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FÍSICA I

Prof. Doutor Manuel Zunguze


DINÂMICA DE UM SISTEMA DE PONTOS
MATERIAIS
Noção de sistemas de pontos materiais ou sistema de massas, e
de centro de massa

Um sistema de pontos materiais é um conjunto de corpos entre os quais


se exercem forças de interacção. As distâncias entre os pontos
materiais são fixas de modo que o movimento de um influencia o
movimento dos outros. Entre os pontos materiais se exercem forças as
quais tomam o nome de forças internas, e que são responsáveis pela
interacção. Para além das forças internas, exercem-se as forças externas
originárias do exterior.
DINÂMICA DE UM SISTEMA DE PONTOS
MATERIAIS
DINÂMICA DE UM SISTEMA DE PONTOS
MATERIAIS
 
Por exemplo as forças F2 e F4 são forças externas.
Quando a distribuição da massa de um corpo qualquer é homogénea, é
possível equilibrá-lo aplicando uma força no seu centro. Isso significa
que é nesse ponto onde se exerce á resultante de todas as forças
aplicadas sobre ele. À este ponto dá-se o nome de centro de massa ou
centro inercial do corpo.
DINÂMICA DE UM SISTEMA DE PONTOS
MATERIAIS
Um corpo ou sistema cuja massa não esteja distribuída
homogeneamente, também terá um centro de massas, o qual não tem
necessariamente que estar no centro deste.

Definição: Centro de massa de um sistema de pontos materiais é onde


se exerce a resultante de todas as forças externas que actuam sobre o
sistema e nele se supõe concentrada toda a massa do sistema.
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Determinação do centro de massa1.
Caso mais simples: Consideremos um sistema de duas massas m1  m2
localizados ao longo de uma dimensão.

Se m1 = m2 facilmente diríamos que o centro de massa está localizado


no ponto médio entre m1 e m2 . x1  x2
X Cm 
2
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Neste caso concreto o centro de massa cuja coordenada é igual a XCm
estará localizada mais próximo de m2 do que m1. O centro de massa será
determinado com ajuda da seguinte relação:
m1 x1  m2 x 2
X Cm 
m1  m2

Escrevendo m1  m2  M então X Cm 
1
m1 x1  m2 x2  ou
M
MX Cm  m1 x1  m2 x2 
n
Se tivermos n massas ao longo do eixo OX, então:
m1 x1  m2 x2  m3 x3  ...  mn xn
m x i i

X Cm  ou X Cm  i 1
donde
m1  m2  m3  ...  mn
n

n
m
i 1
i

 mi  M
i 1
DINÂMICA DE UM SISTEMA DE PONTOS
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n
ou MX Cm   mi xi
n
1
Assim X Cm 
M
m x
i 1
i i
i 1
2. Caso de pontos materiais situados num plano:
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Conhecidas as coordenadas x1, x2, x3 e y1, y2, y3 das três massas devemos
determinar o centro de massa por eixo de referencia, isto é, X Cm
e YCm . Teremos assim as coordenadas do centro de massa do sistema.
m1 x1  m2 x2  m3 x3 m1 y1  m2 y 2  m3 y3
X Cm  YCm 
m1  m2  m3 m1  m2  m3

Para n massas teremos


m x 1 m y
X Cm    mi xi YCm  1
m y
i i

i i

m i M m i M
i i
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3. Caso de pontos materiais situados no espaço:


O centro de massa terá as coordenadas:
1 1 1
X Cm 
M
 i i Cm
m x Y   i i Cm M
m y Z  m z i i
M

Sendo a posição de um ponto material determinada através do vector


           
posição: r  x  y  z ou r  xi  yj  zk então rCm  xCmi  yCm j  zCm k
Deste modo escrevemos a formula do centro de massa na sua forma
n
 1  ...forma geral. Definição do centro de massa
vectorial: rCm   ii
M i 1
m r
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Para um numero n   de pequenas partículas (por exemplo átomos)


dificilmente poderemos fazer o somatório das massas. Por isso o centro
de massa será determinado através da integração.
 1 
Assim rCm 
M  r dm ... Definição de centro de massa forma integral

