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Mestre em Engenharia
Porto Alegre, RS
2004
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Escola de Engenharia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais - PPGEM
Enga . Civil
Porto Alegre, RS
2004
Esta Dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de Mestre em
Engenharia, área de concentração de Metalurgia Extrativa e Tecnologia Mineral, e aprovada
em sua forma final pelo Orientador e pela Banca Examinadora do Curso de Pós-Graduação.
Banca Examinadora:
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus, por mais uma etapa vencida e que por mesmo
que através de “linhas tortas” sempre me iluminou e me mostrou o melhor caminho.
Quero, também, externar o meu sincero agradecimento a minha família adorada. Aos
meus pais por estarem sempre dispostos a me ouvir e, principalmente, pelo apoio em todas as
horas. Ao meu querido e especial irmão Allan, por estar sempre ao meu lado, me fazendo
companhia e me ensinado a ser uma pessoa melhor e mais confiante. A minha irmã, Aline,
que mesmo morando longe, sempre esteve presente, me dando força, me ligando nas horas
que eu mais precisava e por todo seu carinho e confiança depositados em mim. Mas,
especialmente, quero agradecer a minha irmã Caroline que, desde o início me fez acreditar
que eu poderia realizar este trabalho, me ajudando com suas idéias preciosas e que sempre
torceu pela minha realização e felicidade. Agradeço, ainda, ao meu avô Antônio, e a minha
madrinha Eloty, pessoas especiais que são exemplos de garra e sabedoria.
Ao professor Carlos Otávio Petter, por ter acreditado em minha capacidade, que me
oportunizou o desenvolvimento do presente estudo com disposição e paciência em todas as
suas fases, bem como pelas suas sugestões de modo a esclarecer as dúvidas do caminho.
Aos meus professores Ivo André H. Schneider e Luciana Marcondes, que desde a
graduação me apoiaram e me introduziram para o meio científico. E, ainda, pela dedicação,
disposição e carinho, que sempre demonstraram.
A todos meus colegas de pós-graduação, mas em especial, aos colegas e amigos Paulo
Nunes Conceição e Vládia Cristina, pela convivência, pela grande força, por suas idéias, por
sua atenção e disponibilidade. Aos bolsistas de iniciação científica, principalmente, a Karime,
Greice e Ariane.
minha memória. Aos meus amigos desde a graduação Daniela Sanaggioto, Alexandre Del
Sávio e, principalmente, aos colegas Elvis Carissimi e Luciana Nunes, pelo companheirismo e
paciência. A amiga Daniela Knijnik, por sempre me escutar.
Ao CNPq e a empresa Renner Sayerlack pelo apoio financeiro.
vii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................ix
LISTA DE TABELAS....................................................................................................xi
LISTA DE QUADROS.................................................................................................xii
LISTA DE SÍMBOLOS...............................................................................................xiii
RESUMO........................................................................................................................xv
ABSTRACT....................................................................................................................xvi
1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 1
2.1 TINTAS.................................................................................................................. 5
2.1.1 Histórico......................................................................................................... 5
2.1.2 Definições e Finalidades................................................................................ 6
2.1.3 Princípios de Formulação ............................................................................. 6
2.1.4 Processo de Fabricação................................................................................. 7
2.1.5 Tipos de Tinta................................................................................................. 9
2.1.6 Composição Básica...................................................................................... 12
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................... 55
5. CONCLUSÕES ................................................................................ 82
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................... 84
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 46: Mapa das Variáveis para Brilho 60° TF. ................................................................ 77
Figura 47: Mapa das Amostras para Brilho 60° TF. ................................................................ 77
Figura 48: Mapa das Variáveis para Razão de Contraste......................................................... 78
Figura 49: Mapa das Amostras para Razão de Contraste......................................................... 79
Figura 50: Mapa das Variáveis para Razão de Contraste (3 VC)............................................. 80
Figura 51: Mapa das Amostras para Razão de Contraste (3 VC)............................................. 80
xi
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE SÍMBOLOS
Å Angstron
A Peso da Amostra
°C Grau Centígrado
CL Combinação Linear
cm Centímetro
ER Espectro de Reflectância
F Força
g Gramas
IC Índice de Cristalinidade
IR Índice de Refração
Kg Quilograma
KU Unidade Krebs
mi Massa Inicial
mf Massa Final
min Minutos
ml Mililitros
n Linhas da Matriz
xiv
nm Nanômetro
p Colunas da Matriz
PC Componentes Principais
pH Potencial de Hidrogênio
Pi Peso do Resíduo
R Teor de Umidade
SE Elétrons Secundários
Te Taxa de Evaporação
TF Tinta Fosca
VC Variável de Controle
VP Volume de Pigmento
VR Variável Resposta
µm Micrômetro
λ Comprimento de Onda
xv
RESUMO
As aplicações mais nobres dos minerais industriais são aquelas que envolvem sua
incorporação em outros produtos, tais como papel, borracha, plástico e tintas. É crescente
neste tipo de mercado a necessidade de se gerar produtos sob medida para cada aplicação, o
que torna importante conhecer, com profundidade, as necessidades específicas de cada
mercado. Cargas minerais conhecidas, também, por pigmentos extensores, foram inicialmente
utilizados para baratear o custo final da tinta com a diminuição de TiO2 na fórmula. Devido a
grande variedade de cargas existentes e de suas propriedades, muitos formuladores não estão
informados e não estão dando a atenção necessária das vantagens existentes de usá-las. Desta
forma, o presente trabalho tem por objetivo estudar a correlação existente entre os parâmetros
de aceite de cargas minerais e o desempenho tecnológico de uma tinta. Para se evidenciar as
características particulares de cada carga, o estudo foi realizado em dois tipos de tintas, sendo
uma fosca e outra semibrilho, onde todas as cargas da fórmula original foram substituídas por
uma única carga em quantidade igual ao somatório das mesmas, com exceção do TiO2
mantido constante em todas as experiências. No tratamento dos dados obtidos, foi utilizada a
Técnica de Análise Multivariada, conhecida como Análise de Componentes Principais (PCA).
xvi
ABSTRACT
The best applications of the industrial minerals are the ones which involve their
incorporation in other products such as paper, rubber, plastic and paint. The need to generate
products fit to each application has been growing in this kind of market. In this way, it is
important to know deeply the specific needs of each market. Mineral filler also known as
extender pigments, were initially used to make the paint final cost cheaper with the TiO2
decrease in the formula. Due to the great variety of existing fillers and their properties, many
formulators are not informed and not paying the appropriate attention to the existing
advantages of using them. So, this paper aims at studying the existing correlation between the
parameters of mineral fillers acceptance and a paint technological performance. In order to
show the particular characteristics of each filler, the study was done in two types of paint, one
opaque and the other semi-gloss, in which the original formula fillers were replaced by only
one filler in a quantity the same as their addition, except the TiO2 kept constant in all
experiments. In the treatment of the obtained data, the Multivaried Analysis Technique was
used, known as the Principal Components Analysis (ACP).
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
1.2 JUSTIFICATIVA
A empresa teve início em 18 de junho de 1927 com a fundação de Renner Koepke &
Cia. Ltda. Em 1941, Renner Koepke & Cia. Ltda. passou a chamar-se Renner Herrmann &
Cia. Ltda. Assim, com o passar dos anos, iniciam-se as instalações de filiais nos estados de
São Paulo em 1965, no Rio de Janeiro em 1968, no Rio Grande do Sul em 1980, no Paraná
em 1982, e em seguida, no Uruguai e na Argentina.
Em julho de 1984, a constituição de Tintas Renner S.A., em Porto Alegre, passa a
controlar o conjunto de empresas que compõem os investimentos de Renner Herrmann S.A.
Indústria de Tintas e Óleos na área de resinas, tintas e vernizes - exceto tintas gráficas. Em
dezembro de 1985, ocorre a alteração social de Renner Herrmann S.A. Indústria de Tintas e
Óleos para Renner Herrmann S.A., que passa a atuar como holding. Em 1986 Tintas Renner
incorpora a Polidura S.A. Tintas e Vernizes, em Guarulhos, SP, empresa controlada pela
Dupont do Brasil S.A. estabelecendo parceria com a multinacional norte-americana.
Em 2001, Tintas Renner se fundiu com a Sayerlack Indústria Brasileira de Vernizes,
líder nacional em soluções para acabamentos de superfícies de madeira, constituindo, então, a
Renner Sayerlack S/A.
A empresa possui hoje duas unidades no país. A Unidade Tintas Renner, com sede em
Gravataí, a 30 Km de Porto Alegre, a qual é voltada para a produção de tintas imobiliárias e
4
decorativas, e a Unidade Sayerlack, com sede em Cajamar (SP), a qual produz a linha para
madeira.
Tintas Renner está presente no mercado de tintas imobiliárias, decorativas e de vernizes
no Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai, bem como em vários outros países da América do Sul e
Central.
Toda esta evolução é prova de que a empresa vem imprimindo dinamismo as suas
operações, incorporando tecnologia de ponta, antecipando-se às tendências do mercado,
inovando em produtos, serviços e atendimento a seus milhares de distribuidores e
consumidores.
5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 TINTAS
2.1.1 Histórico
Não existe uma data específica para o aparecimento da tinta. Conhecida há mais de
quarenta mil anos, as tintas se expandiram através da história. As primeiras pinturas e
gravuras foram descobertas em cavernas feitas diretamente em paredes e rochas. Para
confecção da tinta, eram utilizados materiais tais como: plantas, frutos, sangue de animais,
carvão, cal, terra, entre outros, misturados em água e pós. As cores eram preparadas de
maneira primitiva, com o auxílio dos dedos e pedras.
