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Capitulo 19

A teoria Cinética dos Gases


é um dos principais tópicos da termodinâmica. Todos os gases são formados de átomos
que ocupam totalmente o volume do recipiente em que se encontram em que se
encontram e exercem pressão sobre suas paredes. Pode se atribuir também uma
temperatura a este gás. Com essas três propriedades volume, temperatura e pressão,
relacionadas podemos intender o movimento dos átomos do gás. O volume refere se a
liberdade desses átomos, a pressão é a colisão desses átomos com a parede do
recipiente, e a temperatura é a energia cinética desses átomos.
Este é um dos assuntos mais importantes para engenheiros que precisa, lidar com gases
e fluidos, e o estudo para isso é feito relacionando essas três grandezas.

Número de Avogadro
Como estamos trabalhando com átomos e moléculas, a forma mais prática de se medir
tamanho é por unidades de mol, que é uma das 7 unidades fundamentais do SI. Em um
mol existem 6,02 x 1023 mol-1 (número de Avogadro NA) átomos ou moléculas.
O número de mols n contidos em uma amostra de qualquer substancia é igual à razão
entre número de moléculas N da amostra e o número de moléculas NA em 1 mol:
n = N / NA (19-2)
pode se calcular o numero de mols n em uma amostra a partir da massa Mam da amostra
e da massa molar M ou da massa molecular m
n = Mam / M = Mam / mNA (19-3)
Nesta equação foi substituído o M por mNA pelo fato de os dois terem o valor de 1 mol.

Gases Ideais
O objetivo do estudo da cinética dos gases é entender os resultados macroscópicos que
um gás exerce como temperatura e pressão, por exemplo, mas para cada gás teria de ser
feita uma medição diferente, pois cada gás tem suas propriedades que os diferenciam.
As medidas mostram, porém, que se colocarmos 1 mol de vários gases em recipientes
de mesmo volume e mantidos os gases à mesma temperatura, as pressões medidas serão
quase iguais. Repetindo essas medidas com concentrações cada vez menores, mais
precisa ficara essas medidas, pois a diferença de pressão entre os gases será mínima,
isso vale para todos os gases reais.
pV = nRT (lei dos gases ideais) (19-5)
Onde p é a pressão absoluta (e não a manométrica), n é o numero de mols do gas e T é a
temperatura em kelvins. O fator R é a constante dos gases ideais, e posssui o mesmo
valor para todos os gases:
R = 8,31 J/mol*K (19-6)
Podemos escrever a Eq. 19-5 de outra forma, em termos de uma constante k (constante
de Boltzmann) definida como
K = R / NA = 8,31 J/mol*K / 6,02*1023 mol-1 = 1,38*10-23 J/K (19-7)
De acordo com a Eq. 19-7, R = kNA. Assim de acordo com a Eq. 19-2 (n = N/NA).
temos:
nR = Nk. (19-8)
Substituindo esta relação na Eq. 19-5. Obtemos uma segunda expressão para a lei dos
gases ideais:
pV = NkT (lei dos gases ideais) (19-9)
Não é possível encontrar na natureza um gás ideal, porem em concentrações
suficientemente baixas, todos os gases podem se aproximar do estado ideal, nesse
estado as moléculas estão tão distantes umas das outras que praticamente não interagem.
Assim o conceito de gás ideal nos permite obter informações úteis a respeito do
comportamento-limite dos gases reais.

Trabalho Realizado por um Gás Ideal a Temperatura Constante


Supondo que um gás se expanda de um volume Vi para um volume Vf, mantendo a
temperatura constante, este tipo de processo é chamado de expansão isotérmica.
O diagrama p-V, é um gráfico da pressão em função do volume mantendo a
temperatura constante. É o gráfico que representa a equação:
P = nRT/V = (constante)/V (19-10)
Para identificar o trabalho de um gás durante uma expansão isotérmica.
vf

W = ∫ p dv (19-11)
vi

Esta é uma expressão geral para o trabalho realizado durante qualquer variação de
volume de um gás. Substituindo o p.
vf
nRT
W=∫ dv (19-12)
vi V

Para uma expansão isotérmica a temperatura é constante, por tanto sai da integral
vf
dv
W=∫ =nRT [ ln V ] (19-13)
vi V

