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FAM, Americana, Mar. 2018. Curso: Engenharia Elétrica. Matéria: Física II.

Análise oscilações MHS com pêndulo


simples

Análise de oscilações MHS com pêndulo simples


(Analysis of MHS oscillations with simple pendulum)

Carlos Eduardo D. G. Heleno, RA 20171901


Geovani Roberto A. dos Santos, RA 20150291
Kenedy Augusto Pereira da Silva, RA 20170060
Johnny Anderson Lourenço Soares, RA 20171662
Wagner T. S., professor orientador.

Em algum momento de nossas vidas já nos deparamos com um balanço em forma de pêndulo.
Embora ele apresentasse continuamente o mesmo movimento de vai e vem, sempre queríamos que ele
fosse a um ponto cada vez mais alto. Essa brincadeira é muito divertida para várias crianças, embora
elas não saibam a física que está intrínseca no brinquedo. Quando estudamos o conteúdo relacionado à
ondulatória, estudamos o MHS (movimento harmônico simples) que trata de oscilações. Se pararmos
para pensar, veremos que essa simples brincadeira pode nos auxiliar a entender uma parte do estudo
MHS.

Palavras chaves: pêndulo, movimento harmônico simples, oscilações.

At some point in our lives we are already faced with a swing in the form of a pendulum.
Although he continually presented the same back and forth movement, we always wanted him to move
to an increasingly high point. This joke is a lot of fun for a lot of kids, even though they do not know
the physics that is intrinsic to the toy. When we study the wave-related content, we study the MHS
(simple harmonic motion) that deals with oscillations. If we stop to think, we will see that this simple
joke can help us understand a part of the MHS study.

Keywords: pendulum, simple harmonic motion, oscillations.

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1. Introdução

Um pêndulo é um sistema composto por uma massa acoplada a um pivô, que permite sua
movimentação livremente. A massa fica sujeita à força restauradora causada pela gravidade. Existem
inúmeros pêndulos estudados por físicos, já que estes descrevem-no como um objeto de fácil previsão
de movimentos e que possibilitou inúmeros avanços tecnológicos. Alguns deles são os pêndulos
físicos, de torção, cônicos, de Foucalt, duplos, espirais, de Karter e invertidos. Mas o modelo mais
simples e que tem maior utilização é o pêndulo simples. Este pêndulo consiste em uma massa presa a
um fio flexível e inextensível por uma de suas extremidades e livre por outra, representado da seguinte
forma:

Quando afastamos a massa da posição de repouso e a soltamos, o pêndulo realiza oscilações.


Ao desconsiderarmos a resistência do ar, as únicas forças que atuam sobre o pêndulo são a tensão com
o fio e o peso da massa m. Desta forma:

A componente da força Peso que é dado por P.cosθ se anulará com a força de Tensão do fio,
sendo assim, a única causa do movimento oscilatório é a P.senθ. Então:

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No entanto, o ângulo θ, expresso em radianos que por definição é dado pelo quociente do arco
descrito pelo ângulo, que no movimento oscilatório de um pêndulo é x e o raio de aplicação do
mesmo, no caso, dado por ℓ, assim:

Onde ao substituirmos em F:

Assim é possível concluir que o movimento de um pêndulo simples não descreve um MHS, já
que a força não é proporcional à elongação e sim ao seno dela. No entanto, para ângulos pequenos (θ

π
≥ rad, o valor do seno do ângulo é aproximadamente igual a este ângulo.
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Então, ao considerarmos o caso de pequenos ângulos de oscilações:

Como P=mg, e m, g e ℓ são constantes neste sistema, podemos considerar que:

Então, reescrevemos a força restauradora do sistema como:

Sendo assim, a análise de um pêndulo simples nos mostra que, para pequenas oscilações, um
pêndulo simples descreve um MHS. Como para qualquer MHS, o período é dado por:

E como

Então o período de um pêndulo simples pode ser expresso por:

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2. Levantamento Bibliográfico

Segundo PRASS (OSCILAÇÕES..., 2018, internet) “Todo movimento que se repete em intervalos
de tempo iguais é chamado de periódico. Mais precisamente, poderíamos dizer que, no movimento
periódico, o móvel ao ocupar, sucessivamente, a mesma posição na trajetória, apresenta sempre a
mesma velocidade e aceleração e que o intervalo de tempo para que ele se encontre duas vezes nessa
posição é sempre o mesmo. Deste tipo são:
a) movimento circular uniforme
b) o movimento da Terra em torno do Sol
c) o movimento de um pêndulo
d) o movimento de uma lâmina vibrante
e) o movimento uma massa presa à extremidade de uma mola, etc. Como as equações do movimento
periódico são expressas a partir das funções seno e cosseno, ele também é chamado movimento
harmônico. ”
Conforme DEPARTAMENTO DE FÍSICA – UFPB (ESTUDO..., 2018, internet) “O período
de oscilação do pêndulo simples independe da abertura angular em que ele é solto, somente
dependendo de parâmetros considerados fixos como o comprimento do fio do pêndulo ou haste e da
gravidade local (no caso do sistema massa-mola os parâmetros a ser considerados como vimos é o
fator de restauração k e o fator de inércia m). Dessa forma podemos concluir que não deverá haver
variações no período do pêndulo podendo o mesmo ser utilizado como medidor do tempo. Uma das
primeiras pessoas que deve ter observado isso seria o cientista italiano Galileu Galilei. Este que é
considerado por muitos como o Pai da Física, não só percebeu isso como fez alguns relógios de
pêndulo como o que aparece mais embaixo. ”

