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Noções de Geologia

Pós-Graduação Lato Sensu em


BIOCIÊNCIAS FORENSES

Cássio Thyone Almeida de Rosa


1
Geologia

É a ciência que busca o


conhecimento da origem,
composição e evolução da
Terra.

2
Geologia
Geologia é a ciência natural que, através das
ciências exatas e básicas (Matemática, Física e
Química) e de todas as suas ferramentas,
investiga o meio natural do planeta, interagindo
inclusive com a Biologia em vários aspectos.
Geologia e Biologia são as ciências naturais
que permitem conhecer o nosso habitat e, por
conseqüência, agir de modo responsável nas
atividades humanas de ocupar, utilizar e
controlar os materiais e os fenômenos naturais.

3
Objetivos da Geologia
• Estudo das características do interior e da
superfície da Terra, em várias escalas;
• Compreensão dos processos físicos, químicos e
físico-químicos que levaram o planeta a ser tal
como o observamos;
• Definição da maneira adequada (não destrutiva)
de utilizar os materiais e fenômenos geológicos
como fonte de matéria prima e energia para
melhoria da qualidade de vida da sociedade;

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Objetivos da Geologia

• Resolução de problemas ambientas causados


anteriormente e estabelecimento de critérios
para evitar danos futuros ao meio ambiente, nas
várias atividades humanas;
• Valorização da relação entre o ser humano e a
Natureza.

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Estrutura da Terra
 Aproximadamente
esférica → rotação →
forma elipsoidal
(achatada aos pólos);
 Forma real → Geóide
(forma muito irregular,
ondulada,
matematicamente
complexa).

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Estrutura da Terra

Representação gráfica das ondulações do Geóide

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Estrutura da Terra
• Diâmetro de aproximadamente
12.700 km:
→Diam. eq = 12.756,8km
→Diam. pólos = 12.713,8km
→raio médio = 6.371km
• Massa de aproximadamente
5,98 x 1021 toneladas

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Estrutura Interna da Terra
• O planeta Terra é constituído por diversos
ambientes, alguns dos quais permitem acesso
direto como a atmosfera, a hidrosfera, a biosfera
e a superfície da parte rochosa;
• A maior parte do interior da Terra é inacessível
às observações diretas, de modo que para
conhecer sua constituição interna, é necessário
recorrer a métodos indiretos de investigação,
são eles:
1. Sismologia;
2. Comparação com Meteoritos.

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Estrutura Interna da Terra
• Constituída por uma
série de camadas
concêntricas de
constituição física
(modelo dinâmico) e
química (modelo
estático) distintas,
com cada camada
possuindo uma
condutividade
diferente
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Estrutura interna da
Terra: o modelo
clássico de primeira
ordem, em camadas
concêntricas, obtido
a partir das
velocidades das
ondas sísmicas.
Mantêm-se as
divisões na devida
escala, exceto para
as crostas e a zona
de baixa velocidade.

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Estrutura Interna da Terra
• A Terra é constituída com base em CRITÉRIOS
QUÍMICOS em 3 camadas: crosta terrestre,
manto e núcleo
• Crosta Terrestre: É a camada mais externa da
Terra (parte superior da Litosfera), com uma
espessura variável de 5 a 80 Km, conforme a
posição geográfica.
A crosta é constituída principalmente por
basalto e granito, é fisicamente menos rígida e
mais fria do que o manto e o núcleo.

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Estrutura Interna da Terra
• A crosta terrestre é subdivida em:
Crosta Continental:
Crosta Oceânica:

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Estrutura Interna da Terra
A crosta continental é composta de rochas
sedimentares, ígneas e rochas metamórficas,
tendo espessura média entre 30 a 80km nas
regiões tectonicamente estáveis (crátons), e
entre 60 a 80km nas cadeias montanhosas como
os Himalaias e os Andes.
Constituída principalmente por granito (consti-
tuição félsica) com minerais de sílica e alumínio
(SIAL).

