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Superfícies Quádricas
sentar:
geral das superfícies dadas pela equação (1) é mais adequado num curso de
Álgebra Linear.
coordenados.
1. Elipsoide
x2 y2 z2
Q: + + = 1,
a2 b2 c2
onde a, b e c são números reais positivos.
Observação 1
A esfera x2 + y 2 + z 2 = R 2 é um caso particular de elipsoide no qual
a = b = c = R.
plano XY , 2 2 2
x + y = 1 − k
Q ∩ {z = k} : a2 b2 c2 ,
z = k
é:
◦ uma elipse de centro (0, 0, k) se k ∈ (−c, c);
◦ o ponto (0, 0, c) se k = c;
plano XZ , 2 2 2
x + z = 1 − k
Q ∩ {y = k} : a2 c2 b2 ,
y = k
é:
◦ uma elipse de centro (0, k, 0) se k ∈ (−b, b);
◦ o ponto (0, b, 0) se k = b;
◦ o ponto (0, −b, 0) se k = −b;
plano Y Z,
2 2 2
y + z = 1 − k
Q ∩ {x = k} : b2 c2 a2 ,
x = k
é:
◦ uma elipse de centro (k, 0, 0)
se k ∈ (−a, a);
◦ o ponto (a, 0, 0) se k = a;
◦ o ponto (−a, 0, 0) se k = −a;
Exemplo 1
Mostre que nenhuma reta está contida num elipsoide.
Solução.
De fato, seja
x(t) = αt + x0
r: y(t) = βt + y0 ; t ∈ R ,
z(t) = γt + z0
uma reta que passa por um ponto (x0 , y0 , z0 ) pertencente a Q, e que é paralela
ao vetor (α, β, γ) 6= (0, 0, 0). Então,
(α t + x0 , β t + y0 , γ t + z0 ) ∈ Q
(α t + x0 )2 (β t + y0 )2 (γ t + z0 )2
⇐⇒ 2
+ 2
+ =1
a b c2
α2 β2 γ2 αx0 βy γz x20 y02 z02
⇐⇒ + + 2
t +2 + 20 + 20 t+ + + =1
a2 b2 c2 a2 b c a2 b2 c2
α2 β2 γ2 αx0 βy γz
⇐⇒ + + t+2 + 20 + 20 t = 0, (2)
a2 b2 c2 a2 b c
Como
α2 β2 γ2
+ + > 0,
a2 b2 c2
a equação (2) possui no máximo duas soluções:
αx0 βy0 γz0
−2 + 2 + 2
a2 b c
t=0 ou t= 2 2 2 .
α β γ
2
+ 2 + 2
a b c
Observação 2
Provamos assim ,que nenhuma reta, que passa por um ponto do elipsoide,
x2 y2 z2
− + + = 1,
a2 b2 c2
x 2 y 2 z2
− + = 1,
a2 b2 c2
x 2 y 2 z2
+ − = 1,
a2 b2 c2
reais positivos.
forma canônica são simétri- Figura 4: Q ∩ {z = k} é uma elipse de centro (0, 0, k) no plano
z=k
cos em relação aos três pla-
eixo−OZ :
x2 y2 z2
Q: + − = 1.
a2 b2 c2
A interseção de Q z = k , paralelo ao plano XY ,
com o plano
2 2 2
x + y = k + 1
Q ∩ {z = k} : a2 b2 c2 ,
z = k
y2 z2
− =1
a2 − k 2 a2 − k 2
b2 c2
a2 a2
x=k
b
(
y=± z
• k = a, duas retas c concorrentes que se intersectam no ponto
x=a
(a, 0, 0);
(−a, 0, 0);
Figura 7: Retas concorrentes no ponto (−a, 0, 0), obtidas como a interseção Q ∩ {x = −a}
XZ ,
2 2 2 2 2
x − z = 1 − k = b − k
Q ∩ {y = k} : a2 c2 b2 b2 ,
y = k
• k ∈ (−b, b), uma hipérbole de centro (0, k, 0), reta focal paralela ao eixo−OX
z = ± c x 2 2
e assíntotas a , uma vez que b − k > 0;
y = k b2
z = ± c x
• k = b, duas retas a que se cortam no ponto (0, b, 0);
y = b
z = ± c x
• k = −b, duas retas a que se cortam no ponto (0, −b, 0);
y = −b
x = ± a z
de centro (0, k, 0), reta focal paralela ao eixo−OZ e assíntotas c ,
y = k
k 2 − b2
pois > 0.
b2
Exemplo 2
Considere o hiperboloide de uma folha de eixo−OY :
y2
S : 4x2 − + z2 = 4 .
4
Determine as retas contidas em S que passam pelo ponto P = (1, 2, 1) ∈ S .
Solução.
(bt + 2)2
4(at + 1)2 − + (ct + 1)2 = 4
4
b2 4
⇐⇒ 2
4a − + c t2 + (8a − b + 2c)t + 4 − + 1 − 4 = 0
2
4 4
b2
⇐⇒ t 4a2 − + c2 t + 8a − b + 2c = 0,
4
para todo t ∈ R.
Logo,
b2
4a2 − 4
+ c2 = 0 e 8a − b + 2c = 0
⇐⇒ 4a2 − 14 (8a + 2c)2 + c2 = 0 e b = 8a + 2c
⇐⇒ 4a2 − (4a + c)2 + c2 = 0 e b = 8a + 2c
⇐⇒ 4a2 − 16a2 − 8ac = 0 e b = 8a + 2c
⇐⇒ −8a2 − 8ac = 0 e b = 8a + 2c
⇐⇒ ac = −a2 e b = 8a + 2c
⇐⇒ a 6= 0 , c = −a e b = 6a
a=0
ou e b = 2c
⇐⇒ →
−
v k (1, 6, −1) ou
→
−
v k (0, 2, 1).
Assim, r = {(t + 1, 6t + 2, −t + 1) ; t ∈ R} e l = {(1, 2t + 2, t + 1) ; t ∈ R}
são as retas contidas em S que passam pelo ponto P .
Observação 3
É possível provar que, para todo ponto P pertencente a um hiperboloide de
uma folha Q, existem exatamente duas retas contidas em Q que passam por
P.
Exemplo 3
Mostre que a interseção do plano π : 4x − 5y − 10z = 20 com o hiperboloide
de uma folha
x2 y2 z2
S: + − =1
25 16 4
consiste de duas retas, e determine as equações paramétricas destas retas.
Solução.
