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Goiânia
2011
ii
Área de Concentração:
Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental
Goiânia
2011
iii
CDU: 628.472(817.3)
iv
_____________________________________________________
Professor Dr. Eraldo Henriques de Carvalho – UFG
Presidente da Banca Examinadora
_____________________________________________________
Professor Dr. Nilson Clementino Ferreira
Examinador Interno
_____________________________________________________
Professora Dra. Nélia Henriques Callado
Examinador Externo
v
AGRADECIMENTOS
À Deus.
Aos meus pais Aguinaldo e Cristina e ao meu marido, Wesley pelo apoio
incondicional e por acreditarem sempre em mim.
À minha querida irmã Elisa, simplesmente por estar sempre ao meu lado.
Ao professor Dr Eraldo Henriques de Carvalho pela orientação na realização
desse trabalho.
Aos professores Dr. Nilson Clementino Ferreira e Dra. Simone Pfeiffer pelas
orientações e sugestões durante o exame de qualificação.
Ao professor Ms. Osmar Mendes Ferreira pela indicação de referências
bibliográficas, pelas dúvidas sanadas e por todo apoio e contribuição na área profissional
desde minha graduação.
A todos os professores e colegas do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
em Engenharia do Meio Ambiente – PPGEMA da Universidade Federal de Goiás pela
oportunidade de crescimento profissional e pessoal.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo
apoio financeiro.
À Prefeitura do Município de Guapó que consentiu que a realização desse
trabalho.
À colega Juliana Almeida pela ajuda e por todo o apoio na realização deste
trabalho.
Às amigas Larissa Velho e Leonora Milagre, companheiras dessa jornada.
vi
RESUMO
A disposição final de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é hoje um dos grandes problemas de
saneamento básico encontrados no Brasil. O despejo destes resíduos em locais inadequados
traz transtornos sociais, ambientais e econômicos. Atualmente, o Estado de Goiás possui
baixíssimo índice de disposição adequada de RSU, principalmente nos municípios de
pequeno porte. Recentes instruções normativas da ABNT e da SEMARH-GO trouxeram
metodologia simplificada para a construção de aterro simplificado para municípios com até
50.000 habitantes, considerados como municípios de pequeno porte. Por possuírem estrutura
simplificada, a seleção de área para implantação destes aterros deve ser criteriosa a fim de
evitar possíveis danos ambientais e sociais. Diante disso, este trabalho teve o objetivo de
selecionar áreas viáveis para implantação de aterro sanitário simplificado tendo como
cenário de estudo o município de Guapó – GO, o qual atualmente dispõe seus resíduos em
aterro controlado. O horizonte de projeto determinado foi de 20 anos. A seleção das áreas
viáveis foi realizada utilizando o sistema de informações geográficas (SIG) ArcGis 9.3,
através do qual excluiu-se áreas inadequadas de acordo com a legislação vigente. Na
primeira etapa do trabalho foram utilizadas shapes fornecidas gratuitamente pelo Sistema
Estadual de Estatística e de Informações Geográficas do Estado de Goiás. Foram
identificadas cinco possíveis áreas para a implantação do aterro sanitário simplificado, que
foram submetidas à avaliação individual utilizando-se de matrizes de ponderação nas quais
as áreas foram avaliadas e pontuadas de acordo com aspectos exigidos pela legislação
ambiental vigente. Feita a hierarquização das áreas verificou-se a presença ou ausência de
reservas legais nas mesmas. Como resultado obteve-se as três melhores áreas para a
implantação do aterro sanitário simplificado do município de Guapó e constatou-se que a
seleção de uma área viável, que atenda aos parâmetros e exigências legais, pode e deve ser
realizada por todos os municípios de pequeno porte a fim de adequar a disposição final de
seus RSU e promover o bem-estar da população local e a preservação do meio ambiente.
ABSTRACT
The disposal of Municipal Solid Waste is one of the major sanitation problems found in
Brazil. The disposal of these wastes in inappropriate places brings social, environmental and
economic disorders. Currently the state of Goiás has extremely low rate of proper disposal
of MSW, especially in small cities. Recent regulatory instructions of ABNT and of
SEMARH – GO brought simplified methodology for the construction of simplified landfill
for municipalities with untill 50.000 inhabitants, considered as small municipalities. As
those have simplified structure, the area selection for deployment of those landfills must be
careful to avoid possible environmental and social damages. Therefore, this work aimed to
select viable areas for implementation of simplified landfill having as scenario the city of
Guapó – GO. It was determined a project horizon of 20 years. The selection of viable areas
was performed using the geographic information system (GIS) ArcGis 9.3, which was used
to exclude unsuitable areas according to current legislation. In the first stage of the study
were used shapes provided by the State System of Statistics and Geographic Information of
the State of Goiás. Were identified five possible areas for the implementation of simplified
landfill which were submitted for individual evaluation using weighting matrices in which
the areas were evaluated and scored according to aspects required by environmental
legislation. Done the hierarchy process was searched for the presence or absence of legal
reserves in them. As a result we obtained the three best areas for the implementation of
simplified landfill in the city of Guapó and concluded that the selection of viable areas that
meets the legal parameters can and should be done by all small municipalities in order to
adjust the final disposal of their MSW and promote the welfare of local people and the
preservation of the environment.
