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F ! (x) = f (x), ∀x ∈ A
!
e nota-se P f (x) = F (x) ou f (x)dx.
Exemplo:
P (2x) = x2 em R porque (x2 )! = 2x. No entanto também podemos ter P (2x) = x2 + 5 e
em geral:
P (2x) = x2 + C, C ∈ R
Se uma função tem uma primitiva então tem uma infinidade de primitivas.
Propriedades:
F (x) + C, C∈R
Nas próximas secções vamos estudar métodos de cálculo de primitivas. Convém notar
que nem sempre é possı́vel encontrar primitivas de funções sem recorrer ao cálculo integral,
2
por exemplo, a função f (x) = e−x não tem primitiva elementar, f (x) tem primitiva, F (x),
mas a sua expressão analı́tica escreve-se à custa de um integral.
9 Primitivas imediatas
Chamam-se regras de primitivação imediata às regras de primitivação que resultam directa-
mente da ”inversão”das regras de derivação. As primitivas calculadas através dessas regras
chamam-se primitivas imediatas. Em apêndice encontra-se uma tabela com as regras de
primitivação imediata mais comuns.
17
10 PRIMITIVAS DE POTÊNCIAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
sin x
• P tg x = P = − ln | cos x|
cos x
cos x
• P cotg x = P = ln | sin x|
sin x
(sec x)(sec x + tg x) sec2 x + sec x.tg x)
• P sec x = P =P = ln | sec x + tg x| =
sec x + tg x sec x + tg x
(cosec x)(cosec x + cotg x) cosec 2 x + cosec x.cotg x)
• P cosec x = P =P =
cosec x + cotg x cosec x + cotg x
= − ln |cosec x + cotg x| =
sin2 x = 1 − cos2 x
cos2 x = 1 − sin2 x
depois usar as regras de primitivação imediata convenientes.
1 + tg 2 x = sec2 x
1 + cotg 2 x = cosec 2 x
18
11 PRIMITIVAS DE FUNÇÕES RACIONAIS
19
11 PRIMITIVAS DE FUNÇÕES RACIONAIS
P (x)
• Se f (x) = é uma função irredutı́vel com gr(P (x)) <gr(Q(x)) e Q(x) admite a
Q(x)
factorização:
Q(x) = (x−a1 )p1 (x−a2 )p2 ...(x−ak )pk [(x−α1 )2 +β12 ]q1 [(x−α2 )2 +β22 ]q2 ...[(x−αm )2 +βm
2 qm
]
então f (x) decompõe-se numa soma de fracções simples, tendo em conta que os
P (x)
factores de Q(x) na segunda coluna dão origem às parcelas de na terceira
Q(x)
coluna:
P (x)
raı́zes de Q(x) factores de Q(x) parcelas da decomposição de
Q(x)
A1
real simples (x − a)
x−a
A1 A2 An
real de multipl. n (x − a)n + 2
+ ... +
x − a (x − a) (x − a)n
A1 x + B1
compl. conj. simpl. ((x − α)2 + β 2 )
(x − α)2 + β 2
q A1 x + B1 A2 x + B2 Am x + Bm
compl. conj. mult. ((x − α)2 + β 2 ) + 2 + ... +
2
(x − α) + β 2 2
((x − α) + β )2 ((x − α)2 + β 2 )m
20
11 PRIMITIVAS DE FUNÇÕES RACIONAIS
6. Obter a primitiva da soma de cada uma das fracções simples, tendo em conta que os
primeiros 3 tipos de fracções têm primitivas imediatas e o último tipo tem primitiva
resolúvel através de uma fórmula de recorrência utilizando primitivação por partes.
Exemplo:
3 A Bx + C
= + 2 → 3 = A(x2 + 1) + (Bx + C)x ⇔
x(x2 + 1) x x +1
2x − 5 2x − 5 + A B C ,
3. P = P = P + +
(x − 1)(x + 2)2 (x − 1)(x + 2)2 x − 1 (x + 2) (x + 2)2
Determinação das constantes:
21
11 PRIMITIVAS DE FUNÇÕES RACIONAIS
⇔ 2x + 5 = A(x2 + 2x + 1) + B(x2 + x − 2) + Cx − C ⇔
⇔ 2x + 5 = Ax2 + 2Ax + A + Bx2 + Bx − 2B + Cx − C
⇔ 0x2 + 2x + 5 = (A + B)x2 + (2A + B + C)x + A − 2B − C
0=A+B −A = B −
⇒ 2 = 2A + B + C ⇔ C = 2 − 2A − B C =2−A ⇔
5 = A − 2B − C − 5 = A − 2(−A) − (2 − A)
B = − 74 B = − 47
7
⇔ C =2− 4 ⇔ C = 14
7
A= 4 A = 74
então,
3 + 7 − 47 1 , 7 7 1
P = P 4
+ + 4
= ln |x−1|− ln |x+2|+ P (x+2)−2 =
x(x2 + 1) x − 1 (x + 2) (x + 2)2 4 4 4
7 7 1 7 x−1 1
= ln |x − 1| − ln |x + 2| − (x + 2)−1 = ln | |−
4 4 4 4 x+2 4(x + 2)
√
4x2 − 4 4x2 − 4 2 −2 ± −4
4. P 3 =P x + 2x + 2 = 0 ⇔ x = , impossı́vel
x + 2x2 + 2x x(x2 + 2x + 2) 2
em R. Então não podemos factorizar o polinómio mas podemos fazer x2 + 2x + 2 =
x2 + 2x + 1 + 1 = (x + 1)2 + 1 Assim,
4x2 − 4 A Bx + C
" #= +
2
x (x + 1) + 1) x (x + 1)2 + 1
4x2 − 4 + −2 6x + 4 , 6x + 6 2
P 3 2
= P + 2
= −2 ln |x|+P 2
+P =
x + 2x + 2x x (x + 1) + 1 (x + 1) + 1) (x + 1)2 + 1)
2x + 2 " #
= −2 ln |x|+3P 2
+2arctg (x−1) = −2 ln |x|+3 ln (x+1)2 +1 +2arctg (x−1)
(x + 1) + 1
22
12 PRIMITIVAÇÃO POR PARTES
(uv)! = u! v + uv !
