Você está na página 1de 101

PROGRAMA DE NIVELAMENTO – ITEC/PROEX - UFPA

PCNA 2019.1
EQUIPE FÍSICA ELEMENTAR
CONTEÚDO: VETORES
Massa Tempo

Comprimento
Força Velocidade

Deslocamento
São segmentos de reta orientados, com origem e extremidade. Também podem ser
encarados como objetos que carregam mais de uma informação – não só magnitude, mas
também direção e sentido. Os vetores são objetos de um espaço vetorial e seguem regras
operacionais bem definidas.

a d m n

Exemplo de operação entre vetores:

a b c
+ =

Observação: Chamamos de módulo de um vetor a o escalar a cujo valor representa o


“tamanho” de a. Note que não faz sentido falar de tamanho/módulo negativo de um vetor.
Dois ou mais segmentos são equipolentes quando tem a mesma direção, o mesmo
sentido e o mesmo módulo

a
b

a~b
Vetores iguais: São vetores paralelos com mesmo módulo.

a b

Vetores opostos: São vetores antiparalelos com mesmo módulo.

c d
Vetor Unitário: é qualquer vetor cujo módulo é 1 .

Versor de um vetor: Versor de um vetor não nulo 𝑣Ԧ é o vetor unitário de mesma direção e e
sentido de 𝑣Ԧ .
Ao multiplicarmos um vetor v por um escalar 𝑘, obtemos o vetor kv, que possui a
mesma direção de v, porém seu módulo é k vezes maior que o de v e seu sentido pode variar
conforme o sinal de 𝑘.

Caso 𝑘 > 0, então o sentido de kv é o mesmo de v. Por outro lado, se 𝑘 < 0, o sentido
de kv é o contrário de v.

Quando 𝑘 = 0, kv resulta no vetor nulo, ao qual pode ser atribuída qualquer direção.
ො de um vetor não nulo 𝑣Ԧ é o vetor unitário de mesma direção e
Versor de um vetor: Versor (𝑣)
sentido de 𝑣Ԧ .

𝑣Ԧ
= 𝑣ො
𝑣Ԧ

Obs: O versor é adimensional


Método do Paralelogramo

Sejam dois vetores a e b, podemos obter o vetor soma 𝒔 = 𝒂 + 𝒃 através do seguinte algoritmo:

1. Translade os vetores de tal forma que possuam a mesma origem O.


2. Desenhe um vetor igual a b a partir da extremidade do vetor a.
3. Trace, a partir da extremidade do vetor b, um outro vetor igual ao vetor a.
4. Você obtém um ponto C que passa a ser o ponto de encontro dos dois novos vetores
desenhados. O vetor soma s possui origem em O e extremidade em C.
Regra dos Polígonos

Essa regra é utilizada quando possuímos três ou mais vetores a serem somados. Seu
algoritmo é semelhante ao da regra do paralelogramo. Suponha que desejamos somar seis
vetores a, b, c, d, e, f.

1. Mantenha um vetor fixo um vetor escolhido por acaso, por exemplo, o vetor a com origem O.
2. Translade um outro vetor escolhido por acaso excetuando-se o vetor a, por exemplo, o vetor
b, de tal forma que sua origem coincida com a extremidade de a.
3. Repita o processo anterior levando em conta que o vetor a ser transladado não poderá ser
nenhum dos anteriores (não poderá ser a ou b) e deverá ter sua origem colocada na
extremidade do último vetor transladado, no nosso exemplo, o vetor b.
4. Repita esse processo até todos os vetores estejam com sua origem na extremidade de outro
vetor.
5. O vetor soma terá sua origem em O e sua extremidade coincidirá com a extremidade do
último vetor transladado.
Regra dos Polígonos
Diferença entre dois vetores

Sejam os vetores a e b, suponha que queremos calcular 𝒂 − 𝒃 = 𝒔 geometricamente.


