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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE ENGENHARIA

ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

ISABELLA MENDES GONÇALVES

Sustentabilidade no gerenciamento de efluentes e resíduos do setor de rochas


ornamentais: Estudo de caso do setor de marmorarias

JUIZ DE FORA – MG

2021
ISABELLA MENDES GONÇALVES

Sustentabilidade no gerenciamento de efluentes e resíduos do setor de rochas


ornamentais: Estudo de caso do setor de marmorarias

Trabalho Final de Curso apresentado ao


Colegiado do Curso de Engenharia Ambiental
e Sanitária da Universidade Federal de Juiz de
Fora, como requisito parcial à obtenção do
título de Engenheiro Sanitarista e Ambiental.

Área de concentração: Meio Ambiente

Linha de pesquisa: Tratamento de resíduos e efluentes

Orientador: Profª. D. Sc. Sue Ellen Costa Bottrel

JUIZ DE FORA – MG

2021
ISABELLA MENDES GONÇALVES

Sustentabilidade no gerenciamento de efluentes e resíduos do setor de rochas


ornamentais: Estudo de caso do setor de marmorarias

Trabalho Final de Curso apresentado ao


Colegiado do Curso de Engenharia Ambiental
e Sanitária da Universidade Federal de Juiz de
Fora, como requisito parcial à obtenção do
título de Engenheiro Sanitarista e Ambiental.

Aprovado em 19/03/2021

BANCA EXAMINADORA

Profª. D. Sc. Sue Ellen Costa Bottrel – Orientador


Universidade Federal de Juiz de Fora

Profª. D. Sc. Maria Helena Rodrigues Gomes


Universidade Federal de Juiz de Fora

Prof. D. Sc. Otávio Eurico de Aquino Branco


Universidade Federal de Juiz de Fora
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente a Deus, por ser meu principal alicerce, minha fonte de inspiração,
persistência e por se fazer tão presente em minha vida.

Aos meus pais e irmão, Marcílio, Rosylene e Gustavo, por todo apoio, amor, compreensão, por
nunca medirem esforços para as minhas realizações e por acreditarem sempre em mim, nada
seria possível sem vocês.

À toda minha família, pelo constante incentivo, pelos momentos felizes, pela torcida, carinho
e por estarem presentes em todos os momentos, especialmente Vó Didi (em memória), Vó
Gracinha, Vô Raymundo, Dinda, Zyane e Leo.

Ao meu parceiro de jornada, Matheus, por todo apoio, amor, incentivo, paciência,
companheirismo e carinho.

Aos amigos que fiz durante a minha jornada acadêmica, pelo apoio, torcida e por tornarem a
rotina mais leve.

À minha orientadora Sue Ellen, pela paciência, pelo suporte e incentivo oferecidos na
elaboração deste trabalho.

Aos professores do Departamento de Engenharia Ambiental e Sanitária pelos ensinamentos


transmitidos.

No mais, agradeço a todos que fizeram parte desta etapa de grande importância em minha vida.

Muito obrigada!
RESUMO

A indústria de Rochas Ornamentais é de suma importância no Brasil e no mundo, caracterizada


pela elevada produção de chapas e produtos anualmente, em 2019 foram produzidos mais de
9,2 milhões de toneladas, sendo 32,6% para o mercado externo e 67,4% para o mercado interno.
Concomitante a isso, tem-se a intensa geração de resíduos e efluentes, que podem impactar
negativamente ao meio ambiente. Dessa forma, em busca da sustentabilidade no que tange à
gestão ambiental dos empreendimentos deste setor em questão, o presente trabalho teve como
objetivo, através de revisão bibliográfica, mapear, selecionar e então apresentar as
possibilidades de reaproveitamento dos resíduos gerados nos processos de lavra e
beneficiamento e ainda, as tecnologias de tratamento de efluentes. Somado a isso, com intuito
de agregar com as informações encontradas na comunidade científica e de pesquisa, foi
realizado uma visita técnica em uma marmoraria na cidade de Juiz de Fora, onde foi constatado
práticas sustentáveis: captação de água de chuva, tratamento de efluentes e reuso da água no
processo produtivo, reaproveitamento de resíduos gerados, como por exemplo, fabricação de
argamassa, produção de britas e na criação de peças decorativas. Por fim, com a compilação de
todas as informações adquiridas para a elaboração deste trabalho, foi confeccionado uma
proposta de cartilha que visa difundir para empreendedores de marmorarias informações acerca
da temática de sustentabilidade no que tange à gestão ambiental.

Palavras-chave: Marmoraria. Reaproveitamento de resíduos. Lama abrasiva. Sustentabilidade.


ABSTRACT

The dimension stone industry is very important in Brazil and in the world, characterized by
high production of processed stone and products annually, in 2019 more than 9.2 million tons
were produced, 32.6% for the foreign market and 67.4% for the domestic market. Concomitant
to this, there is the intense generation of waste and effluent, which can negatively impact the
environment. In that way, in search for sustainability about the environmental management of
the enterprises, the current work aimed, through literature review, mapping and selecting
researches about wastewater treatment technologies and possibilities of waste reuse that are
generated in the extraction and improvement process of dimension stone. In order to aggregate
with the information found in the scientific and research community, a technical visit was
carried out in a marble processing company, in the city of Juiz de Fora, where the following
sustainable practices were found: rainwater capture, effluent treatment and water reuse in the
production process, reuse of generated solid waste, such as dry mortar and gravel production
and decorative products. Finally, with the compilation of all the information acquired for the
preparation of this work, it was created an booklet that aims to disseminate information to the
marble processing company about the theme of sustainability practices in terms of the
environment management.

Keywords: Marble company. Reuse of solid waste. Marble processing wastewater.


Sustentability.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Destino das exportações brasileiras do setor de rochas ornamentais....................... 15


Figura 2 - Fluxograma esquemático do setor ........................................................................... 18
Figura 3 - Lavra de quartzito. ................................................................................................... 20
Figura 4 - Tear multifios........................................................................................................... 21
Figura 5 - Resíduos da produção de rochas ornamentais. ........................................................ 23
Figura 6- Tanques de decantação. ............................................................................................ 24
Figura 7 - Tanque de decantação vertical. ................................................................................ 24
Figura 8 - Foto dos produtos confeccionados pela empresa. .................................................... 44
Figura 9 – Foto da Politriz, máquina de polimento. ................................................................. 45
Figura 10 – Foto do efluente gerado pela politriz. ................................................................... 45
Figura 11 - Foto dos tanques de decantação da máquina de polimento. .................................. 46
Figura 12 – Foto do processo de secagem. ............................................................................... 47
Figura 13 - Foto do estoque de pó de rocha. ............................................................................ 48
Figura 14 - Fluxograma do processo de tratamento de efluente líquido .................................. 48
Figura 15 - Resíduos gerados pelo corte e sobras das chapas. ................................................. 49
Figura 16 - Resíduos de corte que serão reaproveitados. ......................................................... 50
Figura 17 – Foto das formas de confecção de piso a partir do reaproveitamento. ................... 50
Figura 18 - Capa ....................................................................................................................... 51
Figura 19 - Tópicos referente a Marmorarias...........................................................................53
Figura 20 - Tópico referente ao processo produtivo................................................................. 52
Figura 21 - Impactos Ambientais..............................................................................................53
Figura 22- Sustentabilidade. ..................................................................................................... 53
Figura 23 - Boas práticas para água e efluentes........................................................................54
Figura 24 - Boas práticas - efluentes ........................................................................................ 53
Figura 25 - Boas práticas - efluentes e resíduos........................................................................54
Figura 26 - Boas práticas – resíduos. ........................................................................................ 54
Figura 27 - Obrigações Legais..................................................................................................55
Figura 28 - Informações finais.................................................................................................. 54
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Principais aspectos ambientais e impactos ambientais negativos associados das


operações necessárias para o desenvolvimento da atividade de Lavra. ................................... 27
Quadro 2 - Principais aspectos ambientais e impactos ambientais negativos associados a
atividade de Beneficiamento primário. ..................................................................................... 29
Quadro 3 - Principais aspectos ambientais e impactos ambientais negativos associados a
atividade de Beneficiamento secundário. ................................................................................. 30
Quadro 4 - Aspectos legais setor rochas ornamentais. ............................................................. 32
Quadro 5 - Relação entre o tipo de atividade, o potencial poluidor geral e o porte do
empreendimento. ...................................................................................................................... 33
Quadro 6 - Referências de pesquisa e utilização de resíduos na indústria de rochas
ornamentais. .............................................................................................................................. 37
Quadro 7 – Exemplos de trabalhos que avaliaram processos de tratamento de efluentes de
marmoraria................................................................................................................................ 42
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 10
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11
2. OBJETIVOS...................................................................................................................... 13
2.1. Objetivo geral ............................................................................................................ 13
2.2. Objetivos específicos ................................................................................................. 13
3. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 14
3.1. Panorama Setorial Brasileiro ..................................................................................... 14
3.2. Panorama Setorial Regional....................................................................................... 16
3.3. Rochas Ornamentais .................................................................................................. 16
3.4. Processo Produtivo do Setor ...................................................................................... 18
3.5. Geração de resíduos sólidos e efluentes da cadeia produtiva .................................... 22
3.6. Sustentabilidade no setor de rochas ornamentais....................................................... 25
3.7. Impactos ambientais no setor ..................................................................................... 26
3.8. Aspectos legais .......................................................................................................... 31
4. METODOLOGIA ............................................................................................................. 35
4.1. Caracterização da área de estudo de caso .................................................................. 35
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 36
5.1. Mapeamento de aproveitamento de resíduos ............................................................. 36
5.2. Mapeamento de tratamento de efluentes.................................................................... 41
5.3. Estudo de caso: cenário de uma marmoraria ............................................................. 43
5.4. Confecção da cartilha “Sustentabilidade nas Marmorarias” ...................................... 51
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 55
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57
APÊNDICE A – Cartilha “Sustentabilidade Marmorarias” ............................................. 68
APRESENTAÇÃO

O Presente trabalho foi elaborado e avaliado no formato de monografia, de acordo com as


normas definidas na Resolução nº14/2019 do Colegiado do curso de Engenharia Ambiental e
Sanitária da UFJF, como pré requisito para aprovação na disciplina Trabalho Final de Curso II
(ESA098).

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1. INTRODUÇÃO

O setor de rochas ornamentais possui grande expansão e é uma das áreas emergentes de
negócios mínero-industriais mais importantes, tanto no âmbito mundial quanto no nacional. As
demandas pelos produtos oriundos do beneficiamento de rochas, como mármore, granito e
gnaisse, intensificaram devido a integração das novas percepções de construção e para fins de
ornamentação e revestimentos. Através do beneficiamento de rochas suas aplicações são as
mais diversas, como, por exemplo, em esculturas, tampos e pés de mesa, balcões, lapides e arte
funerária em geral, revestimentos internos e externos de paredes, pisos, colunas, pilares,
soleiras, telhados (SILVEIRA et al., 2014).

De acordo com ABIROCHAS (2020), o Brasil é um importante protagonista na produção e


comercialização de rochas ornamentais e revestimento: em 2019, o Brasil produziu mais de 9,2
milhões de toneladas, sendo 32,6% para o mercado externo e 67,4% para o mercado interno.