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3. Materiais e métodos

O presente trabalho foi realizado em três fases que compreendem: a) a captação de dados
experimentais dos tempos de oscilações de um pêndulo simples; b) cálculos teóricos para
complemento e preenchimento da tabela referente ao experimento em questão; c) elaboração de
gráficos no software GraphXY para uma melhor análise dos resultados obtidos.

3.1. Materiais

 Fio de comprimento variável;


 Corpo de massa;
 Trena;
 Cronômetro

3.2. Descrição prática do experimento

Começamos a montagem do experimento amarrando um corpo de massa em uma das pontas do


fio de nylon. Medimos o comprimento de dois metros e fixamos numa altura em que não tocasse o
chão e não movimentasse o fio. Em seguida, com o fio esticado, inclinamos um pouco e soltamos,
observamos seu comportamento durante vinte oscilações e com uma pessoa cronometrando, anotamos
o tempo que foi necessário para completar todas as oscilações. Utilizamos de vinte oscilações pois
assim temos um resultado mais assertivo do que o tempo de apenas uma oscilação já que com a média
aritmética, pode-se achar o tempo de apenas uma oscilação. Repetimos o processo diminuindo o
comprimento “L” do fio de vinte em vinte centímetros até que chegasse ao comprimento final de vinte
centímetros.
Logo abaixo na “Figura 1” pode ser observado um esquemático exemplificando a montagem
do experimento que foi descrito para um melhor entendimento.

Figura 1. Esquema de montagem do experimento.

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3.3. Cálculos teóricos para complemento e preenchimento da tabela referente ao experimento

Após levantamento de dados do experimento na etapa prática, iniciamos a etapa teórica


calculando o coeficiente de erro na medida do tempo que se refere ao reflexo humano (Et(s)) do
integrante do grupo que foi responsável pela cronometragem, tal coeficiente foi obtido com seguinte
equação:

2 ΔS
T=
√ g

Onde ΔS é o espaço percorrido por uma régua em queda livre e segurada pela pessoa que quer
ter seu reflexo medido.

Para preencher a tabela do experimento foram necessários alguns outros coeficientes que estão
expostos de maneira resumida logo abaixo:
 T1(s) – obtido pela divisão de cada tempo medido no experimento por 20.

4 L π2
 g(m/s2) – aceleração da gravidade local teórica calculada por meio da equação g = ( T2 )
 Eg(m/s2) – erro na medida da gravidade calculado por meio da equação Eg = g . ( ElL + 2TEt )
 EL(m) – erro na medida do espaço (menor divisão métrica)

3.4. Elaboração de gráficos

A tabela com todos os valores preenchidos e os gráficos com os dados obtidos elaborados no
software GraphXY estão contidos e serão discutidos no item posterior “Resultados e discussão”.

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4. Resultados e discussão

Com todos os valores medidos e/ou calculados foi possível preencher e analisar totalmente a
tabela do experimento conforme Tabela 1 abaixo:

Tabela 1. Tabela para roteiro do experimento

4.1. Gráfico Tempo (T1) x Comprimento (L)


Para elaboração do gráfico Tempo x Comprimento, foi definido o eixo “X” para o tempo de
cada oscilação e o eixo “Y” para o comprimento de cada oscilação. O gráfico resultante pode ser
observado logo abaixo na Figura 2.

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Figura 2. Gráfico Tempo em “X” x Comprimento em “Y” resultante


4.2. Gráfico Comprimento (L) x Erro gravidade (Eg)
Para elaboração do gráfico Comprimento x Erro gravidade, foi definido o eixo “X” para
comprimento e o eixo “Y” para erro gravidade. O gráfico resultante pode ser observado logo abaixo na
Figura 3.

Figura 3. Gráfico Comprimento em “X” x Erro gravidade em “Y” resultante

4.3. Gráfico Tempo ao quadrado (T) x Comprimento (L)


Para elaboração do gráfico Tempo ao quadrado x Comprimento, foi definido o eixo “X” para
tempo ao quadrado e o eixo “Y” para comprimento. O gráfico resultante pode ser observado logo
abaixo na Figura 4.

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Figura 4. Gráfico Tempo ao quadrado em “X” x Comprimento em “Y” resultante


4.4. Gráfico Comprimento (L) x Gravidade (m/s2)
Para elaboração do gráfico Comprimento x Gravidade, foi definido o eixo “X” para
comprimento e o eixo “Y” para gravidade. O gráfico resultante pode ser observado logo abaixo na
Figura 5.

