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MATEMÁTICA

R
P 11
MARIA AUGUSTA FERREIRA NEVES

classe

Oo
Apresentação

R
P
90 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

4. PRODUTO ESCALAR DE DOIS VECTORES NO PLANO E NO ESPAÇO

Inicia-se um tema por um texto significativo.

94 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

EXEMPLO 1 Calcular o produto escalar de dois vectores


No desenvolvimento da matéria apresen-
Calcule o valor do produto escalar, »
u.»
tam-se exemplos de aplicação e comple- v , em cada um dos casos
seguintes.
mentos de informação. Ao lado encon-
tram-se questões de resposta imediata 1.1 1.2 1.3

que visam uma interacção entre o autor Æ


u
Æ
u
Æ

do livro e o leitor. 4
30°
u
Æ
v 3

3
3,5
Æ
6 90° Æ v
v
5 2

4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 109

… o que estudou no tema …

• o produto escalar de dois vectores no plano e no espaço


Este desenvolvimento termina com uma
página onde se enunciam os termos e • determinação do ângulo de dois vectores do plano e do espaço

conceitos estudados no tema. • propriedades do produto escalar

• expressão do produto escalar das coordenadas dos vectores em referencial ortonormado

• aplicação do produto escalar na demonstração de propriedades geométricas

• aplicação do produto escalar na determinação de lugares geométricos

110 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

PROBLEMAS RESOLVIDOS
Os problemas resolvidos são problemas
com características globalizantes, formando 1
conexões entre os diferentes conteúdos. Mostre que se as diagonais de um paralelogramo são perpendiculares então o

São também modelos de apresentação de paralelogramo é um losango.

resolução. Resolução
Seja [ABCD] um paralelogramo

D C

ISBN 978-972-0-08056-1
Apresentação
112 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

Os problemas propostos estão organiza-

R
PROBLEMAS PROPOSTOS dos em três blocos:

P
… conhecer … calcular … representar … a) ... conhecer ... calcular ...
representar ...
1
D C
Na figura ao lado [ABCD] é um quadrado de lado 5 cm . O é o ponto de
intersecção das diagonais. Neste bloco pretende-se sistematizar
Calcule: ideias e desenvolver capacidades de cál-
«» .BC
1.1 AB «» ; «» .DC
1.2 AB «» ; O
culo.
«» .BD
1.3 AB «» ; «» .DC
1.4 AO «» .

414 14. Medidas de localização

PROBLEMAS PROPOSTOS

… verdadeiro ou falso …
b) ... verdadeiro ou falso ...

8 Com estas questões pretende-se aprofun-


Das seguintes afirmações indique a que é verdadeira. dar a teoria.
(A) Se um conjunto de dados só tem números inteiros, então a média é um
número inteiro.

(B) A moda é o valor numérico que ocorre com maior frequência.

(C) A mediana nunca pode ser igual à moda

114 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

PROBLEMAS PROPOSTOS
c) ... resolver ... aplicar ... investigar ...
… resolver … aplicar … investigar …

13 O pentágono regular Neste conjunto de problemas, normalmente


Numa circunferência de raio r está inscrito um pentágono regular de lado L . ligados a situações concretas, o aluno
D pode ir mais longe na sua aprendizagem.

E C

r
O

452

Soluções

1. MEDIDA DE UM ÂNGULO. GENERALIZAÇÃO DA Pág. 16


NOÇÃO DE ÂNGULO
7. (C) As soluções podem ajudar o aluno a testar o
Pág. 10 seu raciocínio e verificar as suas resoluções.
PROBLEMAS PROPOSTOS
1.
… conhecer … calcular … representar …
raio
1 rad Pág. 20
C 57° < 1 rad < 58°
1.1 180° 1.2 90° 1.3 60° 1.4 45° 1.5 270°
1.6 - 135° 1.7 720° 1.8 - 1620° 1.9 - 150°

2 8 25 17

Programa Oficial 479

PROGRAMA OFICIAL
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

MATEMÁTICA
O Programa Oficial apresenta-se no final
PROGRAMA 11.a CLASSE
ENSINO SECUNDÁRIO
do livro.
ÁREA DE CIÊNCIAS FÍSICAS E BIOLÓGICAS

Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação

I – INTRODUÇÃO GERAL À DISCIPLINA NO CICLO

A disciplina de Matemática contribui para a realização dos objectivos gerais da formação da jovem geração através de meios específicos
da ciência matemática.
Índice
Apresentação 2
Evolução histórica da Trigonometria 8

R
1.

P
Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo 10
…o que estudou no tema… 17
PROBLEMAS RESOLVIDOS 18
PROBLEMAS PROPOSTOS 20

2. As razões trigonométricas para ângulos agudos.


Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 24
…o que estudou no tema… 37
PROBLEMAS RESOLVIDOS 38
PROBLEMAS PROPOSTOS 42

3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tg x para ângulos


quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 54
…o que estudou no tema… 81
PROBLEMAS RESOLVIDOS 82
PROBLEMAS PROPOSTOS 86

4. Produto escalar de dois vectores no plano


…o que estudou no tema…
90
109
PROBLEMAS RESOLVIDOS 110
PROBLEMAS PROPOSTOS 112

5. Perpendicularidade de vectores e rectas.


Conjuntos definidos por condições 118
…o que estudou no tema… 134
PROBLEMAS RESOLVIDOS 135
PROBLEMAS PROPOSTOS 138

6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço


…o que estudou no tema…
142
159
PROBLEMAS RESOLVIDOS 160
PROBLEMAS PROPOSTOS 172

Evolução histórica das Sucessões 180

7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas


…o que estudou no tema…
184
197
PROBLEMAS RESOLVIDOS 198
PROBLEMAS PROPOSTOS 202

8. Progressões aritméticas e progressões geométricas


…o que estudou no tema…
210
225
PROBLEMAS RESOLVIDOS 226
PROBLEMAS PROPOSTOS 230
Índice
9. Limite de uma sucessão 236

R
…o que estudou no tema… 263

P
PROBLEMAS RESOLVIDOS 264
PROBLEMAS PROPOSTOS 266

10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper


…o que estudou no tema…
270
287
PROBLEMAS RESOLVIDOS 288
PROBLEMAS PROPOSTOS 290

11. Indução matemática


…o que estudou no tema…
296
299
PROBLEMAS RESOLVIDOS 300
PROBLEMAS PROPOSTOS 304

Evolução histórica da Estatística 306

12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos


…o que estudou no tema…
310
327
PROBLEMAS RESOLVIDOS 328
PROBLEMAS PROPOSTOS 330

13. Organização e apresentação dos dados


…o que estudou no tema…
336
369
PROBLEMAS RESOLVIDOS 370
PROBLEMAS PROPOSTOS 374

14. Medidas de localização


…o que estudou no tema…
378
405
PROBLEMAS RESOLVIDOS 406
PROBLEMAS PROPOSTOS 410

15. Medidas de dispersão


…o que estudou no tema…
414
423
PROBLEMAS RESOLVIDOS 424
PROBLEMAS PROPOSTOS 426

16. Distribuições bidimensionais


…o que estudou no tema…
430
441
PROBLEMAS RESOLVIDOS 442
PROBLEMAS PROPOSTOS 446

Soluções 450
Programa Oficial 475
Bibliografia 480
R
P Caro estudante

No processo da aprendizagem da Matemá-


tica desenvolvem-se capacidades e qualida-
des que, em conjunto, nos podem ajudar a
viver melhor.

Essas capacidades e qualidades incluem


paciência, persistência, observação, integra-
ção de conhecimentos adquiridos em expe-
riências passadas, raciocínio, saber colocar
questões e espírito crítico.

Nós fizemos o nosso melhor para o motivar


e ajudar a aprender. Agora é a sua vez.
Nunca desista.
R
MATEMÁTICA 11.a Classe

P 1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo

2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas


e resultados de referência. Resolução de triângulos

3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tg x


para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas.
Redução ao 1.° quadrante

4. Produto escalar de dois vectores no plano

5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos


definidos por condições

6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

9. Limite de uma sucessão

10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

11. Indução matemática

12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

13. Organização e apresentação dos dados

14. Medidas de localização

15. Medidas de dispersão

16. Distribuições bidimensionais


Maria Augusta Ferreira Neves
Doutorada em Matemática e Educação
Especialista em Didáctica da Matemática
Autora de manuais escolares “Aprender Matemática é aprender a viver melhor.”
8

Evolução histórica da Trigonometria

R
P
A palavra trigonometria vem do grego TRI – três, GONO – ângulo e METRIA
– medida significando medida de ângulos.
A trigonometria começou como uma área da Matemática eminentemente prá-
tica, surgindo inicialmente para resolver problemas de astronomia.
Este ramo da Matemática começou desenvolver-se no tempo dos Gregos
(séculos VI-IV a. C.).
Por volta de 600 a. C., Tales de Mileto foi convidado pelo faraó do Egipto
para calcular a altura da Grande Pirâmide.

No momento em que uma vara espetada no solo projectava uma sombra de


comprimento igual ao seu tamanho, Tales mediu a sombra da pirâmide e concluiu
que a altura desta é igual ao comprimento da sombra mais metade do compri-
mento da base.
Esquematizando, tem-se:

inclinação dos
raios solares

altura
da
pirâmide
vara

B A B A
sombra da vara sombra da pirâmide + metade
do lado da base da pirâmide

O estudo da trigonometria desenvolve estratégias de resolução de triângulos e


tem por base a semelhança de triângulos.
Diz-se que um triângulo está resolvido quando se conhecem os seus seis ele-
mentos (três lados e três ângulos).
9

Evolução histórica da Trigonometria

R
P
Hiparco, século II a. C., utilizou a trigonometria para fazer medições, prever
eclipses, fazer calendários e cálculos de navegação. Hiparco é considerado o pai
da trigonometria por desenvolver uma tabela com os valores das cordas de vários
ângulos de 0º a 180º.

A Hiparco seguiram-se outros no estudo e desenvolvimento da trigonometria,


destacando-se Ptolomeu (século II d. C.).
No século III, os indianos e os árabes deram nova dimensão à trigonometria
ao introduzirem a trigonometria esférica.
No século XV, o astrónomo prussiano Johann Müller sistematizou os conheci-
mentos trigonométricos até então conhecidos.
No século XVI, Viète introduziu novos teoremas que permitiram relacionar
lados e ângulos de triângulos não rectângulos.
No século XIX, a trigonometria atinge o seu ponto máximo, ficando ligada à
análise através das séries. Desde o seu surgimento, a trigonometria tem tido mui-
tas aplicações práticas e teóricas. Actualmente encontram-se aplicações da trigo-
nometria nas telecomunicações, na música, na determinação de distâncias entre
estrelas, na medicina, na física, na sociologia e em muitas outras áreas científicas.
A trigonometria desenvolveu-se e permitiu a determinação de distâncias ina-
cessíveis.
Outra razão para a importância da trigonometria está no facto das funções tri-
gonométricas do seno e co-seno serem utilizadas para procurar modelos matemá-
ticos para fenómenos cíclicos.
Na Física as funções trigonométricas aparecem ligadas ao movimento har-
mónico.
Neste capítulo estudaremos a resolução de triângulos e as funções trigono-
métricas.
10 1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo

1. MEDIDA DE UM ÂNGULO. GENERALIZAÇÃO

R
DA NOÇÃO DE ÂNGULO

P
1. Representar um radiano

O radiano é a unidade de medida do


sistema circular.
Observe as figuras ao lado e reproduza-as
no seu caderno para desenhar um ângulo
cuja amplitude seja 1 radiano.
Use um transferidor para determinar
quantos graus aproximadamente tem um
radiano.

Nota
Ângulo agudo

0° < a < 90°


1.1 MEDIDA DE UM ÂNGULO
Ângulo recto

Para medir a amplitude de um ângulo tem-se usado como unidade


a
de medida o grau.
a = 90°

Ângulo obtuso
a Um grau é a nonagésima parte de um ângulo recto.

90° < a < 180°

Ângulo raso Para desenhar ângulos com uma determinada amplitude usa-se o
a transferidor. O sistema que tem como unidade de medida o grau é o
sistema sexagesimal.
a = 180°

Ângulo giro
Neste sistema a:
a

1 grau correspondem 60' (60 minutos); 1° = 60'

a = 360°
1 minuto correspondem 60'' (60 segundos); 1' = 60''
1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo 11

O sistema que tem como unidade de medida o radiano é o sistema


circular.

R
P O
r

r
r

Um radiano (rad) é a amplitude de um ângulo que define em qual-


quer circunferência, com centro no seu vértice, um arco de compri-
mento igual ao raio.

2. O radiano para desenhar arcos de


circunferência de comprimento igual ao
raio.
Desenhe um ângulo cuja amplitude seja
1 radiano e decalque-o em papel vegetal.
Utilizando um transferidor pode-se concluir que: Construa em diferentes circunferências
arcos cujos comprimentos sejam iguais
57° < 1 rad < 58° aos raios, usando o decalque.
12 1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo

Para determinar o valor exacto a que corresponde, no sistema


sexagesimal, 1 radiano podemos começar por investigar quantas

R
vezes uma circunferência contém o seu raio.

P
3. Use a tecla p da calculadora e obte-
nha no sistema sexagesimal um valor
para 1 radiano.
Efectue os cálculos necessários de modo
a concluir que:
Comprimento da circunferência 2p r
}}}} = } = 2p
raio r

1 rad ) 57° 17' 45'' O raio “cabe” na circunferência 2p (6,28…) vezes.

Então:
360° 180°
1 rad = } ; 1 rad = } .
2p p

Ou seja:

360° 2222222" 2p rad

180° 2222222" p rad


p
90° 2222222" }} rad
2

EXEMPLO 1 Passagem de graus a radianos

Converta em radianos:
135° ; 15° 42' .

Resolução

180° 2222222" p rad

135° 2222222" x rad


Nota

135p 3p
Por simplificação de escrita, muitas vezes x=}; x=}
180 4
p p
escreve-se } rad ou simplesmente }
2 2
p 3p
em vez de } radianos. Tem-se que: 135° = } rad.
2 4
1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo 13

15° 42' = (15,7)° Cálculo auxiliar 4. Escreva em radianos:

R
60' 1°
180° 2222222" p rad 4.1 60° ;

P
42' x
15,7° 2222222" x rad 4.2 315° ;
42
x = } = 0,7
60 4.3 120° 30' ;
15,7p 157p
x=}; x=}
180 1800
4.4 12° 12' .
157p
Então, 15° 42' = } rad.
1800

EXEMPLO 2 Passagem de radianos a graus

Escreva em graus:
p 5p
} rad ; } rad ; 3 rad .
3 4 5. Converta em graus:
5p
Resolução 5.1 } rad ;
6
p 180° 5p 5 * 180° 11p
} rad = } = 60° ; } rad = }} = 225 5.2 } rad ;
3 3 4 4 18
5.3 3,14 rad ;
180° 3 * 180 °
1
3 rad = 3 * 1 rad = 3 * } = } ) 172°
p p 2
5.4 2 rad .

1.2 GENERALIZAÇÃO DA NOÇÃO DE ÂNGULO

Sentido de um ângulo

A cada ângulo pode associar-se uma amplitude e um sentido.

Convencionou-se que o sentido do movimento dos ponteiros do


relógio correspondia ao sentido negativo e o sentido contrário ao dos
ponteiros do relógio correspondia ao sentido positivo.

Nota
A convenção que define o sentido positivo
A um ângulo ao qual se atribui um sentido chama-se ângulo e negativo tem a ver com o movimento
solar e o movimento da Terra.
orientado.
14 1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo

• Ângulo num referencial

R
Desenhe-se um referencial

P
2.° Quadrante y 1.° Quadrante
ortogonal e monométrico.
O plano fica dividido em qua-
tro quadrantes.
0 x

3.° Quadrante 4.° Quadrante

Considerem-se duas semi-


-rectas sobrepostas à parte y
positiva do eixo dos xx e
com origem na origem do
referencial.
O ângulo definido pelas duas 0 x
semi-rectas tem de ampli-
tude 0° .

Uma das semi-rectas fica fixa y


(o lado origem) e a outra (o 120°
90°
60°
lado extremidade) vai descre- 150°
30°

ver um ângulo positivo de


30°, isto é, vai rodar em 180° a 0°
0 x
torno da origem 30°, no
sentido contrário ao dos pon-
Nota teiros do relógio.
a = 30°
O ângulo a pertence ao 1.° quadrante
y

Uma das semi-rectas fica fixa y


(o lado origem) e a outra (o
lado extremidade) vai descre-
180° 0 b 0° x
g ver um ângulo negativo de
30°, isto é, vai rodar em 150°
30°

torno da origem 30° no 120° 60°


90°
x sentido dos ponteiros do
relógio.
b = - 30°
Nota
g Œ 2.° Quadrante
O ângulo b pertence ao 4.° quadrante
Um.
y

Diz-se que um ângulo está representado num referencial quando:

0 x • o vértice do ângulo coincide com a origem do referencial;

d • o lado origem do ângulo está sobreposto ao semieixo positivo


dos xx .

Diz-se que o ângulo é do 1.°, 2.°, 3.° ou 4.° quadrantes con-


d Œ 3.° Quadrante
forme o lado extremidade pertence, respectivamente, ao 1.°, 2.°, 3.°
ou 4.° quadrantes.
1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo 15

EXEMPLO 3 Representar um ângulo num referencial

R
Represente num referencial e indique a que quadrante pertence cada

P
um dos ângulos seguintes:

3p
6. Represente num referencial e indique
3.1 150° ; 3.2 - } rad ; 3.3 - 1,5 rad .
4 a que quadrante pertence cada um dos
ângulos de amplitude:
Resolução
6.1 120° ;
3.1 y
6.2 - 120° ;
p
150° 6.3 - } rad ;
4
6.4 - 5,3 rad .

0 x

Um ângulo cuja amplitude é 150° pertence ao 2.° quadrante.

3.2 y

0 x

– 135°

3p
- } rad = - 135°
4

O ângulo dado pertence ao 3.° quadrante.

3.3 y
Nota
Um ângulo de amplitude 90° não pertence
0 x
a nenhum quadrante.

(– 85,9)° y

180°
- 1,5 rad = - 1,5 * } ) (- 85,9)°
p
0 x
O ângulo pertence ao 4.° quadrante.
16 1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo

Ângulos com o mesmo lado origem e o mesmo


lado extremidade

R
P
Na figura seguinte está representado um ângulo de 45° .

45°

45°
45° + 360°
0 x

• Como se representa um ângulo de:

45° + 360° ou 45° - 360° ?


45°

Os lados de qualquer um destes ângulos iriam coincidir com os


lados do ângulo inicialmente representado.
45° – 360°
Do mesmo modo aconteceria para os ângulos:

45° + 2 * 360° ou 45° - 2 * 360°

45° + 3 * 360° ou 45° - 3 * 360°

ou, de um modo geral, para os ângulos

45° + k * 360° , k å Z .

7. Qual das seguintes afirmações é ver- Podemos então concluir que para a representação de um ângulo
dadeira? orientado existem muitas amplitudes que lhe correspondem.

A respeito dos ângulos a e b de ampli-


tude 1998° e - 2001° respectivamente: Se a é uma das amplitudes de um ângulo orientado, então
(A) Os ângulos pertencem ao mesmo a + 360°k , k å Z são também amplitudes de ângulos que têm o
quadrante. mesmo lado origem e o mesmo lado extremidade.

(B) A amplitude principal de a é maior


do que a amplitude principal de b . De entre todas as amplitudes de um ângulo orientado, chama-se

(C) A amplitude principal de a é 198° e amplitude principal à amplitude a se - 180° < a ≤ 180° .

a amplitude principal de b é - 201° .


(A amplitude principal corresponde ao trajecto mínimo da semi-recta
(D) Nenhuma das anteriores. que descreve o ângulo.)
1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo 17

… o que estudou no tema …

R
P
• o radiano

• generalização da noção de ângulo

• ângulo num referencial

Nota histórica sobre o p

O valor de p

O perímetro de um círculo é dado pela fórmula:

P=p*d.

O número p é a razão entre o perímetro de um círculo e o seu diâmetro.

Este número é conhecido desde a Antiguidade.

223 22
Arquimedes (240 a. C.) mostrou que } < p < } .
71 7

Ele chegou a este valor calculando perímetros de polígonos regulares inscritos e circunscritos a um círculo.

Cerca de 480 (d. C.), Tsu Ch'ung-chih calculou seis casas decimais para p .

355
p ) } ) 3,141592
113

Em 1593, Adrianus Romanus usou polígonos com mais de um bilião de lados e calculou p com 15 casas decimais.

No século XVII, os matemáticos usaram identidades trigonométricas usando p .

p 1 1 1
“Mostre que } = tan- 1 } + tan- 1 } + tan- 1 } , igualdade usada por Zacharias Dase em 1844.”
4 2 5 8

O inglês William Shanks trabalhou 15 anos (1858-1873) para calcular p com 707 casas decimais, mas em 1946 concluiu-se
que se tinha enganado a partir da 528.ª casa decimal.

Hoje, com os computadores pode calcular-se o valor de p com milhões de casas decimais.

O recorde actual pertence a Jonathan e Peter Borwein que, em 1995, calcularam o valor de p com 4 294 967 286 casas decimais.

PAM11 - 2
18 1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1 Localização de um ângulo no quadrante

Um ângulo que tem de amplitude - 20,3 radianos a que quadrante pertence?

Resolução
180°
1 rad = } ) (57,3)°
p
- 20,3 * 57,3 = - 1163,19

- (1163,18 - 3 * 360) = - 83,18

O ângulo dado tem amplitude (- 83,18)°, portanto pertence ao 4.° quadrante.

2 Relação entre ângulos e arcos numa circunferência

Numa circunferência de centro O , o raio tem 10 cm e o arco AB tem de


comprimento 12 cm .

Qual é, em graus, a amplitude do ângulo AOB ?

Resolução
B

12 cm

?
a
O r = 10 cm A

(comprimento da circunferência (radianos)


em centímetros)

2 * 10 * p 2p
12 a

2p * 12 12
a = }} = } = 1,2
2 * 10 * p 10

Cálculo auxiliar

(graus) (rad.)

180 p
a 1,2

Logo, a ) (68,8)° . a ) (68,8)°


1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo 19

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
3 Área de um sector circular

Deduza uma fórmula para determinar a área de um sector circular de uma circun-
ferência de raio r e sendo a rad a amplitude de ângulo que define o sector.

Resolução
Q

O a rad
r
P

Área do sector (A ) 222222" a rad

Área do círculo (A ) 222222" 2p rad

Como a área do círculo é pr2 , vem:

a * pr2
A =}
2p
a r2
A =} (a em radianos)
2

4 À procura de uma fórmula

Deduza uma fórmula para determinar o comprimento, s , de um arco de circun-


ferência conhecido o raio da circunferência e a amplitude do ângulo ao centro
que determine o arco.

Resolução
Consideremos uma circunferência de raio r e seja q rad a amplitude do ângulo
ao centro que determina o arco AB .

2pr 2p rad B

s
s q rad
q rad
O
r A
2pr q
s=}; s=rq
2p

O comprimento s de um arco de circunferência é s = r q , onde r é o raio da


circunferência e q é a amplitude, em radianos, do ângulo que determina o arco.
20 1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
Converta em graus:
p p
1.1 p rad 1.2 }} rad 1.3 }} rad
2 3
p 3p 3p
1.4 }} rad 1.5 }} rad 1.6 - }} rad
4 2 4
5p
1.7 4p rad 1.8 - 9p rad 1.9 - }} rad
6

2
Observe o referencial seguinte.

2.1 Exprima em radianos a amplitude de


cada um dos ângulos indicados no refe-
rencial. 160°
40°
2.2 Escreva a expressão geral dos ângu- O –20°
250° 340°
los com os mesmos lados que:
40° ; 250° e - 20° .

2.3 Indique um ângulo a sabendo que


- 180° < a ≤ 180° e cujos lados são coin-
cidentes com os lados do ângulo:

2.3.1 40° + 160° + 250° + 340° ;

2.3.2 - (40° + 160° + 250° + 340°) .

3
Tem-se que x e y são as amplitudes, em radianos, de dois ângulos.
6
x = - 3p e y = }} p .
5
3.1 Represente-os num referencial.

3.2 Escreva, em graus: x+y; x - 10y .

4
p
Converta em radianos, explicitando a resposta em termos de p (30° = }} rad) ,
6
e dando a resposta com duas casas decimais (30° = 0,52 rad).

4.1 15° 4.2 210° 4.3 315°

4.4 - 135° 4.5 - 330° 4.6 45° 30'


1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo 21

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

5
Das seguintes afirmações, diga, justificando, quais são falsas:

(A) Com duas casas decimais 20° = 0,34 rad.

(B) Com uma casa decimal 2,4 rad = (137,6)°.

(C) Um radiano é aproximadamente igual a 57°.

(D) O ângulo de amplitude 1012° pertence ao 1.° quadrante.

(E) O ângulo de amplitude 2115° pertence ao 4.° quadrante.

(F) O ângulo de amplitude - 3013° pertence ao 2.° quadrante.

(G) O ângulo de amplitude 3,1p radianos pertence ao 3.° quadrante.

(H) O ângulo de amplitude 3,1 radianos pertence ao 3.° quadrante.

(I) 2p radianos é aproximadamente igual a 6,28 rad.

(J) Um ângulo que mede 1,6 radianos tem uma amplitude superior à de um
ângulo recto.

(K) Uma circunferência contém cerca de 10 vezes o seu raio.

(L) O comprimento do arco de uma circunferência definido por um ângulo ao


centro de q radianos é directamente proporcional ao raio da circunferência.

6
Na figura seguinte está inscrito numa circunferência um decágono regular.

Qual das seguintes afirmações é verdadeira?


4p
(A) a = 36° e b = }} rad
7
(B) a = 30° e b = 144°
p
(C) a = }} rad e b = 144°
5
4p
(D) a = 35° e b = }} rad
5
22 1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

7 Determinar o comprimento do arco

Numa circunferência de centro O considere o arco PQ e seja q a amplitude,


em radianos, do ângulo ao centro que determina o arco PQ .

O q

r
P

Determine o comprimento do arco PQ se:


⎯⎯
7.1 OP = 5 cm e q = 1 rad

⎯⎯
7.2 OP = 11 cm e q = 4,5 rad

8 Determinar o ângulo

O arco PQ de uma circunferência tem 25 cm de comprimento e o raio da cir-


cunferência tem 12 cm .

Determine, em radianos, a amplitude do ângulo ao centro que define o arco PQ .

9 Determinar o raio

Um arco de uma circunferência tem de comprimento 20 cm e é definido por um


ângulo ao centro de 2,5 radianos.

Determine o raio da circunferência.

10 Terão os ângulos pontos comuns?

Numa circunferência representaram-se dois ângulos ao centro: um com 2 rad


de amplitude e o outro com 5 rad de amplitude. Terão necessariamente os
ângulos pontos comuns?

Justifique a sua resposta.


1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo 23

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
11 Proporcionalidade directa

Na figura a seguir, A e B são dois pontos da circunferência de centro O e


raio r cm .
Seja a a amplitude, em radianos, do ângulo AOB e s o comprimento, em
cm , do arco AB .
B
A
a
r
O

11.1 Mostre que s é directamente proporcional a a .

11.2 Calcule a , em graus, sabendo que r = 18 cm e s = 15 cm .


W = 30° e que r = 10 cm .
11.3 Calcule s , sabendo que A OB

12 As rodas do carro

O comprimento do diâmetro das rodas de


um carro é 100 cm . Quanto avança o
carro se um dos raios da roda gira 42° ?
Quantas voltas completas deve dar a roda
para que o carro avance 200 metros?

13 Área de um sector circular

Determine a área de um sector circular sabendo que o ângulo ao centro que o


define tem 1,2 rad e o raio do círculo é 10 cm .

14 Área da parte colorida B

Calcule a área da parte colorida da figura seguinte, D

sabendo que:
a
⎯⎯ C A
OC = 2 cm O
⎯⎯
CA = 1 cm

a = 0,8 rad
24 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

AS RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS PARA ÂNGULOS AGUDOS. FÓRMULAS


2. E RESULTADOS DE REFERÊNCIA. RESOLUÇÃO DE TRIÂNGULOS

R
P
2.1 RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS PARA ÂNGULOS
AGUDOS

1. Observe a figura ao lado.


1.1 Qual é a altura da árvore maior?
1.2 Qual é a amplitude do ângulo a ?
3m
a a
2m 6m

1.1 Para responder à primeira questão basta reparar que na figura


estão representados dois triângulos semelhantes e, portanto:
3 x
}=} §x=9.
2 6

A árvore mais alta tem 9 metros de altura.

1.2 Para responder à segunda questão vamos recordar como se defi-


nem as razões trigonométricas de um ângulo agudo.

Para qualquer triângulo rectângulo as três razões trigonométricas


básicas de um ângulo agudo são:

C
comp. do cateto oposto
sen a = }}} ; ⎯⎯
BC
sen a = }
comp. da hipotenusa ⎯}

AC

b a comp. do cateto adjacente


cos a = }}} ; ⎯⎯
AB
cos a = }
comp. da hipotenusa ⎯}

AC
a
comp. do cateto oposto
tan a = }}} ; ⎯⎯
A c B BC
comp. do cateto adjacente tan a = }
⎯}

AB

Assim, acerca do ângulo a conhecemos o cateto oposto e o


cateto adjacente.
3
Logo, tan a = }
2

Para determinar a , usamos a função da calculadora tan- 1 :


3
1 2
a = tan- 1 } ) 56,3° .
2
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 25

Na figura seguinte, [ADE] é um triângulo rectângulo em D e a


um dos seus ângulos agudos.

R
P
E

a
A B C D
Nota
(1)
Nas calculadoras a abreviatura da tan-
⎯⎯ ⎯⎯ ⎯⎯ gente é tan . Por vezes também se usa tg .
BG CF DE
⎯⎯ = }
} ⎯⎯ = }
⎯⎯ = sen a (seno de a) (tg a = tan a)
AG AF AE
⎯⎯ ⎯⎯ ⎯⎯ (2)
Neste livro e no programa oficial usa-se
AB AC AD
⎯⎯ = }
} ⎯⎯ = }
⎯⎯ = cos a (co-seno de a) sen para designar a palavra seno.
AG AF AE
Dever-se-ia usar sin e não sen de acordo
⎯⎯ ⎯⎯ ⎯⎯
GB CF ED com o Sistema Internacional de Unidades.
⎯⎯
} = ⎯⎯
} = ⎯⎯ = tan a (tangente de a)
} (1)

AB AC AD

EXEMPLO 1 Razões trigonométricas de um ângulo agudo

Na figura seguinte [ABC] é um triângulo rectângulo em A .

5,5
cm

cm
3,6

a
B C

Determine, com duas casas decimais: 2. Considere o triângulo [ABC] rectân-


gulo em A .
tan a , sen a e cos a .
B

Resolução
cm
5
3,6
tan a = } ; tan a = 0,65
5,5
a
C A
4 cm
Para determinar a , usa-se a
função da calculadora tan- 1 Determine:
⎯⎯
a = (33,21)° 2.1 AB ;

2.2 sen a ; tan a e cos a ;

2.3 a amplitude, em graus, do ângulo a .


26 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

Para determinar o sen a ou o cos a pode usar-se o conhecimento do


ângulo a ou usar o teorema de Pitágoras para determinar a hipotenusa,

R
⎯⎯ ⎯⎯
⎯⎯ AB AC

P
BC e aplicar as definições de sen a = }
⎯⎯ e cos a = } ⎯⎯ .
BC BC

Vamos pelo processo mais simples, ou seja, usar o conhecimento


de a .

sen a = 0,55

cos a = 0,84

EXEMPLO 2 Determinar a amplitude de um ângulo

Determine, em radianos e em graus, com três casas decimais, o ângulo


agudo q , sabendo que:

2.1 tan q = 3, 1753

2.2 sen q = 0,3333

Resolução
2.1 tan q = 3,1753
3. Determine em graus e em radianos,
q = (72,519)°
com três casas decimais, a amplitude do
ângulo agudo q , sabendo que: q = 1,266 rad

3.1 sen q = 0,3143 ;

3.2 cos q = 0,5432 ;

3.3 tan q = 2,3413 .


2.2 sen q = 0,3333
q = (19,470)°
4. Determine sen q , com duas casas q = 0,340 rad
decimais, sabendo que:

4.1 cos q = 0,9321 ;

4.2 tan q = 0,8925 .


2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 27

2.2 FÓRMULAS E RESULTADOS DE REFERÊNCIA

R
Fórmulas trigonométricas

P
Considere-se o triângulo [ABC] , rectângulo em A .
Sejam a , b e c as medidas, numa certa unidade, dos compri-
mentos dos lados.
B

a
c

a
C A
b

Ângulos complementares
Nota
a e b são ângulos complementares. a e 90° – a são ângulos complementares.

a + b = 90° § b = 90° - a .

Tem-se:
c b
sen a = } ; cos a = } ;
a a
90° – a
b c
sen b = } ; cos b = } .
a a
a

Para um dado ângulo a , tem-se


Chamam-se ângulos complementares a

sen a = cos (90° - a) dois ângulos cuja soma das amplitudes é


90° . São complementares, por exemplo,
cos a = sen (90° - a)
os ângulos de amplitudes:

• 30° e 60° ;

Relação entre seno, co-seno e tangente de um • 7° e 83° .


ângulo a
c
}}
sen a c
a =}
}=} = tan a
cos a b b
}}
a
Para um dado ângulo a , tem-se

sen a
tan a = }}
cos a
28 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

Fórmula fundamental da trigonometria

R
B

P
b

a
c

a
C
b A

No triângulo da figura, e de acordo com o teorema de Pitágoras,

b2 + c2 = a2

Dividindo ambos os membros por a2 , vem:


b2 c2 b 2
c 2
}2 + }2 = 1 §
a a 1}a 2 + 1}a 2 =1

c b
Mas, sen a = } e cos a = } .
a a

Então,
(sen a)2 + (cos a)2 = 1 ou
ou

sen2 a + cos2 a = 1
3
Fórmula fundamental da trigonometria

Fórmulas secundárias

Partimos da fórmula fundamental:

sen2 a + cos2 a = 1 sen2 a + cos2 a = 1


(sen a 0 0) (cos a 0 0)

Dividindo ambos os membros Dividindo ambos os membros


2
por sen a : por cos2 a :

sen2 a cos2 a 1 sen2 a cos2 a 1


} +}=} } +}=}
sen2 a sen2 a sen2 a cos2 a cos2 a cos2 a
Nota
(sen a)2 = sen2 a
1 1 1
1 + }2} = }} tg2 a + 1 = }}
sen a2 0 sen2 a tg a sen2 a cos2 a
1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo 29

As fórmulas trigonométricas relacionam umas razões trigonométri- Fórmulas


cas com as outras.

R
A fórmula sen2 a + cos2 a = 1 relaciona o seno de um ângulo a

P
com o co-seno do mesmo ângulo. Conhecendo o seno de a pode-se sen a
tg a = }}
então conhecer o co-seno de a . cos a
No seu conjunto, as fórmulas trigonométricas permitem determinar
todas as razões trigonométricas de um ângulo a conhecendo-se
apenas uma delas. sen2 a + cos2 a = 1

EXEMPLO 3 Determinação de uma razão trigonométrica conhe-


cida outra
1 1 1
1 + }2} = }} 1 + tg2 a = }}
Determine o cos a sabendo que a é um ângulo agudo e que:
tg a sen2a cos2a

1
3.1 sen a = }}
3
5
3.2 tan a = }}
2

Resolução
1
3.1 sen a = }}
3
sen2 a + cos2 a = 1
1
}} + cos2 a = 1
9 1
cos2 a = 1 - }}
9
8
cos a = }} § cos a = ¿
2
9 !}ß89}
Como a é um ângulo agudo, cos a > 0
œw8
cos a = }
2 œw
ou cos a = }
2
3 3

5
3.2 tan a = }}
2
5. Determine sen a , sabendo que a é
1
tg2 a + 1 = } um ângulo agudo e que:
cos2 a
25 1 5.1 cos a = 0,8 ;
}+1=}
4 cos2 a
5 œw3
29
}=}
1 5.2 tg a = } .
4 cos2 a 2

4 4
cos2 a = } § cos a = ¿
29 !ß
}
29
6. Determine:
Como a é um ângulo agudo, cos a > 0 sen a + 3 cos2 a , sabendo que a é um
2 2 œw2w
9 ângulo agudo e que
cos a = } ou cos a = }
œw2w9 29
- 1 - 5 tan a + 6 tan2 a = 0 .
30 1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo

EXEMPLO 4 Demonstrações

R
Mostre que, sempre que as expressões têm sentido, se tem:

P
cos2 q
4.1 }} = 1 - sen q
1 + sen q

1 1
4.2 tan q + } = }}
tan q sen q.cos q

sen q 1 - cos q
4.3 }} = }}
1 + cos q sen q

Resolução
cos2 q
4.1 1.° membro = }} =
1 + sen q

1 - sen2 q
= }}
1 + sen q

(1 - sen q) (1 + sen q)
= }}}
1 + sen q

= 1 - sen q = 2.° membro

1
4.2 1.° membro = tan q + } =
tan q

sen q 1 =
=}+}
sen q
cos q } }
cos q

sen q cos q
=}+}=
cos q sen q

sen2 q + cos2 q
= }}
sen q.cos q
1
= }} = 2.° membro
sen q.cos q

sen q
4.3 1.° membro = }} =
1 + cos q

sen q 1 - cos q
= }} * }}
1 + cos q 1 - cos q

sen q.(1 - cos q)


= }} =
1 - cos2 q

sen q.(1 - cos q)


7. Mostre que: = }} =
sen2 q
7.1 (sen q + cos q)2 = 1 + 2 sen q cos q ; 1 - cos q
= }} = 2.° membro
sen q
7.2 (cos q - sen q)2 = 2 - (cos q + sen q)2 .
1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo 31

Resultados de referência

R
Para se ter um termo de comparação e criticar um resultado

P
obtido na calculadora, convém conhecer alguns valores para o seno,
co-seno e tangente. C

• Considere-se o triângulo
equilátero [ABC] de lado 2 30° 30°
unidades de comprimento.

2
√3

60° 1 1 60°
A 2 B

Observando a figura vem:

1
sen 30° = } ;
œw3
sen 60° = }
2 2

œw3
cos 30° = } ;
1
cos 60° = }
2 2
1 œw3
tan 30° = } = } ; tan 60° = œ3
w
œw3 3

• Considere-se agora o triângulo rectângulo isósceles, tendo os catetos


uma unidade de comprimento.

sen 45° = cos 45° 45°

1
=}=}
œw2
œw2 2
√2
tg 45° = 1 1

45°
1
Em resumo, tem-se:

q 30° 45° 60°

1 œw2 œw3
sen q }} } }
2 2 2

œw3 œw2 1
cos q }} } }}
2 2 2

œw3 8. Simplifique a expressão:


tan q }
3
1 œ3w
sen 30° + cos 60° - 2 sen 45° + tan 30° .
32 1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo

2.3 RESOLUÇÃO DE TRIÂNGULOS

R
P
Os egípcios, quando pretendiam efectuar
medições, faziam construções sobre a
areia utilizando cordas e estacas.

Hoje utilizam-se instrumentos para Introdução


medir a altura de monumentos.
Ao observar as figuras acima poder-se-iam colocar as seguintes
questões:

• A que distância está o barco do farol?

• A que distância do solo está o candeeiro?

• Qual será a altura da montanha?

Muitos séculos separam as duas situa-


ções apresentadas. Os instrumentos Há muitas situações em que não é possível medir todos os lados
que se utilizam na resolução dos pro- ou ângulos de um triângulo, mas é possível medir alguns deles.
blemas são muito diferentes, mas os
conceitos matemáticos que justificam Resolver um triângulo é determinar todas as medidas dos seus
a resolução são os mesmos. lados e dos seus ângulos.
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 33

EXEMPLO 5 Conhecer um ângulo agudo e um cateto

R
A imagem seguinte apresenta o edifício do Banco Nacional de Angola.

P
Determine a altura da torre atendendo aos dados do esquema seguinte:

22° m
1 0 0

Resolução 9. A figura representa um edifício com


150 metros de altura, que se encontra na
x
tan 22° = } § x = tan 22° * 100 baixa de Luanda.
100
§ x ) 40,4 m
150 m

22˚
100 m

85°
A altura da torre é, aproximadamente, igual a 40,4 metros.

Determine a distância do observador à


base do edifício, atendendo aos dados da
figura.

PAM11 - 3
34 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

10. De acordo com os dados da figura EXEMPLO 6 Conhecer um ângulo agudo e a hipotenusa
determine, com três casas decimais, w
AwB

R

e BC . Observe a figura e determine a largura do rio.

P
C

20 m
6 cm
9,23

70°

C V

72,3° Resolução
A B
ww
AV
sen 70° = }}
20

A largura do rio é de aproximadamente 19 m .

EXEMPLO 7 Resolver um triângulo

Observe a figura e resolva o triângulo rectângulo [ABC] .


11. De acordo com os dados da figura Apresente os resultados com duas casas decimais.

A
7,2 A
35
cm 5m
°
90

C
°
74

m
1c
,54
12
q

determine, com duas casas decimais, B

o comprimento de [AB] e a amplitude


de q .
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 35

Resolução

R
Pretende-se conhecer as medidas dos lados e dos ângulos do triângulo

P
[ABC] .
Tem-se:
W C = a = 90° - 74° ;
AB a = 16°

12. A figura sugere um problema.
5
sen 16° = }
 ; BC = 18,14 m
BC

5 
tg 16° = }
 ; AB = 17,44 m
AB

EXEMPLO 8 Determinar a altura da torre

A figura seguinte representa uma das igrejas da cidade de Ganda.


De acordo com os dados da figura, determine a altura da torre.

D
x
C

14 m

Imagine dois valores diferentes para os


ângulos, um valor para a altura da torre
40° do sino e calcule um valor possível para
A
35° a altura da Igreja.
B
Os valores dos ângulos que inventou são
possíveis? Se a sua resposta é negativa
Resolução atribua outros valores para os ângulos
até encontrar uma solução razoável.
Tem-se:

w = 14 m ; w
wC
A CDw=xm; ww=ym
AB

14 14
tan 35° = }} § y = }} ;
y tan 35°

14 + x
1 2
14
tan 40° = }} § 14 + x = tan 40° * }} § x ) 2,78
y tan 35°

Nota
A torre da igreja tem, aproximadamente, 17 (14 + 3) metros de
No decurso da resolução de um problema
altura.
não devemos proceder a arredondamentos.
Os arredondamentos feitos nos passos inter-
médios da resolução do problema podem
alterar significativamente a sua solução.
36 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

EXEMPLO 9 Determinar a altura da igreja

R
A figura seguinte representa a fachada principal da igreja de Bravães,

P
em Ponte da Barca – Portugal.
De acordo com os dados da figura, determine a altura da igreja.

77,5°
xm
73°

1m

Resolução

Represente-se por y a altura da igreja, em metros.


Tem-se
y y
tan 77,5° = }} e tan 73° = }}
13. Observe a figura e, de acordo com os x x+1

dados, determine um valor aproximado y


tan 73° = }} § tan 73°.x + tan 73° = y
x+1
para a altura do castelo.
Substituindo y na segunda equação:

tan 73°.x + tan 73° = x tan 77,5° §

§ tan 73° = x (tan 77,5° - tan 73°) §

tan 73°
§ x = }}} x = 2.638090973
tan 77,5° - tan 73°
8

23° 40°
#
1,7 m
y = x.tan 77,5° y = 11.89965939
3

@2 3 m 2"
A Igreja tem aproximadamente 12 metros de altura.
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 37

… o que estudou no tema …

R
P
• razões trigonométricas de um ângulo agudo

• fórmulas trigonométricas

• sen a = cos (90° - a)


q 30° 45° 60°
• cos a = sen (90° - a)
1 œw2 œw3
sen a sen q }} } }
• tan a = }} 2 2 2
cos a
• sen2 a + cos2 a = 1 œw3 œw2 1
cos q }} } }}
2 2 2
1
• 1 + tan2 a = }}
cos2 a œw3
1
tan q } 1 œ3w
• 1 + }} = }1} 3
tan2 a sen2 a

• resultados de referência

• resolução de triângulos
38 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1 Área do trapézio

Determine a área de um trapézio isósceles em que a base menor mede 1 metro


e o lado oblíquo faz um ângulo de 40° com a base maior e tem 0,5 m de com-
primento.

Resolução
Passando os dados do problema para uma figura, tem-se:

F 1m E

0,
5
m
40° 40°
A B C D

A área do trapézio é dada pela fórmula:

1 2
B " base maior
B+b b " base menor
A = }}.h
2
h " altura

w=h.
wC
Determine-se E
h
sen 40° = }} § h = 0,321 (3 c. d.)
0,5

Determine-se ww.
AD
wD
Cw
cos 40° = } § Cw = 0,383 (3 c. d.)
wD
0,5

w
ADw = 1 + 2 * 0,383 = 1,766 (3 c. d.)

1,766 + 1
A = }}.0,321
2

Então, A ) 0,44 m2 .

2 Ângulos num paralelepípedo

Na figura ao lado [ABCDEFGH] é um prisma recto.


H G
Determine a amplitude do ângulo HBD .

E 6
Resolução F

HD 6
tan a = }
 ; tan a = }} D
C

œw1w2w
2 www
a
DB - 82 8

a ) (33,9)° A 12 B
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 39

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
E
3 Ângulos numa pirâmide

Na figura [ABCDE] representa uma


pirâmide quadrangular regular em que
D
todas as arestas têm igual compri-
mento.

3.1 Determine a amplitude do ângulo A C


EAC .

3.2 Determine a medida do volume da


pirâmide em função de x = med. ww.
AB
B

Resolução E

3.1 Na figura, [AFE] é um triângulo


rectângulo em F .
D
Determine-se, em função de x , w
AFw .
wC
Aw
wFw = }
A }
2
Aw2 = x2 + x2 § A
wC w = œ2
wC ww
x2 ; A
F
C

xœw2
Como x > 0 , Aw = x œ2
wC w e A
wFw = }
2

Determine-se w
EFw . B

xœ2w
1 2 !}ßx2}ß
2 2 2
x
wFw2 = x2 - }
E § E
wFw2 = x2 - }} ; w
EFw =
2 2
 x  x œ2w
Como x > 0 , EF = } § EF = }
œw2 2

WC = }
EF W
tg EA  ; tg EAC = 1
AF

W C = 45° .
Então, EA

3.2 O volume da pirâmide é dado pela fórmula


1
V = }} Ab.h (Ab " área da base)
3

A medida do volume, em função de x , será:


1 x œ2w
med. V = }}.x2.} §
3 2
œw2 x3
§ med. V = }
6
40 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
4 A viagem de A para B

Observe a figura seguinte:

B

100 m

A
C

Um barco encontra-se no ponto A e desloca-se, em linha recta, para o ponto B,


onde chega 10 minutos depois, andando a uma velocidade de 6 km/h .
O farol representado na figura por [CD] tem 100 metros de altura.
O ângulo de elevação em A é de 5° e em B é de 8° .
Determine a distância mínima a que o barco esteve do ponto C durante a via-
gem de A para B .

Resolução
B y
c
b
a
c
d
d
d
d

10
d

00
d

712 –y
b
d

d A distância mínima é dada por d .


d
d
d
d
d
d
a

C 1143 A

 100   100 
AC = } ; AC = 1143 m ; CB = } ; CB = 712 m
tan 5° tan 8°
 6 
AB = 10 * } km ; AB = 1000 m
60
Sabe-se que d = œ7w1w2w2w-wwyw2 e d = œ1w1w4w3ww-w(1w0w0w0ww-wyw)2
Então, 7122 - y2 = 11432 - 1 000 000 + 2000 y - y2 § y ) 100,3
 2
d = œw
BwCw-wwy2w ; d ) 705 m

A distância mínima a que o barco esteve do ponto C foi de 705 m aproxima-


damente.
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 41

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
5 O teorema dos senos

Mostre que para qualquer triângulo [ABC] se tem:

a b c
}=}=}
W W W
sen A sen B sen C

Demonstração
Seja [ABC] um triângulo e CD perpendicular a AB .

b
b a h
a
h

A D c B A c B D

W = }h} § h = b sen A
• No triângulo [ACD] , sen A W
b

W = }h}
• No triângulo [BCD] , sen B ou W ) = }h}
sen (180° - B
a a

W ) = sen B
Mas sen (180° - B W , portanto h = a sen B
W.

Pode-se escrever:

W = a sen B
b sen A W ou a
}} = }}
b
W W
sen A sen B

Do mesmo modo, partindo da altura relativamente ao vértice A , se concluiria


que:
b c
}=}
W
sen B W
sen C

Logo, em qualquer triângulo [ABC] , tem-se:


a b c
}=}=} (teorema dos senos)
W W W
sen A sen B sen C
42 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
Determine, com três casas decimais:

1.1 O comprimento do lado [BC] do triângulo [ABC] da figura seguinte:


C

33,3°
A 3,113 cm B

1.2 O comprimento do lado [MR] do triângulo [MAR] da figura:

67,3°

M 4,123 cm A

1.3 A amplitude do ângulo a do triângulo [ABC] da figura:

cm
8,325 cm

78
,5
12

2
Acerca de um ângulo agudo sabe-se que:

sen a = 0,832 .

Calcule, usando as fórmulas:

2.1 cos a ;

2.2 tan a .

Confirme a sua resposta usando a função y = sen- 1 a da calculadora.


2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 43

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
3
A tangente de um ângulo agudo q é igual a 0,31 . Calcule, usando as fórmulas
trigonométricas, sen q e cos q .

(Confirme usando a função tan- 1 q da calculadora.)

… verdadeiro ou falso …

4
O ângulo a é um ângulo agudo.

Diga, justificando, quais das seguintes afirmações são falsas:

(A) A tangente do ângulo a não pode ser maior do que 1 .

(B) O seno do ângulo a pode ser um número qualquer desde que seja positivo.

(C) Conhecendo o co-seno do ângulo a pode-se determinar o seno do ângulo


(90° - a) .

(D) 0 ≤ cos a ≤ 1 .

5
Quais das seguintes afirmações são verdadeiras?

(A) sen 45° - cos 45° = 0 ;

(B) tan 45° > tan 30° ;

(C) sen2 a = 1 - cos2 a ;

cos a
(D) tan a = }} ;
sen a
1
(E) }} = 1 + tan2 a ;
cos2 a
œw3
(F) sen 60° = }} ;
2

(G) cos 60° = sen 30° ;

œw3
(H) tan 30° = }} ;
2

(I) sen a - cos (90° - a) = 0 .


44 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

6 À descoberta do x

Para cada uma das figuras seguintes, determine o valor de x com três casas
decimais.

6.1

20,13 m

(32,3)° (53,4)°
x

6.2
m
2
,1
15

(48,2)° (62,3)°

6.3
5,32

x
m

18,23 m
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 45

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
7 Área do triângulo

Determine a área do triângulo [ABC] .

7.1 C

(68,3)°

A B
16,3 cm

7.2 C

m
4,3

32°
A B
2,1 m

8 Área do quadrilátero

Determine, com uma casa decimal, a área do quadrilátero [ABCD] .

8.1 D C
(30,1)°
18,13 cm

(29,2)°
A B

8.2 C

8m
D

20 m

(43,5)°
A B
8m
46 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
8.3

D 2m C

4,2 m

43° 40°
A B

8.4

D (2,2 h) cm C
h cm

28°
A B

9 A garagem

A figura representa uma garagem.

#
fl
fl
fl
fl
fl
fl
2,9 m
fl
fl
fl
fl
fl
fl
3
#
fl
fl
# fl

fl
fl fl

fl
fl fl fl

2,3 m
fl

fl 3,3 m
fl
fl
fl fl

fl
fl fl

3
fl fl fl

@222222222222 6,6 m 222222222222"


3

9.1 Calcule o volume do sólido que a garagem (incluindo o telhado) faz lembrar.

9.2 Qual é a amplitude do ângulo agudo que o telhado faz com a parede de trás
da garagem?
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 47

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
10 Uma tenda de campanha

A M

Sabe-se que [BCD] é um triângulo isósceles e que [ABCDEF] é um prisma recto.

w
BCw = 16 m ;

w = 18 m ;
wC
D

w = 25 m .
wB
A

W D ; CD
Determine: BC W B e BA
WD .

11 As pirâmides

11.1 Na figura [ABCDV] é uma pirâmide quadrangular regular em que o quadrado


da base tem 10 m de comprimento. A altura da pirâmide é 5 m .

Determine:
W C e BV
VA WC .

C
D

A B
48 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
11.2 A «Grande Pirâmide», construída por Quéops 2530 anos a. C., tem como
base um quadrado com 230 m de lado aproximadamente e o ângulo que cada
uma das faces faz com a base é de, aproximadamente, 52° . Determine o
volume e a área lateral da pirâmide.

11.3 Na figura [ABCV] é uma pirâmide recta, sendo [ABC] um triângulo equilá-
tero de lado 0,9 m .
V

w
VBw = 2,2 m
A B
WB .
Determine AV

12 Os prismas

12.1 Observe a figura que representa um prisma triangular recto.

W C ; EA
Determine: EB W C e BFWC .

F E
2,1 m

D C

3,2m

A 5,3 m B
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 49

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
12.2 A figura seguinte representa um cubo de volume 15,625 m3 .

H G

E F

D C

A B

Determine: ww; A
AB wFw ; w
AG W G ; o ângulo das rectas AG e HB .
w ; FA

12.3 Na figura [ABCDEFGH] é um paralelepípedo rectângulo.

H G

E 3 m
F

C
D

m
4
A 10 m B

W E ; HD
Determine: AC W F e EC
WH .

13 A árvore caída

Com um temporal partiu-se uma árvore enorme.

Sabendo que a distância entre


o pé da árvore e a extremidade
caída no solo é de 22 m e
que o ângulo formado pela
linha do solo e pela parte da
árvore caída é de 25° , deter-
mine a altura da árvore antes
da partir.

PAM11 - 4
50 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
14 O campo de futebol

Num campo de futebol com 50 metros de largura a baliza tem 10 m .

Um jogador está situado na linha lateral a uma distância de 15 m da linha de


fundo e prepara-se para rematar à baliza. Determine a amplitude do «ângulo de
golo» a .

#
fl
fl
fl
fl
fl
fl
fl
fl
fl
fl
fl
fl
fl
fl #
fl fl
50 m 10 m
fl fl
fl 3
fl
fl
fl
fl a
fl
fl
8
fl
fl
fl
fl
fl
fl
fl
3
A @2 15 m 2"

15 O comprimento da nova ponte

Observe a figura e determine a distância entre A e B .

A B
42° 35°

15 m
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 51

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
16 O palácio presidencial de Angola

A figura representa o palácio presidencial de Angola, em Luanda.

Uma pessoa com 1,8 m de altura, colocada a 7 m do palácio vê o mesmo


segundo um ângulo de 65° .

altura
do
palácio

70°

1,8 m
7m

Utilize os dados do esquema e determine a altura do palácio.


52 2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
17 A igreja em Ndalatando, na província de Kwanza Norte, Angola.

De acordo com os dados da figura determine a altura da torre da igreja.

altura
da torre

86°
x
70°
5m

18 As distâncias inacessíveis

Observe a figura.

D
A

B C

O ponto A dista de B 150 m e o ponto D dista de C 235 m .


W D = 45° , AD
CB W B = 20° e AB
W D = 27° .

wD
Pretende-se conhecer as distâncias inacessíveis A w e B
wCw , recorrendo à
propriedade:
a b c
}=}=}
W W W
sen A sen B sen C

Para isso determine:

18.1 w
ADw ; 18.2 w
BDw ; WD ;
18.3 BC 18.4 w
BCw.
2. As razões trigonométricas para ângulos agudos. Fórmulas e resultados de referência. Resolução de triângulos 53

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
19 A viagem para a cidade C

No esquema abaixo estão representadas três cidades: A , B , C .


O Vítor sai da cidade A e desloca-se para a cidade C a uma velocidade média de
30 km/h .
A Sara sai ao mesmo tempo da cidade B e desloca-se para C a uma velocidade
de 50 km/h .
W B = 122° e que AB
Sabe-se que A e C distam 50 km , que CA W C = 39° .
Qual dos dois chegou primeiro à cidade C ?

20 O balão de S. João

Duas pessoas estão distanciadas 100 m .


Ambas observam um balão que está no mesmo plano vertical que elas.
A pessoa B observa o balão segundo um ângulo de elevação de 37° e a
pessoa A observa o balão segundo um ângulo de elevação de 53° .
Determine a distância entre cada uma das pessoas e o balão.

53° 37°
A
@22222222222222 100 m 22222222222222" B
54 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

3. AS FUNÇÕES y = sen x , y = cos x e y = tan x PARA ÂNGULOS


QUAISQUER. EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS. REDUÇÃO AO 1.° QUADRANTE

R
P
1. Numa feira popular existe uma grande
“roda de cestas”. G
H F
O raio da roda é de 8 m e a cesta mais
d2
próxima do solo dista deste 3 m .
As cestas são 12 e estão igualmente I E

espaçadas.
Determine, para cada cesta:
J D
• a distância ao solo, d1 ;
d1
• a distância ao suporte central, d2 . 8m

K C

L B
A

3m

3.1 AS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS NO CÍRCULO


TRIGONOMÉTRICO

Observe a figura seguinte:

b P’(a, b)

y P(x, y)

a
–r –1 O x 1 a r
x

–1

–r

No referencial estão representados dois círculos de centro O ,


um de raio 1 e outro de raio r .
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 55

O ângulo a tem um lado coincidente com a parte positiva do


eixo dos xx e o outro lado do ângulo intersecta a circunferência de

R
raio 1 no ponto P 1 (x , y) e a circunferência de raio r no

P
ponto P' 1 (a , b) .

O ponto P é o ponto associado à circunferência de raio 1


e o ponto P' é o ponto associado à circunferência de raio r .

Definições

• sen de a (sen a)

ordenada do ponto associado


sen a = }}}} ;
raio da circunferência
b y
sen a = }} = }} = y .
r 1

• co-seno de a (cos a)

abcissa do ponto associado


cos a = }}}} ;
raio da circunferência
a x
cos a = }} = }} = x .
r 1

• tangente de a (tan a)

ordenada do ponto associado


tan a = }}}} ;
abcissa do ponto associado

b y
tan a = }} = }} .
a x

É importante notar que:

1.° – Se algum dos denominadores é zero, não existe a


razão trigonométrica respectiva.

2.° – O valor de cada uma das razões trigonométricas não Nota


depende do raio do círculo.
As definições agora dadas para sen a ,
cos a e tan a são uma extensão das defi-
Para simplificar, passamos a utilizar sempre o círculo de raio 1 , nições dadas para as mesmas razões

a que chamamos círculo trigonométrico. quando a era considerado um ângulo


agudo.
As fórmulas trigonométricas estudadas
Círculo trigonométrico é um círculo de centro na origem do referencial para um ângulo agudo a são válidas para
e raio igual à unidade. um ângulo a qualquer.
56 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

No círculo trigonométrico desenhe-se ângulos de diferentes qua-


drantes.

R
y
sen a = y ; cos a = x ; tan a = }} .

P
x

y y y y

1 1 1 1

a
P (x, y) P (x, y) a
a a
O 1 x O 1 x 1 x O 1 x
O
P (x, y)
P ( x, y)

a Œ 1.° Q. a Œ 2.° Q. a Œ 3.° Q. a Œ 4.° Q.

Seja qual for o quadrante a que o ângulo pertença, as razões trigo-


nométricas do ângulo dependem exclusivamente das coordenadas do
ponto P 1 (x , y) .

EXEMPLO 1 Ângulos de 0° , 90° , 180° e 270°

No círculo trigonométrico assinale as coordenadas dos pontos de


intersecção da circunferência com os eixos.

A partir das coordenadas dos pontos indique as razões trigonométricas


dos ângulos de amplitudes: 0° , 90° , 180° e 270° .

Resolução
Como o seno é igual à ordenada do ponto associado, o co-seno é igual à
abcissa do ponto associado e a tangente é o quociente entre a ordenada
e a abcissa do ponto associado, é imediata a construção do quadro.
y

a sen a cos a tan a


B (0, 1)

co-seno 0° 0 1 0

C (–1, 0) A (1, 0) 90° 1 0 Não existe


O x
180° 0 -1 0
seno
270° -1 0 Não existe
D (0, –1)
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 57

EXEMPLO 2 Sinal das razões trigonométricas

R
Construa um quadro para indicar o sinal das razões trigonométricas

P
nos diferentes quadrantes.

Resolução
Desenhemos o círculo trigonométrico e represente-se um ângulo em
cada um dos quadrantes.

A (+, +)
B (–, +)

O x
C (–, –)
2. Indique o sinal do seno, co-seno e tan-
D (+, –) gente dos ângulos de amplitude:

2.1 210° ;

2.2 1360° ;
O sinal de uma razão trigonométrica depende exclusivamente do sinal
das coordenadas do ponto associado ao círculo trigonométrico. 2.3 - 1280° ;
Tem-se então: 3p
2.4 - }} rad ;
4
seno co-seno tangente 11p
2.5 - }} rad ;
3
1.° Q + + +
2.6 115 rad .
2.° Q + - -

3.° Q - - + Nota
4.° Q - + - y
seno

y P (x, y)

Enquadramento do seno e do co-seno de um


a
ângulo qualquer O x 1 x

De acordo com as definições de seno e de co-seno de um ângulo co-seno

a , temos que:
- 1 ≤ sen a ≤ 1 e - 1 ≤ cos a ≤ 1
Se P pertence à circunferência de raio 1 ,
A tangente de um ângulo a pode tomar qualquer valor.
então
Assim, pode existir um ângulo a em que tan a = - 1000 mas -1≤x≤1
5
não pode existir um ângulo b em que sen b = }} . -1≤y≤1.
3
58 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

3.2 AS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS NUM

R
REFERENCIAL EM QUE A AMPLITUDE DO

P
ÂNGULO É A ABCISSA

Função seno

Se num referencial consideramos q a abcissa e y a ordenada


obtém-se o gráfico de função y = sen x .

y
y
1 y = sen x

P 1 (x , y)

θ
0 1 x 0 π π 3π 2π x
2 2

–1

Nota Observando o gráfico da função f : x 1 y = sen x tiram-se as


Uma função é periódica de período p > 0 , seguintes conclusões:
se f (x + p) = f (x) , Ax å Df .
• Df = R
No caso da função seno, tem-se que:
sen (2np + x) = sen x . • D'f = [- 1 , 1]
Normalmente, chama-se período da função
seno ao período mínimo que é obtido para • sen (2p + x) = sen x , A x å R , ou seja, a função seno é perió-
n = 1 , ou seja, é 2p . dica, de período 2p .

• A função seno é uma função ímpar


3. Desenhar os gráficos na calculadora
sen (- x) = - sen x , Ax å R .
Coloque a sua calculadora no “mode (O seu gráfico é simétrico relativamente à origem.)
radian” e obtenha o gráfico das funções:
• A função seno é estritamente crescente, por exemplo, em:
y1 = sen x e y2 = - sen x .
3- }2} , }2}4 3}32}p , }2}4 .
p p 5p
e em

• A função seno é estritamente decrescente, por exemplo, em:

3}2} , }32}p 4 3- }32}p , - }2}4


p p
e em

• A função seno tem máximos relativos para:


p
x = }} + 2kp , k å Z
2

Descreva como os dois gráficos estão rela- • A função seno tem mínimos relativos para:
p
cionados. Obtenha os mesmos gráficos x = - }} + 2kp , k å Z
2
mudando para o “modo degree”. Resolva
o problema anterior considerando as fun- • A função seno tem zeros para:
ções y1 = sen x e y2 = sen (- x) . x = kp , k å Z
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 59

Função co-seno

R
Se num referencial consideramos q a abcissa e x a ordenada

P
obtém-se o gráfico de função y = cos x .

1 1

P (x, y)

–2π 3π –π π O π π 3π 2π q
2 2 2 2 O 1 x

–1

Observando o gráfico da função, f = x 1 y = cos x , podemos


concluir que:

• Df = R

• D'f = [- 1 , 1]

• cos (2p + x) = cos x , A x å R , ou seja, a função é periódica 4. Coloque a sua calculadora no “mode
de período 2p . degree” e obtenha os gráficos de:
y1 = cos x
• A função co-seno é uma função par
y2 = - cos x
cos (- x) = cos x , Ax å R .
(O seu gráfico é simétrico relativamente ao eixo das ordenadas.)

• A função co-seno é estritamente crescente, por exemplo, em:

[- p , 0] e em [p , 2p] .

• A função co-seno é estritamente decrescente, por exemplo, em:

[- 2p , - p] e em [0 , p] . Descreva como os dois gráficos estão


relacionados.
• A função co-seno tem máximos relativos para:
Resolva o problema anterior conside-
x = 2kp , k å Z .
rando y1 = cos x e y2 = cos (- x)
• A função co-seno tem mínimos relativos para:
5. Represente no mesmo ecrã
x = p + 2kp , k å Z .
y1 = sen x e y2 = cos x .
• A função co-seno tem zeros para:
Descreva como estão relacionados os
p
x = }} + kp , k å Z . dois gráficos.
2
60 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

Função tangente

R
y
Se num referencial se considerar q a abcissa e } a ordenada
x

P
obtém-se o gráfico de função y = tan x .

P (x, y)

q
O 1 x

–2π 3π –π π O π π 3π 2π
2 2 2 2

6. Use a sua calculadora para obter o


gráfico de função y = tan x ,
0° ≤ x ≤ 360°

Observando o gráfico da função f : x 1 y = tg x pode-se con-


cluir que:

5 6
p
• Df = R \ }} + kp , k å Z
2
• D'f = R

• A função é ímpar
6.1 Para que ângulos se tem:
tan (- x) = - tan (x) , Ax å Df .
• tan x = 1 ?
• tan x = - 1 ? • A função tangente é crescente em todos os intervalos do tipo:
• tan x = 0 ?
4- }2} + kp , }2} + kp3 , k å Z
p p

6.2 Determine o valor de tan x quando


• A função é periódica de período p:
x = 89° ; x = 89,9°
x = 89,99°… tan (p + x) = tan (x) , Ax å Df
x = 90,1° ; 90,01°… • A função tem zeros para:
O que lhe parece poder concluir? x = kp , k å Z
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 61

3.3 TRANSFORMAÇÕES DOS GRÁFICOS DAS


FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

R
P
Recorde-se que partindo do gráfico de uma função y = f (x) , podem
ser obtidos gráficos de outras funções.

Translação de a na direc-
y = f (x) + a
ção do eixo dos yy .

Translação de - a na direc-
y = f (x + a)
ção do eixo dos xx .

Esticar ou encolher segundo


y = a f (x) o factor a , na direcção do
eixo dos yy .

Esticar ou encolher segundo


1
y = f (a x) o factor }} , na direcção do
a
eixo dos xx .

Simetria em relação ao eixo


y = - f (x)
dos xx .

Simetria em relação ao eixo


y = f (- x)
dos yy .

Mantêm-se os pontos de
ordenada positiva ou nula e
e para os pontos de orde-
y = |f (x)|
nada negativa tem-se uma
simetria relativamente ao
eixo dos xx .

Mantêm-se os pontos de
abcissa positiva e o gráfico
y = f (|x|) fica simétrico relativamente
ao eixo dos yy .

Experimente-se algumas das transformações usando para função


de partida: y = sen x (use-se o mode degree).
7. Represente os gráficos das seguintes
• y = a + sen x (para a = 2) funções:
• y1 = 3 sen x
• y2 = sen (2x)
• y3 = 3 sen (2x)
• y4 = |sen x|
Descreva como estão relacionados os
gráficos destas funções com o gráfico de
função y = sen x .
62 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

• y = sen (x + a)
1para a = 30°2

R
P
8. Escreva as funções que podem corres-
ponder aos seguintes gráficos.

8.1
• y = a sen x (para a = 2)

8.2

1para a = }2 2
1
• y = sen (a x)

8.3

• y = |sen |x||

Nota
Na representação gráfica das funções
trigonométricas em calculadoras deve ter
sempre em atenção o mode.
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 63

3.4 EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

R
P
Uma equação trigonométrica é uma equação que contém uma
função trigonométrica. Para resolver uma equação trigonométrica
procuram-se os valores do ângulo que, concretizados no lugar da
variável, a transformam numa igualdade numérica verdadeira.

Com a ajuda da calculadora gráfica encontra-se muito rapidamente


uma solução.

EXEMPLO 3 Equações do tipo sen x = a

Resolva as equações:

3.1 2 sen x = 1 (apresentar as soluções em graus)

3.2 5 sen q = - 3 , para - 360° ≤ q ≤ 360°

p
3.3 2 sen (2q) = sen }} , para - p ≤ q ≤ p
2

Resolução
1
3.1 2 sen a = 1 § sen x = }}
2

Comece por representar na calculadora gráfica as funções y = sen x


1
e y = }} .
2

1
y = }}
2
fl fl
fl fl
3 3
30° 150°

Para 0° ≤ x ≤ 360° a equação tem duas soluções 30° e 150° .

Para um intervalo não limitado a equação tem infinitas soluções.

Como determinar a expressão geral das soluções da equação?


64 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

R
1
1

P
2
150°
–30°
O x

–1

Quando 0° ≤ x ≤ 360° , a equação tem duas soluções:

30° e 180° - 30°

Como o período é 360° , as soluções da equação são dadas pelas


expressões:

x = 30° + k * 360° , k å Z › x = 150° + k * 360° , k å Z

3.2 5 sen q = - 3 ; - 360° ≤ q ≤ 360°


3
5 sen q = - 3 § sen q = - }}
5

y = sen x

–3
5
y=–3
5

A equação vai ter, no intervalo dado, quatro soluções.


Usando duas casas decimais, vem:
y

216,87° O –36,87° 1 x

3
5

x = (- 36,87)° + 360° k , k å Z › x = (216,87)° + 360° k , k å Z


3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 65

Como - 360° ≤ q ≤ 360° , vem:

Para k = 0 " x = (- 36,87)° › x = (216,87)°

R
P
Para k = 1 " x = (323,13)°
Para k = - 1 " x = (- 143,13)°

As soluções são:

(- 143,13)° ; (- 36,87)° ; (216,87)° e (323,13)° .

p
3.3 2 sen (2q) = sen }} , - p ≤ q ≤ p
2
Como - p ≤ q ≤ p , - 2p ≤ 2q ≤ 2p
p 1
2 sen (2q) = sen }} § sen (2q) = }}
2 2

y = sen (2x)
y=1
2
1
2

A equação vai ter, no intervalo dado, quatro soluções.

1
1
2
π –π
6 π
6
O 1 x

p 5p
2q = }} + 2kp , k å Z › 2q = }} + 2kp , k å Z
6 6
p 5p
q = }} + kp , k å Z › q = }} + kp , k å Z
12 12
p 5p
Para k = 0 " q = }} › q = }}
12 12
11p 7p
Para k = ¿ 1 " q = - }} › q = - }}
12 12
As soluções são:
11p 7p p 5p
- }} ; - }} ; }} e }} .
12 12 12 12

PAM11 - 5
66 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

De um modo geral para as equações do tipo sen x = a , tem-se:


• A equação sen x = a só tem soluções se a å [- 1 , 1] .

R
P
• Existem dois ângulos no intervalo [- 2p , 2p] que têm o
mesmo seno: um é o ângulo a , o outro é o ângulo p - a .

y
1

π–a
a
O 1 x

• Se sen x = a , a å [- 1 , 1] e se conhece um ângulo a tal


que sen a = a , vem:

sen x = sen a § (x = a + 2kp › x = p - a + 2kp) , k å Z

EXEMPLO 4 Resolver uma equação do tipo sen x = sen y

Resolva, no intervalo [- p , p] , a equação sen (3x) = - sen x .

Resolução
sen (3x) = - sen x § sen (3x) = sen (- x)

Como
sen x = sen a § (x = a + 2kp › x = p - a + 2kp) , k å Z ,

vem:
sen (3x) = sen (- x) § (3x = - x + 2kp › 3x = p - (- x) + 2kp) , k å Z
§ (4x = 2kp › 2x = p + 2kp) , k å Z
kp p
§ x = }} , k å Z › x = }} + kp , k å Z
2 2

x å [- p , p] .
p
k=0 " x=0 › x = }}
2
p 3p
k=1 " x = }} › x = }}
2 2
p p
k = - 1 " x = - }} › x = - }}
2 2
5p
k=2 " x=p › x = }}
2
3p
k=-2 " x=-p › x = - }}
2
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 67

As soluções são:
p p

R
- p , - }} , 0 , }} e p .
2 2

P
Verifique-se com a calculadora gráfica: y1 = sen (3x) e y2 = - sen x .

# #
fl fl
fl fl

EXEMPLO 5 Determinar os zeros de uma função

Determine, no intervalo [- p , p] , os zeros da função:

1 2
p
y = 3 sen }} + x + 0,2
2

Resolução

1 2
p
3 sen }} + x + 0,2 = 0 §
2

1 2
p 0,2
§ sen }} + x = - }} § 9. Resolva, em R , cada uma das
2 3
seguintes equações trigonométricas.
p
§ }} + x = - 0,07 + 2kp , k å Z §
2 9.1 6 sen q = 3 ;
p
§ }} + x = p + 0,07 + 2kp , k å Z § 9.2 13 sen q = 5 ;
2
p p 9.3 5 sen (2q) = 4 ;
§ x = - 0,07 - }} + 2kp › x = }} + 0,07 + 2kp ; k å Z
2 2

12
q
9.4 12 cos }} = 13 ;
Zeros: 1,6 ; - 1,6 (aprox.) 2
9.5 8 sen q = 3 ;
2

1 2
9.6 2 sen q + }p} = - 1 ;
2

1 2
fl fl
p
9.7 3 sen q + }} = 2 ;
fl fl
# #
3

1 2
p
9.8 - 3 sen q - }} = 0 ;
4

1 2
p
9.9 sen2 q + }} = 0 .
6
68 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

EXEMPLO 6 Resolução de equações do tipo cos x = a

R
Considere a função real de variável real definida por:

P
f : x 1 y = cos (4x)

Determine x , de modo que:

6.1 f (x) = 0 ;

6.2 f (x) = 1 ;

6.3 f (x) = - 1 ;

1
6.4 f (x) = - }} .
3

Resolução
Represente graficamente a função y = cos (4x) .

A representação gráfica ajuda a confirmar as soluções.

6.1 f (x) = 0
cos (4x) = 0

y
1

O 1 x

p
Se cos (4x) = 0 , então 4x = }} + kp , k å Z
2
p kp
§ x = }} + }} , k å Z
8 4
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 69

6.2 f (x) = 1
cos (4x) = 1

R
P y
1

O 1 x

Se cos (4x) = 1 , então 4x = 0 + 2kp , k å Z


kp
§ x = }} , k å Z
2

6.3 f (x) = - 1
cos (4x) = - 1

y
1

O 1 x

Se cos (4x) = - 1 , então 4x = p + 2kp , k å Z


p kp
§ x = }} + }} , k å Z .
4 2
70 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

1
6.4 f (x) = - }}
3

R
1
cos (4x) = - }}

P
3

1,9 (1 c.d.)

O x
–1,9 (1 c.d.)

4x = 1,9 + 2kp , k å Z › 4x = - 1,9 + 2kp , k å Z

1,9 kp 1,9 kp
§ x = }} + }} , k å Z › x = - }} + }} , k å Z
4 2 4 2

De um modo geral:

• A equação cos x = a só tem soluções se a å [- 1 , 1] .

• Se cos x = a e a å [- 1 , 1] , existem dois ângulos que têm


co-seno igual a a : um é a e o outro é - a .

Isto é, se cos x = a e a = cos a , vem:

cos x = cos a § x = a + 2kp › x = - a + 2kp , k å Z


3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 71

EXEMPLO 7 Uma equação trigonométrica

R
Resolva a equação:

P
2 cos (3x) = 1

Resolução
y
1

π
3
O –π 1 1 x
3 2

1
2 cos (3x) = 1 § cos (3x) = }} §
2
p p
§ 3x = }} + 2kp › 3x = - }} + 2kp , k å Z §
3 3
p 2 p 2
§ x = }} + }} kp › x = - }} + }} kp , k å Z
9 3 9 3 10. Resolva cada uma das seguintes
equações trigonométricas:

10.1 cos x (1 + cos x) = 0 ;


EXEMPLO 8 Equações trigonométricas do tipo cos a = sen b
1
10.2 cos (p + x) = }} ;
8.1 cos (- 2x) - cos x = 0 ; 8.2 cos (3x) = sen x . 2
10.3 cos x - 4 cos x + 3 = 0 .
2

Verifique a solução encontrada com a calculadora gráfica.

Resolução
8.1 cos (- 2x) - cos x = 0 § cos (- 2x) = cos x §
§ - 2x = x + 2kp › - 2x = - x + 2kp , k å Z §

§ - 3x = 2kp › - x = 2kp , k å Z §
2
§ x = - }} kp › x = 2kp , k å Z
3

1 2
p
8.2 cos (3x) + sen x § cos (3x) = cos }} - x §
2

1 2
p p
§ 3x = }} - x + 2kp › 3x = - }} - x + 2kp , k å Z §
2 2
p p
§ 4x = }} + 2kp › 2x = - }} + 2kp , k å Z §
2 2
p kp p
§ x = }} + }} › x = - }} + kp , k å Z
8 2 4
72 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

Equações do tipo tan x = a

R
O período da função tangente é p . Assim, é suficiente encontrar as

P
soluções da equação tan x = a no intervalo [0 , p] .
Vamos resolver a equação:

tan (2x) = œ3
w

w é porque 2x = }p} + kp , k å Z .
Se tan (2x) = œ3
3

Logo,
p kp
x = }} + }} , k å Z .
6 2

De um modo geral tem-se:


• As equações do tipo tan x = a têm sempre soluções, qualquer
que seja a å R .
• Se tan x = a e a å R , existe um ângulo a tal que a = tan a .

Temos, então,

tan x = tan a § x = a + kp , k å Z

11. Resolva cada uma das equações: EXEMPLO 9 Equações do tipo tan x = a

11.1 tan (2x) = 1 ; Resolva as equações:

1
11.2 tan x 1 + }1} = 0 ;
tan x 2 9.1 tan (3x) = - œ3
w;
9.2 3 (1 + tan x) = 2 .
11.3 3 tan (3x) = œ3w .

Resolução
9.1 tan (3x) = - œ3
w
3x = - 60° + k.180°

x = - 20° + 60°.k , k å Z

2
9.2 3 (1 + tan x) = 2 § 1 + tan x = }} §
3
2 1
§ tan x = - 1 + }} § tan x = - }}
3 3

Nota Recorrendo à calculadora, vem:


1
x = p + 2kp , k å Z tan x = - }}
3
gera o mesmo conjunto que
x = - 18,43° + 180°.k , k å Z
x = p - 2kp , k å Z .
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 73

EXEMPLO 10 Uma inequação trigonométrica

R
Resolva no intervalo [- 2p , 2p] a inequação:

P
1 2
x 1
sen }} ≥ - }}
2 2

Resolução

1 2
x 1
sen }} ≥ - }}
2 2

Comece-se por usar a calculadora gráfica para verificar se existem ou


não soluções.

Constata-se que existem soluções. # # 1


fl fl y = - }}
fl fl 2
1
Resolve-se a equação sen x = - }}
2

O –π 1 x
6

–1
2

x 1
Se sen }} = - }} , então:
2 2
x p x p
}} = - }} + 2kp › }} = p + }} + 2kp ; k å Z .
2 6 2 6

3x = - p + 12kp › 3x = 6p + p + 12kp ; k å Z
p 7p
x = - }} + 4kp › x = }} + 4kp ; k å Z
3 3
p
Para k = 0 " x = - }}
3
5p
Para k = - 1 " x = - }}
3

1 2
x 1
A inequação sen }} ≥ - }} tem o seguinte conjunto-solução no
2 2
intervalo [- 2p , 2p]

3 4 ∂ 3- }3} , 2p4
5p p
S = - 2p , - }}
3
74 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

3.5 REDUÇÃO AO PRIMEIRO QUADRANTE

R
Qualquer ângulo tem, em valor absoluto, razões trigonométricas

P
iguais a um ângulo do 1.° quadrante.

Relação entre as funções trigonométricas do


ângulo a e 180 - a

y
seno seno
1
1
h √3 2 h√3
Q j– , 1
j
Pj , 1
j
h h
2 2 180° – 30° 2 2
30°
O 1 x
co-seno co-seno

y7 = sen x
y9 = sen (180 - x)

y = sen a y = cos a
y = }1} œw
y = }}3
2 2 #
#fl #fl fl
fl 150°
fl
30° 150° 30° fl
#

œw3
y = - }}
2

sen (180° - a) = sen a cos (180° - a) = - cos a

tan (180° - a) = - tan a

Note que tan a pode sempre deduzir-se do quociente entre sen a


e cos a .

EXEMPLO 11 Do 2.° quadrante para o 1.° quadrante

Escreva cos 126° como uma função trigonométrica de um ângulo do


1.° quadrante. y
1

Resolução
126°
126° å 2.° Q 180° - 126° = 54°
O 1 x

Então:
y10 = - cos x cos (126°) = - cos 54°
y11 = cos (180 - x)
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 75

Relação entre as funções trigonométricas de a ,


180 + a e - a

R
P
y
co-seno
1 seno

h√3 1
j
j2 , 2
h
180° + 30°
30°
O –30° 1 x
h– √3 , – 1 h√3
j j
1
j 2 j2 ,–2 y12 = - sen x
h h
2
y13 = sen (180 + x)
seno seno
co-seno co-seno

y = sen a y = cos a

# #
#fl fl fl
- 30° 210° fl fl
- 30° 30°
fl# fl#
30°

y10 = - cos x
sen (180° + a) = - sen a cos (180° + a) = - cos a y15 = cos (180 + x)
sen (- a) = - sen a cos (- a) = cos a

tan (180° + a) = tan a


tan (- a) = - tan a

EXEMPLO 12 Do 3.° Q ou 4.° Q para o 1.° Q

Escreva: sen (218°) e cos (- 27°) como razões de um ângulo agudo.

y
1

218°

O –27° 1 x

Resolução
218° å 3.° Q e - 27° å 4.° Q

sen (218°) = sen (180° + 38°) = - sen 38°


cos (- 27°) = cos 27°
76 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

EXEMPLO 13 Simplificar uma expressão

R
Simplifique a expressão:

P
sen (x - p) + cos (3p - x) + tan (8p + x) .

Resolução
sen (x - p)

Adiciona-se 2p para se obter (p + x) que é uma das situações estudadas.

y
1

π+x
x
O 1 x

sen (π + x) = – sen x

Logo,
sen (x - p) = sen (x - p + 2p) = sen (p + x) = - sen x .

cos (3p - x)

Subtrai-se 2p para obter uma das situações estudadas: cos (p - x) .


cos (3p - x) = cos (p - x) = - cos x .

y
1

π–x
x
O 1 x

cos (π – x) = – cos x

tan (8p + x)

Temos:
tan (8p + x) = tan x .

Logo,

sen (x - p) + cos (3p - x) + tan (8p + x) = - sen x - cos x + tan x


3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 77

EXEMPLO 14 Calcular o valor de uma expressão sem usar a


calculadora

R
P
Calcule:

sen 240° - cos 150° + tg 330° .

Resolução
œw3
sen 240° = sen (180° + 60°) = - sen 60° = - }}
2
œw3
cos 150° = cos (180° - 30°) = - cos 30° = - }}
2
œw3
tg 330° = tg (360° - 30°) = - tg 30° = - }}
3

Logo,

sen 240° - cos 150° + tg 330° =

œw3 - - œ3w - œ3w = - œ3w


= - }}
2 1
}}
2
}}
32 }}
3

Relação entre o ângulo a e o ângulo 90° + a


No mesmo referencial representam-se os gráficos de y1 = sen x e
y2 = cos x .

y = sen x
y = cos x

p
}}
2
y14 = cos x
y16 = sen (90 + x)

O gráfico de y = cos x pode obter-se do gráfico de y = sen x


por uma deslocação para a esquerda de 90° .

cos 30° = sen 120° ; cos 90° = sen 180° , …

De um modo geral:

cos x = sen (90° + x)


78 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

Pode ainda observar-se que, por exemplo:


cos 120° = - sen 30° ; cos 180° = - sen 90° , …

R
P
De um modo geral:

cos (90° + x) = - sen x

As mesmas conclusões podem ser retiradas do círculo trigono-


métrico.
seno
y17 = cos (90 + x) co-seno
y
seno
y12 = - sen x 1
Q (–b, a)

x P (a, b)
x
x co-seno
S O R 1 x

Os triângulos [ORP] e [OSQ] são geometricamente iguais. (Justi-


fique.)
As coordenadas de Q deduzem-se das coordenadas de P . Logo,
sen (90° + x) = cos x ; cos (90° + x) = - sen x

Relação entre o ângulo a e 270° + a


Os triângulos [ORP] e [OQS] são geometricamente iguais. (Justi-
fique.)
As coordenadas de Q deduzem-se das coordenadas de P .

y
1

P (x, y)
a
y18 = sen (270 + x) O S R 1 x

y10 = - cos x a

Q (y, –x)

Logo,

sen (270° + a) = - cos a


cos (270° + a) = sen a

y19 = cos (270 + x)


y7 = sen x Usando a calculadora gráfica, pode chegar-se à mesma conclusão.
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 79

Colocando o triângulo [OQS] numa posição simétrica relativa-


mente ao eixo dos xx , obtém-se a figura:

R
P
y

1
Q (y, x)

90° – a P (x, y)
a
O S R 1 x

Esta figura permite escrevermos as conclusões já referidas que


y20 = sen (90 - a)
relacionam o ângulo a com o ângulo 90° - a . y14 = cos x

sen (90° - a) = cos a


cos (90° - a) = sen a

3.6 MÉTODO PRÁTICO PARA A REDUÇÃO DE UM y1 = sen x


y2 = cos (90 - a)
ÂNGULO AO 1.° QUADRANTE

O ângulo a reduzir é dado

Escreve-se o ângulo como:

180° - a ou 180 + a ou 360° - a

conforme ele é do 2.° , 3.° ou 4.° quadrante.


Atende-se ao sinal e mantém-se a “função”, isto é, se é seno fica
seno, se é co-seno fica co-seno,…

EXEMPLO 15 Reduzir ao 1.° quadrante

Reduza ao 1.° quadrante: sen 293° .

Resolução
293° å 4.° Q

360° - 293° = 67° .

sen (360° - 67°) = ? sen 67°


80 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

R
1

P
12. Simplifique cada uma das expressões:
Como o seno no 4.° quadrante é negativo, vem:

sen 293° = sen (360° - 67°) = - sen 67°

O ângulo não é dado


O – 67° 1 x

1 2
12.1 sen }3} p + x - cos (3p - x) +
2 • Se o ângulo está escrito como uma soma ou diferença com
180° ou 360° mantém-se a “função”.
1 p
+ tg - }} + x ;
2 2 • Se o ângulo está escrito como uma soma ou diferença com 90°
12.2 sen (x + 4p) + cos (x + 6p) - ou 270° , passa-se à “co-função”, isto é, o seno passa a co-

- sen (- x + 5p) ; -seno, o co-seno passa a seno,…

12.3 cos (x - 9p) - sen (- x - 10p) + Em ambas as situações atende-se ao sinal.

