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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE FÍSICA
LABORATÓRIO DE ENSINO

RELATÓRIO DO EXPERIMENTO DE COLISÕES

JOSIVALDO DE OLIVEIRA
MATHEUS LUCAS DA SILVA
LAUAN FELIPE DA ROCHA OLIVEIRA

Maceió
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
INSTITUTO DE FÍSICA – IF
LABORATÓRIO DE ENSINO

JOSIVALDO DE OLIVEIRA
MATHEUS LUCAS DA SILVA
LAUAN FELIPE DA ROCHA OLIVEIRA

Colisão Elástica e Ineslástica

Relatório da prática experimental citada


acima, realizado sob orientação do
professor Noelio Oliveira Dantas
, como requisito para avaliação da
disciplina de Laboratório de Física
Experimental 1.

MACEÍO

2019
Sumário
1 Colisões elásticas ............................................................................................................................. 2
1.1 Introdução ................................................................................................................................. 2
1.2 Objetivo .................................................................................................................................... 4
1.3 Material .................................................................................................................................... 5
1.4 Procedimento ............................................................................................................................ 5
2 Colisões inelásticas .......................................................................................................................... 7
2.1 Introdução ................................................................................................................................. 7
2.2 Objetivo .................................................................................................................................... 8
2.3 Material .................................................................................................................................... 9
2.4 Procedimento ............................................................................................................................ 9
Referência .......................................................................................................................................... 11

1
2

1 Colisões elásticas
1.1 Introdução
Colisão é a interação entre dois ou mais corpos com mútua troca de momento
linear e energia. O choque entre bolas de bilhar é um exemplo, o movimento das bolas
se altera após a colisão, elas mudam a direção, o sentido e a intensidade de suas
velocidades. Outras colisões ocorrem sem que haja contato material, como é o caso
de um meteorito que desvia sua órbita ao passar pelas proximidades de um planeta.
Na física procura-se estudar o comportamento dos corpos após uma colisão.
Para isto são usadas as leis de conservação de energia cinética e momento linear,
conforme o tipo de colisão. As colisões podem ser divididas em dois casos básicos:
os que conservam a energia cinética – ditas elásticas – e as que não a conservam –
ditas inelásticas.
Quando a energia cinética total de um sistema com dois corpos antes e depois
da colisão é a mesma, a colisão é chamada colisão elástica. Neste tipo de colisão a
energia mecânica e o momento linear dos corpos envolvidos permanecem os mesmos
antes e depois da colisão. Diz-se que houve conservação de momento linear e
energia.

Figura 1: Colisão elástica. Fonte: Referência [2]

Considerando-se o caso de dois corpos de massas m1 e m2 movendo-se em linha


reta, com velocidades v1 e v2 respectivamente, conforme a figura 1, antes da
colisão o corpo de massa m1 possui uma energia cinética E1 i e um momento linear ⃗P1i
e, o corpo de massa m2 , possui uma energia cinética E2 i e um momento linear ⃗P1i
que podem ser expressos pelas equações:
1
E1 i= m1 v21i (1a)
2

P1 i=m1 v1 i (1b)
3

1
E2 i= m2 v22i (1c)
2

P2 i=m2 v2i (1d)

Após a colisão as equações são as mesmas, mas agora os corpos terão


momentos e energias diferentes do que tinham antes da colisão, que são
representadas com o índice f (final), assim:
1
E = m v2 (2a)
1f 1 1f
2

P1 f =m1 v1 f (2b)
1
E2 f = m v2 (2c)
2 2 2f

P2 f =m2 v2 f (2d)

Como há conservação de energia e momento pode-se escrever que a energia


total e o momento total inicial e final do sistema de corpos não variam, desta maneira:
E1 i+E2 i=E1 f +E 2 f (3a)

P1 i+P2 i=P1 f +P 2 f (3b)

Substituindo nas equações 3a e 3b os valores para cada termo:


1 1 1 1
m v2 + m v2 = m v2 + m v2 (4a)
1 1i 2 2i 1 1f 2 2f
2 2 2 2

m1 v1i +m2 v2 i=m1 v1 f +m2 v2 f (4b)

A resolução do sistema de equações formado pelas equações 4a e 4b é


possível e permite o conhecimento das condições do movimento após a colisão.
A divisão da equação 4a por (1/2) e o agrupamento dos termos com mesma
massa em cada lado terá como resultado:
m (v2 – v2 )=m ( v2 – v2 ) (5)
1 1i 1f 2 2i 2f