Os Egípcios foram os pioneiros no uso de pigmentos sintéticos, preparados a partir da
calcinação de uma mescla de areia, soda e cobre. Desenvolveram, ainda, ligante a base de
goma arábica, clara e gema de ovos, gelatina e cera de abelha permitindo uma melhor e mais
duradoura adesão dos pigmentos sobre as superfícies a resistir. No Período Clássico, os
Gregos e Romanos faziam uso de materiais semelhantes aos empregados pelos Egípcios
(Fazenda, 1993).
Por muitos séculos a formulação de uma tinta foi uma arte sigilosa, cuidadosamente
guardada e passada de geração em geração. Como as tintas eram preparadas em quantidades
pequenas, utilizavam-se moinhos arcaicos e métodos de misturas manuais e trabalhosos, elas
eram caras e apenas disponíveis para um pequeno segmento mais abastado da sociedade
(Fazenda, 1993). Entretanto, com o surgimento das primeiras fábricas e com a utilização de
técnicas e materiais mais sofisticados, a partir da Revolução Industrial, a indústria de tinta
alcançou seu maior avanço, atingindo um número elevado de pessoas.
Muito se evoluiu na preparação das tintas e para trás ficou o tempo em que se
misturavam corantes com as mais diversas emulsões. Hoje, ao entrar em uma loja de artigo de
pintura tem-se acesso aos mais diferentes tipos de materiais, desde os lápis até aos acrílicos,
passando por variadas têmperas e óleos já preparados em tubos ou latas.
6
Segundo Fazano (1995), uma tinta pode ser definida como uma dispersão pigmentária
em um meio aglomerante que, ao ser aplicada sobre uma superfície ou substrato, seca-se
formando uma camada termoplástica ou termofixa. Por camada termoplástica entende-se
quando não ocorre nenhuma transformação química entre os elementos que a constitui, sendo
que na camada termofixa tem-se a necessidade da ocorrência de uma reação química, que é
irreversível.
As tintas possuem diversas finalidades. Primeiramente foram destinadas a embelezar os
ambientes. Com o passar do tempo e, com o surgimento e desenvolvimento de novos
produtos, outras funções foram atribuídas as tintas tais como: proteção contra desgastes,
corrosão e ataque bacteriológico do substrato, manutenção de condições higiênicas, controle
de iluminação, sinalização de tráfico, conservação, distribuição da iluminação, entre outras.
Atualmente, torna-se difícil imaginar o mundo sem essas características proporcionadas
pelas tintas. Ambientes pintados proporcionam um aspecto de higiene e conservação,
essenciais para o bem estar das pessoas que habitam ou freqüentam um local. Assim, pode-se
assegurar que as tintas constituem um fator chave no modo e qualidade de vida das pessoas.
Para formular uma tinta, é necessário definir a relação ideal de seus componentes, a fim
de se alcançar os parâmetros desejados. Segundo Fazano (1995), para que a conformação da
camada de uma tinta possa atender às mais diversas condições de proteção e estética, os seus
componentes devem combinar-se de forma coerente, resultando então numa formulação
adequada, denotando equilíbrio entre os aspectos de ordem econômica e de aplicabilidade.
Conforme Gastal (1998), o papel do formulador é o de criar um recobrimento, ou um
sistema de recobrimentos, para atender às necessidades do mercado, procurando explorar
uma matéria-prima em particular. É, ainda, essencial que o formulador tenha um bom
conhecimento dos componentes das tintas e de seus comportamentos no desempenho final.
Fazano (1995), descreve uma metodologia básica, resumida em estágios de
procedimentos para estabelecimento de formulações:
Primeiro Estágio: Definição do Produto
- Delinear as exigências de desempenho do produto;
- Caracterizar as matérias-primas.
7
O processo de produção (figura 1), realizado pela empresa Renner é simples, o qual não
exige a utilização de equipamentos com tecnologia avançada. Resumidamente, a produção de
tintas é realizada da seguinte forma, a matéria-prima chega na empresa, de onde retira-se uma
alíquota de amostra, que é encaminhada para o Laboratório de Análise de Matérias Primas
(LAMP) onde é avaliada. Se aprovada, permanece armazenada na produção.
Somente alguns lotes da matéria-prima que são enviados, são analisados. Cada
fornecedor é avaliado pela empresa, assim, os fornecedores que obtiveram um desempenho
satisfatório durante um certo período adquirem qualidade assegurada. Estes resultados, bons
ou ruins, são enviados ao fornecedor, servindo de incentivo para que ocorra um aumento da
qualidade.
A partir de uma ordem de produção a matéria-prima é separada e pesada (não
esquecendo de verificar a autorização para o uso). De acordo com a ordem de produção faz-se
a pré-dispersão (se necessário), a dispersão e completa-se a tinta. A dispersão é feita em um
dispersor tipo cowless (figura 2) com um disco denteado de alta agitação, onde são
adicionadas as matérias-primas em forma de solvente, pigmentos, cargas e aditivos. Esta
dispersão é também chamada de moagem. Após é feita a completagem, que consiste na adição
da matéria-prima que não entra na massa de moagem, dando à tinta condições satisfatórias de
aplicação. Finalmente, verifica-se a viscosidade da tinta, ajusta-se à cor e outros testes
necessários para definição do produto final. Se a tinta estiver de acordo com o padrão de
qualidade existente na empresa, esta é liberada para o enlatamento, de onde sai para a
expedição. O fluxograma 1, apresenta as principais etapas do processo de fabricação de uma
tinta. Estas fases devem ser seguidas cuidadosamente, pois qualquer erro ou perda de controle
durante este estágio, afeta consideravelmente a produtividade, a concentração dos pigmentos e
8
Sim Sim
4 Pré-dispersão 5 Dispersão em 12 Liberação
e Dispersão Cowless
Cowless e
14 Liberar para a
expedição
Não 7 Atinge
dispersão
Sim
8 Completagem
Existem diversos tipos de tintas, incluindo fórmulas base água, base solvente, tintas para
construção civil, sinalização de tráfico, aplicação automotiva, entre outros. Neste trabalho,
optou-se pelo uso de dois tipos de tintas: uma fosca e outra semibrilho, sendo ambas base
água. Assim, torna-se importante diferenciá-las, e entender como ocorre a formação do filme
em tintas base água.
A tinta possui vários níveis de brilho, sendo classificados como: brilhante, semibrilho,
acetinado e fosco. Estas variações de brilho são calculadas pelo índice chamado PVC
(pigmento – volume – concentração). O PVC é uma comparação dos volumes relativos (não
dos pesos) entre o total de pigmento e de ligante. Num filme seco, quanto menor o PVC,
maior o brilho, e vice versa. Na tabela 1 têm-se as propriedades das tintas em função do teor
de pigmentos.
Quando o filme de uma tinta semibrilhante seca, tem-se uma superfície lisa, pois os
pigmentos ficam embebidos pela resina. Entretanto, o filme da tinta fosca, ao secar, possui
uma superfície rugosa e irregular, devido a grande quantidade de pigmentos presente que não
conseguem ser envolvidos pela resina. A figura 3 ilustra a superfície brilhante e fosca
respectivamente.
Tintas semibrilho, por possuírem uma maior quantidade de resina em sua formulação,
oferecem um acabamento melhor, sendo utilizadas tanto em ambientes internos quanto
externos. Porém, nas foscas, a parte não volátil do veículo serve, apenas, para aglutinar os
pigmentos e fillers, sendo mais baratas.
Tinta Úmida
Partículas de pigmentos e ligante à base de água
e de carga dispersa em água
Água Água
Secagem da Tinta
Partículas ficam mais próximas umas das outras
Os materiais utilizados em uma pintura são compostos por duas fases: a fase sólida ou
soluto que pode ser um pigmento, uma resina, uma carga ou sua mistura; e a fase líquida, o
solvente ou aditivo. Nas tintas, as duas fases são misturadas. Após a sua aplicação sobre as
superfícies, a tinta se transforma em uma película sólida ou levemente plástica, devido à
evaporação do solvente, ou por fenômenos químicos, tais como oxidação ou polimerização.
Em uma análise mais detalhada, sabe-se que as tintas são constituídas por: resinas,
solventes, aditivos, pigmentos e cargas
2.1.6.2 Solventes
2.1.6.1 Resinas:
São também conhecidas como veículo, suporte ou ligante. A resina é à parte não-volátil
da tinta, que serve para aglomerar as partículas de pigmentos e é responsável pela
transformação do produto, do estado líquido para o sólido, convertendo-o em película. As
resinas são responsáveis pelas propriedades físico-químicas da tinta, determinando, inclusive,
o uso do produto e sua secagem.
A resina desempenha um papel muito importante na formação da camada, sem ela,
obter-se-ia uma pasta de pigmentos e solventes que, após sua secagem, resultaria em uma
pulverulência isenta das propriedades indispensáveis à estética e a proteção do substrato,
como retenção de cor, brilho, rigidez, resistência à ação da água e produtos químicos, etc.
As resinas são subdivididas em dois grupos: naturais e sintéticas e conforme o tipo de
resina empregada na formulação tem-se as diversas linhas de tintas: tintas alquídicas,
vinílicas, acrílicas, entre outras.
A resina natural provém de produtos fossilizados ou não, se dá a partir da secreção de
algumas plantas, de propriedades inflamáveis, termoplásticas, sendo solúveis em solventes
orgânicos. Segundo Carvalho (2002), dentre as resinas naturais mais importantes pode-se
citar:
a) Goma – Laca – produto de origem animal, sendo solúvel em álcool e em certas
cetonas, mas insolúvel ou parcialmente solúvel em hidrocarbonetos;
b) Âmbar - de origem fóssil;
c) Breu – resina sólida obtida a partir de secreções de árvores coníferas da família pinus.
