7º Congresso Estadual de Iniciação Científica e Tecnológica do IF Goiano

7º Congressos de Pesquisa e Pós-Graduação no Campus Rio Verde

8º Seminário de Avaliação dos Programas de Pós-Graduação do IF Goiano
IF Goiano - Campus Rio Verde
22 a 26 de outubro de 2018

NÚMERO DE FOLHAS E ÁREA FOLIAR DO MILHO EM FUNÇÃO DA

APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE VINHAÇA CONCENTRADA
GOMES, Flávio Henrique Ferreira1; SOARES, Frederico Antonio Loureiro2; BASTOS, Alefe
Viana Souza3; SANTOS, Leonardo Nazário S. dos3; SILVA, Edson Cabral da3; DANTAS,
Leonardo Rodrigues3
1
Estudante de Pós-Graduação nível Doutorado (Bolsista CAPES) – Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde –
GO, flaviohenriquefg@hotmail.com; 2 Orientador – Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde – GO,
fredalsoares@hotmail.com; 3 Colaborador – Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde – GO,
alefe_viana@hotmail.com; nazarioss.leonardo@gmail.com; edsoncabralsilva@gmail.com;
leonardo_rodrigures_26@hotmail.com

RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo avaliar em função do tempo o número de folhas e área
foliar do milho sob a aplicação de diferentes doses de vinhaça concentrada. O delineamento experimental
adotado foi em blocos casualizados, em esquema de parcela subdividida 4x5, com quatro repetições,
compreendendo quatro doses de vinhaça concentrada nas parcelas (0, 100, 200 e 300 mg dm-3) e cinco
épocas de avaliação nas subparcelas (21, 28, 35, 42 e 49 dias após a emergência). Aos 49 DAE a cultura do
milho possuía 8 folhas, constou-se uma área foliar de 631 cm², a dose de 100 mg dm-3 promoveu a maior área
foliar para a cultura do milho.
Palavras-chave: Vinhoto; resíduo; crescimento.

INTRODUÇÃO
A cultura do milho, além de ter importância no agronegócio, é base de sustentação para a pequena
propriedade, constituindo-se, também, num dos principais insumos do complexo agroindustrial (QUADROS
et al., 2014). De acordo com Conab (2018), a região Centro-oeste produziu 42 milhões de toneladas de grãos
de milho na safra de 2017/2018, sendo o estado de Goiás responsável por 8,2 milhões de toneladas de grãos.
O alcance do máximo potencial genético depende de várias condições, uma dessas condições é a
nutrição. O potássio (K) é um dos nutrientes mais abundantes no tecido vegetal de praticamente todas as
espécies vegetais e seu retorno ao solo é muito rápido, ocorrendo logo após a senescência das plantas
(PAVINATO et al., 2008).
A vinhaça é um resíduo líquido proveniente da destilação da solução obtida do processo de
fermentação, sendo este dentre os diversos resíduos gerados pela indústria sucroalcooleira (BONINI et al.,
2014). Esses resíduos oriundos da atividades agroindustriais contêm nutrientes, tais como N, P, K, Ca, Mg,
boro (B) e cobre (Cu) que são elementos fundamentais para o desenvolvimento dos vegetais (FRANCO et
al., 2010). O uso da vinhaça concentrada como fertilizante é vantajoso devido à riqueza de matéria orgânica,
potássio e enxofre (DARLI et al., 2014).
O objetivo desse trabalho foi avaliar em função do tempo o número de folhas e área foliar do milho
sob a aplicação de diferentes doses de vinhaça concentrada.

MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em vasos de polietileno com dimensões de 25 m de diâmetro e 35 cm
de comprimento. Foi realizado em casa de vegetação climatizada, localizada no Instituto Federal Goiano -
Campus Rio Verde e o solo utilizado foi classificado como Latossolo Vermelho distroférrico.
O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados, em esquema de parcela
subdividida 4x5, com quatro repetições, compreendendo quatro doses de vinhaça concentrada nas parcelas
(0, 100, 200 e 300 mg dm-3) e cinco épocas de avaliação nas subparcelas (21, 28, 35, 42 e 49 dias após a
emergência).
A aplicação da vinhaça concentrada foi parcelada em 2 vezes, sendo 50% no plantio e o restante aos
15 DAE. Os demais nutrientes foram aplicados de acordo com a análise de solo inicial e seguidas as
recomendações de adubação em vasos proposta por Malavolta (1980), com pequenas modificações. A
calagem foi realizada seguindo o método de saturação por bases (V) a fim de se alcançar uma V de 60%.

