Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARA

INSTITUTO DE TECNOLOGIA DAS ÁGUAS

CONTROLE DE VETORES DE DOENÇAS CAUSADAS PELA FALTA DE


SANEAMENTO.

Bianca Larissa Mesquita Souza


Pedro Henrique
Taciane Lemos Andrade
Thiago Salviano

Santarém –Pará

1
CONTROLE DE VETORES DE DOENÇAS CAUSADAS PELA FALTA DE
SANEAMENTO.

Bianca Larissa Mesquita Souza


Pedro Henrique
Taciane Lemos Andrade
Thiago Salviano

Trabalho apresentado ao professor José


Claudio na disciplina de Saneamento e
Gestão Ambiental para obtenção de nota
parcial.

Santarém –Pará

2
SUMÁRIO

1. Introdução___________________________________________ 4
2. Considerações Gerais _________________________________ 4
2.1. Definição de controle de vetores ____________________ 4
2.2. Doenças de veiculação por vetores__________________ 5
2.3. Tipos de controle________________________________ 6
3. Estudo de caso_______________________________________ 8
3.1. Reportagem sobre surto de febre amarela______________ 8
3.2. Reportagem sobre melhores e piores cidades brasileiras
em saneamento básico_____________________________9
4. Considerações finais__________________________________ 10
Referências bibliográficas______________________________ 11

3
1. Introdução

A falta de saneamento básico é causa direta de muitas doenças e mortes em


todo o mundo. Os países mais pobres são os mais atingidos pela falta de serviços
básicos, como água tratada, esgoto encanado e destinação correta do lixo, o que
acaba interferindo diretamente na qualidade e expectativa de vida da população e no
seu respectivo desenvolvimento.
Esse descaso com o saneamento básico atraí inúmeros vetores colaborando
assim com a propagação de doenças relacionadas com a falta de saneamento em
geral.
Esse trabalho tem como intuito abordar as formas de controle de vetores, as
principais vetores atraídos falta de saneamento, as principais doenças causadas por
esses vetores, as medidas preventivas para evitar a propagação dos vetores, a
importância de uma boa gestão de saneamento básico no Brasil; por fim, utilizamos
uma reportagem mostrada no jornal Fantástico mostrando a realidade do
saneamento básico no Brasil e fazendo um comparativo da propagação de doenças
entre uma cidade que possui um bom saneamento e em uma cidade com um
péssimo saneamento básico.

2. Considerações gerais

2.1. Definição de controle de vetores

O conceito básico que define controle de vetores é um conjunto de ações


preventivas e corretivas, para impedir a atração, abrigo, acesso ou proliferação de
vetores e pragas urbanas. Inclui métodos de controle, visando resultados positivos
nos aspectos sanitário, ambiental e econômico. É fundamental para a saúde e um
ambiente limpo e saudável que na medida em que previnem tanto as doenças
transmitidas diretamente pelos vetores, quanto aos danos por eles causados.

4
O controle só poderá ser realizado por empresa especializada autorizada
competente do estado ou município, o que aumenta a segurança do consumidor em
relação à qualidade do serviço ofertado.
Para prestação de serviço de controle de vetores somente podem ser
utilizados os produtos saneantes desinfetantes de venda restrita a empresas
especializadas, ou de venda livre, devidamente registrados na Anvisa.
Boas práticas operacionais devem ser adotadas pelas empresas
especializadas a fim de garantir a qualidade e segurança do serviço prestado e
minimizar o impacto ao meio ambiente, à saúde do consumidor e do aplicador de
produtos saneantes desinfetantes.
Profissional com formação superior, capacitação comprovada na área, sendo
responsável diretamente pela execução dos serviços; treinamento dos operadores;
aquisição de produtos saneantes desinfetantes e equipamentos; orientação da forma
correta de aplicação dos produtos, no cumprimento das tarefas inerentes ao controle
de vetores, evitando possíveis danos que possam vir a ocorrer à saúde e ao
ambiente.

