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Pós-Graduação em Matemática
Mestrado em Matemática
Teresina - 2011
Antonio Kelson Vieira da Silva
Dissertação de Mestrado:
de Mestre em Matemática.
Orientador:
Teresina - 2011
S586p Silva, Antonio Kelson Vieira da
68f. 3il.
(Matemática). I. Título
CDD 516.36
i
Agradeço, primeiramente, a Deus, pois foi quem primeiro me amou, dando-me a graça do
dom da vida. Ele que é Pai, criador de todas as coisas, Filho, nosso salvador e Espírito
Santo, consolador. Sem ele nada disso teria sentido e não poderia ser realizado. A Nossa
Senhora, nossa mãe e mãe de Deus, por ter me acolhido como lho, intercedido por mim
À minha mãe Vanda, por ter me gerado com amor e carinho, me educado desde criança
e criado segundo os bons costumes. Ao meu pai, Antonio, por ter me criado, educado
e zelado por mim, com amor e dedicação. Agradeço a ambos, que juntos deram a mim
À minha família, com quem cresci e vivi, sempre com muita alegria e amor. Aos meus
avós, Otávio, Maria da Conceição, Domingos e Maria das Dores (em memória). A meus
tios Fernando, Manuel, Amarildo, Domingos e "Nego". A minhas tias Fátima Sousa,
Fátima Vieira, Ducarmo, Dora, Graça, Conceição, Francisca, Valnice e Socorro. Aos
meus primos e irmãos, Alisson, Diego, Rafael, Tiago e Talysson. A minhas primas e
À Vilmara, que por quase 2 anos tem me suportado, literalmente, especialmente nos
últimos 6 meses antes da defesa da dissertação. Obrigado pela força, pelo apoio, pela
A todos os meus amigos do bairro São João, em especial a "galera da esquina", que de
várias formas contribuíram para esse momento, onde me incentivavam a estudar, jogar
Aos meus grandes amigos e guerreiros do saudoso colégio Humanos. A Givaggo, Deângeles
ii
iii
que ninguém imaginaria abandonar a matemática, e a Anderson Gomes que, pelo menos
ainda, não abandonou o "verdão" Palmeiras e me faz companhia no jejum de títulos. Por
m, aos que tiveram o prazer de assistirem aula comigo, seja de matemática, com os mini
À turma do antigo CEFET-PI, pela amizade, brincadeiras, ideias de estudo, pelos inter-
clássicos, peças teatrais, lmes no clube dos diários, almoços no refeitório, e tanta loucura
Aos amigos e irmãos da Renovação Carismática Católica, que me fez conhecer um novo
zeram levar esse amor a tantos outros, para que juntos pudéssemos sonhar com um
UFPI, com suas provas de 4 horas, questões "impossíveis" , mas que sempre encorajou a
Ao professor Mário Gomes, pois foi quem me direcionou para uma iniciação cientíca e
graduação e por este ano no mestrado, se dispondo a tirar minhas dúvidas, explicando o
Aos professores Barnabé e Fábio Montenegro, por terem aceitado o convite de participar
Aos professores Xavier, Paulo Alexandre, Barnabé, Paulo Sérgio, Sissy, Juscelino,
Humberto, Jurandir (esse aqui é prossional!), Roger, Liane, Marcondes, Isaias, Benício,
Jennilson, George (o Galego), Diogo, etc. A todos que fui conhecendo ao longo do
curso e aos que lutaram comigo nas disciplinas de mestrado, como Ítalo, Fracianne, Alex,
Por m, mas não menos importante, agradeço a todos os funcionários dos Restaurantes
Universitários (RU's), que, com paciência, trabalho e dedicação, contribuíram para minha
alimentação e nutrição durante esses 4 anos e 6 meses que estive estudando na UFPI.
v
dos são extensões de resultados clássicos obtidos por Cheng, Faber-Krahn, Lichnerowicz-
baseia-se no artigo "First eigenvalue for the p-Laplace operator " de Ana-Maria Matei
vi
Abstract
In this dissertation, estimates are studied for the rst eigenvalue of the operator p-
Cheeger and Buser for the Laplace-Beltrami operator. The analysis presented here is
based on the article " First eigenvalue for the p-Laplace operator " Ana-Maria Matei
vii
Sumário
Resumo vi
Abstract vii
Introdução 1
1 Denições Básicas 4
1.1 Volume . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Curvaturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2 Noções Preliminares 15
2.1 Fórmula de Weitzenböck . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Laplaciano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
viii
Introdução
mática de muitos fenômenos físicos, como a equação da onda, equação do uxo do calor,
equação da membrana vibrante, etc. Seu uso em problemas matemático são inúmeros.
pectro de ∆ entre duas variedades, considerando-se algumas hipóteses como condições das
curvatura destas variedades.
f(x) = 0, x ∈ ∂Ω
operador ∆p tem aparecido em vários modelos físicos, relacionados à dinâmica dos uidos.
A tensão de cisalhamento
−
→
τ e o gradiente de velocidade ∇f estão relacionados de modo
que
−
→
τ = r(x)∥∇f∥p− ∇f, 2
onde para p= 2 (respectivamente, p< 2 e p> 2) se o uido
estudo de uxo através de meios porosos (para p = 3/2), elasticidade não linear ( p > 2)
e glaciologia ( p ∈ (1, 4/3]) [18].
Com isso, vem-se tentando estender resultados clássicos da teoria elítica do Laplaciano
∆p f = λ|f|p− f.
2
1
O número real λ é dito um autovalor de ∆p associado à autofunção f (para mais detalhes
conferir [20]). Um fato interessante é que mesmo ∆p não sendo linear (pois não é aditivo,
= −|c|p− c 2
div (∥∇f∥p− ∇f) 2
= |c|p− c λ|f|p− f
2 2
= λ|cf|p− (cf). 2
x 0 e raio r
0 em M, Vm (k, r ) 0 a bola de raio r 0 em Mk , por λ 1 o tom fundamental do
isto é, considerando apenas funções que se anulem no bordo. Disso, temos os seguintes
r ∈ (0, dM )
0
Teorema 0.2. (Faber − Krahn [1]). Seja Mm compacta. Suponha que existe uma cons-
tante positiva k tal que ricM > (m − 1)k. Seja Ω um domínio em M e Ω∗ uma bola
geodésica na esfera Euclidiana m-dimensional de curvatura seccional constante igual a k,
k , tal que
Sm
(Ω)
Vol Vol(Ω∗ )
m
= m
.
Vol(M ) Vol(S )
k
2
Então,
µ (Ω) > µ (Ω∗ ).
1 1
Ω∗ .
Teorema 0.3. (Lichnerowicz − Obata [7]). Se existe k > 0 tal que ric
M
> (m − 1)k,
então,
λ (Mm ) > λ (Sm
1 k ). 1
estimativa
λ (M) > (m − 1)k.
1
Voln−1 (∂Ω)
hM := inf .
Ω⊂M Vol(Ω)
λ (M) 6
1 .
(m − 1)m− dM 1 2
Teorema 0.7. (Buser [6]). Se ricM > −(m − 1), então existe uma constante c = c(m),
dependendo de m, tal que
λ (M) 6 c(hM + hM ).
1
2
resultados da teoria de comparação e de análise funcional que nos a judarão nessa tarefa.
3
Capítulo 1
Denições Básicas
Neste capítulo iremos estabelecer as notações a serem usadas e recordar de alguns conceitos
alguns dos resultados não serão feitas, mas em todo o texto cará clara a referência para
1.1 Volume
4
Capítulo 1. Denições Básicas 5
(ii) supp ψα ⊂ Uα .
Se M for uma variedade suave e cada função ψα também for suave, diremos que tal
partição da unidade é suave.
Dada (M, g) uma variedade Riemanniana n-dimensional suave, seja {(Ωα , φα )}α∈A
um atlas suave sobre M. Pelo Teorema 1.1, obtemos uma partição da unidade suave,
∫ ∑∫ ( )( )
√
fdνg = f ◦ φα
−
ψα ◦ φα
1 −
|g|dx,
1
limitado, então
∫
dνg = Vol(Ω).
Ω
É imediato, a partir da denição acima, que o gradiente de uma função suave é unicamente
j=1
⟨∑
n ⟩
Xi (f) = ⟨∇f, Xj ⟩ = ai Xi , Xj = aj .
i=1
Logo
∑
n
∇f = Xi (f)Xi .
i=1
⟨∇(fg), X⟩ = X(fg) = X(f)g + fX(g) = ⟨∇f, X⟩g + f⟨∇g, X⟩ = ⟨g∇f + f∇g, X⟩.
∇(ϕ ◦ f) = ϕ ′ (f)∇f.