P (uv)! = P (u! v + uv ! ) ⇔ uv = P u! v + P uv ! ⇔
1. v ! deve ter primitiva imediata uma vez que vamos precisar de conhecer v na aplicação
da fórmula.
eq(x)
• P p(x) &'()
&'() !
u v
• P ln(p(x)) . q(x)
& '( ) &'()
u v!
Há casos em que a aplicação sucessiva de Primitivação por partes e eventual utilização de
fórmulas trigonométricas ou hiperbólicas resulta numa equação cuja incógnita é a função
a primitivar.
" #
P ex sin x = ex sin x − P ex cos x = ex sin x − ex cos x − P ex (− sin x) =
23
13 PRIMITIVAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO
* *
u = sin x ⇒ u! = cos x u = cos x ⇒ u! = − sin x
v ! = ex ⇒ v = ex v ! = ex ⇒ v = ex
x x x
= e cos x − e cos x − P e sin x
então,
P ex sin x = ex sin x − ex cos x − P ex sin x ⇔ 2P ex sin x = ex sin x − ex cos x ⇔ P ex sin x =
ex (sin x + cos x)
2
24
14 INTEGRAIS – DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES
+ 1 ax + b 1 ax + b ,
n m
4. Funções racionais de radicais de ı́ndices diferentes, do tipo R , ,
cx + d cx + d
ax + b
usar a substituição = tp , onde p = m.m.c.(m, n), de modo a eliminar os
cx + d
radicais;
Muitas vezes depois de aplicar o método de primitivação por substituição não se obtém
logo uma primitiva imediata o que nos leva a aplicar outros métodos de primitivação.
Aplicando as substituições de 2 a 4 resultam primitivas de funções racionais, aplicando a
substituição sugerida no caso 5 dá origem a primitivas por partes ou racionais.
v m / s
10 t s
Uma vez que a velocidade é constante, a distância percorrida pelo objecto num intervalo
de tempo é de cálculo elementar, dist(t) = v.t ⇒ dist(5) = 3m/s.5s = 15m e o seu valor
coincide com a área da região entre o gráfico e o eixo OX no intervalo de tempo considerado.
25
14 INTEGRAIS – DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES
v m / s
t s
Figura 6:
Podemos encontrar uma aproximação da área abaixo do gráfico de uma função f limitada,
dividindo o intervalo [a, b] em n subintervalos iguais e em cada um deles tomar o valor
máximo ou o valor mı́nimo da função, obtendo uma região cuja área é a soma das áreas
de n rectângulos como mostram as figuras seguintes.
f f
Figura 7:
Ora, se considerarmos rectângulos cada vez mais ”finos”, fazendo n cada vez maior, vamos
ter, para uma certa classe de funções, a soma superior Ssup (f ) e a soma inferior Sinf (f )
cada vez mais próximas entre si como mostra a figura 8
26
15 CLASSES DE FUNÇÕES INTEGRÁVEIS
f f
Figura 8:
Define-se integral como sendo o limite das somas inferiores e superiores, isto é, dada f
uma função limitada num intervalo [a, b] dizemos que f é integrável à Riemann em [a, b]
se lim Sinf (f ) = lim Ssup (f ) = I e nesse caso I diz-se o integral de f em [a, b] e notamos
n→∞ n→∞
0 b
I= f (t)dt
a
• Toda a função limitada num intervalo e contı́nua excepto eventualmente num número
finito de pontos é integrável nesse intervalo.
