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2 Conceitos básicos
2.1 Vetores
Vetor: um conceito IMPORTANTÍSSIMO para diversas áreas, desde a quı́mica à astronomia.
O conceito de vetor surge quando há necessidade de se especificar, além da quantidade de uma
grandeza, sua direção e sentido. Por exemplo, quando vamos falar de uma força, dizer apenas
sua intensidade é insuficiente. Eu posso aplicar uma força sobre um bloco e obter diferentes
resultados se eu aplicar a mesma força. Posso, por exemplo, aplicá-la de cima para baixo (o
bloco ficará imóvel), de um lado para o outro, diagonalmente, etc.
Desta forma, já percebemos que os vetores são munidos de magnitude (intensidade), direção
(inclinação), e sentido (de que lado para que lado). Também já percebemos uma grandeza que
é fundamentalmente vetorial: a força.
Na natureza e na matemática existem 4 tipos de grandezas: as escalares, as vetoriais, as
matriciais e as tensoriais. Para nossos propósitos, apenas as grandezas escalares e vetoriais serão
importantes.
Grandezas escalares são grandezas que possuem apenas um valor, uma intensidade. Um
número, por exemplo, é uma grandeza escalar. A grandeza fı́sica escalar mais importante é a
energia (que discutiremos mais adiante). Outros exemplos de grandezas escalares são: distância
percorrida, trabalho, massa, volume, etc.
Já as grandezas vetoriais, como explicado anteriormente, são grandezas que possuem magni-
tude, direção e sentido. São grandezas vetoriais: forças, momentos linear e angular, velocidade,
deslocamento, etc. A definição formal de vetor é: um vetor é um conjunto de segmentos orien-
tados paralelos de mesma magnitude. Desta forma, como ilustra a imagem, t e s fazem parte do
mesmo vetor
Como deu para perceber, a representação de um vetor é feita colocando-se uma seta acima
da grandeza. Por simplicidade, esta seta será ocultada no decorrer do texto.
Existe ainda um tipo especı́fico de vetor: o vetor posição. O que diferencia um vetor posição
dos outros vetores é o fato de sua origem começar na origem do eixo de coordenadas, como ilustra
a figura
Figura 2
Figura 3
Note que para subtrair vetores geometricamente podemos simplesmente inverter o sentido do
vetor que está subtraindo, e então fazer o msmo processo já descrito.
Para a soma algébrica, devemos recorrer a uma segunda definição de vetor. Um vetor pode
ser descrito como
~v = (vx , vy )
Onde vx é o valor de sua componente x, e vy o valor de sua componente y.
Se tomarmos dois vetores, ~a e ~b, tal que ~a = (ax , ay ) e ~b = (bx , by ), a soma ~a + ~b será dada
por
~a + ~b = (ax + bx , ay + by )
Pela figura acima, podemos obter as seguintes relações utilizando trigonometria:
v~y = ~v sin θ
v~x = ~v cos(θ)
vy
tg(θ) =
vx
Para subtrair vetores basta fazer os passos anteriores, porém multiplicar o vetor que está
subtraindo por −1, ou inverter o sentido da seta, caso esteja fazendo a operação geométrica.
2.1.2 Produto
Existem dois tipos de multiplicação entre vetores: o produto escalar e o produto vetorial.
O produto escalar gera como resultado um escalar (daı́ o nome), enquanto o produto vetorial
gera um vetor.
O produto escalar entre dois vetores é dado por
~a · ~b = |~a||~b| cos(θ)
Figura 6
~a × ~b = ~v = |~a||~b| sin(θ)n̂
Onde n̂ é um vetor unitário que é perpendicular ao plano formado pelos vetores ~a e ~b.
Grandezas como o momento angular, como veremos adiante, são fruto de um produto veto-
rial!!
2.2 Somatórios
Um conceito matemático que será MUITO utilizado aqui e em outras aulas (inclusive nos
livros de astronomia mais avançados) é o conceito de somatório. O somatório é essencialmente a
soma de várias coisas (podem ser números, forças, comprimentos, etc), que pode ou não seguir
uma regra.
O somatório é denotado com um sigma maiúsculo, assim
n
X
ai = a1 + a2 + a3 + · · · + an
i=1
Onde i indica não a “variável”, mas o “número do termo”, como se fosse uma ordenação. É
comum também ocultar o i, já que o mesmo não tem grande importância para a conta.
