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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENDO DE CIÊNCIA EXATAS E TECNOLÓGICAS


FÍSICA LICENCIATURA

RAZÃO CARGA-MASSA

RONILDO LOPES D’ AJUDA (201610656),

ILHÉUS – BAHIA
2019
RONILDO LOPES D’ AJUDA (201610656),

RAZÃO CARGA-MASSA

Relatório apresentado como parte dos critérios de


avaliação da disciplina CET 187 – Laboratório de Física
Moderna. Turma T01 / P01.
Professor: Dr. Fernando Remigio Tamariz Luna

ILHÉUS – BAHIA
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

1.1 As primeiras medições de 𝒆 e 𝒆/𝒎 .......................................................................... 4

1.2 Descoberta de Elétron: O Experimento de J. J. Thomson........................................ 5

2 REFERENCIAL TEÓRICO 8

MATERIAS E MÉTODOS 10

2.1 Materiais utilizados ................................................................................................ 10

2.2 Procedimento experimental ................................................................................... 10

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 13

3.1 Determinação do raio de curvatura R .................................................................... 13

3.1.1 Raio medido em função do potencial de aceleração 𝑉𝑎 para uma corrente


constante 𝑖 igual 0,18 𝐴 ................................................................................................. 13

3.1.2 Raio medido em função do potencial da corrente 𝑖 para um potencial de


aceleração constante 𝑉𝑎 igual 3000 𝑉 .......................................................................... 18

3.2 Determinação da razão carga-massa pelo método analítico.................................. 21

3.3 Determinação da razão carga-massa por análise gráfica ...................................... 23

3.4 Análise dos resultados obtidos .............................................................................. 25

REFERÊNCIAS 26
4

1 INTRODUÇÃO

A ideia de que a matéria é composta de pequenas partículas, ou átomos. foi proposta


pela primeira vez pelo filósofo grego Demócrito' e seu mestre Leucipo. por volta de 450 a.C.
Entretanto. até o século XVII não houve tentativas sérias de confirmar esta especulação
através de observações experimentais. Pierre Gassendi, na metade do século XVII. e Robert
Hooke. alguns anos mais tarde, tentaram explicar os estados da matéria e as transformações
entre esses estados usando um modelo segundo o qual a matéria era composta por objetos
sólidos indestrutíveis, de pequenas dimensões. que estavam em movimento constante.
Entretanto, foi a hipótese de Avogadro. formulada em 181 I. de que todos os gases a uma
dada temperatura contêm o mesmo número de moléculas por unidade de volume, que levou
à interpretação correta das reações químicas e. mais :arde, por volta de 1900. à teoria cinética
dos gases. Além disso, a hipótese de Avogadro permitiu explicar quantitativamente muitas
propriedades da matéria e levou a uma aceitação geral (embora não unânime) da teoria
molecular da matéria. Assim, ficou estabelecido que a matéria não é contínua, conto parece
à primeira vista, e sim quantizada, ou seja, formada por partículas distintas. O fato de que a
matéria parece ser contínua foi atribuído ao pequeno tamanho dessas partículas.
Neste capítulo. vamos discutir o modo como os cientistas chegaram à conclusão de
que três outras grandezas são quantizadas; (1) a carga elétrica; (2) a energia luminosa; (3) a
energia dos sistemas mecânicos vibratórios. A quantização da carga elétrica não foi surpresa
para os cientistas do início do século XX. pois era análoga à quantização da matéria. mas a
quantização da energia luminosa e a quantização da energia mecânica, ambas de grande
importância para a física moderna foram ideias revolucionárias.

1.1 As primeiras medições de 𝒆 e 𝒆/𝒎

As primeiras estimativas da ordem de grandeza das cargas elétricas associadas aos


átomos foram feitas a partir da lei de Faraday. O trabalho de Michael Faraday (1791- I 867L
realizado no início do século XIX. se destaca até hoje por sua visão. criatividade e
meticulosidade. E fascinante a história deste filho de ferreiro autodidata que. depois de
trabalhar como menino de recados e aprendiz de encadernador. chegou a diretor do famoso
Royal Institute of London e se tomou um dos cientistas mais prestigiosos da época. Uni dos
seus campos de estudos foi a condução da eletricidade em soluções fracamente condutoras.
A descoberta de que a mesma quantidade de eletricidade, F, hoje denominada faraday e igual
a aproximadamente 96.500 C, sempre decompõe 1 peso iônico-grama, ou seja, um número
de Avogadro, 𝑁𝐴 , de íons monovalentes, levou à conclusão de que todos os íons
monovalentes possuem a mesma carga elétrica e, portanto,
5

𝐹 = 𝑁𝐴 𝑒 (1)
A Equação (1) é denominada lei de Faraday da eletrólise. A constante F era fácil de
medir, mas o valor de 𝑁𝐴 e o valor de 𝑒 não podiam ser medidos com os recursos disponíveis
na época. Mesmo assim, parecia lógico que a carga elétrica, como a matéria, não fosse
contínua e sim formada por partículas com uma certa carga mínima. Em 1874. G. J. Stoney
usou uma estimativa de 𝑁𝐴 , obtida a partir da teoria cinética dos gases, para estimar o valor
de 𝑒 em 10-20 C usando a Equação (1); entretanto. a medição direta de 𝑒 teve que esperar por
uni engenhoso experimento realizado por Millikan um terço de século mais tarde. Enquanto
isso, em 1896, Ritter Zeeman obteve as primeiras provas da existència de partículas atômicas
com uma relação definida entre carga e massa observando as linhas espectrais, emitidas por
átomos, na presença de um campo magnético. Zeeman descobriu que as linhas espectrais
se desdobravam em três linhas muito próximas, de frequências ligeiramente diferentes,
quando os átomos eram submetidos ao campo magnético. De acordo com a teoria
eletromagnética clássica, essas diferenças de frequência entre as linhas espectrais estão
relacionadas à razão entre carga c massa das cargas oscilantes responsáveis pelas
emissões.
A partir da medida do desdobramento das linhas espectrais, Zeeman encontrou um
valor de 1,6 x 1011 C/kg para q/m, razoavelmente próximo do valor atualmente adotado, 1,759
x 1011 C/kg. Além disso, estudando a polarização das linhas espectrais, Zeeman chegou à
conclusão de que as partículas responsáveis pela emissão de luz possuíam carga negativa.