KEY-WORDS: Municipal Solid Waste; Final Waste Disposal; Simplified Landfill; Area
Selection.
viii
LISTA DE EQUAÇÕES
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Distribuição percentual das formas de disposição final dos resíduos sólidos
urbanos por microrregião do Estado de Goiás. ........................................................................ 8
Figura 2: Funções de pertinência fuzzy. (A) Sigmoidal crescente. (B) Sigmoidal decrescente
(C) Sigmoidal simétrica. ........................................................................................................ 19
Figura 3: Solução proposta para o modelo conceitual. .......................................................... 22
Figura 4 – Localização do Aterro Controlado de Guapó. ...................................................... 33
Figura 5 – Entrada do Aterro Controlado do Município de Guapó – GO. ............................. 34
Figura 6 – Aterro Controlado de Guapó com presença de catador irregular. ........................ 34
Figura 7 – Disposição Inadequada dos Resíduos no Aterro Controlado de Guapó. .............. 34
Figura 8: Gráfico tipo Exponencial representativo da estimativa de crescimento populacional
................................................................................................................................................ 35
Figura 9: Gráfico tipo Logaritmo representativo da estimativa de crescimento populacional
................................................................................................................................................ 35
Figura 10: Gráfico tipo Linear representativo da estimativa de crescimento populacional ... 36
Figura 11 - Diagrama de descrição das etapas do processo de exclusão de áreas. ................ 38
Figura 12 – Áreas prioritárias de conservação ambiental com buffer de 10 km. ................... 39
Figura 13 – Delimitação dos perímetros urbanos com buffer de 5 km. ................................. 40
Figura 14 – Centro do perímetro urbano do município de Guapó com buffer de 25 km. ...... 41
Figura 15 – Mapa hidrográfico com buffer de 0,5 km dos corpos hídricos. .......................... 42
Figura 16 – Aeroportos e aeródromos nos municípios em estudo com buffer de 13 km....... 43
Figura 17 – Áreas viáveis para implantação do aterro sanitário. ........................................... 44
Figura 18 – Áreas viáveis para implantação do aterro sanitário no município de Guapó –
GO. ......................................................................................................................................... 45
Figura 19 – Rede viária do município de Guapó – GO.......................................................... 49
Figura 20 – Avaliação das áreas viáveis quanto à proximidade da malha viária de Guapó –
Go. .......................................................................................................................................... 50
Figura 21 – Avaliação da declividade das áreas. ................................................................... 52
Figura 22 - Localização do ponto de captação de água para abastecimento público do
município de Guapó. .............................................................................................................. 54
Figura 23 - Localização de áreas de Reserva Legal situadas nas áreas em estudo. ............... 57
Figura 24 – Mapa em A1 das áreas viáveis para implantação do aterro sanitário simplificado
do município de Guapó – GO ................................................................................................ 57
x
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Panorama das regiões goianas (agosto 2008 - abril 2009). ...................................... 7
Tabela 2: Panorama dos sistemas de disposição dos resíduos sólidos urbanos nos municípios
goianos (agosto 2008 - abril 2009)........................................................................................... 7
Tabela 3: Extensão das áreas de preservação permanente estabelecidas pela Lei Estadual nº
12.596/1995. ........................................................................................................................... 11
Tabela 4 – Matriz para cálculo do Peso da Importância Relativa. ......................................... 18
Tabela 5: Matriz de comparação pareada entre as variáveis do estudo de Samizava et al
(2008). .................................................................................................................................... 20
Tabela 6: Fatores e pesos utilizados no estudo de Pfeiffer (2001). ........................................ 21
Tabela 7: Valores populacionais do município de Guapó referentes a anos anteriores. ........ 35
Tabela 8 - Estimativa populacional do município de Guapó referentes aos anos de 2011 à
2031 utilizando o método dos mínimos múltiplos quadrados. ............................................... 36
Tabela 9: Estimativa da massa de resíduos gerada diária e anualmente no município de
Guapó, considerando o intervalo de 2011 à 2031. ................................................................. 37
Tabela 10: Dimensão das áreas viáveis para implantação do aterro sanitário simplificado de
Guapó. .................................................................................................................................... 46
xii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 3
2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................................... 3
2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................................... 3
1. INTRODUÇÃO
A geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é contínua e, com o aumento
populacional, sua tendência é ser crescente. Os impactos mais graves gerados pelos RSU
estão associados à falta de tratamento e de disposição adequada destes, pois a decomposição
dos resíduos gera lixiviados e gases que levam à contaminação dos solos, do ar, das águas
subterrâneas e superficiais, além de gerar incômodo constante à população circunvizinha e
aumentar a proliferação de vetores.