⟨∇(ϕ ◦ f)(p), v(p)⟩ = (ϕ ◦ f ◦ α)(t)
d
dt
t=0
= ϕ ′ (f(p)) (f ◦ α)(t)
d
dt
t=0
′
= ϕ (f(p))⟨∇f(p), v(p)⟩
= ⟨ϕ ′ (f(p))∇f(p), v(p)⟩
div X : M −→ R
p 7−→ (div X)(p) = tr{υ 7−→ (∇υ X)(p)}
∑
n
( )
div X= Xi (ai ) − ⟨∇Xi Xi , X⟩ . (1.3)
i=1
Demonstração:
Pela denição de divergência de um campo vetorial, temos
∑
n ∑
n
div X= ⟨∇Xi X, Xi ⟩ = Xi ⟨X, Xi ⟩ − ⟨X, ∇Xi Xi ⟩ =
i=1 i=1
∑
n
( )
= Xi (ai ) − ⟨X, ∇Xi Xi ⟩
i=1
i=1
Demonstração:
∑
n
Pela proposição 1.1, temos que ∇f = Xi (f)Xi . Agora, segue da denição de
i=1
laplaciano de uma função e da proposição 1.4 que
∑
n
( ⟩) ( ) ∑
n
(1.1 )
−∆f = div (∇f) = Xi (Xi (f)) − ⟨∇Xi Xi , ∇f = Xi (Xi (f)) − (∇Xi Xi )(f) .
i=1 i=1
( ) ( )
Hess f p (υ) = ∇X ∇f (p).
−∆f = div (∇f) e o div (∇f) é uma função real em M. Para tanto, seja U⊂M uma
( ) ⟨( ) ⟩ ⟨( ) ⟩
tr Hess f p = Hess f p (Xi ), Xi = ∇Xi ∇f , Xi p =
( )
= div ∇f (p) = −∆f(p).
1.3 Curvaturas
∂
Xi = ∂xi
. Como [Xi , Xj ] = 0, obteremos
l l
∑ ∑
R(Xi , Xj )Xk = ∇Xj ∇Xi Xk − ∇Xi ∇Xj Xk = ∇Xj Γik
l
Xl − ∇Xi Γjk
l
Xl =
∑[ ] l ∑[ ]
l
∑[ ]
l l
∑ ∑
l l
= Xj (Γik )Xl + Γik Γjls Xs − l
Xi (Γjk )Xl − l
Γjk s
Γil Xs =
s s
∑[ ∂ ∑( )]
l
s ∂ s l s l s
= (Γ ) − (Γ ) + Γik Γjl − Γjk Γil Xs .
s
∂xj ik ∂xi jk l
f, g ∈ C∞ (M), X 1 , X , Y , Y ∈ X(M).
2 1 2
(ii) Para todo par X, Y ∈ X(M), o operador curvatura R(X, Y) : X(M) −→ X(M) é
C∞ (M)-linear, isto é,
f ∈ C∞ (M), Z, W ∈ X(M).
onde {x, y} é uma base qualquer de σ e | x ∧ y | = ⟨x, x⟩⟨y, y⟩ − ⟨x, y⟩ é a área do parale-
2 2
para todo ponto p∈M e para todo plano σ ⊂ Tp M, K(σ) = K 0 temos que o tensor de
curvatura de M, RK 0
, é dado simplesmente por
tria relativamente simples e bem conhecida. Servem como espaços modelo para geometria
RicM M
p (x) = ric (x, x)(p). (1.8)
Se {z 1, ..., zn− , zn = x}
1 for uma base ortonormal de Tp M, então (ver [12]), a curvatura
Ricci pode ser escrita como
∑1
n−
RicM
p (x) = ⟨R(x, zi )x, zi ⟩. (1.9)
i=1
Capítulo 1. Denições Básicas 13
∑
n
Mk
ric (X, Y)(p) = ⟨R(X, Xi )Y , Xi ⟩
i=1
∑
n
= ⟨k(⟨X, Y⟩Xi − ⟨Xi , Y⟩X), Xi ⟩
i=1
∑n
=k ⟨⟨X, Y⟩Xi − ⟨Xi , Y⟩X, Xi ⟩
i=1
∑n
( )
=k ⟨X, Y⟩⟨Xi , Xi ⟩ − ⟨Xi , Y⟩⟨X, Xi ⟩
i=1
∑n ∑
n
=k ⟨X, Y⟩ − k ⟨Xi , Y⟩⟨X, Xi ⟩
i=1 i=1
= kn⟨X, Y⟩ − k⟨X, Y⟩
RicM
p (X) = ric
k Mk
(X, X) = k(n − 1)⟨X, X⟩ = k(n − 1).
ric
M
> C,
quando
ric
M
(X, X)(p) > C⟨X, X⟩,
denida por
∑
n
K(p) = RicM
p (zj ). (1.10)
j=1
Denição 1.15. (Ponto de Mínimo, Cut Point, Cut Locus) Seja M uma variedade
Riemanniana completa, seja p ∈ M e seja γ : [0, ∞) −→ M uma geodésica normalizada
com γ(0) = p. Em [12] vê-se que se t > 0 é sucientemente pequeno dist(γ(0), γ(t)) = t,
ou seja, γ([0, t]) é uma geodésica minimizante. Ademais, se γ(t ) não é minimizante, o
1
mesmo se passa para todo t > t . Por continuidade, o conjunto dos números t > 0 para os
1
quais dist(γ(0), γ(t)) = t é da forma [0, t ] ou [0, ∞). Se Iγ = {t > 0; dist(γ(0), γ(t)) = t}
0
ligando γ(t ) a γ(t ). Chamaremos de cut locus de p o conjunto dos pontos mínimos
1 2
TxM
0
exp x
0
x0
M
Noções Preliminares
s=1
onde
fi = Xi (f) = ⟨∇f, Xi ⟩
e Rsijk são os coecientes do tensor de curvatura R, com relação o referencial {Xi }ni= , 1
dados por
∑
n
R(Xi , Xj )Xk = Rsijk Xs .
s=1
em p. Denotaremos
fi = Xi (f) = ⟨∇f, Xi ⟩.
15
Capítulo 2. Noções Preliminares 16
∑
n
∥∇f∥ = 2 2
fi .
i=1
∂ ∑n ∑n
2 2 2
(∥∇f∥ )j = j (∥∇f∥ ) = ( fi )j = 2 fi fij ,
∂x i= i= 1 1
isto é,
1
∑
n
2
(∥∇f∥ )j = fi fij .
2
i=1
Derivando a expressão acima, novamente em relação a j,
1
∑
n
2 2
(∥∇f∥ )jj = (fij + fi fijj ).
2
i=1
1 1
∑
n n ∑
∑ n ∑
n
2 2 2 2
− ∆(∥∇f∥ ) = (∥∇f∥ )jj = (fij + fi fijj ) = (fij + fi fijj ). (2.2)
2 2
j=1 j=1 i=1 i,j=1
Como o Hessiano é um 2-tensor covariante simétrico temos fij = fji e portanto fijj = fjij .
Assim, pela Identidade de Ricci (lema 2.1),
∑
n
fijj = fjij = fjji + Rkiji fs .
k=1
1
∑
n
− ∆(∥∇f∥ ) = 2
[fij + fi (fjji + Rkiji fs )].
2
2
i,j,k=1
Portanto,
1
∑
n ∑
n ∑
n
2
− ∆(∥∇f∥ ) = 2
fij + fi fjji + Rkiji fk fi
2
i,j=1 i,j=1 i,j,k=1
∑n ∑n
= |Hess f| − 2
fi (∆f)i + Rki fk fi
i=1 i,k=1
∑
n
= |Hess f| − ⟨∇f, ∇(∆f)⟩ +
2
ric
M
(Xk , Xi )fk fi
i,k=1
(∑
n ∑
n )
= |Hess f| − ⟨∇f, ∇(∆f)⟩ + ric
2 M
Xk fk , Xi fi
k=1 i=1
Denição 2.1. Seja M uma variedade Riemanniana. Para cada subvariedade aberta
Ω ⊂ M, com fecho compacto e fronteira suave denimos a constante de Cheeger, hM ,
por
Voln−1 (∂Ω)
hM = inf .
Ω Vol(Ω)
m-dimensional de volume.
∫ ∫ sup f ∫
ϕ∥∇f∥dV = d t ϕdAt . (2.4)
Ω 0 Γ (t)
Então
Voln−1 (∂Ω) > Voln− (∂Ω∗ ) 1
e a igualdade vale se, e somente se, existe uma isometria de M em Mk que envia Ω em
Ω∗ .
Então
Vol(B(x , r )) 6 Vol(Vm (k, r )).
