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Funções de Poincaré
(Análise Matemática & Implicações Físicas)
AYNI R. CAPIBERIBE
VOLUME Ѫ
ⓒ 2020 Publicado pela ALRISHA
Todos os direitos reservados
Versão digital
ISBN: 9798634720784
ALRISHA
Campo Grande, Mato Grosso do Sul
www.alrisha.webnode.com
PREÂMBULO .............................................................................. 10
INTRODUÇÃO ............................................................................ 11
I. O Princípio da Relatividade..................................................... 14
1. Caracterização do Espaço-Tempo Plano .......................... 14
2. O PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE E DA INÉRCIA ................... 18
3. A INTELIGIBILIDADE DO GRUPO DE LORENTZ .................... 31
PREÂMBULO
Este livro é uma apresentação detalhada de um programa de
pesquisa sobre o princípio da relatividade a partir das funções de
Poincaré, transformações lineares ortogonais que permitem criar
estruturas unificadas que permitem estudar as propriedades do
espaço-tempo plano como uma única variedade.
O livro é dividido em três partes:
I. O Princípio da Relatividade
II. Análise Matemática
III. Implicações Físicas
Na primeira parte apresentamos o princípio da relatividade de
Poincaré e deduzimos as variedades compatíveis com esse princípio:
e criticamos os argumentos de Minkowski sobre a preferência da
variedade lorentziana, em relação a variedade galileana.
A segunda parte inicia com a apresentação formal das funções de
Poincaré e suas principais propriedades. Usando as funções de
Poincaré unificamos o espaço-tempo em uma única variedade. Para
extrairmos o conteúdo físico-matemático dessa variedade unificada
construímos seu cálculo K e uma teoria de grupos, que chamamos
de super grupos, pois a estrutura condensa três grupos distintos:
SO(3), SO(1,3) e SO(4).
Na terceira parte, discutimos três consequências físicas: (a) uma
interpretação do eletromagnetismo como a manifestação física das
linhas coordenadas da variedade; (b) a relação da entropia, seta do
tempo e a componente zero do s-grupo de Lorentz; (c) o mar de Dirac
como uma variedade euclidiana.
Longe de esgotar as possibilidades, esperamos que esse livro
inspire acadêmicos e pesquisadores a explorar novas consequências
do princípio da relatividade e das funções de Poincaré.
P á g i n a | 11
INTRODUÇÃO
Este trabalho é o resultado de uma ampla pesquisa teórica que
pretendia responder a seguinte questão: como é possível unificar
todos os espaço-tempos planos em uma única estrutura? Por espaço-
tempo plano, doravante chamaremos apenas de espaço-tempo,
entendemos qualquer variedade ou espaço topológico que satisfaça
o princípio da relatividade e as conexões de Riemann-Christofell se
anulem sobre todos os pontos da variedade. Pela topologia de baixa
dimensão, demonstra-se que há apenas três variedades que
satisfazem essas duas condições: o espaço de Galileu, o espaço de
Euclides e o espaço de Lorentz. A motivação dessa pesquisa foi em
desenvolver uma topologia de baixa dimensão unificada que permita
caracterizar todos estes espaços-tempos, como no programa de
Elanger de Félix Klein.
Como as variedades espaço-temporais são espaços topológicos
munidos de métrica, suas propriedades são caracterizadas pelas
álgebras de Clifford em anéis hipercomplexos associativos com
unidade. Esse fato nos levou a procurar um automorfismo interno
que atua como um mapa da variedade e induz a métrica do espaço-
tempo a partir da qualidade (característica) da unidade
hipercomplexa de cada anel. Este automorfismo resultou na criação
de funções geométricas especiais, que chamei de funções de
Poincaré. As funções de Poincaré permitem deduzir propriedades
gerais do espaço-tempo, das geometrias hiperbólicas, parabólicas e
elípticas e dos grupos SO(3), SO(4) e SO(1,3). Também provamos
que as funções de Poincaré correspondem as transformações de
Galileu em uma métrica induzida por um número dual; as
transformações de Lorentz em uma métrica induzida por um número
perplexo e as transformações de Euclides em uma métrica induzida
por um número complexo.
P á g i n a | 12
I. O Princípio da Relatividade
1
Rigorosamente falando, Einstein não enunciou de maneira explícita o princípio
da inércia. Esse fato foi observado por A. Sommerfeld em 1921, na coletânea de
ensaios O Princípio da Relatividade. Contudo, no decorrer de seu ensaio de 1905,
fica aparente que Einstein estava tacitamente assumindo esse requisito (BROWN,
2017).
P á g i n a | 15
2
Publicada no ano seguinte sobre forma de livreto com nome Raum und Zeit
(Espaço e Tempo).
3
Gc, onde c denota a velocidade da luz no vácuo, corresponde ao grupo de Lorentz,
SO(1,3). Enquanto G∞ corresponde ao grupo de Galileu, SO(3), da mecânica
relacional. Minkowski não apresenta o grupo de Euclides, SO(4), que seguindo
sua convenção denotaríamos por Gic.
P á g i n a | 16
4
Registre que esse ensaio é apenas um esboço de uma teoria mais geral e que é
apresentada detalhadamente no livro Princípio da Relatividade Volume 5: Espaço-
Tempo (Programa de Erlanger) (CAPIBERIBE, 2020).
P á g i n a | 18
det ij det ij 1
P á g i n a | 20
det j 1
2
i
5
Parte da dedução que seguiremos é feita de maneira análoga por Brown (2017).
P á g i n a | 21
A 0 0 B
0 1 0 0
ij
0 0 1 0
C 0 0 D
Calculando o determinante dessa matriz, obtemos6:
l AD BC
AD BC 1
x Ax Bt
t Cx Dt
AD BC 1
6
https://matrixcalc.org/pt/det.html#determinant-
Gauss%28%7B%7BA,0,0,B%7D,%7B0,1,0,0%7D,%7B0,0,1,0%7D,%7BC,0,0,
D%7D%7D%29
P á g i n a | 22
AD BC x Dx Bt
x Dx Bt
0 Ax Bt
Bt Ax
x
B A
t
B Av
0 Dx Bt
Bt Dx
x
BD
t
P á g i n a | 23
B Dv
Dv Av
D A
AD BC 1
AA Av C 1
A2 Av C 1
1 A2
C
Av
Tendo obtido a transformação dos coeficientes em função de A,
vamos rescrever as nossas equações:
x Ax Avt
1 A2
t x At
Av
x A x vt
A2 1
t A t A2 v 2 vx
P á g i n a | 24
1
A
1 R 2v 2
7
Para informações mais detalhadas sobre o anel dos números duais e suas
aplicações, o leitor deve consultar: Veldkam (1976), Fischer (1999), Vasantha,
Smarandache (2012), Ozdemir (2018).
