FEBRE DO OROPOUCHE (NOTA TÉCNICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE Nº 6/2024

Febre do Oropouche
(Nota Técnica do MS nº 6/2024)
PROFESSOR RÔMULO PASSOS

Doença causada pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). Casos isolados e surtos foram
relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica.
Agente Arbovírus do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae, o Orthobunyavirus
etiológico oropoucheense (OROV).
Período de Após a infecção, o vírus permanece no sangue dos indivíduos infectados por 2 a 5 dias após o
incubação (PII) início dos primeiros sintomas. O PII é de 3 a 8 dias após a infecção pela picada do vetor.
No ciclo silvestre: Bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres
Reservatórios
e roedores). No ciclo urbano, o homem é o principal hospedeiro.
No ciclo silvestre: picada do vetor Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus. No entanto,
o suposto vetor primário é o Culicoides paraensis (Diptera: Ceratopogonidae), conhecido
Modo de
como maruim ou mosquito-pólvora.
transmissão No ciclo urbano: o vetor primário também é o C. paraensis. Eventualmente, o mosquito Culex
quinquefasciatus.

Atenção! Destaca-se o elevado potencial de transmissão e disseminação do OROV, com capacidade de

causar surtos e epidemias em áreas urbanas. Não há vacina e tratamento específico disponíveis.
Quadro clínico

O quadro clínico agudo evolui com febre de início súbito, cefaleia, mialgia e artralgia. Também são relatados:
tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.
Complicações: casos com acometimento do SNC (ex.: meningite asséptica, meningoencefalite), especialmente
em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas podem ocorrer.
Os sintomas duram entre 2 e 7 dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves.
Parte dos pacientes pode apresentar recidiva 1 a 2 semanas a partir dos sintomas iniciais.
Não há relatos de óbitos associados à infecção pelo OROV até então.

Tratamento Diagnóstico laboratorial

Não existe tratamento específico. Os

pacientes devem permanecer em Biologia molecular ou isolamento viral.
repouso, com tratamento sintomático e
acompanhamento médico.

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Vigilância da Febre do Oropouche

É passiva, de base laboratorial, desencadeada a partir da detecção laboratorial do vírus, do genoma viral ou de
anticorpos de classe IgM.

Diagnóstico positivo de infecção pelo OROV

• Verificar e notificar presença primatas
• Notificação imediata a todas • Realizar investigação não-humanos, aves silvestres e
as esferas de gestão do SUS; epidemiológica; Xenathras mortos ou doentes.

Medidas de prevenção
Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores, seja por meio de
recursos de:
proteção coletiva (limpeza de terrenos e de locais
proteção individual (uso de roupas compridas, de
de criação de animais; recolhimento de folhas e
sapatos fechados e de repelentes nas partes do
frutos que caem no solo; uso de telas de malha fina
corpo expostas)
em portas e janelas).

Em linhas gerais, diante do diagnóstico laboratorial de infecção pelo OROV, deve-se:

• Informar todas as esferas de gestão do SUS sobre a ocorrência de casos pela via mais rápida (e-mail,
telefone), e notificar os casos por meio da Ficha de Notificação/Conclusão;
• Realizar a investigação epidemiológica dos casos para identificação do LPI e descrição das
características clínicas e epidemiológicas.
• Verificar a presença de animais como primatas não-humanos (PNH), aves silvestres e Xenarthras
(bichos-preguiça, tamanduás e tatus) mortos ou doentes, realizar a notificação via Ficha de
Notificação/Investigação de Epizootias (Sinan).

1. (Editora BP) A Febre do Oropouche é uma doença com casos isolados e surtos relatados no Brasil,
principalmente nos estados da região Amazônica. O agente etiológico dessa doença é:
a) Protozoários do gênero Plasmodium.
b) Arbovírus do gênero Orthobunyavirus, Orthobunyavirus oropoucheense (OROV).
c) Protozoário flagelado Trypanosoma cruzi.
d) Arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae.
e) Bordetella pertussis.

2. (Editora BP) Qual é o período de incubação da Febre do Oropouche?

a) de 2 a 9 dias após a picada do vetor. d) de 3 a 8 dias após a picada do vetor.
b) de 3 a 6 dias após a picada do vetor. e) de 7 a 12 dias após a picada do vetor.
c) de 4 a 10 dias após a picada do vetor.

3. (Editora BP) De acordo com a Nota Técnica do Ministério da Saúde nº 6/2024, pode ser infectado
pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), exceto:
a) Bichos-preguiça. c) Possivelmente aves silvestres e roedores. e) Homem.
b) Primatas não-humanos. d) Bovinos e equinos.
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4. (Editora BP) O vetor primário mais importante da Febre do

Oropouche é:
a) Culicoides paraensis.
b) Coquillettidia venezuelensis.
c) Aedes serratus.
d) Culex quinquefasciatus.
e) Aedes aegypti.
Figura - Mosquito maruim ou mosquito-pólvora.

5. (Editora BP) De acordo com a Nota Técnica do Ministério da Saúde nº 6/2024, assinale a
alternativa que não contém manifestações que caracterizam o quadro clínico da Febre do
Oropouche.
a) Febre de início súbito, cefaleia e mialgia.
b) Artralgia, tontura e dor retro-ocular.
c) Dor abdominal intensa e hepatomegalia dolorosa.
d) Calafrios e fotofobia.
e) náuseas e vômitos.

6. (Editora BP) De acordo com a Nota Técnica do Ministério da Saúde nº 6/2024, analise o texto
abaixo.
Os sintomas da Febre do Oropouche duram entre _________, com evolução benigna e sem sequelas,
mesmo nos casos mais graves. Parte dos pacientes pode apresentar recidiva _________a partir dos
sintomas iniciais. Não há relatos de _________ associados à infecção pelo OROV até então.
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.
a) 3 e 8 dias / 2 a 4 semanas / óbitos.
b) 2 e 7 dias / 1 a 2 semanas / complicações.
c) 2 e 7 dias / 1 a 2 semanas / óbitos.
d) 3 e 9 dias / 2 a 3 semanas / complicações.
e) 3 e 8 dias / 3 a 5 semanas / óbitos.

7. (Editora BP) Em relação à Febre do Oropouche, analise as afirmativas abaixo e dê valores

Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento
sintomático e acompanhamento médico.
( ) A vigilância dessa doença é ativa, de base laboratorial, desencadeada a partir da detecção
laboratorial do vírus, do genoma viral ou de anticorpos de classe IgM.
( ) A prevenção consiste em evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às
picadas dos vetores.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V - V - V. b) V - F - V. c) F - F - V. d) F - V - F. e) F - F - F.

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