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Estrutura Interna da Terra
A crosta oceânica, devido ao processo de
expansão do assoalho oceânico e da
subducção de placas, é relativamente muito
nova, mais densa, menos espessa e mais jovem
que a continental. Normalmente é formada por
uma camada homogênea de rochas
basálticas.
Constituída principalmente por basalto
(constituição máfica) com minerais de sílica e
magnésio (SIMA).
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Estrutura Interna da Terra
• Manto: é a porção mais volumosa (80%)
de todas as geosferas.
Divide-se em Manto Superior e Manto
Inferior. É composto por substâncias ricas
em ferro e magnésio. Também apresenta
características físicas diferentes da crosta.
O material de que é composto o manto
pode apresentar-se no estado sólido ou
como uma pasta viscosa, em virtude das
pressões elevadas.
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Estrutura Interna da Terra
• Este material magmático que está sempre em
movimentação forma as correntes convectivas,
que podem ser ascendentes (do manto para a
crosta) e descendentes (da crosta para o manto),
que resultam das diferenças de temperatura
entre as camadas internas da Terra e por sua
vez influem nos deslocamentos das placas
tectônicas e nos agentes internos do relevo
(tectonismo, vulcanismo e abalos sísmicos).

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Estrutura Interna da Terra
• Núcleo: É a parte interna mais densa e
quente (4 a 5000ºC) da Terra com
pressões altíssimas (cerca de 3 milhões
de vezes maior que ao nível do mar);
Apresenta duas divisões: núcleo externo,
em estado fluido, e núcleo interno, em
estado sólido. Ambos são formados por
níquel e ferro, além de oxigênio junto com
enxofre.

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Estrutura Interna da Terra
A Terra pode também ser subdividida com
base em CRITÉRIOS FÍSICOS da
seguinte forma:
• Litosfera: Camada mais externa da Terra,
de comportamento rígido. Inclui a crosta
terrestre e parte superior do manto, até
aproximadamente 100 km de profun-
didade.

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Estrutura Interna da Terra
• Astenosfera: Camada situada logo abaixo da
litosfera, que se encontra parcialmente fundida
e apresenta comportamento plástico. Estende-
se de 100 a 250 km de profundidade
aproximadamente, estando totalmente situada
no interior do manto;
• Mesosfera: Camada rígida de temperaturas e
pressões muito elevadas que compreende o
restante do manto, estendendo-se do limite
inferior da astenosfera ao limite manto núcleo.
20
Estrutura Interna da Terra

• Endosfera: Camada composta pelo


núcleo externo e interno, essencialmente
constituída de ferro e pouco níquel.
Correspondendo, aproximadamente, a 1/3
da massa da Terra.

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Estrutura Interna da Terra

22
Tipos de ondas sísmicas

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Mineralogia
• Minerais: são elementos ou compostos
químicos com composição definida dentro
de certos limites, cristalizados e formados
naturalmente por meio de processos
geológicos inorgânicos, na Terra ou em
corpos extraterrestres;
Com base nessa definição excluem-se por
exemplo: mercúrio nativo, opala e
calcedônia, pérola, limonita e âmbar.
(Seriam mineralóides).
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Um mineral é
composto por um
arranjo ordenado de
átomos
quimicamente
ligados entre si para
formar uma estrutura
cristalina particular.

São constituintes básicos das rochas


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Identificação dos Minerais
• É realizada por meios físicos, químicos e
cristalográficos.
→ Meio físico: tradicional, mais rápido,
baixo custo;
→ Meio químico: custo mais alto, serve
para obter informações mais detalhadas;
→ Meio cristalográfico: são de maior
precisão e confiabilidade.

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Identificação dos Minerais
Meios físicos:
• Cor;
• Traço;
• Brilho;
• Transparência;
• Densidade;
• Dureza;
• Clivagem, partição, fratura;
• Hábito Cristalino.

