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Universidade Licungo
5ºGrupo
Baluane Fonseca
Fazira Chafim Amisse
Joaquim Armando Chinhengana
Mautempo Francisco Mautempo
Quelimane
2024
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5ºGrupo
Baluane Fonseca
Fazira Chafim Amisse
Joaquim Armando Chinhengana
Mautempo Francisco Mautempo
O docente:
Eng. Benny
Quelimane
2024
3
Indice
2 RESUMO .................................................................................................................................. 4
3 CAPÍTULO I: introdução e objectivos .................................................................................. 5
4 Introdução ................................................................................................................................. 5
4.1 Objectivos do Trabalho ........................................................................................................... 5
4.1.1 Objectivo Geral ........................................................................................................................ 5
4.1.2 Objectivos específicos ............................................................................................................... 5
4.2 Metodologia............................................................................................................................... 6
5 CAPÍTULO II: fundamentos teóricos .................................................................................... 7
5.1 Radiação Solar .......................................................................................................................... 7
5.1.1 O Sol........................................................................................................................................... 7
5.1.2 A Constante Solar..................................................................................................................... 8
5.1.3 Distribuição Espectral da Radiação Extraterrestre............................................................... 9
5.1.4 Variação da Radiação Extraterrestre ................................................................................... 10
5.1.5 Direção da Radiação directa .................................................................................................. 10
5.1.6 Radiação Solar Disponível ..................................................................................................... 11
5.1.7 Atenuação da radiação solar pela atmosfera........................................................................ 11
5.1.8 Radiação Directa..................................................................................................................... 12
5.1.9 Radiação Difusa ...................................................................................................................... 13
5.1.10 Índice de Claridade ................................................................................................................ 14
5.1.11 Massa de Ar (AM) .................................................................................................................. 14
5.1.12 Componentes Directa e Difusa da Radiação Mensal ........................................................... 15
5.1.13 Instrumentos usados para medição da Radiação Solar Disponível .................................... 16
5.1.14 Pireliômetros e Escalas Pireliométricas ................................................................................ 16
5.1.15 Medição da Insolação ............................................................................................................. 17
6 CAPÍTULO V: APLICAÇÕES ............................................................................................ 17
6.1 Tecnologias de Aproveitamento ............................................................................................ 18
6.1.1 Aproveitamento Térmico ....................................................................................................... 18
6.1.2 Aquecimento de água ............................................................................................................. 18
6.1.3 Secagem ................................................................................................................................... 19
6.1.4 Tratamento de água para consumo....................................................................................... 19
6.1.5 Aproveitamento Eléctrico ...................................................................................................... 20
7 CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................. 21
7.1 Análise dos dados .................................................................................................................... 21
7.1.1 Radiação Global...................................................................................................................... 21
7.1.2 Comparação da Radiação Extraterrestre com a radiação Global ..................................... 22
7.1.3 Radiação Difusa e Directa...................................................................................................... 22
8 CAPÍTULO VI: Consideracoes finais .................................................................................. 24
9 Referências bibliográficas...................................................................................................... 25
4
1 RESUMO
Entende-se por radiação solar à radiação electromagnética de onda curta, emitida pelo sol sendo
parcialmente absorvida pela atmosfera terrestre. Esta radiação após ser gerada no núcleo do sol é
espalhada ao atingir a superfície solar para todas as direcções, sendo que uma pequena parte desta
radiação atinge a atmosfera da Terra.
Da radiação que atinge a atmosfera, uma parte é reflectida novamente ao espaço, da parcela não
reflectida, uma parte sofre os fenómenos de espalhamento e absorção por moléculas e partículas
em suspensão na atmosfera.
Ao longo do tempo foram criados métodos que visam conhecer de forma mais eficaz a quantidade
de radiação que chega até a superfície, à esta quantidade é dado o nome de radiação global, que é
por sua vez constituída pela radiação difundida chamada por isso de radiação difusa e a outra parte
é aquela que não é difundida nem absorvida, a chamada radiação de feixe ou radiação directa.