8
Para informações mais detalhadas sobre o anel dos números perplexos e suas
aplicações (em particular na relatividade especial), o leitor deve consultar: Fjelstad
(1986), Assis, (1991), Borota, Osler (2002), Khrennikov, Segre (2005), Catoni,
Boccaletti, Cannata, Catoni, Nichelatti, Zampetti (2008), Sabadini, Shapiro,
Sommen, (2009), Poodiack (2009), Sabadini, Sommen (2011), Catoni, Boccaletti,
Cannata, Catoni, Zampetti (2011), Catoni, Zampetti (2012), P Kisil, (2013),
Gargoubi, Kossentini (2016), Amorim, Santos, Carvalho, Massa (2018),
Boccaletti, Catoni, Catoni (2018), Ozdemir (op cit).
P á g i n a | 25
2 1 1
1 R 2 v 2 1
2
1 R v
2 2
2 1 2 2 1 1 R v
2 2
2
1 R v 1 R 2v2
2 1
R 2v 2
2
2 1
t t 2 2 vx
v
R 2v 2
t t 2 vx
v
t t R 2 vx
x x vt
y y
z z
t t R vx
2
x x vt
v
t v t Rv2vx
x x vt
t t Rv2vx
x v x vt u t Rv2vx
t v t Rv2vx Ru2u x vt
x x vt ut Rv2uvx
t t Rv2vx Ru2ux Ru2uvt
x
1 Rv2uv x u v t
t 1 Ru2uv t Rv2v Ru2u x
x
u v
t
x
1 Rv2uv
t 1 Ru2uv Rv2v Ru2u
t x
1 Rv2uv 1 Rv2uv
x x wt
t t Rw2 wx
1 R uv 1
2
u
1 R uv 2
v
1 Ru2uv 1 Rv2uv
Ru2 Rv2 R 2
R v R u R w
2 2
2
1 R uv 2 w
R2
u v Rw2 w
1 R uv 2
P á g i n a | 28
R 2 w Rw2 w
Rw2 R 2
y y
z z
1
t t vx
1 v2
Nesse sistema as medidas os comprimentos se dilatam e os
períodos se contraem na direção do movimento. A velocidade da luz
opera como uma velocidade limite sobre certas condições, porém, é
possível obter velocidades maiores que a da luz por meio da
composição de quadros inerciais.
uv
w
1 uv
1
1 v2
1
x x vt
1 v 2
y y
z z
1
t t vx
1 v2
4. As Funções de Poincaré
Como o espaço-tempo é uma variedade induzida pela unidade
hipercomplexa R, o espaço e o tempo serão descritos por funções de
classe C∞, que nós chamaremos de funções geométricas ou funções
de Poincaré, em homenagem ao físico-matemático Henri Poincaré.
Tomemos as transformações do espaço e do tempo:
x x vt
y y
z z
t t R vx
2
PR v R 2 PR v 1
2 2
2 2R
Se estas relações são verdadeiras, elas devem satisfazer a equação
fundamental da trigonometria. Para isso, tomemos o seu quadrado:
P á g i n a | 35
2 2
e Rv e Rv e Rv e Rv
P v P v
2 2
R R
2 2R
e 2 Rv 2e Rv e Rv e 2 Rv e 2 Rv 2e Rv e Rv e 2 Rv
PR v PR v
2 2
4 4R2
e 2 Rv 2 e 2 Rv e 2 Rv 2 e 2 Rv
PR v PR v
2 2
4 4R2
Substituindo na relação fundamental:
PR v R 2 PR v 1
2 2
e 2 Rv 2 e 2 Rv e 2 Rv 2 e 2 Rv
l R2
4 4R2
e 2 Rv 2 e 2 Rv e 2 Rv 2 e 2 Rv
l
4
l 1, Q.E.D.
Agora que conhecemos a forma analítica das funções de
Poincaré, podemos obter as suas expansões em série de Taylor:
1 vR vR
n n
P v 1
R
1
2 n 1 n ! n 1 n !
1 vR vR vR vR
2n 2 n 1 2n 2 n 1
P v 2
2 n 1 2n ! n 1 2n 1! n 1 2n ! n 1 2n 1!
R
v2n
PR v 1 R 2
n
n 1 2n !
Agora, vamos obter a expansão da função ímpar de Poincaré:
1 vR vR
n n
P v
R
2 R n 1 n ! n 1 n!
1 vR vR vR
2n 2n
P v
2
n 1 2n ! 2n 1!
R
2 R n 1
vR 2
n
vR vR
2n
2n !
n 1 n 1 2n 1!
1 vR vR vR
2n 2n
P v
2
n 1 2n ! 2n 1!
R
2 R n 1
vR 2
n
vR vR
2n
2n !
n 1 n 1 2n 1!
1 vR vR vR vR
2n 2n 2n 2n
P v
2 vR vR
2 R n1 2n ! n 1 2n 1 ! n 1 2n ! n 1 2n 1 !
R
Vamos separar as duas funções em suas partes pares e ímpares:
1 vR vR vR vR
2n 2 n 1 2n 2 n 1
P v
2 R n 0 2n ! n 0 2n 1! n 0 2n ! n 0 2n 1!
R
P á g i n a | 37
1 vR vR vR
2n 2n
P v
2 R n 0 2n ! n 0 2n 1 !
R
vR 2
n
vR vR
2n
2n !
n 0 n 0 2n 1!
1 vR vR vR
2n 2n
P v
2 R n 0 2n ! n 0 2n 1 !
R
vR 2
n
vR vR
2n
2n !
n 0 n 0 2n 1!
1 vR vR
2n 2 n 1
P v
vR
2 R n 0 2n ! n 0 2n 1 !
R
vR vR vR
2n 2 n 1
n 0 2n ! n 0 2n 1 !
Realizando as operações algébricas, obtemos a expansão da
função ímpar de Poincaré:
v 2 n 1
PR v v R 2
n
n 1 2n 1!