1 2
+ cos x - }3} p - cotg }p} + x .
2 2 1 2
EXEMPLO 16 Simplificar

• sen (p + x) = ? • cos }
2
} 1
7p + x = ?
2
Resolução

• Como (p + x) å 3.° Q e no 3.° Q o seno é negativo, vem:


sen (p + x) = - sen x

1 2 1
• cos }7} p + x = cos }7} p + x - }4} p = cos }3} p + x
2 2 2 2 2 1 2
Nota
1 2
3
Nas simplificações considera-se sempre
cos }} p + x = ? sen x
2
x pertencente ao 1.° quadrante. Se tal

1}32} p + x2 å 4.° Q e no 4.° Q o co-seno é positivo, vem:


não acontecesse, nada alteraria a expres-
Como
são final. Tudo se passava como se se
efectuasse uma rotação em torno da
origem e as relações definidas ficariam 1 2
cos }3} p + x = + sen x
2
na mesma.
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 81

… o que estudou no tema …

R
P
• as razões trigonométricas no círculo trigonométrico

• as definições de sen a , cos a e tg a sendo a um ângulo qualquer

• os casos particulares do seno, co-seno e tangente de 0° , 90° , 180° e 270°

• a função y = sen x

• a função y = cos x

• a função y = tg x

• transformações dos gráficos das funções trigonométricas

• as funções trigonométricas e a modelação matemática

• equações trigonométricas do tipo:


• sen x = a
• cos x = a
• tg x = a

• inequações trigonométricas

• redução ao 1.° quadrante

• relação entre o ângulo a e o ângulo 90° + a

• relação entre o ângulo a e o ângulo 270° + a

d = 0,3 sen (92 160 t + 90)°

Vibração do diapasão

PAM11 - 6
82 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1

Determine as soluções da equação

1 + 2 cos x = 0

que pertencem ao intervalo [- p , p] .


y

Resolução

1 + 2 cos x = 0 § cos x = - }1}


2 2π
3

x = }2} p + 2kp › x = - }2} p + 2kp O


3 3 –1 –1 1 x
2
–2π
3

Se k = 0 " x = }2} p › x = - }2} p .


3 3

Se k = 1 " x = }2} p + 2p › x = - }2} p + 2p .


3 3

Como nenhum dos ângulos obtidos para k = 1 satisfaz a condição pedida, não
é necessário experimentar k = 2 , k = 3 , …

Se k = - 1 " x = }2} p - 2p › x = - }2} - 2p .


3 3

Como nenhum dos ângulos obtidos para k = - 1 satisfaz a condição pedida,


não é necessário experimentar k = - 2 , k = - 3 , …

5
Logo, S = - }2} p , }2} p .
3 3 6
Vamos resolver o problema por outro método.

- p < }2} p + 2kp < p ; - p - }2} p < 2kp < p - }2} p ;


3 3 3

- }5} p < 2kp < }p} ; - }5} < k < }1} .


3 3 6 6

Como k å Z , vem k = 0 .

Logo, para k = 0 vem x = }2} p › x = - }2} p


3 3

5
S = - }2} p , }2} p
3 3 6
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 83

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
2
Considere a função:
f : x 1 y = 2 cos x

2.1 Determine os zeros de f no intervalo ]- 2p , 2p[ .

2.2 Determine para que valores de x a função toma o valor máximo e o valor
mínimo.

2.3 Esboce o gráfico de f no intervalo [- 2p , 2p] .

Resolução
2.1 2 cos x = 0 § cos x = 0

x = }p} + kp , k å Z
y
2 1

- 2p < }p} + kp < 2p


2
- 2p - }} < kp < 2p - }p}
p
2 2
O 1 x
5 3
- }} p < kp < }} p
2 2
5
- }} < k < }}3
2 2

k = 0 " x = }p}
Nota 2

kåZ k = 1 " x = }p} + p = }3} p


2 2
5 3
- }} < k < }}
2 2
k = - 1 " x = }} - p = - }p}
p
2 2

–3 –2 –1 O 1 2 k = - 2 " x = }} - 2p = - }3} p
p
2 2
–2,5 1,5
Logo, os zeros pedidos são:
p 3 p 3
}} , }} p , - }} e - }} p
2 2 2 2

2.2 Sabemos que - 1 ≤ cos x ≤ 1


Logo, - 2 ≤ 2 cos x ≤ 2

A função tem por contradomínio D'f = [- 2 , 2]

Máximos y | Mínimos y
2 cos x = 2
1 | 2 cos x = - 2
1

1
|
cos x = 1 O
| cos x = - 1
x
| O 1 x
x = 2kp , k å Z | x = p + 2kp , k å Z
O máximo é 2 O mínimo é - 2 para
para x = 2kp , k å Z x = p + 2kp , k å Z
84 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
2.3 y

–2π – 3π
–π –π O π π 3π 2π x
2 2 2
–1 2

–2

3
Mostre que: sen2 a - cos2 a = sen4 a - cos4 a .

Resolução
2.° membro = sen4 a - cos4 a
= (sen2 a)2 - (cos2 a)2
= (sen2 a - cos2 a) (sen2 a + cos2 a)
= (sen2 a - cos2 a).1
= sen2 a - cos2 a = 1.° membro

4
Determine m de modo que tenha sentido a expressão:
m+1
tg a = } e a å 2.° Q .
}
m

Resolução
Se a å 2.° Q , então tg a é menor que zero.
m+1
}<0
m
Façamos um quadro:

m -? -1 0 +?

m+1 - 0 + + +

m - - - 0 +

m+1 + - +
}} 0 s. s.
m

Logo, m å ]- 1 , 0[ .
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 85

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
5
Sabendo que sen (p + a) = }3} e que }p} < a < }3} p , calcule:
5 2 2

1 2
5p + a + sen (p - a) .
tg a + cos }}
2

Resolução
Temos que:
y
sen (p + a) = }3} e que }p} < a < }3} p 1
5 2 2

• Vamos começar por simplificar e


interpretar os dados.
O 1 x

sen (p + a) = - sen a

- sen a = }3}
5
sen a = - }3}
5

Como }p} < a < }3} p e sen a < 0 , vem que a å 3.° Q .
2 2
Assim, no problema, é dado que a å 3.° Q e que sen a = - }3} .
5

• Simplifiquemos o que nos é pedido.

tg a + cos }}
2 1 2
5p + a + sen (p - a) =

= tg a + (- sen a) + sen a = tg a .

Assim, temos sen a = - }3} , a å 3.° Q e pretendemos determinar tg a .


5
Utilizando a fórmula fundamental da trigonometria, vem:

sen2 a + cos2 a = 1

1- }35}2
2
+ cos2 a = 1

9
}} + cos2 a = 1
25
9
cos2 a = 1 - }}
25
16
cos2 a = } }
25
cos a = ¿ }4} . Nota
5
Como a å 3.° Q , cos a = - }4} . As fórmulas trigonométricas deduzidas
5 para o ângulo agudo a aplicam-se
sen a 3
Logo, tg a = }} = }} . para qualquer ângulo a .
cos a 4
86 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …
y
1
3 Y

Observe a figura ao lado. Q


P (2; 2,3)
Indique:
b
1.1 as coordenadas de Q , R e S . a A
O –a 3 x
1.2 sen a ; cos b ; sen (- a) ; cos (g) . g

R S

2
Calcule:

2.1 tg 60°.(- tg 30°) + } cos 30° ; 2.2 sen 120° - 2 sen 60°.cos 60° ;
}
cos 330°


1 + cos }5} p
3
2.3 }} 2 + cos }5} p .
6

3
Utilize a calculadora para indicar um valor aproximado do ângulo a , sabendo
que a pertence ao 2.° quadrante e que:

3.1 sen a = 0,3 ; 3.2 cos a = - 0,2 ;


œw5
3.3 tg a = - }5} ; 3.4 tg a = - }} .
3 5

4
Resolva cada uma das seguintes equações trigonométricas e indique para cada
uma delas as soluções que pertencem ao intervalo [- p , p] .

4.1 3 sen x = - œ3
w; 4.2 5 - 3 tg (2x) = - 6 ;
x
4.3 8 sen }} = - 1 ; 4.4 3 sen (2x) = - 4 ;
2
1 2
p
4.5 3 cos2 x = 4 ; 4.6 12 + cos x + }} = - 1 ;
10
4.7 - 3 sen2 x + 2 = 1 ; 4.8 3 cos (2x) = cos x ;

1 2
x
4.9 3 sen - }} = sen x ; 4.10 cos (2x) = sen x ;
2

1 2
1 p
4.11 - }} cos (2x) = cos (x + p) ; 4.12 sen }} - x = - cos (2x) .
2 2
3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 87

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
5
Calcule:

1 2
7 5 7 7
5.1 sen }} p + sen }} p + cos }} p - tg - }} p ;
4 4 2 4

1 2 1 2 1 2
7 17 2 8
5.2 sen - }} p - sen }} p + cos - }} p + tg }} p .
6 6 3 3

6
Simplifique cada uma das expressões seguintes:

1 2
p
6.1 E(x) = sen (- x) + cos }} - x ;
2
6.2 E(x) = cos (- x) + sen (p - x) + cos (p + x) ;

1 2
5p
6.3 E(x) = cos (x - p) - cos (3p - x) + sen - }} + x ;
2

1 2 1 2
3p p
6.4 E(x) = sen (x - 5p) + cos }} + x - sen }} - x ;
2 2

1 2 1 2
7p 7p
6.5 E(x) = sen x - }} + cos (5p - x) - cos - }} + x .
2 2

7
3
Sabendo que sen x = }} e que x å 2.° Q , determine cos x + tg x .
5

8
2
Sabe-se que x pertence ao 3.° quadrante e que cos x = - }} . Calcule sen (p - x) .
5

9
Acerca do ângulo a , sabe-se que:
œw2 p
sen (p + a) = - }} e que 0 < a < }} ,
3 2

calcule: cos (p - a) + tg (p + a) .

10
p
Sabe-se que tg x = 4 e que - p < x < - }} .
2
Calcule:
10.1 sen x ;
10.2 cos (p + x) - 2 cos (p - x) .
88 3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
11
Use a calculadora e gráficos adequados para encontrar os valores de x , tais
que 0 ≤ x ≤ 2p e:
1 1
11.1 sen x ≥ }} ‹ cos x ≤ 0 ; 11.2 cos x ≤ - }} ‹ sen x ≥ 0 ;
2 2

11.3 |sen x| < 0,2 ; 11.4 œcwoww


s2wx ≥ 0,3 ;
1
11.5 tg x ≥ 0 ‹ cos x ≥ - }} .
2

… verdadeiro ou falso …

12
Das seguintes afirmações, diga, justificando, quais são falsas.
p 1
12.1 Se x = - }} , então sen x = }} ;
3 2
p œ2w
12.2 Se x = - }} , então cos x = }} ;
4 2
p œ2w
12.3 Se x = - }} , então sen x = - }} ;
6 2
12.4 cos 10° + cos 20° = cos 30° ;
p p
12.5 sen }} - cos }} = 0 ;
4 4
p p
12.6 Se - }} < a < }} , então cos a < 0 ;
2 2
12.7 57° < 1 radiano < 58° ;

12.8 Os ângulos de amplitude 100° e 80° são complementares;

12.9 Os ângulos de amplitude 12° 13' e 88° 47' são complementares;

12.10 sen 380° = sen 20° ;

12.11 Existe um ângulo a em que sen a , cos a e tg a são números negativos;

12.12 sen (- a) = - sen a ;

12.13 cos (- a) = - cos a ;

12.14 tg (- a) = - tg a ;

12.15 sen (90° + a) = cos a ;

12.16 cos (90° - a) = sen a ;

12.17 tg (p - a) = - tg a ;

12.18 cos (p + a) = - cos a .


3. As funções y = sen x , y = cos x e y = tan x para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. Redução ao 1.° quadrante 89

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

13 A viagem do barco

Observe a figura.

d
P x
A
O
Q

De um ponto A sai um barco que descreve um semicírculo de centro O .


A distância do barco à linha PQ é dada pela função:
d(x) = 2 sen x .

13.1 Qual é o raio do semicírculo?


13.2 Determine d quando:
p 2
• x = }} ; • x = }} p .
6 3

14 As transformações nos gráficos das funções

Investigue, usando a sua calculadora gráfica, quais foram as funções usadas


para obter os seguintes ecrãs.

14.1 14.2 14.3 14.4

15 Determinar o contradomínio

Determine o contradomínio de cada uma das funções.

1 2
1 x
15.1 f (x) = }} + sen x ; 15.2 g (x) = 2 + sen }} ;
2 2
15.3 h (x) = 1 + 3 cos2 (3x) ; 15.4 j (x) = 1 + tg2 x .
90 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

4. PRODUTO ESCALAR DE DOIS VECTORES NO PLANO E NO ESPAÇO

R
P
4.1 INTRODUÇÃO

A Física e a Matemática como ciências sempre se desafiaram,


incentivaram e contribuíram para o desenvolvimento mútuo.
Frequentemente a Matemática ajudou a Física no seu progresso
como ciência. Ao estudar a teoria do ponto de vista formal, a Matemá-
tica veio dar respostas a situações reais e a problemas da Física.
Outras vezes, a Física impulsionou o conhecimento matemático ao
colocar questões provocadas pelo mundo físico e que exigiam uma
resposta formal.
O conceito de produto escalar que se usa desde o século XIX é
muito útil para a Física, mas igualmente importante como conceito
matemático.
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 91

Na Física é muito importante determinar o trabalho realizado por


uma força que actua sobre um corpo em repouso.

R
Um carro quando reboca outro carro realiza trabalho. Um pesca-

P
dor quando puxa a rede realiza trabalho.
Em Física, quando uma força constante actua sobre um corpo em
repouso e este se desloca sobre uma trajectória em linha recta, com
a mesma direcção de força, diz-se que o trabalho, W , realizado pela
força, F , é o produto do módulo de intensidade da força pela distân-
cia percorrida.

W=F*d

O esquiador exerce uma força de 80 quilogramas-força e desloca


o trenó 50 metros na direcção do sentido da força. O termo vector, tal como hoje se
define, foi introduzido pela primeira
vez por Hamilton, em 1943. Apesar
disso, os vectores são usados desde
o tempo de Aristóteles até aos nos-
sos dias. Aristóteles usou vectores
para descobrir os efeitos de forças.
Descartes atribui aos vectores com-
ponentes geométricas.
O produto escalar foi definido pela
primeira vez no livro Teoria das
correntes e marés, da autoria do
matemático alemão Hermann Gras-
smann (1809-1877) .
O símbolo utilizado para representar
O trabalho realizado, W , é o produto escalar de dois vectores a
que Grassmann chamava produto
W = 80 * 50 linear era ∩..

W = 300 kgm . b = a * b * cos a


a∩

A álgebra dos vectores que hoje


A unidade do Sistema Internacional usada para o trabalho é o joule
estudamos foi desenvolvida por
e 1 kgm 9 9,8 joules. Gibo e Heaviside continuando os
estudos de Grassmann.
W = 300 * 9,8 9 3,0 kJ
92 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

Mas se a força que se exerce sobre o corpo não actua na direcção


da trajectória a fórmula para o cálculo de W é diferente.

R
P
F

a
d

W = F * d * cos a

60°

Se o camião exerce uma força de 160 newtons, o eléctrico se


desloca 20 metros e o ângulo das direcções dos dois movimentos
é 60° , vem
W = 160 * 20 * cos 60°
1
W = 3200 * }
2
W = 1600 J

Se cos a fosse um número negativo, na Física diz-se que existe


trabalho resistente.

»
F
d

Em Matemática representando por F a norma de um vector e d


a norma de outro vector e a o ângulo dos dois vectores, W repre-
sentaria o produto escalar dos dois vectores.
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 93

4.2 O PRODUTO ESCALAR DE DOIS VECTORES


NO PLANO E NO ESPAÇO

R
P
O conceito de produto escalar é importante para a resolução de
problemas onde seja necessário conhecer o ângulo de dois vectores
ou a projecção de um vector sobre outro vector.
Assim, este conceito foi importantíssimo no desenvolvimento da
teoria da ortogonalidade e de demonstrações geométricas.

Ângulo de dois vectores »


u e »
v , não nulos, é o ângulo convexo
formado por dois segmentos de recta seus representantes, com
origem no mesmo ponto.

Seja a o ângulo de dois vectores

0° ≤ a ≤ 180°

Æ
u
Æ
u
Æ
v
a a
Æ
v

Æ Æ
v u

• A amplitude do ângulo dos vectores »


u e »
v representa-se por
(» W
u, »v).

• A norma de um vector »
u representa-se por ||»
u|| e é igual à
medida do seu comprimento na unidade considerada.
Nota
• O produto escalar ou produto interno de dois vectores » u e »
v
Ao produto escalar também se chama pro-
representa-se por »
u.»
v ou »u/» v e tem-se, por definição:
duto interno, mas não se trata de uma ope-
ração interna.
u.»
» u=»
v = 0 se » v=»
0 ou » 0 O produto escalar de dois vectores é um
número e não um vector.
»
u.»
v = ||»
u||.||» u ,W »
v||.cos (» v ) , se Também deste ponto de vista o conceito

u0» v0»
de produto escalar foi historicamente
» 0 e » 0
importante.
O produto de duas quantidades de um
O produto escalar de dois vectores é um número, por isso se dado tipo não era uma quantidade desse

diz produto escalar. tipo.


94 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

EXEMPLO 1 Calcular o produto escalar de dois vectores

R
u.»
Calcule o valor do produto escalar, » v , em cada um dos casos

P
seguintes.

1.1 1.2 1.3

Æ Æ
u u
Æ
4 u
Æ 2π
30° v 3 3
3,5
Æ
6 90° Æ v
v
5 2

Os números associados aos vectores representam as respectivas


normas.

Resolução

u.»
1.1 » v = ||»
u||.||» u ,W »
v||.cos (» v)
1. Para cada uma das situações seguintes
calcule »
a.»
b. ||»
u|| = 4 ; ||»
v|| = 6 e u ,W »
(» v ) = 30°

1.1
4 Æ
Então,
a
38°
Æ »
u.»
v = 4 * 6 * cos 30°
5 b

œw3
»
u.»
v = 24 * }
2
1.2 Æ
b
»
u.»
v = 12œ3
w
3
90° Æ
a

u ,W »
4
1.2 ||»
u|| = 3 ; ||»
v|| = 5 e (» v ) = 90°
1.3 Æ
b
»
u.»
v = 3 * 5 * cos 90°

8,3 132° u.»


» v = 15 * 0
Æ
a
u.»
» v=0
6,2

1.4 Æ
4π 2p
u ,W »
b
5 1.3 ||»
u|| = 3,5 ; ||»
v|| = 2 e (» v) = }
3,2 Æ 3
a
3
» 2p
u.»
v = 3,5 * 2 * cos }
3
1.5
1 2
Æ
» 1
4
b u.»
v=7* -}
2
1 radiano
»
u.»
Æ
a v = - 3,5
6
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 95

Consequências da definição

R
• Se dois vectores são perpendiculares, então o seu produto

P
escalar é nulo.

u ,W »
Se (» u ,W »
v ) = 90° então cos (» v) = 0 . Æ
v
u.»
Como » v = ||»
u||.||» u ,W »
v||.cos (» v) ,
u.»
vem: » v = ||»
u||.||»
v||.0 a = 90°
Æ
u
Logo, »
u.»
v =0.

• Se »
u.»
v > 0 , então o ângulo dos dois vectores é agudo.

Æ
v

0° < a < 90°


Æ
u

u.»
O produto escalar, » v , é o produto de 3 números: a norma
de »
u , a norma de »v e o co-seno do ângulo de »
u e »
v.
A norma de um vector representa o comprimento deste, portanto 2. Considere no referencial da figura
é sempre um número positivo. seguinte o trapézio [ABCD] .
Se »u.» u ,W »
v > 0 é porque cos (» v ) > 0 , ou seja, o ângulo dos y
vectores »
u e »v é agudo.

• Se » u.»v < 0 , então o ângulo 90° < a < 180°


D C
Æ
dos dois vectores é obtuso. v
Æ
u

• Se os dois vectores são colineares e têm o mesmo sentido, A B


1
então o produto escalar é igual ao produto das normas dos
vectores. O 1 x

u ,W »
Se (» u ,W »
v ) = 0° então cos (» v) = 1 .
Logo, » u||.||»
v = ||»
u.» v|| Calcule:
Æ
v
pelo que, »
u.» u||.||»
u = ||» u||
W C) ;
2.1 tan (AB
||»
u||2 = »
u.»
u
Æ
u 2.2 ABW C ;
e u|| = œw
||» »
u.ww»
u
W C) ;
2.3 cos (AB
• Se os dois vectores são colineares e têm sentidos opostos, 2.4 DCW B ;
então o produto escalar é igual ao simétrico do produto das
normas. «».CB
2.5 DC «» ;

u ,W »
Se (»
Æ
v ) = 180° então u «».CD
2.6 AB «» ;
u ,W »
cos (» v) = - 1
«».DC
2.7 AB «» ;
u.»
Logo, » v = - ||»
u||.||»
v||
Æ
v
«».AD
2.8 AB «» .
96 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

4.3 PROJECÇÃO DE UM VECTOR SOBRE OUTRO


VECTOR

R
P
Nota Observemos as figuras:

A projecção de um vector sobre outro é B B


entendida por alguns autores como um a
vector. a
O H C H O C

Æ
v
Temos:
Æ Æ
v – proj u v
Æ
«» |
||OH| «» |
||OH|
cos a = } cos (180° - a) = }
q «» |
||OB| «» |
||OB|
Æ Æ
proj u vÆ u (note que a é um ângulo obtuso)
||proj»u »
v|| = ||»
v||.(cos q)
«» | = ||OB|
||OH| «» |.cos a «» | = cos (180° - a).||OB|
||OH| «» |

«»
A projecção de OB «»
A projecção de OB
«» é: ||OH|
sobre OC «» | . «» é: - ||OH|
sobre OC «» | .
Æ Æ Æ
v – proj u v
Æ v

Chama-se projecção de OB «» sobre OC


«» e representa-se por
q

Æ «
«» «» «» W «»
» OB ao produto da norma de OB pelo cos (OB , OC ) .
proj OC
Æ
proj u v
Æ u

v - proj»u »
||» v|| = ||»
v||.(sen q)

Dados dois vectores »


u e »
v , é possível «» «» «» W «»
» OB = ||OB||.cos (OB , OC ) .
proj OC
«
exprimir »
v como uma soma de dois vecto-
res, um dos quais é paralelo a »
u e o
outro é perpendicular a »
u.
Temos então que proj OC
«
«»
» OB é um escalar que será positivo se o

ângulo dos dois vectores for um ângulo agudo e será um número


negativo se o ângulo dos dois vectores for obtuso.

Temos que:

«» .OC
OB «» = ||OB|
«» |. ||OC| «» W, OC)
«» |. cos (OB «»

Como ||OB| «» W, OC)


«» |. cos (OB «» = proj «» OB
«» ,
OC

«» e OC
3. Os vectores OB «» são perpen-
vem:
diculares. A que é igual a projecção de
«» sobre OC
OB «» ?
«» .OC
OB «» = ||OC|
«» |.proj «» OB
«» .
OC

«» sobre OC
4. A projecção de OB «» é
«» || . Qual é o ângulo dos
igual a - ||OB O produto escalar de dois vectores é igual ao produto da norma de
«» e OC
vectores OB «» ? um deles pela projecção do outro sobre o primeiro.
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 97

EXEMPLO 2 Projecção de um vector sobre outro vector

R
Observe a figura ao lado:

P
Æ
a3
Mostre que:

a1.»
» a2.»
b=» a3.»
b=» b. Æ
a2

Resolução Æ
a1

Temos que:

proj »b »
a1 = proj »b »
a2 = proj »b »
a3 Æ
b
e
a1.»
» b = ||»
b||.proj »b »
a1

a2.»
» b = ||»
b||.proj »b »
a2

a3.»
» b = ||»
b||.proj »b »
a3

a1.»
Logo, » a2.»
b=» a3.»
b=» b.
c. q. m.

EXEMPLO 3 Resolução geométrica de uma equação

Considere os vectores »
u e »
v da
figura ao lado: 5. Observe a figura seguinte:
Æ
a e »
Desenhe dois vectores distintos » b, F2 Æ
F1
Æ
v
de modo que sejam soluções da equação
Æ
em »x: u 12°

x.»
» u=»
v.»
u 12°

Æ
p

Resolução
«» | = proj » »
Na figura seguinte ||AC| » »
u v = proj »
u a = proj »
u b .

E C B D

Um carro com a massa de 1800 kg está


estacionado num plano inclinado.
Æ Æ
v
Æ
a De acordo com os dados da figura:
b
Æ

5.1 Determine o valor de »


u
a F1 em kg.f ;

A 5.2 Descreva a relação entre » F1 e a


»
força F2 exercida pelos travões.

PAM11 - 7
98 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

4.4 PROPRIEDADES DO PRODUTO ESCALAR DE


DOIS VECTORES

R
P
• O produto escalar é comutativo

u.»
» v =»
v.»
u, A»
u, »
v .

Temos:
»
u.»
v = ||» u ,W »
v||.cos (»
u||.||» v)
v.»
» u = ||»
v||.||» v ,W »
u||.cos (» u) .

Como a multiplicação de números reais é comutativa e


u, »
(» W v ,W »
v ) = (» u ) , temos que:
» v =»
u.» v.»
u, A»
u, »
v .

• (a»
u).(b» u.»
v) = (ab) (» v)

(a»
u ).(b»
v ) = ||a»
u ||.||b» u ,W b»
v||.cos (a» v)

(a» v ) = |a|.||»
u ).(b» u||.|b|.||» u ,W b»
v||.cos (a» v)

(a»
u ).(b»
v ) = |ab|.||»
u||.||» u ,W b»
v||.cos (a» v) .

• Se a e b têm o mesmo sinal,


|ab|= ab u ,W b»
e (a» u ,W »
v ) = (» v ) e temos:

(a»
u ).(b»
v ) = (ab).||» u ,W »
v||.cos (»
u||.||» v) .

Æ
aa < 0 au aa > 0
bb < 0 bb > 0
Æ c c
u
Æ
bv a Æ
Æ u
a v
Æ
au a
Æ Æ
v bv

• Se a e b têm sinais contrários,

u ,W »
|ab|= - ab e cos (» u ,W b»
v ) = - cos (a» v)

e temos:
(a»
u ).(b»
v ) = - ab ||»
u||.||» u ,W »
v||.(- cos (» v )).

(a»
u ).(b»
v ) = ab ||»
u||.||» u ,W »
v|| cos (» v )).

Æ
au
aa > 0
bb < 0
c
Æ
u
180° – a
Æ a
bv
Æ
v
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 99

• Se a = 0 › b = 0 , ambos os membros serão nulos.

R
Logo,

P
(a»
u .b» u .»
v ) = (a b) (» v) . c. q. m.

Assim, por exemplo:


u ).»
(- » v = (- 1) (»
u .»
v ) = - (»
u .»
v) ;
(- »
u ).(- » u .»
v ) = [(- 1) * (- 1)] (» u .»
v) = » v;
(2 »
u ).(3 »
v ) = (2 * 3) (»
u .»
v ) = 6 (»
u .»
v) .

• O produto escalar é distributivo em relação à adição de vec-


tores

»
u .(» ») = »
v +w u .»
v +» »
u .w
As propriedades do produto escalar vão permitir resolver proble-
mas de demonstração de algumas propriedades geométricas.

EXEMPLO 4 O produto escalar na demonstração de uma pro-


priedade geométrica

Seja [AB] um segmento de comprimento s e M o ponto médio de


[AB] . Seja P um ponto qualquer do plano e d a sua distância a M .
Mostre que:

1 2
2
«».PB s
«» = d2 - }
PA ,
2
P 6. Utilize o resultado do exemplo 4 para
mostrar que um triângulo inscrito numa
d semicircunferência é rectângulo.
s s
2 2
P
A M B

r
Resolução
r r
«» = PM
PA «» + MA
«» ; «» = PM
PB «» + MB
«» A
M B

«».PB
PA «» = (PM «» .(PM
«» + MA) «»
«» + MB)

«» .(PM
= PM «» + MB)
«» + MA
«» .(PM
«» + MB)
«»

«» .PM
= PM «» + PM
«» .MB
«» + MA
«» .PM
«» + MA
«» .MB
«»

«» = - MB
Como MA «» vem:

«» .PM
= PM «» + PM
«» .MB
«» + (- MB)
«» .PM
«» + (- MB)
«» .(MB)
«»

«» |2 + ||MB|
= ||PM| «» |2

1 2
2
s
= d2 - } c. q. m.
2
100 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

EXEMPLO 5 O produto escalar no desenvolvimento cos (x - y)

R
a e »
Num círculo trigonométrico, consideremos os vectores » b de

P
coordenadas respectivamente (cos a , sen a) e (cos b , sen b) .
a ,W »
Atendendo a que a - b = (» b ) , escreva cos (a - b) em função
de cos a e cos b .
y
1 (cos a, sen a)

Æ
a
Æ (cos b, sen b)
b
a
b
1 x

a ,W »
a - b = (» b)

Resolução
a.»
» a||.||»
b = ||» a ,W »
b||.cos (» b)
a.»
» b
a ,W »
cos (» b) = cos (a - b) = }}
|| a||.||»
» b||
7. Use o resultado do exemplo 5 para
escrever o desenvolvimento de cos (a + b) . (cos a , sen a).(cos b , sen b)
cos (a - b) = }}}}
a||.||»
||» b||
(Note que cos (a + b) = cos [a - (- b)].)
cos a.cos b + sen a.sen b
cos (a - b) = }}}}
1.1
8. Use o resultado de exemplo 6 para Logo, cos (a - b) = cos a.cos b + sen a.sen b .
calcular cos 15° sem usar a calculadora.

EXEMPLO 6 Teorema dos co-senos

Mostre que num triângulo qualquer [ABC]


A

c b

B a C

se tem: a2 = b2 + c2 - 2bc cos AW

Resolução
AC «» = ||AC|
«» .AB «» |. cos AW
«» |. ||AB| (1)
«» + AB
Por outro lado, CA «» = CB
«» , ou CB
«» = - AC
«» + AB
«»
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 101

Então:
«» .CB
CB «» = (- AC
«» + AB)
«» .(- AC
«» + AB)
«»

R
«» |2 = ||AC|
||CB| «» |2 - AC «» - AB
«» .AB «» + ||AB|
«».AC «» |2

P
O teorema dos co-senos é também
«» |2 = ||AC|
||CB| «» |2 - 2 AB
«».AC
«» + ||AB|
«» |2 conhecido como teorema de Carnot.
Lazare Carnot (1753-1823) foi um
ou matemático francês a quem também
2 AB «» = - ||CB|
«».AC «» |2 + ||AB|
«» |2 + ||AC| «» |2 (2) foi atribuído o título de organizador
da vitória de Revolução Francesa.
Por (1) e (2) , vem:
- ||CB| «» |2 + ||AB|
«» |2 + ||AC| «» |2 = 2||AC|
«» |.||AB|
«» |.cos A
W

||CB| «» |2 + ||AB|
«» |2 = ||AC| «» |2 - 2||AC|
«» |.||AB| W
«» |.cos A

ou
W
a2 = b2 + c2 - 2bc.cos A

EXEMPLO 7 A altura de um triângulo rectângulo relativa à


hipotenusa

Mostre que, num triângulo rectângulo, a altura relativa à hipotenusa é


meio proporcional dos segmentos que determina nela, ou seja, que:
a h
}=}.
h b
Resolução
B
Consideremos o triângulo [ABC]
rectângulo em B . Seja [BH] a
altura relativa à hipotenusa. Æ
h
Consideremos: Æ Æ
a b
«» = »
AH a, «» = »
HC «» = »
b e BH h. A C
H
«» = »
Temos: AB a-» «» = »
h e BC h +»
b.
Sabemos que AB «» = 0 porque AB
«».BC «» Y BC
«» .

a- »
Então: (» h).(»
h+»b) = 0

ou seja: 9. Aplique o resultado do exemplo 6


a.» b + (- »
a.» h + (- »
h).» h).»
» para resolver o triângulo [ABC] da
h +» b=0
tuv twuwv
figura seguinte.
=0 =0
B
a.»
» a||.||»
b = ||» a||.||»
b||.cos 0° = ||» b||
(- »
h).»
h = ||»
h||2 .

a||.||»
Logo, ||» b|| - ||»h||2 = 0 § ||» a||.||»
h||2 = ||» b|| .
»
m

a|| || h||
||»
30

Temos: } = } .
h|| ||»
||» b||
Logo, a altura relativa à hipotenusa é meio proporcional dos segmentos
que determina nela. 62°

C 20 m A
102 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

4.5 EXPRESSÃO DO PRODUTO ESCALAR NAS


COORDENADAS DOS VECTORES

R
P
Consideremos os vectores »
u e »
v da figura:

3
2
Æ
u
Æ
v 1
Æ
j

0 Æ
–4 –3 –2 –1 i 1 2 3 4 x
–1

–2

Nota
»i.»j = 0 porque »i Y »j u = 4»i + 3»j e
Temos: » v = - 3»i + 2»j .
»

||»i||2 = 1
u.»
Calculemos: » v.
||»j||2 = 1
v = (4»i + 3»j ).(- 3»i + 2»j )
u.»
»

= 4»i.(- 3»i + 2»j ) + 3»j.(3»i + 2»j )

= (4»i ).(- 3»i ) + 4»i.(2»j ) + (3»j ).(- 3»i ) + (3»j ).(2»i )

= - 12||»i||2 + 8 (»i.»j) - 9 (»j.»i) + 6||»j||2

= - 12||»i||2 + 0 - 0 + 6||»j||2

= - 12 + 6 = - 6 .

Como »
u = (4 , 3) e »
v = (- 3 , 2) , podíamos escrever que

u.»
» v = [4.(- 3)] + (3.2) = - 6 .

De um modo geral, temos:

u = a»i + b»j e »
» v = c»i + d»j ,

» v = (a»i + b»j ).(c»i + d»j )


u.»

» v = (a»i ).(c»i ) + (a»i ).(d»j ) + (b»j ).(c»i ) + (b»j ).(d»j )


u.»

Logo,

» v = ac||»i||2 + (ad) (»i.»j ) + (bc) (»j.»i ) + (bd) ||»j||2


u.»
twwuwwv twwuwwv
=0 =0
u.»
» v = ac + bd .

Se »
u = (a , b) e » u.»
v = (c , d) , então » v = ac + bd .
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 103

EXEMPLO 8 O produto escalar através das coordenadas dos


vectores

R
P
Dados os vectores »
u, » »
v e w
y
5

4
3 Æ
u
2

1
10. Sendo
–5 –4 –3 –2 –1 O 1 2 3 4 5 x
»
u = (- 2 , 3) ,
Æ –1
w
»
v = (0 , - 5) e
Æ
v
–2

1 2
1
–3 »= -1, -}
w
–4 2
–5 calcule:

»
u = (2 , 5) , »
v = (4 , - 4) e » = (- 3 , - 3) ,
w
10.1 »
u.»
v;

u.»
calcule » v; » »
u.w e ».»
w v. 10.2 » »;
v.w
10.3 » ».
u.w
Resolução
H H
u.»
•» v = (2 , 5) * (4 , - 4)
G G
11. Sendo
u.»
» v = 8 - 20
A 1 (1 , 3) , B 1 (0 , 5) e
» »
u. v = - 12
H H C 1 (- 1 , 10) , calcule:
•» » = (2 , 5) * (- 3 , - 3)
u.w
G G
«».BC
11.1 AB «» ;
» » = - 6 - 15
u.w
» » = - 21
u.w «».BA
11.2 AC «» .
H H
».»
•w v = (- 3 , - 3) * (4 , - 4)
G G

».»
w v = - 12 + 12 12. Escreva cinco vectores perpendicula-
».»
w v=0 res ao vector »
u , sendo
y
» e »
Os vectores w v são perpendiculares.

1
Æ
Vectores perpendiculares y u

Sendo » u = (a , b) um vector a
O 1 2 x
não nulo, os vectores »v = (- b , a) b

ou w» = (b , - a) são perpendicula-
res a »
u. O a x
–b b

Se » u = (3 , 2) , os vectores 13. Escreva a expressão geral que repre-


»
v = (- 2 , 3) e w» = (2 , - 3) são senta todos os vectores perpendiculares
–a
perpendiculares ao vector »
u. ao vector »
u = (2 , 1) .
104 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

4.6 O PRODUTO ESCALAR NA DEFINIÇÃO DE


LUGARES GEOMÉTRICOS

R
P
Mediatriz de um segmento de recta

Sendo [AB] um segmento de recta de ponto médio M e P um


ponto qualquer da mediatriz do segmento de recta [AB] , tem-se
«» .AB
MP «» = 0

Se A 1 (1 , 3) e B 1 (3 , 5) , tem-se

P (x, y)

A
(1, 3)

M
(2, 4)

B
(3, 5)

«» = (x - 2 , y - 4)
MP «» = (2 , 2)
AB
(x - 2 , y - 4).(2 , 2) = 0 § 2x - 4 + 2y - 8 = 0 §
§ 2x + 2y - 12 = 0 " uma equação da mediatriz de [AB] .

Circunferência de diâmetro [AB]

A B
O

Se M é um ponto qualquer da circunferência de diâmetro [AB]


«» .MB
tem-se MA «» = 0.
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 105

Se A 1 (1 , 2) e B 1 (5 , 4) , uma equação

R
M (x, y)

P
(5, 4)

O
(1, 2)

de circunferência de diâmetro [AB] é:


(x - 1 , y - 2).(x - 5 , y - 4) = 0 §
§ x2 - 5x - x + 5 + y2 - 4y - 2y + 8 = 0
§ x2 + y2 - 6x - 6y + 13 = 0

Recta tangente a uma circunferência num ponto


dado
P (x, y)
14. Sejam os pontos A e B , tais que:
A 1 (1 , 0) e B 1 (- 1 , 4)
Determine uma equação para:
A
O 14.1 a mediatriz de [AB] ;

14.2 a circunferência de centro A e que


contém B ;

14.3 a tangente à circunferência de diâ-


metro [AB] , no ponto A ;
Se PA é a recta tangente à circunferência de centro O no ponto
A , tem-se 14.4 a recta perpendicular à recta AB e
«».OA
AP «» = 0 que contém a origem das coordenadas.

P (x, y)

O A (5, 3)
(1, 2)

Se O 1 (1 , 2) e A 1 (5 , 3) , uma equação da recta tan-


gente à circunferência no ponto A é:

(x - 5 , y - 3).(4 , 1) = 0 §
§ 4x - 20 + y - 3 = 0 § 4x + y - 23 = 0 .
106 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

4.7 PRODUTO ESCALAR NO ESPAÇO

R
A definição de produto escalar no espaço é uma extensão da defi-

P
nição de produto escalar no plano.
As propriedades referidas para o plano aplicam-se também ao pro-
duto interno no espaço.
Sejam » u = (a , b , c) e »
v = (a' , b' , c') , então:

u.»
» v = aa' + bb' + cc'

EXEMPLO 9 Calcular o produto escalar de dois vectores

u.»
Calcule » v sendo: »
u = (2 , 1 , 0) e »
v = (- 3 , 2 , 1) .

Resolução
(2 , 1 , 0).(- 3 , 2 , 1) = - 6 + 2 + 0 = - 4

4.8 ÂNGULO DE DOIS VECTORES NO ESPAÇO


Sejam »a e »
b dois vectores quaisquer do espaço.
a e »
Representemos » b , num referencial, fazendo coincidir o início
da representação com a origem das coordenadas.

z
Æ
Æ a
b

Æ Æ
b q a

O y

Consideremos que a medida em graus do ângulo dos dois vecto-


res é q . Então:
0° ≤ q ≤ 180°
• q = 0° , se os vectores são colineares e do mesmo sentido
• q = 180° , se os vectores são colineares e de sentidos opostos.

Do mesmo modo que no plano, vem:

a.»
» a||.||»
b = ||» b|| cos q

de onde:
a »
»
cos q = }.}
b
a||||»
||» b||
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 107

EXEMPLO 10 Determinar o ângulo de dois vectores

R
Determine, com a aproximação às décimas de grau, o ângulo dos

P
vectores: 15. Determine o ângulo dos vectores:
»
u = (- 1 , 2 , 3) e »
v = (0 , - 2 , 3) .
»
a = (- 1 , 0 , 2) e
»
b = (- 3 , 5 , 4) .
Resolução
u.»
» v
cos q = }}
|| u||||»
» v||
16. Escreva um vector que no espaço
(- 1 , 2 , 3).(0 , - 2 , 3)
cos q = }}}} seja perpendicular ao vector:
œw
(-w
1w)2w
+w2w
2
w+w32w.œw02ww+w(w-w2w
)2w
+w3w2
»
a = (- 1 , 0 , 2)
5 5
cos q = }} ; cos q = }}
œw
1w4.œw
1w3 œw
1w4w
.w
1w3 e tenha norma 5 .

Usando uma calculadora, vem:


q = 68,2°

EXEMPLO 11 Vectores perpendiculares

Determine a , de modo que » u = (a , 1 , 0) seja um vector perpendi-


cular ao vector »
v = (2 , 3 , - 5) .

Resolução
Se os vectores são perpendiculares, então o produto escalar é nulo
(cos 90° = 0) .
(a , 1 , 0).(2 , 3 , - 5) = 0
2a + 3 = 0
2a = - 3
3
a=-}
2
3
Logo, se a = - } , os vectores são perpendiculares.
2

Produto interno e projecção


Tem-se, como no plano:

Æ Æ
b b

a
a
Æ Æ
a a

proj »a »
b = ||»
b||.cos a
108 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

17. No referencial o. n. (0 , »i , »j , »k) , EXEMPLO 12 Projecção de um vector sobre outro vector


tem-se:
Determine a projecção de »
b = (6 , 3 , 2) sobre »

R
a = (1 , - 2 , - 2) .
1
a = } (»i - »j + »k) ;
»

P
œw3 Resolução
» 1
b = } (»j + »k) e
œw2 proj »a »
b = ||»
b||.cos a , sendo a o ângulo dos dois vectores.
1
c = } (- 2»i - »j + »k) .
» Temos:
œ6w
a.»
» b (6 , 3 , 2).(1 , - 2 , - 2)
cos a = }} = }}} =
aY»
17.1 Mostre que: » b; »
aY»
c e a||.||»
||» b|| œ3 w6
ww+w9w+w4.œ1 ww+w4w+w4
cY»
» b.
6-6-4 -4
= }} = }
17.2 Determine as projecções de œw
4w9.œw
9 21
» a, »
d = (1 , 1 , 1) sobre » b e »
c.
-4 28 4
proj »a »
b = 7.} = - } = - }
21 21 3

EXEMPLO 13 O trabalho realizado por uma força

Uma força constante » F de 40 kgf tem a direcção e o sentido do


»
vector u = (1 , 2 , 1) .
Calcule o trabalho W realizado pela força quando o seu ponto de
aplicação A 1 (0 , 3 , 0) se desloca para B 1 (5 , - 2 , 1)
(distância em metros).

Resolução
»
W=» «»
F. AB F
A
||»
F|| = 40 B

||»
u|| = œ1
ww+w
4w+w
1 = œ6
w

O vector unitário de direcção de »


u é: W=» «»
F.AB

1 2
» 1 2 1
u' = } , } , }
œw6 œ6w œ6w

1 2
» 1 2 1
F = 40 } , } , }
œw
6 œ6w œ6w

1 2
» 40
«» = } 80 40
F. AB , } , } .(5 , - 5 , 1)
œw
6 œ6 w œ6w
200 400 40 160
=}-}+}=-}=
œw6 œ6w œ6
w œ6w

160 œw
6
= - } ) - 65,3
6

Logo, o trabalho é, aproximadamente, - 65,3 kgm.


4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 109

… o que estudou no tema …

R
P
• o produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

• determinação do ângulo de dois vectores do plano e do espaço

• propriedades do produto escalar

• expressão do produto escalar das coordenadas dos vectores em referencial ortonormado

• aplicação do produto escalar na demonstração de propriedades geométricas

• aplicação do produto escalar na determinação de lugares geométricos


110 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1
Mostre que se as diagonais de um paralelogramo são perpendiculares então o
paralelogramo é um losango.

Resolução
Seja [ABCD] um paralelogramo

D C

Æ
v

Æ
A u B

«» = »
AD «» = »
v e AB u

[AC] e [DB] são as diagonais do paralelogramo.

«» = »
AC u +» «» = »
v e DB u -»
v

Afirmar que as diagonais são perpendiculares é afirmar que:


u +»
v ).(»
u -»
v) = 0 § »
u.(»
u -»
v) + »
v.(»
u -»
v) = 0 §

§ ||» u.»
u||2 - » u.»
v+» v - ||»
v||2 = 0 §

u||2 = ||»
§ ||» v||2

Se ||»
u|| = ||»
v|| , então o paralelogramo é um losango.

2
a = (6 , 1 , 3) e »
Determine um vector que seja perpendicular a » b = (5 , 0 , 1) .

Resolução
a (x , y , z).(6 , 1 , 3) = 0
b
c (x , y , z).(5 , 0 , 1) = 0

a 6x + y + 3z = 0 a 6x + y - 15x = 0 a - 9x + y = 0 a y = 9x
b §b § b §b
c 5x + z = 0 c z = - 5x c - 5x = z c z = - 5x
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 111

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
O conjunto dos vectores da família:

(x , 9x , - 5x) são perpendiculares aos dois vectores dados.

Concretizando x , por exemplo, fazendo x = 1 , obtemos o vector (1 , 9 , - 5)


que é perpendicular aos dois vectores dados.

Verifiquemos:

(1 , 9 , - 5).(6 , 1 , 3) = 6 + 9 - 15 = 0

(1 , 9 , - 5).(5 , 0 , 1) = 5 - 5 = 0

3
Determine o valor de c de modo que os pontos

A 1 (1 , 0 , 1) , B 1 (1 , 1 , 1) e C 1 (1 , 6 , c)

sejam pontos pertencentes a uma mesma recta.

Resolução
Para que os pontos A , B e C pertençam à mesma recta, os vectores AB«» e
«»
BC terão de ter a mesma direcção, ou seja, terão de ser colineares.

A B C

«» = B - A = (1 , 1 , 1) - (1 , 0 , 1) = (0 , 1 , 0)
AB

«» = C - B = (1 , 6 , c) - (1 , 1 , 1) = (0 , 5 , c - 1)
BC

Se os vectores têm a mesma direcção, vem:

(0 , 1 , 0) = l (0 , 5 , c - 1)

a0=0
d
b 1 = 5l §
d
c0=c-1

a0=0
d 1
b l = }}
d 5
cc=1

Logo, se c = 1 , os pontos A , B e C são colineares.


112 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
D C
Na figura ao lado [ABCD] é um quadrado de lado 5 cm . O é o ponto de
intersecção das diagonais.
Calcule:

1.1 AB «» ;
«» .BC «» .DC
1.2 AB «» ; O

«» .BD
1.3 AB «» ; «» .DC
1.4 AO «» .
A B

2
E D

Na figura ao lado [ABCDEF] é um hexágono regular de lado 1 cm .

Calcule:
F C
2.1 AB «» ;
«» .BC 2.2 OF «» ;
«» .AO «» .OC
2.3 AO «» . O

3 A B

Calcule proj »a »
b se ||» a.»
a|| = 9 e » b=-2.

4
a = (1 , 0 , 3) , »
Sendo » b = (2 , - 5 , 0) e »
c = (0 , 1 , - 3) , calcule:

a.»
4.1 » b ; a.»
4.2 » c ; 4.3 »
b.»
c .

5
Sendo »
u = (1 , 1 , 3) e »
v = (0 , 2 , 1) , calcule:

u.»
5.1 - 2» v; 5.2 (»
u-»
v ).(»
v+»
u) ;

5.3 (»
u - 2»
v ).(»
u + 2»
v) ; 5.4 »
0.(» u) - »
v + 10» u .(3»
v) .

6
Calcule:
6.1 3»
u.(4» u|| = ||»
v ) , sendo ||»
u + 6» u.»
v|| = 3 e » v=-1;

u+»
6.2 (3» u-»
v ).(5» v ) , sendo ||»
u|| = 2 ; ||»
v|| = 1 u Y»v .
e »
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 113

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
7
1
Sabe-se que ||»
u|| = 3 , ||»
v|| = 1 e cos (»u ,W »
v) = } .
3
Calcule k de modo que k »u+2» v e »u sejam dois vectores perpendiculares.

8
Determine um vector de norma 5 que seja perpendicular ao vector (1 , - 3) .

y (4, 6)
9 Æ
a

Observe a figura ao lado.


(1, 4)
9.1 Determine o ângulo formado pelos vectores (3, 2)
a e »
» b; Æ
b

a e proj »a »
9.2 Calcule proj »b » b. O x
(7, –2)

10
Dados os vectores »
u = (1 , 3) e »
v = (- 5 , 6) , calcule:

10.1 »
u.»
v ; 10.2 o ângulo dos dois vectores.

… verdadeiro ou falso …

11
O João calculou o produto escalar de dois vectores e concluiu que era igual a
»
p = (2 , 3) . O que pode dizer acerca do resultado obtido?

12
Das seguintes afirmações diga quais são falsas e justifique a sua resposta.

(A) Se ||» a|| = 2 , ||» a.»


b|| = 3 e » a e »
b = - 6 , então os vectores » b são
colineares.

(B) Acerca de dois vectores »


u e »
v , sabe-se que ||»
u|| = ||»
v|| = 10 .
» »
Então: - 10 ≤ u. v ≤ 10 .

a ,W »
p
(C) Sabe-se que ||»
a|| = 3 e proj »b »
a = 2 , então » b = }} .
6
(D) Se a projecção de um vector » u sobre um vector » v é igual a metade da
norma do vector »
u , então o ângulo dos dois vectores, » u e »v , é 60° .

PAM11 - 8
114 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

13 O pentágono regular

Numa circunferência de raio r está inscrito um pentágono regular de lado L .


D

E C

r
O

A B

«» .OE
13.1 Escreva em função de r : OC «» ;

«» .CD
13.2 Escreva em função de L : EC «» ;

13.3 Se EC = 12 cm , determine:
«» | ;
13.3.1 ||ED| 13.3.2 EC «» ;
«» .ED «» .DC
13.3.3 EC «» .

14 Os ângulos do triângulo

Na figura, [LUA] é um triângulo.


y

L
5

4
3

2
U
1
A
O 1 2 3 4 5 x

Determine a amplitude de cada um dos ângulos internos do triângulo.

15 As coordenadas de P
C
4
De acordo com os dados da figura, determine:
3
B
15.1 a ; 2 a
P
 1
A
15.2 AP ;
O 1 2 3 4 5 6 x
15.3 as coordenadas do ponto P .
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 115

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
16 O quadrado
A N
Na figura ao lado está representado um quadrado [MINA] e P é o ponto médio
do lado [NI] .

Sabendo que MP = œ5
w , mostre sucessivamente que:
P «» = 2 ;
16.1 MI «» = MI
16.2 MP «» ;
«» - }1} AM
2
«» .MP
«» = - 2 ; œw5
16.3 AM 16.4 cos a = } .
a 5
M I
17 A posição dos pontos

Acerca de quatro pontos distintos O , A , B e C , sabe-se que:


«» .OB
OA «» = OA «» .
«» .OC

Qual é a posição dos pontos?

18 Para mostrar

Mostre que: u.»


2» v = ||»
u+»
v||2 - ||»
u||2 - ||»
v||2 .

19 O sistema está em equilíbrio

8g 5g
12 g

Observe a figura e determine o ângulo a supondo que não há atrito.


H G

20 Ângulos num cubo


E F
Use o produto escalar para determinar:
C 20.1 a amplitude do ângulo que uma diagonal do cubo faz com uma das suas
D
arestas;
W representado na figura do lado, onde [ABCDEFGH] é um cubo.
20.2 DFC
A B
116 4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
21 Puxar o carro

Um carro é puxado por uma força de


20 newtons segundo um ângulo de
20
60°
60° com a horizontal.
Determine o trabalho necessário para
0 60
deslocar o carro de 60 metros.

22 A descida do avião

Um avião desce à velocidade de 220°

150 km/h num ângulo de 40° abaixo


da horizontal, como mostra a figura:
Determine as coordenadas do vector
que representa a velocidade do avião.

23 A equilibrista

6° 8°
3
fl
3
fl

fl
fl

fl
fl

fl
fl

fl
fl
fl

fl

» »
fl

fl
fl

fl
fl

fl
fl
fl

fl
fl

fl
fl

v u
fl
fl

fl
fl
fl

fl
fl

fl
fl

fl
fl

fl
fl
fl

fl
fl

fl
fl

fl
fl

fl
fl

fl
fl
fl

fl
fl
fl
fl
fl
fl
fl
3

Uma equilibrista pesa 80 kg .


Observe a figura e determine a norma de »
u e a norma de »
v (ou seja, a força
de tensão exercida em cada um dos pilares).

24 A bola

Uma bola é lançada com uma velocidade inicial de


20 m/s , segundo um ângulo de 52° com a hori-
zontal.

Escreve o vector »
v resultante da velocidade através
das suas coordenadas num referencial ortonormado.
4. Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço 117

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
25 No plano inclinado

30°

Um pacote pesa 60 kg e vai ser empurrado de modo a subir a rampa.


Qual é a força necessária para fazer o pacote deslizar na rampa?

26 A tensão nos cabos

Se a placa da figura pesa 2000 kg ,


determine a tensão que suporta cada
cabo.

72° 72°

2m

27 A resultante

Observe a figura:
y

Æ
v

Æ
1 u
C Æ
j
O Æ
i 1 x

»
u e »
v representam duas forças que são exercidas sobre o corpo C .

27.1 Determine a norma da força resultante das duas forças consideradas.

27.2 Calcule, com erro inferior a 1°, o ângulo da resultante com a horizontal.
118 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

5. PERPENDICULARIDADE DE VECTORES E RECTAS.

R
CONJUNTOS DEFINIDOS POR CONDIÇÕES

P
1. No plano as rectas podem ser: y

paralelas concorrentes
a

coincidentes estritamente
paralelas

Æ
1.1 Observe a figura ao lado e indique u
1
duas rectas: b

• paralelas; –4 O Æ
v 1 B x

• concorrentes e perpendiculares;
• concorrentes não perpendiculares.
c

1.2 A recta a contém o ponto


A 1 (0 , 5) e tem a direcção: –5

»
u = (6 , 3) .
A recta b tem a mesma direcção da recta
a e contém o ponto B 1 (9 , 0) .
Escreva uma equação vectorial e a equa- 5.1 ÂNGULO DE DUAS RECTAS NO PLANO
ção reduzida das rectas a e b .
Desenhemos duas rectas concorrentes não perpendiculares: r e s .
1.3 Escreva uma equação das rectas c e
As rectas definem no plano quatro ângulos iguais dois a dois.
d.
Dois desses ângulos são necessariamente ângulos agudos.
1.4 Escreva um vector director de cada À amplitude de um desses ângulos chama-se ângulo de duas rectas.
uma das rectas: a , b , c e d .
Dadas duas rectas r e s concorrentes e não perpendiculares,
chama-se ângulo de duas rectas ao menor ângulo por elas definido.

O ângulo a é o ângulo das rectas r e s .


0° ≤ a ≤ 90°
5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 119

O ângulo de duas rectas paralelas é 0° e o ângulo de duas rectas


perpendiculares é 90° .

R
P
Determinação do ângulo de duas rectas no plano

Observemos as figuras em que a representa o ângulo das duas


rectas.

r r

Æ Æ Æ
v v u
a a
Æ
u

s s

u W, »
cos a = cos (» v) u W, »
cos a = - cos (» v)

Sendo »
u e »
v vectores directores das rectas r e s , res-
pectivamente, o co-seno do ângulo das duas rectas é igual ao
valor absoluto do co-seno do ângulo dos dois vectores.

u W, »
cos a = |cos (» v )| Nota
• ||»
u|| e ||»
v|| são positivos.
u.»
»
u W, »
v
Sabemos que: cos (» v ) = }} • O produto escalar pode ser positivo ou
»
|| u||.||»
v || negativo.

Logo, • O módulo do quociente é igual ao quo-


ciente dos módulos.
u.»
|» v|
cos a = }}
|| u||.||»
» v||

Na primeira figura da página anterior, tem-se:

• o ângulo das rectas a e b é 0° ;

• o ângulo das rectas c e d é 90° ; 2. Na primeira figura da página anterior


determine o ângulo das rectas b e d .
• o ângulo das rectas a e c é o mesmo que o ângulo das rectas
b e c.

Vector director da recta b 2" »


u = (6 , 3)

Vector director da recta c 2" »


v = (1 , 0)

|(6 , 3).(1 , 0)| 6


cos a = }}} ; cos a = }
œw3w
6w+w9.œw 1w
+w0 œw
4w5

a 9 (26,6)°
120 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

EXEMPLO 1 Determinar o ângulo de duas rectas

R
Dadas as rectas definidas por:

P
y=x+3 e x + 2y - 1 = 0

represente-as num referencial e determine o ângulo das duas rectas.

Resolução
1 1
y=x+3 x + 2y - 1 = 0 § y = - }} x + }}
2 2

x y x y

0 3 A 1 (0 , 3) 3 -1 C 1 (3 , - 1)
-1 2 B 1 (- 1 , 2) 1 0 D 1 (1 , 0)

y
y=x+3
A
3. Determine o ângulo das rectas r e s B

definidas por: a a

D
3.1 O
C
x

r : (x , y) = (0 , 3) + k (1 , 3) , k å R y = – 1 x +1
2 2
s : (x , y) = (- 1 , 5) + k (- 1 , 2) , k å R

3.2
«» = B - A = (- 1 , 2) - (0 , 3) = (- 1 , - 1) = »
r : y = 2x + 1 AB u
s : y = - 3x
«» = D - C = (1 , 0) - (3 , - 1) = (- 2 , 1) = »
DC v
3.3
r:x+y-1=0 |»
u.»
v|
cos a = }}
s:y=x+2 ||»
u||.||»
v||

3.4 |(- 1 , - 1).(- 2 , 1)|


cos a = }}}}
r : y = 2x + 3 œw
(-w1w
)2w
+w(w
-w1w
)2.œw(-w2w
)2w
+w12w
s : y = 2x - 3
|2 + (- 1)|
cos a = }}
œw2.œw 5

1
cos a = }
œw
1w0

a = 1,25 radianos
ou

a 9 (71,6)°
5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 121

5.2 INCLINAÇÃO DE UMA RECTA DO PLANO

R
Observemos as figuras seguintes onde num referencial estão repre-

P
sentadas as rectas r , s e t .

y y t y
r
s

a
a a
O x O x O x

Chama-se inclinação da recta ao ângulo positivo que a recta forma


com o eixo dos xx considerando este eixo para lado origem.

Relação entre o declive de uma recta e a sua


inclinação

Consideremos as rectas definidas por:


y=x e y=-x+3.
y

y=x
3

1
b
a
1 2 3 4 x
O

y=–x+3

A respeito da recta y = x , sabe-se que:


• a = 45° = inclinação da recta;
• o declive da recta y = x é 1 ;
• e que tg 45° = 1 .

A respeito da recta y = - x + 3 , sabe-se que:


• b = 135° = inclinação da recta;
• o declive da recta y = - x + 3 é - 1 ;
• e que tg (135°) = - 1 .

O declive de uma recta é a tangente trigonométrica da inclinação


da recta.
122 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

y y y
y = mx + b

R
B (x2, y2) b y=b

P
B (x2, y2)
A (x1, y1) B (x2, y2)
b a
a
0 x 0 x 0 x
b
A (x1, y1)

A (x1, y1) m = tg 0° = 0
m = tga m = tga y = mx + b

Declive positivo Declive negativo Declive nulo

y2 - y1
m = tg a = }}
x2 - x1

EXEMPLO 2 Determinar a inclinação de uma recta

Determine a inclinação das rectas:

r : y = 2x + 3 ; s : 2x + y - 3 = 0 ; t:y=2; u:x=-3.

4. Determine a inclinação de cada uma


das rectas: Resolução y
r
3
4.1 a : y = - 3x + 1 ; r : y = 2x + 3
x y
1 m=2;
4.2 b : y = 2x + }} ; 2
0 3
2
4.3 c : x + 2y - 2 = 0 ; tg a = 2 ; 1
- 1,5 0

4.4 d : y = - 2x ; a ) 63,4° a

–2 –1 O x
4.5 e : y = - 500 ;
s : 2x + y - 3 = 0 § y = - 2x + 3
4.6 f : x = 1800 .
y

s
5. Escreva uma equação de recta que 3
x y
contém o ponto A 1 (- 1 , 5) e tem
inclinação: 2 0 3

p 1 1
5.1 }} radianos ; 1
3
a
5.2 1 radiano ;
O 1 2 x
5.3 45° ;

5.4 15° . tan a = - 2 ; a ) 116,6°


5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 123

t:y=2 y
x=3

R
a = 0°
t y=2

P
u:x=3

a = 90° 90°

O x
u

5.3 RECTAS PERPENDICULARES NO PLANO

a
b
c
a
d
a
s
a

a
Æ
u
a

Æ
v
r

As rectas a , b , c , d e s são perpendiculares à recta r .


a = 90°

Duas rectas, r e s , do plano ou do espaço são perpendiculares


se o ângulo das duas rectas é um ângulo recto.
Sendo »
u e »
v dois vectores directores das rectas r e s , res-
pectivamente, e a o ângulo das duas rectas, temos:


u.»
v|
cos a = }}
|| u||.||»
» v||

Sendo as rectas perpendiculares, cos a = 0 .

Então:
u.»
|» v|
0 = }} u.»
§ |» u.»
v| = 0 § » v=0
||»
u||.||»
v||

Duas rectas, r e s , são perpendiculares se os seus vectores


directores »
u e »
v o forem.

Se »
u = (x1 , y1) e »
v = (x2 , y2) , então

r Y s § x1 x2 + y1 y2 = 0 J. Lafuente
124 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

EXEMPLO 3 Rectas perpendiculares

R
Os vectores (1 , 3 , 0) e (- 6 , 2 , 3) são vectores directores de

P
duas rectas, r e s . Averigúe se as rectas são perpendiculares.

Resolução
Seja »
u = (1 , 3 , 0) e »
v = (- 6 , 2 , 3)

(1 , 3 , 0).(- 6 , 2 , 3) = - 6 + 6 + 0 = 0

u .»
Como » v = 0 , podemos concluir que as rectas são perpendiculares.

5.4 RELAÇÃO ENTRE OS DECLIVES DE DUAS


RECTAS PERPENDICULARES NO PLANO

m=3

O x

m=–1
3
s

As rectas r e s são perpendiculares. O declive de uma é 3 e o


1
da outra é - }} .
3

Sejam as rectas r e s:

r : y = mx + b s : y = m'x + b'

Se r e s são perpendiculares, então os vectores directores das


rectas são perpendiculares.

(1 , m) " vector director de r ;

(1 , m') " vector director de s .

Se os vectores são perpendiculares, o produto escalar é nulo.


1
(1 , m).(1 , m') = 0 § 1 + mm' = 0 § m' = - }
m
5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 125

São perpendiculares as rectas:

R
1
• y = 2x + 3 e y = - }} x + 6 ;
2

P
•y=-x+1 e y=x+5;

2
• y = - }} x + 1 e y = }3} x + 800 .
3 2

De um modo geral, tem-se:

r : y = mx + b , m00 e s : y = m'x + b' , m' 0 0

Se m' = m , as rectas r e s são paralelas;


1
Se m' = - }} , as rectas r e s são perpendiculares.
m

EXEMPLO 4 Rectas perpendiculares a uma recta dada 6. Indique o declive da recta r que é
perpendicular à recta s , sabendo que o
Considere a recta de equação:
declive da recta s é:
y = - 0,5x + 2
6.1 1 ;
4.1 Escreva a equação de família das rectas que são perpendiculares
6.2 - 3 ;
à recta dada.
6.3 œ2w ;
4.2 Escreva uma equação de recta que é perpendicular à recta dada
e contém o ponto A 1 (- 1 , 2) .
6.4 - 1 ;
1
6.5 - }} .
3
Resolução
1
4.1 y = - 0,5x + 2 ou y=-}x+2 7. Determine a equação de recta que
2
contém o ponto A (1 , 5) e é perpendi-
As rectas que têm declive 2 são perpendiculares à recta dada.
cular à recta de equação y = - 2x + 5 .
A equação da família das rectas pedidas é:
y = 2x + a
8. Escreva uma equação da recta que
4.2 Se a recta pedida é perpendicular à recta dada é da família contém o ponto A (- 1 , 3) e é perpen-
dicular à recta de equação:
y = 2x + a
x-1 y+3
8.1 } = } ;
Se contém A 1 (- 1 , 2) , vem 2 3
2 = 2.(- 1) + a 8.2 2x - 3y + 5 = 0 ;

2=-2+a § a=4 8.3 x = 10 ;

A recta pedida é y = 2x + 4 . 8.4 y = - 3 .


126 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

9. Determine uma equação da recta que é Outra forma para determinar a equação da recta pedida seria usar o
perpendicular à recta de equação conhecimento do declive e de um ponto.

R
1
y=-}x+3 m=2; A 1 (- 1 , 2)

P
2
e tem ordenada na origem 3 .
y - y1 = m (x - x1)
y
3
y = mx + b Equação da recta que contém P 1 (x1 , y1) e declive m .

O x Então:
b y - 2 = 2 (x + 1) § y = 2x + 4 .

Podia-se ainda resolver o problema aplicando o produto escalar.

5.5 DISTÂNCIA DE UM PONTO A UMA RECTA NO


PLANO

Dada uma recta s e um ponto P que não pertence à recta,


P s chama-se distância de P a s ao comprimento de [PA] , sendo A o
ponto de intersecção da recta s com a recta que contém P e é per-
A
pendicular a s .

Sendo d a distância de P a s , vem:


d = PA

EXEMPLO 5 Distância de um ponto a uma recta

Determine a distância do ponto P 1 (3 , - 4) à recta de equação

2x + y + 3 = 0 .

Resolução

1.° Processo

Pretendemos determinar PA . r y = – 2x – 3
Comecemos por escrever a equação
da recta que contém P e é perpendi- A

cular à recta dada.


Em seguida determinamos as coorde- P (3, – 4)

nadas do ponto A , que é o ponto de


intersecção das duas rectas.
Finalmente, determinamos a distância de P a A .
5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 127

• Recta PA

R
1
m = }}
2

P
P = (3 , - 4) y - y1 = m (x - xi)

1
y + 4 = }} (x - 3)
2
1 3
y = }} x - } } - 4
2 2
1 11
y = }} x - }}
2 2

1 11
Logo, PA: y = }} x - }} .
2 2

• Determinação das coordenadas de A

1 11
a y = }} x - }} a y = }1} x - }
11
}
d 2 2 d 2 2
d d
b §b §
d d 1 1 1
d y = - 2x - 3 d }} x - }} = - 2x - 3
c c 2 2
1 11
a y = }} x - }}
d 2 2
§b
d
c x - 11 = - 4x - 6

1 11
a y = }} x - }}
d 2 2
§b
d
c 5x = 5

ay=-5
§b
cx=1

Logo, A (1 , - 5) .


• Determinação de PA

A distância de A (x1 , y1) a B (x2 , y2) é dada pela fórmula:

d = œ(x
ww wwxw
2 - 1)w+
2
ww(w
y2w
-wyw
1)w
2

Temos:
P (3 , - 4) e A (1 , - 5)

PA = œ(3
ww-w1w
)2w
+w(-
ww4w+w5w
)2 = œ4
ww+w
1 = œ5
w.
128 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

Nota 2.° Processo

O ponto Q 1 (0 , - 3) é um ponto da recta dada e »


r = (2 , 1)

R
Sendo s : y = mx + b

P
e P 1 (x0 , y0) , um vector da recta r perpendicular à recta dada.
 «»
a distância de P à recta s pode ser PA = |projr PQ|
determinada pela fórmula:

|y0 - mx0 - b|
d = }} «» .»
Como PQ r = ||» «» ,
r ||.projr PQ
œw1w+wm2w
«» .»
PQ r ( - 3 , 1).(2 , 1)
«» = }
vem, proj »r PQ = }} =
(1) Para determinar a distância de um ponto
||»
r || œ4 w+1
a uma recta não é necessário conhecer
-6+1 5
qualquer fórmula. = } = - } = - œ5
w
œw
5 œw5


10. Observe a figura e determine: Logo, PA = |- œ5
w | = œ5
w.
y

B (4, 3) 3.° Processo

O problema também podia ser resolvido usando a fórmula:

|Ax0 + By0 + C|
A (3, 1) d = }} (1)
O x œwA2ww+wBw2
que nos dá a distância d da recta de equação Ax + By + C = 0 ao
ponto P (x0 , y0) .

10.1 as equações das bissectrizes dos Temos: r : 2x + y + 3 = 0 e P (3 , - 4) .


ângulos definidos pelas rectas OA e A=2; B=1; C=3; x0 = 3 e y0 = - 4
OB ;
10.2 uma condição que defina a bissectriz |2.3 + 1.(- 4) + 3| 5
Então: d = }}} § d=}
do ângulo AOB . œw2ww+w1w
2 2 œ w
5
Logo, d = œ5
w.

5.6 BISSECTRIZ DE UM ÂNGULO

Q s

A bissectriz de um ângulo pode determinar-se atendendo a que um


ponto qualquer P da bissectriz dista igualmente das rectas que con-
têm os lados do ângulo.
5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 129

EXEMPLO 6 Distância entre duas rectas paralelas

R
Determine a distância das rectas de equações:

P
y = 2x + 3 e y = 2x + 5 .

Resolução

A distância de duas rectas paralelas é a distância de um ponto de uma


delas à outra recta.

As rectas são paralelas porque têm o mesmo declive: 2 .


Determinemos um ponto P de uma delas.
11. Determine a distância entre as rectas
x y = 2x + 3 de equações
0 3
y = - 3x + 1 e

Apliquemos a fórmula:
3x + y - 5 = 0 .

|Ax0 + By0 + C|
d = }}
œwA2ww+wBw2

P (0, 3)
y = 2x + 5

y = 2x + 3

y = 2x + 5 § - 2x + y - 5 = 0
A=-2; B=1 e C=-5
P (0 , 3) " x0 = 0 e y0 = 3 .

Então:
|- 2.0 + 1.3 - 5| 2
d = }}} § d=}.
œw(-w
2w)w
2
+w
1w
2
œ5w

2
Logo, d=}.
œw5

PAM11 - 9
130 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

5.7 EQUAÇÕES DE UMA RECTA NO ESPAÇO

R
A recta r que contém o ponto A e tem direcção de »
u é definida

P
por:
P=A+l»
u, låR

r Sendo
P 1 (x , y , z)
A
A 1 (x1 , y1 , z1)
»
Æ
u u = (a , b , c)

Vem:

(x , y , z) = (x1 , y1 , z1) + l (a , b , c) , l å R

3
Equação vectorial da recta

Desta equação deduzem-se z


as equações:
A (0, 0, 3)
a x = x + la Æ
d 1 u = (1, 2, 3)
b y = y1 + lb , l å R O y
d
c z = z1 + lc
3 x

Equações paramétricas da recta


(x , y , z) = (0 , 0 , 3) +
+ l (1 , 2 , 3) , l å R
3
Equação vectorial da recta
Se a , b e c forem não
nulos, podemos escrever:
ax = l
x - x1 d
a l = }a} b y = 2l
d d
d y-y c z = 3 + 3l , låR
b l = }}1
d b 3
d Equações paramétricas da recta
cl=} z - z1
c}
Temos:
l=x
y
l = }}
2
z-3
l = }}
Eliminando o parâmetro l , 3
vem: Então,

x -x y-y z-z y z-3


}a}1 = }}1 = }c}1 x = }} = }}
b 2 3
3 3
Equações cartesianas da recta Equações cartesianas da recta
5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 131

ou ou

a x - x1 y - y1 a

R
y
d }a} = }b} d x = }2}

P
b b
d}x - x1 z - z1 dx = } z-3
} = }} }
c a c c 3
3 3
Equações cartesianas da recta Equações cartesianas da recta

As equações cartesianas da recta também se podem escrever 12. Escreva as equações cartesianas da
mesmo quando uma ou duas coordenadas do vector director são nulas. recta que contém A e tem a direcção de
»
v , sendo

EXEMPLO 7 Equações cartesianas de uma recta 12.1


Escreva as equações cartesianas da recta s . A 1 (- 3 , 1 , 0)
»
v = (- 1 , 1 , 3) ;
A (0, 3, 4) s

12.2
Æ
A 1 (0 , 1 , 4)
u = (0, 1, 2)
»
v = (0 , 1 , 3) ;
Resolução
12.3
a x = 0 + l.0 a A 1 (3 , 4 , 1)
d dx=0
b y = 3 + l.1 b »
v = (2 , 0 , 3) .
d d z-4
c z = 4 + l.2 , låR c y - 3 = }2}

3 3
Equações Equações 13. Mostre que a equação
paramétricas da recta cartesianas da recta 4 + 2x 3 - 2y
}=}=z+1
3 2
representa uma recta e indique um ponto
EXEMPLO 8 Equações de uma recta e um vector da recta.
Escreva as equações cartesianas da recta s .

s
14. Escreva uma equação da recta que é
A (0, 1, 2) paralela à recta de equação
Æ
u = (0, 5, 0) x+1
} = y + 1 = 2z - 3
2
Resolução
e contém A 1 (- 1 , 1 , 1) .
a x = 0 + l.0
d a
b y = 1 + l.5 dx=0
b
d d
c z = 2 + l.0 , låR cz=2

3 3
Equações Equações
paramétricas da recta cartesianas da recta
132 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

5.8 DISTÂNCIA DE UM PONTO A UMA RECTA NO


ESPAÇO

R
P
Para determinarmos, no espaço, a distância de um ponto a uma
recta podemos usar o produto interno (no plano poderíamos proceder
de modo idêntico).

15. Determine o valor aproximado às


décimas da distância do ponto:
EXEMPLO 9
P 1 (4 , 0 , 6) São dados os pontos da recta AB :
C (1, 1, 5)
A (1, 2, 3)
à recta AB , sendo: A 1 (1 , 2 , 3) e d
B 1 (4 , 8 , 2) .
A 1 (2 , 1 , 5) e
B 1 (- 8 , 2 , 7) . Determinar a distância de B (4, 8, 2)

C 1 (1 , 1 , 5) à recta AB .

16. Sejam: Resolução


A 1 (- 1 , 3 , 5) e C (1, 1, 5)
Vamos determinar: A (1, 2, 3)
B 1 (- 4 , 2 , 3) . d
«» | e ||BH|
||BC| «» |
16.1 Escreva uma condição que defina a H
«» = C - B = (- 3 , - 7 , 3)
BC
recta AB . B (4, 8, 2)
«» | = œ9
||BC| ww+www+w
49 9 = œ6
w7
w
16.2 Determine a distância de
P 1 (- 1 , 2 , 5) «» | é a projecção de BC
||BH| «» sobre AB
«» .
à recta AB . «» = B - A = (3 , 6 , - 1)
AB

«» | = œ9
||AB| ww+www+w
36 1 = œ4
w6
w

«».BC
AB «» = ||AB|
«» | proj «» BC
«»
AB

«» (3 , 6 , - 1).(3 , 7 , - 3) 9 + 42 + 3
» BC = }}} = }} = }
projAB
«
54
œw4w6 œ4w6
w œw4w
6

Temos:

BC = œ6
w7
w
 54
BH = }
œw4w
6

Aplicando o teorema de Pitágoras, vem:


1œ6wß7wß2ßß-ßß
1} wß2 = !6ß7ßßßß
2
54 2
542
d= -}
œ4
w6 46

Logo, d 9 1,9 .
5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 133

5.9 DETERMINAÇÃO DO ÂNGULO DE DUAS RECTAS


NO ESPAÇO

R
P
Na figura [ABCDEFGH] é um cubo.

H s
Nota
G
Há autores que distinguem rectas ortogo-
r nais de rectas perpendiculares no espaço.
E P
Para estes as rectas ortogonais só são
F
perpendiculares se forem complanares.
D Neste livro não se distinguem os termos
C ortogonal e perpendicular.

A
B

As rectas r e s não são complanares, mas são rectas perpendi-


culares.
Dadas duas rectas quaisquer no espaço, se pretendermos conhecer
o ângulo das rectas dadas fazemos passar por um ponto P qualquer
do espaço rectas paralelas às rectas dadas. O ângulo das rectas dadas
é igual ao ângulo das rectas obtidas e concorrentes em P .
Assim a determinação do ângulo de duas rectas no espaço reduz-se
à determinação do ângulo de duas rectas concorrentes e portanto
complanares. 17. Na figura [ABCOEFGH] é um
paralelepípedo.
Se a é o ângulo de r e s , vem:
z

cos a = }} |»
u.»
v| H √3

||»
u||.||»
v||
E
G
sendo »
u e »
v vectores paralelos respectivamente às rectas r e s .
F
O
Se as rectas r e s são perpendiculares, √2
r A 1
cos a = 0 e x C
y
a
a = 90° B

s
De acordo com os dados da figura deter-
mine o ângulo das rectas:

Se as rectas r e s são paralelas, r 17.1 EF e CB ;


cos a = 1 e s 17.2 HG e AB ;
a = 0°
17.3 AG e HE ;

17.4 EC e HF .
134 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

… o que estudou no tema …PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
• ângulo de duas rectas no plano

• inclinação de uma recta no plano

• rectas perpendiculares no plano

• relação entre os declives de duas rectas perpendiculares no plano

• determinação da distância de um ponto a uma recta no plano

• determinação da bissectriz de um ângulo

• equações de uma recta no espaço

• determinação da distância de um ponto a uma recta no espaço

• determinação do ângulo de duas rectas no espaço


5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 135

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1
Determine uma equação de uma recta que seja paralela à recta de equação

3x + 4y - 15 = 0 e diste desta 3 unidades.


Desenhamos a recta r .
Resolução
3x + 4y – 15 = 0
Na resolução de um problema de Geometria Algébrica, primeiro resolve-se o pro-
blema geometricamente (ver coluna ao lado) e, em seguida, algebricamente.

r Algebricamente, vem:

r : 3x + 4y - 15 = 0 4y = - 3x + 15
Desenhamos uma recta
3 15 3 4
qualquer perpendicular a y = - }} x + }} mr = - }} ; ms = }}
4 4 4 3
esta. 4
A recta s pode ser, por exemplo, y = }} x .
Seja a recta s . 3

1 2
4
Se o ponto A pertence a s , então A 1 a , }} a .
3

A distância de A a r é 3 .
Ax + By + C = 0
|Ax0 + By0 + C|
r s d = }}
œAw2w+wB2w
d
Na recta s marcamos A (x0, y0)
Temos, então:
um ponto que diste 3
unidades da recta r .
*3.a + 4.}43} a - 15*
(Temos duas soluções.) 3 = }}} §
œw
9w+w
1w
6
A’
16 16
§ 15 = 3a + }} a - 15 › - 15 = 3a + }} a - 15 §
3 3
90 18
§ a=} › a=0 § a=} › a=0
r A 25 5
s

1 2
18 24
Vem, A 1 (0 , 0) ou A1 }, } .
Pelo ponto A traçamos 5 5
uma recta paralela à 3
A recta pedida tem declive - } e contém A .
recta dada. (Temos duas 4
soluções.) Logo, uma das suas equações é:

1 2
t’ 3 24 3 18
A’
y - 0 = - }} (x - 0) › y - }} = - }} x - }}
4 5 4 5

t O problema tem duas soluções. As rectas de equações:


r
A 3 3
s y = - }} x e y = - }} x + 7,5
4 4
136 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
2
Observe a figura e represente por uma condição a área sombreada.

y
A B

O 1 D x

Resolução
Vamos escrever as equações das linhas que limitam a região assinalada.

• Recta AB : y = 4

• Recta OD : y = 0

• Recta AO : O 1 (0 , 0) ; A 1 (- 5 , 4) .

4 4
mAO = } = - } Nota
-5 5
y
4
Recta AO : y = - } x
5

• Circunferência:
O x
Centro : C 1 (2 , 2) ; Raio : r = 2
Note que se não considerar, no
(x - 2)2 + (y - 2)2 = 4 exemplo ao lado, a condição x ≤ 2
a área representada não é a dada
Região limitada: mas sim a da figura acima.
4 Sempre que na definição da super-
(y ≤ 4 ‹ y ≥ 0 ‹ y ≥ - }} x ‹ (x - 2)2 + (y - 2)2 ≥ 4 ‹ x ≤ 2) ›
5 fície surgem linhas curvas e preten-
› (x - 2)2 + (y - 2)2 = 4 demos pontos exteriores a estas
devemos ter em atenção o aspecto
referido neste exemplo.

3
y 4
Na figura, a área sombreada é limitada
por um semicírculo, por parte de uma 2
parábola e por parte de uma recta. 1
-3 3
Escreva uma condição que represente O x
a área referida.

-3
5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 137

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
Nota Resolução
Vamos escrever as equações das linhas que limitam a área sombreada.
y

• Circunferência
C 1 (0 , 0) e r = 2
h x2 + y2 = 4 " equação da circunferência
O x
k
• Parábola
V 1 (0 , 4) e contém, por exemplo, o ponto A 1 (3 , 0)
y = a (x - h)2 + k
y = a (x - 0)2 + 4 § y = ax2 + 4
Equação de uma parábola de
vértice (h , k) . Determinemos a
0 = 9a + 4
4
a = - }} .
9
Logo,
4
y = - }} x2 + 4 " equação da parábola
9

• Recta
y = - 3 " equação da recta

A região dada é definida por:

1y ≥ - 3 ‹ y ≤ - }9} x + 4 ‹ y ≤ 02 ›
4 2

› 1x + y ≥ 4 ‹ y ≥ 0 ‹ y ≤ - }} x + 42
2 2 4 2
9

4
Represente, geometricamente, o conjunto de pontos definido pela condição:
y ≥ - x2 + 4 ‹ y ≥ x2 - 4 ‹ y ≤ 5

Resolução
• y = - x2 + 4 é a equação de uma parábola.
Vértice: V 1 (0 , 4) e zeros: - 2 e 2 .

y
• y = x2 - 4 é a equação de uma parábola de vértice: V 1 (0 , - 4) e
5 zeros: 2 e - 2 .

• y = 5 é a equação de uma recta horizontal.


Ao lado, está representada a região definida pela condição dada. A fronteira,
-3-2 0 2 3 x definida por parte de duas parábolas e um segmento de recta, também per-
tence à região definida algebricamente.
138 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
No referencial ortonormado (O , »i , »j ) estão representados os vectores »
u, »
v
»
e w.
y
D

Æ
v

Æ
w C
A

E
B
Æ
u

1
Æ
j
O Æ 1 F x
i

1.1 Escreva as coordenadas de cada um dos vectores.

1.2 Escreva um vector de norma 1 e com a direcção do vector »


w.

1.3 Determine o ângulo dos vectores »


u e »
w.

1.4 Seja r a recta que contém A e tem direcção de »


u e s a recta que con-
tém B e a direcção de »
w.

1.4.1 Escreva uma equação para as rectas r e s .


1.4.2 Determine o ângulo das rectas r e s .
1.4.3 Qual é a inclinação das rectas r e s ?

1.5 Escreva uma equação de recta t que contém A e tem inclinação:


p
1.5.1 }} ; 1.5.2 p ; 1.5.3 2 radianos.
2
1.6 Escreva a equação da recta que contém o ponto A e é perpendicular à
recta de equação: 2x + 3y - 5 = 0 .

1.7 Determine a distância do ponto A à recta que contém a origem das coorde-
nadas e tem a direcção de »
w.

1.8 Determine a distância entre as rectas CD e OE .

1.9 Determine uma equação da bissectriz do ângulo FOE .


5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 139

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
2
Escreva as equações cartesianas da recta do espaço que contém o ponto A e
é paralela ao vector »
v.

2.1 A 1 (0 , 1 , - 3) ; »
v = (2 , 1 , 4) ;

2.2 A 1 (0 , 1 , - 2) ; »
v = (0 , 2 , - 3) ;

2.3 A 1 (- 1 , 1 , 4) ; »
v = (0 , - 1 , 0) .

3
Verifique se os pontos A , B e C são colineares, sendo:

3.1 A 1 (2 , 2 , 3) , B 1 (3 , 5 , 4) e C 1 (1 , - 1 , 2) ;

3.2 A 1 (0 , - 1 , 2) , B 1 (3 , 5 , 0) e C 1 (0 , 0 , 0) .

4
Determine a e b de modo que o ponto A 1 (a , 2 , b) pertença à recta
que contém os pontos B 1 (1 , 4 , 0) e C 1 (1 , 0 , - 1) .

5
Determine a distância do ponto P 1 (- 1 , 2 , 3) à recta de equação:
z-1
3-x=y=}
2

6
Sejam l1 e l2 as rectas de equações:
x-1 y-2 z-4
l1 : } = } = }
2 -1 -2
z+4 y-5
l2 : } = } = x - 9
-1 3

6.1 Verifique se as duas rectas se intersectam no ponto de coordenadas


(7 , - 1 , - 2) .

6.2 Determine o ângulo das duas rectas.

6.3 Escreva a equação vectorial da recta que contém o ponto de intersecção


das duas rectas dadas e é perpendicular a ambas.
140 5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

Das seguintes afirmações, diga quais são falsas, justificando.

(A) O ângulo de duas rectas no plano é sempre menor do que um ângulo recto.

(B) O ângulo das rectas r e s é igual ao ângulo dos vectores »


u e »
v.

r
Æ Æ
v u

(C) A inclinação de uma recta no plano é igual ao declive da recta.

(D) A inclinação de uma recta é sempre menor ou igual a 90° .

1
(E) Se uma recta tem de equação y = 3x + 2 , as rectas da família y = - }} x + a
3
são perpendiculares à recta dada.

(F) São paralelas as rectas de equações:

y1 = - x + 3 e

y2 = x + 4

(G) São perpendiculares as rectas de equações:

y1 = œ2
wx+3 e
œw2
y2 = - } x + 3
2

(H) Os pontos da bissectriz de um ângulo distam igualmente dos lados do


ângulo.

(I) A bissectriz de um ângulo é uma recta.

(J) Pode determinar-se a distância de um ponto a uma recta, no plano ou no


espaço, usando o produto escalar de dois vectores.
5. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos definidos por condições 141

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

8 A pirâmide suspensa

No referencial ortonormado (O , »i , »j , »k) considere a pirâmide quadrangular


regular [ABCDV] . Sabe-se que:

•Aw=6;
wC w=5;
wV
A

• Os pontos A e B têm ordenadas simétricas;

• V 1 (0 , 0 , 8) .
z

C
D

A
B

O y


8.1 Determine AB .

8.2 Qual é a altura da pirâmide?

3 œw
2
2 3 œ2
1
w
8.3 Mostre que A 1 } , - } , 4
2
2 e determine as coordenadas
de B , C e D .

8.4 Escreva as equações cartesianas das rectas suporte das arestas da pirâmide.

W e VBC
8.5 Determine BVC W .

œw2
8.6 Determine a distância de P 1 0 , } , 8
2 1 2 à recta AC .
8.7 Escreva a equação do plano mediador da aresta [BC] .

8.8 Escreva uma equação do plano ABC .

8.9 Escreva uma condição que defina a intersecção do plano ABC com a
esfera de diâmetro [DB] .
142 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

6. PLANOS. INTERSECÇÃO DE PLANOS E RECTAS NO ESPAÇO

R
P
1. Das seguintes afirmações diga, justifi-
cando, quais são falsas:

(A) Três pontos definem um plano.

(B) Uma recta e um ponto definem um


plano.

(C) Duas rectas concorrentes definem


um plano.