1.2 Descoberta de Elétron: O Experimento de J. J. Thomson

No ano seguinte ao do trabalho de Zeeman, J. J. Thomson mediu o valor de 𝑞/𝑚 para


os chamados raios catódicos e observou que, se a carga das partículas contidas nesses mios
fosse igual à carga mínima estimada por Stoney a partir da lei de Faraday. a massa das
partículas seria apenas uma pequena fração da massa do átomo de hidrogênio. Dois anos
antes. J. Perrin havia recolhido raios catódicos em um eletrômetro e observado que eram
compostos por partículas de carga elétrica negativa. Assim, ao medir o valor de 𝑞/𝑚 das
partículas responsáveis pelos. raios catódicos. Thomson havia, na verdade, descoberto o
elétron. A medição direta da razão 𝑒/𝑚 para os elétrons, realizada por J. J. Thomson (Figura
1) em 1897, há pouco mais de um século, pode ser considerada como o início de nosso
entendimento da estrutura atómica.
Quando um campo magnético uniforme de intensidade 𝐵 é aplicado
perpendicularmente à direção de movimento de partículas carregadas, as partículas passam
a se mover em uma trajetória circular. O raio 𝑅 da trajetória pode ser calculado a partir da
6

segunda lei de Newton, fazendo a força magnética 𝑞𝑣𝐵 igual à massa 𝑚 multiplicada pela
aceleração centrípeta 𝑣 2 ⁄𝑅, em que 𝑣 é a velocidade das partículas:

𝑚𝑣 2 𝑚𝑣 𝑞 𝑣
𝑞𝑣𝐵 = 𝑜𝑢 𝑅 = 𝑒 = (2)
𝑅 𝑞𝐵 𝑚 𝑅𝐵

A técnica usada por Thomson para controlar a direção de um feixe de elétrons usando
campos elétricos e magnéticos "cruzados” foi empregada mais tarde nos tubos de raios
catódicos de osciloscópios e dos antigos aparelhos de televisão

Figura 1 – Sir J. J. Thomson em seu laboratório, observando a extremidade brilhante de um tubo de raios
catódicos usado para medir 𝑒/𝑚. Um tubo mais antigo pode ser visto ao fundo, do lado direito da
foto. [Cortesia do Cavendish Laboratory.]

Thomson executou dois experimentos para medir o valor de 𝑒/𝑚 usando métodos um
pouco diferentes. O segundo, mais confiável, ficou conhecido como experimento de J. J.
Thomson (Figura 2). Nesse experimento, o cientista ajustou os valores de um campo
⃗ e um campo elétrico 𝐸⃗ , mutuamente perpendiculares, para que os raios não
magnético 𝐵
sofressem uma deflexão. Isso permitiu a Thomson determinar a velocidade dos elétrons
igualando a força magnética à força elétrica e usando a Equação (2) para calcular 𝑒/𝑚 (≡
𝑞/𝑚):
𝐸
𝑞𝑣𝐵 = 𝑞𝐸 𝑜𝑢 𝑣 = (3)
𝐵

O experimento de Thomson pode ser considerado um marco na história da ciência.


7

pois ele conseguiu medir 𝑒/𝑚 para uma partícula subatómica usando apenas um voltímetro,
um amperímetro e uma régua, obtendo o valor de 0,7 x 1011 C/kg. Hoje em dia. os cientistas
usam rotineiramente o equivalente moderno do experimento de Thomson para medir os
momentos de partículas elementares. Quando Thomson repetiu o experimento usando gases
diferentes no interior do tubo e catodos feitos de diferentes metais, obteve o mesmo valor para
𝑒/𝑚 (dentro do erro experimental esperado), o que o levou a concluir que as mesmas
partículas estavam presentes em todas as substâncias. A concordância dos resultados com
os obtidos por Zeeman o levou à conclusão de que essas partículas (que Thomson chamava
de corpúsculos e mais tarde Lorentz denominou elétrons) tinham uma unidade de carga
negativa, uma massa aproximadamente 2.000 vezes menor que a do átomo mais leve e eram
parte integrante de todos os átomos.

Figura 2 –Tubo usado por J.J. Thomson para medir 𝑒/𝑚. Os elétrons emitidos pelo catodo C passam pelos
colimadores A e B excitam um ponto do vidro na outra extremidade do tubo. O feixe eletrônico
pode ser defletido por um campo elétrico aplicado entre as placas D e E ou por um campo
magnético perpendicular ao campo elétrico. A partir da deflexão sofrida pelos elétrons, que pode
ser medida sobre a tela em uma escala graduada, é possível determinar o valor de 𝑒/𝑚. [Fonte:
J.J. Thomson, "Cathode Rays”, Phifosophical Magazine (5), 44, 293 (1897).]