Para tal, podemos pensar da seguinte forma:

𝒂−𝒃=𝒔
𝒂 + −𝒃 = 𝒔
𝒂 + −1 𝒃 = 𝒔

A operação descrita na última equação é uma soma, a qual já aprendemos a fazer,


entre os vetores a e (-1)b, que é oposto ao vetor b. Esse raciocínio também pode ser expandido
para a soma de qualquer número de vetores. Por exemplo:
Sejam os vetores a, b, c, d, e, f, suponha que queiramos calcular s tal que:

𝒂+𝒃−𝒄−𝒅+𝒆−𝒇= 𝒔

A equação acima pode ser encarada como:

𝒂 + 𝒃 + −𝟏 𝒄 + −𝟏 𝒅 + 𝒆 + −𝟏 𝒇 = 𝒔
Diferença entre dois vetores

𝒂 + 𝒃 + −𝟏 𝒄 + −𝟏 𝒅 + 𝒆 + −𝟏 𝒇 = 𝒔

Portanto, s poderá ser calculado utilizando a regra dos polígonos, conforme ilustrado
abaixo:
1. Associatividade:

𝒂+ 𝒃+𝒄 = 𝒂+𝒃 +𝒄

2. Comutatividade:

𝒂+𝒃=𝒃+𝒂
3. Existência de elemento neutro (0):

0+𝒗=𝒗

4. Existência de elemento simétrico:

Para cada vetor 𝒗 existe um vetor −𝒗 tal que 𝒗 − 𝒗 = 𝟎.


Exemplo 1: De acordo com os vetores da figura 2.6, mostrar, num gráfico em escala,
um representante do vetor 𝑎Ԧ − 𝑏, −𝑏 − 𝑎Ԧ 𝑒 𝑏 − 𝑎.
Ԧ

Exemplo 2: Uma pessoa caminha 3,1 km para o norte, depois 2,4 km para oeste e,
finalmente, 5,2 km para o sul.

a) Construa o diagrama vetorial que representa este movimento.


b) Represente o vetor deslocamento.
Método do Paralelogramo

O cálculo do módulo do vetor s pode ser feito através da lei dos cossenos, conforme detalhado a
seguir:

Seja α o valor do ângulo entre a e b; a, b e s o módulo


dos vetores a, b e s, respectivamente, ao aplicarmos
a lei dos cossenos para o ∆𝑂𝐴𝐶, obtemos:

𝑎2 + 𝑏 2 − 2𝑎𝑏𝑐𝑜𝑠 180° − 𝛼 = 𝑠 2
𝑎2 + 𝑏 2 + 2𝑎𝑏𝑐𝑜𝑠(𝛼) = 𝑠 2

Utilizando a equação acima, podemos determinar o


valor do módulo de s.

Portanto, concluímos que basta calcular o comprimento


da diagonal que liga o ponto O ao ponto C para
obtermos s.
Caso particular da diferença entre dois vetores

Quando fazemos a diferença entre apenas dois vetores a e b tal que 𝒂 − 𝒃 = 𝒔,


podemos utilizar a lei dos cossenos para calcular o módulo de s, conforme detalhado a seguir:

Seja α o valor do ângulo entre a e b; a, b e s o módulo


dos vetores a, b e s, respectivamente, ao aplicarmos
a lei dos cossenos para o ∆𝑂𝐴𝐶, obtemos:

𝑎2 + 𝑏 2 − 2𝑎𝑏𝑐𝑜𝑠(𝛼) = 𝑠 2

Utilizando a equação acima, podemos determinar o


valor do módulo de s.

