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DHEYLIANE BARBOSA DA SILVA

IMPACTOS AMBIENTAIS OCASIONADOS POR RESÍDUOS


SÓLIDOS URBANOS

Cidade
Ano
DHEYLIANE BARBOSA DA SILVA

IMPACTOS AMBIENTAIS OCASIONADOS POR RESÍDUOS


SÓLIDOS URBANOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras como requisito parcial
para a obtenção do título de graduada em
Engenharia Ambiental.

Orientador: Noelle Salsa

São Luís
2018
DHEYLIANE BARBOSA DA SILVA

IMPACTOS AMBIENTAIS OCASIONADOS POR RESÍDUOS


SÓLIDOS URBANOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras como requisito parcial
para a obtenção do título de graduada em
Engenharia Ambiental.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

São Luís, 29 de outubro de 2018


Dedico este trabalho a Deus por ser autor
da minha história e permitir de ter garra,
força e vontade de realizar o sonho de ser
Engenheira Ambiental.
SILVA, Dheyliane Barbosa. Impactos ambientais ocasionados por resíduos
sólidos urbanos. 2018. 35 páginas. Trabalho de Conclusão do Curso de
Engenharia Ambiental – Faculdade Pitágoras, São Luís, 2018.

RESUMO
Os resíduos sólidos são gerados diariamente pelas atividades humanas em todos os
setores da sociedade, e na maioria das vezes não possuem uma gestão correta,
principalmente quando se trata de sua disposição final. Devido ao crescimento
desordenado populacional, quantidade de resíduos é proporcional, pois é notório
que, com a falta de coleta seletiva em qualquer ambiente urbano, acumula resíduos
em suas vias, causando um forte odor, contaminação dos lençóis freáticos ali
presente, propagação de insetos e doenças que podem ser transmissíveis,
desequilíbrio ambiental e até mesmo degradação da área. Este estudo bibliográfico
tem como objetivo geral destacar os principais impactos ambientais ocasionados
pelos resíduos sólidos urbanos e suas medidas mitigadoras. Obteve-se um
conhecimento imenso e enriquecedor no que tange os Impactos Ambientais
originados pela má destinação dos resíduos sólidos. Soma-se a isso, o alcance de
todos os objetivos que foram designados ainda na atividade I.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos; Impactos Ambientais; Coleta Seletiva.


SILVA, Dheyliane Barbosa. Enviromental impacts of solid urban waste. 2018. 35
páginas. Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Ambiental – Faculdade
Pitágoras, São Luís, 2018.

ABSTRACT

Solid waste is generated daily by human activities in all sectors of society, and most
of the time they do not have a correct management, especially when it comes to their
final disposal. Due to the disorderly population growth, the amount of waste is
proportional, since it is notorious that, with the lack of selective collection in any
urban environment, it accumulates residues in its pathways, causing a strong odor,
contamination of the groundwater present there, propagation of insects and diseases
that may be transmissible, environmental imbalance and even degradation of the
area. This bibliographic study has as general objective to highlight the main
environmental impacts caused by solid urban waste and its mitigating measures.
There was an immense and enriching knowledge regarding Environmental Impacts
caused by the bad destination of solid waste. Add to this the attainment of all the
goals that were still assigned in activity I.

Key-words: Solid Waste; Environmental Impacts; Selective Collect.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Geração de resíduos sólidos urbanos no Brasil no ano de 2015 ........... 19


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Principais impactos ambientais causados pelos resíduos sólidos ......... 24


Tabela 2 – Padronização de identificação dos resíduos .......................................... 30
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais
EA Educação Ambiental
NBR Norma Brasileira de Regulamentação
RSU Resíduos Sólidos Urbanos
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2. RESÍDUOS SÓLIDOS E IMPACTOS AMBIENTAIS: CONCEITOS E
DEFINIÇÕES ............................................................................................................ 15
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................................................................................................... 15
2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL ................................................................................................. 19

3. IMPACTOS AMBIENTAIS: RELATO HISTÓRICO NO CENÁRIO BRASILEIRO


.21
4. MEDIDAS MITIGADORAS PARA EVITAR IMPACTOS AMBIENTAIS ............ 26
4.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................................... 26
4.2 COLETA SELETIVA ........................................................................................................................ 29