De forma concomitante à alta produção do setor, tem-se milhões de toneladas de resíduos


gerados anualmente, além dos impactos ambientais negativos em razão do alto volume de
recursos minerais extraídos, geração de efluente e o consumo de energia elétrica e água.

Assim, o controle ambiental das atividades produtivas está sendo cada vez mais intenso, sendo
uma condicionante setorial relevante, ocasionando uma necessidade de conservação de energia
e otimização das matérias primas. Por consequência, a oferta e demanda de tecnologias limpas
tem crescido ao longo dos anos e evidenciou a necessidade de instaurar a sustentabilidade nos
processos produtivos das empresas (CHIODI FILHO et al., 2014)

O Relatório de Brudtland presente em World Commission on Environment and Development


(1987) traz a definição de sustentabilidade como a capacidade de satisfazer as necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias
necessidades. Desse modo é importante compreender a sustentabilidade ambiental, visto que as
ações humanas geram impactos sobre o meio ambiente. Complementar a essa definição, Morelli
(2011), afirma que a sustentabilidade refere-se à interação do ser humano com o meio ambiente,
ou seja, suas atividades, o qual podem ser benéficas ou não para os ecossistemas.

Dessa forma, a sustentabilidade tornou-se um conceito valorizado no segmento empresarial, do


qual tem buscado atender às novas exigências legais, de mercado e da sociedade em geral. Por
conseguinte, o enfoque estritamente econômico vem sendo substituído por uma visão
abrangente de desenvolvimento sustentável, onde a gestão de recursos ambientais está integrada
a uma visão holística de desenvolvimento em longo prazo (MELLO, 2019).
11
Dentro do cenário de rochas ornamentais tem-se oportunidades de motivar a sustentabilidade,
uma vez que a baixa taxa de aproveitamento de resíduos do setor representa um desperdício de
recurso natural, já que os resíduos gerados, como fragmentos de rochas, pó de rocha e lama,
podem ser utilizados para outros fins. Atualmente há diversos estudos voltados para o
aproveitamento destes resíduos afim de indicar futuros usos e maneiras de sua valorização.
Chiodi Filho et al. (2014) indica em seu estudo a adequação ambiental (tratamento e
aproveitamento de resíduos) como uma diretriz de desenvolvimento e oportunidade no setor de
rochas no Brasil.

Portanto, há uma necessidade da existência de uma consciência ambiental por parte dos
empreendedores, visto as consequências ambientais geradas pelo beneficiamento de rochas
ornamentais. O presente trabalho tem como preceito manifestar as possibilidades de boas
práticas com viés ambiental quanto as ações de gerenciamento de efluentes e resíduos por parte
das empresas do setor com intuito de mitigar os problemas causados.

12
2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo elucidar a potencialidade das possibilidades sustentáveis
envolvidas no gerenciamento de efluentes e resíduos gerados durante o processo produtivo de
beneficiamento na indústria de rochas ornamentais a fim de maximizar os impactos positivos e
minimizar os impactos negativos sobre o meio ambiente.

2.2. Objetivos específicos

 Selecionar as práticas sustentáveis desenvolvidas nas empresas, aplicadas ao


gerenciamento de resíduos através de pesquisa bibliográfica;

 Apresentar de maneira descritiva o cenário de uma marmoraria na cidade de Juiz de


Fora no estado de Minas Gerais, que realiza boas práticas na sua gestão ambiental,
trazendo assim, exemplificações de boas ações;

 Confecção e desenvolvimento de uma cartilha de orientações com as boas práticas de


gerenciamento no que tange à sustentabilidade ambiental nas marmorarias, contribuindo
assim, para a difusão de informação e aproximando os empreendedores de marmorarias
desse conhecimento científico.

13
3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. Panorama Setorial Brasileiro

Segundo Vidal et al. (2014) a atividade do setor de rochas ornamentais existe no Brasil de forma
pontual em várias regiões desde do século XVI, porém o seu respectivo desenvolvimento
ocorreu a partir do século XX e apenas em meados dos anos 80 a atividade começou a se
destacar. Para Montani (2014), o destaque na década de 80 e 90 foi caracterizado como a “nova
idade da pedra” e o setor de rochas se tornou uma das mais importantes áreas emergentes de
negócio mínero-industriais.

O Brasil apresenta uma ampla vantagem competitiva no mercado internacional: o potencial


geológico de seu território, uma vez que possui condições favoráveis de jazimentos de rochas
ornamentais e de revestimento, diversidade dos tipos litológicos, além da grande variedade
cromática, materiais raros e de alta cotação comercial (MORAES,2006; VIDAL et al, 2014).

Além dessas questões, segundo Chiodi Filho et al. (2014) o perfil das exportações foi
modificado, visto o incremento da venda de rochas processadas semiacabadas, como chapas
polidas de granito, ardósia e quartzitos foliados, deste modo o Brasil superou vários produtores
europeus tradicionais e tornou-se um dos maiores produtores e exportadores neste setor.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2002 pelo Instituto Metas para Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI, no território brasileiro há mais de 18 aglomerações
produtivas relacionadas com o setor de rochas ornamentais e de revestimento. A região que
dispõe da maior concentração desses aglomerados é a região sudeste, dessa forma fica ainda
mais evidente a relação direta entre polos de produção e consumo regional (CHIODI et al.,
2014). Além disso, segundo o perfil das atividades setoriais no Brasil dissertado pela
ABIROCHAS, estima-se as seguintes informações (ABIROCHAS, 2019):

 Capacidade de beneficiamento (serragem e polimento) de 90milhões m²/ano;

 1.200 variedades comerciais de rochas colocadas nos mercados interno e externo;

 10 mil empresas no setor;

 120 mil empregos diretos no setor.

Quanto aos dados de desempenho de 2019, o informe da Associação Brasileira de Rochas


Ornamentais (ABIROCHAS) revela que a produção brasileira de materiais rochosos naturais
para ornamentação e revestimento foram de 9,2 milhões de toneladas, sendo 32,6% para

14
mercado externo, totalizando 3 milhões de toneladas e para o mercado interno produziu cerca
de 6,2 milhões de toneladas, correspondendo a 67,4%.

Pela primeira vez desde 2013, houve registro de variação positiva de faturamento em relação
ao ano anterior, as exportações somaram mais de US$ 1 bilhão equivalente a 3 milhões de
toneladas exportadas para 119 países, vide Figura 1. Referente às exportações, os países que
mais importaram os produtos brasileiros foram: Estados Unidos, China, Itália e México
(ABIROCHAS, 2020).

Figura 1 - Destino das exportações brasileiras do setor de rochas ornamentais.

Fonte: ABIROCHAS (2020).


Para Chiodi (2014), há diversos desafios e demandas setoriais que podem implicar com futuro
desempenho do país, privando possíveis oportunidades de crescimento no mercado, dentre elas
são:

 Carência de programas governamentais de fomento para micro e pequenas empresas de


lavra e beneficiamento, visto que o setor de rochas é fundamentalmente integrado por
elas;

 Contratempos tributários na modernização tecnológica do parque brasileiro de


beneficiamento;

 Produtos comerciais do setor sendo tratados como commodities, dos quais deveriam ser
tratados como specialties ou manufaturados;

15
 Baixa aproximação com as indústrias potencialmente consumidoras dos resíduos
gerados no setor;

 Adequação e modernização do parque brasileiro de beneficiamento e acabamento;

 Melhoria da oferta de logística e infraestrutura para transporte dos produtos.

Cabe ressaltar que dentre os desafios e demandas mapeadas dentro setor, não há a priorização
nas questões ambientais.

3.2. Panorama Setorial Regional

Conforme dito anteriormente, Minas Gerais faz parte da maior concentração de aglomerados
do país, a região sudeste. Minas Gerais é o segundo maior produtor de rochas ornamentais, no
ano de 2019 produziu cerca de 1,8 milhões de toneladas. Quanto às exportações brasileiras,
Minas Gerais se mantém como segundo maior estado exportador de rochas e revestimento,
faturando em torno de US$ 114 milhões e 348,2 mil toneladas, correspondendo a
respectivamente 11,3% do faturamento e 16,2% do volume das exportações brasileiras
(ABIROCHAS, 2020).

O perfil tecnológico no estado compreende a utilização majoritária de Teares Multilâmina de


aço e um aumento potencial de Teares Multilâmina diamantados, onde se tem a produção
predominante de Granito, ardósia, quartzito foliado, pedra-sabão, pedra-talco, serpentinito,
mármore e basalto (CHIODI et al., 2014).

3.3. Rochas Ornamentais

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) através da norma NBR 15012:2013


define rocha ornamental como “material pétreo natural utilizado em revestimentos internos e
externos, estruturas, elementos de composição arquitetônica, decoração, mobiliário e arte
funerária”. E ainda, a ABNT define a terminologia rocha para revestimento como “rocha
ornamental submetida a diferentes graus ou tipos de beneficiamento e utilizada no revestimento
de superfícies, especialmente pisos, paredes e fachadas”.

Do ponto de vista geológico, para designar os tipos de rochas ornamentais e de revestimento


tem-se três grupamentos genéticos, sendo eles: ígneas, sedimentares e metamórficas. As rochas
ígneas, ou conhecidas também por magmáticas, são resultantes da solidificação do magma

16
(material fundido), em diferentes profundidades da crosta terrestre. Já as rochas sedimentares
são geradas pela deposição química da desagregação e erosão de rochas preexistentes que foram
transportados e acumulados em bacias deposicionais de ambientes subaquáticos e subaéreos.
Por fim, as rochas metamórficas resultam da transformação de outras rochas preexistentes
oriundos do aumento da pressão e temperatura no ambiente geológico (CHIODI FILHO et al.,
2009).

Já no ponto de vista tradicional, a designação comercial das rochas ornamentais e de


revestimento são basicamente divididas em dois grandes grupos: os “granitos”, dos quais se
enquadram, genericamente, as rochas silicáticas (ígneas e metamórficas), e os “mármores” que
englobam as rochas carbonáticas, passível de polimento (CHIODI FILHO et al, 2009;
FRASCÁ, 2007).

A designação como “granito” corresponde a um amplo conjunto de rochas silicáticas granulares


e compactas, formadas por diferentes associações de quartzo, feldspatos, micas, anfibólios e
vários outros minerais, sendo eles: Charnockitos (granitos verdes, como Ubatuba e Labrador),
gabros (granitos negros, como São Gabriel), sienitos (como Azul Bahia e Ás de Paus), rochas
gnáissico-migmatíticas (como Copacabana, CD, Black Taurus, Blue Wave, Golden Thunder),
além das verdadeiras rochas graníticas (como Vermelho Capão Bonito, Cinza Mauá, Branco
Ceará) (ABIROCHAS, 2018).

Quanto a identificação como “mármore”, tem-se todo o domínio de rochas carbonáticas, de


origem sedimentar (calcário ou dolomito) ou metamórfica, sendo eles: Calcita e/ou dolomita
são seus principais constituintes, tendo-se padrões cromáticos normalmente definidos por
minerais acessórios. Constituem exemplos brasileiros, os diversos mármores de Cachoeiro de
Itapemirim, no estado do Espírito Santo, e o mármore Branco Paraná, do estado do Paraná
(ABIROCHAS, 2018).

