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Leonardo
6 de fevereiro de 2022
1
Se a superfı́cie, sobre a qual uma então:
S
partı́cula se move, é dada por f (x, t) = 0, então d⃗ri X ∂⃗ri
= q̇k (1.3.3)
fazendo um deslocamento virtual: dt ∂q k
k=1
f (x + δx, t) − f (x, t) ⃗ donde:
f (x + δx, t) = 0 → = ∇f
δx ∂⃗r˙i ∂⃗ri
= (1.3.4)
⃗ · δx + f (x, t)
f (x + δx, t) = ∇f ∂ q̇k ∂qk
⃗ · δx substituindo (1.3.4) na primeira parte:
0 = ∇f
assim se ilustra que O produto escalar da força ∂⃗ri ∂⃗r˙i
mi⃗r¨i · = mi⃗r¨i ·
de vı́nculo com o deslocamento virtual é nula, ou ∂qk ∂ q̇k
seja, a força de vı́nculo não realiza trabalho. Esse
é o Princı́pio do Trabalho Virtual. d ˙ ∂⃗r˙i d ∂⃗r˙i d ∂⃗r˙i
mi (⃗ri ) · = mi ( (⃗r˙i · ) − ⃗r˙i ( ))
dt ∂ q̇k dt ∂ q̇k dt ∂ q̇k
Desse modo, a equação (1.2.2) se torna:
d 1 ∂ ṙi2 d ∂⃗ri
3N mi ( ( ) − ⃗r˙i ( ))
X dt 2 ∂ q̇k dt ∂qk
(p⃗˙i − F⃗i ) · δ⃗ri = 0
(a)
(1.2.3)
i=0 d 1 ∂ ṙi2 ∂⃗r˙i
mi ( ( ) − ⃗r˙i ( ))
que é chamada de Princı́pio D’Alambert. Nota-se dt 2 ∂ q̇k ∂qk
que não estão presentes as forças de vı́nculos, mas d 1 ∂ ṙi2 1 ∂ ṙi2
mi ( ( )− ) (1.3.5)
a dependência com os vı́nculos ainda permacem dt 2 ∂ q̇k 2 ∂qk
em δ⃗ri .
Desse modo, podemos remontar a
equação:
1.3 Dinâmica de Lagrange 3N X
S
X d 1 ∂ ṙi2 1 ∂ ṙi2
mi ( ( )− ) − Qk )δqk = 0
O próximo passo para eliminar os vı́nculos de vez dt 2 ∂ q̇k 2 ∂qk
i=0 k=0
do princı́pio D’Alambert, introduz-se as coorde-
nadas generalizadas. Para isso, fazemos a trans- se a força Qk for conservativa:
formção de coordenadas: S
X ∂V
S Qk = −
X ∂⃗ri ∂qj
δ⃗ri = δqk (1.3.1) j=1
k=0
∂q k
então:
abrindo o momento e introduzindo (1.3.1) em 3N X S
(1.2.3):
X d ∂ 1 ∂ 1
( ( mi ṙi2 ) − ( mi ṙi2 )
i=0 k=0
dt ∂ q̇ k 2 ∂q k 2
3N S
X X ∂⃗ri
(mi⃗r¨i − F⃗i ) · (
(a)
δqk ) = 0 S
∂q k
X ∂V
i=0 k=0 + )δqk = 0
j=1
∂q j
fazendo a distributiva em:
3N S S S
X d ∂
∂⃗ri ∂⃗ri ∂ ∂V
( (T ) − (T ) + )δqk = 0
X X X
¨
(mi⃗ri · ( ⃗ (a)
) − Fi · ( )δqk ) = 0
∂q k ∂q k k=0
dt ∂ q̇ k ∂q k ∂q k
i=0 k=0 k=0
S
O segundo mentro da equação, pode ser
X d ∂ ∂
( (T − V ) − (T − V ))δqk = 0 (1.3.6)
transformado: k=0
dt ∂ q̇ k ∂q k
(a) ∂⃗
ri chamando de Lagrangiana a equação:
F⃗i · = Qk (1.3.2)
∂qk
L=T −V (1.3.7)
que é chamada de Força Generalizada. Para o
primeiro termo, temos que transformar as coor- obem-se:
dendas, como: XS
d ∂L ∂L
( − )δqk = 0
⃗ri = ⃗ri (q1 , q2 , ..., qS ) k=0
dt ∂ q̇ k ∂q k
2
como as coordenadas são independentes, então o ou seja:
coeficiente deve se anular:
S
d ∂ L̄ ∂ L̄ X d ∂L ∂L ∂qj
d ∂L ∂L − = − =0
− (1.3.8) dt ∂ q̄˙i ∂ q̄i dt ∂ q̇j ∂qj ∂ q̄i
dt ∂ q̇k ∂qk j=1
que são as Equações de Lagrange. Em especial, a forma das equações de Lagrange são invariantes
constitui as Equações de Lagrange do 2◦ tipo. sob troca de coordenadas.