Por meio dessas expressões analíticas, podemos caracterizar as
transformações e as rotações de cada espaço-tempo induzido pela
unidade R.
P á g i n a | 38
11 êx , êx 1
22 êy , êy 1
33 êz , êz 1
44 êt , êt T
ij 0, i j
Na forma matricial é escrita como:
1 0 0 0
0 1 0 0
ij
0 0 1 0
0 0 0 T
0 0 v 1 0 0 0 0 0 R 2 v 1 0 0 0
0 1 0
0 0 1 0 0 0
0 1 0 0
1 0 0
0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0
2
R v 0 0 0 0 0 T v 0 0 0 0 0 T
0 0 vT 0 0 R 2 v 1 0 0 0
0
1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0
0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0
2
R v 0 0 T v 0 0 0 0 0 T
2 v 2 2T 0 0 R 2 v 2 v 2T 1 0 0 0
0 1 0 0 0 1 0 0
0 0 1 0 0 0 1 0
2 2
R v v T 0 R 4v 2 2 2T 0
2
0 0 0 T
R 4 v 2 2 2T T
Vamos operar a segunda equação, para obtermos o valor de T.
R 2 T v 2 0
T R
2
2 R 2 v 2 2 1 R 4v 2 2 2 R 2 R 2
2 2 2 2
1 R v 1 1 R v 1 R R
2 2 2 2
2 1 2 R2
2 1 2 R 2
1 1 (Q.E.D) R 2 R 2 (Q.E.D)
Portanto as componentes da métrica serão:
1 0 0 0
0 1 0 0
ij det ij R 2
0 0 1 0
0 0 0 R2
De forma que cada unidade hipercomplexa induz o valor do
determinante da métrica:
1, espaço tempo de Lorentz
det ij 0, espaço tempo deGalileu
1, espaço tempo de Euclides
O elemento de linha na variedade espaço-tempo é definida a partir
da métrica pela relação:
4 4
ds 2 ij dxi dx j
i 1 j 1
ds 2 dx 2 dy 2 dz 2 R 2 dt 2
P á g i n a | 41
v2n
v 2 n 1
P v 1 2 P v v 2
n n
n 0 2n ! n 1 2n 1!
v 2n
v 2 n 1
P v 1 0 P v v 0
n n
n 0 2n ! n 1 2n 1!
v2n
v 2 n 1
P v 1 0 P v v 0
n 0 2n ! n 1 2n 1!
P v 1
P v v
1 0 0 v 1 0 0 v
0 1 0 0 0 1 0 0
ij G ij
0 0 1 0 0 0 1 0
v
2
0 0 1 0 0 0 1
ds 2 dx 2 dy 2 dz 2 2 dt 2
ds 2 dx 2 dy 2 dz 2 0dt 2
ds 2 dx 2 dy 2 dz 2
P á g i n a | 42
v2n
v 2 n 1
P v 1 h
2 n
P v v h
2 n
h
n 0 2n ! h
n 1 2n 1!
v2n
v 2 n 1
Ph v 1 1 Ph v v 1
n n
n 0 2n ! n 1 2n 1!
P v cosh v
h
P v sinh v
h
v2n
v 2 n 1
Pi v 1 i
2 n
Pi v v i
2 n
n 0 2n ! n 1 2n 1!
v2n
v 2 n 1
Pi v 1 1 Pi v v 1
n n
n 0 2n ! n 1 2n 1!
Pi v cos v
Pi v sin v
5. Cálculo-K Generalizado
Nessa seção apresentaremos uma síntese das ideias de Bondi,
seguindo a abordagem a apresentada por David Bohm (2015, p. 175-
190) e generaliza-la para variedades espaço-temporais planas
arbitrárias, por meio das funções de Poincaré. Para tornar mais
simples as deduções, usaremos os diagramas convencionais de
Minkowski, porém os resultados são válidas para espaços
euclidianos e galielanos, pois a variedade de Lorentz é
homeomórfica as variedades de Galileu e Euclides. Este
homeomorfismo será definido como uma aplicação linear que
preserva as coordenadas t e x, mas transforma as transformações de
Lorentz em funções de Poincaré:
R: R
R xPp ktPp x PR ktPR
R ktPp xPp ktPR xRPR
OC
arctan
OA
ct
arctan
ct
4 (45º)
Portanto os raios OC e OD formam ângulos de 45 graus com os
eixos OA e OB. Como observa Bohm (2015, p. 177) “é claro que em
três dimensões há muitas direções possíveis para um raio de luz, de
modo que todo o conjunto de raios de luz através de O é representado
por um cone. As linhas OC e OD correspondem então à intersecção
deste “cone de luz” com o plano x-ct.” Vamos supor um observador
S se desloca com velocidade constante v em relação ao observador
S’. Do ponto de vista geométrico, o observador S equivale a uma
rotação hiperbólica dos eixos OA e OB com um ângulo . Se
denotarmos por OE e por OF os eixos ct’ e x’, respectivamente, o
diagrama de Minkowski, na perspectiva de S’, apresentará a seguinte
representação:
OE OAPR OB RPR
OF OBPR OAPR
Se um evento for simultâneo no referencial S isso implica que o
intervalo OE deve ser nulo.