14
As resinas sintéticas são obtidas por polimerização, por processos industriais que na
maioria das vezes utilizam calor e catalisadores. Em resinas termoplásticas esta polimerização
acontece no processo de fabricação e, nas termofixas ocorre após a aplicação no substrato.
Existem diversos tipos de resinas sintéticas. Abaixo se menciona, apenas, os dois tipos de
polímeros mais utilizados em ligantes em tintas látex:
a) Acrílicos Puros – obtidos pela esterificação dos ácidos acrílico e metacrílico com
vários álcoois. Como material filmogênico destaca-se pela sua dureza, flexibilidade,
retenção de cor e brilho, menos calcinação e tendência ao envelhecimento e também
apresentam boa resistência à ação de solventes e intemperismo. (Fazano 1995). Para
aplicação em interiores, oferecem benefícios em termos de adesão sob condições
úmidas, boa resistência causados por manchas de líquidos ou produtos de limpeza
alcalinos;
b) Vinílicas – são polímeros de adição . Quimicamente inerte quando em contato com
óleos e graxas. Apresenta secagem rápida, dureza e flexibilidade, resistência química,
à umidade e apresentam boa aderência entre camadas. Como desvantagem possuem
fraca resistência a solventes, a temperaturas elevadas, alta toxidez e fina espessura do
filme. (Gastal, 1998). Quando bem formulados podem dar resultados bem satisfatórios
em pinturas interiores.
2.1.6.3 Aditivos
2.1.6.4 Pigmentos
Define-se como o quanto de sua própria cor o pigmento transmite para um branco
padrão;
b) Poder de cobertura- determinado em função da área coberta por unidade de massa do
pigmento existente no revestimento;
c) Concentração Volumétrica de Pigmentos (PVC) – é a razão entre o volume das
partículas de pigmento (%), sobre o volume total de sólidos do filme seco. Como dito
anteriormente, o conhecimento do PVC indica a expectativa do brilho esperado em
uma tinta. O PVC é calculado pela relação:
Vp
PVC = *100, (1)
Vp +Vv
2.1.6.5 Cargas
O nome carga, chamada também de pigmentos extensores, pode criar a idéia de que
esses minerais tenham importância somente em estudos superficiais. Na verdade, elas afetam
profundamente o desempenho da maioria dos revestimentos pigmentados. Conforme Stoffer
(1997), devido ao vasto número de tipos de cargas e de suas propriedades, muitos
formuladores não estão informados e não estão dando a atenção necessária das vantagens que
se podem obter com seu uso.
Segundo Pauly (2000), a Norma Francesa T 30001 define extensores como: substâncias
que possuem baixo poder de tingimento e poder de cobertura em uma suspensão média usada,
e está incorporada na tinta apenas por especificações técnicas ou razões econômicas.
Extensores são elementos inorgânicos que proporcionam volume a um custo relativamente
pequeno e não conferem cor para tinta.
19
a) Alvura - para não comprometer a qualidade final da tinta, é necessário que o mineral
tenha uma alvura homogênea, sem variações de lote. Dentre os minerais mais brancos,
destaca-se o carbonato de cálcio. Numa segunda faixa estão o talco, caulim, barita,
agalmatolito, quartzo, mica e diatomita. Um bom mineral é aquele que apresenta um
padrão uniforme de alvura no lote, que só pode ser obtido com um controle de
qualidade rigoroso, desde a extração, passando pela moagem, até a inspeção final;
b) Granulometria - em conjunto com a alvura, a granulometria é determinada para a
obtenção do mineral adequado, pois a mesma influencia nas seguintes características
finais de uma tinta:
c) Floculação - processo pelo qual as partículas de um pigmento tendem a aglomerar-se,
contribuindo para a perda de eficiência na intensidade e uniformidade das cores.
d) Brilho - é alterado significativamente pelo tamanho da partícula de um mineral. Quanto
mais fina a carga maior é sua absorção de óleo e, conseqüente, a opacidade da tinta;
e) Reologia (Viscosidade) - a redução das partículas de uma carga contribui para uma
maior estabilidade de uma dispersão e para o aumento de viscosidade. Esse
incremento tixotrópico ajuda a evitar a floculação, dificultando a mobilidade dos
pigmentos. Ainda, a redução do tamanho das partículas, auxilia no aumento da
viscosidade e, assim, contribui para a diminuição da possibilidade de migração do
pigmento;
f) Aparência e uniformidade do filme - está diretamente relacionado ao tamanho das
partículas, ou seja, quanto menor o tamanho, melhor é seu aspecto;
g) Tempo de dispersão – este fator está mais relacionado com o custo do que com a parte
técnica. Quanto menor o tamanho das partículas menor o tempo de dispersão e
moagem. O tempo de dispersão é também influenciado pela dureza da carga;
h) Lavabilidade - quanto mais grossas as partículas melhor será a resistência à abrasão,
aumentando o número de ciclos de lavabilidade. Este fator também é influenciado pela
característica do mineral, por exemplo, cargas lamelares (caulim, talco e mica),
melhoram a lavabilidade por reduzir o coeficiente de atrito. Cargas mais duras,
melhoram a resistência à abrasão;
i) Cobertura - este aspecto é significativamente melhorado com a quantidade de finos de
uma carga. Por esta razão, as cargas são micronizadas, flotadas ou precipitadas, de
excelente poder de cobertura em relação às moídas tão somente;
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k) Custo - as cargas minerais são produtos de baixo valor agregado, que contribuem para
a redução do custo final da tinta.
2.2.1) Caulim:
2.2.1.1) Mineralogia:
Segundo Murray (apud Benvindo da Luz & Pinto Chaves 2000), os usos potenciais de
um caulim podem ser estabelecidas a partir de seus constituintes mineralógicos. Juntamente
22
com a caulinita ocorrem nos caulins outros compostos sob as formas mais complexas e
modificadas, os quais são citados no quadro 1:
2.2.1.3) Alvura:
É uma característica óptica relativa obtida pela relação entre a quantidade de luz
refletida em relação à refletância difusa da luz de um determinado comprimento de onda,
normalmente 457 nm.
Fatores como a forma das partículas, impurezas, bem como a distribuição
granulométrica do mineral, comprometem a alvura e, por conseguinte, o valor comercial desse
produto.
23
Benvindo da Luz e Chaves (2000) reportam que, partículas pequenas apresentam maior
alvura do que as grossas, até uma granulometria aproximada de 0,25µm, sendo que abaixo
desse valor a sua alvura diminui.
2.2.1.4) pH:
Polpas aquosas de caulins no estado natural, possuem valores de pH na faixa entre 4,5 e
6,5, ou seja, são ligeiramente ácidos. O pH básico (acima de 7) se produz devido à presença
de sais solúveis, os quais devem ser retirados no processo de beneficiamento, pois, caso
contrário, o mineral pode ter seu uso restrito em várias aplicações industriais.
2.2.1.5) Reologia:
Conforme Murray (apud Sabedot 1997), a reologia possui relação com o fluxo da
matéria e com viscosidade dos fluídos. As propriedades que apresentam maior importância no
comportamento reológico dos caulins são: a área superficial, tamanho e empacotamento das
partículas.
A área superficial das partículas possui relação com a reologia de baixo cisalhamento,
ou seja, quanto menor o tamanho das partículas maior será a viscosidade. Entretanto, a
reologia de alto cisalhamento apresenta relação com o empacotamento das partículas. Murray
(apud Sabedot 1997).
Os aspectos reológicos podem ser estudados de duas formas: a primeira consiste em
desenvolver expressões matemáticas que possam descrever os fenômenos reológicos sem
maiores referências às suas causas; a segunda correlaciona o comportamento mecânico
observado com a composição detalhada do material em questão. O comportamento reológico
de sistemas coloidais é normalmente muito complexo, refletindo não apenas características
individuais de cada partícula, mas interações partícula-partícula e partícula-solvente.
De maneira geral, segundo Souza Santos (1975), as características reológicas de
sistemas coloidais dependem da viscosidade do líquido dispersante, da concentração da fase
dispersa, do tamanho e morfologia das partículas dispersas e, ainda, das forças de interação
entre as partículas.
Caulins, no estado natural, não cumprem as exigências do mercado, pois eles estão,
geralmente, associados com impurezas. Devido a isso, dois processos são utilizados para
beneficiar os caulins e remover as impurezas.
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O processo mais simplificado é conhecido como processo a seco. Este processo consiste
nas seguintes etapas: britagem, secagem, pulverização e classificação pneumática. Neste
processo, as propriedades do caulim beneficiado são totalmente dependentes das inerentes ao
caulim bruto. Para a aplicação do processo a seco o depósito de caulim deve ser escolhido
com cuidado para possuir as propriedades desejadas de alvura e baixo teor de resíduo
(superior a 44 µm) (Souza Santos, 1992).
ROM
DISPERSÃO/DESAGREGAÇÃO
DESAREAMENTO
DELAMINAÇÃO FRACIONAMENTO
REJEITO
Floc. Seletiva
Flotação
Separação Magnética
Lixiviação Redutora
Lixiviação Oxidante REDISPERSÃO
SECAGEM
FILTRAGEM TRANSPORTE
CALCINAÇÃO TRANSPORTE Polpa
Bigbag
Fonte: http://www.rc.unesp.br/igce/petrologia/nardy/bdcalcita.html
Fonte: Quimbarra.