(D) Duas rectas estritamente paralelas


definem um plano.

(E) Por um ponto exterior a um plano


“passa” um único plano perpendicu-
6.1 EQUAÇÃO DE UM PLANO
lar ao plano dado.

(F) Por um ponto exterior a um plano Para escrevermos uma equação de um plano temos de conhecer
“passa” um único plano paralelo a alguns elementos que sejam suficientes para caracterizar o plano em
um plano dado. causa.

(G) Existe um único plano que contém Sabemos que um plano pode ser definido por:
um ponto dado e é perpendicular a • três pontos não colineares;
um vector dado.
• um ponto e uma recta que não contenha o ponto;

• duas rectas concorrentes;

• duas rectas estritamente paralelas.

Para além destas situações existem ainda outras formas de definir


um plano, uma delas é a seguinte:

Dados um ponto e um vector, não nulo, só existe um plano que con-


tém o ponto e é perpendicular ao vector dado.
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 143

Para cada uma das situações referidas para definir um plano


vamos escrever uma equação para o plano.

R
Comecemos pela última.

P
Equação do plano que contém um ponto e é
perpendicular a um vector

Sejam:
A 1 (x , y , z) um ponto qualquer do plano.
P 1 (x1 , y1 , z1) o ponto dado.
»
v 1 (a , b , c) o vector dado (não nulo).

Sabemos que se »

«» »
AP. v=0
v é perpendicular a um plano é perpendicular a
todos os vectores do plano.

Então:
Æ
v

Substituindo pelas coordenadas, vem:


(x1 - x , y1 - y , z1 - z).(a , b , c) = 0
§ (x1 - x).a + (y1 - y).b + (z1 - z).c = 0 ou

a (x - x1) + b (y - y1) + c (z - z1) = 0

3
Equação do plano que passa em (x1 , y1 , z1)
e é perpendicular ao vector (a , b , c)

Outra forma de escrever a equação do plano é a seguinte:


(x1 - x).a + (y1 - y).b + (z1 - z).c = 0
Nota
x1 a - ax + y1 b - by + z1 c - cz = 0
ou r
ax + by + cz + d = 0 ,
sendo
a
d = - ax1 - by1 - cz1

Logo, uma equação do tipo ax + by + zc + d = 0 representa um


plano.
ax + by + cz + d = 0
3 Se uma recta é perpendicular a um plano é
Equação geral do plano perpendicular a todas as rectas desse
plano.
O vector »
v = (a , b , c) é perpendicular ao plano.
144 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

EXEMPLO 1 Equação de um plano que contém um ponto dado


Æ
v (1, 2, 3) e é perpendicular a um vector dado

R
P
Escreva a equação geral do plano que contém o ponto:
(x, y, z) P 1 (1 , 0 , 2) e é perpendicular ao vector » v = (1 , 2 , 3) .

(1, 0, 2) a Resolução
Seja A 1 (x , y , z) um ponto qualquer do plano.
(x - 1 , y - 0 , z - 2).(1 , 2 , 3) = 0
x - 1 + 2y + 3z - 6 = 0

x + 2y + 3z - 7 = 0 " Equação geral do plano

2. Escreva a equação geral do plano que


contém o ponto P 1 (1 , 3 , 5) e é EXEMPLO 2 Vectores perpendiculares a um plano dado
perpendicular ao vector »
v = (2 , 0 , - 1) .
Indique três vectores perpendiculares ao plano de equação:
3. x + 2y + 3z - 7 = 0

z Resolução
1 Observando os coeficientes de x , y , z , vem:

Um vector perpendicular ao plano é: »


Æ
e3 v = (1 , 2 , 3)

Para obter os outros dois, multiplica-se o vector »


v por números dife-
Æ
e2 1 y
Æ rentes de zero.
e1
1
Assim, são também perpendiculares ao plano:
x »
a = (2 , 4 , 6) (multiplicar »
v por 2)
»
b = (- 2 , - 4 , - 6) (multiplicar »
v por - 2)
Escreva uma equação do plano que con-
tém a origem e:

3.1 é perpendicular a »
e3 ;
EXEMPLO 3 Plano perpendicular a uma recta
3.2 é perpendicular a »
e2 ;
Escreva uma equação do plano que contém a origem das coordenadas
3.3 é perpendicular a »
e1 . e é perpendicular à recta r de equações:
x y-1 2-z
}=}=}
4. Escreva uma equação do plano que é -1 2 3
perpendicular à recta s :
Resolução
ax=1 Um vector da recta r é o vector: »
v = (- 1 , 2 , - 3) .
d
s: b
d}y-2 1-z Temos: (x - 0 , y - 0 , z - 0).(- 1 , 2 , - 3) = 0 .
} = }}
c 3 2
Logo, - x + 2y - 3z = 0 é uma equação do plano pedida.
e contém a origem das coordenadas.
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 145

EXEMPLO 4 Plano definido por três pontos não colineares

R
Determine a equação geral de um plano que é definido pelos três pontos:

P
Æ
u (x, y, z)
A 1 (0 , 0 , 1) ; B 1 (2 , 0 , 0) ; C 1 (0 , 3 , 0) .
B
A
Resolução
C
A 1 (0 , 0 , 1) ; B 1 (2 , 0 , 0) e C 1 (0 , 3 , 0) a

«» = B - A = (2 , 0 , - 1) ; BC
AB «» = C - B = (- 2 , 3 , 0)

a (x , y , z).(2 , 0 , - 1) = 0 a 2x - z = 0 a 2x = z
d d d
b §b §b 2
d (x , y , z).(- 2 , 3 , 0) = 0 d - 2x + 3y = 0 d }} x = y
c c c 3

Família de vectores perpendiculares ao plano:

1x , }3} x , 2x2 , x å R \ {0}


2

Se, por exemplo, x = 3


»
v = (3 , 2 , 6) " vector perpendicular ao plano

Usando o vector »
v = (3 , 2 , 6) e o ponto A 1 (0 , 0 , 1) ,

vem:
(x - 0 , y - 0 , z - 1).(3 , 2 , 6) = 0

3x + 2y + 6z - 6 = 0 " Equação geral do plano

5. Determine a equação geral do plano


EXEMPLO 5 Plano definido por um ponto e uma recta
definido pelos pontos:
Escreva a equação geral do plano que contém a recta de equação: A 1 (0 , 1 , 2) ;
x y-1 z-2 B 1 (- 1 , 0 , 3) ;
}=}=} e o ponto A 1 (0 , 0 , 1) .
2 3 5
e pelo vector:
Resolução »
u = (1 , 0 , 1) .

x = y–1= z–2
2 3 5 6. Determine a equação geral do plano
definido pelos pontos:
A (0, 0, 1) A 1 (0 , 1 , 0) ;
a
B 1 (1 , 0 , 0) e C 1 (0 , 0 , 1) .

PAM11 - 10
146 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

Nota Temos que »


v = (2 , 3 , 5) é um vector do plano.

B 1 (0 , 1 , 2) é um ponto da recta.

R
Outro processo de resolução:

P
«» = (0 , 1 , 1) é outro vector do plano. Æ Æ
AB v u
(x, y, z)

(x , y , z - 1) = l (2 , 3 , 5) + m (0 , 1 , 1) . Æ
w
(2, 3, 5) a l = }x} Æ Æ
u = lv + m w
Æ
)

a x = 2l d
,1

d 2
,1

d
(0

d d 3x
b y = 3l + m §b m = y - }}
d d 2
d d
1 2
z - 1 = 5l + m x 3x
c d z - 1 = 5 }} + y - }}
a (x , y , z).(2 , 3 , 5) = 0 c 2 2
b §
c (x , y , z).(0 , 1 , 1) = 0 Logo,
a 2x + 3y + 5z = 0 2z - 2 = 5x + 2y - 3x § - 2x - 2y + 2z - 2 = 0
§b §
cy+z=0 é uma equação do plano.
Família de vectores perpendiculares ao
plano:
(- z , - z , z) , z å R \ {0}
EXEMPLO 6 Plano definido por duas rectas paralelas

(– 1, – 1, 1)
Considere as rectas:
x-2 y-1 z-1 x-1 y-1 z-1
}=}=} e }=}=}.
2 3 4 4 6 8
(0, 0, 1)
6.1 Mostre que as rectas são paralelas.

6.2 Defina o plano que contém as rectas.


(x - 0 , y - 0 , z - 1).(- 1 , - 1 , 1) = 0
-x-y+z-1=0 Resolução
6.1 De acordo com as equações, vem:

• vector director da 1.ª recta: »


v = (2 , 3 , 4) ;

• vector director da 2.ª recta: »


u = (4 , 6 , 8) .
7. São dados os pontos:
A 1 (0 , 1 , 2) ; Como »
u = 2 »
v , os vectores directores das rectas são colineares,
logo as rectas são paralelas.
B 1 (- 1 , 0 , 3) ;
C 1 (- 1 , 3 , 0) e 6.2 Vamos definir um ponto de cada uma das rectas.
D 1 (0 , 0 , 5 ) .
r
Determine: x–1 y–1 z–1
= =
4 6 8
7.1 as equações cartesianas da recta r que
contém A e é paralela ao vector BC«» ;
s
x–2 y–1 z–1
= =
7.2 uma equação cartesiana do plano que A 2 3 4
B
contém A e é perpendicular a CD«» ;

7.3 uma equação cartesiana do plano a


«» e CD
que contém A e é paralelo a BC «» .
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 147

recta r : A 1 (1 , 1 , 1) 8. Encontre uma equação de um plano


recta s : B 1 (2 , 1 , 1) que contém o ponto

R
A 1 (0 , 1 , 3)

P
«» = (1 , 0 , 0)
vector AB
e é paralelo à recta:
vector da recta r : »
u = (4 , 6 , 8)
ax=5+t
Seja »
n = (a , b , c) um vector perpendicular ao plano pedido. d
r: b y = 1 + 3t t å R
Então, d
c z = 4t
a» «» = 0
n.AB aa=0 aa=0
d
b §b §b
c»n. »
u=0 c 4a + 6b + 8c = 0 d b = - }4} c
c 3

Considere-se, por exemplo, c = - 3 , tem-se:


»
n = (0 , 4 , - 3) é um vector perpendicular ao plano.
Então,
4 (y - 1) - 3 (z - 1) = 0 § 4y - 3z - 1 = 0
é uma equação do plano definida pelas duas rectas dadas.

6.2 DISTÂNCIA DE UM PONTO A UM PLANO* a


d
d
d
Para determinar a distância de um ponto P a um plano a aplica-se db
d
a definição de produto escalar. dÆ
«» . O módulo da du
Considera-se um ponto do plano, A , e o vector AP d
«» sobre um vector » c A
projecção de AP u , qualquer, perpendicular ao
a
plano é a distância d procurada.

9. Determine a distância do ponto


EXEMPLO 7 Determinar a distância de um ponto a um plano
P 1 (1 , 0 , - 5)
Calcule a distância do ponto P 1 (1 , 1 , 2) ao plano de equação ao plano de equação:
geral: 2x + y - 3z - 1 = 0 . x-y+3=0.

Resolução 10. A base de uma pirâmide está contida


Vector perpendicular ao plano: »
u = (2 , 1 , - 3) no plano de equação:
x - y + z - 10 = 0
Ponto A do plano: A 1 (0 , 1 , 0)
e o vértice é o ponto
«» = (1 , 1 , 2) - (0 , 1 , 0) = (1 , 0 , 2) .
Vector AP
V 1 (- 1 , 0 , 8) .
«».»
Tem-se: AP u = ||» «»
u||.proj »u AP
Determine a altura da pirâmide.
|(1 , 0 , 2).(2 , 1 , - 3)|
«» | = d = }}}}
Então: ||proj »u AP|
œw4w+w1w+w9
|2 - 6| 4 *Os conteúdos dos pontos 6.2 , 6.3 , 6.4 ,
Simplificando, vem: d = } § d = }
œw1w
4 œ1 w4
w 6.5 e 6.6 podem ser considerados como
2 œw 1w
4 exemplos de aplicação dos conteúdos trata-
Logo, d = } .
7 dos anteriormente.
148 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

EXEMPLO 8 Deduzir uma fórmula

R
Deduza uma fórmula para determinar a distância do ponto

P
P 1 (x1 , y1 , z1)

ao plano a de equação:
ax + by + cz + d = 0 , (a 0 0 ou b00 ou c 0 0) .

Resolução
Seja A um ponto do plano.

1 2
d
A1 0, 0, -} (c 0 0)
c

1 2
d
«» = x , y , z + }
AP 1 1 1
c

»
u (vector Y ao plano) = (a , b , c)

«».»
AP u = ||» «»
u||.proj »u AP

|ax1 + by1 + cz1 + d|


«» | = }}}
d = ||proj »u AP|
œwaw2
w+wbw
2
w+wcw2
|ax1 + by1 + cz1 + d|
Logo, d = }}} .
œwa2ww+wb2ww+wcw2

6.3 PLANOS PARALELOS*


Consideremos os planos de equações:

plano a : 2x + 3y + z - 1 = 0

plano b : 4x + 6y + 2z - 5 = 0

Através das equações obtêm-se directamente dois vectores perpen-


diculares aos planos.

Vector perpendicular ao plano a : »


u = (2 , 3 , 1)

Vector perpendicular ao plano b : »


v = (4 , 6 , 2)

Os vectores »
u e »
v são colineares.

»
v=2»
u

11. Escreva uma equação de um plano Então os dois planos a e b são paralelos.
que contenha A 1 (0 , 1 , 2) e seja
paralelo ao plano: Se os vectores normais a dois planos são colineares, então os planos
x - y - 3z - 1 = 0 . são paralelos.
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 149

6.4 PLANOS PERPENDICULARES*

R
P
Se os vectores normais a dois planos são perpendiculares, então
os planos são perpendiculares.

- 2x + 3y + z + 1 = 0 e x+y-z-3=0
são perpendiculares, porque
(- 2 , 3 , 1).(1 , 1 , - 1) = - 2 + 3 - 1 = 0 .

Os vectores normais aos dois planos são perpendiculares (produto


interno é zero). Logo, os planos são perpendiculares.

EXEMPLO 9 Planos perpendiculares

Escreva a equação de um plano perpendicular ao plano de equação:


x + y - 2z - 1 = 0 e contenha o ponto A 1 (1 , 0 , - 1) .

Resolução
Temos que:

• (1 , 1 , - 2) é vector normal ao plano a ;

•Aåb.

Determinemos um vector qualquer normal a b .


Temos infinitas soluções.
Consideremos, por exemplo: (1 , 1 , - 2).(1 , 1 , 1) = 0

Logo, o vector »
v = (1 , 1 , 1) é normal ao plano b .
Plano b
x+y+z+d=0

Determinemos d de modo que o plano contenha A 1 (1 , 0 , - 1) .


1+0-1+d=0 § d=0 12. Escreva uma equação de um plano
que contenha V = (0 , 1 , 2) e seja per-
Logo, uma equação do plano b é: x+y+z=0.
pendicular ao plano:
O problema tinha infinitas soluções.
x-y=0.
150 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

6.5 ÂNGULO DE DOIS PLANOS*

R
Se dois planos se intersectam e não são perpendiculares formam

P
um ângulo agudo a que se chama ângulo dos dois planos.

O ângulo q dos dois planos é dado pelo ângulo de duas rectas


que contêm os vectores normais aos planos.

EXEMPLO 10 Determinar o ângulo de dois planos

Determine o ângulo dos planos:

a : 2x + y + z = 0 e

b : x - y + 3z = 2 .

Resolução

Vector normal a a : »
v = (2 , 1 , 1)

13. Determine o ângulo dos planos: Vector normal a b : »


u = (1 , - 1 , 3)
13.1 a : x - y + 2z = 0
|2 - 1 + 3|
b : ABC , sendo: v W»
cos q = cos (» u ) = }}} =
œw
4w+w
1w+w
1.œw 1w
+w1w
+w9
A 1 (1 , 0 , 0) ; 4
= }}
B 1 (0 , 1 , 0) e œw
6w*w1w
1

C 1 (0 , 0 , 1) .
Usando uma calculadora, vem:
13.2 a : x + y - 2z = 3
q 9 (60,5)° .
b : 3x - y + 2z = 1 .
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 151

6.6 ÂNGULO DE UMA RECTA COM UM PLANO*

R
Se uma recta não é perpendicular nem paralela a um plano, forma

P
com este um ângulo agudo.
Observemos a figura:
n
r
Æ
n Æ
u

b
q

n.»
|» u|
cos b = }} = sen q
||»
n||.||»
u||

EXEMPLO 11 Ângulo de uma recta com um plano

Determine o ângulo da recta r com o plano a .


x-1
r:}=y=z e a:x+y+z=0.
2

Resolução
r

A
14. Sendo V 1 (3 , 4 , 3) ,
A 1 (1 , 0 , 0) ,
B 1 (- 1 , - 2 , 3) e
C 1 (0 , 2 , 3) :

V
q
B N

x+y+z=0 a
x–1=y=z
2 A C

»
u = (2 , 1 , 1) ; »
v = (1 , 1 , 1)
B

|2 + 1 + 1| 4
sen q = }}} ; sen q = } ; q 9 (70,5)° determine o ângulo das rectas VA , VB
œw
4w+w
1w+w
1.œw 1w
+w1w
+w1 œw
1w8
e VC com o plano ABC .
152 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

6.7 INTERSECÇÃO DE PLANOS E RECTAS NO


ESPAÇO

R
I
P II
III
Dois planos
coincidentes
Com três folhas de papel e uma tesoura
criam-se as situações apresentadas

IV
Três planos
coincidentes

Os planos Os planos Os planos Os planos


intersectam-se intersectam-se intersectam-se intersectam-se
num ponto numa recta numa recta num plano

V VI
Dois planos Três planos
VII VIII
estritamente estritamente
Dois planos
paralelos paralelos
coincidentes

Os planos não Os planos não Os planos não Os planos não


se intersectam se intersectam se intersectam se intersectam

A um plano corresponde uma equação com três incógnitas.


a ax + by + cz = d
d A três planos correspondem três equações.
b a'x + b'y + c'z = d'
d Procurar determinar a intersecção de três planos é resolver um
c a''x + b''y + c''z = d''
sistema de três equações com três incógnitas.
(ax + by + cz = d pode ser uma equação As figuras apresentadas mostram que um sistema de três equa-
de um plano se pelo menos um dos
ções com três incógnitas pode ser possível (I , II , III e IV) ou
valores a , b ou c é diferente de zero.)
impossível (V , VI , VII , VIII) .
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 153

Na figura I os planos intersectam-se num ponto. O sistema será 15. O sistema seguinte corresponde à
possível e determinado. situação I .

R
ax=0

P
Nas figuras II , III e IV os planos têm infinitos pontos em comum.
d
by=0
O sistema será possível e indeterminado. d
cz=0
No caso II , as três equações do sistema são distintas. No caso III ,
só duas são distintas e no caso IV as três equações transmitem a z

mesma informação, ou seja, reduzem-se a uma.


x=0
Na figura V , duas equações, as correspondentes aos planos para- y=0
lelos, são incompatíveis (por exemplo, x + y + z = 5 e x + y + z = 12) .
y
Na figura VI , as três equações são incompatíveis. z=0

Na figura VII , duas equações dão a mesma informação e a outra x

é incompatível com as duas primeiras.


Sistema possível e determinado.
Na figura VIII , os planos não são paralelos mas as equações são
Solução: (0 , 0 , 0)
incompatíveis porque um plano é paralelo à recta de intersecção dos
outros planos. Escreva um sistema que corresponda a
cada uma das outras situações apresen-
Estariam nesta última situação os planos: tadas.

•x=0

•z=0

Nota
• Plano paralelo ao eixo Oy e que contivesse os pontos (0 , 0 , 1)
e (1 , 0 , 0) z

Então, o sistema
(0, 0, 1)

ax=0
d
d
bz=0 §
d O
d (1, 0, 0) Æ
cz=1-x v = (0, 1, 0)

ax=0 x y
d
d
§bz=0
d
d a x=0
c0=1 (imp.) d
b y=0
d
será um sistema impossível. c z=1-x

O plano: z = 1 - x é o paralelo à intersec-


Mas nem sempre é tão fácil resolver um sistema de três equações
ção dos outros dois.
com três incógnitas.
154 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

EXEMPLO 12 Intersecção de planos

R
Estude a posição relativa dos planos definidos pelas equações:

P
12.1 2x + 4y - 3z = 1 ; x + y + 2z = 9 ; 3x + 6y - 5z = 0 .

12.2 x - 2y - 4z = 1 ; x + 2y = 3 ; x - 2z = 3 .

12.3 x + 3y - z = 1 ; 2y + 6z = 2 ; 2x + 6y - 2z = 0 .

Resolução

12.1 Para estudar a posição relativa dos planos vamos resolver o


sistema

a 2x + 4y - 3z = 1
d
d
b x + y + 2z = 9
d
d 3x + 6y - 5z = 0
c

Usando o método de substituição, vem

a 2x + 4y - 3z = 1 a x = 9 - y - 2z
d d
d d
b x + y + 2z = 9 § b 2 (9 - y - 2z) + 4y - 3z = 1 §
d d
d 3x + 6y - 5z = 0 d 3 (9 - y - 2z) + 6y - 5z = 0
c c

a x = 9 - y - 2z a x = 9 - y - 2z (1)
d d
d d
§ b 18 - 2y - 4z + 4y - 3z = 1 § b 2y - 7z = - 17 §
d d
d 27 - 3y - 6z + 6y - 5z = 0 d 3y - 11z = - 27
c c

As duas últimas equações têm apenas duas incógnitas: y e z .

a - 17 + 7z
a 2y - 7z = - 17 d y = }} ay=2
d d 2 § db
b §b
d 3y - 11z = - 27 dz=3 dz=3
c d c
c

Retomando o sistema (1) vem

ax=1
d
by=2
d
cz=3

Os planos têm um ponto comum. Podíamos, por exemplo, imaginar


três planos que definem o vértice de um sólido geométrico.
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 155

12.2

a x - 2y - 4z = 1 a 3 + 2z - 2y - 4z = 1

R
d d
d d

P
b x + 2y = 3 § b 3 + 2z + 2y = 3 §
d d
d x - 2z = 3 d x = 3 + 2z
c c

a - 2y - 2z = - 2 ay+z=1
d d
d d
§ b 2y + 2z = 0 §by+z=0
d d
d x = 3 + 2z d x = 3 + 2z
c c

O sistema é impossível, porque são incompatíveis as duas primeiras


equações. Os três planos não se intersectam.

Sendo:

»
u = (1 , - 2 , - 4) " vector perpendicular ao espaço definido
pela 1.ª equação

»
v = (1 , 2 , 0) " vector perpendicular ao espaço definido pela
2.ª equação

» = (1 , 0 , - 2) " vector perpendicular ao espaço definido


w
pela 3.ª equação

tem-se:

u.»
» v00; » »00
u .w e » »00.
v .w

Os três planos não se intersectam mas não são paralelos. A sua posição
relativa é:

Um dos planos é paralelo à recta de intersecção dos outros dois.


156 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

12.3 a x + 3y - z = 1 a x + 3y - z = 1
d d
d d

R
b 2y + 6z = 2 § b 2y + 6z = 2
d d

P
d 2x + 6y - 2z = 0 d x + 3y - z = 0
c c
16. Estude as posições relativas dos
A primeira e a terceira equações são incompatíveis. O sistema é
planos a , b e p , sendo
impossível. Os três planos não se intersectam.

16.1 Planos Vectores perpendiculares


a : x - 2y + z - 3 = 0 a : x + 3y - z = 1 ; »
v1 = (1 , 3 , - 1)
b : 2x + 3y - z = 0 b : 2x + 6z = 2 ; »
v2 = (0 , 2 , 6)
p : 5x - y - 3z + 1 = 0 p : 2x + 6y - 2 = 0 ; »
v3 = (2 , 6 , - 2)

16.2
Os planos a e p são
a:x-y+z=0 b
estritamente paralelos.
b : x - 3y + 2 = 0 a
O plano b intersecta os
p : 2x - 2y + 2z = 1
outros dois.
16.3
p
a:x+y=2
b:x+y+z=3
p:z=-1

EXEMPLO 13 Planos perpendiculares dois a dois

Escreva equações que representem três planos, sendo dois a dois


perpendiculares entre si.

Resolução
Por exemplo os planos: x = 0 , y = 0 e z = 0
x = 0 " vector perpendicular ao plano »
a = (1 , 0 , 0)
y = 0 " vector perpendicular ao plano »
b = (0 , 1 , 0)
z = 0 " vector perpendicular ao plano »
c = (0 , 0 , 1)
a.»
» b=0; »
a.»
c=0; »
b.»
c=0.
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 157

Outra solução é, por exemplo:

R
x + 3y - z = 1 ; x + y + 4z = 2 e - 13x + 5y + 2z = 0 .

P
pois:
5
a (a , b , c).(1 , 3 , - 1) = 0 a b = }} c
d d 2
b b
d §d
13
c (a , b , c).(1 , 1 , 4) = 0 c a = - }} c
2

Concretizando c obtemos as coordenadas de um vector perpendicular


a um plano que é, necessariamente, perpendicular aos outros dois.

EXEMPLO 14 Intersecção de uma recta e de um plano

Determine o ponto de intersecção da recta r definida pelo ponto


A 1 (2 , 3 , 0) e pelo vector »
v = (- 2 , 1 , 1) com o plano de
equação: 2x - 4y + z - 6 = 0 .

Resolução
Equação da recta r

A 1 (2 , 3 , 0) , »
v = (- 2 , 1 , 1)

a x = 2 - 2l
d
d
by=3+l
d
d
cz=0+l

Se o ponto pertence à recta e ao plano, vem

2 (2 - 2l) - 4 (3 + l) + l - 6 = 0 § l = - 2

Substituindo l por - 2 , vem

ax=6
d
d
by=1
d
dz=-2
c

O ponto P 1 (6 , 1 , - 2) é o ponto de intersecção da recta


com o plano.
158 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

17. Determine a intersecção da recta r EXEMPLO 15 Intersecção de rectas


com o plano a .

R
Considere as rectas r e s definidas por:

P
17.1
r : (x , y , z) = (1 , 3 , 0) + l (1 , 0 , 2) , x-1 y-1
r: }=}=z-1 e s : x = y = 2z
2 3
låR
a : x + y - 2z - 1 = 0 Estude a posição relativa das duas rectas.

17.2
a 2x + y + z = 0 Resolução
r:b
cx+y-2=0
A recta s é definida por:
a : 2x - y + z - 3 = 0 x
x = y = 2z ou seja y = x e z = }}
2

Substituindo na equação de r , vem:

x-1 x-1 x-1 x


}=} e }=}-1
2 3 3 2

18. Estude a posição relativa das rectas


Resolvendo as duas equações em ordem a x , vem:
r e s sendo:
x-1 x-1
18.1 } = } § 3x - 3 = 2x - 2 § x = 1
2 3
r : (x , y , z) = (1 , 2 , 0) +
+ k (- 2 , 4 , - 1) , k å R x-1 x
} = } - 1 § 2x - 2 = 3x - 6 § x = 4
3 2
s : (x , y , z) = (1 , 0 , 1) + (2) (3) (6)

+ m (1 , 1 , - 1) , m å R

Daqui se conclui que são incompatíveis as duas equações, ou seja, x


18.2 x
a }} = z - 4 não pode ser simultaneamente 1 e 4 . Pode-se então concluir que as
r:b 2
cy=-1 duas rectas não se intersectam.

y-2 z
s:x-1=}=} Serão as rectas paralelas?
4 6
Um vector director de r é, por exemplo, »
v = (2 , 3 , 0)
18.3
x y-1 z-2
r:}=}=}
1 2
1
2 3 5 Um vector director de s é, por exemplo, »
u= 1, 1, }
2
x-4 y z-2
s:}=} =}
4 6 10
Os vectores »
u e »
v não são colineares, pois não existe l å R\{0} ,
18.4 tal que l »
u=»
v.
r : (x , y , z) = (1 , 0 , 1) + l (1 , 3 , 9) ,
låR Se as rectas não se intersectam e não são colineares, pode-se então
x-1 z+2 concluir que as rectas dadas são não complanares.
s:}=y+1=}
2 3
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 159

… o que estudou no tema …

R
P
• equação de um plano definido por um ponto e por um vector normal

• aplicação do produto escalar na determinação da distância de um ponto a um plano

• ângulos de dois planos

• ângulo de uma recta com um plano

• planos perpendiculares

• planos paralelos

• interpretação geométrica da intersecção de planos

• intersecção de planos e resolução de sistemas


160 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1 Localizar um ponto de um segmento
A (1, –1, 4)
Sejam A 1 (1 , - 1 , 4) e B 1 (7 , - 1 , - 2) .

Determine P å [AB] , tal que:


«» = 5 PB
AP «» . P

B (7, –1, –2)

Resolução
A
«» = OB
OP «» + BP
«»

1 «»
«» = }
BP BA
6
P
O
Então:
B
«» = OB 1 «»
«» + }
OP BA
6
1
«» = (7 , - 1 , - 2) + }
OP (- 6 , 0 , 6)
6
«» = (7 , - 1 , - 2) + (- 1 , 0 , 1)
OP

«» = (6 , - 1 , - 1)
OP

Logo, P 1 (6 , - 1 , - 1) .

2 Rectas perpendiculares

Determine as equações cartesianas de uma recta que é perpendicular à recta de


equação:
y-2 z+1
x-1=}=}, P (2, 1, 0)
2 3
r
intersecta esta recta e contém o ponto P 1 (2 , 1 , 0) .
Æ
v

Resolução
y-2 z+1
Seja r : x - 1 = } = }
2 3
s
e s a recta da qual pretendemos as equações cartesianas.

Há infinitas rectas que contêm P e são perpendiculares a r mas só uma delas,


s , é que intersecta a recta r .
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 161

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
Pretendemos determinar a direcção da recta s .

P (2, 1, 0)
P t

A
r

r
Æ
v = (1, 2, 3)

Se A å r , então:

y-2 z+1
x-1=}=}=l
2 3

A 1 (l + 1 , 2l + 2 , 3l - 1) " ponto genérico da recta s

«» = A - P = (l - 1 , 2l + 1 , 3l - 1)
PA

Como:
«».»
PA v=0
(l - 1 , 2l + 1 , 3l - 1).(1 , 2 , 3) = 0 §
§ l - 1 + 4l + 2 + 9l - 3 = 0 §
1
§ 14l = 2 § l = }
7

1 2
6 9
«» = - } 4
PA , }, -} .
7 7 7

Um vector da recta s é (- 6 , 9 , - 4) , por exemplo.

x-2 y-1 z
Logo: s: }=}=}.
-6 9 -4

3 Intersecção de rectas no espaço

Mostre que as rectas r e s se intersectam e determine o ponto de intersecção.

x-4 y-8 z-3


r: }=}=};
1 2 1

x-7 y-6 z-5


s: }=}=}.
6 4 5

PAM11 - 11
162 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
Resolução
Seja P um ponto de r .
r
x-4 y-8 z-3
}=}=}=l
1 2 1
P 1 (l + 4 , 2l + 8 , l + 3)
P
Se Q pertence a s , vem:
x-7 y-6 z-5
} = } = } = l'
6 4 5
Q 1 (6l' + 7 , 4l' + 6 , 5l' + 5)

Vejamos se existe algum ponto comum às duas rectas:


(l + 4 , 2l + 8 , l + 3) = (6l' + 7 , 4l' + 6 , 5l' + 5) r

a l + 4 = 6l' + 7 a l = 6l' + 3
d d
b 2l + 8 = 4l' + 6 § b 2l - 4l' = - 2 (1)
d d (1, 2, 0)
c l + 3 = 5l' + 5 c l = 5l' + 2

Da primeira e terceira equações, temos:


s
l' = - 1 e l=-3

Para estes valores de l' e l a 2.ª equação é satisfeita


(- 6 + 4 = - 2) .

Então, o sistema é possível, existe um ponto comum às duas rectas l ou l' subs-
tituindo em P ou em Q , respectivamente, determina-se o ponto de intersecção.

Logo, o ponto de intersecção é o ponto de coordenadas (1 , 2 , 0) .

4 Intersecção de uma recta com o plano

Determine o ponto de intersecção da recta r com o plano a .


x-1 y+2 z-1 Nota
r: }=}=}
3 2 5 Se um sistema tem três equações
a : 2x - y + 4z - 6 = 0 e duas incógnitas, com ajuda de
duas das equações determina-se o
valor de cada uma das incógnitas.
Resolução
Se os valores encontrados satisfa-
1.° Processo zem a última equação, então o sis-
tema é possível e a solução é o
Determinemos a expressão de um ponto genérico da recta r . par de números encontrados.
x-1 y+2 z-1 Se os valores encontrados não
}=}=}=l
3 2 5 satisfazem a equação, que não foi
usada, o sistema é impossível.
P 1 (3l + 1 , 2l - 2 , 5l + 1)
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 163

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
Determinemos l de modo que P å a .

P
2 (3l + 1) - (2l - 2) + 4 (5l + 1) - 6 = 0
§ 6l + 2 - 2l + 2 + 20l + 4 - 6 = 0
A
1
h3 13 7k § 24l = - 2 § l = - }
j4 , – 6 , – 12 m 12

Então, o ponto de intersecção de r com a é:

1 2
3 2 5
A1 -}+1, -}-2, -}+1
12 12 12

1 2
3 13 7
A1 }, -}, }
4 6 12

2.° Processo

a}x-1 y+2 z-1


d 3} = }2} = }5}
b §
d 2x - y + 4z - 6 = 0
c
x-1 y+2
a }} = }}
d 3 2 a 2x - 2 = 3y + 6
d x-1 z-1 d
d
b }} = }} § b 5x - 5 = 3z - 3 §
d 3 5 d
d d y = 2x + 4z - 6
c 2x - y + 4z - 6 = 0 c

a 2x - 3(2x + 4z - 6) = 8 a 2x - 6x - 12z + 18 = 8
d d
d d
b 5x - 3z = 2 § b 5x - 3z = 2 §
d d
d d
c y = 2x + 4z - 6 c y = 2x + 4z - 6

a - 4x - 12z = - 10
d
d
b 5x - 3z = 2 §
d
d
c y = 2x + 4z - 6
- 6z + 5
a x = }}
d 2
d - 6z + 5
1 2
b 5. }} - 3z = 2 §
d 2
d
c y = 2x + 4z - 6
3
a x = }}
d 4
d y = - 13
b }}
6
d 7
d z = }}
c 12

Logo, o ponto de intersecção da recta com o plano é:

1 2
3 13 7
A 1 }} , - }} , }}
4 6 12
164 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
5 Posição relativa da recta e plano

Mostre que a recta de equações:

a x - 2 = - 2z
d
r: b
d 2x - 4 = y - 3
c

está contida no plano de equação p : 3x - y + 2z - 3 = 0 .

Resolução
Comecemos por escrever as equações da recta de outro modo:
a 2z
d x - 2 = }}
d -1
b
d y-3
dx-2=} }
c 2

Então,
y-3 2z
x-2=}=}
2 -1

Um ponto da recta é:

1 2
1
A 1 (2 , 3 , 0) e um vector da recta é »
v = 1 , 2 , - }}
2
Comecemos por averiguar se o vector »
v é paralelo ao plano a .
Um vector perpendicular a a é »
u = (3 , - 1 , 2) .

Temos:

1 2
1
(3 , - 1 , 2). 1 , 2 , - }} = 3 - 2 - 1 = 0
2

Então, o vector »
v , director da recta r , é paralelo ao plano a , logo a recta é
paralela ao plano a .

Outro processo

Vejamos se dois pontos distintos da recta pertencem ao plano.

Pontos da recta:
P 1 (0 , - 1 , 1) Q 1 (2 , 3 , 0)

p : 3x - y + 2z - 3 = 0
0+1+2-3=0, Påp
6-3+0-3=0, Qåp

Logo, r å p .
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 165

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
Vejamos se a recta tem um ponto comum com o plano.

A 1 (2 , 3 , 0) , Aår
a : 3x - y + 2z - 3 = 0
6-3+0-3=0

Aåa.

Como a recta é paralela ao plano e tem um ponto comum com o plano, então tem
todos os pontos comuns com o plano, ou seja, a recta r pertence ao plano a .

6 Planos perpendiculares

Um plano a contém os pontos

A 1 (2 , - 1 , 0) e B 1 (5 , 0 , 0)

e é perpendicular ao plano de equação 3x - 2y + z = 0 .


Escreva a equação do plano a .

Resolução
O plano a está definido por um ponto A 1 (2 , - 1 , 0) e por duas direcções:
«» = (3 , 1 , 0) e »
AB v = (3 , - 2 , 1) .
Seja »
n = (a , b , c) um vector perpendicular a a .
Então,
a » «» = 0
n.AB a 3a + b = 0 a b = - 3a
d d d
b §b §b §
d n.»
» v=0 d 3a - 2b + c = 0 d - b - 2b + c = 0
c c c

a b = - 3a a a = - }1} b
d d 3
§b §b
d c = 3b d c = 3b
c c

Fazendo b = - 3 , o vector »
u = (1 , - 3 , - 9) é perpendicular a a .
E, 1 (x - 2) - 3 (y + 1) - 9 (z - 0) § x - 3y - 9z - 5 = 0 é uma equação do
plano a .

A (0, 0, 0)
7 Ângulo de uma recta e um plano

Determine o ângulo da recta de equação:


x 2y
}=}=z a
2 3 B
N

com o plano: r

x+y-z=1. 0 ≤ a ≤ 90°
166 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
Resolução
1.° Processo

Recta:
x y z
}= } =}
2 3 1
}}
2
Ponto da recta: (0 , 0 , 0)

1 2
3
Vector director da recta: »
v= 2, }, 1
2
Vector perpendicular ao plano: »
u = (1 , 1 , - 1)

Determinemos B e N .

Determinação de B
r
x y z
}= } =}=l
2 3 1
}}
2

1 2
3
P 1 2l , } l , l
2 a

Determinemos l de modo que o ponto pertença ao plano. r // a


3 O ângulo de r com a é 0° .
2l + } l - l = 1
2
4l + 3l - 2l = 2 r

5l = 2
2
l=}
5
a
Então:

1 2
4 3 2
B1 } , } , }
5 5 5
r Y a
O ângulo de r com a é 90° .
Determinação de N

Recta AN r

x y z
}=}=}
1 1 -1

Intersecção de AN com a A q
N
x y z
}=}=}=l a
1 1 -1 r
(l , l , - l)
r é secante a a
l+l+l=1
O ângulo de r com a é menor do que 90°
1
l=} 0° < q < 90° .
3
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 167

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
2.° Processo Então:
»
1 2
v = (4 , 3 , 2) é um vector da 1 1 1
N1 }, }, -}
recta. 3 3 3
 «» .
»
n = (1 , 1 , - 1) é um vector nor- Calculemos AN e AB
mal ao plano.

!1ßß}13 ß2 ß+ßß
1}3 ß2 ß+ß1-ßßß}3 ß2 = !ß}9 = }
3 œ3 w
 2
12 2
1
AN =
Temos, 3
|(4 , 3 , 2).(1 , 1 , - 1)|
sen q = }}} œ2
w9
w
5
œw 16w+w9w+w4.œw3 «» =
AB

25 ßßß
16
25 ßßß
9
}+}+}=}
4
25 5
sen q = }
œ87
w œw3
}}
Logo, q 9 (32,4)° . 3
sen a = } e usando uma calculadora vem:
œw
2w9
}}
5
a 9 (32,4)° .

8 Secção de uma esfera por um plano

Numa esfera de raio r faz-se uma secção por um plano a , como se indica na
figura.
A , B e C são três pontos da superfície esférica e do plano a .
a
Pretende-se determinar o centro da circunferência definida por A , B e C .
A
Se o raio da esfera for 6 e o centro o ponto R 1 (1 , - 1 , 2) , determine:
E
R 8.1 uma equação da superfície esférica;
90°
8.2 três pontos da superfície esférica: A , B e C ;
B C
8.3 uma equação do plano a que contenha A , B e C ;

8.4 o ponto E do plano a , tal que ER seja perpendicular a a .

Resolução
8.1 Temos:
(x - 1)2 + (y + 1)2 + (z - 2)2 = 36 ,
equação da superfície esférica.

8.2 Por exemplo:


A 1 (1 , - 1 , 8) ; B 1 (7 , - 1 , 2) ; C 1 (5 , 3 , 0) .

8.3 1.° Processo

Uma equação do plano a , será:


ax + by + cz + d = 0
168 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
a a - b + 8c + d = 0 a a = b - 8c - d

P
2.° Processo
d d
b 5a + 3b + d = 0 § b 5b - 40c - 5d + 3b + d = 0 § «» = (6 , 0 , - 6) ;
AB
d d 1 «»
c 7a - b + 2c + d = 0 c 7b - 56c - 7d - b + 2c + d = 0 }} AB = (1 , 0 , - 1)
6

a a = b - 8c - d a a = b - 8c - d «» = (4 , 4 , - 8) ;
AC
d d
§ b 8b - 40c - 4d = 0 § b 2b - 10c - d = 0 § 1 «»
}} AC = (1 , 1 , - 2)
d d 4
c 6b - 54c - 6d = 0 c b - 9c - d = 0
Os vectores (1 , 0 , - 1) e
a a = b - 8c - d a a = b - 8c - d (1 , 1 , - 2) são paralelos ao
d d
§ b 18c + 2d - 10c - d = 0 § b 8c = - d § plano ABC .
d d
c b = 9c + d c b = 9c + d Seja »
n = (a , b , c) um vector
perpendicular ao plano ABC .
a d
d a = - }} Então:
d 8
d d a»n.(1 , 0 , - 1) = 0
§ b c = - }} b
d 8 c»n.(1 , 1 , - 2) = 0
d d
d b = - }} a a-c=0
c 8 §b
c a + b - 2c = 0

d d d a a=c
- }} x - } } y - }} z + d = 0 §b
8 8 8 c b=c

d Fazendo c = 1 , obtém-se o
Dividindo por - }} , vem:
8 vector
x+y+z-8=0 »
v = (1 , 1 , 1) , perpendicular
ao plano ABC .

8.4 Recta ER Então, como A 1 (1 , - 1 , 8)


pertence ao plano
»
v = (1 , 1 , 1)
1 (x - 1) + 1 (y + 1) + 1 (z - 8) = 0
R = (1 , - 1 , 2)
§ x + y + z - 8 = 0 é uma
x-1 y+1 z-2 equação do plano ABC .
}=}=}
1 1 1

Ponto genérico de ER

x-1=y+1=z-2=l

P 1 (l + 1 , l - 1 , l + 2)

Se P å a ,

l + 1 + l - 1 + l + 2 - 8 = 0 § 3l = 6 § l = 2

Logo,

E 1 (3 , 1 , 4) .
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 169

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
9 Escrever a equação de um plano…

Considere os planos de equações:


3x - 6y - 2z - 15 = 0 e
2x + y - 2z - 5 = 0

9.1 Determine as equações cartesianas e as equações paramétricas da recta de


intersecção dos planos.

9.2 Escreva uma equação de um plano que seja paralelo à recta de intersecção
e não paralelo a nenhum dos planos dados.

Resolução

9.1 1.° Processo

Um vector director, »
w , da recta será um vector paralelo aos dois planos e por-
tanto perpendicular aos vectores:
»
u = (3 , - 6 , - 2) e

»
v = (2 , 1 , - 2) .

Seja (x , y , z) esse vector.

Temos:

(x , y , z).(3 , - 6 , - 2) = 3x - 6y - 2z = 0

(x , y , z).(2 , 1 , - 2) = 2x + y - 2z = 0

a 3x - 6y - 2z = 0 a 3x - 6y - 2z = 0
d d
b §b §
Æ d 2x + y - 2z = 0 d 12x + 6y - 12z = 0
u c c

a ax=} 14
Æ
v d 15x - 14z = 0 d }z
15
§b §b §
d 2x + y - 2z = 0 d y = 2z - }
28
}z
c c 15

ax=} 14
}z
d 15
§b
d y = }2} z
c 15

Os vectores paralelos aos dois planos são da família:

1}1}5 z , }1}5 z , z2 , z å R .
14 2
170 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
Se z = 15 , vem:

P
» = (14 , 2 , 15) .
w

Ponto da recta

Um ponto da recta é um ponto comum aos dois planos, por isso, é um ponto que
satisfaz simultaneamente as equações:

3x - 6y - 2z - 15 = 0
e
2x + y - 2z - 5 = 0 .

Fazendo z = 0 , vem:

a 3x - 6y = 15 a 3x - 6y = 15
d d
b §b §
d d
c 2x + y = 5 c 12x + 6y = 30

a 15x = 45 ax=3
d d
§b §b
d d
c y = 5 - 2x cy=-1

Logo, as equações paramétricas da recta são:

a x = 3 + 14t
d
b y = - 1 + 2t
d
c z = 0 + 15t , t å R

2.° Processo

3x - 6y - 2z = 15 ; 2x + y - 2z = 5

As duas equações representam dois planos distintos, não paralelos e por conse-
guinte intersectam-se segundo uma recta r .

Eliminando z Eliminando y

3x - 6y - 2z = 15 3x - 6y - 2z = 15
- 2x - y + 2z = - 5 12x + 6y - 12z = 30
x - 7y = 10 15x - 14z = 45

Resolvendo em ordem a x , Resolvendo em ordem a x ,


vem: vem:

45 + 14z
x = 10 + 7y x = }}
15
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 171

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
Logo,
45 + 14z
x = 10 + 7y = }}
15

10 45
y + }} z + }}
x 7 14
}=}=} " Equações cartesianas
1 1 15
}} }}
7 14

Um ponto da recta:

1 2
10 45
A1 0, -}, -} .
7 14

Um vector da recta:

1 2
» 1 15
v= 1, }, } ou »
w = (14 , 2 , 15)
7 14

a x = 0 + 14t
d
d 10
b y = - }} + 2t " Equações paramétricas da recta
d 7
d 45
cz=-} 14
} + 15t , tåR

9.2 Um vector do plano pode ser: »


w = (14 , 2 , 15) .

«» , sendo A um ponto de um dos planos dados e B


Determinemos um vector AB
um ponto do outro plano.

A 1 (5 , 0 , 0)

B 1 (0 , 5 , 0)

«» = (- 5 , 5 , 0)
AB

Então, uma equação do plano pode ser:

(x , y , z) = (0 , 5 , 0) + a (- 5 , 5 , 0) + m (14 , 2 , 15) ,
com a e m å R .
172 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
Escreva uma equação do plano que contém o ponto P e é perpendicular ao
vector »
u.

1.1 P 1 (1 , 3 , 4) , »
u = (1 , 0 , 2) ;

1.2 P 1 (1 , 0 , 0) , »
u = (0 , 0 , 1) ;

1.3 P 1 (0 , 0 , 0) , »
u = (1 , - 3 , - 1) .

2
Escreva a equação do plano que contém os pontos A , B e C .

2.1 A 1 (- 1 , 0 , 2) , B 1 (0 , 0 , 3) , C 1 (1 , 0 , 1) ;

1 2
1
2.2 A 1 (1 , - 1 , 0) , B 1 - 4 , }} , 2 , C 1 (1 , 0 , 0) .
2

3
Verifique se são ou não paralelos os planos a e b de equações:

3.1 a : 2x - y + z - 1 = 0 , b : 4x - 2y + 2z - 5 = 0 ;

3.2 a : - x + y + 2z = 0 , b : 3x - 3y - 6z + 8 = 0 ;
1 1
3.3 a : x = }} y + }} z , b : 0,5x - 0,1y - 0,05z + 0,2 = 0 .
5 10

4
Mostre que a recta r e o plano a são paralelos:
r : (x , y , z) = (1 , 0 , 2) + l (1 , 3 , 2) , låR
a : x - y + z + 10 = 0

5
Escreva uma equação de uma recta r que seja, relativamente ao plano

a : x - 2y + z - 3 = 0

5.1 paralela;

5.2 perpendicular.
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 173

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
6
Mostre que os planos a e b são perpendiculares.

6.1 a : 2x - 2y + 6z - 1 = 0 , b : 2x - y - z - 4 = 0 ;

6.2 a : 3x - 3y + z - 8 = 0 , b : 4x + 5y + 3z + 8 = 0 .

7
Mostre que a recta r e o plano a são perpendiculares:
x+1 y-4 z-1
r:}=}=}
2 1 -1
a:x+y-z-2=0

8
Determine, se existir, o ponto de intersecção da recta r com o plano a .

8.1 ax=t
d
r:by=t
d
cz=t, tåR
a:x-y+z-5=0

8.2 r : 2 - x = y - 3 = z
a : x + y + 2z = 1

x-1 y-3 z-1


8.3 r : }} = }} = }}
2 2 4
a : x + 3y - 2z - 1 = 0

9
Determine o ângulo de intersecção da recta
ax=0
b
c z = 4 + y - 2x , com os planos xOy , xOz , yOz .

10
Escreva uma equação do plano a que contém o ponto A 1 (1 , 2 , 3) e é
perpendicular ao eixo:

10.1 Ox ; 10.2 Oy ; 10.3 Oz .


174 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
11

Escreva uma equação do plano que contém a recta r e é perpendicular ao


plano a .

11.1 r : x = - 2 + t ‹ y = - 3 + 2t e z=-t, tåR

a:x-y+z-2=0

x - 1 1 - z 2y - 1
11.2 r : } = } = }
2 3 2

a : 2x - y + 3z - 1 = 0

12

Mostre que são complanares os pontos

A 1 (0 , 2 , 3) , B 1 (4 , 2 , 3) ,

C 1 (1 , 0 , - 1) e D 1 (- 2 , 1 , 1) .

13

Resolva cada um dos seguintes sistemas e interprete geometricamente a solução


encontrada.

13.1 a 2x - 3y + 2z = 5 13.2 a 3x + 2y - 2z = 1
d d
b - 5y - z = 2 b 2x + y + 4z = 0
d d
c x - 4y + 2z = 0 c 5x + 3y - 5z = 2

13.3 a 2y + z = 1 13.4 a x - y + 2z = 1
d d
b 3x - 2y + 4z = 0 b 3x - 3y + 6z = 3
d d
c - 5x - y + 2z = 3 c - 2x + 2y - 4z = - 2

13.5 a 2x - y + z = 1 13.6 a x + y + z = 1
d d
b - 6x + 3y - 3z = - 3 b 2x + 2y + 2z = 3
d d
cx-y=0 c 3x + 3y + 3z = 5

13.7 a x + y + z = 1 13.8 a - 2x - y - 5z = 4
d d
b 2x + 2y + 2z = 3 b 3x - y + 2z = - 1
d d
cz=0 c - 4x + y + z = 5
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 175

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

14

Diga, justificando, se são equivalentes os seguintes sistemas:

14.1 a x + y + z = 2 a
d dx+y+z=2
bx+y=3 §b
d dx+y=3
c 2x + 2y = 6 c

14.2 a x + y + z = 2 a
d dx+y+z=2
bx+y=3 §b
d dx+y=3
c 2x + 2y + z = 5 c

14.3 a x + y + z = 1
d
b - 2x - 2y - 2z = - 2 § x + y + z = 1
d
c 3x + 3y + 3z = 3

14.4 a x - 1 y - 2 z - 1 a}x-1 y-2


}} = }} = }} } = }}
d 2 3 2 d 2 3
b §b
dx+y+z=0 dx+y+z=0
c c

14.5 a x + y + z = 0 a 3x + y + z = 2
d d
b 2x - y = 3 § bx+y+z=0
d d
c 3x + y + z = 2 c 2x - y = 3

14.6 a 2x + 4y - 6z = 20 a x + 2y - 3z = 10
d d
bx-y+z=0 §bx-y+z=0
d d
cz=3 cz=3

15

Das seguintes afirmações, diga, justificando, quais são falsas.

15.1 Dados dois planos não paralelos, existe uma única recta que contém um
ponto dado e é paralela aos dois planos.

15.2 Dados dois planos não paralelos, existe uma recta que é perpendicular aos
dois planos.

15.3 Por um ponto exterior a um plano dado passam infinitas rectas paralelas ao
plano.
176 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
15.4 São impossíveis os sistemas:

15.4.1 a 15.4.2 a x + y + z = 3
dx+y+z=2 d
b b 2x + 3y + z = 5
d 2x + 2y + 2z = 5 d
c c 3x + 4y + 2z = 5

15.5 As equações do sistema dado correspondem à situação geométrica descrita:

15.5.1 a x + y + z = 1
d
bx+y+z=2 " Dois planos coincidentes e outro
d
c 2x + 2y + 2z = 2 paralelo aos outros dois

15.5.2 a x + y + z = 1
d
b 2x + 3y - 2z = 5 " Dois planos estritamente paralelos e
d
c 3x + 3y + 3z = 4 outro concorrente com esses dois

15.5.3 a 2x - y + z = 1
d
b-y+z=1 " Três planos não paralelos
d
c 2x - y = 1

… resolver … aplicar … investigar …

16 A pirâmide

Assente no plano xOy considere a pirâmide quadrangular regular [ABCOV] .


Considere-se a unidade de comprimento o centímetro.
z
Sabe-se que
• A 1 (6 , 0 , 0) V

• [VP] é a altura da pirâmide



• VP = 6 cm

16.1 Escreva as coordenadas dos pontos B , C , V e P . O

A C
16.2 Determine o ângulo das rectas VB e BC . P
x y

16.3 Determine os ângulos do triângulo [PCV] . B

16.4 Escreva a equação do plano ABV .

16.5 Escreva uma equação da recta que contém o ponto V e é paralela aos
planos: xOy e VAB .

16.6 Calcule a área total da pirâmide.

16.7 Escreva uma condição para o plano mediador de [AC] .


6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 177

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
16.8 Escreva uma condição que defina a superfície esférica e a esfera que têm
por diâmetro [AC] .

16.9 Considere que a pirâmide foi deslocada e que o vértice V coincide agora
com a origem das coordenadas e que A' , B' , C' e O' são os pontos corres-
pondentes, respectivamente, a A , B , C e O .
Quais são as coordenadas de A' , B' , C ' e O' ?

17 A garagem

No referencial (O , »i , »j , »
k) está representada uma garagem. A unidade de
comprimento é o metro.

H I

F
G

D
E Æ
Æ k
i
C O Æ
j y

B A

 
[OABC] é um rectângulo, contido no plano xOy . OA = 4 m e AB = 10 m . A

distância do ponto mais alto do telhado ao solo é de 4,2 m , sendo OF = 2,8 m .

Determine:

17.1 as coordenadas dos pontos assinalados na figura;

17.2 a amplitude do ângulo IFE ;

17.3 uma equação do plano HDI ;

17.4 a intersecção do plano a de equação x + y - 1 = 0 com a recta FI ;

17.5 uma equação do plano que contém A e é perpendicular a IF ;

17.6 a amplitude do ângulo da recta FB com o plano do solo;

17.7 uma equação de recta que contém H e é paralela aos planos BAO e
AOF.

PAM11 - 12
178 6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
18 No cilindro

Considere, num referencial o. n. Oxyz , um cilindro de revolução como o repre-


z
sentado na figura. r

A base inferior do cilindro tem centro na origem O do referencial e está contida D

no plano xOy .
[BC] é um diâmetro da base inferior, contido no eixo Oy . O ponto C tem coor-
denadas (0 , - 5 , 0) .
O ponto A pertence à circunferência que limita a base inferior do cilindro e tem
coordenadas (4 , 3 , 0) . C
O B y
A recta r passa no ponto B e é paralela ao eixo Oz . A
x
O ponto D pertence à recta r e à circunferência que limita a base superior do
cilindro.

18.1 Justifique que a recta AC é perpendicular à recta AB .

18.2 Escreva uma equação vectorial da recta r .

«» é um vector perpendicular ao plano ABD .


18.3 Justifique que AC
Determine uma equação deste plano.

19 Na pirâmide

Considere, num referencial o. n. Oxyz , uma pirâmide regular de base quadrada


(ver figura ao lado).
O vértice V da pirâmide pertence ao semieixo positivo Oz .
A base da pirâmide está contida no plano xOy .
A aresta [PQ] é paralela ao eixo Oy . O ponto Q tem coordenadas (2 , 2 , 0) .
z
19.1 Sabendo que, na unidade considerada, o volume da pirâmide é igual a 32 ,
mostre que o vértice V tem coordenadas (0 , 0 , 6) . V

Volume da pirâmide = }1} * Área da base * Altura


3
19.2 Mostre que o plano QRV pode ser definido pela equação 3y + z = 6 .

19.3 Determine uma condição que defina a recta que passa na origem do refe-
rencial e é perpendicular ao plano QRV .
R
S
19.4 Justifique que a intersecção da aresta [QV] com o plano de equação z = 3 O y
P
é o ponto M (1 , 1 , 3) . Q
x
Determine a área da secção produzida na pirâmide por esse plano.
6. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço 179

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
20 No prisma

Considere o prisma representado num referencial o. n. Oxyz .

E F

O C y

A B

Sabe-se que:

• os pontos A , B e C pertencem à base inferior do prisma, a qual está contida


no plano xOy e tem por centro a origem do referencial;

• os pontos D , E , F e G pertencem à base superior do prisma, a qual está


contida no plano de equação z = 12 ;

• o ponto C tem coordenadas (0 , 4 , 0) .

20.1 Mostre que o ponto B tem coordenadas (œ1


w2
w , 2 , 0) e aproveite este
resultado para justificar que o ponto G tem coordenadas (- œ1
w2
w , 2 , 12) .

(Nota: o lado de um hexágono regular é igual ao raio da circunferência circuns-


crita ao hexágono.)

20.2 Mostre que a recta DG pode ser definida pela condição

œ3
w x + y = - 4 ‹ z = 12 .

20.3 Determine a intersecção da recta DG com o plano que contém a face


[ABFE] do prisma.
180

Evolução histórica das Sucessões

R
P
Imagine-se uma bola que cai de uma janela com um metro de altura e que
salta subindo sempre metade.

A distância percorrida nas descidas é:

1 1 1 1
1+}+}+}+}+…
2 4 8 16

O número de parcelas é infinito, mas a soma é igual a 2 .

1 1 1 1
1+}+}+}+}+…=2
2 4 8 16
1
1 1 1 1
2 4 8 16

O facto de não sermos capazes, por impossibilidade física, de escrever todas


as parcelas mas, apesar disso, sermos capazes de calcular a soma, impressiona o
Homem de todos os tempos.

Zenão (495-435 a. C.) era um dos pensadores gregos que mais conseguia con-
fundir os filósofos atenienses com os seus paradoxos. Alguns destes paradoxos
ficaram famosos como o paradoxo de Aquiles e a tartaruga (referido no texto
deste livro), o paradoxo da seta do guerreiro e o paradoxo da dicotomia.

Suponhamos que um móvel vai percorrer uma certa distância. Ora, tudo que
se move tem de percorrer metade do percurso antes de chegar ao fim; mas antes
de atingir metade tem de percorrer um quarto e antes de percorrer um quarto tem
de percorrer um oitavo, e assim sucessivamente. Tudo se repete até ao infinito e
portanto ao contrário do que parece é impossível fazer qualquer percurso.
181

Evolução histórica das Sucessões

R
P
A ideia do infinito e das sucessões apareceram também ligadas à aritmética.
Os pitagóricos (580-500 a. C.) a propósito de números escreviam sequências.

, , , , …

1 3 6 10

O próximo conjunto de pontos terá: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 pontos.

n (n + 1)
A figura que estará na posição n terá 1 + 2 + 3 + … + n = } pontos.
2

Os números 1 , 3 , 6 , 10 , … eram designados por números triangulares e a


n (n + 1)
fórmula 1 + 2 + … + n = } foi usada por Arquimedes (287-212 a. C.) .
2

Este matemático também usou a fórmula:

n (n + 1) (2n + 1)
12 + 22 + … + n2 = }} para calcular valores de secções de
6
sólidos.

Da mesma forma que os pitagóricos trataram os números triangulares também


trataram outros números como, por exemplo, os números quadrados.

, , , , …

1 4 9 16

Na quinta posição, o número de pontos será:

1 + 3 + 5 + 7 + 9 = 25
182

Evolução histórica das Sucessões

R
P
Outra sucessão famosa aparece com Fibonacci.

No século XIII , os povos europeus ainda usavam a numeração romana nas con-
tagens e nos cálculos. Foi difícil a transição para o sistema de numeração árabe que
hoje utilizamos. Um dos matemáticos da época que mais contribuiu para esse facto
foi o italiano Fibonacci (1175-1260), autor do livro Liber Abaci, mas Fibonacci ficou
também conhecido por célebres problemas que ficaram na história da Matemática,
sendo um deles o problema dos coelhos.

“Um par de coelhos de um mês é muito jovem para se reproduzir. No entanto,


no mês seguinte já se pode reproduzir. Vamos supor que de cada casal de coelhos
nasce um novo casal que se reproduzirá, tal como os seus pais o fizeram, passados
dois meses.

Quantos casais de coelhos haverá no princípio de cada mês?”

A solução do problema é conhecida pela sucessão de Fibonacci.

1 , 1 , 2 , 3 , 5 , 8 , 13 , 21 , 34 , …

Os primeiros dois termos são números iguais a 1 e os outros são sempre a


soma dos dois precedentes.

Mas a sucessão de Fibonacci aparece em muitas outras situações, como por


exemplo na Natureza.
183

Evolução histórica das Sucessões

R
P
Nos ramos das plantas as folhas formam diferentes
ângulos com o eixo dos caules. O número necessário
de folhas para que se repita o mesmo alinhamento é
um número de Fibonacci.

Ulmeiro " 2 folhas

Cerejeira " 5 folhas

Pereira " 8 folhas

Nas pinhas pode-se contar as espirais para a direita e para a esquerda.


O número de espirais para cada lado são normalmente números consecutivos da
sequência de Fibonacci, ou derivados desses números.

O mesmo acontece no ananás e nas sementes do girassol.

As sucessões de Fibonacci aparecem em muitas outras situações como no triângulo


de Pascal, em problemas de curiosidades matemáticas e na razão de ouro.

Os séculos passaram e muitos foram os matemáticos que gastaram muitas horas da


sua vida à volta das sucessões e dos seus limites. Com as novas tecnologias surgi-
ram os fractais e muitas outras situações para continuarmos a pensar.
184 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

7. SUCESSÕES. SUCESSÕES MONÓTONAS E SUCESSÕES LIMITADAS

R
5
3
P
1. De um lado da rua, as portas têm
números pares e, do outro, números
ímpares.

1 2
4

1.1 Determine o número da porta que


está em 20.° lugar em cada um dos lados
7.1 DEFINIÇÃO DE SUCESSÃO. TERMOS DE UMA
SUCESSÃO
da rua.

1.2 Escreva uma expressão que permita Considere-se a sucessão dos números ímpares:
determinar o número da porta conhecida 111
a sua posição na rua:
213
• do lado par;
315
• do lado ímpar.
417
. .
. .
. .
n 1 2n - 1
. .
. .
. .

Nota A esta função chama-se sucessão dos números ímpares.


Quando se considera o 0 (zero) como O domínio da sucessão é o conjunto dos números naturais:
número natural, deve-se dizer que o domí-
N = {1 , 2 , 3 , …}
nio de uma sucessão é o conjunto dos
números inteiros positivos.
1 , 3 , 5 , 7 , … , 2n - 1 , … são os termos da sucessão.
Neste livro o 0 (zero) não é considerado
número natural. Assim, o 3.° termo é 5 ou o termo de ordem 3 é 5 .
7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 185

À expressão que permite determinar qualquer termo, conhecida a


sua ordem, chama-se termo geral da sucessão:

R
P
an = 2n - 1
ou

un = 2n - 1
ou

f (n) = 2n - 1

Numa sucessão de números reais, (an) é uma função real de variá-


vel natural em que o domínio é o conjunto dos números naturais.

• Os valores da função:
a1 , a2 , … , an , …

são os termos da sucessão.

• f (n) = an é o termo geral da sucessão.

A sucessão dos números pares tem os seguintes termos:

2 , 4 , 6 , 8 , … , 2n , …
3 3 3
1.° termo 4.° termo termo de ordem n

O termo geral é: un = 2n .

Assim numa sucessão:


2. Observe a figura:
n 2" ordem do termo

f (n) ou an 2" valor do termo de ordem n ou o termo geral

(f (n)) ou (an) 2" a sucessão

{f (n)} 2" o contradomínio


30 cm

A sucessão também pode ser representada como uma função


qualquer:

f : N 2" R 30, 60, 90, 120, … representa a sucessão


das distâncias de cada degrau ao solo.
n 1 2n - 1
2.1 Qual é o 6.° termo da sucessão?
ou
un = 2n - 1 2.2 Qual é o termo geral da sucessão?
186 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

EXEMPLO 1 Calcular termos de uma sucessão

R
Considere a sucessão de termo geral:

P
n+1
un = }}
2n

1.1 Escreva os quatro primeiros termos da sucessão e o termo de


ordem 20 .
3. Determine os quatro primeiros termos
de cada uma das sucessões:
1.2 Escreva o termo de ordem n + 1 .
3.1 an = 3n - 1 ;
1.3 Verifique que 0,51 é termo da sucessão e que 0,4 não é termo
n
3.2 bn = }} ; da sucessão.
n+1
n
3.3 cn = (- 1)n.} };
n2 + 1
1
Resolução
3.4 dn = (- 1)n + 1.}} .
n 1+1 2+1 3 3+1 2
1.1 u1 = }} = 1 ; u2 = }} = }} ; u3 = }} = }} ;
2*1 2*2 4 2*3 3
4. Considere a sucessão de termo geral: 4 + 1 = 5 ; u = 21
u4 = } } }} }}
n +3
20
2
2*4 8 40
un = }}
n
n+1
4.1 Determine o termo de ordem: 1.2 un = }}
2n
4.1.1 20 ;
4.1.2 n + 1 . (n + 1) + 1 n+2
un + 1 = }} ; un + 1 = }}
2.(n + 1) 2n + 2
4.2 Verifique que 12,25 é termo da suces-
são e que 6 não é termo da sucessão. 1.3 Determine-se n de modo que:

n+1
}} = 0,51 § n + 1 = 1,02n §
2n
1
§ n = }} §
0,02
§ n = 50

Então, pode-se concluir que 0,51 é termo da sucessão. É o termo de


ordem 50 , ou seja, é o 50.° termo da sucessão.

n+1
}} = 0,4 § n + 1 = 0,8n §
2n
§ 1 = - 0,2n §

§ n=-5

Como - 5 não é um número natural, 0,4 não é termo da sucessão.


7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 187

7.2 REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DE UMA


SUCESSÃO

R
P
Atendendo a que uma sucessão tem domínio N , a sua represen-
tação gráfica é um conjunto de pontos isolados.
A calculadora gráfica permite obter representações gráficas de
5. Represente graficamente, usando a
sucessões.
sua calculadora gráfica, cada uma das
• Por exemplo, para a sucessão: sucessões:
n2 - 2
(- 1)n 5.1 un = }} ;
un = }} n
2n - 1
1
5.2 un = (- 1)n.} ;
n
3n
5.3 un = }} ;
1+n
5.4 un = (- 1)n.30 ;

5.5 un = 4 + (- 1)n .

Usando o “trace” pode obter o termo correspondente a uma deter-


minada ordem.

Na imagem pode ler-se que o termo de ordem 6 é .090909 , ou


1
seja, }} .
11

• Para a sucessão dos perí-


metros dos sucessivos triângulos
20

20

equiláteros, representados na
figura, tem-se:

1 2
n-1
1
un = 60 * } 20
2 60; 30; 15; 7,5; …
188 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

7.3 SUCESSÕES DEFINIDAS POR RECORRÊNCIA

R
As sucessões até agora consideradas eram definidas por uma

P
6. Determine os quatro primeiros termos
expressão algébrica: o seu termo geral. Existe outro processo, para
da sucessão (an ), sabendo que:
definir uma sucessão, conhecido como definição por recorrência.
a1 = 4 e an = 1 - an - 1 , n ≥ 2 Consiste em dar a conhecer alguns dos primeiros termos sendo o
termo de ordem n definido através dos termos anteriores.
Descreva a regularidade que encontra
nos termos da sucessão. Por exemplo:
a u1 = 3
d
b
d u =2+u n≥2
c n n-1 ,

Assim,
u1 = 3 ; u2 = 2 + 3 = 5 ; u3 = 2 + 5 = 7 , …
7. Considere a sucessão (bn) definida
por recorrência. Represente-se graficamente esta sucessão recorrendo à calcula-
dora gráfica.
a b1 = 5
d
b
d
c bn = 3 + bn - 1 , n ≥ 2

7.1 Escreva alguns termos da sucessão.


O que observou?

7.2 Faça uma previsão para um processo


que permita encontrar qualquer termo da
sucessão conhecida a sua ordem. Observando a regularidade dos termos da sucessão:
3, 5, 7, 9, …

pode-se prever uma expressão do termo geral:


un = 2n + 1

EXEMPLO 2 Sucessão de Fibonacci

Fibonacci (1175-1250) deu o nome a uma sucessão famosa associada


a um problema de reprodução de coelhos.
a a1 = a2 = 1
d
b
d a
c n + 2 = an + a n + 1 , n å N

2.1 Represente graficamente a sucessão.

2.2 Escreva os primeiros 10 termos desta sucessão.


an + 1
2.3 Escreva os 9 primeiros termos da sucessão: bn = } .
an
1
2.4 Mostre que bn = 1 + } .
bn - 1
7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 189

Resolução
Com os termos da sucessão de Fibo-

R
2.1 nacci definiu-se a sucessão (a cor) das

P
razões dos elementos consecutivos.
1, 1, 2, 3, 5, 8,
13 , …
1 2 3 5 8 13
}, }, }, }, }, }, …
1 1 2 3 5 8

Os termos desta última sucessão


aproximam-se cada vez mais do
2.2 1 , 1 , 2 , 3 , 5 , 8 , 13 , 21 , 34 , 55 1 + œ5w .
número } }
2
3 5 8 13 21 34 55
2.3 1 , 2 , }} , }} , }} , }} , }} , }} , }}
2 3 5 8 13 21 34 Este número é chamado o número
de ouro.
an + 1 1
2.4 bn = } ; bn = 1 + } § Os psicólogos demonstraram que as
an bn - 1
pessoas gostam mais de rectângulos
an + 1 1 an + 1 an - 1 cujos lados verificam a razão de
§ } =1+} § } =}+1; (an > 0)
an an an an ouro.
}}
an - 1
Por isso, os artistas e os arquitectos
§ a n + 1 = an - 1 + a n têm usado este número mágico.

O que é verdade pois verifica a definição de (an) . Substituindo n


por n + 1 , vem an + 2 = an + an + 1 .

7.4 SUCESSÕES MONÓTONAS


Considere a sucessão:

… , …

180 , 360 , 540 , 720 , … , 180n , …

Os números representam as medidas, em graus, da soma das


amplitudes dos ângulos internos dos polígonos de n + 2 lados.

Esta sucessão é crescente. O termo seguinte é sempre maior do


que o anterior.

Também é crescente a sucessão:

1, 2, 2, 3, 4, 4, …

Nesta sucessão o termo seguinte é sempre maior ou igual ao


anterior.
190 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

Uma sucessão é crescente se e só se:

R
An å N , un + 1 - un ≥ 0

P
fl
3
Sucessão crescente

No primeiro exemplo verificou-se que An å N , un + 1 - un > 0 . A


sucessão diz-se estritamente crescente.
Considere-se a sucessão:

4, 1, 1 , 1 , 1 ,…
4 16 32

1

em que os números representam as medidas das áreas dos quadrados.

1 1 1
4, 1, }, }, }, … Esta sucessão é decrescente.
4 16 32
Também é decrescente a sucessão:
4 , 4 , 3 , 2 , 1 , 0,5 , …

Uma sucessão é decrescente se e só se:

An å N , un + 1 - un ≤ 0
fl
3
Sucessão decrescente

Se, como no caso das medidas das áreas, se tem que


An å N , un + 1 - un < 0 , a sucessão diz-se estritamente decrescente.
Uma sucessão crescente ou decrescente diz-se uma sucessão
monótona.
–30° 30° Uma sucessão constante é crescente e decrescente.
A sucessão
30 , - 30 , 30 , - 30 , 30 , - 30 , …
não é crescente nem decrescente, portanto não é monótona.
Também não é monótona a sucessão (un), representada grafica-
mente:
30, – 30, 30, – 30, …
3
2,5
2
1,5
1

0 1 2 3 4 5

u2 > u1 e u3 < u2
7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 191

EXEMPLO 3 Estudar a monotonia de uma sucessão 8. Estude a monotonia das seguintes


sucessões definidas por:

R
Estude a monotonia das sucessões definidas por:
1

P
8.1 an = 6 - } ;
1 2.
n 2 n n
3.1 un = } ; 3.2 an = }
n+1 3 8.2 bn = 6 + (- 1)n ;
n+3
Resolução 8.3 cn = } .
n+1
n
3.1 un = }
n+1

Comece-se por uma representação geométrica da sucessão:

A sucessão parece ser crescente.

Usando o cálculo algébrico, vem:


n+1 n
un + 1 - un ≥ 0 § }} - }} ≥ 0 §
n+2 n+1
n2 + 2n + 1 - n2 - 2n 1
§ }}} ≥ 0 § }} ≥ 0 .
(n + 2) (n + 1) (n + 2) (n + 1)

Como n + 2 > 0 e n + 1 > 0 , A n å N

então, An å N , un + 1 - un ≥ 0 .

Pode-se concluir que a sucessão dada é crescente, ou seja, que é


monótona crescente.

1 2
n
2
3.2 an = }
3
A sucessão é decrescente se A n å N : an + 1 - an ≤ 0

Como, neste caso, an > 0 , A n å N ,


an + 1
a n + 1 - a n ≤ 0 § a n + 1 ≤ an § } ≤1
an

an + 1 1 2 2 n+1
}}
3 2
}=} =}
1 2
an 2 n 3
}}
3
2
Como } ≤ 1 , a sucessão é monótona decrescente.
3
192 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

7.5 SUCESSÕES LIMITADAS

R
A curva “floco de neve” vai-se construindo da forma seguinte:

P
O floco de neve foi referido pela
primeira vez pelo matemático Koch
(1904) como exemplo de uma curva
com comprimento infinito contendo
uma área limitada.
Actualmente o floco de neve está
ligado aos fractais, figuras que se
f1

P1 , P2 , P3 , … , Pn , …
f2 f3

A sucessão dos perímetros é crescente mas não é limitada, porque


não existe nenhum número maior do que todos os termos da sucessão.
O que poderá dizer-se acerca da sucessão das áreas das figuras?
A1 , A2 , A3 , … , An , …

O que poderá dizer-se acerca da sucessão de perímetros das figuras?

obtêm usando a tecnologia gráfica. f1 f2 f3

1 1
f1 P1 = 3 * 1 = 3
A sucessão das áreas é crescente mas é limitada.
1
A área de qualquer figura é menor do que a área do círculo onde
1
3 está inscrita e maior ou igual que a área do triângulo inicial.
4
f2 P2 = 3 * } = 4 Área do triângulo ≤ An < Área do círculo
3
Uma sucessão (un) é limitada se existirem dois números reais m
4
Pn + 1 = } Pn e M tais que:
3 m ≤ un ≤ M , A n å N .

P1 , P2 , P3 , P4 , …
Muitas vezes, é fácil concluir se uma sucessão é ou não limitada por
3 3 3 3
observação do seu termo geral.
16 64
3 4 } } Será limitada a sucessão definida por: an = 4 + (- 1)n ?
3 9
a P1 = 3 Observando o termo geral conclui-se que 3 ≤ an ≤ 5 , A n å N .
d
b Pn + 1 = }4}.Pn n ≥ 2 A sucessão é limitada.
d
c 3
Geometricamente:

un

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 n
7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 193

De um modo geral, quando uma sucessão é limitada tem-se:


E m, M å R : m ≤ an ≤ M , AnåN

R
P
Geometricamente os termos da sucessão encontram-se numa
região do plano limitada pelas rectas horizontais y = m e y = M .

un

Nota
Recorde que

0 n |un | ≤ L § - L ≤ un ≤ L

Também se pode definir sucessão limitada quando:


E L å R+ : |un| ≤ L , AnåN

un

0 n

–L

7.6 MAJORANTES, MINORANTES E


ENQUADRAMENTOS
Para a sucessão definida por un = 4 + (- 1)n , tem-se que
3 ≤ un ≤ 5 , A n å N
Diz-se que 3 é um dos minorantes do conjunto dos seus termos e
5 é um dos majorantes do conjunto dos seus termos.
Qualquer número maior ou igual a 5 também é majorante do con-
junto dos termos da sucessão.
Qualquer número menor ou igual a 3 também é minorante do con-
junto dos termos da sucessão.

Seja P um subconjunto de R .
O número a é majorante do conjunto P se e só se a é maior ou
igual que qualquer elemento de P .
O número b é minorante do conjunto P se e só se b é menor ou
igual que qualquer elemento de P .

PAM11 - 13
194 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

9. Relativamente a cada um dos seguin- Um conjunto que tem pelo menos um majorante é limitado supe-
tes conjuntos indique, caso existam, o riormente.

R
conjunto dos majorantes e o conjunto Um conjunto que tem pelo menos um minorante é limitado inferior-

P
dos minorantes: mente.
P
9.1 A = [2 , 5] ;

c
d
d
b
d
d
a
a
d
d
b
d
d
c

a
d
d
b
d
d
c
conjunto dos minorantes conjunto dos majorantes
9.2 B = ]- ? , 4[ ;
Assim, uma sucessão é limitada quando o conjunto dos seus termos
9.3 C = [- 3 , p[ . tem um majorante e um minorante, ou seja, o conjunto dos termos da
sucessão é majorado e minorado.

Enquadramentos
Consideremos o número: p = 3,1415 …
Podemos dizer que: 3,14 < p < 3,16 .

Ao escrevermos a expressão anterior enquadramos o número p .

Enquadrar um número é indicar um número menor e um número


maior do que esse número.

1
Será limitada a sucessão definida por: an = 10 + } ?
n
1 1 1 1
Tem-se: } : 1, }, }, }, …
n 2 3 4
1
0<}≤1, AnåN
n

Adicionando 10 a cada um dos membros das desigualdades, vem:


1
10 < 10 + } ≤ 11 , A n å N
n

A sucessão é limitada. O conjunto dos seus termos é majorado por


11 e é minorado por 10 .
2
Será limitada a sucessão definida por: bn = 5 - } ?
n+1
2 1
Tem-se: } = 2.}
n+1 n+1
1 1
0<}≤}
n+1 2 " multiplicando por 2
2*1 1
0<}≤2*}
Nota n+1 2
2
Se a < b < c 0<}≤1
n+1 " multiplicando por - 1
então - c < - b < - a 2
-1≤-}<0
n+1 " adicionando 5
2
5-1≤5-}<5
n+1
4 ≤ bn < 5 , A n å N

A sucessão é limitada.
7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 195

EXEMPLO 4 Sucessão limitada

n+2

R
Mostre que é limitada a sucessão definida por: un = }} .
n

P
Resolução
Usando enquadramento:
n+2 2
}=1+}
n n
1
0<}≤1
n
2
0<}≤2
n
2
1<1+}≤3, AnåN
n

A sucessão é limitada porque o conjunto dos seus termos é minorado e


majorado.
Outro processo para mostrar que existem números reais, m e M , de
modo que,
n+2
m ≤ }} ≤ M , An å N pode ser o seguinte:
n

Recorrendo a uma representação geométrica da sucessão:

Parece poder concluir-se que:


n+2
1 ≤ }} ≤ 3 , An å N
n

Vejamos se de facto tal é verdade.

n+2
• 1 ≤ }} § n ≤ n + 2 § 0n ≤ 2
n
n+2
• }} ≤ 3 § n + 2 ≤ 3n § - 2n ≤ - 2 § n ≥ 1 .
n

(Como n > 0 é possível “tirar“ os denominadores.)

Atendendo a que 0n ≤ 2 e n ≥ 1 , A n å N
pode concluir-se que a sucessão é limitada e que
n+2
1 ≤ }} ≤ 3 , An å N
n
196 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

10. Mostre que são limitadas as suces- EXEMPLO 5 Sucessão não limitada
sões definidas por:

R
Mostre que a sucessão de termo geral:
1

P
10.1 un = 1 + }} ; n2 + 1
n an = } } ,
n
1
10.2 un = (- 1)n.}} ; é limitada inferiormente mas não é limitada superiormente.
n
n+1
10.3 un = (- 1)n + 1 }} ; Resolução
n
a }1} se n é par n2 + 1
d an = }}
10.4 un = b n n
d - 1 se n é ímpar
c Começa-se por uma repre-
sentação geométrica da
sucessão:
11. Mostre que não é limitada a sucessão
A sucessão é limitada infe-
definida por:
riormente?
a-3 se n é ímpar n2 + 1
d Tem-se: }} ≥ 2 §
un = b n
dn+3 se n é par
c § n + 1 ≥ 2n §
2

§ n2 - 2n + 1 ≥ 0 §
§ (n - 1)2 ≥ 0 , An å N .

n2 + 1
Logo, }} ≥ 2
n
A sucessão é limitada inferiormente
2 ≤ un , An å N .

• A sucessão seria limitada superiormente se existisse M å R , tal que:


n2 + 1
}} ≤ M , An å N .
n
Para mostrar que a sucessão não é limitada superiormente temos
de verificar que AM å R , existem sempre termos da sucessão
superiores a M .

Seja M um número qualquer


n2 + 1
un ≥ M § }} ≥ M § n2 + 1 ≥ Mn § n2 - Mn + 1 ≥ 0
n
M ¿ œw M2ww
-w4
Para M ≥ 2 , a equação: n = }} tem sempre raízes,
2
pelo que a condição un ≥ M é possível.

Para M < 2 , a condição é universal.

Assim, pode concluir-se que AM å R , existem sempre termos da


sucessão, tais que:
un ≥ M .
n
A sucessão não é limitada superiormente.
7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 197

… o que estudou no tema …

R
P
• definir sucessão

• termo geral de uma sucessão

• termos de uma sucessão

• calcular termos de uma sucessão

• identificar termos de uma sucessão

• representar geometricamente uma sucessão com a calculadora gráfica

• sucessões definidas por recorrência

• sucessões crescentes

• sucessões estritamente crescentes

• sucessões decrescentes

• sucessões estritamente decrescentes

• sucessões monótonas e não monótonas

• sucessões limitadas

• sucessões não limitadas


198 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1
Dada a sucessão de números reais:
n2 - n
un = } + (- 1)n
3
1.1 Calcule:
u1 , u2 , e u3 .

1.2 Justifique que (un) não é monótona.

1.3 Verifique se 31 é termo da sucessão.

1.4 Utilize a calculadora para determinar a ordem de um termo da sucessão que


seja maior do que 1000 , outro maior do que 10 000 e um terceiro maior do
que 20 000 . Será limitada a sucessão dada?

Resolução
12 - 1
1.1 u1 = } + (- 1)1 = - 1
3
22 - 2 2 5
u2 = } + (- 1)2 = } + 1 = }
3 3 3
32 - 3
u3 = } + (- 1)3 = 2 - 1 = 1
3

1.2 (un) não é monótona porque u1 < u2 e u2 > u3 .

1.3 Vejamos se existe n å N de modo que


n2 - n
} + (- 1)n = 31
3
Cálculo auxiliar

• Se n é ímpar, vem: 1 ¿ œw
1w+w
3w
8w4
n = }}
n2 - n 2
} - 1 = 31 § n2 - n - 3 = 93 § n2 - n - 96 = 0 .
3 1 ¿ 19,6
n)}
2
As soluções desta equação não são números naturais. Logo, não existe um
n∫N
número ímpar cuja imagem, dada pela sucessão, seja 31 .

Cálculo auxiliar
• Se n é par, vem:
1 ¿ œw1w+w
3w
6w0
n2 - n n = }}
} + 1 = 31 § n2 - n + 3 = 93 § n2 - n - 90 = 0 . 2
3 1 ¿ 19
n=}
2
Se n = 10 , a equação é verificada.
n = 10 › n = - 9
Logo, 31 é termo da sucessão. É o termo de ordem 10 ou o décimo termo. 10 å N ; - 9 ∫ N
7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 199

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
1.4 Para n = 60 ; un = 1181 > 1000

P
Para n = 230 ; un ) 17 558 > 10 000
Para n = 300 ; un = 29 901 > 20 000

Por maior que seja o número em que pensemos, parece ser possível arranjar um
termo da sucessão que seja maior do que o número fixado. A sucessão parece
Nota(1) não ser limitada, pelo facto do conjunto dos seus termos não ser majorado(1).
Podemos reforçar a ideia intui-
tiva de que (un ) não é limi-
tada, recorrendo a gráficos de 2
funções.
Temos:
Considere a sucessão
n2 - n
un = } + (- 1)n .
a 3 se n ≤ 2
d
3 un = b n + 1
d }} se n > 2
Consideremos as funções: c n
f : R 2" R
x2 - x 2.1 Represente, geometricamente, a sucessão para n ≤ 5 .
x1}+1
3
2.2 A sucessão é monótona? Justifique.
g : R 2" R
x2 - x
x1}+1 2.3 Mostre que a sucessão é limitada.
3
As funções f e g são exten-
sões a R da sucessão dada, Resolução
considerando, respectivamente,
n par e n ímpar. 2.1 n 1 un un

O gráfico destas funções é: 1 1 3


3

y 2 1 3 2

5 f 3 1 }4} 1
3 3
1 4 1 }5} 0
1 2 3 4 5
n
4

0 x
5 1 }6}
–1 0,5 1 2 5

2.2 O cálculo dos 5 primeiros termos sugere que a sucessão é decrescente.


y
Vejamos se: A n å N : un + 1 - un ≤ 0 .
g
n+1+1 n+1 n+2 n+1
Se n > 2 , }} - } = } - } =
–1 0 0,5 1 x n+1 n n+1 n
2
–1
3
–1 n2 + 2n - n2 - 2n - 1 -1
= }}} = } < 0 , A n å N
n (n + 1) n (n + 1)

Como u1 = u2 = 3 > u3 , temos então que


Por observação dos gráficos
A n å N : un + 1 - un ≤ 0 § (un) é decrescente.
das funções podemos concluir
que a sucessão não é limitada.
Logo, a sucessão é monótona.
200 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
2.3 Uma sucessão é limitada se o conjunto dos seus termos for limitado, ou
seja, se existem a e b reais, de modo que:

a ≤ un ≤ b , A n å N .

O cálculo dos 5 primeiros termos sugere que se escreva: un

1 ≤ un ≤ 3 .
3
Confirmemos algebricamente:
1
se n ≤ 2 , un = 3 e 1 ≤ 3 ≤ 3 ;
0 n
n+1 1 ≤ un ≤ 3,An Œ N
se n > 2 , teremos de provar que: 1 ≤ } ≤ 3 .
n

Resolvamos esta dupla desigualdade.


L=3
n+1 §
1≤} n+1
n} r }n} ≤ 3 §
r
(n > 0) r (n > 0)
r
r
r § n + 1 ≤ 3n § 0 n
§ n≤n+1 § r
r
r § - 2n ≤ - 1 §
§ 0n ≤ 1 r
r 1
r § n ≥ }} –L=–3
r 2 –3 ≤ un ≤ 3,An Œ N
r
Condição universal em N r Condição universal em N
r

Logo, A n å N , 1 ≤ un ≤ 3 , o que equivale a dizer que a sucessão é limitada.