Figura 5. Gráfico Comprimento em “X” x Gravidade em “Y” resultante

4.5. Análise dos resultados


A primeira análise a ser feita deve ser o comparativo referente aos valores calculados da
gravidade. Na “Tabela 1” os valores de gravidade calculados foram obtidos pelo método de cálculo
simples por meio da equação exposta no tópico “Materiais e métodos”, porém há outro método de
cálculo, o método gráfico, em que é utilizado o coeficiente de linearização “a” do gráfico da
“Figura4.”. O gráfico linearizado com o respectivo coeficiente pode ser observado logo abaixo.

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Figura 6. Gráfico linearizado para cálculo da gravidade pelo método gráfico


Em posse do valor do coeficiente de linearização exposto no gráfico acima é possível calcular
o valor da gravidade local pelo método gráfico por meio da seguinte equação:

g g=4 π 2 . a

Onde:
g g: gravidade local pelo método gráfico (m/s2)
a: coeficiente de linearização (valor obtido no gráfico acima de 0,257)

Portanto tem-se um valor de gravidade local pelo método gráfico de:

g g=4 π 2 .0,257
g g=10,15 m/s 2

Para o comparativo será feita uma média aritmética de todos valores de gravidade local
calculados pelo método simples que estão na “Tabela 1”:

g s 1+ g s 2 + g s 3 + g s 4 + g s 5 + g s 6 + g s 7 + g s 8 + g s 9 + g s 10
gsm =
10

Onde:
gsm : gravidade local média do método simples (m/s2)

Portanto tem-se um valor médio de gravidade local calculado pelo método simples de:

9,75+ 9,73+10,05+9,99+ 9,52+ 9,48+9,42+8,96+ 8,56+8,33


gsm =
10

93,79
gsm =
10

gsm =9,379 m/s 2

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Com os valores de gravidade local calculados por ambos os métodos se pode agora aplicar tais
números nas faixas de valores de referência e verificar e comparar a assertividade de ambos os
métodos.

g ≤5 m/ s2 RUIM
5< g ≤ 7,5 m/ s2 REGULAR
7,5< g ≤ 9 m/ s2 BOM
9< g ≤ 11 m/s 2 ÓTIMO
11< g ≤ 12,5 m/s2 BOM
12,5< g ≤15 m/ s2 REGULAR
g ≥15 m/ s2 ÓTIMO

Tem-se:
g g=10,15 m/s 2
gsm =9,379 m/s 2

Portanto verifica-se que ambos valores se encaixam na faixa de valores de referência


“ÓTIMO”.

Uma última análise a ser feita é verificar as relações da gravidade local e da dedução do erro
de gravidade com o comprimento do fio de cada medição do experimento.

Figura 7. Comparativo de relações de Gravidade/Erro da gravidade com Comprimento

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Verifica-se que o cálculo da gravidade consegue se manter relativamente linear e assertivo


independente do comprimento do fio, no entanto, a dedução do erro de gravidade não mantém essa
linearidade, pois quanto menor é o fio, maior se torna o valor desse erro.
5. Conclusão

Os dados do experimento levaram a resultados bem próximos do real, o que mostra que o período
do pêndulo simples depende somente do comprimento do fio. Na linearização das grandezas físicas e
na construção dos gráficos não se obteve uma exatidão perfeita, pois o experimento não foi feito sobre
condições controladas, ou seja, podendo ser influenciado pelos erros de leitura das medidas, leitura de
tempo, assim como as aproximações nos cálculos. No cálculo da aceleração da gravidade local e da
dedução do erro de gravidade, conforme já analisado no tópico anterior, a porcentagem de erro
encontrada foi variada, sendo que especificamente o valor do erro de gravidade se tornou maior a cada
medida em que o fio se encurtava. Tais erros devem-se a fatores que podem ter comprometido a
exatidão do resultado do experimento como:
 Percepção visual na hora de definir o valor do comprimento do fio do pêndulo.
 Habilidade psicomotora do integrante do grupo responsável pela oscilação pêndulo.
 Paralelismo do fio não mantido, uma vez que ele não deveria oscilar para os lados.
Apesar de todas estas as ressalvas e possíveis influências de erro expostas acima, pode-se concluir
que o experimento no geral teve resultados excelentes e assertivos com valores de aceleração da
gravidade local de ambos os métodos de cálculos se enquadrando na faixa de valores de referência
“ÓTIMO” e bem próximos do valor aceito e padronizado de 9,80 m/s 2.

6. Referência

PRASS, Prof. Alberto Ricardo. “OSCILAÇÕES: Movimento Harmônico Simples – M. H. S.” (s.d.).
FISICA.NET. Disponível em
<http://www.fisica.net/mecanicaclassica/mhs_movimento_harmonico_simples.pdf>. Acessado em 21/03/2018.

ESTUDO Dirigido de Física On-Line sobre Movimento Harmônico Simples (M.H.S.) (s.d.).  Departamento de
Física – CCEN, Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Disponível em
<http://www.fisica.ufpb.br/~mkyotoku/index.htm>. Acessado em 21/03/2018.

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