Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HUNG K. CH ANG*
Keywords: Proterozoic sedimentary sequences, isostasy, heat conduction, eustasy, climate, erosionlsupply.
RE SUM O O grande avanço alcançado na anális e estratigráfica de bacias sedime ntares se deve principalmente à
aplicação de conceitos termomecânicos e à multidisciplinaridad e dos estudos, por meio da análise integrada do método
processo/resposta. Este trabalho visa tão somente enumerar e discut ir suscintamente alguns tópicos importantes no
estudo de seqüências sed imentares, focalizando sua aplicabilidade às seqüênci as proterozóicas. São explorados os
conce itos de isostasia, condução de calor, eustasia, clima e erosão/suprimento. Alguns exemplos modernos são descritos
com o propósito de ilustrar os processos e as respectivas respostas, servindo também para testar a validade de se aplicar
a técnica de anatomia comp arativa ao estudo de seqüênc ias sedimentares proterozói cas.
Palavras-chaves: Seqüências sedimentares proterozóicas, isostasia, condução de calor, eustasia, clima, erosão/suprimento.
INTRODUÇÃO Bacias sedimentares são de importância que delimita a superfície da litosfera , é responsável pela exis-
fundamental para o entendimento da história da Terra, consti- tência de bacias sedimentares . Areas submergentes são o local
tuindo o repositório dos registros mais completos de processos de acumulação de sedimentos, que por sua vez deve sua exis-
geológicos atuantes no nosso planeta. tência à presença de uma região elevada (área fonte).
A interdigitação de estratos , por exemplo, registra o avanço Bacias sedimen tares podem ser vistas como o resultado de
e recuo da linha de costa , em respos ta a variações do nível do um ajuste compensatório, em resposta a um desequilíbrio da
mar ou do lago. A variação do nível do mar reflete muda nças distribuição de forças na litosfera (Chang et ai. 1990). Este
climáticas e tectônicas. Os pulsos de sedimentação registram a desequi líbrio pode ser provocado por : a. mudança da espessura
atividade tectônica nas áreas-fonte. A transformação da maté- crustal; b, mudança da estrutura térmica; c. alteração do estado
ria orgânica em hidrocarbonetos, bem como mineralização , é de tensão da litosfera (Fig. 1, Tab. 1).
conseqüência da ação do calor experimentado pelas seqüências A mudança da espessura da crosta produz uma deformação
sedimen tares durante a sua evo lução . A associação fossilífera , permanente, uma vez que altera fisicam ente a distribuiç ão de
além de registrar a evolução da vida no planeta, nos fornece um massas da litosfera, por adelgaçamento ou por espessamento.
parâmetro fundamental que é o tempo geológico. Enfim, nas A alteração do estado de tensões da litosfera produz uma
rochas sedimentares estão registrados os mais variados proces- redistribui ção de massas. A deformação, ao contrário da situa-
sos naturais (físicos, químicos e biológicos) que atuam de uma ção anterior, se caracteriza por ser não-permanente, pois ela
forma inter-relacionada e interdependente . ocorre dentro do campo elástico. Uma vez cessada a ação da
De importância fundamental é o significado econômico das tensão deviatória , a litosfera retoma ao seu estado original.
bacias sedimentares, pois delas advém a principal fonte de Este contexto tectônico é caracterizado pela ação dos esforços
recursos energéticos e bens minerais. São delas extraídas petró- intraplaca, decorrentes da interação das placas litosféricas.
leo, minerais radioativos, sais minerais, além de uma infinida- Esse fenômeno foi analisado por Cloet ingh (1986) e Kamer
de de outros minerais metálicos e não-metálicos. (1986).
O objeti vo deste trabalho é apresentar alguns conceitos A alteração da estrutura térmica envol ve essencialmente o
modernos dos processos termomecânicos, eustasi a, clima e transporte de energia na forma de calor. Quando a magnitude
erosão/suprimento de sedimentos, que controlam a formação do calor adicionado não resultar em reação químic a, a defor-
de seqüências sedimentares. Enfase será dada à análise tectono- mação resultante é não-permanente e é traduzida por expansão
sedimentar que inclui o arranjo espacial e temporal dos pacotes ou por contração térmica da rocha. No entanto, se o calor
sedimentares. Será, também, analisada a aplicabilidade destes adicionado promover mudanças mineralógicas, como durante
conceitos, desenvolvidos em estud os de bacias sedimentares o metamorfismo, a deform ação resultan te é de caráter perma-
fanerozóicas, às seqüências proterozóicas. nente. Exemplo que ilustra bem este processo é a ação de uma
pluma quente ou de uma intrusão ígnea: próximo à anomalia
pode ocorrer metamorfismo e distante dela somente expansão
PROCESSOS TERMOMECÂNICOS Processos ter- volumétrica.
momecânicos, como o próprio nome indica, estão relacionados
aos fenômenos físicos regidos por leis da mecânica e de calor. Isostas ia O mecanismo da comp ensação isostática, isto
Pode-se dizer, de forma simplificada, que a topografia da Terra, é, restauração do equilíbrio, é que determi na a configuração
" Cenpes, Petrob rás, Ilha do Fundão, Quadra 7, CEP 219 10-000, Rio de Jane iro, RJ, Brasil
438 Revista Brasileira de Geociências, Volume 22, 1992
~
AL TERAÇÃO DA DISTRIBUiÇ ÃO z MECÂNICA
O w
MASSA DE ESFORÇOS FLAMBAGEM k( z REGIONAL
w
z :::E
D:: FLAMBAGEM
(D ISTENSIVO COMPRESSIVO) W
a...
w
I-
MUDAN ÇA S
z
w LOCAL/ ITRMICA
z
TRANSPORTE 4:
AL TERAÇÃO DA ESTRUTURA DE FASE :::E REGIONAL LOCAL/REGIONAL
D::
w
a...
