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Física

Cinemática Vetorial

Teoria

Na Física, temos como objetivo explicar a natureza e, para isso, fazendo diversas medições. Essas medidas
podem ser grandezas escalares ou vetoriais. Vetores são grandezas que apresentam: Modulo, Direção e
Sentido. Vamos entender isso melhor...

• Modulo: Representa a intensidade daquele vetor, podemos pensar nele como o número atrelado aquele
vetor. Normalmente, representamos o modulo do vetor através do “tamanho” desse vetor. Assim se você
encontrar um vetor grandão, é porque esse vetor tem um modulo grande.

• Direção: Representa o eixo onde esse vetor está posicionado. Inicialmente, vamos separar em duas
direções: Horizontal e Vertical. Mais para frente vamos analisar vetores em diagonal e, também, vetores
em direções perpendiculares (para situações em 3D). Mas calma... tudo ao seu tempo.

• Sentido: Representa o sentido para onde esse vetor aponta. Pense que dizer que um vetor está na
horizontal não é o bastante, precisamos dizer se ele está apontando para esquerda ou para direita, por
exemplo.

Dica: Pense que na representação vetorial (o desenho do vetor), a direção e a “traço” e o sentido e a “seta”.
Isso pode ajudar a lembrar.

O objetivo dessa aula está em entender o que é um vetor e como fazer operações com esses vetores.

Operações Vetoriais

Multiplicação de um escalar por um vetor


Supondo o vetor abaixo:

Esse vetor apresenta as seguintes características:


• Direção: Horizontal
• Sentido: Para direita
• Módulo ou intensidade: a = 1 unidade de medida (u.m.)

(para simplificar vamos escrever o módulo do vetor apenas como a.)

Dado um vetor 𝑏⃗, vetor esse que apresenta um modulo igual a 3 vezes o modulo do vetor 𝑎⃗ . Calculando o
módulo do vetor b, podemos dizer que b = 3a. Logo:

Pode-se concluir que o resultado do módulo de b vale 3 unidades.

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Obs.: É importante notar que quando se multiplica um vetor por um número escalar, sua direção e sentido não
são alterados, porém caso o escalar seja negativo, a direção do vetor permanece a mesma, mas seu sentido
será invertido.

Adição de vetores
Mesma direção e sentido
Quando efetuamos uma soma de dois vetores que apresentam a mesma direção e sentido, basta fazer a
soma algébrica dos vetores.

𝑎 = 1 𝑢. 𝑚.
𝑏 = 2 𝑢. 𝑚.
𝑆 = 𝑎 + 𝑏 = 3 𝑢. 𝑚.

Mesma direção e sentidos opostos


Quando efetuamos uma soma de dois vetores que apresentam mesma direçao, mas sentidos opostos, a
soma se torna uma subtraçao.

𝑆 = 𝑏 – 𝑎 = 1 𝑢. 𝑚.

Obs.: Embora a conta seja uma conta de subtração o desenho é o vetor soma. Isto acontece porque a soma
vetorial não representa uma soma escalar comum. Note também que adotamos sinais para representar
sentidos. O vetor 𝑏⃗ ganhou um sinal + e o vetor 𝑎⃗ ganhou um sinal -.

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Direções perpendiculares

𝑎 = 3 𝑢. 𝑚.
𝑏 = 4 𝑢. 𝑚.

O vetor soma é dado pela junção dos vetores, sempre colocando a ponta do primeiro vetor junto do final do
2° vetor como na figura abaixo:

O vetor soma (S) será representado graficamente como uma seta que liga o início do 1° vetor ao final do 2°
vetor. Assim:

Esse método recebe o nome de regra do polígono, mas também podemos utilizar uma outra regra equivalente:
A regra do paralelogramo. A regra do paralelogramo consiste em traçar retas paralelas aos vetores. Assim:

Para calcular o valor do vetor S (seu módulo) é preciso usar o Teorema de Pitágoras:

𝑆² = 𝑎² + 𝑏²
𝑆2 = 32 + 42 = 9 + 16 = 25
𝑆 = 5 𝑢. 𝑚.

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Direções quaisquer

Aplicando a regra dos paralelogramos, podemos efetuar a soma vetorial dos vetores acima.

