Você está na página 1de 54

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

ELIAS LUIZ MEIRA

DETERMINAÇÃO DE FENÓIS TOTAIS ACOMPANHADO PELO APLICATIVO


PHOTOMETRIX

Ponta Grossa - PR
2023
ELIAS LUIZ MEIRA

DETERMINAÇÃO DE FENÓIS TOTAIS ACOMPANHADO PELO APLICATIVO


PHOTOMETRIX

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Estadual de Ponta Grossa, como
requisito parcial para a obtenção do grau de
Bacharel em Química Tecnológica.

Orientadora: Prof. Dra. Elaine Tiburtius

Ponta Grossa - PR
2023
Dedico este trabalho a minha família, em
especial ao meu pai e minha mãe, no qual
me incentivaram e deram apoio a minha
pessoa.
AGRADECIMENTOS

O desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso contou com a ajuda de


diversas pessoas, dentre as quais agradeço:
À Professora Doutora Elaine Tiburtius, minha orientadora e mentora durante este
percurso acadêmico. Sua dedicação, paciência e profundo conhecimento foram fundamentais
para o sucesso deste trabalho.
À Caroline Nocera, sua paciência incansável e dedicação inabalável foram a âncora
que me guiou durante todo esse processo. Cada esclarecimento e orientação suas
representaram um apoio inestimável. Agradeço por ter sido uma presença constante em minha
jornada acadêmica.
Aos professores do curso, que, ao longo desta trajetória acadêmica, compartilharam
conhecimento, incentivaram a curiosidade e desafiaram minha compreensão. Cada aula e
discussão contribuíram para o crescimento intelectual que este trabalho reflete.
Aos meus pais, pelo amor incondicional, apoio constante e crença em meu potencial.
Suas palavras de incentivo e compreensão nos momentos desafiadores foram a força motriz
que me impulsionou a concluir este TCC. Este trabalho é dedicado a vocês, como expressão
da minha gratidão eterna.
Este TCC é o resultado de um esforço coletivo, e cada um de vocês desempenhou um
papel significativo em sua realização. O meu sincero agradecimento a todos que fizeram parte
desta jornada.
RESUMO

A necessidade premente de monitorar e regulamentar a presença de fenóis, potenciais


subprodutos industriais tóxicos, é crucial para prevenir danos tanto à vida aquática quanto à
saúde humana. A determinação precisa de fenóis desempenha um papel central na
manutenção da integridade ambiental e na proteção da saúde pública. Entre os métodos mais
difundidos, destaca-se o método do Folin-Ciocalteu, que utiliza a característica colorimétrica
de um complexo de molibdênio com fenol, viabilizando análises espectrofotométricas. Neste
contexto, este trabalho explorou o potencial do aplicativo PhotoMetrix, acessível e funcional
em smartphones, como uma alternativa inovadora para a determinação de fenol em amostras
de água. Este enfoque não apenas visa desenvolver novas tecnologias, mas também melhorar
a qualidade de vida em regiões menos favorecidas e de difícil acesso, ao mesmo tempo que
contribui para a análise confiável da qualidade da água. Os resultados obtidos revelaram
valores médios de R2 de 0,782, limites de detecção e quantificação de 6,42 e 6,85 mg L -1,
respectivamente, e DPR inferiores a 51,2%. Os experimentos realizados não atingiram
resultados satisfatórios devido à influência significativa de erros sistemáticos, como pesagem
incorreta, e de erros operacionais do aplicativo, como a sensibilidade a fatores como o ajuste
da câmera e condições de iluminação.

Palavras-chave: PhotoMetrix. Fenol. Smartphone. Qualidade da Água


ABSTRACT

The pressing need to monitor and regulate the presence of phenols, potential toxic
industrial byproducts, is essential to prevent damage to both aquatic life and human health.
The accurate determination of phenols plays a central role in maintaining environmental
integrity and safeguarding public health. Among the most widely used methods, the Folin-
Ciocalteu method stands out, utilizing the colorimetric property of a molybdenum complex
with phenol, enabling spectrophotometric analysis. In this context, this work explored the
potential of the PhotoMetrix app, accessible and functional on smartphones, as an innovative
alternative for the determination of phenol in water samples. This approach aims not only to
develop new technologies but also to enhance the quality of life in underserved and hard-to-
reach regions, while contributing to reliable water quality analysis. The results obtained
revealed average R2 values of 0.782, detection and quantification limits of 6.42 and 6.85 mg
L-1, respectively, and relative standard deviations (RSD) below 51.2%. The experiments
conducted did not achieve satisfactory results due to the significant influence of systematic
errors, such as incorrect weighing, and operational errors of the app, such as sensitivity to
factors like camera adjustment and lighting conditions."

Keywords: PhotoMetrix, Phenol, Smartphone, Water quality


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………………………….. 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA…………………………………………………………………………….. 3
2.1. Fenol e riscos à saúde…………………………………………………………………………… 4
2.2. Resolução CONAMA…………………………………………………………………………… 4
2.3. Composto fenol…………………………………………………..……………………………… 5
2.4. Determinação de fenóis totais……………………...…………………………………………... 7
2.4.1. Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)…………………………………….. 8
2.4.2. Cromatografia gasosa (CG)…………………………………………………………... 9
2.7. Método do Folin-Ciocalteu……………………...……………………………………………… 10
2.8. PhotoMetrix…………………………...………………………………………………………… 11
3. OBJETIVOS……………………………….……………………………………………………………….. 12
3.1. Objetivo geral…………………………………………………………………………………… 12
3.2. Objetivos específicos………………………….………………………………………………… 12
4. METODOLOGIA…………………………………………………………………………………………... 13
4.1. Determinação de fenóis…………………………………….…………………………………… 13
4.2. Uso do aplicativo PhotoMetrix……………………….………………………………………… 13
4.3. Validação da metodologia……………………………….……………………………………… 13
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO…………………………………………….……………………………... 17
5.1. Ensaios no Espectrofotômetro DR 6000……………;;…………….………………………….. 17
5.1.1. Linearidade…………………………………...………………………………………. 19
5.2. Ensaios no aplicativo PhotoMetrix………………..…………………………………………… 22
5.2.1. Linearidade………………………………………...…………………………………. 26
5.2.2. Limite de detecção e de quantificação………………….…………………………….. 28
5.2.3. Repetibilidade…….………………………………………...………………………… 29
5.3. Determinação de fenol em amostras de água…………………………………………………. 31
5.3.1. Ensaios no Espectrofotômetro DR 6000………...……………………………………. 32
5.3.1.2 Efeito da matriz……………………………………………………………. 34
5.3.2 Ensaios no aplicativo PhotoMetrix………………...………………………………….. 37
5.3.2.2 Efeito da matriz……………………………………………………………. 39
6. CONCLUSÃO………………………………………………………………………………………………. 43
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………...…………………………….. 44

0
1. INTRODUÇÃO

O fenol, um subproduto industrial, pode causar danos à vida aquática e apresenta certa
toxicidade para humanos. Monitorar e regular a concentração de fenóis é essencial para
prevenir a contaminação ambiental, isto porque estudos destacam a presença desses
compostos em corpos hídricos mesmo após tratamento convencional, reforçando a
necessidade de medidas preventivas e regulatórias.

Em sua estrutura química, os fenóis possuem um grupo hidroxila ligado diretamente


ao anel benzênico. Estes compostos exibem propriedades físicas e químicas significativas,
como densidade de 1.0545 g cm-3 (a 45 ˚C), ponto de fusão de 40,89 ˚C, ponto de ebulição de
181,87 ˚C, solubilidade de 8,4 g/100 mL de água (a 20 ˚C) e uma constante de dissociação
ácida (pKa) de 9,99.

Diversos órgãos ambientais e agências reguladoras desempenham um papel


fundamental no monitoramento e fiscalização do fenol. A nível internacional, a Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) estabelece diretrizes e regulamentações para o
controle e monitoramento de substâncias químicas e a Diretiva 2008/105/CE do Parlamento
Europeu e do Conselho da União Europeia, de 16 de dezembro de 2008, possuem objetivo
definir limites máximos permitidos para substâncias poluentes presentes na água. No Brasil, a
Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA) atuam na fiscalização e monitoramento da qualidade da água
e através da Resolução CONAMA 357 e a Portaria nº 518, o Ministério da Saúde estabelece
padrões de qualidade para as águas brasileiras, definindo limites máximos permitidos de
algumas substâncias. A determinação precisa e confiável do fenol em água é essencial para
garantir a segurança ambiental e a saúde pública, sendo realizada por meio de métodos
analíticos como cromatografia, espectrofotometria e biosensores.

1
Existem vários métodos analíticos disponíveis para a determinação de fenóis, como a
cromatografia gasosa (CG), cromatografia líquida (CL), espectroscopia UV-visível e
colorimetria. A espectroscopia UV-Vis é uma técnica não destrutiva e não invasiva que
permite a detecção de fenóis em soluções aquosas. Entretanto, como forma de inovação, o uso
de smartphones e aplicativos analíticos têm despertado interesse na obtenção de métodos
rápidos, simples e de baixo custo.

Neste projeto, o método do Folin-Ciocalteu será utilizado como metodologia principal


de determinação de fenóis totais. Esse método se baseia neste reagente, que ao reagir no meio,
resulta em um complexo de coloração azulada capaz de absorver entre 620 e 740 nm.