DE
~
EXPANSÃO E z
T~R MIC A DA LITOSFERA O w ITRMICA
ENERGIA CONTRAÇ ÃO k( z REGIONA L
w
z :::E
D:: REGIONAL
ITRMI CA W
a...
final (soerguimeuto ou subsidência) da litosfera, após seu de- esta deformação é o da flexura; a litosfera é considerada como
sequilíbrio. Isostasia é a forma pela qual a litosfera responde, uma placa elástica, flutuando sobre o manto fluido (Heiskanen
em profundidade, a cargas geológicas. O modelo físico que & Vening -Meinez 1958, Walcott 1970) . A equação diferencial
representa a situação geológica é aquele de blocos sólidos que descreve este fenômeno (Turcotte & Schubert 1982) é :
(cros ta) flutuando sobre um líquido denso (manto). Se a crosta
está em equilíbrio com o meio fluido , existe uma superfície de ()4w ()4w
compensação em profundidade para a qual é válida a seguinte D- + p - + (am - as)gw(x) - q(x) = O
relação : ax 4 ax 2
F
Onde:
R Q = fluxo de calor por unidade de área e por unidade de tempo
I
O K = coeficiente de condutividade térmica
dT/dZ = gradiente térmico
r==- J
EMPURRÃO CARGA SEDIMENTAR
~ sendo:
~ <:=
E SP ESSAM~ K
K= - -
pc
C) ALTERAÇÃO DO ESTADO DI" TENSOES DA LITOSFERA.
Onde:
ESFORÇOS LATERAIS K = difusibilidade térmica
c = calor específico do meio
p = densidade do meio
O limite litosferalastenosfera é de natureza puramente térmica.
Considera-se como litosfera a camada superior da Terra, onde o
calor é transmitido apenas por condução. Astenosfera é a parte
imediatamente inferior à litosfera, onde processos de convecção
predominam na transmissão de calor, processos estes que ten-
Figura 1 - Principais mecanismo s de desequilibrio respon- dem a dissipar mais facilmente qualquer anomalia térmica do
sáveis pelas deformações que atuam na litosfera (Chang meio no qual atuam. Por esta razão, assume-se como constante
et al.1990) a temperatura da astenosfera (T,J.
Figure 1 - Non -equilibrium mechanisms acting on lithosphere, responsible for Se for negligenc iado o fluxo de calor produzido por desinte-
its deformation Chang et aI. 1990) gração radioativa dentro da própria litosfera, designando Tm
para representar a temperatura na base da litosfera (z = a) e
a - Loc al b - Regiona l considerando a temperatura na superfície (z = O) igual a zero,
obtém-se uma distribuição de temperatura na litosfera igual a:
AIRY
Flexura
Tmz
~l.mo T(z) = -
a
PRATI Onde:
a = espessura da litosfera.
Esta equação descreve os perfis de temperatura da figura 3.
ramento rápido (instantâneo) de uma placa litosférica homogê- Na fase inicial ou rifte, a taxa de subsidência depende
nea, constituída por uma porção crustal de composição siálica e diretamente da taxa de estiramento instantâneo no modelo de
uma subcrustal de composição máfica. McKenzie. Já, na fase pós-rifte, a subsidência segue uma forma
exponencial com o tempo, comportamento típico de um sólido
CONDIÇOES INICIAIS
rc que se resfria por condução de calor. Quando a duração da fase
O 1000 inicial de rifteamento é longa, ocorre uma superposição da
-
-
>......./\ ...... ~
~ '\'..::- ) ~
\,/
\ I /. -
...., ,/ -,
- ''':--
subsidência térmica com a subsidência da fase rifte (Jarvis &
McKenzie 1980, Cochran 1983). Este modelo, juntamente
com outros subseqüentemente derivados, tem -se mostrado bas-
tante útil na análise de bacias sedimentares formadas sob um
regime extensional como riftes continentais, margens passivas
e bacias retroarco (back are).
Dentre os vários modelos subseqüentes ao modelo de Me -
Kenz ie, destacam-se o de extensão não- uniforme por cisa-
lhamento puro (Royden & Keen 1980, Hellinger & Sclater
EXTENSÃO UNIFORME (F ASE RIFTE) 1983) e o de extensão uniforme por cisalhamento simples
(Wemicke 1985). O primeiro caracteriza-se por representar um
afinamento diferenciado entre porções crustais e subcrustais da
litosfera. Já, o de cisalhamento simples, proposto por Wemicke
(1985) e formu lado segundo suas observações na região de
~~~~ H+H +~ - - - - -- - --- - - - - - - - Basin and Range e Co lorado Plateau, preconiza uma zona de
cisalhamento representada por falha de baixo ângu lo sec-
cionando a litosfera (Fig. 4). Com isso, as regiõe s de máxi mo
afinamento da crosta e do manto litosférico encontram se
deslocadas uma da outra, resu ltando padrões de subsidência
simi lares aos descritos pelos modelos de exten são não -unifor-
RESFRIAMENTO ( FASE PÓS- RIFTE) me (e.g., Royden & Keen 1980).
Ó > fi Ó < fi
•• • • • ••• • • o • ••
.::....::.',0: : ::. : '.:: '.:':: ::.'::::.: :'.'.: :: :.. . . . . . . • •• • . •• .. . ••. •. . . .... ... .. . .. .• •0.0.•. . 0.0....
..o :C ROS T""::: : : "~" v v v Y v v v v • • ••. .:::: ::: ::: : : :: : ....: :::::::::: : : : : : : ::::••••••~ .•••
I.U.NTO II II \I II \I II II II II II \I II
12 0 " " " " " " " " " " " " " "
km AST[ HOSrERA " " " " " " " " " " " " " " "
~ '
- /-
'-- CROSTA}
:if=_ ~-:::t _-__ -i-.=-=--:-:- l .- ..-:·_t"-_-- - --- --- - - -
TECTÔHICA
TERI.IAl
~
•
LITOSFERA
MANTO Figura 4 - Modelo esquemático de extensão uniforme por
cisalhamento simples (Wemicke 1985). Õ - fator de extensão
crusta I; ~ - fator de extensão subcrustal
ASTENOSFERA Figure 4 - Schematic uniform simple shear extension model (Wemicke 1985).
