Você está na página 1de 50

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS SÃO MATEUS


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

KAIO MAJEWSKI MONTEIRO


PEDRO PAULO TOREZANI JUNIOR

ANÁLISE ESTRUTURAL DE UM SUPORTE


PARA PAINÉIS FOTOVOLTAICOS

SÃO MATEUS-ES
2017
1

KAIO MAJEWSKI MONTEIRO


PEDRO PAULO TOREZANI JUNIOR

ANÁLISE ESTRUTURAL DE UM SUPORTE


PARA PAINÉIS FOTOVOLTAICOS

Monografia apresentada à Coordenadoria do Curso


de Engenharia Mecânica do Instituto Federal do
Espírito Santo, Campus São Mateus, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Mecânica.

Orientador: Prof. Vinicius Erler de Sousa Ramos.

SÃO MATEUS-ES
2017
2

Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)


Bibliotecária responsável Rossanna dos Santos Santana Rubim CRB6/ES 403

M775a Monteiro, Kaio Majewski, 1988-


2017
Análise estrutural de um suporte para painéis fotovoltaicos / Kaio Majewski
Monteiro e Pedro Paulo Torezani Júnior.-- 2017.
50 f. : il. ; 30 cm.

Orientador : Vinícius Erler de Sousa Ramos.

Monografia (graduação) - Instituto Federal do Espírito Santo, Campus São


Mateus, Coordenadoria de Curso Superior de Engenharia Mecânica, 2017.

1. Sistemas de energia fotovoltaica – Equipamentos e acessórios. I.


Ramos, Vinícius Erler de Sousa. II. Torezani Júnior, Pedro Paulo. III. Instituto
Federal do Espírito Santo. Campus São Mateus. IV. Título.

CDD 22 – 621.31244
3
4

DECLARAÇÃO DOS AUTORES

Declaramos, para fins de pesquisa acadêmica, didática e técnico-científica, que este


Trabalho de Conclusão de Curso pode ser parcialmente utilizado, desde que se faça
referência à fonte e aos autores.

São Mateus, 29 de Julho de 2017.

Kaio Majewski Monteiro

Pedro Paulo Torezani Junior


5

RESUMO

O aumento da demanda energética ocasiona intensa procura por fontes de energias


alternativas, consequentemente um avanço tecnológico na captação dessas fontes.
Uma alternativa é a captação de radiação através de painéis fotovoltaicos em
estruturas estáticas, que podem suprir algumas necessidades rurais e urbanas.
Através da geração de energia utilizando a radiação solar surgem oportunidades de
pesquisa na área estrutural, como a criação de um suporte para placas fotovoltaicas
que recebem a radiação proveniente do sol. Entretanto, este tipo de estrutura não
promove a máxima eficiência devido à ausência de movimentos que possibilitariam
acompanhar o sol. Nesta monografia apresenta-se a comparação de duas estruturas
metálicas que funcione como um suporte, possibilitando a movimentação em 2 eixos,
afim de permitir maior captação da radiação solar. Para tanto, foram estudados os
efeitos das cargas de vento, determinadas as tensões atuantes e propostas melhorias
em relação ao conceito inicial. Os resultados das simulações das 2 estruturas
analisadas para os 2 parâmetros selecionados foram satisfatórios.

Palavras-chave: Energia solar. Seguidor solar. Suporte de painel fotovoltaico.


6

ABSTRACT

The increase in energy demand causes intense demand for alternative energy
sources, which causes a technological advance in obtaining these sources. An
alternative is the capture of radiation using photovoltaic panels in static structures,
which can be installed in rural and urban area. Through the generation of energy, using
solar radiation, there are opportunities in the structural area to be researched, such as
the creation of a support for photovoltaic panels that receive the radiation from the sun.
However, this type of structure does not promote maximum efficiency due to the
absence of movements that allow high absorption of solar radiation. The purpose of
this monograph is to compare two metallic structures that works as a support, allowing
the movement in 2 axes, in order to allow greater absorption of the solar radiation. In
order to do so, the effects of the wind loads were determined, the forces are also
determined and the improvements are proposed in relation to the initial concept. The
simulation results of 2 structures considering 2 variables were quite satisfactory.

Keywords: Solar energy. Solar Tracker. Photovoltaic support.


7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Representação do funcionamento e formato do slew drive ...................... 16


Figura 2 - Atuador ..................................................................................................... 17
Figura 3 - Imagem aérea do Campus São Mateus.................................................... 18
Figura 4 - Geração de malha..................................................................................... 19
Figura 5 - Isopletas da velocidade básica ................................................................. 20
Figura 6 - Coeficientes de força, 𝐶 ∝, para muros e placas retangulares com vento
perpendicular ao plano da figura. .............................................................................. 25
Figura 7 - Primeira estrutura...................................................................................... 27
Figura 8 - Segunda estrutura..................................................................................... 28
Figura 9 - Parte móvel da estrutura ........................................................................... 29
Figura 10 - Escolha do anel rotativo pela área total dos painéis. .............................. 30
Figura 11 - Entrada de dados .................................................................................... 31
Figura 12 - Detalhamento da simulação .................................................................... 32
Figura 13 - Elemento tetraédrico sólido parabólico ................................................... 33
Figura 14 - Painel fotovoltaico ................................................................................... 35
Figura 15 - Primeira estrutura.................................................................................... 40
Figura 16 - Segunda estrutura................................................................................... 41
Figura 17 - Tensão axial na primeira estrutura. ......................................................... 42
Figura 18 - Tensão axial na nova estrutura. .............................................................. 43
Figura 19 - Deslocamento Estático da primeira estrutura ......................................... 44
Figura 20 - Deslocamento Estático da segunda estrutura ......................................... 44
8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Propriedade mecânica do aço-carbono A36 ............................................ 16


Tabela 2 - Fator S2 .................................................................................................... 22
Tabela 3 - Valores mínimos do fator estatístico S3.................................................... 23
Tabela 4 - Ângulos de inclinação e coeficientes de arrasto ...................................... 26
Tabela 5 - Inventário de perfis retangulares da primeira estrutura. ........................... 27
Tabela 6 - Inventário de perfis circulares da primeira estrutura................................. 27
Tabela 7 - Inventário de perfis retangulares da segunda estrutura. .......................... 28
Tabela 8 - Inventário do perfil circular da segunda estrutura. ................................... 28
Tabela 9 - Ângulos de Inclinação e Coeficientes de Arrasto ..................................... 36
Tabela 10 - Características do atuador elétrico. ........................................................ 38
Tabela 11 - SolarTecno, configuração do Anel Rotativo ST9 ou PT9 ....................... 39
Tabela 12 - Resultados da análise de tensão ........................................................... 43
Tabela 13 - Comparação do deslocamento .............................................................. 45
9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10
1.1 MOTIVAÇÃO............................................................................................ 10
1.2 ABORDAGEM .......................................................................................... 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 14
2.1 FORÇAS .................................................................................................. 14
2.2 SELEÇÃO DE MATERIAL ....................................................................... 15
2.3 COMPONENTES COMERCIAIS ............................................................. 16
2.3.1 Seleção do slew drive ............................................................................ 16
2.3.2 Atuador linear elétrico ........................................................................... 17
2.4 PESQUISA DOCUMENTAL ..................................................................... 17
2.5 SOFTWARE UTILIZADO ......................................................................... 18
2.5.1 Método de elementos finitos .................................................................... 19
3 METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO .............................................. 20
3.1 METODOLOGIA ...................................................................................... 20
3.1.1 Força e velocidade do vento ................................................................. 20
3.1.2 Posições criticas .................................................................................... 26
3.1.3 Inventário ................................................................................................ 26
3.1.4 Atuador linear elétrico ........................................................................... 29
3.1.5 Slew drive ............................................................................................... 30
3.1.6 Simulação ............................................................................................... 30
3.1.6.1 Parâmetros utilizados pelo programa ....................................................... 33
3.1.6.2 Representação de deslocamento (URES) ............................................... 34
3.1.6.3 Tensão principal ....................................................................................... 34
3.2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................. 34
3.2.1 Painéis..................................................................................................... 34
3.2.2 Velocidade característica do vento e pressão dinâmica .................... 35
3.2.3 Força de arrasto ..................................................................................... 37
3.2.4 Atuador linear elétrico ........................................................................... 38
3.2.5 Slew drive ............................................................................................... 38
3.4 PRIMEIRA ESTRUTURA ......................................................................... 40
3.5 SEGUNDA ESTRUTURA......................................................................... 41
4 RESULTADOS ........................................................................................ 42
5 ASPECTOS CONCLUSIVOS .................................................................. 46
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 47
10