2.3 Forças
Aqui discutiremos a respeito das principais forças utilizadas no estudo da Mecânica celeste,
utilizando-se do formalismo newtoniano.
Devemos começar pelo mais básico: as 3 Leis de Newton:
1a Lei (Lei da Inércia): esta Lei prediz que, para um dado referencial inercial (que não está
acelerado), um corpo, na ausência de forças, deve manter seu estado de movimento. Ou seja, se
o corpo está em repouso, ficará em repouso, e se está em movimento RETILÍNEO UNIFORME,
tenderá a manter-se assim. É importante notar que, para corpos em órbita, a força resultante
raramente é nula, uma vez que as órbitas são trajetórias curvilı́neas, e portanto estão sob ação
da resultante centrı́peta.
2a Lei (F~ = m~a): Esta que é uma das mais conhecidas leis fı́sicas prediz que a soma VE-
TORIAL das forças que atuam sobre um corpo causa uma variação do momento linear com o
tempo, assim
X ∆p
F~ =
∆t
Sabendo que p = mv (tópico que será discutido mais adiante), então:
X ∆(m~v ) ∆m ∆v
F~ = = ~v +m
∆t ∆t ∆t
(OBS: o passo feito acima é uma aproximação da regra do produto, uma conhecida técnica
de diferenciação. Este passo foi meramente ilustrativo, e vocês não terão que se preocupar com
isso por agora).
Considerando que a massa não varia, e sabendo que a = vt, chegamos em
X
F~ = F~r = m~a
3a Lei (Lei de ação e reação): Esta lei prediz que para uma dada força, haverá um par de
ação e reação, que dá origem a uma força de mesma magnitude e direção, porém em sentido
oposto. Assim, quando empurramos uma parede, por exemplo, a parede aplica em nossas mãos
uma força igual e em sentido oposto. Desta forma, podemos exemplificar matematicamente:
F~ij = −F~ji
3 Mecânica celeste
3.1 Leis de Kepler
Com as ferramentas básicas em mãos, podemos discutir sobre a principal força tratada na
mecânica celeste: a força da gravidade. Mas antes de tratar da gravidade em si, iremos discutir
algumas leis que traduzem algumas de suas implicações: as leis de kepler.
1a Lei (Lei das órbitas): esta Lei propõe que todas as órbitas planetárias são elı́pticas, onde
o Sol está em um dos focos.
Na realidade, hoje sabemos que as órbitas obedecem o formato das seções cônicas: Circulares
(que são um caso especial das elipses), elı́pticas, parabólicas e hiperbólicas (as duas últimas são
comuns em cometas). Sabemos também que na verdade o Centro de massa do Sistema Solar que
está no foco da órbita elı́ptica, porém como a massa de qualquer um dos planetas do sistema
solar é insignificante em relação a massa do Sol, o centro do Sol está aproximadamente no mesmo
lugar do centro de massa do Sistema Solar.
Figura 8
r + r0 = 2a
Outra medida importante da elipse é o semi eixo menor, que é obtido facilmente se colocarmos
as cordas num ponto logo acima do centro, como ilustra a imagem
Figura 9
l = a(1 − e2 )
Na figura, a linha vermelha é o Eixo Maior, a linha azul é o semi-eixo menor, a linha Roxa é
metade da distância focal, e a linha verde é o semi latus rectum.
A partir dessas propriedades e caracterı́sticas, é possı́vel encontrar duas formas para a elipse:
x2 y2
A forma cartesiana: 2 + 2 = 1
a b
a(1 − e2 )
E a forma polar: r =
1 + e cos(θ)
É possı́vel demonstrar a forma polar com certa facilidade a partir da Lei dos Cossenos. Agora
embarcaremos nessa grande missão, que será muito linda!!!
Portanto
cos(180° − θ) = cos(180°) cos(θ) + sin(180°) sin(θ)
a(1 − e2 )
r=
1 + e cos(θ)
E voalá, conseguimos!!
Note que, na forma polar, se θ = 0° e θ = 180°, o corpo está no periélio e no afélio, respecti-
vamente, então r assume, respectivamente, as seguintes formas:
rperiélio = a(1 − e)
rafélio = a(1 + e)
Assim, percebe-se que o periélio e o afélio são, respectivamente, os pontos de maior e menor
aproximação entre o corpo e o centro de massa do sistema. Também é comum, especialmente
tratando-se de satélites, utilizar os termos periastro e apoastro, que são os pontos de maior e
menor aproximação, respectivamente. Para se lembrar do significado dos termos, basta pensar
nas iniciais dos termos, por exemplo, periélio começa com “per”, de “perto”, e afélio começa com
“af”, de afastado!