27
EXTRAÇÃO CALCINAÇÃO
CALCÁRIO DEPÓSITO DE FORNO
(JAZIDA) CALCÁRIO
CAL
BRITADOR
LAVADOR
ALIMENTADOR PENEIRA DE GASES
VIBRATÓRIO CLASSIFICADORA
CO2
ÁGUA HIDROCICLONE CO2
TRATADA
SECAGEM
HIDRATAÇÃO SECADORES
CARBONATAÇÃO NEUTRALIZADOR
SILO DE PCC
H2O ESPESSADOR
HIDRATADOR
CAL
TANQUE DE HIDRÓXIDO
DE CÁLCIO REATORES DE
CARBONATAÇÃO TANQUE DE ALIMENTAÇÃO TRANSPORTADOR
PENEIRA HELICOIDAL
DOS SECADORES
DESAGUAMENTO
TANQUE DE PCC
EM SUSPENSÃO
PCC EM SUSPENSÃO
2.3.1 Introdução
Foi no início dos anos 90 que o mercado brasileiro teve sua tão esperada abertura. Com
isso, as buscas de resultados precisos e de mensurações mais ágeis para a satisfação dos
consumidores tornaram-se o alvo daquelas empresas que estudam o comportamento do
cliente.
Desta forma, foram introduzidas as técnicas de Análise Multivariada de Dados que, por
estarem disponíveis em uma variada gama de softwares estatísticos de fácil emprego popular,
têm sido amplamente utilizadas. Além disto, por oferecerem inúmeros cruzamentos entre
variáveis dependentes e independentes, e até mesmo entre informações de ordem dependente,
estas técnicas podem dar ao pesquisador uma dimensão mais rica a respeito da preferência,
imagem e comportamento dos compradores para o sucesso das vendas da sua empresa.
Segundo Hair Jr. Et al. (apud Bruni, 1998), análise multivariada (Multivariate Analysis)
é a análise de múltiplas variáveis em uma relação única ou em um grupo de relações. Em um
sentido mais abrangente, a expressão análise multivariada se refere a todas as técnicas
estatísticas que avaliam, ao mesmo tempo, múltiplas medições de cada indivíduo ou objeto
sob investigação. Qualquer análise simultânea de mais que duas variáveis pode ser
considerada como uma análise multivariada.
Há diversas técnicas de análise multivariada de dados. O método a ser selecionado
depende do tipo de resposta que se quer obter da análise de dados. É muito importante definir
o problema e os objetivos, pois, se ambos forem bem especificados, a escolha da técnica
adequada torna- se fácil.
Ainda, para optar qual é o método de análise multivariada mais apropriado é de suma
importância ter conhecimento dos dados a serem tratados. Hair Jr. (1995), reporta que:
eventuais falhas de análises preliminares dos dados, em decorrências de atalhos realizados,
podem apresentar resultados incorretos. Desta maneira, antes de iniciar um tratamento, é
necessário organizar e avaliar previamente os dados.
Os dados devem ser representados como uma matriz. O ponto inicial, para organizar as
informações, é representá-las em uma matriz-X com n objetos e p variáveis, ou seja,uma
matriz n por p. Esta matriz é chamada “matriz de dados”, “conjunto de dados” ou,
simplesmente, “dados”.
30
comprometer a análise. Um tratamento prévio dos dados, para ajustar as grandezas em valores
equivalentes ou possíveis comparações solucionaria esse problema.
aritmética e a agilidade com que os textos eram lidos. Deste trabalho, foi detectado qual ou
quais variáveis exerciam uma maior influência sobre as outras, sendo que a finalidade de
Hotelling era identificá-las. Na época, ele considerou que alguns estudantes, por apresentarem
melhores notas nos testes aplicados, deveriam possuir algum componente psicológico mais
desenvolvido que os outros estudantes, o qual facilitava certas tarefas. Na Psicologia
moderna, as variáveis que apresentavam uma maior influência foram chamadas de “fatores
mentais”, na Matemática esses elementos foram denominados de “fatores”, mas depois eles
receberam o nome de “componentes”, para não serem confundidas com o termo “fator” usado
na Matemática. A análise que encontrava estes supostos componentes e que maximizava a
variância dos dados originais foi então denominada por Hotelling de Análise de Componentes
Principais, que vem a ser a teoria conhecida e utilizada até os dias atuais. (Lopes, 2001).
VAR PC1 > VAR PC2 > .... > VAR PCP (3)
Os resultados da PCA, são obtidos através da inspeção visual de dois gráficos (figura
11) conhecidos como scores (representação gráfica das amostras) e loadings (representação
gráfica das variáveis) onde, analisando-se PC1 versus PC2, na abscissa encontram-se os
valores para a PC1 e o eixo das ordenadas corresponde aos valores para PC2.
PC2 PC2
A1 A7 V1
V4
A2 A9
A3
A4 A14 V3
A12 V2
A5 PC1 V6 PC1
A10 A13
A8
V5
A11
A6
(a) (b)
Figura 11: Gráfico dos scores (a) e dos loadings (b) de um sistema de dados bidimensional.
A partir do gráfico dos scores ou Mapa das Amostras (figura 11a), verifica-se a
projeção das amostras no eixo das PCs, sendo que, cada amostra possuirá um valor de score
para cada um dos novos eixos (as PCs). Ainda, pela análise deste gráfico, pode-se revelar,
34
Uma das principais dificuldades no uso da PCA está na seleção do número adequado de
PCs. Selecionando-se um número muito reduzido de componentes, pode haver perda
significativa de informação. Por outro lado, selecionando-se um número excessivo de PCs,
provavelmente não haverá significativa redução da complexidade do problema (Scremim,
2003).
Logo, em relação à escolha do número de PCs a serem empregadas na descrição dos
dados, deve-se levar em consideração a porcentagem de variâncias descritas pelas PCs e a
variância residual. Como exemplo tem-se a tabela 3 abaixo que mostra as variâncias descritas
pelas componentes para uma PCA.
36
Conforme a tabela 3, se pode ver que a PC1 apresenta apenas 83,94% da variância total
dos dados, sendo insuficiente, pois a variância residual ainda é muito grande, ou seja, alguma
informação poderá estar sendo perdida. Por exemplo, a contribuição de variáveis com grande
influência na PC2 poderia estar sendo desprezada, danificando a descrição dos dados. Assim,
é indispensável utilizar mais uma componente. A PC2 descreve 10,44% da variância total dos
dados que, juntamente à PC1, somam uma variância acumulada de 94,39%. A PC3 aponta
somente 3,41% da variância total dos dados, acumulando 97,79% de variância total descrita.
Apesar deste acréscimo na variância total, a quantidade de informação obtida pela PC3 é
pequena e sua inclusão poderia significar apenas um ruído (resíduo), desnecessário a
descrição dos dados. Logo, para este caso, 2 PCs seriam satisfatórias (Ribeiro, 2001).
37
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Nesta etapa foi realizada a seleção das cargas minerais e a determinação da tinta padrão.
Em formulações, as cargas mais brancas são as mais requisitadas, pois, além de serem mais
uniformes na cor, proporcionam economia de TiO2, contribuindo significativamente para a
redução do custo final da tinta. Neste sentido, os minerais escolhidos foram:
a) Dois tipos de Caulim, conhecidos como Century e Proto-A. O Proto-A é obtido a
partir do Century. Estes produtos minerais foram fornecidos pela empresa Vale do Rio
Doce;
b) Carbonato de Cálcio Natural (GCC). Este, passou por um processo de sedimentação,
utilizando o dispersante REOMAN 599 e, desta forma, subdividido em duas parcelas
de diferentes granulometrias: uma grosseira (GCCG) e outra fina (GCCF). Este
material foi fornecido pela empresa Renner Sayerlack;
c) Carbonato de Cálcio Precipitado (PCC). Carga fornecida pela empresa Renner
Sayerlack totalizando assim seis amostras a serem estudadas.
Visando evidenciar as características intrínsecas das cargas minerais na tinta, foram
desenvolvidos dois tipos de tintas: uma semibrilho e outra fosca, ambas na quantidade de 1
Kg. As mesmas foram baseadas em uma tinta padrão acrílica, base água, devido a crescente
preocupação com a conservação e proteção do meio ambiente.
38
Sendo a resina um insumo bastante influente nas propriedades de uma tinta, torna-se
importante conhecer um pouco suas características. Neste sentido, a resina acrílica utilizada
nas formulações das tintas, neste trabalho, é da marca Denver. A mesma, é capaz de produzir
uma emulsão de um copolímero acrílico produzindo filmes tenazes, aderentes, brilhantes, com
alta capacidade de aglutinação de cargas e pigmentos, pela alta resistência a água. Apresenta
as seguintes características:
a) Em relação ao aspecto geral do produto, a 25°C: é um líquido branco azulado e
viscoso;
b) Em relação ao filme formado sobre uma placa de vidro contra o padrão: deve
apresentar aspecto transparente, flexível, brilhante e sem pontos;
c) Em relação a presença de grumos (malha 100): máximo 0,10g.
padrão, inicialmente sugerida, foi retirada da bibliografia. Após ser testada foi
constatado que a mesma não alcançava resultados desejáveis. Desta maneira, pretendendo
reduzir o tempo para o ajuste da fórmula final e, conseqüentemente, obter uma maior
economia de material, foram empregadas fórmulas pré-estabelecidas.