0 0 0
Nesta seção veremos alguns elementos de análise funcional que usaremos no próximo
Denição 2.5. (Espaço Reflexivo). Seja E = (E, ∥·∥) um espaço normado e (E∗∗ , ∥·∥∗∗ )
seu espaço bidual. Dena a aplicação canônica J : E −→ E∗∗ por J(x)f := f(x), para todo
x ∈ E, f ∈ E∗ . Tal aplicação é uma isometria ente E e E∗∗ , isto é, ∥J(x)∥∗∗ = ∥x∥. Se a
aplicação canônica J for sobrejetiva diremos que E é um espaço reexivo.
Denição 2.6. (Convegência fraca). Seja E = (E, ∥·∥) um espaço de Banach. Diremos
que uma seqência (xn )n∈N em E, converge fracamente para x em E se f(xn ) converge
para f(x), para todo funcional linear contínuo f ∈ E∗ .
Proposição 2.2. (Propriedades da convegência fraca). Seja (xn )n∈N uma sequência
do espaço de Banach (E, ∥ · ∥).
então
sup ∥Φi ∥L(E F) < ∞.
,
i∈I
Proposição 2.3. Sejam E e F dois espaços de Banach e seja (Φn ) uma sequência em
L(E, F). Assuma que para todo f ∈ E, Φn (f) converge em F, quando n → ∞, para um
limite denotado por Φf. Se fn → f em E, então Φn (fn ) → Φ(f) em F.
uma constante real c tal que ∥Φn ∥ < c, para todo n ∈ N. Como fn → f em E, obtemos
Ao limite com n → ∞, obtemos que ∥Φn (fn ) − Φ(f)∥ → 0, ou seja, Φn (fn ) → Φ(f) em
Teorema 2.7. Seja E um espaço de Banach reexivo e seja (fn ) uma sequência limitada
em E. Então existe uma subsequência (fn ) que é fracamente convergente em E.
k
e Lp (Ω) := {f : Ω −→ R; f é mensurável e ∥f∥p < ∞}. Diremos ainda que uma sequência
fn : Ω −→ R converge em Lp (Ω) para f : Ω −→ R se limn→∞ ∥fn −f∥p = 0. Denotaremos
por Ck (Ω), k ∈ N o espaço das funções u : Ω −→ R continuamente diferenciáveis de
ordem k.
Teorema 2.8. Seja (X, µ) um espaço de medida e seja (fn ) uma sequência de funções
reais em X. Se fn converge uniformemente para uma função f : X −→ R, então fn
também deve convergir em medida para a mesma f.
Capítulo 2. Noções Preliminares 22
Teorema 2.9. Seja (X, µ) um espaço de medida e seja (fn ) uma sequência de funções
reais em X. Se fn converge na norma Lp (X) para uma função f : X −→ R, então fn
também deve convergir em medida para a mesma f.
Demonstração: Para cada n∈N e α> 0 dena o conjunto En (α) := {x ∈ X; |fn (x) −
f(x)| > α}. Então
∫ ∫ ∫
|fn − f| p
µ>
d |fn − f| p
µ>α
d
p
d µ = αp µ(En (α)).
X En (α) En (α)
Como α> 0, se limn→∞ ∥fn − f∥p = 0, então limn→∞ µ(En (α)) = 0. Ou seja, a conver-
Teorema 2.10. Seja (X, µ) um espaço de medida e seja (fn ) uma sequência de funções
reais em X. Se fn converge em medida para f : X −→ R, então existe uma subsequência
(fn ) que converge uniformemente para f.
k
Corolário 2.3. Seja (X, µ) um espaço de medida e seja (fn ) uma sequência de funções
reais em X. Se fn converge na norma Lp para f : X −→ R, então existe uma subsequência
(fn ) que converge uniformemente para f.
k
∫ (∫ ) 1 /p ( ∫ )
1 /q
|uv| 6 ∥u∥p ∥v∥q = |u|
p
|v|
q
.
M M M
Capítulo 2. Noções Preliminares 23
{ ∫ ∫ }
∂ϕ ∞
W (Ω) := u ∈ L (Ω); ∃{gi }i= ⊂ L (Ω) onde
p
1, P n p
u =−1
gi ϕ ∀ϕ ∈ C , ∀i . 0
Ω ∂xi Ω
(∫ ) 1 /p (∫ ) /p
1
∥u∥ 1, p := |f| p
νg
d + ∥∇f∥ p
νg
d .
M M
Exemplo 2.1. (Derivada fraca de |·|). A função u : [−1, 1] −→ R, dada por u(x) = |x|,
pertence a W p (R), onde, u ′ = sinal, sendo
1,
+1, se 0 < x 6 +1;
sinal(x) =
−1, se −1 6 x < 0.
Com efeito, para ϕ ∈ C∞ ([−1, 1]) qualquer, temos em particular que ϕ(−1) = ϕ(1) = 0.
0
Capítulo 2. Noções Preliminares 24
Logo
∫ 1
∫ 0
′
(|x|ϕ (x) + sinal(x)ϕ(x))dx = (|x|ϕ ′ (x) + sinal(x)ϕ(x))dx
−1 −1
∫ 1
+ xϕ(x) − ϕ(x)dx + ϕ(x)dx
0 0 0
= 0.
ou seja, ∫ ∫
1 1
′
|x|ϕ (x)dx = sinal (x)ϕ(x)dx.
−1 −1
Então existe uma sequência (fn ) em C∞ (Rn ) tal que fn|Ω converge para f em W p (Ω).
0
1,
Denição 2.13. (Função de Morse). Seja M uma variedade Riemanniana suave. Di-
zemos que f : M −→ R é uma função de Morse se f ∈ C∞ (M) e não possui pontos críticos
degenerados.
Obs 2.1. Se M for uma variedade Riemanniana compacta e f : M −→ R for uma função
de Morse, então f possui apenas uma quantidade nita de pontos críticos. Com efeito,
sendo f de Morse, podemos tomar uma vizinhança em torno de cada ponto crítico onde este
Capítulo 2. Noções Preliminares 25
é único. Se tais vizinhanças cobrirem M, pelo fato de M ser compacta, podemos extrair
uma subcobertura nita de vizinhanças desse tipo, donde f só possuiria uma quantidade
nita de pontos críticos, pela caracterização daquelas vizinhanças. O outro caso é trivial.
existe uma sequência (fn ) de funções de Morse que convergem para f em W p (Ω).
1,
Seja M uma variedade Riemanniana, suave, completa e sem bordo. O primeiro auto
{∫ ∫ }
∥∇f∥p dνg
λ p (M) = inf ∫
M
; f ∈ W
p
(M), f ̸= 0 e 1,
|f| fdνg = 0 .
p−
(3.1)
2
M |f| dνg
1,
p
M
∫
Denominaremos as funções f ∈ W
p
(M), f ̸= 0, tais que M |f|p− fdνg = 0, de funções
1, 2
admissíveis.
Agora, considerando o problema de Dirichlet para ∆p
∆p f(x) = µ|f|p− f, 2
x ∈ Ω,
f(x) = 0, x ∈ ∂Ω,
{∫ }
∥∇f∥p dνg
µ p (Ω) = inf ∫
Ω
; f ∈ W
1, p
(Ω), f ̸= 0 . (3.2)
Ω |f| dνg
1,
p
26
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 27
( ) ( )
µ 1, p B(x , r ) 6 µ
0 0 1, p Vm (k, r ) 0 .
mesmo argumento de [3], que f é radial, isto é, existe ϕ : [0, r ] −→ R 0 tal que f = ϕ ◦ rk ,
onde rk : Vm (k, r ) −→ R 0 é a função distância de Vm (k, r ) ⊂ Mk ,
0 em relação ao centro
de Vm (k, r ). 0 Note que f = ϕ ◦ rk está bem-denida, pois rk (Vm (k, r )) = [0, r ].0 0 Ainda
por [3], podemos assumir que f > 0, donde ϕ > 0. Seja r : B(x , r ) −→ R
0 0 a função
distância de B(x , r ) ⊂ M,
0 0 em relação a x 0. Veja que dist (·, x ) : M\Cut(x ) −→ R
0 0 é
B(x0 ,r0 )
Para u ∈ Tx M, |u| =
0
1, seja au := min {lu , r }, 0 onde expx
0
(lu u) é o cut point de x 0 ao
depois pelo teorema de Fubini e usando que ∇(ϕ ◦ r) = ϕ ′ ∇r (corolário 1.1), obtemos
∫ ∫ (∫ )
′ p m−
∥∇ϕ ◦ r∥ p
νg =
d |ϕ | t θ(tu)dt dσ 1
(3.4)
B(x0 ,r0 ) Sm−1 (0,au ]
e
∫ ∫ (∫ )
|ϕ ◦ r|
p
d νg = |ϕ| tp m−1
θ(tu)dt dσ, (3.5)
B(x0 ,r0 ) Sm−1 (0,au ]
( )
= µ p Vm (k, r ) fp− f
1, 0
2
( )
= µ p Vm (k, r ) fp− .