2a Lei (Lei das áreas): esta lei diz que, se ligarmos uma linha que vai do Sol (centro de massa)
até o corpo que está em órbita, esta linha deve varrer áreas iguais em tempos iguais, ou seja, a
velocidade areolar é constante. Sabendo que a área da elipse é dada por A = πab, a velocidade
areolar pode ser facilmente calculada:
∆A πab
=
∆t P
Onde P é o perı́odo orbital.
Em termos mais especı́ficos, temos que a velocidade areolar é dada por
∆A L
=
∆t 2m
Onde m é a massa da partı́cula em órbita e L o seu momento angular. (Obs: discutirei sobre
o momento angular com mais detalhes posteriormente).
3a Lei (Lei harmônica): esta lei é amplamente utilizada na mecânica celeste, pois ela relaciona
o semi-eixo maior com o perı́odo orbital. Esta relação é dada por
P2
=K
a3
Onde K é uma constante para um dado sistema. Sabendo que K é o mesmo para um mesmo
sistema, temos
P12 P22
=
a31 a32
Posteriormente, quando já estivermos ferramentados com todos os conceitos fı́sicos importan-
tes, iremos investigar esta misteriosa constante K da 3a Lei de Kepler.
Agora chegamos num momento de muita emoção: A Lei de Gravitação Universal, de Isaac
Newton!!!
Esta Lei revolucionou a fı́sica, e pôde explicar todas as 3 leis de Kepler, além de outros
fenômenos. A Lei de gravitação é dada por
Gm1 m2
F =
r2
3.2 Energia
Energia é uma propriedade abstrata que essencialmente mede a tendência de movimento.
Em muitos casos, a resolução dos problemas através de energia os torna muito mais simples,
especialmente devido a algumas propriedades da energia, como o princı́pio da conservação de
energia. Nós podemos classificar as energias em basicamente dois tipos: as potenciais e a energia
cinética.
Energia potencial nos diz qual é a capacidade do corpo em se mover. Por exemplo, a energia
potencial gravitacional mede a capacidade do corpo de cair, saindo do repouso e ganhando
velocidade. Já a energia cinética mede a “intensidade do movimento”, sendo assim, depende da
velocidade.
Para a astronomia usaremos principalmente as energias cinética e potencial gravitacional.
Como citado acima, na maioria dos casos podemos usar o princı́pio da conservação de energia
mecânica. A energia mecânica é a soma entre as energias cinética e potencial. Assim
Emec, i = Emec, f
Ou
Ecinética, i + Epotencial, i = Ecinética, f + Epotencial, f
Por convenção, utiliza-se U para representar a energia potencial e K a energia cinética. Assim
Ki + Ui = Kf + Uf
Vale ressaltar que a energia potencial tem sinal negativo, por convenção.
A energia cinética de um corpo é dada por
1
K= mv 2
2
E a energia potencial gravitacional é dada por
Gm1 m2
U =−
r
Pelo princı́pio da conservação de energia chegamos em
K +U =E
G(m1 + m2 )m2
E=−
2a
Assim, temos uma relação entre a energia orbital, as massas e o semi-eixo maior da órbita.
Utilizando as informações acima, é possı́vel deduzir algumas coisas, como:
(K + U ) = E
1 Gm1 G
m
2 (m1 + m2 )
( v2 − 2 =−
)m
2 r 2a
Mas r = a, por definição, então
2Gm1 G(m1 + m2 )
v2 = −
r r
Considerando que m1 m2
Gm1
v2 =
r
2Gm2
v2 =
r
• Órbita circular
A órbita circular é um caso especial da órbita elı́ptica, onde a excentricidade é nula, logo
a distância focal é 0, e temos que r = a = b. Durante a órbita circular, as velocidades
radiais e tangenciais do corpo em órbita se mantêm constantes, logo sua energia cinética é
constante.
