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Ponta Grossa - PR
2023
ELIAS LUIZ MEIRA
Ponta Grossa - PR
2023
Dedico este trabalho a minha família, em
especial ao meu pai e minha mãe, no qual
me incentivaram e deram apoio a minha
pessoa.
AGRADECIMENTOS
The pressing need to monitor and regulate the presence of phenols, potential toxic
industrial byproducts, is essential to prevent damage to both aquatic life and human health.
The accurate determination of phenols plays a central role in maintaining environmental
integrity and safeguarding public health. Among the most widely used methods, the Folin-
Ciocalteu method stands out, utilizing the colorimetric property of a molybdenum complex
with phenol, enabling spectrophotometric analysis. In this context, this work explored the
potential of the PhotoMetrix app, accessible and functional on smartphones, as an innovative
alternative for the determination of phenol in water samples. This approach aims not only to
develop new technologies but also to enhance the quality of life in underserved and hard-to-
reach regions, while contributing to reliable water quality analysis. The results obtained
revealed average R2 values of 0.782, detection and quantification limits of 6.42 and 6.85 mg
L-1, respectively, and relative standard deviations (RSD) below 51.2%. The experiments
conducted did not achieve satisfactory results due to the significant influence of systematic
errors, such as incorrect weighing, and operational errors of the app, such as sensitivity to
factors like camera adjustment and lighting conditions."
1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………………………….. 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA…………………………………………………………………………….. 3
2.1. Fenol e riscos à saúde…………………………………………………………………………… 4
2.2. Resolução CONAMA…………………………………………………………………………… 4
2.3. Composto fenol…………………………………………………..……………………………… 5
2.4. Determinação de fenóis totais……………………...…………………………………………... 7
2.4.1. Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)…………………………………….. 8
2.4.2. Cromatografia gasosa (CG)…………………………………………………………... 9
2.7. Método do Folin-Ciocalteu……………………...……………………………………………… 10
2.8. PhotoMetrix…………………………...………………………………………………………… 11
3. OBJETIVOS……………………………….……………………………………………………………….. 12
3.1. Objetivo geral…………………………………………………………………………………… 12
3.2. Objetivos específicos………………………….………………………………………………… 12
4. METODOLOGIA…………………………………………………………………………………………... 13
4.1. Determinação de fenóis…………………………………….…………………………………… 13
4.2. Uso do aplicativo PhotoMetrix……………………….………………………………………… 13
4.3. Validação da metodologia……………………………….……………………………………… 13
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO…………………………………………….……………………………... 17
5.1. Ensaios no Espectrofotômetro DR 6000……………;;…………….………………………….. 17
5.1.1. Linearidade…………………………………...………………………………………. 19
5.2. Ensaios no aplicativo PhotoMetrix………………..…………………………………………… 22
5.2.1. Linearidade………………………………………...…………………………………. 26
5.2.2. Limite de detecção e de quantificação………………….…………………………….. 28
5.2.3. Repetibilidade…….………………………………………...………………………… 29
5.3. Determinação de fenol em amostras de água…………………………………………………. 31
5.3.1. Ensaios no Espectrofotômetro DR 6000………...……………………………………. 32
5.3.1.2 Efeito da matriz……………………………………………………………. 34
5.3.2 Ensaios no aplicativo PhotoMetrix………………...………………………………….. 37
5.3.2.2 Efeito da matriz……………………………………………………………. 39
6. CONCLUSÃO………………………………………………………………………………………………. 43
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………...…………………………….. 44
0
1. INTRODUÇÃO
O fenol, um subproduto industrial, pode causar danos à vida aquática e apresenta certa
toxicidade para humanos. Monitorar e regular a concentração de fenóis é essencial para
prevenir a contaminação ambiental, isto porque estudos destacam a presença desses
compostos em corpos hídricos mesmo após tratamento convencional, reforçando a
necessidade de medidas preventivas e regulatórias.
1
Existem vários métodos analíticos disponíveis para a determinação de fenóis, como a
cromatografia gasosa (CG), cromatografia líquida (CL), espectroscopia UV-visível e
colorimetria. A espectroscopia UV-Vis é uma técnica não destrutiva e não invasiva que
permite a detecção de fenóis em soluções aquosas. Entretanto, como forma de inovação, o uso
de smartphones e aplicativos analíticos têm despertado interesse na obtenção de métodos
rápidos, simples e de baixo custo.