Outros tipos comerciais são as chamadas “pedras naturais” das quais se enquadram as de tipo
quartzito, arenito, calcário e até gnaisse, que são comercializadas em placas rústicas sem
polimento e de espessura irregular, e por fim, tem-se as rochas de tipo Ardósia (VIDAL et al.,
2014).

Quanto às aplicações das rochas ornamentais, tem-se uma infinidade de usos e utilizações,
sobretudo pela combinação de suas qualidades estruturais e estéticas, podendo ser associadas
em quatro grandes grupos: arquitetura e construção, construção e revestimento de elementos
urbanos, arte funerária e arte e decoração (VIDAL et al., 2014). Dentre os produtos
17
comercializados, tem -se por exemplo esculturas, tampos e pés de mesa, balcões, lapides e arte
funerária em geral, revestimentos internos e externos de paredes, pisos, colunas, pilares, soleiras
e telhados (SILVEIRA et al., 2014).

Com a finalidade de ser utilizado como ornamento ou revestimento, a escolha do tipo de


material é realizada, majoritariamente, por suas características estéticas e pela disponibilidade
comercial. Dessa maneira, os valores comerciais desses produtos serão determinados levando
em consideração o fator de estética e não apenas as características técnicas (VIDAL et al.,
2014).

3.4. Processo Produtivo do Setor

De acordo com Vidal (2013), o ciclo produtivo do setor, vide Figura 2, tem quatro etapas bem
definidas: pesquisa mineral, extração, beneficiamento primário e acabamento, chamado
também de beneficiamento secundário.

Figura 2 - Fluxograma esquemático do setor

Fonte: Adaptado de PEITER et al., 2001.

18
3.4.1. Pesquisa Mineral

O segmento de pesquisa mineral, no âmbito institucional tem por finalidade auxiliar as


pesquisas geológicas e geração de novas pedreiras. Dessa forma, tem-se a geração de
informações de cunho geológico proporcionando a elaboração de políticas públicas para o setor,
investimento de recursos privados na pesquisa, avaliação de locais com potencial de exploração,
contribuindo para a movimentação da economia local e atração de novos empregos (MENDES
et al., 2014).

Segundo Mendes (2014), a pesquisa geológica é uma etapa de extrema importância para o
funcionamento de operações de lavras e contribui para o bom êxito do empreendimento, uma
vez que, o desconhecimento e falta de atenção à esta etapa, geram expectativas equivocadas
quanto à aquisição de equipamentos modernos que não são compatíveis com as características
geológicas de jazimento. Dessa forma, a ausência de pesquisa geológica acaba gerando grande
volume de rejeitos, baixa recuperação de pedreiras, diminuição do percentual de lucratividade
e perda de competividade. Tais fatos, além de provocarem prejuízos econômicos e frustações
por parte dos investidores, acarreta danos irreparáveis ao meio ambiente e consternação nas
comunidades locais.

3.4.2. Lavra

De acordo com as condições geológicas, estruturais, disponibilidade financeira, de mão de obra


e de tecnologias, diversos métodos de lavra de rocha podem ser escolhidos, dos quais consistem
num conjunto específico e harmonioso de planejamento, dimensionamento e execução de
tarefas (MORAES, 2006; VIDAL et al., 2013). Além disso, para planejamento, onde se terá o
dimensionamento e custos dos equipamentos e das instalações, outro aspecto importante e
integrante do processo de licenciamento ambiental é a necessidade de serem definidos os
possíveis usos futuros da área minerada, após conclusão da atividade de lavra (REIS & SOUZA,
2003).

A etapa de lavra (Figura 3), tem por finalidade remover o material economicamente
aproveitável dos maciços rochosos ou dos matacões, tendo como produto blocos de arestas
retangulares e dimensões variáveis que proporcionem o melhor aproveitamento do material e a
maior utilização da capacidade produtiva dos equipamentos nas etapas de beneficiamento. De
forma geral as jazidas de rochas ornamentais podem ser lavradas por lavra subterrânea e em

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céu aberto, do qual são subdivididos em dois grandes grupos: em maciços rochosos e em
matacões (VIDAL et al., 2013).

Figura 3 - Lavra de quartzito.

Fonte: FEAM, 2015.


Segundo Reis & Rosa (2003), o tipo de lavra que possibilita maiores vantagens operacionais
por proporcionar uma lavra racional tendo reflexo positivo na relação custo/benefício é a lavra
em maciços rochosos. Já a lavra em matacões é de concepção mais simples, onde não é exigido
equipamentos sofisticados e mão-de-obra qualificado, tendo uma concepção mais simples.
Ambas podem ser praticadas conforme métodos diferentes, sendo classificados como lavra do
tipo fossa, tipo poço, por bancadas altas, por desabamento e subterrânea.

FEAM (2015) expõe que cada tipo de rocha apresenta características singulares dos quais
exigem técnicas específicas de exploração e beneficiamento, visando melhor aproveitamento
da jazida e consequente elevada qualidade do produto final. Por exemplo, as Ardósias são
lavradas a céu aberto com bancadas e em circuito fechado, já os granitos e mármores são
lavrados a céu aberto e os mais utilizados são lavras em bancadas, por desabamento ou em
matacões e por fim, os quartzitos são lavrados a céu aberto em bancadas.

3.4.3. Beneficiamento

O beneficiamento de rochas ornamentais visa basicamente a transformação dos blocos que


foram extraídos na etapa de lavra, em produtos semiacabados ou finais, dependendo do mercado
consumidor. As etapas de beneficiamento de rochas ornamentais, mais especificamente a
serragem e o polimento são processos que demandam desgaste da superfície e envolvem a
20
utilização de teares multifio (Figura 4), teares multilâminas, talha-blocos, serras diamantadas e
politrizes (automáticas e semiautomáticas) e os tipos e formas de abrasivos, que são fatores que
influenciam no produto final (SILVEIRA et al., 2014).

Figura 4 - Tear multifios.

Fonte: FEAM, 2015


De acordo com Silveira et al. (2014), o processo de beneficiamento é divido em:

1. Beneficiamento primário, conhecido também como serragem ou desdobramento onde


se tem o corte dos blocos em chapas com espessuras variável. O processo é realizado
majoritariamente com o uso de equipamentos como teares multilâmina (convencionais)
e tear monolâmina, secundariamente por talha-blocos de disco diamantados e teares
diamantados. O corte com tear de lâmina utiliza-se água e elementos abrasivos, como
granalha e no caso de tear diamantado tem-se elementos abrasivos incrustados nas
lâminas, que funcionam como serras;

2. Beneficiamento secundário, ou acabamento final, onde se tem a finalização das peças


que irão para o mercado o consumidor e é realizado nas marmorarias. Dessa forma, o
acabamento final depende diretamente das demandas requeridas pelo mercado, onde
pode se ter polimento, lustração, flamamento, apicoamento, escovamento, corte final e
entre outas. O polimento é um dos principais processos dessa etapa, onde se tem a
utilização de politrizes (manuais ou automáticas) com rebolos abrasivos, já o cote final
utiliza-se disco diamantado.

21
A estruturação de comercialização das rochas beneficiadas no Brasil não é unânime, visto que
existem empresas integradas verticalmente, onde serraria e marmoraria constituem a mesma
unidade industrial. (CHIODI et al., 2014).

3.5. Geração de resíduos sólidos e efluentes da cadeia produtiva

A produção de rochas ornamentais é uma grande contribuidora para a geração de resíduos


sólidos visto as suas baixas taxas de aproveitamento, representando um desperdício de recurso
natural, já que poderiam ser utilizadas para outros fins, como subprodutos. Os resíduos gerados,
considerando as etapas de lavra e beneficiamento, representam perdas de matéria-prima na
ordem de 83%. Por exemplo, para se produzir 330m² de chapas são extraídos, em média, 30m³
de rocha do maciço, dos quais 20m³ ficam na pedreira na forma de resíduos, devido
irregularidades e defeitos. Entretanto, uma parte dessas perdas são inevitáveis visto a qualidade
das rochas ou então, relacionadas às próprias características do jazimento e ao processamento
de corte (CAMPOS et al.,2014)

Conforme exposto, no processo de lavra tem-se um alto índice de perda de matéria-prima e


maioria dos resíduos gerados são grossos, lascas de rochas e casqueiros do aparelhamento dos
blocos que se constituem em estoques remanescentes (CAMPOS et al., 2014). De acordo com
a Norma NBR 10.004, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT em
1987 e revisada em 2004, a classificação desses resíduos é Classe II B – Não perigoso e inerte
(SILVA et al.,2014).

Ainda em concordância com Campos et al. (2014), nas etapas de beneficiamento primário e
secundário são gerados resíduos que variam muito em termos de granulometria: grossos
(>2mm) dos casqueiros (parte externa dos blocos) e aparas, finos (2-0,075mm) e ultrafinos
(<0,075mm) do corte e polimento das chapas. De acordo com medições feitas em várias
empresas e com diferentes equipamentos, o volume de resíduos grossos após o desdobramento
de blocos em placas foi de aproximadamente 14% e o de finos e ultrafinos 26% do volume
inicial do bloco, totalizando 40% de perda do material. Somado a isto, esses resíduos, ainda
possuem composição mineralógica variada, visto a diversidade de rochas beneficiadas.

No processo de beneficiamento primário tem-se a geração de efluente, uma vez que, esta
atividade é realizada a úmido pelos teares convencionais, resultando a lama, da qual é
constituída por resíduos finos e ultrafinos (pó de rocha), granalha, água, resíduos de lâmina de
aço e cal. Já no caso de teares diamantados, a lama é constituída basicamente por pó de rocha
22
e água. Semelhante ao beneficiamento primário, a geração de lama também ocorre no
beneficiamento secundário, uma vez que é necessária a utilização de rebolos abrasivos e água
pelas politrizes com intuito de realizar o polimento das chapas. (GOMES, 2009; CAMPOS et
al.,2014).

De acordo com análises recentes pelo CETEM, a lama proveniente do beneficiamento primário
e secundário são classificadas conforme NBR 10.004 como Resíduo Classe II A – Não Inerte
(SILVA et al.,2014).

O fluxograma da geração de resíduos no setor de rochas ornamentais é apresentado pela Figura


5.

Figura 5 - Resíduos da produção de rochas ornamentais.

Fonte: Adaptado de Campos et al. (2014)

3.5.1. Tratamento dos efluentes gerados na cadeia produtiva

O efluente gerado nos processos de beneficiamentos possui material particulado em sua


composição dessa forma o tratamento do efluente é basicamente constituído por decantação e
desaguamento, do qual possibilita uma destinação final adequada para o mesmo (CAMPOS et
al., 2009).

Segundo Silva (2002), a escolha da metodologia para tratar efluentes industriais depende das
seguintes questões: características do efluente, ou seja a sua biodegrabilidade, presença de
compostos orgânicos, inorgânicos tóxicos e forma predominante de poluente; da qualidade
requerida do efluente após o tratamento; do custo do processo.

