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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA – DQ/CCEN

FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL
MANUAL DE PRÁTICAS COMPLETO

Abril/2015

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CONTEÚDO:
UTILIZAÇÃO DESTE MANUAL

PARTE 1: TERMODINÂMICA QUÍMICA I

PRÁTICA N° 1: LEI DE BOYLE


PRÁTICA N° 2: LEI DE CHARLES E GAY-LUSSAC
PRÁTICA N° 3: LEI DE GRAHAM
PRÁTICA N° 4: CALOR ESPECÍFICO DE UM SÓLIDO
PRÁTICA N° 5: CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO, DISSOLUÇÃO E DILUIÇÃO
PRÁTICA N° 6: FUNÇÕES TERMODINÂMICAS E SOLUBILIDADE
PRÁTICA N° 7: ENTROPIA DE UM PROCESSO IRREVERSÍVEL
PRÁTICA N° 8: CONSTANTE DE EQUILÍBRIO POR FOTOCOLORIMETRIA
PRÁTICA N° 9: CONSTANTE DE EQUILÍBRIO POR TITULOMETRIA
1-18;19-47;108;109;110

PARTE 2: TERMODINÂMICA QUÍMICA II

PRÁTICA N° 1: TENSÃO SUPERFICIAL


PRÁTICA N° 2: VISCOSIDADE DE UM LÍQUIDO
PRÁTICA N° 3: VOLUME MOLAR PARCIAL
PRÁTICA N° 4: EQUILÍBRIO SÓLIDO-LÍQUIDO
PRÁTICA N° 5: DISTRIBUIÇÃO DE SOLUTO ENTRE SOLV. IMISCÍVEIS
PRÁTICA N° 6: SOLUBILIDADE LÍQUIDOS (SISTEMA BINÁRIO)
PRÁTICA N° 7: SOLUBILIDADE LÍQUIDOS (SISTEMA TERNÁRIO)
PRÁTICA N° 8: CONDUTIVIDADE MOLAR
PRÁTICA N° 9: CONSTANTE DE FARADAY E NÚMERO DE AVOGADRO
1-18;48-77;108;109;111

PARTE 3: CINÉTICA QUÍMICA

PRÁTICA N° 1: PARÂMETROS CINÉTICOS PELO MÉTODO DO ISOLAMENTO


PRÁTICA N° 2: ORDEM DE REAÇÃO PELO MÉTODO DAS VELOC. INICIAIS
PRÁTICA N° 3: ORDEM DE REAÇÃO POR FOTOCOLORIMETRIA
PRÁTICA N° 4: CONSTANTE DE VELOC. POR CONDUTIVIMETRIA
PRÁTICA N° 5: CONSTANTE DE VELOC. POR TITULOMETRIA
PRÁTICA N° 6: CONSTANTE DE VELOC. POR POLARIMETRIA
PRÁTICA N° 7: CATÁLISE ENZIMÁTICA VIA FOTOCOLORIMETRIA
PRÁTICA N° 8: ISOTERMA DE ADSORÇÃO VIA TITULOMETRIA
1-18;78-107;108;109;112

FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL: PRÁTICAS SUGERIDAS


PRÁTICAS N°: 1.4, 1.5, 1.7, 2.1, 2.2, 2.3, 3.2, 3.3, 3.4
1-18;19;29-31;32-35;38-40;48;49-50;51-53;54-56;73;77-80;81-84;85-88;108;109;113

FUNDAMENTOS DE FÍSICO-QUÍMICA: PRÁTICAS SUGERIDAS


PRÁTICAS N°: 1.1, 1.2, 1.4, 1.5, 1.7, 3.2, 3.3, 3.4, 3.6
1-18;19;20-22;23-25;29-31;32-35;38-40;73;77-80;81-84;85-88;93-95;1108;109;114

2
ORIENTAÇÕES INICIAIS:
ATITUDES SEGURAS NO LABORATÓRIO E TRATAMENTO DE DADOS

OBSERVAÇÕES INICIAIS

1. Segurança no Laboratório: A participação nas aulas práticas só será


permitida se o aluno estiver portando o seu caderno de laboratório e
vestido adequadamente (calça, sapato e bata). É de suma importância que
cada aluno se esforce para manter o laboratório limpo e organizado, de
forma a permitir o seu uso posterior.
2. Tempo da Atividade: Em todas as aulas práticas os alunos devem trazer
seus cadernos de laboratório devidamente organizados, contendo o pré-
relatório e as tabelas a serem preenchidas com os dados dos
experimentos. A critério do professor, a realização da atividade prática
poderá ser suspensa caso o caderno de laboratório pré-organizado não
seja apresentado no início da atividade.
3. Avaliação da Prática: O caderno de laboratório deve conter o tratamento
de dados referente a cada prática, cuja cópia deve ser entregue ao
professor no início da aula prática seguinte. Este procedimento deve ser
feito antes da elaboração do relatório final da atividade prática.

TRATAMENTO DE DADOS

ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

Em matemática 10 é igual a 10,0. Entretanto, nas ciências experimentais


esses números não são iguais. Por exemplo, quando se expressa a massa de
uma amostra como sendo 10 g, significa dizer que a quantidade pesada está
entre 11 g e 12 g, enquanto que 10,0 g significa algo entre 9,9 g e 10,1 g.
Os algarismos necessários para expressar o resultado de um experimento,
com a mesma precisão que as medidas efetuadas, são chamados algarismos
significativos. Por exemplo, ao se escrever que a distância entre dois pontos é de
12,00 cm, a medida está sendo representada por quatro algarismos
significativos. Escrevendo que a distância é de 0,1200 m ou 0,0001200 km tem-
se sempre quatro algarismos significativos. Note-se que os zeros que precedem
o algarismo 1 não fazem parte dos algarismos significativos, porque servem
apenas para indicar a posição da vírgula. Os dois zeros seguintes aos algarismos
1 e 2 são significativos, porque indicam que a medida foi feita com precisão da
ordem de um décimo de milímetro.
Não é o número de algarismos depois da vírgula que permite avaliar a
precisão da medida, mas sim o número de algarismos significativos. Deste modo,
o erro efetuado em uma medida é, antes de tudo, dependente da escala do
instrumento no qual a medida foi efetuada. Por exemplo, se o comprimento de
um objeto for determinado por uma régua cujas divisões são de 1 em 1
milímetro, a precisão da medida será de ±0,5 mm. Por outro lado, se a divisão
da régua for de 0,1 em 0,1 milímetro, o erro na medida será de ±0,05 mm.

3
O experimentador deve registrar os resultados de tal modo que o último
algarismo significativo, e apenas ele, seja incerto. A soma algébrica de um
algarismo incerto com algarismos exatos é um algarismo incerto. Por exemplo:
104,65
+ 0,2248
.
------------
104,87
Neste caso o algarismo incerto é o 7, de modo que o resultado deve ser expresso
como 104,87. Na multiplicação e na divisão o raciocínio é análogo. Por exemplo:
12,4
x2,54
-------
496
,
620
248
-------
31, 496
de modo que o resultado deve ser representado na forma de 31,5.

PRECISÃO & EXATIDÃO

Os termos precisão e exatidão são usados para dar informações sobre a


qualidade das medidas e a confiança que se pode depositar nelas. Por exemplo,
pesou-se uma amostra sobre duas balanças, de modo que a primeira pesagem
indicou 1,25±0,02 g e a segunda 1,2500±0,0002 g. O resultado apresentado
pela segunda balança é mais preciso que o da primeira, mas não se tem certeza
de qual resultado é o mais exato, visto que uma das balanças pode apresentar
um erro sistemático.
Fala-se de precisão quando se considera o número de algarismos
significativos e a reprodutibilidade dos resultados, enquanto a exatidão
representa a diferença entre a medida e o seu valor real. Assim, uma medida
pode ser muito precisa e pouco exata, mas se a medida for muito exata é
provável que seja muito precisa. A precisão depende dos erros acidentais
(devidos ao operador; esses erros são variáveis em grandeza e sinal, e se
compensam quando o número de medidas é grande), enquanto a exatidão
depende dos erros sistemáticos (independentes do operador; esses erros são
constantes em grandeza e sinal e nunca se compensam).
A determinação da precisão é feita pela percentagem de erro da medida.
Por exemplo, duas medidas deram 1,25±0,02 g e 1,2500±0,0002 g, de modo
que a precisão das medidas é:
0,02
1ª Medida: = 0,016 = 1,6 %
1,25
.
0,0002
2ª Medida: = 0,00016 = 0,016%
1,2500
A determinação da exatidão pressupõe o conhecimento de um valor de
referência. Em todo o caso, precisão e exatidão são avaliadas a partir da
determinação de erros absoluto e relativo.

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ERRO ABSOLUTO & ERRO RELATIVO

Em uma medida expressa na forma 7,25±0,03 cm, a quantidade 7,25 cm


representa o valor absoluto da medida, enquanto que ±0,03 cm representa o
erro absoluto, que é independente do valor da medida. O erro relativo é a fração
do erro cometido na medida e depende do valor absoluto. Por exemplo, duas
medidas deram 7,25±0,03 cm e 72,50±0,03 cm, de modo que os erros
absolutos são os mesmos, mas os erros relativos são:
0,03
1ª Medida: = 0,004 = 0,4%
7,25
.
0,03
2ª Medida: = 0,0004 = 0,04%
72,50
A análise de erro descrita acima diz respeito a precisão da medida. No entanto,
outra análise de erro a ser considerada é feita com base na exatidão, para a qual
é necessário um valor de referência (geralmente um valor tabelado em
handbooks ou determinado através de um trabalho científico meticuloso). Para
este tipo de análise, o erro absoluto é determinado pela expressão:
Erro = |Medida−Referência| ,
e o erro relativo:

%Erro = | Medida−Referência
Referência | .

FONTES DE DADOS ADICIONAIS

Todos os dados adicionais, necessários para a realização de tratamentos


de dados ou determinações de erros experimentais, tais como densidade, tensão
superficial e viscosidade em diferentes temperaturas, devem ser obtidos em
manuais de constantes físicas e químicas ou em artigos científicos (muitos dos
quais são recomendados neste manual, ao final de cada prática).

REFERÊNCIAS

1. Bueno, W. A.; Degrève, L.; Manual de Laboratório de Físico-Química, São


Paulo, McGraw-Hill, 1980.
2. Silva, R. R.; Bocchi, N.; Rocha Filho, R. C.; Introdução à Química
Experimental, São Paulo, McGraw-Hill, 1990.
3. Haynes, W. M.; Lide, D. R.; CRC Handbook of Chemistry and Physics,
2011.

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ELABORAÇÃO DE PRÉ-RELATÓRIOS:
DOCUMENTAÇÃO ANTERIOR A REALIZAÇÃO DAS PRÁTICAS

OBSERVAÇÕES INICIAIS

1. Cada aluno deve preparar um pré-relatório manuscrito em seu caderno de


laboratório. O objetivo do pré-relatório é o de permitir que o aluno tome
conhecimento dos detalhes do experimento antes de sua ida ao
laboratório, bem como possibilitar a execução rápida e eficiente da
atividade prática. É de suma importância a preparação antecipada do pré-
relatório para a compreensão das bases teóricas e do roteiro da prática
para o bom aproveitamento acadêmico.
2. A realização da prática dependerá, a critério do professor responsável, da
apresentação do pré-relatório no início das atividades no laboratório.

COMPONENTES DO PRÉ-RELATÓRIO

Este material deve conter os seguintes itens:


1. MATERIAIS:
Lista completa de todos os equipamentos e reagentes a serem utilizados.
2. PROCEDIMENTO:
Descrição resumida do procedimento da prática. Deve-se evitar a simples
cópia do roteiro da prática.
3. QUESTÕES:
Discussão sobre as questões sugeridas no manual do laboratório.
4. DADOS:
Quando for necessária a preparação de soluções, todos os cálculos
relativos a massas e volumes a serem medidos devem constar neste item.
Deve-se reservar um espaço para o registro das massas e volumes a
serem efetivamente medidos na atividade prática. Quando necessário,
tabelas (devidamente legendadas) para o registro dos dados a serem
medidos devem ser preparadas e incluídas nesta seção. Deve-se tomar
cuidado com o registro correto dos algarismos significativos e unidades de
medida.

A seguir é apresentado um exemplo de preparação de pré-relatório (este


modelo deve ser transposto de forma manuscrita para o caderno de laboratório).

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Materiais: 2 Béqueres de 250 mL;
2 Pipetas Volumétricas de 50±0,1 mL;
2 Termômetros Digitais (0-100 °C±0,1 °C);
100 mL de Ácido Clorídrico (HCl) 1,0 M;
100 mL de Hidróxido de Sódio (NaOH) 1,0 M;
...

Procedimento: Resumido, mas facilmente compreensível...

Questões: Devidamente respondidas...

Dados: 100 mL HCl 1,0 M.


MHCl = 36,46 g/mol, pHCl = 38 %, ρHCl(Conc.) = 1,181 g/mL
mHCl = cHClMHClVsol/p
VHCl = mHCl/ρHCl =cHClMHClVsol/pρHCl
VHCl = (1,0 mol/L)(36,66 g/mol)(0,100 L)/(0,38)(1,181 g/mL)
VHCl = 8,12 mL

100 mL NaOH 1,0 M.


MNaOH = 40,00 g/mol, pNaOH = 99 %
mNaOH = cNaOHMNaOHVNaOH/p
mNaOH = (1,0 mol/L)(40,00 g/mol)(0,100 L)/(0,99)
mNaOH = 4,04 g

VHCl: ±0,1 mL
mNaOH: ±0,0001 g

Reação entre HCl 1,0 M (50±0,1 mL) e NaOH 1,0 M (50±0,1 mL).

Tempo (s) THCl (°C) TNaOH (°C) Tcalorímetro (°C)

10

...

(…)

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ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS:
DOCUMENTAÇÃO POSTERIOR A REALIZAÇÃO DAS PRÁTICAS

OBSERVAÇÕES INICIAIS

1. O relatório deve ser, preferencialmente, impresso em papel tamanho A4,


com fonte Times 12, Arial 11 ou Verdana 11, espaçamento 1,5 e
títulos/subtítulos em negrito e letras maiúsculas.
2. O relatório deve ser bem organizado e conciso, sem sacrificar a clareza.
Atenção especial deve ser dada ao estilo literário científico compatível ao
esperado para a disciplina. Ortografia e regras gramaticais não devem ser
negligenciadas e serão penalizadas, a critério do professor responsável,
caso não atendam a níveis adequados.
3. Equações matemáticas devem ser acompanhadas de material verbal
suficiente para deixar claro os significados dos termos empregados.
Gráficos e tabelas devem ser adequadamente legendadas, com especial
atenção a algarismos significativos e unidades de medida.
4. O relatório elaborado deve ser, acima de tudo, um material original .
Objetiva-se, com isto, o desenvolvimento da habilidade de escrever de
forma concisa e eloquente, obedecendo a padrões rígidos impostos a
argumentação científica.
5. O material deve ser elaborado no formato de “relatório completo” ou
“relatório curto”, a critério do professor responsável.

RELATÓRIO COMPLETO

Este formato deve conter os seguintes componentes:


1. CAPA:
Título e número da prática, identificação do(s) aluno(s) e da turma(s)
(ex.: Bacharelado em Química), data da realização do experimento e
nome do professor responsável.
2. RESUMO:
Texto contendo entre 5 e 10 linhas resumindo todo o relatório (objetivos,
procedimentos e resultados).
3. OBJETIVOS:
Com verbo no infinitivo, indicando o(s) objetivo(s) da prática.
4. INTRODUÇÃO:
Teoria necessária para o entendimento da prática e fundamentação da
discussão dos resultados, devendo estar referenciada com numeração
sequencial, evitando-se cópia de textos da bibliografia consultada.

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5. MATERIAIS E MÉTODOS:
Deve ser apresentado em 3 subitens: Equipamentos, Reagentes e
Procedimento.
5.1. Equipamentos: Informar, na forma de itens, todos os materiais e
equipamentos utilizados. Ex.:
◦ Chapa Elétrica Aquecedora (ou Bico de Bunsen + Tripé de Ferro);
◦ Termômetro (0-100 °C±0,5 °C).
5.2. Reagentes: Informar, na forma de itens, todos os reagentes
utilizados, com formulação e concentração. Ex.:
◦ Ácido clorídrico concentrado (Hcl);
◦ Solução aquosa de ácido clorídrico (HCl) 0,50 mol/L.
5.3. Procedimento: Descrever o procedimento realizado, com detalhes,
levando-se em conta as possíveis diferenças do roteiro da prática. Os
verbos devem estar no passado e de forma impessoal. Ex.:
◦ “Colocou-se...” ou “foram colocados...”.
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Colocar todos os resultados alcançados na ordem em que foram
adquiridos, apresentado-os com clareza e organização.
◦ Fazer uso de quadros, tabelas, gráficos e figuras, quando conveniente,
devendo ser numerados e mencionados no texto antes de suas
colocações no documento. Quadros apresentam as laterais fechadas e as
tabelas apresentam as laterais abertas. Figuras facilitam a ilustração de
um esquema ou montagem experimental, e gráficos facilitam a
ilustração de uma tendência, devendo ser priorizados se os resultados o
permitirem. Gráficos devem conter escalas coerentes aos valores
mínimos e máximos dos pontos, com eixos rotulados com o símbolo da
grandeza ou palavras que a definam, com as unidades indicadas entre
parênteses. Em todos os casos deve-se utilizar legendas
autoexplicativas, posicionadas na parte superior em tabelas, e na parte
inferior em quadros, figuras e gráficos.
◦ Todos os dados numéricos obtidos através de medidas devem apresentar
unidades, fazendo-se o uso correto de algarismos significativos. Deve-se
informar nesta seção os erros absolutos e relativos (erros relacionados a
precisão das medidas). Todos os cálculos relativos ao tratamento de
dados devem ser apresentados neste item, atentando-se rigorosamente
as regras operacionais de análise dimensional. No caso de cálculos
repetitivos, apenas um deve ser realizado em detalhes, e os demais
devem ser apresentados em uma tabela. Quando um valor de referência
estiver disponível a partir de dados da literatura, deve-se informar nesta
seção os erros absolutos e relativos obtidos (erros relacionados a
exatidão dos resultados).
◦ Todos os procedimentos que envolvem reações devem apresentar as
devidas equações. Deve-se explicar todas as observações experimentais
(mudanças de cor ou de temperatura, turvação, etc.) e os resultados
obtidos (formação de um produto ou subproduto, rendimento, massa,
concentração, etc.). Todas as discussões devem ser feitas com
embasamento químico e considerações teóricas, o que exige
conhecimento e pensamento crítico. Se o resultado diferir do que é
esperado a partir da teoria, deve-se considerar criticamente as possíveis
fontes de erro.

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7. CONCLUSÕES:
Apresentar as conclusões de forma clara e resumida a partir dos
resultados obtidos. Deve-se indicar os conceitos mais relevantes
apreendidos durante a execução do experimento ou durante a elaboração
do relatório.
8. QUESTÕES:
Discussão das questões sugeridas no roteiro da prática.
9. REFERÊNCIAS:
Listar as referências consultadas para a realização do relatório de acordo
com a ABNT (Associação Brasileira de Normas técnicas), com a numeração
adequada. Ex.:
1. SOBRENOME, Iniciais; Título do Livro, Nº da Edição, Local da
Publicação, Editora, Páginas Consultadas, Ano.
2. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, p. 84, 2004.
3. CORSARO, G. Colorimetric Chemical Kinetics Experiment. J. Chem.
Educ., v. 41, n. 1, p. 48, 1964.

RELATÓRIO CURTO

Este formato deve conter os seguintes componentes:


1. CAPA:
Título e número da prática, identificação do(s) aluno(s) e da turma(s),
data da realização do experimento e nome do professor responsável.
2. DADOS:
Colocar todos os resultados alcançados na ordem em que foram
adquiridos, apresentado-os com clareza e organização.(*)
3. TRATAMENTO DE DADOS:
Todos os cálculos relativos ao tratamento de dados devem ser
apresentados neste item.(*)
4. ANÁLISE DE ERROS:
Deve-se informar nesta seção os erros absolutos e relativos (relacionados
a precisão e exatidão das medidas).(*)
5. CONCLUSÕES:
Apresentar as conclusões de forma clara e resumida a partir dos
resultados obtidos.
6. QUESTÕES:
Discussão das questões sugeridas no roteiro da prática.
7. REFERÊNCIAS:
Listar as referências consultadas de acordo com a ABNT. (*)
(*)
Ver recomendações para o Relatório Completo.

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MODELO DE RELATÓRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB


Departamento de Química – DQ/CCEN

Prática Nº 1: Determinação do
Calor de Neutralização

Grupo: Fulano de Andrade


Sicrano de Bezerra
Turma: Bacharelado em Química
Data: 27 de agosto de 2014

Professor: Beltrano da Costa

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RESUMO

Neste experimento, utilizou-se um calorímetro adiabático (constituído de


uma garrafa térmica e um termômetro digital) para a determinação do calor
liberado em uma reação de neutralização entre o ácido clorídrico (HCl 0,1 M) e
hidróxido de sódio (NaOH 0,1 M) concentrados. Os resultados obtidos indicam
que, apesar da simplicidade da montagem experimental, é possível obter uma
boa concordância com resultados tabelados.

OBJETIVOS

Determinar o calor de neutralização em uma reação ácido-base a partir


de um simples experimento de calibração de um calorímetro.

INTRODUÇÃO

A calorimetria permite determinar a troca de calor envolvida em um


processo químico ou físico. O conhecimento deste tipo de dado pe muito
importante em diversas áreas, como a indústria química (calor liberado ou
absorvido em um processo) e alimentícia (onde se determina o “teor calórico”
de alimentos). Um calorímetro é um aparelho simples, termicamente isolado,
que possibilita medir a quantidade de calor envolvida em um processo a partir
da determinação da variação de temperatura medida em seu interior.
Conhecendo-se a capacidade calorífica Ccal do calorímetro é possível determinar
a quantidade de calor qproc envolvida no processo a partir da determinação da
variação de temperatura ΔT medida no calorímetro e da aplicação da 1ª Lei da
Termodinâmica, segundo a qual:
Calor do Processo = −Calor do Calorímetro ⇒ q proc = −C cal Δ T .
(...)

MATERIAIS & MÉTODOS

EQUIPAMENTOS

• 01 Garrafa Térmica de 500 mL;


• 01 Béquer de 200 mL;
• 01 Proveta de 100 mL;
• 01 Chapa Elétrica Aquecedora;
• 02 Termômetros Digitais (0-100 °C±0,1 °C).

REAGENTES

• HCl 1,0 mol/L;


• NaOH 1,0 mol/L.

