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CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA
SEMESTRE 2020.1
MATERIAL
Prego fixado numa parede;
Desenho indicando 15 e 10 graus;
O filme Pêndulo Simples a ser utilizado nesta prática está disponível em:
Facebook.com/LabFisicaUfc ou no Youtube https://www.youtube.com/watch?
v=xGhlJtBvTzw
INTRODUÇÃO
O pêndulo simples consiste em um corpo puntiforme de massa m, o qual é composto
por um material pesado (como pilhas, esferas de chumbo, dentre outros), que esteja preso por
uma linha fina e mantê-la esticada, cuja massa é insignificante, e que esse fio esteja preso em
algum ponto fixo. Em contrapartida, caso o corpo que compõe o pêndulo seja de material
leve, este não surtirá o efeito desejado para a obtenção do período. Pois, como Galileu
descreve em sua carta para Francesco Ingoli (GALILEI, 2005, p. 512).
Galileu Galilei, físico que ajudou a revolucionar a ciência com suas pesquisas, foi um
dos cientistas que compreenderam a periodicidade do pêndulo e sua independência quanto ao
ângulo e massa do corpo do mecanismo, de acordo com Mendes e Batista (2014, p. 5)
De acordo com alguns biógrafos de Galileu, foi em 1583 que ele observou as
oscilações de uma lâmpada no Domo de Pisa, e que o período de oscilações do
candelabro, colocado em movimento pelo vento, não dependia se tais movimentos
fossem rápidos ou lentos. Para tanto, ele comparou os períodos dessas oscilações
contando sua própria pulsação.
Drake (1981, p. 60) ressalta que o “que primeiro impressionou Galileu no pêndulo
não foi apenas que oscilava para trás e para a frente em tempos iguais, mas que o
tempo de oscilação continuava o mesmo quer o arco pelo qual oscilava fosse grande
ou pequeno”.
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Galileu também ajudou a medicina com sua descoberta sobre o pêndulo ao criar um
equipamento chamado pulsilogium (Figura 1), equipamento capaz de medir o período da
pulsação dos pacientes, como cita Mendes e Batista (2014, p. 6)
Nessa altura, seu trabalho com pêndulos sugeriu ao professor, médico e fisiologista
italiano Santorio (1561-1636) a criação do pulsilogium, usado em diagnósticos
médicos para medir a pulsação de seus pacientes. Em muitos casos, o pulsilogium é
atribuído erroneamente a Galileu.
Por causa de matemáticos e físicos como Galileu, foi possível chegar em uma fórmula
que calculasse os valores da gravidade e do período por meio dos valores do ângulo e do
comprimento do fio.
3
Figura 2 – Descrição do movimento de um pêndulo
O período também pode ser calculado pela fórmula do movimento harmônico simples:
T=2 π ×
√ m
k
( 3. 2 )
4
Considerando-se a 2a lei de Newton, pode-se escrever
d 2 x (t )
m 2
=−kx ( t),
dt
em que x(t) é a equação do movimento, ou seja, descreve a posição do objetoem um
instante t qualquer.
A solução dessa equação diferencial é
x (t)= Acos(ω t +ϕ) ,
em que A é a amplitude do deslocamento, ω=2π/T é a frequência angular, T é o
período, f=1/T é a frequência, e ϕ é a constante de fase do movimento do objeto.
(…)
Portanto, o período de um movimento harmônico simples é dado por
T =2 π
√ m
k
Dentro do limite elástico há uma relação linear entre a força externa aplicada e a
deformação. É o caso de uma mola helicoidal pendurada por uma de suas
extremidades enquanto que a outra sustenta um corpo de massa m, provocando uma
elongação x na mola. (…) Uma mola ao sofrer deformações acumula energia
potencial elástica. Esta energia possui uma força associada que é chamada força
restauradora, ou força elástica, que é proporcional ao deslocamento da posição de
equilíbrio.
T=2 π ×
√ L
g
( 3. 5 )
5
Em continuidade, ao calcularmos o gráfico de T ² xL , cujo comprimento L varia,
verifica-se uma reta e, ao calcularmos seu coeficiente angular, dado por:
Δ( T 2)
( 3. 7 )
ΔL
4 π2
Pode-se calcular g, ao igualar a equação ( 3. 6 ) com , resultando em:
g
4 π2
g= ( 3. 8 )
( )
Δ (T 2)
ΔL
Assim, com o valor do comprimento L e o quadrado do período médio, pode-se obter
o valor da aceleração da gravidade g.
PROCEDIMENTO
2 – O experimento foi filmado e o filme foi utilizado por mim para cronometrar os períodos
de oscilação do pêndulo de acordo com os procedimentos da prática. Para isso, utilizei o
cronômetro do celular para registrar os períodos do pêndulo mostrado no filme, no qual foram
filmados mais de 10 períodos em cada caso.
Ao cronometrar os períodos, escolhi sempre o lado direito e comecei a cronometrar a
partir da segunda ou terceira oscilação.
4 – Repeti isso 3 (três) vezes e determinei o T médio (em s). Utilizei somente uma massa (
), como indicado na Tabela 3.1.