O aplicativo PhotoMetrix tem sido utilizado para capturar e processar imagens,


permitindo a identificação e quantificação do fenol em amostras de água. Seu funcionamento
se baseia em modelos matemáticos para análise dos dados obtidos. Estudos demonstraram a
viabilidade desse aplicativo no monitoramento de flúor em amostras de água e na
determinação da concentração de proteínas. (Baumann et al. (2019) e Jesus e Guimarães
(2018))

Dada a importância do fenol e do seu controle nas redes fluviais e no meio ambiente,
este projeto abordará um método rápido e acessível para a determinação de fenóis em água.
Um método de determinação acessível garante qualidade de vida e segurança em relação à
confiabilidade da água para o consumo humano. Portanto, o objetivo deste projeto é auxiliar e
apresentar uma nova forma espectroscópica de determinação de fenol, visando garantir a
qualidade da água para consumo humano.

Uma nova forma de método colorimétrico mais acessível pode atuar como incentivo
para o desenvolvimento de novas tecnologias e melhorias na qualidade de vida de pessoas em
regiões menos favorecidas e de difícil acesso, além de contribuir para a análise confiável da
qualidade da água.

2
Este projeto possui uma grande relevância para minha formação acadêmica na área da
Química, pois permite aprofundar meus conhecimentos sobre a determinação de fenóis em
água, aplicando conceitos teóricos e práticos adquiridos ao longo do curso. As disciplinas de
Química Analítica e Química Ambiental têm um papel fundamental nesse contexto,
fornecendo bases sólidas para compreender os princípios e técnicas envolvidas na análise de
compostos fenólicos em amostras aquosas. Além disso, a interdisciplinaridade se faz presente
ao explorar aspectos relacionados à qualidade de vida, preservação ambiental e
desenvolvimento de tecnologias acessíveis. Portanto, esse projeto contribui não apenas para o
meu crescimento profissional, mas também para a aplicação prática dos conhecimentos
adquiridos durante minha formação como químico.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Fenol e riscos à saúde

De acordo com Babich e Davis (1981), o fenol é um subproduto gerado pelas


indústrias de diversos ramos. Quando não tratado adequadamente, o fenol pode afetar
negativamente a vida aquática, incluindo algas, protozoários, invertebrados e vertebrados.
Além disso, o fenol também apresenta toxicidade para os seres humanos, causando irritação
na pele e nas vias respiratórias devido à sua rápida absorção pois além dos efeitos imediatos, o
fenol pode ter efeitos sutis, como redução da fertilidade e inibição do crescimento, bem como
pode atuar como um promotor tumoral.

Para garantir a preservação dos recursos hídricos e evitar a contaminação ambiental, é


crucial realizar o monitoramento e fiscalização da concentração de fenóis. Um estudo
conduzido por Ramos et al. em Minas Gerais identificou a presença de 16 compostos
fenólicos em um rio e em sua água tratada, ressaltando a importância de medidas preventivas
e regulatórias nesse contexto.

2.2 Resolução CONAMA

Para realizar o monitoramento e fiscalização do fenol, diversos órgãos ambientais e


agências reguladoras desempenham um papel fundamental. No âmbito internacional, a
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) tem diretrizes e regulamentações
para o controle e monitoramento de substâncias químicas, incluindo o fenol.

3
Na União Europeia, a Diretiva 2008/105/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 16 de dezembro de 2008, tem como objetivo principal proteger e preservar os recursos
hídricos, definindo limites máximos permitidos para substâncias poluentes presentes na água.
Em específico ao fenol, esta diretiva não possui nenhum limite para este, entretanto, para o
nonilfenol, octilfenol, pentaclorofenol existem valores estabelecidos, como mostra a Tabela 1.

Tabela 1 - Limites máximos de concentração de substâncias prioritárias e outros poluentes

Nome da Valor médio Valor médio Concentração Concentração


substância anual para águas anual para outras máxima admissível máxima admissível
de superfície águas de para águas de para outras águas
interiores superfície superfície interiores de superfície
(μg L-1) (μg L-1) (μg L-1) (μg L-1)

Nonilfenol 0,3 0,3 2,0 2,0

Octilfenol 0,1 0,01 não aplicável não aplicável

Pentaclorofenol 0,4 0,4 1 1

Fonte - Directiva 2008/105/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, 2008.

Para o Brasil, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Brasileiro do Meio


Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) atuam na fiscalização e
monitoramento da qualidade da água e emissões industriais, incluindo a concentração de
fenol.

No Brasil, existe o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que é um


órgão colegiado do Governo Federal do Brasil responsável pela regulamentação e deliberação
de normas ambientais. Seu objetivo é promover a preservação, melhoria e recuperação da
qualidade ambiental do país e desta forma, uma das resoluções mais importantes emitidas
pelo CONAMA é a Resolução 430 de 13 de maio de 2011, complemento da Resolução 357 de
2005, onde nesta resolução é estabelecida os padrões de qualidade para as águas brasileiras,
definindo os critérios e limites máximos permitidos de diversos parâmetros, incluindo a
concentração de fenóis.

4
A Resolução CONAMA 357/2005 estabelece o limite máximo permitido de fenóis
totais em corpos d'água, que é de 0,003 mg L-1 para águas doces classe 1, 0,01 mg L-1 para
águas doces classe 3, 1,00 mg L -1 para águas doces classe 4 e 60 μg L -1 para águas salinas.
Também, no artigo 34o, parágrafo 5o, consta os valores máximos de padrões de lançamentos
de efluentes, sendo que para a quantidade de fenóis totais é de 0,5 mg L -1, valor este também
acordado para a Resolução CONAMA Nº 430 de 2011.

A legislação do Ministério da Saúde no Brasil referente à potabilidade das águas


superficiais e subterrâneas é estabelecida pela Portaria nº 518, de 25 de março de 2004. Essa
portaria estabelece os critérios e os valores máximos permitidos para diversos parâmetros
físicos, químicos e microbiológicos presentes nas águas destinadas ao consumo humano.

O objetivo principal dessa legislação é garantir a qualidade e a segurança da água,


protegendo a saúde da população. Para isso, são estabelecidos limites e padrões para
diferentes substâncias e microrganismos presentes na água, a fim de evitar riscos à saúde e
prevenir doenças relacionadas à contaminação da água. Com relação ao fenol, essa Portaria
não trata sobre nenhum parâmetro de potabilidade para substâncias químicas, possuindo
somente parâmetros para o pentaclorofenol (0,009 mg L-1) e o 2,4,6 triclorofenol (0,2 mg L-1).

Com a fiscalização em vigência e visto a necessidade da determinação da


concentração de fenol em água, esta é realizada por meio de métodos analíticos, como
cromatografia, espectrofotometria e biossensores. Essas técnicas fornecem resultados precisos
e confiáveis, permitindo uma avaliação adequada do nível de contaminação por fenol e a
tomada de decisões importantes, visto que a determinação precisa e confiável de fenóis é
essencial para garantir a segurança ambiental e a saúde pública.

2.3 Fenol

O fenol foi isolado pela primeira vez em sua forma bruta no século XVIII, sendo que
em sua forma pura foi obtida por volta no 1834, e sua estrutura foi formulada em 1842. Seu
primeiro fim ao qual foi produzido, foi utilizado como antisséptico, no início da década de
1860. No século XIX, o uso do fenol na indústria teve o seu início e atualmente sua utilização
é na indústria de resinas e plásticos, indústria farmacêutica e de produtos químicos.

5
Em sua estrutura química, os fenóis possuem um grupo hidroxila ligado diretamente
ao anel benzênico. Sendo assim, fenol é geralmente o nome específico do hidroxibenzeno e o
nome genérico da família de compostos derivados do hidroxibenzeno. A estrutura do fenol é
representada na Figura 1.

Figura 1 - Estrutura molecular do fenol

Este composto exibe propriedades físicas e químicas significativas que devem ser
consideradas para compreender sua aplicação e comportamento em diversas situações. A
seguir, destacam-se algumas das principais propriedades físicas e químicas do fenol na Tabela
2:

Tabela 2 - Propriedades físico-químicas do fenol

Propriedade físico-química Valor

Massa molecular 94,111 g mol-1

Densidade 1.0545 g cm-3 (a 45 ˚C)

Ponto de fusão 40,89 ˚C

Ponto de ebulição 181,87 ˚C

Solubilidade 8,4 g/100 mL de água (a 20 °C)

Constante de dissociação ácida (pKa) 9,99

Fonte: CRC, 1985.

6
2.4 Determinação de fenóis totais

Existem vários métodos analíticos disponíveis para a determinação de fenóis, sendo os


mais comuns a cromatografia gasosa, a cromatografia líquida, a espectroscopia UV-visível e
colorimetria. Além desses métodos, pode-se determinar fenóis por diversas outras técnicas,
tais como: cromatografia gasosa (gas chromatography, GC), cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massas (gas chromatography-mass spectroscopy, GC-MS), cromatografia
líquida de alta eficiência (high-performance liquid chromatography, HPLC), métodos
baseados em biossensores, como amperométricos, enzimáticos, ópticos e de biossensores de
células inteiras, entre outros como:

- Método de eletroforese capilar (Capillary electrophoretic method, CE);


- Synchronous fluorescence spectroscopy;
- Cromatografia líquida de alta eficiência capilar (Capillary-HPLC);
- Eletrocromatografia capilar (Capillary electrochromatography );
- Quimioluminescência (Chemiluminescence);
- Ionização por Electrospray acoplada à espectrometria de massas (Electrospray-tandem
mass spectrometry, ES-MS/MS).