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Cor

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Cor do Traço

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Cor do Traço

30
Dureza

31
Dureza

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Propriedades físicas dos
minerais
• HÁBITO CRISTALINO: forma geométrica
externa, habitual, exibida pelos cristais dos
minerais, que reflete a sua estrutura cristalina;

(a) cubo de pirita, de cor amarela e brilho metálico (c) cristal de diamante bruto
(b) fibras de gipsita (d) cristal de diamante polido
• TRANSPARÊNCIA ou DIAFANEIDADE: é a
propriedade de um mineral permitir que a luz
atravesse completamente (transparente),
parcialmente (translúcido) ou não o atravesse
(opaco);

(a) Cristal de quartzo, transparente;


(b) Quartzo translúcido, variedade leitosa.
• CLIVAGEM: propriedade de um mineral em
dividir-se em planos paralelos a uma face
possível do cristal (ex: com uma direção
(micas); segundo três direções (galena);
• FRATURA: é a maneira como se rompe um
mineral quando não o faz ao longo de
superfícies de clivagem ou de partição;

(a) Fratura conchoidal do quartzo; (b) Cristal de calcita – três clivagens perfeitas, em
padrão romboedral.
Petrologia
A Petrologia é a ciência que estuda a
constituição, textura, origem e classificação das
rochas.
Rochas são agregados naturais formados por
uma ou mais espécies de minerais. A crosta
terrestre é constituída essencialmente de
rochas. São elas, juntamente com os fósseis os
elementos que os geólogos usam para decifrar
os fenômenos geológicos atuais e do passado.

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Petrologia

• As rochas, quanto à origem, podem ser


classificadas em:
→ Rochas Sedimentares;
→ Rochas Metamórficas;
→ Rochas Ígneas (Magmáticas).

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Rochas Sedimentares
• Formadas por:
– Deposição de detritos da decomposição das
rochas preexistentes;
– Acumulação de substâncias orgânicas
animais ou vegetais;
– Precipitação química de sais dissolvidos nas
águas dos rios, lagos e mares.
• Bacias sedimentares: a espessura pode ser de
até 10 km.
• Exemplos: calcário, arenito e conglomerado.

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Rochas Sedimentares
• Processos geradores das rochas
sedimentares:
1. Intemperismo;
2. Erosão;
3. Transporte de sedimentos;
4. Deposição (Sedimentação);
5. Litificação (consolidação de
sedimentos);
6. Diagênese (modificações químicas e
físicas sofridas pelos sedimentos); 39
Rochas Sedimentares

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Rochas Sedimentares

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Rochas Sedimentares

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Rochas Sedimentares

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Rochas Metamórficas
• Provenientes da transformação ou
metamorfismo das rochas magmáticas ou
sedimentares
• Agentes: calor; pressão e atividade química
• Exemplos:
– Gnaisses  dos granitos;
– Mármores  dos calcários;
– Quartzitos  dos arenitos.

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Rochas Metamórficas

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Rochas Metamórficas

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Rochas Metamórficas

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Rochas Magmáticas
• Resultantes do resfriamento ou consolidação de
uma solução natural de silicatos, formada a
elevadas temperaturas e pressões, denominada
de magma.
• Tipos:
– Intrusivas (plutônicas)  granito e gabro
• Grandes profundidades
• Alto teor de Sílica (SiO2)
– Extrusivas (vulcânicas)  basalto
• Superfície  resfriamento da lava
• Baixo teor de Sílica (SiO2) 48
Rochas Magmáticas

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Rochas Magmáticas

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Rochas Magmáticas

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Rochas Magmáticas

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Resumo

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Dinâmica da Terra
 O relevo corresponde ao conjunto de formações
apresentadas pela litosfera. Essas formas são
definidas pela estrutura geológica combinada
com as ações da dinâmica interna e externa da
Terra.
 A dinâmica interna e externa representa os
fenômenos ou processos geológicos que atuam
no interior ou exterior da Terra, provocados por
agentes geológicos endógenos e exógenos.

