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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA: FÍSICA II
PROF. DR. ALAN SILVA DE MENEZES

PÊNDULO SIMPLES
Cálculo da aceleração da gravidade e Pêndulo simples em oscilações de
amplitude qualquer

Eduardo Santos Figueiredo (2022005482)


Endre Wane Coelho Moraes (2022009786)
Lucas Gabriel Costa Frota (2020051181)

São Luís – MA
2023
SUMÁRIO

1 RESUMO.................................................................................................................. 3

2 INTRODUÇÃO..........................................................................................................4

3 TEORIA.................................................................................................................... 5

4 OBJETIVOS..............................................................................................................7

5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL........................................................................8

5.1 Materiais Utilizados............................................................................................8

5.2 Procedimento Experimental...............................................................................8

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES..............................................................................9

7 CONCLUSÃO......................................................................................................... 12
1 RESUMO
O procedimento experimental consistiu em observar o comportamento de um
pêndulo e relaciona-lo com o movimento harmônico simples. O método para tal foi
feito utilizando um fio com extremidade presa a um suporte e a outra extremidade
presa a um corpo com certa massa, o objeto foi levado até certa abertura angular
fixa e o comprimento do fio foi variado para que seu comportamento fosse
observado. Foi constatado que quanto maior o comprimento do fio, para o mesmo
ângulo de abertura, o período de oscilação também aumentava.

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2 INTRODUÇÃO
Um pêndulo simples é um modelo idealizado constituído por um corpo
puntiforme suspenso por um fio inextensível de massa desprezível (modelo teórico).
Quando esse corpo é puxado lateralmente, ou seja, é movido a certo ângulo de
abertura a partir de sua posição de equilíbrio e em seguida liberado, ele oscila em
tomo da posição de equilíbrio, por isso seu movimento é estudado no MHS. Algumas
situações reais, como uma bola de demolição presa ao cabo de um guindaste o,
uma criança se balançando em uma cadeira de balanço, ou ainda, um relógio de
pêndulo são semelhantes ao comportamento de pêndulos simples. (YOUNG;
FREEDMAN, 2015).
Imagem 1. Relógio de Pêndulo

Fonte: encr.pw/pk0xV
Galileu Galilei, astrônomo e físico, percebeu ao observar o movimento do
candelabro de uma igreja que o período de oscilação do pêndulo simples (descrito
pelo candelabro) era igual independente do comprimento observado. Isso o fez
perceber a lei dos pêndulos simples, porém, mais tarde foi descoberto que essa
observação era falsa, isso porque a lei do pêndulo simples é uma aproximação que
pode ser feita matematicamente quando o ângulo de abertura do pendulo é bem
pequeno. (Burrowes; Farina, 2005)

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Christiaan Huygens, matemático e físico, descobriu que as oscilações de um
pêndulo não eram estritamente isócronas, mas dependiam sim da amplitude de
oscilação, ou seja, do comprimento do pêndulo. A cicloide é verdadeiramente uma
tautócrona, ou seja, tendo o arco de cicloide invertido, um objeto escorregará de um
ponto qualquer até o fundo exatamente no mesmo tempo, em qualquer o ponto de
partida. Este constituía o modelo de pêndulo cicloidal de Hyugens. (KILHIAN, 2013).

Imagem1. Modelo de pêndulo cicloidal de Hyugens.

Fonte: https://encurtador.com.br/msL05
Mesmo depois de desenvolver estas teorias, Hyugens persistia com a dúvida
de como fazer o pêndulo oscilar em um arco de cicloide (oscilação do pêndulo
simples) em vez do arco circular. Após perceber que ao suspender um ponto P na
cúspide entre dois arcos de semiarcos de cicloides invertidos, a trajetória
descreveria um arco semelhante ao desejado, assim ele conseguiu desenvolver um
relógio de oscilação verdadeiramente isócrono. (KILHIAN, 2013).

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3 TEORIA
Para o estudo do pêndulo simples, primeiro é preciso supor que o fio não
tenha massa e seja inextensível, como também saber que a trajetória do peso do
pêndulo não é uma linha reta, mas sim um arco de circunferência de raio L igual ao
comprimento do fio. (YOUNG; FREEDMAN, 2015). Assim, as únicas forças que
atuam no peso do pêndulo são a força da gravidade (mg, ou seja, o peso) e a tensão
do fio.
Imagem 2. Um pêndulo ideal simples.

