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DIEGO BERSELLI
Florianópolis
2015
DIEGO BERSELLI
Florianópolis
2015
DIEGO BERSELLI
O lançamento direto de efluentes com alta carga de poluição tem sido um grande problema
ambiental, pois além de afetar diretamente o meio ambiente, também afeta a saúde humana.
Diante dos problemas ambientais encontrados atualmente, os tratamentos usados procuram uma
forma de se manter eficientes. Com o crescimento da frota de veículos, bem como o serviço de
lavagem de veículos tem aumentado com isso a proteção ao meio ambiente tem se tornado um
fator importante, sendo que os tratamentos hoje usados não têm atendido nem mesmo a
legislação vigente. O presente estudo abordou a avaliação do processo oxidativo avançado de
Fenton e foto-Fenton no tratamento de efluentes da lavagem de veículos de um posto de
combustível. A eficiência do tratamento foi observada através de análises físicas (cor, turbidez)
e químicas (pH, DQO, surfactantes e óleos e graxas) das duas amostras coletadas no posto. Os
resultados obtidos foram comparados com os valores máximos permitidos determinados pelas
resoluções 357/2005 e 430/2011 do CONAMA e pela LEI estadual n°. 14.675. Os resultados
obtidos atenderam todas as legislações vigentes, com uma melhor eficiência no processo foto-
Fenton.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 11
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 12
1.2 OBJETIVOS................................................................................................................ 13
1.2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 14
2.1 POSTOS DE ABASTECIMENTO .............................................................................. 14
2.1.1 Efluente de Lavagem de Veículos ........................................................................... 14
2.2 PARÂMETROS DE POLUIÇÃO ................................................................................ 16
2.2.1 Surfactantes ............................................................................................................. 16
2.2.2 Demanda Química de Oxigênio .............................................................................. 17
2.2.3 Potencial Hidrogeniônico ........................................................................................ 18
2.2.4 Turbidez .................................................................................................................. 18
2.2.5 Cor ........................................................................................................................... 18
2.2.6 Óleos e Graxas ......................................................................................................... 19
2.3 PROCESSO FENTON ................................................................................................ 19
2.4 PROCESSO FOTO-FENTON ..................................................................................... 20
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................ 22
3.1 AMOSTRAGEM ......................................................................................................... 22
3.2 DETERMINAÇÃO DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO............................... 23
3.3 DETERMINAÇÃO ÓLEOS E GRAXAS .................................................................... 25
3.4 DETERMINAÇÃO SURFACTANTES....................................................................... 26
3.5 DETERMINAÇÃO DA, COR, PH, TURBIDEZ. ........................................................ 28
3.6 PROCESSOS FENTON E FOTO-FENTON EM ESCALA LABORATORIAL .......... 30
4 RESULTADOS E DISCUÇÕES .................................................................................. 34
4.1 ANÁLISE DOS PARÂMETROS FISÍCOS DO EFLUENTE ...................................... 35
4.1.1 Análise Turbidez ..................................................................................................... 35
4.1.2 Análise Cor .............................................................................................................. 36
4.2 ANÁLISE DOS PARÂMETROS QUIMÍCOS DO EFLUENTE ................................. 37
4.2.1 Análise do Potencial Hidrogeniônico (pH) ............................................................. 37
4.2.2 Análise Surfactantes................................................................................................ 38
4.2.3 Análise Óleos e Graxas ........................................................................................... 39
4.2.4 Análise Demanda Química de Oxigênio ................................................................. 40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 43
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 44
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
Objetivos específicos:
Realizar a caracterização físico-química, cor, pH, turbidez, surfactantes,
demanda química de oxigênio e óleos e graxas das amostras de água
contaminadas com efluente de lavagem proveniente de lava-jatos;
Ajustar equipamento de Fenton e foto-Fenton;
Submeter às amostras de água de lavagem de veículos, previamente preparadas
ao tratamento oxidativo avançado de Fenton e foto-Fenton;
Realizar a caracterização físico-química, cor, pH, turbidez, surfactantes,
demanda química de oxigênio e óleos e graxas das amostras efluente de pós-
tratamento.