Calculando o valor da expressão nos limites de integração


vf
W = nRT ln (gás ideal, processo isotérmico). (19-
vi
14)
Trabalho Realizado a Volume Constante e a Pressão Constante
A Eq. 19-14 não permite calcular o trabalho W realizado por um gás em quarquer
processo termodinâmico, ela so pode ser usada quando a temperatura é mantida
constante.
Porém é possível usar a Eq. 19-11 para calcular o trabalho realizado por um gás
Para um processo à volume constante:
W=0 (processo a volume constante) (19-15)
Para um processo à pressão constante:
W = p(Vf – Vi) = p ΔV (processo a pressão constante) (19-16)

Pressão, Temperatura e Velocidade Média Quadrática


Considerando uma caixa cubica com algum gás dentro dela, as moléculas desses gás
estão se movendo em todas as direções batendo umas nas outras e nas paredes da caixa.
Desconsiderando as colisões entre moléculas, quando uma molécula colide com uma
parede a única componente que muda e a componente x
Δpx = (-mvx) – (mvx) = -2mvx
A velocidade Δt que a molécula leva para colidir em outra parede, após já ter colidido
com uma outra movendo se a uma velocidade vx é dada por 2L/Vx.
Assim a taxa media com a qual o momento é transmitido para a parede sombreada é
dada por:
Δpx/Δt = 2mvx/(2L/Vx) = mV2x/L
Aplicando a segunda lei de Newton (F = dp/dt) podemos escrever essa expressão na
forma.
P = Fx/L2 = (mV2x1 / L+mV2x2 / L+...+mV2xN / L) / L2
= (m / L3) (V2x1 + V2x + ... + V2xN) (19-18)
Onde N é o número de moléculas que existem na caixa.
Como N = nNA
P = (nmNA / L3) (V2x) (19-19)
Entretanto, mNA é a massa molar M do gás, como além disso, L3 é o voluma do gás,
temos:
p = nM(V2x)med / 3V (19-20)
para calcular a velocidade media quadrática elevamos as velocidades das moléculas ao
quadrado, obtemos a media de todas as velocidades ee extraímos a raiz quadrada ao
resuldado. Fazendo √ ( V 2 ) med = Vmed podemos escrever a Eq. 19-20 na forma.

p = nMV2rms / 3V (19-21)
podemos inverter a Eq. 19-21 e usa la para calcular vrms. Combinando a Eq. 19-21 com a
lei dos gases ideais (pV = nRT), temos:

vrms =
√ 3 RT (19-
M
22)

Energia Cinética de Translação


Tomando o mesmo exemplo da caixa, porem agora a velocidade das moléculas é
variável, e elas colidem entre si. Em um dado instante a energia cinética de translação é
1/2mV2. A energia cinética de translação media em um certo intervalo de observação é
3 RT
Kméd = (1/2m) (19-23)
M
Entretanto M/m, a massa molar dividida pela massa de uma molécula é simplesmente
o numero de Avogadro, assim.
3 RT
Kméd =
2 NA
Usando a Eq. 19-7 (k = /NA) podemos escrever:
3
Kméd = kT (19-24)
2

Livre Caminho Médio (λ)


É um parâmetro útil para descrever esse movimento aleatório das moléculas dentro de
um recipiente. Como o nome indica, λ é a distancia media percorrida por uma
moléculas entre duas colisões, é esperado que varie inversamente com N/V e também
com o diâmetro das moléculas.
O livre caminho médio é dado pela seguinte expressão:
1
λ = N (livre caminho médio) (19-25)
√ 2 π d2
V
tomando como exemplo uma única molécula, supondo que todas as outras estão em
repouso todas têm um diâmetro d, de modo que para haver uma colisão, a distância
entre os centros das moléculas dever ser d para considerar uma colisão. Ao
zaguezaguear pelo gas, essa molécula varre um pequeno cilindro de secção reta πd2
entre colisões sucessivas. Em intervalo de tempo Δt a molécula percorre uma distância
vΔt e volume (πd2)(vΔt). Neste caso, o numero de colisões que acontecem em um
intervalo de tempo Δt é igual ao número de moléculas (pontuais) no interior desse
cilindro.
O livre caminho médio é o comprimento da trajetória (e do cilindro) dividido por este
número:
vΔt
distancia percorrida em Δt
λ=
número de colisões em Δt
≈ π d 2 vΔtN
V
1
= π d2 N (19-26)
V
Esta equação é aproximada, pois ela considera que apenas uma molécula está em
movimento e todas as outras estão em repouso.

