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2022/2023
Energia e Sustentabilidade
Relatório de Projeto
13 de March de 2023
Elaborado por:
2022/2023
2022/2023
Sumário Executivo
2022/2023
Indice
Sumário Executivo.....................................................................................................................1
Nomenclatura.............................................................................................................................3
Introdução..................................................................................................................................1
Motivação e Objetivos:..........................................................................................................1
Explicação e Papel no combate às alterações climáticas:......................................................2
Organização do Trabalho:..........................................................................................................4
Análise comparativa da tecnologia proposta no contexto de soluções alternativas...................5
Sustentabilidade na alimentação – Emissões de gases com efeito de estufa.........................6
Sustentabilidade na alimentação – Saúde Pública.................................................................7
Sustentabilidade na alimentação na economia mundial.........................................................8
Conclusões.................................................................................................................................9
Referências Bibliogáficas.........................................................................................................10
Anexos......................................................................................................................................11
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Nomenclatura
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Introdução
Motivação e Objetivos:
O planeta Terra é um incrivelmente sofisticado sistema vivo que possui diversos
mecanismos de autorregulação, sem os quais a vida como a conhecemos simplesmente não
seria possível. Um desses mecanismos é o efeito de estufa. Gases como o Dióxido de
Carbono (CO2), o Metano (CH4), com um potencial de armazenar calor cerca de 25 vezes
maior que o Dióxido de Carbono, e o Óxido Nitroso (N 2O), com um potencial cerca de 300
maior que o dióxido de Carbono, entre outros, são responsáveis por este efeito. É comum
pensar no Efeito de Estufa como algo a temer, normalmente devido à sua associação com as
Alterações Climáticas, mas a verdade é que dependemos dele para sobreviver.
O nosso planeta recebe energia solar e dissipa essa energia pela reflecção da luz e pela
emissão de calor. Assim, caso não existissem gases com efeito de estufa, a temperatura na
Terra sofreria grandes oscilações, apresentando uma temperatura média de cerca de -6°C
em vez dos atuais 15°C que tornam o nosso planeta habitável.
Aquilo com o qual nos devemos preocupar não é, portanto, o efeito de estufa em si, mas
sim a intensificação desse efeito, sendo que o aumento da temperatura média global
apenas 2.5°C será devastador. Atualmente, a informação sobre o que causa o aumento do
efeito de estufa está altamente difundida pela população em geral. No entanto, um dos
responsáveis não só costuma permanecer na ignorância da maioria das pessoas como, para
piorar o já pessimista cenário que temos pela frente, é suportado e encorajado pela
esmagadora maioria das sociedades mundiais – a produção e consumo de animais e
produtos de origem animal para a alimentação.
Desta forma, fomos motivados a fazer chegar a informação ao maior número de pessoas
que nos for possível, não sem antes estudar e analisar esta questão a fundo. Acreditamos
que a preocupação em fazer parte de uma mudança para construir um futuro mais
sustentável é um direito e uma responsabilidade de todos, pelo que abordar este tema nos
suscitou interesse e nos pareceu, de facto, pertinente.
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apenas explora a vertente alimentar, definimos o nome da alimentação relativa a este estilo
de vida como alimentação Vegan.
Explicação e Papel no combate às alterações climáticas:
I. Definição da Estratégia/Comportamento
A alimentação Vegan define-se como uma alimentação na qual não são consumidos
quaisquer produtos de origem animal, quer se consuma o próprio animal (carne ou peixe),
quer se consumam produtos derivados dos mesmos (leite ou ovos). Dito isto, a alimentação
vegan baseia-se apenas no consumo de alimentos de origem vegetal, renunciando qualquer
género de exploração animal.
A adoção deste conjunto de comportamentos acarreta diversas vantagens, quer sejam ao
nível ambiental, ao nível da saúde, performance desportiva, etc. No entanto, e respeitando
o foco e objetivo deste trabalho, será analisada apenas a vertente ambiental.
II. Emissões de Gases com Efeito Estufa
Nesta secção iremos demonstrar quantitativamente o peso das emissões provenientes
da atividade pecuária, comparando-as com outras das atividades que mais contribuem para
a libertação destes gases.