23
Dessa forma, as metodologias mais comuns para realizar essa separação são: tanques de
decantação feitos de alvenaria (Figura 6); decantador de fluxo vertical construído com chapas
metálicas com formato cônico (Figura 7); filtro-prensa e bags (para empresas de pequeno porte).

Figura 6- Tanques de decantação.

Fonte: FEAM,2015

Figura 7 - Tanque de decantação vertical.

Fonte: SILVEIRA, 2017


De acordo com Peyneau e Pereira (2004):

O processo de sedimentação trata o efluente a partir do adensamento da lama para que o
mesmo possa ser descartado de forma adequada. Neste processo, a lama é direcionado para um
tanque, e geralmente para acelerar o processo tem-se a adição de coagulantes/floculantes para
a agregação das partículas em suspensão, da quais vão sedimentando e acumulando no fundo
24
do tanque. Dessa maneira, a lama acumulada no fundo do tanque é periodicamente retirada e
enviada à destinação final ou para outro processo de desidratação para garantir a umidade
inferior a 30%, como um filtro prensa;

O filtro-prensa tem a finalidade de separar a fase sólida da líquida através da compressão
de placas, retendo a lama nas telas e formando o bolo de filtração. Ao final do ciclo de filtração
as placas abrem e descarregam a lama desidratada. Esse processo permite o reaproveitamento
da água no processo de beneficiamento e garante a umidade da lama inferior a 30%;

O sistema de bags é um sistema alternativo, que consiste na instalação de “grandes sacos”
de material plástico que realiza o desaguamento da lama, permitindo o escoamento da água até
uma umidade inferior a 30%. Esse processo normalmente é utilizado em empresas de pequeno
porte e marmorarias.

3.6. Sustentabilidade no setor de rochas ornamentais

Pra Vidal et al. (2014), a reputação da mineração até o início deste século, era a de uma atividade
totalmente agressiva ao meio ambiente, visto à falta de iniciativa das empresas e de soluções
tecnológicas adequadas para diminuir e compensar os impactos ambientais causados. No
decorrer dos anos, a necessidade de zelar pelo meio ambiente ficou ainda mais notório e
primordial em todas as esferas e setores econômicos. Dessa maneira, a discussão acerca da
poluição ambiental e a contribuição das atividades industriais tornou-se uma importante pauta,
culminando com a visão de futuro relativo ao meio ambiente como um ecossistema global e
instaurando o paradigma do desenvolvimento sustentável.

Atualmente, em decorrência das legislações ambientais, forte fiscalização, mudança de


consciência do governo, dos empresários e sociedade, o cenário da mineração e
consequentemente do setor de rochas ornamentais foi alterado, tendo expressivos investimentos
e ações com intuito de minimizar os impactos ambientais causados (VIDAL et al., 2014)

No setor de rochas ornamentais há diversas demandas setoriais mapeadas, sendo uma delas o
desafio de melhorar os índices de aproveitamento dos resíduos de lavra e beneficiamento,
evidenciando as possibilidades de sua utilização como matérias-primas de uso industrial e para
confecção de produtos aglomerados e prensados de revestimento (CHIODI FILHO et al., 2014).

A prática de aproveitamento dos resíduos ainda não é difundida nas empresas no Brasil, porém
há oportunidades de minimizar os impactos ambientais causados, buscando maneiras de

25
diminuir a produção de resíduos e então maximizar a sua respectiva valorização e
aproveitamento, das quais são diretrizes engajadas na busca de desenvolvimento sustentável.

Dessa forma, os resíduos gerados no setor de rochas ornamentais possuem oportunidades e


alternativas de serem utilizados de outras maneiras, como insumos de outros setores industriais
e evitando assim, o desperdício desses recursos que são destinados para aterros ou então
depositados de maneira inadequada em beira das estradas e locais próximos a zona rural
(SOUZA, 2007).

Vidal et al. (2014) elucida que os avanços do conhecimento sobre os efeitos de poluentes
indicam que a preservação da natureza vai exigir uma reformulação mais ampla e sistemática
dos processos produtivos e de consumo afim de reformular a visão do impacto das atividades
humanas no meio ambiente.

3.7. Impactos ambientais no setor

A Resolução nº 001 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, de 23 de setembro de 1986


define a expressão impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, que são causadas por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam: a saúde,
segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.

Conforme estudo realizado pela CPRM (Brasil, 2002), os problemas oriundos da atividade de
mineração e que se enquadram no setor de rochas ornamentais podem ser englobados nas
categorias de poluição da água, a poluição do ar, a poluição sonora e poluição visual.

De acordo com o resultado final da matriz Leopold a geração da poeira, geração do ruído, lama
e pedaços de pedra, respectivamente, são as atividades mais impactantes das marmorarias.
Através do reconhecimento das atividades com maior gravidade é possível implantar programas
ambientais e ocupacionais priorizando as atividades de maior impacto ao ambiente (SOARES,
2016).

26
3.7.1. Impactos ambientais no processo de lavra

Segundo Gomes (2009), é nesta etapa que se encontram os maiores riscos de comprometimento
ambiental, caso não sejam adotadas técnicas de controle da poluição, apresentando um alto
potencial impactante devido a degradação visual da paisagem, ao abandono das lavras, a poeira,
o ruído e a vibração.

Primeiramente, durante a etapa de extração dos blocos de uma lavra de rochas ornamentais faz-
se necessário o desmatamento da vegetação e a remoção do solo com intuito de tornar acessível
a operação e logística da lavra, provocando um impacto visual, erosões e efeito negativo na
fauna e flora (SOUZA, 2007).

Após início das obras das instalações e operações, tem-se movimentação de máquinas,
caminhões, carros e entre outros possíveis tipos de veículos, causando poluição sonora e
poluição atmosférica, em razão da movimentação do solo. Somado a essas questões, com a
operação em atividade, tem-se as vibrações provocadas pelas explosões e máquinas, e ainda a
intensa geração de resíduos, cascalhos e casqueiros de pedras com possíveis impactos em
corpos dágua e poluição visual (SOUZA, 2007; FEAM, 2015).

No Quadro 1, seguem os aspectos e impactos ambientais negativos identificados na etapa de


lavra.

Quadro 1 - Principais aspectos ambientais e impactos ambientais negativos associados das operações
necessárias para o desenvolvimento da atividade de Lavra.

Aspectos Ambientais Impacto Ambiental

Redução da cobertura vegetal;


Remoção da vegetação para decapeamento
Perda de habitat para a fauna;
na mineração e abertura de novas vias de
acesso Impacto visual pela alteração da paisagem,
particularmente no caso da mineração.

Exposição de solo pelas escavações Aceleração do processo de erosão pela água podendo
realizadas na mineração e por cortes e acarretar turvamento da água de cursos d’água e
aterros em áreas industriais. assoreamento.

Geração de ruído e vibração pelo desmonte


Poluição Sonora e incômodo aos trabalhadores e
das jazidas com detonação de explosivos e
população lindeira.
utilização de demais equipamentos

Poluição visual;
Geração de resíduos sólidos na mineração
Risco de contaminação do solo e recursos hídricos;

27
Quadro 2 - Principais aspectos ambientais e impactos ambientais negativos associados das operações
necessárias para o desenvolvimento da atividade de Lavra.

Aspectos Ambientais Impacto Ambiental

Geração de partículas em suspensão e gases


na atmosfera, a partir do uso de Poluição atmosférica, comprometendo a qualidade do
equipamentos e dispositivos para desbaste ar, podendo acarretar problemas no sistema
de blocos de rochas e circulação de veículos respiratório de colaboradores.
para transporte dos blocos

Vazamento de combustíveis e óleos em geral


Contaminação do solo e das águas superficiais e
a partir de equipamentos ou tanques
subterrâneas.
utilizados na mineração

Geração de efluentes, aporte de sedimentos Contaminação do solo;


para os cursos dágua através de umidificação
de vias de acesso, lavagem de veículos e Contaminação das águas superficiais e assoreamento
equipamentos. de córregos próximos.

Acidentes com veículos que transportam Atropelamentos de animais silvestres e seres


produtos da mineração humanos.

Consumo de energia elétrica e água Comprometimento dos recursos naturais

Fonte: Adaptado de Mello et al. (2004) e Gomes (2009).

3.7.2. Impactos Ambientais no processo de beneficiamento

3.7.2.1. Beneficiamento Primário

Na etapa de beneficiamento primário, tem-se os ruídos oriundos dos processos de serragem dos
blocos, na operação dos teares, ruído característico do atrito das lâminas com a rocha e é
considerado um dos maiores transtornos sofridos pelos trabalhadores e habitantes que residem
próximo a esta unidade industrial (GOMES, 2009). E ainda, há poluição atmosférica provocada
pelas partículas suspensas e a poluição visual das unidades industriais instaladas no perímetro
urbano (SOUZA, 2007).

Conforme Campos et al. (2014), na serragem de blocos são gerados resíduos que variam muito
em termos de granulometria, tendo os casqueiros e aparas e ainda, os finos advindos dos cortes.
Esses resíduos, caso não destinados da maneira adequada podem ocasionar contaminação das
águas superficiais, lençol freático, solo e assoreamento de corpos d’água (SOUZA,2007).

Em relação a geração de efluentes nesta etapa, tem-se a lama abrasiva são oriundos dos resíduos
finos e ultrafinos do processo de beneficiamento do qual é realizado a úmido. A lama abrasiva
é constituída basicamente por água, granalha, cal e rocha moída. Dessa maneira, as unidades de
28
beneficiamento devem contar com sistemas que realizem separação sólido-líquido dessa lama
abrasiva (CAMPOS et al., 2014).

Os principais aspectos e impactos ambientais negativos relativos a atividade de beneficiamento


primários estão compilados no Quadro 2.

Quadro 3 - Principais aspectos ambientais e impactos ambientais negativos associados a atividade de


Beneficiamento primário.

Aspectos Ambientais Impacto Ambiental

Remoção da vegetação para instalação Redução da cobertura vegetal;


de edificações da unidade industrial Poluição visual

Poluição Sonora, do qual pode causar um simples


Geração de ruído pela utilização de desconforto até comprometimento irreversível da audição.
teares para serragem e de serras. Geralmente esses impactos são restritos à área de
empreendimento

Geração de partículas em suspensão Poluição atmosférica, comprometendo a qualidade do ar,


na atmosfera utilização de teares para podendo acarretar problemas no sistema respiratório de
serragem e de serras. colaboradores.

Poluição visual;
Geração de resíduos sólidos Risco de contaminação do solo, das águas superficiais e
assoreamento de córregos próximos

Vazamento de combustíveis e óleos Contaminação do solo e das águas superficiais e


em geral a partir de equipamentos. subterrâneas, dependendo da quantidade de óleo

Manipulação de produtos químicos. Risco de acidentes.

Geração de efluente (polpa) na Comprometimento do solo;


serragem;
Contaminação das águas superficiais e assoreamento de
Efluente sanitário. córregos próximos.

Consumo de energia elétrica e água Comprometimento dos recursos naturais

Fonte: Adaptado de Mello et al. (2004) e Gomes (2009).