Concluímos, então, que também podemos utilizar o


paralelogramo formado por a e b para calcularmos o
módulo do vetor diferença s, para isso bastar calcularmos
o comprimento da diagonal que liga o ponto A ao ponto C.
Componentes de um vetor

Suponha um vetor s em um sistema de coordenadas conforme ilustrado abaixo:

Dizemos que a componente de um vetor sobre determinado eixo é a sua projeção


ortogonal a tal eixo. Além disso, as componente são escalares, portanto possuem apenas valor
e unidade.
R2
R3
Componentes de um vetor

Suponha um vetor s em um sistema de coordenadas conforme ilustrado abaixo:

Dizemos que a componente de um vetor sobre determinado eixo é a sua projeção


ortogonal a tal eixo. Além disso, as componente são escalares, portanto possuem apenas valor
e unidade.
Componentes de um vetor

Por exemplo, para obtermos componente do vetor a da figura anterior em relação ao


eixo x, ax, devemos projetar a ortogonalmente a x, conforme abaixo:

Para encontrarmos o valor de ax, devemos analisar o triângulo retângulo formado por a
e ax do ponto de vista trigonométrico.
Por exemplo, podemos escrever, analisando o ângulo 𝜃, a seguinte relação:

𝑎𝑥
cos 𝜃 =
𝑎
Componentes de um vetor

𝑎𝑥
cos 𝜃 =
𝑎
Portanto, dispondo de quaisquer duas informações da equação acima, podemos
encontrar uma terceira. Vale observar que a corresponde ao módulo do vetor a.

Porém, visto que ax é um escalar, ele pode admitir sinal positivo ou negativo. A
determinação desse sinal é feita ao analisarmos se a componente em questão se localiza no
semieixo positivo ou negativo de certo eixo.

Caso esteja sobre o semieixo positivo, o sinal será positivo, no caso contrário, será
negativo.

No nosso caso, como ax está sobre o semieixo positivo de x, ela possui sinal positivo.
Componentes de um vetor

Podemos repetir o mesmo processo para obtermos a projeção de a em relação ao eixo y.

Note que também podemos analisar o triângulo abaixo:


Componentes de um vetor

Essa representação facilita a aplicação das funções trigonométricas para encontrarmos o


valor de ay.
Analisando o triângulo retângulo formado por a e ay, podemos escrever:

𝑎𝑦
𝑠𝑒𝑛 𝜃 =
𝑎

Vale notar que o sinal de ay no nossos exemplo também é positivo, pois está sobre o
semi-eixo positivo de y.
Componentes de um vetor

Note, também, que é possível achar o módulo de a em função de ax e ay através do


triângulo retângulo acima. Aplicando teorema de Pitágoras, obtemos:

𝑎2 = 𝑎𝑥2 + 𝑎𝑦2

Portanto, dispondo das componentes de um vetor, podemos calcular o seu módulo.


Exemplo 1: Quais são as componentes x e y do vetor a? Seja a = 7,1 m e o ângulo θ =
45˚.

Exemplo 2: Quais são as componentes x e y do vetor a? Seja a = 8,0 m e o ângulo θ =


60˚.
Exemplo 3: Encontre as componentes ax e ay do vetor a na figura abaixo.
𝑣Ԧ = 𝑥𝑖Ƹ + 𝑦𝑗Ƹ

𝑣Ԧ = 𝑥 2 + 𝑦2
𝑣Ԧ = 𝑥𝑖Ƹ + 𝑦𝑗Ƹ + z𝑘෠

𝑣Ԧ = 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2
Representação de um vetor a partir de suas componentes

Suponho um vetor a de componente ax sobre o eixo x e ay sobre o eixo y. Podemos


representar esse vetor da seguinte forma:

𝒂 = (𝑎𝑥 , 𝑎𝑦 )

Caso estivéssemos trabalhando, por exemplo, com um vetor b no R³, de componentes bx,
by e bz nos eixos x, y e z, respectivamente, ele poderia ser representado por:

𝒃 = (𝑏𝑥 , 𝑏𝑦 , 𝑏𝑧 )

Essa forma de representação de um vetor a partir de suas componentes, porém, não é


usual no estudo de Física. A mais comum se baseia no conceito de versores, que será explicado
adiante.
Versores

