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FÍSICA

10ºano

1. ENERGIA E SUA CONSERVAÇÃO


1.1 Energia e movimentos
Energia cinética
1 2
 Energia associada ao estado do movimento de um objeto Ec = mv
2
 Unidade SI é: o joule (J)
Energia potencial

 Energia armazenada num sistema em consequência das interações e posição


relativa dos seus elementos E pg=mgh
 Esta pode ser: elétrica/elástica/gravítica
 Energia potencial gravítica depende da posição relativa do resto do sistema em relação à Terra
Energia mecânica
Em =Ec + E p
 É a soma da Ec com a Ep de um sistema
Energia interna

 Soma da energia potencial interna com a energia cinética interna de um sistema


 Energia potencial interna – quanto maior é a massa, maior é o nº de partículas, logo maior é a interação entre
as mesmas e consequentemente maior é a Ep interna.
 Energia cinética interna – quanto maior é a temperatura, maior agitação das partículas, logo maior é o
movimento das mesma e consequentemente maior é a Ec interna.
Etotal =Em + Ei
 Energia total de um sistema resulta da soma da energia interna com a energia
mecânica
Sistema mecânico redutível ao seu centro de massa

 Sistema no qual as variações de energia interna não são tidas em conta


 Para simplificar o estudo do sistema mecânico, considera-se o mesmo como uma única partícula onde se
concentra toda a sua massa – centro de massa
 Este estuda designa-se por modelo da partícula material
TRABALHO COMO MEDIDA DE ENERGIA TRANSFERIDA POR AÇÃO DE FORÇAS
Conceito de força

 A força é uma grandeza que resulta da interação entre 2 corpos. Representa-se por ⃗ F , sendo a unidade SI o
newton (N)
 A força é uma grandeza vetorial, logo para estar completamente caracterizada necessita de:
o Ponto de aplicação
o Direção
o Sentido
o Intensidade
 Entre as forças destacam-se:
o Força normal (⃗ N ) – força que o chão exerce no corpo, sendo perpendicular ao plano de contacto
o Força de atrito (⃗F a) – força exercida pela superfície, paralela às superfícies de contacto, existindo para
contrariar o movimento do corpo
o Força gravítica (⃗
F g) – ou peso, resulta da força atrativa que a Terra exerce sobre F g=mg
todos os corpos com massa
Trabalho de forças constantes
 O trabalho (W) é a medida transferida para o sistema, através da atuação de uma força sobre ele
 O trabalho pode ser:
o Nulo o Negativo - resistente W =FΔr cosα
o Positivo – potente
 Força que atua na mesma direção e sentido do deslocamento
 O ângulo entre a força e o deslocamento é 0º, ao qual corresponde um valor de cos=1. Desta forma o
trabalho será positivo e máximo

 Força que atua na mesma direção, mas sentido oposto


 O ângulo entre a força e o deslocamento é 180º, ao qual corresponde um valor de cos= -1. Desta forma o
trabalho será negativo e máximo

 Força que atua perpendicularmente ao deslocamento


 O ângulo entre a força e o deslocamento é 90º, ao qual corresponde um valor de cos=0. Desta forma, o
trabalho é nulo

 Força que atua segundo um ângulo em relação à direção do deslocamento


 Se o ângulo entre a força e o deslocamento for 0º - 90º, corresponderá um valor de cos>0. Desta forma, o
trabalho é positivo
 Se o ângulo entre a força e o deslocamento for 90º - 180º, corresponderá um valor de cos<0. Desta forma, o
trabalho é negativo
Componentes da força

 Uma força será a soma de 2 componentes: ⃗


F x= ⃗
F cos α

F =⃗
F x +⃗
Fy o Uma na direção do movimento - ⃗
Fx

F y =⃗
F sin α
o Uma perpendicular ao movimento - ⃗
Fy

Trabalho realizado pelo peso

 Numa subida, o peso tem sentido oposto ao deslocamento, resultando num W Fg=−mgΔh
trabalho negativo
 Numa descida, o peso tem o mesmo sentido do deslocamento, resultando num trabalho positivo
 Num movimento horizontal, o peso é perpendicular ao deslocamento, resultando num trabalho nulo
Trabalho da resultante das forças

