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VETORES

DIREÇÃO E SENTIDO
Consideremos as retas paralelas a, b, c e d, como indicado na figura 1. O que elas possuem em comum é a direção.
Portanto, podemos dizer que direção é o que existe de comum às retas paralelas a, b, c e d.
A direção pode ser caracterizada pelo ângulo que uma das retas do conjunto forma com outra adotada como referência. Na figura
2, a direção a é definida pelo ângulo , que ela forma com a reta de referência r.
Numa mesma direção, podemos individualizar dois sentidos possíveis. Por exemplo, numa direção vertical podemos ter os
sentidos: de cima para baixo e de baixo para cima. Os pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste) constituem uma forma de
caracterizar o sentido numa direção. Assim, na direção norte-sul podemos ter dois sentidos: de norte para sul e de sul para norte.

GRANDEZAS ESCALARES E GRANDEZAS VETORIAIS


Existem grandezas que ficam perfeitamente caracterizadas quando delas se conhece o valor numérico e a correspondente unidade.
Por exemplo, nada a acrescentar quando se diz que o volume de certo corpo é V = 10 litros. Ou que a mas sa de uma pessoa é m =
80 kg. Tais grandezas são ditas grandezas escalares. Além do volume e da massa, são grandezas escalares tempo, densidade,
energia, etc.
No entanto, há grandezas que, para sua perfeita caracterização, exigem que se determine sua direção e seu sentido, além do
módulo que corresponde ao valor numérico acompanhado da unidade.
Por exemplo, se puxarmos um corpo por um fio, sobre este estará agindo uma grandeza denominada força. Para termos uma idéia
exata do que vai acontecer a esse corpo, temos que conhecer não só o módulo da força (por exemplo, 10 newtons), mas também a
direção (vertical, horizontal ou outra qualquer) e o sentido (da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, de cima para
baixo, etc.). Essas grandezas são denominadas grandezas vetoriais. São desse tipo, além da força, a velocidade, a aceleração, a
quantidade de movimento, o impulso, etc.

VETOR

A fim de que as operações envolvendo grandezas vetoriais se tornem mais simples, utilizamos a entidade matemática
denominada vetor.
O vetor se caracteriza por possuir módulo, direção e sentido. Graficamente o vetor é representado por um segmento de reta
orientado, indicado por uma letra sobre a qual colocamos uma seta.
O módulo do vetor é indicado da forma seguinte:

ou a; ou b; ou c. No exemplo citado anteriormente, o módulo da grandeza vetorial força vale:

= 10 newtons

Na representação gráfica, o comprimento do segmento orientado numa certa escala corresponde ao módulo do vetor.
VETORES IGUAIS, OPOSTOS E DIFERENTES
Vetores iguais são aqueles que possuem a mesma direção, o mesmo sentido e o mesmo módulo. Os vetores , e da figura 4
são vetores iguais: = = .
Dizemos que dois vetores são vetores opostos quando eles apresentam a mesma direção e o mesmo módulo, mas os sentidos são

contrários. Na figura 5, os vetores e são vetores opostos. Indicamos: =– .

Como vimos, um vetor possui três elementos característicos: módulo, direção e sentido. Se pelo menos um desses elementos
difere, entre dois vetores, estes são ditos vetores diferentes. Analise os vetores da figura 6:
I. porque os módulos são diferentes (a direção e o sentido coincidem).
II. porque os sentidos são contrários (as direções e os módulos são iguais).
III. , pois as direções são diferentes (os módulos são iguais).

IV. porque as direções e os módulos são diferentes.

Vetores diferente

ADIÇÃO DE VETORES: REGRA DO POLÍGONO


Consideremos que sejam dados os dois vetores representados pelos segmentos orientados e , como indicado na figura 7. Para
adicionar vetorialmente e , podemos utilizar dois processos: a regra do polígono e a regra do paralelogramo.
➢ Para utilizar a regra do polígono, procedemos do seguinte modo:
a) transportamos e de modo que a origem de um coincida com a extremidade do outro, sem modificar seus módulos,
direções e sentidos;
b) ligamos a origem de com a extremidade de . O vetor s assim obtido é o vetor soma de e :

Quando tivermos mais que dois vetores sendo adicionados, a regra do polígono é aplicada colocando-se os vetores
consecutivamente, isto é, a extremidade do primeiro coincidindo com a origem do segundo, a extremidade do segundo coincidindo
com a origem do terceiro, etc. O vetor soma é obtido ligando-se a origem do primeiro com a extremidade do último.