P-subcru stal extension factor
li - crustal extension factor;
Figura 3 - Mode lo esquemático de extensão litosférica, po r Vale ressaltar que todos modelos acima descritos se utilizam
cisalhamento puro (McKenzie 1978). Os pe rfis à direita ilus- do conceito de isos tasia local. Dessa forma, não reprod uzem as
tram a distribuição de temperatura da litosfera nos três está- feições geológ icas típicas das regiões de borda de bacia. Nestas
gios; ooe oe
na superficie e 1.330 na base da litosfera regiõe s, pelo fato de a rigidez flexural não ser nula, a compen-
Figure 3 - Schernatic pure shear lithospheric extension model (McKenzie sação isostática, como foi anteriormente vista, resulta em de-
1978). Diagrams on lhe lithosphere temperature at different stages - O"C at lhe formação além do limi te lateral da aplicação da carga. Como
surface and 13300 e atthe base of the Iithosphere resultado deste ajuste compensatório, ocorre na borda das
bacias uma região subsidente, onde comumente se instalam as
Numa litosfera, onde a razão de espessura crosta/subcrosta é planícies costeiras. Modelos matemáticos mais elaborados têm
superior a 0,14, o estiramento produzirá inicialmente uma conseguido reproduzir estas feições (e.g., Braun & Beaumont
subsid êncía tectônica, como conseqüência da resposta isos- 1989, Weissel & Kamer 1989) .
tática à substituição do material da crosta siálica (menos denso)
pelo manto (mais denso), acompanhado de uma ascenção REGIME COMPRESSIONAL No contexto compres-
passiva da astenosfera. Esta etapa se associa à fase rifte da bacia sio nal, a subs idência da litosfera resulta do aj uste isostático
sedime ntar resultante. Na concepção de McKenzie (1978), a regional , prov ocado por uma carga aplicada sob re uma
acomo dação física da deform ação, durante a exte nsão, oco rre placa elástica. Esta carga é normalmente asso ciada a um
através de falhamentos normais na parte superior da crosta e espessamento da crosta, típico de regiões colis ionais. A geome-
por fluxo dúc til na porção inferior. tria da deflexão resultante, como visto anteriormente, depende
Cessada a fase de estiramento, ocorre o resfriamento por da dimensão da carga e da rigidez flexural da placa (Fig. 5).
condução na porção afinada da litosfera. Com o resfriamento A subsidência tectônica, produzida pelo carregamento fle-
ocorre um adensamento desta porção da litosfera e, em conse- xural, está diretamente associada ao tamanho do cinturão de
qüência, uma subsidência adicional. Esta fase é conhecida dobramento/empurrão adjacente, cuja resposta é praticamente
como subsidência térmica ou pós-rifte. insta ntânea ao desequilíbrio provocado. A magnitude da de-
RevistaBrasileirade Geociências, Volume 22, 1992 441
-SOkm
26
10 Nm (178km)
r-..
~
E 0.1 B.
'-'
«
24
0. 2 o = 10 Nm (38km)
u
ELÁ S T I C O
Z
<W
o
---=-----:---~-----------------:.:-1~-;k~===~ 21Okm-.,
(J) ____o, OOkm -----..j
m
::::>
(J)
0. 1
o= 10
25
Nm (83km) c.
0 .2 5
T = 10 ma
BACIA RIFTE BACIA COMPRESSIONAL
0.3
+ + + + +
VISCO- ELÁS T ICO + CROSTA
+ +
+ + + + + +
+
Figura 5 - Perfil de deformação resultante da aplicação de " " " " "
uma carga, equivalentea um prisma de 50 km de largura por 1
km de altura, em substratos elásticos e visco-elásticos (Be- " MANTO
" ,, " " "
__ FALHA STRIKE SLlP
aumont 1978, 1981). D =rigidezflexural; valoresentreparên- " "
" " " "
(REGI~O EM COt.lPRESS~O)
teses representam a espessura elástica; 't = constante
de relaxação
" " " " "
Figure 5 - Deformation profile for a point load equivalent to a prism of 50 km by Figura 6 - Subsidência tectônica associada ao regime strike-
1 km, on elastic and visco-elastic substrata (Beaumont 1978, 1981). D = slip. A. subsidência produzida por distensão associada ao
f1exural rigidity; values quoted in parenthesis represent elastic thickness; segmento de alívio (releasing bend). B. subsidência associada
't = time constant ao carregamentoflexural produzidopor blocos soerguidosnos
segmentos de constrição restraining bends). C. perfil transver-
Para condições litosféricas de comportamento reológico vis- sal afalha strike-slip (Kamer & Dewey 1986)
co-elástico, a geometria depende também da constante de Figure 6 - Tectonic subsidence associated to a strike-slip regime . A. subsidence
relaxação (Fig. 5), isto é, o tempo necessário para aliviar o related to a releas ing bend . B. subsidence related to f1exuralloading ofuplifted
stress inicial para l/e do seu valor. Neste modelo reológico, blocks associated to restraining bends . C . profile transversal to a strike-slip fault
num curto período de tempo inicial, a litosfera se comporta (Karner & Dewey 1986)
elasticamente. No entanto, num período longo, ela apresenta
comportamento viscoso. Isto implica que, com o passar do BACIAS INTRACRATÔNICAS As bacias intracratônicas,
tempo, as bacias sedimentares implantadas em litosfera visco- que se caracterizam por apresentarem uma geometria mais
elástica se tomam cada vez mais estreitas. circular e ampla, apresentando um mergulho suave da borda
para o centro, têm origem ainda controversa. De uma forma
REGIME STRIKE-SLIP No regime strike-slip, a subsi- geral, devido à ausência de cargas adjacentes à bacia, como os
dência tectônica pode ocorrer segundo os dois modos descritos dobramentos associados às bacias foreland, sua origem tem
(extensional e compressional), isto é, por distensão nos seg- sido associada a fenômenos térmicos que provocam mudanças
mentos de alívio releasing bend) e por flexura associada ao de fase nas regiões subcrustais (Middleton 1980), resultando
carregamento produzido pelos blocos soerguidos nos segmen - no seu adensamento e subseqüente subsidência (Fig.?) . Em
tos de constrição (restraining bend, Fig. 6). algumas bacias, como a de Paris, de idade mesozóica, o emba -
A porção transtensiva de uma zona transcorrente apresenta samento e a porção sedimentar basal encontram-se cortadas
um padrão de subsidência dominantemente mecânico, com por falhas de rejeito normal, suportando uma origem disten-
incipiente contribuição térmica . A magnitude dessas depres- sional para a sua formação (perrodon 1988).