 O trabalho total que corresponde ao trabalho da resultante das forças, pode ser calculado:
o Pela soma dos trabalhos realizados pelas forças
W Fr=∑ W
o A parir da intensidade da resultante das forças

Teorema da energia cinética

 Quando um corpo está inicialmente parado e o seu trabalho é potente, pode se afirmar que o trabalho
realizado pela resultante das forças equivale à variação da Ec
 Se v.final > v. inicial ΔEc > 0  W > 0 1
W ⃗F =Δ E c= m ( v f −vi )
2 2
 Se v.final = v. inicial  ΔEc = 0 W= 0 R
2
 Se v. final < v. inicialΔEc < 0  W < 0
Forças conservativas e não conservativas

 Uma força diz-se conservativa quando não depende da trajetória do corpo onde esta se aplica EX: força
gravítica/força elástica
 As forças não conservativas dependem da trajetória dos corpos nos quais se aplicam EX: resistência do
ar/força de atrito
Peso como força conservativa

 Independentemente da trajetória, o trabalho realizado pelo peso depende apenas da Δh, assim:
W ⃗F =mgh
g
W ⃗F =−mgh
g

 Numa trajetória fechada (subida+descida) o trabalho será nulo, assim o peso é uma força conservativa, uma
vez que apresenta um trabalho independente da trajetória e nulo num percurso fechado
Trabalho realizado pelo peso e variação da Epg

 O trabalho realizado pelo peso é simétrico da variação da Epg, verificando-se esta relação em qualquer que
seja a trajetória do corpo.
 Subida  hf > hi  Epg aumenta  ΔEpg > 0  WFg < 0 W ⃗F =−ΔEpg
g

 Descida  hf < hi  Epg diminui  ΔEpg < 0  WFg > 0


Conservação da energia mecânica

 Quando num sistema mecânico atuam apenas forças conservativas, ou quando apenas estas realizam
trabalho, não há variação de Em, uma vez que -ΔEpg = ΔEc
Variação da energia mecânica

 As forças não conservativas que atuam num sistema realizam um trabalho


que altera a energia mecânica W ⃗F
não conservativas
=ΔEm
 Se a Fr das forças não conservativas realiza um trabalho potente, então a Em
aumenta
 “ “ “ “ “ “ resistente, então a Em diminui
 O trabalho de forças não conservativas, tais como Fa e Rar, é
sempre negativo uma vez que tem sentido contrário ao Edissipada =−W F dissipativas =¿ ΔEm∨¿
deslocamento, assim sendo dizem-se dissipativas
Potência e rendimento E
P=
 Potência: rapidez com que a energia é transferida. Unidade SI: watt (W) Δt
 Rendimento: demonstra a eficácia da transferência de energia Eútil
n= ∗100
E total ❑

1.2 Energia e fenómenos elétricos


Carga elétrica, Q

 Propriedade elétrica das partículas que compõem a matéria. Unidade SI: coulomb (C)
 Condutores elétricos: corpos que possuem uma quantidade consideável de partículas livres eletrizadas, que
facilmente estabelecem uma corrente elétrica
Corrente elétrica, I

 Quantidade de cargas elétricas que atravessam uma secção transversal de um condutor por Q
I=
unidade de tempo Δt
 Unidade SI: ampere (A) – amperímetro (instalado em série)
 Quando a corrente elétrica é constante, isto é, quando qualquer secção reta do condutor é atravessada pela
mesma quantidade de carga, diz-se que a corrente elétrica se processa em regime estacionário
Diferença de potencial/tensão elétrica, U

 Trabalho realizado pela força elétrica para deslocar uma carga unitária entre os terminais, W Fe ou
seja, a energia transferida no deslocamento de uma carga U=
Q
 Unidade SI: volt (V) – voltímetro (instalado em paralelo)
Corrente contínua e corrente alternada