3.7.2.2. Beneficiamento secundário

Durante a etapa de beneficiamento secundário, tem-se a produção de chapas polidas para serem
comercializadas como ladrilhos, mesas, balcão e entre outros. Dessa maneira, utiliza-se as
politrizes para acabamento, das quais utilizam rebolos abrasivos, cujo atrito com a superfície
da chapa refrigerado por água produz uma lama abrasiva, que devem ser depositadas em

29
tanques para tratamento adequado, caso contrário podem comprometer o solo, assorear corpos
d’água e contaminar águas superficiais (SOUZA, 2007; CAMPOS et al.,2014).

Além disso, para Sousa (2007), esta etapa acarreta na poluição sonora em virtude do ruído e
vibração decorrente da utilização de máquinas e equipamentos. Somado a isso, tem-se a
poluição atmosférica devido à geração de partículas em menor granulometria e ainda, este
material deposita-se com facilidade sobre o uniforme dos trabalhadores, máquinas, vegetações
e residências ocasionado poluição visual.

Semelhante a etapa de beneficiamento primário, esta etapa também gera resíduos, os


“casqueiros” e aparas advindos dos cortes para criação dos produtos que serão comercializados
e estão atrelados a poluição visual, risco de contaminação do solo, das águas superficiais e
assoreamento de córregos próximos (CAMPOS et al., 2014).

No Quadro 3, encontram-se os principais aspectos e impactos ambientais negativos associados


às operações para desenvolvimento da atividade de beneficiamento secundário.

Quadro 4 - Principais aspectos ambientais e impactos ambientais negativos associados a atividade de


Beneficiamento secundário.

Aspectos Ambientais Impacto Ambiental

Remoção da vegetação para instalação Redução da cobertura vegetal;


de edificações da unidade industrial Poluição visual

Poluição Sonora, do qual pode causar um simples


Geração de ruído pela utilização de
desconforto até comprometimento irreversível da audição.
equipamentos para cortes e polimento
Geralmente esses impactos são restritos à área de
de placas.
empreendimento

Geração de partículas em suspensão


Poluição atmosférica, comprometendo a qualidade do ar,
na atmosfera utilização de
podendo acarretar problemas no sistema respiratório de
equipamentos para cortes e polimento
colaboradores.
de placas.

Poluição visual;
Geração de resíduos sólidos Risco de contaminação do solo, das águas superficiais e
assoreamento de córregos próximos

Vazamento de combustíveis e óleos Contaminação do solo e das águas superficiais e


em geral a partir de equipamentos. subterrâneas, dependendo da quantidade de óleo

Manipulação de produtos químicos. Risco de acidentes.

30
Quadro 5 - Principais aspectos ambientais e impactos ambientais negativos associados a atividade de
Beneficiamento secundário.

Aspectos Ambientais Impacto Ambiental

Consumo de energia elétrica e água Comprometimento dos recursos naturais

Geração de efluente (polpa) no Comprometimento do solo;


polimento e acabamento das peças;
Contaminação das águas superficiais e assoreamento de
Efluente sanitário. córregos próximos.

Fonte: Adaptado de Mello et al. (2004) e Gomes (2009).

3.8. Aspectos legais

Conforme FEAM (2015), a regularização ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação
de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio
ambiente, podendo ser realizada em âmbito federal, estadual ou municipal. Comumente,
especificamente no caso do setor de rochas ornamentais, a regularização e/ou licenciamento
ocorre em âmbito estadual ou municipal visto a abrangência do impacto.

Primeiramente, é importante ressaltar a existência do Código de Mineração, aprovado pelo


Decreto-Lei Nº 227/67, que dita sobre as responsabilidades do empreendedor mineral e aborda
acerca dos diversos tipos de regimes, dos quais dão o direito de realizar pesquisa ou lavra. Os
regimes são concedidos pela União, através da Agência Nacional de Mineração (ANM), antigo
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que visa controlar as atividades de
exploração dos recursos minerais. Os regimes são abordados pelo Decreto Federal 9.406/18,
Resolução ANM Nº 49/2020 e Portaria DNPM Nº 155/16. No setor de rochas ornamentais, os
regimes podem ser: regime da concessão, regime da autorização e regime de licenciamento.

As legislações referentes à temática do setor de rochas ornamentais encontram-se na Quadro 4,


abrangendo principalmente o licenciamento ambiental, no âmbito federal, estadual,
correspondendo a Minas Gerais e municipal Juiz de Fora.

31
Quadro 6 - Aspectos legais setor rochas ornamentais.

Nível Identificação Conteúdo


Instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
Federal LEI Nº 12.305/10 (PNRS) e prevê programas de prevenção e a redução
na geração de resíduos
Esta Norma define os termos referentes à geologia
Federal ABNT 15012/13 dos materiais rochosos, destacando os principais
tipos petrográficos, suas texturas e estruturas.
Regulamenta o Código de Mineração (Decreto-Lei
Nº 227/67, Lei Nº 6.567/78 e Lei Nº 7.805/89) e
Federal DECRETO Nº 9.406/18
parte da Lei nº 13.575/17, que criou a Agência
Nacional de Mineração (ANM)

Inclui a exploração de rochas ornamentais e de


revestimento no regime de licenciamento ou de
Federal LEI Nº 13.975/20
autorização e concessão. Permite que a exploração
seja feita apenas por meio do licenciamento

Estabelece critérios para classificação, segundo o


porte e potencial poluidor, bem como os critérios
locacionais a serem utilizados para definição das
Estadual DN COPAM Nº 217/17
modalidades de licenciamento ambiental de
empreendimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais no Estado de Minas Gerais

Estabelece as tipologias de empreendimentos e


Estadual DN COPAM Nº 219/18 atividades cujo licenciamento ambiental será
atribuição dos Municípios

Dispõe sobre o Cadastro Técnico Estadual de


RESOLUÇÃO Nº
Estadual Atividades Potencialmente Poluidoras ou
2.805/19
Utilizadoras de Recursos Ambientais

Altera a DN Nº 217/17, mudança na redação quanto


Estadual DN COPAM Nº 240/21 a classificação de pilhas de rejeito de rochas
ornamentais.

Institui novas regras para o licenciamento ambiental


DN CONDEMA no Município de Juiz de Fora no uso de suas
Municipal
Nº48/18 atribuições legais e regulamentares, e considerando
o disposto na DN COPAM nº 217/17

Estabelece normas e procedimentos relativos ao


DN CONDEMA licenciamento ambiental de parcelamentos do solo
Municipal
Nº49/18 urbano considerando o disposto na DN COPAM nº
217/17.

32
Quadro 7 - Aspectos legais setor rochas ornamentais.

Nível Identificação Conteúdo

Estabelece critérios para a classificação das


atividades e/ou empreendimentos segundo o
DN CONDEMA Nº porte e potencial poluidor, bem como os
Municipal
50/18 critérios locacionais a serem utilizados para
definição das modalidades de Licenciamento
Ambiental Simplificado – LAS
Fonte: Elaborado pelo autor

Atualmente, tem-se a Deliberação Normativa COPAM nº 217, de 06 de dezembro de 2017 que


estabelece critérios para classificação, segundo o porte e potencial poluidor, bem como os
critérios locacionais a serem utilizados com intuito de definir as modalidades de licenciamento
ambiental de empreendimentos e atividades no estado de Minas Gerais. Dessa maneira, tem-
se a listagem de atividades e empreendimentos conforme critérios de potencial poluidor
considerando as variáveis ambientais ar, água e solo e sendo classificado como pequeno (P),
médio (M) ou grande. A combinação dessas variáveis ambientais indica o potencial poluidor
geral da atividade. Concomitante a isto, classifica-se o porte do empreendimento segundo as
variáveis já definidas, no caso das atividades relacionadas às rochas ornamentais, leva-se em
consideração a produção bruta e a área útil do empreendimento. Sendo assim, dentro do setor
de rochas ornamentais tem-se as seguintes classificações, vide Quadro 5.

Quadro 8 - Relação entre o tipo de atividade, o potencial poluidor geral e o porte do empreendimento.

Potencial Porte
Tipo de atividade poluidor
geral P M G
A-02-06-2
6.000 m3/ano <
Lavra a céu aberto - Produção Bruta ≤ Produção Bruta
Médio Produção Bruta ≤
Rochas ornamentais e 6.000 m3/ano > 9.000 m3/ano
9.000 m3/ano
de revestimento

A-05-04-6
Pilha de rejeito/estéril
2,0 ha < Área útil ≤ Área útil > 5,0
de rochas Médio Área útil ≤ 2,0 ha
5,0 ha ha
ornamentais e de
revestimento
Fonte: elaborado pelo autor

33
Quadro 9 - Relação entre o tipo de atividade, o potencial poluidor geral e o porte do empreendimento.

Potencial Porte
Tipo de atividade poluidor
geral P M G
B-01-09-0
Aparelhamento,
beneficiamento,
0,04 ha ≤ Área 1 ha ≤ Área Útil ≤ 5 Área Útil > 5
preparação e Médio
Útil < 1 ha ha ha
transformação de
minerais não
metálicos

Fonte: elaborado pelo autor

Após definido o potencial poluidor geral e o porte do empreendimento, tem-se a determinação


da classe do empreendimento. A definição da atividade de acordo com a classe do
empreendimento (classe 1 a 6) ocorre através do cruzamento da matriz de conjugação da
classificação do potencial poluidor e o porte do empreendimento, conforme legislação vigente.
Além disso, deve-se considerar o peso estabelecido pelos critérios locacionais de
enquadramento para dar continuidade a classificação. Por fim, tem-se a fixação da modalidade
de licenciamento através da matriz de conjugação da classe do empreendimento e do critério
locacional. Dessa maneira, tem-se a definição das modalidades de licenciamento ambiental que
podem ser: Licenciamento Ambiental Trifásico – LAT; Licenciamento Ambiental
Concomitante – LAC e Licenciamento Ambiental Simplificado – LAS.

No Município de Juiz de Fora, todas as atividades classificadas na Deliberação Normativa


COPAM nº 217/2017 e que se enquadram nas modalidades de Licenciamento Ambiental
Trifásico – LAT e Licenciamento ambiental Concomitante – LAC, nas modalidades LAC-1 e
LAC-2, serão deliberados pela DN CONDEMA nº 49/18. Já as atividades que se enquadram na
modalidade LAS, classes 1, 2 e 3, previstos na DN COPAM 217/2017, terão os procedimentos
de licenciamento ambiental estabelecidos pela Deliberação Normativa CONDEMA nº 50/18.

34
4. METODOLOGIA

A metodologia do presente trabalho baseou-se, primeiramente, na revisão convencional da


literatura que permitiu estabelecer um levantamento atualizado de informações acerca do setor
de rochas ornamentais com enfoque na gestão ambiental com intuito de mapear as pesquisas
acadêmicas que envolvem o aproveitamento de resíduos e tratamento de efluentes do setor.
Dessa maneira, foram realizadas consultas em teses, artigos nacionais e internacionais, revistas
e guias que dizem respeito a esta temática.

Adicionalmente foi realizada uma visita técnica in loco em uma marmoraria, localizada na
cidade de Juiz de Fora, onde foram feitos registros fotográficos e coletados informações sobre
a respectiva cadeia produtiva e as práticas de gestão ambiental, no que tange à sustentabilidade
do empreendimento.