Juntando os termos com mesma massa em cada lado, para a equação 4b:
m1 (v1 i – v1 f )=m2 (v2i – v2 f ) (6)

O termo que multiplica m1 na equação 5 tem alguma relação com o termo que
multiplica o mesmo m1 na equação 6. Esta relação pode ser conhecida a partir da
expressão:
2 2
(v1 i − v1 f )(v1i +v1 f )=( v − v ) (7)
1i 1f

A mesma conclusão (com uma pequena diferença pela troca de sinais) pode
4

ser tirada para o termo que multiplica m2 na equação 5:


2 2
(v2 i −v2 f )(v2 i+v1 f )=( v − v ) (8)
2i 2f

Substituindo as equações 7 e 8 na equação 5:


m1 (v1 i − v 1 f )(v1 i +v1 f )=m2(v2 f − v2i )(v 2 i +v 2 f ) (9)

Escreve-se a equação 6 para conservação de momento e compara-se com a


equação 9:
m1 (v1 i – v1 f )=m2 (v2i – v2 f ) (6)

Nota-se que o primeiro termo da equação 6 está contido no primeiro termo da


equação 9 e o segundo termo da equação 6 também está contido no segundo termo
da equação 9, ou seja, a equação 6 está “contida” na equação 9. Logo, pode-se dividir
a equação 9 pela equação 6, para se obter um resultado mais simplificado. O
resultado desta divisão será:
(v 1 i +v 1 f )=(v2 i +v2 f ) (10)

Isolando v1 f na equação 10 e substituindo na equação 6 obtém-se:

v2 f =2 m1 v1 i /(m1 +m2)+v2i (m2 −m1 )/(m1 +m2 ) (11)

E, portanto:
v1 f =2 m2 v2 i /(m1 +m2)+v1i (m1 −m 2)/(m1 +m2 ) (12)

Desta maneira, usando os princípios de conservação de energia e momento


linear, foram obtidos os parâmetros do movimento após a colisão.

1.2 Objetivo
Verificar a veracidade da lei de conservação do momento e da energia
mecânica entre dois corpos que colidem elasticamente.
5

1.3 Material
Descrição Quantidade
Trilho 120 cm 1
Cronômetro digital multifunção com fonte DC 12 V 1
Sensores fotoelétricos com suporte fixador (S1 e S2) 2
Y de final de curso com roldana raiada 1
Unidade de fluxo de ar 1
Cabo de força tripolar 1,5 m 1
Mangueira aspirador Ø1,5” 1
Barreira para choque 2
Carrinho para trilho cor azul 1
Carrinho para trilho cor preto 1
Porcas borboletas 3
Arruelas lisas 7
Manípulos de latão 13 mm 7
Balança digital 1

1.4 Procedimento
1. Montar o equipamento conforme esquema da figura 2.

Figura 2: Montagem experimental para estudo de colisões elásticas. Fonte: [3]

2. Fixar nos carrinhos a bandeirinha.


3. Fixar no primeiro carrinho o suporte em U com elástico para choque.
4. Ajustar os sensores de tal modo que fiquem no centro do trilho e pelo menos
0,40 m um do outro.
5. Colocar o segundo carrinho entre os sensores S1 e S2 , de modo que
permita a passagem completa do primeiro carrinho pelo sensor S1 .

6. Selecionar a função F3 do cronômetro.


7. Dê ao primeiro carrinho um impulso, movimentando-o para se chocar com o
segundo carrinho.
6

8. Quando o primeiro carrinho passar pelo sensor S1 , o cronômetro será


acionado e medirá o intervalo de tempo correspondente ao deslocamento de
0,10 m (tamanho da bandeirinha).
9. O primeiro carrinho deve se chocar com o segundo que deverá estar em
repouso (V = 0 m/s).
10. Quando o segundo carinho passar pelo sensor S2 , o cronômetro será acionado
e medirá o intervalo de tempo correspondente ao deslocamento de 0,10 m
(tamanho da bandeirinha).
11. O cronômetro indicará os dois intervalos de tempo. Anote-os na tabela 1.
12. Calcule a velocidade ( v1 ) desenvolvida pelo primeiro carrinho antes do
choque.
13. Encontre a velocidade ( v '1 ) desenvolvida pelo primeiro carrinho depois do
choque.
14. Encontre a velocidade ( v2 ) desenvolvida pelo segundo carrinho antes do
choque.
15. Calcule a velocidade ( v '2 ) desenvolvida pelo segundo carrinho depois do
choque.

t1 t2 Δx v1 (m / s) v '1 (m / s) v2 (m / s) v '2 (m/ s)


0,281 O,273 0,10 0,355 0 0 0,366

Tabela 1: Valores de tempo e velocidade dos carrinhos.