3
Mostre que são limitadas as sucessões:

3n + 10
3.1 n 1 } ;
u n

5
3.2 n 1 2 - }2 ;
v n

1
3.3 n 1 } .
w œw
n2w+w
3

Resolução

3.1 Vamos utilizar enquadramentos.

3n + 10 3n 10 10
}=}+}=3+}
n n n n
7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 201

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
Nota (1) Temos sucessivamente:
1
Como n é um número natural, 0 < } ≤ 1 , A n å N (1)
n
n≥1. multiplicando por 10
10
0 < } ≤ 10
Utilizando enquadramentos, n
vem: adicionando 3
10
1
}≤1. 3 < 3 + } ≤ 13 .
n n
1
Também sabemos que } é Logo, A n å N , 3 < un ≤ 13 , ou seja, a sucessão (un) é limitada.
n
sempre um número positivo
para n å N . 3.2 Temos sucessivamente:
1
Temos então: 0<}≤1, AnåN
1 n
}>0. elevando ao quadrado
n 1
0 < }2 ≤ 1
n
Logo, podemos utilizar como
5 multiplicando por - 5
referência o seguinte enqua- - 5 ≤ - }2 < 0
dramento:
n
5 adicionando 2
1
0<}≤1, AnåN. - 3 ≤ 2 - }2 < 2
n n

Logo, A n å N , - 3 < vn ≤ 2 , ou seja, a sucessão (vn) é limitada.

3.3 Temos sucessivamente:

n2 ≥ 0

n2 + 3 ≥ 3

œw
n2w
+w3 ≥ œ3
w
1 1
}≤}.
œw
n2w+w
3 œ3w
1
Como } é sempre positivo, temos
œw n2w+w
3
1
A n å N , 0 < wn ≤ } , ou seja, (wn) é limitada.
œw3

4
5
Mostre que a sucessão n 1 } é monótona.
œw
n2w+w
3

Resolução
O numerador do termo geral da sucessão é constante e o denominador aumenta
à medida que n aumenta. Podemos então afirmar que um termo é sempre
menor do que o anterior.
Logo, a sucessão é monótona decrescente.
202 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

Observe a figura.

, , ,

1.1 Quantos fósforos são necessários para construir a próxima figura?

1.2 Complete a tabela, depois de a copiar para o caderno.

Número de triângulos 1 2 3 4 5 n

Número de fósforos 3

Considere a seguinte tabela incompleta.

Posição na sequência 1 2 3 4 5 n

Número de bolas

Complete-a para cada uma das seguintes situações:

2.1

, , , , …

2.2

, , , , …
7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 203

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
2.3

, , , …

2.4

, , , …

2.5

, , , …

3
Escreva os cinco primeiros termos de cada uma das sucessões definidas por:
1
3.1 an = 3n - 1 ; 3.2 bn = 3n2 ; 3.3 cn = }}2 ;
5n
2 + (- 1)n + 1.n
3.4 dn = (- 1)n ; 3.5 en = (- 1)n.2n - 1 ; 3.6 fn = }} .
n

4
Escreva uma expressão para o termo geral de cada uma das sucessões:
(Suponha que se mantém a regularidade.)

4.1 2 , - 2 , 2 , - 2 , 2 , - 2 , …

4.2 - 2 , 2 , - 2 , 2 , - 2 , 2 , …

4.3 4 , 6 , 8 , 10 , 12 , 14 , …

4.4 3 , 5 , 7 , 9 , 11 , 13 , …

4.5 2 , 5 , 8 , 11 , 14 , …

4.6 2 , 4 , 8 , 16 , 32 , …

4.7 - 1 , 2 , - 3 , 4 , - 5 , …

1 1 1 1 1
4.8 }} , - }} , }} , - }} , }} , … 4, 6, 8…
2 3 4 5 6

4.9 1 , - œw
2 , œw
3 , - 2 , œw
5, …
204 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
5
Escreva os cinco primeiros termos para cada uma das sucessões definidas por
recorrência:

5.1 u1 = 4 e un + 1 = 2 un ;

2
5.2 u 1 = 10 e un + 1 = }} un ;
3

1 2;
n
1
5.3 u1 = 1 e un + 1 = un + }}
2

5.4 u1 = 1 , u2 = 2 e un + 2 = un + un + 1 .

6
Defina, por recorrência, as sucessões:
1 1 1 1
6.1 1 , }} , }} , }} , }} ;
2 4 8 16
1 1 1 1
6.2 - }} , }} , - }} , }} .
2 4 8 16

7
Considere a sucessão (cn) : n 1 2n - 1 .

7.1 Represente graficamente (cn) para n ≤ 5 .

7.2 Determine: c10 , c100 , cn + 1 e ct + 7 (t å N) .

7.3 Indique quantos termos inferiores a 100 tem a sucessão.

7.4 Quantos termos da sucessão são maiores ou iguais a 1000 ?

8
Considere a sucessão (un) tal que
n+1
un = }} .
2

8.1 Determine os cinco primeiros termos e represente geometricamente (un)


para n ≤ 5 .

8.2 Averigúe se 8,5 é termo da sucessão.

8.3 Indique um número do intervalo ]6 , 7] que não seja termo da sucessão.

8.4 Mostre que An å N , un ≥ 1 . A sucessão é minorada?


7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 205

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

9
Qual das seguintes afirmações é verdadeira?
n+1
(A) A expressão un = }} define uma sucessão.
n-1
(B) O domínio de uma sucessão é um subconjunto qualquer de R .
(C) O contradomínio de uma sucessão é R .
(D) Uma sucessão é uma função real de variável natural.

10
Diga, justificando, quais das seguintes afirmações são falsas.

10.1 10.2

0 1 2 3 4 5 6 n

Trata-se de uma representação de uma Trata-se de uma representa-


sucessão monótona. ção de uma sucessão limitada.

10.3 A sucessão de termo geral un = (- 1)3 * 103 é limitada.

10.4 Uma sucessão limitada é uma sucessão monótona.

10.5 Uma sucessão monótona crescente é limitada inferiormente.

10.6 Uma sucessão monótona crescente não é limitada inferiormente.

11 un

Para n ≤ 11 , a figura seguinte representa


7
a sucessão (un) .
5
Qual das seguintes afirmações é verdadeira?
3
(A) O termo de ordem 3 é 5 .
(B) un = 0 se n = 7 . 1

(C) uk + 1 = 3 , se k = 10 . O 1 3 5 7 9 11 n
–1
(D) un + 1 - un > 0 , A n å N .
206 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

12 Estudar uma sucessão

Estude quanto à monotonia e limitação a sucessão de termo geral:


n+1
un = (- 1)n }} .
n

13 Escrever o termo geral

Considere a sucessão definida por recorrência:


t1 = 2 e tn + 1 = 3 tn

Escreva o termo geral da sucessão.

14 A propagação da luz

Os Gregos descobriram que a luz se propaga em linha recta.


Héron de Alexandria descobriu que um feixe de luz que incide num espelho se
reflecte, sendo o ângulo de incidência igual ao ângulo de reflexão.
Verificamos que quando temos dois espelhos paralelos, o número de possibilidades
de percurso de um feixe de luz é função do número de reflexões.

Número de Número de
reflexões diferentes percursos

0 1

1 2

2 3

3 5

14.1 Faça um esquema que corresponda a 4 reflexões.

14.2 Verifique que o número n , nos diferentes percursos, pode ser obtido pela
expressão f (n) = f (n - 2) + f (n - 1) , n ≥ 3 (sequência de Fibonacci).
7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 207

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
15 A área de quadrados

Tínhamos um quadrado de lado 1 metro e construímos uma sequência de qua-


drados, unindo os pontos médios dos lados.

15.1 Escreva os cinco primeiros termos da sequência referente à área dos qua-
drados obtidos.
15.2 Sugira uma expressão geral que permita determinar a área do quadrado
conhecida a ordem na sequência.
15.3 Qual será a expressão geral da sucessão dos lados dos quadrados?

16 Definir uma sucessão


1
É dada a sucessão de termo geral: vn = 1 + }} .
n
16.1 Calcule a soma dos três primeiros termos .
16.2 Estude a monotonia da sucessão.
16.3 Copie para o seu caderno e complete:
1
0 < }} ≤ 1 , An å N
n
1
… < 1 + }} ≤ … , An å N
n
16.4 Justifique que a sucessão é limitada.
16.5 Se wn = vn para n ≥ 10 e (wn) não é monótona, defina algebricamente (wn) .

17 Definir uma sucessão monótona

Considere a sucessão (an) cujo termo geral é:


an = (- 1)n + 1.3 + 1 .
17.1 Represente graficamente (an) para n ≤ 5 .
17.2 Justifique que (an) é limitada.
17.3 Indique uma expressão que quando adicionada a an se obtenha o termo
geral de uma sucessão monótona.
208 7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
18 A monotonia de uma sucessão definida por ramos

Considere a sucessão de termo geral:


a n se n ≤ 3 ;
d
bn = b
d
c n-2 se n > 3 .

18.1 Represente geometricamente (bn) para n ≤ 6 .

18.2 Mostre que:

• An å N , n ≤ 3 ± bn + 1 - bn > 0 ;

• An å N , n > 3 ± bn + 1 - bn > 0 .

18.3 A sucessão dada é monótona?

18.4 Descreva como se estuda a monotonia de uma sucessão definida por


ramos do tipo de (bn) .

19 Uma sucessão monótona e limitada

Considere a sucessão (an) :


10 n
n 1 }} .
a n+1

19.1 Mostre que:


10 n 10
}} = 10 - }} , An å N .
n+1 n+1

19.2 Justifique que (an) é limitada.

19.3 Estude a monotonia da sucessão.

20 Representar graficamente

Considere a sucessão (bn) cujo termo geral é:


8
bn = } }.
n +2
2

20.1 Represente graficamente a sucessão.

20.2 Estude a monotonia da sucessão.

20.3 (bn) é limitada. Justifique esta afirmação.


7. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limitadas 209

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
21 Das funções para as sucessões

Considere a função real de variável real:


p: R"R
x 1 - x2 + 6x - 5 .

21.1 Represente graficamente a função p .

21.2 Considere a sucessão:


(un) : R " R
n 1 - n2 + 6n - 5 .

O que pode dizer acerca:


• da monotonia da sucessão?
• da existência de majorantes e minorantes para o conjunto dos termos?
• da sucessão ser ou não limitada?
• da existência de termos iguais a zero?

22 As sucessões e o caos

Considere a família de sucessões definidas por recorrência:


u0 = 0 e un+ 1 = 1 - k.un2 , k > 0 .

Com a calculadora gráfica visualize as sucessões de famílias correspondentes a:

22.1 k = 0,5 ; k = 0,75 ; k = 0,9 ;

22.2 k = 1,2 ; k = 1,3 ; k = 1,4 ;

22.3 k = 1,7 ; k = 1,75 ; k = 1,8 .

Descreva o que observou.


Porque será que uma pequena variação no valor de k produz uma mudança tão
significativa no comportamento da função?

23 Variando o 1.° termo de uma sucessão definida por recorrência


(Sistemas dinâmicos com dependência sensível das condições iniciais.)

Seja a família de sucessões:


u1 = k e un + 1 = un2 - 2 .

23.1 Represente, usando tabelas e gráficos, em simultâneo as funções da famí-


lia para: k = 0 , k = 0,1 , k = 0,01 ; k = 0,001 .

23.2 Compare os seus resultados com os dos seus colegas e procure uma justi-
ficação para os resultados obtidos.

PAM11 - 14
210 2. Progressões aritméticas e progressões geométricas

8. PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

R
P
1. Um ciclista está a preparar a próxima
volta a Portugal. No primeiro dia de
treino andou 40 km .
Determine quantos quilómetros vai andar
nos cinco primeiros dias de treino se:
1.1 aumenta 5 km por dia;
Qual é a relação entre as distâncias per-
corridas dia a dia?
1.2 aumenta 5% da distância por dia;
Qual é a relação das distâncias percorri-
das dia a dia?
A resposta dada a 1.1 está ligada às
progressões aritméticas e a resposta dada
a 1.2 está ligada às progressões geomé-
tricas.

8.1 PROGRESSÃO ARITMÉTICA. DEFINIÇÃO


Consideremos a função:

f : R 2" R y
x 1 2x - 3 .

Graficamente tem-se: 5

0 1 2 3 4 x

–1

A sucessão das imagens em que os objectos são os números


naturais é:

-1, 1, 3, 5, …
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 211

Os termos desta sucessão têm uma particularidade: passa-se de Nota


um termo ao seguinte adicionando sempre 2 , ou seja, a diferença

R
São progressões aritméticas:
entre um termo e o seu anterior é constante e é igual a 2 .

P
1, 2, 3, 4, 5, …, n, …
(sucessão dos números naturais)
A uma sucessão deste tipo chamamos progressão aritmética.
1 , 3 , 5 , 7 , … , 2n - 1 , …
(sucessão dos números ímpares)

Uma sucessão (un) é uma progressão aritmética se existe um 2 , 4 , 6 , 8 , … , 2n , …


(sucessão dos números pares)
número real r tal que un + 1 - un = r , An å N .

Ao número r chama-se razão da progressão aritmética.

EXEMPLO 1 Progressão aritmética

Averigúe se as sucessões:
1
un : n 1 - }} n + 1 e
2
vn : n 1 n - n2

são ou não progressões aritméticas.

Resolução
2. Escreva os cinco primeiros termos de
Calculemos un + 1 - un .
uma progressão aritmética em que o
1 1.° termo é 3 e a razão é:
un = - }} n + 1 ;
2
2.1 5 ;
1 1 1
un + 1 = - }} (n + 1) + 1 = - }} n + }}
2 2 2
2.2 - 5 ;
1 1 1 1
un + 1 - un = - }} n + }} + }} n - 1 = - }}
2 2 2 2 2.3 0 .
1
A sucessão (un) é uma progressão aritmética de razão - }} .
2 3. Averigúe se são ou não progressões
Calculemos vn + 1 - vn .
aritméticas as sucessões seguintes e, em
vn = n - n ;
2 caso afirmativo, indique a razão da pro-
gressão.
vn + 1 = (n + 1) - (n + 1)2
1
3.1 an = }} - 2n ;
vn + 1 - vn = n + 1 - n - 2n - 1 - n + n = - 2n
2 2 2
3.2 bn = (n - 1) (n + 1) ;
Como a expressão - 2n depende de n , não é constante. Logo, a a u1 = 2
d
sucessão (vn) não é uma progressão aritmética. 3.3 b
d
c un + 1 = un + 3 .
212 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

Nota EXEMPLO 2 Determinação da razão de uma progressão


aritmética

R
Numa progressão aritmética

P
u8 = u7 + r Determine a razão de uma progressão aritmética sabendo que:
u8 = (u6 + r) + r
u5 = 10 e u8 = 16 .
u8 = u6 + 2r
u8 = (u5 + r) + 2r
u8 = u5 + 3r Resolução
Por definição:
u8 = u5 + 3r .

Substituindo, vem:
16 = 10 + 3r § r = 2 .
4. Determine a razão de uma progressão A razão da progressão é 2 .
aritmética sabendo que:
u10 = - 3 e u5 = - 12 .

8.2 TERMO GERAL DE UMA PROGRESSÃO


ARITMÉTICA

O conhecimento do termo geral de uma progressão é muito impor-


tante, pois permite determinar qualquer termo conhecida a sua ordem.
Considere-se a progressão aritmética:
- 1 , 4 , 9 , 14 , 19 , …

Tem-se:
u1 = - 1
u2 = - 1 + 5
u3 = - 1 + 5 + 5 = - 1 + 2.5
u4 = - 1 + 5 + 5 + 5 = - 1 + 3.5
.
.
.
un = - 1 + 5 + … + 5 = - 1 + (n - 1).5
twuwv
n - 1 parcelas

Logo, un = - 6 + 5n
5. Determine o termo de ordem 101 da De um modo geral seja:
sucessão de números pares. u1 , u2 , … , un , …

uma progressão aritmética de razão r .


6. Escreva o termo geral da progressão u1 = u1
aritmética em que: u2 = u1 + r

6.1 u1 = 3 e r = 10 ; u3 = u1 + r + r
.
.
.
6.2 u2 = 10 e u4 = 20 ;
un = u1 + r + r + … + r
twwuwwv
6.3 u 3 = - 10 e r = 5 . (n - 1) parcelas
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 213

Logo, o termo geral de uma progressão aritmética é:

R
un = u1 + (n - 1).r

P
fl
3
Termo geral de uma progressão aritmética

EXEMPLO 3 Determinar o termo geral

Dada a progressão aritmética


- 5 , - 7 , - 9 , - 11 , …

Determine o termo de ordem 500 .

Resolução
Determine-se o termo geral da progressão:
un = u1 + (n - 1).r
u1 = - 5 ; r = - 2
un = - 5 + (n - 1) (- 2) § un = - 5 - 2n + 2 § 7. Determine o termo de ordem 500 na
§ un = - 3 - 2n
progressão aritmética em que os cinco
primeiros termos são:
Logo, u500 = - 3 - 2.500 § u500 = - 1003 . 1 1 3
-}, 0, }, 1, }.
2 2 2

8.3 SOMA DOS TERMOS DE UMA PROGRESSÃO


ARITMÉTICA

• Soma dos termos igualmente distanciados dos extremos

Consideremos os seis primeiros termos de uma progressão


aritmética.

1 3 5 7 9 11
+
12

+
12

+
12

A soma dos termos igualmente distanciados dos extremos é sempre


a mesma.
214 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7 a8 a9 Suponhamos que tínhamos apenas cinco termos.

R
1 3 5 7 9

P
+
10

+
10

Neste caso havia um termo central: 5 .

Verificamos que a soma dos termos igualmente distanciados dos


extremos é a mesma e igual ao dobro do termo central.

De um modo geral temos:

a1 a2 a3 ... an - 2 an - 1 an

a1 + an

a9 a8 a7 a6 a5 a4 a3 a2 a1 a1 + an

a1 + an

Numa progressão aritmética, a soma dos termos igualmente distan-


ciados dos extremos é igual à soma dos extremos.

• Soma dos n primeiros termos de uma progressão arit-


mética

Seja:

S1 = u1

S2 = u1 + u2
.
.
.

Sn = u1 + u2 + … + un .

A soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética


representa-se por Sn .

Vamos procurar escrever Sn sem usar … .


Escrevemos Sn de dois modos diferentes e adicionamos termo a
termo.
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 215

Sn = u1 + u2 + u3 + … + un - 2 + un - 1 + un
Sn = un + un - 1 + un - 2 + … + u3 + u2 + u1

R
P
2Sn = (u1 + un) + (u2 + un - 1) + (u3 + un - 2) + … + (un - 2 + u3) + (un - 1 + u2) + (un + u1)
twwwwwwwwwwwwwwwuwwwwwwwwwwwwwwwv
n parcelas iguais a (u1 + un)

2Sn = n.(u1 + un) .

Logo,
u1 + un
Sn = } }.n
2
fl
3
Soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética

EXEMPLO 4 Calcular a soma dos termos de uma


progressão aritmética

Considerando a progressão aritmética:


2 1
- 1 , - } } , - }} , 0 , …
3 3
Calcule:
4.1 a1 + … + a20 ; 4.2 a10 + a11 + … + a20 .

Resolução
u1 + un
4.1 Sn = } }.n
2
Para calcular S20 precisamos conhecer u1 e u20 .
1
u1 = - 1 ; un = u1 + (n - 1).r = - 1 + (n - 1).}}
3
1 19 16
u20 = - 1 + (20 - 1).}} ; u20 = - 1 + }} = }}
3 3 3
16
- 1 + }}
3 130
S20 = }}.20 § S20 = }}
2 3 8. Um atleta resolveu aumentar em cada
dia 3 km nos treinos.
4.2 a10 + a11 + … + a20 = S20 - S9 .
Se no 1.° dia correu 20 km , quantos
Já calculámos S20 . Calculemos S9 . km correu no total ao fim de 20 dias?
8 5
u9 = u1 + 8r ; u9 = - 1 + }} = }}
3 3
5 9. Numa progressão aritmética de razão
- 1 + }}
3 9 - 3 , a soma dos 20 termos consecuti-
S9 = }.9 § S9 = }}
2 3
vos a partir do 10.° (exclusive) é igual a
130 9 121
S20 - S9 = }} - }} = }} - 372.
3 3 3 Determine a expressão do termo geral.
216 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

8.4 MONOTONIA DE UMA PROGRESSÃO


ARITMÉTICA

R
P
Quando determinámos o termo geral de uma progressão aritmé-
tica, obtivemos sempre uma expressão da forma:

un = an + b em que a é a razão da progressão.

De facto, temos:

un = u1 + (n - 1).r

un = u1 + nr - r

un = nr + (u1 - r)

Assim, para cada progressão aritmética existe uma função afim


que é o seu prolongamento a R .

un un
un

5 5
1
4

3 0 1 2 3 n 3
–1
2
–2
1 1
–3
0 1 2 3 4 n 0 1 2 3 4 n
–1

Se a razão de uma progressão aritmética é zero, a progressão é


constante e todos os termos são iguais ao 1.° termo.

10. Estude a monotonia das progressões


Se a razão da progressão é positiva, a progressão aritmética é
aritméticas de termo geral:
crescente.
10.1 un = - 2n + 1 ;
1 Se a razão da progressão é negativa, a progressão aritmética é
10.2 vn = 3n + }} .
2 decrescente.
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 217

8.5 PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS. DEFINIÇÃO 11. Construção de triângulos equilá-


teros

R
A bactéria estreptococos (responsável pela amigdalite) reproduz-se Desenhe um triângulo equilátero com

P
duplicando-se de meia em meia hora. 8 cm de lado.

Unindo os pontos médios construa um


novo triângulo equilátero. No total obtém
quatro triângulos equiláteros geometrica-
4 mente iguais.
Repita o processo e complete a tabela:

N.° de vezes que


se repete 1 2 3 4 5
o processo
8
N.° de triângulos
1 4 . . .
1, 2, 4, 8, … obtidos
é uma progressão geométrica de razão 2 .
Comprimento do
8 4 . . .
lado de cada n

Considerem-se as sucessões:

1, 2, 4, 8, …

1 , 4 , 16 , 64 , 256 , …
1 1
8 , 4 , 2 , 1 , }} , }} , …
2 4

Estas sucessões têm algo em comum. Passa-se de um termo ao


seguinte multiplicando sempre pelo mesmo número, ou seja, o quociente
entre qualquer termo e o anterior é constante. A uma sucessão deste
tipo chama-se progressão geométrica.

Uma sucessão (un) de termos não nulos é uma progressão geomé-


trica se existe um número real r , tal que:
Nota
un + 1
}} = r , An å N Na definição de progressão geométrica não
un
consideramos os casos em que a razão é
Ao número r chama-se razão da progressão.
zero e/ou o 1.° termo é zero.
218 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

12. Escreva os cinco primeiros termos EXEMPLO 5 Determinar a razão de uma progressão geométrica
da progressão geométrica em que:

R
Determine a razão de uma progressão geométrica em que o 4.° e o

P
12.1 a1 = - 3 e r = 2 ; 6.° termos são, respectivamente, 15 e 1,35 .
12.2 a2 = 10 e r = - 2 ;
Resolução
12.3 a4 = - 1 e r = - 1 ;
u4 = 15 e u6 = 1,35 .
12.4 a4 = 6 e a2 = 3 .
Numa progressão geométrica um termo obtém-se do anterior multipli-
cando este pela razão.
13. Calcule o 8.° termo de uma pro-
Assim: u6 = u4.r2
gressão geométrica sabendo que o
5.° termo é 5 e a razão é 0,2 . 1,35 = 15.r2 § r2 = 0,09
§ r = ¿ 0,3

Logo, o problema tem duas soluções:


14. Verifique se são progressões geomé-
r = 0,3 ou r = - 0,3
tricas e, em caso afirmativo, indique a
razão das sucessões de termos gerais:

14.1 51 - n ;
n+3 EXEMPLO 6
12
1 Progressões geométricas?
14.2 } ;
2
Verificar que as sucessões (an) e (bn) são progressões geométricas
14.3 (- 1)2n + 1 ;
e indicar a razão.
1 3-n
14.4 2 } 12
3
; a a1 = - 1
d
6.1 b
da
-1 c n + 1 = 2.an
14.5 } ;
5n
n 6.2 bn = - 3 (0,25)n - 1 .
14.6 - } (0,4)n + 1 .
2

Resolução
a +1
6.1 an + 1 = 2.an § }n } =2
an

Trata-se de uma progressão geométrica de razão 2 .

6.2 bn = - 3 (0,25)n - 1

bn + 1 = - 3 (0,25)n + 1 - 1

bn + 1 - 3 (0,25)n
} = }} = 0,25n - n + 1 = 0,25
bn - 3 (0,25)n - 1

Como é constante a razão entre qualquer termo e o anterior, trata-se


de uma progressão geométrica de razão 0,25 .
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 219

8.6 TERMO GERAL DE UMA PROGRESSÃO


GEOMÉTRICA

R
P
Conhecendo o 1.° termo e a razão de uma progressão geomé-
trica podemos conhecer qualquer outro termo.

*3 *3 *3

2 6 18 54 …
1, 3, 9, 27, …
progressão geométrica: un = 3n – 1.
Se pretendêssemos conhecer o termo de ordem 100 pelo pro-
cesso indicado levaríamos muito tempo, por isso, vamos procurar uma
fórmula que nos indique o valor de um termo conhecida a sua ordem.

1.° termo: 2
15. Determine o termo de ordem 60 de
razão: 3 uma progressão geométrica em que:
a1 = 2
a1 = 5 e a2 = - 10 .
a2 = 2.3
a3 = 2.3.3
.
.
.
an = 2.3.….3
tuv
n - 1 factores

Logo,

an = 2.3n - 1 e a100 = 2.399 9 3,4 * 1047 .

De um modo geral, temos:


a1 = a1
a2 = a1.r
a3 = a1 .r2
.
.
.
an = a1.rn - 1 .

Logo, numa progressão geométrica de razão r e primeiro termo


a1 , o termo geral é:

an = a1.rn - 1
fl
3
Termo geral de uma progressão geométrica

Uma progressão geométrica fica definida conhecendo-se o 1.° termo


e a razão.
220 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

EXEMPLO 7 Contos e ditos

R
A Ana descobriu que a namorada do Vítor, campeão de surf, era a Nini.

P
Num minuto ela contou a quatro colegas da escola e cada uma destas
conta a outros quatro no minuto seguinte e assim sucessivamente.

7.1 Quantos vão transmitir a notícia ao fim de quatro minutos?

7.2 Quanto tempo levaria para que 3000 alunos estivessem a trans-
mitir a notícia?

Resolução
7.1 A situação apresentada tem como modelo matemático uma pro-
gressão geométrica de 1.° termo 1 e razão 4 .
1 , 4 , 16 , …

O termo geral é: an = a1.rn - 1 ; an = 1.4n - 1 ; an = 4n - 1 .


Quatro minutos depois temos o termo de ordem 5 .

Logo, a5 = 45 - 1 ; a5 = 44 ; a5 = 256 .

7.2 Procuramos n de modo que: an = 3000

Como an = 4n - 1 , vem: 4n - 1 = 3000 .

Temos que: 45 < 3000 < 46 .

Logo, em menos de 6 minutos 3000 alunos estariam a transmitir a


notícia.

16. Determine o 10.° termo de uma


progressão geométrica em que: EXEMPLO 8 Determinar o termo geral de uma progressão

u7 + u6 = - 488 e a razão é 3 . Determine o termo geral de uma progressão geométrica em que:


a2 = 6 e a5 = 48 .

Resolução
a5 = a2.r3 , por definição.

48 = 6.r3 § r3 = 8 § r = 2

17. Determine o termo geral de uma A razão da progressão é 2 .


progressão geométrica em que: a
a1 = }}2 ; a1 = 3
r
17.1 a2 = 6 e a3 = 18 ;
Logo, an = 3.2n - 1 .
17.2 a2 = 8 e a4 = 128 .
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 221

8.7 SOMA DOS TERMOS DE UMA PROGRESSÃO


GEOMÉTRICA

R
P
• Soma dos n primeiros termos

Sabia-se que num lago havia 1200 peixes e que o número de


peixes triplicava anualmente.
Para calcular o número de peixes que, teoricamente, haveria daí a
20 anos não se calcularam os termos todos.

Seguiu-se um método mais simples.

S = 1200 + 3600 + … + 1200 * 319

3S = 3600 + … + 1200 * 319 + 1200 * 320 .


un = 1200 * 3n - 1
Subtraindo membro a membro, vem:

3S - S = 1200 * 320 - 1200

2S = 1200 * 320 - 1200

1200 * 320 - 1200 1200 (320 - 1)


S = }}} = }} = 600 (320 - 1) .
2 2

De um modo geral:

Se u1 , u2 , … , un são os n primeiros termos de uma progressão


geométrica de razão r ,
Sn = u1 + u2 + … + un

r.Sn = r u1 + r u2 + … + r un
tuv tuv tuv
u2 u3 un + 1

r Sn - Sn = r un - u1

Sn (r - 1) = r.u1.rn- 1 - u1

u1 (rn - 1)
Sn = } }
r-1
ou
1 - rn
Sn = u1.}}
1-r

A soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica


de primeiro termo u1 e razão r é:

Sn = u1.} 1 - rn
}
1-r
fl
3
Soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica
222 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

EXEMPLO 9 Determinar a soma de termos de uma


progressão geométrica

R
P
18. Calcule a soma dos 10 primeiros Determine a soma dos 10 primeiros termos de uma progressão geo-
termos da progressão geométrica de métrica em que o termo geral é un = 3n .
termo geral:
n-2

12 Resolução
1
an = }} .
2
un = 3n

19. Calcule: 3 , 9 , 27 são alguns termos da sucessão.


1 1 1 1
19.1 }} + }} + }} + … + }21} ;
4 8 16 2 O 1.° termo é 3 e a razão é 3 .

1 1 1 1
19.2 }} + }} + }} + … + }} . 1 - 310
3 6 12 1536 S10 = 3.}} §
1-3

311 - 3
§ S10 = }} §
2

§ S10 = 88 572

EXEMPLO 10 Calcular um termo de uma progressão geométrica

20. Numa progressão geométrica de ter- Numa progressão geométrica S5 = 1,21 e a razão é - 2 .
mos positivos:
Calcular u6 .
u3 = 208 e u5 = 3328 .

Calcule a soma dos 5 termos consecuti- Resolução


vos a partir do 8.° , inclusive.
1 - (- 2)5
S5 = u1.}} §
1 - (- 2)

1 + 32
§ 1,21 = u1.}} §
3

§ 1,21 = u1.11 §

§ u1 = 0,11

u6 = 0,11.(- 2)5 §

§ u6 = - 3,52

Logo,
u6 = - 3,52
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 223

8.8 MONOTONIA DE UMA PROGRESSÃO


GEOMÉTRICA

R
P
Observemos os seguintes gráficos. 21. Escreva o termo geral de uma pro-
gressão geométrica (an) que seja:

un u1 = 1
r = 1,5
un u1 = 5 21.1 crescente e a1 = 2 ;
r = 0,5
5,0625 5
21.2 decrescente e a3 = 12 ;

3,375 21.3 não monótona e a5 = - 16 .


2,5
2,25

1,5 1,25
1 0,625

0 1 2 3 4 n
0 1 2 3 4 5 n

un u1 = 5
un u1 = 1 5 r = – 0,5
r = – 1,5
2,25

0 1 2 3 4 n
1,25

–1,5
0 1 2 3 4 n
–0,625

–3,375

–2,5

un u1 = – 1
r = 1,5 u1 = – 1
un
r = 0,5

0 1 2 3 4 n
–1
0 1 2 3
–1,5
n
–2,25 –0,5
–1
–3,375

O crescimento ou decrescimento de uma progressão geométrica


depende:

• Do sinal do 1.° termo.

• De a razão ser maior do que 1 .

• De a razão estar entre 0 e 1 .

• De a razão ser negativa.


224 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

EXEMPLO 11 Floresta e árvores

R
Uma pequena floresta possui 4000 árvores.

P
O novo plano de reflorestamento prevê que sejam abatidas, anualmente,
20% das árvores e que 1000 novas árvores sejam plantadas. Será
que a floresta vai desaparecer?
O processo estabilizará as dimensões da floresta? Se assim for, daqui
a quantos anos e com quantas árvores?

Resolução
Considere-se uma sucessão de termo geral un que represente o
número anual de árvores da floresta.

Seja, u0 = 4000 o número inicial de árvores da floresta.


No primeiro ano, u1 = u0 - 0,2u0 + 1000 = 0,8u0 + 1000
No segundo ano, u2 = u1 - 0,2u1 + 1000 = 0,8u1 + 1000

Assim, un = 0,8un - 1 + 1000 .

A sucessão que representa o número anual de árvores da floresta é


uma sucessão de números inteiros, definida por recorrência.

Introduzindo os dados na calculadora gráfica,

a u0 = 4000
d
b
d
c un = iPart (0,8un - 1 + 1000) , n å N

obtém-se o gráfico ao lado.

Verifica-se, por observação do gráfico, que a sucessão dos termos é


crescente, o que leva a concluir que a floresta não vai desaparecer.

Com o comando TRACE da calculadora gráfica percorremos o grá-


fico da sucessão e com ajuda da tabela de valores, visualizamos o
número anual de árvores da floresta.

22. A sucessão definida no


problema 11 será uma pro-
gressão geométrica?
Justifique.

Observa-se que ao fim de 27 anos o número de árvores da floresta


tende a estabilizar em 4996 árvores.
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 225

… o que estudou no tema …

R
P
• definir progressão aritmética

• representação geométrica de uma progressão aritmética

• identificar progressões aritméticas

• termo geral de uma progressão aritmética

• soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética

• monotonia de uma progressão aritmética

• definir progressão geométrica

• identificar progressões geométricas

• termo geral de uma progressão geométrica

• soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica

• monotonia de uma progressão geométrica

PAM11 - 15
226 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1
Uma sucessão é definida do seguinte modo:
a1 = - 5 e an + 1 = an + 3 .

1.1 Mostre que (an) é uma progressão aritmética e indique a razão da progressão.

1.2 Escreva an em função de n .

1.3 Calcule: a6 + a7 + … + a18 .

1.4 Determine n sabendo que


a6 + a7 + … + an = 913 .

Resolução
1.1 Da definição da sucessão, temos que:
a1 = - 5 e an + 1 = an + 3
an + 1 - a n = 3 .

Logo, é constante a diferença entre qualquer termo e o anterior.


Trata-se de uma progressão aritmética de razão 3 .

1.2 an = a1 + (n - 1).r

Logo an = - 5 + (n - 1).3 § an = 3n - 8 .

1.3 a6 + a7 + … + a18 = S18 - S5


a1 + a18 a1 + a5
S18 = } }.18 e S5 = } }.5
2 2
a18 = 3.18 - 8 = 46 ; a5 = 3.5 - 8 = 7
- 5 + 46 -5+7
S18 = }}.18 = 369 e S5 = }}.5 = 5
2 2
S18 - S5 = 369 - 5 = 364 .

Logo, a6 + a7 + … + a18 = 364 .

1.4 a6 + a7 + … + an = 913 ; an = 3n - 8
a1 + a n
Sn - S5 = 913 § } }.n - 5 = 913 §
2
- 5 + 3n - 8 - 13n + 3n2
§ }}.n - 5 = 913 § }} - 5 = 913 §
2 2
§ - 13n + 3n2 - 10 - 1826 = 0 § 3n2 - 13n - 1836 = 0 §
13 ¿ œw
1w6w
9w+w
2w
2w0w
3w2 13 ¿ 149 136
§ n = }}} § n = }} § n = 27 › n = - }}
6 6 6
Logo, n = 27 .
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 227

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
2
Uma bancada de um campo de futebol é constituída por 15 escadas com
50 m de comprimento.

1 3
Cada escada tem }} m de altura e }} m de profundidade.
4 4
3m
Calcule o volume da bancada. 4
1m
4

Resolução
O volume é dado pelo produto do comprimento da bancada, 50 m , pela área
lateral.
Para calcular a área lateral sabe-se que há 15 escadas.

1}4} * }4} = }1}6 2


3 1 3 3
A área da 1.a é dada por }} m2
16
3 3
A área da 2. é }} + }}
a
16 16
3 3 3
A área da 3.a é }} + }} + }}
16 16 16

Pretende-se calcular a soma dos 15 primeiros termos de uma progressão aritmé-
tica em que:
3 3
a1 = }} e r = }}
16 16

Tem-se que:
3 3 45
a15 = }} + 14.}} = } }
16 16 16
3 45
}} + }}
a1 + a15 16 16
S15 = }.15 = }}.15 = 22,5
2 2
e V = 50 * S15 = 50 * 22,5
V = 1125 m3
228 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
3
A soma de três termos consecutivos de uma progressão geométrica é 52 .
Se adicionarmos 8 ao termo intermédio, os três números passam a ser termos
consecutivos de uma progressão aritmética.
Quais são os números?

Resolução
Suponhamos que a razão da progressão geométrica é r .
Temos:
a , ar , ar2 são termos consecutivos de uma progressão geométrica;
a , ar + 8 , ar2 são termos consecutivos de uma progressão aritmética;
e sabemos que:
a a + ar + ar2 = 52 a ar2 + ar + a = 52
d d
b §b §
d d
c ar + 8 - a = ar - ar - 8
2
c - ar2 + 2ar - a = - 16 Cálculo auxiliar

a ar2 + ar + a = 52 a ar2 + ar + a = 52 ar2 + ar + a = 52


d d
§b §b § - ar2 + 2ar - a = - 16
d d
c 3ar = 36 c ar = 12
3ar = 36
12
a 12.}} + 12 + a = 52 a 144 + 12a + a = 52a
2
d a d ar2 = ar * r =
d d 12
§b 1 2 §b § = 12 * }
dr= d r = 12 a
d }} d }}
c a c a

a a2 - 40a + 144 = 0 a a = 20 ¿ 16
d d
§b 12 §b 12 §
dr=} } dr=} }
c a c a
a a = 36 aa=4
d d
§b › bd
d r = }1} cr=3
c 3

Logo, os números são: 4 , 12 e 36 .

4
Escreva a soma seguinte sem utilizar “ … ” .
1 1 1 1
1 + } + }} + } + … + }n .
œw2 2 2œw 2 (œw2 )
Resolução
As parcelas são termos da progressão geométrica em que o 1.° termo é 1 e
1
a razão é }} .
œw 2
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 229

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
Como temos n + 1 parcelas, vem:

P
1 n+1
1 - }}
1 2
œw2
Sn + 1 = 1.}} .
1
1 - }}
œw 2

5
Seja (un) a sucessão assim definida:

a 1
d u1 = }}
d 5
b
d n+1
d un + 1 = }}.un
c 3n

5.1 Calcule u2 e u3 .
u
5.2 Mostre que a sucessão de termo geral vn = }}n é uma progressão geométrica.
n
5.3 Escreva o termo geral da sucessão (vn) em função de n .

Resolução
1+1 2 1 2
5.1 u2 = u1 + 1 = }}.u1 = }}.}} = }}
3.1 3 5 15
2+1 1 2 1
u3 = u2 + 1 = }}.u2 = }}.}} = }}
3.2 2 15 15

u
5.2 vn = }}n
n
n+1
}}.un
un + 1 3n 1
vn + 1 = }} = }} = }}.un
n+1 n+1 3n
1
}}.un
vn + 1 3n n.un 1
}} = } un = } } = }} (un 0 0 , A n å N)
vn }} 3n. n 3
u
n
1
Logo, a sucessão (vn) é uma progressão geométrica de razão }} .
3

u 1
5.3 v1 = }}1 = }}
1 5
n-1
31 - n
1 2
1 1 1
vn = }}. }} =} n-1
= }}
5 3 5.3 5

Logo,
31 - n
vn = }}
5
230 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
Considere (un) uma progressão aritmética de razão r , sendo u1 o primeiro
termo e Sn a soma dos n primeiros termos da sucessão:

1.1 Se u1 = 3 e r = 4 , calcule u7 ; u15 e S10 ;

1.2 Se u5 = 6 e r = - 2 , calcule u1 ; u10 e S5 ;

1.3 Se u4 = 16 e u9 = 34 , calcule u1 e r ;

1.4 Se r = 3 , u5 = 17 e Sn = 549 , calcule u1 e n ;

1.5 Se u4 + u5 + u6 = 63 e u10 + u12 = 102 , calcule r e u1 .

2
Utilizando os conhecimentos sobre progressões aritméticas, calcule:

2.1 7 + 14 + 21 + … + 77 ;

2.2 14 + 10,5 + 7 + 3,5 + … + (- 17,5) ;

2.3 64 591 + 64 486 + 64 381 + … + 63 541 + 63 436 .

3
Averigúe se (un) é uma progressão aritmética se:

3.1 n 1 un = 5 - 7n ; 3.2 n 1 un = n2 + 1 ;
4 2
3.3 n 1 un = }} ; 3.4 n 1 un = }} n - 1 .
n 3

4
a u1 = 2
d
Seja a sucessão (un) definida por b
du
c n + 1 = un - 7

4.1 Calcule os quatro primeiros termos de (un) .

4.2 A sucessão (un) é uma progressão aritmética?

4.3 Estude quanto à monotonia a sucessão (un) .

4.4 Escreva un em função de n .

4.5 Se a soma dos primeiros p termos de (un) é - 93 , quantos termos se


somaram?
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 231

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
5
Determine o número x de modo que: 6 ; x ; 8,64
sejam três termos consecutivos de uma progressão geométrica.

6
Em que condições uma sucessão (an) é uma progressão geométrica?

7
A sucessão (un) é uma progressão geométrica de razão 0,3 e u2 = 0,9 .

7.1 Escreva o termo geral da progressão.

7.2 Determine o termo de ordem 20 .

7.3 Calcule a soma dos 20 primeiros termos.

8
Calcule a soma das primeiras 10 potências de 2 de expoente natural.

9
Numa progessão geométrica, tem-se u3 = 90 e u6 = 2430 .
Determine:

9.1 u1 e a razão; 9.2 S10 .

10
Numa progressão geométrica, tem-se u2 = 24 e u6 = 384 .

10.1 Determine dois valores possíveis para u1 e para a razão.

10.2 Calcule S10 para cada uma das soluções obtidas em 10.1 .

11
Considere a seguinte progressão geométrica:
p p2 p3 p4 p5
}, }, }, }, }, …
2 4 8 16 32

11.1 Escreva o termo de ordem 10 .

11.2 Calcule S10 .


232 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

Diga, justificando, se cada afirmação é verdadeira ou falsa.

12
1
Sendo un = 1 - }} , então:
n
1
12.1 un + 1 = 2 + }} ;
n
1
12.2 un + 1 = 1 - }} ;
n+1
12.3 un + 1 - un = - 2 .

13
Sendo un = 2n + 1 , então:

13.1 u2n = 22n + 2 ; 13.2 u3n = 6n + 1 ; 13.3 u5n = 25n + 1 .

14
a v1 = 2
d
A sucessão (vn) é definida por b
dv
c n + 1 = 2vn + 3

14.1 v2 = 2v2 + 3 ; 14.2 v2n - 1 = 2v2n + 3 .

15
A sucessão (un) é definida por u1 = 2 e un + 1 = un - 3 e (vn) é definida por
8
v1 = 3 e vn + 1 = }}.vn .
5
15.1 A sucessão (un) é uma progressão aritmética de razão - 3 .
5
15.2 A sucessão (vn) é uma progressão geométrica de razão }} .
8

16
O 2.° termo de uma progressão geométrica é 3 e a razão é r .
Então: an = 3.r n - 2 .

17
Se (un) é uma progressão geométrica estritamente crescente, então:

17.1 un > 0 , An å N ; 17.2 un > 1 , An å N .


8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 233

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

18 Numa progressão aritmética…

Três números estão em progressão aritmética (isto é, são termos consecutivos


de uma progressão aritmética). A sua soma é 3 e o seu produto - 3 . Quais
são os números?

19 O depósito bancário

O Vítor depositou num banco 50 000 kwanzas e resolveu aí colocar, todos os


meses, 5000 Kz .

Se t é o total de dinheiro depositado e n o número de meses, escreva t em fun-


ção de n . Ao fim de quantos meses o Vítor terá 500 000 Kz depositados?

20 A pipa do vinho

1
De uma pipa de vinho diariamente retira-se }} do seu conteúdo. Se a pipa tem
S1 S8 4
510 litros, qual é a quantidade de vinho que fica na pipa ao fim de 10 dias?
T2 T9

Q3 Q10

Q4 21 Para medir
S5
21.1 Com uma régua, determine as dimensões arredondadas, aos cm , de
S6
uma folha de papel A4 e calcule a área da folha de papel.
D7

21.2 Observe a figura:

A2

A1

A4
A3
A5

Se A2 tem metade da área de A1 , A3 metade da área de A2 e assim sucessi-


vamente, indique a área de A1 , A3 e A8 .
234 8. Progressões aritméticas e progressões geométricas

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
22 Escrever o termo geral

Seja (an) uma sucessão de termos positivos em que:


1 27
an + 1 - an = }} an e a3.a4 = }} .
2 8
22.1 Mostre que (an) é uma progressão geométrica e determine a razão.

22.2 Determine o termo geral da sucessão.

22.3 Com a ajuda da calculadora, determine os valores de n de modo que:


36 < an < 59 .

23 Simplificar uma expressão

Simplifique a expressão utilizando progressões geométricas:


1 1 1 1
}} + }} + }} + }}
3 9 27 81
}}} .
1 1 1 1
}} + }} + }} + }}
5 25 125 625

24 A soma a partir de…

A soma dos seis primeiros termos de uma progressão geométrica (un) de razão
1 63
r = }} é }} .
2 8

24.1 Determine u1.

24.2 Escreva a expressão do termo geral e calcule u20 .

24.3 Calcule a soma dos 10 termos consecutivos a partir do termo de ordem


20 , inclusive.

25 Da soma para…

A soma dos n primeiros termos de uma progressão geométrica é 2186 . Deter-


mine n , sabendo que a razão da progressão é 3 e o primeiro termo é 2 .

26 O mentiroso

Um mentiroso conta uma mentira a três amigos. Ao fim de 10 minutos cada um


deles conta-a a outros três que, por sua vez, a contam em 10 minutos a outros
três (cada um).
Quantas pessoas conhecem a mentira ao fim de uma hora?
8. Progressões aritméticas e progressões geométricas 235

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
27 Progressão aritmética/progressão geométrica

Determine x , y e z, sabendo que x , y , z são termos consecutivos de uma


progressão aritmética, z , y , x são termos consecutivos de uma progressão
geométrica e x + y + z = 12 .

28 Progressão geométrica/progressão aritmética

A soma de três números que são termos consecutivos de uma progressão geomé-
trica é 70 . Se multiplicarmos o primeiro por 4 , o segundo por 5 e o terceiro por
4 , os números resultantes estão em progressão aritmética. Determine os números.

29 A escolha do salário

Duas amigas ganharam uma viagem aos Estados Unidos e resolveram trabalhar
para ganhar algum dinheiro extra.

Teriam de trabalhar no mínimo 20 horas e só ao fim desse tempo receberiam o


dinheiro correspondente ao trabalho.

Tinham três hipóteses para escolher a forma de pagamento:


1.a hipótese: 5000 Kz por hora;
2.a hipótese: a primeira hora 800 Kz e cada hora seguinte teria um aumento de
500 Kz relativamente à hora anterior;
3.a hipótese: a primeira hora seria 0,2 Kz e cada hora seguinte seria o dobro
da anterior.

Que hipótese era melhor? E pior?

30 O peso do bebé

Um bebé é pesado todas as semanas e conclui-se que está a ter um aumento de


peso de 3% cada semana. Quantas semanas de vida terá de ter o bebé para
duplicar o peso com que nasceu?

31 A queda da bola

Uma bola de borracha caiu de uma janela com 30 metros de altura. A bola vai
saltando e perdendo altura. Cada salto atinge 30% da altura do salto anterior.
Quantos saltos deveria ter dado a bola sabendo que ela caiu a um tanque de
água que tinha um metro de altura?
236 9. Limite de uma sucessão

9. LIMITE DE UMA SUCESSÃO

R
P
1. Na figura ao lado estão representados
quadrados coloridos.
No 1.° desenho, a medida do lado de
cada quadrado a partir do segundo é
sempre o dobro da do anterior. B4
No 2.° desenho, a medida do lado de
cada quadrado a partir do segundo é B3
sempre metade da do anterior. B2
B1
Sendo An e Bn a sucessão das áreas
dos quadrados e tomando como unidade
de área A1 e B1 , respectivamente: B3

1.1 Escreva os quatro primeiros termos B2

da sucessão An e da sucessão Bn .

1.2 Escreva uma expressão geral para


An e uma expressão geral para Bn . B1

1.3 Obtenha com a calculadora gráfica


as imagens geométricas para as duas
sucessões.
9.1 INFINITAMENTE GRANDES E INFINITÉSIMOS
O comportamento das sucessões das áreas consideradas na
figura acima:
A1 , A2 , A3 , A4 , … , An , …
e B1 , B2 , B3 , B4 , … , Bn , …

são muito diferentes.

À medida que n tende para + ? a sucessão An tende para + ? .


À medida que n tende para + ? a sucessão Bn tende para zero.

A primeira sucessão é um infinitamente grande, a segunda é um infini-


tésimo.
9. Limite de uma sucessão 237

9.2 INFINITAMENTE GRANDES. DEFINIÇÃO un

R
• Infinitamente grande positivo 3

P
Considere-se a sucessão dos números naturais: 2

n 1 un = n
1

1, 2, 3, 4, 5, 6, …
0 1 2 3 n

Imaginemos agora um número “enorme”;

10 00010 000 .

Será este número maior que todos os termos da sucessão?


Evidentemente que não. Por maior que seja o número que imagine-
mos, existe sempre outro ainda maior do que ele, bem como de todos os
números seguintes.

Dizemos que a sucessão n 1 un = n tende para mais infinito


ou que é um infinitamente grande positivo.

Escreve-se:

lim un = + ? ou un " + ?
(limite de un é mais infinito) (un tende para mais infinito)

A sucessão (un) é um infinitamente grande positivo se e só se,


qualquer que seja o número real A , for possível determinar uma
ordem p a partir da qual todos os termos da sucessão são maio-
res do que A .

un

0 1 2 P n

Na sucessão de termo geral un = n a ordem do termo coincide


com o valor do termo.
Para outras sucessões tal não acontece.
238 9. Limite de uma sucessão

EXEMPLO 1 Infinitamente grande positivo

R
1.1 Determine, se existir, a ordem a partir da qual os termos da

P
sucessão an : n 1 œnw são maiores do que 10 .

1.2 Mostre que œnw " + ? .

Resolução

1.1 Comece-se pela representação geométrica da sucessão, usando


a calculadora gráfica.

Considerando p = 100 , tem-se que œnw > 10 para qualquer n


maior do que p .

Algebricamente, vem:

an = œnw

œnw > 10 § n > 102 (porque n > 0)


§ n > 100

Seja p = 100 , todos os termos de ordem n maior do que p são


superiores a 10 .
(Se 100 não fosse inteiro consideraríamos p o maior inteiro menor
que o número obtido, por exemplo se n > 13,3 , então p = 13 .)

2. Use a calculadora gráfica para deter- 1.2 Seja A um número positivo qualquer.
minar a ordem a partir da qual todos os
termos de cada uma das sucessões œnw > A § n > A2
seguintes são maiores do que 1000 .
Considerando p o maior inteiro menor ou igual a A2 , podemos afirmar
2.1 un = œw
n +w2w ; que para n > p todos os termos da sucessão são maiores do que A.
Como A é um número real qualquer, temos por definição que:
2.2 un = n2 + n - 1 ;
n2 lim œnw = + ? ou que œnw " + ?
2.3 un = }} .
n+1
9. Limite de uma sucessão 239

• Infinitamente grande negativo

Seja: bn = - œnw

R
P
Vamos escrever alguns termos da sucessão (bn) :

- 1 ; - œ2
w ; - œ3
w ; - 2 ; - œ5
w;…
Nota
un " - ?
- un " + ?

y = - œnw

Se multiplicássemos por - 1 cada um dos termos desta suces-


são obtínhamos a sucessão n 1 œnw que já provámos que tende
para + ? .
Dizemos, então, que (- œnw) tende para - ? ou que é um
infinitamente grande negativo. 3. Considere a seguinte sucessão:
un = - œnw + 1
Escreve-se: lim (- œnw) = - ? ou - œnw " - ? .
3.1 Escreva o termo geral de - un .
A sucessão (un) é um infinitamente grande negativo se e só se a
3.2 Determine a ordem a partir da qual
sucessão (- un) for um infinitamente grande positivo.
todos os termos da sucessão (- un) são
maiores do que 100 .
• Infinitamente grande em módulo 3.3 Mostre que un " - ? .
Seja a sucessão

n 1 cn = (- 1)n.œnw .

Vamos escrever alguns termos da sucessão:

- 1 ; œ2
w ; - œ3
w ; 2 ; - œ5
w;…

Nota
un " ?
y = (- 1) œnw
n |un| " + ?
240 9. Limite de uma sucessão

4. Classifique cada um dos infinitamente Se considerássemos o módulo dos termos da sucessão (cn) obtí-
grandes de termo geral: nhamos a sucessão (œnw) que tende para + ? .

R
Dizemos que (cn) tende para ? ou que é um infinitamente

P
4.1 an = n ;
grande em módulo.
4.2 an = - n ;
Escreve-se: lim (- 1)n œnw = ? ou (- 1)n œnw " ? .
4.3 an = (- 1)n n .
A sucessão (un) é um infinitamente grande em módulo se e só se a
sucessão |un| é um infinitamente grande positivo.

9.3 SUCESSÕES INFINITAMENTE GRANDES E


SUCESSÕES MONÓTONAS

Acerca da sucessão (œnw ) sabemos que tende para + ? .

œnw " + ?
que é crescente.

œnw+ww
1 ≥ œnw , An å N .

Também são infinitamente grandes as sucessões como:

2 , 1 , 6 , 3 , 10 , 5 , 14 , …

(mantendo a regularidade)
a-n se n < 1000
d
ou un = b
dn se n ≥ 1000
c

De um modo geral, temos que:

Todas as sucessões que tendem para + ? ou são crescentes ou


tirando-lhes termos (em número finito ou infinito) obtemos uma
5. Dê exemplo de: sucessão crescente.

5.1 uma sucessão que não seja crescente


e seja um infinitamente grande positivo; Será que todas as sucessões crescentes tendem para + ? ?

5.2 uma sucessão que não seja decres-


cente e seja um infinitamente grande
negativo;

5.3 uma sucessão que seja crescente e não


seja um infinitamente grande positivo;

5.4 uma sucessão que seja decrescente e


não seja um infinitamente grande negativo.
9. Limite de uma sucessão 241

1
A sucessão de termo geral un = 2 - }} é crescente e não tende
n
para + ? . Os seus termos são sempre menores que 2 .

R
Logo, o facto de uma sucessão ser crescente não é suficiente

P
para que seja um infinitamente grande positivo.

9.4 SUCESSÕES INFINITAMENTE GRANDES E


SUCESSÕES LIMITADAS
Se uma sucessão é um infinitamente grande não é limitada.
Se un = œnw , un " + ? . O conjunto de termos da sucessão
não é limitado superiormente.
Se un = - œnw , un " - ? . O conjunto de termos da sucessão
não é limitado inferiormente.
Se un = (- 1)n.œnw , un " ? . O conjunto dos termos da suces-
são não é limitado superior nem inferiormente.

Será que toda a sucessão não limitada é um infinitamente grande?


Seja a sucessão:
a3 se n é par
d
n 1 un = b
d 2n se n é ímpar
c

Vamos escrever alguns termos da sucessão:


2 , 3 , 6 , 3 , 10 , 3 , 14 , 3 , …

un
10

0 1 2 3 4 5 6 n
6. Dê outro exemplo de uma sucessão
que não seja limitada e que não seja um
Por definição de infinitamente grande, fixado um número A , a par-
infinitamente grande.
tir de certa ordem todos os termos terão de ser maiores do que A .
Ora, se considerarmos A = 4 (por exemplo) há sempre termos de
sucessão (os termos de ordem par) que são menores do que A . 7. Dê um exemplo de uma sucessão que
Logo, uma sucessão pode ser não limitada e não ser infinitamente não seja limitada e que seja um infinita-
grande. mente grande.

PAM11 - 16
242 9. Limite de uma sucessão

9.5 SUBSUCESSÃO DE UMA SUCESSÃO

R
• Seja a sucessão

P
n 1 (- 1)n + 1

Os termos da sucessão são:

1, -1, 1, -1, 1, -1, …

A subsucessão dos termos de ordem ímpar é:

1, 1, 1, …

A subsucessão dos termos de ordem par é:

-1, -1, -1, -1, …

8. Considere a sucessão:
• Seja a sucessão
n 1 (- 1)n
2 , 3 , 6 , 3 , 10 , 3 , 14 , 3 , …
8.1 Escreva os seis primeiros termos da
sucessão. Consideremos apenas os termos de ordem par:

3, 3, 3, 3, …
8.2 Escreva duas subsucessões da suces-
são dada.
Obtemos uma subsucessão da sucessão dada.

Consideremos os termos de ordem ímpar:


9. Considere a sucessão:
2 , 6 , 10 , 14 , …
an : n 1 8n + (- 1) 8n n

Obtemos outra sucessão da sucessão dada.


9.1 Escreva os seis primeiros termos da
sucessão. Subsucessão de uma sucessão dada é uma sucessão que se obtém
da primeira suprimindo alguns termos (ou infinitos termos).
9.2 Escreva duas subsucessões da suces-
são dada.
Se uma sucessão é não limitada e não é infinitamente grande, então:
9.3 A sucessão é um infinitamente grande?
• admite pelo menos uma subsucessão que é um infinitamente
Justifique.
grande;
9.4 A sucessão é limitada? Justifique. • admite pelo menos uma subsucessão que é limitada.
9. Limite de uma sucessão 243

9.6 INFINITAMENTE GRANDES DE REFERÊNCIA

R
Se provarmos que uma sucessão é um infinitamente grande ou

P
que admite uma subsucessão que é infinitamente grande, podemos
concluir que a sucessão não é limitada.

Para provarmos que uma sucessão é um infinitamente grande


poderíamos recorrer à definição. Normalmente não se usa esse pro-
cesso por ser demorado e envolver, por vezes, cálculos complexos.
Assim, vamos utilizar quatro sucessões (sucessões de referência)
que sabemos que são infinitamente grandes e utilizando alguns teore-
mas e enquadramentos vamos resolver o problema de provar que
algumas sucessões são infinitamente grandes.

As sucessões de referência são:

an
an = n bn
5

3 bn = √n
2 2

1 1

0 1 2 3 4 5 n 0 1 2 3 4 5 n

n 1 an = n; n 1 bn = √n;
lim n = + ∞ lim √n = + ∞

cn dn
cn = n 2 dn = 2n

9
8

4 4

0 1 2 3 n 0 1 2 3 n
n
n 1 cn = n ; 2 n 1 dn = 2 ;
lim n2 = + ∞ lim 2n = + ∞

Admitimos, sem demonstrar, que estas sucessões têm limite + ? .


Com base nestes e noutros conhecimentos podemos chegar à
conclusão de que outras sucessões têm também limite + ? .
244 9. Limite de uma sucessão

9.7 TEOREMAS SOBRE INFINITAMENTE GRANDES

R
T1 Comparação de infinitamente grandes positivos

P
Se un " + ? e se vn ≥ un , a partir de certa ordem, então
vn " + ? .

Demonstração

Como un " + ? , AA å R existe uma ordem p1 a partir da


qual un > A .
Por hipótese, vn ≥ un , a partir da ordem p2 .
Assim, a partir da maior das ordens p1 ou p2 , vem vn ≥ un > A ,
logo vn > A . Então (vn) é um infinitamente grande positivo (c. q. d.) .

EXEMPLO 2 Comparação de sucessões

Mostrar que a sucessão n 1 n3 é um infinitamente grande positivo.

Resolução
n3 ≥ n2 para n ≥ 1
10. Mostre que:
Como a sucessão de termo geral n2 é um infinitamente grande posi-
œnw3 " + ?
tivo (sucessão de referência), podemos concluir que n3 " + ? , ou
seja, que é um infinitamente grande positivo.

T2 Soma de um infinitamente grande positivo com uma suces-


são constante

Se un " + ? então un + a " + ? , Aa å R .

(A soma de um infinitamente grande positivo com uma sucessão


Nota
constante é um infinitamente grande positivo.)
Demonstração do teorema T2
un " + ? EXEMPLO 3 Adicionar uma constante
• Se a ≥ 0 , un + a ≥ un . Logo por T1 ,
un + a " + ? .
Mostrar que a sucessão de termo geral an = œwn - 3 é um infinita-
mente grande positivo.
• Seja a < 0 .
Por hipótese u n " + ? , logo, dado Resolução
(A - a) å R , existe uma ordem p a partir
da qual todos os termos da sucessão são
A sucessão un : n 1 œwn é um infinitamente grande positivo (suces-
maiores do que (A - a) . são de referência).
un > A - a § un + a > A A sucessão (an) é a soma da sucessão (un) com a sucessão constante
Logo, un + a " + ? . n 1 - 3 . Logo, œwn - 3 " + ? .
9. Limite de uma sucessão 245

T3 Produto de um infinitamente grande positivo por uma Nota


sucessão constante positiva

R
Demonstração do teorema T3

P
un " + ?
Se un " + ? e b å R+ , então bun " + ? .
• Se b ≥ 1 , bun ≥ un ,
logo por T1 , bun " + ? .
(O produto de um infinitamente grande positivo por uma sucessão
constante positiva é um infinitamente grande positivo.) • Seja 0 < b < 1 .

Por hipótese u n " + ? , logo, dado

12
A
}} å R , existe uma ordem a partir da qual
EXEMPLO 4 Multiplicar por uma constante positiva b
todos os termos da sucessão são maiores
A
Mostrar que a sucessão n 1 cn = 3.2n tende para + ? . do que }} .
b
A
un > }} § b.un > A
Resolução b
Logo b.un " + ? .
A sucessão n 1 an = 2n é um infinitamente grande positivo (suces-
são de referência).
Nota
A sucessão n 1 cn = 3.2n é o produto de um infinitamente grande
positivo pela sucessão constante n 1 3 . tn
Logo, 3.2n " + ? . 7
n
tn = h3
j
6 j2
h

5
T4 Exponencial de base maior do que 1 4

Se a > 1 , então a " + ? .


n
2

(Se o termo geral de uma sucessão é um exponencial de base maior


O 1 2 3 4 5 6 n
do que 1 , então a sucessão é um infinitamente grande positivo.)
3
t1 = }}
2
EXEMPLO 5 Exponencial de base maior do que 1 3 3 9
t2 = }}.}} = }}
2 2 4

1 2
n
3 3 3 3 27
Mostrar que n 1 tn = }} é um infinitamente grande positivo. t3 = }}.}}.}} = }}
2 2 2 2 8

Sempre que multiplicamos um número posi-


Resolução tivo dado, por um número maior do que 1 ,
obtemos um número maior do que o
1 2
n
3
}} é um exponencial de base maior do que 1 . número dado.
2

1}2} > 12
3

12
3 n
Logo, }} " + ? .
2

Aplicando os teoremas referidos, os conhecimentos sobre enquadramen-


tos e os infinitamente grandes de referência, podemos resolver proble-
mas mais complicados.
246 9. Limite de uma sucessão

EXEMPLO 6 Mostrar que tende para + ?

R
Mostre que œw
n2w
+w2nw " + ? .

P
11. Mostre que são infinitamente grandes
positivos as sucessões de termo geral:
Resolução
œw
n2w

œw
+w2nw ≥ œw
n2 , para n ≥ 1

n2 = n (porque n å N)

n " + ? (sucessão de referência).

Logo, œw
n2w

EXEMPLO 7
+w2nw " + ? (Teorema T1) .

Calcular limites em casos simples

Calcule o limite das sucessões de termos gerais:


11.1 an = }1} n3 ;
2 52n 5n - 2
7.1 }} ; 7.2 }} ;
11.2 bn = n + 4; 6n 3

1n + }3}2 ;
n
1
11.3 cn = œw
n +w3w ; 7.3 7.4 - 3n + 10 ;

11.4 hn = 2n - 1 ; 7.5 (- 3)n ; 7.6 6 - 2n2 ;


n2 + 1
1 2 7.7 3œnw + n2 ;
10 n 7.8 }} .
11.5 in = }}2 . 5n
p

Resolução

1 2 1 2
52n 52 n
25 n
7.1 }}n
= }} = }}
6 6 6

Temos que:
25
}} > 1
6

1}6}2
n
25
" +? (T4) .

52n
Logo, }} " +?.
6n

5n - 2 1
7.2 }} = }} (5n - 2)
3 3
5n " + ? (T4)

5n - 2 " + ? (T2)

Nota 1
}} (5n - 2) " + ? (T3) .
3
Para simplificar a escrita refere-se o teo-
5n - 2
rema (p. ex. T1) em vez de o enunciar. Logo, }} " + ? .
3
9. Limite de uma sucessão 247

1n + }3}2 > 2 , para n ≥ 2


n
1 n
7.3

R
2n " + ?

P
(sucessão de referência)

1n + }3}2
n
1
Logo, " +? (T1) .

7.4 3n " + ? (T4)

3n - 10 " + ? (T2)

Logo, - 3n + 10 " - ? (definição de infinitamente


grande negativo).

7.5 (- 3)n = (- 1)n.3n 12. Mostre que são infinitamente gran-


des negativos as sucessões de termo
|(- 1)n.3n| = 3n
geral:
3n " + ?
12.1 an = - 2n + 1 ;
Logo, (- 3)n " ? (definição de infinitamente grande em módulo).
12.2 bn = 3 - 5œnw ;
1-n
12.3 cn = }} ;
7.6 6 - 2n2 3
1 - 3n
n2 " + ? (sucessão de referência) 12.4 dn = }} .
p
2n2 " + ? (T3)

- 6 + 2n2 " + ? (T2)


13. Mostre que são infinitamente gran-
des em módulo as sucessões de termo
Logo, 6 - 2n2 " - ? (definição de infinitamente grande negativo). geral:

13.1 an = (- 5)n ;
7.7 3œnw + n 2

13.2 bn = (- 1)n.(1 - n2) .


n " +?
2
(sucessão de referência)

3œnw + n2 > n2 " + ? (T1)

Logo, 3 œnw + n2 " + ? .


14. Classifique cada um dos seguintes
infinitamente grandes:
n2 + 1 n2 n
7.8 }} > }} = }} , para n ≥ 1
5n 5n 5 14.1 n 1 n - 1015 ;
n " + ? (sucessão de referência) 14.2 n 1 - (1 - 3n2) ;

1 2
n 9 n
}} " + ? (T3) 14.3 n 1 - }} ;
5 4
n +1 2
1000 - œwn
Logo, }} " + ? (T1) . 14.4 n 1 }} .
5n 3
248 9. Limite de uma sucessão

9.8 INFINITÉSIMOS. DEFINIÇÃO

R
Considerem-se as sucessões (an) , (bn) e (cn) , sendo:

P
1 1 1
an = }} ; bn = - }} e cn = (- 1)n.}}
n n n

Com a calculadora gráfica vamos construir os gráficos respectivos


e usando o TRACE analisemos o comportamento da sucessão quando
n"+?.

an = }1} bn = - }1}
n n

cn = (- 1)n.}1}
n

1 1 1 1 1
an = }} " 1 , }} , }} , }} , }} , …
n 2 3 4 5

1 1 1 1 1
bn = - }} " - 1 , - }} , - }} , - }} , - }} , …
n 2 3 4 5

1 1 1 1 1
cn = (- 1)n }} = - 1 , }} , - }} , }} , - }} , …
n 2 3 4 5

Os termos de qualquer das sucessões aproximam-se cada vez


mais de zero apesar de nunca atingirem este valor.

Dizemos que as sucessões tendem para zero, convergem para


zero ou que têm por limite zero.

1 2 3 4
1 1 1
Escreve-se: lim }} = 0 ; lim - }} = 0 ; lim (- 1)n.}} = 0 .
n n n
9. Limite de uma sucessão 249

Em linguagem formal, para dizermos que os termos da sucessão


caminham cada vez mais para zero sem que nunca atinjam este valor,

R
dizemos que fixada uma distância de zero, a partir de certa ordem, todos

P
os termos estão a uma distância de zero inferior à distância fixada.

bn bn = – 1 cn = (–1)n. 1
an an = 1 n cn n
n
d

1 1
O 1 2 3 4 5 n
2
–d d

O 1 3 5
1 –1 2 4 n
2 2 –d

–1
O n –1
1 2 3 4 5
–d

A partir de certa ordem os termos da sucessão estão na faixa de


centro zero e raio d .

A sucessão (un) é um infinitésimo se e só se, para qualquer d > 0 ,


for possível encontrar uma ordem a partir da qual todos os termos
são, em módulo, menores do que d .

Uma sucessão pode ser um infinitésimo e ser crescente, decres-


cente ou não monótona como mostram os exemplos dados.

EXEMPLO 8 A sucessão é um infinitésimo


Número
1
Sendo d = 0,01 , determine a ordem a partir da qual bn = - }} é infinito de
n termos
menor, em módulo, do que d .

0
Resolução –d d

|- }n}| < d § }n} < d § n > }d}


1 1 1 Número finito de termos

Como d = 0,01
15. Determine a ordem a partir da qual
1 os termos da sucessão de termo geral
n > }} § n > 100
0,01
cn = (- 1)n }1}
Os termos da sucessão de ordem superior a 100 distam de zero n
menos do que 0,01 . estão a uma distância de zero inferior a
10- 4 .
250 9. Limite de uma sucessão

9.9 INFINITÉSIMOS DE REFERÊNCIA

R
Admite-se, sem demonstrar, que as sucessões:

P
1 1 1 1
u 1 }} ; n 1 }}2 ; n 1 } e n 1 }}n
n n œwn 2

são infinitésimos.

Com base nestas sucessões e neste conhecimento pode-se chegar


à conclusão que muitas outras também são infinitésimos.

Representem-se as sucessões consideradas com a calculadora


gráfica.
Use-se o TRACE e observe-se que, de facto, à medida que se
aumenta a ordem do termo da sucessão, o gráfico se aproxima cada
vez mais de 0 sem, no entanto, chegar a atingir este valor.

1 1
n 1 an = } } n 1 bn = }}2
n n
1 1
lim }} = 0 lim }}2 = 0
n n

1 1
n 1 cn = } n 1 dn = }}n
œwn 2
1 1
lim } = 0 lim }}n = 0
œwn 2
9. Limite de uma sucessão 251

9.10 TEOREMAS SOBRE INFINITÉSIMOS

R
T5 Comparação de infinitésimos

P
Se un " 0 e se, a partir de certa ordem, |vn| ≤ un , então
vn " 0 .

Demonstração

Qualquer que seja d > 0 , é possível encontrar uma ordem p1 a


partir da qual |un| < d . Por hipótese também temos que |vn| ≤ un ,
a partir de certa ordem p2 . Como |un| = un porque un ≥ 0 , vem
|vn| ≤ |un| < d a partir da maior das ordens p1 ou p2 .

Logo,

|vn| < d , o que significa que vn " 0 .

EXEMPLO 9 Comparar infinitésimos

Mostrar que,
1
}} " 0
3n

Resolução

|}3}n | = }3}n < }n} , para n ≥ 1


1 1 1

1 16. Mostre que são infinitésimos as


}} " 0 (sucessão de referência)
n sucessões de termo geral:
1
Logo, 16.1 } ;
œw
n +ww1
1
}} " 0 (T5) 1 1
3n 16.2 }}2 - }}n .
n 2
252 9. Limite de uma sucessão

Nota T6 Produto de um infinitésimo por uma sucessão constante

R
Demonstração do teorema T6
Se un " 0 também k.un " 0 , k å R .

P
Seja k 0 0
Se un " 0 ,
Ad > 0 , (O produto de um infinitésimo por uma sucessão constante é um
d infinitésimo.)
|un| < } a partir de certa ordem.
|k|
Logo, |k.un| < d a partir de certa ordem,
ou seja,
EXEMPLO 10 Multiplicar por uma constante
k un " 0
50
Se k = 0 , k un = 0 , logo Mostrar que } " 0 .
œwn
k un " 0

Resolução
1
} " 0 (sucessão de referência)
œwn
50 1
Logo, } = 50.} " 0 (T6) .
œwn œnw

T7 Exponencial de base entre -1 e 1

Se - 1 < a < 1 , então an " 0 .

(Se o termo geral de uma sucessão é um exponencial de base


entre - 1 e 1 , então a sucessão é um infinitésimo.)

EXEMPLO 11 Exponencial de base no intervalo ]- 1 , 1[

1 2
n
5
Mostrar que - } " 0.
8

Resolução
5
- 1 < - }} < 1
8

1 2
n
5
Logo, - } " 0 (T7) .
8

Para além dos teoremas sobre infinitésimos, há ainda dois teore-


mas com muita aplicação prática e que relacionam infinitésimos com
infinitamente grandes.
9. Limite de uma sucessão 253

T8 Inverso de um infinitamente grande

R
1

P
Se un " ? e un 0 0 , An å N , então }} " 0 .
un

(O inverso de um infinitamente grande é um infinitésimo.)

Demonstração

Temos que un " ? .


Logo, Ad > 0 é possível determinar uma ordem a partir da qual

|}u}| < d o que significa que


1 1 1
|un| > }} § } < d §
d |un| n
1
}} " 0 .
un

EXEMPLO 12 Inverso de um infinitamente grande

1
Mostrar que } " 0.
n2 - 2

Resolução

n2 " + ? (sucessão de referência)

n2 - 2 " + ? (T2)

1
Logo, } " 0 (T8) .
n2 - 2

T9 Inverso de um infinitésimo

1
Se un " 0 e un 0 0 , An å N , então }} " ? .
un

(O inverso de um infinitésimo é um infinitamente grande.)

Demonstração

un 0 0 , An å N e un " 0
1
AA > 0 existe uma ordem a partir da qual |un| < }} §
A

| |
1 1 1
§ } > A § }} > A , o que significa que }} " ? .
|un| un u n

Utilizando os teoremas dados e os infinitésimos de referência pode-


mos resolver alguns problemas de cálculo de limites de sucessões.
254 9. Limite de uma sucessão

17. Mostre que são infinitésimos: EXEMPLO 13 Calcular limites em casos simples

1 2
n
1

R
17.1 n 1 an = - }} ; Calcular o limite de cada uma das sucessões de termos gerais:
2

P
4n -2
12
1 2 13.1 }2}n ; 13.2 }} ;
17.2 n 1 bn = }} ;
2 5 0,5 - œwn
n (- 1)n
1 2
1 3 13.3 } }; 13.4 }} .
17.3 n 1 cn = - } ; n2 + 1 2n5
2œwn

1 2 Resolução
1 3
17.4 n 1 dn = - }}2 .
n
1 2 = 1}2}5 2
4n 4 n
4 n
13.1 }2}n = }}2
5 5
4
- 1 < }} < 1
18. Mostre que são infinitésimos: 25
1 4n
18.1 n 1 an = } }; Logo, }2}n " 0 (T7) .
n +1
2 5
1
18.2 n 1 bn = }} . -2
13.2 }} ;
-1-n
0,5 - œwn

œnw " + ? (sucessão de referência)


- 0,5 + œnw " + ? (T2)

0,5 - œnw " - ? (definição)


1
}} " 0 (T8)
0,5 - œwn
1
Logo, - 2.}} " 0 (T6) .
0,5 - œwn

n
13.3 } }
n2 + 1

|}
n + 1| n + 1 n
n n n
} = }} < }} para n ≥ 1
2 2 2

n 1
}}2 = }}
n n
1
}} " 0 (sucessão de referência)
n
n
Logo, } } " 0 (T5) .
n2 + 1

(- 1)n
13.4 }}
2n5
(- 1)n
|}2}.}n}| = }2}.}n} = }2n} < }n} , para n ≥ 1
1 1 1 1 1
5 5 5 2

1
}}2 " 0 (sucessão de referência)
n
(- 1)n 1
Logo, }}.}}5 " 0 (T5) .
2 n
9. Limite de uma sucessão 255

9.11 SUCESSÕES CONVERGENTES

R
• Conceito intuitivo de limite de uma sucessão

P
Com a calculadora gráfica vamos representar graficamente as
seguintes sucessões:

n
an 1 }}
n+1

A sucessão é crescente e os termos aproximam-se cada vez mais


do número 1 .
A sucessão parece que converge para o número 1 .

n+1
bn 1 }}
n

A sucessão é decrescente e os termos aproximam-se cada vez


mais do número 1 .
A sucessão parece que converge para o número 1 .

n+1
cn 1 }}.(- 1)n
n

Os termos de ordem par aproximam-se do número 1 .


Os termos de ordem ímpar aproximam-se do número - 1 .
A sucessão não é convergente.
256 9. Limite de uma sucessão

Consideremos agora as sucessões:

R
P n2
an 1 }}3
1+n

A sucessão é decrescente e os termos da sucessão aproximam-se


cada vez mais de 0 .
A sucessão parece que converge para 0 .

n2
bn 1 - }}3
1+n

A sucessão é crescente e os termos da sucessão aproximam-se


cada vez mais de 0 .
A sucessão parece que converge para 0 .

19. Use a calculadora gráfica para repre-


sentar geometricamente cada uma das
seguintes sucessões e diga para cada
uma delas se lhe parece que são conver- n2
cn 1 (- 1)n }}3
gentes ou não convergentes. 1+n

2n + 1
19.1 an = }} ;
- 4n
n2
19.2 bn = }} ;
n+1
1 A sucessão não é monótona e os termos de sucessão aproximam-se
19.3 cn = } };
n3 + 5 cada vez mais de 0 .
n+1 A sucessão parece que converge para 0 .
19.4 dn = (- 1)n.}} ;
n2
3n Uma sucessão convergente pode ser crescente ou ser decres-
19.5 en = (- 1)n }} .
n+5 cente ou não ser monótona.
9. Limite de uma sucessão 257

9.12 DEFINIÇÃO DE SUCESSÃO CONVERGENTE

R
P
Uma sucessão é convergente quando tende para um número real.

1
A sucessão }} " 0 , como 0 é um número real, a sucessão
n
1 2
1
}} é convergente.
n

Todos os infinitésimos são sucessões convergentes.

Consideremos agora a sucessão:


1
un : n 1 1 + }} .
n

Temos:
1 1
un = 1 + }} § un - 1 = }} .
n n
1
Ora, }} " 0 .
n

Logo, un - 1 é um infinitésimo.

Como un - 1 é um infinitésimo dizemos que un converge para 1


ou que un tende para 1 ou ainda que un tem por limite 1 .
Escreve-se:

1 2
1 1
lim 1 + }} = 1 ou 1 + }} " 1 .
n n

1.a definição

Uma sucessão (un) tende para um número real a se e só se (un - a)


for um infinitésimo.

Teorema

O limite de uma sucessão constante é a própria constante.

Demonstração

Se un = k , então un " k (k constante)


Nota
Se un = k , un - k = k - k = 0
lim 3 = 3
1 1
|un - k| = 0 < }} ; }} " 0 (sucessão de referência) lim 0,5 = 0,5
n n
lim (- 12,5) = - 12,5
Logo, un - k " 0 § un " k .

PAM11 - 17
258 9. Limite de uma sucessão

EXEMPLO 14 Mostrar que uma sucessão tende para um dado


número

R
P
3n
Mostre que sendo an = }} , an " 3 .
n+5

Resolução
Pretendemos mostrar que an - 3 " 0

Temos:
3n 3n - 3n - 15 - 15
}} - 3 = }} = }}
n+5 n+5 n+5

Ora:
n " + ? (sucessão de referência)

n + 5 " + ? (T2)
1
}} " 0 (T8)
n+5
1
- 15.}} " 0 (T6)
n+5

3n 3n
Logo, }} - 3 " 0 e }} " 3 .
n+5 n+5

2.a definição

Considere-se uma sucessão convergente para a .

un

Nota a–d

O intervalo ]a - d , a + d[ também se
a
chama vizinhança de centro a e raio d .

9d (a) = ]a - d , a + d[
a+d

p n

Nota Verifica-se que fixada uma “faixa” centrada em a , a partir de uma


Para a å R e d å R+ certa ordem p todos os termos “caem” dentro dessa faixa.
an å ]a - δ , a + δ[ §
§ a - δ < an < a + δ § O limite de uma sucessão un é a se e só se para qualquer d ≥ 0
§ - δ < an - a < δ § existir uma ordem a partir da qual todos os termos da sucessão
§ |an - a| < δ . pertencem ao intervalo ]a - d , a + d[ .
9. Limite de uma sucessão 259

A calculadora gráfica é também um bom recurso para ajudar a


determinar a ordem a partir da qual os termos da sucessão perten-

R
cem ao intervalo ]a - d , a + d[ .

P
EXEMPLO 15

n
Determinar uma ordem

Considere a sucessão de termo geral:

2n + 2
an = }

Determine a ordem a partir da qual os termos da sucessão pertencem


ao intervalo:

15.1 ]2 - 0,1 ; 2 + 0,1[ ;

Resolução
15.2 ]2 - 0,01 ; 2 + 0,01[ .

15.1 Analiticamente:

an å ]2 - 0,1 ; 2 + 0,1[ §

§ |an - 2| < 0,1 §

§ } *
n
} *
2n + 2 - 2 < 0,1 §

§ *}2}* < 0,1 §


n

1como n å N , }2n} > 02


§ }2} < 0,1 §
n
§ n > 20

De acordo com a informação obtida conclui-se que a partir da ordem 20 20. Considere a sucessão de termo geral:
os termos da sucessão pertencem ao intervalo ]2 - 0,1 ; 2 + 0,1[ . n+3
an = }}
Este resultado pode-se confirmar com a calculadora gráfica. 2n

15.2 Complete a tabela:


an å ]2 - 0,01 ; 2 + 0,01[ §

§ |an - 2| < 0,01 §


d 0,1 0,01 0,001
§ }2} < 0,01 §
n Menor ordem a
§ n > 200 1como n å N , }2} > 0
n 2 partir da qual os
termos de an
Conclui-se que a partir de ordem 200 os termos da sucessão perten- pertencem
cem ao intervalo ]2 - 0,01 ; 2 + 0,01[ .
4}2} - d , }2} + d3
1 1
Confirme este resultado com a calculadora gráfica.
260 9. Limite de uma sucessão

9.13 TEOREMAS SOBRE SUCESSÕES


CONVERGENTES

R
P
T1 Relação entre sucessões convergentes, monótonas e limitadas

Toda a sucessão monótona e limitada é convergente.

Se (un) é crescente e limitada é convergente. Se (un) é decrescente e limitada é convergente.

un un

a a

0 n 0 n

(a é o menor dos majorantes.) (a é o maior dos minorantes.)

EXEMPLO 16 Estudar a convergência

n
Considerar a sucessão (un) definida por un = }} .
n+2
21. Considere a sucessão de termo geral: 16.1 Mostrar que a sucessão é monótona.
1-n
an = }} 16.2 Mostrar que a sucessão é limitada.
2n
16.3 Será a sucessão convergente? Justifique.
21.1 Mostre que a sucessão (an) é monó-
tona;
Resolução
21.2 Mostre que a sucessão (an) é limi-
n
tada; 16.1 un = }}
n+2

21.3 Justifique que a sucessão (an) é con- Para mostrarmos que a sucessão é monótona vamos calcular
vergente.
un + 1 - un .
n+1 n
un + 1 - un = }} - }} =
n+1+2 n+2

Cálculo auxiliar n2 + 2n + n + 2 - n2 - 3n 2
= }}} = }}
n n+2 (n + 3) (n + 2) (n + 3) (n + 2)

-n-2 1 un + 1 - un ≥ 0 , An å N , logo a sucessão é monótona crescente.


-n-2

16.2 Vamos provar que a sucessão é limitada mostrando que existem


n = 1.(n + 2) - 2
a , b å R tais que a ≤ un ≤ b , An å N .
n 2
}} = 1 - }} n 2
n+2 n+2 Temos: }} = 1 - }} .
n+2 n+2
9. Limite de uma sucessão 261

2
Como: 0 < }} ≤ }2} , An å N .
n+2 3

R
P
Vem sucessivamente:
2 2
0 < }} ≤ }}
n+2 3
-2 -2
}} ≤ }} < 0
3 n+2
2 2
1 - }} ≤ 1 - }} < 1
3 n+2
1 2
}} ≤ 1 - }} < 1
3 n+2

Logo, a sucessão (un) é limitada.

16.3 Provou-se que a sucessão é monótona e limitada, logo pode-se


concluir que é convergente.

T2 Unicidade do limite

Uma sucessão não pode tender para dois limites diferentes.

Demonstração

(Por redução ao absurdo)


Suponhamos que

un " a e un " b com a < b

Então, un - a " 0 e un - b " 0 .


|b - a|
Seja d < } (d é um número menor que metade da distância
2
entre a e b)

Existe uma ordem p1 , a partir da qual |un - a| < d .


Existe também uma ordem p2 , a partir da qual

|un - b| < d .

a–d a a+d b–d b b+d

Para a maior das ordens p1 ou p2 , os termos da sucessão (un) dis-


|b - a|
tam de a e b menos do que d , o que é absurdo pois d < } .
2

O absurdo resultou do facto de se ter considerado a 0 b .

Logo, a = b .
262 9. Limite de uma sucessão

9.14 CLASSIFICAÇÃO DAS SUCESSÕES

R
Quanto à natureza e existência de limite as sucessões classificam-se

P
em convergentes e divergentes.

As que tendem para um número real são convergentes.

1 1
As sucessões n 1 }} e n 1 }} + 1 são convergentes pois
n n
1 1
}} " 0 e } } + 1 " 1 .
n n

As sucessões que não são convergentes dizem-se divergentes.

São divergentes as sucessões

n 1 œnw ; n 1 - œnw ; n 1 (- 1)n.n

pois, œnw " + ? ;

- œnw " - ? ;

(- 1)n.n " ? .

Às sucessões divergentes que tendem para ? ou que não têm


limite também chamamos oscilantes.

Por exemplo, seja a sucessão:

n 1 (- 1)n .

Vamos escrever alguns termos da sucessão:

-1, 1, -1, 1, -1, 1, …

Esta sucessão não tem limite. Não existe nenhum número a tal
que a partir de certa ordem todos os termos da sucessão pertençam
ao intervalo ]a - 0,1 , a + 0,1[ (por exemplo) .

a Convergentes – têm limite e o limite é um


d
d
d número real
d
d
Classificação das dd
22. Classifique a sucessão (un) quanto à d a propriamente divergentes –
sucessões quanto b d
existência e natureza do limite. d d
ao limite d d têm limite + ? ou - ?
d d
a 2 se n é par d Divergentes b
d d d
un = b d d oscilantes – não têm limite
1 d d
d }} se n é ímpar d d
c n c c ou têm limite ?
9. Limite de uma sucessão 263

… o que estudou no tema …

R
P
• infinitamente grande positivo

• infinitamente grande negativo

• infinitamente grande em módulo

• sucessões infinitamente grandes e sucessões monótonas

• sucessões infinitamente grandes e sucessões limitadas

• subsucessão de uma sucessão

• infinitamente grandes de referência

• teoremas sobre infinitamente grandes

• infinitésimo

• infinitésimo de referência

• teoremas sobre infinitésimos

• sucessão convergente

• teoremas sobre sucessões convergentes

• classificação das sucessões quanto à existência e natureza do limite


264 9. Limite de uma sucessão

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1
A sucessão (an) é definida por

1 1 1
an = }} + }} + … + }} .
œw1 œw 2 œnw
1.1 Calcule a1 , a2 e a3 .

