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Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS)

Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Curso de Ciências Biológicas – Bacharelado

Componente Curricular: Estudos Evolutivos da Geosfera

Autor: Pedro Borba de Barros Brito

TEMA 06 – Recursos energéticos: energia solar

Vitória da Conquista - BA

13 de Agosto de 2021
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Aluno: Pedro Borba de Barros Brito

TEMA 06 – Recursos energéticos: energia solar

Esse trabalho monográfico faz parte da atividade avaliativa


final do Componente Curricular de Estudos Evolutivos da
Geosfera do IMS UFBA, com o objetivo de tornar os
futuros Biólogos capazes identificar a evolução da energia
solar na matriz elétrica brasileira, bem como sua
contribuição para um desenvolvimento mais sustentável.

Orientador: Professor Orlando Sílvio Caires Neves

Vitória da Conquista - BA

13 de Agosto de 2021

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SUMÁRIO

1.0) Introdução........................................................................................................................................................................04
2.0) Objetivo...........................................................................................................................................................................05
3.0) Desenvolvimento.............................................................................................................................................................05
3.1) Energia Solar: Conceitos...........................................................................................................................................05
3.2) Células Fotovoltaicas................................................................................................................................................05
3.3) A eficiência da Célula Fotovoltaica...........................................................................................................................06
3.4) Modalidades de Geração de Energia Fotovoltaica....................................................................................................06
3.5) Geração de Energia Solar no Mundo.........................................................................................................................06
3.6) Geração de Energia Solar no Brasil...........................................................................................................................07
3.7) Vantagens e Desvantagens no uso da Energia Solar..................................................................................................10
3.8) Em busca da Sustentabilidade Nacional....................................................................................................................12
3.9) Potencial de Impacto da Energia Solar no Brasil.......................................................................................................13
4.0) Conclusão........................................................................................................................................................................15
5.0) Referências......................................................................................................................................................................16

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1.0) Introdução:

A humanidade, ao longo do seu desenvolvimento, experimentou diversas formas de geração de energia, inicialmente, com efeitos relativamente
pequenos e locais. Porém, com o advento da Revolução Industrial (século XIX), os enormes avanços tecnológico, científico e urbano necessitaram
de novas formas mais eficientes e seguras na produção desse recurso. Cada uma dessas fontes implicou em impactos ao ecossistema de exploração
e dos recursos finitos, além do prejuízo a nível global devido a expansão do uso de combustíveis fósseis, impactando diretamente na sustentabilidade
do planeta.

Atualmente, o resultado são as mudanças climáticas globais que acentuam eventos extremos. Pode-se observar, por exemplo, o aumento da
temperatura e da seca em algumas áreas, enquanto outras experimentam esfriamento, ou um aumento da precipitação pluviométrica. Isso
compromete a qualidade de vida do ser humano e de todos os demais seres vivos com quais compartilhamos o sistema Terra.

O ponto que atingimos como humanidade requer mudanças na atual matriz energética em direção a uma matriz mais limpa e sustentável.

O Sol é nosso! O Brasil tem um enorme potencial na geração desse tipo de energia, já que os níveis de insolação do país comparado a outros países
são muito superiores. Além disso, as reservas brasileiras de matéria-prima para a produção de painéis fotovoltaicos também são abundantes. Essas
duas condições soam como uma benção para o futuro dos brasileiros em momentos de grandes mudanças climáticas, provocadas pela liberação de
gases efeito estufa provenientes dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo etc.). A boa notícia é de que o Brasil vem, historicamente, oferecendo
incentivos à expansão da matriz elétrica de fonte solar. Há, contudo, um espaço enorme para crescimento, já que esse tipo de fonte de energia
representa apenas 1% da produção elétrica nacional.

Esse avanço na matriz energética solar representará um grande avanço ambiental, social e econômico, uma vez que reduzirá a emissão de gases
poluentes, bem como o aumento de empregos e a economia de bilhões para os consumidores e consequentemente para o país.

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2.0) Objetivo:

No Antropoceno, mudanças climáticas bruscas e extinções em massa de espécies são causadas pelo uso desmedido e desregulado de recursos
ambientais. Dessa forma, este trabalho monográfico visa a divulgação de matrizes energéticas limpas, em especial da Energia Solar, para a
implementação e expansão desse modelo de geração de energia com base em fontes limpas, mitigando, assim, os problemas do atual modelo.
Portanto essa é uma pequena contribuição para popularização do impacto positivo no uso da energia solar.