1 INTRODUÇÃO

1.1 MOTIVAÇÃO

O crescimento acelerado da demanda energética resulta em preocupações quanto ao


equacionamento da oferta e ao impacto nos preços. Entretanto, os temas segurança
de suprimento e meio ambiente transformaram a energia em tema crítico em âmbito
mundial (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA, 2007). Países emergentes
como a China tem primariamente um consumo energético proveniente de carvão
mineral e gás natural, mesmo que praticamente todas as formas de geração de
energia tenham passado por uma grande expansão na última década. De forma
similar, a Índia possui o carvão mineral como base para sustentar seu crescimento
recente no consumo de energias não renováveis (OLIVEIRA, 2015).

A matriz energética brasileira é constituída de 45% de energia renovável, enquanto a


média mundial é de apenas 14%, segundo a CNI (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA
INDÚSTRIA, 2007). Isto revela que o país tem um alto potencial para investimentos
nesse tipo de energia. Bandeira (acesso em 26 jul. 2016) corrobora que o Brasil possui
uma extensa matriz energética, possuindo, em seu território, significativas reservas
de fontes não renováveis como petróleo, gás natural e carvão, com destaque para o
vasto potencial hidrelétrico, eólico, solar e de biomassa de que o país dispõe para
geração de energia elétrica. Entretanto a Solar Power Europe (2015) menciona que a
fonte solar representou uma parcela de apenas 1% do total da energia elétrica
produzida no mundo em 2014.

A arquitetura bioclimática, consiste em formas de aproveitamento da luz natural do sol


ou a evitando, através de formas de integração arquitetônica às condições locais.
Usualmente utiliza-se a iluminação e o calor proveniente do sol para iluminação de
interiores de edificações ou aquecimento interno de ambientes (SOUSA, 2013).
Portanto, para que ocorra um melhor aproveitamento desta fonte de energia é
necessário o emprego de técnicas mais avançadas de construção. Segundo, Bandeira
(2012) o aproveitamento da energia solar na iluminação e no aquecimento de
ambientes decorre da penetração ou absorção da radiação solar nas edificações,
reduzindo-se, com isso, as necessidades de iluminação e aquecimento empregando
11

energia elétrica ou gás natural. Entre os vários processos de aproveitamento da


energia solar, os mais usados são o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de
energia elétrica (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2002).

No Brasil, o aquecimento de água é mais encontrado nas regiões Sul e Sudeste,


devido a características climáticas, enquanto a geração fotovoltaica de energia elétrica
nas regiões Norte e Nordeste, em comunidades isoladas da rede de energia elétrica.
A energia considerada inesgotável, livre de poluição e de sons não pode ser utilizada
a noite sem uma bateria para o armazenamento.

Sousa (2013) cita que “As nuvens influenciam a irradiância direta, fazendo com que
mesmo ao meio-dia-solar possamos captar menos energia que no começo da manhã
ou final da tarde”. Logo a eficiência dos painéis também depende do volume de nuvens
da região em que estão instalados.

O recurso solar não pode ser considerado como constante dada sua variação ao longo
do dia, do ano, e de acordo com a localidade. Grande parte destas variações se deve
à geografia terrestre e seus movimentos astronômicos de rotação e translação, os
quais possibilitam certa previsibilidade do recurso (TOLMASQUIM, 2016).

A energia solar possui custo inicial mais elevado que as fontes tradicionais (SOUSA,
2013). Castro (2012) esclarece que o custo de investimento em sistemas fotovoltaicos
é usualmente referido em custo por watt de pico, em que a potência de pico é a
potência máxima nas condições de referência. Dispositivos como bateria, regulador
de carga inversor e estruturas de suporte dos módulos são atualmente tomados como
gastos comuns.

A baixa eficiência de conversão associada ao alto custo de instalação das células


solares são os maiores obstáculos da geração de energia elétrica através de painéis
fotovoltaicos (IMHOFF,2007). Devido a isto é de fundamental importância obter o
máximo de potência que pode ser gerado pelos painéis, a fim de aumentar a eficiência
e reduzir os gastos da energia gerada. Para atingir esse objetivo é necessário garantir
12

que o sistema opere no ponto de máxima potência. A busca deste ponto de máxima
potência torna o sistema, seguidor solar essencial para aumentar a eficiência.

A energia solar pode ser utilizada como fonte de energia térmica, para geração de
potência mecânica ou elétrica ou ainda pode ser convertida diretamente em energia
elétrica, por meio termoelétrico ou fotovoltaico (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA
ELÉTRICA, 2002), sendo este último uma das razões da criação de uma estrutura que
suportará um painel eficiente para captação da radiação solar.

Tolmasquim (2016) menciona que uma maneira de aumentar a irradiação solar sobre
uma superfície é fazê-la seguir o movimento do Sol, através de mecanismos e
estruturas de seguimento de um ou dois eixos.

O sistema de rastreamento solar é um dispositivo que segue o curso do sol ao longo


do dia. Rastreadores solares possibilitam que os painéis solares sejam orientados
diretamente para os raios solares, regulando o ângulo entre o raio de incidência e o
painel em 90° (VIEIRA, GUERRA, 2015).

Vorobiev (2004) propôs a utilização de um sistema que funciona devido ao


rastreamento por sensores, os quais definem a melhor posição para o painel receber
a radiação solar, e informam a um microcontrolador, que por sua vez determina a
inclinação realizada pelo atuador e a rotação das placas pelo seguidor solar.

Atualmente estruturas de suporte para placas solares em formas fixas e móveis são
encontradas em diversas regiões, sendo elas capazes de sofrer rotações em um ou
dois eixos. De acordo com Sanzio (2016) estruturas uni-axiais, permitem alterar a
direção do painel solar acoplado, para que sempre exista incidência perpendicular de
radiação. A Usina de Tauá no Ceará é a primeira usina solar da América Latina e
possui extensa aplicação destes painéis uni-axiais.

1.2 ABORDAGEM

O ponto de partida deste trabalho são as doze placas fotovoltaicas que estão
disponíveis para serem instaladas no campus IFES São Mateus. Para isso foram
13

realizados vários estudos associados a utilização dessas placas, como por exemplo:
estrutura metálica de suporte para as doze placas, os perfis dessa estrutura assim
como o material utilizado, a incidência de vento na região, relevo e dimensões de
obstáculos próximos a estrutura. Através desses estudos, foi possível definir dois tipos
de estruturas metálicas, realizar simulações e compará-las.

Com o levantamento de dados realizados, foi preciso decidir os meios que devem ser
utilizados para chegar aos resultados. Em virtude disso, pesquisou-se em normas,
catálogos e artigos os métodos usados para calcular os fatores que influenciam na
carga de vento, como relevo, construções (casas, prédios, galpões) próximos a
instalação que consequentemente alteram os cálculos. Além disso, os métodos de
escolha e funções do atuador linear elétrico e anel rotativo.

Já no desenvolvimento, os conceitos estudados na fundamentação teórica e


metodologia foram aplicados. Pois nesta parte foi possível quantificar valores
utilizados nas simulações.

Nos resultados, foram realizadas as simulações. Todas as informações e os estudos


anteriores foram utilizados como base e também foi necessário a inserção de dados
no software utilizado. Os resultados das simulações computacionais serviram como
base para comparações de tensões, deslocamento, deformação e fator de segurança.