Para as medidas da Tabela 3.3, utilizei uma massa m2 de 37,5 g (três pilhas palitos juntas) e
uma amplitude de 10 graus. Assim, comparei com o resultado obtido na Tabela 3.2 quando foi
utilizada uma amplitude de 10 graus e a massa m1 .
Tabela 3.3. Resultados experimentais para o estudo da influência da massa sobre o período
do pêndulo simples.
L (cm) θ (graus) m (gramas) 10 T (s) T (s)
L = 100 θ1 = 10 m1 = 12,5 10T8 = 20,3 10T8 = 20,2 10T8 = 20,3 10T8 = 2,03
L = 100 θ2 = 10 m2 = 37,5 10T9 = 20,3 10T9 = 20,3 10T9 = 20,3 10T9 = 2,03
Fonte: Loiola, 2020.
Em seguida, elaborei os gráficos 1.1 e 1.2 no LibreOffice Calc, os quais utilizam os dados
experimentais da Tabela 3.1.
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Gráfico 1.1. Período (T) em função do Comprimento (L).
2,5
Gráfico Geométrico, T x L
2 Experimental
Ajuste Geométrico
1,5
T (s)
0,5
20 40 60 80 100 120 140
L (cm)
Gráfico Linear, T² x L
5
Experimental
4 Ajuste Linear
T² (s²)
0
20 40 60 80 100 120 140
L (cm)
Isso é válido para todos os quadrados dos períodos médios calculados e seus
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respectivos comprimentos vistos na Tabela 3.1.
4 π 2× ΔL 4 π 2 ×ΔL
Se ΔT 2 = , então g= , substituindo os valores e calculando, temos
g ΔT 2
que g=9,8 m/s ² .
6 - Qual o peso de uma pessoa de massa 72,00 kg no local onde foi realizada a
experiência?
Resposta: Peso ( P ), massa da pessoa ( m p ) = 72,00 kg e gravidade ( g ) = 9,8 m/s²
P=m p ×g , substituindo os valores e calculando, temos que P=705,6 N .
g T 9,8
Terra (gT), então: g L= = =1,6 m/ s ² , assim o peso da pessoa na lua será:
6 6
P=m p ×g L=72,00×1,6=115,2 N
Resposta: Valor médio obtido experimentalmente para L=100 cm= 1,00 m foi
T E =2,03 s .
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Os valores encontrados para T E e T F são muito próximos, sendo o valor de T F mais
próximo do valor real pois, para o valor de T E é preciso levar em conta o tempo da reação
humana para observar a posição do pêndulo e iniciar e pausar o cronômetro, o que pode
acarretar em erros no momento de medir o tempo do período.
seguida, a medida que o corpo aproxima-se do ponto de altura mínima, a E PG fica com valor
cada vez menor, enquanto que a EC fica com valor cada vez maior. Ao contrário, quando o
diminui o valor. Por fim, quando o corpo alcança o ponto de altura mínima, a EC fica com
CONCLUSÃO
Com esse experimento, foi possível conhecer mais sobre a história do pêndulo
simples, algumas de suas aplicações práticas na época de Galileu, suas forças e outros
elementos numéricos atuantes no sistema e fórmulas. Ainda mais, houve a possibilidade de se
realizar o experimento em casa por meio de um vídeo para obtenção dos valores a serem
utilizados para os cálculos, como também a compreensão da funcionalidade e utilização do
pêndulo e como gerar gráficos a partir de oscilações com diferentes comprimentos.
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Além disso, concluí que o pêndulo independe da massa e da amplitude, compreendi as
representações gráficas e de como obter o valor da gravidade, do comprimento e do peso em
qualquer ponto com apenas um pêndulo; também expliquei sobre as transformações de
energia quanto ao movimento pendular e comparei os dados experimentais e teóricos.
Entretanto, há erros que podem ocorrer quando há a aplicação cálculos a partir de
dados experimentais, como explicado na questão 8 do questionário, pois o tempo de reação
humano pode ser um dos fatores que alterem o valor do período, mesmo que em centésimos
ou milésimos de segundos. Outros fatores, que também pode gerar erros, seriam a desatenção
para os algarismos significativos, pois o resultado final seria obtido com uma elevada taxa de
erro, além dos gráficos, que se mal feitos ou pouco compreendidos, podem gerar problemas
para cálculos futuros. Dessa forma, pude me familiarizar, compreender e obter uma base sobre
a utilidade e importância do pêndulo simples.
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REFERÊNCIAS
CAMPOS, Agostinho Aurélio Garcia; ALVES, Elmo Salomão; SPEZIALI, Nivaldo Lúcio.
Física Experimental Básica na Universidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.
DIAS, Nildo Loiola. Roteiros de Aulas Práticas de Física. Universidade Federal do Ceará:
Departamento de Física, 2020.
PÊNDULO Simples Um Método Simples e Eficiente para Determinar g: Uma Solução para o
Ensino Médio. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v. 1, n. 1, p. 26-29,
dez. 1984.
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