Comparar os resultados das análises realizadas com as resoluções n° 357/2005
e nº 396/2008 do CONAMA e a Lei estadual n° 14.675, de 13 de abril de 2009.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Costa (2006, apud Soeiro, 2014, p.19) os lava a jatos descartam nos solos
as águas servidas e não dispõe em geral de programas de gestão de resíduos sólidos e líquidos.
Os danos provocados pelos poluentes no solo podem ser desastrosos, podendo
afetar populações de organismos, comunidades ou mesmo causar graves danos em todo o
ecossistema local. (FAVERO et al, 2007). O efluente de lavagens de veículos é caracterizado
pela concentração de óleos, graxas e detergentes, na tabela 1 estão apresentados os parâmetros
de efluentes de cinco estados brasileiros e um estado americano.
Surfactantes * * * *
16,35 23
DQO * * * * 1,696 189
Fonte: Adaptado de Queiroz (2014).
2.2.1 Surfactantes
Os fosfatos não atuam como materiais tóxicos no ambiente, mas como nutrientes.
(SOUZA et al, 2010)
Os surfactantes são causadores de espumas no meio líquido, em muitos sistemas de
tratamento é uma barreira, pois em situações anaeróbias não são biodegradados, dificultando a
troca de oxigênio.
Quando o detergente é encontrado na superfície da água, o gás carbônico não é
liberado da água, e por sua vez impede nova oxigenação, podendo levar à morte organismos
aquáticos. Esses fatores acabam promovendo a proliferação de bactérias anaeróbicas nesse
ambiente perturbado (ROHRER, 1975, apud QUEIROZ, 2014, p. 01).
Conforme a legislação estadual LEI n°. 14.675 o lançamento padrão máximo não
pode passar de 2 mg/L.
2.2.4 Turbidez
2.2.5 Cor
A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de intensidade que
a luz sofre ao atravessá-la, sendo que esta redução dá-se por absorção de parte da radiação
eletromagnética, devido à presença de sólidos dissolvidos, principalmente material em estado
coloidal orgânico e inorgânico. Dentre os colóides orgânicos, podem-se mencionar os ácidos
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.
Fe(OH)2 + hv → Fe2+ + HO (3)
·
Fe3+ (RCO2)3+ + hv → Fe2+ + CO2 + R (4)
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia científica deve abrir caminhos para aperfeiçoar o que esta sendo
produzido e alcançar os objetivos estabelecidos pelo pesquisador. Oliveira (2004) descreve que
a metodologia estuda métodos de investigação, o pensamento correto e verdadeiro que visa
delimitar um determinado problema além de analisar e desenvolver observações. O método
usado para realização do trabalho foi o quantitativo, que busca ter relação com variáveis
estudadas. O método quantitativo, segundo Moresi (2003), considera que tudo pode ser
quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e
analisá-las.
As amostras foram coletadas de um lava-jato de posto de combustível na cidade de
Florianópolis – SC no bairro Itacurubi, o método foi experimental e envolveu diferentes etapas
as quais foram divididas em amostragem, caracterização físico química do efluente bruto,
processo de tratamento por Fenton e Foto-Fenton em escala laboratorial, caracterização físico
química do efluente tratado. Os parâmetros avaliados foram: demanda Química de Oxigênio,
determinação óleo e graxas, determinação surfactantes, determinação cor, pH, turbidez.
3.1 AMOSTRAGEM
Foram coletadas duas amostras de água de lavagem de veículos antes de passar pelo
tratamento físico, com intervalo de um dia, a primeira no dia 04 de maio de 2015 e a segunda
no dia 05 de maio de 2015, no posto de gasolina situado no bairro Itacurubi. Foi necessário
coletar um total de 4 litros de amostra, esta foi submetida às análises em um período máximo
de 48 horas antes e depois ao processo oxidativo de Fenton e Foto-Fenton, as coletas e os prazos
foram de acordo com a norma ABNT NBR 9898, que prediz sobre Preservação e técnicas de
amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores.
Na figura 1 pode ser visualizado a aparência do efluente de lavação do posto de
combustível, o qual foi coletado no dia 04 e 05 de maio do corrente ano de 2015.
