Aula 7

Física Geral I
Capítulo IV:
IV: Dinâmica da partícula
Energia cinética. Trabalho de uma força.
Energia potencial. Energia mecânica.
Potência.

Aula 7: Leituras recomendadas

R. Resnick, D. Halliday & K. Krane, "Física 1“, 5ª Edição, LTC,
2003.
Cap. 11, Sec. 11.1 a 11.6 (p.259-273) – Trabalho e Potência

F. Beer, E. Johnston & W. Clausen, "Mecânica Vectorial para

Engenheiros - Dinâmica", 7ª Edição, McGraw-Hill, 2006.
Cap. 13, Sec. 13.1 a 13.5 (p.758-764) – Trabalho e Potência

7−2
 Introdução
Movimento rectilíneo uniformemente acelerado:

x
A vA B vB

da cinemática: v B − v A = 2a ( xB − x A )
2 2 da 2ª lei de Newton: F = ma

1 2 1 2
mv B − mv A = F ( xB − x A )
2 2
Energia trocada pelo corpo
Variação de energia (cinética) do corpo com o exterior (trabalho)

7−3

Introdução
Movimento circular uniformemente acelerado:
vA a
B B
a
vB A A a = at + an

da cinemática: da 2ª lei de Newton:

v 2B − v 2A = 2at ( sB − s A )  F = mat
F = ma ⇔  t
 Fn = man

1 2 1 2
mv B − mv A = Ft ( sB − s A )
2 2
Energia trocada pelo corpo com
o exterior (trabalho da força)
Variação de energia (cinética) do corpo
7−4
Introdução
Será possível, partindo da cinemática e da 2ª lei de Newton,
generalizar as igualdades anteriores para todo o tipo de movimentos e
todo o tipo de forças?
Será possível “reinventar” a dinâmica usando novos conceitos à volta
do conceito de energia? Será possível chegar a uma igualdade
genérica

Energia recebida/libertada
Energia ganha/perdida
por um corpo = de/para um outro corpo por acção ?
da força entre os dois

Definição de novos conceitos: 1) Energia cinética: definição.

2) Trabalho de uma força: de caso
particular para caso geral
7−5

Energia Cinética
A energia cinética é a energia associada ao movimento de um corpo
como um todo e é definida como:

1 p2
Ec = mv =
2

2 2m

Energia cinética, Ec:

Grandeza escalar
Unidade S.I.: J (Joule)

7−6
 Trabalho de uma força constante sobre
um corpo em movimento rectilíneo
O conceito físico de trabalho envolve uma força que é exercida
enquanto o ponto de aplicação se desloca uma determinada distância.

A componente da força perpendicular ao

deslocamento não realiza trabalho, só a
tangencial: Ft =F cosφ

W = Fts = (F cos φ )s = Fs cos φ

F s ⇒ W =Fs
W = T h = mgh
7−7

Trabalho de uma força variável paralela

ao deslocamento
Trabalho no deslocamento ao longo do
eixo x; força dirigida ao longo do eixo x.

W = δW1 + δW2 + δW3 + ⋯

= F1δx + F2δx + F3δx + ⋯
N
= ∑ Fn δx
n =1

No limite quando δx → 0

N xf
W = lim ∑ Fn δx = ∫ F (x )dx
δx → 0 xi
n =1

7−8
Trabalho de uma força: caso geral
A força que atua origina um
deslocamento dr A2
s2 ds
Trabalho infinitesimal da força
A dr φ
dW = F ⋅ dr = Fds cos φ A1 F
⇔ dW = Ft ds
s
s1
Trabalho no deslocamento

A2 s2 Unidade S.I.: J (Joule)

W1→2 = ∫ A1
F ⋅ dr = ∫ s1
Ft ds
1 J é o trabalho realizado
por uma força de 1 N, cujo
sendo ponto de aplicação sofre
um deslocamento de 1 m
F ⋅ dr = Fxdx + Fydy + Fzdz
7−9

Princípio do trabalho e energia

Princípio do trabalho e energia (ou Teorema da variação da energia
cinética)
“O trabalho da Força Resultante é igual à Variação da Energia
Cinética”
1 1
W1→2 = ∆Ec = mv22 − mv12
2 2
Este princípio é válido em qualquer referencial inercial.
s2 s2 s2 dv
W1→2 = ∫ s1
Ft ds = ∫ s1
matds = ∫ s1
m
dt
ds
ds m 2
( )
v2 v2
= ∫v1
m
dt
dv = ∫
v1
mv dv =
2
v2 − v12

7 − 10
 Trabalho de algumas forças:
força gravítica (peso)
y y
g g
s
mg
h h 90-α
α
x
Queda vertical de uma altura h Queda (altura h) através de plano inclinado
0
W = ∫ (−mg )dy W = − ∫ mg ˆj ⋅ dr
h

W = mgh W = mgs sin α = mgh

Em geral:

hA
WA→ B = −mg (hB − hA )
hB

7 − 11

Trabalho de algumas forças: força

elástica
Lei de Hooke: Fel = −kx

xf x xm 0 xf x
0
k xm xf k 2
W = −k ∫ xdx − k ∫ xdx = −
xf
W = −k ∫ xdx = − x 2f xf
0 2 0 xm 2

k
WA→ B = − ( xB2 − x A2 )
2
7 − 12
Aplicações do teorema trabalho - energia
Queda livre: Força elástica:
Um corpo de massa m é largado do Um bloco de massa m desliza com
repouso de uma altura h acima da velocidade v0 sobre uma superfície
superfície da Terra. Qual a sua sem atrito e é trazido ao repouso ao
velocidade ao atingir o chão? comprimir uma mola de constante k .
Trabalho da força gravítica: Qual a compressão da mola?
Trabalho da força elástica:
W = mgh 1
W = − kd 2
Variação da energia cinética: 2
Variação da energia cinética:
1 1 1
∆Ec = mv 2 − mv 02 = mv 2 1 1 1
2 2 2 ∆Ec = mv 2 − mv 02 = − mv 02
2 2 2
=0
Do teorema trabalho – energia: =0

