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Introdução

O presente trabalho de investigação tem como tema: Desenvolvimento Psicossocial na Idade Adulta:
Relacionamentos e Qualidade de vida; o mesmo visa debruçar-se sobre a questão das mudanças na
Idade adulta , o relógio social , bem estar Psicológico e saúde mental posetiva, casamento, divórcios,
relacionamento homossexual e amizade na idade adulta.

A psicologia evolutiva é o estudo de todo o ciclo vital, e isso significou não só uma ampliação nas idades
de estudo, mas também, e sobretudo, uma ampliação dos conceitos, dos modelos, da linguagem e da
metodologia.

O trabalho pré-fase a seguinte estrutura: na primeira parte estão patentes elementos pré-textuais (capa,
índice e introdução); de seguida encontra-se a estrutura do próprio trabalho, isto é, desenvolvimento, e
finalmente estão representados os elementos pós-textuais (conclusão e referencias bibliográficas).

Objectivo
Geral

Compreender o Desenvolvimento Psicossocial na idade

Específicos

Estudar as mudanças na Idade adulta;

Conhecer os modelos de Crise normativas

Apresentar questões de relacionamento e qualidade de vida na idade adulta


Metodologia

Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos procedimentos científicos em sua gênese
e em seu desenvolvimento, não se reduz, portanto, a uma tecnologia da medida dos factos
científicos. Para que seja considerado conhecimento científico, é necessária a identificação dos
passos para a sua verificação, ou seja, determinar o método que possibilitou chegar ao
conhecimento.

Para a concretização do presente trabalho, recorreu-se a técnica de consulta bibliográfica de


algumas obras que enfatizam do tema em destaque.
Desenvolvimento Psicossocial na Idade Adulta

Mudanças na Idade Adulta

A psicologia evolutiva é o estudo de todo o ciclo vital, e isso significou não só uma ampliação
nas idades de estudo, mas também, e sobretudo, uma ampliação dos conceitos, dos modelos,
da linguagem e da metodologia. Idade e influencias no desenvolvimento A idade, por si mesma,
não explica nada, e a passagem do tempo, por si só não fornece elementos que possam nos
ajudar a compreender os processos de desenvolvimento psicológico, mas as relações entre a
idade e conduta são de natureza correlacional, ou seja, no processo de desenvolvimento
psicológico existem determinadas mudanças que são mais características de umas idades do
que outras, mas isso não significa que seja a idade que produz por si mesma, as mudanças.

Abordagens Teóricas Clássicas

Quatro abordagens do desenvolvimento psicossocial adulto são representadas pelos:

Modelos de traço

modelos de traços que concentram-se em traços ou atributos mentais, emocionais,


temperamentais e comportamentais, como contentamento e irritabilidade. Dentro desta
abordagem se encontra o modelo de cinco fatores desenvolvido e testado por Costa e McCrae,
baseado nos "Cinco Grandes" fatores subjacentes a conjuntos de traços de personalidade
relacionados:

Modelo de Neuroticismo

Neuroticismo é um conjunto de seis traços negativos que indicam instabilidade emocional:


ansiedade, hostilidade, depressão, constrangimento, impulsividade e vulnerabilidade. Pessoas
altamente neuróticas são nervosas, medrosas, irritadiças e sensíveis a críticas e irritam-se com
facilidade. Podem sentir-se tristes, desesperançosas, solitárias, culpadas e sem valor.

Modelo de Extroversão
Extroversão também tem cinco facetas: afetividade, espírito gregário, assertividade, atividade,
busca de excitação e emoções positivas. Os extrovertidos são sociáveis e gostam de atenção.
Mantêm-se ocupados e ativos; estão sempre em busca de excitação e apreciam a vida.

Modelos Tipológicos

Modelos tipológicos que identificam tipos ou estilos de personalidade como o ego-resiliente,


super controlado e subcontrolado. As pessoas desses três tipos diferem em termos de
resiliência do ego (ou adaptabilidade sob estresse), e controle do ego (ou autocontrole).