3.0) Desenvolvimento:
3.1) Energia Solar: Conceitos

A energia solar é a conversão da luz do Sol em formas utilizáveis de energia. A radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte
de energia térmica ou energia elétrica, através de efeitos sobre determinados materiais, entre os quais se destacam o efeito termoelétrico e,
principalmente, o efeito fotovoltaico. Porém a energia hidráulica, a energia eólica, a energia de combustíveis fósseis etc. são formas indiretas
da energia solar. Por exemplo, as diferentes temperaturas das camadas de ar provocam o movimentos destas e consequentemente a ação do
vento que é a força motriz da energia eólica.

A energia solar fotovoltaica é oriunda do efeito fotovoltaico. Esse processo ocorre devido a excitabilidade dos elétrons de alguns materiais
específicos na presença da luz solar ou de outras formas apropriadas de energia.

3.2) Células Fotovoltaicas

A Célula Fotovoltaica é o equipamento responsável por converter a energia da luz do sol diretamente em energia elétrica por meio do efeito
fotovoltaico. Tais células são constituídas primordialmente por Silício (Si), que é o segundo elemento mais abundante do Planeta Terra.

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Essa estrutura, quando pronta, forma um semicondutor que produz a diferença de potencial (ddp) e, consequentemente, o movimento dos
elétrons.

Vale ressaltar que existem diferentes tipos de células fotovoltaicas destinadas para diferentes usos.

3.3) A eficiência da Célula Fotovoltaica

Eficiência é basicamente quanta energia elétrica a célula fotovoltaica é capaz de produzir por 1 m² durante 1 hora de funcionamento.
Normalmente, uma célula fotovoltaica de 18% de eficiência consegue produzir, em condições de laboratório, 180 Watts por 1 m² em 1 hora.
Com as constantes melhorias tecnológicas e de processos industriais, a eficiência da célula continua aumentando.

3.4) Modalidades de Geração de Energia Fotovoltaica

A primeira delas é a Geração Distribuída: realizada próximo ou junto dos consumidores. Essa modalidade é voltada para ambientes
residenciais.

A segunda classe é a Geração Centralizada: caracterizada por um grandes centrais de distribuição, geralmente longe dos consumidores.
Essa modalidade é utilizada em usinas solares

3.5) Geração de Energia Solar no Mundo

A distribuição de sistemas de energia solar no mundo tem crescido exponencialmente nos últimos anos. Segundo a IEA (International
Energy Agency), o uso de energia solar poderá chegar a 30% em 2022 em países com maior capacidade instalada de geração, como a China,
Alemanha, Japão e EUA. Entretanto, países como China e Estados Unidos, líderes mundiais em capacidade instalada, não apresentam
grande relevância para o atendimento da demanda total do país por eletricidade através da fonte solar. Sendo assim, países com maior
potencial de desenvolvimento em energia solar fotovoltaica dispõem de políticas de incentivo à tecnologia.
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3.6) Geração de Energia Solar no Brasil

O Brasil possui um enorme potencial para geração de energia solar, considerando que a maior parte de seu território está localizado na
região intertropical, em uma faixa de latitude na qual a incidência de radiação solar é consideravelmente superior ao restante do planeta.

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Ilustração do nível de irradiação solar anual média sobre a
superfície da Terra

Fonte: KABIR et al. (2018)

Além da irradiação solar, o Brasil possui uma das maiores reservas de quartzo do mundo, o que eu representa uma enorme vantagem, pois
o Silício é um mineral extraído do quartzo, e consiste na principal matéria-prima dos módulos solares. Esses fatores potencializam o
desenvolvimento e a implementação dessa matriz energética.