0 OAPR OBPR
OAPR OBR 2 PR
OA OBP R
Portanto os eventos simultâneos de S se localizam na reta OF e
por isso no referencial S’, estes eventos não serão simultâneos. Se
tomarmos a perspectiva do referencial S’, o diagrama de Minkowski
assume o seguinte aspecto:
NN R
OSP R ON P
2
Substituindo esse valor na segunda equação:
NN NN R
ON P
2 2
ON
1 P NN
R
2 P R
To
1 P K
R 2
1 To
2 P R
1 P K
R 2
1 2 P R
K 2 K 2 P R 1 P R 2 P R
K 2 1 P R 1 P R
1 P R
K2
1 P R
1 P R
K
1 P R
k Rv
K
k Rv
NN
OS ON NS ON
2
P á g i n a | 53
t To
K 2
1 To
2
t
K 1To
2
2
No sistema S, o tempo corresponde ao eixo ON’
t ON ' T KTo
Dividindo as t por t’:
t K 1
2
t 2K
t 1 P 1
R
1
t 1 P R 2 K
t 1 1 P R
t 1 P R 1 P R
t 1
t 1 P R 2
Usando as relações de Poincaré, obtemos: a fórmula da dilatação
do tempo:
t t PR 2
t t PR t
P á g i n a | 54
T2 K u T1
K w K u K v
K 2 w K 2 u K 2 v
1 P R w 1 P R u 1 P R v
R R
1 P w 1 P u 1 P v
R
k Rw k Ru k Rv
k Rw k Ru k Rv
k Rw k uRk vRk R vu
2 2
2
k Rw k uRk vRk R vu
2
k 3
uRk 2 vRk 2 vukR 2 wk 2 R uwkR 2 vwkR 2 vuwR 4
w
u v k 2
k 2
R 2vu
MR MP PR
MP PR
MR
MP
2
O pulso é emitido no evento M, no tempo T1 e retorna no instante
T2, portanto o seguimento MR tem “comprimento” T2 – T1
MR T2 T1
T2 T1
MP
2
Queremos determinar em qual instante ocorre o evento P, segundo
o observador no referencial S’. Pela geometria elementar, temos que:
MP P M
P M PM
O evento M ocorre no instante T1, substituindo na equação:
T2 T1
P T1
2
T2 T1
P
2
Se multiplicarmos o segmento MP por k, obtemos o “tempo
próprio”:
T T
k 2 1
2
P á g i n a | 59
s
2K
K s s
2
s
2K
s
K 1 K 2 1 s
2
2K
Vamos calcular os o valor dos termos nos parêntesis:
1 P R 1 P R
K 1 1 P R 1
2
K 2 1 1 P R
1
2 P R
K 1 1 P R
2
K 2
1
2
1 P R
1 P R
K 1 P
R
1 P R
1 P
R
K 1 P R 1 P 1 P
R R
K 1 P R 1 P
R2
K 1 P R
1
P
R
Substituindo na equação,
PR sP R
R R PR R 2 sPR
kt kt PR R 2 xPR
x R
t t PR R 2 P
k
Essa é a transformação da coordenada t. Vamos obter a
transformação do espaço.
KT2 T1 K
sk
2
s
K 2
1 s K 2 1
2K
s PR s P R
s sPR R PR
x xPR kt PR
P á g i n a | 62
1. R a3 R a1 R a2 | R a3 GGL R ai ,
2. R a1 R a2 R a3 R a1 R a2 R a3
3. R I | R I R ai R ai R I R ai
4. R a j R ai | R a j R ai R ai R a j R I
1
5. R a1 R a2 R a2 R a1 | R a1 R a2 GGL R ai ,
a3 2 R
R
R P a1 P a2 R P a1 P a2 R P a1 P a2 P a1 P a2
R 2 R R 2 R R R R
P a P a R P a P a
a
R
R 2
R
R
P
R
a P a P a P a
R
R
R
a P a R P a P a
R 1 2 1 2 1 2 1 2
R P a P a P a P a
3 2 R R R R R R 2 R R
1 2 1 2
P 1 2 1 2
PR a1 a2 PR a1 a2
a3 2 R
R
R P a1 a2 P a1 a2
R
PR a3 PR a3
a3 2 R
R
R P a3 P a3
R
R a3 R a1 R a2 R a1 a2
R a1 R a2 R a1 a2
R a1 a2 R a2 a1
R a1 R a2 R a2 R a1
como a soma de ângulos comuta, então a igualdade está garantida.
Agora vamos determinar quem é o elemento identidade das s-
transformações de Lorentz.
R I R ai R ai
R I ai R ai
I ai ai I 0
como o ângulo zero pertence ao conjunto dos ângulos e é único,
portanto existe um único elemento neutro ou identidade, que é
expresso pela seguinte matriz:
PR 0 PR 0 1 0
0 2 R
R
0
R
R P 0 P 0
R
0 1
Por fim, iremos calcular o elemento inverso:
R a j R ai | R a j R ai R ai R a j R I
1
R a j R ai R 0
R a j ai R 0
a j ai
P R a PR ai
ai 2 R i
R P ai P ai
R
PR ai PR ai
ai
R 2 PR ai P R
a
i
P R a PR ai
1 ai ai 2 R i
R P ai P ai
R
SO p, i , 3 - i, i
Pi a Pi a
a 2 i
i
i P a P a
i
SO 0, 4 SO 4
cos a sin a
i a
sin a cos a
Agora, tomando R como a unidade dual, teremos o grupo de
rotações no espaço de Galileu, SO(3):
SO p, , 3 - i,
P a P a
a 2 i
P a P a
SO 0, 3 SO 3
1 a
a
0 1
Por fim, para obter o grupo de Lorentz SO(1,3), tome R = p.
SO p,p , 3 - i,p
Pp a Pp a
a 2 p
p
p P a P a
p
SO 1, 3
cosh a sinh a
p a
sinh a cosh a
P á g i n a | 68
Teorema:
“O grupo SO(-1, n-1) é isomórfico à SO(n)”
Prova:
Tomemos o número hipercomplexo q definido por:
n 1
q xi it
i 1
f1 x y z z y f 4 R 2 x kt y y kt
Rot f 2 y x z z x Boosts f 5 R 2 y kt z z kt
f z x y y x
3 f 0 R z kt x x kt
2
x y z z y y x z z x
M 01 M 02
kt kt
M 01 0 M 02 0
z x y y x x kt y y kt
M 03 M 04 R 2
kt kt
M 03 0 M 04 R 2 y
y ct z z kt z kt x x kt
M 05 R 2 M 00 R 2
kt kt
M 05 R 2 z M 00 R 2 x
x y z z y y x z z x
M11 M12
x x
M11 0 M12 z
P á g i n a | 71
z x y y x x kt y y kt
M13 M14 R 2
x x
M13 y M14 0
y kt z z kt z kt x x kt
M 15 R 2 M 10 R 2
x x
M 15 0 M 10 R 2 kt
x y z z y y x z z x
M 21 M 22
y y
M 21 z M 22 0
z x y y x x kt y y kt
M 23 M 24 R 2
y y
M 23 x M 24 R 2 kt
y kt z z kt z kt x x kt
M 25 R 2 M 20 R 2
y y
M 25 0 M 20 0
x y z z y y x z z x
M 31 M 32
z z
M 31 y M 32 x
z x y y x x kt y y kt
M 33 M 34 R 2
z z
M 33 0 M 34 0
P á g i n a | 72
y kt z z kt z kt x x kt
M 25 R 2 M 30 R 2
z z
M 35 R 2 kt M 30 0
X3, X 4 X5, X 2 X 0 X 2 , X1 X 3
X 3 , X 2 X1 X 0 , X 4 R4 X 3
X 4 , X 5 R2 X1 X1, X 5 X 0 , X 3 X 4
X1, X 3 X 2 X 2 , X 0 X 4 , X1 X 5
X 0 , X 5 R4 X 2 X 0 , X1 X 2 , X 4 X 3 , X 5 0
Esses permutadores compõe um tensor antissimétrico com 36
componentes, sendo que apenas 12 destas componentes não são
nulas, sendo que apenas seis são independentes, que correspondem
aos seis geradores do grupo de Lorentz.