sões pode atingir valores acima de 4 km (e.g. Ridge Basin, Outros mecanismos, como tensões intraplacas, correntes
Kamer & Dewey 1986). convectivas descendentes (Middleton 1989), erosão subaérea e
No segmento transpressivo, a depressão associada é de subcrustal, têm sido utilizados para explicar a origem de bacias
dimensões limitadas, em virtude da pequena magnitude dos intracratônicas . Infelizmente, os conhecimentos geológico e
blocos, comparada à dos cinturões de dobramento/empurrão. geofísico de subsuperfície não permitem definir inequivoca-
442 Revista Brasileira de Geociências, Volume 22, 1992
/
_ _ ERODIDO
! B
/.
- - - - ---
, - ;, 1 ' - / 1/, - /
-, / - - / 1 '-
/. j
V V V V
V V V Wd + S* - 6 SL ":' y
V V V v v v v
A
A
/
' I -,
/
/ /. 1 -,
V
V V V v v v v
V V V
v
v
v
v
v
v
v
y = S* [ Pm- p sJ + Wd-
Pm -Pw
6
SL
[P mPm- Pw]
V V V V
foramestimados em funçãoda glaciaçãoe do volumeda cadeia uma circulação zonal. Este padrão se caracteriza por apresen-
mesoceânica, respectivamente. Sobre a de taxa de variação tar uma zona de baixa pressão na região.do'equador, uma de
eustática, a causada pela glaciação é muito maior (10.000 mi alta nos pólos, intercaladaspor um par de altaebaixap ressões
.Ma) que aquela causada pelo espalhamento oceânico nas latitudes intennediárias. Este padrão de circulação atmos-
(10 mIMa, Tab. 2). férica é tambémperturbado pela presença de massas continen-
tais. O contraste de temperatura entre o oceano e a massa
continental resulta na formação de células de circulação, que
Tabela 2 - Magnitudes e taxas de variação eustática do nível são criadas e destruídas sasonalmente e que, em última instân-
domar cia, regulam a pluviosidade (Fig. 10).
Table 2 - Magnitudes and rates of eustatic sea leveI variatio n
3 00
MUDANÇA DO NIVEL DO MAR
200
TAXA !
MECANISMO MÁXIMA
(m)
MÉDIA
(m) (cm/l000 a.) .
li:
ii
100
o
GLAC IAÇÃO It 200 150 100 0 .0 o
VOLUM E DE CADEIAS It 500( '350) 350('230) 1.2
...... o
MESO-OCEÂNICAS .~
- 10 0
OROGEN IA I 15 0 70 0.25
SEDIMENTAÇÃO It 10 0 60 0.25
- 200
' HOT SPO TS' Ir 10 0 50 0.50
INUNDAÇÃO DE I 15 INSTANTÂNEO JURÁSSICO I CREr. INFER. I CREtSUP ER. IPAL-I EOC. I OUG . I M/OC.1PíJ
OCEANO (MED.)
I
TEMPERATURA It 10 l~ ~ 140 1W 100 00 60 40 20 o
TEMPO (Mal
Na fase pós -rifte das bacias marginais brasileiras, a combi- fria, superimposta à variação eustática do nível do mar. Exem-
nação de três fatores - variação eustática do nível do mar, sub- plos típicos dessa feição são as planícies costeiras das Bacias de
sidência térmica e suprimento de sedimento - deternúnaram a Pelotas e Santos.
natureza do preenchimento. A primeira é de escala global, a se-
gunda é de escala regional e a terceira é de escala local. Bacias do tipo foreland Em um regime tectônico
Na escala temporal de primeira ordem, a subsidência térmi- compressional, a formação de uma bacia do tipo foreland
ca tem papel preponderante no seu estágio inicial, uma vez que resulta do preenchimento da depressão, causada pela deflexão
ela supera em taxa os outros dois fenômenos. Com o decai - do substrato, em resposta à carga exercida pelo peso do cinturão
mento da taxa de subsidência, a variação eustática e o supri- de dobras e empurrão, criado durante a tectônica contracional.
mento de sedimento passam a se destacar. Como conseqüência, Este mecanismo foi formulado por Price (1973), quando inter-
o estágio inicial do pós -rifte será, via de regra, transgressivo. pretou a Bacia de Alberta como resposta isostática ao carrega-
A ocorrência de um estágio regressivo subseqüente dependerá mento produzido pelo cinturão de dobras/empurrão da
da época em que ocorrerá esta diminuição da subsidê ncia Cordillera, durante o Meso-Cenozóico (Fig. 13). Este mecanis-
térmica em relação ao comportamento da curva eustática do mo foi posteriormente desenvolvido quantitativamente por
nível do mar de primeira ordem. Dependerá também do supri - Beaumont (1981) e Jordan (1981).
mento de sedimento para a bacia.