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 32


REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33
13

1. INTRODUÇÃO

Os resíduos sólidos são gerados diariamente pelas atividades humanas em


todos os setores da sociedade, e na maioria das vezes não possuem uma gestão
correta, principalmente quando se trata de sua disposição final. Como visto a
deposição equivocada dos resíduos sólidos, principalmente dos RSUs, é
responsável pela degradação do meio ambiente e considerada como um dos
principais problemas de qualidade ambiental das áreas urbanas, logo é necessário o
gerenciamento adequado desses materiais.
Embora fique claro que a disposição inadequada dos resíduos sólidos
urbanos possa trazer consequências graves à saúde do homem e ao meio
ambiente, e que é necessário que seja dada uma destinação sanitária
ambientalmente adequada a esses resíduos, ainda é comum em boa parte dos
municípios brasileiros o descarte desses materiais em lixões, que constituem na pior
forma de disposição final.
Devido ao crescimento desordenado populacional, quantidade de resíduos é
proporcional, pois é notório que, com a falta de coleta seletiva em qualquer ambiente
urbano, acumula resíduos em suas vias, causando um forte odor, contaminação dos
lençóis freáticos ali presente, propagação de insetos e doenças que podem ser
transmissíveis, desequilíbrio ambiental e até mesmo degradação da área. No
entanto, o estudo visa também, despertar a sociedade para uma visão reflexiva
sobre noções básicas de proteção aos recursos naturais, para poder preservar para
gerações futuras poderem usufruir deste bem.
O problema de pesquisa deste trabalho deu-se através da notoriedade que os
impactos ambientais gerados pelos resíduos sólidos, surgem devido a pouca
sensibilização humana, dando início nas ações pequenas a ações de nível global.
No entanto, é fundamental que cada ser humano seja sensibilizado e passe a ter
compromisso com o resíduo que o mesmo produz, evitando o descarte irregular e,
por conseguinte, grandes impactos ao meio ambiente e coletividade. Quais os
impactos ocasionados pela disposição irregular dos resíduos sólidos urbanos e quais
malefícios esses impactos causam ao meio ambiente e à saúde da coletividade e
como prevenir tais impactos diante das ações antrópicas irregulares?
Este estudo bibliográfico tem como objetivo geral destacar os principais
impactos ambientais ocasionados pelos resíduos sólidos urbanos e suas medidas
14

mitigadoras. Tem-se como objetivos específicos, expor o conceito de resíduos


sólidos urbanos e impactos ambientais, como definição e classificação dos resíduos.
Em seguida, discutir sobre os impactos ambientais ocasionados pela disposição
inadequada de resíduos sólidos urbanos, tal como as legislações relativas ao tema
e, por fim, descrever técnicas de mitigação dos impactos ambientais causados pela
má disposição dos resíduos sólidos.
15

2. RESÍDUOS SÓLIDOS E IMPACTOS AMBIENTAIS: CONCEITOS E


DEFINIÇÕES

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Norma


Brasileira Registrada (NBR) 10.004 (2004), define resíduos sólidos (RS) como:
Os resíduos resultantes de atividades industriais, atividades domésticas,
hospitalares, comerciais, agrícolas, atividades de serviço de varrição pública, são
definidos como resíduos nos estados sólido e semissólido. Ficam inseridos nesta
denominação os lodos que são, às vezes, provenientes do sistema de tratamento de
água, aqueles que são originados em equipamentos e instalações de domínio dos
altos níveis de poluição, bem como os líquidos que tem suas particularidades
inviáveis para o lançamento de efluentes na rede de esgoto ou em corpos hídricos.
Atualmente, o elevado crescimento populacional, os desenvolvimentos
industriais e tecnológicos impuseram a criação de novas opções de consumo ao
homem, acentuando os problemas para o meio ambiente, decorrentes da ampla
geração de resíduos, assim, facilitando a ocorrência de impactos ambientais.
Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) disposta na Lei
Federal n° 12.305, 2 de agosto de 2010, entende-se por resíduos sólidos todo:
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
antrópicas em sua coletividade inserida, a cuja destinação final se procede, se
propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido,
bem como gases contidos em recipientes e líquidos nos quais suas particularidades
tonem, de forma direta, a inviabilidade de lançamento de efluentes não tratados na
rede pública de esgoto ou nos corpos hídricos, pois se houver lançamento, sem
sombras de dúvidas, haverá poluição ou contaminação destes recursos naturais.
A NBR 10.004/2004 classifica os resíduos sólidos de acordo com os riscos
potenciais que possam causar ao meio ambiente e a saúde pública, para melhor
gerenciá-los a fim de garantir a segurança do homem e do meio ambiente.
A classificação dos resíduos sólidos conforme a ABNT NBR 10004 ocorre da
seguinte maneira:
Resíduos classe I – Perigosos;
Resíduos classe II – Não perigosos;
16

Resíduos classe II A – Não inertes;


Resíduos classe II B – Inertes.

O descarte irregular dos resíduos sólidos acarreta na poluição do meio


ambiente e, consequentemente, na geração de impactos ambientais que,
dependendo da área, pode ocasionar malefícios na saúde ambiental da população
que está próxima.
Com relação à classificação, existe a possibilidade relacionada à
periculosidade dos resíduos sólidos. Uma vez que estes podem representar danos
em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, pode
apresentar risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma significativa,
um aumento de mortalidade ou incidência de doenças, e/ou, riscos ao meio
ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada
(SOUZA, 2011).
Os resíduos sólidos de origem urbana (RSU) compreendem aqueles
produzidos pelas inúmeras atividades desenvolvidas em áreas de grandes
aglomerações humanas do município, abrangendo resíduos de várias origens, como
residencial, comercial, de estabelecimentos de saúde, industriais, de limpeza pública
(varrição, capina, poda e outros), da construção civil e finalmente, os agrícolas
(ZANTA; FERREIRA, 2003).
De acordo com o autor Scheren (2004) os estudos feitos pelo IBGE no ano de
200, têm indicado que há uma média de quase 80% de todo resíduos gerado no
Brasil tem destinação irregular, ou seja, destinados à céus abertos, que atingem os
recursos naturais. A elevada geração de resíduos sólidos vem preocupando toda a
população nas últimas décadas, pois a sua disposição irregular tem um grande
potencial de poluição, contaminação do meio ambiente, assim comprometendo a
saúde da sociedade. Tendo uma visão sanitária, a má destinação dos resíduos
causa danos diretamente à saúde.
Nos lixões, os principais problemas provocados são a proliferação de vetores
de doenças, geração de maus odores, poluição do solo e das águas subterrâneas e
superficiais, pela infiltração do lixiviado, resultante dos processos de decomposição
dos resíduos Sólidos Urbanos (GUANABARA, R., GAMA, T.,EIGENHEER,E,M.,
2008).
17