 Quando a tensão elétrica apresenta sempre a mesma polaridade, o movimento dos eletrões será efetuado
sempre no mesmo sentido – corrente unidirecional (DC). Quando, além de manter o sentido, mantém a
quantidade de carga elétrica que passa numa secção transversal por u.t estabelece-se uma corrente contínua
(CC)
 Quando nos terminais a tensão elétrica inverte repetidamente ao longo do tempo a sua polaridade, então o
movimento dos eletrões também irá inverter de sentido na mesma periodicidade, estabelecendo-se uma
corrente alternada (AC)
Resistência de condutores filiformes

 Bons condutores: materiais onde é possível estabelecer uma corrente elétrica com facilidade. Ex: metais
(cobre; prata) e água
 Semicondutores: materiais com uma condutividade inferior, e que dependendo das condições, podem atuar
como isoladores ou condutores. Ex: silício; germânio
 Maus condutores: materiais com baixa condutividade, podendo ser utilizados como isoladores. Ex: vidro;
borracha
Resistência elétrica, R

 Grandeza física escalar que avalia a oposição que um material oferece à passagem da corrente
 Unidade SI: ohm (Ω), mede-se com um ohmímetro ou através de: U =RI
 Um dispositivo diz-se óhmico/linear, se a curva num gráfico U=f(I) é uma linha reta que passa na origem,
sendo a constante de proporcionalidade
 Num dispositivo não óhmico/não linear, a resistência irá variar de acordo com a tensão aplicada
Resistividade, ρ

 É a medida da dificuldade com que os eletrões se podem deslocar através de um dado


material, dependendo da sua natureza, temperatura e características geométricas. l
Unidade SI: Ωm R=ρ
A
 Quanto menor a resistividade de um material, maior a condutividade do mesmo
 A resistência é diretamente proporcional à resistividade e ao comprimento do material, mas é inversamente
proporcional à área da secção transversal
Efeito Joule

 Efeito térmico provocado pela passagem de corrente elétrica através de um condutor elétrico, que transfere
energia como calor para a vizinhança, isto é, corresponde à E.dissipada

Ed=P∆t P=UI 2
P=R I

Geradores de corrente contínua

 O gerador é o dispositivo que, num circuito elétrico, tem a função de aplicar uma diferença de potencial capaz
de criar corrente elétrica no circuito
Força eletromotriz, ε

 A força eletromotriz é a diferença de potencial num circuito aberto, tendo como unidade SI o volt e
correspondendo à energia por unidade de carga que o gerador poderá fornecer
 Num gerador elétrico ideal a U nos seus terminais é independente da I que percorre o circuito a que está
ligado. Para estes geradores, o gráfico U=f(I) traduz-se numa reta horizontal cujo valor corresponde à força
eletromotriz
Resistência interna, r

 Se a pilha estiver ligada a um circuito fechado, verifica-se que a U é inferior à ε. Isto deve-se ao facto de a
pilha não ser um gerador ideal, apresentando resistência interna o que provoca dissipação de energia.
 Quando uma pilha está instalada num circuito aberto, não existe I a atravessá-la, a
Upilha = εpilha
resistência interna não provoca dissipação de energia , pelo que a U nos terminais
corresponde à ε
 A U que um gerador aplica a um circuito fechado corresponde à diferença entre a ε e a U =ε−rI
tensão elétrica decorrente da r
 Num gráfico de U=f(I) o módulo do declive corresponde à r e a ordenada na origem corresponde à ε
Conservação de energia em circuitos elétricos

 O próprio gerador possui uma r, pelo que parte das cargas é convertida em energia térmica e dissipada, sob a
forma de calor, assim:
o O valor absoluto da Ug é igual ao valor absoluto da UR, ou seja, a Eútil transferida pelo gerador é igual à
Eútil recebida pelo recetor
o A Ug corresponde à diferença entre a ε e a queda de tensão provocada pela r, ou seja, Eútil do gerador
corresponde à diferença entre a Etotal e a Edissipada
o Se se tratasse de um gerador ideal que não apresenta r, a Ug seria igual à sua ε, pelo que a Eútil do
gerador seria igual à Etotal
o Há conservação de energia, pois a energia por unidade de carga é a mesma depois de completar uma
volta ao circuito
Associações em série e em paralelo