Versores, conforme dito anteriormente, são muito utilizados na Física para representação
de vetores a partir de suas componentes. Suas características são as seguintes:

1. Possuem módulo igual a 1, ou seja, são vetores unitários;


2. São adimensionais;
3. Há uma relação biunívoca entre versores e coordenadas, ou seja:
Cada coordenada possui, necessariamente, um, e apenas um, versor associado a ela.
Esse versor, por sua vez, está associado somente a esta coordenada.
4. Cada versor aponta para o semieixo positivo da coordenada a qual ele está associado, nunca
para o negativo.

Portanto, como há três coordenadas no R³ independente do sistema escolhido


(cartesiano, esférico, cilíndrico) teremos apenas três versores por sistema de coordenadas.
No nosso curso, trabalheremos com o sistema de coordenadas cartesianas 𝑥, 𝑦, 𝑧 , as
෡ como versores associados, respectivamente.
quais possuem 𝒊,Ƹ 𝒋Ƹ 𝑒 𝒌
Versores
Versores

Tendo em vista as propriedades de vetores e a soma vetorial geométrica, podemos


perceber que dado um vetor 𝒂 = 𝑎𝑥 , 𝑎𝑦 podemos representá-lo como:

𝒂 = 𝑎𝑥 𝒊Ƹ + 𝑎𝑦 𝒋Ƹ

Pois 𝑎𝑥 𝒊Ƹ é um vetor com módulo igual ao de 𝑎𝑥 e que aponta no sentido positivo do eixo x
caso 𝑎𝑥 seja positivo (esteja sobre o semieixo positivo de x), e aponta no sentido negativo caso 𝑎𝑥
seja negativo.

Analogamente, 𝑎𝑦 𝒋Ƹ é um vetor de módulo igual ao de 𝑎𝑦 e seu sentido é determinado


através do sinal de 𝑎𝑦 .
Versores

Para entender melhor o que foi explanado, vamos verificar geometricamente. Suponha
um vetor 𝒔 = (−4, 3). Portanto, o vetor −4𝒊,Ƹ que corresponde ao vetor 𝑠𝑥 𝒊,Ƹ é representado
conforme a figura (a).
Já o vetor 3𝒋,Ƹ que corresponde ao vetor 𝑠𝑦 𝒋,Ƹ é representado de acordo com a figura (b).

(a) (b)
Versores

Aplicando a Regra do paralelogramo para somarmos os vetores −4𝒊Ƹ e 3𝒋,Ƹ obtemos:

Tal que
𝒔 = −4𝒊Ƹ + 3𝒋Ƹ

Ou seja, o vetor s pode, de fato, ser escrito a partir de suas componentes e de versores
na forma:
𝒔 = 𝑠𝑥 𝒊Ƹ + 𝑠𝑦 𝒋Ƹ
Soma analítica de vetores

Sejam os vetores 𝒂 = 𝑎𝑥 𝒊Ƹ + 𝑎𝑦 𝒋Ƹ e 𝒃 = 𝑏𝑥 𝒊Ƹ + 𝑏𝑦 𝒋,Ƹ podemos executar a sua soma da


seguinte forma:

𝒂 + 𝒃 = (𝑎𝑥 𝒊Ƹ + 𝑎𝑦 𝒋)Ƹ + (𝑏𝑥 𝒊Ƹ + 𝑏𝑦 𝒋)Ƹ


𝒂 + 𝒃 = (𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 )𝒊Ƹ + (𝑎𝑦 + 𝑏𝑦 )𝒋Ƹ

Note que esse método de somar vetores não utiliza recursos geométricos e nos fornece o
vetor soma já em função de suas componentes.

Exemplo Resolvido: Sejam os vetores 𝒂 = 3𝒊Ƹ + 𝟒𝒋Ƹ e 𝒃 = 2𝒊Ƹ − 7𝒋,Ƹ calcule 𝒂 + 𝒃.