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Foram determinadas com auxílio de uma fita métrica o comprimento e a largura da folha mais
desenvolvida e totalmente expandida, assim, a área foliar foi obtida pela expressão AF = C x L x 0,75. O
número de folhas foi realizado manualmente considerando apenas as folhas totalmente expandidas e com
mais de 50% de área verde.
Os dados foram submetidos a análise de variância (Teste F) ao nível de 5 e 1% de probabilidade.
Quando houve diferença significativa para o teste F, foram realizadas análises de regressão polinomial linear
e quadrática. Os testes estatísticos e gráficos foram todos realizados nos softwares R Core Team (2017) e o
Excel(2013).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi observado efeito significativo isolado para as e épocas de avaliação para a variável número de
folhas de milho. Observou-se efeito significativo na interação entre doses de vinhaça concentrada e épocas
de avaliação para a área foliar do milho.
Na figura 1 nos desdobramentos dos efeitos das épocas de avaliação, é possível constatar que
ocorreu efeito para número de folhas, de acordo com a equação linear, estimou-se 8,82 folhas aos 49 DAE.
No desdobramento dos efeitos das doses de vinhaça dentro das diferentes épocas de avaliação, é
possível constatar que para a variável área foliar houve efeito aos 35, 42 e 49 DAE. Não foi encontrada um
equação que presentasse esse efeito para 35, 42 e 49 DAE mas foi observado uma área foliar média de
364,98; 451,19 e 631,33 cm², respectivamente (Figura 2A).
No desdobramento dos efeitos das épocas de avaliação dentro das doses de vinhaça concentrada,
contata-se que a para a variável área foliar houve efeito para as doses de 0, 100, 200 e 300 mg dm-3 (Figura
2B). Segundo as equações de regressão lineares obtidas, as áreas foliares máximas de 627,26; 650,44; 601,24
e 575,47 cm², foram estimadas com as doses de 0, 100, 200 e 300 mg dm-3, respectivamente.
Para Dalri et al., (2014), é viável a aplicação de vinhaça concentrada como biofertilizante líquido via
fertirrigação. A reutilização de resíduos é de grande interesse, pois além de dar destino aos mesmos, torna-os
úteis, já que sua aplicação no solo interfere nos atributos químicos, aumentando a disponibilidade de
nutrientes às plantas (NOBILE et al., 2012).

CONCLUSÃO
Aos 49 DAE a cultura do milho possuía 8 folhas.
A maior área foliar, com 631 cm² foi observado aos 49 DAE, a dose de 100 mg dm-3 promoveu a
maior área foliar para a cultura do milho.

FINANCIADORES
Os autores agradecem ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), à
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e ao Instituto Federal Goiano (IF Goiano) pelo auxílio financeiro ao
presente projeto de pesquisa.

REFERÊNCIAS
BONINI, M. A.; SATO, L. M.; BASTOS, R. G.; SOUZA, C. F. Alterações nos atributos químico e físicos de
um Latossolo Vermelho irrigado com água residuária e vinhaça. Revista Biociências, v. 20, n. 1, p. 78-85,
2014 (ISSN 1415-7411).
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB). Acompanhamento da sagra de grãos da
safra 2017/2018. 11º Levantamento da safra brasileira de grãos, v. 5, n. 11, p. 1 – 148, 2018. Acessado em:
30 de agosto de 2018. Disponível em: <https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos>
DALRI, B. B.; CARVALHO NETO, O. F.; MAZZONETTO, F.; CORBANI, R. Z. Fertirrigação com
vinhaça concentrada no desenvolvimento da alface. Revista Agrogeoambiental, v. 6, n. 2, p. 93-100, 2014.
FRANCO, H. C. J.; TRIVELINI, P. C. O.; FARONI, C. E.; VITTI, A. C.; OTTO, R. Stalk yield and
technological attributes of planted cane as related to nitrogen fertilization. Scientia Agricola, v. 67, n. 5, p.
579-590, 2010.
MALAVOLTA, E. Elementos de Nutrição Mineral de Plantas. São Paulo: Ceres, 251p., 1980.

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NOBILE, F. O.; GALBIATTI, J. A.; MURAISHI, R. I. Fertilizantes orgânicos e resíduo de bauxita na

disponibilidade de nutrientes e nutrição da cana-de-açúcar irrigada com água potável e residuária.
Comunicata Scientiae v. 3, n. 2 p. 115-122, 2012.
PAVINATO, P. S.; CERETA, C. A.; GIROTTO, E.; MOREIRA, I. C. L. Nitrogênio e potássio em milho
irrigado: análise técnica e econômica da fertilização. Ciência Rural, v. 38, n. 2, p.358-364, 2008
QUADROS, P. D.; ROESCH, L. F. W.; SILVA, P. R. F.; VIEIRA, V. M.; ROEHRS, D. D.; CAMARGO, F.
A. O. Desempenho agronômico a campo de híbridos de milho inoculados com Azospirillum. Revista Ceres,
v. 61, n. 2, p. 209-2018, 2014.

FIGURAS

10,00
Y = 0,6539 + 0,1665**X R² = 0,9846
9,00
8,00
Número de folhas

7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
21 28 35 42 49
Dias após a emergência (dias)

Figura 1 – Número de folhas do milho avaliado em diferentes épocas.

(A) (B)
1200,00 Y(21 DAE) = ns 800,00 Y(Dose 0) = - 292,43 + 18,769**X R² = 0,9904
Y(28 DAE) = ns Y(Dose 100) = - 310,95 + 19,62**X R² = 0,997
1000,00 Y(35 DAE) média = 364,98 Y(Dose 200) = - 334,23 + 19,091**X R² = 0,9612
600,00
Área foliar (cm²)

Y(42 DAE) média = 451,19

Área foliar (cm²)

800,00 Y(49 DAE) média = 631,33

600,00 400,00

400,00
200,00
200,00
Y(Dose 300) = - 237,29 + 16,587**X R² = 0,9952
0,00 0,00
0 100 200 300 21 28 35 42 49
Doses de vinhaça concentrada (mg dm-3) Dias após a emergência (dias)
21 DAE 28 DAE 35 DAE 42 DAE 49 DAE Dose 0 Dose 100 Dose 200 Dose 300

Figura 2 – Área foliar do milho adubado com diferentes doses de vinhaça concentrada dentro de cada
época de avaliação (A) e avaliado em diferentes épocas dentro de cada dose de vinhaça concentrada
(B).