Este trabalho em especial teve como ponto de partida, procurar estimar a quantidade de radiação
solar que atinge a superfície em Moçambique numa escala global bem como regional, uma vez
que Moçambique está dividido em três regiões a saber: Região Sul, Centro e Norte, estando esta
última mais próxima à linha do equador comparactivamente às outras duas.
Tendo-se o valor médio da radiação disponível, era tarefa conhecer as diferentes formas do seu
aproveitamento de modo a se não desperdiçar um tão importante recurso.
Moçambique apresenta uma radiação global em plano horizontal elevada quando comparada com
bons locais na Europa e Ásia, sendo bastante próxima de alguns dos melhores locais do mundo,
como a África do Sul e a Califórnia
A radiação solar a uma escala global varia essencialmente em função da atmosfera, geometria e
do movimento do planeta relactivamente ao sol, sendo que numa escala local, a variação da radiação
solar encontra-se maioritariamente associada à morfologia do terreno, ou seja, variações de
elevação, declive, exposição e sombreamento.
5
3 Introdução
A radiação solar é a fonte mãe de energia no planeta Terra, é desta que derivam as outras formas
de energia. É de total importância para a manutenção da vida, como o caso das plantas que por
meio do processo de fotossíntese tornam-se possíveis. Esta energia electromagnética se propaga
desde a sua fonte até à superfície da Terra sem que necessite de um meio material para a sua
transmissão.
É ela o elemento fundamental para quase todos os fenómenos que ocorrem na natureza, com
destaque os ciclos biogeoquímicos que só são possíveis devido à radiação proveniente do Sol.
Desde tempos remotos o Homem tem vindo a procurar por fontes de energia, tendo sido desde
sempre o Sol a sua principal fonte. Primeiramente a energia proveniente do Sol tinha como
principal função clarear os dias e mais adiante foi usada para secar sementes bem como na
fermentação de bebidas.
A energia proveniente do sol é muito elevada em comparação com toda consumida a nível mundial,
tonando-se desta forma um desafio conhecer as tecnologias que nos permitam aproveitar este vasto
recurso de forma sustentável. Esta para além de determinar o clima no planeta, é também limpa,
livre de poluentes que tem tornado-se uma real ameaça para a humanidade então existente e muito
mais para a vindoura.
3.2 Metodologia
Segundo Gill (2000), a metodologia é a lógica dos processo científicos em forma, e em seu
desenvolvimento, não se reduz, portanto, a uma tecnologia da medida dos factos científicos. Para que seja
considerado conhecimento científico, é necessária a identificação dos passos para a sua verificação, ou seja,
determinar o método que possibilitou chegar ao conhecimento.
7
A radiação solar a uma escala global varia essencialmente em função da atmosfera, geometria e
do movimento do planeta relactivamente ao sol, sendo que numa escala local, a variação da radiação
solar encontra-se maioritariamente associada à morfologia do terreno, ou seja, variações de
elevação, declive, exposição e sombreamento (Barreto & Fernandes, 2013).
4.1.1 O Sol
O sol é uma esfera de matéria gasosa intensamente quente com um diâmetro de 1,39x1109 m, um
raio de 695 500 km e uma massa de 1,989x1030. A sua luminosidade (potência) é de 3,854x1029W
e a sua idade é de 4,55 bilhões de anos (Duffie, Beckman, & Blair, 2020; Silva, 2006).
O sol tem uma temperatura efectiva na sua superfície de 5777 K. É basicamente composto por
hidrogénio (92%), com menos de 8% de hélio e traços dos outros elementos (Silva, 2006).
O sol é, com efeito, um reactor de fusão contínua, com seus gases constituintes como “recipiente
de contenção” retido pelas forças gravitacionais. Várias reacções de fusão foram sugeridas para
fornecer a energia irradiada pelo sol. A consideração mais importante é o processo no qual o
hidrogênio (ou seja, quatro protões) se combina para formar hélio segundo a cadeia protão-protão:
A energia produzida no interior da esfera solar à temperaturas de muitos milhões de graus deve ser
transferida para a superfície e depois irradiada para o espaço.
