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Volume 1 - Moysés

João Viana - UFC

Março de 2024

1 Introdução
Este material serve apenas deixar guardado as minhas soluções das questões do Moysés que eu fiz durante a
minha cadeira de fı́sica II As questões aqui apresentadas não são nem um pouco fáceis mas são, EXTREMA-
MENTE divertidas e belas, talvez até me faça repensar o porque eu não estudei mais fı́sica durante a escola.

2 Capı́tulo 11
Problema 2. Um dipolo elétrico é um par de cargas iguais
e opostas, +q e −q, separadas por uma distância d. O
momento de dipolo elétrico p associado ao dipolo é o vetor
p = q d⃗ onde |d|
⃗ = d e d⃗ aponta de –q para +q (Figura).
Considere um dipolo elétrico situado num campo elétrico E
uniforme.

(a) Mostre que a resultante das forças elétricas aplicadas ao


dipolo é nula, mas que o torque resultante é dado por τ =
p × E (em relação a qualquer ponto).

(b) Mostre que a energia potencial do dipolo no campo (Seção


7.5) é dada por U = −p · E. Identifique as situações de
equilı́brio estável e instável do dipolo no campo.

Solução.
(a) Primeiro para ver que as força resultante é nula é só ver que que tem um clara simetria das forças (faça o
diagrama)
Veja que podemos considerar um ponto O qualquer. Com isso considere ⃗r1 vetor que vai de O até −q e ⃗r2 de
forma análoga. Assim, veja que
τ1 = r⃗1 × −qE e τ2 = r⃗2 × qE
Somando:
τ = τ1 + τ2 = q(r⃗2 − r⃗1 ) × E = q d⃗ × E
Como querı́amos mostrar.
(b) Para ver isso, veja que a energia em relação à reta vertical passando pelo centro é exatamente igual:

−d⃗ d⃗
U1 = − · −qE e U2 = − · qE
2 2
Somando os dois:
U = U1 + U2 = −q d⃗ × E

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Solucionário Moysés Vol I 2

Problema 3. Considere um sistema isolado de duas partı́culas de massas m1 e m2 . Exprima o vetor momento
angular total do sistema relativo ao seu CM em função da massa reduzida µ, do vetor de posição r de m2 em
relação a m1 e da velocidade relativa v de m2 em relação a m1 .

Solução. Olhe para a imagem abaixo:

Portanto, vamos calcular os momentos angulares de modo separado depois vamos somar ambos:

−m2⃗r m1⃗r
L⃗1 = × m1 v⃗1 e L⃗2 = × m2 v⃗1
m1 + m2 m1 + m2
Ajustando e somando:
⃗ = L⃗1 + L⃗2 = m1 m2⃗r × (−v
L ⃗ 1) +
m1 m2⃗r
× v⃗2 =
m1 + m2 m1 + m2
m1 m2⃗r m1 m2⃗r
= × (v⃗2 − v⃗1 ) = × ⃗v = µ⃗r × ⃗v
m1 + m2 m1 + m2

Problema 4. Dois patinadores de massa 60 kg, deslizando sobre uma pista de gelo com atrito desprezı́vel,
aproximam-se um do outro com velocidades iguais e opostas de 5 m/s, segundo retas paralelas, separadas por
uma distância de 1,40 m.
(a) Calcule o vetor momento angular do sistema e mostre que é o mesmo em relação a qualquer ponto e se
conserva.
(b) Quando os patinadores chegam a 1,40 m um outro, estendem os braços e dão-se as mãos, passando a girar
em torno do CM comum. Calcule a velocidade angular de rotação.

Solução. Primeiro vamos olhar a figura

(a) Portanto, veja que

⃗ = L⃗1 + L⃗2 = r⃗1 × m1 v⃗1 + r⃗2 × m2 v⃗2 = m(r⃗1 − r⃗2 ) × ⃗v = md⃗ × ⃗v ∴ |L|
L ⃗ = m∆dv = 60 · 1, 4 · 5 = 420

E a conserva pois não temos forças externas atuando.