ADIÇÃO DE VETORES: REGRA DO PARALELOGRAMO


Consideremos dois vetores, e , representados na figura 10, que devem ser adicionados. A seqüência para a utilização da regra
do paralelogramo é a seguinte:
a) transportamos e de modo que suas origens coincidam, sem modificar seus módulos, direções e sentidos;
b) pela extremidade de cada vetor traçamos uma reta paralela ao outro, obtendo um paralelogramo. O vetor soma corresponde
à diagonal desse paralelogramo, com origem na origem comum de e .

Nessa regra, sendo  o ângulo formado entre as direções de e , o módulo do vetor soma é dado por:

OBS.:
· As regras apresentadas para a adição de vetores podem ser utilizadas na adição de quaisquer grandezas vetoriais, como forças,
quantidades de movimento, etc.
· Para aplicar a regra do paralelogramo na adição de mais que dois vetores, devemos adicioná-los dois a dois. Assim, o vetor
soma dos dois primeiros é adicionado ao terceiro; o novo vetor soma é adicionado ao quarto, etc.

CASOS PARTICULARES DE ADIÇÃO VETORIAL

Vetores de mesma direção e sentido

O vetor soma apresenta a mesma direção e o mesmo sentido dos vetores parcelas e seu módulo é igual à soma dos módulos.

Vetores de mesma direção e sentidos opostos

O vetor soma apresenta a mesma direção dos vetores parcelas e o sentido do vetor de maior módulo. O módulo do vetor soma é
dado pela diferença dos módulos.

Vetores de direções ortogonais

A direção e o sentido do vetor soma são dados pela regra do polígono (ou do paralelogramo). O módulo é calculado pela
aplicação do Teorema de Pitágoras ao triângulo da figura.
DIFERENÇA DE VETORES
Chama-se diferença dos vetores e nessa ordene, o vetor:

Portanto, para subtrair de deve-se adicionar com – . O vetor – tem o mesmo módulo, a mesma direção e sentido
oposto ao de , sendo denominado vetor oposto de .

PRODUTO DE UM NÚMERO REAL POR UM VETOR


Produto de um número real n por um vetor v é o vetor que tem as seguintes características:

· módulo de :
· direção de : é a mesma de , se n ≠ 0
· sentido de : é o mesmo de , se n > 0 e oposto ao de , se n < 0.

➢ Se n = 0, o vetor recebe o nome de vetor nulo e é indicado por .


O vetor nulo tem módulo igual a zero, direção e sentido indeterminados.
➢ Se n = –1, o vetor = (–1). tem o mesmo módulo, a mesma direção e sentido oposto ao de .
É o vetor oposto de , sendo indicado por – .

Na figura 13, o vetor tem módulo igual a 2, direção horizontal e sentido da esquerda para a direita. Observe nesta figura os seg -
mentos orientados que representam os vetores 2 , –3v e – .

Componentes retangulares de um vetor


Consideremos o vetor e os eixos x e y.

Projetando perpendicularmente o vetor nos eixos x e y, obtemos suas componentes retangulares e .


Da figura, temos:
VELOCIDADE VETORIAL MÉDIA
É o quociente do vetor deslocamento pelo tempo (t) gasto nesse deslocamento.

Características de

Módulo
Direção: a mesma que
Sentido: o mesmo da

Para um intervalo de tempo muito pequeno, a velocidade vetorial média é denominada velocidade vetorial instantânea e é indicada
por .
A velocidade vetorial instantânea é tangente à trajetória.

ACELERAÇÃO RESULTANTE

No movimento variado e curvilíneo, existem duas acelerações vetoriais: a tangencial e a centrípeta

A aceleração total ou resultante é igual a:

Direção: da reta tangente.


Sentido: o mesmo de para o movimento acelerado; contrário ao de para o movimento retardado.
Módulo: igual à aceleração escalar a.

A aceleração tangencial é responsável pela variação da intensidade do vetor velocidade.


Direção: da reta normal.
Sentido: para o centro da curva.

Módulo: , em que R é o raio da curva.

A aceleração centrípeta é responsável somente pela mudança da direção do móvel, pois ela faz variar o vetor velocidade em
direção.

Movimento Trajetória

Uniforme

Variado

MOVIMENTO CIRCULAR

ACELERAÇÃO TANGENCIAL
A aceleração tangencial possui as seguintes características:
· Módulo: igual ao módulo da aceleração escalar : | | = ||.
· Direção: tangente à trajetória.
· Sentido: o mesmo de se o movimento for acelerado, e oposto ao de , se o movimento for retardado.

ACELERAÇÃO CENTRÍPETA
A aceleração centrípeta possui as seguintes características:

· Módulo: é dado pela expressão: , onde v é a velocidade escalar do móvel e R é o raio de curvatura da trajetória.
· Direção: perpendicular à velocidade vetorial em cada ponto.
· Sentido: orientado para o centro de curvatura da trajetória.