O sol é dividido basicamente em duas regiões: o interior e a atmosfera. O interior solar possui três
regiões diferentes: o núcleo, onde se produzem as reacções nucleares que transformam a massa
em energia através da fusão nuclear, a zona radiativa e a zona de convecção (convectiva). O
interior do Sol não é diretamente observável, uma vez que a radiação é completamente absorvida
(e re-emitida) pelo plasma1. Todas as características do sol e a sua relação com a Terra (Silva,
2006).
À distância média Terra-Sol dá-se o nome de Unidade Astronómica, sendo esta de 1,495x1011,
esta varia de 1,471x1011 m (no periélio, em Janeiro) a 1,521x1011 m ( no afélio, em Julho).
Convém salientar que esta diferença nas distâncias não é a causa das estações do ano, as quais se
devem à inclinação de 23,5° do eixo de rotação da Terra com relação ao plano de sua órbita em
torno do Sol (Silva, 2006).
A radiação emitida pelo Sol e a sua relação espacial com a Terra resultam em uma intensidade
quase fixa de radiação solar fora da atmosfera terrestre.
A constante solar 𝐺𝑠𝑐, é a energia emitida pelo sol por unidade de tempo recebida em uma unidade
9
Era suposto, pois, que a radiação extraterrestre não variasse, uma vez que aparenta ser constante. Mas a
verdade é que, mesmo na tentativa de medir ou estimar o valor da constante solar não foi uma tarefa fácil,
diferentes cientistas propuseram valores diferentes, alguns com um erro provável de 1 a 2%. O valor da
constante solar apresentado aqui, foi adotado pelo Word Radiation Center (WRC) com uma incerteza da
ordem de 1%.
A primeira é a variação da radiação emitida pelo sol. (Duffie, Beckman, & Blair, 2020)
Comenta que existem relatos confiantes na literatura sobre variações periódicas da
radiação solar intrínseca. Como sugestão, tem se dado que existem pequenas variações
(menos de +/- 1,5%) com diferentes periodicidades e variações relacionadas às actividades
das manchas solares.
A segunda fonte seria a distância Terra-Sol, no entanto, leva à variação do fluxo de
radiação extraterrestre na faixa de +/- 3,3%. Uma equação simples para a maioria dos
cálculos de engenharia é dada pela Equação 4a.
360𝑛
𝐺𝑠𝑐 (1 + 0,033 cos 365
) (2𝑎)
Onde 𝐺𝑜𝑛 é a radiação extraterrestre incidente no plano normal à radiação no enésimo dia do ano
(n parte de 1 até 365) e B é dado por
B = (n-1)360 (2c)
365
δ Declinação: é a posição angular do sol ao meio dia solar (quando o sol está no meridiano local)
em relação ao plano do equador, norte positivo; (−23,45° ≤ 𝛅 ≤ 23,45°).
284+𝑛
𝛿 = 23,45 sin (360 ) (3)
365
Espalhamento atmosférico por moléculas de ar, agua e poeira e Absorção atmosférica por oxigênio, água
e dióxido de carbono.
A dispersão da radiação à medida que passa pela atmosfera é causada pela interação da radiação
com moléculas de ar, água (vapor e gotículas) e poeira. O grau de espalhamento é uma função do
número de partículas através das quais a radiação deve passar e do tamanho das partículas em
relação ao λ, o comprimento de onda da radiação. O caminho da radiação através das moléculas
de ar é descrito pela massa de ar.
A radiação que chega à superfície terrestre pode ser classificada como directa e difusa.
12
Quando uma onda de luz atinge uma superfície lisa que separa dois meios, ambos transparentes
(como o ar e o vidro), em geral a onda é parcialmente reflectida e parcialmente transmitida para o
outro material (Young & Freedman, 2016).
Embora haja atenuação da radiação, grande parte da radiação é transmitida directamente e alcança
a superfície terrestre em feixes aproximadamente paralelos, como se verifica ao olhar-se
directamente para o Sol. Portanto, a radiação directa é aquela que se recebe na superfície terrestre
sem ter sofrido nenhum dos processos antes mencionados ao passar pela atmosfera. Esta é medida
por meio de instrumentos denominados Pireliómetros (Victória, 2008).