1, 0
1
( )
∆p f = −div ∥∇f∥p− ∇f 2
( ) ⟨ ( ) ⟩
= ∥∇f∥p− − div (∇f) − ∇ ∥∇f∥p− , ∇f
2 2
⟨ ( ) ⟩
= ∥∇f∥p− ∆f − ∇ ∥∇f∥p− , ∇f .
2 2
( )
∆f = −div (∇f) = −div ϕ ′ ∇r
( ) ⟨ ⟩
= ϕ ′ − div (∇r) − ∇ϕ ′ , ∇r
= ϕ ′ ∆r − ϕ ′′ ,
pois,
⟨ ⟩ ⟨ ⟩ ( ) ∂
∇ϕ ′ , ∇r = ∇ϕ ′ (r)∇r = ∇r ϕ ′ (r) = ϕ ′ (r) = ϕ ′′ (r) = ϕ ′′ .
∂r
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 29
Além disso,
⟨ ( ) ⟩ ⟨ ( ) ⟩
∇ ∥∇f∥p− , ∇f = ∇ |ϕ ′ |p− , ϕ ′ ∇r
2 2
⟨ ( ) ⟩
= ϕ ′ ∇ |ϕ ′ |p− , ∇r 2
( )
= ϕ ′ ∇r |ϕ ′ (r)|p− 2
∂ ( ′ p− )
= ϕ′ |ϕ (r)| 2
∂r
∂( ′ )
= ϕ ′ (p − 2)|ϕ ′ |p− |ϕ (r)| 3
∂r
= (p − 2)ϕ ′ |ϕ ′ |p− 3
sinal (ϕ ′ )ϕ ′′
= (p − 2)|ϕ ′ |p− ϕ ′′ . 2
Disso,
( ) ⟨ ( ) ⟩
µ p
1, Vm (k, r ) ϕp− = ∆p f = ∥∇f∥p− ∆f − ∇ ∥∇f∥p− , ∇f
0
1 2 2
( )
= |ϕ ′ |p− ϕ ′ ∆r − ϕ ′′ − (p − 2)|ϕ ′ |p− ϕ ′′
2 2
[ ]
= |ϕ ′ |p− ϕ ′ ∆r − ϕ ′′ − (p − 2)ϕ ′′2
[ ]
= |ϕ ′ |p− ϕ ′ ∆r − (p − 1)ϕ ′′ . 2
Usando [11]
m− ′
(θmk (tu)t ) 1
−∆r = m m−
θk (tu)t 1
= k
θm
k (tu)t
m− 1
m ′
θ (tu) m−1
= km + , (3.6)
θk (tu) t
donde
[ ( m )]
( ) p− ′ p− ′′ ′ θk (tu)
′
m−1
µ p Vm (k, r ) ϕ
1, = −|ϕ | 0 (p − 1)ϕ + ϕ 1
+ .
2
(3.7)
θm
k (tu) t
existe r ∈ (0, r ),
1 0 tal que, ϕ ′ (r ) > 0.
1 Como ϕ>0 em (0, r ) 0 e ϕ(r ) = 0,
0 obtemos que
ϕ(r ) − ϕ(r )
0 ϕ(r )
1 1
=− < 0.
r −r 0 r −r
1 0 1
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 30
rema do valor intermediário, existe r ∈ (r , r ), 1 2 tal que ϕ ′ (r) = 0. Uma contradição (ver
Figura 3.1 (b)). Logo ϕ′ < 0 em (0, r )0 (ver Figura 3.1 (a)).
.
0
.r0
.
0
.
r0
(a) (b)
Figura 3.1:
Agora, usando integração por partes para −ϕ e (−ϕ ′ )p− tm− θ(tu)
1 1
∫ au ∫ au
′ p m−1
[ ]
(−ϕ ) t θ(tu)dt = (−ϕ ′ ) (−ϕ ′ )p− 1
tm− θ(tu) dt =
1
0 0
[ ]au
= − ϕ(−ϕ ′ )p− tm− 1 1
θ(tu)
∫ au 0
{ [ ] [ ] ′}
− −ϕ (p − 1)(−ϕ ′ )p− (−ϕ) ′′ tm− θ(tu) + (−ϕ ′ )p− θ(tu)tm−
2
dt
1 1 1
∫ au 0
{ }
′ p−
[
′′ m−
] ′
[ ]
m− ′
6 ϕ(−ϕ ) − (p − 1)ϕ t 2
θ(tu) − ϕ θ(tu)t dt
1 1
∫ au 0
{ [ ′
]}
′ p− ′′ ′ θ(tu) m−1
= ϕ(−ϕ ) − (p − 1)ϕ − ϕ2
+ tm− θ(tu)dt, (3.8)
1
0
θ(tu) t
′
[ ]
onde na desigualdade usamos que ϕ (0) = 0 e que − ϕ(−ϕ ′ )p− tm− θ(tu) (au ) 6 0, 1 1
(θ(tu)tm− ) ′ (θm
k (tu)t
m− ′
1
) 1
m−
6 m m−
.
θ(tu)t θk (tu)t 1 1
Portanto,
{ ]} [
′ p−2 θ(tu) ′ m − 1 ′′ ′
(−ϕ ) − (p − 1)ϕ − ϕ +
θ(tu) t
{ [ m ′
]}
′ p− ′′ ′ θk (tu) m−1
6 (−ϕ ) 2
− (p − 1)ϕ − ϕ +
θm
k (tu) t
( ) p−
6 µ p Vm (k, r ) ϕ .
1, 0
1
(3.9)
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 31
∫ au ∫ au
′ p m−1
( )
(−ϕ ) t θ(tu)dt 6 µ p Vm (k, r ) 1, 0 ϕp tm− θ(tu)dt. 1
(3.10)
0 0
Portanto das equações (3.3), (3.4), (3.5) e (3.10), respectivamente, concluimos, integrando
(3.10) em Sm− 1
, que
( ) ( )
µ 1, p B(x , r ) 6 µ
0 0 1, p Vm (k, r ) 0 .
( ) ( )
Quando ocorre a igualdade µ 1, p B(x , r ) = µ
0 0 p
1, Vm (k, r ) 0 , obtemos, pelo argumento
acima, igualdade nas equações (3.8) e (3.9). Portanto au = r 0 para quase todo u e, por
2.5), B(x , r )
0 0 é isometrico a Vm (k, r ). 0
Demonstração: Sejam x ,x ∈ M
1 2 pontos maximalmente afastados, isto é, tais que
dist(x , x ) = dM ,
1 2 onde dM é o diâmetro de M. Daí, B(x , dM /2)1 e B(x , dM /2)
2 são
∫
( )
0 = div ϕi · ∥∇ϕi ∥p− ∇ϕi 2
d νg
∫M
[ ( ) ⟨ ⟩]
= ϕi div ∥∇ϕi ∥p− ∇ϕi + ∇ϕi , ∥∇ϕi ∥p− ∇ϕi dνg 2 2
∫B(xi dM / ) , 2
∫
= −ϕi ∆p (ϕi )dνg + ∥∇ϕi ∥p dνg
B(x d / ) B(xi dM / )
∫ i M ∫
, 2 , 2
( )
= −ϕi µ p B(xi , dM /2) |ϕi | ϕi dνg +
1,
p−
∥∇ϕi ∥p dνg 2
B(xi dM / ) B(xi dM / )
∫ ∫
, 2 , 2
( )
= −µ p B(xi , dM /2)
1, |ϕi |p dνg + ∥∇ϕi ∥p dνg
B(x d / ) B(xi dM / )
( ( )) ∫ i M
, 2 , 2
∫
dM
> −µ p Vm k, 1, |ϕi | dνg +
p
∥∇ϕi ∥p dνg ,
2 B(xi ,dM /2) B(xi ,dM /2)
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 32
( ∪ )
Como M\ B(x , dM /2) B(x , dM /2) = S(x , dM /2) = S(x , dM /2), ou seja, o con-
1 2 1 2
∪
junto B(x , dM /2) 1 B(x , dM /2) cobre M a menos de uma esfera geodésica de raio dM /2,
2
Assim, pela caracterização variacional do primeiro autovalor (ver expressão (3.1)) e por
ϕ + αϕ
1 2 ser uma função admissível,
∫ ∫
λ 1, p (M) |ϕ + αϕ |
1 2
p
νg 6
d ∥∇(ϕ + αϕ )∥p dνg
1 2
M
∫ M
∫
= ∥∇ϕ ∥ dνg + ∥α∇ϕ ∥p dνg
1
p
2
B(x dM / )
1, 2 B(x dM / ) 2, 2
( ( ))( ∫
eq ( )
. 3.11
dM
6 µ p Vm k, 1, |ϕ |p dνg + 1
2 B(x dM / )
) 1, 2
∫
+ |αϕ |p dνg 2
B(x dM / )
( ( 2,
)) ∫
2
dM
= µ p Vm k,
1, |ϕ + αϕ |p dνg . 1 2
2 M
Krahn
com curvatura de Ricci positiva (conra também [8]). Em 1999, Bhattacharya em [2]
fez isso para o p-Laplaciano no Rn . Aqui será apresentado a versão para uma variedade
Riemanniana compacta.