Uma das vantagens do método de Thomson em relação aos outros é que se tratava
de um método direto. Outra é que não envolvia nenhum tipo de média. Como é possível
mostrar. analisando o experimento de Thomson, que a razão 𝑒/𝑚 é a mesma (dentro do erro
experimental) para um grande número de partículas?
Thomson observou que os valores que obteve para a razão 𝑒/𝑚 eram
aproximadamente 2.000 vezes maiores que para o íon mais leve, o de hidrogénio. O
experimento permitia distinguir entre a possibilidade de que o elétron tivesse uma massa
2.000 vezes menor que o íon de hidrogênio e a de que o íon de hidrogênio tivesse uma carga
2.000 vezes maior que do elétron?
O experimento realizado, consistiu em verificar a dependência da trajetória de um feixe
8

de elétrons quando sujeito a diferentes potenciais de aceleração e intensidades de campo


magnético; e determinar experimentalmente a razão 𝑞/𝑚 do elétron.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

No experimento apresentado, elétrons produzidos pela passagem de corrente elétrica


num filamento de Tungstênio são acelerados na direção do anodo por uma diferença de
potencial conhecida entre o filamento e o anodo, adquirindo assim uma energia cinética igual
à carga do elétron 𝑒 multiplicada pela diferença de potencial 𝑉.
Alguns desses elétrons escapam pelo orifício circular no anodo e entram numa câmara
de vácuo na qual uma pequena quantidade de gás nitrogênio é injetada. A colisão do feixe de
elétrons com as moléculas de nitrogênio as promove para um estado de maior energia,
fazendo com que as mesmas emitam radiação eletromagnética na região do espectro visível
após decaírem para os seus estados fundamentais, possibilitando assim, a visualização da
trajetória do elétron.
Então um campo magnético uniforme é aplicado perpendicularmente à direção de
movimento do feixe de elétrons fazendo com que este percorra uma trajetória circular. Tal
campo é criado por uma bobina de Helmholtz, que é composta de duas bobinas coaxiais com
número de espiras, N, idêntico; e separados por uma distância igual aos seus raios (Figura 3)

Figura 3 – Linhas de campo produzidas por uma bobina de Helmhotz.

A força magnética num elétron de carga 𝑒, que se move com velocidade 𝑣 num campo
⃗,é
magnético 𝐵

𝐹𝑚𝑎𝑔 = ⃗
𝑒𝑣 𝑥𝐵 (4𝑎)
9

Na presença de ambos os campos magnético e elétrico, a força em no elétron 𝑒 é:

𝐹= 𝑒[𝐸⃗ + (𝑣 𝑥𝐵
⃗ )] (4𝑏)

Como os elétrons possuem uma velocidade determinada pela ddp 𝑉 entre o cátodo e
o ânodo, a energia cinética dos elétrons quando acelerados pelo potencial elétrico 𝑉 é dada,
de acordo com a lei da conservação de energia, por:

1
𝑚𝑣 2 = 𝑒𝑉 (5)
2

O movimento típico de uma partícula carregada movendo-se num plano perpendicular


a um campo magnético uniforme é circular, com a força magnética gerando uma aceleração
centrípeta. Pela segunda lei de Newton podemos escrever:

𝑣2
𝐹𝑐 = 𝑚 (6)
𝑅

O segundo membro da equação (5) já se encontra descrito na equação (2).

Na câmara de vácuo a única força que age sobre os elétrons é a magnética, sendo assim,
temos que:

𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝑒𝑣𝐵 (7)

Relacionando as equações (6) e (7), temos:

𝑣2
𝑚 = 𝑒𝑣𝐵, (8)
𝑅

que pode ser reescrita da seguinte forma:

𝑒𝑅𝐵
𝑣 = . (9)
𝑚

Substituindo a equação (9) na equação (5) e rearranjando os termos, obtemos:


10

𝑒 2𝑉
= 2 2. (10)
𝑚 𝐵 𝑅

Quando uma corrente 𝐼 passa pelas bobinas de Helmholtz, um campo magnético


bastante uniforme é gerado na lâmpada:

𝐵 = 𝛼𝐼 (𝐼 𝑒𝑚 𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠, 𝐵 𝑒𝑚 𝑇𝑒𝑠𝑙𝑎), (11)


onde
𝛼 = 4,23𝑥10−3 𝑇/𝐴.

As bobinas são dispostas de modo que 𝐵 ⃗ seja perpendicular a 𝑣 e, portanto, o caminho


dos elétrons é circular, com raio de curvatura 𝑟

Configurando 𝐵 = 𝛼𝐼 e substituindo na Eq. 10, dá:

𝑒 2𝑉
= 2 2 2. (12)
𝑚 𝑅 𝛼 𝐼

Assim, por medição experimental de 𝑉, 𝑅 e 𝐼, a relação carga / massa pode ser


determinada.

MATERIAS E MÉTODOS

2.1 Materiais utilizados

O aparato experimental necessário consiste dos seguintes itens:

• Tubo de deflexão Teltron


• Bobinas de Helmholtz
• Suporte universal para tubo de Teltron
• Fonte de alimentação CC de baixa tensão (0 a 10 V)
• Fonte de alimentação de alta tensão (0 – 6 kV max. 2 mA CC)
• Fonte de tensão CA (6,3 V max. 3 A)
• Multímetro Digital (DMM)
• Caixa de resistência à década
• Cabos de manobras elétricos (com plugues de banana e jacaré)

2.2 Procedimento experimental

CUIDADOS E AVISOS antes de começar:


É MUITO IMPORTANTE que você leia o seguinte:
11

A diferença de potencial 𝑉𝑎 que acelera os elétrons é da ordem de 3000 𝑉. Isso é


perigoso e deve-se observar o cuidado. Portanto, em todos os procedimentos deste
laboratório, VOCÊ DEVE:
A. Manter a calma e pensar antes de buscar alguma coisa.
B. Sempre reduza a tensão usando a alavanca e desligue o interruptor na parte
traseira da fonte de alimentação em quilovolt enquanto faz alterações no
circuito ou, se você não estiver nesse momento, fazendo uma observação!