 Associação em série: os elementos elétricos ligam-se entre si de modo a constituírem I = IA = IB = …


apenas um caminho para a passagem de corrente elétrica. Nesta associação a corrente
elétrica é a mesma em qualquer ponto e a tensão nos terminais de associação é igual à soma da tensão nos
terminais de cada elemento
 Associações em paralelo: os elementos elétricos ligam-se entre si de tal modo que
constituem vários caminhos para a passagem de corrente elétrica. Nesta associação a I = IA + IB + …
tensão elétrica nos terminais de associação é igual à tensão nos terminais de cada U = UA = U B = …
derivação e a corrente no circuito principal é igual à soma das correntes das derivações

1.3 Energia e fenómenos térmicos e radiação


Temperatura e equilíbrio térmico

 Sistema termodinâmico: sistema em que se tem em conta a energia interna, pois a sua variação é apreciável
 Energia interna: define-se como a soma da Ec das partículas constituintes do sistema com a Epg resultante
das suas interações
 As transferências de energia provocam variações de energia interna, que se traduzem numa variação da sua
temperatura
 Ao fornecer energia a um sistema, de modo a aumentar a sua temperatura, a energia interna deste aumenta
em resultado do aumento de Ec interna
 Quando dois corpos a temperaturas diferentes são colocados em contacto há troca de energia do corpo a
temperatura superior para o corpo com temperatura inferior até que ambos atinjam o mesmo valor de T –
equilíbrio térmico
 Unidade SI de temperatura: Kelvin (K), embora a unidade mais usual seja o ºC
T/K = T/ºC + 273,15
 Assim para converter ºC para K:
Radiação

 A transferência de energia como calor pode ocorrer por radiação, convecção ou condução
 O processo de transferência de energia por radiação pode fazer-se sem haver contacto entre os sistemas,
uma vez que ocorre por emissão e absorção de radiação eletromagnética
 Por outro lado, a condução e a convecção, exigem contacto entre sistemas
 Quando a radiação incide na sup. de um corpo, esta pode ser absorvida, refletida ou transmitida
 Assim, de acordo com o Princípio da Conservação de Energia:
Eincidente = Erefletida + E transmitida + Eabsorvida
 Como a radiação emitida pelos corpos, se distribui pelo espaço, a
irradiância pode ser definida como a radiação incidente por unidade de tempo e área: P
Er =
A
Condução

 Condução: é a transferência de energia das partículas mais agitadas para as mais lentas, sem transporte de
matéria.
 Esta transferência de energia pode ocorrer entre dois materiais em contacto que apresentam temperaturas
diferentes, podendo ocorrer independentemente do estado físico
 A grandeza física que mede a capacidade de um material conduzir calor é a condutividade térmica (k)
Convecção

 Convecção: é a transferência de energia como calor que ocorre nos fluídos acompanhado de movimentos do
próprio fluído, que são designadas correntes de convecção
11ºano

2. MECÂNICA
2.2 Interações e seus efeitos
As 4 interações fundamentais da Natureza

 São as interações entre corpos que permitem explicar os movimentos, sendo estas descritas por forças
 Chama-se dinâmica à área da Física que estuda a relação entre as forças que atuam num corpo e as
características do seu movimento
 Foi Newton que formulou as Leis da Dinâmica, consideradas os pilares da mecânica clássica

 Força (⃗
F)
 Interação entre dois corpos, exercida por contacto ou à distância
 Grandeza vetorial, no qual o ponto de aplicação corresponde ao centro de massa do corpo
 Mede-se com um dinamómetro
 Unidade SI: Newton (N)
 As 4 forças fundamentais são:
o Forças gravíticas
 Atua sobre todas as partículas do Universo
 É a mais fraca de todas as interações
 Alcance infinito
 Sempre atrativa
 Permite descrever: existência de atmosfera num planeta; movimento orbital dos planetas, …
o Forças eletromagnéticas
 Atua sobre partículas carregadas
 Pode ser atrativa ou repulsiva
 Alcance infinito
 Mais forte do que a Fg
 Manifesta-se à escala macro e microscópica
 Permite interpretar: emissão e absorção de luz; ligações químicas, …
o Forças nucleares fracas
 Menor alcance
 Atua à escala do núcleo atómico, sendo mais fraca do que a nuclear forte
 Está na origem dos processos de radioatividade beta
o Forças nucleares fortes
 Mais forte das 4 interações
 Atua à escala do núcleo atómico, sendo responsável pela existência de um núcleo
Interação gravítica e Lei da Gravitação Universal