Provar-se-á que as equações de Lagrange
são invariantes sob transformação de coordena- 1.4 Potenciais Generalizados
das. Se efetuamos uma troca de coordenadas tal
que: Os casos acima descritos são para sistemas con-
servativos, ou seja, a força generalizada pode ser
q̄i = q̄i (q, t) ⇐⇒ qi = qi (q̄, t) (1.3.9)
expressa por um gradiente, dado pela equação:
então: S
X ∂V
Qk =
˙ t) = L(q(q̄, t), q̇(q̄, q̄,
L̄(q̄, q̄, ˙ t), t) (1.3.10) ∂qj
j=1
podemos, desse modo escrever as equações de La- mas se o potencial não é independente da veloci-
grange para a nova Lagrangiana: dade generalizada, então temos, da equação :
d ∂ L̄ ∂ L̄ d ∂T ∂T
− =0 − = Qk
dt ∂ q̄˙i ∂ q̄i dt ∂ q̇k ∂qk
d ∂L ∂L podemos assim porpor uma forma para o potencia
⇒ − =0
dt ∂ q̄˙i ∂ q̄i de Qk :
S
d ∂U ∂U
X d ∂L ∂ q̇j ∂L ∂qj ∂L ∂ q̇j Qk = − (1.4.1)
⇒ ( )− − =0 dt ∂ q̇k ∂qk
dt ∂ q̇j ∂ q̄˙i ∂qj ∂ q̄i ∂ q̇j ∂ q̄i
j=1 sendo U chamado de Potencial Generalizado. As
(1.3.11) equações de Lagrange se tornam:
da equação (1.3.9) tira-se que:
d ∂T ∂T d ∂U ∂U
S − = −
X ∂qi ∂qi ∂ q̇i ∂qi dt ∂ q̇k ∂qk dt ∂ q̇k ∂qk
q̇i = q̄˙k + ⇒ ¯ =
k=1
∂ q̄k ∂t ∂ q̇k ∂ q̄k d ∂(T − U ) ∂(T − U )
− =0 (1.4.2)
dt ∂ q̇k ∂qk
assim a equação (1.3.11) se torna:
então a Lagrangiana do sistema se torna:
S
X d ∂L ∂qj ∂L ∂qj ∂L ∂ q̇j
⇒ ( )− − =0 L=T −U (1.4.3)
j=1
dt ∂ q̇j ∂ q̄i ∂qj ∂ q̄i ∂ q̇j ∂ q̄i
S
O exemplo mais comum de aplicação é
X d ∂L ∂qj ∂L d ∂qj para o potencial eletromagnético. Uma partı́cula,
⇒ ( ) + ( )
j=1
dt ∂ q̇ j ∂ q̄ i ∂ q̇ j dt ∂ q̄ i de carga q se movendo num campo eletro-
magnético sofre uma força da forma:
∂L ∂qj ∂L ∂ q̇j
− − =0
∂qj ∂ q̄i ∂ q̇j ∂ q̄i F⃗ = q(E
⃗ + ⃗v × B)
⃗ (1.4.4)
S
X d ∂L ∂qj ∂L ∂ q̇j
⇒ ( ) + ( ) As equações de Maxwell fornecem:
j=1
dt ∂ q̇ j ∂ q̄ i ∂ q̇ j ∂ q̄ i
∇ ⃗ = ρ
⃗ ·E (1.4.5a)
∂L ∂qj ∂L ∂ q̇j ε0
− − =0
∂qj ∂ q̄i ∂ q̇j ∂ q̄i
⃗ ·B
∇ ⃗ =0 (1.4.5b)
S
X d ∂L ∂L ∂qj ⃗
⇒ ( ( )− ) =0 ⃗ = − ∂B
⃗ ×E
dt ∂ q̇ j ∂q j ∂ q̄ i ∇ (1.4.5c)
j=1 ∂t
3
⃗ ⃗
∇ ⃗ = µ 0 i + µ 0 ε0 ∂ E
⃗ ×B (1.4.5d) F⃗ = q(−∇φ ⃗ + ∇(⃗ A⃗ · ⃗v ) − dA ) (1.4.12)
∂t dt
Da equação (1.4.5b b) é possı́vel concluir da equação (1.4.11) observa-se que:
que: 3
⃗ =∇
B ⃗ ×A
⃗ (1.4.6)
X ∂ d ⃗ d ⃗
(A · ⃗v ) = (A)
i=1
∂ ẋi dt dt
visto que o campo magnético é um vetor e que:
⃗ · (∇
⃗ × A)
⃗ =∇
⃗ ·B
⃗ =0 então:
∇
3
⃗ · ⃗v ) − d ( ∂ ⃗
X
desse modo, a equação (1.4.5 c) se torna: F⃗ = q(−∇φ
⃗ + ∇(⃗ A (A · ⃗v )))
dt i=1 ∂ ẋi
⃗ = − ∂ (∇
⃗ ×E ⃗ × A)
⃗ (1.4.13)
∇
∂t se φ independe das velocidades generalizadas:
⃗ ∂ ⃗ d ∂ ⃗
⃗ ×E
∇ ⃗ = −∇ ⃗ × ∂A (1.4.7) Fk = q( ∂x (A·⃗v −φ)− dt ∂ ẋ (A·⃗v −φ)) (1.4.14)
∂t k k
S
d ∂L0 ∂ X ∂L0 ∂L0 sendo QR
k a força de atrito generalizada, assim
= ( q̇k + )
dt ∂ q̇j ∂ q̇j k=1 ∂qk ∂t obtemos que:
S d ∂T ∂T ∂V
d ∂L0 ∂ df X ∂ 2f ∂ 2f − + − QR
k = 0
= = + dt ∂ q̇j ∂qj ∂qj
dt ∂ q̇j ∂qk dt j=1
∂qk ∂qj ∂qk ∂t
e ou simplesmente:
S
∂L0 df X ∂ 2f ∂ 2f
= = + d ∂L ∂L
∂qj dt ∂qj ∂ql ∂qj ∂t − = QR
k (1.5.2)
l=1 dt ∂ q̇j ∂qj
portanto as equações de Lagrange se tornam:
Quando temos forças de atrita da forma:
d ∂L d ∂L0 ∂L ∂L0
+ − − =0 S
dt ∂ q̇j dt ∂ q̇j ∂qj ∂qj X
QR
k = − βkj q̇j
sabemos que: j=1
5
onde: Se temos um sistema com p̄ vı́nculos, des-
∂T d ∂T d ∂T tes p ≤ p̄ vı́nculos não holônomos, então, existem,
q̈j = ( q̇j ) − q̇j ( ) no mı́nimo:
∂ q̇j dt ∂ q̇j dt ∂ q̇j
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de forma que, combinando as duas equações, ob- como os δ⃗rk não são todos independentes, utiliza-
temos a Equações de Lagrange do Primeiro Tipo: se o mesmo argumento usado anteriormente, de
p que pode isolar p multiplicadores tais que:
d ∂L ∂L X
− = λi aim (1.6.3) p
dt ∂ q̇m ∂qm X
i=1 mr̈k = F⃗ +(a) ⃗ k fk
λi ∇
i=1
Da equação (1.3.2), podemos obter que:
nota-se aqui, que os multiplicadores de Lagrange
(a)
Qk = Qk + Q̄k assumem o papel das forças de vı́nculos. Nesse
(a)
método, não se utiliza os vı́nculos para reduzir
sendo Qk a força aplicada. Então as equações os graus de liberdade, mas para aumentar. As
de Lagrange se tornam semelhantes à equação equações acima se tornam análogas às equações
(1.5.2), donde se obtém que: de Newton. Podemos ainda fazer outra análise.