Solução:
𝒂 + 𝒃 = (3𝒊Ƹ + 4𝒋)Ƹ + (2𝒊Ƹ − 7𝒋)Ƹ
𝒂 + 𝒃 = (3 + 2)𝒊Ƹ + (4 − 7)𝒋Ƹ
𝒂 + 𝒃 = 5𝒊Ƹ − 3𝒋Ƹ
Exemplo 1: Determine a soma de 𝑎Ԧ + 𝑏, em termos de vetores unitários para 𝑎Ԧ =
4,0 𝑚 𝑖Ƹ + 3,0 𝑚 𝑗Ƹ e 𝑏 = (−13,0 𝑚)𝑖Ƹ + (4,0 𝑚)𝑗Ƹ juntamente com o seu módulo e a orientação de
𝑎Ԧ + 𝑏 relativa a 𝑗.Ƹ
Obs.: O símbolo 𝑚 é expresso nos vetores é pra denotar que esses possuem dimensão de
comprimento.

Exemplo 2: Uma força F1, de módulo igual a 2 N, forma um ângulo de 30° com o eixo Ox.
Uma força F2, de módulo igual a 6 N, forma um ângulo de 80° com o eixo Ox. Calcule:

a) O módulo F da força resultante;


b) O ângulo formado entre a resultante e o eixo Ox.

Exemplo 3: Determine, utilizando os vetores unitários:

a) A soma dos dois vetores 𝑎Ԧ = 4𝑖Ƹ + 3𝑗Ƹ e 𝑏 = −3𝑖Ƹ + 4𝑗.Ƹ


b) Quais são o módulo e a direção do vetor 𝑎Ԧ + 𝑏?
Exemplo 4:
a) Quais os sinais das componentes x de a, b e cԦ na Figura abaixo?
b) Quais são os sinais das componentes y de a, b e cԦ?
c) Quais são os sinais das componentes x e y de a + b + cԦ? dados: |a| = 8 N, |b| = 7 N e |Ԧc| = 10 N.

Exemplo 5: Um explorador polar foi surpreendido por uma nevasca, que reduziu a
visibilidade a praticamente zero, quando retornava ao acampamento. Para chegar ao
acampamento, deveria ter caminhado 5,6 km para o norte, em seguida 3,4 km na direção 30° a
nordeste medido do norte e por fim 2,3 km fazendo um ângulo de 85° em relação a oeste no
sentido anti-horário. Quantos metros e em que direção o explorador deverá seguir em linha reta
para chegar ao acampamento?
Exemplo 6: Um engenheiro civil desorientado em uma grande obra dirige 3,25 km para o
norte, depois 4,75 km para o oeste, por seguinte 1,50 km para o sul e por fim 2,50 km para o leste.
Determine o módulo, a direção e o sentido do deslocamento resultante feito pelo engenheiro civil
em sua obra.

Exemplo 7: Ache a resultante dos três vetores deslocamentos do desenho por meio do
método das componentes. Os módulos dos vetores são A= 5,0 m, B= 5,0 m e C=4,0 m.
Exemplo 8: Se F1 = 300 N e Ɵ = 20°, determine a intensidade e a direção, medida no
sentido anti-horário, a partir do eixo ‘x’, da força resultante das três forças que atuam sobre o
suporte.

Exemplo 9: Uma pesquisadora está indo fazer uma pesquisa em uma caverna e para
isso ela deve percorrer 180 m para oeste, depois 210 m fazendo um ângulo de 45° em relação a
oeste no sentido horário e por fim 280 m fazendo um ângulo de 30° em relação a leste no sentido
anti-horário. Depois um quarto deslocamento não medido, ela retorna ao ponto de partida, pois
esqueceu seu material de pesquisa. Determine o módulo, a direção e o sentido desse quarto
deslocamento.
Exemplo 10: Três forças são aplicadas a um objeto, como indicado no desenho . A força
F1 possui módulo igual a 21 N e está apontando numa direção 30˚ à esquerda do eixo positivo de
y. A força F2 possui um módulo igual a 15 N e aponta no sentido positivo do eixo x. Qual deve ser
o módulo, a direção e o sentido da terceira força F3, de tal forma que a soma vetorial das três
forças seja igual zero?
Ex: Uma fita elástica esta presa aos pontos A e B, como mostra a figura. Determine seu
comprimento e sua direção , medidos de A para B.
Ex