A espectroscopia UV-Vis é um método não destrutivo e não invasivo que pode ser
usado para determinar a presença de fenóis em soluções aquosas. Além desta vantagem, esta
técnica de determinação também é relativamente de simples execução, altamente sensível e
permite determinar concentrações na faixa de mg L -1. Como desvantagem, pode-se considerar
a detecção possível apenas em uma pequena faixa de comprimento de onda, requer uma
calibração prévia, além de que o uso de instrumentos com design defeituoso pode resultar em
luz dispersa.

7
2.4.1 Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)

Dos métodos cromatográficos, a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) é um


dos métodos mais frequentemente utilizados na análise de fenóis. Nesse método, a separação
é baseada nas diferentes afinidades das moléculas pela fase estacionária e móvel. A HPLC
(high-performance liquid chromatography) permite a determinação simultânea de múltiplos
componentes, com alta sensibilidade e precisão. É amplamente utilizada no campo
farmacêutico, em compostos biológicos, compostos tóxicos, entre outros.

Seu funcionamento baseia-se no fato que os componentes misturados são separados,


formando-se duas fases, denominadas de fase estacionária e fase móvel. A fase estacionária é
um meio líquido ou solvente que colocado na coluna com o material de empacotamento,
permanece por um longo tempo em fase estacionária. Também, a fase móvel é o outro meio
que está continuamente sendo adicionado à coluna, misturando-se com a fase estacionária e
transportando os analitos do solvente.

Um exemplo de utilização é a pesquisa de Mateos et al. (2001), onde o fenol extraído


do óleo de oliva era analisado utilizando a técnica de extração em fase sólida e, em seguida, a
CLAE foi utilizada para a análise, demonstrando assim, esse método para identificação e
análise do fenol. Essa técnica forneceu uma estimativa quantitativa do fenol. Outro estudo de
destaque que utiliza o método CLAE para a determinação de fenol é o trabalho de Realini
(1981), que avaliou a quantidade de fenóis poluentes prioritários na água.

Esta técnica apresenta algumas vantagens e desvantagens. Entre as vantagens,


destacam-se a alta precisão e confiabilidade das análises, elevada sensibilidade, rapidez de
execução, resolução de alta qualidade e a automação do processo. Por outro lado, as
desvantagens incluem o alto custo dos equipamentos, sensibilidade a compostos específicos,
complexidade operacional, aumento da absorbância com o aumento do caminho óptico e a
necessidade de solventes e colunas de custos elevados. É importante considerar esses aspectos
ao selecionar a técnica de CLAE para análise de compostos.

8
2.4.2 Cromatografia gasosa (CG)

Introduzida por Martin e James (1952), a cromatografia gasosa em seu modelo


comercial foi desenvolvida em 1954 por Griffin e George, e nos anos posteriores, outras
empresas desenvolveram dispositivos de cromatografia gasosa.

A cromatografia é uma técnica de separação de um componente da fase móvel de uma


fase estacionária, sendo assim, a cromatografia gasosa consiste em uma fase estacionária de
grande proporção sólida e de uma fase móvel gasosa, onde, a separação é feita por meio do
processo de vaporização. Nessa técnica, a amostra analisada é vaporizada e se move com a
ajuda da fase móvel para que a fase estacionária sólida entre em equilíbrio com os solutos da
amostra e a separação possa ser realizada. A cromatografia gasosa pode ser usada para a
análise de amostras de sólidos, líquidos e de gases. Em seguida, a solução volátil usada para
os solutos é dissolvida.

Um dos estudos que se beneficiou da técnica de cromatografia gasosa foi a de


Moldoveanu (2007), onde se verifica a viabilidade da técnica de cromatografia gasosa
acoplada a espectrômetro de massa, versão melhorada da CG comum, com a técnica de
cromatografia líquida, para a detecção de fenol em fumaças de cigarro.

Esta técnica apresenta algumas vantagens e desvantagens. Como vantagens, pode-se


citar a sua capacidade de separar materiais orgânicos e inorgânicos, proporcionando
resultados altamente precisos e exatos. Além disso, a cromatografia gasosa é uma opção de
baixo custo, fácil de usar e confiável, e se destaca pela alta capacidade de resolução em
comparação com outras técnicas analíticas. No entanto, também há algumas desvantagens a
serem consideradas, como por exemplo o fato de que a amostra a ser analisada deve ser
termicamente estável para evitar a degradação térmica dos componentes, a necessidade de
cuidado ao injetar amostras gasosas e a limitação da técnica em somente suportar separação
de espécies voláteis. Apesar dessas limitações, a cromatografia gasosa continua sendo uma
ferramenta valiosa em diversas áreas da ciência e da indústria.

9
2.5 Método do Folin-Ciocalteu

Dentre os métodos espectrofotométricos mais utilizados para a determinação dos


fenóis totais destaca-se o método que usa o reagente de Folin-Ciocalteu, ambos com diversas
variações e adaptações, a fim de atender às necessidades metodológicas impostas pelo tipo de
amostra (Silva et al., 2022).

O reagente de Folin-Ciocalteu apresenta coloração amarelada, devido a presença de


óxidos de molibdênio (molibdênio VI) e tungstênio, onde o sua reação se baseia na redução
do ácido fosfomolíbdico (H3PMo12O40) e do ácido fosfotúngstico (H 3PW12O40) pelas hidroxilas
fenólicas, em meio alcalino com presença de sulfato de lítio (Li 2SO4), geralmente obtido com
uso de uma solução saturada de carbonato de sódio, o que resulta num complexo de coloração
azulada de molibdênio azul (Mo8O23) e tungstênio azul (W8O23), capaz de absorver entre 620 e
740 nm. Como representação da reação ocorrida, temos o exemplo da Figura 2, onde o ácido
gálico reage com o molibdênio VI levando à formação de molibdênio V.

Figura 2 - Representação da reação de Folin-Ciocalteu

Fonte - Zamora et al. (2011).

Vale ressaltar que a coloração final da reação será tanto mais azul quanto maior a
quantidade de substâncias redutoras ou substâncias fenólicas. Entretanto, este reagente
não é específico para grupos fenólicos, sofrendo interferências de outras substâncias
redutoras presentes na amostra, como exemplo do trabalho de Ikawa et al. (2003) que
utiliza do reagente de Folin-Ciocalteu para a detecção de certos compostos nitrogenados.
Sendo assim, deve-se levar em conta possíveis substâncias interferentes para a análise.

10
2.6 PhotoMetrix

Os contínuos avanços na tecnologia dos smartphones e sua ampla disponibilidade e


portabilidade despertaram um crescente interesse na utilização desses dispositivos para
aplicações analíticas. O principal objetivo é desenvolver métodos analíticos rápidos, simples e
de baixo custo, capazes de fornecer resultados imediatos.

Foram propostas várias estratégias analíticas que envolvem o uso de smartphones e de


aplicativos para a captura e processamento de imagens, com o objetivo de identificar e
quantificar uma ampla variedade de analitos em diferentes tipos de amostras. Como exemplo,
estudos realizados por Baumann et al. (2019) foi verificado a viabilidade do aplicativo
PhotoMetrix no monitoramento de flúor em amostras de água, no qual em seus resultados do
estudo foi verificado que os valores estatísticos obtidos foram satisfatórios; e nos estudos
realizados por Jesus e Guimarães (2018) no qual foi utilizado o mesmo aplicativo para a
determinação da concentração de proteínas na ordem de microgramas.

Alguns estudos anteriores também utilizaram o mesmo aplicativo para avaliar a


concentração de analitos em diferentes tempos. Por exemplo, o estudo de Nascimento (2021)
verificou a efetividade da metodologia empregada ao determinar a concentração de corantes
azo em tempos pré-estabelecidos durante a degradação dos corantes. Além disso, a pesquisa
de Almeida et al. (2022) avaliou a viabilidade do uso do aplicativo para monitorar a presença
de nitritos em linguiças de carne, e os resultados demonstraram alta compatibilidade com
dados espectrofotométricos, além de apresentar alta seletividade e sensibilidade do método
utilizado.

O aplicativo denominado PhotoMetrix, desenvolvido pelo grupo de pesquisa em


Quimiometria da UNISC, captura imagens através da câmera do dispositivo e analisa o seu
conteúdo através de modelos matemáticos univariados e multivariados como a regressão pelo
método dos mínimos quadrados parciais (PLS, do inglês, Partial Least Squares) e análise de
agrupamento hierárquico (HCA, do inglês, Hierarchical Cluster Analysis). (HELFER et al.,
2017)

11
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é avaliar a viabilidade do uso do método de determinação de


fenóis totais via reagente de Folin-Ciocalteu utilizando o aplicativo PhotoMetrix.

3.2 Objetivos Específicos

- Realizar uma revisão bibliográfica abrangente sobre fenóis, métodos de determinação


e aplicativos de smartphone utilizados em análises químicas.

- Comparar os resultados obtidos pelo método proposto com métodos de referência para
avaliar a precisão e exatidão do método desenvolvido.

- Realizar análises estatísticas para avaliar a correlação entre os resultados obtidos pelo
método proposto e os métodos de referência.

- Realizar uma análise crítica das vantagens e limitações do método proposto, bem
como discutir suas possíveis aplicações e perspectivas futuras.

12
4. METODOLOGIA
4.1 Determinação de fenóis totais

A metodologia empregada será a do método espectrofotométrico de determinação de


fenóis totais, descrita no Standard Methods for the examination of water and wastewater, no
qual foi utilizado um espectrofotômetro UV-Vis DR 6000 e um smartphone através do
aplicativo de processamento de imagens PhotoMetrix. Os reagentes utilizados foram o reativo
de Folin e Ciocalteu, solução tampão de carbonato tartarato 0,1 mol L -1. De acordo com o
procedimento descrito em APHA (2005), foi preparada uma curva de calibração com
diferentes concentrações de fenóis que variam entre 0,5 mg L-1 a 5,0 mg L-1.