A igualdade vale se, e somente se, existe uma isometria de M em Sk que envia Ω em Ω∗ .
Obs 3.1. Quando M = Sk temos que, dentre todos os domínios com volume dado, as
bolas geodésicas são os que tem o menor primeiro autovalor do problema de Dirichlet para
o p-Laplaciano.
(corolário 2.5) é suciente mostrarmos que para qualquer função de Morse não negativa
sobre Ω, f ∈ C∞ (Ω),
0
vale ∫
∥∇f∥p dνg
∫
Ω
>µ p (Ω
∗
).
Ω |f| dνg
1,
p
Seja f tal função. Dena Ωt := {x ∈ Ω; f(x) > t}. Disto, simetrize Ωt tomando a bola
geodésica Ω∗t em Sm
k , de mesmo centro de Ω∗ , satisfazendo Vol (Ωt ) = βVol(Ω∗t ), onde
β = Vol(M)/Vol(Sm
k ). Tomando
V ∗ (t) = Vol(Ω∗t ),
V(t) = βV ∗ (r(t)).
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 34
dos pontos regulares de f, obtemos que r ∈ C ([0, sup f]) ∩ C∞ (Rf ∩ (0, sup f)),
0
a qual
f∗ : Ω∗ −→ R por
f∗ = ψ ◦ r∗ .
Veja que f∗ está bem denida, é radial, decrescente e satisfaz f∗|∂Ω∗t = t. Com efeito, se
x ∈ Ω∗t , tem-se r∗ (x) = raio de Ω∗t = r(t), donde f∗ (x) = ψ(r∗ (x)) = ψ(r(t)) = t. Daí
f∗ ∈ W 0
1, p
(Ω∗ ) e
2.4), obtemos Vol (∂Ωt ) > βVol(∂Ω∗t ). Assim, pela fórmula da coarea (teorema 2.2),
obtemos
∫ ∫ sup f ∫
V(t) = d νg = ∥∇f∥− dνg , 1
Ωt 0 f−1 (t)
∫
′
V (t) = − ∥∇f∥− dνg , 1
f−1 (t)
∫ (∫ )p ( ∫ ) −p
1
1
∥∇f∥ p−1
d νg > 1
1 /p
dνg (∥∇f∥ p−1
) 1−p
νg
d
f−1 (t) f−1 (t) f−1 (t)
(∫ )
1 −p
p −1
= (A(t)) (∥∇f∥ d νg
f−1 (t)
(A(t))p
=
[−V ′ (t)]p− 1
(A(t))p
= p−
β [−(V ∗ ) ′ (r(t))]p−
1 1
βp (A∗ (t))p
> p−
β [−(V ∗ ) ′ (r(t))]p−
1 1
β(A∗ (t))p
=
[−(V ∗ ) ′ (r(t))]p− 1
∫
=β ∥∇f∗ ∥p− dν∗g , 1
onde a última igualdade segue de [19]. Por outro lado, ainda por [19],
∫ ∫ sup f
|f| p−1
d νg = − tp A ′ (t)dνg
f−1 (t) 0
∫ sup f∗
=− tp (A∗ ) ′ (t)dν∗g
∫
0
Portanto,
∫ ∫
∥∇f∥ dνg > β p−1
∥∇f∗ ∥p− dν∗g , 1
Ωt Ω∗
∫ ∫ t
|f|p− dνg = β |f∗ |p− dν∗g .
1 1
(3.12)
Ωt Ω∗t
Em particular,
∫ ∫
∥∇f∥ dνg > β p−1
∥∇f∗ ∥p− dν∗g , 1
Ω∗
Ω
∫ ∫
|f| dνg = β
p− 1
|f∗ |p− dν∗g . 1
(3.13)
Ω Ω∗
Com isso, ∫ ∫
∥∇f∥p− dνg 1
∗ ∥∇f∗ ∥p− dν∗g 1
∫
Ω
> ∫
Ω
>µ p (Ω
∗
).
Ω |f| Ω∗ |f |
p− dν 1 ∗ p− dν∗ 1
1,
g g
E a desigualdade segue da densidade de Morse, como comentado inicialmente.
Agora vamos analisar quando ocorre a igualdade. Seja f uma primeira autofunção
funções simetrizadas, como feito acima. Como ∥f∗n ∥ 1, p 6 β∥fn ∥ 1, p e (fn )n∈N é limidata
e reexivo, pelo teorema 2.7 e por [5], podemos extrair uma subsequência de (f∗n )n∈N ,
se necessário, tal que f∗n converge fracamente em W 1, p
(Ω∗ ) para f∗ ∈ W 1, p
(Ω∗ ) e forte-
mente em Lp (Ω∗ ). Agora, pelas propriedades de convergência fraca (proposição 2.2) f∗n
é limitada em W 1, p
(M) e ∥f∗ ∥ 1, p 6 lim inf ∥f∗n ∥ p . Assim, pelo teorema da convergência
1,
dominada (ver [5]), (f∗n )n∈N também converge fortemente em Lp (Ω∗ ). Daí, pela equação
(3.13),
∫ ∫ ∫ ∫
|f|
p
d νg = lim |fn | p
d νg = β lim |f∗n |p dνg =β |f∗ |p dνg , (3.14)
Ω n→∞ Ω n→∞ Ω∗ Ω∗
∫ ∫ ∫ ∫
∥∇f∥ p
νg =
d lim ∥∇fn ∥ p
dνg > β lim ∥∇f∗n ∥p dν∗g >β ∥∇f∗ ∥p dν∗g .
Ω n→∞ Ω n→∞ Ω∗ Ω∗
(3.15)
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 36
∗
Como estamos supondo µ 1, p (Ω) =µ 1, p (Ω ), obtemos que a desigualdade acima na ver-
∫ ∫
∥∇f∥p dνg ∗ ∥∇f∗ ∥p dν∗g
∫
µ p (Ω) = Ω = ∫
Ω
=µ p (Ω
∗
) (3.16)
Ω |f| dνg Ω∗ |f | dνg
1,
p ∗p ∗ 1,
∫ ∫
∥∇f∥ p
d νg = β ∥∇f∗ ∥p dν∗g . (3.17)
Ω Ω∗
∫ ∫
∥∇f∥ p
d νg > β ∥∇f∗ ∥p dν∗g . (3.18)
f−1 (a,b) (f∗ )−1 (a,b)
Por outro lado, também usando o fato de f∗n ser uma simetrização de fn , para cada n ∈ N
∫ ∫
∥∇fn ∥ p
d νg > β ∥∇f∗n ∥p dν∗g .
Ω\f−1 (a,b) Ω∗ \(f∗ )−1 (a,b)
∫ ∫
∥∇f∥ p
d νg > β ∥∇f∗ ∥p dν∗g .
Ω\f−1 (a,b) Ω∗ \(f∗ )−1 (a,b)
∫ ∫ ∫
∥∇f∥ p
νg =
d ∥∇f∥ p
d νg − ∥∇f∥p dνg
f−1 (a,b) Ω Ω\f−1 (a,b)
∫ ∫
∗ p ∗
=β ∥∇f ∥ dνg − ∥∇f∥p dνg
∗ Ω\f−1 (a,b)
∫Ω ∫
∗ p ∗
6β ∥∇f ∥ dνg −β ∥∇f∗ ∥p dν∗g
∗ Ω∗ \(f∗ )−1 (a,b)
∫Ω
=β ∥∇f∗ ∥p dν∗g . (3.19)
(f∗ )−1 (a,b)
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 37
∫ ∫
∥∇f∥ p
d νg = β ∥∇f∗ ∥p dν∗g .
f−1 (a,b) (f∗ )−1 (a,b)
Com isso, obtemos Vol (f− (t)) = Vol((f∗ )− (t)), para qualquer valor regular t de f.
