilizados também no SIAA Recôncavo e as
demandas de todos os usuários do sistema, inclusive de água bruta.

A partir do PARMS, a Embasa realizou intervenções no SIAA Salvador e SIAA Recôncavo para
prover a garantia da segurança hídrica, por meio da ampliação das vazões disponíveis, construção
de novas estruturas e atualizações das existentes, visando a garantia da redundância hídrica, ou
seja, se dispor de mais de uma alternativa para a garantia da segurança hídrica do sistema de
abastecimento em situações de crise. Além disso, estão previstas outras intervenções estruturantes
como estudos e diagnósticos imprescindíveis para melhor previsão de soluções.

A seguir consta a descrição resumida das intervenções realizadas pela Embasa, e as que estão em
andamento ou estão previstas na área atendida pelo SIAA Salvador. Essas informações constam
no Parecer Técnico da Embasa nº 002/2020, datado de 28/02/20, fornecido pela Embasa.

Salienta-se que o detalhamento dessas ações será apresentado no Produto G – Cenários e


Prospecção e a estimativa de custo associado no Produto H – Programação da Execução.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

727
7.2.6.1. Sistema de Captação e Adução de Água Bruta

• Sistema Pedra do Cavalo

Em relação ao Sistema Pedra do Cavalo, o PARMS (2016) previu a transformação da concepção


da EEAB da Barragem de Pedra do Cavalo de poço seco em poço úmido, contemplando a
implantação de sistema auxiliar de captação com utilização de flutuantes: Pretende-se modificar o
poço para o tipo úmido e implantar conjuntos motobombas verticais, cujos motores ficarão em nível
superior ao nível máximo do lago. De acordo com o parecer técnico da Embasa (2020) o projeto
básico estava em processo licitatório, para posteriormente executar a obra, cujos recursos deverão
ainda ser captados.

Está prevista também a Implantação de um Booster na Adutora de Água Bruta da Barragem de


Pedra do Cavalo que permitirá ampliação da vazão, aproximadamente, em 1,0 m³/s na chegada da
ETA Principal. Segundo o parecer da Embasa o Estudo de Concepção e Dimensionamento
Hidráulico estava em elaboração, para posterior execução das obras com recursos próprios.

Estão previstas também Melhorias no Canal de Água Bruta da Barragem de Pedra do Cavalo, afim
de reforçar as estruturas componentes da adução de água bruta da Barragem de Pedra do Cavalo.
E de acordo com o parecer da Embasa, a obra que será executada com recursos próprios, estava
em processo licitatório.

• Sistema Joanes / Santa Helena / Pojuca

A plataforma da EEAB para captação na Barragem Joanes II, atualmente opera com 4 conjuntos
motobombas, porém tem espaço para abrigar até oito conjuntos de mesma capacidade. Segundo
Embasa (2020) o Projeto de Concepção dessa ampliação está concluído e o Projeto Básico da
interligação da adutora de água bruta Joanes II-ETA Principal e Projeto Elétrico para ampliação da
quantidade de conjuntos motobombas em fase de elaboração do processo licitatório. Em relação
aos recursos para execução da obra, será necessário captar.

No que concerne à obra de construção da Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB) para captação
na Barragem Joanes I, a Embasa informou que a obra permitirá a ampliação da vazão da adutora
em aço existente em aproximadamente 1,5m³/s, desativando a adutora em concreto que possui
diversas interferências sobre a mesma. Conforme foi verificado em campo essa obra com recursos
próprios já está em execução.

Em relação a reversão Santa Helena – Joanes II (Cota 10), a segunda etapa das obras prevê o
aproveitamento de seu reservatório até a cota 10m, que permitirá uma ampliação da vazão em
7m³/s, com a previsão de etapa imediata para ampliação da vazão em 5 m³/s. O Projeto Básico e o

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

728
Estudo das alternativas de adução, considerando vazões de 5, 7 e 10 m³/s estão concluídos. Com
pendência da contratação da obra que será executada com recursos próprios.

No tocante à Implantação da Barragem no Rio Pojuca e Sistema Adutor, foram contratados os


Estudos de Concepção, Viabilidade e EIA/RIMA de implantação da Barragem no Rio Pojuca e
Sistema Adutor para avaliar as alternativas de eixos barráveis e de sistema de adução da água
captada até a Barragem de Santa Helena. A solução proposta deverá considerar aspectos técnicos,
sociais, ambientais e econômicos.

Segundo a Embasa (2020) o Estudo encontra-se em andamento (prazo: 34 meses), para posterior
contratação da obra de Reversão Pojuca-Santa Helena (1ª e 2ª etapa), cujo recurso para a
execução deverá ser captado.

• Exploração do Aquífero São Sebastião (Poços):

Está prevista a adução da água subterrânea da rede de poços diretamente para o tanque de contato
(etapa de desinfecção) na ETA Principal, que permitirá uma ampliação da vazão do SIAA Salvador
em aproximadamente 1 m³/s. A situação atual é que o Projeto de Concepção da Reversão da
Captação dos Poços para a ETA Principal está concluído e o projeto básico em processo licitatório,
sendo necessário ainda definir os recursos necessários para a licitação e contratação da obra.

• Estudo Hidrogeológico da Borda Leste da Bacia do Recôncavo

O estudo avaliou alternativas para o aproveitamento de aquíferos na Bacia Sedimentar do


Recôncavo para o abastecimento público de água, conforme já sinalizado anteriormente, tendo
inclusive já perfurado alguns poços. A primeira etapa do estudo foi concluída e demais etapas estão
em andamento.

• Ações de Recuperação de Matas Ciliares e Nascentes

Conforme já foi sinalizado anteriormente o Projeto de Reabilitação Florestal de Áreas de


Preservação Permanente, com Educação Ambiental, dos Rios Joanes e Jacuípe da Região
Metropolitana de Salvador / BA, será desenvolvido em oito municípios das bacias hidrográficas do
rio Joanes e do rio Jacuípe, especificamente nos municípios de São Francisco do Conde, São
Sebastião do Passé, Dias D’Ávila, Candeias, Camaçari, Simões Filho, Amélia Rodrigues e Mata de
São João, onde estão os reservatórios de água utilizados pela Embasa, que juntos respondem por
63% de todo abastecimento da Região Metropolitana de Salvador. A situação informada no parecer
da Embasa foi que o Estudo estava em andamento e a licitação para plantio realizada, com
homologação em março de 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

729
7.2.6.2. Estações de tratamento de Lodo (ETL)

Segundo a Embasa (2020) encontra-se em estudo a Estação de Tratamento de Lodo (ETL) na ETA
Principal e ETA Bolandeira. Ainda não existe recurso captado para a execução da obra.

7.2.6.3. Adução de Água Tratada

• Ampliação da Capacidade de Adução da ETA Principal / Duplicação da Adutora de


Água Tratada - 2ª Etapa

Com recursos do PAC 1, foi executada a duplicação parcial de dois trechos da Adutora de Água
Tratada principal (1ª Etapa). A 2ª etapa envolve um trecho de 8.500 metros DN (mm) 2100 e outro
de 700 metros DN (mm) 1600, totalizando 9.2 km de adutora, que fornecerá um incremento de
vazão de 1,00 m³/s para o Sistema Integrado de Abastecimento de Água Salvador. Segundo a
Embasa (2020) a segunda etapa da obra que estava sendo executada através do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) / Saneamento, está com contrato suspenso, com tendência à
rescisão. Os projetos da 1ª, 2ª e 3ª etapa estão concluídos, em relação a 3ª etapa da obra ainda
não tem recurso captado.

7.2.6.4. Atualização do Setor R1

O resumo do Projeto executivo de atualização do setor de abastecimento de água setor R1 - lote 2


– Duna, fornecido pela Embasa é datado de outubro/2012. A motivação para realização desse
Estudo da Atualização da Capacidade de Distribuição do Setor R1 (Duna) é a defasagem entre os
últimos Estudos de Atualização de Setores de Abastecimento de Água de Salvador e a situação
atual da distribuição de água, que está exigindo que tais estudos sejam retomados, pois, ocorreu
progressiva desfiguração na ordenação do abastecimento, em razão de uma sucessão de soluções
localizadas para atendimento de concessões de viabilidade e de correções de deficiências na
distribuição da água. O setor R1 não fugiu deste processo, que vem se acentuando por constituir
uma área de influência dotada de uma significativa densidade de ocupação. A seguir apresenta-se
o resumo das intervenções propostas nesse projeto:

✓ ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA

Essa elevatória será edificada no Parque da Bolandeira. O poço de sucção será construído a partir
de uma ampliação do reservatório semienterrado, chamado Reservatório de Baixa Carga.

✓ ADUTORA DE ÁGUA TRATADA

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730
A adutora existente em aço carbono DN (mm) 700, embora em condições operacionais, não tem
capacidade para aduzir a vazão de final de plano projetada. Como as vias utilizadas pela adutora
existente estão congestionadas, com sete tubulações de grande porte, optou-se por um traçado
alternativo para a nova tubulação com diâmetro de 1000mm, objetivando-se reduzir interferências
na sua implantação. Logo, seu traçado será pelas ruas Jayme Sapolnik, Professor Pinto de Aguiar
e Estrada do Curralinho, com extensão total de 1.735m.

✓ RESERVATÓRIOS DE DISTRIBUIÇÃO

A reservação desejável, para o Setor Duna em final de plano (2032) é de 60.370m³ para atender
1/3 do Vol. Máximo Diário e 36.222 m³ para atender 1/5 do Vol. Máximo Diário.

No referido projeto, tendo em vista a limitação de área disponível, foi definido em conjunto com a
Embasa, que será implantada mais uma câmara no R1, com capacidade para 20.000m³, em aço
carbono ou concreto protendido. Esta câmara será construída na área vizinha às duas câmaras de
concreto existentes (11.500m³), totalizando 31.500m³ de reservação, o que corresponde a pouco
menos de 1/5 do volume máximo diário de final de plano do Setor Duna, ou mais precisamente
17,4% do volume máximo diário.

✓ REDE DE DISTRIBUIÇÃO

Também serão realizadas diversas intervenções nas linhas de distribuição a fim de atender de forma
satisfatória todas as áreas da ZA-41 e ZA-42.

O PARMS também sinalizou a necessidade de ampliação desse Setor, com necessidade de


acréscimo de 20.000 m³ de volume, totalizando 31.500 m³. Porém até o momento nenhuma
intervenção estrutural foi realizada, apenas foi desmembrada a ZA-42 que era abastecida por esse
setor, passando a ser atendida diretamente pela adutora que vem do Parque da Bolandeira.

7.2.6.5. Ampliação do Setor R3

No que concerne a ampliação do Setor R3 que se resume nas intervenções: Implantação de Adutora
de água tratada, Ampliação de Centro de Reservação (Reservatório Apoiado) e linhas troncos com
DN's diversos, segundo a Embasa (2021) ainda irá contratar projeto.

7.2.6.6. Reorganização do Setor R4

O Setor de Abastecimento R4, que está desativado, era responsável pelo atendimento do bairro de
Brotas e adjacências. A configuração topográfica dessa área de abrangência é bastante irregular,
tendo determinado a concepção inicial de divisão da área em duas zonas de atendimento, baixa e

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

731
alta, atendidas respectivamente por um reservatório apoiado de 21.000 m³ (R4), e um reservatório
elevado de 750 m³ (R4T).

Como o centro de reservação encontra-se inativo, o abastecimento de uma parte dessa área está
sendo feito pela adutora de água tratada R7 – R15, o que causa desequilíbrios no sistema, além de
restrição na disponibilidade de água nos horários de pico.

O resumo do Projeto executivo de Reorganização do Setor de Abastecimento de Água R4 -


Pitangueiras, fornecido pela Embasa é datado de novembro/2012. O objetivo desse projeto de
reorganização é corrigir algumas deficiências operacionais e adequar o sistema às novas
demandas, decorrentes do crescimento da cidade.

Assim, esse projeto prevê que será recuperado e reativado o reservatório apoiado existente e será
construído um novo reservatório elevado, deixando a reservação adequada às demandas atuais e
previstas no horizonte de projeto. Houve uma redefinição da área de abrangência desse centro de
reservação, passando parte da área que era dependente desse centro, para o centro de reservação
do reservatório R19. Além disso prevê a execução de linhas tronco de abastecimento da rede
existente e reforço dos trechos das redes, compatibilizando-as com as demandas previstas e com
as pressões mínimas normativas. Além disso, serão executadas extensões de redes, para atender
novas ocupações na área do projeto.

Estudos mais recentes realizados no âmbito do diagnóstico do PARMS (2016) indicaram que não é
necessária a implantação de novos reservatórios. A simulação hidráulica indicou a necessidade de
instalação de uma válvula redutora de pressão (VRP) em um trecho da ZA 08 abastecida pelo
reservatório elevado. Essa VRP irá controlar a vazão de uma pequena parte da ZA, distante do
centro de reservação e das áreas abastecidas pelo reservatório apoiado. Para dividir o Setor em
Zona Baixa e Zona Alta, será necessário isolar parte da ZA 08 e ZA 09 e implantar uma nova linha
tronco a partir do reservatório baixo para atendimento da parte baixa destas zonas.

A setorização proposta pelo PARMS (2016) prevê-se que o projeto de Reorganização do Setor R4
seja implantado e que o mesmo abasteça as zonas ZA 08, ZA 09 e ZA 10, enquanto a zona ZA 13
será abastecida pelo setor R19 que já foi ampliado, conforme constatação em visita técnica. Porém
ainda não estava totalmente em operação, com previsão para o ano de 2021.

O PARMS (2016) salienta que para dividir o Setor em Zona Baixa e Zona Alta, será necessário
isolar parte da ZA 08 e ZA 09 e implantar uma nova linha tronco a partir do reservatório baixo para
atendimento da parte baixa destas zonas. As tubulações novas para este setor correspondem
apenas às linhas troncos previstas para abastecimento das zonas baixa e alta pelos respectivos
reservatórios.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

732
As ampliações previstas para a rede de distribuição secundária do Setor R4 totalizam
aproximadamente 19.003 metros de extensão, com diâmetros variáveis entre 50 e 150 mm. Estima-
se que 2.281 novas ligações domiciliares serão implantadas.

Não foi informado pela Embasa qual a previsão de execução das obras, apenas que o projeto foi
elaborado.

7.2.6.7. Reorganização do Setor R7

A alternativa de setorização proposta pelo PARMS (2016) prevê que o Setor R7 abasteça as zonas
ZA 23, ZA 24, ZA 25, ZA 26, ZA 27 e 4% da ZA 43 referente à parte alta desta. Nesta configuração,
o Setor R7 será dividido em duas zonas de pressão, sendo uma alta, abastecida pelo reservatório
elevado com N.A. médio na cota 105,00 m, e uma baixa, abastecida pelos reservatórios apoiados
com N.A. médio na cota 85,80 m, com atendimento da seguinte forma:

Por meio do Reservatório Apoiado:

✓ ZA 23 (parte): IAPI, Pero Vaz, Liberdade (parte), Guarany, Curuzu;


✓ ZA 24: Baixa do Santo Antônio, Barros Reis (parte), Largo do Retiro, San Martin, Santa
Mônica
✓ (parte), Largo do Tanque, Alto do Pará;
✓ ZA 25 (parte): Cabula (parte), Pernambués, Jardim Brasília, Engomadeira, Arraial do Retiro;
e
✓ ZA 26 (parte): Cabula (parte), Narandiba, Saboeiro, Tancredo Neves.

Por meio do Reservatório Elevado:

✓ ZA 23 (parte): IAPI, Pero Vaz, Liberdade (parte), Guarany, Curuzu;


✓ ZA 25 (parte): Cabula (parte), Pernambués, Jardim Brasília, Engomadeira, Arraial do Retiro;
✓ ZA 26 (parte): Cabula (parte), Narandiba, Saboeiro, Tancredo Neves;
✓ ZA 27: Sussuarana, Mata Escura, Calabetão, São Gonçalo; e
✓ ZA 43 (4%): Alphaville, CAB, Costa Verde, Jd. Vila Verde, Mussurunga (parte), Narandiba
(parte), Orlando Gomes, Paralela, Patamares, Pq. São Cristovão, São Cristovão, Trobogi.

Com essa nova configuração, o PARMS previu a necessidade de ampliação dos reservatórios do
setor R7, com uma nova câmara apoiada de 8.700 m³, cuja previsão de construção era 2020.

Conforme já foi sinalizado no item 7.2.5.2.1 atualmente esse setor abastece as Zonas ZA – 23, ZA
– 25, ZA – 26, ZA – 27, ZA – 29, ZA – 30, ZA – 32. Segundo a Embasa (2021) estão em andamento

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

733
as obras de implantação de Linhas Troncos com DN diversos, com previsão de conclusão em
dezembro de 2021.

7.2.6.8. Reorganização do Setor R20

O resumo do Projeto executivo de reorganização do setor de abastecimento de água Setor R20 –


Fazenda Grande, fornecido pela Embasa é datado de setembro/2014. Esse projeto visa
acompanhar o grande crescimento populacional na região, causado pela expansão imobiliária.
Propõe ampliar a capacidade do centro de reservação, o sistema de adução e as linhas
alimentadoras do sistema. A ampliação também tem como objetivo solucionar problema de
desabastecimento na região da Lagoa do Abaeté, Alto do Coqueirinho e na Alameda Praia do
Flamengo, regiões com cotas topográficas elevadas, com a ampliação das redes tronco e
implantação de boosters.

Quando esse Projeto foi elaborado o reservatório R20 atendia cinco Zonas de Abastecimento de
Água, a saber: ZA 43, 46, 47, 49 e 50. Atualmente esse Setor atende seis zonas ZA – 43, ZA – 46,
ZA – 47, ZA – 49, ZA – 50, ZA – 51; além de parte da ZA – 44.

Esse projeto de reorganização do sistema de abastecimento de água do setor R20 consiste na


ampliação do sistema de adução de água tratada, implantação de novo centro de reservação com
capacidade de 33.000 m³, implantação de linha tronco principal para abastecimento, substituição e
ampliação das redes de distribuição e boosters de forma a contemplar os bairros: Mussurunga, São
Cristóvão, Alphaville, Piatã, Patamares, Trobogy, Stella Maris, Itapuã, entre outros.

Com a implantação do novo centro de reservação e das necessidades de consumo de cada zona
de abastecimento, o referido projeto optou em dividir o setor R20 em dois grandes setores, sendo
um deles que será abastecido pelo R20-A PROJETADO, composto pela sub-zona ZA-43A e zonas
de abastecimento ZA-46, ZA-49 e ZA-50 e outro que integra a sub-zona ZA-43B e a zona ZA-47,
que permanecerá sendo abastecido pelo Reservatório R20 EXISTENTE, denominado R20-B.

Os estudos elaborados no âmbito do PARMS (2016) indicaram que era necessária a implantação
imediata do volume de 21.500 m³ para manter a capacidade de reservação entre os limites de 1/4
(25%) a 1/3 (33%) da demanda máxima diária do Setor. A setorização proposta prevê que o Setor
R20 abasteça as zonas ZA 46, ZA 47, ZA 49, ZA 50, ZA 51 e 96% da ZA 43 (4% desta zona,
referente a parte alta, será atendida pelo Setor R7), abrangendo as localidades relacionadas a
seguir:

✓ ZA 43 (96%): Alphaville, CAB, Costa Verde, Jd. Vila Verde, Mussurunga (parte), Narandiba
(parte), Orlando Gomes, Paralela, Patamares, Pq. São Cristovão, São Cristovão, Trobogi;

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734
✓ ZA 46: Colina da Fonte, Alto Coqueirinho, Farol de Itapuã, Itapuã, Jd. Encantamento, Nova
Brasília, Placaford (parte) e Nova Conquista;
✓ ZA 47: Bairro da Paz;
✓ ZA 49: Loteamento Alamedas da Praia (parte), Praias do Flamengo e Stella Maris;
✓ ZA 50: Vila dos Sargentos, Jardim Piatã, Loteamento São Francisco e Placaford (parte); e
✓ ZA 51: Mussurunga (parte).

Com base na avaliação hidráulica realizada no PARMS, foi previsto o reforço de linhas tronco,
compreendendo a implantação de novas tubulações, com extensão total estimada em 11.921
metros. Para regular as pressões em linhas tronco com pressões excessivas foram previstas nove
válvulas redutoras de pressão.

Segundo a Embasa (2021), das intervenções previstas que se resumem em: implantação de
Adutora de água tratada, Ampliação de Centro de Reservação (Reservatório Apoiado) e Linhas
Troncos com DN's diversos, até o momento apenas os projetos foram elaborados, as obras ainda
não foram iniciadas.

7.2.6.9. Implantação do Setor R22

O anteprojeto do Setor de Abastecimento R22 fornecido pela Embasa, datado de maio/2019, foi
desenvolvido com o objetivo de garantir o suprimento de água tratada em quantidade e qualidade
satisfatórias até o Ano 2040, sanando assim, as principais deficiências impostas pela atual
configuração operacional das Zonas de Abastecimento envolvidas.

Segundo esse documento, a área, futuramente abrangida por esse setor de abastecimento,
encontra-se situada em sua totalidade no território do Município de Salvador (Figura 467). Está
basicamente limitada pela área situada à direita da Rodovia BR-324, no sentido Salvador-Feira de
Santana, estendendo-se na direção longitudinal (Oeste-Leste), próximo aos bairros de Mata Escura,
Calabetão e Porto Seco Pirajá, onde se localiza a Brasil Gás, até a Av. Paralela, nas proximidades
do CAB e na direção transversal (Sul-Norte), desde os bairros de Sussuarana e Novo Horizonte até
os bairros de Vila Canária Sete de Abril e Nova Brasília.

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735
Figura 467 - Localização e delimitação da área a ser atendida pelo Parque de Reservação
R22

Fonte: Embasa, 2019.

Operacionalmente, a área a ser abrangida pelo Setor R22 é atualmente atendida em parte por
abastecimento direto na rede a partir da Adutora Principal, parte pelo centro de reservação
R7(Cabula - Zona Alta), parte pelo centro de reservação R20 (Fazenda Grande III) e parte pelo
centro de reservação do R14 (Águas Claras), cuja área de influência encontra-se com capacidade
de abastecimento comprometida, necessitando ampliação imediata.

No que concerne as intervenções previstas referentes ao R22 se resumem em: implantação de


Adutora de água tratada, Implantação de Centro de Reservação (com Reservatório Apoiado,
Reservatório Elevado e Estação Elevatória de Água Tratada) e Linhas Troncos com DN's Diversos.
Segundo a Embasa (2021) está em andamento a elaboração dos projetos com previsão de
conclusão em dezembro/2021.

7.2.6.10. Implantação do Setor R6 (Alto do Peru)

Segundo informação do representante da Embasa que estava presente no evento de Diagnóstico


da Prefeitura-Bairro Cidade Baixa, está prevista a construção de um reservatório no Alto do Peru
de capacidade de 8700 m³, específico para atendimento da cidade baixa. A licitação da obra está
prevista para o segundo semestre de 2021 e o inicio da intervenção para ano de 2022. Porém, não
foi fornecido projeto referente a esse setor de reservação.

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7.2.6.11. Sistema de adução e distribuição das Ilhas

Afim de melhorar o abastecimento de água nas Ilhas de Salvador, a Embasa informou as seguintes
ações para retirada das manobras existentes atualmente:

✓ Substituição de redes em localidades do município de Candeias também atendidas pela


subadutora que abastece a Ilha de Maré;
✓ Duplicação de aproximadamente 4 Km de rede em PEAD, DN 200 mmm (atual em FºFº) de
Bananeiras até Botelho, em área de forte influência de maré – 3 Km no continente e 1 Km
subáquatica;
✓ Execução de setorização das localidades de Santana, Botelho e Praia Grande –
capeamento, instalação de VRP’s;
✓ Setorização do município de Madre de Deus, também atendido pela subadutora que
abastece a Ilha dos Frades e Bom Jesus dos Passos.

7.3. QUALIDADADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS

De acordo com a Lei Federal nº 11.445/2017 e as alterações realizadas pela Lei Federal nº
14.026/2020, o abastecimento de água potável é constituído pelas atividades e pela disponibilização
e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais necessárias ao abastecimento público
de água potável, desde a captação até as ligações prediais e seus instrumentos de medição.

Para que o serviço de abastecimento de água seja prestado de forma satisfatória, é necessário que
seja realizado em quantidade, qualidade e regularidade adequada para o atendimento de todas as
necessidades dos usuários. Uma prestação adequada deste serviço é essencial, não só para a
proteção da saúde da população, mas também para o desenvolvimento econômico do município.

Portanto, nos itens a seguir serão analisados os aspectos relativos à qualidade dos serviços de
abastecimento de água prestados no município, utilizando indicadores quantitativos e fazendo
outras análises qualitativas sobre os serviços.

7.3.1. ANÁLISE DOS INDICADORES RELATIVOS À PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

Para caracterização da prestação dos serviços de abastecimento de água serão analisados uma
série de indicadores propostos no Produto D - Sistema de Indicadores, Produto Parcial D1 –
Indicadores de serviço, articulação com o SNIS que integrarão o Sistema Municipal de Informações
de Saneamento – SIMISAN, que está sendo desenvolvido no produto C deste trabalho e conforme
preconiza o inciso VI, Art 9º da Lei Federal nº 11.445/2007 deverá ser implementado pelo município.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

737
Os indicadores concebidos para a análise relativa à prestação do serviço foram separados em 5
categorias, definidas de acordo com os princípios da Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento
Básico:

f) Universalização do acesso;
g) Qualidade dos serviços prestados;
h) Eficiência;
i) Sustentabilidade econômico-financeira; e
j) Sustentabilidade ambiental.

Os indicadores relativos à categoria Universalização já foram analisados previamente no item 7.1


do presente diagnóstico e os demais serão desenvolvidos a seguir.

Os dados que compõem os indicadores trabalhados foram obtidos nas fontes oficiais, como
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa) e Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS).

Como a Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa) não dispõe de
diretrizes para avaliação dos indicadores de desempenho da prestação dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, será utilizado como referência o documento
intitulado Metodologia para Avaliação dos Indicadores de Desempenho (revisão 01), publicado em
2017, pela Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS), localizada em
Florianópolis/SC, formada pelo consorcio de 197 municípios de Santa Catarina para avaliar
quantitativamente alguns dos indicadores abordados.

Outros indicadores serão avaliados quantitativamente segundo o disposto no Manual de Avaliação


de Desempenho da Prestação dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
do Distrito Federal pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito
Federal (Adasa).

Para a mensuração da situação dos demais indicadores, será utilizada sempre que possível a
análise de tendência adotada pelo SNIS (2019a). A partir da análise dos últimos 5 anos é possível
determinar se o indicador apresenta: tendências claras de melhoria ou agravamento; estabilidade
clara de melhorias ou agravamentos; ou cenário irregular, esse cenário pode ser de estabilidade
irregular ou de melhoria ou agravamento irregulares.

• Tendências claras: Quando os últimos 5 anos apresentam consecutivas reduções ou aumentos,


observa-se um estado de tendência clara de melhoria ou agravamento. Caso os valores anuais

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738
oscilem no máximo até 2,5%, para mais ou para menos, em torno da média dos 5 anos, considera-
se um estado de estabilidade clara.
• Cenário irregular: Quando não há estabilidade, nem tendências claras calcula-se a média dos
últimos 3 anos e a dos primeiros 3 anos e realiza-se a comparação entre elas. Considera
estabilidade irregular quando a média dos últimos 3 anos e a média dos primeiros 3 anos estão
dentro da margem de variação de até 2,5%, para mais ou para menos, em comparação com a
média quinquenal. Quando essa média trienal foge à margem de variação de 2,5%, considera-se
um cenário de agravamento ou melhoria irregular. Nessa situação realiza a comparação, se maior
ou menor, entre a média dos últimos 3 anos com a média dos primeiros 3 anos.

7.3.1.1. Qualidade dos serviços prestados

Os indicadores dessa categoria pretendem analisar as condições de qualidade na prestação dos


serviços de saneamento. O artigo 43 da Lei Federal nº. 11.445/2007 traz, como condições mínimas
de qualidade na prestação dos serviços públicos de saneamento básico: a regularidade, a
continuidade, os aspectos relativos aos produtos oferecidos, o atendimento dos usuários e os
relativos às condições operacionais e de manutenção dos sistemas, de acordo com as normas
regulamentares e contratuais (PLANSAB, 2013).

Dessa forma, o produto D deste trabalho sugere, para análise dessa categoria, as seguintes
subcategorias:

a) Qualidade da água;
b) Cortesia no atendimento ao usuário;
c) Regularidade / continuidade no abastecimento;
d) Condições técnico-operacionais e de manutenção das infraestruturas.

No entanto, serão analisadas primeiramente informações e indicadores fornecidos pelo SNIS que
auxiliam no entendimento do comportamento do sistema e influem em outros indicadores que serão
tratados mais à frente. Ressalta-se que algumas das informações apresentadas nas tabelas a
seguir, serão utilizados como variáveis para o cálculo dos indicadores propostos no Produto D e
nesse caso está indicado nas tabelas a codificação utilizada no âmbito do PMSBI, além do código
da informação no SNIS.

A Tabela 80 e Tabela 81 apresentam as séries históricas sobre a quantidade de ligações e


economias, respectivamente e revelam que entre 2015 e 2019 houve uma redução gradativa no
número de ligações e economias ativas de água.

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739
Os prestadores dos serviços de água e esgoto, utilizam o termo economia como unidade de
consumo independente para efeito de faturamento. Já as ligações de água não são independentes,
no caso de mais de 1 (um) apartamento, casa e/ou sala comercial por imóvel, executa-se apenas 1
(uma) ligação de água que serve todas as unidades de consumo.

Tabela 80 – Série histórica das ligações de água


PMSBI - A47 A46
SNIS AG021 AG002 AG004
Quantidade de ligações Quantidade de ligações Quantidade de ligações ativas
Ano
totais de água ativas de água de água micromedidas
2015 639.236 502.681 473.760
2016 654.256 499.119 474.039
2017 665.600 493.116 470.386
2018 678.877 494.264 473.679
2019 687.110 489.845 470.424
Fonte: SNIS, 2021.

Tabela 81 – Série histórica das economias de água


PMSBI A23 - A4 -
SNIS AG003 AG014 AG013 AG022
Quantidade de Quantidade de
Quantidade de Quantidade de
economias economias residenciais
Ano economias economias ativas de
residenciais ativas ativas de água
ativas de água água micromedidas
de água micromedidas
2015 921.631 887.058 841.544 808.763
2016 916.779 886.414 839.683 810.923
2017 905.684 877.882 830.912 804.617
2018 901.688 876.359 827.926 804.062
2019 891.293 867.584 819.142 796.739
Fonte: SNIS, 2021.

A relação entre as quantidades de economias ativas de água e de ligações ativas de água permite
calcular a densidade de economias de água por ligação (IN001) de Salvador, Tabela 82, que era
de 1,82 economia/ligação em 2019 valor superior ao do Brasil para o mesmo ano que era de 1,28
economia/ligação.

Tabela 82 – Indicadores de contexto para avaliação do SIAA Salvador


SNIS IN001 IN020 IN053 IN043
Densidade de Extensão da rede Consumo médio Participação das economias
economias de de água por de água por residenciais de água no total
Ano água por ligação ligação economia das economias de água
(econ./lig.) (m/lig.) (m³/mês/econ.) (percentual)
2015 1,82 8,5 12,5 91,22
2016 1,84 8,3 10,8 91,45
2017 1,84 8 10,4 91,67

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740
SNIS IN001 IN020 IN053 IN043
Densidade de Extensão da rede Consumo médio Participação das economias
economias de de água por de água por residenciais de água no total
Ano água por ligação ligação economia das economias de água
(econ./lig.) (m/lig.) (m³/mês/econ.) (percentual)
2018 1,83 7,4 10,5 91,78
2019 1,82 6,9 10,2 91,86
Fonte: SNIS, 2021.

A fórmula do indicador extensão da rede de água por ligação (IN020) é a média dos dois últimos
anos da extensão da rede de água (AG005) dividida também pela média dos dois últimos anos da
quantidade de ligações totais de água (AG021). Em 2019, esse indicador foi 6,9 m/lig., inferior ao
11,5 m/lig. apresentado no Brasil para o mesmo ano.

Salienta-se que esse indicador (IN020) é extremamente relevante para contextualizar a


universalização, e, consequentemente, atender o Objetivo 6 – Água Potável e Saneamento, da
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que visa garantir disponibilidade e manejo
sustentável da água e saneamento para todos, visto que baixo adensamento horizontal exige
maiores investimentos para disponibilizar a rede de distribuição à população (ARIS, 2015). No caso
do município de Salvador que é extremamente adensado era esperado que esse indicador fosse
menor do que o do Brasil, que faz a média de todos os municípios.

O consumo médio de água por economia (IN053) é calculado pela diferença entre o volume de água
consumido (AG010) pelo volume de água tratada exportado (AG019), dividido pela média da
quantidade de economias ativas de água (A003) do ano atual e anterior ao ano de referência. Esse
consumo foi de 10,2 m³/mês/economia em Salvador no ano de 2019.

A participação das economias residenciais de água no total das economias de água (IN043) em
2019 foi de 91,86% para Salvador e representa a média da quantidade de economias ativas de
água (AG013) do ano atual e anterior ao ano de referência dividida também pela média da
quantidade da quantidade de economias ativas de água (AG003) do ano atual e anterior ao ano de
referência.

Nos itens a seguir serão apresentados os valores de todos os indicadores propostos em cada
subcategorias de análise, definidas no Produto D1 para a categoria Qualidade dos serviços
prestados: Qualidade da água; Cortesia no atendimento ao usuário; Regularidade / continuidade no
abastecimento e Condições técnico-operacionais e de manutenção das infraestruturas.

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741
7.3.1.1.1. Qualidade da Água

Os prestadores dos serviços de água fornecem informações acerca da qualidade da água prestada
para que dessa forma se possa avaliar se são atendidos (integralmente, parcialmente ou não
atende) aos padrões de Potabilidade estabelecidos pela Portaria de Consolidação nº 05, do
Ministério da Saúde, de 28 de setembro de 2017, Anexo XX, bem como qual o número de amostras
analisadas, de amostras mínimas obrigatórias ou com resultados fora do padrão para cloro residual,
turbidez e coliformes totais.

A Tabela 83 traz informações da série histórica do SNIS dos anos de 2015 a 2019 acerca dos
indicadores de qualidade da água na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de
distribuição de água (reservatórios e redes).

Os indicadores IN079, IN080, IN085 dizem respeito à fração percentual de amostras realizadas de
água do total de amostras que são exigidas anualmente pela Portaria de Consolidação nº 05/2017
para os parâmetros de cloro residual, turbidez e coliformes totais – respectivamente.

Já os indicadores IN075, IN076, IN085 correspondem ao percentual de amostras cujo resultado da


análise ficaram fora do padrão determinado pela Portaria de Consolidação nº 05/2017, em relação
ao total de amostras realizadas para os parâmetros de cloro residual, turbidez e coliformes totais –
respectivamente.

Tabela 83 – Série histórica dos indicadores de qualidade da água


PMSBI QA1 QA2 QA3 QA4 QA5 QA6
SNIS IN079 IN075 IN080 IN076 IN085 IN084
Incidência
Incidência Índice de Incidência
Índice de das Índice de
das conformidade das análises
conformidade análises de conformidade
análises de da quantidade de
da quantidade cloro da quantidade
Ano turbidez de amostras - coliformes
de amostras - residual de amostras -
fora do coliformes totais fora
cloro residual fora do turbidez
padrão totais do padrão
padrão
(%) (%) (%) (%) (%) (%)
2015 95,47 0,21 101,62 0,4 100,92 1,29
2016 96,97 0,43 96,92 0,71 94,57 3,18
2017 102,22 0,31 102,31 0,56 100,22 2,19
2018 104,22 0,42 104,18 0,65 107,26 2,55
2019 107,59 0,64 107,57 0,04 112,85 1,61
Fonte: SNIS, 2021.

Analisando os dados de 2019, observa-se que o índice de conformidade da quantidade de amostras


esteve em acordo ao proposto na Portaria nº 05/2017 para os parâmetros apresentados na Tabela
83: turbidez, coliformes totais e cloro residual.

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742
Observando a série histórica, percebe-se que a incidência de amostras fora do padrão para os
parâmetros citados na tabela é sempre baixa, sem apresentar tendências claras de agravamento
ou melhoria, estando no chamado cenário irregular (SNIS, 2019a). Considerando os dados dos
últimos 05 anos se verifica uma estabilidade irregular para a incidência de amostras fora do padrão
para Coliformes Totais, um agravamento irregular para a incidência de Cloro Residual e uma
melhoria irregular para a Turbidez.

7.3.1.1.2. Cortesia no atendimento ao usuário

O índice de reclamações do serviço de abastecimento de água (QA7/PMSBI) não tem


correspondente direta no SNIS (2019) e é calculado pela quantidade anual de reclamações dos
usuários do serviço de abastecimento de água (A22/PMSBI) vezes mil, dividido pelo número de
economias ativas de água (AG003/SNIS).

O SNIS fornece informações acerca da quantidade de reclamações ou solicitações de serviços,


mas são relacionadas ao sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário de forma
conjunta. A variável A22 proposta pelo Produto D -Sistema de Indicadores, Produto Parcial D1 –
Indicadores de serviço, articulação com o SNIS diz respeito a quantidade anual de reclamações,
procedentes e improcedentes, relacionada apenas ao sistema de abastecimento de água,
dirigidas ao prestador de serviços, pessoalmente ou por meio de telefone, fax, correio, e-mail,
internet ou qualquer outra forma.

O indicador QA7 pretende avaliar a satisfação dos usuários com a prestação dos serviços de
abastecimento de água do município. Segundo a Adasa (sd), valores acima de 5 reclamação a cada
mil economias ativas de água por ano são consideradas ruim, entre 3 e 5 são classificadas como
mediano, entre 1 e 3 como bom e 1 reclamação ou menos é considerado excelente.

Conforme informações da Embasa, foram prestadas 2.215.564 reclamações ou solicitações no ano


de 2019, distribuídas nas unidades regionais conforme Tabela 84.

Tabela 84 – Quantidade de reclamações ou solicitações dos usuários do serviço de


abastecimento de água por Unidade Regional no ano de 2019
PMSBI A22
SNIS -
Quantidade anual de reclamações ou solicitações
Ano
dos usuários do serviço de abastecimento de água
UMB 544.509
UMF 433.855
UML 590.029
UMJ 641.458
UMS 5.713

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PMSBI A22
SNIS -
Quantidade anual de reclamações ou solicitações
Ano
dos usuários do serviço de abastecimento de água
Total 2.215.564
Fonte: Embasa, 2021.

Como esse valor fornecido pela Embasa inclui além das reclamações, as solicitações, não é
possível calcular o índice de reclamações do serviço de abastecimento de água e nem fazer
inferência da classificação conforme recomendação da ADASA.

7.3.1.1.3. Regularidade/ continuidade no abastecimento

Segundo o Glossário de Informações do SNIS (2019), o termo paralisação (X110) diz respeito a
uma interrupção no fornecimento de água ao usuário devido a reparos, queda de energia, dentre
outros problemas em quaisquer das unidades do sistema de abastecimento de água, desde a
produção até a distribuição, que interrompa a regularidade do abastecimento de água por 06 horas
ou mais.

Diferente da intermitência prolongada (X085), que correspondem as interrupções sistemáticas no


sistema de distribuição por mais de 06 horas provocadas por problemas de produção, de pressão
na rede, de subdimensionamento das canalizações, de manobra do sistema, dentre outros, que
provocam racionamento ou rodízio (SNIS, 2019b).

Tabela 85 – Série histórica da regularidade no abastecimento


PMSBI QA8 QA9 QA10 QA11
SNIS IN072 IN074 IN071 IN073
Economias Economias
Duração média das Duração média das
atingidas por atingidas por
Ano paralisações intermitências
paralisações intermitências
(horas/paralis.) (interrup.) (econ./paralis.) (econ./interrup.)
2015 5,78 8,45 16.625 8.761
2016 10,76 30,43 11.882 30
2017 9,75 20,84 4.816 6.700
2018 56,56 44,57 4.993 1.058
2019 10,66 19,46 3.110 2.348
Fonte: SNIS, 2021.

A duração média das paralisações (IN072) tem o intuito de verificar qual a duração média das
paralisações que ocorreram no sistema de distribuição de água no ano de referência, considerando
apenas as paralisações que, individualmente, foram iguais ou superiores a seis horas. Enquanto a
duração média das intermitências (IN074) tem o objetivo de verificar a continuidade do

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744
abastecimento de água, avaliando a duração média das interrupções sistemáticas no sistema de
distribuição de água no ano de referência, considerando apenas as interrupções que,
individualmente, tiveram duração igual ou superior a seis horas.

Analisando a série histórica de 2015 a 2019 não é perceptível nenhuma tendência clara de
agravamento ou melhoria, considerando os dados dos últimos 05 anos se verifica um cenário de
agravamento irregular (SNIS, 2019a) para a duração média tanto das paralisações, quanto para
as intermitências. No entanto, o número de economias atingidas, seja por paralisações ou por
intermitências, tem apresentado um cenário de melhoria irregular (SNIS, 2019a).

7.3.1.1.4. Condições técnico-operacionais e de manutenção das infraestruturas

Os indicadores QA12, QA13 e QA14 não possuem correspondência direta no SNIS (2019), o
primeiro avalia a abrangência do cadastro técnico da rede de abastecimento de água existente e
corresponde a fração percentual da extensão de rede de água com cadastro atualizado
(A32/PMSBI) com relação à extensão da rede de água total da malha de distribuição de água,
incluindo adutoras, subadutoras e redes distribuidoras e excluindo ramais prediais, operada pelo
prestador de serviços, no ano de referência (AG005/SNIS).

No ano de 2020, a extensão de rede de água com cadastro atualizada pela prestadora de serviços
foi de 3.710.280,57 m, incluindo adutoras, subadutoras e redes distribuidoras, o que que implica na
atualização do cadastro técnico de 81% dos 4.580 km da rede de abastecimento registrados no
SNIS (2019).

O QA13 avalia se a capacidade de reservação do sistema de abastecimento de água é compatível


com as recomendações das normas técnicas e é calculado pelo volume de reserva de água tratada
(A34/PMSBI) dividido pelo volume anual de água consumido por todos os usuários (AG010/SNIS),
esse valor é dividido por 365 para se obter a quantidade de dias que o volume de reservação supre
a demanda da população.

A Tabela 86 apresenta a capacidade de reservação dos reservatórios ativos no SIAA de Salvador,


totalizando um volume de reservação do sistema de 188.616,00 m³. Em 2019 segundo o SNIS
foram consumidos 121.417,93 (1000 m³). Dessa forma, o índice de capacidade de reserva do
sistema de abastecimento de água (QA13/PMSBI) em 2019 foi de 0,57 dias.

Tabela 86 – Capacidade de reserva do SIAA Salvador


Reservatórios Volume de reservação (m³)
R01 11.500
UMB R20 8.700
R23A 17.400

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745
Reservatórios Volume de reservação (m³)
R23B 17.400
R23B-T 500
R03 10.000
R3T 700
R5T 500
UMF
R15 21.500
R15T 1.000
R19 8.700
R07 36.000
UML R7T 500
R25T 1.000
R10 8.700
R10T 700
R12 800
R14 17.400
UMJ
R17 7.616
R17T 600
R18 8.700
R21 8.700
Total SIAA Salvador 188.616,00
Fonte: Embasa, 2021.

A Adasa classifica a capacidade de reservação do sistema como excelente quando supre a


demanda da população para 1 dias ou mais, bom para o intervalo entre 1 e 0,5 dia, medianos entre
0,5 e 0,25 dia e ruim para capacidade inferior a 0,25 dia. Em 2019, Salvador teve sua capacidade
de reservação avaliada como bom.

Salienta-se que essa é uma avaliação geral do sistema como um todo, e que a avaliação mais
adequada seria por setor de abastecimento, porém não dispomos da informação de volume
consumido por zona, para fazer essa análise. É válido mencionar que algumas Zonas de
Abastecimento hoje são atendidas direto pela adutora, por distribuição em marcha, sem reservação.
Segundo a prestadora de serviços, essa situação não afeta a operação do sistema, em alguns
casos, inclusive, é preferível o atendimento direto da rede (tendo sido by-passado alguns
reservatórios para dar essa flexibilidade) pelo ganho de pressão envolvido e consequente redução
no consumo energético.

O QA14 avalia se as vazões de água produzidas em cada uma das ETA que atendem o município
estão de acordo com a capacidade nominal de projeto de cada uma delas. O indicador também
verifica se a capacidade ociosa das ETA está dentro do esperado.

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746
Tabela 87 – Capacidade de tratamento do SIAA Salvador
QA14 Capacidade de tratamento do sistema de abastecimento de água
ETA Principal ETA Teodoro Sampaio ETA Vieira de Mello ETA Suburbana
Ano
(%) (%) (%) (%)
2019 74,54 72,0 72,0 100,0
Fonte: Embasa, 2021.

