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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAI - CIMATEC


CURSO BACHARELADO EM ENGENHARIA AUTOMOTIVA

IGOR CARDOSO SENA


JOADSON RAMOS TORQUATRO LOPES
KATHEELIN RIOS SANTA ROSA
VALENTIN RIBEIRO SANTANA
YAN ALMEIDA LOPES OLIVEIRA

ESTUDO DA VIABILIDADE DE APLICAÇÃO DE UMA PLACA FOTOVOLTÁICA


EM UM ÔNIBUS
PROJETO INTEGRADOR

Salvador
2021
2

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAI - CIMATEC


CURSO BACHARELADO EM ENGENHARIA AUTOMOTIVA

IGOR CARDOSO SENA


JOADSON RAMOS TORQUATRO LOPES
KATHEELIN RIOS SANTA ROSA
VALENTIN RIBEIRO SANTANA
YAN ALMEIDA LOPES OLIVEIRA

ESTUDO DA VIABILIDADE DE APLICAÇÃO DE UMA PLACA FOTOVOLTÁICA


EM UM ÔNIBUS
PROJETO INTEGRADOR

Trabalho apresentado como avaliação parcial do


projeto integrador, ministrado pelos docentes Júlio
Câmara e Pedro Ventin, como parte da exigência para
obtenção do título de Engenharia Automotiva.

Salvador
2021
3

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a viabilidade da aplicação de painéis


fotovoltaicos em um ônibus da cidade de Salvador. Sendo abordado um breve contexto a cerca
das placas solares seus tipos e diferenças, a situação climática da cidade, seu indice de chuvas
e de irradiação solar mensal e diário. Por fim será apresentado os modelos de painéis
selecionados e o estudo da sua eficiência e aplicabilidade para uso em ônibus urbanos.

Palavras-chaves: Painel Fotovoltaico, Projeto Integrador, Irradiação, Energia Solar, Ônibus.


4

ABSTRACT

The present work aims to present the feasibility of applying photovoltaic panels in a bus in the
city of Salvador. Being approached a brief context about the solar plates, their types and
differences, the city's climate situation, its monthly and daily rainfall and solar irradiation rate.
Finally, selected panel models and the study of their efficiency and applicability for use in urban
buses will be presented.

Keywords: Photovoltaic Panel, Integrator Project, Irradiation, Solar Energy, Bus.


5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Capacidade instalada acumulando valores............................... 9


Figura 2: Composição da célula fotovoltaica........................................... 11
Figura 3: Célula de silício monocristalino. .............................................. 12
Figura 4: Célula de silício policristalino. ................................................. 13
Figura 5: Célula de silício amorfo ............................................................ 14
Figura 6: Conexão de células em paralelo ............................................... 15
Figura 7: Conexão de células em série ..................................................... 15
Figura 8: Representação da localização das placas solares ................... 19
Figura 9: Figura representativa da placa CITS ...................................... 19
Figura 10: Índice de pluviosidade média de Salvador ............................ 19
Figura 11: Clima mensal de Salvador ...................................................... 20
Figura 12: Pico de irradiação em Salvador ............................................. 20
Figura 13: Ângulos de inclinação recomendados de acordo a latitude . 21
Figura 14: Painéis fotovoltaicos OSDA de 400W (à esquerda) e 450W (à
direita) .................................................................................................. 22
Figura 15: CAD do ônibus com placa solar posicionada de forma
horizontal, vista Isométrica (acima) e Lateral (abaixo) ................... 23
6

SUMÁRIO

RESUMO .......................................................................................... 3
ABSTRACT ...................................................................................... 4
LISTA DE FIGURAS ...................................................................... 5
1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 7
1.1 OBJETIVOS ..................................................................................... 7
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................... 8
2.1 EFEITO FOTOELÉTRICO ......................................................... 10
2.2 CÉLULA FOTOVOLTAICA ....................................................... 12
2.3 MÓDULO FOTOVOLTAICO ..................................................... 14
2.3.1 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS MÓDULOS
FOTOVOLTAICOS ........................................................................ 15
2.4 DICAS DE MANUTENÇÃO E PROLONGAÇÃO DE VIDA
ÚTIL DO SISTEMA DE PLACAS FOTOVOLTAICAS ............ 16
3 COLETA DE DADOS ................................................................... 18
3.1 BENCHMANRKING .................................................................... 18
3.2 CLIMA EM SALVADOR ............................................................. 19
3.3 IRRADIAÇÃO SOLAR ESPERADA EM SALVADOR ........... 21
3.4 COMPONENTES UTILIZADOS E FICHA TÉCNICA ........... 22
3.5 MODELO EM CAD ...................................................................... 23
4 RENDIMENTO DO PAINEL FOTOVOLTAICO ................... 23
5 CONCLUSÃO ............................................................................... 27
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 29
APÊNDICE A ............................................................................................. 30
APÊNDICE B ............................................................................................. 37
7

1. Introdução

Com o passar dos anos, a evolução tecnológica é um fator que vem sendo
aplicado nos veículos automotores. Os principais motivos dessa evolução podem
ser justificados através da implementação de recursos tecnológicos aos veículos,
sendo estes itens de conforto e segurança, bem como, a transição energética e as
fontes de propulsão dos automóveis, fazendo um cenário dividido entre veículos
à combustão, veículos elétricos e os híbridos.

Sendo assim, o grande desafio dos engenheiros no ramo da indústria


automotiva, é projetar um veículo que atenda o mercado consumidor, com as
tecnologias de conforto e segurança, mas para isso, se faz necessário reformular
as arquiteturas, plataformas, sistemas e subsistemas, bem como os softwares de
controle e gerenciamento, e principalmente, os sistemas de propulsão e
“reabastecimento”. (BRIGANTI, 2020).

Tendo em vista a necessária evolução destes dois sistemas, o uso de


energia proveniente da queima de combustíveis fósseis vem sendo substituídos
para fontes de energia renováveis. No ramo automobilístico a aplicação de
energias renováveis se encontra cada vez mais presente, seja de forma parcial ou
total. O fato é que a aceitação de veículos elétricos no mercado disseminou uma
curiosidade sobre as possibilidades de inovação. Dessa forma, até os veículos a
combustão buscam aprimorar seus sistemas com o uso das tecnologias atuais.
Sendo possível alimentar todo um sistema elétrico com o uso de energia solar
em um veículo a combustão, aumentando a durabilidade dos componentes
elétricos, objeto de estudo do presente artigo.

1.1 Objetivos

 Objetivo geral

O objetivo deste artigo consiste no estudo de viabilidade da aplicação de


placas fotovoltaicas em um ônibus para a alimentação do sistema elétrico,
aumentando a durabilidade do sistema de armazenamento de energia.