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Dinâmica da Terra
• A dinâmica interna retrata todos os
fenômenos ou processos geológicos que
atuam no interior da Terra.
• Tipos de fenômenos ou processos
exógenos:
1. Intemperismo;
2. Erosão;
3. Transporte de Sedimentos ;
4. Deposição (sedimentação);
5. Litificação;
6. Diagênese;
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Dinâmica da Terra
• Tipos de fenômenos ou processos
endógenos:
1. Tectônica de Placas;
2. Tectonismo;
3. Abalo sísmico (terremoto) ;
4. Vulcanismo;
5. Subducção;
6. Princípio da Isostásia;
• Todos os fenômenos acima origina-se de
uma dinâmica interna denominada
correntes de convecção.
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Dinâmica da Terra
• Onde se originam as forças que movem as
correntes de convecção no manto?
Duas hipóteses para o sistema de
convecção:
(a) Convecção total do manto
(b) Convecção estratificada, com um
limite em torno de 700 km.

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Dinâmica da Terra

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Tectônica de Placas
• O Everest (Nepal), a
mais alta montanha
do mundo (8.848 m),
continua
soerguendo-se a
uma taxa média de
4mm/ano e
deslocado para o
norte a uma taxa
que varia entre 3 e 6
mm/ano.
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Tectônica de Placas
“A teoria unificadora das Ciências da Terra”

• A casca externa da Terra é constituída por


aproximadamente 20 “placas”, cada uma
com cerca de 100 km de espessura. As
placas movimentam-se aproximando-se,
afastando-se ou ainda deslizando
lateralmente entre si
• Este movimento é o que desencadeia os
terremotos, a formação de vulcões e o
soerguimento de cadeias de montanha

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Tectônica de Placas
• Integra dados teóricos e experimentais de
vários ramos da ciência;
• As observações iniciais foram fornecidas
pela Geologia e Paleontologia;
• A teoria foi completamente aceita com o
suporte dos dados geofísicos.

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Deriva Continental
• Movimentos horizontais, de grande
escala, seriam responsáveis pela
topografia da crosta oceânica e
continental da Terra;
• Proposto por Alfred Wegener em 1912,
baseado em observações sobre a
distribuição de antigas calotas glaciais.

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Deriva Continental

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Deriva Continental

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Deriva Continental

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Placas

12 Grandes Placas
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Movimento da Placa Sul-
Americana

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mm/ano
Três Tipos de Limite de Placas

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Separação das Placas nos
Continentes
• Vale rifte do Leste
Africano
• Início de formação de um
oceano: estágio
embrionário
• O Mar Vermelho e o
Golfo da Califórnia são
riftes um pouco mais
evoluídos: estágio jovem
• O Oceano Atlântico
corresponde ao estágio
maduro da separação de
placas.
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Limite Convergente
Três tipos
• oceano – oceano → Japão
• oceano – continente → Andes
• continente – continente → Himalaia

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Limite Convergente: oceano-
oceano
Arco de Ilhas
oceânicas:
• Cadeia montanhosa
com forte
sismicidade
• Elevado fluxo de
calor relacionado à
vulcões ativos
• Bordejado por uma
fossa ou trincheira
oceânica (zona de
subducção)
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Limite Convergente: oceano
continente
Arco vulcânico continental:
• Importante sismicidade e
vulcanismo ativo
• Cadeia de montanhas
que soerguem por
compressão
• Bordejado por uma fossa
ou trincheira oceânica
(zona de subducção)

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Limite Convergente: Continente -
Continente

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Limite Convergente: Continente -
Continente

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Limite Convergente: Continente -
Continente
• Onde a convergência envolve duas litosferas
continentais
• Na interação oceano – continente, a
convergência é acomodada pela subducção
• Na interação continente – continente, a
convergência é acomodada pela deformação da
crosta; a subducção cessa (as duas litosferas
não mais fundam no manto)
• A cadeia do Himalaia é o exemplo típico da
colisão da Índia com a Eurásia; a fronteira que
separa as duas placas é denominada “sutura”