Quanto a capacidade de tratamento do sistema, a Adasa classifica como excelente o intervalo entre
75% e 65%, bom entre 55% e 65% ou 75% e 85%, mediano entre 45% e 55% ou 85% e 95% e ruim
entre 0 e 45% ou 95% e 100%. Em 2019, a capacidade de tratamento da ETA Principal e das ETA
do parque da Bolandeira (Teodoro Sampaio e Vieira de Mello) foi classificada como excelente e a
capacidade de tratamento da Suburbana foi classificada como ruim.

7.3.1.2. Eficiência

Na categoria de eficiência, os indicadores dão maior foco aos dispêndios de recursos energéticos,
humanos e financeiros para a prestação dos serviços de abastecimento de água, abordados nas
seguintes subcategorias:

a) Eficiência energética;
b) Eficiência comercial;
c) Eficiência técnico-operacional;
d) Eficiência pessoal.

7.3.1.2.1. Eficiência Energética

A sustentabilidade econômico-financeira dos serviços públicos é assegurada não apenas por meio
da cobrança pelos serviços, mas também pelo modelo de gestão administrativo e operacional
adequados. Sob essa perspectiva, o consumo de energia elétrica, se utilizado de forma mais
eficiente, constitui custos que podem ser evitados.

Para além da sustentabilidade, o uso mais eficiente da energia elétrica traz impactos também no
ponto de vista ambiental, já que seu uso indiscriminado contribui para a emissão de gases de efeito
estufa desnecessários, com impactos nas alterações climáticas em escala global.

Cabe, nesse sentido, a análise de alguns indicadores abordados no SNIS, para entender a
tendência de comportamento para os próximos anos, no que tange o consumo de energia nos
sistemas de abastecimento de água.

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747
Em 2019, as despesas com energia elétrica para a prestação do serviço de abastecimento de água
em Salvador atingiram o valor de R$ 71,31 milhões (FN013), com consumo de total de 113.426.650
KWh (AG028). Os dados da série histórica (Tabela 88) apontam para uma redução no consumo
total de energia elétrica, decorrente, provavelmente, da redução do consumo per capita de água
(IN022) e do volume de água consumida (AG010) em Salvador.

Além disso, em 2017 a Embasa se tornou a segunda companhia de saneamento do Brasil a migrar
para o Mercado Livre de Energia (ACL). No ambiente de contratação livre o consumidor tem a opção
de escolher a empresa fornecedora de energia, preço a ser pago, período de contratação e
eventuais flexibilidades, conforme as suas necessidades. Incialmente a prestadora de serviços
começou com 30% de seu consumo ACL e já há previsão contratual de em 2022 alcançar 52% de
seu consumo neste ambiente de contratação de energia (EMBASA, 2021).

O SNIS aponta outros fatores como sendo de influência para aumento da taxa de consumo
energético, dentre eles a escassez hídrica, que influi diretamente na produção de água. Já que a
depender da distância ou qualidade do manancial utilizado o consumo energético será mais intenso
e, consequentemente, mais oneroso.

Tabela 88 – Consumo de energia elétrica no sistema de abastecimento de água


PMSBI - A40 EA1
SNIS FN013 AG028 IN058
Consumo total de energia Índice de consumo de energia
Despesa com energia
elétrica nos sistemas de elétrica em sistemas de
Ano elétrica
água abastecimento de água
(R$/ano) (1.000 kWh/ano) (kWh/m³)
2015 64.902.192,26 211.117,09 0,71
2016 58.851.100,07 202.355,95 0,70
2017 54.126.747,96 191.538,00 0,68
2018 65.658.214,72 169.626,00 0,60
2019 71.311.469,94 113.426,65 0,39
Fonte: SNIS, 2021.

O índice de consumo de energia elétrica em sistemas de abastecimento de água (IN058)


corresponde ao consumo total de energia elétrica (AG028), dividido pela soma do volume de água
produzido (AG006) e importado (AG018). Seu resultado sozinho não fornece informações acerca
da eficiência energética do sistema, porém fornece indícios acerca do desempenho da estrutura
que impacta diretamente nessa eficiência.

Nesse sentido, a falta de manutenção do sistema traz impactos negativos na eficiência energética,
assim como a escassez hídrica ou redução na qualidade do manancial, que força o sistema a
realizar um tratamento mais intensivo, corroborando para um dispêndio maior de energia. Um baixo

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748
índice de consumo de energia indica um desempenho melhor da estrutura e, consequentemente,
uma melhora na eficiência energética do sistema.

Considerando a definição apresentada no SNIS, o desempenho de Salvador com relação ao


consumo total de energia elétrica no sistema de abastecimento de água apresenta uma tendência
clara de melhoria, quando analisada a série história do perido de 2015 a 2019. A mesma tendência
pode ser espelhada para o índice de consumo de energia elétrica do sistema.

Pode-se ainda, avaliar o sistema pelo consumo total de energia elétrica (AG028) dividido pelo
volume de água consumido (AG010), Figura 468, tal índice não está consagrado no SNIS, mas sua
análise é interessante por fornecer informações a respeito dos avanços em melhoria eletromecânica
e redução de perdas.

Figura 468 – Índice de kWh/m³ consumido em 2019

1,8

1,57 1,54
1,6
1,41
1,36
1,4

1,2

1 0,93

0,8

0,6

0,4

0,2

0
2015 2016 2017 2018 2019

Fonte: SNIS, 2019.

Avaliando a série histórica da Figura 468, o sistema apresenta um cenário de melhoria irregular,
por se tratar do volume de água consumido, e não de água produzida tal como o IN058, esse índice
reflete uma combinação de perdas com eficiência energética, ou seja, se as perdas no sistema
forem reduzidas o mesmo se dará com o índice. A fragilidade desse indicador é que ele está
associado a confiança do balanço hídrico, e a determinação do volume de água consumida traz
mais incerteza, quando comparada à de água produzida.

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749
Essas tendências de melhoria são resultado das medidas que a Embasa vem adotando no sistema
de abastecimento de água para uma diminuição do consumo energético durante a adução,
reservação e distribuição da água.

A Embasa realiza estudos e projetos de eficiência em todas as suas Unidades, em 2019 a


prestadora conquistou o primeiro lugar na chamada pública de eficiência energética promovida pela
Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) com a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel).

O projeto contemplou a troca de motores e inversores de frequência da Estação de Tratamento de


Água (ETA) do Parque Bolandeira, com investimento de R$ 1,5 milhão (EMBASA, 2020). A previsão
é receber ainda mais R$ 4 milhões em investimentos para modernizar a ETA Parque Bolandeira, o
Centro de Reservação R7 e o de Feira de Santana (EMBASA, 2020).

A implantação dos inversores de frequência nas Estações Elevatórias possibilita uma redução
significativa no consumo de energia. Isso porque possibilita que a velocidade de rotação do motor
seja controlada conforme o nível do reservatório, contribuindo também para um aumento na vida
útil do motor, já que os picos de correntes, decorrentes do “liga e desliga” diminuem (LYRA et al,
2013).

Visando reduzir os gastos com energia elétrica, aumentar sua eficiência energética e aderir ao uso
de fontes renováveis, em 26/020/2021 a EMBASA abriu chamada pública para estruturação de
projeto de geração de energia elétrica a partir de fontes eólica e solar. O objetivo desse projeto é
suprir em 40% o consumo de energia elétrica de toda a empresa a partir de 2023. No mês de junho
de 2021 o referido chamamento foi cancelado, entretanto em julho de 2021 foi publicado novo edital
de Chamada Pública e em outubro de 2021 foi publicado um comunicado informando que foram
recebidas 7 propostas, sendo que 6 destas foram habilitadas a prosseguir no processo de seleção
e contratação.

7.3.1.2.2. Eficiência Comercial

A Tabela 89 apresenta a série histórica (2015 a 2019) do índice de faturamento de água (IN028) e
índice de perdas de faturamento (IN013). O primeiro avalia a eficiência financeira do serviço de
abastecimento de água, representa o percentual do volume de água produzido que é efetivamente
faturado pelo prestador do serviço. O segundo avalia o nível de água não faturada, esse índice não
reflete diretamente o nível de eficiência do sistema, apenas apresenta uma visão sobre o que o
prestador de serviços produz, no entanto não fatura.

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750
Tabela 89 – Série histórica da eficiência comercial
PMSBI EA2 EA3
SNIS IN028 IN013
Índice de faturamento de água Índice de perdas faturamento
Ano
(%) (%)
2015 39,21 60,79
2016 55,81 44,19
2017 52,11 47,89
2018 43,88 56,12
2019 42,08 57,92
Fonte: SNIS, 2021.

Analisando a série histórica, percebe-se que os anos de 2016 e 2017 foram os com maiores índices
de faturamento e ambos os índices apresentam cenário de agravamento irregular.

A Figura 469, apresenta o índice de perdas por faturamento de 2019 para as diferentes Unidades
Regionais, com destaque para a UMB e UML que apresentaram o menor e maior índice de perdas,
respectivamente.

Figura 469 – Índice de perdas por faturamento (%) de 2019

70,00% 65,60%
63,60%

60,00% 56,20%

48,30%
50,00%
41,60%
40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%
UMB UMF UMJ UML SALVADOR

Fonte: Embasa, 2021.

7.3.1.2.3. Eficiência Técnico-Operacional

Outro aspecto relevante em termos de eficiência é a eficiência técnica de input ou de output, ou


seja, a análise criteriosa para a diminuição dos desperdícios no processo produtivo. Desse modo,
os indicadores dessa subcategoria irão contemplar o índice de perdas e hidrometração no sistema,
bem como o consumo médio per capita de água da população.

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751
Volumes de água

De acordo com os dados do SNIS apresentados na Tabela 90 o volume de água produzido (AG006)
em 2019 foi de 289.068,85 Km³/ano, o que compreende aos volumes de água captada e água bruta
importada, ambas tratadas pelo prestador de serviços e disponibilizadas para consumo.

O volume de serviço (AG024) corresponde ao valor da soma dos volumes anuais de água usados
para atividades operacionais e especiais, acrescido do volume de água recuperado. As águas de
lavagem das Estações de Tratamento de Água ou Unidade de Tratamento Simplificado (UTS) não
devem ser consideradas. No SIAA de Salvador em 2019 esse valor foi de 13.396,07 Km³/ano.

Uma análise geral da série histórica aponta para um aumento irregular entre os anos de 2015 a
2019 nos volumes de água produzido, tratado e faturado; e uma redução nos volumes de água
tratada importada e consumido. O volume de serviço oscila durante o período, mas apresenta uma
mediana na ordem de 13.799,04 Km³/ano.

Tabela 90 – Informações sobre os volumes de água


PMSBI A41 A42 A35 A43 A44
SNIS AG006 AG018 AG010 AG011 AG024
Volume de água Volume de água Volume de água Volume de água Volume de
Ano produzido tratada importado consumido faturado serviço
(1.000 m³/ano) (1.000 m³/ano) (1.000 m³/ano) (1.000 m³/ano) (1.000 m³/ano)
2015 286.461,42 9.482,40 150.177,24 109.020,70 17.891,12
2016 280.019,96 9.058,33 129.195,22 153.640,15 13.799,04
2017 282.309,48 653,34 124.000,37 140.556,98 13.252,98
2018 282.499,37 680,36 124.294,58 118.205,74 13.822,16
2019 289.068,85 664,15 121.417,93 116.279,70 13.396,07
Fonte: SNIS, 2021.

No ano de 2019, o volume de água consumido (AG010) foi de 121.417.930,00 m³/ano e o volume
faturado (AG011), aquele registrado na fatura de água e utilizado como base para cobrança, foi de
116.279.700 m³/ano. Esse volume de água consumido (AG010) corresponde ao volume
micromedido, somado ao volume de consumo estimado para as ligações desprovidas de hidrômetro
ou com hidrômetro parado, acrescido do volume de água tratada exportado para outro prestador de
serviços. O volume faturado (AG011) corresponde ao volume anual de água debitado ao total de
economias, para fins de faturamento o que não corresponde ao volume consumido já que para
contabilizar o AG011 os prestadores de serviços adotam parâmetros de consumo mínimo ou médio,
que podem ser superiores aos volumes efetivamente consumidos. Logo, era esperado que o volume
faturado fosse maior do que o micromedido, porém nos anos de 2015, 2018 e 2019 isso não ocorreu.

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752
Índices de perdas

Na Tabela 91 são apresentados os índices de perdas do SIAA do município de Salvador durante o


período de 2015 a 2019. A análise dos indicadores de perdas de água permite uma melhor
compreensão da eficiência operacional do sistema, já que está intimamente relacionado as
interrupções no abastecimento, comprometendo a qualidade dos serviços. (BIASUTTI e COELHO,
2017).

Os prestadores dos serviços identificam as perdas como sendo de dois tipos: perda aparente (não-
física) e perda real (física). Tsutiya (2006) define as perdas reais como o volume de água produzido
que não chega ao consumidor final, devido à ocorrência de vazamentos nas estruturas do sistema
de abastecimento de água, adutoras, redes de distribuição e reservatórios, ou a existência de
extravasamento nos Centros de Reservação.

A perdas reais trazem grande impacto tanto do ponto de vista da saúde pública, já que a
despressurização do sistema, decorrente de vazamentos, pode levar à contaminação da água pela
entrada de agentes nocivos na tubulação, quanto do ponto de vista ambiental, já que quanto mais
água é perdida no sistema maior é a necessidade de explorar e ampliar as captações de água
(TSUTIYA, 2006). Tsutiya (2006) ressalta que por melhor que seja o sistema de abastecimento de
água é impossível garantir uma perda real zero por razões práticas e econômicas. Existem tanto as
perdas reais inerentes ao sistema, decorrentes de vazamentos inerentes ao sistema de
distribuição nas juntas ou conexões das tubulações pressurizadas cuja magnitude torna difícil sua
detecção, quanto as perdas reais inevitáveis e seu conhecimento pelo prestador de serviços se
constitui como valor de referência para uma melhor gestão das perdas reais do sistema (TSUTIYA,
2006).

As perdas aparentes correspondem ao volume de água que foi consumido, mas não foi
contabilizado pela prestadora de serviços, seja por problemas na medição dos hidrômetros ou no
cadastro comercial, seja por fraudes ou ligações clandestinas (TSUTIYA, 2006). Ressalta-se que
as ligações clandestinas são um problema recorrente nos bairros mais adensados e que tal prática
prejudica o pleno funcionamento do sistema, por sobrecarregar a rede com uma demanda não
projetada.

O índice de perdas no sistema de abastecimento de água é calculado no SNIS por meio de três
indicadores diferentes: Índice de perdas na distribuição (IN049), índice bruto de perdas lineares
(IN050) e índice de perdas por ligação (IN051). Nenhum desses indicadores difere as perdas reais
das perdas aparentes, o que limita a identificação se essa perda provém de fato de vazamentos na
distribuição, por falhas na operação ou até por um consumo não autorizado. A Embasa, no entanto,

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753
consegue estimar quanto desse montante é referente às perdas aparentes, e, portanto, essa
determinação do perfil de perdas permite uma melhor priorização das ações de combate e redução
de perdas.

Na Tabela 91 apresenta-se os valores constantes na série histórica do SNIS para o índice de perdas
na distribuição (IN049), o índice bruto de perdas lineares (IN050) e o índice de perdas por ligação
(IN051) para o município de Salvador.

Tabela 91 – Índices de Perdas no período de 2015 a 2019 em Salvador


PMSBI EA5 - EA6
SNIS IN049 IN050 IN051
Índice de perdas na Índice bruto de perdas Índice de perdas por
Ano distribuição lineares ligação
(%) (m³/dia/km) (l/dia/lig.)
2015 45,99 65,37 685,79
2016 53,07 74,64 799,02
2017 54,02 76,01 804,66
2018 53,86 79,69 805,03
2019 56,06 90,21 862,58
Fonte: SNIS, 2021.

Uma análise geral da série histórica em Salvador aponta para um aumento entre os anos de 2015
a 2019 dos índices de perda no sistema. Tanto o IN050, quanto o IN051 apresentam tendências
claras de agravamento e o IN049 um cenário de agravamento irregular.

O índice de perdas na distribuição (IN049) é calculado pela diferença entre o volume de água
produzido (AG006) e o volume de água consumido (AG010), somado ao volume de água tratada
importado (AG018), tudo isso dividido pelo volume de água produzido (AG006) somado o volume
de água tratada importado (AG018). Nessa equação é descontado de AG006 o volume usado para
atividades operacionais e especiais (AG024).

As Figura 470, Figura 471 e Figura 472 apresentam os índices de perdas das capitais do Nordeste
referentes a distribuição, linear e por ligação, respectivamente. Os resultados foram obtidos pelo
SNIS para o ano de referência de 2019. Observa-se que as capitais com maior índice de perdas
foram Salvador, Recife e Natal. As prestadoras responsáveis pelo atendimento dessas capitais
constam a seguir:

• Aracaju (SE): Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO;


• Natal (RN): Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte – CAERN;
• Maceió (AL): Companhia de Saneamento de Alagoas – CASAL;
• Salvador (BA): Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – EMBASA;

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754
• Fortaleza (CE): Companhia de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE;
• João Pessoa (PB): Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba – CAGEPA;
• Recife (PE): Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA;
• Teresina (PI): Águas e Esgotos do Piauí S/A – AGESPISA.

Figura 470 – IN049 - Índice de perdas na distribuição (%) no ano de 2019

70

60

50

40

30

20

10

0
Maceió (AL) Salvador Fortaleza João Pessoa Recife (PE) Teresina (PI) Natal (RN) Aracaju (SE)
(BA) (CE) (PB)

Fonte: SNIS, 2021.

Figura 471 – IN050 - Índice bruto de perdas lineares (m³/dia/km) no ano de 2019
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Maceió (AL) Salvador (BA) Fortaleza (CE) João Pessoa Recife (PE) Teresina (PI) Natal (RN) Aracaju (SE)
(PB)

Fonte: SNIS, 2021.

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Figura 472 – Índice de perdas por ligação (l/dia/lig) no ano de 2019

1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Maceió (AL) Salvador (BA) Fortaleza (CE) João Pessoa Recife (PE) Teresina (PI) Natal (RN) Aracaju (SE)
(PB)

Fonte: SNIS, 2021.


A Figura 473 apresenta o Índice de Perdas na Distribuição (IPD), que equivale ao indicador IN049
do SNIS no período de 2018 a 2020 para as diferentes Unidades Regionais da Embasa em
Salvador, além das ilhas de Salvador, enquanto a Figura 474 apresenta o índice de perdas
aparentes estimado pela Embasa, que somado às estimativas das perdas reais, consiste na perda
total. O índice de perdas aparentes e reais foram disponibilizados pela Embasa (2021), chegando-
se, portanto, ao valor da perda total.

Figura 473 – Índice de perdas na distribuição (%) de 2018 a 2020 por Unidade Regional da
Embasa e para as ilhas

70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
ILHA DE ILHA ILHA DOS
UML UMJ UMF UMB
MARE B.J.PASSOS FRADES
2018 62,0% 59,0% 47,7% 40,3% 48,6% 48,6% 48,6%
2019 63,3% 61,2% 48,6% 41,6% 50,5% 50,5% 50,5%
2020 62,7% 63,1% 49,6% 43,2% 49,5% 49,5% 49,5%

Fonte: Embasa, 2021.

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Figura 474 – Índice de perdas aparentes (%) de 2018 a 2019 por Unidade Regional da
Embasa

30,0%

25,0%

20,0%

15,0%

10,0%

5,0%

0,0%
ILHA DE ILHA ILHA DOS
UML UMJ UMF UMB
MARE B.J.PASSOS FRADES
2018 17,8% 23,1% 23,5% 27,3% 19,2% 13,6% 10,2%
2019 16,3% 27,1% 25,7% 24,6% 19,3% 15,1% 11,1%
2020 20,0% 24,3% 25,2% 25,8% 21,3% 15,2% 12,7%

Fonte: Embasa, 2021.

No que concerne ao índice de perdas totais observa-se no gráfico que nenhuma das Unidades
Regionais, nem as Ilhas possuem tendência de redução nos últimos três anos, sendo verificada
uma tendência de aumento em algumas unidades regionais (UMJ, UMF e UMB), enquanto na UML
e nas Ilhas observa-se um aumento de 2018 para 2019 e uma redução entre 2019 e 2020. Já no
que se refere às perdas aparentes, constata-se uma tendência de aumento na UML e nas Ilhas. Na
UMJ, UMF e UMB não houve um padrão de comportamento nos últimos 3 anos.

A Figura 475 apresenta o Índice Bruto de Perdas lineares para o ano de 2019 das diferentes
Unidades Regionais da Embasa que atendem a parte continental de Salvador, onde se observa que
a UMB apresentou o menor valor (73,41m³/dia.km), enquanto a UMF apresentou o maior índice
(109,15m³/dia.km).

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Figura 475 – Índice bruto de perdas lineares (m³/dia.km) por Unidade Regional da Embasa
em 2019

120,00
109,15

100,00
86,21 85,21
78,12
80,00 73,41

60,00

40,00

20,00

0,00
UMB UMF UMJ UML Salvador

Fonte: Embasa, 2021.

A diferença das perdas apresentadas pela Embasa e as registradas no SNIS, se deve,


provavelmente, porque as registradas no SNIS englobam também as perdas no sistema que
abastece as Ilhas de Salvador, atendidas pela Unidade Regional de Candeias (UMS), enquanto os
valores fornecidos pela Embasa abrangem apenas as Unidades Regionais que atendem a parte
continental de Salvador.

No que concerne às perdas na distribuição (IN049), de acordo com ARIS (2017), valores abaixo de
28% são considerados ideais, entre 28% e 35% são classificados como satisfatórios e acima de
35% são insatisfatórios. Sendo assim, em Salvador este indicador IN049 esteve no intervalo de
referência classificado pela ARIS (2017) como insatisfatório em todos os anos analisados, tanto
para as Unidades Regionais de modo isolado, como para o sistema de forma integrada.

O cenário demonstra uma tendência contrária as metas progressivas de expansão e qualidade do


serviço de abastecimento estabelecidas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB)
para as macrorregiões do país, conforme Quadro 138.

Quadro 138 – Metas do PLANSAB para o Índice de Perdas na Distribuição


Metas - Índice de Perdas na Distribuição (%)
Região
2010 2018 2023 2033
Norte 51 45 41 33
Nordeste 51 44 41 33
Sudoeste 34 33 32 29
Sul 35 33 32 29

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Metas - Índice de Perdas na Distribuição (%)
Região
2010 2018 2023 2033
Centro-oeste 34 32 31 29
Brasil 39 36 34 31
Fonte: PLANSAB, 2013.

Cabe salientar que o índice de perdas por ligação (IN051) avalia melhor a qualidade dos serviços
prestados, por considerar em seu cálculo o número de ligações ativas de água, sendo calculado
pela diferença entre o volume de água produzido (AG006) e o de água consumido (AG010), somado
ao volume de água tratada importado (AG018) e descontado o volume destinado às atividades
operacionais e especiais (AG024), dividido pela média da quantidade de ligações ativas de água
(AG002) do ano atual e anterior ao ano de referência.

A Figura 476 apresenta o Índice de perdas por ligação (IPL) em 2019 para as diferentes Unidades
Regionais da Embasa que prestam o serviço de abastecimento de água na parte continental de
Salvador, onde se observa que a UMB apresentou o menor valor, em sincronia ao IPD, enquanto a
UMF foi a que apresentou maior índice de perdas por ligação. Ressalta-se que para esse indicador
a Embasa não forneceu os valores relativos às ilhas de Salvador.

Figura 476 – Índice de perdas por ligação (L/lig.dia) pela Embasa em 2019

1000
876 856,2
900
793
800 748,7
Perdas totais (L/lig.dia)

700 660,1

600
500
400
300
200
100
0
UMB UMF UMJ UML Salvador

Fonte: Embasa, 2021.

A Caesb avalia esse indicador como sendo ideal quando as perdas não ultrapassam 250 l/lig.dia,
como sendo satisfatório entre 250 e 360 l/lig.dia e perdas acima de 360 l/lig.dia são classificadas
como insatisfatórias. Esses valores foram balizados com base no sistema de medição da Entidade
Reguladora dos Serviços de Água de Portugal (ERSAR).

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759
O índice de perdas por ligação tanto das Unidades Regionais, quanto do sistema integrado de
abastecimento de água em 2019 de Salvador seria, desse modo, avaliado como insatisfatório.
Ressalta-se, no entanto, que a realidade da prestação de serviços do Distrito Federal é diferente de
Salvador, com destaque para o elevado número de ligações clandestinas relatado pela prestadora
de serviços, que corrobora para um indicador de perdas por ligação superdimensionado.

Como pode ser observado no Quadro 139, o Banco Mundial através do Banco Internacional de
Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) desenvolveu diagnóstico operacional das perdas reais por
ligação para o enquadramento situacional, com vistas às perspectivas futuras (definição de metas)
para as perdas reais, em que entram em cena a caracterização do país em termos de nível de
desenvolvimento e as pressões médias reinantes (FILHO, 2016 apud KIGNDOM, 2016). Como pode
ser observado no quadro abaixo, as categorias de performance técnica se classificam entre
categoria A (melhor situação) e a categoria D (pior situação).

Quadro 139 – Sistema de bandas do BIRD


Perdas Reais, em L/ramal.dia, quando o sistema está
Categoria de Performance Técnica pressurizado, com pressão média de:
20 mca 30 mca 40 mca 50 mca
A <50 <75 <100 <125
Países B 50-100 75-150 100-200 125-250
desenvolvidos C 100-200 150-300 200-400 250-500
D >200 >300 >400 >500
A <50 <100 <150 <200 <250
Países em B 50-100 100-200 150-300 200-400 250-500
desenvolvimento C 100-200 200-400 300-600 400-800 500-1000
D >200 >400 >600 >800 >1000
A - Redução de perda adicional pode não ser econômica, a não ser que haja insuficiência de
abastecimento; são necessárias análises mais criteriosas para identificar o custo de melhoria efetiva
B - Potencial para melhorias significativas; considerar o gerenciamento de pressão, práticas melhores de
controle ativo de vazamentos e uma melhor manutenção da rede
C - Registro deficiente de vazamentos; tolerável somente se a água é abundante e barata; mesmo assim,
analise o nível e a natureza dos vazamentos e intensifique os esforços para a redução dos vazamentos
D- Uso muito ineficiente dos recursos; programa de redução de vazamentos é prioritário
Fonte: Adaptado de FILHO, 2016 apud KIGNDOM, 2016.

De acordo com as informações fornecidas pela Embasa, relativas às unidades regionais que
prestam o serviço de abastecimento de água na parte continental de Salvador (UMB, UMF, UMJ e
UML), do volume total de perdas, cerca de 59,5% são perdas reais e cerca de 40,5% são perdas
aparentes, e, portanto, pode se estimar que dos 793 L/lig.dia perdidos, 321,42L/lig.dia são perdidos
por falhas no sistema comercial, fraudes ou ligações clandestinas (perdas aparentes) e
471,53L/lig.dia são perdidos por vazamentos nas redes e ramais ou extravasamento de

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760
reservatórios (perdas reais). Para a UMB, UMF, UMJ e UML, os percentuais de perdas reais
relativos ao total de perdas foi de 33,8%, 50,8%, 62,7% e 73,5%, respectivamente.

A partir dos dados fornecidos pela Embasa para a estimativa da parcela de perdas reais e aparentes
em cada unidade regional, chegou-se aos valores do índice de perdas reais por ligação, conforme
apresentado na Figura 477.

Figura 477 – Índice de perdas reais por ligação (L/lig.dia) nas unidades regionais de
Salvador

700,00
629,07
600,00
Perdas Reais (L/lig.dia)

500,00 469,34 471,53


445,31

400,00

300,00
223,04
200,00

100,00

0,00
UMB UMF UMJ UML SALVADOR

Fonte: Embasa, 2021.

Comparando os resultados da Figura 477 com o Quadro 139, observa-se que a melhor situação em
relação às perdas reais ocorre na UMB, que pode ser classificadas na categoria D (considerada a
pressão média de 20mca), na categoria C (considerada a pressão média de 30mca), na categoria
B (considerada a pressão média de 40 ou 50mca) ou na categoria A (pressão acima de 50mca).

Por outro lado, a UMF e a UMJ podem ser classificadas na categoria D (considerada a pressão
média de 20 ou 30mca), na categoria C (considerada a pressão média de 40 ou 50mca) ou na
categoria B (pressão acima de 50mca).

A pior situação ocorre na UML, que se classifica na categoria D para a pressão média de 20, 30 ou
40mca e na categoria C para uma pressão média de 50mca ou acima.

Cabe salientar que as consequências das perdas são diversas, com destaque para a redução da
capacidade de investimento em melhorias, pois reflete na sustentabilidade econômico-financeira
dos sistemas, uma vez que aumentam os custos com a produção de água (produtos químicos,

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761
energia elétrica, entre outros); além dos danos ambientais, na medida em que obriga as prestadoras
a captarem mais água nos mananciais e buscarem novos mananciais caso os existentes não
estejam atendendo a demanda. Em resumo, quanto maiores forem as perdas, maiores serão os
volumes necessários de captação e tratamento para o atendimento às demandas atuais e futuras,
ampliando assim a necessidade de investimentos e despesas de exploração.

Consumo Per Capita e por Economia

Analisando os consumos per capita e por economia (Tabela 92) é possível constatar redução no
período da série histórica. Em 2019, o valor registrado foi de 117,5 L/hab.dia e
10,1m³/economia.mês.

Tabela 92 – Série histórica dos consumos médios per capita e por economia
PMSBI EA7 - -
SNIS IN022 IN014 AG014
Consumo médio per Consumo micromedido por Quantidade de economias
Ano
capita de água (L/hab.dia) economia (m³/mês.econ.) ativas de água micromedidas
2015 141,6 10,6 887.058
2016 121,6 10,5 886.414
2017 117,5 10 877.882
2018 118,8 10,1 876.359
2019 117,5 10,1 867.584
Fonte: SNIS, 2021.

O consumo médio per capita de água (IN022) corresponde ao volume médio diário de água
consumido por indivíduo e seu conhecimento é importante para projeções de demanda,
dimensionamento do sistema e controle operacional pelo prestador de serviços. Deve-se considerar
ainda que o consumo de água é influenciado por outros fatores além da densidade populacional,
tais como clima, valor da tarifa, nível socioeconômico e características da população e do sistema
– como hábitos de higiene, educação sanitária, qualidade da água e pressão da rede (GUTIERREZ,
FERNANDES E RAUEN, 2015).

Ressalta-se que hoje a Embasa sofre com um grande número de ligações clandestinas nos
aglomerados subnormais (IBGE, 2019) que são contabilizadas como volume consumido para uma
população não cadastrada e não contabilizada como atendida, de tal modo o indicador IN022 é
superdimensionado e não representa o comportamento real de consumo da população. Esse
volume, fornecido aos aglomerados subnormais, deveria ser contabilizado como suprimentos
sociais (volume de serviço) por se tratar também de um consumo autorizado não-faturado, prática,
inclusive, recomendada no Manual de Melhores Práticas do SNIS do Projeto Acertar.

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762
Ainda assim, considerando a situação irregular atual, segundo o SNIS (2019) Salvador apresenta o
4º menor consumo per capita de água das capitais do Nordeste, sendo Recife o de menor consumo
(101,32 L/hab.dia) e Maceió o de maior consumo (158,87 L/hab.dia), como pode ser observado na
Figura 478.

Figura 478 – Comparativo de consumo entre as capitais do Nordeste em 2019

12.000.000 158,87 180


134,14 160
10.000.000 132,62
128,43
113,68 140
108,79
101,32 101,38 103,25
8.000.000 120
habitantes

L/hab.dia
100
6.000.000
80
4.000.000 60
40
2.000.000
20
0 0

População total atendida Consumo médio per capita

Fonte: SNIS, 2019.

Esse resultado demonstra que ainda há possibilidades de redução do volume de água consumido,
para tanto, são necessárias ações continuadas de sensibilização da população somadas às
políticas de usuário-pagador e protetor-recebedor como incentivo à redução do consumo de água
residencial.

Índice de Hidrometração e de Macromedição

O índice de hidrometração representa o percentual das ligações ativas de água que possuem
hidrômetros realizando a micromedição do consumo. O índice de hidrometração é de extrema
importância para o consumo racional da água, visto que na maioria das vezes o cidadão só se
sensibiliza quando possui algum custo associado, ou seja, se a conta de água não estiver
relacionada à quantidade de água consumida a tendência é que o consumo per capita aumente,
impactando no consumo energético do setor. Portanto, o índice de hidrometração tem uma
influência direta no consumo per capita de água, que é influenciado também por diversos outros
fatores.

Em pontos específicos do sistema de água, precisam ser instalados macromedidores, que são
dispositivos que possibilitam o monitoramento das vazões de chegada e de saída (distribuição),

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763
permitindo, também, realizar pesquisas de vazamentos não visíveis na rede de distribuição). A
Tabela 93 apresenta os índices de hidrometração e macromedição do sistema de abastecimento
de água de Salvador.

Tabela 93 – Índices de hidrometração e macromedição


PMSBI EA4 -
SNIS IN009 IN011
Índice de hidrometração Índice de macromedição
Ano
(%) (%)
2015 93,65 100
2016 94,61 100
2017 95,18 100
2018 95,61 99,75
2019 95,93 100
Fonte: SNIS, 2021.

O índice de hidrometração (IN009) retrata o percentual de ligações ativas de água micromedidas


(AG0045) do total de ligações ativas de água (AG0025), enquanto o índice de macromedição
corresponde ao percentual do quanto do volume disponível para distribuição foi macromedido.

A Figura 479 apresenta o índice de hidromedição das Unidades Regionais que integram o SIAA de
Salvador em 2019, com destaque para a UMJ e UMF que apresentam o menor e maior índice,
respectivamente.
Figura 479 – Índice de hidromedição (%) por Unidade Regional em 2019

102,0%

99,7%
100,0%

97,7%
98,0%
96,04%
96,0% 95,1%

94,0%
92,8%

92,0%

90,0%

88,0%
UMB UMF UMJ UML Salvador

Fonte: Embasa, 2021.

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764
No que concerne ao índice de hidrometração (IN009), de acordo com ARIS (2017), valores abaixo
de 95% são considerados insatisfatórios, entre 95% e 99,5% são classificados como satisfatórios e
acima de 99,5% são ideais. Sendo assim, em Salvador este indicador saiu do insatisfatório para o
satisfatório ao longo da série histórica. Quando analisadas as Unidades Regionais, em 2019, a UMJ
apresentou resultado insatisfatório, a UML e a UMB resultado satisfatório e a UMF resultado ideal.

Para o índice de macromedição, o intervalo de referência corresponde a insatisfatório quando


abaixo de 75%, satisfatório entre 75% e 95% e ideal quando acima de 95%. Dessa forma, em todo
o período analisado o IN011 está classificado como ideal, segundo o intervalo de referência
classificado pela ARIS (2017).

7.3.1.2.4. Eficiência de Pessoal

O porte do prestador de serviço também influencia na eficiência de escala, seja em suprimentos ou


mão-de-obra alocada para a prestação. Para isso serão avaliados nessa subcategoria tanto a
produtividade dos funcionários envolvidos com a prestação do serviço, quanto a representatividade
das despesas com pessoal em relação às despesas totais do abastecimento de água.

Em 2019, de acordo com o SNIS, haviam 1.129,84 economias ativas de água e esgoto para cada
empregado próprio da Embasa, enquanto das despesas totais com os serviços (DTS) 39,04% foram
relativas as despesas com pessoal próprio e com serviços de terceiros.

Considerando a série histórica de 5 anos mais recente publicada pelo Snis (Tabela 94) não é
possível observar nenhuma estabilidade clara, nem de melhoria ou agravamento, para esses
indicadores, estando eles no que o SNIS considera de cenário irregular. Para o índice de
produtividade: economias ativas por pessoal próprio, verifica-se um agravamento irregular e para
a incidência das despesas se verifica um cenário de estabilidade irregular.

Tabela 94 – Série histórica eficiência de pessoal


PMSBI EAE1 EAE2
SNIS IN002 IN007
Índice de produtividade: economias Incidência da desp. de pessoal e de serv. de
Ano
ativas por pessoal próprio terc. nas despesas totais com os serviços
(economias/empregado) (%)
2015 1.389,74 37,52
2016 1.317,67 38,17
2017 1.340,87 39,23
2018 1.380,13 38,86
2019 1.129,84 39,04
Fonte: SNIS, 2021.

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765
Quando comparada às outras capitais do Nordeste, Salvador apresentou o segundo maior número
de economias ativas por empregado, sendo Fortaleza o município com maior quantidade (1885,33
economias/empregado) e São Luís com menor quantidade (403,44 economias/empregado). No que
concerne à incidência da despesa de pessoal e de serviços de terceiros nas despesas totais com
os serviços (IN007), do ano de 2019 as capitais do Nordeste apresentaram uma mediana de
54,09%, sendo que Fortaleza foi a capital com menor percentual (35,24%) e João Pessoa a de
maior (59,6%), como pode ser observado na Figura 480.

Figura 480 – Comparação eficiência de pessoal entre as capitais do Nordeste em 2019

70,00 2.000,00
1.800,00
60,00

(economias/empregado)
1.600,00
50,00 1.400,00
1.200,00
40,00
1.000,00
30,00
800,00

20,00 600,00
400,00
10,00
200,00
- -
Fortaleza Salvador Natal Recife Maceió Aracaju São Luís Teresina João
Pessoa

IN002 IN07

Fonte: SNIS, 2019.

7.3.1.3. Sustentabilidade Econômico-Financeira

O artigo 29 da Lei Federal nº. 11.445/2007 assegura a eficiência e sustentabilidade econômica dos
serviços públicos de saneamento básico por meio de remuneração pela cobrança dos serviços, e,
quando necessário, por outras formas adicionais, como subsídios ou subvenções.

Nesta categoria estão incluídos indicadores que retratam a sustentabilidade econômico-


financeira dos serviços de abastecimento de água prestados no município de Salvador, além de
indicadores relativos ao princípio da modicidade tarifária.

7.3.1.3.1. Sustentabilidade Econômico-Financeira

Nesta subcategoria são avaliados 3 indicadores do SNIS, sendo que dois deles (IN012 e IN029)
são referentes aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário juntos.

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766
O indicador de desempenho financeiro (IN012) avalia se os serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário são superavitários ou deficitários. Analisando os dados dos últimos 5 anos,
observa-se que os valores cobrados tem sido suficiente para cobrir as despesas com a prestação
dos serviços, e, portanto, os serviços são superavitários.

O índice de evasão de receitas (IN029) avalia qual percentual da receita operacional do serviço de
abastecimento de água e esgotamento sanitário não é efetivamente arrecadado pelo prestador de
serviço. No município, esse índice de inadimplência dos usuários correspondeu a 17,67% das
receitas de 2019.

Considerando os dados da série histórica de ambos os indicadores, não se observa nenhuma


tendência de melhoria, nem agravamento, apenas o cenário irregular. Analisando de forma mais
minuciosa, se verifica que o IN012 apresenta um cenário de estabilidade irregular e o IN029 de
agravamento irregular.

A participação da receita operacional direta de água na receita operacional total (IN040)


corresponde ao percentual da receita operacional direta de água em relação à receita operacional
total dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, que foi de 56,34% em 2019.
Nesse caso não cabe uma análise de tendência do cenário, já que a avaliação do histórico individual
de cada sistema traz apenas informações relativas aos anos com maiores ou menores participações
na receita operacional total.

Tabela 95 – Série histórica sustentabilidade econômico-financeira


PMSBI SAE1 SAE2 SA1
SNIS IN012 IN029 IN040
Indicador de Índice de evasão Participação da receita operacional direta de
Ano desempenho financeiro de receitas água na receita operacional total
(%) (%) (%)
2015 107,95 16,78 58,59
2016 102,63 16,61 56,7
2017 102,32 18,36 55,93
2018 109,35 17,97 56,29
2019 107,56 17,67 56,34
Fonte: SNIS, 2019.

7.3.1.3.2. Modicidade Tarifária

Os indicadores adotados para avaliar a modicidade tarifária não possuem correspondentes no


SNIS. O SA2 foi criado para avaliar o impacto na tarifa mínima do abastecimento de água no salário
mínimo vigente, enquanto o SA3 avalia a fração percentual de usuários residenciais do sistema de
abastecimento de água que são contemplados com a tarifa social.

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767
A tarifa mínima mensal para serviço de água cobrada para as residências sociais é de R$ 13,40/mês
(EMBASA, 2021), enquanto o salário mínimo é de R$ 1.100,00 em 2021.

Desse modo, o SA2 é de 1,21% em 2021, ou seja, a prestação do serviço de água para o
assalariado mínimo representa 1,21% da sua renda mensal para um consumo mínimo de até 6
m³ para as residências sociais, conforme o Quadro 140.

Quadro 140 – Índice de comprometimento do salário mínimo com a tarifa social aplicada no
abastecimento de água
Faixa de Tarifa Residência Índice de comprometimento do salário mínimo com a tarifa
consumo (m³) Social (reais) social aplicada no abastecimento de água
Até 6 m³ R$ 13,40 / mês 1,22%
Fonte: Embasa, 2021.

Em 2019, a Embasa registrou 16.664 economias ativas de água (A31/PMSBI) contempladas com a
tarifa residencial social das 819.142 economias residenciais ativas de água (AG013/SNIS), o que
corresponde a uma fração percentual de 2,03% dos usuários residenciais do sistema de
abastecimento de água contemplados com a tarifa social (SA3/PMSBI) no ano de 2019.

7.3.1.4. Sustentabilidade Ambiental

O índice de adequação do destino final do lodo das ETAs (AA1) corresponde a fração percentual
de lodo desidratado produzido pelas ETA que recebe destinação adequada. Sendo considerado
destino final ambientalmente adequando aqueles aprovados pelos órgãos ambientais responsáveis
pelo licenciamento.

O lançamento in natura do lodo nos corpos hídricos eleva a concentração de sólidos totais
(OLIVEIRIA e RONDON, 2016 apud ASSIS, 2014) e estudos constataram elevada concentração de
alumínio e ferro no lodo descartado in natura da ETA de São Carlos (SP), elevando a turbidez e
comprometendo a camada bentônica do córrego onde foi destinado (OLIVEIRA e RONDON, 2016
apud ACHO et al, 2005).

O lodo da ETA principal é descartado num afluente do rio Joanes e o da ETA Suburbana em afluente
do rio Ipitanga, ou seja, não possuem destinação adequada, sendo, portanto, o indicador definido
como 0%, conforme Tabela 96. Com relação ao lodo das ETA do Parque da Bolandeira, cerca de
95% é destinado para a ECP do Jaguaribe, sendo posteriormente lançado no mar juntamente com
o esgoto doméstico por meio do emissário submarino. A parcela restante é descartada num riacho
que passa nas proximidades do Parque.

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768
Tabela 96 – Série histórica sustentabilidade ambiental
PMSBI AA1
SNIS -
Índice de adequação do destino final do lodo das ETAs (%)
Ano ETA ETAs do ETA
Principal Parque da Bolandeira Suburbana
2015 0 -- 0
2016 0 -- 0
2017 0 -- 0
2018 0 -- 0
2019 0 95% 0

Segundo a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal -


ADASA, quando há destinação adequada de 100% do lodo produzido o índice é classificado como
excelente, quando é tratado de 90% a 100% é classificado como bom, de 80% a 90% é mediano e
abaixo de 80% é considerado ruim. Sendo assim, em Salvador esse indicador foi avaliado como
ruim para a ETA Principal e Suburbana já que nenhum percentual do lodo produzido possui destino
ambientalmente adequado. Enquanto, para as ETA do Parque Bolandeira esse índice é classificado
como bom.

7.3.2. ANÁLISE DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS ESTRUTURAS

A análise do estado de conservação das estruturas empregadas no sistema de abastecimento de


água está relacionada diretamente com as informações obtidas por meio das visitas à campo e
também por meio das informações fornecidas pela prestadora de serviços.

A avaliação da infraestrutura foi dividida em: existência de sinalização (identificação, advertência


de perigo), segurança (fechamento, acesso, trancamento e gradeamento em altura) e estado de
conservação da infraestrutura.

• Sinalização (identificação e advertência de perigo): além de identificar a área


(identificação), a sinalização (advertência de perigo) informa aos passantes e funcionários
que aquele local ou equipamento oferece riscos. Para os centros de reservação também foi
avaliada a existência de identificação nas estruturas;

• Segurança (fechamento, acesso, trancamento e gradeamento em altura): importante


para evitar entrada de animais, e vandalismo, além de acidentes com a população e
trabalhadores;

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769
• Estado de conservação da infraestrutura (situação da estrutura civil, dos
equipamentos mecânicos e elementos metálicos): permite identificar as deficiências na
estrutura acerca da existência de infiltração, corrosão ou risco de colapso.

Em relação ao estado geral de conservação das estruturas este foi classificado em Bom, Regular,
Precário e Ruim; correspondendo Bom ao melhor indicador e Ruim ao pior, conforme legenda da
Tabela 97.

Tabela 97 – Legenda para o estado de conservação geral da estrutura


Legenda
Bom
Regular
Precário
Ruim
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

A seguir, apresenta-se uma análise mais detalhada dos itens descritos na metodologia.