A Distribuição de Velocidade das Moléculas


A velocidade média quadrática vrms nos da uma ideia geral das velocidades das
moléculas de um gas a uma dada temperatura. Em muitos casos, porém, estamos
interessados em informações mais detalhadas. Em 1852, o físico escocês James Clerk
Maxwell calculou a distribuição de velocidades das moléculas de um gás. O resultado
que obteve, conhecido como lei de distribuição de velocidades de Maxwell, foi o
seguinte:
M 3/2 2 −m v 2

P(v) = 4π (
2 πRT )
v e 2 RT (19-27)

Onde M é a maior massa molar de gás, R é a constante dos gases ideais, T é a


temperatura do gás e v é a velocidade escalar da molécula.
Graficamente falando, podemos encontrar uma fração que é igual a área de uma faixa de
altura P(v) e largura dv. A área total sob o gráfico da distribuição corresponde a fração
das moléculas cujas velocidades estão entre zero e infinito. Como todas as moléculas
estão nesta categoria, o valor desta área total é igual a unidade, ou seja.

∫ P ( v ) dv = 1 (19-28)
0

A fração (frac) de moléculas com velocidades no intervalo, digamos, de v1 a v2 , é


portanto.
v2

frac = ∫ P ( v ) dv
v1

Velocidade Média, Velocidade Média Quadrática e velocidade Mais


Provável
Podemos calcular a velocidade media vméd das moléculas de um gas seguindo a equação

vméd = ∫ vP ( v ) dv (19-30)
0

substituindo P(v) pelo seu valor, dado na Eq. 19-27 e usando a integral 20 da lista de
integrais do Apêndice E, obtemos
8 RT
vméd =
√ πM
(velocidade média) (19-31)

analogamente, a media dos quadrados das velocidades, (v2)méd pode ser calculado
usando a equação

2 2
(v )méd = ∫ ( v ) P ( v ) dv (19-32)
0

substituindo P(v) pelo seu valor, dado na Eq. 19-27 e usando a integral 16 da lista de
integrais do Apêndice E, obtemos

3 RT
vméd =
√ M
(19-34)

A velocidade mais provável vp é a velocidade para a qual P(v) é máxima.

2 RT
vp =
√ M
(velocidade mais provável) (19-35)

Os Calores Específicos Molares de um Gás Ideal


Para calcular os calores específicos molares, primeiro é preciso obter uma expressão
para a energia interna associada aos movimentos aleatórios dos átomos ou moléculas de
um gás.
Para definir a energia interna Eint vamos usar um gás ideal monoatómico como
exemplo, a energia interna desse gás é simplesmente a soma das energias cinética de
translação dos átomos.
A energia de cinética de translação doa átomos depende somente da temperatura do gás,
e é dada pela Eq. 19-24. uma amostra de n mols de um gás monoatômico contém nNA
átomos. A energia interna Eint da amostra é, portanto.
3
Eint = (nNA)Kméd = (nNA)( kT ) (19-38)
2

Calor Específico Molar a Volume Constante


Tomando como exemplo uma amostra de um gás ideal confinado em cilindro de volume
fixo. Depois é adicionado uma pequena quantidade de energia Q ao gás na forma de
calor, aumentando lentamente a temperatura do recipiente. A temperatura do gás
aumenta para T + ΔT e a pressão aumenta para P + ΔP. Nesse tipo de experimento
observamos que o calor Q está relacionado à variação de temperatura ΔT através da
equação
Q = nCvΔT (volume constante) (19-39)
Onde Cv é uma constante chamada calor especifico molar de volume constante.
Substituindo esta expressão na primeira lei da termodinâmica, dada pela Eq. 18-26,
obtemos.
ΔEint = nCvΔT – W (19-40)
Como o volume não varia, também n realiza trabalho, W = 0 e a Eq. 19-40 nos fornece
ΔEint
Cv = (19-41)
nΔT
De acordo com a Eq. 19-38 a variação da energia interna é
3
ΔEint = nR ΔT (19-42)
2
Substituindo este resultado na Eq. 19-41, obtemos
3
Cv = R = 12,5J/mol * K (gás monoatômico) (19-43)
2
Podemos agora generalizar a Eq. 19-38 para a energia interna de qualquer gás ideal
substituindo 3R/2 por Cv para obter
Eint = nCvT (qualquer gás ideal) (19-44)
Quando houver uma variação de temperatura também pode usar a seguinte equação
para a variação da energia interna.
ΔEint = nCvΔT (gás ideal, qualquer processo) (19-45)