 Segundo Newton, 2 corpos quaisquer de massas, m1 e m2, cujos centros de massa estão à distância r, são
atraídos por forças de igual intensidade – forças gravíticas
 Assim enunciou-se a Lei da Gravitação Universal:
m1 m2
F g=G 2
r
 A constante G – constante da gravitação universal, o seu valor é o mesmo em qualquer local do universo:
G=6,67 x 10-11 Nm2/kg2
 A força gravítica entre corpos pequenos é desprezável pois a constante de gravitação é muito pequena.
Porém, esta é significativa quando pelo menos um dos corpos possui uma massa grande, tal como a Fg
exercida pela Terra sobre um corpo que se encontra à sua superfície – Peso: P = mg
Pares ação-reação e 3ª Lei de Newton

 3ª Lei de Newton ou Lei da Ação-Reação:


o Se um corpo exerce uma força sobre o outro, este exerce sobre o primeiro uma força de igual
intensidade e direção, mas de sentidos opostos. O conjunto das 2 forças designa-se de par ação-
reação.
 Esta lei aplica-se a todas as interações, sejam elas de contacto ou à distância e permite caracterizar as forças
do par ação-reação:
o Resultam de uma mesma interação
o Aplicam-se em corpos diferentes, por isso os seus efeitos não se anulam
o Têm a mesma direção, sentidos opostos
o Têm a mesma intensidade
 A força normal (exercida por um plano sobre um corpo) não constitui um par ação-reação com o peso, dado
que estes aplicam-se no mesmo corpo e resultam de interações distintas.
Efeitos das forças sobre a velocidade

 O efeito das forças na velocidade um corpo pode ser evidenciado em 4 situações:


o O corpo encontra-se em repouso e é lhe aplicado uma força
 A força faz o corpo se deslocar com o seu sentido e direção
o A força tem o mesmo sentido e direção da v
 Faz o corpo se mover com movimento acelerado (v aumenta)
o A força tem a mesma direção e sentido oposto de v
 Faz o corpo se mover com movimento retardado (v diminui)
o A força tem direção diferente relativamente a v
 O corpo move-se com mov. curvilíneo, sem alterar a intensidade de v (perpendicular)
 O corpo move-se com mov. curvilíneo, e altera a intensidade de v (não perpendicular)
2ª Lei de Newton ou Lei Fundamental da Dinâmica

 A⃗F R exercida num sistema de massa constante, m, e a aceleração, a⃗ , do sistema relacionam-se por:

F R =m ⃗a
 ⃗
F R têm a direção e sentido de a⃗
 Para um mesmo sistema FR e a são diretamente proporcionais, sendo m a constante de proporcionalidade: o
gráfico FR (a) é uma reta que passa na origem com declive positivo e igual a m (maior declive maior m)
 Esta Lei permite tirar conclusões como:
o Quanto maior for o módulo da força resultante, maior será o módulo da sua aceleração
o Quanto maior for a massa, menor será a aceleração
 Quando o corpo se encontra em queda livre, a única força que atua sobre ele é o peso, estando sujeito a
aceleração gravítica assim:

F R =m ⃗a ⇔ ⃗
P=m ⃗g
 O corpo com maior massa apresenta uma maior resistência à variação de velocidade, pois adquire menor
aceleração, esta propriedade designa-se por inércia e depende da massa do corpo.
 Assim, quanto maior for a massa de um corpo, maior será a sua inércia
1ª Lei de Newton ou Lei da Inércia

 Se a força resultante exercida num corpo for nula o corpo manterá a sua velocidade:
o Se estiver em repouso continuará em repouso
o Se estiver em movimento permanecerá em movimento com velocidade constante (mov. retilíneo
uniforme)
 Lei da Inércia está relacionada com o conceito de inércia (tendência de um corpo a manter a sua velocidade
quando Fr=0

