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INTRODUÇÃO
O impacto ambiental causado pelas edificações que utilizam materiais que sobrecarregam os
recursos naturais, seja através do seu processo de fabricação ou pelo próprio produto final, tornou-se
um problema. Assim é necessário desenvolver materiais alternativos que reaproveita os resíduos
sólidos para mitigar os impactos ambientais aplicados à construção civil.
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe)
(2016) apresenta os índices de resíduos da construção e demolição (RCD) no Brasil e no Centro Oeste
de 0,600 e 0,882 kg/habitante/dia, respectivamente. Já em Rio Verde é de 0,829 kg/habitante/dia
(LEÃO, 2017).
Esse fato torna-se agravante devido ao mau gerenciamento desses resíduos que muitas vezes
são descartados clandestinamente. Isso contribui para o esgotamento das áreas de deposição final do
lixo urbano resultando em custos adicionais a gestão pública e desperdício de recursos naturais não
renováveis.
Para o desenvolvimento sustentável é necessário atenuar esses impactos negativos. Uma
alternativa trata-se da reinserção dos RCD na cadeia produtiva da indústria da construção através do
processo de reciclagem e reutilização. Dessa forma reduzem os impactos da extração de matéria prima
para a fabricação de novos materiais e há uma destinação correta para os entulhos das edificações que
poderiam tornar-se em poluente. Além disso, o beneficiamento dos resíduos, agrega valor ao material
de descarte, impactando em geração de renda e empregos em usina de reciclagem.
Esses fatores apresentados motivaram a pesquisa do beneficiamento de resíduos de concreto,
provenientes do RCD, em agregados reciclados de concreto (ARC). Este trabalho objetiva a análise
comparativa das propriedades físicas como massa unitária e específica, teor de absorção e composição
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7º Congresso Estadual de Iniciação Científica e Tecnológica do IF Goiano
7º Congressos de Pesquisa e Pós-Graduação no Campus Rio Verde
8º Seminário de Avaliação dos Programas de Pós-Graduação do IF Goiano
IF Goiano - Campus Rio Verde
22 a 26 de outubro de 2018
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa aborda o agregado mineral natural procedente de jazidas de basalto e agregado
reciclado de concreto (Figura 1). Esse último foi obtido através do beneficiamento de resíduos de
corpos de prova de concreto com resistência de 20 a 30 MPa, fornecidos por uma construtora
localizada na cidade de Rio Verde –GO. O material recolhido foi submetido ao britador de mandíbula
e peneirado selecionando a porção passante na peneira com malha de 12,5 mm e retido na peneira com
malha 2,36 mm. Adotou-se essa faixa granulométrica pela proximidade da brita comercial número 0.
Determinou-se as propriedades físicas dos agregados natural e reciclado de concreto: massa
unitária e específica, teor de absorção e composição granulométrica. Os dados coletados foram
quantificados a fim de comparar esses agregados e referenciá-los com os valores obtidos na literatura.
Para os ensaios de massa unitária seguiu-se os procedimentos determinados na norma NBR
NM 45 (ABNT, 2006); para a determinação da massa específica e teor de absorção a NBR NM 53
(ABNT, 2009) e para a composição granulométrica, a norma NBR NM 248 (ABNT, 2003).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Mehta e Monteiro (2014) definem para os agregados do concreto de peso normal a massa
unitária de 1300 a 1750 kg/m³. Os valores obtidos para os agregados natural e ARC são 1450 kg/m³ e
1201 kg/m³, respectivamente. O agregado natural está em conformidade com a literatura. A massa
unitária do ARC encontra-se abaixo desse valor devido à sua argamassa residual, podendo utilizá-lo
para concretos menos densos.
A massa específica do ARC, 2970 kg/m³, é inferior a do agregado natural, 3000 kg/m³. Isso
ocorre, pois quanto mais poroso o material, menor a massa específica. Para Bauer (2010), a porosidade
dos agregados relaciona-se com a absorção. Após misturado o concreto, a água absorvida incorpora-se
à de amassamento, alterando o teor água/cimento. Quanto maior a absorção do agregado menor a
resistência mecânica do concreto. Mehta e Monteiro (2014) mencionam que o concreto com 100% de
ARC aumenta 50% a absorção e reduz a resistência à compressão e à tração em 25% e 10%,
respectivamente. A absorção do agregado natural, 3,55%, é inferior a do ARC, 10%.
A Figura 2 apresenta a composição granulométrica dos agregados natural e ARC e os limites
inferior e superior estabelecidos na norma NBR 7211 (ABNT, 2009). O agregado natural atende esses
requisitos. A quantidade retida acumulada do ARC nas peneiras 9,5 mm e 6,30 mm encontra-se
superior aos seus limites. Essa variação ocorre pelo processo produtivo e pela granulometria do
concreto que originou o agregado. Não há um consenso na literatura sobre a granulometria adequada
do ARC, pois é intrínseco a cada resíduo.
A dimensão máxima característica de ambos agregados é 12,5 mm. Quanto maior a dimensão
do agregado, menor a trabalhabilidade e custo, pois menor a área superficial necessitando menos pasta
de cimento para o recobrimento.
A granulometria do agregado natural é mais continua que do ARC. Bauer (2010) afirma que
essa granulometria permite melhor empacotamento das partículas melhorando a resistência do
concreto.
CONCLUSÃO
O ARC apresenta características semelhantes ao agregado natural de basalto, podendo
substitui-lo, em determinadas porcentagens, no concreto. Necessita-se de estudos mais aprofundados
para determinar a porcentagem ideal. Assim, o ARC torna-se uma fonte alternativa de agregado para o
concreto.
O beneficiamento dos resíduos de concreto em agregados. propõe o aproveitamento do RCD
reduzindo a sua deposição em locais inapropriados além de minimizar o consumo de recursos naturais.
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22 a 26 de outubro de 2018
AGRADECIMENTOS
Empresa Aditibrás, Fetz, Universidade de Rio Verde - Unirv, Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de Goiás - FAPEG, Instituto Federal de Ciência e Tecnologia Goiano – campus Rio Verde,
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.
REFERÊNCIAS
ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil, 2016. Disponível em
<http://www.abrelpe.org.br/panorama_edicoes.cfm>. Acesso em: fevereiro, 2018.
__________________. NBR 7211 – Agregados para concreto - Especificação. Rio de Janeiro, 2009.
A) B)