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PROCEDIMENTO

Inicialmente, procedeu-se a calibração do calorímetro, constituído de uma


garrafa térmica e 100 mL de água destilada. Colocou-se 100 mL de água
destilada, sob temperatura ambiente, no interior da garrafa térmica (recipiente
calorimétrico) e anotou-se a temperatura (T1(1)) de equilíbrio. Em seguida,
aqueceu-se 100 mL de água destilada em um béquer de 200 mL até ~80 °C.
Transferiu-se 50 mL da água aquecida para uma proveta de 100 mL e devolveu-
se a água ao béquer. Repetiu-se este procedimento 3 vezes de modo que a
proveta entrasse em equilíbrio térmico com a água aquecida. Finalmente,
coletou-se 50 mL da água aquecida com a proveta, anotou-se a temperatura
(T2(1)) e transferiu-se a água aquecida para o interior do calorímetro. Esperou-se
o equilíbrio térmico ser alcançado e anotou-se a temperatura de equilíbrio (Tf(1)).
Em seguida, esvaziou-se o calorímetro, que foi lavado com bastante água
da torneira e depois com água destilada. Com o calorímetro lavado, colocou-se
50 mL de uma solução de NaOH 1,0 mol/L em seu interior e anotou-se a
temperatura (Ti(2)). Pegou-se 50 mL de uma solução de HCl 1,0 mol/L, sob a
mesma temperatura do interior do calorímetro (Ti(2)), e colocou-se esta solução
sobre a solução de hidróxido de sódio do calorímetro. Esta última etapa
restaurou o volume inicial do calorímetro. Agitou-se suavemente a mistura e
anotou-se a temperatura de equilíbrio (Tf(2)).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

DADOS

VHCl = 8,1 mL (±0,1 mL)


cHCl = VHClpρHCl/MHClVsol
= (8,1 mL)(0,38)(1,181 g/mL)/(36,66 g/mol)(0,100 L)
= 0,9916 mol/L
Vsol(1) = 50,0 mL (±0,1 mL)
s(VHCl) = 0,1/8,1 = 1,2 % [Erro Relativo (Precisão)]

mNaOH = 4,0381 g (±0,0001 g) [s(mNaOH) = 0,1/8,1 = 1,2 %]


cNaOH = mNaOHp/MnaOHVsol
= (4,0381 g)(0,99)/(40,00 g/mol)(0,100 L)
= 0,9949 mol/L
Vsol(2) = 50,0 mL (±0,1 mL)
s(mNaOH) = 0,0001/4,0381 = 0,0025 %.

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Tabela 1: Temperatura da água aquecida utilizada para a calibração do
Calorímetro e temperatura da mistura calorimétrica até equilibração.

Tempo (s) TÁgua (°C) TCal (°C) TCal+Água (°C)

0 76,5 (±0,1) 28,0 (±0,1) ---

30 76,4 (±0,1) 28,0 (±0,1) ---

60 76,3 (±0,1) 28,0 (±0,1) ---

… … … …

180 76,1 (±0,1) 28,0 (±0,1) ---

190 --- --- 44,3 (±0,1)

200 --- --- 44,4 (±0,1)

210 --- --- 44,5 (±0,1)

… … … …

330 --- --- 44,5 (±0,1)

340 --- --- 44,5 (±0,1)

350 --- --- 44,4 (±0,1)

--- --- --- ---

TÁgua (°C) TCal (°C) TCal+Água (°C)

76,1 (±0,1) 28,0 (±0,1) 44,5 (±0,1)

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Tabela 2: Temperatura da solução de HCl 1,0 M (50±0,1 mL) e NaOH
1,0 M (50±0,1 mL) antes da mistura e temperatura da solução
calorimétrica até equilibração.

Tempo (s) THCl (°C) TNaOH (°C) TCal (°C)

0 28,7 (±0,1) 28,4 (±0,1) ---

30 28,6 (±0,1) 28,3 (±0,1) ---

60 28,5 (±0,1) 28,2 (±0,1) ---

… … … …

180 28,0 (±0,1) 28,0 (±0,1) ---

190 --- --- 28,1 (±0,1)

200 --- --- 28,2 (±0,1)

210 --- --- 28,3 (±0,1)

… … … …

330 28,7 (±0,1)

340 28,7 (±0,1)

350 28,6 (±0,1)

--- --- --- ---

THCl (°C) TNaOH (°C) TCal (°C)

28,0 (±0,1) 28,0 (±0,1) 28,7 (±0,1)

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TRATAMENTO DE DADOS

Capacidade Calorífica do Calorímetro:

cÁgua = 4,201±0,002 J/g°C[1]


ρÁgua = 9,9568±0,0022 g/mL (a 30 °C)[1]
VÁgua = 50,0±0,1 mL
ΔTÁgua = 44,5-76,1 °C = -31,6 °C ± s(ΔT)[*]
ΔTCal(1) = 44,5-28,0 °C = +16,5 °C ± s(ΔT)[*]
Ccal = -ρÁguaVÁguacÁguaΔTÁgua/ΔTCal(1)
= -(4,201 J/g°C)(9,9568 g/mL)(50,0 mL)(-31,6 °C)/
= -(+16,5 °C)
= -4.005,397 J/°C = 4,01 kJ/°C ± s(Ccal)[**]

s(ΔT) = √[(0,1 °C)²+(0,1 °C)²] = 0,1 °C


sr(Ccal) = √[(0,0022/9,9568)²+(0,1/50,0)²+(0,002/4,201)²+
= √(0,1/31,6)2+(0,1/16,5)2] = 0,007
s(Ccal) = Ccal × sr(Ccal)
= 4.005,397 J/°C × 0,007
= 28,0 J/°C → Ccal = 4.005±28 J/°C

[*]
Diferença: → desvio padrão absoluto (s)
[**]
Produto: → desvio padrão relativo (sr) → (s)

Entalpia de Neutralização Molar:

nHCl = cHClVsol(1)
= (0,9916 mol/L)(0,050 mL)
= 0,0495 mol ± s(nHCl)
nNaOH = cNaOHVsol(2)
= (0,9949 mol/L)(0,050 mL)
= 0,0497 mol ± s(nNaOH)
nNeu = 0,0495 mol ± s(nNeu) [Menor valor]
ΔTCal(2) = 23,7-23,0 °C = +0,7 °C ± s(ΔT)
ΔHNeu(Exp) = -CCalΔTCal(2)/nNeu
= -(4.005 J/°C)(+0,7 °C)/(0,0495 mol)
= -56,636 kJ/mol ± s(ΔHNeu)
ΔHNeu(Ref) = -57,300 kJ/mol ± 0,012[2-3]
… ...

16
DISCUSSÃO

A variação temporal abrupta da temperatura é devida a rápida reação de


neutralização de um ácido forte e uma base forte. Por outro lado, a relativa
estabilidade da temperatura por alguns minutos após a neutralização sugere
que, apesar da simplicidade da montagem experimental, a mesma serve para
dar um resultado aproximado para a entalpia molar da reação em estudo. O
valor negativo obtido para a entalpia molar é consistente com o esperado para
uma reação exotérmica como a de neutralização. (...)

28,8
28,7
28,6
Temperatura (°C)

28,5
28,4
28,3
28,2
28,1
28,0
180 200 220 240 260 280 300 320 340 360
Tempo (s)

Figura 1: Variação temporal da temperatura devida a reação de


neutralização HCl 1,0 M + NaOH 1,0 M.[***]
(***)
Este gráfico foi utilizado aqui apenas como ilustração. No entanto, neste
caso específico a sua utilização em um relatório real seria inadequada, uma
vez que apenas repete os dados da Tabela 2.

ANÁLISE DE ERROS

Uma análise das diversas fontes de erro (a partir dos limites de precisão
das diferentes quantidades medidas) indica que as ordens de grandezas das
diferentes contribuições são bem diferentes, de modo a contribuírem em
diferentes escalas para a exatidão do resultado final. Por exemplo, a incerteza
nas medidas de volume (1,2 %) são muito maiores que as relativas as massas
(0,0025 %). Portanto, é de se esperar que a utilização de balanças mais
precisas não deve contribuir para a melhoria dos resultados experimentais. (…)

e(ΔHNeu) = |ΔHNeu(Exp)-ΔHNeu(Ref)| [Erro Absoluto (Exatidão)]

= |-56,636+57,300| kJ/mol
= 0,664 kJ/mol
er(ΔHNeu) = |ΔHNeu(Exp)-ΔHNeu(Ref)|/ΔHNeu(Ref) [Erro Relativo (Exatidão)]

= (0,664)/(57,300)
= 0,0116 = 1,16 %

17
QUESTÕES

1. Os resultados obtidos são satisfatórios?


Razoáveis, uma vez que o erro obtido para a entalpia molar de
neutralização difere do valor de referência na ordem de, apenas, 1 %.
(...)

REFERÊNCIAS

1. LENNON, J.; Handbook of Chemistry and Physics, p. 321, 2001.


2. MCCARTNEY, P.; Thermochemical Experiment, J. Chem. Educ., 1(2), 34,
2002.
3. HARRISON, G.; Experimental Physical Chemistry, J. Chem. Educ., 5(6),
78, 2003.
4. STARR, R.; Neutralization Reactions, J. Chem. Educ., 9(10), 1112, 2004.

18
PARTE 1
TERMODINÂMICA QUÍMICA I

19
PRÁTICA N° 1:
VERIFICAÇÃO DA LEI DE BOYLE

OBJETIVO

Determinar experimentalmente a relação entre a pressão e o volume de


uma amostra de ar à temperatura constante.

INTRODUÇÃO

Boyle e Mariotte enunciaram, a partir de resultados experimentais, uma lei


que rege as variações de volume e de pressão, à temperatura e composição
constantes. Esta lei é válida para os gases ideais e, experimentalmente, é
comprovada variando-se a pressão de um gás, à temperatura constante, e
determinando o seu volume. Esta lei pode ser expressa da seguinte maneira: “À
temperatura constante, o produto da pressão de uma determinada amostra de
um gás pelo seu volume é constante”. Matematicamente: pV = constante, onde
p é a pressão exercida sobre o gás e V o volume da amostra gasosa.
A amostra de ar é mantida a uma temperatura constante e varia-se seu
volume. A pressão é medida por um manômetro a água. A pressão da amostra
de ar é igual à pressão da coluna d’água mais a pressão atmosférica, que é lida
no barômetro do laboratório em milímetros de mercúrio e deve ser convertida
em centímetros de água. A pressão medida inclui a pressão de vapor da água.
Para obter a pressão do ar seco, deve-se subtrair a pressão de vapor da água na
temperatura do experimento.

(1) Balão de nível.


(2) Balão contendo o gás.
(3) Bureta.

Figura 1: Sistema com manômetro a água para medir a pressão de


uma amostra de ar, à temperatura constante.

20
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Balão de nível;
01 Balão volumétrico;
01 Bureta;
02 Mangueiras de silicone;

Água destilada.

PROCEDIMENTO

PARTE A: MONTAGEM EXPERIMENTAL

1. Para obter o volume do ar contido no balão e no tubo de borracha até o


zero da bureta de gás (volume morto), desconecte o tubo de borracha no
ponto A. Encha o balão, o tubo de borracha e a bureta, até o zero, com
água destilada. Elimine bolhas de ar comprimindo o tubo de borracha.
Transfira a água cuidadosamente, evitando perdas, para um bécher
previamente tarado. Pese o bécher com a água (utilize a balança mecânica
de contrapesos).
2. Reconecte o tubo de borracha em A. Desconecte agora o tubo de borracha
no ponto B. Encha o balão de nível até à metade com água destilada. Não
deixe bolhas de ar. Ajuste a altura do balão de nível de modo que a bureta
fique com água pela metade.
3. Reconecte o tubo de borracha ao ponto A. Verifique se o balão ficou bem
fechado.
4. Prepare uma tabela no seu caderno de laboratório com uma coluna para
volumes em mililitros e duas colunas para alturas em centímetros.

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Comprima a amostra de ar elevando o balão de nível até que o nível


d’água na bureta fique a um ou dois milímetros da marca superior. Anote
a altura da água no balão de nível (h2) e na bureta (h1). Se necessário,
extrapole a escala da bureta com o auxílio de uma régua graduada.
2. Faça de cinco a dez medidas, baixando o balão de nível até que todo o
volume da bureta seja utilizado.
3. Obtenha a temperatura e a pressão atmosférica sob a qual o experimento
foi realizado. Com essas informações, determine a pressão de vapor da
água e a densidade da água e do mercúrio na temperatura do
experimento.

21
TRATAMENTO DE DADOS

1. Apresente os dados obtidos em uma tabela de pressão em função do


volume.
2. Determine o volume fixo de ar no equipamento (volume morto), dividindo
a massa de água obtida na etapa 1 da parte A do procedimento pela
densidade da água na temperatura do experimento. Cada amostra de ar
terá o volume medido na bureta mais o volume morto.
3. Calcule a pressão total do ar seco em centímetros de água, subtraindo,
para cada medida, a pressão de vapor da água. Some a cada valor a
pressão da atmosfera (lida no barômetro do laboratório), convertida de
milímetros de mercúrio para centímetros de água. Utilize, para a
conversão de unidades, a relação: p = ρgh.
4. Apresente tabelas de pressão (em centímetros de água) em função do
volume, e calcule o produto pV em função da pressão para cada medida.
5. Trace o gráfico 1/V = f(p) e encontre a melhor reta.
6. Trace o gráfico pV = f(p) e determine o valor médio da constante.
7. Discuta os resultados, apontando possíveis causas de desvios em relação à
lei de Boyle, caso elas sejam observadas.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Que tipos de curvas foram obtidas a partir do tratamento dos dados?


2. Faça uma regressão linear para o gráfico do item 6 e obtenha a equação
que melhor descreve os seus resultados. Faça uma comparação com a Lei
de Boyle.
3. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.
4. Como o objetivo da prática é verificar se o produto pV é constante, é
interessante verificar o quanto as medidas experimentais se distanciam de
um valor médio.
5. Caso as medidas experimentais não confirmem a lei de Boyle, indique uma
maneira de verificar o quanto as medidas se distanciam do desejado.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

22
PRÁTICA N° 2:
VERIFICAÇÃO DA LEI DE CHARLES E GAY-LUSSAC

OBJETIVO

Verificar a validade da lei de Charles e Gay-Lussac para uma amostra de


ar, utilizando um sistema hidrostático.

INTRODUÇÃO

Para verificar experimentalmente a lei de Charles e Gay-Lussac, mede-se a


pressão de uma amostra de ar, mantida a volume constante no sistema
hidrostático da figura 1, a diferentes temperaturas. O balão 1 é imerso em um
banho de água (não ilustrado na figura) de modo que a temperatura da amostra
de ar pode ser variada adicionando-se água quente, água fria ou gelo triturado
ao banho. A pressão do ar será igual à pressão da coluna d’água (diferença entre
os dois níveis de água no sistema: Δh = h2 - h1) mais a pressão atmosférica. A
pressão da atmosfera é lida no barômetro do laboratório, em milímetros de
mercúrio, e deve ser corrigida para centímetros de água. A pressão medida inclui
a pressão de vapor da água. Para obter a pressão do ar seco, deve-se subtrair do
valor medido a pressão de vapor da água a cada temperatura do experimento.

(1) Cuba contendo água;


(2) Balão contendo o ar;
(3) Bureta;
(4) Termômetro;
(5) Resistência elétrica para aquecimento;
(6) Régua;
(7) Balão de nível.

Figura 1: Sistema com manômetro a água para medir a pressão de um


gás a volume constante.

23
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Balão de nível;
01 Balão volumétrico;
01 Bureta;
01 Termômetro (0-100 °C±0,5 °C);
01 Resistência elétrica;
02 Mangueiras de silicone;
01 Régua graduada;

Água destilada.

PROCEDIMENTO

PARTE A: MONTAGEM EXPERIMENTAL

1. Monte o sistema hidrostático da figura 1. Mantenha o balão contendo ar


imerso em um banho de água à temperatura ambiente. Agite a água do
banho com um bastão de vidro para homogeneizar a temperatura.
2. Encha o balão de nível até a metade com água destilada. Abaixe-o até que
o nível de água na bureta de gás fique entre 10 e 15 mililitros. Ajuste a
altura do balão de nível até que a água fique à mesma altura nos dois
lados do tubo em U (faça marcas para se orientar).

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Registre em uma tabela os dados, colocando colunas para a temperatura e


para as alturas do nível da água na bureta (h1) e do balão de nível (h2).
2. Misture água gelada ao banho até conseguir uma temperatura
razoavelmente constante, em torno de 20 C.
3. Ajuste a altura do balão de nível para que o volume fique constante,
mantendo os níveis de água no tubo em U sempre nas marcas.
4. Anote a temperatura e as novas alturas h1 e h2.
5. Repita o procedimento, acrescentando gelo ao banho, variando a
temperatura em cerca de 5 oC para cada ponto, anotando a temperatura e
as alturas em cada etapa.
6. Remova o gelo e aqueça o banho suavemente, com cuidado para manter o
nível de água no tubo em U, e meça as alturas, como anteriormente,
variando a temperatura em cerca de 5 oC para cada ponto.
7. Obtenha a temperatura e a pressão atmosférica sob a qual o experimento
foi realizado. Com essas informações, determine a pressão de vapor da
água e a densidade da água e do mercúrio na temperatura do
experimento.

24
TRATAMENTO DE DADOS

1. Apresente os dados obtidos em uma tabela: temperatura (T), altura da


coluna de água na bureta (h1) e altura da coluna de ar no balão de nível
(h2).
2. Para cada temperatura, calcule a pressão total do ar úmido e corrija-a,
subtraindo a pressão de vapor da água para obter a pressão do ar seco.
Adicione a pressão atmosférica, convertida de milímetros de mercúrio para
centímetros, de água. Apresente os dados calculados em uma tabela.
3. Trace o gráfico da pressão do ar seco (em centímetros de água) em
função da temperatura (em C).
4. Obtenha a melhor reta (p = kt(oC) + kT0) pelo método dos mínimos
quadrados (regressão linear) e encontre T0.
5. Compare seu resultado com o valor 273,15 e discuta, calculando erros.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Que tipos de curvas foram obtidas a partir do tratamento dos dados?


2. Faça uma regressão linear para o gráfico e obtenha a equação que melhor
descreve os seus resultados. Faça uma comparação com a Lei de Charles.
3. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.
4. Como o objetivo da prática é verificar se V é proporcional a T, é
interessante verificar o quanto as medidas experimentais se distanciam de
um valor médio.
5. Caso as medidas experimentais não confirmem a lei de Charles, indique
uma maneira de verificar o quanto as medidas se distanciam do desejado.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

25
PRÁTICA N° 3:
VERIFICAÇÃO DA LEI DE GRAHAM

OBJETIVO

Determinar a velocidade de efusão de um gás desconhecido à baixa


pressão a partir de dados sobre uma amostra conhecida.

INTRODUÇÃO

Um gás tem a capacidade de se efundir, ou seja, passar através de um


orifício. A lei de efusão de Graham relaciona velocidades de efusão e densidades
para dois gases diferentes à mesma temperatura e pressão. A velocidade de
efusão pode ser determinada com um dispositivo de montagem simples,
chamado efusiômetro. O efusiômetro permite isolar certo volume de gás e medir
o tempo que este gás leva para passar através de um pequeno orifício. Pela lei
de Graham as razões entre as velocidades de efusão de dois gases à mesma
pressão e temperatura é o inverso da razão entre as raízes quadradas de suas
densidades, ou seja:

ΔV Volume
v = = , (1)
Δt Tempo
onde vi e ρi são a velocidade de efusão e a densidade do gás i, respectivamente.
A proporcionalidade é perfeita se os gases se comportarem idealmente e se a
seção reta do orifício for pequena em relação à distância média que uma
molécula percorre antes de colidir com outra (percurso livre médio).
A partir da lei de Graham é possível deduzir uma relação entre tempos de
efusão e massas molares. Se a massa molar de um dos gases for conhecida
pode-se determinar a massa molar do outro. Da definição de velocidade:

v1 ρ2
v2
= √ ρ1 , (2)

e da consideração de que o volume que efunde é o mesmo para o dois gases


(ΔV1 = ΔV2), tem-se:

ΔV 1 / Δ t 1 Δt2
√ √
ρ2 ρ2
= ρ1 ⇒ Δ t = ρ1 . (3)
ΔV 2 / Δ t 2 1

Sendo as densidades proporcionais as massas dos gases, pode-se obter uma


relação entre os tempos de efusão e as massas molares, desde que os volumes
molares Vm dos dois gases sejam iguais:

ρ =
m
V
=
M
Vm

Δ t2
Δ t1
=
√ M2
M1
. (4)

26
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Proveta de 1000 mL;


01 Bureta de 50 mL;
01 Bico de efusão;
01 Suporte de metal;
01 Cronômetro;
01 Cilindro de gás (Argônio ou Nitrogênio).

PROCEDIMENTO

PARTE A: MONTAGEM EXPERIMENTAL

1. Adapte o tubo de borracha com o pequeno orifício à torneira da bureta.


Mergulhe a bureta invertida na proveta cheia de água destilada, mantendo
a torneira fechada de modo a não permitir o escape de ar. Verifique o
nível da bureta que está imerso na água.

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Ajuste o volume de ar entre os traços de aferição. Dispare o cronômetro


ao mesmo tempo em que abre a torneira, deixando o ar escapar. Registre
o tempo gasto para que a água suba até o traço de aferição superior
(escolhido arbitrariamente).
2. Abra a torneira, suspenda a bureta e deixe sair toda a água de volta para
a proveta, sem perdas.
3. Com a bureta cheia de ar e sem gotículas de água aderidas à sua parede
interna, feche a torneira e recoloque a bureta na água, mantendo o
mesmo nível da etapa anterior. Meça novamente o tempo de efusão,
repetindo toda a operação ao menos três vezes.
4. Para medir tempos de efusão para outros gases, adapte um tubo de
borracha ou plástico à saída do gás encanado e conecte a outra
extremidade desse tubo à torneira da bureta. Borbulhe o gás por cerca da
3 minutos.
5. Deixe o gás ocupar o volume desejado. Feche a torneira da bureta.
Desconecte a fonte do gás e adapte o tubo com o orifício.
6. Meça o tempo de efusão do gás da mesma forma que se fez para o ar,
mantendo o mesmo nível imerso da bureta da etapa anterior, repetindo o
procedimento ao menos três vezes.

27
TRATAMENTO DE DADOS

1. Determine as velocidades de efusão dividindo o volume de gás efundido


pelo tempo de efusão medido. Obtenha os valores médios para as
velocidades de efusão do ar e do gás encanado.
2. Use a lei de Graham para encontrar a densidade do gás desconhecido,
sabendo que a densidade do ar é de 0,0012 g/mL (valor médio).
3. Considerando a massa molar do ar igual a 28,88 g/mol (massa média),
manipule convenientemente a equação para obter a massa molar do gás
encanado.
4. Dê uma explicação para os dados obtidos, verificando na literatura se de
fato o percurso livre médio das moléculas é maior do que a seção reta do
orifício do efusiômetro.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

28
PRÁTICA N° 4:
DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECÍFICO DE UM SÓLIDO POR CALORIMETRIA

OBJETIVO

Determinar o calor específico de um sólido a partir de um simples


experimento de calibração de um calorímetro.

