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SISTEMA
ESTRUTURAL
PROJETO
“Cooperar para Reabilitar” da InovaDomus
Autoria do Relatório | Consultoria
Pavicentro – Pré-Fabricação, S.A.
Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro
Índice
0. Preâmbulo7
1. Anomalias em Fundações8
3. Anomalias em Pavimentos21
4. Anomalias em Coberturas23
2. Anomalias em Pilares26
2.1 Fissuração26
3. Anomalias em Vigas29
4. Anomalias em Lajes32
Bibliografia36
Anexo Checklist38
0. PREÂMBULO
Neste guia são abordadas algumas das anomalias mais comuns em edifícios, dividindo-se
a análise em dois grupos de edifícios, nomeadamente os edifícios tradicionais de alvenaria,
cujo sistema estrutural é geralmente constituído por paredes resistentes (geralmente de
pedra, adobe, ou tijolo) que dão suporte a pavimentos e coberturas em madeira, e os edifí-
cios de betão armado (sendo o sistema estrutural porticado, constituído por vigas e pilares,
o mais comum). Para cada tipologia (alvenaria ou betão armado) a análise é feita agru-
pando as anomalias em função do elemento estrutural onde as mesmas se desenvolvem.
Optou-se neste guia por concentrar a análise nas anomalias associadas a comportamentos
anómalos das estruturas, os quais se podem traduzir no aparecimento de fissuras e/ou
deformações excessivas dos elementos estruturais. Foram portanto excluídas desta análise
muitas das anomalias relacionadas com a degradação dos materiais estruturais.
Para cada anomalia são referidas as suas principais formas de manifestação e causas mais
comuns, e descritas de forma sumária algumas das soluções que podem ser utilizadas na
sua correção. Salienta-se que a definição destas soluções de reparação e/ou reforço deverá
ser sempre feita atendendo às especificidades de cada caso particular.
índice
PARTE I.
EDIFÍCIOS TRADICIONAIS DE ALVENARIA
1. ANOMALIAS EM FUNDAÇÕES
Devido à sua localização, as anomalias desenvolvidas nas fundações são por vezes difíceis
de detetar, especialmente quando os seus efeitos não se manifestam imediatamente na
parte exposta do edifício. Quando detetadas anomalias, é imperativo avaliar as condições
de segurança das fundações. Para tal é geralmente necessário proceder à abertura de po-
ços ou valas de inspeção, procedimentos estes que são muitas vezes de difícil execução e
que causam transtorno na utilização do edifício.
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te relacionados com a presença de água no meio envolvente, a qual se pode
dever a:
Nos casos em que exista uma descompressão lateral do terreno de construção, será
necessário proceder à sua consolidação, de forma a instalar as características me-
cânicas adequadas. A consolidação do terreno poderá ser feita recorrendo a várias
técnicas. A título de exemplo referem-se:
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deve ser realizado de uma forma faseada, de modo a que a fundação nunca fique
completamente suspensa. O material de recalçamento mais comum é o betão.
• Presença de água, que ao passar junto das fundações provoca a erosão da argamassa
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de assentamento e arrasto dos finos constituintes das mesmas, originando uma
deterioração de toda a solução;
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2.1 Fissuração em zona corrente e aberturas
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Figura 4 – Fissuração junto a vãos de portas e janelas (cortesia Dora Silveira).
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2.1.3.3 Redistribuição de tensões
Nos casos em que a fissuração esteja associada a uma ligação deficiente entre ma-
teriais com diferentes propriedades de comportamento, poderá ser aplicado reboco
armado nas zonas de transição entre os materiais com o objetivo de distribuir as
tensões acumuladas nestes pontos.
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Figura 5 - Fissuração na zona do cunhal (à esquerda: [1], Alice Tavares; à direita: cortesia Dora Silveira).
A correção desta anomalia passa por melhorar a ligação das paredes nos cunhais
fragilizados, o que pode ser conseguido através do reforço destas zonas com ele-
mentos metálicos, embebidos ou externos.
2.2.3.1 Reforço das ligações de cunhais com recurso a elementos metálicos embebidos
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2.2.3.2 Reforço das ligações de cunhais com recurso a elementos metálicos externos
Acumulação de tensões que podem ocorrer devido a: apoios mal realizados de vigas
de suporte de pisos ou asnas de cobertura; colocação de apoios de vigas de substitui-
ção de paredes resistentes para realizar aberturas de vãos posteriores à construção.
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• Deterioração superficial das alvenarias (Figura 8).
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2.4.2 Causas comuns
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Figura 9 – Reforço de parede com malha sintética [1].
A superfície da argamassa deve ser limpa e, se necessário, poderá ser aplicado um pri-
mário à base de epóxi a fim de melhorar a aderência do novo reboco. A malha de reforço
é aplicada e devidamente ancorada à parede com conectores adequados para o efeito.
Por fim, é aplicado um reboco de argamassa compatível com a alvenaria existente.