Temos que:
x2 y2 z2
+ − = 1 ⇐⇒ 16x2 − 4 × 25z 2 = 25 × 16 − 25y 2
25 16 4
⇐⇒ (4x − 10z)(4x + 10z) = 25(4 − y)(4 + y) .
Logo, (x, y, z) ∈ S ∩ π se, e só se, (x, y, z) satiszer ao sistema:
4x − 5y − 10z = 20
4x + 10z = 20 − 5y ,
0
ou seja, (x, y, z) pertence também ao plano π : 4x + 5y + 10z = 20.
` = {(5, −2t, t) | t ∈ R } ⊂ S ∩ π .
Agora, considere (x, −4, z) ∈ π .
5
que x= z, ou seja, π ∩ {y = −4}
2
é a reta
x2 y2 z2
− − = 1,
a2 b2 c2
x 2 y 2 z2
− 2+ 2 − 2 = 1,
a b c
x2 y2 z2
− 2− 2 + 2 = 1,
a b c
x2 y2 z2
− − + = 1.
a2 b2 c2
A interseção de Q z = k , k ∈ R, paralelo
com o plano ao plano XY ,
2 2 2 2 2
x + y = k − 1 = k − c
Q ∩ {z = k} : a2 b2 c2 c2
z = k ,
é:
XZ ,
2 2 2
− x + z = 1 + k
Q ∩ {y = k} : a2 c2 b2
y = k
z2 x2
− =1
k 2 k2
2 2
⇐⇒ Q ∩ {y = k} : c 1 + b2 a 1+ 2
b ,
y = k
são hipérboles de centro (0, k, 0), reta focal paralela ao eixo−OZ e assíntotas
x = ± a z
c k2
, pois 1+ >0 para todo k ∈ R.
y = k b2
Figura 15: Interseção de Q com planos y =cte. Figura 16: Interseção de Q com planos x =cte.
2 2 2
z − y = 1 + k
Q ∩ {x = k} : c2 b2 a2
x = k
z2 y2
− =1
k2 k2
c2 1+ b2 1+
⇐⇒ Q ∩ {x = k} : a2 a2 ,
x = k
é uma hipérbole de centro (k, 0, 0), reta focal paralela ao eixo−OZ e assín-
y = ± b z
totas a para todo k ∈ R.
x = k
Exemplo 4
Prove que nenhuma reta está contida em um hiperboloide de duas folhas.
Solução.
uma reta paralela ao vetor (α, β, γ) 6= (0, 0, 0) que passa pelo ponto (x0 , y0 , z0 ).
Como (αt + x0 , βt + y0 , γt + z0 ) ∈ Q se, e só se,
α2 β2 γ2
− 2
− 2 + 2 =0 (3)
a b c
e
αx0 βy γz
− 2
− 20 + 20 = 0 .
a b c
Por (3), vemos que γ 6= 0. Caso contrário, teríamos α = β = 0, uma
pois r ⊂ Q e Q ∩ plano XY = ∅.
4. Cone Elíptico
x2 y2 z2
− + + = 0,
a2 b2 c2
x2 y2 z2
− + = 0,
a2 b2 c2
x 2 y 2 z2
+ − = 0,
a2 b2 c2
x2 y2 z2
Q: + = .
a2 b2 c2
As seções planas de Q em pla-
se k 6= 0, e um par de retas
( c
x=± z
a
y = 0,
rentes
( c
y=± z
b ,
x=0
Exemplo 5
Verique que, para todo ponto P = (x0 , y0 , z0 ) pertencente ao cone elíptico
x2 y 2 z2
Q: + = , a reta r que passa por P e pela origem está contida em Q.
a2 b2 c2
Solução.
Observação 4
Dizemos então que um cone elíptico é gerado por retas concorrentes.
5. Cilindro Elíptico
y2 z2
+ = 1,
b2 c2
x2 z2
+ = 1,
a2 c2
x2 y2
+ = 1,
a2 b2
e à origem.
x2 y2
Q: + = 1.
a2 b2
Todas as seções planas contidas em planos paralelos ao plano XY ,
2 2
x + y = 1
Q ∩ {z = k} : a2 b2 ,
z = k
2 2
x = 1 − k
Q ∩ {y = k} : a2 b2 ,
y = k
x = ± a √ b 2 − k 2
x=0
• é uma reta paralela ao eixo−OZ : se k = b;
y=b
x=0
• é uma reta paralela ao eixo−OZ : se k = −b;
y = −b
b√ 2
(
y=± a − k2
• são duas retas paralelas ao eixo−OZ : a para k ∈ (−a, a);
x=k
y=0
• é uma reta paralela ao eixo−OZ : para k = a;
x=a
y=0
• é uma reta paralela ao eixo−OZ : para k = −a;
x = −a
Exemplo 6
x2 y2
Considere o cone elíptico Q : + = 1 de eixo−OZ e P = (x0 , y0 , z0 ) um
a2 b2
ponto pertencente a Q. Mostre que a reta r que passa por P e é paralela ao
eixo−OZ está contida na superfície Q.
Solução.
x0 2 y0 2
De fato, como + = 1, pois P ∈ Q, e r = {(x0 , y0 , z0 + t) ; t ∈ R},
a2 b2
temos que
(x0 , y0 , z0 + t) ∈ Q,
para todo t ∈ R.
Observação 5
Portanto, podemos dizer que que um cilindro elíptico é gerado por retas
6. Cilindro Hiperbólico
y2 z2 z2 y2
2
− 2 = 1 ou
2
− 2 = 1,
b c c b
x2 z2 z2 x2
− 2 = 1 ou − 2 = 1,
a2 c c2 a
x2 y2 y2 x2
− 2 = 1 ou − 2 = 1,
a2 b b2 a
x2 y2
Q: − = 1.
a2 b2
Todas as seções planas contidas em planos paralelos ao plano XY ,
2 2
x − y = 1
Q ∩ z = k : a2 b2 ,
z = k
b
(
y=± x
eixo−OX e assíntotas a
z = k.
b√ 2
(
y=± k − a2
• são duas retas a paralelas ao eixo−OZ se |k| > a;
x=k
y=0
• é a reta paralela ao eixo−OZ se k = a;
x=a
y=0
• é a reta paralela ao eixo−OZ se k = −a;
x = −a
k2
• é o conjunto vazio se |k| < a, pois − 1 < 0.
a2
Observação 6
Pode-se provar, como no exemplo 6, que todo cilindro hiperbólico é gerado
Observação 7
As seis quádricas apresentadas até agora são chamadas quádricas cêntricas,
Na forma canônica, ainda restam três quádricas que não são simétricas em
7. Paraboloide Elíptico
gundo grau:
y2 z2
+ = ax ,
b2 c2
x 2 z2
+ = by ,
a2 c2
x2 y2
+ = cz ,
a2 b2
x2 y2
Q: + = cz , c > 0.
a2 b2
Q com o plano
A interseção de
z = k , paralelo ao plano XY ,
2 2
x + y = ck
2 2
Q ∩ {z = k} : a b ,
z = k
k > 0;
• é a origem (0, 0, 0) se k = 0; Figura 30: Interseção Q ∩ {z = k}
k2
são parábolas de vértices Vk = 0, k, 2 e retas focais paralelas ao eixo−OZ ,
b c
com concavidade voltada para cima, pois a2 c > 0 (gura 31).