Para uma maior amplitude de dados serão preparadas soluções de concentração que
variam entre 0,05 mg L-1 a 0,20 mg L-1. As soluções padrão de fenóis serão preparadas a partir
de uma solução estoque de 100 mg L-1 de fenol.

O preparo da solução tampão de carbonato tartarato consistiu em 5 g de carbonato de


sódio e 0,3 g de tartarato de sódio, onde foram transferidos para um balão volumétrico de 25
mL e completado com água destilada.

A elaboração da curva de calibração foi realizada pela adição de 0,5 mL da solução


padrão desejada, 50 μL da solução do reagente de Folin e Ciocalteu e 0,5 mL da solução
tampão de carbonato tartarato em tubos de ensaio, em seguida agitação e deixado em repouso
por 30 minutos.

A concentração de fenóis foi determinada utilizando um espectrofotômetro UV-Vis


medindo a absorbância no comprimento de onda de 700 nm. A elaboração da curva de
calibração foi realizada em triplicata.

Para avaliar o efeito da matriz foram utilizadas amostras de água de um arroio, de


forma a preparar as soluções fortificadas com ácido fênico. As amostras foram preparadas
com três diferentes concentrações, sendo elas de: 1,0 mg L -1, 2,0 mg L-1 e 4,0 mg L-1. Cada
amostra foi analisada em triplicatas. Estas concentrações foram preparadas a partir de três
soluções padrão de fenol, inicialmente com concentração de 100 mg L-1.

13
O Arroio Sem Denominação está localizado próximo ao cruzamento da Avenida José
Primor com a Rua Estéfano Kogus, no bairro de Uvaranas, na cidade de Ponta Grossa. O
método de coleta da água do arroio foi realizado utilizando um recipiente de Polietileno
Tereftalato previamente higienizado. Cautelosamente, um frasco esterilizado foi mergulhado
na corrente do arroio para garantir a representatividade da amostra nas condições específicas
do local e do momento. A água coletada foi acondicionada e armazenada em um ambiente
seco, bem ventilado e protegido da luz solar. É importante destacar que a amostra foi utilizada
no prazo máximo de 3 dias após a coleta, a fim de assegurar a integridade dos resultados
analíticos.

4.2 Uso do aplicativo PhotoMetrix

O aplicativo PhotoMetrix será utilizado em um smartphone Samsung (modelo Galaxy


A73) com sistema operacional Android e versão 13. As amostras da curva de calibração serão
analisadas após prévia determinação em espectrofotômetro, de forma a verificar a
confiabilidade dos resultados obtidos.

4.3 Validação da metodologia

No processo de validação de metodologias empregadas em ambos os métodos, seguiu-


se as diretrizes estabelecidas na Instrução Normativa DOQ-CGCRE-008 do Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). Os parâmetros de validação adotados
para ambas as metodologias de análise abrangem a avaliação da linearidade, a determinação
dos limites de detecção e quantificação, análise da repetibilidade, bem como fatores que
podem estar associados a matriz. Para a avaliação dos parâmetros de validação a partir dos
dados obtidos no espectrofotômetro, utilizamos uma planilha validadora desenvolvida com
base no trabalho de Ribeiro et al. Já no caso das análises conduzidas no PhotoMetrix, os
valores de validação foram diretamente extraídos do aplicativo e, posteriormente, processados
utilizando o software LibreOffice Calc.

14
A avaliação da linearidade realizou-se por meio do ajuste do método e da análise do
coeficiente de correlação (r2). A partir da regressão linear, foi obtida a equação da reta no
formato tradicional, na qual 'Y' representa a absorbância ou sinal, 'a' é o coeficiente angular,
'b' é o coeficiente linear, e 'X' indica a concentração em mg/L de fenol na amostra analisada
(Equação 1).

−1
Absorbância=a[ Ph](mg L )+b
( Absorbância−b )
[ Ph](mg L−1 )= (1)
a

Os limites de detecção (LD) e de quantificação (LQ) foram quantificados em ambas as


metodologias. Estes valores foram obtidos a partir dos parâmetros da curva analítica. Para
esse cálculo, empregou-se a planilha de validação proposta por Ribeiro et al. (2008), que
utiliza métodos matemáticos para determinar de forma precisa estes parâmetros de validação.

A precisão (ou repetibilidade) e o erro relativo foram determinados em concentrações


de fenol de 1,0, 2,0 e 4,0 mg/L, com três repetições em cada concentração. O desvio padrão
relativo, frequentemente referido como coeficiente de variação, foi utilizado para estimar a
repetibilidade e a precisão. Para o espectrofotômetro, utilizou-se a planilha de validação de
acordo com a metodologia de Ribeiro et al. (2008). No caso do PhotoMetrix, aplicou-se a
equação 2 para realizar essa análise.

−1
desvio padrão(mg L )
DPR (%)= ⋅100 (2)
média das concetrações(mg L−1 )

A avaliação do efeito da matriz, conforme estabelecido na RDC 166/2017,


desempenha um papel crucial na validação de métodos analíticos. Para entender esse efeito, é
necessário demonstrar a similaridade entre as retas de concentração versus resposta analítica,
ou seja, comparar as curvas de calibração geradas a partir de um padrão de referência (SQR)
com aquelas provenientes de amostras fortificadas com soluções-padrão. Esse procedimento é
definido nos artigos 29 e 30 da RDC 166, nos quais a análise do paralelismo entre as retas se
torna um método fundamental para avaliar interferências dos componentes da matriz na
análise do analito.

15
Entretanto, no caso do teste de paralelismo não fornecer informações conclusivas,
recorre-se então ao teste t de Student para duas amostras. Este teste é crucial para verificar se
as diferenças entre as médias de duas amostras são estatisticamente significativas. Utilizou-se
a Equação 3 para o cálculo do valor de t:

x̄1 − x¯2
t= (3)
1 1
Sx x ⋅ ( + )
n1 n2
1 2

Onde x̄ 1 e x̄ 2 são as médias das amostras, s2x e s2x são a variância das amostras (desvio
1 2

padrão) e n1 e n 2 são os tamanhos amostrais. O S x 1 x2 representa a estimativa da variância


populacional das duas amostras. Sua fórmula é dada pela Equação 4:

Sx x =
1 2

(n1 −1) s2x +(n2−1)s 2x
n 1 +n2−2
1 2
(4)

Os graus de liberdade, outra variável importante de se obter, representam o número de


observações independentes disponíveis para realizar uma inferência estatística. Em essência,
quanto maior o número de graus de liberdade, mais confiáveis e representativos são os
resultados do teste. Sua fórmula é dada pela Equação 5:

2 2
sx sx
( 1
+ 2
)
n1 n2
υ= 2 2 2 2
(5)
sx sx
( ) ( ) 1 2

n1 n2
+
n1−1 n2−1

Ao calcular t para cada concentração nas amostras analisadas, comparou-se esse valor
com o valor crítico da tabela de distribuição de t de Student para determinar se as diferenças
observadas eram estatisticamente significativas. Este procedimento é essencial para garantir a
confiabilidade dos resultados, especialmente em casos onde o efeito da matriz pode
desempenhar um papel significativo na precisão da análise.

16
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com o propósito de validar o uso do aplicativo PhotoMetrix na quantificação de fenol


em diversas amostras, realizou-se testes de validação nas metodologias, visto que, a validação
de métodos analíticos desempenha um papel crítico na pesquisa científica e na análise de
dados, garantindo a confiabilidade e a precisão das medições.

Sendo assim, nesta seção apresentarei os resultados da calibração do método de Folin-


Ciocauteu, conduzida em triplicatas, utilizando os dois instrumentos fotométricos diferentes:
o espectrofotômetro DR 6000 e a câmera de um smartphone, com o uso do aplicativo
PhotoMetrix.

5.1.1 Ensaios no Espectrofotômetro DR 6000

Os ensaios de calibração foram conduzidos utilizando o espectrofotômetro DR 6000,


um instrumento de espectrofotometria UV/VIS de última geração fabricado pela HACH. Este
espectrofotômetro é conhecido pela sua alta precisão e capacidade de leitura de comprimento
de onda variável, além de contar com uma velocidade de leitura de 900 nm/min (em etapas de
1 nm). O espectrofotômetro DR 6000 foi configurado com uma cubeta de quartzo de 10 mm e
operado no modo "Procurar Comprimento de Onda".

Com base nos dados de absorbância obtidos das soluções-padrão, uma curva de
calibração foi construída relacionando a absorbância obtida no comprimento de onda de 700
nm com as concentrações padronizadas.

As soluções padrão de fenol foram preparadas com diferentes concentrações para


cobrir uma ampla faixa de valores. Concentrações no intervalo de 0,05 a 0,2 mg L -1 foram
obtidas utilizando a solução padrão de fenol inicialmente com concentração de 10 mg L -1.
Para concentrações entre 0,5 e 5,0 mg L -1, a solução padrão de fenol com concentração inicial
de 100 mg L-1 foi empregada. Cada preparação de solução-padrão envolveu diluições
cuidadosamente calculadas e executadas. Essas soluções-padrão foram essenciais para a
construção das curvas de calibração e para a análise das amostras de fenol durante os ensaios.