16. Por meio de uma balança, afira a massa dos carrinhos.


17. Calcular o momento dos carrinhos antes e após a colisão. Anote os valores
na tabela 2.
18. Calcular as energias cinéticas dos carrinhos antes e após a colisão. Anote os
valores na tabela 2.

Antes Depois
⃗P1 (kg m /s) E1 (J ) ⃗P2 (kg m /s) E2 (J ) ⃗P1 (kg m E1 ( J ) ⃗P2 (kg m E2 (J )
/ /
0,063 0,014 0 0 0 0 0,0590 0,013

19. Considerando a tolerância de erro de 5%, pode-se afirmar que o momento e a


energia cinética se conservam?
R: A tolerância é de 6,34%, devido ao ar condicionado, 7,14% não podemos
considerar que se conservou por conta do ar condicionado.
7

2 Colisões inelásticas
2.1 Introdução
O momento P de um sistema de partículas é a soma vetorial dos momentos
individuais das partículas que compõem um sistema:
P=∑⃗pi=∑ m⃗vi (1)

O momento do sistema pode também ser escrito em termos da velocidade


vetorial vcm do centro de massa. Seja ⃗v1 ,⃗v2 ,... , ⃗vl as velocidades dos pontos
materiais, num dado momento, a velocidade v⃗ cm do centro da massa, no momento
considerado, será dada por:

m 1 v⃗1+ m2 v⃗2 +⋯+mi ⃗v i (2)


⃗v =
cm
m1 +m2+⋯+mi

Como o produto mi ⃗vi representa o momento de um ponto material, o


somatório de todos os pontos nos dará o momento total do corpo. E como
m1+ m2 +⋯+mi representa a massa total do corpo, teremos então:

⃗p
⃗vcm = (3)
M
De onde tiramos:

⃗p=M ⃗v cm (4)

O momento ⃗P de um sistema ou de um objeto extenso é o mesmo que o de uma


partícula de massa M e vetor velocidade ⃗vcm . No que diz respeito ao momento ⃗P
de um sistema, este se comporta como se toda a massa estivesse concentrada no
centro de massa, e se move com vetor velocidade ⃗vcm .

As colisões costumam ser classificadas por comparação da energia cinética dos


objetos após a colisão ( Ecf ) com a energia cinética antes da colisão ( Eci ). Se a
energia cinética após a colisão é a mesma que antes da colisão ( Ecf =Eci ), a colisão é
chamada elástica. Se a energia cinética após a colisão é menor do que era antes da
colisão ( Ecf < Eci ), a colisão é chamada inelástica. Uma colisão entre objetos
macroscópicos é inelástica, mas algumas colisões, tais como colisões entre bolas de
bilhar, são aproximadamente elásticas. No extremo oposto de uma colisão elástica,
está uma colisão completamente inelástica. Em uma colisão inelástica, os objetos em
colisão se unem e deixam o local da colisão, dissipa-se um máximo de energia
cinética.
Consideraremos o caso de uma colisão completamente inelástica em uma
dimensão, para isso temos o carrinho 1 com massa m1 e com velocidade v1
8

imediatamente antes de colidir frontalmente com o carrinho 2 (Figura 1).

Figura 3: Carrinhos em choque inelástico. Fonte: Referência [2]

O carrinho 2, com massa m2 , está inicialmente em repouso ( v2 i=0 ). Os carrinhos


têm para-choques feitos de massa adesiva, de modo que eles aderem um ao outro e
se movem em conjunto, ambos com a mesma velocidade ( v1 f =v2 f = vf ). Admitimos que
os carrinhos deslizem com atrito desprezível. Podemos, assim, desprezar a
componente horizontal da força exercida pela superfície, comparada com as forças
impulsivas que os carrinhos exercem um sobre o outro durante a
colisão, e o sistema de dois carrinhos satisfaz o critério da conservação do momento
( ∑F ext =0 ). O eixo x é fixado ao longo da reta de movimento com +i na direção da
velocidade vetorial inicial do carrinho 1. O momento do sistema antes da colisão é:
⃗P= ⃗P1 i ⃗P2 i= m1 v⃗1 i +m2 0=m1 ⃗v 1 i (5)

O momento do sistema após a colisão é:


⃗P=⃗P1 i ⃗P2 i=(m1 v1+m2 v f )î =(m1+m2)vf î (6)
⃗ i= P⃗f
Aplicando a conservação do momento, temos P ou:

m1 v1i=(m1+m2)vf (7)

Desta forma, conhecida três quantidades da equação (07), podemos calcular a


quarta.