1.2 Classifique (an) quanto à existência e natureza do limite.

Resolução
n
1 1 1 1
1.1 an = } + } + … + } = ^ }
œw1 œ2w œnw i = 1 œwi
1
1 1
a1 = ^ } = } = 1
i = 1 œw1 œ1w
2
1 1 1 1 œ2w
a2 = ^ } = } + } = 1 + } = 1 + }
i = 1 œwi œ1w œ2w œ2w 2

3
1 1 1 1 œ2w œ3w
a3 = ^ } = } + } + } = 1 + } + }
i = 1 œwi œ1w œ2w œ3w 2 3

1 1 1 1 1 1 n
1.2 } + } + … + } > } + } + … + } = }
œw1 œ2
w œnw œnw œnw œnw œnw

Temos que:

n œw
n2
} = } = œnw .
œwn œnw

Como œnw " + ? , então an " + ? .


A sucessão (an) é divergente.

2
Das sucessões seguintes indique as que são infinitamente grandes e as que são
infinitésimos:

œwnw
+w1
2.1 n 1 - } ;
n+1
3n + 1

1 2
3
2.2 n 1 }} ;
2

2.3 n 1 3n2 - 2n .
9. Limite de uma sucessão 265

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
Resolução

œwnw
+w
!}
ß(nnßß++}
ß11ß) = - !}
ßnß+1}ß1 = - }
1 1
2.1 - } = -
n+1 2
œnw+ww
1

|- } 1 | œnw+
1 1 1
= } < } para n ≥ 1
œnw+ww ww1 œnw

1
Como } " 0 ,
œwn

1
então - } " 0 .
œw
nw
+w1

Logo, a sucessão

œw
n1-}
nw
+w1
n+1

é um infinitésimo.

3n + 1

1 2
3
2.2 n 1 }}
2

3n + 1

1}2}2 1 2
n
3 3
> }} para n ≥ 1
2

1}2}2 " + ?
n
3

3n + 1

1 2
3
Logo, }} " + ? , ou seja, a sucessão
2

3n + 1

1 2
3
n 1 }} é um infinitamente grande positivo.
2

2.3 n 1 3n2 - 2n

3n2 - 2n = n (3n - 2) > n para n > 1

n"+?

n (3n - 2) " + ? .

Logo,

3n2 - 2n " + ? , ou seja, a sucessão

n 1 3n2 - 2n é um infinitamente grande positivo.


266 9. Limite de uma sucessão

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
Recorrendo aos teoremas estudados e às sucessões de referência, justifique que:

1.1 }2}2 " 0 ;


- 5n

1.2 10- n " 0 ;

œnw
1.3 }} + 5 " + ? ;
3
4n - 4
1.4 }} " + ? ;
2
(- 1)n + 3
1.5 }} "0;
n2

1}3}2
n
2
1.6 "0;

1}2}2
n
3
1.7 "+?;

-1 "-?;
1.8 } }
0,5n

1.9 }1}n " 0 ;


5
32n
1.10 }} "+?.
4n

2
Sejam as sucessões (an) e (bn) definidas por:

2 2
an = 1 - }}2 e bn = 1 + }}2
n n

Indique o limite de cada uma das seguintes sucessões:

2.1 (an) ;

2.2 (bn) ;

2.3 (an + bn) ;

2.4 (an - bn) ;

2.5 (an . bn) .


9. Limite de uma sucessão 267

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

3
Diga, justificando, quais das seguintes afirmações são falsas.

(A) Uma sucessão crescente tende para + ? .

(B) Uma sucessão não limitada superiormente tende para + ? .

(C) Uma sucessão que tende para + ? é crescente.

(D) Uma sucessão que tenda para - ? é não limitada.

(E) Uma sucessão que tende para - ? pode não ser decrescente.

(F) Um infinitésimo é uma sucessão limitada.

(G) Um infinitésimo ou é uma sucessão crescente ou uma sucessão decrescente.

(H) Uma sucessão convergente é uma sucessão limitada.

(I) Uma sucessão limitada é convergente.

(J) Uma sucessão não convergente não é uma sucessão limitada.

(K) Uma sucessão que tem por limite a pode ter um número infinito de termos
que não pertençam ao intervalo ]a - d , a + d[ , se d for suficientemente
pequeno.

(L) Uma sucessão convergente ou é crescente ou é decrescente.

(M) Uma sucessão de termos positivos e decrescente tem por limite 0 (zero).

(N) Uma sucessão de termos positivos pode tender para um número negativo.

(O) Uma sucessão que tende para - a (a å R+) tem infinitos termos negativos.

(P) Uma sucessão que tende para m + 3 , com m å R , tem infinitos termos
positivos.

(Q) Uma sucessão limitada e não monótona não é convergente.


268 9. Limite de uma sucessão

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

4 Para demonstrar

Mostre, usando a definição que:

4.1 }1 - n 2" - 1 ;
} }}
2n + 1 2

(- 1)n + 4n
4.2 }} 2" 2 .
2n + 1

5 Investigar com a calculadora gráfica

Use a calculadora gráfica para procurar descobrir qual o limite de cada uma das
sucessões definidas por:

un - 1 + 3
5.1 u1 = 2 ; un = } ;
un - 1

1
5.2 u1 = 2 ; un + 1 = } un .
2

6 As áreas dos triângulos

Considere a sucessão (un) das áreas dos triângulos coloridos.

De acordo com a sugestão da figura e considerando o triângulo inicial de área 1 .

6.1 Escreva a expressão do termo geral da sucessão (un) .

6.2 Mostre que un " 0 .


9. Limite de uma sucessão 269

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
7 A espiral

Observe a figura e o processo de construção da espiral com quartos de arcos


de circunferência cujos centros são os vértices dos quadrados.

1
Considere que a medida do lado do quadrado maior é } .
p

7.1 Escreva os primeiros cinco termos da sucessão (cn) dos comprimentos dos
arcos AB , BC …

7.2 Mostre que (cn) é um infinitésimo.

7.3 Calcule a soma dos comprimentos dos 10 primeiros arcos da espiral.

8 As semicircunferências

A1

A3

A2

Considere a sucessão dos comprimentos das semicircunferências:


A1 , A2 , A3 , … , An , sendo r o raio de A1 .

O raio de cada um dos arcos é metade do raio do arco anterior.

8.1 Escreva, em função de r , os primeiros cinco termos da sucessão.

31 r , deter-
8.2 Sabendo que a soma dos diâmetros dos primeiros p arcos é }}
8
mine p .
270 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

10. CÁLCULO DO LIMITE DE SUCESSÕES. O NÚMERO DE NEPER

R
P
10.1 OPERAÇÕES COM SUCESSÕES
CONVERGENTES

Sejam (an) e (bn) duas sucessões convergentes e:

• lim an = a , a å R

• lim bn = b , b å R

Então, verificam-se as seguintes propriedades:

• lim (an + bn) = lim an + lim bn = a + b

• lim (an - bn) = lim an - lim bn = a - b

• lim (an.bn) = lim an.lim bn = a.b

1 2
a lim a a
• lim }n = }n = } (bn 0 0 e b 0 0) , A n å N
bn lim bn b

• lim anbn = (lim an)lim bn = ab (a e b não podem ser simultaneamente


nulos)

• lim œw
an = œw
limwanw = œwa (se k é par, a ≥ 0)
k k k
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 271

EXEMPLO 1 Operações com sucessões convergentes

R
Considere as sucessões an " 2 ; bn " 0 e cn " 1 .

P
Calcule o limite das sucessões:

1}a 2 ;
bn
1.1 (an + bn) ; 1.2 1.3 (œawwn) ;
n

1.4 ((an)bn) ; 1.5 ((bn)an) ; 1.6 ((an.cn)bn) . 1. Se:


an " 2
5
Resolução bn " }
2
1.1 lim (an + bn) = lim an + lim bn = 2 + 0 = 2
cn " 0

Calcule:
1 2
b lim b 0
1.2 lim }n = }n = } = 0
an lim an 2 1.1 lim (an + bn) ;

1.3 lim (œawwn) = œlim


wwawn = œ2
w 1.2 lim (an.cn) ;

1 2
c
1.3 lim }n ;
1.4 lim ((an)bn) = (lim an)lim bn = 20 = 1 bn

1.4 lim œw ww
an.bn ;
1.5 lim ((bn)an) = (lim bn)lim an = 02 = 0
1.5 lim [(cn)bn] ;
1.6 lim ((an.cn)bn) = (lim an.lim cn)lim bn = (2 * 1)0 = 1
1.6 lim [(bn)cn] .

Da resolução das questões do exemplo 1 resultaram sempre


sucessões convergentes.

Tal podia não acontecer.

1 1
2 - }} - 2 + }}
n n
• lim } = + ? ; • lim } = - ? ;
1 1
}} }}
n n

1 1
-1+} -1+}
1 2 1 2
1 n 1 n
• lim }} =+?; • lim - }} =-?.
n n

Outras situações podem acontecer resultando indeterminações.

0
} e 00
0

As indeterminações resultam de situações onde o limite pode não


ser imediatamente possível de determinar ou até nem existir.
272 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

10.2 OPERAÇÕES COM SUCESSÕES DIVERGENTES

R
Considere-se duas sucessões (an) e (bn) que têm por limite + ? .

P
• lim an = + ?

• lim bn = + ?

Então,

lim (an + bn) = lim an + lim bn = + ?

Nota Simbolicamente, escreve-se:

Todos os resultados apresentados são (+ ?) + (+ ?) = + ?


extremamente intuitivos.
Note bem que se trata de uma escrita
simbólica, pois não faz sentido escrever
Outros resultados podem simbolicamente ser assim escritos:
+ ? + ? no sentido usual da adição de
(- ?) + (- ?) = - ?
números reais.

(+ ?).(+ ?) = + ?

(- ?).(+ ?) = - ?

a
}=0
¿?

a+ ? = + ?
Se a > 1 , então
1
a- ? = } =0
a+ ?

a+ ? = 0
Se 0 < a < 1 , então
a- ? = + ?

(+ ?)+ ? = + ?

1 1
(+ ?)- ? = } =}=0
(+ ?)+ ? + ?

*Indeterminações
Nota
Das operações com sucessões divergentes podem surgir as inde-
* Algumas das indeterminações referidas terminações:
serão estudadas no ponto seguinte, outras
?
ficarão para estudos posteriores. ?-?; }; 0.? ; ?0 ; 1? .
?
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 273

EXEMPLO 2 Operações com sucessões divergentes

R
Sabe-se que: an " 1 ; bn " + ? ; cn " - ? ;

P
1
dn " } ; en " - 3 ; fn " 0 .
3

Indique o limite das sucessões:

2.1 (an.bn) ; 2.2 (en.cn) ; 2.3 (bn + cn) ;

2. Se:
1}b 2 ;
an
2.4 2.5 ((an)cn) ; 2.6 ((en)bn) ;
n an " + ?
b bn " - ?
2.7 ((dn)cn) ; 2.8 ((bn)en) ; 2.9 }n .
cn
cn " 0
dn " 3
Resolução
5
en " }
2.1 lim (an.bn) = + ? 2

Calcular, se existir:
2.2 lim (fn.cn) " indeterminação (0.?)
2.1 lim (an - bn) ;
2.3 lim (bn + cn) " indeterminação (? - ?)
2.2 lim (dn : an) ;

1 2
a
2.4 lim }n = 0
bn 2.3 lim ((dn)an) ;

2.5 lim ((an)cn) " indeterminação (1?) 2.4 lim ((en)bn) ;

2.5 lim [- an.(- bn)] ;


2.6 lim ((bn)fn) " indeterminação (?0)
2.6 lim (an)cn ;
2.7 lim ((dn) cn
)=+?
31 2 4 ;
bn
1
2.7 lim -}
2
2.8 lim ((bn) en
)=0
2.8 lim (cn.bn) ;
b
2.9 lim }n " indeterminação
cn 1}?
?2
} a
1 2
2.9 lim }n .
bn

10.3 LEVANTAR ALGUMAS INDETERMINAÇÕES


No cálculo de limites somos muitas vezes confrontados com situa-
ções de indeterminação. Geralmente levanta-se a indeterminação
efectuando alguns cálculos. Quando se consegue determinar um
limite numa situação de indeterminação diz-se que se levantou a
indeterminação.

PAM11 - 18
274 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

?
Indeterminação: }
?

R
P
Considerem-se alguns exemplos:

1 2
2 1
3n2 1 + }} + }}2
3n + 2n + 1
2 3 n 3n
• lim }} = lim }}} =
5n + n + 1
2

1 2
1 1
5n2 1 + }} + }}2
5n 5n

2 1
1 + }} + }}2
3n2 3n 3n
= lim }2 .lim }} =
5n 1 1
1 + }} + }}2
5n 5n
3n2
= lim }2 .1 =
5n
3 3
= lim } = }
5 5

2n3 + 3 1
2n3 1 + }3}
2n3
2
• lim } = lim }} =
n +n
1 2
2
1
n2 1 + }}
n
2n3
= lim } .1 = lim 2n = + ?
n2

1 2
1
n2 1 + }}2
n +1
2
n
• lim } = lim }} =
2n3 + 3
1 2
3
2n 1 + }}3
3
2n
n2
= lim }3 .1 =
2n
1
= lim } = 0
2n

De um modo geral:

P (n) a0 np + a1 np - 1 + … + ap
lim } = lim }}} =
Q (n) b0 nq + b1 nq - 1 + … + bq

1 2
a1
a0 np 1 + }} + … + }a}p
a0 n a0 np
= lim }}}} =
1 2
b1 bq
b0 nq 1 + }} + … + }}
b0 n b0 nq

a0 np a0 np
= lim } q.
1 = lim }
b0 n b0 nq
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 275

EXEMPLO 3 Calcular limites do quociente de polinómios 3. Calcule:


n2 + 1

R
Calcule: 3.1 lim } ;
3n + 1 2n + 1 3n2 - 2

P
2
3.1 lim } ; 3.2 lim } ;
3n 1 - 5n
1-n
1 - 3n 3.2 lim } ;
3 4
1 n2 + 3
3.3 lim } ; 3.4 lim }.(n2 + 1) .
n2 n
- n3 + 3n
Resolução 3.3 lim } ;
n2 + 1
3n2 + 1 3n2
3.1 lim } = lim } = lim n = + ? n5 + 3n2 + 5n
3n 3n 3.4 lim }} ;
1 - n3

n+1 n+3
1
3.5 lim } - } ;
n 2n 2
1 n3 + 5
n 1
3.6 lim }.}
n2
. 2
2n + 1 2n 2
3.2 lim } = lim } = - }
1 - 5n - 5n 5

1 - 3n - 3n -3
3.3 lim } = lim } = lim } = 0
n2 n2 n

n2 + 1
3 4
1
3.4 lim }.(n2 + 1) = lim } = + ?
n n
Nota
No exemplo 3.4 tinha-se uma indetermina-
ção do tipo 0.? .
Este tipo de indeterminações resolvem-se,
normalmente, efectuando cálculos.
276 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

O método seguido para levantar a indeterminação no caso do quo-


ciente de polinómios resulta ainda noutras situações.

R
P
4. Calcule:
n + œ3
w w
n2w
+w1
1
@n 1 + 3 + }}2
n 1 !ßßßß2
n +3 • lim }} = lim }} =

2
4.1 lim } ; 2n 2n@
4n2 + 1

!ßßßß
1
1 + 3 + }}2
œw
3nw+w1 + n = lim }} = }
n 1 + œ3
w
4.2 lim }} ;
n 2 2

3n + 1 + 7
4.3 lim } ;
3n - 1
2n + 3
4.4 lim } .
4n + 8

3.2n 2n (3)
• lim } = lim }} =
n+1
-2
1 2
2 2
2n + 1 1 - }n }
2 +1
3 3
= lim }} = }
1 2
2 2
2 1 - }n }
2 +1

Indeterminação: ? - ?
Para levantar este tipo de indeterminações, por vezes resulta o
método anteriormente seguido.

3 1 24 =
1
• lim (- n2 + n) = lim - n2 1 - }
n

1 2
1
= lim (- n2).lim 1 - } = - ?.1 = - ?
n

3 1 1 2 24 =
2 n
• lim (3n - 2n) = lim 3n 1 - }
3

3 1 2 4 = + ?.(1 - 0) = + ?
2 n
= lim 3n.lim 1 - }
3
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 277

Quando a indeterminação ? - ? surge de expressões com radi- 5. Calcule:


cais, normalmente, levantam-se indeterminações multiplicando pelo con-

R
5.1 lim (5n - 6n) ;
jugado [(a - b) (a + b) = a - b ] .
2 2

P
5.2 lim (n8 - n5) ;

• lim (œnw - œnw+


ww1) = lim
(œnw - œnw+ww1) (œnw + œnw+ww1) 5.3 lim (œw
n2w+w2 - n) ;
}}} =
œnw + œnw+ww
1
5.4 lim (œw
n2w+wn - n) ;
n - (n + 1) -1
= lim }} = lim }} = 0
œwn + œwnw+w 1 œnw + œnw+ww
1 5.5 lim (n - œw
n2w+w1 ) ;

5.6 lim (œw


n2w+wn - œw
n2w+w1 ) .

10.4 SOMA DE TODOS OS TERMOS DE UMA


PROGRESSÃO GEOMÉTRICA

Ao estudarmos progressões geométricas deduzimos a fórmula


para calcular a soma dos n primeiros termos.

1 - rn
Sn = u1.}
1-r

Se chamarmos S à soma de todos os termos, ou seja, ao limite


de Sn quando n " + ? , vem Nota
S1 = u1
1 - rn
1
S = lim u1.} .
1-r 2 S2 = u1 + u2

S3 = u1 + u2 + u3
.
.
.
Se |r| < 1 , sabemos que rn " 0 .
S15 = u1 + u2 + … + u15
.
.
Logo, .
Sn = u1 + u2 + … + un
se |r| < 1 então .
.
.

u1 Quando n " + ? obtemos a soma de


S=}
}}
1-r todos os termos da sucessão.
278 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

Conclusão

R
Só podemos calcular a soma de todos os termos de uma progres-

P
u1
são geométrica se |r| < 1 e nesse caso S = } .
1-r

Suponhamos que tínhamos uma bola a um metro do solo, que a


1
deixávamos cair e ela subia meio metro. Caía de novo e subia } de
4
metro, etc.

Teoricamente, a bola nunca mais pararia e a distância percorrida


nas descidas seria:

1 1 1
1+}+}+}+….
6. Calcule, se possível, a soma de todos 2 4 8
os termos da progressão geométrica
cujos primeiros termos são:
1 2
n
1 - }1}
1 1 1 2
6.1 } , } , } , … ; Sn = .1
1
9 27 81 1 - }}
1 1 2
6.2 4 , - 2 , 1 , - } , } , … ;
2 4
6.3 2 , 4 , 8 , 16 , … .

A soma tem infinitas parcelas.

As parcelas são termos de uma progressão geométrica cujo valor

1 2
1
absoluto da razão é menor do que 1 r = } .
2

Logo, a soma de todas as parcelas é:

1 1
S=}=}=2.
1 1
1 - }} } }
2 2
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 279

EXEMPLO 4 Aquiles e a tartaruga

R
No séc. V a. C. Zenão colocou a seguinte questão que só viria a ser

P
resolvida no séc. XIX .
“Aquiles e uma tartaruga vão competir numa corrida. A tartaruga parte
com 100 m de avanço porque Aquiles corre dez vezes mais depressa.
Acontece que quando Aquiles percorre 100 metros a tartaruga está
10 metros à frente dele. Aquiles percorre estes dez metros e a tarta-
ruga está 1 metro à frente dele. Quando Aquiles percorre esse metro a
tartaruga está 1 dm à frente dele e assim sucessivamente.”
Aquiles apanha a tartaruga?

Resolução
Consideremos as duas sucessões an e tn .

an : distâncias percorridas por Aquiles


100 ; 10 ; 1 ; 0,1 ; … Progressão geométrica da razão 0,1 .

tn : distâncias percorridas pela tartaruga


10 ; 1; 0,1 ; 0,01 ; … Progressão geométrica de razão 0,1 .

Calculemos a soma de todos os termos de cada uma das sucessões,


ou seja, o espaço total percorrido por cada um
100 10
A = } = 111,(1) T = } = 11,(1) .
1 - 0,1 1 - 0,1

Podemos então concluir que Aquiles e a tartaruga se encontraram a


111,(1) metros do ponto de partida.

EXEMPLO 5 Determinar a fracção correspondente a uma dízima

Determine a fracção que representa a dízima 0,(42) .

Resolução
0,(42) = 0,42 42 42 42 …
0,(42) = 0,42 + 0,0042 + 0,000 042 + …

Trata-se da soma de todos os termos de uma progressão geométrica


de razão 0,01 e 1.° termo 0,42 .
u1
Tem-se: S = } .
1-r 7. Determine a fracção que corresponde
0,42 0,42 42 14 à dízima:
Temos: S=}=}=}=}.
1 - 0,01 0,99 99 33
7.1 0,(45) ;
14
Logo, a fracção pedida é } .
33 7.2 0,(451) .
280 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

10.5 O NÚMERO DE NEPER

R
P
Atribui-se a John Napier a descoberta do número de Neper. Trata-se
O número e (número de Neper) é
de um número irracional e surge como o limite de uma sucessão muito
um número místico da Matemática
tal como o número p . particular.
Também como o número p é um
número irracional.
11 + }n}2
n
1
2" e
e = 2,7182818284590452353602874 …

Boorman calculou o número de


Neper com 346 casas decimais.
111 + }n 2 2.
1 n
Represente-se com a calculadora gráfica a sucessão
O número p apareceu no cálculo
da área e do perímetro do círculo. O
número e aparece na resolução de
equações em que as incógnitas apa-
reciam em expoente.
A representação do número de
Neper por e surgiu pela primeira
vez no século XVIII com Euler. No
séc. XVII Leibniz representava-o
por b .
Conta-se que Neper publicou um
livro em 1614, que lhe levou mais
de vinte anos a escrever, e que revo-
lucionou a Matemática da época. Com o TRACE percorra-se o gráfico desta sucessão.

Neper não se apercebeu da impor-


Verifica-se que a sucessão se aproxima cada vez mais de um
tância do número e . Só um século
número.
depois, com o desenvolvimento do
cálculo infinitesimal, se veio a reco-
nhecer o papel relevante de tal A esse número irracional chama-se número de Neper e representa-se
número. por e .

1 2
n
1
lim 1 + }} =e
n

e 9 2,718

0 1 2 e 3 4 5

Este número místico é hoje importante em quase todas as áreas do


conhecimento: economia, engenharia, biologia, sociologia…
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 281

Cálculo de limites de sucessões que conduzem ao número e .

R
1 2
an
1

P
1.° lim 1 + } =e se an " + ?
an

1 2
2n
1
• lim 1 + } =e
2n

3n

1 2
1
• lim 1 + }n =e
3

n+a

1 2 1 2 1 2=
1 1 n 1 a
2.° lim 1 + } = lim 1 + } .lim 1 + }
n n n

= e.1 = e

3+n

1 2 1 2 1 2
1 1 n 1 3
• lim 1 + } = lim 1 + } .lim 1 + } =
n n n

= e.1 = e

n+a-a

1 2 = lim 11 + }
n + a2
n
1 1
3.° lim 1 + }
n+a

n+a -a

1 2 1 2
1 1
= lim 1 + } .lim 1 + } =
n+a n+a

= e.1 = e

n+3-3

1 2 1 2
n
1 1
• lim 1 + } = lim 1 + }
n+3 n+3

n+3 -3

1 2 1 2
1 1
= lim 1 + } .lim 1 + } =
n+3 n+3

= e.1 = e
282 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

1 2 311 + }n 2 4 =
kn n k
1 1
4.° lim 1 + } = lim
n

R
P
311 + }n 2 4 = e
n k
1
= lim k

1 2 311 + }n 2 4
3n n 3
1 1
• lim 1 + } = lim =
n

311 + }n 2 4
n 3
1
= lim = e3

1 2 31 24
n kn }
1 1
5.° lim 1 + } = lim 1+} k
=
kn kn

1 1

3 1 24
kn } }
1
= lim 1 + } k
= ek
kn

n n

1 2 3 1 24
}.10

1 2
} 10
10 n 1 1
• lim 1 + } = lim 1 + } 10
= lim 1 + }n
10
= e10
n 1 }}
}} n
10 10

n+1
1 2=
n
Cálculo auxiliar
6.° lim }
n+3 n+1 n+3
-n-3 1
-2
1 2=
n
= lim 1 + } 0-2
n+3

n+1 -2
-2 n+3-3 }=1+}
1
= lim 1 + }
n+3 2 = n+3 n+3

-2 n+3
-2 -3

1
= lim 1 + }
n+3 2 .lim 1 + } 1
n+3 2 = e- 2.1 = e- 2
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 283

n2 + n + 1
1 2
2n
7.° lim }} =
n2 + 1 Cálculo auxiliar

R
n2 + n + 1 n2 + 1

P
1 2 - n2 -1
2n
n 1
= lim 1 + } =
n2 + 1
n

n n2 + 1

1 2
1 2n.} .}
n2 + 1
= lim 1 + } n
=
n2 + 1
}}
n

31 2 4
n2 + 1 2n2
1 } }
= lim 1+} n n2 + 1 = e2
n +1
2
}}
n

8. Calcule:
n-1

1 2
1
8.1 lim 1 + } ;
n

1 2
1 n
8.2 lim 1 + } ;
n-3

1 2
8n
1
8.3 lim 1 + } ;
n
n

1 2
}
1
8.4 lim 1 + }
2
;
1 n
1 2
}
1 n
8.° lim 1 + } =
n - 3n

1 2
1
8.5 lim 1 + } ;
1 1
n
1 2
n. } . }
1 n n
= lim 1 + } =
n
1 2
1 n
8.6 lim 1 + } ;
3n
1

311 + }n 2 4
n }2
1
= lim =
1 2
n
1 n
8.7 lim 1 - } ;
2n

1 2
1 4 n
8.8 lim 1 - } ;
31 24
n lim }2
1
= lim 1+} n
=e =1
0
3n
n

n-1 n
1
8.9 lim } ;
n+2 2
n2 + 3n + 1 n2
8.10 lim }}
1
n2 + 5 2 ;

5n - 2
1 2
3n
8.11 lim } ;
5n + 3

n+1 n2
8.12 lim }
n+3 1 2 .
284 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

10.6 O NÚMERO DE NEPER NA MATEMÁTICA


FINANCEIRA

R
P
Um dos exemplos de crescimento exponencial ligado à nossa reali-
dade tem a ver com o regime de capitalização composto (R.C.C.) .

Assim, se num dado momento colocarmos no banco 100 000 kwanzas


à taxa anual de 6% , por exemplo, ao fim de um ano ter-se-ia o capital
acumulado M1 .

M1 = 100 000 (1 + 0,06)

No ano seguinte, ter-se-á:

M2 = 100 000 (1 + 0,06).(1 + 0,06) ou seja

M2 = 100 000 (1 + 0,06)2 e, ao fim de n anos,

Mn = 100 000 (1 + 0,06)n

De um modo geral, para o capital C e taxa anual i , vem:

C C (1 + i) C (1 + i)2 C (1 + i)3 … C (1 + i)n


0 1 2 3 … n
tempo em anos

Mas as capitalizações nem sempre são anuais. É muito comum


colocar-se dinheiro no banco com capitalizações semestrais, trimes-
trais e mensais, por exemplo.

Uma capitalização semestral significa que ao fim de seis meses são


calculados os juros e juntos ao capital. O novo capital passa a render
juros.

No R.C.C. será indiferente ter um capital a render no banco a uma


taxa de 10% anual ou a uma taxa de 5% semestral?

No R.C.C. é mais vantajosa a taxa 5% semestral uma vez que


no final dos seis meses são calculados os juros, acumulados ao capi-
tal e, assim, nos últimos seis meses a taxa incide sobre um capital
maior.
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 285

Sendo:

R
C – capital

P
i – taxa anual nominal

n – número de capitalizações por ano

t – número de anos de duração da capitalização

O capital acumulado é dado pela fórmula:

1 2
nt
i
M=C 1+}
n

Continuando o mesmo raciocínio pode pensar-se então que é mais


vantajosa uma taxa de 2,5% trimestral do que uma taxa de 5%
semestral, e assim sucessivamente até se admitir que se poderia enri-
quecer com uma contagem contínua, ou seja, n " + ? .

Vejamos, então, o que aconteceria se n " + ?

1 2 311 + }ni}2 4 =
nt n t
i
lim C 1 + } = C lim
n"+? n

3 1 2 4 = C.e
n t
= C lim 1 + }i} it

O cálculo deste limite leva a concluir que de facto quanto maior for
o número de capitalizações maior será o capital acumulado, mas nin-
guém ficaria rico por tal facto. O crescimento do capital teria um
limite: Ceit

EXEMPLO 6 Diferentes capitalizações

Um capital de 200 000 kwanzas é colocado num banco à taxa anual


nominal de 16% .

6.1 Calcule qual o capital acumulado ao fim de três anos com:

6.1.1 capitalizações semestrais;

6.1.2 capitalizações mensais;

6.1.3 capitalizações contínuas;

6.2 Represente graficamente a função definida por:

1 2
2t
0,16
f (t) = 200 000 1 + }
2
para t anos e explique o seu significado no contexto do problema.
286 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

Resolução

1 2

R
nt
i
M=C 1+}
n

P
6.1.1 Capitalizações semestrais

1 2
2*3
0,16
M = 200 000 1 + } = 317 374,8646
2

No final de 3 anos, teríamos um capital aproximado de 317 375 Kz .

6.1.2 Capitalizações mensais

1 2
12 * 3
0,16
M = 200 000 1 + } = 322 191,3197
12

Ao fim dos três anos, com capitalizações mensais, ter-se-ia um capital


aproximado de 322 191 Kz .

6.1.3 Capitalizações contínuas (n " + ?) .

3 1 2 4 = 200 000 3lim 11 + } n 24


3n n 3
0,16 0,16
M = lim 200 000 1 + } } =
n

= 200 000.e0,16 * 3

M ) 323 214 kwanzas.

Se as capitalizações fossem contínuas o máximo que o capital atingiria


seria aproximadamente 323 214 kwanzas.

1 2
2t
0,16
6.2 f (t) = 200 000 1 + }
2

200 000

0 1 2 3 4 semestres

A representação gráfica permite observar o crescimento do capital


inicial de 200 000 Kz , ao longo dos anos, considerando uma taxa
de 16% anual nominal com capitalizações semestrais.
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 287

… o que estudou no tema …

R
P
• operações com sucessões convergentes

• operações com sucessões divergentes

?
• indeterminações } e ? - ?
?

• soma dos n termos de uma progressão geométrica

• o número de Neper

• cálculo de limites de sucessões que conduzem ao número e


288 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1

A figura mostra alguns termos da sequência S1 , S2 , … , Sn , de quadrados.


Sejam (an) , (An) e (Pn) as sucessões dos lados, das áreas e dos perímetros
dos quadrados, respectivamente.
O quadrado Sk + 1 é construído de modo que os vértices pertencem aos lados
1
do quadrado Sk e cada vértice dista } ak de um dos vértices de Sk , de
4
acordo com a figura.

1 a
4 K

aK + 1
3 a
4 K

aK

1.1 Determine a relação entre ak + 1 e ak .

1.2 Defina (an) , (An) e (Pn) .


?
1.3 Calcule ^ Pn .
1

Resolução
œw
1w
1 2 + 1}34 a 2
2 2
1 0
1.1 (ak + 1)2 = } ak k § ak + 1 = } a k
4 4

œ1
w0w ak + 1 œ1
w0w
1.2 Como ak + 1 = }} ak § }} = }} (ak > 0) ,
4 ak 4

(an) é uma progressão geométrica de razão 1}4 2


œ1
w0
w
} pelo que

1 2
n-1
œ1
an = a1 * }w0w
}
4
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 289

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
œw
1w

P
n-1 2

3 1
0
A1 = a12 ; An = (an)2 = a1 * }
4 2 4 =

œw
1w 2 n-1 n-1

31
0
24 1 2
5
= a 21 } = A1 }} .
4 8

5
(An) é, portanto, uma progressão geométrica de razão }} .
8

œw
1w n-1
œw
1w n-1

1 2 1 2
0 0
P1 = 4a1 ; Pn = 4an = 4a1. } = P1 * }
4 4

œw
1w0
Pn é uma progressão geométrica de razão } .
4

?
P1 16a1
1.3 ^ Pn = lim SPn = }} = }} .
1 œ1 ww0 4 - œ1
w0w
1 - }}
4

Considere o seguinte teorema sobre limites de sucessões:

Teorema Se (an) e (bn) são duas sucessões tais que:

lim an = 1 e lim bn = + ?

então, lim ((an)bn) = elim bn (an - 1)

Com base neste teorema calcule:

1 2
œnw
lim 1 + }3}
n

Resolução

Aplicando o teorema, vem:

lim 3œnw 11 + } - 124


3

1 3 œnw
2
n
lim 1 + } =e =
n
3 œwn
=e
lim } 1
n 2=

=e
lim 3 1 !ß}1n 2 =
= e0 = 1

PAM11 - 19
290 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
Calcule, se existir, o limite de cada uma das sucessões definidas por:
1
1.1 an = 1 + } ;
n
n3
1.2 an = 1 + (- 1)n.} ;
n +1
2

1.3 an = n + (- 1)n.3 ;

1.4 an = 3 + (- 1)n.3 ;

n + (- 1)n
1.5 an = }} ;
n
n+1
1.6 an = } ;
- 3n

n-1
1.7 an = } ;
n200

- n200
1.8 an = } .
1 + n100

2
Considere as sucessões definidas por:
1
}}
(n4 + 1) 2
an = }
1 + n2

(n + 5)10.(- 2n + 3) (n - 1)
bn = }}}
n8 (n - 1)2 (n + 5)2
1
}}
(n8 + 1) 4 (n2 + 1)
cn = }} 1
}}
(n6 + 1) 2 (3n - 1)

Calcule cada um dos seguintes limites:

2.1 lim (an + bn) ;

cn - bn
2.2 lim } 1
an
; 2
bn
}
2.3 lim an cn .
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 291

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
3
Calcule cada um dos seguintes limites:

6n 2- n
3.1 lim }n ; 3.2 lim } ;
3 7- n

7- n n+3
1 2
3
3.3 lim } ; 3.4 lim } ;
2- n 3n + 1

3 * 5n + 6 * 5n - 1 - 1 a + b * 8n
3.5 lim }}} ; 3.6 lim }}n
4 c+d*8
(a , b , c , d å R e c e d não
simultaneamente nulos);

n (n + 1) (n - 3)4 (n - 5)6 (n - 2)2


3.7 lim }} ; 3.8 lim }} ;
(2n + 1) (n + 5)3 (n2 + 1)8 (n + 3)

1
}
2n2 - 3n n+3
1 2
4
3.9 lim }} ; 3.10 lim } ;
(n + 1) œwn2w+w
1 n+1

1 + n2

3.11 lim (1 + 3n)


}
3n2
;
œw
3.12 lim }
n2w
+w 3
;
œw1w+wn2w
3

3 4
1
}
3.13 lim (œnw+
ww2 - œnw) ; 3.14 lim n 2 .( œ2
wnw+ww wnw) ;
1 - œ2

n2 + 3
1 2 1 2;
n2 1 n
3.15 lim } - } ; 3.16 lim 1 - }
n+2 n+1 n

n+3

1 2; 1 2
82 n
8
3.17 lim 1 - } 3.18 lim 1 + } ;
n n

n
2n - 3

1 2 1 2
1 } 2
3.19 lim 1 + } 2
; 3.20 lim 1 - } ;
8n 7n

1 2 1 2
1 4n
2 }
3.21 lim 1 + } ; 3.22 lim 1 + } 4
;
n n

n+2

1 2; 1 2
1 n
4
3.23 lim 1 - } 3.24 lim 1 - } ;
n+2 3n

n+3 n+2

1 2; 1 2
n n
3.25 lim } 3.26 lim } .
1+n 2n - 1
292 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

4 A soma é 8
1
Determine o quarto termo de uma progressão geométrica em que a razão é - }
4
e a soma de todos os termos é 8 .

5 A bola é largada

Uma bola é largada de uma altura de 4 metros. De cada vez que a bola cai h
metros, torna a subir 0,75h metros.

Determine a distância total que a bola percorre (na descida e na subida).

6 A soma das áreas

A1

A2
A3
A4

Considere a progressão geométrica cujos termos são as áreas dos quadrados:


A1 , A2 , A3 , A4 ,…

O comprimento do lado do quadrado seguinte é sempre metade do do lado do


quadrado anterior.

Calcule a soma das áreas de todos os quadrados.


10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 293

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
7 Para investigar

Observe os cálculos seguintes:

(a)
S = 1 - 2 + 4 - 8 + 16 - 32 + 64 + … ;
S = 1 - 2 (1 - 2 + 4 - 8 + 16 - 32 + …) ;
S = 1 - 2S ;
3S = 1 ;
1
S=}
3

(b)
S = 1 + (- 2 + 4) + (- 8 + 16) + (- 32 + 64) + … ;
S = 1 + 2 + 8 + 32 + …
S"+?

(c)
S = (1 - 2) + (4 - 8) + (16 - 32) + … ;
S = - 1 - 4 - 16 - …
S"-?

1
Afinal S = } , S " + ? , S " - ? ou nada se pode concluir?
3

8 Dar exemplos

Dê exemplos de sucessões (an) e (bn) tais que:


an " + ? , bn " + ? e:

8.1 (an - bn) " - ? ;

8.2 (an - bn) " 0 ;

8.3 an - bn " + ? ;

8.4 an - bn " 3 ;

8.5 an.bn não tem limite;


a
8.6 }n " + ? ;
bn
a
8.7 }n " 0 ;
bn
a
8.8 }n " - 5 .
bn
294 10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
9 Uma sucessão especial

Seja:

1 1 1
an = } + } + … + }
n+1 n+2 2n

Mostre que a sucessão é crescente e limitada superiormente.

Classifique a sucessão quanto à existência de limite.

10 Têm o mesmo limite

As sucessões (an) e (bn) têm o mesmo limite e são definidas por:


n+p 2n + 3

1
an = }
n+1 2
n+3 qn + 4

1
bn = }
n+2 2
10.1 Escreva uma fórmula que relacione p e q .

10.2 Determine p se q = 1 .

11 Determine p

Considere a família de sucessões definidas por:

1 2 - 1!1ßßßß
n2
n n
1 p
an = 1 + } +}
n

Determine p de modo que a sucessão (an) seja um infinitésimo.

12 Serão convergentes?

Das seguintes sucessões, indique as que são convergentes.

800 (- 1)n
12.1 } + (- 1)n ; 12.2 800 + } ;
n n

12.3 800 + (- 1)n.n ; 12.4 n2 [(- 1)n + 1] ;

3 + (- 1)n n
12.5 3n + (- 1)n ; 12.6 }} .
n2
10. Cálculo do limite de sucessões. O número de Neper 295

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
13 A influência dos parâmetros a e b

Considere a sucessão da família:


an = a + (- 1)n.b ; a , b å R

13.1 Indique a e b de modo que a sucessão seja convergente para 5 .

13.2 Para que valores a e b reais a sucessão é divergente?

14 Uma família de sucessões

Considere a família de sucessões definidas por:

tn = an3 + b (- 1)n.n2 , a ; b å R

O que pode dizer acerca do limite de qualquer sucessão desta família? Justifique
a sua resposta.

15 Quadrados e círculos

A figura mostra quadrados e círculos inscritos nos quadrados.

1 1
2 2

Considere que a medida numa certa unidade do lado do maior quadrado é 1 , e


que (an) , (An) , (Pn) são as sucessões dos lados, das áreas e dos perímetros
dos quadrados, e (Cn) é a sucessão das áreas dos círculos.

15.1 Defina (an) , (An) , (Pn) e (Cn) .

15.2 Determine a área colorida na figura considerando que o processo de cons-


trução continua indefinidamente.
296 11. Indução matemática

11. INDUÇÃO MATEMÁTICA

R
P
1. Imagem para a indução matemática
Uma bem conhecida ilustração para o
princípio de indução matemática é ima-
ginar uma fila infinita de dominós.
Era impossível fazê-los cair todos de
uma vez.
Contudo, suponhamos que se o 1.° cai
faz cair o 2.°, o 2.° faz cair o 3.°, o 3.°
faz cair o 4.° e assim sucessivamente.
Pode-se concluir que todos vão cair?
Para que todos caiam é necessário que o
1.° caia e que se Dk cai, então Dk + 1
também cai.
O princípio de indução matemática
assenta numa ideia idêntica a esta ima-
gem. Faça uma pesquisa na Internet
sobre o tema.

11.1 PRINCÍPIO DE INDUÇÃO MATEMÁTICA

A propósito do estudo de uma sucessão definida por recorrência,


considerou-se a sucessão:

a b1 = 5
d
b
db =3+b n≥2
c n n-1 ,

Escrevendo alguns termos da sucessão, vem:

5 , 8 , 11 , 14 , …

A observação dos termos da sucessão, faz prever que o termo


geral da sucessão seja:

bn = 3n + 2
11. Indução matemática 297

Mas será de facto este o termo geral?

R
Se a Matemática fosse uma ciência experimental em que a repeti-

P
ção do fenómeno um grande número de vezes leva a aceitá-lo como
lei, naturalmente que diríamos que sim. Mas em Matemática tem que
se provar a veracidade de todos os casos e por muitos que se verifi-
quem, nunca se verificam todos, pois eles são em número infinito.

Em situações como estas pode, por vezes, recorrer-se à demons-


tração pelo método de indução matemática, que se apoia no Princípio
de indução matemática:

Nota
Se, no universo N , representarmos uma condição por A(n) e se:
A(p) designa-se por hipótese de indução e
• A(1) é verdadeira e A(p + 1) por tese.

• A(p) ± A(p + 1) é verdadeira para todo p ,

então A(n) é universal.

Considere-se, então a sucessão (bn) , definida por recorrência:

a b1 = 5
d
b
db =3+b n≥2
c n n-1 ,

Prove-se que bn = 3n + 2 , A n å N

Aplicando o método de indução matemática, considere-se a condi-


ção A(n) definida por bn = 3n + 2 .

1.° A(1) é verdadeira.

• b1 = 5 (leitura directa na definição por recorrência)


2. Prove, por indução matemática, que:
• b1 = 3 * 1 + 2 § b1 = 5 2.1 3 + 9 + 15 + … + (6n - 3) = 3n2 ;

Verifica-se a condição para n = 1 . 2.2 (- 1)1 + (- 1)2 + (- 1)3 + … + (- 1)n =


(- 1)n - 1
=}.
2.° Suponhamos que é verdadeira para o inteiro p , ou seja:
2

bp = 3p + 2

vamos provar que é verdadeira para p + 1 , isto é,

bp + 1 = 3 (p + 1) + 2
298 11. Indução matemática

Nota Considere-se a definição de recorrência

R
O método de indução matemática também a b1 = 5
d
b

P
se chama método de indução completa.
db =3+b n≥2
Esta designação tem como base o facto do c n n-1 ,

método atingir todos os inteiros.


Se a propriedade é verdadeira para o Partindo desta definição, pode-se escrever:
inteiro 1 e se é hereditária é verdadeira
para o inteiro 2 . E por ser hereditária é bp + 1 = 3 + bp
verdadeira para o inteiro 3 , e assim
sucessivamente. Mas sabe-se que bp = 3p + 2 .
Note também que há propriedades que são
verdadeiras para o inteiro 1 mas não são Então, substituindo bp , vem:
hereditárias.
bp + 1 = 3 + (3p + 2)
n2 - n + 41 é um número primo de n = 1
até n = 40 , mas é falsa para n = 41 . Efectuando os cálculos convenientes, vem:

E há propriedades que são hereditárias e bp + 1 = 3p + 3 + 2


não são válidas para o inteiro 1 .
ou seja,
“10n é múltiplo de 4” é hereditária mas
não é válida para n = 1 .
bp + 1 = 3 (p + 1) + 2

Concluímos, então, que se for verdadeira para o inteiro p é também


verdadeira para o seu sucessor p + 1 (a proposição é hereditária).

Como já tínhamos verificado que era verdadeira para n = 1 ,


pode-se concluir que o termo geral para a sucessão definida por
recorrência como

a b1 = 5
d
b
db =3+b n ≥ 2 é:
c n n-1 ,

bn = 3n + 2 , A n å N .

A condição A(n) é universal em N .

11.2 EXTENSÃO DO PRINCÍPIO DE INDUÇÃO


MATEMÁTICA

O método de indução matemática pode aplicar-se a conjuntos com


primeiro elemento em que cada elemento tenha sucessor.
Assim, para provar que A(n) é universal para n ≥ j , usam-se os
passos seguintes:

1.° Mostrar que é verdadeira para A(j) .

2.° Assumir que A(p) é verdadeira com (p ≥ j) , e provar que


A(p + 1) é verdadeira.
11. Indução matemática 299

Por exemplo, provar que:

10n é múltiplo de 8 , A n å N e n ≥ 3

R
P
1.° Para n = 3 , é verdadeira.
3. Determine o menor número natural p
103 = 1000 e 1000 = 8 * 125 a partir do qual é verificada a condição:

Portanto 103 é múltiplo de 8 . 3.1 2n + 2 ≤ 2n ;

3.2 n2 ≤ 2n .
2.° Supondo que:

10p é múltiplo de 8 , vem: (Use o método de indução para demons-


trar a sua afirmação).
10p + 1 = 10p * 10
= (múltiplo de 8) * 10
= múltiplo de 8 .

Como a condição é hereditária transforma-se numa proposição ver-


dadeira para todo o inteiro maior do que 3 , pelo que:

10n é múltiplo de 8 , An å N e n ≥ 3 .

… o que estudou no tema …

• indução matemática
300 11. Indução matemática

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1

Prove por indução matemática:


n (n + 1)
1+2+3+…+n=}, AnåN
2

Resolução
Pretende-se provar que qualquer que seja o número natural n se tem que:
n (n + 1)
1+2+3+…+n=}
2

O processo de demonstração por indução matemática apoia-se nos dois passos


seguintes:

1.° Provar a veracidade para n = 1

Se n = 1 , vem:
1*2
1=} § 1=1
2

A propriedade é verdadeira para n = 1 .

2.° Suponhamos que é verdadeira para p , ou seja,


p (p + 1)
1+2+3+…+p=} (1)
2

Vamos mostrar que é verdadeira para p + 1 , isto é ,


(p + 1) (p + 2)
1 + 2 + 3 + … + p + p + 1 = }} .
2

Partindo de (1) e adicionando p + 1 aos dois membros vem:


p (p + 1)
1 + 2 + 3 + … + p + p + 1 = } + (p + 1) §
2
p (p + 1) + 2 (p + 1)
§ 1 + 2 + 3 + … + p + p + 1 = }}} § (colocando em
2
evidência p + 1)
(p + 1) (p + 2)
§ 1 + 2 + 3 + … + p + p + 1 = }}
2

Concluímos, então, que se for verdadeira para o inteiro p , também é verda-


deira para p + 1 .

Então, ficou demonstrado que:


n (n + 1)
1+2+3+…+n=}, AnåN.
2
11. Indução matemática 301

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
2

Mostre por indução matemática que:


n (n + 1) (2n + 1)
12 + 22 + 32 + … + n2 = }} , A n å N
6
ou
n
n (n + 1) (2n + 1)
^ a = }} , A n å N
2

a=1 6

Resolução
O processo de demonstração por indução matemática baseia-se nos dois passos
seguintes:

1.° Provar a veracidade para n = 1 .

Se n = 1 , vem:
1*2*3
12 = }} § 1 = 1
6
É verdadeira para n = 1 .

2.° Suponhamos que é verdadeira para p , ou seja,


p (p + 1) (2p + 1)
12 + 22 + 32 + … + p2 = }} (1)
6
vamos mostrar que é verdadeira para p + 1 , isto é,
(p + 1) (p + 2) (2p + 3)
12 + 22 + 32 + … + p2 + (p + 1)2 = }}}
6

Partindo de (1) e adicionando (p + 1)2 a ambos os membros vem:


p (p + 1) (2p + 1)
12 + 22 + 32 + … + p2 + (p + 1)2 = }} + (p + 1)2 §
6
p+1
p (p + 1) (2p + 1) + 6 (p + 1)2
§ ^ a2 = }}}} §
a=1 6
p+1
(p + 1) [p (2p + 1) + 6 (p + 1)]
§ ^ a2 = }}}} §
a=1 6
p+1
(p + 1) (2p2 + 7p + 6)
§ ^ a2 = }}} § Cálculo auxiliar
a=1 6
p+1
2p2 + 7p + 6 = 0 §
(p + 1) (p + 2) (2p + 3)
§ ^ a = }}}2

a=1 6 - 7 ¿ œw4w
9w-w
4w8
§ p = }}
4
Concluímos, então, que se for verdadeira -7+1 -7-1
§ p=} › p=}
para o inteiro p , também é verdadeira 4 4
3
§ p = - }} › p = - 2
para p + 1 .
2

1 2
Assim, ficou demonstrado que:
2p2 + 7p + 6 = 2 p + }3} (p + 2)
n
n (n + 1) (2n + 1) 2
^ a = }} , A n å N
2

a=1 6 = (2p + 3) (p + 2)
302 11. Indução matemática

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
3

Mostre, usando o método de indução matemática que:

n (2n - 1) (2n + 1)
12 + 32 + 52 + … + (2n - 1)2 = }}
3

Resolução

1.° Vamos mostrar que é verdadeira para n = 1 .

1*1*3
12 = }} § 1 = 1 .
3

2.° Suponhamos que é verdadeira para p , ou seja,

p (2p - 1) (2p + 1)
12 + 32 + 52 + … + (2p - 1)2 = }}} (1)
3

Vamos provar que é verdadeira para p + 1 , isto é, que

(p + 1) (2p + 1) (2p + 3)
12 + 32 + 52 + … + (2p - 1)2 + (2p + 1)2 = }}}
3

Partindo de (1) e adicionando a ambos os membros (2p + 1)2 , vem:

p (2p - 1) (2p + 1)
12 + 32 + 52 + … + (2p - 1)2 + (2p + 1)2 = }}} + (2p + 1)2 §
3
p+1
p (2p - 1) (2p + 1) + 3 (2p + 1)2
§ ^ (2a - 1)2 = }}}} §
a=1 3
p+1
(2p + 1) [p (2p - 1) + 3 (2p + 1)]
§ ^ (2a - 1)2 = }}}} §
a=1 3
Cálculo auxiliar
p+1
(2p + 1) (2p2 + 5p + 3)
§ ^ (2a - 1) = }}} § 2
2p2 + 5p + 3 = 0 §
a=1 3
p+1
(2p + 1) (2p + 3) (p + 1) - 5 ¿ œw2w
5w-w
2w4
§ ^ (2a - 1)2 = }}} c. q. d. § p = }}
a=1 3 4

-5+1 -5-1
p=} › p=}
4 4

p = - 1 › p = - }3}
2

1 2
2p2 + 5p + 3 = 2 p + }3} (p + 1)
2
= (2p + 3) (p + 1)

Então, a proposição é válida para p + 1 sendo válida para p .

Ficou demonstrada por indução matemática a veracidade da afirmação inicial.


11. Indução matemática 303

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
4

Prove por indução matemática que:

1 + 3 + 5 + … + (2n - 1) = n2 , A n å N

Resolução
1.° A propriedade é verdadeira para n = 1 .
1 = 12 § 1 = 1

2.° A propriedade é hereditária.

Por hipótese tem-se que:


1 + 3 + 5 + … + (2p - 1) = p2 (1)

Pretende-se demonstrar que:


1 + 3 + 5 + … + (2p - 1) + (2p + 1) = (p + 1)2

Partindo de (1) e adicionando 2p + 1 a ambos os membros vem:

1 + 3 + 5 + … + (2p - 1) + (2p + 1) = p2 + 2p + 1

Então,
1 + 3 + 5 + … + (2p - 1) + (2p + 1) = (p + 1)2 c. q. d.

Por 1.° e 2.° ficou provada a propriedade por indução matemática.

5
Prove por indução matemática que: 3n * 2n = (3 * 2)n , A n å N

Resolução
1.° A propriedade é verdadeira para n = 1 .
31 * 21 = (3 * 2)1 § 3 * 2 = 3 * 2

2.° A propriedade é hereditária.


Com efeito, se, por hipótese,
3p * 2p = (3 * 2)p , então 3p + 1 * 2p + 1 = 3p * 3 * 2p * 2
= 3p * 2p * 3 * 2
¡

por hipótese
= (3 * 2)p * (3 * 2)
= (3 * 2)p + 1

Como se demonstrou que a propriedade se verifica para n = 1 e é hereditária,


pode-se concluir que é uma condição universal em N .
304 11. Indução matemática

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
Para a condição A(p) , escreva A(p + 1) .
A(p) : 3p ≥ 2p + 1 .

2
Usando a propriedade:
n
n (n + 1) (2n + 1)
^ a = 1 + 2 + 3 + … + n = }}
2 2 2 2 2

a=1 6

calcule:
5 10
2.1 ^ a2 ; 2.2 ^ a2 .
a=1 a=5

… verdadeiro ou falso …

3
Observe-se que:
S1 = 1 = 12

S2 = 1 + 3 = 22

S3 = 1 + 3 + 5 = 32

S4 = 1 + 3 + 5 + 7 = 42 Então, pode concluir-se que

S5 = 1 + 3 + 5 + 7 + 9 = 52 Sn = 1 + 3 + 5 + … + (2n - 1) = n2 ? Pierre Fermat


...

Pierre Fermat (1601-1655), matemático francês, conjecturou que:


n Euler
F (n) = 22 + 1 , n = 0 , 1 , 2 , …
Para n = 5 ,
eram números primos. F (5) = 4 294 967 297

Euler (1707-1783) provou que


A conjectura é válida para n = 0 , 1 , 2 , 3 e 4 .
F (5) = 641 * 6 700 417

Pode-se concluir que é válida para An ? Justifique. Ou seja, que F (5) não é primo.
11. Indução matemática 305

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

5
Prove por indução matemática:

5.1 2 + 4 + 6 + … + 2n = n (n + 1) , A n å N ;
n (n + 1) (n + 2)
5.2 1 (1 + 1) + 2 (2 + 1) + 3 (3 + 1) + … + n (n + 1) = }} , A n å N ;
3
5.3 64n - 1 é múltiplo de 9 , A n å N .

6 Para investigar

Diferenças finitas

As primeiras diferenças de uma sequência determinam-se subtraindo termos con-


secutivos.
As segundas diferenças determinam-se subtraindo termos consecutivos das pri-
meiras diferenças.

Exemplo 1
n: 1 2 3 4 5 6 …

f (n) : 4 6 9 13 18 24

1.as diferenças " 2 3 4 5 6

2.as diferenças " 1 1 1 1

Exemplo 2
n: 1 2 3 4 5 6 …

f (n) : 3 5 7 9 11 13

1.as diferenças " 2 2 2 2 2

Se as 1.as diferenças são todas iguais a uma constante, como no exemplo 2 ,


f (n) = an + b (modelo linear).
Se as 2.as diferenças são todas iguais a uma constante, como no exemplo 1 ,
f (n) = an2 + bn + c (modelo quadrático).
Escreva o termo geral de uma sucessão sabendo que se trata de um modelo
quadrático e que:
a1 = 3 ; a2 = 3 e a4 = 15

PAM11 - 20
306

Evolução histórica da Estatística

R
P
Para responder ao desenvolvimento social surgiram as primeiras técnicas esta-
tísticas.
Quando as sociedades primitivas se organizaram sentiram necessidade de
tomar decisões que exigiam o conhecimento numérico dos recursos disponíveis.

A História confirma que as primeiras estatísticas foram realizadas para os


governantes das grandes civilizações antigas tomarem conhecimento dos bens que
o Estado possuía e como estavam distribuídos pela população.

Apesar de se saber hoje que três séculos antes do nascimento de Cristo já se


faziam estatísticas, a palavra estatística apareceu pela primeira vez no século
XVIII e foi sugerida pelo alemão Gottfried Achemmel (1719-1772). A palavra
estatística vem de statu (estado, em latim).
307

Evolução histórica da Estatística

R
P
No sentido de encontrar referências às primeiras estatísticas os investigadores
não pouparam esforços.

O primeiro dado disponível sobre um levantamento estatístico foi referido por


Heródoto o qual diz que em 3050 a. C. se efectuou um estudo das riquezas da
população do Egipto, cuja finalidade era averiguar quais os recursos humanos e
económicos disponíveis para a construção das pirâmides.

No ano 2238 a. C. realizou-se uma estatística ordenada pelo imperador


chinês Yao com fins industriais e comerciais.

No ano 1400 a. C. Ramsés II mandou realizar um levantamento das terras


do Egipto.

Outras estatísticas referidas pelos investigadores foram feitas por Moisés


(1490 a. C.), pelos gregos e pelos romanos.

Desde a queda do império romano passou praticamente um milénio sem


que se conheçam estatísticas importantes, a não ser as realizadas por Pipino,
em 758 , e por Carlos Magno, em 762 , sobre as terras que eram propriedade
da Igreja.
308

Evolução histórica da Estatística

R
P
Desde então, muitos Estados ordenaram estudos para melhor conhecerem
determinadas características da população, nomeadamente para determinarem leis
sobre impostos e número de homens disponíveis para combater.
Esta foi a primeira fase do que, hoje, se chama Estatística.

No século XVII, em Inglaterra, iniciou-se uma segunda fase em que já se ana-


lisavam grupos de observações numéricas respeitantes à saúde pública,
nascimentos, mortes e comércio.
Nesta fase, distinguiram-se John Graunt (1620-1674) e William Petty
(1623-1687), que procuraram leis quantitativas para traduzir fenómenos sociais
e políticos.

O desenvolvimento do Cálculo das Probabilidades surge também no século


XVII. A ligação das probabilidades com os conhecimentos estatísticos veio dar
uma nova dimensão à Estatística. Considera-se assim uma nova fase, a terceira,
em que se começa a fazer inferência estatística.

Três nomes importantes ligados a esta fase são:


Fermat (1601-1665), Pascal (1623-1662) e Huygens (1629-1695).
309

Evolução histórica da Estatística

R
P
No século XIX inicia-se a última fase do desenvolvimento da Estatística,
alargando e interligando os conhecimentos adquiridos nas três fases anteriores.
Com esta fase dá-se início a uma dependência dos diferentes ramos do saber
relativamente à Estatística.

Dois dos grandes nomes associados a este desenvolvimento são: Ronald


Fischer (1890-1962) e Karl Pearson (1857-1936).
Hoje, a Estatística não se limita apenas ao estudo da Demografia e da Econo-
mia. O seu campo de aplicação alargou-se à análise de dados em Biologia, Medi-
cina, Física, Psicologia, Indústria, Comércio, Meteorologia, Educação, etc., e
ainda a domínios aparentemente desligados, como Estrutura de Linguagem e
estudo de Formas Literárias.
Na sua origem, a Estatística estava ligada ao Estado. Hoje, não só se mantém
esta ligação, como todos os Estados e a sociedade em geral dependem cada vez
mais dela. Por isso, em todos os Estados existe um Departamento ou Instituto
Nacional de Estatística.

Actualmente, a produção de informação estatística em Angola ronda o valor


de 1 milhão de dólares, montante equiparado ao gasto por outros países neste tipo
de operações. Em qualquer parte do mundo, é muito cara a produção de informa-
ção estatística de qualidade, uma vez que a realização sistemática de recensea-
mentos e inquéritos aos agregados familiares e às empresas exige enormes investi-
mentos em formação, equipamentos, instalações e meios materiais.
310 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

12. O OBJECTO DA ESTATÍSTICA. CONCEITOS BÁSICOS

R
P
12.1 INTRODUÇÃO
Consultou-se um dos relatórios conjuntos da República de Angola e
do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e retirou-se a
seguinte informação.

Proporção de crianças de 1 ano de idade


vacinadas contra o sarampo

100
100

80

63
60
53
45,5
40
1996 2001 2003 2015 MDG

Segundo a UNICEF, Angola tem a terceira taxa de mortalidade


infantil mais elevada do Mundo, 250 mortes por 1000 crianças.
De acordo com o Plano Estratégico para a redução acelerada da
mortalidade em Angola, previu-se uma redução em dois terços, entre
1990 e 2015, da taxa de mortalidade infantil em crianças com
menos de 5 anos.

A comparação dos dados de 2001 e 2003 revelam não ter havido


melhoria nos indicadores deste objectivo. Observou-se, contudo, um
progresso no número de crianças imunizadas contra o sarampo, que
1. O estudo da Estatística é uma boa aumentou de 53,4% em 2001 para 62% em 2004. Esta informação
oportunidade para fazer um trabalho de é muito importante, nomeadamente para os membros que integram o
grupo que tenha interesse para si e talvez Plano Estratégico para a Redução Acelerada da Mortalidade Materno-
para a comunidade que o rodeia. infantil do Ministério da Saúde. Assim, de acordo com os dados apre-
Se possível use também um programa de sentados, é necessário reforçar as acções de informação e implemen-
computador específico para tratar dados tar mais campanhas de vacinação.
estatísticos e elaborar gráficos.
Para recolher os dados não se esqueça que A Estatística tem-se difundido de uma forma tão rápida, que se
o pode fazer directamente, elaborando um torna cada vez mais difícil listar os ramos da actividade humana (eco-
inquérito, ou junto do INE ou em jornais e nomia, medicina, meteorologia, …) em que a sua aplicação se tem
revistas. revelado fecunda ou mesmo indispensável.
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 311

12.2 O OBJECTO DA ESTATÍSTICA

R
A palavra Estatística pode ter pelo menos três interpretações:

P
2. Procure num dicionário ou enciclopédia
• um censo ou sondagem
a definição de “Estatística”.

• um estudo

• uma ciência

Estas três ideias não são independentes umas das outras mas têm
a ver com a evolução histórica da Estatística.

A primeira ideia é a mais vulgarmente conhecida. Está ligada à


necessidade do Estado conhecer melhor os problemas e as situações
das pessoas e dos bens.

A segunda concepção é mais ampla do que a primeira pois também


inclui o estudo dos dados obtidos.

A terceira ideia associa-a ao cálculo das probabilidades, confe-


rindo-lhe a designação de ciência. Esta associação permite à Esta-
tística criar modelos capazes de predizer comportamentos dos fac-
tos em estudo.

Desta forma, a Estatística pode ser vista como um ramo da Mate-


mática Aplicada.

A Estatística aparece também no mundo actual como resposta à Nota


complexidade dos problemas que não permitem uma solução através
Todos os dias, jornais, revistas e televisão
de um único modelo com uma resposta «exacta». apresentam gráficos, tabelas, sondagens e
resultados de inquéritos.
Para resolver estes problemas utiliza-se um conjunto de instru-
mentos e técnicas que conjuntamente dão respostas aproximadas,
com níveis de erro controlados.

Computadores, técnicas de simulação, números aleatórios, esta-


tística, probabilidades são instrumentos que, em conjunto, ajudam a
Evolução da taxa de inflação - Angola
avaliar o problema e a sugerir soluções. 120 106
100
76
Assim, a Estatística surge como um ramo da Matemática, de grande 80
60
actualidade e de interesse para o homem comum. Em seguida, apon-
40 31
tam-se quatro aspectos que mostram a importância da Estatística no
20
desenvolvimento social. 2002 2003 2004
312 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

Utilidade – O Homem, como parte integrante da sociedade actual,


necessita de conhecimentos estatísticos. No dia-a-dia contacta com

R
informação que precisa de ser interpretada e transmitida.

P
Estudos futuros – Um conhecimento da Estatística é necessário
para fornecer bases ao desenvolvimento do conhecimento da Matemá-
tica e de outras ciências. A Biologia, a Medicina e as Ciências Sociais,
por exemplo, que hoje requerem pouca Matemática tradicional, cada
vez mais necessitam de conhecimentos de ordem estatística.

Estética – A Estatística tem uma particular beleza na possibilidade


de permitir ordenar e analisar informação que sem ela seria impossí-
vel. Permite o desenvolvimento do conhecimento com instrumentos
agradáveis, acessíveis e não dependendo de bases matemáticas
estruturadas.

Investigação científica – Nos países mais avançados, existem


gabinetes de Estatística que são normalmente utilizados pelas equipas
de investigação científica e pelas empresas.

O gráfico seguinte será um exemplo da forma como a Estatística


é usada para dar informação e também ajudar a formar a opinião
pública.

O que pensam os empresários

Questão: Acredita que o euro será benéfico para os seus negócios?

80%
Sim Não
70% Não tem certeza

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Banca Seguros Outros Prod. Farma. e Auto. Indústria
serv. consumo Química geral
Fonte: Survey of Executive Opinion Across Europe, January 1996, Andersen Consulting.

Exame, Janeiro 1997


12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 313

Acerca da Estatística muitas afirmações foram já proferidas.


«… a Estatística Matemática é jovem

R
Apresentam-se em seguida algumas daquelas que se consideram e em crescimento, e assim ninguém

P
pode dizer em poucas palavras o que
mais relevantes.
é, e talvez ninguém saiba…»
• a Estatística é um ramo da Matemática e, portanto, assenta em Gustavo de Castro

noções, princípios e premissas bem definidas;

• a Estatística tem como base um conjunto de objectos com


alguma característica em comum;

• a Estatística é como a Natureza: preocupa-se com a espécie e


desinteressa-se do indivíduo;

• a Estatística é uma família de conhecimentos instrumentais que


permite captar diferentes tipos de fenómenos mais ou menos
complexos;

• a Estatística é um método que ensina a recolher, classificar,


apresentar e interpretar um conjunto de dados numéricos;

• a Estatística está interessada nos métodos científicos para a


recolha, organização, resumo, apresentação e análise de
dados, assim como na orientação de conclusões válidas e na
tomada de decisões baseadas em tais análises.

O que hoje ninguém duvida é que o conhecimento da Estatística é


fundamental para a actividade económica e para o desenvolvimento
social. O domínio da Estatística pressupõe o conhecimento de um
conjunto de métodos científicos que facilitem a análise e a interpretação
da informação obtida num censo ou numa sondagem.
314 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

12.3 INTERPRETAR E DAR INFORMAÇÕES

R
Faz parte do conhecimento básico saber interpretar informações

P
dadas através de gráficos, tabelas e textos e também ser capaz de
transmitir informações através dos mesmos meios.

Meia verdade

É necessário compreender e interpretar o que se passa à nossa


volta. A comunicação social utiliza permanentemente instrumentos
estatísticos poderosos, como os gráficos, que se distinguem de
outras formas de informação pela facilidade e rapidez de apreensão
de uma ideia. Mas, não raras vezes, estes gráficos são feitos para nos
influenciar e, de certa forma, esconder a realidade.

EXEMPLO 1 Os gráficos e a informação


Usa-se por vezes a Estatística como
um bêbado usa um poste de luz – mais O director de programas do canal A, de uma televisão, anuncia um
para suporte do que para iluminação. aumento de audiência em relação ao canal B da mesma televisão.

Para evidenciar este sucesso, utilizou os seguintes gráficos:

Espectadores do canal A Espectadores do canal B

24 25

23
Espectadores * 10 000

Espectadores * 10 000

22
24,9
21

20
24,8
19

18

1994 1995 1996 1994 1995 1996

A informação é imparcial?

A informação que os gráficos transmitem, mesmo partindo de dados


correctos, é distorcida, porque utilizou escalas diferentes para o
mesmo objectivo.

Este exemplo mostra que é preciso estar atento e ter espírito crítico
ao analisar informações.
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 315

12.4 A ESTATÍSTICA NA MODELAÇÃO MATEMÁTICA

R
Um comboio de brincar é um modelo de um comboio real. Quando

P
a criança brinca com o seu comboio vai compreendendo o que se
passa na realidade.
Não se fazem modelos só para as crianças brincarem mas também
para se simular situações e prever o que se pode passar na realidade.
Observe-se um esquema que procura exemplificar como se pode
criar um modelo matemático.

Criação de um modelo matemático

Observação de um
problema real

Problema do Criação de um
mundo real modelo matemático

Utilização do modelo mate-


mático para fazer previsões
“o que acontece se…”
Previsões

Modelo matemático

Obtenção
de resultados
Observação de
dados
experimentais

Estatística

A Estatística tem um papel crucial no processo apresentado, uma


vez que ajuda a verificar se o modelo matemático descreve adequada-
mente o problema do mundo real em estudo.
316 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

12.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA

R
Como em todas as ciências, na Estatística utiliza-se uma linguagem

P
própria. Para se falar e escrever sobre Estatística tem-se necessidade
de conhecer o significado de certos termos como: população, amos-
tra, variável estatística, etc.
Muitos dos termos utilizados em Estatística são também utilizados
no dia-a-dia mas com significado diferente.

Considerem-se as seguintes situações:

• Um empresário de uma fábrica de fósforos tinha necessidade


de fazer um controlo de qualidade dos fósforos produzidos pela sua
fábrica num mês. Naturalmente não ia acender todos os fósforos pro-
duzidos para saber se eram de boa qualidade. Retirava um número
«significativo» de fósforos que iria utilizar e depois tirava conclusões
acerca da totalidade de fósforos produzidos.

Nesta situação, os fósforos produzidos no mês constituíam a


população e os que foram utilizados para testar a qualidade dos
mesmos constituíam a amostra.

• Para se conhecerem as intenções de voto nas próximas eleições


pode-se fazer um inquérito. Este não pode ser feito a toda a população
(seria uma votação antecipada). Escolhe-se um grupo «significativo» de
pessoas que vão constituir a amostra, sendo a população formada por
todos os cidadãos com direito a voto.

Em Estatística a palavra população não só se refere a pessoas,


como o caso dos eleitores, mas também a objectos ou acontecimentos.
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 317

População em estatística é um conjunto de seres com qualquer

R
característica em comum e com interesse para o estudo.

P
As populações podem ser reais (população das idades dos alunos
que frequentam a 10.a classe em 2006) ou hipotéticas (conjunto dos
resultados obtidos com o sucessivo lançamento de uma moeda).

A população pode também ser finita ou infinita.


São exemplos de uma população infinita o conjunto das pressões
atmosféricas ou temperaturas em diversos pontos de um país num
determinado momento.
São finitas as populações: número de eleitores, número de alunos
de uma escola, população mundial.

Unidade estatística ou indivíduo – é cada um dos elementos da


população.

Amostra é um subconjunto finito da população que se supõe repre-


sentativo desta.

Razões para a utilização de uma amostra

A utilização de uma amostra e não da população num estudo esta-


tístico deve-se, pelo menos, a uma das seguintes razões: 3. Para cada um dos seguintes casos,
indique qual é a população.
• a população ser infinita
3.1 Eleições para a Presidência da
• economia de dinheiro
República.
• economia de tempo
3.2 Eleições para delegado de turma.
• comodidade

• testes destrutivos (no estudo destroem-se os elementos: resis-


tência de peças, medicamentos, prova de vinhos, fósforos, 4. Para cada uma das populações, indi-
lâmpadas, etc.). que a unidade estatística.

4.1 Todas as apostas de uma semana, no


O sucesso de um estudo estatístico, baseado no estudo de uma
totoloto.
amostra, depende da escolha desta. Uma amostra mal escolhida
conduz a conclusões erradas. 4.2 500 alunos que frequentam a 10.a
classe de uma escola.

4.3 5000 parafusos produzidos por dia


numa fábrica.
318 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

Cuidados a ter na formação de uma amostra

R
De um modo geral, deve-se ter os seguintes cuidados na formação

P
da amostra:

• imparcialidade – todos os elementos devem ter a mesma


oportunidade de fazer parte da amostra;

• representatividade – deve conter em proporção tudo o que a


população possui, qualitativa e quantitativamente;

• tamanho – deve ser suficientemente larga de modo que as


características da amostra se aproximem, tanto quanto possível,
das características da população.

A generalização dos resultados obtidos através do estudo de uma


amostra é também muito complexa e comporta sempre um certo
erro.

Na maior parte dos estudos estatísticos usam-se amostras.

EXEMPLO 1 Amostra ou população

Num estudo de audiências das diferentes televisões, a nível nacional,


usa-se uma amostra ou uma população?

5. De entre os 3000 alunos de uma


escola seleccionaram-se 60 e inquiri-
ram-se sobre o programa de televisão
preferido.
Os resultados obtidos foram os seguintes:

Programa Resolução
N.° de alunos
preferido
Seria praticamente impossível estudar a população que tem acesso
Telejornal 20
aos diferentes canais televisivos. Naturalmente usa-se uma amostra
Telenovela 24
criteriosamente estudada no sentido de obter resultados credíveis.
Cinema 16

Neste conjunto de dados, indique:


Existem técnicas científicas para a selecção correcta de amostras. De
5.1 a população;
entre essas técnicas, as mais conhecidas são a amostragem aleatória
5.2 a amostra. simples, a amostragem sistemática e a amostragem estratificada.
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 319

• Na amostragem aleatória simples qualquer elemento da popu-


lação tem a mesma probabilidade de ser escolhido.

R
P
Se se pretender seleccionar uma amostra de 30 alunos de uma
Nota
escola, atribui-se um número a cada um dos alunos da escola e,
UNIDADE ESTATÍSTICA. UNIVERSO
seguidamente, escolhem-se ao acaso 30 desses números.
ESTATÍSTICO. BASE DE AMOSTRAGEM

A unidade estatística é o veículo pesado


• Na amostragem sistemática os elementos da amostra são
rodoviário de passageiros, sendo o uni-
escolhidos a partir de uma regra estabelecida. verso estatístico constituído pelos veículos
com estas características matriculados em
Portugal e pertencentes ao parque público.
Como base de amostragem utilizou-se um
ficheiro construído a partir de um pré-inqué-
rito realizado junto das empresas do sector.

PLANO DE AMOSTRAGEM
Utilizou-se a amostragem estratificada,
tendo-se considerado as seguintes variá-
veis de estratificação:

• Região sede da empresa, a nível NUTS II


Para seleccionar uma amostra de 30 alunos de uma escola com
Concessionário
600 alunos, depois de numerados todos os alunos, pode-se escolher público
um aluno de 20 em 20 a partir do primeiro aluno seleccionado. O Concessionário
privado
primeiro aluno seleccionado é escolhido ao acaso de entre o primeiro
• Tipo de proprietário ±
grupo de 20 alunos.
Agência de viagens
e turismo
Supondo que o número 3 foi o primeiro aluno seleccionado, tem-se
Serviço
a amostra: municipalizado

3 , 23 , 43 , 63 , 83 , 103 , … , 543 , 563 , 583 . Com alta qualidade


• Grupo de licença ±
Sem alta qualidade
• A amostragem estratificada utiliza-se quando a população
está dividida em estratos ou grupos diferenciados. Na totalidade considerou-se uma taxa de
amostragem de 10% , sendo a distribui-
Na selecção de 30 alunos de uma escola, considerando cada ção pelos estratos feita proporcionalmente
ano de escolaridade como estrato, escolher-se-ia em cada um desses à raiz quadrada da sua dimensão.
anos um determinado número de alunos por um dos processos ante- Prevendo-se um certo número de não-res-
riores. O número de alunos a escolher em cada ano, ou seja, em postas uma vez que se trata de um inqué-
rito por via postal, foi cada estrato refor-
cada estrato, deve ser proporcional ao número de alunos desse ano.
çado em 25%, com o objectivo de que o
Se na escola, com 600 alunos, 290 são da 10.a classe, 207 número de respostas obtido correspon-
desse à dimensão prevista inicialmente.
são da 11.a classe e 103 são da 12.a classe, poder-se-iam esco-
A fim de se eliminarem o mais possível as
lher para a amostra:
influências sazonais, a amostra anual foi
• 15 alunos da 10.a classe; repartida em quatro subamostras trimes-
trais; e sempre que a dimensão o permitiu,
• 10 alunos da 11.a classe;
todos os trimestres se inquiriram veículos
• 5 alunos da 12.a classe. de um mesmo estrato.

Estatísticas dos transportes rodoviários de passa-


Ao lado pode-se observar a descrição da constituição de uma geiros e de mercadorias.
amostra de um estudo de Estatística feito pelo INE – Portugal. INE – Portugal, 1995
320 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

12.6 CENSO E SONDAGEM

R
Com alguma frequência aparecem, nos jornais ou na televisão,

P
referências a censos ou recenseamentos:
• recenseamento para fins eleitorais;
• recenseamento para fins militares;
• recenseamento para exercer certo cargo.

Num censo ou recenseamento são observados todos os indivíduos


da população relativamente aos diferentes atributos que estão a
ser objecto do estudo estatístico.

Por exemplo, num censo para determinar a altura média de todos


os estudantes de uma escola, teriam de ser medidos todos os alunos
Uma sondagem que ficou na História… da mesma.

O Governo para tomar medidas acertadas precisa de conhecer


com rigor as necessidades dos cidadãos sobre habitação, escolas,
hospitais, energia, etc. Por isso, todos os Governos mandam realizar
censos, de tempos em tempos.

A alternativa ao censo é a sondagem.

Numa sondagem, o estudo estatístico baseia-se numa parte da


população, isto é, numa amostra que deve ser representativa dessa

Com o fim de prever o vencedor da população.


eleição presidencial americana de 1936,
a revista Literary Digest conduziu uma A realização de sondagens é tão habitual nas sociedades actuais
sondagem junto de cerca de 2 300 000 que podemos dizer que elas se relacionam, em maior ou menor
americanos, os quais foram selecciona-
dos a partir de listas telefónicas ou de grau, com a vida da generalidade das pessoas. Recorrendo a empre-
listas de proprietários de automóveis. sas especializadas, os partidos políticos encomendam sondagens
Contrariamente ao prognóstico da para estimar o número de votantes e/ou para avaliar o impacto
revista, que indicou como vencedor o público das suas posições; as empresas promovem sondagens para
republicano Alfred Landon, verificou-
prever o número de compradores dos seus produtos e os investiga-
-se a eleição do democrata Franklin
Roosevelt. dores efectuam sondagens para avaliar o impacto social das suas
Apesar do grande número de elementos descobertas.
da amostra, a não confirmação da previ-
são explica-se pelo facto de as pessoas A economia de meios, a comodidade, a rapidez e o pequeno
inquiridas terem sido seleccionadas a número de elementos que pode ser necessário destruir constituem van-
partir de listas telefónicas ou de listas de tagens das sondagens comparativamente com os censos. A grande
proprietários de automóveis. Este crité- dificuldade em obter resultados de confiança, a partir de sondagens,
rio, à altura, não era adequado para a
reside na necessidade de utilizar amostras representativas da popula-
escolha de uma amostra representativa
da população americana pois, particu- ção, o que nem sempre é fácil de se conseguir. O factor crítico da
larmente, muitas pessoas de baixos ren- representativi-dade da amostra faz com que os resultados obtidos
dimentos não possuíam telefone nem tenham de ser vistos à luz de algum erro admissível face aos propósi-
automóvel.
tos do estudo.
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 321

12.7 ESTATÍSTICA DESCRITIVA E ESTATÍSTICA


INDUTIVA

R
P
A Estatística Descritiva tem por finalidade descrever certas pro-
priedades relativas a um conjunto de dados.

Depois de efectuadas as observações fica-se na posse de um con-


junto caótico de dados, o que naturalmente dificulta a obtenção de
conclusões. É perante esta “desordem” que a Estatística descritiva
revela a importância e interesse das suas técnicas, ao permitir classifi-
car esses dados e deles fornecendo características sumárias. Este
processo de reunir a informação contida nos dados com base num Amostra

pequeno número de valores característicos é conhecido por processo


de redução de dados. Obviamente que no processo de redução dos Estatística
dados há informações a eles relativas que são eliminadas, o que des- descritiva

taca a escolha adequada dos valores característicos.


Naturalmente, os métodos descritivos, enquanto meios que permitem
ordenar a “desordem” e sintetizar a diversidade das informações contidas Estatística
Indutiva
nos dados, podem aplicar-se quer à população quer à amostra. Tal aplica-
População
bilidade pode ser explicada, apesar das diferentes dimensões da popula-
ção e da amostra, pelo carácter semelhante dos seus elementos.
Já no caso da Estatística Indutiva a situação é diferente. Neste
caso trata-se de generalizar os resultados obtidos à custa de um
conjunto de elementos a um outro conjunto mais numeroso.

A Estatística Indutiva procura inferir propriedades da população a


partir de propriedades verificadas na amostra.

Esta característica inferencial desta Estatística faz com que ela


seja designada por Estatística inferencial e aproxima-se do objectivo
fundamental das ciências em geral ao generalizar resultados a univer-
sos cada vez mais vastos.
A validação da inferência estatística aproxima-se da validação
indutiva das ciências, na medida em que não é definitivamente falsa
ou verdadeira, e afasta-se da validação dedutiva da Matemática,
enquanto proposições definitivamente certas ou erradas. Pode,
assim, dizer-se que a inferência estatística não é verdadeira
nem falsa, mas, antes, é algo de provável e acompanhado de Nota
alguma incerteza. Mas podia questionar-se: que valor tem a inferência
A Estatística Descritiva pode usar-se quer
se se sabe que ela se produz com um certo erro? Este aspecto, que à no estudo da amostra quer no estudo da
primeira vista pode parecer crítico, é ultrapassado pelo controlo do população.
próprio erro em limites razoáveis de acordo com a situação. De qualquer Conhecidas as propriedades da amostra
modo, é necessário lembrar que o erro é uma característica comum à procura-se inferir para toda a população

generalidade das situações práticas com que o Homem se defronta. através da Estatística Indutiva.

PAM11 - 21
322 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

No processo de controlo do erro, a Estatística recorre a técnicas da


teoria das probabilidades que permitem quantificar o erro, compreen-

R
dendo-se que a inferência é tanto mais provável quanto menor for o

P
erro que a acompanha, isto é, quanto menos incerta for. Assim se
entende o grande contributo da teoria das probabilidades para o
desenvolvimento da Estatística, que se verificou, principalmente, a
partir de meados do século XIX.

12.8 CARACTERES, ATRIBUTOS OU VARIÁVEIS


ESTATÍSTICAS

Num estudo estatístico parte-se de um conjunto. Cada elemento


desse conjunto (a unidade estatística) tem provavelmente muitas
características.
Por exemplo, no conjunto dos alunos de uma turma podem-se
observar muitas características, caracteres ou atributos:
• a cor dos olhos;
• a altura;
• o número de irmãos;
• a última nota de Matemática;
• a distância de casa à escola;
• o sexo.

Cada estudo estatístico é feito para atingir determinado objectivo.


Dependendo do objectivo do estudo, vai observar-se cada unidade
estatística em relação a um atributo ou atributos determinados.
Nota Os atributos observados ou são qualitativos ou quantitativos (1) .
(1)
Há autores que utilizam o termo variável
apenas para os atributos quantitativos. Atributos qualitativos são aqueles que estão relacionados com uma
Neste texto, utilizar-se-á variável como sinó- qualidade e apresentam-se com várias modalidades.
nimo de carácter ou atributo.
Chama-se modalidades de um atributo estatístico a cada uma das
diferentes designações que se podem estabelecer dentro do mesmo
6. Para cada um dos seguintes atributos atributo estatístico qualitativo.
diga se são qualitativos ou quantitativos:
São exemplos de atributos qualitativos:
(A) Cor do cabelo.
• a cor dos olhos (pode ser azul, verde, castanha, cinzenta, etc.);
(B) O peso de uma maçã. • a profissão de uma pessoa (pode ser professor, médico, electri-
cista, etc.);
(C) Local de residência.
• o curso que pensa tirar um aluno (pode ser Economia, Contabili-
(D) Personalidade política mais admirada. dade, Direito, etc.);
(E) Número de sapato que calça. • o valor lógico de uma proposição (pode ser verdade ou falsidade).
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 323

Atributos quantitativos são aqueles a que é possível atribuir uma

R
medida e apresentam-se com diferentes intensidades ou valores. ATRIBUTOS

P
São exemplos de caracteres, atributivos (ou variáveis) quantitativos:
• a altura de uma pessoa;
• o número de títulos vendidos num dia;
• o rendimento, per capita, de cada país por ano;
• o custo da alimentação de uma família por mês.

Ao resultado da observação de um atributo ou variável qualitativo


ou quantitativo chama-se dado estatístico.

Um dado resultante de uma variável qualitativa indica, para cada


unidade estatística, a modalidade observada. (O Rui tem olhos azuis.)
QUALITATIVOS QUANTITATIVOS

Um dado resultante de uma variável quantitativa indica, para cada


unidade estatística, o valor, ou intensidade, observado. (O Rui mede
1,76 metros.)

Os estudos estatísticos incidem essencialmente em variáveis quan-


titativas, ou seja, naqueles em que o resultado de uma observação é
um número.

Taxa de analfabetismo (%) em Cabo Verde (1990-2000)

83,9
79
71,7
66,4 64,5

54,6
51,3
47,8 47,0
44
37,2
32,8 32,8
30,4
25,2 25,2 24,1
18,8 18,6
16,5
13,2
7,6 8,7
6,6

1990 2000 1990 2000 1990 2000


Total Homens Mulheres
Total 15-34 anos 35-49 anos 50 e + anos
Fonte: INE - Cabo Verde

Note-se que também há a possibilidade de atribuir números a


dados qualitativos – por exemplo, se uma proposição é verdadeira
atribui-se o número um; se a proposição é falsa atribui-se o número
zero.
324 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

12.9 VARIÁVEL DISCRETA E VARIÁVEL CONTÍNUA

R
Quando as variáveis estatísticas são quantitativas, pode-se ainda

P
dividi-las em dois grupos.

• variáveis discretas;

• variáveis contínuas.

No conjunto dos alunos de uma turma considerem-se as seguintes


variáveis quantitativas:

• o número de irmãos;

• a altura.

Se na turma há 20 alunos, obtêm-se 20 dados relativos ao


número de irmãos e outros 20 relativos à altura.

Sejam

x1 , x2 , … , x20 (dados relativos ao número de irmãos)

y1 , y2 , … , y20 (dados relativos à altura)

Cada uma destas variáveis quantitativas foi representada por uma


letra. Ao número de irmãos associa-se a letra x e à altura a letra y .

Variáveis estatísticas discretas

O número de irmãos dos alunos de uma turma é um exemplo de uma


variável estatística discreta.

São, ainda, variáveis estatísticas discretas:

• o número de operários das fábricas de têxteis de um país;

• o número de filhos das famílias que vivem num prédio;

• número de contas abertas num mês nos diferentes bancos;

• número de exemplares vendidos das obras de Pepetela;

• número de golos marcados por uma equipa nas diferentes jornadas


de um campeonato.

O que caracteriza este tipo de variáveis é que, mesmo antes de se


fazer a observação, sabe-se que se vão encontrar uns dados estatísticos
que, em termos geométricos, seriam representados na recta real por
pontos isolados em número finito ou infinito.
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 325

R
1 2 3 4 5 6 7

P
Variáveis discretas são as que só podem tomar um número finito ou
uma infinidade numerável de valores.

Variáveis estatísticas contínuas

A altura dos alunos de uma turma é um exemplo de uma variável


estatística contínua. 7. Das seguintes variáveis, indique as
que são discretas:
São, ainda, variáveis estatísticas contínuas: (A) Número de operários de uma fábrica.
• temperaturas registadas num observatório em cada hora; (B) Diâmetro, em centímetros, de uma
peça.
• quantidade de chumbo em vários tipos de gasolina;
(C) Tempo, em minutos, necessário para
• peso dos recém-nascidos durante um mês, numa maternidade;
resolver um problema.
• quantidade de nicotina de um cigarro das marcas produzidas por
(D) Número de jornais vendidos por dia
uma tabaqueira;
numa cidade.
• distância da casa ao emprego dos trabalhadores de uma empresa.