17
Consequentemente, foram geradas seis curvas de calibração abrangendo as
concentrações de 0,50, 1,0, 2,0, 3,0, 4,0 e 5,0 mg L -1, juntamente com três curvas adicionais
para as concentrações de 0,05, 0,1, 0,15 e 0,20 mg L -1. Os resultados dessas curvas foram
representados graficamente, sendo construídas com o auxílio do software LibreOffice Calc,
no qual podem-se estar apresentadas na Figura 1.

Figura 1 - Curvas analítica de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,5 a 5,0 mg L -1 elaborada a
partir do valor de absorbância localizada no comprimento de onda de 700 nm, usando o espectrofotômetro DR
6000. As curvas de calibração correspondem às análises feitas em diferentes datas: 22 de junho ((a), (b) e (c)) e
23 de junho ((d), (e) e (f)).

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

18
Figura 2 - Curvas analítica de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,05 a 0,2 mg L -1 elaborada a
partir do valor de absorbância localizada no comprimento de onda de 700 nm. As curvas de calibração
correspondem às análises feitas no dia 6 de setembro de 2023 ((a), (b) e (c)).

(a) (b)

(c)

5.1.2 Linearidade

A linearidade, parâmetro fundamental na validação de métodos analíticos, representa a


capacidade de estabelecer uma relação direta entre resultados e concentrações do analito. A
avaliação rigorosa da linearidade envolve a análise de pelo menos cinco concentrações
distintas. Se uma relação linear aparente é observada nos gráficos, os resultados são
submetidos a métodos estatísticos para determinar o coeficiente de correlação (r 2), a
interseção com o eixo Y, o coeficiente angular e o desvio padrão relativo. Geralmente, é
estabelecido um critério mínimo de r2 ≥ 0,99, garantindo uma relação linear forte e confiável
na faixa de concentração analisada.

19
Além do ajuste da curva, é possível realizar a análise de regressão linear e criar um
gráfico de resíduos utilizando a planilha de validação desenvolvida por Ribeiro et al. (2008).
A planilha é configurada para determinar se uma regressão polinomial de segunda ordem ou
uma regressão linear é mais apropriada com base no valor de r 2, resultando em um ajuste mais
confiável da curva.

Avaliar o coeficiente de determinação (r 2) nas curvas de calibração é de suma


importância, uma vez que esse valor indica a qualidade do ajuste da curva e, por
consequência, a precisão do método analítico. De acordo com as diretrizes estabelecidas pela
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 166, de 24 de julho de 2017, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a linearidade de um método deve ser
demonstrada através da capacidade de obter respostas analíticas diretamente proporcionais à
concentração do analito em uma amostra, no qual deve-se possuir um coeficiente de
correlação (r) acima de 0,990.

O coeficiente de determinação (r 2) para a curva de calibração realizada pelo


espectrofotômetro DR 6000, no intervalo de concentração de 0,50 a 5,0 mg L -1 de fenol,
apresentou valor médio de 0,9383, enquanto isso, para a curva de calibração no intervalo de
concentração de 0,05 a 0,20 mg L -1 de fenol, a média para o coeficiente de determinação foi
de 0,9204. Notavelmente, os valores de coeficiente de correlação (r) para ambas as faixas de
concentração não satisfazem o requisito mínimo estabelecido pela ANVISA, que preconiza
um coeficiente de correlação superior a 0,990 para a avaliação da linearidade. No entanto, é
importante observar que as curvas analíticas 1(f) e 2(a) exibem valores aceitáveis, indicando,
portanto, a linearidade do método utilizado.

20
Tabela 3 – Dados dos coeficientes de determinação (r2) e coeficientes de correlação (r) obtidos pelas curva
analíticas, em adição ao calculo de seu valor médio.

No entanto, é importante ressaltar que um alto valor de r 2, indicando proximidade com


1, não garante, por si só, que a curva analítica seja apropriada. Em alguns casos, modelos de
calibração que resultam em altos resíduos no sinal da curva podem paradoxalmente fornecer
um coeficiente de correlação elevado, mesmo quando a função linear não reflete com precisão
o comportamento do sinal analítico, como por exemplo, dispersão e variação irregular nos
sinais analíticos. A análise do gráfico de resíduos oferece uma maneira de detectar anomalias
no ajuste da curva, incluindo falta de linearidade, pontos discrepantes, variação não uniforme
e correlação entre os erros.

Sendo assim, em relação aos dados das curvas analíticas (Figura 1 e 2), o gráfico de
resíduos revelou um padrão de baixa dispersão (Figura 3 e Figura 4). Esse comportamento é
indicativo de uma adequada linearidade e ajuste das curvas, sugerindo que o modelo
espectrofotométrico utilizado descreve eficazmente o comportamento dos sinais analíticos.

21
Figura 3 – Gráficos de resíduos correspondentes a curva analítica de fenol na faixa de concentração de fenol de
0,5 a 5,0 mg L-1 fornecida pela planilha de validação de Ribeiro et al. empregando os dados obtidos por
espectrofotômetro. Os gráficos de resíduos correspondem às curvas de calibração obtidas dos dias: 22 de junho
(a) e 23 de junho (b).
(a) (b)

Figura 4 – Gráficos de resíduos correspondentes a curva analítica de fenol na faixa de concentração de fenol de
0,05 a 0,2 mg L-1 fornecida pela planilha de validação de Ribeiro et al. empregando os dados obtidos por
espectrofotômetro. O gráfico de resíduos corresponde à curva de calibração obtida do dia 6 de setembro de 2023.

5.2.1 Ensaios no aplicativo PhotoMetrix

No contexto da avaliação do método alternativo de determinação de concentrações de


fenol utilizando o aplicativo PhotoMetrix, o aplicativo foi instalado em um smartphone. No
aplicativo, a leitura foi feita através do modo de calibração (Calibration), no formato de dados
de vetor RGB (Vector RGB), nas análises univariadas (Univariate Analysis).

22
A análise fotométrica foi realizada registrando a imagem de cada amostra em uma
tubo de ensaio, de forma que, a iluminação do local estava diretamente abaixo do local de
análise e também, com um fundo branco na área de captura da imagem (Figura 5).

Figura 5 – Esquema exemplificando a utilização do smartphone com o aplicativo PhotoMetrix, para a


determinação de fenol.

Seguindo a metodologia, foram geradas seis curvas de calibração abrangendo as


concentrações de 0,50, 1,0, 2,0, 3,0, 4,0 e 5,0 mg L -1, juntamente com três curvas adicionais
para as concentrações de 0,05, 0,1, 0,15 e 0,20 mg L -1. Os resultados dessas curvas foram
representados graficamente, sendo construídas com o auxílio do software LibreOffice Calc,
no qual podem-se estar apresentadas na Figura 2.

23
Figura 6 - Curvas analítica de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,5 a 5,0 mg L -1 elaborada a
partir do valor de sinal do vetor RGB fornecido pelo PhotoMetrix. As curvas de calibração correspondem às
análises feitas em diferentes datas: 29 de junho ((a), (b) e (c)), 6 de julho ((d), (e) e (f)).

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

24
Figura 7 - Curvas analítica de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,05 a 0,2 mg L -1 elaborada a
partir do valor de sinal do vetor RGB fornecido pelo PhotoMetrix. As curvas de calibração correspondem às
análises feitas no dia 6 de setembro de 2023 ((a), (b) e (c)).

(a) (b)

(c)

Em relação aos dados das curvas analíticas (Figura 6 e 7), o gráfico de resíduos
revelou um padrão de alta dispersão significativa (Figura 8 e Figura 9). Esse comportamento
sugere a presença de desafios na linearidade e no ajuste das curvas. Diversos fatores podem
ter contribuído para esse resultado, como por exemplo, erros experimentais e de metodologia,
efeitos de interferência, o erro na aferição do composto padrão ou na diluição da solução
padrão, ou até mesmo questões relativas à calibração dos instrumentos.

25
Figura 8 – Gráficos de resíduos correspondentes a curva analítica de fenol na faixa de concentração de fenol de
0,5 a 5,0 mg L-1 fornecida pela planilha de validação de Ribeiro et al. empregando os dados obtidos pelo
aplicativo PhotoMetrix. Os gráficos de resíduos correspondem às curvas de calibração obtidas dos dias: 29 de
junho (a) e 6 de julho (b).
(a) (b)

Figura 9 – Gráficos de resíduos correspondentes a curva analítica de fenol na faixa de concentração de fenol de
0,05 a 0,2 mg L-1 fornecida pela planilha de validação de Ribeiro et al. empregando os dados obtidos pelo
aplicativo PhotoMetrix. O gráfico de resíduos corresponde à curva de calibração obtida do dia 6 de setembro.

5.2.2 Linearidade

O coeficiente de determinação (r 2) para a curva de calibração realizada pelo


espectrofotômetro DR 6000, no intervalo de concentração de 0,50 a 5,0 mg L -1 de fenol,
apresentou valor médio de 0,7819, enquanto isso, para a curva de calibração no intervalo de
concentração de 0,05 a 0,20 mg L -1 de fenol, a média para o coeficiente de determinação foi
de 0,6169. Notavelmente, os valores de coeficiente de correlação (r) para ambas as faixas de
concentração não satisfazem o requisito mínimo estabelecido pela ANVISA, que preconiza
um coeficiente de correlação superior a 0,990 para a avaliação da linearidade. A Tabela 4
apresenta um resumo dos resultados, tornando-os facilmente acessíveis e compreensíveis:

26
Tabela 4 – Dados dos coeficientes de determinação (r2) e coeficientes de correlação (r) obtidos pelas curva
analíticas, em adição ao calculo de seu valor médio.