Por fim, os aspectos conclusivos que reúnem o resumo de informações dos


resultados. Assim como, devido as inúmeras opções de melhorias, as sugestões de
futuros trabalhos que iriam agregar resultados para comparações e melhorias.
14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 FORÇAS

Primeiramente, para realizar a análise do comportamento das forças resultantes na


estrutura metálica foi necessário conhecer e identificar as forças atuantes.

Dias (1998) menciona que na análise de engenharia de uma estrutura, devem ser
definidos quais são os carregamentos atuantes, os tipos de perfis a serem utilizados
na construção, os comprimentos correspondentes e as características de suas seções
transversais.

De acordo com Arrivabene (1994) os esforços sobre as barras de uma estrutura


podem ser classificados com esforços externos, que são originados pelas aplicações
de cargas externas à barra, e os esforços solicitantes, que são produzidos pelos
esforços externos que se propagam ao longo da barra. Enquanto por um lado a carga
de vento é definida como uma força externa. De outra forma, a força normal, que atua
na direção do eixo da barra; força cortante, que possui a direção perpendicular ao eixo
da barra e ainda, tensões normais que atuam perpendicular à seção, sendo tração ou
compressão, são todas esforços solicitantes.

De acordo com NBR 8681 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,


2003), os esforços, também chamados de ações, são classificados de acordo com a
variabilidade no tempo e divididos em três categorias: ações permanentes, variáveis
e excepcionais. Primeiramente, as ações permanentes e diretas são oriundas do
próprio peso dos elementos de construção, levando em consideração o peso próprio
da estrutura assim como os elementos de construção presentes.

Já as ações variáveis são aquelas que são provocadas pelos efeitos do vento, forças
de frenação ao atrito ocorrido nos aparelhos e as pressões hidrostáticas e
hidrodinâmicas. Essas ações variáveis são divididas em dois segmentos: normais e
especiais. As normais, de acordo com a NBR 8681 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2003), devem ser consideradas em situações quando suas
ocorrências são suficientemente grandes, tornando-se obrigatórias em projetos e
15

análises. Já as especiais, são tratadas como eventos naturais, como por exemplo,
abalos sísmicos ou outros tipos de cargas acidentais de natureza. Neste projeto não
será levando em conta essas ações por não haver precedentes dessa natureza na
região de instalação da estrutura.

Terceiro e último, as ações excepcionais são eventos extraordinários que podem vir a
acontecer, como por exemplo: colisão de algum objeto na estrutura, explosões ou até
enchentes. Neste projeto estas ações não foram consideradas devido as
probabilidades remotas de ocorrências desses eventos.

2.2 SELEÇÃO DE MATERIAL

O Centro Brasileiro da Construção em Aço (2007) menciona que alguns dos principais
requisitos para aços destinados a aplicação estrutural são a elevada tensão de
escoamento, elevada tenacidade, boa soldabilidade, bom para ser trabalhado em
operações de corte, furação e dobramento sem que se originem fissuras ou outros
defeitos. O aço estrutural ASTM A36 é de baixo carbono, devido a isto possui boa
soldabilidade e não mostra grande variação de dureza após o processo de soldagem.
Contanto, existem também os aços AISI 4140 que são aços de baixa liga e
apresentam teores de carbono mais elevados do que os aços estruturais. O que
permite maior temperabilidade que os aços de baixo carbono, ou seja, torna sua
soldabilidade bem menor (WAINER; BRANDI; MELLO, 1992). Dalcin (2012) menciona
que aços AISI 4140 são empregados na fabricação de elementos de máquinas de alta
resistência e oferecem ótima resistência ao impacto. Apesar dos aços de baixa liga
AISI 4140 não apresentarem boa soldabilidade, eles são bastante requisitados, com
o objetivo de redução de peso ou para suportar maiores esforços mecânicos
(AGUIAR, 2001). Já os aços estruturais, ASTM A36, são bastante conhecidos como
materiais de construção, os quais combinam resistência mecânica, trabalhabilidade,
disponibilidade e baixo custo (DALCIN, 2012). Devido a maior disponibilidade e baixo
custo opta-se pela utilização.

De acordo com Roberto Lucchini (2009) os aços-carbonos são os mais utilizados e o


aumento de teor de carbono eleva a resistência do aço, porém diminui sua ductilidade.
16

Lucchini cita também que em estruturas usuais de aço preferem-se os aços com teor
de carbono baixo a moderado, pois podem ser soldados sem precauções especiais.

Um dos aços estruturais mais indicado é o ASTM-A36, aço carbono de média


resistência mecânica de acordo com o Centro Brasileiro de Construção em Aço
(2007). Pinheiro (2001) registra o uso deste aço em perfis, chapas e barras para
construção de edifícios, pontes e estruturas pesadas, e suas propriedades são
mencionadas na Tabela 1.

Tabela 1 - Propriedade mecânica do aço-carbono A36


Teor de Carbono % Limite de Resistência à Ruptura
Especificação
(máximo) Escoamento fy (Mpa) (Mpa)

ASTM A36 0,25 - 0,29 250 400-500


Fonte: modificada de Pfeil e Pfeil (2009).

2.3 COMPONENTES COMERCIAIS

2.3.1 Seleção do slew drive

O slew drive ou anel rotativo, Figura 1, de acordo com o catálogo da Transtecno


(acesso em 17 maio 2016) possui função de rotacionar o painel solar, com a finalidade
de aumentar o tempo de incidência da radiação solar de forma mais eficiente. O
seguidor solar é fornecido em função do tamanho do painel.

Figura 1 - Representação do funcionamento e formato do slew drive

Fonte: adaptada de Transtecno (acesso em 17 maio 2016).


17

2.3.2 Atuador linear elétrico

Os atuadores são dispositivos que servem para movimentar determinados acessórios,


estruturas, etc. Seu princípio de funcionamento é bem simples, no qual ele transforma
um movimento rotacional em movimento linear. Segue um exemplo desse
equipamento, conforme a Figura 2.

Figura 2 - Atuador

Fonte: Festo (2010).

Existem atuadores do tipo mecânico e o elétrico. Nessa estrutura foi utilizado um


atuador linear elétrico, pois este confere uma maior precisão nos movimentos. Essa
necessidade de precisão é em virtude da estrutura precisar de uma inclinação que
varia de 10° até 90° em relação ao mastro. Além disso, o atuador deve suportar o
peso da estrutura a ser inclinada e suportar a força de arrasto na situação crítica.

2.4 PESQUISA DOCUMENTAL

Primeiramente realizou-se uma pesquisa documental. Há acervos de trabalhos


fornecidos pelo CAPES, livros, artigos e também por pesquisas no google acadêmico.
Essa pesquisa forneceu dados semelhantes de estruturas para suporte ou ideias
similares aplicadas em outras áreas. Em base desta pesquisa, foi possível determinar
os possíveis perfis a serem utilizados. Logo, com ajuda de catálogos de empresas
conhecidas como, por exemplo, Cedisa, Perfilados Rio Doce e Arcelor Mittal, foram
selecionados os perfis comerciais preliminares. As dimensões destes perfis foram
baseadas nas dimensões das placas fotovoltaicas.
18

Para determinação da carga de vento, foi considerada a localização em que o suporte


será utilizado: o Instituto Federal do Espírito Santo, Campus São Mateus, localizado
no bairro Litorâneo.

Figura 3 - Imagem aérea do Campus São Mateus

Fonte: Google imagens.

Nessa região destacada da Figura 3, foi avaliado a rugosidade do solo e incidência de


ventos. O terreno apresenta um baixo coeficiente de rugosidade por estar em uma
região plana, relativamente distante de árvores e de prédios. A determinação dos
valores de velocidades de vento na região foi feita utilizando-se um atlas eólico do
Estado do Espírito Santo. Esses valores foram usados para cálculo das cargas
atuantes na estrutura.