2.2. Doenças de veiculação por vetores

As doenças transmitidas por vetores constituem importante causa de


morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo, sendo um dos principais problemas
de saúde pública.
.Doenças transmitidas por vetores são aquelas que precisam de um
intermediário para passar de um animal para outro, ou seja, essas doenças não são
transmitidas pelo contato direto como as gripes e maioria das viroses.
Os vetores podem ser classificados em dois tipos de acordo com a Sociedade
Brasileira de Parasitologia: vetor biológico e vetor mecânico. O vetor biológico é
aquele que serve de local para a multiplicação de um agente causador de doenças.
Já o vetor mecânico é aquele em que o agente causador da doença não se
multiplica e não se desenvolve nesse local, sendo o vetor apenas uma forma de
transporte (http://www.climasaude.icict.fiocruz.br).
O agente etiológico é o agente causador da doença, aquele que desencadeia
os sinais e sintomas de determinada enfermidade. O termo agente etiológico pode
ser usado em substituição a patógeno

5
A diferença entre vetor e agente etiológico é que esse último causa a doença,
mas o vetor transporta o agente etiológico. A malária, por exemplo, é provocada por
protozoários do gênero Plasmodium (agente etiológico), que são transmitidos pela
picada do mosquito (vetor) do gênero Anopheles infectado.
A falta de saneamento básico atrai a presença de vetores (moscas, baratas,
ratos, pulgas, mosquitos).
No Brasil, inúmeras são as doenças transmitidas por vetores. Como mostra a
imagem 1.

Figura 1 Principais doenças transmitida por vetores

2.3. Tipos de Controle

De acordo com o site do Ministério da Saúde, o Portal da Saúde


(www.portalsaude.saude.gov.br, 2017) o controle de vetores em Saúde Pública
engloba uma série de metodologias para limitar ou eliminar insetos ou outros
artrópodes que transmitem patógenos causadores de doenças.
O controle vetorial pode ser dividido principalmente em controle biológico,
mecânico ou ambiental e químico.

6
O controle mecânico compreende técnicas bastante simples e eficazes,
representando algumas vezes, alto investimento inicial, porém com resultados
permanentes, pois envolvem ações de saneamento básico e de educação
ambiental, como:
 • drenagem e retificação de criadouros;
 • coleta e destino adequado de lixo;
 • destruição de criadouros temporários;
 • Telagem de janelas.

O controle legal implica no uso de instrumentos jurídicos (leis e portarias) que


exigem, regulamentam ou restringem determinadas ações, podendo-se lançar mão
com eficácia, nas questões de saúde pública, sobretudo, pelas autoridades
municipais. Assuntos como coleta e destinação adequada de resíduos sólidos,
regulamentação de atividades econômicas críticas (ferro-velho, borracharias),
limpeza de terrenos baldios, educação ambiental, são pontos preponderantes e
decisivos que devem ser abordados nas leis orgânicas municipais. Vale ressaltar
que tais questões, somadas a outras, contribuem para a mudança de hábitos,
conscientização, enfim, para a melhoria das condições de vida da população.
O controle biológico consiste na repressão de pragas utilizando inimigos
naturais específicos, como predadores, parasitos ou patógenos.
Considera-se controle biológico natural, a ação dos inimigos naturais
biológicos sem a intervenção do homem, ou artificial, quando há interferência
humana. Na natureza nem sempre se consegue a abundância de inimigos biológicos
e este problema afeta a eficácia do controle, fazendo com que seja necessária a
intervenção humana para proteger e incrementar a ação desses agentes.
O controle biológico pode ser feito com o uso dos seguintes organismos:
Predadores: são insetos ou outros animais (peixes, etc.) que eliminam as pragas de
forma mais ou menos violenta, sugando-lhes a hemolinfa ou consumindo seus
tecidos;
Parasitos: são organismos como nematóides e fungos que vivem a expensas do
corpo de outro inseto (hospedeiro), alimentando-se de seus tecidos, ocasionando a
morte, ao mesmo tempo em que completam seu desenvolvimento biológico;
Patógenos: são microrganismos, entre eles alguns vírus, bactérias, protozoários ou
fungos que agem provocando enfermidades e epizootias entre as pragas e vetores.