(b) A conservação do momento angular ainda vale. Portanto,

420 = 2mrv = 2mr2 ω ⇐⇒ ω = 7, 15 rad/s

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Solucionário Moysés Vol I 3

Problema 12. Uma bolinha presa a um fio de massa des-


prezı́vel gira em torno de um eixo vertical com velocidade
escalar constante, mantendo-se a uma distância d = 0,5 m
do eixo; o ângulo θ é igual a 30° (veja Figura). O fio passa
sem atrito através de um orifı́cio O numa placa, e é puxado
lentamente para cima até que o ângulo θ passa a 60°.
(a) Que comprimento do fio foi puxado?
(b) De que fator variou a velocidade de rotação?

Solução. Primeiro vamos conservar o momento angular:


di vf
mdi vi = mdf vf =⇒ = (∗)
df vi

Agora, perceba que a tração é


mg
T =
cos(θ)

Portanto, olhando para a força centrı́peta:

mvi2 cos(θi ) mvf2 cos(θf ) di v 2 tan(θf )


mg = T cos(θ) = = =⇒ = i2 (∗∗)
di sin(θi ) df sin(θf ) df vf tan(θi )

Juntando as duas:
vf3 tan(θf ) √
3
3 = ⇐⇒ vf = vi · 3 ≈ 1, 44vi (b)
vi tan(θi )
Portanto, temos que:
li sin(θi )
= 1, 44 ⇐⇒ lf ≈ 0, 4
lf sin(θf )
Portanto, foi puxado 0, 6m (a)

Problema 13. Duas partı́culas de mesma massa m estão


presas às extremidades de uma mola de massa desprezı́vel,
inicialmente com seu comprimento relaxado l0 . A mola é es-
ticada até o dobro desse comprimento e é solta depois de
haver comunicado velocidades iguais e opostas (v0 , −v0 ) às
partı́culas, perpendiculares à direção da mola (veja figura),
tais que kl02 = 6mv02 , onde k é a constante da mola. Calcule
as componentes (vr , vθ ) radial e transversal da velocidade das
partı́culas quando a mola volta a passar pelo seu comprimento
relaxado.

Solução. Vamos primeiro analisar a conservação de energia do sistema:

kl02 2mv02 2mv 2


Ei = + = 4mv02 e Ef = = mv 2 ∴ v = 2v0
2 2 2
Entretanto, vamos analisar a conservação do momento angular:
l0
2mv0 l0 = 2mvθ =⇒ vθ = 2v0
2
Portanto, vr = 0.

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Solucionário Moysés Vol I 4

Problema 14. No sistema da figura, análogo a um regulador


centrı́fugo (Seção 5.3), o anel A, de massa desprezı́vel, pode
deslizar ao longo do eixo vertical. Inicialmente as duas bolas
iguais de massa m = 200 g estão a uma distância r = 15 cm
do eixo e o sistema gira com velocidade angular ω = 6 rad/s.
Pressiona-se para baixo o anel A, até que a distância das bolas
ao eixo aumenta para r = 25 cm.
(a) Qual é a nova velocidade angular de rotação?

(b) Qual é o trabalho realizado sobre o sistema?

Solução.
(a) primeiro vamos olhar para a conservação do momento angular:

⃗i = L⃗f =⇒ mvi ri = mvf rf ⇐⇒ mωi ri2 = mωf rf2 ∴ wf = 54 = 2, 16 rad/s


L
25

(b) Para terminarmos o problema, veja que vi = 0, 15ωi = 0, 9 m/s e vf = 0, 25ωf = 0, 54 m/s. Portanto,

W = ∆K = 0, 2 (0, 54)2 − (0, 9)2 ≈ −0, 1J




Problema 15. Quatro discos iguais de massa m ocupam os


vértices de uma armação quadrada formada por quatro bar-
ras rı́gidas de comprimento l e massa desprezı́vel. O conjunto
está sobre uma mesa de ar horizontal, podendo deslocar-se
sobre ela com atrito desprezı́vel. Transmite-se um impulso
instantâneo P a uma das massas, na direção de uma das dia-
gonais do quadrado (figura). Descreva completamente o mo-
vimento subsequente do sistema.

