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Março de 2024
1 Introdução
Este material serve apenas deixar guardado as minhas soluções das questões do Moysés que eu fiz durante a
minha cadeira de fı́sica II As questões aqui apresentadas não são nem um pouco fáceis mas são, EXTREMA-
MENTE divertidas e belas, talvez até me faça repensar o porque eu não estudei mais fı́sica durante a escola.
2 Capı́tulo 11
Problema 2. Um dipolo elétrico é um par de cargas iguais
e opostas, +q e −q, separadas por uma distância d. O
momento de dipolo elétrico p associado ao dipolo é o vetor
p = q d⃗ onde |d|
⃗ = d e d⃗ aponta de –q para +q (Figura).
Considere um dipolo elétrico situado num campo elétrico E
uniforme.
Solução.
(a) Primeiro para ver que as força resultante é nula é só ver que que tem um clara simetria das forças (faça o
diagrama)
Veja que podemos considerar um ponto O qualquer. Com isso considere ⃗r1 vetor que vai de O até −q e ⃗r2 de
forma análoga. Assim, veja que
τ1 = r⃗1 × −qE e τ2 = r⃗2 × qE
Somando:
τ = τ1 + τ2 = q(r⃗2 − r⃗1 ) × E = q d⃗ × E
Como querı́amos mostrar.
(b) Para ver isso, veja que a energia em relação à reta vertical passando pelo centro é exatamente igual:
−d⃗ d⃗
U1 = − · −qE e U2 = − · qE
2 2
Somando os dois:
U = U1 + U2 = −q d⃗ × E
1
Solucionário Moysés Vol I 2
Problema 3. Considere um sistema isolado de duas partı́culas de massas m1 e m2 . Exprima o vetor momento
angular total do sistema relativo ao seu CM em função da massa reduzida µ, do vetor de posição r de m2 em
relação a m1 e da velocidade relativa v de m2 em relação a m1 .
Portanto, vamos calcular os momentos angulares de modo separado depois vamos somar ambos:
−m2⃗r m1⃗r
L⃗1 = × m1 v⃗1 e L⃗2 = × m2 v⃗1
m1 + m2 m1 + m2
Ajustando e somando:
⃗ = L⃗1 + L⃗2 = m1 m2⃗r × (−v
L ⃗ 1) +
m1 m2⃗r
× v⃗2 =
m1 + m2 m1 + m2
m1 m2⃗r m1 m2⃗r
= × (v⃗2 − v⃗1 ) = × ⃗v = µ⃗r × ⃗v
m1 + m2 m1 + m2
Problema 4. Dois patinadores de massa 60 kg, deslizando sobre uma pista de gelo com atrito desprezı́vel,
aproximam-se um do outro com velocidades iguais e opostas de 5 m/s, segundo retas paralelas, separadas por
uma distância de 1,40 m.
(a) Calcule o vetor momento angular do sistema e mostre que é o mesmo em relação a qualquer ponto e se
conserva.
(b) Quando os patinadores chegam a 1,40 m um outro, estendem os braços e dão-se as mãos, passando a girar
em torno do CM comum. Calcule a velocidade angular de rotação.
⃗ = L⃗1 + L⃗2 = r⃗1 × m1 v⃗1 + r⃗2 × m2 v⃗2 = m(r⃗1 − r⃗2 ) × ⃗v = md⃗ × ⃗v ∴ |L|
L ⃗ = m∆dv = 60 · 1, 4 · 5 = 420
2
Solucionário Moysés Vol I 3
Juntando as duas:
vf3 tan(θf ) √
3
3 = ⇐⇒ vf = vi · 3 ≈ 1, 44vi (b)
vi tan(θi )
Portanto, temos que:
li sin(θi )
= 1, 44 ⇐⇒ lf ≈ 0, 4
lf sin(θf )
Portanto, foi puxado 0, 6m (a)
3
Solucionário Moysés Vol I 4
Solução.
(a) primeiro vamos olhar para a conservação do momento angular:
(b) Para terminarmos o problema, veja que vi = 0, 15ωi = 0, 9 m/s e vf = 0, 25ωf = 0, 54 m/s. Portanto,
4
Solucionário Moysés Vol I 5
Entretanto, podemos também olhar para o momento angular que se conserva (olhando para o centro de massa):
5
Solucionário Moysés Vol I 6
3 Capı́tulo 12
Problema 4. Calcule o momento de inércia de um cubo homogêneo de massa M e aresta a, em relação a um
diâmetro (eixo que passa pelos centros de duas faces opostas).
Solução. Vamos considerar que um cubinho de massa dm colocando os eixos como os do desenho abaixo e
suponha que o cubo esteja girando sobre o eixo z.