Calor Específico Molar a Pressão Constante


Variando a temperatura do gás, porém, agora a pressão constante. Para esse tipo de
processo, como já foi constatado que o calor Q está relacionado à variação de
temperatura ΔT através da equação
Q = nCpΔT (pressão constante) (19-46)
Onde Cp é uma constante chamada de calor especifico molar a pressão constante. O
valor de Cp é sempre maior do que calor especifico molar a volume constante Cv, já que,
nesse caso, a energia é usada não só para aumentar a temperatura do gás, mas também
para realizar trabalho. Para obter uma relação entre os calores específicos molares Cp e
Cv, começamos com a primeira lei da termodinâmica
ΔEint = Q – W (19-47)
Em seguida, substituímos os termos da Eq. 19-47 por seus valores. Podemos escrever
W = pΔV = nRΔT (19-48)
Fazendo essas substituições na Eq. 19-47 e dividindo ambos os membros por n ΔT
obtemos
Cv = C p – R
E, portanto,
Cp = C p + R (19-49)

Graus de Liberdade e Calores Específicos Molares


3
Até aqui já foi visto a precisão de Cv = R que é confirmada por resultados em casos
2
de gases monoatômicos, mas não no caso de gases diatômicos ou até mesmo
poliatômicos. Para três tipos de gases, podemos ter vários tipos de movimento,
movimento de translação, movimento de rotação, e moléculas diatômicas e poliatômicas
também tem movimento oscilatório com os átomos se aproximando e se afastando.
Para os movimentos de translação, referimos as posições das moléculas do gás a uma
sistema de coordenadas xyz, possuindo então três graus de liberdade, e em média, uma
1
carga de energia correspondente de 3( kT) por molécula. Do mesmo modo para o
2
movimento de rotação as moléculas podem rotacionar nas direções xyz, possuindo três
1
graus de liberdade de rotação, e em media 3( kT) por molécula, isso apenas para
2
moléculas poliatômicas.
Moléculas monoatômicas não giram, por isso não possuem energia de rotação,
moléculas diatômicas possuem apenas dois graus de liberdade, e uma energia de rotação
1
de apenas 2( kT)
2
Para estender a análise de calores específicos molares a gases ideais diatômicos e
3
poliatômicos, é necessário substituir a Eq. 19-38 (Eint = nRT) por Eint = (f/2)nRT, onde
2
f é o numero de graus de liberdade. Fazendo isso, obtemos a equação.
Cv = (f/2)R = 4,16f J/mol* K (19-51)

Efeitos Quânticos
Podemos melhorar a concordância da teoria cinética dos gases com os resultados
experimentais incluindo as oscilações dos átomos nos gases de moléculas diatômicas ou
poliatômicos. Os experimentos mostram que as oscilações das moléculas se
aproximando e se afastando só ocorrem em altas temperaturas, e os movimentos de
rotação apresentam um comportamento semelhante, porem em baixas temperaturas.

A Expansão Adiabática de um Gás Ideal


Ondas sonoras, são ondas que se propagam no ar e em outros gases como uma serie de
compressões e expansões, como esses eventos acontecem muito rápido, não há
transferência de energia em forma de calor, e um processo Q = 0 é um processo
adiabático. Podemos assegurar que Q = 0
Em uma situação onde colocamos um gás em um recipiente, puxando um êmbolo o gás
ira se expandir, consequentemente a temperatura irá diminuir e a pressão também,
Essa relação pressão temperatura durante o processo adiabático é dada por:
pVγ = constante (processo adiabático) (19-53)
onde γ = Cp/Cv. como o gás passa de um estado inicial i para um estado final f ,
podemos escrever a Eq. 19-53 como
piVγi = piVγf (processo adiabático) (19-54)
para escrever a equação de um processo adiabático em termos de T e V usamos a
equação dos gases ideais (pV = nRT) para eliminar p da Eq. 19-53, obtendo

( nRT
V )
γ
V = constante.