INTRODUÇÃO

Calor pode ser definido como uma quantidade que se transfere de um


corpo a outro como consequência exclusiva de uma diferença de temperatura
entre ambos. A experiência mostra que a quantidade de calor recebida por um
sistema, sob pressão constante, é proporcional ao acréscimo de temperatura
produzido, ou seja:

q = C ×(T 2−T 1) , (1)

onde T1 e T2 são as temperaturas inicial e final do sistema, respectivamente, e C


é uma constante de proporcionalidade, denominada capacidade calorífica média,
a qual depende da natureza, do estado físico e do tamanho do sistema. Se
dividirmos a capacidade calorífica pela massa do sistema, obtém-se a capacidade
calorífica específica, ou simplesmente calor específico, do sistema, c:

C
c = ⇔ C = mc . (2)
m
De acordo com a primeira lei da termodinâmica, quando dois sistemas
interagem e trocam energia, um deles ganha e o outro perde a mesma
quantidade de energia. Desta forma, se os sistemas estiverem em temperaturas
diferentes, a quantidade de energia trocada pode ser representada da seguinte
forma:

q1 = −q 2 ⇔ q 1 + q2 = 0 , (3)

onde q1 é a quantidade de energia perdida pelo corpo 1 e q2 a quantidade de


energia ganha pelo corpo 2. Se substituirmos q1 e q2, teremos:

C 1 ×(T f −T 1) = −C 2 ×(T f −T 2) , (4)

onde C1 e C2 são as capacidades caloríficas dos sistemas 1 e 2, T1 e T2 as


temperaturas iniciais dos sistemas 1 e 2 e Tf a temperatura final (de equilíbrio).
A quantidade de calor trocada entre um sistema e o meio externo é
medida por meio de um calorímetro, que é um reservatório de calor de
capacidade calorífica conhecida, cujas variações de temperatura fornecem as
quantidades de calor recebidas de um sistema ou transferidas para este.

29
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Calorímetro adiabático de isopor;


01 Copo de alumínio.
01 Esfera de ferro metálico;
01 Esfera de chumbo metálico;
01 Proveta de 250 mL;
01 Chapa Elétrica Aquecedora (ou Bico de Bunsen + Tripé de Ferro);
01 Balança mecânica;
02 Termômetros (0-100 °C±0,5 °C).

PROCEDIMENTO

PARTE A: CALIBRAÇÃO DO CALORÍMETRO

1. Coloque 200 mL de água destilada no interior do sistema calorimétrico e


deixe-o alcançar o equilíbrio térmico. Anote a temperatura.
2. Pese uma quantidade de ferro metálico (c = 0,106 cal/g°C) em balança
adequada (mecânica). Aqueça-a em água destilada até que esta entre em
ebulição e anote a temperatura. Em seguida, transfira rapidamente o ferro
metálico para o sistema calorimétrico, espere o equilíbrio térmico ser
alcançado e anote a temperatura de equilíbrio.
3. Utilize estes dados para calcular a capacidade calorífica do sistema
calorimétrico.

PARTE B: DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECÍFICO DE UM SÓLIDO

1. Esvazie e lave o calorímetro.


2. Repita o procedimento anterior, utilizando uma amostra de chumbo
metálico.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Utilize as equações (1) a (4) e os valores de temperaturas obtidos na


parte A para calcular a capacidade calorífica do sistema calorimétrico.
2. Utilizando a equação (4), os dados da segunda parte e o resultado
anterior, determine o calor específico do chumbo.
3. Compare seus resultados com os da literatura. Calcule o erro relativo e o
absoluto e discuta sobre as diferenças.

30
QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

31
PRÁTICA N° 5:
DETERMINAÇÃO DO CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO, DISSOLUÇÃO E DILUIÇÃO

OBJETIVO

Determinar o calor de neutralização (em uma reação ácido-base) e


dissolução (na solubilização de um soluto em água).

INTRODUÇÃO

Calor pode ser definido como uma quantidade que se transfere de um


corpo a outro como consequência exclusiva de uma diferença de temperatura
entre ambos. A experiência mostra que a quantidade de calor recebida por um
sistema, sob pressão constante, é proporcional ao acréscimo de temperatura
produzido, ou seja:

q = C ×(T f −T i ) , (1)

onde Ti e Tf são as temperaturas final e inicial do sistema, respectivamente, e C é


uma constante de proporcionalidade, denominada capacidade calorífica média, a
qual depende da natureza, do estado físico e do tamanho do sistema. Se
dividirmos a capacidade calorífica pela massa do sistema, obtém-se a capacidade
calorífica específica, ou simplesmente calor específico, do sistema, c:

C
c = ⇔ C = mc . (2)
m
De acordo com a primeira lei da termodinâmica, quando dois sistemas
interagem e trocam energia, um deles ganha e o outro perde a mesma
quantidade de energia. Desta forma, se os sistemas estiverem em temperaturas
diferentes, a quantidade de energia trocada pode ser representada da seguinte
forma:

q1 = −q 2 ⇔ q 1 + q2 = 0 , (3)

onde q1 é a quantidade de energia perdida pelo corpo 1 e q2 a quantidade de


energia ganha pelo corpo 2. Se substituirmos q1 e q2, teremos:

C 1 ×(T f −T 1) = −C 2 ×(T f −T 2) , (4)

onde C1 e C2 são as capacidades caloríficas dos sistemas 1 e 2, T1 e T2 as


temperaturas iniciais dos sistemas 1 e 2 e Tf a temperatura final (de equilíbrio).
A quantidade de calor trocada entre um sistema e o meio externo é
medida por meio de um calorímetro, que é um reservatório de calor de
capacidade calorífica conhecida, cujas variações de temperatura fornecem as
quantidades de calor recebidas de um sistema ou transferidas para este.

32
Calor de neutralização é o calor liberado quando um mol de um ácido
reage com um mol de uma base, ambos em soluções diluídas. Ex.:

H+(aq) + Cl-(aq) + Na+(aq) + OH -(aq) → Na+(aq) + Cl(-aq) + H2 O( ℓ) . (5)

Observa-se experimentalmente que reações entre soluções diluídas de ácidos


fortes e bases fortes são sempre acompanhadas do mesmo efeito térmico, e
este, por sua vez, é totalmente devido à formação da água. Porém, se um ácido
fraco for neutralizado por uma base forte, ou vice-versa, o efeito térmico será
completamente diferente. Isto ocorre devido a vários processos simultâneos:
alguns são exotérmicos, como a neutralização, e outros endotérmicos, como a
ionização do ácido e da base. O calor medido é a soma de todos os processos:
neutralização, ionização, solvatação, diluição, entre outros.
Calor integral de dissolução é a variação de entalpia associada com a
adição de certa quantidade de um soluto a uma determinada quantidade de
solvente, à temperatura e pressão constantes. Exs.:

I: HCl(g) + 10H2 O( ℓ ) → HCl · 10H2 O( ℓ) ΔHI = -16,608 kcal.mol-1. (6)


II: HCl(g) + 25H2 O( ℓ ) → HCl · 25H2 O( ℓ) ΔHII = -17,272 kcal.mol-1. (7)

Os processos acima representam os calores integrais de dissolução do HCl na


água, à 25 °C. A diferença entre os processos  e  é a quantidade do solvente.
Portanto, ΔH - ΔH representa o calor integral de diluição do HCl quando se
acrescentam 15 mols de água à solução de HCl do processo I.
A determinação do calor de neutralização e do calor integral de dissolução
é feita a partir de um sistema calorimétrico, de acordo com:

qr −C cal Δ T
Δ Hr = , q r = −q cal = −C cal Δ T ⇒ Δ H r = , (8)
n n

onde ΔHr e qr são a entalpia e o calor da reação (neutralização e dissolução),


respectivamente, n o número de mols neutralizados e Ccal a capacidade calorífica
do calorímetro.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Frasco de Dewar (Garrafa Térmica/Calorímetro) de 500 mL;


01 Béquer de 200 mL + Proveta de 50 mL (ou 100 mL) + Funil;
01 Chapa Elétrica Aquecedora (ou Bico de Bunsen + Tripé de Ferro);
02 Termômetros (0-100 °C±0,5 °C);

HCl 1,0 mol/L + NaOH 1,0 mol/L (prepare-as se necessário);


Nitrato de Sódio (NaNO3) ou Nitrato de Potássio (KNO3).

33
PROCEDIMENTO

PARTE A: CALIBRAÇÃO DO CALORÍMETRO

1. Coloque 100 mL de água destilada, sob temperatura ambiente, no interior


do recipiente calorimétrico (frasco de Dewar/garrafa térmica) e anote a
temperatura (T1) de equilíbrio. Este conjunto (recipiente calorimétrico +
100 mL de água a temperatura ambiente) constitui o calorímetro a ser
utilizado em todas as demais etapas da prática.
2. Aqueça 100 mL de água destilada até ~80 °C. Coloque 50 mL da água
aquecida em uma proveta e a devolva. Repita este procedimento 3 vezes
de modo que a proveta entre em equilíbrio térmico com a água aquecida.
Finalmente, colete 50 mL da água aquecida em uma proveta, anote a
temperatura (T2) e a transfira para o interior do calorímetro.
3. Espere o equilíbrio térmico ser alcançado e anote a temperatura (Tf).

PARTE B: CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO DE UM ÁCIDO FORTE POR UMA BASE FORTE

1. Esvazie o calorímetro e lave-o cuidadosamente (com bastante água da


torneira e depois com água destilada). Em seguida, coloque 50 mL de uma
solução de NaOH 1,0 mol/L no interior do calorímetro e anote a
temperatura (Ti) quando esta estiver constante.
2. Pegue 50 mL de uma solução de HCl 1,0 mol/L, à temperatura conhecida e
igual à do interior do calorímetro (Ti; caso as temperaturas não sejam
iguais, deve-se esperar que até que as temperaturas estabilizem até
atingirem a temperatura ambiente), e coloque-a (com auxílio de um funil,
se necessário) sobre a solução de hidróxido de sódio do calorímetro.
3. Agite suavemente a mistura e anote a temperatura de equilíbrio (Tf). Note
que os 100 mL de água no interior do calorímetro foram restaurados.

PARTE C: DETERMINAÇÃO DO CALOR INTEGRAL DE DISSOLUÇÃO(*)

1. Esvazie o calorímetro e lave-o cuidadosamente. Coloque 100 mL de água


destilada no interior deste e anote a temperatura de equilíbrio.
2. Pese cerca de 2,5 g de NaNO3 (ou KNO3) e transfira para o interior do
calorímetro. Feche-o, homogeneíze a mistura e anote a temperatura de
equilíbrio.

PARTE D: DETERMINAÇÃO DO CALOR INTEGRAL DE DILUIÇÃO(*)

1. Retire 50 mL da solução do interior do calorímetro e deixe esfriar até a


temperatura inicial (ambiente). Descarte o restante da solução do
calorímetro e lave-o cuidadosamente.
2. Devolva os 50 mL de solução para o calorímetro. Leia a temperatura de
um em um minuto e anote a temperatura de equilíbrio.
3. Adicione 50 mL de água destilada à solução contida no calorímetro. A
temperatura deve ser igual à da solução do interior do calorímetro.
4. Leia a temperatura a cada minuto e anote a temperatura de equilíbrio.
(*)
Etapa opcional na disciplina de Fundamentos da Físico-Química Experimental.

34
TRATAMENTO DE DADOS

1. Utilize as equações (1) a (4) e os valores de temperaturas obtidos na


parte A para calcular a capacidade calorífica do sistema calorimétrico. A
densidade e o calor específico da água a ~80 °C são, respectivamente,
0,971 g/cm3 e ~1 cal/g°C.
2. Com os valores de temperatura obtidos na parte B e a capacidade
calorífica do sistema calorimétrico, calcule o calor de neutralização (em
J/mol) a partir da relação: ΔH = -CcalΔTcal/n, onde n é o número de mols
neutralizados.
3. Com os valores de temperatura obtidos na parte C e a capacidade
calorífica do sistema calorimétrico, calcule o calor integral de dissolução do
sal (NaNO3 ou KNO3).
4. Com os valores de temperatura obtidos na parte D e a capacidade
calorífica do sistema calorimétrico, calcule o calor integral de diluição do
sal.
5. Compare seus resultados com os da literatura.
6. Calcule o erro relativo em cada caso e discuta.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Se a quantidade de massa de cada composto fosse reduzida à metade, o


calor de dissolução também seria reduzido à metade?
2. Explique o que aconteceria, em relação ao calor de dissolução, se a
quantidade de solvente fosse o dobro da que foi usada no experimento.
3. Os valores obtidos são satisfatórios?
4. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

35
PRÁTICA N° 6:
DETERMINAÇÃO DE FUNÇÕES TERMODINÂMICAS PELA SOLUBILIDADE DE UM SAL

OBJETIVO

Calcular várias funções termodinâmicas (ΔH, ΔS e ΔG) a partir de um


simples processo de dissolução.

INTRODUÇÃO

Para o processo de dissolução:

KNO3 (s) + H2 O( ℓ ) ⇌ K +(aq) + KNO -3(aq) (1)

a constante de equilíbrio tem a forma:

K = [K + ][NO -3 ] = s×s = s 2 , (2)

onde s é a solubilidade do sal (em mol por litro). Considera-se que o sistema se
encontra em equilíbrio quando o sólido está em contato com a solução saturada,
ou seja, justamente quando os primeiros cristais são formados.
A solubilidade do composto será medida para seis ou sete temperaturas,
em um intervalo de 40 – 60oC. Estes valores serão, então, usados para calcular
as variáveis termodinâmicas, utilizando as equações:

Δ G 0 = −RT ln K (3)
Δ G0 = Δ H 0 − T Δ S 0 (4)
Δ H0 Δ S0
ln K = − + . (5)
RT R

Existem duas hipóteses simplificadoras neste tratamento: (i) as atividades


dos íons e a força iônica não são consideradas; (ii) as temperaturas nas quais os
cristais se tornam visíveis é, provavelmente, menor que a de equilíbrio.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Proveta de 25 mL + Pipetas de 1 e 10 mL;


05 Tubos de ensaio + Agitador de vidro;
01 Banho Maria;
02 Termômetros (0-100 °C±0,5 °C).

Nitrato de Sódio (NaNO3) + Água destilada.

36
PROCEDIMENTO

1. Pese 10 g de nitrato de potássio (KNO3) e transfira para um tubo de


ensaio.
2. Adicione 10 mL de água destilada e aqueça o tubo em um banho de água,
agitando até a completa dissolução do sal.
3. Determine e registre o volume da solução de nitrato. Isto pode ser feito
enchendo outro tubo de ensaio, igual ao anterior, com água, até o volume
em ambos os tubos se tornarem iguais. Meça o volume da água do
segundo tubo com uma proveta.
4. Insira um termômetro na solução. Remova o tubo com a solução do banho
de água e deixe-o esfriar, agitando suavemente a solução. Registre a
temperatura de aparecimento dos primeiros cristais. Supõe-se que nesta
temperatura o sistema se encontra em equilíbrio e é possível calcular a
concentração dos íons.
5. Adicione 2 mL de água à solução e aqueça a mistura até a completa
dissolução. Determine o volume da solução como antes e anote.
6. Resfrie e registre a temperatura de aparecimento dos primeiros cristais.
7. Repita o ciclo mais 4 vezes, adicionando sempre 2 mL de água.
Obs.: Alternativamente, pode-se trabalhar com 10 g de nitrato de sódio
(NaNO3) em 7 mL de água, adicionando-se 1 mL para cada ponto.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule K a partir da equação (2) e ΔG° a partir da equação (3), para cada
temperatura.
2. Utilizando a equação (5), faça um gráfico de ln(K) × 1/T e determine ΔH°
para o processo, a partir da inclinação da reta.
3. Utilizando a equação (4), com os valores de ΔG° e ΔH°, calcule ΔS° para
cada temperatura.
4. Compare seus resultados com os da literatura e comente.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

37
PRÁTICA N° 7:
DETERMINAÇÃO DA ENTROPIA DE UM PROCESSO IRREVERSÍVEL

OBJETIVO

Calcular a variação de entropia para um processo irreversível.

INTRODUÇÃO

A variação da entropia é definida por

dq rev
dS ≥ , (1)
T

em que a igualdade vale para processos reversíveis e a desigualdade para


processos irreversíveis. Para uma transformação finita, a variação de entropia é
dada pela integral:
2
dq rev
ΔS = ∫ T
, (2)
1

que é a soma das variações de entropia para cada uma das etapas infinitesimais
que compõem o processo irreversível. Sob pressão constante, o calor
desenvolvido em cada etapa infinitesimal é:

dq rev = C p dT , (3)

onde dqrev é o calor trocado sob pressão constante, dT a variação de temperatura


e Cp a capacidade calorífica a pressão constante. Substituindo (3) em (2) tem-se:

( )
2
C p dT T2
ΔS = ∫ T
= C p ln
T1
, (4)
1

que fornece a variação da entropia do processo.


O processo em estudo é a mistura de duas amostras de água a diferentes
temperaturas em um calorímetro adiabático: em uma etapa procede-se o
resfriamento de uma amostra de água quente, com aquecimento do conjunto
calorimétrico; em uma segunda etapa promove-se o aquecimento de uma
amostra de água fria, com resfriamento do conjunto calorimétrico. O calor
absorvido ou cedido pelo calorímetro é dado por:

qcal = C ΔT , (5)

onde C é a capacidade calorífica do sistema calorimétrico (equivalente d’água do


calorímetro) e ΔT é a variação de temperatura. Devido à Primeira Lei:

q1 = −q 2 ⇔ C 1 ×(T f −T 1) = −C 2 ×(T f −T 2) . (6)

38
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

02 Béqueres de 200 mL;


02 Provetas de 50 mL;
02 Provetas de 100 mL;
01 Chapa Elétrica Aquecedora (ou Bico de Bunsen + Tripé de Ferro);
01 Frasco de Dewar (Garrafa Térmica/Calorímetro) de 500 mL;
02 Termômetros (0-100 °C±0,5 °C).

PROCEDIMENTO

PARTE A: CALIBRAÇÃO DO CALORÍMETRO

1. Meça com uma proveta 100 mL de água destilada e a transfira para o


calorímetro. Com um termômetro leia a temperatura da água no
calorímetro a cada minuto até que esta estabilize.
2. Em um béquer de 200 mL aqueça ~100 mL de água destilada a ~90 °C.
Encha uma proveta de 50 mL com a água quente e, em seguida, devolva-
a para o béquer. Repita esta operação mais duas ou três vezes até que a
temperatura da água na proveta atinja ~80 °C. Anote a temperatura e,
em seguida, transfira os 50 mL da proveta para o calorímetro.
3. Tampe o calorímetro com uma tampa contendo um termômetro e meça a
temperatura do sistema (calorímetro+água quente) a cada minuto até que
esta estabilize.

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Esvazie o calorímetro. Novamente, meça com uma proveta 100 mL de


água destilada e a transfira para o calorímetro. Com um termômetro leia a
temperatura da água no calorímetro a cada minuto até que esta estabilize.
2. Em um béquer de 200 mL resfrie ~100 mL de água destilada a ~0 °C.
Encha uma proveta de 50 mL com a água gelada e, em seguida, devolva-a
para o béquer. Repita esta operação mais duas ou três vezes até que a
temperatura da água na proveta atinja ~5 °C. Anote a temperatura e, em
seguida, transfira os 50 mL da proveta para o calorímetro.
3. Tampe o calorímetro com uma tampa contendo um termômetro e meça a
temperatura do sistema (calorímetro+água gelada) a cada minuto até que
esta estabilize.

39
TRATAMENTO DE DADOS

1. Procure no manual de constantes físicas e químicas a densidade e o calor


específico da água a pressão constante na temperatura em que você
trabalhou. A partir destes dados e da utilização da equação (6), determine
a capacidade calorífica do calorímetro.
2. A partir da equação (4), encontre ΔS para o aquecimento da água fria,
para o resfriamento da água quente e o ΔS total para o conjunto
calorimétrico nas etapas de calibração e de coleta de dados (partes A e B
do procedimento). Apresente seus resultados em unidades SI.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os processos de mistura (partes A e B) são espontâneos? Justifique.


2. Os valores obtidos são satisfatórios?
3. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

40
PRÁTICA N° 8:
DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO POR FOTOCOLORIMETRIA

OBJETIVO

Calcular a constante de equilíbrio de uma reação em solução através da


técnica de fotocolorimetria.

INTRODUÇÃO

Um método espectrofotométrico de análise envolve a interação da


radiação eletromagnética com a matéria. As regiões mais comuns do espectro
eletromagnético usadas para a análise de substâncias químicas são a ultravioleta
(UV), a infravermelha (IV) e a visível, esta última cobrindo um intervalo de
comprimento de onda entre 400 a 700 nm.
Quando um feixe de radiação monocromática atinge um corpo, esta pode
ser refletida, espalhada, absorvida ou transmitida sem sofrer alteração. A
absorção depende da natureza do meio, do percurso óptico, do comprimento de
onda dos fótons incidentes e da concentração dos compostos absorventes. A
fração de energia radiante transmitida através da solução é a transmitância (T),
e é calculada a partir da razão entre a energia radiante transmitida (It) e a
incidente (I0):

It
T = . (1)
I0

A transmitância (T) relaciona-se com a absorbância (A), que segue a lei de


Lambert-Beer (em uma faixa de concentrações):

−log T = A = ε b c (1 ≥ T ≥ 0 ⇒ 0 ≤ A < ∞) , (2)

onde ε é a absortividade, b é o percurso ótico e c é a concentração da solução.