7.3.2.1. Estruturas de captação

Todas as áreas destinadas à captação são de acesso restrito e possuem em sua entrada placa de
identificação da unidade. As áreas são fechadas por muro de alvenaria ou cerca metálica, a
depender da unidade, e o acesso é realizado por portão metálico que é trancado por um cadeado
e fiscalizada por um guarda.

Todas as áreas que possuem risco em altura são gradeadas e os equipamentos e as áreas são
sinalizadas quanto ao perigo e cuidados necessários a serem tomados. A Tabela 98 apresenta a
análise da infraestrutura das Barragens Pedra do Cavalo, Joanes I e II, Santa Helena e Ipitanga I e
II quanto à existência de sinalização, segurança e estado de conservação da infraestrutura.

As Barragens Joanes I e Ipitanga II estão situadas em área de vulnerabilidade social, que podem
impossibilitar possíveis manutenções na estrutura ou na rede elétrica, em virtude de conflitos entre
facções rivais que comandam o tráfico de drogas na região.

Tabela 98 – Avaliação da infraestrutura de captação


Avaliação da Infraestrutura de captação
Barragem de Pedra do Cavalo
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Segurança
Acesso Portão metálico

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770
Avaliação da Infraestrutura de captação
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
Barragem de Joanes I
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de Alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
Barragem de Joanes II
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Regular
Situação dos equipamentos metálicos Com início de corrosão
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
Barragem de Santa Helena
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
Barragem de Ipitanga I
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Estado de Situação da estrutura civil Bom

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771
Avaliação da Infraestrutura de captação
Conservação Situação dos equipamentos metálicos Bom
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
Barragem de Ipitanga II
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

7.3.2.2. Estações de Tratamento de Água

Todas as áreas destinadas ao Tratamento de Água são de acesso restrito e possuem em sua
entrada placa de identificação da unidade. As áreas são fechadas por muro de alvenaria e o acesso
é realizado por portão metálico que é trancado por um cadeado e fiscalizada por um guarda.

Todas as áreas que possuem risco em altura são gradeadas e os equipamentos e as áreas são
sinalizadas quanto ao perigo e cuidados necessários a serem tomados. A Tabela a seguir apresenta
a análise da infraestrutura da ETA Principal, ETAs do Parque Bolandeira e ETA Suburbana quanto
à existência de sinalização, segurança e estado de conservação da infraestrutura.

Tabela 99 – Avaliação da infraestrutura (ETAs)


Avaliação da infraestrutura das Estações de Tratamento de Água (ETA)
ETA Principal
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Estado de Conservação Situação dos equipamentos metálicos Bom
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado de conservação geral da infraestrutura Bom
ETA Vieira de Mello
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Segurança Fechamento Muro de alvenaria

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772
Avaliação da infraestrutura das Estações de Tratamento de Água (ETA)
Acesso Portão metálico
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Regular
Situação dos equipamentos metálicos Regular
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com indícios de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
ETA Teodoro Sampaio
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
ETA Suburbana
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

7.3.2.3. Estações Elevatórias de Água Tratada

Todas as áreas destinadas às Estações Elevatórias de Água Tratada são de acesso restrito e
compartilham os lotes com os Centros de Reservação ou ETAs. Essas áreas geralmente possuem
algum tipo de identificação, seja a mais genérica indicando que é propriedade da Embasa ou mais
especifica sinalizando o que existe dentro da área.

As Elevatórias são fechadas por muro de alvenaria e o acesso é realizado por portão metálico que
é trancado por um cadeado e fiscalizada por um guarda.

Todas as áreas que possuem risco em altura são gradeadas e os equipamentos e as áreas são
sinalizados quanto ao perigo e cuidados necessários a serem tomados. A Tabela 100 apresenta a
análise da infraestrutura quanto à existência de sinalização, segurança e estado de conservação

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773
da infraestrutura das 15 Estações Elevatórias de Água Tratada das Unidades Regionais de Salvador
e 1 Estação Elevatória de Água Tratada da Unidade Regional de Candeias, responsável por atender
a Ilha de Bom Jesus dos Passos.

Durante a visita, a EEAT Teodoro Sampaio estava com suas operações pausadas para manutenção
dos equipamentos e revitalização das estruturas e elementos metálicos e o recalque estava
ocorrendo pela EAAT Vieira de Mello.

Algumas das EEAT estão situadas em área de vulnerabilidade social e se tornam alvos de furtos
realizados pela vizinhança.

Tabela 100 – Avaliação da infraestrutura (EEAT) das ETA


Avaliação da infraestrutura das Estações Elevatórias
EEAT Principal
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT Vieira de Mello
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Com vazamento
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
EEAT Teodoro Sampaio
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

774
Avaliação da infraestrutura das Estações Elevatórias
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT Alta Carga
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT Baixa Carga
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Cerca metálica
Acesso -
Segurança
Trancamento -
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Regular
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Regular
Estado geral da infraestrutura Regular
EEAT R07
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT R25
Sinalização Identificação Sim

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

775
Avaliação da infraestrutura das Estações Elevatórias
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Com corrosão e vazamento
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
EEAT R15
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Qual o estado dos quadros elétricos Regular
Estado geral da infraestrutura Regular
EEAT R03
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT R05
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Bom
Estado de Conservação
Situação dos equipamentos metálicos Bom

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

776
Avaliação da infraestrutura das Estações Elevatórias
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
EEAT R10
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT R14
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT R17
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Bom
Situação dos equipamentos metálicos Com pequeno vazamento
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Bom
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
EEAT Bom Jesus dos Passos
Identificação Sim
Sinalização
Advertência de perigo Sim
Segurança Fechamento Muro de alvenaria

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

777
Avaliação da infraestrutura das Estações Elevatórias
Acesso Portão metálico
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Regular
Situação dos equipamentos metálicos Bom
Estado de Conservação Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Qual o estado dos quadros elétricos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

7.3.2.4. Centros de Reservação

O abastecimento de água tratada por rede pública no município é realizado pelo Sistema Integrado
de Abastecimento de Água (SIAA) de Salvador cuja reservação setorial e distribuição são de
responsabilidade de 4 Unidades Regionais da Embasa: Unidade Regional da Federação (UMF),
Unidade Regional de Bolandeira (UMB), Unidade Regional do Cabula (UML) e Unidade Regional
de Pirajá (UMJ).

As Ilhas de Salvador são atendidas pela Unidade Regional da Embasa de Candeias (UMS), sendo
operação de responsabilidade do escritório local de Madre de Deus, que faz parte do SIAA
Recôncavo.

Todas as áreas destinadas aos Centros de Reservação, de Salvador e das Ilhas, são de acesso
restrito e algumas unidades compartilham os lotes com as Estações Elevatórias. Essas áreas
geralmente possuem algum tipo de identificação, seja a mais genérica indicando que é propriedade
da Embasa ou mais específica sinalizando o Centro de Reservação existente na área.

Cada Centro de Reservação abrange uma ou mais Zonas de Abastecimento por meio de
reservatórios apoiados ou elevados - a depender da configuração topográfica da Zona atendida.

Os reservatórios operados pelas Unidades Regionais de Salvador são fechados por muro de
alvenaria e o acesso é realizado por portão metálico que é trancado por um cadeado e fiscalizado
por um guarda. Já os reservatórios localizados nas Ilhas, operados pela Unidade Regional de
Candeias, são fechados por cerca metálica e o acesso é realizado por portão metálico, também
trancado por um cadeado.

Nem todos os reservatórios possuem guarda-corpo nas escadas, sinalizado no item “Gradeamento
em altura”, ou identificação das caixas e tubulações, sinalizado no item “Identificação das
estruturas”.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

778
As tabelas a seguir apresentam a análise dos Centros de Reservação, separadas por Unidade
Regional, quanto à existência de sinalização, segurança e estado de conservação da infraestrutura.
Durante a visita estavam sendo realizadas algumas obras para melhoria operacional do sistema em
alguns reservatórios conforme mencionado no item 7.2.5.

Alguns dos Centros de Reservação estão situados em área de vulnerabilidade social e se tornam
alvos de furtos da comunidade local.

Tabela 101 – Avaliação das infraestruturas de reservação (UMB)


Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMB)
R01
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não
Situação da estrutura civil Com infiltração
Situação das tubulações e válvulas Com início de corrosão
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
R20
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Com início de corrosão
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
R23A
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Sim, mínima
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

779
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMB)
R23B
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Sim, mínima
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Estado de Conservação Situação das tubulações e válvulas Bom
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado de conservação geral da infraestrutura Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

Tabela 102 – Avaliação da infraestrutura (UMF)


Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMF)
R03
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Muro de Alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
R05
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Sim, mínima
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Com infiltração
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
R15
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Sim

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

780
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMF)
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
R19
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Sim, mínima
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Estado de Conservação Situação das tubulações e válvulas Bom
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado de conservação geral da infraestrutura Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

Tabela 103 – Avaliação da infraestrutura (UML)


Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UML)
R07
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Infiltrações nas câmaras mais
Situação da estrutura civil
antigas
Estado de Conservação
Situação das tubulações e válvulas Bom
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado de conservação geral da infraestrutura Regular
R25
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

781
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UML)
Situação da estrutura civil Com infiltração
Estado de Conservação Situação das tubulações e válvulas Bom
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado de conservação geral da infraestrutura Regular
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

Tabela 104 – Avaliação da infraestrutura (UMJ)


Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMJ)
R10
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Com pequeno vazamento no elevado
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
R12
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não se aplica
Situação da estrutura civil com infiltração no lado das obras
Estado de Conservação Situação das tubulações e válvulas Com corrosão
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado de conservação geral da infraestrutura Regular
R14
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Estado de Conservação
Situação das tubulações e válvulas Bom

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

782
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMJ)
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
R17
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Sim
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Com início de corrosão
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom
R18
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Muro de alvenaria
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Bom
Estado de Conservação Situação das tubulações e válvulas Bom
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado de conservação geral da infraestrutura Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

Tabela 105 – Avaliação da infraestrutura (UMS)


Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMS)
Reservatório Ilha de Bom Jesus dos Passos
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não
Situação da estrutura civil Com infiltração
Situação das tubulações e válvulas Regular
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
Reservatório Ilha dos Frades

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783
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMS)
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Não
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Com início de corrosão
Estado geral da infraestrutura Regular
Reservatório Praia Grande
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Com infiltração
Situação das tubulações e válvulas Com início de corrosão
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
Reservatório Botelho
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim
Situação da estrutura civil Com infiltração
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Regular
Reservatório Santana
Identificação Sim
Sinalização Advertência de perigo Sim
Identificação das estruturas Não
Fechamento Cerca metálica
Acesso Portão metálico
Segurança
Trancamento Cadeado
Gradeamento em altura Sim

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

784
Avaliação da infraestrutura dos Centros de Reservação (UMS)
Situação da estrutura civil Bom
Situação das tubulações e válvulas Bom
Estado de Conservação
Situação dos elementos metálicos Bom
Estado geral da infraestrutura Bom

Fonte: CSB Consórcio, 2021.

7.3.2.5. Resumo do estado de conservação das estruturas

A Tabela 106 apresenta um resumo da avaliação obtida para cada uma das estruturas do SIAA
Salvador, após análise dos itens propostos.

Tabela 106 – Resumo do resultado do estado de conservação geral das estruturas do SIAA
de Salvador
Estado geral de
Sistema de Abastecimento de Água
conservação
Barragem Pedra do Cavalo Bom
Barragem Joanes I Bom
Estruturas de Barragem Joanes II Regular
Captação Barragem Santa Helena Regular
Barragem Ipitanga I Bom
Barragem Ipitanga II Bom
ETA Principal Bom
Estações de Tratamento ETA Vieira de Mello Regular
de Água ETA Teodoro Sampaio Bom
ETA Suburbana Bom
EEAT Principal Bom
EEAT Vieira de Mello Regular
EEAT Teodoro Sampaio Bom
EEAT Alta Carga Bom
EEAT Baixa Carga Regular
EEAT R07 Bom
Estações Elevatórias de EEAT R25 Regular
Água Tratada EEAT R15 Regular
EEAT R03 Bom
EEAT R05 Regular
EEAT R10 Bom
EEAT R14 Bom
EEAT R17 Bom
EEAT Bom Jesus dos Passos Regular
R01 Regular
R20 Regular
UMB
R23A Bom
Centros de Reservação
R23B Bom
R03 Bom
UMF
R05 Regular

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

785
Estado geral de
Sistema de Abastecimento de Água
conservação
R15 Bom
R19 Bom
R07 Regular
UML
R25 Regular
R10 Regular
R12 Regular
UMJ R14 Bom
R17 Bom
R18 Bom
R Ilha de BJ dos Passos Regular
R Ilha dos Frades Regular
Ilhas R Praia Grande Regular
R Botelho Regular
R Santana Bom
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

7.3.3. AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE CONTROLE E VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA

CONSUMO HUMANO E DE INFORMAÇÃO AOS CONSUMIDORES E USUÁRIOS

Segundo a Portaria de Consolidação nº 05, do Ministério da Saúde, de 28 de setembro de 2017,


Anexo XX, compete a prestadora manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída
por meio dos seguintes itens dispostos no Art. 13:

“a) Controle operacional do(s) ponto(s) de captação, adução, tratamento,


reservação e distribuição, quando aplicável; (Origem: PRT MS/GM 2914/2011,
Art. 13, III,
b) Exigência, junto aos fornecedores, do laudo de atendimento dos requisitos de
saúde estabelecidos em norma técnica da ABNT para o controle de qualidade dos
produtos químicos utilizados no tratamento de água; (Origem: PRT MS/GM
2914/2011, Art. 13, III,
c) Exigência, junto aos fornecedores, do laudo de inocuidade dos materiais
utilizados na produção e distribuição que tenham contato com a água; (Origem: PRT
MS/GM 2914/2011, Art. 13, III,
d) Capacitação e atualização técnica de todos os profissionais que atuam de forma
direta no fornecimento e controle da qualidade da água para consumo humano; e
(Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art. 13, III,
e) Análises laboratoriais da água, em amostras provenientes das diversas
partes dos sistemas e das soluções alternativas coletivas, conforme plano de
amostragem estabelecido neste Anexo. (Origem: PRT MS/GM 2914/2011, Art.
13, III,”
Nas análises laboratoriais da água, constante no item e), procura-se estabelecer uma visão
probabilística de ocorrência de episódios indesejáveis da água, o que permite a prestadora de
serviços identificar possíveis ocorrências negativas e assim tomar as ações necessárias à garantia
da qualidade da água consumida, conforme disposto no item a) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006)

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

786
Esse controle de riscos à saúde em um sistema de abastecimento de água tem início com a escolha
do manancial de onde o sistema será suprido, mas essa ação não é suficiente para garantir a
necessária proteção à saúde. Fatores diversos podem atingir um SIAA, por mais sanitariamente
eficiente que este seja, conforme descrito no manual de Vigilância e Controle da qualidade da água
para consumo humano:

“a) descarga acidental de contaminante no manancial;


b) lançamento clandestino de efluentes no manancial;
c) ocorrência de pressão negativa em tubulação – adutora ou rede de distribuição –
e consequente penetração de contaminante em seu interior;
d) rompimento de redes e adutoras;
e) problemas operacionais e de manutenção diversos na estação de tratamento –
coagulação incorreta, produto químico adulterado, lavagem ineficiente de filtros,
comprometimento do leito filtrante, danos em equipamentos de manuseio de
produtos químicos – que podem resultar em distribuição de água não potável;
f) penetração de contaminantes diversos nos reservatórios públicos;
g) ausência de manutenção na rede distribuidora”

Tornando de essencial importância a inspeção e controle nos diferentes pontos do sistema pela
prestadora de serviços. A seguir estão relacionadas as informações de qualidade da água tratada
fornecidas pela Embasa, cuja conformidade é discutida em relação ao atendimento da quantidade
mínima de amostras e do limite máximo permitido para cada parâmetro. O número mínimo de
amostras é definido em função do parâmetro, do tipo de manancial e da população abastecida,
conforme definido no Anexo 12 do Anexo XX da PRC nº 05/2017 do Ministério da Saúde.

Os resultados das análises serão confrontados com o disposto na Portaria de Consolidação nº


5/2017, do Ministério da Saúde, que define os procedimentos de controle e de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Ela determina que sejam
respeitados os valores apresentados no Quadro 141 para a água ser considerada própria para
consumo humano.

Quadro 141 – Valor Máximo Permitido pela Portaria de Consolidação nº 05/2017


Valor Máximo Permitido (VMP)
Parâmetro Unidade
Na saída do tratamento Na entrada da rede
Turbidez 0,5 ¹ 5,0 uT
Cor aparente 15 15 uH
Fluoreto 1,5 1,5 mg/L
Cloro Residual Livre 0,2 a 5,0 0,2 a 5,0 ² mg/L
Potencial Hidrogeniônico (pH) 6,0 a 9,5 6,0 a 9,5 ³ pH
Cianeto 0,07 0,07 mg/L
Nitrato (com N) 10 10 mg/L
Nitrito (com N) 1 1 mg/L

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

787
Valor Máximo Permitido (VMP)
Parâmetro Unidade
Na saída do tratamento Na entrada da rede
Amônia (como NH3) 1,5 1,5 mg/L
Glifosato + AMPA 500 500 µg/L
Lindano (gama HCH) 2 2 µg/L
Ácidos haloacéticos total 0,08 0,08 mg/L
2, 4, 6 Triclorofenol 0,2 0,2 mg/L
Trihalometanos Total 0,1 0,1 mg/L
Ferro 0,3 0,3 mg/L
Gosto e Odor 6 6 Intensidade
Escherichia coli Ausente Ausente UFC/100mL
Coliformes Totais Ausente Ausente 4 UFC/100mL
Bactérias Heterotróficas - 500 UFC/100mL
¹ Para os sistemas de filtração rápida o VMP é de 0,5 uT em 95% e máximo de 1,0 uT nas 5% restantes;
² O VMP diz respeito a maior concentração permitida sem que sejam oferecidos riscos ao consumidor, no
entanto a Portaria de Consolidação recomenda em seu Art. 39 (§ 2º) que o teor máximo de cloro residual livre
em qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2,0 mg/L, valor em que é possível perceber o cloro
residual livre pelo consumidor;
³ Faixa recomendada no sistema de distribuição, no entanto é dispensada a obrigatoriedade da análise no
sistema de distribuição (Art. 39, § 1º);
4 É permitido 5% das amostras examinadas no mês com resultado positivo (Anexo 1 do Anexo XX).

Fonte: Ministério da Saúde, 2017.

Ressalta-se, no entanto, que, segundo a Portaria de Consolidação nº 05/2017 em seu Art. 39 § 3º,
a ocorrência de resultados acima do VMP deve ser analisada em conjunto com o histórico do
controle de qualidade da água e não de forma pontual.

Importante salientar que atualmente, os padrões de potabilidade da água para consumo humano
são estabelecidos por meio de Portaria do Ministério da Saúde nº 888 de 07 de maio de 2021, que
altera o Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 05, de 28 de setembro de 2017. Porém, os
resultados do monitoramento realizado pela Embasa e pela VISAMB foram analisados com base
na Portaria nº 05/2017 visto que se referem período anterior a publicação da Portaria nº 888/2021.

7.3.3.1. Monitoramento da Qualidade da Água de Abastecimento pela Embasa

A Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa) é prestadora do serviço de


abastecimento de água em Salvador, sendo, portanto, responsável pelo monitoramento da
qualidade da água tratada fornecida a população, tanto na saída do tratamento quanto no sistema
de distribuição, que engloba os reservatórios e a rede de distribuição. As análises dos resultados
na saída do tratamento foram realizadas tomando como referência a série histórica de janeiro de
2016 a setembro de 2020 e as análises no sistema de distribuição tomaram como referência a
série histórica de janeiro de 2019 a setembro de 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

788
7.3.3.1.1. Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento

O Quadro 142 contém o monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento para os


parâmetros bacteriológicos nas Estações de Tratamento de Água que integram o SIAA de Água de
Salvador no período de janeiro de 2016 a setembro de 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

789
Quadro 142 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Bactérias Heterotróficas, coliformes totais e
Escherichia coli)
ETA PRC ETA SB ETA TS ETA VM TOTAL
B. He C. To E. coli B. He C. To E. coli B. He C. To E. coli B. He C. To E. coli B. He C. To E. coli
Realizadas 5 401 401 1 193 193 4 206 206 3 206 206 13 1.006 1.006
Anômalas 0 9 0 0 3 0 0 4 1 0 4 0 0 20 1
2016
Conformes 5 392 401 1 190 193 4 202 205 3 202 206 13 986 1.005
% Conf. 100,0% 97,8% 100,0% 100,0% 98,4% 100,0% 100,0% 98,1% 99,5% 100,0% 98,1% 100,0% 100,0% 98,0% 99,9%
Realizadas 0 330 330 0 82 82 0 206 206 1 209 209 1 827 827
Anômalas - 4 0 - 2 0 - 5 0 0 6 0 0 17 0
2017
Conformes - 326 330 - 80 82 - 201 206 1 203 209 1 810 827
% Conf. - 98,8% 100,0% - 97,6% 100,0% - 97,6% 100,0% 100,0% 97,1% 100,0% 100,0% 97,9% 100,0%
Realizadas 0 316 316 0 72 72 0 198 198 0 200 200 0 786 786
Anômalas - 1 0 - 1 0 - 1 0 - 1 0 - 4 0
2018
Conformes - 315 316 - 71 72 - 197 198 - 199 200 - 782 786
% Conf. - 99,7% 100,0% - 98,6% 100,0% - 99,5% 100,0% - 99,5% 100,0% - 99,5% 100,0%
Realizadas 0 321 321 0 12 12 0 195 195 0 200 200 0 728 728
Anômalas - 3 0 - 0 0 - 3 1 - 2 0 - 8 1
2019
Conformes - 318 321 - 12 12 - 192 194 - 198 200 - 720 727
% Conf. - 99,1% 100,0% - 100,0% 100,0% - 98,5% 99,5% - 99,0% 100,0% - 98,9% 99,9%
Realizadas 0 237 216 0 34 34 0 149 149 0 148 148 0 568 547
Anômalas - 3 0 - 1 0 - 0 0 - 1 1 - 5 1
2020
Conformes - 234 216 - 33 34 - 149 149 - 147 147 - 563 546
% Conf. - 98,7% 100,0% - 97,1% 100,0% - 100,0% 100,0% - 99,3% 99,3% - 99,1% 99,8%
Fonte: Embasa, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

790
A Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece um número mínimo de amostras mensais para
o controle da qualidade da água do sistema de abastecimento, para fins de análises microbiológicas,
em função da população abastecida. Na saída do tratamento a portaria exige para os parâmetros
coliformes totais e E. coli, ao menos, duas amostras semanais por unidade de tratamento,
totalizando cerca de 104 amostras ao ano, não são exigidas amostras de Bactérias heterotróficas.
A ETA Suburbana foi a única que não atendeu a quantidade mínima de amostras estabelecidas
pela portaria, no entanto esse valor já era esperado pois desde o ano de 2019 ela está desativada,
sendo as amostras realizadas relativas aos testes operacionais na ETA para sua reativação, e antes
disso a ETA atendia a população de modo sazonal.

Segundo a Portaria de Consolidação nº 05/2017, para atendimento ao padrão microbiológico da


água para consumo humano é exigido na saída do tratamento ausência em 100 mL de coliformes
totais, que atua como indicador de eficiência de tratamento, e ausência em 100 mL da Escherichia
coli no sistema de distribuição e no consumo.

Segundo o Manual de Vigilância e Controle da qualidade da água para consumo humano do


Ministério da Saúde (2006), o emprego do organismo indicador na água tratada serviria como um
sinal quanto a ausência de patógenos, pela destruição e/ou remoção de ambos por meio dos
processos de tratamento, dessa forma a ausência de coliformes totais constitui um indicador
adequado e suficiente da eficiência de tratamento, por apresentar uma taxa de inativação similar ou
superior à dos coliformes termotolerantes e da E. coli.

As amostras apresentaram resultado satisfatório para o parâmetro E. coli para quase todas as ETAs
nos anos analisados. A presença da E.coli foi constatada de modo pontual na ETA Teodoro
Sampaio em agosto de 2016 e outubro de 2019 e na ETA Vieira de Melo no ano de 2020, foi
constatado em conjunto a essas amostras a presença de coliformes totais. No entanto, analisando
as amostras subsequentes, não foi constatada presença de E, coli comprovando que foram
realizadas as medidas corretivas pela concessionária.

Contudo, para o parâmetro coliformes totais os resultados não apresentaram valores satisfatórios
com relação à legislação vigente, com exceção da ETA Teodoro Sampaio em 2020 e da ETA
Suburbana em 2019 que apresentaram conformidade de 100%. Segundo a Portaria, em caso de
resultado positivo para coliformes totais, ações corretivas devem ser adotadas e novas amostras
devem ser coletadas em dias imediatamente sucessivos até que revelem resultados satisfatórios.
As análises subsequentes não constataram a presença de coliformes o que indica que as devidas
ações corretivas foram tomadas.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

791
O Quadro 143 apresenta o resultado do monitoramento da qualidade da água na saída do
tratamento para o Cloro Residual Livre das ETAs que integram o SIAA Salvador no periodo de 2016
a 2020.

Quadro 143 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020


(CRL)
Cloro Residual Livre (CRL)
ETA PRC ETA SB ETA TS ETA VM TOTAL
Realizadas 786 413 209 210 1618
Anômalas 0 0 6 4 10
2016
Conformes 786 413 203 206 1608
% Conf. 100,0% 100,0% 97,1% 98,1% 99,4%
Realizadas 636 153 211 213 1213
Anômalas 0 0 2 6 8
2017
Conformes 636 153 209 207 1205
% Conf. 100,0% 100% 99,1% 97,2% 99,3%
Realizadas 575 95 200 202 1072
Anômalas 0 0 4 2 6
2018
Conformes 575 95 196 200 1066
% Conf. 100,0% 100% 98,0% 99,0% 99,4%
Realizadas 552 13 195 200 960
Anômalas 2 0 1 7 10
2019
Conformes 550 13 194 193 950
% Conf. 99,6% 100% 99,5% 96,5% 99,0%
Realizadas 422 63 151 148 633
Anômalas 0 1 0 1 2
2020
Conformes 422 62 151 147 631
% Conf. 100,0% 98,4% 100,0% 99,3% 99,7%
Fonte: Embasa, 2021.

A Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece que, na saída do tratamento, para controle da


qualidade da água para fins de análises físicas e químicas, sejam realizadas 1 amostra a cada 2h
do parâmetro Cloro Residual Livre (CRL), para mananciais superficiais. O que totaliza cerca de
4.380 amostras no ano por unidade de tratamento, no entanto nenhuma das ETAs atendeu a
quantidade mínima de amostras recomendada pela portaria.

Segundo a Portaria de Consolidação nº 05/2017, para atendimento ao padrão de potabilidade da


água é exigido em toda extensão do sistema uma manutenção mínima de 0,2 mg/L de Cloro
Residual Livre (CRL), recomenda-se, ainda, que a água fornecida contenha um teor mínimo de CRL
de 0,5 mg/L, sendo o Valor Máximo Permitido a fim de evitar riscos à saúde de 5 mg/L. Em geral,

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

792
considera-se essa faixa de 0,2 a 0,5 mg/L de CRL adequada e suficiente para a desinfecção
bacteriana.

O Quadro 143 apresenta em verde as Estações de Tratamento de Água que atenderam de modo
integral o estabelecido pela legislação vigente e em vermelho as que apresentaram um percentual
de amostras anômalas, com concentração fora da faixa estabelecida pela Portaria nº 05/2017.
Analisando as concentrações de CRL nas ETAS, tem-se que as anomalias são por concentrações
superiores ao VMP, ou seja, que excedem aos 5 mg/L; com exceção, apenas, da ETA Suburbana
que apresentou uma amostra com concentração igual a 0,1 mg/L em agosto de 2020.

Embora, nas etapas subsequentes, como reservação, distribuição e armazenamento domiciliar,


ocorra um decaimento na concentração do Cloro Residual Livre, a ponto de ser necessário uma
reaplicação do Cloro em alguns setores de abastecimento, destaca-se que as dosagens elevadas
do CRL favorecem a formação de Ácidos haloacéticos (AHA) e Trihalometanos (THM).

O Quadro 144 apresenta um compilado dos resultados do monitoramento da qualidade da água na


saída do tratamento para os parâmetros físico químicos das ETAs que integram o SIAA Salvador
nos anos de 2016 a 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

793
Quadro 144 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Cor Aparente, Fluoreto, pH e Turbidez)
2016 2017 2018 2019 2020

% Conf.

% Conf.
%Conf.

%Conf.

%Conf.
Realiz.

Realiz.

Realiz.
Anôm.

Anôm.

Anôm.

Realiz

Realiz
Anôm

Anôm
Conf.

Conf.

Conf.

Conf

Conf
Cor Apt. 786 12 774 98,5 632 4 628 99,4 567 3 564 99,5 559 11 548 98 445 4 441 99,1
ETA Fluoreto 786 0 786 100 630 0 630 100 567 0 567 100 559 1 558 99,8 445 0 445 100
PRC pH 448 192 256 57,1 364 42 322 88,5 332 19 313 94,3 333 50 283 85 99 1 98 99
Turb. 786 453 333 42,4 630 162 468 74,3 567 227 340 60 566 212 354 62,5 445 96 349 78,4
Cor Apt. 409 32 377 92,2 153 13 140 91,5 94 9 85 90,4 12 6 6 50 63 9 54 85,7
Fluoreto 409 0 409 100 153 0 153 100 94 0 94 100 12 0 12 100 63 0 63 100
ETA SB
pH 263 12 251 95,4 103 0 103 100 85 1 84 98,8 12 0 12 100 0 - - -
Turb. 409 386 23 5,6 153 113 40 26,1 94 80 14 14,9 12 12 0 0 63 21 42 66,7
Cor Apt. 208 2 206 99 209 7 202 96,7 201 30 171 85,1 200 29 171 85,5 148 4 144 97,3
Fluoreto 208 0 208 100 213 0 213 100 201 1 200 99,5 200 0 200 100 147 0 147 100
ETA VM
pH 208 19 189 90,9 209 1 208 99,5 201 0 201 100 201 1 200 99,5 55 0 55 100
Turb. 209 59 150 71,8 208 69 139 66,8 201 102 99 49,3 200 92 108 54 148 41 107 72,3
Cor Apt. 207 0 207 100 207 2 205 99 199 9 190 95,5 195 3 192 98,5 151 5 146 96,7
Fluoreto 207 0 207 100 210 0 210 100 199 1 198 99,5 195 0 195 100 151 0 151 100
ETA TS
pH 207 13 194 93,7 207 1 206 99,5 199 2 197 99 196 5 191 97,4 55 1 54 98,2
Turb. 207 45 162 78,3 225 48 177 78,7 199 90 109 54,8 195 50 145 74,4 151 26 125 82,8
Cor Apt. 1610 46 1564 97,1 1201 26 1175 97,8 1061 51 1010 95,2 966 49 917 94,9 807 22 785 97,3
Fluoreto 1610 0 1610 100 1206 0 1206 100 1061 2 1059 99,8 966 1 965 99,9 806 0 806 100
SIAA
pH 1126 236 890 79,0 883 44 839 95,0 817 22 795 97,3 742 56 686 92,5 209 2 207 99,0
Turb. 1611 943 668 41,5 1216 392 824 67,8 1061 499 562 53,0 973 366 607 62,4 807 184 623 77,2
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

794
A Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece que, na saída do tratamento, para controle da
qualidade da água para fins de análises físicas e químicas, sejam realizadas 1 amostra a cada 2h
dos parâmetros Cor Aparente, Turbidez, pH e Fluoreto para mananciais superficiais. O que totaliza
cerca de 4.380 amostras no ano por unidade de tratamento, no entanto nenhuma das ETAs atendeu
a quantidade mínima de amostras recomendada pela portaria.

Para a turbidez, a Portaria estabelece que, para a água pós-filtração rápida ou pré-desinfecção,
seja atendido ao VMP de 0,5 uT em 95% das amostras e nos 5% restantes esse valor não pode
ultrapassar 1,0 uT. A turbidez na água filtrada se configura como um importante indicador sanitário
nas ETAs, já que a sua redução está diretamente ligada a remoção de partículas em suspenção
que podem proteger os microrganismos, enterovírus, cistos de Giardia spp e oocistos de
Cryptosporidium sp., da ação desinfetante (SMS, 2019).

No Quadro 144, o item % Conf. de turbidez, diz respeito as amostras que apresentaram resultado
de turbidez inferior a 0,5 uT. No Quadro 145 está discriminada as faixas de turbidez apresentadas
nas ETAs que atendem Salvador nos anos de 2016 a 2020. Embora seja perceptível uma tendência
de melhora ao longo dos anos, nenhuma das ETAs atingiu um resultado satisfatório de turbidez,
devendo constituir, portanto, como foco de atenção por parte da Vigilância em Saúde Ambiental do
município.

A ETA Suburbana apresentou valores extremamente aquém do desejado, alcançando 0% de


amostras conformes em 2019. Ressalta-se, no entanto, que a ETA Suburbana está desativada,
certamente as amostras realizadas foram relativas aos testes operados na ETA para sua reativação.

Quadro 145 – Resultados da concentração de turbidez na saída do tratamento de 2016 a


2020
ETA/Ano 2016 2017 2018 2019 2020
>1 12,1% 4,6% 12,7% 11,0% 5,4%
ETA PRC 1 a 0,5 45,5% 21,1% 27,3% 26,5% 16,2%
<0,5 42,4% 74,3% 60,0% 62,5% 78,4%
>1 36,2% 43,1% 52,1% 66,7% 3,2%
ETA SB 1 a 0,5 58,2% 71,2% 33,0% 33,3% 30,2%
<0,5 5,6% 85,1% 14,9% 0,0% 66,7%
>1 0,0% 1,3% 13,6% 6,2% 4,0%
ETA TS 1 a 0,5 21,7% 20,0% 31,7% 19,5% 13,2%
<0,5 78,3% 78,7% 54,8% 74,4% 82,8%
>1 1,4% 3,4% 15,4% 8,5% 2,7%
ETA VM
1 a 0,5 26,8% 29,8% 35,3% 37,5% 25,0%

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

795
ETA/Ano 2016 2017 2018 2019 2020
<0,5 71,8% 66,8% 49,3% 54,0% 72,3%
>1 15,3% 8,6% 16,9% 10,2% 4,5%
SIAA 1 a 0,5 43,3% 23,6% 30,2% 27,4% 18,3%
<0,5 41,5% 67,8% 53,0% 62,4% 77,2%
Fonte: Embasa, 2020.

Para atendimento ao padrão de potabilidade é necessário ainda que, em todo a extensão do


sistema, a concentração de Fluoreto não ultrapasse ao VMP de 1,5 mg/L e a Cor Aparente não seja
superior a 15 uH. A Portaria de Consolidação nº 05/2017 sugere ainda que o pH seja mantido na
faixa de 6,0 a 9,5 no sistema de distribuição para que sejam minimizados os problemas de
incrustação e corrosão nas redes. Para o tratamento, a faixa de pH exerce papel significativo na
eficiência da desinfecção, pois além de influenciar diretamente no tempo de contato mínimo a ser
observado durante a desinfecção da água bruta, ainda interfere na dissociação do desinfetante.

A Figura 481 apresenta o gráfico relativo ao percentual de amostras conformes nos anos 2016 a
2020 para cada uma das ETAs que atendem o SIAA Salvador para o parâmetro Cor Aparente.
Observa-se que nenhuma das ETAs apresentou 100% de conformidade para esse parâmetro, com
destaque para a ETA Suburbana que em 2019 apresentou apenas 50% de conformidade, ressalta-
se que, conforme mencionado anteriormente.

Figura 481 – Percentual de amostras conformes na saída do tratamento nos anos de 2016 a
2020 (cor aparente)

100,0%
90,0%
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
2016 2017 2018 2019 2020
ETA PRC 98,5% 99,4% 99,5% 98,0% 99,1%
ETA SB 92,2% 91,5% 90,4% 50,0% 85,7%
ETA VM 99,0% 96,7% 85,1% 85,5% 97,3%
ETA TS 100,0% 99,0% 95,5% 98,5% 96,7%
SIAA 97,1% 97,8% 95,2% 94,9% 97,3%

Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

796
Em relação ao pH, esse parâmetro foi atendido pela ETA Suburbana apenas nos anos de 2017 e
2019 e pela ETA Vieira de Mello nos anos de 2018 e 2020, as demais Estações não atenderam de
forma integral a recomendação estabelecida pela Portaria de Consolidação nº 05/2017. Cabe
mencionar que todas as amostras anômalas apresentaram um pH mais ácido, inferior a 6,0, o que
pode acarretar em maior corrosão das redes de distribuição.

O percentual de conformidade que consta no Quadro 144 para o parâmetro Fluoreto é relativo ao
VMP de 1,5 mg/L, disposto no Anexo 7 do Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 05/2017. Dessa
análise, observa-se que as ETAs apresentaram um resultado, para o parâmetro fluoreto, satisfatório
em quase todos os anos.

No entanto, a Portaria supracitada recomenda, ainda, que a concentração do íon Fluoreto


corresponda ao que consta na Portaria nº 635/Bsb de 26 de dezembro de 1975, sem que o VMP
estabelecido seja ultrapassado.

A Portaria nº 635/Bsb/75 estabelece uma relação entre a média das temperaturas máximas diárias
do ar e as concentrações recomendadas para o íon fluoreto na água, conforme consta no Quadro
146. São recomendadas concentrações menores do íon fluoreto à medida que a temperatura
aumenta, por conta do aumento da ingestão de água que dar-se-á nessas regiões mais quentes ao
contrário do que ocorre nas regiões mais frias. Considerando as temperaturas máximas de Salvador
dispostas na Tabela 107, a média das temperaturas corresponde a 26,5 °C.

Quadro 146 – Relação entre a média das temperaturas máximas diárias do ar e os limites
recomendados para a concentração de íon fluoreto na água
Limites recomendados para a concentração do íon fluoreto
Média das temperaturas (mg/L)
máximas diárias do ar (°C)
Mínimo Máximo Ótimo
10,0-12,1 0,9 1,7 1,2
12,2-14,6 0,8 1,5 1,1
14,7-17,7 0,8 1,3 1,0
17,8-21,4 0,7 1,2 0,9
21,5-26,3 0,7 1,0 0,8
26,4-32,5 0,6 0,8 0,6

Fonte: Portaria nº 635/Bsb, Quadro I, 1975

Tabela 107 – Temperaturas máximas de Salvador


Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Média
27,4 27,7 27,8 27,4 26,6 25,7 25 24,8 25,4 26,2 26,9 27,4 26,5

Fonte: INMET, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

797
Dessa forma, segundo a Portaria 635/Bsb/75 o valor mínimo para o íon Fluoreto deve ser de 0,6
mg/L. o máximo de 0,8 mg/L e o valor ótimo deve corresponder a 0,6 mg/L. O Quadro 147 apresenta
uma análise dos resultados obtidos com a amostragem das ETAs que integram o SIAA nos anos
de 2016 a 2020, tomado como referência o valor mínimo de 0,6 mg/L e o máximo de 0,8 mg/L.

Quadro 147 – Resultados da concentração de fluoreto na saída do tratamento de 2016 a


2020
2016 2017 2018 2019 2020
>0,8 13,9% 27,9% 22,0% 13,1% 15,5%
ETA PRC 0,8 a 0,6 77,7% 65,4% 72,5% 77,1% 78,7%
<0,6 8,4% 6,7% 5,5% 9,8% 5,8%
>0,8 21,8% 15,7% 13,8% 0,0% 63,5%
ETA SB 0,8 a 0,6 61,4% 55,6% 74,5% 100,0% 31,7%
<0,6 16,9% 28,8% 11,7% 0,0% 4,8%
>0,8 17,4% 7,1% 17,6% 9,7% 2,6%
ETA TS 0,8 a 0,6 47,3% 39,5% 66,3% 58,5% 73,5%
<0,6 35,3% 53,3% 16,1% 31,8% 23,8%
>0,8 13,9% 4,2% 15,9% 5,5% 3,4%
ETA VM 0,8 a 0,6 55,3% 48,4% 73,6% 72,5% 57,1%
<0,6 30,8% 47,4% 10,4% 22,0% 39,5%
Fonte: Embasa, 2020.

Considerando o intervalo recomendável pela Portaria 635/Bsb/75 de 0,6 a 0,8 mg/L, apenas a ETA
Suburbana em 2019 atendeu de modo satisfatório o disposto na legislação, as outras ETAs
apresentaram concentrações variadas ao longo dos anos.

O Quadro 148 apresenta um compilado dos resultados do monitoramento da qualidade da água na


saída do tratamento para os parâmetros Gosto e Odor das ETAs que integram o SIAA Salvador nos
anos de 2016 a 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

798
Quadro 148 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Gosto e Odor)
2017 2018 2019 2020
Real. Anôm. Conf. %Conf. Real. Anôm. Conf. %Conf. Real. Anôm. Conf. %Conf. Real. Anôm. Conf. %Conf.
Gosto 1 0 1 100 4 0 4 100 3 0 3 100 3 0 3 100
ETA PRC
Odor 1 0 1 100 4 0 4 100 3 0 3 100 3 0 3 100
Gosto 0 - - - 2 0 2 100 0 - - - 1 0 1 100
ETA SB
Odor 0 - - - 2 0 2 100 0 - - - 1 0 1 100
Gosto 1 0 1 100 4 0 4 100 4 0 4 100 3 0 3 100
ETA TS
Odor 1 0 1 100 4 0 4 100 4 0 4 100 3 0 3 100
Gosto 1 0 1 100 2 0 2 100 4 0 4 100 2 0 2 100
ETA VM
Odor 1 0 1 100 2 0 2 100 4 0 4 100 2 0 2 100
Gosto 3 0 3 100 12 0 12 100 11 0 11 100 9 0 9 100
SIAA
Odor 3 0 3 100 12 0 12 100 11 0 11 100 9 0 9 100

Fonte: Embasa, 2020.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

799
Para o controle da qualidade da água de Sistema de Abastecimento, no que concerne a análise de
gosto e odor, a Portaria de Consolidação n° 05/2017, estabelece que seja minimamente analisado
1 amostra a cada trimestre na saída do tratamento para mananciais superficiais. Isso totaliza cerca
de 4 amostras no ano por unidade de tratamento, no entanto essa amostragem mínima não vem
sendo realizada de forma contínua ao longo dos anos em todas as ETAs que integram o SIAA
Salvador, a exceção da ETA Teodoro Sampaio. Destaca-se que, para o ano de 2020, não se pode
inferir de forma conclusiva se as ETAs Teodoro Sampaio e Principal realizaram ou não as 4
amostras estabelecidas, pois, conforme já mencionado, os resultados analisados em 2020
correspondem até o mês de setembro, ou seja, a análise de gosto e odor pode ter sido realizada no
último trimestre.

O Portaria de Consolidação n° 05/2017 estabelece como Valor Máximo Permitido uma intensidade
de 6 para o Gosto e o Odor, valor que foi atendido integralmente por todas as ETAs que integram o
SIAA Salvador nos anos de 2017 a 2020.

Esse atendimento a legislação vigente é muito importante, pois, ainda que a água seja considerada
segura do ponto de vista sanitário, a presença de gosto e odor causa transtornos consideráveis
junto aos consumidores, podendo colocar em xeque a operação e a confiabilidade da prestadora
de serviços junto à população (FILHO e ALVES, 2006).

Além disso, o gosto e odor também está associado à presença de substâncias químicas ou gases
dissolvidos e, também, à atuação de alguns microrganismos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Filho
e Alves (2006), elenca como possíveis motivos para a presença de gosto e odor em águas de
abastecimento: a presença de constituintes inorgânicos em concentrações elevadas, tais como
ferro, cloreto, sulfato, gás sulfídrico, entre outros; a presença de compostos orgânicos originários
de fontes antropogênicas e demais compostos aromáticos; e, também, pode ser originário do
processo de tratamento devido à ação do agente de oxidante e ou desinfetante e suas reações com
compostos orgânicos.

O Quadro 149 apresenta um compilado dos resultados do monitoramento da qualidade da água na


saída do tratamento para os parâmetros Amônia, Nitrato e Nitrito das ETAs que integram o SIAA
Salvador nos anos de 2016 a 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

800
Quadro 149 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Amônia, Nitrato e Nitrito)
2016 2017 2018 2019 2020
Real Anôm Conf %Con Real Anôm Conf %Con Real Anôm Conf %Con Real Anôm Conf %Con Real Anôm Conf %Con
. . . f. . . . f. . . . f. . . . f. . . . f.
Amônia 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 15 0 15 100 2 0 2 100
ETA
Nitrato 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
PRC
Nitrito 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
Amônia 2 0 2 100 2 0 2 100 1 0 1 100 0 - - - 1 0 1 100
ETA
Nitrato 2 0 2 100 2 0 2 100 1 0 1 100 0 - - - 1 0 1 100
SB
Nitrito 2 0 2 100 2 0 2 100 1 0 1 100 0 - - - 1 0 1 100
Amônia 2 0 2 100 3 0 3 100 3 0 3 100 3 0 3 100 2 0 2 100
ETA
Nitrato 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
TS
Nitrito 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
Amônia 2 0 2 100 3 0 3 100 3 0 3 100 4 0 4 100 2 0 2 100
ETA
Nitrato 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
VM
Nitrito 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100

Fonte: Embasa, 2020.