Todas as cargas da fórmula original foram substituídas por uma única carga, em
quantidade igual ao somatório das mesmas, com exceção do TiO2 que foi mantido constante
em todas as experiências. Ou seja, cada tipo de caulim e carbonato de cálcio foi introduzido
individualmente nas fórmulas para que, posteriormente, fosse possível verificar o real efeito
de cada um na tinta. Na tabela 4, encontram-se as formulações das tintas empregadas:
O desenvolvimento teve início com a produção das tintas em escala laboratorial
passando basicamente por três processos: pesagem, dispersão e completagem.
A pesagem foi realizada em balança comum digital, onde todas as matérias-primas,
inicialmente separadas, foram pesadas.
A dispersão foi efetuada no dispersor cowles, onde os pós eram previamente pesados e
adicionados à solução do veículo. O cowles consiste de uma lâmina circular com a borda
alternadamente, virada para cima, lembrando uma serra circular ligada a um eixo de alta
rotação. Esta lâmina foi mergulhada na massa de moagem até uma determinada profundidade,
de modo que se formou um “vórtex”, que é essencial para uma boa dispersão.
O restante dos insumos, que não fazem parte da massa de moagem, foram introduzidos
na completagem.
39
A empresa aplica diversos testes para caracterizar cargas minerais. Abaixo serão
descritos, somente, os métodos utilizados para se efetuar este trabalho. Estes testes foram
baseados em normas da ASTM e em normas internas da empresa.
a) pH em cargas:
O método utilizado para obter este parâmetro foi baseado na ASTM D 1208. A
determinação do pH da amostra se faz a partir de material recentemente colhido e com sua
40
b) Teor de Umidade:
O estudo da determinação do teor de substâncias voláteis da amostra foi realizado pelo
método instrumental, fundamentado na ASTM D 280-33, que consiste no uso de uma balança
especial, da marca Mettler PE 160, onde raios infravermelhos são emitidos fornecendo
energia a amostra.
Primeiramente, a balança é tarada e em uma cápsula de alumínio é pesada 0,50 g da
amostra, sendo o peso inicial (mi) anotado. A balança é novamente tarada, para, após 10
minutos de secagem, adquirir o valor da massa final (mf).
O teor de umidade é obtido pela relação:
(mi − mf ) * 100
R= (4)
mi
onde: R= teor de umidade (%);
mi= massa da amostra inicial (g);
mf= massa da amostra final (g).
Fonte: http://www.micronal.com.br/artigostecnicos/analisesdeacucar.htm.
41
c) Cor:
Este teste é um método da empresa, sendo fundamentado na comparação visual da cor
de cada carga dispersa em resina, em comparação com um padrão ou em relação à outra
amostra. Para a realização deste teste, primeiramente, em uma placa de vidro é colocada uma
ponta de espátula de carga, e, com movimentos circulares, a resina para cor em cargas vai
sendo adicionada até a formação de uma pasta homogênea. Em seguida, com um aplicador de
pastilhas, esta pasta é aplicada sobre uma cartela para análise de cor (figura 13).
d) Resíduo de Peneiração:
Este método proporciona a quantidade de material retido em uma peneira especificada.
Teste referenciado pela norma ASTM.D 1208. Para a realização deste teste, inicialmente, são
pesadas 100 g de carga em uma balança analítica, diretamente na peneira de malha 325#. Em
seguida, a peneiração é feita sob um jato d’ água. Com o auxílio de um pincel e, através de
movimentos giratórios, tenta-se dissolver e/ou forçar a passagem do máximo de carga através
da peneira. O material retido é levado para uma estufa de lâmpadas. Quando seco, o material é
transferido para um vidro relógio, previamente tarado. O material retido é pesado e o
resultado em percentual é obtido pela equação abaixo:
P1 * 100
R= (5)
A
onde: R= percentagem do material retido na peneira;
P1= peso do resíduo em gramas;
A= peso da amostra em gramas.
42
e) Absorção em Óleo:
O teste de absorção em óleo segue a norma ASTM D- 281 – 84. Em um vidro relógio, é
pesada 1 grama da carga e transferida para uma placa de vidro. Em seguida, com o auxílio de
uma seringa, o óleo de linhaça é adicionado, gota a gota, em cima da amostra. Sendo o óleo
pesado por diferença. Após, utilizando uma espátula de porcelana os materiais são misturados
até se formar uma pasta homogênea. Quando ocorre a absorção total do óleo pelo pigmento,
se alcança o chamado ponto de rolagem, concluindo assim o teste. Os resultados são dados
como gramas de óleo requeridas para 100 gramas de pigmento.
g) Poder de Cobertura:
Este método, de uso interno da empresa, é utilizado para estimar a capacidade de uma
tinta em ocultar a superfície na qual esta foi aplicada. Esta avaliação se realiza entre duas
43
amostras ou entre a amostra e um padrão. Neste trabalho, o teste foi realizado entre duas
amostras.
Para proceder ao ensaio, 8 gramas de amostra são pesadas em um copo plástico e, em
seguida, 15 gramas de água são adicionadas. Esta mistura é homogeneizada por
aproximadamente 5 minutos com o auxílio de um pincel. Após, 2 gramas de resina, com anti-
espumante, são acrescentadas e misturadas durante 5 minutos. Posteriormente, a mistura é
aplicada em cartela de extensão, com tarja preta de contraste, disposta em uma superfície
plana e fixa (usando chapa de vácuo ou fita adesiva), e o extensor de 100 microns é
posicionado para aplicação. As tintas são colocadas em teste lado a lado sobre a cartela onde,
com firmeza e sem interrupção o extensor é puxado. A tinta de melhor cobertura pode ser
observada a olho nu, principalmente sobre a tarja preta.
O poder de cobertura é classificado como bom quando cobre o fundo preto da cartela.
Caso contrário é considerado ruim, sendo dada uma notação de 1 a 10. A figura 14 ilustra as
etapas de aplicação para a obtenção deste teste:
1) 2)
Cartela de extensão
3) 4)
Fonte: http://www.mundocor.com.br/noticias/intemperismo.htm
44
h) Razão de Contraste:
Este método expressa o valor do poder de cobertura na forma numérica. É a razão de
incidência de luz e sua reflexão. Após a obtenção do filme seco, a reflectância é medida
primeiramente sobre a área branca da cartela e, em seguida, sobre a faixa preta da cartela. O
resultado é avaliado através da divisão da reflectância sobre a área escura pela reflectância
dada na área branca. Os valores de cobertura completa são aqueles considerados acima de
98%. As medidas foram realizadas com o auxílio de um espectrofotômetro.
a) Análise Granulométrica:
No ensaio para caracterização dos tamanhos dos grãos, foi utilizado o granulomêtro de
difração laser da marca Cilas 1064. Este equipamento opera fundamentado na formação de
imagens.
Seu principio de operação é baseado na emissão de raios laser de baixa intensidade que
atravessam uma célula de quartzo por onde circula um líquido que possui as partículas em
suspensão.
Em uma série de fotocélulas de silício a luz é difratada, sendo, assim, avaliadas as
figuras de difração. Através de um dispositivo de processamento de sinais, é detectado o
tamanho das partículas. Este dispositivo, conectado a um microcomputador, exibe os
resultados na tela, em 100 faixas granulométricas previamente ajustadas pelo operador.
Os resultados são expressos, graficamente, em coordenadas de distribuição mássica
simples ou acumulada em função do tamanho das partículas.
b) Dispersão Granulométrica:
Visando quantificar a dispersão granulométrica, foi proposta a formulação abaixo:
45
D90 − D10
Var.Gran. = (7)
D50
onde: D90= diâmetro máximo das partículas onde está acumulada 90% da massa;
D5o= diâmetro máximo das partículas onde está acumulada 50% da massa;
D10= diâmetro máximo das partículas onde está acumulada 10% da massa;
Quanto maior este valor, maior a dispersão da distribuição granulométrica.
d) Difração de Raios-X:
Esta técnica permite a identificação de materiais quanto às suas características
cristalinas. A difração de raio-X ocorre quando um feixe incidente de raios-X sobre uma
amostra é espalhado pelos átomos sem mudança de velocidade e do comprimento de onda,
geralmente da ordem de 1 Å. As ondas espalhadas pelos diversos átomos da estrutura da
amostra combinam-se sob certos ângulos. O resultado desta combinação não é nulo,
registrando uma intensidade de radiação emitida significativa. Com isto é possível determinar
a geometria molecular da amostra. A identificação dos elementos é feita mediante a
comparação do espectro obtido com um espectro padrão.
46
e) Índice de Cristalinidade:
A cristalinidade de cada uma das amostras, foi investigada a partir dos difratogramas de
raios-x , através do cálculo entre a relação da largura pela altura do pico de maior intensidade
(figura 16).
2300
2200
2100
2000
1900
1800
1700
1600
1500
1400
Lin (Counts)
1300
1200
1100
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
32.8 33 34 35
2 - T h e t a - S c a le
Figura 16: Picos de maior intensidade do Caulim Proto-A (preto) e caulim Century
(vermelho) para cálculos do Índice de Cristalinidade.
47
f) Índice de Refração:
Refração é a mudança da direção de propagação de um feixe luminoso ao passar de uma
substância para a outra. Pode ser definido como a velocidade da luz no ar dividida pela sua
velocidade naquela substância. Neste trabalho os valores do índice de refração dos minerais
foram obtidos da bibliografia.
g) Parâmetros Colorimétricos:
Para se efetuar a avaliação colorimétrica de um material pulverizado, foi realizada a
confecção de pastilhas prensadas (figura 17) que foram levadas para leitura no espectro-
colorímetro.
A preparação das pastilhas, seguiu procedimento padrão realizado no Laprom.