Rkt z x y
X Q 1
x y Rkt z
9
Assumiremos o tempo como a quarta coordenada por uma finalidade puramente
didática, visto que a convenção não altera os resultados.
P á g i n a | 80
Ji J , J 4
Existe uma importante relação entre os vetores covariantes e
contravariantes envolvendo o tensor métrico do espaço:
J i ij J j
J1 11 J 1 J1 J 1 J 1 J1
J 2 22 J 2 J2 J 2 J 2 J2
ou
J 3 33 J 3 J3 J 3 J 3 J3
J 4 44 J 4 J 4 R2 J 4 J 4 R2 J 4
R 2 J 4o 2 J 42
2
J
J R J 4o 2 J 42
1/2
COVARIANTE
J i J1 , J 2 , J 3 , J 4
J i J1 PR a J 4 PR a , J 2 , J 3 , J 0 PR a R 2 J1PR a
J i J1 J 4 , J 2 , J 3 , J 4 R 2 J1
CONTRAVARIANTE
J i J 1, J 2 , J 3 , J 4
J i J 1 PR a J 4 PR a , J 2 , J 3 , J 4 PR a R 2 J 1PR a
J i J 1 J 4 , J 2 , J 3 , J 4 R 2 J 1
Registre que os p-vetores covariantes são chamados de p-formas
ou p-covetores, enquanto os q-vetores contravariantes são chamados
de q-vetores.
x p R i x
p
j
nm ij m R
x
p x n
p
i
nm ij mp R p np R p
j
i
nm ij R m R n
j
Em notação absoluta, essa é equação dos automorfismos internos:
R R
†
Tomando o determinante:
det det R det det R
†
det 1
2
R
i
nm ij R m R n
j
P á g i n a | 85
0 0
nm 00 R m R n R m R n
0 0
nm R 2 R m R n R m R n
Para a coordenada temporal, temos a seguinte transformação:
0 0
00 R 2 R 0 R 0 R 0 R 0
R 2 R 2 R
0
0 2 R
0
R
0
R R
2 R 0 2 2 R R
0 0 0
R 2 R
0 2
0
1 R R
0
0
Aqui há uma relação que nos permite definir a característica
anelar da variedade:
R R
0 0
R2
1
R 0 2
0
0
0 0
Para os demais números hipercomplexos, teremos:
R R
R
R 0 2
0
1
0
2
0
P á g i n a | 86
R
0 2
0 1
P R
, PR , PR , PR
r
v r v
r
v v
r
v r v r
v2
Isolando a componente transversal,
r r
v r v
v2
Com base nas transformações de Lorentz, descobrimos que as
componentes transversais se mantém invariantes (LOGUNOV,
2005). Isso permite que escrevamos as seguintes transformações:
r r vt
r r
v
t t R2 2 r
k
Substituindo os valores da componente longitudinal e transversal:
v ro v ro vt
v v
r
v ro v r v ro v
v2 v2
Para obtermos as transformações operaremos a segunda equação:
v ro v v ro v
r r
v v v2
Substituindo a transformação longitudinal no termo em colchetes:
P á g i n a | 89
v r v v r
r vt r 2 v
v v v
v r
r 2 v tv r 2 v
v r
v v
v r v r
r r 2 v 2 v tv
v v
Evidenciando, obtemos a transformação geral de Lorentz da
posição e, portanto, as transformações gerais de Lorentz para
qualquer variedade espaço-temporal plana são:
r r 1
v r v tv
v2
R2
t t 2 v r
k
SO R 2 ,3 R | R ,
i
,
R † R
det R 1,
R 0
0
1
p
P á g i n a | 90
PR PR
P R 2 R
R P PR
cos sin
R
sin cos
00 10 02 30
1
11 12 13
R i
p
02
0 12 22 32
3
0 13 32 33
A matriz de transformação de Poincaré deve obedecer a
transformação do grupo:
xi i x p R
i
kt 0 00 10 02 30 kt
1
x 1 0 11 12 13 x
y 2 02 12 22 32 y
3
z 3 0 13 32 33 z
Efetuando o produto e a soma das matrizes,
kt 0 kt 00 x10 y 02 z 30
1
x 1 kt 0 x1 y 2 z 3
1 1 1
y 2 kt 02 x12 y 22 z 32
3
z 3 kt 0 x1 y 2 z 3
3 3 3
P á g i n a | 92
R2
r r 1
v r v tv
kt 0 kt v r
k v2
R2 R2 R2
kt 0 kt xvx yv y zvz
k k k
Definindo a razão v/k como fator beta, nossa equação se torna:
kt 0 kt R 2 x x R 2 y y R 2 z z
0 0 , R 0
0
, R 0
R 2
r r 1
v r v tv
v2
vv v y v vv
x x 1 x 2 x 1 2 y 1 z 2 z tv
v v v
k 2 v x v k 2 v y v k 2 v z v v
x x 1 2 2
x 1 2 2
y 1 2 2
z kt
k v k v k v k
x y z
x kt x 1 x 1 y 1 z
2
2
2
P á g i n a | 93
x2
x x x kt 1 1 2 x 1 y 2 x y 1 z 2 x z
x y y2
y y y kt 1 2 x 1 1 2 y 1 z 2 y z
2
z z z kt 1 x 2 z x 1 y 2 z y 1 1 z2 z
Portanto as componentes da matriz são:
0 0
2
R R 1 1
0
0 2
R 0
R
0
R 2 1
R
R
2
Essa matriz é consistente com a definição do grupo de Poincaré,
pois ela deve ser, como esperado, hermitiana:
R i†
R R
j j
j i i
se i j 0
R2 2
R i
i j 0
1
ij 1 2 se i ou j 0
j
E a matriz de boosts de Poincaré será dada por:
P á g i n a | 94
2
xz 2
R z 1 2 1 y 2 z 1 1 z2
2
R i
R n mn
j
m ij
R i j
ij
R nk
mn nk
m n
R R jk k
mj m
mj
km I R I R mj
jk 1
R
R jm 1
mj
R
R jm † 1
mj
L i im g jn jm gin
m
ij n
1 0 0 i i 0
A0 , A1 , A2
0 1 i 0 0 i
0 i 0 i 0 0
A3 , A4 , A5
0 0 i 0 0 i
0 1 0 i
1 A12 , 2 A4 ,
1 0 i 0
Usando a equação dos geradores, obtemos as matrizes que geram
o grupo generalizado de Poincaré:
A 0 0 A2 0 A3
L01 1 , L02 , L03 T
0 0 A2 0 A3 0
0 A4 0 A5 0 0
L12 , L13 , L23
A3 0 A5 0 0 A4
K i , K j i ijk S k ,
Si , K j i ijk K k ,
Si , S j i ijk S k
a , b a b b a 2 ab
onde o operador a , b é o anticomutador. O gerador do grupo
M ab , satisfaz uma álgebra de Lie:
i
M ab a , b
4
M ij , M kl i il M jk jk M il ik M jl jl M ik
Definição10:Sejam (x0, x1, x2, x3) e (y0, y1, y2, y3) coordenadas
tétradas de dois pontos de uma linha reta p sobre a variedade espaço-
tempo, se escrevermos a sua álgebra de Lie não-abeliana:
xm yn xn ym pmn
10
Adaptada de Whittaker (1953, p. 34).
