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Fı́sica II

Desafio 4

Daniel Ferreira Betoret


NºUSP: 12556524
Setembro, 2021

1. a) Em uma caixa retangular de comprimento L, uma coluna de largura ∆x e altura h tem volume
V = Lh∆x, isto é, para um intante t. No instante t + ∆t, a altura será de h + y e a largura de ∆x + ∆z,
o que resulta em um volume V ′ = L(h + y)(∆x + ∆z) ≈ h∆x + h∆z + y∆x, em que se despreza o último
termo porque, simultaneamente, ∆z ≪ ∆x e y ≪ h. Igualando, agora, as duas expressões, temos:
∆z
V = V ′ =⇒ h∆x = h∆x + h∆z + y∆x =⇒ y = −h
∆x
·∆t/∆t,∆x>0 ∆z ∆t
=========⇒ y = −h
∆t ∆x
∆t→0
====⇒ y = −h∂x z (1)

em que o último passo é justificado pela regra da cadeia sobre a derivada de z com relação a x. Além
disso, assume-se x inversı́vel e derivável em alguma vizinhança aberta de t, o que pode não ser verdade,
mas, se essas condições são verdadeiras, a equação (1) também o é.

b) Como o movimento é na direção de x, cosideraremos apenas a equação que rege o movimento nela.
O módulo da força resultante que atua no elemento de massa é dado por:

FR = P (x)A(x) − P (x + ∆x)A(x + ∆x) = P (x)L∆h − P (x + ∆x)L∆h = ρL∆h∆x∂t2 z


P (x + ∆x) − P (x)
=⇒ ρ∂t2 z = −
∆x
∆t→0
====⇒ ∂x P (x, t) = −ρ∂t2 z(x, t) (2)

c) Se P = ρgH, em que H é a altura total da coluna de fluido considerada, então temos:

P (x + ∆x) − P (x) H(x + ∆x) − H(x)


lim = ρg lim
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
Mas podemos escrever y como a variação da profundidade total correspondente a um deslocamento
∆x. Assim sendo, e assumindo também a derivabilidade como em a, temos:

P (x + ∆x) − P (x) y−0


lim = ρg lim = ρg∂x y(x, t)
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x

em que o deslocamento vertical é zero no instante dado.


Por fim, substituindo em (2), temos:

∂t2 z(x, t) = −g∂x y(x, t) (3)

d) Substituindo a expressão para y encontrada na equação (1) na equação (3), temos:

∂t2 z(x, t) = hg∂x2 z(x, t) (4)

1
Em uma equação desse tipo, chamada equação de onda quando o termo que multiplica a derivada em
x é positivo, o que é o caso, a velocidade é a raiz quadrada desse termo, ou seja,
p
v= hg (5)

Isso acontece porque a solução mais geral para esse tipo de equação é de forma Af (x−vt)+Bg(x+vt),
em que f (u) e g(u) são funções de classe C 2 de uma variável, donde claramente se vê que um ponto de
máximo, por exemplo, desloca-se em x em função do tempo com velocidade v.

2. a) Sendo o movimento dado aproximadamente periódico, pode-se encontrar o perı́odo médio como
o tempo total dividido pelo número de oscilações:
1 h 15 min
T̄ ≈ = 25 min = 1500 s
3
A amplitude, por sua vez, é metade da diferença entre o máximo, aproximadamente 90 cm e o mı́nimo
da função de onda, aproximadamente −60 cm. Portanto,

A ≈ 75 cm

b) Usando a equação (5), podemos calcular:


√ √
i ) v ≈ 6.103 .10 m/s = 100 6 m/s ≈ 245 m/s
√ √
ii ) v ≈ 20.10 m/s = 10 2 m/s ≈ 14 m/s
Assim sendo, e lembrando que v = λν, em que ν = 1/T é a frequência da onda, podemos calcular
λ = vT :
i ) λ = vT ≈ 367, 423 km
ii ) λ = vT ≈ 21, 213 km

c) Em condições normais, a energia transmitida por uma onda cresce com a velocidade e a amplitude.
Se, pois, afirmarmos que a energia não se dissipa em outras direções – o que, em verdade, acontece, mas,
tendo em vista a imesa quantidade de energia, não “mata” o efeito – e se mantém aproximadamente
constante, conforme a onda se aproxima da costa, a profundidade diminui, com ela a velocidade e,
portanto, é necessário que a amplitude da onda aumente.