Solução. Primeiro, vamos analisar o momento:


P
P = 4m · vcm ∴ vcm =
4m
Portanto, agora podemos analisar que o movimento também trará uma rotação para o sistema:

P l 2
vcm = vθ = ω ⇐⇒
4m 2

2P
⇐⇒ ω =
4ml
Só mais uma observação:
P
vr = vcm =
4m

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Solucionário Moysés Vol I 5

Problema 16. Um haltere formado por dois discos 1 e 2


iguais de massa m, unidos por uma barra rı́gida de massa
desprezı́vel e comprimento l = 30 cm, repousa sobre uma
mesa de ar horizontal. Um terceiro disco 3 de mesma massa
m desloca-se com atrito desprezı́vel e velocidade v0 = 3 m/s
sobre a mesa, perpendicularmente ao haltere, e colide frontal-
mente com o disco 2, ficando colado a ele (figura). Descreva
completamente o movimento subsequente do sistema.

Solução. Vamos, mais uma vez, conservar o momento:

mv0 = 3mvcm ∴ vcm = 1 m/s

Entretanto, podemos também olhar para o momento angular que se conserva (olhando para o centro de massa):

mv0 r1 = 2mv1 r1 + mv2 r2

Entretanto, a velocidade angular é a mesma:


v0 r1
v0 r1 = 2ωr12 + ωr22 ⇐⇒ ω =
2r12 + r22

Agora, finalmente, veja que


m 2m
r1 = l = 0, 1 m e r2 = l = 0, 2 m
3m 3m
Portanto,
ω = 5 rad/s
Isso tudo ao redor do centro de massa.
Observação: Esse problema tem um resultado tão bonito que você fica pensando que ele foi feito pra dar certo
e tinha que dar certo.

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Solucionário Moysés Vol I 6

3 Capı́tulo 12
Problema 4. Calcule o momento de inércia de um cubo homogêneo de massa M e aresta a, em relação a um
diâmetro (eixo que passa pelos centros de duas faces opostas).

Solução. Vamos considerar que um cubinho de massa dm colocando os eixos como os do desenho abaixo e
suponha que o cubo esteja girando sobre o eixo z.

veja que uma podemos analisar um cubinho de massa dm. Entretanto:


M
dm = dxdydz
a3
Portanto, como queremos:
Z Z a Z a Z a
M 2 2 2
r2 dm = (x2 + y 2 )dxdydx
C a3 −a
2 −a
2 −a
2

Por fim: a
a a a a a a 2
x3 a5
Z 2
Z 2
Z 2
Z 2
Z 2
Z 2
(x2 + y 2 )dxdydx = 2 x2 dxdydx = 2a2 =
−a −a −a −a −a −a 3 6
2 2 2 2 2 2 −a
2

Portanto,
a a a
M a2
Z Z Z
M 2 2 2
I= 3 (x2 + y 2 )dxdydx =
a −a
2 −a
2 −a
2
6

Problema 5. Calcule o momento de inércia de um cone circular reto homogêneo de massa M e raio da base
R, em relação ao eixo do cone. Sugestão: Considere o cone como uma pilha de discos circulares de alturas
infinitésimas e raios decrescentes.

