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Prof.

Alan Corrêa Diniz – Colégio Apogeu

VETORES

1. INTRODUÇÃO

Os vetores são extrema importância para a física, principalmente em


mecânica, conteúdo a ser estudado no primeiro ano. Várias grandezas físicas,
como velocidade, aceleração e força, possuem, além de uma dada intensidade,
direção e sentido. Estas grandezas são chamadas de grandezas vetoriais, pois
podem ser representadas por vetores. Existem também as grandezas
escalares. A diferença entre as duas será discutida a seguir.

Na física existem dois tipos de grandezas, as escalares e vetoriais.


Primeiramente precisamos definir o que é grandeza. Grandeza é a forma de
definir alguma coisa através de números. Por exemplo, a área de um terreno, o
tempo que um objeto demora para cair de uma certa altura, o comprimento de
um lápis, todos são exemplos de grandeza. Tenho certeza que já perceberam
que grandeza nada mais é do que um termo chique e elegante para falar sobre
a medida de alguma coisa, não é mesmo? Então, grandeza é tudo aquilo que
se consegue medir.

Agora vamos entender a diferença de escalar e vetorial. Grandezas


escalares são aquelas que apenas o número sozinho é suficiente para
descrevê-las. Retomando os exemplos acima, se digo que um terreno tem 200
m² de área, isso me satisfaz; se digo que um lápis mede 15 cm também está
ótimo. Eu não preciso de mais informações. Outros exemplos: massa, energia,
tempo, temperatura, densidade. No caso das grandezas vetoriais, isso não
ocorre. Eu preciso de mais informações. Por exemplo, dizer que a distância de
São Paulo á BH é 510 km não é o suficiente. Pode ser para você, mas para
mim e 100% dos físicos, não! Eu preciso dizer ainda que é a distância em linha
reta, e na direção sudoeste-nordeste.

Em resumo, grandezas escalares só dependem de um número (que


chamamos de módulo) e de uma unidade de medida (cm, ml, metros...)
enquanto que as vetoriais dependem do número, unidade de medida e de
informações extras como direção e sentido. Vamos falar sobre isso mais a
frente.

Bom, vamos então agora definir o conceito de vetor. É fácil e não dói.
Partindo do ponto de vista geométrico, um vetor é um segmento de reta
orientado (isto é, com direção e sentido) com um dado comprimento (ou
módulo) entre dois pontos do espaço. Veja a figura a seguir:
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A Representação : ⃗v B

O comprimento do segmento é
denotado por AB.

A notação com a “setinha” acima da letra será adotada sempre que


estivermos lidando com vetores (escrever a letra em negrito também é uma
notação utilizada, porém em menor escala), como no exemplo acima: o
segmento de reta que une o ponto A ao ponto B foi chamado de vetor ⃗v .

Em resumo, abaixo estão listadas as propriedades de um vetor:

Obs: O módulo do vetor ⃗v é escrito de duas formas: v ou|⃗v|.

2. OPERAÇÕES COM VETORES

As operações com vetores baseiam unicamente em encontrar o vetor


resultante. Isto é a principal informação sobre vetores e podemos dizer que é a
parte de vetores mais importante em toda matéria, é aqui que realmente
começamos a lidar com vetores. Os vetores resultantes são originados por
subtração, adição, e produto por escalar (traduzindo: multiplicar um vetor por
um número), e não serão vistos necessariamente nesta ordem. Existem
métodos simples de se lidar com poucos vetores e alguns métodos
simplificados para se lidar com muitos vetores, veremos todos os importantes
que são os suficientemente necessários para o Ensino Médio.

Obs: Você deve estar se perguntando: e a divisão e multiplicação de vetores?


Ambos são similares ao mundial do Palmeiras: não existem! Isso não significa
que um dia alguém possa defini-las (também não significa que o Palmeiras um
dia não possa ser campeão mundial, mas isso é bem mais difícil de acontecer).
Isso renderá, no mínimo, uma medalha Fields1. Boa sorte!
1
Medalha Fields, oficialmente conhecida como Medalha Internacional de Descobrimentos Proeminentes em
Matemática, é um prêmio concedido a dois, três ou quatro matemáticos com não mais de 40 anos de idade durante
cada Congresso Internacional da União Internacional de Matemática (IMU), que acontece a cada quatro anos. O
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Obs 2: O termo “multiplicação de vetores” é incorreto. O que existe de


“parecido” entre vetores são as operações definidas como produto escalar e
produto vetorial, mas este conhecimento não se faz necessário para resolução
dos problemas a nível médio, uma vez que este estudo envolve um
conhecimento aprofundado de álgebra linear, que só é visto em cursos
universitários voltados para as ciências exatas.