De acordo com Weber e Hasenack (2002), a maior parte dos possíveis impactos
pode ser minimizada com a disposição correta em aterros. Entretanto, para a implantação
deste em um município, a escolha da área e da técnica mais adequada é essencial.
Normalmente, as opções de localização são limitadas pela dificuldade de avaliar,
simultaneamente, todo o território potencialmente utilizável.
A localização do aterro é um processo de decisão de natureza multicriterial, no
qual são considerados diversos atributos, e implica na avaliação e seleção de áreas aptas
entre várias alternativas possíveis. Desta forma, são necessários estudos realizados por
profissionais habilitados que indiquem a área mais propícia para a estocagem destes resíduos
(CALIJURI, MELO, LORENTZ, 2002).
A adequada seleção de área para implantação de aterros é de grande importância,
visto que reduz os impactos ambientais, sociais e financeiros relacionados à disposição final
dos resíduos sólidos, devendo atender à legislação vigente, bem como às necessidades da
população. Atualmente, existem critérios legais de seleção pré-definidos que devem ser
seguidos, mas uma avaliação individual do município no qual ocorrerá a implantação do
aterro é fundamental para que ocorra a adequação desses à realidade local.
De acordo com o Diagnóstico do Monitoramento dos Sistemas de Disposição do
Lixo Urbano dos Municípios Goianos, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos do Estado de Goiás (FERREIRA, 2009), dos 232 municípios do estado de
Goiás visitados, 146 ainda dispõem seus resíduos em lixões. Em muitos casos, a
implantação de um aterro nestes municípios é dificultada devido à escassez de corpo técnico
capacitado para a projeção, construção e operação do mesmo.
Visando auxiliar na adequação da disposição final dos resíduos sólidos urbanos
nos municípios de pequeno porte, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do
Estado de Goiás – SEMARH publicou a Instrução Normativa Nº. 05/2010, que traz o
procedimento simplificado para licenciamento de aterros de pequeno porte nos municípios
do Estado de Goiás.
2
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
os resíduos sólidos no solo preparado recobrindo-os com uma camada de material inerte ao
final de cada jornada de trabalho.
c. Aterros Sanitários
Segundo a NBR 8419 (ABNT, 1995), trata-se de uma técnica de disposição de
resíduos sólidos urbanos no solo que utiliza princípios de engenharia para confinar os
resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível
minimizando os impactos ambientais. Os resíduos devem ser cobertos com uma camada de
terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário. Há
ainda a drenagem dos gases e do chorume produzidos no processo de decomposição dos
resíduos, drenagem de águas pluviais e encaminhamento do chorume drenado para estação
de tratamento de efluentes. Por apresentar maior controle dos gases e do chorume, é o
método mais indicado para a disposição dos resíduos, porém sua implantação é a que exige
maior conhecimento técnico e possui custos mais elevados.
A operação inadequada das áreas para a disposição de resíduos sólidos nos
municípios brasileiros é preocupante, visto que os casos comprovados de contaminação em
locais de disposição inadequada de resíduos não param de crescer, enquanto a quantidade de
aterros adequados no país é ínfima (GUIZARD et al, 2006).
A escolha do local adequado para a instalação de um aterro é questão vital no
planejamento municipal, visto que assegura a manutenção da qualidade ambiental da região.
A avaliação destas áreas envolve estudos técnicos, legais, ambientais, econômicos, sociais e
operacionais, permitindo uma escolha segura da área em que será assentado o futuro aterro
municipal (LIMA e GUIMARÃES, 2001).
Tabela 2: Panorama dos sistemas de disposição dos resíduos sólidos urbanos nos municípios goianos (agosto
2008 - abril 2009).
SISTEMAS UTILIZADOS NA DISPOSIÇÃO
REGIÕES MUNICÍPIOS
DO LIXO URBANO
Aterro Aterro Lixões em área
Total Visitados
Sanitário Controlado aberta
Região Metropolitana de Goiânia 20 20 4 9 7
80%
Metropolitana de Goiânia
70%
Centro Goiano
60% Norte Goiano
50% Nordeste Goiano
Entorno do Distrito Federal
40%
Sul goiano
30%
Sudeste Goiano
20% Sudoeste Goiano
10% Oeste Goiano
Noroeste Goiano
0%
Lixão Aterro Controlado Aterro Sanitário
Figura 1: Distribuição percentual das formas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos por microrregião
do Estado de Goiás.
Fonte: Modificado de Ferreira (2009).
conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos seus recursos naturais.
Considera-se uso sustentável a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade
dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e
os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável.