Nas bacias da margem continental brasileira, os dois estági-
os - transgressivo e regressivo - foram reconhecidos (Ponte et sw NE
al. 1978). O regressivo é conseqüência da coincidência do SITUAÇÃO INICIAL
rebaixamento do nível do mar, a partir do final do Cretáceo,
com o decréscimo na taxa de subsidência térmica (Fig. 13, SL T~~~~~-:--:---:--:--::--:~""---
+ + + + + + + +
SL
+
Chang & Kowsmann 1987, Chang et al. 1988a) . +
SL~
variação eustática do nível do mar, denominada de curva de
subsidência composta (Fig. 12), é a magnitude da paleoba- SL
+ + + + + +
timetria na bacia. Conhecido o valor do afinamento crustal de
+ + + + SEM COMPENSAÇÃO ISOSTÁn CA
uma deternúnada região da bacia, pode-se estimar a poleo-
batimetria máxima (e.g. Chang & Kowsmann 1987, Bender et
al. 1989), bastando para isso descontar a taxa de suprimento de SL
sedimento da taxa de subsidêncía composta.
II~
~
-c MARINHO SL <·<t:12i::::i:l::':·:·:·:·:·:·:·:·:·:~ SL
1-' z
S EQU~NCI AS F ;:: o
oc;;
ESTRAllGRÁFlCAS Zz z
IffiANSGRESSIVO! REGRESSIVO SUBSIDrNCIA PRODUZIDA PELO ESPESSAMENTO
OW -c ~ ~ / REGRESSIVO
Ü Z 10 5< <
~
0. 0
+ SL
Ê / TECTÕNICA
""
........ 1.0
+ + + +
«
(3
~ 2.0
400 I SUBSIDrNCIA TOTAL DO SUBSTRATO INICIAL
o
<ii 200 ~
(D 3.0 til
:J
til .......... COMPOSTA--""""'"- "'- - <l Figura 13 - Mecanismo de subsidência responsável pela for-
mação de bacias do tipo forelan d propostopor Price (1973),
para explicara origem da Bacia de Alberta, Canadá
Figure 13 - Subsidence mechanism respons ible for foreland basin formation, as
prese nted by Price (1973) to explain the origin of Alberta Basin , Canada
litosfera, a discordância erosional é gerada durante a fase de descritos e exemplificados para as bacias fanerozóicas desem-
quiescência, com a retrogradação das fácies associadas ao penharam um papel fundamental em sua formação.
"encolhimento da bacia" . Já; no modelo elástico, a fase ativa da A análise holística, na qual a interação de todos os processos
discordância e rápida retrogradação das fácies, em direção à físicos e químicos se somam, é importante no estudo do
frente de empurrão, ocorre logo após a formação do cinturão de arcabouço tectono-estratigráfico regional das bacias sedimen-
dobras/empurrão. A migração da cunha elástica , em direção ao tares, bem como nas relações faciológicas dentro de uma
continente (joreland), dá-se à medida que a frente de empurrão sequência. Muitos dos conceitos descritos acima já se mostra-
avança e durante a fase quiescente. ram bastante úteis em terrenos pré-cambrianos brasileiros.
A A'
~J""OO'OO
POSiÇÃO POSiÇÃO
D H
EMPURRÃO
.~
T c
1 ·:·::: --"
....
QUIESCtNCIA
jf!7
G
0 ,0
0.5
1.0
2.0
+ +
:::::== .
A E
B'
2.0
LITOSFERA VISCO- ELÁSTICA LITOSFERA ELÁSTICA C/ 1. 0
EROSÃO E DEPOSiÇÃO 0 .5
+ + 0.0
Infelizmente, não existe ainda um consenso quanto ao rela- Figura 15 - Esquema hipotético de uma situação geológica
cionamento espaço-temporal entre a deformação e a deposição similar à fase compressionaI da Bacia do São Francisco. O
de sedimentos em bacias do tipoforeland. A versão tradicional diagrama central ilustra a deformação, em planta, de um
correlaciona a formação das cunhas elásticas diretamente ao substrato elástico associado a duas cargas (traços) posicio-
soerguimento do cinturão (e.g. Armstrong & Oriel 1965, nadas simetricamente. A isôpaca (linhas cheias com valores
Wiltschko & Dorr 1983). A versão alternativa é aquela que estimados em km) resultam da interferência (positiva ou nega-
associa a maior deposição de finos durante a iniciação do tiva) das deflexões causadas por cada carga, individualmente.
empurrão, em virtude da rápida subsidência resultante do AA ' e BB' representam seções transversais. Notar a forma
soerguimento acelerado do cinturão. Neste esquema, os sedi- convexa das bordas norte e sul, produto de interferência
mentos grossos são retidos bem próximo ao cinturão (e.g. Beck flexural do substrato
& Vondra 1985, Heller et al. 1988). Figure 15 - Hyphotetic geologic situation of the contractional stage of the São
Francisco Basin . Central diagram ilustrates, in plane view, the deflexion of an
APLICABILIDADE DOS CONCEITOS NO ESTUDO elastic substrate associated to two symetric loads (hatches). Isopachs (continuous
DE SEQÜÊNCIAS PROTEROZÓICAS Apesar de lines, values are in km) result from interference (positive or negative) of indivi-
muitas seqüências sedimentares pré-cambrianas estarem hoje dual deflexions. AA' and BB' represent transverse sections. Note the convex
deformadas e metamorfizadas, é certo que os processos acima form ofthe northem and southem borders
I.
Um exemplo deste fato é a configuração da borda sul da Bacia temperatura inferior a 1.500°C e usando valores de condu-
de São Francisco, cuja form a convexa pode ser explicada como tividad e e difusivi dade térmica típicas de rochas graníticas e
fruto da interferência flexural do embasamento, em resposta ao basálticas. Naturalmente, durações maiores podem ser obtidas
carregamento prod uzido pelas frentes de empurrão das Faixas se forem constatados mais de um evento distensivo ou t érmico
Araç uaí e Canastra (Fig .15, Chang et al. 1988b). atuante.