O que caracteriza este tipo de variáveis é que, mesmo antes de se


fazer uma observação, sabe-se que, teoricamente, se podem encontrar
uns dados estatísticos que, em termos geométricos, seriam represen-
tados na recta real por qualquer ponto de um intervalo.

Variáveis contínuas são as que podem tomar qualquer valor de um


intervalo.
326 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

8. Das seguintes variáveis, indique as EXEMPLO 2 Variáveis contínuas e variáveis descontínuas


que são contínuas:

R
Em resumo:
(A) Tempo de vida de um televisor.

P
(B) Idade dos professores de uma escola. Numa empresa trabalham 6 operários que produzem botões.
(C) Área dos lotes de um terreno. Os ordenados dos operários são, em euros:

(D) Número de lotes por urbanização.


402,50 351,00 350,00 325,00 300,00 390,00
(E) Número de assoalhadas por andar.

O tempo médio de produção; para uma dúzia de botões é, em minutos,

10,8 ; 6,12 ; 15,18 ; 16,17 ; 12,5 ; 16,75 .

Algumas das variáveis referidas é contínua? E discreta?

Resolução
A variável ordenado é discreta, a variável tempo é contínua.

9. Os relatórios do Departamento de Variáveis


Pessoal de uma firma contêm a ficha
sobre cada um dos 11 empregados can-
didatos a promoção:
Qualitativas

FICHA DE PESSOAL N.°


Nome Quantitativas

Idade Anos
Altura Peso
Discretas Contínuas
Habilitações

N.° de faltas em 1996

Adequado para promoção:


Sim Não Ainda não Nota 1 – Há variáveis, como a idade, que podem ser consideradas contínuas
ou discretas. Se se considerar a idade em número inteiro de anos, trata-se de uma

Indique: variável discreta. Se se considerar, simplesmente, a idade de uma pessoa, ela é


uma variável contínua.
9.1 os caracteres qualitativos;

9.2 as variáveis discretas; Nota 2 – Embora as variáveis quantitativas se classifiquem em contínuas e


discretas, na prática funcionam como discretas, pois os instrumentos de medida
9.3 as variáveis contínuas. utilizados não permitem obter todos os valores de um intervalo.
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 327

… o que estudou no tema …

R
P
• o significado da palavra Estatística

• diversas utilizações da Estatística

• interpretar informação estatística

• transmitir informação

• o papel da estatística na modelação matemática

• o significado de população

• o significado de amostra

• o significado de unidade estatística

• razões para utilizar uma amostra

• cuidados a ter na formação de uma amostra

• o significado de censo ou recenseamento

• sondagem

• estatística dedutiva

• estatística indutiva

• caracteres ou atributos ou variáveis estatísticas

• atributos qualitativos – modalidades

• atributos quantitativos

• variáveis discretas

• variáveis contínuas
328 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1
Realizou-se uma sondagem a um conjunto de pessoas às quais se perguntou:
(A) Idade (B) Profissão
(C) Estado civil (D) Ordenado mensal

Das variáveis indicadas quais são qualitativas?

Resolução
São variáveis qualitativas: (B) e (C) .

2
Pretendia-se fazer um estudo sobre o número de membros do agregado familiar (1),
numa cidade.
Para isso, efectuou-se um inquérito ao qual responderam 50 famílias.
Os resultados obtidos foram:
3 2 5 3 4
Indique: 5 2 5 7 3
4 3 3 8 3
2.1 a população em estudo; 3 4 3 3 3
6 5 3 3 2
2.2 a amostra escolhida; 2 4 2 2 9
2 2 4 5 6
2.3 a unidade estatística; 2 3 5 2 5
5 3 8 2 2
2.4 a variável em estudo e classifique-a. 4 3 2 2 3

Resolução
2.1 A população em estudo serão todos os agregados familiares da cidade.

2.2 A amostra escolhida é constituída pelos 50 agregados familiares que


responderam ao inquérito.

2.3 A unidade estatística ou indivíduo considerado é o agregado familiar.

2.4 A variável em estudo é o número de membros do agregado familiar. Esta


variável é quantitativa e discreta, pois só pode tomar um número finito de valores.

3
Considere a sequência do seguinte estudo:
(1) Define-se uma amostra dos elementos de uma população.
(1) Entende-se por agregado familiar o
(2) Descrevem-se as variáveis para o estudo. número de pessoas que coabitam.
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 329

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
(3) Toma-se nota para cada variável do valor correspondente a cada elemento da
amostra.
(4) Utilizam-se diversos métodos científicos e analisam-se os dados, obtendo-se
diversas medidas.
(5) Com os dados obtidos na amostra prevê-se o comportamento da população
com a ajuda do cálculo das probabilidades.

Quais dos passos referidos estão dentro da Estatística Descritiva?

Resolução
Estão dentro das perspectivas da Estatística Descritiva os quatro primeiros passos.
O ponto (5) está dentro do âmbito da Estatística Indutiva, que não faz parte do
objecto do nosso estudo neste livro.

4
Para cada um dos casos seguintes, indique se se trata de um carácter qualitativo
ou quantitativo.
(A) Temperatura do ambiente no quarto.
(B) Número de anúncios do jornal y por dia.
(C) Pulsações por minuto de uma pessoa.
(D) Nível cultural dos habitantes de uma região.
(E) Tipo de receitas fiscais de Angola em 2003.
Receitas fiscais - 2003
Estrutura
Receitas
Receitas não-tributárias
não-petrolíferas 1%
24%

Receitas
petrolíferas
75%

Resolução
(A) Variável quantitativa contínua.

(B) Variável quantitativa discreta.

(C) Variável quantitativa discreta.

(D) Variável qualitativa.

(E) Variável qualitativa.


330 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
Observe a tabela seguinte onde aparecem 12 países da CE e as respectivas
populações referentes a uma publicação de 1991.
Para construir a tabela considerou-se uma população, uma unidade estatística e uma
variável estatística.

População
País
(em milhões)
Portugal 10,3
Luxemburgo 0,375
Itália 57,4
Irlanda 3,5
Holanda 14,7
França 55,8
Espanha 38,9
Grécia 18,1
Grã-Bretanha 57
Dinamarca 5,1
Bélgica 9,8
Alemanha 77,7
(antes da unificação)

Indique:

1.1 o número de elementos da população;

1.2 a variável estatística e classifique-a;

1.3 o que representam, para o estudo estatístico, os números da segunda coluna.

2
Pesaram-se 5 pães diferentes e obtiveram-se os seguintes números:

50 g ; 100 g ; 255 g ; 300 g ; 580 g .

Neste conjunto de observações indique:

2.1 a população;

2.2 a unidade estatística;

2.3 a variável estatística e classifique-a.


12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 331

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
3
Considere o seguinte texto:

Num congresso sobre «A Criança» apresentaram comunicações 5 pediatras, 3


psicólogos, 4 educadores, 2 assistentes sociais e 2 sociólogos.

Da análise do texto, infere-se que foi feito um estudo estatístico. Para esse estudo,
indique:

3.1 a população;

3.2 a unidade estatística;

3.3 o carácter estatístico. Classifique-o.

4
Dos seguintes caracteres estatísticos, indique os que são quantitativos e os que
são qualitativos:

4.1 raça;

4.2 resultado de um exame;

4.3 cilindrada de um motor;

4.4 idade;

4.5 número de calorias de um produto alimentar;

4.6 uso de óculos;

4.7 estado civil;

4.8 talento musical.

5
Das variáveis a seguir indicadas, diga quais são discretas e quais são contínuas:

5.1 número de nascimentos, por dia, numa maternidade;

5.2 registo de faltas, por dia, dos empregados de uma repartição pública;

5.3 duração de um noticiário;

5.4 temperatura da água do mar;

5.5 número de pontos obtidos no lançamento de um dado.


332 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
6

Indique a população e a unidade estatística em que o atributo era:

6.1 o curso preferido pelos alunos de uma escola secundária;

6.2 a duração, em horas, das pilhas produzidas por uma fábrica, durante um
dia;

6.3 a nacionalidade dos turistas que Angola recebeu em 2006.

Supondo que ia fazer um estudo sobre cada um dos temas indicados diga, justifi-
cando, em quais deles utilizaria uma amostra:

7.1 controlo de qualidade do azeite produzido, por mês, numa fábrica;

7.2 aproveitamento dos alunos de uma turma da 10.a classe de uma escola;

7.3 análise do mercado para lançamento de uma nova pasta de dentes;

7.4 estado sanitário dos ovos existentes num armazém;

7.5 níveis de audiência dos canais de televisão de um país.

Dê dois exemplos de estudos estatísticos onde seja utilizada uma amostra e,


para cada um, indique:

• a população;

• a unidade estatística;

• a amostra;

• a variável estatística e classifique-a.

Faça uma recolha sobre censos e sondagens divulgados nos meios de comuni-
cação social.
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 333

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

10
Considere a seguinte informação.

Número médio de anos de escolaridade

25

20

15

10

0
1960 1970 1980 1990 2000

Angola Argélia Noruega

10.1 Quais das seguintes afirmações são verdadeiras?


(A) A variável do estudo é quantitativa.
(B) O número médio de anos de escolaridade na Argélia tende a diminuir.
(C) O número médio de anos de escolaridade na Noruega e na Argélia foram sem-
pre superiores aos de Angola.
(D) Em 2000 a média de anos de escolaridade da Noruega era aproximadamente
20 anos.

10.2 Na sua opinião quais as principais razões para os valores da média de


anos de escolaridade serem tão diferentes nestes três países? Discuta com os
seus colegas.

11
Comente com os seus colegas a veracidade das seguintes afirmações.

11.1 «Há três espécies de mentiras: as mentiras, as mentiras abomináveis e as


mentiras estatísticas». (Mark Twain)

11.2 A profundidade média de um rio é de um metro. Assim uma pessoa adulta


que não saiba nadar não corre perigo ao banhar-se nesse rio.

11.3 Metade do número de acidentes rodoviários num dado país, durante um


ano, ocorreu durante os fins-de-semana. Logo, aqueles que conduzem apenas ao
fim-de-semana têm «menos habilidade» do que os que conduzem durante a semana.
334 12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

12 As vendas no 1.° semestre

Os gráficos seguintes mostram a mesma informação. No entanto, eles apresentam


uma imagem diferente. Um deles foi apresentado pela Administração e outro
pelo delegado sindical de uma empresa numa reunião de renovação do contrato
salarial.

Vendas no 1.° semestre de 1996

4
Número de vendas (milhares)

0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Mês

Vendas no 1.° semestre de 1996

3,5
Número de vendas (milhares)

3,4

3,3

3,2

3,1

0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Mês

12.1 Diga qual dos gráficos teria apresentado o delegado sindical para pedir um
aumento. Justifique.

12.2 Qual foi a estratégia utilizada para dar a mesma informação de uma forma
aparentemente tão diferente?
12. O objecto da Estatística. Conceitos básicos 335

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
13 Para comentar

Observe os gráficos seguintes.

Distribuição da pobreza
por 11 países
1985

BÉLGICA-DINAMARCA (0,7%)

ALEMANHA (10,1%)
G.-BRETANHA (20,4%)
GRÉCIA (3,7%)

PORTUGAL (12,6%)
ESPANHA (20,9%)

HOLANDA (1,0%)

ITÁLIA (15,2%) FRANÇA (14,0%)

IRLANDA (1,4%)

Gráfico 1

Percentagem de pobres caso os 11


da Consumidade Europeia tivessem a
mesma população 1985

BÉLGICA-DINAMARCA (1,1%)
ALEMANHA (3,3%)
G.-BRETANHA (8,4%)
GRÉCIA (10,0%)

PORTUGAL (35,0%)
ESPANHA (16,0%)

FRANÇA (5,8%)

IRLANDA (12,1%)
HOLANDA (1,6%)
ITÁLIA (6,7%)

Gráfico 2

13.1 Na campanha eleitoral da Grécia, a oposição usou um dos gráficos para


mostrar que o Governo nada tinha feito pela pobreza.
Se fosse oposição, qual dos dois gráficos utilizaria? Justifique.

13.2 Em resposta à oposição, que acusava o Governo de nada ter feito pela
pobreza, este último apresentou um dos gráficos dados.
Indique qual poderia ter sido e justifique.

13.3 Tente explicar porque é que a percentagem de pobres relativa a Portugal é


tão diferente nos dois gráficos.
336 13. Organização e apresentação dos dados

13. ORGANIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

R
P
Nível económico de lares urbanos
1995 2000
1. Observe os dados ao lado.
Pobreza
Acerca dos dados faça uma reflexão extrema Pobreza
Pobreza 11% moderada
sobre: moderada 39%
50% Pobreza
• o problema do estudo; extrema
25%
• os métodos de observação de informação; Não Não
pobres pobres
• a recolha dos dados; 39% 37%
• a organização dos dados;
• a apresentação dos dados.

Nota:
Pobreza moderada: $1.64/dia por adulto em 1995 e $1.68/dia
por adulto em 2000.
Pobreza extrema: $0.60/dia por adulto em 1995 e $0.75/dia
por adulto em 2000.

Áreas urbanas em estudo:


Em 1995: Benguela, Cabinda, Huíla, Luanda e Moxico.
Em 2000: Benguela, Cabinda, Huíla, Luanda, Luanda Norte e
Namibe.
Fontes: ICPVD 1995 [INE, 1996], IDR 2000/01 [INE, 2001a]

13.1 INTRODUÇÃO
Num estudo estatístico, normalmente, segue-se um conjunto de
passos que se designam por fases do método estatístico.

Fases do método estatístico


• Definição do problema
• Planificação do processo de resolução
• Recolha de dados
• Organização dos dados
• Apresentação dos dados
• Análise e interpretação dos dados
13. Organização e apresentação dos dados 337

• Definição do problema – a primeira fase consiste na definição


e formulação correcta do problema a ser estudado. O investiga-

R
dor deve ainda analisar outros estudos feitos sobre o mesmo

P
tema.
2. Observe os gráficos:
• Planificação – definido o problema, é preciso determinar um pro- Razões para as crianças não
cesso para o resolver e, em especial, como obter informações frequentarem a Escola, Angola 1998
sobre a variável em estudo. É nesta fase que se decide pela
observação de toda a população ou de uma amostra. Nunca frequentaram a escola

Falta de 19,3
• Recolha de dados – os dados podem ser recolhidos através de: dinheiro
Necessidade 9,0
• questionários; de trabalhar
Escola/professor 3,5
• observação; exigem dinheiro

• experimentação; Falta de 5,2


escolas
• pesquisa bibliográfica. Falta de 23,1
documentação
Idade 17,7
• Organização dos dados – consiste em «resumir» os dados insuficiente

através da sua contagem e agrupamento. Deste modo, obtém-se A Educação não 7,8
é importante
um conjunto de números que possibilita distinguir o comporta-
Outras razões 14,4
mento do atributo estatístico.
0 10 20 30

• Apresentação dos dados – há duas formas de apresentação


que não se excluem mutuamente: Desistiram da escola no 1.° grau
de ensino
• apresentação por tabelas; Falta de
dinheiro 25,1
• apresentação por gráficos.
Necessidade 22,8
de trabalhar
Estas formas de apresentar dados permitem sintetizar grandes
Escola/professor
quantidades dos mesmos, tornando mais fácil a compreensão do exigem dinheiro 5,4

carácter em estudo e permitindo uma futura análise.


Falta de 6,6
escolas

• Análise e interpretação dos dados – nesta fase calculam-se Falta de


documentação 16,1
novos números com base nos dados estatísticos. Estes novos
números permitem fazer uma descrição do fenómeno evidenciando A Educação não
é importante 6,7
algumas das suas características particulares. Nesta fase ainda é
possível, por vezes, «arriscar» alguma generalização, a qual envol- Outras razões 17,3

verá sempre algum grau de incerteza. 0 10 20 30

Fonte: Inquérito sobre a disposição e capacidade


Vai dar-se, em seguida, particular atenção à organização e apre- de pagamento dos serviços sociais básicos, 1998.

sentação dos dados, nomeadamente à elaboração de tabelas e grá-


ficos. Antes, porém, recordem-se alguns problemas ligados ao cál- Comente com os seus colegas a infor-
culo numérico. mação dada pelos gráficos.

PAM11 - 22
338 13. Organização e apresentação dos dados

13.2 PERCENTAGENS, ESTIMATIVAS E ARREDONDA-


MENTOS

R
P
Percentagens
1
A fracção }} representa um por cento (1%) .
100

Na seguinte tabela, têm-se algumas percentagens escritas sob a


forma decimal e de fracção.

Percentagem Decimal Fracção

1
1% 0,01 }}
100

5 1
5% 0,05 }} = }}
100 20

10 1
10% 0,10 }} = }}
100 10

25 1
25% 0,25 } } = }}
100 4

50 1
50% 0,50 } } = }}
100 2

75 3
75% 0,75 } } = }}
100 4

100
100% 1 }}
100

200
200% 2 }}
100

EXEMPLO 1 Interpretar uma percentagem

No processo de secagem do bacalhau, este perde 77,7% do seu


peso.
Explique esta afirmação.

Resolução
A afirmação significa que se se tiver 100 kg de bacalhau fresco depois
de seco ele perdeu 77,7 kg . Ou seja, dos 100 kg de bacalhau fresco
ficaram 22,3 kg de bacalhau seco.

Também se poderia afirmar que a 1 kg de bacalhau fresco corres-


ponde 0,223 kg de bacalhau seco.
13. Organização e apresentação dos dados 339

Para calcular a percentagem dos elementos que satisfazem deter-


minado requisito, normalmente utiliza-se uma regra de três simples.

R
P
EXEMPLO 2 Calcular percentagens
3. Escreva sob a forma decimal e de
Determinar a percentagem de negativas, em Matemática, de uma
fracção:
turma de 22 alunos, sabendo que 7 tiraram negativa.
3.1 3% ;
Resolução
3.2 30% ;
N.° de alunos N.° de negativas
3.3 70% .
22 7
100 x
50
100 * 7 350 4. Escreva sob a forma de percentagem:
x = } § x = } § x = 31,81…
2211 11
4.1 0,45 ;
Logo, aproximadamente 31,8% dos alunos da turma têm negativa.
4.2 0,04 ;
1
4.3 }} .
8
Estimativas

Para evitar erros nos cálculos que se irão fazer em Estatística,


deve prever-se o resultado antes de se calcular o valor correcto.

EXEMPLO 3 Fazer uma estimativa


5. Numa escola com 360 alunos 105
Dos 55 alunos da 11.a classe, 30 têm a disciplina de Francês.
são rapazes.
Calcular a percentagem de alunos que estão matriculados nesta dis-
ciplina. 5.1 Qual é a percentagem de raparigas?

5.2 Qual é a percentagem dos rapazes


Resolução
que hoje estão na escola sabendo que
Estimativa: como 30 é um pouco mais de metade de 55 , o número faltaram 15 rapazes?
que se vai encontrar será ligeiramente superior a 50% .

Cálculo do valor correcto:

N.° de alunos N.° de alunos com Francês

55 30
100 x

30 * 100
x = }} = 54,54 …
55

Logo, aproximadamente 54,5% dos alunos estão matriculados na


disciplina de Francês. Este é um valor arredondado.
340 13. Organização e apresentação dos dados

Arredondamentos

R
1
Se se pretendesse representar o número fraccionário }} sob a

P
3
forma de dízima enfrentar-se-iam dificuldades pois, ao ser efectuada a
divisão de 1 por 3 , verificar-se-ia que o processo não terminava.

1
}} = 0,3333333 … = 0,(3) .
3

1
}} representa uma dízima infinita periódica.
3

Na prática, não se trabalha com dízimas infinitas, pelo que a alter-


nativa é considerar valores aproximados de tais dízimas. Convém
desde já esclarecer que a questão da aproximação não se coloca ape-
nas para as dízimas infinitas (periódicas ou não periódicas), uma vez
que tal aproximação pode ser igualmente pertinente, em certos casos,
para dízimas finitas.

6. Para cada um dos números abaixo Se 3,125 representa, em km , a distância da casa do Filipe à
indicados, indique os arredondamentos escola, então será mais razoável dizer que tal distância é de aproxima-
correspondentes a 3 casas decimais, damente 3 km .
2 casas decimais, 1 casa decimal e
0 casas decimais, respectivamente.

6.1 35,6052 ; Nos arredondamentos usam-se as seguintes regras:

6.2 0,0199 ;
• se a casa decimal imediatamente a seguir à escolhida for 5 , 6 ,
6.3 0,12 * 11,62 . 7 , 8 ou 9 , aumenta-se uma unidade à casa decimal escolhida; (1)

• se a casa decimal imediatamente a seguir à escolhida for 0 , 1 ,


2 , 3 ou 4 , deixa-se inalterada a casa decimal escolhida.
(1) Há autores que particularizam mais
esta regra, de acordo com a conven-
ção: se a casa decimal imediatamente
a seguir à escolhida for 5 , a casa Arredondamento com
decimal escolhida não se altera se for
par e é acrescida de uma unidade se Número 3 casas 2 casas 1 casa 0 casas
for ímpar. decimais decimais decimal decimais
Assim, no arredondamento às centési- (milésimas) (centésimas) (décimas) (unidades)
mas, 67,4356 passaria a 67,44 e
7,8651 passaria a 7,86 . De acordo
1,3075 1,308 1,31 1,3 1
com as convenções seguidas neste
livro, no primeiro caso seria 67,44 e
no segundo caso seria 7,87 . 0,0904 0,090 0,09 0,1 0
13. Organização e apresentação dos dados 341

EXEMPLO 4 Arredondar números

R
Determinar o arredondamento às décimas dos números:

P
4.1 2,5 * 0,53 ;

4.2 3,16 + 63 .

Resolução
Efectua-se, em primeiro lugar, as operações indicadas.

4.1 2,5 * 0,53 = 1,325 .


Logo, 1,3 é o arredondamento às décimas do número dado.

4.2 3,16 + 63 = 66,16 .


Logo, 66,2 é o arredondamento às décimas do número dado.

EXEMPLO 5 A Europa em números – 1995

Total de receitas (76 mil milhões de ecus)

Despesas %

Agricultura e pescas 46,8


Política regional e transportes 13,6
Política social 8,5
Cooperação para o desenvolvimento 6,1
Investigação, energia, tecnologia 3,8
Despesas de funcionamento 5,0
Diversos 16,2

Calcular o valor do total de receitas gasto em investigação, energia e


tecnologia.

Resolução
Calcule-se 3,8% de 76 mil milhões.
Nota
0,038 * 76 = 2,888
Em 1995 a designação da moeda única
Arredondando para uma casa decimal, conclui-se que as despesas Europeia era Ecu.
serão de cerca de 2,9 mil milhões de ecus. Hoje, e desde o ano de 1996, a sua desi-
gnação é Euro.
342 13. Organização e apresentação dos dados

13.3 ANÁLISE GRÁFICA DE ATRIBUTOS QUALITA-


TIVOS

R
P
Normalmente quando se pretendem evidenciar as diferentes
modalidades de um atributo qualitativo usam-se gráficos circulares,
pictogramas ou gráficos de barras.

Gráfico circular

Um gráfico circular é representado por um círculo que está dividido


em sectores cujas amplitudes são proporcionais à frequência
correspondente.

O gráfico circular costuma utilizar-se quando o número de cate-


gorias para a variável é pequeno (normalmente, menor ou igual a 6)
e é especialmente adequado para estabelecer comparações entre
os diferentes valores do atributo em estudo.

Nos gráficos circulares tem de se ter em atenção que:

• o gráfico deve ter um título;

• a área de cada sector é proporcional à frequência;

• a legenda pode ser inscrita no interior de cada sector assim


como a percentagem ou a frequência absoluta;

• normalmente, utiliza-se uma cor para cada um dos sectores.

Região do Norte de Portugal – 1991 Portugal - 1995 Dos 58,7% dos portugueses
As cores mais populares dos automóveis que têm seguro (1990)

Verde
Ensino Ensino Azul
Médio Superior Creme 2% 2%
Sem 4%
Ensino 1% 4% Outras 6% Prateado
Escolarização 26,7%
26,7%
Secundário 8%
17% Seguro
Seguro
7%
Preto habitação
habitação
3.° Ciclo do 11% 31,0%
E. Básico 18,7%
Cinzento Seguro
9% Seguro
26% automóvel de vida
2.° Ciclo do 15,1%
3,0%
5,5%

E. Básico
15% 1.° Ciclo do Vermelho
E. Básico Seguro de
19%
47% acidentes
Branco 22% Seguro de saúde
INE pessoais
Conta-reforma

Os gráficos circulares são usados pelos meios de comunicação pois


são um modo excelente de mostrar como um todo está distribuído, mas
não é o mais fácil de construir manualmente.

Observe-se como construir um gráfico circular.


13. Organização e apresentação dos dados 343

EXEMPLO 6 Construção de um gráfico circular

R
Na tabela seguinte registaram-se as classificações de 20 alunos, utili-

P
zando as modalidades: Mau, Medíocre, Suficiente, Bom e Muito Bom.

Classificação N.° de alunos


Mau 2
Medíocre 4
Suficiente 6
Bom 5
Muito Bom 3

Construa um gráfico circular.

Resolução
Vai-se fazer uma tabela que permita calcular a percentagem e o ângulo
correspondente a cada classificação.

Frequência Ângulos
Classificação Percentagem
absoluta (amplitude em graus)
2 2
Mau 2 }} * 100 = 10 }} * 360 = 36
20 20
4 4
Med. 4 }} * 100 = 20 }} * 360 = 72
20 20
6 6
Suf. 6 }} * 100 = 30 }} * 360 = 108
20 20
5 5
Bom 5 }} * 100 = 25 }} * 360 = 90
20 20
3 3
M. Bom 3 }} * 100 = 15 }} * 360 = 54
20 20
Total 20 100 360
7. Nível de estudos
Com a ajuda destes valores e de material de desenho, constrói-se o
Numa população com idades entre 25 e
gráfico circular.
59 anos, o nível de estudos (em %) está dis-
Classificação de 20 alunos
tribuído de acordo com a tabela seguinte.

Mulheres Homens
Bom
25% Suf
30% 1 50 40,5

Mau
2 33,3 37,8
10%
Med 3 16,7 21,7
MBom 20%
15%
1 – Primário/Secundário geral
2 – Secundário Superior
3 – Superior
No exemplo anterior, obtiveram-se valores inteiros para as percenta-
gens e os respectivos ângulos. Veja-se agora um exemplo em que é De acordo com a informação da tabela
preciso fazer arredondamentos. construa dois gráficos circulares.
344 13. Organização e apresentação dos dados

EXEMPLO 7 Construção de um gráfico

R
Na tabela seguinte foram observadas 54 pessoas relativamente à

P
cor dos olhos.

Cor dos olhos Efectivos


Azul 10
Cinzento 19
Verde 5
Castanho 20

Calcule-se a amplitude do ângulo que vai corresponder a cada uma


das modalidades.

10
Azul: }} * 360 = 66,666 …
54
arredondando, vem 67° .

19
Cinzento: }} * 360 … = 126,666 …
54
arredondando, vem 127° .

5
Verde: }} * 360 … = 33,333 …
54
arredondando, vem 33° .

20
Castanho: }} * 360 … = 133,333 …
54
arredondando, vem 133° .

Verifique-se se o total é 360° :

8. O gráfico mostra de que forma se 67° + 127° + 33° + 133° = 360° .


gasta a energia numa casa.
Se a conta da energia total consumida for
Se, como consequência dos arredondamentos, não se obtivessem
de 6000 kwanzas, faça uma estimativa
360° , ter-se-ia de proceder a ajustes de forma a obter este valor.
do gasto, em kwanzas, da energia consu-
mida pelo fogão e pelo cilindro. Cor dos olhos de 54 pessoas

Como se gasta a energia numa casa


Castanho
Outros Verde 133°
33°

Aquecedor Cilindro
Azul
67°
Cinzento
127°

Fogão
13. Organização e apresentação dos dados 345

Pictograma

R
Os pictogramas são gráficos onde se utilizam figuras (ou símbolos)

P
alusivas ao fenómeno que se vai estudar.
Na construção de um pictograma deve-se ter em conta que:
• o gráfico deve ter um título;
• no gráfico deve estar a indicação do significado de cada símbolo;
• os símbolos utilizados deverão ter alguma ligação com a variável
em estudo;
• o símbolo, ou os símbolos, a utilizar devem ser os mesmos;
• os símbolos desenham-se em linhas ou em colunas;
• os símbolos devem estar igualmente espaçados;
• as diferentes quantidades devem expressar-se mediante maior ou
menor número de símbolos e não mediante um aumento ou dimi-
nuição do tamanho do símbolo.

No pictograma seguinte estuda-se o sexo dos trabalhadores de


uma cidade em seis actividades diferentes.

Homens e mulheres
= 100 mulheres = 100 homens
trabalhadores numa cidade

Minas

Fábricas

Comércio

Escritório

Escolas

Agricultura

Neste gráfico utilizam-se dois símbolos, mas dentro de cada tipo o


símbolo é sempre o mesmo. Logo, no que respeita a este aspecto, a
construção do pictograma está correcta.

Pictograma mal elaborado

Como 1000 pessoas se deslocam para o trabalho

9. Sabendo que o pictograma pretendia


Carro representar os seguintes dados: carro
(425 pessoas), autocarro (400 p), com-
Autocarro boio (74 p) e a pé (101 p):

9.1 indique três erros na construção


Comboio
deste gráfico;

A pé 9.2 desenhe correctamente um pictogra-


ma com os dados indicados.
346 13. Organização e apresentação dos dados

13.4 DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS E REPRESEN-


TAÇÃO GRÁFICA. VARIÁVEIS DISCRETAS

R
P
Tabelas

Numa turma da 10.a classe perguntou-se a cada aluno a sua idade.

14 18 19 15

15 17 15 15

16 16 15 15

14 17 14 16

16 14 15 16

Os dados registados são dados brutos porque não se encontram


ordenados, atendendo ao valor da variável.
Construa-se uma tabela para organizar os dados.
Em primeiro lugar observem-se os diferentes valores da variável:
14 , 15 , 16 , 17 , 18 e 19 .
Na 1.a coluna colocam-se os valores possíveis da variável por
ordem crescente.
Percorrendo a coluna (ou a linha) dos dados brutos, acrescente-se
na 2.a coluna um | para cada valor encontrado. Quando for necessário
\\\\ (para facilitar a
escrever o quinto traço faz-se o seguinte desenho [
contagem).

Tabela 1

Nota Idade (em anos) Contagem Frequência

14 \\\\ 4
\\\\ 1 5
[
15 \\\\ \\
[ 7
\\\\ \ 1 6
[
16 \\\\
[ 5

17 \\ 2

18 \ 1

19 \ 1

Total n = 20
13. Organização e apresentação dos dados 347

O total deve ser sempre escrito para verificar a contagem.


A uma tabela como a anterior, em que se apresentam os dados

R
por classes e as frequências respectivas, chama-se distribuição de

P
frequências ou tabela de frequências.

Nos exemplos anteriores foram consideradas frequências absolutas


ou efectivos. Existem outros tipos de frequências.

Frequência absoluta e frequência relativa

Frequência absoluta ou efectivo (fi ) de um valor da variável é o


número de vezes que esse valor foi observado.

Frequência relativa (fri ) de um valor da variável é o quociente


entre a frequência absoluta do valor da variável e o número total de
observações.

Tabela 2
Frequência Frequência Frequência
xi absoluta relativa relativa, em
fi fri percentagem
4
14 4 }} = 0,20 20
20
7
15 7 }} = 0,35 35
20
5
16 5 }} = 0,25 25
20 10. De acordo com os dados, complete a
2
17 2 }} = 0,10 10 tabela seguinte:
20
1
18 1 }} = 0,05 5 Turma fi fri
20
1 A 20
19 1 }} = 0,05 5
20
B 21%
n = 20 1 100%
C
A frequência relativa permite, por exemplo, fazer a seguinte leitura: Total 70
Na turma observada, 35% dos alunos têm 15 anos.
Para calcular a frequência relativa, divide-se o efectivo pelo número
total de observações:
f
fri = }i
n

fi
Para representar fri , em percentagem, multiplica-se }
n por 100 . Nota
A soma das frequências relativas de uma tabela de frequências é (1)
Por vezes, há necessidade de fazer arre-
igual a 1,00 (ou 100% se se trata de frequências relativas em dondamentos e se não se obtiver o valor 1
percentagem) (1). para a soma deve-se proceder a ajustes.
348 13. Organização e apresentação dos dados

Gráficos de barras

R
O recurso à representação gráfica é muito usual em Estatística.

P
A visualização permite destacar os principais aspectos do fenómeno
em estudo.
No caso da variável discreta é usual desenhar o gráfico de barras,
gráficos circulares ou pictogramas.

Vai dar-se especial importância ao gráfico de barras.


Nota
No eixo horizontal assinalam-se os valores possíveis da variável.
Os gráficos apresentam a mesma imagem
No eixo vertical as frequências absolutas ou relativas.
sejam de linhas ou barras, sejam construí-
Por cima das marcas dos pontos do eixo horizontal traçam-se
dos com a frequência absoluta ou com a
barras ou “linhas” verticais com altura directamente proporcional à
frequência relativa.
frequência absoluta ou relativa.

Gráfico 1 Gráfico 2
Idades dos alunos da 10. classe a Idades dos alunos da 10.a classe
8 40%
7 35%
7 35%

6 30%
5 25%
Frequência absoluta

Frequência relativa

5 25%
4 20%
4 20%

3 15%
2 10%
2 10%
1 1 5% 5%
1 5%

14 15 16 17 18 19 14 15 16 17 18 19

(Usaram-se barras e a frequência absoluta) (Usaram-se barras e a frequência relativa)

Gráfico 3
Idades dos alunos da 10.a classe
8
7
7

6
5
Frequência absoluta

5
4
4

3
2
2
1 1
1

14 15 16 17 18 19

(Usaram-se linhas e a frequência absoluta)


13. Organização e apresentação dos dados 349

Tabelas de frequências acumuladas

R
Para além das frequências absolutas e frequências relativas muitas

P
das vezes tem interesse considerar a frequência absoluta acumulada
e a frequência relativa acumulada.

Frequência absoluta acumulada de um valor da variável é igual


à soma das frequências absolutas anteriores com a frequência absolu-
ta desse valor.
Representa-se por Fi ou faci .

Frequência relativa acumulada de um valor da variável é igual à


soma das frequências relativas anteriores com a frequência relativa
desse valor.
Representa-se por Fri ou facri .

Tabela 3

Frequência absoluta Frequência relativa


xi fi fri
acumulada, Fi acumulada, Fri

14 4 0,20 4 0,20 ou 20%

15 7 0,35 11 0,55 ou 55%

16 5 0,25 16 0,80 ou 80%

17 2 0,10 18 0,90 ou 90%

18 1 0,05 19 0,95 ou 95%

19 1 0,05 20 1,00 ou 100%

Gráfico das frequências acumuladas

20
19
18

16
Frequência acumulada

11

14 15 16 17 18 19
Idades

Com estas frequências acumuladas pode fazer-se a representação


gráfica da função cumulativa.
350 13. Organização e apresentação dos dados

Função cumulativa

R
A função cumulativa indica, para cada valor real x , a frequência

P
absoluta (ou relativa) de observações com intensidade menor ou igual
a x.
No caso concreto, das idades dos alunos do 10.° ano.

Idade Frequência

14 4

15 7

16 5

17 2

18 1

19 1

Total 20

a 0 se x < 14 a 0 se x < 14
d d
d 4 se 14 ≤ x < 15 d 4 se 14 ≤ x < 15
d d
d 11 se 15 ≤ x < 16 d 4+7 se 15 ≤ x < 16
d d
F (x) = b 16 se 16 ≤ x < 17 ou F (x) = b 4+7+5 se 16 ≤ x < 17
d d
d 18 se 17 ≤ x < 18 d 4+7+5+2 se 17 ≤ x < 18
d d
d 19 se 18 ≤ x < 19 d 4+7+5+2+1 se 18 ≤ x < 19
d d
c 20 se x ≥ 19 c 4+7+5+2+1+1 se x ≥ 19

A representação gráfica da função cumulativa é em escada.

F(x)
20

15

10

Nota
Na definição apresentada da função cumu- 5

lativa optou-se por fechar os intervalos à


esquerda (definição anglo-saxónica). Há
autores que na definição fecham os inter-
valos à direita (definição francesa). x
14 15 16 17 18 19
13. Organização e apresentação dos dados 351

De um modo geral, sendo x uma variável discreta que pode


assumir os valores de sucesso ordenados: a0 , a1 , a2 , … , aj , e

R
supondo que se tem a tabela de frequências:

P x
a0

a1

a2

aj

Total
Frequência
n0

n1

n2

nj

n 11. Após 300 lançamentos de um dado,


observaram-se os resultados que se apre-
sentam na seguinte tabela de distribuição
de frequências:
Função cumulativa
N.° de pontos Frequência
1 44
a 0 se x < a0 2 50
d
d 3 50
d n0 se a0 ≤ x < a1
d 4 51
d
d
F (x) = b n0 + n1 se a1 ≤ x < a2 5 46
d
d 6 59
d : :
d Total 300
d
d n0 + n1 + n2 + … + nj se x ≥ aj
c
Com os dados da tabela construa:

11.1 o gráfico de barras;

11.2 a representação gráfica da função


F(x)
cumulativa.

n0 + n1

n0

a0 a1 a2 x
352 13. Organização e apresentação dos dados

Polígono em escada das frequências acumuladas

R
Muitas vezes também se usa representar a distribuição por um

P
polígono em escada das frequências acumuladas.

Considerar os dados:

xi fi Fi

14 4 4

15 7 11

16 5 16

17 2 18

18 1 19

19 1 20

Total 20

12. Produção de madeira em bruto para


fins industriais.
Fi
Milhões de m3
20
1988 ––––– 210
1989 ––––– 230 18
1990 ––––– 260
1991 ––––– 220 16

1992 ––––– 220


14

Com os dados da tabela construa um


12
polígono em escada de frequências acu-
muladas. 10

14 15 16 17 18 19 xi
13. Organização e apresentação dos dados 353

13.5 DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS E REPRE-


SENTAÇÃO GRÁFICA: VARIÁVEIS CONTÍNUAS

R
P
Tabelas
Numa turma da 11.a classe perguntou-se a cada aluno a sua altura
em centímetros.

151 163 174 173

157 170 150 166

158 172 149 165

156 171 162 160

160 164 153 158

Neste caso, quase que se têm tantos valores diferentes para a


variável como números de alunos. Assim, vai-se fazer uma tabela de
frequências com os dados agrupados em classes ou categorias(1) .
Não existe nenhuma fórmula universalmente aceite para determinar
o número de classes ou categorias a considerar. Ir-se-á utilizar a tabela
seguinte em que n representa o número de observações e K o
número de classes a considerar(2) .

Tabela de Truman L. Kelley

n 5 10 25 50 100 200 500 1000

K 2 4 6 8 10 12 15 15

(1)
Esta forma de construir as tabelas é conveniente sempre que a variável é contí-
nua. Quando a variável é discreta, mas apresenta uma grande diversidade de
dados, também se deve construir uma tabela de dados agrupados em classes.
Uma tabela com grande número de linhas dificulta a leitura tanto quanto os dados
brutos, podendo também aparecer diversos valores para a variável com frequência
nula.

(2)
Para uma correcta interpretação do fenómeno é importante considerar um núme-
ro adequado de classes.
Se se utilizar classes a mais, haverá algumas com frequência nula ou muito peque-
na, o que irá prejudicar a interpretação. Da mesma forma, esta será prejudicada
considerando classes a menos. Para além da tabela de Truman L. Kelley, existem
outras regras mas, acima de tudo, a escolha adequada deverá ter em conta a natu-
reza dos dados e a unidade de medida.

PAM11 - 23
354 13. Organização e apresentação dos dados

Neste caso tem-se n = 20 . Vão-se usar 6 classes. Considerem-se


ainda as seguintes convenções:

R
P
• o extremo esquerdo do intervalo (classe) será fechado e o extremo
direito aberto;

• aos extremos do intervalo chama-se limites da classe; à diferença


dos limites, amplitude do intervalo da classe; à semi-soma dos limites
chama-se ponto médio ou marca da classe.

Tabela 1

Altura (em cm) Contagem Frequência


Frequênc

[145 , 150[ \ 1

[150 , 155[ \\\ 3

[155 , 160[ \\\\ 4

[160 , 165[ \\\\


[ 5

[165 , 170[ \\ 2

[170 , 175[ \\\\


[ 5

Total n = 20

O total deve ser sempre escrito para verificar a contagem.


A uma tabela como a anterior, em que se apresentam os dados
por classes e as frequências respectivas, chama-se distribuição de
frequências ou tabela de frequências.
A partir da tabela 1 , vai-se construir a tabela 2 onde também
figura a frequência relativa.

Tabela 2
Frequência Frequência
Efectivos
xi relativa relativa, em
fi
fri percentagem
1
[145 , 150[ 1 }} = 0,05 5
20
3
[150 , 155[ 3 }} = 0,15 15
20
4
[155 , 160[ 4 }} = 0,20 20
20
5
[160 , 165[ 5 }} = 0,25 25
20
2
[165 , 170[ 2 }} = 0,10 10
20
5
[170 , 175[ 5 }} = 0,25 25
20
n = 20 1 100%
13. Organização e apresentação dos dados 355

Histograma

R
No caso de variável contínua é muito frequente representar a distri-

P
buição através de um histograma.
Um histograma é um gráfico de barras com as seguintes caracte-
rísticas:

• o gráfico deve ter um título;

• os dados estão agrupados em classes (variável contínua ou


discreta);

• a área da barra é proporcional à frequência:

• os diferentes valores da variável estão representados no eixo hori-


zontal que está dividido numa escala contínua como um eixo cartesiano;

• no eixo vertical estão representadas as frequências das classes;

• as barras são desenhadas verticalmente e correspondem a cada 13. Num centro óptico foram atendidas
uma das classes em que os valores foram agrupados; 2000 pessoas.
• não há espaços entre as barras.

Altura dos alunos da turma

4
Frequência

3 As idades estão indicadas na seguinte


tabela:

2
Idade em anos Frequência
[ 0 , 10[ 42
1 [10 , 20[ 150
[20 , 30[ 250

140 145 150 155 160 165 170 175 180


[30 , 40[ 305
A [40 , 50[ 338

Nota – quando as classes são da mesma amplitude, as alturas dos rectângulos


[50 , 60[ 410
são proporcionais às frequências. Se as classes têm amplitudes diferentes, [60 , 70[ 200
então os diferentes rectângulos devem ter alturas tais que as suas áreas sejam
[70 , 80[ 205
proporcionais às suas respectivas frequências. Por exemplo, se as amplitudes
[80 , 90[ 100
das classes são d1 , d2 … , dn , as alturas dos rectângulos respectivos serão
f f f
dadas por }1} , }2} , … , }n} . A construção do histograma, neste caso, não
d1 d2 dn
faz parte do programa. Construa o histograma correspondente.
356 13. Organização e apresentação dos dados

Polígono de frequências

R
Unindo os pontos médios das bases superiores dos rectângulos

P
do histograma através de um segmento de recta, obtém-se uma outra
representação gráfica: o polígono de frequências.

Para acabar o desenho do polígono de frequências é costume


considerar uma classe adicional no início (140 - 145) e uma classe
adicional no fim (175 - 180).

Altura dos alunos da turma

4
Frequência

140 145 150 155 160 165 170 175 180


Altura em cm

Nota – a soma das áreas dos rectângulos do histograma é igual à área total limitada
pelo polígono de frequências e pelo eixo horizontal.

Para construir o polígono de frequências não é necessário repre-


sentar o histograma se as classes têm a mesma amplitude. Podem-se
determinar os pontos cuja abcissa corresponde ao ponto médio da
classe e a ordenada à frequência da classe, e, em seguida, unir estes
pontos.
13. Organização e apresentação dos dados 357

Tabela das frequências acumuladas

R
Assim como se fez para o exemplo da variável discreta, também

P
para a variável contínua interessa calcular a frequência absoluta acu-
mulada e a frequência absoluta relativa.

Tabela 3

Frequência Frequência
absoluta relativa
xi fi fri
acumulada acumulada
Fi Fri

[145 , 150[ 1 0,05 1 0,05 ou 5%

[150 , 155[ 3 0,15 4 0,20 ou 20%

[155 , 160[ 4 0,20 8 0,40 ou 40%

[160 , 165[ 5 0,25 13 0,65 ou 65%

[165 , 170[ 2 0,10 15 0,75 ou 75%

[170 , 175[ 5 0,25 20 1,00 ou 100%

Total 20

A tabela das frequências acumuladas permite ler directamente, por


exemplo:

• Não existem alturas inferiores a 145 cm .

• Existem 4 alunos com alturas menores a 155 cm .

• Existem 13 alunos com alturas menores a 165 cm .

A frequência acumulada absoluta ou a frequência acumulada rela-


tiva também podem ser utilizadas para a definição da função cumu-
lativa.

A função cumulativa é uma forma de representar as frequências


acumuladas. Seguidamente apresenta-se uma forma de construção
da função cumulativa.

Há autores que usam outras representações.


358 13. Organização e apresentação dos dados

Função cumulativa

R
Partindo da tabela das frequências acumuladas pode-se considerar

P
a frequência absoluta ou relativa acumulada para construir o gráfico
da função cumulativa.
Antes do limite inferior de 1.a classe, a frequência acumulada é 0 ,
pelo que se traça um segmento sobre o eixo dos xx até ao ponto 145 .
No limite inferior da 2.a classe, a frequência acumulada é a frequência
da classe anterior.
Assim, são pontos do gráfico da função cumulativa:

(145 , 0) ; (150 , 1) ; (155 , 4) ; (160 , 8) ; (165 , 13) ;


(1)
(170 , 15) ; (175 , 20) .

Marcam-se os pontos e, em seguida unem-se, desenhando à mão


uma curva que os contenha e melhor se ajuste a esses pontos.
Se se admitir que a frequência se distribui uniformemente sobre o
intervalo de classe unem-se os pontos usando segmentos de recta.
Quando se chega à última classe continua-se com uma linha hori-
zontal pois tem-se a certeza que a frequência acumulada corresponde
ao limite superior é 20 .

Função cumulativa Função cumulativa

20 20

18 18

16 16
Frequência acumulada

14
Frequência acumulada

14

12 12

10 10

8 8

6 6

4 4

2 2

145 150 155 160 165 170 175 145 150 155 160 165 170 175
Altura dos alunos Altura dos alunos

Nota
Se o gráfico fosse construído partindo das frequências relativas
(1)
Alguns autores consideram os intervalos
teria o mesmo aspecto.
fechados à direita e abertos à esquerda na
construção das classes. Nessa perspectiva a
Os pontos teriam as coordenadas:
marcação dos pontos da função cumulativa é
mais lógica. (145 ; 0) ; (150 ; 0,05) ; (155 ; 0,20) , …
13. Organização e apresentação dos dados 359

Histograma das frequências acumuladas.


Polígono das frequências acumuladas

R
P
Tem-se os seguintes dados:

xi fi Fi

[145 , 150[ 1 1
[150 , 155[ 3 4
[155 , 160[ 4 8
[160 , 165[ 5 13
[165 , 170[ 2 15
[170 , 175[ 5 20

Histograma das frequências acumuladas 14. Um psicólogo registou o tempo


A distribuição das alturas dos alunos gasto por um grupo de crianças necessá-
20
rio a executar uma tarefa.

Tempo em minutos N.° de crianças


Frequência absoluta acumulada

15
[2 , 5[ 1
[5 , 8[ 7
10 [8 , 11[ 24
[11 , 14[ 20
[14 , 17[ 6
5

Construa o polígono de frequências rela-


tivas acumuladas.
145 150 155 160 165 170 175 Altura

Polígono das frequências acumuladas


A distribuição das alturas dos alunos
20
Frequência absoluta acumulada

15

10

145 150 155 160 165 170 175 Altura


360 13. Organização e apresentação dos dados

13.6 SEPARADOR DE FREQUÊNCIAS

R
Para além das tabelas já estudadas, há ainda uma forma de apre-

P
sentar os dados por tabela a que B. Murteira chamou «separador de
frequências» e os ingleses chamam «stem and leaf» (tronco e folha).
Esta tabela tem a particularidade de permitir ao observador uma
percepção do aspecto global dos dados sem perda de informação
contida na colecção dos dados inicial.

EXEMPLO 8 As notas de uma turma

As notas obtidas por uma turma de 25 alunos, num teste cotado


de 0 a 100 , foram as seguintes:

7 37 40 90 48

35 41 71 15 25

67 51 48 21 59

36 67 50 48 63

53 60 72 54 67

Deste conjunto de dados, construiu-se a seguinte tabela:

Separador

Tronco Folhas
0 7
1 5
2 15
3 567
4 01888
5 01349
6 03777
7 12
8
9 0

Tronco – o algarismo das dezenas


Folhas – um dígito – o algarismo das unidades
13. Organização e apresentação dos dados 361

Nas folhas os números aparecem por ordem crescente ou decres-


cente.

R
P
No separador de frequências tem-se:

1.a linha, lê-se 7

2.a linha, lê-se 15

3.a linha, lê-se 21 e 25

4.a linha, lê-se 35 , 36 e 37

Para construir a tabela escreve-se primeiro a lista de todos os 15. Num escritório, as idades dos 20
troncos e, em seguida, as folhas ao lado de cada um. funcionários são as seguintes:

30 31 50 41
Esta tabela é uma forma de apresentar os dados com algumas
42 31 56 49
vantagens:
55 60 61 60
• não é necessário definir classes arbitrárias;
56 43 32 58
• todos os dados estão presentes; 47 45 42 55

• olhando para esta tabela podemos imaginar o gráfico resultante Utilize um separador de frequências para
deste mesmo grupo de dados. representar esta informação.

0 7

1 5

2 1 5

3 5 6 7

4 0 1 8 8 8

5 0 1 3 4 9

6 0 3 7 7 7

7 1 2

9 0

O separador de frequências pode ainda ser útil noutros estudos.


362 13. Organização e apresentação dos dados

EXEMPLO 9 As alturas dos alunos de uma turma

R
As alturas em cm dos alunos de uma turma são as seguintes:

P
143 152 156
145 148 170
162 146 162
157 143 163
165 172 141
143 155 150
160 151 153
168 161 149
145 153 137
160 155 145

Tronco – dois algarismos, um das centenas e o outro das dezenas


Folhas – um dígito – último algarismo (algarismo das unidades)

Separador

Tronco Folhas

13 7
14 1333555689
15 012335567
16. Faça algumas medições na sua turma
16 00122358
(p. ex.: alturas, pesos) e utilize-as para
17 02
construir um separador de frequências.

EXEMPLO 10 Comparar pesos

Pretende-se comparar os pesos de dois grupos de pessoas.


Os dados foram os seguintes:

Grupo A 56, 42, 60, 47, 56, 54, 57, 63, 49, 43, 45, 41, 53, 59, 50

Grupo B 57, 59, 56, 40, 53, 49, 53, 60, 62, 47, 49, 64, 51, 55, 57

Para isso, vai-se construir uma tabela idêntica, mas utilizando o


mesmo tronco.

Tronco

975321 4 0799

9766430 5 13356779

30 6 024

Grupo A Grupo B
13. Organização e apresentação dos dados 363

13.7 DIFERENTES REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS

R
Gráficos de barras

P
Para além do tipo de gráfico de barras que já se referiu, existem
gráficos de barras com aspectos diferentes e que se usam com
objectivos muito diversos.

• No mesmo teste de Álgebra, dado a alunos ingleses e portugueses,


obtiveram-se os seguintes resultados:

Nível Portugal Inglaterra

0 9% 6%
1 40% 35%
2 23% 24%
3 23% 29%
4 5% 6%

Resultados de um teste de álgebra


45
Portugal
40
Inglaterra
35
Frequências relativas (em %)

30

25

20

15

10

0
Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

• Outra forma de utilizar o gráfico de barras consiste em colocar


no eixo vertical as frequências absolutas e por cima de cada barra a
respectiva frequência relativa em percentagem.

Clientes de luxo
Exportações portuguesas para a Comunidade Europeia em 1992
400

25%
300
20%
19%
200 15%

100 7%
4% 5%
3,5%
0,7% 0,8%
0
Irl. Gré. Din. B./L. Itá. Hol. R.U. Fra. Esp. Ale.
364 13. Organização e apresentação dos dados

Muitas vezes, os gráficos de barras tomam formas diferentes,


como mostram os gráficos seguintes:

R
P Relacionar-se com os outros

Tomar conta de crianças

Ser uma pessoa melhor

Aprender a fazer
O que ganharam em trabalhos voluntários (inquérito a 301 jovens)

Ajudar, ser amável e respeitar os outros

7%
12%
14%
20%
32%

Variação anual da produtividade na indústria


da construção de máquinas e material mecânico (%) (1)

–1

–2

–3
1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993

(1) Estimativas. Fonte: DEBA

Consumo de energia
240
Evolução do consumo de energia por habitante / 1970 = 100

1975

1980
220
1985

1990
200

180

160

140

120

100

80

60
Alemanha (1)

Islândia

Noruega

Suíça
Alemanha

Alemanha (2)

Áustria

Bélgica

Dinamarca

Espanha

Finlândia

França

Grã-Bretanha

Grécia

Holanda

Itália

Irlanda

Luxemburgo

Portugal

Suécia

(1) Novos Länder (2) Antigos Länder


13. Organização e apresentação dos dados 365

Outros gráficos
Evolução da população da União Europeia entre 1960 e 2020

R
450

P
422,7
414,4
405,8
População (milhões)

400 396,3
386
375,5
365,1
363,6 373,2 373 370,3
358,6 370,8 365,6
354,6
348,6 359,8
350
340,4
328,9

315
300
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

Projecções de população
Observado Cenário optimista Cenário pessimista

Pirâmide etária da União Europeia – comparação 1960-1993

100
95
90
85
80
75
70
65
60
55
50
45 1993
40 1960
35
30
25
20
1993
15
1960
10
5
0
1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Duração do ensino obrigatório

18

16

14

12

10

0
B DK D GR E F IRL I L NL A P FIN S UK (1)
17. Observe os gráficos e procure uma
Tempo inteiro Tempo parcial justificação para o tipo de gráfico esco-
(1) Irlanda do Norte: 4 a 16 anos lhido para dar a informação pretendida.
366 13. Organização e apresentação dos dados

Tipo de gráficos de barras

R
Gráfico de barras Descrição Vantagens Desvantagens

P
A altura das barras Permite estabele- Só pode ser usado
Funcionalidades/ Serviços disponíveis no Website
[2004, (%) de empresas com presença na Internet] mostra a frequên- cer comparações para transmitir
100 90 cia. facilmente. informações sim-
80 As barras podem Tem forte impacto ples.
60 ser verticais ou visual.
45
40
20
horizontais.
20 18
7 5
0 Marketing Disponibili- Serviços de Página Acesso via Envio de
dos produtos zação de apoio pós personalizada telemóvel produtos
da empresa catálogos, lista venda para clientes (serviços digitais
de preços, etc. habituais WAP) vendidos

Posse de ligação à Internet, ligação à Internet através de banda Para cada valor da Permite comparar Não pode ser utili-
larga e presença na Internet
[2001-2004, (%) de empresas com actividade económica] variável aparece um diferentes grupos zado para variáveis
100 grupo de barras. de dados para os que apresentam
2001
78
80 2004
69 mesmos valores muitas modalida-
60 50
da variável. des.
40 28 30
20 14

0 Empresas com Empresas com Empresas com


ligação à Internet ligação à Internet presença na Internet
através de banda larga

Alunos matriculados no ensino superior por área Divide uma modali- Em grupos diferen- Poucos grupos de
de estudo segundo o sexo, 2001/2002 dade nas partes tes de dados permi- dados podem ser
Comércio e Administração
Ciências da Educação
que a compõem. te comparar valo- utilizados.
Engenharia e Técnicas Afins res da mesma
Ciências Sociais
Saúde modalidade e com-
Arquitectura e Construção
Letras
parar os totais rela-
Direito tivos a cada modali-
Arte
Serviços Pessoais dade.
Ciências Informáticas
Ciências Físicas
Jornalismo e Informação
Outras
0 20 000 40 000 60 000
Homens Mulheres Estudantes

Resultados dos testes de “tempo de vida” É uma barra que Destaca as propor- Dá pouca ênfase
feitos a 50 motores representa 100% . ções das diferen- aos valores reais.
Percentagem
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
A barra está dividi- tes modalidades.
da de forma que
as partes sejam
2% 6% 8% 16% 18% 20% 12% 12% 6% proporcionais às
frequências.
930-939 910-919 890-899 870-879
940-949 920-929 900-909 880-889 860-869
“Tempo de vida”, em horas

Variação dos movimentos nos Aeroportos por trimestre Apresenta barras Permite apresentar Não dá ênfase aos
%
5 bidireccionais. quantidades positi- valores reais.
0 vas e negativas.
–5
–10
–15
–20
–25
1º. trimestre 2º. trimestre 3º. trimestre 4º. trimestre
Aeronaves Passageiros Carga e Correio
13. Organização e apresentação dos dados 367

Diferentes tipos de gráficos

R
Gráficos Descrição Vantagens Desvantagens

P
População portuguesa por sexo e grupo etário, 2001
Pictograma
80 ou +
70 a 79 Os dados são Muito atractivo. Dá pouca informa-
60 a 69 representados por Grande impacto ção.
50 a 59 símbolos ligados ao visual. Pouca precisão.
40 a 49
objecto do estudo.
30 a 39
20 a 29
10 a 19
0a9
Anos
800 600 400 200 0 0 200 400 600 800 Mil pessoas
Pictograma: pirâmide etária

População estrageira residente em Portugal, segundo


as principais nacionalidades (países), 2002
Gráfico de barras
Cabo Verde Barras, horizontais Permite vários tipos Não permite, facil-
Brasil ou verticais, de de comparações. mente, identificar as
Angola
comprimento divisões de um todo.
Guiné Bissau
proporcional à
frequência, ilustram
Reino Unido
os dados.
Espanha
Alemanha
0 10 20 30 40 50 60
Milhares

Histograma
Atrasos dos expressos na chegada a uma cidade
É um gráfico de bar- Para determinadas Difícil construção
31
ras em que a área situações é a única quando a amplitude
30 destas é proporcio- forma correcta de dos intervalos é
Freq. relativa / %

25
19 19
nal à frequência. Não apresentar os dados. diferente.
20
há espaço entre as O histograma dá Com as calculado-
10 barras. Só se utiliza ideia da forma como ras gráficas ou
6
em variáveis quanti- se distribuem os computadores
0 14 18 22 26 30 34
tativas e a escala dados. este problema é
Tempo / min dos valores da variá- ultrapassado.
vel é contínua.
As alturas dos jogadores
Polígono de
6 frequências
Frequência absoluta

5
É um gráfico de Permite comparar Difícil construção
4
linhas que se obtém histogramas utilizan- manual.
3
unindo os pontos do apenas os res- Usando tecnologia
2
médios da base pectivos polígonos este problema fica
1
superior dos rectân- de frequência no ultrapassado.
0
gulos do histograma. mesmo quadro.
1,67 1,75 1,83 1,91 1,99 2,07 2,15 2,23
Altura / m

PIB por sector económico em 2004 (Angola) Gráfico circular


Outros
serviços Agricultura, Um círculo está divi- É útil quando a análi- Só pode ser usado
Comércio silvicultura
grossista e pesca dido em sectores. se das proporções quando a variável
e retalhista
8% 9% A amplitude de cada é mais importante toma poucos valo-
16%
sector é proporcio- do que o valor real. res. Um só gráfico
Construção
4% nal à frequência Tem um forte não permite compa-
4% 54%
Indústria 5% correspondente. impacto visual. rar dois grupos de
transformada dados.
Petróleo
Diamantes e gás
368 13. Organização e apresentação dos dados

Gráficos mal construídos

R
18. Considere o gráfico representado ao Na figura seguinte, encontra-se um gráfico de barras mal elaborado.

P
lado.
Calorias em 100 gramas
18.1 Indique qual o defeito de construção
do gráfico.
Produto
18.2 Explique o motivo ou motivos que
podiam influenciar a opção de construção
Produto
deste gráfico.
Produto 6,4
18.3 Construa um gráfico correcto res- 4,2
2,7
peitando os valores dados.

Parece mas não é

Quando se olha para um gráfico de barras ele pode parecer um


histograma mas de facto não ser.

Produção de embalagens da fábrica A


50 000

40 000
Frequência

30 000

20 000
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Capacidade em litros

Este gráfico representa o número de embalagens de leite vendidas


por uma fábrica, desde 1985 a 1990.

As barras são da mesma largura mas a escala do eixo vertical não


começa em zero, portanto, a área das barras não é proporcional à fre-
quência respectiva.

Olhando para as duas primeiras barras, a área da segunda é sensi-


velmente o dobro da área da primeira. Mas a frequência correspon-
dente à segunda (aprox. 31 000) não é o dobro da frequência corres-
pondente à primeira (aprox. 25 000) .
13. Organização e apresentação dos dados 369

… o que estudou no tema …

R
P
• as fases do método estatístico

• percentagens

• estimativas

• arredondamentos

• análise gráfica de atributos qualitativos

• gráficos circulares

• pictogramas

• distribuição de frequências e representação gráfica:


variáveis discretas

• gráficos de barras

• função cumulativa para variáveis discretas

• distribuição de frequências e representação gráfica:


variáveis contínuas

• histograma

• função cumulativa para variáveis contínuas

• polígono de frequências acumuladas

• separador de frequências (stem and leaf )

• diferentes representações gráficas

PAM11 - 24
370 13. Organização e apresentação dos dados

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1
Um cartaz foi assinado por 50 alunos de uma escola. Uma cópia desse cartaz é
indicada ao lado.

1.1 Consegue dizer, rapidamente, quantos rapazes e raparigas assinaram o cartaz


e qual é o nome mais comum neste cartaz? Justifique.

1.2 Construa uma tabela de frequências.

1.3 Desenhe um pictograma e um gráfico de barras de acordo com a informação


dada.

1.4 Descreva uma situação em que lhe pareça mais útil utilizar o pictograma e
outra em que optaria pelo gráfico de barras.

Resolução
1.1 Não, pois a informação não está organizada.

1.2
Nome Número de alunos
Pedro 9
Ana 8
Carla 5
Sofia 4
José 6
Inês 5
António 10
Tiago 3
n = 50

1.3 Como se chamam os 50 alunos


= 2 alunos
que assinaram o cartaz

Pedro

Ana

Carla

Sofia

José

Inês

António

Tiago
13. Organização e apresentação dos dados 371

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
Como se chamam os 50 alunos que assinaram o cartaz

António
Pedro

Nome dos alunos


Ana
José
Carla
Inês
Sofia
Tiago

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Número de alunos

1.4 A situação que vamos descrever diz respeito ao número de casas construídas,
por uma câmara, numa grande cidade.

1.° caso:

O administrador de um município escolhe o seguinte pictograma com o objectivo


de mostrar que o número de casas construídas tem vindo a aumentar considera-
velmente nos anos do seu mandato.

Número de casas construídas


2004 2005 2006

= 50 casas

2.° caso:

A oposição apresenta o seguinte gráfico de barras para mostrar que, embora o


número de casas construídas tenha aumentado de ano para ano, a evolução tem
sido muito lenta.

Número de casas construídas


250
N.° de casas construídas

200

150

100

50

0
2004 2005 2006
Ano
372 13. Organização e apresentação dos dados

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
2
O gráfico circular mostra a distribuição do tempo durante um dia de uma dona de
casa. Atendendo às condições da figura e sabendo que passa 8 h no emprego,
determine:

2.1 o tempo gasto a dormir;

2.2 a percentagem do tempo gasto em actividades domésticas sabendo que


gasta em transportes 1 hora.

Resolução
1
2.1 Como 8 h é a terça parte de 24 h , vem }} * 360° = 120° .
3
O sector circular correspondente ao dormir será: 360° - (120° + 110°) = 130°
(graus) (horas)
360 24
130 x
24 * 130
x = }} § x ) 8,67
360
8,67 h = 8 h + 0,67 h
0,67 * 60 = 40

ou seja, 8,67 h ) 8 h 40 min.

Logo, o tempo gasto a dormir é de 8 h e 40 minutos.

2.2 Determine-se o ângulo correspondente ao tempo gasto nos transportes.


(graus) (horas)
360 24
x 1
360
x = }} § x = 15
24
110 - 15 = 95

Logo, o ângulo correspondente às actividades domésticas é 95° .

Calcule-se agora a percentagem:

360 100
95 x
9500
x = }} § x = 26,4 (1 c. d.)
360

Logo, cerca de 26% do dia é gasto em actividades domésticas.


13. Organização e apresentação dos dados 373

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
3
De acordo com os dados seguintes construa o histograma e a função cumulativa.

Duração da
N.° de consultas
consulta (minutos)
Menos de 30 2

30 – 45 10

45 – 60 12

60 – 90 3

Máximo 120 2

Nota Resolução
As classes não têm a mesma
amplitude. Duração da consulta fi Fi Amplitude do intervalo fi /a
A construção de um histogra-
[0 , 30[ 2 2 30 0,07
ma, nestes casos, não é do
programa. [30 , 45[ 10 12 15 0,7
Apresenta-se aqui este exem-
[45 , 60[ 12 24 15 0,8
plo para o caso do estudante
precisar de resolver um pro- [60 , 90[ 3 27 30 0,1
blema idêntico na vida real.
[90 , 120[ 2 29 30 0,07

Como os intervalos não têm a mesma amplitude, calculou-se o quociente

1}a 2
fi fi
}}}
amplitude da classe

f
A altura da barra do histograma é proporcional a }i .
a

fi
a
0,9 30
f
0,8

0,7

0,6 20
0,5

0,4

0,3 10
0,2

0,1

30 60 90 120 30 60 90 120
Duração da consulta
374 13. Organização e apresentação dos dados

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1 Novos fogos
construídos = 1000 fogos

O pictograma representado indica o número de fogos cons-


truídos numa dada cidade, nos últimos 4 anos. 1988

1.1 Em que ano foram construídos mais fogos?

1.2 Quantos fogos foram construídos em 1989? 1989

1.3 Complete o gráfico para o ano de 1992 , sabendo que


se prevê um aumento de 1500 fogos em relação ao ano 1990

anterior.

1991

2
Perguntou-se aos alunos da 1.a fase de uma escola quais as cores preferidas. As
cores escolhidas foram: vermelha (V) , azul (A) , branca (B) , amarela (AM) e
rosa (R) .

R AM AM V B AM V V V AM AM
V A AM B AM AM R V V V AM
V V AM R AM V R A V B V
AM V AM B V A V AM R V R

2.1 Construa a tabela de frequências.

2.2 Qual é a cor mais preferida?

2.3 Desenhe um gráfico de barras de acordo com a informação dada.

3
Suponha que numa determinada escola, os alunos encontram-se distribuídos de
acordo com os dados da seguinte tabela:

Idade Número de alunos

15 76

16 123

17 55

≥ 18 21

Com os dados da tabela construa um gráfico circular.


13. Organização e apresentação dos dados 375

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
4
Numa sondagem a 40 pessoas, em que se inquiria sobre quantos anos achavam
ser necessários para que a população mundial duplicasse, se aumentasse na
mesma proporção, registaram-se os seguintes dados:

5 50 30 15 40 75 100 65 10 10
20 20 65 30 25 5 15 20 50 45
100 70 80 25 20 40 35 10 80 70
90 20 30 35 30 50 40 100 80 100

Desenhe um gráfico de barras, agrupando os dados nas classes: 1 a 20 , 21


a 40 , 41 a 60 , etc.

5
Numa fábrica fez-se um teste a 150 lâmpadas e registou-se a seguinte informação:

Número de
5 10 42 75 18
lâmpadas (fi)
«Duração de
[0 , 300[ [300 , 600[ [600 , 900[ [900 , 1200[ [1200 , 1500[
vida» em horas

5.1 Utilize um histograma e um polígono de frequências para representar esta


informação.

5.2 Construa uma tabela de frequências acumuladas (por ordem crescente).

5.3 Qual a percentagem de lâmpadas com «duração de vida» inferior a 900 horas?

5.4 Represente a função cumulativa.

6
Realizou-se uma experiência com cabos fabricados por uma fábrica para determinar
a carga máxima por eles suportada e obtiveram-se os seguintes resultados:

4,3 6,8 9,2 7,2 8,7 8,6 6,6 5,2 8,1 8,7
7,4 4,6 4,2 7,6 6,8 7,7 8,4 7,5 8,6 6,0
7,7 8,1 7,0 8,2 8,3 8,8 6,7 8,1 9,4 7,7
6,3 7,7 9,1 7,8 7,9 7,9 9,4 8,2 6,7 8,2

6.1 Construa uma tabela de frequências, agrupando os dados em seis classes.

6.2 Represente graficamente os dados, utilizando o tipo de gráfico que achar


mais conveniente.
376 13. Organização e apresentação dos dados

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

Os dados do quadro seguinte representam os tempos de atraso, em minutos, na


chegada de 100 comboios a uma estação de caminhos-de-ferro.

Tempo de atraso Número Frequência


em minutos de comboios relativa
classes (fi) (fri)

[0 ; 4[ 30 0,3

[4 ; 8[ 36 0,36

[8 ; 12[ 17 0,17

[12 ; 16[ 12 0,12

[16 ; 20[ 5 0,05

Histograma correspondente

Tempos de atraso de 100 comboios


na chegada à Estação Central
0,4
Frequência relativa

0,3

0,2

0,1

0
4 8 12 16 20
Atraso dos comboios (em minutos)

Das seguintes afirmações diga qual é verdadeira.

(A) O histograma está mal construído.

(B) A soma das áreas dos rectângulos do histograma é igual à área total limitada
pelo polígono de frequências e pelo eixo horizontal.

(C) O histograma usa-se para variáveis discretas.

(D) O polígono de frequências acumuladas obtém-se unindo os pontos médios do


lado superior de cada rectângulo.
13. Organização e apresentação dos dados 377

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

8 Lançamento de moedas

Lance 20 vezes um grupo de 5 moedas de 1 euro e conte o número de


caras obtidas em cada lançamento.

8.1 Construa a tabela de frequências para a variável «número de caras».

8.2 Desenhe o gráfico que lhe pareça mais adequado para ilustrar a informação
que obteve.

8.3 Construa uma tabela de frequências acumuladas.

8.4 Qual a percentagem de lances em que saíram 2 ou menos caras?

9 Gerar números aleatórios com a calculadora gráfica

Com uma calculadora gráfica geraram-se 40 números aleatórios inteiros do


intervalo [10 , 14] .
Adicionaram-se os algarismos do número que saiu e obteve-se a seguinte lista de
dados:

5 2 4 5 2 2 1 1 3 5
5 2 3 1 2 1 5 4 3 2
2 2 1 1 4 1 3 2 5 1
5 4 2 4 2 4 4 2 2 5

Com os dados da tabela construa:

9.1 a tabela de frequências;

9.2 o diagrama de barras;

9.3 o gráfico da função cumulativa.

10 Comparar turmas Notas em % num teste de Matemática

Observe o separador de frequências, Turma A Turma B


ao lado. 74 3 23456
321 4 0145677898
10.1 Qual foi a nota mais alta?
12340 5 0123445
10.2 Qual das turmas tem maior per- 9852 6 13456
centagem de negativas? 31 7 014

10.3 Com os dados da turma B construa um histograma considerando as


classes [30 , 40[ ; [40 , 50[ ; [50 , 60[ ; [60 , 70[ ; [70 , 80[ .
378 14. Medidas de localização

14. MEDIDAS DE LOCALIZAÇÃO

R
P
14.1 A MÉDIA, A MEDIANA E A MODA
A média, a mediana e a moda já foram estudadas em anos anteriores.
A estas medidas chamam-se medida de localização ou de tendência
central, pois representam os fenómenos pelos seus valores centrais.
São simples valores numéricos que são usados para representar de uma
forma global o conjunto de dados. Eles funcionam como um “centro”
para todos os dados de modo a serem utilizados para os representar.

EXEMPLO 1 Média, mediana e moda

Em metros, as alturas de cinco árvores são:


2, 3, 2, 4, 5.

Calcular a moda, a mediana e a média.

Resolução
Há duas árvores que têm 2 m de altura. 2 é o número que, no con-
junto dos cinco, apareceu mais vezes, ou seja, 2 é o número mais
frequente.
Logo, 2 é a moda.

Vai ordenar-se o conjunto (pode ser por ordem crescente ou decres-


cente).

2 2 3 4 5

Se se começasse a tirar, sucessivamente, de cada lado, uma árvore,


sobrava uma no meio. Esta árvore do meio tem para a direita duas
maiores e para a esquerda duas menores. Esta é a árvore mediana.

Logo, 3 é a mediana.

Calcule-se a altura média das cinco árvores.


2 + 3 + 2 + 4 + 5 16
}} = } = 3,2
5 5
Logo, 3,2 é a média.
14. Medidas de localização 379

A propósito da média, da moda e da mediana contam-se muitas


histórias.

R
Estes números são muitas vezes referidos conforme o interesse

P
particular de cada utilizador, como mostra o exemplo seguinte.
Os salários dos funcionários de uma empresa estão indicados na
tabela:

Salários Número de
(em euros) empregados
8000 1
7000 1
4000 1
3000 1
2000 1
600 5

Acerca deles estão a ser entrevistados um representante da enti-


dade patronal, um sindicalista e um sociólogo.

Entrevistador – Vamos analisar o rendimento do trabalho de uma


fábrica-tipo. Tem a palavra a entidade patronal.

Entidade patronal – Eu pago muito bem. A média dos ordenados


dos meus empregados é 2700 euros.

Sindicalista – Não acho que os empregados sejam bem pagos.


Eu e os meus colegas ganhamos 600 euros. A média poderá ser
2700 mas a moda é 600 euros.

Sociólogo – Assim não chegamos a lado nenhum. O que interessa


é que a mediana é 1300 .

Entrevistador – Sr. espectador, diga se ouviu a verdade, toda a


verdade, e nada mais do que a verdade.

Telefone já para:
0101010101
380 14. Medidas de localização

14.2 SOMATÓRIOS

R
As medidas de localização são valores caracterizadores da variável

P
estatística e têm por finalidade principal a descrição do fenómeno. Tais
valores, porque evidenciam características particulares do conjunto
dos dados, facilitam a análise e interpretação dos mesmos.
As medidas de localização, que se irão estudar, são a média, a
moda, a mediana e os quartis. Porém, antes de se tratar cada uma
destas medidas, estudar-se-á o operador de somatório, o qual permite
uma considerável simplificação da escrita.

O operador de somatório, que se representa pelo símbolo o , uti-


o – é a letra sigma maiúscula do alfa-
liza-se para escrever, de forma abreviada, uma soma.
beto grego e corresponde à letra S
do nosso alfabeto, primeira letra da Seja a variável estatística idade no universo dos alunos da turma Z
palavra soma. e considerem-se os seus valores (xi ) e as correspondentes frequên-
cias absolutas (fi ) :

x i (idade) 13 14 15 16 17
f i (freq. absoluta) 2 7 9 3 2

As diferentes frequências absolutas acumuladas (fi) podem


ser escritas à custa do operador de somatório do seguinte modo:

1
F1 = ^ fi = f1 = 2
i=1

(Substituiu-se i por 1)

2
F2 = ^ fi = f1 + f2 = 2 + 7 = 9
i=1

(Substituiu-se i por 1 e 2)

3
F3 = ^ fi = f1 + f2 + f3 = 2 + 7 + 9 = 18
i=1

(Substituiu-se i por 1 , 2 e 3)

4
F4 = ^ fi = f1 + f2 + f3 + f4 = 2 + 7 + 9 + 3 = 21
i=1

(Substituiu-se i por 1 , 2 , 3 e 4)

5
F5 = ^ fi = f1 + f2 + f3 + f4 + f5 = 2 + 7 + 9 + 3 + 2 = 23
i=1

(Substituiu-se i por 1 , 2 , 3 , 4 e 5)
14. Medidas de localização 381

5
A expressão ^ fi lê-se “somatório de fi para i de 1 a 5”, em
i=1

R
que:

P
• a letra i chama-se índice do somatório;

• os números 1 e 5 chamam-se limite inferior e limite superior


do somatório, respectivamente.

De um modo geral, tem-se:

^ xk , com n ≥ p e n e p inteiros
k=p

Lê-se: “somatório de xk para k desde p até n”


k – índice do somatório
p – limite inferior do somatório
n – limite superior do somatório

EXEMPLO 2 Calcular o valor de um somatório

Calcular o valor numérico designado por cada um dos somatórios: 1. Calcule o valor numérico das expres-
6
sões:
i
2.1 ^ }} ; 2
i=1 10 0 1.1 ^ (j + 1) ;
j=0
2 5
2.2 ^ (j + 1)2 ; 1.2 ^ 9.
j=-3 i=1

7
2.3 ^ 7.
k=1

Resolução
6
i 1 2 3 4 5 6 21
2.1 ^ }} = }} + }} + }} + }} + }} + }} = }} .
100 100 100 100 100 100 100 100
i=1

2
2.2 ^ (j + 1)2 = (- 3 + 1)2 + (- 2 + 1)2 + (- 1 + 1)2 + (0 + 1)2 +
j=-3
+ (1 + 1)2 + (2 + 1)2 = 19 .

7
2.3 ^ 7 = 7 + 7 + 7 + 7 + 7 + 7 + 7 = 49.
k=1
382 14. Medidas de localização

14.3 MÉDIA

R
Um engenheiro agrónomo estudou o crescimento de plantas da

P
mesma espécie em ambiente de estufa.
Registou o crescimento, em centímetros, de 11 plantas.

3 6 7 5 9 10 6 4 6 7 8

Calculou o crescimento médio das plantas adicionando os cresci-


mentos de todas as plantas e dividindo pelo número total de plantas.

3 + 6 + 7 + 5 + 9 + 10 + 6 + 4 + 6 + 7 + 8
}}}}}
11

Obteve para o quociente um valor aproximado de 6,45 .

Concluiu que o crescimento médio é 6,5 cm .

Em média cada um come um frango.


Definição de média

Sejam x1 , x2 , … , xn , os n valores de uma variável quantitativa.


Nota
n
Chama-se média e representa-se por wx ao valor assim obtido:
^ xi
i=1
xw = }
n
o xi • Para dados não classificados
wx = }n
o xi = n wx
x1 + x2 + … + xn
xw = }}
n
Esta última expressão sugere que se vá à
lista de dados e se substitua cada um
deles pelo valor da média (fica assim uma ou
lista de dados todos iguais). Cada dado
perde a sua especificidade pois fica substi- n
x
tuído por um valor constante, mas assim xw = ^ }i
i=1
n
torna-se mais fácil tratar os dados.

Nota • Para dados classificados

A média definida é também chamada média


f1 x1 + f2 x2 + … + fm xm
aritmética. xw = }}}
n
Existem ainda outras médias:
n
média geométrica: MG = œxw1.
wxw2w…
…wwxnw
x
ou
(utilizada em Estatística Económica);

n m
média harmónica: MH = }
x
o}}
1 ^ fi xi m
f m
xi =1
xw = i} = ^ }i . xi = ^ fri xi
(usa-se no cálculo de médias de proporções). n i=1
n i=1
14. Medidas de localização 383

Observações

R
• Para os dados não classificados, xi , com i = 1 , 2 , … , n

P
representa todos os valores observados, pelo que alguns deles
podem ser iguais.

• Note-se que xi , com i = 1 , 2 , … , m representa todos os


valores diferentes observados, pelo que não existem valores iguais.
Os valores fi e fri representam as frequências absolutas e relativas,
respectivamente, com que xi foi observado.

• No caso dos dados classificados através de intervalos de classe,


considera-se para valores xi os valores médios desses intervalos.

EXEMPLO 3 Cálculo da média em dados simples

Um criador de cães durante um ano registou as seguintes ninhadas:

3 4 4 7 7 8 8 12 12

3 4 12 12 7 7 8 12 4

7 8 4 12 7 7 7 12

Calcule a média de crias por ninhada.


2. Calcule a média dos dados:

8 , 12 , 14 , 8 , 6 ,
Resolução 7 , 10 , 10 , 15 .
Aplicando directamente a definição de média, calcula-se a soma de
todos os números dados e divide-se pelo número de registos (26) .

3 + 4 + 4 + 7 + … + 7 + 12
xw = }}}} =
26

198
= } = 7,6 (1 c. d.)
26

Logo, em média, nasceram 7,6 crias em cada ninhada.


384 14. Medidas de localização

EXEMPLO 4 Cálculo da média em dados classificados

R
Considere os dados da tabela seguinte que se refere à situação do

P
exemplo anterior.

xi fi
3 2
4 5
7 8
8 4
12 7
o fi = 26

Calcule a média.

3. Trinta e uma crianças matriculadas Resolução


numa escola indicaram o número de
Para reduzir o número de parcelas da soma, aproveita-se a tabela
irmãos que cada uma delas tinha. Os
dada e constrói-se a seguinte.
dados obtidos foram registados na
seguinte tabela:
xi fi xi fi
N.° de irmãos 1 2 3 4 6 3 2 6
Frequência 9 8 6 5 3 4 5 20
7 8 56
Calcule o número médio de irmãos. 8 4 32
12 7 84
o fi = 26 o xi fi = 198

^ fi é igual ao número total de ninhadas.


i=1

^ xi fi é o número total de crias.


i=1

198
Então, wx = }} = 7,6 (1 c. d.) .
26

Logo, em média, nasceram 7,6 crias em cada ninhada.

Neste cálculo, utilizamos a fórmula:

Nota
5
Quando se faz referência à média, ponderada ^ xi fi
em que xi é o dado, fi é a respectiva frequência e
i=1
ou pesada, está a referir-se um cálculo da xw = }
5 5
média idêntico a este, em que fi repre- ^ fi ^ fi = n .
senta o peso atribuído ao valor xi . i=1 i=1
14. Medidas de localização 385

EXEMPLO 5 Cálculo da média em dados classificados em


classes

R
P
Considere a variável vencimento dos ordenados de uma firma, cuja
distribuição é definida pela tabela:

Categorias dos Número


vencimentos de
(em milhares de kwanzas) empregados

[180 , 185[ 2
[185 , 190[ 4
[190 , 195[ 1
[195 , 200[ 2
[200 , 205[ 3
[205 , 210[ 2

Calcule o vencimento médio.


4. Observe a seguinte tabela e calcule a
Resolução média dos dados.

Neste caso, como em todos em que os dados estão agrupados em Classes Frequência
classes, recorre-se ao cálculo do valor central (ou médio) da classe.
[ 0, 5[ 4
O valor central de uma classe ou marca da classe calcula-se determi- [ 5, 10[ 6
nando a média dos extremos. [10 , 15[ 5
[15 , 20[ 10
Por exemplo:
[20 , 25[ 9
180 + 185
x1 = }} = 182,5
2 34

fi Valor central fi xi
Classes
xi
[180 , 185[ 2 182,5 365,0
[185 , 190[ 4 187,5 750,0
[190 , 195[ 1 192,5 192,5
[195 , 200[ 2 197,5 395,0
[200 , 205[ 3 202,5 607,5
[205 , 210[ 2 207,5 415,0
o fi = 14 o xi fi = 2725
Nota
Cálculo da média: (1)
Chama-se média a este valor mas ele é
6

^ fi xi
2725
apenas um valor aproximado, pois quando
i=1 os dados estão agrupados em classes não
xw = } = }} = 194,643 (3 c. d.)(1)
^fi 14 é possível calcular exactamente a média.
Ao substituir todos os elementos de uma
O vencimento médio é de, aproximadamente, 194 643 kwanzas. classe pela marca da classe estar-se-á,
provavelmente, a cometer um erro.

PAM11 - 25
386 14. Medidas de localização

Propriedades da média (não fazem parte do programa)

R
Propriedade 1

P
Sejam x1 , x2 … , xn , um conjunto de n números e c uma
constante qualquer.

Faça-se yi = c + xi
ox
xw = }i
n
o yi o (c + xi) o c o xi
wy = }n
=}=}+}
n n n
nc o x
= } + }i
n n
Nota
= c + wx .
x1 , x2 , … , xn ; média: wx

Daqui se deduz a seguinte propriedade da média:


c + x1 , c + x2 , c + xn ; média: c + wx

Adicionando um valor constante a cada um dos elementos de um


conjunto de números, a média vem adicionada a essa constante.

Exemplo

Um professor decidiu aumentar dois valores a cada uma das notas


dos seus alunos. A média dos resultados finais, depois deste aumento,
vem aumentada desses dois valores.

Propriedade 2

Sejam x1 , x2 , … , xn , um conjunto de n números e c uma


constante qualquer.

Faça-se yi = cxi
oy o cx cox
yw = }i = }i = }i = c xw
n n n

Daqui se deduz a seguinte propriedade:


Nota
Multiplicando cada elemento de um conjunto de números por uma
x1 , x2 , … , xn ; média: wx
constante, a média vem multiplicada por essa constante.
cx1 , cx2 , … , cxn ; média: cx
w

Exemplo

Os seguintes dados são as medidas, em metros, de três segmentos:


1,2 ; 1,1 ; 1,3 .
A média é:
1,2 + 1,1 + 1,3
}} = 1,2 .
3
14. Medidas de localização 387

Este valor da média é, como os dados, expresso em metros.


Se se quisesse calcular, em centímetros, a média dos dados,

R
poder-se-ia proceder de dois modos diferentes: ou escrever os dados

P
em centímetros e depois calcular a média ou (aplicando esta proprie-
dade) multiplicar a média obtida por 100 .
Logo, em centímetros, a média é 120 .

Propriedade 3

Sejam x1 , x2 , … , xn e x'1 , x'2 , … , x'n , dois grupos de n


números.

Faça-se yi = xi + x'i .

oy o (xi + x'i)
yw = }i = }} =
n n

o xi + o x'i o xi o x'i
= }} =}+}
n n n

= wx + xw '

Dados dois conjuntos de números, com um mesmo número de ele-


mentos, de média wx e wx' respectivamente, o conjunto obtido pela
soma dos elementos dos conjuntos dados, um a um, é um conjunto
de n números de média xw + xw' .

Exemplo

Uma dona de casa calculou a média do que gastou, mensalmente,


em electricidade num ano e também calculou a média do que gastou,
mensalmente, em água no mesmo ano. Para calcular a média do que
gastou, por mês, em água e electricidade durante o ano, bastou-lhe
somar as duas médias já calculadas.

Nota – média é um valor estatístico muito sensível a valores extremos.

Um aluno teve, numa escala de 0 a 20 , as seguintes notas:

16 , 18 , 5
A média é 13 .
Se não se tivesse em conta o 5 , a média seria 17 .

O aparecimento de um valor muito diferente dos outros vem «estragar» a média.

Este facto vem diminuir o valor da média como dado estatístico. São necessários
outros valores estatísticos para descrever com rigor um fenómeno.
388 14. Medidas de localização

14.4 MODA

R
Em 12 jogos de futebol consecutivos um árbitro usou os cartões

P
amarelos.

O número de cartões amarelos mostrados é dado pela seguinte


lista:

3 5 1 6 9 8 6 6 1 8 3 6

A medida mais simples que se usa para representar este conjunto


de dados é a moda, ou seja, o valor da variável que ocorre com
maior frequência.

Nos dados apresentados verifica-se que o dado que aparece com


maior frequência é o 6 .

Logo, a moda é 6 .

Sendo x1 , x2 , … , xn os n valores de uma variável estatística,


chama-se moda, e representa-se por Mo , ao valor que ocorre com
maior frequência.