2.1. ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE VETORES COM A MESMA DIREÇÃO

Para ter uma adição de vetores com a mesma direção os mesmos


precisam possuir também o mesmo sentido. Veja o exemplo abaixo:

Para ter uma subtração de vetores com a mesma direção precisamos


que os mesmos tenham sentidos opostos. Veja o exemplo abaixo:

2.1. O MÉTODO POLIGONAL

O método poligonal aqui, por enquanto, servirá apenas para dar a


direção e sentido do vetor resultante da soma de vários vetores.

prêmio é muitas vezes visto como a maior honraria que um matemático pode receber.
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Posteriormente veremos o método do traço poligonal, que nos dará o módulo


do vetor. Para tornar este método mais intuitivo, explicarei da seguinte forma:
você deve colocar a ponta da flechinha de um vetor no início da flecha de
outro. Isto é bem obvio quando se vê que você deve colocar a parte com a seta
do vetor ligado na origem (parte sem seta) do outro vetor, apenas o resultante
que faz as duas setas se encontrarem, ou seja, “cabecinha na cabecinha”.
Vamos ver um exemplo que torna mais intuitivo:

Temos estes 3 vetores (lembre-se que letra em negrito também é


notação para vetor), para somar eles teremos que ligar a cabecinha de cada
um na extremidade (eu iria dizer outra coisa, mas isso poderia render meu
emprego) do outro e dando o resultante (cor vermelha) como cabecinha na
cabecinha, ficando assim:

2.2. O MÉTODO DO PARALELOGRAMO

O método do paralelogramo também é utilizado quando se tem dois


vetores com direções diferentes. Colocando de forma visual para ficar mais
intuitivo, teremos:

Agora, basta unir os vetores pela origem:


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Logo em seguida, traça-se na ponta de cada vetor uma reta paralela ao


outro vetor. O vetor resultante sai da origem em comum dos vetores e vai até a
extremidade das retas pontilhadas:

Em azul está representado o vetor resultante.

Obs: A regra do polígono e a regra do paralelogramo são semelhantes,


ou seja, dão o mesmo vetor resultante.
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3. MÓDULO (TAMANHO) DE UM VETOR OBTIDO ATRAVÉS DA


SOMA/SUBTRAÇÃO DE VETORES DE DIREÇÕES DIFERENTES

Voltamos ao exemplo do item 2.2. Como descobrir o módulo do vetor


resultante encontrado acima? Ora, vimos que é fácil se ambos estão na mesma
direção, mas se estiverem em direções distintas? Neste caso, é preciso levar
em consideração o ângulo entre os vetores que foram somados/subtraídos,
pois o módulo se dará pela lei dos cossenos. Veja a figura a seguir:

O módulo do vetor resultante é dado por:

2 2 2
R = A + B −2 ABcosθ

Teremos um caso especial do método do paralelogramo quando os dois


vetores que serão somados/subtraídos forem ortogonais (ângulo de 90° entre
eles), pois o cosseno de 90° é 0, então a equação acima se torna o Teorema
de Pitágoras:

R2= A 2+ B2
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4. DECOMPOSIÇÃO VETORIAL

Em diversos momentos do nosso curso de mecânica, precisaremos


decompor os vetores. Decompor um vetor significa desmembra-lo em dois
novos vetores. Todo vetor pode se decompor em outros dois vetores e dois
vetores podem resultar em apenas um.

Para tal precisaremos projetá-lo em um plano cartesiano, como na figura


a seguir:

Na figura acima, Vy e Vx, que nada mais são do que a projeção do vetor
original V no eixo Y e X, respectivamente. Assim, descobrimos o sentido e
direção dos vetores que formaram o vetor V, mas ainda nos resta descobrir o
módulo dos dois utilizando relações trigonométricas.

Lembrete:

Chega-se, então, ao seguinte resultado (em módulo):

V x =Vcosα

V y =Vsenα
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5. SUBTRAÇÃO DE VETORES DE DIFERENTES DIREÇÕES

Para subtrair dois vetores A e B, basta usarmos o oposto de B no


lugar de B, assim dará o resultante por subtração. Então teremos que R = A +
(-B) onde –B é o oposto. De forma visual, teremos:

O oposto de B tem a seguinte forma:

Agora, basta usar o método do polígono para obter-se o vetor


resultante:

6. MULTIPLICAÇÃO POR UM ESCALAR (NÚMERO)

Quando se multiplica um vetor por um número, seu módulo fica


alterado, podendo aumentar, diminuir, ou até mesmo ter seu sentido alterado,
como pode ser observado na figura abaixo:
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EXERCÍCIOS
(Os exercícios estão sem resposta e isso foi proposital)

1 - Para o diagrama vetorial abaixo, a única igualdade correta é:

2 - Três forças, de intensidades iguais a 5 N, orientam-se de acordo com o


esquema abaixo. Qual o módulo da força resultante, em newtons?

3 - Um veleiro deixa o porto navegando 70 km em direção leste. Em seguida,


para atingir seu destino, navega mais 100 km na direção nordeste.
Desprezando a curvatura da terra e admitindo que todos os deslocamentos são
coplanares, determine o deslocamento total do veleiro em relação ao porto de
origem.
4 - Calcule o ângulo formando por dois vetores de módulos 5 unidades e 6
unidades e cujo vetor resultante tem módulo √ 61 unidades.

5 - Considere um relógio com mostrador circular de 10 cm de raio e cujo


ponteiro dos minutos tem comprimento igual ao raio do mostrador. Considere
esse ponteiro como um vetor de origem no centro do relógio e direção variável.
O módulo da soma dos três vetores determinados pela posição desse ponteiro
quando o relógio marca exatamente 12 horas, 12 horas e 20 minutos e, por fim,
12 horas e 40 minutos é, em cm, igual a qual valor?
6 - O que é necessário fornecer às grandezas vetoriais que, não é necessário
às grandezas escalares, para que elas fiquem perfeitamente caracterizadas?
7 - O valor máximo da soma de dois vetores é 20 e o valor mínimo é 4.
Determine o módulo de cada vetor.

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