A radiação solar directa pode apresentar forte fluxo direcional. Por incidir de forma directa, torna-
se mais energética ao atingir a superfície, podendo ser mais bem aproveitada em sistemas de
conversão energética como colectores e concentradores solares (Fernando, Calça, Raneiro, & Pai,
2019).
13
Esta tem origem devido ao espalhamento dos raios solares incidentes em algum tipo de partícula,
suspensa na atmosfera. Dos dois tipos de espalhamentos mais gerais um deles é aquele produzido
por partículas de tamanho muito pequeno, comparado ao comprimento de onda (Rayleigh) e o
outro, aquele produzido por partículas de tamanho comparável ou maior que o comprimento de
onda (Mie).
Os efeitos do espalhamento Rayleigh por molécular de ar e absorção por 𝑂2, 𝐻2𝑂 e 𝐶𝑂2, na
distribuição espectral da irradiância do feixe são mostrados na figura 4.
Diz-se que a radiação difusa é a radiação solar recebida do sol após sua direcção ter sido alterada
devido à dispersão pela atmosfera, ou ainda, que a radiação difusa é a que se recebe depois de ter
mudado sua direcção pelos processos de refração que ocorrem na atmosfera (Victória, 2008).
H
Kt = (4)
H0
Onde H é a irradiação solar global diária e H0 é a irradiação solar global extraterrestre diária, no
plano horizontal (Victória, 2008).
O índice de claridade média mensal ̅𝐊̅ 𝐭 , é a razão da média mensal diária da radiação em uma
̅ e a radiação extraterrestre diária média mensal ̅𝐇̅𝟎̅
superfície horizontal 𝐇
̅𝐇
̅𝐊̅= (5b)
𝐭 ̅𝐇̅𝟎̅
1
𝐴𝑀 = . (6)
cos 𝚹z
15
Esta fórmula tem uma exatidão superior a 0,1% para ângulos de zênite menores que 86°e um erro
de máximo de 1,25% para 𝚹z=89,5°. Esta equação é aplicável para uma pressão de 1013,25 mbares
no nível do mar. Na Tab. 2 são ilustrados os valores de massa de ar para alguns ângulos de zênite.
A radiação solar directa pode apresentar forte fluxo direcional. Por incidir de forma directa, torna-
se mais energética ao atingir a superfície, podendo ser mais bem aproveitada em sistemas de
conversão energética como colectores e concentradores solares (Fernando, Calça, Raneiro, & Pai,
2019).
A fracção difusa média mensal ̅H̅𝑑 pode ser determinada por meio de: Para 𝜔𝑠 ≤
H =Hb + Hd (7c)
Um pireliómetro é um instrumento que usa um detector colimado para medir a radiação solar e de
pequena porção do céu ao redor do sol (ou seja, a radiação directa) em incidência normal.
Um piranómetro é um instrumento para medir a radiação solar hemisférica total (directa e difusa),
geralmente em uma superfície horizontal. Se sombreado da radiação directa por um anel ou disco
de sombra, um piranómetro mede a radiação difusa.
Além disso, os termos solarímetro e actinómetro são encontrados: um solarímetro geralmente pode
ser interpretado como o mesmo que um piranómetro, e um actinómetro geralmente se refere a um
pireliómetro (Duffie, Beckman, & Blair, 2020).
Um piranómetro produz uma voltagem dos detectores de termopilha que é uma função de radiação
incidente. É necessário utilizar um potenciômetro para detectar e registrar esta saída. Os dados de
17
radiação geralmente devem ser integrados durante algum período de tempo, como uma hora ou um
dia. A integração pode ser feita por meio de planimetria ou por integradores electrônicos. Estima-
se que, com o uso cuidadoso e calibração razoavelmente frequente do piranómetro, as medições
de radiação devem se boas dentro de +5%; erros de integração aumentariam esse número.