Por fim: a
a a a a a a 2
x3 a5
Z 2
Z 2
Z 2
Z 2
Z 2
Z 2
(x2 + y 2 )dxdydx = 2 x2 dxdydx = 2a2 =
−a −a −a −a −a −a 3 6
2 2 2 2 2 2 −a
2
Portanto,
a a a
M a2
Z Z Z
M 2 2 2
I= 3 (x2 + y 2 )dxdydx =
a −a
2 −a
2 −a
2
6
Problema 5. Calcule o momento de inércia de um cone circular reto homogêneo de massa M e raio da base
R, em relação ao eixo do cone. Sugestão: Considere o cone como uma pilha de discos circulares de alturas
infinitésimas e raios decrescentes.
Solução. Vamos fazer uma pequena mudança à sugestão. Com isso, podemos considerar o cone como uma
pilha de anéis infinitesimais e podemos colocar:
3M 3M
dm = · π((r + dr)2 − r2 )dh = · 2πrdrdh
πR2 h πR2 h
dr R
Além disso, veja que = . Assim,
dh h
3M 6M
dm = · 2πrdrdh = 3 · rdrdr
πR2 h R
Logo, queremos:
R R
3M R2
Z Z Z
6M
I= r2 dm = r3 drdr =
C R3 0 0 10
6
Solucionário Moysés Vol I 7
Problema 6. Uma porta de 15 kg e 70 cm de largura, suspensa por dobradiças bem azeitadas, está aberta
de 90º, ou seja, com seu plano perpendicular ao plano do batente. Ela leva um empurrão na beirada aberta,
com impacto equivalente ao de uma massa de 1 kg com velocidade de 2, 5 m/s. Quanto tempo ela leva para
fechar-se?
Solução. Vamos primeiro calcular o momento de inércia de uma porta de dimensões a × b.
y
a x
Supondo que ela esteja girando no sentido horário ao redor do eixo y. Tome um quadradinho de massa dm:
M
dm = · dxdy
ab
Logo, queremos:
b a
M a2
Z Z Z
2 M
Ip = r dm = x2 dxdy =
C ab 0 0 3
Com isso, podemos olhar a conservação do momento angular:
mva = Iω
M a2
Portanto, sabendo que I = :
3
3mva
ω= ≈ 0, 714 rad/s
M a2
Logo, podemos concluir que:
2π T π
T = ∴ = ≈ 2, 2 s
ω 4 2 · 7.14
Problema 7.Uma mesa de coquetel tem um tampo giratório, que é uma tábua circular de raio R e massa M,
capaz de girar com atrito desprezı́vel em torno do eixo vertical da mesa. Uma bala de massa m ¡¡ M e velocidade
v, disparada por um convidado que abusou dos coquetéis, numa direção horizontal, vai-se encravar na periferia
da tábua.
(a) Qual é a velocidade angular de rotação adquirida pela tábua?
(b) Que fração da energia cinética inicial é perdida no impacto?
Solução.
(a) Conservando o momento:
M R2
2 2mv
mRv = Iω = + mR ω ∴ ω ≈
2 MR
mv 2 M R2 (M + m)(ωR)2 mv 2
2m
∆K = − + mR2 ω 2 − = 1−
2 2 2 2 M
7
Solucionário Moysés Vol I 8
Problema 8. Um alçapão quadrado de lado a e massa M , está levantado verticalmente, em equilı́brio sobre
as dobradiças, quando é levado a cair por uma ligeira trepidação. Desprezando o atrito, que velocidade angular
terá adquirido ao bater no chão?
Solução. Primeiro, veja a problema 6, pois lá tem a conta certa do momento de inércia do alçapão. Com
isso, apenas vou fazer as contas sem me preocupar com provar o momento de inércia.
Conservando a energia:
mga Iω 2
Ei = (Olhando para o centro de massa) e Ef =
2 2
Portanto, r
M ga M a2 ω 2 3g
= ⇐⇒ ω =
2 6 a
Solução. Essa questão será bem instrutiva, pois com a ideia dela, as demais sairão sem muito mais resistência.
(a) Primeiro, vamos conservar a energia. Suponha que o bloco m′ caiu uma altura h e ele esteja com velocidade
v:
m′ v 2 mv 2 Iω 2
∆E = 0 =⇒ −m′ gh + + + =0
2 2 2
M R2
Portanto, sabendo que I = :
2
′ 2 ′ M
2m gh = v m +m+
2
Logo, podemos derivar a equação em relação à t:
dv 2
′ dh ′ M
2m g = m +m+
dt dt 2
m′ g
M
2m′ gv = 2va m′ + m + ⇐⇒ a =
2 M
m′ + m +
2
(b) Para terminar, veja que é apenas fazer conta com a lei de newton, então irei omitir a conta e dar o resultado.
M m′ g
mm′ g + mm′ g
T = ′
e T = 2
M M
m′ + m + m′ + m +
2 2
8
Solucionário Moysés Vol I 9
mv 2 m′ v 2 Iω 2
∆E = 0 =⇒ −m′ gh + mghsin(θ) + + + =0
2 2 2
M R2
Sabendo que I = :
2
v
′ mv 2 m′ v 2 M v2 u 2m′ gh − 2mghsin(θ)
−m gh + mghsin(θ) + + + = 0 ⇐⇒ v = u
2 2 4
t M
m + m′ +
2
Problema 11. Prende-se ao teto a ponta de uma fita
métrica leve, enrolada num estojo circular de massa m e raio
r, e solta-se o estojo em repouso (Figura).