 Objetivos específicos

Dentre os objetivos específicos do artigo, podemos citar:


8

• Estudo de componentes e sistemas necessários para carregamento


das baterias através da energia solar;

• Cálculos e dimensionamento do sistema de recarga;

• Avaliação de viabilidade financeira para aplicação das placas


fotovoltaicas;

2. Revisão Bibliográfica
A obtenção de energia fotovoltaica devesse por meio da conversão direta da
luz solar em eletricidade (Efeito Fotovoltaico). Em meados do ano de 1839,
então o físico francês Alexandre Edmond Becquerel descreveu o efeito
fotovoltaico, “sendo o aparecimento de uma diferença de potencial nos extremos
de uma estrutura de material semicondutor, produzida pela absorção da luz”
palavras de (SILVA, 2019). Entretanto, esse meio de obtenção de energia limpa
só começou a ser conhecido na década de 50, por volta de 1954. Quando então,
cientistas do ramo espacial estavam interessados em como conseguir uma
maneira eficiente de fornecer energia aos equipamentos dos satélites de
comunicação colocados em órbita.

No mercado existem algumas células as quais são utilizadas na produção das


placas, sendo algumas delas:

• Células de silício monocristalino

• silício policristalino

O modelo de células de silício monocristalino, apresenta algumas vantagens


com serem mais eficientes, gerando mais energia por uma área semelhante,
porém comumente são um pouco mais caras que as células de silício
policristalino. Vale uma observação, a utilização das células monocristalino são
melhores em ambientes que tem pouca luminosidade e acrescentando ao fato de
serem recomendadas a locais com restrição de espaço. (SILVA, 2019)

Nos últimos 15 anos o mercado global “sofreu” uma transformação ao olhar


para geração de energia por meio de placas fotovoltaicas. No ano de 2013 por
exemplo presenciamos um progresso bastante forte com 38,4 GW (acima dos 30
GW em 2012) de nova capacidade em todo o mundo e 11 GW instalados somente
9

na Europa. Outro dado que chamou atenção se diz ao respeito do rápido


desenvolvimento de energia fotovoltaica na Ásia, tanto em termos de
implantação e fabricação de energia limpa. A imagem 1 ilustra a comparação
entre países com a implementação da utilização de energia fotovoltaica medido
em GW. Nota-se que a China foi o principal mercado em 2013, com 12,9 GW,
dos quais 500 MW representam sistemas fora da rede. (SILVA, 2019)

Figura 1: Capacidade instalada acumulando valores

Fonte: SILVA, A. S. (2019).

A implementação do sistema de placas fotovoltaicas tem se expandido de


forma crescente e tangenciando diversos mercado, desde casas ou até mesmo na
utilização de projetos em empresas, sobretudo do setor elétrico, o qual tende a
se desenvolver nos próximos anos no Brasil. O aproveitamento da energia solar
vai além dos benefícios econômicos em virtude do baixo custo de manutenção,
deve-se ressaltar a existência dos benéficos em relação ao meio ambiente, já que
é uma energia que faz uso de tecnologia limpa e os impactos ambientas são
baixos.

Segundos estudos mostrados por (Santos, 2017), as células fotovoltaicas são


classificadas em 3 grupos. Sendo o primeiro formado pela que utilizam a
tecnologia de silício mono e poli cristalino (m-Si e p-Si, respectivamente).
Dentre as características presentes nesse conjunto, destaca-se a ótima
estabilidade intrínseca – ou seja, durante a operação, assim apresentando poucos
problemas quando utilizada. Entretanto, na etapa de fabricação, confecção, faz
uso de alta demanda energética, as temperaturas durante o processo podem
10

chegar próximo a marca de 950ºC no decorrer a etapa de difusão de fósforo na


lâmina de silício (Santos, 2017).

Devido à alta energia necessitada, o segundo grupo que enquadra as


classificações das células fotovoltaicas precisa de menos energia para a sua
geração. O 2° grupo caracterizado por apresentar segundo (Santos, 2017)
tecnologias “de filme fino, como as células de silício amorfo (a-Si), de telureto
de cádmio (CdTe) e de disseleneto de cobre-índio (CIS).” Devido o Brasil está
localizado numa zona tropical, logo é vantajoso o uso dos filmes finos é o seu
baixo coeficiente de redução de potência com o aumento da temperatura, o que
os torna mais adequados para locais com temperaturas muito elevadas. (Santos,
2017). Por fim, tem-se o grupo das células, as quais são semelhantes fisicamente
ao modelo do segundo grupo, assim consideradas como filmes finos. Outra
característica presente nas células fotovoltaicas do terceiro modelo é que são
células hibridas, ou seja, orgânica e inorgânica. Como base nos argumentos de
(Santos, 2017), as células da 3° geração possibilita resolver problemas
relacionados à fabricação, já que é possível ser produzida com equipamentos de
custo modesto. Sem contar que a última geração tem a vantagem associada à
baixa demanda por energética, algo que as anteriores têm como ponto negativo.
E tocando nesse quesito, o lado negativo caracterizado pela 3° geração está na
incapacidade em não conseguir entregar valores altos de eficácia, em
comparação a grandes quantidades de produção.

2.1 Efeito Fotoelétrico


Células fotovoltaicas são fabricadas com material semicondutor, ou seja,
material com características intermédias entre um condutor e um isolante. O
silício apresenta-se normalmente como areia. Através de métodos de
transformação obtém-se o silício em forma pura. O cristal puro de silício não
apresenta elétrons livres sendo assim possui uma má condutibilidade elétrica,
para que ele apresente as propriedades adequadas acrescentam-se quantidades
de outros elementos através de um processo denominado dopagem. Como
exemplos de dopagem do silício temos misturas com o fósforo e com o boro, na
primeira obtém-se um material com elétrons livres, se tornando um portador de
carga negativa (silício tipo N), agora acrescentado Boro ao invés de Fósforo,
obtém-se características opostas, com falta de elétrons portando cargas positivas
11

livres (silício tipo P). As células solares são compostas de uma camadas de silício
tipo N e P, sendo a fina de material tipo N e outra com maior espessura de
material tipo P conforme demonstrado na figura 2. Separadamente as capas são
eletricamente neutras, porém ao serem usadas em conjunto surge um campo
elétrico, pois os elétrons livres da camada negativa ocupam os vazios da estrutura
da camada positiva. Quando a célula fotovoltaica é irradiada com a luz solar, os
fótons colidem com os elétrons da estrutura do silício, essa colisão fornece
energia aos elétrons e transforma-os em condutores. Como a junção das camadas
gera um campo elétrico, os elétrons fluem da camada “P” para a camada “N”,
gerando um fluxo de elétrons (corrente elétrica). Enquanto a luz incidir na célula,
o fluxo será mantido. A intensidade da corrente elétrica gerada depende da
intensidade da luz incidente e a célula fotovoltaica não armazena a energia,
sendo responsável apenas por manter um fluxo de elétrons constante num
circuito elétrico enquanto houver incidência de luz sobre ela. Este fenômeno é
denominado “Efeito fotovoltaico”.