Figura 7: Piranômetro com anel de sombreamento para eliminar a radiação directa (Duffie, Beckman, & Blair, 2020).
4.1.16 Insolação
Quissico, 2005, define-a como sendo a duração de Sol descoberto. Neste caso, a insolação diária por
exemplo, é o número de horas de sol descoberto desde o nascer até o pôr do sol. A insolação média
num dado local é um dos factores que determinam o clima desse local. A unidade usada para
insolação é o segundo ou a hora.
5 CAPÍTULO V: APLICAÇÕES
Voltando aos objectivos deste trabalho, verifica-se que se tem em primeira instância como
prioridade o estudo do comportamento da radiação solar em Moçambique, para que, se sabendo
qual é o comportamento da radiação solar poder-se avaliar as diferentes formas de aproveitamento
desta, focando-se principalmente nas condições actuais do país.
É obvio que para um país como Moçambique, que não foi afectado pela revolução industrial, uma
das grandes prioridades quando se fala do aproveitamento da radiação solar é a geração de
electricidade, pois esta continua sendo uma grande ansiedade para muitos. Energia para todos é o
que o governo de Moçambique tem vindo a cantar nestes últimos anos. Mas para além desta via
existem outras diversas formas de aproveitamento da radiação solar disponível no território
Moçambicano.
18
A radiação solar que passa pela atmosfera é de ondas curtas, ela converte-se em energia térmica
devido à sua interação com a matéria, convertendo-se desta forma na radiação de ondas longas,
comomente emitida pela Terra à atmosfera. O vidro é transparente à radiação de ondas curtas, mas
em contrapartida, é opaco para as ondas longas, pelo que, tem sido este um principal componente
quando se trata do aproveitamento térmico, pois ele possibilita a acumulação da radiação em uma
certa região.
São de dois tipos básicos os sistemas de abastecimento de água. O primeiro é conhecido como
aquecedor de água passivo (também chamado de circulação natural ou termofissão), o segundo
é conhecdo como aquecedor de água activo (também chamado de circulação forçada).
5.1.3 Secagem
A secagem é um processo físico que consiste na eliminação de água por evaporação, de modo a
melhorar a conservação de um produto. É um dos métodos mais antigos de conservação de
alimentos e surgiu quando os povos primitivos observaram que as sementes das plantas, com que
se alimentavam, se conservavam por mais tempo depois de expostas ao sol. A partir daí começaram
a secar ao sol outros alimentos, nomeadamente carne, peixe e os próprios grãos. A secagem
permite:
A conservação dos produtos secos é feita em locais frescos e secos e na ausência de luz, não
necessitando de cadeias de frio como acontece com outros processos de conservação, pelo que pode
ser utilizado em países com fracos recursos económicos, como é o caso de Moçambique.
Tradicionalmente os alimentos eram colocados no solo, nos tectos das habitações ou em tabuleiros,
os quais recebiam a radiação directa do sol. Os alimentos ficavam expostos às intempéries, às
poeiras e aos insectos, o que não favorece a qualidade do produto final. Nos últimos anos, têm-se
realizado numerosos trabalhos sobre o desenvolvimento e optimização de secadores solares de
modo a obviar estes problemas (Ferreira & Candeias, 2005).
Moçambique enfrenta sérios problemas com a alta incidência de doenças relacionadas com o
consumo de água contaminada e falta de saneamento básico, sendo mais afectada a população que
vive em bairros suburbanos das grandes cidades e em zonas rurais.
20
Moçambique tem um recurso solar abundante e inexplorado que poderia ser aproveitado à escala
de utilidades, bem como fotovoltaico residencial para a electrificação da rede, tanto dentro como
fora da rede.
Moçambique apresenta uma radiação elevada e consistente ao longo do território, com destaque
para as províncias de Tete e Cabo Delgado, o que faz com que o sol seja o recurso renovável mais
abundante em Moçambique. No anexo D.2 é ilustrado o mapa que indica o potencial fotovoltaico
para Moçambique. As zonas marcadas na sombra mais escura mostram o potencial mais elevado.