E as seções planas
2 2
y = cz − x
Q ∩ {x = k} : b2 a2
x = k
k 2
y 2 = b2 c z −
⇐⇒ Q ∩ {y = k} : ca2
x = k
k2
também são parábolas de vértices Vk = k, 0, 2 e retas focais paralelas
a c
ao eixo−OZ , com concavidade voltada para cima (gura 32).
Figura 31: Interseção de Q com planos paralelos ao Figura 32: Interseção de Q com planos paralelos ao
plano XZ plano YZ
Exemplo 7
Mostre que nenhuma reta está contida num paraboloide elíptico.
Solução.
x2 y2
De fato, se (x0 , y0 , z0 ) ∈ Q : 2 + 2 = cz e
a b
x(t) = αt + x0
r: y(t) = βt + y0 , t ∈ R,
z(t) = γt + z0
(αt + x0 )2 (βt + y0 )2
+ = c(γt + z0 )
a2 b2
α2 β2 2αx0 2βy
⇐⇒ + 2
t + + 2 0 − cγ t = 0,
a2 b2 a2 b
x20 y02
pois + = cz0 .
a2 b2
Então r⊂Q se, e só se,
α2 β2 2αx0 2βy
+ =0 e + 2 0 − cγ = 0 ,
a2 b2 a2 b
ou seja, se, e só se, α = β = γ = 0, uma contradição.
8. Paraboloide Hiperbólico
gundo grau:
x2 y2
− = cz ,
a2 b2
x2 z2
− = by ,
a2 c2
y2 z2
− = ax ,
b2 c2
x2 y2
Q: − = cz , c < 0.
a2 b2
Esta quádrica é simétrica em relação ao plano YZ e ao plano XZ , mas
não é simétrica em relação ao plano XY e à origem.
A interseção de Q z = k , k ∈ R, paralelo
com o plano ao plano XY ,
2 2
x − y = ck
Q ∩ {z = k} : a2 b2 ,
z = k
Figura 33: Interseção do paraboloide hiperbólico Q Figura 34: Interseção do paraboloide hiperbólico Q
com o plano z = k, k > 0 com o plano z=0
gura 33);
y = ± b x
• são duas retas a se k=0
z = 0 Figura 35: Interseção do paraboloide hiperbólico Q
com o plano z = k, k < 0
(gura 34);
k2
0, k, − 2 , com concavidade voltada para baixo para todo k ∈ R, uma
cb
vez que a2 c < 0.
com concavidade voltada para cima, pois, neste caso, −b2 c > 0.
Exemplo 8
Determine as retas contidas no paraboloide hiperbólico
x2 y2
S: − =z
4 9
que passam pelo ponto A = (4, 3, 3) ∈ S .
Solução.
Observação 8
É possível mostrar que, para todo ponto P pertencente a um paraboloide
9. Cilindro Parabólico
de segundo grau:
y2 z2
= cz ou = by ,
b2 c2
x2 z2
= cz ou = ax ,
a2 c2
x2 y2
= by ou = ax ,
a2 b2
x2
Q: = cz , c > 0.
a2
bola:
x2 = ca2 z
Q ∩ {y = k} :
y = k
x = ± √ca2 k
Observação 9
Como no exemplo 6, podemos provar que um cilindro parabólico é gerado
Denição 1
Dizemos que uma superfície S é regrada se, para todo ponto P pertencente
a S , existe uma reta que passa por P inteiramente contida em S .
parabólico;
o paraboloide elíptico.
Observação 10
Em um curso de Álgebra Linear, e possível provar que, após uma rotação
folha;
folhas;
bólico;
parabólico.
(II) se S = 0 e os coecientes A e B :
• tiverem o mesmo sinal =⇒ Q será uma reta;
radas.
10. Exemplos
Exemplo 9
Considere as quádricas Q e os planos π dados abaixo. Determine a seção
plana Q ∩ π . Caso seja uma cônica, determine seus principais elementos.
x2 z2 √
(a) Q : − y2 + =1 e π:y= 3.
4 16
Solução.
2
(b) Q : − x + y2 = 4z e π : y = 2.
4
Solução.
ao eixo−OX .
2
(c) Q : x2 − y − z 2 = 1 e π : y = 2.
4
Solução.
x2 z2
(d) Q : − =1 e π : z = 4.
2 16
Solução.
Exemplo 10
Determine e classique as quádricas cêntricas na forma canônica que contêm
4y 2 + 2z 2 = 3
o ponto P0 = (1, 1, −1) e que possuem a seção plana γ : .
x=2
Existe, com as propriedades acima, uma quádrica não cêntrica na forma
canônica?
Solução.
Seja
Q : Ax2 + By 2 + Cz 2 = R
uma quádrica cêntrica na forma canônica tal que P0 ∈ Q e γ ⊂ Q.
Então, como
(
By 2 + Cz 2 = R − 4A
γ: ,
x=2
existe λ 6= 0 tal que B = 4λ, C = 2λ e R − 4A = 3λ.
Ou seja,
A 2 R
Q : Ax2 + 4λy 2 + 2λz 2 = R ⇐⇒ Q : x + 4y 2 + 2z 2 =
λ λ
⇐⇒ Q : A0 x2 + 4y 2 + 2z 2 = R0 ,
onde
R0 − 4A0 = 3 . (4)
A + 4 + 2 = R ⇐⇒ R0 = A0 + 6 .
0 0
A0 + 6 − 4A0 = 3 =⇒ A0 = 1 e R0 = 7.
Assim, a quádrica
Q : x2 + 4y 2 + 2z 2 = 7
√
√
r
7 7
é um elipsoide na forma canônica com a= 7, b = , c = .