Solução.
(a) Vamos seguir o modus operandi básico, vamos apenas conservar a energia:
mv 2 Iω 2
∆E = 0 =⇒ −mgh + + =0
2 2
mr2
E, mais uma vez, I = :
2
mv 2 mv 2
mgh = + ⇐⇒ 4gh = 3v 2
2 4
Podemos derivar em relação à t (qualquer dúvida, olhe para a solução do problema 9).
2g
4gv = 6av ⇐⇒ a =
3
(b) Sabemos que
2mr2 g mg
τ = Iα e τ = T r ∴ T = =
6r2 3
(c) Finalmente, veja que o item (c) foi o primeiro que fizemos:
s√
3gs
3v 2 = 4gs ⇐⇒ v = 2
3
9
Solucionário Moysés Vol I 10
Solução.
(a) Mais uma vez, conservando a energia:
mv 2 m′ v 2 Iω 2 mr2
∆E = 0 =⇒ −m′ gh + mghsin(θ) + + + e I= =⇒
2 2 2 2
=⇒ 4h(m′ h − mhsin(θ)) = v 2 (3m + 2m′ )
E podemos derivar em relação à t (qualquer dúvida, olhe para a solução do problema 9).
2(m′ h − mhsin(θ))
4v(m′ h − mhsin(θ)) = 2av(3m + 2m′ ) ⇐⇒ a =
3m + 2m′
(b) Para calcular a tensão na fita, veja que apenas precisamos olhar para o torque:
τ = Iα e τ = T r
Fazendo com que
2M r2 (m′ h − mhsin(θ)) M (m′ h − mhsin(θ))
T = =
2(3m + 2m′ )r2 (3m + 2m′ )
Solução.
(a) Vamos botar a mão na massa!
M
dm = dr
d
Logo, !
3d
7M d2
Z Z
2 M 4
2
I= r dm = r dr =
C d −d
4
48
(b) Pela conservação de energia:
M gdsin(θ) Iω 2 24gsin(θ)
0=− + ⇐⇒ ω 2 = =⇒
4 2 7d
derivando em relação à t:
24gcos(θ)ω 12gcos(θ)
2ωα = =⇒ α =
7d 7d
10
Solucionário Moysés Vol I 11
M v2 Iω 2
M gR + + = M gh
2 2
M R2
Entretanto, veja que I = , resultando em:
2
3v 2
h=R+
4g
Problema 15. Uma bola homogênea de raio r rola sem deslizar desde o topo de um domo hemisférico de raio
R.
(a) Depois de percorrer que ângulo θ em relação à vertical a bola deixará a superfı́cie?
(b) Com que velocidade v isso acontece?
Solução.
(a) Vamos, inicialmente, conservar a energia:
mv 2 Iω 2
mg(R + r) = mg(R + r)cos(θ) + +
2 2
2mr2
Sabendo que I = :
5
7mv 2
mg(R + r)(1 − cos(θ)) = (∗)
10
Para finalizar, vamos analisar a força centrı́peta.
mv 2
Fcp = = mgcos(θ) (∗∗)
(R + r)
Dessa forma,
7cos(θ) 10 10
1 − cos(θ) = ⇐⇒ cos(θ) = ⇐⇒ θ = arccos
10 17 17
Assim, resultando em: r
10(R + r)g
v=
17
11
Solucionário Moysés Vol I 12
Solução. Basta analisar a condição de equilı́brio. Perceba que na iminência e analisar o torque na equina da
escada: p
⃗τ = ⃗0 =⇒ Fmı́n · (R − d) = mg R2 − (R − d)2
Pois na situação de iminência, a normal da bola com o piso é 0. Assim, as únicas forças que atuam são o peso
e F. √
p mg 2Rd − d2
Fmı́n · (R − d) = mg R2 − (R − d)2 ∴ Fmáx =
R−d
Problema 21. Uma escada uniforme de comprimento l e massa M , apoiada sobre o chão, com coeficiente de
atrito estático µe , está encostada a uma parede lisa (atrito desprezı́vel), formando um ângulo θ com a parede.
Para que domı́nio de valores de θ a escada não escorrega?
N2
Mg
N1
Fat x
Podemos analisar o torque. Analisando o torque no ponto de contato com o chão numa situação crı́tica:
M glsin(θ) M gtan(θ)
= N2 lcos(θ) =⇒ N2 =
2 2
Agora, veja que temos equilı́brio, então a soma das forças é igual a 0:
N2 = Fat e M g = N1
M gtan(θ)
= µ · M g =⇒ tan(θ) = 2µ ∈ [0, 2µe ]
2
Assim, temos que
θ ∈ [0, arctan(2µe )]
12