Como a absorção molar é uma função do comprimento de onda da radiação
incidente, a transmitância e a absorbância são grandezas que variam com o
comprimento de onda, sendo geralmente estudadas no comprimento de onda de
maior absorbância. Para determinar tal comprimento de onda, obtém-se o
espectro (absorbância versus comprimento de onda) e observa-se em que
comprimento de onda a absorbância é maior.
A magnitude de uma constante de equilíbrio K expressa a posição de
equilíbrio para um sistema químico. Para a reação:

aA + bB ⇌ c C + d D , (3)

a expressão da ação das massas:

[ C]c [D]d
Q = (4)
[A ]a [B] b

41
é aproximadamente igual a constante de equilíbrio K quando um equilíbrio
dinâmico se estabelecer entre reagentes e produtos (a igualdade é obtida
trabalhando-se com atividades no lugar de concentrações molares).
Neste experimento, determina-se K para um sistema químico no qual
todas as espécies químicas são solúveis. O sistema químico envolve o equilíbrio
entre o íon férrico Fe3+, o íon tiocianato SCN– e o íon FeNCS2+:

Fe3+ · 6 H2 O(aq) + SCN(-aq) ⇌ FeNCS 2+ · 5H 2 O(aq) + H2 O (ℓ ) , (5)

para o qual:

[FeNCS 2+ · 5H2 O ]
K = 3+ - , (6)
[Fe · 6 H2 O][SCN ]

com:

[Fe3+ ]eq = [ Fe3+]in−[FeNCS 2+]eq e: (7)


[SCN- ]eq = [SCN- ]in−[FeNCS2+ ]eq . (8)

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

07 Erlenmeyers de 50 mL (ou outros frascos);


01 Bureta de 50 mL + Pipetas de 5, 2 e 1 mL;

HCl 3,0 mol/L + NaOH 1,0 mol/L (300 mL) + Fenolftaleína;


Acetato de Etila (20 mL) + Ácido Acético (2 mL) + Álcool Etílico (5 mL).

PROCEDIMENTO

PARTE A: PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES

1. Prepare uma série de padrões conforme tabela abaixo. Para preparar a


solução de NaSCN 0,002 mol/L, prepare uma solução de 0,02 mol/L e
dilua. A solução 1 é chamada solução branco.

NaSCN 0,002 M Fe(NO3)3 0,2 M HNO3


Solução
em HNO3 0,25 M em HNO3 0,25 M 0,25 M
1 0,00 mL 5 mL Completar 10 mL
2 0,25 mL 5 mL ''
3 1,00 mL 5 mL ''
4 2,00 mL 5 mL ''
5 3,00 mL 5 mL ''

42
PARTE B: CALIBRAÇÃO DO FOTOCOLORÍMETRO

1. Ligue o fotocolorímetro 10 min antes de começar a medir. Selecione um


comprimento de onda em torno de 520 nm. Calibre o fotocolorímetro,
ajustando-o para 0 % de transmitância sem o branco e 100 % de
transmitância com o branco.
2. Registre as percentagens de transmitância para as soluções de 2 a 5.

PARTE C: COLETA DE DADOS

1. Em tubos de ensaio, prepare as soluções problema, conforme a tabela:

NaSCN 0,002 M Fe(NO3)3 0,2 M HNO3


Solução
em HNO3 0,25 M em HNO3 0,25 M 0,25 M
1 0,5 mL 5 mL Completar 10 mL
2 1,0 mL 5 mL ''
3 2,0 mL 5 mL ''
4 2,5 mL 5 mL ''
5 3,0 mL 5 mL ''
2. Recalibre o fotocolorímetro com o branco.
3. Agite cada solução até o equilíbrio ser alcançado (aprox. 1 min).
4. Rinse a cubeta com várias porções da solução 1 e encha-a com a mesma
solução até a marca superior. Seque bem e limpe o lado externo da
cubeta. Leia e registre a percentagem de transmitância da solução 1.
5. Repita o procedimento anterior com as demais soluções (2 a 5).

TRATAMENTO DE DADOS

PARTE A: MONTAGEM DA CURVA DE CALIBRAÇÃO

1. Converta as leituras de transmitância (%T) em absorbância (A).


2. Faça um gráfico de A x [FeNCS2+]. (Nota: Lembre-se que o NaSCN é o
reagente limitante da reação.)
3. Trace a melhor reta ligando os cinco pontos e a origem.

PARTE B: ANÁLISE DOS RESULTADOS

1. Converta as leituras de transmitância (%T) em absorbância (A).


2. Utilizando a curva analítica obtida na parte A, determine a concentração
molar de FeNCS2+, no equilíbrio, para cada solução.
3. Calcule a constante de equilíbrio K para cada solução e calcule o valor
médio utilizando os cinco valores obtidos e o desvio padrão.
4. Compare seus resultados com os da literatura e comente.

43
QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.
3. MOORE, W. J.; Físico-Química, SP, Ed. USP, 1976.

44
PRÁTICA N° 9:
DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO POR TITULOMETRIA

OBJETIVO

Calcular a constante de equilíbrio de uma reação em solução através da


técnica de titulação.

INTRODUÇÃO

A constante de equilíbrio é expressa em termos de atividade. Contudo, a


ausência de informações sobre as atividades dos componentes impõe a utilização
de uma constante de equilíbrio aparente, onde a solução é considerada ideal.
Desta maneira, assume-se que os coeficientes de atividades são iguais à
unidade. Por exemplo, para a reação:
HCl(aq)
CH3COOH + C2H5OH ⇌ CH3COOC2H5 + H2O
A B C D
Hac EtOH AcEt H2O

a constante de equilíbrio aparente K é dada por:

[ AcEt]eq [H2 O]eq [ C]eq [D]eq nC n D


K = = = , (1)
[HAc]eq [EtOH ]eq [A ]eq[ B]eq n A nB

onde n é o número de mols das substâncias A, B, C e D consideradas. Neste


caso, como o volume da solução é o mesmo para todos os constituintes, a
determinação da constante K consiste, simplesmente, na determinação do
número de mols de cada componente no sistema em equilíbrio.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

07 Erlenmeyers de 50 mL (ou outros frascos);


01 Bureta de 50 mL + Pipetas de 5, 2 e 1 mL;

HCl 3,0 mol/L + NaOH 1,0 mol/L (300 mL) + Fenolftaleína;


Acetato de Etila (20 mL) + Ácido Acético (2 mL) + Álcool Etílico (5 mL).

PROCEDIMENTO

PARTE A: PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES

1. Prepare as soluções de HCl 3,0 mol/L e de NaOH 1,0 mol/L e padronize-as.


(Considere: ρHCl = 1,19 gmL-1 e %HCl = 37% = 0,37.)

45
2. Pegue os sete erlenmeyres limpos e secos e prepare-os de acordo com a
tabela abaixo:
Frasco HCl HAc EtOH AcEt Água
1 5mL - - - 5mL
2 5mL - - 5mL -
3 5mL - - 4mL 1mL
4 5mL - - 2mL 3mL
5 5mL - 1mL 4mL -
6 5mL 1mL - 4mL -
7 5mL 1mL 4mL - -
ρ (g/mL) <Medir> 1,0492 0,7983 0,9003 0,9982
3. Feche-os bem a fim de evitar evaporação. Espere que o equilíbrio seja
alcançado (sete dias), com agitações ocasionais.
4. Determine a densidade da solução de HCl utilizada na preparação das
soluções.

PARTE B: TITULAÇÃO DAS SOLUÇÕES

1. Titule uma alíquota de 2 mL de cada uma das soluções dos erlenmeyers


com hidróxido de sódio 1,0 mol/L, usando fenolftaleína como indicador (1
gota para cada alíquota).

TRATAMENTO DE DADOS

1. Determine a massa de água existente em cada frasco (massa de água


adicionada mais massa da água da solução de HCl).
2. Para as soluções de 2 a 7 calcule a concentração de ácido acético no
equilíbrio, subtraindo o volume de hidróxido de sódio gasto na solução do
frasco no 1 do volume de hidróxido de sódio gasto nas respectivas
soluções. Calcule a constante de equilíbrio para as seis amostras.
3. Encontre um valor médio para K, calcule o desvio médio e o padrão e
compare com o valor médio obtido experimentalmente com o da literatura.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento?

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.
3. MOORE, W. J.; Físico-Química, SP, Ed. USP, 1976.

46
INFORMAÇÕES ADICIONAIS

CONVENÇÃO

c(Xi) : Concentração de X no frasco i (molL-1) = [X]eq .


c HCl : Concentração de HCl (~3 molL-1)[padronizado].
c NaOH : Concentração de NaOH (~1 molL-1)[padronizado].
V (Xi) : Volume de X no frasco i (mL ou L; analise caso a caso!).
i)
V (NaOH : Volume de NaOH na titulação do frasco i (mL ou L).
( i)
V [i]
NaOH : Volume V NaOH - Volume de NaOH na titulação do HCl.
VS : Volume da solução (~10 mL).
Va : Volume da alíquota (~2 mL).
(HCl )
mX : Massa de X proveniente da solução de HCl.

1)
FRASCO 1: V (NaOH

HCl) 1) 1)
m(HCl)
H O 2
= m(Sol − m(HCl)
HCl
⇒ m(HCl
H O
)
= ρHCl V (HCl
2
− M HCl c HCl V (HCl

i) 1)
FRASCO i: V (NaOH ⇒ V [iNaOH
]
−V (NaOH (i = 2...7)

( i) c NaOH V [iNaOH
]

nHAc = c (iHAc
)
V a = c NaOH V [iNaOH
]
⇒ c HAc =
Va

i)
(i) ( i) ρHAc V (HAc
Δ [HAc] = [HAc]eq−[HAc]i ⇒ Δc HAc = c HAc −
M HAc V S

Da estequiometria:

( i) ρEtOH V (i)
EtOH (i )
[EtOH]eq = [EtOH]i +Δ [HAc] ⇒ c EtOH = + Δ cHAc
M EtOH V S

( i) ρAcEt V (iAcEt
)
( i)
[AcEt ]eq = [ AcEt]i −Δ[HAc] ⇒ c AcEt = − Δ cHAc
M AcEt V S

( i)
mHCl
H O
+ ρH O V (i)
H O ( i)
[H2 O]eq = [H2 O ]i −Δ [HAc] ⇒ c H2 O = 2 2 2
− Δ c HAc
MH O V S
2

47
PARTE 2
TERMODINÂMICA QUÍMICA II

48
PRÁTICA N° 1:
DETERMINAÇÃO DA TENSÃO SUPERFICIAL POR ASCENSÃO CAPILAR

OBJETIVO

Determinar a tensão superficial de um líquido a partir do método da


ascensão capilar.

INTRODUÇÃO

Uma molécula no interior de um líquido está totalmente envolvida por


outras moléculas do líquido, sendo atraída igualmente em todas as direções.
Como consequência, a resultante média das forças de atração é nula. No
entanto, na superfície a resultante das forças atrativas não é nula, de modo que
as moléculas são puxadas para o interior do líquido, fazendo com a superfície se
contraia e ocupe a menor área possível. Esta resultante de forças é a origem da
tensão superficial, que tem o mesmo valor em cada ponto da superfície.
A tensão superficial, característica de cada líquido, é uma propriedade
intensiva (medida no SI em N·m-1 ou kg·m·S-2m-1). É responsável pela resistência
a penetração da superfície, a forma aproximadamente esférica de gotas de água
de chuva, a flutuação de lâminas metálicas sobre superfícies líquidas e a
ascensão de líquidos em capilares. Há vários métodos disponíveis para a se obter
a tensão superficial de um líquido, dentre os quais se destacam a balança de
torsão (método de Nouy), o passo de gota (estalagmômetro de Traube), a
pressão de bolha e a ascensão capilar.
Neste experimento será usado o método da ascensão capilar para a
obtenção da tensão superficial de líquidos puros. Este método é baseado no fato
de que muitos líquidos, quando postos em contacto com tubos capilares
(geralmente de vidro), ascendem as paredes do tubo, apresentado uma
superfície côncava dentro do capilar. Quando isto ocorre, diz-se que o líquido
molha o tubo. Caso o líquido não molhe o tubo, como no caso do mercúrio, tem-
se uma depressão capilar, com formação de uma superfície convexa.
Considere um capilar uniforme com raio interno r, imerso em um
recipiente contendo um líquido de densidade ρ, que molha o vidro. Devido a
tensão superficial o líquido ascende o capilar. A ascensão cessa quando a força
devida à tensão superficial (para cima) se torna igual à força devida ao peso da
coluna de líquido de altura h (para baixo). Da igualdade entre estas forças,
conclui-se que a tensão superficial γ (gama) é dada por:

1
γ = ρg hr , (1)
2
onde g é a aceleração da gravidade.

49
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Tubo capilar;
01 Tubo de ensaio;
01 Régua;
01 Suporte de ferro e garra;
01 Pisseta com água destilada;

Líquidos para estudo: Água destilada, Álcool Etílico e Acetona.

PROCEDIMENTO

PARTE A: DETERMINAÇÃO DO RAIO DO TUBO CAPILAR

1. Meça a temperatura da água. Em seguida, introduza o tubo capilar no furo


da rolha de borracha existente no tubo de ensaio. Prenda o tubo de ensaio
ao suporte de ferro através de uma garra.
2. Coloque água no tubo de ensaio preso ao suporte até que o nível da água
esteja ~10 cm acima do traço zero do capilar (traço de referência).
3. Adapte uma seringa plástica a extremidade superior do capilar e aspire
com uma pêra de borracha até encher ~2/3 da seringa. Retire a seringa e
esvazie seu conteúdo. Repita o procedimento até que todo o capilar esteja
limpo, o que é evidenciado por um brilho metálico.
4. Com o capilar limpo, acrescente ou retire água do tubo de ensaio até que
o nível da superfície da água coincida com o traço zero do capilar.
5. Insira água com a seringa pela parte superior do capilar até que o mesmo
atinja o nível mais alto do capilar. Depois, retire suavemente a seringa e
observe a descida da água através do capilar. Anote o traço do capilar que
mais se aproxime do nível da água dentro do capilar.
6. Retire suavemente o capilar e, com o auxílio de uma régua, meça a altura,
que vai do zero do capilar até o traço anotado no item anterior.
7. Repita o procedimento de três a cinco vezes e obtenha o valor médio da
altura da ascensão capilar.(*)
Alternativa: caso ocorram dificuldades de leitura da ascensão capilar a partir do
(*)

procedimento descrito acima, utilize um outro capilar e um béquer contendo o líquido de


estudo, tendo o cuidado de tomar a leitura a partir da superfície do líquido no béquer até o
topo da coluna de líquido no capilar.

8. Utilize a equação (1) para calcular o raio interno do capilar. Considere


tabela a seguir, referente à água:
Temperatura Densidade Tensão γ
(°C) (kg·m-3) (mN·m-1)
25 997,08 71,99
30 995,68 71,20
35 994,63 70,41

50
PARTE B: DETERMINAÇÃO DA TENSÃO SUPERFICIAL DE UM LÍQUIDO

1. Repita o procedimento anterior de três a cinco vezes para um líquido


diferente, porém de densidade e tensão superficial conhecidas na
temperatura do experimento, registre a ascensão capilar e obtenha o valor
médio da altura da ascensão capilar.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Utilize a equação (1), com o valor médio da ascensão capilar obtido para a
água na parte A, bem como os dados de densidade e tensão superficial na
temperatura do experimento, para calcular o raio r do tubo capilar.
Considere a aceleração da gravidade como 9,8 m·s-2.
2. Utilize a equação (1), com o raio r determinado anteriormente, bem como
o valor médio da ascensão capilar determinado na parte B, para calcular a
tensão superficial γ do líquido de estudo.
3. Compare os valores com os da literatura e comente.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

51
PRÁTICA N° 2:
DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE DE UM LÍQUIDO C/ VISCOSÍMETRO DE OSTWALD

OBJETIVO

Determinar a viscosidade relativa e a viscosidade absoluta de um líquido


puro, usando um viscosímetro de Ostwald.

INTRODUÇÃO

Líquidos e gases possuem uma propriedade conhecida como viscosidade,


que pode ser concebida como a resistência ao escoamento. Esta resistência é
devida ao atrito interno que surge devido ao movimento relativo de camadas
adjacentes do fluído (gás ou líquido). Esta propriedade é expressa
quantitativamente através de um índice chamado coeficiente de viscosidade ou
simplesmente viscosidade, η (eta, medida no SI em poise ou g·cm-1s-1; lê-se
poási).
Há diversos métodos experimentais para se determinar a viscosidade de
líquidos, tais como queda de esferas sólidas através de líquidos (viscosímetro de
Hoppler) e escoamento através de tubos capilares (viscosímetro de Ostwald).
Neste experimento, a viscosidade relativa de um líquido será encontrada através
do uso de um viscosímetro de Ostwald. O princípio do método é baseado na
equação de Poiseville, para o coeficiente de viscosidade absoluta de um fluído:

π p r 4t
η = , (1)
8ℓ V

onde p é a pressão hidrostática exercida pelo fluido de volume V, que escoa em


um tempo t através de um tubo capilar de raio interno r e comprimento ℓ.
Considerando-se um líquido de viscosidade conhecida como padrão ( η1),
pode-se determinar a viscosidade de um líquido desejado ( η2) a partir do tempo
de escoamento de um volume fixo de líquido através de um determinado capilar.
De acordo com a equação de Poiseville, a razão entre as viscosidades dos dois
líquidos (viscosidade relativa do líquido “2” em relação ao líquido “1”, η(2,1)) é
dada por:

η
η( 2,1) = η2 =
1 ( π p2 r 4 t2
8ℓ V )( 8 ℓV
)
π p1 r 4 t 1
=
p2 t 2
p1 t 1
=
ρ2 t 2
ρ1 t 1
⇒ η2
( )
=
ρ2 t 2
η ,
ρ1 t 1 1
(2)

esta última expressão sendo devida a proporcionalidade entre a pressão p e a


densidade ρ dos líquidos. Portanto, conhecendo-se a viscosidade η1 de um líquido
padrão e as densidades ρ1 e ρ2 dos líquidos, a medida experimental dos tempos
de escoamento t1 e t2 de um volume fixo de líquido em um dado capilar permite
determinar a viscosidade η2 do fluido de interesse.
O viscosímetro de Ostwald (figura 1) consta de um tubo em U, no qual um
dos ramos consiste de um capilar que contém uma dilatação na forma de
ampola, acima e abaixo da qual existem traços de referência, que demarcam o

52
volume de líquido a ser utilizado para a medida do tempo de escoamento. O
outro ramo é constituído por um tubo de diâmetro maior, tendo uma grande
dilatação próxima a parte inferior.

Figura 1: Viscosímetro de Ostwald.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Viscosimetro de Ostwald;
01 Suporte com garra;
01 Pêra de borracha;
01 Cronômetro;
01 Termômetro (0-100 °C±0,5 °C);
01 Pipeta;
02 Béqueres;
01 Pisseta;

Líquidos para estudo: Água destilada, Álcool Etílico e Acetona.

PROCEDIMENTO

PARTE A: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE ESCOAMENTO DO PADRÃO

1. Meça a temperatura de uma amostra de água destilada. Em seguida,


introduza certo volume de água destilada no ramo não-capilar do
viscosímetro, de modo que o tubo fique cheio até 1/3. O nível do líquido
deverá ficar abaixo da extremidade inferior do capilar, contido no outro
ramo do viscosímetro.

53
2. Por meio da pêra de borracha, insufle lenta e regularmente a água até que
sua superfície livre fique cerca de 2 cm acima do traço de referência
superior. Reproduza sempre esta mesma posição em todas as medidas
subsequentes.
3. Observe a descida do líquido e inicie a contagem do tempo no momento
em que a superfície livre da água passe pelo traço de referência superior.
Esta observação deve ser realizada colocando-se a visão no plano
horizontal do traço de referência. Da mesma forma, desligar o cronômetro
quando a superfície livre da água atingir o traço de referência inferior.
4. Repetir a operação 3 vezes, anotando os tempos medidos. Se o aparelho
estiver convenientemente limpo, os tempos não devem diferir de mais do
que 0,2 %. Calcule a média dos tempos de escoamento. Denomine esta
média de t1 para o líquido padrão.
5. Meça novamente a temperatura do líquido em estudo. Encontrar a média
aritmética entre as temperaturas inicial e final. Esta será considerada a
temperatura do experimento.

PARTE B: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE ESCOAMENTO DO LÍQUIDO DE INTERESSE

1. Repita o procedimento anterior para o líquido de interesse e obtenha o


tempo de escoamento médio t2.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule a viscosidade relativa (η(2,1)) e absoluta (η2) do líquido de interesse


a partir da equação (2), considerando os tempos de escoamento médio t1
e t2 determinados e a tabela a seguir, referente à água:
Temperatura Densidade Viscosidade η
(°C) (kg·m-3) (μPa·s)
25 997,08 890,3
30 995,68 797,5
35 994,63 719,5
2. Compare os valores com os da literatura e comente.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

54
PRÁTICA N° 3.A:
DETERMINAÇÃO DO VOLUME MOLAR PARCIAL

OBJETIVO

Determinar experimentalmente o volume molar parcial dos componentes


de uma mistura binária.

INTRODUÇÃO

O volume molar parcial de um constituinte em uma solução binária


representa a variação de volume provocada pala adição de 1 mol deste
constituinte à solução, mantendo-se constante a pressão, a temperatura e o
número de mols do outro constituinte. Se o aumento do volume é pequeno em
relação ao volume inicial V da solução, os volumes molares parciais V1 e V2 dos
constituintes 1 e 2 são dados por:

V1 =
( )
∂V
∂n 1 n 2 , p ,T
e V2 =
( )
∂V
∂n 2 n 1 , p ,T
, (1)

onde n1 e n2 são os números de mols dos constituintes 1 e 2, respectivamente. O


volume total da mistura é dado por:

V = n1 V 1 + n 2 V 2 . (2)

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Balão de 10 mL (Picnômetro);
05 Balões de 25 mL;
05 Béqueres de 20 mL;
01 Balança;
NaCl puro.

PROCEDIMENTO

1. Prepare cinco soluções de cloreto de sódio dissolvendo 0,550 g, 1,027 g,


1,612 g, 3,257 g e 4,407 g em exatamente 25,0 mL de água. Mantenha os
balões volumétricos fechados para evitar evaporação.
2. Pese o picnômetro vazio e seco. Coloque água destilada pura no
picnômetro até a marca do menisco. Coloque a tampa, enxugue o excesso
do líquido e pese novamente. Anote a pesagem e meça a temperatura da
água destilada.
3. Repita o procedimento de pesagem com o picnômetro para cada uma das
5 soluções de cloreto de sódio. Anote cada pesagem.

55
TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule o volume do picnômetro a partir da massa de água obtida no item


2 do procedimento e da densidade da água, utilizando a equação: (*)

m
V pic = ρ água . (3)
água

Nota: Pode-se corrigir as massas obtidas para o NaCl no item 1 do procedimento (massa
(*)

aparente, m) para o vácuo (massa no vácuo, m(v)), utilizando a equação:


ρ ρ
m(v )
Nacl (
= mNacl × 1 + ρ ar − ρ ar
NaCl ref ) , [ Obs.: m(v)
Nacl
≃ mNacl ]
com ρar = 1,22×10-3 g/mL, ρref = 8,50 g/mL e ρNaCl = 2,17 g/mL, a 25 °C.