Acelere os elétrons usando uma fonte CA para "ferver" os elétrons do catodo


do tubo Teltron. Em seguida, uma fonte de alimentação de alta tensão será aplicada
para acelerar os elétrons entre um par de placas defletoras horizontais. Um campo
elétrico será aplicado sobre essas placas (também controlado com a fonte de
alimentação de alta tensão). Um campo magnético será estabelecido nas bobinas de
Helmoltz (usando um circuito totalmente diferente e uma fonte de alimentação de
baixa tensão). Finalmente, os campos elétrico e magnético serão variados e medidos,
juntamente com a deflexão e o raio resultantes do feixe de elétrons.

Figura 4 – O aparelho usado no experimento 𝑒/𝑚.

Figura 5 – Diagrama básico de circuitos para aparelhos experimentais


12

1. Monte o tubo de deflexão, as bobinas de Helmholtz, o suporte universal, as


fontes de alimentação, o DMM e a caixa de resistência de década, como
mostrado na Figura 4 e na Figura 5.
2. A Figura 4 é um diagrama esquemático desta configuração. Conecte a fonte de
alimentação de baixa tensão, a caixa de resistência à década e o DMM às
bobinas de Helmholtz. Esta configuração fornece corrente contínua através das
bobinas de Helmholtz para estabelecer o campo magnético.
3. O fio elétrico da caixa de resistência deve se conectar ao multímetro (no modo
amperímetro) e cabo de saída do amperímetro deve se conectar ao terminal
"A" da primeira bobina. Defina o fundo de escala do amperímetro em 10 A.
4. Conecte os terminais de 6,3 VCA na fonte de alimentação de alta tensão aos
soquetes de 4 mm na tampa de plástico na extremidade da pistola do tubo.
Essa conexão fornece energia ao filamento do ânodo. A corrente do filamento
"ferve" os elétrons, fornecendo uma fonte de elétrons para a pistola.
5. Conecte o terminal positivo "+" da fonte de alimentação de alta tensão aos
plugues de 4 mm montados na lateral do pescoço da pistola. Essa conexão
com o ânodo da pistola fornece o potencial de aceleração 𝑉𝑎 .
6. Conecte também o terminal positivo "+" da fonte de alimentação de alta tensão
aos plugues de 4 mm conectados às placas de deflexão. Observe que as placas
têm o mesmo potencial e, portanto, não há campo 𝐸⃗ .
7. Conecte o terminal negativo "-" da fonte de alimentação ao soquete da pistola
marcado com "-" para fornecer um caminho de retorno comum.
8. Ligue a fonte de alimentação de alta tensão e aumente lentamente o 𝑉𝑎 para
2500 𝑉 lendo a escala superior do medidor da fonte.
9. Observe a deflexão do elétron na tela luminescente. Para determinar 𝑅, o raio
de curvatura do caminho do elétron, registre 𝑥 e 𝑦 por três ou mais pontos
distantes na curva.
10. Diminua a tensão para zero e desligue a fonte de alimentação de alta tensão.
13

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Determinação do raio de curvatura R

Para determinar o raio de curvatura, 𝑅, considere a equação de um círculo localizado


como mostrado na figura abaixo:

Figura 6 – representação esquemática para obtenção do raio de curvatura a partir das coordenadas cartesianas

A equação de tal círculo é:

2 2
𝑥2 + 𝑦2
2
𝑥 + (𝑦 − 𝑅) = 𝑅 ⟺ 𝑅 = . (13)
2𝑦

No entanto, isso pressupõe que as coordenadas 𝑥 são medidas a partir da origem. Antes de
substituir seus valores x e y nesta equação, adicione +0,5 𝑐𝑚 aos valores 𝑥. Calcule 𝑟 para
cada par. Calcule 𝑅 média.

3.1.1 Raio medido em função do potencial de aceleração 𝑉𝑎 para uma corrente constante 𝑖
igual 0,18 𝐴
Os valores de x e y, e os valores do potencial de aceleração 𝑉𝑎 estão organizados em tabelas.
Com esses dados construímos gráficos representado a trajetória do feixe de elétron, e
observando acentuação da curva, podemos estimar o ponto (x,y) que será usado para calcular
o seu raio, utilizando a equação 13.
14

Tabela 1 – Coordenadas (x,y) em relação a um potencial de aceleração de 1500 V e corrente


constante de 0,18 A.

i = 0,18 A Trajetória do feixe de eletrons para


Va =1,50 kV
Va =1,50 kV
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,2
P (-7 ; 1,5)
-3,0 0,3

y (cm)
-4,0 0,5
-5,0 0,8
-6,0 1,2
-7,0 1,5
-8,0 2,0 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
-9,0 2,6 x (cm)

Gráfico 1 – representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para um potencial de aceleração de 1500V
e corrente constante de 0,18 A.