1 1
Mas a
de uma isometria de M em Sm
k que envia Ωt em Ω∗t . Seja (tn )n∈N uma sequência de
valores regulares de f que converge para 0. Então Ω tn são bolas geodésicas de mesmo
dor p-Laplaciano
Teorema 3.3. (T eorema 3.1 de [24]). Seja M uma variedade Riemanniana m-dimensional
compacta. Suponha que existe k > 0 tal que ricM > (m − 1)k. Então, para p > 1
λ 1, p (M) >λ 1,
m
p (Sk ).
conexas de M \ f− ({0}).
1
Em [27] Veron provou o seguinte resultado
Então
{ }
λ p (M)
1, = min µ 1, p (ω1 ), µ1,p (ω2 ) .
(ω1 ,ω2 )∈Λ
Ademais, se f é autofunção não nula associada a λ p , então f tem dois domínios nodais.
1,
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 38
nodais. Com efeito, se existisse A domínio nodal com elementos x, y ∈ A onde f(x) < 0 e
f(y) > 0, como f(A) é conexo em R, pois A é conexo e f ∈ W 1, p
(M) ⊂ C (M), obteremos
0
nodal.
Lema 3.1. Seja f uma primeira autofunção de ∆p sobre M, uma variedade Riemanniana
compacta, p > 1 e A um domínio nodal sobre f. Então
∫
∥∇f∥p dνg
λ p (M) = ∫
A
.
A |f| dνg
1,
p
∫
0 = |f|p− fdνg ,
2
f ̸= 0.
M
Agora, pelo teorema de densidade (corolário 2.5), podemos supor que f é o limite, em
W 1,p
(M), de funções fn ∈ C∞ (M) onde 0 é valor regular para cada fn . Pelo comem-
tário acima sobre domínios nodais, podemos supor, sem perda de generalidade, que
A = f− (R+ ). 1
Desse modo, tome An = f− 1
n (R+ ). Como ∂An = f−
n (0)
1
é uma hiper-
∫ ∫ ∫
λ 1, p (M) |f|
p−2
ffn dνg = (∆p f)fn dνg = −div (∥∇f∥p− ∇f)fn dνg 2
∫An An
∫ An
= −div (∥∇f∥p− 2
∇f)fn dνg − ⟨∇fn , ∥∇f∥p− ∇f⟩dνg 2
∫An An
∫An ∫
= −div (fn ∥∇f∥ ∇f)dνg +
p−2
∥∇f∥p− ⟨∇fn , ∇f⟩dνg
2
∫An ∫ An
= fn ∥∇f∥p− 2
⟨∇f, ν⟩dνg + ∥∇f∥p− ⟨∇fn , ∇f⟩dνg
2
∫∂An An
λ p (M) = ∫ . (3.20)
An |f|
1,
p− ffn dνg 2
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 39
(∫ ∫ )
lim |fn − f| dνg +
p
∥∇fn − ∇f∥ dνg = 0
p
n→∞ M M
∫
lim |fn − f|p dνg = 0
n→∞ M
e
∫ ∫
lim ∥∇fn ∥ − ∥∇f∥p dνg 6 lim ∥∇fn − ∇f∥p dνg = 0,
n→∞ M n→∞ M
∫
Φn (g) = ∥∇f∥p− ⟨∇f, ∇g⟩dνg ,
2
∀g ∈ W 1, p
(M).
An
∫ An
6 ∥∇f∥p− ⟨∇f, ∇g⟩dνg
2
∫An
6 ∥∇f∥p− ∥∇f∥∥∇g∥dνg2
∫ An
= ∥∇f∥p− ∥∇g∥dνg 1
An
(∫ ) /q ( ∫ )
( )q 1 1 /p
6 ∥∇f∥p− dνg 1
∥∇g∥ p
d νg
An An
(∫ )
1 /q ( ∫ ) /p
1
6 ∥∇f∥ p
d νg ∥∇g∥ p
νg
d
M M
( )p/q
6 ∥f∥W 1,p
(M) ∥g∥W 1,p
(M)
Logo, obtemos que Φn é um funcional linear contínuo, para cada n ∈ N. Veja ainda que
A
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 40
∫ ∫
∥∇f∥ p−2
⟨∇f, ∇g⟩dνg 6 ∥∇f∥p− 2 ⟨∇f, ∇g⟩dνg
An \A A \A
∫ n
6 ∥∇f∥p− 2
∥∇f∥∥∇g∥dνg
A \A
∫ n
= ∥∇f∥p− 1
∥∇g∥dνg
An \A
(∫ ) /q ( ∫ )
( )q 1 /p
1
6 ∥∇f∥p− dνg 1
∥∇g∥ p
d νg
An \A An \A
(∫ ) /q ( ∫
1
) 1 /p
6 ∥∇f∥ p
dνg ∥∇g∥ p
dνg
An \A An \A
(∫ ) 1 /q (∫ ) /p
1
6 ∥∇f∥ p
νg
d sup ∥∇g(x)∥ dνg
M x∈M An \A
( )p/q
= ∥∇f∥p sup ∥∇g(x)∥Vol(An \A) 1 /p
. (3.21)
x∈M
Como M é compacta, f ∈ W 1, p
(M) e estamos tomando g ∈ C∞ (M), obtemos
( )p/q
∥∇f∥p supx∈M ∥∇g(x)∥ < ∞. Por outro lado, como fn converge uniformemente
{ }
An \A = x ∈ M; fn (x) > 0, f(x) 6 0 e |fn (x) − f(x)| 6 α
{ }
⊂ x ∈ M; |fn (x) − f(x)| 6 α . (3.22)
Ainda, pelo fato de fn convergir uniformemente para f, temos, pelo teorema 2.8, que fn
converge em medida para f. Daí, pela expressão (3.22), concluimos que
∫
lim ∥∇f∥ ⟨∇f, ∇g⟩dνg = 0,
p−2
n→∞
(3.24)
An \A
∫
lim ∥∇f∥ ⟨∇f, ∇g⟩dνg = 0,
p−2
n→∞
(3.25)
A\An
n ∩ A) e A = (A\An )∪(A
n ∩ A),
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 41
∫An A
∫
= ∥∇f∥ ⟨∇f, ∇g⟩dνg +
p−
∥∇f∥p− ⟨∇f, ∇g⟩dνg
2 2
A \A A ∩A
∫ n ∫ n
− ∥∇f∥ ⟨∇f, ∇g⟩dνg −
p− 2
∥∇f∥ ⟨∇f, ∇g⟩dνg
p− 2
An ∩A
A\A
∫ n ∫
= ∥∇f∥ ⟨∇f, ∇g⟩dνg +
p−
∥∇f∥ ⟨∇f, ∇g⟩dνg
2 p− 2
A \A A\A
∫ n ∫ n
6
∥∇f∥ ⟨∇f, ∇g⟩dνg +
p− 2
∥∇f∥ ⟨∇f, ∇g⟩dνg .
p− 2
An \A A\An
Passando o limite com n→∞ na desigualdade acima, concluimos por (3.24) e (3.25),
que
ou seja, Φn (g) converge para Φ(g), para toda g ∈ C∞ (M). Agora, pela proposição
2.3 segue que Φn (fn ) converge para Φ(f). De modo inteiramente análogo, obtemos que
∫
Ψn (g) = |f|p− fgdνg ,
2
∀g ∈ W 1, p
(M)
An
e
∫
Ψ(g) = |f|p− fgdνg ,
2
∀g ∈ W 1, p
(M).
A
∫ ∫
∥∇f∥p− ⟨∇f, ∇f⟩dνg 2
∥∇f∥p dνg
λ p (M) = A ∫ = ∫
A
λ 1, p (M) =µ p (A1 )
1, =µ 1, p (A2 ).
tivamente, que
∫
∥∇f∥p dνg
µ p (Ai ) 6 ∫
Ai
=λ p (M)
|f|p dνg
1, 1,
Ai
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 42
Com isso λ 1, p (M) > max {µ 1, p (A1 ), µ1,p (A2 )}. Sejam f ,f 1 2 as primeiras autofunções do
∫
|f + αf |p− (f + αf )dνg = 0,
1 2
2
1 2
M
∫ ∫
λ 1, p (M) |f |1
p
d νg + λ |αf |p dνg 1,p (M) 2 (3.27)
(∫ A1
∫
A
) 2
=λ 1, p (M) |f | dνg +
p
1 |αf | dνg
p
2
( ∫A 1 A
∫ ) 2
=λ 1, p (M) |f + αf | dνg +
1
p
|f + αf | dνg
2
p
1 2
∫ A1 A2
=λ p (M)
1, |f + αf |p dνg 1 2
∫ M
∫M ∫
= ∥∇(f + αf )∥ dνg +
p
1 ∥∇(f + αf )∥p dνg
2 1 2
∫A 1
∫ A 2
=µ p (A )
1, |f | dνg + µ p (A )
p
1 |αf |p dνg
1 1, 2 2 (3.28)
∫A ∫A1 2
6λ p (M)
1, |f |p dνg + λ p (M) |αf |p dνg .