2.3 Forças e movimentos


Movimento retilíneo de queda livre

 Mov. retilíneo de queda livre


o ⃗ F R =⃗
F g; ⃗
Rar desprezável
o a⃗ = k; a=g=10m/s2
o O mov. é uniformemente variado: acelerado (descida) ou retardado (subida)
 Equação das velocidades: v=v 0 + at
Movimento retilíneo uniformemente variado
1 2
 Equação das posições: x (t )=x 0 + v 0 t + a t
2

MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE VARIADO


Equações Uniformemente acelerado Uniformemente retardado
Velocidade  a > 0; v > 0 (declive +)  a > 0; v < 0 (declive +)
 a < 0; v < 0 (declive –)  a < 0; v > 0 (declive –)
Posição  a > 0 (concavidade para cima)  a > 0 (concavidade para cima)
 a < 0 (concavidade para baixo)  a < 0 (concavidade para baixo)

 Nas equações do mov. não aparecem as massas do corpo, uma vez que a aceleração é lhes independente,
pelo que corpos com massas diferentes, mas com as mesmas condições inicias terão o mesmo tempo de
queda
Movimento retilíneo de queda com resistência do ar apreciável

 ⃗
Rar
 Grandeza vetorial
 Opõe-se ao movimento
 Depende da forma e tamanho do corpo
 Varia na razão direta com a velocidade

 Descrição do movimento de um paraquedista


 Antes da abertura do paraquedas
 Mov. retilíneo acelerado  Mov. retilíneo uniforme
o Fg > Rar o Fg = Rar
o v aumenta o Fr = 0
o Rar aumenta o a=0
o Fr diminui o v = k (1ª velocidade terminal)
o a diminui
 Depois da abertura do paraquedas
 Mov. retilíneo retardado  Mov. retilíneo uniforme
o Fg < Rar o Fg = Rar
o v diminui o Fr = 0
o Rar diminui o a=0
o Fr diminui o v = k (2ª velocidade terminal)
o a diminui

Movimento circular uniforme

 Num movimento curvilíneo o módulo da velocidade será constante se a resultante das forças lhe for
perpendicular
 Num mov. circular uniforme a ⃗
F R ⊥ ⃗v , apontando para o centro da trajetória

 Período,   Frequência, f
1 1
 Tempo de uma volta completa f = ⇔T =Nº de voltas completas/u.t
T f
 Unidade SI: segundo (s)  Unidade SI: Hertz (Hz)

 Velocidade angular, w
 Velocidade linear, v

Δx 2 πr θ 2π
v= ⇔v= ⇔ v=2 πrf ω= ⇔ ω= ⇔ ω=2 πf
∆t T Δt T

 Aceleração centrípeta, ac
2
v 2
a c= ⇔ ac =ω r
r

3. ONDAS E ELETROMAGNETISMO
3.1 Sinais e ondas
 Propagação de um sinal
 Um sinal é uma perturbação, isto é, uma alteração de uma propriedade física do meio, podendo ser:
o Curta duração – onda solitário resulta de um só pulso (propagação de uma perturbação num dado t)
o Longa duração – onda contínua resulta da propagação de pulsos contínuos
 Os sinais podem ainda ser:
o Periódicos – repetem as característica em intervalos de tempo iguais
o Aperiódicos – quando não repetem as suas características
 Uma onda é a propagação de uma perturbação no espaço, podendo-se classificar quanto:
o Natureza
 Mecânicas – necessitam de um meio para se propagarem (som/ondas sísmicas)
 Eletromagnéticas – não necessitam de um meio para se propagarem (radiação UV/ondas de
rádio)

o Modo de propagação
 Transversais – direção da perturbação ⊥ direção de propagação da onda (ondas
eletromagnéticas)
 Longitudinais – direção da perturbação = direção de propagação da onda (som)

 Velocidade de propagação, v
 Tempo que uma onda demora a percorrer uma dada distância (k) s
v=
 Unidade SI: s ∆t