X p A derivada total da energia cinética será:
λi aim = Q̄k N N
i=1 d X d 1 ˙ ˙ X
(T ) = ( m⃗ri · ⃗ri ) = ⃗r˙i · (m⃗r¨i )
ou seja, os multiplicadores de Lagrange seriam dt i=1
dt 2 i=1
equivalentes às forças que geram os vı́nculos não- N p
holônomos. Além disso, da equação (1.6.2) segue d X
˙ ⃗ (a)
X
⃗ i)
(T ) = ⃗ri · (F + λk ∇f
que: dt i=1 k=1
j
X p
N
Q̄k δqk = 0 d X
(a) ˙
X
(T ) = ⃗
F · ⃗ri + ⃗ i · ⃗r˙i
λk ∇f
k=1
dt i=1 k=1
que pode ser visto como o princı́pio d’Alambert
N p
para forças generalizadas. d X d X ∂fi
(T ) = − (V ) − λk
Pode-se extender o uso dos mmultiplica- dt i=1
dt k=1
∂t
dores de Lagrange para vı́nculos holônomos, que N X p
concede uma compreenssão maior das forças de d X ∂fi
(T + V ) = − λk
vı́nculos. Se temos os vı́nculos da forma: dt i=1 k=1
∂t
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O princı́pio d’Alambert consiste em ana- onde:
lisar pequenos deslocamentos entorno de um
d d
ponto q, para o tempo fixo, ou seja, deslocamen- ⃗r¨i · δ⃗ri = (⃗r˙i · δ⃗ri ) − ⃗r˙i · (δ⃗ri )
tos virtuais δq entorno de q. Agora se o sistema dt dt
segue de um ponto q1 até q2 , faz-se necessário uma d
curva que ligue eles. No espaço de configuração, ⃗r¨i · δ⃗ri = (⃗r˙i · δ⃗ri ) − ⃗r˙i · δ⃗r˙i
dt
existem infinitas curvas que passam por q1 e q2
simultaneamente. d 1
⃗r¨i · δ⃗ri = (⃗r˙i · δ⃗ri ) − δ( ⃗r˙i · ⃗r˙i ) (1.7.4)
No entanto, se a cada ponto está associ- dt 2
ado uma lagragiana e, tendo conhecimento de q e e, devido a mudança para coordenadas generali-
q̇, pode-se escrever: zadas:
(a)
L(q, q̇, t) ∼ L(t) F⃗i · δ⃗ri = Qj δqj = −δV (1.7.5)
ou seja, a lagrangiana se torna uma função do substituindo (1.7.4) e (1.7.5) em (1.7.3) e inte-
tempo. A curva que leva de q1 à q2 será a integral grando no tempo, afim de obter o caminho do
da lagrangiana no tempo: desenvolvimento do sistema:
Z t2
Z t2 "XS
#
S{q(t)} = Ldt (1.7.1) d ˙ 1˙ ˙
t1
m (⃗ri · δ⃗ri ) − mδ( ⃗ri · ⃗ri ) + δV dt = 0
t1 i=1
dt 2
sendo S a Ação, que possui dimensão de J ·s. Esse
tipo de formalismo, na matemática, é chamado de Z t2 S Z t2
X d
funcional, pois insere-se uma função e o funcional m (⃗r˙i · δ⃗ri )dt − [δ(T ) + δV ] dt = 0
t1 i=1
dt t1
associa um número a essa função.
Se existem infinitas curvas que ligam os S
X Z t2
˙ t2
[m⃗ri · δ⃗ri ]t1 − [δ(T − V )] dt = 0
dois ponto, podemos afirmar que elas distinguem
i=1 t1
por uma função:
Z t2
ηα (q, q̇, t) δ (L)dt = 0 (1.7.6)
t1
com as seguintes propriedades:
Afim de fornecer uma demonstração sa- ser um ponto extremo. Supor-se-á que existem in-
tisfatória considere o princı́pio d’Alambert: finitas curvas que ligam os dois ponto, tais curvas
S serão representadas por yα , onde:
X
m⃗r¨i · δ⃗ri − F⃗i · δ⃗ri = 0
(a)
(1.7.3)
i=1
yα = y + γα
8
Z x2
onde γα é um parâmetro arbitrário, que tem as ∂f d ∂f ∂γα
− dx = 0
propriedades: x1 ∂y dx ∂y ′ ∂α
Como define-se δJ = dJ/dα, os extremos de in- Agora estamos em condições de trabalhar com
tegração independem de α de forma que pode-se a ação. Supomos primeiro que trata-se de um
derivar o argumento da integral: sistema conservativo, com vı́nculos holônomos de
Z x2 forma que a equação (1.7.2) possa escrita como:
δJ{x} = δf (y, y ′ , x)dx = 0 (1.8.1) Z t2
x1 δS = 0 = δ L(q, q̇, t)dt
t1
O argumento da integral pode ser escrito
como os extremos de integração independem das
como:
variações nas coordenadas:
df ∂f ∂y ∂f ∂y ′ Z t2 "X #
δf = = + ′ Z t2 S
∂L ∂L
dα ∂y ∂α ∂y ∂α δL(q, q̇, t)dt = δqk + δ q̇k dt
t1 t1 ∂q k ∂ q̇ k
com: k=1
∂y ∂ ∂γα
= (y + γα ) = usando a argumentação semelhante à seção pas-
∂α ∂α ∂α
sada:
∂y ′ ∂ ′ ′ ∂γα′
= (y + γα ) = ∂L d ∂L d ∂L
∂α ∂α ∂α δ q̇k = ( δqk ) − δqk
de forma que a equação (1.8.1) se torna: ∂ q̇k dt ∂ q̇k dt ∂ q̇k
Z x2
∂f ∂γα ∂f ∂γα′
que resultará:
δJ{x} = + ′ dx = 0
x1 ∂y ∂α ∂y ∂α Z t2 "X S
#
∂L d ∂L
(1.8.2) δS = 0 = − δqk dt (1.9.1)
o segundo termo do argumento pode ser reescrito t 1 k=1
∂q k dt ∂ q̇ k
de forma que:
ou seja:
′ S
∂f ∂γα d ∂f ∂γα d ∂f ∂γα X ∂L d ∂L
′
= ( ′
) − ′ − =0 (1.9.2)
∂y ∂α dx ∂y ∂α dx ∂y ∂α ∂q k dt ∂ q̇ k
k=1
então: que implica:
Z x2 Z x2
∂f d ∂f ∂γα d ∂f ∂γα ∂L d ∂L
− ′
dx+ ( ′ )dx = 0 − =0 (1.9.3)
x1 ∂y dx ∂y ∂α x1 dx ∂y ∂α ∂qk dt ∂ q̇k
Z x2
∂f d ∂f ∂γα ∂f ∂γα x2 que são as Equações de Euler-Lagrange de se-
− dx+] ] x = 0 gundo tipo.