Como n e R são constante, podemos escrever estra equação na forma


TVγ-1 = constante. (processo adiabática) (19-55)
É uma constante diferente da Eq. 19-53. Quando o gás passa de um estado inicial i para
um estado final f, podemos escrever a Eq. 19-55 na forma
TiViγ-1 = TfVfγ-1 (processo adiabático) (19-56)

Capitulo 20
Processos irreversíveis e Entropia
A associação entre o caráter unidirecional dos processos e a irreversibilidade é tão
universal que aceitamos como perfeitamente natural. Se um desses processos ocorresse
espontaneamente no sentido invertido, ficaríamos perplexos. Entretanto, nenhum desses
processos “no sentido errado” violaria a lei da conservação da energia. Assim, não ssão
as mudanças de energia em um sistema fechado que determinam o sentido dos
processos irreversíveis: esse sentido é determinado por outra propriedade: a variação de
entropia ΔS do sistema. A entropia não obedece a uma lei de conservação. Nos
processos irreversíveis, a entropia de um sistema fechado aumenta. Existem duas
formas de definir a variação da entropia de um sistema, pela temperatura, ganha ou
perdida em forma de calo, e contando as diferentes formas de distribuir os átomos ou
moléculas que compõem o sistema.

Variação de Entropia
Para exemplificar esse processo, consideramos um gás confinado por uma válvula
fechado em um lado de um recipiente, ao abrir a válvula, a gás ira se expandir por todo
o recipiente, e nunca mais ira retornar de forma espontânea ao seu estado inicial , esse é
um processo irreversível.
Definimos a variação de entropia Sf – Si do sistema durante um processo que leva o
sistema de um estado inicial i para um estado final f através da equação
f
dQ
ΔS = Sf – Si = ∫ (definição de variação de entropia) (20-1)
i T

Onde Q é a energia absorvida ou cedida como calor pelo sistema durante o processo e T
é a temperatura do sistema em Kelvin.
Um caso de expansão isotérmica reversível é, colocando um gás em um recipiente e um
peso sobre o êmbolo, e lentamente remover o peso sobre o êmbolo, permitido ao gás se
expandir, mantendo a temperatura constante, desse modo, podemos colocar o peso sobre
o embolo novamente e o gás retornara para o volume inicial
Para aplicar a Eq. 20-1 à expansão isotérmica, colocamos a temperatura constante T do
lado de fora da integral, obtendo
f
1
ΔS = Sf – Si =
T ∫ dQ
i

Como ∫ dQ = Q, onde Q é a energia total transferida como calor durante o processo


temos:
Q
ΔS = Sf – Si = (variação de entropia, processo isotérmico) (19-
T
2)
Quando a variação de temperatura ΔT de um sistema é pequena em relação à
temperatura (em Kelvins) antes e depois do processo, a variação em relação à entropia é
dada aproximadamente por
Q
ΔS = Sf – Si = , (20-3)
Tméd
Onde Tméd é a temperatura média do sistema, em kelvin, durante o processo

A Entropia como uma Função de Estado


O fato de que a entropia é realmente uma função de estado pode ser demonstrado
apenas através de experimentos. Entretanto, podemos provar que é uma função de
estado para o caso especial, muito importante, no qual um gás ideal passa por um
processo reversível.
Para tornar o processo reversível ele é executado lentamente, em uma serie de pequenos
passos, com o gás em um estado de equilíbrio ao final de cada passo. Esses pequenas
variações estão relacionadas pela primeira lei da termodinâmica na forma de diferencial
dEint = dQ – dW.
Como os passos são reversíveis
dQ = p dV + nCv dT.
Usando a lei dos gases ideais
dQ dV
= nR + nCv dT.
T V
Em seguida, integramos os termos, arbitrando os limites de integração de i para f
f f f
dV Tf
∫ dQ = ∫ nR
V
+ ∫ nCv ln
Ti
. (20-4)
i T i i

A Segunda Lei da Termodinâmica


Podemos calcular separadamente as variações de entropia para o gás e para uma fonte .
obtendo
|Q| |Q|
ΔSgás = - e ΔSgás = +
T T
A variação da entropia do sistema fechado é a soma desses dois valores, ou seja, zero.
Com esse resultado, podemos modificar o postulado da entropia da secção 20-2 para
que se aplique tanto a processos reversíveis como a processos irreversíveis:
Embora a entropia possa diminuir em uma certa parte de um sistema fechado, sempre
exista um aumento igual ou maior em outra parte do sistema, de modo que a entropia do
sistema como um todo jamais diminui. Esta afirmação constitui uma das forma de
anunciar a segunda lei da termodinâmica, e pode ser representada matematicamente pela
equação
ΔS ≥ 0 (segunda lei da termodinâmica) (20-5)