Por fim, na terceira etapa, utilizou-se a cartilha como ferramenta educacional e de caráter
informativo que traz conteúdo claros e objetivos sobre determinado assunto juntamente com a
linguagem imagética (VIANNA, 2008; GIORDANI, 2020). Após a compilação do referencial
teórico, as informações foram dispostas de forma didática, ilustrada e de compreensão
acessível, com o auxílio de estrutura esquemática e um texto de linguagem simples, conforme
orientado pelo Malcher et al. (2013). A confecção da cartilha foi realizada com auxílio da
plataforma de design gráfico online chamada Canva, onde foram criados os conteúdos visuais
e textuais.

4.1. Caracterização da área de estudo de caso

A marmoraria alvo do estudo situa-se na cidade de Juiz de Fora, Zona da Mata Mineira. A
Empresa atua no segmento de beneficiamento secundário de chapas de mármores e granitos,
produzindo produtos personalizados e sob medidas de acordo com a demanda do mercado.

Atualmente, a estrutura da empresa é composta por: edificação onde se tem a recepção,


escritório, sala de reuniões e mostruário das peças decorativas; refeitório e sanitários para os
colaboradores da empresa; barracão onde é realizado o beneficiamento; área para depósito de
chapas; caixas de decantação e acondicionamento dos resíduos.

35
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A revisão bibliográfica trouxe um panorama geral a respeito do setor de rochas ornamentais e


assim, pode-se ter uma visão mais sistêmica com enfoque na sustentabilidade e gestão
ambiental. Cabe destacar, principalmente, o trabalho relevante de instituições de ensino, de
pesquisa e governamentais ao explorar e fomentar projetos e pesquisas que procuram soluções
no que tange à gestão ambiental com enfoque no reaproveitamento de resíduos e tratamentos
de efluentes. A partir da revisão bibliográfica foi possível mapear e selecionar as oportunidades
de aproveitamento de resíduos e ainda, confeccionar um material ilustrativo e educacional com
enfoque na gestão ambiental nas marmorarias.

Além disso, com intuito de elucidar ainda mais as possibilidades de boas práticas ambientais
realizadas em empreendimentos do setor de rochas ornamentais foi realizado a visita técnica
em uma marmoraria para coleta de informações, adquirindo referências qualitativas que somam
às pesquisas bibliográficas e documentais.

5.1. Mapeamento de aproveitamento de resíduos

Conforme Souza (2007), a produção de resíduos na indústria de rochas ornamentais está


proporcionalmente relacionada à quantidade de rochas beneficiadas, do qual obedece a
demanda do mercado interno e externo.

De acordo com a Lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, define
“resíduos sólidos” como todo material resultante de atividade humana cuja destinação final não
seja seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos dágua e sim, destinação final
ambientalmente adequada, exigindo soluções técnicas e seu respectivo gerenciamento correto.
Já “rejeitos”, é definido como todo resíduo sólido que, após esgotadas todas as possibilidades
de tratamento e recuperação não apresentem outra possibilidade que não seja a disposição final
ambientalmente adequada, como por exemplo, aterros (CAMPOS et al.,2014).

Diversas alternativas para utilização dos resíduos gerados na lavra e no beneficiamento de


rochas ornamentais estão sendo estudadas. Encontram-se oportunidades de aproveitamento dos
estoques remanescentes, de forma direta, nas pedreiras, na forma de artesanato ou elementos de
construção civil, além disso, há muitos estudos que buscam encontrar viabilidade técnica e
econômica de transformar os resíduos finos do beneficiamento em insumos para setores

36
industriais: a indústria cerâmica; a agricultura; o setor de polímeros; indústria cimenteira e de
argamassa para construção civil (CAMPOS et al., 2014)

Cabe ressaltar que para o aproveitamento dos resíduos gerados é necessário entender a
composição química desses materiais para assim, ter uma noção das concentrações médias que
podem influenciar na utilização industrial. De modo geral, os resíduos grossos, sejam cacos,
casqueiros, aparas podem ser utilizadas com em projetos de paisagismo na forma de seixos,
pedras roladas e até mesmo brita graúda e decoração de ambientes. As utilizações e pesquisas
com enfoque no aproveitamento de resíduos oriundos das atividades do setor de rochas
ornamentais estão compiladas na Quadro 6.

Quadro 10 - Referências de pesquisa e utilização de resíduos na indústria de rochas ornamentais.

Tipo de Tipo de
Etapa Utilização/aplicação Referência
rocha resíduo

Lavra e
Resíduos Agregados para construção
Gnaisse beneficiamento ALMEIDA et al., 2002.
grossos civil, como brita e areia
primário

Resíduos
Gnaisse Lavra Construção de pontes CAMPOS et al., 2014.
grossos

ALMEIDA et al.,2002;
Beneficiamento Resíduos Produtos cerâmicos
Gnaisse CARVALHO et al.,2002;
primário finos (tijolos e telhas)
VIEIRA et al., 2008.

Beneficiamento Resíduos Produção de


Gnaisse CARVALHO et al.,2002
primário finos Borracha

Beneficiamento Resíduos Formulação ALMEIDA,2002;


Gnaisse
primário finos para argamassa CARVALHO et al.,2002.

Resíduos RUSSO, 2011;


Beneficiamento
Quartzitos grossos Produção de tijolos estruturais FRANKLIN JÚNIOR,
primário
(Aparas) 2009.

Fonte: Elaborado pelo autor.

37
Quadro 11 - Referências de pesquisa e utilização de resíduos na indústria de rochas ornamentais.

Tipo de Tipo de
Etapa Utilização/aplicação Referência
rocha resíduo

FRANKLIN
Resíduos Confecção de JÚNIOR, 2009;
Quartzitos Lavra
grossos concreto, argamassa colante CARREIRO et al. 2016;
DIAS, 2017

Granitos e Beneficiamento Resíduos BASTOS, 2018;


Produção de vidros
Mármores primário finos BABISK et al., 2009.

MOREIRA et al., 2003;


Fabricação de produtos de
Granito e Beneficiamento Resíduo SILVA et al., 2005;
cerâmica vermelha (tijolos,
Mármore primário finos MELLO et al., 2006;
blocos e telhas)
ALMEIDA et al., 2015.

Fabricação de produtos de
Granito e Beneficiamento Resíduos SILVA et al., 2009;
cerâmica vermelha (tijolos,
Mármore secundário finos ALMEIDA et al., 2015.
blocos e telhas)

Granito e Resíduos Fabricação de produtos BARBOSA et al., 2013;


Beneficiamento
Mármore finos de concreto LOPES et al.,2006.

Granito e Resíduos Uso em vias públicas


Lavra ALVES, 2020
Mármore grossos (calçadas, acessos)

Resíduos Agregados e “bloquetes” para


Granito Lavra CAJATY et al., 2002
grossos construção civil

Beneficiamento Resíduos Painéis decorativos e de uso


Granito PALDÉS, 2008
primário grossos em vias públicas

Beneficiamento Resíduos
Granito Pavimentação asfáltica RIBEIRO et al., 2007
primário finos

Beneficiamento Resíduos Materiais termoplásticos,


Mármore SOUZA, 2009
primário finos compósitos poliméricos

Fonte: Elaborado pelo autor.

38
Quadro 12 - Referências de pesquisa e utilização de resíduos na indústria de rochas ornamentais.

Tipo de Tipo de
Etapa Utilização/aplicação Referência
rocha resíduo

Beneficiamento Resíduos Corretor de acidez RAYMUNDO et al.,


Mármore
primário finos do solo 2008

Beneficiamento Resíduos
Mármore Painéis decorativos PÁLDES, 2008
primário grossos

TOZSIN et al., 2014;


Corretor de acidez do solo e SZMIDT et al., 2016;
Beneficiamento Resíduos
Mármore auxílio de crescimento de ZAGO et al., 2019;
secundária finos
mudas AMORIM et al., 2015;
BALDOTTO et al., 2007

Resíduos Produtos de PALHARES et al (2012);


Ardósia Lavra
finos Cerâmica SANTOS et al (2013)

CARRUSCA (2001),
Resíduos Produção de cimento e
Ardósia Lavra SANTOS et al (2013),
grossos concreto
LIMA (2015)

Pedra Cariri
Resíduos
(Calcário Beneficiamento Calcário agrícola VIDAL et al., 2008
finos
plaqueado)

Pedra Cariri Lavra e Resíduos


Produção de
(Calcário Beneficiamento grossos e VIDAL et al., 2008
ração animal
plaqueado) primário finos

Pedra Cariri
Beneficiamento Resíduos Produção de VIDAL e CASTRO,
(Calcário
primário finos Esmalte 2008.
plaqueado)

Pedra Cariri
Beneficiamento Resíduos Produção de VIDAL e CASTRO,
(Calcário
primário finos Argamassa 2008; SILVA, 2008.
plaqueado)

Fonte: Elaborado pelo autor.

39
O resultado do levantamento bibliográfico aponta que há diversos setores que podem usufruir
dos resíduos do setor de rochas ornamentais como insumos e sub-produtos, sendo eles: indústria
cerâmica, agricultura, pavimentação asfáltica, vidro, agregados da construção civil, produção
de concreto e argamassa, produção de borracha, cosméticos e na arquitetura. De acordo com as
conclusões das pesquisas levantadas, vide Quadro 6, dependendo da aplicação e da função do
resíduo, algumas características de composição química das rochas ornamentais devem ser
necessárias para que a utilização do mesmo seja eficiente pra o produto final.

No caso da rocha Gnaisse, há oportunidades de aproveitamento dos resíduos grossos e finos


oriundos da lavra e beneficiamento para produção de borracha, britas, areia artificial,
argamassas, produtos de cerâmica e cerâmica vermelha (ALMEIDA, 2002, CARVALHO et
al., 2002; VIEIRA et al., 2008). No polo industrial de Santo Antônio de Pádua esta localizada
uma fábrica de argamassa que utiliza os resíduos de gnaisse, caracterizando-se como um auto-
sustentável, porque além de minimizar o impacto ambiental na região, tem-se a geração de
empregos e receita para o município (ALMEIDA, 2002).

As rochas com alto conteúdo em carbonato de cálcio, como a Pedra Cariri, podem ser utilizados,
a princípio, em aplicações industriais, como corretivo de solos, ração animal, ou como carga
industrial para a fabricação de esmalte, borracha, cimento e siderurgia, seria viável. Calcário
agrícola são viáveis após mixados com outros compostos, como Magnesita e gipsita. Já a
aplicação para ração animal são viáveis após moagem no caso de resíduos grossos e dos finos
das serrarias. (VIDAL; CASTRO, 2008).

Os resíduos grossos do processo produtivo do Quartzitos obtiveram sucesso como insumo na


indústria da construção, através da produção de tijolos estruturais, confecção de concreto e
argamassa colante (FRANKLIN JUNIOR, 2009; RUSSO, 2011; DIAS, 2017).

O aproveitamento de resíduos de mármores e granitos obteve sucesso na produção de vidros


segundo Babisk et al. (2009) e Bastos (2018) que podem ser utilizados tanto na indústria da
construção civil quanto para indústria farmacêutica e de bebidas. Somado a isto, tais resíduos
são úteis para a fabricação de produtos de cerâmica vermelha, concreto e uso em via públicas
na construção de acessos e calçadas, por exemplo (MOREIRA et al., 2003; SILVA et al., 2005;
MELLO et al., 2006; BARBOSA et al., 2013; ALMEIDA et al.,2015).