Para 𝑥 = −7 𝑐𝑚 e 𝑦 = 1,5 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟏𝟕, 𝟎𝟖𝟑 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟏𝟕𝟏 𝒎

Tabela 2 – Coordenadas (x,y) em relação a um potencial de aceleração de 1750 V e corrente


constante de 0,18 A.

i = 0,18 A Trajetória do feixe de eletrons para


Va = 1,75 kV Va =1,75 kV
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,2
-3,0 0,3
y (cm)

-4,0 0,5 P (-6 ; 1)


-5,0 0,7
-6,0 1,1
-7,0 1,4
-8,0 1,8
-9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
-9,0 2,4 x (cm)
Gráfico 2 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para um potencial de aceleração de 1750
V e corrente constante de 0,18 A.

Para 𝑥 = −6 𝑐𝑚 e 𝑦 = 1 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟏𝟖, 𝟓𝟎 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟏𝟖𝟓 𝒎


15

Tabela 3 – Coordenadas (x,y) em relação a um potencial de aceleração de 2000 V e corrente


constante de 0,18 A.

i = 0,18 A
Trajetória do feixe de eletrons para
Va = 2,0 kV Va =2,0 kV
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,2
-3,0 0,3

y (cm)
-4,0 0,4 P (-5,5 ; 0,8)
-5,0 0,6
-6,0 1,0
-7,0 1,3
-8,0 1,6 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
-9,0 2,2 x (cm)
Gráfico 3 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para um potencial de aceleração de
2000 V e corrente constante de 0,18 A.

Para 𝑥 = −5,5 𝑐𝑚 e 𝑦 = 0,8 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟏𝟗, 𝟑𝟎𝟔 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟏𝟗𝟑 𝒎

Tabela 4 – Coordenadas (x,y) em relação a um potencial de aceleração de 2250 V e corrente


constante de 0,18 A.

i = 0,18 A Trajetória do feixe de eletrons para


Va = 2,25 kV Va =2,25 kV
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,2
-3,0 0,3 P (-5 ; 0,6)
y (cm)

-4,0 0,4
-5,0 0,6
-6,0 0,9
-7,0 1,3
-8,0 1,6 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
-9,0 2,0 x (cm)

Gráfico 4 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para um potencial de aceleração de


2250 V e corrente constante de 0,18 A.

Para 𝑥 = −5 𝑐𝑚 e 𝑦 = 0,6 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟐𝟏, 𝟏𝟑𝟑 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟐𝟏𝟏 𝒎


16

Tabela 5 – Coordenadas (x,y) em relação a um potencial de aceleração de 2500 V e corrente


constante de 0,18 A.

i = 0,18 A
Trajetória do feixe de eletrons para
Va = 2,50 kV Va =2,5 kV
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,2
-3,0 0,3 P (-5,5 ; 0,7)

y (cm)
-4,0 0,4
-5,0 0,6
-6,0 0,8
-7,0 1,2
-8,0 1,5 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
-9,0 2,0 x (cm)
Gráfico 5 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para um potencial de aceleração de
2500 V e corrente constante de 0,18 A.

Para 𝑥 = −5,5 𝑐𝑚 e 𝑦 = 0,7 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟐𝟏, 𝟗𝟓𝟕 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟐𝟐𝟎 𝒎

Tabela 6 – Coordenadas (x,y) em relação a um potencial de aceleração de 2750 V e corrente


constante de 0,18 A.

i = 0,18 A
Trajetória do feixe de eletrons para
Va = 2,75 kV Va =2,75 kV
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,2
-3,0 0,3 P (-6 ; 0,8)
y (cm)

-4,0 0,4
-5,0 0,6
-6,0 0,8
-7,0 1,2
-8,0 1,5 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
-9,0 1,9 x (cm)
Gráfico 6 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para um potencial de aceleração de
2750 V e corrente constante de 0,18 A.

Para 𝑥 = −6 𝑐𝑚 e 𝑦 = 0,8 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟐𝟐, 𝟗𝟎 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟐𝟐𝟗 𝒎


17

Tabela 7 – Coordenadas (x,y) em relação a um potencial de aceleração de 3000 V e corrente


constante de 0,18 A.

i = 0,18 A
Trajetória do feixe de eletrons para
Va = 3,00 kV Va =3,0 kV
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,2
-3,0 0,3
P (-5 ; 0,55)

y (cm)
-4,0 0,4
-5,0 0,5
-6,0 0,8
-7,0 1,1
-8,0 1,4 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
-9,0 1,8 x (cm)

Gráfico 7 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para um potencial de aceleração de


3000 V e corrente constante de 0,18 A.

Para 𝑥 = −5 𝑐𝑚 e 𝑦 = 0,55 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟐𝟑, 𝟎𝟎𝟐 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟐𝟑𝟎 𝒎

Tabela 8 – Coordenadas (x,y) em relação a um potencial de aceleração de 3250 V e corrente


constante de 0,18 A.

i = 0,18 A
Trajetória do feixe de eletrons para
Va = 3,25 kV Va =3,25 kV
xi (cm) yi (cm)
P (-7 ; 1)
-2,0 0,2
-3,0 0,3
y (cm)

-4,0 0,4
-5,0 0,5
-6,0 0,8
-7,0 1,0
-8,0 1,4 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5

-9,0 1,8 x (cm)

Gráfico 8 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para um potencial de aceleração de


3250 V e corrente constante de 0,18 A.

Para 𝑥 = −7 𝑐𝑚 e 𝑦 = 1 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟐𝟓, 𝟎𝟎 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟐𝟓 𝒎


18

Tabela 9 – Coordenadas (x,y) em relação a um potencial de aceleração de 3500 V e corrente


constante de 0,18 A.

i = 0,18 A
Trajetória do feixe de eletrons para
Va = 3,50 kV Va =3,5 kV
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,2
P (-6 ; 0,7)
-3,0 0,3

y (cm)
-4,0 0,4
-5,0 0,5
-6,0 0,7
-7,0 1
-8,0 1,3 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
-9,0 1,6 x (cm)

Gráfico 9 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para um potencial de aceleração de


3500 V e corrente constante de 0,18 A.

Para 𝑥 = −6 𝑐𝑚 e 𝑦 = 0,7 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟐𝟔, 𝟎𝟔𝟒 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟐𝟔𝟏 𝒎

3.1.2 Raio medido em função do potencial da corrente 𝑖 para um potencial de aceleração


constante 𝑉𝑎 igual 3000 𝑉
Os dados a seguir foram obtidos mantendo o potencial de aceleração 𝑉𝑎 constante e variando
a corrente em função do raio de curvatura da trajetória do feixe de elétrons.