A grande vantagem em con hecer os processos geológicos O entendimento da estratigrafia e evolução tectónica de
atuantes na formação das seqüências sedimentares está na bacias sedimentares proterozóicas, em ambientes compres-
possibilidade de se prever as relações espaciais entre o processo sionais, tem sido facilitado pela anatomia análogos
e o prod uto. Por exemplo, a associação íntima de um cinturão modernos (Chang et aI. 1987 e 1988b, Christie-Blick et al.
de dobramento/empurrão com um a bacia do tipo foreland 1988, Grotzinger & McConnick 1988). Esta técnica de anato -
resultante permite inferir a presença de uma dessas entidades mia comparativa é válida, uma vez que, tanto os proces-
pela identificação do outro. sos tectónicos quanto as propriedades físicas da litos-
Uma dificuldade que se enfre nta no estudo de seqüências fera vigentes no Proterozóico, po uco diferem daqueles
proterozóicas está na resolução de sua cronoestratigrafia. Ao do Fanerozóico.
contrário das seqüências fanerozóicas, a resolução bioest rati- Espec ula-se que mesmo durante o Arquea no, quando a
gráfica é extrema mente baixa. Só recentemente é que se identi- prod ução interna de calor era de duas a três vezes superior à
ficara m microfósseis nos sedimentos proterozóicos do Brasil atual, a tectón ica de placas estava de alguma forma atuando
(Fairchild & Su ndaram 1981, Zai ne & Fairchild 1987, Qua- (Nisbet & Fow ler 1983, Nisbet 1984). Evidê ncias petrológicas
dros 1987). A falta de uma refinada datação dos estratos sugerem que, a exemplo do que ocorre hoje, existiriam
impede uma análise apropriada dessas sequências. no Arqueano continentes "jovens", mais quente s, e con tinen-
No entanto, o conhecimento de análogos mais recentes, tes antigos", mais frios . Estimativas de temperaturas entre
onde esta relação temporal é con hecida, permite avaliar critica- 1.600 a 1.700°C na base da litosfera, com aproximadamente
mente os dados geocronológicos dessas seqüências, no Protero- 80 km de espessura, são compatíveis com fácies meta-
zóico , uma vez que os proc essos geológicos atuant es obedecem mórficas impressas nas rochas continentais arqueanas
às mesmas leis físicas . No Neo-Proterozóico, a estrutura t érmi- "jovens". Já, a presença de diam antes desta idade são indica -
ca da litosfera e da astenosfera era próxima a do Fanerozóico. tivos de litosfera espessa, com 150 a 200 km de espessura
Mes mo que prevaleça a tese de um manto mais quente no Pré- (Fo wler 1990).
cambri ano, isto apenas reduzi ria a duraç ão de um ciclo de
Wilson. Desta forma , seqüências sedimentares proterozóicas Agradecimentos Agradeço ao geólogo Renato O.
deposit adas num contexto de margem passiva , isto é, regime Kowsmann pelas proveitosas disc ussõe s e sugestões durante a
extensional, devem registrar durações de tempo inferiores a elaboração e edição deste artigo, à Petrobrás pela permissão
algumas centenas de milhões de anos . Esta estimativa é compa- para a elaboração e publicação do presente trabalho e aos
tível com cálculos grosseiros de resfriamento por condução de geólogos André Bender e Edson Milani pelas sugestões apre-
uma placa litosférica de espessura inferior a 250 km , com sentadas na revisão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AHNERT, E 1970. Functional relationships betwee n denudation, relief and up- CONGR. BRAS . GEOL., 35. Belém, 1988. Anais.•. Belém, SBG. V. 5,
lift in large mid-latitude drainage basins, Am . J. Sei., 268 :243-263. p. 2076 -2090.
ARMSTRONG, Ee. & ORIEL, S.S. 1965. Tectonic development of Idaho- CHRISTIE-BLICK, N.; GROTZINGER, J.P.; BORCH, C.e. 1988. Sequence
Wyoming thrust belt. Am. Assoc . Petrol. G eol. Bu ll., 49: 1847-1866. stratigraphy in Proterozoic sucessions. Geology, 16:100-104 .
BEAUMONT, C. 1978. The evolution of sedimentary basins on a viscoelastic CLOETINGH, S. 1986. Intraplate stresses: a new tectonic mecha nism for
lithosphere: theory and exampl es. Geophys. J. R. A so·oll. Soc., fluctu ations of relative sea leveI. Geology, 14:617-620.
55:471-479 . COCHRAN, J.R. 1983. Effects of finite extension times on the -
BEAUMONT, e. 1981. Forel and basins. Geophys. J. R. As tron. Soc ., development of sedimentary basins. Earth P/anet. Sei. Lett., 66 :289-302.
65:291-329. DONOVAN, D.T. & JONES, EJ.W. 1979. Causes of world-wide changes in
BEAUMONT, C.; QUINLAN, G.; HAMILTON, J. 1988. Orogeny and strati- sea leveI. J. Geo/. SOCoLondon, 136 :187·1 92.
graphy : numerical models of Paleozoic in lhe eastem interior of North FAIRCHILD , T.R. &SUNDARAM, D. 1981. Novas evidências palinol6gicas
America. Tectoni cs, 7 :389-416 . sobre a idade do .Grupo Corumbá, Ladário, Mato Grosso do Sul.
BECK, R.A. & VONDRA , c.n 1985. Syntectonic sedimentation and Laramide ln: SIMP. GEOL. CENTRO-OESTE, I. Goiânia, 1981. Resumos ...
basement lhrusting, Rocky Mount ain foreland. Intem ational Association Goiânia, SBG . p. 13.
of Sedimentalo gists ln: SYMP. FORELAND NASINS. Proceedin gs... FLEMINGS, P.B. & JORDAN, T.E. 1989. A synthetic stratigraphic model of
Fribourg. 36 p. foreland basi n development. J. Geopliys. Res., 94:3851-3866.
BENDER, A.A.; MELLO, U.T.; CHA NG, H.K. 1989. Reconstituição bidi- FLEMINGS, P.B. & JORDAN, T.E. 1990. Strati graphic modelling offoreland
mensional da hist6ria geol6gica de bacias sedimentares teoria e uma basins: interpreting lhrust deform ation and lilhosphere rheology.
aplicação na Bacia de Campos. Bo/ . Geoc. Petrobrás, 3:67- 85. Geology, 18:430-434 .