2. Determine a molalidade e a densidade de cada uma das 5 soluções de


NaCl. As molalidades (bsol, em mol/kg: dados do item 1 do procedimento)
são calculadas pela expressão:

nNaCl m(v)
NaCl
bsol = = , (4)
mágua M NaCl ρágua V água

e as densidades (ρsol, em g/mL: dados do item 3 do procedimento):

m sol
ρsol = . (5)
V pic

3. Faça um gráfico de volume de solução contendo 1.000 g (mil gramas) de


solvente versus molalidade da solução e obtenha a expressão do ajuste
(polinomial [de ordem 4]). O volume de solução é obtido da expressão:

m
V sol = ρ sol , m sol = mágua + mNaCl , mNaCl = M NaCl m água bsol
sol

m água
∴ V sol = ρsol ( 1 + M NaCl b sol ) . (6)

A inclinação da tangente à curva em uma dada concentração fornece


diretamente o valor de VNaCl (volume molar parcial do NaCl).(**)
(**)
Nota: Isto ocorre porque, para 1.000 g de solvente, a quantidade química de sal é
numericamente igual à molalidade da solução, de modo que VNaCl = ∂Vsol/∂bsol = ∂Vsol/∂nNaCl.
A inclinação é obtida da derivada da função de ajuste polinomial aos dados experimentais.
Utilize uma função polinomial de ordem 4 ou superior.

4. Determine VNaCl em várias concentrações, compare os valores e comente.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento?

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.

56
PRÁTICA N° 3.B:
DETERMINAÇÃO DO VOLUME MOLAR PARCIAL

OBJETIVO

Determinar experimentalmente o volume molar parcial dos componentes


de uma mistura binária pelo método da tangente.

INTRODUÇÃO

O volume molar parcial de um constituinte em uma solução representa a


variação de volume total da mistura provocada pala adição de 1 mol deste
constituinte à solução, mantendo-se constante a pressão, a temperatura e o
número de mols dos demais constituintes. Volumes molares parciais dependem
da composição da mistura. Para um sistema binário, os volumes molares parciais
Ṽ A e V
V Ṽ B dos constituintes A (ex.: solvente) e B (ex.: soluto) da mistura são
definidos como:

Ṽ A =
V
( )
∂V
∂n A n B ,p ,T
e Ṽ B =
V
( )
∂V
∂ nB n A , p ,T
, (1)

onde V é o volume total da mistura e nA e nB os números de mols dos


constituintes A e B, respectivamente. O volume total da mistura, sob pressão e
temperatura constantes, é dado por:
Ṽ A + nBV
V = nA V Ṽ B . (2)

Em uma solução ideal o volume da mistura é dado pela soma dos volumes
dos constituintes, obtidos a partir dos volumes molares VA,m e VB,m:

V ideal = n A V A ,m + nB V B ,m , (3)

o que permite definir o volume de misturação ΔVmis como a diferença entre os


volumes real e ideal:
Ṽ A −V A ,m) + nB (V
Δ V mis = V − V ideal = n A (V Ṽ B−V B ,m) , (4a)

e o volume molar de misturação ΔVmis,m = ΔVmis/n, onde n = nA + nB:


Ṽ A −V A ,m) + x B (V
Δ V mis,m = x A (V Ṽ B−V B ,m ) . (4b)

Pode-se reescrever a eq. (4b) a partir da fração molar do soluto xB, e


definindo y = ΔVmis,m, tem-se:
Ṽ A −V A ,m ) + x B (V
y = (1−x B )(V Ṽ B−V B ,m ) , (5a)

que em xB = x0 fornece:
Ṽ 0A −V A ,m ) + x 0 (V
y 0 = (1−x 0)(V Ṽ 0B −V B ,m ) , (5b)

Ṽ A0 = V
onde V Ṽ A(x0) e V
Ṽ B0 = V
Ṽ B(x0).

57
A equação da reta tangente t (em função da composição xB) que passa
pelo ponto (x0,y0) (ver Figura 1) tem a forma:

t = a0 x B + b0 = a0 ( x B−x 0) + y0 , (6)

em que os coeficientes angular a0 e linear b0 = -a0x0 + y0 são definidos em


xB = x0 (verifique que a eq. (6) retorna y0 em xB = x0; note que y0 é obtido de x0
a partir da eq. (5b)). O coeficiente angular a0 é obtido derivando-se a eq. (5a)
em relação à xB:
Ṽ A−V A ,m ) + (V
a = −(V Ṽ B−V B ,m ) , (7a)

onde a = dy/dxB, que em xB = x0 assume a forma:


Ṽ 0A −V A ,m ) + (V
a0 = −(V Ṽ 0B −V B ,m) . (7b)

Combinando-se a eq. (6) com as eqs. (5b) e (7b), tem-se, para a reta
tangente que passa por (x0,y0):
Ṽ 0A −V A , m) + (V
t = [−(V Ṽ 0B−V B ,m)]( x B− x0 ) + [(1−x 0)(V
Ṽ 0A −V A , m) + x 0 (V
Ṽ 0B −V B ,m )]

Ṽ 0A−V A ,m )(1−x B ) + (V
t = (V Ṽ 0B−V B ,m ) x B . (8a)

A partir da eq. (8a), os valores das ordenadas da reta tangente em xB = 0 e


xB = 1 são, respectivamente:
Ṽ 0A − V A ,m
t (0) = V e Ṽ 0B − V B ,m .
t (1) = V (8b)

Portanto, a partir das eqs. (8b) e da determinação dos valores de t(0) e t(1), é
Ṽ A0 e V
possível obter os volumes molares parciais V Ṽ B0 em xB = x0, uma vez que os
volumes molares VA,m e VB,m são quantidades previamente conhecidas.

Figura 1: Variação do volume molar de misturação para o sistema binário água e etanol
em função da fração molar do etanol em água.

58
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

09 Erlenmeyers de 125 mL ou menores, preferencialmente com tampa;


11 Pipetas volumétricas de 25 ou 20 mL;
02 Provetas de 50 ou 100 mL;
01 Balão volumétrico de 10 mL;

Banho térmico;
Termômetro;
Água destilada e Etanol p.a.

PROCEDIMENTO

PARTE A: CALIBRAÇÃO DO BALÃO VOLUMÉTRICO

1. Pese o balão volumétrico vazio, com tampa. Em seguida, complete-o com


água destilada e pese novamente, com tampa. Meça a temperatura da
água e anote. Esvazie o balão e o enxugue internamente o máximo que
puder. Repita o procedimento para o etanol puro e pese-o.

PARTE B: PREPARAÇÃO E MEDIDA DOS VOLUMES DAS SOLUÇÕES DE ÁGUA + ETANOL

2. Prepare um banho térmico. Utilize água de torneira numa quantidade


grande o bastante para cobrir as soluções, mas que não faça o erlenmeyer
virar. Preencha uma proveta com água destilada (A, MA = 18,015 g·mol-1)
e a outra com etanol (B, MB = 46,068 g·mol-1), separando uma pipeta
volumétrica para cada uma delas. Meça as temperaturas dos dois líquidos,
aguarde até que as mesmas sejam iguais e anote. Rotule os erlenmeyers
e pese as massas (aproximadas) de água e etanol, segundo a tabela
abaixo. Para isso, tare a balança com o erlenmeyer seco antes da
pesagem da água e, com o erlenmeyer contendo água, tare novamente
antes da pesagem do etanol.
A B xB
Solução
(Água) (Etanol) (Aprox.)
1 15,577 4,423 0,10
2 13,781 6,219 0,15
3 12,203 7,797 0,20
4 10,797 9,203 0,25
5 9,545 10,455 0,30
6 7,397 12,603 0,40
7 5,625 14,375 0,50
8 2,872 17,128 0,70
9 0,833 19,167 0,90
OBS.: Após cada pesagem, tampe rapidamente o erlenmeyer para evitar perdas por
evaporação.

59
3. Meça a temperatura de cada mistura An+Bn e, caso a mesma seja
diferente da temperatura dos dois líquidos separados, coloque-a no banho
térmico até que a temperatura se iguale à temperatura inicial.
4. Tare novamente a balança. Com o auxílio de uma pipeta volumétrica
complete o balão com a mistura A1+B1 e pese-o, com tampa. Esvazie o
balão, lave-o e enxugue-o internamente o máximo que puder. Repita o
procedimento para as outras misturas.
OBS.: No processo de transferência de líquidos para o balão deve-se evitar o contato do
líquido com a região acima da marca de aferição.

TRATAMENTO DE DADOS

1. A partir da massa de água destilada que foi medida e da sua densidade


tabelada (na temperatura do experimento) calcule o volume real do balão
volumétrico de ~10 mL. A partir do volume real e das massas de água
destilada e etanol puro que foram medidas neste balão, obtenha os
volumes molares VA,m (água) e VB,m (etanol).
2. Calcule os números de mols de água (nA) e etanol (nB) a partir das massas
que foram determinadas para cada erlenmeyer An+Bn (n = 1, 2,… 9) e,
com o auxílio da equação (3), calcule Videal. Determine as densidades das
misturas An+Bn a partir do volume do balão volumétrico de ~10 mL e das
massas medidas neste balão. A partir das massas que foram determinadas
para cada erlenmeyer An e Bn e das densidades das misturas A n+Bn calcule
o volume real da mistura V. Calcule xB e y = (V – Videal)/(nA + nB) e, em
seguida, preencha a seguinte tabela:
Solução y xB
--- 0,000 0,000
1
2
3
4
5
6
7
8
9
--- 0,000 1,000

3. Faça um gráfico de y versus xB (utilizando todos os valores da tabela


acima) e ajuste os dados utilizando um polinômio de 5º (quinto) grau. A
partir da equação polinomial obtida para y obtenha a equação da derivada
a para uma dada fração molar xB. De posse desta equação calcule a0 para
x0 = 0,10 … 0,90.

60
4. Definindo y0 como o valor da ordenada em x0, obtenha os valores de y0
estimados a partir da equação polinomial para y em função de xB, para
x0 = 0,1; 0,2; 0,3; 0,4; 0,5; 0,6; 0,7; 0,8 e 0,9, e, a partir destes e da
eq. (6), construa as equações das retas tangentes nos pontos (x0,y0).
Ṽ A0 e V
5. Obtenha os volumes molares parciais V Ṽ B0 para cada valor de x0 a
partir da comparação entre as eqs. (6) e (8b), em xB = 0 e xB = 1:
Ṽ 0A − V A ,m = a0(−x0 ) + y 0 ⇒
V Ṽ 0A = V A ,m − a0 x 0 + y 0
V (11a)
Ṽ 0B − V B ,m = a0(1−x 0 ) + y 0 ⇒
V Ṽ 0B = V B ,m + a0 (1−x 0 ) + y0 .
V (11b)

Ṽ A0 e V
6. Faça os gráficos dos volumes molares parciais V Ṽ B0 estimados em
função de x0 e compare com os da literatura.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento?

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. GRAETZEL, Michael; INFELTA, Pierre; The Bases of Chemical
Thermodynamics, vol. 1 (seção 6.7), Universal Publishers, Parkland, 2002.

61
PRÁTICA N° 4:
DETERMINAÇÃO DO EQUILÍBRIO SÓLIDO-LÍQUIDO

OBJETIVO

Determinar a faixa de variação da temperatura de fusão para uma mistura


sólida binária.

INTRODUÇÃO

A mudança de estado sólido-líquido de uma substância pura ocorre a uma


temperatura bem definida (Tf), enquanto que, em uma mistura, o início da fusão
e o seu término ocorrem a temperaturas bem diferentes, exceto em alguns casos
especiais. Para construir um diagrama de fases de um sistema binário
condensado, tipo naftaleno-difenilamina, é necessário determinar a temperatura
inicial e final de fusão para várias misturas com composições que variem desde 0
até 100 % em cada componente.
O método experimental mais fácil e mais comum é o do capilar. Este
consiste em colocar em um tubo capilar, de aproximadamente 1 mm de
diâmetro, a amostra a ser estudada e imergir o tubo em um líquido, cuja
temperatura é elevada lentamente. Observa-se, então, o início e o final da fusão
com o auxílio de uma lupa.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Termômetro de 0-100 °C (± 0,5 °C);


02 Tubos de Thiele;
01 Chapa Elétrica Aquecedora (ou Bico de Bunsen + Tripé de Ferro);
01 Lupa;
01 Tubos capilares;

Glicerina;
Naftaleno;
Difenilamina.

62
PROCEDIMENTO

PARTE A: MONTAGEM EXPERIMENTAL

1. Prepare misturas de naftaleno e difenilamina de acordo com a tabela:


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Naftal. (g) 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0
Difenil. (g) 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Com auxílio de um tubo de vidro, coloque a primeira amostra em um tubo


capilar, enchendo-o até a metade. Amarre-o com elástico a um
termômetro e suspenda o conjunto em um tubo de Thiele contendo
glicerina.
2. Com uma chama branda aqueça suavemente o tubo de Thiele na parte
lateral inferior e observe a mistura dentro do capilar com auxílio de uma
lupa. Anote a temperatura no início e no final da fusão.
3. Repita o procedimento com todas as misturas e com os componentes
puros, de modo a completar a tabela a seguir com as temperaturas de
fusão inicial Tf(i) e final Tf(f).
Amostra Naftal. (g) Difenil. (g) Tf(i) Tf(f)
1 1,0 0,0
2 0,9 0,1
3 0,8 0,2
4 0,7 0,3
5 0,6 0,4
6 0,5 0,5
7 0,4 0,6
8 0,3 0,7
9 0,2 0,8
10 0,1 0,9
11 0,0 1,0

TRATAMENTO DE DADOS

1. Construa o diagrama de fases para este sistema plotando, em um único


gráfico, Tf(i) versus %naftaleno e Tf(f) versus %naftaleno.
2. Aplique a regra das fases em cada parte do diagrama.

63
QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Qual a temperatura eutética e qual a composição da mistura eutética?


2. Qual é o comportamento da mistura no ponto eutético.
3. Os valores obtidos são satisfatórios?
4. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. WISE, J. H. et al.; J. Chem. Educ., 41, 96, 1964.


2. KARUMAKARAN, K.; J. Chem. Educ., 54, 676, 1977.
3. ELLISON, H. R.; J. Chem. Educ., 55, 406, 1978.

64
PRÁTICA N° 5:
DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE UM SOLUTO ENTRE SOLVENTES IMISCÍVEIS

OBJETIVO

Determinar a constante de distribuição de um soluto entre solventes


imiscíveis.

INTRODUÇÃO

Considere um sistema formado por dois componentes imiscíveis, por


exemplo, água e tetracloreto de carbono (CCl 4). Ao se adicionar uma terceira
substância, por exemplo, iodo, solúvel em quantidades diferentes em ambas as
fases, no equilíbrio tem-se que as razões entre as atividades do iodo nas duas
fases, sob temperatura constante, é constante, ou seja:
a2
= K , (1)
a1

onde K é a chamada constante de distribuição, que pode ser determinada


titulando-se diretamente o iodo com tiossulfato em ambas as fases, tal que:

2 S2 O2- 2- -
3 + I2 → S4 O 6 + 2 I , (2)
2 S2 O2- - 2- -
3 + I3 → S4 O 6 + 3 I . (3)

Neste experimento será determinada a constante de equilíbrio da reação:


KI + I2 → KI3 , (4)

utilizando-se água e tetracloreto de carbono. Este equilíbrio é possível devido ao


fato de que o iodeto de potássio é solúvel apenas em água. A constante de
equilíbrio da reação é dada por:

a(I-3) [I-3 ]
Keq = ≈ . (5)
a(I-)a(I2) [I-][I2]

Deste modo, conhecendo-se os valores das concentrações das espécies


envolvidas no equilíbrio, pode-se estimar o valor da constante de equilíbrio.

65
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

04 Erlenmeyers de 250 mL;


01 Pipetas volumétricas de 10, 15, 20, 25, 50 e 100 mL;
02 Funis de separação de 125 mL;
01 Bureta de 50 mL;
01 Termômetro (0-100 °C±0,5 °C);

Amido;
Solução de Tiossulfato 0,1 N;
Solução de KI 0,1N;
Tetracloreto de Carbono;
Iodo;
Água destilada.

PROCEDIMENTO

1. Prepare uma solução saturada dissolvendo 3 g de iodo em 75 mL de


tetracloreto de carbono. Pegue 25 mL desta solução e coloque em um
erlenmeyer de 250 mL e adicione 100 mL de água pura. Agite fortemente
por dois minutos. Anote a temperatura da mistura e espere 60 minutos
para que o equilíbrio seja alcançado, agitando esporadicamente. Enquanto
espera execute a etapa 4.
2. Pegue 50 mL da fase aquosa e transfira-a para um erlenmeyer de 250 mL
que contenha 10 mL de uma solução de KI 0,1 mol/L (para evitar perdas
de iodo durante a titulação). Adicione 0,5 mL de amido e titule com
tiossulfato de sódio 0,01 mol/L. Ao final da titulação a cor azul desaparece.
3. Pegue 5 mL da fase do tetracloreto de carbono e titule como
anteriormente, só que, desta vez, com tiossulfato 0,1 mol/L. Execute os
parágrafos 5 e 6.
4. Em um funil de separação de 250 mL prepare o item 1 ou 2 de acordo com
a tabela a seguir:
Sol. sat. I2 CCl4 Sol. KI
Funil
em CCl4 (mL) puro (mL) 0,1M (mL)
1 25 - 100
2 15 10 100
5. Feche bem o funil e agite-o a cada 5 minutos durante 1 hora. Volte para o
parágrafo 2.
6. Pegue 20 mL da fase aquosa do funil e titule com tiossulfato 0,1 mol/L,
sem adicionar KI.
7. Pegue 20 mL da fase tetracloreto do funil e titule com tiossulfato
0,1 mol/L, desta vez adicionando 10 mL de solução de KI 0,1 mol/L.

66
TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcular a constante de distribuição K , de acordo com a equação (1).


2. Calcular a constante de equilíbrio Keq, de acordo com a equação (5).
3. Compare seus resultados com os da literatura e comente.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. CAMPBEL, J. A ; NELSON, D.; RUDISILD, J.; J. Chem. Educ., 46, 454,


1969.

67
PRÁTICA N° 6:
DETERMINAÇÃO DA SOLUBILIDADE MÚTUA DE DOIS LÍQUIDOS (SISTEMA BINÁRIO)

OBJETIVO

Determinar a solubilidade mútua de dois líquidos parcialmente miscíveis, a


partir do sistema binário água-fenol.

INTRODUÇÃO

Diz-se que dois líquidos são parcialmente miscíveis quando as


solubilidades mútuas são limitadas. Quando se adiciona uma pequena
quantidade de fenol à água sob temperatura ambiente, este se dissolve
completamente, resultando em uma única fase líquida. Entretanto, com a adição
de quantidades crescentes de fenol, formam-se, em certo ponto, duas camadas
líquidas, uma delas consistindo de uma pequena quantidade de água dissolvida
em fenol e a outra de uma pequena quantidade de fenol dissolvida em água. O
prosseguimento da adição de fenol à mistura leva, por fim, ao surgimento de
uma única fase líquida, composta de água em fenol.
Sob determinada temperatura e pressão, as soluções conjugadas,
formadas pelos dois líquidos, possuem composições definidas, que podem ser
determinadas experimentalmente. As composições das soluções conjugadas
variam com a temperatura. O comportamento mais comum de dois líquidos
parcialmente miscíveis é o de se tornarem miscíveis em todas as proporções
acima de certa temperatura. Esta temperatura é denominada temperatura crítica
superior.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Termômetro (0-100 °C±0,5 °C);


01 Béquer de 600 mL;
02 Tubos de ensaio;
02 Pipetas de 10 mL + Pera de borracha ou seringa;
01 Agitador;

Solução fenólica 80 %;
Água destilada.

68
PROCEDIMENTO

PARTE A: MONTAGEM EXPERIMENTAL

1. Monte o sistema de trabalho, constituído pelo termômetro e agitador,


suspensos em uma rolha de borracha e encaixados dentro do tubo de
ensaio, este preso a um suporte e mergulhado em banho de glicerina.

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Pipete na capela, com a pera de borracha ou a seringa, 5 mL de solução


fenólica 80 % e transfira para um tubo de ensaio. Adicione 1,8 mL de água
destilada de forma a obter uma mistura com 59,4 % de fenol. Esta
composição não é totalmente miscível a temperatura ambiente. Aqueça a
mistura lentamente, em banho de glicerina, com chama branda, até o
desaparecimento da opalescência e anote a temperatura.
2. Retire a mistura do banho e deixe-a resfriar lentamente até o
reaparecimento da opalescência. Anote a temperatura.
3. Repita o procedimento, acrescentando à mistura anterior as seguintes
quantidades de água, uma de cada vez: 1,0; 1,4; 2,0 e 1,5 mL. A
composição de cada mistura, em cada caso, em (% m/m) de fenol, é,
respectivamente, 52,0; 44,2; 36,4 e 32,2 %.
4. Pegue outro tubo de ensaio e coloque 2,0 mL de solução fenólica 80 %.
Acrescente 4,6 mL de água, de forma a obter uma mistura com 25,0 %
em fenol e, seguindo o mesmo procedimento anterior, determine a
temperatura de miscibilidade total da mistura. Em seguida, acrescente a
esta 2,6 e, posteriormente, 7,7 mL de água destilada, uma quantidade de
cada vez, para obter fenol a 20,0 e 10,4 %, respectivamente. Faça
determinações de temperaturas de miscibilidade nos dois casos.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Construa um gráfico da temperatura média de miscibilidade versus


composição da mistura e, a partir do gráfico, encontre a temperatura
crítica superior e a composição da mistura correspondente a esta.
Compare seus resultados com os da literatura.
2. Determine a variância nas diversas regiões do diagrama (regra das fases).
3. Considere uma mistura de fenol e água com 40 % de fenol sob 50 °C.
Determine, para esta mistura, as composições das fases conjugadas e as
quantidades relativas destas.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios? Discuta possíveis erros observados.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.

69
PRÁTICA N° 7:
DETERMINAÇÃO DA SOLUBILIDADE MÚTUA DE TRÊS LÍQUIDOS (SISTEMA TERNÁRIO)

OBJETIVO

Determinar a solubilidade mútua de três líquidos parcialmente miscíveis, a


partir do sistema ternário água-clorofórmio-ácido acético.

INTRODUÇÃO

Diagrama de fases ou diagrama de equilíbrio é um diagrama que ilustra o


equilíbrio entre várias fases de substâncias constituintes de um sistema. Define-
se fase como sendo qualquer parte fisicamente distinta e homogênea de um
sistema, separada das outras partes do sistema por superfícies definidas.
A regra das fases estabelece a relação entre os números de graus de
liberdade (F), componentes (C) e fases (P) do sistema em equilíbrio:

F = C − P + 2 . (1)

Para sistemas de três componentes (C = 3) é possível se ter 4 graus de


liberdade (F = 4), pois temperatura, pressão e concentrações de dois
componentes podem variar independentemente. Visando a simplificação da
representação gráfica das condições de equilíbrio para três componentes, o
procedimento usual consiste em se manter o sistema sob temperatura constante
(de modo que se eliminar um grau de liberdade) e representar os 3 graus
restantes em um diagrama triangular equilátero (de lado é normalizado, de
modo a representar a composição do sistema em frações molares, segundo a
figura 1). Este diagrama possui uma importante propriedade: a soma das
distâncias de um ponto no interior de um triângulo equilátero é igual a seu lado.
Este fato é explorado para satisfazer a condição de que a soma das frações
molares dos componentes de qualquer mistura é igual a 1.

