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(a) As leis fı́sicas são as mesmas em todos os referenciais inerciais (princı́pio da relatividade
restrita);
• o postulado (a) implica que as transformações de Galileu devem ser substituı́das e, con-
sequentemente, também as leis da mecânica de Newton!
• O postulado (b) implica que as novas transformações devem prever a contração do espaço
e a dilatação do tempo:
Δx
v=
Δt
Para que v não seja maior que c, ou Δx diminui, ou Δt aumenta, ou as duas coisas acontecem
simultaneamente!
Veremos adiante que estes dois fenômenos acontecem, e isso significa uma quebra do conceito
de espaço e tempo absolutos da mecânica de Galileu.
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2.1.2 Transformações de Lorentz
O raio R da frente de onda no referencial S cresce com o tempo, sendo dado por R = ct, e
o raio R� da frente de onda no referencial S � cresce com o tempo, sendo dado por R� = ct� . As
seguintes relações devem ser satisfeitas:
R 2 = x2 + y 2 + z 2 = c 2 t2
x2 + y 2 + z 2 − c2 t2 = 0 ⇐⇒ x�2 + y �2 + z �2 − c2 t�2 = 0
a) O movimento relativo só ocorre na direção x, portanto nada acontece nas direções dos
eixos y e z. Por simetria, podemos inferir que os eixos y, z e y � , z � são idênticos, portanto
a21 = a23 = a24 = 0 e a22 = 1. Da mesma forma para o eixo z, portanto a31 = a32 = a34 = 0 e
a33 = 1. Restando apenas:
c) O tempo t� nao deve depender de y e z, devido a isotropia do espaço (+y, −y), (+z, −z).
Portanto:
a42 = 0 , a43 = 0 =⇒ t� = a41 x + a44 t
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d) O ponto O� (x� = 0, y � = 0, z � = 0) se move com velocidade u para a direita, portanto
temos que x = ut visto de S e:
0 = a11 x + a14 t
a14
x = − t = ut
a11
a14
u=− =⇒ a14 = −a11 u
a11
Dessa forma:
x� = a11 x − a11 ut = a11 (x − ut)
t� = a41 x + a44 t
Resta-nos determinar a11 , a41 e a44 .
Portanto:
x� = γ(x − ut)
y� = y
Transformações de Lorentz
z� = z
� �
� u
t = γ t − c2 x
γ é real se β < 1. Portanto c é a velocidade limite. As transformações inversas são:
x = γ(x� + ut� )
y = y�
z = z�
� u ��
�
t = γ t + 2x
c
onde γ = √ 1 e β ≡ uc .
1−β 2
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Figura 2b
S S’
y y’
u
x’
O’
O x
z’
z
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2.1.3 Limite de Galileu
O limite de baixas velocidades corresponde às transformações de Galileu. Para ver isso, faça
u << c, que corresponde a β << 1 e assim podemos usar a aproximação por taylor:
1 1
γ = (1 − β 2 )− 2 ≈ 1 + β 2 + ...
2
e portanto:
x� ≈ x − ut.
Com isso a equação do tempo fica:
� � � �
� ux u vx
t ≈t 1− 2 ≈t 1− ≈t
c t c c
x� ≈ x − ut
y� ≈ y
z� ≈ z
t� ≈ t
x ≈ x� + ut�
y ≈ y�
z ≈ z�
t ≈ t�
Uma barra tem comprimento L0 no referencial S � , tal que L0 ≡ x�2 − x�1 . Qual é o compri-
mento L = x2 − x1 observado em S?
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Das transformações de Lorentz:
� ux �
Δx = γ(Δx� + ux Δt� ) Δt = γ Δt� + 2 Δx�
� c �
ux
Δx� = γ(Δx − ux Δt) �
Δt = γ Δt − 2 Δx
c
Temos uma maneira difı́cil e outra fácil de responder à pergunta formulada acima.
L ≡ x2 − x1 = Δx = γ(Δx� + ux Δt� )
= γ(L0 + ux Δt� )
� � ux ��
= γ L0 + ux γ Δt − 2 Δx
c
u2x 2
= γL0 − 2 γ Δx + ux γ 2 Δt
c
Δt = t2 − t1 = 0, pois a medida das extremidades x2 e x1 em S devem ser simultâneas!
Portanto:
u2x 2
L = γL0 − γ L
c2
= γL0 + (1 − γ 2 )L
= γL0 + L − γ 2 L → γ 2 L = γL0
L0
L=
γ
A barra se contrai por um fator γ1 .
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Em S � o relógio está parado, Δx� = 0.
Em S o relógio se move, Δx �= 0.
Maneira difı́cil:
� ux �
�
Δt = γ Δt − 2 Δx
� c � ��
ux ✟✯
✟�
0 �
t0 = γ t − 2 γ ✟ Δx + ux Δt
c
2
2 ux
= γt − γ 2 t0
c
= γt + (1 − γ 2 )t0
= γt + t0 − γ 2 t0
γ 2 t0 = γt
t = γt0
Ou:
0 = γ(Δx − ux Δt)
Δx = ux Δt
� ux �
Δt� = γ Δt − 2 Δx
c
� ux �
t 0 = γ t − 2 ux t
� c 2�
u
t0 = γt 1 − 2x
c
� �� �
1
γ2
t = γt0
Maneira fácil:
� t0 �
✯
✟ ✯0
ux ✟✟
Δt
���� =γ Δt✟
✟ �
Δx�
+ 2✟
c
visto em S
t = γt0
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Exemplo de contração do espaço e dilatação do tempo: Decaimento do múon, µ.
Estas partı́culas são produzidas na alta atmosfera (∼ 10.000m) quando raios cósmicos vindos
do Sol se chocam com moléculas de ar.
τ = t0 = 2, 2 × 10−6 s
d = ut0 ≈ 659m
Portanto, visto da Terra o tempo de vida médio do µ deve se dilatar, t = γt0 = 3, 32×10−5 s.
Desta forma ele pode percorrer uma distância:
d = ut = 9931m,
que é suficiente para atingir o solo, do ponto de vista de quem está no solo.
Para o µ (que está parado) é a Terra que se aproxima, portanto a distância L0 entre a alta
atmosfera e o solo deve se contrair:
L0
L= = 663m,
γ
portanto do ponto de vista do muon também é possı́vel percorrer uma distância suficiente para
chegar ao solo.
2.4 Simultaneidade
�
Dois eventos que são simultâneos em S � (Δt
� ��= 0�), não serão simultâneos em S (Δx �= 0):
Δx� �=0
� �
✯
✟ 0 ux
Δt = γ Δt✟
✟ �
+ Δx�
c2
ux
Δt = γ Δx� Somente se Δx� = 0 (mesmo lugar em S � ) então Δt = 0.
c2
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