BRAUN, J. & BEAUMONT, e. 1989. A physical explanation of the relation FOWLER, e.M.R. 1990. The SoJid E0I1h: an lntrodu ction 10 G/oba/ Geo-
between flank uplifts and lhe breakup unconformity at rifted continent al physics. Cambrid ge, Cambrid ge Univ. Press. 472 p.
margino Geology, 17 :68 1-776. GROTZINGER, J.P. & MCCORMICK, D.S. 1988. FIexure of lhe Early
CHANG , H.K. & KOWSMANN, R.O. 1987. Interpretação genética das Proterozoic lithosphere and lhe evolution of Kilohigok Basin (1.9 Ga),
sequências estratigráficas das bacias da margem cont inental brasileira. northwest Canadian Shield . ln : KLEISPEHN, K & PAOLA, e. eds.
Rev. Bras . Geoc ., 17:74-80. . Perspectives in Basin Analysis. New York, Sprin ger-Verlag. p. 405-430.
CHANG, H.K.; KOWSMANN, R.O.; BENDER , A.A.; MELLO , U.T. 1990. HALLAM, A. 1978. Eustatic cycIes in the Jurassic. Pa/aeogeog r., Pa/aeoe/im.,
Origem e evoluç ão termom ecânica de bacias sedimentares. ln: RAJA Pala eocol ., 23:1-32.
GABAGLIA, G.P. & MILANI , E.l. eds. Origem e Evolução de Bacias HALLAM, A. 1984. Pre-Quatemary sea-Ievel changes. Aml. Rev. E011/z Planet,
Sedimentares. Cur itiba, Petrobrã s, p. 49-71. Sci., 12:205-243 .
CHANG , H.K.; KOWSMANN, R.O .; FIGUEIREDO, A.M.E 1988a. New HAQ, B.; HARDENBOL, J.; VAIL, P.R. 1987. Chronology of fluctuating
concepts on lhe development of East Brazilian marginal basins. sea leveI since Tria ssic (250 million years to present).
Episod es, 11:194-202 . Science, 235 :1156-1167.
CHANG , I·I.K.; MIRAN DA, EP., DELLA PIAZA , H.; FREITAS, E.L.; CAS- HE1KANEN, WA & VENING-MEINEZ, EA. 1958. The Earth and the
TRO, J.C.; BABINSKI, NA; QUADROS, L.P., GONÇALVES, A .; Gravity fie/d. New York, McGraw-HilI. p. 470.
MELLO, U.; GUAZELLI, W. 1987. Bacia do São Francisco: Precam - HELLER , P.L.; ANGEVINE, c .t., WINSLOW, N.S. 1988. Two-phase strati-
briano brasileiro com hidrocarbonetos. Bo /. Geoc. Petrobr ás, graphic model for foreland basin sequences. Geology, 16:505-504 .
1:235-236. HELLING ER, SJ. & SCLATER, J.G. 1983. Some comments on two layer
CHANG , H.K; MIRANDA , EP.; MAGALHÃES, L.; ALKMIN, EE 1988b. extensiona1models for lhe evolution of sed imentary basins . J. Geophys.
Considerações sobre a evolução tectônica da Bacia do São Francisco. ln : Res., 88 :8251-8 269.
448 Revista Brasileira de Geoci ências, Volume 22, 1992
JARVIS, G.T. & MCKENZIE, D.P. 1980. Sedimentary basin fonnation with RUXTON, B.P. & McDOUGALL, I. 1967. Denudation rates in north east
finite extension rates. Eart Planet. Sei. Lett ., 48:42-52. Papua from KArdating oflavas. Am. J. Sei., 265:545-561.
JORD AN, T.E. 1981. Thrust load and foreland basin evol ution , Cretaceous, SCHUMM, S.A. 1963. The disparity between present rates of denud ation and
Westem United State s. Am. A ssoe. Petrol. Geol. Bull., 65:2506-2520 . orogeny. Washington , U.S. Geol. Survey. p. 454 -5 11. (Pro f. Paper
KARNER, G.D. 1986. Effects of Iithosphere in-plane stress on sed imentary 454-H).
basin stratigraphy. Tectonics, 5:573-588. STECKLER, M.S. 1984. Changes in sea-leve l, ln : HOLLAND, H.D. &
KARNER, G.D . 1987. The interplay between erosion and basin development TRENDALL, AE eds. Palterns of Change in Earth Evolution. Berlin,
ln: Annual Report of Lamont-Doherty Geologieal Observatory of Co- Springer Verlag. p. 103-121.
lumbia University. Columbia, Col umbia University. p. 46-5 1. STECKLER, M.S. & WATTS, A.B. 1978. Subsidence of the At1antic-type
KARNER, G.D. & DEWEY, J.E 1986. Rifting: Iithospheric versus crustal continental margin offNew York. Earth Planet. Sei. Lett., 42:1-13.
extens ion as applied to the Ridge Basin of soulhem Califomia. Am. Assoe. SUESS, E. 1906. Th e Face ofthe Earth . 2 ed. Oxford , Claredon Press. 556 p.
Petral. Geol. Me mo it; 40:317-337. TURCOTTE, D.L. & SCHBERT, G. 1982. Geodynamies: Applieation
KOMINZ, M.A. 1984. Oceanic ridge volumes and sea-Ievel change an error of Continuum physies lo Geologieal Problems. New York, Wiley &
ana lysis. ln: SCHLEE,J.S. ed.lnterregional Uneonformitiesand Hydro - Sons. 450p.
earbon aeeumulation. Am . Assoe . Petro l. Geol. p. 109-127. VAIL, P.R.; MITCHUM, RM., Jr.; THOMPSON, S., III 1977. Seismic
(Memoir36). stratigraphy and global changes of sea-Ievel, part 4.: Global cycles of
McKENZIE, D.P. 1978. Some remarks on lhe deve lopment of sedime ntary relative changes of sea leveI. ln: PAYTON, C.E. ed. Seismie stratigraphy
basins . Earth Planet. Sei. Lett., 40:25-32. applieations to hydroearbon exploration. Am. Assoe. Petrol. Geol.