2 2
Suponhamos que existe uma quádrica não cêntrica Q
e na forma canônica tal
que P0 ∈ Q
e e γ⊂Q
e.
Então, Q
e é da seguinte forma:
e : By 2 + Cz 2 = Ax ,
Q
pois a seção plana Q
e ∩ {x = 2} deve ser uma elipse.
Como
By 2 + Cz 2 = 2A
γ:
x = 2,
existe λ 6= 0 tal que B = 4λ, C = 2λ e 2A = 3λ.
Ou seja,
e : 4λy 2 + 2λz 2 = 3λ x
Q ⇐⇒ e : 4y 2 + 2z 2 = 3 x .
Q
2 2
3
Mas, como o ponto P0 = (1, 1, −1) não pertence a Q
e, pois 4 + 2 6= , não
2
existe uma quádrica não cêntrica na forma canônica com as propriedades
acima.
Exemplo 11
Determine e classique as quádricas Q na forma canônica que possuem como
seções planas as curvas:
2x2 + 3y 2 = 5 4z 2 − 3y 2 = 1
γ: e β: .
z = 1 x = 1
Solução.
Seja
Q : Ax2 + By 2 + Cz 2 = R
uma quádrica cêntrica na forma canônica tal que γ ⊂ Q e β ⊂ Q.
Então, como
Ax2 + By 2 = R − C By 2 + Cz 2 = R − A
γ: e β: ,
z = 1 x = 1
µ = −1 e λ = 1 .
Assim, A = 2, B = 3, C = −4, R = C + 5λ = −4 + 5 = 1 = 2 − 1 = A + µ ,
ou seja,
Q : 2x2 + 3y 2 − 4z 2 = 1
é um hiperboloide de uma folha de eixo−OZ .
Exemplo 12
Classique, para cada λ ∈ R, a equação de segundo grau:
Solução.
λ3 − λ − 0 + 0 − 0 +
λ2 + + + 0 + + +
λ+1 − 0 + + + + +
λ2 + 1 + + + + + + +
Então, a equação representa:
Exemplo 13
Determine e classique as quádricas na forma canônica que possuem como
seções planas as curvas:
x2 = 2 y + 1
x2 = 2(y + 1)
γ: 4 e β: .
z = 1 z = 2
Solução.
Ax2 + Cz 2 = Sy .
Sendo
( (
Ax2 = Sy − C Ax2 = Sy − 4C
γ: e β: ,
z=1 z=2
existem λ 6= 0 e µ 6= 0 tais que
λ
A = λ, S = 2λ, −C = , A = µ, S = 2µ e −4C = 2µ.
2
Assim, λ = µ 6= 0 e, sem perda de generalidade, podemos supor λ = µ = 1.
Logo, como
λ 1 2µ
A = λ = µ = 1, C = − =− =− e S = 2λ = 2µ = 2 ,
2 2 4
a quádrica é o paraboloide hiperbólico de eixo−OY :
z2
x2 − = 2y .
2
Exemplo 14
(a) Determine e classique as quádricas na forma canônica que possuem a
curva γ como seção plana e passam pelo ponto P0 = (1, 3, 1), onde
x2 + 5z 2 = 2
γ: .
y=1
Solução.
(a) Seja
Q : Ax2 + By 2 + Cz 2 = R
uma quádrica cêntrica tal que γ ⊂ Q e P0 ∈ Q.
Então, como
Ax2 + Cz 2 = R − B
γ: ,
y=1
existe λ 6= 0 tal que A = λ, C = 5λ e R − B = 2λ, ou seja,
2 2 2
Q : λx + By + 5λz = B + 2λ.
Além disso, como P0 = (1, 3, 1) ∈ Q, obtemos:
λ
λ + 9B + 5λ = B + 2λ ⇐⇒ 8B = −4λ ⇐⇒ B = − .
2
Logo,
λ 3λ λ y2 3
Q : λx2 − y 2 + 5λz 2 = − + 2λ = ⇐⇒ Q : x2 − + 5z 2 =
2 2 2 2 2
√ √
3 √ 3
é um hiperboloide de uma folha de eixo−OY , com a = √ , b = 3, c = √ .
2 10
Agora, seja
Q0 : Ax2 + Cz 2 = Sy
uma quádrica não cêntrica de eixo−OY (por quê?) tal que γ ⊂ Q0 e P0 ∈ Q0 .
Então, sendo
Ax2 + Cz 2 = S
γ: ,
y=1
existe λ 6= 0 tal que A = λ, C = 5λ, S = 2λ, ou seja,
0 0
Q : λx + 5λz = 2λy ⇐⇒ Q : x2 + 5z 2 = 2y ,
2 2
Q ∩ Q0 = γ ∪ β ,
onde γ e β são as elipses:
x2 + 5z 2 = 2 x2 + 5z 2 = 6
γ: e β:
y=1 y=3
Veja, na gura abaixo, o esboço de Q e Q0 , com as curvas γ e β.
Exemplo 15
Classique, para cada λ ∈ R, a quádrica dada pela equação de segundo grau:
Q : (λ3 + λ2 )x2 + (λ2 − 1)y 2 + (λ + 2)z 2 = λ .
Solução.
λ3 +λ2 − − − 0 + 0 + + +
λ2 −1 + + + 0 − − − 0 +
λ+2 − 0 + + + + + + +
λ − − − − - 0 + + +
Portanto, a equação representa:
Exemplo 16
Determine as quádricas Q na forma canônica, de forma que todas as seções
planas x = k , k ∈ R, sejam hipérboles equiláteras com reta focal paralela ao
eixo−OY e que possuam o círculo
x 2 + z 2 = 1
√
y = 2
Solução.
y2 x2 z2
Q: − − = 1.
b2 a2 c2
Sendo
2 2
x + z = 2 − 1
γ : a2 √c2 b2 ,
y = 2
2
obtemos que a2 = c 2 e a2 − 1 = 1.
b2
Além disso, como as seções planas,
2 2 2
y − z = 1 + k
Q ∩ {x = k} : b2 c2 a2 ,
x = k
Q : y 2 − x2 − z 2 = 1 .
Exemplo 17
Seja H a hipérbole, no plano z = 1, de centro no ponto C = (0, 0, 1) e reta
√
focal paralela ao eixo−OY , sendo F = 0, 5, 1 um dos seus focos e a reta
Solução.
√ b
(a) Temos c = d(C, F ) = 5 e = 2, pois r : x = 2y é uma assíntota
a
de H, que possui reta focal paralela ao eixo−OY .