Solução. Vamos fazer uma pequena mudança à sugestão. Com isso, podemos considerar o cone como uma
pilha de anéis infinitesimais e podemos colocar:
3M 3M
dm = · π((r + dr)2 − r2 )dh = · 2πrdrdh
πR2 h πR2 h
dr R
Além disso, veja que = . Assim,
dh h
3M 6M
dm = · 2πrdrdh = 3 · rdrdr
πR2 h R
Logo, queremos:
R R
3M R2
Z Z Z
6M
I= r2 dm = r3 drdr =
C R3 0 0 10

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Solucionário Moysés Vol I 7

Problema 6. Uma porta de 15 kg e 70 cm de largura, suspensa por dobradiças bem azeitadas, está aberta
de 90º, ou seja, com seu plano perpendicular ao plano do batente. Ela leva um empurrão na beirada aberta,
com impacto equivalente ao de uma massa de 1 kg com velocidade de 2, 5 m/s. Quanto tempo ela leva para
fechar-se?
Solução. Vamos primeiro calcular o momento de inércia de uma porta de dimensões a × b.
y

a x

Supondo que ela esteja girando no sentido horário ao redor do eixo y. Tome um quadradinho de massa dm:
M
dm = · dxdy
ab
Logo, queremos:
b a
M a2
Z Z Z
2 M
Ip = r dm = x2 dxdy =
C ab 0 0 3
Com isso, podemos olhar a conservação do momento angular:

mva = Iω
M a2
Portanto, sabendo que I = :
3
3mva
ω= ≈ 0, 714 rad/s
M a2
Logo, podemos concluir que:
2π T π
T = ∴ = ≈ 2, 2 s
ω 4 2 · 7.14
Problema 7.Uma mesa de coquetel tem um tampo giratório, que é uma tábua circular de raio R e massa M,
capaz de girar com atrito desprezı́vel em torno do eixo vertical da mesa. Uma bala de massa m ¡¡ M e velocidade
v, disparada por um convidado que abusou dos coquetéis, numa direção horizontal, vai-se encravar na periferia
da tábua.
(a) Qual é a velocidade angular de rotação adquirida pela tábua?
(b) Que fração da energia cinética inicial é perdida no impacto?

Solução.
(a) Conservando o momento:

M R2
 
2 2mv
mRv = Iω = + mR ω ∴ ω ≈
2 MR

(b) Além disso, calculando a variação da energia cinética:

mv 2 M R2 (M + m)(ωR)2 mv 2
   
2m
∆K = − + mR2 ω 2 − = 1−
2 2 2 2 M

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Solucionário Moysés Vol I 8

Problema 8. Um alçapão quadrado de lado a e massa M , está levantado verticalmente, em equilı́brio sobre
as dobradiças, quando é levado a cair por uma ligeira trepidação. Desprezando o atrito, que velocidade angular
terá adquirido ao bater no chão?

Solução. Primeiro, veja a problema 6, pois lá tem a conta certa do momento de inércia do alçapão. Com
isso, apenas vou fazer as contas sem me preocupar com provar o momento de inércia.

Conservando a energia:

mga Iω 2
Ei = (Olhando para o centro de massa) e Ef =
2 2
Portanto, r
M ga M a2 ω 2 3g
= ⇐⇒ ω =
2 6 a

Problema 9. Calcule o efeito da massa M da polia, de raio


R, sobre o sistema do Problema 4.12 (Figura): a massa m,
que desliza sem atrito, está ligada à massa suspensa m′ pelo
fio que passa sobre a polia. Determine

(a) a aceleração a do sistema;

(b) as tensões T e T ′ nos fios ligados a m e m′ .

Solução. Essa questão será bem instrutiva, pois com a ideia dela, as demais sairão sem muito mais resistência.
(a) Primeiro, vamos conservar a energia. Suponha que o bloco m′ caiu uma altura h e ele esteja com velocidade
v:
m′ v 2 mv 2 Iω 2
∆E = 0 =⇒ −m′ gh + + + =0
2 2 2
M R2
Portanto, sabendo que I = :
2  
′ 2 ′ M
2m gh = v m +m+
2
Logo, podemos derivar a equação em relação à t:

dv 2
 
′ dh ′ M
2m g = m +m+
dt dt 2

Entretanto, veja que:


dh dv 2 dv
=v e = 2v = 2va
dt dt dt
Assim, podemo concluir que:

m′ g
 
M
2m′ gv = 2va m′ + m + ⇐⇒ a =
2 M
m′ + m +
2
(b) Para terminar, veja que é apenas fazer conta com a lei de newton, então irei omitir a conta e dar o resultado.