Pessoas ego-resilientes são bem adaptadas: autoconfiantes, independentes, prestativas,


cooperativas e focalizadas na tarefa. Pessoas supercontroladas são tímidas, quietas, ansiosas e
confiáveis. Pessoas subcontroladas são ativas, energéticas, impulsivas, teimosas e facilmente
distraídas.

Estes primeiros dois modelos defendem que a personalidade muda muito pouco ao longo da
vida adulta. Enquanto os próximos dois, sustentam que existem mudanças consideráveis.

Modelos de Crise Normativas

modelos de crises normativas representam uma típica seqüência de desenvolvimento


relacionada com a idade que continua durante todo o ciclo de vida adulto.

Dentro deste modelo se encaixa a teoria de Erikson: intimidade versus isolamento é a sexta
crise de desenvolvimento psicossocial, em que jovens adultos ou se comprometem com os
outros ou enfrentam um possível sentimento de isolamento.

Carl C. Jung sustentava que um desenvolvimento saudável na meia-idade exige individuação, a


emergência do verdadeiro self através da integração das partes conflitantes da personalidade.

Até os 40 anosos adultos concentram-se nas obrigações com a família e com a sociedade,
desenvolvendo os aspectos da personalidade que os ajudarão a alcançar objetivos externos. Na
meia-idade, as pessoas direcionam sua preocupação aos eus interiores.

Duas tarefas da meia-idade são abrir mão da imagem de juventude e reconhecer a mortalidade.
Momento de Ocorrência dos Eventos: O Relógio Social

O desenvolvimento da personalidade adulta depende menos da idade do que de eventos de


vida importantes. Porém, o relógio não para totalmente.

Existe uma Crise da Meia-idade? Mudanças de personalidade e estilo de vida durante o início a
meados dos 40 anos costumam ser atribuídas à crise da meia-idade, período estressante
desencadeado pelo exame e pela reavaliação de nossa vida. Também conceitualizada como
uma crise de identidade; foi chamada de segunda adolescência. Ela é desencadeada pela
consciência da mortalidade.

O início da meia-idade pode ser estressante, mas não mais do que alguns fatos do início da
idade adulta que envolve um exame introspectivo e uma reavaliação de valores e de
prioridades . Esse balanço da meia-idade pode ser um ponto de virada psicológico, que produz
novos entendimentos de nós mesmos e que estimula correções a meio caminho na trajetória
de nossa vida.

Bem estar Psicológico e Saúde mental posetiva

Para Erikson a formação da identidade seria a principal preocupação da adolescência, porém


ele observou que ela continua desenvolvendo-se.

A identidade está ligada aos papéis e aos compromissos sociais e se a meia-idade é uma época
de balanço em relação aos papéis e aos relacionamentos, ela pode trazer questões de
identidade não-resolvidas.

Parece que gerar, produzir, é o ponto chave da meia idade. A geratividade não é tão
abrangente; uma pessoa pode ser gerativa na função de pai ou de mãe, mas não tanto como
profissional ou cônjuge, ou vice-versa, e a geratividade em cada uma dessas funções pode
afetar o bem-estar de forma distinta. E o bem estar é o que o adulto procura!

O bem estar psicológico está relacionado com uma saúde mental positiva. É quando se tem
uma percepção saudável de sí mesmo, uma sensação subjetiva de bem estar e felicidade, como
avaliação sobre a própria vida. Esta avaliação aumenta na meia idade.
Mudanças no Relacionamento na Idade Adulta

A intimidade inclui um senso de afiliação. A necessidade de pertencer a alguém - de formar


relacionamentos fortes e estáveis e as pessoas tendem a ser mais saudáveis, física e
mentalmente, e a viver mais tempo se tiverem relacionamentos íntimos satisfatórios .A
intimidade se expressa na amizade, na sexualidade e no amor.

modelo de momento de ocorrência de eventos que sustenta que a mudança está relacionada
não só com a idade, como também com a esperada ou com a inesperada ocorrência e com o
momento de importantes eventos de vida:

eventos de vida normativos : No modelo de momento de ocorrência de eventos, experiências


de vida normalmente esperadas que ocorrem na época costumeira. As pessoas costumam estar
muito cientes de seu próprio ritmo de desenvolvimento e descrevem a si mesmas como
"adiantadas", "atrasadas" ou "em época" para se casar, ter filhos, fixar carreira ou se aposentar.
É o relógio social : Conjunto de normas ou de expectativas culturais para os momentos da vida
em que certos eventos importantes, devem ocorrer. Porém, o típico momento de ocorrência
dos eventos varia de cultura para cultura e de uma geração para outra.