Ao analisar as medidas estatísticas dos coeficientes de determinação obtidos, fica


evidente que os valores de r2 são mais consistentes no método espectrofotométrico em
comparação com o método que utiliza o aplicativo PhotoMetrix. Essa observação não é
surpreendente, uma vez que o espectrofotômetro é projetado especificamente para análises, o
que naturalmente resulta em uma maior linearidade em comparação com o método não
convencional empregado.

Analisando as equações da reta obtidas em cada curva analítica, pode-se concluir que
não houve nenhuma irregularidade, conforme propõe a Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) nº 166, de 24 de julho de 2017, da ANVISA, que o coeficiente angular ser
significativamente diferente de zero foi atendido.

Comparando as linearidades do método espectrofotométrico com o aplicativo


PhotoMetrix, observou-se uma variação nos valores de coeficiente de correlação (r 2),
abrangendo um intervalo de 0,56 a 0,91 na faixa de concentração de 0,5 a 5,0 mg/L, e de 0,44
a 0,85 na faixa de concentração de 0,05 a 0,2 mg/L, para o método utilizando o aplicativo,
enquanto para o espectrofotométrico teve um intervalo de 0,85 a 0,98 na faixa de
concentração de 0,5 a 5,0 mg/L, e de 0,78 a 0,99 na faixa de concentração de 0,05 a 0,2 mg/L.

27
Importante relembrar que a repetibilidade dos dados envolvendo o PhotoMetrix não
alcançou os resultados desejados, devido a sua elevada dispersão, como visto nas Figuras 8 e
9, no qual este resultado pode ser atribuído a diversas variáveis que impactam na qualidade
das imagens e, por consequência, nos parâmetros avaliados.

Fatores como o ângulo da câmera em relação à amostra, a iluminação, o contraste com


o fundo da imagem e a distância entre a câmera e a amostra foram ajustados em um ambiente
controlado durante a captura das imagens pelo aplicativo. Esses ajustes são essenciais para
garantir a confiabilidade dos resultados, uma vez que influenciam diretamente na qualidade
das imagens e, por conseguinte, nas medições analíticas.

5.2.3 Limite de detecção e de quantificação

A Tabela 5 apresenta os valores dos limites de detecção (LD) e limites de


quantificação (LQ) referentes as duas metodologias utilizadas, utilizando a planilha de
validação conforme proposta por Ribeiro et al. (2008).

Tabela 5 – Parâmetros de validação das metodologias envolvendo o espectrofotômetro e o PhotoMetrix para a


determinação de fenol

28
A primeira vista, em ambos os casos os valores de LD e LQ foram considerados altos.
Analisando os valores de LD e LQ com coeficiente de determinação (r 2) maior que 0,999
(99,9%), com exceção ao espectrofotômetro que demonstrou valores de 3,73 mg L -1 (LD) e
3,93 mg L-1 (LQ), todos os demais valores extrapolaram a faixa de detecção, ou seja,
demonstram não ser adequados a trabalhar com essa faixa de concentração (0,5 a 5,0 mg L -1).
Sendo assim, devido ao r2 ser inferior a condição estabelecida pelo LD (0,999), já se era
esperado um resultado não adequado. Entretanto, se verificarmos os valores de LD e LQ com
coeficiente de determinação (r2) maior que 0,95 (95,0%), com exceção ao PhotoMetrix, na
faixa de concentração de 0,05 a 0,2 mg L -1, que demonstrou um valor de 5,34 mg L -1, todos os
demais valores demonstraram estar na faixa de detecção.

Comparando as duas faixas de detecção, verifica-se que na faixa de concentração de


0,05 a 0,2 mg L-1 , para em ambos os métodos, foram obtidos valores de LD e LQ superiores
aos valores da faixa de trabalho (com exceção ao limite de detecção do método
espectrofotométrico), sendo assim, pode-se concluir que o método analítico nesta faixa não é
sensível o suficiente para detectar ou quantificar concentrações de analito em amostras que se
encontram dentro dessa faixa.

Pode-se concluir também que ambos os valores de LDs e LQs, utilizando como
exemplo, os referentes ao coeficiente de determinação (r 2) maior que 0,95 (95,0%),
expressaram-se elevados, porém não muito distintos, de forma que, o LD médio para o
espectrofotômetro foi de 3,17 mg L -1 e para o PhotoMetrix foi 3,41 mg L -1, como também, o
LQ médio para o espectrofotômetro foi de 4,82 mg L-1 e para o PhotoMetrix foi 5,19 mg L-1.

5.2.4 Repetibilidade

A Tabela 6 exibe os resultados da análise de repetibilidade para os métodos


empregados. Essa validação foi realizada ao comparar as absorbâncias obtidas em triplicata
em diferentes dias, ou seja, de curvas analíticas distintas. Assim, ao considerar os valores do
desvio padrão relativo (DPR), pudemos avaliar a consistência dos parâmetros obtidos em dias
não consecutivos de análise.

29
Tabela 6 - Parâmetros de validação para a repetibilidade das metodologias envolvendo o espectrofotômetro (a) e
o PhotoMetrix (b) para a determinação de fenol.
(a)

(b)

Antecipadamente verifica-se que os valores de DPR do método espectrofotométrico


mostram-se inferiores ao do aplicativo PhotoMetrix, isso já esperado, devido às características
da estrutura óptica do equipamento espectrofotométrico e às condições controladas de análise,
que reduzem a dispersão dos resultados.

30
É importante notar que, em ambos os métodos, os maiores desvios padrão relativos
(DPR) foram observados na concentração de 0,5 mg/L, atingindo 107,7% para o
espectrofotômetro e 111,7% para o PhotoMetrix, respectivamente.

No guia de validação do INMETRO, é demonstrado valores de DPR, no qual são


considerados o critério de aceitação para a repetibilidade, critério este sugerido pela
Association of Official Analytical Chemists (AOAC), de forma que este valor corresponde a
uma determinada porcentagem de analito. Para as faixas de concentração deste trabalho, as
porcentagens de analito seriam na faixa de 0,1 a 1 % (ressaltando-se que foi utilizado água
ultra pura, d = 1,0 kg m-3), correspondendo a um DPR de 2,7 a 3,7 %. Sendo assim, pode-se
concluir que não houve uma repetibilidade adequada em ambos os métodos empregados, nas
condições estabelecidas, pois todos os valores de DPR obtidos foram superiores a 5%. Isso
indica um desvio padrão relativo elevado, o que significa que os resultados obtidos em
diferentes dias de análise variaram consideravelmente.

De maneira geral, a avaliação dos parâmetros de validação, incluindo linearidade,


limites de detecção (LD) e quantificação (LQ), além da repetitividade, indicou que o método
espectrofotométrico supera o aplicativo PhotoMetrix em vários aspectos. No entanto, é
importante ressaltar que ainda existem oportunidades para explorar o potencial do método
fotométrico em diferentes condições, envolvendo uma ampla variedade de testes. Além disso,
é fundamental buscar maneiras de aprimorar a medição e estabelecer uma padronização no
ambiente de análise do aplicativo, considerando fatores como iluminação, posicionamento da
câmera e outras variáveis que possam influenciar os resultados.

5.3 Determinação de fenol em amostras de água

Nesta seção, apresento os resultados das analises das amostras de água não pura,
coletadas de um arroio, no qual houve a fortificação com fenol (ácido fênico cristal PA), no
qual foram aplicados o método de Folin-Ciocauteu, conduzida em triplicatas, utilizando dois
instrumentos fotométricos diferentes: o espectrofotômetro DR 6000 e o aplicativo de
smartphone PhotoMetrix.

31
5.3.1 Ensaios no Espectrofotômetro DR 6000

Os ensaios das amostras foram conduzidos utilizando o espectrofotômetro DR 6000,


um instrumento de espectrofotometria UV/VIS. O espectrofotômetro DR 6000 foi
configurado com uma cubeta de quartzo de 10 mm e operado no modo "Procurar
Comprimento de Onda".

Com base nos dados de absorbância obtidos das amostras de água fortificada com
fenol, nas concentrações pré estabelecidas, os dados foram analisados no comprimento de
onda de 700 nm, conforme esta disposto na metodologia empregada.

Com os valores de absorbância obtidos, estes foram aplicados na equação da reta da


curva de calibração de maior confiabilidade (Curva analítica (f) da Figura 1) e foram obtidos
os valores de concentração de fenol. Com os valores de concentração de fenol, calculou-se a
exatidão dos valores obtidos em referência a concentração das soluções preparadas (Tabela 7).

32
Tabela 7 – Valores de absorbância e concentrações de fenol das amostras de água obtidos na analise
espectrofotométrica de fenol pelo espectrofotômetro DR 6000, em adição aos cálculos de média, desvio padrão,
desvio padrão relativo e erro relativo.

Analisando os parâmetros obtidos por esta tabela, verifica-se que o valor de DPR é
referente ao desvio das triplicatas, além disso, o erro relativo é referente ao valor teórico da
solução preparada.

Os valores de desvio padrão relativo (DPR) obtidos estão abaixo de 20,6%, entretanto
muito elevados, o que indica variações substanciais entre as triplicatas. Relembrando que,
pelo INMETRO o DPR aceitável da faixa de 0,1 a 1 % um valor de 2,7 a 3,7 %. Portanto, é
possível concluir que as discrepâncias nos dados obtidos na determinação espectrofotométrica
podem ser atribuídas a erros experimentais durante a preparação de cada réplica.