Seja
Q : Ax2 + By 2 + Cz 2 = R
λ
Portanto, existe λ 6= 0 tal que A=− , B = λ e C = −λ, ou seja,
4
λ
Q : − x2 + λy 2 − λz 2 = 0 .
4
1 1
Q : − x2 + y 2 − z 2 = 0 ⇐⇒ Q : x2 + z 2 = y 2 ,
4 4
que é um cone elíptico de eixo−OY .
Seja agora
Q0 : Ax2 + By 2 = Sz
Logo, (0, 0, 0) ∈ Q0 e
Ax2 + By 2 = S
H : Q0 ∩ {z = 1} : .
z = 1
λ
Existe, assim, λ 6= 0 tal que A=− , B = λ e S = λ.
4
Supondo λ = 1, obtemos que
x2
Q0 : − + y2 = z
4
é um paraboloide elíptico de eixo−OZ .
Ou seja, Q ∩ Q0 = γ ∪ β , onde
2
− x + y 2 = 1 x = ±2y
γ=H: 4 e β: .
z = 1 z = 0
Observação 11
Uma quádrica, dada por uma equação do segundo grau sem termo misto,
Ax2 + By 2 + Cz 2 + Gx + Hy + Iz + J = 0,
pode, por meio de uma translação dos eixos coordenados, ser reduzida à sua
• A 6= 0, B = C = 0, H = 0 ou I = 0;
• B 6= 0, A = C = 0, G = 0 ou I = 0;
• C 6= 0, A = B = 0, G = 0 ou H = 0.
Mas, quando:
• A 6= 0, B = C = 0, H 6= 0 e I 6= 0;
• B 6= 0, A = C = 0, G 6= 0 e I 6= 0;
• C 6= 0, A = B = 0, G 6= 0 e H 6= 0,
precisamos fazer primeiro uma rotação e depois uma translação dos eixos
Exemplo 18
Classique as quádricas transladadas abaixo:
(a) S : 4x2 + y2 + 3z 2 − 8x + 2y + 6z = −7 ;
(b) S : x2 − y2 − z 2 + 8x − 2y + 6z = −5 .
Solução.
temos que
x2 z2
+ y2 + =1
1/4 1/3
é a equação da quádrica nas coordenadas x, y e z.
1
Logo, a quádrica é um elipsoide de centro C = (1, −1, −1) com a= , b = 1
2
√
3
e c= .
3
(b) Completando os quadrados, temos que:
S : (x2 + 8x) − (y 2 + 2y) − (z 2 − 6z) = −5
obtemos que
S : x2 − y 2 − z 2 = 1
é a equação da quádrica nas coordenadas x, y , z .
Coordenadas Cilíndricas e
Esféricas
tem dois sistemas de coordenadas que nos fornecem uma maneira mais con-
421
422
S : x 2 + y 2 = a2 ,
é dado por:
S : ρ 2 = a2 ⇐⇒ S : ρ = a,
ou seja, S = {(a, θ, z | θ, z ∈ R } .
A simplicidade da equação do cilindro, ρ = a, justica o nome coorde-
nadas cilíndricas.
−−→
Considere agora r = d(O, P ), ϕ o ângulo que o vetor OP faz com o
−−→
semieixo positivo OZ , ϕ ∈ [0, π], e θ o ângulo que o vetor OP 0 faz com o
semieixo positivo−OX .
x = r sen ϕ cos θ
y = r sen ϕ sen θ
z = r cos ϕ
Observação 1
• Se r < 0, (r, θ, ϕ) corresponde ao ponto (−r, π + θ, π − ϕ), que é o simétrico
de (−r, θ, ϕ) em relação à origem.
p
r = ± x2 + y 2 + z 2 ,
p
ρ x2 + y 2 z z
sen ϕ = =p , cos ϕ = = ±p ,
r x2 + y 2 + z 2 r x + y2 + z2
2
x x y
cos θ = = ±p , sen θ = ± p .
ρ x2 + y 2 x2 + y 2
⇐⇒ S : r2 = a2
⇐⇒ S:r=a
Ou seja,
S = {(a, θ, ϕ) | θ ∈ R e ϕ ∈ [0, π] } .
Esta forma simples, r = a,
de representar uma esfera cen-
Exemplo 1
Determine as coordenadas cilíndricas e esféricas dos pontos abaixo dados em
coordenadas cartesianas.
√
1 2
é o ponto P em coordenadas esféricas, onde cos ϕ0 = √ e sen ϕ0 = √ ,
3 3
ϕ0 ∈ (0, π).
Exemplo 2
Determine as coordenadas cartesianas e esféricas dos pontos dados abaixo
em coordenadas cilíndricas.
(a) P = (1, 0, 2) .
Solução.
2 1
é o ponto dado em coordenadas esféricas, onde cos ϕ0 = √ e sen ϕ0 = √ ,
5 5
ϕ0 ∈ (0, π).
(b) P = 2, π , 3
.
4
Solução.
√
π 2 √
Sendo ρ = 2, θ = e z = 3, temos que x = ρ cos θ = 2 × = 2,
4 2
√
y = ρ sen θ = 2 z = 3 são as coordenadas cartesianas de P .
e
√ √
Assim, como r = ± 2 + 2 + 9 = ± 13 e ρ = ±2, obtemos:
ρ 2 z 3
sen ϕ = =√ , cos ϕ = = ±√ ,
r 13 r 13
√ √
x 2 y 2
cos θ = = ± e sen θ = = ± .
ρ 2 ρ 2
Ou seja,
√ π
√ 5π
P = 13, + 2πk, ϕ0 ou P = − 13, + 2πk, π − ϕ0 , k ∈ Z ,
4 4
3 2
é o ponto dado em coordenadas esféricas, onde cos ϕ0 = √ e sen ϕ0 = √ ,
13 13
ϕ0 ∈ (0, π).
Exemplo 3
Determine as coordenadas cartesianas e as coordenadas cilíndricas dos pontos
dados abaixo em coordenadas esféricas.
√ π π
(a) P =
10, , .
4 3
Solução.
√ √
√ π π √ 3 2
Sendo r = 10, θ = e ϕ= , segue que x = r sen ϕ cos θ = 10 =
4 3 2 2
√ √ √ √ √
15 √ 3 2 15 10
, y = r sen ϕ sen θ = 10 = e z = r cos ϕ = são as
2 2 2 2 2
coordenadas cartesianas de P.
r √
p 30 30
Assim, como ρ = ± x2 + y 2 = ± =± , obtemos que
4 2
√ √
30 π 10
P = , + 2πk , ou
2 4 2
√ √
30 π 10
P = − , π + + 2πk , , k ∈ Z,
2 4 2
é o ponto em coordenadas cilíndricas.