Dada a importância do fenol e do seu controle nas redes fluviais e no meio ambiente,
este projeto abordará um método rápido e acessível para a determinação de fenóis em água.
Um método de determinação acessível garante qualidade de vida e segurança em relação à
confiabilidade da água para o consumo humano. Portanto, o objetivo deste projeto é auxiliar e
apresentar uma nova forma espectroscópica de determinação de fenol, visando garantir a
qualidade da água para consumo humano.
Uma nova forma de método colorimétrico mais acessível pode atuar como incentivo
para o desenvolvimento de novas tecnologias e melhorias na qualidade de vida de pessoas em
regiões menos favorecidas e de difícil acesso, além de contribuir para a análise confiável da
qualidade da água.
2
Este projeto possui uma grande relevância para minha formação acadêmica na área da
Química, pois permite aprofundar meus conhecimentos sobre a determinação de fenóis em
água, aplicando conceitos teóricos e práticos adquiridos ao longo do curso. As disciplinas de
Química Analítica e Química Ambiental têm um papel fundamental nesse contexto,
fornecendo bases sólidas para compreender os princípios e técnicas envolvidas na análise de
compostos fenólicos em amostras aquosas. Além disso, a interdisciplinaridade se faz presente
ao explorar aspectos relacionados à qualidade de vida, preservação ambiental e
desenvolvimento de tecnologias acessíveis. Portanto, esse projeto contribui não apenas para o
meu crescimento profissional, mas também para a aplicação prática dos conhecimentos
adquiridos durante minha formação como químico.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Fenol e riscos à saúde
3
Na União Europeia, a Diretiva 2008/105/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 16 de dezembro de 2008, tem como objetivo principal proteger e preservar os recursos
hídricos, definindo limites máximos permitidos para substâncias poluentes presentes na água.
Em específico ao fenol, esta diretiva não possui nenhum limite para este, entretanto, para o
nonilfenol, octilfenol, pentaclorofenol existem valores estabelecidos, como mostra a Tabela 1.
4
A Resolução CONAMA 357/2005 estabelece o limite máximo permitido de fenóis
totais em corpos d'água, que é de 0,003 mg L-1 para águas doces classe 1, 0,01 mg L-1 para
águas doces classe 3, 1,00 mg L -1 para águas doces classe 4 e 60 μg L -1 para águas salinas.
Também, no artigo 34o, parágrafo 5o, consta os valores máximos de padrões de lançamentos
de efluentes, sendo que para a quantidade de fenóis totais é de 0,5 mg L -1, valor este também
acordado para a Resolução CONAMA Nº 430 de 2011.
2.3 Fenol
O fenol foi isolado pela primeira vez em sua forma bruta no século XVIII, sendo que
em sua forma pura foi obtida por volta no 1834, e sua estrutura foi formulada em 1842. Seu
primeiro fim ao qual foi produzido, foi utilizado como antisséptico, no início da década de
1860. No século XIX, o uso do fenol na indústria teve o seu início e atualmente sua utilização
é na indústria de resinas e plásticos, indústria farmacêutica e de produtos químicos.
5
Em sua estrutura química, os fenóis possuem um grupo hidroxila ligado diretamente
ao anel benzênico. Sendo assim, fenol é geralmente o nome específico do hidroxibenzeno e o
nome genérico da família de compostos derivados do hidroxibenzeno. A estrutura do fenol é
representada na Figura 1.
Este composto exibe propriedades físicas e químicas significativas que devem ser
consideradas para compreender sua aplicação e comportamento em diversas situações. A
seguir, destacam-se algumas das principais propriedades físicas e químicas do fenol na Tabela
2:
6
2.4 Determinação de fenóis totais
A espectroscopia UV-Vis é um método não destrutivo e não invasivo que pode ser
usado para determinar a presença de fenóis em soluções aquosas. Além desta vantagem, esta
técnica de determinação também é relativamente de simples execução, altamente sensível e
permite determinar concentrações na faixa de mg L -1. Como desvantagem, pode-se considerar
a detecção possível apenas em uma pequena faixa de comprimento de onda, requer uma
calibração prévia, além de que o uso de instrumentos com design defeituoso pode resultar em
luz dispersa.