Em geral, devido às suas baixas excentricidades, as órbitas dos planetas do sistema solar e
os asteroides do Cinturão de Asteroides podem ser aproximadas para órbitas circulares.
a(1 − e2 )
r=
1 + e cos(θ)
E G(M + m)
=−
m 2a
Através desta relação, chegamos na Equação Vis viva (que será deduzida mais adiante),
que nos dá a velocidade de um ponto qualquer numa órbita elı́ptica
2 1
v 2 = G(M + m) −
r a
• Órbita parabólica
A órbita parabólica é um caso limite entre uma órbita fechada e aberta. Por definição,
a velocidade de um corpo num dado ponto da órbita parabólica é igual a velocidade de
escape naquele ponto. Um dos efeitos disso é que a velocidade é 0 quando a distância entre
o corpo e o sistema é infinita. Uma caracterı́stica importante da parábola é o fato de sua
excentricidade ser igual a 1.
• Órbita hiperbólica
As órbitas hiperbólicas ocorrem quando a energia cinética do corpo é maior que a energia
potencial, ou seja, E > 0, onde E é a energia mecânica. Neste tipo de órbita, o corpo
chega com velocidade constante maior que 0 quando r → ∞. As hipérboles tendem a se
aproximar de retas no infinito. Assim, chamamos de assı́ntotas as retas que “se fundem” à
hipérbole. É muito comum se falar em ângulo de desvio
3.4 Momento
Assim como força e energia, o conceito de momento são de fundamental importância para a
fı́sica e a astronomia. O uso do conceito de momento na de fı́sica possibilita e facilita diversos
problemas, já que assim como a energia, o momento também se conserva na maioria dos casos.
Existem dois “tipos” de momento: o momento linear e o momento angular (ambos possuem
propriedades idênticas e análogas, porém são aplicados a diferentes contextos).
p~ = m~v
Vale ressaltar que, como o momento é o produto de um vetor por um escalar, o momento
também é um vetor.
∆~
p
F~ =
∆t
Desta forma, é fácil ver que, na ausência de forças externas, a variação de momento é nula,
logo, este se conserva
pi = pf
Esta é uma boa consideração para a maioria dos sistemas astronômicos, já que em muitos
casos, o sistema pode ser considerado isolado.
Assim, durante uma interação entre duas partı́culas (uma colisão, por exemplo), especial-
mente quando o intervalo de tempo é desprezı́vel, temos que
O princı́pio da conservação de momento pode ser utilizado, por exemplo, num foguete, cujo
princı́pio de funcionamento se baseia em lançar partı́culas a altas velocidades. A velocidade de
um foguete, sem a ação da gravidade, é dada por
m0
v = v0 + ve ln
mf
Figura 15
OBS: O funcionamento de foguetes é apenas uma CURIOSIDADE, já que esse tipo de
conteúdo não costuma cair na seletiva de astronomia.
~ = I~
L ω2
Onde I é o momento de inércia (que vale I = mr2 para corpos pontuais) e ω a velocidade
angular.
Assim, o momento angular pode ser simplificado para
~ = mrv sin(θ)n̂
L
Figura 16
Uma das aplicações mais comuns da conservação do momento angular ocorre para a deter-
minação de velocidades ou distâncias em órbitas elı́pticas.
A partir do momento angular, é possı́vel demonstrar a 3a Lei de Kepler para órbitas elı́pticas.
Primeiramente, começarei introduzindo uma definição complementar à 2a Lei de Kepler. Agora
descreveremos a velocidade areolar quantitativamente: Considere a figura a seguir
L
∆A = ∆t
2m
∆A L
=
∆t 2m
(OBS: a área ∆A calculada deve ser pequena) Agora, partindo desta definição, temos que
πab L
=
P 2m
√
2πa2 1 − e2 L
=
P m
Pela figura acima, podemos perceber que no periélio e no afélio os vetores raio e velocidade
4π 2 a4 (1 − e2 ) a(1 + e)
= (1 − e)2 GM
P2 1−e
4π 2 a4 (1 + e)(1 − e)
= GM a(1 − e)(1 + e)
P2
4π 2 a3
= GM
P2
P2 4π 2
=
a3 GM
E voala, conseguimos !!!
3 GM 2
hKi =
10 R
Onde M é a massa total do sistema, e R é o raio do sistema.
Por definição, a posição do centro de massa é dada pela média ponderada da posição dos
pontos, com o peso definido através da massa desses pontos
x1 m1 + x2 m2 + · · · + xn mn
xCM =
m1 + m2 + · · · + mn
Ou, formalmente
1 X
xCM = xi mi
M i
Onde M é a massa total do sistema.