Figura 2: Composição da célula fotovoltaica.

Fonte: FADIGAS.

As primeiras células produzidas possuíam baixo rendimento, em torno de


2%, e custavam em media US$ 600/W. Porém, atualmente já se pode encontrar
células com rendimento acima de 10% , podendo atingir 18% dependendo do
material utilizado e com custo médio de US$ 6,00/W, tendendo a diminuir cada
vez mais. Elas podem ser fabricadas usando-se diversos tipos de materiais
semicondutores. Porém as mais utilizadas são as de silício, que podem ser
constituídos e classificados de acordo com a sua estrutura molecular, que são os
monocristalinos, policristalinos e silício amorfo.

2.2 Célula Fotovoltaica


12

Responsáveis pela conversão da energia solar em elétrica as células


fotovoltaicas são compostas por materiais classificados como semicondutores, é
neles que ocorre o efeito fotoelétrico. As primeiras células produzidas possuíam
baixo rendimento, em torno de 2%, e custavam em media US$ 600/W. Porém,
atualmente já se pode encontrar células com rendimento acima de 10% , podendo
atingir 18% dependendo do material utilizado e com custo médio de US$
6,00/W, tendendo a diminuir cada vez mais. Elas podem ser fabricadas usando-
se diversos tipos de materiais semicondutores. Porém as mais utilizadas são as
de silício, que podem ser constituídos e classificados de acordo com a sua
estrutura molecular, que são os monocristalinos, policristalinos e silício amorfo.

 Silício Monocristalino

A célula de silício monocristalino, Figura 3, é amplamente mais utilizada e


comercializada como conversor fotoelétrico devido a sua fabricação possuir um
processo básico e eficaz. A manufatura deste tipo de placa inicia-se com a
extração do cristal de dióxido de silício, este material é então desoxidado em
fornos apropriados, purificado e solidificado, o resultado deste processo é um
silício de pureza entre 98~99%, valor considerado eficiente pelo seu custo
benefício, entretanto, para o funcionamento adequado como célula fotovoltaica
é realizado o processo de dopagem para acréscimo de outro material
semicondutor de acordo a necessidade a fim de atingir um grau de pureza de
99,9999%.

Figura 3: Célula de silício monocristalino.

Fonte: FADIGAS.

Durante o processo de dopagem o silício é fundido com o material


necessário para adquirir propriedades negativas ou positivas, no caso do boro é
do tipo P. Após o surgimento do fragmento de cristal devidamente orientado e
com a temperatura sobre controle, extrai-se aos poucos do material fundido o
13

silício monocristalino levemente dopado, sendo este enrolado em um cilindro


que será cortado em fatias finas de aproximadamente 300µm, após o corte será
introduzido o material do tipo N em uma difusão controlada onde o silício é
exposto a vapor de fósforo em um forno.

Dentre as células fotovoltaicas que utilizam o silício como material base, as


monocristalinas são, em geral, as que apresentam as maiores eficiências.

 Silício Policristalino

As células feitas a base de silício policristalino, Figura 4, são mais baratas


que as de silício monocristalino, pois exigem um processo de preparação menos
rigoroso. Entretanto essa preparação mais leve reduz sua eficiência ao
comparada com as células monocristalinas.

Figura 4: Célula de silício policristalino.

.
Fonte: FADIGAS

Podem ser preparadas pelo corte de um lingote, de fitas ou depositando um


filme num substrato, por transporte de vapor como por imersão. Cada técnica
produz cristais com características específicas, incluindo tamanho, morfologia e
concentração de impurezas.

 Silício Amorfo

A célula de silício amorfo, Figura 5, difere-se das demais estruturas, pois


apresenta alto grau de desordem na estrutura de seus átomos. A utilização deste
tipo de célula possui vantagem em instalações de baixo custo, devido ao baixo
custo de fabricação, podendo ser fabricado através da deposição de diversos
tipos de substratos, além de apresentar uma absorção da radiação solar na faixa
visível. Mesmo apresentando um custo reduzido na produção, o uso de silício
amorfo apresenta duas desvantagens: baixa eficiência de conversão e suas
14

células são afetadas por um processo de degradação precoce, logo nos primeiros
meses de operação, reduzindo consideravelmente sua eficiência ao longo da vida
útil.

Figura 5: Célula de silício amorfo.

Fonte: BRAGA (2008).

Por outro lado, o silício amorfo apresenta vantagens que compensam as


deficiências acima citados, são elas:

 Processo de fabricação relativamente simples e barato;

 Possibilidade de fabricação de células com grandes áreas;

 Baixo consumo de energia na produção.

2.3 Módulo Fotovoltaico

A célula fotovoltaica por si só possui baixa tensão e corrente de saída, de


forma a se obter maior rendimento adequado para a sua utilização é feito o
agrupamento de várias células formando um módulo fotovoltaico - ou painéis
fotovoltaicos. O número de células conectadas em um módulo, e o tipo de arranjo
– série ou paralelo dependerá da tensão de utilização e da corrente elétrica
desejada.

 Associação em Paralelo

Segundo BRAGA, 2008 “Células fotovoltaicas associadas em paralelo


apresentam terminais do mesmo tipo ligados a um ponto em comum. Assim
sendo, os terminais positivos são todos ligados a um mesmo ponto, enquanto os
terminais negativos ligam-se a outro ponto.” A tensão permanecerá a mesma em
todos os pontos, entretanto a corrente total é a soma das correntes individuais
15

das cada células. A conexão de células fotovoltaicas é representada na Figura 6.

Figura 6: Conexão de células em paralelo.

Fonte: BRAGA (2008)

 Associação em Série

Na associação em série, cuja representação pode ser observada na Figura 7,


segundo BRAGA, 2008 “o terminal positivo de um módulo é ligado ao terminal
negativo de outro. Neste caso a corrente será igual às correntes individuais, mas
tensão total será o resultado do somatório das tensões de cada módulo.”

Figura 7: Conexão de células em série.