Ao contrário das Unidades de Conservação, nas Áreas de Preservação
Permanente (APP) não é permitido nenhum tipo de uso. A Lei Estadual nº 12.596, de março
de 1995, que institui a Política Florestal do Estado de Goiás, traz em seu Art.5º as áreas
consideradas de preservação permanente, sendo elas:
Faixa marginal de 50 metros ao redor de lagoas ou reservatórios d‟água
naturais ou artificiais, cuja largura mínima seja de 30 metros, para os que estejam situados
em áreas urbanas e de 100 metros, para os que estejam em área rural, exceto os corpos
d‟água com até 20 ha (vinte hectares) da superfície;
Raio mínimo de 50 metros nas nascentes, ainda que intermitentes, e nos
chamados "olhos d‟água", qualquer que seja a sua situação topográfica;
No topo de morros, montes e montanhas, em áreas delimitadas a partir da
curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima de elevação em relação à base;
Nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 100% ou 45º na sua
linha de maior declive;
Nas bordas de tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo,
em faixa nunca inferior a 100 metros, em projeções horizontais;
Em linha, em faixa marginal além do leito maior sazonal, medido
horizontalmente, de acordo com a inundação do rio e, na ausência desta, de conformidade
com a largura mínima de preservação permanente da mata ciliar exigida para o rio em
questão;
Nas veredas (tipo de formação vegetal do cerrado);
Em altitudes superiores a 1.200 (mil e duzentos) metros.
Ao longo de rios ou qualquer curso d‟água, sendo a extensão destas áreas
descritas na Tabela 3.
A Lei Nº. 4.771 de 1965, que institui o Código Florestal Brasileiro, traz também
como área de conservação as reservas legais que são caracterizadas como área localizada no
interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente,
necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos
processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e
flora nativas.
11
Tabela 3: Extensão das áreas de preservação permanente estabelecidas pela Lei Estadual nº 12.596/1995.
Extensão da Área de Preservação Largura do Curso D´água
30 metros 10 metros
50 metros De 10 a 50 metros
100 metros De 50 a 200 metros
200 metros De 200 a 600 metros
500 metros Superior a 600 metros
valorização imobiliária;
VI - uso de áreas que garantam a implantação de empreendimentos com vida útil
superior a 15 anos;
VII - impossibilidade de utilização de áreas consideradas de risco, como as
suscetíveis a erosões, salvo após a realização de intervenções técnicas capazes de
garantir a estabilidade do terreno;
VIII - impossibilidade de uso de áreas ambientalmente sensíveis e de
vulnerabilidade ambiental, como as sujeitas a inundações;
IX - descrição da população beneficiada e caracterização qualitativa e quantitativa
dos resíduos a serem dispostos no aterro;
X - capacidade operacional proposta para o empreendimento;
XI - caracterização do local;
XII - métodos para a prevenção e minimização dos impactos ambientais;
XIII - plano de operação, acompanhamento e controle;
XIV - apresentação dos estudos ambientais, incluindo projeto do aterro proposto,
acompanhados de anotação de responsabilidade técnica;
XV - apresentação de programa de educação ambiental participativo, que priorize
a não geração de resíduos e estimule a coleta seletiva, baseado nos princípios da
redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos urbanos, a ser executado
concomitantemente à implantação do aterro;
XVI - apresentação de projeto de encerramento, recuperação e monitoramento da
área degradada pelo(s) antigo(s) lixão(ões) e proposição de uso futuro da área, com
seu respectivo cronograma de execução;
XVII - plano de encerramento, recuperação, monitoramento e uso futuro previsto
para a área do aterro sanitário a ser licenciado;
XVIII - Apresentação de plano de gestão integrada municipal ou regional de
resíduos sólidos urbanos ou de saneamento básico, quando existente, ou
compromisso de elaboração nos termos da Lei Federal no 11.445, de 2007.
(CONAMA n. 404, 2008, p. 02-03).
Quadro 1: Requisitos e parâmetros técnicos observados para seleção de área de aterros sanitários simplificados.
REQUESITO PARÂMETROS RECOMENDADOS
Topografia Declividade máxima de 15%.
Distância mínima de 0,3 km de corpos hídricos.
Distância de corpos hídricos Distância mínima de 0,5 km de corpos hídricos utilizados
para abastecimento público.
Distância do ponto de captação de água Distância mínima de 2,5 km do ponto de captação.
para abastecimento público
Distância das áreas de conservação Distância mínima de 10 km das unidades de conservação.
Distância do perímetro urbano Distância mínima de 3 km
Distância dos domicílios rurais Distância mínima de 0,5 km
Distância de aeroportos e aeródromos Distância mínima de 13 km
Distância entre a cota inferior das Distância mínima de 5,0 m
trincheiras e o lençol freático
Vias de acesso Devem ser mantidas em bom estado de conservação,
permitindo o tráfego de veículos pesados durante todo o
ano.
Vida útil Mínimo de 15 anos.
Fonte: Adaptado de GOIÁS, 2010 e ABNT, 1997.
áreas viáveis para a instalação de aterros de RSU. A Tabela 4 traz o exemplo de algumas
variáveis utilizadas pelos autores para determinar a importância relativa de fatores no
processo de seleção de área, sendo que ao submeter as características de cada área a este
processe de análise é possível a definição da área mais adequada para a instalação do aterro.
Figura 2: Funções de pertinência fuzzy. (A) Sigmoidal crescente. (B) Sigmoidal decrescente (C) Sigmoidal
simétrica.
Fonte: Samizava et al, 2008.