 Comprimento de onda, λ
 Menor distância que separa 2 partículas que estão na mesma fase oscilatória λ=vT
 Caracteriza a periodicidade espacial de uma onda
 Unidade SI: m

 Amplitude, A
 Máximo afastamento na oscilação relativamente à posição de equilíbrio
 Unidade SI: m
 Frequência, f
 Nº de oscilações completas/u.t f=
1
 Unidade SI: Hz T
 Período, T 1
⇔T=
 Tempo de uma oscilação completa f
 Caracteriza a periodicidade temporal de uma onda
 Unidade SI: s
Ondas harmónicas e complexas
 Ondas harmónicas
 Resultam de um sinal harmónico/sinusoidal, sendo descritas por: y= A sin ( ωt )
 Apresentam periodicidade espacial e temporal
 A energia transferida por estas aumenta na razão direta com a amplitude e frequência
 Ondas complexas
 Resultam da sobreposição de sinais harmónicos (instrumentos musicais)
Som como onda de pressão

 Os sons são ondas mecânicas longitudinais, visto que necessitam de um meio material para se propagarem e
a sua direção de propagação corresponde à direção de perturbação
 As características das ondas sonoras, frequência e amplitude, são determinadas pela fonte sonora
 As ondas sonoras resultam do movimento vibratório das partículas do meio circundante à fonte sonora
 Estes movimentos vibratórios geram sucessivas zonas de compressão (+ densidade/alta pressão) e zonas de
rarefação (- densidade/baixa pressão)
 A velocidade de propagação do som é maior nos sólidos e menor nos gases
 Os sons caracterizam-se através:
o Intensidade
 Depende da amplitude e da frequência
 Maior frequência, som mais forte
 Maior amplitude, som mais forte
o Altura
 Depende da frequência
 Maior frequência, som mais alto/agudo
 Menor frequência, som mais baixo/grave

o Timbre
 Permite distinguir sons puros (ondas sinusoidais) de sons complexos (ondas complexas)

3.2 Eletromagnetismo
Carga elétrica e campo elétrico
 Carga elétrica, Q
o Unidade SI: Coulomb (C)
o Corpo eletricamente neutro: protões = eletrões
o Corpo eletrizado positivamente (Q > 0) e eletrizado negativamente (Q<0)
o Princípio da Conservação da Carga Elétrica: a soma de todas as cargas elétricas de um sistema isolado é
constante

 Campo elétrico, E
o Grandeza vetorial
o Direção: radial
o Sentido: aponta para a carga se Q<0 e no sentido contrário se Q>0
o Intensidade:
o Aumenta quando aumenta o módulo da carga criadora do campo F ϵl
E=
o Diminui quando aumenta a distância à carga q
 Para se representar um campo elétrico recorre-se às linhas de campo:
o Linhas que partem das cargas + e apontam para as cargas –
o Nunca se cruzam
o O⃗ E é tangente à linha de campo, tendo o sentido da mesma
o A intensidade de ⃗ E será tanto maior quanto maior for a densidade das linhas de campo
 Um tipo de campo elétrico muito comum é o campo elétrico uniforme, no qual o ⃗ E tem igual intensidade,
direção e sentido em todos os pontos de uma dada região. Desta forma, as linhas de campo são paralelas e
igualmente espaçadas.
 Para se produzir um campo elétrico uniforme necessita-se de 2 placas metálicas paralelas carregadas com
cargas simétricas
 O⃗ E será tanto mais intenso quanto maior força elétrica que atua sobre ele
Campo magnético, ⃗
B
 O campo magnético é uma região do espaço onde se manifestam as ações de um íman ou de corrente
elétrica
 Unidade SI: Tesla (T)
 Um campo magnético pode ser visualizado através de linhas de campo:
o Linhas fechadas
o Nunca se cruzam
o Serão mais densas nos locais onde ⃗ B é mais intenso
o Saem do polo N e entram no polo S
o ⃗ B é tangente à linha de campo, tendo o sentido desta