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-O-pendulo-simples-e-as-forcas-atuantes-
consideradas-na-modelagem-simplificada_fig1_260772938
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Com base na imagem 2, é possível perceber que a força restauradora (Fθ) é
a componente do peso do pêndulo que atua ao longo do comprimento do arco,
equação I:
Fθ = -mg sen(θ)
O sinal negativo indica que a força restauradora atua na direção oposta ao
ângulo deslocado.
A tensão T atua meramente para fazer o peso do pêndulo se deslocar ao
longo de um arco. Como a força Fθ não é proporcional a θ, mas sim a sen θ, o
movimento não é harmônico simples. Contudo, quando o ângulo θ é pequeno, sen θ
é aproximadamente igual ao ângulo θ em radianos. (Quando θ = 0,1 rad,
aproximadamente igual a 6°, sen (θ) = 0,998. Essa é uma diferença de apenas
0,2%.). (YOUNG; FREEDMAN, 2015). Com base nessa aproximação, pode-se
escrever a equação II:
s −mg
F θ=−mg θ=−mg = s
L L
Dessa forma, a força restauradora é proporcional à coordenada para
pequenos ângulos, e a constante da força é dada por k = mg/L. Sabendo que a
frequência angular w de um pêndulo simples com pequena amplitude é dada por:

w=
√ k
m
Agora, substituindo a equação II na frequência angular w, obtém-se a eq. III:

w=
√ mg/ L
m
=
g
L √
Sabendo que a frequência e o período são dados por:
w 2π 1
f= eT= =
2π w f
Substituindo a eq. III na frequência (f) e a frequência no período (T), obtém-
se:

f=
1
2π √ g
L √
e T =2 π
L
g
A partir dessas equações, pode-se observar que, em pequenas oscilações, o
período de um pêndulo simples para um dado valor de g é determinado
exclusivamente pelo seu comprimento. A equação do período mostra que um
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pêndulo de comprimento L maior possui um período maior que um pêndulo de
comprimento L menor. Baseado nisso, pode-se prever que o gráfico do logaritmo do
período em função do logaritmo do comprimento L é uma reta.

4 OBJETIVOS
Encontrar a relação de dependência entre período ( T ) e comprimento do fio
(L) na equação do pêndulo simples.
Reconhecer na função logarítmica do período em função do comprimento o
significado e o valor de K.
Reconhecer na função logarítmica do período em função do comprimento o
1
significado e o valor de “a” ( ).
2

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5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

5.1 Materiais Utilizados


- Suporte para pêndulo;
- Fio de massa desprezível;
- Corpo metálico de massa considerável;
- Transferidor;
- Régua;
- Cronometro digital.

5.2 Procedimento Experimental


O procedimento experimental consistiu em observar o movimento de um
pêndulo simples. Para montar o pêndulo, foi necessário um suporte para deixar uma
extremidade do fio fixa e suspensa, de forma que o comprimento do fio fosse
regulável; em seguida, na outra extremidade do fio foi preso um objeto de massa
considerável. Com o auxílio de um transferidor, o fio foi levado à 15º de sua posição
original, com o fio completamente esticado, então o objeto foi liberado para realizar o
movimento oscilatório, com o auxílio de um cronometro digital foram medidos 10
períodos em que o pêndulo completava uma volta, para que fosse calculado o
período médio e o desvio padrão. O procedimento foi realizado para os
comprimentos de 50, 60, 70, 80, 90 e 100 centímetros do fio.
Com os valores encontrados foi possível realizar a plotagem do gráfico (log T
x log L) e através das informações fornecidas pelo gráfico, foi possível comparar os
valores das constantes encontradas (“k” e “a”) com os valores que elas representam

na equação do pêndulo simples: T =2 π


√ L
g

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6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a realização dos procedimentos descritos, foi realizado o cálculo da
média dos 10 valores de períodos encontrados para cada ângulo medido, também
foi feito o cálculo do desvio padrão de cada média de valores. Os valores estão
apresentados a seguir nas tabelas 1 e 2.
Tabela 1. Valor de cada período encontrado.