x1 ∂y dx ∂y ′ ∂α ∂y ′ ∂α 1
9
Se considerarmos vı́nculos não usando a mesma argumentação ateriormente
holônomos, mas mantermos um sistema conserva- usada, conclui-se que:
tivo, temos que levar em conta os multiplicadores Z Z t2 "X #
t2 S
de Lagrange, tal que: ∂T d ∂T
δT = − δqj dt (1.10.3)
X p Z t2 X p t1 t1 j=1
∂q j dt ∂ q̇ j
λi aik δqk ⇒ λi aik δqk dt
i=1 t1 i=1 juntanto as equações (1.10.2) e (1.10.3), tem-se
que deve ser somado a equação (1.9.1): que:
Z t2 "X j p
# Z t2 "X S
#
∂L d ∂L ∂T d ∂T
0= − + Qj δqj dt (1.10.4)
X
0= − + λi aik δqk dt ∂q dt ∂ q̇
t1 k=1
∂q k dt ∂ q̇ k i=1
t1 j=1 j j
(1.9.4)
portanto:
nesse caso, os δqk não são todos independentes,
de forma, fixamos: S
X ∂T d ∂T
− + Qj = 0 (1.10.5)
qm → m : 1, ..., j − p independentes ∂q j dt ∂ q̇ j
j=1
qm → m : j − p + 1, ..., j dependentes
ou:
tal que, obtém-se, da equação (1.9.4), que: d ∂T ∂T
− = Qj (1.10.6)
p dt ∂ q̇j ∂qj
∂L d ∂L X
− + λi aik = 0(1.9.5) Assim nota-se que o princı́pio de Hamil-
∂qk dt ∂ q̇k i=1
ton é exatamente o mesmo para sistemas conser-
que são as Equações de Euler-Lagrange de pri- vativos e não conservativos e que ele é equivalente
meiro tipo. ao princı́pio d’Alambert.
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caminho de configuração, percorrido no intervalo de forma que:
de tempo t1 e t2 demarcam, respectivamente, dois S
estados qi (t1 ) = qi1 e qi (t2 ) = qi2 . Assim, o sis- ∂T X ∂T
= q̇k = 2αT
tema modou temporalmente. No entanto, para ∂α k=1
∂(α q̇ k)
provar a homogeneidade no tempo, prova-se que,
para uma translação temporal ∆t os estados per- fazendo α = 1 então:
manece os mesmos. S S
X ∂T X
qi (t1 + ∆t) = qi1 q̇k = pk q̇k = 2T (1.12.4)
k=1
∂ q̇ k
k=1
qi (t2 + ∆t) = qi2
supondo, ainda, que:
Isso quer dizer, explicitamente, que as co-
ordenadas generalizadas não dependem explicita- ∂V
=0
mente do tempo, portanto, a lagrangiana também ∂ q̇k
não dependerá, de forma que: então, temos que:
∂L H = −T + V + 2T = T + V = E (1.12.5)
homogeneidade no tempo ⇔ =0
∂t
Analisando um pouco mais a fundo: ou seja, para vı́nculos escleorônomos, a Hamil-
toniana do sistema equivale a energia mecânica,
S que é uma constante de movimento. Isso é válido
dL X ∂L ∂L
= q̇k + q̈k (1.12.1) para vı́nculos escleorônomos, pois, como visto na
dt k=1
∂qk ∂ q̇k
seção dos multiplicadores de Lagrange, vı́nculos
sabendo que: holônomos não conservam energia. Ou seja, para
∂L d ∂L vı́nculos reônomos, a Hamiltoniana é constante,
=
∂qk dt ∂ q̇k mas a energia não.
então:
S
dL X d ∂L ∂L 1.13 Homogeneidade do Espaço
= q̇k + q̈k
dt k=1
dt ∂ q̇ k ∂ q̇ k
T (αq̇) = α2 T (q̇) bj · P⃗
pj = n (1.13.2)
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ou seja, homogeneidade do espaço implica con- ana e a Hamiltoniana. Ambas possuem suas van-
servação do momento, e vice-versa. Isso se deve tagens e, assim como toda teoria fı́sica, sua aplica-
ao fato de que, a ação das forças internas envol- bilidade. A mecânica Newtoniana, trabalha com
vem um par de ação-reação, de modo que a força as trajetórias das partı́culas, para isso, faz-se ne-
resultante é nula, assim, o momento se conserva. cessário a consideração de todas as forças atuando
Em casos que hajam forças externas, sobre as partı́culas, incluido as forças de vı́nculo.
deve-se explorar a simetria do problema. Como Em muitas situações, torna-se um trabalho pe-
no Campo num plano infinito, onde há so- sado considerar todas as forças, sendo uma das
mente uma componente de força diferente de zero. desvantagens. Outra desvantagem a ser mencio-
Assim existem duas componentes do momento li- nada é que a mecânica Newtoniana só é aplicável
near sendo conservadas. Ou ainda, no Campo à sistemas de referências inerciais. Quando em
num plano circular, de forma que existem duas sistemas não-inerciais, surgem as forças fictı́cias,
componentes da força não nulas, mas uma nula, o torna as equações de movimentos mais compli-
de forma que uma componente da força se con- cadas.
serva. Já na mecânica Lagrangiana, as forças de
vı́nculo são eliminadas da formulação, além disso,
é aplicável à qualquer sistema de referência. Nela
1.14 Isotropia do Espaço utiliza-se as coordenadas generalidas para descre-
ver as equações de movimento, que são derivadas
Diz-se que um sistema é Espacialmente Isotrópico
ou do princı́pios diferenciais D’Alambert ou do
se suas propriedades são invariantes sob rotação.
