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inversa). Essa equação pode ser escrita de forma mais simplificada se introduzirmos o objeto
conhecido como Conexão Afim ou sı́mbolo de Christofell:
λ ∂ 2 ξ α ∂xλ ∂ � ∂ξ α � ∂xλ
Γµν ≡ = (6.2.1)
∂xµ ∂xν ∂ξ α ∂xµ ∂xν ∂ξ α
de tal forma que:
d 2 xλ µ
λ dx dx
ν
+ Γ µν = 0. (6.2.2)
dτ 2 dτ dτ
Esta é a equação de movimento da partı́cula em um referencial generalizado xµ . É evidente
que a Eq. (6.1.1) é recuperada se Γλµν = 0, o que equivale a xµ → ξ µ . Lembre-se que ξ µ
representa o referencial particular onde não há aceleração. Note também que Γλµν é um objeto
de 64 componentes, no caso mais geral.
A equação de movimento (6.2.2) está escrita em função de dois sistemas de coordenadas, xµ e
µ
ξ , que estão presentes na Conexão Afim. Apenas se conhecêssemos qual é a transformação entre
ξ µ e xµ poderı́amos calcular todas as componentes da Conexão Afim e eventualmente resolver
a equação diferencial (6.2.2). No entanto nem sempre é simples obter a relação entre xµ e ξ µ .
É mais útil reescrever essa quantidade de forma independente de um sistema de coordenadas.
Para isso precisamos de um outro objeto que carregue a informação da transformação entre os
sistemas de coordenadas, e isso pode ser feito através do tensor métrico.
Na relatividade restrita o tensor métrico é o de Minkowski, ηµν , mas na relatividade geral,
onde as TL não são mais válidas (devido à possibilidade de aceleração entre os referenciais)
esperamos que exista um tensor métrico mais geral (válido em xµ ), que vamos chamar de gµν .
Para encontrarmos o novo tensor métrico generalizado gµν , a relação entre ηµν e gµν pode
ser obtida através do invariante ds2 , que pode ser escrito de duas maneiras:
ou:
∂ξ α µ ∂ξ β ν ∂ξ α ∂ξ β µ ν
ds2 = ηαβ dx dx = η αβ dx dx ,
∂xµ ∂xν ∂xµ ∂xν
onde usamos (5.3.1) para escrever dξ α e dξ β . Comparando com a Eq. (6.2.3), o tensor métrico
gµν é definido por:
∂ξ α ∂ξ β
gµν ≡ ηαβ . (6.2.4)
∂xµ ∂xν
Da mesma forma que na relatividade restrita temos uma relação entre o tensor métrico η µν
e as TL (dadas pela Eq. (5.4.2)), encontramos aqui uma relação entre o tensor métrico geral
∂ξ α
gµν e as transformações gerais ∂x µ . Esta, por sua vez, define a Conexão Afim através de (6.2.1).
Vemos, portanto, que tanto a Conexão Afim quanto o tensor métrico generalizado podem ser
∂ξ α
escritos em termos das transformações entre os sistemas de coordenadas ∂x µ. Desta forma
deve existir uma relação direta entre gµν e Γλµν , sem a necessidade de precisarmos conhecer
∂ξ α
explicitamente ∂x µ.
Para obter essa relação, vamos fazer a derivada do tensor métrico (6.2.4) em relação a xλ :
∂gµν ∂ 2 ξ α ∂ξ β ∂ξ α ∂ 2 ξ β
= η αβ + ηαβ
∂xλ ∂xλ ∂xµ ∂xν ∂xµ ∂xλ ∂xν
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∂ 2 ξα α
∂ξ
e usamos a relação ∂xµ ∂xν
= Γκµν ∂x κ (veja exercı́cio abaixo):
α β β α
∂gµν κ ∂ξ ∂ξ κ ∂ξ ∂ξ
= Γ λµ η αβ + Γ λν ηαβ .
∂xλ ∂xκ ∂xν ∂xκ ∂xµ
Agora usamos a definição (6.2.4), obtendo:
∂gµν
= Γκλµ gκν + Γκλν gκµ .
∂xλ
Esta expressão já relaciona a métrica gµν com a Conexão Afim Γλµν , mas ainda podemos melhorar
essa relação, isolando Conexão Afim dessa expressão.
Para fazer isso vamos adicionar à equação acima a mesma equação com µ e λ trocados e
subtrair a mesma equação com ν e λ trocados:
∂gµν ∂gλν ∂gµλ
λ
+ µ
− = gκν Γκλµ + gκµ Γκλν + gκν Γκµλ + gκλ Γκµν − gκλ Γκνµ − gκµ Γκνλ .
∂x ∂x ∂xν
Esta expressão se simplifica se olharmos para a definição de Γλµν em (6.2.1) e verificarmos que a
Conexão Afim é simétrica pela troca dos ı́ndices covariantes, ou seja Γλµν = Γλνµ , de forma que
obtemos:
∂gµν ∂gλν ∂gµλ
λ
+ µ
− ν
= 2gκν Γκλµ
∂x ∂x ∂x
Para finalizar, supomos a existência de uma matriz g νσ como a inversa de gνσ (veja (5.1.5)
para o análogo na métrica de Minkowski):
g νσ gκν = δκσ .
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