33
Além disso, os valores de erro relativo variam entre 0,13% e 111%, indicando
variações significativas, tanto em análises individuais quanto no contexto geral. Procurando
possíveis explicações, observa-se que os maiores erros estão associados aos experimentos
realizados na amostra 1, no qual sugere-se a presença de algum problema na preparação dessa
amostra, como possíveis falhas na transferência de massa ou pipetagem, que podem ter
influenciado as variações nos resultados. Além disso, uma questão a ser discutida é a natureza
hidrofílica dos cristais de fenol, que podem ter absorvido umidade significativa devido às
condições ambientais locais durante a realização do experimento.

Para uma apresentação mais clara dos dados, as médias das triplicatas foram
calculadas e usadas para criar as curvas analíticas correspondentes a cada amostra. Os
resultados estão resumidos na Tabela 8.

Tabela 8 – Valores de concentrações de fenol das amostras de água obtidos na analise espectrofotométrica de
fenol pelo espectrofotômetro DR 6000, em adição aos cálculos de média, desvio padrão, desvio padrão relativo e
erro relativo.

5.3.1.2 Efeito da matriz

A amostra de água coletada foi obtida em um dia chuvoso, quando a matriz da água
estava sujeita a uma grande quantidade de interferentes. Portanto, era de se esperar que um
erro relativo significativo ocorresse, especialmente ao ser comparado com um valor de
concentração teórico. Logo, uma análise mais profunda sobre a matriz irá ser discutida mais a
seguir.

34
A RDC 166/2017 enfatiza a necessidade de considerar o efeito da matriz em matrizes
complexas. Para isso, é vital demonstrar que as curvas de calibração com o padrão de
referência e amostras fortificadas são paralelas, indicando interferência na análise do analito.

Os valores obtidos a partir da curva de melhor linearidade (Figura 1.f) foram plotados
junto com os dados das amostras (Tabela 8) e estão representados na Figura 10, para
subsequente teste de paralelismo.

Figura 10 - Curvas analítica de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,5 a 5,0 mg L -1 em adição as
curvas analíticas das amostras na faixa de concentração de 1,0 a 4,0 mg L -1, obtidas pela análise utilizando-se do
espectrofotômetro DR 6000. As curvas de calibração correspondem às análises feitas em diferentes amostras: 1
(a), 2 (b), e 3 (c) .
(a) (b)

(c)

O teste de paralelismo realizado conforme as diretrizes da RDC 166/2017 revelou


resultados significativos. Ao comparar a curva de calibração de referência (Figura 1.f) e a
curva analítica da solução amostra fortificada, notou-se que elas eram parcialmente paralelas,
a exemplo dos coeficientes angulares da curva (b), onde a curva de referência expressou um
valor de 0,01921 e a curva com as amostras um valor de 0,02005, desta forma, a alta

35
semelhança nas inclinações da reta é um indicio de que ha a ausência de interferência na
matriz, no que diz respeito á analise envolvendo o método espectrofotométrico.

Posteriormente, escolheu-se conduzir o teste t de Student utilizando os dados das


curvas analíticas. Cada absorbância foi testada, formando assim pares de valores que incluíam
dados de absorbância da amostra de água e da curva de calibração (Figura 1),
respectivamente. Como por exemplo, a absorbância média da amostra na concentração de 1,0
mg L-1 resultou num valor de 0,043, enquanto que a absorbância média da curva de calibração
resultou num valor de 0,023, logo, o teste t verificaria se as diferenças na matriz foram
significativas. Os resultados calculados para as variáveis, assim como os valores de t obtidos,
são apresentados na Tabela 9.

Tabela 9 – Resultados do Teste t de Student para comparação das absorbâncias das curvas analíticas de fenol
com as absorbâncias das curvas analíticas de cada amostra de água fortificada com fenol.

Os valores da variável t na Tabela 9 variam de 0,6602 a 0,0296. Ao comparar esses


valores com o limite estatístico de 2,920, obtido a partir do valor tabelado para o grau de
liberdade 2 e um nível de significância de 5%, verifica-se que os valores obtidos da amostra 1
e 3 estão abaixo dessa margem. Entretanto, o teste para a amostra 2 demonstrou um valor
negativo, isto porque a média da absorbância do padrão de referência foi maior que a média
da absorbância das triplicatas da amostra, logo, o efeito da matriz para este caso resultou em
expressar uma concentração maior de fenol para este caso, sendo que, uma forma de explicar
este resultado seria a aferição de massa superior ao valor calculado, no preparo da amostra
fortificada. Assim, conclui-se que na maioria dos casos, o efeito da matriz não foi
estatisticamente significativo.

36
5.3.2 Ensaios no aplicativo PhotoMetrix

Conforme a metodologia, foram obtidos os valores de concentração abrangendo as


concentrações de 1,0, 2,0, e 4,0 mg L-1, suas consecutivas triplicas, de cada uma das três
soluções iniciais. O aplicativo não fornecia os valores de sinais absolutos, ou seja, era
necessário aplicar em uma curva de calibração pré estabelecia, sendo assim, optou-se pela
curva analítica (e), demonstrado na Figura 6. Os resultados das concentrações foram
fornecidas na Tabela 10.

Os valores de desvio padrão relativo (DPR) obtidos estão abaixo de 103,2%, ou seja,
muito elevados, o que indica novamente as variações substanciais entre as triplicatas, além é
claro, das demais características do método utilizado, como a alta variância dos valores, já
verificados nos testes de linearidade. Portanto, é possível concluir que as discrepâncias nos
dados obtidos na determinação espectrofotométrica podem ser atribuídas a erros
experimentais durante a preparação de cada réplica, assim como no método utilizando o
espectrofotômetro.

Além disso, os valores de erro relativo variam entre 8,65% e 431%, indicando
variações significativas, tanto em análises individuais quanto no contexto geral. Procurando
possíveis explicações, observa-se que há erros superiores a 100 % em todas as amostras, e em
pelo menos uma das triplicatas, desta maneira, pode-se atribuir novamente os erros citados
anteriormente, como também o fato associado ao efeito da matriz.

37
Tabela 10- Valores de absorbância e concentrações de fenol das amostras de água obtidos na analise
espectrofotométrica de fenol pelo aplicativo PhotoMetrix.

Para uma apresentação mais clara dos dados, as médias das triplicatas foram
calculadas e usadas para criar as curvas analíticas correspondentes a cada amostra. Os
resultados estão resumidos na Tabela 11.

38
Tabela 11 – Valores de concentrações de fenol das amostras de água obtidos na analise espectrofotométrica de
fenol pelo aplicativo PhotoMetrix, em adição aos cálculos de média, desvio padrão, desvio padrão relativo e erro
relativo.

5.3.2.2 Efeito da matriz

A amostra de água utilizada foi a mesma em que foi realizada a metodologia


espectrofotométrica, ou seja, esta foi obtida da coleta em um dia chuvoso, quando a matriz da
água estava sujeita a uma grande quantidade de interferentes. Portanto, era de se esperar que
um erro relativo significativo ocorresse, especialmente ao ser comparado com um valor de
concentração teórico. Logo, uma análise mais profunda sobre a matriz irá ser discutida mais a
seguir.

Os valores de concentração calculados para as concentrações 1,0, 2,0 e 4,0 mg L -1


obtidos a partir da curva de melhor linearidade (Figura 2.b) foram plotados junto com os
dados de concentração das amostras (Tabela 10) e estão representados na Figura 10, para
subsequente teste de paralelismo.

39
Figura 11 - Curvas analítica fictícia de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,5 a 5,0 mg L -1 ,
elaborada pelo calculo das concentrações obtidas pela equação da reta na curva analítica da Figura 2b,em adição
as curvas analíticas das amostras na faixa de concentração de 1,0 a 4,0 mg L -1, obtidas pela análise utilizando-se
do aplicativo PhotoMetrix. As curvas de calibração correspondem às análises feitas em diferentes amostras: 1
(a), 2 (b), e 3 (c) .
(a) (b)

(c)

Ao comparar os valores de concentração obtidas pela curva analítica obtida pelo


calculo das absorbâncias na equação da reta da Figura 2b e a curva analítica da solução
amostra fortificada, notou-se que elas eram parcialmente paralelas, a exemplo dos coeficientes
angulares da curva (c), onde a curva de referência expressou um valor de 1,0000 e a curva
com as amostras um valor de 1,0871, desta forma, a alta semelhança nas inclinações da reta é
um indicio de que ha a ausência de interferência na matriz, no que diz respeito á analise
envolvendo o método espectrofotométrico.

40
Posteriormente, escolheu-se conduzir o teste t de Student utilizando os dados das
curvas analíticas. Cada concentração foi testada, formando assim pares de valores que
incluíam dados da concentração da amostra de água e da curva de calibração (calculadas a
partir da equação da reta Figura 1f), respectivamente. Como por exemplo, a concentração
média da amostra na concentração de 1,0 mg L -1 resultou num valor de 1,930 mg L-1, enquanto
que a concentração média da curva de calibração, calculada a partir dos valores de
absorbância aplicadas na equação da reta da curva analítica da Figura 1.f, resultou num valor
de 1,500 mg L-1, logo, o teste t verificaria se as diferenças na matriz foram significativas. Os
resultados calculados para as variáveis, assim como os valores de t obtidos, são apresentados
na Tabela 12.

Tabela 12 – Resultados do Teste t de Student para comparação das concentrações das curvas analíticas de fenol
com as concentrações das curvas analíticas de cada amostra de água fortificada com fenol.