P á g i n a | 99
p01 x0 y1 x1 y0
x0 PR v x1R 2 PR v y1PR v y0 PR v
x1PR v x0 PR v y0 PR v y1R 2 PR v
p01 x0 y1 x1 y0
x0 y1 PR v x0 y0 PR v PR v
2
p01 x0 y1 x1 y0
x0 y1 x1 y0 PR v x1 y0 x0 y1 R 2 PR v
2 2
p01 x0 y1 x1 y0
x0 y1 x1 y0 PR v x0 y1 x1 y0 R 2 PR v
2 2
p01 x0 y1 x1 y0
x0 y1 x1 y0 PR v R 2 PR v
2 2
Usando a relação fundamental da trigonometria hipercomplexa:
p01 x0 y1 x1 y0 x0 y1 x1 y0 p01
Portanto, concluímos que a transformação da linha p01 é dada por:
P á g i n a | 100
p01 p01
Agora vamos calcular a transformação de p0a, onde o índice a
varia de 2 à 3.
p0 a x0 ya xa y0
x0 PR v x1R 2 PR v ya xa y0 PR v y1R 2 PR v
p0 a x0 ya xa y0
x0 ya PR v x1 ya R 2 PR v xa y0 PR v xa y1R 2 PR v
x0 ya xa y0 PR v x1 ya xa y1 R 2 PR v
Que resulta nas transformações:
p0 a p0 a PR v p1a R 2 PR v
PR v p31
p03 p03 R 2 PR v
p1a x1 ya xa y1
x1PR v x0 PR v ya xa y1PR v y0 PR v
p1a x1 ya xa y1
x1 ya PR v x0 ya PR v xa y1PR v xa y0 PR v
x1 ya xa y1 PR v x0 ya xa y0 PR v
Que resulta nas transformações:
p1a p1a PR v p0 a PR v
PR v p02
p12 p12 PR v
7. Teoria Eletromagnética
As linhas coordenadas estão relacionadas as componentes do
campo eletromagnético. Se tomarmos a assinatura da variedade
lorentziana, R² = 1, então as linhas coordenadas correspondem as
transformações do campo elétrico e do campo magnético:
p01 Ex , p02 E y , p03 Ez
p23 Bx , p31 By , p12 Bz
Portanto, as linhas coordenadas do espaço-tempo lorentziano
representam o campo eletromagnético. Isso não é surpreendente, já
que desde a construção da teoria eletromagnética de Maxwell-Hertz,
os campos elétricos e magnéticos eram associados a propriedades do
éter lumífero. A teoria da relatividade rejeita a substancialidade do
éter, e propõe uma estrutura mais sofisticada denominada por H.
Minkowski de espaço-tempo. Essa estrutura geométrica herda a
operacionalidade do éter, portanto, as vibrações mecânicas do éter se
transformam em linhas coordenadas do espaço-tempo.
Motivados por essa relação entre o campo eletromagnético e as
linhas coordenadas do espaço-tempo, nós iremos postular o seguinte
princípio:
Ex Ex Bx Bx
E y E y PR v Bz R 2 PR v By By PR v Ez PR v
Ez Ez PR v By R 2 PR v Bz Bz PR v E y PR v
A partir dessas transformações é fácil ver porque é impossível
estabelecer uma construção mecânica do eletromagnetismo. A
variedade elementar da mecânica racional é a de Galileu
(LANGEVIN, 1922), portanto ela tem como assinatura um número
dual (nilpotente). Neste caso as transformações devem ser:
Ex Ex Bx Bx
E y E y P v Bz P v
2
By By P v Ez P v
Ez Ez P v By 2 P v Bz Bz P v E y P v
E substituindo os valores,
Ex Ex Bx Bx
E y E y By By Ez
Ez Ez Bz Bz E y
0 Ex Ey Ez
Ex 0 Bz By
pmn
Ey Bz 0 Bx
Ez By Bx 0
0 Ex E y R 2 Bz Ez R 2 By
Ex 0 Bz E y By E z
pmn
y
E R 2 Bz Bz E y 0 Bx
E R 2 B B E Bx 0
z y y z
P á g i n a | 105
E 0 B
E a
t
E
B 0 B b
t
onde a e b são constantes a determinar que podem ser funções da
característica-R.