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801
Na saída do tratamento a Portaria de Consolidação n° 05/2017 estabelece que, para controle da
qualidade da água, em função do padrão de potabilidade, sejam realizadas 1 amostra a cada
semestre dos parâmetros Amônia, Nitrato e Nitrito. O que totaliza 2 amostras no ano por unidade
de tratamento. As ETAs que integram o SIAA Salvador atenderam a quantidade mínima de
amostras estabelecidas pela legislação vigente, com exceção da ETA Suburbana, porque, conforme
já mencionado, ela está desativada desde 2019 e antes disso funcionava de modo sazonal.

Para que o padrão de potabilidade seja atendido, a Portaria supracitada define que a concentração
da Amônia (como NH3) seja inferior ao VMP de 1,5 mg/L. Para além da toxicidade, é desejável a
remoção da amônia em decorrência do fenômeno chamado Nitrificação. Sua ocorrência no sistema
de distribuição apresenta uma série de efeitos adversos, tais como: aumento das concentrações de
nitrito e nitrato, redução do cloro residual, aumento das populações de bactérias heterotróficas e
reduções do pH, da alcalinidade e do teor de oxigênio dissolvido, implicando um maior ônus para a
remediação do problema e para o atendimento ao padrão de potabilidade (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).

Para o Nitrito (como N) a legislação vigente define um VMP de 1 mg/L e para o Nitrato (como N) um
VMP de 10 mg/L. A exposição a concentrações elevadas de Nitrito e Nitrato está associado à
doença da metahemoglobinemia, que dificulta o transporte de oxigênio na corrente sanguínea de
bebês. Em adultos, a atividade metabólica interna impede a conversão do nitrato em nitrito, agente
responsável por essa enfermidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Todas as amostras analisadas apresentaram concentração dos parâmetros Amônia, Nitrito e Nitrato
em conformidade com a Portaria de Consolidação n° 05/2017.

O Quadro 150 apresenta um compilado dos resultados do monitoramento da qualidade da água na


saída do tratamento para os parâmetros Cianeto, Cloreto, Ferro, Glifosato + AMPA das ETAs que
integram o SIAA Salvador nos anos de 2016 a 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

802
Quadro 150 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Cianeto, Cloreto, Ferro, Glifosato + AMPA)
2016 2017 2018 2019 2020
Reali Anô Con %Con Reali Anô Con %Con Reali Anô Con %Con Reali Anô Con %Con Reali Anô Con %Con
z. m. f. f. z. m. f. f. z. m. f. f. z. m. f. f. z. m. f. f.
Cianeto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
Cloreto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
ETA
PRC Fe Total 1 0 1 100 0 - - - 0 - - - 0 - - - 0 - - -
GLI+AM
0 - - - 0 - - - 0 - - - 1 0 1 100 1 0 1 100
PA
Cianeto 2 0 2 100 2 0 2 100 1 0 1 100 0 - - - 1 0 1 100
Cloreto 2 0 2 100 2 0 2 100 1 0 1 100 0 - - - 1 0 1 100
ETA SB Fe Total 1 0 1 100 0 - - - 0 - - - 0 - - - 0 - - -
GLI+AM
0 - - - 0 - - - 0 - - - 0 - - - 1 0 1 100
PA
Cianeto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
Cloreto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100
ETA
VM Fe Total 1 0 1 100 4 0 4 100 5 0 5 100 1 0 1 100 0 - - -
GLI+AM
0 - - - 0 - - - 0 - - - 2 0 2 100 1 0 1 100
PA
Cianeto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 1 100 2 0 2 100
Cloreto 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 2 100 2 0 1 100 2 0 2 100
ETA TS Fe Total 0 - - - 0 - - - 5 1 4 80 0 - - - 0 - - -
GLI+AM
0 - - - 0 - - - 0 - - - 2 0 2 100 1 0 1 100
PA
Fonte: Embasa, 2020.

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803
A Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece que, na saída do tratamento, para controle da
qualidade da água, para fins de análises físicas e químicas, sejam realizadas 1 amostra a cada
semestre dos parâmetros Cianeto, Cloreto, Ferro Total e Glifosato + AMPA. O que totaliza 2
amostras no ano por unidade de tratamento.

O Quadro 151 apresenta o período em que as análises foram realizadas. No que se refere aos
parâmetros Cianeto e Cloreto todas as Estações analisaram a quantidade mínima de amostras
exigidas, no período de 2016 a 2020, com exceção da ETA Suburbana que, conforme já
mencionado, está desativada desde 2019 e antes disso funcionava de modo sazonal, segundo
demanda.

Quadro 151 – Periodicidade semestral das análises realizadas de qualidade da água na


saída do tratamento de 2016 a 2020 (Cianeto, Cloreto, Ferro, Glifosato + AMPA)
2016 2017 2018 2019 2020
1° 2° 1° 2° 1° 2° 1° 2° 1° 2°
ETA Parâmetro
Sem. Sem. Sem. Sem. Sem. Sem. Sem. Sem. Sem. Sem.
Cianeto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Cloreto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
ETA Principal
Fe Total 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
GLI+AMPA 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0
Cianeto 1 1 1 1 0 1 0 0 0 1
ETA Cloreto 1 1 1 1 0 1 0 0 0 1
Suburbana Fe Total 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
GLI+AMPA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Cianeto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
ETA Teodoro Cloreto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Sampaio Fe Total 0 0 0 0 2 3 0 0 0 0
GLI+AMPA 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0
Cianeto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
ETA Vieira de Cloreto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Mello Fe Total 0 1 1 3 2 3 1 0 0 0
GLI+AMPA 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0
Fonte: Embasa, 2020.

Para o Glifosato + AMPA a quantidade mínima de amostras recomendada pela portaria foi atendida
em 2019 pelas ETAs do Parque Bolandeira. Não se pode afirmar de forma conclusiva se a
quantidade mínima de amostras para o parâmetro Glifosato + AMPA foi realizada 2020, pois os
dados fornecidos pela Embasa foram até setembro, ou seja, a análise do segundo semestre pode
ter ocorrido no período de outubro a dezembro. Diferente do parâmetro Ferro, em que se pode
afirmar de forma conclusiva que a quantidade mínima de amostras não foi realizada em 2020, pois

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

804
não foi realizada nenhuma análise no primeiro semestre ao contrário do parâmetro Glifosato +
AMPA.

Conforme mencionado anteriormente, a Portaria de Consolidação nº 05/2017 determina ainda o


Valor Máximo Permitido para essas substâncias, de modo que seja atendido o padrão de
potabilidade.

O cianeto se configura como um micropoluente inorgânico que apresenta risco à saúde pública,
conforme sua concentração, e nas águas de abastecimento tem como VMP 0,07 mg/L. Para o
Cloreto está estabelecido um VMP de 250 mg/L. Todas as ETAs que integram o SIAA Salvador
estiveram de acordo com o disposto na legislação vigente, apresentando conformidade em 100%
das amostras analisadas para os parâmetros Cianeto e Cloreto no período de 2016 a 2020.

O VMP do Ferro é de 0,3 mg/L, embora não apresente inconvenientes à saúde nas concentrações
normalmente encontradas nas águas naturais, pode provocar problemas de ordem estética
(manchas em roupas ou em vasos sanitários) ou, ainda, prejudicar determinados usos industriais
da água (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Cabe mencionar que caso a água tratada contenha
teores de ferro em solução sob a forma de íon ferroso, esses poderão oxidar e precipitar, originando
depósitos que, com o decorrer do tempo, aumentam de volume formando protuberâncias na rede
denominadas tubérculos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Todas as amostras realizadas nas ETAs
Principal, Suburbana e Teodoro Sampaio tiveram concentração em acordo a legislação vigente, no
entanto não foram realizadas amostras suficientes nessas Estações de Tratamento para inferir a
qualidade da água sob esse aspecto de forma mais consistente.

As ETAs Principal e Suburbana apresentaram concentração em acordo com a legislação vigente,


enquanto a ETA Teodoro Sampaio teve uma de suas amostras com concentração anômala,
superior ao VMP. Ressalta-se, no entanto, que não foram realizadas amostras suficientes para
inferir a qualidade da água sob esse aspecto de forma mais consistente. É necessário que a Embasa
faça um acompanhamento mais regular desse parâmetro. Apenas a ETA Vieira de Melo realizou a
análise do Ferro de maneira mais periódica, de 2016 a 2019, e sua concentração esteve em acordo
com o Parâmetro de Consolidação n° 05/2017.

O glifosato, apesar de não possuir toxicidade elevada, foi incluído como medida cautelar de saúde
pública por ser um dos herbicidas mais utilizados no Brasil, segundo a Portaria de Consolidação º
05/2017, o glifosato e seu ácido metabólito primário aminometilfosfônico (AMPA) tem como VMP
500 µg/L. Embora não tenha sido realizada a amostragem em quantidade suficiente, as amostras

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

805
realizadas apresentaram concentração inferior ao VMP, estando em acordo com a Portaria de
Consolidação nº 05/2017.

O Quadro 152 apresenta um compilado dos resultados do monitoramento da qualidade da água na


saída do tratamento dos produtos secundários da desinfecção das ETAs que integram o SIAA
Salvador nos anos de 2016 a 2020.

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806
Quadro 152 – Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento de 2016 a 2020 (Ácidos haloacéticos total, Trihalometanos Total e
2,4,6 Triclorofenol)
2016 2017 2018 2019 2020
Reali Anô Con %Co Reali Anô Con %Co Reali Anô Con %Co Reali Anô Con %Co Reali Anô Con %Co
z. m. f. nf. z. m. f. nf. z. m. f. nf. z. m. f. nf. z. m. f. nf.
Ácidos Hal.Total 0 - - - 3 0 3 100 3 0 3 100 5 0 5 100 3 0 3 100
ETA Trihalometanos
4 0 4 100 7 0 7 100 5 0 5 100 5 0 5 100 3 0 3 100
PRC Total
2,4,6 Triclorofenol 1 0 1 100 3 0 3 100 5 0 5 100 5 0 5 100 3 0 3 100
Ácidos Hal.Total 0 - - - 1 0 1 100 2 0 2 100 0 - - - 1 1 0 0
ETA Trihalometanos
4 0 4 100 3 0 3 100 2 0 2 100 1 0 1 100 1 0 1 100
SB Total
2,4,6 Triclorofenol 1 0 1 100 2 0 2 100 3 0 3 100 0 - - - 1 0 1 100
Ácidos Hal.Total 0 - - - 2 1 1 50 4 1 3 75 5 2 3 60 3 1 2 66,7
ETA Trihalometanos
5 1 4 80 42 17 25 59,5 7 1 6 85,7 5 1 4 80 3 2 1 33,4
TS Total
2,4,6 Triclorofenol 2 0 2 100 2 0 2 100 5 0 5 100 6 0 6 100 3 0 3 100
Ácidos Hal.Total 0 - - - 2 1 1 50 4 0 4 100 6 3 3 50 3 1 2 66,7
ETA Trihalometanos
4 0 4 100 35 3 32 91,4 8 3 5 62,5 6 1 5 83,3 3 1 2 66,7
VM Total
2,4,6 Triclorofenol 2 0 2 100 2 0 2 100 5 0 5 100 6 0 6 100 2 0 2 100
Ácidos Hal.Total 0 - - - 8 2 6 75 13 1 12 92,3 16 5 11 68,7 10 3 7 70
Trihalometanos
SIAA 17 1 16 94,1 87 20 67 77 22 4 18 81,8 17 2 15 88,2 10 3 7 70
Total
2,4,6 Triclorofenol 6 0 6 100 9 0 9 100 18 0 18 100 17 0 17 100 9 0 9 100
Fonte: Embasa, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

807
A Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece que, na saída do tratamento, para controle da
qualidade da água, para fins de análises físicas e químicas, sejam realizadas 1 amostra a cada
trimestre dos produtos secundários da desinfecção. O que totaliza 4 amostras no ano por unidade
de tratamento. Embora os parâmetros Ácidos haloacéticos total, Trihalometanos Total e 2,4,6
Triclorofenol sejam analisados de forma periódica pelas ETAs que integram o SIAA Salvador, a
amostragem mínima não é atendida em todos os anos, nem em todas as Estações de Tratamento.

Cabe mencionar que, para as ETAs Principal e Teodoro Sampaio, essa amostragem mínima dos
três parâmetros aqui analisados ainda pode ser atendida, pois, conforme já mencionado, os
resultados do ano de 2020 são referentes até o mês de setembro. O mesmo pode ser dito sobre os
parâmetros Ácidos haloacéticos total, Trihalometanos Total da ETA Vieira de Mello.

O contato do cloro com a água faz com que este reaja com compostos orgânicos, resultando em
subprodutos da cloração extremamente prejudiciais à saúde humana, como os trihalometanos,
ácidos haloacéticos e outros subprodutos (PALUMBO e ANDREOLA, 2016). Nesse sentido, a
Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece como Valor Máximo Permitido para o Ácido
haloacéticos de 0,08 mg/L, para o Trihalometanos Total um VMP de 0,1 mg/ L e para o 2,4,6
Triclorofenol um VMP de 0,2 mg/L.

Todas as ETAs apresentaram resultado satisfatório para o parâmetro 2,4,6 Triclorofenol, já para os
parâmetros Ácidos haloacéticos total e Trihalometanos Total as ETAs do Parque Bolandeira
apresentaram resultados insatisfatórios em quase todos os aos analisados.

7.3.3.1.2. Monitoramento da água no sistema de distribuição

Conforme mencionado, para garantir a necessária proteção à saúde é de essencial importância a


inspeção e controle nos diferentes pontos do sistema pela prestadora de serviços, incluindo o
sistema de distribuição, que contempla reservatórios e rede.

O monitoramento da água no sistema de distribuição é uma medida fundamental para manutenção


da sua qualidade e para garantia da proteção à saúde, já que durante essa etapa o sistema está
sujeito a diversas intercorrências responsáveis pelo decaimento da qualidade da água, tais como:
intermitência do serviço, a baixa cobertura da população com sistema público de esgotamento
sanitário, a obsolescência da rede de distribuição e pela manutenção deficiente, entre outros
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Nos domicílios, os níveis de contaminação elevam-se pela
precariedade das instalações hidráulico-sanitárias, pela falta de manutenção dos reservatórios e
pelo manuseio inadequado da água (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

808

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2


O Quadro 153 apresenta os resultados compilados do monitoramento da qualidade da água para
os parâmetros bacteriológicos no sistema de distribuição de Salvador nos anos de 2019 e 2020.

Quadro 153 – Monitoramento da qualidade da água no sistema de distribuição de 2019 e


2020 (Bactérias Heterotróficas, coliformes totais e Escherichia coli)
2019 2020
Bact. Het. Colif. Totais E. coli Bact. Het. Colif. Totais E. coli
Realizadas 178 850 850 83 792 792
Anômalas 5 9 0 0 15 2
Jan.
Conformidade 173 841 850 83 777 790
% Conf. 97,2% 98,9% 100,0% 100,0% 98,1% 99,7%
Realizadas 173 791 791 7 801 801
Anômalas 3 18 0 0 8 1
Fev.
Conformidade 170 773 791 7 793 800
% Conf. 98,3% 97,7% 100,0% 100,0% 99,0% 99,9%
Realizadas 183 785 785 125 776 776
Anômalas 2 15 1 1 21 5
Mar.
Conformidade 181 770 784 124 755 771
% Conf. 98,9% 98,1% 99,9% 99,2% 97,3% 99,4%
Realizadas 169 795 795 161 800 800
Anômalas 3 18 1 4 52 2
Abr.
Conformidade 166 777 794 157 748 798
% Conf. 98,2% 97,7% 99,9% 97,5% 93,5% 99,8%
Realizadas 169 797 797 167 796 796
Anômalas 4 15 2 0 35 3
Mai.
Conformidade 165 782 795 167 761 793
% Conf. 97,6% 98,1% 99,7% 100,0% 95,6% 99,6%
Realizadas 164 666 666 163 797 797
Anômalas 6 13 0 1 13 2
Jun.
Conformidade 158 653 666 162 784 795
% Conf. 96,3% 98,0% 100,0% 99,4% 98,4% 99,7%
Realizadas 186 792 792 155 789 789
Anômalas 1 11 0 1 26 1
Jul.
Conformidade 185 781 792 154 763 788
% Conf. 99,5% 98,6% 100,0% 99,4% 96,7% 99,9%
Realizadas 179 788 788 161 790 790
Anômalas 0 13 0 3 16 2
Ago.
Conformidade 179 775 788 158 774 788
% Conf. 100,0% 98,4% 100,0% 98,1% 98,0% 99,7%
Realizadas 170 795 795 160 794 794
Anômalas 0 4 0 0 25 0
Set.
Conformidade 170 791 795 160 769 794
% Conf. 100,0% 99,5% 100,0% 100,0% 96,9% 100,0%
Realizadas 173 799 799
Anômalas 0 4 0
Out.
Conformidade 173 795 799 N/A
% Conf. 100,0% 99,5% 100,0%
Nov. Realizadas 115 802 802

809

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2


2019 2020
Bact. Het. Colif. Totais E. coli Bact. Het. Colif. Totais E. coli
Anômalas 0 11 0
Conformidade 115 791 802
% Conf. 100,0% 98,6% 100,0%
Realizadas 19 801 801
Anômalas 0 5 0
Dez.
Conformidade 19 796 801
% Conf. 100,0% 99,4% 100,0%
Realizadas 1878 9461 9461 1182 7135 7135
Anômalas 24 136 4 10 211 18
Total
Conformidade 1854 9325 9457 1172 6924 7117
% Conf. 98,7% 98,6% 99,9% 99,2% 97,0% 99,7%
Fonte: Embasa, 2020.

A Portaria de Consolidação n° 05/2017 Anexo XX, estabelece em seu Anexo 13 o número mínimo
de amostras a serem realizadas no Sistema de Abastecimento para fins de análises microbiológicas,
em função da população atendida. No sistema de distribuição, a portaria exige, para uma população
abastecida superior a 250.000 habitantes, para os parâmetros coliformes totais e E. coli, análise de
105 amostras, mais 1 amostra a cada 5.00 habitantes, sendo 1.000 amostras o máximo exigido.

Segundo o SNIS (2019), a população abastecida no município de Salvador corresponde a 2.871.560


habitantes. Desse modo, são necessárias, minimamente, 680 amostras anuais dos parâmetros
coliformes totais e E. coli para o controle da qualidade da água. A amostragem de bactérias
heterotróficas no sistema de distribuição deve corresponder a 20% das amostras mensais de
coliformes totais nos sistemas de distribuição, totalizando cerca de 136 amostras no ano.

A partir das informações enviadas pela Embasa, foi verificado que foi cumprida a recomendação da
legislação vigente, no que se refere a amostragem mínima da rede de distribuição para os
parâmetros microbiológicos nos anos de 2019 e 2020.

Segundo a Portaria de Consolidação nº 05/2017, para atendimento ao padrão microbiológico da


água para consumo humano é exigido na rede de distribuição ausência em 100 ml de Escherichia
coli e ausência em 100 ml em 95% das amostras examinadas no mês. Recomenda-se ainda que
as bactérias heterotróficas não ultrapassem o limite de 500 UFC/ml.

Segundo a Portaria supracitada, a determinação de bactérias heterotróficas deve ser realizada


como um dos parâmetros para avaliar a integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede),
já que por intermédio de vazamentos ou em pontos da rede submetidos a pressão negativa as
bactérias podem penetrar no sistema de distribuição e se desenvolver no interior dos biofilmes,

810

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2


mesmo quando a água apresenta concentração elevada de cloro residual (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).

A Figuras a seguir apresentam o percentual de conformidade das amostras realizadas no sistema


de distribuição discretizadas pelas Unidades Regionais que abarcam o SIAA Salvador nos anos de
2019 e 2020. Ressalta-se que a análise da UMS se refere apenas a parte responsável pelo
abastecimento das Ilhas que integram Salvador.

Figura 482 – Percentual de conformidade das amostras realizadas na rede de distribuição


em 2019 (Bactérias Heterotróficas, coliformes totais e Escherichia coli)
100,0% 99,9%
100,0% 100,0%100,0%
100,0% 99,7% 98,8%
99,1% 99,3%
99,0% 99,0% 98,8%
99,0%
98,2%
98,0% 97,7%

97,0%

96,0%
94,9%
95,0%

94,0%

93,0%

92,0%
Bact. Het. Colif. Totais E. coli
UMB UMJ UML UMF UMS

Fonte: Embasa, 2020.


Figura 483 – Percentual de conformidade das amostras realizadas na rede de distribuição
em 2020 (Bactérias Heterotróficas, coliformes totais e Escherichia coli)

Título do Gráfico
100,0% 100,0% 99,9%
99,7% 99,9%
100,0% 99,6% 99,5%
99,2% 99,2%
99,0% 98,5%
98,0%
98,0%
97,3%
97,0% 96,7% 96,7%
96,4%

96,0%

95,0%

94,0%
Bact. Het. Colif. Totais E. coli

UMB UMF UMJ UML UMS

Fonte: Embasa, 2020.

811

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Em relação as Bactérias Heterotróficas, embora o percentual de conformidades da UMB tenha
aumentado de 2019 a 2020, permanece o menor em relação as demais Unidades Regionais que
integram o SIAA Salvador. No que se refere as coliformes totais, todas as Unidades Regionais –
com exceção da UMS em 2019 – apresentaram ausência em mais de 95% das amostras realizadas.

Foram registradas 24 amostras anômalas em 2019 e 10 amostras anômalas em 2020, ambas


referente as bactérias heterotróficas, conforme Quadro 154. Destaca-se os valores obtidos em
janeiro e março de 2019 na UMB de 1,2x10³ e 1,53x10³, respectivamente, e o obtido em abril de
2020 na UMB de 1,79x10³. Em nenhuma dessas amostras anômalas, foi constatada a presença de
E. coli.

Quadro 154 – Distribuição das amostras anômalas de Bact. Heterotróficas do SIAA


Salvador em 2019 e 2020
Unidade Regional Mês Quantidade
Ano de 2019
Janeiro 2
Fevereiro 3
Março 2
UMB
Abril 3
Maio 4
Junho 1
UMF Junho 4
Janeiro 3
UMJ
Julho 1
UML Junho 1
Ano de 2020
Março 1
Abril 1
UMB Junho 1
Julho 1
Agosto 2
Abril 1
UMF
Agosto 1
UMJ Abril 2
Fonte: Embasa, 2020.

A presença tanto de Bactérias Heterotróficas, quando de coliformes totais, em níveis dentro do limite
recomendável pela portaria, está mais relacionada a limpeza e integridade do sistema de
distribuição. Não significa, portanto, que a água está impropria para consumo. Diferente da
Escherichia Coli, cuja presença atua como importante indicador microbiológico de contaminação

812

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fecal recente no meio ambiente (ROVERI e MUNIZ, 2016) de animais endotérmicos, além de indicar
um alto potencial da presença de organismos patogênicos (SILVA et al, 2019).

Em 2019 apenas a UMJ e a UMF constataram a presença de E. coli, já em 2020 todas as Unidades
deram positivo para ao menos uma amostra com a presença de E. coli. O Quadro 155 relaciona as
amostras anômalas com sua respectiva Unidade Regional e mês de ocorrência.

Quadro 155 – Distribuição das amostras anômalas de Escherichia Coli do SIAA Salvador
em 2019 e 2020
Unidade Regional Mês Quantidade
Ano de 2019
UMF Maio 2
Março 1
UMS
Abril 1
Ano de 2020
Janeiro 1
Fevereiro 1
UMB
Março 4
Junho 1
Abril 1
UMF
Junho 1
Janeiro 1
Abril 1
UMJ
Maio 3
Agosto 1
Março 1
UML
Julho 1
UMS Agosto 1

Fonte: Embasa, 2020.

O Quadro 156 apresenta o resultado compilado do monitoramento da qualidade da água para o


parâmetro Cloro Residual Livre (CLR) na rede de distribuição de Salvador nos anos de 2019 e 2020.

Quadro 156 – Monitoramento da qualidade da água na rede de distribuição de 2019 e 2020


(CRL)
Realizadas Anômalas Conformidade % Conf.
2019 9.540 52 9.488 99,5
2020 7.180 45 7.135 99,4
Fonte: Embasa, 2020.

Segundo a Portaria de Consolidação nº 05/2017, para atendimento ao padrão de potabilidade da


água é exigido em toda extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede) uma manutenção
mínima de 0,2 mg/L de CRL, sendo o Valor Máximo Permitido a fim de evitar riscos à saúde de 5

813

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mg/L. Em geral, considera-se essa faixa de 0,2 a 0,5 mg/L de CRL adequada e suficiente para a
desinfecção bacteriana.

A portaria supracitada recomenda, ainda, em seu Art. 39 § 2º que o teor máximo de CRL em
qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2 mg/L já que é a partir dessa concentração
que CRL começa a ser notado pelo consumidor. Quanto ao número de amostras e frequência, seu
Art. 41 § 3º estabelece que em todas as amostras coletadas para análises microbiológicas, deve
ser efetuada medição de CRL.

A quantidade de amostras atendeu ao estabelecido pela legislação vigente, tanto em quantidade,


quanto em frequência. Tendo sido realizado, inclusive, um número de amostras superior ao
estabelecido.

Respeitar a faixa de CRL estabelecida pela legislação vigente é importante, porque, por um lado,
dosagens elevadas minimizam o crescimento de microrganismos nas redes de distribuição e, por
outro, podem propiciar a formação de trihalometanos, aumento da taxa de corrosão nos condutos
e de reclamações dos usuários (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

A concentração de CRL não foi respeitada em sua totalidade, sendo que a maior parte das amostras
anômalas apresentaram concentração inferior a 0,2 mg/L. Embora tenha sido constatado que na
saída do tratamento, das ETAs que integram o SIAA Salvador, a água saí com concentrações
elevadas de CRL (em alguns casos até superior ao VMP), 78,8% das amostras anômalas coletadas
na rede de distribuição apresentaram concentração inferior a 0,2 mg/L, em 2020 esse percentual
aumentou para 88,9% das amostras anômalas.

A Figura 484 apresenta o percentual de conformidade das amostras de CRL realizadas na rede de
distribuição discretizadas pelas Unidades Regionais que abarcam o SIAA Salvador nos anos de
2019 e 2020. Ressalta-se que a análise da UMS se refere apenas a parte responsável pelo
abastecimento das Ilhas que integram Salvador.

814

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Figura 484 – Percentual de conformidade das amostras realizadas no sistema de
distribuição em 2019 e 2020 (CRL)
100,00%
99,80%
99,73%
99,65%
99,53% 99,50%
99,50% 99,37%
99,26%

98,99%
99,00% 98,92%

98,50% 98,42%

98,00%

97,50%
2019 2020

UMB UMJ UML UMF UMS

Fonte: Embasa, 2020.

Das Unidades Regionais que abarcam o SIAA Salvador, a UMS foi a que apresentou menor
percentual de conformidade nos dois anos para o CRL, enquanto a UMJ apresentou maior
percentual de conformidade nos dois anos.

O Quadro a seguir apresenta o resultado compilado do monitoramento da qualidade da água para


os parâmetros cor aparente e turbidez no sistema de distribuição de Salvador nos anos de 2019 e
2020.

Quadro 157 – Monitoramento da qualidade da água no sistema de distribuição de 2019 e


2020 (Cor aparente e turbidez)
Cor aparente Turbidez
Realizadas 2.540 9.541
Anômalas 336 242
2019
Conformidade 2204 9299
% Conf. 86,8% 97,5%
Realizadas 1.877 7.179
Anômalas 180 182
2020
Conformidade 1697 6997
% Conf. 90,4% 97,5%
Fonte: Embasa, 2020.

815

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Segundo a Portaria de Consolidação n° 05/2017, para fins de controle de qualidade da água do
sistema de abastecimento, deve ser realizada a análise de, no mínimo, 98 amostras mensais do
parâmetro cor aparente no sistema de distribuição (reservatório e rede), totalizando cerca de 1.176
amostras ao ano. Para o parâmetro turbidez, a portaria estabelece que em todas as amostras
coletadas para análises microbiológicas, deve ser efetuada medição de turbidez.

A quantidade de amostras e a frequência para ambos os parâmetros atenderam ao estabelecido na


legislação vigente. Quanto ao padrão de potabilidade, a Portaria supracitada impõe um VMP de 15
uH para o parâmetro cor aparente e de 5 uT para o parâmetro turbidez.

As concentrações de cor aparente e turbidez não respeitaram plenamente ao estabelecido pela


legislação vigente. Esses parâmetros atuam como indicadores de natureza sanitária e não
meramente estética, o percentual de amostras com elevada turbidez pode ser atribuído à
intermitência do sistema, que possibilita a entrada de água contaminada no interior da tubulação
vazia, onde a pressão é negativa (ALVES et al, 2017 apud FREITAS et al., 2001), enquanto que a
cor aparente está associada as paralisações no sistema de abastecimento - seja por falta de energia
ou por manutenções na rede - e ao retorno de seu funcionamento o material incrustado na superfície
interna das tubulações da rede de distribuição é carreado no processo, alterando os aspectos físicos
da água, cor aparente e turbidez (SANTOS e KELLER, 2017).

As figuras abaixo apresentam o percentual de conformidade das amostras coletadas no sistema de


distribuição discretizadas pelas Unidades Regionais que abarcam o SIAA Salvador nos anos de
2019 e 2020 para o acompanhamento dos parâmetros cor aparente e turbidez. Ressalta-se que a
análise da UMS se refere apenas a parte responsável pelo abastecimento das Ilhas que integram
Salvador.

A Unidade Regional de Bolandeira (UMB) tem apresentado um desempenho inferior quando


comparada as demais Unidades Regionais, sendo, inclusive, detentora das maiores concentrações
de turbidez e cor aparente em ambos os anos, com valores superiores a 100 tanto para cor quanto
para turbidez. Por outro lado, a UMS vem apresentando bons resultados no que se refere aos
parâmetros cor aparente e turbidez, tendo apresentado 100% de conformidade em 2020.

816

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Figura 485 – Percentual de conformidade das amostras realizadas no sistema de
distribuição em 2019 (Cor aparente e Turbidez)

Título do Gráfico 99,61% 98,48%


100,00% 97,47%
97,11%
95,79%
93,75%
95,00% 89,96%
89,86%
90,00% 86,86%

85,00% 82,46%

80,00%

75,00%

70,00%
CorApte mg Pt/L Turbidez NTU

UMB UMF UMJ UML UMS

Fonte: Embasa, 2020.

Figura 486 – Percentual de conformidade das amostras realizadas no sistema de


distribuição em 2020 (Cor aparente e Turbidez)

Título do Gráfico
100,0% 98,3% 100,0%
100,0% 98,5% 98,6%

94,7% 95,5%
95,0% 93,6%
92,0%

90,0%

84,4%
85,0%

80,0%

75,0%
CorApte mg Pt/L Turbidez NTU

UMB UMF UMJ UML UMS

Fonte: Embasa, 2020.

O Quadro 156 apresenta o resultado compilado do monitoramento da qualidade da água no sistema


de distribuição de Salvador para os produtos secundários da desinfecção nos anos de 2019 e 2020.

817

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Quadro 158 – Monitoramento da qualidade da água no sistema de distribuição de 2019 e
2020 (ácidos haloacéticos, trihalometanos e 2, 4, 6 triclorofenol)
Ácidos Haloacéticos Trihalometanos Total 2,4,6 Triclorofenol
Realizadas 37 44 36
Anômalas 11 0 0
2019
Conformidade 26 44 36
% Conf. 70,3% 100,0% 100,0%
Realizadas 27 27 26
Anômalas 10 3 0
2020
Conformidade 17 24 26
% Conf. 63,0% 88,9% 100,0%
Fonte: Embasa, 2020.

A Portaria de Consolidação nº 05/2017, estabelece que, no sistema de distribuição, para controle


da qualidade da água, sejam realizadas 4 amostras a cada trimestre dos produtos secundários da
desinfecção, totalizando cerca de 16 amostras no ano. A portaria sugere, ainda, que as amostras
sejam coletadas, preferencialmente, em pontos de maior detenção da água no sistema de
distribuição. A amostragem mínima exigida pela legislação vigente foi atendida de forma plena em
2019 e 2020.

Em 2019, foi constatado um pleno atendimento a legislação para os parâmetros trihalometanos e


2, 4, 6 triclorofenol, ao contrário do ácido haloacético total que apresentou amostras acima do VMP
estabelecido na portaria. Em 2020, o percentual de conformidade do ácido haloacético total reduziu
para 63,0% e do trihalometanos para 88,9%, o 2.4.6 triclorofenol, no entanto, permaneceu com
100% das amostras coletadas em conformidade a Portaria de Consolidação nº 05/2017.

As Figuras a seguir apresentam a quantidade de amostras realizadas e seu percentual de


conformidade discretizadas por Unidades Regionais para os anos de 2019 e 2020. É realizado um
número superior de amostras para os produtos secundários da desinfecção na UMB, em
comparação as demais Unidades Regionais.

Com relação aos ácidos haloacéticos, a UMF apresenta um percentual de conformidade das
amostras inferior as demais Unidades Regionais, com destaque para o ano de 2020 que apresentou
desconformidade para as 3 amostras coletadas.

Todas as Unidades Regionais, em 2019, apresentaram resultado satisfatório para os


trihalometanos, em 2020 a UMB e a UMF registraram amostras com concentração superior ao
máximo permitido pela legislação.

818

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Para o 2, 4, 6 triclorofenol, todas as Unidades Regionais apresentaram 100% de conformidade nas
amostras coletadas em ambos os anos.

Figura 487 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de


distribuição em 2020 (Ácidos haloacéticos)

25 80,0%
75,0% 75,0%
75,0% 70,0%
20
20
60,0% 60,0%

15 50,0% 50,0%

40,0%
10 30,0%

5 20,0%
5 4 4 4
10,0%

0 0,0%
UMB UMJ UMF UML UMS

Relizado %Conf.

Fonte: Embasa, 2020.

Figura 488 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de


distribuição em 2020 (Ácidos haloacéticos)

16 15 120,0%

14
100,0% 100,0%
12
80,0%
10 66,7%
66,7% 66,7%
8 60,0%

6
40,0%
4 3 3 3 3
20,0%
2
0,0%
0 0,0%
UMB UMJ UMF UML UMS

Realizadas % Conf.

Fonte: Embasa, 2020.

819

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Figura 489 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de
distribuição em 2019 (trihalometanos)

25 120%
21 100% 100%
100% 100%
20 100%
100%
80%
15
60%
10
7 40%
6
5 5
5
20%

0 0%
UMB UMJ UMF UML UMS

Relizado %Conf.

Fonte: Embasa, 2020.


Figura 490 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de
distribuição em 2020 (trihalometanos)

16 15 120,0%
100,0%
14
100,0% 100,0% 100,0%
12
86,7% 80,0%
10
66,7%
8 60,0%

6
40,0%
4 3 3 3 3
20,0%
2

0 0,0%
UMB UMJ UMF UML UMS

Realizadas % Conf.

Fonte: Embasa, 2020.

820

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Figura 491 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de
distribuição em 2019 (2, 4, 6 triclorofenol)

25 120%

100% 100%
20 100% 100%
20
100% 100%

80%
15

60%

10
40%

5 4 4 4 4
20%

0 0%
UMB UMJ UMF UML UMS

Realizadas % Conf.

Fonte: Embasa, 2020.

Figura 492 – Número de amostras realizadas e percentual de conformidade no sistema de


distribuição em 2020 (2, 4, 6 triclorofenol)

16 15 120%
100%
14 100%
100% 100%
12 100%
100%
80%
10

8 60%

6
40%
4 3 3 3
2 20%
2

0 0%
UMB UMJ UMF UML UMS

Realizadas % Conf.

Fonte: Embasa, 2020.

821

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador

Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2


7.3.3.2. Monitoramento da Qualidade da Água pela Vigilância em Saúde Ambiental do
Município

No município de Salvador o complexo de Vigilância da Saúde é de responsabilidade da Diretoria de


Vigilância da Saúde (DVIS). A diretoria possui duas coordenadorias e duas gerências que executam
as ações voltadas para a vigilância ambiental, sanitária e do trabalho.

As ações da Vigilância em Saúde Ambiental de Salvador (Visamb) se iniciaram no ano de 2005,


vinculadas à Vigilância Sanitária, através da implantação do Programa VIGIAGUA, com suas ações
sendo desenvolvidas pelos técnicos da vigilância sanitária. A partir de 2006, foi criado um grupo de
trabalho que deu início a estruturação da Subcoordenação de Vigilância em Saúde Ambiental de
Salvador. Em maio de 2013, a Vigilância em Saúde Ambiental se inseriu no organograma da
Secretaria de Saúde, vinculada à estrutura da Diretoria de Vigilância da Saúde (DVIS) da Secretaria
Municipal da Saúde (SMS, 2020).

O Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano – VIGIAGUA,


consiste num conjunto de ações adotadas continuamente pelas autoridades de saúde pública para
garantir à população o acesso à água em quantidade suficiente e qualidade compatível com o
padrão de potabilidade, estabelecido na legislação vigente. Estas ações visam à promoção da
saúde e prevenção dos agravos transmitidos pela (SMS, 2020).

As principais atividades desenvolvidas pelo programa são: exercer a vigilância da qualidade da


água para consumo humano em sua área de competência, em articulação com os responsáveis
pelo controle de qualidade da água, de acordo com as diretrizes do SUS, em parceria com o
Laboratório de Água do Município; sistematizar e interpretar os dados gerados pelo responsável
pela operação do sistema; realização de inspeções periódicas nas Estações de Tratamento da
Águas (ETA’s) da concessionária local; efetuar permanentemente avaliação de risco à saúde
humana de cada forma de abastecimento de água; e garantir à população informações sobre a
qualidade da água e riscos à saúde associados (SMS, 2021). Todas essas ações garantem
informação para a tomada de decisão.

Dentre as atividades desenvolvidas pelo programa destaca-se a vigilância da qualidade da água


para consumo humano através do acompanhamento dos pontos de amostragem distribuídos ao
longo da rede de abastecimento de água da Embasa. Nos dois últimos anos a Visamb analisou 339
pontos no sistema de distribuição e nas estruturas domiciliares e prediais, essa última numa
frequência inferior de acordo com a demanda. Além disso, cabe ao programa realizar inspeções
periódicas nas Estações de Tratamento das Águas (ETAs) da concessionária local.

822

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2


Os parâmetros referentes à qualidade da água de abastecimento analisados pelo VIGIÁGUA são
turbidez, cloro residual, cor aparente, pH, coliformes totais e Escherichia Coli para controle
microbiológicos, físico-químico e organoléptico.

Os resultados das análises são confrontados com o disposto na Portaria de Consolidação nº 5/2017,
do Ministério da Saúde, que define os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Ela determina que sejam respeitados
os valores apresentados no Quadro 159 para a água ser considerada própria para consumo
humano.

Quadro 159 – Valor Máximo Permitido pela Portaria de Consolidação nº 05/2017


Valor Máximo Permitido (VMP)
Parâmetro Unidade
Na saída do tratamento Na entrada da rede
Turbidez 0,5 ¹ 5,0 uT
Cor aparente 15 15 uH
Cloro Residual Livre 0,2 a 5,0 0,2 a 5,0 ² mg/L
Potencial Hidrogeniônico 6,0 a 9,5 6,0 a 9,5 ³ pH
Escherichia coli - Ausente UFC/100mL
Coliformes Totais Ausente Ausente 4 UFC/100mL
¹ Para os sistemas de filtração rápida o VMP é de 0,5 uT em 95% e máximo de 1,0 uT nas 5% restantes;
² O VMP diz respeito a maior concentração permitida sem que sejam oferecidos riscos ao consumidor, no
entanto a Portaria de Consolidação recomenda em seu Art. 39 (§ 2º) que o teor máximo de cloro residual livre
em qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2,0 mg/L, valor em que é possível perceber o cloro
residual livre pelo consumidor;
³ Faixa recomendada no sistema de distribuição, no entanto é dispensada a obrigatoriedade da análise no
sistema de distribuição (Art. 39, § 1º);
4 É permitido 5% das amostras examinadas no mês com resultado positivo (Anexo 1 do Anexo XX).

Fonte: Portaria de Consolidação nº 05, 2017.

7.3.3.2.1. Monitoramento da qualidade da água na saída do tratamento

O município de Salvador é atendido pelo Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA) de


Salvador, composto por 03 (três) Estações de Tratamento de Água (ETA), ETA Principal, ETAs do
Parque Bolandeira e ETA Suburbana. Sendo a ETA Principal responsável pelo atendimento de,
aproximadamente, 66% da população (Talarico, 2016 apud embasa, 2015).

No entanto, só foram fornecidos dados relativos à inspeção realizada nas ETA que integram o
Parque Bolandeira. Não permitindo que seja feita uma análise de forma integral do sistema, nem
permitindo inferir informações quanto ao controle operacional dos processos unitários de tratamento
nas demais Estações.

823

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2


O Quadro 160 apresenta um compilado dos resultados obtidos nos anos de 2019 e 2020 sobre a
qualidade da água na saída do tratamento, após a etapa de desinfecção das ETAs do Parque
Bolandeira.

De acordo com a Portaria nº 05/2017, do Ministério da Saúde, o valor máximo permitido de cor é 15
uH. Para a turbidez os limites variam de acordo com o tipo de tratamento, sendo o máximo de 0,5
uT em 95% das amostras coletadas de sistema que utiliza a filtração rápida, máximo de 1,0 uT nas
5% restantes. Para o cloro residual livre o mínimo é 0,2 mg/L e o máximo é 5,0 mg/L em todas as
mostras.

A portaria supracitada estabelece como sendo de responsabilidade das secretarias municipais de


saúde inspecionar o controle da qualidade da água produzida e distribuída e as práticas
operacionais adotadas no sistema de distribuição, no entanto não é estabelecido pela portaria o
número mínimo de amostras que devem ser analisadas para garantir uma efetiva inspeção do
sistema. Dessa forma, os parâmetros a seguir serão analisados apenas quanto a sua conformidade,
ou seja, se a concentração apresentada estava superior ou inferior ao Valor Máximo Permitido pela
legislação vigente.

Quadro 160 – Monitoramento da qualidade da água das ETAs do Parque Bolandeira


Coliformes E. Coli Cloro Residual Turbidez Cor pH
2019 2020 2019 2020 2019 2020 2019 2020 2019 2020 2019 2020
Realizadas 23 16 23 16 23 16 23 15 23 4 23 16
Anômalas 0 0 0 0 0 1 2 2 0 0 0 0
Conf. 23 16 23 16 23 15 21 13 23 4 23 16
% Confor. 100 100 100 100 100 93,8 91,3 86,7 100 100 100 100

Fonte: SMS, 2021.

A partir dos resultados apresentados, constata-se que menos de 95% dos pontos de amostragem
apresentaram resultado de turbidez satisfatório, devendo constituir foco de atenção especial por
parte da vigilância.

Segundo a SMS (2020), a turbidez na água filtrada é um importante indicador sanitário nas estações
de tratamento; sua redução indica a remoção de partículas em suspensão, incluindo enterovírus,
cistos de GIardia spp e oocistos de Cryptosporidium sp. Segundo Bianchi et al (2012) apud Medema
et al (1998) quanto maior o grau de turbidez da amostra de água, maior a possibilidade de encontrar
parasitas, pela facilidade de aderência destes em compostos orgânicos e inorgânicos.

A presença de bactérias do grupo coliformes indica que existe contaminação fecal e, deste modo,
a possível presença de microrganismos patogênicos (BIANCHI et al, 2012). Após submetida ao

824

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tratamento, a água não apresentou contaminação, nem por coliformes totais, nem por Escherichia
coli, demonstrando a eficiência do tratamento na remoção de bactérias.

No entanto, embora, os resultados constatem a qualidade da água e uma boa eficiência no


tratamento ao longo do ano, não se pode assegurar que a água vai chegar com a mesma qualidade
nas residências. Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde (BRASIL, 2006), mesmo que o
tratamento seja adequado, a água pode deteriorar-se ao longo da distribuição.

A Secretaria de Vigilância em Saúde (BRASIL, 2006) destaca que do tratamento ao consumidor


uma série de interferências pode comprometer a qualidade da água tratada, tais como: as condições
dos reservatórios de distribuição, a falta de manutenção da rede de distribuição, a intermitência do
abastecimento, gerando subpressões e riscos de contaminação na rede e as condições de
armazenamento domiciliar. Todos esses fatores reafirmam a importância de os programas de
monitoramento da qualidade da água abrangerem a coleta e análise de amostras em diversos
pontos do sistema.

7.3.3.2.2. Monitoramento da qualidade da água no sistema distribuição

Nos anos de 2019 e 2020 a VISAMB realizou análises da qualidade da água em 217 e 64 pontos
de monitoramento, respectivamente, localizados na rede de distribuição da Embasa e 73 e 64
pontos de monitoramento, respectivamente, localizados no interior das residências (análise
intradomiciliar ou intrapredial), como pode ser visualizado na Figura 493 e Figura 494.