1 1, 2 (3.29)
A1 A2
∫ ∫
λ 1, p (M) |f |1
p
νg + λ
d 1, p (M) |αf |p dνg
2
∫A1
∫
A2
=µ p (A1 )
1, |f | 1
p
d νg + µ 1, p (A2 ) |αf |p dνg ,2
A1 A2
ou seja,
(∫ ) (∫ )
[ ] [ ]
λ 1, p (M) −µ 1, p (A1 ) |f |
1
p
dνg + λ 1, p (M) −µ 1, p (A2 ) |αf |
2
p
νg
d = 0.
A1 A2
∫ ∫
Como
A1 |f |p dνg
1 e
A2 |αf |p dνg
2 são termos positivos, concluimos que
m m m
λ 1, p (S )=µ 1, p (S+ ) =µ 1, p (S− ).
x ∈ f− (R+ )
1
e y ∈ f− (R− ),
1
tais que r(x) = r(y), onde r é a função distância de Sm em
µ 1, p (B1 ) =µ 1, p (B2 ).
em relação a x 0, respectivamente.
Ω = f− (R+ ). 1
Como
( ) ( ) ( ) ( )
Vol (M) > Vol f− (R+ ) + Vol f− (R− ) = Vol f− (R+ ) + Vol (−f)− (R+ ) ,
1 1 1 1
3.2
∗
µ p (Ω)
1, >µ 1, p (Ω ). (3.31)
Como
Vol(Ω) 1/2Vol(M) 1
Vol (Ω∗ ) = Vol(Sk ) 6
m m
Vol(Sk ) = Vol (Sm
k ),
Vol(M) Vol(M) 2
∗
obtemos que Ω está contido no hemisfério de centro x 0, que denotaremos por Sm
k+ . Do
corolário 3.1
∗
µ 1, p (Ω )>µ 1,
m
p (Sk+ ) =λ 1,
m
p (Sk ). (3.32)
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 44
λ 1, p (M) >λ 1,
m
p (Sk ).
∫ ∫
( )
∆p f∆fdνg = −div ∥∇f∥p− ∇f ∆fdνg 2
M ∫M ∫
( ) ⟨ ⟩
= −div ∆f∥∇f∥ p−2
∇f dνg + ∥∇f∥p− ∇f, ∇(∆f) dνg
2
∫M M
⟨ ⟩
= ∥∇f∥p− 2
∇f, ∇(∆f) dνg .
M
∫ ∫ ∫
1 ( )
∆p f∆fdνg = ∥∇f∥ p−2
|Hess f| dνg +
2
∥∇f∥p− ∆ ∥∇f∥ dνg
2 2
2
M
∫M M
( )
+ ∥∇f∥p− 2
ric
M
∇f, ∇f dνg . (3.33)
M
Ademais,
∫ ∫
( ) [ ( )]
∥∇f∥ p−2
∆ ∥∇f∥ dνg = −
2
∥∇f∥p− div ∇ ∥∇f∥ dνg 2 2
M
∫ M
∫
⟨ ( ) ( )⟩ [ ( )]
= ∇ ∥∇f∥ p−
, ∇ ∥∇f∥
2
dνg − div ∥∇f∥
p−
∇ ∥∇f∥ dνg
2 2 2
∫M M
⟨ ⟩
= (p − 2)∥∇f∥p− ∇(∥∇f∥), 2∥∇f∥∇(∥∇f∥) dνg
3
M
∫
= 2(p − 2) ∥∇f∥p− ∥∇(∥∇f∥)∥ dνg 2 2
> 0.
M
Logo, da equação (3.33) e pela hipótese da limitação de ric ,
∫ ∫ ∫
∆p f∆fdνg > ∥∇f∥ p−2
ric
M
(∇f, ∇f)dνg > (m − 1)k ∥∇f∥p− dνg2
(3.34)
M M M
Como f é suave em M, obtemos, por densidade, que a desigualdade acima ainda vale
para f∈W p
1,
(M) uma primeira autofunção de ∆p sobre M. Ainda para esta função f
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 45
M ∫M ∫ M
⟨ ⟩ [ ]
=λ p (M)
1, ∇(|f|p− f), ∇f dνg −
2
div ∇(|f|p− ff) dνg 2
∫M M
⟨ ⟩
=λ p (M)
1, (p − 2)|f|p− ∇(|f|)f + |f|p− ∇f, ∇f dνg
3 2
∫M
{ ⟨ ⟩ ⟨ ⟩}
=λ p (M)
1, (p − 2)|f|p− f ∇(|f|), ∇f + |f|p− ∇f, ∇f dνg
3 2
∫M
{ }
=λ p (M)
1, (p − 2)|f|p− f 3
sinal (f)⟨∇f, ∇f⟩ + |f|p− ⟨∇f, ∇f⟩ 2
d νg
∫M
{ }
=λ p (M)
1, (p − 2)|f|p− |f| + |f|p− ∥∇f∥ dνg 3 2 2
M ∫
= (p − 1)λ p (M)
1, |f|p− ∥∇f∥ dνg . 2 2
∫ (∫ ) 1 −2/p ( ) /p
2
Teorema 3.5. (T eorema 4.1 de [24]). Seja M uma variedade Riemanniana compacta.
Então, para p > 1, ( )p
hM
λ p (M)
1, > .
p
O caso p= 2, é o teorema 0.5. Ademais, se ric
M
> 0 então, por [15], hm > 2/dM ,
onde dM é o diâmetro de M. Por [10], obtemos, do teorema 3.5, a seguinte estimativa
Por outro lado, também podemos estimar λ 1, p (M) por cima em função de dM e hM . É
Teorema 3.6. (T eorema 4.2 de [24]). Seja M uma variedade Riemanniana compacta.
Suponha que M tem curvatura seccional não-negativa. Então, para p > 1,
p+2
2
2 (m + p)m+p 1
λ p (M) 6 .
(m − 1)m− pp dpM
1,
1
0.7.
Obs 3.2.
(ii) Sob as hipóteses do teorema 3.7, obtemos, pelos teoremas 3.5 e 3.7, que para uma
sequência de variedades Riemannianas compactas (Mj )j∈N , ou para uma sequência
de métricas Riemannianas (gj )j∈N em uma variedade Riemanniana M, isto é, Mj =
(Mj , gj ), tem-se
lim λ 1, p (Mj ) =0 ⇐⇒ lim hMj = 0.
j→∞ j→∞
∫
∥∇fn ∥p dνg
lim ∫
An
=λ p (M). (3.37)
|fn |p dνg
1,
n→∞
An
∫ ∫
∥∇(f )∥dνg =
p
p|f|p− ∥∇f∥dνg1
A A
(∫ ) /q ( ∫ )
( p− )q 1 /p
1
6p |f| dνg
1
∥∇f∥ p
νg
d
A A
(∫ ) 1 −1/p ( ∫ ) 1 /p
=p |f| p
νg
d ∥∇f∥ p
d νg
A A
∫ (∫ )
|f|p dνg 1 /p
= p( )
A
∥∇f∥ p
d νg ,
∫ 1 /p
A
A |f| dνg
p
∫
A∫∥∇(f )∥dνg
p
> hM . (3.39)
A |f| dνg
p
Pela compacidade de M e do fato de f ser função de Morse, temos que, a menos de uma
∫ ∫ sup fp (∫ )
∥∇(f )∥dνg =
p
∥∇(f )∥∥∇(f )∥
p p −1
d σt d t
A 0 A(t)
∫ sup fp (∫ )
= d σt d t
0 A(t)
∫ sup fp
= Voln−1 (A(t))dt, (3.40)
0
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 48
generalidade, que Vol (A) 6 Vol(B). Disto e pela denição de hM (denição 2.1)
∫ ∫ sup fp
∥∇(f )∥dνg > hM
p
Vol (V(t))dt. (3.42)
A 0
∫ f p ∫ fp
sup fp d [ ]
sup sup
d [ ]
sup
=− t Vol(V(t))dt . (3.43)
dt 0
Mas
∫
d [ ] d
Vol (V(t)) = d s
t
d d t V(t)
∫ sup fp (∫ )
d
= ∥∇(f )∥ p −1
σs
d d t
d t t A(s)
∫
sup fp
= ∥∇(f )∥ dσs
p −1
A(s)
∫ t
∫ sup fp ∫ sup fp ∫ ∫
p −1
Vol (V(t))dt = t∥∇(f )∥ d σt = fp dνg . (3.45)
0 0 A(t) A
Portanto, de (3.42) e (3.45), concluimos que vale (3.39). O que conclui nossa demonstra-
ção.