Tabela 10 – Coordenadas (x,y) em relação a uma corrente de 0,05 A e um potencial de


aceleração constante de 3000 V.

Va = 3000 V Trajetória do feixe de eletrons para


i =0,05 A i =0,05 A

xi (cm) yi (cm)
P (-8 ; 0,35)
-2,0 0,1
y (cm)

-4,0 0,2
-7,0 0,3
-9,0 0,4
-10,5 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
-10,0 0,5 x (cm)
Gráfico 10 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para uma corrente de 0,05 A e
um potencial de aceleração constante de 3000 V e.

Para 𝑥 = −8 𝑐𝑚 e 𝑦 = 0,35 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟗𝟏, 𝟔𝟎𝟒 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟗𝟏𝟔 𝒎


19

Tabela 11 – Coordenadas (x,y) em relação a uma corrente de 0,1 A e um potencial de


aceleração constante de 3000 V.

Va = 3000 V
Trajetória do feixe de eletrons para
i =0,1 A i =0,1 A
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,1
-3,0 0,2 P (-6 ; 0,4)

y (cm)
-5,0 0,3
-6,0 0,4
-7,0 0,6
-8,0 0,8
-9,0 1,1 -10,5 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
x (cm)
-10,0 1,3
Gráfico 11 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para uma corrente de 0,1 A e um
potencial de aceleração constante de 3000 V e.

Para 𝑥 = −6 𝑐𝑚 e 𝑦 = 0,4 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟒𝟓, 𝟐𝟎 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟒𝟓𝟐 𝒎

Tabela 12 – Coordenadas (x,y) em relação a uma corrente de 0,12 A e um potencial de


aceleração constante de 3000 V.

Va = 3000 V
Trajetória do feixe de eletrons para
i =0,12 A i =0,12 A
xi (cm) yi (cm) 1,8
-2,0 0,1 1,6
-3,0 0,2 1,4
P (-7 ; 0,7)
1,2
-4,0 0,3
y (cm)

1,0
-5,0 0,4 0,8
-6,0 0,5 0,6
0,4
-7,0 0,7
0,2
-8,0 1,0 0,0
-9,0 1,3 -10,5 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5

-10,0 1,6 x (cm)


Gráfico 12 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para uma corrente de 0,12 A e um
potencial de aceleração constante de 3000 V e.

Para 𝑥 = −7 𝑐𝑚 e 𝑦 = 0,7 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟑𝟓, 𝟑𝟓𝟎 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟑𝟓𝟒 𝒎


20

Tabela 13 – Coordenadas (x,y) em relação a uma corrente de 0,15 A e um potencial de


aceleração constante de 3000 V.

Va = 3000 V Trajetória do feixe de eletrons para


i =0,15 A i =0,15 A
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,1
-3,0 0,2
P (-6 ; 0,6)

y (cm)
-4,0 0,3
-5,0 0,5
-6,0 0,6
-7,0 0,9
-8,0 1,3
-9,0 1,5 -10,5 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
x (cm)
-10,0 2,0
Gráfico 13 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para uma corrente de 0,15 A e um
potencial de aceleração constante de 3000 V e.

Para 𝑥 = −6 𝑐𝑚 e 𝑦 = 0,6 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟑𝟎, 𝟑𝟎 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟑𝟎𝟑 𝒎

Tabela 14 – Coordenadas (x,y) em relação a uma corrente de 0,18 A e um potencial de


aceleração constante de 3000 V.

Va = 3000 V
Trajetória do feixe de eletrons para
i =0,18 A i =0,18 A
xi (cm) yi (cm)
-2,0 0,2
-3,0 0,3 P (-6,8 ; 1)
y (cm)

-4,0 0,4
-5,0 0,6
-6,0 0,8
-7,0 1,1
-8,0 1,4
-9,0 1,8 -10,5 -9,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5
-10,0 2,4 x (cm)
Gráfico 14 – Representação gráfica da trajetória do feixe de elétrons para uma corrente de 0,18 A e um
potencial de aceleração constante de 3000 V e.

Para 𝑥 = −6,8 𝑐𝑚 e 𝑦 = 1 𝑐𝑚, temos 𝑹 = 𝟐𝟑, 𝟔𝟐 𝒄𝒎 = 𝟎, 𝟐𝟑𝟔 𝒎


21

Os valores dos raios referentes aos valores dos potenciais de aceleração, para uma corrente
constante de 0,18 A, estão organizados na tabela 15.

Tabela 15 – Valores dos raios obtidos em função do potencial de


aceleração a partir do arranjo cuja corrente é constante.

CORRENTE i = 0,18 A
Va (V) R (m)
1500 0,171
1750 0,185
2000 0,193
2250 0,211
2500 0,220
2750 0,229
3000 0,230
3250 0,250
3500 0,261

Os valores dos raios referentes aos valores das correntes, para um potencial de aceleração
constante de 3000 V, estão organizados na tabela 16

Tabela 16 – Valores dos raios obtidos em função da corrente a partir do arranjo


cuja cujo potencial de aceleração é constante.