Mudanças nos Relacionamentos na Idade Adulta - Teorias do Contato Social

Teoria do comboio social

Teoria de envelhecimento, proposta por Kahn e Antonucci, que afirma que as pessoas passam
pela vida cercadas por círculos concêntricos de relações íntimas com variados graus de
proximidade, com as quais elas podem contar para auxílio, para bem-estar e para apoio social.

Teoria de seletividade socioemocional

Teoria, proposta por Carstensen, de que as pessoas escolhem seus contatos sociais durante a
vida com base na importância relativa da interação social como fonte de informação, como
auxílio no desenvolvimento e na manutenção de um autoconceito e como fonte de bem-estar.
Relacionamentos e qualidade de vida

Segundo PAPALIA & FELDMAN (2013), para a maioria dos adultos na meia-idade os
relacionamentos são a chave mais importante para o bem-estar. Eles podem ser a fonte
principal de saúde e satisfação.

De facto, ter um (a) companheiro(a) e estar com boa saúde são os maiores factores no bem-
estar para as mulheres na faixa dos cinquenta anos, de acordo com dois levantamentos
nacionais. Ter ou não ter filhos fazia pouca diferença. As menos felizes, mais solitárias, e mais
deprimidas eram as mães solteiras, divorciadas ou viúvas.

Entretanto, os relacionamentos também podem apresentar demandas stressantes que tendem


a pesar mais sobre as mulheres. Um sentido de responsabilidade e preocupação pelos outros
pode prejudicar o bem-estar de uma mulher quando problemas ou infortúnios afligem seu
companheiro, filhos, pais, amigos ou colegas de trabalho. Esse estreasse indirecto pode ajudar
a explicar por que mulheres de meia-idade são especialmente susceptíveis a depressão e a
outros problemas de saúde mental, e porque, elas tendem a ser mais infelizes em seus
casamentos do que os homens.

Para PAPALIA & FELDMAN (2013), a maioria dos adultos são optimistas em relação a qualidade
de vida embora entendam que o relacionamento sexual é importante para sua vida, os
relacionamentos sociais são mais significativos. Demandas stressantes e restritivas, o senso de
preocupação com a família pode prejudicar a qualidade de vida da mulher, talvez por isso elas
sejam mais susceptíveis a depressão e a mal estar, e porque elas tendem a ser mais infelizes
com seus casamentos do que os homens. (estreasse vigário).

Relações consensuais

Anos de declínio conjugal as responsabilidades conjugais e profissionais são maiores, atinge o


mínimo durante a meia-idade, e a satisfação atinge ao máximo quando os filhos estão
crescidos. Em várias sociedades incluindo as sociedades moçambicanas, a família continua a ser
a fonte mais directa de apoio informal para a população, mas na tendência de idealizar a
família, sabe que os relacionamentos familiares nem sempre são satisfatórios e a família é
muitas vezes o local de domesticação, de violência e opressão de algumas camadas como a do
idoso. A sociedade contemporânea passou por uma série de transformações que alterou a
família. Essas mudanças interferiram nas organizações familiares, nas formas e vivências de
relações afetivo-sexuais e no relacionamento parento-filial.

Calligaris (2000) argumenta que, em nossa cultura, a autonomia e a independência são valores
centrais e exaltados. Nesse sentido, os pais transmitem a seus filhos ambição no sentido de não
repetirem os mesmos status e vida que possuem. Em outros termos, os pais incentivam os
filhos a desrespeitarem suas origens, não se conformando a elas e buscando se destacar
socialmente. Esse desejo vem associado à tarefa de construção de uma identidade adulta, uma
vez a adolescência é caracterizada como um “processo marcado pela construção e conquista da
subjectividade e individualidade” (Macedo, Azevedo & Castan, 2004, p. 20).