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Separou-se 5 tubos, um para amostra bruta, um para a amostra diluída 1/5 e 1/10,
um último tubo para o branco contendo água destilada e um padrão contendo reagentes,
adicionou-se 0,5mL de dicromato de potássio em todos os cinco frascos, em seguida adicionou-
se 5 mL de Ácido Sulfúrico Concentrado contendo Sulfato de Prata [1%] e uma pitada de
Sulfato de Mercúrio, o tubo foi fechado e agitado até dissolver, os tubos foram levados para o
digestor a 150ºC por 2 horas, a única solução que não vai no digestor é a solução P (padrão).
Os tubos foram esfriados em água corrente e o conteúdo transferido para o
erlenmeyer, foi adicionado 3 gotas de ferroína, foi então realizada a titulação com o Sulfato
Ferroso Amoniacal até a cor de verde azulado ficar marrom avermelhado, foi anotado o volume
gasto.
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Cálculo:
(𝑩−𝑨)𝒙𝒄𝒙𝟖𝟎𝟎𝟎
𝑫𝑸𝑶 = . 𝑫 onde:
𝑽𝒂
Na figura 3 pode ser observado o marrom avermelhado logo após a titulação com o
sulfato ferroso amoniacal, na determinação da demanda Química de oxigênio (DQO).
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Foi utilizado 250 mL da amostra que foi acidificada a pH 1,0 com 0,75 mL de ácido
clorídrico (HCL), logo após foi preparado o filtro, no funil Buchner foi introduzido um disco
de musseline e sobre o musseline foi o papel filtro, foi passado água destilada através do funil
e pressionado a musseline e o papel, logo após foi adicionado 100 mL da suspensão de filtração
e foi feito o vácuo, foi lavado com 100 mL de água destilada, utilizando o vácuo até remover
toda a água, logo após foi filtrada 250 mL da amostra através do filtro preparado, utilizando o
vácuo, foi retirado o papel filtro e o musseline utilizando pinças, toda área do filtro foi limpa
com tiras de papel filtro, e foram introduzidas em um viro relógio, o papel e o musseline foram
dobrados juntos com as tiras e colocadas em um cartucho de extração e fechado com algodão,
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logo após o cartucho foi embebido com N-hexano, o cartucho foi posto na estufa, onde ficou
por 2 horas a 105 °C.
Foi pesado o balão de extração, foram extraídos os óleos e graxas no aparelho
Soxhlet (figura 4) usando N-hexano durante 4 horas, foi destilado a uma temperatura de 85 °C,
logo após foi aplicado o vácuo no balão para secá-lo por 15 minutos, depois foi esfriado no
dessecador e pesado.
Calculo:
𝑷𝟏 − 𝑷𝟐 𝒙𝟏𝟎𝟎𝟎
= 𝒎𝒈/𝑳
𝐦𝐋 𝐝𝐚 𝐚𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚
Onde:
A amostra foi colocada em um funil de separação e seu pH foi ajustado para 7,01,
com solução de hidróxido de sódio 1N para deixa-la alcalina ou a solução de ácido sulfúrico
1N para deixa-la ácida, depois disso foi adicionado 10 mL de clorofórmio e 25 mL do reagente
azul-de-metileno, o funil foi agitado por 30 segundos, foi deixado em repouso, até as duas fases
se separarem, a camada de clorofórmio foi transferida para um segundo funil de separação e foi
repetida a extração mais duas vezes, usando 10 mL de clorofórmio. Os extratos de clorofórmio
foram juntados no segundo funil, e adicionado 50 mL da solução de lavagem e agitado
fortemente por 30 segundos, e deixado em repouso para separar as duas fases, a fase de
clorofórmio foi transferida, filtrando-a através de algodão para um balão volumétrico de 100
mL, o filtrado teve coloração clara, foi extraído a solução de lavagem mais duas vezes com 10
mL de clorofórmio de cada vez e adicionado ao balão através do algodão, foi efetuada a prova
do branco com água destilada com os mesmos procedimentos, foi lido a absorvância no
espectrofotômetro UV/VIS a 652 nm, usando o branco como referência, logo após com o intuito
de de determinar a quantidade de surfactantes aniônicos nas amostras, foi elaborado uma curva
de calibração, utilizando a solução padrão de alquil sulfonato linear (ASL) em água, houve a
leitura na curva de calibração as µg de ASL correspondentes às absorvâncias medidas.