Fonte: BRAGA (2008)

2.3.1 Características Elétricas dos Módulos Fotovoltaicos

Segundo BRAGA (2008). Os módulos fotovoltaicos possuem as seguintes


características principais.

 Voltagem de Circuito Aberto (VOC): Máxima tensão que um dispositivo


pode entregar sob condições determinadas de radiação e temperatura,
correspondendo à circulação de corrente nula e, consequentemente, à
potência nula;

 Corrente de Curto-Circuito (ISC): Máxima corrente que pode entregar


um dispositivo sob condições determinadas de radiação e temperatura
correspondendo à tensão nula e, consequentemente, à potência nula;

 Potência Máxima (PM): É o valor máximo de potência que pode entregar


o dispositivo. Corresponde ao ponto da curva no qual o produto VxI é
16

máximo;

 Voltagem de Máxima Potência (VMP): É a única tensão para a qual a


potência máxima poderá ser extraída;

 Corrente de Máxima Potência (IMP): Corrente que o dispositivo entrega


para potência máxima sob condições determinadas de radiação e
temperatura.

2.4 Dicas de Manutenção e Prolongação de Vida Útil do Sistema de


Placas Fotovoltaicas

As dicas começam com a correta instalação que pode reduzir bastante a


necessidade e a frequência de manutenção das placas fotovoltaicas. Outro ponto
importante deve ser a escolha adequada do local e um ângulo de instalação, que
devem privilegiar o escoamento perfeito da água da chuva, permitindo a limpeza
natural dos módulos fotovoltaicos. Também é interessante, no momento de
estacionar os veículos, evitar a proximidade de árvores ou arbustos que venham
gerar danos pela queda de galhos e folhas.

 Manutenção preventiva

A manutenção preventiva do sistema de energia fotovoltaica basicamente se


resume a uma boa limpeza periódica dos painéis solares e tem o objetivo de
reduzir o risco de avarias no sistema. A sujeira depositada sobre as células
fotovoltaicas dos módulos solares pode reduzir a efetividade do painel,
comprometendo a produção de energia e causando perdas de até 25% da geração.
Além disso, o acúmulo de resíduos ao longo do tempo pode ocasionar manchas
nas placas solares, favorecer o surgimento de fungos e causar corrosão nos
painéis, reduzindo sua vida útil, que normalmente é de 25 a 30 anos.

 Limpeza do Sistema

A chuva já faz boa parte da manutenção de sistema solar fotovoltaico,


lavando frequentemente a superfície dos módulos. No entanto, uma limpeza
manual periódica é necessária e esta não exige mão de obra especializada,
podendo ser realizada pelo próprio usuário, seguindo alguns critérios de
segurança, conforme a determinação de cada fabricante. A principal e unânime
17

regra de segurança é realizar a limpeza apenas quando o sistema estiver


totalmente desligado, preferencialmente em dias de temperatura amena, sem
chuva. É recomendável limpar os módulos solares uma vez por ano, ou a cada
seis meses, conforme as condições climáticas e atmosféricas do local, que vão
causar maior ou menor acúmulo de sujeira sobre as placas. Locais com menor
incidência de chuva, como na cidade de Salvador, ou índice elevado de poluição
podem exigir limpeza mais frequente.

 Cuidados com a Limpeza do Sistema

a) Para que a limpeza não prejudique o sistema é aconselhável utilizar apenas


água e um pano limpo ou uma esponja limpa com cerdas macias.

b) Por questões de segurança, não deve ser utilizado nenhum produto químico,
abrasivo, item perfurocortante ou pressurizador com jato direto, para evitar
danos à superfície dos módulos solares.

c) Não se apoie ou empregue força sobre os painéis solares. A limpeza do


sistema deve ser feita suavemente e, de preferência, do chão, por meio de um
acessório longo que alcance o telhado sem risco de impacto sobre os
módulos.

 Manutenção Preditiva

A manutenção preditiva do sistema placas fotovoltaicas consiste em realizar


uma inspeção visual periódica no painel a fim de identificar arranhões, manchas,
rachaduras ou indícios de quebra. Além disso, é necessário acompanhar
frequentemente os índices de desempenho do equipamento, como a variação da
potência pico e o total de energia produzido em diferentes condições
pluviométricas, para verificar se o sistema está funcionando corretamente. As
simples observação e análise do sistema fotovoltaico podem ser feitas pelo
próprio usuário, reduzindo os custos com manutenção corretiva ao identificar
possíveis danos logo no início.

 Manutenção Corretiva

Se mesmo após a limpeza dos painéis fotovoltaicos for identificado baixo


rendimento das placas fotovoltaicas, é recomendável acionar a assistência
técnica especializada para realização de diagnóstico profissional e reparo técnico
18

do sistema. Em nenhuma hipótese o usuário deve subir no telhado e desmontar


o sistema por conta própria.

3. COLETA DE DADOS

3.1 BENCHMANRKING

Para o desenvolvimento do projeto no qual, utilizou células fotovoltaicas, o


projetista decidiu fazer uso das células solares CIGS. Ou seja, é célula solar de
gálio de cobre, dispositivo fotovoltaico de filme fino que usa camadas
semicondutoras de cobre indium gallium selenide (CIGS) para absorver a luz
solar e convertê-la em eletricidade.

Com a utilização das placas fotovoltaicas, é possível reduzir


aproximadamente 3,5 milhões de kWh/ano, sendo esse dado de um veículo
normal. Fazendo a utilização do motor a diesel para gerar energia. Apenas o
motor a diesel acoplado ao gerador não é capaz recarregar as baterias devido a
perda de energia de aproximadamente de 80% devido a perca para o ambiente.
Sendo assim, 1 litro de diesel, é capaz de gerar de aproximadamente 1000kW/h.
Assim, dessa forma, adicionou as placas solares com o intuito de auxiliar na
recarrega. (Nyland, 2018). A Figura 8 representa o ônibus no qual faz uso de
placas solares. E na Figura 9 a representação das células solares CIGS.

Assim reduz o consumo e do diesel, consequentemente eliminando menos


CO2 ao meio ambiente. Sem constar na fácil manutenção ao sistema.

Figura 8: Representação da localização das placas solares.


19

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ZodPnAVb__o

Figura 9: figura representativa da placa CIGS.

3.2 Clima em Salvador


A Salvador está a 19m acima do nível do mar, apresentando um clima
tropical com pluviosidade significativa na maioria dos meses, maracdos por
curtas épocas de seca. Salvador, conforme Figura 10, tem uma temperatura
média de 25.6 °C e 1235 mm de pluviosidade média anual.
Figura 10: Índice de pluviosidade média de Salvador.