Solos/Geologia 1/3 1
Prof. Nível 2 3 1
d‟água
Declividade 2 3 1 1
Dist. Cursos 2 2 1 2 1
d‟água
a atribuir uma classificação numérica a cada área sendo que a área mais favorável será a que
exibir classificação mais elevada (JUCÁ, 2010).
Na avaliação preliminar de áreas para disposição final de RSU alguns fatores são
considerados como elementos primários de avaliação (PFEIFFER, 2001).
Pfeiffer (2001) elencou em seu trabalho fatores comumente utilizados por
diversos autores, sendo eles: geologia / hidrogeologia, uso do solo, solo, topografia, recursos
hídricos superficiais, acessibilidade à área e distância de núcleos urbanos. Ao analisar a
relação entre os pesos atribuídos por alguns autores aos fatores por eles utilizados, Pfeiffer
(2001) constatou que há proximidade entre os pesos por eles atribuídos quando os fatores
envolvidos são classificados como técnico-ambientais (geologia, topografia, água superficial
e hidrogeologia).
Na ponderação de fatores são atribuídos pesos aos fatores e aos subfatores. A
Tabela 6 traz alguns exemplos dos pesos atribuídos às variáveis utilizadas por Pfeiffer
(2001) no estudo de seleção de áreas:
A área selecionada para a implantação do aterro sanitário deve ser aquela que
atenda ao maior número de critérios avaliados, sendo necessária a avaliação individual de
cada área com relação a cada um dos fatores analisados, considerando-se como melhor área
aquela que obtiver o maior número de pontos após a aplicação dos pesos a cada fator de
avaliação (LINS, 2008).
22
realizada a integração das duas ferramentas – SIG e Análise Multicriterial. De acordo com o
citado autor a junção destas ferramentas é eficiente para solucionar o problema de seleção de
áreas, pois enquanto o SIG permite uma eficiente manipulação e apresentação dos dados, a
Análise Multicriterial elenca um ranking de áreas potenciais de acordo com os critérios
analisados.
Siddiqui, Everett e Vieux (1996) fizeram a associação do sistema de
informações geográficas e do processo de análise hierárquica para a seleção de áreas.
Segundo os autores a utilização destas ferramentas permitiu a exclusão de áreas restritas pela
legislação e pelas normas para a instalação de aterros com a ulitização do SIG e a posterior
hierarquização das áreas remanescentes com base na análise de seus tributos.
Melo (2008) cita a utilização da avaliação ambiental, que constitui-se no
conhecimento das potencialidades, das possibilidades e das limitações da área de estudo.
Esta avaliação é importante por permitir a identificação de variáveis que influenciam na
conservação e na degradação ambiental. No estudo de seleção de áreas, esta avaliação deve
ser realizada para a determinação das variáveis relacionadas ao meio ambiente no processo
de análise multicriterial.
Pfeiffer (2001) associou o SIG à análise multicriterial em estudo que buscou a
identificação de local ambientalmente viável para a instalação de aterro de resíduos sólidos
no município de Ribeirão Preto (SP). A autora concluiu que o SIG é uma ferramenta útil
para a seleção e hierarquização das áreas quando se estabelece critérios seletivos adequados
e que a abordagem multicriterial mostrou-se satisfatória no processo de seleção final das
áreas.
25
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Foi selecionado como cenário para aplicação da pesquisa o município de Guapó,
localizado no Estado de Goiás. Trata-se de um município com população inferior a 50.000
habitantes, enquadrando-se desta forma na Instrução Normativa Nº. 05 (GOIÁS, 2010)
segundo a qual os municípios de pequeno porte, como Guapó, devem possuir Aterros
Sanitários Simplificados para disposição final dos Resíduos Sólidos Urbanos.
O município de Guapó localiza-se a 27 Km de Goiânia, capital do estado de
Goiás, entre as coordenadas 16° 49‟ 51‟‟ S e 49° 31‟ 55‟‟ O.
De acordo com o Censo Demográfico de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística – IBGE, o município possui 13.841 habitantes, sendo enquadrado
também neste número os habitantes do distrito de Posselândia, considerado como área
urbana de Guapó.
As etapas que compreenderam a metodologia de elaboração deste estudo são
apresentadas de forma detalhada abaixo.
fornecem semi-detalhes. O programa de SIG utilizado para o tratamento dos dados foi o
ArcGis 9.3.
Quadro 4 – Indicação das características dos mapas primários obtidos junto ao SIEG.