1 Do teorema trabalho – energia:

mgh = mv 2 ⇒ v = 2gh 1 1 m
2 − kd 2 = − mv 02 ⇒ d = v 0
2 2 k
7 − 13

Forças conservativas
Forças cujo trabalho não depende da trajectória.
W1→2 depende apenas das posições inicial e
final (pontos 1 e 2).

W1→2 = ∫ F ⋅ dr = ∫ F ⋅ dr
traj .A traj .B

W1→2 é nulo numa trajectória fechada.

∫ F ⋅ dr = ∫ F ⋅ dr − ∫ F ⋅ dr = 0
traj (A−B ) traj .A traj .B

7 − 14
Energia potencial
Quando uma partícula está sujeita à acção de uma força conservativa,
diz-se que a partícula possui uma energia potencial (dependente da
posição onde se encontra).

Define-se a energia potencial a partir da sua variação: a variação da

energia potencial entre os pontos 1 e 2 é igual ao trabalho da força
conservativa ao longo de qualquer trajectória de 2 para 1:

∆EP = EP − E P = W2→1 = −W1→2 ∆EP = −W1→2

2 1

Como a energia potencial é definida a partir de uma variação, pode

escolher-se o ponto onde é nula (referência).

7 − 15

Energia potencial: gravítica e elástica

Energia potencial gravítica

E p = mgh Escolha de uma referência (i.e. altura em que se

escolhe que a energia potencial é nula); alturas
superiores, h>0; alturas inferiores, h<0.
Ep = 0

E p = mgh

Energia potencial elástica

Escolha de uma referência: considera-se
energia potencial igual a zero no ponto
onde a força elástica se anula.

1 2
0 x x
Ep = kx
2
7 − 16
Conservação da energia mecânica
Energia mecânica de uma partícula: E mec ≡ E p + Ec

Considere-se uma partícula em movimento; v2

suponha-se que as únicas forças que, actuando P2
sobre a partícula, realizam trabalho são
conservativas; então: F
P1 m
Emec,2 − Emec,1 = 0 ou ∆Emec = 0
v1

Outras formulações equivalentes:

E p + Ec = E p + Ec ou E p + Ec =constante
1 1 2 2

∆E p = −∆Ec
7 − 17

Aplicações da conservação da
energia mecânica
Queda livre: Força elástica:
Um corpo de massa m é largado do Um bloco de massa m desliza com
repouso de uma altura h acima da velocidade v0 sobre uma superfície
superfície da Terra. Qual a sua sem atrito e é trazido ao repouso ao
velocidade ao atingir o chão? comprimir uma mola de constante k .
Escolher chão para 0 de Ep. Qual a compressão da mola?
Energia mecânica inicial Início da compressão:
Emec = E p = mgh E p = 0; − Ec =
1
mv 02
Energia mecânica final 2
Ponto de compressão máxima:
1
Emec = Ec = mv 2 Ep =
1 2
kd ; Ec = 0
2 2
Conservação da energia mecânica: Conservação da energia mecânica:
1 1 2 1 m
mgh = mv 2 ⇒ v = 2gh kd = mv 02 ⇒ d = v 0
2 2 2 k
7 − 18
 Trabalho do atrito
Trabalho da força de atrito

O trabalho total realizado pela força de atrito sobre o

disco não é nulo (e é sempre negativo),
Wtotal = −2 | Wf |

O trabalho depende da trajectória Wa1→b ≠ Wa2→b

7 − 19

Forças não-
não-conservativas
Energia mecânica não é invariante
1
Emec ≠ Emec
2
⇔ ∆Emec ≠ 0
Movimento gerado por forças conservativas e forças não
conservativas

W1→2 =W1→cons +W Ncons

1→2
= Ec − Ec 

 ⇒ Ep1 − Ep2 +W1→2 = Ec2 − Ec1
2 2 1 Ncons

W1→2 = Ep − Ep
cons


1 2 


W1Ncons
→2
= ∆Ec + ∆E p = ∆Emec
7 − 20
Potência
O trabalho de uma força é uma medida da energia transferida /retirada
ao corpo em que a força actua.

Potência de uma força: medida da quantidade de energia transferida

/retirada por unidade de tempo:

dW = F ⋅dr = F ⋅ v dt ⇒ P = F ⋅ v

Potência (transferida ou retirada) de um corpo em movimento: variação

da energia cinética do corpo por unidade de tempo:

W ∆Ec dW dE
Pmedia = = → Pinst = = c
∆t ∆t dt dt

7 − 21

Potência
Potência: energia/tempo:

Unidade S.I.: 1 J/s = 1 W (watt)

Cavalo-vapor : 1 cv (hp) = 746 W
Cavalo-vapor métrico: 1 CV = 735 W

Rendimento η (eficiência ε):

Wsaída Psaída
η= =
Wentrada Pentrada

7 − 22