Ex
Produto escalar

෡ e 𝒃 = 𝑏𝑥 𝒊Ƹ + 𝑏𝑦 𝒋Ƹ + 𝑏𝑧 𝒌
Sejam dois vetores 𝒂 = 𝑎𝑥 𝒊Ƹ + 𝑎𝑦 𝒋Ƹ + 𝑎𝑧 𝒌 ෡ , definimos o produto
escalar como:

𝒂. 𝒃 = 𝑎𝑥 𝑏𝑥 + 𝑎𝑦 𝑏𝑦 + 𝑎𝑧 𝑏𝑧

Note que o lado direito da equação acima resulta em um número escalar, o que justifica o
nome da operação. Além disso, só podemos realizar o produto escalar entre vetores de mesma
dimensão. Por exemplo, um vetor no R² só pode ser multiplicado escalarmente por um outro vetor
no R², nunca por um no R³.

Além da definição acima, o produto escalar entre dois vetores a e b, por exemplo,
também pode ser escrito como:

𝒂. 𝒃 = 𝑎. 𝑏. cos(𝜃)
Definição:
𝒖. 𝒗 = 𝒖 𝒗 𝐜𝐨𝐬 𝜽
Produto escalar

𝒂. 𝒃 = 𝑎. 𝑏. cos(𝜃)

Note que, na equação acima, 𝑎 representa o módulo do vetor a, 𝑏 representa o módulo


do vetor b e 𝜃 o menor ângulo entre eles.

Analisando as equações abaixo

𝒂. 𝒃 = 𝑎𝑥 𝑏𝑥 + 𝑎𝑦 𝑏𝑦 + 𝑎𝑧 𝑏𝑧

𝒂. 𝒃 = 𝑎. 𝑏. cos(𝜃)
Concluímos que

𝑎𝑥 𝑏𝑥 + 𝑎𝑦 𝑏𝑦 + 𝑎𝑧 𝑏𝑧 = 𝑎. 𝑏. cos(𝜃)

Através do membro direito da equação acima, podemos perceber uma das propriedades
do produto escalar, a comutatividade.
Produto escalar

Exemplo Resolvido: Um vetor 𝑎Ԧ de módulo igual a 10 m e outro vetor 𝑏 de módulo igual


a 6 m apontam em sentidos que fazem um ângulo de 60° entre si. Determine o produto escalar
entre os dois vetores.
Solução:
𝒂. 𝒃 = 𝑎. 𝑏. cos 𝜃
𝒂. 𝒃 = 10 ∗ 6 ∗ cos 60°
1
𝒂. 𝒃 = 60 ∗
2
𝒂. 𝒃 = 30𝑚²

Note que, pelo fato do produto escalar poder ser escrito como o produto entre um
cosseno e dois módulos, e dos módulos possuírem dimensões, o produto escalar possuirá
dimensão igual ao produto das dimensões dos módulos.