Nos movimentos retilíneos, a direção da velocidade vetorial não varia e a aceleração centrípeta é nula. A aceleração centrípeta só
comparece em movimentos de trajetórias curvas e independe do tipo de movimento (uniforme ou variado). A acele ração centrípeta
é também denominada aceleração normal.
A soma vetorial define a aceleração vetorial do movimento.

ATIVIDADE .
01. (Uel 1994) - Considere as seguintes grandezas físicas mecânicas: TEMPO, MASSA, FORÇA, VELOCIDADE e
TRABALHO. Dentre elas, têm caráter vetorial apenas

a) força e velocidade. c) tempo e massa. e) tempo e trabalho.


b) massa e força. d) velocidade e trabalho.

02. (Unitau 1995) - Uma partícula tem movimento circular uniforme de velocidade escalar de 10m/s, dando uma volta a cada 8
segundos. O módulo de aceleração vetorial média para um intervalo de tempo de 2s é:

a) m/s2.
b) 5 m/s2.

c) 2. m/s2.
d) 2 m/s2.
e) 5 m/s2.

03. (Unicamp 1996) - A figura a seguir representa um mapa da cidade de Vectoria o qual indica a direção das mãos do tráfego.
Devido ao congestionamento, os veículos trafegam com a velocidade média de 18 km/h. Cada quadra desta cidade mede 200 m
por 200 m (do centro de uma rua ao centro de outra rua). Uma ambulância localizada em A precisa pegar um doente localizado
bem no meio da quadra em B, sem andar na contramão.
a) Qual o menor tempo gasto (em minutos) no percurso de A para B?
b) Qual é o módulo do vetor velocidade média (em km/h) entre os pontos A e B?

04. (Fatec 1996) - Dados os vetores A, B e C, representados na figura em que cada quadrícula apresenta lado correspondente a
uma unidade de medida, é correto afirmar que a resultante dos vetores tem módulo:

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 6

05. (Enem digital 2020) - No Autódromo de Interlagos, um carro de Fórmula 1 realiza a curva S do Senna numa trajetória
curvilínea. Enquanto percorre esse trecho, o velocímetro do carro indica velocidade constante.
Quais são a direção e o sentido da aceleração do carro?
a) Radial, apontada para fora da curva.
b) Radial, apontada para dentro da curva.
c) Aceleração nula, portanto, sem direção nem sentido.
d) Tangencial, apontada no sentido da velocidade do carro.
e) Tangencial, apontada no sentido contrário à velocidade do carro.

06. (Eear 2019) - Dois vetores V1 e V2 formam entre si um ângulo θ e possuem módulos iguais a 5 unidades e 12 unidades,
respectivamente. Se a resultante entre eles tem módulo igual a 13 unidades, podemos afirmar corretamente que o ângulo θ entre
os vetores V1 e V2 vale:

a) 0º
b) 45º
c) 90º
d) 180º
e) 185º

07. (Esc. Naval 2019) - Analise a figura abaixo.

A figura acima ilustra o movimento de uma partícula P que se move no plano xy, com velocidade escalar constante sobre uma
circunferência de raio r = 5m. Sabendo-se que a partícula completa uma revolução a cada 20 s e que em t = 0 ela passa pela
origem do sistema de coordenadas xy, o módulo do vetor velocidade média da partícula, em m/s, entre os instantes 2,5 s e 7,5 s é
igual a:

a)

b)

c)

d)
e)

08. (Mackenzie 2016)

Uma partícula move-se do ponto P1 ⃗ , b⃗ e , d⃗ .


ao P4 em três deslocamentos vetoriais sucessivos a Então o vetor de
⃗. é
deslocamento d
09. (Mackenzie 2012) - Um avião, após deslocar-se 120 km para nordeste (NE), desloca-se 160 km para sudeste (SE). Sendo um
quarto de hora, o tempo total dessa viagem, o módulo da velocidade vetorial média do avião, nesse tempo, foi de
a) 320 km/h
b) 480 km/h
c) 540 km/h
d) 640 km/h
e) 800 km/h

10. (Ufc 2006) - Analisando a disposição dos vetores BA, EA, CB, CD e DE, conforme figura a seguir, assinale a alternativa que
contém a relação vetorial correta.

a) CB + CD + DE = BA + EA
b) BA + EA + CB = DE + CD
c) EA - DE + CB = BA + CD
d) EA - CB + DE = BA - CD
e) BA - DE - CB = EA + CD

11. (Ufal 1999) - Num estacionamento, um coelho se desloca, em sequência, 12m para o Oeste, 8m para o Norte e 6m para o
Leste. O deslocamento resultante tem módulo
a) 26m
b) 14m
c) 12m
d) 10m
e) 2m

12. (Mackenzie 1998) - Com seis vetores de módulo iguais a 8u, construiu-se o hexágono regular a seguir. O módulo do vetor
resultante desses 6 vetores é:

a) 40 u
b) 32 u
c) 24 u
d) 16 u
e) zero
13. (Puccamp 1998) - Num bairro, onde todos os quarteirões são quadrados e as ruas paralelas distam 100 m uma da outra, um
transeunte faz o percurso de P a Q pela trajetória representada no esquema a seguir.