 Campo magnético criado por um íman em forma de U


o As linhas de campo entre os ramos serão paralelas e equidistantes entre si, o que aponta que o ⃗
B é uniforme
nesta região
Indução eletromagnética
 Fluxo magnético, ϕ
ϕ=BA cos α
o Unidade SI: Weber (Wb)
o Aumenta quando aumenta a intensidade de B
o Aumenta quando aumenta a A ϕbobⅈna =Nϕⅇspⅈra
o Aumenta quando diminui o α

 A indução eletromagnética consiste na criação de um campo elétrico num circuito fechado, de modo a
originar uma corrente elétrica. Esta indução faz-se através da variação do fluxo magnético, que pode ocorrer
por:
o Variação do campo magnético (movimento)
o Variação da orientação do plano das espiras
 Quando se cria uma corrente elétrica induzida estabelece-se uma diferença de potencial designada por força
eletromotriz induzida, ε i, cuja unidade SI é o volt (V) – este resultado é expresso pela Lei de Faraday:
|Δϕ|
|ε i|= Δt

3.3Ondas eletromagnéticas
Produção e propagação de ondas eletromagnéticas. Espetro eletromagnético

 A noção de onda eletromagnética deve-se a Maxwell e a sua produção e deteção experimental a Hertz
 As direções de oscilação do campo elétrico e magnético são perpendiculares entre si, e também
perpendiculares à direção de propagação da onda eletromagnética
 A onda é produzida pela oscilação de cargas elétricas, sendo a frequência da onda correspondente à
frequência de oscilação
 O comprimento de onda, a velocidade de propagação e a frequência relacionam-se através de: v=λf
 8
A velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas no vácuo é de 3,0 x 10 , sendo que no
ar o seu valor é aproximadamente o mesmo
 Quando uma onda eletromagnética incide numa superfície de separação entre 2 meios, parte é refletida,
parte é absorvida e a outra parte é transmitida, havendo
conservação de energia – Princípio da Conservação de Eincidente = Erefletida + Eabsorvida + Etransmitida
Energia:
 Estes fenómenos explicam por que razão nem toda a luz solar chega à sup. terrestre
 Da luz solar incidente, cerca de 30% é refletida (albedo), 19% é absorvida e apenas 51% chega à sup.
 A atmosfera terrestre é opaca à luz incidente de frequências mais elevadas – radiação ionizante
Reflexão da luz

 Quando uma onda incide numa superfície, parte dela é devolvida para o meio, fenómeno conhecido por
reflexão
 O fenómeno da reflexão é descrito pelas Leis da Reflexão:
o O raio incidente, a normal e o raio refletido estão no mesmo plano
o O ângulo de incidência é igual o ângulo de reflexão
 A onda refletida e a onda incidente têm a mesma frequência e a mesma velocidade de propagação, embora a
onda refletida seja menos intensa
Refração da luz

 Quando a luz incide na superfície de separação de 2 meios e é transmitida para outro meio diz-se que ocorreu
refração
 Quando a luz passa de um meio para o ouro, a sua velocidade altera-se, provocando um desvio da direção
 Este desvio depende do índice de refração:
o Razão entre a velocidade de propagação no vazio e a velocidade de propagação nesse meio
o Quanto maior for o índice de refração, menor a velocidade e menor o ângulo de refração

 Leis da refração (Leis de Snell-Descartes):


o O raio incidente, a normal e o raio refratado estão no mesmo plano
o Os índices de refração e os ângulos de incidência e refração relacionam-se por: n1 sinα1 = n2 sinα2

Reflexão total da luz

 Quando a luz passa de um meio com maior índice de refração para o meio com menor índice de refração
deixa de ocorrer refração a partir de um certo ângulo de incidência
 O ângulo máximo de refração em 90°. Nesse caso o correspondente ângulo de incidência designa-se por
ângulo limite, sendo que para ângulos de incidência superiores deixa de haver refração e ocorre a reflexão
total
 Assim para haver reflexão total são necessárias 2 condições:
o n1 > n2
o αi > αlim

Difração da luz

 A difração é um fenómeno que permite às ondas contornar obstáculos ou passar através de fendas com
dimensões de ordem de grandeza semelhante ao comprimento de onda
 Na difração, o comprimento de onda não se altera, visto que o meio de propagação é o mesmo

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