PALDÉS (2008), sugere a aplicação dos resíduos grossos de granitos, como casqueiros e tiras,
no segmento da arquitetura em painéis decorativos, paredes estruturais, arrimos, paredes, dupla-

40
face e entre outros. E ainda, na utilização em vias públicas, na aplicação em passeios e calçadas
e na formulação da pavimentação asfáltica (RIBEIRO et al., 2007).

O estudo de Souza (2009) obteve sucesso na aplicação de resíduos de mármore na indústria


polimérica, do qual se tem um elevado consumo de cargas minerais para materiais
termoplásticos. Já Oliveira (2009), utilizou o resíduo de modo efetivo e positivo na indústria de
cosméticos, mais especificamente na produção de sabonetes esfoliantes.

De acordo com o experimento de Zago et al. (2019), o resíduo de marmoraria, a lama abrasiva
oriunda do corte e polimento apresentaram bons resultados quando associados a composto
orgânico na recuperação de áreas degradadas, sendo uma alternativa potencial na reciclagem
de resíduos. Somado a isso, as pesquisas de Tozsin et al.(2014), Baldotto et al.(2007), Amorim
et al. (2015) e Szmidt et al.(2016) também apresentaram resultados positivos quanto a utilização
de lama abrasiva associado a composto orgânico na agricultura, como corretor da acidez do
solo e melhora significativa no crescimento de plantas. Raymundo (2008) também obteve
sucesso na correção do solo utilizando resíduos finos do beneficiamento primário em conjunto
com compostos orgânicos.

No caso da Ardósia, os resíduos provenientes da lavra obtiveram sucesso quando aplicados na


produção de cimento, concreto e de cerâmica segundo estudos de Carrusca (2001), Palhares et
al. (2012), Santos et al. (2013) e Lima (2015).

Em vista disso, há diversas maneiras em que os resíduos, sendo grossos e finos, podem ser
reaproveitados, evitando assim, o direcionamento para aterros e principalmente disposição
inadequada, tendo a preservação do meio ambiente. Cabe ressaltar que é importante ter uma
gestão de resíduos efetiva para realizar esse processo, assim, o empreendedor terá um
planejamento de atuação de maneira satisfatória. Além disso, um profissional especializado na
área de meio ambiente pode auxiliar no gerenciamento de resíduos e ambiental como um todo,
visando o atendimento às obrigações legais e boas práticas sustentáveis.

5.2. Mapeamento de tratamento de efluentes

Conforme Campos et al. (2014), os resíduos finos e ultrafinos são gerados como efluente na
forma de lama, uma vez que o processo de beneficiamento é realizado a úmido, assim, os
sistemas de tratamento devem contar com separação sólido-líquido. Para Braga et al. (2010), a

41
composição química da lama é diversa, principalmente, em função da composição de rochas e
processo de beneficiamento.

O efluente do processo de corte dos blocos de rochas, com a utilização de teares com lâminas
de aço possui a composição de mistura de água, cal e granalha de ferro e apresentam altos
valores para pH, devido ao uso da cal. Já o efluente do processo de polimento e corte de chapas
possuem valores mais baixos de pH e podem recircular no mesmo processo sem danos à
qualidade final dos produtos (PREZOTTI, 2003). Após o tratamento eficiente, 70% a 95% da
água utilizada no processo produtivo pode retornar a recirculação, visto a separação sólido-
líquido, onde o líquido sobrenadante é direcionado ao reuso (CAMPOS et al., 2014).

Conforme Prezotti (2003), o tratamento de efluentes advindos dos processos de beneficiamento


são beneficiados se tratados com a utilização de coagulantes que auxiliam no processo de
sedimentação de sólidos.

Além do tratamento convencional descritos no item 3.5.1, que contempla a separação líquido-
sólido realizado principalmente, pelos tanques de decantação horizontais e verticais, há
pesquisas na literatura que visam melhorar o desempenho dos sistemas de tratamento e
consequentemente o efluente final. Dessa forma, foi realizado um mapeamento, vide Quadro 7,
de algumas das soluções de tratamento de efluentes encontradas na literatura além da
convencional já citadas anteriormente.

Quadro 13 – Exemplos de trabalhos que avaliaram processos de tratamento de efluentes de


marmoraria.

Tipo de tratamento Tecnologia de tratamento Referência

Eletrocoaculação utilizando
Tratamento químico SOLAK et al. (2009)
(Al) e Ferro (Fe)
Tratamento físico Hidrociclone Rietema ZORZO (2012)
KRONENBERGER et al.
(1999); TASAICO (2007);
Tratamento físico-químico Floculação/Coagulação LAGEMANN (2011),
DOMOPOULOU et al. (2015);
SILVEIRA (2017)

Fonte: Elaborado pelo autor

Solak et al. (2009) traz uma visão inovadora no processo de tratamento de efluentes de
marmorarias, onde se utiliza eletrodos de Alumínio (Al) e Ferro (Fe) através de um reator de
Eletrocoagulação (EC), removendo sólidos e turbidez de forma eficiente em condições de pH

42
alcalino. Porém tal tecnologia demanda de um custo maior que o tratamento físico convencional
e ainda não é usual sua implantação no Brasil.

Já Zorzo (2012), apresenta Hidrociclone Rietema como uma opção de tratamento físico
destinado para separação de sólido-líquido, que realizam clarificação e o desaguamento. Porém
o autor indica pós tratamento, a inserção de coagulação e floculação na decantação para
remoções mais eficientes.

Somado a isso, os tratamentos físico-químicos, como coagulação e floculação juntamente com


tanque de decantação tem apontado maiores remoções de sólidos, além de acelerar o processo
de sedimentação, quando comparados com tratamento físico. Os estudos favoráveis a adição do
uso de soluções coagulantes e floculantes no tratamento de efluentes gerados no beneficiamento
são indicados por: Kronenberger et al., (1999) que através de suas pesquisas, trouxe resultados
positivos para o uso de sulfato de alumínio e Superfloc; Lagemann (2011) que sugere o uso de
policloreto de alumínio (PAC); Silveira (2017) e Domopoulou et al. (2015) que encontraram
sucesso nas utilizações dos coagulante sulfato de alumínio; Tasaico (2007), que apresentou
êxito na inserção de polímeros IFLOC 104 BT para auxiliar na sedimentação;

De acordo com as referências, a utilização de coagulante/floculantes, se realizados na dosagem


correta contemplam as exigências para reutilização de água no processo, que não deve ter
sólidos grosseiros que possam danificar as chapas no polimento e nem a alteração brusca de
pH, do qual não deve ser elevada para evitar incrustações nas tubulações. É importante
considerar que a adição de soluções coagulantes/floculantes requer um acréscimo no custo do
processo, o que não pode ser uma realidade viável para algumas empresas.

Dessa forma, a escolha das tecnologias de tratamento de efluentes depende da singularidade da


cadeia produtiva de cada empreendimento, disponibilidade de área, recurso financeiro
disponível, interesse no reuso da água do processo e reaproveitamento dos resíduos sólidos após
o desaguamento. É necessário investir em profissionais qualificados da área para compreender
a realidade de cada empreendimento para selecionar a melhor tecnologia de tratamento.

5.3. Estudo de caso: cenário de uma marmoraria

A empresa onde foi realizada a visita, desenvolve serviços e atividades voltadas para o setor de
comercialização de seus mais variados produtos em mármore e granito, como por exemplo,
bancadas, pias, escadas, entre outros conforme apresentado pela Figura 8.

43
Figura 8 - Foto dos produtos confeccionados pela empresa.

Fonte: Rede social da empresa, 2019

O processo de produção da marmoraria é constituído das seguintes etapas: recebimento,


estocagem, corte, acabamento, polimento, expedição e venda.

Após o recebimento, as placas são estocadas no pátio e são direcionadas para o galpão para os
processos de beneficiamento, que são realizados sob demanda do mercado consumidor. O
processo de corte, das placas é realizado na máquina de serra, utilizando discos diamantados
rotativos. O polimento e acabamento do material cortado é realizado utilizando politrizes com
o uso de ferramentas abrasivas na forma de discos, lixas e rebolos.

Os efluentes sanitários são tratados separadamente por um sistema fossa filtro e,


posteriormente, lançados em corpo receptor classe 2.

Os efluentes gerados no processamento da produção são oriundos dos processos de serragem e de


polimento das chapas de mármore e granito, constituindo a chamada lama abrasiva. Nas Figuras 9
e 10 tem-se a politriz, máquina responsável pelo polimento, e seu respectivo efluente. Nas
instalações locais, existem pequenas calhas para o escoamento desses efluentes, que são transferidos
para as unidades de tratamento.

44
Figura 9 – Foto da Politriz, máquina de polimento.

Fonte: Acervo pessoal

Figura 10 – Foto do efluente gerado pela politriz.

Fonte: Acervo pessoal


O processo utilizado para o tratamento dos efluentes é a decantação. O efluente oriundo do
polimento de corte das rochas é levado a cinco tanques de decantação (Figura 11), onde se tem
por meio da gravidade, a separação do efluente do material semi-sólido, denominado lama

45
abrasiva. Já para o efluente proveniente da serragem é encaminhado para três tanques de
decantação.

Figura 11 - Foto dos tanques de decantação da máquina de polimento.

Fonte: Acervo pessoal


O efluente vai passando de um tanque para outro, sempre com menos porcentagem de sólidos,
até que no último compartimento a água já esteja bastante clarificada, tendo a remoção dos
sólidos e impurezas, e então é direcionado por uma bomba para uma caixa d’água em nível
superior, onde será encaminhada para reutilização no processo produtivo. A água reciclada que
circula novamente pelo processo não prejudica a qualidade de produção.

Além disso, a empresa realiza coleta de água de chuva, da qual é coletada pela canaleta e
direcionada para uma caixa d’água e então utilizada no processo produtivo juntamente com a
água reciclada.

Por conta das perdas existentes no processo de circulação da água de chuva e da água reciclada,
ocasionalmente é necessário a utilização da água do poço outorgado, que será inserida no
processo para suporte ao fluxo da água requerida pela produção do empreendimento.

Conforme explanado anteriormente, o processo de tratamento de efluentes é composto apenas


pelo tratamento físico de sedimentação, sem controle operacional. Neste caso, de acordo com
as referências bibliográficas adquiridas para este trabalho, sugere-se a complementação do
sistema de tratamento com a adição de soluções coagulantes/floculantes afim de realizar um

46
tratamento com remoções de sólidos e turbidez mais efetivas. E ainda, sugere-se o
monitoramento desses efluentes, através de análises laboratoriais para apurar a eficácia do
tratamento.

Quanto ao material sólido da lama, tem-se o direcionamento para o processo de secagem, ou


seja, seguindo o mecanismo de desaguamento, onde se tem a remoção da água. Nesse processo,
os materiais sólidos são dispostos em sacos e pendurados em uma estrutura metálica ao ar livre,
conforme Figura 12 para que possam secar, retirando toda a parcela de água e assim restando
apenas o pó de rocha, do qual será encaminhado para o estoque, uma estrutura simples e coberta
para proteção de intempéries, vide Figura 13. O pó de rocha é utilizado pelo empreendedor na
formulação de argamassa. Na Figura 14, tem-se o fluxograma geral do gerenciamento de
efluentes do empreendimento.

