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FILHOS DA COLONIZAÇÃO

Moçambique. País meu, com um sistema de colonização sofisticado, simplesmente


comandados sob chicotadas psicológicas que nos têm mantido as segas sob uma intensa e
imensa escravidão que nos tem assolado a décadas. Vários são os motivos, dentre eles nenhum
compreensível ao meu entendimento, a falta de compreensão a estes pode ser apontada a minha
ignorância, a minha falta de escolaridade comparado aos demais, a falta de informação, a
precipitação, ao heroísmo ou simplesmente ao intelecto corrompido pelos vários anos de pobreza
e sofrimento. Moçambicanos sob o pranto, a miséria, guiados como marionetes por seres
insensíveis, com falta de patriotismo, gananciosos, indispostos a darem a vida pela pátria, mas,
com uma disposição arrepiante quando o assunto em questão é causar o desaparecimento de
quem quer que seja para que o sistema possa manter o seu funcionamento padrão. A informação
sobre o que diz respeito ao país deixou de ser poder quando a mesma passou a ser fornecida pelo
o que o poder tinha, tentativas fracassadas de hierarquizar-se a esse comando de devassos
preocupados com os bolsos pesados têm assolados os cidadãos desta pátria. Enquadrar-se, seguir
as ordens, obedecer ao padrão normal e nunca questionar? Não, por quê seguir ordens se quem as
impõe não dá a mínima para elas? O sentido do patriotismo é confundido e deixado ao lado pela
ignorância profunda aliada ao medo que em jeito de manto é coberto aos moçambicanos, a
diferença é por fim vista no dia do seu fim. A quem culpar? Ao estado atual ou a cada cidadão
indiferente à o que acontece no país?
Cidadãos extremamente inteligentes têm se mostrado extremamente inúteis para a
evolução do pais, deixando-se levar pelas correntezas do conformismo implantadas para a
garantia de que o sofrimento do povo nunca tenha um fim. “Fracosˮ, é de vista um termo que
tão pouco definiria por completo o que realmente o povo tem sido, o medo aliado ao conforto
as leis criadas pelos lobos para o seu enorme rebanho de ignorantes sofisticados, contentes e
destemidos a seguir as ordens, não interessam de quem ou o porquê devem ser seguidas, pois,
“quem tem o poder ordena e quem tem ouvidos obedeceˮ sem se quer fazer o juízo do que lhe é
imposto.

Fernando João Banze


Muitos foram os que com tentativas fraudadas de acordar o povo neste sono profundo de
escravidões mentais acabaram perecendo, o mesmo povo que em jeito de gratidão demostra uma
enorme demência no que tais a pôr um fim neste sistema conduzido pelo capitalismo as custas do
povo, o nepotismo que somente devasta os que as ditas “costas quentesˮ não as tem, elevando
desta forma a corrupção.
O povo sucumbe aos colonialistas que se auto intitulam moçambicanos, demônios
insaciáveis, que transbordam a concupiscência nos seus semblantes, amantes da profanação, crias
do colonizador. Iram-se contra o que na angústia lutara para vencer quem o pranto causara. Povo
apunhalado pela ganância do pródigo. É imensa a dor que em mim paira, o sofrimento causado
por um ser que outrora fizera juras de desencadear os traumas que esse país consigo arrasta, a
leveza sentida em um instante, que enquanto se ver dependente do atual colonizador jamais será
sentida.
As iniquidades do tolo em meio aos ignorantes são de arrepiar. O tolo vangloria-se da
tolice, pois, não sabeis ele que é tolo, o que lhe faz permanecer tolo a não ser que um sensato lhe
livre da sua angústia. Selvagens que conduzem um país como se de uma manada se tratasse, o
povo mantem-se aos choros silenciosos, a reivindicação dos direitos é tida como profanação
rebelica ao abutre. Cansaço desigual, pois, entre os reprimidos a quem reprime também, a
mudança é encadeada ainda entre nós, a falta de consciência conduz alguns de nós a indiferença,
valor trocado por valores, ou simplesmente por um cargo na hierarquia dos marginais
engravatados.
A incapacidade que os moçambicanos têm mostrado de tornar-se apenas um, no que tais
o combate ao reprimista deixou de ser apenas fruto do medo, mas, sim, falta de sensatez (a
incapacidade de sentir ou até ao menos de notar a dor do outro), pois em meio aos que sofrem
existem os cegados pela falsa sensação do poder não adquirida, que têm se mostrado muito úteis
ao patrão quando o que é posto em causa é ferir, torturar, caluniar, profanar sobre, espancar e até
matar quem quer que seja, que tente interferir, alertar, despertar o povo dos interesses
gananciosos do abutre, ladrão e assassino.

Fernando João Banze


Manifestações pacíficas em forma a contestar aos acontecidos, são respondidas a balas, a
pancadarias. Violação direta dos direitos humanos, mas, quem dá a mínima? Afinal de contas
apenas o povo é quem sai a perder, a perder a vida, mas, é só mais um rebelde, um vândalo, não
deve fazer falta. Vidas humanas comparadas a dos insetos, o valor da vida do moçambicano é
medida em função dos valores que o mesmo adquire em vida.
A falta de juízo ou simplesmente a deficiência psicológica, por mim julgada como sendo
o acúmulo da ignorância faz com que alguns moçambicanos colaborem de forma transparente a
essa dominação perpetuada pelo colonizador. Moçambicanos estes usados como barreiras para
travar qualquer tipo de manifestação, dominados por um insensível que vive comtemplando a
repreensão do povo sob uma euforia tremenda de arrepiar. O verdadeiro motivo por detrás dessa
obediência cega está no simples prazer de reprimir um igual. Refutar negativamente o patrão?
por quê? A contradição às ordens se quer chega a pairar sobre os mesmos, não acham motivos
para colaborarem com a rutura do domínio do colonizador.
Em meio a escuridão profunda no que tais a mudança, a esperança e a luta cotidiana
contra o reprimiste nos trarão a verdadeira liberdade, a independência outrora pelo povo
conquistada para cada cidadão desta pátria, Moçambique.

Então, disse eu: melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre é
desprezada, e as suas palavras não são ouvidas. As palavras dos sábios, ouvidas em silêncio,
valem mais do que os gritos de quem governa entre tolos. Melhor é a sabedoria do que as
armas de guerra, mas um só pecador destrói muitas coisas boas. Eclesiastes 9: 16-18.

Fernando João Banze

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