O Quadro 161 apresenta o resultado geral das amostras analisadas mensalmente nos anos de 2019
e 2020 para os parâmetros físico-químicos e microbiológicos, tanto no sistema de distribuição,
quanto nas residências (análise intradomiciliar ou intrapredial).

825

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Figura 493 – Localização dos pontos de monitoramento da VISAMB no sistema de distribuição no ano de 2019

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

826

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Figura 494 – Localização dos pontos de monitoramento da VISAMB no sistema de distribuição no ano de 2020

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

827

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Quadro 161 – Resultado do monitoramento da qualidade da água distribuída, realizada pela Visamb em 2019 e 2020
Coliformes Totais E. coli Cloro Residual Livre Turbidez Cor pH
2019 2020 2019 2020 2019 2020 2019 2020 2019 2020 2019 2020
Realizadas 1.813 1.338 1.813 1.338 1.833 1.339 1.830 1.338 1.832 262 1.833 1.338
Rede de Anômalas 25 9 2 3 51 38 34 30 165 16 18 3
Distribuição Conf. 1.788 1.329 1.811 1.335 1.782 1.301 1.796 1.308 1.667 246 1.815 1.335
%Conf 98,6 99,3 99,9 99,8 97,2 97,2 98,1 97,8 91,0 93,9 99,0 99,8
Realizadas 53 80 53 80 53 80 53 80 53 18 53 80
Reservatórios de Anômalas 0 0 0 0 0 1 0 0 3 1 1 0
Distribuição Conf. 53 80 53 80 53 79 53 80 50 17 52 80
%Conf 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 98,8 100,0 100,0 94,3 94,4 100,0 100,0
Realizadas 152 118 152 118 153 118 153 118 153 35 153 118
Intradomiciliar/ Anômalas 33 32 10 6 62 60 0 1 2 1 4 -
Intrapredial Conf. 119 86 142 112 91 58 153 117 151 34 149 118
%Conf 78,3 72,9 93,4 94,9 59,5 49,2 100,0 99,2 98,7 97,1 97,4 100,0
Realizadas 2.018 1.536 2.018 1.536 2.039 1.537 2.036 1.536 2.038 315 2.039 1.536
Anômalas 58 41 12 9 113 99 34 31 170 18 23 3
Total
Conf. 1.960 1.495 2.006 1.527 1.926 1.438 2.002 1.505 1.868 297 2.016 1.533
%Conf 97,1 97,3 99,4 99,4 94,5 93,6 98,3 98,0 91,7 94,3 98,9 99,8
Fonte: SMS, 2021.

828

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A seguir será apresentada a análise dos resultados obtidos para cada um dos parâmetros definidos
na Portaria de Consolidação nº 05/2017 do Ministério da Saúde nas análises realizadas pela Visamb
em 2019 e 2020.

Coliformes Totais

Das análises de coliformes totais analisadas em 2019 e 2020, menos de 5% estiveram fora do
padrão estabelecido pela legislação vigente, respeitando, desse modo o Anexo 1 do Anexo XX da
Portaria de Consolidação nº 05/2017 que estabelece o padrão microbiológico da água para
consumo humano.

Das 58 amostras analisadas, em 2019, que apresentaram resultados fora do padrão, 33 (56,9%)
tiveram como procedência a coleta intradomiciliar ou intrapredial, os outros 25 pontos de
amostragem fora do padrão foram coletados direto na rede através de cavalete ou hidrômetro. Em
2020, das 41 amostras analisadas que apresentaram resultados fora do padrão, 32 (78,0%) dos
pontos foram coletados nos domicílios, em torneiras ou bebedouro, e 9 (22,0%) foram coletados
diretamente no sistema de distribuição através de cavalete ou hidrômetro.

Dos pontos analisados, os que demonstraram estar em situação mais crítica foram os pontos 204.1
e 253, ambos de coleta intradomiciliar ou intrapredial que apresentaram reincidência de coliformes,
conforme Quadro 162. Esses pontos estão sob responsabilidade da UMF e UML, respectivamente.

Quadro 162 – Pontos críticos quanto à presença de Coliformes em Salvador


Ponto Procedência da Coleta Localização Data da coleta Coliformes
20/11/2019 Presente
20/11/2019* Presente
21/09/2020 Ausente
Intradomiciliar/ intrapredial Rua Reinaldo de
204.1 21/09/2020* Ausente
(Torneira após reservação) Matos Nº 34
17/09/2020 Presente
18/09/2020 Presente
17/09/2020 Presente
23/01/2020 Presente
Rua Lagoa Grande 23/01/2020* Presente
- Quadra 18 - Lote 23/09/2020 Ausente
Intradomiciliar/ intrapredial
253 17 - Conjunto 23/09/2020* Ausente
(Torneira após reservação)
Joanes Centro 27/01/2020 Presente
Oeste 27/01/2020* Presente
29/07/2019 Ausente
* Coleta realizada em horários diferentes.
Fonte: SMS, 2021.

Os coliformes totais no sistema de distribuição, estão relacionadas à limpeza e integridade da rede,


sua presença não significa, a priori, que a água esteja imprópria para consumo. Dentre os pontos
analisados pela Visamb, nos anos de 2019 e 2020, os 204.1 e 235 apresentaram reincidência na

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

829
presença de coliformes. Analisando outros pontos próximos a esses (como o 204, localizado na
Rua Reinaldo de Matos S/N e 62, situado na Rua Aterro do Joanes, nº 63), coletados diretamente
no sistema de distribuição, observa-se que não foi constatada a presença de Coliformes Totais, o
que pode ser um indício de que a contaminação nos pontos 204.1 e 253 esteja relacionada a
problemas na manutenção e limpeza dos reservatórios domiciliares de água.

Escherichia Coli

A Escherichia Coli está entre os principais gêneros representantes do grupo coliformes e sua
presença atua como importante indicador microbiológico de contaminação fecal recente no meio
ambiente (ROVERI e MUNIZ, 2016) de animais endotérmicos, além de indicar um alto potencial da
presença de organismos patogênicos (SILVA et al, 2019).

Foi constatada a presença de E. coli em 12 das análises realizadas em 2019, o que representa
cerca de 0,6% das amostras analisadas; sendo que 2 (16,7%) foram coletadas direto no sistema de
distribuição e 10 (83,3%) foram coletadas em domicílio. Já em 2020 foi constatada a presença de
E. coli em 9 das amostras, cerca de 0,6% das amostras analisadas - sendo 6 (66,7%) de
procedência domiciliar e 3 (33,3%) do sistema de distribuição.

Com relação ao parâmetro Escherichia Coli, dos pontos analisados, o que demonstrou estar em
situação mais crítica foi também o 204.1, que apresentou reincidência de E. coli, conforme Quadro
163. O restante dos pontos analisados constatou a presença de E. coli de forma pontual.

Quadro 163 – Ponto crítico quanto a presença de E. coli em Salvador


Ponto Procedência da Coleta Localização Data da coleta E. coli
20/11/2019 Presente
20/11/2019* Presente
21/09/2020 Ausente
Intradomiciliar/ intrapredial Rua Reinaldo de
204.1 21/09/2020* Ausente
(Torneira após reservação) Matos Nº 34
17/09/2020 Presente
18/09/2020 Presente
17/09/2020 Presente
Fonte: SMS, 2021.

Cloro Residual Livre

A garantia de um residual de cloro é de extrema importância para atuar na inativação bacteriana


incluindo as do grupo coliformes, que não E. coli ou termotolerantes. Com relação ao parâmetro
cloro residual livre, em 2019, dos 2.039 pontos analisados, 113 (5,54%) estiveram com valores
em desacordo com a legislação – sendo que 62 (54,9%) tiveram como procedência a coleta
intradomiciliar ou intrapredial e 51 (45,1%) foram coletados direto na rede. Já em 2020, dos 1.537

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830
pontos analisados, 99 (6,44%) estiveram fora do padrão – sendo que 38 (38,4%) foram coletados
na rede de distribuição, 1 (1,0%) direto no reservatório de distribuição e 60 (60,6%) foram de origem
domiciliar ou predial.

Analisando os resultados em relação ao teor de cloro residual livre na rede de distribuição,


observou-se que os pontos de amostragem 78, 135 e 137 são pontos críticos em termos de garantia
dos teores mínimos de CRL, e, portanto, devem constituir foco de atenção especial por parte da
vigilância.

O ponto 78, que está localizado na Estrada da Muriçoca, sob responsabilidade da UML apresentou
baixa concentração de cloro residual nos meses de abril, setembro, outubro e novembro de 2020.
O ponto 135 esteve desconforme nos meses de abril, outubro e novembro de 2019 e setembro,
outubro e novembro de 2020; enquanto o ponto 137 esteve desconforme nos meses de janeiro,
julho, outubro e dezembro de 2019 e fevereiro, março, abril e novembro de 2020. Os pontos 135 e
137 estão localizados na Rua Conêgo Pereira e Praça dos Quinze Mistérios, respectivamente, e
estão sob responsabilidade da UMF.

Outros pontos no sistema de distribuição também estiveram com concentração de cloro residual
livre fora da faixa determinada, no entanto de forma mais pontual e não reincidente como nos pontos
supracitados.

Os pontos de amostragem intradomiciliares e intraprediais que constituem foco de atenção


quanto à insuficiência de concentração de cloro residual livre são os 69.1, 204.1, 253 e 263,
conforme Quadro 163. Destaca-se que os pontos 69.1 e 253 estão sob responsabilidade da UML e
os pontos 204.1 e 263 sob responsabilidade da UMF.

Embora as análises não tenham sido realizadas mensalmente, elas demonstram uma tendência
que pode ser prejudicial ao consumidor daquele local. É obrigatória a manutenção de no mínimo
0,2 mg/L de cloro residual livro em qualquer ponto do sistema para garantir a inocuidade da água.
Segundo apud Manfrini (1974) em caso de poluição moderada o cloro residual pode garantir a
desinfecção da água e caso a poluição seja mais acentuada, o cloro será todo consumido, atuando
como indicador de qualidade. Ao se analisar os resultados obtidos para os pontos críticos citados
em relação ao cloro residual e em relação à presença de coliformes totais e E. Coli, observa-se que
os pontos 69.1, 253 e 204.1 que têm apresentado baixa concentração de cloro residual, têm
constatado, frequentemente. a presença de Coliformes Totais. No caso do ponto 204.1, observou-
se que esse ponto tem apresentado também contaminação por Escherichia coli.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

831
Figura 495 – Pontos Críticos quanto ao Cloro Residual Livre (204.1)

0,25

0,2

0,15

0,1

0,05

0
20/11/2019

20/11/2019

17/09/2020

17/09/2020

18/09/2020

21/09/2020

21/09/2020
Cloro (mg/L) Mínimo (mg/L)

Fonte: Visamb, 2020.

Figura 496 – Pontos Críticos quanto ao Cloro Residual Livre (69.1)

0,25

0,2

0,15

0,1

0,05

0
29/07/2019 29/07/2019 08/08/2019 09/09/2020

Cloro (mg/L) Mínimo (mg/L)

Fonte: Visamb, 2020.

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832
Figura 497 – Pontos Críticos quanto ao Cloro Residual Livre (253)

0,3

0,25

0,2

0,15

0,1

0,05

0
29/07/2019

23/01/2020

23/01/2020

27/01/2020

23/09/2020

23/09/2020

27/01/2020
Cloro (mg/L) Mínimo (mg/L)

Fonte: Visamb, 2020.

Figura 498 – Pontos Críticos quanto ao Cloro Residual Livre (263)

0,35

0,3

0,25

0,2

0,15

0,1

0,05

0
27/06/2019 02/03/2020 06/10/2020 06/10/2020

Mínimo (mg/L) Cloro (mg/L)

Fonte: Visamb, 2020.

Turbidez

Em relação à turbidez as alterações nos pontos de amostragem ocorreram de forma pontual. Em


2019, 34 das 2.036 análises realizadas (1,67%) apresentaram valores em desconformidade, sendo

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

833
que todas as amostras anômalas foram coletadas direto na rede de distribuição. Destaca-se o ponto
71, que apresentou em agosto de 2019 uma turbidez de 2.320 uT, muito superior as demais
amostras anômalas que tiveram seus resultados variando de 6,4% a 730,0% do VMP. Dessas
amostras desconformes, 17 apresentaram turbidez variando de 5 uT a 10 uT; 8 apresentaram
turbidez variando de 10 uT a 20 uT; e 8 amostras com turbidez entre 20 uT a 50 uT.

Em 2020, 31 das 1.536 análises realizadas (2,02%) apresentaram valores em desconformidade,


sendo que 30 foram coletadas na rede de distribuição e 1 teve origem domiciliar ou predial. Os
valores obtidos para as amostras desocnformes variaram de 5,0% a 702,0% do VMP, desses 17
apresentaram turbidez variando de 5 uT a 10 uT; 11 apresentaram turbidez variando de 10 uT a 20
uT; e 3 amostras com turbidez entre 20 uT a 50 uT.

De acordo com Alves et al (2017) apud Freitas et al. (2001), a medição da turbidez em qualquer
parte do sistema é um indicador de natureza sanitária e não meramente estética e um percentual
de amostras com elevada turbidez pode ser atribuído à intermitência do sistema, que possibilita a
entrada de água contaminada no interior da tubulação vazia, onde a pressão é negativa.

Cor Aparente

Para atender ao padrão de potabilidade, a água deve apresentar intensidade de cor aparente
inferior a 15 uH. Elevação nesse valor pode provocar repulsa pelo consumidor e ainda provocar
manchas em roupas e panelas.

Geralmente a alteração da cor aparente nas redes de distribuição de água está associada às
paralisações no sistema de abastecimento, seja por falta de energia ou por manutenções na rede.
Quando ocorre o retorno de seu funcionamento o material incrustado na superfície interna das
tubulações da rede de distribuição é carreado, alterando os aspectos físicos da água: cor aparente
e turbidez. A formação dessas incrustações está ligada à presença de metais, principalmente, o
ferro e o manganês na água produzida (SANTOS e KELLER, 2017).

Com relação à cor aparente, em 2019, 170 das 2.038 análises realizadas (8,34%) estavam em
desconformidade, sendo que dessas amostras, apenas duas tiveram procedência de coleta
intradomiciliar ou intrapredial. As amostras com maiores valores de cor aparente ocorreram no mês
de agosto, com destaque para o ponto 168 com cor aparente de 1.000,8 uH, o ponto 140 com cor
aparente de 213,4 uH e o ponto 160 com cor aparente de 330 uH em 12 de agosto e 192,7 uH em
28 de agosto. Essas pontos retromencionados apresentaram resultados de cor aparente bem
superior as demais amostras anômalas que tiveram seus resultados variando 0,7% a 534,7% do
VMP, dessas 93 apresentaram resultado de cor aparente variando de 15 uH a 20 uH; 55 amostras

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834
apresentaram cor aparente entre 20 uH e 40 uH; 13 amostras com cor aparente de 40 u H a 60 uH
e 5 com cor aparente variando entre 60 uH e 100 uH.

Em contrapartida, em 2020 apenas 18 das 315 análises realizadas (5,71%) apresentaram alteração
na cor aparente. Os valores obtidos para as amostras desconformes variaram de 1,3% a 190,7%
do VMP, sendo que 10 amostras apresentaram cor aparente variando de 15 uH a 20 uH; e 8
amostras apresentaram cor aparente variando de 20 uH a 40 uH.

Potencial Hidrogeniônico - pH

O valor do pH influi na distribuição das formas livre e ionizada de diversos compostos químicos,
além de contribuir para um maior ou menor grau de solubilidade das substâncias e de definir o
potencial de toxicidade de vários elementos (BRASIL, 2006).

O intervalo de pH para as águas de abastecimento é estabelecido pela Portaria de Consolidação nº


05/2017 entre 6,0 e 9,5. Esse parâmetro objetiva minimizar os problemas de incrustação e corrosão
das redes de distribuição, já que em águas de abastecimento, baixos valores de pH podem
contribuir para sua corrosividade e agressividade, enquanto valores elevados aumentam a
possibilidade de incrustações (BRASIL, 2006).

Avaliando os resultados de pH em todas as amostras coletadas no período estudado, os pontos


anômalos apresentaram apenas características ácidas - com valores inferiores a 6 pH - em 23 das
2.039 análises realizadas em 2019 (1,12%), sendo 4 delas em pontos de monitoramento
intradomiciliar 1 em reservatório de distribuição. Nas análises realizadas em 2020, apenas 3 das
1.536 análises realizadas (0.19%) apresentaram o valor do pH em desconformidade, abaixo de 6
pH, sendo todas relativas a pontos de monitoramento na rede de distribuição. Em nenhum ponto
monitorado foi ultrapassado o valor de 9,5 pH.

Destaca-se os pontos 135 e 136, localizados na Rua Cônego Pereira e na Travessa 10 de


Novembro, respectivamente, que apresentaram, ambos, um pH de 0,07 – sendo que o
monitoramento do ponto 135 ocorreu em agosto de 2019 e o do ponto 136 em dezembro de 2020.

Análise dos resultados para as diferentes regiões do município


Os Quadro 164 e Quadro 165 apresentam os resultados das inspeções da qualidade da água
realizadas pela Visamb, essas informações foram discretizadas por prefeitura-bairro para o sistema
de distribuição nos anos de 2019 e 2020, respectivamente,

Avaliando os resultados microbiológicos das inspeções da qualidade da água realizadas pela


Visamb em 2019, nota-se que em todas as prefeituras-bairro o limite estabelecido pela Portaria de
Consolidação nº 05/2017 para o parâmetro Coliforme Totais na rede de distribuição foi atendido, ou

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835
seja, mais de 95% das amostras analisadas deram ausente para Coliformes Totais. O mesmo não
pode ser dito ao analisar as amostras intraprediais/intradomiciliares das prefeituras-bairro
Centro/Brotas, Subúrbio/Ilhas, Itapuã, Cidade Baixa e Barra/Pituba que apresentaram um
percentual de conformidade de Coliformes Totais inferior a 95%, o que sugere que a contaminação
nessas regiões esteja relacionada a falta de manutenção e limpeza dos coletores e reservatórios
domiciliares de água.

Em relação ao parâmetro E. Coli, sua presença foi constatada nas prefeituras-bairro de Cidade
Baixa, Barra/Pituba, Centro/Brotas e Subúrbio/Ilhas nas amostras de origem
intraprediais/intradomiciliares, sendo que nas duas últimas prefeituras-bairros citadas, também, foi
constatada a presença nas amostras coletadas na rede de distribuição. A presença de E. Coli no
sistema de distribuição deve ser averiguada já que esse parâmetro atua como importante indicador
de contaminação fecal recente no meio ambiente (ROVERI e MUNIZ, 2016), além de indicar um
alto potencial da presença de organismos patogênicos (SILVA et al, 2019).

Com relação ao Cloro Residual as prefeituras-bairro de Cajazeiras, Pau da Lima e Valéria


apresentaram 100% das amostras coletadas na rede de distribuição analisadas com concentração
de CRL dentro da faixa estabelecida pela Portaria de Consolidação nº 05/2017 de 0,2 mg/L a
5,0mg/L. A turbidez foi atendida em 100% das amostras de origem na rede de distribuição para as
prefeituras-bairro de Pau da Lima e Valéria, em contrapartida nenhuma das prefeituras-bairros
tiverem 100% das suas amostras atendendo ao VMP de 15 uH para o parâmetro cor aparente.

Com relação ao pH, as prefeituras-bairro de Cajazeiras, Itapuã, Cabula/Tancredo Neves, Pau da


Lima, Valéria tiveram 100% das amostras coletadas na rede de distribuição analisadas dentro da
faixa recomendada pela legislação vigente da época. Com relação as amostras de origem
intraprediais/intradomiciliares, apenas as prefeituras-bairro Subúrbio/Ilhas e Valéria apresentaram
amostras fora do intervalo de 6,0 a 9,5 pH.

Quanto as inspeções da qualidade da água realizadas pela Visamb em 2020 por prefeitura-bairro,
as amostras coletadas na rede de distribuição de todas as prefeituras-bairro apresentaram ausência
de Coliformes Totais em mais de 95% das amostras analisadas, conforme estabelecido na
legislação vigente. No entanto, para as amostras de origem intraprediais/intradomiciliares as
prefeituras-bairro de Centro/Brotas, Subúrbio/Ilhas, Cajazeiras, Itapuã, Cidade Baixa e Barra/Pituba
apresentaram ausência de Coliformes Totais em menos de 95% das amostras analisadas.

As prefeituras-bairro Centro/Brotas, Subúrbio/Ilhas, Cidade Baixa e Barra/Pituba constataram a


presença de E.coli tanto nas amostras coletadas na rede de distribuição, quanto nas de origem
intraprediais/intradomiciliares.

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836
Com relação ao Cloro Residual apenas as prefeituras-bairro de Cajazeiras, Pau da Lima e Valéria
apresentaram 100% das amostras coletadas na rede de distribuição analisadas com concentração
de CRL dentro da faixa estabelecida pela Portaria de Consolidação nº 05/2017 de 0,2 mg/L a
5,0mg/L. A turbidez foi atendida em 100% das amostras coletadas na rede de distribuição para as
prefeituras-bairro de Pau da Lima e Valéria, em contrapartida nenhuma das prefeituras-bairros
tiverem 100% das suas amostras atendendo ao VMP de 15 uH para o parâmetro cor aparente.

Com relação ao pH, as prefeituras-bairro de Cajazeiras e Cidade Baixa foram as únicas cujas
amostras analisadas na rede de distribuição não atenderam de forma integral a faixa recomendada
pela legislação vigente da época. Com relação as amostras de origem
intraprediais/intradomiciliares, apenas as prefeituras-bairro Subúrbio/Ilhas e Valéria apresentaram
amostras fora do intervalo de 6,0 a 9,5 pH.

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837
Quadro 166 – Resultado do monitoramento da qualidade da água na rede de distribuição realizada pela Visamb em 2019 por Prefeitura-
Bairro
REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Coliformes E. Coli Cloro Residual Turbidez Cor pH
Quantidade
de Pontos de Quantidad %
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Prefeitura Bairro e de e de e de e de e de e de
Monitorament Conf Conf Conf Conf Conf Conf
o análises análises análises análises análises análises
. . . . . .
realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas

Centro / Brotas 38 403 99,2 404 99,7 408 96,6 407 97,8 408 89,2 408 99,7
Subúrbio / Ilhas 20 126 97,6 126 99,2 128 94,5 128 94,5 127 91,3 128 92,9
Cajazeiras 19 148 98,6 148 100 151 100 150 98,7 151 96,7 151 100
Itapuã 28 252 98,8 251 100 252 96,4 252 98,8 252 92,5 252 100
Cidade Baixa 12 123 99,2 123 100 125 98,4 125 96,8 125 96,8 125 98,4
Barra / Pituba 32 249 98,8 249 100 254 97,6 253 99,2 254 81,9 254 99,6
Cabula / Tancredo
24 187 97,3 188 100 188 99,5 188 97,3 188 94,7 188 100
Neves
Pau da Lima 5 38 100 38 100 38 100 38 100 38 97,4 38 100
Liberdade / São
32 254 98,4 253 100 256 95,3 256 99,2 256 91,0 256 98,0
Caetano
Valéria 7 33 96,9 33 100 33 100 33 100 33 93,9 33 100
Fonte: SMS, 2020.

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838
Quadro 167 – Resultado do monitoramento da qualidade da água (intradomiciliar/intrapredial) realizada pela Visamb em 2019 por Prefeitura-
Bairro
INTRADOMICILIAR/INTRAPREDIAL
Coliformes E. Coli Cloro Residual Turbidez Cor pH
Quantidade
de Pontos de Quantidad %
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Prefeitura Bairro e de e de e de e de e de e de
Monitorament Conf Conf Conf Conf Conf Conf
o análises análises análises análises análises análises
. . . . . .
realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas

Centro / Brotas 13 23 60,9 23 86,9 23 43,5 23 100 23 95,6 23 100


Subúrbio / Ilhas 23 36 86,1 36 94,4 36 55,6 36 100 36 100 36 94,4
Cajazeiras 1 2 50,0 2 100 2 100 2 100 2 100 2 100
Itapuã 4 11 90,9 11 100 11 63,6 11 100 11 100 11 100
Cidade Baixa 6 9 55,6 9 88,9 9 22,2 9 100 9 100 9 100
Barra / Pituba 13 26 69,2 26 88,4 26 57,7 26 100 26 96,1 26 100
Cabula / Tancredo
4 5 100 5 100 5 80,0 5 100 5 100 5 100
Neves
Pau da Lima 4 7 100 7 100 7 100 7 100 7 100 7 100
Liberdade / São
3 4 100 4 100 4 75,0 4 100 4 100 4 100
Caetano
Valéria 2 6 100 6 100 6 66,7 6 100 6 100 6 66,7
Fonte: SMS, 2020.

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839
Quadro 168 – Resultado do monitoramento da qualidade da água na rede de distribuição realizada pela Visamb em 2020 por Prefeitura-
Bairro
REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Coliformes E. Coli Cloro Residual Turbidez Cor pH
Quantidade
de Pontos de Quantidad %
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Prefeitura Bairro e de e de e de e de e de e de
Monitorament Conf Conf Conf Conf Conf Conf
o análises análises análises análises análises análises
. . . . . .
realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas

Centro / Brotas 38 300 99,3 300 99,7 300 96,3 300 98,0 55 94,5 300 100
Subúrbio / Ilhas 17 96 100 96 100 96 98,9 96 96,9 19 100 96 100
Cajazeiras 19 111 100 111 100 111 99,1 111 93,7 31 96,8 111 99,1
Itapuã 28 164 99,4 164 100 164 98,2 164 97,6 29 89,6 164 100
Cidade Baixa 20 122 99,2 122 99,2 123 98,4 122 98,4 18 100 122 98,4
Barra / Pituba 36 196 97,9 196 99,5 196 94,9 196 99,5 28 89,3 196 100
Cabula / Tancredo
21 120 99,2 120 100 121 95,9 119 99,2 30 93,3 119 100
Neves
Pau da Lima 7 46 100 46 100 46 97,8 46 97,8 8 100 46 100
Liberdade / São
33 160 100 160 100 160 98,4 160 96,9 37 89,2 160 100
Caetano
Valéria 6 24 100 24 100 24 95,8 24 100 7 100 24 100
Fonte: SMS, 2020.

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840
Quadro 169 – Resultado do monitoramento da qualidade da água (intradomiciliar/intrapredial) realizada pela Visamb em 2020 por Prefeitura-
Bairro
INTRADOMICILIAR/INTRAPREDIAL
Coliformes E. Coli Cloro Residual Turbidez Cor pH
Quantidade
de Pontos de Quantidad %
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Quantidad
%
Prefeitura Bairro e de e de e de e de e de e de
Monitorament Conf Conf Conf Conf Conf Conf
o análises análises análises análises análises análises
. . . . . .
realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas realizadas

Centro / Brotas 16 32 90,6 32 100 32 50,0 32 100 10 100 32 100


Subúrbio / Ilhas 11 19 47,4 19 89,5 19 57,9 19 100 13 100 19 100
Cajazeiras 11 17 76,5 17 100 17 29,4 17 94,1 0 - 17 100
Itapuã 3 3 33,3 3 100 3 100 3 100 1 0,0 3 100
Cidade Baixa 10 25 72,0 25 96,0 25 60,0 25 100 5 100 25 100
Barra / Pituba 6 11 45,5 11 72,7 11 18,2 11 100 1 100 11 100
Cabula / Tancredo
1 1 100 1 100 1 0,0 1 100 0 - 1 100
Neves
Pau da Lima 2 5 100 5 100 5 80,0 5 100 3 100 5 100
Liberdade / São
1 2 100 2 100 2 100 2 100 2 100 2 100
Caetano
Valéria 3 3 100 3 100 3 0,0 3 100 0 - 3 100
Fonte: SMS, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

841
7.3.3.3. Análises realizadas no âmbito do QUALISalvador

O Projeto QUALISalvador também contemplou aspectos sobre a qualidade da água distribuída a


população. Em relação à percepção dos moradores, 67,7% dos entrevistados consideram a
qualidade da água fornecida pela Embasa como boa e 23,6% consideraram como regular, ou seja:
apresenta cor/sujeira ou algum mau cheiro (Tabela 108 e Figura 499).

Tabela 108 – Percepção dos respondentes sobre a qualidade da água fornecida pela
Embasa, 2018-2020 (N = 15.085)
Qualidade da água N % Acumulado (%)
Boa (límpida, sem outro cheiro, gosto bom) 10.213 67,70 67,70
Regular (apresenta alguma cor/sujeira, algum cheiro) 3.562 23,62 91,32
Ruim (escura/suja, cheiro ruim) 1.202 7,97 99,29
Outro 108 0,71 100
Total 15.085 100
Fonte: QualiSalvador, 2021.

Figura 499 – Percepção dos respondentes sobre a qualidade da água fornecida pela
Embasa por bairros, em proporção de domicílios em que a avaliação foi boa (límpida, sem
outro cheiro, gosto bom), 2018-2020 (N = 15.085)

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

842
Fonte: QualiSalvador, 2021.

Observa-se na Figura 499 que a menor proporção de domicílios cuja percepção dos respondentes
avalia a qualidade da água como boa, ocorreu na Ilha de Maré. Em segundo lugar aparecem os
bairros do Miolo e do Subúrbio Ferroviário.

O Projeto QualiSalvador também avaliou os dados do monitoramento da qualidade da água tratada


no sistema de distribuição (reservatórios e rede) no período de novembro de 2013 a dezembro de
2020, disponibilizados pela Embasa.

De acordo com esse estudo, para o parâmetro turbidez (Tabela 109), analisando o comportamento
nas amostras coletadas no sistema de distribuição, percebe-se que houve um ligeiro decréscimo
da proporção de amostras que atenderam ao padrão. Em 2014, cerca de 99,4% das amostras
atenderam ao padrão e, em 2020, esse indicador passou para 98,7%. Observa-se Figura 500 que
19 bairros apresentaram mais de 11 amostras com turbidez maior que 5 uT, com destaque para o
Bomfim com 53 amostras fora do padrão.

Tabela 109 – Resultados das análises da qualidade da água de amostras coletadas no


sistema de distribuição de água para o parâmetro turbidez (uT), segundo locais de coleta,
janeiro de 2013 a dezembro de 2020
Reservatório Rede de distribuição Total
Turbidez
N % N % N %
<1 7.663 88,8 53.917 83,7 61.580 84,3
1a5 933 10,8 9.768 15,1 10.701 14,6
>5 36 0,4 756 1,2 792 1,1
Total 8.632 100 64.441 100 73.073 100
Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).

Figura 500 – Bairros que apresentaram mais de 11 amostras com turbidez (uT) maior que
5uT, no sistema de distribuição de água, janeiro de 2013 a dezembro de 2020

Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).

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843
Para o parâmetro Cloro residual livre (Tabela 110), do total de amostras coletadas no sistema de
distribuição de água de Salvador, entre 2013 a 2020, 99% estavam em conformidade com os
padrões exigidos (0,2 ≤ Cl ≤ 5) pelo Ministério da Saúde, sendo que nos reservatórios, esse
indicador foi de 99,7% e na rede de distribuição foi de 99%.

É importante ressaltar que valores de cloro residual livre acima de 2 mg/L e abaixo de 5 mg/L não
implicam riscos à saúde, mas afetam o sabor e o odor da água, ultrapassando o limite do padrão
organoléptico, porém valores abaixo de 0,2 mg/l merecem investigação afim de garantir da proteção
à saúde dos usuários do serviço, visto que a aplicação do cloro no sistema de distribuição de água
tem por objetivo completar a etapa de desinfecção que inicia na ETA.

Tabela 110 – Resultados das análises da qualidade da água de amostras coletadas no


sistema de distribuição de água para o parâmetro cloro residual livre (mg/L) segundo locais
de coleta, janeiro de 2013 a dezembro de 2020
Reservatório Rede de distribuição Total
Cl (mg/L)
N % N % N %
< 0,2 12 0,1 606 0,9 618 0,9
0,2 a 2 4.142 48 48.041 74,6 52.183 71,4
2,1 a 5 4.465 51,7 15.746 24,4 20.211 27,6
>5 15 0,2 26 0 41 0,1
Total 8.634 100 64.419 100 73.053 100
Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).

A análise por bairro (Figura 501) apontou que em 14,3% (19 bairros), verificou-se, em cada um,
mais de 11 amostras em desconformidade, sendo que nos bairros Pituba, São Marcos, Comércio,
Amaralina, Rio Vermelho, Matatu e Baixa de Quintas observou-se mais de 30, quando somados as
amostras com valores superiores a 5 mg/L e inferiores a 0,2 mg/l.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

844
Figura 501 – Bairros que apresentaram mais de 11 amostras com teor de cloro residual livre
fora do padrão no sistema de distribuição de água, janeiro de 2013 a dezembro de 2020

Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).

Em relação ao parâmetro Escherichia Coli (Tabela 111), observa-se que cerca de 99,8% das
amostras analisadas no sistema de distribuição apresentaram ausência da bactéria, sendo 99,9%
referente reservatórios e 99,8% na rede de distribuição, indicando uma condição bastante
satisfatória em termos do padrão analisado.

Tabela 111 – Resultados das análises da qualidade da água de amostras coletadas no


sistema de distribuição de água para o parâmetro Escherichia coli/100 mL, segundo locais
de coleta, janeiro de 2013 a dezembro de 2020
Escherichia Reservatório Rede de distribuição Total
coli/100 mL N % N % N %
Ausência 8.077 99,9 60.631 99,8 68.708 99,8
Presença 9 0,1 91 0,2 100 0,2
Total 9.086 100 60.722 100 68.808 100
Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).

Analisando por bairro (Figura 502) observa-se que apenas 5 (cinco) obtiverem maior número de
amostras com presença de Escherichia coli/100 mL no período analisado (2013 a 2020), sendo
eles: Ilha de Maré (7 amostras), Nazaré (6 amostras), São Caetanos (5 amostras) e por último
Castelo Branco e Marotinho com 4 amostras cada.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

845
Figura 502 – Bairros que apresentaram maior número de amostras com presença de
Escherichia coli/100 mL no sistema de distribuição de água, janeiro de 2013 a dezembro de
2020

Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).

A Figura 503 apresenta o resumo da proporção de amostras do sistema de distribuição de água


fora dos padrões para turbidez, cloro residual livre e Escherichia Coli, no período de janeiro de 2013
a dezembro de 2020.

Figura 503 – Proporção de amostras do sistema de distribuição de água fora dos padrões
para turbidez, cloro residual livre e Escherichia coli, janeiro de 2013 a dezembro de 2020

Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).

E por último o estudo QUALISalvador realizou um compilado da proporção de amostras analisadas


em conformidade com os padrões exigidos para todos os parâmetros analisados, cujos resultados

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

846
encontram-se apresentados na Tabela 112. Observa-se que apenas 2,1% das amostras coletadas
no sistema de distribuição, no período de 2013 a 2020, estava em desacordo com os padrões,
sendo que na saída dos reservatórios, essa proporção foi de 0,8 % e na rede de distribuição de
água foi de 2,2%.

Tabela 112 – Proporção de amostras do sistema de distribuição de água em conformidade e


desconformidade segundo os parâmetros de cloro residual livre (mg/L), Escherichia
coli/100 mL e turbidez (uT), janeiro de 2013 a dezembro de 2020
Locais da coleta das amostras de água
Situação Reservatório Rede Total
N % N % N %
Em conformidade 8.563 99,2 63.030 97,8 71.593 97,9
Desconformidade 71 0,8 1.438 2,2 1.509 2,1
Total 8.634 100 64.468 100 73.102 100
Fonte: QUALISalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).

Nota-se pela Figura 504, que as menores proporções de atendimento a portaria são observadas
nos bairros do Subúrbio Ferroviário, na região de Itapagipe e das Ilhas. A região do Miolo de
Salvador apresenta proporção de atendimento bem favorável, apesar da rede de monitoramento
não abranger todos os bairros dessa região.

Figura 504 – Proporção de amostras analisadas em conformidade com os padrões de cloro


residual livre (mg/L), Escherichia coli/100 mL e turbidez (uT), janeiro de 2013 a dezembro de
2020

Fonte: QualiSalvador, 2021, elaborado com base em dados da Embasa (2013 a 2020).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

847
Comparando-se esses resultados com a percepção dos respondentes dos domicílios no âmbito do
QUALISalvador (2019-2020), apresentado na Figura 499, observa-se certa similaridade em termos
de classificação em relação às ilhas e ao Subúrbio Ferroviário, sendo que na região do Miolo há
insatisfação dos respondentes quanto à qualidade da água fornecida.

Os dados revelam a necessidade de a Embasa buscar avaliar os resultados do QUALISalvador,


especialmente nos bairros onde foram identificadas inconformidades quanto às exigências e
recomendações da portaria do Ministério da Saúde. Além disso, o referido estudo reforça que seria
importante a empresa ampliar sua rede de monitoramento de forma a contemplar todos os bairros
da cidade.

7.3.4. PRINCIPAIS PROBLEMAS E DIFICULDADES IDENTIFICADAS NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

Os problemas e dificuldades inerentes à prestação dos serviços são inerentes a todas as etapas do
sistema de abastecimento que é de responsabilidade da Embasa, além de perpassar por áreas de
atuação de outros órgãos como o INEMA e o Poder Público Municipal no que concerne ao uso e
ocupação do solo, urbanização, entre outros.

No que concerne aos reservatórios de captação que é onde tudo se inicia, estes se encontram em
risco quanto à qualidade de suas águas, à biodiversidade e à operação dos mesmos, em
decorrência das ocupações irregulares; lançamento direto e indireto de esgotos não tratados;
carreamento de material terrígeno, causando assoreamento; supressão ilegal da cobertura vegetal;
plantio nas áreas circundantes, com a utilização de agrotóxicos. Segundo Embasa (2020) em alguns
dos reservatórios, o cenário já se encontra estabelecido, consequentemente gerando sérios
passivos ambientais que oneram o tratamento da água.

Para tanto, a Embasa vem desenvolvendo ações como Elaboração do Plano Ambiental de
conservação e uso do entorno do reservatório artificial (PACUERA) de Santa Helena, devendo ser
replicado para os demais reservatórios a fim de identificar quais são as áreas mais vulneráveis e
quais ações devem ser executadas para garantir territórios produtores de água com qualidade e em
quantidade.

Além da questão da qualidade da água comprometida ainda foi identificado pelo PARMS (2016)
problemas inerentes à quantidade de água disponível, resultando em um déficit hídrico para
atendimento das demandas do SIAA de Salvador e SIAA Recôncavo. Conforme previsto nesse
mesmo estudo, uma das alternativas seria a exploração das águas subterrâneas do aquífero São
Sebastião. A Embasa já vem executando ações nessa direção, tendo elaborado o Estudo da Borda
Leste, onde foi identificado que a maior parte da área de interesse apresenta baixa susceptibilidade

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

848
a ter os recursos hídricos subterrâneos afetados por eventos de contaminação ocorridos em
superfície. Também já foram perfurados 15 poços, com previsão de adução das águas dessa rede
de poços diretamente para o tanque de contato da ETA Principal, visto que não é necessário passar
por todas as etapas de tratamento, apenas desinfecção e fluoretação.

No que concerne ao sistema de reservação conforme já foi discutido ao longo do produto é evidente
necessidade de melhorias, visto que o abastecimento de algumas zonas diretamente por adutoras
e subadutoras, configura-se numa situação imprópria em função do porte da adutora e das
condições operacionais envolvidas. O uso do reservatório possibilita regularizar a vazão de adução
em função da variação horária das demandas do sistema e um melhor controle das pressões na
rede de distribuição, além da garantia de uma reserva de água destinada para demandas de
equilíbrio, de emergência ou de incêndio. Além disso, estudos do PARMS (2016) sinalizam
capacidade insuficiente (admitindo de 1/3 a 1/4 do Volume Máximo Diário) para atender as
demandas de vários centros de reservação (R7, R01, R20, R03, R05, R18, R14, R10, R12) sendo
apontado necessidade de ampliação da capacidade. Afim de mitigar os impactos da capacidade
insuficiente de reservação, foram realizadas mudanças na setorização do abastecimento, com a
subdivisão ou realocação de algumas zonas, para serem atendidas diretamente por adutoras ou
subadutoras, por exemplo.

Em relação os problemas e dificuldades no sistema de distribuição, sinaliza-se a complexidade em


virtude da conformação topográfica do município de Salvador, que impõe muitas vezes situações
extremas de pressões muito elevadas que ocasionam rompimento de tubulações ou pressões muito
baixas que tem como reflexo a intermitência no abastecimento nos locais mais altos em
determinados horários, sobretudo de maior pico de demanda.

Em relação aos pontos críticos em decorrência de pressão baixa na rede, a Embasa sinalizou que
são as áreas atendidas por manobras (Ilha de Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e Ilha de
Maré) tendo em vista que não operam 100% do tempo com pressão adequada nas redes. No que
concerne a pressões elevadas, segundo a Embasa não existem pontos críticos, em decorrência
principalmente do uso de válvulas reguladoras de pressão (VRP) e substituição de redes/reposição
dos ativos. Já no que se refere a regiões que são consideradas pontos críticos por conta de baixa
pressão, ou seja, podem atingir pressões abaixo de 10 mca em determinados horários do dia (horas
de maior consumo) foram listados locais de cotas elevadas pertencentes a UMJ e UML,
espacializadas na Figura 505 e na Figura 506, respectivamente.

Na Figura 505 e na Figura 506 é possível observar também os locais que estão inseridos nas Zonas
Especiais de Interesse Social (ZEIS), que, de acordo com o PDDU de Salvador (2016) são as zonas

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

849
destinadas à regularização fundiária e à produção, manutenção ou qualificação da Habitação de
Interesse Social e da Habitação de Mercado Popular, ou seja, são os locais onde predominam
atualmente ocupações irregulares e informais, relacionadas à parcela da população em situação de
maior vulnerabilidade social no município.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

850
Figura 505 – Espacialização dos locais críticos em virtude de baixa pressão na rede - UMJ

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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Figura 506 – Espacialização dos locais críticos em virtude de baixa pressão na rede – UML

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

852
Observa-se que na UMJ todos os setores de abastecimento possuem pontos críticos em virtude de
baixa pressão na rede, além da ZA-64 (parte), atendida pela subadutora do R18 e a ZA-62 atendida
pela adutora principal, totalizando 29 pontos críticos conforme pode ser observado no Quadro 170.
Como pode ser observado na Figura 505, praticamente todos esses pontos estão localizados em
área de ZEIS.

Quadro 170 – Pontos críticos da UMJ em virtude de pressão insuficiente


Localidade atendida (Ponto Cota Resumo das Fase
Zona Setor
Crítico) (m) Intervenções no setor atual
Alto da Boa Vista do Lobato 95
60 Ladeira da Mangueira 70
Rua Tranquilino Mendes 80
Setor R17 (
Conjunto Pirajá 105 Pirajá)
61
Rua 8 de novembro 100
Rua Joel Lopes – Marechal
71 75
Rondon
Implantação de Adutora
Rua Direta do Cruzeiro, Periperi 80
de água tratada,
69 Rua Antônio Balbino, Plataforma 75 Ampliação de Centro
Rua Bananeiras, Plataforma 85 Setor R10 de Reservação
(Ilha (Reservatório Apoiado)
Mirantes de Periperi 95 Amarela) e Linhas Tronco com
76 Cj. Colinas de Periperi 95
DN's Diversos
Rua Alto do Sertão 80 Projetos a
Rua Humberto Silva, Paripe 85 contratar
67
Bate Coração - Paripe 75
Rua Minerva / Rua Ressurreição, Setor R18
68 75
Coutos (Valéria)
78 Fim de linha da Fazenda Coutos NI
74 Rua Miralda Serafim NI
Rua Felícia, Sete de Abril 85
63 Rua Pituaçú/ Coroado, São
85 Ampliação de Centro
Marcos
Setor R14 de Reservação
73 Cj. Jaguaripe I, Rua D, Cam 4 80
(Águas (Reservatório Apoiado)
Via Castelo Branco 3ª Etapa 90 Claras) e Linhas Tronco com
72 Rua São Marcos, São Marcos DN's Diversos.
(entrada da Rua Mar. Castelo 85
Branco)
Rua Teodolina Macedo,
85
Cajazeiras XI
Rua das Paulinas, Dom Avelar 100
62 Adutora ETA
Lot. Santo Antônio, Cajazeiras XI 90 -- --
Principal x R7
Rua Presidente Médice, Águas
100
Claras
70 Rua Monteiro Lobato NI
Nossa Sra de Fátima / Monte Adutora da
64 85
Alverne ETA
(parte -- --
Suburbana
baixa) Rua Olivas / Via Bronze 85
(sem

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

853
Localidade atendida (Ponto Cota Resumo das Fase
Zona Setor
Crítico) (m) Intervenções no setor atual
reservatório),
ou pela
adutora ETA
Principal x R7
Fonte: Embasa, 2021.