(1) Vértices representam substâncias puras A, B, e C.


(2) Lados representam sistemas binários AB, AC e BC.
(3) Pontos internos representam sistemas ternários ABC.
(4) A soma dos segmentos a, b e c é igual a 1.

Figura 1: Representação de um diagrama ternário.

70
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Bureta de 50 mL;
09 Erlenmeyers de 150 mL providos de tampas;
09 Pipetas de 10 mL e 20 mL;

Ácido Acético Glacial (99,5%);


Clorofórmio;
Água destilada.

PROCEDIMENTO

PARTE A: MONTAGEM EXPERIMENTAL

1. Coloque em cada um dos erlenmeyers as seguintes quantidades:


1 2 3 4 5 6 7 8 9
Água (mL) 1 3 6 8 10 12 15 18 19
Clorofórmio (mL) 19 17 14 12 10 8 5 2 1

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Encha a bureta com ácido acético glacial e determine quanto deste deve
ser adicionado a cada um dos erlenmeyres para que a turbidez seja
completamente eliminada. Durante a adição de ácido acético, os
erlenmeyeres devem ser vigorosamente agitados.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule a composição de cada solução nos pontos em que a turbidez


desaparece, em percentagem em massa ou em percentagem molar.
(Densidades: clorofórmio = 1,48 g/mL; ácido acético = 1,05 g/mL)
2. A partir destes dados construa o diagrama ternário, unindo os pontos
obtidos para obter a linha de solubilidade da mistura para a temperatura
em que o experimento foi realizado.
3. Identifique cada uma das regiões do diagrama e informe como a solução
se comporta nesta região.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios? Discuta possíveis erros observados.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.

71
PRÁTICA N° 8:
DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE MOLAR DE ELETRÓLITOS FORTES E FRACOS

OBJETIVO

Determinar a condutividade molar de solução de eletrólitos fortes e fracos


pela técnica de condutivimetria.

INTRODUÇÃO

Uma corrente elétrica pode ser conduzida tanto por elétrons (em
condutores metálicos) como por íons (em condutores iônicos e soluções
eletrolíticas). A condutância (G, medida em siemens, S) é definida como o
inverso da resistência (R, medida em ohms, Ω). Verifica-se experimentalmente
que a condutância de uma amostra é proporcional a área da seção transversal
(A, medida em metro-quadrado, m2) e inversamente proporcional ao seu
comprimento (ℓ, medido metro, m), a constante de proporcionalidade sendo
denominada condutividade (κ, medida em siemens por metro, S·m-1):

κ⋅A ℓ
G = = κ , com: K = , (1)
ℓ K A
onde K é a constante de cela (medida em m-1; esta constante é característica da
célula eletrolítica onde se faz a medida e deve ser informada pelo fabricante do
equipamento, denominado condutivímetro).
A condutividade κ de uma solução é proporcional a concentração do íon, a
magnitude de sua carga e a mobilidade deste. Deste modo, é conveniente só
comparar a condutividade de soluções que contenham o mesmo número de
cargas. Esta condição é satisfeita definindo-se a condutividade molar ou
condutividade equivalente (Λ , medida em siemens metro quadrado por mol,
S·m2mol-1), obtida dividindo-se a condutividade pela concentração da solução:

Λ = κ , (2)
c

onde c é a concentração da solução (em equivalente por litro). A condutividade


molar aumenta com a diluição da solução e alcança um valor máximo à diluição
infinita, denominada condutividade molar a diluição infinita (Λ0). Para soluções
diluídas de eletrólitos fortes, vale a relação de Kolhrausch:

Λ = Λ0 − k c c ½ , (3)

onde kc é uma constante determinada experimentalmente (e que depende mais


da proporção entre cátions e ânions por fórmula unitária do eletrólito do que da
identidade do eletrólito). Esta relação pode ser usada para a determinação
experimental de Λ0.

72
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

14 Balões volumétricos de 100 mL;


01 Pipetas volumétricas de 20 mL, 10 mL, 5 mL;
01 Pipeta graduada de 5 mL;
01 Béquer de 25 mL;
01 Condutivímetro;

Solução de KCl 0,100 mol/L.

PROCEDIMENTO

PARTE A: DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE DE UM ELETRÓLITO FORTE

1. Ligue o condutivímetro e espere cerca de 1 hora;


2. Prepare 200 mL de uma solução de KCl 0,1 mol/L.
3. Prepare, por diluição, 50 mL das seguintes soluções de KCl: 0,10; 0,02;
0,01; 0,005; 0,002; 0,001; 0,0005 e 0,0002 mol/L.
4. Verifique a constante de célula do aparelho, utilizando o KCl 0,10 mol/L
(condutividade: κ = 12,856 mmho/cm, a 25 °C).
5. Meça a condutividade de cada uma das soluções, começando com a mais
diluída e finalizando com a mais concentrada. Lave a célula duas vezes
com água destilada e uma vez com a solução em estudo antes de cada
determinação.

PARTE B: DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE DE UM ELETRÓLITO FRACO

1. Prepare 200 mL de uma solução de ácido acético 0,1 mol/L.


2. Prepare, por diluição, 50 mL das seguintes soluções de ácido acético:
0,05; 0,025; 0,0125; 0,005; 0,0025; 0,00125 e 0,0005 mol/L.
3. Repita o procedimento de medida da condutividade de cada uma das
soluções, da mais diluída e para a mais concentrada (item 5 da parte A).

TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule, para cada concentração de KCl, a condutividade molar e construa


um gráfico de Λ versus c1/2. Faça uma regressão linear e determine o valor
de Λ0 para o KCl.
2. Calcule, para cada concentração de ácido acético, a condutividade molar e
construa um gráfico de Λ versus c1/2. Faça uma regressão linear e compare
este gráfico com o obtido para o KCl e comente.
3. Calcule o grau de dissociação a e a constante de dissociação do ácido Ka
para cada solução de ácido acético.
4. Compare os valores com os da literatura e comente.

73
QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Sugira uma maneira de calcular a condutância equivalente à diluição
infinita para o ácido acético.
3. Os valores obtidos são satisfatórios?
4. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

74
PRÁTICA N° 9:
DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE FARADAY E DO NÚMERO DE AVOGADRO

OBJETIVO

Determinar a constante de Faraday e o número de Avogadro a partir de


um experimento de eletrólise.

INTRODUÇÃO

Eletrólise é a decomposição de uma substância pela passagem da corrente


elétrica. As reações de eletrólise ocorrem quando uma corrente elétrica fornecida
por um gerador atravessa um meio contendo íons (soluções de eletrólitos, sais
fundidos, etc). Para que haja eletrólise o sistema eletrolítico deve conter dois
eletrodos, ligados ao circuito externo fornecedor de corrente. O eletrodo no qual
ocorre redução é o cátodo (eletrodo que atrai cátions em solução), e aquele onde
ocorre oxidação é o ânodo (eletrodo que atrai ânions em solução).
Esta experiência terá como primeira finalidade determinar a constante de
Faraday, ou seja, a carga elétrica correspondente à passagem de um mol de
elétrons pela solução. Para isso, uma solução de sulfato de cobre contendo
eletrodos de cobre será eletrolisada. Ocorrerão as seguintes reações:
2+ -
Cátodo: Cu(aq) + 2 e → Cu (s) . (1)
2+ -
Ânodo: Cu(s) → Cu(aq ) + 2 e . (2)

Observa-se experimentalmente uma relação constante entre a massa da


substância eletrolisada e a quantidade de carga que atravessa a solução (1a Lei
de Faraday da eletrólise). A massa depositada no cátodo ou oxidada no ânodo
correspondente à passagem de 1 mol de elétrons é igual a massa molar do
elemento dividida pelo número de elétrons do processo (no presente caso, 2).
Esta massa recebe o nome de equivalente eletroquímico. Se soubermos a massa
molar do elemento M, a corrente média aplicada i, o tempo de eletrólise t, o
número de elétrons da reação n e a massa m (depositada no cátodo ou oxidada
no ânodo), pode-se calcular a constante de Faraday F:

M it M it
m = ⇒ F = . (3)
nF nm
Conhecido valor da constante de Faraday F e a carga do elétron e, pode-se
calcular o número de Avogadro NA:

F
F = N Ae ⇒ NA = . (4)
e

75
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Béquer de 100 mL;


02 Eletrodos de Cobre de 10x100 mm;
01 Cronômetro;
01 Resistência variável (500 ohm e 75 W)
01 Fonte de corrente contínua (bateria de 12 V);

Sulfato de Cobre Pentahidratado;


Ácido Sulfúrico concentrado;
Álcool Etílico;
Ácido Nítrico 1:1.

PROCEDIMENTO

PARTE A: MONTAGEM EXPERIMENTAL

1. Pegue os eletrodos de cobre e lave-os com esponja de aço e sabão.


Enxague com bastante água destilada e álcool etílico. Seque-os em estufa
a 110 °C. Deixe esfriar e pese um dos eletrodos com precisão de ±0,1 mg.
Este eletrodo servirá de cátodo.
2. Pegue um béquer de 100 mL e prepare a seguinte solução aquosa: 2,5 g
de CuSO4·5H2O, 4 mL de H2SO4 concentrado e 1 mL de HNO3 1:1 e
complete até 100 mL com água destilada. Monte o circuito abaixo:

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Feche o circuito e ajuste a resistência de tal modo que 100 mA passem


pela solução e, no mesmo instante, acione o cronômetro. A cada minuto
ajuste a tensão se necessário para manter a corrente constante. Deixe o
sistema ligado por 20 min.
2. Retire o cátodo da solução e lave-o com água e álcool. Seque-o em estufa
a 110 °C. Pese-o com precisão de ±0,1 mg.
3. Repita o processo com a seguinte condição: 200 mA, 10 min.

76
TRATAMENTO DE DADOS

1. Determine as massas de cobre depositadas no cátodo através das


diferenças entre as pesagens iniciais e finais para cada caso.
2. Calcule a constante de Faraday e o número de Avogadro utilizando os
diferentes tempos e as diferentes correntes elétricas do experimento, a
partir das equações (3) e (4).

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

77
PARTE 3
CINÉTICA QUÍMICA

78
PRÁTICA N° 1:
DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS CINÉTICOS PELO MÉTODO DO ISOLAMENTO

OBJETIVO

Determinar a constante de velocidade da reação de oxidação do iodeto de


potássio pelo persulfato de potássio através do método do isolamento.

INTRODUÇÃO

Neste experimento será estudada a reação de segunda ordem do iodeto


de potássio (KI) com o persulfato de potássio (K2S2O8):

2 KI(aq) + K2S2O8(aq) → I2(aq) + 2 K2SO4(aq), (1)

cuja lei de velocidade é:

v = k [ I- ][S2 O-2
8
] , (2)

onde k é a constante de velocidade da reação. Utilizando-se um dos reagentes


em excesso, a concentração deste reagente permanece praticamente constante e
a reação passa a obedecer a uma cinética de primeira ordem, com uma
constante de velocidade efetiva (kef). Por exemplo, caso seja escolhido o iodeto
para ser utilizado em excesso, a equação de velocidade assume a forma:

v = k ef [S2 O-2
8
] , com: k ef = k [I- ] . (3)

A equação integrada não precisa ser necessariamente escrita em termos


das concentrações. Esta pode ser representada em função de qualquer
propriedade que seja diretamente proporcional à concentração como, por
exemplo, o volume de um dado titulante. Mostre que, neste caso, a equação
integrada de 1a ordem se torna:

ln(V ∞ −V t ) = ln(V ∞) − k ef t ⇔ ln
( V ∞ −V t
V ∞ −V 0 ) = −k ef t , (4)

onde V0, Vt e V∞ são os volumes de titulante no início (que se pode aproximar


como sendo um volume nulo), no tempo t e no tempo “infinito” de reação.
O efeito da temperatura sobre a constante de velocidade k pode ser
interpretado em termos da equação de Arrhenius:

k = A⋅exp − ( )Ea
RT
⇔ ln(k ) = ln ( A) −
Ea
RT
, (5)

em que A e Ea correspondem, respectivamente, ao fator pré-exponencial e à


energia de ativação, e R é à constante universal dos gases.
O monitoramento da concentração de iodo ao longo do tempo será feito
por meio da sua titulação com tiossulfato de sódio, após a retirada de uma
alíquota da solução reacional.

79
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Bureta de 25 mL;
02 Pipetas volumétricas de 50 mL;
01 Pipeta volumétrica de 10 mL;
01 Cronômetro;
01 Termômetro (0-100 °C±0,5 °C);
01 Almofariz;
08 Erlenmeyers de 250 mL (um deles provido de tampa);

Amido;
Tiossulfato de Sódio (Na2S2O3);
Persulfato de Potássio (K2S2O8);
Iodeto de Potássio (KI);
Gelo de água destilada.

PROCEDIMENTO

PARTE A: REAÇÃO SOB T1

1. Prepare o amido para ser utilizado como indicador. Para isto, coloque
cerca de 0,5 g de amido em um almofariz, adicione algumas gotas de água
destilada e triture fortemente. Transfira esta pasta de amido para um
béquer contendo 100 mL de água fervente e deixe ferver por mais 5 min.
Deixe esfriar, retire o sobrenadante e teste o amido com solução de KI/I 2
(deverá aparecer uma coloração azul intensa).
2. Em seguida, prepare as seguintes soluções: a) 200 mL de KI 0,4 M, b) 1 L
de Na2S2O3 0,001 M e c) 500 mL de K2S2O8 0,002 M.
3. Encha uma bureta de 25 mL com tiossulfato de sódio 0,001 M.
4. Meça 50 mL de KI 0,4 M e transfira para um erlenmeyer com tampa.
5. Adicione 50 mL de solução de K2S2O8 0,002 M em um béquer. Verta
rapidamente o conteúdo deste béquer para o enlenmeyer contendo o
iodeto de potássio e acione o cronômetro imediatamente após o término
da adição. Anote a temperatura da mistura reacional.
6. Após cerca de 5 minutos, retire uma alíquota de 10 mL do erlenmeyer
contendo a mistura reacional e transfira para um erlenmeyer contendo um
pouco de água destilada gelada + gelo. (Obs.: Mantenha, desde o início da
prática, um béquer sempre abastecido com água destilada gelada + gelo
de água destilada.) Anote o tempo de reação imediatamente após a
transferência desta alíquota para o erlenmeyer, sem parar o cronômetro, e
tampe novamente o erlenmeyer contendo a mistura reacional.
7. Titule a alíquota com o tiossulfato de sódio. Adicione de 3 a 5 gotas da
solução de amido apenas quando o ponto de viragem estiver próximo, o
que é caracterizado pela diminuição da coloração amarelada da mistura

80
reacional. O final da titulação se caracteriza pela mudança da coloração de
azul para incolor. Anote o volume de tiossulfato gasto e registre-o como o
volume Vt, onde t correspondente ao tempo registrado no item anterior.
8. Repita o procedimento pelo menos 6 vezes, em intervalos de 5 minutos.
9. Anote a temperatura do restante da mistura reacional e guarde-a para
fazer uma titulação após 24 horas, que pode ser considerado como o
tempo infinito, de modo que o volume gasto de tiossulfato corresponderá
a V∞. (Nota: Este volume pode ser obtido a partir do ajuste dos dados à
curva: V = V∞[1 - e-bt]; o ajuste pode ser realizado por um programa
estatístico, a exemplo do Origin®.)

PARTE B: REAÇÃO SOB T2

1. Repita o procedimento anterior mantendo a mistura reagente a 20 °C.


Para isso, prepare uma mistura de água contendo uma quantidade
apropriada de gelo em um isopor. (Obs.: Nesta etapa não é necessário
utilizar água destilada no banho térmico.)
2. Deixe o erlenmeyer contendo a solução de KI, com o béquer contendo a
solução de K2S2O8, no interior deste isopor. Monitore as temperaturas
destas soluções, até as mesmas ficarem iguais e próximas de 20 °C.
3. Após a estabilização destas duas temperaturas misture rapidamente as
soluções, acione o cronômetro e prossiga com o procedimento anterior,
mantendo a temperatura da mistura reacional em 20 °C.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Para cada temperatura, determine a constante de velocidade efetiva (kef) a


partir do ajuste dos dados a equação (4), e a constante real (k) a partir da
constante efetiva. Para isto, construa um gráfico de ln(V∞ – Vt) versus t. A
inclinação da reta fornecerá kef na temperatura correspondente.
2. Determine a energia de ativação da reação, segundo a equação (5), a
partir do gráfico de ln(kef) versus 1/T. A inclinação da reta fornecerá -Ea/R.
3. Compare seus resultados com os da literatura e discuta.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Qual a equação iônica efetiva da reação expressa na equação (1)?


2. Por que foi necessário utilizar gelo na etapa de titulação?
3. Os valores obtidos são satisfatórios?
4. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento?

BIBLIOGRAFIA

1. SHURVELL, H. F.; J. Chem. Educ., 1966, 43, 555.


2. MOEWS Jr., P. C.; PETRUCCI, R. H.; J. Chem. Educ., 1964, 41, 549.

81
PRÁTICA N° 2:
DETERMINAÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO PELO MÉTODO DAS VELOCIDADES INICIAIS

OBJETIVO

Determinar a ordem da reação de oxidação do iodeto de potássio pelo


persulfato de potássio através do método das velocidades iniciais.

INTRODUÇÃO

Neste experimento será estudada a reação do iodeto de potássio (KI) com


o persulfato de potássio (K2S2O8):

K2S2O8(aq) + 2 KI(aq) → 2 K2SO4(aq) + I2(aq). (1)

A velocidade inicial da reação pode ser medida trabalhando-se com uma


concentração baixa e conhecida de íons tiossulfato (S 2O32–), com formação de
íons tetrationato (S4O62–):

2 S2O32–(aq) + I2(aq) → S4O62–(aq) + 2I–(aq). (2)

Esta reação é muito mais rápida que a primeira, que prossegue consumindo o
iodo gerado na reação (1) até que todo tiossulfato tenha sido convertido em
tetrationato. Quando isto ocorre, a mínima quantidade de iodo adicional, gerada
pela reação (1), na presença do iodeto que ainda não reagiu, leva à formação de
tri-iodeto (I3–), que pode ser revelado através do indicador amido. O intervalo de
tempo decorrido entre o início da reação e a mudança na coloração da solução é
uma medida da velocidade inicial da reação.
A lei de velocidade desta reação, sob temperatura e força iônica
constantes, pode ser escrita como:

d [ S2 O2–
8 ] 2– m - n
v = − = k [S2 O8 ] [I ] , (3)
dt
onde m e n são as ordens de reação em relação ao persulfato (S2O82–) e ao
iodeto (I–), respectivamente. Nesta prática, utilizaremos o método da velocidade
inicial para encontrar m e n. Este método consiste na medição da velocidade de
reação após um período de tempo curto o bastante para que a reação não tenha
ocorrido apreciavelmente,(*) mas longo o suficiente para que a velocidade não
seja afetada pelo tempo de mistura dos reagentes. (**) Para um dado conjunto de
condições iniciais, mede-se o intervalo de tempo (Δt) entre o início da reação e o
aparecimento de uma coloração azul característica, correspondente à formação
de uma quantidade fixa de iodo (Δ[I2]) pela reação (1), que é determinada pela
quantidade de tiossulfato utilizada na reação (2). A taxa de formação do iodo é
igual à taxa de consumo do perssulfato e, portanto, à velocidade da reação.

(*)
Por essa razão se deve trabalhar com baixa concentração de íons tiossulfato.
(**)
Lembre-se que a reação (1) é bem mais lenta que a (2).

82
Assumindo que a quantidade de tiossulfato utilizada satisfaz às condições
necessárias à medida da velocidade inicial, tem-se:

v0 = − ( d [S2 O2–
dt
8
]
) ( )
0
= +
d [ I2]
dt 0
≃ +
Δ [I2]
Δt
. (4)

Uma vez que são feitas várias medidas em condições iniciais diferentes, porém
se mantendo a quantidade de tiossulfato em um valor fixo, tem-se que Δ[I 2] é o
mesmo em cada uma das medidas, o que resulta em:

v0 = − ( d [S2 O2–
dt
8
]
) ( )
0
= +
d [ I2]
dt 0

Const .
Δt
(5)

Substituindo a equação (5) na lei de velocidade (3) e tirando o logaritmo


neperiano de ambos os membros da equação resultante, obtém-se (confirme
este resultado):

ln(1/ Δ t) = ln k + mln[S2 O 2– -
8 ] + n ln[I ] − C , (6)

em que C = ln(Const) = ln[Na2S2O3]. Logo, se fizermos um gráfico de ln(1/Δt)


versus ln[S2O82–], para [I–] constante, obteremos uma reta de inclinação igual a
m, e se fizermos um gráfico de ln(1/Δt) versus ln[I–], para [S2O82–] constante,
obteremos uma reta de inclinação igual a n.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Balão de 250 mL;


03 Balões de 500 mL;
14 Béqueres de 50 mL;
03 Buretas de 25 mL;
01 Pipeta volumétrica de 5 mL;
01 Pêra;
01 Termômetro (0-100 °C±0,5 °C);
14 Béqueres (de 50 ou 100 mL).

PROCEDIMENTO

PARTE A: PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES

1. Prepare as seguintes soluções:(*)


(a) 500 mL de K2S2O8 0,1 M;
(b) 500 mL de Na2SO4 0,1 M;
(c) 250 mL de Na2S2O3 0,01 M;
(d) 500 mL de KI 0,1 M em Na2SO4;(**)
(e) 100 mL de uma solução aquosa 0,5 % de amido.(***)

83
(*)
Verifique se estas soluções foram preparadas antecipadamente pelo técnico do
laboratório e estão disponíveis para uso imediato.
(**)
Para preparar esta solução retire uma alíquota de 333 mL da solução (b) e
dissolva 8,30 g (0,050 mol) de KI na mesma. Transfira para um balão de 500 mL
e complete o volume.
(***)
Coloque cerca de 0,5 g de amido em um almofariz, adicione algumas gotas de
água destilada e triture. Transfira esta pasta de amido para um béquer contendo
100 mL de água fervente e deixe ferver por mais 5 min. Deixe esfriar, retire o
sobrenadante e teste o amido com solução de KI/I 2 (deverá aparecer uma
coloração azul intensa).