2.2 Objetivo
Verificar a veracidade da lei de conservação do momento e da energia
mecânica entre dois corpos que colidem inelasticamente.
9

2.3 Material
Descrição Quantidade
Trilho 120 cm 1
Cronômetro digital multifunção com fonte DC 12 V 1
Sensores fotoelétricos com suporte fixador (S1 e S2) 2
Y de final de curso com fixador U para elático 1
Unidade de fluxo de ar 1
Cabo de força tripolar 1,5 m 1
Mangueira aspirador Ø1,5” 1
Barreira para choque 2
Suporte em U com elástico para choque 1
Carrinho para trilho cor azul 1
Carrinho para trilho cor preto 1
Pino para carrinho com agulha 1
Pino para carrinho com massa aderente 1
Porcas borboletas 2
Arruelas lisas 7
Manípulos de latão 13 mm 7
Balança digital 1

2.4 Procedimento
1. Montar o equipamento conforme esquema da figura 2.

Figura 4: Montagem experimental para colisões inelásticas.


Fonte: [3]

2. Fixe nos carrinhos a barreira para choque.


3. Fixe nos carrinhos os acessórios para o choque inelástico (pino com agulha +
pino com massinha). No choque inelástico após o choque os dois carrinhos se
deslocam juntos, ou seja, com a mesma velocidade.
4. Ajuste os sensores de tal modo que fiquem no centro do trilho e pelo menos
0,40 m um do outro.
10

5. Coloque o segundo carrinho entre os sensores, de modo que permita a


passagem completa do primeiro carrinho pelo primeiro sensor.
6. Selecione a função F3 do cronômetro.
7. Dê ao primeiro carrinho um impulso, movimentando-o para se chocar com o
segundo carrinho.
8. Quando o primeiro carrinho passar pelo sensor S1 , o cronômetro será acionado
e medirá o intervalo de tempo correspondente ao deslocamento de 0,10 m
(tamanho da bandeirinha).
9. O primeiro carrinho deve se chocar com o segundo que deverá estar em
repouso (V = 0).
10. Quando o segundo carinho passar pelo sensor S2 , o cronômetro será acionado
e medirá o intervalo de tempo correspondente ao deslocamento de 0,10 m
(tamanho da bandeirinha).
11. O cronômetro indicará os dois intervalos de tempo. Anote-os na tabela 3.
12. Calcule a velocidade (v1) desenvolvida pelo primeiro carrinho antes do choque.
13. Encontre a velocidade (v'1) desenvolvida pelo primeiro carrinho depois do
choque.
14. Encontre a velocidade (v2) desenvolvida pelo primeiro carrinho antes do
choque.
15. Calcule a velocidade (v'2) desenvolvida pelo primeiro carrinho depois do
choque.

t1 t2 Δx v1 (m/s) v'1 (m/s) v2 (m/s) v'2 (m/s)


0,550 0,251 0,10 0,181 0 0 0,398

Tabela 2: Valores de tempo e velocidades dos carrinhos

16. Por meio de uma balança, afira a massa dos carrinhos.


m1 = 216,16 kg
m2 = 212,38 kg

17. Calcule o momento dos carrinhos antes e após a colisão, anote os valores na
tabela 4.
18. Calcule as energias cinéticas dos carrinhos antes e após a colisão, anote os
valores na tabela 4.
11

Antes Depois
⃗P(kg m / E1 (J ) p⃗2 (kg m / s) E2 (J ) P⃗(kg m / s) E1 (J ) p⃗2 (kg m / s) E2 (J )
s)
0,039 0,003 0 0 0 0 0,042 0,033

Tabela 3: Valores de momento e energias cinéticas, para o experimento de colisões elásticas

19. Considerando a tolerância de erro de 5%, pode-se afirmar que o momento e a


energia cinética se conservam?
R: O momento é de 7,69% por conta do ar, a energia se conservou com 1%.

Referência
[1] KELLER, Frederick. Física Volume 1. São Paulo: Pearson Makron Books, 2004.
[2] Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Física e
Matemática, Departamento de Física: Experimentos Virtuais de Física: Colisões
elásticas e inelásticas. Disponível em:
Fhttp://www.fsc.ufsc.br/~canzian/simlab/colisoes/colisoes.html, acesso em:
10/09/2013.
[3] Universidade federal de Alagoas, Instituto de Física, Manual de instruções e guia
de experimentos Azeheb, Trilho de ar linear, 2013.

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