1 1
Do mesmo modo: xCm 
M  xdm , yCm 
M  ydm e

1
z Cm 
M  zdm
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Exemplo:
Sejam dados 3 pontos materiais de massas m1 = 1kg, m2 = 2kg e m3 =
3kg, as quais estão de tal maneira dispostos formando um triângulo
equilátero de 1,0m de lado. Note que estes se encontram num plano.
Determine o centro de massa dos três pontos materiais.
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Resolução:
Coloquemos o sistema de referência de tal modo que um dos eixos
coincida com o lado do triângulo, e que a origem deste esteja sobre uma
das massas.
a x2  a
x3 
2
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Para um numero reduzido de massas é suficiente a expressão


 1 n  .
rCm  
M i 1
mi ri

1 1
Projectando: X Cm   mi xi e YCm  M
m y i i
M
m x  m2 x2  m3 x3 0  m2 x2  m3 x3 m1  m2  m3  M
X Cm  1 1 
m1  m2  m3 m1  m2  m3 x1  0; x 2  a; x3 
a
a 2
m2 a  m3
2 2m2  m3 a
X Cm  
M 2M
m1 y1  m2 y 2  m3 y3 0  0  m3 y3 y1  0 3
YCm   y3  a  h ...altura
m1  m2  m3 m1  m2  m3 y2  0 2
do triangulo
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m3 h m3 3a
YCm  
M 2M
2m2  m3 7 m 3 3
Seja a = 10 cm então X Cm   m YCm  3  m
2M 12 2M 4

Porquê que o centro de massa não está na figura?


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MATERIAIS

Movimento do centro de massa de um sistema de pontos


materiais

O movimento do centro de massa é sempre uma trajectoria rectilínea.


Consideremos um sistema de massas constituídas por m1, m2, m3, ... ,
mn e cuja massa total seja M. Vamos supor que ao longo do
movimento nenhuma massa abandona o sistema para que a massa total
M se mantenha constante.
    
Então é valido escrevermos Cm
Mr  m r
1 1  m r
2 2  ...  mn n donde
r rCm

é o vector posição do centro de massa em relação à um dado


referencial.
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Derivemos uma vez esta expressão em relação ao tempo teremos:


   
drCm dr1 dr2 drn
M  m1  m2  ...  mn ou MvCm  m1v1  m2 v2  ...  mn vn
dt dt dt dt

 
v
Donde v1 é a velocidade de m1 , etc. e Cm é a velocidade do centro de
massa.
Derivemos mais uma vez em relação ao tempo:
   
dvCm dv1 dv2 dvn ou Ma  m a  m a  ...  m a
M m 1 m 2 ...  m n
Cm 1 1 2 2 n n
dt dt dt dt

   
De acordo com a 2ª Lei de Newton: MaCm  F1  F2  ...  Fn

aCm ...é a aceleração do centro de massa do sistema.
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Conclusão:
O produto da massa total M de todos os pontos materiais pela
aceleração do centro de massa do sistema é igual ao somatório vectorial
de todas as forças aplicadas sobre o sistema.
   n 
O somatório F1  F2  ...  Fn   Fext .
i 1
Porque?

Segundo a 3ª Lei de Newton as Fint ernas são pares e anulam-se.
n  

Por isso: MaCm   Fext  R
i 1
Esta última expressão significa que o centro de massa do sistema se
move como se toda a massa do sistema estivesse concentrada nele e
como se todas as forças externas estivessem aplicadas nesse ponto.
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Como m é uma constante a relação não se altera se escrevermos


   
F  dt  d mv  donde m v  p.

  ou  dp
Então F  dt  dp F ...2ª Lei de Newton noutra forma
dt

Conclusão: A razão da variação do momento linear pelo tempo, é


directamente proporcional a resultante das forças que actuam sobre o
corpo e na direcção da força.
Por outras palavras, a força F é a primeira derivada do momento linear
em relação ao tempo. Esta constitui a formulação primária da 2ª Lei de
Newton. Desta se passa para a já conhecida quando se supõe constante
 dp d  
 mv   m
a massa do corpo assim: F  dv
 ma
dt dt dt
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Exercício
Que força F é necessária aplicar à um corpo de massa m = 5t para que
dentro de 4s ganhe uma velocidade de 18 m/s? Considere vo = 0.

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