π π
(b) P = 2 ,
, .
6 4
Solução.
√ √ √
π π 2 3 6
Como r = 2, θ = e ϕ = , segue que x = r sen ϕ cos θ = 2 = ,
6 4 2 2 2
√ √ √
2 1 2 2 √
y = r sen ϕ sen θ = 2 = , z = r cos ϕ = 2 = 2 são as coorde-
2 2 2 2
nadas cartesianas de P.
√
r
p
2 2 8
Logo, como ρ = ± x +y =± = ± 2, obtemos que
4
√ π √ √ 7π √
P = 2 , + 2πk , 2 ou P = − 2 , + 2πk , 2 , k ∈ Z,
6 6
é o ponto em coordenadas cilíndricas.
Exemplo 4
Descreva as seções planas Q∩π em coordenadas cilíndricas e em coordenadas
esféricas, onde Q é a quádrica e π é o plano dado por:
x2 y2 11z 2
(a) Q : + + =1 e π : z = 1.
4 4 12
Solução.
1
é um círculo de centro C = (0, 0, 1) e raio R= √ contido no plano z = 1.
3
−−→
Se P ∈ C, então o ângulo ϕ0 , que o vetor OP faz com o semieixo−OZ
√ r
1/ 3 π 1
positivo, é tal que tg ϕ0 = , ou seja, ϕ0 = , e r = d(P, O) = 1+ =
1 6 3
√
2 2 3
√ = .
3 3
1
(
0 x2 + y 2 =
Assim, como C : 3 é a projeção ortogonal de C sobre o plano
z=0
z = 0, segue que:
√
C = { (1/ 3, θ, 1) ; θ ∈ [0, 2π) }
é a curva C em coordenadas cilíndricas, e
√
C = { (2 3/3, θ, π/6) ; θ ∈ [0, 2π) }
é a curva C dada em coordenadas esféricas.
2
(b) Q : x2 + y2 − 3z = 1 e π : z = 2.
4
Solução.
x2 + y 2 = 1 + 3 × 4
x2 + y 2 = 4
C =Q∩π : 4 ⇐⇒ C :
z=2 z=2
2 π √ √
tivo, é tal que tg ϕ0 = = 1, ou seja, ϕ0 = , e r = d(P, O) = 4 + 4 = 2 2.
2 4
x2 + y 2 = 4
0
Sendo C : a projeção ortogonal de C sobre o plano XY ,
z=0
obtemos que:
Exemplo 5
Determine a equação em coordenadas cartesianas e em coordenadas esféricas
das superfícies abaixo dadas em coordenadas cilíndricas.
r = {(a, 0, 0) + t(0, 0, 1) | t ∈ R }
paralelo ao eixo−OZ .
(b) S : z = |ρ| .
Solução.
p
Como |ρ| = x2 + y 2 , temos que
p
S : z = x2 + y 2
é a equação cartesiana de S.
Logo, S é a parte do cone circu-
lar
z 2 = x2 + y 2
situada no semiespaço z ≥ 0. Figura 8: Superfície S : z = |ρ|.
A equação de S em coordenadas
esféricas é:
p
S : r cos ϕ = r2 sen2 ϕ cos2 θ + r2 sen2 ϕ sen2 θ
⇐⇒ S : r cos ϕ = r sen ϕ , r≥0
sen ϕ
⇐⇒ S : = tg ϕ = 1 , r≥0
cos ϕ
π
⇐⇒ S : ϕ = , r ≥ 0 .
4
(c) S : z = ρ.
Solução.
p
Como ρ = ± x2 + y 2 , temos
que
p
S : z = ± x2 + y 2
⇐⇒ S : z 2 = x2 + y 2
é a equação cartesiana de S , que
representa um cone circular de
eixo−OZ .
π
Conforme o item (b), S:ϕ=
4
é a equação da superfície em co-
Figura 9: Superfície S : z = ρ.
ordenadas esféricas.
(d) S : z = ρ2 .
Solução.
Como ρ 2 = x2 + y 2 ,
S : z = x2 + y 2
é a equação cartesiana de S, que representa um paraboloide circular de
eixo−OZ .
Assim,
cos ϕ
S : r cos ϕ = r2 sen2 ϕ ⇐⇒ S:r= = cotg ϕ cossec ϕ
sen2 ϕ
é a equação da superfície em coordenadas esféricas.
Então,
(f) S : ρ2 + z 2 = a2 , a > 0.
Solução.
S : x 2 + y 2 + z 2 = a2
é a equação cartesiana de S , a esfera de centro na origem e raio a.
esféricas.
S : z = x2 + y 2 + 2x − 2y + 2
⇐⇒ S : z = (x + 1)2 + (y − 1)2
é a equação cartesiana de S , um paraboloide circular de eixo
r = {(−1, 1, 0) + (0, 0, t) | t ∈ R } .
A equação de S em coordenadas esféricas é dada por:
Exemplo 6
Determine e identique a equação cartesiana da superfície S : r = sen θ sen ϕ
dada em coordenadas esféricas.
Solução.
p
p x2 + y 2 y
Como r = ± x2 + y 2 + z 2 , sen ϕ = p e sen θ = ± p ,
x2 + y2 + z2 x2 + y2
temos que:
p
p y x2 + y 2
S : ± x2 + y 2 + z 2 = ± p p
x2 + y 2 x2 + y 2 + z 2
⇐⇒ S : x2 + y 2 + z 2 = y
1 1
⇐⇒ S : x2 + (y − )2 + z 2 =
2 4
1 1
é a equação cartesiana da esfera de centro 0, , 0 e o raio igual a .
2 2
Exemplo 7
Use sistemas de inequações
z1 (x, y) ≤ z ≤ z2 (x, y) z1 (ρ, θ) ≤ z ≤ z2 (ρ, θ)
y (x) ≤ y ≤ y2 (x) ; ρ (θ) ≤ ρ ≤ ρ2 (θ) ;
1 1
x1 ≤ x ≤ x2 θ1 ≤ θ ≤ θ2
r1 (θ, ϕ) ≤ r ≤ r2 (θ, ϕ)
ϕ (θ) ≤ ϕ ≤ ϕ2 (θ)
1
θ1 ≤ θ ≤ θ2
(a) S1 : z = x2 + y2 , S2 : x2 + y2 = 1 e S3 : z = 0.