As atividades pecuárias são responsáveis por um impacto significativo na pegada
ambiental geral do conjunto de atividades humanas. Globalmente, contribuem para cerca
de 18% de todos os gases de efeito de estufa que são lançados para a atmosfera, dentro dos
cinco maiores setores de atividade. São eles a energia, a indústria, o uso e transformação de
terreno, e a agricultura.
Se apenas forem considerados os últimos dois, a pegada ambiental da pecuária
representa mais de 50%. Se o setor da agricultura for analisado separadamente dos
restantes, é percetível o grande contributo das atividades pecuárias, sendo que estas
causam quase 80% das emissões deste setor.
Segundo análises realizadas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura (FAO), as atividades pecuárias são responsáveis pela libertação de 24 mil
milhões de toneladas de CO2, 5.9 mil milhões de toneladas de CO 2 equivalente,
relativamente ao Metano, e 3.4 mil milhões de toneladas de CO 2 equivalente, relativamente
ao Óxido Nitroso, para a atmosfera. Para estas estimativas foram tidas em conta todas as
atividades deste setor que de alguma forma estão envolvidas na criação de gado, como por
exemplo:
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É possível analisar, por exemplo, o papel que o Óxido Nitroso tem individualmente, sendo
este o gás emitido em menores quantidades, mas aquele que possui um efeito mais forte no
agravamento do efeito de estufa (comparando com iguais quantidades dos restantes gases).
No Gráfico 1, estão representadas as emissões deste gás nocivo devidas apenas dos
excrementos produzidos pelo gado. Como seria expectável, os valores são menores,
comparativamente com o dióxido de carbono. Porém, é importante compreender que estes
valores, que na sua totalidade acumulam um valor global de cerca de 3.69 milhões de
toneladas anuais, são relativos ao gás com efeito de estuda com a menor representatividade
(dentre o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) e causado apenas por uma
consequência natural da atividade pecuária isolada. Abordando esta perspetiva, é fácil
entender que o peso de todas as atividades relacionadas com a criação de gado na pegada
ecológica humana, peso esse exposto anteriormente.
Gráfico 1: Emissões anuais de Óxido Nitroso (N2O) devido a excremento animal originado na
atividade pecuária. Lifestock’s Long Shadow, FAO, 2006.
Este tema será posteriormente desenvolvido, mas é já possível compreender o impacto real que as
atividades de criação de gado têm na intensificação das alterações climáticas.
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No que diz respeito aos recursos hídricos, é aqui exposta a utilização massiva dos
mesmos para suprimir as necessidades da produção pecuária, tendo em conta não só a água
utilizada no gado propriamente dito, destinada ao consumo, mas também a água necessária
para a produção de grãos com os quais os animais serão alimentados.
Gráfico 2: Utilização de recursos hídricos pela atividade pecuária e algumas plantações. (Pimentel
et al. 2004)
A partir dos dados presentes no gráfico 2, podemos constatar que as atividades pecuárias
são responsáveis pelo uso de 93% da água gasta na totalidade. Utilizando um valor média de
uso de água pelas produções vegetais de 1147 litros por quilograma, a criação de ovelhas e
cabras recorre a cerca de 44 vezes mais água, a criação bovina recorre a 37.5 vezes mais
água e as criações suína e de aves utilizam 5.2 e 3 vezes mais água, respetivamente, para
atingir um quilograma de produção. É pertinente salientar que, nesta análise, o quilograma
de referência não corresponde ao peso efetivo do animal ou da planta, mas sim ao peso
daquilo que, em cada um dos casos, é utilizado para consumo direto.
Dados da Associação Vegetariana Portuguesa (AVP), e fornecidos pelo Instituto Nacional
de Estatística, relativos a Portugal no ano de 2018, expõem que, nesse ano foram mortos,
para consumo humano:
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IV. Desflorestação
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Organização do Trabalho:
No seguimento desde trabalho, abordaremos os temas já mencionados, desta feita
comparando quantitativamente as consequências de uma alimentação na qual se inclui o
consumo de alimentos de origem animal com um alimentação à base de plantas. Deste
modo, será mais fácil percecionar o impacto que alteração deste comportamento tem na
redução da pegada ecológica individual.