Inicialmente, 10 g de cada amostra são pesadas em um vidro relógio e, em seguida, levadas
para estufa a 100° C, durante aproximadamente 1h, eliminando o possível excesso de
umidade. Após, a amostra seca é transferida para um anel de aço inoxidável, o qual possui um
diâmetro interno de 4,6 cm e 2,3 cm de altura, sobre uma placa de vidro. A próxima etapa
consiste na prensagem do material (figura 18), a uma pressão de 240 KPa durante 10
segundos sobre a amostra, sendo obtida uma superfície lisa e uniforme, sobre a qual é
efetuada a caracterização colorimétrica.
A seguir a leitura da reflectância é feita, no lado da pastilha que fica pressionado contra
o vidro, sendo utilizado um espectrofotômetro Minolta CM 580 d (modelo em esfera de
integração). Os resultados são visualizados com o auxílio de um computador acoplado ao
espectrofotômetro (figura 19).
a) Estabilidade Acelerada:
A referência deste teste é a norma ASTM D-869, baseada na verificação da estabilidade
de estocagem de um produto pela alteração de viscosidade, firmeza, sedimentação, ou
qualquer mudança após a permanência na estufa nas condições estabelecidas.
O primeiro passo é agitar a amostra, para que a mesma seja completamente
homogeneizada. Depois, uma alíquota da mistura é transferida para uma embalagem para
estabilidade. Esta embalagem é lacrada com fita crepe sendo, em seguida, levada para a estufa
a 60°C por no mínimo 7 dias. O tempo que a amostra fica em estabilidade pode variar
conforme a necessidade. Após este período a amostra é retirada da estufa e deixada à
temperatura ambiente por cerca de 1 h. Ao abrir a embalagem é verificado se houve formação
de pele, sedimento ou separação de fases, ou qualquer outra alteração visual. Logo depois, os
testes de pH e viscosidade são efetuados.
b) Viscosidade Krebs-Stormer:
Este teste foi realizado visando determinar a consistência de uma tinta pelo uso do
viscosímetro Stormer (figura 20). Este é composto por uma roda acoplada a uma haste.
Através de um peso, com massa conhecida, preso a um cordão, a roda gira fazendo girar
também a haste. Quanto maior a massa, com mais rapidez a haste gira e quanto mais viscosa a
tinta, maior massa é necessária para fazê-la rotar (Fazenda, 1993).
Este método segue a norma ASTM D-562. Para a realização deste ensaio, é necessário
que a temperatura da amostra esteja ajustada e mantida durante o teste a 25 ± 1°C.
Posteriormente, o recipiente contendo a tinta, é elevado à posição na qual a tinta fica no nível
da marca de graduação da haste. Após, alguns pesos de massa conhecida são colocados no
suporte, liberando a roda para girar, sendo a viscosidade obtida através da resistência
oferecida pela tinta ao giro da haste. A consistência é expressa como peso em gramas
necessário para produzir as 200 RPM padrão ou em unidades Krebs (KU), conforme tabela 5
a seguir:
70 53 140 70 210 83 280 93 400 104 540 115 680 124 820 132 880 135 1020 140
75 54 145 71 215 84 285 93 410 105 550 116 690 124 830 133 890 136 1030 140
80 55 150 72 220 85 290 94 420 106 560 117 700 125 840 133 900 136 1040 140
85 57 155 73 225 86 295 94 430 106 570 118 710 126 850 134 910 136 1050 141
90 58 160 74 230 86 300 95 440 107 580 118 720 126 860 134 920 137 1060 141
95 60 165 75 235 87 310 96 450 108 590 119 730 127 870 135 930 137 1070 141
100 61 170 76 240 88 320 97 460 109 600 120 740 127 880 135 940 138 1080 141
105 62 175 77 245 88 330 98 470 110 610 120 750 128 890 136 950 138 1090 141
110 63 180 78 250 89 340 99 480 110 620 121 760 129 820 132 960 138
115 64 185 79 255 90 350 100 490 111 630 121 770 129 830 133 970 139
120 65 190 80 260 90 360 101 500 112 640 122 780 130 840 133 980 139
125 67 195 81 265 91 370 102 510 113 650 122 790 131 850 134 990 140
130 68 200 82 270 91 380 102 520 114 660 123 800 131 860 134 1000 140
135 69 205 83 275 92 390 103 530 114 670 123 810 132 870 135 1010 140
c) pH:
O teste de pH segue a norma ASTM D-4584-92.
Primeiramente, o potenciômetro é calibrado de acordo com a faixa desejada e
orientações do fabricante. Em seguida, o eletrodo é lavado com água deionizada e seco com
um lenço de papel, sendo imerso na tinta. O valor do pH é anotado quando o “display”
estabiliza a leitura.
As leituras de pH devem ser feitas com a amostra a 25º ± 1°C.
51
a) Rugosidade:
Este teste consiste na determinação do conjunto de irregularidades, ou seja, de pequenas
saliências e reentrâncias que caracterizam uma superfície. Para a realização deste teste,
primeiramente, todas as tintas foram aplicadas em uma placa de vidro, com o auxílio de um
extensor de 250 microns. Após a cura total do filme, as amostras foram analisadas através de
um rugosímetro da marca Taylor-Hobson, modelo é Surtronic 3+(figura 21), pertencente a
Universidade de Caxias do Sul. Foram realizadas três leituras em cada amostra, sendo o
resultado expresso a partir da média dos mesmos.
Fonte: http://www.widiafer.com.br/images/178-951.gif.
b) Lavabilidade:
Este método, baseado na norma ASTM D-2486, tem por finalidade determinar um
procedimento acelerado de avaliação da resistência de tintas ao desgaste, causado por
esfregamento com pasta abrasiva sobre filete com ressalto.
Primeiramente, sobre uma placa de vidro e com o auxílio de um extensor de 7 microns,
a duplicada do filme é feita, em um painel de plástico preto de PVC, devidamente limpo com
álcool conhecido como leneta. Para a cura do filme, a leneta (cartela plástica de coloração
preta) com a tinta aplicada permanece à temperatura ambiente durante 7 dias.
O teste é realizado em um aparelho chamado de lavabilidade Gardner (figura 22),
devidamente nivelado.
52
O ressalto, nada mais é do que duas tiras de leneta, com 5 mm de largura, que são
fixadas no aparelho na posição horizontal do suporte. A leneta é presa ao aparelho, na posição
horizontal, sobre o ressalto já adaptado, onde são derramados 5 ml de água deionizada com o
objetivo de umedecê-la. Após, 10g de pasta abrasiva à base de sílica são pesadas sobre as
cerdas de nylon de uma escova. A escova deve ser substituída quando as pontas das cerdas,
por desgaste, tenham chegado ao tamanho de 16 mm da base. A escova é posicionada e fixada
no centro da leneta com as cerdas viradas para baixo.
O contador da máquina é zerado antes do início da contagem dos ciclos. Assim, a
escova efetua movimentos uniformes na horizontal com a mesma intensidade completando
ciclos. Após cada 400 ciclos (antes do desgaste do filme) a escova deve ser removida, e sem
enxágüe, devem ser recolocados 10 g da pasta abrasiva e 5 ml de água deionizada sobre a
leneta. O aparelho é novamente ligado e prossegue-se com o teste.
O número de ciclos é registrado no momento em que ocorreu a remoção total do filme
de tinta em uma linha contínua de 5 mm de largura. A média de ciclos entre as duplicatas
corresponde ao resultado.
leneta
Fonte: http://www.quimica.com.br/revista/qd404/atualidades2.htm
c) Brilho:
Este método foi baseado pela norma ASTM D-523 e é utilizado para medir o brilho
refletido de filmes nos ângulos de 20°, 60° e 85°. O teste é fundamentado na medida
fotoelétrica da luz refletida diretamente pela superfície de um objeto num ângulo
determinado.
53
Fonte: http://www.braseq.com.br/cont_rhopoint.htm.
A partir dos dados obtidos pela caracterização das cargas minerais e da tinta padrão
formulada a úmido e película seca, tem-se a etapa final. Esta, compreendeu o estudo da
correlação entre as propriedades da carga e seu comportamento na tinta, onde no tratamento
dos dados coletados, foi empregado o software Unscrambler de Análise Multivariada de
Dados, utilizando, como dito anteriormente, a técnica multivariada de Análise de
Componentes Principais.
Com o desenvolvimento tecnológico das técnicas experimentais analíticas, e a crescente
utilização de computadores, tornou-se possível obter uma quantidade de dados até há bem
pouco tempo atrás impensável num tempo tão curto. A velocidade dos processos aumentou,
permitindo também o aumento da quantidade de dados gerados em um tempo menor, e lógico,
com muito menos trabalho manual (Ribeiro, 2001).
54
Mas os olhos e a mente humana têm suas limitações, e à medida que cresce a
quantidade de dados e as correlações entre eles, cresce também, a dificuldade de se obter
informações interessantes, e a avaliação das variáveis que mais contribuem para se extrair a
informação desejada torna-se uma tarefa cada vez mais árdua. Em geral, a escolha destas
variáveis é feita após um minucioso exame individual de cada uma e dependente muito da
experiência do profissional que está lidando com elas, sendo muitas vezes da maneira
intuitiva, e portanto muito mais suscetível à erros (Ribeiro, 2001). Neste sentido através da
utilização do software Uscrambler, foi possível, durante a fase de desenvolvimento, focalizar
mais de uma variável de cada vez, permitindo uma análise de dados com mais eficiência e
rapidez.