Tomemos as transformações de Poincaré e a lei de transformação
das derivadas parciais:
x x vt x x R 2 t
t t R 2 x t t v x
x Bx y By z Bz 0
a t Bx y Ez z E y
x Bx R 2 t Bx y By z Bz 0
a t Bx v x Bx y Ez z E y
E, após distribuir:
a t Bx y Ez z E y
a t Bx v x Bx y Ez z E y
a t Bx 2 R 2 t Bx v y By v z Bz y Ez z E y
a 1 2 R 2 t Bx a y By a z Bz y Ez z E y
a t Bx y Ez aBy z E y aBz
2
a t Bx y Ez aBy z E y aBz
E 0 B
E a
t
E
B 0 B b
t
Por inspeção, obtemos parte das transformações dos campos:
Bx Bx
Ez Ez aBy
E y E y aBz
Portanto,
a R2
Agora vamos determinar o valor da constante b. para isso
usaremos apenas a primeira componente da lei de Ampére e a lei de
Gauss para o campo elétrico:
x Ex y E y z Ez 0
b t Ex y Bz z By
x E x R t E x y E y z E z 0
2
b t Ex v x Ex y Bz z By
P á g i n a | 108
x Ex R 2 t Ex y E y z Ez
b t Ex v x Ex y Bz z By
b t Ex 2 R 2 t Ex v y E y v z Ez y Bz z By
b 1 2 R 2 t Ex b y E y b z Ez y Bz z By
b t Ex y Bz bE y z By bEz
2
b t Ex y Bz bE y z By bEz
E 0 a B
E
k t
b E
B 0 B
k t
Por inspeção, obtemos parte das transformações dos campos:
E x E x
Bz Bz bE y
By By bEz
P á g i n a | 109
Portanto,
b 1
E desta forma, as equações de Maxwell no vácuo para variedades
espaço-temporais arbitrárias serão:
E 0 B
E R 2
t
E
B 0 B
t
Para a variedade galileana, R² = 0, recuperamos o resultado
anterior, que o campo elétrico é irrotacional. Para variedade
lorentziana, R² = +1, obtemos a lei de Faraday-Lenz. Por fim, para
a variedade euclidiana, R² = - 1, a lei de Faraday-anti-Lenz11
Galileana E 0
B
Lorentziana E
t
B
Euclidiana E
t
11
Anti-Lenz porque o sentido da corrente induzida produz um campo magnético
no mesmo sentido do fluxo magnético que lhe deu origem.
P á g i n a | 110
Ai , A , Ai , A
No referencial S’ as componentes do 4-potencial se transformam
como:
R 2Ax Ay Ay
Ax Ax Az Az
2 2
R 2 2 A R 2 2 A
R 2 2 2 A A
2 2
A 0, 0
E B
E R2
t
E
B 0 B j
t
Como o divergente do campo magnético é sempre nulo isso
implica, pelas identidades vetoriais, que o campo magnético é
gerado pelo rotacional do vetor potencial magnético:
B A
Na ausência de um campo magnético, uma carga q está sujeita a
uma força elétrica dada por:
f e q
E
Se considerarmos que a partícula se desloca em uma campo
eletromagnético, devemos acrescentar ao campo elétrico um vetor V
a ser determinado:
E V
P á g i n a | 112
V R 2
A
t
Pela identidade vetorial, a primeira parcela do lado esquerdo é
zero, além disso, a derivada temporal comuta com o rotacional.
Assim, podemos escrever nossa equação da seguinte forma:
A
V R2
t
Portanto, o vetor V será dado por:
A
V R2
t
E a regra de formação dos campos elétrico e magnético são:
2 A
E R ,
t
B A
No sistema S’ esses vetores terão coordenadas definidas por:
2 A
E R ,
t
B A
P á g i n a | 113
Ex 2 x BR 2 Ax BR 2 t BR 2 Ax R 2 t Ax B BR 2 x Ax B
E 1 B R BR BR A BR
x
2
x
2 2
x
2 2
x t
2
BR R 1 B R A
2 2
t
2 2
x
Ex Ex
Para a componente y, teremos a relação entre o sistema S’ e S:
P á g i n a | 114
E y y R 2 Ax R 2 t Ay R 2 x Ay
R2
E y y t Ay R 2 x Ay R 2 y Ax
k
E y y R 2 t Ay R 2 x Ay y Ax
E y y R 2 t Ay R 2 x Ay y Ax
E y z R 2 Ax R 2 t Az R 2 x Az
E y z R 2 t Az R 2 y Az x Az
Ei i R 2 t Ai
P á g i n a | 115
By z Ax x Az z R 2 t Az
By x Ay y Ax R 2 t Ay y
By x Ay y Ax y R 2 t Ay
E 0 B
E R2
t
E
B 0 B
t
Aplicando o rotacional sobre o rotacional do campo elétrico,
P á g i n a | 117
B
E R 2
t
Como os operadores comutam, podemos reescrever a equação:
E R2 t
B
Substituindo o valor do rotacional do campo magnético:
E
E R2
t t
2 E
E R2 t 2
Usando a identidade de Laplace para o duplo rotacional:
2 E
E E Rt 2
2 2
2 B
B R
t 2
2
E 0 B
E R2
t
E
B 0 B
t
A única equação que é afetada pela característica-R da variedade
é a lei de Faraday. Para uma variedade galileana, R² é nilpotente de
segunda ordem, portanto é zero. A equação de Faraday assume a
seguinte forma:
E 0
2 E 0
E r , , R r Yl m ,
2 B 0
B r , , R r Yl m ,
2 0
r , , R r Yl m ,
P á g i n a | 120
2
2 0
t 2
r , , , t R r Yl m , Aeikt
Ou de forma compacta,
2
R 2 2 2
t
Aplicando o operador laplaciano generalizado sobre o potencial
da radiação eletromagnética, teremos:
2
2 R 2
t 2
Como dito anteriormente, cada unidade hipercomplexa irá
designar uma forma para radiação eletromagnética, a saber:
1) Se R² = 0 (Variedade de Galileu)
2 0
2) Se R² = -1 (Variedade de Euclides)
2
2 0
t 2
3) Se R² = +1 (Variedade de Lorentz)
2
2 0
t 2
P á g i n a | 123
0
0
0
1
0 2
0
Se R 1 dS 0
0
Se R 1 dS 0
0
R 0
0
c k R
v2
dW PdV d PV E
k2
Agora podemos determinar a transformação do calor. Da primeira
lei da termodinâmica podemos escrever o diferencial do calor como:
KdQ dE dW
Substituindo os diferenciais de energia e trabalho, obtemos:
v2
R
Po dVo
d PV
o o
0
KdQ
R 0
0
0 k2
v2 R 0 v
2
R d PV
0
2
dEo 2 o o dEo
k
0 k 0
v2
R dEo R
Po dVo 0 0
KdQ dEo
R 0
0
0 0 k2
v2
R dEo 1 2
Po dVo 0
KdQ
R 0
0
0
k
1
KdQ Po dVo dEo
R 0
0
P á g i n a | 131
0
P á g i n a | 132
dQ R dQo T R To
1 0 0
K 2
0
R 0 0 0
K R
0 n dQo To
dQ n 1
T
0 n 1
R
0
R 0
0 0
dSo R
0 dQo
0 To
Se R 1, então dSo
0 dQo
0 To
Se R 1, então dSo
0 dQo
0 To
d ln w d uv
ln u v ln 1 2
du du c
1 dw 1 d u v 1 d uv
1
w du u v du uv du c 2
1 2
c
1 dw 1 v
w du u v uv
c 2 1 2
c
1 dw 1 v
2
w du u v c uv
1 dw c uv u v v
2
w du u v c 2 uv
1 dw
c2 v2
w du u v c 2 uv
dw 1
u v
du 2
u v 1
uv uv
1
c 2 c 2
Portanto o diferencial de w será
1 du
dw
uv 2
2
1 2
c
No instante em que P está momentaneamente se movendo com as
coordenadas K (ou seja, quando u = 0, então P está em repouso em
K e w = v), temos
1
dw du
2
Tomemos o tempo próprio, para y e z, fixos:
d 2 dx2 c2dt 2
c 2 d 2 c 2 v 2 dt 2
v2
d 2 1 2 dt 2
c
v2
d 1 dt
c2
dt
d
dt d
P á g i n a | 136
12
Para uma derivação mais rigorosa ver: Martins (2012, p. 104-105).