O deslocamento vetorial desse transeunte tem módulo, em metros, igual a


a) 300
b) 350
c) 400
d) 500
e) 700

14. (Fatec 1998) - Uma pequena esfera de massa igual a 4,0 g, carregada eletricamente, está suspensa por uma corda. Sob a ação
de uma força elétrica horizontal, a corda se desloca até que atinge o equilíbrio ao formar um ângulo de 37° com a vertical.

Sabendo que cos 37° = 0,80 e sen 37° = 0,60, a intensidade da força elétrica e a tensão na corda são, respectivamente:

a) 70 N e 56 N
b) 30 N e 50 N
c) 7,0 N e 5,6 N
d) 3,0 N e 5,0 N
e) 3,0 x 10-2 N e 5,0 x 10-2 N

15. (Ufpr 2020) - Um objeto de massa m = 10 kg está suspenso por dois cabos que exercem trações 1 e 2 de mesma intensidade
T, de modo que |T 1| = |T 2| = T As trações exercidas pelos cabos estão dispostas conforme mostra a figura a seguir, fazendo um
ângulo de 30º com a direção horizontal. O objeto está em equilíbrio estático e sujeito à atração gravitacional da Terra. Nesse local,
a aceleração gravitacional é g = 10m/s2.

As medições no local são executadas por um observador inercial. Sabe-se que e que
Levando em consideração os dados apresentados, assinale a alternativa que apresenta corretamente o valor do módulo da tração
exercida por cada cabo.

a)

b)
c)

d)
e)

16. (Enem 2019) - Slackline é um esporte no qual o atleta deve se equilibrar e executar manobras estando sobre uma fita esticada.
Para a prática do esporte, as duas extremidades da fita são fixadas de forma que ela fique a alguns centímetros do solo. Quando
uma atleta de massa igual a 80 kg está exata mente no meio da fita, essa se desloca verticalmente, formando um ângulo de 10º
com a horizontal, como esquematizado na figura. Sabe-se que a aceleração da gravidade é igual a 10 ms – 2,
cos (10º) = 0,98 e sen(10º) = 0,17.

Qual é a força que a fita exerce em cada uma das árvores por causa da presença da atleta?
a) 4,0 x 102 N
b) 4,1 x 102 N
c) 8,0 x 102 N
d) 2,4 x 103 N
e) 4,7 x 102 N

17. (Uerj 2017) - No esquema, está representado um bloco de massa igual a 100 kg em equilíbrio estático.

Determine, em newtons, a tração no fio ideal AB.


Gabarito:

Resposta da questão 1:
[A]

Resposta da questão 2:
[B]

Resposta da questão 3:
a) 3 min.
b) 10,0 km/h.

Resposta da questão 4:
[A]

Resposta da questão 5:
[B]

Como a velocidade do carro se mantém constante, não há aceleração tangencial. Sendo assim, ele possui apenas a aceleração centrípeta, que é radial e está apontada para dentro da curva.

Resposta da questão 6:
[C]

Aplicando a lei dos cossenos no e sabendo que temos:

Resposta da questão 7:
[E]

Se em a partícula percorre os ângulos percorridos pelos instantes dados são iguais a:

Sendo assim, temos as posições:

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo obtemos:

Portanto, o módulo do vetor velocidade média da partícula entre os instantes dados vale:
Resposta da questão 8:
[A]

Aqui temos uma soma vetorial em que para determinarmos o vetor resultante, utilizamos a regra do polígono da seguinte forma:

Logo, isolando o vetor da equação, temos a resposta:

Resposta da questão 9:
[E]

Dados: d1 = 120 km; d2 = 160 km; Dt =1/4 h.


A figura ilustra os dois deslocamentos e o deslocamento resultante.

Aplicando Pitágoras:

O módulo da velocidade vetorial média é:

Resposta da questão 10:


[D]

Resposta da questão 11:


[D]

Resposta da questão 12:


[B]

Resposta da questão 13:


[D]

Resposta da questão 14:


[E]

Resposta da questão 15:


[C]

A figura mostra as forças e suas componentes.


Resposta da questão 16:
[D]

Esquema de forças no ponto mais baixo da fita:

Tração exercida pela fita sobre as árvores:

Resposta da questão 17:

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