Forças horizontais que solicitam as paredes para fora do seu plano, geralmente de-
vidas a descargas de arcos e de asnas de coberturas, e também a ações sísmicas.
Nestes casos, a solução a adotar terá sempre como objetivo contrariar os movimen-
tos que se desenvolvem para fora do plano das paredes.
Esta solução tira partido do vigamento existente (vigas de piso e/ou da cobertura),
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ligando as paredes a estes elementos que passam a restringir os movimentos que
se podem desenvolver para fora do plano das paredes.
A aplicação desta solução poderá passar pela execução de furações nas paredes para
realizar a ligação destas às vigas dos pisos e/ou linhas das asnas. Após limpeza dos
furos são realizadas as ancoragens, por exemplo com recurso a buchas químicas.
Observações: Caso o vigamento existente não seja suficiente para garantir o de-
sempenho desejado para a ligação, esta pode ser complementada com a introdução
de novos elementos de acordo com o descrito em 2.5.3.2.
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3. ANOMALIAS EM PAVIMENTOS
• Execução de tetos falsos demasiado pesados e por vezes com tubagens de equi-
pamentos de AVAC ancorados à estrutura do piso.
• Caso o reforço seja realizado em madeira ou aço, os novos elementos devem ser
colados com cola especial para o efeito. Poderá ainda recorrer-se a fixações mecâ-
nicas adicionais, pregos ou parafusos, nas zonas em que tal se revele necessário;
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3.2 Ataques biológicos
Fungos de podridão e bolores, que numa fase mais avançada podem conduzir a uma
diminuição da secção resistente do vigamento dos pisos.
Deve depois proceder-se ao reforço dos elementos estruturais nas zonas em que se
verifique ser necessário. A necessidade de reforço deve ser determinada com base
na avaliação da secção resistente da madeira, o que pode ser feito recorrendo a
equipamento do tipo registograph, o qual permite avaliar a profundidade do ataque
sofrido pela madeira. Nos locais onde a secção seja considerada insuficiente, a re-
abilitação do elemento afetado poderá ser feita recorrendo a empalmes de madeira
ou às técnicas descritas em 3.1.3.1 (quando aplicáveis). Nos casos em que o ataque
seja generalizado, poderá eventualmente ser mais viável proceder à substituição
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integral do pavimento, quer em termos económicos quer de execução.
4. ANOMALIAS EM COBERTURAS
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4.1.2 Causas comuns
Ver 3.2.
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PARTE II.
EDIFÍCIOS DE BETÃO ARMADO
As fundações de edifícios de betão armado podem ser superficiais (sapatas isoladas, na ge-
neralidade dos casos, podendo também surgir ensoleiramentos) ou profundas (realizadas
com estacas de betão armado na maioria dos casos). Dada a complexidade e especificida-
de das situações correspondentes às fundações profundas e ensoleiramentos gerais, estes
não são tratados neste guia.
Devido à sua localização, as anomalias desenvolvidas nas fundações são por vezes difíceis
de detetar, especialmente quando os seus efeitos não se manifestam imediatamente na
parte exposta do edifício. Quando detetadas anomalias, é imperativo avaliar as condições
de segurança das fundações. Para tal é geralmente necessário proceder à abertura de po-
ços ou valas de inspeção, procedimentos estes que são muitas vezes de difícil execução e
que causam transtorno na utilização do edifício.
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• Presença de água, que quando associada à existência de fissuras nas fundações
cria condições para o desenvolvimento de corrosão das armaduras;
• Deterioração do betão.
Este processo deverá ser iniciado pela escavação de valas laterais à fundação para
permitir o acesso a esta. Posteriormente deverá ser realizada uma limpeza do betão
degradado da sapata, colocada a nova armadura periférica (garantindo pontos de
ligação com a armadura existente), e realizada a nova betonagem.
2. ANOMALIAS EM PILARES
2.1 Fissuração
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Figura 13 - Fissuração em pilar com exposição da armadura (cortesia José Melo).
São várias as causas, que atuando sozinhas ou em conjunto podem resultar no de-
senvolvimento de fissuração. Por exemplo:
• Deterioração do betão;
Observações: Nos casos em que se verifique corrosão das armaduras, deve proce-
der-se ao seu tratamento. Se a corrosão for muito pronunciada deve ponderar-se a
instalação de nova armadura.
Consiste no reforço do pilar através do aumento da sua secção pela aplicação de uma
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nova armadura, na sua periferia (normalmente a envolver toda a secção do pilar),
embebida numa nova camada de betão. Em função da quantidade e detalhe da ar-
madura, bem como da pormenorização da sua ligação aos nós/fundação, o reforço
pode ser desenvolvido para diferentes esforços (axial, flexão, corte).
É uma solução de fácil aplicação, tendo ainda como vantagem o facto de utilizar
materiais correntes. No entanto, por razões arquitetónicas o aumento da secção
dos elementos poderá não ser sempre desejável. Nestes casos poderá recorrer-se a
outras técnicas, tais como as referidas em 2.1.3.1 e 2.1.3.2.