Conforme o Manual de Gerenciamento Integrado, IPT/2000, lixão é uma


forma inadequada de disposição final dos resíduos sólidos, caracterizada pela
descarga, em determinadas áreas, sem medidas de proteção ao meio ambiente e
proteção à saúde pública. Localizado em áreas sem preparação anterior e nenhum
tratamento de afluentes líquidos. A ausência de controle nestas áreas favorece a
proliferação de moscas, aves necrófagas como urubus, harpias e alguns tipos de
gavião, além de ratos e outros pequenos animais, que se transformam em vetores
de agentes patogênicos. O dano ambiental nestas áreas está associado à presença
de catadores de lixo, em busca de materiais recicláveis com aproveitamento
econômico. Os lixões têm apresentado grande impacto sobre a paisagem e sua
presença causa desconforto e tem trazido à desvalorização das áreas adjacentes.
O aterro controlado é uma forma de disposição criada com vistas à diminuição
dos efeitos adversos do lançamento do lixo a céu aberto. Instalação destinada à
disposição de resíduos sólidos urbanos cuja técnica consiste em confinar
adequadamente os resíduos sólidos urbanos sem poluir o ambiente externo, porém,
sem a promoção da coleta e o tratamento dos efluentes líquidos e gasosos
produzidos. Normalmente, é descrito como uma célula de um lixão no qual se
adotaram tentativas de remediação. Esta célula é preparada para receber os
resíduos com sistema de impermeabilização adequada e é operada de forma a
reduzir os impactos negativos, com a adoção de providências com a cobertura diária
da pilha de lixo com terra ou outro material disponível como forração entre o lixão e o
aterro sanitário (Manual de Gerenciamento Integrado, IPT/2000).
A problemática decorrente dos resíduos sólidos urbanos produzidos nas
grandes cidades abrange vários aspectos, desde sua origem, produção, coleta,
tratamento e disposição final. Deste modo, o gerenciamento inadequado dos RSU
ocasiona diretamente vários impactos negativos, tanto de ordem ambiental quanto
para a saúde da população (RAMOS, 2012).
Tendo em vista o grande consumo, logo é crescente o a quantidade de
resíduos e, diante deste cenário, torna-se cada vez mais necessário o sistema de
coleta seletiva de forma regular no Brasil, pois com a fortificação do sistema, a
probabilidade da coletividade descartar os resíduos em vias públicas irá diminuir e,
com ela, a diminuição dos impactos ambientais gerados pela má destinação dos
resíduos sólidos.
18

2.2 IMPACTOS AMBIENTAIS

Em conformidade com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),


por via da Norma Brasileira Registrada (NBR) ISO 14.001 (2004), impacto ambiental
é definido por “qualquer intervenção ao meio ambiente adversa ou benéfica, que
resulte, no todo ou na parte, dos aspectos ambientais da organização”.
Segundo o artigo 1° da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), n° 001, de 23 de janeiro de 1986, considera-se impacto ambiental
qualquer modificação das características químicas, biológicas e físicas do meio
ambiente, originada por qualquer ação ou forma de energia ou matéria resultante
das ações antrópicas que de forma indireta e direta, afetam:
I - A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - As atividades sociais e econômicas;
III – A biota;
IV - As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - A qualidade dos recursos ambientais
De acordo com Souza (2011), muitos são os problemas que ocorrem em
decorrência da má disposição dos resíduos urbanos. Dentre eles pode-se destacar:
a poluição visual; os problemas de saneamento; a contaminação dos recursos
hídricos; a degradação ambiental; a maior demanda de áreas para disposição final
dos resíduos; o aumento dos deslocamentos no transporte; a discriminação social
para com as pessoas que trabalham diretamente com o lixo e os problemas políticos
no que se refere às diferentes providências a serem tomadas.
Dentre os diversos impactos negativos que podem ter origem devido a
quantidade elevada de disposição irregular dos resíduos sólidos, há quantidade de
resíduos dispostos em vias públicas, é elevada, pois causa diversos impactos. Essas
diferentes maneiras habituais podem provocar, dentre diversas coisas,
contaminação e poluição dos recursos hídricos, enchentes, assoreamentos dos rios,
proliferação de vetores e transmissores de doenças, esses vetores são: baratas,
ratos, cães, gatos, vermes, moscas, dentre outras (MUCELIN; BELLINI, 2008).
Segundo Jardim (2007), afirma que devido ao aumento elevado das áreas
urbanas no Brasil, aumento de veículos automotivos industriais, o alto consumo
exagerado de bens materiais, a utilização incorreta dos recursos naturais e a
produção elevada de produção de resíduos sólidos, vem acarretando, sem dúvidas,
19

em impactos negativos ao meio ambiente, comprometendo a vida útil dos recursos


naturais.
No entanto, nota-se que, as grandes empresas afetam mais ainda o meio
ambiente e, nós, os seres humanos com pequenas atitudes, provocando impactos
sobre os recursos dia-a-dia.