Em relação a UML observa-se no Quadro 171, que existem 18 pontos críticos, distribuídos em
diversas zonas de abastecimento, sendo que todos esses pontos estão localizados em áreas de
ZEIS conforme Figura 506. A ZA-23, ZA-32 e a ZA-31 possuem 3 pontos críticos cada, sendo as
duas primeiras zonas atendidas pelo Setor R7 e a ZA-31 atendida diretamente pela adutora
principal.

Quadro 171 – Pontos críticos da UML em virtude de pressão insuficiente


Resumo das
Zona Ponto Crítico Setor Intervenções no Fase atual
setor
Liberdade/Curuzu
23 Pero Vaz
IAPI
Arraial do Retiro
29
Engomadeira
Implantação de
27 Tancredo Neves
Setor R7 Linhas Troncos Obra em
Santa Efigênia - Arenoso (Cabula) com DN's Andamento
26
Luciano Santos - Final de Linha do Arenoso Diversos.
Sussuarana Velha
32 Final de linha Ulysses Guimarães
Sussuarana Nova
Alto do Cruzeiro/Alto da Ventosa -
25
Pernambués
Alto do Peru Setor
22
Capelinha R25 -- --
28 Melo Moraes - F.G. do Retiro (Golmeia)
Final de linha da Mata Escura Adutora
Rua do Campo Mata Escura ETA
31 -- --
Principal
Calabetão x R7
Fonte: Embasa, 2021.

Nos quadros acima foram sinalizadas as intervenções previstas para os setores responsáveis pelo
abastecimento desses locais críticos. Além dessas, cita-se a criação do setor R22 e a novo Setor
R6 (Alto do Peru). Operacionalmente, a área a ser abrangida pelo Setor R22 é atualmente atendida
em parte por abastecimento direto na rede a partir da Adutora Principal, parte pelo centro de
reservação R7 (Cabula - Zona Alta), parte pelo centro de reservação R20 (Fazenda Grande III) e
parte pelo centro de reservação do R14 (Águas Claras), cuja área de influência encontra-se com

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

854
capacidade de abastecimento comprometida, necessitando de ampliação imediata. Já o R6 terá
como objetivo atender a região da Cidade Baixa, que foi bastante mencionada durante os eventos
com problemas de intermitência no abastecimento. Ambos os setores, segundo a Embasa estão
com projetos em andamento.

Em síntese, essas unidades regionais possuem áreas que merecem atenção especial, o que foi
ratificado pelos atores sociais estratégicos e pela população por meio das ferramentas de
participação que serão descritas no item 10.

As Ilhas, conforme foi mencionado durante visita técnica e durante o evento participativo, também
possuem problemas de intermitência no fornecimento de água, em virtude das manobras que são
realizadas. Porém, a EMBASA salientou que nas Ilhas dos Frades, Ilha de Maré e Ilha de Bom
Jesus dos Passos a reservação interna ordinária dos imóveis supre a intermitência oriunda de
manobras de abastecimento, com exceção de períodos atípicos, como os decorrentes do
incremento da população flutuante. No caso das Ilhas de Bom Jesus dos Passos e Frades, após a
entrada em operação do RZBII em abril/2021 e da duplicação da adutora até a Ilha de Maré as
manobras foram retiradas, sendo necessário apenas em situações eventuais, como manutenção.
Segundo representante da Embasa presente no evento de apresentação do diagnóstico das Ilhas,
está no planeamento da Embasa a duplicação da adutora subaquática de Madre de Deus até Bom
Jesus dos Passos e de Bom Jesus dos Passos até a Ilha dos Frades.

Já em Ilha de Maré a situação das manobras ainda continua sendo bastante delicada, mesmo para
os imóveis que possuem reservatório, visto que são muitas localidades para serem atendidas
durante apenas 5 dias na semana, já que em dois dias da semana atende-se apenas a localidade
de Passé, pertencente ao município de Candeias. O representante da Embasa afirmou no evento
que consta no planejamento da embasa ações para melhoria, inclusive já está sendo executada
uma obra de duplicação do trecho do reservatório da zona média (RZM) em Candeias até a
localidade de Passé, afim de remover o rodizio existente entre Passé e a Ilha de Maré. Já
especificamente na Ilha de Maré estão previstas intervenções em trechos críticos que rompem com
frequência.

As Prefeituras-Bairro também forneceram informações de locais com problemas de intermitência no


abastecimento de água. Conforme listado no Quadro 172, as Prefeituras-Bairro com maior número
de pontos críticos mapeados estão no território da PB Cajazeiras e PB Cabula. A área abrangida
pela PB Cajazeiras é atendida pelo setor R14 e pela adutora principal e a da PB Cabula pelo setor
R7 e também pela adutora principal.

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855
Quadro 172 – Pontos críticos de intermitência no fornecimento de água por Prefeitura-
Bairro
Prefeitura Setor de abastecimento
Bairros Local
Bairro de água
Alto de Coutos - Ruas Luanda, Angola,
Coutos Setor R18 (UMJ)
Luciúla, Suez, Israel e Moçanbique.
PB2 - Paripe Paripe - Rua 14 de Setembro Setor R18 (UMJ)
Subúrbio/
Fazenda Coutos - Rua 33, Quad. 4 –
Ilhas Fazenda Coutos Setor R18 (UMJ)
Fazenda Coutos III
Plataforma Plataforma - Rua São Paulo Setor R10 (UMJ)
Cajazeiras VIII Av. Venturino - Cajazeiras VIII Setor R14 (UMJ)
Rua Maria Das Dores Leite, Loteamento Adutora ETA Principal - R7
Cajazeiras XI
Santo Antônio – Cajazeiras XI (UMJ)
Adutora ETA Principal - R7
PB 3 - Cajazeiras X Rua Alfaiate Kadu – Cajazeiras X
Cajazeiras (UMJ) e Setor R14 (UMJ)
Rua Oswaldo Cruz, 1ª etapa – Castelo
Setor R14 (UMJ)
Branco
Castelo Branco
Rua Poços de Caldas, 3ª etapa – Castelo
Branco
PB 4 - Itapuã Cassange Cassange - Nova Esperança do Cassange Setor R20 (UMB)
PB 6 - Barra Engenho Velho Eng. Velho da Federação - Travessa
Setor R15 (UMF)
Pituba da Federação Manoel Melo
PB 7 -
São Caetano - Rua Nova do Camurujipe –
Liberdade / São Caetano Setor R25 (UML)
São Caetano
São Caetano
Cabula/Tancredo Neves -
Cabula Setor R7 (UML)
Cabula/Comunidade Timbalada
Cabula/Tancredo neves - 3ª travessa da
Saramandaia Setor R7 (UML)
Boa Vista - Saramandaia
Cabula/Tancredo Neves - Arraial Do Retiro
Arraial do Retiro Setor R7 (UML)
- Vila Oliveira
PB 8 - Cabula/Tancredo Neves – Arenoso - Rua
Cabula / Raissa Gomes
Arenoso Setor R7 (UML)
Tancredo Cabula/Tancredo Neves - Rua Direta do
Neves Arenoso
Cabula/Tancredo Neves - Rua Santo
Antônio de Pádua
Cabula/Tancredo Neves -Rua Boa Vista
Pernambués Setor R7 (UML)
Cabula/Tancredo Neves -Travessa São
José
Cabula/Tancredo Neves -Rua Pai Herói
PB9 - Pau da
Pau da Lima Baixa de Vila Esperança Setor R14 (UMJ)
Lima
Adutora ETA Suburbana
Moradas da Comunidade da Rocinha / Nova Brasília ou Adutora ETA Principal -
Lagoa de Valéria R7 e Subadutora R18
(UMJ)
PB10 -
Valéria Comunidade da Bolachinha / Valéria
Adutora ETA Suburbana
Valéria Comunidade Terracom / Valéria
ou Subadutora R18 (UMJ)
Comunidade Formigueiro / Valéria
Pirajá Comunidade da Sapolândia / Pirajá Setor R17 (UMJ)
Fonte: Prefeituras Bairro, 2021.

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856
Além de problemas de pressão insuficiente ,que repercute na intermitência no fornecimento de
água, a Embasa identificou ainda localidades consideradas como pontos críticos de abastecimento,
por conta da falta de reservação interna adequada nos imóveis, falta de urbanização e construções
irregulares: Sussuarana, Nova Sussuarana, Novo Horizonte, Tancredo Neves, Mata Escura,
Arenoso, Fazenda Grande do Retiro, Capelinha, Sete de Abril, Canabrava, Nova Esperança, Nova
Brasília, Jardim Jaguaribe, São Marcos, Castelo Branco, Pau da Lima, Águas Claras, Moradas da
Lagoa e Periperi.

Quanto ao reservatório interno no domicílio, o Art. 6º da Resolução Agersa nº 02, de 17 de julho de


2017, afirma que para a efetivação da ligação de água e/ou de esgoto, a prestadora dos serviços
cientificará o interessado quanto à obrigatoriedade de:

“ V - dispor de reservatório domiciliar dimensionado segundo a NBR 5.626/98, que recomenda


que a reservação total a ser acumulada nos reservatórios inferior e superior não deve ser
inferior ao consumo diário e nem a este superior em três vezes;”

Em resumo, todo domicílio que realizar ligação na rede da Embasa deve estar equipado com
reservatório domiciliar, a fim de suportar momentos de interrupção no fornecimento de água em
decorrência de manutenção nas infraestruturas que compõem o sistema. Porém, é importante
salientar que existem locais críticos de atendimento, onde mesmo o domicílio tendo a reservação
adequada, ocorrem episódios de intermitência, por outros fatores, como pressão insuficiente na
rede.

Outro problema que merece atenção são as ligações clandestinas, que são responsáveis pelo alto
índice de perdas aparentes em todas as unidades regionais. O Quadro 173 apresenta o
levantamento realizado pela Embasa por bairro, que identificou ao todo 19.664 ligações
clandestinas em Salvador.

Quadro 173 – Quantidade de ligações clandestinas de água por bairro de Salvador


Bairro Quant. % Bairro Quant. %
São Cristóvão 1.822 9,27% Cajazeiras Vi 79 0,40%
Bairro da Paz 1.808 9,19% Campinas de Pirajá 79 0,40%
Itapuã 1.058 5,38% Ribeira 76 0,39%
Mussurunga 1002 5,10% Massaranduba 74 0,38%
Paripe 789 4,01% Narandiba 73 0,37%
Periperi 570 2,90% Itaigara 72 0,37%
Jardim N. Esperança 470 2,39% Boca Da Mata 71 0,36%
Águas Claras 407 2,07% Cajazeiras 67 0,34%
Valéria 402 2,04% Novo Horizonte 66 0,34%
Pernambués 393 2,00% Cabula Vi 64 0,33%
Plataforma 367 1,87% Dom Avelar 64 0,33%

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Bairro Quant. % Bairro Quant. %
Itacaranha 332 1,69% Jardim Armação 62 0,32%
Coutos 330 1,68% Marechal Rondon 60 0,31%
Liberdade 295 1,50% Barreias 58 0,29%
Pituaçu 293 1,49% Granjas R. Presidente Vargas 58 0,29%
Boca do Rio 281 1,43% Boa V.S Caetano 55 0,28%
São Caetano 242 1,23% Cabula 55 0,28%
Sete de Abril 237 1,21% Canabrava 55 0,28%
Stella Maris 227 1,15% Cajazeiras IV 54 0,27%
Alto Do Coqueirinho 224 1,14% Doron 53 0,27%
Pituba 214 1,09% Vila Canaria 53 0,27%
Fazenda Grande II 207 1,05% Iapi 51 0,26%
Santa Cruz 200 1,02% Jardim Cajazeiras 51 0,26%
Beiru/Tancredo Neves 199 1,01% Mont Serrat 51 0,26%
Cajazeiras VIII 193 0,98% Arenoso 50 0,25%
Moradas Da Lagoa 191 0,97% Palestina 45 0,23%
Curuzu 180 0,92% Pero Vaz 45 0,23%
São João Do Cabrito 177 0,90% Saboeiro 45 0,23%
São Tomé 166 0,84% Santa Monica 45 0,23%
São Marcos 164 0,83% Cajazeiras Ii 44 0,22%
Patamares 162 0,82% Engomadeira 44 0,22%
Castelo Branco 161 0,82% Bonfim 40 0,20%
Nova Constituinte 160 0,81% Vale dos Lagos 36 0,18%
Fazenda Grande I 157 0,80% Mangueira 29 0,15%
Alta Da Terezinha 154 0,78% Nordeste de Amaralina 28 0,14%
Sussuarana 151 0,77% Capelinha 26 0,13%
Fz Grande Do Retiro 148 0,75% C De Areia 23 0,12%
Nova Brasilia 147 0,75% Nova Esperanca 23 0,12%
Pau Da Lima 146 0,74% Jd Santo Inacio 22 0,11%
Praia Grande 146 0,74% Candeal 18 0,09%
Calçada 144 0,73% Boa Vista 17 0,09%
Fazenda Coutos 141 0,72% Eng V De Brotas 12 0,06%
Cajazeiras X 140 0,71% Mares 10 0,05%
Lobato 130 0,66% Resgate 10 0,05%
Cassange 118 0,60% V Ruy Barbosa/Jd. Cruzeiro 10 0,05%
Imbuí 117 0,59% Amaralina 9 0,05%
Fazenda Grande Iii 114 0,58% Arraial Do Retiro 9 0,05%
Trobogy 114 0,58% Federação 6 0,03%
Pirajá 110 0,56% Retiro 6 0,03%
Rio Sena 108 0,55% Lapinha 5 0,03%
Jaguaripe I 105 0,53% Roma 5 0,03%
São Rafael 101 0,51% Pau Miúdo 4 0,02%
Stiep 99 0,50% Santa Luzia 4 0,02%
Fazenda Grande Iv 94 0,48% Boa Viagem 3 0,02%

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Bairro Quant. % Bairro Quant. %
Mata Escura 94 0,48% Baixa de Quintas 3 0,02%
Novo Marotinho 94 0,48% Brotas 2 0,01%
Bom Juá 90 0,46% Cx. D’água 2 0,01%
Nova Sussuarana 90 0,46% Luiz Anselmo 2 0,01%
Saramandaia 90 0,46% Macaúbas 2 0,01%
Piatã 83 0,42% Porto S. Pirajá 2 0,01%
São Gonçalo 83 0,42% Barbalho 1 0,01%
Cajazeiras Xi 82 0,42% Cidade Nova 1 0,01%
Alto do Cabrito 80 0,41% Graça 1 0,01%
Uruguai 80 0,41% Santo Antônio 1 0,01%
TOTAL 17.473 TOTAL 2.191
TOTAL 19.664

Fonte: Embasa 2021.

Observa-se que os bairros São Cristóvão e Bairro da Paz, respondem cada um por mais de 9% do
total de ligações clandestinas identificadas pela Embasa em Salvador, em seguida aparecem os
bairros de Itapuã e Mussurunga, ambos com porcentagem significativa também, em torno de 5%.

As informações apresentadas anteriormente estão espacializadas na Figura 507, onde é possível


visualizar que os tons de azul mais escuros representam os locais com maior quantitativo de
ligações clandestinas, com destaque para a área abrangida pela Prefeitura Bairro Itapuã. No mapa
é possível observar também os bairros que estão inseridos em Zonas Especiais de Interesse Social
(ZEIS), correlacionando com a quantidade de ligações clandestinas mapeadas pela Embasa.

Segundo a Embasa, a empresa vem atuando com equipes de cadastro, colhendo dados dos
proprietários dos imóveis nestes locais, e possui contratos de cobrança específicos para suspender
o abastecimento dos imóveis que não regularizam o cadastro. Ressaltou a dificuldade em executar
estes serviços em áreas de vulnerabilidade social.

Acrescentou ainda que também é um problema o alto índice de ligações inativas, e a existência, em
sua grande maioria, em área de risco, o que impede a cobrança e consequentemente possuem
consumo descontrolado, contribuindo para a elevação do índice de perdas aparentes. Reforçou que
a falta de urbanização em regiões mais carentes do município também é um outro problema, já que
dificulta as obras de substituição e reforço de redes de distribuição.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

859
Figura 507 - Ligações clandestinas de água por bairro de Salvador

Fonte: Elaboração CSB Consórcio, 2021.

Sobre as ações estruturais para o controle de perdas, foi informado durante evento de apresentação
do diagnóstico pelo representante da Embasa, que está em execução o programa de substituição
de redes de distribuição antigas que tem reflexo tanto na melhoria do abastecimento, já que as

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

860
perdas de carga reduzem significativamente, além de reduzir as perdas físicas relacionadas ao
rompimento de tubulação. Mencionou trechos já executadas na região da Cidade Baixa, onde foi
destacada pelos representantes que a água não tinha pressão para atender imóvel com apenas um
pavimento.

No que diz respeito às perdas aparentes, foi citado pelo representante da UMB na audiência
realizada pela Câmara de Salvador no dia 28/10/21, que a Embasa vem adotando medidas como
envelopamento e proteção de rede distribuidora com finalidade de coibir ligações clandestinas de
água reincidentes, como trechos já executados na região de Stellla Maris, Praia do Flamengo e
Ipitanga, área de abrangência da PB Itapuã.

7.4. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NAS UNIDADES DO


SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O Quadro 174 apresenta as informações de destinação final dos resíduos produzidos nos SAA de
água que atendem a cidade de Salvador e suas respectivas Ilhas e o Quadro 175 a quantidade de
resíduos produzidos na ETA Principal e nas ETAs do Parque da Bolandeira. Salienta-se que o
detalhamento dessas informações está apresentado no Produto F1 – Diagnóstico de Resíduos
Sólidos.

Quadro 174 – Destinação final dos resíduos produzidos nos SAA que atendem o município
de Salvador
Sistema Resíduo Destinação Final
Terra limpa e areia residual Inerte - Classe IIB
Bota fora da construção civil (Classe II - A e B)
Expurgo de pavimento Aterro Metropolitano Centro
Restos de conexões
SIAA Entulho
SALVADOR EPI Logística Reversa
Embalagem de produtos químicos (baldes, sacos,
Logística Reversa
bags, bombonas, etc)
Pilhas e baterias
Restos de conexões metálicas e PVC Aterro sanitário e leilão
Roçagem Reutilização interna
PVC ASCOBA e COPERMARC
Entulho Reaproveitamento
ILHA DE Cola
Aterro Metropolitano Centro
MARÉ Cerra
(UMS) Embalagem de produtos químicos (baldes, sacos,
Logística Reversa
bags, bombonas, etc)
Pilhas e baterias SAEB
EPI Entregue a Contratada
Roçagem Reutilização interna
ILHA DE
PVC ASCOBA e COPERMARC
PARAMAN
Cola
A (UMS) Aterro Metropolitano Centro
Cerra

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861
Sistema Resíduo Destinação Final
Embalagem de produtos químicos (baldes, sacos,
Logística Reversa
bags, bombonas, etc)
Pilhas e baterias SAEB
Entulho Reaproveitamento
Aterro Sanitário da Hera Ambiental
EPI
em São Francisco do Conde
Roçagem Reutilização interna
PVC ASCOBA e COPERMARC
Cola
ILHA DE Aterro Metropolitano Centro
Cerra
PONTA DE
Embalagem de produtos químicos (baldes, sacos,
NOSSA Logística Reversa
bags, bombonas, etc)
SENHORA
(UMS) Pilhas e baterias SAEB
Entulho Reaproveitamento
Aterro Sanitário da Hera Ambiental
EPI
em São Francisco do Conde
Roçagem Reutilização interna
PVC ASCOBA e COPERMARC
Cola
Aterro Metropolitano Centro
ILHA DE Cerra
BOM Entulho Reaproveitamento
JESUS Aterro Sanitário da Hera Ambiental
EPI
DOS em São Francisco do Conde
PASSOS Embalagem de produtos químicos (baldes, sacos,
Logística Reversa
(UMS) bags, bombonas, etc)
Pilhas e baterias SAEB
Recipiente de Hipoclorito de Sódio-Bombona
Logística Reversa
Recipiente de Hipoclorito de Cálcio-Balde
Fonte: Embasa, 2021.

Quadro 175 – Tipo e quantidade de resíduos advindos da ETA Principal e das ETA do
Parque da Bolandeira
Resíduos Und. Quantidade
Resíduo da Cal ton/mês 6,00
Carvão ativado sacos/mês 720 ,00
BAG (Carvão ativado e Cal) de 500 kg. BAG/mês 810,00
Vasilhame de Permanganato (capacidade para 25kg) Baldes/mês 240,00
Descarte das amostras utilizadas para análises físico-químicas l/mês 25
Sachê de DPD (5 mg) und/mês 2.400,00
Frascos de reagentes químicos para análise (1 l) und/mês 30,00
Água das lavagens dos filtros e descargas dos decantadores m³/mês 225.000,00
Lodo gerado nas lavagens de filtros e descargas dos decantadores Ton/mês 9,5
Fonte: Embasa, 2021.

Em relação às águas de lavagem dos filtros e descargas de fundo dos decantadores das ETAS do
SIAA Salvador, não há estações de tratamento de lodo em nenhuma delas, e, portanto, não há a
geração de lodo desidratado nestas unidades.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

862
Na ETA Teodoro Sampaio 100% das águas de lavagem dos filtros e das descargas de fundo dos
decantadores são enviadas para o sistema de disposição oceânica (SDO) Jaguaribe, que compõe
o SES de Salvador, já na ETA Vieira de Melo uma parcela menor, cerca de 5% é descartada em
um córrego que passa dentro do Parque da Bolandeira, tendo como destino final o mar.

E os efluentes da descarga dos decantadores e da lavagem dos filtros da ETA Principal são
lançadas numa vertente do rio Joanes, no território do distrito de Menino Jesus, município de
Candeias, sem nenhum tipo de tratamento (Figura 508) e as de lavagem do filtro da ETA Suburbana
são lançadas em um riacho afluente do rio Ipitanga.

Figura 508 – Ponto de lançamento dos efluentes da ETA Principal

Fonte: SEMA Candeias, 2021.

Sobre o lançamento das efluentes da ETA principal de forma inadequada sem nenhum tipo de
tratamento, a Secretaria de Meio Ambiente de Candeias já notificou a Embasa, por meio dos atos
de infração nº 008/2019 e nº 012/2021. Além disso a Embasa também foi notificada por meio do ato
de infração nº 020/2021, em virtude do desenvolvimento de avançado processo erosivo do solo, em
virtude de rompimento da tubulação que transporta o efluente, causando risco de deslizamento e
instabilidade da encosta localizada na área de influência da ETA Principal.

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863
Segundo informações da Embasa (2020) encontra-se em fase de revisão de orçamento o projeto
da Estação de Tratamento do Lodo (ETL) previsto no PARMS. Esta será locada na área adjacente
às unidades da ETA que possui espaço suficiente. Também se encontra em andamento o estudo
para a ETL do Parque da Bolandeira.

7.5. OUTRAS SOLUÇÕES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

7.5.1. SOLUÇÕES ALTERNATIVAS

As soluções alternativas de abastecimento de água via de regra são compostas por poço ou fonte,
carro pipa, seguida ou não de tratamento. Para que essas soluções funcionem adequadamente
devem ser dimensionadas, construídas e operadas conforme preconizam as normas técnicas
vigentes.

De acordo com o número de unidades atendidas as soluções alternativas podem ser caracterizadas
como individuais ou coletivas. As soluções alternativas individuais atendem uma única unidade
(residencial, comercial e industrial) e as coletivas atendem um conjunto de unidades (residenciais,
comerciais e industriais).

De acordo com a Seção I, artigo 5° da Lei Estadual n° 11.172 de 01 de dezembro de 2008:

Não constitui serviço público a ação de saneamento executada por meio de


soluções individuais, desde que o usuário não dependa de terceiros para operar os
serviços, bem como as ações e serviços de saneamento básico de responsabilidade
privada, incluindo o manejo de resíduos de responsabilidade do gerador
(Bahia,2008).

Sendo assim as soluções alternativas individuais de abastecimento de água de Salvador são


executadas pelos particulares, sem nenhum acompanhamento técnico e operacional por parte da
Embasa ou da Prefeitura Municipal de Salvador. Porém a Prefeitura Municipal por meio da Vigilância
em Saúde Ambiental (VISAMB) realiza o acompanhamento da qualidade da água de algumas
dessas soluções utilizadas pela População.

Como já detalhado anteriormente no item 7.1.1, de acordo com o IBGE (2010), o município de
Salvador possuía 0,51% dos domicílios utilizando soluções individuais de abastecimento de água,
sendo a maior parte por poço ou nascente (0,41%), seguido de carro-pipa ou água de chuva (0,09%)
e rio, açude, lago ou igarapé (0,01%).

A Coordenadoria da Atenção Primária à Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde, por meio dos
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realiza o acompanhamento das famílias cadastradas e

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

864
possui o levantamento das formas de abastecimento de água utilizadas pelas famílias em cada um
dos distritos sanitários do município, que tem sua área de abrangência apresentada na Figura 509.

Figura 509 – Áreas de abrangência dos distritos Sanitários de Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2020.

Na Tabela 113 e na Tabela 114 apresenta-se a os valores absolutos e percentuais relativos à


população que utiliza cada forma de abastecimento de água em Salvador.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

865
Tabela 113 – População atendida por cada forma de abastecimento de água nos distritos sanitários (2020)
DS
DS DS Boca DS DS DS DS DS DS DS DS São DS Total
Tipo de Abastecimento de Água Pau da
Barra do Rio Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapagipe Itapuã Liberdade Caetano Subúrbio SSA
Lima
Carro Pipa 27 8 6 24 7 2 1 1 14 20 29 139
Cisterna 70 34 43 106 47 3 42 51 51 48 90 136 721
Outro 57 31 23 58 144 62 15 113 113 90 118 359 1183
Poço Nascente no Domicilio 25 28 6 46 18 1 5 28 28 32 108 325
Rede Encanada até o Domicílio 101467 48438 59492 134607 77315 5007 48320 71629 71629 47597 119242 174669 959412
TOTAL 101.646 48.539 59.570 134.841 77.531 5.075 48.382 71.822 71.822 47.749 119.502 175.301 961.780
Fonte: SMS, 2021.

Tabela 114 – Percentual da população atendida por cada forma de abastecimento de água nos distritos sanitários (2020)
DS DS
DS DS DS DS DS DS DS DS DS São DS Total
Tipo de Abastecimento de Água Boca Pau da
Barra Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapagipe Itapuã Liberdade Caetano Subúrbio SSA
do Rio Lima
Carro Pipa 0,03% 0,02% 0,01% 0,02% 0,01% 0,04% 0,00% 0,00% 0,00% 0,03% 0,02% 0,02% 0,01%
Cisterna 0,07% 0,07% 0,07% 0,08% 0,06% 0,06% 0,09% 0,07% 0,07% 0,10% 0,08% 0,08% 0,07%
Outro 0,06% 0,06% 0,04% 0,04% 0,19% 1,22% 0,03% 0,16% 0,16% 0,19% 0,10% 0,20% 0,12%
Poço Nascente No Domicilio 0,02% 0,06% 0,01% 0,03% 0,02% 0,02% 0,01% 0,04% 0,04% 0,00% 0,03% 0,06% 0,03%
Rede Encanada até o Domicilio 99,82% 99,79% 99,87% 99,83% 99,72% 98,66% 99,87% 99,73% 99,73% 99,68% 99,78% 99,64% 99,75%
TOTAL 100,00% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: SMS, 2021.

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866
Analisando as tabelas acima, observa-se que de acordo com as informações fornecidas, apenas
0,25% da população cadastrada utilizada soluções individuais de abastecimento de água, sendo
0,07% cisternas e 0,12% outra solução que não é identificada.

Ao se analisar os resultados por Distrito Sanitário, observa-se que o maior percentual de utilização
de soluções alternativas ocorre no distrito sanitário Centro (1,34%), sendo 1,22% adota outra
solução que não está entre as mencionadas, como pode ser visualizado na Figura 510.

Figura 510 – Soluções individuais utilizadas nos distritos sanitários de Salvador (2021)

1,60%

1,40%

1,20%

1,00%

0,80%

0,60%

0,40%

0,20%

0,00%

Carro pipa Cisterna Outro Poço ou nacente no domicílio

Fonte: SMS, 2021.

Além da forma de abastecimento de água das famílias cadastradas, a Secretaria Municipal de


Saúde também realiza o levantamento do tipo de tratamento adotado no domicílio para água
utilizada para beber, conforme informações apresentadas nas tabelas a seguir.

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867
Tabela 115 – Tipo de tratamento domiciliar adotado para água de beber pela população nos distritos sanitários (2020)
DS
DS DS Boca DS DS DS DS DS DS DS DS São DS Total
Pau da
Barra do Rio Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapagipe Itapuã Liberdade Caetano Subúrbio SSA
Tipo de Abastecimento de Água Lima
Cloração 11862 3061 2531 9872 3952 504 7662 3505 3505 3849 9010 25392 84705
Fervura 342 175 453 549 770 64 154 528 528 312 710 1075 5660
Filtração 83354 43473 49808 106525 66927 3931 35582 53040 53040 33981 90451 114175 734287
Mineral 1456 453 1017 3511 2145 143 799 2402 2402 2048 3814 5247 25437
Sem Tratamento 4632 1384 5763 14382 3736 433 4185 12359 12359 7559 15517 29376 111685
TOTAL 101.646 48.546 59.572 134.839 77.530 5.075 48.382 71.834 71.834 47.749 119.502 175.265 961.774
Fonte: SMS, 2021.

Tabela 116 – Percentual do tipo de tratamento domiciliar adotado para água de beber pela população nos distritos sanitários (2020)
DS
DS DS Boca DS DS DS DS DS DS DS DS São DS Total
Pau da
Barra do Rio Brotas Cabula Cajazeiras Centro Itapagipe Itapuã Liberdade Caetano Subúrbio SSA
Tipo de Abastecimento de Água Lima
Cloracao 11,67% 6,31% 4,25% 7,32% 5,10% 9,93% 15,84% 4,88% 4,88% 8,06% 7,54% 14,49% 8,81%
Fervura 0,34% 0,36% 0,76% 0,41% 0,99% 1,26% 0,32% 0,74% 0,74% 0,65% 0,59% 0,61% 0,59%
Filtracao 82,00% 89,55% 83,61% 79,00% 86,32% 77,46% 73,54% 73,84% 73,84% 71,17% 75,69% 65,14% 76,35%
Mineral 1,43% 0,93% 1,71% 2,60% 2,77% 2,82% 1,65% 3,34% 3,34% 4,29% 3,19% 2,99% 2,64%
Sem Tratamento 4,56% 2,85% 9,67% 10,67% 4,82% 8,53% 8,65% 17,20% 17,20% 15,83% 12,98% 16,76% 11,61%
TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Fonte: SMS, 2021.

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No gráfico da Figura 511 observa-se que a forma de tratamento domiciliar que predomina em todos
os distritos sanitários é a filtração, com destaque para o DS Boca do Rio em que 89% das pessoas
cadastradas adotam esse tipo de tratamento.

Figura 511 - Percentual do tipo de tratamento domiciliar adotado para água de beber pela
população nos distritos sanitários (2020)

120,00%

100,00%

80,00%

60,00%

40,00%

20,00%

0,00%

Cloração Fervura Filtração Mineral Sem Tratamento

Fonte: SMS, 2021.

Dos locais da parte continental do município de Salvador, que utiliza soluções alternativas, destaca-
se a Fazenda Cassange que ainda não possui cobertura adequada de rede pública pela Embasa,
em virtude de impasse de regularização fundiária das moradias instaladas em área com restrição
do ponto de vista ambiental.

Sendo assim, as famílias nessa situação são atendidas por meio de carro-pipa, com
armazenamento de água em reservatórios indivíduos ou coletivos (Figura 512), cujo serviço é
realizado pela Embasa. Em virtude disso, a Vigilância em Saúde Ambiental (VISAMB) do município
fornece hipoclorito de sódio para as famílias abastecidas por essa solução, afim de minimizar risco
a saúde.

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Figura 512 – (A) Reservatório comunitário e (B) reservatório individual em Fazenda
Cassange

A B

Fonte: Agersa, 2013.

Destaca-se na parte continental a existência de diversas fontes espalhadas pela cidade que são
muitas vezes utilizadas pela população em situação de rua e como solução emergencial em
determinados locais quando ocorre a intermitência prolongada no fornecimento de água em
decorrência de alguma intervenção no sistema.

Além disso, muitas dessas fontes têm uma importância histórica, cultural e religiosa para a
população soteropolitana. A seguir a descrição de algumas das fontes de água localizadas em
Salvador, com algum tipo de uso pela população:

✓ Fonte da Graça (Figura 513): localizada na Rua Almirante Japiaçu, s/n° - Graça, segundo
Santos (1978) apud Tourinho e Costa (2012), é uma das mais antigas (Tourinho e Costa,
2012).

Figura 513 – Fonte da Graça

Fonte: Tourinho, 2008 apud Tourinho e Costa, 2012.

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✓ Fonte de Santa Luzia (Figura 514): está localizada na igreja de Santa Luzia, na rua do Pilar,
55B, Comércio. Guarda a tradição de que suas águas são milagrosas para a cura das
enfermidades dos olhos. Está localizada no interior da igreja e sua vazão anual é perene.
Na data de comemoração à santa, 13 de dezembro, há grande manifestação religiosa. A
busca por suas águas é constante. Devido à crença, o uso é exclusivo para lavar os olhos
ou beber. Apresenta três bicas de saída de água e a fachada é trabalhada em pedras
(Tourinho e Costa, 2012).

Figura 514 – Fonte Santa Luzia

Fonte: G1 Bahia, 2017.

✓ Fonte das Pedreiras (Figura 515): está localizada na rua Osório Vilas Boas, s/n°, Cidade
Nova, a concentração populacional em seu entorno é alta, é usada com frequência pela
comunidade local, para usos como lavagem de roupas, carros, banhos e para uso
doméstico. A água flui das pedras por duas bicas, as crianças a utilizam como lazer
(Tourinho e Costa, 2012).

Figura 515 – Fonte das Pedreiras

Fonte: Tourinho, 2013.

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✓ Fonte do Gueto (Figura 516): está situada na Rua 18 de Março, s/n°, Praça da Bica, no
Gueto. Apresenta em seu entorno elevada concentração populacional e muitas edificações.
A sua decoração desenho artístico em azulelos, se insere no contexto do Gueto. Ela tem
importância social relevante para a comunidade local, sendo utiliza para banho, limpeza de
casa, lavagem de carros, para beber e ambiente de lazer de crianças. É elevada a vazão
anual, apresentando bacia de recolhimento de pequena dimensão.

Figura 516 – Fonte do Gueto

Fonte: Tourinho, 2013.


✓ Fonte do Queimado (Figura 529): está localizada na rua do Queimado, s/n°, Largo do
Queimado, foi tombada pelo Decreto Estadual n° 30.483/84 e, o conjunto arquitetônico onde
ela se situa, foi tombado pelo Iphan em 14/02/1997. É usada para banhos, lavagem de carros
e por usuários de drogas.

Figura 517 – Fonte do Queimado

Fonte: Google Earth, 2019; Tourinho, 2013.

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✓ Fonte da Estica (Figura 518): está situada na rua Coronel Tupy Caldas. s/n°, no bairro da
Liberdade, um dos bairros mais populoso de Salvador. A estrutura é moderna com
revestimento e escadas para acesso a bica. O local é frequentado por lavadores de carros,
crianças e moradores local (Tourinho, 2013).

Figura 518 – Fonte da Estica

Fonte: Tourinho, 2013.

✓ Fonte Gravatá (Figura 519): localiza-se no centro comercial de Salvador, entre a Av. Joana
Angélica e à Baixa dos Sapateiros, na rua do Gravatá, s/n°- Nazaré, local com concentração
de usuários de drogas e pessoas em situação de rua (Tourinho, 2013).

Figura 519 – Vista da entrada da Fonte Gravatá

Fonte: Google Earth, 2019.

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873
✓ Fonte da Preguiça (Figura 520): é provavelmente é uma das fontes mais antigas da cidade,
está localizada à margem da Avenida do Contorno, no bairro da Preguiça, no sopé da falha
geológica e próxima de outras fontes. É usada para tomar banhos, lavar roupas, lavar carros
e consumo humano. Os principais usuários são os moradores em situação de rua e a
comunidade próxima em episódios de falta de água (Tourinho, 2013).

Figura 520 – Fonte da Preguiça

Fonte: Google Earth, 2019.


✓ Fonte Unhão (Figura 521): localiza-se na Avenida Contorno, s/n°, no Complexo do Solar do
Unhão, um dos cartões postais da cidade. No local tem segurança e limpeza diária, não
há uso de suas águas.

Figura 521 – Fonte da Unhão

Fonte: Tourinho, 2013.

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874
✓ Fonte Santo Antônio (Figura 522): surgiu com a construção da Av. Luís Eduardo
Magalhães. Comumente observam-se transeuntes da referida avenida bebendo sua água
ou pessoas circulando com garrafões cheios. A água brota nas rochas e apresenta três
saídas de água.

Figura 522 – Fonte Santo Antônio

Fonte: Ipatrimônio, sd.

✓ Fonte do Dique do Tororó (Figura 523): foi tombada pelo Decreto nº 28.398/81, de acordo
com a Lei nº 3.660/78 e com o Decreto nº 26.319/78 (BAHIA, 1983). O sítio é tombado pelo
Iphan (GP-1) BAHIA (1997). Fonte estilo cacimba, composta por dois poços verticais de
tijolos geminados, executados em alvenaria de pedra. Está localizada na Av. Presidente
Costa e Silva, s/n°, na Praça Mário Brasil, no Dique do Tororó (Tourinho e Costa, 2012).

Figura 523 – Fonte Dique do Tororó

Fonte: Ipatrimônio, sd.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

875
✓ Fonte do Chega Nego (Figura 524): localizada na Av. Oceânica, s/nº, Ondina, em frente à
praia da Onda, está situada no sopé do morro em cujo alto está localizada a fonte do Chapéu
de Couro. Apresenta pequeno porte e bacia de recolhimento em dimensão pequena. Não
existem edificações próximas (Tourinho e Costa, 2012).

Figura 524 – Fonte do Chega Nego

Fonte: Google Earth, 2021.

✓ Fonte da Pedra Furada: localizada na Av. Constelação, s/n°, Monte Serrat, é usada por
moradores da circunvizinhança. A água é coletada por baldes, que são elevados até a
superfície por cordas, e seu uso é basicamente para lavagem de roupas, banhos e limpeza
de casa (Tourinho e Costa, 2012).

✓ Fonte Vista Alegre de Baixo: está localizada na rua Topázio, s/n°, Vista Alegre de Baixo.
No local há poucas edificações e presença de muita vegetação. A comunidade a utiliza,
principalmente, para beber, sendo muito comum encontrar moradores com vasilhames
plásticos de 2 litros ou garrafões de 20 litros para suprir o abastecimento residencial
(Tourinho e Costa, 2012).

Na parte insular do município, em todas as três Ilhas (Bom Jesus dos Passos, Ilha dos Frades e
Ilha de Maré), também existem fontes. Apesar de existir rede pública com prestação do serviço pela
Embasa, em visita técnica foi observado a utilização dessas fontes como solução alternativa coletiva
e/ou individual para usos menos nobres, como lavagem de casas, irrigação de jardins etc.

Acredita-se que essas soluções são adotadas em virtude da intermitência do abastecimento, visto
que nessas três ilhas o abastecimento das localidades ocorre por manobras, e também como uma

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

876
forma de reduzir o consumo e consequentemente o valor a ser pago na tarifa da Embasa. A seguir
constam alguns registros fotográficos dessas soluções alternativas nas três Ilhas de Salvador
observadas durante a visita técnica realizada em dezembro/2020.

Figura 525 – Fontes utilizadas como solução alternativa em Ilha dos Frades – Localidade
Paramana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

877
Figura 526 – Fonte coletiva utilizada como solução alternativa em Bom Jesus dos Passos

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 527 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - Praia Grande

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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878
Figura 528 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - localidade Itamoabo

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 529 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - localidade de
Santana: Rua da Paz

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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879
Figura 530 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré – localidade Santana

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

Figura 531 – Fonte utilizada como solução alternativa em Ilha de Maré - localidade Santana:
Av. Malhada (particular)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.

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880
Figura 532 – Fonte em Ilha de Maré - localidade Santana: Av. Malhada (desativada)

Fonte: CSB Consórcio, 2020.


Cabe salientar que dessas localidades onde foi registrada a presença de fontes como solução
alternativa, apenas em Bom dos Passos existe um Sistema de Esgotamento Sanitário (SES), e em
Paramana está em fase de implantação das ligações das residências a rede coletora implantada
recentemente. Nas demais o esgoto escoa a céu aberto ou é destinado a fossas negras, construídas
sem os critérios técnicos, representando, portanto, um risco de contaminação da água dessas
fontes por coliformes fecais, não sendo jamais recomendada a utilização dessa água para consumo
humano.

7.3.3.4. Monitoramento da Qualidade da Qualidade da Água

A vigilância sanitária e ambiental do município (VISAMB) de Salvador realiza o monitoramento da


qualidade da água tanto da rede de distribuição da Embasa, conforme já apresentado no item
7.3.3.2, quanto das soluções alternativas coletivas (SAC) e soluções alternativas individuais (SAI).
A Figura 533 apresenta a espacialização das soluções alternativas (SAC e SAI) mapeadas e as que
são monitoradas pela VISAMB.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

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Figura 533 – Pontos de Monitoramento da VISAMB das soluções alternativas

Fonte: CSB Consórcio, 2021.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

882
Observa-se que todas as soluções alternativas individuais (SAI) monitoradas estão localizadas no
território da Prefeitura – Bairro Itapuã, e a maioria das soluções alternativas coletivas monitoradas
estão no território da Prefeitura – Bairro Centro/Brotas. Em relação as fontes não monitoradas,
observa-se que se concentram no território da Prefeitura – Bairro Centro/Brotas e nas Ilhas.

As ações da Vigilância em Saúde Ambiental de Salvador (Visamb) se iniciaram no ano de 2005,


vinculadas à Vigilância Sanitária, através da implantação do Programa VIGIAGUA, com suas ações
sendo desenvolvidas pelos técnicos da vigilância sanitária.

Dentre as atribuições do Programa VIGIAGUA, cabe mencionar o monitoramento da utilização das


fontes de abastecimento alternativas pela população da cidade de Salvador. Por ser uma cidade
com aquífero abundante, é comum o abastecimento por poços artesianos, principalmente, nas
áreas periféricas da cidade. Além disso, sabe-se que durante as crises de abastecimento de água,
a população recorre às fontes públicas, que no passado abasteciam a cidade (SMS, 2020).

A Portaria de Consolidação nº 888/2021 do Ministério da Saúde, considera soluções alternativas de


abastecimento de água para consumo humano:

• Individual: Modalidade de abastecimento de água para consumo humano que atenda a


domicílios residenciais com uma única família, incluindo seus agregados familiares;
• Coletiva: modalidade de abastecimento coletivo destinada a fornecer água potável, sem
rede de distribuição.

As fontes existentes no município foram mapeadas em um trabalho realizado em 2010, durante os


estudos que culminaram na publicação do livro O Caminho das Águas em Salvador. No Produto
E1A – Caracterização Geral e Bases para Cadastro, consta essas fontes mapeadas por tipo, se
situadas em espaços públicos e privados, como também em espaços religiosos de origem africana,
por bairro e por coordendas geográficas para localização. Ao final, foram catalogadas 41 fontes,
sendo que, destas, corre água em 36. As 5 restantes foram incluídas devido ao seu grande valor
histórico (SANTOS et al., 2010).

Os Quadro 176 e Quadro 177 apresentam as Soluções Alternativas Individuais (SAI) e Soluções
Alternativas Coletivas (SAC), respectivamente, registradas e monitoradas pela Vigilância em Saúde
Ambiental de Salvador destinadas ao consumo humano.

Quadro 176 – Soluções Alternativas Individuais de Salvador para abastecimento


População
Tipo(s) de
abastecida
Nome Endereço manancial(is) Tratamento
estimada no
utilizado(s)
município
SAI da Cristiane Estrada do Raposo, Nº 31 Sim 9 (0,00%)

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

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População
Tipo(s) de
abastecida
Nome Endereço manancial(is) Tratamento
estimada no
utilizado(s)
município
SAI da Patrícia Rua Aliança, S/Nº Não 25 (0,00%)
SAI da Renata Rua Pedra Azul, Nº 55 Não 3 (0,00%)
SAI da Rua Alto do Girassol, Nº
Não 16 (0,00%)
Rosemeire 19
Rua das Neves - Pedreira
SAI do Adriano Sim 56 (0,00%)
Cassange
SAI do Bar do Avenida Fidalgo, Nº 09 Subterrâneo/
Poço Freático Não 31 (0,00%)
Bob (Rua Da Horta)
SAI do Claudio Travessa Barbosa, Nº 21 Raso Sim 62 (0,00%)
SAI do Jose Travessa do Raposo, Uf
Não 47 (0,00%)
Luiz 29
SAI do Sitio
Avenida Fidalgo, Nº 23 Não 6 (0,00%)
Deus é Fiel
SAI do Sitio do
Rua do Fidalgo, Nº 101 Não 9 (0,00%)
Velho da Paz
Fonte: SMS, 2021.