No caso do sistema binário, o cálculo é muito simplificado, já que trabalhamos com apenas
duas partı́culas.
Se R e r são as distâncias ao CM das estrelas de menor e maior massa, respectivamente, e m
M R vB
= =
m r vA
4π 2 α 3
P2 = ·
G(M + m) π
Outra forma pode ser encontrada considerando que a = R + r:
4π 2 (R + r)3
P2 =
G(M + m)
π(R + r)2 1
= (R + r)v
P 2
Por definição, R + r = a, então
πa2 1
= av
P 2
Pela energia do sistema, sabemos que
πa2 1
= av
P 2
r
πa2 1 G(M + m)
= a·
P 2 a
r
2πa G(M + m)
=
P a
4π 2 a2 G(M + m)
2
=
P a
P2 4π 2
=
a3 G(M + m)
E está demonstrada a 3a Lei de Kepler para sistemas binários!! Para deduzir a 3a Lei de
Kepler para sistemas binários de órbitas elı́pticas basta juntar as deduções feitas acima e na
sessão de Momento Angular!
Agora deduziremos também a Equação Vis Viva!!
Sabemos da relação entre a energia do sistema e algumas de suas caracterı́sticas (massa e
semi-eixo maior):
1 G(M + m)
(K + U ) = −
µ 2a
v2 G(M + m) G(M + m)
− =−
2 r 2a
2
v 1 1
= G(M + m) −
2 r 2a
2 1
v 2 = G(M + m) −
r a
4 Exercı́cios
1. Sabendo que a massa do Sol é de 2 · 1030 kg e que sua distância para Terra é de 1,5 · 1011 m,
qual a aceleração gravitacional do Sol num ponto na órbita terrestre? Qual a velocidade
orbital da Terra? (Considere órbita circular)
Q−q
2. Mostre que a excentricidade de uma órbita elı́ptica pode ser dada por e = , onde q
Q+q
e Q são as distâncias periélica e afélica, respectivamente.
3. Sabendo que um cometa está próximo a órbita de marte com velocidade de 30km/s, en-
contre
(a) A energia mecânica por unidade de massa do cometa.
(b) O semi-eixo maior de sua órbita
5. Considere um sistema binário visual com estrelas de massa 1Msol e 5Msol , separadas por
um ângulo de 1” e paralaxe 0,0265”.(Considere órbita circular).
(a) Qual a massa reduzida do sistema?
(b) Qual o perı́odo orbital de suas componentes
(c) Suponha que a estrela de menor massa seja uma anã branca. Explique como o sistema
poderia vir a“sair do equilı́brio”.
5 Gabarito
1. (i)Pela gravitação universal e 2a lei de newton
GM m
F =
r2
GM m
mg =
ma = 2
r
GM
⇒g= 2
r
(ii)Substituindo os valores
6,67 · 10−11 · 2 · 1030
g=
(1,5 · 1011 )2
g = 6 · 10−3 m/s2
v = 29,8km/s
q = a(1 − e)
Q = a(1 + e)
(ii)Dividindo uma equação pela outra
q 1−e
=
Q 1+e
q(1 + e) = Q(1 − e)
q + eq = Q − eQ
eq + eQ = Q − q
e(Q + q) = Q − q
Q−q
e=
Q+q
Mr = ρVr
M
Mr = Vr
V
M 4
Mr = · πr3
4 3 3
πR
3
r3
⇒ Mr = M
R3
(ii)Agora calculamos a massa de uma casca esférica de espessura dr e raio r
dM = ρ4πr2 dr
3M r2
⇒ dM = dr
R3
(iii)Calculando a energia potencial contida nesta casca esférica:
GMr dM
dU =
r
1 3M r2
dU = −G · · M r 3 R3 · dr
r R3
GM 2 r4
⇒ dU = − dr
R6
(iv)Calculando a energia potencial da estrela inteira somando a energia potencial de todas
as cascas esféricas via integração:
U R
GM 2 r4
Z Z
dU = − dr
0 0 R6
K = 1,14 · 104 1J
(vii)Sabendo a luminosidade do Sol, podemos estimar quanto tempo de vida ele teria se
dependesse apenas desta fonte:
1,12 · 104 1
T =
3,83 · 102 6
T ≈ 3 · 101 4s
T ≈ 107 anos
P = 95,5anos