Assunto Tema Geração Escala
Áreas especiais Áreas prioritárias para conservação 10/07/2007 1: 1.000.000
Cobertura e Uso do Solo Cobertura e Uso do Solo 22/07/2006 1: 250.000
Infra-Estrutura Aeródromos e Aeroportos 17/06/2009 1: 1.000.000
Infra-Estrutura Malha Viária Atualizada 17/06/2009 1: 250.000
Solo Solos 08/07/2005 1: 1.000.000
Base Cartográfica Drenagem 22/07/2006 1: 100.000
Base Cartográfica Perímetros Urbanos 22/07/2006 1: 250.000
Base Cartográfica Limites Municipais 17/06/2009 1: 250.000
(0,19 – 2,84)%
(2,84 – 4,69)%
(4,69 – 6,65)%
(6,65 – 8,73)%
(8,73 – 10,92)%
(10,92 – 13,23)%
(13,23 – 16)%
(16 – 19,93)%
(19,93 – 29,62)%
d. Ponto de captação de água de abastecimento
Foram identificados através de dados da empresa Saneamento de Goiás
(SANEAGO) locais de captação situados próximos às áreas de estudo a fim de avaliar o
posicionamento das áreas avaliadas quanto aos pontos de captação de água de
abastecimento.
e. Impacto Visual e Direção dos Ventos
Estes aspectos foram analisados a fim de reduzir a insatisfação e resistência da
população local diante da implantação do aterro.
Com os aspectos acima relacionados, foram elaboradas duas matrizes, sendo
uma com aspectos técnicos e ambientais e uma com aspectos sociais.
Cada matriz tem um peso específico para o grupo, sendo que o somatório destes
totaliza 100%. Cada aspecto considerado nas matrizes tem peso individual determinado de
acordo com a importância do mesmo. As matrizes estão representadas nos Quadros 5 e 6:
Quadro 5: Matriz de ponderação das áreas referentes aos aspectos técnicos e ambientais.
MATRIZ 1 – ASPECTOS TÉCNICOS E AMBIENTAIS
Aspectos Faixa de Avaliação
Favorável
Uso do solo
Não favorável
Rede Viária – Distância entre Inferior a 3,0 Km
a área em estudo e rodovias. Superior a 3,0 Km
Pavimentada
Peso da Rede Viária – Pavimentação.
Não-pavimentada
Matriz
Superior a 15%
Topografia
Inferior a 15%
Inexistente
Energia Elétrica
Existente
Ponto de captação de água de A montante da área
abastecimento A jusante da área
31
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Catador
Fumaça proveniente
da queima dos RSU.
Resíduos fora
da vala de
disposição
10.000
5.000 Série1
Exponencial (Série1)
0
0 10 20 30 40 50
Intervalo de tempo
Figura 8: Gráfico tipo Exponencial representativo da estimativa de crescimento populacional
15.000
y = 2988,2ln(x) + 3088,1
Habitantes
R² = 0,9402
10.000
5.000 Série1
Logaritmo (Série1)
0
0 10 20 30 40 50
Intervalo de tempo
Figura 9: Gráfico tipo Logaritmo representativo da estimativa de crescimento populacional
36
20.000
y = 136,51x + 8932,5
Habitantes 15.000 R² = 0,8948
10.000
5.000 Série1
Linear (Série1)
0
0 10 20 30 40 50
Intervalo de tempo
Tabela 8 - Estimativa populacional do município de Guapó referentes aos anos de 2011 à 2031 utilizando o
método dos mínimos múltiplos quadrados.
ANO POPULAÇÃO (habitantes) ANO POPULAÇÃO (habitantes)
2011 13.350 2022 14.257
2012 13.444 2023 14.327
2013 13.536 2024 14.396
2014 13.626 2025 14.463
2015 13.712 2026 14.529
2016 13.796 2027 14.593
2017 13.878 2028 14.656
2018 13.958 2029 14.718
2019 14.036 2030 14.778
2020 14.111 2031 14.837
2021 14.185
Tabela 9: Estimativa da massa de resíduos gerada diária e anualmente no município de Guapó, considerando o
intervalo de 2011 à 2031.
Volume dos Resíduos Volume dos Resíduos
Massa de Massa de
População Compactados (m³/ano) Compactados (m³/ano)
Ano Resíduos Resíduos
(hab) Grau de compactação Grau de compactação
(kg/dia) (kg/ano)
200 kg/m³ 700 kg/m³
2011 13.350 6.675 2.436.291 12.181 3.480
2012 13.444 6.722 2.453.605 12.268 3.505
2013 13.536 6.768 2.470.386 12.352 3.529
2014 13.626 6.813 2.486.667 12.433 3.552
2015 13.712 6.856 2.502.475 12.512 3.575
2016 13.796 6.898 2.517.838 12.589 3.597
2017 13.878 6.939 2.532.780 12.664 3.618
2018 13.958 6.979 2.547.323 12.737 3.639
2019 14.036 7.018 2.561.489 12.807 3.659
2020 14.111 7.056 2.575.296 12.876 3.679
2021 14.185 7.092 2.588.762 12.944 3.698
2022 14.257 7.129 2.601.903 13.010 3.717
2023 14.327 7.164 2.614.736 13.074 3.735
2024 14.396 7.198 2.627.273 13.136 3.753
2025 14.463 7.232 2.639.528 13.198 3.771
2026 14.529 7.264 2.651.514 13.258 3.788
2027 14.593 7.297 2.663.243 13.316 3.805
2028 14.656 7.328 2.674.724 13.374 3.821
2029 14.718 7.359 2.685.969 13.430 3.837
2030 14.778 7.389 2.696.986 13.485 3.853
2031 14.837 7.419 2.707.786 13.539 3.868
município de Guapó, foram excluídas as áreas presentes nos demais municípios, sendo as
matrizes de hierarquização aplicadas apenas nas áreas presentes no município de Guapó
(Figura 18).