Posteriormente, será também explorado o efeito que pequenos hábitos de transição
para uma alimentação à base de plantas podem ter, mostrando que, apesar dos impactos
destes não serem iguais aos da própria alimentação, são um passo na direção certa para
construir um amanhã melhor.
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Deste modo, a partir de uma recolha de dados, segundo o estudo (Rosi et al., 2017), 153 adultos com
idades entre os 18 e os 60 anos, com diferentes hábitos alimentares em Itália, (Bari, Bologna, Parma,
and Turin).
Os dados recolhidos a partir deste estudo foi possível obter uma análise quantitativa cerca do
consumo de água, terrenos e emissões de dióxido de carbono equivalente de acordo com cada
dieta.
Tendo em conta os dados recolhidos, é possível tirar uma de duas elações quanto aos hábitos
alimentares escolhidos pela população. Está cientificamente provado que as dietas “meat-
free” oferecem uma poupança significativa de emissões de gases com o efeito de estufa para
a atmosfera, assim como a regeneração mais fácil dos solos. Muito embora seja uma dieta
extremamente benéfica para a preservação da biodiversidade dos ecossistemas existentes,
contribui também para a diminuição do aquecimento global.
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“fortificados”. Assim, é possível dizer que adentro destas 3 dietas distintas é possível retirar
algumas conclusões.
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Por forma a que a saúde humana seja preservada, por haver a ausência de óleos e gorduras essenciais
para uma alimentação saudável.
A melhor alternativa para que haja uma mudança significativa acerca dos hábitos alimentares atuais é
necessário haver uma maior quantidade de informação presente acerca destas dietas alternativas. Cabe
a cada país mobilizar a sua sociedade e educa-la por forma a que estas dietas alternativas possam ser
mais apelativas e acessíveis.
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Está cientificamente provado que uma dieta “meat-free” previne, em princípio, o aparecimento de
doenças tais como, diabetes tipo 2, obesidade, problemas cardiovasculares, etc.
Por exemplo, para a produção de 1 Kg de feijão, são necessários 3.8 m^2 de terra, 2.5 m^2 de água,
39g de fertilizante e 2.2 g de pesticidas, no entanto, para produzir a mesma quantidade de carne, são
necessários 8 a 14 vezes mais recursos referidos acima, resultando num maior impacte ambiental.
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A informação recolhida tem como base científica e estatística os artigos publicados acerca do assunto
em questão.
As emissões de gases com efeito de estufa libertos para a atmosfera, também vão diferir consoante o
tipo de colheita feita, ou seja, no caso da pesca, o método de pesca por arrasto tem um impacto
significativamente maior (cerca de 3 vezes maior) que os métodos mais tradicionais/artesanais
utilizadas na pesca.
O balanço de emissões feito em diversos estudos acaba por ser meramente ilustrativo uma vez que se
for praticada uma pecuária regenerativa, num solo que já não esteja em boas condições para produzir
diversas plantações, acaba por ser mais benéfico (embora haja uma “maior” quantidade de emissões
de gases com efeito de estufa, em teoria) pois previne o uso de terrenos adicionais.
Deste modo, de acordo com os estudos consultados, foram retirados dados num grupo controlo de 10
milhões de pessoas ao longo de 10 anos, com dietas mediterrâneas, piscatórias, vegetarianas e vegan.
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Como é possível evidenciar na figura 4 acima descrita, é notória que uma dieta maioritariamente
vegetariana, contribui mais, por ponto percentual, para a “redução” da probabilidade de aparecimento
de doenças relacionadas com os diabetes do tipo 2 e doenças cardiorrespiratórias.
No entanto, também é sabido que dietas vegans não são as mais saudáveis a adotar, uma vez que
ainda não é possível obter todos os nutrientes, óleos animais e gorduras necessárias para uma
alimentação saudável. Para as pessoas que adotaram este estilo de vida vegan é necessário terem
especial atenção, uma vez que, uma dieta na sua totalidade vegan, pode levar a sérios problemas de
saúde, como por exemplo, a anemia. Deste modo, a única maneira adotada por forma a tornar este
estilo de vida viável é a utilização de suplementos alimentares por forma a conseguir substituir os
nutrientes que numa dieta mediterrânea ou omnívora é normal obter. Ora desta forma, é encontrado
um dilema geracional, tendo em conta que todos as pessoas com alimentação vegan dependem do
consumo de comprimidos para repor os nutrientes necessários, e que a industria farmacêutica é a
industria mais poluente do mundo, libertando 48.55 toneladas de CO2 por cada 1 milhão de euros.