Força Associada à Entropia


Para compreendermos por que a borracha resiste a ser esticada, vamos escrever a
primeira lei da termodinâmica
dE = dQ – dW
de acordo cordo com a Eq. 20-2, pequenas variações de Q e S a temperatura constante
estão relacionadas através da equação dS = sQ/T ou dQ = T dS. Assim, podemos
escrever a primeira lei na forma
dE = T dS + F dx. (20-6)
Fazendo dE = 0 na Eq. 20-6, obtemos a seguinte expressão para a força exercida pelo
elástico:
dS
F = -T (20-
dx
7)

Entropia no Mundo Real: Maquinas Térmicas


A Maquina de Carnot
Para calcular o trabalho realizado por uma maquina de Carnot durante um ciclo, vamos
aplicar a primeira lei da termodinâmica, obtendo
W = |QQ| - |QF| (20-8)
Variações de entropia
|Qq| |Qf |
ΔS = ΔSQ +ΔSF = – (20-
Tq Tf
9)
Como a entropia é uma função de estado devemos ter ΔS = 0 para o ciclo completo.
Fazendo ΔS = 0 na Eq. 20-9 temos:
|Qq| |Qf |
= (20-
Tq Tf
10)
O êxito nessa empreitada é medido através da chamada eficiência térmica (ε), definida
como o trabalho que a maquina realiza por ciclo (“energia utilizada”) dividido pela
energia que recebe em forma de calor por ciclo (“energia adquirida”):
energia utilizada |W |
ε= = (eficiência, qualquer máquina térmica) (20-11)
energia adquirida |Qq|

podemos substituir W pelo seu valor da Eq. 20-8


|Qq|−|Qf | |Qf |
εc= =1– . (20-
Qq |Qq|
12)
combinando as Eqs. (20-12) e (20-10), obtemos
Tf
εc=1– (eficiência, máquina de Carnot) (20-
Tq
13)

Entropia no Mundo Real: Refrigeradores


Um refrigerador é um dispositivo que utiliza trabalho para transferir energia de um
compartimento para outro de modo a “esfriar” o compartimento interno. Uma medida
de eficiência de um refrigerador é
energia utilizada |Qf |
K= = (coeficiente de desempenho, qualquer refrigerador) (20-14)
energia adquirida |W |

Onde K é chamado de coeficiente de desempenho


|Qf |
Kc = (20-
|Qq|−|Qf |
15)
Depois de algumas operações algébricas, obtemos
Tf
Kc = (coeficiente de desempenho, refrigerador de Carnot) (20-16)
Tq−Tf
A variação liquida de entropia para o sistema como um todo é
|Q| |Q|
ΔS = - +
Tf Tq
Eficiência de Maquinas Térmicas Reais, nenhuma máquina consegue trabalhar com
uma eficiência maior do que εc. se isso fosse possível, violaria segunda lei da
termodinâmica

Uma Visão Estática da Entropia


Considerando uma caixa fechada com 6 moléculas de um gás qualquer, todas possuem
um mesmo formato e tamanho, por isso são indistinguíveis umas das outras, uma certa
molécula pode ser encontrada do lado direito da caixa ou do lado esquerdo, sendo a
chance dela estar do lado direito igual a um meio, e do lado esquerdo igual a um meio
também, com isso existem 720 possibilidades de configurações dessas moléculas,
porem como elas são indistinguíveis esses 720 arranjos não são todos diferentes,
devemos dividir 720 por 24 e também por 2. Chamamos o valor resultante, que é o
valor de microestruturas que correspondem a uma configuração, de multiplicidade W
dessa configuração. Assim, para a configuração III.
6! 720
WIII = = = 15.
4 ! 2 ! 24∗2
Extrapolando de seis moléculas para o caso de N moléculas, temos:
N!
W= (multiplicidade das configurações) (20-
n 1!∗n 2 !
20)

Probabilidade e Entropia
Em 1877, o físico austríaco Ludwig Boltzmann encontrou uma relação entre a entropia
S de uma configuração de um gás e a multiplicidade W dessa configuração. A relação é
a seguinte:
S = k ln W (equação da entropia de Boltzmann) (20-21)
É natural que S e W estejam relacionadas através de uma função logarítmica. A entropia
total de dois sistemas é a soma das entropias individuais. A probabilidade de ocorrência
de dois eventos independentes é o produto das probabilidades individuais. Como
ln ab = ln a + ln b, o logaritmo é a forma logica de estabelecer uma ligação entre essas
grandezas.

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