7
2.4.1 Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)
8
2.4.2 Cromatografia gasosa (CG)
9
2.5 Método do Folin-Ciocalteu
Vale ressaltar que a coloração final da reação será tanto mais azul quanto maior a
quantidade de substâncias redutoras ou substâncias fenólicas. Entretanto, este reagente
não é específico para grupos fenólicos, sofrendo interferências de outras substâncias
redutoras presentes na amostra, como exemplo do trabalho de Ikawa et al. (2003) que
utiliza do reagente de Folin-Ciocalteu para a detecção de certos compostos nitrogenados.
Sendo assim, deve-se levar em conta possíveis substâncias interferentes para a análise.
10
2.6 PhotoMetrix
11
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
- Comparar os resultados obtidos pelo método proposto com métodos de referência para
avaliar a precisão e exatidão do método desenvolvido.
- Realizar análises estatísticas para avaliar a correlação entre os resultados obtidos pelo
método proposto e os métodos de referência.
- Realizar uma análise crítica das vantagens e limitações do método proposto, bem
como discutir suas possíveis aplicações e perspectivas futuras.
12
4. METODOLOGIA
4.1 Determinação de fenóis totais
Para uma maior amplitude de dados serão preparadas soluções de concentração que
variam entre 0,05 mg L-1 a 0,20 mg L-1. As soluções padrão de fenóis serão preparadas a partir
de uma solução estoque de 100 mg L-1 de fenol.
13
O Arroio Sem Denominação está localizado próximo ao cruzamento da Avenida José
Primor com a Rua Estéfano Kogus, no bairro de Uvaranas, na cidade de Ponta Grossa. O
método de coleta da água do arroio foi realizado utilizando um recipiente de Polietileno
Tereftalato previamente higienizado. Cautelosamente, um frasco esterilizado foi mergulhado
na corrente do arroio para garantir a representatividade da amostra nas condições específicas
do local e do momento. A água coletada foi acondicionada e armazenada em um ambiente
seco, bem ventilado e protegido da luz solar. É importante destacar que a amostra foi utilizada
no prazo máximo de 3 dias após a coleta, a fim de assegurar a integridade dos resultados
analíticos.
14
A avaliação da linearidade realizou-se por meio do ajuste do método e da análise do
coeficiente de correlação (r2). A partir da regressão linear, foi obtida a equação da reta no
formato tradicional, na qual 'Y' representa a absorbância ou sinal, 'a' é o coeficiente angular,
'b' é o coeficiente linear, e 'X' indica a concentração em mg/L de fenol na amostra analisada
(Equação 1).
−1
Absorbância=a[ Ph](mg L )+b
( Absorbância−b )
[ Ph](mg L−1 )= (1)
a
−1
desvio padrão(mg L )
DPR (%)= ⋅100 (2)
média das concetrações(mg L−1 )
15
Entretanto, no caso do teste de paralelismo não fornecer informações conclusivas,
recorre-se então ao teste t de Student para duas amostras. Este teste é crucial para verificar se
as diferenças entre as médias de duas amostras são estatisticamente significativas. Utilizou-se
a Equação 3 para o cálculo do valor de t:
x̄1 − x¯2
t= (3)
1 1
Sx x ⋅ ( + )
n1 n2
1 2
√
Onde x̄ 1 e x̄ 2 são as médias das amostras, s2x e s2x são a variância das amostras (desvio
1 2
Sx x =
1 2
√
(n1 −1) s2x +(n2−1)s 2x
n 1 +n2−2
1 2
(4)
2 2
sx sx
( 1
+ 2
)
n1 n2
υ= 2 2 2 2
(5)
sx sx
( ) ( ) 1 2
n1 n2
+
n1−1 n2−1
Ao calcular t para cada concentração nas amostras analisadas, comparou-se esse valor
com o valor crítico da tabela de distribuição de t de Student para determinar se as diferenças
observadas eram estatisticamente significativas. Este procedimento é essencial para garantir a
confiabilidade dos resultados, especialmente em casos onde o efeito da matriz pode
desempenhar um papel significativo na precisão da análise.