São traçadas retas paralelas aos vetores;

O vetor S será o vetor que tem como origem o encontro das origens dos demais vetores e como fim o encontro
das retas paralelas aos vetores.

Desta forma é possível calcular o módulo de S utilizando a fórmula a seguir:

𝑆² = 𝑎² + 𝑏² + 2. 𝑎. 𝑏. 𝑐𝑜𝑠 𝜃

Obs.: Decomposição Vetorial. Fazer a decomposição é projetar o vetor em suas componentes ortogonais
(eixo x e y).

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Considere um vetor 𝑣⃗0 formando um ângulo 𝛼 em relação a uma direção qualquer. Este vetor pode ser sempre
decomposto em duas direções perpendiculares, sendo:

• 𝑣⃗0 𝑥 componente de 𝑣⃗0 na direção x


• 𝑣⃗0 𝑦 componente de 𝑣⃗0 na direção y

Os módulos destas duas componentes serão dados por:


• 𝑣0 𝑥 = 𝑣0 . cos 𝜃
• 𝑣0 𝑦 = 𝑣0 . sin 𝜃

Subtração de vetores
A operação de subtração de vetores pode ser feita pelas mesmas regras da adição.

Regra do Paralelogramo
1.º Faça linhas paralelas a cada um dos vetores, formando um paralelogramo.
2.º De seguida, faça o vetor resultante, que é o vetor que se encontra na diagonal desse paralelogramo.
3.º Faça a subtração, considerando que A é o vetor oposto de -B.

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Regra da Poligonal
1.º Junte os vetores, um pela origem, outro pela extremidade (ponta). Faça assim sucessivamente, conforme
o número de vetores que precisa somar.
2.º Faça uma linha perpendicular entre a origem do 1.º vetor e a extremidade do último vetor.
3.º Faça a subtração da linha perpendicular, considerando que A é o vetor oposto de -B.

Deslocamento e Distância Percorrida


Quando falamos de transporte, precisamos ter bem claro os conceitos de deslocamento e distância
percorrida, que apesar de parecerem sinônimos, não são iguais fisicamente. Quando temos um corpo em
algum lugar, dizemos que ele esta ocupando uma posição ou um espaço. Com isso, vamos dizer que um
móvel ocupada uma determinada posição (10) e ele vai deslocar ate outra posição (30). Como pode ser
observado na imagem abaixo, que utiliza a unidade de posição em metros (m).

Na Física, nos descrevemos essas grandezas de seguinte forma:

• 𝑃𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 → 𝑆𝑜 = 10 𝑚
• 𝑃𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 → 𝑆 = 30 𝑚

Com isso, podemos dizer que o móvel sofreu uma mudança (variação) de posição. Na Física, nos indicamos
essa variação colocando um delta (Δ) na frente da grandeza. Logo, podemos descrever a variação da posição
da seguinte forma:

∆𝑆 = 𝑆 − 𝑆𝑜

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Descobrimos que, no exemplo feito, o móvel deslocou 20 metros. O deslocamento é uma grandeza que
depende apensar da posição final e inicial do corpo que esta em movimento, independendo do caminho que
esse corpo utilizou. Já a distância percorrida contabiliza esse caminho, diferenciando, no nosso exemplo, se
o móvel decidiu ir de 10 m para 30 m em uma linha reta ou em um caminho sinuoso. Para entender melhor
isso, observe a imagem abaixo.

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Exercícios

1. (UCSAL) Uma partícula percorreu a trajetória MNPQ representada na figura abaixo. Os instantes de
passagem pelos diferentes pontos estão anotados em segundos.

A) A velocidade média da partícula durante os dois segundos de movimento, foi, em cm/s, igual a:
a) 6,0
b) 5,5
c) 4,5
d) 2,5
e) 2,0

B) Avelocidade vetorial média da partícula durante todo o percurso tem módulo, em cm/s, igual a:
a) 6,0
b) 5,5
c) 4,5
d) 2,5
e) 2,0

2. (STA. CASA – SP) Um ponto material executa um movimento circular uniforme com velocidade igual a
10 m/s.

a) A variação da velocidade vetorial, entre as posições P1 e P2 indicadas no esquema, é um vetor


cuja intensidade vale quantos metros por segundo?

b) Se a variação da velocidade do item anterior demorou 2s, calcule a aceleração vetorial média
entre os pontos P1 e P2.