∫ ∫ ∫
h(t) = |r − t| (r − t)dνg =
p− 2
|r − t| rdνg −
p− 1
|r − t|p− tdνg , 1
t ∈ R.
M M M
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 49
Daí veja que h é contínua com limt→∞ h(t) = −∞ e limt→−∞ h(t) = ∞. Logo, nossa
(M)
Vol
λ p (M) 6∫ .
M |f| dνg
1,
p
Usando o mesmo argumento de [10] para esta função f=r−r 0, vemos que para
{ } ( )
α(1 − 2β) 1
Aα β := , x ∈ M; |f(x)| > 2
dM , α ∈ (0, 1), β ∈ 0, ,
2 2
vale,
αβ(1 − α)m− 1
Vol (M)
Vol(Aα β ) >, .
2
Com isso,
∫ ∫
|f| p
νg >
d |f|p dνg
M Aα,β
∫
α (1 − 2β)p
p
> 2 p
dpM d νg
2 Aα,β
αp (1 − 2β)p
= 2p
dpM Vol(Aα β ) ,
2
= 2p+1
dpM Vol(M). (3.47)
2
Pelas equação (3.46), a melhor estimativa superior para λ 1, p (M) seria uma boa estimativa
∫
inferior para
M|f|p dνg . Assim, pela estima inferior (3.47), devemos procurar um ponto
( )
(α, β) ∈ (0, 1)× 0, 1
2
de modo que maximize (1 −x)m− xp+ y(1 − 2y)p 1 1
sobre o retângulo
( ) [ ]
aberto (0, 1) × 0, F : [0, 1] × 0, −→ R, dada por
1 1
. Para isto, seja
2 2
[ ]
Como F é suave, em particular contínua, sobre o compacto Q = [0, 1] × 0,
1
2
, obtemos
( )
que F atinge um máximo neste compacto Q. Veja que F|∂Q = 0 e F > 0 em (0, 1) × 0,
1
2
,
pois
(1 − x)m− xp ̸= 0, 2
∀x ∈ (0, 1), (3.48)
( 1)
y(1 − 2y)p ̸= 0, ∀y ∈ 0, . (3.49)
2
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 50
( )
Logo F deve atingir seu máximo no aberto (0, 1) × 0,
1
2
, justamente o que queremos.
crítico de F. Então,
[ ]
0 = Fx (x, y) = − (m − 1)(1 − x)m− xp+ + (p + 1)(1 − x)m− xp y(1 − 2y)p .
2 1 1
Por (3.48),
Assim,
p+1
x= . (3.50)
m+p
Além disso,
= (1 − 2y)p− [1 − 2y − 2py]
1
e, por (3.49),
Daí,
1
y= . (3.51)
2 (p + 1)
Portanto
( )
p+1 1
(α, β) = , (3.52)
m + p 2(p + 1)
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 51
é o único ponto crítico de F. Logo tal ponto deve ser, o único, ponto de máximo de F.
Substituindo este ponto na equação (3.47), obtemos
∫
(1 − α)m− αp+ β(1 − 2β)p
1 1
pp (m − 1)m−
1
1
= p+ (m + p)m+p
2
(dM )p Vol(M)
1
2 2
pp (m − 1)m− 1
p+2
2
2
(m + p)m+p 1
λ p (M) 6 ,
(m − 1)m− pp dpM
1,
1
domínios disjuntos A e B. Seja H = Vol (X)/ inf {Vol(A), Vol(B)} e denote por β(r) o
∫
β(r) = (expx )∗ dHm
B(x,r)
∫r ∫
= senh (t)m− dσdt1
Sm
0
∫r
= ωm senh (t)m− dt,1
σ(r/4)β(r/2) 1
j(r) := > c 1
1
+r
, (3.54)
4β(2r)β(r) r
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 52
onde c <
1 1 é uma constante que depende da dimensão de M. Ainda por [6] podemos
β(4r) 1
H 6 , (3.55)
β(r)j(r) 8
{ }
e = x ∈ M; Vol(A ∩ B(x, r)) >
A
1
Vol (B(x, r))
2
e
{ }
e = x ∈ M; Vol(B ∩ B(x, r)) >
B
1
Vol (B(x, r))
2
( ) ( )
são não vazios. Pela continuidade da aplicação x 7→ Vol A ∩ B(x, r) − Vol B ∩ B(x, r)
e e B
{0} por esta aplicação, que A
vê-se, tomando a imagem inversa do e são separados
{ ( ) ( )}
e = x ∈ M; Vol A ∩ B(x, r) = Vol B ∩ B(x, r) . Seja
pelo subconjunto fechado X
{ }
et = x ∈ M; dist(x, X) 6 t e veja que λ p (M) 6 max{µ p (A)
X e , µ p (B)}
e . Suponha
1, 1, 1,
λ p (M)
1, 6µ 1,
e
p (A). Agora, dena a função
e −→ R
f:A por
dist e
(x,X)
, se e r∩A
x∈X e; 2
2 r
f(x) = (3.56)
1, se e X
x ∈ A\ e r
2
.
Então e r ∩A
∥∇f∥ 6 1/2r em X e e ∥∇f∥ = 0 em X
2 e 2 r
. Usando a equação (3.55) na estimativa
( )
e ) 6 H β(4r) Vol(A)
2 r 2
e Xe )> 2 r Hβ(4r)
4
Vol(X e Vol (A\ 1 − (A),
Vol
β(r)j(r) β(r)j(r)
obtemos
e r) 6 H
2
2β(4r) e Xe r) > 2
1
(X
Vol Vol(A) e Vol (A\ Vol (A). (3.57)
β(r)j(r) 2
∫ ∫
e ∥∇f∥ dνg ∥∇f∥p dνg
p
1,
e 6
λ p (M) 6 µ p (A) 1,
A∫ =
e 2r ∩ A
X ∫e
p p
e f dνg e f dνg
∫ A A
∫
e e dνg dν
∫ Xe r ∩Ae g
1 1
6 ∫X ∩A
r 2
6
2
(2r) p p p
(2r) A\ p
e f dνg
A e Xe r f dνg 2
∫
dν Vol(Xe r ∩ A)
e 2
∫Xe r ∩Ae g =
1 2 1
=
(2r)p A\ e X e r dνg (2r)p Vol(A\
2
e Xe r) 2
4 β(4r) 4 β(4r) r
6H 6H
p
(2r) β(r)j(r) (2r) β(r) c +r
p 1
1
4
=H rc +r
1
2
,
(2r)p
Capítulo 3. Teoremas de comparação do primeiro autovalor de ∆p 53
1 +r β(4r) 1+r
onde c
2
= c . Veja que
β(r) 1
c > 2 1. Com efeito, sendo β(r) é o m-volume da bola
β(4r)
hiperbólica de raio r > 0, vemos que β é uma função crescente, logo
β(r)
> 1. Por outro
1 +r β(4r) 1+r
lado, c > 1.
1 Com isso, c2
= c
β(r) 1
> 1, donde c > 1.
2 Agora tome
1/8, se H 6 1/c 2
,
2
r= (3.58)
1/(8Hc ), 2
se H > 1/c 2
.
2 2
da denição 3.58 acima, r = 1/8. Ademais, sempre temos r 6 1/8 < 1. Daí, como p>1
vemos
(i) H 6 1/c 2
2
4
λ p (M)
1, 6H rc 1
2
+r
(2r)p
2
2 + 81
=H −3 1
2 c
(2 · 2
−3 )p 2
−1
2 + 81
=H
1
−2 p
c 2
2
+ 81
= H2 2p−1 1
c 2
6 H2 2 p−1
c 2
2
6 H2 2 p−1
c 2
2
p
. (3.59)
4
λ 1,p (M) 6H rc 1
2
+r
(2r)p
2
2
=H 2
−3
H − c− c 1 2 1+r
(2 · 2− H− c− )p
3 1
2
2 2 2
−1
2
= −2p H−p c−p
cr− 2
1
2 2
1
= Hp 2 2p−1 p
c 2 1 −r
c 2
6 Hp 2 2 p−1 p
c 2
(3.60)
Assim, como λ 1, p (M) > 0, ganhamos, somando as estimativas (3.59) e (3.60), que
λ p (M)
1, 62 p−1 p
2
c (H + Hp ).
2
(3.61)
{
inf Vol (A), Vol(B)}. Daí, obtemos que
H 6 hM . (3.62)
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