princı́pio integral de Hamilton. A desvantagem
Uma vez que o sistema seja rotacionado por um
da formulação é que não fornece a trajetória da
ângulo d⃗
φ, sabe-se que:
particula, sendo necessário um inversão.
d⃗r = dqb nj × ⃗r Na formulação Hamiltoniana, como ve-
remos, são trocadas as velocidades generali-
tal que:
∂⃗r ∆⃗r zadas pelos momentos canônicos, gerando as-
= =n bj × ⃗r sim equações de primeira ordem (diferente das
∂qj ∆qj
formulações precedentes, que se utilizavam de
segue-se ainda que: equações diferenciais de segunda ordem). Além
∂L ∂L disso, a mecânica Hamiltoniana é uma ligação
=0⇒ = pj = const. das teorias clássicas com teorias ”não-clássicas”,
∂qj ∂ q̇j
como a Mecânica Quântica e Estatı́stica.
assim:
S
X ∂⃗rk
pj = m⃗r˙k · 2.1 Transformação de Legendre
k=1
∂qj
S
X S
X As transformações são importantes na ma-
pj = m⃗r˙k · (b
nj × ⃗rk ) = bj · (⃗rk × m⃗r˙k )
n temática e na fı́sica, elas permitem simplificações
k=1 k=1 de diversos probleas e a compreensão de certas
ou seja, a componente da força generalizada, dado propriedades dos sistemas. Uma transformação,
por: em especial, é a transformação de Legendre.
ṗj = 0 Consideremos uma função de uma
mostra a conservação do momento angular. Ou variável f (x), tal que:
seja, o sistema possui isotropia do espaço, se o df
torque resultante é nulo, o que implica que o mo- df = dx = u(x)dx (2.1.1)
dx
mento angular do sistema se conserva.
agora seja uma função g(u) tal que:
dg
2 Mecânica Hamiltoniana dg = du = ±x(u)du (2.1.2)
du
então:
A mecânica clássica é constituida de três for-
mulações principais, a Newtoniana, a Lagrangi- df = d(ux) − xdu ⇒ d(f − ux) = −xdu (2.1.3)
12
concluindo que: ou seja:
S
df
X
g(u) = f (x) − ux = f (x) − x (2.1.4) pi q̇i − L = H (2.2.4)
dx i=1
essa é a transformação de Legendre. É importante por conveniênica alatera-se a ordem dos fatores.
ressaltar que d2 f /dx2 ̸= 0, caso contrário, u seria A equação (2.2.4) implica que:
constante, de modo que não poderia ser tratado S S
X ∂H ∂H ∂H ∂L ∂L
como uma variável.
X
dqi + dpi + dt = − dqi +q̇i dpi − dt
Uma importante propriedade, que justi- i=1 ∂qi ∂pi ∂t i=1
∂qi ∂t
fica o uso dessa transformação, é que ela possui
∂H ∂L
uma inversa única, isto é: =− = −ṗi (2.2.5a)
∂qi ∂qi
dg = −xdu = −d(xu) + udx ⇒ d(g + ux) = udx ∂H
= q̇i (2.2.5b)
dg ∂pi
f = g + ux = g − u (2.1.5)
du ∂H ∂L
=− (2.2.5c)
Podemos extender a transformação para ∂t ∂t
duas variáveis. Seja f (x, y) tal que: o conjunto das equações (2.2.5) são chamadas de
Equações de Movimento de Hamilton ou, devido
∂f ∂f
df = dx + dy = udx + vdy as sua importância, Equações Canônicas de Movi-
∂x ∂y mento. As 2S equações de primeira ordem, subs-
e seja g(u, y): tituem as S equações de segunda ordem da for-
mulação Lagrangiana e definem um novo espaço,
∂g ∂g o Espaço de Fase.
dg = − du + dy = −xdu + vdy
∂u ∂y
Para entender o significado fı́sico, volte-
então: mos a forma geral da Lagrangiana:
df = d(ux)−xdu+vdy ⇒ d(f −ux) = −xdu+vdy L = T − V = L2 + L1 + L0
donde: onde Li representa a ordem em q̇j . Isso faz com
∂f
g = f − ux = f − x
(2.1.6) que:
∂x S
X ∂L
dq̇j = 2L2 + L1
2.2 Equações canônicas de Movi- j=1
∂ q̇ j
mento a Hamiltoniana:
S H =T +V =E (2.2.6)
X ∂H ∂H ∂H
dH = dqi + dpi + dt (2.2.2) Mas para vı́nculos reônomos, temos que tomar a
i=1
∂qi ∂pi ∂t
derivada total no tempo da Hamiltonina:
sabe-se que:
∂L S
= pi dH X ∂H ∂H ∂H
∂ q̇i = q˙j + p˙j +
dt j=1
∂qj ∂pj ∂t
de forma que:
S S
X ∂L ∂L dH X ∂H ∂H ∂H ∂H ∂H
dL = dqi + d(pi q̇i ) − q̇i dpi + dt (2.2.3) = − +
∂qi ∂t dt j=1
∂q j ∂p j ∂p j ∂q j ∂t
i=1
13
dH ∂H ∂L
= =− (2.2.7) tal que:
dt ∂t ∂t ∂R
= q̇i
logo, se H é constante de movimento: ∂pi
∂H ∂R ∂L
=0 =− = −ṗi
∂t ∂ q̇i ∂ q̇i
para o caso de vı́nculos escleorônomos, ela se ∂R ∂L
=−
torna a lei de conservação da energia. Para o ∂t ∂t
caso da presença de vı́nculos reônomos, a Hamil- que são as correspondentes às coordenadas
toniana não é igual à energia. cı́clicas da formulação Hamiltoniana. Além disso,
Na mecânica Hamiltoniana existe, ainda, nota-se que:
uma grande vantagem, comparada a formulação
∂R ∂L
Lagrangiana, na presença de coordenadas cı́clicas. pi = =−
Quando há uma coordenada cı́clica: ∂ q̇j ∂ q̇j
14
por ser em intervalos de tempo fixo, podemos pas- tem-se que:
sar o operador δ para dentro da integral, de forma Z t2 XS
que:
∆A = ∆ pk q̇k dt = 0 (2.4.2)
" # t1 k=1
Z t2 X S
∂H ∂H
pi δ q̇i + q̇i δpi − δqi − δpi dt = 0 para qualquer caminho particular escolhido pelo
t1 i=1
∂q i ∂p i
sistema.
o termo: Para compreender o princı́pio, precisa-
d mos esclarecer alguns pontos. O princı́pio de Ha-
pi δ q̇i = (pi δqi ) − ṗi δqi milton, anteriormente utilizado, é utilizado sob
dt
a pressuposição de deslocamentos virtuais δqi ,
no entanto: ou seja, não existe variação de tempo δt = 0.
