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Aula 19: A Teoria de Larmor
Prof. Paulo Sizuo Waki – Universidade Federal de Itajubá

ÉTER E MATÉRIA SEGUNDO JOSEPH LARMOR


Larmor, em sua concepção, começa com uma teoria puramente eletromagnética da origem da
matéria e a peculiar concepção de partícula como centro de torção num éter rotacionalmente
elástico e, então, deduz a equação de transformação de primeira ordem e o fenômeno da
contração-dilatação que explica os resultados de Michelson-Morley. O movimento livre de uma
partícula material através do éter, analogamente ao movimento de um nó através de uma
corda, altera levemente a elasticidade efetiva do éter na direção do movimento, um efeito
representado fisicamente por uma anisotropia na propagação da energia em estruturas que se
movem e as medidas de contração-dilatação do espaço-tempo nos corpos em movimento.
Larmor calcula seus efeitos a partir da hipótese de que a velocidade da luz é a máxima
velocidade possível no éter sujeito à ruptura, e da proposição de que cada estrutura deve
representar um evento simples, de tal modo que as partículas correspondentes ao evento
sejam univocamente determinados. Ele sugere ainda que a conexão entre átomo de matéria e
éter deva ser tal que a radiação seja emitida em pulsos.
- Teoria dinâmica das ações elétricas.
A idéia de se deduzir todas as variações dos fenômenos a partir de um princípio de mínimo
consumo de esforço ou ação data do século XVIII e é bem conhecido a partir das especulações
de Malpertuis, quando então o princípio torna-se um dogma. Ele é generalizado para todos os
sistemas materiais por Lagrange, que constrói o algoritmo do cálculo variacional e as
fundações da dinâmica analítica, vindo posteriormente as extensões devidas a Hamilton.
Segundo esta filosofia de trabalho, parte-se da premissa de que o único método efetivo de se
trabalhar com a dinâmica de sistemas moleculares é abolir a idéia de força entre as moléculas
(acerca da qual nada conhecemos diretamente) e formular o problema como sendo a
determinação da sequência natural de mudanças de configurações do sistema.
i. Esquema dinâmico para o éter livre (ausência de matéria).
Obtém-se o esquema dinâmico para o éter, assumindo que o mesmo está praticamente
em repouso e usando o princípio da mínima ação. Define-se os vetores (ξ,η,δ) - vetor
deslocamento e (x,y,z) - vetor posição do ponto na substância onde há a torção.
Define-se a energia cinética: T =
1
2
( )
A∫ ξ ' 2 +η ' 2 +δ ' 2 dτ

E a energia potencial: W =
1
2
( )
B ∫ f 2 + g 2 + h 2 dτ
Onde τ é o elemento de volume e (f,g,h) é o vetor de corrente, definido com relação ao
modo de mudança.
1 ⎡ dδ ' dη ' dξ ' dδ ' dη ' dξ ' ⎤ df dg dh
Tem-se: ( f ' , g ' , h ') =
⎢ − , − , − ⎥ (a) e + + =0
4π ⎣ dy dz dz dx dx dy ⎦ dx dy dz
A partir do princípio da mínima ação: δ ∫ (T − W )dt = 0
⎡ dh dg df dh dg df ⎤
⎢ dy − dz , dz − dx , dx − dy ⎥ = A[ξ ",η ", δ "] (b)
B
Obtém-se:
⎣ 4π ⎦
B
Com um pouco de álgebra, chega-se a: = 10π 2 C 2 , exatamente como nas equações
A
ópticas de Mac Cullagh.
ii. Esquema dinâmico para o éter contendo elétrons.
Cada carga determina um campo de força elétrica em torno dela, que deve envolver
uma torção no éter. Presentemente, não é necessária a determinação da forma da
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Paulo Waki Página 1 27/2/2009
configuração permanente da torção no éter, necessita-se isto sim, a possibilidade de se
admitir que a torção possa mover-se ou escorregar livremente através do meio da
mesma forma que um nó escorre através de uma corda.
Considera-se o elétron como sendo um ponto de singularidade de intensidade e, que se
move livremente na especificação (f,g,h) de tensão do éter, tal que muito próximo a ele,
e ⎡d d d ⎤1
o vetor (f,g,h) assume a forma: − ⎢ −, , ⎥ .
4π ⎣ dx dy dz ⎦ r
Considerando agora que nada envolve o elétron, exceto uma forma de torção, nenhuma
inércia ou energia externa age no núcleo (tal como é previsto no movimento livre sem
resistência). Embora talvez não seja óbvio, as equações (a) e (b) ainda determinam os
estados do campo do éter (num instante) e a determinação num instante posterior leva
ao conhecimento do deslocamento do núcleo de cada forma de torção durante o
intervalo de tempo em consideração. Essas equações são, por isso, suficientes para
traçar a seqüência natural de mudanças no meio complexo assim constituído por éter e
núcleos de torção. Mas, se os núcleos possuem inércia e ações mútuas entre si
(independentemente do éter), há em adição às equações dinâmicas de movimento de
cada forma de torção, que podem interagir e, consequentemente, podem ser
combinados com as equações do éter. Assim, o problema assume uma forma muito
mais complexa, em outras palavras, a completa função de energiaque entra na fórmula
do Princípio de Mínima Ação deve envolver também estes outros tipos de ações físicas.
Larmor, em sua obra intitulada Éter e Matéria, vai muito além, chegando mesmo a formular um
modelo para explicar as mais diferentes manifestações da natureza e, o mais interessante, sua
teoria é flexível o suficiente para admitir sem contradições os resultados previstos pela Física
Moderna.

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Paulo Waki Página 2 27/2/2009

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