A partir dos estudos analisados foi necessário identificar uma relação direta entre o desenvolvimento
económico de cada país e a dieta por si mais adotada, ou seja, países mais desenvolvidos têm a
tendências melhores, ou seja, uma alimentação variada e mais ecológica enquanto países em
desenvolvimento possuem piores hábitos alimentares (dieta maioritariamente consistida em carnes
vermelhas) por possuírem menor poder de compra.
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A produção de carne requer um número maior de recursos que a produção de alimentos de origem
vegetal. Um estudo [12] indica que para a produção de um quilograma de carne necessita de 163
vezes mais terreno que a produção de um quilograma de arroz ou de batatas. Outro estudo [13]
indica que 39% da superfície de área utilizada para suprimir as necessidades da dieta humana, é
utilizada para a produção de carne. Há ainda outro dado relevante em que a produção de gado
utiliza 70% da terra utilizada na agricultura e cerca de um terço da terra arável.
Porém, nem toda a carne tem a mesma eficiência de conversão proteica. O frango tem uma taxa de
conversão proteica de 18%, enquanto a carne de porco tem uma taxa de conversão proteica de 9% e
a carne de vaca 6%. Desta forma, diferentes tipos de carne necessitam de diferentes áreas de
terreno para suprimir as mesmas necessidades proteicas. Comparando a soja como fonte proteica
com as proteínas de origem animal, a área necessária de terreno é 6 a 17 vezes maior para as
proteínas de origem animal.
O potencial de redução de terra utilizada através de mudanças nos hábitos de consumo de carne é
considerável. De acordo com Audsley et al. (2010) uma substituição de 75% de carne de ruminantes
por carne de porco e de aves, pode reduzir a demanda de terra em 40%. Substituindo metade do
consumo de carne de porco e de aves por alimentos à base de plantas iria diminuir apenas 5% da
terra utilizada para suprimir os hábitos alimentares.
O impacto da desflorestação é diferente tendo em conta os vários tipos de dietas. Nas últimas duas
décadas, mais de 200 milhões de hectares de florestas desapareceram. O desaparecimento da
floresta deve-se, maioritariamente, à expansão para a agricultura e às mudanças dos hábitos
alimentares das pessoas.
Segundo a UN FAO, Animal Production, cerca de 80% de toda a terra cultivada é utilizada para pasto
ou outros alimentos para animais. Apenas 20% da área total cultivada serve diretamente para
suprimir as necessidades alimentares vegetais. Se fosse possível à população mundial, adotar uma
dieta mais à base de alimentos de origem vegetal e menos alimentos de origem animal, faria com
que houvesse uma diminuição drástica da quantidade de área que é cultivada atualmente.
No Colorado State University, Greg Litus fez um estudo com dados estatísticos do U.S Department of
Agriculture que determinou quantos hectares de terra eram necessários para satisfazer as
necessidades calóricas de todos os Americanos. Baseando-se numa dieta vegetariana que inclui
vegetais, frutas, legumes e grãos, descobriu-se que seriam necessários 100 a 200 milhões de
hectares por ano. Atualmente as quintas americanas, ocupam 1,1 mil milhões de hectares e 700
milhões de hectares são dedicados ao cultivo de pasto para os animais. Neste estudo não foi
contabilizada a terra utilizada para cultivar grãos para alimentação animal.
Noutro estudo [14] calculou-se a existência de 450 mil milhões de toneladas de carbono contidos na
vegetação da Terra. Se eventualmente toda a superfície terrestre fosse desflorestada esse número
seria de 300 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono já que as moléculas de carbono se
associam às moléculas de oxigénio, sendo essa a razão da massa de dióxido de carbono ser superior
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à de carbono. O mesmo estudo [14] mapeou a quantidade de dióxido de carbono presente nas
várias localizações do planeta.