Z t2 Utiliza-se, para representar deslocamentos virtu-
d
(pi δqi ) = pi δqi = 0 ais, o sı́mbolo δ. Já ∆ se refere a um deslocamento
t1 dt real, ou seja, devemos considerar que ∆t ̸= 0.
de modo que: Disso surgem algumas propriedades inte-
ressantes, a primeira é:
Z t2 "XS
#
∂H ∂H
−ṗi δqi + q̇i δpi − δqi − δpi dt dqα ∂qα ∂qα ∂qα dt
t1 ∂q i ∂p i ∆q = dα = + q̇ + dα
i=1 dα ∂α ∂q ∂t dα
rearranjando os temos:
∂qα dt
∆q = + q̇α dα
Z t2 "XS # ∂α dα
∂H ∂H
− ṗi + δqi + q̇i − δpi dt =se
0 considerarmos que o operador δ é:
t1 i=1
∂qi ∂pi
(2.3.3) ∂
δ= dα
que implica em: ∂α
15
S
usando as equações de Lagrange, podemos rees-
X ∂f ∂f ∂f
∆f = δqk + q̇k + ∆t crever como:
k=1
∂q k ∂q k ∂t
S
∆f = δf + f˙∆t (2.4.5)
X d ∂L ∂L
δL = δqk + δ q̇k
k=1
dt ∂ q̇ k ∂ q̇ k
Podemos agora provar o princı́pio da
mı́nima ação. Primeiro supomos saber a Hamil- S
X d ∂L
toniana do sistema e que esta é válida, de modo δL = δqk (2.4.8)
dt ∂ q̇ k
que: k=1
Z t2 S Z t2
substituindo (2.4.8) em (2.4.7):
X
A= pk q̇k dt = (H + L)dt Z t2 Z t2 "XS #
t1 t1 d ∂L
k=1 ∆ L= δqk dt + [L∆t]tt21
t1 t1 dt ∂ q̇ k
como H é constante de movimento: k=1
Z t2 Z t2 S t2
Z t2
A= (H + L)dt = L + H(t2 − t1 )
X ∂L
∆ L= δqk dt + [L∆t]tt21 (2.4.9)
t1 t1 t1 k=1
∂ q̇k t1
aplicando o operador ∆: ou usando a relação expressa na equação (2.4.3):
Z t2
t2 S t2
∆A = ∆ L + H∆(t2 − t1 ) (2.4.6)
Z X ∂L ∂L
t1 ∆ L= ∆qk − q̇k ∆t dt+[L∆t]tt21
t1 k=1
∂ q̇k ∂ q̇k t1
visto que ∆H = 0. (2.4.10)
O termo: o termo ∆qk se anula nos extremos, de forma que:
Z t2 Z t2 " S
#
∆ L X ∂L
t1
∆ L= L− q̇k ∆t|tt21 (2.4.11)
t1 k=1
∂ q̇k
não pode ser ”operado”imediatamente, precisa-
mos utilizar alguns artifı́cios matemáticos para substituindo (2.4.11) em (2.4.6):
isso. Consideremos que: " S
#
X ∂L
Z t2
dI ∆A = L − q̇k ∆t|tt21 + H(∆t2 − ∆t1 )
L = I(q, t2 ) − I(q, t1 ) ⇔ L = k=1
∂ q̇k
t1 dt (2.4.12)
assim, quando aplicamos o operador: assim, obtemos que:
Z t2 " S
#
X ∂L
∆ L = ∆I(q, t2 ) − ∆I(q, t1 ) ∆A = L − q̇k + H ∆t|tt21
t1 k=1
∂ q̇ k
16
que é uma constante, e a ação se reduz imediata- substituindo em (2.6.2):
mente à: qP
S
Z t2 Z t2 Z 2 rk )2
k=1 mk (d⃗
A= dt ⇒ ∆A = ∆ dt = ∆(t2 − t1 ) = 0 ∆A = ∆ 2T √
1 2T
t1 t1
(2.5.2) v
Z 2√ u S
que mostra que tempo, para essa partı́cula, sem- uX
∆A = ∆ 2T t mk (d⃗rk )2 (2.6.4)
pre será um mı́nimo. Esse é conhecido como o 1 k=1
Princı́pio de Fermat, que afirma que o caminho
percorrido pela luz é tal que o tempo é mı́nimo. considerando, também, que T = E − V , obtém-se
Nota-se que não é aplicado somente à luz, mas que:
para qualquer partı́cula livre de força. v
u S
Z 2p
Para uma partı́cula de massa m definida, ∆A = ∆
uX
2(E − V )t mk (d⃗rk )2 (2.6.5)
então T é constante sempre que v é constante, de 1 k=1
forma que:
Z t2 Z t2 Z t2 que independe do tempo, assim, ∆ coincide com
δ.