Para que os dados fossem inseridos no software, primeiramente, a matriz n por p foi
constituída com o auxílio do programa Excel, sendo que, as linhas da matriz (n)
representaram os seis tipos de carga mineral estudadas e, as colunas (p) foram compostas
pelas variáveis provenientes dos ensaios realizados com as cargas minerais, tintas a úmido e
película seca.
55
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
recobrimento. Neste estudo, devido a todos os minerais utilizados possuírem o mesmo valor
de índice de refração (1,57), constata-se que o tamanho das partículas é o fator determinante
para a caracterização deste método, sendo que as cargas com as partículas mais finas são as
que ocultam melhor o substrato (figura 25).
Pode-se dizer, ainda, que o poder de cobertura está diretamente associado ao
espalhamento da luz. Desta forma, devido às partículas mais finas possuírem os menores
diâmetros, são capazes de preencher os espaços vazios entre as partículas mais grosseiras,
fazendo com que ocorra uma maior compactação do filme, refletindo a luz e,
conseqüentemente, proporcionando maior cobertura e razão de contraste.
Proto-A Century PCC GCC GCCF GCCG
10
Poder de Cobertura
8 Proto-A
Century
6
PCC
4 GCCF
2 GCC
0 GCCG
0.7 1.13 3.13 6.85 13.46 23.79
D50 (micrômetros)
Figura 25: Poder de Cobertura em função do D50.
A partir da realização do teste de cor, percebe-se, conforme a figura 26, que tanto o
GCC, quanto GCCF e o GCCG possuem os valores mais elevados de brancura, desta forma,
pode-se dizer que para a confecção de uma tinta, essas cargas seriam as mais indicadas, por
57
serem mais brancas, apresentam uma maior flexibilidade na formulação de cores. Além disto,
possuem maior uniformidade na cor, proporcionando economia de TiO2 e, assim, contribuindo
significativamente para a redução do custo final da tinta. Já, os caulins por apresentarem uma
coloração mais amarelada, têm seu uso restrito, pois mais de 70 % das tintas produzidas, pela
empresa na qual o estudo foi desenvolvido, são brancas.
1300
1200
Caolinita
d=7.14428
1100
d=3.57038
1000
900
800
Lin (Counts)
700
600
500
400
300
d=2.37975
d=2.33878
d=4.34452
d=4.16935
d=2.29059
d=2.56147
d=4.45119
d=2.49533
d=1.78572
d=1.48898
200
d=1.66408
d=1.99457
d=3.36789
d=1.61977
d=1.53880
d=1.43212
d=1.94119
d=1.83973
d=1.33811
d=2.74657
d=1.89366
d=1.58338
d=1.45785
100
2 10 20 30 40 50 60 70
2-Theta - Scale
Figura 33: Difratograma da amostra orientada do caulim Proto-A.
Lin (Counts)
0
Lin (Counts)
100
200
300
400
0
2
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
11000
12000
13000
14000
15000
16000
17000
18000
19000
20000
21000
22000
23000
24000
25000
26000
27000
28000
29000
30000
10
d=8.45924
d=14.057 Vermiculita
20
10
d=3.84255
Quartzo
d=3.34443
d=3. 23457
Feldspato Alcalino
d=3.13100 Anfibólio
d=3.03312
30
d=2.88671 d=7.172
Calcita
d=2.67304
d=2.54092
Dolomita
d=2.48931
Caolinita
d=2.40514
d=2.28044
40
d=2.19327
2-Theta - Scale
2-Theta - Scale
d=2.08964
20
d=2.01446
d=1.90596
d=1.87036
d=1.84850
d=4.178
d=4.133
Figura 34: Difratograma da amostra orientada do caulim Century.
d=1.62217
d=1.59893
d=1.54578 d=3.850
60
d=1.52105
d=3.741
d=1.46531
d=1.43639
d=1.41694
d=1.38893
30
66
d=3.378
d=1.33622
70
Lin (Counts)
0
Lin (Counts)
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
2
2
10
10
d=8.41775
20
20
d=4.27921
d=4.03432
d=3.85342 d=3.85629
d=3.70253 d= 3.70067
30
30
d=3.34172 Quartzo d=3.34700 Quartzo
d=3.27544
d=3.12826 Anfibólio d=3.12666 Anfibólio
d= 2.89038
d= 2.83801
d=2.84108
d=2.89240 Dolomita
d=3.02812
Calcita
d=2.67408
d=3.03143
Calcita
d=2.67512
40
d=2.54077
40
Dolomita
d=2.48962 d=2.54192
d=2.45285 d=2.49257
d=2.40587
d=2.40879
d= 2.28006
2-Theta - Scale
d=2.28240
d=2.19517
2-Theta - Scale
d= 2.15736
d=2.13326 d=2.19507
50
d=2.08857
50
d=2.01578
d= 2.09262
d=2.01740
d= 1.92250
d=1.90714
d=1.87030 d=1.92468
d= 1.90899
Figura 36: Difratograma da amostra GCCF.
60
d=1.75243 d=1.80672
d=1.78848
60
d= 1.62360
d=1.60016
d=1.57915
d= 1.62384
70
d=1.60138
d=1.59774
d=1.58265
d= 1.52106
70
d=1.54626
d=1.46759 d=1.52168
d= 1.50880
d= 1.43180
d= 1.47053
d=1.41405
d=1.38921 d= 1.43863
80
d=1.37484 d=1.41834
67
80
68
Calcita
500
d=3.03651
400
Lin (Counts)
300
200
d=2.28574
d=1.87569
d=2.09534
d=1.90973
d=2.49532
d=3.85299
d=1.60586
100
d=1.44171
d=1.41997
d=1.52587
d=1.50820
d=2.83818
d=1.62694
d=1.35742
d=1.33929
d=1.47278
0
2 10 20 30 40 50 60 70
2-Theta - Scale
Figura 38: Difratograma da amostra do PCC.
Em relação ao índice de cristalinidade (IC), os valores das amostras variaram entre 0,47
para o caulim Proto-A e, 0,21 para o GCC.
A tabela 8 ilustra os resultados da caracterização colorimétrica para os índices de alvura
e de amarelamento (Yellowness) para as amostras estudadas.
L* a* b* Yellowness Alvura
O parâmetro L* mede a luminosidade. Este dado, varia de 100, para o branco nominal, a
zero, para o preto. O parâmetro a* varia de positivo para negativo. Quanto mais positivo o
valor, indica que a cor da amostra é avermelhada e, quanto mais negativo mais verde é a cor
da amostra. O parâmetro b* varia, também, de positivo para negativo,quanto mais positivo
69
indica que a cor da amostra é mais amarelada e quanto mais negativo, mais azul é a cor da
amostra.
Segundo Varela (2002), a caracterização dos parâmetros colorimétricos das cargas
minerais é de grande importância para a incorporação destes produtos no mercado. A cor e a
homogeneidade são alguns exemplos das propriedades óticas exigidas para as cargas minerais
utilizadas nas indústrias de tintas, plásticos e papéis. Neste sentido, neste estudo, o PCC é a
carga mais indicada para ser empregada nas indústrias, pois conforme a tabela 8, o mesmo,
possui o maior índice de alvura e o menor índice de amarelamento.
Tendo feito todas as caracterizações das cargas e das tintas, conforme citado
anteriormente, a matriz de dados foi montada. Após, as variáveis foram subdivididas em dois
grupos distintos:
a) O primeiro grupo, foi chamado de Variáveis de Controle (VC). Foi composto pelas
variáveis que possuem características inerentes a amostra. Como, por exemplo,
granulometria (D10, D50 e D90), pH, absorção em óleo, rugosidade, viscosidade,
índice de forma (IF), índice de cristalinidade (IC), índice de refração (IR), alvura e
espectro de reflectância (ER);
b) O segundo grupo, conhecido como Variáveis Resposta (VR), foi constituído pelas
variáveis que são dependentes das VCs. Como, por exemplo, brilho, rugosidade,
razão de contraste, poder de cobertura e lavabilidade.
O próximo passo foi, correlacionar cada VR com o máximo possível de VCs, resultando
para as VRs acima mencionadas, as seguintes correlações, apresentadas na tabela 11:
72
Após a definição dos parâmetros que influenciam em cada VR, seguiu-se a análise
propriamente dita no software para fazer a ACP.
Após a definição dos parâmetros que influenciam em cada VR, seguiu-se a análise
propriamente dita no software utilizado para esta finalidade.
Analisando-se o mapa das variáveis (figura 40) percebe-se que, para o sistema em
estudo, as variáveis de controle parecem ter o mesmo grau de influência (peso) sobre a
variável resposta. Pode-se constatar ainda, que a rugosidade apresenta comportamento
diretamente proporcional ao diâmetro médio de partículas e inversamente proporcional a
absorção a óleo e a viscosidade.
Pela análise do mapa das amostras (figura 41), pode-se constatar que ocorreram duas
divisões. Analisando-se somente em relação a PC1, percebe-se que esta divisão aconteceu em
função da granulometria, ou seja, verifica-se que as partículas mais grosseiras (GCC e GCCG)
encontram-se no lado oposto do eixo das partículas mais finas. A segunda divisão refere-se as
famílias das amostras. Os tipos de amostras, GCCG, PCC e caulins ficam bem evidenciados.
Com relação ao PCC, mesmo apresentando um elevado valor de absorção a óleo (tabela 6), o
valor de sua viscosidade influencia para que sua posição seja deslocada.