Actualmente, o modelo de família “individualista e relacional”. Essa família “corresponde à


instauração de um compromisso entre as reivindicações dos indivíduos em se tornarem
autónomos e seus desejos de continuarem a viver, na esfera privada, com uma ou várias
pessoas próximas” (Singly, 2000, p. 15). Essa família não é um rompimento radical em relação à
família tradicional anterior, mas uma extensão na medida em que se enfatiza mais o amor, ou
seja, agora o amor é condição e justificativa para que os cônjuges permaneçam juntos, dando
ainda mais atenção às crianças.

O processo de individualização ganha mais importância, transformando a família em um espaço


privado a serviço dos indivíduos e tendo como elemento central os membros que a compõem.
O princípio que regula as relações em seu interior é a equivalência, promovendo o
relacionamento dos indivíduos a partir do ideal de igualdade e respeito, rompendo com a ideia
de que as categorias homem/mulher e adulto (pais) /criança (filhos) sejam intrinsecamente
diferentes.

Casamento
Pesquisa sobre a qualidade dos casamentos sugere uma queda na satisfação conjugal durante
os anos de criação de filhos, seguida por uma melhora no relacionamento após os filhos
deixarem a casa dos pais.

O casamento na meia-idade é muito diferente do que costumava ser. Quando as expectativas


de vida eram mais curtas, os casais que permaneciam juntos por 25, 30, ou 40 anos eram raros.
O padrão mais comum era os casamentos serem interrompidos por morte e os sobreviventes
casarem-se novamente. As pessoas tinham muitos filhos e esperava-se que eles vivessem com
os pais até se casarem. Não era comum o marido e a esposa na meia-idade ficarem juntos e
sozinhos.

PAPALIA et al (2006) salienta que, actualmente, mais casamentos terminam em divórcio, mas
os casais que permanecem juntos podem frequentemente esperar por 20 anos ou mais de vida
em comum após o último filho sair de casa. Uma análise de dois levantamentos com 8.929
homens e mulheres em seus primeiros casamentos encontrou uma curva em forma de U.
Durante os primeiros 20 a 24 anos de casamento, quanto mais tempo um casal estivesse
casado, menos satisfeitos eles tendiam a ser. Então, a associação entre satisfação conjugal e
duração do casamento começa a se tornar positiva. Dos 35 aos 44 anos de casamento, um casal
tende a estar até mais satisfeito do que durante os primeiros quatro anos.

A satisfação conjugal geralmente alcança o ponto mais baixo nos anos iniciais da meia-idade,
quando muitos casais têm filhos adolescentes e estão fortemente envolvidos com as carreiras.
A satisfação geralmente alcança um ponto alto quando os filhos estão crescidos; muitas
pessoas estão aposentadas ou se preparando para a aposentadoria, e um acúmulo de recursos
de toda uma vida ajuda a diminuir as preocupações financeiras. Não obstante, essas mudanças
podem produzir novas pressões e desafios.

Neste contexto, as relações sofrem alterações ao longo do tempo; dois factores importantes
são as condições financeiras e o número de filhos, à partir do momento que os filhos estão
crescidos muitas pessoas estão ingressando na aposentadoria de forma mais tranquila e
aliviando as condições financeiras.
Divórcio na idade adulta

Divórcio na idade adulta, a maioria acontece nos 10 primeiros anos de casamento, a mulher
sofre mais com esta situação. Casamentos mais antigos podem ser mais propensos a
permanecerem do que casamentos mais recentes (capital conjugal); ninho vazio, dependem da
qualidade e da duração de um casamento e quanto menor o tempo de casamento maior o risco
de rompimento,

Embora o divórcio na meia-idade seja mais comum do que no passado, a ruptura pode,
contudo, ser traumática. Em um levantamento da American Association of Retired Persons
(Associação Norte-Americana de Aposentados) com homens e mulheres que tinham-se
divorciado pelo menos uma vez na faixa dos 40, 50 ou 60 anos, a maioria dos entrevistados
descreveu a experiência como tão emocionalmente devastadora quanto perder um emprego
ou ter uma doença grave, embora menos devastadora do que a morte de um cônjuge. O
divórcio na meia-idade parece ser especialmente difícil para as mulheres, que são mais
negativamente afectadas em qualquer idade do que os homens.