M m′ g
mm′ g + mm′ g
T = ′
e T = 2
M M
m′ + m + m′ + m +
2 2

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Solucionário Moysés Vol I 9

Problema 10. Um bloco de massa m, que pode deslizar


com atrito desprezı́vel sobre um plano inclinado de inclinação
θ em relação à horizontal, está ligado por um fio, que passa
sobre uma polia de raio R e massa M , a uma massa m′ > m
suspensa (Figura). O sistema é solto em repouso. Calcule,
por conservação da energia, a velocidade v de m′ após cair de
uma altura h.

Solução. Como citado anteriormente, vamos usar a mesma ideia.


Conservando a energia:

mv 2 m′ v 2 Iω 2
∆E = 0 =⇒ −m′ gh + mghsin(θ) + + + =0
2 2 2
M R2
Sabendo que I = :
2
v
′ mv 2 m′ v 2 M v2 u 2m′ gh − 2mghsin(θ)
−m gh + mghsin(θ) + + + = 0 ⇐⇒ v = u
2 2 4
t M
m + m′ +
2
Problema 11. Prende-se ao teto a ponta de uma fita
métrica leve, enrolada num estojo circular de massa m e raio
r, e solta-se o estojo em repouso (Figura).

(a) Calcule a aceleração linear do estojo.

(b) Calcule a tensão da fita.

(c) Calcule a velocidade linear do estojo depois que um com-


primento s da fita se desenrolou. Verifique a conservação da
energia.

Solução.
(a) Vamos seguir o modus operandi básico, vamos apenas conservar a energia:

mv 2 Iω 2
∆E = 0 =⇒ −mgh + + =0
2 2
mr2
E, mais uma vez, I = :
2
mv 2 mv 2
mgh = + ⇐⇒ 4gh = 3v 2
2 4
Podemos derivar em relação à t (qualquer dúvida, olhe para a solução do problema 9).
2g
4gv = 6av ⇐⇒ a =
3
(b) Sabemos que
2mr2 g mg
τ = Iα e τ = T r ∴ T = =
6r2 3
(c) Finalmente, veja que o item (c) foi o primeiro que fizemos:
s√
3gs
3v 2 = 4gs ⇐⇒ v = 2
3

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Solucionário Moysés Vol I 10

Problema 12. Uma fita leve está enrolada em volta de um


disco circular de massa m e raio r, que rola sem deslizar
sobre um plano inclinado áspero de inclinação θ. A fita passa
por uma roldana fixa de massa desprezı́vel e está presa a um
corpo suspenso de massa m′ (Figura). Calcule:

(a) a aceleração a da massa m′ ;

(b) a tensão T na fita.

Solução.
(a) Mais uma vez, conservando a energia:
mv 2 m′ v 2 Iω 2 mr2
∆E = 0 =⇒ −m′ gh + mghsin(θ) + + + e I= =⇒
2 2 2 2
=⇒ 4h(m′ h − mhsin(θ)) = v 2 (3m + 2m′ )
E podemos derivar em relação à t (qualquer dúvida, olhe para a solução do problema 9).
2(m′ h − mhsin(θ))
4v(m′ h − mhsin(θ)) = 2av(3m + 2m′ ) ⇐⇒ a =
3m + 2m′

(b) Para calcular a tensão na fita, veja que apenas precisamos olhar para o torque:
τ = Iα e τ = T r
Fazendo com que
2M r2 (m′ h − mhsin(θ)) M (m′ h − mhsin(θ))
T = =
2(3m + 2m′ )r2 (3m + 2m′ )

Problema 13. Uma haste metálica delgada, de compri-


mento d e massa M, pode girar livremente em torno de
um eixo horizontal, que a atravessa perpendicularmente, à
distância d/4 de uma extremidade. A haste é solta a partir
do repouso, na posição horizontal.