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3. Um ventilador (veja figura) acaba de ser desligado e está parando vagarosamente, girando no sentido
horário. A direção e o sentido da aceleralçao da pá do ventilador no ponto P é:

a)

b)

c)

d)

e)

4. (UFRN) A figura representa os deslocamentos de um móvel em várias etapas. Cada vetor tem módulo
igual a 20m. A distância percorrida pelo móvel e o módulo do vetor deslocamento são, respectivamente:

a) 20√5m e 20√5m
b) 40m e 40√5m
c) 100m e20√5m
d) 20√5m e 40m
e) 100m e 40√5m

5. Um projétil lançado obliquamente com velocidade inicial de 50m/s forma (com a horizontal) um ângulo
a = 37°. Calcule as componentes vertical e horizontal de sua velocidade.
Dados: sen37°=0,6; cos37°=0,8; g=10 m/s²

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Gabaritos

1. A) B
Velocidade média:
A velocidade média de qualquer partícula/corpo leva em consideração o deslocamento deste
corpo em toda sua trajetória percorrida (Vm = Δs/Δt). Isto quer dizer que, independentemente de qual
trajeto tomado, o total percorrido ao longo de todo o percurso deve ser levado em consideração.
Assim sendo, para calcular 𝑉𝑚 desta partícula, deve-se considerar o trajeto
M → N = 4 cm
N → O = 5 cm
O → P = 2 cm
Portanto,
10 𝑐𝑚
𝑉𝑚 = = 5,5 𝑐𝑚/𝑠
2𝑠

B) D
Da velocidade da partícula no exercício:
Considerando o deslocamento direto entre os pontos M → P, o percurso é de 5 cm (há um triângulo
retângulo que permite o cálculo). Portanto,
Vm = 5cm/2s = 2,5cm/s

2. a) O vetor velocidade é tangencial a trajetória e varia em 90º, a intensidade do vetor resultante dessa
variação vale:
𝑽𝒓 = 𝒗√𝟐
𝑽𝒓 = 𝟏𝟎√𝟐 𝒎/𝒔

b) Para o cálculo da acelração é dada por:


∆𝑣 10√2
𝑎= = = 5√2 𝑚/𝑠²
∆𝑡 2

3. D
Duas acelerações:
- uma tangencial de retardamento, vertical e para cima
- uma radial centrípeta, horizontal e para a direita
Como resultante temos o representado na letra D

4. C
Para determinar a distância percorrida basta somar cada um dos vetores, como são cinco vetores de
vinte metros cada:

D = 5 * 20 = 100 m
Logo, a distância percorrida é de 100 m.

Para encontrar o vetor deslocamento você precisa analisar a sua figura, de forma que consiga visualizar
uma triângulo retângulo. Se olhar bem os dois vetores de cima podem ser posicionados lado a lado,
formando um grande vetor de 40 m, juntando este com o vetor da lateral direta, basta traçar uma reta
unido este conjunto. Essa última reta traçada seria a hipotenusa.
Seguindo o teorema de Pitágoras:

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𝐡𝟐 = 𝐚𝟐 + 𝐛²
h2 = 402 + 20²
h2 = 1600 + 400
h2 = 2000
h = 20√5m
Assim, o vetor deslocamento é igual a 20√5 m.

5. O movimento oblíquo é bi-dimensional, portanto é necessário analisar o movimento vertical (y) e


horizontal (x) separadamente.

Vox=VoCos(37°)
Vox=40m/s

Voy=VoSen(37°)
Voy=30m/s

Essas são as componentes da velocidade inicial. Atente-se para o seguinte: Em y há a aceleração da


gravidade, portanto, V≠ Vo , uma vez que a velocidade varia devido a aceleração. Entretanto, em x não há
aceleração e V=Vo. Por isso a componente x da velocidade é Vx=40m/s.

Para encontrar a componente y da velocidade devemos utilizar a seguinte fórmula do MRUV:


Vy=voy-gt
Vy=30-10t

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