∆A = ∆ dt = ∆ vdt = ∆ ds = 0
t1 t1 t1 Indo um pouco além, considerando
(2.5.3) vı́nculos esclerônomos, a energia cinética se torna:
que mostra que o caminho percorrido por essa
partı́cula é mı́nimo, de modo a fornecer a 1X
S
geodésica. T = mk ṙk2
2 k=1
∂⃗rk
2.6 Princı́pio de Jacobi ⃗r˙k = q̇j
∂qj
É interessante colocar o princı́pio da mı́nima ação assim:
S
de uma forma mais geral, a qual só possua de- 1X ∂⃗rk ∂⃗rk
T = mk q̇j q̇l
pendência com o espaço, para isso, consideramos 2 k=1 ∂qj ∂ql
que:
S chamando:
X ∂⃗rk ∂⃗rk
pk q̇k = H + L = 2T (2.6.1) µjl = (2.6.6)
k=1
∂qj ∂ql
de forma que o princı́pio da ação pode ser rees- conhecido, dessa forma, como tensor métrico.
crito como: Então:
S
1X
Z t2 T = mk µjl q̇j q̇l (2.6.7)
2 k=1
∆A = ∆ 2T dt (2.6.2)
t1
de fı́sica matemática, sabemos que µjl repre-
senta um tensor de transformação de coordena-
No entanto, a energia cinética, em geral,
das. Desse modo, podemos dizer que um elemento
é dada por:
de caminho dρ, para qualquer coordenada, é dado
S 2 por:
X 1 d⃗rk (dρ)2 = (d⃗r)2 (2.6.8)
T = mk
k=1
2 dt
devido a definição dado a µjl . Deve-se salientar
que, para um sistema de coordenadas ortogonais
S 2 X S
X 1 d⃗rk 1 µjl = δjl .
T dtdt = mk dt = mk (⃗rk )2
k=1
2 dt k=1
2 Dessa forma, reescrevemos a equação
(2.6.5) como:
onde:
v
qP Z 2
u S
S 2
mk (d⃗rk ) p uX
k=1
√ ∆A = ∆ 2(E − V )t mk dρ
dt = (2.6.3) 1
2T k=1
17
pelas massas serem definidas e constantes, então: 2.8 Parênteses de Poisson Funda-
mentais
Z 2p
∆A = ∆ 2(E − V )dρ (2.6.9)
1
Estudemos a evolução temporal de uma variável
que é conhecido como princı́pio de Jacobi.
dinâmica f (q, p). Para isso, derivamos ela no
tempo:
2.7 Espaço de Representação S
df X ∂f ∂f ∂f
= q̇k + ṗk +
Revisiremos alguns conceitos relacionados aos dt k=1
∂qk ∂pk ∂t
espaços de representação. O primeiro é o
S
Espaço de Configuração, este é um espaço S- df X ∂f ∂H ∂f ∂H ∂f
dimensional, representado pelas coordenadas ge- = − + (2.8.1)
dt k=1
∂q k ∂pk ∂p k ∂qk ∂t
neralizadas [q1 , q2 , q2 , ..., qS ]. Pode-se represen-
tar o caminho de configuração nesse espaço, mas podemos introduzir uma simplificação:
ele não resolver o problema, pois não especifica a S
posição em um determinado instante de tempo.
X ∂f ∂H ∂f ∂H
{f, H}p,q = − (2.8.2)
∂qk ∂pk ∂pk ∂qk
O Espaço de Evento é aquele consti- k=1
18
Teorema 1. Os parênteses de Poisson são in- assim:
dependentes do conjunto de variáveis canônicas S
escolhidas para efetuar a diferenciação. X ∂g ∂f ∂g ∂f
{f, g}q,p = −
k=1
∂Qk ∂Pk ∂Pk ∂Qk
Para provar o teorema, consideremos dois
conjuntos de variáveis Q, P e p, q, de modo que: ou seja:
{f, g}q,p = {f, g}Q,P (2.8.7)
Q = Q(q, p) e P = (q, p)
assim o subı́ndice é desnecessário, pois os
e sejam duas variáveis dinâmicas f (Q, P ) e parênteses de Poisson são invariantes sob trans-
g(Q, P ). Desse modo, os parênteses de Poisson formação de coordenadas.
entre as duas variáveis se torna:
S
X ∂f ∂g ∂f ∂g 2.9 Propriedades Formais
{f, g}q,p = −
∂qk ∂pk ∂pk ∂qk
k=1 Tendo apresentado os parênteses de Poisson, se-
S gue algumas propriedades algébricas importantes:
X ∂f ∂g ∂Qk ∂g ∂Pk
= +
k=1
∂q k ∂Q k ∂pk ∂Pk ∂pk 1. Assimetria:
∂f ∂g ∂Qk ∂g ∂Pk {f, g} = −{g, f } (2.9.1)
− +
∂pk ∂qk ∂qk ∂Pk ∂qk
que podemos reorganizar, deixando os termos que 2. Linearidade:
possuem qk e pk agrupados:
{c1 f1 + c2 f2 , g} = c1 {f1 , g} + c2 {f2 , g}
S
X ∂g ∂f ∂Qk ∂f ∂Qk (2.9.2)
{f, g}q,p = −
k=1
∂Qk ∂qk ∂pk ∂pk ∂qk
3. Elemento nulo:
∂g ∂f ∂Pk ∂f ∂Pk
+ − + {c, g} = 0 ∀g ⇔ c = const. (2.9.3)
∂Pk ∂pk ∂qk ∂qk ∂pk
S
X ∂g ∂g 4. Identidade de Jacobi:
= {f, Qk }q,p + {f, Pk }q,p
k=1
∂Q k ∂P k
{f, {g, h}} + {g, {h, f }} + {h, {f, g}} = 0
de acordo com o que assumimos antes, os (2.9.4)
parênteses de Poisson fundamentais são válidos
para qualquer, de modo que, se f = Qj : As três primeiras propriedades seguem
diretamente da definição. Para provar a identi-
{Qj , Qk } = 0, {Qj , Pk } = δjk dade de Jacobi, introduzimos o conceito de ope-
rador:
de modo que:
{g, h} = Dg h
∂G S S
{Qj , g} = X ∂g ∂ ∂g ∂ X ∂
∂Pk Dg = − = αj (g)
j=1
∂qk ∂pk ∂pk ∂qk j=1
∂πk
caso f = Pj :
lembrando que π equivale ao par ordenado q e p.