No exemplo acima, os dois vetores tinham dimensão de comprimento, portanto, a


dimensão do produto escalar entre ambos é [𝐿]², mais especificamente, como a unidade dos dois
era o metro(𝑚), então a unidade do produto entre ambos é o metro quadrado(𝑚2 )
Produto escalar
Agora, vamos verificar o que acontece com o
produto escalar entre dois vetores, conforme o ângulo
𝜑 entre eles varia.
Para isso, vamos analisar a equação do
trabalho W realizado por uma força F ao longo de um
deslocamento d.
A equação do trabalho de uma força utiliza o
conceito de produto escalar, conforme visto abaixo:

𝑊 = 𝑭. 𝒅

Que pode ser escrita como

𝑊 = 𝐹. 𝑑. cos(𝜑)

Essa equação nos mostra, dentre outras coisas, que o sinal de W depende apenas do
cosseno do menor ângulo entre F e d, chamado de 𝜑.
Produto escalar

Da trigonometria, sabemos que se 90° < 𝜑 ≤


180°, então cos(𝜑) < 0. Enquanto que se 0° ≤ 𝜑 < 90,
então cos(𝜑) > 0.

Portanto, o sinal do trabalho realizado por


uma força sobre um corpo durante determinado
deslocamento depende do ângulo entre essa força e o
deslocamento.

A figura ao lado nos mostra alguns casos em


que o trabalho pode ser positivo, negativo, ou nulo.

Na primeira figura, por exemplo, o trabalho é


positivo, pois 𝜑 < 90°. Já na última figura, o trabalho é
𝑊 = 𝐹. 𝑑. cos(𝜑)
nulo, pois 𝜑 = 90° e cos 90° = 0.
Produto escalar
Exemplo: Um vetor 𝑎Ԧ de módulo igual a 10 unidades e outro vetor 𝑏 de módulo igual a
6 unidades apontam para direções que fazem um ângulo de 60° entre si. Determine o produto
escalar entre os dois vetores.

Exemplo 2: O módulo do vetor 𝑎Ԧ é 6,00 unidades, o módulo do vetor 𝑏 é 7,00 unidades


e 𝑎.
Ԧ 𝑏=14. Qual o ângulo entre 𝑎Ԧ 𝑒 𝑏?
Produto vetorial
෡ e 𝒃 = 𝑏𝑥 𝒊Ƹ + 𝑏𝑦 𝒋Ƹ + 𝑏𝑧 𝒌,
Sejam dois vetores 𝒂 = 𝑎𝑥 𝒊Ƹ + 𝑎𝑦 𝒋Ƹ + 𝑎𝑧 𝒌 ෡ definimos o produto
vetorial 𝒂 𝑥 𝒃 como:

𝒊Ƹ 𝒋Ƹ ෡
𝒌
𝒂 𝑥 𝒃 = 𝑎𝑥 𝑎𝑦 𝑎𝑧
𝑏𝑥 𝑏𝑦 𝑏𝑧

Note que o lado direito da equação acima é um determinante, que pode ser calculado,
dentre outras formas, utilizando o tradicional método de Sarrus. Esse método consiste em
expandir o determinante para a direita e aplicar seis multiplicações específicas, conforme
mostrado abaixo:

𝒊Ƹ 𝒋Ƹ ෡
𝒌 𝒊Ƹ 𝒋Ƹ
𝑎𝑥 𝑎𝑦 𝑎𝑧 𝑎𝑥 𝑎𝑦
𝑏𝑥 𝑏𝑦 𝑏𝑧 𝑏𝑥 𝑏𝑦

Ƹ 𝑦 𝑏𝑧 + 𝒋𝑎
𝒂 𝑥 𝒃 = 𝒊𝑎 ෡ 𝑥 𝑏𝑦 − 𝒌𝑎
Ƹ 𝑧 𝑏𝑥 + 𝒌𝑎 ෡ 𝑦 𝑏𝑥 − 𝒊𝑎
Ƹ 𝑧 𝑏𝑦 − 𝒋𝑎
Ƹ 𝑥 𝑏𝑧
Produto vetorial

2. Determinação da direção de 𝒂 𝑥 𝒃:
Para determinarmos isso, devemos ter em vista que independentemente de quais
vetores a e b, diferentes entre si, sejam usados, sempre haverá um plano passando por eles.
Sabendo disso, afirma-se que a direção de 𝒂 𝑥 𝒃 é a direção perpendicular a esse plano.