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Limite Transformante

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Limite Transformante

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Medidas de movimento das Placas
pela Geodésia
• Wegener imaginou que a geodésia (ciência que mede a
forma da Terra e posiciona pontos em sua superfície)
pudesse confirmar a deriva continental.
• Através do posicionamento astronômico utilizando
estrelas fixas, seria possível mostrar que a Europa e a
America do Norte estariam se afastando a uma taxa,
segundo Wegener, de 30 m/ano.
• Em 1986 medidas precisas de posicionamento
astronômico usando fontes de rádio estelares (quasar)
indicaram que a distância entre a Europa (Suécia) e a
America do Norte (Massachusetts) tinha aumentado 19
mm/ano num período de 5 anos.

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Sistema de Posicionamento Global
(GPS)
• Receptores de GPS registram ondas de rádio de
alta frequência sincronizados com relógios
atômicos precisos embarcados em satélites
orbitando a Terra
• As mudanças da distância entre os receptores
de GPS baseados na superfície terrestre de
diferentes placas e registrados ao longo de
vários anos concordam em magnitude e direção
com aquelas determinadas a partir de
anomalias magnéticas do assoalho oceânico
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Movimento das Placas utilizando
GPS

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Mecanismo Motor da Tectônica de
Placas

Correntes de convecção + diferenças de


densidade
As placas movem-se mais rápido próximo
à zona de subducção; de outra forma, o
movimento de placas é mais lento

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Mecanismo Motor da Tectônica de
Placas

• Correntes ascendentes em geral são


lentas e espalhadas
• Localmente as correntes podem ser
intensas e localizadas → plumas do
manto (hot spots)
• Plumas intensas podem extravasar
enormes volumes de magma basáltico
(ex. Paraná,Sibéria...)
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Hot Spots

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Tempo Geológico
• Entende-se por tempo geológico o tempo
decorrido desde o final da fase de
formação da Terra até os nossos dias;
• Em 1669, Nicolau Sterno → (Lei da
Superposição)
• Em 1815, William Smith → os fósseis são
instrumentos confiáveis para datar as
rochas (sedimentares) e distinguir um
estrato do outro.
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Tempo Geológico

Com base nos fósseis e na extinção de


uma espécie ou de um conjunto de
espécies, foi possível definir as idades
geológicas e colocá-las, pela Lei da
Superposição, em ordem cronológica.
Esta seqüência cronológica constitui a
Escala de Tempo Geológica.

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Escala de
tempo
geológico
Ciclo hidrológico
A água distribui-se na atmosfera e na parte superficial da
crosta até uma profundidade de aproximadamente 10 km
abaixo da interface atmosfera/crosta, constituindo a
hidrosfera, que consiste em uma série de reservatórios
(oceanos, geleiras, rios, lagos, vapor de água atmosférica,
água subterrânea e água retida nos seres vivos).

Distribuição de água nos principais reservatórios naturais.


O ciclo hidrológico
• Ciclo hidrogeológico: sucessão de fases e
processos que a água percorre e sofre, ao
migrar da atmosfera para a
superfície/subsuperfície e novamente para
a atmosfera. Inclui processos de preci-
pitação, evaporação, condensação, trans-
piração, etc.
• Em escala global pode ser considerado um
ciclo fechado (água conata=água juvenil).
• Em escalas regionais/locais é um ciclo
aberto.
O ciclo hidrológico