16
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base nos dados de absorbância obtidos das soluções-padrão, uma curva de
calibração foi construída relacionando a absorbância obtida no comprimento de onda de 700
nm com as concentrações padronizadas.
17
Consequentemente, foram geradas seis curvas de calibração abrangendo as
concentrações de 0,50, 1,0, 2,0, 3,0, 4,0 e 5,0 mg L -1, juntamente com três curvas adicionais
para as concentrações de 0,05, 0,1, 0,15 e 0,20 mg L -1. Os resultados dessas curvas foram
representados graficamente, sendo construídas com o auxílio do software LibreOffice Calc,
no qual podem-se estar apresentadas na Figura 1.
Figura 1 - Curvas analítica de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,5 a 5,0 mg L -1 elaborada a
partir do valor de absorbância localizada no comprimento de onda de 700 nm, usando o espectrofotômetro DR
6000. As curvas de calibração correspondem às análises feitas em diferentes datas: 22 de junho ((a), (b) e (c)) e
23 de junho ((d), (e) e (f)).
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
18
Figura 2 - Curvas analítica de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,05 a 0,2 mg L -1 elaborada a
partir do valor de absorbância localizada no comprimento de onda de 700 nm. As curvas de calibração
correspondem às análises feitas no dia 6 de setembro de 2023 ((a), (b) e (c)).
(a) (b)
(c)
5.1.2 Linearidade
19
Além do ajuste da curva, é possível realizar a análise de regressão linear e criar um
gráfico de resíduos utilizando a planilha de validação desenvolvida por Ribeiro et al. (2008).
A planilha é configurada para determinar se uma regressão polinomial de segunda ordem ou
uma regressão linear é mais apropriada com base no valor de r 2, resultando em um ajuste mais
confiável da curva.
20
Tabela 3 – Dados dos coeficientes de determinação (r2) e coeficientes de correlação (r) obtidos pelas curva
analíticas, em adição ao calculo de seu valor médio.
Sendo assim, em relação aos dados das curvas analíticas (Figura 1 e 2), o gráfico de
resíduos revelou um padrão de baixa dispersão (Figura 3 e Figura 4). Esse comportamento é
indicativo de uma adequada linearidade e ajuste das curvas, sugerindo que o modelo
espectrofotométrico utilizado descreve eficazmente o comportamento dos sinais analíticos.
21
Figura 3 – Gráficos de resíduos correspondentes a curva analítica de fenol na faixa de concentração de fenol de
0,5 a 5,0 mg L-1 fornecida pela planilha de validação de Ribeiro et al. empregando os dados obtidos por
espectrofotômetro. Os gráficos de resíduos correspondem às curvas de calibração obtidas dos dias: 22 de junho
(a) e 23 de junho (b).
(a) (b)
Figura 4 – Gráficos de resíduos correspondentes a curva analítica de fenol na faixa de concentração de fenol de
0,05 a 0,2 mg L-1 fornecida pela planilha de validação de Ribeiro et al. empregando os dados obtidos por
espectrofotômetro. O gráfico de resíduos corresponde à curva de calibração obtida do dia 6 de setembro de 2023.
22
A análise fotométrica foi realizada registrando a imagem de cada amostra em uma
tubo de ensaio, de forma que, a iluminação do local estava diretamente abaixo do local de
análise e também, com um fundo branco na área de captura da imagem (Figura 5).
23
Figura 6 - Curvas analítica de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,5 a 5,0 mg L -1 elaborada a
partir do valor de sinal do vetor RGB fornecido pelo PhotoMetrix. As curvas de calibração correspondem às
análises feitas em diferentes datas: 29 de junho ((a), (b) e (c)), 6 de julho ((d), (e) e (f)).
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
24
Figura 7 - Curvas analítica de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,05 a 0,2 mg L -1 elaborada a
partir do valor de sinal do vetor RGB fornecido pelo PhotoMetrix. As curvas de calibração correspondem às
análises feitas no dia 6 de setembro de 2023 ((a), (b) e (c)).
(a) (b)
(c)
Em relação aos dados das curvas analíticas (Figura 6 e 7), o gráfico de resíduos
revelou um padrão de alta dispersão significativa (Figura 8 e Figura 9). Esse comportamento
sugere a presença de desafios na linearidade e no ajuste das curvas. Diversos fatores podem
ter contribuído para esse resultado, como por exemplo, erros experimentais e de metodologia,
efeitos de interferência, o erro na aferição do composto padrão ou na diluição da solução
padrão, ou até mesmo questões relativas à calibração dos instrumentos.