Quadro 177 – Soluções Alternativas Coletivas de Salvador para abastecimento


População
Tipo(s) de
abastecida
Nome Endereço manancial(is) Tratamento
estimada no
utilizado(s)
município
Fonte Banheiro dos Colégio dos Órfãos de São Joaquim,
Subterrâneo Não 0
Jesuítas Avenida Jequitaia, Calçada.
Av Beira Mar- Ilha de Bom Jesus dos
Fonte da Beira Mar Subterrâneo - -
Passos
Fonte da Bica Avenida Vasco da Gama Subterrâneo Não 0
Fonte da Preguiça Avenida Contorno – Comércio Subterrâneo Não 0
Fonte da Rua do Rua do Fogo S/N - Ilha de Bom Jesus
Subterrâneo - -
Fogo dos Passos
Fonte das Pedras 1 Ladeira da Fonte das Pedras, Nazaré. Subterrâneo Não 0
Fonte das Pedras 2 Ladeira da Fonte das Pedras Subterrâneo Não 0
Fonte de Beber Rua da Fonte – Ilha dos Frades Subterrâneo - -
Fonte de Dona
Rua da Fonte, S/N Subterrâneo Não 310
Ligia
Fonte de Santa
Praça do Pilar, Nº 55B Subterrâneo Não 0
Luzia
Fonte de Santo
Rua Vital Rego Subterrâneo Não 0
Antônio
Rua Gustavo de Andrade, Ladeira da
Fonte de São
Fonte (em frente a Concha Acústica Subterrâneo Não 0
Pedro
do TCA)
Fonte do Cajá Praia Grande - Ilha de Maré - Salvador Subterrâneo - -
Fonte do Dique do Vale do Tororó (ramificação com o
Subterrâneo Não 0
Tororó Vale dos Barris–Sucop).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

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População
Tipo(s) de
abastecida
Nome Endereço manancial(is) Tratamento
estimada no
utilizado(s)
município
Rua Coronel Tupy Caldas, Liberdade.
Fonte do Estica Subterrâneo Não 0
(ref: bairro Guarani)
(Esquina das ruas do Gravatá e
Fonte do Gravatá Subterrâneo Não 0
Independência) – Centro.
Sopé da Ladeira da Montanha –
Fonte do Pereira Subterrâneo Não 0
Comércio.
Fonte do Queimado Largo do Queimado – Queimadinho. Subterrâneo Não 0
Horta de Valeria Rua do Penacho Subterrâneo Não 0
SAC Dona Merita Rua da Fonte, S/N Subterrâneo Não 93

Fonte: SMS, 2021.

Após implantação do Sistema de Abastecimento de Água, as fontes foram aos poucos perdendo
importância como meio de abastecimento, sendo progressivamente abandonadas. Com o passar
do tempo, essa situação foi se agravando até o atual estado de degradação urbano e ambiental
(CIAGS/UFBA e SEMA, 2010). No entanto, mesmo a despeito dessa situação, muitas dessas fontes
ainda são utilizadas pela vizinhança para lavagem de carros, lavagem de roupas, banho e para
lazer das crianças da redondeza, conforme levantado por CIAGS/UFBA e SEMA (2010).

Os Quadro 179 e Quadro 180 apresentam os dados das análises nas campanhas realizadas para
monitoramento dos SAIs e SACs, respectivamente.

Os resultados das campanhas foram confrontados com o disposto na Portaria de Consolidação nº


05/2017 que define os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade. Ela determina que sejam respeitados os valores
apresentados no Quadro 178 para a água ser considerada própria para consumo humano.

Quadro 178 – Valor Máximo Permitido pela Portaria de Consolidação nº 05/2017


Parâmetro Valor Máximo Permitido (VMP) Unidade
Turbidez 5,0 ¹ uT
Cor aparente 15 uH
Potencial Hidrogeniônico 6,0 a 9,5 ² pH
Escherichia coli Ausente UFC/100mL
Coliformes Totais ³ Ausente UFC/100mL
¹ Salvo para as águas subterrâneas com desinfecção que podem exceder 5% do VMP;
² Faixa recomendada no sistema de distribuição;
³ Analise exigida nas águas tratadas, sendo permitido uma amostra das examinadas no mês com resultado
positivo.
Fonte: Ministério da Saúde / Portaria de Consolidação nº 05, 2017.

A turbidez está relacionada a presença de matéria, inorgânica ou orgânica, em suspensão na água.


A presença dessas partículas altera a capacidade de dispersão e absorção da luz, dando a água

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

885
uma aparência nebulosa, esteticamente indesejável e potencialmente perigosa (SCURACCHIO,
2010 apud RICHTTER E AZEVEDO NETTO, 2002).

O pH significa potencial hidrogeniônico e determina a condição ácida ou alcalina da água, o


Ministério da Saúde recomenda que o pH seja mantido próximo do neutro ou levemente básico. A
acidez exagerada pode ser um indicativo de contaminações, enquanto o excesso de solubilização
de sais também pode tornar a água imprópria para consumo devido à elevada dureza
(SCURACCHIO, 2010 apud BAIRD, 2004).

A cor é uma característica física da água associada ao grau de redução de intensidade que a luz
sofre ao atravessá-la, devido a existência de substâncias dissolvidas – orgânicas e inorgânicas.
Durante a análise, podem ser determinadas tanto a cor aparente quanto a verdadeira. A cor
aparente, realizada nos Sistemas Alternativos, diz respeito a cor presente na amostra de água,
incrementada pela turbidez, sem passar pelo processo de filtração (PIVELI, R. P., 2005).

Dessa forma, foram marcados de vermelho todas os parâmetros que fugiram ao padrão
determinado pela legislação vigente e verde todos os parâmetros que estiveram de acordo com o
disposto na Portaria supracitada.

Quadro 179 – Monitoramento da Qualidade da Água dos SAIs (2019)


Nome Data Da Coleta Coliformes Totais E. Coli Turbidez (Ut) Cor (Uh) Ph
SAI da Cristiane 27/06/2019 Presente Ausente 0,44 3,40 5,23
SAI da Patrícia 27/06/2019 Presente Presente 0,65 5,30 5,21
SAI da Renata 05/02/2019 Presente Ausente 0,22 11,60 5,38
SAI da Rosemeire 27/06/2019 Presente Presente 0,02 1,80 5,55
SAI do Adriano 05/02/2019 Presente Ausente 1,34 13,80 6,12
SAI do Bar do Bob 05/02/2019 Presente Ausente 3,96 30,10 6,14
SAI do Claudio 27/06/2019 Presente Ausente 0,02 2,30 5,25
SAI do Jose Luiz 27/06/2019 Presente Presente 0,85 2,70 5,32
SAI do Sitio Deus é
05/02/2019 Presente Presente 0,02 11,40 6,41
Fiel
SAI do Sitio do
05/02/2019 Presente Ausente 2,10 10,90 6,60
Velho da Paz
Fonte: SMS, 2021.

Embora todos os SAIs tenham constatado a presença de Coliformes Totais esses não são úteis
como indicadores de contaminação fecal, mas sua presença pode ser utilizada para revelar a
eficiência do tratamento e a limpeza e integridade dos sistemas (SILVA et al, 2019). Em
contrapartida a Escherichia Coli está entre os principais gêneros representantes do grupo coliformes
e sua presença atua como importante indicador microbiológico de contaminação fecal recente no

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

886
meio ambiente (ROVERI e MUNIZ, 2016) de animais endotérmicos, além de indicar um alto
potencial da presença de organismos patogênicos (SILVA et al, 2019).

A análise da qualidade da água das fontes que compõe os SACs se justifica em decorrência do seu
uso, ainda que secundário, nos bairros ocupados pela população das menores faixas de renda,
sobretudo em períodos de intermitência do abastecimento pela rede pública de distribuição
(CIAGS/UFBA e SEMA, 2010).

Quadro 180 – Monitoramento da Qualidade da Água dos SACs (2020)


Data da Coliforme
Nome E. Coli Turbidez (Ut) Cor (Uh) pH
Coleta s Totais
Fonte Banheiro dos
18/03/2020 Presente Presente 0,3 Não realizada 7,04
Jesuítas
12/11/2019 Presente Presente 0,33 12,3 6,79
Fonte da Beira Mar
06/10/2020 Presente Presente 0,02 Não realizada 7,35
20/03/2019 Presente Ausente 0,02 0,8 6,68
Fonte da Bica
10/03/2020 Presente Ausente 0 0 6,65
12/03/2019 Presente Presente 0,02 0 6,72
Fonte da Preguiça
18/03/2020 Presente Presente 0,8 Não realizada 6,98
Fonte da Rua do 13/11/2019 Presente Presente 0,02 5,8 7,01
Fogo 06/10/2020 Presente Presente 0,02 Não realizada 7,14
12/03/2019 Presente Presente 3,34 9 6,74
Fonte das Pedras 1 Não
02/04/2019 Presente Ausente Não realizada Não realizada
realizada
Fonte das Pedras 2 12/03/2020 Presente Ausente 0,08 Não realizada 5,7
12/11/2019 Presente Presente 0,02 0 7,13
Fonte de Beber
06/10/2020 Presente Presente 0,02 Não realizada 6,18
12/11/2019 Presente Ausente 0,02 0,3 6,29
Fonte de Dona Ligia
06/10/2020 Ausente Ausente 0,02 Não realizada 5,26
Fonte de Santa
04/04/2019 Presente Presente 0,02 1,5 6,95
Luzia
Fonte de Santo
13/02/2019 Presente Presente 31,3 130,8 7
Antônio
20/03/2019 Presente Presente 0,02 0,2 6,47
Fonte de São Pedro
09/03/2020 Presente Presente 0,92 0,4 6,53
Fonte do Cajá 24/09/2019 Presente Presente 0,54 2,9 7,19
Fonte do Dique do
12/03/2020 Presente Presente 0,37 Não realizada 5,63
Tororó
18/02/2019 Presente Não realizada 0,02 0 6,19
Fonte do Estica 25/03/2019 Presente Presente 0,02 0 6,12
06/08/2019 Presente Presente 0,66 Não realizada 6,39
12/03/2019 Presente Presente 3,93 4 6,85
Fonte do Gravatá
09/03/2020 Presente Presente 0,35 2,6 7,01
Fonte do Pereira 11/04/2019 Presente Presente 0,02 3,1 6,95
Fonte do Queimado 18/02/2019 Presente Presente 0,02 10,5 6,33

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Data da Coliforme
Nome E. Coli Turbidez (Ut) Cor (Uh) pH
Coleta s Totais
25/03/2019 Presente Presente 0,02 0 6,22
06/08/2019 Presente Presente 0,02 0 6,59
Horta De Valeria 05/02/2019 Presente Presente 0,12 10,4 4,36
12/11/2019 Presente Ausente 5,24 1,2 6,48
SAC Dona Merita
06/10/2020 Ausente Ausente 0,02 Não realizada 5,34
Fonte: SMS, 2021.

Conforme os resultados apresentados nenhuma das fontes pode ser usada para consumo
humano, sem antes passar por tratamento. Ainda assim, a CIAGS/Ufba e Sema (2010) relata que
muitas das fontes são utilizadas pelos moradores do entorno para abastecimento residencial
quando há falta de água encanada, como a Fonte da Bica, da Preguiça, das Pedras e do Gravatá.

Destaca-se ainda, a importância religiosa da Fonte de Santa Luzia que guarda a tradição de que
suas águas são milagrosas para cura de enfermidades dos olhos. Devido à crença, o uso da água
de Santa Luzia é exclusivo para lavar os olhos ou para beber, visando à cura milagrosa.

7.5.2. SOLUÇÕES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA FORA DO DOMICILIO

Conforme já abordado no item 3.1.4.1, em 2010 a Assembleia Geral da ONU instituiu a Resolução
64/292, reconhecendo que o direito à água potável é um direito humano essencial para o pleno
gozo da vida e da humanidade. Isso significa afirmar que é:

“O direito de todos de dispor de água suficiente, segura, aceitável, acessível e acessível para
uso pessoal e doméstico. É necessário um suprimento adequado de água potável para evitar
a morte por desidratação, reduzir o risco de doenças relacionadas à água e atender às
necessidades de consumo e culinária e às necessidades de higiene pessoal e doméstica (UN,
2002, p. 1 apud Moraes e Borja, 2020)”.
Porém, sabe-se que esse direito ainda é privado a muitas pessoas, no caso especifico dos
domicílios de Salvador, esse direito é garantido, com ressalvas de necessidade de melhorias em
áreas específicas que tem problemas de intermitência no fornecimento de água, conforme foi
descrito o item 7.3.4.

Para além do domicilio existe a necessidade de garantir esse direito para a população em situação
de rua, que integra os grupos mais vulneráveis e marginalizados, além da população que tem o seu
sustento atrelado ao trabalho como vendedor ambulante nas ruas e praias da cidade, entre outros.
Logo, observa-se que é essencial garantir o acesso a sanitários públicos para satisfazer as
necessidades básicas desta população, garantindo o acesso à água potável para limpeza e lavagem
das mãos, utilização de vasos sanitários e chuveiros, que consistem em medidas de extrema
importância para a prevenção de doenças e promoção da saúde.

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No município de Salvador não foram obtidos dados relativos à existência de sanitários públicos para
o atendimento dessa população, que por vezes é invisibilizada e excluída das políticas públicas de
inclusão social, mas de forma geral observa-se que os mesmos não existem em quantidade
suficiente.

Nas praias de Salvador, que também são locais de grande circulação de pessoas, como vendedores
ambulantes, turistas e soteropolitanos, que as utilizam como lazer, não é observada a presença de
sanitários públicos. Apenas em algumas praias existem sanitários químicos em situação precária,
sendo utilizados apenas em situações de extrema necessidade.

Com isso, fica evidente a necessidade do PMSBI de Salvador nas suas próximas etapas contemplar
o planejamento de soluções adequadas de abastecimento de água potável que extrapola a escala
domiciliar, afim de atender aos critérios normativos dos direitos humanos (Quadro 181).

Quadro 181 - Critérios do direito humano à água e ao esgotamento sanitário


Critérios Definição
O fornecimento de água deve ser contínuo, com quantidade suficiente para os usos
Disponibilidade pessoais e domésticos (beber e cozinhar, lavar roupa, disposição dos dejetos e
higiene pessoal e doméstica).
A água deve ser adequada para consumo e outros usos, não devendo se constituir
em uma ameaça à saúde pública. O esgotamento sanitário deve ser seguro do ponto
Qualidade
de vista higiênico e técnico. Para a higiene, é essencial ter acesso à água para a
limpeza e a lavagem das mãos
As instalações e serviços de água devem estar disponíveis para uso, ao alcance de
toda a população. O abastecimento deve ser suficiente, seguro, aceitável e acessível
nas proximidades dos domicílios, escolas, centros de saúde e outras instituições e
Acessibilidade
lugares públicos. A segurança física, especialmente das mulheres e crianças, deve
física
ser assegurada durante o acesso aos serviços. Os serviços e instalações devem ser
apropriados à cultura local e devem respeitar as necessidades de gênero, ciclo de
vida e privacidade
Serviços e instalações de água devem estar ao alcance de todos, com custos e
Acessibilidade
encargos diretos e indiretos acessíveis, sem comprometer o exercício de outros
econômica
direitos humanos.
Fonte: United Nations (2002), apud Moraes e Borja, 2020.

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8. CAPACIDADE E ADEQUAÇÃO DA INFRAESTRUTURA EXISTENTE EM
RELAÇÃO ÀS DIRETRIZES DOS PLANOS PERTINENTES

8.1. PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador, instituído pela Lei Municipal nº
9.069, de 30 de junho de 2016, apresenta em seu artigo 11, como um dos objetivos da Política
Urbana, elevar a qualidade de vida da população soteropolitana, por meio de diversas políticas
públicas, dentre as quais o saneamento básico, a fim de promover a inclusão social, a redução
das desigualdades socioespaciais e a superação dos fatores de vulnerabilidade social e territorial
que afetam particularmente a maioria negra de Salvador, distribuída nas diferentes regiões da
Cidade.

Para tanto é necessário a expansão das iniciativas de universalização do saneamento básico para
atendimento de todas as áreas do Município, principalmente aquelas menos aparelhadas e com
níveis elevados de exclusão e segregação social; conforme disposto no art. 12 como uma das
diretrizes da Política Urbana no Munícipio de Salvador.

Ainda sobre as diretrizes da Política Urbana, destaca-se o inciso:

XIII - conservação dos recursos naturais, em especial dos mananciais hídricos superficiais e
subterrâneos de abastecimento de água, e dos remanescentes dos ecossistemas originais
do território municipal, com a viabilização de sua coexistência no espaço da cidade como
elementos de conforto ambiental, desenvolvimento econômico e qualificação urbanística;

Cabe destacar que essa Política Urbana possui um Capitulo (Capitulo II) especifico dedicado ao
Saneamento Básico, onde no Art. 89. fica definido que a Política Municipal de Saneamento Básico
contempla os princípios de universalidade, equidade, integralidade, intersetorialidade, qualidade do
serviço, sustentabilidade, transparência das ações, utilização de tecnologias apropriadas, adoção
de medidas de fomento à moderação do consumo de água e gestão pública, assegurando a
participação e o controle social na sua formulação, implementação, acompanhamento e avaliação.

No tocante ao abastecimento de água o Art. 92 destaca que o Município é o titular e o gestor da


política de abastecimento de água, devendo garantir a qualidade, a regularidade, continuidade,
eficiência, segurança e modicidade de preços na prestação de serviço, de acordo com as
necessidades dos usuários. Para tanto, define no Art. 93 as seguintes diretrizes para a prestação
do serviço público de abastecimento:

I - fornecimento de informações e bases cadastrais atualizadas sobre os


serviços, equipamentos e infraestrutura;
II - garantia de atendimento efetivo do sistema de abastecimento de água a

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

890
todos os estratos sociais da população, com metas de universalização e serviço de qualidade;
III - estímulo ao desenvolvimento e aperfeiçoamento e métodos
economizadores de água;
IV - incentivo à adoção de equipamentos hidrossanitários que contribuam
para a redução do consumo de água;
V - promoção da educação ambiental voltada para a economia de água
pelos usuários;
VI - definição de mecanismos de monitoração e avaliação sistemática da
qualidade do serviço público de abastecimento de água pelo Executivo Municipal;
VII - controle de perdas de água e medidas de racionalização e eficiência
energética no sistema de abastecimento de água, com estabelecimento de metas;
VIII - divulgação periódica, pela empresa delegatária ou concessionária, dos
dados e indicadores referentes ao sistema de abastecimento de água no Município,
democratizando o acesso à informação e possibilitando o controle social sobre a qualidade
do serviço prestado;
IX - desenvolvimento de modelos e regras operativas das estruturas hidráulicas, considerando
o uso múltiplo das águas no Município.
Nesse contexto, é bastante oportuno citar a publicação do ano de 2019 da Editora da UFBA
(EDUFBA) intitulada: Salvador e os Descaminhos do PDDU de Salvador: construindo novos
Caminhos, que traz o Capítulo 7 - Águas urbanas e saneamento básico no PDDU 2016: da letra da
Lei à necessidade de efetiva implementação, escrito por uma autoridade das mais respeitadas no
campo da Saúde Ambiental professor Dr. Luiz Roberto Santos Moraes.

No que concerne ao abastecimento de água, essa publicação cita estudos que indicam que, embora
a cobertura da rede de distribuição de água, segundo dados oficiais, atinja cerca de 98,5% da
população do município, existe um comprometimento da qualidade da água distribuída pela
Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa); o fornecimento de água é intermitente em
alguns bairros e a desigualdade no acesso ao serviço é uma realidade, principalmente, na periferia
da cidade.

No presente trabalho, foi constatado que a cobertura do abastecimento de água por rede geral é
próxima da universalização, conforme item 7.1 corroborando com o estudo da EDUFBA, porém
como sinalizado pela população e atores sociais estratégicos nos eventos participativos, a
intermitência no fornecimento de água é uma realidade sobretudo nas áreas mais periféricas da
cidade, como as inseridas no território das Prefeituras Bairro Subúrbio/Ilhas e Cidade Baixa. Cabe
reforçar que as três Ilhas de Salvador são atendidas por meio de manobras, sendo bastante
enfatizado pelas representações os problemas da intermitência no fornecimento de água, que em
algumas localidades dura até dias, de acordo relatos.

Conforme foi visto no decorrer desse documento nem todas os locais são atendidos por
reservatório, sendo alguns diretamente por derivação de adutora e/ou subadutora, o que fragiliza a
operação visto que numa situação de necessidade de intervenção para realização de manutenção
e reparos, o abastecimento será interrompido, e aliado a isso se a residência não possuir um

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

891
reservatório domiciliar com volume suficiente para atender as demandas dos moradores por um
determinado período, recomendável 24 hrs, a situação da intermitência se tornará ainda mais
evidente. Além disso, ainda temos situações dos volumes de reservação não atender ao
recomendado, conforme foi constado nos estudos realizados no âmbito do PARMS. Dessa forma,
certamente nos horários de maior demanda pode ocorrer dificuldade para atender determinadas
áreas.

Em relação a qualidade da água distribuída foi sinalizado problemas pela população e pelos atores
sociais estratégicos durante os eventos das prefeituras bairro Subúrbio/Ilhas, Itapuã, Cidade Baixa,
Barra/Pituba. Os problemas perceptíveis pela população normalmente são alteração de cor e sabor,
mesmo que as causas associadas não representem risco a saúde, em contraponto de outros que
representam risco a saúde e muitas vezes não são perceptíveis.

A partir da análise dos dados de qualidade da água na rede de distribuição, referente os anos de
2019 e 2020, fornecidos pela Embasa (item 7.3.3.1), no que concerne aos parâmetros cor e
turbidez, foi constatado que estes não atenderam plenamente a legislação vigente no que se refere
a concentração, sendo a UMB responsável pelo menor percentual de amostras em conformidade
nos dois anos para os dois parâmetros.

Conforme já mencionado no item 7.3.3.1 esses parâmetros atuam como indicadores de natureza
sanitária e não meramente estética, o percentual de amostras com elevada turbidez pode ser
atribuído à intermitência do sistema, que possibilita a entrada de água contaminada no interior da
tubulação vazia, onde a pressão é negativa, enquanto que a cor aparente está associada as
paralisações no sistema de abastecimento - seja por falta de energia ou por manutenções na rede
- e ao retorno de seu funcionamento o material incrustado na superfície interna das tubulações da
rede de distribuição é carreado no processo, alterando os aspectos físicos da água, cor aparente e
turbidez.

No que concerne analises microbiológicas para bactéria Escherichia Coli, indicadora de


contaminação fecal, foi constatado que em 2019 apenas a UMF (Federação) e UMS (Candeias –
Ilhas) tiveram duas amostras anômalas cada para. Já em 2020 todas as unidades regionais tiveram
registro de amostras anômalas, com destaque para a UMB com 7 amostras e a UMJ com 6 amostras
no ano.

Em relação ao parâmetro cloro residual livre, que é responsável pelo processo de desinfecção,
ultima do e tratamento da água, os dados da Embasa revelam que das Unidades Regionais que
abarcam o SIAA Salvador, a UMS foi a que apresentou menor percentual de conformidade nos dois
anos, enquanto a UMJ apresentou maior percentual de conformidade nos dois anos.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

892
A VISAMB também realiza monitoramento da qualidade da água conforme detalhado no item
7.3.3.2. Em relação a turbidez as alterações nos pontos de amostragem ocorreram de forma
pontual. Em 2019 todas as 34 amostras anômalas, foram provenientes da rede de distribuição e em
2020, das 31 anômalas, 30 tivereram origem da rede e 01 teve origem domiciliar ou predial. Com
relação a cor aparente, em 2029 das 2.038 análises realizadas, 170 (8,34%) estavam em
desconformidade, sendo que dessas amostras, apenas duas tiveram procedência de coleta
intradomiciliar ou intrapredial.

Para o parâmetro microbiológico Escherichia Coli, nas análises realizada pela VISAMB foi
constatada a presença em 12 das análises realizadas em 2019, o que representa cerca de 0,6%
das amostras analisadas; sendo que 2 (16,7%) foram coletadas direto no sistema de distribuição e
10 (83,3%) foram coletadas em domicílio. Já em 2020 foi constatada a presença de E. coli em 9
das amostras, cerca de 0,6% das amostras analisadas - sendo 6 (66,7%) de procedência domiciliar
e 3 (33,3%) do sistema de distribuição. Desses pontos, um foi considerado critico em virtude da
reincidência em diversos meses, a procedência da coleta é intradomiciliar, da torneira após
reservação, está localizado no território da Prefeitura-bairro Barra-Pituba. Pelos resultados da
VISAMB pode-se inferir que os reservatórios domiciliares podem ser uma fonte de contaminação,
reforçando, portanto, a importância da sua higienização na frequência adequada.

Analisando os resultados da VISAMB em relação ao teor de cloro residual livre na rede de


distribuição, observou-se que os pontos de amostragem 78, 135 e 137 são pontos críticos em
termos de garantia dos teores mínimos de CRL, e, portanto, devem constituir foco de atenção
especial por parte da vigilância e das respectivas unidades regionais que estão localizados UML e
UMF.

Destarte, pode-se inferir que a prestação dos serviços de abastecimento de água pela prestadora
de serviços tem pontos que merecem atenção para melhorar atender as diretrizes do Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano, sobretudo no que concerne a intermitência do fornecimento de água.
Porém, é importante destacar também os esforços da prestadora em intervenções que estão em
andamento e que estão no seu planejamento conforme item 7.2.6 a fim de prestar serviço com
qualidade e em quantidade, indispensável para a melhora da qualidade de vida e a promoção da
saúde pública.

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893
9. AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS DE SAÚDE PÚBLICA, RELACIONADOS ÀS
DEFICIENCIAS DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

No Produto Parcial E1A - Caracterização Geral e Bases para Cadastro parte integrante do Plano
Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador PMSBI foram apresentados os dados de
ocorrência de doenças relacionadas ao saneamento básico em cada um dos distritos sanitários do
município de Salvador. Na Figura 534 apresenta-se a delimitação dos distritos sanitários, prefeituras
bairro e setores de abastecimento de água, para que seja possível uma análise da ocorrência das
doenças, em comparação com as informações disponíveis sobre o abastecimento de água no
município.

Conforme detalhado no Produto E1A, existem diferentes classificações em relação às doenças


associadas à ausência ou precariedade do saneamento básico. Neste trabalho optou-se por adotar
a classificação da Funasa (2010), que é apresentada no Quadro 182 a seguir.

Quadro 182 – Seleção de enfermidades realizada pela Funasa em 2010.


Categoria Infecção
Diarreias
Transmissão feco-oral Febres entéricas
Hepatite A
Dengue
Zika
Chikungunya
Febre amarela
Inseto vetor
Leishmaniose tegumentar e visceral
Filariose linfática
Malária
Doença de chagas.
Contato com a água contaminada Esquistossomose e leptospirose
Doença nos olhos
Tracoma
Higiene Conjuntivites
Doenças da pele
Micoses superficiais
Helmintíases
Geo-helmintos e teníases
Teníases
Fonte: Adaptado de Cairncross & Feachem; Heller (1993; 1997 apud BRASIL, 2010).

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894
Figura 534 – Distritos sanitários e setores de abastecimento de água de Salvador

Elaboração: CSB Consórcio, 2021.

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895
Tendo em vista a classificação da Funasa, buscou-se no Sistema de Informações de Agravos de
Notificação (SINAN), dados disponíveis sobre o município de Salvador dos últimos cinco anos (2015
a 2019) referente a dengue, leishmanioses, hepatite A, esquistossomose, leptospirose, malária,
febre tifoide, doença de chagas, febre amarela e cólera, sendo que as três últimas não
apresentaram registros para o Município. Ressalta-se que no SINAN não contém informações sobre
diarreias e o período de análise sobre a esquistossomose foi diferente das demais doenças, pois o
ano de 2017 foi o último com informações.

Nota-se que, no que se refere ao abastecimento de água, a prevenção das doenças de transmissão
feco-oral envolve uma melhoria na qualidade da água, enquanto as vinculadas a falta de higiene
(por escassez de água) envolve um aumento na disponibilidade de água (CAIRNCROSS e
VALDMANIS, 2006). Segundo Cairncross e Valdmanis (2006), um abastecimento de água eficiente
diminui o contato dos indivíduos com água contaminada e, também, reduz as enfermidades
relacionadas aos insetos vetores, já que com a prestação de um serviço mais confiável a população
evita o armazenamento da água em locais que podem se tornar possíveis criadouros, onde esses
vetores se reproduzem; nesses processos devem ser considerados, também, o ciclo de vida e o
comportamento do vetor.

Considerando a disponibilidade de informações pelo SINAN e o grau de influência do sistema de


abastecimento de água, serão retratadas neste item as seguintes enfermidades por distrito sanitário,
de modo a identificar se a sua ocorrência tem alguma correlação com as deficiências do sistema de
abastecimento de água do município relatadas pela população nas oficinas de diagnóstico e
identificadas por meio deste diagnóstico técnico:

a) Dengue;
b) Zika;
c) Chikungunya;
d) Febre Tifóide;
e) Esquitossomose;
f) Doenças Diarreicas Agudas; e
g) Covid-19.

Destaca-se que os fatores determinantes dessas enfermidades, no que tange à frequência,


distribuição e gravidades não se limitam apenas à qualidade do serviço de abastecimento de água,
relacionando-se também com a forma de organização do espaço geográfico, o modo de vida dos
indivíduos e seus reflexos no ambiente, bem como a qualidade dos demais serviços que compõe o
saneamento básico, também podem ser determinantes nesse processo saúde-doença.

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896
9.1. DENGUE

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (2020), no ano de 2019 foram notificados 9.961 casos
de dengue e uma taxa de incidência de 348,61 por 100 (cem) mil habitantes e 5 (cinco) óbitos. Já
no ano de 2020, até a vigésima quinta semana epidemiológica já tinham sido notificados 5.567
casos de dengue.

Os locais de ocorrência crítica de dengue no município de Salvador, segundo a Secretaria Municipal


de Saúde (2020), foram os seguintes distritos sanitários: Centro Histórico, Itapagipe, São
Caetano/Valéria, Liberdade, Brotas, Barra/Rio Vermelho, Boca do Rio, Itapuã, Cabula/Beirú, Pau
da Lima, Subúrbio Ferroviário e Cajazeiras.

Os distritos sanitários que apresentaram as maiores incidências de dengue até a Semana


Epidemiológica 25 estão apresentados no Quadro 183.

Quadro 183 – Distritos sanitários com maiores incidências de dengue em 2020.


Distrito Sanitário Taxa de incidência por 100.000 habitantes
Cabula/Beiru 281,04
Itapuã 279,33
Liberdade 233,29
Fonte: SMS (2020).

O Distrito Sanitário Cabula/Beiru faz parte da Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo Neves e é atendida
pela Unidade Regional do Cabula (UML). Durante a oficina setorial da respectiva prefeitura bairro,
que ocorreu no dia 27 de maio de 2021, foram relatadas que algumas moradias não possuíam
ligação ao sistema de distribuição e, além disso, que diversos bairros que compõe esse distrito
sanitário sofriam com intermitência no abastecimento, foram eles: Tancredo Neves, Cabula VI,
Arenoso, Saramandaia, Arraial do Retiro, Calabetão, Narandiba, Saboeiro, Trobogy e Engomadeira.

O Distrito Sanitário Itapuã, atendido pela Unidade Regional da Bolandeira e parte integrante da
prefeitura bairro Itapuã, recebeu críticas, durante a oficina setorial da respectiva prefeitura bairro
que ocorreu no dia 21 de maio de 2021, quanto a presença de lava-jatos irregulares, que são
considerados pontos estratégicos no controle dos insetos vetores, e, também, em relação a
intermitência no abastecimento em alguns bairros que compõe esse distrito sanitário, a saber: Alto
do Coqueirinho, Bairro da Paz e São Cristóvão.

O Distrito Sanitário Liberdade também faz parte do território da prefeitura bairro Cabula/Tancredo
Neves e é atendido pelas Unidades Regionais do Cabula e da Federação. Durante a oficina setorial
não foram relatadas pela população deficiências no sistema de abastecimento nos bairros que

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

897
compõe esse distrito sanitário, não significa, no entanto, que esses fatores não estejam
relacionados.

Conforme Cairncross e Valdmanis (2006), a frequente intermitência ou mesmo a inexistência do


serviço de abastecimento pode fazer com que a população dessas localidades armazene água em
recipientes, como bacias ou vasilhames, e esses podem vir a se tornar possíveis criadouros de
insetos vetores como o Aedes aegypti, o que pode corroborar com o aumento da incidência de
casos nesses locais.

Ressalta-se que esses fatores não são os únicos que influenciam na dinâmica da circulação viral,
devem ser incluídos também a forma com que se organiza o espaço geográfico dos centros
urbanos, bem como o modo de vida dos indivíduos e seus reflexos no ambiente, que podem criar
as condições propicias para a proliferação dos vetores (TEIXEIRA, BARRETO e GUERRA, 1999).
Teixeira, Barreto e Guerra (1999) relatam que essas condições propicias podem ocorrer tanto em
locais onde as condições sanitárias são deficientes, quanto em outros, onde se considera que existe
adequada infraestrutura de saneamento ambiental.

9.2. ZIKA

No município de Salvador, no ano de 2019 foram notificados 900 casos de zika e uma taxa de
incidência de 31,5 por 100 (cem) mil habitantes. Porém, no ano de 2020 até a vigésima quinta
semana epidemiológica já tinha sido notificados 624 (SMS, 2020).

Em relação aos locais de ocorrência crítica de zika no município de Salvador, tem-se os seguintes
distritos sanitários: Centro Histórico, Itapagipe, São Caetano/Valéria, Liberdade, Brotas, Barra/Rio
Vermelho, Cabula/Beirú, Pau da Lima, Subúrbio Ferroviário e Cajazeiras (SMS, 2020).

Os distritos sanitários que apresentaram as maiores incidências de zika até a Semana


Epidemiológica 25 estão apresentados no Quadro 184.

Quadro 184 – Distritos sanitários com maiores incidências de zika em 2020.


Distrito Taxa de incidência por 100.000 habitantes
Liberdade 51,67
Brotas 39,61
Subúrbio Ferroviário 37,7
Centro Histórico 37,7
Fonte: SMS (2020).

O Distrito Sanitário Liberdade faz parte da prefeitura bairro Cabula/Tancredo Neves e é atendido
pelas Unidades Regionais do Cabula e da Federação. Durante a oficina setorial não foram relatadas

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898
pela população deficiências no sistema de abastecimento nos bairros que compõe o distrito
sanitário, não significa, no entanto, que esses fatores não estejam relacionados.

O Distrito Sanitário Brotas faz parte da prefeitura bairro Centro/Brotas e é atendida pela Unidade
Regional da Federação por meio da Subadutora R7-R15. Durante a oficina setorial da respectiva
prefeitura bairro, que ocorreu no dia 12 de maio de 2021, foi relatada intermitência no abastecimento
de água em Brotas e Cosme de Farias.

O Distrito Sanitário Subúrbio Ferroviário faz parte da prefeitura bairro Subúrbio/Ilhas e é atendido
pela Unidade Regional de Pirajá. Durante a oficina setorial dessa prefeitura bairro, que ocorreu no
dia 24 de maio de 2021, foi relatado que diversas localidades sofriam com intermitência no
abastecimento de água com frequência e duração elevados, chegando a situações extremas de
passarem dias sem o serviço de abastecimento. Esse cenário foi relatado nos seguintes bairros que
compõe o distrito sanitário: Coutos, Ilha Amarela, Ilha de Maré, Paripe e Periperi.

O Distrito Sanitário Centro Histórico faz parte da prefeitura bairro Cidade Baixa e é atendido pela
Unidade Regional da Federação. Durante a oficina setorial dessa prefeitura, que ocorreu no dia 18
de maio de 2021, foi relatado que diversas localidades sofriam com intermitência no abastecimento
de água, dentre eles: Comércio, Nazaré e Água de Meninos.

Assim como a dengue, à frequente intermitência no abastecimento pode fazer com que a população
dessas localidades armazene água em recipientes e esses podem vir a se tornar possíveis
criadouros de insetos vetores como o Aedes aegypti, corroborando com o aumento da incidência
de casos nessas localidades.

Cabe mencionar que os fatores determinantes e condicionantes dessa infecção, no que diz respeito
a sua frequência, distribuição e gravidade, não se limitam apenas a qualidade do serviço de
abastecimento de água, devem ser incluídos também a qualidade da prestação dos demais serviços
que compõe o saneamento básico, a forma com que ser organiza o espaço geográfico, o uso e
ocupação do solo, bem como o modo de vida dos indivíduos e seus reflexos no ambiente que podem
criar as condições propicias para a proliferação dos vetores.

9.3. CHIKUNGUNYA

No município de Salvador, no ano de 2019 foram notificados 4.055 casos de Chikungunya e uma
taxa de incidência de 141,92 por 100 (cem) mil habitantes. No ano de 2020 até a vigésima quinta
semana epidemiológica já tinha sido notificados 4.670 casos com 2 óbitos e uma taxa de incidência
de 163,44 casos por 100 (cem) mil habitantes – sendo a maior desde a introdução do vírus (SMS,
2020).

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899
Em relação aos locais de ocorrência crítica de chikungunya no município de Salvador, tem-se os
seguintes distritos sanitários: Centro Histórico, Itapagipe, São Caetano/Valéria, Liberdade, Brotas,
Barra/Rio Vermelho, Boca do Rio, Itapuã, Cabula/Beirú, Pau da Lima, Subúrbio Ferroviário e
Cajazeiras (SMS, 2020).

Os distritos sanitários que apresentaram as maiores incidências chikungunya até a Semana


Epidemiológica 25 estão apresentados no Quadro 185.

Quadro 185 – Distritos sanitários com maiores incidências de chikungunya em 2020.


Distrito Taxa de incidência por 100.000 habitantes
Centro histórico 263,19
Cabula/Beirú 245,36
Pau da Lima 223,51
Fonte: SMS (2020).

O Distrito Sanitário Centro Histórico faz parte da prefeitura bairro Cidade Baixa e é atendido pela
Unidade Regional da Federação. Durante a oficina setorial dessa prefeitura, que ocorreu no dia 18
de maio de 2021, foi relatado que diversas localidades sofriam com intermitência no abastecimento
de água, dentre eles: Comércio, Nazaré e Água de Meninos.

O Distrito Sanitário Cabula/Beiru faz parte da Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo Neves e é atendida
pela Unidade Regional do Cabula (UML). Durante a oficina setorial da respectiva prefeitura bairro,
que ocorreu no dia 27 de maio de 2021, foram relatadas que algumas moradias não possuíam
ligação ao sistema de distribuição e, além disso, que diversos bairros que compõe esse distrito
sanitário sofriam com intermitência no abastecimento, foram eles: Tancredo Neves, Cabula VI,
Arenoso, Saramandaia, Arraial do Retiro, Calabetão, Narandiba, Saboeiro, Trobogy e Engomadeira.

O Distrito Sanitário Pau da Lima faz parte das prefeituras bairro Cajazeiras e Pau da Lima é atendido
pela Unidade Regional de Pirajá. Durante as oficinas setoriais de ambas as prefeituras bairros, que
ocorreram nos dias 20 e 26, respectivamente, foi relatado intermitência no abastecimento de água
nas seguintes localidades: Pau da Lima, São Marcos e Sete de Abril.

A dengue, zica e Chikungunya têm como vetor de maior importância epidemiológica o Aedes
aegypti. Á frequente intermitência no abastecimento pode fazer com que a população armazene
água em recipientes e esses podem vir a se tornar possíveis criadouros desse vetor, corroborando
com o aumento da incidência de casos dessas enfermidades nessas localidades.

Do mesmo modo que a dengue e a zica, os fatores que interfere na circulação dessa enfermidade
não se limita a qualidade do serviço de abastecimento de água, mas a outros fatores, conforme
mencionado.

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900
9.4. FEBRE TIFOIDE

A febre tifóide também é um problema de saúde pública mundial cujas áreas atingidas denotam
condições precárias de saneamento ambiental e higiene pessoal, além da população apresentar
baixo nível socioeconômico. No Brasil, a doença apresenta características endêmicas em locais
isolados, com maior frequência na faixa etária entre 15 e 45 anos, e epidêmicas nas regiões norte
e nordeste (BRASIL, 2010; 2020).

No período entre 2013 e 2019, 06 (seis) casos de febre tifoide foram notificados em 03 (três) distritos
sanitários de Salvador, sendo: 03 (três) no distrito sanitário Barra/Rio Vermelho, 01 (um) no distrito
sanitário Boca do Rio e 01 (um) no distrito sanitário Cabula/Beirú (SMS, 2020).

A transmissão da febre tifoide pode se dar de forma direta, através do contato com as mãos do
doente ou portador, ou indireta, através do consumo da água ou alimentos contaminados; legumes
irrigados com água contaminada, produtos do mar mal-cozidos ou crus (moluscos e crustáceos),
leite e derivados não pasteurizados, produtos congelados e enlatados podem veicular salmonelas
(BRASIL, 2010).

Dessa forma, o fornecimento de água de boa qualidade constitui como medida importante na
prevenção e no controle da febre tifoide. Segundo Castiñeiras, Pedro e Martins (2008), a bactéria
que causa a doença infecciosa febre tifoide não resiste a temperaturas superiores a 57 °C, nem ao
tratamento adequado da água com cloro ou iodo, reafirmando a importância em respeitar o teor de
concentração mínima de cloro residual no sistema de distribuição estabelecido pela legislação
vigente.

O Distrito Sanitário Barra/Rio Vermelho pertence ao território das prefeituras bairro Centro/Brotas e
Cidade Baixa, o Distrito Sanitário de Boca do Rio pertence as prefeituras bairro de Itapuã e
Barra/Pituba e o Distrito Sanitário Cabula/Beiru faz parte da Prefeitura Bairro Cabula/Tancredo
Neves. Segundo o monitoramento realizado pela Visamb, em 2020, essas prefeituras bairro
apresentaram concentração dentro da faixa de 0,2 mg/L a 5,0 mg/L em mais de 95% das amostras
coletadas na rede de distribuição, no entanto as amostras de origem intradomiciliar ou intrapredial
nas prefeituras bairro mencionadas apresentaram um percentual de conformidade baixo, com
exceção da PB Itapuã que teve 100% das amostras conformes.

O Ministério da Saúde (2010) adiciona ainda que a intermitência no abastecimento ou até mesmo
sistemas que operam em baixa pressão são suscetíveis a ocorrência de contaminação da água a
partir de sistemas de esgotamento sanitário. Esse foi um problema relatado nas oficinas setoriais
para os seguintes bairros:

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901
• Distrito Sanitário Barra/Rio Vermelho: Garcia, Federação, Pituba e Nordeste de Amaralina;
• Distrito Sanitário Boca do Rio: Imbuí, Boca do Rio, Armação e Costa Azul; e
• Distrito Sanitário Cabula/Tancredo Neves: Tancredo Neves, Cabula VI, Arenoso,
Saramandaia, Arraial do Retiro, Calabetão, Narandiba, Saboeiro, Trobogy e Engomadeira.

Essas são situações críticas que devem ser monitoradas já que, conforme mencionado, podem
constituir como um fator determinante para a incidência de casos por febre tifóide, no entanto não
é o único. Entre as medidas de controle necessárias à febre tifóide incluem não só o abastecimento
regular de água, como também a instalação de fossas sépticas e destinação adequada dos resíduos
sólidos.

9.5. ESQUISTOSSOMOSE

No Quadro 186 tem-se a quantidade de casos notificados da doença por distrito sanitário entre 2013
e 2019.

Quadro 186 – Número de casos de esquistossomose diagnosticado em Salvador entre 2013


e 2019
Distritos Sanitários 2013/2019
Barra/Rio Vermelho 205
Boca do Rio 134
Brotas 119
Cabula/Beirú 225
Cajazeiras 153
Centro Histórico 51
Pau da Lima 68
Subúrbio Ferroviário 226
Itapagipe 57
Itapuã 57
São Caetano/Valéria 235
Liberdade 181
Fonte: SMS (2020).

No período supracitado, os distritos sanitários com maior número de casos foram os seguintes: São
Caetano/Valeria com 235 casos, Subúrbio Ferroviário com 226 seguido do Distrito Cabula / Beirú
com 225 casos agudos. E em relação aos locais de ocorrência crítica de esquistossomose no
Município, tem-se os seguintes distritos sanitários: São Caetano/Valéria, Boca do Rio, Cabula/Beirú,
Pau da Lima e Subúrbio Ferroviário (SMS, 2020).

É importante destacar também sobre a atividade de busca ativa inquérito parasitológico que ocorreu
no município de Salvador, entre os anos 2013 a 2019, com o objetivo de identificar indivíduos com

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902
esquistossomose mansoni. Nesse período foram realizados 04 (quatro) inquéritos epidemiológicos
e parasitológicos em parceria com o Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM),
FIOCRUZ/Bahia. A definição das localidades, baseou-se no critério coleções hídricas com o
caramujo da espécie Biomphalária glabrata positivo para esquistossomose. Nesse sentido, pode-
se citar a localidade São Bartolomeu, Saramandaia e Pirajá (SMS, 2020).