Período gasto para uma oscilação (T )(s)


25º 2,06 2,08 2,06 2,18 2,01 2,01 2,02 2,04 2,09 1,99
35º 2,07 2,09 2,03 2,03 2,06 2,01 2,01 1,99 2,06 1,99
45º 2,05 2,00 2,07 2,08 2,05 2,03 2,08 1,99 2,11 1,99
55º 2,20 2,14 2,13 2,12 2,18 2,14 2,13 2,10 2,07 2,12

Tabela 2. Média e Desvio Padrão para cada sequência de 10 períodos.

25º 35º 45º 55º

Média (s) 2.054+/-0.055 2.034+/-0.001 2.045+/-0.002 2.133+/-0.004

Desvio (+/-) 0.0552 0.0012 0.0017 0.0368

Pode-se observar que os valores encontrados de desvio padrão indicam uma


precisão considerável, diante do método utilizado, pois ele permite a ocorrência de
erros de operação, como por exemplo, erros na medida dos ângulos, e,
principalmente, erros na cronometragem, uma vez que não é possível saber
exatamente quando o pêndulo completa uma oscilação visualmente.

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Agora, utilizando o valor de “k” encontrados na primeira parte deste
experimento pode-se calcular o valor da aceleração da gravidade determinado por
estes processos experimentais. Este valor será encontrado pela expressão:

k=
√g
2

g= 2
k
(lembrando que k=1,9952)
2
g=9,9171 m/ s
Tendo o valor da gravidade determinado experimentalmente e sabendo o
9 , 8066 m
valor da gravidade considerado o valor correto ( g= 2 ) é possível calcular o
s
erro relativo percentual para o valor encontrado, este cálculo é feito usando a
x−x
seguinte relação: Er= 100 % . Portanto, o erro é Er=1,1267 % . Agora, será feito
x
também o calculo do desvio padrão para o valor da aceleração da gravidade
σ =√ ( 9,9171−9,8066 ) ;
2
encontrado, usando: σ =0,1105. Portanto, o valor da
aceleração da gravidade determinado pode ser expresso na forma: g=9,9171± 0,1105 .
Agora, será determinada a dependência entre o período e o ângulo de
abertura, para isso, serão utilizadas duas formas diferentes de calcular o período e o
erro será observado. A primeira forma será utilizando a expressão geral do pêndulo
simples (que é uma aproximação válida para pequenos ângulos), a segunda forma é
a mais correta, a expressão do período para oscilações de amplitudes quaisquer.

Usando T =2 π
√ L
g
e sabendo que L usado foi de 1m:

T =2,0060s, este seria o período encontrado para cada um dos valores de ângulos
medidos no experimento.

Agora, utilizando T =2 π
√ L
g
1
[1+ sen 2
4 ()
θ 9
+ sen 4
2 64
θ
2 ()
] para cada ângulo

medido, tem-se que:

T =2 π
√ L
g
1
[1+ sen 2
4 ()
θ 9
+ sen 4
2 64
θ
2
] ()
25º 2,008356s
35º 2,030086s
45º 2,085489s 11
55º 2,125748s
Agora que foram calculados os valores mais próximos do correto para cada
ângulo medido, é possível calcular o erro de cada valor usando a primeira expressão
e usando a segunda expressão como valor correto, portanto os valores encontrados
serão expressos na tabela abaixo.

x−x
Er= 100 %
x
25º 0,1162%
35º 1,1865%
45º 3,8115%
55º 5,6310%

7 CONCLUSÃO
Desse modo, conclui-se que o experimento realizado com um pêndulo
simples, em que mediu o período em diferentes comprimentos L do fio para
pequenos ângulos, foi muito importante para a verificação da teoria abordada neste
relatório. Vale ressaltar que, erros mecânicos durante o experimento podem ter
ocorrido, mas não comprometeram as analises dos resultados. Visto que, pode-se
observar o que era previsto que ocorresse com base na teoria, o período aumenta

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conforme o comprimento aumenta para ângulos pequenos, embora tenha ocorrido
discrepância entre os valores obtidos e esperados.

REFERENCIAS.

Young, H. D., Freedman, R. A. (2015). Física, II: Termodinâmica e ondas, 14o edn. Bookman.

Halliday, R. Resnick e Krane: Física , vol 1 e 2, 4ª Edição, LTC Editora.

M. Burrowes e C. Farina. Sobre o pêndulo isócrono de Christiaan Huygens. Revista Brasileira de


Ensino de Física - v. 27, n. 2, p. 175 - 179, (2005).

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