POTENCIAL Va = 3000 V
i (A) R (m)
0,05 0,916
0,10 0,452
0,12 0,354
0,15 0,303
0,18 0,236

3.2 Determinação da razão carga-massa pelo método analítico

Para determinarmos a razão carga-massa pelo método analítico, iremos aplicar a


equação 12, utilizando os dados obtidos a partir do arranjo experimental em que a corrente
estava constante e do arranjo em que o potencial de aceleração estava constante. Para cada
arranjo citado, calcularemos a razão carga massa para cada valor de raio, corrente e potencial
de aceleração, obtermos o valor definitivo fazendo a média desses valores.
22

Calculamos a razão carga-massa a partir do arranjo experimental cuja corrente é


constante e igual a 0,18 A, utilizando os dados da tabela 15 e 𝛼 = 4,23𝑥10−3 𝑇/𝐴 . Os dados
encontram-se na tabela 17.

Tabela 17 – Valores da razão carga-massa obtidos a partir do arranjo


experimental cuja corrente é constante.

CORRENTE i = 0,18 A
Va (V) R (m) e/m (1011)
1500 0,171 -1,77
1750 0,185 -1,76
2000 0,193 -1,85
2250 0,211 -1,74
2500 0,220 -1,78
2750 0,229 -1,81
3000 0,230 -1,96
3250 0,250 -1,79
3500 0,261 -1,77
MÉDIA (e/m) -1,78

𝒆⁄𝒎 = −𝟏, 𝟕𝟖𝟖𝟗𝟐𝟕 × 𝟏𝟎𝟏𝟏 𝑪. 𝒌𝒈−𝟏

Calculamos a razão carga-massa a partir do arranjo experimental cujo potencial de


aceleração é constante e igual a 3000 V, utilizando os dados da tabela 16 e 𝛼 =
4,23𝑥10−3 𝑇/𝐴 . Os dados encontram-se na tabela 18.

Tabela 18 – Valores da razão carga-massa obtidos a partir do arranjo


experimental cujo potencial de aceleração é constante.

POTENCIAL Va = 3000 V
i (A) R (m) e/m (1011)
0,05 0,916 -1,60
0,10 0,452 -1,64
0,12 0,354 -1,86
0,15 0,303 -1,62
0,18 0,236 -1,86
MÉDIA (e/m) -1,64

𝒆⁄𝒎 = −𝟏, 𝟔𝟒𝟏𝟑𝟐𝟏 × 𝟏𝟎𝟏𝟏 𝑪. 𝒌𝒈−𝟏


23

3.3 Determinação da razão carga-massa por análise gráfica

Calculamos a razão carga-massa a partir da análise do gráfico 𝑉𝑎 × 𝑅 2 , cujo dados foi


extraído do arranjo experimental em que a corrente é constante e igual a 0,18 A. Partindo da
equação 12, temos:

𝑒 𝑒 𝛼2𝑖 2 2
2𝑉 = ( ) 𝛼 2 𝑖 2 𝑅 2 ⟹ V𝑎 = [( ) ]𝑅 (14)
𝑚 𝑚 2

A equação 14 representa a função de 𝑉𝑎 𝑒𝑚 𝑅 2, cujo coeficiente angular 𝑏 é:


𝑒 𝛼 2𝑖 2
𝑏=( ) . (15)
𝑚 2

Uma vez determinado o valor do coeficiente angular, podemos calcular a razão carga-massa
como sendo:
𝑒 2𝑏
= 2 2. (16)
𝑚 𝛼 𝑖

Na tabela abaixo encontram-se os dados usados na construção do gráfico, e seu a lado o


gráfico 𝑉𝑎 × 𝑅 2 .

Tabela 19 – Dados utilizados para a construção do 𝑉𝑎 × 𝑅2 , para a determinação da razão


carga-massa, a partir do arranjo experimental cuja corrente é constante.

CORRENTE i = 0,18 A Gráfico Va x R2


R (m) R2 (m2) Va (V) 4000

0,171 0,029 1500 3500 Va = 52641R2 - 12,74


0,185 0,034 1750
Pontecial Va (V)

3000
0,193 0,037 2000
2500
0,211 0,045 2250
2000
0,220 0,048 2500
0,229 0,052 2750 1500

0,230 0,053 3000 1000


0,025 0,030 0,035 0,040 0,045 0,050 0,055 0,060 0,065 0,070
0,250 0,063 3250
Quadrado do raio R2 (m2)
0,261 0,068 3500
Gráfico 15 – Gráfico 𝑉𝑎 × 𝑅 2 , utilizado para determinar a razão carga-massa a partir do valor do coeficiente angular
b.

Aplicando a equação 16 para 𝑏 = 52641, temos que o valor da razão carga-massa é:


24

𝒆⁄𝒎 = −𝟏, 𝟖𝟏𝟔𝟎𝟓𝟐 × 𝟏𝟎𝟏𝟏 𝑪. 𝒌𝒈−𝟏

Note que mesmo o 𝑅 tendo um expoente 2, a tendência do gráfico é linear. Sendo assim
podemos tratar 𝑅 2 como uma variável de função linear e não quadrática.