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Numere os 7 pares de béqueres (um par para cada medida) e coloque as


quantidades especificadas nas colunas da tabela abaixo. Utilize buretas
para as soluções “a”, “b” e “c”, e uma pipeta volumétrica para a solução
“d”. Por exemplo, no béquer 2a coloque 10 mL da solução de K2S2O8 e
2 mL da solução de Na2SO4, enquanto que no béquer 2b coloque 8 mL da
solução de KI+Na2SO4 e 5 mL da solução de Na2S2O3. Note que o volume
total em cada linha da tabela é sempre o mesmo.
K2S2O8 Na2SO4 KI+Na2SO4 Na2S2O3
Frasco Frasco
(a) (b) (c) (d)
1a 10 0 1b 10 5
2a 10 2 2b 8 5
3a 10 4 3b 6 5
4a 10 6 4b 4 5
5a 8 2 5b 10 5
6a 6 4 6b 10 5
7a 4 6 7b 10 5
2. Coloque de 3 a 5 gotas da solução de amido no frasco 1a. Em seguida,
misture o par 1a/1b, acione o cronômetro imediatamente após a mistura,
anote a temperatura da mistura reacional e o tempo necessário para o
aparecimento da coloração azul. Repita o procedimento para os demais
pares de béqueres.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Faça dois gráficos, um de ln(1/Δt) versus ln[S2O82–] (a [I–] constante) e


outro de ln(1/Δt) versus ln[I–] (a [S2O82–] constante). As inclinações das
duas retas fornecerão os valores de m e n, respectivamente.
2. Obtenha a constante de velocidade k (na temperatura do experimento) a
partir do coeficiente linear das duas retas (ver equação (6) acima).
3. Compare os resultados obtidos com os da literatura.

84
QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Qual a equação iônica efetiva da reação expressa na equação (1)?


2. A velocidade inicial da reação foi medida trabalhando-se com uma
concentração baixa e conhecida de íons tiossulfato (S 2O32–), com formação
de íons tetrationato (S4O62–). Por que é importante que a concentração de
íons S2O32– seja baixa?
3. O método trabalhado neste experimento consiste na medição da
velocidade da reação após um período de tempo curto o bastante para que
a reação não tenha ocorrido apreciavelmente, mas longo o suficiente para
que a velocidade não seja afetada pelo tempo de mistura dos reagentes.
Que complicações teríamos se esta reação fosse monitorada por um
período de tempo mais longo?
4. Os valores obtidos são satisfatórios?
5. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. SHURVELL, H. F.; J. Chem. Educ., 43, 555, 1966.


2. HOWELLS, W. J.; J. Chem. Soc., 5844, 1964; J. Chem. Soc., 203, 1946; J.
Chem. Soc., 463, 1939; J. Chem. Soc., 641, 1941.
3. INDELLI, A.; Prue, J. E.; J. Chem. Soc., 107, 1959.
4. JETTE, E.; KING, C. V.; J. Am. Chem. Soc., 51, 1034, 1929.; J. Am.
Chem. Soc., 51, 1048, 1929.
5. MATHEWS, G. P.; Experimental Physical Chemistry, Oxford University
Press, p. 400, 1985.

85
PRÁTICA N° 3:
DETERMINAÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO POR FOTOCOLORIMETRIA

OBJETIVO

Determinar a ordem e a constante de velocidade da reação do cristal


violeta com o hidróxido de sódio por fotocolorimetria.

INTRODUÇÃO

A reação a ser estudada envolve duas espécies iônicas, uma das quais é
fortemente colorida (o cristal violeta, CV), e a outra incolor (o íon hidróxido,
OH–). O produto da reação é incolor, de forma que, através de medidas da perda
de intensidade de cor em diferentes intervalos de tempo, pode-se calcular a
constante de velocidade diretamente, a partir de leituras de absorbância.
Durante o curso da reação, o desaparecimento da forma colorida segue a
lei cinética:

d [CV ] m - n
v = − = k [CV ] [OH ] . (1)
dt

Se utilizarmos uma concentração inicial do hidróxido muito maior do que a


concentração inicial do cristal violeta, então quando todo o corante tiver reagido,
a concentração de NaOH permanecerá praticamente a mesma e a lei de
velocidade passa a obedecer a:

d [CV ] m - n
v = − = k ef [CV ] , com: k ef = k [OH ] . (2)
dt

A concentração do cristal violeta pode ser monitorada ao longo do tempo


por fotocolorimetria. Quando um feixe de radiação monocromática atinge um
corpo, esta pode ser refletida, espalhada, absorvida ou transmitida sem sofrer
alteração. A absorção depende da natureza do meio, do percurso óptico, do
comprimento de onda dos fótons incidentes e da concentração dos compostos
absorventes. A fração de energia radiante transmitida através da solução é a
transmitância (T), e é calculada a partir da razão entre a energia radiante
transmitida (It) e a incidente (I0):

It
T = . (3)
I0

A transmitância (T) relaciona-se com a absorbância (A), que segue a lei de


Lambert-Beer (em uma faixa de concentrações):

−log T = A = ε b c (1 ≥ T ≥ 0 ⇒ 0 ≤ A < ∞) , (4)

onde ε é a absortividade, b é o percurso ótico e c é a concentração da solução.


Portanto, a concentração pode ser monitorada pela medida da absorbância.

86
De acordo com a equação (4), pode-se determinar a ordem de reação m
em relação ao cristal violeta a partir do ajuste dos dados experimentais de
absorbância a uma lei de velocidade integrada. Para uma lei de velocidade de
ordem m:

d [R ] m
v = − = k [R ] , (5)
dt

onde [R] representa a concentração c do reagente R, sendo esta proporcional a


absorbância A, tem-se:(*)
[R ] t
d [R ]
∫ = −∫ k dt , (6)
[R ]0 [R ]m 0

m = 0: [R ] − [R ]0 = −kt ⇒ A − A0 = −( ε bk )t , (7a)

m = 1: ln
( )
[R ]
[R ]0
= −kt ⇒ ln
A
A0
= −kt ,
( ) (7b)

m = 2:
1
[R ]

1
[R ]0
= kt ⇒
1
A

1
A0
=
k
εb
t . ( ) (7c)

(*)
Nota #1: Nesta equação a constante k representa a constante efetiva da equação (2).

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

04 Balões volumétricos de 50 mL.


01 Balão volumétrico de 100 mL;
02 Balões volumétricos de 500 mL;
01 Pipeta volumétrica de 5 mL;
01 Pipeta volumétrica de 10 mL;
01 Espectrofotômetro;
01 Cronômetro;

Cristal Violeta (C25H30N3Cl, M = 407,98 g·mol–1);


Hidróxido de Sódio (NaOH, M = 40,00 g·mol–1).

87
PROCEDIMENTO

PARTE A: CALIBRAÇÃO DO ESPECTROFOTÔMETRO

1. Leia o manual de instruções e ligue o espectrofotômetro.


2. Prepare uma solução de cristal violeta pesando 0,018 g para 500 mL de
solução, e chame-a de A0 (não confunda a solução A0 com a absorbância
inicial A0). Pegue uma alíquota de 10 mL desta solução e a transfira para
um balão de 50 mL, completando o volume com água destilada. Chame
esta solução de A1 e a concentração da mesma de a.
3. Estabeleça o “branco” da absorbância. Para isto, encha a cubeta com água
destilada, coloque-a no espectrofotômetro com a parte transparente
disposta ao longo do feixe de luz, feche a tampa do aparelho e zere a
absorbância.
4. Estabeleça o “branco” da transmitância. Para isto, coloque a cubeta preta
no espectrofotômetro, feche a tampa do aparelho e zere a transmitância.
5. Lave a cubeta com um pouco da solução A 1 e, em seguida, encha-a com a
solução. Coloque a cubeta no espectrofotômetro, feche a tampa do
aparelho e escolha o filtro de comprimento de onda que apresentar o
maior valor de absorbância (ou menor valor de transmitância). Zere o
instrumento com o branco sempre que trocar de filtro.
6. Após a escolha do comprimento de onda adequado, deve-se construir a
curva de calibração do aparelho, para o cromóforo em questão. Para tal,
prepare, por diluição, a partir da solução A 1, soluções com as seguintes
concentrações: a/2, a/3, a/4, a/5, a/8, a/10 e a/20. Os volumes de
solução A1 e água para as diluições seguem a proporção indicada a seguir.
a/2 a/3 a/4 a/5 a/8 a/10 a/20
Sol. A1 4 2 2 2 2 2 2
Água 4 4 6 8 14 18 38
Total 8 6 8 10 16 20 40
7. Meça as absorbâncias das soluções, começando com a solução mais
diluída e finalizando com a mais concentrada, para construir a curva de
calibração, que deve incluir o valor da absorbância da solução de
concentração a, e determine a faixa de linearidade da mesma.(**)
(**)
Nota #2: Utilize os dados ao lado, Concentração Absorbância
obtidos a partir de uma calibração prévia. c [mol·L–1] A [Filtro: 585 nm]
Estes dados são úteis para a determinação
a 0,776
do produto εb da lei de Lambert-Beer, bem
como para verificar a região de linearidade a/2 0,394
entre a absorbância e a concentração.
a/3 0,231
Valores de absorbância fora da região de
linearidade, quando determinados na etapa a/4 0,192
de monitoramento do avanço da reação,
a/5 0,136
devem ser descartados.
a/8 0,088
a/10 0,062
a/20 0,033

88
PARTE B: MEDIDAS DE ABSORBÂNCIA DA MISTURA REACIONAL

1. Transfira uma alíquota de 25 mL da solução A0 para um balão de 50 mL,


completando o volume com água destilada. Chame esta solução de A 2.
2. Prepare 100 mL de solução de NaOH 0,1 M. Pegue uma alíquota de 5 mL e
10 mL desta solução e transfira para dois balões de 50 mL, completando o
volume com água destilada. Chame estas soluções de B 1 e B2, respectiva-
mente.
3. Tendo sido escolhido o filtro de trabalho, coloque, em um béquer, 10 mL
da solução A2 e, em outro, 10 mL da solução B1. Verta o conteúdo de um
béquer no outro e acione o cronômetro (note que as soluções A 2 e B1
foram diluídas para metade da concentração inicial). Agite a mistura
reacional e utilize uma alíquota para lavar a cubeta. Em seguida, encha a
cubeta com a mistura. Coloque a cubeta no espectrofotômetro, feche a
tampa do aparelho e determine a absorbância inicial (tempo “zero”). Faça
leituras da absorbância em intervalos de 1 min até atingir o limite da faixa
de calibração (cerca de 30 medidas). Meça a temperatura da mistura
reacional e anote. (Nota: Utilize o filtro empregado na calibração para
evitar a necessidade de recalibração e considere apenas as absorbâncias
dentro da faixa de calibração para o tratamento de dados.)
4. Repita o procedimento usando 10 mL da solução A2 e 10 mL da solução B2.
Utilize o mesmo filtro empregado na calibração, evite trabalhar fora da
faixa de calibração, opere com os mesmos intervalos de tempo da medida
anterior e registre a temperatura da mistura reacional.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Encontre m por ajuste linear a uma das equações integradas (ordem zero,
1a ou 2a ordem). Para tal, faça os gráficos de (i) (A-A0) versus t,
(ii) ln(A/A0) versus t e (iii) (1/A)-(1/A0) versus t, onde A é a absorbância
medida no tempo t e A0 a absorbância inicial.
2. Encontre os valores de kef para as duas concentrações de NaOH e, com
estes, encontre o valor de n. Encontre também o valor de k.
3. Compare os seus dados com os da literatura.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Justifique: por quê escolher o filtro de maior absorbância?


2. Os valores obtidos são satisfatórios?
3. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento?

BIBLIOGRAFIA

1. CORSARO, G., J. Chem. Educ., 41, 48, 1964.


2. DU, Z.; J. Phys. Chem. A, 117(2), 283-290, 2013.
3. CONCEIÇÃO, A. C. L.; DIOGO, H. P.; Quím. Nova, 36(6), 905-910, 2013.

89
PRÁTICA N° 4:
DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE VELOCIDADE POR CONDUTOMETRIA

OBJETIVO

Determinar a constante de velocidade da reação de saponificação do


acetato de etila em uma determinada temperatura utilizando a técnica de
condutometria.

INTRODUÇÃO

A reação de ésteres com bases fortes é chamada de saponificação. Neste


experimento a reação de saponificação a ser estudada é:
CH3COOC2H5 + NaOH → CH3COONa + C2H5OH,
a qual segue uma cinética de segunda ordem:

v = k [ AcEt][NaOH] . (1)

Esta reação pode ser seguida por medidas da condutância elétrica da solução,
uma vez que os íons OH– são progressivamente substituídos por CH3COO– (este
último possui uma mobilidade elétrica inferior à do íon hidroxila).
Consequentemente, a condutância da solução decresce com o avanço da reação.
Para a reação de saponificação do acetato de etila, tem-se:

CH3COOC2H5 + OH– → CH3COO– + C2H5OH Tempo


AcEt OH– Ac– EtOH
a b 0 0 0
a-x b-x x x t

onde a e b são as concentrações iniciais de acetato de etila e hidróxido de sódio,


respectivamente, e x a concentração de íons acetado livres em solução. Portanto,
a velocidade da reação pode ser escrita na forma (com a = b):

dx
v = = k (a−x )(b−x) = k (a−x)2 . (2)
dt

A integração desta equação resulta em:

x
= k at . (3)
a−x
Logo, um gráfico de x/(a-x) versus t fornece o valor da constante de velocidade
k. No entanto, como podemos relacionar a concentração x com a condutância da
solução em um dado tempo t?

90
A condutância (G, medida em siemens, S) é definida como o inverso da
resistência (R, medida em ohms, Ω). Verifica-se experimentalmente que a
condutância de uma amostra é proporcional a área da seção transversal (A,
medida em metro-quadrado, m2) e inversamente proporcional ao seu
comprimento (ℓ, medido metro, m), a constante de proporcionalidade sendo
denominada condutividade (κ, medida em siemens por metro, S·m-1):

κ⋅A ℓ
G = = κ , com: K = , (4a)
ℓ K A
onde K é a constante de cela (medida em m-1; esta constante é característica da
célula eletrolítica onde se faz a medida e deve ser informada pelo fabricante do
equipamento, denominado condutivímetro). Admitindo que os íons migram na
solução de forma independente (lei da migração independente dos íons), a
condutância da solução é devida à soma das condutâncias de cada íon:

1 1
G =
K
∑ κJ = ∑ (c J LJ ) ,
K J
(4b)
J

onde cJ é a concentração molar e LJ a condutância iônica equivalente da espécie


J, respectivamente (para íons monovalentes: n0 de equivalentes = n0 de mols).
No caso sob estudo, tem-se:

1
Gt =
K
[ aLNa + (a−x )LOH + x L Ac ] = G0 + Kx (L Ac −L OH ) ,
+ - - - - (5a)

onde Gt é a condutância no tempo t e G0 a condutância inicial (em t = 0):

a
G0 = ( L + LOH ) .
K Na
+ -

Se o valor final da concentração x for c (em t → ∞), pode-se escrever:

1 c
Gc =
K
[ a LNa + (a−c)L OH + c L Ac ] = G 0 +
+ - ( L −L OH ) .
K Ac
- - - (5b)

Portanto:

x c G 0 −G t x
G 0−G t =
K
( LOH −L Ac ) , G 0−G c =
- -

K
( LOH −L Ac ) ⇒ -

G 0 −G c
=
c
,- (6a)

de modo que a concentração x pode ser relacionada com a condutância Gt,


medida em qualquer instante de tempo t. Logo, a equação (3) pode ser reescrita
na forma:

c
( G 0−G t
)
( )
G 0−G c 1 G 0−G t
= k at ⇒ G t = G c0 + , G c0 = 1+( ac )G − ac G . (6b)

[ ( )]
0 c
G 0−G t ka t
a−c
G 0−G c

Como G0c, k e a são constantes, a expressão (6b) corresponde à equação de uma


reta de coeficiente linear G0c e coeficiente angular 1/ka, para Gt versus (G0-Gt)/t.

91
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Condutímetro;
01 Cronômetro;
04 Pipetas de 25 mL + 02 Pipetas de 50 mL;
02 Balões Volumétricos 250 mL + Balões Volumétricos 100 mL;
01 Agitador magnético.

250 mL de CH3COOC2H5 0,02 mol/L + 100 mL de CH3COOC2H5 0,01M;


250 mL de NaOH 0,02 mol/L + 100 mL de NaOH 0,01 M.

PROCEDIMENTO

PARTE A: PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES

1. Leia o manual de instruções e ligue o condutímetro.


2. Prepare 250 mL de uma solução de acetato de etila 0,02 mol/L e 250 mL
de uma solução de NaOH 0,02 mol/L.
3. Prepare, a partir de diluição das soluções anteriores, 100 mL de NaOH
0,01 M e 100 mL de acetato de etila 0,01 M.

PARTE B: DETERMINAÇÃO DA CONDUTÂNCIA E DA TEMPERATURA

1. Dilua 25 mL de NaOH 0,02 mol/L para metade da concentração. Rince a


célula de condutividade com uma alíquota da solução diluída e, em
seguida, determine a condutância inicial (devida aos íons Na + e OH–).
[Nota: Verifique se o volume é suficiente para cobrir os eletrodos.]
2. Misture 25 mL de acetato de etila 0,02 mol/L e 25 mL de hidróxido de
sódio 0,02 mol/L (volumes iguais) e acione o cronômetro. Rince a célula
de condutividade com uma alíquota da mistura reacional. Agite a mistura
reacional continuamente e faça leituras de sua condutância e temperatura
em intervalos de 5 min até a condutância fique praticamente constante
(ao menos 8 medidas).
3. Repita o procedimento com as soluções de acetato de etila 0,01 mol/L e
hidróxido de sódio 0,01 mol/L.

92
TRATAMENTO DE DADOS

1. Faça um gráfico de:


Condutância (0)−Condutância(t )
Condutância(t ) × (11)
t
e, utilizando o método dos mínimos quadrados, trace a melhor reta e
encontre a constante de velocidade k. O coeficiente linear desta reta
fornece a condutância no tempo infinito, e deve corresponder à
condutância obtida após um dia de reação. A condutância inicial pode ser
aproximada pela condutância da solução de NaOH diluída à metade da
concentração da solução preparada inicialmente.
2. Compare seus resultados com os da literatura e discuta.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Por que foi necessário diluir a solução de hidróxido de sódio à metade da


concentração para se medir a condutãncia inicial?
2. Os valores obtidos são satisfatórios?
3. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. PETEK, A. ; KRAJNC, M.; Int. J. Chem. Kinet., 44, 692, 2012.


2. DANIELS, F.; Experimental Physical Chemistry, 6a ed., Company, Inc.,
New York, p. 135.
3. LAIDLER, K. J.; Chemical Kinectics, 3a ed., p. 23-25.
4. TERRY, E. M.; Stieglitz, J.; J. Am. Chem. Soc., 49, 2216, 1927.

93
PRÁTICA N° 4:
DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE VELOCIDADE POR TITULOMETRIA

OBJETIVO

Determinar a constante de velocidade da reação de saponificação do


acetato de etila em uma determinada temperatura utilizando a técnica de
titulometria. (A realização deste procedimento em duas temperaturas possibilita
determinar a energia de ativação da reação.)

INTRODUÇÃO

A reação de ésteres com bases fortes é chamada de saponificação. Neste


experimento a reação de saponificação a ser estudada é:
CH3COOC2H5 + NaOH → CH3COONa + C2H5OH,
a qual segue uma cinética de segunda ordem:

v = k [ AcEt][NaOH] . (1)

Quando a quantidade de água é relativamente grande, a reação ocorre


praticamente de maneira completa como representada, da esquerda para a
direita.
A hidrólise ocorre lentamente em água pura e é catalisada por ácidos. A
velocidade é proporcional à concentração de íons hidrogênio, e a cinética da
reação catalisada é de pseudo-primeira ordem, com uma constante de
velocidade efetiva (kef). A equação integrada não precisa ser necessariamente
escrita em termos das concentrações. Esta pode ser representada em função de
qualquer propriedade que seja diretamente proporcional à concentração como,
por exemplo, o volume de um dado titulante. Mostre que, neste caso, a equação
integrada de 1a ordem se torna:

ln(V ∞−V t ) = ln(V ∞ −V 0) − k ef t ⇔ ln


( V ∞ −V t
V ∞ −V 0 ) = −k ef t , (2)

onde V0, Vt e V∞ são os volumes de titulante no início (que se pode aproximar


como sendo um volume nulo), no tempo t e no tempo “infinito” de reação.

94
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Bureta de 25 mL;
01 Erlenmeyer de 250 mL com tampa;
06 Erlenmeyers de 250 mL sem tampa;
06 Béqueres;
01 Cronômetro;
01 Termômetro (0-100 °C±0,5 °C);
01 Banho termostático;
02 Pipetas volumétricas de 5 mL + 01 de 100 mL;

NaOH 0,2mol/L;
HCl 1,0 mol/L;
CH3COOC2H5;
Fenolftaleína;
Bórax;
Gelo.

PROCEDIMENTO

PARTE A: PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES

1. Prepare soluções de HCl 1,0 mol/L e de H2SO4 0,5 mol/L, e determine seus
títulos a partir de uma solução de bórax.
2. Prepare solução de NaOH 0,2 mol/L e titule com o ácido já padronizado.

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Coloque 100 mL de HCl 1,0 mol/L no erlenmeyer de 250 mL e pipete 5 mL


de acetato de etila nos 100 mL de HCl. Acione imediatamente o
cronômetro e agite a mistura. Determine a temperatura da mistura
reacional.
2. Após 10 min pipete 10 mL desta mistura e transfira para um erlenmeyer
de 250 mL que contenha aproximadamente 100 g de gelo de água
destilada (preparado com antecedência).
3. Titule esta solução com o NaOH, usando fenolftaleína como indicador.
Repita o processo nos intervalos de 10, 20, 40, 60, 80, 100 min e após
48 h.
4. Determine a temperatura da mistura reacional ao final do experimento.
5. Repita todo o procedimento anterior com ácido sulfúrico.

95
TRATAMENTO DE DADOS

1. Faça um gráfico de ln(V∞-V0/V∞-Vt) versus tempo e, utilizando o método


dos mínimos quadrados, obtenha o valor de kef.
2. Compare os resultados obtidos com HCl e H 2SO4 entre si e com os da
literatura e discuta.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. DANIELS, F.; Experimental Physical Chemistry, 6a ed., Company, Inc.,


New York, p. 135.
2. LAIDLER, K. J.; Chemical Kinectics, 3a ed., p. 23-25.
3. SHEAM, E. C.; RUMPEL, M. L.; J. Chem. Educ., 51, 140, 1974.