MIDDLETON, M.E 1980. A mo del of intra cratonic basi n fonnation, 83-97 p. (Memo ir 26).
enta iling deep crustal metamorphism. Geophys. J. R. Astron. Soe., VAIL, P.R. & TODD , R.G. 1981. Northem North Sea Jurassic unconfonn ities,
62:1-14. chronostratigraphy and sea-Ieve l changes from seismic stratig raphy. ln:
MIDDLETON, M .E 1989 . A model for the fonnation of intracratonic sag Pet roleum Geology of the Continental Shelf of No rthwest Europe.
basin. Geophy s. Int., 89:665-676. London, Heyden & Sonop. 216-235 .
NlSBET, E.G. 1984. The continental and oeeanic crust and Iithosp here in lhe WALCOTT, R I. 1970. Flexural rigidity, thickness , and viscos ity of lhe
Archean : isostatic, thennal and tectonic models. Cano J. Earth Sci., Iilhosphe re. J. Geop ltys. Res., 75:3941-3954.
21:1426-1441. WATTS, A.B. & STECKLER, M .S. 1979 . Subsidence and eust asy at the
NlSBET, E.G. & FOWLER, C.M.R. 1983. Mode l for Arche an plate tectonics . continental margin ofEastem North America. ln: TALWANI, M.; HAY,
Geology, 11:376-379. W.; RYAN, W.B.E eds . Deep Dril/ing Results in lhe Atlantie Oeean.
PERRODON, A. 1988. Bassins sedimentaires, provinces petroléres et tecto ni- Washington, Am . Geophys. Union . p. 218-234. (Maurice Ewing Series 3).
que globale. Bu li. Centres Rech. Explor-Prad. Elf-Aquitaine, WEISSEL, J. & KARNER, G.D. 1989. Flexural uplift of rift flanks
12:493-5 12. due to mechanical unloading of lhe lilhosphere. J. Geoph ys. Res.,
PINET, P. & SOURIAU, M. 1988. Continental eros ion and large-scale relief. 94: 139 19-13950.
Tectonics, 7:563-582 . WERNICKE, B. 1985. Un ifonn-sense simple shear of the continental
PITMAN, W.C. 1978. The relationship between eust acy and stratigraphic Iithosphere. CanoJ. Earth Sci., 14:95-106.
sequences ofpassive marg ins. Geol. Soe. Am . Bull., 89:1389-1403. WILTSC HKO, D.V. & DORR , J.A., Jr. 1983. Timing of defonnation in
PITMAN, W.C. & GOLOVCHENKO, X. 1983. The effect of sea levei change overthrust belt and foreland of Idaho , Wyoming , and Utah . Am. Assoe.
on the shelf edge and slope of passive margins. Soe. Eeon. Paleont . Petrol. Geol. Buli., 67:1304-1322.
Mine ral., 33:4 1-58. (Sp . Publ.) . ZAINE, M.E & FAIRCHILD, T.R. 1987. Novas considerações sobre fósseis da
PONTE, EC.; DAUZACKER, M .V. ; PORTO, R. 1978. Origem e acumulação Formação Tamengo , Grupo Corumbá, SW do Brasil. ln: CONGR. BRAS .
de petróleo nas bacias sedimentares brasileiras. ln: CONGR. BRAS . PALEONT., 10. Rio de Janeiro, 1987. Anais... Rio de Janeiro, SBP. p.
PETRÓLEO. Anais... v. I, p. 121-146. 797-807.
PRICE, R A. 1973. Large scale grav itational flow of supracrusta1 rocks, ZIEGLER, AM., BARRET, S.E; SCOTESE, C.R. 1981. Pa1eoclimate,
southem Canadian Rockie s. ln: DEJONG, K.A & SCHOLTON, sedimentation and continental accretion. Phil. Trans. R. Soe. Landon Ser.,
R eds. Gravity and Teetonies. New York, Wiley Interscience. A301:253 -264.
p.491-502 . ZIEGLER, A.M., SCOTESE, C.R., McKERROW, W.S., JOHNSON, M.E. ;
QUADROS, L.P. 1987. Ocorrência de acitarchae (microfósseis marinhos) em BAMBACH, R.K. 1979. Paleozoic Paleogeography. Ann. Rev. Earth
sedimentos do Precambriano na área de Januária, MG, Brasil. BoI. Geoe . Planet. Sci., 7:473-502 .
Petrobr ás, 1:239. ZIEGLER, P.A. 1989. Evolution of lhe North Atlantic - an ove rview. ln :
QUlNLAN, G.M. 1987. Models of subsidence mechanism in intracratonic TANKARD, AJ. & BALKWILL, H.R. eds. Extensional Teetonies and
basins, and the ir app licability to North American examples. ln: Stratigraphy ofthe North A tlantie Margi ns. Am. Assoe, Petro l. Geol. p.
BEAUMONT, C. & TANKARD, A J. eds. Sedimentary Basins 111-129. (Memoir 46).
and Basin-Forming Mechanisms. Cano Soe . Petrol. Geol.
p. 463-481. (Me moir 12)
QUIN LAN , G.M . & BEAUMONT, C. 1984. Appalachian thrusting Iithos-
pheric flexure and the Paleozoic stratigraphy of the eastem interior of
North America. Can oJ. Eart b Sci., 21:973-996. Manuscrito A745
ROYDEN, L. & KEEN, C.E. 1980. Rifting processes and thennal evolution of Recebido em 9 de agosto de 1992
the continent al margin of eastem Canada detennined from subsidence Revisão do autor em 22 de setembro de 1992
curves. Earth Planet. Sei. Lett., 51:343-361. Re visão ace ita em 7 de outubro de 1992