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v = vo + v´ .
consequentemente, temos
v´ = v – vo .
Portanto, a velocidade da partícula P em relação ao referencial móvel
(referencial S´) é igual à velocidade da partícula em relação ao referencial fixo
(referencial S) menos a velocidade do próprio referencial móvel, em relação ao
referencial fixo. E não podemos esquecer que se trata de uma equação vetorial.
Se o movimento se der em um plano (movimento em duas dimensões), então as
velocidades têm duas componentes, se for em três dimensões, terão três componentes.
Ainda mais, o referencial em movimento, com origem em 0´é suposto se deslocar
com velocidade constante vo, logo dvo/dt = 0. Portanto,
dv´/dt = dv/dt, a´ = a.
A aceleração da partícula em relação ao referencial em repouso (referencial com
origem em O) e a aceleração em relação ao referencial em movimento (referencial com
origem em O´) são a mesma.
Na realidade, toda velocidade é relativa, sempre relativa a um dado referencial.
Aqui estamos especificamente tratando de velocidade relativa é simplesmente porque
estamos querendo compreender a relação entre as diferentes velocidades que podem
ter um corpo (partícula), em relação a diferentes referenciais.
Exemplo 1: A água de um rio tem velocidade vo, em relação a qualquer ponto da margem
do rio. Neste caso, a margem do rio constitui um referencial fixo, enquanto a água em
movimento constitui um referencial móvel. Um barco é capaz de desenvolver
velocidade v´ em relação à água do rio. Se ele está descendo rio abaixo, qual é sua
velocidade em relação às margens do rio? E se ele estiver subindo o rio? Resp: Aqui se
trata de um movimento unidimensional. Se o barco estiver descendo o rio, sua
velocidade em relação às margens é v = v´ + vo, caso contrário, sua velocidade em
relação às margens será v = v´- vo.
Exemplo 2: O piloto do barco anterior quer atravessar o rio perpendicularmente às suas
margens. Ele parte de um ponto A em uma das margens e quer chegar em um ponto B,
na margem oposta. Se ele manter o barco perpendicular às margens, devido à
velocidade da água, ele ele arrastado por ela, e chegará em um ponto C, em vez do
ponto B. Para, de fato, alcançar B, ele terá que manter o barco em uma direção fazendo
um ângulo θ acima da perpendicular. Que ângulo é esse? Solução: É conveniente fazer
um esboço geométrico do problema. Este esboço consta da velocidade v´, v e vo,
formando um triângulo retângulo, onde v´ será sua hipotenusa. Assim, tg θ = vo/v. Mas
não conhecemos ainda o valor de v. Conhecemos apenas v´e vo. Mas sabemos que existe
a relação vo = v´senθ. Logo senθ = vo/v´, de onde θ = arcsen(vo/v´). Podemos também
encontrar o módulo de v (módulo da velocidade do barco em relação à margem). O
teorema de Pitágoras nos fornece v´2 = vo2 + v2, de onde temos v = √𝑣´2 − 𝑣𝑜2 .
Exemplo 3. Um avião parte de determinado ponto e tem como objetivo chegar a uma
cidade localizada 800 km ao norte do ponto de partida. Devido a um vento bastante
intenso, o piloto percebe que seu curso deve tomar a orientação de um ângulo θ a leste
do norte. O avião tem uma velocidade de ar igual 500 km/h e chega ao destino em duas
horas. Supondo que o vento continue com a mesma intensidade e mesma orientação
durante todo o voo, determinar o módulo da velocidade do vento e sua orientação em
relação ao ocidente. Solução: Trata-se de um movimento em duas dimensões. Tomemos
o eixo x no sentido de oeste para leste, o eixo y no sentido de sul para norte. A
velocidade do avião em relação ao solo será representada por vs, a velocidade em
relação ao ar (velocidade de ar) será representada por va e a velocidade do vento vo.
Nossa equação vetorial para o problema será vs = vo + va.
Façamos agora a projeção desta equação no eixo x e no eixo y, obtendo duas equações
escalares:
vsx = vox + vax , vsy = voy + vay .
Agora notemos que vs está orientada segundo o eixo y, logo, vsx = 0. Além disso,
vox e voy estão orientadas para a esquerda e para baixo, respectivamente. Por que?
Façamos um esboço do problema no plano xy, de modo que o vetor va forme um ângulo
θ com o eixo y e a velocidade do vento, vo forme um ângulo ϕ abaixo da horizontal,
passando pela extremidade do vetor va. Ainda mais, a velocidade vo tem origem na
extremidade de va e termina na extremidade de vs.
Reescrevendo as equações escalares acima,
va senθ – vo cosϕ = 0; vs = va cosθ – vo senϕ
Temos então vo2 = vs2 + va2 – 2vs va cosθ, de onde encontramos vo.
𝑣𝑎 𝑐𝑜𝑠𝜃−𝑣𝑠
tg ϕ = . De onde obtemos o ângulo ϕ explicitamente.
𝑣𝑎 𝑠𝑒𝑛𝜃
Mas,
𝑦 𝑥
senθ = 𝑟 , cosθ = 𝑟 ,
𝑣 𝑣 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑣
Então v = - 𝑟 (y i – x j). Portanto, a aceleração ac = - 𝑟 ( 𝑑𝑡 i - 𝑑𝑡 j) = - 𝑟 (vy i – vx j)
𝑣2
ac = (cosθ i + senθ j), mas er = cosθ i + senθ j representa o vetor
𝑟
unitário na direção do raio r, orientado a partir do centro. Então
𝑣2
ac = - er .
𝑟
ac = - ω2 r,
onde ω é chamada de velocidade angular. A frequência f é o inverso do período: f = 1/T
e a velocidade angular 𝜔 = 2𝜋f = 2π/T.
É também possível determinar a aceleração centrípeta por um método um pouco mais
sintético. Inicialmente, tomemos uma circunferência de raio r e indiquemos as
velocidades em dois pontos distintos da circunferência: pontos P e Q. Indiquemos o
ângulo central formado pelos raios em P e Q por θ. Em seguida, transportemos
paralelamente a velocidade em P para o ponto Q, de modo que o ângulo formado entre
as duas velocidades no ponto Q é também θ. Agora, por meio da semelhança de
triângulos , temos
𝑣
Δv= Δr,
𝑟