27
16 PROPRIEDADES DOS INTEGRAIS E DAS FUNÇÕES
INTEGRÁVEIS:
16 Propriedades dos integrais e das funções integráveis:
0 b 0 a
1. f (x)dx = − f (x)dx
a b
0 a
2. f (x)dx = 0
a
0 b 0 b
3. kf (x)dx = k f (x)dx, k∈R
a a
0 b 0 b 0 b
4. (f (x) + g(x)) dx = f (x)dx + g(x)dx
a a a
0 b 0 c 0 b
5. f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx ∀a, b, c
a a c
30 b 3 0 b
3 3
6. 33 f (x)dx33 ≤ |f (x)|dx
a a
0 b 0 b
7. f (x) ≥ g(x) ∀x ∈ [a, b] ⇒ f (x)dx ≥ g(x)dx
a a
Teorema da Média: 0 b
Seja f integrável em [a, b] então ∃ λ ∈ [inf f, sup f ] : f (x)dx = λ(b − a).
I I a
λ diz-se o valor médio da função f no intervalo [a, b].
A
a b
0 b
• Se f (x) ≤ 0 ∀x ∈ [a, b] então A = − f (x) isto é a área compreendida entre o
a
gráfico da função e o eixo OX é simétrica do integral.
28
16 PROPRIEDADES DOS INTEGRAIS E DAS FUNÇÕES
INTEGRÁVEIS:
a b
A
Notas:
0 b 0 b 0 b
1. A variável de integração é muda, isto é: f (x)dx = f (t)dt = f (y)dy
a a a
a a
a
a
29
17 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO INTEGRAL E
CONSEQUÊNCIAS
17 Teorema Fundamental do Cálculo Integral e con-
sequências
Seja f uma função integrável num intervalo I. Chama-se integral indefinido de f com
origem em a à função: 0 x
F (x) = f (t)dt, x ∈ I
a
0 x
Nas condições do teorema anterior sabemos que f (t)dt é uma primitiva de f (x), então
0 x a
Regra de Barrow
Se f é uma função contı́nua no intervalo [a, b] e F é uma sua primitiva no mesmo intervalo,
então 0 b
f (x)dx = F (b) − F (a)
a
Exemplos:
30
17 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO INTEGRAL E
CONSEQUÊNCIAS 17.1 Integração por partes e por substituição
0 1
3
1. x2 dx, uma primitiva da função integranda é P x2 = x3 , pela Regra de Barrow,
0
0 1 4 x3 5 4 x3 5 1
x2 dx = − =
0 3 x=1 3 x=0 3
0 5
2. |x|dx, podemos usar a propriedade 5 e partir o integral no ponto de mudança de
−3
ramo da função módulo, assim evitamos calcular a primitiva de uma função definida
por
0 5 ramos, e 0de0 seguida usamos
0 5 em cada
0 0 parcela o0ramo correspondente.
5 4 x2 50 4 x2 55
|x|dx = |x|dx + |x|dx = −xdx + xdx = − + =
−3 −3 0 −3 0 2 −3 2 0
9 25
+ = 17
2 2
Exemplos:
0 x2
1
1. Determine a primeira derivada da seguinte função: F (x) = dt
−x t
temos f (t) = 1t , a(x) = −x, b(x) = x2 , então, aplicando o resultado precedente,
1 1 2 1 3
F ! (x) = 2x − (−1) = + =
x2 −x x x x
31
18 APLICAÇÕES DO CÁLCULO INTEGRAL
0 cos x
2. Calcule a primeira e segunda derivada da função F (x) = ex+t dt
0 cos x 0 cos x 0 cos x x
f ( x)
a b c d
0 b 0 c 0 d
Figura 11: A = − f (x)dx + f (x)dx − f (x)dx
a b c
f ( x) g ( x)
a b c
0 b 0 c
Figura 12: A = g(x)dx + f (x)dx
a b
32
18 APLICAÇÕES DO CÁLCULO INTEGRAL
f ( x)
g ( x)
a b
0 b 0 b
Figura 13: A = g(x)dx − f (x)dx
a a
f (x)
ca b
0 b
Figura 14: A = f (b).(b − a) − f (x)dx
a
a b
33
19 INTEGRAIS IMPRÓPRIOS
Do mesmo modo podemos fazer rodar em torno do eixo Ox uma região limitada entre dois
gráficos num intervalo [a, b], (ver figura 16), obtendo um sólido cujo volume é dado por:
0 b
6 2 7
V =π f (x) − g 2 (x) dx
a
a b
Dada uma função f : [a, b] → R contı́nua, o seu gráfico é uma linha plana cujo com-
primento L é dado por: 0 b8
L= 1 + [f ! (x)]2 dx
a
19 Integrais Impróprios
Anteriormente definiu-se integral de uma função limitada num intervalo limitado. Com o
objectivo de generalizar a noção de integral a uma classe mais vasta de funções vejamos o
seguinte exemplo de função limitada num intervalo não limitado:
1
f (x) = , limitada em [1, +∞[
x2
A área abaixo do gráfico entre 1 e A é
dada por:
0 A
1 6 1 7A 1
2
dx = − 1 = − + 1 f(x)
1 x x A
x
1 A
34