3. a) Seja a densidade linear da corda µ constante, L o comprimento total da corda e o sistema de


coordenadas o indicado na figura. Se escolhermos para a análise um trecho de corda entre y0 e y0 + ∆y,
sabemos que, para que o pedaço permaneça no lugar, é necessário que a diferença T0 (y0 + ∆y) − T0 (y0 )
seja igual ao peso exercido sobre o pedaço de corda, P = gµ∆y. Sendo assim, temos, para a a condição
incial sem perturbação, a seguinte equação para um y arbitrário:
∆y→0
T0 (y + ∆y) − T0 (y) = gµ∆y ====⇒ ∂y T0 (y) = gµ (6)

de solução geral T0 = µgy + C. Aplicando a condição de que T0 (L) = µgL, temos C = 0 e a solução
inicial T0 = µgy.

b) Primeiramente, representamos o sistema na figura 1.

2
y y + ∆y
y

−T⃗ (y)
θ
∆x

x
T⃗ (y + ∆y)

Figure 1: Representação da corda.

Para o modelo, usamos, além das aproximações anteriores, a aproximação para ângulos pequenos em
que sin θ ≈ θ ≈ tan θ. Assim sendo, as componentes em y das trações são aproximadamente o módulo
da tração no ponto e obedecem à equação (6) para que não haja deslocamento em y. Em x, no entanto,
usando a aproximação do seno pela tangente, temos:
∆x ∆y→0
Tx (y + ∆y) = T (y + ∆y) ====⇒ Tx (y) = T (y)∂y x(y, t) (7)
∆y
em que a razão no fim é calculada em y + ∆y.
Fazendo o mesmo para um ponto y arbitrário e usando a segunda lei de Newton sobre o pedaço de
corda, chegamos à seguinte equação:

Tx (y + ∆y) − Tx (y) = µ∆y∂t2 x(y + ∆y/2, t)


(7) T (y + ∆y)∂y x(y + ∆y, t) − T (y)∂y x(y, t)
==⇒ = µ∂y x(y + ∆y/2, t)
∆y
Mas este último termo do lado esquerdo da equação é, tomado o limite ∆y → 0, justamente a expressão
da derivada parcial com relação a y da função T ∂y x. Sendo assim, podemos aplicar a regra do produto,
chegando a:

µ∂t2 x(y, t) = ∂y T (y)∂y x(y, t) + T (y)∂y2 x(y, t) (8)


∆y→0
porque ∂t2 x(y + ∆y/2, t) −−−−→ ∂t2 x(y, t).
Substituindo, agora, o valor encontrado em a para a tração, obtemos:

∂t2 x(y, t) = g∂y x(y, t) + gy∂y2 x(y, t) (9)

c) Para realizar a substituição de variáveis, é necessário encontrar o seu jacobiano:

gz 2 gz
y= =⇒ ∂z y =
4ω 2 2ω 2
z̸=0 2ω 2
===⇒ ∂y = ∂z (10)
gz
assumindo, novamente, inversibilidade e derivabilidade.
Assim, substituindo o resultado de (10) e y na equação 6 do enunciado, temos:

gz 2 2ω 2
 2
2ω 2
 
2 2 (10) 2ω
gy∂y u + g∂y u + ω u = 0 ===⇒ g 2 ∂z ∂z u + g ∂z u + ω 2 u = 0
4ω gz gz gz
2ω 2 2ω 2 2 2ω 2
 
gz
=⇒ − 2 ∂z u + ∂z u + ∂z u + ω 2 u = 0
2 gz gz z
ω2
=⇒ ω 2 ∂z2 u + ∂z u + ω 2 u = 0
z
·z 2
==⇒ z 2 ∂z2 u + z∂z u + z 2 u = 0 (11)
O resto do desafio será resolvido no mathematica.

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