{Pj , Qk } = δjk, {Pj , Pk } = 0 Então, para o primeiro termo, temos que:
portanto:
∂G {f, {g, h}} = {f, Dg h} = Df (Dg h)
{Pj , g} = −
∂Qk {g, {h, f }} = {g, −Df h} = −Dg (Df h)
analisando isso, vemos que:
de forma que somando-os:
∂f ∂f
{f, Qk }q,p = , {f, Pk } = − {f, {g, h}} + {g, {h, f }} = Df (Dg h) − Dg (Df h)
∂Pk ∂Qk
19
S
Teorema 2. O parênteses de Poisso de duas inte-
X ∂ ∂h ∂ ∂h
= βk (f ) αj − αk (g) βj grais de movimento é uma integral de movimento.
j,k=1
∂πk ∂πj ∂πk ∂πj
" S #
X ∂ ∂ ∂h Para provar isso, consideremos duas
= βk (f ) (αj ) − αk (g) (βj ) constantes de movimento f e g, de modo que,
j,k=1
∂πk ∂πk ∂πj
usando a identidade de Jacobi:
da equação acima, podemos dizer que:
S {f, {g, H}} + {g, {H, f }} + {H, {f, g}} = 0
X ∂h ∂h
{f, {g, h}} + {g, {h, f }} = Aj + Bj
∂q j ∂pj se f e g são constantes, então, pela equação
j=1
(2.10.1) temos que:
onde, se h = qi obtem-se:
∂ ∂g ∂f
Ai = − {f, g} {f, − } + {g, } = {{f, g}, H}
∂p ∂t ∂t
i
e h = pi : ∂g ∂f
{ , f } + {g, } = {{f, g}, H}
∂ ∂t ∂t
Bi = {f, g}
∂qi na equação acima, ocorre a derivada de um pro-
de modo que: duto, isto é d/dx(uv) = u′ v + uv ′ , de modo que
pode ser reescrito como:
{f, {g, h}} + {g, {h, f }} =
S ∂
X ∂ ∂h ∂ ∂h {{f, g}, H} = {H, {g, f }} = {g, f }
− {f, g} + {f, g} ∂t
j=1
∂pi ∂qj ∂qi ∂pj (2.10.3)
que prova o teorema 2.
concluindo que:
{f, {g, h}} + {g, {h, f }} = −{h, {f, g}} (2.9.5)
2.11 Relação com a Mecânica
Quântica
2.10 Integrais de Movimento
Os parênteses de Poisson podem ser extendidos
Podemos achar uma forma de definir uma integral para uma estrutura matemática abstrata, isto é,
de movimento utilizando os parênteses de Pois- seja o parênteses abstrato:
son. Para isso, utilizamos a equação (2.8.3), su-
pondo, agora, que f é uma constante de movi- {..., ...}
mento, isto é:
df ∂f que satisfaz as propriedades (2.9.1)-(2.9.4), que
= {f, H} + =0 podem ser tratados como axiomas dessa estru-
dt ∂t
tura. Tais critérios são facilmente satisfeitos de
ou seja:
modo que teremos uma estrutura matemática dos
∂f
−{f, H} = {H, f } = (2.10.1) parênteses abstratos, cuja uma forma de aplicação
∂t seria na mecânica clássica.
que estabelece um critério conciso para saber se Mas se considerarmos operadores lineares
temos uma integral de movimento ou não. A, B, ... que são representados por matrizes qua-
b b
Em particular: dradas, podemos utilizar os parênteses abstratos
dH ∂H ∂H para verificar se os operadores são comutativos,
= {H, H} + = (2.10.2) visto que:
dt ∂t ∂t
visto que: [A,
b B]b−=A bB b−B
bAb
{H, H} = 0
o que concorda com o que foi mostrado na desse modo, se a ordem dos operadores não é ar-
equação (2.2.7). Assim, se H não depende ex- bitrária, o comutador é diferente de 0 e é um outro
plicitamente do tempo, é uma constante de mo- operador.
vimento. Com isso, podemos estabelecer um teo- A aplicação utilizando os operadores e
rema: os parênteses abstratos, é comum na mecânica
20
quântica. Desse modo, tanto a mecânica clássica ∂L ∂f
p̄j = +
quanto a quântica estão sob a mesma estru- ∂ q̇j ∂qj
tura dos parênteses abstratos, mas possuem de forma que a Hamiltoniana se torna:
aplicações diferentes. Na mecânica quântica, a
aplicação possui relação com o Princı́pio da Cor- S S
X X ∂L ∂f df
respondência: H̄ = q̄˙j p̄j − L̄ = q̇j + −L−
j=0 j=0
∂ q̇j ∂qj dt
1. uma quantidade fı́sica é mensurável (ob-
servável) ⇔ o operador é hermitiano, sendo XS
∂L
X S
∂f XS
∂f
representado por uma matriz quadrada no H̄ = q̇j −L + q̇j − q̇k
j=0
∂ q̇ j j=0
∂q j
k=0
∂q k
espaço vetorial (espaço de Hilbert);
21
2.13 A Função Geratriz ou reescrevendo:
S
A invariância na forma da lagrangiana ocorre de- X
pk q̇k − H − p̄k q̇¯k + H̄ dt
dF1 =
vido ao princı́pio de Hamilton, que sempre trans-
k=1
forma a ação num mı́nimo para qualquer caminho
M . Pode-se, então, utilizar o princı́pio de Hamil- ou
ton Modificado: S
X
"
Z t2 XS
# dF1 = pk dqk − p̄k dq̄k + (H̄ − H)dt (2.13.4)
δS = pk q̇k − H dt (2.13.1) k=1
t1 k=1
por comparação de (2.13.3) e (2.13.4) temos:
para investigar a canonicidade das trans-
∂F1
formações. ∂qj
= pk
∂F1
Como foi visto anteriorimente, a Lagran- ∂ q̄j
= −p̄k (2.13.5)
∂F1
giana independe da escolha das coordenadas ge- ∂t
= H̄ − H
neralizadas, fazendo com que a Lagrangiana origi-
nal distingua da transformada por uma derivada Isso consiste na primeira parte da de-
total de uma função f (q, t) arbitrária. O mesmo
monstração, a segunda parte consiste em demons-
ocorre na Hamiltoniana, exceto que é uma de- trar a canonicidade da transformação. Para isso
rivada parcial, e a função f recebe o nome de usaremos o princı́pio de Hamilton modificado:
Função Geratriz. O próximo teorema mostra as
Z t2 "XS
# Z t2 "X S
#
4 possı́veis funções geratrizes. dF1
pk q̇k − H dt = pk q̇k − H̄ + dt
Teorema 3. A transformação no espaço de fase: t1 k=1 t1 k=1
dt
22