Figura 12 – Foto do processo de secagem.

Fonte: Autoria própria.

47
Figura 13 - Foto do estoque de pó de rocha.

Fonte: Autoria própria.


Figura 14 - Fluxograma do processo de tratamento de efluente líquido

Fonte: Autoria própria.


Os resíduos da indústria de rochas ornamentais são gerados nas diversas etapas de
transformação de um produto final que será destinado ao mercado consumidor. No
beneficiamento das chapas, para a transformação e confecção do produto final, é necessário a
48
prática de corte, polimento e acabamento, dos quais há a geração de resíduos sob forma de tiras,
tampos, aparas e quebras. A segregação e armazenamento desses resíduos ocorrem de maneira
organizada e são dispostos no pátio do empreendimento.

Os pedaços de rocha graúdos e irregulares são segregados e dispostos juntos, conforme Figura
15, e são direcionados para o britador, onde serão reduzidos a tamanho menores e transformados
em britas. O empreendedor utiliza essas britas como cobertura do piso da área externa do
empreendimento. Outras aplicações das rochas britadas são: paisagismo e jardinagem, visto a
diversidade de cores das rochas ornamentais; para a fabricação de concretos; fabricação de
argamassas de revestimento aparente e de argamassa para a área de jardins.

Figura 15 - Resíduos gerados pelo corte e sobras das chapas.

Fonte: Acervo pessoal


No processo de recorte de chapas que serão processadas, é necessário que as mesmas tenham
linearidade no seu recorte para a confecção de peças e produtos, sendo assim, são gerados
resíduos na forma de tiras ou aparas, vide Figura 16.

49
Figura 16 - Resíduos de corte que serão reaproveitados.

Fonte: Acervo pessoal


As aplicações desses resíduos graúdos são aproveitadas na necessidade de elaborar formas
geométricas, principalmente as com ângulos retos, para a produção de ladrilhos para revestimento
de pisos ou de paredes. Os resíduos de formas geométricas, podem ser utilizados aplicando a técnica
decorativa milenar, o mosaico. Essa técnica valoriza ainda mais o emprego desses resíduos e são
requeridas para o revestimento de pisos ou de paredes em ambientes abertos ou fechados. Na figura
17 são apresentados os mosaicos elaborados pelo empreendimento com os resíduos gerados.

Figura 17 – Foto das formas de confecção de piso a partir do reaproveitamento.

Fonte: Acervo pessoal.

Dessa forma e com as informações supracitadas neste item, observa-se que a prática do conceito
de sustentabilidade tem sido aplicada na empresa em questão, onde se tem o reaproveitamento
dos resíduos gerados, reuso do efluente tratado e coleta de água de chuva.
50
5.4. Confecção da cartilha “Sustentabilidade nas Marmorarias”

O desenvolvimento da cartilha teve como intenção atender empreendedores que gerenciam


marmorarias, que são designados como o público alvo do material. Dessa maneira, o texto da
cartilha é apresentado em linguagem simples e de fácil compreensão juntamente com recursos
visuais para que a leitura seja breve e dinâmica. Portanto, a cartilha teve o intuito de tornar
atrativo a divulgação das informações e promover a difusão do conhecimento científico.

Espera-se que esta proposta de cartilha possa trazer elucidações sobre a temática de
sustentabilidade quanto a gestão ambiental em marmorarias de maneira holística e geral.

A estrutura da cartilha apresenta os seguintes tópicos: 1. Marmorarias (contempla a definição


do empreendimento, o que faz e os tipos de rochas); 2. Processo produtivo (destacando os
resíduos gerados); 3.Aspectos legais (com enfoque na legislação municipal e licenciamento
ambiental); 4. Sustentabilidade (contempla as boas práticas que podem ser realizadas nas
marmorarias); 5.Considerações finais; 6. Bibliografia.

A cartilha “Sustentabilidade nas marmorarias” possui a capa (Figura 18).

Figura 18 - Capa

Fonte: Autoria própria.


O tópico Marmoraria (Figura 19) traz informações sobre este tipo de empreendimento, quais
rochas são comumente utilizadas e quais produtos são gerados no processo de beneficiamento.
No tópico Processo Produtivo (Figura 20) tem-se o fluxograma da cadeia produtiva, contendo

51
a etapa, produtos e geração de resíduos. E ainda, há a explanação dos impactos ambientais
causados pelo empreendimento.

Figura 19 - Tópicos referente a Marmorarias. Figura 20 - Tópico referente ao processo produtivo.

Fonte: Autoria própria


Já no tópico de Impactos Ambientais traz informações sobre este tema e elucidação dos
possíveis impactos causados pelas marmorarias (Figura 21). Para o tópico de Sustentabilidade
tem-se a abordagem das boas práticas sustentáveis que o empreendimento pode realizar no
âmbito do tema de água, resíduos e efluentes (Figuras 22, 23, 24, 25 e 26).

52
Figura 21 - Impactos Ambientais. Figura 22- Sustentabilidade.

Fonte: Autoria própria

Figura 23 - Boas práticas para água e efluentes Figura 24 - Boas práticas - efluentes

Fonte: Autoria própria

53
Figura 25 - Boas práticas - efluentes e resíduos. Figura 26 - Boas práticas – resíduos.

Fonte: Autoria própria

Quanto ao tópico Aspectos legais (Figura 27) traz as informações sobre as legislações, com
enfoque no licenciamento ambiental municipal e as obrigações de gerenciamento do
empreendimento de maneira geral e simples. Já a Figura 28 traz a bibliografia usada e o autor
da elaboração.

Figura 27 - Obrigações Legais. Figura 28 - Informações finais.

Fonte: Autoria própria


54
6. CONCLUSÃO

De acordo com a revisão bibliográfica e resultados apresentados, percebe-se que cada vez mais
se faz necessário atrelar a sustentabilidade, gestão ambiental adequada com o bom desempenho
das empresas. Atualmente, é percebido que a indústria mineira, muito em função da motivação
pelas legislações, mudanças de pensamento do mercado e da sociedade, tem se comprometido
com a gestão ambiental e com a responsabilidade social visando as gerações futuras através da
proteção do meio ambiente e biodiversidade, minimização dos impactos causados e a melhora
contínua dos seus processos. As empresas do ramo de mineração, incluindo a de rochas
ornamentais tem priorizado a gestão ambiental, desenvolvendo políticas com intuito de manter
relações harmoniosas com as comunidades e o seu respectivo entorno.

Além disso, conclui-se que as extrações de rochas ornamentais causam impactos visuais, geram
poeira, ruído, geração de resíduos de rocha, pois as taxas de recuperação e aproveitamentos dos
resíduos são baixas e também impactos sociais pelo uso do solo e o transporte de cargas pesadas.
Nas serrarias e marmorarias também são produzidos ruído, poeira, resíduos de rochas que, neste
caso é tem-se a geração do fino, na forma de lama a qual também contém restos dos insumos
de corte e polimento (cal, granalha, resinas). Sendo assim, na linha do pensamento sustentável,
reaproveitar resíduos contribui na diminuição das quantidades de recursos não renováveis e
então redução dos problemas ambientais originados pelo acúmulo dos resíduos. Por esses
motivos, o incentivo a reutilização e reaproveitamento dos resíduos do setor de rochas
ornamentais deve ser uma questão importante de qualquer política ambiental, os
empreendimentos precisam assumir uma postura ambientalmente correta através de
gerenciamentos ambientais efetivos e boas práticas a fim de minimizar a degradação do meio
ambiente. O desenvolvimento sustentável das atividades de rochas ornamentais permite que as
empresas busquem vantagens competitivas por meio de boas práticas ambientais, como
aproveitamento dos resíduos gerados, reuso da água reciclada, coleta de água de chuva e entre
outros.

Comprovou-se, através do mapeamento de aproveitamento de resíduos realizado, que existe


viabilidade técnica para aproveitamento dos resíduos gerados pelo processo produtivo, sendo
uma das ações que promovem a sustentabilidade nas empresas e no setor de rochas ornamentais.
Pode-se afirmar que o aproveitamento dos resíduos produzidos nas empresas de lavra,
beneficiamento primário e secundário possuem potencial econômico elevado, podendo gerar
receitas significativas para as empresas produzindo diversos tipos de produtos para aplicação

55
em diferentes áreas como construção civil, indústria de cerâmica, polímeros, fabricação de
vidros, agricultura, arquitetura residencial e urbana, paisagismo e decoração de ambientes.
Além de minimizar diversos impactos que poderiam ser causados, tem-se a geração de receita
e diminuição do fluxo de resíduos destinados a aterros e dispostos de maneira inadequada.

As inovações tecnológicas contribuem de forma positiva na aplicação das possibilidades de


aproveitamento dos resíduos e ainda com a minimização de impactos através de técnicas e
equipamentos que utilizem menos recursos hídricos, energia elétrica e que geram menor
quantidade de resíduos sólidos e líquidos (lama abrasiva). Além disso, as pesquisas científicas
contribuem para o conhecimento aprofundado sobre as viabilidades de aproveitamento dos
resíduos e é fundamental para que os mesmos possam ser adequadamente introduzidos em
outras cadeias produtivas. É importante frisar que, os empresários do setor de rochas
ornamentais juntamente com o incentivo de políticas públicas devem direcionar esforços para
que a gestão de resíduos seja realizada de maneira efetiva, caracterizando o seu processo
produtivo, realizando o levantamento do tipo e quantidade de resíduos gerados e desenvolvam
modelos de gestão que permitam a utilizam desse material como matéria-prima para fabricação
de novos produtos com benefícios econômicos e ambientais. Além da prática de aproveitamento
ser ecologicamente correta, visto que contribui na redução de volume de material descartado,
há ainda o efeito dessa utilização no setor em que o resíduo será consumido como insumo,
repercutindo na diminuição de impactos deste setor em questão, devido à redução de consumo
e extração de recursos naturais.

Constatou-se com a visita técnica realizada na marmoraria de que é possível realizar boas
práticas ambientais, através do aproveitamento de resíduos, coleta de água de chuva e reuso do
efluente tratado no processo produtivo. Essas ações devem ser divulgadas a fim de incentivar
outras marmorarias para que também possam adotar e realizar essas boas práticas sustentáveis.

Por fim, tem-se a cartilha “A sustentabilidade nas marmorarias” como um material visual e
didático que tem o intuito de difundir as informações referentes a sustentabilidade e gestão
ambiental nas marmorarias, empreendimento que realiza o beneficiamento secundário. Sendo
também, uma importante ferramenta de educação ambiental visto que promove o processo de
divulgação e de conscientização quanto às práticas ambientais que podem ser desempenhados
no empreendimento. Ressalta-se também que a cartilha, em decorrência de seu conteúdo pode
contribuir para o entendimento dos empreendedores sobre a importância das boas práticas
ambientais e a minimização dos impactos ambientais.

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APÊNDICE A – Cartilha “Sustentabilidade Marmorarias”

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