25
Figura 8 – Gráficos de resíduos correspondentes a curva analítica de fenol na faixa de concentração de fenol de
0,5 a 5,0 mg L-1 fornecida pela planilha de validação de Ribeiro et al. empregando os dados obtidos pelo
aplicativo PhotoMetrix. Os gráficos de resíduos correspondem às curvas de calibração obtidas dos dias: 29 de
junho (a) e 6 de julho (b).
(a) (b)
Figura 9 – Gráficos de resíduos correspondentes a curva analítica de fenol na faixa de concentração de fenol de
0,05 a 0,2 mg L-1 fornecida pela planilha de validação de Ribeiro et al. empregando os dados obtidos pelo
aplicativo PhotoMetrix. O gráfico de resíduos corresponde à curva de calibração obtida do dia 6 de setembro.
5.2.2 Linearidade
26
Tabela 4 – Dados dos coeficientes de determinação (r2) e coeficientes de correlação (r) obtidos pelas curva
analíticas, em adição ao calculo de seu valor médio.
Analisando as equações da reta obtidas em cada curva analítica, pode-se concluir que
não houve nenhuma irregularidade, conforme propõe a Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) nº 166, de 24 de julho de 2017, da ANVISA, que o coeficiente angular ser
significativamente diferente de zero foi atendido.
27
Importante relembrar que a repetibilidade dos dados envolvendo o PhotoMetrix não
alcançou os resultados desejados, devido a sua elevada dispersão, como visto nas Figuras 8 e
9, no qual este resultado pode ser atribuído a diversas variáveis que impactam na qualidade
das imagens e, por consequência, nos parâmetros avaliados.
28
A primeira vista, em ambos os casos os valores de LD e LQ foram considerados altos.
Analisando os valores de LD e LQ com coeficiente de determinação (r 2) maior que 0,999
(99,9%), com exceção ao espectrofotômetro que demonstrou valores de 3,73 mg L -1 (LD) e
3,93 mg L-1 (LQ), todos os demais valores extrapolaram a faixa de detecção, ou seja,
demonstram não ser adequados a trabalhar com essa faixa de concentração (0,5 a 5,0 mg L -1).
Sendo assim, devido ao r2 ser inferior a condição estabelecida pelo LD (0,999), já se era
esperado um resultado não adequado. Entretanto, se verificarmos os valores de LD e LQ com
coeficiente de determinação (r2) maior que 0,95 (95,0%), com exceção ao PhotoMetrix, na
faixa de concentração de 0,05 a 0,2 mg L -1, que demonstrou um valor de 5,34 mg L -1, todos os
demais valores demonstraram estar na faixa de detecção.
Pode-se concluir também que ambos os valores de LDs e LQs, utilizando como
exemplo, os referentes ao coeficiente de determinação (r 2) maior que 0,95 (95,0%),
expressaram-se elevados, porém não muito distintos, de forma que, o LD médio para o
espectrofotômetro foi de 3,17 mg L -1 e para o PhotoMetrix foi 3,41 mg L -1, como também, o
LQ médio para o espectrofotômetro foi de 4,82 mg L-1 e para o PhotoMetrix foi 5,19 mg L-1.
5.2.4 Repetibilidade
29
Tabela 6 - Parâmetros de validação para a repetibilidade das metodologias envolvendo o espectrofotômetro (a) e
o PhotoMetrix (b) para a determinação de fenol.
(a)
(b)
30
É importante notar que, em ambos os métodos, os maiores desvios padrão relativos
(DPR) foram observados na concentração de 0,5 mg/L, atingindo 107,7% para o
espectrofotômetro e 111,7% para o PhotoMetrix, respectivamente.
Nesta seção, apresento os resultados das analises das amostras de água não pura,
coletadas de um arroio, no qual houve a fortificação com fenol (ácido fênico cristal PA), no
qual foram aplicados o método de Folin-Ciocauteu, conduzida em triplicatas, utilizando dois
instrumentos fotométricos diferentes: o espectrofotômetro DR 6000 e o aplicativo de
smartphone PhotoMetrix.