A perda do casamento está associada com uma chance elevada de condições de saúde crónicas
em ambos os sexos, talvez causada pela ruptura e pelo estreasse que uma perda acarreta.

Segundo SOUZA (2004), casamentos de longa duração têm menor probabilidade de serem
rotos do que os mais recentes, porque, à medida que os casais permanecem juntos, eles
constroem o capital conjugal, benefícios emocionais e financeiros do casamento que ficam
difíceis de romper.

Escolaridade superior diminui o risco de separação ou divórcio após a primeira década de


casamento, talvez porque casais com uma escolarização razoável tendem a acumular activos
conjugais e podem ter muito a perder financeiramente com o divórcio. Os divorciados de meia-
idade, especialmente as mulheres que não se casam novamente, tendem a ter menos
segurança financeira do que as que permanecem casadas.
De acordo com o estudo da AARP, a perda de segurança financeira é a maior preocupação das
pessoas aos 40 anos que se divorciam e que precisam mostrar que podem dar continuidade às
suas vidas. Entretanto, as pessoas aos 50 anos têm mais dificuldades com o divórcio na meia-
idade, talvez porque elas se preocupam mais com suas chance de um novo casamento e, ao
contrário dos divorciados mais velhos, estão mais preocupadas com seu futuro.

Já na opinião PAPALIA & FELDMAN (2013:557), a principal razão do divórcio dada pelos
entrevistados da AARP foi o abuso pelo(a) parceiro(a) verbal, físico ou emocional. Outras razões
frequentes foram diferenças de valores ou de estilos de vida, infidelidade, abuso de álcool ou
drogas, ou simplesmente porque deixaram de amar.

Contudo, o stress frequentemente permanece isto porque o divórcio, não elimina estreasse
embora possa mudar sua fonte as vezes pode provocar depressão. Do lado positivo, o estreasse
do divórcio pode levar a crescimento pessoal. O sentimento de expectativas frustradas pode
estar diminuindo à medida que o divórcio na meia-idade se torna mais comum.

De facto, divórcio hoje em dia, pode ser menos uma ameaça ao bem-estar na idade adulta do
que no período adulto jovem. Essa conclusão vem de um estudo longitudinal de cinco anos que
comparou as reacções de 6.948 adultos jovens e de meia-idade tomados de uma amostra
nacionalmente representativa. Os pesquisadores usaram a medida de seis dimensões do bem-
estar psicológico de Ryff, bem como outros critérios. Em quase todos os aspectos, as pessoas de
meia-idade mostraram mais adaptabilidade do que as pessoas mais jovens em face de uma
separação ou divórcio.

PAPALIA & FELDMAN (2013) sustenta que, o divórcio hoje pode ser menos ameaçador, pessoas
de mais idade estão mais adaptadas a situação de divórcio menos propensas à segundos
casamentos... Os que permaneceram separados por cinco anos ou mais descrevem menos
depressão e hostilidade, mas também menos crescimento pessoal.

Divórcio na meia-idade pode ser stressante e pode acarretar uma mudança de vida. O capital
conjugal tende a dissuadir o divórcio na meia-idade. O divórcio hoje pode ser menos
ameaçador ao bem-estar na meia-idade do que no período adulto jovem. As pessoas casadas
tendem a ser mais felizes na meia-idade do que as pessoas em qualquer outro estado civil.

Relacionamentos homossexuais

Os homossexuais masculinos e femininos que hoje estão na meia-idade cresceram em uma


época em que a homossexualidade era considerada uma doença mental, e os homossexuais
tendiam a isolar-se não apenas da comunidade em geral, mas uns dos outros. Um factor que
parece afectar a qualidade do relacionamento nos homossexuais é se eles têm internalizado ou
não visões negativas da sociedade sobre homossexualidade. Aqueles homossexuais que
internalizaram as atitudes homofóbicas mantidas pelos outros são mais propensos a apresentar
sintomas de depressão, presumivelmente porque essas atitudes afectam seu auto conceito
geral.