3. Determinação do sentido de 𝒂 𝑥 𝒃:
Para isso, usamos a regra da mão direita, que pode ser melhor compreendida a partir
da figura no slide seguinte.
Produto vetorial

Ƹ 𝑦 𝑏𝑧 + 𝒋𝑎
𝒂 𝑥 𝒃 = 𝒊𝑎 ෡ 𝑥 𝑏𝑦 − 𝒌𝑎
Ƹ 𝑧 𝑏𝑥 + 𝒌𝑎 ෡ 𝑦 𝑏𝑥 − 𝒊𝑎
Ƹ 𝑧 𝑏𝑦 − 𝒋𝑎
Ƹ 𝑥 𝑏𝑧

Note que o lado direito da equação resulta em um vetor, ou seja, 𝒂 𝑥 𝒃 é um vetor. Esse
fato justifica o nome da operação produto vetorial. Além disso, é valido destacar que só podemos
multiplicar dois vetores desse modo se ambos pertencerem ao R³, ou seja, se forem
tridimensionais.
Visto que o produto vetorial nos fornece um vetor, devemos ser capazes de dizer qual o
módulo, a direção e o sentido desse vetor.

1. Cálculo de 𝒂 𝑥 𝒃 (módulo):
A expressão que nos fornece o módulo de 𝒂 𝑥 𝒃 é
𝒂 𝑥 𝒃 = 𝑎𝑏𝑠𝑒𝑛(𝜃)

Onde 𝜃 é o menor ângulo entre a e b.


Regra da Mão Direita

# os vetores a e b são
simultaneamente
ortogonais ao vetor c.
Algumas propriedades do Produto vetorial

1. 𝒖 𝑥 𝒗 = −𝒗 𝑥 𝒖 (Anticomutatividade)

2. 𝑡𝒗 𝑥 𝒖 = 𝒗 𝑥 𝑡𝒖 = 𝑡 𝒖 𝑥 𝒗

3. 𝒖 𝑥 𝒗 + 𝒘 = 𝒖 𝑥 𝒗 + 𝒖 𝑥 𝒘
2 2 2 2
𝑢 𝑥 𝑣Ԧ = 𝑢 𝑣 − 𝑢. 𝑣Ԧ

Identidade de Lagrange
𝑢 × 𝑣Ԧ = 𝑢 𝑣Ԧ sin 𝜃

Módulo do Produto Vetorial


Produto vetorial
Um exemplo de grandeza vetorial que
provém de um produto vetorial é o torque. Esse, por
sua vez, é produzido quando uma força é aplicada em
determinados pontos de um corpo extenso.
Na situação ao lado, temos uma força F
aplicada a uma distância r do ponto em relação ao
qual estamos calculando o torque (𝝉) dela.
Então, podemos utilizar a seguinte equação
física:
𝝉=𝒓𝑥𝑭

Note que para obtermos o vetor torque 𝝉,


teríamos que calcular o determinante. Porém, para
achar informações como o módulo, bastaria utilizar a
equação:

𝜏 = 𝑟𝐹𝑠𝑒𝑛(𝜃)
Produto Vetorial
A direção desse vetor seria, como dito
anteriormente, perpendicular ao plano formado pelos
vetores F e r (tela do computador).

O sentido, que é determinado pela regra da


mão direita, é apontando para fora da tela do
computador .

𝜏 = 𝑟𝐹𝑠𝑒𝑛(𝜃)
MULTIPLICAÇÃO

VETOR VETOR
ESCALAR

VETOR VETOR VETOR


Exemplo: Um vetor a de módulo igual a 10 unidades e outro vetor de módulo igual a 6
unidades apontam para direções que fazem um ângulo de 60° entre si.

a) Determine o produto escalar entre os dois vetores.


b) Determine o produto vetorial 𝒂 𝑥 𝒃.

Você também pode gostar