31
5.3.1 Ensaios no Espectrofotômetro DR 6000
Com base nos dados de absorbância obtidos das amostras de água fortificada com
fenol, nas concentrações pré estabelecidas, os dados foram analisados no comprimento de
onda de 700 nm, conforme esta disposto na metodologia empregada.
32
Tabela 7 – Valores de absorbância e concentrações de fenol das amostras de água obtidos na analise
espectrofotométrica de fenol pelo espectrofotômetro DR 6000, em adição aos cálculos de média, desvio padrão,
desvio padrão relativo e erro relativo.
Analisando os parâmetros obtidos por esta tabela, verifica-se que o valor de DPR é
referente ao desvio das triplicatas, além disso, o erro relativo é referente ao valor teórico da
solução preparada.
Os valores de desvio padrão relativo (DPR) obtidos estão abaixo de 20,6%, entretanto
muito elevados, o que indica variações substanciais entre as triplicatas. Relembrando que,
pelo INMETRO o DPR aceitável da faixa de 0,1 a 1 % um valor de 2,7 a 3,7 %. Portanto, é
possível concluir que as discrepâncias nos dados obtidos na determinação espectrofotométrica
podem ser atribuídas a erros experimentais durante a preparação de cada réplica.
33
Além disso, os valores de erro relativo variam entre 0,13% e 111%, indicando
variações significativas, tanto em análises individuais quanto no contexto geral. Procurando
possíveis explicações, observa-se que os maiores erros estão associados aos experimentos
realizados na amostra 1, no qual sugere-se a presença de algum problema na preparação dessa
amostra, como possíveis falhas na transferência de massa ou pipetagem, que podem ter
influenciado as variações nos resultados. Além disso, uma questão a ser discutida é a natureza
hidrofílica dos cristais de fenol, que podem ter absorvido umidade significativa devido às
condições ambientais locais durante a realização do experimento.
Para uma apresentação mais clara dos dados, as médias das triplicatas foram
calculadas e usadas para criar as curvas analíticas correspondentes a cada amostra. Os
resultados estão resumidos na Tabela 8.
Tabela 8 – Valores de concentrações de fenol das amostras de água obtidos na analise espectrofotométrica de
fenol pelo espectrofotômetro DR 6000, em adição aos cálculos de média, desvio padrão, desvio padrão relativo e
erro relativo.
A amostra de água coletada foi obtida em um dia chuvoso, quando a matriz da água
estava sujeita a uma grande quantidade de interferentes. Portanto, era de se esperar que um
erro relativo significativo ocorresse, especialmente ao ser comparado com um valor de
concentração teórico. Logo, uma análise mais profunda sobre a matriz irá ser discutida mais a
seguir.
34
A RDC 166/2017 enfatiza a necessidade de considerar o efeito da matriz em matrizes
complexas. Para isso, é vital demonstrar que as curvas de calibração com o padrão de
referência e amostras fortificadas são paralelas, indicando interferência na análise do analito.
Os valores obtidos a partir da curva de melhor linearidade (Figura 1.f) foram plotados
junto com os dados das amostras (Tabela 8) e estão representados na Figura 10, para
subsequente teste de paralelismo.
Figura 10 - Curvas analítica de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,5 a 5,0 mg L -1 em adição as
curvas analíticas das amostras na faixa de concentração de 1,0 a 4,0 mg L -1, obtidas pela análise utilizando-se do
espectrofotômetro DR 6000. As curvas de calibração correspondem às análises feitas em diferentes amostras: 1
(a), 2 (b), e 3 (c) .
(a) (b)
(c)
35
semelhança nas inclinações da reta é um indicio de que ha a ausência de interferência na
matriz, no que diz respeito á analise envolvendo o método espectrofotométrico.
Tabela 9 – Resultados do Teste t de Student para comparação das absorbâncias das curvas analíticas de fenol
com as absorbâncias das curvas analíticas de cada amostra de água fortificada com fenol.