Calculamos a razão carga-massa a partir da análise do gráfico 𝑅 −1 × 𝑖 , cujo dados foi


extraído do arranjo experimental em que o potencial de aceleração é constante e igual a 3000
V. Partindo da equação 12, temos:

𝑒 𝛼2𝑖2 𝑒 𝛼
( ) = 𝑅 −2 ⟹ [√( ) ] 𝑖 = 𝑅 −1 (17)
𝑚 2𝑉 𝑚 √2𝑉

A equação 14 representa a função de 𝑅 −1 × 𝑖, cujo coeficiente angular 𝑏 é:

𝑒 𝛼
𝑏 = [√( ) ] (18)
𝑚 √2𝑉

Uma vez determinado o valor do coeficiente angular, podemos calcular a razão carga-massa
como sendo:
𝑒 2𝑉𝑏 2
= 2 . (19)
𝑚 𝛼

Na tabela abaixo encontram-se os dados usados na construção do gráfico e a lado está


representado o gráfico 𝑅 −1 × 𝑖.

Tabela 20 – Dados utilizados para a construção do 𝑅 −1 × 𝑖, para a determinação da razão


carga-massa, a partir do arranjo experimental cujo o potencial 𝑉𝑎 é constante.
constante.
POTENCIAL Va = 3000 V Gráfico R-1 x i
4,50
-1 -1
R (m) i (A) R (m ) 4,00
R-1 = 23,733i - 0,1146
3,50
0,916 0,05 1,09
3,00
R-1 (cm-1)

0,452 0,10 2,21 2,50


0,354 0,12 2,82 2,00

0,303 0,15 3,30 1,50


1,00
0,236 0,18 4,24 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20
Corrente i (A)
Gráfico 16 – Gráfico 𝑅−1 × 𝑖 , utilizado para determinar a razão carga-massa a partir do valor do
coeficiente angular b.
25

Aplicando a equação 16 para 𝑏 = 23,733, temos que o valor da razão carga-massa é:

𝒆⁄𝒎 = −𝟏, 𝟖𝟖𝟖𝟕𝟓𝟔 × 𝟏𝟎𝟏𝟏 𝑪. 𝒌𝒈−𝟏

3.4 Análise dos resultados obtidos

Os métodos utilizados para a obtenção do valor da razão carga-massa do elétron 𝑒/𝑚


possibilitaram a determinação de quatro valores distintos. Podemos comparar esses valores
com um valor de referencia e obter o erro relativo. O valor de referência da razão carga massa
foi obtido através da plataforma NIST através do link https://physics.nist.gov/cgi-
bin/cuu/Value?esme acessado em 07 de janeiro de 2020. O valor de referência é:

𝒆
( ) = −𝟏. 𝟕𝟓𝟖 𝟖𝟐𝟎 𝟎𝟏𝟎 𝟕𝟔 × 𝟏𝟎 𝟏𝟏 𝑪. 𝒌𝒈−𝟏
𝒎 𝑹𝑬𝑭.

Podemos utilizar a equação 20 para encontrar o erro relativo entre os valores


experimentais de 𝑒⁄𝑚 e o valor de referência.

|𝑉1 − 𝑉2 |
𝑒= × 100%, (20)
|𝑉1 |

onde 𝒆 é o erro relativo, 𝑉1e 𝑉2 são valores de uma mesma grandeza obtidos por métodos
diferentes. A tabelas 21 nos apresenta o erro relativo da razão 𝑒/𝑚, obtida experimentalmente
por diferentes métodos, em relação a um valor de referência.

Tabela 21 – Relação entre os valores medidos e calculados do comprimento do fio referentes ao


pêndulo simples equivalente

Grandeza relacionada
Erro Relativo
MÉTODO DE OBTEÇÃO 𝒆 𝒆
DE DADOS 𝒆 |(𝒎) − (𝒎) |
( ) ( 𝟏𝟎 𝟏𝟏 𝑪. 𝒌𝒈−𝟏 ) 𝑹𝑬𝑭. 𝑬𝑿𝑷.
𝒎 𝑬𝑿𝑷. 𝒆= 𝒆 × 𝟏𝟎𝟎 (%)
|(𝒎) |
𝑹𝑬𝑭.
Analítico
Corrente constante −1,788927 1,71

Analítico com
Potencial constante −1,641321 6,68

Análise gráfica
𝑉𝑎 × 𝑅 2 −1,816052 3,25

Análise gráfica
𝑅 −1 × 𝑖 −1,888756 7,39
26

Com base nos dados da tabela 21, nota-se que o valor experimental da razão 𝑒/𝑚, mais
próximo do valor de referência, foi obtido através do método analítico, cujo a corrente é
constante, apresentando em erro de apenas 1,71 %. Já em relação ao método de Análise do
gráfico 𝑅 −1 × 𝑖, a quantidade 𝑒/𝑚 teve um erro expressivo de 7,39 %
Muitos são os fatores que pode ter contribuídos que os valores experimentais
apresentassem esses desvios. Um desse fatores está relacionado com os erros de paralaxe
envolvidos na medida das coordenadas 𝑥 e 𝑦 das trajetórias observadas. Este pode se
propagar no calculo do raio obtido para cada potencial de aceleração, quando a corrente
for constante, e para cada valor de corrente, quando o potencial de aceleração for
constante.
No roteiro experimental foi sugerido que as placas fossem carregadas positivamente,
na montagem do aparato experimental para obter o valor do raio em função do valor da
corrente, mantendo o potencial de aceleração constante. Foram feitas medidas para as placas
descarregadas, e os valores das coordenadas obtidas não foram tão diferentes daquelas
obtidas com as placas positivamente carregadas. Com isso, é pouco provável que essa
mudança possa ter influenciado no erro relativo.

REFERÊNCIAS

TIPLER, Paul A; LLEWELLYN, Ralph A. Física Moderna. Tradução de Ronaldo Sérgio de


Biasi. 6.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.

Guia de Instruções do equipamento: Teltron 525 Deflection Tube

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