µ𝒈 𝑨𝑺𝑳 𝒂𝒑𝒂𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆
𝑺𝑨𝑨𝑴 (𝒎𝒈⁄𝑳) =
𝒎𝑳 𝒂𝒎𝒐𝒔𝒕𝒓𝒂 𝒐𝒓𝒊𝒈𝒊𝒏𝒂𝒍
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Para a determinação de Cor, foi usado o colorímetro manual da marca Hach Model
CO-1 (Figura 6), com dois frascos, um com a amostra outro com água destilada, usado
manualmente, até obter coloração igual nos dois tubos, assim obtendo o resultado final.
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aquosa de ácido sulfúrico diluído H2SO4 (pH 3,0), em seguida adicionou-se 3,0 mL de peróxido
de hidrogênio (30% v/v) e 0,6 g de sulfato ferroso hepta-hidratado (FeSO4∙7H2O), os volumes
foram estabelecidos de acordo BALLMAN (2011).
Os processos de degradação da amostra foram realizados em uma hora de
recirculação nos processos de Fenton e foto-Fenton.
O sistema com a recirculação (figura 8) utilizado em processo Fenton e foto-Fenton.
Após a recirculação de uma hora, o potencial hidrogeniônico (pH), foi ajustado para
6,5 com o acréscimo de 45 mL de hidróxido de sódio a 0,10 M, a amostra foi precipitada por
uma hora no cone Imhoff (figura 9).
Após o processo de decantação, foram realizadas as análises de Cor, potencial
hidrogeniônico (pH), turbidez, óleos e graxas, demanda química de oxigênio e surfactantes,
foram feitas novamente.
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4 RESULTADOS E DISCUÇÕES
Tabela 2 - Resultados das análises de turbidez para amostra 1 e 2 antes e depois do tratamento
Fenton e foto-Fenton
Tabela 3 - Resultados das análises de cor para amostra 1 e 2 antes e depois do tratamento Fenton
e foto-Fenton
Cor Amostra 1 Amostra 2
Amostra coletada 80 uH 80 uH
Amostra após tratamento Fenton 20 uH 10 uH
Amostra após tratamento foto-
10 uH 10 uH
Fenton
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Tabela 4 - Resultados das análises de potencial hidrogeniônico para amostra 1 e 2 antes e depois
do tratamento Fenton e foto-Fenton
pH Amostra 1 Amostra 2
Amostra coletada 7,15 6,72
Amostra após tratamento Fenton 6,53 6,57
Amostra após tratamento foto-
6,30 6,87
Fenton
*ND – não determinado
Fonte: Autor, 2015
Tabela 6 - Resultados das análises de óleos e graxas para as amostras 1 e 2 antes e depois do
tratamento Fenton e foto-Fenton
Óleos e Graxas Amostra 1 Amostra 2
Amostra coletada 112,32 mg/L 89,90 mg/L
Amostra após tratamento Fenton 12,34 mg/L 10,32 mg/L
Amostra após tratamento foto-
1,23 mg/L 0,36 mg/L
Fenton
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Tabela 7 - Resultados das análises da demanda química de oxigênio para as amostras 1 e 2 antes
e depois do tratamento Fenton e foto-Fenton
DQO Amostra 1 Amostra 2
Amostra coletada 201,43 mg/L 133,44 mg/L
Amostra após tratamento fenton 32,37 mg/L 22,35 mg/L
Amostra após tratamento foto-
12,34 mg/L 10,32 mg/L
Fenton
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SOUZA, Ana Carla da S.; CARDOSO, Carlos Eduardo; FRAGUAS NETO, Miguel
Rascado. Determinação da Concentração de Fosfato em Amostras de Detergentes em Pó
Utilizando Detecção Titulométrica. Revista Eletrônica Teccen, Vassouras, v. 5, n. 4, p.19-
28, out. 2010. Bimestral. Disponível em:
<http://www.uss.br/pages/revistas/revistateccen/V3N42010/pdf/002_Determinacao_Concentr
acao.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2015.