Para um conjunto de dados, pode existir mais do que uma moda


ou até nem existir moda.

• Se o conjunto de dados tiver duas modas, ele diz-se bimodal;


no caso de ter mais do que duas modas, diz-se multimodal.

• Se o conjunto de dados não tiver moda, ele diz-se amodal.

Dados Moda

8 8 9 3 3 5 8 9 9 8 e 9 (bimodal)

0 6 4 5 8 0 4 6 5 8 Não tem moda (amodal)

Tal como no caso do cálculo da média, também no cálculo da


moda dever ter-se em conta o facto de os dados estarem ou não
classificados. Referir-se-ão, seguidamente, os vários casos.
14. Medidas de localização 389

EXEMPLO 6 Cálculo da moda em dados simples 5. Registou-se a cor dos cabelos de um


grupo de rapazes e raparigas tendo-se

R
Os alunos de uma turma organizaram-se em grupos de 5 elementos obtido os seguintes dados:

P
para elaborar um trabalho de grupo na disciplina de Geografia.
Suponha-se que os alunos de três desses grupos obtiveram, no
trabalho, as classificações seguintes:

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3


12 13 14 13 15 13 12 14 12 13 10 15 13 14 12

Indique, se existir, a moda para cada grupo.

Resolução
• No grupo 1 , a classificação 13 é a mais frequente, logo é a
moda das classificações desse grupo de alunos. Pelo facto de existir Rapazes Raparigas
apenas uma moda, o conjunto dos dados diz-se unimodal.
preto louro casta- louro castanho
nho preto ruivo preto ruivo louro
• No grupo 2 , as classificações 12 e 13 são as mais frequentes
louro castanho castanho preto cas-
e aparecem com a mesma frequência, logo ambas são modas desse preto preto louro tanho louro ruivo
grupo de alunos. Pelo facto de existirem duas modas, o conjunto dos
dados diz-se bimodal. Determine a moda ou modas da cor dos
cabelos dos rapazes e das raparigas.
• No grupo 3 , todas as classificações apresentam a mesma fre-
quência, logo não existe moda das classificações desse grupo de
alunos. Pelo facto de não existir moda, o conjunto dos dados diz-se
amodal.

EXEMPLO 7 Cálculo da moda em dados classificados

Uma empresa de transportes fez um inquérito num bairro acerca do


horário preferido para o primeiro autocarro do dia.

Hora 6h 6 h 30 min 7h 7 h 30 min

N.° de respostas 20 100 25 20

6. De acordo com os dados da tabela,


Qual é a moda? determine a moda.

Custo
Resolução $
40 60 80 100

A moda é 6 h 30 min . fi 3 8 9 4
390 14. Medidas de localização

EXEMPLO 8 Cálculo da moda em dados classificados em classes

R
Numa maternidade, o consumo diário de leite em pó por cada bebé

P
7. De acordo com a tabela, indique a está registado na tabela seguinte.

classe modal e indique o seu valor Qual é a moda?


médio.
Leite (em gramas) N.° de bebés
Custo do N.° de
[45 , 50[ 11
apartamento apartamentos
[50 , 55[ 31
[50 000 , 100 000[ 5 [55 , 60[ 65
[100 000 , 150 000[ 3 [60 , 65[ 48
[150 000 , 200 000[ 6 [65 , 70[ 60
[200 000 , 250 000[ 5 [70 , 75[ 46
[75 , 80[ 30
[80 , 85[ 21
8. Relativamente aos dados do problema
7 , localize graficamente a moda a partir Resolução
do histograma.
Neste caso, os dados estão agrupados.
A classe mais frequente é [55 , 60[ .
A moda pertence ao intervalo [55, 60[ .
Ao intervalo [55 , 60[ dá-se o nome de classe modal.

Nota
(1)
Existem algumas fórmulas para localizar Quando os dados estão agrupados em classes chama-se classe
a moda dentro da classe modal. Todas elas modal àquela que aparece com maior frequência.
dão valores aproximados e estão sujeitas a
interpretações bastante cuidadosas.
Uma destas fórmulas é a de King: Pode-se determinar um valor aproximado para a moda utilizando
fp
Mo = L + } * c
uma fórmula(1) .
fa + fp
Neste livro usar-se-á apenas o processo de calcular um valor apro-
sendo:
ximado para a moda determinando o ponto médio da classe modal.
l – limite inferior da classe modal
Assim, no exemplo anterior vem:
fa – frequência da classe anterior à classe
55 + 60
modal Mo = }} = 57,5
2
fp – frequência da classe posterior à classe
modal No caso de os dados se apresentarem através de um histograma,
c – amplitude da classe modal pode usar-se um procedimento geométrico para determinar uma esti-
mativa da moda.
Vamos calcular a moda do conjunto de
dados do exemplo anterior que se refere ao
consumo de leite, utilizando esta fórmula:
Para tal, procede-se do seguinte modo:

48 • determina-se a classe modal;


Mo = 55 + }} * 5
31 + 48
• de seguida, unem-se os vértices superiores do rectângulo da
Logo, classe modal com os vértices das classes contínuas, como se indica
Mo = 58 .
na figura;
14. Medidas de localização 391

Consumo diário de leite em pó por cada bebé na maternidade X

R
P
70

60
Frequência

50

40

30

20

10

Mo
45 50 55 60 65 70 75 80 85
Consumo diário de leite em pó (gramas)

• finalmente, a perpendicular, baixada do ponto de intersecção das


linhas obtidas anteriormente para o eixo horizontal, determina, neste, a
localização gráfica da moda.

14.5 MEDIANA
Para além da média e da moda vai-se estudar também a mediana
de um conjunto de dados.

Para podarem o pomar de kiwis foram contratados cinco trabalha-


dores que ganhavam por hora:

400 600 600 1000 1100

A mediana é 600 .

Para podarem a vinha foram contratados seis trabalhadores que


ganhavam por hora:

400 600 600 1000 1100 1150

600 + 1000
}} = 800
2

A mediana é 800 .
392 14. Medidas de localização

Definição

R
Sendo x1 , x2 , … , xn , n valores ordenados (por ordem crescente

P
ou decrescente) de uma variável quantitativa, chama-se mediana, e
representa-se por M ou }x. d

• ao valor da variável que ocupa a posição central, se n é ímpar:

} n+1
x = xk , com k = }}
2

• à média aritmética dos dois valores centrais, se n é par:

} xk + xk + 1 n
x=} } , com k = }}
2 2

Analogamente ao caso da média e da moda, também no cálculo da


mediana se deve ter em conta a forma como os dados são apresentados.

EXEMPLO 9 Cálculo da mediana em dados simples

Os dados seguintes referem-se ao número de passageiros transpor-


tados pelos autocarros A e B em cada um dos percursos efectuados
durante um dia.

Autocarro A Autocarro B
30 78 38 44 65 52 28 41 83 60 54 33
34 46 50 61 84 44 39 48 72 90 47

Resolução
9. Determine a mediana de cada um dos
conjuntos de dados seguintes: Para determinar as medianas dos números de passageiros transportados
por cada um dos autocarros, deve começar-se por ordenar os dados
9.1
e contar o número de percurso efectuados.
N.° de filhos das famílias
Para o autocarro A , com n = 13 , vem:
do lugar X
28 30 34 38 44 44 46 50 52 61 65 78 84
1 0 2 3
2 1 3 2 Como n é ímpar,
2 3 3 2 n + 1 13 + 1 }
k = }} = }} = 7 e x = x7 = 46 .
2 2
9.2
Para o autocarro B , com n = 10 , vem:
N.° de filhos das famílias
33 39 41 47 48 54 60 72 83 90
do lugar Y
3 1 2 4 0 Como n é par,
2 3 5 4 1 n 10 } x5 + x6 48 + 54
k = }} = }} = 5 e x=} = }} = 51 .
2 2 2 2
4 3 3 2 3
14. Medidas de localização 393

EXEMPLO 10 Cálculo da mediana em dados classificados 10. A tabela seguinte representa os dife-
rentes ramos de flores vendidos por uma

R
No cálculo da mediana, quando os dados estão classificados a partir florista nos dois últimos dias de uma

P
dos valores da variável, várias situações podem surgir. semana.
• n é ímpar

10.1 Determinar a mediana das classificações em Francês dos 25


alunos da turma A .

Classificação
fi Fi
(níveis de 1 a 5)
1 3 3

2 10 13

3 9 22

4 2 24

5 1 25 N.° de N.° de ramos vendidos


flores por
ramo Sexta-feira Sábado
10.2 Determinar a mediana das classificações em Francês dos 21 3 2 7
alunos da turma B .
6 13 12
Classificação 12 10 15
fi Fi
(níveis de 1 a 5)
18 3 5
1 1 1
24 1 2
2 5 6

3 10 16 Determine a mediana dos ramos de


4 3 19 flores vendidos em cada um dos dois
dias da semana considerados.
5 2 21

• n é par

10.3 Determinar a mediana das classificações em Francês dos 28


alunos da turma C .

Classificação
fi Fi
(níveis de 1 a 5)
1 2 2

2 8 10

3 12 22

4 4 26

5 2 28
394 14. Medidas de localização

10.4 Determinar a mediana das classificações em Francês dos 30


alunos da turma D .

R
P
11. O número de pares de sapatos vendi- Classificação
fi Fi
dos numa sapataria durante os meses de (níveis de 1 a 5)
Janeiro, Fevereiro e Março está registado 1 4 4
na tabela seguinte, a partir do tamanho
2 11 15
dos sapatos.
3 12 27
Tamanho N.° de pares de sapatos
4 2 29
dos vendidos
sapatos Janeiro Fevereiro Março 5 1 30

35 5 4 8
36 12 10 16 10.5 Determinar a mediana das classificações em Francês dos 26
37 24 14 23 alunos da turma E .

38 14 18 41
Classificação
fi Fi
39 10 20 30 (níveis de 1 a 5)
40 12 19 24 1 1 1

42 3 7 12 2 3 4

3 10 14
Determine a mediana do tamanho dos
4 8 22
pares de sapatos vendidos relativamente
a cada um dos meses considerados. 5 4 26

Resolução

25 + 1
10.1 k = }} = 13 , logo, a mediana é o valor de ordem 13 .
2

Procure-se o número 13 na coluna Fi . Como ele é encontrado,


conclui-se que a classificação correspondente constitui a mediana,
isto é:
}
x = x13 = 2 .

21 + 1
10.2 k = }} = 11 , logo, a mediana é o valor de ordem 11 .
2

Procure-se o número 11 na coluna Fi . Como não é encontrado,


assinale-se o número imediatamente superior, que é o 16 , o qual
significa que há 16 valores menores ou iguais a 3 . A mediana é,
então, a classificação correspondente a esse valor, isto é:
}
x = x11 = 3 .
14. Medidas de localização 395

28
10.3 k = }} = 14 , logo, a mediana é a semi-soma dos valores de 12. Determine a mediana para cada uma
2
das seguintes situações:

R
ordem 14 e 15 .

P
12.1
N.° de passageiros Número de
Observando a coluna Fi , verifica-se que tais valores correspondem a carros, fi
por carro
F3 = 22 . A mediana é, então:
1 3
} x14 + x15 3 + 3 2 4
x=} =}=3.
2 2 3 1
4 3
30
10.4 k = }} = 15 , logo, a mediana é a semi-soma dos valores de 5 2
2
ordem 15 e 16 . 12.2
Idade em Número de
anos pessoas, fi
Observando a coluna Fi , verifica-se que tais valores correspondem a
35 4
F2 = 15 e a F3 = 27 , respectivamente. A mediana é, então:
36 7
} x15 + x16 2 + 3 37 9
x=} = } = 2,5 .
2 2
38 11
39 6
26
10.5 k = }} = 13 , logo, a mediana é a semi-soma dos valores de
2 12.3 Número de
N.° de flores
ordem 13 e 14 . por ramo ramos, fi
3 2
Observando a coluna Fi , verifica-se que tais valores correspondem a
5 7
F3 = 14 . A mediana é, então:
7 4
} x13 + x14 3 + 3 9 8
x=} =}=3.
2 2
11 7
13 10
EXEMPLO 11 Cálculo de mediana com dados classificados
em classes

Considere-se a variável altura (em m) dos alunos da turma Z , cuja


distribuição é dada pela tabela:

Classes
fi Fi
(altura em m)
[1,45 ; 1,50[ 2 2

[1,50 ; 1,55[ 4 6

[1,55 ; 1,60[ 5 11

[1,60 ; 1,65[ 7 18

[1,65 ; 1,70[ 3 21

[1,70 ; 1,75[ 2 23
396 14. Medidas de localização

Resolução

R
Quando os dados estão classificados em classes, admite-se que os

P
valores se distribuem uniformemente em cada uma das classes. Por
isso, neste caso, considera-se como mediana o valor da variável esta-
n
tística que corresponde a }} , quer n seja par quer n seja ímpar.
2

Neste caso, tem-se:

23
k = }} = 11,5 .
2

Logo, a mediana será o valor da variável altura que corresponde a


11,5 .

Da observação da tabela anterior, verifica-se que a mediana pertence


ao intervalo [1,60 ; 1,65[ , pois é aí que a frequência absoluta acu-
mulada toma o menor valor não inferior a 11,5 . Porque a mediana
se situa no intervalo [1,60 ; 1,65[ , ele toma o nome de classe
mediana.

Depois de determinada a classe mediana, torna-se necessário loca-


lizar a mediana nessa classe. Para tal, pode-se recorrer a um procedi-
mento gráfico.

Começa por se construir o polígono de frequências absolutas (rela-


tivas) acumuladas e procede-se do seguinte modo:

n
• marca-se no eixo vertical o valor }} , para o caso de se considera-
2
13. A tabela seguinte constitui o registo rem as frequências absolutas, ou 0,5 , para o caso de se considerarem
da altura, em centímetros, de um grupo as frequências relativas;
de bebés com 1 ano de idade.
• conduz-se por esse ponto do eixo vertical uma recta horizontal até
Classe (altura em cm) fi intersectar o polígono de frequências acumuladas ou representação
[71 , 73[ 3 gráfica da função comulativa;
[73 , 75[ 6
• conduz-se pelo ponto assim definido no polígono de frequências
[75 , 77[ 5
acumuladas uma recta vertical até intersectar o eixo horizontal. O
[77 , 79[ 2
ponto de intersecção da recta vertical com o eixo define a mediana
[79 , 81[ 1
procurada.

13.1 Indique a classe mediana.


13.2 Localize graficamente a mediana.
14. Medidas de localização 397

Distribuição das alturas dos alunos da turma Z


(Frequências acumuladas)

R
P
25
Frequência absoluta acumulada

20

15

11,5
10


0
1,45 1,50 1,55 1,60 1,65 1,70 1,75
Altura

No caso em que os dados estão classificados em intervalos de clas-


se, a mediana tem o significado seguinte: a recta vertical conduzida
pelo ponto do eixo dos xx que tem por abcissa o valor da mediana
divide o histograma em duas partes com áreas iguais.

Distribuição das alturas dos alunos da turma Z

A1 = A2
7

6
Frequência absoluta

2
A1 A2
1

0
1,45 1,50 1,55 1,60 1,65 1,70 1,75
Altura

14.6 QUARTIS E DIAGRAMAS DE EXTREMOS E


QUARTIS

Quartis

Conforme se viu anteriormente, a mediana é o valor que divide a


distribuição em duas partes iguais. Os quartis são os valores que divi-
dem a distribuição em quatro partes iguais.
398 14. Medidas de localização

Considere-se o número de milhares de pares de sapatos produzi-


dos durante 11 semanas de marca “SWEAR”. Depois de ordenados

R
os dados, obteve-se:

Nota

P
Existem fórmulas para localizar os quartis
num conjunto de dados.

n par n ímpar
5 6 6
#
1.°
quartil
7 8 9
#
2.°
quartil (}
x)
10 10 11
#
3.°
quartil

Repare-se que o 2.° quartil coincide com a mediana.


12 12
Localização de Q1

n+2 n+1
} }
4 4 Sendo x1 , x2 , … , xn os n valores ordenados por ordem cres-
cente de uma variável quantitativa e representando por Q1 , Q2 e Q3
o primeiro, segundo e terceiro quartis, respectivamente,
Localização de Q3

3n + 2 n+1 Q1 Q2 Q3
} 3*}
4 4
x1 }x xn

tem-se:
Quando as fórmulas indicadas na tabela
não conduzem a números inteiros, proce-
• o primeiro quartil, Q1 , é o valor que divide a sequência em duas
de-se do seguinte modo:
1
partes, de tal modo que, pelo menos, }} ou 25% das observações
n+2 4
• } = 3,5 , então 3
4 sejam inferiores ou iguais a esse valor e }} ou 75% das observações
x3 + x4 4
Q1 = } ;
2 sejam superiores ou iguais a esse valor;

n+1
• 3 * } = 32,5 , então
4 • o terceiro quartil, Q3 , é o valor que divide a sequência em duas
x32 + x33
Q3 = } . 3
2 partes, de tal modo que, pelo menos, }} ou 75% das observações
4
1
sejam inferiores ou iguais a esse valor e }} ou 25% das observações
4
sejam superiores ou iguais a esse valor.

A tabela que se apresenta a seguir mostra a distribuição do número


de páginas de 25 livros escolares.

N.° de
páginas 175 – 200 200 – 225 225 – 250 250 – 275 275 – 300
por livro
N.° de livros 3 5 8 7 2

Tal como no caso da mediana, também aqui o facto do n ser par


ou ímpar é irrelevante para o cálculo dos quartis.
14. Medidas de localização 399

Para calcular os quartis, começa-se por construir a tabela de fre- 14. Para os dados seguintes, determine
quências seguinte: as localizações e os valores dos quartis.

R
P
Classes fi Fi Fi em % Peso em kg dos operários de uma
empresa de contabilidade
[175 , 200[ 3 3 12
50 55 62 74 94 50
[200 , 225[ 5 8 32
105 70 80 110 55 75
[225 , 250[ 8 16 64 80 120 75 75 62 105
[250 , 275[ 7 23 92

[275 , 300[ 2 25 100

A observação da tabela permite identificar a classe a que pertence


cada um dos quartis. Neste caso, tem-se:

• Q1 pertence à classe [200 , 225[ , pois Fi (em %) toma aí o


menor valor igual ou superior a 25% ;

• Q2 = }x pertence à classe [225 , 250[ , pois Fi (em %) toma aí


o menor valor igual ou superior a 50% ;

• Q3 pertence à classe [250 , 275[ , pois Fi (em %) toma aí o


menor valor igual ou superior a 75% .

Recorrendo ao polígono de frequências acumuladas, podem-se


estimar os valores dos quartis. Para tal basta usar o procedimento
gráfico usado no caso da mediana, o que permite localizar Q (Q = }
x) 2 2

e repetir o procedimento para Q1 e Q3 , agora considerando 25%


1 3
ou }} das observações e 75% ou }} das observações, respectiva- 15. A distribuição dos diâmetros de 200
4 4
mente. esferas de rolamento é apresentada na
seguinte tabela:
Distribuição do número de páginas de 25 livros
escolares (Frequências acumuladas) Diâmetro N.° de esferas
(mm) de rolamento
100
5,90 – 5,95 12
Freq. relativa acumulada em %

80
75 5,95 – 6,00 37
60 6,00 – 6,05 60
50

40 6,05 – 6,10 39
25
20
6,10 – 6,15 52

Q1 Q2 Q3
0
175 200 225 250 275 300 Localize graficamente os quartis Q 1 ,
N.° de páginas Q2 e Q3 .
400 14. Medidas de localização

Diagramas de extremos e quartis

R
Uma vez calculados os quartis, e considerando os valores extremos,

P
isto é, o valor máximo e o valor mínimo de uma variável estatística,
pode-se construir o diagrama de extremos e quartis.

No caso do número de milhares de pares de botas “SWEAR”


produzidas na fábrica “Calzeus”, tem-se:

12 máximo

N.° de pares de botas (milhares)


11 3.° quartil

10

9 2.° quartil
(mediana)
8

6 1.° quartil

5 mínimo

Na construção do diagrama começa por se marcar os valores


extremos (5 e 12) e os quartis (Q1 = 6 , Q2 = }
x = 9 e Q3 = 11) .
Seguidamente, constrói-se a “caixa” correspondente ao intervalo de
extremos Q1 e Q3 .

A consideração de dois ou mais diagramas de extremos e quartis,


correspondentes a outras tantas distribuições estatísticas, constitui
um meio cómodo para comparar tais distribuições.

Considerem-se os diagramas de extremos e quartis relativos ao


número de pares de botas produzidas na fábrica “Calzeus” (construído
acima) e na fábrica do Sr. Neves, conforme se ilustra ao lado.

Fábrica do Da observação cuidada dos diagramas pode concluir-se que, por


Sr. Neves
14 exemplo:
13 Fábrica
N.° de pares de botas (milhares)

“Calzeus” • a diferença entre os extremos é menor para a fábrica do Sr. Neves;


12

11 • a diferença entre Q3 e Q1 , chamada amplitude interquartis, é


10 menor para o caso da fábrica do Sr. Neves, o que significa que se tem
9 uma maior concentração dos dados;
8
• na fábrica “Calzeus” verifica-se uma maior dispersão dos dados
7
inferiores ou iguais a Q2 ;
6

5 • na fábrica do Sr. Neves verifica-se uma maior dispersão dos


0 dados superiores ou iguais a Q3 .
14. Medidas de localização 401

14.7 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A MÉDIA, A


MEDIANA E A MODA

R
P
Das medidas de localização estudadas, a média é a mais utilizada,
embora, em certos casos, a utilização da mediana ou da moda seja
preferível.

• A média é muito sensível a valores extremos, isto é, quando se


altera drasticamente o valor de um dos dados a média varia conside-
ravelmente.

50 85 60 65 60 65 60 80 60 " xw = 65
3
50 85 60 65 60 65 195 80 60 " xw = 80

• A mediana é preferível à média quando se está interessado em


conhecer o ponto médio da distribuição, aquele valor que a divide em
duas partes iguais.

• A moda revela a sua importância perante o estudo de caracteres


qualitativos, já que tanto a média como a mediana são medidas aplicá-
veis apenas a caracteres quantitativos.

Pode dizer-se que a importância das medidas consideradas está


dependente do tipo de variável estatística, da distribuição dos dados e
do objectivo que se tem em vista.
Apesar de se poder considerar uma certa hierarquia na importân-
cia das diferentes medidas – a média é a mais importante, seguida-
mente a mediana e, finalmente, a moda –, na maioria dos estudos o
conhecimento das três medidas proporciona uma melhor descrição do
fenómeno ou acontecimento.

EXEMPLO 12 Comparação de dados recorrendo à média, à


classe mediana e à classe modal

A partir dos atrasos dos autocarros verificados em dois dias da sema-


na construiu-se a seguinte tabela:
Segunda

Minutos de atraso 0 – 3 3 – 6 6 – 9 9 – 12 12 – 15 15 – 18

N.° de autocarros 2 5 7 4 1 0

Minutos de atraso 0 – 3 3 – 6 6 – 9 9 – 12 12 – 15 15 – 18
Sábado

N.° de autocarros 1 9 4 2 1 2

Recorrer à média, à classe mediana e à classe modal para comparar


os atrasos dos autocarros nos dois dias.

PAM11 - 26
402 14. Medidas de localização

16. As distribuições seguintes represen- Resolução


tam os salários pagos aos operários de

R
Segunda: Sábado:
três empresas, em centenas de kwanzas.

P
Média: 7,03 Média: 7,34
Empresa A Classe mediana: 6 – 9 Classe mediana: 3 – 6
Classe modal: 6 – 9 Classe modal: 3 – 6
0
0 0 0 • No sábado dois autocarros chegaram muito atrasados, o que
0 0 0 0 0 influenciou a subida da média.
0 0 0 0 0 0 0 • Da observação da classe mediana resulta que pelo menos metade
70 75 80 85 90 95 100 dos autocarros chegou com um atraso inferior a 9 minutos na segunda,
enquanto no sábado chegou com um atraso inferior a 6 minutos.
• A classe modal permite concluir que o maior número de autocar-
Empresa B
ros no sábado chegou com 3 – 6 minutos de atraso, enquanto na
0 segunda chegou com 6 – 9 minutos de atraso.
0 0 0
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 A consideração das três medidas de localização permite estabelecer
70 75 80 85 90 95 100 relações entre elas, as quais, por sua vez, caracterizam as distribuições
dos dados relativamente à simetria e assimetria. Apresentam-se, segui-
damente, três distribuições típicas a partir da curva de frequências, loca-
Empresa C
lizando-se, em cada uma delas, as três medidas de localização.
0
0 0 0 Simétrica em forma de sino
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0

70 75 80 85 90 95 100  Média
 Mediana
Moda

16.1 Qual das empresas é mais vantajosa,


tendo em vista o lucro do patrão?
Variável

16.2 Classifique, quanto à simetria/assi- Desviada para a direita


(assimétrica positiva)
metria, a distribuição dos vencimentos
que é mais vantajosa do ponto de vista
dos operários.
Mediana
Média
Moda

Variável

Desviada para a esquerda


(assimétrica negativa)
Mediana
Média

Moda

Variável
14. Medidas de localização 403

Das figuras anteriores, resulta que:


• se a distribuição é simétrica, então wx = }
x = Mo ;

R
• se a distribuição é assimétrica positiva, então wx > }
x > Mo ;

P
• se a distribuição é assimétrica negativa, então wx < }x < Mo .

Considere-se o problema dos vencimentos, em kwanzas, dos


empregados da empresa X .

5000 7000 6000 6000 15 000 17 000


26 000 6000 7000 6000 20 000

As medidas de localização são:


}
wx = 11 000 ; Mo = 6000 ; x = 7000 .

Tem-se: wx > }
x > Mo .

Logo, a distribuição é assimétrica positiva. Este facto é confirma-


do pelo gráfico.

Vencimentos dos empregados da empresa X

4
Frequência absoluta

0
5000 7000 15000 20000 26000
6000 17000 Vencimentos

Este exemplo faz lembrar a história muito conhecida acerca das


opiniões, sobre os salários, de um sindicalista e do patrão de uma
empresa já anteriormente referida.
O patrão defendia a média para caracterizar o conjunto de dados
enquanto que o sindicalista defendia a moda.

Dentro desta argumentação, podem descortinar-se dois propósitos


diferentes: o patrão, desejando apresentar um valor mais alto para os
salários praticados, calculou um valor (a média) a partir de todos os
vencimentos, enquanto que o sindicalista, pretendendo apresentar um
valor mais baixo para os salários praticados, determinou um valor
(moda) que destacasse os vencimentos mais baixos.
Vê-se, assim, como o conhecimento da Estatística pode ajudar a
compreender melhor certa argumentação ou mesmo a reconhecer
argumentos abusivos ou falaciosos.
404 14. Medidas de localização

14.8 A CALCULADORA GRÁFICA NO ESTUDO DA


ESTATÍSTICA

R
P
No final deste livro encontra indicações acerca da utilização de
duas calculadoras gráficas no estudo da Estatística.
As calculadoras escolhidas foram a Texas TI 83 e a Casio CFX-9850G .
14. Medidas de localização 405

… o que estudou no tema …

R
P
• histórias acerca da média, mediana e moda

• somatórios

• média

• cálculo da média em dados simples

• cálculo da média em dados classificados

• cálculo da média em dados classificados em classes

• moda

• cálculo da moda em dados simples

• cálculo da moda em dados classificados

• cálculo da moda em dados classificados em classes

• mediana

• cálculo da mediana em dados simples

• cálculo da mediana em dados classificados

• cálculo da mediana em dados classificados em classes

• quartis e diagramas de extremos e quartis

• cálculo dos quartis

• considerações gerais sobre a média, a mediana e a moda

• utilização da calculadora gráfica para determinar as medidas de localização


406 14. Medidas de localização

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1
Registou-se o número de minutos que um autocarro chegou atrasado à escola
durante 18 dias.

Os resultados foram os seguintes:

7 0 6 5 5 3
0 5 2 4 1 5
3 5 4 2 1 2

1.1 Elabore um diagrama de barras.

1.2 Represente graficamente a função cumulativa.

1.3 Calcule a média, a mediana, a moda e os quartis.

1.4 Represente o polígono de frequências acumuladas.

Resolução
Depois da leitura de todas as questões do problema conclui-se que, para além da
frequência absoluta, é necessário conhecer a frequência absoluta acumulada.

Comece-se por escrever o quadro de frequências:

xi Contagem fi Fi

0 \\ 2 2

1 \\ 2 4

2 \\\ 3 7

3 \\ 2 9

4 \\ 2 11

5 \\\\
[ 5 16

6 \ 1 17

7 \ 1 18

Total 18
14. Medidas de localização 407

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1.1 Atrasos do autocarro

4
Frequência

0 1 2 3 4 5 6 7
Tempo em minutos

1.2 Função cumulativa

a 0 se x < 0
d
d 2 se 0≤x<1
d
d 4 se 1 ≤ x < 2
d
d 7 se 2≤x<3
d
F (x) = b 9 se 3≤x<4
d
d 11 se 4≤x<5
d
d 16 se 5≤x<6
d
d 17 se 6≤x<7
d
c 18 se x≥7
Fi

20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1

0 1 2 3 4 5 6 7 xi
408 14. Medidas de localização

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1.3 Cálculo da média, da mediana e dos quartis usando a calculadora gráfica.

xw = 3,3 (1 c. d.)
Q1 = 2
Med = 3,5
Q3 = 5

A moda é 5 .

1.4
Fi

20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1

x̃ xi
0 1 2 3 4 5 6 7
Q1 Q3

Nota – O polígono de frequências acumuladas pode ser usado para verificar os valores da
mediana e dos quartis.
1
}} * 18 = 9 . Como a linha horizontal, que “passa” pelo 9 , contém o gráfico toma-se o
2
valor central: 3,5 .
1 9
}} * 18 = }} . O 1.° quartil é de leitura directa: 2 .
4 2
3 27 1
}} * 18 = }} = 13 + }} . O 3.° quartil é 5 .
4 2 2
14. Medidas de localização 409

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
2
Os dados ao lado referem-se ao tempo despendido pelos alunos de uma turma
Tempo gasto em minutos
no percurso de casa à escola.
15 42 25 27 30 16
35 33 57 17 20 45 2.1 Construa a tabela de frequências, considerando as frequências absolutas,
48 18 37 10 38 35 relativas e relativas acumuladas.

2.2 Qual é a percentagem de alunos que gastam 40 minutos ou mais no per-


curso de casa à escola?

2.3 Calcule a média e a moda.

2.4 Localize graficamente a mediana.

Resolução
Classes
(Tempo em fi fri Fri 2.1 A classificação dos dados pode ser feita a partir de 5 intervalos de classe
minutos)
(consulte-se a tabela de Truman L. Kelley, sabendo-se que n = 18), em que:
[10 , 20[ 5 0,278 0,278
• o limite inferior da primeira classe é 10 ;
[20 , 30[ 3 0,167 0,445
• a amplitude de cada classe é 10 .
[30 , 40[ 6 0,333 0,778
Ao lado está a tabela pedida.
[40 , 50[ 3 0,167 0,945

[50 , 60[ 1 0,055 1 2.2 16,7% + 5,5 % = 22,2 % .


fl 3
fl
3 Gastam entre 50 e 60 minutos
Gastam entre 40 e 50 minutos

2.3 Considerando os dados classificados, de acordo com a tabela anterior, vem:

5 * 15 + 3 * 25 + 6 * 35 + 3 * 45 + 1 * 55
xw = }}}}} = 30,56 (2 c. d.).
5+3+6+3+1

Distribuição dos tempos gastos Naturalmente, podia-se calcular a média a partir dos dados originais, o que condu-
no percurso de casa à escola
(frequências acumuladas) ziria a um resultado ligeiramente diferente (xw = 30,44) , pois no cálculo anterior

1
tomou-se para valores da variável os pontos médios das classes.
Freq. relativa acumulada

0,8
O intervalo [30 , 40[ constitui a classe modal, uma vez que apresenta a maior
0,6
0,5 frequência (f3 = 6) . Tomando para moda o valor médio da classe, tem-se:
0,4
30 + 40
0,2 Mo = } = 35 .
x̃ 2
0 10 20 30 40 50 60
Tempo em minutos 2.4 Ver o gráfico ao lado.
410 14. Medidas de localização

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
Determine a média, a moda, a mediana e os quartis dos seguintes conjuntos de
dados:
1.1 22 17 26 22 20 33 28 ;

1.2 66 70 68 81 70 64 80 65 66 ;

1.3 44 47 48 46 46 43 48 50 44 44 .

2
Determine a média, a classe modal e a classe mediana da distribuição seguinte:

Peso (em kg) [40 , 44[ [44 , 48[ [48 , 52[ [52 , 56[ [56 , 60[

Número de pessoas 2 12 20 42 30

3
Perguntou-se a 29 rapazes de 15 anos que frequentam um colégio privado,
qual era a sua semanada.
Obtiveram-se as seguintes respostas (em kwanzas):
0 0 0 200 200 200 250 250 250 250
250 250 300 300 350 350 350 350 350 350
350 350 400 400 600 600 850 1100 2100

3.1 Calcule a média, a moda e a mediana.

3.2 Construa a função cumulativa.

3.3 O João, elemento deste grupo, foi pedir um aumento ao pai, baseado nos
cálculos anteriores. Qual foi, em sua opinião, a medida em que o João baseou a
sua argumentação?

4
Setenta recrutas do exército foram pesados e obtiveram-se os resultados da
tabela:
Peso (kg) 50-55 55-60 60-65 65-70 70-75 75-80 80-85 85-90 90-85

Frequência 2 5 7 6 10 12 18 7 3

4.1 Determine o peso médio dos recrutas.

4.2 Construa o histograma da distribuições e localize graficamente a moda.

4.3 Localize graficamente os quartis no polígono de frequências acumuladas.


14. Medidas de localização 411

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
5
Um professor de Português obteve, para o mesmo teste em duas turmas, os
seguintes resultados (o teste foi cotado de 0 a 20) :

Turma C: 10 13 16 17 18 12 12 13 14 14
15 16 16 17 17 17 18 17 18

Turma D: 3 18 5 7 9 12 13 12 10 8
8 12 10 6 9 11 17 12 13

5.1 Escreva as classificações, por ordem crescente, para cada uma das turmas.
5.2 Determine a mediana, o 1.° quartil e o 3.° quartil para cada uma das turmas.
5.3 Indique a amplitude interquartis da turma C .
5.4 Elabore os respectivos diagramas de extremos e quartis e interprete-os,
referindo:
5.4.1 a posição relativa da mediana;
5.4.2 a distribuição das notas no intervalo interquartis.

6
Numa turma, 8 alunos têm 16 anos, 5 têm 15 anos, 6 têm 17 , 4 têm
14 e 1 tem 19 .
6.1 Construa uma tabela de frequências absolutas e acumuladas e o polígono de
frequências acumuladas.
6.2 Determine a mediana e os quartis.
6.3 Construa um diagrama de extremos e quartis.

7
A tabela seguinte mostra a distribuição das áreas de 280 apartamentos de um
prédio.
Área
1-50 51-100 101-150 151-200 201-250 251-300
(em m2)
Número de
5 86 25 100 60 4
apartamentos

7.1 Construa uma tabela de frequências relativas acumuladas.


7.2 Desenhe o polígono de frequências relativas acumuladas.
7.3 Determine graficamente a mediana e os quartis.

Nota – Considere as classes [0,5 ; 50,5[ ; …


412 14. Medidas de localização

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

8
Das seguintes afirmações indique a que é verdadeira.

(A) Se um conjunto de dados só tem números inteiros, então a média é um


número inteiro.

(B) A moda é o valor numérico que ocorre com maior frequência.

(C) A mediana nunca pode ser igual à moda.

(D) Se multiplicarmos cada um dos dados numéricos de um conjunto dado por


dois a média não se altera.

9
Considere o seguinte diagrama de barras:

fi

0 10 11 12 13 14 xi

É verdadeiro ou falso?

(A) A moda da distribuição é 12 .

(B) A média e a mediana coincidem.

(C) A média é 15 .

(D) O 2.° quartil é 13 .


14. Medidas de localização 413

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

10 Descobrir uma fórmula

Complete a tabela:

Dados Média
1+3
1; 2; 3 }}
2
1+4
1; 2; 3; 4 }}
2
1; 2; 3; 4; 5 ...
1; 2; 3; 4; 5; 6 ...
... ...
1 ; 2 ; ... ; n ...

11 Alterar a média
Cinco números têm de média 6 . Se juntarmos um sexto número ao conjunto, a
média passa a ser 7 . Qual foi o número que se adicionou?

12 Determinar o peso médio


Numa turma há 12 rapazes e 13 raparigas. A média dos pesos dos rapazes é
65 kg e a média dos pesos das raparigas é 61 kg .
Determine o peso médio dos alunos da turma.

13 A altura média
Numa associação desportiva, a altura média dos seus 200 atletas é de 1,65 m .
As atletas femininas são 110 e têm altura média igual a 1,60 m . Determine a
altura média dos homens.

14 As garrafas de água mineral


O número de garrafas de água mineral existentes num supermercado distribui-se
segundo os dados da tabela:

Capacidade da garrafa (cl) 25 50 100 150


N.° de garrafas 12 15 28 28

14.1 Determine a média, a moda e os quartis da distribuição.

14.2 Posteriormente, o número de garrafas de 150 cl foi aumentando, resul-


tando a capacidade média do novo conjunto de garrafas em 100 cl .
Qual é o novo efectivo de garrafas de 150 cl ?
414 15. Medidas de dispersão

15. MEDIDAS DE DISPERSÃO

R
P
Notas da Ana

20

18
1. Em cinco disciplinas a Ana e o João
16
tiveram as seguintes notas:
14

12
Disciplina Ana João
10
Português 12 10 8

Filosofia 13 16 Notas do João


P. Fil. M. Fis. I.

Matemática 14 8 20

18
Física 13 13
16
Inglês 13 18 14

12

10
1.1 Verifique que o João e a Ana têm a
8
mesma média nas cinco disciplinas.
P. Fil. M. Fis. I.
1.2 Qual dos dois alunos é mais regular?

Observe-se os dados do problema 1 .


A média dos dois estudantes é 13 .
Ambos têm a mesma média mas a Ana é uma aluna mais regular.
No que diz respeito ao João, os valores são mais dispersos relati-
vamente à média.
Os dados não estão todos igualmente distribuídos em torno da
média. Para uma informação mais completa acerca da «forma» da dis-
tribuição, vão-se estudar outras medidas estatísticas: a amplitude, a
variância e o desvio padrão.
A amplitude, a variância e o desvio padrão são normalmente
conhecidos como medidas de dispersão.

Menor
dispersão

Maior
dispersão
Dispersão Dispersão

–x –x
15. Medidas de dispersão 415

15.1 AMPLITUDE

R
Considere-se o seguinte conjunto de dados:

P
0 , 6 , 8 , 4 , - 1 , 10

O maior número é 10 e o menor é - 1 .

A amplitude do conjunto de dados é:

10 - (- 1) = 11

De um modo geral, tem-se:

A amplitude de um conjunto de dados, x1 , x2 , … , xn , é a dife-


rença entre o maior e o menor destes valores. Se os dados estão
agrupados em classes, a amplitude é a diferença entre o limite
superior da última classe e o limite inferior da primeira.

A amplitude de um conjunto de dados é muito fácil de calcular,


mas é uma medida com pouco interesse estatística. Esta medida não
dá indicações sobre o que se passa no «meio» da distribuição, como
se mostra na figura seguinte. A amplitude é a mesma e a distribuição
de dados é muito diferente.

Classificação da turma B Classificação da turma A


Frequência
Frequência

0 4 8 12 16 20 0 4 8 12 16 20
Classificação Classificação 2. Calcule a amplitude dos seguintes
Amplitude: 20 Amplitude: 20
conjuntos de dados:

2.1
0 3 2 10
De todas as medidas de dispersão a mais utilizada é o desvio
2.2
padrão. Para se calcular o desvio padrão começa-se primeiro pelo
-1 0 3 4
cálculo do desvio médio e da variância.
416 15. Medidas de dispersão

15.2 VARIÂNCIA E DESVIO-PADRÃO

R
As medidas de dispersão que se vão estudar, diferentemente da

P
amplitude, vão ter em conta a posição de todos os valores observados
em relação a um valor fixo. O valor fixo a utilizar é a média, o que
significa que se irá avaliar a forma como os valores observados se
concentram em torno da média.

Desvio médio

Suponha-se que as classificações obtidas pela Maria e pelo José


nos testes de História, ao longo do ano lectivo, foram as seguintes:

Maria José
13 15 14 12 11 16 11 10 15 13

Em qualquer dos casos, a média das classificações é 13 e, pela


simples observação dos dados, parece claro que as classificações do
José são mais dispersas em relação à média do que as da Maria.

Para avaliar a dispersão das classificações pode-se calcular a


média dos desvios do tipo |x i - xw | , organizando os dados a partir
das tabelas:

xi
xi - wx |xi - wx|
(Maria)
11 -2 2

12 -1 1

13 0 0

14 1 1

15 2 2

Totais 0 U
6

U
=U
6
d= } 1,2 desvio médio
5
número de dados
15. Medidas de dispersão 417

xi
xi - wx |xi - wx|

R
(José)

P
10 -3 3

11 -2 2

13 0 0

15 2 2

16 3 3

Totais 0 U
10

U
10
d= } =U
2 desvio médio
5
número de dados

Os valores obtidos chamam-se desvios médios e, tal como foi


previsto, o desvio médio das classificações do José (2) é maior do
que o desvio médio das classificações da Maria (1,2) .

Este resultado decorre do facto de o desvio médio aumentar à 3. As classificações da Antónia nos cinco
medida que os valores observados se afastam da média. testes de História foram as seguintes:

Sendo x1 , x2 , ... , xn os n valores observados de uma variável Antónia


quantitativa e wx a sua média, chama-se desvio médio, e representa-se 12 13 17 14 19
por d , ao valor assim obtido:
3.1 determine a amplitude;
• Para dados não classificados
3.2 determine a média;
n 3.3 complete a tabela;
^ |xi - wx|
=1
d = i}} xi
n xi - wx | xi - xw |
(Classif.)

• Para dados classificados

^ fi|xi - wx|
i=1
d = }}
n

Apesar da sua simplicidade, o desvio médio é uma medida estatís- Totais


tica pouco usada. A sua desvantagem principal reside na utilização do
conceito de valor absoluto, o que dificulta o tratamento matemático. 3.4 calcule o desvio médio.

PAM11 - 27
418 15. Medidas de dispersão

Variância

R
A variância é uma medida de dispersão idêntica, na sua forma, ao

P
desvio médio, em que as dificuldades inerentes ao valor absoluto são
ultrapassadas.
Mas como se pode eliminar o conceito de valor absoluto que apa-
rece na definição do desvio médio?
Ultrapassa-se esta dificuldade considerando os quadrados das dife-
renças:
(xi - xw)2

Sendo x1 , x2 , ... , xn os n valores de uma variável quantitativa


e wx a sua média, chama-se variância, e representa-se por s 2, ao
valor dado pela fórmula:

(x1 - xw)2 + (x2 - xw)2 + … + (xn - xw)2


s 2 = }}}}
n

ou
n

^ (xi - xw)2
=1
s 2 = i}}
n (1)
4. Relativamente aos dados do problema
3 , determine a variância.
No caso das classificações da Maria e do José, obtiveram-se os
seguintes valores para a variância:

Maria

(13 - 13)2 + (15 - 13)2 + (14 - 13)2 + (12 - 13)2 + (11 - 13)2
s 2 = }}}}}}} = 2
5

José

(16 - 13)2 + (11 - 13)2 + (10 - 13)2 + (15 - 13)2 + (13 - 13)2
s2 = }}}}}}} = 5,2
5
Nota
(1)
Quando o número n de observações é A interpretação do significado da variância, em situações concretas,
pequeno, emprega-se, muito frequentemen- levanta problemas. Por exemplo, se se estiver a estudar a altura de um
te, uma nova fórmula em que o denomina-
grupo de pessoas em cm, a altura média ainda se exprime em cm, mas
dor n é substituído por n - 1 , isto é:
a variância exprime-se em cm2.
n Teria muito mais significado uma afirmação do tipo: “Os alunos da
^ (xi - wx)2
=1
s2 = i}} turma têm uma altura média de 161 cm e a dispersão das suas alturas
n-1
é de 48 cm”.
As razões da substituição de n por n - 1 Em conclusão, seria vantajoso ter-se uma medida de dispersão
prendem-se com questões da Estatística que se exprimisse na mesma unidade de medida em que se exprimem
Indutiva, que não irão ser tratadas neste os dados. O desvio padrão é a medida de dispersão que responde a
estudo.
essa exigência.
15. Medidas de dispersão 419

Desvio padrão

R
O desvio padrão, que se representa por s, é igual à raiz quadrada Nota

P
positiva da variância, ou seja,
Utilizando algumas propriedades dos soma-
tórios pode-se passar de uma das fórmulas

s= !ßßß
(x1 - xw)2 + (x2 - xw)2 + … + (xn - xw)2
}}}} n
do desvio padrão para a outra.

Com efeito, tem-se:


n
ou ^(xi - xw)2


n i=1
}} =
^ (xi - xw)2 n
n

s=
i=1
}} ^ (xi2 - 2xi xw + xw2)
n i=1
= }}}
n
n n n

ou
^ xi2 ^ xi ^ xw2
i=1 i=1 i=1
= } - 2xw } + }


n n n n
^ xi2 ^
n
xi2
i=1
s= } - xw
2 i=1 nxw2
= } - 2 wx xw + }
n n n
n

^ xi2
i=1
O desvio padrão é a medida de dispersão mais usada. = } - 2 wx2 + xw2
n
Vejamos como determinar o desvio padrão. n

^ xi2
i=1
= } - xw2
n
• Dados simples
O desvio padrão pode, então, ser calculado
pela fórmula:
Numa pontuação de 0 a 10 , as notas em Matemática da Joana


n
foram: ^ xi2
i=1
s= } - xw2
n
2 5 6 7 7 9

Calcule-se o desvio padrão.

xi xi - wx (xi - wx)2
2 -4 16
5 -1 1
6 0 0
7 1 1
7 1 1
9 3 9
Totais 0 28

5. Calcule o desvio padrão para cada um


2+5+6+7+7+9 dos seguintes conjuntos de dados:
wx = }}} = 6 .
6
5.1 2 kg ; 3 kg ; 5,5 kg ; 8 kg ;
s= !ß
28
} = 2,2 (1 c. d.) .
6 5.2 10h ; 10,5h ; 7,5h ; 6h ; 10,3h .
420 15. Medidas de dispersão

6. Determine o desvio padrão em cada • Dados classificados


uma das distribuições:

R
Contou-se o número de passageiros em 100 carros que entraram

P
6.1 num parque de estacionamento, tendo-se obtido o resultado apresen-
xi fi
0 1 tado na tabela seguinte:
1 4
2 2 Número de passageiros
Número de carros
por carro
6.2 xi fi
0 18
0 2
1 35
1 4
2 3 2 16
3 4
3 24
4 2
4 7

7. Um dado foi lançado 200 vezes,


tendo-se observado os resultados regista- Como os dados estão agrupados a partir da repetição dos valores

dos na tabela. da variável, vai usar-se a fórmula


m

^ fi xi2
i=1
s= } - xw2
n

Começa por se construir uma tabela que ajude a organizar os cálcu-


los que é necessário efectuar.

xi fi xi2 fi xi fi xi2

N.° de vezes 0 18 0 0 0
Face do dado
que saiu
1 35 1 35 35
1 33
2 16 4 32 64
2 28
3 24 9 72 216
3 39
4 7 16 28 112
4 30
Totais 100 – Σ fi xi = 167 Σ fi xi2 = 427
5 36
5
6 34
^fi xi
167
i=1
xw = } = } = 1,67 .
100 100
Determine o desvio padrão da distribuição
dos resultados dos 200 lançamentos do


5

dado. ^ fi xi2


100 ßßßßß
i=1 427
} - 1,67 =
2
s= } - 1,67 = 1,2 (1 c. d.) .
2
100
15. Medidas de dispersão 421

Pode-se dizer, então, que cada carro transportava em média, apro-


ximadamente, 1,7 passageiros com um desvio padrão de 1,2 pas-

R
sageiros.

P
8. A partir dos preços por pessoa dos
• Dados classificados em classes
programas de férias de uma agência de
O Vítor verificou que os CD's da sua colecção tocavam durante
viagens, definiu-se a tabela seguinte:
períodos de tempo diferentes. Então, decidiu agrupá-los de acordo
Custo por pessoa N.° de
com os intervalos de tempo que constam da seguinte tabela:
(em milhares programas
de kwanzas) de férias
Tempo de música
20-30 30-40 40-50 50-60 60-70 0 - 500 3
(em minutos)
50 - 100 9
N.° de CD's 2 8 13 18 6 100 - 150 4
150 - 200 3
200 - 250 1


m
Calcule o desvio padrão da distribuição
^ fi xi2
dos preços por pessoa dos programas de
i=1
Use-se a fórmula s = } - wx2 , sendo xi os pontos médios
n férias.
m
das classes e n = ^ fi .
i=1

Seguidamente, organizem-se os cálculos numa tabela de modo a


calcular os diferentes valores que entram na fórmula.

Nota
Classes fi xi xi2 fi xi fi xi2
Se no cálculo do desvio padrão se conside-
[20 , 30[ 2 25 625 50 1250 rarem valores arredondados para a média,
o resultado pode ser seriamente afectado,
[30 , 40[ 8 35 1225 280 9800
especialmente se a média é grande quando
[40 , 50[ 13 45 2025 585 26 325 comparada com o desvio padrão.
O exemplo seguinte mostra a alteração
[50 , 60[ 18 55 3025 990 54 450 drástica do valor do desvio padrão quando

[60 , 70[ 6 65 4225 390 25 350 as médias consideradas são 70,7 e


70,71, respectivamente.
Totais 47 – – Σfi xi = 2295 Σfi xi2 = 117 175
s = œ5
w0w0w0ww-w70w,7
w2w = 1,23 (2 c. d.) e
5 s = œ5
w0w0w0ww-w70w,7
w1w2w = 0,31 (2 c. d.)
^ fi xi
2295
i=1
xw = } = } . O critério mais seguro a seguir será consi-
47 47
derar tantas casas decimais quanto seja
possível. No caso de se utilizar máquina de

!ßßßß
1 ß2 = 10,4 (1 c. d.) .
2295
117 175 2
calcular, pode usar-se a aproximação que
s= }- }
47 47 ela define, procedendo de modo semelhan-
te ao indicado no exemplo apresentado ao
lado.
Logo, o desvio padrão é 10,4 .
422 15. Medidas de dispersão

15.3 INTERPRETAÇÃO DO DESVIO PADRÃO

R
Quanto maior for o desvio padrão maior será a dispersão dos valo-

P
res relativamente à média.
Combinando o conhecimento da média e do desvio padrão,
pode-se, em muitas situações, caracterizar a localização e a disper-
são dos valores.

Quando a distribuição é normal, isto é, a média, a mediana e a


moda coincidem, tem-se, aproximadamente:

• no intervalo ]xw - s , xw + s[ , 68,3% das observações;

• no intervalo ]xw - 2s , wx + 2s[ , 95,5% das observações;

• no intervalo ]xw - 3s , wx + 3s[ , 99,7% das observações.

68,3% 95,5%

–x – σ –x –x + σ –x – 2σ –x –x + 2σ

99,7%

–x – 3σ –x –x + 3σ

Na prática, a maioria das distribuições apresenta este comporta-


mento. Assim, por exemplo, se numa distribuição se encontra média
30 e desvio padrão 4 , pode-se esperar que cerca de:

2
}} dos valores estejam entre 26 e 34 ;
3

95% dos valores estejam entre 22 e 38 ;

99% dos valores estejam entre 18 e 42 .


15. Medidas de dispersão 423

… o que estudou no tema …

R
P
• medidas de dispersão

• amplitude

• desvio médio

• variância

• desvio padrão

!ßßßß
n

^ xi2
i=1
s= } - xw
2
n

• interpretação do desvio padrão

• utilizar a calculadora gráfica para determinar o desvio padrão


424 15. Medidas de dispersão

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1
Na tabela seguinte estão os ordenados de 10 operários, referentes a 1970.

Ano
1970 1980 1995 1996
Operário
A 825
B 481
C 962
D 825
E 687
F 756
G 343
H 275
I 687
J 550

Sabe-se que em 1980 os ordenados duplicaram.


Que em 1995 os ordenados subiram 3400 Kz relativamente a 1980.
Em 1996 os ordenados subiram 5% relativamente a 1995.
Complete a tabela anterior.
Calcule a média e o desvio padrão. Tire conclusões.

Resolução
Utilize-se a calculadora gráfica para completar a tabela. Determine-se a média e
o desvio padrão.

Ano
1970 1980 1995 1996
Operário
A 825 1650 5050 5302,5
B 481 962 4362 4580,1
C 962 1924 5324 5590,2
D 825 1650 5050 5302,5
E 687 1374 4774 5012,7
F 756 1512 4912 5157,6
G 343 686 4086 4290,3
H 275 550 3950 4147,5
I 687 1374 4774 5012,7
J 550 1100 4500 4725,0
xw 639,1 1278,2 4678,2 4912,11
s 210,9 421,8 421,8 442,9
15. Medidas de dispersão 425

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
Em 1980 os ordenados duplicaram.
A média duplicou e o desvio padrão também.
Uma vez que os ordenados duplicaram o desvio, relativamente à média, também
duplicou.
Em 1995 houve um aumento constante dos ordenados de 3400 Kz .
A média aumentou 3400 e o desvio padrão manteve-se.
Uma vez que todos os dados foram aumentados do mesmo valor não se altera o
desvio relativamente à média.
Em 1996 houve um aumento de 5% .
Logo, a média e o desvio padrão são multiplicados por 1,05 .

2
Usaram-se duas balanças diferentes para efectuar cinco pesagens de uma
mesma pessoa, tendo-se obtido os resultados seguintes em kg :

Balança A
71,82 71,86 71,89 71,85 71,84

Balança B
71,85 71,86 71,84 71,85 71,83

2.1 Calcule a média e o desvio padrão para cada um dos grupos de dados.

2.2 Escolha, justificando, das duas balanças aquela que é mais fiável.

Resolução
2.1 Balança A :

!ßßßß
5 5

^ xi ^ x2i
=1 i=1
xw = i} = 71,852 ; s= } - xw = 0,023 (3 c. d.) .
2
5 5

Balança B :

!ßßßß
5 5

^ xi ^ x2i
=1 i=1
xw = i} = 71,846 ; s= } - xw = 0,010 (3 c. d.) .
2
5 5

2.2 A balança B é a mais fiável, pois os valores das suas pesagens apresentam
um desvio padrão muito inferior – menos de metade – ao desvio padrão corres-
pondente aos valores das pesagens obtidos com a balança A .
Logo, a menor dispersão dos resultados obtidos com a balança B confere a
esta balança uma maior precisão comparativamente com a balança A .
426 15. Medidas de dispersão

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
No final do primeiro período, a Ana e o Vítor tiveram as classificações indicadas
abaixo.

Ana Vítor
16 10 13 13 13 11 15 15 11 10 12 16 12 10 14 13 14 16

1.1 Verifique que a média das classificações da Ana é igual à média das classifi-
cações do Vítor.
1.2 Determine, para as classificações da Ana e do Vítor, a amplitude e o desvio
padrão.
1.3 Justifique que, de entre as medidas de dispersão calculadas na alínea anterior,
o desvio padrão é a que melhor caracteriza a dispersão das classificações.

2
Determine o desvio padrão para a seguinte distribuição:

xi 0,15 0,17 0,20 0,25 0,27


fi 8 10 11 10 6

3
Tempo de duração (horas) Frequência
A distribuição dos tempos de 200 – 400 48
duração de 300 lâmpadas eléc-
400 – 600 97
tricas é dada pela tabela ao lado.
600 – 800 85
Determine a amplitude e a variân- 800 – 1000 54
cia da distribuição. 1000 – 1200 16

4
Suponhamos que os números 8 , 11 , 12 , 14 , 15 e 18 são os valores de
uma variável quantitativa.
4.1 Calcule a média e o desvio padrão do conjunto de números dados.
4.2 A partir dos valores da média e do desvio padrão determinados na alínea
anterior calcule, agora, a média e o desvio padrão dos números 80 , 110 ,
120 , 140 , 150 e 180 .
15. Medidas de dispersão 427

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

5
Observe a seguinte representação gráfica.

1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Das seguintes afirmações qual é verdadeira?

As distribuições estão ordenadas:

(A) por ordem crescente do desvio padrão;

(B) por ordem decrescente do desvio padrão.

6
Considere os seguintes gráficos:

L1 L2 L3 L4

4 4 4 4

3 3 3 3

2 2 2 2

1 1 1 1

0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5

Quais das afirmações são verdadeiras?

(A) L1 tem a menor média.

(B) L4 e L3 têm a maior média mas L4 tem menor desvio padrão.

(C) L3 tem o maior desvio padrão.

(D) L2 tem o menor desvio padrão.


428 15. Medidas de dispersão

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
7 As idades

As distribuições das idades dos rapazes e das raparigas de uma turma são defi-
nidas pelos seguintes gráficos de barras:
Distribuição das idades
dos rapazes

6
Freq. absoluta

0
14 15 16 17
Idade (anos)

Distribuição das idades


das raparigas

6
Freq. absoluta

0
14 15 16 17
Idade (anos)

Diga, justificando, se cada uma das seguintes afirmações é verdadeira ou falsa:

7.1 ambas as distribuições têm a mesma amplitude;

7.2 a média das idades dos rapazes é superior à média das idades das raparigas;

7.3 o desvio padrão das idades dos rapazes é superior ao desvio padrão das
idades das raparigas.

… resolver … aplicar … investigar …

8 As notas

As notas de uma turma de 30 alunos num teste foram as seguintes:

23 31 77 57 53 48 44 33 50 23
23 45 36 56 34 56 49 53 27 67
66 31 45 22 67 45 34 23 45 54

Verifique se 67% dos dados se encontram no intervalo ]xw - s , xw + s[ .


15. Medidas de dispersão 429

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
9 As maçãs

Pesou-se, individualmente, um grande número de maçãs e registaram-se os


valores observados. Seguidamente, substituíram-se a maçã mais pesada e a
maçã mais leve por uma maçã ainda mais pesada e por outra ainda mais leve,
respectivamente. Qual ou quais as medidas estatísticas que não foram de certeza
alteradas ao longo da operação de substituição das maçãs?

10 O inquérito

Fez-se um inquérito aos alunos de duas turmas sobre quanto gastavam, por
semana, em bolos. Os resultados foram registados na tabela seguinte:

Despesa, por semana, Número de alunos Número de alunos


em bolos da turma A da turma B

0 – 100 4 7
100 – 200 5 4
200 – 300 5 2
300 – 400 4 1
400 – 500 2 6

20 20

10.1 Calcule a despesa média, por semana, em bolos e o desvio padrão para
cada uma das turmas.

10.2 Baseando-se nas medidas calculadas em 10.1 , faça um breve comentário


acerca dos resultados do inquérito.

11 Interprete a média e o desvio padrão

Observe as seguintes distribuições:

12 12

6 6
5 5 5

2,5

10 20 30 40 10 20 30 40 10 20 30 40

Faça uma estimativa para a média e o desvio padrão.


Em seguida use a calculadora e verifique a sua ideia.
430 16. Distribuições bidimensionais

16. DISTRIBUIÇÕES BIDIMENSIONAIS

R
P
16.1 RELAÇÃO ESTATÍSTICA.
DIAGRAMA DE DISPERSÃO

1. A tabela seguinte mostra a classifica-


ção num teste de Matemática de 12

Horas de estudo / h
4
estudantes e as horas dedicadas à sua
preparação.
3
Classificação Horas
no teste de estudo
8 1 2

9 1,5
10 2 1

8 0,5
10 1,5
0 8 9 10 11 12 13 14
11 2,5 Classificação
12 3
12 2,5 No estudo da Estatística, até agora desenvolvido, observou-se um
12 3 conjunto e atribuiu-se a cada observação um número (ou modalidade).
14 3,5 A variável estatística, x , era unidimensional.
14 3 Se ao fazer-se uma observação se atribuir a cada elemento um

9 1 par ordenado de valores (x , y) , tem-se uma variável estatística


bidimensional.
Com os dados construiu-se o gráfico ao
lado a que se chama nuvem de pontos ou
Exemplos
diagrama de dispersão.
Procure uma situação onde se justifique a • População residente e população com instrução superior.
construção de um diagrama de dispersão.
• Alunos de uma turma: nota de Matemática e nota de Português.

• Famílias: rendimento per capita e número de televisores.

• Capitais dos países de África: temperatura média anual e latitude.

• Professores: número de faltas por ano e distância, em quilómetros,


de casa à escola.

• Pessoas: peso em quilogramas e altura em centímetros.


16. Distribuições bidimensionais 431

Atente-se noutro exemplo de uma distribuição bidimensional.


Um estudante de Estatística interrogou 20 turistas alemães acer-

R
ca do seu peso e da sua altura.

P
Registou os dados na seguinte tabela:

Peso (kg) Altura (cm) Peso (kg) Altura (cm)

60 156 85 180

61 157 88 189

63 157 89 185

64 160 90 201

72 159 92 190

75 158 98 205

77 170 99 206

78 174 100 200

80 180 103 205

83 171 105 215

Considere-se o peso como a variável x e a altura como a variável y 2. Leia o exemplo acima.
e construa-se o seguinte gráfico que se chama nuvem de pontos ou Se os turistas vistos fossem chineses
diagrama de dispersão. acha que as variáveis tomavam valores
do mesmo conjunto de pontos?
Que implicações tem a sua resposta para
y
o estudo da Estatística?
220

210

200

190

180

170

160

150
60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 x

Pode-se observar que, como era de esperar, os pontos não ficaram


situados sobre a mesma recta, mas que também não estavam aleatoria-
mente distribuídos.
De facto, os pontos concentraram-se ao longo de uma “linha”.
Quando se está perante este facto é porque há uma relação entre
as duas variáveis em estudo.
432 16. Distribuições bidimensionais

Quando se afirma que duas variáveis estão relacionadas, pode-se


querer dizer que existe entre elas uma conexão bem definida e invariável

R
ou, diferentemente, que a ligação é mais indefinida e algo variável.

P
Por exemplo, a área de um quadrado e o comprimento do seu lado
estão relacionados. A relação que os liga é bem definida, invariável, e
pode traduzir-se pela expressão matemática:

A = L2 , em que A representa a área e L o lado.

Área (cm2)
4
3
2

0 1 2 Lado (cm)

A relação entre a área e o lado do quadrado, também chamada


relação funcional, permite determinar, com a precisão desejada, a
área do quadrado a partir do comprimento do seu lado ou o compri-
mento do seu lado a partir da sua área.

Já num estudo, por exemplo, entre as idades dos cônjuges na data do


casamento, a idade do marido não pode ser determinada com exactidão
a partir da idade da mulher. O que pode dizer-se é que, em média, quanto
mais velho for o homem mais velha será também a mulher. Trata-se,
agora, de uma relação menos precisa, mais vaga e sujeita a variações,
pois, em alguns casos, o marido pode ser mais novo ou ter a mesma
idade da mulher. São estas as relações com interesse para o estudo
estatístico e que se designam por relações estatísticas.
Assim, perante dois fenómenos quaisquer, pode-se afirmar que ou
estão ligados através de uma relação funcional ou de uma relação
estatística, ou não estão ligados através de qualquer relação. Deste
modo, pode-se dizer que a relação estatística exprime o meio-termo,
no grau de conexão entre variáveis, entre a relação funcional e a
ausência de relação.

Relação funcional – Relação estatística – Ausência de relação

No caso da ausência de qualquer relação entre dois fenómenos,


esses fenómenos dizem-se independentes.
16. Distribuições bidimensionais 433

16.2 IDEIA INTUITIVA DE CORRELAÇÃO. DIAGRAMA


DE DISPERSÃO

R
P
Quando se observa um diagrama de dispersão, intuitivamente é-se
levado a afirmar que existe ou não existe possibilidade de qualquer
relação entre as variáveis.
Se os pontos se concentram à volta de uma linha recta ou à volta
de uma curva (parábola, por exemplo), é porque existirá uma relação
entre as variáveis.
Quando existe alguma ligação de dependência entre duas variáveis
diz-se que existe uma correlação entre elas.
Observe-se alguns tipos mais comuns de correlação.

Não existe correlação Correlação positiva Correlação negativa


(correlação nula) fraca fraca

y y
y

x x x
A B C

Correlação positiva Correlação negativa Correlação quadrática


forte forte forte

y y y

x x x
D E F

PAM11 - 28
434 16. Distribuições bidimensionais

16.3 COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO LINEAR

R
P
O objectivo do estudo da correlação é verificar se existe, ou não,
relação entre os fenómenos em estudo, e avaliar o grau dessa relação.
Só se estudarão as correlações lineares, ou seja, aquelas em que
se procura avaliar a relação das variáveis, quando a nuvem de pontos
se condensa em torno de uma recta.
É o caso dos diagramas de dispersão anteriores, com excepção do
Q
A e do Q
F .
Intuitivamente observa-se a existência, ou não, da correlação linear
entre as variáveis.
Para quantificar essa correlação Pearson propôs o coeficiente
de correlação linear de Pearson, que se representa por rxy ou r ,
e é definido por:

(ox)(oy)
oxy - }}
n
r = }}}} (1)

!ß1 ßßßßßßß2 ß1 ßßßßßßß2


(o x) (o y)2
2
ox2 - }} oy2 - }}
n n

O valor de r varia no intervalo [- 1 , 1] .

Escala de correlação
Nota
(1)
Não precisa de fixar esta fórmula. 1 Correlação perfeita

 Correlação forte

+ 0,5


 Correlação fraca

0 Correlação nula

 Correlação fraca

– 0,5


 Correlação forte

–1 Correlação perfeita
16. Distribuições bidimensionais 435

y y

R
P
• Se r = - 1 , existe uma fór-
mula que relaciona x com y .

Correlação linear perfeita


x

é negativa e será tanto mais


x

• Se - 1 < r < 0 , a correlação

forte quanto mais r se aproxima


de - 1 .

Correlação linear negativa

y y

x x

• Se 0 < r < 1 , a correlação • Se r = 1 , existe uma fórmula


é positiva e será tanto mais forte que relaciona x com y .
quanto mais r se aproxima
de 1 .

Correlação linear positiva Correlação linear perfeita

•r=0
Correlação linear nula
436 16. Distribuições bidimensionais

EXEMPLO 1 Cálculo do coeficiente de correlação linear

R
De acordo com a tabela seguinte, calcule o coeficiente de correlação

P
de Pearson.

Gastos em publicidade Vendas


Empresa
(Milhares de kwanzas) (Milhares de kwanzas)

A 1 15

B 1,5 25

C 0,8 20

D 1,3 80

E 5 66

F 15 200

G 40 850

H 2 22

I 25 486

J 20 580

Resolução
Usando uma calculadora gráfica:

Conclui-se então que r = 0,97 .

Trata-se de uma correlação positiva forte.


16. Distribuições bidimensionais 437

Verifique-se o valor através da fórmula:

R
P
x y x2 y2 xy

1 15 1 225 15

1,5 25 2,25 625 37,5

0,8 20 0,64 400 16

1,3 80 1,69 6 400 104

5 66 25 4 356 330

15 200 225 40 000 3 000

40 850 1 600 722 500 34 000

2 22 4 484 44

25 486 625 236 196 12 150

20 580 400 336 400 11 600

111,6 2344 2 884,58 1 347 586 61 296,5

Aplicando a fórmula:

(ox)(oy)
oxy - }}
n
r = }}}}

!ß1 ßßßßßßß2 ß1 ßßßßßßß2


(o x) (o y)2
2
ox2 - }} oy2 - }}
n n

111,6 * 2344
61 296,5 - }}
10
r = }}}}}}

!ß1 ßßßßßßßßßßßß2ßß1 ßßßßßßßßßßßßß2ß


2
(111,6) (2344)2
2884,58 - }} 1 347 586 - } }
10 10

r = 0,971 452 449 4 …

vem

r = 0,97 (2 c. d.)

o que confirma os resultados obtidos.


438 16. Distribuições bidimensionais

16.4 RECTA DE REGRESSÃO

R
Observe-se o seguinte diagrama de dispersão e a recta r .

P
y

0 x

O diagrama de dispersão evidencia uma correlação negativa forte


entre as variáveis x e y . A recta r : y = ax + b , a que se chama
recta de regressão, é o modelo matemático que descreve a variação
de y à medida que x varia.

Vantagem do conhecimento da recta de regressão


O objectivo da correlação é verificar se existe relação entre os
fenómenos em estudo e avaliar o grau dessa relação. Se se concluir
que existe dependência entre as variáveis, haverá interesse em deter-
minar uma estimativa do valor de uma das variáveis conhecido o valor
da outra. Para isso usa-se a recta de regressão.
No caso da representação gráfica da recta de regressão da figura
seguinte tem-se, por exemplo:

10

6
5

1,7

0 2 5 7,5 10 x

– ao valor 2 da variável x corresponde a estimativa de 1,7


para a variável y ;
– ao valor 6 da variável y corresponde a estimativa de 7,5
para a variável x ;
– ao valor 10 da variável x corresponde a estimativa de 8 para
a variável y .
16. Distribuições bidimensionais 439

Representação da recta de regressão

R
• Método gráfico

P x
x
x

x
x

x
y

x x
x

A recta de regressão tem uma equação bem definida mas pode


x
x

obter-se uma boa aproximação da recta por um método gráfico. Este


x

método consiste em, por exemplo, utilizando uma régua transparente,


x

traçar uma recta de modo que a soma dos desvios dos pontos da
nuvem em relação aos correspondentes da recta seja o menor possível.

• Método algébrico

A recta tem de equação uma expressão do tipo: y = ax + b .


Prova-se que a recta contém o ponto de coordenadas (xw , yw) , Nota
centro de gravidade da nuvem de pontos, e que o declive da Centro de gravidade de um corpo é o ponto

recta é dado pela fórmula: onde se pode supor aplicado o peso desse
(ox)(oy) corpo, isto é, a resultante de todas as forças
oxy - }}
n
a = }} de gravidade que actuam sobre ele.
(o x)2
ox2 - }}
n

Conhecido um ponto e o declive determina-se a equação da recta


pela fórmula y - yw = a (x - xw) .
O declive da recta tem o sinal do coeficiente de correlação.
Ao declive da recta também se chama o coeficiente de regressão.

• Usando a calculadora gráfica


440 16. Distribuições bidimensionais

Nota EXEMPLO 2 Representação da recta de regressão

R
Coeficiente de determinação do modelo
Considere a seguinte tabela:

P
de regressão linear simples (r2)

Quando se determinou a recta de regressão


já se tinha concluído da existência de corre- x 1 2 4 5 6 8
lação entre as duas variáveis.
y 1 2 2 4 5 7
Em termos de análise de regressão consi-
dera-se que a variável y é aleatória e a
variável x é suposta sem erro. Assim, a
Escreva a equação da recta de regressão e obtenha uma imagem
relação entre x e y não é do tipo y = f (x)
geométrica.
mas sim y = f (x) + e , onde a variável e
(erro) contém as influências sobre y não Verifique que a recta contém o ponto de coordenadas (xw , wy) .
devidas a x .
Para avaliar o poder explicativo da recta
de regressão existe o coeficiente de deter- Resolução
minação r 2 .
0 ≤ r2 ≤ 1 Comece-se por utilizar a calculadora gráfica.

O valor de r 2 indica a proporção da


variação total de variável y explicada
pela variável x .
Se r2 = 0,603 , conclui-se que a recta de
regressão permite explicar em 60,3% a
variável y à custa da variável x .

Nota
A equação da recta de regressão não deve
ser vista desligada da nuvem de pontos.
Um ou mais pontos “anormais” podem alte-
rar significativamente a recta.
Para permitir uma observação mais ajusta-
da, por vezes ignoram-se tais pontos anor-
mais. Mas o contexto do problema é deter-
minante nesta opção.
16. Distribuições bidimensionais 441

… o que estudou no tema …

R
P
• relação estatística

• diagrama de dispersão

• ideia intuitiva de correlação

• coeficiente de correlação linear

• recta de regressão

• uso da calculadora gráfica no estudo de distribuições bidimensionais


442 16. Distribuições bidimensionais

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1

Sobre a mesma matéria uma turma foi avaliada, em seis testes, por dois profes-
sores diferentes. Os resultados médios estão indicados na tabela seguinte (notas
de 0 a 20) .

T1 T2 T3 T4 T5 T6

Prof. A 12,0 10,6 18,0 8,0 14,0 9,5 x

Prof. B 15,0 13,6 15,5 5,8 13,5 12,3 y

1.1 Represente o diagrama de dispersão (nuvem de pontos).

1.2 Calcule o coeficiente de correlação.

1.3 Calcule wx e yw .

1.4 Obtenha a equação da recta de regressão

y = ax + b

(a e b com duas casas decimais).

1.5 Mostre, usando a calculadora, que a recta de regressão contém o ponto


(xw , wy) .

Resolução
Para a resolução deste problema vai usar-se a calculadora gráfica e, também,
caneta e papel, consultando as fórmulas expostas na teoria.

1.1 Calculadora gráfica

y
20

18

16

16

14

12

10

4
6 8 10 12 14 16 18 20 x
16. Distribuições bidimensionais 443

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1.2

x y x2 y2 xy
12,0 15,0 144,0 225 180
10,6 13,6 112,36 184,96 144,16
18,0 15,5 324 240,25 279
8,0 5,8 64 33,64 46,4
14,0 13,5 196 182,25 189
9,5 12,3 90,25 151,29 116,85
72,1 75,7 930,61 1017,39 955,41 o
(ox) (oy)
oxy - }}
n
r = }}}}

!ß1 ßßßßßß2ß1ßßßßßßß2
(ox)2
ox2 - }} oy2 - }}
n
(oy)2
n
72,1 * 75,7
955,41 - }}
6
r = }}}}}

!ß1 ßßßßßßßßß2ß1ßßßßßßßßßßß2
72,12
930,61 - }} 1017,39 - }}
6
75,72
6

r = 0,72 (2 c. d.) Correlação positiva forte.

1.3

12 + 10,6 + 18 + 8 + 14 + 9,5
xw = }}}} =
6
= 12,02 (2 c. d.)

15 + 13,6 + 15,5 + 5,8 + 13,5 + 12,3


wy = }}}} 6
=

= 12,62 (2 c. d.)
444 16. Distribuições bidimensionais

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
1.4 Recta de regressão Equação

P 1 (xw , wy)

P 1 (12,02 ; 12,62)

(ox) (oy)
oxy - }}
a = }} n
(ox)2
ox2 - }}
n

72,1 * 75,7
955,41 - }}
a = }}} 6
72,12
930,61 - }}
6

a = 0,71 (2 c. d.)

Recta: y - yw = a (x - xw)

y - 12,62 = 0,71 (x - 12,02)

y = 0,71x - 4,09

y = 0,71x + 4,05
Nota
1.5 Os diferentes resultados obti-
dos para a e b (y = ax + b)
devem-se ao facto de arredon-
damentos efectuados antes do
final dos cálculos.
Os resultados mais fiáveis são
os obtidos com a calculadora.

2
Considerem-se os conjuntos de dados:
(A)
x 1 2 3 3 4 5 6 6 7 7 8 9
y 7 9 6 8 4 4 3 6 1 4 3 2

(B)
x 1 2 2 3 4 5 6 8 8 9
y 8 7 9 7 5 5 4 2 3 1
16. Distribuições bidimensionais 445

PROBLEMAS RESOLVIDOS

R
P
2.1 Represente os dados de cada uma das tabelas através de um diagrama de
dispersão.

2.2 Indique o sinal de cada uma das correlações e especifique qual delas é mais
forte.

Resolução
2.1 y (A) y (B)
10 10

5 5

0 5 10 x 0 5 10 x

2.2 As correlações são ambas negativas pois, em geral, quando uma das variáveis
aumenta a outra diminui, e reciprocamente.
A correlação dos dados da tabela (B) é mais forte do que a dos dados da tabela
(A) . Para chegar a esta conclusão, basta verificar que os pontos do diagrama
referente a (B) estão mais próximos de uma recta imaginária (recta de regressão)
do que os pontos do diagrama referente a (A) .

3
Indique, justificando, o valor lógico de cada uma das afirmações:

3.1 Uma alta correlação linear entre duas variáveis prova que as mudanças
numa delas causa, frequentemente, mudanças na outra.

3.2 A não existência de correlação linear entre duas variáveis prova que as duas
variáveis não estão relacionadas de qualquer modo.

Resolução
3.1 Verdade " quando existe uma forte correlação linear entre as variáveis x
e y , verifica-se um bom ajuste entre uma recta e a nuvem de pontos, pelo que
as mudanças da variável x implicam, frequentemente, mudanças na variável y ,
e reciprocamente.

3.2 Falsidade " a correlação linear avalia apenas a existência ou não existência
de relações lineares entre as variáveis. Logo, se as variáveis estiverem relacionadas
de forma não linear pode existir relação entre elas.
446 16. Distribuições bidimensionais

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… conhecer … calcular … representar …

1
No decurso de uma investigação registaram-se os seguintes dados relativamente
às variáveis x e y .

x 1 3 5
y
0 1 2 1

1 1

2 3 1

1.1 Complete a tabela seguinte fazendo a leitura da tabela dada.

x y

1 0

1 2 e
d
d
1 2 f (o par (1 , 2) tem frequência 3)
d
1 2 d
g
.. ..
. .

1.2 Calcule o coeficiente de correlação entre as variáveis x e y .

2
Para cada uma das seguintes tabelas, represente o diagrama de dispersão e
descreva qualquer relação que pareça existir entre as variáveis.

2.1
Peso do pai
66 64 67 68 71 70
(kg)

Peso (kg) do filho


2 2,5 3 3,5 4 4,5
mais velho ao nascer

2.2
Idade
56 42 36 68 60 55 12 61
(anos)

Tensão arterial
14,7 12,5 11,8 16,2 15,5 15,2 10,0 15,2
(cmHg)
16. Distribuições bidimensionais 447

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
y
10 3
Peso (kg)

A recta de regressão, que se traçou no gráfico ao lado, representa a recta de

5
ajuste aos pontos correspondentes às idades (em meses) e aos pesos (em quilo-
gramas) de um bebé, ao longo dos seus primeiros 10 meses de vida.
Com base na recta de regressão traçada, faça uma previsão do peso que o
bebé terá aos 11 meses.
0 5 10 x
Idade (meses)

4
Uma parteira de um hospital registou o peso de 30 bebés nascidos durante
uma semana e perguntou às mães o número de cigarros que elas fumavam em
média por dia. Os dados obtidos foram os da tabela em baixo.

4.1 As variáveis, peso dos bebés recém-nascidos e o número de cigarros fuma-


dos pelas suas mães, estão correlacionadas?

4.2 Se as variáveis estão correlacionadas especifique, justificando, o tipo de corre-


lação no que respeita ao sinal e à intensidade com que as variáveis estão ligadas.

N.° de cigarros
0 5 8 10 15 20 30
fumados por dia
4,30 3,90 3,80 3,65 4,10 3,35 2,80
4,25 3,60 3,55 3,40 3,25 3,00 2,20
Peso dos 4,10 3,30 3,20 3,10 2,85 2,70 2,10
bebés em kg 3,80 2,70 2,80 2,50 2,50
3,30 2,20 2,05
3,05

5
Os valores dos coeficientes de correlação correspondentes às três distribuições,
abaixo indicadas, são - 0,6 ; 0,6 e 0,9 .
y (A) y (B) y (C)
10
10 10

5
5 5

0 5 10 x 0 5 10 x 0 5 10 x

Observando cuidadosamente cada uma das distribuições, faça corresponder


cada um dos valores do coeficiente de correlação à respectiva distribuição.
448 16. Distribuições bidimensionais

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… verdadeiro ou falso …

5
O diagrama de dispersão seguinte representa a relação entre a potência de um
carro e a velocidade máxima.
y

190

180

170

160

150

140

130

120

60 62 64 66 68 70 72 74 76 x

Qual das afirmações é verdadeira:


(A) Não parece haver correlação entre as duas variáveis.
(B) Parece existir uma correlação positiva forte entre as duas variáveis.
(C) Existe uma correlação negativa entre as duas variáveis.

7
Para construir a recta de regressão é importante conhecer as coordenadas do
centro de gravidade da nuvem de pontos. Quais são as coordenadas desse ponto?

8
Qual é o interesse da recta de regressão?
(A) fazer previsões;
(B) saber se existe correlação entre as variáveis;
(C) determinar a média das variáveis;
(D) determinar o coeficiente de correlação.

9
Qual das seguintes afirmações é verdadeira?
(A) o declive da recta de regressão é igual ao coeficiente de correlação;
(B) o declive da recta de regressão é positivo se o coeficiente de correlação é
negativo;
(C) o declive da recta de regressão é igual ao quociente das médias das variáveis
x e y;
(D) a recta de regressão só deve ser desenhada se existir correlação linear
entre as variáveis.
16. Distribuições bidimensionais 449

PROBLEMAS PROPOSTOS

R
P
… resolver … aplicar … investigar …

10
Considere os seguintes dados:

Tamanho médio da família. Agregados familiares cujo


País
Número de membros da família chefe é uma mulher (%)
Dinamarca 2,2 36,6
EUA 2,6 33,4
Japão 3 1,7
Irão 5,2 7,3
Paquistão 6,7 4,3
Chile 4,1 21,6
ONU, 1993

Calcule o coeficiente de correlação entre as variáveis e escreva a equação da


recta de regressão.

11
Considere as tabelas:

x 1 3 5 7 x 1 3 5 7
y 1 4 6 8 y 8 6 4 1

11.1 Desenhe o diagrama de dispersão e esboce a recta de regressão.


11.2 Calcule o coeficiente r de correlação linear de Pearson.
11.3 Qual a relação entre o sinal de r e o tipo de correlação?

12
A tabela seguinte mostra a extensão, em milhões de km2 , e a população, em
milhões de habitantes, dos 10 países mais extensos da Terra.

Países Extensão (milhões de km2) População (milhões)


Argélia 2,38 20,56
Argentina 2,76 28,78
Austrália 7,68 15,17
Brasil 8,51 129,66
Canadá 9,97 25,02
China 9,56 1021,63
Estados Unidos 9,36 233,74
Índia 3,28 733,24
Sudão 2,50 20,80
ex-URSS 22,40 272,31

Calcule o coeficiente de correlação linear entre as variáveis extensão e população,


e interprete-o.

PAM11 - 29
450

Soluções

R
P
1. MEDIDA DE UM ÂNGULO. GENERALIZAÇÃO DA PROBLEMAS PROPOSTOS
NOÇÃO DE ÂNGULO … conhecer … calcular … representar …

Pág. 10 Pág. 20

1. 1.1 180° 1.2 90° 1.3 60° 1.4 45° 1.5 270°
raio
1.6 - 135° 1.7 720° 1.8 - 1620° 1.9 - 150°
1 rad
C 57° < 1 rad < 58°
2p 8p 25p 17p p
2.1 } ; }; }; }; -}
9 9 18 9 9
2.2 40° + 360° k , k å Z
Pág. 13 250° + 360° k , k å Z
p 241p - 20° + 360° k , k å Z
4.1 } rad 4.3 } rad
3 360 2.3.1 70° 2.3.2 - 70°
7p 61p
4.2 } rad 4.4 } rad 3.1 3.2 - 324° ; - 2700°
4 900 y

5
5.1 150° 5.3 179° 54' 31''
5.2 110° 5.4 114° 35' 30'' 0
x
– 3π

Pág. 15

6.1 p 7p
y 4.1 } ) 0,26 rad 4.2 } ) 3,67 rad
12 6
120°
7p 3p
4.3 } ) 5,50 rad 4.4 - } ) - 2,36 rad
0 x
4 4
11p 91p
4.5 - } ) - 5,76 rad 4.6 } ) 0,79 rad
6 360
6.2 y
… verdadeiro ou falso …

Pág. 21
0 x
–120° 5. (A) ; (B) ; (D) ; (F) ; (H) ; (K) 6. (C)

… resolver … aplicar … investigar …


6.3 y
Pág. 22

7.1 5 cm 7.2 49,5 cm


0 –π x
4 25
8. } rad 9. 8 cm
12
10. Têm, porque a + b > 2p
6.4 y
Pág. 23

0 x 11.2 (47,75)° (2 c. d.) 11.3 5,24 cm (2 c. d.)


–5,3 rad
12. 64 voltas (aprox.)

13. 60 cm2
Pág. 16

7. (C) 14. 2 cm2


451

Soluções

R
P
2. AS RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS BÁSICAS PARA … verdadeiro ou falso …
ÂNGULOS AGUDOS. FÓRMULAS E RESULTADOS 4. (A) porque tg 60° = œ3
w > 1 (por exemplo)
DE REFERÊNCIA. RESOLUÇÃO DE TRIÂNGULOS (B) porque 0 < sen a < 1 , A a å ]0° , 90°[

Pág. 25 5. (A) ; (B) ; (C) ; (E) ; (F) ; (G) ; (I)


2.1 3 cm
3 3 4 … resolver … aplicar … investigar …
2.2 sen a = } ; tan a = } ; cos a = }
5 4 5 Pág. 44
2.3 (36,87)° (2 c. d.)
6.1 16,893 m 6.2 5,918 m
Pág. 26 6.3 5,010 m
3.1 (18,32)° ) 0,32 rad (2 c. d.)
Pág. 45
3.2 (57,10)° ) 1,00 rad (2 c. d.)
7.1 45,64 m2 (2 c. d.) 7.2 6,55 m2 (2 c. d.)
3.3 (66,87)° ) 1,17 rad (2 c. d.)
8.1 694,28 cm2 (2 c. d.) 8.2 605,08 m2 (2 c. d.)
4.1 0,36 4.2 0,67
Pág. 46
Pág. 29
5 œw
2w3w
7 8.3 28,37 m2 (2 c. d.) 8.4 (3,14 h2) cm2 (2 c. d.)
5.1 0,6 5.2 }
79
9.1 56,628 m3 9.2 (79,7)°
œ2
w+3
6. }
2 Pág. 47

Pág. 31 W = (63,61)° ; CDB


10. BCD W = (52,78)° ; BAD
W = (35,75)°
œ3w
8. 1 - œ2
w + }} 11.1 (35,26)° ; (70,53)° (2 c. d.)
3
Pág. 33 Pág. 48

9. 18,4 m (aprox.) 11.2 2 595 508 m3 e 97 129 m2

Pág. 34 11.3 (23,6)° (1 c. d.)

10. 2,808 cm ; 8,799 cm 12.1 (33,27)° ; (18,74)° ; (29,31)°

11. 10,24 cm ; (35,23)° Pág. 49


 
Pág. 35 12.2 AB = 2,5 m ; AF = (2,5œ2 w) m = 3,53 m
 W = (35,26)°
AG = (2,5œw 3) m ; F AG
13. 4,3 m
(70,53)° (2 c. d.)
W = (15,56)° ; HDF
12.3 ACE W = (74,44)° ; ECH
W = (20,96)°
PROBLEMAS PROPOSTOS
13. 34,53 m (2 c. d.)
… conhecer … calcular … representar …

Pág. 42 Pág. 50

1.1 2,045 cm 1.2 1,591 cm 1.3 (41,443)° 14. (10,30)° (2 c. d.)