Estes números seriam, porém bastante mais elevados se os humanos cessassem por completo todas
as suas atividades em que usam a terra e deixassem a natureza restabelecer a sua vegetação
naturalmente, sendo a massa total de carbono presente na vegetação de 916 mil milhões de
toneladas de carbono. Segue de seguida o mapa da distribuição hipotética de biomassa em gramas
de carbono por metro quadrado.
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plantas, árvores e técnicas de pasto e cultivo para capturar carbono e guardá-lo no reservatório do
solo e retendo-o durante décadas. Segundo o ambientalista americano, se se fizer biosequestração
de uma forma rigorosa durante 30 anos, pode-se reverter o aquecimento global, fazendo com que a
temperatura média da Terra começasse a baixar para os seus valores habituais. As figuras 1 e 2
mostram o potencial que esta técnica pode ter, se for aplicado à escala global. Para isso acontecer,
seria necessário haver consenso e vontade política da maioria dos países, o que é, provavelmente, a
parte mais difícil para colocar em prática a biosequestração. Um caso prático da inércia política é o
caso dos EUA. Por ano, as quintas para agricultura recebem 25 mil milhões de euros em subsídios
por parte do governo americano. O USDA (United States Department of Agriculture) usa o Comodity
Credit Corporation que dá garantias aos agricultores para cultivarem colheitas específicas (milho,
soja e feno). O governo paga aos agricultores para cultivarem um certo vegetal, salvaguardando os
agricultores de fenómenos naturais como tempestades ou secas. Assim, os contribuintes subsidiam
os agricultores para cultivar as colheitas que alimentam os animais. Sendo estas áreas de agricultura
normalmente grandes áreas de monoculturas para alimentarem animais para consumo humano, na
tentativa de maximizar os lucros são utilizados químicos, próprios das agriculturas intensivas. Se nos
primeiros anos a produção destas monoculturas aumenta devido a estes químicos, a longo prazo
irão invariavelmente diminuir porque os solos ficam esgotados com este tipo de químicos.
Conclusões
Tendo em conta o que acima foi exposto é possível retirar várias conclusões. Em primeiro lugar, a
distribuição de biomassa em gramas de carbono por metro quadrado se todas as atividades de
desflorestação de origem humana parassem é um cenário irrealista, mas permite ter noção do
potencial que os vários tipos de florestas têm. Não é possível parar as atividades de desflorestação
por completo, porém se se diminuir alguns hábitos de consumo como por exemplo de carne,
certamente que haveria diferenças em termos de carbono recapturado pelas florestas. Tomando o
caso dos EUA como exemplo, segundo o estudo da Colorado State University, ao adotar-se um estilo
de vida vegetariano, a área de terra utilizada para satisfazer as necessidades alimentares seria
reduzida em cerca de 11 vezes, não tendo em conta as culturas como os grãos que são cultivados
para alimentar os animais, o que faria com que este número aumentasse ainda mais. Tendo em
conta a figura 2 (Distribuição hipotética de biomassa em gramas de carbono por metro quadrado se
se cessassem todas as atividades em que se usa a terra e se se deixasse a floresta restabelecer
naturalmente) e que a maior parte dos EUA se encontra pintado de laranja (representa 1-2500),
tomou-se como referência a média (1250). Multiplicando a quantidade de gramas de carbono por
metro quadrado pela quantidade de terra que foi poupada pela adoção de dietas à base de
alimentos de origem vegetal, cerca de mil milhões de hectares, a quantidade de carbono
recapturado pela terra será na ordem dos: 1,25 toneladas de carbono (12,5 mil milhões de toneladas
de carbono). Em 2019, o último ano antes da pandemia de Covid-19, o mundo emitiu 36,4 mil
milhões de toneladas de dióxido de carbono, segundo o Global Carbon Project. Estes dados mostram
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o tamanho do desafio que é mitigar as emissões de dióxido de carbono, mas também como com
mudanças alimentares se pode fazer a diferença. Se houver mudanças em todo o mundo, o impacto
apenas da reflorestação irá ajudar no combate para se atingir a descarbonização, tendo em conta
que 70 a 80% de toda a terra utilizada na agricultura serve para alimentar os animais que os
humanos consomem.
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Conclusões
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Referências Bibliogáficas
Emissões de CO2 (dados e estudos):
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Anexos