7
O controle químico pressupõe o uso de produtos químicos para eliminar ou
controlar vetores de doenças ou pragas agrícolas. É a última alternativa de controle
a ser utilizada, uma vez que outras ações menos agressivas e eficazes devem ser
prioritárias. Recomenda-se que a utilização de substâncias químicas seja restrita a
situações de emergência ou quando não se dispuser de outra ferramenta de
intervenção.
Controle integrado define a combinação de vários métodos que
relacionam e integram diversas alternativas de controle. Configura-se em um
enfoque ecológico para o controle de pragas e consiste no uso integrado e racional
de várias técnicas disponíveis e necessárias a um programa unificado. Busca
diminuir os danos econômicos e evitar a transmissão de doenças, produzindo um
mínimo de efeitos adversos adicionais ao ecossistema. Por “ integrado” deve-se
entender a utilização harmoniosa, seletiva e oportuna de duas ou mais técnicas de
repressão de pragas.
As ações educativas são de fundamental importância para o controle
de doenças transmitidas por vetores. O controle da dengue é exemplo claro de que,
quando as ações educativas são devidamente valorizadas e implementadas, traz
como consequência a redução ou mesmo a não utilização de inseticidas.
A população é a principal responsável pela proliferação do vetor Aedes
aegypti, ao permitir que o mosquito viva ao seu redor, mas se for devidamente
conscientizada, torna-se a principal aliada na resolução do problema.
Mesmo para que outros métodos alternativos tenham sucesso, o
envolvimento e a participação da comunidade são essenciais.
Outra importante função das ações educativas é a tarefa de contribuir para
conscientizar os servidores de campo, acerca da necessidade de usar os
equipamentos de proteção individual indicados.

3. Estudo de caso

3.1. Reportagem sobre surto de febre amarela no Brasil.

De acordo com a reportagem no jornal Folha de São Paulo


(www1.folha.uol.com), o surto de febre amarela que está ocorrendo no Brasil é o pior

8
desde 1980, e a União reconheceu estado de emergência nos estados do Espirito
Santo e Minas Gerais. Somente no ano de 2017 já foram notificados 1.012 casos
dessa doença e 78 mortes.
Ainda de acordo com o jornal, O reconhecimento veio por meio de portarias
da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), do Ministério da
Integração Nacional, publicadas no Diário Oficial da União (DOU).
A grande preocupação agora é evitar a propagação de vetores e tentar ao
máximo combater com eficiência os focos de reprodução desses vetores, pois foi
descoberto recentemente que o mosquito Aedes aegypti também está transmitindo
essa doença, pois entre os critérios para o reconhecimento federal estão a
dificuldade no controle da doença.

3.2. Reportagem sobre as melhores e piores cidades em saneamento


básico.

De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil mostrado na


reportagem no jornal Fantástico no dia 19 de fevereiro de 2017 (www.g1.com.br),
podemos perceber as dificuldades sofridas pela população brasileira pela falta de
saneamento básico.
A reportagem aborda as cem maiores cidades brasileiras e as classifica
conforme o saneamento básico e seleciona as 10 piores e as 10 melhores.
Santarém se encontra no nonagésimo oitavo lugar e Belém escapou por pouco de
estar entre as 10 piores, é a nonagésima colocada.
Podemos perceber que a pior cidade colocada no centésimo lugar
Ananindeua no estado do Pará, que possui um péssimo sistema de saneamento
básico possui muitos problemas com a proliferação de vetores e por consequência a
propagação de muitas doenças, em destaque Zica vírus e Chikungunya, doenças
que acometeram muitas vítimas no ano de 2017.
Ananindeua é uma cidade com um péssimo sistema de esgotamento
sanitário, por exemplo, existem valas de esgotos passando em frente às residências,
e como muitas casas possuem poços artesanais essas valas contaminam á agua
dos poços, porém, além de água contaminada as valas de esgotos atraem muitos
vetores de doenças como ratos, baratas, moscas e mosquitos dentre outros,
ocasionando vários problemas de saúde à população.

