Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Olı́mpica
Feito por medalhistas nacionais e internacionais
First Edition
Astronomia
Olı́mpica
Feito por medalhistas nacionais e internacionais
First Edition
1 Sistemas Binários 1
1.1 Centro de Massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Órbitas Circulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2.1 Velocidades e distâncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4 Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
v
vi SUMÁRIO
Capı́tulo 1
Sistemas Binários
Até agora, todas as análises feitas a respeito da sistemas de dois corpos foram
para o caso especı́fico em que M m, i.e. a massa central está exatamente
sobre o centro de massa e não possui velocidade. Neste capı́tulo, iremos tratar
do caso geral do problema de dois corpos, em que M e m são comparáveis1 .
1 De maneira parecida, quando uma das massas em um sistema de três corpos é desprezı́vel
com relação às outras, a dinâmica do sistema torna-se muito mais simples. É nesse sistema
que encontram-se os pontos de Lagrange.
2 Na verdade, isso só é válido se algumas condições forem satisfeitas, como a homogeneidade
do campo gravitacional, mas não precisamos nos preocupar com isso por enquanto.
1
2 CAPÍTULO 1. SISTEMAS BINÁRIOS
Iremos abordar cada uma dessas razões com mais calma nas próximas seções.
Agora, vamos aprender a calcular a posição do centro de massa de um sistema
de partı́culas arbitrário, assim como representado na imagem:
1.1. CENTRO DE MASSA 3
Por fim, vale ressaltar que essas equações podem ser descritas vetorialmente.
~ CM = (xCM , yCM ), temos:
Sendo R
Pn
~ CM = mi~ri
1
R
M
Exemplo 1:
Em um sistema binário com estrelas de massa m1 e m2 , a distância entre
elas é d em um dado instante de tempo, assim como representado na imagem
abaixo. Sendo assim, calcule:
Solução
a) Primeiramente, vamos convencionar um sistema de coordenadas cartesiano.
É conveniente alinharmos o eixo x com a reta que liga as estrelas de forma que
a origem está sobre a estrela 13 , assim como pode ser observado na imagem:
m2
xCM = r1 = d
m1 + m2
Para acharmos r2 , basta notarmos que r1 + r2 = d, ou seja:
m2 m1
r2 = d − r1 = d 1 − ⇒ r2 = d
m1 + m2 m1 + m2
b) Basta dividirmos as expressões encontradas:
m2
d
r1 m +m r1 m2
= 1m1 2 ⇒ =
r2 d r2 m1
m1 + m2
3A resposta final independe de como você convenciona os eixos.
1.2. ÓRBITAS CIRCULARES 5
cada massa.
GM m
Fg =
(R + r)2
Agora, perceba que m e M realizam órbitas circulares de raio r e R, respec-
tivamente, em torno do centro de massa. Desse modo, podemos igualar a força
gravitacional à resultante centrı́peta de cada corpo:
Em M , temos:
GM m MV 2
2
=
(R + r) R
2πR
Como V = , podemos reescrever essa expressão como:
T
Gm 4π 2 R
2
= (1.1)
(R + r) T2
Analogamente para m, podemos obter:
GM 4π 2 r
= (1.2)
(R + r)2 T2
Somando as equações 1.1 e 1.2, obtemos:
G(M + m) 4π 2 (R + r)
=
(R + r)2 T2
Ou seja:
T2 4π 2
=
(R + r)3 G(M + m)
Centro de massa:
Sendo R~ e ~r os vetores posição das estrelas com origem no CM, temos, de
acordo com a definição vetorial do centro de massa utilizando como origem o
próprio centro de massa:
~ CM = 0 = M R
R ~ + m~r
Ou seja:
~ = −m~r
MR
Note que a expressão do exemplo 1 é muito parecida com essa. A única
diferença é que antes havı́amos analisado somente a relação entre os módulos
dos vetores. Ainda, vale notar que o sinal negativo aparece pois os sentidos de
~ e ~r são opostos.
R
~
dR d~r
= −m
M ~ = −m~v
⇔ MV
dt dt
Ou, tratando dos módulos:
M V = mv
Resultante centrı́peta:
Apesar as deduções vistas a partir do centro de massa serem válidas para
qualquer tipo de órbita, vale a pena analisarmos o que acontece quando as
órbitas são circulares.
Primeiramente, podemos dividir a equações 1.1 pela equação 1.2 para ob-
termos:
m R
= ⇒ M R = mr
M r
2πR 2πr
Agora, sabemos que V = ev= . Assim:
T T
2π V v
= =
T R r
4 Se ∆S
você não souber cálculo, pode interpretar essas equações como um velocidade =
∆t
“generalizado”.
8 CAPÍTULO 1. SISTEMAS BINÁRIOS
m R V
= =
M r v
Assim como esperado!
1.3 Problemas
4.1. (Avançado) Os pontos de Lagrange de um sistema de duas massas com-
paráveis M e m (M > m) representam posições em que corpos menores podem
ficar em equilı́brio com relação às massas maiores, assim como pode ser obser-
vado na imagem abaixo. Assim, responda:
1.4 Gabarito
4.1. a) Como a massa de prova possui massa desprezı́vel, M e m realizam
órbitas circulares em torno do centro de massa comum. Para todos os
1.4. GABARITO 9
pontos de Lagrange, pode-se inferir pelo enunciado que eles devem possuir
o mesmo perı́odo P que M e m para permanecerem em equilı́brio com
relação à esses corpos. Isso só é possı́vel se eles também orbitarem o cen-
tro de massa de M e m.
P2 4π 2 G(M + m)
3
= ⇒ ω2 =
D G(M + m) D3
FM + Fm = Rcp
GM µ Gmµ
Onde FM = 2
é a força gravitacional de M em µ e Fm = é
(D + d) d2
a força gravitacional
de m em µ. Agora, perceba que µ realiza uma órbita
M
circular de raio D + d em torno do CM com velocidade angular
M +m
ω. Assim, a resultante centrı́peta é:
10 CAPÍTULO 1. SISTEMAS BINÁRIOS
M
Rcp = µω 2 D+d
M +m
Reescrevendo:
M m M (M + m)d
+ 2 = 2+
(D + d)2 d D D3
Reescrevendo:
M − 2M d + m = M
+ M d + md
D 2 D 3 d 2 D2 D3 D3
Multiplicando ambos os lados por d2 , obtemos:
3
d
m = (3M + m)
D
Por fim:
1/3
m
d=D
3M + m