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Ilustração do nível de irradiação solar anual média sobre o Brasil

Fonte: SOLARGIS 2018

No gráfico acima, pode-se observar que especialmente o Nordeste, com destaque para o Vale do São Francisco, possui altos índices de
irradiação solar global, sobressaindo entre todas as regiões geográficas com a maior média anual. Ainda assim, é válido destacar que também

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é possível observar grande potencial de aproveitamento energético, mesmo havendo regiões com menores índices de insolação. Logo,
existem diversas maneiras de aproveitarmos a energia solar no Brasil, basta alcançarmos os incentivos necessários.
Apesar de todos esses fatos, a matriz elétrica no Brasil é predominantemente composta da geração de energia hidrelétrica. Embora, de forma
geral, seja considerada como uma fonte de energia limpa, ela também envolve efeitos negativos e prejuízos em larga escala ao ambiente,
como a destruição de extensas áreas de vegetação natural em diferentes biomas, de matas ciliares, promove a erosão das margens, o
assoreamento do leito dos rios, prejuízos à fauna e à flora locais e às populações tradicionais ocupantes da área, alterações no regime hídrico
dos rios, além de ao longo de toda sua cadeia produtiva contribuírem para o aumento do efeito estufa. Por isso, a Energia Solar tem
tomado lugar no direcionamento de políticas ambientais internacionais da ONU como o Acordo de Paris, no qual o Brasil é um dos países
assinantes.

3.7) Vantagens e Desvantagens no Uso da Energia Solar

i) Vantagens:

Baixo impacto ambiental, instalação simples, baixo custo em relação ao tempo de vida útil (mais de 25 anos), além de poder ser
utilizada como substituta da energia elétrica convencional em regiões que ainda não possuem distribuição.

A energia solar é uma das mais sustentáveis do mundo, sendo renovável e limpa, uma vez que não emite poluentes nem utiliza
matérias-primas escassas na natureza.

A energia fotovoltaica também contribui para a diminuição da poluição sonora. Seu funcionamento é silencioso e discreto,
evitando a produção de ruídos desagradáveis.

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Esse tipo de sistema de geração de energia também não requer um cuidado de manutenção exaustivo, apenas uma limpeza
ocasional. Além disso, sua matéria-prima – a luminosidade do sol – é inesgotável e gratuita.

As estruturas de captação podem durar até 25 anos, pagando-se em apenas sete. A economia proporcionada pode chegar até 95%
do total da conta de luz, tornando esse um investimento muito inteligente, que contribui também para a valorização do imóvel.

As placas solares também são uma boa opção para residências em áreas isoladas, fora da rede elétrica. Esses sistemas utilizam o
auxílio de baterias para armazenar a energia captada pelas placas, garantindo a alimentação mesmo em dias chuvosos ou durante a
noite.

Sistemas de energia fotovoltaica também são sustentáveis em seu descarte, uma vez que podem ser reciclados com uma eficiência
de até 97%.

ii) Desvantagens:

Alto custo de aquisição inicial; não funcionar à noite em sistemas sem baterias.

Baixa capacidade de armazenamento e a interrupção de produção de energia à noite.

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Fonte: Portal Solar

3.8) Em busca da Sustentabilidade Nacional


Por conta dos benefícios ecológicos, sociais e econômicos existem incentivos tanto internacionais como nacionais para o uso de Energia
Solar. Entre os incentivos nacionais, destacam-se: o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, que injeta a energia solar na rede e ao
invés de ser remunerada, o valor é abatido do consumo; Leilões de compra de energia elétrica de reserva, específicos para fonte solar;
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Descontos na Tarifa de Uso dos Sistemas de Transmissão e na Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição para empreendimentos;
Condições Diferenciadas de Financiamento para adquirir placas fotovoltaicas (BNDES, FNMC etc.); e Projetos de Pesquisa e
Desenvolvimento relacionados com o aprimoramento de novas tecnologias aplicadas a energia solar.
Os resultados dessas políticas geraram um avanço da capacidade instalada de energia solar no país, segundo o Boletim Mensal de
Monitoramento Elétrico MME (2018). De acordo com esse relatório, a partir de 2012 houve um aumento de 318% da capacidade total
instalada, o que significa um enorme avanço para a matriz elétrica brasileira, entretanto esse número ainda é pequeno quando relacionado
ao gigantesco potencial do país no aproveitamento da fonte de energia solar.

3.9) Potencial de Impacto da Energia Solar no Brasil

A inserção da energia solar na matriz elétrica brasileira é uma questão de tempo, tendo em vista as vantagens desse modelo de produção
energética. Sob essa perspectiva, é válido destacar que de acordo com o BEN 2017, essa fonte representava apenas 0,01% da matriz elétrica
do país e em 2020 passou a compor 1% desta matriz. Esse aumento exponencial da participação da fonte solar gerará diversos benefícios,
não só do ponto de vista elétrico, mas também do ponto de vista socioeconômico e ambiental.

i) Potencial de impactos na matriz elétrica

Diversificação da matriz energética; aumento da segurança no fornecimento de energia; potencialização da eficiência energética; inovação
tecnológica.

ii) Potencial de impactos socioeconômicos

Geração de empregos locais; aumento da arrecadação governamental; menos gastos com geração de energia a longo prazo; atração de
investimentos no país; promoção da inclusão social.