P á g i n a | 137
F m0 a0
Substituindo a aceleração no referencial próprio pela aceleração
no referencial em movimento:
F m0 3a
Usando a definição de força como a variação da quantidade de
movimento:
d mv
F
dt
Podemos escrever a expressão da força da seguinte forma:
d m0 v
F
dt
Portanto, podemos concluir que a transformação da massa será:
m m0
Como na variedade euclidiana à medida que a velocidade
aumenta, o fator gama diminui, então, diferente da variedade
lorentziana, a sua inércia diminui. Como explicar esse fato? Na
variedade lorentziana atribuímos uma inércia a energia
(LANGEVIN, 1913, 1922). Um aumento de velocidade do corpo,
corresponde a um aumento de sua energia cinética, e como a energia
apresenta inércia, a massa total do corpo também deve aumentar na
mesma proporção. Na variedade euclidiana a energia deve
apresentar uma inércia negativa, por isso quanto maior a energia
transferida ao corpo, menor será sua massa. Para verificarmos esse
fato, vamos calcular a relação massa-energia. Novamente iremos
tomar o logaritmo da relação e depois deriva-la em relação ao tempo:
ln m ln m0
P á g i n a | 138
ln m ln m0 ln
1 c2
ln m ln m0 ln 2 2
2 c v
ln m ln m0 ln c 2 ln c 2 v 2
1 1
2 2
Derivando a função em relação à t:
m 1 2vv
m 2 c2 v2
m vv
2 2
m c v
Evidenciando c² no denominador:
m vv
m v2
c 2 1 2
c
m v 2 v
2
m c
m 2 vv
m
c2
Escrevendo a derivada da massa na notação diferencial e usando
a transformação da massa,
dm m03vv
dt c2
P á g i n a | 139
E mc2
Esse resultado confirma nossa hipótese que a inércia associada a
energia é negativa e vice-versa.
Assim como ocorre na variedade Lorentziana, existe uma energia
de repouso, porém essa energia de repouso é negativa:
E m0 c 2
P á g i n a | 140
v2 k
E mo O 2 nn1
2 n2 c
Tomando c tendendo ao infinito, o somatório tende a zero e
recuperamos a expressão da energia cinética clássica:
mo v 2
E
2
Após essa caracterização da energia na variedade euclidiana,
Agora vamos mostrar que essas propriedades correspondem
justamente mar de Dirac, previsto pela equação de Dirac.
P á g i n a | 141
pˆ mIˆ
i
i
0
i mI e iri p u 0
i
i
i
i e
i
i iri pi
mIe iri p u 0
i
iip e i
i
iri pi
mIe iri p u 0
i
p ei
i
iri pi
mIe iri p u 0
i
Evidenciando o exponencial:
p mI ue iri p 0
i
i
i
p i
i mI u 0
p
0
0 p11 p 2 2 p 3 3 mI u 0
Em 0 pz p x ip y
u0 0
0 Em p x ip y p z u 0
1
pz p x
ip y E m 0 u2 0
p x ip y pz 0 E m 3
u 0
p x ip y u0 p zu1 0u2 E m u3 0
Esse sistema de equações é homogêneo e pela regra de Crammer
ele só terá solução se o determinante da matriz dos coeficientes que
acompanham o spinor u for nula.
Em 0 pz p x ip y
0 Em p x ip y pz
det 0
pz p x
ip y E m 0
p x ip y pz 0 E m
E m2 2 E 2 m2 p x 2 p y 2 p z 2
2 2
p x4 p y 4 p z 4 2 p x2 p y2 2 p x2 p z2 2 p y2 p z2 0
Substituindo na equação:
E m2 2 E 2 m2 p 2 p 4 0
2 2
E 2 m 2 p 2 0
2
Realizando a análise dimensional dessa expressão, podemos
recuperar a velocidade da luz e escrever a equação na como:
E 2 m2c 4 p 2c 2 0
E m c
2 4
p 2c 2
E m c
2 4
p 2c 2 E m c 2 4
p 2c 2
dsi2 dr 2 c 2 dt 2
que corresponde a variedade euclidiana.
Assim podemos concluir que o dual da variedade lorentziana é a
variedade euclidiana e, por conseguinte, a energia negativa é o dual
da energia positiva e as antipartículas são as duais das partículas
ordinárias, o mar de Dirac é o dual do nosso espaço-tempo.
c 4 vs x y df
2 2 2 2
8 G 4 det g 2 r 2 drs
ij s
P á g i n a | 147