Como dito anteriormente, a rugosidade representa pequenas irregularidades que
caracterizam uma superfície. Neste sentido, quando se trabalha com uma tinta semibrilho,
deseja-se que essas irregularidades sejam minimizadas. Assim, analisando-se os dois gráficos
simultaneamente, pode-se constatar que para obter valores mais baixos de rugosidade, deve-se
trabalhar com partículas mais finas mas que, por outro lado aumentam a absorção a óleo,
tornam o meio mais viscoso. Desta forma, analisando-se a tabela 7, percebe-se que os caulins
são as cargas minerais mais finas, e ainda, conforme tabela 10 apresentam os menores valores
de rugosidade para a tinta semibrilho, comprovando desta maneira o que os dois gráficos
ilustram. Pode-se dizer ainda, que o uso do caulim Proto-A ou do caulim Century é
indiferente, para a tinta semibrilho, pois as mesmas são fortemente correlacionadas possuindo
74
similar importância ao longo da PC1 e PC2. Constata-se ainda que, o GCC e o GCCG por
serem, partículas mais grosseiras, deixam a película mais rugosa.
Ao se comparar o mapa das variáveis para a tinta fosca (figura 42) em relação ao mapa
das variáveis para a tinta semibrilho (figura 40), pode-se perceber que, já não sustentam as
mesmas correlações. A partir deste gráfico pode-se perceber ainda, que a em relação a PC1,
ou seja, no eixo de maior variabilidade, a absorção a óleo é a variável que mais contribui
75
(logo apresenta maior peso) para essa variabilidade. Entretanto em relação a PC2, a
viscosidade apresenta o maior influência na variabilidade. Percebe-se ainda, assim como
ocorre para a tinta semibrilho, a rugosidade e a granulometria são diretamente proporcionais.
Para o mapa das amostras (figura 43), analisando-se em relação a PC1, pode-se perceber
que, novamente, as amostras são divididas entre grossos e finos. Ainda é possível, uma certa
distinção entre os tipos de amostras, mas não com a mesma evidência como ocorre para a tinta
semibrilho.
Quanto analisados juntos, percebe-se que as amostra de GCC e GCCG, encontram-se
localizadas, em relação ao mapa das variáveis, no mesmo quadrante que estão a rugosidade e
a granulometria. Neste sentido, pode-se dizer, que quanto mais grossa a granulometria da
amostra, maior será seu valor de rugosidade. Estes gráficos mostram ainda, que a rugosidade e
a granulometria apresentam um comportamento inversamente proporcional à absorção a óleo
e a viscosidade. Neste sentido, pode-se constatar que, por serem maiores, possuem uma menor
área superficial por unidade de massa e, logo, necessitarão uma menor quantidade de óleo
para umecta-las. Ainda, em uma tinta fosca, a quantidade das cargas presentes no sistema está
em excesso, logo, as propriedades de cada carga se intensificam, fazendo com que, por
exemplo, o comportamento dos caulins neste tipo de tinta, se diferenciam do comportamento
apresentado na tinta semibrilho. Como as VCs não têm o mesmo peso, amostras com grandes
diferenças da mesma VC são significativas. Isto é evidenciado pelos caulins que possuem
absorção em óleo praticamente igual (tabela 6), entretanto a diferença na viscosidade, para a
tinta fosca, é bem acentuada (tabela 10), fazendo com que o caulim Proto-A se “desloque” no
sentido da viscosidade. Em relação ao PCC , apesar de possuir um maior valor de D50 ( tabela
7 ) isso, pode ser devido a seu elevado valor de absorção a óleo.
O mapa das variáveis (figura 44), mostra que para a PC1 o brilho a 60° varia
proporcionalmente a absorção a óleo, sendo inversamente proporcional ao D50 e a rugosidade.
As VCs possuem pesos quase iguais, sendo a rugosidade apresentando o maior valor.
Analisando-se o gráfico das amostras (figura 45), pode-se constatar que as amostras, em
relação aos eixos das CPs, foram, novamente, divididas em relação a granulometria.
Em relação aos dois gráficos, observa-se que, os caulins proporcionam o melhor brilho
e uma granulometria bastante fina, apresentando ainda uma menor rugosidade. Percebe-se,
ainda que, o PCC, por ser um material de granulometria fina (tabela 7), também deveria
apresentar um valor mais elevado de brilho, entretanto, devido a quantidade de óleo absorvida
por esta carga ser muito alta (tabela 6), faz com que uma maior quantidade de resina seja
consumida, reduzindo, assim, o valor do brilho.
77
Sabe-se que, em uma tinta semibrilho, a quantidade de carga utilizada é pouca, sendo
que a resina encontra-se em excesso. Neste sentido, acredita-se que, os caulins, por
apresentarem uma estrutura lamelar, se depositariam de maneira mais uniforme no filme,
tornando-o mais compacto, menos rugoso e, provavelmente, apresentaria um maior brilho. É
possível dizer, através da interpretação dos gráficos das amostras (figura 45) e das variáveis
(figura 44) que, um maior brilho para uma tinta semibrilho, poderia ser alcançado, quando,
utilizadas cargas mais finas conferindo ao filme menor rugosidade.
O mapa das variáveis (figura46) mostra um grande equilíbrio entre as variáveis quando
comparadas em relação a PC1, logo, pode-se dizer que todas as variáveis apresentam uma
grande influência na variabilidade. Percebe-se ainda, que o brilho a 60º da tinta fosca é
diretamente proporcional a absorção a óleo e, inversamente proporcional a rugosidade e o D50.
Para este sistema, o brilho é uma composição das três variáveis.
Pelo mapa das amostras (figura 47), percebe-se, em relação a PC1 que as amostras
foram divididas em relação a granulometria e, pode-se verificar,também, a formação de dois
grupos distintos, ou seja, de um lado encontram-se os caulins e do outro os carbonatos.
Analisando-se os gráficos simultaneamente, pode-se constatar que os carbonatos
apresentam uma granulometria mais grosseira e, além disso, apresentam uma superfície mais
rugosa, absorvendo menor quantidade de óleo, proporcionando, assim, um brilho menor.
Pelo mapa das variáveis (figura 48) é possível verificar que, a razão de contraste tem
comportamento diretamente proporcional a absorção a óleo e, inversamente proporcional ao
D50.
Em relação ao mapa das amostras (figura 49), verifica-se que o mesmo diferencia os
três tipos de amostra e, percebe-se ainda, em relação a PC1, ocorre uma divisão em relação à
granulometria. Ainda, pode-se constatar, que para este sistema, os caulins estão fortemente
correlacionados.
A partir da análise conjunta dos gráficos, percebe-se que as amostras de caulim,
encontram-se localizadas, em relação ao mapa das variáveis, no mesmo quadrante que a
variável razão de contraste e, estão em oposição a variável D50. Neste sentido, pode-se dizer
que, quanto mais fina a granulometria da amostra, maior será o valor de razão de contraste
obtido. Verifica-se, também, que o PCC, devido a sua granulometria, deveria possuir uma
melhor razão de contraste, entretanto, pela alta absorção a óleo, isto não se verifica. Ainda, o
GCCF apresenta pouca influência, em relação a PC1, podendo, desta forma, ser considerado
como uma carga inerte, em termos de razão de contraste.
80
A partir do mapa das variáveis (figura 50), percebe-se que as variáveis apresentam
pesos diferentes. Verifica-se que, a PC1 sofre uma maior influência do D50 e da absorção a
óleo. Em relação a PC2, pode-se verificar que o D50 não apresenta nenhuma influência sobre
a mesma, ao passo que, a dispersão granulométrica possui a maior contribuição para a
variabilidade deste eixo.
81
Pela análise do mapa das amostras (figura 51), pode-se constatar que, em relação a PC1,
ocorreu uma divisão em função da granulometria, ou seja, as amostras mais finas encontram-
se do lado oposto do eixo das partículas mais grosseiras. Verifica-se, também, que o GCCF,
novamente, apresenta um comportamento mediano, tanto para a PC1, quanto para a PC2.
Ainda, constata-se que os caulins, apesar de possuírem o valor da razão de contraste muito
parecido, aparecem em posições opostas em relação a PC2.
Avaliando-se os gráficos simultaneamente, observa-se que, os caulins apresentam a
melhor razão de contraste. Entretanto, com a introdução de uma variável, que leva em
consideração a dispersão da distribuição granulométrica, o caulim Century possui sua razão
de contraste prejudicada.
82
5. CONCLUSÕES
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho desenvolvido foi todo baseado num banco de dados contendo apenas seis
cargas. Apesar do pouco volume de amostras, os resultados encontrados, são coerentes
atestando a consistência da metodologia. Entretanto, a implementação do banco de dados com
um número maior cargas tornaria o estudo mais robusto e valioso.
Conforme as considerações feitas na reunião Renner Sayerlack S/A e LAPROM, novas
cargas minerais, dando ênfase às cargas produzidas o Rio Grande do Sul, estão sendo
pesquisadas para possível uso na fase subseqüente do estudo. Algumas das cargas passíveis de
pertencer no estudo seriam, caulim (delaminado e calcinado), GCC dolomítico, agalmatolito,
talco e magnesita.
Além da incorporação de novas cargas, também se faz necessário à inclusão de testes de
repetibilidade e reprodutibilidade para as tintas utilizadas nos ensaios.
Outro aspecto a ser abordado é a inclusão de variáveis de controle ou a implementação
das variáveis até então utilizadas, como por exemplo o índice de forma, dados
espectrocolorimétricos.
84
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2002. Disponível na internet via www.URL http://mundocor.com.br. Arquivo capturado em
Julho de 2003.
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2002. Disponível na internet via www.URL http://mundocor.com.br. Arquivo capturado em
Julho de 2003.
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1998.
HAIR, J. F. Multivariate data analysis. 4 ed. Prantice - Hall, Inc., 1995. p. 745.
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