Os valores da variável t na Tabela 12 variam de 0,4462 a 6,3234. Ao comparar esses


valores com o limite estatístico de 2,353, obtido a partir do valor tabelado para o grau de
liberdade 3 e um nível de significância de 5%, verifica-se que todos os valores estão acima
dessa margem, com exceção aos resultados obtidos pela amostra 2. Assim, conclui-se que,
neste caso, o efeito da matriz também não foi estatisticamente significativo.

41
Os resultados da experimentação com amostras de água fortificadas revelam
diferenças substanciais ao comparar as duas metodologias. A aplicação do aplicativo
PhotoMetrix resultou em valores de concentração notavelmente mais elevados para as
amostras (dados vermelhos, na Figura 11) em comparação com o método espectrofotométrico
utilizando o espectrofotômetro DR 6000 (Figura 10). Além disso, os resultados do teste t de
Student nas amostras, determinadas pelo método do PhotoMetrix, indicaram que a influência
do efeito da matriz foi predominantemente significativa. Conclui-se, portanto, que a matriz
interferiu de maneira considerável no PhotoMetrix, um fenômeno não observado pelo método
espectrofotométrico.

Este desvio nos resultados pode ser atribuído a diversos fatores, sendo um deles a
turbidez da água coletada, indicativa da presença de compostos orgânicos em suspensão. A
presença desses compostos pode alterar a leitura do método, interferindo nas análises
espectrofotométricas e potencialmente resultando em superestimação das concentrações de
fenol. Além disso, outros fatores como variações nas condições climáticas no momento da
coleta, presença de substâncias dissolvidas na água e características específicas da amostra
também podem contribuir para as disparidades observadas.

42
6. CONCLUSÃO

A análise das medidas estatísticas dos coeficientes de determinação evidenciou uma


diferença significativa entre as duas metodologias. Era esperado que o espectrofotômetro, um
equipamento desenvolvido especificamente para análises, apresentasse uma maior linearidade
em comparação com o método não convencional do aplicativo PhotoMetrix.

Contudo, apenas o método espectrofotométrico se mostrou adequado para a


determinação e quantificação de fenol em amostras. Para resultados mais confiáveis, a
quantificação de fenol em solução deve ser realizada em concentrações superiores a 9,24
mg/L quando se utiliza o PhotoMetrix, e acima de 0,10 mg/L quando se emprega o
espectrofotômetro. A Resolução CONAMA 357/2005 estabelece limites máximos permitidos
para fenóis totais em corpos d'água, variando de 0,003 mg/L para águas doces classe 1 até
1,00 mg/L para águas doces classe 4 e 60 μg/L para águas salinas. Além disso, o artigo 34º,
parágrafo 5º, estipula os padrões máximos de lançamento de efluentes, onde a quantidade de
fenóis totais é limitada a 0,5 mg/L. Portanto, com base nos resultados obtidos, a metodologia
de determinação de fenol pelo PhotoMetrix não se mostrou viável para atender a esses
padrões e normas.

Essa conclusão enfatiza a limitação do método PhotoMetrix nas condições testadas e


destaca a importância do uso adequado de instrumentos na determinação de fenol em
amostras de água em conformidade com os regulamentos ambientais.

43
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria


colegiada- RDC Nº 166, de 24 de julho de 2017. Disponível em:
<https://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/2721567/RDC_166_2017_COMP.pdf/
d5fb92b3-6c6b-4130-8670-4e3263763401>. Acessado em: 6 de novembro de 2023.

ALMEIDA, G.A. et al. An Alternative and Fast Method of Nitrite Determination in Meat
Sausages Using the PhotoMetrix® Smartphone Applicative for Digitized Image
Processing. Open Access Library Journal, v. 9, p. 1-10, 2022.

APHA. American Public Health Association. Standard Methods: for the examination of
water and wastewater. 21 2005.

ARFIN, T., SONAWANE, K., & TARANNUM, A. (2019). Review on Detection of Phenol
in Water. Advanced Materials Letters, 10(11), 753-785.

BABICH, H.; DAVIS, D. L. Phenol: a review of environmental and health risks. Regul
Toxicol Pharmacol, v. 1, n. 1, p. 90-109, 1981.

BÖCK, Fernanda Carla et al. PhotoMetrix and colorimetric image analysis using
smartphones. Journal of chemometrics, v. 34, n. 12, p. e3251, 2020.

BOX, J. D. (1983). Investigation of the Folin-Ciocalteu Phenol Reagent for the


Determination of Polyphenolic Substances in Natural Waters. Water Research, 17, 511-
522.

44
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 518, de 25 de março de 2004. Estabelece os
procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 26 mar. 2004. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/portaria_518_2004.pdf. Acesso em: 19 maio
2023.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 357, de 17 de março de


2005. Estabelece a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e
dá outras providências. Brasília, DF, 2005.

CRC Handbook of chemistry and physics (CRC handbook). Edited by R.C. WEST, M.J.
ASTLE, W.H. BEYER. CRC Press, Inc. Boca Raton, Florida, 1985.

HARRIS, Daniel C. Química Analítica Quantitativa. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010.

HELFER, G. A. et al. PhotoMetrix: An Application for Univariate Calibration and


Principal Components Analysis Using Colorimetry on Mobile Devices. Journal of the
Brazilian Chemical Society, v. 28, p. 328-335, 2017. ISSN 0103-5053.

IKAWA, M.; SCHAPER, T. D.; DOLLARD, C. A.; SASNER, J. J. Utilization of Folin-


Ciocalteu phenol reagent for the detection of certain nitrogen compounds. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 51, n. 7, p. 1811-1815, 2003.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE


INDUSTRIAL. DOQ-CGCRE-008 Rev.05 – Orientação sobre validação de métodos
analíticos. Agosto de 2016. Acesso em: 24 de outubro de 2023.

45
JESUS, Jemmyson Romário de; GUIMARÃES, Ivanilce Cristina; ARRUDA, Marco Aurélio
Zezzi. Quantifying proteins at microgram levels integrating gel electrophoresis and
smartphone technology. Journal of Proteomics, v. 198, p. 45-49, 2019. ISSN 1874-3919.
Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jprot.2018.12.002. Acesso em: 19 de maio de 2023.

MATEOS, R.; ESPARTERO, J. L.; TRUJILLO, M.; RÍOS, J. J.; LEÓN-CAMACHO, M.;
ALCUDIA, F.; CERT, A. Determination of phenols, flavones, and lignans in virgin olive
oils by solid-phase extraction and high-performance liquid chromatography with diode
array ultraviolet detection. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 49, n. 5, p. 2185-
2192, maio 2001.

MOLDOVEANU, S. C.; KISER, M. Gas chromatography/mass spectrometry versus


liquid chromatography/fluorescence detection in the analysis of phenols in mainstream
cigarette smoke. Journal of Chromatography A, v. 1141, n. 1, p. 90-97, 2007. ISSN 0021-
9673. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.chroma.2006.11.100.

NASCIMENTO, L. Fotodegradação do alaranjado de metila acompanhada pelo


aplicativo PhotoMetrix. TCC (Graduação em Quimica) - Universidade Federal de Santa
Catarina. Centro de Ciências Físicas e Matemáticas. Florianópolis, p. 37. 2021.

RAMOS, R. L., MOREIRA, V. R., LEBRON, Y. A. R., SANTOS, A. V., SANTOS, L. V. S.,
& AMARAL, M. C. S. (2021). Phenolic compounds seasonal occurrence and risk
assessment in surface and treated waters in Minas Gerais—Brazil. Environmental
Pollution, Volume 268, Part A, 115782. ISSN 0269-7491. Recuperado de
https://doi.org/10.1016/j.envpol.2020.115782.

REALINI, P. A. Determination of Priority Pollutant Phenols in Water by HPLC. Journal


of Chromatographic Science, v. 19, n. 3, p. 124–129, mar. 1981.

RIBEIRO, F. A. L.; FERREIRA, M. M. C.; MORANO, S. C.; SILVA, L. R.; SCHNEIDER,


R. P. Planilha de validação: uma nova ferramenta para estimar Figuras de mérito na
validação de métodos analíticos univariados. Química Nova, 2008, 31, 164.

46
ROCHA, G. O.; VASCONCELOS, M. A. Fenol e compostos fenólicos em águas:
toxicidade, análise e remoção. Revista Virtual de Química, [S.l.], v. 10, n. 2, p. 638-651,
2018. Disponível em: http://www.uff.br/rvq/index.php/rvq/article/view/1036/1007. Acesso
em: 08 mai. 2023.

SANTOS, Rafael Rocha Rodrigues dos. Sistema de fiscalização da Agência Nacional de


Águas. 2013. vi, 32 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Gestão do
Agronegócio) — Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

SILVA, A. S. L. da; SILVA, A. de J.; LATIF, A. L. O.; SANTOS JÚNIOR, A. de F.;


BENEVIDES, C. M. de J. Use of analytical methodologies for the determination of
phenolic compounds in food in Brazil: advances and weaknesses. Research, Society and
Development, [S. l.], v. 11, n. 2, p. e1311225193, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i2.25193.
Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/25193. Acesso em: 19 maio.
2023.

SOLOMONS, T.W. Graham; FRYHLE, Craig B.; SNYDER, Scott A. Organic Chemistry.
12. ed. John Wiley & Sons, 2016.

ZAMORA, Sandro de. Determinação da capacidade antirradicalar de produtos naturais


utilizando-se a quimiluminescência do luminol e ensaios fotométricos com radicais
estáveis. 2011. 93 f. Dissertação (Mestrado em química) – Instituto de Química da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

47

Você também pode gostar