2.5 SOFTWARE UTILIZADO

A construção da estrutura baseia-se em como as placas serão dispostas e por suas


dimensões. Portanto será coletado as dimensões das placas assim como localização
de furos. Esses dados permitirão a construção em 3 dimensões da mesma utilizando
o software SolidWorks. Isso possibilita testar o comprimento e largura necessários
para os perfis, facilitando a escolha deles através de catálogos, bem como o
espaçamento entre placas, peso médio da estrutura e quantidade total de peças
utilizadas. O programa possibilita a realização de simulações, onde é possível coletar
dados que fornecem pontos de concentrações de tensões axiais, cisalhantes,
19

deformação e deslocamento. Com esses dados é possível fazer uma otimização da


estrutura, a tornando apta a suportar os esforços mecânicos que está sujeita e a
tornando viável.
2.5.1 Método de elementos finitos

A análise estrutural realizada pelo Solidworks é baseada no Método de Elementos


Finitos (MEF). Essa técnica é numérica e é utilizada na análise de determinados
projetos de engenharia. O software identifica a geometria que será analisada e então
a divide em partes pequenas partes, criando a malha de elementos que são
interligados por pontos em comum. Um exemplo de malha é demonstrado na Figura
4.

Figura 4 - Geração de malha

Fonte: SOLIDWORKS.

A partir disso, o programa formula as equações que estão regendo o comportamento


de cada um dos elementos presentes na malha e, além disso, leva em consideração
a interação com os outros elementos através dos nós.
20

3 METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO

3.1 METODOLOGIA

3.1.1 Força e velocidade do vento

A fim de realizar o cálculo estrutural é necessário entender como a força devido ao


vento é suportada pela estrutura e como ela atua no suporte para as placas
fotovoltaicas. A norma NBR 6123 (Forças devidas ao vento em edificações), da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (1988), trata deste assunto e é aplicável à
estrutura de suporte para caracterizar os esforços atuantes sobre a mesma. Através
da NBR 6123 é possível definir as características de velocidade, força e pressão do
vento, através de variáveis como solo, obstáculos e formato dos objetos onde o vento
incide.

Seguindo essa norma, a velocidade básica, 𝑉0, é a velocidade de uma rajada de 3


segundos, calculada em média uma vez em 50 anos, a 10 metros acima do terreno,
podendo ser soprada de qualquer direção horizontal e em campo aberto e plano. A
norma define essas velocidades em todo o Brasil (FIGURA 5) e, para a região norte
do Espírito Santo, temos 𝑉0 = 30 𝑚/𝑠.

Figura 5 - Isopletas da velocidade básica

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1988).


21

Em seguida determina-se o Fator Topográfico (S1). A NBR 6123 estabelece os


seguintes valores:

A) Terreno plano ou quase plano: 𝑆1 = 1,0.


B) Taludes e morros.
C) Vales protegidos.

O terreno característico do IFES Campus São Mateus é fracamente acidentado, desta


forma, 𝑆1 = 1,0.

A rugosidade do terreno, dimensões da edificação e altura sobre o terreno determinam


o fator S2, como detalhado no quadro 1. Este fator leva em consideração efeitos
combinados de rugosidade do terreno, variação de velocidade do vento com a altura
acima do terreno e das dimensões de edificações.

Quadro 1 - Rugosidade do terreno para S2


Categorias Descrição do Ambiente

Mar calmo; Lagos e Rios; Pântanos sem vegetação, superfícies lisas de


I
grandes dimensões, com mais de 5 km de extensão.

Zonas costeiras planas, Pântanos com vegetação rala, campos de


aviação, padarias e chamecas, fazendas sem sebes ou muros. Terrenos
II
abertos em nível ou aproximadamente em nível. A cota média do topo dos
obstáculos é considerada inferior a 1 m.

Granjas e casas de campo, com exceção das partes com matos; fazendas
com sebes e-ou muros; subúrbios e considerável distância do centro, com
III casa baixas e esparsas. Com cota média do topo dos obstáculos igual a 3
m.

Zonas de parques e bosques com muitas árvores; Cidades pequenas e


seus arredores; subúrbios densamente construídos de grandes cidades;
IV Áreas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas. A cota média do
topo dos obstáculos é considerada igual a 10 m.

V
22

Categorias Descrição do Ambiente


Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e poucos
espaçados. Florestas com arvores altas, de copas isoladas; centros de
grandes cidades e complexos industriais bem desenvolvidos. A cota dos
obstáculos consideradas maior que 25 m.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1988).

A ABNT, cita 5 categorias de rugosidade, a categoria III, para terrenos planos ou


ondulados com obstáculos. Muros, quebra-ventos de árvores, edificações baixas e
esparsas existindo uma cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 3
metros.
Como a 𝑆2 utiliza-se de dimensões de obstáculos, descritas no quadro 2, existe uma
outra divisão que classifica as dimensões de edificações.

Quadro 2 - Definição de classes de edificação para determinação de S 2


Classe Descrição

A Edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical não excede 20 m.

Edificação para qual a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal


B
esteja entre 20 m e 50 m.

Toda edificação ou parte da edificação para qual a maior dimensão horizontal ou


C
vertical da superfície frontal exceda 50 m.

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1988).

A Classe escolhida é A.

Na Tabela 2 a seguir, são fornecidos os valores referente às alturas, classes e


categorias logo é possível classificar 𝑆2 = 0,88 , tendo conhecimento de que 𝑆2 está
na Categoria III, Classe A e com uma altura menor que 5 metros.

Tabela 2 - Fator S2
Z (m) ≤5 10
A 1,06 1,10
I CLASSE B 1,04 1,09
C 1,01 1,06

CLASSE A 0,94 1,00


23

Z (m) ≤5 10
II B 0,92 0,98
C 0,89 0,95

A 0,88 0,94
III CLASSE B 0,86 0,92
C 0,82 0,88

A 0,79 0,86
IV CLASSE B 0,76 0,83
C 0,73 0,80

A 0,74 0,74
V CLASSE B 0,72 0,72
C 0,67 0,67
Fonte: modificada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (1988).

O fator estatístico 𝑆 3 é baseado em conceitos estatísticos, e considera o grau de


segurança requerido e a vida útil da edificação. Na Tabela 3, o valor mínimo adotado
de fator estatístico 𝑆3 de acordo com o grupo 4, sendo painéis de vedação, telhas e
vidros. O grupo 4 possui fator estatístico 𝑆3 de 0,88.

Tabela 3 - Valores mínimos do fator estatístico S3


Grupo Descrição S3
Edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou
possibilidade de socorro a pessoas após uma tempestade destrutiva
1 1,10
(hospitais, quartéis de bombeiro e de forças de segurança, centrais de
comunicação, etc.)

2 Edificações para hotéis e residências. Edificações para comércio e 1,00


indústria com alto fator de ocupação.

3 Edificações e instalações industriais com baixo fator de ocupação 0,95


(depósitos, silos, construções rurais, etc.)

4 0,88
Vedações (Telhas, vidros, painéis de vedação, etc.)

5 Edificações temporárias. Estruturas dos grupos 1 a 3 durante a 0,83


construção.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1988).
24

Com essas informações é possível determinar as forças estáticas devidas ao vento.


A velocidade característica do vento é:

𝑉𝑘 = 𝑉0 𝑆1 𝑆2 𝑆3 ⑴

A Pressão dinâmica é dada pela expressão:

𝑞 = 0,613𝑉𝑘2 ⑵

Sendo q em N/m2 e 𝑉 k em m/s.

A determinação do coeficiente de força global de um modo geral sobre a edificação


ou placa plana será dada por:

𝐹∝
= 𝐶∝ × 𝑞 × 𝐴 ⑶

Tem-se que ∝ representa em graus, a inclinação da velocidade do vento incidente na


placa ou muro. Na equação acima, a força 𝐹∝ [kgf] atua perpendicularmente ao plano
do muro ou placa. Enquanto A representa a área de referência em [m2]. E 𝐶∝ é o
coeficiente de forças conhecido como coeficiente de arrasto. Portanto, com a Equação
3 pode-se determinar a força em muros, placas e coberturas isoladas retangulares. A
NBR 6123 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNCIAS, 1988) fornece
dados necessários para ser utilizado no projeto. Veja na Figura 6 os coeficientes de
força para muros e placas retangulares.
25

Figura 6 - Coeficientes de força, 𝐶∝ , para muros e placas retangulares com vento


perpendicular ao plano da figura.