2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL

No ano de 2015 o Brasil produziu aproximadamente 218.874 toneladas de


resíduos sólidos urbanos, sendo que entre 2014 e 2015 a população teve um
crescimento de 0,8%, com isso o aumentando a geração per capita de resíduos em
1,7% em relação ao ano anterior (ABRELPE, 2015).

Figura 1 – Geração de resíduos sólidos urbanos no Brasil no ano de 2015.

Fonte: ABRELPE, (2005)

No que envolve a destinação final dos resíduos e no número de disposição


adequada no ano de 2015, houve um aumento, pois cerca de 58,7% de toneladas
de RSU foram destinados corretamente aos aterros sanitários para receber seu
devido tratamento. Contramão a isso foi registrado que houve aumento na
quantidade de resíduos encaminhados para a destinação inadequada, chegando a
quase 30 milhões de toneladas de resíduos dispostas no conhecido “lixão” ou em
aterros controlados, estes que não possuem o conjunto de sistema adequado e
medidas essenciais para proteger o meio ambiente contra os danos que a
decomposição desses resíduos ocasiona. Os resíduos sólidos domiciliares no Brasil
apresentam alto percentual de resíduos orgânicos formados por restos de comida e
cascas de frutas e legumes e até mesmo resíduos de jardinagem. Entretanto, a
20

compostagem dos resíduos orgânicos presentes no lixo urbano é relativamente


pouco praticada e quando praticada vem sendo tratada apenas sob a perspectiva de
eliminar o lixo doméstico e não como um processo industrial que gera produto e que
necessita de cuidados ambientais, ocupacionais, qualidade do produto, entre outros
(ALCANTARA, 2010; MMA, 2010).
É notório que a demanda dos resíduos sólidos domiciliares no Brasil atinge
um número alto, assim dano portas para a degradação do meio ambiente por meio
dos impactos que esses resíduos causam.
21

3. IMPACTOS AMBIENTAIS: RELATO HISTÓRICO NO CENÁRIO


BRASILEIRO

No contexto histórico da humanidade, o homem vem aprimorando suas


técnicas e instrumentos cada vez mais, assim extraindo, diretamente, dos recursos
naturais para manter sua sobrevivência (JUNIOR, 2012). Os impactos que são
ocasionados pelas atividades antrópicas sobre o meio ambiente se expande em todo
território brasileiro, dando início na escassez de recursos naturais, elevada
saturação dos aterros sanitários e o aumento do nível de atividades poluidoras na
Terra. (CARNEIRO et al., 2010).
O comportamento da população diante a fauna e flora, demonstra o grau de
superioridade aos demais seres vivos, intervindo diretamente, de modo irracional,
nos recursos naturais existentes no mundo, soma-se a esse comportamento, a falta
de preocupação que o homem tem com as consequências que o excesso do uso
desses recursos podem advir com suas ações (BARREIRA,2005). Diante do cenário
em que o equilíbrio ecológico encontra-se, a correlação entre meio ambiente e
humanidade apresenta, indiscutivelmente, o elevado uso dos recursos ambientais na
produção de matéria-prima o que acarreta da degradação e desequilíbrio do meio
ambiente, pois a sua condição de vida, é extraída diretamente do meio ambiente.
A qualidade ambiental é diretamente ligada à qualidade de vida do homem,
pois ele extrai do meio ambiente bem mais do que cuida (SEIFFERT, 2011), sendo
que o aumento da escala de produção tem sido um importante fator que estimula a
exploração dos recursos naturais e eleva a quantidade de resíduos gerados
(BARBIERI, 2007).
Dentro de vários impactos que os resíduos sólidos ocasionam, tem-se um
considerado mais deletérios que, a partir dos lixões, é resultante e originado da
decomposição dos resíduos sólidos de matéria orgânica, do qual tem-se um líquido
totalmente característico, de odor elevado, turvo, conhecido como líquido lixiviado ou
chorume. Este líquido acaba por infiltrar diretamente no solo, originando o começo
de uma contaminação; um tipo de poluição que tem um elevado nível de dificuldade
para se remediar e, sobretudo, causa impactos na saúde de quaisquer ser vivo que,
porventura, venha se utilizar dos recursos hídricos, pois o lençol freático e
devassamente contaminado (BERTO NETO, 2009).
22