• A equação hidrológica é utilizada para o


desenvolvimento do balanço hídrico
∆S = P – ETR – R – I

• ∆S: Variação do estoque


• P: Precipitação
• ETR: Evapotranspiração
• R: run off (Águas escoadas)
• I: Infiltração
• O balanço hídrico objetiva definir os períodos
que ocorre superávit e déficit hídrico ao longo do
ciclo hidrológico.
O ciclo hidrológico
• Evaporação: Transformação da água no estado
líquido para água no estado vapor;
• Transpiração: transferência de água na forma de
vapor da zona vadosa para a atmosfera para
atmosfera pela biomassa;
• Evapotranspiração: soma de evaporação e
transpiração;
• Condensação:formação de nuvens - saturação
da massa de ar por vapor de água;
• Precipitação meteórica: produto da
desestabilização das massas de ar
supersaturadas que sofrem expansão adiabática;
O ciclo hidrológico
No tempo geológico, o ciclo hidrológico pode ser
subdividido em dois subciclos:
• Ciclo rápido: água consumida nas reações
“fotoquímicas” (fotossíntese), retida
principalmente na produção da biomassa
vegetal (celulose e açúcar). Na respiração, esta
água retorna ao ciclo;
• Ciclo lento: consumo de água no intemperismo
químico através das reações de hidrólise e
formação de minerais hidratados. A produção
de água juvenil pela atividade vulcânica
representa o retorno desta água ao ciclo rápido.
O ciclo hidrológico
Aquíferos
Aquífero é qualquer reserva de água de
subsuperfície, contendo água no estado líquido ou
vapor.
Aquíferos
Os aquíferos podem ser classificados quanto a sua
porosidade em:
• Poroso (intergranular): formado em materiais
geológicos com espaços intergranulares;
• Fraturado: formado em materiais com porosidade
planar tectônica;
• Cárstico: formado em rochas passíveis de
desenvolvimento de dissolução cárstica.
Aquecimento global, expansão urbana
descontrolada e falta de investimentos em
saneamento fazem com que o acesso à água
potável esteja cada vez mais difícil em muitas
regiões do planeta. Especialistas prevêem
agravamento constante da situação.
O Brasil, dono de 13,7% de toda a reserva de
água doce no planeta, sofre entre estiagens cada
vez mais frequentes e intensas e chuvas
progressivamente mais destruidoras.
Erosão
• Intemperismo: modificações de ordem física e
química que as rochas sofrem ao aflorar na
superfície da Terra.
– Físico: desagregação da rochas;

Fragmentação por ação do gelo. A água líquida ocupa as fissuras da rocha (a), que
posteriormente congelada, expande e exerce pressão nas paredes (b).
– Químico: decomposição da rochas;
Principal agente: água da chuva.

A fragmentação de um bloco
de rocha é acompanhada por
um aumento significativo da
superfície exposta à ação dos
agentes intempéricos.
• Produtos do intemperismo:
– Solos
– Depósitos lateríticos

Perfil de alteração ou perfil de solo típico, constituído, da base para o topo, pela
rocha inalterada, saprolito e solum. O solum compreende os horizontes afetados pela
pedogênese (O, A, E e B). O solo compreende o saprolito (C) e o solum.
• Erosão é a destruição do solo e seu
transporte em geral feito pela água da
chuva, pelo vento ou, ainda, pela ação do
gelo.
• Laminar: vento
• Linear: água
Fatores que influenciam a erosão:

• Vegetação;
• Relevo;
• Densidade;
• Solo;
• Porosidade;
• Permeabilidade.

Solo que apresenta sinais de erosão.


Tipos de erosão
• Erosão por gravidade: Consiste no movimento de
rochas e sedimentos montanha abaixo principal-
mente devido à força da gravidade.

Erosão por gravidade: Deslize numa montanha, a água


debilitou o solo.
• Erosão eólica: Transporte de partículas diminutas
que se chocam contra rochas e se dividem em
mais partículas que se chocam contra outras
rochas. Podem ser vistas nos desertos na forma
de dunas e de montanhas retangulares ou
também em zonas relativamente secas.

Erosão eólica, rochas metamórficas nos arredores de Puno.