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1988).

Utilizando os dados da Figura 6, podemos interpolar os valores para obter os


coeficientes dos ângulos de incidência da velocidade característica do vento.

E com a relação do ângulo da velocidade característica do vento e do muro ou placa.


A NBR 6123 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1988) permite
a interpolação de valores, desde que 𝑙/ℎ ou seja, o comprimento do muro ou placa
dividido pela sua altura resulte em um valor intermediário de afastamento do solo entre
0 e 0,25 ℎ.

Portanto, para o caso da estrutura da Figura 8, utiliza-se os dados de 𝛼 e 𝐶∝ para o


𝑙
seguinte valor encontrado de ℎ = 1,814 . E através destas interpolações encontra-se

os valores necessários ao cálculo do coeficiente de arrasto para os ângulos


necessários de acordo com a tabela 4.
26

Tabela 4 - Ângulos de inclinação e coeficientes de arrasto


Ângulo de Inclinação [𝛼] Coeficiente de Arrasto [𝐶𝛼 ]

90° 𝐶90°
50° 𝐶50°
Fonte: autores.

3.1.2 Posições criticas

O desenho preliminar permite futuras análises. Essas análises foram realizadas com
o vento incidindo de forma perpendicular ao painel solar e também com a incidência
da velocidade do vento em 50° em relação ao painel. Posições pré-estabelecidas de
acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas. A NBR 8800
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008), mostra que existem
alguns esforços atuantes de forma permanente e de forma variável. Os de forma
permanente é o peso próprio de todos os elementos constituintes da estrutura,
adicionando pesos de equipamentos e instalações feitas de forma permanente na
estrutura. Enquanto as de forma variável, são as sobrecargas, como cargas
resultantes de instalações elétricas, isolamento elétrico ou térmico e existe a ainda a
ação variável devida ao vento, que para fins de cálculo, será considerada sempre a
máxima. Os esforços causados na estrutura pelas rajadas de vento são demonstrados
através dos cálculos disponibilizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas,
NBR 6123.

3.1.3 Inventário

A primeira estrutura analisada, demonstrada na Figura 7 e inventário na Tabela 5 e 6,


apresenta o seguinte arranjo dos perfis metálicos:
27

Figura 7 - Primeira estrutura

Fonte: autores.

Tabela 5 - Inventário de perfis retangulares da primeira estrutura.


Massa Massa
Largura Comprimento Altura Espessura
Nome Unidade linear Total
(mm) (mm) (mm) (mm)
(kg) (kg)
Tubo retangular
7 50 3284 70 3 5,48 125,9
primário
Tubos retangular
2 50 6000 70 3 5,48 65,76
secundário
Tubo retangular
3 30 1565,2 50 3 3,58 16,8
interno
Tubo quadrado base 1 100 3038 100 4,75 14,5 44,05
Tubo quadrado
Suporte atuador 1 100 450 100 3 9,79 4,4
elétrico
Fonte: autores.

Tabela 6 - Inventário de perfis circulares da primeira estrutura.


Diametro Diâmetro Massa
Comprimento Massa
Nome Unidade Schedule externo interno Linear
(mm) Total (kg)
(mm) (mm) (kg)
Tubo
circular 1 80 273,05 257,96 2200 95,87 210,91
central
Treliças 16 31,75 29,75 1783,87 1,65 47,09
Fonte: autores.
28

A segunda estrutura, demonstrada na figura 8 e inventário na Tabela 7 e 8,


apresenta o seguinte arranjo dos perfis metálicos:

Figura 8 - Segunda estrutura

Fonte: autores.

Tabela 7 - Inventário de perfis retangulares da segunda estrutura.


Espes- Massa Massa
Largura Comprimento Altura
Nome Unidade sura linear Total
(mm) (mm) (mm)
(mm) (kg) (kg)
Tubo Retangular
7 50 3284 70 1.2 2,24 51,49
Primário
Tubos Retangular
2 50 6000 70 3 5,48 65,76
Secundário
Tubo Retangular
3 30 1565,2 50 3 3,58 16,8
Interno
Tubo quadrado base 1 100 3038 100 3 9,29 28,22
Tubo Retangular
1 100 450 100 3 9,79 4,4
Suporte atuador elétrico
Fonte: autores.

Tabela 8 - Inventário do perfil circular da segunda estrutura.


Diametro Diâmetro Massa
Comprimento Massa
Nome Unidade Schedule externo interno Linear
(mm) Total (kg)
(mm) (mm) (kg)
Tubo circular
1 80 273,05 257,96 2200 95,87 210,91
central
Fonte: autores.
29

Com o inventário de todas as peças é possível calcular o peso das estruturas. Para a
primeira estrutura o peso total dos componente (PTCpe) é 514,91 kg. A segunda
estrutura possui o peso total dos componentes equivalente (PTCse) a 377,58 kg.

3.1.4 Atuador linear elétrico

O atuador linear elétrico é o dispositivo responsável pela inclinação vertical das


placas. A parte móvel da estrutura, representada pela Figura 9, é a que o atuador
realizará o trabalho de inclinação.

Figura 9 - Parte móvel da estrutura

Fonte: autores.

Para calcular a força necessária do atuador linear elétrico, é preciso conhecer a força
de arrasto, o peso das placas e também o peso dos componentes estruturais.

A equação que será utilizada para estimar a força mínima que o atuador deve possuir
se dá pela fórmula:

𝐶𝐴 = 𝑃𝑇𝑝𝑓 + 𝑃𝑇𝑡𝑟 + 𝐹50° ⑷


Onde:
CA = Carga no atuador.
PTpf = Peso total das 12 placas fotovoltaicas.
PTtr = Peso total dos tubos retangulares.
F50° = força de arrasto para 50 graus.
30

3.1.5 Slew drive

O fabricante do Slew Drive cita no catálogo que a decisão da escolha do anel rotativo
acontece em função da área do painel.

Área para uma placa, corresponde a equação a seguir:

𝐴𝑝𝑓 = 𝑙 𝑥 ℎ ⑸

Figura 10 - Escolha do anel rotativo pela área total dos painéis.

Fonte: adaptada Transtecno (acesso em 17 maio 2016).

Portanto a Figura 10, mostra que o anel rotativo deve ser o ST9/PT9.

3.1.6 Simulação

A simulação e realizada em duas estruturas: a primeira chama-se “estrutura


preliminar”, e a segunda chama-se “nova estrutura”. Foram realizados diversos testes
com a finalidade de se aproximar da realidade e minimizar erros.

Primeiramente, na Figura 11, é a interface onde se da entrada nos dados.


31

Figura 11 - Entrada de dados

Fonte: SOLIDWORKS (Software).

Na parte peças são escolhidas as peças que fazem parte da simulação. Além disso,
é escolhido o tipo de material através de um catalogo que contêm as características
de cada material, e no caso deste trabalho, foi escolhido o aço A36. Outro pronto
importante é que também são selecionados os corpos que foram tratados como vigas.
Esse tratamento de um corpo como viga, em outras palavras, quer dizer que só existe
a componente axial, que é tensão normal. Logo, ao colocar isso no círculo de Mohr
fica claro que essas tensões já são as tensões principais, e se aplicar Von Mises você
terá as mesmas tensões como tensões equivalentes. Em outras palavras, a viga já é
equivalente ao ensaio de tração, que é onde se avalia a resistência do material.

Na opção “Unir grupo”, o software localiza pontos de união das vigas conforme a
Figura 14 logo abaixo. O usuário também pode conferir e adicionar novos pontos onde
o software não reconheceu.
32

Figura 12 - Detalhamento da simulação

Fonte: autores.