(a) Calcule o momento de inércia I da haste com respeito ao


eixo em torno do qual ela gira.

(b) Calcule a velocidade angular ω adquirida pela haste após


(Figura) ter caı́do de um ângulo θ, bem como a aceleração
angular α.

Solução.
(a) Vamos botar a mão na massa!
M
dm = dr
d
Logo, !
3d
7M d2
Z Z
2 M 4
2
I= r dm = r dr =
C d −d
4
48
(b) Pela conservação de energia:
M gdsin(θ) Iω 2 24gsin(θ)
0=− + ⇐⇒ ω 2 = =⇒
4 2 7d
derivando em relação à t:
24gcos(θ)ω 12gcos(θ)
2ωα = =⇒ α =
7d 7d

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Solucionário Moysés Vol I 11

Problema 14. Uma roda cilı́ndrica homogênea, de raio R


e massa M , rola sem deslizar sobre um plano horizontal,
deslocando-se com velocidade v, e sobe sobre um plano incli-
nado de inclinação θ, continuando a rolar sem deslizamento
(Figura). Até que altura h o centro da roda subirá sobre o
plano inclinado?

Solução. vamos apenas conservar a energia.

M v2 Iω 2
M gR + + = M gh
2 2
M R2
Entretanto, veja que I = , resultando em:
2
3v 2
h=R+
4g

Problema 15. Uma bola homogênea de raio r rola sem deslizar desde o topo de um domo hemisférico de raio
R.
(a) Depois de percorrer que ângulo θ em relação à vertical a bola deixará a superfı́cie?
(b) Com que velocidade v isso acontece?

Solução.
(a) Vamos, inicialmente, conservar a energia:

mv 2 Iω 2
mg(R + r) = mg(R + r)cos(θ) + +
2 2
2mr2
Sabendo que I = :
5
7mv 2
mg(R + r)(1 − cos(θ)) = (∗)
10
Para finalizar, vamos analisar a força centrı́peta.

mv 2
Fcp = = mgcos(θ) (∗∗)
(R + r)

Dessa forma,  
7cos(θ) 10 10
1 − cos(θ) = ⇐⇒ cos(θ) = ⇐⇒ θ = arccos
10 17 17
Assim, resultando em: r
10(R + r)g
v=
17

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Solucionário Moysés Vol I 12

Problema 20. Calcule a magnitude da força F hori-


zontal que é preciso aplicar, em direção ao eixo O, para
conseguir que um tambor cilı́ndrico de massa M e raio
R suba um degrau de altura d < R (Figura).

Solução. Basta analisar a condição de equilı́brio. Perceba que na iminência e analisar o torque na equina da
escada: p
⃗τ = ⃗0 =⇒ Fmı́n · (R − d) = mg R2 − (R − d)2
Pois na situação de iminência, a normal da bola com o piso é 0. Assim, as únicas forças que atuam são o peso
e F. √
p mg 2Rd − d2
Fmı́n · (R − d) = mg R2 − (R − d)2 ∴ Fmáx =
R−d

Problema 21. Uma escada uniforme de comprimento l e massa M , apoiada sobre o chão, com coeficiente de
atrito estático µe , está encostada a uma parede lisa (atrito desprezı́vel), formando um ângulo θ com a parede.
Para que domı́nio de valores de θ a escada não escorrega?

Solução. Analisando o diagrama de forças:


y

N2

Mg

N1
Fat x

Podemos analisar o torque. Analisando o torque no ponto de contato com o chão numa situação crı́tica:

M glsin(θ) M gtan(θ)
= N2 lcos(θ) =⇒ N2 =
2 2
Agora, veja que temos equilı́brio, então a soma das forças é igual a 0:

N2 = Fat e M g = N1

Sabendo que Fat = µ · N1 , resultando em:

M gtan(θ)
= µ · M g =⇒ tan(θ) = 2µ ∈ [0, 2µe ]
2
Assim, temos que
θ ∈ [0, arctan(2µe )]

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