A aplicação desta solução inicia-se pela preparação da superfície, o que pode envol-
ver a limpeza e remoção do betão degradado, o aumento da rugosidade da super-
fície, a limpeza de poeiras e, se necessário, o tratamento da armadura existente.
Estas operações visam melhorar a ligação entre o existente e os novos a elementos
a aplicar. É depois instalada a nova armadura e realizada a betonagem da nova
camada de betão. A eficiência desta solução depende da ligação entre o betão exis-
tente e o betão a aplicar.
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como da sua ligação aos nós/fundação, o reforço pode ser desenvolvido para esfor-
ços de flexão ou corte.
A leveza e baixo impacto arquitetónico são algumas das principais vantagens desta solução.
3. ANOMALIAS EM VIGAS
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3.1.2 Causas comuns
São várias as causas, que atuando sozinhas ou em conjunto podem resultar no de-
senvolvimento de fissuração. Por exemplo:
Observações: Nos casos em que se verifique corrosão das armaduras, deve proce-
der-se ao seu tratamento. Se a corrosão for muito pronunciada deve ponderar-se a
instalação de nova armadura.
Observações: Nos casos mais graves, em alternativa às chapas poderá ser coloca-
da uma viga metálica devidamente solidarizada com a viga existente.
Nos apoios das vigas poderão surgir fissuras associadas a insuficiente capacidade à
flexão para momentos negativos, ou fissuras associadas a insuficiente capacidade
ao esforço transverso.
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O tratamento do primeiro tipo de fissuras segue procedimentos análogos aos refe-
ridos em 3.1.3 (para fissuras desenvolvidas a meio vão), com a diferença de que
nestes casos o reforço é aplicado na face superior da viga.
São várias as causas, que atuando sozinhas ou em conjunto podem resultar no de-
senvolvimento de fissuração. Por exemplo:
Observações: Nos casos em que se verifique corrosão das armaduras, deve proce-
der-se ao seu tratamento. Se a corrosão for muito pronunciada deve ponderar-se a
instalação de nova armadura.
Ver 3.1.3.1.
Ver 3.1.3.3.
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Figura 15 – Reforço de viga com recurso a materiais compósitos (cortesia José Melo).
4. ANOMALIAS EM LAJES
As lajes de betão armado podem ser apoiadas em vigas ou fungiformes (sem vigas de
apoio, apoiadas diretamente em pilares).
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4.1.3 Soluções de reabilitação
Observações: Nos casos em que se verifique corrosão das armaduras, deve proce-
der-se ao seu tratamento. Se a corrosão for muito pronunciada deve ponderar-se a
instalação de nova armadura.
A sua aplicação deve ser iniciada pela limpeza da superfície do betão da face inferior da
laje a fim de promover a boa ligação entre os elementos metálicos e o betão existente.
Segue-se a aplicação dos elementos metálicos na face inferior da laje, recorrendo a um
agente de ligação de base epóxi de modo a promover uma boa ligação entre as chapas
e o betão. Poderá ser ainda necessário criar uma ligação mecânica à laje.
As anomalias nos apoios das lajes fungiformes (punçoamento) não são tratadas nesta secção.
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índice
4.2.3 Soluções de reabilitação
Observações: Nos casos em que se verifique corrosão das armaduras, deve proce-
der-se ao seu tratamento. Se a corrosão for muito pronunciada deve ponderar-se a
instalação de nova armadura.
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Bibliografia
[1] Tavares, A., Costa, A., Varum, H. “Manual de Reabilitação e Manutenção de Edifícios.
Guia de intervenção”. InovaDomus, Aveiro, Portugal, Junho 2011.
[2] Barros, R.S., Guerra, J., Varum, H, Oliveira, D.V. (2008). “Reforço sísmico de estruturas
de alvenaria com recurso a elementos metálicos”. CINPAR 2008 - 4th International Con-
ference on Structural Defects and Repair, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal, 25-28
Junho 2008.
[3] Ferreira, Tiago Miguel dos Santos. “Avaliação da Vulnerabilidade Sísmica de Núcleos Ur-
banos Antigos. Aplicação ao núcleo urbano antigo do Seixal”. Dissertação de Pós-Graduação
em Reabilitação do Património Edificado – 2ª Edição – 2009/2010 - Departamento de Enge-
nharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2010.
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Anexo Checklist
Elemento/ Anomalia O NO NA Localização Gravidade/Extensão Observações
Zona a
inspecionar
Assentamento devido
à deterioração dos
materiais
constituintes
Fissuração em
cunhais
Esmagamento da
alvenaria
Ataques biológicos
E. t. de alvenaria
Fundações Assentamento devido
ao comportamento do
terreno de fundação
Assentamento devido
à deterioração dos
materiais constituintes
Pilares Fissuração
Fissuração inclinada
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