Na opção “Conexões”, elas são partes onde o usuário tem que indicar onde existe
superfícies em contato. É um trabalho manual e caso algum ponto não seja
devidamente identificado, iria comprometer a simulação. Além disso, nos resultados,
a estrutura não iria ficar uniforme, apresentaria visualmente peças fora do lugar e que
fogem do arranjo estabelecido.

Na opção “Acessórios de fixação”, é onde o usuário indica ao programa onde a


estrutura ficará fixada. No caso deste trabalho de análise estrutural, o local será na
base do tubo circular. Vale lembrar que essa estrutura necessita de uma fundação
devidamente projetada por um engenheiro civil, logo seu desenho e sua análise não
foram levadas em consideração.

Na outra opção “Cargas externas” é onde se insere a forças que estão agindo sobre
a estrutura. Neste trabalho foram levadas em consideração a força de arrasto no valor
de 1143,18 kgf. Esse valor foi divido para as 7 vigas de apoio das placas fotovoltaicas
e a distribuição de carga foi tratada como homogênea, sendo assim um esforço
aproximado de 194 kgf para cada uma das 7 vigas. Além da força de arrasto, também
a simulação leva em conta a gravidade, indicada com seu sentido na figura 14 pela
seta vermelha.
33

Na opção “Malha”, o software cria uma análise baseada no Método de Elementos


Finitos (MEF), onde se cria um modelo geométrico e este é subdividido em partes bem
pequenas, chamados de elementos. E esses elementos são conectados por pontos,
conhecidos como nós. O programa na criação da malha, leva em consideração o
volume, área de superfície e também os outros elementos geométricos, criando
milhares de divisões. Quanto menor for essas divisões, mais preciso será os
resultados obtidos na análise. Em virtude disso, o refinamento da malha escolhido foi
a alta, que gera malhas no formato de tetraédricos sólidos parabólicos, conforme
figura 13.

Figura 13 - Elemento tetraédrico sólido parabólico

Fonte: SOLIDWORKS.

Esse formato permite uma melhor análise de arestas curvadas e também produzem
aproximações matemáticas melhores. Além disso, para uma análise estrutural, cada
nó do elemento tem três graus de liberdade e eles tem a função de representar as
translações nas três direções ortogonais.

E no tópico “Resultados”, é onde aparecem os resultados das simulações. Neste


trabalho de análise estrutural, foram levados em consideração a tensão axial e
deslocamento.

3.1.6.1 Parâmetros utilizados pelo programa

Para uma melhor compreensão dos resultados apresentados pelo software, foi listado
os principais parâmetros levados em consideração e o que são cada um.
34

3.1.6.2 Representação de deslocamento (URES)

A letra “U” é um vetor que representa o deslocamento. Normalmente, a letra “U” é


usada em análises quando se refere ao deslocamento. O vetor U apresenta
componentes em Ux, Uy e Uz. Esses valores são utilizados para análises de
elementos finitos em direções ortogonais, onde podem ser plotadas separadamente.
O URES nada mais é que as resultantes de deslocamento. Esses valores são
calculados pela seguinte fórmula:

𝑈𝑅𝐸𝑆 = √(𝑈𝑥)2 + (𝑈𝑦)2 + (𝑈𝑧)² ⑹

3.1.6.3 Tensão principal

As tensões axiais representadas na simulação são resultantes da força P sobre a área


A da seção transversal das vigas. Esses resultados são equivalentes a ensaios de
tração, que é avaliado a resistência do material.

3.2 DESENVOLVIMENTO

3.2.1 Painéis

Os suportes para análise são apresentados em diferentes disposições. Inicialmente


um suporte com as placas em arranjo de 3 por 4 placas foi definido, mas esteticamente
não foi interessante baseado na altura do suporte. Portanto uma estrutura para
disposição das placas fotovoltaicas em arranjo de 2 por 6 placas foi definida, e a partir
desta foi projetado um suporte baseado na disposição desejada das placas e de
acordo com as regiões que deviam ser parafusadas unindo as placas e os tubos
retangulares, conferindo fácil instalação, área de apoio para as placas e
principalmente por atender as necessidades mecânicas. Em exemplo, na Figura 14
logo abaixo, uma demonstração de um painel fotovoltaica:
35

Figura 14 - Painel fotovoltaico

Fonte: All-energy.

- Altura do painel (Apf): 40 mm.


- Largura de uma placa (Lpf): 992 mm.
- Comprimento de uma placa (Cpf): 1640 mm.
- Área de uma placa (Apf) = 1,62 m².
- Peso de uma placa (Ppf) = 20 kg x 9,81 m/s² = 196,2 N.
- Peso total das 12 placas (PTpf) = 196,2 N x 12 = 2,3 KN.
- Área total das 12 placas (ATpf) = 19,52 m².
- Peso total das12 placas (PTpf) = 196,2 N x 12 = 2.354,4 N

3.2.2 Velocidade característica do vento e pressão dinâmica

Através da NBR6123 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1988)


é possível determinar as forças geradas devido ao vento. Utilizando a norma define-
se a isopleta de velocidade básica, que consiste em uma rajada de vento que é medida
a cada 50 anos durante 3 segundos a 10 metros de altura na região onde será
implantado o suporte para o arranjo fotovoltaico. Essa velocidade é representada por
𝑉0 e equivale a 30 m/s. Sabendo que as variáveis que possibilitam a compreensão da
equação são 𝑆1 que é dado em função do fator topográfico, que caracteriza o terreno
como plano ou fracamente acidentado, 𝑆1 = 1,0.

A rugosidade do terreno, efeitos da variação da velocidade do vento, uma altura acima


do terreno de trabalho e as dimensões das edificações auxiliam na classificação de
36

𝑆 2. Definindo a cota média do topo dos obstáculos na região igual a 3 metros,


definindo o local como subúrbio a considerável distância do centro com edificações
que a maior cota vertical e horizontal não exceda 20 metros e a altura do suporte que
está sendo projetado não ultrapasse 5 metros é possível realizar a definição do valor
𝑆2, que equivale a 0,88.

O fator estatístico 𝑆 3 é baseado em conceitos estatísticos e considera o grau de


segurança requerido e a vida útil da edificação. Na Tabela 5, o valor mínimo adotado
de fator estatístico 𝑆3 de acordo com o grupo 4, que cita telhas, vidros e painéis de
vedação. O valor equivale a 0,88.

Substituindo os valores de 𝑉 0, 𝑆1, 𝑆2 e 𝑆3 na Equação 1, para determina a velocidade


característica do vento, têm-se:

𝑉 k = 30 × 1,0 × 0,88 × 0,88


𝑉 k = 23,232 m/s.

Para a determinação da pressão dinâmica, substitui-se o valor da velocidade


característica, 𝑉 k , na Equação 2. Logo:

𝑞 = 0,613 × (23,232)2
𝑞 = 330,85 N/m2 ou aproximadamente 𝑞 = 33 kgf/ m2.

Após a caracterização da velocidade e da pressão dinâmica na estrutura. Utiliza-se


os coeficientes de arrasto, como dado na Tabela 11, para obtenção da força de arrasto
sobre o painel.

Por interpolação, têm-se os seguintes resultados dos coeficientes de arrasto, tabela


9.

Tabela 9 - Ângulos de Inclinação e Coeficientes de Arrasto


Ângulo de inclinação Coeficiente de Arrasto

90° 1,163
50° 1,782
37

Fonte: autores.
Com os Coeficientes de Arrasto definidos podemos calcular a Força de Arrasto sobre
o painel utilizando a Equação 3.