Fonte: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/bahia/salvador-854/.
O mês mais seco é dezembro com 51 mm de precipitação e o mês com
maior precipitação é maio, com uma média de 189 mm. Conforme demonstrado
na Firgura 11, Salvador conta com a média de 14 dias chuvosos por mês, tendo
como mês mais ensolarado dezembro, com apenas 9 dias chuvosos e 4 meses
que se igualam como meses mais chuvosos com média de 17 dias, em sequência:
Abril, Maio, Junho e Julho.
Figura 11: Clima mensal de Salvador.
20

Fonte: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/bahia/salvador-854/.
Muitos aspectos interferem na eficiência de um sistema fotovoltaico:
temperatura, espaço disponível, sombreamento, entre outros. Saber tais
condições e principalmente qual o melhor horário para geração de energia solar
pode fazer toda a diferença na sua produção no futuro.
As horas de Sol Pico são números de horas hipotéticos durante o dia que
serão responsáveis pela maior geração de energia para o seu sistema. Geralmente
a maior irradiação solar acontece entre as 10h e às 15h. Um mesmo sistema pode
produzir uma quantidade menor ou maior de energia dependendo do local da
instalação, sendo necessário um levantamento detalhado para que a geração não
seja prejudicada no futuro.
Figura 12: Pico de irradiação em Salvador.

Fonte: http://solarvalle.com.br/blog/o-melhor-horario-para-geracao-de-energia-solar/

3.3 Irradiação Solar Esperada em Salvador

Com o auxílio do aplicativo Radiasol 2.0 disponibilizado de forma


gratuita pelo Laboratório de Energia Solar – LABSOL (Universidade Federal do
Rio Grande do Sul) e do SunData fornecido pelo site da CRESESB ( Centro de
Referência para as Energias Solar e Eólica Ségio de S.Brito) foi traçado o perfil
de irradiação solar na cidade de Salvador durante o ano. Utilizando o SunData
21

para dados globais e o Radiasol para dados mais específicos foram montadas
tabelas com a irradiação total mensal e a média esperada para os meses de acordo
com os horários de 4:00 até 21:00 horas. Para a estimativa dos dados foram
utilizados os seguintes parâmetros: Latitude 12° 58’ 13’’ SUL, Loongitude 38°
30’ 45’’ OESTE, Azimute 0, Inclinação da placa 19°, posições da placa direta
(placa posicionada horizontalmente), difusa (placa posicionada de forma
inclinada porém com clima nublado) e inclinada (placa inclinada conforme
ângulo pré determinado). O valores de azimute e incliação da placa foram
sugeridos pelo Radiasol, o azimute 0 indica que a placa esta voltada para o norte
geográfico devido ao ângulo solar do sol no Hemisfério Sul, já a inclinação pode
ser realizada comforme a Figura , entretanto, foi sugerido o valor de 19° por
apresentar eficiência energêtica mais constatante durante os meses de baixo
rendimento. As tabelas montadas encontram-se no Apêndice A.

Figura 13: Ângulos de inclinação recomendados de acordo a latitude

Fonte: MAESTRI, 2018

Tabela 1: Irradiação média mensal (kWh/m2 por dia)


MÊS GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA
1 6,43 3,32 2,44 5,79
2 6,27 3,39 2,56 5,98
3 5,79 3,33 2,55 5,9
4 4,88 2,8 2,51 5,32
5 4,2 2,57 2,22 4,81
6 3,84 2,41 2,04 4,47
7 4,08 2,49 2,2 4,71
8 4,69 2,8 2,44 5,26
9 5,39 3,28 2,34 5,64
10 5,96 3,3 2,52 5,84
11 5,85 2,75 2,64 5,41
12 6,17 2,88 2,63 5,54
Fonte: Autores.
3.4 Componentes Utilizados e Ficha Técnica

Ao dimensionar painéis fotovoltáicos a área disponível para o alojamento


das placas é um fator crucial para a determinação das mesmas, quanto mais
potência seu sistema necessita maior seram as placas e a quantidade de painéis
para suprir a demanda energética. Entretanto ao dimensionar placas para um
transporte urbano, o ônibus, o espaço disponível é limitado sendo assim ao invés
22

de utilizar diversas placas com geração de potência menor e que ocupem menos
espaço é recomendável utilizar a maior placa possível, pois quanto maior a placa
maior sua eficiência e seu rendimento energético.
Um ônibus urbano tem em média 2,5 metros de largura e um
comprimento entre 11 metros e 13,2 metros, com isso em mente foram
selecionadas as seguintes placas para dimensionamento: Painel Solar
Fotovoltaico OSDA de 400W, Painel Solar Fotovoltaico OSDA de 450W e
Painel Solar Fotovoltaico Sunova de 550W, a ficha técnica completa das placas
vide Apêndice B.

Figura14: Painéis fotovoltaicos OSDA de 400W (à esquerda) e 450W (à direita).

Fonte: NeoSolar

Além dos painéis também é necessário à utilização de um controlador de


carga, necessário por controlar as ocilações de corrente e tensão do sistema, o
consumo do sistema utilizado para o dimensionamento é de 20A em marcha
lenta, portanto é preciso que o controlador seja capaz de trabalhar nessa faixa.

Tabela 2: Componentes selecionados


Modelo Potência (W) Corrente (A) Valor und.(R$, Fonte: Neosolar)
OSDA -
ODA400- 400 - 999,00
36-MH
OSDA -
ODA450- 450 - 1.159,00
36-MH
Sunova SS-
550-72- 550 - R$1.359,00
MDH
Controlador
de Carga - 20 189,00
PWM
Fonte: Autores

3.5 Modelo em CAD


23

Para possibilitar uma melhora na análise do posicionamento dos painéis


fotovoltaicos e dimensionamento do sistema foi realizada uma análise e
montagem de um modelo de ônibus em CAD.

Figura 15: CAD do ônibus com placa solar posicionada de forma horizontal, vista
Isométrica (acima) e Lateral (abaixo).

Fonte: Autores.