E quando os sintomas depressivos aumentam, também aumentam os problemas de


relacionamento. O momento da revelação pode afectar aspectos do desenvolvimento. Alguns
homossexuais de meia-idade podem estar se associando abertamente pela primeira vez e
estabelecendo relacionamentos. Muitos ainda estão elaborando os conflitos com os pais e com
outros membros da família (às vezes incluindo cônjuges) ou escondendo sua homossexualidade
deles.

Amizades

Segundo KIPPER (2003), a amizade é um relacionamento entre pessoas que não são familiares,
parentes ou parceiras sexuais; de outro, estudos apontam cônjuges ou familiares como amigos.

Na amizade é fundamental a ausência de laços familiares, justificada pelas comparações e


competições entre familiares e amigos e pela impossibilidade de escolha dos próprios familiares
e parentes. Consequentemente, a amizade é um relacionamento pessoal e privado, sem a
imposição de valores ou normas culturais.

As pessoas de meia-idade tendem a investir menos tempo nas amizades do que os adultos mais
jovens, mas dependem do apoio emocional e da orientação prática dos amigos.
Não obstante, as amizades persistem e são a fonte mais poderosa de apoio emocional e bem-
estar, especialmente para as mulheres.

Para PAPALIA & FELDMAN (2013:559), as amizades frequentemente giram em torno do


trabalho e da parental idade; outras se baseiam nos contactos da vizinhança ou na associação
em organizações voluntárias. A qualidade das amizades da meia-idade complementa o que elas
não têm em termos de tempo. Especialmente durante uma crise, tal como um divórcio ou um
problema com um pai idoso, os adultos recorrem a amigos em busca de apoio emocional,
orientação prática, conforto, companheirismo e conversa.

A qualidade dessas amizades pode afectar a saúde, assim como a falta de amizades. A solidão,
por exemplo, prediz aumentos na pressão sanguínea, mesmo quando variáveis como idade,
género, raça e factores de risco cardiovascular são levados em consideração. Entretanto, às
vezes as próprias amizades podem ser stressantes. Os conflitos com amigos geralmente se
originam das diferenças de valores, crenças e estilos de vida; contudo, os amigos geralmente
podem falar sobre esses conflitos, embora mantendo a dignidade e o respeito mútuos.

A qualidade das amizades na meia-idade compensa a quantidade;

Para os homossexuais as amizades são fundamentais, perdas por doenças são traumáticas.

Conclusão
Idade e influencias no desenvolvimento A idade, por si mesma, não explica nada, e a passagem
do tempo, por si só não fornece elementos que possam nos ajudar a compreender os processos
de desenvolvimento psicológico, mas as relações entre a idade e conduta são de natureza
correlacional, ou seja, no processo de desenvolvimento psicológico existem determinadas
mudanças que são mais características de umas idades do que outras, mas isso não significa
que seja a idade que produz por si mesma, as mudanças.

Chegando a este ponto, a que salientar que os casamentos, os divórcios, os relacionamentos


homossexuais e as amizades acontecem durante os anos da meia-idade, e pesquisa sobre a
qualidade dos casamentos sugere uma queda na satisfação conjugal durante os anos de criação
de filhos, seguida por uma melhora no relacionamento após os filhos deixarem a casa dos pais.

O divórcio hoje pode ser menos ameaçador ao bem-estar na meia-idade do que no período
adulto jovem. As pessoas casadas tendem a ser mais felizes na meia-idade do que as pessoas
em qualquer outro estado civil.
Referências bibliográficas

KIPPER, A.(2003) Sobre a amizade: relações de trabalho e bem-estar subjectivo. Dissertação de


Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin.(2013). Desenvolvimento humano. 12ª Edição, São
Paulo, AMGH Editora Ltda.

PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin. (2006). Desenvolvimento
Humano. 8ª Edição, Porto Alegre RS: Artmed.

SOUZA, L. K. ( 2004). Velho amigo, amigo velho: amizade na velhice. Em O. P. de Castro (Org.),
Envelhecer: revisitando o corpo, Sapucaia do Sul

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