96
PRÁTICA N° 6:
DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE VELOCIDADE POR POLARIMETRIA

OBJETIVO

Determinar a constante de velocidade da reação de inversão da sacarose


em uma determinada temperatura utilizando a técnica de polarimetria.

INTRODUÇÃO

Uma reação catalítica de pseudo-primeira ordem que tem sido muito


estudada é a hidrólise da sacarose, com formação de glicose e frutose (açúcar
invertido). Os açúcares são oticamente ativos. A sacarose é dextro-rotatória,
enquanto o produto é levo-rotatório. Portanto, durante a reação a rotação ótica
muda de sinal e a reação pode ser acompanhada por meio de um polarímetro.
Esta reação é praticamente irreversível e sua lei de velocidade pode ser escrita
como:

d [Sac]
− = k [Sac] . (1)
dt

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

03 Balões de 100 mL;


03 Béqueres;
02 Pipetas de 20 mL;
01 Polarímetro;
01 Cronômetro;
01 Termômetro (0-100 °C±0,5 °C);

Sacarose Cristalizada;
HCl 3, 2 e 1 mol/L;
Bórax.

97
PROCEDIMENTO

PARTE A: MONTAGEM EXPERIMENTAL

1. Acenda a luz do polarímetro e espere alguns minutos.


2. Coloque água destilada no tubo polarimétrico, de tal modo que não haja
formação de bolhas de ar, e coloque-o no aparelho. Gire o prisma
analisador até que um máximo de intensidade seja observado. Verifique o
zero do aparelho e, se houver desvio, anote-o para futuras correções.
Esvazie o tubo.
3. Prepare as soluções de HCl 3, 2 e 1 mol/L. Padronize-as com bórax.
4. Pese 20 g de sacarose e dissolva-os em 100 mL de água destilada.
5. Misture 20 mL da solução de sacarose a 20 mL ...

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Pese 20 g de sacarose e dissolva-os em 100 mL de água destilada.


2. Misture 20 mL da solução de sacarose com 20 mL de solução de HCl 3 M,
disparando o cronômetro simultaneamente.
3. Lave o tubo polarimétrico com a mistura reagente, encha-o com a mesma
e efetue a primeira leitura do ângulo de rotação. Determine a temperatura
da mistura reacional.
4. Efetue leituras em intervalos de 5 min por um período de 1 h. Determine a
temperatura da mistura reacional ao final deste período.
5. Guarde a mistura para a última leitura após 48 h.
6. Repita o procedimento com HCl 2 M e 1 M.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Para cada experimento, faça um gráfico de qt vs t para obter o valor de q0.


2. A partir de um gráfico de ln( qt-q0)/ln(qt-q∞) versus t, calcule a constante de
velocidade da reação.
3. Faça um gráfico de k versus concentração do íon hidrogênio no tubo
polarimétrico para obter as constantes k(H2O) e k(H3O+).

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento?

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

98
PRÁTICA N° 7:
CATÁLISE ENZIMÁTICA VIA FOTOCOLORIMETRIA

OBJETIVO

Determinar os parâmetros cinéticos de uma reação catalisada por enzima


a partir do acompanhamento de um processo reacional por espectrofotometria.

INTRODUÇÃO

Enzimas são proteínas que catalisam reações químicas com uma eficiência
formidável. Por exemplo, uma única molécula da enzima catalase (ou
hidroperoxidase) pode acelerar de 107 a 108 vezes a decomposição de milhões
de moléculas de peróxido de hidrogênio na reação:

H2O2(aq) → 2H2O(ℓ) + O2(g). (1)

Uma das explicações para a eficiência das enzimas (E, o catalizador) é que
estas formam, com o substrato (S, o reagente), um complexo enzima-substrato
(ES, um intermediário da reação), com uma conformação bem próxima à do
estado de transição da reação, reduzindo desta forma a energia de ativação do
processo que leva à formação dos produtos da reação (P). A região da molécula
onde a enzima e o substrato interagem é denominada de centro (ou sítio) ativo.
O processo pode ser resumido como (mecanismo de Michaelis-Menten ):

E + S ⇌ [ES] → P. (2)

Outra característica importante da enzima é a sua especificidade. Cada


enzima se combina com um substrato específico (ou com algumas poucas
substâncias bem semelhantes em estrutura), sugerindo que a enzima e o
substrato se encaixam em um sistema do tipo chave-fechadura.
Medindo-se a velocidade inicial v0 de uma reação (S → P), quando esta é
catalisada por uma dada concentração de enzima [E] 0 sob condições constantes
de reação, verifica-se que a velocidade inicial varia com a concentração de
substrato [S]0. Fazendo-se um gráfico de v0 versus [S]0 obtém-se uma curva
hiperbólica (figura 1), que demonstra que: (i) em baixas concentrações, a
velocidade inicial é diretamente proporcional à [S] 0, e que, (ii) em altas
concentrações, a velocidade atinge um máximo vmax, e seu valor independe da
concentração [S]0.
A equação experimental que relaciona v0 com [S]0, que pode ser deduzida
do mecanismo de Michaelis-Menten, é escrita na forma:

v max
v0 = , v max = k [E]0 , (3)
1 + K M [S]−1
0

onde KM é a constante de Michaelis. Nesta equação, [E]0 e [S]0 são as


concentrações iniciais (ou nominais), e não as concentrações das espécies livres.
Experimentalmente, os valores de vmax e KM podem ser determinados pelo

99
método de Lineweaver-Burk, que utiliza o fato de que o inverso da equação (3)
corresponde a equação de uma reta (figura 2):

1
v0
=
1
v max
+
KM
( )1
v max [S]0
, (4)

com coeficiente linear 1/vmax e coeficiente angular KM/vmax.

Figura 1: Dependência da velocidade com Figura 2: Gráfico de Lineweaver-Burk,


a concentração do substrato. onde se obtém os parâmetros vmax e KM.

Nesta experiência será utilizada a enzima polifenoloxidase, extraída da


batata, na reação de oxidação do catecol, descrita abaixo:

(5)

A polifenoloxidase é uma enzima que pertence ao grupo de oxidação e redução.


Esta enzima catalisa a remoção do hidrogênio (oxidação) do catecol, com
produção de água e quinona. A quinona apresenta uma forte absorção na região
de comprimentos de onda em torno de 458 nm. A absorbância é uma função
linear da concentração e, portanto, pode ser utilizada para o monitoramento da
formação da quinona.

100
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Balão Volumétrico de 100 mL;


04 Cubetas de 3 mL para espectrofotômetro;
01 Béquer de 100 mL;
01 Pipeta graduada de 1 mL;
01 Pipeta graduada de 2 mL;
01 Pipeta graduada de 5 mL;
01 Funil pequeno;
01 Bastão de vidro;
01 Recipiente plástico para banho de gelo;
01 Ralador ou amassador de batatas;
01 Faca para legumes;
01 Espectrofotômetro UV-Visível;
01 Balança;

Papel filtro;
Frascos lavadores com água deionizada;
½ Batata crua sem casca;
Catecol Sólido (ou Solução Aquosa 0,05 mol L-1);
Água Deionizada
Peróxido de Hidrogênio ~10%
Cubos de gelo.

PROCEDIMENTO

PARTE A: PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES E CALIBRAÇÃO DO ESPECTROFOTÔMETRO

1. Prepare 100 mL de catecol 0,05 mol L-1.


2. Prepare um extrato de batata amassando meia batata. Filtre o amassado e
recolha o líquido em um béquer pequeno. Colete ~1,0 mL de extrato.
3. A temperatura do experimento é a ambiente. Meça e anote a temperatura
da água.
4. Ligue o espectrofotômetro e acerte o zero de absorbância no comprimento
de onda máximo de absorção da quinona ( λmax = 458 nm). Para operar o
aparelho siga as instruções no manual ou peça ajuda ao professor.

101
PARTE B: MEDIDAS DE ABSORBÂNCIA DA MISTURA REACIONAL

1. Coloque 0,5 mL de catecol 0,05 mol L-1 e 2,5 mL de água em uma cubeta.
Adicione uma gota de peróxido de hidrogênio 10 % em volume.
2. Coloque a cubeta no suporte de amostra do aparelho e acerte o zero da
absorbância. Verifique se a cubeta está na posição correta.
3. Agindo com rapidez adicione duas gotas do extrato de batata na cubeta,
coloque a tampa na mesma e agite a solução.
4. Coloque a cubeta no aparelho, feche-o e faça a primeira leitura de
absorbância, disparando imediatamente o cronômetro. Faça leituras de 20
em 20 segundos até aproximadamente 6 min.
5. Ao término das medidas, faça um espectro da solução no
espectrofotômetro, variando o comprimento de onda de 400 nm a 530 nm,
anotando o valor da absorbância a cada 10 nm. (Não é necessário repetir
este item para as demais etapas.)
6. Repita a parte B (dos itens 1 a 4) variando as quantidades de catecol
(0,05 mol L-1) para 0,75 mL, 1,0 mL e 1,5 mL, sempre completando o
volume final na cubeta com água até 3,0 mL.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule as concentrações de catecol usadas no experimento, ou seja, as


concentrações finais dentro da cubeta. Lembre-se: c1V1 = c2V2. Use esta
concentração nos cálculos.
2. Faça um gráfico de absorbância versus tempo (figura abaixo) e calcule as
velocidades iniciais (v0) a partir do coeficiente angular para cada uma das
cinéticas realizadas.
0 0 0
0
Abs 0
0
0
ΔA = Vo
0 ΔA Δt
0
0
Δt
0
0
0 tempo
3. Determine KM e vmax a partir do tratamento gráfico mostrado na figura 2,
de acordo com o ajuste dos dados à equação (4) e discuta o resultado.

102
QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Como podem ser definidas as enzimas? O que é substrato?


2. Que fatores podem explicar a alta eficiência das enzimas como
catalisadores?
3. Qual a definição e o significado de KM e vmax na reação. Veja as unidades.
4. O que é inibidor enzimático e quais os principais fatores que diminuem a
atividade de uma enzima para atuar como catalisador?
5. O que acontece se você mudar o pH ou a temperatura do meio reacional e
mantiver a concentração de enzima e substrato constantes? Explique.
6. Cite dois exemplos de enzimas que atuam em sistemas biológicos e
explique a sua atuação.
7. Que tipos de resíduos químicos foram gerados neste experimento, e como
foram tratados ou armazenados? Explique.

BIBLIOGRAFIA

1. LEHNINGER, A. L.; Princípios de Bioquímica; SP, Ed. Sarvier, 1991.


2. CHANG, R.; Physical-Chemistry with Applications to Biological Systems;
Macmillan Publishing Co. New York, 1981.
3. TINOCO, I. Jr.; SAUER, K.; WONG, J. C.; Physical Chemistry: Principles
and Applications in Biological Sciences; Prentice-Hall, London, 1982.
4. ATKINS, P. W.; Physical-Chemistry, 5ª Ed., Oxford, 1994.

103
PRÁTICA N° 8:
ISOTERMA DE ADSORÇÃO VIA TITULOMETRIA

OBJETIVO

Estudar a validade das isotermas de Langmuir e de Freundlich para a


adsorção de uma solução de ácido acético em carvão ativado.

INTRODUÇÃO

Quando um sistema é constituído por uma fase condensada em contato


com uma solução ou uma mistura, geralmente há diminuição da concentração
do soluto na solução. Este fenômeno é denominado adsorção. Há dois tipos
principais de adsorção sobre sólidos: a adsorção física e a adsorção química. Na
adsorção física as moléculas se fixam na superfície do adsorvente por forças de
van der Waals, enquanto na adsorção química ocorre uma reação entre as
moléculas adsorvidas e as adsorventes. A relação entre a quantidade adsorvida
e a concentração do adsorvato, a temperatura constante, é conhecida como
isoterma de adsorção. Os modelos de adsorção mais utilizados são: isoterma de
Langmuir, isoterma de Freundlich e isoterma BET.
A isoterma de Langmuir, que relaciona a fração de sítios de adsorção
ocupados θ (denominado grau de recobrimento) e a concentração de adsorvato
c, pode ser obtida a partir dos seguintes postulados:

1. A fase adsorvida forma uma monocamada;


2. O sistema está em um estado de equilíbrio tal que a velocidade de
adsorção é igual à velocidade de dessorção;
3. A velocidade de adsorção é proporcional à concentração c e à fração de
sítios vagos (1-θ);
4. A velocidade de dessorção é proporcional à fração de sítios ocupados θ.

Levando em conta estas hipóteses, chega-se à seguinte isoterma:

Kc
q = . (1)
1 + Kc
O grau de recobrimento θ pode ser obtido da relação entre o número de mols
adsorvidos por grama de adsorvente (Y) e ao valor equivalente máximo (Ymax,
correspondente ao recobrimento de uma monocamada):

Y c 1 c
q = ⇒ = + . (2)
Y max Y KY max Y max

Dessa forma, se a isoterma de Langmuir for satisfeita, um gráfico de c/Y versus


c resultará em uma reta de inclinação 1/Ymax.

104
Outra tentativa de se tentar descrever matematicamente as isotermas de
adsorção se deve a Freudlich, o qual constatou a seguinte relação empírica entre
o número de mols adsorvidos por grama de adsorvente (Y) e a concentração do
adsorvato (c):

Y = kc 1/ n . (3)

Nesta equação, k e n são duas constantes empíricas. Aplicando o logaritmo


neperiano a ambos os membros da equação (1) obtém-se:

1
ln Y = ln k + lnc . (4)
n

Dessa forma, se a isoterma de Freudlich for satisfeita, um gráfico de ln Y versus


ln c resultará em uma reta de inclinação 1/n.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Pipeta graduada de 20 mL;


04 Pipetas volumétricas de 5 mL;
02 Pipetas volumétricas de 20 mL;
01 Pipeta volumétrica de 25 mL;
01 Bureta de 25 mL;
02 Buretas de 50 mL;
01 Balão volumétrico de 500 mL;
01 Balão volumétrico de 250 mL;
06 Erlenmeyers de 250 mL com tampa;
06 Erlenmeyers de 125 mL;
02 Espátulas;
06 Funis com suporte;
01 Funil com haste de grande diâmetro;
Bastão de vidro;
Papel de filtro quantitativo;

Fenolftaleína;
Ácido Acético Glacial;
Hidróxido de Sódio;
Carvão Ativado.

105
PROCEDIMENTO

PARTE A: PREPARAÇÃO DO CARVÃO ATIVADO

1. Pese cerca de 20 g de carvão ativado. Lave algumas vezes com água


destilada. Filtre e deixe secar em estufa por cerca de duas horas a
aproximadamente 150 °C. Deixe esfriar em um dessecador.

PARTE B: PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES

1. Prepare 500 mL de ácido acético 0,4 M. Para isso, pipete (com pipeta
graduada) um volume adequado de ácido acético glacial (calcule,
previamente, o volume a ser pipetado), transfira para um balão de 500 mL
e complete o volume.
2. Prepare 250 mL de NaOH 0,1 M e padronize com solução de HCl. Em
seguida, padronize o ácido acético com a solução de NaOH padronizada.
Para esta padronização utilize 5 mL do ácido e estime o volume da base a
ser consumido.

PARTE C: PREPARAÇÃO DAS MISTURAS ADSORVENTE + ADSORVATO

1. Pese rapidamente (para evitar a incorporação de impurezas da atmosfera


no carvão ativado) cerca de 1,5 g de carvão ativado em cada um dos seis
erlenmeyers de 250 mL. Para a transferência do carvão para os
erlenmeyers é fundamental a utilização de um funil com uma haste de
diâmetro relativamente grande.
2. Utilizando duas buretas de 50 mL, sendo uma para a solução do ácido
acético e outra para a água, transfira os seguintes volumes para os seis
erlenmeyers contendo o carvão ativado:
Volume
Frasco AcEt 0,4 M (mL) *
Água (mL)
1 100 0
2 75 25
3 50 50
4 25 75
5 10 90
6 5 95
(*)
Concentração nominal. A concentração exata deve ser determinada a partir da titulação
com a solução de NaOH padronizada.

106
3. Deixe a adsorção transcorrer por 1 hora, agitando esporadicamente. Antes
da filtração calcule os volumes da solução de NaOH padronizada que
seriam necessários para consumir os seguintes volumes das seis soluções
de ácido acético preparadas anteriormente:
Volume Concentração(*) Volume(**)
Frasco
AcEt (mL) AcEt (mol·L-1) NaOH (mL)
5 0,40 1
5 0,30 2
5 0,20 3
20 0,10 4
20 0,04 5
25 0,02 6
(*)
Concentração nominal. A concentração exata deve ser determinada a partir da titulação
com a solução de NaOH padronizada.
(**)
Solução de NaOH padronizada.

4. Filtre as seis soluções simultaneamente, retire as alíquotas indicadas na


última tabela (uma por vez) e transfira para os erlenmeyers de 125 mL.
Titule as soluções com o NaOH 0,1M padronizado (em bureta de 25 mL),
utilizando fenolftaleína como indicador.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule o número de mols de ácido acético contido em cada um dos


frascos antes (ni) e depois (nf) da adsorção.Calcule Δn = nf - ni e, em
seguida, Y = Δn /m, para cada frasco, sendo m a massa de carvão
ativado. Faça um gráfico de c/Y versus c (Langmuir) e, também, um
gráfico de ln Y versus ln c (Freundlich), sendo c a concentração do ácido
acético em cada frasco. Determine as constantes K e Ymax da isoterma de
Langmuir, bem como k e n da isoterma de Freundlich, e determine qual
das duas isotermas melhor representa os dados obtidos. Compare com os
resultados da literatura.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento?

BIBLIOGRAFIA

1. POPIEL, W. J.; J. Chem. Educ., 43, 415, 1966.


2. ADAMSON, A. W.; J. Chem. Educ., 44, 710, 1967.

107
APÊNDICES

108
CONSTANTES FÍSICAS:(*)
TABELAS DE DADOS

Temperatura Densidade Tensão γ Viscosidade η


(°C) (kg·m-3) (mN·m-1) (μPa·s)
ÁGUA
15 999,13 73,50 1138,20
20 998,23 72,75 1002,00
25 997,08 71,99 0890,30
30 995,68 71,20 0797,50
35 994,63 70,41 0719,50
40 992,25 69,60 0653,50
ETANOL
15 793,80 24,04 1301,72
20 788,89 23,29 1210,00
25 783,92 22,55 1150,00
30 778,91 21,81 1000,00
35 773,85 21,45 0920,00
40 768,74 21,08 0830,00
ACETONA
15 796,69 23,66 0338,38
20 791,25 23,12 0322,95
25 785,76 22,33 0308,40
30 780,20 21,80 0295,42
35 774,58 21,19 0283,45
40 768,90 20,80 0272,39
ACETATO DE ETILA
15 906,11 25,13 475,05
20 900,30 23,90 423,00
25 894,42 23,39 429,59
30 888,50 22,35 408,71
35 882,51 21,74 388,96
40 876,46 20,49 370,29
(*)
Ref.: (a) Haynes, W. M.; Lide, D. R.; CRC Handbook of Chemistry and Physics, 2011.
(b) http://ddbonline.ddbst.de/DIPPR105DensityCalculation/DIPPR105CalculationCGI.exe.

109
TERMODINÂMICA QUÍMICA I:
SUGESTÃO DE PROGRAMAÇÃO DE PRÁTICAS

Prática
Grupo
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
1 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 9
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
2 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 9 N° 1
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
3 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 9 N° 1 N° 2
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
4 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 9 N° 1 N° 2 N° 3
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
5 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 9 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
6 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 6 N° 7 N° 8 N° 9 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
7 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 7 N° 8 N° 9 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
8 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 8 N° 9 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
9 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 9 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8

110
TERMODINÂMICA QUÍMICA II:
SUGESTÃO DE PROGRAMAÇÃO DE PRÁTICAS

Prática
Grupo
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2
1 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 9
Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2
2 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 9 N° 1
Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2
3 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 9 N° 1 N° 2
Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2
4 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 9 N° 1 N° 2 N° 3
Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2
5 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 9 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4
Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2
6 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 6 N° 7 N° 8 N° 9 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5
Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2
7 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 7 N° 8 N° 9 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6
Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2
8 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 8 N° 9 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7
Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 2
9 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática
N° 9 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8

111
CINÉTICA QUÍMICA:
SUGESTÃO DE PROGRAMAÇÃO DE PRÁTICAS

Prática
Grupo
1 2 3 4 5 6 7 8 -
Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3
1 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática -
N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8
Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3
2 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática -
N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 1
Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3
3 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática -
N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 1 N° 2
Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3
4 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática -
N° 4 N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 1 N° 2 N° 3
Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3
5 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática -
N° 5 N° 6 N° 7 N° 8 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4
Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3
6 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática -
N° 6 N° 7 N° 8 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5
Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3
7 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática -
N° 7 N° 8 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6
Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3
8 Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática Prática -
N° 8 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 6 N° 7

- - - - - - - - - -

112
FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL:
SUGESTÃO DE PROGRAMAÇÃO DE PRÁTICAS

Prática (Ordem indicada no manual de Fundamentos)


Grupo
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 3 Parte 3
1 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 1 N° 2 N° 3 N° 1 N° 2
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 3 Parte 3 Parte 1
2 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 2 N° 3 N° 4 N° 1 N° 2 N° 3 N° 1 N° 2 N° 1
Parte 1 Parte 1 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1
3 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 3 N° 4 N° 1 N° 2 N° 3 N° 1 N° 2 N° 1 N° 2
Parte 1 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1
4 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 4 N° 1 N° 2 N° 3 N° 1 N° 2 N° 1 N° 2 N° 3
Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
5 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 1 N° 2 N° 3 N° 1 N° 2 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4
Parte 2 Parte 2 Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 2
6 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 2 N° 3 N° 1 N° 2 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 1
Parte 2 Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 2 Parte 2
7 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 3 N° 1 N° 2 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 1 N° 2
Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 2 Parte 2 Parte 2
8 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 1 N° 2 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 1 N° 2 N° 3
Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 2 Parte 2 Parte 2 Parte 3
9 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 2 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 1 N° 2 N° 3 N° 1

113
FUNDAMENTOS DE FÍSICO-QUÍMICA:
SUGESTÃO DE PROGRAMAÇÃO DE PRÁTICAS

Prática (Ordem indicada no manual de Fundamentos)


Grupo
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3
1 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 1
2 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 1
Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1
3 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 3 N° 4 N° 5 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 1 N° 2
Parte 1 Parte 1 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1
4 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 4 N° 5 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 1 N° 2 N° 3
Parte 1 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
5 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 5 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4
Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1
6 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5
Parte 3 Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 3
7 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 2 N° 3 N° 4 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 1
Parte 3 Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 3 Parte 3
8 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 3 N° 4 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 1 N° 2
Parte 3 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 1 Parte 3 Parte 3 Parte 3
9 Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp. Exp.
N° 4 N° 1 N° 2 N° 3 N° 4 N° 5 N° 1 N° 2 N° 3

114

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