4. Rendimento do Painel Fotovoltaico

Com a ficha técnica das placas em mãos, seus valores de eficiência,


rendimento e a irradiação por hora fornecidos pelo Radiasol é possível calcular
quanto de potência uma placa poderá fornecer por hora, como citado no tópico
3.4, o dimensionamento das placas depende da área disponível e da potência que
se deseja suprir, para a realização deste artigo, no entanto será primariamente
realizado o cálculo de quanta potência cada placa poderá fornecer, tendo em vista
o espaço limitado para alocação dos painéis.
Para se calcular a geração de energia do módulo, ou painel fotovoltaico,
é utilizada a seguinte fórmula conforme demonstrado em (MAESTRI, 2018).
24

Sendo, Eg a energia gerada pelo módulo (no caso apresentado em


MAESTRI,2018 ele utiliza somente a irrandiância diária, entretanto como
calcularemos a potência fornecida por hora será utilizado a irradiância em W/m2
por h), Hinc é a irradiação no módulo (W/m2 por h), nop é a eficiência do módulo
normalmente esse valor também é calculado, porém ele é dado pelo fabricante,
e por fim PR é chamado de performance ratio, que é a eficiência do sistema, este
valor também é dado pelo fabricante entretanto os produtos apresentam uma
faixa de 90% a 97% de performance quando novos, tendo em mente o Eg dado
pelo fabricante em situações de 800W/m2 foi calculado um PR estimado de 93%,
sendo este o valor definido para calculo em todos os módulos. Para o
dimensionamento seram utilizados como base o mês de Fevereiro e Junho, pois
são os meses que apresentam a maior e menor irradiância diária respectivamente.

Tabela 3: Desempenho esperada para placa de 400W em junho, valores em W/m2.


Mês Hora Irradiação inclinada Eg INCLINADA Irradiação difusa Eg DIFUSA
6 4 0 0 0 0
6 5 0 0 0 0
6 6 0 0 0 0
6 7 174 64,79130139 97 36,11928871
6 8 336 125,1142372 179 66,6531204
6 9 482 179,4793521 225 83,78185525
6 10 570 212,2473666 277 103,1447729
6 11 647 240,9193793 302 112,4538679
6 12 694 258,420478 279 103,8895005
6 13 617 229,7484653 255 94,95276929
6 14 456 169,7978933 213 79,31348964
6 15 368 137,0298788 176 65,536029
6 16 174 64,79130139 103 38,35347152
6 17 0 0 0 0
6 18 0 0 0 0
6 19 0 0 0 0
6 20 0 0 0 0
6 21 0 0 0 0
Fonte: Autores.
Tabela 4: Desempenho esperada para placa de 450W em junho, valores em W/m2.

Mês Hora Irradiação inclinada Eg INCLINADA Irradiação difusa Eg DIFUSA


6 4 0 0 0 0
6 5 0 0 0 0
6 6 0 0 0 0
6 7 174 72,80669 97 40,5876395
6 8 336 140,5922 179 74,89884
25

6 9 482 201,6829 225 94,1465865


6 10 570 238,5047 277 115,904909
6 11 647 270,7237 302 126,365641
6 12 694 290,3899 279 116,741767
6 13 617 258,1709 255 106,699465
6 14 456 190,8037 213 89,1254353
6 15 368 153,982 176 73,6435521
6 16 174 72,80669 103 43,0982152
6 17 0 0 0 0
6 18 0 0 0 0
6 19 0 0 0 0
6 20 0 0 0 0
6 21 0 0 0 0
Fonte: Autores.

Tabela 5: Desempenho esperada para placa de 550W em junho, valores em W/m2.

Mês Hora Irradiação inclinada Eg INCLINADA Irradiação difusa Eg DIFUSA


6 4 0 0 0 0
6 5 0 0 0 0
6 6 0 0 0 0
6 7 174 88,9941 97 49,61165
6 8 336 171,8507 179 91,5514
6 9 482 246,5239 225 115,0786
6 10 570 291,5324 277 141,6745
6 11 647 330,9148 302 154,461
6 12 694 354,9535 279 142,6974
6 13 617 315,571 255 130,4224
6 14 456 233,2259 213 108,941
6 15 368 188,2174 176 90,01702
6 16 174 88,9941 103 52,68041
6 17 0 0 0 0
6 18 0 0 0 0
6 19 0 0 0 0
6 20 0 0 0 0
6 21 0 0 0 0
Fonte: Autores.

Tabela 6: Desempenho esperada para placa de 400W em fevereiro, valores em W/m2.

Mês Hora Irradiação inclinada Eg INCLINADA Irradiação difusa Eg DIFUSA


2 4 0 0 0 0
2 5 0 0 0 0
2 6 79 29,41674029 66 24,57601087
2 7 269 100,1658625 158 58,83348058
2 8 454 169,0531657 243 90,48440367
26

2 9 631 234,9615585 265 98,6764073


2 10 765 284,8583079 285 106,1236833
2 11 828 308,3172273 360 134,0509684
2 12 846 315,0197757 331 123,2524182
2 13 812 302,3594065 297 110,5920489
2 14 609 226,7695549 268 99,7934987
2 15 459 170,9149847 226 84,15421905
2 16 243 90,48440367 169 62,92948239
2 17 84 31,27855929 66 24,57601087
2 18 0 0 0 0
2 19 0 0 0 0
2 20 0 0 0 0
2 21 0 0 0 0
Fonte: Autores.

Tabela 7: Desempenho esperada para placa de 450W em fevereiro, valores em W/m2.

Mês Hora Irradiação inclinada Eg INCLINADA Irradiação difusa Eg DIFUSA


2 4 0 0 0 0
2 5 0 0 0 0
2 6 79 33,05591 66 27,6163321
2 7 269 112,5575 158 66,1118252
2 8 454 189,9669 243 101,678313
2 9 631 264,0289 265 110,883757
2 10 765 320,0984 285 119,252343
2 11 828 346,4594 360 150,634538
2 12 846 353,9912 331 138,50009
2 13 812 339,7646 297 124,273494
2 14 609 254,8234 268 112,139045
2 15 459 192,059 226 94,5650158
2 16 243 101,6783 169 70,7145472
2 17 84 35,14806 66 27,6163321
2 18 0 0 0 0
2 19 0 0 0 0
2 20 0 0 0 0
2 21 0 0 0 0
Fonte: Autores.

Tabela 8: Desempenho esperada para placa de 550W em fevereiro, valores em W/m2.

Mês Hora Irradiação inclinada Eg INCLINADA Irradiação difusa Eg DIFUSA


2 4 0 0 0 0
2 5 0 0 0 0
2 6 79 40,40537 66 33,75638
2 7 269 137,5828 158 80,81073
2 8 454 232,203 243 124,2849
27

2 9 631 322,7315 265 135,537


2 10 765 391,2672 285 145,7662
2 11 828 423,4892 360 184,1257
2 12 846 432,6954 331 169,2934
2 13 812 415,3058 297 151,9037
2 14 609 311,4793 268 137,0714
2 15 459 234,7603 226 115,59
2 16 243 124,2849 169 86,4368
2 17 84 42,96267 66 33,75638
2 18 0 0 0 0
2 19 0 0 0 0
2 20 0 0 0 0
2 21 0 0 0 0
Fonte: Autores.