Em relação ao Brasil, País situado na América do Sul, ao discorrer sobre os


impactos ambientais originados por lixões, nota-se que a sociedade está próxima a
uma realidade vivida e sentida no que tange saúde ambiental, pois a disposição
inadequada de resíduos, ocasiona diversas doenças causadas por vetores. Ainda se
tem extrema necessidade que os Gestores Públicos devem ampliar as políticas
públicas ideais e normatizadas, com destaque, naquelas que tem resultado o mais
rápido possível e/ou a implementação de aterros sanitários. Sugere ainda, a
implementação da coleta seletiva; compostagem e reciclagem dos resíduos de
origem domiciliares, que resulta em ótimos resultados no que se diz respeito à saúde
da coletividade em geral (BRASIL, 2010).
É fundamental que a sociedade, em geral, se preocupe com os impactos
ambientais originados pelos resíduos sólidos e saiba que há técnicas de manejo que
são adequadas para que possam contribuir com o meio ambiente e manter a
preservação ambiental, assim, mantendo o ambiente natural. À vista disso, é
essencial, através da sistematização correta da coletividade, uma gestão totalmente
adequada dos RSU’s no meio em que se vive, pois com essa sistematização o
ambiente será preservado e o equilíbrio ecológico será ainda mantido (GOUVEIA,
2012).
Contudo, uma enorme parcela dos resíduos sólidos gerados, na atualidade,
não possui, de forma alguma, disposição sanitária ambientalmente correta. Ainda
que existam progressos nas últimas décadas no Brasil (ABRELPE, 2014), ainda se
depara com inúmeras formas ilegais e inadequadas de acondicionamentos de
resíduos sólidos urbanos, principalmente, nas cidades do interior brasileiro, com a
fraca justificativa que necessitam de uma ótima gestão voltada para questões
ambientais, pois assim, terão profissionais capacitados e dispostos a lutar pelo
equilíbrio ecológico.
Muñoz (2002) afirma que a criação de lixões faz com que a população fique
mais vulnerável às doenças geradas por vetores, que são os transmissores, como:
ratos, insetos, dentre outros.
Devido à má disposição dos resíduos e, em seguida sua decomposição, pode
surgir a emissão de gases e outros diversos poluentes atmosféricos, estes sendo
correlacionados com a combustão do lixo ao ar livre – ação recorrente nos
municípios brasileiros – ou até mesmo pela inserção de resto de resíduos sem o uso
dos equipamentos adequados. Em geral, os impactos negativos dessa triste
23

degradação se estendem para além da localidade em que o resíduo foi depositado


de foi incorreta e chega até a coletividade, assim causando sérias preocupação a
saúde dessas pessoas devido o gerenciamento inadequado desses resíduos.
De acordo com Mesquita Júnior (2007), o gerenciamento dos RSU’s abrange
os diversos aspectos institucionais, financeiros, ambientais, sociais e administrativos.
Isso significa que, mais do que a gestão técnico-operacional do serviço de limpeza,
outras ações também são extremamente importantes. Ainda com Mesquita Júnior
(2007), é possível notar que há excesso no limite de administração pública, pois
alguns gestores fecham os olhos para as questões ambientais sem saber que essas
questões fazem total diferença para vida útil no mundo.
Os aspectos que estão, de forma direta, envolvidos com todo o processo de
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, eles, os aspectos, estão devidamente
dedicados desde o começo da etapa para pensar no que tange respeito do método
de planejamento, em seguida, pela maneira de estabelecer estrategicamente como
se deve atuar e, em seguida, passando pela maneira de executar e implementar um
método de controles sobre a destinação incorreta dos resíduos. Esse procedimento
dá total possibilidade a um determinado desenvolvimento e crescimentos na
destinação correta desses resíduos sólidos urbanos (MESQUITA JÚNIOR, 2007).
Entretanto, depara-se com uma elevada problemática no cenário atual, pois
os recursos envolvidos necessitam de elevados investimentos financeiros para que
possa haver remuneração das pessoas; treinamento e a devida capacitação, assim
como para ter acesso a aquisição dos equipamentos de proteção individual e todo o
custeio do sistema de manejo dos resíduos sólidos urbanos.
Além disto, diversas empresas sempre buscam, por meio de propagandas,
levar ao público que estão realmente preocupados com o meio ambiente, trazendo
sempre discursos de sustentabilidade, entretanto, é somente uma forma de tentativa
de autopromover a empresa (MESQUITA JÚNIOR, 2007).
Segundo Ladeira Mól (2007), a problemática dos resíduos sólidos só é
existente devido a gestão governamental não dar a devida assistência às causas
ambientais, pois sabe-se que o Poder Público é o que tem mais recursos para atingir
o equilíbrio ecológico e o desenvolvimento sustentável.
A falta de locais adequados para o descarte não é o único problema, pois a
origem do problema está na geração e no gerenciamento destes resíduos. A maior
parte da indústria ainda não adequou os seus processos produtivos para a redução
24

e o reaproveitamento de matérias primas, e temos o eterno problema das


embalagens. As garrafas de vidro que, no passado, eram reutilizáveis, hoje são
produzidas em grande escala e descartas como resíduos comuns.