2.1 0,56 (2 c. d.) 2.2 1,50 (2 c. d.) 15. 25,48 m (2 c. d.)

Pág. 43 Pág. 51

3. 0,30 ; 0,96 16. Aprox. 16,8 m


452

Soluções

R
P
Pág. 52 Quando x se aproxima de 90° , por valores maiores,
tg x toma valores negativos cada vez menores.
17. 17 m (aprox.)
Pág. 61
18.1 199 m (0 c. d.) 18.2 321 m (0 c. d.)
18.3 75° (0 c. d.) 18.4 288 m (0 c. d.) 7.
y
3
Pág. 53

19. A Sara, pois demorou aprox. 1420 min , enquanto


que o Vítor demorou 1 h 40 min.
–π –π 0 π π x
2 2 y1
20. A: 92,2 m ; B: 69,5 m (1 c. d.)

–3
3. AS FUNÇÕES y = sen x , y = cos x E y = tg x
PARA ÂNGULOS QUAISQUER. EQUAÇÕES TRIGO- O gráfico de y1 resulta do gráfico de y esticando
NOMÉTRICAS. REDUÇÃO AO 1.° QUADRANTE segundo o factor 3 , na vertical
Pág. 54

1. Distância ao solo: B e L " 4 m ; C e K " 7 m y


D e J " 11 m ; E e I " 15 m 1
F e H " 18 m ; G " 19 m
y2
A"3m
–π π π 0 π π 3π π
Distância a [AG] : B , L , F e H " 4 m – 3π – – x
4 2 4 4 2 4
C , K , E e I " 7 m (0 c. d.)
–1
Pág. 57

2.1 - ; - ; + 2.2 - ; + ; - O gráfico de y2 resulta do gráfico de y encolhendo


2.3 + ; - ; - 2.4 - ; - ; + 1
segundo o factor }} , na horizontal
2
2.5 + ; + ; + 2.6 + ; - ; -

Pág. 58
y

3. São simétricos em relação ao eixo dos xx .


3
Pág. 59
y3
4. São simétricos em relação ao eixo dos xx .
Os gráficos sobrepõem-se.
–π 3π – π – π 0 π π 3π π x

4 2 4 4 2 4
5. O gráfico de y = sen x pode obter-se do gráfico de
y = cos x quando este se desloca 90° para a direita.

Pág. 60 –3

6.1 {45° , 225°} ; {135° , 315°} ; {0° , 180° , 360°}


6.2 57,29 ; 572,96 ; 5729,58 ;
- 572,96 ; - 5729,58 (2 c. d.) O gráfico de y3 resulta do gráfico de y esticando
na vertical supondo o factor 3 e encolhendo na hori-
Quando x se aproxima de 90° , por valores menores, 1
zontal segundo o factor }}
tg x toma valores cada vez maiores. 2
453

Soluções

R
P
Pág. 72
y
p p
11.1 x = } + k } , k å Z
8 2
1
p
y4 11.2 x = - } + kp , k å Z
4

p kp
–π π π
–π 0 x 11.3 x = } + } , k å Z
2 2 18 3

Pág. 80
O gráfico de y4 resulta do gráfico de y mantendo-
se todos os pontos do gráfico excepto os de ordena- 1
12.1 - } = - cotg x 12.2 cos x
da negativa que sofrem uma simetria relativamente tg x
ao eixo dos xx 12.3 tg x - cos x

Pág. 62 PROBLEMAS PROPOSTOS


8.1 y1 = cos x y2 = 2 + cos x … conhecer … calcular … representar …
8.2 y1 = cos x y2 = sen x Pág. 86
8.3 y1 = cos x y2 = 2 + sen x
1.1 Q (- 2 ; 2,3) ; R (- 2 ; - 2,3) ; S (2 ; - 2,3)
Pág. 67 2,3 2 2,3 2
1.2 } ; -}; -}; -}
p 5p 3 3 3 3
9.1 q = } + 2kp › q = } + 2 kp ; k å Z
6 6
2.1 0 2.2 0 2.3 0
9.2 q ) 0,3948 + 2kp › q ) 2,7468 + 2kp ,
k å Z (4 c. d.) 3.1 2,84 rad (2 c. d.) ou (162,54)°
ou q ) 0,13p + 2kp › q ) 0,87p + 2kp , k å Z 3.2 1,77 rad (2 c. d.) ou (101,54)°
9.3 q ) 0,4637 + 2kp › q ) 1,1072 + 2kp , 3.3 2,11 rad (2 c. d.) ou (120,96)°
k å Z (4 c. d.)
3.4 2,36 rad (2 c. d.) ou (155,91)°
9.4 Impossível
9.5 q ) ¿ 0,6591 + 2kp › q ) ¿ 2,4825 + 2kp , 4.1 - 0,1959p ; - 0,8041p
k å Z (4 c. d.) 4.2 - 0,2076p ; 0,7076p ; - 0,2924p ; - 0,7924p
2p
9.6 q ) ¿ } + 2kp , k å Z 4.3 - 0,0798p 4.4 O 4.5 O 4.6 O
3
4.7 - 0,1959p ; - 0,8041p ; 0,1959p ; 0,8041p
9.7 q ) - 0,3175 + 2kp › q ) 1,3647 + 2kp ,
k å Z (4 c. d.) 4.8 - 0,1959p ; 0,1959p

5 6
p p p 5p
9.8 q = } + kp , k å Z 4.9 {0} 4.10 } , - } , }
4 6 2 6
p 4.11 {- 1,946 ; 1,946} (3 c. d.)
9.9 q = - } + kp , k å Z
6
5 6
p p
4.12 - p , - } , } , p
3 3
Pág. 71

p Pág. 87
10.1 x = } + kp › x = p + 2kp , k å Z
2 - 2œw3-1
5.1 - œ2
w-1 5.2 }}
2
4p 2p
10.2 x = - } + 2kp › x = - } + 2kp , k å Z
3 3 6.1 0 6.2 sen x 6.3 - cos x
10.3 x = 2kp , k å Z 6.4 - cos x 6.5 sen x
454

Soluções

R
P
31
7. - }
œw
8. - }
2w1 3 œw
9. }}
1w4 - 7 œw
7 4. PRODUTO ESCALAR DE DOIS VECTORES NO
20 5 21 PLANO E NO ESPAÇO

4 œw1w
7 œw1w
7 Pág. 94
10.1 - } 10.2 - }
17 17
1.1 15,76 (2 c. d.) 1.2 0
Pág. 88 1.3 - 34,43 (2 c. d.) 1.4 - 7,77 (2 c. d.)
1.5 12,97 (2 c. d.)
3 4 3 4
p 5p 2p
11.1 } , } 11.2 } , p
2 6 3
Pág. 95
11.3 ]0 ; 0,201[ ∂ ]3,343 ; 6,283[ (3 c. d.)
3
11.4 ]0 ; 1,266[ ∂ ]1,875 ; 4,408[ ∂ ]5,017 ; 2p] 2.1 } 2.2 (56,31)° (2 c. d.)
2
(3 c. d.) 2.3 0,55 (2 c. d.) 2.4 (123,69)° (2 c. d.)

3 4 3 4
p 4p 3p 2.6 - 35
11.5 0 , } ∂ } , } 2.5 10
2 3 2
2.7 35 2.8 0

… verdadeiro ou falso … Pág. 96

12. São falsas: 3. 0


œ3w
1 2
p
12.1 porque sen - } = - }
3 2 4. 180°

1 2
p 1
12.3 porque sen - } = - } Pág. 97
6 2
12.4 porque cos 10° + cos 20° ) 1,92 5.1 374 kg.f (aprox.)
5.2 Tem a mesma direcção, sentido contrário e igual
4 3
p p
12.6 porque cos 0 = 1 ‹ 0 å - } , }
2 2 intensidade (374 kg.f)
12.8 100° + 80° = 180° 0 90°
Pág. 100
12.9 12° 13' + 88° 47' = 101° 0 90°
œw
6 + œw
2
8. }}
12.11 Se sen a < 0 e cos a < 0 , tg a > 0 4

12.13 cos (- a) = cos a


Pág. 101
… resolver … aplicar … investigar …  W = (77,5)° (1 c. d.) ,
9. AB = 27,1 m (2 c. d.) , A
WB = (40,5)° (1 c. d.)
Pág. 89

13.1 2 13.2 1 e œ3
w Pág. 103
5
14.1 y = 2 cos x ; y = - 2 cos x u.»
10.1 » v = - 15 10.2 » »=}
v.w
2
y = cos (2x) ; y = - 2 cos (2x) 1
10.3 » »=}
u.w
2
14.2 y = 3 sen x ; y = - 3 sen x
y = |sen x| ; y = sen |x| 11.1 11 11.2 - 16
x 12. (- 1 , 2) , (1 , - 2) , (- 2 , 4) ,
14.3 y = tg x ; y = tg } e y = 2 tg x
2
(2 , - 4) e (- 3 , 6) (p. e.)
14.4 y = cos (x + 60°) + 2 ; y = - cos (2x)
13. (x , - 2x) com x å R \ {0}
y = - 2 cos }
x
2 1 2
Pág. 105
3 4
1 3
15.1 - } ; } 15.3 [1 ; 4]
2 2 14.1 x - 2y + 4 = 0 14.2 x2 + y2 - 2x - 19 = 0
15.2 [1 ; 3] 15.4 [1 ; + ?[ 14.3 x - 2y - 1 = 0 14.4 x - 2y = 0
455

Soluções

R
P
Pág. 107 Pág. 115

1 2
10 10 5 2 1  
1 2
2 2
15. (45,92)° (2 c. d.) 16. } , } , } (p. e.) 16.1 MI + }} MI = (œ5
w) ± MI = 2
3 3 3 2
Pág. 108 «» = «»+ «
» § MP  1 «»
«» = M
16.2 MP MI IP I - }} AM
2
œw3 œ6w «» .MP
«» = - MA
«» .MP
«» = - ||MA|
«» |||MP|
«» |.cos a =
17.2 } , œ2
w e -} 16.3 AM
3 3
1
= - 2 * œw
5-}=-2
PROBLEMAS PROPOSTOS œw 5

… conhecer … calcular … representar … 16.4 cos a = sen («» ,W MP


MI «» ) = }1 œ5
=}
w
œw5 5
Pág. 112
«».OB
17. OA «» = OA
«».OC
«» § ||OA| «» |||OB| «» ,W OB
«» |cos (OA «» ) =
1.1 0 1.2 25 1.3 - 25 1.4 12,5
«» |||OC|
||OA| «» |cos («» ,W OC
OA «» ) § ||OB| «» ,W OB
«» |cos (OA «» ) =
1 1 1
2.1 } 2.2 - } 2.3 }
2 2 2 «» |cos («
||OC| » ,W OC
OA «» ) § proj OB«» = proj OC«»
«»
OA «»
OA
2
3. - } Os pontos B e C pertencem a uma mesma recta per-
9 «» .
pendicular a OA
4.1 2 4.2 - 9 4.3 - 5 2 2 2
18. ||»
u+»
v|| -||»
u|| -||»
v|| =
5.1 - 10 5.2 6 5.3 - 9 5.4 - 15
= (»
u+»
v ).(»
u+»
v) - »
u.»
u-»
v.»
v=
6.1 90 6.2 59 u.»
=» u+»
u.»
v+»
v.»
u+»
v.»
v-»
u.»
u-»
v.»
v=2»
u.»
v

Pág. 113 19. (46,57)° (2 c. d.)

3 œw1w
0 œ1
w0w
2
7. k = - }
9
1
8. } , }
2 2 2 (p. e.)
20.1 (54,74)° (2 c. d.) 20.2 (35,26)° (2 c. d.)

Pág. 116
œw2 - 4 œ1w3
w
9.1 (101,31)° (2 c. d.) 9.2 - } , }}
2 13 21. 600 J

10.1 13 10.2 (58,24)° (2 c. d.) 22. (- 114,91 ; - 96,42) (2 c. d.)

23. ||»
u|| = 287,42 (2 c. d.) ; ||»
v|| = 382,67 (2 c. d.)
… verdadeiro ou falso …
11. É falso. O produto escalar de dois vectores é um 24. »
v = (12,31 ; 15,76) (2 c. d.)
número real.
Pág. 117
12. B , C e D
25. Superior a 30 kgf

… resolver … aplicar … investigar … 26. 1051 kg (0 c. d.)

Pág. 114 27.1 11,40 (2 c. d.) 27.2 (37,9)° (1 c. d.)

13.1 - 0,81 r2 (2 c. d.) 13.2 - 1,31 l2 (2 c. d.)

13.3.1 7,42 cm (2 c. d.) 13.3.2 72 5. PERPENDICULARIDADE DE VECTORES E RECTAS.


CONJUNTOS DEFINIDOS POR CONDIÇÕES
13.3.3 72
Pág. 118
W = 59° (0 c. d.) , A
14. U W = 76° (0 c. d.) e WL = 45°
1.1 a e b , d e c , b e c
15.1 a = (33,69)° (2 c. d.) 15.2 3,53 (2 c. d.)
1.2 Recta a : (x , y) = (0 , 5) + k (6 , 3) k å R

1 2
58 22 1
15.3 P 1 } , } y=}x+5
13 13 2
456

Soluções

R
P
Recta b : (x , y) = (9 , 0) + k (6 , 3) k å R Pág. 131
1 9
y=}x-} z
2 2 12.1 - x - 3 = y - 1 = } 12.2 a x = 0
3 d
1.3 c: y = - 3 ; d: x = - 4 x-3 z-1 b
12.3 a } } = }} d z-4
c y - 1 = }}
a = (6 , 3) ; »
1.4 » c = (1 , 0) ; »
b = (6 , 3) ; » d = (0 , 1) d 2
b
3 3
d
cy=4
Pág. 119

1 2 1 2
3 3
13. P 1 - 2 , } , - 1 e »
r = } , - 1 , 1 (p. e.)
2. (63,43)° (2 c. d.) 2 2

x+1 y-1
Pág. 120 14. } = } = z - 1
4 2
3.1 45° 3.2 45° 3.3 90° 3.4 0°
Pág. 132
Pág. 122
15. 1,60 (2 c. d.)
4.1 (108,43)° (2 c. d.) 4.4 (116,57)° (2 c. d.)
x+1 z-5
4.2 (63,43)° (2 c. d.) 4.5 0° 16.1 } = y - 3 = } 16.2 0,96 (2 c. d.)
3 2
4.3 (153,43)° (2 c. d.) 4.6 90°
Pág. 133
5.1 y = œ3
w x + 5 + œ3
w
17.1 90° 17.2 0°
5.2 y = 1,56x + 6,56 (2 c. d.)
17.3 (54,74)° 2 (c. d.) 17.4 (76,37)° 2 (c. d.)
5.3 y = x + 6
5.4 y = 0,27x + 5,27 (2 c. d.) PROBLEMAS PROPOSTOS
… conhecer … calcular … representar …
Pág. 125
Pág. 138
6.1 - 1
1
6.2 }}
œw
6.3 - }
2
3 2 1.1 »
u = (6 , 4) , »
v = (6 , 4) , »
w = (- 5 , 3)
6.4 1 6.5 3
- 5 œw3w
4 3 œ3w4
w
1 9
1
1.2 }} , }
34 34 2 (p. e.)
7. y = } x + }
2 2 1.3 (115,35)°
2 7 3 3 1.4.1 r: 2x - 3y + 2 = 0 , s: 3x + 5y = 0
8.1 y = - } x + } 8.2 y = - } x + }
3 3 2 2
1.4.2 (64,65)° (2 c. d.)
8.3 y = 3 8.4 x = - 1 1.4.3 r: a = (33,69)° (2 c. d.) ; s: a = (149,04)° (2 c. d.)

Pág. 126 1.5.1 x = 8 1.5.2 y = 6


1.5.3 y = - 2,19x + 23,52 (2 c. d.)
9. y = 2x + 3
3
1.6 y = } x - 6 1.7 9,26 (2 c. d.)
2
Pág. 128
œw
1w3-3
1.8 3,88 (2 c. d.) 1.9 y = }} x
- 9 - 5 œw
1w0 - 9 + 5 œw
1w0 2
10.1 y = }} x ou y = }} x
13 13
Pág. 139
- 9 + 5 œ1
w0
w x z+3
10.2 y = }} x ‹ x ≥ 0 2.1 } = y - 1 = } 2.2 a x = 0
13 2 4 d
b
2.3 a x = - 1 d y-1 2-z
Pág. 129 c }} = }}
b 2 3
cz=4
2 œw1w
0
11. }
5 3.1 A , B e C são colineares
457

Soluções

R
P
3.2 A , B e C não são colineares Pág. 144

1
4. a = 1 e b = } 5. 2,71 (2 c. d.) 2. 2x - z + 3 = 0
2
3.1 z = 0 3.2 y = 0 3.3 x = 0
6.2 (45,29)° (2 c. d.)
6.3 (x , y , z) = (7 , - 1 , - 2) + l (1 , 0 , 1) , l å R 4. 3y - 2z = 0

Pág. 145
… verdadeiro ou falso …

Pág. 140 5. x - 2y - z + 4 = 0 6. x + y + z - 1 = 0

7. A , B , C , D , F e I Pág. 146

… resolver … aplicar … investigar … 7.1 x = 0 ‹ y + z = 3 7.3 2x - y - z + 3 = 0


7.2 x - 3y + 5z - 7 = 0
Pág. 141
Pág. 147
8.1 3 œ2
w 8.2 4
3 œw2 3 œ2w 8. O problema tem um número infinito de soluções. Uma
2 1
8.3 A 1 } , - } , 4
2 2 das soluções é 7x - y - z + 4 = 0
3 œw2 3 œ2w 9. 2œ2
w 10. œ3
w
1
B1 }, }, 4
2 2 2
Pág. 148
3 œw2 3 œ2w
1
C1 -}, }, 4
2 2 2 11. x - y - 3z + 7 = 0
3 œ2w 3 œ2w
1
D1 -}, -}, 4
2 2 2 Pág. 149

12. x + y + z - 3 = 0
8.4 3 œw
ax=} 2 3 œw
ay=} 2 ay=-}3 œw2
} } }
d 2 d 2 d 2
AB: b BC: b DC: b Pág. 150
d d d
cz=4 cz=4 cz=4
13.1 (61,87)° (2 c. d.) 13.2 (77,40)° (2 c. d.)
ax=-}3 œw2
}
d
AD: b 2 œw
2x œw
2y 8-z Pág. 151
VA: }} = - }} = }}
d 3 3 4
cz=4 14. (VA,W ABC) = (23,90)° (2 c. d.)
œw
2 x œw
2y 8-z (VB,W ABC) = (17,61)° (2 c. d.)
VB: }} = }} = }}
3 3 4 (VC,W ABC) = (37,25)° (2 c. d.)
œw
2 x œw
2y 8-z
VC: - }} = }} = }} Pág. 153
3 3 4
œw2x œw2y 8-z 15. az=0 ax=0
VD: - }} = - }} = }} d d
3 3 4 II bx=0 (p. e.) III b z = 0 (p. e.)
d d
W cx-z=0 c 2x = 0
8.5 BVC = (50,21)° (2 c. d.) 8.6 4,03 (2 c. d.)
ax+y=0 ay=2
8.7 x = 0 8.8 z = 4 8.9 a x2 + y2 ≤ 9 d d
b IV b x + y = 0 (p. e.) V by=4 (p. e.)
cz=4 d d
cx+y=0 cz=0
ax=-5 az=2
d d
6. PLANOS. INTERSECÇÃO DE PLANOS E RECTAS VI b x = 2 (p. e.) VII b 2z = 4 (p. e.)
d d
NO ESPAÇO cx=3 cz=1

Pág. 142 ax=0


d
VIII b y = 0 (p. e.)
1. A , B e E d
cx+y=5
458

Soluções

R
P
1 2
Pág. 156 6 17 31
13.3 - } , } , } . Os três planos intersectam-se
13 65 65
16.1 Os planos intersectam-se no ponto (1 , 0 , 2) . neste ponto
16.2 Os planos a e p são estritamente paralelos. 13.4 Sistema indeterminado. Os três planos são coinci-
O plano b intersecta os outros dois. dentes
16.3 Os planos intersectam-se dois a dois segundo rec- 13.5 Sistema indeterminado. Dois planos são coinciden-
tas estritamente paralelas. tes. A intersecção é uma recta

Pág. 158 13.6 Sistema impossível. Os três planos são estritamen-


te paralelos
1 2
7 3 11
17.1 (2 , 3 , 2) 17.2 } , - } , - }
2 2 2 13.7 Sistema impossível. Dois planos são estritamente
18.1 r e s não são complanares paralelos sendo intersectados pelo terceiro

1 2
43 7 15
18.2 r e s não são complanares 13.8 - } , - } , } . Os três planos intersectam-
22 2 22
18.3 r e s são paralelas -se neste ponto
18.4 r e s não são complanares
… verdadeiro ou falso …

PROBLEMAS PROPOSTOS Pág. 175

… conhecer … calcular … representar … 14.1 Os sistemas são equivalentes pois 2x + 2y = 6


§ x+y=3
Pág. 172
14.2 Os sistemas são equivalentes. A solução comum é
1.1 x + 2z = 9 1.2 z = 0 1.3 x - 3y - z = 0
a recta x + y = 3 ‹ z = 1
2.1 y = 0 2.2 2x + 5z - 2 = 0
14.3 Os sistemas são equivalentes porque as equações
3.1 são estritamente paralelos são equivalentes entre si
3.2 são estritamente paralelos
14.4 Os sistemas não são equivalentes. O primeiro define
3.3 são estritamente paralelos um ponto e o segundo define uma recta
5.1 r: (x , y , z) = (2 , 2 , 2) + l (1 , 1 , 1) , l å R 14.5 Os sistemas são equivalentes dado que as três
5.2 r: (x , y , z) = (2 , 2 , 2) + l (1 , - 2 , 1) , l å R equações são equivalentes

Pág. 173 14.6 Os sistemas são equivalentes dado que as três


equações são equivalentes
8.1 (5 , 5 , 5) 8.2 (4 , 1 , - 2)
8.3 r não intersecta a (r // a) 15. Apenas 15.2 é falsa pois se existir uma recta r
perpendicular a dois planos a e b , estes terão que
9. Ângulo de r com xOy: 45° ser paralelos
Ângulo de r com xOz: 45°
Ângulo de r com yOz: 0° … resolver … aplicar … investigar …
10.1 x = 1 10.2 y = 2 10.3 z = 3 Pág. 176

Pág. 174 16.1 B 1 (6 , 6 , 0) , C 1 (0 , 6 , 0)


V 1 (3 , 3 , 6) , P 1 (3 , 3 , 0)
11.1 x - 2y - 3z = 4 11.2 4x + 2y - 2z = 1
16.2 65,91 (2 c. d.)
1 2
74 1 7
13.1 } , } , - } . Os três planos intersectam-se
15 15 3 16.3 PW = 90° CW = (54,74)° (2 c. d.) VW = (35,26)° (2 c. d.)
neste ponto
16.4 2x + z = 12
1 2
3 2 1
13.2 } , - } , - } . Os três planos intersectam-se
7 7 7
neste ponto 16.5 (x , y , z) = (3 , 3 , 6) + k (0 , 1 , 0) , k å R
459

Soluções

R
P
16.6 116,50 cm2 (2 c. d.) Pág. 187

16.7 x - y = 0 5.1

Pág. 177

16.8 Superfície esférica: (x - 3)2 + (y - 3)2 + z2 = 18


Esfera: (x - 3)2 + (y - 3)2 + z2 ≤ 18

16.9 A' 1 (3 , - 3 , - 6) , B' 1 (3 , 3 , - 6)


C' 1 (3 , - 3 , - 6) , D' 1 (- 3 , - 3 , - 6)
5.2
17.1 A 1 (4 ; 0 ; 0) , B 1 (4 ; - 10 ; 0)
C 1 (0 ; - 10 ; 0) , D 1 (4 ; - 10 ; 2,8)
E 1 (4 ; 0 ; 2,8) , F 1 (0 ; 0 ; 2,8)
G 1 (0 ; - 10 ; 2,8) , H 1 (2 ; - 10 ; 4,2)
I 1 (2 ; 0 ; 4,2)

17.2 (35,00)° (2 c. d.) 17.3 0,7x + z = 5,6


5.3
17.4 (1 ; 0 ; 3,5) 17.5 x + 0,7z = 4

17.6 (14,57)° (2 c. d.)

17.7 (x , y , z) = (2 ; - 10 ; 4,2) + k (1 , 0 , 0) , k å R

Pág. 178

18.2 (x , y , z) = (0 , 5 , 0) + k (0 , 0 , 1) , k å R
5.4
18.3 x + 2y - 10 = 0

19.3 x = 0 ‹ y = 3z 19.4 4

Pág. 179

20.3 (œ1w , - 10 , 12)


w2

5.5
7. SUCESSÕES. SUCESSÕES MONÓTONAS E
SUCESSÕES LIMITADAS

Pág. 184

1.1 40 e 39 1.2 2n ; 2n - 1

Pág. 185

2.1 180 2.2 30n


Pág. 188
Pág. 186 a4 se n ímpar
6. 4 , - 3 , 4 , - 3 . an = b
3.1 2 , 5 , 8 , 11 3.2 }1} , }2} , }3} , }4} c-3 se n par
2 3 4 5
7.1 5 , 8 , 11 , 14 (p. ex.)
3.3 - }1} , }2} , - }3} , }4} 3.4 1 , - }1} , }1} , - }1} A diferença entre dois termos consecutivos é constante
2 5 10 17 2 3 4
e igual a 3
403
4.1.1 } n2 + 2n + 4
4.1.2 }
} }
20 n+1 7.2 bn = 3n + 2 , nåN
460

Soluções

R
P
Pág. 191 6.2 u1 = - }1} e un + 1 = - }u}n
2 2
8.1 Crescente 8.2 Não monótona 8.3 Decrescente 7.1 cn 7.2 19 , 199 ,
9 2n + 1 ,
Pág. 195
2t + 13
9.1 Conjunto dos majorantes: [5 , + ?[ 7

Conjunto dos minorantes: ]- ? , 2] 7.3 50 termos


5
9.2 Conjunto dos majorantes: [4 , + ?[ 7.4 Um número infinito
B não é limitado inferiormente dado que apenas os
3
9.3 Conjunto dos majorantes: [p , + ?[ primeiros 500 termos
Conjunto dos minorantes: ]- ? , - 3] 1 são inferiores a 1000
0 1 2 3 4 5 n
PROBLEMAS PROPOSTOS
8.1 un 8.2 u16 = 8,5
… conhecer … calcular … representar …
3 8.3 6,3 (por exemplo)
Pág. 202 2
8.4 A sucessão é
1.1 9 1.2 5 , 7 , 9 , 11 , 2n + 1 1
minorada. 1 é um dos
2.1 4 , 8 , 12 , 16 , 20 , 4n 0 1 2 3 4 5 n minorantes.
2.2 1 , 3 , 5 , 7 , 9 , 2n - 1
… verdadeiro ou falso …
Pág. 203 Pág. 205
2
2.3 1 , 4 , 9 , 16 , 25 , n 9. D
2.4 2 , 8 , 18 , 32 , 50 , 2n2
10.1 u2 < u3 ‹ u3 > u4
2.5 3 , 8 , 15 , 24 , 35 , n (n + 2)
10.2 O conjunto dos termos não é majorado nem minorado
3.1 2 , 5 , 8 , 11 , 14 (- 1)n
10.4 Por exemplo: un = }
n
3.2 3 , 12 , 27 , 48 , 75
un é limitada (A n å N : - 1 ≤ un < 1) mas não é
1 2
1 1 1 1 1 1 1
3.3 } , } , } , } , } monótona u1 = - 1 , u2 = }} , u3 = - }}
5 20 45 80 125 2 3
3.4 - 1 , 1 , - 1 , 1 , - 1 10.6 Se (un) é crescente, A n å N : un + 1 > un , logo
3.5 - 1 , 2 , - 4 , 8 , - 16 A n å N : un ≥ u1
5 1 7 11. C , pois U11 = 3
3.6 3 , 0 , } , - } , }
3 2 5
… resolver … aplicar … investigar …
4.1 (- 1)n + 1.2 4.2 (- 1)n.2 4.3 2n + 2
4.4 2n + 1 4.5 3n - 1 4.6 2n Pág. 206
1 13. tn = 2 * 3n - 1 .
4.7 (- 1)n.n 4.8 (- 1)n + 1.} 4.9 (- 1)n + 1.œn
w 12. Não monótona e limitada.
n+1
Pág. 204 14.1

5.1 4 , 8 , 16 , 32 , 64

5.2 10 , } 20 , 40 , 80 , 160
} }} }} }}
3 9 27 81 14.2 f (3) = f (1) + f (2) = 2 + 3 = 5
5.3 1 , }5} , }
11 , 23 , 47
} } } }} f (4) = f (2) + f (3) = 3 + 5 = 8
4 8 16 32
5.4 1 , 2 , 3 , 5 , 8 Pág. 207

6.1 u1 = 1 e un + 1 = }1} un 15.1 1 , }1} , }1} , }1} , }1}


2 2 4 8 16
461

Soluções

R
P
œ2
w - 16n - 8
1 2 1 2
n-1 n-1
1
15.2 } 15.3 } 20.2 bn + 1 - bn = }}} <0, AnåN §
2 2 (n2 + 2n + 3) (n2 + 2)
(bn) é estritamente decrescente
29
16.1 } 16.2 (vn) é estritamente decrescente
6 20.3 Como bn é uma sucessão decrescente de ter-
1 mos positivos, 0 < bn ≤ b1 , A n å N e, portanto,
16.3 1 < 1 + } ≤ 2 , A n å N
n
(bn) é limitada.
16.4 1 < un ≤ 2 , A n å N ± (un) é limitada
16.5 1
a 1 + }n} se n ≥ 10 Pág. 209
wn = b
c0 se n < 10 (por exemplo)
21.1
y 21.2 • (un) não é monótona,
17.1
4 pois u3 > u2 ‹ u4 < u3
an
3 • 4 é majorante do conjunto
17.2 - 2 ≤ an ≤ 4 , 2 dos termos. O conjunto dos
A n å N ± (an) é limita- 1 termos não é limitado inferior-
1
da mente, pelo que (un) não é
0 1 2 3 4 5 6 x
17.3 bn = (- 1)n.3 + n , limitada
1 2 3 4 5 n
–1 por exemplo • u1 = u5 = 0
–2

Pág. 208 8. PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E PROGRESSÕES


GEOMÉTRICAS
18.1
bn Pág. 210
4 18.3 Como u2 = 2 ,
1.1 40 km , 45 km , 50 km , 55 km e 60 km
3 u3 = 3 e u4 = 2 ,
1.2 40 km ; 42 km ; 44,1 km ; 46,3 km e 48,6 km (1 c. d.)
2 u3 > u2 e u4 < u3 ,
1 (un) não é monótona Pág. 211
0 1 2 3 4 5 6 n
2.1 3 , 8 , 13 , 18 , 23
18.4 Se, por exemplo, a vn se n ≤ k 2.2 3 , - 2 , - 7 , - 12 , - 17 2.3 3 , 3 , 3 , 3 , 3
bn = b
c wn se n > k 3.1 É, razão - 2 3.2 Não é 3.3 É, razão 3
(bn) é monótona se as diferenças vn + 1 - vn (para n < k) ,
Pág. 212
wn + 1 - wn (para n > k) e wk + 1 - vk forem todas não
negativas ou não positivas. 4. }9}
5
19.2 5 ≤ an < 10 , A n å N § (an) é limitada 5. 202
19.3 an + 1 - an = } 10
}>0, AnåN § 6.1 un = 10n - 7 6.2 un = 5n 6.3 un = 5n - 25
(n + 2) (n + 1)
(an) é estritamente crescente
Pág. 213
20.1 bn
7. 249
3
Pág. 215
2
8. 970 km 9. 42,9 - 3n

1 Pág. 216

10.1 Monótona decrescente


0 1 2 3 4 5 6 n
10.2 Monótona crescente
462

Soluções

R
P
26 e 18
1.3 } 1.4 5 e 18 1.5 5 e 1
Pág. 217 } }}
5 5
11. 1 2 3 4 5 2.1 462 (para n = 11) 2.2 - 17,5 (para n = 10)
1 4 16 64 256 2.3 768 162 (para n = 12)
8 4 2 1 0,5
3.1 É, razão - 7 3.2 Não é
3.3 Não é 3.4 É , razão }2}
Pág. 218 3
4.1 2 , - 5 , - 12 , - 19 4.2 É, razão - 7
12.1 - 3 , - 6 , - 12 , - 24 , - 48
4.3 Monótona decrescente 4.4 un = 9 - 7n 4.5 6
12.2 - 5 , 10 , - 20 , 40 , - 80
12.3 1 , - 1 , 1 , - 1 , 1 Pág. 231
3 œ2 w
12.4 - } , 3 , - 3 œ2 w , 6 , - 6 œ2
w ou 5. ¿ 7,2
2
3 œw2 6. A sucessão (an) é uma progressão geométrica §
} , 3 , 3 œw 2 , 6 , 6 œ2 w an + 1
2 AnåN: } = k com k å R e k constante
an
13. 0,04 7.1 un = 3n * 101 - n 7.2 320 * 10- 19
14.1 É, razão }1} 14.2 É, razão }1} 14.3 É, razão 1 30
7.3 } (1 - 0,320)
5 2 7
14.4 É, razão 3 14.5 É, razão }1} 14.6 Não é 8. 2046
5
Pág. 219 9.1 u1 = 10 , r = 3 9.2 295 240

15. - 5 * 259 10.1 u1 = 12 e r = 2 ou u1 = - 12 e r = - 2


10.2 S10 = 12 276 (se r = 2 e u1 = 12) ou
Pág. 220
S10 = 4092 (se r = - 2 e u1 = - 12)
16. - 9882 p10
11.1 } 11.2 248,92 (2 c. d.)
17.1 an = 2 * 3 n-1
17.2 an = (- 1) .2 n 2n - 1
ou an = 2 2n - 1 1024

… verdadeiro ou falso …
Pág. 222
Pág. 232
1023
18. } 1
256 12.1 Falso, un + 1 = 1 - } 12.2 Verdadeiro
20
n+1
2 - 1 1 048 575 1
19.1 S20 = } = }} 12.3 Falso, un + 1 - un = }
221 2 097 152 n2 + n
20
2 2 - 1 341
19.2 S10 = }.} =} 13.1 Falso, u2n = 22n + 1 13.2 Falso, u3n = 23n + 1
3 220 512
13.3 Verdadeiro
20. 72 630 272
14.1 Falso, v2 = 2 v1 + 3
Pág. 223 14.2 Falso, v2n - 1 = 2 v2n - 2 + 3

21.1 an = 2n (p. e.) 21.2 an = 3 * 25 - n (p. e.) 15.1 Verdadeiro, A n å N : un + 1 - un = - 3 (r = - 3)


21.3 an = - (- 2) n-1
(p. e.) 15.2 Falso, A n å N : } vn + 1 = 8
} }} r = }}
vn 5 18
5 2
3 3
16. Verd.: a1 = }} , an = }} * (r ) § an = 3 * rn - 2
n-1
PROBLEMAS PROPOSTOS r r

… conhecer … calcular … representar … 17.1 Falso, a progressão geométrica de termo geral


un = - 0,1n , por exemplo, é estritamente crescente e
Pág. 230
todos os seus termos são negativos
1.1 27 , 59 e 210 1.2 14 , - 4 e 50 17.2 Falso, exemplo anterior
463

Soluções

R
P
… resolver … aplicar … investigar … Pág. 238
Pág. 233
2.1 n > 999 998 2.2 n > 31 2.3 n > 1000
18. - 1 , 1 e 3 19. t = 500n + 4500 ; 91 meses
Pág. 239
20. 38,29 l (2 c. d.)
3.1 œnw - 1 3.2 n > 10 201
21.1 Dimensões: 21 por 29,7 cm
Área: 624 cm2 , (0 c. d.) Pág. 240
2 2 2
21.2 A1 : 4992 cm ; A3 : 1248 cm ; A8 : 38 cm
4.1 (an) é um infinitamente grande positivo
Pág. 234 4.2 (an) é um infinitamente grande negativo
4.3 (an) é um infinitamente grande em módulo
12
n-2
22.1 }3} 22.2 an = }3} 22.3 11 e 12
2 2 5.1 un = (n - 4)2 (p. e.) 5.3 un = 1 - }1} (p. e.)
n
6250
23. } 1
3159 5.2 un = - (n - 4)2 (p. e.) 5.4 un = 1 + }} (p. e.)
n
1
24.1 4 24.2 un = 23 - n , u20 = 2- 17 = } Pág. 241
131 072
- 16 - 10
24.3 2 .(1 - 2 )
6. un = (- 1)n n + n (p. e.)
25. 7 26. 3280
7. un = n (p. e.)
Pág. 235
Pág. 242
27. 4 , 4 e 4 28. 10 , 20 e 40
8.1 - 1 , 1 , - 1 , 1 , - 1 , 1
29. Ao fim de 20 horas receberiam: 8.2 n 1 - 1 e n11
1.ª hipótese: 100 000 Kz ,
9.1 0 , 32 , 0 , 64 , 0 , 96
2.ª hipótese: 111 000 Kz e
9.2 n 1 0 e n 1 32n
3.ª hipótese: 209 715 Kz .
9.3 (an) não é um infinitamente grande porque admite
A 3.ª hipótese é a melhor e a 1.ª é a pior.
uma subsucessão limitada
30. 24 semanas 31. 2 saltos, no máximo 9.4 (an) não é limitada porque admite uma subsucessão
que não é limitada
9. LIMITE DE UMA SUCESSÃO
Pág. 244
Pág. 236
10. œnw3 ≥ œnw , A n å N e œnw " + ? ;
1.1 An : 1 , 4 , 16 , 64 ; Bn : 1 , }1} , }1} , }1} œnw3 " + ? (T1) .
4 16 64
1.2 An : 4n - 1 ; Bn : 41 - n
Pág. 246
1.3
11.1 n3 > n , A n å N e n " + ?
n3 " + ? (T1) ; }1} n3 " + ? (T3)
2
11.2 n " + ? , 4 å R ; n + 4 " + ? (T2)
11.3 œnw+
ww3 ≥ œnw , A n å N e œnw " + ?
œwnw
+w3 " + ? (T1)
11.4 2n " + ? e - 1 å R ; 2n - 1 " + ? (T2)
10
11.5 }
p 2
>1;
10 n
}
p2 1 2
" + ? (T4)

Pág. 247

12.1 2n " + ? ; 2n - 1 " + ? (T2) ;


- 2n + 1 " - ? (definição)
464

Soluções

R
P
12.2 œnw " + ? ; 5 œnw " + ? (T3) ;
*1- }n1 2 * = *(- 1) 1}n1 2 * = 1}n1 2 = }n1 ≤ }1n ,
3 3 3
3
17.4
- 3 + 5 œnw " + ? (T2) ; 2 2 2 6

3 - 5 œwn " - ? (definição)


A n å N ; Como } " 0 , 1- }2 " 0 (T5)
3
1 1
2
12.3 n " + ? ; - 1 + n " + ? (T2) ; n n
1 1
}} (- 1 + n) " + ? (T3) ; 18.1 n2 " + ? ; n2 + 1 " + ? (T2) ; } " 0 (T8)
3 n2 + 1
1-n 18.2 n " + ? ; 1 + n " + ? (T2) ;
}} " - ? (definição)
3
12.4 3n " + ? (T4) ; - 1 + 3n " + ? (T2) ; - 1 - n " - ? (definição) ; }1} " 0 (T8)
-1-n
1 n
}} (- 1 + 3 ) " + ? (T3) ; Pág. 256
p
1 - 3n 19.1 convergente 19.2 não convergente
}} " - ? (definição)
p 19.3 convergente 19.4 convergente
13.1 an = (- 1)n * 5n ; |an| = 5n " + ? (T4) ; an " ? 19.5 não convergente
13.2 bn = (- 1)n + 1 (n2 - 1) ; |bn| = n2 - 1 ; n2 " + ? ;
Pág. 259
n2 - 1 " + ? (T2) ; |bn| " + ? ; bn " ?
20.
14.1 Infinitamente grande positivo d 0,1 0,01 0,001
14.2 Infinitamente grande positivo p 15 150 1500
14.3 Infinitamente grande em módulo
Pág. 260
14.4 Infinitamente grande negativo
21.1 (an) é monótona decrescente
-1
1 2
Pág. 249
an + 1 - an = } }<0, AnåN
15. n > 10 000 2n (n + 1)

21.2 an = }1} - }1} ; - }1} < }1} - }1} ≤ 0 , A n å N


Pág. 251 2n 2 2 2n 2

* *
1 1 1 21.3 Toda a sucessão monótona e limitada é convergente
16.1 } = } ≤ } para todo n å N .
œwnw+w
1 œnw+ww
1 œnw
Pág. 262
1 1
Como } " 0 então } " 0 (T5)
œwn œnw+ww
1 22. (un) é divergente oscilante (não tem limite)

16.2 Para n ≥ 4 , }1}2 - }1}n ≥ 0 ;


n 2 PROBLEMAS PROPOSTOS
*}}2 }}n
n 2
}}2 }}r
n 2 *
1 - 1 = 1 - 1n; 1 - 1 ≤ 1 .
}}2 }}n }}2
n 2 n
… conhecer … calcular … representar …

1 1 1
Como }}2 " 0 , }}2 - }}n " 0 (T5) Pág. 266
n n 2
1.1 }1}2 " 0 ; - }2} }1}2 " 0 (T6)
Pág. 254 n 5 n

1- }12}2
n
17.1 - 1 < - }1} < 1 ; " 0 (T7) 1.2 10- n = 10 * }1} ; }1} " 0 ; 10 * }1} " 0 (T6)
2 n n n

1 2
2
17.2 }1} = }1}2 " 0 (infinitésimo de referência) 1.3 œnw " + ? ; }}
œw
n " + ? (T3) ;
n n 3
œwn
}} + 5 " + ? (T2)
*1- } 2 * = *(- 1) 1} 2*=
3 3
1 1 3
3
17.3
2 œnw 2 œnw
1.4 4n " + ? (T4) ; 4n - 4 " + ? (T2) .
1 2
3
1 1 1 4n - 4
} =}≤}, AnåN; }} " + ? (T3) .
2 œwn 8n œwn œnw 2

1- } 2
3
1 1
Como } " 0 ,
œwn 2 œnw
" 0 (T5) 1.5 } * } }}
n2 n2*
(- 1)n + 3 = (- 1)n + 3 ≤ 4 , A n å N ;
}}2
n
465

Soluções

R
(- 1)n + 3 " 0 (T5)

P
1 4
}}2 " 0 ; }}2 " 0 (T6 ) ; } } Pág. 269
n n n2
1023
7.1 }1} , }1} , }1} , }1} , }1} 7.3 S10 = } u. c.
1 2
n
1.6 - 1 < }2} < 1 ; 2
}} "0 (T7) 2 4 8 16 32 1024
3 3
8.1 p r , }p} r , }p} r , }p} r , }p} r
1}32}2
n 8.2 5
1.7 }3} > 1 ; " + ? (T4) 2 4 8 16
2

1.8 }- 1 = - 2n ; 2 > 1 ; 2n " + ? (T4) ; 10. CÁLCULO DO LIMITE DE SUCESSÕES. O NÚME-


}
0,5n RO DE NEPER
n
- 2 " - ? (definição)
Pág. 271
1.9 5 > 1 ; 5n " + ? (T4) ; }1}n " 0 (T8)
5 1.1 }9} 1.2 0 1.3 0 1.4 œw
5 1.5 0 1.6 1
2
1 2 1 2
2n n n n
3
1.10 } } = } }n = }} ; }} > 1 ; }9} " + ? (T4)
9 9 9
n
4 4 4 4 4 Pág. 273

2.1 + ? 2.2 0 2.3 + ? 2.4 0 2.5 - ?


2.1 an - 1 = - }2}2 ; an - 1 " 0 ; an " 1
n 2.6 Indeterminação (?0) 2.7 Não se pode determinar
2.2 bn - 1 = }2}2 ; bn - 1 " 0 ; bn " 1 ?
2.8 Indeterminação (0.?) 2.9 Indeterminação (}
n ?)
2.3 an + bn = 2 ; an + bn " 2 Pág. 275

2.4 an - bn = - }4}2 ; an - bn " 0 3.1 }1} 3.2 0 3.3 - ?


n 3
2.5 an.bn = 1 - }4}4 ; an.bn - 1 = - }4}4 3.4 - ? 3.5 }1} 3.6 1
n n 2
an bn - 1 " 0 ; an bn " 1 Pág. 276

… verdadeiro ou falso … 4.1 }1} 4.2 1 4.3 3 4.4 0


2
Pág. 267
Pág. 277
3. São falsas: A , B , C , G , I , J , K , L , M , N , P , Q . 5.1 - ? 5.2 + ? 5.3 0 5.4 }1} 5.5 0 5.6 }1}
2 2
… resolver … aplicar … investigar … Pág. 278
Pág. 268
6.1 }1} 6.2 }8} 6.3 + ?
5.1 Observa-se na cal- 6 3
culadora gráfica que os Pág. 279
termos da sucessão
7.1 }5} 451
7.2 } }
aproximam-se de 2,30 11 999
(2 c. d.)
Pág. 283
1
}
5.2 Observa-se na calcu- 8.1 e 8.2 e 8.3 e8 8.4 e 2
1 1
-} 4
-}
ladora gráfica que os ter- }
8.5 e- 3 8.6 e 3 8.7 e 2 8.8 e 3
mos da sucessão aproxi-
mam-se de 0 (zero) 8.9 e- 3 8.10 + ? 8.11 e- 3 8.12 0

PROBLEMAS PROPOSTOS
… conhecer … calcular … representar …
6.1 un = 41 - n
Pág. 290
1 2 1}14}2
n n
6.2 41 - n = 4 * }1} ; - 1 < }1} < 1 ; " 0 (T7) ;
4 4 1.1 1 1.2 Não existe 1.3 + ?
1 2
n
1
1.6 - }1}
1-n
4 * }} " 0 (T6) ; 4 "0 1.4 Não existe 1.5 1
4 3

PAM11 - 30
466

Soluções

R
P
1.7 0 1.8 - ? 11. INDUÇÃO MATEMÁTICA

2.1 - 1 2.2 }7} 2.3 1 Pág. 299


3
Pág. 291
3.1 3 3.2 4

3.1 + ? 3.2 + ? 3.3 0 PROBLEMAS PROPOSTOS


3.4 }1} 3.5 + ? 3.6 b / d … conhecer … calcular … representar …
27
3.7 + ? 3.8 0 3.9 2 Pág. 304
3.10 1 3.11 + ? 3.12 + ? 1. A (p + 1) : 3p + 1 ≥ 2p + 3
œw 2
3.13 0 3.14 }} 3.15 - 1
4 2.1 55 2.2 355
3.16 e- 1 3.17 e- 64 3.18 e8
1 4
-}
… verdadeiro ou falso …
}
3.19 e 16 3.20 e 7 3.21 e4
1
}
4
-} 3. Verdadeiro 4. Falso
3.22 e 2 3.23 e- 1 3.24 e 3

… resolver … aplicar … investigar …


3.25 e- 1 3.26 0
Pág. 305
… resolver … aplicar … investigar …
6. an = 2n2 - 6n + 7 , A n å N
Pág. 292

4. - }5} 5. 16 m 12. O OBJECTO DA ESTATÍSTICA. CONCEITOS


32
BÁSICOS
6. }4} L2 , sendo L a medida do comprimento do lado
3 Pág. 317
do 1.° quadrado
3.1 Todos os cidadãos que têm direito a voto;
Pág. 293
3.2 todos os alunos da turma.
1 - (- 2)n
7. Nada se pode concluir, porque lim }} não existe
1+2 4.1 Cada uma das apostas no Totoloto dessa semana;
8.1 an = n e bn = n2 8.2 an = bn = n 4.2 cada um dos 500 alunos que frequentam a
8.3 an = n3 e bn = n 8.4 an = n + 3 e bn = n 10.a classe da escola;

8.5 não é possível (+ ?).(+ ?) = (+ ?) 4.3 cada um dos parafusos produzidos por dia nessa
2 2 fábrica.
8.6 an = n e bn = n 8.7 an = n e bn = n
8.8 an = 5n e bn = n Pág. 318

5.1 Os 3000 alunos da escola;


Pág. 294
5.2 Os 60 alunos inquiridos.
9. Sendo monótona e limitada é convergente

10.1 q = 2p - 2 10.2 }3} 11. 2 Pág. 322


2
12. São convergentes: 12.2 , tende para 800 e 6. São qualitativos: A , C e D ;
12.6 , tende para 0 . são quantitativos: B e E .

Pág. 295 Pág. 325

13.1 a = 5 e b = 0 13.2 a å R e b å R \ {0} 7. A e D .

œ2w
1 2 1 2
n-1 n-1
1 Pág. 326
15.1 an = } ; An = }
2 2
8. A , B e C .
œ2
w
1 2 1 2
n-1 n-1
p 1 p
Pn = 4 } ; Cn = } } 15.2 2 - }
2 4 2 2 9.1 Nome, habilitações e adequado para promoção;
467

Soluções

R
P
9.2 idade (considerada como um número inteiro de 11.3 A conclusão é precipitada, pois poderão existir
anos) e n.° de faltas em 1996 ; 9.3 peso e altura. outros factores que influenciem o número de acidentes
ao fim-se-semana (por exemplo: excesso de tráfego).
PROBLEMAS PROPOSTOS
Pág. 334
… conhecer … calcular … representar …
Pág. 330 12.1 O segundo, pois é mais “visível” o aumento de
vendas da empresa;
1.1 12 ;
12.2 alteração da escala vertical.
1.2 número de habitantes do país; a variável é discreta;
1.3 dados estatísticos. Pág. 335

2.1 O conjunto dos 5 pães; 13.1 O segundo. Neste gráfico a percentagem de


2.2 cada um dos pães; pobres na Grécia é maior;
2.3 o peso de cada pão; a variável é quantitativa contínua. 13.2 o primeiro gráfico. Neste gráfico a percentagem
de pobres, além de ser menor, é das mais baixas quando
Pág. 331
comparada com as dos restantes países;
3.1 O conjunto dos oradores; 13.3 o primeiro gráfico indica que 12,6% do total de
3.2 cada orador; pobres dos 11 países vivem em Portugal. O segundo
3.3 a profissão de cada orador; carácter qualitativo. gráfico fornece uma percentagem de pobres relativa à
população de cada país.
4.1 São quantitativos: 4.2 , 4.3 , 4.4 e 4.5 ;
são qualitativos: 4.1 , 4.6 , 4.7 e 4.8 .
13. ORGANIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS DADOS
5.1 São discretas: 5.1 , 5.2 e 5.5 ;
Pág. 339
são contínuas: 5.3 e 5.4 .
3 3 7
3.1 0,03 ; }} ; 3.2 0,30 ; }} ; 3.3 0,70 ; }} .
Pág. 332 100 10 10

6.1 População: o conjunto dos alunos da escola; 4.1 45% ; 4.2 4% ; 4.3 12,5% .
unidade estatística: cada aluno; 5.1 70,8% ;
6.2 população: o conjunto das pilhas produzidas pela 5.2 85,7% do total de rapazes ou 25% do total de alunos.
fábrica; unidade estatística: cada pilha;
Pág. 340
6.3 população: o conjunto dos turistas que Angola rece-
beu em 2006 ; unidade estatística: cada turista. 6.1 35,605 ; 35,61 ; 35,6 ; 36 ;
7. Utilizaria uma amostra em 7.1 e 7.4 (porque seriam 6.2 0,020 ; 0,02 ; 0,0 ; 0;
destruídos os elementos testados) e em 7.3 e 7.5 6.3 1,394 ; 1,39 ; 1,4 ; 1 .
(por não ser viável observar toda a população).
Pág. 343
… verdadeiro ou falso … N
7. População de idade entre 25 e 59 anos por nível de estudos
Pág. 333 Mulheres Homens
50% 40,5%
10.1 São verdadeiras as afirmações A e C .

11.1 As medidas estatísticas podem ser mal utilizadas,


33,3% Primário/secundário geral
por exemplo, como suporte de técnicas, opiniões, sensa- 16,7% 21,7% 37,8% Secundário superior
Superior
cionalismos, inflacionismo e confusões.
11.2 Conhecer a profundidade média de um rio não é Pág. 344
conhecer a profundidade em todos os locais do rio. Daí 3
8. 4500 kwanzas (aproximadamente }} do círculo:
que para uma pessoa que pretenda nadar num rio não 4
3
lhe chegue essa informação. }} * 6000 = 4500) .
4
468

Soluções

R
P
Pág. 345 Pág. 352

9.1 Não utiliza o mesmo símbolo. O símbolo não tem liga- 12. Produção de madeira em bruto para fins industriais
Milhões
ção com a variável em estudo. Não indica o significado de de m3

Freq. absoluta acumulada


cada símbolo. 1200
1000
800
9.2 Como 1000 pessoas se
= 50 pessoas 600
deslocam para o trabalho
400
Carro 200

0
1988 1989 1990 1991 1992 Ano
Autocarro

Comboio Pág. 355

A pé
13. Idade de 2000 pessoas atendidas
no Centro Óptico

500

400
Pág. 347
Frequência absoluta

300
10.
Turma fi fri
200

A 20 29%
100

B 15 21%
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90
C 35 50% idade

Total 70 100% Pág. 359

14. Tempo gasto por um grupo de crianças


para realizar uma tarefa

1,0
Pág. 351
0,9

11.1 Resultados de 300 lançamentos de um dado 0,8


0,7
Freq. absoluta acumulada

60
0,6
Freq. absoluta

50
0,5
40
30 0,4

20 0,3
10 0,2
0 0,1
1 2 3 4 5 6
N.° de pontos 0
2 5 8 11 14 17
Tempo (minutos)
11.2 F(x)
Freq. absoluta acumulada

300
Pág. 361
200
15. 3 0 1 1 2
100
4 1 2 2 3 5 7 9

0 x
5 0 5 5 6 6 8
1 2 3 4 5 6
N.° de pontos
6 0 0 1
469

Soluções

R
P
Pág. 368 3. Idade dos alunos

18.1 As barras não têm a mesma largura. Na construção 28% 45%


de um gráfico de barras, estas só podem diferir numa
das dimensões. 15
7% 16
18.2 Promoção do produto C , pois é aquele que apa- 17
rece mais evidenciado. No entanto, se se pretendesse 20% ≥ 18

vender um produto com baixo poder calórico então a


promoção referia-se ao produto A . Pág. 375
18.3 Calorias em 100 gramas
4. Quantos anos são necessários para
7 que a população mundial duplique?
6 12
5
Frequência

4 10

Número de pessoas
que responderam
3 8
2
1 6
0 4
A B C
Produto 2

0
1 a 20 21 a 40 41 a 60 61 a 80 81 a 100
Número de anos
PROBLEMAS PROPOSTOS

… conhecer … calcular … representar … 5.1 “Duração de vida” de 150 lâmpadas


80
Pág. 374
70

1.1 No ano de 1990 ; 1.2 3500 ; 60


Número de lâmpadas

50
1.3
40
Novos fogos construídos = 1000 fogos
30
20
1988
10

0 300 600 900 1200 1500


1989
Número de horas

1990
5.2
Classes fi Fi
1991 [0 , 300[ 5 5
[300 , 600[ 10 15
1992 [600 , 900[ 42 57
[900 , 1200[ 75 132
[1200 , 1500[ 18 150
2.1 2.3
Cores preferidas pelos alunos 5.3 38% ;
Cor f 18
5.4 Função cumulativa
V 17 F (x)
15
150
A 3
Frequência absoluta

12 140
130
B 4 120
9 110
AM 14 100
90
6 80
R 6 70
3 60
50
Total 44 40
0 30
V A B AM R 20
10
2.2 vermelha; Cor preferida
0 300 600 900 1200 1500 x
470

Soluções

R
P
6.1 10.1 74% ; 10.2 a turma B (50%) ;
Carga máxima classes fi
10.3 Notas da turma B num teste de Matemática
[4 , 5[ 3
10
[5 , 6[ 1

Número de alunos
[6 , 7[ 7
5
[7 , 8[ 12
[8 , 9[ 13
0
[9 , 10[ 4 30 40 50 60 70 80
Notas (%)
40
6.2 Carga máxima suportada por 40 cabos 14. MEDIDAS DE LOCALIZAÇÃO
%
40 Pág. 381
Frequência relativa (%)

30
1.1 6 ; 1.2 45 .
20
Pág. 383
10
2. 10 .
0
4 5 6 7 8 9 10
Carga máxima Pág. 384
… verdadeiro ou falso … 3. 2,61 (2 c. d.) .
Pág. 376
Pág. 385
7. A afirmação verdadeira é (B) .

… resolver … aplicar … investigar … 4. 14,56 (2 c. d.) .

Pág. 377 Pág. 389


9.1 xi fi fri Fi 5. Rapazes: conjunto de dados unimodal; a moda é o
1 8 0,20 8 preto;
2 13 0,32 21 Raparigas: conjunto de dados bimodal; as modas são as
3 4 0,10 25 cores castanho e louro.
4 7 0,18 32
5 8 0,20 40 6. 80 .
Totais 40 1,00
Pág. 390
9.2 Soma dos algarismos de 40
números inteiros do intervalo
[10, 14], gerados aleatoriamente 7. Classe modal: [150 000 , 200 000[ ;
15
valor médio: 153 947,37 (2 c. d.) .
Freq. absoluta

10
8. Custo de apartamentos
5 7
0 6
1 2 3 4 5
Soma 5
9.3
Freq. absoluta

Função cumulativa da soma dos 4


algarismos de 40 números 3
40 2
Freq. absoluta acumulada

1 M
30 o
0
5 10 15 20 25
20 Custo (milhares)

10
Pág. 392

0 1 2 3 4 5
Soma 9.1 }
x=2; 9.2 }
x=3.
471

Soluções

R
P
Pág. 393 PROBLEMAS PROPOSTOS

10. Sexta-feira: } Sábado: }


… conhecer … calcular … representar …
x=6; x = 12 .
Pág. 410
Pág. 394
1.1 xw = 24 ; M0 = 22 ; Q1 = 20 ; }
x = 22 ; Q3 = 28 ;
11. Janeiro: }
x = 37 ; Fevereiro: }
x = 38,5 ; 1.2 wx = 70 ; M0 = 66 e M0 = 70 ; Q1 = 65,5 ;
}
Março: x = 38 . }x = 68 ; Q3 = 75 ;
1.3 xw = 46 ; M0 = 44 ; Q1 = 44 ; }
x = 46 ; Q3 = 48 .
Pág. 395

12.1 }
x=2; 12.2 }
x = 37 ; 12.3 }
x=9. 2. 53,2 (1 c. d.) ; [52 , 56[ ; [52 , 56[ .

Pág. 396
3.1 wx = 272,4 (1 c. d.) ; M0 = 200 }
x = 200 ;
3.2 F (x) Semanada de 29 rapazes de 12 anos
13.1 Classe mediana: [73 , 75[ ; 30

13.2 Altura de bebés com 1 ano de idade


25

Número de rapazes
1,0
20
0,9
0,8
15
0,7
Freq. relativa acumulada

10
0,6
0,5 5
0,4
0,3 0 100 200 500 750 1000 2000 x
0,2 Semanada (escudos)

0,1

0
x̃ 3.3 talvez a média.
71 73 75 77 79 81
Altura (cm) 4.1 75,2 kg (1 c. d.) ;
4.2 Peso de 70 recrutas
Pág. 399 20
x9 + x10
14. Q1 = x5 = 62 ; Q2 = }
x=} } = 75 ;
2 15
Freq. absoluta

Q3 = x14 = 94 .
10
15. Diâmetro de 200 esferas de rolamento
%
5
100
Freq. relativa acumulada

M0
75 0
50 55 60 65 70 75 80 85 90 95
Peso (kg)
50

4.3 Peso de 70 recrutas


25
70
Frequência absoluta acumulada

Q1 Q2 Q3
0
5,90 5,95 6,00 6,05 6,10 6,15
60
52,5
Diâmetro (mm) 50
40
35
30
Pág. 402
20
17,5
16.1 Empresa B ; 10
Q1 Q2 Q3
16.2 Empresa C : desviada para a esquerda ou assimé- 0
50 55 60 65 70 75 80 85 90 95
trica negativa. Peso (kg)
472

Soluções

R
P
Pág. 411 6.3 19

5.1 e 5.2 18

Turma C :

Idade em anos
17
10 12 12 13 13 14 14 15 16 16 16 17 17 17 17 17 18 18 18
16
3 3 3
Q1 }x Q3 15
Turma D :
14
3 5 6 7 8 8 9 9 10 10 11 12 12 12 12 13 13 17 18 7.1
3 3 3 Classes fi Fri (%)
Q1 }x Q3 0,5 ; 50,5 5 1,8
5.3 4 ; 50,5 ; 100,5 86 32,5
5.4 20 100,5 ; 150,5 25 41,4
18
17
16
150,5 ; 200,5 100 77,1

13
200,5 ; 250,5 60 98,6
12
250,5 ; 300,5 4 100
10
8 Total 280

3 7.2 e 7.3 Áreas de 280 apartamentos


Turma C Turma D 100
0
Freq. relativa acumulada (%)

5.4.1 na turma C a nota mediana é mais alta do que na 80


75
turma D ;
60
5.4.2 na turma C há maior concentração entre a 50
40
mediana (16) e o 3.° quartil (17) do que
25
entre o 1.° quartil (13) e a mediana (16). Na 20
turma D a distribuição é homogénea. Q1 x̃ Q3
0
0,5 50,5 100,5 150,5 200,5 250,5 300,5
6.1
xi fi Fi Área (m2)

14 4 4 … verdadeiro ou falso …
15 5 9 Pág. 412
16 8 17 8. (B) .
17 6 23
9. Como wx = 11,93 (2 c. d.) , M0 = 12 , Q1 = 11 ,
19 1 24
Q2 = }
x = 12 e Q3 = 13 , apenas (A) é verdadeira.
24
… resolver … aplicar … investigar …
Idade dos alunos da turma
Pág. 413
25
1+n
20 10. Para 1 ; 2 ; … ; n tem-se wx = }} . 11. 12 .
2
Freq. acumulada

12 * 65 + 13 * 61
15

10
12. 62,92 kg }}} .
25 1 2
110 * 1,60 + 90x
1}20} = 1,652 .
5
13. 1,71 m (2 c. d.)
0 0
14 15 16 17 19
Idade (anos) 14.1 wx = 97 cl (0 c. d.) ; Q1 = 50 ; }
x = 100 ; Q3 = 150 .
6.2 Q1 = 15 ; }
x = 16 ; Q3 = 17 . 14.2 33 garrafas de 150 cl .
473

Soluções

R
P
15. MEDIDAS DE DISPERSÃO … verdadeiro ou falso …

Pág. 414 Pág. 427

1.1 A média é 13 em ambos os casos; 1.2 é a Ana. 5. (A) . 6. São todas verdadeiras.

Pág. 428
Pág. 415
7.1 Verdade, em ambas as distribuições as idades
2.1 10 ; 2.2 5 ;
variam entre 14 e 17 anos (inclusive) ;
Pág. 417
7.2 falso, a média das idades dos rapazes é 15,4 anos
3.1 7 ; 3.2 xw = 15 ; (1 c. d.) e a média das idades das raparigas é 15,6
3.3 anos (1 c. d.) ;
xi (Classif.) xi - wx |xi - wx|
7.3 falso, o desvio padrão das idades dos rapazes é
12 -3 3
0,8 (1 c. d.) e o desvio padrão das idades das raparigas
13 -2 2
é 1,4 (1 c. d.) .
14 -1 1
17 2 2 … resolver … aplicar … investigar …
19 4 4
8. 20 alunos tiveram notas pertencentes a:
Totais 0 12
]43,9 - 14,93 ; 43,9 + 14,93[ , o que corresponde a
3.4 d = 2,4 . 67% dos dados.
Pág. 418 Pág. 429
2
4. σ = 6,8 . 9. Os quartis (Q1 , Q2 e Q3) , pois apenas se alteraram
os valores extremos mas não a sua posição na sequência
Pág. 419
de valores.
5.1 σ = 2,33 kg (2 c. d.) ; 5.2 σ = 1,79 h (2 c. d.) .
10.1 Turma A : xw = 225 ; σ = 126 (0 c. d.) ;
Pág. 420 Turma B : xw = 225 ; σ = 167 (0 c. d.) ;
6.1 σ = 0,64 (2 c. d.) ; 6.2 σ = 1,26 (2 c. d.) . 10.2 a despesa média é a mesma mas a distribuição
dos dados na turma B é mais dispersa.
7. σ = 1,70 (2 c. d.) .
11. wx = 25 ; σ = 11,2 (1 c. d.) ;
Pág. 421
xw = 25,3 ; σ = 9,2 (1 c. d.) ;
8. σ = 53 619 (0 c. d.) . xw = 26,6 ; σ = 9,9 (1 c. d.) .

PROBLEMAS PROPOSTOS 16. DISTRIBUIÇÕES BIDIMENSIONAIS


… conhecer … calcular … representar … PROBLEMAS PROPOSTOS
Pág. 426 … conhecer … calcular … representar …

1.1 Ana: xw = 13 ; Vítor : xw = 13 ; Pág. 446

1.2 Ana: amplitude 6 ; σ = 1,94 (2 c. d.) ; 1.1 x y 1.2 r = - 0,31 (2 c. d.)


Vítor: amplitude 6 ; σ = 2,11 (2 c. d.) ; 1 0
1.3 O desvio padrão é a única das medidas de dispersão 1 2
consideradas que distingue as duas distribuições, 1 2
pois as amplitudes têm o mesmo valor. 1 2
2. σ = 0,05 (2 c. d.) . 3 0
3 0
3. Amplitude: 1000 ; σ2 = 49 178,2 horas2 (1 c. d.) . 3 1
4.1 xw = 13 ; σ = 3,16 (2 c. d.) ; 5 0
4.2 xw = 130 ; σ = 31,6 (1 c. d.) . 5 2
474

Soluções

R
P
2.1 … verdadeiro ou falso …
5 Pág. 448

6. (B) .
4
7. (xw , yw) .
Peso do filho (kg)

3 8. (A) .

9. (D) .
2

…resolver … aplicar … investigar …

0 64 65 66 67 68 69 70 71
Pág. 449
Peso do pai (kg)
10. r = - 0,67 (2 c. d.) ;
2.2 y = - 5,91x + 40,94 (2 c. d.) .
17
16
11.1
y
15 8
Tensão arterial (cmHg)

14 7
13 6
12 5
11 4
10 3

1
0 10 20 30 40 50 60 70
Peso (kg)
1 2 3 4 5 6 7 x

y
Pág. 447
8
3. Aproximadamente 10,5 kg .
7

6
4.1
4,5 5

4
4,0 3

2
Peso dos bebés (Kg)

3,5
1

3,0 1 2 3 4 5 6 7 x

2,5 11.2 r = 0,99 , r = - 0,99 (2 c. d.) ;


11.3 o sinal de r indica se a correlação existente entre
2,0
as variáveis é positiva ou negativa.
5 10 15 20 25 30

N.º de cigarros fumados por dia 12. r = 0,13 (2 c. d.) ; a correlação existente entre as
variáveis é positiva mas, por ser muito próximo de zero,
Da observação do diagrama de dispersão verifica-se que
diz-se que as variáveis não estão relacionadas.
as variáveis zestão correlacionadas;

4.2 trata-se de uma correlação negativa fraca.

5. (A) : r = 0,9 ; (B) : r = - 0,6 ; (C) : r = 0,6 .


Programa Oficial 475

PROGRAMA OFICIAL

R
REPÚBLICA DE ANGOLA

P
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

MATEMÁTICA
PROGRAMA 11.a CLASSE
ENSINO SECUNDÁRIO

ÁREA DE CIÊNCIAS FÍSICAS E BIOLÓGICAS

Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação

I – INTRODUÇÃO GERAL À DISCIPLINA NO CICLO

A disciplina de Matemática contribui para a realização dos objectivos gerais da formação da jovem geração através de meios específicos
da ciência matemática.
Sendo assim, a Lei de Bases do Sistema Nacional (Projecto), define o Sistema Educativo como um conjunto de estruturas e modalidades,
através do qual se realiza a educação tendente à formação harmoniosa e integral da personalidade com vista à consolidação de uma socieda-
de progressiva e democrática.
Neste programa os conteúdos apresentam-se por temas proporcionando ao professor uma visão global seguida com o roteiro proposto, isto é,
para cada subtema pré-requisitos, objectivos, conteúdos, meios, sugestões metodológicas, tempo e instrumentos de avaliação.
Das sugestões dadas, o professor escolherá as que lhe pareçam mais oportunas e adequadas.
Neste programa, desenvolveu-se um só subtema básico para cada tema, dando desta maneira ao professor uma ideia de como desenvol-
ver a planificação da sua aula.

II – OBJECTIVOS GERAIS DO 2.° CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO DE MATEMÁTICA

O ensino da matemática no 2.° ciclo, deverá desenvolver nos alunos, os seguintes objectivos:
• Consolidar e alargar os conhecimentos e capacidades adquiridas no Ensino Primário, e no 1.° ciclo do Ensino Secundário.
• Contribuir para a criação de condições científicas especializadas e intelectuais, necessárias para o Ensino Superior.
• Introduzir mais intensamente nos alunos os métodos do pensamento no trabalho científico.
• Apreciar o contributo da matemática na evolução científica.
• Usar correctamente o vocabulário específico e a simbologia matemática.
• Aperfeiçoar as capacidades de definir, demonstrar, reconhecer e sistematizar problemas matemáticos.
• Estudar sensivelmente as faculdades de julgar, com base nas capacidades adquiridas.
• Criar as bases para o hábito da pesquisa científica.

III – OBJECTIVOS GERAIS DA MATEMÁTICA DA 11.a CLASSE PARA A ÁREA DE CIÊNCIAS FÍSICAS E BIOLÓGICAS

• Ampliar os conhecimentos dos alunos sobre ângulos e medida de ângulos mediante a generalização do conceito de ângulo e a introdução
do sistema circular de medida de ângulos;
• Conhecer as razões trigonométricas para ângulos agudos num triângulo rectângulo, e desenvolver a capacidade de aplicá-las no cálculo
de triângulos e na solução de problemas de aplicação relacionados com a vida prática;
• Conhecer a fórmula fundamental da trigonometria (sen2 x + cos2 x = 1) a partir do triângulo rectângulo e ser capaz de utilizá-la na dedu-
1 1 1
ção de outras fórmulas (secundárias), como sejam 1 + }2} = }} ou 1 + tg2 x = }} ;
tg x sen2 x cos2 x
• Desenvolver a capacidade de deduzir e demonstrar diferentes expressões trigonométricas, e habilidades de cálculos com tábuas trigono-
métricas;
• Compreender o conceito de “função seno” e suas variantes mais importantes, como a função da forma y = a sen x , e identificar a partir
da sua representação gráfica (que devem dominar) e aplicá-las na resolução de problemas;
• Compreender as funções “co-seno”, “tangente” e “co-tangente”, assim como as suas propriedades e representação gráfica, a partir dos
conhecimentos e capacidades adquiridas no estudo da função seno;
• Compreender equações trigonométricas;
• Reconhecer que o produto escalar de dois vectores no plano e no espaço é um número e não um vector;
• Aplicar o produto escalar na demonstração das propriedades geométricas, na dedução da fórmula do desenvolvimento de cos (x - y ) ,
na resolução de triângulos não rectângulos, e a sua expressão nas coordenadas dos vectores em referencial ortonormado;
• Compreender conjuntos por condições;
476 Programa Oficial

• Solucionar problemas sobre perpendicularidade, paralelismo e ângulo no plano e no espaço;


• Explorar os conhecimentos sobre produto escalar e aplicá-los na determinação da distância de um ponto a um plano, assim como a inter-

R
pretação geométrica da intersecção de planos na resolução de sistemas de equações;

P
• Reconhecer os números infinitamente grandes, infinitésimos e progressões aritméticas ou geométricas associadas a resolução de problemas;
• Interiorizar os conceitos de sucessões quanto a monotonia, majorantes, minorantes e limite;
• Analisar termos que obedecem a uma condição dada;

1 2
1 n
• Fazer o estudo intuitivo da sucessão de termo geral 1 + }} num contexto de modelação matemática; Primeira definição do número e ;
n
• Dominar o conceito intuitivo de limite de uma sucessão, e criar-se habilidades de cálculo;
• Reconhecer o surgimento de indeterminações nas operações com limites de sucessões e dominar os procedimentos que conduzam ao
levantamento de tais indeterminações;
• Ampliar os conhecimentos já adquiridos no domínio da estatística em anos anteriores, assim como reconhecerem a sua importância para
o desenvolvimento da capacidade de análise, de crítica e de intervenção nos problemas sociais da vida quotidiana;
• Interpretar e comparar distribuições estatísticas, recorrendo às medidas de localização, de dispersão e a gráficas;
• Indicar situações em que a estatística presta relevantes serviços como são os casos do senso ou recenseamento populacional, a sonda-
gem e outros, com a utilização de diversos métodos científicos e de análise dos dados obtidos.

IV – TEMAS/CONTEÚDO

Tema 1: Trigonometria 45 aulas

1.1. Medida de um ângulo. Generalização da noção de ângulo. Sugestões Metodológicas


As razões trigonométricas.
Para iniciar este tema, devem propor-se aos alunos, problemas variados ligados
• Medida de um ângulo
a situações concretas, onde apliquem métodos trigonométricos (problemas ligados
• Generalização da noção de um ângulo a sólidos, a moldes, a navegação, a topografia, históricos), de modo a que o aluno
• As razões trigonométricas para ângulos agudos se aperceba da importância da trigonometria para as várias ciências. Utilizando-se
• Fórmulas e resultados de referência as calculadoras caso as possuam, os alunos têm a possibilidade de se preocupa-
• Resolução de triângulos rem menos com os cálculos, e mais com a compreensão do problema.

1.2. As funções trigonométricas y = sen x , y = cos x e tg x Relativamente aos ângulos e arcos generalizados, embora refira-se importante
para ângulos quaisquer. Equações trigonométricas. que os alunos conheçam alguns valores exactos das funções trigonométricas
Redução ao 1.° quadrante. para que mais tarde possam confirmar pontos do traçado de gráficos das referi-
• As funções trigonométricas no círculo trigonométrico das funções, não devem os alunos trabalhar preferencialmente com eles, ao
• As funções trigonométricas num referencial em que a menos que possuam calculadoras.
amplitude do ângulo é a abcissa. Depois de compreendidas as relações referidas por observação no círculo tri-
Função seno gonométrico, pode-se evitar a realização de exercícios repetitivos de puras técni-
Função co-seno cas de cálculos e rotina.
Função tangente
Torna-se importante que os alunos verifiquem que se mantêm as relações:
• Transformações dos gráficos das funções trigonomé- sen x 1
tricas. sen x + cos2 x = 1 , tg x = } } e 1 + tg2 x = }}
2
e sejam usadas na
cos x cos2 x
1.3. Equações trigonométricas. determinação de uma função trigonométrica, conhecida outra.

• Equações do tipo sen x = a No respeitante às equações trigonométricas a serem resolvidas dever-se-á


• Equações do tipo cos x = a seleccionar as mais simples, do tipo sen (kx) = sen a , cos (kx + a) = cos a e
• Equações do tipo tg x = a tg (kx) = tg a .
• Redução ao 1.° quadrante Deve-se fazer referência igualmente ao seno e co-seno como funções reais de
variável real e aos gráficos dessas funções trigonométricas.

Tema 2: Produto escalar de dois vectores no plano e no espaço. Perpendiculares de vectores e rectas.
Intersecção de planos e rectas no espaço 25 aulas

2.1. Produto Escalar. Sugestões Metodológicas


• O produto escalar de dois vectores no plano e no espaço
Ao dar-se sequência ao estudo da geometria, com a noção de produto esca-
• Projecção de um vector sobre outro vector. lar e suas aplicações ligada à resolução de problemas, deve possibilitar o aluno
• Propriedades do produto escalar de dois vectores. melhorar as suas capacidades de visualização e de representação, aumentando
• Expressão do produto escalar nas coordenadas dos a sua intuição geométrica. Dever-se-á continuar a explorar as ligações da geo-
vectores. metria aos outros conteúdos.
Programa Oficial 477

• O produto escalar na definição de lugares geométricos. Assim, o professor pode assegurar o nível de partida para os novos conheci-
• Produto escalar no espaço. Ângulos de dois vectores mentos dos seus alunos, recorrendo aos vectores e à equação vectorial, que

R
no espaço. lhe permitirá com maior facilidade chegar às equações cartesianas.

P
2.2. Perpendicularidade de vectores e rectas. Conjuntos Especial atenção deverá ser dedicada à análise e interpretação de figuras
definidos por condições planas e mesmo tridimensionais, para que o aluno possa resolver problemas
• Ângulos de duas rectas no plano. variados da vida corrente, como por exemplo no domínio da engenharia, arqui-
• Inclinação de uma recta do plano. tectura, e outros.
• Rectas perpendiculares no plano. É necessário de igual modo, que o professor esteja seguro nesse estudo da
• Relação entre declives de duas rectas perpendicula- geometria, que o aluno não se limite à simples manipulação de condições isola-
res no plano. das de situações práticas sem para o efeito as interpretar, devendo procurar
• Distância de um ponto a uma recta no plano. que a aprendizagem dos novos conceitos surja relacionada com a resolução de
• Bissectriz de um ângulo. problemas como prolongamento da geometria já estudada (agora o aluno pode-
rá justificar propriedades das figuras usando representações em coordenadas).
• Equações de uma recta no espaço.
• Distância de um ponto a uma recta no espaço.
• Determinação do ângulo de duas rectas no espaço.
2.3. Planos. Intersecção de planos e rectas no espaço.
• Equação de um plano.
• Distância de um ponto a um plano.
• Planos paralelos.
• Planos perpendiculares.
• Ângulos de dois planos.
• Ângulos de uma recta com um plano.
• Intersecção de planos e rectas no espaço.

Tema 3: Sucessões 15 aulas

3.1. Sucessões. Sucessões monótonas e sucessões limi- Sugestões Metodológicas


tadas.
As sucessões devem surgir, como meio de resposta a determinadas situa-
3.1.1 Definição de uma sucessão. Termos de uma ções problemáticas da vida social, bem como em aspectos do estudo das diver-
sucessão. sas ciências, incluindo a própria matemática. A introdução do conceito de suces-
• Representação geométrica de uma sucessão são e das suas propriedades, pode ser feita recorrendo a problemas de carác-
• Sucessões definidas por recorrência ter geométrico, conforme se propõe no presente programa.
• Sucessões monótonas
O estudo das sucessões como funções de variável real natural, deve realizar-se
• Sucessões limitadas apenas depois de vários exemplos como modelo. Mas a escrita de expressões
• Majorantes, minorantes e enquadramentos deve ser processada como forma de representar as situações que se vão des-
3.2. Progressões aritméticas e progressões geométricas. crevendo. É também necessário que se introduzam as noções de termo, de
ordem ou até de razão, etc.
3.2.1 Progressão aritmética. Definição
• Termo geral de uma progressão aritmética Os alunos podem utilizar livremente a calculadora (caso possuam), como
• Soma dos termos de uma progressão aritmé- meio de responderem aos problemas que lhes são apresentados; e usarem for-
tica mas próprias de organização e expressão na modelação das situações.
• Monotonia de uma progressão aritmética
3.2.2 Progressões geométricas. Definição
• Termo geral de uma progressão geométrica
• Soma dos termos de uma progressão geo-
métrica.
• Monotonia de uma progressão geométrica.

Tema 4: Limite de uma sucessão. Cálculo de limite de sucessões. Número de Nepper.


Indução matemática 20 aulas

4.1. Limite de uma sucessão Sugestões Metodológicas


4.1.1. Infinitamente grandes. Definição
Deve-se dizer inicialmente que este conceito (limite de uma sucessão) prati-
• Sucessões infinitamente grandes e suces-
camente servirá de base para todo o resto deste capítulo, e em todo o momen-
sões monótonas.
to ocupará um lugar de destaque.
478 Programa Oficial

• Sucessões infinitamente grandes e suces- É precisamente na elaboração do conceito de limite, donde surgirão maiores
sões limitadas. dificuldades para compreensão dos alunos. O professor deve ser muito paciente

R
• Subsucessão de uma sucessão ao longo destas primeiras aulas de modo a poder assegurar cabalmente a com-
preensão dos conceitos por parte dos seus alunos.

P
• Infinitamente grandes de referência
• Teoremas sobre infinitamente grandes Assim é necessário explicar constantemente o sentido dos quantificadores
4.1.2. Infinitésimos. Definição que surgem na definição, especialmente o conceito para quase todo n .
• Infinitésimos de referência Após a introdução das noções de sucessão como função de variável natural,
• Teorema sobre infinitésimos de ordem, de termo geral, etc, podem apresentar-se alguns exemplos de suces-
4.1.3. Sucessões convergentes. Definição sões definidas pelo seu termo geral e, utilizando a calculadora gráfica (caso a
• Teoremas sobre sucessões convergentes possua), através de cálculos e representações gráficas de sequências de ter-
mos, chegar aos conceitos de infinitamente grande, de infinitamente pequeno, e
4.1.4. Classificação das sucessões
limite de uma sucessão. Cada definição deve ser enriquecida com exemplos e
4.2 Cálculo de limite de sucessões. Número de Nepper contra-exemplos que esclareçam as ideias imediatas e corrijam eventuais con-
• Operações com sucessões convergentes cepções alternativas e erradas. Desta maneira, cada estudante ganha confiança
• Operações com sucessões divergentes nos seus próprios conhecimentos e compreende as novas aquisições como
? complementares e que facilitarão o aprofundamento das suas aptidões em res-
1
• Levantar algumas indeterminações }} e ? - ?
? 2 ponder às situações cada vez mais complexas.
• Soma de todos os termos de uma progressão As definições deverão ser introduzidas em linguagem muito simples facilitan-
geométrica do assim as conclusões a tirar em cada exemplo e contra-exemplo. Seguir-se-á
• O número de Nepper uma redacção em simbologia matemática, e exercícios rápidos para testar as
• O número de Nepper na Matemática Financeira definições simbólicas.
4.3 Indução matemática
• Princípio de indução matemática
• Extensão do princípio de indução matemática

Tema 5: Estatística 15 aulas

5.1. O objecto da estatística. Conceitos básicos Sugestões Metodológicas


• O objecto da estatística
Algumas das noções que se tratam neste tema já foram abordadas no 1.°
• Interpretar e dar informações ciclo, sendo por isso, possível em qualquer altura reinvestir nestes conhecimentos
• A estatística na modelação matemática e completá-los progressivamente pela sua importância para a vida humana. Assim,
• População e amostra o professor pode, se o considerar vantajoso, tratar este tema de uma forma des-
• Censo e sondagem contínua ao longo do ano, nomeadamente sob forma de trabalho de projecto.
• Estatística descritiva e estatística indutiva Para iniciar, os alunos podem recolher dados na turma, ou revistas, livros, ou
• Caracteres, atributos ou variáveis estatísticas junto de instituições, empresas, serviços públicos, devendo, no entanto ter-se em
• Variável discreta e variável contínua conta a maturidade e sensibilidade dos alunos para os problemas apresentados.
5.2. Organização e apresentação dos dados O professor deve acentuar que, o principal objectivo da Estatística Descritiva,
• Percentagens, estimativas e arredondamentos é organizar os dados observados (amostra) e extrair deles as características
• Análise gráfica de atributos quantitativos mais importantes, resumindo a informação neles contida (redução de dados).
• Distribuição de frequência e representação gráfica. Os alunos devem construir tabelas de frequências associadas a dados prefe-
Variáveis discretas e variáveis contínuas rencialmente correspondentes a situações reais, construir ainda e interpretar
• Separador de frequência gráficos de barras, histograma e gráficos poligonais (caso contínuo) e eventual-
5.3. Medidas de localização mente, em ambos os casos, gráficos circulares e pictogramas.
• A média, a mediana e a moda Os alunos devem compreender e interpretar medidas de localização em par-
• Somatórios ticular as medidas de tendência central, assim como as medidas de dispersão.
• Consolidações gerais sobre a média, a mediana e Não se pedem fórmulas estatísticas para além da média e do desvio-padrão,
a moda devendo utilizar-se as funções estatísticas da calculadora (caso o professor e os
alunos a possuam), mal os alunos tenham compreendido os conceitos a que
5.4. Medidas de dispersão
essas fórmulas referem.
• Amplitude
• Variança e desvio-padrão A mediana e os quartis deverão ser definidos a partir da função cumulativa,
não devendo no entanto perder-se a interpretação corrente (por exemplo, no
5.5. Distribuições binomiais caso da mediana: é o valor que tem à sua esquerda e à sua direita o mesmo
• Relação estatística. Diagrama de dispersão número de observação).
• Ideia intuitiva de correlação
A partir do exemplo de nuvens de pontos, o aluno deve identificar o tipo de
• Coeficiente de correlação linear
correlação. Não devem ser propostos exercícios que envolvam o cálculo (a não
• Recta de regressão ser pela máquina), nem é de exigir o conhecimento da fórmula do coeficiente de
correlação, devendo para tal, a partir dos exemplos verificar algumas proprieda-
des do referido coeficiente.
Programa Oficial 479

AVALIAÇÃO

R
P
No ensino, a avaliação assume carácter eminentemente formativo, devendo favorecer a pro-
gressão pessoal e a autonomia como parte integrante do processo ensino-aprendizagem permitin-
do ao aluno implicar-se no próprio processo e ao professor controlar melhor a sua prática lectiva.

A avaliação do processo do aluno deverá ser sistemática e contínua quer em relação aos pro-
cessos utilizados, quer em relação aos resultados obtidos.

A avaliação a realizar ao longo de cada ano não deve ser prescritiva nem assumir um carácter
definitivo que discrimine desde logo o aluno, impedindo de alcançar sucesso no imediato e porven-
tura, no seu futuro escolar.

Cabe ao professor gerir de acordo com as experiências de aprendizagem desenvolvidas, os


parâmetros enunciados.

Uma avaliação que complete todos os domínios de aprendizagem e respeite o ritmo do aluno,
implica uma escolha adequada de formas e instrumentos de avaliação. Assim, podem constituir
formas de avaliação (trabalhos individuais ou de grupo, discussões e debates, exposições, entre-
vistas, trabalhos de casa assim como o caderno diário).

Para avaliar a capacidade de resolução de problemas, o professor recolherá informações


sobre os progressos verificados nas diferentes fases a considerar durante o processo. Poderá
ser pedido aos alunos que entreguem pequenos relatórios onde descrevem não só a sua resolu-
ção do problema como igualmente a descrição de todo processo percorrido (1.a abordagem
seguida, dificuldades, avanços, recuos, razões justificativas das opções tomadas...).

A avaliação da capacidade de comunicação em Matemática faz-se observando o modo como o


aluno descreve processos, enuncia propriedades, expressa conceitos, formula problemas, com-
preende e avalia ideias expressas em Matemática, devendo o professor estar particularmente
atento ao desenvolvimento da clareza, precisão adequação da linguagem utilizada. Devem ser
pedidas ao longo do ano frequentemente argumentações/descrições escritas e orais relativas a
processos matemáticos seguidos pelos alunos.

Os trabalhos desenvolvidos em grupo deverão ser igualmente considerados para a avaliação.


Esta poderá ter em conta, quer produções realizadas em grupos, quer trabalhos complementares
individuais.
480 Bibliografia

BIBLIOGRAFIA

R
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P
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