Figura 18 – Áreas viáveis para implantação do aterro sanitário no município de Guapó – GO.
Foram encontradas, no total, oito macro áreas que atendem aos parâmetros
mínimos determinados para a implantação do aterro sanitário simplificado. Dentre as oito
macro áreas, três são insuficientes para a necessidade do município de Guapó (ver Tabela
10), que seria uma área mínima de 10,6 ha (aterro sem compactação dos resíduos) ou de
3,02 ha (aterro com compactação dos resíduos):
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Tabela 10: Dimensão das áreas viáveis para implantação do aterro sanitário simplificado de Guapó.
Área Tamanho das macro áreas (ha)
0 0,02
1 4,18
2 3.322,39
3 1.872,28
4 0,84
5 707,41
6 588,94
7 161,60
Quadro 7: Matriz de ponderação com atribuição de pesos referente aos aspectos técnicos e ambientais obtida
após entrevistas:
MATRIZ 1 - ASPECTOS TÉCNICOS E AMBIENTAIS
Faixa de Pesos Individuais - Avaliação
Aspectos
Avaliação 1 2 3 4 5 6 MÉDIA
Favorável 2 2 2 2 2 1,15 1,9
Uso do solo
Não favorável 0 0,25 0 0 0 0,53 0,1
Rede Viária - Distância entre a Inferior a 3,0 Km 1 2 1 1,25 1 0,63 1,1
área de estudo e rodovias. Superior a 3,0 Km 0 0,25 0 0,5 0,5 1,03 0,4
Pavimentada 1,95 0,5 1 1 1 0,93 1,1
Rede Viária - Pavimentação
Não pavimentada 0 0,25 0 0,25 0,5 0,73 0,3
Existente 1 1 1 2 1 0,93 1,2
Energia Elétrica
Inexistente 0 0,25 0 0,25 0,5 0,73 0,3
Superior a 15% 0 0,25 1 0 0,5 0,63 0,4
Topografia
Inferior a 15% 2 1 0 1 1 1,05 1
Ponto de captação de água de A montante da área 0 2 4 1,5 1,5 0,93 1,7
abastecimento A jusante da área 1,95 0,25 0 0,25 0,5 0,73 0,6
Peso da matriz 7 6 7 7 7 7 7
Quadro 8: Matriz de ponderação com atribuição de pesos referente aos sociais obtida após entrevistas:
MATRIZ 2 - ASPECTOS SOCIAIS
Faixa de Pesos Individuais - Avaliação
Aspectos
Avaliação 1 2 3 4 5 6 MÉDIA
Favorável 4 3 5 3 3 2,3 3,4
Direção dos ventos
Não favorável 0 1 1 1 2 1,9 1,2
Alto 1 1 0 1 0,5 1,7 0,9
Impacto visual Moderado 2 2 1 2 1,5 1,9 1,7
Baixo 3 3 3 3 3 2,2 2,9
Peso da matriz 3 4 3 3 3 3 3
forma, entende-se que todas as áreas em análise são viáveis quanto ao uso do solo para a
implantação do aterro simplificado.
Quadro 9: Avaliação quanto aos tipos de usos do solo nas áreas viáveis para a implantação do aterro
simplificado:
Área Tipo de uso do solo Faixa de avaliação Peso individual
02 Pastagem Favorável 1,9
03 Pastagem Favorável 1,9
05 Pastagem Favorável 1,9
06 Agricultura e Pastagem Favorável 1,9
07 Agricultura Favorável 1,9
Fonte adaptada: Sistema Estadual de Estatística e de Informações Geográficas de Goiás - SIEG.
Figura 20 – Avaliação das áreas viáveis quanto à proximidade da malha viária de Guapó – Go.
Quadro 11: Avaliação das áreas quanto à distância e situação da malha viária.
Peso Pavimentação das Rodovias Mais Peso
Área Distância de Rodovia
Individual Próximas Individual
Rodovia nº. 17 – Leito Natural
02 Inferior a 3 km 1,1 0,3
Rodovia nº. 11 – Leito Natural
Rodovia nº. 06 – Leito Natural
03 Inferior a 3 km 1,1 0,3
Rodovia nº. 04 – Leito Natural
Rodovia nº. 16– Pavimentada Via Simples
05 Inferior a 3 km 1,1 1,1
Rodovia nº. 06 – Leito Natural
Rodovia nº. 16– Pavimentada Via Simples
06 Inferior a 3 km 1,1 1,1
Rodovia nº. 06 – Leito Natural
07 Superior a 3 km 0,4 Rodovia nº. 16 – Pavimentada Via Simples 1,1
Quadro 14: Avaliação das áreas quanto à localização do ponto de captação de água para abastecimento
público.