3.2.3 Força de arrasto

O cálculo da Força [𝐹90° ] para a inclinação de 90 ° da velocidade característica do


vento em relação a placa, será construído através da substituição do Coeficiente de
arrasto de 90 ° da pressão dinâmica e da área do painel. Respectivamente, 𝐶90° ,𝑞 e 𝐴
na Equação 3. Demonstrado a seguir:

𝐹90° = 𝐶90° × 𝑞 × 𝐴
𝐹90° = 1,16 × 33 × 19,44
𝐹90° = 744,16 Kgf

O cálculo da Força [𝐹50° ] para a inclinação 50°, quando a velocidade do vento incide
de forma obliqua a placa, dentro dos limites da interpolação permitido pela norma. O
cálculo é demonstrado de forma similar:

𝐹50° = 𝐶50° × 𝑞 × 𝐴
𝐹50° = 1,782 × 33 × 19,44
𝐹50° = 1143,18 Kgf

Após o desenho preliminar, foi utilizado o programa SolidWorks para simulações


estruturais. Nessas simulações foram utilizadas as principais forças envolvidas
atuando sobre a estrutura, assim como as regiões que estão sofrendo tração ou
compressão. Além disso, essa simulação informa os principais pontos onde existe a
concentração de forças atuantes, determinando assim a necessidade da troca de
materiais, ou aplicação de estruturas que promovem o reforço ou a modificação da
geometria de peças, afim de aliviar as tensões. De outra forma, as regiões
superdimensionadas, com limites de escoamento muito além do suportado são
mostradas. Portanto a utilização desse software será útil no cálculo das tensões e
deformações desta estrutura, de geometria e interações complexas, permitindo a
determinação destes valores.
38

3.2.4 Atuador linear elétrico

A força requerida no atuador elétrico é expressa pela equação 6. Por ela é possível
conhecer a força mínima que o atuador deve suportar:

Peso total das 12 placas, PTpf = 2,3 KN.


Tubos Retangulares, PTtr = 1,3 KN.
F50° = 1148,9 x 9,81 = 11,3 KN.

𝐶𝐴 = 𝑃𝑇𝑝𝑓 + 𝑃𝑇𝑡𝑟 + 𝐹50° ⑹


𝐶𝐴 = 2,3 + 1,3 + 11,3

Carga no Atuador, CA = 14,9 KN.

Para essas condições, o fabricante Festo possui um atuador linear elétrico modelo
ESBF de tamanho nominal 100 com as seguintes especificações da Tabela 10 a
seguir:

Tabela 10 - Características do atuador elétrico


Passo do Diâmetro do Força Torque Percurso
Parafuso Parafuso Máx. Máx. Força Radial Velocidade máximo
[mm/rev] [mm] [KN] [Nm] Máx.[N] [m/s] [mm]
20 40 17 63,7 1100 0,67 1500
Fonte: adaptada de Festo (2010).

A força máxima, segundo o fabricante Festo, é de 17 KN. Portanto, o atuador


selecionado suporta com segurança a carga de 14,9 KN.

3.2.5 Slew drive

O painel do projeto é de 19,52 m2, então o modelo a ser escolhido pertence a região
compreendida entre 18 e 30 m2. Logo, o modelo é ST9-61-25H-R, seguidor solar.

Existem algumas características comuns aos anéis rotativos como a velocidade


máxima de saída de 2,5 rpm, a lubrificação por graxa e uma temperatura de utilização
39

podendo variar entre -40 °C a +80 °C. A escolha inicialmente acontece em função da
área do painel solar, neste caso de 19,52 m 2, de modo que a especificação do anel
rotativo adequado para o suporte em estudo seja ST9-61-25H-R / PT9-61-25H-R.
Todas as características são descritas na Tabela 9, abaixo. Para entender a
designação, ST indica que é seguidor solar; 9 representa o tamanho do anel; 69 indica
a relação de redução de velocidade; 25 representa o diâmetro de entrada. Da mesma
forma, PT representa Concentrador Solar e Celóstato, o número 9 representa o
tamanho do anel. A representação da redução é feita pelo número 61, enquanto o
diâmetro de entrada é informado pelo número 25. A letra H representa a predisposição
do encoder e o R representa o motor do lado direito.

O Catálogo da Transtecno (acesso em 17 maio 2016) indica que a montagem deve


ocorrer na posição horizontal, fixando o anel externo no poste fixo e o anel interno no
seguidor. Desta forma o anel interno, o anel rotativo e o moto redutor girarão alinhados
com o seguidor solar. De acordo com o fabricante é recomendada a proteção do anel
rotativo e do moto redutor de agentes atmosféricos. O motor redutor é pendular de
engrenagem podendo ser 230/400 Vca ou 12/24 Vcc, características de acordo com
o fabricante.

Para o modelo adotado segue as características dadas de acordo com o fabricante na


tabela 11.

Tabela 11 - SolarTecno, configuração do Anel Rotativo ST9 ou PT9


Configuração ST9-61-25H-R PT9-61-25H-R

Redução 61:1 61:1

Torque nominal 6,5 kNm 6,5 kNm

Torque Máximo 7,0 kNm 7,0 kNm

Torque de Inclinação 38,7 kNm 38,7 kNm

Pico de torque 33,8 kNm 33,8 kNm

Carga Axial Dinâmica Máxima 81 kN 81 kN


40

Configuração ST9-61-25H-R PT9-61-25H-R

Carga radial dinâmica Máxima 71 kN 71 kN

Carga Axial estática 338 kN 338 kN

Carga Radial estática 135 kN 135 kN

Rendimento 40 % 40 %

Jogo Angular ≤ 0,17° ≤ 0,05°


Fonte: adaptada Transtecno.

3.4 PRIMEIRA ESTRUTURA

A primeira estrutura, Figura 15, foi desenvolvida de modo que ela fique livre para se
mover em 2 eixos. Seguindo este requisito, os arranjos das vigas foram escolhidos de
forma que a estrutura não apresente resistência tanto para rotacionar em torno de seu
eixo quanto para realizar a inclinação. A escolha das dimensões, comprimento e
largura, das vigas foram baseadas pelas placas fotovoltaicas. Já a espessura
escolhida foi a maior encontrada no catálogo da CEDISA (acesso em 11 jun. 2016).
Também foram adicionadas treliças, que estas têm o objetivo de reduzirem as tensões
de tração e compressão. A ideia inicial era a construção de uma estrutura robusta e
capaz de suportar grandes esforços.

Figura 15 - Primeira estrutura

Fonte: autores.
41

3.5 SEGUNDA ESTRUTURA

A segunda estrutura, Figura 16, também seguiu os requisitos de construção da


primeira estrutura. Porém esta passou por diversas simulações em busca de valores
menores para a deformação, deslocamento, redução de peso e fator de segurança.
Os resultados e as consequências das alterações da estrutura serão mostrados no
tópico 4.

Figura 16 - Segunda estrutura

Fonte: autores.
42

4 RESULTADOS

Conhecendo o formato incial da estrutura, indicado na Figura 17, é realizado uma


simulação no Solidworks. Os seguintes dados são apresentados.

O valor de tensão de escoamento do aço ASTM A36 é de 250MPa.

Figura 17 - Tensão axial na primeira estrutura.

Fonte: autores.
43

Figura 18 - Tensão axial na nova estrutura.

Fonte: autores.

Tabela 12 - Resultados da análise de tensão


Tensão Axial Tensão Axial (MPa)
(MPa) - Tração - Compressão
Primeira Estrutura 12 27
Segunda Estrutura 24 36
Fonte: autores.

De acordo com as simulações e seus resultados dispostos na tabela 12, houve um


aumento de 100%. Já para a compressão, os resultados obtidos foram de um aumento
de 33%. Embora pareça um aumento drástico, esses resultados ainda estão dentro
do limite de escoamento do aço A36, que é de 250 MPa.

O fator de segurança da primeira estrutura é de FSpe = 9,25. Esse valor pode ser um
indicativo que a estrutura está superdimensionada. Portanto, a segunda estrutura
sofreu ajustes, como na redução de espessura e consequentemente na perda de
peso, causando uma redução no fator de segurança FSse = 6.9. Esses valores são
relativamente altos, porém justificáveis, uma vez que se fossem menores iriam
implicar em um maior deslocamento estático da estrutura. Conforme mostrado das
Figuras 19 e 20.
44

Figura 19 - Deslocamento Estático da primeira estrutura

Fonte: autores.

Figura 20 - Deslocamento Estático da segunda estrutura

Fonte: autores.
45

Tabela 13 - Comparação do deslocamento


Deslocamento (mm)
Estrutura Preliminar 134
Nova Estrutura 125
Fonte: autores.