No ano de 2015, em São Bartolomeu, pertencente ao Distrito São Caetano/Valeria, foram


examinadas 734 (setecentos e trinta e quatro) pessoas, dentre as quais, 35 (trinta e cinco) testaram
positivos para Shistossoma Mansoni. No ano seguinte, em 2016, na horta de Saramandaia,
pertencente ao Distrito Cabula /Beirú, o público-alvo foram os trabalhadores da horta, em que dos
66 (sessente e seis) exames de fezes realizados 16 (dezesseis) testaram positivo para Shistossoma
mansoni. Em 2018, dos 1.799 (um mil setecentos e noventa e nove) moradores examinados na
comunidade de Saramandaia, constatou-se que 95 (noventa e cinco) moradores testaram positivo
para Schistossoma mansoni (SMS, 2020).

Em 2019, os residentes da comunidade de Pirajá, pertencente aos Distrito Sanitário São


Caetano/Valéria, foram convidados e aceitaram participar do inquérito epidemiológico e
parasitológico por meio dos exames de fezes. O total de pessoas que participaram do inquérito
epidemiológico foi 2.012 (dois mil e doze) moradores, porém somente 1.134 (um mil cento e trinta
e quatro) indivíduos entregaram pelo menos uma amostra de fezes para os exames parasitológicos.
Do total da amostra entregue, 62 (sessenta e dois) testaram positivos para Shistossoma mansoni.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (2020) todos os participantes dos 04 (quatro)
inquéritos realizados foram tratados segundo as orientações do Ministério da Saúde.

Salienta-se também que no período de 2015 a 2019 ocorreram 56 casos de óbitos por
esquistossomose notificados no Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM), conforme são
apresentados no Quadro 187.

Quadro 187 - Número de óbitos por Esquistossomose segundo Distrito Sanitário, no


período de 2015/2019, Salvador-BA.
Distritos Sanitários Número de óbitos
Centro Histórico 1
Itapagipe 2
São Caetano/Valeria 5
Liberdade 2
Brotas 3
Barra/Rio Vermelho 5
Boca do Rio 2
Itapuã 3
Cabula/Beirú 11

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Distritos Sanitários Número de óbitos
Pau da Lima 8
Subúrbio Ferroviário 6
Cajazeiras 4
Fonte: SMS (2020).

De acordo com o Quadro 187, observa-se que os distritos sanitários com o maior número de óbitos
foram: Cabula/Beirú (11 óbitos), Pau da Lima (08 óbitos) e Subúrbio Ferroviário (06 óbitos) (SMS,
2020).

Segundo o Ministério da Saúde (2018) a falta ou intermitência no acesso à água também pode
causar doenças, pois a escassez impede a higiene adequada, individual e do ambiente. Cairncross
e Valdmanis (2006) adiciona ainda que um abastecimento de água eficiente pode diminuir a
necessidade das pessoas entrarem em contato com corpos d’água infectados com os agentes
transmissores (caramujos infectados).

Cabe mencionar que nos seguintes Distritos Sanitários foi relatado pela população durante as
oficinas setoriais de diagnóstico que os seguintes bairros apresentavam intermitência no
abastecimento, com destaque para os bairros do Subúrbio Ferroviário cuja frequência e duração
elevada, podendo durar dias.

• Distrito Sanitário Pau da Lima: Pau da Lima, São Marco e Sete de Abril;
• Distrito Sanitário Subúrbio Ferroviário: Coutos, Ilha Amarela, Ilha de Maré, Paripe e Periperi;
• Distrito Sanitário Cabula/Tancredo Neves: Tancredo Neves, Cabula VI, Arenoso,
Saramandaia, Arraial do Retiro, Calabetão, Narandiba, Saboeiro, Trobogy e Engomadeira.

No entanto, é importante destacar que a esquistossomose é uma doença multifatorial, para Saucha,
Silva e Amorim (2015), além da qualidade do sistema de abastecimento de água, estão entre seus
determinantes qualidade da prestação dos demais serviços de saneamento, a pobreza, a presença
de um hospedeiro intermediário no corpo hídrico, contato humano com a água contaminada, entre
outros. O saneamento ambiental cria as condições necessárias para a redução da proliferação e
contaminação dos hospedeiros intermediários, com consequente diminuição do contato com o
homem com o agente patogênico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

A prevalência da parasitose está associada também ao crescimento acelerado dos grandes centros
urbanos, levando ao estabelecimento de comunidades marginais em aglomerados subnormais em
áreas periféricas, geralmente desprovidas de infraestrutura sanitária mínima, criando condições
para a manutenção do caramujo hospedeiro e consequentemente a transmissão da doença
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

904
9.6. DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS

Em relação ao número de casos por distrito sanitário, tem-se os dados na Tabela 117, em que são
apresentados os resultados obtidos até a 25ª (vigésima quinta) semana epidemiológica do ano de
2020.

Tabela 117 - Número de casos de DDAs em < 05 anos segundo distrito sanitário, no ano de
2020*, Salvador – BA.
Distritos Sanitários Nº de casos em < 05 anos
Centro Histórico 32
Itapagipe 26
São Caetano/Valeria 181
Liberdade 185
Brotas 15
Barra/Rio Vermelho 125
Boca do Rio 101
Itapuã 212
Cabula/Beirú 634
Pau da Lima 220
Subúrbio Ferroviário 247
Cajazeiras 1
Total 1979
*O ano de 2020 é até 25º semana epidemiológica.
Fonte: SMS (2020).

Do total do número de casos notificados de DDAs até a 25ª (vigésima quinta) semana
epidemiológica em 2020, 1.979 (um mil novecentos e setenta e nove) notificações foram de
menores de 05 (cinco) anos. Os distritos sanitários que apresentaram maior número de casos foram:
Cabula /Beiru (634), Subúrbio (247) e Pau da Lima (220) em crianças de até 4 anos 11 meses e 29
dias de idade. Apesar desses valores, ao observar o período entre 2016 a 2020, houve uma redução
no percentual de casos de DDAs em menores de 05 anos, de 30,3% para 21,5% (SMS, 2020).

Tendo em vista os fatores intervenientes para ocorrência da diarreia, como o consumo de água
contaminada, falta de higiene pessoal, manejo incorreto dos alimentos, dentre outros, a seguir serão
apresentados os dados de qualidade de água fornecidos pelo Laboratório de Água do Município da
Subcoordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental, a fim de se verificar o grau de correlação
entre a doença e a qualidade de água por distrito sanitário.

A avaliação da qualidade da água baseou-se nos seguintes parâmetros: cor, turbidez, pH, teor de
cloro livre, coliformes totais e Escherichia Coli na água disponibilizada à população pela Empresa
Baiana de Águas e Saneamento S/A (Embasa), em pontos da rede de distribuição anteriores a
entrada da água nas residências. Os parâmetros avaliados estão estabelecidos no anexo XX da

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

905
Portaria de Consolidação MS nº 5/2017. O ponto crítico considerado para qualidade da água foi o
percentual de 5% de amostras insatisfatórias para pelo menos um dos parâmetros. Para a avaliação
de DDA foi considerado como ponto crítico o índice de incidência de DDA 1/1.000, ou seja, mais do
que 1 pessoa com diarreia a cada 1.000 habitantes.

Na Tabela 118 são apresentados os resultados da análise de todos os parâmetros para qualidade
da água para o período entre 2015 e 2019, em que os valores em vermelho indicam estar acima do
ponto crítico para os respectivos anos e distritos.

Para compreender melhor a relação entre qualidade da água e DDA, realizou-se uma avaliação por
meio do coeficiente de correlação1 para os respectivos anos, destacado na Tabela 118. De acordo
os valores encontrados, verificou-se que a relação entre o índice de DDA e a qualidade da água
disponibilizada pela Embasa é inexistente.

Na Figura 535, é possível perceber que os percentuais de amostras de água insatisfatória variam
anualmente, no período entre 2015 e 2019. Entretanto, observa-se a existência de picos de
amostras insatisfatórias de água em determinados distritos, como: Centro- Histórico, Itapagipe,
Liberdade, Brotas e Boca do Rio com variação mensal (SMS, 2020).

1 O coeficiente de correlação é o resultado gerado de uma fórmula que mede a relação que existe entre dois
conjuntos de variáveis. Nesse caso, é o índice de incidência de DDA a cada 1.000 habitantes e o percentual
de amostras de água insatisfatórias. O valor do coeficiente de correlação gerado pela fórmula determina qual
é a intensidade da relação que existe entre essas variáveis. O valor do coeficiente de correlação pode variar
entre -1 e 1. Quanto mais próximos de 1 (correlação positivas), indica que há uma correlação entre os itens
avaliados, entretanto quanto mais próximo de -1 (correlação negativa), indica que não há correlação entre os
itens avaliados (SMS, 2020).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

906
Tabela 118 – Análise dos parâmetros da qualidade da água em relação aos dados de diarreia por distrito sanitário, do período de
2015 a 2019.
Ano
2015 2016 2017 2018 2019
Distrito Sanitário Incidência Incidência Incidência % de Incidência % de Incidência % de
% de % de
de DDA de DDA de DDA amostras de de DDA amostras de de DDA amostras de
amostras amostras
por 1.000 por 1.000 por 1.000 água por 1.000 água por 1.000 água
insatisfatórias insatisfatórias
hab. hab. hab. insatisfatórias hab. insatisfatórias hab. insatisfatórias
Centro Histórico 4,35 8,33 4,22 2,36 7,74 15,71 7,84 21,62 7,8 14,83
Itapagipe 6,03 0 3,12 14,41 0,02 17,35 0,12 22,35 0,25 4,35
São Caetano Valéria 9,04 15,71 5,89 0,95 9,14 2,65 8,11 3,41 7,05 1,26
Liberdade 9,57 13,27 11,9 7,07 14,13 9,45 9,25 17,44 11,55 23,66
Brotas 0,7 2,29 1,15 0,7 2,61 10,4 3,25 25,25 1,36 10,85
Barra Rio Vermelho 4,84 4,28 6,17 3,59 9,77 5,73 7,96 19,87 7,28 18,75
Boca do Rio 11,39 12,37 10,36 3,57 19,89 8,94 14,02 26,92 13,24 18,25
Itapuã 15,54 3,55 15,12 1,34 29,4 6,25 22,32 8,86 22,97 8,15
Cabula Beiru 14,5 2,22 14,85 0,9 26,36 3,6 22,49 7,92 25,54 5,59
Pau da Lima 10,92 6,25 8,12 0 11,99 1,18 14,1 4,76 13,51 3,57
Suburbio Ferroviario 9,04 1,96 8,29 5,88 10,1 9,17 8,9 7,14 7,92 12,08
Cajazeiras 0 3,91 0 4,12 0,21 5,56 0,49 8,89 0,25 2,27
Correlação entre a
incidência de DDA e
0,18 -0,21 -0,4 -0,35 0,07
percentual de amostras
insatisfatórias por ano
Fonte: SMS (2020).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2

907
Figura 535 – Análise do percentual de água insatisfatório por distrito sanitário, no período
de 2015 a 2019.

Fonte: SMS (2020).

Na Figura 536 pode-se observar que para todos os distritos sanitários de Salvador houve
percentuais de amostras de água insatisfatória, para o período entre 2015 a 2019, considerando a
taxa de incidência de DDA por 1.000 habitantes. Os distritos sanitários que apresentaram um maior
quantitativo de doenças diarréicas foram: Liberdade, Boca do Rio, Itapuã, Cabula-Beiru e Pau da
Lima ao longo do intervalo de tempo analisado.

Figura 536 – Gráfico da análise dos índices de Doença Diarréica Aguda (DDA) por Distrito
Sanitário, do período de 2015 a 2019.

Fonte: SMS (2020).

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
908
9.7. COVID-19

Em relação aos Distritos Sanitários (DS) de Salvador, de acordo com o 6º boletim epidemiológico
da Secretaria Municipal de Saúde, àqueles que apresentaram as maiores taxas de incidência
acumulada foram: Barra/Rio Vermelho, Centro Histórico, Boca do Rio e Brotas com variação entre
5.126 a 6.678/100.000 habitantes. Já os DS Subúrbio Ferroviário e São Caetano/Valéria tiveram as
menores taxas de incidência acumulada variando entre 3.462 a 3.599/100.000 habitantes.

Em relação aos distritos sanitários de Salvador, tem-se que os distritos sanitários em que ocorreram
as maiores taxas de mortalidade acumulada por covid-19 foram: Centro Histórico, Barra/Rio
Vermelho, Liberdade e Itapagipe cuja variação foi entre 115 a 173/100.000 habitantes. Já os distritos
de Itapuã, Cabula/Beirú e São Caetano/Valéria tiveram as menores taxas, variando entre 96 a
115/100.000 habitantes (SALVADOR, 2021).

Em relação a taxa de mortalidade verificada da quinta a oitava semana epidemiológica do ano de


2021, os distritos sanitários com as maiores taxas (15 e 13/100.000 habitantes) foram: Centro
Histórico e Liberdade. Já os distritos de Valéria, Cajazeiras e Cabula/Beirú tiveram 6 óbitos/100.000
habitantes (menor taxa de mortalidade por covid-19) (SALVADOR, 2021).

Como forma de prevenir a propagação do vírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS)


recomendou a adoção de medidas básicas, como lavar frequentemente as mãos, higienizar
espaços e objetos, utilizar equipamentos de proteção pessoal, como máscaras, e evitar
aglomerações. Reafirmando a importância em garantir a água em quantidade e qualidade
adequadas para a efetiva higienização da população.

Além disso, até o momento não foi confirmada a hipótese de transmissão feco-oral do SARS-Cov-
2, caso verdadeira a qualidade da prestação dos serviços de saneamento ambiental se tornará um
fator ainda mais relevante. Um estudo recente de Heller, Mota e Greco (2020), apresentou possíveis
rotas que satisfazem a hipótese de transmissão fecal-oral do novo coronavírus, apresentada na
Figura 537 a seguir.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
909
Figura 537 – Possibilidades de rota feco-oral para transmissão do SARS-CoV-19

Fonte: Heller, Mota e Greco, 2020.

Essa hipótese, sugere ainda a existência de uma nova rota de transmissão do Coronavírus, onde a
água contaminada utilizada para limpar superfícies poderia abrir caminho para a contaminação.
Destaca-se que outros fatores também podem ser determinantes na transmissão do novo
coronavírus, no entanto a higiene com água potável de qualidade ainda permanece como um fator
de proteção fundamental para a prevenção dessa e de outras enfermidades.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
910
10. EVENTOS PARTICIPATIVOS

Em consonância com a Lei nº 11.445/2007 e o Termo de Referência para elaboração do PMSBI de


Salvador, foram realizadas duas rodadas de oficinas durante o período do de elaboração do
diagnóstico técnico-participativo. A primeira roda de oficinas teve o objetivo realizar a escuta ativa
da população, para obtenção da sua percepção em relação aos principais problemas relacionadas
às quatro componentes do saneamento básico e a segunda rodada de oficinas teve o objetivo de
apresentar para a população o resultado do diagnóstico elaborado, para a coleta de críticas e
contribuições.

Nos itens a seguir será apresentada a sistematização das informações obtidas nos dois momentos
de eventos participativos realizados em relação aos serviços de abastecimento de água prestados
no município de Salvador. O relatório detalhado com todos os registros dos eventos realizados
consta em relatórios específicos, que também compõe este diagnóstico do PMSBI Salvador.

10.1. OFICINAS DE CONSTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO

Entre os dias 12/05/2021 e 27/05/2021 ocorreram as oficinas para elaboração do diagnóstico


técnico participativo. Essas oficinas foram realizadas por Prefeitura-Bairro, de modo que em cada
oficina foram discutidos os problemas específicos dos bairros que compõe a região de abrangência
de cada uma das Prefeituras Bairro.

Devido à pandemia de COVID-19 e seguindo todos os protocolos de segurança da Organização


Mundial da Saúde, o processo participativo foi feito em modo remoto, via plataformas digitais. Os
eventos participativos do PMSBI Salvador foram realizados de modo remoto e síncrono, através da
plataforma ZOOM Cloud Meetings com transmissão simultânea no Youtube e Facebook do canal
da Seinfra Salvador. A proposta metodológica para a realização das oficinas fundamentou-se no
cumprimento do princípio de controle social, estabelecido pela Lei Nacional nº 11.445/2007 (inciso
IV, do art. 3º), e no que define seu regulamento, o Decreto nº 7.217/2010, no artigo 26, em que
prevê ampla participação das comunidades, dos movimentos e das entidades da sociedade civil,
na elaboração e na revisão dos planos.

Foram convidados cerca de 30 a 45 atores sociais estratégicos de cada Prefeitura Bairro,


representando os diversos segmentos da organização social do município, a exemplo de
Conselheiros Comunitários, Agentes comunitários de saúde, representante dos prestadores de
serviço, representantes de entidades da sociedade civil organizada, lideranças locais, entre outros.
Estes atores sociais estratégicos tiveram a possibilidade de participar da elaboração do PMSBI de
Salvador através de contribuições referentes aos principais problemas identificados em suas
regiões de atuação.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
911
Além dos atores sociais, toda a população do município também foi convidada para participar
através do Youtube no Canal da SEINFRA Saneamento, onde as oficinas foram transmitidas ao
vivo e as pessoas presentes também puderam apresentar suas contribuições através de
comentários no chat.

Além da coleta de informações no momento da realização dos eventos, foram disponibilizados


também dois formulários para recebimento de contribuições: o formulário de inscrição dos atores
estratégicos que foram convidados para as oficinas e um formulário que foi disponibilizado no site
da SEINFRA para a sociedade civil registrar suas contribuições em relação aos principais problemas
relacionados ao saneamento básico durante o período de 12 a 31 de maio de 2021.

Na Figura 538 pode ser visualizado o card de divulgação das oficinas, com as datas em que foram
realizadas em cada Prefeitura-Bairro.

Figura 538 – Divulgação das oficinas com as datas por Prefeitura Bairro.

Elaboração: Consórcio CSB, 2021.

A seguir será apresentada a sistematização das informações relativas ao abastecimento de água


em cada uma das Prefeituras Bairro, que foram obtidas por meio das oficinas realizadas e por meio
do preenchimento dos formulários disponibilizados.

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
912
10.1.1. PREFEITURA BAIRRO I - CENTRO/BROTAS

A oficina setorial da prefeitura bairro Centro/Brotas ocorreu no dia 12 de maio de 2021, o Quadro
188 sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as
contribuições elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se
intermitência no abastecimento de água, sem frequência e duração específicos.

Quadro 188 – Percepção da população da Prefeitura Bairro I – Centro/Brotas sobre o


serviço de abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais relatos
Brotas Intermitência no abastecimento de água
Cosme de Farias Intermitência no abastecimento de água
Comércio Intermitência no abastecimento de água
Calçada Intermitência no abastecimento de água
Nazaré Substituição de rede em diversos locais da região
Fazenda Garcia Intermitência no abastecimento de água
Água de Menino Intermitência no abastecimento de água

Fonte: CSB Consórcio, 2021.

10.1.2. PREFEITURA BAIRRO II – SUBÚRBIO/ILHAS

A oficina setorial da prefeitura bairro Centro/Brotas ocorreu no dia 24 de maio de 2021, o Quadro
189 sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as
contribuições elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se
intermitência no abastecimento de água que perdura por dias em algumas localidades como Ilha de
Maré, Ilha Bom Jesus dos Passos, Ilhas dos Frades e Tubarão, problemas que, conforme relatado,
se intensificam no verão.

Quadro 189 – Percepção da população da Prefeitura Bairro II – Subúrbio/Ilhas sobre o


serviço de abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais relatos
Alto de Coutos (Coutos) Tubulação de água potável estourada
Coutos Intermitência no abastecimento de água
Intermitência no abastecimento de água com frequência elevada
Demais Ilhas podendo durar dias
Redução da vazão durante o verão
Fazenda Coutos II Intermitência no abastecimento de água com frequência elevada
Fazenda Coutos III Intermitência no abastecimento de água com frequência elevada
Intermitência no abastecimento de água;
Ilha Amarela Intermitência no abastecimento de água quando o sistema é
interrompido
Intermitência no abastecimento de água com frequência elevada
Ilha de Bom Jesus dos Passos podendo durar dias
Água chega com a cor alterada

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
913
Bairro/comunidade Principais relatos
Tanque para abastecimento insuficiente para atender a demanda
Intermitência no abastecimento de água com frequência elevada
Ilha de Maré podendo durar dias
Redução da vazão durante o verão
Intermitência no abastecimento de água com frequência elevada
Ilha dos Frades podendo durar dias
Redução da vazão durante o verão
Loteamento da Mangueira em São
Abastecimento de água deficitário
Tomé de Paripe
Intermitência no abastecimento de água
Paripe
Ligações irregulares (clandestinas)
Periperi Intermitência no abastecimento de água
Ilha de Maré - Praia Grande Tanque para abastecimento com vazamento
Rua Amazonas Intermitência no abastecimento de água
Rua Cardeal da Silva Intermitência no abastecimento de água
Ruas da Bélgica Intermitência no abastecimento de água
Moradias sem acesso ao serviço de abastecimento de água
São Bartolomeu
Intermitência no abastecimento de água
São Tomé de Paripe Intermitência no abastecimento de água
Intermitência no abastecimento de água com frequência elevada
Tubarão (Paripe)
podendo durar dias
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

10.1.3. PREFEITURA BAIRRO III – CAJAZEIRAS

A oficina setorial da prefeitura bairro Cajazeiras ocorreu no dia 20 de maio de 2021, o Quadro 190
sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as contribuições
elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se intermitência no
abastecimento de água, sem frequência e duração específicos.

Quadro 190 – Percepção da população da Prefeitura Bairro III – Cajazeiras sobre o serviço
de abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais relatos
Cajazeiras X Intermitência no abastecimento de água
Cajazeiras XI Intermitência no abastecimento de água
Fazenda Grande III Intermitência no abastecimento de água
Fazenda Grande I Intermitência no abastecimento de água
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

10.1.4. PREFEITURA BAIRRO IV – ITAPUÃ

A oficina setorial da prefeitura bairro Itapuã ocorreu no dia 21 de maio de 2021, o Quadro 191
sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as contribuições
elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a alteração na

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
914
qualidade da água notada pelos consumidores em alguns pontos da prefeitura-bairro e a
intermitência no abastecimento de água, sem frequência e duração específicos.

Quadro 191 – Percepção da população da Prefeitura Bairro IV – Itapuã sobre o serviço de


abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais relatos
Alto do Coqueirinho Intermitência no abastecimento de água
Bairro da Paz Lava-jato irregulares
Bate Facho/Imbuí Intermitência no abastecimento de água
Intermitência no abastecimento de água
Boca do Rio Falta de pressão na rede
Água com cor alterada
Conjunto Vila Verde
Intermitência no abastecimento de água
(São Cristóvão)
Nova Brasília de Itapuã Intermitência no abastecimento de água
Parque Bela Vista Rede de abastecimento precária
Piatã Intermitência no abastecimento de água
Rua São José de Cima
Intermitência no abastecimento de água
(Caminho das Árvores)
Conflitos de uso
Cobrança superdimensionada
Stella Maris
Intermitência no abastecimento de água principalmente no verão
Água com elevada concentração de cloro

Fonte: CSB Consórcio, 2021.

10.1.5. PREFEITURA BAIRRO V – CIDADE BAIXA

A oficina setorial da prefeitura bairro Cidade Baixa ocorreu no dia 18 de maio de 2021, o Quadro
192 sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as
contribuições elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a
alteração na qualidade da água em Roma que, segundo os relatos, tem apresentado cor
avermelhada, elevada turbidez e concentração de cloro.

Quadro 192 – Percepção da população da Prefeitura Bairro V – Cidade Baixa sobre o


serviço de abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais relatos
Boa Vista Intermitência no abastecimento de água
Ligações irregulares (clandestinas) em toda a península de
Caminho de Areia
Itapapipe, exceto Bonfim e Mont Serrat
Cidade Baixa Intermitência no abastecimento de água
Final de linha do Uruguai Intermitência no abastecimento de água (23h às 04h)
Água com cor alterada
Roma Água com elevada turbidez
Água ferruginosa

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Intermitência no abastecimento de água
Água com elevada concentração de cloro
Santa Luzia do Lobato Intermitência no abastecimento de água
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

10.1.6. PREFEITURA BAIRRO VI – BARRA/PITUBA

A oficina setorial da prefeitura bairro Barra/Pituba ocorreu no dia 17 de maio de 2021, o Quadro 193
sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as contribuições
elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a alteração na
qualidade da água notada pelos consumidores em alguns pontos da prefeitura-bairro e a
intermitência no abastecimento de água, sem frequência e duração específicos.

Quadro 193 – Percepção da população da Prefeitura Bairro VI – Barra/Pituba sobre o


serviço de abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais relatos
Rua Sérgio de Carvalho (Engenho
Intermitência no abastecimento de água
Velho da Federação)
Jardim Armação Ligações irregulares (clandestinas)
Água com cor alterada
Pituba
Água ferruginosa
Rua Colmar Americano da Costa
Intermitência no abastecimento de água no verão
(Cabula)
Costa Azul Água com odor alterado desagradável ("com cheiro de esgoto")
Nordeste de Amaralina Intermitência no abastecimento de água
Rua Pedro Gama (Federação) Intermitência no abastecimento de água de forma esporádica
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

10.1.7. PREFEITURA BAIRRO VII – LIBERDADE/SÃO CAETANO

A oficina setorial da prefeitura bairro Liberdade/São Caetano ocorreu no dia 19 de maio de 2021, o
Quadro 194 sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as
contribuições elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a
intermitência no abastecimento de água, sem frequência e duração específicos.

Quadro 194 – Percepção da população da Prefeitura Bairro VII – Liberdade/São Caetano


sobre o serviço de abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais relatos
Boa vista de São Caetano Intermitência no abastecimento de água
Brongo Intermitência no abastecimento de água
Capelinha Água com elevada concentração de cloro
Cidade Nova Intermitência no abastecimento de água
Cidade Nova Intermitência no abastecimento de água

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Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
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Iapi Intermitência no abastecimento de água
Marechal Rondon Intermitência no abastecimento de água (no período da tarde)
Pau Miúdo Intermitência no abastecimento de água
Rua Sargento Sabino (Santa Mônica) Intermitência no abastecimento de água
San Martins Intermitência no abastecimento de água
Intermitência no abastecimento de água em virtude da existência
Rua Marquez de Maricá, Pau Miúdo de redes antigas de ferro fundido de pequeno diâmetro, ferro
fundido
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

10.1.8. PREFEITURA BAIRRO VIII – CABULA/TANCREDO NEVES

A oficina setorial da prefeitura bairro Cabula/Tancredo Neves ocorreu no dia 27 de maio de 2021, o
Quadro 195 sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as
contribuições elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a
existência de moradias que não estão ligadas ao sistema de abastecimento de água e as que estão
sofrem com constante intermitência no abastecimento de água.

Quadro 195 – Percepção da população da Prefeitura Bairro VIII – Cabula/Tancredo Neves


sobre o serviço de abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais problemas relatados
Intermitência no abastecimento de água
Falta de notificação
São Gonçalo
Falta de pressão na rede
Falta de proteção da fonte que fica na rua da adutora
Tancredo Neves Intermitência no abastecimento de água
Cabula VI Intermitência no abastecimento de água
Intermitência no abastecimento de água
Arenoso
Moradias sem acesso ao serviço de abastecimento de água
Saramandaia Moradias sem acesso ao serviço de abastecimento de água
Tv Santo de Padua (Saramandaia) Intermitência no abastecimento de água
Moradias sem acesso ao serviço de abastecimento de água
Arraial do Retiro
Falta de proteção das fontes de água doce natural
Intermitência no abastecimento de água com frequência
Calabetão
elevada podendo durar dias
Narandiba Intermitência no abastecimento de água
Saboeiro Intermitência no abastecimento de água
Trobogy Moradias sem acesso ao serviço de abastecimento de água
Engomadeira Intermitência no abastecimento de água
Sussuarana Falta de proteção das fontes de água doce natural
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
917
10.1.9. PREFEITURA BAIRRO IX – PAU DA LIMA

A oficina setorial da prefeitura bairro Pau da Lima ocorreu no dia 26 de maio de 2021, o Quadro 196
sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as contribuições
elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a intermitência no
abastecimento de água, em especial na localidade de Canabrava que sofre, segundo os relatos,
com a falta de água várias vezes por semana.

Quadro 196 – Percepção da população da Prefeitura Bairro IX – Pau da Lima sobre o


serviço de abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais relatos
Canabrava Intermitência no abastecimento de água com frequência elevada
Jardim Nova Esperança Falta de pressão na rede
Pau da Lima Intermitência no abastecimento de água
São Marcos Intermitência no abastecimento de água
Sete de Abril Intermitência no abastecimento de água
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

10.1.10. PREFEITURA BAIRRO X – VALÉRIA

A oficina setorial da prefeitura bairro Valéria ocorreu no dia 25 de maio de 2021, o Quadro 197
sintetiza as principais contribuições e problemas relatados pela população. Dentre as contribuições
elencadas quando a prestação do serviço de abastecimento de água, destaca-se a falta de pressão
na rede em algumas localidades, a intermitência no abastecimento de água.

Quadro 197 – Percepção da população da Prefeitura Bairro X – Valéria sobre o serviço de


abastecimento de água
Bairro/comunidade Principais problemas relatados
Lidio dos santos (Pirajá) Intermitência no abastecimento de água
Rua Petronilia Dessa e Avenida Intermitência no abastecimento de água
Valéria Falta de pressão na rede
Intermitência no abastecimento de água
Valéria
Falta de pressão na rede
Intermitência no abastecimento de água com frequência elevada
Palestina
podendo durar dias
Rua da Matriz e Rua boca da Mata Falta de pressão em 4 pontos
(Valéria) Intermitência no abastecimento de água
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

10.2. OFICINAS DE APRESENTAÇÃO DO DIAGNÓSTICO

Dando continuidade aos eventos participativos, entre os dias 27/09/2021 e 07/10/2021 foram
apresentados os diagnósticos da parte continental dos 4 componentes do saneamento básico

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
918
(água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos), sendo que cada oficina tratou especificamente sobre
cada um dos serviços. A parte insular do município foi abordada separadamente contemplando
todos os eixos em um único dia. O diagnóstico da situação do abastecimento de água da parte
continental foi abordado no dia 28/09/2021 e a parte insular no dia 06/10/2021, junto com os demais
eixos do saneamento.

Com exceção da divisão dos dias de apresentação, as oficinas dessa etapa seguiram os mesmos
padrões e metodologias aplicadas no Diagnóstico Participativo, conforme supracitado no item 10.1

No decorrer das oficinas de apresentação do diagnóstico a população abordou novos problemas


sobre o abastecimento de água nos bairros onde vivem, diante disso esses problemas foram
sistematizados e estão apresentados no Quadro 198.

Quadro 198 – Percepção dos participantes do evento de apresentação do Diagnóstico


Bairro
Prefeitura-Bairro Principais Problemas Relatados
/Comunidade
Cidade Baixa, Rua Pressão da água baixa, preço elevado e qualidade
Régis Pacheco ruim; tubulação estoura e quebra
Cidade Baixa
Ar passando no hidrômetro e falta de qualidade da
Ribeira
água
São Cristóvão,
Falta de água constante
Conjunto Vila Verde
Itapuã
São Marcos, Colinas
Falta muita água, principalmente nos finais de semana
de Pituaçu
São Caetano / Liberdade Caixa D'água Falta muita água
Ilha Amarela Caixa d'água abandonada
Subúrbio / Ilhas São Tomé de Paripe Qualidade da água ruim
Subúrbio Ferroviário Falta muita água
Águas Claras Falta de água
Tubulação fica superficial no solo, sendo quebrada
Valéria Boca da Mata pelos carros que passam; Asfaltos da EMBASA sem
qualidade
Pirajá Chega água das 22:00 até as 5:00
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
919
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Quadro 199 sintetiza as principais constatações identificadas no abastecimento de água de


Salvador, no que se refere os aspectos institucionais, infraestrutura, situação operacional e
qualidade da prestação dos serviços.

Quadro 199 – Resumo das principais constatações do Diagnóstico do abastecimento de


água
Temas Principais Problemas e Dificuldades
Apesar de existir e possuir regimento interno provisório estabelecido, a EMRMS não
desenvolve ações rotineiras de deliberação e funciona atualmente apenas pelo esforço
Titularidade do da SEDUR para a retomada da elaboração do Plano de Desenvolvimento Urbano
Saneamento Integrado (PDUI)
Básico
Não há representação legal dos municípios da região metropolitana no Colegiado
Metropolitano da EMRMS
Falta de estruturação do instrumento de planejamento englobando as quatro
componentes do saneamento básico, carecendo da análise de integralidade entre estas
Falta de estruturação do instrumento de planejamento englobando as quatro
componentes do saneamento básico, carecendo da análise de integralidade entre estas
Planejamento
Apesar da criação, não há registros da aplicação ou utilização de recursos do Fundo de
Universalização do Saneamento Básico da Região Metropolitana de Salvador,
instrumento existente apenas para cumprimento da exigência legal até então
Inexistência da Política Municipal de Saneamento Básico
A SEINFRA não desenvolve uma rotina de planejamento e gestão no âmbito do
saneamento básico e acompanhamento da prestação de serviços públicos de
abastecimento de água
Falta de comunicação e articulação entre as decisões tomadas pela prestadora de
Coordenação serviço, na tentativa de sanar demandas imediatas, com o planejamento estratégico da
para a SEINFRA
integralidade Falta de equipe técnica especialista e alocada exclusivamente para as atividades
entre os relacionadas ao saneamento básico
componentes
Desarticulação de planejamento integrado estabelecido entre os órgãos, onde as visões
de Saneamento
de longo prazo para o saneamento básico possam ser construídas pela composição das
Básico
contribuições dos profissionais que atuam no dia a dia das diferentes atividades.
Falta da sistematização das informações referentes ao abastecimento de água de uma
forma transparente e dinâmica, para o acesso e comunicação eficiente das diferentes
instituições envolvidas
Impedimento de modificação do ente regulador, devido a necessidade de aprovação do
Colegiado Metropolitano. Embora a Prefeitura de Salvador tenha denunciado à
delegação do exercício das funções de regulação e fiscalização para a Agersa no ano
de 2011, o município não pode alterar o ente regulador.
Falta de corpo técnico na Agersa para atendimento satisfatório dos municípios do
Regulação
estado da Bahia, inclusive Salvador
Falta de transparência e comunicação das atividades da Agersa, impactando na falta de
controle social nas atividades da Agência
Equipe técnica da ARSAL ainda em estruturação e com poucos especialistas na área de
saneamento básico

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
920
Temas Principais Problemas e Dificuldades
Impedimento de modificação do ente fiscalizador, devido a necessidade de aprovação
do Colegiado Metropolitano. Embora a Prefeitura de Salvador tenha denunciado à
delegação do exercício das funções de regulação e fiscalização para a Agersa no ano
de 2011, o município não pode alterar o ente fiscalizador
Falta de corpo técnico na Agersa para atendimento satisfatório dos municípios do
Fiscalização
estado da Bahia, inclusive Salvador
Falta de avaliação contínua e criteriosa a respeito dos serviços prestados pela Agersa, o
último relatório de fiscalização in loco para Salvador foi emitido em 2016.
Equipe técnica da ARSAL ainda em estruturação e com poucos especialistas na área de
saneamento básico
Necessidade de atualização do Contrato de Concessão dos Serviços para adequação
às novas exigências legais
Prestação de
serviço Existência de conflito entre o município de Salvador e a assinatura do Contrato de
Programa, desde 2011, referente a delegação do exercício das funções de regulação e
fiscalização para a Agersa.
Recursos
Humanos
Equipe técnica necessita de ampliação devido a falta de concursos públicos e a redução
alocados na
gradativa do quadro de profissionais fixos ao longo dos anos
prestação de
serviço
Necessidade de atualização da abrangência da Tarifa Social, segundo dados o número
Estrutura de famílias beneficiadas pela Tarifa Social da Embasa correspondia a apenas 6,9% das
Econonômico- famílias elegíveis que estão dentro do CadÚnico (dados de julho/2020)
Financeira
Alta taxa de inadimplência das tarifas de abastecimento de água
O Conselho Municipal de Salvador (COM-SSA) atualmente encontra-se em processo de
Controle Social
reestruturação, sem a realização de atividades contínuas
O cadastro georreferenciado contempla cerca de 94% das ligações existentes, sendo
necessário aprimorá-lo, para contemplar 100% das ligações.
Cobertura de O ICA do e o IAA para o município de Salvador apresentam valores bastante elevados,
atendimento de 99,29% e 98,74% respectivamente, com valores muito próximos em todas as
Prefeituras Bairro, incluindo as Ilhas. No entanto, destaca-se o bairro Cassange que
ainda não possui cobertura por rede pública da Embasa, por estar localizada dentro de
área de proteção ambiental
As bacias hidrográficas onde estão localizados os reservatórios do SIAA de Salvador se
encontram em risco quanto à qualidade de suas águas, à biodiversidade, assim como
operação dos reservatórios, em decorrência das ocupações irregulares; lançamento
direto e indireto de esgotos não tratados; carreamento de material terrígeno, causando
assoreamento; supressão ilegal da cobertura vegetal; plantio nas áreas circundantes,
com a utilização de agrotóxicos.
Na bacia do Rio Ipitanga destaca-se o desenvolvimento de atividades de mineração, na
Mananciais de bacia do rio Joanes o lançamento de esgotos domésticos em seus afluentes e na bacia
abastecimento dos rios Jacuípe e Paraguaçu as atividades agropecuárias.
As represas de Ipitanga I e II e Joanes I e II operam na plenitude de suas capacidades
de regularização, inclusive sem restituição das vazões preconizadas pela legislação,
exceto eventualmente no período úmido.
Somente a Barragem de Santa Helena, Joanes I e Joanes II possuem licenças de
operação vigentes, sendo que em 2019 foi iniciada a regularização ambiental (outorga
para construção do barramento e licenciamento ambiental) das demais barragens
responsáveis pelo abastecimento de água da Região Metropolitana de Salvador.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
921
Temas Principais Problemas e Dificuldades
Todas as barragens operadas pela Embasa (Santa Helena, Ipitanga I e Ipitanga II,
Joanes I, Joanes II, Pituaçu e Cobre) são classificadas com risco baixo.
A Embasa fez uso de remediação química no reservatório de Joanes I. Porém, como o
reservatório manteve concentrações de fósforo elevadas e florações de cianobactérias,
definiu como estratégia a aplicação de Argila Enriquecida com Lantânio,
comercialmente conhecido como Phoslock com o objetivo mitigar o impacto sobre a
captação.
Adutora de concreto Joanes I - ETA Bolandeira de concreto muito antiga, dificuldades
Adução de para manutenção
Água Bruta Existência de construções irregulares implantadas ao longo da faixa de domínio da
adutora Ipitanga I - ETA Bolandeira, dificultando intervenções
As três maiores ETA (Principal, Teodoro Sampaio e Vieira de Melo) que atendem
Salvador operam abaixo da sua capacidade nominal
A ETA Principal e a ETA Suburbana não possuem destinação adequada das suas
águas de lavagem, sendo lançadas em vertentes do rio Joanes e Ipitanga,
respectivamente, configurando-se numa potencial fonte de contaminação.
Tratamento da Na ETA Suburbana (tipo filtro russo) a Embasa vem encontrando dificuldade para
Água alcançar os padrões de potabilidade do Ministério da Saúde para a água tratada, em
virtude das altas concentrações de amônia que têm sido encontradas na água
proveniente da Barragem Ipitanga II.
A degradação da qualidade da água dos mananciais reflete em maior consumo de
produtos químicos e consequentemente maior dificuldade de adequação aos padrões de
potabilidade do Ministério da Saúde (Portaria nº 888/2021)
No período analisado (janeiro/2016 a setembro/2020) nenhuma das ETAS atendeu a
quantidade mínima de amostras para os parâmetros cloro residual livre, Cor Aparente,
Turbidez, pH e Fluoreto
Na saída do tratamento, no que concerne ao parâmetro turbidez nenhuma das ETA
atingiu um resultado satisfatório;
Na saída do tratamento, no que concerne ao parâmetro cor aparente em 2018 e 2019 na
ETA Vieira de Melo apenas cerca de 85% das amostras atenderam a portaria;
Amostragem mínima não foi atendida em algumas ETA para os parâmetros ácidos
haloacéticos total, Trihalometanos Total e 2,4,6 Triclorofenol;
Porcentagem de amostras em conformidade para parâmetro Trihalometanos nas ETA
Vieira de Melo e Teodoro Sampaio insatisfatória;
Qualidade da A VISAMB não faz o monitoramento da qualidade da água na saída da ETA Principal,
água tratada e maior unidade de produção de água do SIAA de Salvador;
distribuída No período analisado (anos de 2019 e 2020), nas ETA do Parque da Bolandeira não foi
atingido o percentil mínimo de 95% das amostras em conformidade para o parâmetro
turbidez
Nas análises realizadas pela VISAMB no que concerne ao parâmetro coliformes, a
maioria das amostras em desconformidade tiveram como procedência a coleta
intradomiciliar ou intrapredial, sendo indicativo de problemas na higienização dos
reservatórios domiciliares;
No monitoramento da VISAMB o ponto 204.1 (Rua Reinaldo de Matos Nº 34) de
procedência intradomiciliar/ intrapredial teve episódios recorrentes de presença de E. Coli
No monitoramento da VISAMB foram constatados 4 pontos na água distribuída com
resultados recorrentes de não atendimento a concentração mínima de CRL
QualiSalvador aponta a necessidade de expandir a rede monitoramento da Embasa para
todos os bairros
Infraestruturas Paralização da obra de duplicação da adutora principal em virtude de problemas
de adução, referentes a desapropriação;

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
922
Temas Principais Problemas e Dificuldades
reservação e Ainda existem diversas áreas que são atendidas diretamente por adutora e subadutora,
distribuição de fragilizando o abastecimento sobretudo em períodos de maior demanda e em situações
água tratada de necessidade de manutenção nas infraestruturas.
Abastecimento de zonas diretamente por adutora e subadutora, configura-se numa
situação imprópria em função do porte da adutora e das condições operacionais
envolvidas;
Estudos do PARMS (2016) sinalizam capacidade insuficiente (admitindo de 1/3 a 1/4 do
Volume máximo diário) para atender as demandas de vários centros de reservação (R7,
R01, R20, R03, R05, R18, R14, R10, R12)
Redes de distribuição antigas comprometendo o abastecimento de água, conforme
relatos na Cidade Baixa
As infraestruturas dos sistemas da Embasa são alvo constante das ações de vandalismo,
como roubo de fiação elétrica, entre outros;
Elevado índice de perdas em todas as unidades regionais, sendo estas físicas
(rompimento de tubulações, vazamentos) e aparentes (ligações clandestinas).
Alto índice de ligações clandestinas, com destaque para a região das Prefeituras Bairro
Itapuã, Cajazeiras e Subúrbio/Ilhas
Qualidade dos Existência de pontos críticos de abastecimento de água em virtude de pressão
serviços insuficiente, com destaque para locais inseridos na área de abrangência da Unidade
prestados Regional de Pirajá (UMJ) e do Cabula (UML) conforme sinalizado pela Embasa. As
Prefeituras bairro e os atores estratégicos durante dos eventos também mencionaram
outras áreas inseridas no território das outras unidades regionais.
Intermitência no fornecimento de água nas localidades da Ilha de Maré, onde o sistema
opera por manobras por meio de registros e válvulas redutoras de pressão
Falta de proteção das fontes de água que são utilizadas sobretudo pela população em
Soluções situação de rua na parte continental e como complemento ao abastecimento nas Ilhas
Alternativas Não é realizado o monitoramento da qualidade da água de todas as fontes identificadas
no município de Salvador
Não foram obtidos dados relativos à existência ou qualidade de sanitários públicos para
Soluções de atendimento da população em situação de rua e da população que trabalha nas ruas, mas
abastecimento observa-se que não existe em quantidade suficiente.
de água fora
Não existem sanitários públicos nas praias da cidade, para atendimento da população
dos domicílios
local e dos turistas que utilizam as praias
Fonte: CSB Consórcio, 2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
923
REFERÊNCIAS

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2021.

Plano Municipal de Saneamento Básico Integrado de Salvador


Produto F – Diagnóstico dos Serviços de Saneamento – Produto Parcial F2
924
BRASIL. Lei Federal nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Atualiza o marco legal do saneamento
básico e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, para atribuir à Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico (ANA) competência para editar normas de referência sobre o serviço de
saneamento, a Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003, para alterar o nome e as atribuições do
cargo de Especialista em Recursos Hídricos, a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, para vedar a
prestação por contrato de programa dos serviços públicos de que trata o art. 175 da Constituição
Federal, a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para aprimorar as condições estruturais do
saneamento básico no País, a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, para tratar dos prazos para
a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015
(Estatuto da Metrópole), para estender seu âmbito de aplicação às microrregiões, e a Lei nº 13.529,
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