36
5.3.2 Ensaios no aplicativo PhotoMetrix
Os valores de desvio padrão relativo (DPR) obtidos estão abaixo de 103,2%, ou seja,
muito elevados, o que indica novamente as variações substanciais entre as triplicatas, além é
claro, das demais características do método utilizado, como a alta variância dos valores, já
verificados nos testes de linearidade. Portanto, é possível concluir que as discrepâncias nos
dados obtidos na determinação espectrofotométrica podem ser atribuídas a erros
experimentais durante a preparação de cada réplica, assim como no método utilizando o
espectrofotômetro.
Além disso, os valores de erro relativo variam entre 8,65% e 431%, indicando
variações significativas, tanto em análises individuais quanto no contexto geral. Procurando
possíveis explicações, observa-se que há erros superiores a 100 % em todas as amostras, e em
pelo menos uma das triplicatas, desta maneira, pode-se atribuir novamente os erros citados
anteriormente, como também o fato associado ao efeito da matriz.
37
Tabela 10- Valores de absorbância e concentrações de fenol das amostras de água obtidos na analise
espectrofotométrica de fenol pelo aplicativo PhotoMetrix.
Para uma apresentação mais clara dos dados, as médias das triplicatas foram
calculadas e usadas para criar as curvas analíticas correspondentes a cada amostra. Os
resultados estão resumidos na Tabela 11.
38
Tabela 11 – Valores de concentrações de fenol das amostras de água obtidos na analise espectrofotométrica de
fenol pelo aplicativo PhotoMetrix, em adição aos cálculos de média, desvio padrão, desvio padrão relativo e erro
relativo.
39
Figura 11 - Curvas analítica fictícia de fenóis totais na faixa de concentração de fenol de 0,5 a 5,0 mg L -1 ,
elaborada pelo calculo das concentrações obtidas pela equação da reta na curva analítica da Figura 2b,em adição
as curvas analíticas das amostras na faixa de concentração de 1,0 a 4,0 mg L -1, obtidas pela análise utilizando-se
do aplicativo PhotoMetrix. As curvas de calibração correspondem às análises feitas em diferentes amostras: 1
(a), 2 (b), e 3 (c) .
(a) (b)
(c)
40
Posteriormente, escolheu-se conduzir o teste t de Student utilizando os dados das
curvas analíticas. Cada concentração foi testada, formando assim pares de valores que
incluíam dados da concentração da amostra de água e da curva de calibração (calculadas a
partir da equação da reta Figura 1f), respectivamente. Como por exemplo, a concentração
média da amostra na concentração de 1,0 mg L -1 resultou num valor de 1,930 mg L-1, enquanto
que a concentração média da curva de calibração, calculada a partir dos valores de
absorbância aplicadas na equação da reta da curva analítica da Figura 1.f, resultou num valor
de 1,500 mg L-1, logo, o teste t verificaria se as diferenças na matriz foram significativas. Os
resultados calculados para as variáveis, assim como os valores de t obtidos, são apresentados
na Tabela 12.
Tabela 12 – Resultados do Teste t de Student para comparação das concentrações das curvas analíticas de fenol
com as concentrações das curvas analíticas de cada amostra de água fortificada com fenol.
41
Os resultados da experimentação com amostras de água fortificadas revelam
diferenças substanciais ao comparar as duas metodologias. A aplicação do aplicativo
PhotoMetrix resultou em valores de concentração notavelmente mais elevados para as
amostras (dados vermelhos, na Figura 11) em comparação com o método espectrofotométrico
utilizando o espectrofotômetro DR 6000 (Figura 10). Além disso, os resultados do teste t de
Student nas amostras, determinadas pelo método do PhotoMetrix, indicaram que a influência
do efeito da matriz foi predominantemente significativa. Conclui-se, portanto, que a matriz
interferiu de maneira considerável no PhotoMetrix, um fenômeno não observado pelo método
espectrofotométrico.
Este desvio nos resultados pode ser atribuído a diversos fatores, sendo um deles a
turbidez da água coletada, indicativa da presença de compostos orgânicos em suspensão. A
presença desses compostos pode alterar a leitura do método, interferindo nas análises
espectrofotométricas e potencialmente resultando em superestimação das concentrações de
fenol. Além disso, outros fatores como variações nas condições climáticas no momento da
coleta, presença de substâncias dissolvidas na água e características específicas da amostra
também podem contribuir para as disparidades observadas.
42
6. CONCLUSÃO
43
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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