Solução.
z = x2 + y 2 x2 + y 2 = 1
⇐⇒
x2 + y 2 = 1 z=1
é o círculo de centro (0, 0, 1) e raio igual a 1, contido no plano z = 1.
Assim, o esboço do sólido R, delimitado pelas superfícies S1 , S2 e S3 , é:
em coordenadas cartesianas;
2
0≤ z ≤ρ
R: 0≤ ρ ≤1 ,
0 ≤ θ ≤ 2π
em coordenadas cilíndricas;
cos ϕ 1
≤ r ≤
2ϕ
sen sen ϕ
R: π π ,
≤ ϕ ≤
4 2
0 ≤ θ ≤ 2π
cos ϕ
S1 : r cos ϕ = r2 sen2 ϕ ⇐⇒ S1 : r = ,
sen2 ϕ
1
S2 : r2 sen2 ϕ = 1 ⇐⇒ S2 : r = e
sen ϕ
π
S3 : r cos ϕ = 0 ⇐⇒ S3 : ϕ =
2
são as equações das superfícies em coordenadas esféricas.
(b) S1 : z = x2 + y2 e S2 : z = 1.
Solução.
o plano z = 1 é o círculo
(
x2 + y 2 = 1
.
z=1
O esboço do sólido R, delimitado por S1 e S2 , é dado por:
sendo o disco
x 2 + y 2 ≤ 1
D:
z = 0
em coordenadas cartesianas;
2
ρ ≤ z ≤1
R: 0≤ ρ ≤1 ,
0 ≤ θ ≤ 2π
em coordenadas cilíndricas;
0 ≤ r ≤ sec ϕ
0 ≤ r ≤ cotg ϕ cossec ϕ
π π π
S
R: 0≤ ϕ ≤ ≤ ϕ ≤ ,
4
4 2
0 ≤ θ ≤ 2π
0 ≤ θ ≤ 2π
S2 : r cos ϕ = 1 ⇐⇒ S2 : r = sec ϕ
são as equações das superfícies em coordenadas esféricas.
(c) S1 : z =
p p
1 − x2 − y 2 e S2 : z = x2 + y 2 .
Solução.
z ≥ 0. Como
z = p1 − x2 − y 2 z = px2 + y 2
γ = S1 ∩ S2 : p ⇐⇒ γ : √
z = x 2 + y 2 z = 1 − z 2
x 2 + y 2 = 1
z = px2 + y 2
⇐⇒ γ: ⇐⇒ γ : 2
2z 2 = 1 z = √1
2
1 1 1
é o círculo, no plano z=√ , de centro 0, 0, √ e raio √ , temos que:
2 2 2
superfícies S1 S2 , e o disco
e
x2 + y 2 ≤ 1
D: 2
z = 0
p
ρ ≤ z ≤ 1 − ρ2
1
R: 0≤ ρ ≤ √ ,
2
0 ≤ θ ≤ 2π
em coordenadas cilíndricas;
0≤ r ≤1
π
R: 0≤ ϕ ≤ ,
4
0 ≤ θ ≤ 2π
p
em coordenadas esféricas, pois S1 : z = 1 − ρ2 e S2 : z = |ρ| são as equações
das superfícies em coordenadas cilíndricas, e
p h πi
S1 : r cos ϕ = 1 − r2 sen2 ϕ ⇐⇒ S1 : r = 1 , ϕ ∈ 0,
2
e
π
S2 : r cos ϕ = r sen ϕ ⇐⇒ S2 : ϕ = ,r ≥ 0,
4
são as superfícies em coordenadas esféricas.
(d) S1 : z − 1 = − x2 + y2 e S2 : z = − 1 − x2 − y2 .
p p
Solução.
em coordenadas cartesianas;
p
2
− 1−ρ ≤ z ≤1−ρ
R: 0≤ ρ ≤1 ,
0 ≤ θ ≤ 2π
em coordenadas cilíndricas;
1
0≤ r ≤
0≤ r ≤1
cos ϕ + sen ϕ
π S π
R: 0≤ ϕ ≤ ≤ ϕ ≤π ,
2
2
0 ≤ θ ≤ 2π 0 ≤ θ ≤ 2π
p
em coordenadas esféricas, pois S1 : z = 1 − |ρ| e S2 : z = − 1 − ρ2 são as
1 π
h i
S1 : r cos ϕ = 1 − r sen ϕ ⇐⇒ S1 : r = , ϕ ∈ 0, ,
cos ϕ + sen ϕ 2
hπ i
e S2 : r = 1, ϕ ∈ , π , são as superfícies em coordenadas esféricas.
2
√
(e) S1 : x2 + y2 = 4, S2 : z = 2 3 e S3 : z = −2.
Solução.
x2 + y 2 ≤ 4
D: .
z=0
Então, o sólido R pode ser descrito das
seguintes formas:
√
−2 ≤ z ≤ 2 3
√ √
R: − 4 − x2 ≤ y ≤ 4 − x2 ,
−2 ≤ x ≤ 2
em coordenadas cartesianas;
√
−2 ≤ z ≤ 2 3
R: 0≤ ρ ≤2 , Figura 23: Disco D.
0 ≤ θ ≤ 2π
em coordenadas cilíndricas;
√
2 3 2 2
0≤ r ≤ 0≤ r ≤ 0≤ r ≤−
cos ϕ
sen ϕ
cos ϕ
π S π 3π S 3π
R: 0≤ ϕ ≤ ≤ ϕ ≤ ≤ ϕ ≤π ,
6
6 4
4
0 ≤ θ ≤ 2π
0 ≤ θ ≤ 2π
0 ≤ θ ≤ 2π
√
2 2 3 2
em coordenadas esféricas, pois S1 : r = , S2 : r = e S3 : r = −
sen ϕ cos ϕ cos ϕ
são as superfícies dadas em coordenadas esféricas.
Exemplo 8
Repita o exercício anterior para as regiões do espaço denidas pelas desigual-
dades:
(a) R : z ≥ x2 + y2 .