3.1 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA DISPOSIÇÃO IRREGULAR


DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos sólidos são responsáveis por uma grande variedade de gases


estufa, desde gases carbono (como o monóxido de carbono, o dióxido de carbono e
o metano), passando elementos causadores das chuvas ácidas, como o enxofre, por
exemplo, até os perigosíssimos resíduos nucleares que ainda continuam sendo
largados no ambiente sem tratamento em diversos países. Para esses
acontecimentos temos a contribuição efetiva tanto dos resíduos domésticos e
comerciais, como dos resíduos industriais, e dos particulados decorrentes dos
tratamentos de efluentes. (GOUVEIA, 2012).

Tabela 1 – Principais impactos ambientais causados pela má destinação dos


resíduos sólidos
MEIO FÍSICO MEIO BIOTICO MEIO ANTROPICO

Aumentos dos processos Diminuição da base Visuais desnudamentos


erosivos genética do solo
Compactação do solo Redução da biota do solo Poluição de áreas
circunvizinhadas
Depreciação da qualidade Redução da Contaminação dos
da água subterrânea capacidade de catadores
sustentação da fauna
Poluição do ar Interrupção de fluxos Poluição visual
gênicos
Poluição do solo Redução da -----------
biodiversidade nativa
Proliferação de vetores Stress da fauna local -----------
Fonte: ABRELPE, (2005).

O artigo 225 da Constituição Federal brasileira assegura a todos os humanos


o direito e proteção ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como bem
25

coletivo, indicando ainda o dever de defesa deste meio para as presentes e futuras
gerações.
Busca-se também por meio da Constituição Federal de 1988 primar pelo
equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a manutenção da qualidade sendo
fundamental a observação voltada à proteção do meio ambiente enquanto espaço
de vida humana, ou seja, onde o objeto da tutela é o homem na sua relação com o
meio (ARAUJO, 2004, p. 32 e ss).
A população deve destinar de forma correta o seu resíduo, seja ele urbano ou
orgânico para que seja evitado impactos ambientais sobre o a fauna, flora, recursos
hídricos, principalmente mananciais, pois com o acondicionamento e destinação
adequada dos rejeitos, a saúde da humanidade não ficará comprometida.
Uma educação ambiental voltada à reutilização minimizará o impacto dos
descartáveis, introduzindo tais produtos novamente no sistema produtivo de forma a
se transformar em novo produto, sendo considerada uma educação completa,
aquela que versa sobre o consumo sustentável, a reutilização de materiais e
redução de descarte de embalagens, (CORTEZ e ORTIGOZA, 2007, p. 12-34).
Portanto, torna-se necessária que a coletividade seja educada
ambientalmente para que o meio físico, meio biótico e o meio antrópico sejam
equilibrados e de satisfação humana, assim conservando os recursos naturais para
que futuras gerações possam usufruir desses recursos de forma saudável.
26

4. MEDIDAS MITIGADORAS PARA EVITAR IMPACTOS AMBIENTAIS

4.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A educação ambiental se torna cada vez mais uma ferramenta com eficácia
no gerenciamento às políticas públicas no que se diz respeito ao meio ambiente.
Essa importância está demonstrando, através de documentos, que surgiram devido
a necessidade de equilibrar o meio em que vivemos, para que assim ele se torne
melhor, sem que haja malefícios para o crescimento e desenvolvimentos da
sociedade. Em grande parte dos problemas socioambientais e socioeconômicos dos
municípios do Brasil, têm sua fundamentação na ausência de informação e
conhecimento da sociedade, no que se diz respeito a problemas ambientais
(BARCELOS, 2009).
Malta e Vieira (2010), dizem que a Política Nacional do Meio Ambiente – Lei
de Nº 6938/1981 – assim como as diversas outras políticas públicas educacionais e
ambientais que são existentes no Brasil, elas destacam a suma importância da
importância ambiental à coletividade, pois o que se procura-se, além da preservação
dos recursos naturais, é a valorização e a edificação dos conhecimento para que
possa ter a realização da educação ambientais que, através dessas ações que
haverá mudanças positivas de atitudes e de posturas no cotidiano da humanidade.
Jacobi (2003), enfatiza que a existência da sustentabilidade econômica,
ecológica e social são pressupostos da educação ambiental. Esses pressupostos
explicam de forma clara que há necessidade da implementação da educação
ambiental na vida da coletividade, independente de idade, raça e gênero, pois
através dela, a qualidade de vida será cada mais melhor, pois haverá preservação
ambiental. No entanto, torna-se cada vez mais necessário a inserção da educação
ambiental no dia-a-dia da população, pois ela incorpora e ensina a utilizar e cuidar
dos recursos naturais de forma ecológica e tem total influência em inverter a
tendência autodestrutiva dos recursos naturais, principalmente a fauna e a flora.
Na educação ambiental há diversos objetivos a serem estritamente
alcançados, um deles é educar para enfrentar os valores, verificando os divergentes
pontos de vista, em relação ao problema concreto. Se os acadêmicos e estudantes
sabem, de certa forma, valorizar a complexidade dos temas relacionados ao meio
ambiente, e se tem absorvido métodos de analisar as questões, podem, certamente,
27

opinar de forma livre e consciente sobre as razões de diretrizes ambientais (MAYER,