Área Distância estimada entre o ponto de Faixa de avaliação Peso individual
captação e a área (m)
02 10.000 Outra micro bacia 1,7
03 5.500 Outra micro bacia 1,7
05 4.500 Montante 1,7
06 4.000 Montante 1,7
07 5.000 Jusante 1,2
54
Figura 22 - Localização do ponto de captação de água para abastecimento público do município de Guapó.
49°35‟54‟‟ / Altitude 749) os quais determinaram que na maior parte do ano os ventos
predominantes sopram na direção sudeste.
Considerando, portanto, a direção predominante dos ventos como sudeste foi
verificado que o município de Guapó encontra-se a montante de todas as áreas analisadas.
Desta forma, adotou-se um peso igual nas cinco áreas, sendo este de 3,4.
Quadro 16: Matriz de avaliação final das áreas para implantação do aterro simplificado.
AVALIAÇÃO FINAL DAS ÁREAS EM ESTUDO
Área 02 Área 03 Área 05 Área 06 Área 07
Pontuação quanto à 4,69 4,69 5,25 5,46 4,62
Matriz 01
Pontuação quanto à 1,53 1,53 1,86 1,86 1,86
Matriz 02
Pontuação Final 6,22 6,22 7,11 6,97 6,48
De acordo com o quadro tem-se a seguinte hierarquização das áreas viáveis para
a implantação do aterro simplificado no município de Guapó - GO:
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1) Macro área 06
2) Macro área 05
3) Macro área 07
4) Macro área 02
5) Macro área 03
Apesar de das áreas 02 e 03 possuírem a mesma pontuação final na matriz de
hierarquização, considerou-se a área 02 preferencial quanto à área 03 devido à sua maior
proximidade ao centro urbano do município de Guapó, fato este que gera maior
economicidade quanto ao transporte dos resíduos do centro urbano ao aterro.
Figura 24 – Mapa em A1 das áreas viáveis para implantação do aterro sanitário simplificado do município de
Guapó – GO
58
59
6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
A possibilidade de implantar, nos municípios de pequeno porte, um aterro
sanitário simplificado é relevante no processo de adequação da destinação final de RSU no
Estado de Goiás e no país. Diversos são os municípios de pequeno porte que enfrentam
problemas financeiros e técnicos para a adequação de seus locais de disposição final de
RSU, dentre estes problemas está a seleção de uma área viável e adequada. Verificou-se a
existência de diversos processos que levam à seleção de uma área adequada, cabendo ao
município a escolha de um adequado à sua realidade.
Os resultados obtidos com este estudo mostram o SIG como ferramenta útil e
eficiente no processo de seleção de áreas por permitir a análise dos dados existentes de
maneira precisa e rápida, tendo como obstáculo para a utilização desta ferramenta pelos
municípios apenas a necessidade de um profissional com habilidade na utilização do
programa. A associação de uma matriz de exclusão de áreas, elaborada com embasamento
legal, ao uso do SIG permitiu que, com dados disponibilizados pelo próprio Estado de
Goiás, fosse possível reduzir de forma considerável a área de análise na busca por um local
adequado para a implantação do aterro sanitário simplificado. Apesar da utilização de mapas
primários disponibilizados pelo SIEG reduzir os custos no processo de seleção de áreas, esta
metodologia mostrou limitações pelo fato das escalas destes mapas serem muito altas,
representando desta forma apenas semi detalhes, desta forma ressalta-se que uma avaliação
mais minuciosa das macro áreas encontradas deve preceder a implantação do aterro sanitário
simplificado do município de Guapó.
A aplicação da matriz de ponderação para hierarquização das áreas mostrou que,
dificilmente, uma área atenderá em 100% as expectativas legais, sociais, econômicas e
ambientais, visto que nenhuma das áreas analisadas atingiu a pontuação máxima ou
pontuação próxima a este valor. Desta forma, destacamos como essencial a busca por uma
área legalmente adequada e que minimize ao máximo os impactos gerados pela disposição
final de RSU.
A macro área 06 – destacada como a melhor área para a implantação do aterro
sanitário simplificado – já sofre impactos ambientais resultantes da disposição de RSU em
suas adjacências, visto que o aterro controlado do município de Guapó encontra-se instalado
nesta macro área. É de interesse ambiental, social e econômico para o município de Guapó
que o aterro seja nela instalado, visando reduzir os impactos já gerados pela instalação do
empreendimento.
60
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOIÁS. Lei Estadual Nº 12.596 de março de 1995. Institui a Política Florestal do Estado de
Goiás e dá outras providências. Palácio do Governo do Estado de Goiás. Goiás, 1995.
SENER, B., SÜZEN, M. L., DOYURAN, V., Landfill site selection by using geographic
information systems. In: Environ Geol. v. 49, p. 376-388. 2006.
SIDDIQUI, M. Z., EVERETT J. W., VIEUX, B. E.; Landfill Siting Using Geographic
Information Systems: A Demonstration. Journal of Environmental Engineering. p.515 –
522. Junho, 1996.