Solução.
o paraboloide circular S .
em coordenadas cilíndricas;
0 ≤ r ≤ cotg ϕ cossec ϕ
π
R: 0≤ ϕ ≤ ,
2
0 ≤ θ ≤ 2π
Solução.
x 2 + y 2 + z 2 = 2 x2 + y 2 = 1
S1 ∩ S2 : ⇐⇒ S1 ∩ S2 :
x 2 + y 2 = 1 z 2 = 1
⇐⇒ S1 ∩ S2 = γ1 ∪ γ−1 ,
onde γ1 e γ−1 são os círculos:
x 2 + y 2 = 1 x 2 + y 2 = 1
γ1 : e γ−1 : .
z = 1 z = −1
O esboço da região R é:
em coordenadas cartesianas;
p p
− 2 − ρ 2 ≤ z ≤ 2 − ρ2
√
R: 1≤ ρ ≤ 2 ,
0 ≤ θ ≤ 2π
em coordenadas cilíndricas;
√
cossec ϕ ≤ r ≤ 2
π 3π
R: ≤ ϕ ,
4 4
0 ≤ θ ≤ 2π
S1 : z 2 = 2 − ρ2 , S2 : ρ = 1
são as equações das superfícies em coordenadas cilíndricas, e
√ 1
S1 : r = 2, S2 : r = = cossec ϕ
sen ϕ
são as equações das superfícies em coordenadas esféricas.
x2 + y 2 + z 2 ≤ 1
(c) R: .
z 2 ≤ x 2 + y 2
Solução.
de eixo−OZ S 2 : z 2 = x2 + y 2 .
A interseção das superfícies são os círculos:
x 2 + y 2 = 1 x2 + y 2 = 1
γ1 : 2 e γ2 : 2
z = √1 z = − √1
2 2
e o esboço da região R é:
sendo o disco:
x2 + y 2 ≤ 1
D:
z=0
p p p p
− 1 − x 2 − y 2 ≤ z ≤ 1 − x 2 − y 2
− 1 − x2 − y2 ≤ z ≤ 1 − x2 − y 2
√ √ √ √
S
R: − 1 − x2 ≤ y ≤ 1 − x2 − 1 − x2 ≤ y ≤ 1 − x2
1
1
−1 ≤ x ≤ − √ √ ≤x≤ 1
p 2 p 2
p p
− 1 − x2 − y 2 ≤ z ≤ 1 − x2 − y 2
− 1 − x2 − y2 ≤ z ≤ 1 − x2 − y 2
√ √
r r
S 1 S 1
− 1 − x2 ≤ y ≤ − − x2 − x2 ≤ y ≤ 1 − x2
2 2
1 1 1 1
−√ ≤ x ≤ √ −√ ≤ x ≤ √
p 2 2 2 2
p
− x2 + y 2 ≤ z ≤ x2 + y 2
r r
S 1 2
1
− −x ≤y≤ − x2
2 2
1 1
−√ ≤ x ≤ √ ,
2 2
em coordenadas cartesianas;
p p
−ρ ≤ z ≤ ρ
− 1 − ρ2 ≤ z ≤ 1 − ρ2
1 S 1
R: 0≤ ρ ≤ √ √ ≤ ρ ≤1 ,
2
2
0 ≤ θ ≤ 2π
0 ≤ θ ≤ 2π
em coordenadas cilíndricas;
0≤ r ≤1
π 3π
R: ≤ ρ ≤ ,
4 4
0 ≤ θ ≤ 2π
Exemplo 9
Esboce os sólidos denidos pelos sistemas de inequações abaixo e identique
as superfícies que os delimitam.
ρ≤z≤1
(a) R: 0 ≤ ρ ≤ 1 , onde (ρ, θ, z) são as coordenadas cilíndricas de um
0≤θ≤π
ponto da região.
Solução.
0 ≤ ρ ≤ 1
A região do plano R0 : é dada em coordenadas cartesianas
0 ≤ θ ≤ π
por:
x 2 + y 2 ≤ 1
R0 :
y ≥ 0
Assim, o esboço de R é:
eixo−OZ
z 2 = x2 + y 2 .
Logo, as superfícies que delimitam a região são o plano y = 0, o plano z=1
2
1 ≤ r ≤
cos ϕ
(b) R : 0 ≤ ϕ ≤ π , onde (r, θ, ϕ) são as coordenadas esféricas de um
4
0 ≤ θ ≤ 2π
ponto da região.
Solução.
Observe que:
π
ϕ= ⇐⇒ tg ϕ = 1 ⇐⇒ r sen ϕ = r cos ϕ
4
⇐⇒ r2 sen2 ϕ = r2 cos2 ϕ ⇐⇒ x2 + y 2 = z 2
é a equação de um cone circular de eixo−OZ .
r = 1 ⇐⇒ x2 + y 2 + z 2 = 1
é a equação da esfera de centro na origem e raio 1.
Além disso,
2
r= ⇐⇒ r cos ϕ = 2 ⇐⇒ z = 2
cos ϕ
é a equação de um plano paralelo ao plano XY .
Assim, o esboço do sólido R é dado por:
√
3
1≤r≤
sen ϕ
(c) R: π
≤ϕ≤π−
π , onde (r, θ, ϕ) são as coordenadas esféricas de
3 3
0 ≤ θ ≤ π
2
um ponto da região.
Solução.
a 1;
√
3 √
•r= ⇐⇒ r sen ϕ = 3 ⇐⇒ r2 sen2 ϕ = 3 ⇐⇒ x2 + y 2 = 3, um
sen ϕ
cilindro circular reto de eixo−OZ ;
π π √ sen ϕ √
•ϕ= ou ϕ=π− ⇐⇒ tg ϕ = ± 3 ⇐⇒ = ± 3 ⇐⇒
3 3 cos ϕ
√
r sen ϕ = ± 3 r cos ϕ ⇐⇒ r2 sen2 ϕ = 3r2 cos2 ϕ ⇐⇒ 3z 2 = x2 + y 2 , um cone
circular de eixo−OZ ;
Figura 32: Sólido R fora da esfera, entre o cone e o cilindro delimitado pelos planos x=0 e y = 0.
0≤z ≤1−ρ
(d) R: 0≤ρ≤1 , onde (ρ, θ, z) são as coordenadas cilíndricas de
0 ≤ θ ≤ π
4
um ponto de R.
Solução.
• z = 0, o plano XY ;
p
• z = 1−ρ ⇐⇒ z−1 = − x2 + y 2 , parte do cone circular (z−1)2 = x2 +y 2
situada no semiespaço z ≤ 1;
• θ = 0 ⇐⇒ y = 0, o plano XZ ;
π
•θ= ⇐⇒ x − y = 0, um plano vertical.
4
Assim, o esboço do sólido R é:
π
Figura 33: Sólido R delimitado pelos planos θ=0 e θ= 4
e pelo cone (z − 1)2 = x2 + y 2 .