2008, p. 226).
Por meio da educação ambiental a coletividade, de certa forma, deixará de
enxergar o meio ambiente como algo que tem limite ao crescimento financeiro do
pais, passando a analisar e buscar diversas alternativos para conciliar a importância
do crescimento econômico com a preservação do meio ambiente. Há anos atrás
acreditava-se que diversas catástrofes de origem ambiental não poderiam ser
evitadas, mas, após diversos estudos os pesquisadores chegaram à conclusão de
que elas podem sim ser evitadas e como suas proporções são ligadas diretamente a
atitudes do homem.
A degradação ambiental faz parte do atual cenário do meio ambiente, pois o
desenvolvimento econômico faz a coletividade esteja preocupada comente com os
resultados que se possa ter, sem pensar em preservar os recursos naturais. À frente
desta preocupação em relação ao uso irregular dos recursos ambientais, surgem
novas medidas que tem intuito de frear o uso irregular dos recursos que está sendo
ocasionado pelo “desenvolvimento sustentável”. Conforme Leff (2012), a crise
ocasionada pelo uso não regular dos recursos se torna evidente na década de 60,
que reflete na falta racionalização ecológica da humanidade sobre padrões
dominantes da elevada produção e do alto consumo.
A Política Nacional de Educação Ambiental, identificada pelo nº 9.795 do ano
de 1999 foi criada, como forma de inserção para educação a população sobre o
correto uso dos recursos ambientais, nela é destacada a importância de que as
ações conscientes e de responsabilidade podem sim preservar o meio ambiente em
que a sociedade está inserida (BRASIL, 1999), sendo que o resultado para o cenário
atual em que o País se encontra é a inexistência do “saber”. Leff (2012), enfatiza
que a crise ambiental atual é uma crise do conhecimento, afirmando que a
população não tem comportamentos que preservem o meio ambiente em que vivem.
Ela, a Educação Ambiental, é, diretamente, formada por um único
componente essencial e permanente da Educação Nacional, que deve sempre estar
inserido, de forma articulada, em todos e quaisquer níveis de modalidades do
processo educativo nacional, tanto em natureza formal e não forma (PLÁCIDO e
GUIMARÃES, 2014). No entanto, a Educação Ambiental só foi rigidamente criada
porque no decorrer do processo de desenvolvimento econômico, a coletividade
promove pela busca do conforto, não há controle do uso do patrimônio ambiental,
28

resultando no futuro, em um cenário ambiental altamente impactado, causando, de


certa forma, preocupação na coletividade civil de que muitos dos recursos mais
explorados eram não renováveis, ou seja, sem recuperação.
A implantação da Educação Ambiental nas pequenas e grandes empresas
objetivando à edificação da sustentabilidade culmina com a capacitação dos
funcionário, proporcionando sempre a sensibilização e conscientização ambiental e
somando na competência profissional através das práticas educativas. A
necessidade da inserção da EA nas pequenas e grandes empresas, como aspecto
de despertar junto aos seus profissionais e todos aqueles que colaboram de uma
certa forma com o desenvolvimento da empresa, atitudes educativas que sejam o
pilar para a conscientização ambiental (XAVIER et al., 2012).
De acordo com Santana (2008) traz à tona que a educação ambiental é
sinalizada como procedimento no qual deve acontecer o desenvolvimento avançado
de um senso de preocupação com o atual estado em que se encontra o meio
ambiente, apoiado num completo e frágil entendimento das relações da humanidade
com o ambiente em seu torno, levando-se em importância o desenvolvimento
histórico dessa relação. Os autores Toaldo de Meyne (2013) afirmam que a
Educação Ambiental para uma sustentabilidade equilibrada e satisfatória aos
recursos naturais, é uma técnica de aprendizagem permanecente que se baseia no
respeito a todas as formas de vida. Essa educação reafirma os valores e atitudes
que colaboram para a evolução humana e social e para alcançar a conservação
ecológica.
Segundo Figueiredo et al. (2008), chegou-se à finalização que refletindo sobre
a técnica de desenvolvimento cognitivo da sabedoria, as crianças, jovens,
adolescentes, tendem a associar, o conteúdo passado a eles, de condição mais
efetiva, quando há presença e exposição de cartazes, visualização real do conteúdo,
figuras. A relação com o concreto promove uma alta assimilação com o assunto, do
que simplesmente a apresentação de forma oral do assunto que está sendo
passado a essa população.
Nas empresas, indústrias, a Educação Ambiental tem um essencial papel
dentro delas, pois ela desperta cada colaborador que está dentro da empresa para
buscar soluções reais para as questões problemáticas ambientais que acontecem
principalmente no cotidiano, no ambiente de trabalho, na aplicação de suas
atividades, conferindo ao funcionário poder de comportamento que favoreça a
29

preservação dos recursos naturais, assim conquistando o equilíbrio ecológico.


Modificar as ações ou a cultura de uma comunidade, não é uma tarefa simples, mas
é um obstáculo possível de adquirir a colaboração da sociedade que já está
consciente para que seja possível preservar o meio ambiente assim, conquistando a
sustentabilidade.
É notório que a Educação Ambiental é uma das principais ferramentas para o
descarte correto dos resíduos, pois é através dela que nasce a conscientização da
coletividade.