• Erosão pluvial: Também chamado de deslizamento
de terra - a água da chuva que provoca um
desprendimento da camada superior, e esta
camada desliza de encostas.
• Erosão química: envolve processos químicos como
calor, frio, água, compostos biológicos e reações
químicas da água nas rochas. Depende do clima:
em climas polares e secos, as rochas se destroem
pela troca de temperatura; e em climas tropicais
quentes e temperados, a umidade, a água e os
dejetos orgânicos reagem com as rochas e as
destroem.
• Erosão glacial: O processo de congelamento e
derretimento ocorrendo sucessivamente,
desagregará a rocha, após um certo tempo,
causando o desmoronamento de parte da rocha, e
conseqüentemente, levando à formação dos
grandes paredões.
• Erosão marinha: atua sobre o litoral modelando-o.
Ocorre em costas rochosas formando falésias e nas
praias arenosas, causando o recuo da praia.
Três fatores importantes: Ondas, correntes e marés.

Falésias em Prado, BA.


Conseqüências da erosão:

• Sepultamento de terrenos férteis;

• Morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos


por soterramento;

• Turbidez nas águas, dificultando a ação da luz


solar na realização da fotossíntese;.

• Arraste de biocidas e adubos até os corpos


d'água podendo causa eutrofização.
Contaminação por Mercúrio
em Zonas de Garimpo
O mercúrio é um elemento químico de símbolo Hg, pertencente ao grupo
dos metais de transição. Na forma metálica, o mercúrio é um líquido à
temperatura ambiente, relativamente inerte, não sendo tão tóxico quanto
na forma iônica. Por isso, um breve contato da pele com o metal não
deverá provocar danos imediatos. Porém, deve-se lavar a superfície com
água em abundância e, em seguida, aplicar enxofre em pó na região,
que deve ser lavada novamente. Deve-se ainda procurar um médico e
explicar o ocorrido para eventual acompanhamento dos níveis de
mercúrio no organismo. O maior problema está em que o mercúrio
metálico pode ser convertido na forma iônica (Hg+2 e Hg2+2) por meio de
reações químicas com o oxigênio do ar. Embora lentas, essas reações
são potencialmente prejudiciais, pois, mesmo em pequenas quantidades,
o mercúrio na forma iônica se acumula no organismo, onde causa vários
danos.

137
Outro problema do mercúrio metálico é que ele sofre pequena
volatilização, que, no contato prolongado, pode causar danos irreversíveis
ao organismo. Assim, quando se quebra um termômetro de mercúrio, é
imprescindível recolher todas as pequenas gotas do metal, a fim de evitar o
acúmulo de resíduos, cuja volatilização é prejudicial à saúde e ao meio
ambiente. Nos garimpos, o mercúrio é usado para extração do ouro,
formando uma mistura denominada amálgama. Em seguida, o amálgama é
separado por aquecimento, com o que se obtêm ouro puro e mercúrio na
forma gasosa. Como geralmente esse processo é realizado sem qualquer
equipamento para coletar o vapor de mercúrio produzido, dois problemas
são frequentes nos garimpos: a) intoxicação dos garimpeiros, por vezes de
forma letal e irreversível; b) eliminação de grandes quantidades de
mercúrio diretamente no meio ambiente. O mercúrio liberado em rios e
lagos pela atividade de garimpo está na forma livre, podendo se combinar
com substâncias biológicas ao ser ingerido por peixes e outros animais. A
principal forma de contaminação do ser humano com metais pesados
como o mercúrio é a ingestão desses alimentos.

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Nesses casos, o mercúrio é capaz de bloquear diversos processos químicos
fundamentais no organismo, causando distúrbios neurológicos graves. O
caso mais trágico de contaminação com mercúrio ocorreu na baía de
Minamata, no Japão, numa comunidade de pescadores, cujo principal
alimento eram os peixes pescados em águas afetadas pela poluição
industrial. Atualmente existem restrições severas à utilização e ao descarte
de mercúrio em muitos países; em outros, porém, a legislação ambiental e,
sobretudo, a fiscalização não evitam de maneira eficiente esse tipo de
contaminação.

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Geologia do Distrito Federal
Porção central da Faixa de Dobramentos
e Cavalgamentos Brasília;

Rochas metassedimentares;

Baixo grau metamórfico;

Grupos Canastra(15%), Paranoá(65%),


Araxá (5%) e Bambuí(15%);

Contatos: falhas de empurrão.

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