5. CONCLUSÃO

Com os dados calculados e os informados nas fichas técnicas é possível


estimar a viabilidade da aplicação dos paineis fotovoltáicos. Segundo as fichas
técnicas presentes no Apêndice B, a corrente e a tensão máxima que as placas
podem gerar dependem da irradiação que elas recebem. Nestes casos analisados
a corrente pode variar ente 0A a 11A por placa, enquanto que a tensão gerada
possuirá i, valor máximo entre 40V e 50V. Entretanto apesar das placas gerarem
valores nessa faixa energética, os controladores fotovoltaicos limitariam essa
tensão de forma a enviar um nível de tensão compatível com as baterias do
ônibus.
Apenas a geração de energia por placas fotovoltaicas não seria suficiente
para garantir a independência do sistema em relação ao funcionamento do
alternador. Durante o maior período de funcionamento do ônibus as placas
recebem uma irradiação igual ou inferior a 600 W/m2 acarretado em um menor
rendimento das mesmas, gerando baixas potências e baixas correntes, valores
esses que podem alimentar poucos componentes do veículo. O maior rendimento
das placas ocorre todos os dias por três horas das 11h00min da manhã até as
13h00min da tarde. Apesar do teto do ônibus apresentar espaço para aplicar
teoricamente (depende do modelo e do formato do teto) 4 a 5 painéis, com mais
placas a geração de potência seria maior de fato, porém a Corrente total gerada
pelas placas ainda seria baixa não suprindo completamente as necessidades de
todo o sistema do veículo.
Considerando o fato que o painel mais barato apresentada neste artigo, o
OSDA de 400W, custa em torno de R$900,00 e R$1000,00 reais, acrescentando
os valores de fiação e dos controladores de carga que custam em média
R$189,00; o montante total representaria um um investimento alto com uma taxa
de payback lenta.
A aplicação de palcas solares como fonte secundária de energia foi
analisada. As placas solares, semelhante à aplicação de Nyland (2018), podem
apoiar na redução do consumo de combustível. Porém não foi possível
28

identificar na literatura a quantidade de combustível economizada tendo em vista


os diferentes regimes de funcionamento de um ônibus. Portanto, conclui-se que
a geração de energia através das placas fotovoltáicas depende do tipo de placa,
inclinação e exposição solar da mesma, esta se mostra uma promissora
alternativa para a redução de gases de efeito estufa emitidos na combustão de
um ônibus urbano. Porém o seu uso para substituição completa do sistema de
carga e recarga de baterias ainda mostra-se ineficiente. Com a energia extra dos
painéis o alternador precisaria trabalhar em menos ciclos e por menos tempo
para alimentar a bateria e componentes elétricos do ônibus garantindo a
economia de combustível. É possivel que o tempo de vida das baterias seja
estendido, porém os valores não foram encontrados em literatura.
29

REFERÊNCIAS

Nyland, B. (Diretor). (2018). WORLD'S FIRST SEMIHYBRID BUS WITH SOLAR


PANELS [FILME CINEMATOGRÁFICO].
Santos, M. T. (2017). MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL: UMA ANÁLISE
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ISOLADO (SFI) E/OU CONECTADO A REDE ELÉTRICA (SFCR) PARA UM
TRAILER DE CONVENIÊNCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA
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Disponível em: http://solarvalle.com.br/blog/o-melhor-horario-para-geracao-de-
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BRIGANTI, Murilo. A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS ELÉTRICOS NOS
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APRENDA A REALIZAR A MANUTENÇÃO DE SISTEMAS SOLARES
FOTOVOLTAICOS: PASSO A PASSO DA MANUTENÇÃO DE PAINEL SOLAR.
Minas Gerais, Brasil., [2019]. Disponível em:
https://www.solarvoltenergia.com.br/blog/aprenda-a-realizar-a-manutencao-de-
sistemas-solares-fotovoltaicos/. Acesso em: 1 jun. 2021.
MAESTRI, Hugo Guilherme (2018). DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA
FOTOVOLTAICO AUTÔNOMO PARA ALIMENTAÇÃO DE UM DISPOSITIVO DE
MONITORAMENTO DE PARÂMETROS ELÉTRICOS EM LINHAS DE TRANSMISSÃO.
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
FADIGAS, Eliane Aparecida Faria Amaral. ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA :
FUNDAMENTOS, CONVERSÃO E VIABILIDADE TÉCNICO-ECONÔMICA.

BRAGA, Renata Pereira (2008). ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA:


FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES.
NEOSOLAR. Disponível em: <https://www.neosolar.com.br/loja/ofertas-energia-
solar.html>
30

APÊNDICE A
Anexo A.1: Irradiância média por horário para o mês de janeiro (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


1 4 0 0 0 0
1 5 5 0 0 0
1 6 118 15 73 91
1 7 280 87 152 244
1 8 460 203 204 415
1 9 634 323 252 586
1 10 788 457 264 736
1 11 888 535 285 837
1 12 868 531 265 812
1 13 824 505 245 765
1 14 675 371 237 620
1 15 477 209 214 431
1 16 284 98 140 244
1 17 117 16 68 87
1 18 8 0 0 0
1 19 0 0 0 0
1 20 0 0 0 0
1 21 0 0 0 0

Anexo A.2: Irradiância média por horário para o mês de fevereiro (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


2 4 0 0 0 0
2 5 0 0 0 0
2 6 91 12 66 79
2 7 292 106 158 269
2 8 472 202 243 454
2 9 652 354 265 631
2 10 783 465 285 765
2 11 830 453 360 828
2 12 854 499 331 846
2 13 828 499 297 812
2 14 630 330 268 609
2 15 480 224 226 459
2 16 257 70 169 243
2 17 99 17 66 84
2 18 0 0 0 0
2 19 0 0 0 0
2 20 0 0 0 0
2 21 0 0 0 0
31

Anexo A.3: Irradiância média por horário para o mês de março (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


3 4 0 0 0 0
3 5 0 0 0 0
3 6 65 11 53 65
3 7 252 103 148 255
3 8 438 224 215 447
3 9 585 321 273 605
3 10 741 442 315 771
3 11 804 503 322 840
3 12 811 515 313 844
3 13 737 449 302 765
3 14 607 352 263 626
3 15 416 193 226 427
3 16 251 107 143 254
3 17 87 29 54 84
3 18 0 0 0 0
3 19 0 0 0 0
3 20 0 0 0 0
3 21 0 0 0 0

Anexo A.4: Irradiância média por horário para o mês de abril (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