De acordo com o Atlas, em Moçambique, as províncias de Maputo e Tete são as que apresentam
maior potencial para projectos solares ligados à rede, essencialmente devido à robustez das infra-
estruturas de transporte.
21
A análise feita para os dados obtidos por meio do método de Ángstron bem como a dos dados
medidos, apresentados por Quissico, 2005, Cuamba, et al., 2006 e de Melo, 2003, mostra-nos que
em média ao longo dos anos a radiação directa tem valores superiores que a radiação difusa (
Anexos B.3 e B.4). Na figura 9 é ilustrada uma comparação da rediação directa e a difusa em
função das estações.
Ainda sobre os dados, no anexo B.2 são apresendados não só os dados estimados mas também os
dados medidos, estes foram retirados do trabalho feito por Cuamba, et al., 2006, que são os dados
referentes à: Maputo, Maniquinique, Beira, Pemba, Chimoio e Lichinga. Os dados restantes dados
medidos lá apresentados foram retirados do trabalho de Melo, 2003.
A radiação global estimada para Moçambique é em média de 5.6 kwh/m2/dia, este valor está muito
próximo do obtido por (Cuamba, et al., 2006) de 5.7 kwh/m2/dia , pelo que dentro de um ano,
Moçambique conta com um estimado valor de 2044 kWh/m^2. Na região sul é de 5.8 kwh/m2, na
22
Uma outra comparação feita por cada região está apresentada no Anexo C.1.
A radiação que incide sobre a atmosfera em Moçambique é em média de 9.5 kwh/m2/𝑑𝑖𝑎, com
isso pode-se notar que desta radiação 60% em média é que consegue atingir a superfície. Na região
sul temos cerca de 63 % , na região Centro temos 59.3 % e por fim na região Norte temos 55.1%.
O gráfico abaixo melhor ilustra este fenómeno.
Os dados da radiação difusa e directa apresentados nos anexos B.3 e B.4 foram obtidos por meio
das equações 7a, 7b e 7c.
23
Conforme se pode observar, a estação de Maniquenique é que apresenta maior porção da radiação
directa seguida por Tete.
A radiação difusa para Moçambique é em média de 1.7 kwh/m2. Na região Sul é de 1.8 kwh/m2,
na região Centro e Norte é de 1.6 kwh/m2. Quanto à radiação directa, Moçambique conta em média
com 3.8 kwh/m2. Na região sul temos 3.9 kwh/m2, na região Centro temos 3.5 kwh/m2 e por fim
na região Norte temos 3.3 kwh/m2.
Em média, a radiação global que atinge a superfície horizontal em Moçambique tem um valor de
5.6 kwh/m2/dia, sendo a mínima de 5.0 kwh/m2/dia, registada em Lichinga e a máxima de 6.4
kwh/m2/dia, registada em Tete. Os dados mostram que da radiação que atinge a superfície da
atmosfera, 60 % consegue chegar até a superfície. As regiões que apresentam os valores mínimos
da radiação tem como principal factor o aumento da nebulosidade, mesmo assim a radiação global
mostra-se crescente à media que se vai para o norte, pois assim era suposto pois esta deve aumentar
na medida que se aproxima do equador.
Visto que Moçambique conta com um recurso solar intenso, diversas formas de aproveitamento
tornam-se possíveis. Foram mensionadas algumas formas de aproveitamento deste recuro, tendo
sido de destaque para o aproveitamento térmico o aquecimento de água para fins doméstico bem
como o uso da energia solar térmica para a secagem de sementes e frutos, o que seria de grande
ajuda.
Mas para além do aproveitamento térmico, um outro, que é até então o principal, foi aqui citado,
trata-se o aproveitamento da energia solar disponível para geração de electricidade. Este é um dos
grandes desafios do governo Moçambicano, pelo que este vasto recurso torna-se eficaz pela sua
forma de abragência, podendo desta forma ser explorada por meio de mine-redes para locais que
se encontrem muito distante da rede nacional, bem como pode-se ingetar na rede eléctrica
nacional.
25
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