9
Vale ressaltar, que os gastos obtidos com a saúde na cidade de Ananindeua
dariam para ter suprido com a necessidade de um sistema eficaz de esgotamento
sanitário.
Em contraste com a cidade de Ananindeua, temos Franca situada no
município de São Paulo, colocada no ranking como a cidade brasileira com o melhor
sistema de saneamento básico, conforme a reportagem podemos perceber a
diferença notória principalmente no esgoto, pois, em Franca não se vê esgoto a céu
aberto, a esgoto da cidade é direcionado subterraneamente ao centro de tratamento
onde a água de esgoto passa por vários processos e no fim desses processos é
devolvida ao corpo hídrico.
O mais interessante é que os casos de doenças como a diarreia e a
desidratação infantil diminuíram ou é inexistente. Como a cidade de Franca é uma
cidade limpa e possui um sistema de saneamento básico que funciona
perfeitamente, a proliferação de vetores de doenças também diminuiu.
Esse ranking feito pelo Instituto trata Brasil comprovou o que diz o Instituto
Mundial da Saúde: “a cada R$1,00 investido em saneamento economiza R$ 4,00
investido em saúde”.

4. Considerações Finais

A elevada importância das doenças transmitidas por insetos vetores no Brasil


tais como dengue e malária, aponta para a relevância de estudar os métodos de
controle desses vetores, tanto nos aspectos técnicos como teóricos.
Conforme o assunto abordado, mostra–se a importância da universalização
do saneamento básico nas cidades brasileiras, principalmente no controle de vetores
como forma de prevenção de doenças.
Sabemos que existem outros métodos eficazes para o controle de vetores
ocasionados pela falta de saneamento, porém, se esses métodos não forem
trabalhados conjuntamente não surtirão o resultado esperado.
Com base nas inúmeras diferenças, divergências e contradições relatadas
entre as classificações de controle de vetores, não há como dizer qual método mais
eficaz no controle de vetores, pois em todas as classificações há vantagens e

10
desvantagens, porém reforçamos a importância de sistemas eficazes de
saneamento básico no controle desses vetores.
A concretização de sistemas de saneamento básico em comunidades mais
carentes já apresentaria um grande passo de cidadania e responsabilidade, assim
como elevaria efetivamente o que se entende por desenvolvimento social.
Faz-se necessária também a compreensão das autoridades e do poder
público de que o custo para a prevenção dessas doenças acaba sendo até mais
barato do que os gastos com as tentativas de cura e tratamento, isso sem contar o
valor imensurável das vidas perdidas. Para que o desenvolvimento ocorra de
maneira plena, devemos priorizar setores carentes da sociedade onde as condições
mínimas de qualidade de vida não fazem parte da realidade destas pessoas.

Referencias Bibliográficas

Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de


Epidemiologia. Coordenação Geral de Vigilância Ambiental. Controle de vetores: procedimentos de
segurança: manual do supervisor de campo. Brasília: Ministério da Saúde; 2001
PORTAL ANVISA. Disponível em <http://portal.anvisa.gov.br/saneantes> Acesso em: 20
de Fev. 2017 às 10h00min.
PORTAL ANVISA. Disponível em <http://portal.anvisa.gov.br/documents> Acesso em: 20
de Fev. 2017 às 10h09min.
CONTROLE DE PRAGAS E VETORES. Visitante SEAP. Disponível em:
<http://www.visitanteseap.rj.gov.br> Acesso em: 20 de Fev. 2017 às 11h00min.
SURTO DE FEBRE AMARELA NO BRASIL. Jornal Folha de São Paulo. Disponível
em: <http://www1.folha.uol.com.br> Acesso em: 20 de Fev. 2017 às 11h24min.
VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA E CONTROLE DE VETORES DO DENGUE
Donalísio, M.R. & Glasser, C.M. Rev. Bras. Epidemiol. Vol. 5, Nº 3, 2002.
DOENÇAS CAUSADAS PELA FALTA DE SANEAMENTO BASICO. Disponível
em < http://www.sampexdesentupidora.com.br> Acesso em: 20 de Fev. 2017 às 23h29min.

11

Você também pode gostar