4 4 0 0 0 0
4 5 0 0 0 0
4 6 43 11 39 51
4 7 209 93 137 234
4 8 335 136 229 370
4 9 515 279 281 569
4 10 625 376 304 691
4 11 723 464 321 798
4 12 721 469 315 798
4 13 627 379 302 692
4 14 449 199 289 497
4 15 382 207 211 424
4 16 201 91 131 226
4 17 49 21 40 61
4 18 0 0 0 0
4 19 0 0 0 0
4 20 0 0 0 0
4 21 0 0 0 0
32

Anexo A.5: Irradiância média por horário para o mês de maio (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


5 4 0 0 0 0
5 5 0 0 0 0
5 6 26 12 13 25
5 7 145 72 103 177
5 8 320 181 190 377
5 9 454 280 237 525
5 10 577 419 235 665
5 11 595 375 298 684
5 12 617 429 268 708
5 13 551 369 254 633
5 14 456 300 221 528
5 15 282 152 173 330
5 16 152 69 113 184
5 17 30 21 12 34
5 18 0 0 0 0
5 19 0 0 0 0
5 20 0 0 0 0
5 21 0 0 0 0

Anexo A.6: Irradiância média por horário para o mês de junho (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


6 4 0 0 0 0
6 5 0 0 0 0
6 6 18 0 0 0
6 7 137 69 103 174
6 8 278 159 172 336
6 9 408 221 255 482
6 10 486 303 258 570
6 11 551 322 315 647
6 12 591 448 235 694
6 13 524 342 265 617
6 14 386 228 222 456
6 15 302 188 175 368
6 16 136 73 99 174
6 17 22 0 0 0
6 18 0 0 0 0
6 19 0 0 0 0
6 20 0 0 0 0
6 21 0 0 0 0
33

Anexo A.7: Irradiância média por horário para o mês de julho (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


7 4 0 0 0 0
7 5 0 0 0 0
7 6 22 4 3 7
7 7 140 64 108 174
7 8 311 204 166 375
7 9 410 247 228 482
7 10 548 402 228 639
7 11 588 390 284 684
7 12 615 425 281 717
7 13 518 330 264 604
7 14 449 295 225 529
7 15 292 153 190 348
7 16 160 85 114 202
7 17 26 7 2 9
7 18 0 0 0 0
7 19 0 0 0 0
7 20 0 0 0 0
7 21 0 0 0 0

Anexo A.8: Irradiância média por horário para o mês de agosto (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


8 4 0 0 0 0
8 5 0 0 0 0
8 6 36 19 30 50
8 7 189 101 118 222
8 8 331 191 179 376
8 9 505 349 209 568
8 10 624 413 277 701
8 11 657 424 302 738
8 12 683 475 278 766
8 13 634 436 265 712
8 14 474 303 222 533
8 15 330 179 190 375
8 16 186 96 120 218
8 17 41 34 29 63
8 18 0 0 0 0
8 19 0 0 0 0
8 20 0 0 0 0
8 21 0 0 0 0
34

Anexo A.9: Irradiância média por horário para o mês de setembro (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


9 4 0 0 0 0
9 5 0 0 0 0
9 6 55 11 48 60
9 7 217 82 146 231
9 8 406 217 206 430
9 9 577 350 253 614
9 10 698 438 294 745
9 11 747 488 296 797
9 12 762 512 286 812
9 13 669 378 330 721
9 14 584 361 250 621
9 15 393 179 235 421
9 16 217 86 141 231
9 17 68 24 50 74
9 18 0 0 0 0
9 19 0 0 0 0
9 20 0 0 0 0
9 21 0 0 0 0

Anexo A.10: Irradiância média por horário para o mês de outubro (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


10 4 0 0 0 0
10 5 0 0 0 0
10 6 82 12 61 75
10 7 264 94 156 255
10 8 426 162 257 427
10 9 625 339 273 623
10 10 743 415 322 751
10 11 836 517 312 845
10 12 818 492 321 828
10 13 756 468 273 755
10 14 645 380 245 637
10 15 431 194 224 426
10 16 252 88 151 244
10 17 86 17 59 76
10 18 0 0 0 0
10 19 0 0 0 0
10 20 0 0 0 0
10 21 0 0 0 0
35

Anexo A.11: Irradiância média por horário para o mês de novembro (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


11 4 0 0 0 0
11 5 2 0 0 0
11 6 109 18 64 83
11 7 271 86 151 242
11 8 438 194 201 402
11 9 623 296 284 592
11 10 697 355 302 670
11 11 787 435 309 759
11 12 737 413 281 707
11 13 736 410 277 701
11 14 623 319 255 585
11 15 466 198 225 432
11 16 260 78 150 233
11 17 105 14 67 83
11 18 4 0 0 0
11 19 0 0 0 0
11 20 0 0 0 0
11 21 0 0 0 0

Anexo A.12: Irradiância média por horário para o mês de dezembro (W/m2)

MÊS HORA GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


12 4 0 0 0 0
12 5 6 0 0 0
12 6 123 17 70 89
12 7 303 96 156 258
12 8 445 170 225 402
12 9 615 313 235 559
12 10 764 434 255 704
12 11 846 483 290 788
12 12 820 475 274 764
12 13 749 401 281 696
12 14 633 327 235 575
12 15 453 169 235 412
12 16 280 87 148 239
12 17 124 17 71 89
12 18 10 0 0 0
12 19 0 0 0 0
12 20 0 0 0 0
12 21 0 0 0 0
36

Anexo A.13: Irradiância média mensal (KW/m2)

MÊS GLOBAL DIRETA DIFUSA INCLINADA


1 6,43 3,32 2,44 5,79
2 6,27 3,39 2,56 5,98
3 5,79 3,33 2,55 5,9
4 4,88 2,8 2,51 5,32
5 4,2 2,57 2,22 4,81
6 3,84 2,41 2,04 4,47
7 4,08 2,49 2,2 4,71
8 4,69 2,8 2,44 5,26
9 5,39 3,28 2,34 5,64
10 5,96 3,3 2,52 5,84
11 5,85 2,75 2,64 5,41
12 6,17 2,88 2,63 5,54
1 6,43 3,32 2,44 5,79
2 6,27 3,39 2,56 5,98
3 5,79 3,33 2,55 5,9
4 4,88 2,8 2,51 5,32
5 4,2 2,57 2,22 4,81
6 3,84 2,41 2,04 4,47
37

APÊNDICE B
Ficha Técnica Painel Solar 400W
38

Ficha Técnica Placa 450W


39

Ficha Técnica Placa 550W


40

Performance Ratio Placa 550W

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