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Tabela sobre a perspectiva internacional de queda de
custos a longo prazo da instalação de sistemas
fotovoltaicos.

Além de tudo isso, a perspectiva internacional é de queda nos preços das células fotovoltaicas como apresentado na tabela acima, isso
tornará esse tipo de energia muito mais acessível e usual. A IEA (Agência Internacional de Energia) estimou em 2018 que até o ano de
2023, a expansão da energia solar – em termos de geração de energia – será maior do que o somatório de todas as demais energias renováveis.

É importante destacar também que iniciativas de inclusão social, derivadas da difusão da energia solar já são existentes no Brasil, dentre
elas a Insolar (democratização do acesso à energia, através da instalação de painéis solares em comunidades carentes) e a Solcial (iniciativa
de doação de células fotovoltaicas para instituições carentes). Ademais, há a existência no Brasil de pequenos sistemas de geração

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fotovoltaica de energia elétrica que estão ligados a sistemas de uso coletivo, como iluminação pública, geração de energia elétrica para
escolas, postos de saúde e centros comunitários e para atendimento domiciliar etc.

iii) Potencial de impactos ambientais

A perspectiva ecológica da inserção dessa fonte de energia na matriz elétrica brasileira e mundial é muito positiva.

O Efeito Estufa é um fenômeno natural que contribui para a manutenção da temperatura da Terra. Contudo, as mudanças nas concentrações
de gases efeito estufa na atmosfera têm aumentado de maneira insustentável no planeta, devido a queima de combustíveis fósseis para
geração de energia. O resultado disso é o Aquecimento Global. Esse fenômeno altera a distribuição das chuvas, aumenta ou diminui a
temperatura da atmosfera e dos oceanos, o derretimento de geleiras, o aumento do nível do mar, a extinção de espécies etc. Por isso a
comunidade científica tem realizado projeções climáticas para subsidiar políticas governamentais, por meio das perspectivas de cenários
futuros. E, irrefutavelmente, a Energia Solar tem sido elencada como mecanismo essencial para atenuar os efeitos do aquecimento global.
O Acordo de Paris, assinado em 2015, foi um exemplo disso, no qual os países se comprometeram em buscar alternativas mais sustentáveis
de obtenção de energia.

Segundo a EPE em 2023 poderão ser evitadas 500 mil toneladas de CO2 (gás carbônico) na atmosfera pela utilização da energia solar.

Dessa forma, podemos considerar que a energia solar se enquadra nos três pilares da sustentabilidade: ambiental, econômico e social.

4.0) Conclusão:

Portanto, no Brasil e no mundo, a efetiva mudança na atual matriz energética em direção a uma matriz mais limpa (como a energia solar) constitui
uma forma extremamente eficaz de mitigar os riscos das mudanças climáticas globais, bem como resultar num avanço tecnológico e científico,

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além de impactar positivamente na economia e no meio social. As possibilidades estão colocadas, cabe ao países promove-las. O resultado será o
aumento indiscutível da sustentabilidade do planeta.

5.0) Referências:

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Atlas Brasileiro de Energia Elétrica. 2. ed. Brasília, DF: ANEEL, 2005.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Atlas Brasileiro de Energia Elétrica. 3. ed. Brasília, DF: ANEEL, 2008.

ATLAS BRASILEIRO DE ENERGIA SOLAR. 2. ed. São José dos Campos: Absolar, 2017.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Análise da inserção da geração solar na matriz elétrica brasileira. Rio de Janeiro: EPE, 2012.

Neves, Filipe Gabriel Gama Rodrigues; Rocha, Carlos Frederico Duarte. A Evolução da Energia Solar na Matriz Elétrica Brasileira: (p. 106).
Editora Appris. Edição do Kindle.

http://www2.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.pdf.

http://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2017

https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/

https://www.portalsolar.com.br/celula-fotovoltaica.html

https://www.portalsolar.com.br/vantagens-e-desvantagens-da-energia-solar.html

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