4.2 COLETA SELETIVA

Tem-se como definição de coleta seletiva a forma de recolhimento de forma


divergente dos resíduos que podem ser reciclados, corretamente separados nas
localidades geradoras, por pessoas que são catadoras, entidades, órgão públicos e
a coletividade num todo. Apesar disso, vale ressaltar que não há eficiência em
separar os objetos recicláveis se não houver um adequado sistema de recolhimento
para os materiais corretamente selecionados, pois a coleta seletiva tem como
objetivo viabilizar que todos os materiais que foram separados sejam devidamente
recuperados para a reuso, compostagem ou reciclagem (CARVALHO, 2008).
Diante do cenário atual que o País vem enfrentando, a reciclagem vem se
apresentando como uma das principais alternativas para o tratamento dos resíduos
sólidos com mais índice de utilização, sejam eles urbanos ou orgânicos, pois a
reciclagem visa o lucro financeiro à coletividade. Um dos benefícios que a coleta
seletiva propõe é a redução do consumismo dos recursos ambientais, uma vez que
ela também diminui o volume de lixo e a poluição e degradação que ele causa ao
solo (BARCELOS, 2009).
Faz parte do processo da coleta seletiva a separação prévia dos resíduos
sólidos, na localidade onde eles são originados, de acordo com a composição ou
constituição. A devida implantação do sistema de coleta seletiva torna-se de extrema
importância para que a destinação final dos diferentes tipos de rejeitos venha a ser
ambientais correta e, consequentemente, diminuir e/ou amenizar os impactos
ambientais que eles causam à fauna, à flora, ao solo, dentre outros recursos.
A coleta seletiva é referenciada como uma possibilidade para o problema do
resíduo em si, o que irá resultar em um reaproveitamento de tamanha satisfação de
30

materiais, como, papel, metal, plástico, vidro, etc. A coleta, de forma direta, diminui a
quantidade de resíduo que será destinado aos aterros sanitários, assim prorrogando
a vida útil desses aterros, além de diminuir os cursos que os órgãos públicos
precisariam ter com a construção de novos aterros sanitários. A sociedade tem,
diretamente, benefícios com a destinação correta dos resíduos sólidos, pois assim
evitará a disposição irregular dos resíduos em vias públicas, que causaria enchente
e, com essas enchentes, a população ficaria vulnerável a diversos impactos
(INSTITUTO AKATU, 2006).
A questão de inserir um sistema de gerenciamento adequado para a fonte
geradora dos resíduos sólidos passasse a custear pela quantidade de resíduo
gerado, necessitaria de passar por um processo de reeducação de costumes e
valores. Diante disso, passava-se a utilizar-se da forma de reduzir o volume de
resíduos gerado e se tomaria presente o hábito da separação dos resíduos
reutilizáveis em cada casa (HISATUGO, 2007).
Na busca de uma tendência mundial voltada à padronização da reciclagem, o
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA criou um padrão e código para os
diferentes tipos de resíduos.

Tabela 2 – Padronização de identificação dos resíduos


CORES TIPO DE RESÍDUOS
Azul Papel e/ou papelão
Vermelho Plástico
Verde Vidro
Amarelo Metal
Preto Madeira
Laranja Resíduos perigosos
Branco Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde

Roxo Resíduos radioativos


Marrom Resíduos orgânicos
Cinza Resíduo geral não reciclável ou misturado e contaminado
não passível de separação
Fonte: CONAMA, 2005.
31

Com a identificação para coleta dos resíduos sólidos, torna-se mais viável a
implementação da educação ambiental, assim, sensibilizando a população a
descartar os resíduos sólidos em seus locais adequados e, por fim, evitando os
impactos ambientais sobre os recursos naturais.
32

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No Brasil, o fator mais preocupante no que se refere aos resíduos, é o


descarte de resíduos sólidos de forma irregular que é prática constante da
coletividade. Devido à falta de coleta seletiva, o descarte se torna mais ainda
frequente, originando diversos impactos socioambientais sobre os recursos naturais
e, por fim, desequilibrando o meio ambiente.
Diante desse contexto, ocorrendo o aumento de investimento e
responsabilidade em Educação Ambiental nas escolas, comunidade e em diversos
outros lugares, o cenário pode se reverter, pois a prática informal é considerada um
meio incentivador para que a humanidade tenha práticas corretas para reverter o
quadro em que os recursos ambientais se encontram.
Outro potencial para a preservação do meio ambiente e destinação correta
dos resíduos sólidos urbanos, é a implantação de coleta seletiva e o aumento na
cidade da periodicidade dos carros coletores desses resíduos, pois o crescimento
dessa periodicidade levaria com que a população colocasse em prática o que se
obteve na Educação Ambiental.
Como observado no desenvolvimento do trabalho, a disposição inadequada
os resíduos sólidos urbanos ainda é um grande fato para o crescimento dos
impactos ambientais originados pelos mesmo, impactos esses que acabam
comprometendo fauna, flora, recursos hídricos, saúde ambiental e dentre outros
quesitos.
33

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