Devido ao arranjo das vigas, a estrutura tende a sofrer um deslocamento,


demonstrado na Tabela 13, nos extremos da estrutura quando esta está sobre rajadas
de vento. No estudo preliminar, houve um deslocamento da primeira estrutura de Dep
= 134 mm. Já com algumas modificações de espessura de alguns elementos, foi
possível reduzir para Dne = 125 mm, que é uma redução aproximadamente de 7%.
46

5 ASPECTOS CONCLUSIVOS

Na análise estrutural, a primeira estrutura apresenta a necessidade de melhorias em


alguns quesitos. A primeira modificação necessária, seria uma tentativa de reduzir o
seu superdimensionamento. Outro fato a ser discutido, é o seu peso estrutural que
pode ser diminuído trabalhando com materiais diferentes e também verificando em
outras análises, a modificação das dimensões das vigas. A respeito da segunda
estrutura, ela também necessita de algumas melhorias, porém seus resultados foram
melhores do que a primeira.

As melhorias seriam um rearranjo estrutural, visando menores deslocamentos no


extremo da estrutura e também buscando a deixar mais leve. Os acessórios
mecânicos, anel rotativo e atuador elétrico linear, atenderam as necessidades de
rotação e inclinação da estrutura. Além disso, para futuros trabalhos é recomendado
a implantação do sistema elétrico, que possibilita os movimentos e a conversão de
energia, a programação para movimentar o slew drive em sincronia com a posição
solar. Além disso, recomenda-se dividir por dois ou até três o número de placas para
novas estruturas. O objetivo de projetar estruturas aptas a suportar quatro ou seis
placas é de estudar o comportamento das forças atuantes e comparar com os
resultados apresentados neste trabalho.

Também são recomendadas novas simulações para a avaliar do comportamento de


outros aços estruturais e também do rearranjo da estrutura, objetivando a otimização
da estrutura. Esse estudo poderá indicar uma redução das tensões, diminuir a
deflexão dos perfis que resultaria um aumento de eficiência e também até a utilização
de materiais mais leves. Também é relevante uma análise de custo das estruturas e
sua viabilidade.
47

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Atlas de energia elétrica do


Brasil. Brasília, 2002.

AGUIAR, Willys Machado. Soldagem do aço ABNT 4140 sem Tratamento


Térmico Posterior.2001. 85f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Ciência de
Materiais) - Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2001.

ALL-ENERGY. Australia exhibition & conference. Disponível em: <http://www.all-


energy.com.au/en/Exhibitors/2022831/Canadian-Solar-Australia-1-Pty-
Ltd/Products/1043740/Canadian-Solar-SmartDC-Module>. Acesso em: 15 jul 2016.

ARRIVABENE, V. Resistência dos materiais. 1. ed., São Paulo: Makron Books,


1994. 398 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: forças devidas


ao vento em edificações. Rio de Janeiro ,1988. 66 p.

______. NBR 8681: ações e segurança na estrutura – Procedimento. Rio de Janeiro,


2003.15 p.

______. NBR 8800: Projetos de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e


concreto de edifícios. Rio de Janeiro,2008. 237 p.

BANDEIRA, F. Aproveitamento da energia solar no Brasil: aproveitamento e


perspectivas. Disponível em:
<http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/9008/aproveitamento_energi
a_bandeira.pdf?sequence>. Acesso em: 26 jul. 2016.

CEDISA. Catalogo de produtos geral. Disponível em:


<http://www.cedisa.com.br/downloads/>. Acesso em: 11 jun. 2016.

CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRÇÃO EM AÇO. Manual técnico: CBCA. São


Paulo, 2007.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Matriz energética: cenários,


oportunidades e desafios. Brasília, 2007.

DALCIN, Luciano Dalcin. Estudo da soldagem multipasses entre os aços


dissimilares AISI 4140 e ASTM A36 sem tratamento térmico posterior. 2012. 56f.
Monografia (Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade Horizontina,
Horizontina.2012.

DIAS, L. A. M. Estruturas de aço: conceitos, técnicas e linguagem. 2.ed. São Paulo:


Zigurate, 1988.

FESTO BRASIL. 2010. Atuadores lineares e guias. Disponível


em:<https://www.festo.com/cat/pt-br_br/products_011101>. Acesso em: 24 jun.
2015.
48

GOOGLE. Google Earth. 2016. Disponível em: <https://earth.google.com/web/@-


18.67864212,-39.86122424,39.37306492a,617.5497981d,35y,-0h,0t,0r>. Acesso
em: 21 ago 2016.

IMHOFF, Jonhninson. Desenvolvimento de Conversores Estáticos para


Sistemas Fotovoltaicos Autônomos. 2007. 146f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Elétrica) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica,
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria.2007.

LUCCHINI, Jonathan Roberto. Processos de Fabricação e Montagem de


Estruturas Metálicas na Construção Civil. 2009. 146f. Monografia(Graduação em
Engenharia Civil) - Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo.2009

OLIVEIRA, Lucas Kerr. Geopolitica energética dos países emergentes. Artigo


apresentado no I seminário Internacional de Ciência Política na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, em Set. 2015.

PFEIL, W. e PFEIL, M. Estruturas de aço: dimensionamento prático 8º edição. Rio


de Janeiro: LTC, .2009.527p.

PINHEIRO, A. C. F. B. Estruturas metálicas: cálculos, detalhes, exercícios e


projetos. 1ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2001, 300p.

CASTRO R.M.G.C. Energias renováveis e produção descentralizada: introdução


à energia fotovoltaica. Lisboa: Instituto Superior Técnico. 2002. 51p.

SANZIO, Eduardo Amaral e NASCIMENTO, Marcos Rosário. Desenvolvimento de


um equipamento suporte móvel para módulos fotovoltaicos otimizado para
aumento da captação de energia solar. 2016. 74f. Monografia (Graduação em
Engenharia Mecânica) - Centro Federal De Educação Tecnológica Celso Suckow Da
Fonseca – CEFET/RJ. Rio De Janeiro, 2016.

SOLAR POWER EUROPE. Disponível em: “Sustainability of photovoltaic


systems”. Disponível em: <http://www.solarpowereurope.org/>. Acesso em: 21 jun.
2016.

SOLIDWORKS. Vigas. Disponível em:


<http://help.solidworks.com/2012/English/SolidWorks/cworks/Beams.htm>. Acesso
em: 11 nov. 2016.

SOUSA, Ronilson Di. Introdução a sistemas de energia solar fotovoltaica. 1. Ed.


Ribeirão Preto. São Paulo, 2013.

TOLMASQUIM, M. T. Energia renovável: hidráulica, biomassa, eólica, solar,


oceânica. EPE: Rio de Janeiro, 2016. 452p.

TRANSTECNO. Solar tracker systems. Disponível


em:<http://www.transtecno.com/filealbum/132_0.pdf>. Acesso em: 17 maio 2016.
VIEIRA, Romênia G.; GUERRA, Fabiana V.; Vale, Marcelo G.; Araújo, Magno M.
Sistema de rastreio de painel fotovoltaico utilizando placa microcontrolada
49

arduino.In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AUTOMAÇÃO INTELIGENTE. 2015, Natal,


Rio Grande do Norte. Sistema de rastreio de painel fotovoltaico utilizando placa
microcontrolada arduino.Natal: 2015. p.2-3.

VOROBIEV, Pavel ;VOROBIEV, Yuri; GONZALEZ, Hernandez . Optimization of the


solar energy collection in tracking and non-tracking photovoltaic solar system. In:1
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE ENGENHARIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA,
24-27 Jun. de 2004, México. Optimization of the solar energy collection in
tracking and non-tracking photovoltaic solar system. México: 2004. pp. 310-314.

WAINER, Emilio; BRANDI, Sérgio; MELLO, Fábio. D. Soldagem: processos e


metalurgia. São Paulo: Edgard Blücher, 1992.

Você também pode gostar